You are on page 1of 72
wom yaa ea POLITICA NO GEL |DURANTE ) SED OMe) Digitalizado com CamScanner | ets ans Rao fine tico executado por este, Sociedade civil do Estado dessa relagio que faz parte ds RSE Dae A Associagao Comercial do Maranhao e sua relacdo com o governo Breve histérico da Associagao Comercial do Mara- hao ‘A ACM 6 originaria do meado do século XIX, isto quando « economia da Provincia tentava se recuperar, apés um pt riodo bastante dificil, precipuamente apés a independéncia, pissan- do pelo periodo regencial e o cataclismo das rebelides daquela {ase histérica e que aqui no Maranhio teve na Balaiada (1838- 1841) sua grande expressio factual. Para superar os protlemas de uma economia instével, comerciantes influentes da praca de Sio Luis, em agosto de 1854, resolveram fundar uma instituigao ‘que 0s fizesse representar junto a0 poder p como um todo, No final daquele més, foi eleita a primeira dire- toria do érgio que seria encarregado de pugnar pelas demandas oriundas do grande comércio do Maranhao, instalado princi- palmente na regido da Praia Grande, na capital S40 Luis. Este fico € a sociedade érgio se chamou “Comissio da Praga’, nome que perduraria de 7 de setembro de 1854, data da instalagio de sua primeira dire . quando passou a se denominar ACM, 99 Digitalizado com CamScanner } | emo tot Ram ae No decurso dessas décadas de 1850/60/70, deu-se a instala- wo de dotar o Maranhio de uma agro-indistriaem {orno da cana-de-agicar", Também, no decursa de 1850-1870, LEAL, 1987 pp 199-216 Seasesdeve pode d e Joaquim Franco de Sk 2 produgso }CONOMIA.EROUTIA NO MARANBHAD DURANTE OESTADONOVO | deram.se as primeirase timidas agées de dotar, pelo menos a ca pital do Estado, de alguns servigas publicos, mesmo que bastante 3. Portanto, foi nesse ambiente temporal que pessoas de negécios comecaram a agir em torno de um coletivo. E tudo co- ‘megou timidamente, tendo & frente, Joio Gualberto Costa (1793- 1868), dono de prensa de algodio e de fabrica de pilar arroz, € Jorge Maria de Lemos e Sé (?-1872), comerciante, professor € fuarda-livros, Os primeiros anos da Comissio da Praga foram marcados pela apatia e somente a partir da diretoria de 1859 foi {que essa organizaglo social passou a ter papel mais atuante como representante de classe.” ‘Numa polémica travada em 1870 em que 0 erario, represen- tado pela reparticao fiscal o presidente provincial através de uum relatério indicava forte indicio de despacho de mercadoria com extravio de direitos sobre exportacio de algodio, isto , sem pagamento de impostos devidos, causou um mal-estar muito sgrande junto & classe dle senhores do grande comércio radicado Principelmente em Sa) Lois, Interessante era que chefe da re- partigio & época, que cunhou o relatério que causou um debate pelos jornais que circulavam no disrio ludovicense, era Joo An- ‘nic Coqueiro, maternético e fisico, que estudou em Paris e em Bruxelas, proptietdrio de terras e de usina de agticar, produtor de cana de agicar e sticio da firma comercial Almeida inior & Cia, concunhade do entao presidente da Provincia do Maranhao, Augusto Olimpio Gomes de Castro, Essas relagdes de parentesco {21854 a Comsto da Para para logo manifesta sua inca. NOo Weve um a0 em, hele de seu tees daca. indo © manda, eens para releigho dor seca de nove no torpor Fi asim durante um quingubnio” 101 Digitalizado com CamScanner 1 set tenare aan vot em que se exvolvem o publico ¢o privado sio bem antiga, Vale tho da Comissio da Praga em treinar mio através da Sociedade Beneficent em quea classe empresar «ssa instituigdo civil" 2.1.1 1878-1930 Na segunda metade da déca nhense passava por di Momentos dessa década, assumiu o comando do Executive, ana Hsando a questao, e em busca de respostas para 0 nivel de atl. idade econémica retredo, eem-se lavouras de cana de agicar # critica dirigida aos produtores agricolas maranhenses fosse 4 «laborada pelo combativo Pedro Marti "Soe exes eptddios que cavoleram 4 ROS. 1854, yl Mcp 33.0 "© Matemsucoformade em Props Agric gu ‘Martinus Hoyer, 185 Ivexnarannnoomusntorsranonoe | le terras, dono da area no interior da Ilha de Séo Luis conhecida como Engenho Santa Barbara, Sérgio Antonio Vieira, ‘que enumerou as seguintes razdes para as dificuldades da econo- mia do Maranhio: 1) aliquota levada do ies 2) estacics de tempo itregulares, 3) desfaximento de bracos es- dae 4) jarosaltos no mercado bancériolasa.' O segundo desses elementos citados foi particularmente grave em 1877: uma seca fambém, © Maranhdo, impactando a economia dessa éltima prov a vista que ja havia um certo grav de integracio entre os mercados do Maranbio, do Piaui ¢ do |. Houve recuo na produgio de arroz ede mandioca,além de a, cujos excedentes eram com que atingiu 0 Nordeste se retrairam provocando uma queda no da no mercado regional de seca de 1877 fez com que, conforme relatéric da ACM de 1878, 0 Maranhio tivesse uma produgio de agicar n-durida pela metade ccimportasse farinha seca dos Estados do Sul do pai E nessa conjuntura de dificuldades que os comerciantes ma- ranhenses, principalmente os atuantes na capital do Estado, reu- nir-se-do no inicio de 1878 para proceder aalteracées de natureza ‘iscutio o evo a est com ain uerio da mocds. Em tome deste debate, ‘tora a grande ducus que se prclngaia no Beas orto a segunda meade IX e ini do seal XX, que clacasa em antagnisna Je um ado, | doe Digitalizado com CamScanner PPA59 5. aig sari alee joe, n88 no deco dono de io do parque industrial dos fins do sé- culo XIX, hegemonizado pelo setor téxtil, a diretoria da ACM se manteve cética, considerando aquela agio de alterar a matriz ra dads determvadas questo extras, 10s Digitalizado com CamScanner ‘A bem da verdade, a formatagio de um apareth no Maranhio gerou entusiasmo e desconfianga a envolvendo comerciantes, donos de terras ¢ meso uples da Sociedade que tinham algumsa poupansa para investi em agbes. Nesse sentido a prépria ACM, como te nte dileta do grande capi CALDEIRA (1988), 20 estudar a insalagio desse parque no periodo de 1875 a 1895, Esse autor cita relatério da.ACA 10 de 1890 em quea diretoria da ACM ao mesmo ercebeu qh ‘20 se deslocar capitais da economia agricola para a economia im. dustrial" O mesino autor retrocitado em pessagem de sua obre demonstrou as contradigdes em que se envolveu a ditetoria da ACM e muitos de seus associados, na qual estavam, de um lado, 05 fabrilistas ¢, de outro, os nio-fabrilistas: “hi flsgrantecontradigio treo pronuncamenio do Relatrio da Assocagio Come marin referente 20 ano de 1890 « publcada ao Diiio do Marinkio, e 9 comport er pects VIVEIROS, 1954. teal 38 = Ver CALDEIRA, isenteria fabriquei , nos valemos da situagao cambial em que estiveram envolvidos aqueles negécios que buscavam uma sai da para a economia maranhense, capitaneada por comerciantes ce donos de terre, Recorramos primeiro a uma manifestacio da iretoria da ACM exarada no relatério de alividades relative a0 ano de 1888, publicido no inicio de 1889: “CAmbio - Como se no bastassem os males qe oprimem a lavoura, a conservagio da alta do cimbio, que tera regulado de 26 a 27 durante a safra, tem concorrido para que os produtos exportados tenham sido vvendidos por pregos dir "8 Continuemes a decodificar 0 (que esta registrado sob a assinatura da diretoria da ACM. Quan- do se oscila de 26 dinheitos 2 27 dinheizos por mil rts, significa Digitalizado com CamScanner ‘Ro estrangeiro para a montagem idamente £1,00 por Com um con} para acessar numeri redobrada por parte da ACM. Ao iniciar a tltima sio. O diagnéstico da situagdo estava correto: “A grande lavoura desapareceu e poucos dos antigos possuidores de estabelecimen- ’@, que vinha hé 300 anos wando e que adquiriu forga a partir do meado do século ‘om a instalagao da Companhia Geral do Grio Pari e Ma- |GPM), que funcionow de 1755 a 1778, E nde apareceu somo 0 de uso de forga de trabalho imigrante, conforme 109 Digitalizado com CamScanner Politicas fiscal™ © tributéria, ad suuma etapa mais avangada do século XX) pelas diversas direto rias da ACM. Essas qusties foram pautasconstantes da agenda de discussio da diretoria da ACM desde que esta passou a ser Iatérfo de atividades da ACM de 1888, 0 mesmo deixa claro {que temas diversos eram tratados conforme listados acima. Fot registrados fato de nose poder pagar com os rendimentos ordi= irios or compromissos (Act fiscal — rb), © que brigos a emissio de apolces de valor nominal de 2005000, as qus Jogo foram cotadas na praga Por 1205000" ‘Com muitas dificuldades, em 1895, através da Companhia, Geral de Methoramentos do Maranhio, criada em 1891, que t- ‘So emu probleme apne descarga de mercado de emburuc¢ Sede m Digitalizado com CamScanner [sec rinaso asc Rens oer nha 3 frente o engenheiro Aario Reis, flho de um repr 0 do Maranho, na Camara Federal, de 1848 a 1883, ss margens do Piaui, Teresina. Certame: esse modal férreo punha um desafio 20 grande com: do em Sio Luis, Ora, cada vez mais 0 entorno de toda a produ- io econémica daguela vasta regi Leste, nadirecio dos vizinhos Estados do Piaui edo Ceari. Ficave ébvio que capital comercial instalado em Sio Luis, era vital a co do setor comercial alojado em Sio Luis foi o fato de, em agos- to de 1903, ter ocorrida uma reuniio convocada pela direcio da ACM pats tratar com segmentos mais letrados ¢ direlamente in- teressades na construgao de uma estrada de ferz0 que’ a ria So Luis a Caxias. Dessa reuniio convocada e organizada pela ACM, além do memorial técnico elaborado pelo engenheiro Palmério de Carvalho Cantanhéde, foi enviado um telegrama ao senador maranhease Benedito Leite e demais representantes politicos. No comvnicado, 2 ACM anotou: “De ano para ano, escasseiam as éguas do ltapecuru e breve nao havers mais comunicagoes de cespécie alguma para o interior porque estradas nunca as teve 0 ‘Maranhao’! Nesse mesmo telegranra, a ACM apontava o por: to do Itaqui como futura solucio para escoamento da produgio agro-pastoril que viria do grande hinterland formado pelo Ma- “grande sertio va numa grande es- veredas” do Norte do pais, donde ja se pe Apud VIVEIROS, 1964, m2 FCONOHA' FOL MEA HO RUNANIKO DURANTE OF stAD0 NOVO | trada de ferro a ligar 0 Norte com o Sul do solo patrio, através do sonhando prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasi que partindo da capital Rio de Janeiro, no ramal em direcio nas Gerais, planejava alcangar o Nordeste, e no ramal em direcéo a Sio Paulo, atingiria 0 que, atualmente, seria a regido Centro Oeste. Por toda a quadra histérica da Repdblica Velha, 0 governo estadual e 0 empresariado maranhense lotado na capital, por lon- go periodo, ansiaram fortalecer 0 elo, através de uma via férrea, entre o Alto Sertio Maranhense ao porto da capital Para tanto, prospectaram uma linha férrea entre a regio de Caxias ou Codé ou Coroa margens do rio Araguaia ou rio Tocantins. Com feito, uma estrada de ferro que ligasse o vale do Itapecuru com as fronteiras dos rios Araguaia ou Tocantins fora, desde o final do século XIX, um pleito do empresariado comercial. A esse res- empresirio Pedro Martinus Hoyer jé pensara férrea ligando Barra do Corda 4 Carolina. e para tan- 1a uma concessio junto ao governo central em 1875." Em outra passage de sua volumosa obra, 0 autor de Histéria do Comércio do Maranhao fez alusio & iniciativa d» presidente 4a provincia do Maranhio, Augusto Olimpio Gomes de Castro, ainda no ano de 1873, visando 4 contratagio de dois engenhefros para que os mesmos incorporassem uma empresa pera construir uma estrada de ferro ligando Barra do Corda as margens do tio 9 Em 1890, foi feita concessio, para construir uma via férrea cortando a regiio central do Maranhio, ao engenheiro colau Vergueiro Le Cocq, que se associou a dois outros empreen- dedores, um deles, Henry Airlie, que por toda a década dos 1880's pertenceu a direcio da ACM, chegando a presidi-la nos anos de 1884, 1887 e 1888, sendo que nessa nova empreitada ficaria acer- Tocanti 13 Digitalizado com CamScanner tenon nest nce tado que a via férrea ligaria Barta do Corda a Carolina, Essa concessio primeira acabou nas mios da Companhia Geral de Melhoramentos do Maranho, em 1891, para construr ¢ explo- rar una estrada de ferro que ligaria Caxias a0 rio Aragu 700 kim de extenséo, projeto este ndo levado a cabo, poise 0u apenas a abrir uma picada que No governo de Luis Domingues mesmo, foi feita nova prop Frente © proprio eririo, e nessa nova proposta de retomada sie Projeto, foi feito um novo tracado para a linha férrea, que parti. Fa de Coroata até Porto Franco, passando por Barra do Cords € Grajai. Somente, em outubro de 1922, a obra f ‘mas logo paralisada ao final desse mesmo ano. A in criar logo um ramal de Coroaté a Pedreiras. O mais longevo Presidente da ACM, dirigindo-a por cerca de 18 anos, de 1916 8 1954, José Joio de Sousa, em entrevista a um jornal local, no ano de 1926, se posic onava a respeito da importincia do pro. Jeto de quase quatro ¢ écadas, a via férrea Tocantina, sendo que a pergunta feita pelo jornalista dizia respeito entre o que se. ria mais importante para a economia do Estado do Maranhao, ‘obras para melhorar a infra-estrutura do porto de Sio Lu‘s ou a dita estrada de ferro: “Na verdade, meu amigo, se 0 pOrto (sc) de Sao Lats uma necessidade de grande monta, a sua 40, no presente, ¢discutivel. Eu penso qu Prto (sic) ¢ apesar de tOdas (sic) as vantagens que ‘nos ofereceria, deveremos prefer a estrada de ferro do Tocantins. Se precisamos de facilitar os ‘mecios de transporte para fora do Estado, nio menor do FCONOMIAE POLTICANO Hagatio DURANTE © ESTADO NOVO ros Estados, para o ess Colocados nesses termos, percebe-se que a ACM tinha cada vez mais claro que, se nosanos 1870, a0 tempo de Pedro Martinus Hoyer, se nos anos 1890, a0 tempo de Henry Airlie, se nos anos finais da década de 1910, ao cabo da I* guerra mundial, quando avulta a produgio de couros™, ao final dos anos 1920, mais do que outrora, a ligagio do Alto Sertéo Maranhense - entendido ppor este 0 vasto Sudoeste do Estado do Maranhio, o qual estava ‘integrado’ ao Norte de Goits (hoje, Tocantins) - com a zona do Mapecurn seria de suma importincia para que a cabeca do siste- ‘ma comercial maranhense alojado em Sio Luts tivesse controle da producio de parte do vasto hinterland maranhense em con- junto com o goiano. A pecudria era praticamente uma realidade basiante avancada numa parte desse lauto hinterland que os pro- ximos vinte anos iriam confirmar e os seguintes, também. Para s¢ ter uma nocio melhor da espacialidade do Maranhio, vendo sews principais micleos municipais de producio econdmica ¢ de agao da sua malha de transporte fluvial e férrea (a que efe- rente foi construida e.a que foi pensada, mas nao executada), Ver anexo A, que trata de um mapa com os elementos citados. Tanto quanto reivindicar vias férreas de grande extensio para o Estado do Maranhio, a ACM era atenta ao comércio de Digitalizado com CamScanner | oe tro tana n Porto de Sao Luis mereceu sempre um alh: da diretoria da. ACM. Ficou registrado pat fatos, 0 expediente Iho de 1900. Nesse falta de pessoal para 1a regio portuaria de S estiva, além de infra. a diretoria reclamava da a0 bom desempenho da advana servicos deficientes de 1!" Quando em 1903 -se firmemente 1 servigo de cabotagem e 3) a reclamagio sobre regional da economia brasileira, em que 0 extremo abandonado, entendendo-se como esse 0 espaco le maneira mais pro- de econdmica em que cada Esse hiato regional, ‘um dos dbices a0 desenvolvimento econdmico bra- Naquele momento histérico, a ACM, por intermédio do estu- Paxeco, diretor da Secretaria dessa instituicao, alvi- ltura como forma de fazer frente 4 mon Jindo-se aos representantes da classe politica ‘maranhense, em documento escrito de 18 de sctembro de 1901, a pena da diretoria da ACM anotou: apenas 3 doaloe wal das exporta- ny Digitalizado com CamScanner 1 unas Rajce ima que to € devida fundamen, 1), el se)a Peguens, demos, pelo contratio, que & demasiadamen- te grande, Ora, desde que a Nagio possa produrir « vontade, ¢em boas condigées de prevo e manufa tur ot efridos arto e congtneres,ftalmente, Essa defesa da diversificagao da base priméria da economia nacional vinha atrelada a um: através de mecanismos de wibutagio no campo da importagio, Prossegaindo em sua anilise econémica, a diretoria da ACM, iuminada pelo saber de Fran Paxeco, exarava no mesmo docu. mento ecima citado: cara vale policultura, plantane 40 com abundincia tio necessirioscereais, sem que ‘uma rezoivel reforma se opere nas paula alfandegi- tando as taxas de importagéo dos ctados Percebe-se através desses posicionamentos que a ACM ca- Sava seus interesses aos interesses e objetivos da grande lavoura, ‘Apud VIVEIROS, 1964, vol, p. 109, i. ia ue econeneat roncanoruanmsoounam orsra50nor0 | Era como se fosse um 86 corpo que envolvia os capitais agririo © comercial, entendido este tltimo 0 de exportacio-importagio. AS suas reticéncias em relacio a industria estavam devidamente ainda ‘marcadas pelo trauma da explosio especulativa em torno da ten- tativa de industrializagio ocorrida nos derradeiros anos do século 1XAX. Elestalvez tivessem dificuldade de entender que o mundo es- tava a passar pela segunda revolugdo industrial e s6 haveria uma forma daquele negécio industrial prosperar: seria via expansio do mercado interno. E tanto quanto protegio agricultura, a indis- tria também merect-la-ia. De um lado, havia muito Adam Smith e, do outro lado, pouco ou nenhum Friedrich List."“Ao propor pro- teger a agricultura, deixando de lado a indiistria, consagrava-se @ maxima que uma parte da elite brasileira cultivou (e ainda cultiva, lamentavelmente) de vocacio agricola do pais. No segundo decénio da vigésima centiria,o reconhecimento a ACM como entidade importante no interior da sociedade ma- ranhense era um fato consumado, Pelo decreto federal n° 12.982, de 24 de abril de 1918, foi concedido a este érgio 0 servico de ex- Pedigao de certificados de qualidade para produtcs exportiveis, cujo destino fosse 0 mercado internacional. Essa ccncessio vigeu até 0 ano de 1940, quando através do decreto federal n° 6.186, de 28 de agosto de 1940, esse servico ficou a cargo da Agencia Eco- ns Digitalizado com CamScanner 1 foe tomo Bans ne on némica Rural do Mi da Agri Actescenta-se ainda que pelo decreto nv 3,394, de 3 de outubro de 1917, a ACM foi reconhecida como érgio de utlidade piblica, Até o final da Repiiblica Velha, percebe-se que a ACM re. alizava suas demandas junto aos governas federal e estadual de duas formas: , sem a intermediagao dos Poderes Le- idual ¢ federal); b) com a Nio nos arriscamos, todavia, indicar a forma predomi Registra-se, por outro lado, nio ser a ACM @ tinica i Por onde o corpo de agentes comerciais lutava por seus inte- esses. Existiam aqueles agentes que, por facilidade de acess direto junto a0 Poder Executivo (estadual) ou através de inter. mediacio parlamentar, defendiam interesses pr6prios, dispen- sando, portanto, a interferéncia da representagio classista, fato ue, as vezes, levava a ACM a tecer comentiri¢s eriticos, do o privilégio concedido fosse pernicioso. £ oportuno Fecer inclusive para anilises pasteriores, que no conjunto do corpo de comerciantes do Maranhio, incl: via dissidéncias, pouco perceptiveis, que fazia zom que a ACM nio representasse, em unissono, os interesses lobais do grupo comercial (alguns industriais) do Estado. O caso da instalagdo das plantas industriais no Maranhio, ao final do século XIX, deixou isso bastante patente, quando f se posicionaram, Com efeito, a ACM passou a exezcer papel mais contun- tas e nao-fal metade da década de 1920. Provavelmente, a divisio do oligar- quismo estadual (acirramento das contendas politicas entre a oposicéo, marceli fo MAANHAO DURANTE OESTADONOVO | seus associados, Vale destacar 127, 2. ACM tentou langar alguns candidatos préprios Ges para vereador ¢ deputado, o que levou Magalhies de Almeida, entao presidente do Estado, a abracar algumas das sdas pela corrente de comerciantes. Para concre- seu intento, Magalhies de Almeida convidou quatro ele- 10s da ACM a comporem sua chapa aquelas cleigdes. Sendo ou no & 0 que menos importa, o que vale registrar é que alguns fatos nos levam a crer que o 6rgio representante do setor comercial do Maranhio passou a ter vor mais ativa a partir de 1925. Nesse ano, por exemplo, foi aberta uma polémica entre a ACM e a prefeitura de S30 Luis, por esta elaborar seu orgamen- to, exercicio fiscal 1925/26, sem consultar ou ouvir sugesties por parte daquela instituigdo. Esse fato se repetiu no exercicio seguinte, 0 que levou a diretoria da ACM a se dirigir diretamen- chefe do Executivo estadual, 0 qual suspendeu a execucao da lei orgamentiria, e solici:ou que a casa legislativa estadual se manifestasse, que acabou dando ganho de causa a entidade representativa dos comerciantes."* O servico de classficacéo de couros exportiveis passou de 30 de junho de 1926 em diante.a ser executado pela ACM. orga- nizando inclusive o depésito vara esse produto. Essa demanda foi to de uma contend aberta junto a um contratante monopo- ta que fazia esse servico e que no vinha agradando aos inte- resses de segmentos do setor empresarial que tinha como objeto desse produto. Novamente, recorreu-se a0 chefe do Executivo estadual que acabou dando ganho de causa a ACM." Como forma de melhorar a qualidade do principal produto da economia agricola maranhense, 0 algodao, esta entidade reivin- dicou, junto ao governo do Estado, um servico de classificagao Digitalizado com CamScanner 149, de 27 de abril de 1927, a essa demanda. Os descaraga 2.1.2 1930-1935 Oadvento da chamads a consequente supressio d car recursos extraidos nos p nomeades, tornou proble econdmicos sobre os quai pesariam as qu Jangamentos tributarios. No caso do Maranho, era sobre o setor de comercializacio que recairia mais pesadamente esas inicio vas fiscalizantes, Na fase das chamadasinterventoriastenenistas tn bad praetor it gue canotananekoounann oe:rano Nova | relagdes entre elas e a ACM se estremeceram. As fricgdes entre 28 chegaram a ponto de extrema radicalizacto. periodo do interventor Serba da Mota (set/1931 a {fex/1933), em resposta a um questionério, com trés quesitos, cenviado por Juarez Tévora (Delegado Interventorial do Norte), a ACM teceu critieas aquele. O questionério ‘do por Juarer ‘Tivora em fevereiro de 1932 ¢ em marco ji tinha sua resposta, O enunciado dos quesitos e a consequente por parte da diretoria da ACM demonstrava o grau de animosidade a que se chegou: ga estar o aval Intervent Federal do estado éesincubindo-t stsatoriamente da ssto de ad inistrar que be foi coniado? (por maiosia. conra tts votes) RR Nia, (por maiora, contra tls vols. 3) alga que essa mesma coletvidade teria mais 2 lucrar com a volta do pais 2 regime constitucionsl? 1R- Sim, (por maioria, contra um voto)" As hostilidades logo se agucaram. ( pice da crise se deu no final do ano de 1952, quando Serda da Mota elaborou a lei orga- mentiria sem dar ouvides & ACM, repetindo- seo que ocorrera em 1925726 com a prfeitura de Sio Luis A elevagio da receta para 1983 certamente contribuiu para. cisio entre ambos os em pugna. Tadavia,algumas medidas tomadas por Sera aproximaram de alguns agentes econémicos,diga-se, nip 80 123 Digitalizado com CamScanner 1 ps tna tees Rae se se encaixava dentro das necessidades dos grupos econsn antes naquelaregiio'®, Em fevereto de 1933, Seréa da Mota p exoneracio do cargo de interventor, dando fim ao embate Na interventoria do capitio Anténio Martins de Almeida! a relusdo entre esta ea ACM se tornou bastante espinhosa, Entre. \anto,a ACM, como jé era de praxe, procurou manter i te relagdes cordiais com o Novo ocupante do Execut Assim se expressou essai desembarcou: “Recebido neste Estado com as mais rob desimpatia econfianga, 8, Excia. ves ‘que merecem justos louvores, revel: {0s propésitos de soerguer este Estado, resta 18 sua preciria situagio fi ompressio nas despesas, fomentando as fontes ‘eccitae desenvo vendo a sua expansio commercial ‘Sem embargo, a reforma tributéria proposta por Martins de Almeida no segundo semestre de 1933, como forma de consubs fanciar a elevacdo da receita orgainentaria do Estado para o ano seguinte, criou inquietagio no mcio comercial. Alegava a ACM que a reforma tributéria propugnada s6 poderia ser levada a efei- to caso o vizinho Estado do Piaut concordasse em unificar seus impostos, de acordo com os estabelecidos nas paragens mara- henses. Fato, alids, nao concretizado. Ademais, a elevacio dos impostos de indiistria e profissdes ¢ a criacio do imposto sobre sua eaters 1918 sendo ator precisamente nas unidades politics do do cargo de comando no Paul e depois vida 1964, p. 250. Como se perere, no funda, spasio com a despesa plc isha 3 ver com pagat mene impos eandidatura do Sr. Carvalho Gui- ‘aries ds eleig6es para a Camara Federal, que seriam realizadas em 1938." A fase que correspordeu ao petiodo pré-interventorial de Paulo Ramos serviu, realmente, para aparar as arestas de uma re- laglo entre um ente da sociedade civil eo Estado, que 0 period posterior (1937-1945) trataria de estreitar. Enquanto a ACM ne- cessitava do amparo governamental, no sentido de que lhe pro- porcionasse melhores condicdes de producio (incentive fiscal, remogio de entraves estruturais a plena efetivacdo do processo econémico, ambiente de tranquilidade politica etc), 0 governo cestadual precisava daquela, & medida que era 0 setor comercial, LCEACM, 1997. Of LCEACN 1937, Of 8 137 Digitalizado com CamScanner 1 petit an Ranson ‘como jé registrado anteriormente,a base p dagao tributiria do Estado ocortia, observ, de compra evenda, Ademais, de uma est vitia a tio requerida tranquilidade politica ovacionada cursos de ambos, Assim se dirigia Paulo Ramos servadoras’ representadas pela ACM nde a arreca- 8 langamentos A unio, efetivamente, se fort Estado Novo, em 10 de ni sedeu, aria com a decretigia do bro de 1937. Veremos como ela 2.3 A Associagao Comercial do Maranhio e a fase inter- ventorial da administracao Paulo Ramos (novembro de 1937 a abril de 1945) ‘Como Paulo Ramos ganhou a confianga de seu tutor, Getilio Vargas, ele foi efetivado como interventor do Maranho através de decreto federal de 24 de "Menge de Paulo Ramos apteserisds 4 Assent Legian, pbiads pl Prensa Osc em set 138 -novista, Sua confirmagio no cargo foi bem recebida pela ACM {que assim se ditigiu a0 nomeado: venir Paulo Ramos Comercial cumprimenta vossenci (sc) rupeto programa relizagio oroasro Vieira Presidente)" .i0 do Estado Novo teve, de fat, em Paulo Ramos, | Suas palavras deixam transparente sua coo- uta politico-ideolégica em conformidade com 0 regime centra- « autoritésio que a Constituigio Federal de 10 de novembro “(.30 Governo de V. 2a. (Getilio Vargas ~ bn) cslatuindo © nove rexime, comprometewse a des vvendare dar vida par slvagio da Replica (-) ‘A jornada de 10 de novembro fla resposta necessi- ria ewrgente, que a Nogio,representada peo Seu remo magistrad, dcvia aos constiuintes de 1934 {que nio souberam ot no quiseram corrigir 08 €x- cxssos de 18917 Por sua vez, a ACM inseriu, em ata, voto de congratulagSes 4 Getilio Vargas pela outorga da Carta Constitucional de 10 de novembro de 1937. A reprodugao do capital no interessava se be Digitalizado com CamScanner 1 tot tere dns tne pron ‘cit ou se ditadura, Aspirava-se a tranquilidade py m que esta significasse o silencio forgado ea tortura dos desa, No maximo, poderia lamentar alguma excessiva, mas, jamais contestar. Algumas medidas tomadas pelo governo fede Solpe de 1937, foram ao encontro dos interesses da ACY, Por exemplo, a extingao dos impostos interestaduais, Esses, no dean Se8udo decreto federal de 29 de dezembro de 1937, nay apés0 I,como, ensamento cer | embasado na justificativa teiras. Nada obstante, essa rubrica te principal da receita tributaria das uni- Como Paulo Ramos colocou o sanea- icas como uma de suas principais metas, a Mipressio daquela fonte foi substitu da por outra. Assim sendo, SEeeine do Estado, através do decreto estadual n° 9, de 3 de dezembro de 1937, ja tinha criado 0 inposto de Produgio. Alids, durante o prime.ro ano de interventoria de Paulo Ramos fot marcada por uma ce:ta polémica com a ACM. E indispensivelinformar que foram cealizadas tres leigbes A diretoria da ACM para o ano de 1938. José Zoroastro Vieira, Presidente da entidade em 1937 ereeeito para o mandato seg ‘e,em eleigio realizada a 17 de dezernbro de 1937, renunciou ao cargo, tanto o que exercia quanto aquele para o qual fora recleito, Logo depois, em sessio ardiniria, acomtecida no dia 7 de ja de 1938, mais sete diretores renunciaram. Novas eleigdes foram convocadas para o dia 11 de janeiro, No entanto, alguns membros da diretoria eleita nesse dhimo pleto renunciaram a seus manda. tos também, Essa abjuragao fic fic de entender, uma vee que © Presidente eleito foi Gerson Correia Marques, ex-deputado fe- 140 ECONOMIA EPOLinCANOMAMnesdo DURE OFSTADD NOVO | deral pelo PR, grupo marcelinista, que fez. forte oposicio a Paulo Ramos, como jé observado, ao final do periodo governamental. $6 na terceira eleigio, dia 28 de janeiro, foi que se efetivou a di- retoria da ACM para 0 mandato de 1938, tendo a frente Eduardo ‘Aboud (da casa comercial Chames Aboud & Cia. que comercia- izava algodao, arroz pilado, babagu, além de dirigir a fabrica de tecidos Santa Izabel a partir de 1938).' ; O ano de 1938 foi marcado por uma crise econdmica, posto ue os principais produtos de exportacio do Estado tiveram que- dade seus pregos, flo que se refletix na balanga comercial, con- forme anexo C. Desde 1934 que o saldo da balanca comercial do ‘Maranhao nao atingia niveis téo infimos. Ao mesmo tempo, por sua vez, a receita arrecadada do Estado se elevou em 10% (ane~ xo B). Uma politica tributaria agressiva em concomitincia com 0 nivel de atividade econdmica em baixa, encontrou em Eduardo ‘Aboud um critico contumaz. Nao foi por menos que a ACM rece- beu da chefatura de Policia, datado de 27 de julho de 1938, comu- nicedo que inform:va ser necessiria uma vez mais a presenca i autoridade policial quando houvesse reunio naquela entidade. No dia 11 de agost>, todavia, hé outro oficio revogando o ante- r. Entretanto, esse fato nao impediu o presidente da ACM de as & politica tributéria agressiva do governo. Na ses- sio ordindria, de 22 de agosto, da diretoria da ACM, Eduardo Aboud considerava a carga fiscal recaida sobre 0 comércio bas- at ne 0 ont ene dee, Et to Cond b Maranio, por rates dsconhecldis poe 268, Eduardo Aboud nio ¢ pent Digitalizado com CamScanner 1 cts en ee tante excessiva e nio condizente com a produgso econdmk No relatirio da ACM do ano de 1938, Eduardo Aboud foi mais ‘ousado, a0 se referir a0 papel thado pelo governo na si tuagio econémica de 1938, e desta forma sentenciva: “Da parte do Governo, no que respeita a produc Mesmosob um ‘uteritério, ¢ tendo ainda o trauma de 1934, quando aconteceu e Prisio da diretoria da ACM, fatofrescamente presente na mem fiado empresariado local, no impediu que Eduardo Aboud, com aguda, ‘ano de 1938 foi assaz pro: fundo, Outro sinal eselarecedor desta po vagio do Anexo B, foi a constatacio de que o débite do Estado contos de réis em 1937 para 4,2 mil contos de réis no ano seguinte. O governa federal viaha desde 0 inicio dos anos 1930 maior € melhor controle sobre a sua prépr ‘megou, outrossin, uma disputa renbida para também controlar 8 politica fiscal 0s ambitos dos Estados e dos Municipios. En quanto 0 govern de 1930 no tinha a seu favor uma stuasio politica mais favoravel, pos os “decaidos" de 1930 estavam ten- tando volar, alguns com éxito, ao contrale das miquinas bu exiticas nos seus respectivos ambientes de atuagio politco-p. idiria, ele, © governo federal, tinha dificuldade de atuar mais ivamente no controle das finangas gerais do pais. Um am- biente mais favoravel agio maisincisivaa gue tanto almejava o governo federal, se sobrepondo aos governos em niveisestadual € municipal, comegou com o 10 de novembro de 1937. Dei no federal partiu para montar uma et intuito de controlar as finangasestaduais e municipais, a exer plo do decreto-lei n° 1.202, de de abril de 1939, que dispunba com atribuigdes do ipo: aprovar os projetos de orgamento do Estado e dos Munici- , bem como com poder de sugerir a criago ou mesmo aex- ingio de érgio burocratico que nao atendesse aos critérios de rminados pelo governo central do pais. A aber- ils por parte dos Estados e dos Muni- condicionada & sangio presidencial. esse dispositivo normative, em margo de 1938, foi organizaa ‘ma Conferéncia dos Secretirios Estadvais de Fazenda, ocor i- TALO NOVO que nos deslumbra”"* Nessa mesma oportunidade, o “estadista moderno” recebew lo de sdcio honoririo da ACM, passando a fazer parte do Paulo Ramos prestou culto a figura de Vargas, seu tutor, € a este caberia a responsabilidade daquele momento. “Quem nos favoreceu esta situagioinvejivel que,co- rmovides, abengoamost (© Estado Nacional ~ senhores! Ou mais propria- ‘mente, o seu genial instituidor, o Presidente Getilio Vargas. ( Foi cle yuer, extinguindo os partidos politicos, deu 20 Marinhio clima propicio para uma administra~ io provcus Extinguir partidos po iticos é uma mistica que hi muito com- pée 0 ethos elitista da sociedade e que, inclusive, tem a capacidade de envolver setores nao eli istas da mesma. Negar os valores da po- a quando isso Ihe convém tem sido, lamentavelmente, présis recorrente por iniciativa de setores autoritarios, parte deles encas- telados nos seus privilégios de classe, lamentavelmente. No inicio de 1945, a ACM ainda mantinha débito perante 0 Tesouro do Estado na ordem de Cr$1.386.565,90, quando 0 valor global do empréstimo concedido a essa igdo foi de (C¥$3.000,000,00, Consoante registro no decreto-Iei n° 330, de 23 de dezembro de 1939, que dispde sobre « construgio do Palicio 9. gifs sto n0sso8 149 Digitalizado com CamScanner ido com esse props 0008000, de acordo coin 0 estadual chegou a di n° 848, de 28 de margo de 19: na de fim de govern detida,analisaremos o periodo terminal de Paulo Ramos. arte da ACM ressoavam a querer demon: {rar que # conjuntura econémica favorivel em sua maior parte no irtervato temporal em que Paulo Ramos esteve i frente do Ex.- iva deste, quando se sabe antes, a exemplo da crise do Pacifico esteve feehe- do aos interesses dos EUA, os commodities essenciais& sua economia, como no caso do babsci, entdo favorecido para entrar naquele grande mercado consumidos, ‘© que causou “bonanga" na economia local. A oratéria de Acyr ‘Marques, presidente em exercicio em agosto de 1943, 0 homena _gearo sétimo ano da administracio Paulo Ramos, deixa transpare- Diitio Oficial do Estado (DOE). 168 ECONOMAE PO -ANO MARANHAO DURANEEOESIADO NOVO | 9 Companhia de Navegagio Limitada operavam de forma precarissima. Por esse motivo, @ ACM reclamava do cardter “monopolista’ da Empresa de Nave- ga¢io Sio Luis, que atuava quase sem concorréncia, facilitando a clevagio dos fretes, tornando-os bastante onerosos.™ ‘Alegava a ACM, em contato com Paulo Ramos, que, por forca contratual entre a firma subvencionada e 0 governo fede- ral, caberia quela a incumbéncia de realizar a desobstrucio dos ios. Responsabilidade esta que nunca era cumprida. Contudo, niio foi possivel localizar o contrato, onde se pudesse comprovar a cexisténcia de alguma cléusula especifica que obrigasse a empresa subvencionada a realizar ou nao a desobstrugao dos rios, exigida pela ACM. Segundo a prépria ACM, a iniciativa privada conces- siondria nao fazia sua parte no contrato. Ainda em 1942, 0 barco a vapor nao conseguia desbancar 0 ultrapassado berco a vela na travessia das cidades do litoral para 4 capital, isolardo, economicamente cidades como Turiacu, Ca- rutapera ¢ Cururupu, & Oeste. O extremo literal Leste do Estado estava muito ligado a cidade portudria de Parnaiba, no Piaui, um entreposto estratégico de exportagio € comercializacio de cera de carnatiba produzida nos arredores. Em relagac a EFSLT, pudemos constatar que era alvo de cons- ‘antes criticas por parte dos comerciantes maranhenses, que dela se serviam no transporte de mercadorias. Dentre essas criticas, podemos citar: 1) elevagio dos fretes, que, em 1941 sofreu majora- io de 100% entre Sao Luts e Flores (atualmente, Timon); 2) a falta de armazém para acondicionamento de mercadorias nas estagdes, estragando parte da mesma, 0 que acarretava sérios prejuizos fi- rnanceiros a economia do Estado, pois nao gerava vendas para 0 * RACM, Digitalizado com CamScanner © porto de Sio Lui ACM. Totalmente desaparel médio ealndos, constnuta u gem de na de médio calado estava sempre a depender do servigo de de: truco e alargamento dos canais de acesso a0 porto, Quanto mai distante ancoravam os navios do local de embarquie e desembarque ddas mercadorias, mais oneroso ficava oservico de estiva. Ade nna década de 1340, os portos de Belém ¢ de Fortale a da ‘mesmo nacional. Em 1938, chegou a ser formada uma comissio de estudas com 0 escopo de novo porto, serddo escolhi Desde o final do século XIX e inicio di se cogi ui. O secretirio da ACM por ainda no inicio do séeulo XX, a0 escrever na defesa da construgdo do trecho férreo entre So L im ramal até a rea do Itaqui onde seria on s, isa Caxias, incluindo 0 fins de 1944, a crise portuiria oe pubcado ne jor 04 retida nos ar- sendo expor- de fevereiro, marco, abril e maio de 1945. Depois de tecermos comentirios sobse a situagio dos rios, :T e do porto da capital do Estado, abordar-se-é sobre 0 indmico. Contava o Maranhio, no final le esteadas em de de trifego, ‘o que era um dado miniisculo numa Sea territorial de 346.217 km#.# Paulo Ramos reconheceu que o problema dos transpor- tes s6 seria suplantado com a construcio de rodovas ligadas & principal via de comunicagio interna, a EFSLT. O interventor tmaranhense considerava prioritirio a construgio de estradas, mesmo sem os rigores técnicos 20 final do ano de 1938, 0 Maranhio jé possula 3.499 ns earrogiveis. Ao término do ano seguinte, © Ma~ -anho contava com 4.367 km, e, em 1942, com 8031 kar, mal- grado 0 aspecto técnico das mesm: ACM, a ligagio da cidade de Picos (Ce ito ¢ © Médio vale do Itapecuru, a mais importante zona da conomia priméria maranhense, foi concretizada em 1939. No rol das medidas tomadas pel stebareardoe munich Aces mn Digitalizado com CamScanner 1 poe Reaco ton anno fasce do DER, pelo dec * 405, de 26 de setembro de 1940. A partir de novembro do mesmo ano, comesou a funcionar esse ér- 40. No orgamento estadual para o ano de 1941, essa prest repartigdo da administracio pi do engenheito Flivio 421% do orgamento estatal de despese, como poderemos observar no quadro 6 Quadro 6 — Orgamento de despesas do Estado do Maranhao para o ano de 1941 aoe =e Deparaarc de arate Re 12000008 Tnsrugo Pibiea Rear so80N0 Oia ibe Said Ascines or al [ aoa aie aC nai nsrago Ger Rs 03508000 Calrora Rs B67 720500 ecb Estab R656 e580 Tes0 30 oo Eada A B17 38080 Deg treo Estadual de prensa e Popapinéa_| Rs STOATOSOCD Dros 95 7008000 a 60708000 45.2080 _| [vaeznsongoen | ooo aC eae 186, dere Para o ano de 1943, apesar de contar com percentual atividade transporte, Pau nt, fato por sinal ido 0 aterro no Campo de Peri- 18 de agosto de 1943, era inau- lapecuru Mirim até as margens do dos Mosquitos, defronte 20 povoado Estiva, este no jor da Ilha de Sao Luis, mesmo ponto onde fora ereta a sara passagem do trem que ligou o continente sular onde estava a capital Sao Luis. Mesmo com ‘o empenho do governo estadual, parece-nos que as rodovias deixaram muito a desejar, pois que a ACM continuow a recla- mar da preciria malha gurado o trecho que ligav: ia do Estado, que provocava pontos de estrangulamento na economia regional. Uma voz sempre ativa com olhar atento sobre a economia do Maranhio se po- “Os meiog de transporte de que preentemente dis- [Pornos nio permitem 0 escoamesto da produsio do Jerior para esta Capital, sem graves prejuzos para ‘o.comrcio do interior. ppontos do interior do Estado por nés fecomeco de agosto, afl produgio.(.)™ Em agosto de 1944, a recém-criada Associagio Comercial de Codd, em comunicado ido a0 interventor Paulo Ramos, reivindicava, como querendo relembraro passado,a revitalizagio Ange ert por Alfred Rens. tothe aa RACM, Digitalizado com CamScanner | pose tenaiso tance ou pact «da navegagao fluvial sobre o adentrava a re ltapecutu, A estrada de ferro, que fapecuru © que passava por essa cidade (Cod6), era insuficiente para atender is necessidades econémicas dessa zona fis Na CONCLAP de Teresépolis, realizado de 1*a 8 de maio de 1945, 0 Maranhao fez representar-se através da ACM, e no bojo das reivindicagdes desta en lade estavam a conclusio do trecho dda estrada que ligava a zona do Meatim (Pedreiras) & zona do Tapecuru (Coroaté), dragagem do porto de S40 Luis ¢ o apare- Thamento da via férrea Sio Luis-Teresina.*” Esse evento de Tere- Sépolis, que reuniu as mais importantes entidades do meio em- Presarial brasileiro, comércio ¢ indiistria por exceléncla, na fase terminal do Estado Novo, contou com a presenga de uma atuante bancada maranhense como registrado no capitulo 2 deste t Tho. Como escrito no referido capitulo, esse conclave empres ama vitrine dos grandes debates a serem travados a respelto lo futuro da economia brasileira. O que fica patente diante de tantos reclamos por parte da ACM, € que o slogan governamental, cunhado no inicio da administragao de Paulo Ramos, “Governar é abrir estradas’, tio teve todo 0 sucesso desejado, Certamente, as neces: des estavam muito cima dos recursos disponiveis. Entec 10, € notério que Paulo Ramos reconhecia a importan tha para a economia do Estado a reformulagao e o reapa- relhamento do sistema estadual de transportes, dando énfase as rodovias. Recheado de panaceismo, Paulo Ramos chegou a declarar: “No Maranhio, 0 Governo que solucionar a ques: tao dos transportes nada mais precisara fazer, porque todos gue > RACM, 1° 23, agostri94 * RACM, 9238, abr janhor) 1% espago econdmico se transformasse num parziso. A questio era que 05 desafios impostos & economia do Maranhéo iam Lém dos transportes € mesmo a solugéo buscada, construir tegrar as zonas de produsio agri- com as reas de aglutinagio dessa produsio, via pontos cera marcada por contradigées. Embora a le do fisco e do ‘a abertura de ‘aa integragdo do vasto hinterland jercadorias sob cont ramais rodoviarios fac maranhense as ondas de expansdo do aj essivo, incorporando cada vez mais novas reas, © que facilitou a chegada de novos agentes econdmicos, comerciantes de outras plagas, que com- © que, também fortalecia os comerciantes das maiores cidades do inte ior do Estado, como Caxias, Cod6, Bacabal e Pedreira: ismo nacional que jé se deslocava de modo mais pravam e vendiam mercadori 3.2 Crédito 0 financiamento da produgio agricols era outro fator men- Gionado pela ACM come ébice 4 economia do Estado, Os qua- 175 Digitalizado com CamScanner » de um uniade de um Banco Agropecus Te 0 qual pouco se sabe a respeito de seu papel explanagio sobre © 3 focalizemos 0 través dos dados 14 sponta ntracio de propriedale de' nto podemos desprezar a tese, -gundo 0 ios, segundo as préprias 0 oficial de est pais. Observando o quadto 7, cancl {rea explorada da lavoura temps 1s do arrendat prof focupante eram responsiveis por 51.3% daquela drea ada, Se se agregar a esse montante de itea explorada da 10s que, em relagio & 251433 ha, as figu> ja - que é 0 mesmo meciro lindo a producio por ipo “outa qualidade e qualidade nfo decla- 31 sobe para 60,6%. Do total de estabele- recenseados em 1940, 95.228, 59.3% destes tinham ‘este otal de arrendatitios ¢ ocupantes, os responsiveis do “outra qualidade e quslidade ndo declarada’,o percentual “timo tobe para 74.5%. 1 observemos 0 nivel de ociosidade das terras dos pro: prietirios no Maranhio, De uma drea global de 1.695.612 ha, cexploravam-s57,6% d da dten, sso por incluirmos nes. ‘Se na conta, somarmos ermanente, esse percen- twal en} drasticamente para 5,7% de area explorada, No caso os serenda suas responsabilidades, 80,0% eram exploradas. Trabalhando- 's com lavoura temporitia¢lavoura permanente, esse tal de _798ha) da mesma era explorada,sendo I uem produ- lnvoura temporiria, em que: /e mandioea, ipo algodio, roe, fe Digitalizado com CamScanner wo Ramos Rarno vece Joo Re ECONOMIA. PO) noramonnoouante oesixooNW | Adianta-se em dizer que q a moe idade de explora- «fo, 1) agricultura, 2) agropecusria e 3) pecuaria, tanto no caso da I" modalidade citada quanto na 2*, as areas de produgio de pequena escala suplantavam as de grande escala, fundamental- mente no caso da agricultura (ver quadro 8; e para entender os conceitos de pequena e grande escala, ver nota 235). E logico, todavia, que a tese supra aludida nao se susten- ta levando em conta somente as informacées fornecidas pelo instituto de pesquisa federal, mas também através dos artigos publicados na RACM, onde as declaracées sobre ajuda a agri- cultura se direcionavam ao pequeno produtor rural. Ja ndo se falava no grande proprietério de terras. Esse discurso se fazia bem presente ao final da nossa quadra temporal de anilise. Em 1945, jd na interventoria de Clodomir Cardoso, chefe do Executive estadual desde abril daquele ano, em relatério da Comissac de Defesa da Producdo (CDP), no qual foi anexado © plano ¢e fomento & produgio, de autoria da ACM, ao ten- tar compieender a situagio da economia agricola do Estado, no Se reportzva, como destinatério de sua mensagem corretiva, a0 grande produtor, mas fundamentalmente ao pequeno produtor, 22.951 18.852 30638 23.479 82931 nt 12 cari aan eS Z parte Marae, 190.186, p. 252 i 111356 A] 8.008 76: rem sempre proprietério da terra, ¢,na grande maioria das vezes, ‘ocupante ou, no maximo, parceiro de grande proprietatio, sendo Quadro 7 - Estabelecimentos agropecuarios segundo a qualidade do responsavel pela exploragao (MA): 1940 7 é Ef Bass oRlg3 ‘que, para a ACM, esse pequeno produtor era dotado de “inap- cers st tidio” e “que nio aspira além do nivel de vida que tem’**Nao a (age compreendendo ou nao querendo compreender que a fragilida- é 2 : de da agricultura maranhense era uma espécie de consércio do =. tehled subdlesenvolvimento em que o grande comiércio radicado em Si0 283.2301 44 Luis facia parte, a ACM tentava por meio de uma visio distorcida Eeeie dig aa da realidade responsabilizar o elo fraco do sistema estadual de 8 Digitalizado com CamScanner 1 pennant Elo fraco, mas que prouzia ef or nani, ‘como escrevemos em pagina & grande propriedade tomou opragio de seoberta, Nio existiam mais os portetosos donos de terras ede genter ue, outrora envaidecidas ¢ con de opt naram perdulirios como exarou VIVEIROS (195¢)** 20 fier referéncia sobre 0s rics senhores de engenho que iloresceram 'Bo Maranhio nas décadas de 1850, 1850 ¢ 1870. Ao contri alguns latifundiérios, remanescentes de tempos mais faustuo. 505, nas zonas pioneiras de ocupacie so teritila maranhen. se, se tornaram fundamentalment 80 de agente ameacado fermos.a problemitica do financiamento & mister rascunhar sobre os principals agentes que compunham o fenco da ‘econémica do Maranhio,e que deixar claro «este subitem do trabalho, Com efito, na quedea histéricaanalisada por ndt,0 prime clo ds cadea de fimanciamemso agricola no Maranho era estabe- lecido entre as casas comerciis da capital, igadas& exportagio ei Importagi,¢ os comerciantes do interior Este cédto era reaiza~ so por esis casas de comércio de Sto Luis, com dinheir retrado de suas proprias contabldades. Na verdade, alguns propristsios essas unidades comerciastinharn na intermediacio fnanccira lum de seus ramos de egécio. Ademsis 8 cass comerciais da ca- pital e serviam das casas bancévia locals para obtengdo de em- présimo para compr da preduggo junto a seus “representantes” po imerioe,a saber 8) comerciantes ocalizades na vila (04 cidade) ou no centz0 (povoado précimo da roga)s ) proprietirios le frmas beneficiadoras dos produtos agri- produgdo agricola maranhense, anteriormente, ea ralizada por pequenas pro- Digitalizado com CamScanner [jx Rana Bom Rano rn a) 0s que viviam sob 0 jugo dos proprietirios de terras, agando-thes uma renda (isto nas zonas pioneiras do processo de ocupagio espacial do Maranhio, como Ita- Pecuru, onde estava bastante consolidada a propriedade legal da terra, faclitando a presenga dessa forma 40 social de produgic bye os que labutavam em terras livres, (Alto-Mearim, por exemplo), os trabalhadores livres, financiados diretamen- te por comerciantes ou proprietirios de usinas de benefi- ciamento (algodio e arroz). Isto posto, ji é possivel perceber que, no conjunto dos ato- es sociais que elencava a atividade econémica maranhense, ins- tituiu-se uma cadeia de comando obedecendo uma “hierarquia’, na base da qual estavam os produtores rurais, tanto os que tra- balhavam nas tersas de proprietarios, como 0s quc laboravam nas terras livres, Informa-se, ademais, que metade do territério maranhense, na conjuntura em estudo, era c ras devolutas.*" § abre aquela base estava 0 grupo de comercian- tes/beneficiadores (os intermedidrios da cadeia econdmica) que thes determinava o que produzir ou quanto produzir (podia ser © arroz, 0 algodio, mandioca, a extragio da améndoa babacu etc.) e, principalinente 0 prego do que fot produzido, Na rela- do entre essas duas esferas, os produtores rurais comprome- tiam quase toda sua producio na fase da entressafra, quando se reparavam para a safra seguinte, ao se endividarem perante a cadeia de intermediagio™. No fundo, essa camada social opera- 2 Anteprojeta da Lei de Terras do Estado in DOE, 158, 18/07/1945. = MUSUMECI, o Alto Mearim, nescentesaconfirmagio des ia importante taba a respeno do proceso de ocupagdo Pogo de Pedra, e consatou junto a antios rena Da seguinte forma se expresou um 182 FCONOMINE POLITICA NO MARA D1 oemponeo | vva.com pouquissimo acesso & renda monetira, situagao tipica do modus operandi das economias agricolas subdesenvolvidas, con- forme estudiosos do subdesenvolvimento, que ao escreverem so- bre a estrutura bisica de funcionamento dessas economias, uma no se integra nos fluxos monetai No cume da pirtmide produtiva estavam os grandes comerciantes localizados em Séo . Estes, atendendo as demandas internacional e/ow interes- tadual (fatores exégenos na determinago da producio agricola ¢ extrativista do Estado), mantinham, em relagio ao processo in- tra-estadual de produgio e circulagio, relativa ascendéncia. Eles ram 0 motor do sistema. Sobre essa dinimica da organizagio econdmica estadual teve quem da seguinte forma se posicionasse: “Pode-se dizer que 0s exportadores da Capital representavarn 0 ‘motor do sistema, no sentido de imprimirem o ritmo de ccm- pra anual da produgio e determinarem os géneros com priorida- des’™, Alerta-se apenas para 0 fato de que o combustivel deste motor era elemento exdgeno: a demanda, localizada fora do am- biente territorial do Estado, longe do controle de quem ofertwa, comerciantes e produtores locais. ‘oevo da década de 1940, “Venda fade (aos lnvradors) para reeber no fi do 200. 2 REIS, 1947, p19, 183 Digitalizado com CamScanner 1 pi Rs ns se Geral de intesigasio rodoviiia de todas as regides do pais cort, 40 final da década de 1950, o espago maranhense (.)"**E por 1a ernacional no pés-guerra, lemos agora sobre o que o governo procurou lazer no sentido de mudar a ago caracterizada por escas- ser de crédito e 0 consequente discurso éa ACM. maulo Ramos, a0 assumir 0 comando do Executivo esta- ‘em 15 de agosto de 1936, estabeleceu como um de seus fundag3o de uma instituicdo financeira capaz de ito suficiente a0 desenvolvimento agricola do Estado, e, mals precisamente, a0 pequeno lavrador. Em men- sagem dirigida 4 Assembleia Legislativa, em 7 de setembro de Ihei-as” A criagdo de um banco estadual de fomento & produ- io econdmica que atendesse as necessidades do campo era Premente e, por isso, afirmava, na mesma mensagem acima evozada, a necessidade de “(..) uma instituigio de erédito eminentemente agricola ¢ hipotheciria (grifo nosso), desti nada a desenvolver a economia do Maranhii te era que, conforme o censo af » € mencionado paginas atrds (p, 177) do da lavoura temporaria, 60,6% eram de Fe 85 Digitalizado com CamScanner 1 se Rana tats Rn sc arrendatarios/ocupa declaradas. Do total dos utras qualidades ou qualidades nio mnsiveis pelos 95,228 estabele- cimentos, 74.5% eram do tipo arrendatirio/ocupanteloutea idade € qualidade nio d era tio desprotegido quan larada, Mesmo 0 arrendatatio 05 demais pequenos produtores agricolas. Se estudos realizados na década de 1970 apontavam 4 dificuldade pratica de o artendatario ter a anuéncia para acessar crédito o| aginemos na década de 1940." Enfim, a justificativa para criar um banco pa nanciar produtores rurais deixava de fora parcela si dos mesmos, pois que nio 80 a carta de idade ao projeto de criagio de um banco piblico, jé no inicio de 1937 se tem a informacio de que governador Paulo Ramos conseguiu um empréstimo pa ardem de Rs15.000:000S000 junto a0 governo feder Por todo 0 ano de 1938, depois das tratativas sobre o assun- to em 1937, tornou-se tema de extrema relevincia, tanto por parte do governo do Estado quanto por parte da ACM, a ur- éncia de dotar 0 Maranhao de um instituto financeiro capaz arrimo monetirio aos negicios do setor primirio do Estado. Em comunicado n° 17 da DEP, érgio estadual encar regado de fornecer dados econdmicos e sociais a0 gover alertava-se sobre a ajuda & lavoura a ser dada pela casa bancé- ria a ser instalada: tras finalidades igualmente dignas de ™ Shr esque que eval gu coura mo stad do Maranon cada, ° LGEACM, oie we 25, de 29 de 186 ino de 1938, achavam-se quase que das as instalagdes do BEM. No inicio de 1939, 0 funcio namento da nova casa bancéria estava a depender unicamente dda autorizagio do governo federal. Em 8 de maio de 1939, foi autorizado a funciona nos termos da carta patente n* 1.973, expedida pelo ministério da Fazenda. Com um capital de Rs 3,000:0008000 dividido em 30.000 aces de Rs 1008000, sendo que deste montante, Rs 2.990:0008000 ou 29.900 acées per- tenciam ao Estado, 0 BEM iniciou suas atividades em 1° de junho de 1939, tendo como primeiro diretor-presidente Levi Marques dos Santos. Por outro lado, 0 governo do Estado estimulou 0 coopera. vismo agricola, visando este, além de prestar asssténcia técnica ador, a financeiramente. Foi dentro desta pers- pectiva que se fundou as Cooperativas de Algodio nas cidades de Pedreiras, Ipixuna (Sio Luis Gonzaga & a toponimia atualizada) « Bacabal no inicio da década de 1940, sendo 4época essas cooperativas jé contavam com cerea de hum mil as- Soclados. Hustra-se que o cooperativismo agulido pelo governo estadual estava dentro do espirito de corporagia, caracteristico do Estado Novo. Mas, qual fot o real alcance dessas medidas somadas pelo go- verno para suplantar a problematica do crédito agricola no Ma- ranhio? Seu objetivo maior de dar amparo financeiro produgio rural vingou? 20 | Das poucas informagies obtidas junto as funtes de pesquisa, por nés revolvidas, chegamos & conclusto que pouco contribuiu ceo de 1939, ead produto de json ster wn ego xt de Esti (D1 187 Digitalizado com CamScanner

You might also like