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ATO CONCERTADO DE COOPERAGAO JURISDICIONAL O TRIBUNAL DE JUSTICGA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO e o TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1* REGIAO, doravante denominados aderentes tesolvem, por este instrumento, formalizar a realizagéo de ato concertado de cooperagao jurisdicional para a reuniao e efetividade de execugées, de acordo com as consideragdes e os procedimentos abaixo consignados. CONSIDERANDO 0 principio constitucional da eficiéncia na administragao publica (art. 37 da Constituigso Federal), aplicdvel & administragdo judiciéria, e a importancia do processo de desburocratizago instituido pela Lei no 13.726/2018, ao servigo public nacional; CONSIDERANDO o principio da duragao razodve! do proceso, instituldo pela Emenda Constitucional no 45/2004 (art. 5° LXXVII); CONSIDERANDO que consoante o art. 67 do Cédigo de Processo Civil incumbe ‘© dever de reciproca cooperagao aos érgaos do Poder Judiciario, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instancias e graus de jurisdi¢&0, inclusive aos tribunais superiores, por meio de seus magistrados e servidores; CONSIDERANDO que consoante o art. 68 do Cédigo de Processo Civil os ‘Tribunais poderao formular entre si ato de cooperagao para pratica de qualquer ato processual. CONSIDERANDO que consoante o art. 69, inciso IV, do Cédigo de Proceso Civil © ato de cooperagao jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma especifica e pode ser celebrados como atos concertados entre os Tribunais cooperantes. CONSIDERANDO que consoante o art. 69, § 2°, incisos IV e V, do Cédigo de Processo Civil especificamente estabelece que 0 ato de cooperacao jurisdicional poderd consistir na efetivagao de medidas e providéncias para recuperacao e preservagao de empresas e na facilitagdo de habilitagao de oréditos na faléncia e na recuperagao judicial; CONSIDERANDO que consoante o art. 69, § 3°, autoriza a cooperagao judiciaria entre érgaos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciario; CONSIDERANDO que Consetho Nacional de Justiga desde a Recomendacao CNJ n? 38/2011 e mais expressamente na Resolugéo n° 3650/2021 autoriza e recomenda a celebracao de atos de cooperagao judiciaria entre Tribunais; CONSIDERANDO que o Tribunal de Justiga do Estado do Rio de Janeiro pela Resolugao TJ/OE n°08/2021 autorizou a articulagéo com outros Tribunais para pratica de atos de cooperagao; CONSIDERANDO que Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Regio pelo Ato da Presidéncia n° 27/2012 estabeleceu a coopera¢ao judicidtia como técnica para obter maior fluidez e agilidade nas comunicagées entre os orgaos internos e externos do Poder Judiciario e a simplificagdo das rotinas procedimentais, ¥ 4 . CONSIDERANDO que a_ cooperacdo judicidria constitui mecanismo contemporneo, desburocratizado e agil para o cumprimento de atos judiciais fora da esfera de competéncia do juizo requerente ou em intersegao com ele; CONSIDERANDO que os atos conjuntos e concertados entre os juizos cooperantes sto instrumento de gestdo processual, permitindo a coordenagao de fungées e 0 compartilhamento de competéncias; CONSIDERANDO que, em sede de Recuperag&o Judicial, a informagao prestada pelo devedor ao Juizo Estadual, quanto ao ntimero de credores trabalhistas, tem ‘sido menor que o volume de reclamagées trabalhistas efetivamente existentes; CONSIDERANDO que, atualmente no ha efetiva troca de informagées entre os. Tribunais, nem comunicagaéo a Justiga do Trabalho sobre os pagamentos efetuados aos credores trabalhistas nas Recuperacées Judiciais, deixando tanto a Justiga do Trabalho quanto a Estadual sem perspectivas do real montante devido e daquele j4 quitado; CONSIDERANDO que, no ambito do Tribunal Regional do Trabalho da 1° Regiéo atua a Coordenadoria de Apolo a Execugio — CAEX, que, dentre outras competéncias, & responsavel pelo Procedimento de Reunidio de Execugdes,com objetivo de centralizar, arrecadar e distribuir valores devidos pelos devedores com relevante ntimero de processos; CONSIDERANDO ser contraproducente que o Juiz da Recuperagao processe diversas requisigdes de credores de forma individualizada, sem discriminagao de classes de crédito de maneira especificada e, muitas vezes, com atualizagéo em data incorreta, quando seria possstvel 0 envio de um Unico oficio, com todas as informag6es precisas, dentro das possibilidades materiais e de pessoal da CAEX; CONSIDERANDO que a distribuigao dos valores arrecadados diretamente aos credores trabalhistas, de forma individual, pelo Juizo Estadual, demandaria uma infinidadede atos judiciais inerentes ao procedimento de conferéncia, elaboracao de minuta, decisao, expedigao de oficios, verificagao de cumprimento, entre outros; CONSIDERANDO a experiéncia da CAEX de realizar tais atos em procedimentos. unificados, com imediato dominio sobre as informagées dos processos trabalhistas e contato direto com todas as Varas do Trabalho do Estado; CONSIDERANDO que os objetivos se constituem na satisfagao do crédito trabalhista nas diversas execugdes, bem como no célere andamento da Recuperagao Judicial, sem que haja violagao da competéncia dos Juizos, a fim de obter maior transparéncia e efetividade, através da organizacao dos trabalhos; RESOLVEM estabelecer os seguintes protolocolos de coopera¢ao jurisdicional: A. Para todos os processos de Recuperacao Judicial: 4) O juizos com competéncia empresarial do Tribunal de Justica do Estado do Rio de Janeiro, sempre que deferirem 0 processamento de recuperagao judicial, na forma da Lei 11.101/2005, expedirao offcio eletrénico (e-mail) & Coordenadoria de Apoio & Execuc&io-CAEX/TRT1, solicitando que seja fornecida lista completa de processos de conhecimento, liquidagdo e erecusag ANS, ramitam contra a e recuperanda e informando a CAEX a data de distribuig&io da agao, o numero do processo, a data em que foi deferido o processamento da recuperagao judicial, a qualificagao do Administrador Judicial e seus meios de contato, incluindo e-Mail. 2) A CAEX remeteré as listas solicitadas ao Juizo requisitante e ao Administrador Judicial, por e-Mail. 3) O Nucleo de Cooperagao Judiciaria no ambito do Tribunal Regional do Trabalho da 1* Regido prestara auxilio 4 CAEX no contato com outros juizos. B. Para processos de Recuperacao Judicial com elevado numero de credores: trabalhistas com agées junto 4 J a do Trabalho 1) A CAEX, apés emissao das listas de processos trabalhistas de credores da Recuperanda, conforme itens acima, poderd instaurar procedimento para reuniao de execugdes (Regime Especial de Execugdo Forgada — REEF), na forma da regulamentagao do TRT1. 2) A CAEX enviaré aos Juizos Trabalhistas as referidas listas, solicitando que ‘sejam informados os valores de reserva de crédito para processos em fase de conhecimento e de liquidagéo, bem como valores para inscrig&o no Quadro Geral de Credores de processos em fase de execugdo, com indicagéo do valor a pagar na data do pedido da recuperagéo judicial, na forma do artigo 49 da Lei 41.101/2005. 3) © Julzo Recuperacional determinaré ao Administrador Judicial designado que se apresente & CAEX, para acompanhamento do processamento do oficio, auxiliando os Jufzos Trabalhistas no que couber, devendo se cadastrar junto ao ‘TRT1 para acesso ao PJe-JT; 4) A CAEX recomendara também aos Juizos Trabalhistas que coloquem eventuais valores penhorados a disposigao da propria CAEX, nao mais efetuando pagamentos, sob risco de violar a ordem legal de pagamentos na recuperacdo judicial (art. 6°, Ill, Lei 11.101/2005), ou alternativamente, nao sendo este seu entendimento, que informe o valor penhorado. 5) A CAEX, recebendo e consolidando as listas, respondera a serventia do TURJ ‘encaminhando a informagao sobre o total penhorado na Justiga do Trabalho, com copia ao Administrador Judicial. 6) Recebendo as listas da Justiga do Trabalho, a Vara Empresarial do TJRJ onde tramita a recuperagdo judicial orientaré o Administrador Judicial a proceder & inclusdo de todos os créditos e reservas trabalhistas no Quadro Geral de Credores (art. 6, §3°, da Lei 11.101/2005), prevalecendo a informagéo sobre aquela fornecida pela propria recuperanda (art. 51, IX, da Lei 11.101/2005), esclarecendo aos interessados que a inscricao é feita estritamente com base nas informagoes da Justiga do Trabalho e a quem deverao ser dirigidos eventuais questionamentos, na forma do art. 6°, § 2°, da Lei 11.101/2005. 7) A CAEX enviara a primeira resposta a Vara Empresarial em 40 dias tteis, podendo atualizar ambas as listas por oficio até a aprovacdo do Plano de Recuperagao Judicial em assembleia, sendo certo que as atuglizagdes ulteriores observardo, na forma da lei, a condigao de retardatarias, epentrando 0 proceso no estado em que estiver. 8) Os valores utilizados para pagamento dos créditos trabalhistas poderdo nao se limitar aos valores penhorados pela Justiga do Trabalho e disponibilizados & Vara Empresarial, na forma dos art. 6°, III e 22, Ill, alinea “s", bem como art. 54, §2°, |, MWe Ill, todos da Lei 11.101/2005. 9) O Juizo recuperacional informaré a CAEX quando for aprovado o Plano de Recuperagao Judicial e comunicaré o seu teor. 10) Os débitos trabalhistas liquidos e exigiveis, com base em sentenga transitada ‘em julgado, relativos a fatos posteriores ao inicio do cumprimento do Plano de Recuperagao Judicial homologado (portanto, nao previstos no Plano nem a ele sujeitos) serao informados em lista separada ao juizo recuperacional, que intimara a recuperanda a efetuar o pagamento na forma avengada no Plano de Recuperago Judicial homologado, antes de decidir sobre a constrigao de bens. 11) Preferencialmente, quando instalado o Comité de Credores junto & vara empresarial (art. 26 da Lei 11.101/05), funcionara 0 mesmo representante de credores trabalhistas indicado pela classe de credores, com 2 (dois) suplentes, que seja atuante na Comisséo de Credores junto a CAEX. Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2023. Des. Henrique Carlos de an Figueira Presidente do Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro Ju owe He Des. Edith Maria Corréa Tourinho: Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1* Regio Des) Mery Bucker Caminha Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1* Regiéo- Coordenadora do Nucleo de Cooperagao Judiciaria do Tribunal Regional do Trabalho da 1° Regiao

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