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O pring, aradicivnatmante, Huritaua rou eraketho guseadiognditiecs ok oman das anfarmes peices bts par mic de testes splice las 0 potent © muucandas fe relapse ao malar aisniberi posse Sanwa or outorae, fills dean oni tw Ientiddads penficraoml fre coms que, inda Rojo. 2 grande maarm dov prieslagos mnmntamha esse proces, Neste trabaths slss propor uni exfoguc aijerenie « eatsbefecem oe farndammen toe de ume tirsies haseade pum weir ‘apracinogdo do cfirmte © skurdsi seousribuigsa de peicancion para © eiriguec imewiy acs pasib ides de daagn dation, 1 A hora de jogo diagnéstica Ana Maria Bfvon, Esther Fainberg, Yolanda Kleiner, ‘Ana Maria Sigel ¢ Pola Woscoboinik Introdugio A hora de jogo diagnéstica constitui um recurso ow instrumento técnico Gue 0 psicélogo utiliza dentro do processo psicodiagnéstico com a finali- dade de conhecer a realidade da crianca que foi trazida 3 consulta A atividade ladica € sua forma de expressio pripria, assim como a linguagem verbal o é no adulto. Trata-e, eutio, de instrumentalizar sues possitilidades comuicacionais para depois conceituar a zealidade que nos apresenta. Ao oferecer & crianca a possibilidade de brincar em win contexto par ‘cular, com ura enquadramento dado gue inclui espaco, tempo, explicita sio de papdis ¢ Finalidade, cria-se um campo que serd estruturado, basicn: mente, em fungiio das variiveis intecnas de sua personalidade, Nesta situacéo, expresta somente um segmento de seu repertério de condutas, ceatualizando no aqui e agora um conjunto de fantasias ¢ de relagder de objeto que ixio se sobrepor 20 campo de estimulo. Por isso Fecorre-se, complementarmente, a utzos instrumentos ou métodos de lnvestigacao. Achamos conveniente esclarecer uma diferenge bisiea enue a hora de jogo diagndstica e a hora de jogo terapéutics, pois € muito cormum a cou fusio enue as duas. A primeira engloba um processo que tem comego, desenvolvimento ¢ fim em si mesma, opera comu uina unidade e deve ser interpretada como tal A segunda é um clo a maisem um amplo contindum no qual nevos sspectos € modificagdes estratuais vio sugindo pela intervengao do tera pute. (A respeito da participacao do psicéloge na hora de jogo diagnds tica, falaremos detidemente no tépico “papel do entrevistador’™) Como sc pode perceber, existe muita semelhanca com a entrevista iagnéstica live do adulto. Vejamos agora algumas diferengas. 169 170 O PROCESO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROSETIVAS Numa a fantasia é medlada pelas verballzagGes; na atividade lédica © mediador é, predominantemente, o bringuedo oferccide, que expressao ne a srianga esté vivenciando no momento. [Na verbalizagao a fantasia aparece depureda pela maior influéncia do processo secundirio; 2 localizacao temporal da fantasia expressa através da linguagem, do uso apropriado dos verbos e das leis €o pensamento Iéxlco- formal toma-se mais clara. No brincar, por sua yez, ii wma comunice io de tipo espacial, na qual sio incluides meis elementos de processo pri mario através de prineipios como os de condensacio, atemporalidade ¢ deslocamento, atuados no proprio brine. For outro Indo, a hore de jogo diagndstica € precedida das entrevistas realizadas com os pais (que correspordem ao conceito de préentrevista dos actos). Nelas © psicéloge labora com os pais inrtrugSes que serio dadae & cvianca por eles. Como pode haver interferéncia de diferentes fatores para que esta informacao chegue de modo adequada ou nao, cremos ser neces. sitio refomular pare a crianca, aum primeiro contato, tais instrugdes de forma dara e precisa. Cada hore de jogo diagnéstica significa uma expesitncie aova, tanto para © entievistador como para o en:revistado. Implica, a nosso ver, 0 estabdecimento de um vinculo transferencial breve, ayjo objetivo é 0 conhecimento # a compreentio da erianga Sala de jogo ¢ materiais Considcramos que os aspectos formais da hora de jogo diagndstice inter- ferem no contetido da mesma, ji que o enquadramento ¢ as condigdes do Ambito de trabalho configuram uma gestalt que sesponde a nosso marco referencia] tebrico. Por isso, passaremos a detalhas as condigSes gerais nas quais tal processo deve se desenvotver. A sala de jogo serd um quarto ndo muito pequeno, com mobilidsio escasso (uma mesa, duas ou irés cadcizas ¢ quadronegro) a fim de possibi- litar Hberdade de movimentos & erianga. E preferivel que as paredes e 0 piso sejam laviveis, o que permitiré que o entrevistador nfo se preocupe com 2 conservagao do lugar de trabalho. 4 conveniente oferecer a crianga a possibilidade de brincar com dgua, se desejar, permitindo-Ihe facil acesso & mesma. Os clementos devem estar expostos sobre a mesa, ao lado da caixa aberta. Convém que estejam discribuidos sem corresponder a nenhum ‘agrapamento de classes, dando 20 pequeno paciente a possibilidade ce cordenagio que corresponda as suas varlivels intemnas, em funco de suas fantsias cfou de seu nivel intelectual. Nzo obstante, devese evitar umn A HORA DE JOGO DIAGNOSTICA un panorama caético através de am amontoamento indireriminado de brin quedos. A caixa ou cesto deve estar presente, porque pode funcionar como um elemento Kidico a mals ¢ porche serd o continente depositario a producgo cue o entrevistado deseje deixar 20 final da hora. A apresen- tagdo dos bringuedos sobre a mesa, fora da caixa, evita o incremento da amsiedede persecutéria que pode surgir no primeiro contato frente @ um continente-caixa-desconhecido, fechado (compartilhames neste caso 0 ritério de outros autores). Com relagéo 20s brinquedos a serem incluidos, hi diversas modalidades que correspondem ao marco teérien atotado pela entrevistador. Erikson, por exemplo, da escola norteamericana, postula a necessidade de discriminar diferentes dreas da problemética da crianga. Por «sia ranio, seleciona os brinquedos em funcio das xespostas capeeiticas que provocam= de tipo sensério.motor, de integracio cognitiva, do funcio namento eg6ico, ete Além disso, introduzindo outro ctitério, o da funcionalidade do brin= quedo, propde a inclusio de elementos de diferentes tamanhos, texturas ¢ formas, Assim, para facilitar o jogo agressivo, inclui revélveres, espadas de borzacha, sacos de arcia; pare estimular a area comunicativa, tclefones, pis de.cer, etc. Procara representar em ministura todos os objetos do ‘mando real circundante. Consideramos demecessaria uma quantidade excessiva de material porque distrai e confunde o entrevistado. No que dit respeito 4 escola mglese, de orientagio éleiniana, niio hé ‘um critério unificado, Seguindo Bick, insistese na utilizagdo de material ndo escruturado: madeiras de formas ¢ temanhos diferentes, cinta, barban- 46,18, pedagos de pano, tesoura, ftas elésticas, copo, ete. ‘As criticas que podem ser feitas 2 cate tipo de enfoque, antagdnico em relagio 20 anterior, € de que permite interpretar simboles que no cerrespondem ao que a crianga realmente deseja transmitir. Nés aderimos a um critério intermedisrio, oferecendo & crianga materiais de tipos diferentes, tanto estruturades quanto no extruturados, possibilitando a expressao, sem que a experiéncia se torne invasora. Propomos que seja incluido na caixa de bringuedos o sezuinte mse terial: papel tamanho caria lapis pretos e de cor ~ apis de cera ‘esoura sem ponta masses de modelar de diversas cores borracha cola in (0 PROCESS FSICODIAGNOSTICO f AS TECNICAS PROJETIVAS spontador papel glact barbante | dois ou teés bonequinnhos (com articulagdes € de tamanhos diferentes) familias de animais selvagens familias de animais domésticos dois ou trés carrinhos de tamanhos diferentes que possam funcionsr como continentes. dois ou trés avidezinhos com as mesmas pioptiedades duas ou tr8s xicaras com seus respectivos pires cotherinhes ‘alguns cubos (zproximadamente seis) de tamanho médio ‘rapinhos ~ siz hole. & importante que o material seja de boa qualidade para evitar faceis «strages, situagdo que pode criar culpa ne crianca e fazéda sentir que 0 entrevistador pode ser facilmente destruidlo por sous impulsos agressivos, ‘08 quais ela tem pouca capacidade para conter ¢ manipula. Deve-se evitar 4 inclusao de material perigosn para a integridade Fisica do psicélogo ou da «rianga (objetos de vicro, tesouras com ponta, fosforos, etc.). O material deve cxtar em bor estado jd que, caso contrdvio, a erianca pode tera sen- sagdo de estar em contato éom objetos ji usados ¢ gastos. Instrugdes: Quando a crianga entra no consultério, © psicSlogo deve manifestar, de forms breve e numa linguagem compreens{vel, uma série de informagoes que configuram as instrugées definigao de papéis limitagde do tempo e do eapago material a ser utilizado objetivos esperados Isto significa que se esclarcee para a crianga que pode utilizar, como quiser, © material que esté sebre 2 mesa, que observaremos sua brincadeira com © propésito de conhec#-ta e de compreender tus dificuldades para uma ajude posterior, tudo isto num tempo determinado e nesse lugar. Alem disso, serdo explicitados os limites gerais quanto & realizacao de asdes que sejam perigosss para a integridade fisica, tanto do entievistador quanto de entrevistado, da sala ¢ do mobilidrio, caso isto seja necessisio, ¢ no momento incicado, AHORA DE JOGO DIAGNOSTICA 173 Papel do psiedlogo © papel que o psicéloge cumpre durante © proceiso psicodiagndstico & tum papel pazsivo, jd que funciona como observador,c.ativg na medida em que sua atitude atenta e aberta (atengio flutuante) permitethe a com reensio ¢ a formulacdo de hipdteses sobre a problemitica do entrevistado Pode acontecer que a crianga requeira nossa participagdo, fazendo: ‘nos desempenhar um papel complementas. Pade surgi, inclusive, a neces sidade de uma sinalizacao (por exemplo, quando a crianga se bloquela cu manifesta sua scjeigio aavés da inidigio da atvidade hiea). Entende- mos por sinalizagio 2 explicitagio de aspectos dissociades manifestos da conduta, Fm hipétese alguma devem ser inclufdas interpretacies, jd que estas apontam para o latente Outro tipo de participagio € o cstabelecimento de limites, caso 0 paciente tenda a romper o enquadramento. Neste sentido, toda a participagdo do entrevistedor tem como obje- tivo criar a6 condigdes Stimas para que a erianga posse brineat com @ maior espontaneidade possivel, uma vez que esta, como qualquer outta siwacéo nova,!provaca ansiedade! A fungéa expecitica contiste em obser var, compreender e cooperat com a crianca. Transferéneia ¢ contratransferéncia Uma hora de jogo diagnéstica significa uma experiéneis nova tanto para o entrevistado quanto para o entrevistador. Neste sentido, além de refletic 0 Interjogo das séries complementares de cada um, implica, a nosso critério, o extabelecimento de um vinculo ansferencial, Antes do primeiro contato ja existe uma imagem mitia, resulrante a informagio que os pels transmitem. Isto condiciona determinadas expectativas que devem ser reajus:adas na primcira entrvista, através do vinculo real e concreto com a crianga, A tansferéncia na hora de jogo © em todo 0 processo disgnéstico adquive caracteristicas particulares que respondem, por wit lado, & brevie Gade do vineulo e, por owtro, 20 fato de que o meio de comunicagao sejam 0s bringuedos oferecidos pelo psicélogo, o que permite quea trant fcréncia se amplie e se diversifique para estes objetos intermediaries. Neles © paciente depesitars parte de seus seatimentos representantes de diferen- tes vinculos com objetos dt sea mundo interno, E tareta especifica co psicdlogo recuperar esse material para integré ‘Jo, jumo aos elementos verbais e pré-verbais, na totalidade do processo 14 (OPROCESSO PSICODIAGNOSTICOE AS TECNICAS PROJETIVAS A contratransferéncia é um clemento que pode ajudar a compreensio da crianga, se for conscientemente integrada pelo psicélogo. Este deve discriminar suas prépries motivagies e impulsos, para que nao interfiram na andlise comprecnsiva da conduta ldica da erianga, Indicadores da hora de joge diagndstica Quando nos dedicamos A tarefa de analisar uma hora de jogo diegndstica, eparamo-nos com a nio-existéneis de uma padronizagio deste material, Into faz com que a tarefa se tome dificil ¢ a producio nao seja bem apro- veitada Fortanto, propusemomnos elaborar um guia de pautas que oferecam um sritério sistematizedo © cocrente para orientar a andlise, comparar diversos materiais dentya do processo psicadiagndstico abter inferéncias generalizadoras. Este método de investigaeiio permite obter, além disso, um guia inter no repartido ¢ objetivaco, enriquecedor da visio de conjunto. Nao se pretende com ele esgotar toda a riqueza ca complexidade das possibilidades 2 serem consideradas na hora de jogo, mas sim considerar os tens mais importantes para fins diagndstico ¢ progndstice, apontando tanto pars o dinémico quant para o estrutural ¢ cconémico, Anailise dos seguintes indicadores: 1) escolha de brinquedos e de brincadeiras 2) modalidades de brincadeiras, 3) personifieagao 4) moticidade 5) cefatividade 6) capasidade simbélica 7) tolerancia & frustracio 8) adequagio 4 realidade. Escolha de brinquedos ¢ de brincadeiras De acorde com ar caractaristicas individuait, a modalidade de abordagem dos bringuedos pode asrumir estas formas 1) de observagao & distancia (sem participacio ativa) 2) dependente (8 espera de indicagées do entrevistador) 3) evitativa (de aproximagio lenta ou 4 dictincia) 4) dubitativa (pegar e larger os brinquedos) 5) de irupeao brusca sobre os materiais 6) de irrupsio caética ¢ impulsiva AHORA DE JOGO DIAGNOSTICA 15 7) de sproximasio, tempo de reagéo inicial para esiruturar © campo €, cm seguida, desenvolver uma atividade Deve-se levar em conta também oltipo de bringuedo escalhido para sstabelecer_o primeizo.contato, de acordo com o momento evolutivo © com © conilite a ser veiculado (observar se a crianga sc dirige a brinquedos de tipo escolar, brinquedos representativos de diferentes modalidades de vineulos ~ oral, anal, félico € genital —, brinquedos néo estruturados ou de significado agressive manifesto}. Quanto a0 tipe de jogo, ¢ necessixio ver se tem jpineipio, desenvol vimento ¢ fim, se é urna unidade coerente em si mesma e se os jogos orga nizados conespondera ao cstigio de desenvolvimento intelecrual corres: Pondente a sua idade cronolégics (nesta avaliagdo seguimos os criterion genéticos evclutivos propostos por Jean Piaget). De uma crianga de ids anos ¢ possivel esperar um jogo de tipo ego céntrico, centeado em si mesma, Pode pedir ajuda ou fazer perguntas sobre 68 objetos, mas néo toma o entrevistador como participante ativo na brin cadeira. Sua atividade lidica, além disso, nao se afusta a nenhum piano prévio, & espontinea e Iibil. Isto determina que passe com facilidade de uum jogo para outro, sem terminar nenhum, A atencio esta centrada, fum- damentalmente, na investigagio do objeto, cm suas fungdes e no prazer que Ihe proporciona o exercicio ea manipulagio de mesmo. Seu sentido de realidade ainda é restrito ¢, por isso, a funcionalidade dos objetos é determinaca subjetivamente. (Por exemplo, pode fazer que (8 cartos andem pelo ar) Dos quatro 208 sete anos ha uma maior aproximagio xo real, com srescente preocupagio pela veracidade da imitacao exata. Isto pode ser apreciado na atividade grafica, nas construgSes.¢ nas associagies verbais. Por outta lado, o desenvolvimento do processo de socializacio per: mite & crianca teconhecer cada vez mais o outro como co-participante de sua brincadeire. Dests modo, pode dirigirse ao psicélogo nao somente para que ele 2 ajude, mas também para que assuma um papel ative, diseri= Iminado ¢ real, complementar ao seu. Nos desenhos, passa da garatuja propria dos trés anos a uma imitagéo ‘mais realista do objeto representado, inchiindo cada vez mais elementos do mesmo, Com relacio 4 construgio com cubes, aos quattro anos interes- sase por empilhar com equilibrio, mas sem objetivo prévio € sem maior continuidade: pode interromper para passar a outta coisa. Aos cinea ou seis anos, comega « ineluie a intencionalidade: o prop6- sito expifcito de realizar Hina determinada tarefa cam uma margem mais ampla de constincia em rdlagio a scus objetivos. 1% OPROCESSO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROIETIVAS Posteriormente, os, encontramos jé estabelecidos os esbogos de regras: poce arribair e assumie papéis explicitados de antemao ¢ proximos realidade (vendedor, professor, alimo). Tem nogio da brines- dcire miitua ¢ consciénci de alieragdo da regra; pode dramarizar cenas cotidianas. ‘Outro elemento importante é 0 uso que a crianga fax da linguagem, sua ligagio com a brincadeira que desenvolve ¢ com a idade. Modalidades de brincadeiras % a forma em que o ego manifesta a fungio simbélica. Cada sujcite estru- ssuma o seu brincar de ecordo com uma modalidade que lhe € prépria e que implica um trago catacterologico, Entre teis modalidades podcios detec tar: 2) plasticidade b) rigidea ©) estereotipia e pers ang Quando a crianga pode apelar para uma certa riqueza de recursos egdicos para expressar situagSes diferentes com um critério econdmico, através da via do menor esforgo, mostra-nes plasticamente seu mundo imtemo. Esta plasticidade, pode sc manifestar de diferentes manciras: expres: sando a mesma fantasia ou defesa através de medisdores diferentes, ox uma grande riqueza interna por meio de poucos elementes que camprem diversas fungées, No primeiro aso citaremos o exemplo de Pablo, de sete anos, que ao longo de toda 4 hora de jogo mestra sua onipotéacis como defess, identi- ficando-se num primeiro momento coma figuras fortes (salta com o guard -p6 eolocado como capa, dizendo que € 0 Zorro © combatende os solda- os), enquanto que, mais tarde, comera a enches um jarrinho afirmando que vai alimentar todos 0 animaizinhtus que hé no costo, agora, também de modo cnipotente, com um peito inesgatavel.) Expressa, cntio, de forma pléstica, uma mesma defesa maniaca, com variedade de recursos. No segundo cso vemos outa modalidade da plasticidade: a expres sio de uma gama de situagSes através de dreas diferentes de conflito que s€ cesprendem como micleos orginizadores do seu brincar. O psicblogo sente, ao terminar a hora de jogo, que a crianga expressou um amplo espectro de sua vida emocional, que se manifestou de forma integrada, numa seqiién- cia fuente, ¢ sera a necessidade de recorrer 2 mecanismos de isolamento ou de controle obsessivo., A HORA DE JOGO DIAGNOSTICA 17 A terccira situago mostra a possibilidade de um mesmo objeto mudar de fangio, veiculando diversas fantasias de maneira adaptaziva, sem produzir respostas tio originais que te tomem incompreensiveis para o enticvistador ou impegam « comunicaggo € a expresso do que realmente deseja transmiti. Suzana, cinco anos, utiliza ume xicara para dar de comer a sua bone- quando 0 superego se torn mais permissivo e reflete com maior realidade as figuras de autoridade real ¢, portanto, com menor sadismo, permitindo 20 ego a satisiagdo de desejos ¢ impulsos, sem entrar em conilito com a realidade. As instrucdes incluem uma explicitagio de papéis que implica a cbservagio do pricdlogo ¢ a atividade hidice da crianga. Se, durante « hora de jogo, a crianga nos pede para assumir determinados papeis, achamos que € necessirio que ele nos explique claramente at caracteristicas do papel atribuido, para que fique bem definido e sesponda is fentasias pro- Jjetadas, Motricidade Esie Indicador permitenos ver a adequacio da motricidade da crianga & ‘etapa evolutiva gue atravessa, Em cada perfode ha pautas previsiveis que respondem, por um lado, a0 desenvolvimento neurologico ¢, por cutto, a fatores psicolagicos ¢ ambientais. Os problemas motores podem corresponder a qualquer desses fatores com predominancia de alguns deles c/ou a ama interrelagio enire os mestncs. Através da hora de jogo o psicéloge pode observar a falta de funcio- ralidade motors, apesar de que, para poder especiticar a qualidede, a intensidade e a origem do problema, seri necessiria 2 aplicagio de instru Consideramos desnecessirio fazer uma desctigdo das linhas de evola- io do desenvolvimento motor, pois existe uma ampla Libliogralia a res- peitos apenas queremos mostrar que € importante levar em conta o estégio evolutivo da criang2 que estamoz examinando para inferir qualquer con 139 (O PROCESO PSICODIAGNOSTICO & AS TECNICAS PROJETIVAS dlusio acerca do tema, assim como ver também as recorréncias que podem ser encontradas dentro do processo psicodiagnéstico. A manipulacio ade- quada das possibilidades motoras permite o dominio dos objetos do mun- do externo € 2 possibilidade de satisfazer suss necessidades com autono- ia relstive, jé que as dificuldades provocam frustragies incrementam tenses a nivel intra ¢ interpessoal. A comunicagio gestual ¢ postural enriquece a mensagem e pode mos- ‘rar aspects dissociados que se manifestam como uma discordancia entre ‘0 que sc diz € 0 que se expressa corporalmente. Uin bom uso do corpo produz prazer ¢ reaulte num fortalecimento egdice que permite 0 alcance de novos ganhos ¢ facilita a sublimaczo, quando a crianca esté preparada para isso. Alguns aspecios dignos de serem observades dentro deste indicador 1) deslocamento geogrdtica 2) possibilidade de encaixe 8) preensio © manejo 4) alternancia de membros 5) lateralidade 6) movimentos voluntiios ¢ involuntétios 7) movimentos bizanros « §) ritmo de movimento 9) hipercinesia. 10) hipocinesia 11) ductibilidede. Para exemplificar alteragées motoras vistas numa hora de jogo, citare- mos o caso de Cailos, de sete anos, que epresenta dificuldades na escrita. Na hora de jogo o psicdlogo percede que, uma ver iniciada a agio, ha difi ‘culdade para inibiz © movimento € este material é recorrente na expresso arifica, que também se vé alterada. E solicitada uma consulta neurolgica pare faver o diagnSstico diferencial, ¢ sio encontradas algamas alteracoes no tragada eletraencefalogrifico. Existiam também, indubitavelmente, importantes fatores psicolégi- cos superpostos, mas a ebservacio dos elementos motores deu-nos wna pista importante para detectar o problema e permitir que fosse acionada um tratamento conjunto. Este sintoma passou inadvertido para a familia, que via Casloe como uma criangs boba:a alteragio cava-se ¢ nivel de movimento mais delicado, Para citar um exemplo em que o componente fundamental cra pio- duto de um problema psicégeno, mencionaremos o caso de Sebastifn, um menino de nove ance, trazido para consulta por causa de séries problemas AHORA DEJOGO DIAGNOSTICS ast de conduta. Na hora de jogo procuz muito material de conteido psicético ©, com relagao & motricidade em particular, reaisa caretas grotescas, que esfigurarm sua expressdo facial, desconectates do material produzido no momento, Os movimentos bizarros que comecam em seu rosto finalmente aparecem comprometendo todo seu corpo. Devemor levar em conta o terceito fator citado como possivel causa- Gor da disfuncio motora: « falta de estimulagio ambiental. £ freqtiente que 0% centros assistenciais hospitalares sejam consultados por criangas com dificuldades no inicio da escolaridade. A imaturidade ow a dificulda de a nivel motor costumam responder a ums falta de estimuiacao ambien. tal no momento da aquisigia das fungées, manifestada depois na falta de jeito avs movimentos elicades (problemas na escrita)e: iar ¢ unir ou relacionar clementos dispersos num elemento novo e dife- ente, isc exige um ego plistico capaz de abertura para experiéncias novas, tolerante a ndo-estraturagie do campo. Este processo tem ura finalidade deliberada: descobrir uma organiza so bem sucedida, gratificante ¢ cnriquecedora, produto de wm equilibrio adequado entre o principio do prazer e 0 principio de reslidede. A erianca age sobre os clementos & sua volta (brinquedos), para conseguir os fins Propostos, A nove configuragdo tem ina conotagio de surpresa ou de descobri- mento para a crianca e & acompanhacla de um sentimento de saticfagio. A dindmica interna deste process expressa-se através do interjogo centre a projecdo ¢ a reintroje¢i do projetado, agora modificado, tranfor mado em um produto qualitativamente diferente, promotor do erescimen toe da mudanga estrutural que s¢ transforma num inccemento da capaci dade de aprendizagem. Exta conotagio de “delibemde”, “a sewigo do go” © “com fins comunicativos” é o que caracteriza 2 criatividade, diferenciando-a da “pro. ducio original” do psicético, que cumpre fins de descarga do id. Para exemplificar citaremos a atividade lidiea de in menino de oito ‘anos: quer pintar c ndo encont o pincel mem as tintas. Gonséi entio um pincel, cortando pequenos pedagos de barbante, unindo-os por uma extre midade, colocando depois um palito na ponta; pega a ponta de um lipis de or, a desfaz ¢ coloca Sgua, obtendo assim os materiais que cesejava, utili zando-0s com éxito. ‘Gaudio, de nove anos, mostra o fracasso de sua possibilidade de exiax porque ndo consegue uma funezo adequada pata os matcriais escolhiddos Pega uma bola de massa c amarra.a a um berbante convertendo-a aum fold, ¢ fantasia que faz figuras complicadas com ele, 182 (0 PROCESSO PSICODIAGNOSTICO E AS TECNICAS PROJETIVAS Procura conseguir uma nova configuragéo, mas fracassa, ¢ a frustra- ‘io leva-o a uma conduta do tipo alucinatério. ‘A tolerincia adequada & frustragio permite que se forme a represen tagio mental do objeto, na auséacia deste. Resulta no incremento da fun- ‘se simbélica ¢ antecipa sua conexio com o mesmo, A alteracio deste fungao pode se dar em duas direcdes opostas: 42) uma submissio extrema 4 realidade desagradivel, indieadora de clemertos eltamente destrutivos © mascquistas. A excessive tolerdncia A descarga e & satislacao dos desejos, ¢ o prinefpio ée realidade € 0 que regula tal satistagao através das fungSes egéicas. Produz-se assim uma frus- tracio necessétia ¢os elementos desprezados em fung3o da aquisiczo de novas porsibilidades ¢, portanto, do crescimento da crianga, o que resulta nun equilibrio emocional adaptativo € maturativo do ego. Capacidade simblica © brincar é uma forma de expressdo de capacidade simbélica ca via de acesso as fantasias incenscientes A HORA DE JOGO DIAGNOSTICA wes Uma quantidade adequada de angristia ¢ a base necessiria para a for- magdo de simbolos. A expresséo direta das sitiages conflitivas pode inibir, total ou parcialmente, a conduta Kidiea, pois provoca um quantum de ansiedade intolerivel para o ego. Portanto, a crianga consegue, pelo brincar, a emergéncia destas fanta- sias atavés de objetos suficientemente afastados do conflito primitive que camprem o papel de mediadores: apela para as suas possibilidades de claboragio secunddsia para expressar a fantasia. © simbolo deve estar suficientemente préximo do objeto primério simbolizado pera permitir sua expressio defosmade. Quanto mais clemen- tos a crianca utiliza pare expressar sea mundo interno, maiares possibilida- és egéicas revela, no sentide de refletie na realidade toda uma série de sig- nificados adquiridos mediante um processo de capacitacio para simbolizar. ‘Na capacidade simbSlica valorizamos ndo sé 2 possibilidade de criar simbolos, mas analisamos também a dindmica de seu significado, tema que iio incluiremos aqui, a fim de eviter um reducionitmo a simbologiaa universais, Cada simbolo adquire sentido no contexto no qual se expressa. A medida que a crianga cresce, aumenta a cistincia entre o simbolo e © simboliaado, Produzem-se sucessivos deslocamentos ¢ o principio de realidade vat se impondo. A gratifieagio das fantasias primvirias tende a ser desprezada cada ver mais. Por isso, encontramos grandes diferencas entre as atividades Kidicas de criangas muito pequenas, que seguem as leis do processo primrio, pre- dominando, no periodo de laténcia, o processo secundécio, “2Quanto maior 0 deslocamento, menor €a resistencia que 0 ego opde. Outro elemento a ser levado em conta é a relagio entre 0 elemento mediador que expressa a fantasia € a idade cronologica. M. Klein, 20 se referir A capacidade simmbélica, diz. que “o simbelismo constitui no s6 0 fundamento de toda fantasia e sublimagao, mas € sobre ele que se constrdi a relagio do sujeito com 0 mundo exterior e a realidade em geral". Resumindo, através deste indicador podemos avaliar A) ARIQUEZA EXPRESSIVA 1. A busea que a crianca fez, & sun volta, de suportes materiais (signif ‘cantes) que veiculem, de forma adequada, suas fantasias € conilites (signi- ficados). 2. Uma nova busca, quando atrevés das formas anteriores de simbolizagio do consegue os fins comanicacionais. 184 (0 PROCESO PSICODIAGNOSTICO & AS TECNICAS PROIETIVAS 3. A cocténcis da concatenagio dos simbolos, isto & @ possibilidade de transmitios arravés de um nexo légico. 3B) A CAPACIDADE DYTSLECTUAL Durante a hora de jogo ¢ através dos simbolos que utiliza, a crianca evi dencia uina discriminacdo ¢ uma manipulago da realidade que esti de acordo ou nio cow sua idade evolutiva. A maneira como o faz nos di a indicagio do estado em que se acha © proceiso de simbolizagio; se se dcsenvolve sem inibigGes na érea de aprendizager. Este processo softe uma evaliugio: parte da equagio simbélica pro. pela da etapa oral, na qual nfo ha distancia em relagGo 10 objeto, para 0 desprendimento paulatino do suporte material que comega a se manifestar nna posigio depressiva, frente & conseléncla cada vez maior éa auséncia do objeto. A medide que a crianga cresce, aumenta a distancia entre o significa te © 0 significado, adquirindo 0 primeiro uma conotagio cada ver mais compaitilhada no ambito social, cuja manilestagéo é por exceléncia, a linguagem. ©) AQUALIDADE Do cONELETO Exte ponto alude aos aspectos da conteiido da capacidade simbélice. Os simbolos que a crianga utiliza remetem-nos i compreensio do stégio psicossexual que atravessa ¢ sue modalidade de expresso. Isto é, em suas brincadeiras, o pequeno entrevistado pode expressar fancasias de tipo oral, anal, uretral, félico on genital, eo faz de uma deter- ruinada maneira, em fangdo de suas t€enicas habituais de manipulagio. A intensidade do conflito é varidvel. Um indicador do mesmo pode ser inferido através da reiteragdo de determinoda fantasia, assim como pela forma de expressao escolhida, Adequacio 4 realidade Um dos primeizor clementos a serem levados cm conta 20 sc analisar uma hora de jogo é a capacidade da crianca de se adequar 4 realidade. Manifesta- -te, neste primeiro momento, pela possibilidade de se desprender da mie © atuar de acordo com sua icade cronolégica, demonstrando a compreensio ea accitagio das instrugdes, Tal adequacéo & realidade permitenos avaliar possibilidades egdicas, embora els possa adaptarse ou nio aot limites que esia situagdo Ihe imp5e: 4@) aceitagio ou néo do enquadramento espaco-temporal com as lim? tagbes que isto implieas 2) possibilidade de colocar-se em sea papel e aceitar o papel do outro. AHORA DB JOGO DIAGNOSTICA 1s Estas situagdes sao observaveis 20 longo de toda a hora de jogo e em cada um cos indicadores Exemplo de desvio da primeira situacgo: um menino joga bola no consultério ¢ utiliza.a como se estivesse num campo de fatebols nie ade qua sva motricidade ao ambito geogritico no qual esta se movendo nesta situagéo particular, e core o riseo de quebrar algo, de se machucar ou de maciiucar 0 psiedlogo. Outro exemplo de dificuldade de adequage a0 enquadramento expe cial 62 crianca que insiste em utilizar a sala de espera como prolongamento do consultério. A dificuldade de se adaptar temporalmente @ situagio pode sex vista na estruturagio de brincadeiras tio prolongadas que impedem uma final zagdo, com a frustragdo consegitente, mostrando uma defasagem entre 0 realizado ¢ 0 plancjado. Quanto A segunda situacdo pode aparecer: a ndo-aceitagdo do papel que © psicdlogo designon para a crianca quanda expliciton as instragdes {por exemplo, negar-se a brincar) ou 0 néo-reconhecimento do outro como pessoa diferente ¢ desconhecida (a crianca que tenta tirar 0 psic’- Jogo do papel, nao o aceitando como observador nic participante). No comego da hora de jogo podem aparecer condutas pouco adequa- das, por ser o primeiro contato que estabelece com o psicdlogo; neces tard, entio, de um tempo de adaptacio, que seré diferente para cada indi- viduo, A capacidade de se reorganizar é um elemento fandamental para 0 progndstico, assim como a capacidade de se readaptar frente a novas pro- vas do processo diagndstico. Se a erianga, uma vez adaptada & nova situa cdo, ro pode aceitar as novas instrucées ¢ insiste na condita ltdice, est nos propercionando material importante para sua incerpretagio. Nio poder se adequar 4 realidade implica um déficit na discriminacio egp-nio-ego. O brinear da erianga pricética A dificuldade para Drincar € 0 indice mais evideate das caracteristicas ichticas presentes numa erianca teriamente perturbad E importante destavar que, em teros estrivos, nio se crataria de uma brincadeira no sentido de atividade hidica, j& que brincar implica a possibi- lidade de simbolizar. No psicdtico, significante ¢ significado séo a mesma coisa [equagéo simbAlies) No obstante, devemos levar em conta gue a crianga pode ter partes de sua personalidade mais preservadas ou que conseguiram uma organiza: 20 nio psicdtica, © a possibilidade de expressar seu conflito depender’ de quantidade, da qualidade e da interrelacio destas partes 186 (0 PROCESSO PSICODIAGNOSTICO B AS TECNICAS PROJETIVAS Esta dificuldade vai desde a inibi¢do total ow parcial ¢o brincar axéa dezorganizagio da conduts, E importante distinguir, num diagnéstico diferencial, situagSes em que se estramra tims \pseadobrincadeira”, condutas ou séries de condutas em que « crianga aparenta brincar, mas onde ha uma auséncia total ow par~ Gal Ge simbolizacao |Nestes casos a crianga s6 de uma fantasi Tal é 0 caso de Juan, que durante uma hora de jogo comeza a girar no solo usando sua cabeca como eixo e repetindo em Yor alta: toc, toc, toc, identifieando-se com um xel6gic. Poderlamos pensar que o menino std brincando, mas na realidade nao ¢ assim. E uma pseudobrincadeira na quil atua, corpoealmente, uma fantasia; nao brinca de ser reldgio, mas sim “€" o relégio. Perceu a distincia ¢ a possibilidade de simbolizar, desa: parecendo 0 “como. se” proprio das brincadeiras de criancas normais € neurdticas. ‘A estruture psicétice evidenciase nos diversos indicadores. Assim, a cezianga psicética no pode se adequar & realidade, na medida em que ela se manvpula com predominio do processo primario, dis.orcendo a percepgio do mundo extemo e, na situagio diagnéstica, a relagio ou o vineulo com 0 psicélogo. ‘A capacidade simbilica fica relegads pela predominincis de equacdies simbdlicas, como vimos no exemplo desctito anteriormente. Os persona gens extremamente cruéis atuados pela crianga psicética estio em corres: pondéacia com um superego primitivo de caracteristices tertorificas ¢ sadicas, 0 qual, segundo Melanie Klein, ¢ um dos fatores basicos do trans tomo psiedtico, Concomitantemente, encontramo-nos frente a um exo desorganizado, cujos mecanismos de defesa primitivos sZ0 a Mdemtificagio projetiva maciga e o splitting ‘Outros clementos significativos costumam ser a perseveranca ou ete reotipia na conduta verbal e pré-verbel, ainda que ndo sejam caracteristicas exclisivas do brinear de quadros psicéticos, mas que se apresentern tam bém em orginicos ou em neuroses staves. So freqiientes as organizagSes originals, os neologismos, as atitudes bizarras e 25 dificuldades de adequago 2 realidade, ‘olerancia 4 frustragéo ¢ aprendizagem. Com relacio ao prognéstico, € importante considera: no desenvolvi mento da hora de jogo diagndstica os elemientos que impliquem uma pos- sibilidade de conexie com o psicdlogo c/ou com o objeto intermedistio, (O brinear da erianca neurdtica Observamos, em geral, a possibilidade de expresso Nidica com reconheck mento parcial éa realidade, dreas livres de conflito coexisientes com esco- tomas que encobrem situagSes conifitivas. AHORA DE JOGO DIAGNOSTICA 187 ‘A gama € a variago dos conflitos a nivel neurdtico so muito amplas; portanto, descreveremos um perfil comum que nes permita ceracterizar 0 ‘brincar da crienga newrotica, Encontremos, diferentemente do que acontece com a ctianga psied- tiea, a capacidade simbslica desenvolvida, 0 que Ihe possibilita a expressia de seus conflitos no “como se” da situagao Idies, sendo eapaz de disert minar e de evidenciar um melhor interjogo entre fantasia € realidade. assim como as alteragdes significativas em areas expecificas. E importante, por tanto, levar em conta o grau ¢ a qualidade da comunicacio com o psicé- logo © com os bringuedos, manifestados através do deslocamento de seu ‘mando interno. A dinamiea do conflito neurético se di entre os impulsos e sua rela- do com a realidade. Utiliza, entéo, uma série de condutes defensivas que resultam num empobrecimento eyéico, cujas caracteristicas dependerdo das drcas afetadas. O quadro nosogrético é determinado, por seu lado, pela predominincia de certes tipos de defesas. Nestas criangas hi, pois, uma adequacdo relativa 4 realidade, cujo grau depende dos termos do conflito; ha ama tentativa de satisfazer 0 prinespio de prazer que, por seu lade, aera culps nao tolerada pelo ego, que desloca o impulso para objetos substitutives afastados do original. Este deslocamento, a servico da repressio, provocs um circulo vicio- 0 pelo qual nio se consegue a satisfagio e deve-se recorrer a novos ded. camentos que, mais uma vez, evidenciam 0 conflito. Deste modo, véemse limitadas a capacidade de aprendizagem © at possibilidades criativas que dependem de uma s{ntese egdica adequada, Outra caracteristica diagnéstica € o baixo limiar de toleréncia a fras luacdo ou a superadaptagao em certas éreas, que sé0, ambas, manifestagbes dh fraqueza egdica do neurético que esté em intime relagio com as carac- terfsticas severas de seu superego € 05 termes do conflito.. Estas criancas dramatizam personagens mais proximos aos modelos reais, com menos carga de onipoténcia e maldade. (© brincar da erianga normal Devemos levar em conta que a hora de jogo diagndstica esth inclufda den tro do proceso psicodiagnéstico total, e € muito importante detectar as diferentes respostas da erianga frente a situagdes que vdo desde a grande desestraturagao dada pelas instragoes da hora de jogo, até sicuagoes mais dirigidas do resto do processo. A. comparagdo dos diferentes momentos nos permitiré estabelecer diferencas diagndsticas e prognésticas. 189 AHORA DE JOGO DIAGNOSTICA (O PROCESO PSICODIAGNOSTICO F AS TECNICAS PROIETIVAS 188 on ~sauighs wes apepyeo2 ep OSE sinew “pqo = apepHedey —“oeSeidependns no ‘rerun ox ‘agded op oir, tnt wu 7epir oonoatsd 0 arb _midop emums'y “apded 03 onde pez 9) APEPTASS “Zep, LOW SONIOLE strat suaseuosteg CUR “rod op oxdionad 0 eurwopaig nougiodmo ap e819 epve:8 ute O19) 9 signup susHeUOSteg ovovuisMya Y¥ VDNYWaTOL, OyVOIINOSIa ‘oursper merce eojere endo opSnporg -v0r9%0 ‘apepIaqy ere ap oxSunj wo “tog ap ne op apuadap ZePIMHNUNK] —_spEPIRGESEOF ome asx GEN sQVGLALLYRIO anavorsiqtay “opx9iUe9 0 WOO fopbepes wos swosnsq seduepNNY “aponbopy. spapemy,—“sourog sos58 no s0)uHON, aavarora.ow ‘vNYON ‘youigunan VOLLDOISA 7 fn > ‘sorueuruopard sts 2K SHIQWONRI coon apdopmgosry —-2}op sep exdung wo suyuioy —-zapBureSucsowoued-ndnoseiey HCL ACYOTTVCOW rans soe 09 #911 -oquis oppnne ep spate see eset Sop Ob yonganis:

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