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Fartor vey V Brasil SOLUGOESDIGITAIS LINGUA PORTUGUESA PROFESSOR: LEANDRO LELIS FORTALEZA 2013.1 DeVry Brasil SLIPU Lingua Portuguesa Plano de Ensino Ementa COmen tT BD - Nesta disciplina, o aluno Ira aprofundar 0 contato sistematico com as diversas modalidades de uso da Lingua Portuguesa, em diferentes situag6es de sua atividade profissional, O aluno tera oportunidade de aprimorar e ampliar 0 seu vocabulérlo, bem como utilizar as ferramentas para desenvolver a compreensao e produgo de textos técnicos, inerentes ao seu exercicio profissional. Além disso, 0 aluno iré desenvolver a técnica do discurso. Para isso, ele estudara a Lingua Portuguesa com énfase na linguagem e comunicagdo, técnicas de leitura, interpretagao Pontamen de textos como pratica interdisciplinar e andlise das questées de textualidade, lastreado nas normas gramaticais. Objetivos Especificos Ao final da disciplina, o aluno deve ser capaz de: Utiizar os fundamentos bésicos da estrutura da Lingua Portuguesa, a fim de habilité-lo a0 exercicio da interpretagao de textos e da escrita, no Ambito da sua atividade profissional e pessoal Estabelecer e discutir, criicamente, as relagbes dos textos e outros tipos de discurso no contexto em que s&o produzidos. Elaborar textos coesos e coerentes, respeltando as regras _gramaticais de concordancia verbal @ nominal, a fim de aprofundar seus conhecimentos tedrico ¢ prattico, relacionados as tematicas da Lingua Portuguesa Comunicar-se com clateza e objetividade, utiizando as técnicas gramaticais e os diversos mecanismos da Lingua Portuguesa, visando a mehoria do discurse e da apresentagao oral. Conteiido Programatico - Para o desenvolvimento das competéncias elencadas, deveréo ser abordados os seguintes contetidos: Unidade 1 - Lingua Portuguesa e Comunicagao 4.4 = Comunicagao 1.2 Ruidos na comunicagao 1.3 - Linguagem, lingua, fala e signo 1.4 - Denotag&o @ conotagao 1.5 - FungGes da linguagem 1.6 - Niveis de linguagem Unidade 2 - Texto 2.1 - Tipotogia textual 2.2 - Ganeros textuais 2.3 - Texto literario e néo-literario 2.4 - Coesdo, coeréncia, objetividade e clareza textual e vocabulério Unidade 3 - Texto Escrito 1 - Pardgrafo 3.2 - Tépico frasal 3.3 - Concluséo 3.4- Resumo e resenha Unidade 4 - 0 Texto nas organizagdes 4.4 - Texto técnico, correspondéncia comercial e oficial 4.2- E-mail 4.3 - Requerimento e abaixo-assinado 4.4 - Procuragéo 4.5 - Relatorio Administrativo, ata de reunio e edital de convocagao Unidade 5 - Gramética 5.1 - Acentuagao grafica 5.2 - Pontuagdo 5.3 - Vicios de linguagem 5.4 - Regéncia nominal e verbal 5.5 - Concordéncia verbal e nominal 5.6 - Pronome Bibliografia Bésica: Para a sede: Dunas CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F Lindley . Nova Gramatica do Portugués Contemporaneo. Rio de Janeiro : Lexikan, 2008. GARCIA, Othon M. Comunicagéio em Prosa Moderna: Aprenda a Escrever, Aprendendo a Pensar. Rio de Janeiro : FGV, 2008. MARTINS, Di 2007. ileta Silveira; ZILBERKNOP, Lucia Scliar. Portugués Instrumental. S4o Paulo: Atlas, Bibliografia Complementar: Para a sede: Dunas CARNEIRO, Agostinho Dias. Redagdo em Construgao: a Escrita do Texto. Sao Paulo: Saraiva, 2001 CEGALLA, Domingos Paschoal. Novissime Gramatica da Lingua Portuguesa. S40 Paulo: |BEP. Nacional, 2008. FIORIN, José Luiz. Ligdes de Texto: Leitura e Redagdo. Séo Paulo: Atica, 2006. KAUFMAN, Maria; RODRIGUEZ M H. Escola, Leilura e Produgao de Textos. Sao Paulo: Artes Médicas, 1995, MEDEIROS, Jo80 Bosco. Correspondéncia: Técnicas de Comunicagao Criativa, S40 Paulo: Vozes, 2008 Calendario Académico ‘DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB | | DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB |” | DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB | “| DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB 2304 5 12 12 123456 67 eswnnf) ase 7 eB ls a ser es Tasunne pus ve» || MM sw) | on ws wf wis 6 7 pnxns use| |v even zal | veg on 2s || ono wos % 2% 2930 31 ws ww 4s 6 v7 EEO sitacderpotmmnede | | Seen ener svete sn pnw a 84 12-Pend dessa fA roto raise fairer 12: Putnlp lene os cate see Suieiiaronoumecmense pevrevodste-hataiopwcataet | | ait ass semarepeanien 3 anda rcncteinaet rewuinsce 1 ‘econproninso Pe rape DOM SEG TER QUA QUI SEX sAB ] | DOM SEG TER QUA QUI SEK SAB] | pom seq TER QUA QUI Sex M234 1 T2a4s 5 678 900 sented 7a 9 wuR RB Ww 67 we uRB ws wis 6 7 1D vy unR BMS wi mw nD UB www 2% 7 88 ED 26 7 m9 29 30 2at7- raeaeemowgese nh : Scoocemareameees Tae. beghad Pega Saagenpenmnaccninnien | | Sonmadumaisenmae faced cee | r= Text escrito conatsintos:O paragrate Cronograma de Atividades : Estudos IN® Aula Data {Titulo IContetido | Independentes + via ge areseiagtointodugto & Fchareno: Cora tanaro Iinge Porugvece |peoaupe sete do (8888 erdcagen : rtunactns couse; [Omemmasc ete etna feazas (HEDEROS, como LER © ESTUDAR @ 2007» resolisso dos como traro eeu ea execs renege scoree? Poni: Fara mtewve 2 2-Noyteetésiae de [Omodetocomuniatve; fevantamenta do que oo comuaste agape e [Uravepe. ngua ea; [Acero orca de ingun 290, a-o-acorto onortto: Ian pass do asada asecoe strom, [Srrranre se tage ntasegaee ingens ranges ce Lingsager + J-Funges Precncato Linge inomeriveteele eee pee Linguists [x conupto tox so s sano; Text ls-oque steer ——_lextuatade Etats de etre | Géneros textual: maracas} ¢ s-rosaesomos __|triese ecu: ct use ese (wancuson, 2002) L, Esra do texte paes 2 -Revisse dos cones: Revisto lo AP 4: Avaiapto esis decid sem consuta) JOESPEDACADO Resume le Resenna 7 Concordtnca Verbale — |exersisos de 10 Concordncia Verba |Nomina, Concorstna. Nominal +1 = bigs do Fie Produ a resanna do me ss JaaR ResumooResenha | amt DESPEDAGADO. lExercios de Crase © do je 12-0 uso dos Crass 0 eo dos Pocus. [Dens noe eorues"rase 3 13 Regéncia Verbale [RegEncla Vebale Nominal |exerccios de Regéncla Nominal +4 a Aconungao eontuaio grea; _|Exercicios de Aeenuaeao 8} lerstcacalocapao IColocagto Prevominat | Colocagto, lPronomina 15 +5--APRESENTAGKO DE |o texto Cio oparagao das |TRABALHOS: Os textos apceseriagées, cient 6 1+8-APRESENTAGRO DE |pedapto Técnica rout ca |TRABALHOS: Os textos presenta. nas oganizagSeo. "7 +7 Produgso textual om ea i Exercicos de evako que eee soto comentados om ela conlastos. 7 19-AP 2 (invite: const) ia l20-PROvA, lsuesTiTuTIVe lo ExAME FINAL vllrcdeinas 1) ous Bore. Recbagads Llichduea, 5~ sd, Sao Pauls: bon, 2003, do Tornar o Estudo ea Apre endizagem mais Eficazes para ter a e Aliserso, mas para pesar e considera" (ADLER DOREN, 1990, pln, Bficdcia nos estudos (Que se entende por estudo? se 8 Skene sucinta de alguma: Além da anélise e do exame ‘trabathos, busca de informagoes, rizagio. £ muito comum hoje professor azes de reter um minimo de it de guardar informagSes para resolver proble tigo. No Fedro de Platio, Sécraes chama a alunos nao sio ca capacidade humana -m caido em despres- ro sobre os perigos ‘Chegou, por fim, ave ‘tu encontraste um remédio, O desinteresse por memor destaca o fato de que acredita luzindo sua capacidade memorativa ¢ di ficultando a aprendizagem. Recomehdam-se alguns exercicios para a ampliagao dda meméria, como guardar nome de pessoas com as quais se relaciona, guardar Erelevante no estudo a atiude de ands, reflexio, avaliagioe aplicagio dos conteidos aprendidos. © rendimento nos estudos parec dade, adequagio do ambient, tema positiva pode favorecé- te influéncias externas, ainda que negativas, 0 objetivo. Portanto, cabe ao estudante motivar-se interiormente antes de pOr-se a estudar qualquer assunto. Em segundo lugar, a organizacio do estudo é fundai Estabelecer um servando determinadas horas do dia para 0 estudo € & passo relevante para a pritica do estudo eficaz. E, dar inicio 20 estuda talver néo est ‘conseqientemente, o gra de apro ‘pessoas que se dizem sem tempo para estudar. Ora, essas mesmas pessoas muitas venes podem ser vistas despendendo tempo a toa. E possivel encontrar tempo, te somes organizados, se estabelecemos hordro para iniciar & nadas tarefas.E possivel encontrar tempo, economizando-0 3 mais deter de jomnais, revist ‘cronograma de estuidos, compreendendo de domingo a sabadbo. Cuintefeka | Sextafora | Sébodo ‘Quarta “T Segunds- ss Domioge | Eira | Tesatea | “ia {bas as... Das as Das 3s horas: horas.” | horas: Estudo de Estudo de ingua — | Quimica | Sociologia Portuguesa Isto ndo € suficiente se o estudante nfo preciso ter sempre & mao bons ‘Além disso, um ambi spuser de material de rios, enciclopédi arejado, de Seo estudioso se habitua a examinar rapidar provavel que eliminar& muito desperdicio com le compreende a andlise do titulo ¢ subtitulo de ‘pesquisa que esta sendo realizada? O titulo é excessivamente amplo? Ha vos restringindo a abordagem do texto? Outras informagSes também devem ser realizou um esquema, wn 6 verificar em que t6pico o liv oferece alguma informacio nova. © rendimento pode ser ampliado se 0 estudioso tem um objetivo definido, bem como se estabeleceu um tempo para o estudo quie tem em vista. PE ES EEE EEE YY Se YS Se EE EU II I I Be * aproveitamento. 20. Reds. CO estudo depende ainda de técnicas de anotagao, de esquematizagao de um texto, da transformagio do texto em um roteiro, da realizagZo de resumos, do fichamento das idéias relevantes. (Os manuais que tratam do estudo, como o de Magdalena del Valle Gomide (1988, p. 36), recomendam que o estudiaso deve buscar informagées nio s6 em enciclopédias, os e livros especializados, mas também em revistas, jornais, aulas, se ibliografias. Saber utilizar essas Fontes de informagio revela-se procedimento valioso para a pratica do estudo, 2 Anotagio Define-se anotagio como processo de selecio de informagées para posterior cmitir redagio a partir delas, ou seja, néo devem ser to sintéticas que dificultem o entendimento © no pos vertidas em texto, As anotagées podem ser de palestras, aulas, cons sgrficas. Numa exposicio oral, o ouvinte se preocuparé com palavras-chaves e com ‘expresses que dividem o discurso. Exemplo: “Determinado fato pode ser analisa- ddo segundo trés pontos fundamentais: primeiro.., segundo... terceiro...” 0 ouvinte deve ocupar-se de anotar os trés pontos fundamentas segundo 0 oradot sentrard também nos gestos do falante e, se possivel, a anotacio cia a eles: “nesse momento, o expositor ergueu 0 brago e indi- into, 0 expositor sorriu”. Aa ouvinte cabe buscar compreender ‘significado especifico das vocdbulos usados na exposigo. Registrem-se também iividas e respostas surgidas durante conferéncia, aula, palestra. ‘As anotagbes de textos eseritos, como livros e artigos de periédicos, devem ser posteriores a uma leitura rapida e completa do texto ¢ apés sublinha das ‘Apontamentos rigorosos, claros, completos evitam a perda dé na busca de livros em bibliotecas, ou emprestados de terceiros, m« team préximos. notas podem ser de ts tipos: corridas, esquematicas ou em forma de re- As primeiras regi xt to breve quanto partes principais do cont informagées colh ‘As esquem@ticas ordenam hierarquicamente as. ‘uma comunicacio. O resumo procura sintetizar livros, ou exposigdes orais. Feitas a8 anotagées, hi necessidade de registrar as informagées da fonte: titulo da obra, lugar, editora, ano da publicagao © niimero das paginas iado de aula ou palestra, anunciam-se 0 autor das ‘local, o més e 0 ano em que ocorreu a exposigao. oentcgen mle lesen 21 ‘As informag&es so reistrads em fichas, que pssbltam a organiza e 0 shangjo dos das com efcinca,Uiize uma ich para cada anotago; num. feos sea motario ccipar mais de uma fic; dé dal wade fica reise @ Fonte consulada. 2.1 Anotagébes corridas _Apresenta-se a seguir um texto de Henedlito Nunes, que ser objeto de ano- tages comida. Para fazer esse tipo de anotagio, recomendam se vérios procedi smentos, como: 1 leitura total do texto, sem interrupgio; releitura do texto, levando em consideragio palavras desconhecidas: lo calizar verbete rio diciondvo e eserever & margem do texto estudado 0 significado mais ziproximado da palavra que se procirou; 1 busca em enciclopédias e almanaques de outras informagées relevantes para a compreensdo do texto, como historicas, geogricas, geras; © destaque de tréchos palavras-chaves somente apés ter compreendido o texto; Q redacio da anotagdo corrida e submeté-la a uma avaliagio propria; se hhouver necessidade de corregdes, refazer a redagio, Veja-se um exemplo: ‘Indo mais longe que Platio,Plotino entende que amit lum pretexto para a atividade artstica, que ters por fim it ‘Mais do que atividade produtva, a Aste & também um mio de conhs Verdade As obras de arte #0 wansitivas Pltas de matéria, a Plotno é a Arte como obra do esprit. Os produt outra ate, imaterial. Acima da mésica a © artista deve aprender a ouvit. E, ‘nenhuma de suas ralizagées exterior todos vivifica es sm. que a mente do artista se banha, onde vai encontrar a musicalidade pura, que precede e alimenta a criasio musical sensivel © acesso & Beleza proporcionado pela Art te do conhecimento intuitivo 1UNES, 1989, p. 32). ‘entendida como atividade espisitual, ser e da contemplacio da realidade z ‘Antes de fazer a anotagéo do texto de Benedito Nunes, hé necessidade de procurar no diciondrio o significado de algumas palavras, como, por exemplo: Q pretexto; O intuir; tr O inteligivel; 1 signo; Q vivificar; Q veio; 1 perene; Q manancial; Q contemplagao. Evidentemente, essa lis tenha do vocabulirio di pode conhecer a palavra, pode varia conforme o conhecimento que 0 gua, f preciso lembrar ainda que, muitas vezes, s¢ 1s no o sentido exato que ela tem no ete que trata de Platio e de Plotino. Filosofia, pode-se enriquecer a consulta, observando que ambos tém concepgbes diferentes sobre a arte: enqu: ‘a arte é imitagao da realidade (qu 6 tuma sombra do Mundo das la ino a Arte 6 obra do espirito ui ‘caminho para se chegar a0 Abs« ‘Agora, pode-se passar & etapa da redagio da anotacio corrida: Arte para Plotino: rito, Permite 0 acesso 2.2 Anotagées esquemdticas ‘A.anotacio esquemética deve ser produzida somente apés realizado 0 estudo do texto e feitas as anotagées corridas. Quando se queima a etapa anterior, corre- $e 0 risco de perder alguma informagio importante. Aqui, a pressa no conduz. a resultado positive, Para fazer anotagies esquemiticas, é preciso transformar num esquema ver- tical as idéias do autor que estio distribuidas horizontalmente no texto. S40 ne- ‘cessérios atengio e rigor para hierarquizar corretamente . conn trates ea penta male canes 23 Considerando 0 texto de Benedito Nunes, pode-se anotar esquematicamente: 1 Imitagio na arte para Plotino LI Pretexto para a atividade artistica 2, Finalidade da atividade artistica 2.1 Arte como meio de conhecimento da verdade ‘Transitividade da obra de arte 3.1 Imaterialidade do objeto artistico 3.2 Aarte como objetordo espirito 4 Significado interno e intéigivel 4.2 Inesgotabilidade do objeto artistico 4.3 Obra de arte come veio provisério 4A Inteligéncia e beleza universais 5 Atividade espiritual da arte 5.1 Acesso a beleza 5.2, Conhecimento intuitive 5.3 Contemplagio da realidade absoluta Fodem-se também esquematizar as idéias do texto por meio de chaves ou liagramas: ‘Arie é pura imitagio de algo que é imitagio do mundo Plato | das Ideias “A imitagio na arte € pretexto para a atividade artistica Ante (0 objeto artistico é transitive, imaterial, inesgotdvel Plotino ‘Acesso a beleza Finalidade da arte} Conhecimento intuitive remplagio do absoluto tages resumidas 0 resumo é feito apés as duas eta ‘Tammbém nio se pode f iE preciso reconhecer 0 assunto (a referéncia), a idéia que o autor quer defender «que estd por todo o texto (tema), como o texto estd estruturado. No caso. do fragmento de Benedito Nunes: © oassunto é arte; 1D o tema é valorizagio da arte em Plotino; Do texto esté estrutu contraste entre as idéias de Plato ¢ as de Plotino. Com estas informagies inciais, pode-se redigir 0 resumo, sempre com as préprias palavrs: Diferenga entre a concepoartistca de Patio e ade Potin. A at vidade artistica para Platina jr as esséneias ou idéias e, assim, se torna um meio de conhecimento da Verdade. A obra de arte tem um significado que vai além da aparéncia. Ao artista cabe aprender 0 ico que esta acima da realidade sensivel. O objeto artistica é tran- intermédio dele o artista entra em contato com realidades is, essenciais. A arte é atividade espititual que proporciona 7a e & realidade absoluta. ment, aelaboragio do resume fear pejo Na produgdo do esquema, o Ietor deveré manterfidelidade ao texto, bem lo, depois de identfiado 0 assunto (a referén- 1m 0 tema, com 0 fio condutor da exposicao de 20 texto. preocupar-se-é em subordinaridéias e apenas. das idéias, com as idéias que dio Na elaboragio de resut {atos. Nao é suficiente, pois, Em que consiste o resumo? Consste na condensagio de um texto, reduzin. do-o a suas idéias principais, respeitando-se sua estrutura e a inter-relagdo das ser composto de um parsgrafo em que pensamento, eno de fragmento dele. Pot «fo de um resumo apenas com os tépicos do original ea distrib em varios pardgrafos. A elaboragao de resumos proporciona melhores resultados para a leitura, ‘bem como para a propria redagéo. Afinal, s6 consegue fazer um bom resumo ‘quem realmente assimilou as idéias principais do texto, 3 Sublinha © ato de sublinhar, destacando apenas as idéias principais, revela-se consis- de um texto para sua compre: se afirmar que somente a leitura exaustiva colhe melhores resultado procedimentos para a prética da par 1D sublinhar palavras-chaves apenas dey i sublinhar somente as idéias principais, as palavras-chaves. Atengio-com. 0s instrumentos de coesio que criam idéia de oposigao (mas, embora e outros): eles devem ser destacad reconstruir 0 pardgrafo a partir das palavras e express6es sublinhadas. Ouira néo seria a finalidade de sublinhar que possibilitar visualizacao imediata das id6ias principais, G colocar um traco vertical & margem do texto para indicar passagens mais, significativas; © havendo passagens obscuras, falhas na exposicio dos argumentos das, discordéncias, colocar 4 margem do texto um ponto de interroga para chainar a atencio para uma expresso tépica de todo o texto, usar , seguinte forma: 1. Organizagio 2, Motivos da greve 3, Reivindicagbes 4, Comunicagdo 5. Assembléias 6. Bstratégias de atuagio 7. Negociagio 8. Repressio policial f Dois tépicos constantes do primeiro plano podem ser classificados como stb- 6, Retratégins de atuagio 6.1 Piquetes 6.2 Passeatas 0 tépico 2 também pode ser objeto de subdivisées: 2 Comunicagio 2.1 Midia eletrnica 2.1.1 Rédio 2.1.2 Televisio 2.2 Midia impressa 2.2.1 Jornais 2.2.2 Revistas 2.2.3 Fothetos 2.2.4 Faixas 2.2.5 Cartazes 2.3 Caminhées equipados com alto-falantes Como se pode verificar, qualquer dos tépicos pode ser objeto de subdivisées, ste procedimento é necessério para aprofundamento do estudo. ‘Recomenda-se rigor na elaboragio do plano de idéias para que o semindtio ssa representar resultado satisfatdrio, {F Realizado o plano, passa-se & etapa da busca da bibliografico deve ser exaustivo, considerando livro coordenador reiine o grupo, sempre seguindo o crono- iro momento, para debat cio do ‘ de o relator (comentarist lo semindrio. A classe, ou grupo, nio deve A propor perguntas, refutar afirmagées, se for o caso, isponivel, recomen do plano de idias antes da apresentago propria- rio. Todo 0 apresentagio do ‘com conclusées previa- a qualquer reforma que possa estender suas vantagen iais da literatura é entreter, distrair o leitor, 'Ndo conheso um s6 bom argumento capaz na. Mas ~ hé que distinguir ~ de nfo exclusivamente, a esse propésito, outras nfo, Certas obras geram dividas, causam perplexidade ou conduzem a Ssurpreendentesrevelagdes;certas obras inquetam, em suma, nfo.chegam 4 propiciar entretenimento propriamente dito, iin empolgante deste ou daquele best Iquer modo, seré excegio, a confirmar. 0u profissional, seja por obrigagio “soci Para nao passar vexame na préxima reuniac Consideremos apenas aqueles dois modos © ilkimo liv de fulano de tal, idana.a que comparecermos, de ler, o diletante eo mais ara se distrait virada a hima pégina, esquece o que leu, justamente porque esteve distraido 0 tempo todo; a cada possivel releitura serdobrigado arecommencer é zero. JA uietacio tende a projetar sobre 0 recedi assim, transforma-se numa indagagéo incessante, mstantemente realimentada, para a introducio, clandestino”, 0 desenvolvimento desse tema, 0 da leitura como nfindével, indice da clandestinidade comum a im. Neste ‘cordar da idéia comreiite. A'mmew ver, nada impede Esquematisar as idéias contidas nos seguintes textos: Compreende-se, assim, que as naus cabralinas, aportando em terras de Santa Cruz, em abril de 1500, nos trouxessem uma visio do thundo de tipo ‘medieval, aiparada em padrées correspondentes de cultura. Como mais = ) 1 d \ 36 nadpto Cenccn + Meir adiante se procuraré mostrar, 0s navegantes portugueses, falando na vor do seu cronista oficial, Po Vaz de Caminha, interpretaram de modo pré renascentista © mundo nove que acabavam de revelar, precisamente porque ainda homens da Idade Média, por ideologia e formacdo. Guiava‘os uma cosmovisio em que a tnica incidia sobre Deus, nao sobre o homem, como Postulava 0 Humanismo e como em Portugal jé se principiava a conceber, Langadlos na aventura transoceénica, wvam mil perigos e superstiges motivados por uma crenga humanistica muito relative, e6tipos. mentais permaneciam medievais, religiosos e “espiritual pelo reino de Deus que do Homem; seu dinamismo como enderego certo a “iilatagio da Fé e do Impéria’ explora, dominat, apresar escravos, comerciar gananciosamente, efam verbos que conjugavam em nome de Cristo. Desse modo, a difusdo do C: tornada, & primeira vista, ideal tinico, justifcava perante a co havegantes ¢ exploradores todos os atop, ainda os mais desumanos (M. MOISES, 1985b, p. 18-19), © préprio conceito de texto depende das concepgies que se tenha de lingua e de sujeito. Na concepgio de lingua como representacio do pensamento e de sujeito ‘como senhor absoluto de suas agées e de seu. produto ~ I6gico ~ do pensamento (represent r/ouvinte seni Na concepedo de lingua como eédigo ~ portanto, como mero instrumento de comunicagao ~ de sujeito como (pre)determinado pelo sistema, o texto & visto como simples produto da codificagdo de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, 0 co JH que o texto, uma ver codificado, & totalmente explicito. Também nesta scancep¢éo o papel do “decodificador” é essencialmente passivo, 4 na concepgao interacional (dialégica) d: sio vistos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser consi © proprio lugar da interacio e os interlocutores, como sujeitas ativos dialogicamente — nele se constroem e so construldos. Desta forma hi ‘ho texto, para toda uma gama de implicitos, dos mais variados tipos, somente detectiveis quando se tem, como pano de fundo, 0 contexto sociocognit dos participantes da interacéo. Adotando-se esta tiltima concepgio ~ d compreensio deixa de ser entendida como simples “captagao” representagio mental ou como a decodificagéo de mensagem resultante de uma codificacio de um emissor: Ela 6, isto sim, uma atividade interativa altamente complexa de produsao de sentidos, que se realiza, evidentemente, ua, de sujeito, de texto — ” de uma “que no seu tempo consticufa a grande novide om base nos elementos lingiisticos presentes na superficie textual e na sua forma de organizagao, mas que requer a mobilizagio de um vasto conjanto ede saberes (enciclopédia) e sua reconstrugio deste no interior do evento. -omunicativo, Portanto, construfdo na interagéo texto-sujeitos e-ndo algo que preexista a essa interacdo, ser vista como mera lizados na interlocugso, vém a constituir, em virtude de uma construgdo interlocutores, uma configuragao veiculadiora de sentidos (KOCH, 2002, 17), Duas estorinhas-informagio: Oswald afirmou diversas vezes que nunca, ‘em toda a sua vida, soube contar sflabas, acentos, pés © coisas que tai io o impediu de tornar-se um grande poeta. J Mallarmé nunca se pert Ssair do verso de tradicio francesa. Nunca fez versos brancos (sem rima), xem experimentout com o chamado verso-livre (que hoje é 0 normal, mas ‘No entanto, no poema que foi alémm de qualquer verso ‘publicou em 1897, um ano antes de sua m ranco ot livre: estracalhou o verso francés e 0 distribuiu pelo branco da ‘Pagina, Esse poema Un coup de dés (Um lance de dados) esta na base das maiores radicalizagdes posticas de nosso tempo. Ele corresponde, na poesia, Lei da Relatividade, na fisca (PIGNATARI, 1983, p. 23). © poeta que surgiu dapoesia moderna noBi 130 ¢ acabou se tomando a figura emblemética nstruiu uma grande obraem que tudo acontece do, Carlos Drummond de Andrade experimentou igdes para forjar 0 denso lirismo meditativo que 0 A meditaglo parece fruto dos seus tempos de madureza, mas vem de antes, da origem mineira. Jé no principio, o poeta coaduna a discérdia com areflexio, ia calada, a cisma tem uma histéria, que pode sm fatos perceptiveis de imediato, mas faz diferenca, pelo fem busca de expressfio. E 56 através daqi 08a, que conduz a “maquina do mundo” e aoe imagindria que a mente desenha ~, se pode buscar a unidade de estrutura a obra como um todo, cujos tacos de coeréncia profunda vio apontando ‘mesmo nos poemas breves, de corte humoristico, do inicio, Seu lirisino, sem prejutzo da mais alta qualidade, nunca foi puro, mas mesclado de drama e pensamento, Por forca da meméria e da experiéncia, a .bém pela narrativa ~ meméria em verso rindo-se a Boitempo. E ainda se podia le perfeitamente, como acontece idade dominante prépria do gé ou narrativos apenas matizam 0 (que fala ao leitor. A questo se acha, porém, na forma reflexiva {que 0 pensamento desempenha um papel decisivo no mais intimo dela, pois define a atitude basica co li indo na relagao que este que cava mais furido na jo desse processo & 0 adensamenta do iris que casa um esquema de idéias & express ‘hd muito tempo; & precs rentaram (ARRIGUGCI JR., 2002, p. 15-16) sobre sublinh, destague no texto seguinte as palavras ¢ dominou a Europa ocdental e meri Africa. Era ela organizada em tina forma no uso da mio-de-obra escrava o classes, com grandes diferengas ded © impacto de migragbes sucessivas d 1nos territérios do império, mas depois, com maior belicosidade, enfrentaram e venceram as tropas imperiais. © novo sistema pos em choque, destruindo praticamente os fluxos comerciais, fazendo com que as grandes vias, as estradas da época, fossem ‘abandonadas e se deteriorassem. Com ele, © campo passou a ter maior Jmportancia do que acidade e os grupos humanos se fixaram em determinadas rmavctiaes 39 2b a diregio dos chefes ‘nos curtos periodos ido em unidades de dimen: ‘¢ onde se procurava, fazia construis, em as mais diversas, sob a dirego luzir para o auto-abastecimento. O ar estrategicamente escolhido, 0 seu por homens ligados a0 feudo, & terra, com fornecendo uma parte ponderavel ao senhor, em tr admigistragio que o mesmo exercia. Além do fornecit produzidas, eram ainda obrigados a prestar servigos n {guerra — 0s cavaleiros. O povo formava os servos que ficavam. contrale dos instrumentos de produgéo, protecio e da fase na casa do senhor e, em perfodos de guerras ou de festas, contribuir com elas. As cidades {que sobreviveram as invasées tiveram, em sua maioria, i decairan de imporsancia e se tornaram 0 lugar onde viviam ligados as corporagées, e os burgueses, dedicados ao comércio. formavam grupos fechados em suas corporagGes especializadas em produzir para um mercado pouen amplo. A circulacio de pessoas e de mercadorias era face das dificuldades de transporte, da inseguranca nas licidade de moedas. ‘Média comegou para enfrentarem os nobres que contestavam a sua autoridade, cor na Franga, Londres na Inglaterra, Estocolmo na Suécia e Moscot na Rissia (ANDRADE, 1992, p. 270-272) Considerando 0 texto da questio 4, anote as palavras desconhecidas e procure num diciondrio o significado mais aproximado dels. aca um plano de idéias para um semindirio sobre Ecologia, ou outro assunto de interesse da classe. : ar 1. O texto divide-se em 1! pardgrafos. Registre a principal ideia contida ‘em cada um, Siga 0 exemplo. Parégrato 2. Duas expressdes do segundo pardgrafo server de gancho para o de- senvolvimento do pardgrafo seguinte. 2) Que expressbes sBo esses? 8) Expligue como o autor as retoma no terceiro parégrafo. 3. O quarto pardgrafo dé continuidade a um assunto do terceir, 2) Oval oi o recurso usado pare articular os pardgratos? 1) Que palavra do inicio do quarto parégrafo exerce uma fung8o ana- {rica em relacSo a0 terceiro? ©) O quarto pardgrafo apresenta duas afirmagdes que t8m valor argu: mentativo.Identfique-as. 4. O sexto pardgrafo introduz uma informag8o nove, mas o faz aprovel tando um gancho do parSorato anterior. 2) Que expresséo Indica essa mudanca de assunto? ) Que relagto se cria entre o quintoe o sexto pardgrafos para a ma- niutengdo do tema? 5. Releia um trecho do sétimo pardgrafo, ‘Trajetrias narvadas em primeira pessoa do singula ever ser lidas na primeica pessoa do plural Mas que Qual € 0 significado da metéfora lingu(stica no contexto da apresen- taco do livro? 6. Por melo da coesso nominal, o citavo pardgrafo estabelece uma conti- nuidade semantica em relaggo ao anterior, mas acrescenta uma nova Informacéo. 8) Que palavras do oitavo parégrato retomam os termos entrevista © testemunho, presentes no sétimo? ') Que significado elas acrescentam s palavras retomadas? 7. Onono pardgrafo comeca a conduzir 0 texto para uma concluséo. 2) Que palavras do pardgrafo comprovam essa afirmacso? ») De que maneira esse parégrato garante a manutencio do tema tra- balnado até aqui? 8. O décimo pardgrafo retoma e amplia as ideias de qual parSgrafo ante- rior? Comprove com trechos do texto. 9. Com base nas respostas anteriores, identifique de que manelra se dé 2 progressio de texte lida. 8) Que pardgrafos do texto introduzem informacbes inécitas? ) Que pardgrafos desenvolvem informacSes introduzidas em paré~ grafos anteriores? ©) Que parégratos retomam informacBes |é menclonadas? po ro dese “ae dere ee (ooh loves aolecentes buscen iaiadritanae firectae se ae Corns roto esenvevdas: xt: wwnrevstainead SOMBER ee De forma @ preservar 0 Interesse do leitore, 20 mesmo tempo, apresentar uma continuidade semntica, um texto eve alternar diferentes graus de informatividade, Espera-se que ele se mantenha dentro do tema do comeco a0 firm, ‘mas também apresente progressdo textual. 0s pardgrafos novos devem retomar InformagBes dos anteriores, usando- | a5 como gancho, desenvoivendoras ou contrapondorse a elas, a0 mesmo tempo que apresentam dagos novos. | ~ IR cccctsiovonomon Linéon Probévesa A informatividade diz respeito a0 grau de novidade ou previsibilidade que um texto apre- senta ao leltor/ ouvinte. Se, por um lado, um texto com muitas novidades éaltamente inform tivo, por outro, pode também se tomar de dificil compreensio, esse equilfbrio entre informacdes retomadas 20 longo dos pardgrafos e informagbes novas, encontra-e a progressto textual. As informagées retomadas permitem ao leitor reconbecer © assunto do texto no decorrer dos parigrafos, e as informacées novas, acrescentadas a0 que jé se sabe, fazem-no progredit. O texto a seguir € a apresentagto de um livro com depoimentos de adolescentes envolvides em ages de protagonismo juvenil, Leia. Pra comesar ‘Aan e Leandro. Adolescente qu fazer pate de rn time antenado, que mio parade cescer, om sushistras de cmpromisso socal ese jens provam que eta eados agueles que ain- dateimam em vélos como um problema soca’ sebeldes sem caus’ ou na geragto alien Selugées para os problemas esses adolecentesapesentam, Causa, eles também tem. Erebel- dia nao & exatamente o que Ihes fats, }é que promovem inicatias ousads, clam coletivos ou orgaizabes sem fins luerativos no dessbrochar de suas adolescéncas~ alguns antes mesmo de compltater os des snos de dade Que causa ko cses? As meas de tod dado ede toda dad conscinte a defen dos tos das cana eos adalescentes, da edcarao de qualidade, da moradia ign, da eforma agri, da iguadaderace domo ambiente da divesiade sem, da democatiapto ca calra.,.Enfim, ade fesade um Bras de todos ede todas nto de poucose administra por "nathdesbrancose rss. nsesadolescentesejovens~voct vi ver to ligados no 220, preocupados ocupados com a tranaformagto do munde, Uma transformario ~elesdaema ~ que comera, antes de td, dentro decade um de nos eno seo a familia. Depo, ques extende pare a comunidade e para bar, gana a asda dace ¢ do pas, ate tormarer politiaspibhcs. Eporflaremaoescentes que fazem do voluntariado um credo de todos santo dit, comodo podiaseriferene ere io também éfrutodeum trabalho coletiv, que reaniaesfxyos vluntros deur grape de profisionas de comunicapieForam dase noite de dedicat para wanaformar 88 histces de vid, os sons eieais deur grupo de adolescents ~araiora engjaea em movies: tos soci desde cana ~em uma pubieart recheads ce boas histrias parler conar epoca : Sao entrevistas que viraram testemunhos. Trajetérias narradas em primeira pessoa do sin- E aular, que vevelam sua identidades, Mas qu dever ser lidar na primeira pessoa Go pra, pois ses eebsasadolescentesevdenciam que seus lnares vio anos lém dos proprios umbigs, atravessam fonteras matcads por sulos de estereéipoeepreconceitor, cerca da gunancia © dainjustia, wus de incompreensio, dominasio emporio, queimpedirano Brasil dese tomnat ‘um pas dono do proprio marae se povo feliz Seus relatos de vida sto quaoe umm manifesto em que queer ser reconhecios e reconhecidas como nujltos de direit, como ciao ecidadis que podem eliza escolhasinformnadas,ecom 2 contibugio dos adultos, Com todas as letras, vise parigrafos, esses meninos emeninas ‘eivindicam efiemam o direlto humane &partcpsrtoe expressio, "Nada, portanto, de uma geraio futur. Nada, pos, de algum tipo de fturo (do pretrto ot do preseat), Bese elas qurem que conjuguemoso verbo no presente do indcativo: "Estamos alata “0 fituro agora’ Com deseo por mudancas,atitude ecusdia, eles elas querem compartir decisbes em pral de objetivs comune, Nao querem apena er consultados pelos adultos na elaboragio de progr ‘mas ena formulas de polities poblas. Querem também ter odreto eo poder de deci 3 por que nic’ Afnal a partcpagio é um dcito fundamental de cidadonia. Paulo Lima Bator ‘remo, Dail, Gantcoms, Lar, Gl om movin ma tra qu agi trifle do Bail Sto Fs: f Proje Vo, 2007.18 ae 2012 by Thelma de Carvatho Guimaries “Todos os diceitos reservados. Nenluma parte desta publica poders ser reprodvrida ‘ou transitida de nenhurn mado oa por algum outro meio, eletronico ou mectnico, indo fotoeSpia, ravasdo o4 qualquer outro tipo de sistema de armazenamento 0 de informasdo, sem previa atorizagio, por escrito, da Pearson Education do Bras Diretor editorial Roger Trimet Gerenteeditcri Beitr de agua. Vis edtor de desenvolvimente: Alexandre Peeira Grordenadoa de produyaoeitriah Thelma Babaoka, ‘Editore detente: Daniela Braz ‘Alecandre Mieda ragée: Eduardo Borges igramasdo: Casa de Ideias ‘Dados Internacionsis de Catalogapto na Publica (CTP) (Ciinara Brea do Livro, SP, Beal) (Goimaries, Thera de Carlo ‘Comuniasi eingngem / Thana de Carvalho Guimaries.~ Sto Paulo eacion,2012 ISBN 978-95-64574.9-7 1.Comanieaso 2, Becta 3. Leite A Lingungem 5, Onaliade 6.Testor]. Ti. 11-1051 epp-401.41 4 Texts :Prdusio: Linguistica 40141 zon Dicits exlusivos para a gua portuguesa cedidos & numa empress do grupo Pearson Education Rua Nelson Francisco, 26, Limso 16 —— Fax (1) 2178-9688, ail vendas@pearson.com Capitulo | MODELO COMUNICATIVO E FUNGOES DA LINGUAGEM eS ea SSI TESST TS ETE GUIS Objetivos de aprendizagem der com eli? Ess so algaras. Contetido do capitulo i Segio IO modelo comunicatvo de Roman fkebson 30 2 Crficas a0 modelo comunicatvo atvidade, economi, do e redundinca Cmuncass «inguagem #6 Seco! © modelo comunicativo de Roman Jakobson dda mensagem entre umn thannon foi pubicada em um lvro®com pref cio de Warren Weaver, outro matemitico ¢ engenheiro. Weaver — que também a De acordo com esse modelo, em qualquer ato de comunicagéo humana estio presents sis elementos: + amensagem —o conjunto de informagées que se quer transmit; ‘metematcirmente. Desse mado, além de importante paras teoras da comunicagao, le Shannon fi crcl para 0 desenvolvimento de um now. e revolucion Fo campo: a elernica dita CCaplo | Models comuniatio fungi nguige s ——+ Figura 11 © modelo comunicatvo de Reman ekobson, ————— — @ ‘Fart: adptado de JAMOBSON, 2008, p. 123. et Uw gee © mas ater + océigo—um sistema d oni sore receptor presam compat ttaloy_Yr™sy ms wae fee ants parimente, para que aja a comunicaso; fe elpifader Por sample, quand 9 canal eu contato ~ 0 melo 50 PO ac rn og pes pment ind! de palavras que o compéem. O emisso seré voc, € 0 receptor, seu amigo. O céigo sees a Lingua portugue- celular eo referent sec. festa, pois ‘um evento comunicativo dinmico como a conwersa face a face, emissor ¢ recep tor trocamn 0 tempo todo de posiglo, de acordo com aquele que estéfalando out ouvindo em cada momento y y ) Communicate lingugern ‘Vamos a outro exemplo, Imagine que voce eateja diri- indo por uma estrada e depare com esta placa aa lado, ‘© emissor 6 0 6xgio responsive pelo con- 10,03 receptors 530 vocé e o¢ demais mo- totistas. O canal éa placa em si 0 cbdigo & 0 conjunto de to do pais e a mensagem — expressa se- ibolos desse cédigo — & “ponte mével adiante”, Por fim, o referent & a ponte em questio; no qualquer uma, mas cespecificamente aquela que se encontra adiante, na estrada. Observe que, Fungées da linguagem Segundo Jakobson, 0 modelo legado por Shannon néo servia apenas para esquematizar @ comunicagio humana e, assim, deseze [le também ajudava a responder a uma pergunta que os linguistas se faziam fre- quen fangSes a linguagem desempenha em nossa vida? PParecia Gbvio que, desde os primérdios, homens e mulheres te: por que o ser humana se communica? Ox, dito de outra forma, que ham wsa- 10 ou sobre a aproximacio de uma tribo inimiga, Informar parecia, portanto, ser a fungi primordial da linguagem. Mas como explicar aqueles momentos em que “falamos com nossos botdes", sema intengéo de Informar nada a ninguém? Como explicar a poesia, os tex re onada”? Enfim, como explicar todos os u305 menos objetivos da linguagem? [Na tentativa de oferecer uma resposta a essas perguntas, Jakobson ctiou o conceito das seis FungSes da linguagem, um desdobramento do modelo com nicativo, De acordo com o linguist russ, ainguagem exerce seis fingbes, cada ‘uma correspondendo a um dos elementos do modelo. Em cada ato de comunica- so,» @nfase recai sobre um dos elementos e, consequentemente, a fungio rela- ‘onada a ele prevalece sobre as outras. Jmagine uma situacio conereta: voeé quer def >ar um bilhete a seu marido (ou a sua esposa) pedindo que ele (ow ela) recolha ‘8 roupa do varal quando estiver seca. Na hora de compor o texto, é provivel que Capitulo | Modelo comuniatv efingtes da ngage ‘vocé ponha mais énfiase no assunto tratado — isto é, na necessidade de recolher ‘8 roupa — do que em qualquer outro elemento da comunicacio, Voe8 pode até ‘comesar estabelecendo algum tipo de contato com o destinatério ("Bom dia, amor!", por exemple), 5 difciimente escrevers linhase linhas perguntando ‘como a pessoa esti, eprestando todo seu amor por ela ou, aids, dscorrendo s0- bre as vantagens dos bilhetes para a comunicagio entre cBnjuges. Tampouco & de se esperar que vocé dedique grande atengio a elaboraga si — voc# nio vai procutar palavras que timem, por exempl tengo estaré concentrada em um dos seis Por isso, segundo a teoria de Jakobson, a juagem exercerd, esse ato de co ‘municago, uma funglo predominantemente refeencal ‘A fungio referencial ou denotativa é a que prevalece na maioria das mensagens. Ela é importante, por exemplo, nas noticias e reportagens dla, nas petigées e sentencas prepa- 180 dos paises, na comunicaglo empre dos jornais, nos ver radas por advogadose jufzes, na sari e na maioria dos textos que lemos e escrevemos na faculdade. A intengio 4e informar sobre 0 mundo ao redor, com o maximo de objetvidade, &a prin ‘pal earacteristca da fungi referencia, Para tanto, o emissor faz largo emprego dda 3 pessoa do discurso com carga subjetiva forte, como fofo,nojeno, bral Existem situagbes, porém, em que o emissor deseja fazer exatamente 0 la, seu) e, por outro lado, tend a evitar palavras ‘oposto: em ver de foraizaro exterior, ele quer usar alinguagem para dar vaz4o ‘seu mundo intemo,a seus sentimentos, desejos e sonhos. Nesse caso, aénfase recai sobre 0 pr6prio emissor, ea linguagem assume fungao emotiva ou ex- pressiva. Em consequéncia, redomina o emprego da 1 pessoa do discurso (eu, (Bes (a, pura, tomara) e de sinais de pontuagio que 20 texto, como o ponto de exclamagio e as reticéncias ‘A fungio emotiva é comum em poemas letras de can We sd met ‘A Enfase também pode recairno ina — reme POIO Oposto 20 do emissor, ou seja, no receptor. Nesse caso, dizemos que covet aqua, ormentanemoss Lagye "OTH ks a linguagem exerce fungioGonativa cu apelativa jé que aintengio & ape- lar 20s sentimentos ow a razio do destinatrio, para que ese tome determinada atitude. O exemplo mais tipico disso sio os anincios publctétios, pois eles sem- Comanicaio etingvagem | ‘pre pretendem que o receptor fagaalguma coisa — em geral, que compre o pro- dduto anunciado. Outros exemplos s30 os conselhos e as ordens:"Tente ignorar ‘esse vizinho fofoqueiro”,"Beba todo o leite”“Ande logo!”. Como voc® pode per- ceber,0 uso do verbo no imperativo a marca registrada da funcio conativa, As vezes, a intengio do emissor & apenas estabelecer ou manter aberto 0 ‘anal de comunicagao. Nesse caso, dizemos que alinguagem exerce funcio fica Sto exemplos disso as frases que dio inicio a uma conversa, como” af? Tudo ‘enundiados que usamos para nos comunicar. Na lingua portuguesa, assim como em qualquer outro idioma, os falantes precisam percorrer dois “cixos*para cons truir enunciados: 0 da selegao ¢ o da combinagio,conforme mostra a Figura 1.2 Imagine, por exemplo, que voe® veja 0 cHozinho de sua vizinha atravessar 0 portio em diego rua Para formmularum aleria& senhora, voce precissS,primeiro, selecionar, dentro do repertério de vocdbbulos oferecdos pela lingua portuguesa, ‘sucks mais aceon stuns. 12 mst spuds pon dade (Copulo | Medel comune efargbes da lng.agem Z (Os dois “ios” de qualquer Ins: slesio e combinagio. ] + para refecie-e & ago que ele praticou, voct pode escolher os verbos f- spi CContudo, nio basta seleionar as palavras:é preciso combing-las de um modo que o receptor entenda, Se voé falar, por exemplo, “O fugit cachorrinho", 1 comunicagioficaraprejudicada CConforme veremos no Capitulo 3, as possibilidades de combinagio no so Infinit, porque a lingua portuguesa impée certasregras natuais, como a colo- cagio do artigo (0) antes do substantiv (eachorinha). Mas alguma varagio & ppossfvel Voce poderia, por exemplo, inverter osujeito¢ o predcado: ‘ emissor percore esses eixos da solegio eda combinacio com extrema cuidado. On, to de outa forma: quando a fngtopottin redoing, a pleas da lingua nfo sio selecionadas nem combinadas ao acaso, Toda € tem um motivo particular; por isso, & quase imposstvelreesct 7 tico de outra maneira. Observe, pr exemplo,a primeira estrofe de um conhect- do soneto de Cases? 0 pot eomina note de comic Comenicagoe ingen ‘Sete anos de pastor Jaco seria Jacé trabalhou como pastor de Labo durante sete anos. abso era pai de Raquel, ume linds moga que viva na secra Mas Jacd no exiavainteressado em agradar 20 pai sim lh. Ee esperava, depois de tanto trabalho, oder tf-a como expose (Obviamente, a repetisfo do trecho “consuiniamVconsumissem nos penosos Infernos das minas de ouro das Antithas"ndo € acidental. A selegdo e a combina- ‘lo das palavras nessa frase foram fetas com todo o cuidado, afi de Ihe confe- tic 0 méximo de impacto e ironia, ara comprovar isso, basta observar como & fase perderia toda a forga se fos elaborada de ontra maneira: £m 1517, 0 Padre Bartolomé de as Casas sent pera dos nos que trabalhavarn nas rina de ouro das Antias propés 20 imperador Carlos V que imporasse negrot Para subttutos, | | 1 (Ceptlo Modelo comunicatveeinges da lingagem A Fangio poética também esté presente em provérbios (YMuto ris, pouca iso"), em trava- Uta! Trabael 0 da todo Estou pregadel (Os antgos navegadoresorlertavam-se pelos atr0s. Rormério e Ror fram astos da seco. sinais. Observe, por exemplo, os verses inicais de um conhecido poema de Fer- nando Pessoa:"O mar salgado, quanto do teu sa So kégrimas de Portugal!” A ooh esses versos nio € denotativa;afinal, 0 sal do mar, abviamente,, ao € formado pelaslégrimas dos portugueses. Fol a linguagem conotativa, com enprege dat palavras em sentido fgurado, que permits formar essa metéfora Sinica, que associa o al marinho &s Lagrimas do povo portugués. a Conunicagio e ingeagern CCapulo | Modelo comurctioe fangs d aguagem 1B 1Na Figura 1.3, voo® enconta umn esquema das seis fungBes da linguager, com suas principals caacteristica. Vale ressaltar que é mut dif existirum ato comunicalivo em que a linguagem exerga apenas uma dessas fungBes; na grande rmaioria das vezes, cbservamos vérias fungGes a0 mesmo tempo. Hi, poném, uma hierarquia entre elas, na qual uma ou até duas sfo as prineipas, enquanto as de ‘mais so secundétias. Por iso, falamos em textos predominantemente referen- ais, predominantemente expressivos, predominantemente apelativos e assim por diante, rere do eis lero * wo do ingest: fsa, ca, carpe: xo do vou (oma FUNGAO CONATIVA receptor atorar ou APELATIVA (ease no rept) Aetermina tude, (Cocerevee #9 © Segio2 Criticas a0 modelo comunicativo CConforme vimas 0 modelo comunicativo tev origem nas pesquisas de Claude Shannon, um engenbeiro que buscava melhorar s transmissées entre aparelhos de telecomunicagao.O linguists Roman Jakobson achous que ele se aplcava também & ‘comunicasio humana ecriou, assim, as teorias que acabarios de comenta, corre que, com 0 passar do tempo, o modelo de Jakobson pasoou a ser crescentemente questionado, Discutiremos as principais ciicas que ele recebext respeito identifica 0 que o modelo pressupunha entre miquinas e seres humanos. No segundo, { em dois tépicos. No primeira, comentaremos as que Comerlarmos as eens referents bsemelangs, tab preeup rove ene angus nature a nguagem artic ds computdo'e, Emissor e receptor: estaveis como méquinas? © principal alvo das erticas contra o modelo de Jakobson era a natureza excessivamente“esquematica” que ele atibusa & comunicaglo, Afnal, de acordo (0 REFERENCIAL ou DENOTATIVA (fa no referers) Irene de ems infermar sobre 0 mundo 30 redo da manera rae bjtva pose ‘hers do cig so snds paar sobre 0 pcbprio cig + de espas ou uta cesaque not tes menconso: oe sabe esr “vcgo"? + sonore — a mensage tem um io parc, eves, mas ‘ emocege da conta, com metilorse ours furs deinguagers + oemisor basa bar conato com oreestr ou vertar shi rides + enprege aredoiarte da 3 pessoa do dss (seu + povco no de palas com carp ube fre + as mansagens tem pouco au neshum contedo fora: Freangb do ras quesionar ou coment 0 prep cig Semprgo és pena | Groctertece FUNGAO METALINGUISTICA (Eric no cis) Saiba mais Irene do esr seleerar as abs e rz ro enuniato de maneia cha, Coronerevene Irene do ens exabelecer ov mater aero o cal de comics. FUNGAO POETICA (fase narmensge) Covers FUNGKO FATICA (inte 90 car) fur ona, pornagio ge ‘erfrem skjebide de excmasioes reno (geo oh chs.) dacs eu, com | + sod areas, (Gee no emis) | tego do emssor dar vacio seu mundo serimertce, desi: FUNGAO EMOTIVA (ou EXPRESSIVA (+ Figura 13. As seis anges inguager, | inter a seus | esenhos | Coors: Roland Barthes (1915-1980) 7 Comureag @taguagem com esse modelo, 2 mensagem seria como um“pacotinho" de informagées que sal da boca do emissor e, se nfo houver nul, chega intacto ao ouvdo do recep- tor.1sso pode se apicar muito bem a pacotes de dad pra outra, mas ser que se aplica a seres human Ao contri das miquinas, ue saem todasidénica da linha de montager, lum ser humano munca ¢ igual a outro. Cada um de nés tem sua personalidade, faa cultura, sua maneira de ver 0 mundo, E iss certamente inBhencia 0 modo ‘como produziios ¢ entendemos as mensagens, Outra diferenca entre o ser humano e a méquina é que, enquanto esta fun ona de mancia praticamente idéntica ao longo de toda a sua vida vt, o ser iados de uma méquina hhumano desenvoive-see transforma-se com os anos —o que também influencia ‘sua produsdo e recepsio de mensagens, Experimente reler um lio que voce adorou aos 15 anos de idade; 6 bem provével que hoje cle néo Ihe agrade tanto. A ‘mensegem é a mesma, mas woo? muidou. tumano ngo muda apenas a0 longo das fases da vida, ‘Madamos a todo instante, conforme as circunstincias extemas e nosso estado de expirto—e a maneita de nos comunicarmos vai midando junto. Todos 5a- ‘bemos como ¢ dif entender um texto quando estamos cansades ou deprimt- produair mensagens” quando estamos conversando que nos fascina tanto a ponto de nos deixar sem dos. Assim como é com aquela pessoa esp palavras Ao considerar todos esses fatores, perceba como estamos cada vez nos afastando mais daquela visio esquemética da comunicasio, que a concebe como uma mera transmissio de informacBes entre um ponta ¢ outro. Mas ain a crthieas a fazer. Aém de nao serem iguais entre si, nem sequer "i mesm09 a0 longo do tempo, os seres humanos, por vivesemn em uma Sociedade complexa, exibem outra caracterfstica peculiar, que toma sua comu- ‘icagio impossivel de comparar & comunleagdo das méquinas: os seres huma- "os ocupam determinados lugares na sociedade — e isso alteraradicalmente a ‘maneia como seus textos sio produzidos e recebidos. Para entender essa ideia melhor, observe a Figura 1. Nas duas cenas, © emissor ¢ © receptor sio exatamente os mesmos. A mensagem, também, '0, seu significado alterou-se de uma cena pata a outza. Isso ocorreu Porque, na primeira cena, nossos dois personagens ocupavam o mesmo lugar No ent Social: ambos exam funciondrfos da cozinha de uma lanchonete. Na segunda Capo | Mado comico e hngées da tngiage Figura 4 sip da mersagern e 0 lugar socal ocupado pelos irterlocutores, no, passou a ocupar um lugar diferente, hieranq _A mensagem formulada por ele nesse segundo m se exatamente as mesmas palavras, na mesma seq) cena, um dele superior ao do to, embora conti adquiriu outro significado, porque agora ele detinha autoridade sobre o ex- -colega Pedro, Se, na primeiea cena, a mensagem icava apenas um paido feito por ima ordem ou até mesmo win na segunda ela n vez de apenas “Ande logo com, nha vida também", porque eu estou mandando e, mnensagem passou a signifcar “Ande logo com: se vost nao 0 fizer, eu posso até demit-lo’. Em consequéncia, a reacko do re- Saiba mais Aldea de que 6 hii: 3 ‘Comunicagioetnguagem ceptor & menssgem foi completamente diferente — e a Figura 1.4 no deixa Cédigo: inequivex 2 Por enquanty, -spusemos se ditigiram apenas a tos do mot fe Jakobson — 0 emissor € o recept podem se exemple, {ual o emissorcodifcaria suas informagdes. Poderia ser um sistema. como os usados durante a Segunda Guerra Mundial poderia sero con} sinais do c6igo Morse, usaco nos teléprafos antigos; podetia ser até: mesmo uma nico interesse era descobrir Jmumanos, conseguimos entender as mensagens 8 naturais porque levamos em conta o contexto, ¢ nio ape- Capo | Modelo counicatio ender ngage ” cakes © sgrcados ern outros egos LINGUAS NATURAIS ‘outros cépicos | | Um sgneante (Um significado Erte rosso nagiaca . cere sigifcotes esignfcodes, Umsigiicate —Mitpossignifeados ete relay neguiaca respons sca. cstrutura de concreto. Se vocé€ engenheixo eo responsivel por um porto Ihe *Precisamos colocar uma ponte mével aqui” vocé sabe que ele esté se referindo pessoa nfo estélteralmente”pregada”a um pedaco de made esim Iti ana nga sar meno ipo de ded porns i fa simples Qi dig ede don ptr dead atm ot eit no computador caps humana de sume comprende =QISSanby-“e emulpiinze” Be declucdce dr pala bo ge det. Se te profesional Fn mde eperinen fame eng 3 < (mathe) + pure LEC ‘radu come: "Nao quero er um desmancha-prazeres, mas voc) preisa(m) dormir cedo hoje". A mloria dos sftones gratuits de tadugio mio capta 0 sentido figuado etraduz a fase como:“Nio quero serum cobertor molhado, ‘as vce() preci) dormir cedo hoje’ ‘isa bem da verdad, no compreender a sutras das lingua naturais ‘fo 6 uma excsvidade das miquinas. Frequentemente, ser humano também dena de compreene metsforay, oni otras figuras de inguagem presentes nos textos alheios. Nao ao alguém se quesar de que estava senso inc a0 fazer determinada deciaraio, mas seu nterlocitorno entenu elevouo enn dado “ao pda eta’. (utr causa comum de mal-entendidos & a no cornprensio do implictos ‘ou pressuposis. Se voce pergunia a lguém seem hora’, por exemplo no e- era que peson he responsi tenho", ma que he informe as horas. oa Snplsa ou prsupsto na sitngaoconnnicatve. Da mesma manei, se alguém age) podtia ise ma mensage. + Denctagdo & 0 emprego 6as paws erm seu sentido mais comum, Ser. Ela se ops a conotago, que & 0 emprego das palaras em um sentido diferente gad + © modelo comunizatva de Jakobson fi erticado por equiparar a comunicagio humana i comunicago entre miguinas. Esaidenticago no sera postive, porque (os seres humanos, ate soins oes Lum mero proceso de cadcagio e decodicagio de informagées, pis © receptor ‘também preci se empenhar para atibui sigificado 8s mensegens. + leformatividade & 0 grade informagio que uma mmensagem contém: quanto mas inesperada el for, sis informatvaseré —e também, mais dil e ser comic da. O conceit de informativcade est inimamente fgado 20 principio da econo mia; de acord com tl principio, nossa mensagem deve comuricar apenas dados ‘novos, elevates. A econceria total, porém, &mpossivel,devido & exten der dos, ito 6, de intereréndas na comunicacho que impeder 0s interocutores de interage com feds, Pra amerizar of ruts, poderos recocrer aos mecanismos de redundén (epetigio) Atividades Atidades 0 |. Identiique os seis elementos do modslo de Jakobson presentes nos soguintes +0 mosielo comunicativo de Roman Jakobson origncu-se da teria matemitica da comunicagio, cada em 1948 por Claude Shannon, um materitico © engenhiro rico que buscava torr ris efiente a trarsmissio de informagbes ene mqui- nas. O modelo descreve a comunicago como um exquema em que esto presentes ‘eventos comunicatves: 1} emum exo de utebolo placa eltrtrico informa que o jog ests empstado por zeroa zero 1) um turita brasikro, que no fala uma paleva de alemso, esi em um bar de ) t j ) [ 2% Comunicago e ingger 2. Observe embalagem de cereal matina a segue Qual fungo da inguager predomi no texto da frente da embalagem? Eno texto da lateral? (Nem pra Cana vocé también!) qual outrafuncio exerce um papal So impor- ‘ante quanto esta? Por qué? Imagine que a seguinte manchete estivesse na primeira pigina de um grande joa (Caputo | Model cmanicaio efungs da guage Explique como seu significado mudari, caso ele fosse pronunciado por: 4) um mécico que faz pesqisas patrocnadas pla fabricate do remo; ) uma agin de snide independent; uma dona de casa que torna 0 remésio hi muitos anes 16. rie trés frases com cada uma das plavras a seguir, Em cada frase, a palvra dove spresentar um significado diferente 7. Relela as frases que voe® criou a atvidade anterior. Em quais dalas a palavra Indicada tinh sentido denotativo ou literal? E em quals nha sentido conotativo ou figurado? 8 Quilaprncgal informa que ica implca ou pressuposta nos enunclados seg? 2) Sempre gost de homens aos, mas acabei me casanedo com o Roberto. 1b) Que bom Agora pocerernos frequenar restaurantes cars! (©) Mina praia mather era va, 9. Qual das mensagons a seguir & mais informativa? Por qué? Gmarreweina Omerenerrean | 10. Meebo mio pio onde uma agit com aia || SHANNON, Cade E-Amatherstial 2 SHANNON, Caude E: WEAVER, theory of communication. The Ball Warren. The mathematical they of 0 ‘ammuniatin. Uroaa (Il: Uniersty of Bat Oc 28 Comune ngage 3 CAMOES. Lia. Slagto, prefio e nota de Masand Moss, So Pao Cate, 1999. p 108. 4 BORGES, ge 6 FOUCAULT, Michel. A adem do andve do dsc. S30 Plo: Corte, 2008. 8 ECO, Umbro. Oper aperta. Mino Sopa, 1962 Capitulo 2 VARIACAO LINGUISTICA E REGISTRO Objetivos de aprendizagem stabelece 2 norma padréo de ura ng. sforassioesigratzados por qu ios que podem ser usados para ara a ar ferengas entre orale esr. es de registro relacionam-se 3s demas Communicate olnguager regional fia se torar um diet, ¢ os diets acabaiam viando também nowes Frguas. Desse modo, no Bras, no tefamos mais 0 portuguts,e sm o balan, 0 _gauchés, 0 pauls. “Tas ftos no ocorem — ou, pelo menos, demoram muito para ocorrer — porque também hi uma fore cetrpeta atando sobre alingua:€ a forgada conser: ‘vaglo, exercta pela escola, pela imprensa, polos documentos oficais € pela propa ‘wadio cultural e terra, que une os povos fears do mesmo idioma, Neste capi- {ul vamos estudar ess dus foras, em como o nue e complexe equlbio que se estabelece entre els, Contetide do capitulo Segio | Tips de varia ngistica Seg 2 Varago dcrrica (istria) Sogio 6 Varagio data (registro formal eiforma) @ © 6 Seco! Tipos de variagio lingustica Imagine que um divetor resolvaproduzic um filme sobre a histria do Brasil. Ele comecaré com a chegada dos portugueses, em 1500, depois retratard o inicio do ciclo da cana-de-agicat, importagio de escraves africans, os bandeirantes, a descoberta de ouro eassim por diante, até chegar aos dias atuais, Imagine ago- ra que novos diretoes, nspirados por esse filme, resolvam fazer outros, cada win deles retatando um momento especfico da istéri: um filme sobre o ciclo da ‘cana, outro sobre 0 cclo do ouro, outro sobre a chegada da Corte Portuguesa, por diane, ta um processo ao longo do tempo, quan- specifics, encontraremos uma série de variagBes na sociedade. No primeiro caso, perceberemos que a sociedade brasileira mudou — e muito — ao longo dos séculos. Os indios foram dizima- dos, 08 escravos foram libertos, a mulher entrou no mercado de trabalho... sso Capitulo 2 Vasiogo inguin eepitro para clas apenas algums das ltrages mals importantes. Nos outros filmes, notaremos que, a cada momento histvco, a Sociedade se apresentava multi. cetada, abrigando grupos das mais diversas origens, ocupagées,frmagées € costumes. Ino, eden fos apn apenas sod bili Td a sone sorption vit GERRDK 0 rudam ao logo do tempo —quanto do ponto de vista: to 6, em um mesmo momen to istérico, elas apresentam diversas realidades simultineas. Ora, se toda sociedade & heterogs- nea, a lingua, por constiuir a“expressdo da cons- india’ de uma sociedade, obrigatoriamente deve s@-lo também! Por isso, podemos afirmar = variagbes diat6picas (do grego topos, “lugar”) — sto aquelas relaco- nadas & regio onde ofalante nasceu ou mora; ‘+ variagbes diastréticas (do ltim stratum, "camada") — sio aquelas ce- Jacionadas& camada ou grupo social a que pertence ofalante; + variagdes diamésicas (do grogo mésos,“meio") — so aquelas cela- cionadas ao meio pelo qual se dé a comunicagio: oralmente ou por escrito; ‘+ variagies diafésicas (do grego phisis,"modo de falar”) —so aquelas telacionadas 20 estilo: um mesmo falante 6 capaz de se expressar de ‘modo mais ou menos formal, informal, rude, simpstico, infantiizado e assim por diante. {A Figura 2.1 dlustra todos esses tipos de vaiaglo, 0s quai serdo abordados, ‘um a um nas proximas segbes deste capitulo, a LU ae. 2 Comonicaso ngage Figura 24 Tipos de varias lngisica. ‘Variago diacrénica (histrica) ~~ Aolonge dotempo =) Para afilologia, a resposta é simples: o rotacismo — isto & a troca de um. som, especialmente o I ou o 5, pelo r— & uma ca sistca inerente & lingua portuguesa. Tata-se de uma tendéncia observada hi muitos séculos, desde a evo- Igo do latim ao portugués, como comprovam os exemplos a seguir: ptm ts Yo Bling re 5 | ot oe ridided “os Winakiny 1 Snares | prazer andy > brad Aguas das formas hoje considecadssin- cometas, como fut face, cea inchsive, 4 faer parte da norma cuta do portuguds. Prova disso & que elas const de wm dos principals meme canr, sMoona, nas mefitinel®” carey teratua de lingua portugues: 0 poema A coreandincia conaggacar plas ice Os sis de Cambes,datado de 1572. Veja? copula 2 Vargo isc reir Ennio de agreste avena ou fata Doengas fechas. troweserdentes Por que esas formas deiearam de fazer parte da nor dominios, que che jugaram os povos da ‘Assia, das ilhas melt mente toda a Europa ‘A medida que soldados, adminstadores e colons tomanos chegavam 3s repiées dominadas as populagBes locas logo percebiam as vantagene de apren- lental tomaram-se bilingues, 1 férum romano, frequentadas pelos membros da atistocraca [rao latim vulgar, falado por plebeus, , principalmente, em uma nova e poderosa instituiglo: a Igreja Catslica, que se incumbiu de preservar a cultura cléssca durante toda a dade Média, (06 9.6.- 48 dC.) uta ms Capitlo 2 Varta nga esto 3 [No caso de Portugal isto ocorea aproximadamente: ‘ses quace dois séculos, os cistioa do norte, que haviam te ‘mica ¢ falavam um romance denominado galego-portugués, rumaram na rego su, expulsando os érabes ¢ retomando o temitio. O processo tenninow com a reconquista da cidade de Faro, no extremo sul, e dew a Portugal limites _quase idénticos aos atuais, Durante sua progressdo para o sul, os combatentescrsties disseminaram galego-portugués, que se tornou o idioma dos primeitos documentos ofciais da ‘nova nagio, Nas cortes de D. Afonso X,D. Dinis e outros, 0 galego-portugués também expressou a primeira manifestagio litedtia de que se tem registto no Estado portugués — as cantigas trovadorescas, como esta a segui® | i [ sida para cidades mais ao sul, até chegar a Lis- igués modemo, Na época em que essa lingua chegou ao Brasil, dois importantes fendmenos estavamn ocorrendo: a rlatnizagio e o estabeleci- ‘mento de uma norma padtio. ‘mando sua identidade como linguas nacionais e passaram a ser accitos no ‘mundo letrado. SA wees Comunicago engage Relatinizacao ‘Un dos mormentos mas marcantes da Renasceng exopia fia edesco- ‘mos por que as mutase frechas de Cam@es foram substituldas por flau- tase flechas, + aincorporagio de uma série de formas eruditas, consideradas mais ade~ ‘quadas para tratar de assuntos cientfcose intelectusis; por exemplo: * a recuperagio da forma latina na formacio de palavras desivades —na ‘oxmagio de gradual, por exemplo, recuperou-se od que havia se perdi- do no portugués medieval: + arecriacéo de superlatives em -esimo,-érrimo elmo, como notlisimo, agri e difimo; + aformagio de advérbios em -mente, como formalmenteerapidamente, lecimento de uma norma padréo, isto 6, um conjunto de regras que ditaria ee dake, Ye Na Figura 22, vos enconta um resumo do que aca- Ceemamieny ‘amos de estar sobre a hits do potagus europe. (© portugués no Brasil ‘Quando os europeus chegaram as terasbrailei- velar “poring 1a estma-se que estas abrgavam mais de um milhio de indigenas, que falavam cerca de 300 linguasdife- rentes? Embora a exterminagio dos indios tenha assumido um imo espantoso desde o primero século de colonizagio, els ainda se mantiveram em superior 38 Comunicago engage dade numética durante um bom tempo, 0 que obrigou os portugueses& aprender das de portugués a uma generosa dose de tupi—era a chamada lingua geral ou lingua brasilica, PPredominante na regio que hoje coresponde ao Estado de Sao Paula lingua [Na Figura 23, vocé vé um resumo da taj histérica da lingua portugue~ sa no Brasil, Coplo 2 Varago nga e regio Figura 23 Princpaisfases da evolugo histérica do pocugus bras. CComparagio entre portugués brasileiro e 0 europeu Comparando © portagués bras 20 europe, 08 fil6logos detectam no rimeiro das tendéncias um tanto paradonsis Por um lad, o prtugués braslel- 1 apresenta uma tendéncia conseroadora, na medida em que preserva tagos do portuguésfalado & época do descobrimento, alguns cles extints em Portugal Tor example: nés, brasileiro, pronunciamos as vogas étonaso€ em final de Saba como se fossem,respectvamente 1 —uma pronsincia que era comm entre os portugueses do séclo XV Ou sej: No Quaco 21, esto listadas essas e outras marcas caractertsticas do postu {guts brasleico,decorrentes tanto da tendéncia conservadora quanto da inovadora. 43 Ws (ot continua sendo usd em contexts infra na maior parte a locgio estar + gerindo para iar agio em cura em vez de exar infritve, como € comum no porugués europe): esto contande, © rio [| 6 Uso de i (ou chegr) + em: fi aa pro, cheguel a escola (em vez de fl volta do sfculo XV, os portugueses sentra a ne- cessidade de estabelecer uma norma padrio para ‘sua lingua. Ora, desde o infcio deste capitulo te- mos afirmado (e comprovado) que, em qualquer ‘momento histéxico, a lingua de uma populago & ‘um feixe de variedades. Com 0 portugues do sé- ‘culo XV no era diferente: numerosas variedadesregionaise socias eoexistiamn no ‘pals, Se os responsévels pelo estabelecimento da norma contemplassem todas clas, seria impossivel obter a almejada uniformidade. Era preciso, portanto, fazer de que é (ou pelo menos se supie que seja) [No Brasil isso definitvamente no ocorre, pelos motives que acabarnos de Comuricagde «hngagern Parag eee aah cel eens ees sade: Xie, akgins des minvor _Brasl que refltisse os hibitos dos nososflantes ey Teproduzindo as expressses e construgdes que ou- vem diariamente, inclusive dos falantes mais eul- Clade 2 Vaatoingtiae rego #8 © Seco 3 _Variagio diatépica (regional) ‘Tendo conhecido os principais| lingua portuguese, ficaré mais fel ent ji vimos, esto ligadas & regio onde o falante nasceu ou mora, O Quadko 22 presenta alguns exemplos de vaiagBes diatépicas observadas nas diferentes e- ‘ibe do Bras. ‘Alézn de aparecerem espontaneamnente a expresso oral eesrita das pessoas, (0s regionalismos podem ser usados para provocar determinades efeitos estlis- ‘cos. Suas prinelpaisfungbes,nesse caso, sto: ‘+ Dar verosinithanga aos personagens de um texto ficial — telenovelas regionals, como Pantanal (Rede Manchete, 1990), Cabada (Rede Globo, 2008) © Araguaia (Rede Globo, 2010), s80 um sucesso de piblico no Brasil, Para tomar seus personagens verossimels — ou ae, eiveis, plausfvels —, 0s produtores dessas navelas conduzem amplas pesquisas linguistics, a fim de identifiar as expresses mals comuns onde se passa «a histériae incorpori-las 2s falas dos atores, Esse mesmo processo pode ‘corer em filmes, livros e outras produgdes artsticase clturas, (sian doses em pls como fst oe ‘A forma tu vse, wsada em certas pares do Nordeste no agar a candrica w vie A orea tu ze (com cancorincia eg), usa em certas 4S AO] aR tos fats bigodes lps ass da oreha—e, do de Tds-8- Montes, om frases repletas de "Ora pis"e “O pi. Osesteredtgos so es par aracterzar os tpose, porisso,sjudam a roduziro eto humorist. + Aproxnar um esto publstro de sex ptic-atvo ~ alguns anos atta ‘tina TV Guat, sedida em Foto Alege, publico wm anno para snumentar a audincia do Gaucho, 0 Campeonsto Gatco de Futebol ‘A fim de despetar a simpatia do pabico, 0 texto do ansinco audi @ capretsdeseelerents tipicos da cultura gach: {vives corendo que nem lous par leantar 0 caneao. maga se fosie una aia, Gaucho da TV Guba. O creo completo Quando os egionalismos néo cumprem nenhuma fungioestilistice,convém «eté-los em contestos formats, Em primeizo lugar, porque podem prejudiar 0 centendimento, caso os interlocutores no 0s conhegam. En segundo lugar, por- ‘que alguns dees sioestigmatizados, ou sea, idenifiados com segmentosdes- prestgiads da socedade. ‘A explicago para tal estigma esté em ua importante distnglo dento da -variagio diatépica:aquela que existe entre flares rurasefalares urbanos.Tha- dlcionalment, no Brasil, populacio do campo enfrentou condigbes pores que «da cidade, tanto pela renda mais baia quanto pelo acesso mais fc educa- 80, Foi por causa dessa situacio desfavordvel, lis, que muitas familias ampo- ‘esas migraram para 0 meio utbano. [Nem todas essas familias conseguiram ascender soralmente nas ciades “Muitas fram confinadas@ periferia, onde o acesso & escolarizago € a outros _servgos pics continuou preciso, Por isso, € comur encontrarmos marcas da fala rural em plena metxépoe, especialmente nos bairos mats pobre. Jastamente por stare relacionadas as camadas de menor renda eescoari- acio, esas maxcis da fala rural si, como dito, estigmatizadas. Reva, por cxemplo, duas caractristicas do portugués brasileiro citadas no Quatto 2.1: 8 teanafermagio do lem final de sfaba em u(pronincia insti de mal € max) © en © 96 Seco 4 Variagio diastritica (social) ‘Quando o assunto é varia social, muitas pessoas imediatamente pensam zo contaste entre variedade popular e vaiedade cult, ou sj entre a fla dos pouco escolarizados ea dos muito escolarizados. Contudo, as vatiagSes dastrati- «cas vio muito além disso. Considere, por exemplo, a falas a seguir: ‘+ Grupos socais —aseategorias profissionais so um tipo de agrapamen- Comuriito eninge | CCaptulo 2. Vargo nga ego CCertamente, por meio de cada uma dees vost consegue deduziruma série = @ @@ Segéo 5 _Variagao diamésica (oralidade e escrita) ceri dare reser pl nf de ‘Uma das confuses que as pessoas mais cometem no campo da variagio Linguistica 6 acreditar que oralidade 6 sinSnimo de informalidade, Nada mais en- iganoso. Conforme veremos no Capitulo 8, existem varias situagdes na vida aca- nicagio escrita, existe uma defasagem entre 0 momento de produsio e 0 de recepsSo. ssa diferenga fundamental traz vantagens e desvantagens para cada mo- dalidade A vantagem da. ‘na comunicagéo oral é que ela nos permite + anegociagio do sentido: One vert is recom il Fuqua daar ue. ‘mas marcas alusivas a ertas profissBes ow ocupacdes. A vasiante in- + eacorregio, que pode ser pontual tipica de um grupo profisional (as vezes ininteligivel para o3 "“eigos") & chamada de fargo. Sdo exemploe disso 0 “corporativés"e 0 “economés" t { | ssn iimortier mesos + Profssdo —as falas que demos como exemplog nos baldes trazem algu- to socal, mes eistem vétios outros, especialmente entre o8 jovens, & ‘ada um deles pode apresentar marcas lingulsticas especticas. Pose, Se notamos que o interlocutor néo est nos entendendo bem a conegio por exemple, no lingua prério de grupos como suis, eran pode implicar uma verdaeiraparsfase: 0s, fis de mtisica sertaneja, fas de quadrinhos japoneses e tantas outra *exbos"unldas por vriostpos de afnidade, Tene vost no et ee wenn erie enter our rode ” YR “ Comunicagio e inguager Bases mecanismos nfo so acionados apenas por palavras, mas também por estos, expresses facia olhaes Basta nosio interlocutor nos oar com “cara de ponto de interrogacio" para sabermos que no estamos sendo compreendi- dos. linguagemnnéo verbal nos pert, também, complementa 0 sentido da verbal: entonagio, gests, referencias a elementos do entorno — tudo isso ajuda ‘tornar a comunicagto oral mas ara 1. comunicago carta no conta com nenhum dessesexpedentes, © autor ARES Ny pels: 8es om lives e textos na Internet; mas, se esté apresentando um seminério, 96 pode contar com suas anotagSes e a propria meméria ‘A possibilidade de prodizr textos mais bem-acabados gera, também, maior cobranga na expresso escrita, Em outras palavras,tendemos a ser bem menos No Quadro 2.3, apresentamos uma sintese das principals difeengas entre oralidade e eserita, Quadro 23 Sintese das princpsis derengas ‘O momento de pradugio eo de recepgo do texto siosimulnecs. (autor deve antecipar posses vidas olor e tratar de exarect asa no momento de producio, E possivel negocio sentido corn intertocutore, também, coer, ere OOO ny Z impossiel "volar aris na que fdto. | E possvelrevsaro texto quantas vezes| foc necessiio. © processo de produgia € ransparente: | O processo de producio fa oclto: © interiocutr V8" seus eros © letor tem acess apenas ao text fal. cotregbes Eimpossive! consulta outras Fontes: E possivel corsuitar outrasfontes e checar durante a produgio. a inlcragbes. ‘O planejamento & local: enquarko esti | O planejamento & global: a pessonpaneja ‘iando uma frase, a pessoa persara | lento como um todo e, caso se deve peta, do plano nicl, pode acelar a nova ‘order ou volar até, “nde a haver maior tolerincaa eros | Tende ahaver malor cobranga e, portant, mais informa. portant, mas formalde, ‘A dbedienda 3 norma paddo cosuma | Anorma padtlo costums ser seu ser menos rigid. Por exemple as marcas. | com mais igor até porque & possvel de plurals vezesdesaparecer, revisar 0 toto ‘Predomiio de frases curtas e simples: | Predomiio de frases longas e complex: “Bom da, pestoal! Hoje agente vai dar | "Para a primeira aula, ests prev ura ura recordada na equagto de segundo | revsio dos fundamentos de ilu, 3 ‘au. Vamos abriolvo a pga 10 | comegar pela equego de segundo gra que eu exo hco” (Os alunos resoherio ua série de problemas em sl, soba supervisio do professor FPredomrio da voratva eda ordem | Uso frequente da vo passa eda ordem Greta: “Vamos revsa 0 fundarnentos Ge | increta: “Serdo revsados os fundamentos lao” e cleo’ ‘Atundinda de rases quebradas” sor Unearidade na composigio das (aracoltos:Essas opatnas, precisa | fases: “Para inscreverse nas dispiras| fazer 0 pré-requisto primeira’. ‘opatvas, preciso ter curprido.05 préreqisis” Fonte: eaboraio pris com alge dios de FAVERO; ANDRADE: AQUINO, 1999, p74: OCH, 1997, p. 68:69, rr Jo 2 Varo linia eegitro 50 Comunicagto 0 ngage Capitulo 2 vaaolngtia eet ener std acostumado a falar “Cheguemo”, no tribunal talvez fale “Cheguemos” ou 0 © Segdo6 Variagio diafésica (registro formal informal) ee ee ee ‘Antes de voc comerar a Ter, uma advertEncia: esta iltima segdo 6 a mais [esse momento, olavrador estar, portanto, wsando uma vaziedade linguls- > importante do capitulo, pois dé um sentido prético a tudo que estudamos até ‘ea popular em um registro formal. Poderfamos apicar esse mesmo racioenio a 7 agora. Binal 0 objetivo deste lo ajuda ‘todas as variagbes sincrdnicas que estudamos neste capitulo: ‘por mals que estejaacostumado a falar “tu vise" entre amigos e fami- liars, um executivo recifense difcimente usaré essa forma em uma reuniio de negécios; ida que exteja acostumado a falar “ado” "46 igado?” corn 08 co- legas um jover estdante deve evtaresss formas em uma entrevista de empregs; ‘+ embora 0s homens tendam a “eax” mais a concordénca do que at mulheres, em uma stuago formal &provével que eles presten tanta atengioa esse aspecto quanto elas 7 Bares ona [Bester dois fatoscentrais para 0 estudo do registro. primeiro & a varia~ ‘es de registro perpassam todas as outa variagbes. O segundo &: nfo existe 70a visio radical ent stuagBes formais informal sim wm continuum de formalidade, Nas duas subsegées a seguit, examinaremos em detalhe cada um a [Em resumo: todas as variedades lingustcas t€m registros mais formais e ‘menos formais, Ou, dito de outta forma, eada um de nés pode falar e escrever de Oregistroeas outrasvariagdes mania mais descontraida ou cuidada conforme a situago comunicativa inde- feadeiemerte de terme mai ou ena exczado, de oreca fran raquela regio, de sermos jovens ou velhos, homens ou mulheres. Imagine que tm laadoranafabeto sea convocado a comparccer em um tsbunel para dar um testemunho em determinado caso. Mesmo sem te jamais frequentado a escola o homem vai perc ques trata de uma siting formal «em conseqund, a expresar-se de maneia mais cuidada, mais monitorada qe sabia ‘dao ue ele nfo conseguir obedecer& norma cuts to bem quanto wn indivguo com escolarizaio comnpeta, nas cetament tentarg esol ecombi- nar apalaas da mania que julga sera ms comet. Assim, por exempo, se ee © continuum de formalidade B comum falarmos em regio formal nformal como se fssem des polos poste, e como se fosse posivelditnguir itidamente um do outro. Contudo, ‘uma reGexio mais atenta mostra que as stuaées comunicativas em que nos en- ‘volvemos podem exiir um grau bem variado de formalidade. Por exemplo, uma conversa com um colega de trabalho que voc acabou de conhecer no € 80 in- formal quanto uma conversa com um colega antigo — mas é menos forml do ‘que wma conversa com o dono da empresa ‘Alem disso, ser informal oralmente & diferente de ser informal po ese Conforme vimosna seco anterior, modalidade ora e eserita da comuniagio {tm caracersteas bem especias, qu geram expecativa eposturas diferentes por parte dos interiocutores. Para contemplar todas essas pecularidades, alguns linguist tim se empe- inhado em elaborar descrigSes mais flesivels ¢ amplas do grau de formalidade comunicatva. Um dos trabalhos mals conhecidos foi realizado ainda nos anos 1960, mas continua sendo citado até hoje Tiata-se da descrgio elaborada por Bower que, como vemos na Figura 24, rtrata 0 registro como um continu, 48 ee ao 3 —— —— 32 Comuncago etagage indo do ponto mais formal até o mais informal e variando também conforme a ‘modalidade de comunicago (oral ow esrits). Figura 24 Continua dos egos ou nives de nguager, Terai Fen: COWEN opud TRAVAGUA, 2002 9.54, ce Resumo Res ry + AsvaviagBestng itis podem ser dacBnicas (20 longo do tempo) ou seria (em mero mero Hit) Ea ia tam tps (ef [No Bras temos primero ua fase em que predomina uma Ingua de base tap a legua ger partir de 1757, quand esa gua € provid, nice a fase de reisi- tarizaho inet do Beal, que se acentua com a nda ca Faia Real, ern 160, idomas europeus e orienta, com a ceyada de mihGes de trabahadores migrates. CCoplo 2 Varia nga ere 3 “+ Avonta pada de uma nga &esabeleca da segue manca: entre se varied des sce regions obzenadas em deterinado moment hist, exe se } squela pratt pela adn mas cut da popu. For so, 2 noma pdrio também échamada de norma uta [+ Eimer or fres ri so eigmatizados, poate a pop do can ra I

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