É de conhecimento geral que, não só o Brasil, mas o mundo todo tem vivido um período de
transição demográfica, levando a uma diminuição na população mais jovem e um aumento
na população idosa. Nos anos 60, somavam-se aproximadamente 202 milhões de idosos no mundo, chegando para 1,1 bilhão no ano de 2020. Projeções realizadas sugerem que o número de idosos deve atingir os 3,1 bilhões no ano de 2100 (ALVES, 2019). Os principais fatores que contribuem para essa transição demográfica no Brasil são a redução na taxa de fecundidade, por conta da diminuição da taxa de mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida. Juntamente a isso também ocorre uma transição epidemiológica, dando lugar às doenças crônico-degenerativas. Diante disso, surgem novos desafios para a área da saúde, já que esse público utiliza seus serviços de forma mais prolongada e frequente (MORAES, 2012). A educação em saúde, nesse cenário, age como uma facilitadora para promover o conhecimento e fornecer um ambiente de reflexão para esclarecimento de dúvidas e compartilhamento de aprendizados. Diante desse cenário, a educação em saúde se torna uma estratégia para promover um envelhecimento ativo e saudável, mantendo a independência e autonomia da população idosa, sendo de extrema relevância o desenvolvimento de ações educativas em grupos de idosos com intuito de promover um estilo de vida saudável (CABRAL et al., 2015). Desta forma, foi desenvolvido um trabalho com grupo de idosos com objetivo de promover a prevenção e o controle de doenças da população idosa participante do projeto; proporcionar atividades cognitivas e de interação social através de conversas sobre saúde; fomentar comportamentos de saúde na população idosa e promover a interação e troca de saberes entre estudantes, docentes e população idosa. A metodologia utilizada para desenvolver o projeto foi a realização de reuniões com o Grupo de Convivência de Idosos do Centro de Referência de Ação Social, da Prefeitura Municipal de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Em um grupo de aproximadamente 25 idosos, inicialmente eram feitas rodas de conversa com assuntos que eram de interesse do grupo, sendo abordados temas como Diabetes, Hipertensão, Asma, Bronquite, Câncer de mama e Câncer de próstata, com auxílio de slides projetados. Os temas eram sugeridos pelo próprio grupo de idosos, que solicitavam aos estudantes e aos docentes determinados assuntos. No momento de exposição dos temas, o ambiente promovia total liberdade para questionamentos, relatos de experiência e troca de saberes. Com o início da pandemia da COVID-19 no ano de 2020, o trabalho presencial com os idosos precisou ser temporariamente interrompido, por ser uma população de risco no cenário pandêmico. Diante disso, o trabalho foi reestruturado no ano de 2021, sendo desenvolvidos novos temas como “envelhecimento saudável e exercícios físicos na terceira idade”, “Alzheimer”, “Parkinson”, “COVID-19 e vacinas”, “Farmacêutico e a colaboração na elaboração de medicamentos”, “O corpo e o envelhecimento, dificuldades ao passar do tempo” e “Ossos e articulações”. Como o cenário não possibilitava a oportunidade para que o trabalho continuasse de maneira presencial, a estratégia foi utilizar a plataforma do Instagram para promover a saúde de uma maneira diferente. Assim, foi criado o perfil @saudeaos60.unipampa, para divulgar conhecimento em saúde para a população idosa que faz uso da plataforma ou familiares que convivem com os mesmos. O perfil foi criado no dia 17 de setembro de 2021 e contará com postagens de fácil entendimento sobre os temas acima mencionados, além de curiosidades em saúde e dicas de bem estar e qualidade de vida. De forma presencial, após a abordagem dos temas, o esperado é que isso tenha contribuído para melhorar a vitalidade e a percepção de saúde do grupo de idosos, de forma a prevenir o agravo de morbidades e promover um envelhecimento com qualidade de vida para os idosos que estiveram envolvidos no projeto. Com o uso da plataforma digital, espera-se que o projeto possa ter um maior alcance, de forma a levar conhecimento em saúde para grupos cada vez maiores.
Agradecimentos: Gostaria de agradecer à minha universidade, UNIPAMPA, por me dar a
oportunidade de fazer parte de algo tão importante. À minha orientadora Letícia Colomé, pela paixão por esse projeto tão especial. E às minhas colegas, por todo o apoio e suporte.
Palavras-chave: Saúde do idoso, Envelhecimento, Qualidade de vida, Educação em saúde.