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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA


“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de História, 1º Ano

Disciplina: ------------------------

Tema: Produção do Conhecimento Histórico (Fontes Históricas)

Discente: ----------------------------

O presente trabalho
---------------------------- será
submetido no Instituto Superior De
Estudos De Defesa Tenente General
Armando Emílio Guebuza para
efeitos de Avaliação.
Docente:------------------------

Machava
Abril, 2022
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Índice
1. Introdução.............................................................................................................................3

1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................3

1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................3

1.3. Metodologias do trabalho..................................................................................................3

2. Referencial Teórico..............................................................................................................4

2.1. Definição de conceitos......................................................................................................4

2.2. História Tradicional e História Nova................................................................................5

2.3. História e Historiografia....................................................................................................5

2.4. Fontes como Indícios na Construção da História..............................................................6

2.4.1. Fontes Iconográficas.......................................................................................................6

2.4.2. Internet na Produção do Conhecimento Histórico.........................................................9

2.4.3. A Memória na Produção do Conhecimento Histórico...................................................9

3. Conclusão...........................................................................................................................10

4. Referências Bibliográficas.................................................................................................11
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1. Introdução
O presente trabalho abordará assuntos inerentes a produção do conhecimento histórico, onde irá,
detalhadamente, se debruçar sobre a definição de alguns conceitos relacionados com o tema e
sobre algumas fontes que contribuíram na produção do conhecimento histórico.

No decorrer desta pesquisa, observou-se que o uso da imagem na historiografia, percebe-se como
uma predominância da abordagem historiográfica relacionada à cartografia em detrimento da
relação entre ensino de história e mapas, fotografias, etc. Privilegiando a ótica cartográfica.

O trabalho encontra-se dividido em quatro (4) capítulos, onde no primeiro temos a introdução
onde apresenta se a contextualização do trabalho, finalidades, metodologias e estrutura. No
segundo temos o desenvolvimento onde temos a definição dos conceitos julgados relevantes,
aprofundamento sobre o tema do trabalho. No terceiro temos a considerações finais onde se faz
uma abordagem resumida das lições sobre o trabalho, e por fim o quarto ponto onde apresentam-
se as referências bibliográficas das obras tidas como referência.
1.1. Objectivo Geral
 Compreender o contributo das fontes históricas na produção de conhecimento histórico.
1.2. Objectivos Específicos
 Conceptualizar a Historia Tradicional e a Historia Nova;
 Explicar a importância do conhecimento escritas na produção do conhecimento histórico;
 Relacionar a memória e a internet com o conhecimento histórico.

1.3. Metodologias do trabalho


Segundo BRUYNE (1991: pag.58), a Metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em
sua génese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma metrologia ou tecnologia da
medida dos fatos científicos. Para a concretização do trabalho o grupo recorreu ao método de
pesquisa documental onde especificamente tomou-se como referência obras que abordam
assuntos ligados com o conhecimento histórico.
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2. Referencial Teórico
2.1. Definição de conceitos
Para POYER (2012, p.50), a fonte é um fato documentado, via texto ou imagem, que comprova,
corrobora ou constrói determinado conhecimento ou informação do passado.

Segundo NORA (1984, p.47) fonte se refere, em um primeiro sentido, a um nascedouro de água
ou fonte de água. Por extensão de sentido, fonte é o local de origem, de procedência de algo.

Fonte também se relaciona com a “base, o ponto de apoio, o repositório dos elementos que
definem os fenômenos cujas características se buscam compreender”. (SAVIANI, 2006, p. 28-
29).

De acordo com POYER (2012, p.61), a iconografia consiste no estudo da representação visual,
que abarca um amplo conjunto de imagens, sejam estáticas ou em movimento: desenho, quadro,
gravura, escultura, fotografia, filme, novela, desenho animado, propaganda, monumento,
arquitetura etc.

Segundo ARANHA (1996, p. 17), “a História resulta da necessidade que o homem tem de
reconstituir o passado, relatando e interpretando os acontecimentos em uma ordem cronológica e
por meio da seleção daqueles considerados relevantes”.

História do conhecimento é o resultado de um processo intelectual de construção. Uma


construção que requer registro, métodos, abordagens, distanciamento, problematizações, críticas
e reflexões. (NORA,1984 p.35).

“A história nova preocupa-se também com os acontecimentos do cotidiano da vida humana,


ligados à vida das famílias, às festas, às formas de ensinar e de aprender.” (FONSECA, 2009, p.
42)

Segundo SAVIANI (2006, p.43), a história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em
realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos,
conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da História Contemporânea.

“Para BORGES (1993, p. 39) a história é um processo dinâmico, dialético, no qual cada
realidade social traz dentro de si o princípio de sua própria contradição, o que gera a
transformação constante na história.”
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2.2. História Tradicional e História Nova.


Segundo ROBINSON & BURKE (1992, p. 17), a História Tradicional é delimitada na relação de
oposição à “nova história” ou “história nova”, que, apesar de herdeira da Escola dos Annales em
1929, só ganhou força nas últimas décadas do século XX. A expressão “nova história” surgiu em
1912, com o livro The New History, do historiador norte-americano James Robinson, que
propunha uma forma de se fazer História a partir de “todo traço e vestígio de tudo que o homem
fez ou pensou”.

As diferentes correntes que compõem a Nova História contrapõem-se ao paradigma da História


Tradicional. Portanto, a Nova História não é um movimento filosófico ou político articulado,
portanto, é uma reação generalizada a um discurso histórico específico, denominado tradicional.

A História Nova foi responsável pela ampliação do campo do documento histórico. Pois, ela
“substituiu a história de Langlois e de Seignobos, fundada essencialmente nos textos e nos
documentos escritos, por uma história baseada numa multiplicidade de documentos”. Daí a
relevância em considerar todos os tipos de escritos, e não apenas os oficiais, como documentos
históricos (LE GOFF, 2001, p. 28).

Hoje, a História, ou melhor, a historiografia, tem sido pensada sob as perspectivas do


relativismo e do construtivismo. Nesse sentido, o texto histórico é concebido como um discurso
fabricado, que se fundamenta nas questões, nas teorias e nas fontes utilizadas pelo historiador-
pesquisador. A História, entendida como texto, é um discurso fabricado pelo historiador situado
em determinado contexto sociocultural.

2.3. História e Historiografia


Quando se associa História com historiografia, se está propondo pensar a História como
discurso. O estudo historiográfico leva a perceber as dinâmicas que envolvem o ato de escrita, a
arte de produção do texto histórico. A historiografia remete a pensar a história da tessitura do
texto de História. Nesse sentido, quando se lança o olhar sobre o texto de História com a noção
de historiografia, questiona-se sobre os mecanismos sociais, políticos e econômicos envolvidos
no processo de construção e validação do discurso histórico. Sendo assim, a História é uma
narrativa de eventos, que são tecidos por meio dos documentos, testemunhos e indícios.
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Dentre os historiadores que balizaram a compreensão atual do caráter narrativo da História estão
Paul Veyne e Hayden White.

2.4. Fontes como Indícios na Construção da História.


Antes de falar das fontes, importa referir o surgimento da história como disciplina escolar. Esta
surge como disciplina escolar no século XIX, na França, em meio a um contexto caracterizado
por movimentos de laicização da sociedade e de constituição do estado moderno. Por volta de
1814 esta área do conhecimento foi inserida oficialmente nos programas do Ensino Médio
francês, sendo que em 1818 ganhou caráter de matéria obrigatória.

Por outro lado, BITTENCOURT (1992, p. 199) afirma que o surgimento da História como
disciplina tinha como objetivo auxiliar a compor uma casta de privilegiados brasileiros,
inculcando-lhes os padrões culturais do mundo ocidental cristão, fazendo com que se
identificassem com o mundo exterior civilizado.”

Os historiadores se baseiam-se nas fontes para construir seus textos, e, consequentemente,


responder aos problemas de pesquisa por eles formulados. Tratando-se do discurso histórico,
todo documento é produto de comunidades humanas, portanto artefato cultural. Visto que os
documentos são produzidos a partir das escolhas dos historiadores. Por outro lado, é no trabalho
de seleção de fontes para a escrita do texto histórico que o historiador cria o documento como
testemunha de um fenômeno do passado. Assim, a fonte é entendida e utilizada pelo historiador
como indício de práticas e discursos de uma época.

2.4.1. Fontes Iconográficas


Assim como as fontes escritas, que não os documentos oficiais, segundo os historiadores
metódicos do século XIX, foram descartados do rol de fontes para o conhecimento, as imagens,
que deixaram de ser relacionadas entre os documentos dignos de atenção do historiador
tradicional de influência positivista.

As imagens somente foram difundidas como fontes históricas no processo de renovação da


escrita da História, com a Nova História, nos anos 1970 e 80, que passou a questionar a própria
noção de documento. Contudo, desde a segunda metade do século XIX, alguns historiadores
ligados à História Cultural já propunham pensar novas formas de se escrever História, levando
em conta novas fontes, entre elas as imagens.
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Johan Huizinga (1872-1945), precursor da História Cultural, foi um dos primeiros a utilizar
diferentes textos e imagens como fontes históricas. Huizinga utilizou pinturas dos irmãos Van
Eyck, Jan e Hubert, para imaginar a atmosfera cultural do Renascimento, assim como Jakob
Burckhardt (1818-1897), que se preocupou em pensar as obras de arte como indício da
mentalidade de um tempo.

Antes dos historiadores acima citados, as imagens faziam parte do universo das obras de arte e
eram entendidas como fruto de um gênio criador. Por esse motivo ficaram restritas aos estudos
da História da Arte, dos colecionadores e do universo dos museus e antiquários. A partir do
momento em que uma imagem passou a ser compreendida como indício cultural enquanto fonte
de acesso a maneiras de pensar, sentir, produzir e governar de uma coletividade, é que ela foi
incorporada ao conjunto de documentos históricos.

A imagem para a História Cultural, vertente importante da Nova História, é uma verdadeira
testemunha das relações socioculturais de um tempo. Nesta concepção, a obra de arte é estudada
na relação com o sistema de valores socialmente construídos. Assim, ampliou-se
significativamente a noção de fonte histórica, quando da incorporação da linguagem visual no rol
de representações analisadas pelo historiador.

Os estudos iconográficos buscam as formas simbólicas nas imagens. Erwin Panofsky (1890-
1948) foi um dos precursores do método de leitura da imagem denominado iconográfico. Seu
método consiste na interpretação de imagem, seguindo as seguintes etapas:

 Pré-Iconográfica: Baseia-se em descrever e identificar os elementos visíveis em uma


imagem, é a etapa mais simples e superficial;
 Iconográfica: Procura levantar os significados convencionais da imagem, os sentidos
históricos dos elementos que aparecem em uma imagem.
 Iconológica: Consiste no estudo da expressão mental de uma imagem, ou seja, dos
valores subjacentes que conectam a imagem ao modo de se pensar de uma época

a) Fotografia – O estudo da fotografia como fonte ganhou fôlego no Brasil nas últimas décadas
do século XX. Atualmente, há no país historiadores de renome que se dedicam ao estudo da
fotografia, entre eles: Boris Kossoy, Ana Maria Mauad, Miriam L. Moreira Leite e Annateresa
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Fabris. KOSSOY (2002, p. 22) defende que a fotografia é uma segunda realidade, pois a
realidade presente na foto é uma realidade “construída, codificada, sedutora em sua montagem,
em sua estética, de forma alguma ingênua, inocente, mas que é, todavia, o elo material do tempo
e espaço representado, pista decisiva para desvendarmos o passado”.

b) Cinema – Além da imagem fotográfica, o cinema é outro produto cultural importante para a
compreensão da sociedade em nosso tempo. O cinema é uma expressão cultural de uma época.
Antes, porém, é um dos meios de entretenimento mais significativos da modernidade. O cinema,
ao mesmo tempo em que diverte, constrói imaginários, desperta desejos. O historiador Marc
Ferro foi um dos principais responsáveis pela concepção do cinema enquanto objeto de estudo da
História.

Segundo MORETTIN (2007, p. 48), “a exclusão da imagem cinematográfica do fazer histórico,


para Ferro, ocorreria em função deste pertencer ao imaginário da sociedade que, por sua vez,
também não era considerado pelo historiador”.

c) Fontes musicais – Esse tratamento dado à imagem serve também para as fontes musicais,
que, por sua vez, não se restringem às letras, à palavra, à poesia. Os sons também carregam
sentidos. Escute uma missa de olhos fechados ou pare um minuto para escutar os sons da cidade.
O que eles “dizem”? Os sons são resultantes da vibração de corpos no ar.

Segundo MORAES (2000, p. 210), os sons são “objetos invisíveis e impalpáveis, carregados de
características subjetivas, [que] proporcionam as mais variadas relações simbólicas entre eles e
as sociedades”. Por isso, pensar a música Para compreender uma imagem, seja ela uma
fotografia ou um filme, se deve fazer uma leitura, uma análise que articule suas formas e seus
sentidos em relação a uma realidade. Uma canção pode dizer muito sobre uma cultura, da forma
como se percebe o mundo e os valores que são compartilhados. Afinal, a música está em toda
parte, na escola e fora dela, no rádio, na TV, no cinema e na internet.
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2.4.2. Internet na Produção do Conhecimento Histórico


A internet permite uma leitura dinâmica de um texto, muito diferente de uma leitura realizada em
material impresso. O leitor conectado pode, por exemplo, “visitar” lugares e escutar canções
citadas em um texto histórico. Um leitor mais crítico pode, inclusive, com paciência e esforço,
refazer o caminho da pesquisa de um autor, buscado na rede as referências que balizam seu
discurso. Assim, na era digital, se estabelece uma relação “mais crítica com respeito à
interpretação do historiador”. (CHARTIER, 2009, p. 61)

Contudo, não se pode deixar de perceber criticamente a nova era digital. É evidente que o
computador e a internet não substituem todos os documentos impressos ou mesmo as relações
interpessoais. Esta nova forma de comunicação, por mais sofisticada que seja, não oferece todas
as fontes para o historiador. Aliás, muitas das informações disponíveis devem ser colocadas sob
suspeita, por não fazer referência ou atestar a origem dos documentos apresentados. Marcos
Silva e Selva Fonseca lançam um olhar crítico sobre os usos do computador pelo historiador,
tendo esse recurso como principais funções a de “máquinas de escrever”, de banco de dados e de
ponto de comunicação em rede.

2.4.3. A Memória na Produção do Conhecimento Histórico


A memória constitui-se como um instrumento na construção das pesquisas históricas e no
aprendizado escolar. A memória tem a capacidade de registrar, armazenar e manipular as
informações que são provenientes da interação entre o cérebro, o corpo, ou entre outros
organismos existentes no mundo externo e que podem ser evocados segundo as situações
cotidianas. Esses registros e conhecimentos alojam-se na memória. A História proporciona, por
meio do levantamento de informações repassadas pelas fontes e testemunhos históricos, uma
apresentação do passado. Assim, a memória não é vista mais como um processo parcial de
lembrança dos fatos. Mas sim, contribui na aquisição e construção de referenciais sobre o
passado e o presente de diferentes grupos sociais, ancorados nas tradições e intimamente
associados a mudanças culturais. Uma forma de tentar compreender a problemática da memória
é retomar o desenvolvimento do estudo da própria História e das fontes reconhecidas como
registros memorialísticos ao longo dos tempos.
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3. Conclusão
A pesquisa feita na elaboração do trabalho, levou a conclusão de que a Nova História é formada
por diferentes correntes historiográficas, entre elas: história econômica, história cultural, micro-
história, história das mulheres, história da infância e história do meio ambiente. Percebeu-se
também que para além das fontes escritas, existem também outras fontes que contribuíram
significativamente na produção do conhecimento histórico, onde destaca-se a internet e as
imagens.

De realçar que foi possível cumprir com os objectivos definidos na introdução, visto que existem
vários artigos que abordam o tema do trabalho visto que o mesmo constitui razão de debate de
vários historiadores.
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4. Referências Bibliográficas
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2006

CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009

KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial,
2002.

LE GOFF, Jacques. A História Nova. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

MORAES, José G. V. de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Revista
Brasileira de História. São Paulo, v.20, n.39, 2000.

MORETTIN, Eduardo. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. In: CAPELATO.
São Paulo: Alameda, 2007.

NORA, Pierre. Entre memória e História. A problemática dos lugares. Revista Projeto História,
São Paulo, n. 10, dez. 1984.

POYER, Viviany, et al. Conteúdos e Metodologias do Ensino de HISTÓRIA I. 1.ed.


Florianópolis, 2012.

SAVIANI, Dermeval. Breves considerações sobre fontes para a história da educação. Revista
HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p. 28-35, ago. 2006.

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