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Quimica Geral Tutores Unidade 1
Quimica Geral Tutores Unidade 1
QUÍMICA GERAL
unidade
1
Sistemas materiais, suas propriedades
e elementos constituintes
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Identificar substâncias e suas propriedades. Aplicar técnicas de utilização de vidrarias
e equipamentos de laboratório para o desenvolvimento de práticas experimentais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar os sistemas materiais, diferenciando substâncias e misturas.
• Identificar e determinar as propriedades de diferentes sistemas.
unidade
1
Parte 1
Sistemas Materiais e
Propriedades da Matéria
Classificação da matéria:
propriedades físicas e
químicas da matéria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Pare um instante e observe os objetos ao seu redor: roupas, alimentos, pré-
dios, casas, meios de transporte, árvores e outras muitas coisas que você
encontra de forma natural no meio ambiente ou ainda outras que foram
desenvolvidas pelo ser humano. Os materiais pensados e desenvolvidos
pelo homem só se tornaram possível por meio do estudo dos materiais.
Na história da ciência, o estabelecimento de alguns conceitos foi
decisivo para os progressos nas mais diversas áreas do conhecimento
humano. Entre tais conceitos estão o de substância química e o de mis-
tura, ambos apresentados neste capítulo.
Se um químico tem uma amostra de certo material e precisa decidir
se ela é formada por uma substância pura ou se é uma mistura de duas
ou mais substâncias, ele pode realizar determinações das propriedades
físicas e químicas desse material. Com base nessas propriedades a deci-
são correta pode ser tomada. Dentre essas propriedades que permitem
diferenciar substâncias puras de misturas estão o ponto de fusão, o ponto
de ebulição, a densidade e a combustibilidade do material, propriedades
que serão apresentadas e discutidas no decorrer deste capítulo.
Sistemas materiais, suas propriedades e elementos constituintes UNIDADE 1
2 Classificação da matéria: propriedades físicas e químicasSistemas
da matéria
Materiais e Propriedades da Matéria PARTE 1 13
(Vapor)
Figura 1. O iceberg, o mar a sua volta e as nuvens em seu horizonte são todos compostos pela
mesma substância, a água. Eles ilustram os estados sólido, líquido e gasoso, respectivamente.
Fonte: Andrea Danti/Shutterstock.com; gritsalak karalak/Shutterstock.com.
A maior parte das substâncias pode existir em qualquer um dos três estados.
De modo típico, um sólido, ao ser aquecido a uma temperatura suficientemente
alta, se funde e se torna um líquido. A temperatura em que essa transformação
ocorre é chamada de ponto de fusão. Aumentando o aquecimento, a temperatura
sobe ao ponto em que o líquido ferve e torna-se um gás. Essa temperatura é
chamada de ponto de ebulição. Entretanto, nem todas as substâncias podem
existir nos três estados da matéria. A madeira e o papel, por exemplo, não
podem ser fundidos. Quando aquecidos, ou se decompõem ou queimam (de-
pendendo se estiverem na presença de ar), mas não se fundem. Outro exemplo
é o açúcar, que não se funde quando aquecido, mas forma uma substância
escura chamada caramelo.
Diagrama de fases
Os diagramas de fases são frequentemente utilizados para demostrar as mudanças de
fases para qualquer substância. A Figura 4 a seguir representa o diagrama de fases da
água. A temperatura é plota no eixo x, e a pressão no eixo y. Três áreas são indicadas
como sólido, líquido e vapor. Nessas áreas, a água existe como gelo, água líquida ou
vapor d’água. A linha A-B, que separa a fase sólida da fase líquida, contém todos os
pontos de congelamento (fusão) da água – por exemplo, 0 ºC a 1 atm e 0,005 ºC a
400 mmHg.
No ponto de fusão, coexistem as fases sólida e líquida. A linha que separa a fase
líquida da fase gasosa (A-C) contém todos os pontos de ebulição da água – por
exemplo, 100 ºC a 760 mmHg e 84 ºC a 400 mmHg. Nos pontos de ebulição, coexistem
as fases líquida e gasosa. Finalmente, a linha que separa a fase sólida da fase gasosa
(A-D) contém todos os pontos de sublimação. Nos pontos de sublimação, coexistem
as fases sólida e gasosa.
20 QUÍMICA GERAL
Classificação da matéria: propriedades físicas e químicas da matéria 9
Um diagrama de fases ilustra como se pode ir de uma fase à outra. Por exemplo,
suponha que temos vapor d’água a 95 ºC e 660 mmHg (E). Queremos condensá-lo
em água líquida.
Podemos baixar a temperatura até 70 ºC sem mudar a pressão (deslocando-se
horizontalmente de E a F). Ou então, podemos aumentar a pressão para 760 mmHg
sem mudar a temperatura (deslocando-se verticalmente de E para G). Ou podemos
mudar tanto a temperatura como a pressão (deslocando-se de E para H). Qualquer um
desses processos condensará o vapor de água em água líquida, embora os líquidos
resultantes estejam em diferentes pressões e temperaturas. O diagrama de fase nos
permite visualizar o que acontecerá à fase de uma substância quando mudarmos as
condições experimentais de temperatura e pressão.
Fonte: Adaptado de Bettelheim et al. (2012).
Sistemas materiais, suas propriedades e elementos constituintes UNIDADE 1
10 Classificação da matéria: propriedades físicas e químicasSistemas
da matéria
Materiais e Propriedades da Matéria PARTE 1 21
Oxirredução
Oxidação
Como vemos, o ferro sólido interage com oxigênio e forma óxido de ferro.
Decomposição
Reações de decomposição
Uma reação em que uma molécula mais complexa quebra
para baixo para formar dois ou mais produtos mais simples
Água
acidificado
Bateria
Figura 7. Eletrólise.
Fonte: Adaptada de udaix/Shutterstock.com.
Combustão
Síntese
N2 + 3 H2 → NH3
1 1,005
4 1,027
8 1,056
14 1,101
18 1,132
22 1,164
26 1,197
Você pode observar que moléculas de água dispersam o açúcar no meio e outras
substâncias dissolvidas. Nessas condições, as características dessa mistura não serão
mais as mesmas. Não terá mais características de água nem de açúcar, mas assumirá
novas propriedades que serão únicas da mistura.
(a) (b)
(Continua)
Sistemas materiais, suas propriedades e elementos constituintes UNIDADE 1
Sistemas Materiais e Propriedades da Matéria PARTE 1 31
20 Classificação da matéria: propriedades físicas e químicas da matéria
(Continuação)
PREZADO ESTUDANTE
1
Parte 2
Sistemas materiais e
unidades de medida
12 Química
1.7 Medição
As medições que os químicos fazem são muitas vezes usadas em cálculos para
obter outras quantidades relacionadas. Vários instrumentos permitem medir as
propriedades de uma substância: a régua mede o comprimento; a bureta, a pi-
peta, a proveta e o balão volumétrico medem o volume (Figura 1.8); a balança
mede a massa; o termômetro mede a temperatura. Estes instrumentos fornecem
medidas de propriedades macroscópicas, que podem ser determinadas direta-
mente. As propriedades microscópicas, na escala atômica ou molecular, têm de
ser determinadas por métodos indiretos, como veremos no Capítulo 2.
Uma quantidade medida é geralmente escrita como um número com uma
unidade apropriada. Dizer que a distância entre Nova York e São Francisco de
carro por um certo caminho é 5166 não tem qualquer significado. Temos de es-
pecificar que a distância é 5166 quilômetros. O mesmo é válido em química; as
unidades são essenciais para referir medidas corretamente.
Unidades SI
Durante muitos anos os cientistas registraram as medições em unidades métri-
cas, que estão relacionadas decimalmente, isto é, por potências de 10. Contudo,
em 1960, a Conferência Geral de Pesos e Medidas, a autoridade internacional em
unidades, propôs um sistema métrico revisto chamado Sistema Internacional de
Unidades (abreviadamente SI, do francês Système International d’Unités). A
Tabela 1.2 apresenta as sete unidades básicas do SI. Todas as outras unidades de
medição podem ser derivadas destas unidades básicas. Tal como as unidades mé-
tricas, as unidades SI modificam-se de modo decimal por uma série de prefixos,
como mostra a Tabela 1.3. Neste livro usaremos unidades métricas e SI.
Medidas que utilizaremos com frequência no nosso estudo de química in-
cluem o tempo, a massa, o volume, a densidade e a temperatura.
mL
0
mL
1 100
2 90
3 80
4
70
15
60
16
25 mL
50
17
40
18
19 30
20 20
_Livro_Chang.indb 13 02/05/13 15
36 QUÍMICA GERAL
14 Química
Outra unidade de volume comum é o litro (L). Um litro é o volume ocupado por
um decímetro cúbico. O volume de um litro é igual a 1000 mililitros (mL) ou
1000 cm3:
1 cm 1 L 1000 mL
10 cm = 1 dm 1000 cm3
1 dm3
Volume: 1 cm3;
1 mL e um mililitro é igual a um centímetro cúbico:
1 cm
1 mL 1 cm3
Figura 1.10 Comparação de dois volu-
mes, 1 mL e 1000 mL. A Figura 1.10 compara as dimensões relativas dos dois volumes. Apesar de o
litro não ser uma unidade SI, os volumes são geralmente expressos em litros e
mililitros.
Densidade
A equação para a densidade é
ou
(1.1)
Tabela 1.4 Densidades de algumas
substâncias a 25°C onde d, m e V representam a densidade, a massa e o volume, respectivamente.
Substância Densidade (g/cm ) 3 Como a densidade é uma propriedade intensiva e não depende da quantidade de
massa presente, para uma determinada substância a razão da massa pelo volume
Ar* 0,001
é sempre a mesma; em outras palavras, V aumenta com m. Geralmente, a densi-
Etanol 0,79 dade diminui com a temperatura.
Água 1,00 A unidade SI derivada para a densidade é o quilograma por metro cúbico
Grafite 2,2 (kg/m3). Esta unidade é desajeitadamente grande para a maior parte das aplica-
Sal de cozinha 2,2 ções químicas. Por isso, é mais comum usar o grama por centímetro cúbico (g/
Alumínio 2,70 cm3) e o seu equivalente, gramas por mililitro (g/mL), para as densidades de
Diamante 3,5 sólidos e de líquidos. Como as densidades dos gases são muito pequenas, as
Ferro 7,9 representamos em unidades de gramas por litro (g/L):
Mercúrio 13,6
Ouro 19,3 1 g/cm3 1 g/mL 1000 kg/m3
Ósmio† 22,6 1 g/L 0,001 g/mL
*Medido a 1 atmosfera.
†
O ósmio (Os) é o elemento mais denso A Tabela 1.4 apresenta as densidades de várias substâncias.
conhecido. Os Exemplos 1.1 e 1.2 mostram cálculos de densidades.
Exemplo 1.1
O ouro é um metal precioso quimicamente inerte e usado essencialmente na ourive-
saria, na odontologia e em equipamentos eletrônicos. Um pedaço de lingote de ouro
com massa de 301 g tem um volume de 15,6 cm3. Calcule a densidade do ouro.
Resolução A massa e o volume foram dados e devemos calcular a densidade. Por-
tanto, com base na Equação 1.1, podemos escrever
Exemplo 1.2
A densidade do mercúrio, o único metal líquido à temperatura ambiente, é 13,6 g/mL. Barras de ouro e o arranjo de estado só-
lido dos átomos de ouro.
Calcule a massa de 5,50 mL do líquido.
Resolução A densidade e o volume de um líquido foram dados e devemos calcular Problemas semelhantes: 1.21, 1.22.
a massa do líquido. Rearranjamos a Equação 1.1 para dar
Escalas de temperatura
Mercúrio
Há atualmente três escalas de temperatura em uso. As suas unidades são °F
(graus Fahrenheit), °C (graus Celsius) e K (kelvin). A escala Fahrenheit, que é Problemas semelhantes: 1.21, 1.22.
a escala mais usada nos Estados Unidos fora do laboratório, define os pontos de
fusão e de ebulição normais da água como 32°F e 212°F, respectivamente. A es-
cala Celsius divide o intervalo entre o ponto de fusão (0°C) e o ponto de ebulição
(100°C) da água em 100 graus. Como se vê na Tabela 1.2, o kelvin é a unida- Note que a escala Kelvin não tem o sinal
de grau. Além disso, as temperaturas
de SI básica de temperatura; é a escala de temperatura absoluta. Por absoluto expressas em kelvin nunca podem ser
entende-se que o zero na escala Kelvin, representado por 0 K, é a temperatura negativas.
mais baixa que se pode atingir em teoria. Por outro lado, 0°F e 0°C baseiam-se
no comportamento de uma substância escolhida arbitrariamente, a água. A Figu-
ra 1.11 compara as três escalas de temperatura.
O tamanho de um grau na escala Fahrenheit é apenas 100/180, ou 5/9, de
um grau na escala Celsius. Para converter graus Fahrenheit em graus Celsius,
escrevemos
(1.2)
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38 QUÍMICA GERAL
16 Química
(1.3)
(1.4)
Exemplo 1.3
(a) A solda é uma liga de estanho e chumbo usada em circuitos eletrônicos. Uma
certa solda tem um ponto de fusão de 224°C. Qual é seu ponto de fusão em graus
Fahrenheit? (b) O hélio tem o ponto de ebulição mais baixo de todos os elementos,
452°F. Converta esta temperatura em graus Celsius. (c) O mercúrio, o único metal
que existe no estado líquido à temperatura ambiente, funde a 38,9°C. Converta este
ponto de fusão para a escala Kelvin.
Resolução Estas três partes necessitam que convertamos escalas de temperatu-
ra, portanto, vamos precisar das Equações (1.2), (1.3) e (1.4). Lembre-se de que a
temperatura mais baixa na escala Kelvin é zero (0 K); portanto, ela nunca pode ser
negativa.
(a) Para fazer esta conversão, escrevemos:
QUÍMICA
EM AÇÃO
PREZADO ESTUDANTE