You are on page 1of 278
Mee Fe De DA dx ¥ # institute santista de qualidade industrial — a melhor solugdo em treinamento — INSPECAO DE CALDEIRAS instrutor: Eng. Pedro Antonio Brambilla ra ISQi | CURSOS ABERTOS EM S.J.CAMPOS - MAIO A AGOSTO / 2001 MANUTENCAO MECANICA /_ UTILIDADES / AUTOMACAO / ADMINISTRACAO. ‘CURSO. PREVIS\O__[CARGA HORARTA *_INSPECAO DE CALDEIRAS (CURSO CONFIRMADO ) |23 a 25 /maio 28h +_Inspeeio ¢ manutencio de vasos de pressiu 29/mai a OL/jun 32h © INSPECAO E MANUTENGAO DE REFRATARIOS 042 06/jun 24h (CURSO CONFIRMADO ) + _Tratamento d’4gua para fins industriais ¢ de caldeiras: 06 a 08/ jun 24h * CONTROLE DE QUALIDADE EM MONTAGEM E. 19a 22/ jun 32h MANUTENCAO DE EQUIPAMENTOS DE CALDEIRARIA (CURSO CONFIRMADO ) ‘*_ Sintonia de controladores de processo — basico f 19a 20/ jun 168 + Sintonia de controladores de proceso ~ basico IL 21a22/ jun 16h ‘+ Planejamento utilizando 0 software MSProject (curso 23/30 junho 24h basico) 7/julho (sabados) ‘+ Controladores ligicos programaveis — basieo L 25.026 /jun 16 + Controladores foyicos programaveis e TRM’s = bi 27.0287 jun 16h ‘#" Seminério de lideranca: como ser um lider de sucesso 28a 26/ jun 166 + ‘+ Treinando treinadores. 27.29/jun 24h + Tratamento de esgoto 02a 04 / jul 24h * QUALIFICAGAO DE PROCEDIMENTOS DE 02 4 05 / jul 32h SOLDAGEM E SOLDADORES ( CURSO CONFIRMADO) ce ‘*_ Tnspecdo em permutadores de calor 09a 10/ jul 16h + _Inspecdio ¢ manutencao em valvulas de seguranca 09a 10/ jul 16h ‘+ Inspecio de caldeiras Ha 13/ jul 28h ‘*_Avaliagio de integridade ¢ extensio de vida dtil 16a 20/ jul 40h ‘«__Inspecio em tubulagées de plantas industriais 23.025 /jul_ 24h * Atualizagio de soldadores ¢ contra-mestres de solda 30/ jul a 01 / ago 24 ‘+ Combustao industrial 6a T/ago 16h INFORMACOES E RESERVAS FONE/ FAX: (12) 341 7330 www.isqi.com.br e-mail: isqi@isqi.com.br INSPETOR DE SOLDAGEM NIVEL 1 E NIVEL 2 A MELHOR PREPARACAO VISANDO AS PROVAS PRATICAS CURSO COMPLETO A TURMAS FECHADAS, ABERTAS, OU INDIVIDUALMENTE =| ENTRAR EM CONTATO COM © ISQI J © arquivo: 2001prg programaciio revisada em 15 / maio / 2001 FLA/1 . (SOT insticuvo seneisea de quatidade industrial CURSOS DE ESPECIALIZACAO -> 2°.SEMESTRE / 2001 | Local de realizacio: sede do ISON, emt So José dos Campos / SP MANUTENCAO MECANICA /_ UTILIDADES / AUTOMACAQ / ELETRICA ‘CURSO PREVISAO ‘CARGA | HORARIA + Tratamento de esgoro 02.047 jul 24h * _Quialificacio de procedimentos de soldagem e soidadores 02 a OS / jul 32h + _Inspesao cm permutadores de ealor 09a 10/ jut 16h + _Inspecdo e manutenedo de vilvatas de seguranca 09.4 107 jai 16h + __Inspecdo de caldeiras 1a i3/ jut 23h ‘+ _Avaliacdo de integridade ¢ extensio de vida ttil 16 a 20/ jul 40h + __ Inspecio em tubulagdes de plantas industriais 23a 25/jul 24h ‘¢ _Atualizagho de soldadores € contra-mestres de solda 30/jula Ot Jago 24h ¢_ Combustito industrial 06 2 07 /ago 16h ‘+ _Inspecao e manutencao de bombas centrifugas 08 4 10 Fago 2h [e Lubrificacio industrial 13.9 16/ago 32h [+ Instrumentacio industrial 15a 17/ago 24h + Manutencio em motores elétricos 20.022 ago 24h ‘¢ Manutencio em transformadores [23.a24/ago 16h [e_Etica ¢ responsabilidade civil ¢ criminal p/ gerentes ¢ supervisores | 23 a 24/ ago 16h [e Toterpretagio ¢ aplieacio da Norma Regulamentadora NRI3 do MTb | 25/ago (sdbado) 3h |e Geragiio e distribuigio de vapor ]27a31/ago 40h |e Inspesio em equipamentos de plistico reforcado com fibras de vidro(PRFV) _|31/ago al /set 16h [s_MSProject — curso avancado Wald /set 2h [+ Contola de qualidade om montagam « manutanga de equipamentos de caldiraria_| 17a 20 /set 32h + Tratamento de efluentes hidricos industriais 19.21 /set 24h ‘+ Tratamento d°4gua para fins industriais e de caldeiras 26 a 28 /set 2h + Tratamento de esgoto O1 a 03 /out 24h ‘¢_Normalizacdo tGenica em caldeiraria industrial 17a 19/out 24h Medic&o de vazin 18. 19/out 16h © Combustio industrial Ba 24sout 16h + Conservacio de energia 28.a26/out 16h + _Manutencio corretiva, preventiva e preditiva (TPM) 24026 four 24h ‘+ Qualificacio de procedimentos de soldagem e soldadores 05 a 08 / nov 32h ‘*__Inspesiio e manutencao de_refratarios 05.007 /nov 24h + _Inspecio ¢ manutencdo de vélvulas de seguranca ‘08.2 09 /nov 16h ‘7 ontole de qualidade om montagem e manutengao de equipamantoe de caldeiraia | 20 a 23/ nov 32h ‘+ Inspecdo em permutadores de calor 26. 27// nov: 16h #__Inspecdo e manutenedo de bombas centrifugas 28. 30/ nov 24h [¢_Inspecio e mamutencao de tanques de armazenamento 04a 07/ dex. 32h © Fitica ¢ responsabilidade civil ¢ criminal p/gerentes ¢ supervisores | 14 a 15 / dea, 16h ‘+_Inspegao de caldeiras 17a 19 dex 28h @_ Sinfonia de controladores de processos— basico I ‘A programar 16h *_Sintonia de controladores de processos — basico UL xf 16h ‘* Controladores légicos programaveis — bisico 1 “ 16h * Controtadores légicos programaveis e TRM’s — basico HL = 16 | INFORMACOES E_RESERVAS |_FONE / FAX: (Oxx12) 3417330_- www.isqi.com.br - e-mail: isqi gi.com.br ~AL.FROGRAMACAO_ DOS CURSOS E_DINAMICA ESTANDO.SUJETTA,A ALTERACOES SEM AVISO PREVIO ‘CONFIRMAR SEMPRE ANTECIPADAMENTE COM 0 15010 PERJODO DO CURSO DE SEU INTERESSE + arcuivo: emt ramacao revisada et7.08 / malo / 2001 FLA/1 iSQi instituto santista de qualidade industrial > a melhor solugao em treinamento < APRESENTACAO. A meta do curso INSPECAO DE CALDEIRAS é de especializar 0 corpo técnico envolvido com a operacdo © a manutengdo de caldeiras. A somatéria do conhecimento (tedrico e pritico) com os recursos disponiveis permitem que sejam detectadas, previamente, situagdes de deterioracdo ¢ avarias. Esta apostila incorpora informagdes basicas extraidas de trabalhos existentes, de obras tradicionais sobre 0 assunto, da experiéncia profissional do autor e sobre o estado atual da arte Quanto aos aspectos legais, a apostila faz abordagens sobre a responsabilidade civil criminal envolvida no uso desses equipamentos; apresenta, também as iltimas alteracdes e tendéncias da evolugao da legislacao brasileira pertinente. Ressalte-se que, simples cumprimento das exigéncias das normas de seguranga, nfo exime da culpa o responsavel direto e a empresa proprietiria do equipamento por eventuais acidentes, Se for caracterizada a atuago de mecanismos de danos, jé consagrados pela técnica e que foram adequadamente tratados ou identificados, sera evidente a culpa por incompeténcia técnica ou por omissio. A intervengio no momento oportuno, através de reparos ou troca do componente, possibilitara assegurar a integridade fisica do equipamento. Tal ago deverd estar amparada em normas téenicas © praticas de engenharia, recompondo as condigées originais de operag&o do equipamento. Enfatiza-se que modificagées s6 poderio ser efetuadas pela projetista ou por pessoal comprovadamente qualificado para tal Do autor, Eng, Pedro Antonio Brambilla + Engenheiro Mecénico , formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. + Atua, desde 1980, em inspegio de equipamentos de processo quimico ¢ petroquimico, especializando-se em inspegao de ealdeiras de média c alta pressio. ‘Av. Dr. Jodo Guilhermino, 429 - 9° andar - conj. 91 92 - Edificio Saint James - Centro CEP: 12.210-131 - So José dos Campos - SP - Brasil Telefax: (012) 341-7330 / e-mail: isqi@iconet.com.br (CGC: 60.010.287/0001-62 / Inscrigdo Municipal: 097.133-2 iS instituto santista de qualidade industrial > a methor solugao em treinamento < INDICE 1-INTRODUCAO. inl - CONSIDERAGOES GERAIS 12 - GERAGAO DE VAPOR 2- CALDEIRAS 21 - CONSIDERACOES GERAIS 22 - TIPODE DE CALDEIRAS E APLICAGOES 221 - CALDEIRAS FLOMOTUBULARES 2.2.2 - CALDEIRAS AQUOTUBULARES 23 = CIRCULAGAO 24 - COMPONENTES DE UMA CALDEIRA AQUOTUBULAR 241 - TUBULAO SUPERIOR OU DE VAPOR 24.1.1 -FORMAS DE FIXAGAO DOS TUBOS AO TUBULAO 241.2 - BOCAS DE VISITA 24.1.3 -JUNTAS DE VEDACAO. 2.4.2 - TUBULAO INFERIOR OU DE LAMA 2.43 - PAREDES D'AGUA 24.4 - SUPERAQUECEDORES 245 - CONTROLE DO GRAU DE SUPERAQUECIMENTO DO VAPOR 2.4.5.1. -PELOLADO DOS GASES 24.5.2 - PELO LADO DO VAPOR - DESSUPERAQUECEDORES 2.4.6 - COLETORES E DISTRIBUIDORES 2.47 - ECONOMIZADORES 248 - PREAQUECEDORES DE AR : 249 - FORNALHA OU CAMARA DE COMBUSTAO 2.4.10 - QUEIMADORES 24.11 - VALVULAS DE SEGURANGA 2.4.12 - SOPRADORES DE FULIGEM OU RAMONADORES 2.4.13 - INVOLUCRO DA CALDEIRA E DUTOS DE GASES 24.14 - JUNTAS DE EXPANSAO 24.15 - TIRAGEM E CHAMINE e 2.4.16 - CONEXOES DE PEQUENO DIAMETRO 3- AGUA DE CALDEIRA 3.1 - CONSIDERAQOES GERAIS 32 - INCRUSTACOES 33 - CORROSAO 34 -FORMACAO DE ESPUMA E ARRASTE ‘Av. Dr, Jodo Guilhermino, 429 - 9° andar - conj. 91 ¢ 92 - Edificio Saint James - Centro CEP: 12.210-131 ~ Sao José dos Campos - SP - Brasil Telefax: (012) 341-7330 / e-mail: isqi@iconet.com.br CGC: 60.010.287/0001-62 / Inscrigao Municipal: 097.133-2 instituto santista de qualidade industrial > a melhor solucdo em treinamento < 4-DETERIORACAO E AVARIAS 41 - CONSIDERACOES GERAIS 42 - CORROSAO 421 - CORROSAO NAS PARTES MOLHADAS 42.11 -DEFICIENCIAS NO TRATAMENTO D’AGUA 4212 -CORROSAO CAUSTICA LOCALIZADA 42.13 -FRAGILIZACAO CAUSTICA 42.14 - FRAGILIZACAO PELO HIDROGENIO 42.15 -CORROSAO POR AGENTES QUELANTES 42.16 - CORROSAO ACIDA 422 - CORROSAO NAS PARTES EXPOSTAS 422.1 -OXIDACAO 422.2 -CORROSAO POR CINZAS FUNDIDAS 422.3 -CORROSAO DAS PARTES EXPOSTAS 423 - CORROSAO EM PERIODOS DE INATIVIDADE 424 ~ CORROSAO ATMOSFERICA - DESGASTE MECANICO - EROSAO + ABRASAO ~ MECANISMOS DE ACUMULACAO DE DANOS EM ALTAS TEMPERATURAS + FLUENCIA - SUPERAQUECIMENTO - SUPERAQUECIMENTO POR LONGO PERIODO - SUPERAQUECIMENTO POR CURTO PERIODO - LARANIA. 45 -FADIGA 45.1 - FADIGA TERMICA 45.2 - FADIGA FLUENCIA. 453 - FADIGA CORROSAO 5-RISCO DE EXPLOSAO . 5.1 ~ EXPLOSOES DO LADO DA AGUA 52 - EXPLOSOES DO LADO DOS GASES 6-INSPECAO 61 - LEGISLACAO EM VIGOR 611 - ASPECTOS LEGAIS 6.1.2 - COMENTARIOS RELATIVOS A NR -13 (REVISAO ATUAL ) 62 - FREQUENCIA DE INSPECAO 6.21 - CONFORME LEGISLACAO ‘Av. Dr. Jodo Guilhermino, 429 - 9° andar ~ conj. 91 e 92 - Edificio Saint james - Centro CEP: 12,210-131 - Sao José dos Campos - SP - Brasil Telefax: (012) 341-7330 / e-mail: isqi@iconet.com.br CGC: 60.010.287/0001-62 / Inscricdo Municipal: 097.133-2 3 instituto santista de qualidade industrial > a melhor solugao em treinamento < 6.2.2 - FREQUENCIA TERMICA 63 - TIPOS DE INSPECAO 63.1 - INSPECAO EXTERNA 63.1.1 - INSPECAO DIARIA 63.1.2 -INSPECAO PERIODICA 63.2 - INSPECAO GERAL OU EM PARADAS 632.1 -ANALISE DE DEPOSITOS 63.22 = INSPECAO INTERNA 64 - RECURSOS PARA INSPECAO 64Al - EQUIPAMENTOS PESSOAIS 642 - ENSAIOS NAO DESTRUTIVOS 643 - ENSAIOS DESTRUTIVOS 65 - TESTE HIDROSTATICO 66 - VALVULAS DE SEGURANCA 67 ~RELATORIO DE INSPECAO 68 - PLANEJAMENTO DE INSPECAO 69 - NORMAS REGULAMENTADOREAS APLICAVEIS A CALDEIRAS 7 - ASPECTOS LEGAIS DA INSPECAO 11 ~ RESPONSABILIDADE CIVIL 72 - RESPONSABILIDADE CRIMINAL 73 - ABORDAGEM SOBRE A ATIVIDADE DE INSPEGAO DE EQUIPAMENTO ANEXO: + CALDEIRAS FLAMOTUBULARES «REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS MANUAL TECNICO DE CALDEIRAS E VASOS DE PRESSAO, EDICAO 1996, DO MINISTERIO DO TRABALHO NORMA BRASILEIRA NBR - 12177 (NB-55) - INSPECAO DE SEGURANCA DE CALDEIRAS ESTACIONARIAS AQUOTUBULAR E FLAMOTUBULAR A VAPOR ABCM - PR 001/92 - RECOMENDACAO GERAL PARA INSPECAO DE EQUIPAMENTOS: B INSTALACOES QUE OPERAM EM ALTAS TEMPERATURAS ‘Av. Dr. Jodo Guilhermino, 429 - 9° andar - conj. 91 ¢ 92 - Edificio Saint James - Centro CEP: 12.210-181 - Sao José dos Campos - SP - Brasil ‘Telefax: (012) 341-7330 / e-mail: isqi@iconet.com.br CGC: 60.010.287/0001-62 / Inscrigdo Municipal: 097.133-2 ‘ oe 4 - INTRODUCZO i.t — CONSIDERACSES GERAIS Os primeiros registros de utilizagéo do vapor d’égue para desenvolvimento de trabatho Gtil datam de 150 @.G., no entanto, em 1763 & que o escocés James Watt patenteou a primeira maquina a vapor para uso Industrial. Desde entSo 0 uso do vapor se generatizou na industria ¢ nos transportes, tornando-se um dos sustentéculos da Revolucio Industrial. Em paralelo com o desenvolvimento surgiu a necessidade crescente de geracdo segura e econdmica de vapor, Implementando-se as tecnologias operacionais e de materials para a fabricagéo de caldelras, Se megmo com a tecnologia hoje existente as caldeiras falnam € causam fataiidades, é de se imaginar como foi dura essa evolucéo, quantos acidentes ocorreram e¢ quantas vitimas se fizeram. A tecnologia de fabricagéo de caldeiras avancou. Ja existem equipamentos com capacidade de produzir cargas fantdésticas, acima de mi! toneladas de vapor por hora e a pressdes criticas, superando as limitecdes metaidrgicas dos materiais e de processo. Se a tecnologia ae geragdo de vapor em caldeiras avancou, hé @ necessariamente de corresponder~ihe com um avango na técnica de prote¢do dos homens que trabaiham nessa area e na preservacéo desses equipamentos, que, muitas vezes, correspondem ao maior investimento em uma planta Industrial €, no caso da sua perda por acidente ou deterloragéo n&o controlada, pode inviabditizar financeiramente a soprevivéncia da fabrica. A GERACAG DE VAPOR A geragdo de vapor d’dgua & um processo fisico que envolve 0 aquecimento da fase I{quida até o ponto de ebulicdo na presséo desejada, a transformacao do Iiquido em vapor ~ mudanga de fase — e a elevacdo da temperatura da fase gasosa. As figuras a seguir mostram, em etapas, a geracho de vapor a uma determinada pressao. A - Lfquido Sub-Resfriado B - Liquido Saturado G - Vapor Saturaco D - Vapor Saturado Seco — - Vapor Superaquecido Figura 4 - Geragio de Vapor -3- 1SQ)] incticuce canciera de qualidade industrial oS Na figura A mostramos um cilindro contendo wm titro de fgua, e sobre esta Agua um émbolo exercendo uma pressfo constante P (atmosférica). Imaginemos que a temperatura da égua no cilindro Aesteja a @ °C. Nesta configuracio a égua se apresenta na condig&o de Liquido Sub-Resfriado. Aquecendo lentamente esta dgua até o ponto de ebuli¢io, haveré um aumento na sua temperatura e volume. Nesta configuracée a Sgue se apresenta na condigio de Liquide Saturado (cilindro 8). Como a ditatacfo da égua é muito pequena, o clilindro se elevaré muito pouce, n&o observando-se a formacéo de vapor. 0 calor cedido ao sistema esté sendo totalmente utilizado para aquecer a 4gue (calor sensivel). Gontinuando o processo de aquecimento, a 4gua entraré em ebullgSo, produzindo vapor d’égua. Observa-se um aumento grande no volume, coma elevac&o do émbolo devido a formagéo de vapor. Nesta etapa, a temperatura do fuldo permanece constante até que @ vaporizagéo se complete, o calor cedido esté sendo usado para @ transtormecéo de fase da fgua (calor tatente). Ne configuracéo do eilindro Co fiuldo € chamado de Vapor Saturado. Quando a Agua eativer totalmente vaporizada, todo o cilindro estaré ocupade peto vapor, que nestas condigSes & chamado de Vapor Saturado Seco Ccllingro DD. Gontinuando a fornecer cator, o vapor aumentaré de volume e temperatura, Nesta condi¢&o ele 6 chemado de Vapor Superaquecido Cellindro E). 0 calor cedido esté sendo usado para aquecer o vapor (calor sensivel). A figura 2A representa de maneira gréfica as fases da transformacéo. Boe’ Z tate eeeeeeet & Pp (*) PG omm) woor ae superagueciy aqua, & A Sees So < tool- - oO transtormasae V quanta dle @ Ceol /kg) isabarieg coe casor Ay (B) Figura 2 - Fases de Transformacdo da Agua em Calor Se repetirmos a experiéncia a uma presséo mals elevada, 0 processo de vaporizac&o se daré a ume temperatura mais site e@ menor quantidade de calor sera necesséria & vaporizacéo. Observando a Figura 2B, temos a esquerda da curva a agua abaixo de temperatura de saturagéo e @ direita @ regio de vapor superaqueciao, Na parte central de curva, temos a mistura 4gue-vapor na temperatura de saturacdo. A andilse apurada da Figura 28 nos permite as seguintes constatacdes: . iSQi netituto santista de qualidade industrial A temperatura de saturaga’o aumenta com a pressao. - A ebuilgdo - transformagso de fese - ocorre sempre @ temperatura constante. - A quantidade de calor necesséria para vaporizac&o calor latente de vaporizacao - diminut com aumento de pressio (B -> D). = Existe um ponto em que o calor tatente de vaporizaséo é zero. Este ponto é chamado Ponte Critico (PC). Existem tabelas e dlagramas que relacionam as diversas grandezas envolvidas nesse processo. O Diasrawa de Mullier 6 0 mats utijizado na engennaria, por apresentar os dados oe forma bastante prética, Gomo vimos, @ press&o de gerac&o de vapor € determinante na configuracdo e no projeto da caldeira. As calgeiras que operam em baixas pressdes requerem maior superficte para vaporizacio da @qua do que 29 que operam em altas pressdes. Em contrapartiaa, as caldelras que operam em altas pressdes necessitam de mator superficie de préaquecimento da d4gua até atingir a sua temperatura de saturagdo, do que as que operam em balxas presstes. Na indéstria prefere-se a gerac¢éo de vapor a partir da Agua por diversas razées: - A Sgua 6 matéria prima de baixo custo e faci! obtenc&o, - 0 vapor da 4gua é !impo, Inodoro e principatmente nao toxico. = G vapor d’égua tem alto poder de armazenamento de energia sob forma de calor. 0 vapor pode ser gerado sob forme de vapor saturado (ponto © - Figura 2a) ow sob @ forma de vapor superaqueciaa (ponto £ ~ Figura 2A). 0 vapor suturado € mais indicado para uso em aquecimente, porque devido & mudance de fase permite a troca de calor 2 temperatura constante. Como Inconveniente temos @ grande formag’o de condensado, exigindo cuidedos especials com sua drenagem, devido as restrigdes a0 escoamento do vapor que ete iré cavear, A recuperagéo desse condensada & economicamente importante. 0 vapor superaguecido permite, além do uso em aquecimento, a obtengio de trabalho mecdnico através de maquinas de transformagéo, turbinas que acionam geradores, compressores, bombas, etc. Estas mdquinas podem gerar vapor cxausto (condensado) ou vapor & pressdo reduzida, qué ainda pode ser superaquecido, @ que seré reutilizado tanto para aquecimento ou para gerar mals trabalho, até que seja totalmente convertido em condensado (vapor exausto) @ sua energia recuperdvel tenha sido totalmente consumida. A utilizagéo de vapor superaquecido é economicamente mais ventejosa, no entanto, s6 Interessa a5 tnddstrias que possuam sistemas mals complexos e que utifizem vapor para diversos fins @ em diversos niveis de pressio. ta de qualidade industrial a 2 J institute sant — 2 - CALDEIRAS SSIDERACGES GERAIS Bed — CON De forma genérica, quaiquer equipamento em que ocorra @ vaporizagéo de 4gua é uma caldeira. No entanto, em nosso estudo o interesse estaré dirigido 209 cquipumentos projetadus com = fun do bdsica de transfurmar agua liquida em vapor a presse acima da atmosférica, numa temperatura igual ou malor que a de saturacao nessa presséo, mediante a inje¢do controlada de energia (térmica — calor) para o aquecimento. Quanto a natureza da energia utilizada para o aquecimento, o mais comumente observado 880 9 caldelras que quelmam combustivels s6lidos, Ifquidos ou gasosos. Temos também a9 caldelras que empregam gases quentes resultantes de outros processos como fonte de energia, completando a quelma do gés (EX. caldeiras de Co em refinarias ge petréiec) ov simplesmente efetuando a troca térmica entre os fluidos. Existem caldelras que empregam, como fonte de energia, @ energia elétrica. As calgeiras & resistores sfo as mais comuns e@ 940 mals empregadas para a produg&o de 4gue aquecida ou pequenas quantidades ce vapor saturado, Temos também as caldeiras a eletrodos submersos e€ a Jato d’égua, Nas usinas nucteares, o calor gerado pela fissdo do uranic 6 tranomitido & dgua mediante circuitos fechedos, gerando o vapor que serd utilizado em circuitos secundarios, & semelhanga de caldetras € turbines convencionais, sugerindo, desse modo, @ denominagso de caldelras nucteares. Devido eo fato de que as caldeiras a combust serem as mais comuns e frequentes na carreira do Inspetor de caldeiras, elas serdo o objeto principal do nosso estudo. Gontudo, sao multas as semelhangas entre estas caldeiras e 0s demals modelos e, apenas alguns dos poucos detaines que thes s&0 pecullares, n§o seréo aberdados neste trabalho. 2.2 - TIPOS E APLICACGES Para as aplicacbes praticas as caldeiras a combustdo pooem ser classificadas, conforme a condugao da agua ou dos gases de combust&o no seu interior, em: - Flamotubulares: 0s gases de compusto circulam no Interior de tubes ou serpertinas imersos em agua. = fquctubulares: A agua circula no Interior de tubos que cercam a regifo de combustéo @ @ passagem dos gases. 2.2.1 — CALDETRAS FLAMOTUBULARES Was caldelras flamotubulares 08 gases da compustéo passam no intertor de tubes cercados de égua. A transteréncla de calor ocorre em toda a area circunferenciai dos tubos, que so montados A maneira dos feixes de permutadores de calor. .Existem caldeliras flamotubulares verticals, porém, as caldeiras horizontals 980 mals comuns, podendo possuir fornathes lisas ou corrugadas, mats de um passe para 08 gases e parede trazelra ceca ou moihada, conforme @ Figura 3. -B- jade industri inctitute santiate de qual iui ‘Traseira nolhada, ‘raseira com topo nolhado, dois passes, dots passes, queimador de Gleo ou gis queimador de Geo ou gas =>) ‘Traseira.seca, : mraseita seca, < Gots passes, dois passes, i queimader a dleo ou gas queimador de combustivel s511d0 fornatha corrugada we ‘traseira seca, Traseira seca, tres passes, tres passes, queinador de Sleo ou gas queimador de S1eo ou gas Figura 3 - Tipo de Caldeiras Flamotubulares Hor izontais As caldeiras flamotubulares geram somente vapor saturado, uma vez que este sal de um vaso com agua ifquida, até pelo menos @ sua metede, sem receber qualquer aquecimento posterior, A sua produg&o é normaimente |imitada a 5 toneladas de vapor saturado por hora & pressdo de 20 Kaf/ome, entretanto existem caldelras fiamotubulares que geram até 30 toneladas por hora de vapor a Bul saturado. 0 determinante da pressio maxima de operacéo destas caldeiras 6 @ espessura de parede do vaso externa, Quanto maior € a egpessura de parede, maior é a pressio admissivel e, também, maior € 0 seu custo, Para a gerac&o de até 20 toneladas de vapor saturado por hora, as caldeiras flamotubulares apresentam menores custos de geragéo que a9 aquotubuiares. Figura 4 - Caldeira Flamotubular do Tipo Naval Escocesa As caldeiras flamotubulares apresentam meinor capacidade de reacdo a mudancas bruscas de carga pelo sistema consumidor e, também, apresentam maior eficiéncia de transferéncia de calor que as caldelras aquotubulares, por area de traca térmica. Por suas limitagdes técnicas, nfo sgerar vapor superaquecido € balxa capacidade de geracio, 0 uso de caldeiras flamotubulares fica restrito a empresas de pequeno porte que hecessitam de vapor somente para aquecimento. ae) HEE Ieee ta SEY EH Ht Ee tee ee ee ae ete . = iSOi instituto santista de qualidade industrial As caldeiras flamotubulares 980 de operacdo mals simples e, normaimente, contam com poucos Instrumentos para su monitoragéo de operagéo, 0 que faz com que muitas vezes a nas operacdo e manuten¢do sejam negligenciadas, fazendo com que este tipo de caldeira lidere as estatisticas de acidentes no mundo, normalmente explosbes. A causa mais frequente dessas ocorréncias & 0 superaquecimento das partes de pressio por baixo nivel de agua. 2.2.2 — CALDEIRAS AQUOTUBULARES: Nas caldeiras aquotubulares 08 gases de combustéo envolvem os tubos por onde circula, internamente, @ agua. S80 unidades de grande capacidade, projetadas para opetar em médias e altas pressées. Figura 5 - Caldeira Aquotubular Tipica ute santista de qualidade industrial A concepgfo de projeto dessas caldelras tornou facil a incorporac#e de uma seyGc de supernguccimunto 0 vapor, o que & de grande interesse para as inddstrias mais complexas, onde o vapor, além de ser uUsado para aguccimento, 6 também utilizado na optengdo de trabalho mecinico através de méquinas de transformagdo (turbinas). As caldelras aquotubulares sf 0 -escopo = deste trabalho e serdo vistas em Getainhes quanto ao seu funclonamente, componentes e principals problemas operacionais. Como j@ fo! citado no |tem 2.1, muitas sao as semeihangas entre estas e os demais modelos, sendo que apenas alguns detalnes quc s&o pecutiares a determinado tipo de caldeire, mio serdo aqui abordados. 2.3 - CIREULACKO a circulagéo adequada ae égua e vapor é Fundamental para © dom desempenho térmico e vida Gtil de uma caldelra. Yrregularidedes neste circuite podem introduzir avarias que resultar3o aa falha do equipamento. A circulagéo pode ser natural, pela acio da gravidade, ou forcada pela agio de uma bombs, ou ainda, combineda com as cuas aces. A circulagSo natural @ decorrente de diferenga de aensidade da agua que circula no |nterior dog tupas. A fgua mais fria, de densidade maior, flut nos circuitos descendentes ¢ a gua equecida, }4 em mistura com @ face vapor, de densidade menor, flu! nos circuitos escendentes, onde processa-se a maior absorgdo de calor. O diferencial te calor entre o circulto ascendente e o descendente ¢, consequente diferencial de densidade, @ 0 responsdve! pelo estapelecimento da circulagéo natural, como pode ser visto no esquema |lustrado ne Figura 6. culago forgada o fluxo & obtido por melo Nac de uma vomba e 6 aplicada a caldelras que | operam = em condigdes criticas ou sub-criticas (Figura 2B ), onde @ pequena diferenge de densidace entre @ Sgua Ifquida @ 0 vapor saturado torna impraticdvel @ circulagaéo natural. A a circulagéo forcada § utifizede em caldeiras que operem pressfo maior que 140 Kaf/ome. & importante q@uc 8 geragio de vapor nos tubos ascendentes va parede d’dgua nfo ultrapasse ao valor de POX cm massa, com o objetivo de manter moinada &@ superficie interna dos tubos, Desta maneira seré mantido um alto coeticiente de@ pelfcula do lado da gua, ave ind manter relativamente baixa @ temperatura da superficie metélica dog tudos, permitindo © use de materials menos nobres, tal como o ego carbono, tornando mais econdmico o projeto ve uma caldeira. ' {SOQ} incricuce eentiote de qualidade incuserial bul Figura 6 — Modelo Esquematico da Circulacdo Natural em uma Caldera Aquotubular 2.4 ~ COMPONENTES DE UMA CALDEIRA AQUOTUBULAR Pelas diversas utilizagées @ que essas caldeiras se destinam - Caideiras de fAquecimento, Caldefras para Geracio Yermo-Elétrica, Caldeiras Combinadas, etc - existe uma enorme gama de variates de projetos, com perticularidades especificas. Gontudo, 08 componentes principais, que estéo presente na maioria delas, $80 ilustrados na figura @ seguir. : 2.4.4 — TUBULAO SUPERIOR OU DE vaPor € um vaso de pressio focalizado na parte superior da caldeira. Recebe a 4gua de alimentac&o que seré distribufda a patedes d’4gua para vaporizac&o. Ele contém dasua em equitibrio com o vapor saturado na temperatura e pressSo correspondente. Existem caldelras com dols ou mais tubui6es superiores, porém isto nao ¢ comum. Figura & - Caldeira Aquotubular com Trés Tubulées Superiores No Intertor do tubuléo, a0 longo da parte superior, hé um sistema de filtros separadores que tem a finalidade de reter Particulas I{quidas ou s6lidas arrastadas pelo vapor saturado que n&o podem seguir para o superaquecedor. 0 arraste de contaminantes pelo vapor propicia a formac&o de depdsitos no superaquecedor, nas pés de turbines € no sistema de condensado, podendo causar sérlos problemas de superaquecimento, corrosdo e/ou erosho. - 19 - Serene HEE ) ) DO HOE eae ete eee ee eee Hee eee ee eee Hea eee 5 = iSOi inetituto santista de qualidade industrial — Figura 9 - Tubuldo Tipico e Seus Internos s = iSOi institute santista de qualidade industrial — Os tubulbes s80 normaimente fabricados em aco-carbonc, de médio carbdono, totalmente acalmados (ex.: ASTM A-515 ou ASTM A-516), podendo, em alguns casos especificos serem fabricados em ago microligados, como é 0 caso de caldeiras supercriticas (aitas pressées e temperaturas), caldelras que possam ser expostas @ daixas temperaturas durante o teste hidrostatico ov sujeitas @ servigo cfelico muito Intenso, Também em casos onde possam surgir gradientes térmicos severos, quando a dgua de alimentacéo for admitida a baixa temperatura. 0s interncs dos tubuides so todos fabricados em ago-carbono comum. Nas construcdes modernas, os tubuldes sf soldados, exigindo culdados especiais no caso de utiltzagie de materials Microligados ou chapas de alta espessura, onde sio exisidas propriedades especiais das juntas soldadas. Porém, ainda encontraremos @lgumas construgées antigas que usem Jigactes rebitadas nas chapas dos tubulées. & frequente a espessura de chapa do tubuiio ser maior na regiéo de mandrilagem dos tubos, pare compenser o aumento de tensSo provocada pela furacéo € pelo processo de mandritamento. Isto j& nBo € tho frequente no tubulfo inferior, por ser normaimente de menor diametro e seu projeto extgir menor espessura de parede. Figura 10 - Corte Transversal de um Tubuldo ~18- Py = iSGi institute santista de qualidade industrial — 2.4.4.4 — FORMAS DE FIXACKO DUS TUBOS AD TUBULAZO A fixagdo dos tubos ao tubuldo pode ser feita por mandritamento, em caldeiras que operam com pressho até aproximadamente 60 Kaf/cm2. Acima deste pressic utiliza-se uma solugéo mista, onde é efetuada uma solda de selagem entre tubos mandrilados eo tubulo ou, no caso de caldeiras sub-criticas ou erfticas, onde os tubos 880 soldados diretamente ao tubulao. solaa o& soll ~ estrtura/ HANDRILAGEM MANDRILAGEM SOLDA DIRETA MAIS SELAGEM com 0 TUBLLAD Figura £4 - Formas de Fixacdo dos Tubos ao Tubuldo 0 processo de mandrilamento consiste na expans&o do tubo por agéo mecanica, isto € obtido pela acéo de roletes calcados sobre @ superficie interna do tubo. A expanséo do diametro do tubo proveca a sua deformacio —_ permanente (plastica) que, associada a deformacdo nZo permanente (eldstica), causada no tubulao, gera a pressio entre as superficies, resultando na vedacdo do conjunto. Alguns projetos exigem que a extremidade passante do tubo seja alargada (boca de sino. Neste caso utiliza-se uma mandriladora com foletes edicionals para este fim. A mandritagem pode ser felta manuaimente ou com ferramenta pneumatica, Quando for necessério 0 remandrilamento por vazamento, ou @ substituic&o de um tubo, 6 recomendével que se efetue o servigo manualmente, para termos melhor controfe do processo. As vibracdes e@ 0 excessivo esforco da mandriladora pneumética podem causer danos 3 mandrilagem dos tubos vizinnos, ~ 18 - : 0 processo de mandrilamento de um tudo deve ser controlado para eviter falhas do tipo expanséo excessiva, trincamento ou escamagéo do tubo. Quando da troca de um tubo, devemos verificar @ compatibilidade entre o di@metro externo do tubo novo @ o interno do furo no tubuiao. Um tubuléo que tenha sofrido excessivas mandrilagens pode apresentar alargamento do furo em tal proporcao ou, encroamento do material periférico ao furo, que dificuite @ fixagéo e vedagao do tubo novo. Ga Figura 42 - Expansio de Tubos por Mandrilagem Figura 13 - Tensées atuantes de Mandrilasem -1W7- ta de qualidade industrial iSf i} Instituto can I As mandrilagens devem ser atentamente inspecionadas, pois vazamentos em operacio podem resultar na concentra¢io de contaminantes da @gua nas frestas e Induzir a falna do conjunto. No caso de contaminantes c4usticos podemos ter danos na parede do tubu|8o causadas por corrasdo sob-tensio. COFFEEGO nee Figura $4 - Trinca na Parede de um TubelSo Causada por Corrosie Sob Tenuiiv por Concentracdo Céustica na Fresta de andr ilages Vazamentos por mandrilagem podem ser identificados polas marcas caracter{sticas de escorrimento nas paredes do tubuléo ov através de teste hidrostdtico na presséo de operagdo da caldelra. fesse caso somente 6 aceita a umiditicegao da regio mandrilada, néo sendo acelta a visvalizacio de pérolas de dsua. 2.4.4.2 - BOCAS DE VISITA As Bocus de Visita de um tubulfo so diferentes das normalmente observadas em vasos de presséo. Elias possuem caracter{sticas que ihes s40 pecullares, a forma, normatmente, elfptice @ a auto~vedacio. A auto-vedacku @ conseguide pelo artificio da tampa ser Interna ao tubvléo e se auxiitar de presséo do flufde para o seu aperte e vedacio (Figura “A"). Esta configuraga’o exige 0 reaperto da poca de visita durante o teste nidrostatico © quando a caldera atingir o regime norma! de operagSo. Esta configuragdo, para as pocas de visita, de tubulées, € obrigatoria em caldelras de média e altas pressées, onde a esbeltes dos tampos e paratusos hecessérios pare resistir @ press%o interna e garantir a vedacdo do conjunto seriam muito caros. A forma clfpticu da tampa ¢ para permitir a sue remocdo do Interior do tubulGo, quando for necess4ria para a sua manutengao. - 18 - tery: TSO] ineticuce canticta do qualidade industria! bs Pressco Yyterne (A) — AUTO-VEDACAD {B> - ELPTICA Figura 15 - Boca de Visita Utilizada em Caldeiras As Sedes de Vedacdio da tampa e do tubulio devem ser protegidas durante as operactes de manutencio de caldeira e, criteriosamente inspecionadas antes da sua montagem, pois pequenos riscos ou corrosgo euperficial podem causar vazamentos. Vazamentos de vapor dificilmente s&0 sanados por simples reaperto das bocas de visite, devido 9 suas caracteristicas erosivas. 2.4.4.3 ~ JUNTAS DE VEDACAO A junte € 0 elemento de vedago existente em todas as bocas de visita e ligagées flangeadas. Quando em servico, a junta est& submetida & srande pressdo resultante do aperto dos parafusos e tampém a um esforco cizalhante devido @ pressdo interna do fiuido. Para que no haja vazamento através da junta & necessério que a forga do atrito, resultante do aperto da junta, e a sua resisténcia ao cizaihamento sejam superiores & forca cizalhante exercida pela pressao do fiuido interno. Por este motivo, quanto maior for a pressao do fluido tanto mais dura e resistente teré que ser a Junta, para resistit ao estorgo de compresséo devido ac aperto 6 cizalhamento devido & presséo. No entanto, a junta também deve ser deformavel ¢ eldstica para absorver as irreguiaridades das superticies 2 vedacdo. 0 material da junta também deverd resistir a acées corrosivas do meio ¢ a0s ciclos de pressdo © temperatura impostos ao sistema. - 49 - CONVENCTONAL AUTO-VEDANTE cay «By Figura 16 ~ Juntas de Vedacio S80 diversos 09 tipos de juntas existentes. Os fadricantes recomendam juntas de papelSo hidrdulico ou semi-metaiicas compostas para as bocas de visita dos tubuldes de caideiras, Inclusive para as de alta pressSo. Para as caldeiras criticas ¢ sub-criticas s80 adotadas soluches especials. Para tubulagies que transportam vapor 6 usual a utilizacdo de juntas de papelto hidréuiico ou semi~metélicas compostas em sistemas de balxa pressdo e, juntas metdélicas, normalmente do tipo anel, para sistemas de médias e altas pressdes. Quando da utilizacéo de junta metélica, a sua especificacéo deve ser compative! com @ do material das sedes, atentando-se para que a sua dureza seja inferior & dos fianges, para serem as juntas o elemento deformével do sistema de vedacao. No item 2.4.1.2 foram citados todos os cuidados necess4rios na inspecdo e manutenc&o dos flanges, juntas @ sedes de vedacSo que trabalhem com vapor. - 20 - stitute santiata de qualidade industri: iSO} 2.4.2 — TUBULAO INFERTOR OU DE LAHA € um vaso de pressdo focalizado na parte inferior da caldeira, normalmente de dimensSes menores que o superior. O {upuléo Inferior opera cheio de agua e, além de distribulr a dgua aquecida para ser trangformada em vapor nas paredes, tem @ finalidade principal de concentrar sélidos de densidade elevada, eventualmente contidos na gua, que so removidos através de um sistema de drenagem que se denomina extracho de fundo. Para facilitar a remocdo de lama, o tubuldo inferior tem uma teve inclinagdo no sentido da descarga. Por trabaihar com deposigéo de tama ou outros sélidos em seu interior, na sua Inspecdo devemos dispensar atengéo especial ao desenvolvimento de processes de corrosio sab depésitos, com perdas de espessura localizadas. Existem caldeiras que nao possuem este tubuldo, exigindo, portanto, malar controle na qualidade da dgue de alimentac&o da caldeira para n&o termos arraste de depdsitos que iro se encrustar nos tubos das paredes ‘agua. 0 tubuléo inferior, normalmente n&o possul acessérios Internos. Alguns projetos prevem chicanas internag para direcionamento do fluxo de agua. Existem caldeiras que possuem uma serpentina de pré-aquecimento de égua de alimentacéo que passa pelo seu Interior. Quanto aos aspectos construtivos e de especificacho de materiais, estes tudulGes 980 semeihantes eos tubulbes superiores, Soh resem, sory CALDEIRA COM CALDEIRA SEM TUBULAO INFERIOR TUBULAO INFERTOR Figura 47 - Tubulgo Inferior -21- ten: TSO] nectcuce canticue de qualidade inctustrial bel 2.4.3 - PAREDES D’AGUA $80 paredes formadas por tubos que intertigam o tubuldo superior como inferior ov coletor distribuidor, Essae paredes, laterais, frontais, teto e piso, formam um espaco vazio denominado cémara de combust& ov fornaiha, € nos tupos destas paredes aque ocorre @ geracdo controlada de vapor saturado, conforme item 2.3. Ds tubos destas paredes sfc chamados tubos de subdida ou tubas geradores de vapor (risers). 0s tubos de desciga d’4gua (down-comers), em funcio do projeto ou caracter{sticas da caldelra, podem ser internos ou externos & caldeira. Nas caldelras com tubos de descida d’agua Internos, estes n&o podem ser expostos diretamente a chama, a troca de calor deve se dar somente por conveccéo, com os gases quentes provenientes da compustéo, CALDEIRA COM TUBOS DE CALDEIRAS COM TUBOS DE DESCIDA D”AGUA INTERNOS DESCIDA D’AGUA EXTERNOS Figura £8 — Tubos de Descida D”dsua Nos projetos mais antigos, os tubos das paredes d"agua cram colocados sobre paredes de material refratdrio de grande espessura, suportadas com o auxilie de estruturas de aco protegidas por material isotante térmico. Estes tipos de fontrocées exigem que a camara de combustGo trabalhe con pressio negativa no seu Interior, pols hé a possipilidade de vazamento de gs para o exterior, através de frestes no revestimento, 0 que se agrava com a deteriorizacéo @o longo 0s anos, = exigindo manutencées cares, demoradas e trabalnosas. Outros incovenientes = 22 - ta de qualidade industrial FSO innricuce oan deste tipo de projeto $80 a elevada carga a que @ estrutura de caldeira deverd suportar e 0 tempo excessivo que 6 necessario para a caldeira atingir a temperatura de operacdo. Figura 19 - Desenho Tipico de Tubos da Parede D’igua sobre Paredes de Refratérto Os projetos modernos prevem paredes membranadas para as fornaihas, nas quails os tubos 840 atetados e/ou soldados uns aos outros, formando paredes estanques. 0s tubos aletades absorvem mator quantidades de calor ¢ garantem a estanqueldade das paredes, possibilitendo a operac¢éo com pressdo positiva na camara de combustéo. Apresentam a vantagem de evitar vazamento de gases, as vezes t6xicos, para o exterior, ou a entrada de ar frio, aumentando a eficiéncia global da caldeira. Este tipo de fabricacéo propiciou uma reduc&o de custos na fabricacéo de caldeiras, através da reduc8o do volume de materials refratérios utiiizados e a utilizacéo de materials isolantes mais feves, com estruturas de sustentacio ¢ bases menos robustas. Também obteve-se ganhos na fabrica¢éo através da automacio da confecc&o de painéis e na pré-fabricacéo, tornando mais rapide 4 sua montagem no campo. - 23 - inatituto santista de qualidade industrial SOLDADA Figura 49 - Desenho Tipico de uma Parede selada A parede d’4gua normaimente sfo fabricadas em tusos de ago-carbono, com daixo tear de carbono. No caso de projetos especiais, com major taxa de troca térmica nos tubdos, utiliza-se acos microligados com adicées de molibidénio para aumentar 9 resisténcia dos tubos a fluéncia, os cédigos de projeto costumam Trecomendar o acréscimo de 50 0G @ temperatura égua circulante, para especificacéo da temperatura de parede dos tubos da parede a’Sgua. 2.4.4 ~ SUPERAQUECEDORES Os superaquecedores s&o componentes tubulares sob a forma de serpentinas, com 0 objetivo de criar srandes = 24 - inetitute santista de qualidade industrial - iSO — : superficies de treca térwicu para elevar 0 grau de - Superaquecimente do vapor. 0 ganho de energia com 0 Superaquecimento do vapor é de aproximadamente 3% para ~ cada 6D 0G de superaguecimento. 0 superaquecedor consiste de dois cotetores, um Ge entrada, que recebe vapor saturado proveniente do tubulgo superior, uma serpentina de troca térmica e um coletor de safda, 2 onde sal o vapor superaquecido, Existem projetos de caldeiras com : mais de um superaquecedor, ou também, superaquecedores de uma Serpentina sub-dividide em dois ov mais = passes = de quecimento. Nestes casos é necessario a instalagao de 5 super dessuperaquecedores intermed!4rios para o controle da temperatura, 7 que € limitada pela resisténcia mecanica dos materials. 08 dessuperaquecedores s80 componentes especificos e serio analisados = adiante. 0 superaquecedor ¢ um componente muito sucertivel a danos por problemas operacionais. Guidados especials devem ser dispensados no acendimente da caldeira, quando fria, @ combust&o deve ser branda até que a caldeira vaporize, ~ possibilitendo @ circulagSe de vapor (fiufdo ref: iscrante) através do superaquecedor. & partir de entéo, a caldeira s pode ser levada a seu regime de operacéo normal, sempre is obedecendo as curvas de aquecimento previstas no projeto. 0 no atendimento destas recomendagées pode causar danas por superaquecimento dos tubos do superaguecedor devido 8 falta de refrigeragao interna. ~ Quanto a forma de transferéncia de calor sao classificados como superaguecedores de ragiagao e conveceao. ~ 0s superaquecederes de convecgio ficam localizados na zona de convecg¢so da caldeira, com 2 superficie de ia aquecimente protegida parcial ou totalmente das chamas. A caracteristica basica deste superaquecedor 6 o aumente da temperatura do vapor com o aumento de carga da caldelra, ~ isto devido ao aumento da massa de gas, resultante aa queima, para troca de cater com o vapor. “ 0s cuperaquecedores de radiagio ficam localizados na zona de radiagdo da caldeira, com @ superficie de aquecimento exposta ~ As chamas. A caracteristica bésica destes superaquecedores € @ 7 Giminuieéo da temperature do vapor com o aumento ae carga da “ Galdeira, Esta forma de transmise& de calor nfo depende da massa de gés e€ sim da temperatura de combustSo. Embora esta se eleve, a vazko de vapor gerado nas paredes d’agua também aumenta, sendo que ns o aumento na masse de vapor é predominante sobre o .aumento da quantidade de calor transferico ao superaquecedor, resuitando na a diminuigdo da temperatura de safda do vapor superaquecido. HA unidades que usam mais Ge um superequecedor com troca ~ de calor por radiagao @ convecgic, ao aque chamamoe de sistema Combinado (Figura 24). Estes sistemas tem como caracterfstica = opter mais uniformemente a temperatura do vapor, com qualquer a carga na caldeira. - 25 - ban i ra cma ae Tore ar, | Atul L Figura 24 - Caldeira cow Varios Passes de Superaquecimento (Radiagdo ¢ Conveceio) 0 fiu(do de refrigeragéo que circuta no interior dos tubos dos superequecedores, que 6 o vapor, apresenta caracteristicas de troca térmica inferiores &% da gua, assim, a temperatura ae parede dos tubos € superior & temperatura do vapor circulante. Os cédigos de projeto recomendam o acréscimo de valores na ordem de 359 8 temperatura do vapor circulante, para os superaquecedores convectivos e S509C para os radiativos, na especificacio da temperatura de parece dos tubes. Desta forma, 6 comum projetos com eapecificagéo de tubos em agos iiga carpono-molipdénio © cromo-molibdénio para confec¢éo de superaquecedores. Os superaquecedores podem ainda ser do tipo pendente ou drendvel. A principal vantagem do tipo orendvel € a possibilidade de remogéo de toda 4gua do interior dos tubos, por ocasigo des paradas operacionals, evitando choques térmicos no acendimento oa caldeire. ~ 26 - Instituto santista de qualidade industrial SUPERAQUECEDOR DRENAVEL ae ae secundario — i >——_y Aquecedor ee 1, sipecpeente LL Saidade eee ws |_| all Sada ae Daewes SUPERAQUECEDOR PENDENTE Saida do superaquecedor Superaquecedor — Figura 22 - Exemplo de Diferentes Tipos de Superaquecedores -a7- m = iSOi inetituto eantiata de qualidade industrial — 2.4.5 - Controle do Grau de Superaquecimento do Vapor 0 vapor superaquecido apresenta variagdes oe temperatura, a3 vezes anormais, @o longo do seu percurso no interior da caldeira, devido & manobras operacionals, falhas no sistema de queima ou no sistema de sopradores de fuligem. isto torna necessario o ajuste da temperatura do vapor para proteger os componentes de exposic¢ses 8 temperaturas indevidas ou para manter 0 equilfprio do proceso, a jusante da caldeira. Esta agho corretiva pode ser efetuada pelo tado do vapor ou pelo lado dos gases. Outros recursos existem, no entanto, néo serdo aqui abordados. 2.4.5.4 — Pelo Lado dos Gases 0 controle do grau de superaquecimento do vapor, pelo tado dos gases & obtido através da recirculacho ow “by-pass” 0S gases. Estes controles, quando previstos no projeto do equipamento, modificam significamente 0 perfil térmico no Interior da caldeira e, consequentemente, permite o controle do gray de superaquecimento do vapor. a gsoenot Sah oso D a | ae A Ww | aren ra, of ee a 5 / eer | BY-PASS RECIRCULACEO Figura 23 - Desenho Esquematico dos Sistemas de Controle do Grau de Superaguecimento do Vapor pelo Lado dos Gases - 28 - a J Dui 2.4.5.2 - Pelo Lado do Vapor ~ Dessuperaquecedores S80 componentes utilizados, como recurso operacional, para o controle da temperatura entre 08 passes de superaquecimento ow na safda da caldeira. isto pode ser obtido de duas maneiras: através da injec&éo de 4gua no vapor ow pelo “by-pass” de parte do vapor para trocadores de calor ou méquinas térmicas. 0 sistema de descuperaquecimento por injecéo de dsua no vapor consiste de uma inje¢do (borrifo) de agua de alimentac&o da caldeira na massa de vapor, de forma a controlar o seu grau de superaquecimento, preservando 0s Componentes a jusante. 0 emprego deste tipo de dessuperaquecimento exige culdados especiais com a qualidade da Agua utilizada ne Injecko, pols as impurezas presentes seréo incorporadas ao fluxo de vapor, podendo depositar-se nas préximas secbes de superaquecimento, nas tubulagSes da rede de distribuig&o, incoveniente este inexistente quando 0 controle da temperatura do vapor & feito pelo sistema de “by-pass”, pois 0 vapor nao sofre contaminacbes. vapor seperaguecioo rece CONTROLE POR INJECAO vapd~ CONTROLE POR BY-PASS Figura 24 - Desenho Esquemitico dos Sistemas de Controle do Grau de Superaquecimento do Vapor pelo Lado do Vapor - 29 - a I J instituto santicta de qualidade industrial — Em caidelras com sistema misto de superaquecimento, 0 controle de temperatura pelo sistema de injecio 6 um recurso operacional importante para manutencéo da carga da caldeira em final da campanna, quando @ secio de radiagéo esta com sua capacidade de troca térmica prejudicada pela fulfgem acumulada. A carga térmica transfere-se ent&o para a sec&o de conveccéo e af, com 0 uso correto da injec&o, podemos manter a caldeira em sua carga nominal. 0s descuperaquecedores por injecdo de dgua sfo componentes er{ticos, por estarem expostos a condicées operacionais muito severas. A Injecdo descontroiada de agua ou a sua no homogenizacéo como fiuxo de vapor, pode provocar danos por choque téraico,no corpo do dessuperaquecedor ou na tubulac¢éo a jusante. Por suas caracteristicas operacionais, servico ciclico, este componente também est sujeito a danos por fadiga térmica. Normalmente o projeto destes componentes prevé que o seu corpo seja confeccionado no mesmo material da tubulacéo na qual ele esta Instalade, no entanto, é prevista uma camisa de protesao interna em material mais resistente, que pode ter a forma de venturi. Este camisa pode ser projetada de maneira a ser substitulda periodicamente. Estes componentes requerem atengéo especial no planejamento da sua inspecao. STEAM LOW STEAM UNE THERMAL SuENE venturi” MxNe AND TERIAL | teerwa Seve sec geet NS : SECTONA-A SECTONE.S sectionc-c Figura 25 - Desenho Esquematico de um Dessuperaqueceder por Injesdo d= Agua no Vapor - 30 - » 1SQ)] incticuce canticca de qualidade industria io 2.4.6 — COLETORES E DISTRIBUIDORES Cotetores so componentes, normaimente tubulares, onde se fixem os tubos de uma parede ou serpentina com a finalidade de coletar ou distribuir, de forma homogénea, o fluido circulante. 08 distribuidores 9&0 tubulagées que interlisam os diversos componentes da caldeira. Em geral, 08 coletores ¢€ 08 distribuldores ndo slo submetidos a troca térmica com gases quentes ou com as chamas, Sendo protegidos por revestimentos refratérios e isolantes. A faiha desta protecio devera exigir atengio especial da inspecho pela exposi¢éo do componente a condigées néo previstas no seu projeto. 0 fato destes componentes n&o estarem submetidos @ troca térmica faz com que @ temperatura @ que eles est&o espostos seja bastante préxima & do ftiuido circulante no seu interior, sendo utillzado na sua confeccéo materiais de igual especifica¢&o ao do componente de origem do flufdo ou até menos nobre. a oe eee Figura 27 - Desenho Esquemat ico Exemplificando a Dispos Coletores @ Distrib: inetituto santista de qualidade industrial A fixacéo dos tupos de uma parede ov serpentina aos coletores normaimente é soldada, contudo, para os componentes de matores dimens6es, em caldeiras de média ou balxa pressio, esta fixagdo pode ser por mandrilagem. Quando isto ocorrer é necessario que Naja uma abertura na parede do coletor, no lado oposto & ligacho, para possibilitar a operac¢o de mandritamento. Esta abertura € chamada de “portald”, e normaimente € de forma eliptica (ver [tem 2.4.1.2). Ela também permite avaliar as condicées fisicas Internas do coletor e dos componentes a ele ligados. € importante verificar @ vedagSo destas tampas durante os testes hidrostdt icos~ ‘TUBO MaNDRILADO ‘uno sousnne - M@NDRILAGEM coLETOR coLETOR, rmewal UNA ELIPTICA once cinco ae ey ae esimurre n Pascecet Dé HANDRTLADORA = Figura 27 - Desenho Esquemat ico Exemplificando uma Abertura em Coletor (“Portalé*) 2.4.7 — ECONOMIZADOR 0 economizador € um do8 componentes do sistema de préaquecimento da agua de alimentacdo da caldeira. Estes Componentes clevam a temperatura da agua o mais préximo possivel da oua temperatura de saturac&o. Com isto, evita-se possiveis tensées de natureza térmica no material do tubuldo superior, pela diminulg3o do gradiente térmico entre a agua injetada e a dgua residente. Tamoém, uniformiza-se @ pressdo no interior do tubulgo, pols se fosse admitida agua fria, a pressao tengeria @ diminuir, locallzadamente, com a queda da temperatura. - 32 - : Nos economizadores, a égua de alimentacso absorve calor dos gases de combustéo, resultando em economia da ordem de 1% no consumo de combustivel para cada 15,59G de aumento de temperatura da 4gua de alimentacgdo. Entretanto, hé instalac¢des que queimam combustivels Daratos ou residuals, ou que operam a baixa presséo, n§o justificando economicamente a instalac&e do economizador devido ao seu alto custo. 0 economizador € constitu/do de fetxes tubulares unindo suas extremidades a coletores de entrada e safde. A Ggua de alimentagéo circula no Interior dos tupos, recedendo calor dos gases externos. Eles s8o instalados apés a ditima superficie de conveccéo, na safda dos gases para a chaminé, exigindo grandes superfictes para a troca de calor. Figura 28 - Alguns @rranjos de Economizadores No projete de economizadores ¢ na sua operagao, deve-se atentar para que a temperatura da = parede metéiica das serpentinas seja sempre superior ao “ponto de orvaiho* 40s gases. A condensagéo dos gases de combustdo gera a formag¢&o de dcidos attamente corrosivos, como o Hesod. - 33 - em iSOi inctituto santicta de qualidade industrial A baixa temperatura de operacéo dos economizadores ¢ 0s culdados dispensados para evitar @ condensagdo de gases acidos, permitem que eles sejam confecclonados em ago-carpono. 2.4.8 ~ PREAQUECEDORES DE aR S80 trocadores de calor que clevam a temperatura do ar para combustGo aproveltando o calor dos gases residuals da queima. A eficléncia da caldeira, como um todo, aumenta cerca de 2,5% para cade 50 0G de queda na temperatura de safda dos gases. Gomo o economizador, @ conveniéncia de instalac&o de um préaquecedor de ar deve ser economicamente analisada, pols ailém dae vantagens térmicas citadas, ele apresenta inconvenientes como a necessidade de grandes superticies de troca térmica € a necessidade de malor poténcia de tiragem da caldeira impiicando em custos de instalacao @ manutengao, 08 préaqueadores a ar s&0 classificados em dots grupos, os que trocam calor por contato e os de transporte de cator (regenerativos). = 0s preaquecedores por contato 8&0 aqueles em que a troca se d& através de condutos divisérios entre o flufdo que recede e 0 que transmite calor. Os mais comuns 880 0s tubulares, que so constituidos de feixes tubulares, fixados a espelhos, podendo os fiufdos trocer calor em fluxo cruzado ou paralelo. Esses componentes 980 normalmente fabricados em aco-carbono, quando tubulares, ou em ferro fundido, quando de componentes celulares. TUBULARES: CELULARES Figura 29 - Tipos mais Comuns de Preaquecedores por Contato -~ 34- ler ISL] inmcicuce cancinna ce quelideds inauscriat Dui - Dos préaquecedores de ar por transporte de calor ou regenerativos, 0 mais difundigo € 0 do tipo "Ljungstron", que 6 constitu(do de um rotor aque gita a bdalxa rotagéo: 2 @ 3 rpm. 0 rotor ¢ intelramente metélico contendo cestos de enchimento constitu[dos de favos metéiicos que atuam como “transportador de calor” . A cada ciclo. completo 0 conjunto recebe calor dos gases quentes e cede calor ao ar rio. cesta on SUPERFICIE QueNTe oases nc NAL (ZZ seroR DE ‘SELAGEM LD exo LZ oe LES Co SS SETOR OE AR Tm sess Figura 3@ - Préaquecedor de ar Regenerativo, do Tipo “Ljungstron” Os préaquecedores do tipo “Ljungstron” necessitam de componentes de vedacde entre o rotor e as paredes dos dutos, para evitar a fuga de gases de um duto para o outro, comprometendo a eficiéncia do conjunto, Esta vedecao é feita por chapas finas e flexfvels, fixas ao conjunto rotativo e que sao reguiadas de maneira a nao sobrecarregar excessivamente, quando a@ quente, o sistema de acionamento mecAnico. A inspecéo destas vedaches, que se gesgastam por corrosio e¢ abrasdo , e€ 4 calibracho periédica & importante para a eficiéncla do conjunto. - 35 - : 1SQi 0s préaquecedores regenerativos tém a sua estrutura fabricada em ago-carbono, assim como os cestos quentes. 0s cestos frios s&0 confeccionados em ago patindvels, que sao acos-carbono com pequenas adictes de niébio ou cobre, que geram uma camada de 6xido superficial chamada patina protetora em meios oxidantes. Em preaquecedores estes a¢os apresentam desempenno superior ao ago inoxidével. ‘0 acdmulo de fuligem no préaquecedor pode gerar perdas de carga no fluxo de gs ou de ar, que limitam a capacidade operacional da caldeira. Podem, também, dar origens a incéndios, pela sua combust&o, fundindo completamente os cestos. Para evitar estas ocorrénclas, séo previstos ramonadores. A fuligem também pode set removida por lavagem, através de injecéo de agua alcalina pelos Dorrifadores do seu sistema de combate a incéndio. Nesta operacSo devem ser tomados cuidados para n&o formar compostos 4cidos corrosivos. A avaliagSo das condicgées fisicas das colméias do préaquecedor 6 efetuada visualmente e por pesagem dos cestes limpos. 05 fabricantes estipulam qua! @ perda de peso admissivel. € importante lembrar que os cestos s80 elementos considerados consumiveis pelos projetistas. A maior causa de deteriorag&o dos preaquecedores de ar por contato ou de transporte de calor é &@ corrosio dcida devido & Condensacho dos gases de combustko, a mesma limitacéo mencionada para 08 economizadores, Para minorar este problema, normaimente 880 Instalados preaquecedores de ar a vapor na entrada do préaquecedor de ar, com a finalidade de controlar a temperatura na sua regiéo fria, evitando assim a condensagéo de gases acidos. 2.4.9 — FORNALHA GU CAMARA DE COHBUSTAO A fornalha ou camara de compustéo 6 onde ocorre @ qucima do combustivei. Nesta regio @ que estéo os tubos da parede d’égua, expostos a altas taxas de troca de culor (zona de radiacde ~ Figura 7)- As fornaihas devem ser dimensionades de maneira @ garantirem @ queima total do combustivel, variando = sua configuragdo geométrica e volume em funcSo do tipo de compustivel utifizado. A disposi¢&o dos queimadores deve ser projetada de tal forma que evite a incidéncia de chamas sobre os tubos mesmo em cargas elevadas, propiciando uma boa distribuic¢&o das chamas @ gases resultantes da queima. De acordo com @ disposi¢ao dos magaricos, os principals tipos de fornaina sao: - @ucima Frontal: 08 quelmadores séo horizontals, colocados na parede da fornalha, podendo ser dispostos em apenas uma parede ou duas, em posicées opostas. = @ucima Yangencial: 08 quelmadores 880 horizontals, colocades nos vértices das paredes de fornaiha com direcionamento tal, que formem um turbilhso na fornaina devide ao efelto circular que seré produzido no centro da mesma. ~ 36 - cer iSOi institute santiste de qualidade industrial - Queima Vertical! 08 queimadores 880 locailzados no piso da fornaiha ou na parte superior. Nesta categoria enquadram-se as caidelras que quelmam combustiveis alternativos em grelhas ou estetras. QUEIMA TANGENCTAL | - oe a | Hl = | tthe cram | aco ate / “comet —| ph | | Af crdtartatia —_| c 7 / Whe = 3 o “Tanne de cineas— eae AY QUEIMA FRONTAL QUEIMA VERTICAL Figura 31 ~ Representacdo Esquemitica de Tipos de Fornalhas @uanto a Disposicdo dos @ueimadores -37- stitute santista de qualidade industrial iSOi 2.4.10 - QUEIHADORES sao equipamentos destinados a Introduzic continuamente o combustivel @ 0 ar dentro na fornalna, mantendo @ combustic controlada, dentro dos pardmetros previstos. 08 quelmadores so projetados de tel modo a darem uma forma & chama, de maneira a evitar a sua incidéncia nos tubos da parede d’égua e obter-se a sua melhor distribuicdo dentro da fornalne. Nesta aposti!a estudaremos 08. queimadores a combustivels flufdos (éleos e gases). Contudo o uso de combustivels alternativas (carvéo, ixo, efiuentes qufmicos, madeira...) & comum. 08 principals componentes de um queimador a 6le0 e¢ a gas sfo: = Registro de Art Regula o volume de ar para 08 magaricos, responséveis pela quelma. - Difusor! Por onde o ar passa ¢ adquire uma certe turbuléncia que homogeniza a sua mistura com 0 combustivel. -Magarico: Por onde 6 injetado 0 combust ivel, devidamente atomizado para = @ que ima. Este componente € complexo e requet bom connecimento tecnolégico para o seu projeto. - gioco Refratdriot € um conjunto de tijolos Ge forma circular especifica, localizado na parte posterior ao queimador, exatamente na entrada da fornaina, por onde & chama é projetada. Tem como finalidage dar forma & chama, impedindo que ela se espaine. Também contri pul pare aumentar a efici@ncia da combustéc, de vez que @ sua superficie irradia cater ga chama a mistura ar/combustivel, vaporizando-a, meinorando @ velocidade da queima. 0s queimadores podem utilizar um Gnico tipo ge combustive! ou, o que & mais comum, ser do tipo combinado, em que mais de um tipo de combustivel pode ser queimado, independentemente cu em conjunto = C6120 compustivel e gas combustivel). 0s componentes de um queimador s&o expostos @ temperaturas que variam desde 300 oC, que @ @ temperatura ao ar préaquecido, até 2000 oC, que € a temperatura da Chama, exigindo a especificagds de materials especiais ne gua fapricagéo. As partes néo expostas @ chame e€ em contate com 0 ar préaquecido sao confeccionadas em aco-carbono. Em egies n&o refrigeradas ou expostas 8 Chama utitizam-se os acos Inoxiddvels, preferencialmente 0 de especificagéo AIS! 310, uma liga com 25% de cromo © 20% de niquel, bastante resistente a oxidac&o. Em condicdes especials s&o utilizados acos refratérios. - 38 -

You might also like