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MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA (Corrigida) 2
MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA (Corrigida) 2
BOA VISTA- RR
2023
MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA
Boa Vista- RR
2023
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RESENHA CRÍTICA
Em 1848, na cidade de Londres, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram uma obra
revolucionária que viria a se tornar um marco na história do pensamento socialista. Marx, um
renomado filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político e jornalista alemão,
estudou direito e filosofia nas universidades de Bona e Berlim, e sua análise detalhada da
sociedade capitalista é apresentada em sua obra principal, "O Capital".
Friedrich Engels, por sua vez, era um empresário industrial e teórico revolucionário
prussiano, também nascido na atual Alemanha. Juntamente com Marx, Engels ajudou a fundar
o chamado socialismo científico ou marxismo e colaborou em diversas obras com seu parceiro
intelectual, sendo o Manifesto Comunista a mais conhecida delas.
RESUMO DA OBRA
Para tanto, reúnem-se vários comunistas em Londres para escrever um manifesto. Citam
que o início da história da humanidade, é notória a existência de uma séria divisão de classes
sociais, seja o homem livre e o escravo, o patrício e o plebeu, opressor e oprimido (MARX;
ENGELS, 1848, P.40). Existe, então uma guerra inacabável, que pode ser franca ou fria.
Somado a isso, uma guerra só acaba quando há uma revolução na sociedade por completo. Na
Roma antiga, por exemplo, a sociedade era dividida por patrícios, cavaleiros, plebeus e
escravos, a era Feudal existiam os senhores feudais, vassalos, mestres de corporação,
aprendizes, servos e a sociedade burguesa não foi diferente, entretanto eram bem mais simples
as formas de antagonismo de classes, eram dividas apenas em burgueses, os capitalistas donos
dos meios de produção e os proletariados, pessoas que não possuem capacidade de possuírem
seus próprios meios de produção, portanto vendem sua mão de obra para sobreviver.
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Contudo, o feudalismo já não satisfazia as necessidades que cresciam com a abertura
dos novos mercados, então fora substituída pela manufatura, e dentro da própria oficina
manufatureira já existia a divisão social dentro de suas oficinas, todavia o mercado continuava
a crescer, e a manufatura já não era suficiente, fora substituída por máquinas e vapor. À
proporção que o mercado mundial acelerava ainda mais, abria-se espaço para o
desenvolvimento do comércio, da navegação e dos meios de comunicação e expandia, assim,
suas industrias e multiplicava seus capitais.
"A burguesia, porém, não se limitou a forjar as armas que lhe trarão a morte; produziram
também os homens que empunharão essas armas- os operários modernos, os proletários
(MARX; ENGELS, 1848, P.46).”
Através dessa frase ressalta-se que a burguesia, por meio de suas ações e busca por
lucro, acabou gerando uma classe oprimida e explorada, os proletários, que se tornarão uma
força revolucionária na luta por sua própria emancipação e pela transformação do sistema
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capitalista. Ao destacar esse paradoxo, Marx e Engels apontam para a contradição interna do
capitalismo, na qual as próprias condições criadas pela burguesia acabam levando a sua própria
destruição como classe dominante.
Ou seja, para sobreviver e ter os meios de subsistência necessários, uma pessoa precisa
trabalhar. No entanto, no contexto do capitalismo, o trabalho não é apenas uma atividade para
suprir as necessidades básicas de um indivíduo, mas está diretamente ligado à acumulação de
capital. Isso significa que, para ter a oportunidade de trabalhar e garantir sua subsistência, o
trabalhador deve contribuir para o aumento do capital do empregador ou do sistema capitalista
como um todo. Os trabalhadores são essenciais para a produção de riqueza e a geração de
capital, mas, ao mesmo tempo, são explorados e dependentes do sistema para a sua própria
subsistência. Colocados assim, em uma posição em que o seu trabalho é uma mercadoria que
eles devem vender para sobreviver. Porém, eles não têm o controle sobre os meios de produção
nem sobre a distribuição dos resultados do seu próprio trabalho.
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operário se reduz, em grande parte, aos meios de subsistência necessários para a sua
sobrevivência básica e a manutenção da sua família.
Entende-se por esse trecho que, a exploração dos trabalhadores vai além do local de
trabalho. Mesmo após receber o salário, o operário continua a ser explorado e se torna vítima
de outros membros da burguesia, como o senhorio, o varejista e o penhorista.
O senhorio é aquele que possui propriedades e cobra aluguel do operário, muitas vezes
em condições desfavoráveis. O varejista é o comerciante que vende produtos ao operário,
muitas vezes com preços elevados ou de qualidade inferior, explorando sua necessidade de
consumir. O penhorista é aquele que empresta dinheiro ao operário em troca de garantias,
muitas vezes aproveitando-se da vulnerabilidade financeira do trabalhador e cobrando altos
juros.
“Mas toda luta de classes é uma luta política (MARX; ENGELS, 1848, P.48).”
Essa frase enfatiza que a luta do proletariado contra a burguesia não se limita a questões
econômicas e de classe, mas também tem um componente político essencial. Os trabalhadores
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devem se engajar na política para garantir seus direitos, obter representação adequada e buscar
mudanças nas estruturas políticas e sociais que persistem a exploração e a desigualdade.
“De todas as classes que hoje em dia se opõem à burguesia, só o proletariado é uma
classe verdadeiramente revolucionária (MARX; ENGELS, 1848, P.49).”
Existem outras classes como, por exemplo, os camponeses, que opõem- se contra a
burguesia, porém eles não seriam necessariamente revolucionários, pois lutavam muitas vezes
para ter uma propriedade privada, uma fazenda, mesmo que pequena, para assim ser um
pequeno burguês. Então não seria uma oposição revolucionária contra a burguesia.
Marx e Engels ressaltam que o movimento proletário é visto como diferente. Ele é
caracterizado como um movimento autônomo, impulsionado e liderado pela imensa maioria da
população – os proletários, a classe trabalhadora. Ele não busca apenas melhorias para a classe
trabalhadora em si, mas também para toda a imensa maioria da sociedade que sofre as
consequências da exploração e das desigualdades do sistema capitalista.
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“Não pode exercer o seu domínio por que não pode mais assegurar a existência de seu
escravo, mesmo no quadro de sua escravidão, porque é obrigada a deixa-lo afundar numa
situação em que deve nutri-lo em lugar ser nutrida por ele (MARX; ENGELS, 1848, P.50)."
"A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. seu declínio e a vitória do
proletariado são igualmente inevitáveis(MARX; ENGELS, 1848, P.51)."
Por fim, Marx e Engels afirmam que a burguesia, como classe dominante no sistema
capitalista, não apenas produz riqueza e poder, mas também semeia as sementes de sua própria
destruição. Ao promover o desenvolvimento do capitalismo e explorar a classe trabalhadora, a
burguesia gera as condições de seu próprio declínio.
O trabalho assalariado não cria propriedade para o proletário, porém cria o capital que
é justamente a propriedade que explora o trabalho do assalariado.
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Ser capitalista não é uma questão individual, muito pelo contrário, ele só pode ser
colocado em prática pelo empenho de vários indivíduos da sociedade “O capital não é, portanto,
um poder pessoal: é um poder social”. (MARX; ENGELS, 1848, P.53)
O preço pago aos assalariados é o mínimo, é basicamente um valor para que tal
indivíduo consiga sobreviver (como operário). Nessa apropriação o assalariado vive só para
elevar o capital.
“O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar de sua parte dos produtos
sociais; apenas suprime o poder de subjugar o trabalho de outros por meio dessa apropriação”
(pág54).
O burguês usa a cultura de que a maioria dos homens precisam de adestramento que os
transforma em máquinas.
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A propriedade privada burguesa para o comunismo é a maior manifestação do
antagonismo de classes, da exploração do homem pelo homem. É por isso que o maior preceito
comunista é a supressão da propriedade privada. Comumente é dito que os comunistas querem
abolir a propriedade pessoalmente adquirida, fruto do próprio trabalho, aquela que gera a
liberdade, atividade e autonomia pessoal. Para Marx e Engels, nenhum trabalho assalariado
possibilita condições para o proletário ter propriedade.
Pelo contrário, cria o capital, que é a propriedade que explora o trabalho assalariado e
que só pode aumentar sob condição de gerar novo trabalho assalariado, para volta a explorá-lo.
O trabalho assalariado é pago pelo preço médio mínimo de salário, ou seja, o trabalhador só
ganha aquilo que preserve a sua condição para continuar trabalhando. No sistema capitalista o
trabalho do operário é sempre o meio da burguesia acumular riquezas. É contra tudo isso que a
classe dominante burguesa luta e, ardilosamente, injeta no seio da sociedade que o comunismo
acabará com sua liberdade e individualidade.
A supressão da família é superar a família burguesa, pois essa não ver o seu filho como
um instrumento de trabalho, mas ver o filho do proletário. A educação que os comunistas
propunham é uma educação livre de influências liberais, uma educação voltada para questões
sociais. Noutra acusação feita contra aos comunistas é de quererem acabar com a pátria, mas
eles afirmam que não se pode acabar com aquilo que não se tem.
No terceiro capítulo - “As literaturas socialistas”, Karl Marx e Friedrich Engels vão
fazer críticas a outros movimentos comunistas e socialistas, apontando onde eles estão errando
na condução da revolução do proletário. A primeira parte, os autores dividem em três
socialismos, que são denominados de reacionário e são eles: o socialismo feudal, o socialismo
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pequeno-burguês e o socialismo alemão. Diante do contexto do Manifesto, a aristocracia, para
conquistar o apoio da classe operária, fingiu deixar de lado seus próprios interesses e fez
oposição à burguesia, aparentando defender os preceitos do proletariado. A partir disso,
nasceram diferentes tipos de “socialismo”. O socialismo feudal fazia uma dura crítica contra a
burguesia, um dos principais motivos para essa reprovação foi mais o fato de ela ter produzido
um proletariado revolucionário, que o de ter criado o proletariado em geral.
Porém, para Karl Marx e Friedrich Engels, o socialismo feudal não passava de um
disfarce para que os burgueses não fossem eliminados sumariamente pós revolução do
proletário, ou seja, muda o rei, mas a dominação continua a mesma. Segundo eles, o socialismo
cristão caminhava de mãos dadas com o feudal, esta afirmação pressupunha que ambos
trabalhavam pelo mesmo objetivo, que era o controle da revolução do proletário. “Do mesmo
modo que o padre e o senhor feudal marchavam sempre de mãos dadas, o socialismo clerical
marcha lado a lado com o socialismo feudal”. (MARX; ENGELS, 1848, p.60) Já o socialismo
do pequeno-burguês fazia críticas ao modo de revolução industrial como a maquinaria (o
implante de novas máquinas) fazendo com que a manufatura fosse substituída, a divisão do
trabalho que antes era feita por feudos agora passou a ser no interior das fábricas, a concentração
do capital nas mãos de poucos indivíduos, a super produção, as crises comerciais, a miséria do
proletariado e as guerras comerciais.
Marx e Engels elogiam as críticas feitas, porém acreditavam que tudo isso não se
passava de um desejo em querer voltar ao que era antes, onde os mesmos eram privilegiados. E
agora como eles não atingiram a alta burguesia, eles se sentem prejudicados e querem nada
mais do que voltar a posição que estavam anteriormente e por isso se fazem simpáticos a
revolução do proletário. Essa categoria de socialismo foi caracterizada como reacionário e
utópico, pois não se passava de um ideal fantasioso e que se opunha às propostas de mudanças
na sociedade. Marx e Engels fazem críticas aos autores como Saint-Simon, Owen e Fourier,
que não pregavam a superação do capitalismo, mas sim sua reformulação, retirando apenas a
parte de exclusão social e exploração do trabalhador. O socialismo alemão se caracterizou como
“O verdadeiro socialismo” porque eles acreditaram ter resolvido o problema da luta de classes.
No momento em que se acirraram as lutas entre a burguesia alemã e prussiana contra o
feudalismo e contra a monarquia absoluta o verdadeiro socialismo conseguiu se contrapuser ao
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movimento político e contra o liberalismo, pregando aos operários que nada tinham a ganhar
com esse movimento.
A frase “uma parte da burguesia procura remediar os males sociais para a existência da
sociedade burguesa (MARX; ENGELS, 1848, p.64)” sugere que os socialistas burgueses, por
ser-lhes benéfico, almejam a conservação de seus postos como proprietários dos meios de
produção social. Insinua que eles reconhecem a importância do proletariado para a existência
da burguesia, mas não lhes apetece que essa classe de trabalhadores prospere, aliás, querem a
burguesia sem o proletariado (MARX; ENGELS, 1848, p.65).
O ideal, em vista disso, passa a ser uma sociedade estativa, em que o burguês continua
na fartura, e o proletário prossegue na miséria. Para tal, desencoraja-se o envolvimento dos
operários em qualquer movimento revolucionário.
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político característico. Não distinguiam as condições materiais da emancipação da classe
operária.
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Ao ser analisada, a ascenção da burguesia, descrita por Marx e Engels demonstram
como ela transformou a sociedade, antes feudal, impondo seus metodos de dominação,
explorando a classe trabalhadora e alienando a classe proletariada. Os mesmos citam como a
revolição industrial teve um papel significativo na divisao social da história contemporanea.
Além disso, apontam as contradições do sistema capitalista, como a concentração de riqueza
nas mãos de poucos, a exploração da força de trabalho e a alienação do trabalhador em
relação ao produto de seu próprio trabalho. Abordam em sua obra que essas falhas apenas
levam apenas a mais desigualdesdes sociais, pois a riqueza é concentrada apenas na mão de
pouquissimas pessoas. Quando as contradições do capitalismo são perceptíveis, a forma De
reverter tais contradições seria por meio de uma revolução organizada, para, assim acontecer a
tomada dos meios de produção e ascensão da classe trabalhadora, além do fim do estado e das
classes sociais. Somente por meio de uma revolução em conjunto seria possível uma
sociedade justa e equitativa.
CRÍTICA DOS RESENHISTAS
Apesar de ter sido escrito há mais de dois séculos, o Manifesto do Partido Comunistas
possui sua relevãncia, pois além de oferecre uma análise das injustiças associadas ao modo de
produção burgues, também comenta sobre a necessidade de uma transformação radical em
nossa sociedade. Sua mensagem reflete nas crescentes disparidades sociais e crises
econõmicas, o que estimula uma visão crítica acerca das estruturas sociais e econômicas que
rodam nossas vidas. O debate em torno das ideias apresentadas no manifesto continuama
desempenhar um papel crucial em nossas vidas, pois desenvolve um senso crítico mais
aprofundado sobre a estrutura social que vivemos, somando para que possamos constituir uma
sociedade mais justas, longe do sistema opressor capitalista.
A obra tem por objetivo discutir as contradições do sistema capitalista, a fim de que
possamos realizar, planejar e desenvolver as próprias pesquisa sobre conquistar uma sociedade
mais digna a todos, utilizando-se do rigor necessário à produção de conhecimentos confiáveis.
É de grande auxilio, principalmente, àqueles que desenvolvem trabalhos acadêmicos no
campo das Ciências Humanas.
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Não se trata de um simples manifesto, com os diversos conceitos e sugestões, mas um livro que
apresenta os fundamentos necessários à compreensão da nossa sociedade como um todo e o que
podemos fazer para modifica-la e torna-la mais igualitaria e digna a todos que nela vivem.
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que contribuem para o desenvolvimento da atitude crítica necessária ao progresso do
conhecimento. O Manifesto Comunista é, ainda hoje, uma leitura trivial para que possamos
entender a realidade econômica, política e social atuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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