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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CEDUC


CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA

MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

NOME DOS COMPONENTES:


ABIGAIL SILVA
AMANDA OLIVEIRA AMARAL
ISABELA MARREIRA MOREIRA GOMES
MARIA EDUARDA RODRIGUES DANTAS
MAYARA KELLY DE ARRUDA
WESLEY RODRIGUES DA SILVA

BOA VISTA- RR
2023
MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

Resenha Crítica desenvolvida como requisito


para a obtenção de nota na disciplina de
Sociologia no Curso de Graduação em
Psicologia pela Universidade Federal de
Roraima.
Professor: Carlos Eduardo

Boa Vista- RR
2023
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RESENHA CRÍTICA

CREDENCIAIS DOS AUTORES

Em 1848, na cidade de Londres, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram uma obra
revolucionária que viria a se tornar um marco na história do pensamento socialista. Marx, um
renomado filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político e jornalista alemão,
estudou direito e filosofia nas universidades de Bona e Berlim, e sua análise detalhada da
sociedade capitalista é apresentada em sua obra principal, "O Capital".

Friedrich Engels, por sua vez, era um empresário industrial e teórico revolucionário
prussiano, também nascido na atual Alemanha. Juntamente com Marx, Engels ajudou a fundar
o chamado socialismo científico ou marxismo e colaborou em diversas obras com seu parceiro
intelectual, sendo o Manifesto Comunista a mais conhecida delas.

RESUMO DA OBRA

No Capítulo inicial - “Burgueses e proletários” (MARX; ENGELS, 1848, P.40), chama


a atenção de que o comunismo surgiu como um fenômeno ou fantasma que ronda a Europa; o
que incomoda as autoridades, a monarquia, principalmente países como França e Alemanha.

Para tanto, reúnem-se vários comunistas em Londres para escrever um manifesto. Citam
que o início da história da humanidade, é notória a existência de uma séria divisão de classes
sociais, seja o homem livre e o escravo, o patrício e o plebeu, opressor e oprimido (MARX;
ENGELS, 1848, P.40). Existe, então uma guerra inacabável, que pode ser franca ou fria.
Somado a isso, uma guerra só acaba quando há uma revolução na sociedade por completo. Na
Roma antiga, por exemplo, a sociedade era dividida por patrícios, cavaleiros, plebeus e
escravos, a era Feudal existiam os senhores feudais, vassalos, mestres de corporação,
aprendizes, servos e a sociedade burguesa não foi diferente, entretanto eram bem mais simples
as formas de antagonismo de classes, eram dividas apenas em burgueses, os capitalistas donos
dos meios de produção e os proletariados, pessoas que não possuem capacidade de possuírem
seus próprios meios de produção, portanto vendem sua mão de obra para sobreviver.
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Contudo, o feudalismo já não satisfazia as necessidades que cresciam com a abertura
dos novos mercados, então fora substituída pela manufatura, e dentro da própria oficina
manufatureira já existia a divisão social dentro de suas oficinas, todavia o mercado continuava
a crescer, e a manufatura já não era suficiente, fora substituída por máquinas e vapor. À
proporção que o mercado mundial acelerava ainda mais, abria-se espaço para o
desenvolvimento do comércio, da navegação e dos meios de comunicação e expandia, assim,
suas industrias e multiplicava seus capitais.

Diante disso, a burguesia moderna é um produto de um longo processo de


desenvolvimento, com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, foi
conquistada a soberania política exclusiva no estado moderno. Portanto, o estado moderno
existe apenas para gerir os negócios da burguesia. Por isso, a burguesia manteve um papel
revolucionário, pois destruiu as relações feudais antes opressoras, e ao invés de valores
dissimulados associados à igreja, era instituído uma exploração direta e brutal. Com isso, ela
não muda somente os meios de produção, mas as relações sociais. A burguesia domina o mundo
e assume um caráter cosmopolita à produção e consumo, ela obriga todas as nações adotarem
o modo burguês de produção e vira uma epidemia. O modo burguês, subordina o oprimido ao
opressor, e em consequência centraliza a política com apenas uma só barreira alfandegária.

Portanto, os meios de produção e de troca cujo a base é a burguesia, foram gerados da


sociedade feudal, no lugar de manufatura surge a livre concorrência, com a supremacia
econômica e política da classe burguesa. Uma epidemia, que em qualquer época teria parecido
um paradoxo desaba obre a sociedade, a epidemia da superprodução. As armas que a burguesia
utilizou para abater o feudalismo voltam-se hoje contra a própria burguesia.

"A burguesia, porém, não se limitou a forjar as armas que lhe trarão a morte; produziram
também os homens que empunharão essas armas- os operários modernos, os proletários
(MARX; ENGELS, 1848, P.46).”

Através dessa frase ressalta-se que a burguesia, por meio de suas ações e busca por
lucro, acabou gerando uma classe oprimida e explorada, os proletários, que se tornarão uma
força revolucionária na luta por sua própria emancipação e pela transformação do sistema

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capitalista. Ao destacar esse paradoxo, Marx e Engels apontam para a contradição interna do
capitalismo, na qual as próprias condições criadas pela burguesia acabam levando a sua própria
destruição como classe dominante.

“Com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital, desenvolve-se também o


proletariado, a classe dos operários modernos, os quais só vivem enquanto tem trabalho e só
tem trabalho enquanto seu trabalho aumenta o capital (MARX; ENGELS, 1848, P.46)”

Ou seja, para sobreviver e ter os meios de subsistência necessários, uma pessoa precisa
trabalhar. No entanto, no contexto do capitalismo, o trabalho não é apenas uma atividade para
suprir as necessidades básicas de um indivíduo, mas está diretamente ligado à acumulação de
capital. Isso significa que, para ter a oportunidade de trabalhar e garantir sua subsistência, o
trabalhador deve contribuir para o aumento do capital do empregador ou do sistema capitalista
como um todo. Os trabalhadores são essenciais para a produção de riqueza e a geração de
capital, mas, ao mesmo tempo, são explorados e dependentes do sistema para a sua própria
subsistência. Colocados assim, em uma posição em que o seu trabalho é uma mercadoria que
eles devem vender para sobreviver. Porém, eles não têm o controle sobre os meios de produção
nem sobre a distribuição dos resultados do seu próprio trabalho.

“O crescente emprego de máquinas e a divisão do trabalho despojaram a atividade do


operário de seu caráter autônomo, tirando-lhe todo o atrativo (MARX; ENGELS, 1848, P.46).”

Dado o avanço da industrialização e o uso crescente de máquinas, o trabalho do operário


perde seu caráter autônomo, isso significa que a atividade do operário é reduzida em tarefas
“simples e repetitivas”. Essa transformação no trabalho do operário tem consequências
significativas. Primeiramente, ele despoja o trabalho de seu caráter interessante e atrativo,
tornando-o monótono e desprovido de desafios. A rotina repetitiva e mecânica leva à alienação
do trabalhador, à perda de sua conexão com o produto final de seu trabalho e a sensação de que
o trabalho se tornou uma mera obrigação para garantir a sobrevivência. Além disso, essa
transformação também tem um impacto direto no custo do trabalho. O manejo “simples e fácil”
das maquinas reduz o valor da força de trabalho do operário, uma vez que qualquer pessoa pode
ser facilmente treinada para realizar tarefas repetitivas e mecânicas. Como resultado, o valor do

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operário se reduz, em grande parte, aos meios de subsistência necessários para a sua
sobrevivência básica e a manutenção da sua família.

"Depois de sofrer a exploração do fabricante e de receber seu salário em dinheiro, o


operário torna-se presa de outros membros da burguesia: o senhorio, o varejista, o penhorista
etc. (MARX; ENGELS, 1848, P.47)"

Entende-se por esse trecho que, a exploração dos trabalhadores vai além do local de
trabalho. Mesmo após receber o salário, o operário continua a ser explorado e se torna vítima
de outros membros da burguesia, como o senhorio, o varejista e o penhorista.

O senhorio é aquele que possui propriedades e cobra aluguel do operário, muitas vezes
em condições desfavoráveis. O varejista é o comerciante que vende produtos ao operário,
muitas vezes com preços elevados ou de qualidade inferior, explorando sua necessidade de
consumir. O penhorista é aquele que empresta dinheiro ao operário em troca de garantias,
muitas vezes aproveitando-se da vulnerabilidade financeira do trabalhador e cobrando altos
juros.

“De tempos em tempos os operários triunfam, mas é um triunfo efêmero. O verdadeiro


resultado de suas lutas não é o êxito imediato, mas a união cada vez mais ampla dos
trabalhadores (MARX; ENGELS, 1848, P.48).”

Ou seja, é fundamental que uma luta de trabalhadores consiga barrar demissões ou


consiga conquistar um aumento salarial, são conquistas importantes. Porém, do ponto de vista
do desenvolvimento histórico da luta de classe, o mais importante ainda é que essa luta ajude a
avançar na união dos trabalhadores, mesmo que haja um empate ou termine em derrota, se ela
avançou na união dos trabalhadores, será uma vitória.

“Mas toda luta de classes é uma luta política (MARX; ENGELS, 1848, P.48).”

Essa frase enfatiza que a luta do proletariado contra a burguesia não se limita a questões
econômicas e de classe, mas também tem um componente político essencial. Os trabalhadores

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devem se engajar na política para garantir seus direitos, obter representação adequada e buscar
mudanças nas estruturas políticas e sociais que persistem a exploração e a desigualdade.

“A organização do proletariado e, portanto, em partido político, é incessantemente


destruída pela concorrência que fazem entre si os próprios operários (MARX; ENGELS, 1848,
P.48)”.

Percebe-se que há um obstáculo presente no processo de organização do proletariado.


Sob o sistema capitalista, os trabalhadores são colocados em uma situação de competição uns
com os outros, seja por empregos, oportunidades ou salários. Essa concorrência entre os
operários é incentivada pelo próprio sistema capitalista que busca reduzir os custos e aumentar
os lucros. Essa divisão e competição entre os trabalhadores acabam enfraquecendo a capacidade
de resistência e organização coletiva, permitindo assim, que a burguesia mantenha sua posição
de poder.

“De todas as classes que hoje em dia se opõem à burguesia, só o proletariado é uma
classe verdadeiramente revolucionária (MARX; ENGELS, 1848, P.49).”

Existem outras classes como, por exemplo, os camponeses, que opõem- se contra a
burguesia, porém eles não seriam necessariamente revolucionários, pois lutavam muitas vezes
para ter uma propriedade privada, uma fazenda, mesmo que pequena, para assim ser um
pequeno burguês. Então não seria uma oposição revolucionária contra a burguesia.

“Todos os movimentos históricos tem sido, até hoje, movimentos de minorias ou em


proveito de minorias. o movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria em
proveito da imensa maioria (MARX; ENGELS, 1848, P.50).”

Marx e Engels ressaltam que o movimento proletário é visto como diferente. Ele é
caracterizado como um movimento autônomo, impulsionado e liderado pela imensa maioria da
população – os proletários, a classe trabalhadora. Ele não busca apenas melhorias para a classe
trabalhadora em si, mas também para toda a imensa maioria da sociedade que sofre as
consequências da exploração e das desigualdades do sistema capitalista.

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“Não pode exercer o seu domínio por que não pode mais assegurar a existência de seu
escravo, mesmo no quadro de sua escravidão, porque é obrigada a deixa-lo afundar numa
situação em que deve nutri-lo em lugar ser nutrida por ele (MARX; ENGELS, 1848, P.50)."

No sistema escravista, o escravista tinha a responsabilidade de assegurar a existência


básica do escravo, fornecendo-lhe alimento, abrigo e cuidados. Porém, no sistema capitalista,
isso é invertido. É o proletariado que acaba nutrindo e sustentando a burguesia. Os
trabalhadores, mesmo senso explorados e tendo sua força de trabalho extraída, tornam-se
responsáveis por garantir o sustento da classe dominante, por meio do trabalho e da produção
de riqueza.

"A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. seu declínio e a vitória do
proletariado são igualmente inevitáveis(MARX; ENGELS, 1848, P.51)."

Por fim, Marx e Engels afirmam que a burguesia, como classe dominante no sistema
capitalista, não apenas produz riqueza e poder, mas também semeia as sementes de sua própria
destruição. Ao promover o desenvolvimento do capitalismo e explorar a classe trabalhadora, a
burguesia gera as condições de seu próprio declínio.

No segundo capítulo - Proletários e Comunistas (MARX; ENGELS, 1848, P.51-54).


Os comunistas não têm objetivos divergentes do proletariado, ou seja, os interesses são iguais
aos outros demais partidos proletários. As proposições teóricas dos comunistas são baseadas na
expressão das condições efetivas de uma luta de classes que envolve questões entre a classe dos
proletários dentro da sociedade capitalista. (MARX; ENGELS, 1848, P.51-52)

Algumas das características marcantes do comunismo é a abolição da propriedade


privada burguesa, porém muitos acham que os comunistas querem abolir a propriedade pessoal
(propriedade do pequeno camponês), mas segundo o comunismo essas propriedades já são
abolidas todos os dias, diferente da moderna propriedade privada (propriedade burguesa).

O trabalho assalariado não cria propriedade para o proletário, porém cria o capital que
é justamente a propriedade que explora o trabalho do assalariado.

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Ser capitalista não é uma questão individual, muito pelo contrário, ele só pode ser
colocado em prática pelo empenho de vários indivíduos da sociedade “O capital não é, portanto,
um poder pessoal: é um poder social”. (MARX; ENGELS, 1848, P.53)

O preço pago aos assalariados é o mínimo, é basicamente um valor para que tal
indivíduo consiga sobreviver (como operário). Nessa apropriação o assalariado vive só para
elevar o capital.

“Na sociedade comunista o trabalho acumulado é um meio de ampliar, enriquecer e


promover a existência dos trabalhadores” (MARX; ENGELS, 1848, p.53), já na sociedade
burguesa é o oposto da citação acima, além do trabalho vivo ser um aumento de trabalho
acumulado, na burguesia o passado dominava o presente (supressão da individualidade e da
liberdade). Por liberdade nas relações burguesas, entende-se a liberdade de comprar e vender
(liberdade do comércio), porém o livre comércio só possui sentido ao comércio constrangido e
ao burguês oprimido. Quando o comunismo fala sobre propriedade privada ele está se referindo
unicamente ao proprietário burguês.

“O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar de sua parte dos produtos
sociais; apenas suprime o poder de subjugar o trabalho de outros por meio dessa apropriação”
(pág54).

O burguês usa a cultura de que a maioria dos homens precisam de adestramento que os
transforma em máquinas.

Os comunistas, assim como outros partidos proletários, têm como finalidade a


aniquilação da propriedade privada e, consequentemente, da burguesia e tomada do poder
político pelo proletariado. Todas as aspirações comunistas não são fruto de ideias surgidas do
além, mas fruto de um processo histórico que está diante dos nossos olhos. Engana-se quem
pensa que a extinção de relações de propriedade é característica apenas do pensamento
comunista. A Revolução Francesa, por exemplo, derrubou a propriedade feudal a favor da
ascensão da propriedade burguesa.

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A propriedade privada burguesa para o comunismo é a maior manifestação do
antagonismo de classes, da exploração do homem pelo homem. É por isso que o maior preceito
comunista é a supressão da propriedade privada. Comumente é dito que os comunistas querem
abolir a propriedade pessoalmente adquirida, fruto do próprio trabalho, aquela que gera a
liberdade, atividade e autonomia pessoal. Para Marx e Engels, nenhum trabalho assalariado
possibilita condições para o proletário ter propriedade.

Pelo contrário, cria o capital, que é a propriedade que explora o trabalho assalariado e
que só pode aumentar sob condição de gerar novo trabalho assalariado, para volta a explorá-lo.
O trabalho assalariado é pago pelo preço médio mínimo de salário, ou seja, o trabalhador só
ganha aquilo que preserve a sua condição para continuar trabalhando. No sistema capitalista o
trabalho do operário é sempre o meio da burguesia acumular riquezas. É contra tudo isso que a
classe dominante burguesa luta e, ardilosamente, injeta no seio da sociedade que o comunismo
acabará com sua liberdade e individualidade.

No contexto capitalista, liberdade é poder comprar ou vender. Esse discurso de anti


liberdade e anti-individualismo é bem plausível já que o que os comunistas almejam é extinguir
toda a liberdade, individualidade e independência burguesas. Em suma, a liberdade é colocada
em xeque somente quando essa diz respeito aos interesses burgueses. Outra fabulação que Marx
e Engels combatem é a de com o desaparecimento da propriedade privada toda a atividade
cessaria, e o mundo colapsaria.

A supressão da família é superar a família burguesa, pois essa não ver o seu filho como
um instrumento de trabalho, mas ver o filho do proletário. A educação que os comunistas
propunham é uma educação livre de influências liberais, uma educação voltada para questões
sociais. Noutra acusação feita contra aos comunistas é de quererem acabar com a pátria, mas
eles afirmam que não se pode acabar com aquilo que não se tem.

No terceiro capítulo - “As literaturas socialistas”, Karl Marx e Friedrich Engels vão
fazer críticas a outros movimentos comunistas e socialistas, apontando onde eles estão errando
na condução da revolução do proletário. A primeira parte, os autores dividem em três
socialismos, que são denominados de reacionário e são eles: o socialismo feudal, o socialismo

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pequeno-burguês e o socialismo alemão. Diante do contexto do Manifesto, a aristocracia, para
conquistar o apoio da classe operária, fingiu deixar de lado seus próprios interesses e fez
oposição à burguesia, aparentando defender os preceitos do proletariado. A partir disso,
nasceram diferentes tipos de “socialismo”. O socialismo feudal fazia uma dura crítica contra a
burguesia, um dos principais motivos para essa reprovação foi mais o fato de ela ter produzido
um proletariado revolucionário, que o de ter criado o proletariado em geral.

Porém, para Karl Marx e Friedrich Engels, o socialismo feudal não passava de um
disfarce para que os burgueses não fossem eliminados sumariamente pós revolução do
proletário, ou seja, muda o rei, mas a dominação continua a mesma. Segundo eles, o socialismo
cristão caminhava de mãos dadas com o feudal, esta afirmação pressupunha que ambos
trabalhavam pelo mesmo objetivo, que era o controle da revolução do proletário. “Do mesmo
modo que o padre e o senhor feudal marchavam sempre de mãos dadas, o socialismo clerical
marcha lado a lado com o socialismo feudal”. (MARX; ENGELS, 1848, p.60) Já o socialismo
do pequeno-burguês fazia críticas ao modo de revolução industrial como a maquinaria (o
implante de novas máquinas) fazendo com que a manufatura fosse substituída, a divisão do
trabalho que antes era feita por feudos agora passou a ser no interior das fábricas, a concentração
do capital nas mãos de poucos indivíduos, a super produção, as crises comerciais, a miséria do
proletariado e as guerras comerciais.

Marx e Engels elogiam as críticas feitas, porém acreditavam que tudo isso não se
passava de um desejo em querer voltar ao que era antes, onde os mesmos eram privilegiados. E
agora como eles não atingiram a alta burguesia, eles se sentem prejudicados e querem nada
mais do que voltar a posição que estavam anteriormente e por isso se fazem simpáticos a
revolução do proletário. Essa categoria de socialismo foi caracterizada como reacionário e
utópico, pois não se passava de um ideal fantasioso e que se opunha às propostas de mudanças
na sociedade. Marx e Engels fazem críticas aos autores como Saint-Simon, Owen e Fourier,
que não pregavam a superação do capitalismo, mas sim sua reformulação, retirando apenas a
parte de exclusão social e exploração do trabalhador. O socialismo alemão se caracterizou como
“O verdadeiro socialismo” porque eles acreditaram ter resolvido o problema da luta de classes.
No momento em que se acirraram as lutas entre a burguesia alemã e prussiana contra o
feudalismo e contra a monarquia absoluta o verdadeiro socialismo conseguiu se contrapuser ao
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movimento político e contra o liberalismo, pregando aos operários que nada tinham a ganhar
com esse movimento.

Dessa maneira, o “verdadeiro” socialismo representou uma arma para os governos


contra a burguesia, mas de outra forma, representou diretamente um interesse reacionário,
interesse da pequena burguesia alemã. Essa categoria de socialismo possuía um caráter literário
pois não foram levados em conta as condições de vida da França, os pensadores alemães apenas
apropriaram-se das ideias. Por conta disso, Marx e Engels fazem a seguinte crítica: “O trabalho
dos literatos alemães limitou-se a colocar as ideias francesas em harmonia com sua velha
consciência filosófica, ou melhor, apropriar-se das ideias francesas sem abandonar seu ponto
de vista filosófico. Apropriaram- se delas da mesma forma com que e se assimila uma língua
estrangeira: pela tradução”. (MARX; ENGELS, 1848, p.62)

A frase “uma parte da burguesia procura remediar os males sociais para a existência da
sociedade burguesa (MARX; ENGELS, 1848, p.64)” sugere que os socialistas burgueses, por
ser-lhes benéfico, almejam a conservação de seus postos como proprietários dos meios de
produção social. Insinua que eles reconhecem a importância do proletariado para a existência
da burguesia, mas não lhes apetece que essa classe de trabalhadores prospere, aliás, querem a
burguesia sem o proletariado (MARX; ENGELS, 1848, p.65).

O ideal, em vista disso, passa a ser uma sociedade estativa, em que o burguês continua
na fartura, e o proletário prossegue na miséria. Para tal, desencoraja-se o envolvimento dos
operários em qualquer movimento revolucionário.

As primeiras tentativas diretas do proletariado para fazer prevalecer seus próprios


interesses de classe (MARX; ENGELS, 1848, p.66) falharam tanto em vista da ausência das
condições materiais necessárias, quanto devido ao estado embrionário do próprio proletariado.
A literatura que exprimia essas primeiras reivindicações da classe operária pregava um
igualitarismo grosseiro.

Os fundadores dos sistemas socialistas e comunistas propriamente ditos compreendiam


bem o antagonismo das classes, mas não percebiam no proletariado nenhum movimento

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político característico. Não distinguiam as condições materiais da emancipação da classe
operária.

Desejavam melhorar as condições materiais de vida de todos os membros da sociedade,


mesmo dos mais privilegiados (MARX; ENGELS, 1848, p.66). Suas propostas tinham como
ponto central o desaparecimento do antagonismo entre as classes, o qual pouco conheciam.
Procuravam atingir seu objetivo pacificamente, mas essa ideia se tornou utópica à medida que
a luta de classes intensificou e tomou formas mais definidas. Seus discípulos,
consequentemente, conciliaram os antagonismos, pouco a pouco tornando-se socialistas
reacionários ou conservadores.

No quarto capítulo – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de


oposição

Os comunistas lutam pelos interesses e objetivos imediatos da classe operária ( MARX;


ENGELS, 1848, p.68). Na França, aliaram-se ao partido social-democrata contra a burguesia
conservadora. Na Suíça, apoiaram os radicais, embora soubessem que esse partido era
composto tanto por socialistas democráticos, quanto por burgueses radicais. Na Polônia,
apoiaram o partido que suscitou a insurreição de Cracóvia, em 1846. Na Alemanha, associaram-
se à burguesia contra a monarquia absoluta, a propriedade rural feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra a


ordem social e política existente (MARX; ENGELS, 1848, p.69), proclamando que seus
objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente
(MARX; ENGELS, 1848, p.69).

CONCLUSÃO DOS RESENHISTAS

Em conclusão, os autores expõem de maneira clara as contradições do sistema capitalista e


destacam a luta de classes como o estopim da mudança social, o manifesto comunista apresenta
de onde surgiu o capitalismo e suas consquencias na hístoria e sociedade ondvivemos hoje em
dia.

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Ao ser analisada, a ascenção da burguesia, descrita por Marx e Engels demonstram
como ela transformou a sociedade, antes feudal, impondo seus metodos de dominação,
explorando a classe trabalhadora e alienando a classe proletariada. Os mesmos citam como a
revolição industrial teve um papel significativo na divisao social da história contemporanea.
Além disso, apontam as contradições do sistema capitalista, como a concentração de riqueza
nas mãos de poucos, a exploração da força de trabalho e a alienação do trabalhador em
relação ao produto de seu próprio trabalho. Abordam em sua obra que essas falhas apenas
levam apenas a mais desigualdesdes sociais, pois a riqueza é concentrada apenas na mão de
pouquissimas pessoas. Quando as contradições do capitalismo são perceptíveis, a forma De
reverter tais contradições seria por meio de uma revolução organizada, para, assim acontecer a
tomada dos meios de produção e ascensão da classe trabalhadora, além do fim do estado e das
classes sociais. Somente por meio de uma revolução em conjunto seria possível uma
sociedade justa e equitativa.
CRÍTICA DOS RESENHISTAS

Apesar de ter sido escrito há mais de dois séculos, o Manifesto do Partido Comunistas
possui sua relevãncia, pois além de oferecre uma análise das injustiças associadas ao modo de
produção burgues, também comenta sobre a necessidade de uma transformação radical em
nossa sociedade. Sua mensagem reflete nas crescentes disparidades sociais e crises
econõmicas, o que estimula uma visão crítica acerca das estruturas sociais e econômicas que
rodam nossas vidas. O debate em torno das ideias apresentadas no manifesto continuama
desempenhar um papel crucial em nossas vidas, pois desenvolve um senso crítico mais
aprofundado sobre a estrutura social que vivemos, somando para que possamos constituir uma
sociedade mais justas, longe do sistema opressor capitalista.

INDICAÇÕES DOS RESENHISTAS

A obra tem por objetivo discutir as contradições do sistema capitalista, a fim de que
possamos realizar, planejar e desenvolver as próprias pesquisa sobre conquistar uma sociedade
mais digna a todos, utilizando-se do rigor necessário à produção de conhecimentos confiáveis.
É de grande auxilio, principalmente, àqueles que desenvolvem trabalhos acadêmicos no
campo das Ciências Humanas.

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Não se trata de um simples manifesto, com os diversos conceitos e sugestões, mas um livro que
apresenta os fundamentos necessários à compreensão da nossa sociedade como um todo e o que
podemos fazer para modifica-la e torna-la mais igualitaria e digna a todos que nela vivem.

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que contribuem para o desenvolvimento da atitude crítica necessária ao progresso do
conhecimento. O Manifesto Comunista é, ainda hoje, uma leitura trivial para que possamos
entender a realidade econômica, política e social atuais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.4.ed São Paulo:


Boitempo Editorial, 2005. 254p
HARVEY, D. A geografia do Manifesto. Lutas Sociais, [S. l.], n. 4, p. 65–74, 2004. DOI:
10.23925/ls.v0i4.18871.
Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/18871. Acesso em: 1 jun.
2023.

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