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Eades de Socotgia, Rev. do Pro be PSs+Gradvayao em Socologle da UFPE, v.10. 1p. 203-210 ALEXANDER, Jeffrey C. The civil sphere. New York. Oxford University Press, 2006. 793p. Rogério de Souza Medeiros Jeffrey Alexander freqentemente tem sido considerado um dos mais importantes autores no campo da tcoria sociolégica na atualidade. Muitas vezes essa importéncia Ihe é atribuida por suas contribuigdes para Unt mapeamenty da teuria sucivlégica coutempurduea, a partir tunty de uit Constante exercicio de releitura de autores classicos, quanto da identificagao dos principais temas ¢ problemas atuais da sociologia, suas eorrentes, autores etendéncias centrais, Noentanto,em meio sua extensa produgdo académica, fugindo a essa caracterizagdo, alguns trabalhos tendem a reinseri-lo no grupo de autores que buscam modificar a paisagem intelectual contemporinea através de formulagdes tedricas originais. Isto ocorreu em sua tentativa, na década de 1980, de reformular e ampliar a teoria funcionalista de Talcott Parsons e fundar uma teoria social neo-funcionalista, e ocorre agora também com a publicacio de The civil sphere. De fato, em muitos sentidos este livro pode ser considerado uma empreitada tedrica inteiramente nova dentro da produgtio académica de Alexander, Antes de tudo, a obra se insere nos esforgos do autor e de seu principal colaborador, Philip Smith, em estabelecer uma nova agenda para 0 campo ga Sociologia da Cultura (ALEXANDER; SMITH, 1993). Na base deste projeto esté o argumento, repetidamente defendido pelo autor em varios de seus textos anteriores, de que a cultura deve ser vista como uma dimens&io relativamente auténoma da vida social, rejeitando assim as andlises que tratam os sistemas simbélicos como meros epifendmenos de processos estruturais mais findamentais. Para Alexander, a cultura é formada por onjuntas de simbalos que continuamente ce inter-telacionam, constituinds uma estrutura imaterial que organiza a ag3o dos individuos e grupos tanto quanto suas condigdes materiais. Estas estruturas ideacionais operam através da formagdo de conceitos e da organizacao de objetos, compondo padrdes simbélicos € convertendo esses conceitos e objetos em signos, que por sua vez possibilitam ¢ composico de cédigos culturais ampliados formados a partir de estruturas binérias simples e de légicas culturais de metifora e analugia (COLOMY, 2003, p. 13). 203 Ropivio de Souza Medeiros Porém, a reiteragdio dos argumentos do autor sobre o status da cultura no processo de teorizacio da Sociologia ¢ apenas 0 ponto de partida desse ambicioso livro. Sua exiensdo e profundidade tornam praticament el a tarefa de sintetizar a contento, em poucas piginas, todos os scus possiveis desdobramenios, Em termos dos referenciais que balizam 0 modelo teérico proposto no livro, € possivel identificar um grande niimero de influéncias — uumas mais manifestas que outras ~ de autores cldssicos e contempordineos, centre eles Marx, Weber, Durkheim, Tocqueville, Gramsci, Dewey, Marshall ¢ Habermas. Suas ambigdes também nao sfo nada modestas, uma vez que pretende, 20 mesmo tempo, apresentar um novo modelo teérico eapaz de dar conta dos problemas centrais para as democracias contemporiineas, analisar as lutas por incorporagiio de grupos excluidos, bem como construir um arcabougo tedrico, propriamente socioldgico, para andlise da sociedade civil. Portanto, dada a amplitude do alcance que uma obra desse tipo pode ter, me limitarei apenas apresentar a estrutura do livro, os principais, argumentos defendidos em cada uma das quatro partes em que ele esta dividido e, brevemente, identificar, ao longo dessa exposigzo, alguns dos possiveis desdobramentos para os debates atuais no campo da sociologia politica. Naprimeira parte, intitulada ‘Civil society in social theory’ Alexander procede a uma extensa revisao historica de alguns dos autores que ajuaaram. a definir 0s contomnos do debate contemporiineo na filosofia politica, como John Rawls, Jurgen Habermas, Michael Walzer, T. H. Marshall e Michel Foucault. Também é nesta parte do livro que Alexander dialoga com autores que recentemente vm buscando teorizar a respeito da centralidade da sociedade civil para as possibilidades de realizagdo dos ideais democriticos nas socicdadcs contempordncas, cntre cles Amhew Aratu, Jean Culen, Julur Keane, Robert Putnam, Adam Seligman ¢ Alan Wolf. Além de servir para localizar sua proposta em relagdo a outros temas levantados por esses autores, essa revisio histérica serve para identificar as semelhangas e diferengas entre as varias definigdes do conceito de “sociedade civil’ atualmente disponiveis © a sua propria. Desta forma, no iiltimo capitulo da primeira parte do livro, Alewander define sociedade civil de seguinte modo: Precisamos entender a sociedade civil como uma esfera que pode ser analiticamente independente, empiricamente diferenciada e moralmente mais universalista vis-i-vis © 204 ALEXANDER, Jeffey ©, The ei sphone Estado ¢ o mercado, ¢ também distinta de outras esferas. [.-] sociedade civil deve ser concebida como ums esfera de solidariedade, na qual um cere tipe de eomunidade universalizante toma-se culturalmente definida e, em certa medida, institucionalmente reforcada. Na medida fem que esta comunidade de solidariedade existe, ela se expressa ¢ Se susienta pela opinito publica, por cédigos culturais profundes, organizagdes.distintas — legais, jornalisticas © associativas — e por préticas interativas historicamente especificas,tais eomo civilidade, critica ¢ respeito mituo, Uma comunidade civil deste tipo nunca pode existir como tal, ela apenas pode ser sustentada, em certa medida, Ela é sempre limitada ¢ interpenetrada por relagdes limitrofes com outras esferas nio-civis. (p. 31)! Como fica evidente na citagdio acima, a definigao de sociedade civil apresentada por Alexander esté em directa concordincia com sua posigio teérica mais ampla acerca da relativa autonomia da cultura enquanto uma, entre outras, esferas da vida em sociedade. Neste sentido, a sociedade il deve ser analiticamente compreendida como uma esfera também relativamente auténoma, porém, qualquer abordagem a respeitode sociedades civis realmente existentes (real civil societies) consiste sempre na andlise de “relagdes limitrofes’ (boundary relations) entre esta ¢ outras esferas da vida social. Depois de langadas as bases te6ricas na primeira parte do livro, a segunda parte se volta para os aspectos institucionais da esfera civil. E nesta ‘se¢ao que © autor defende a importancia das instituigdes comunicativas — opiniao pilblica, a midia de massa, pesquisas de opiniao e as associagdes —e das instituigdes regulatérias ~ 0 voto, os partidos, 0 mandato ¢ o direito = para se compreenderem as dindmicas prdprias que operam no ambito desta esfera. E & na anilise dos processos tipicos da esfera civil, mais especificamente no capitulo dedicado aos *discursos”, que o autor ira elaborar mais extensamente a respeito das légicas culturais de analogia e metéfora que permitem a formaco de estruturas ideacionais binarias que esto no Todas as citagdes de passapens do livro haseiam-se em tradugbes feitas diretamente do ‘original em inglés 205 Roptio de Soara Medelos centro das disputas engendradas no ambito de esfera civil. Nesse capitulo, Alexander identifica trés conjuntos de estruturas culturais responsiveis por organizer a ago na sociedade civil: a estrutura discursiva dos aiores; a esiruura discursiva das relagdes sociais, € a estrutura discursiva das instituigdes sociais. Dada a natureza bindria do discurso da sociedade civil, ‘8 atores esto engajados em uma luta constante para definir a si préprios, suas relagbes ¢ instituigdes através de categorias contrastantes de bem e mal. De acordo com esses cédigos binirios (democriticos e contrademocraticos), individuos podem ser arivos ou passivos, sos ou fouces, enquanto suas relagdes podem ser confidveis ou enganosas ¢ as instituigdes podem ser igualitérias ou hierérquicas, reguladas por normas ou arbitrarias. No iiltimo capitulo da segunda parte, intitulado ‘Contradictions: uncivilizing pressures and civil repair’, Alexander estabelece uma das nogbes centrais de seu livro, a idéia de reparos civis, que serd essencial para sua abordagem acerca da natureza ¢ da pritica dos movimentos sociais, apresentada nas segdes subseqientes da obra. Assim como Habermas, Alexander também enxerga os problemas causados pelos efeitos ‘ndo-civis’ provocados pelas incursdes feitas por outras esferas na sociedade civil. No entanto, ele argumenta que &a prépria sociedade civil que detém a capacidade de operar ‘reparos’ por meio da mobilizago em movimentos sociais, da formagao da opinito publica, da participagio em associagdes voluntérias ¢ da abertura de canais para exercer pressio sobre os processos legislativos. A expansio ou retrago da solidariedade civil depende das relagdes entre tendéncias ‘civis’ e ‘ndo-civis' tipicas da sociedade civil. Intrusdes de outras esferas da vida social dificultam as possibilidades de uma maior inclusdo e de priticas democriticas. Os movimentos sociais emergem como ‘reparos civis’ que respondem a essas ameagas. Com base neste modelo tedrico, movimentos sociais se referem grupos e processos que se formam com o objetivo de produzir ‘reparos civis’ no reino da sociedade civil. Ao acessar as estruturas culturais da sociedade civil (como suas estruturas discursivas) eles sio capazes de manipular cédigos na intengo de legitimar agdes, atores e instituigdes € deslegitimar adversirios. Neste ponto, a andlise de Alexander se aproxima bastante (ou mesmo toma emprestado) de varios aspectos das teorias dos novos movimentos sociais de um autor como Alberto Melucci (1996). Para Alexander, 0 sucesso ou fracasso de um movimento depende da sua 206 ALEXANDER, defy C. The ei spore capacidade de ‘traduzir’ suas demandas praticas, especificas, para o discurso generalizado da sociedade civil. Ser capaz de realizar uma “tradugdo" bem sticedida significa criar os links necessarios entre as inquietagées particulares. dos individuos e a linguagem simbolica e democrética que forma os temas utdpicos da sociedade civil. E € com base nessa nogdo dos movimentos sociais enquanto tentativas de ‘tradugdo’, outra idéia central de seu modelo teSrico, que o autor iré analisar dois dos mais significativos movimentos sociais da histéria recente dos Estados Unidos. A terceira parte de The civil sphere & dedicada a uma abordagem minueiosa do movimento feminista e do movimenta pelos direitas civis nos Estados Unidos. De fato, a seco ‘Social movements in the civil sphere’ pode ser considerada a parte mais empirica de todo o texto. Com base em uma vasta pesquisa empirica, o autor passa a analisar como a idéia de ‘reparo civil’ se relaciona com as dimensdes de género e raga, no Ambito desses dois movimentos. Talvez por representar uma nova leitura desses movimentos — ‘8 quais, pela sua relevancia para os acontecimentos politicos do século XX, j4 contam com uma literatura bastante extensa a seu respeito ~ 6 que esta parte do livro tenha sido objeto das eriticas mais severas. Sobre 0 movimento pelos direitos civis, por exemplo, Alexander apresenta uma leitura ao mesmo tempo inovadora e provocativa. Ao analisar exaustivamente documentos ¢ arquivos da época (discursos, coberturas jornalisticas, declaragdes de politicos ¢ lideres do movimento, etc.), desde 0 surgimento dos primeiros protestos contra a discriminagdo racial no sul dos Estados Unidos, 0 autor ressalta o pape! decisive da midia, do carisma de seu lider maior, Martin Luther King Jr, do discurso da resisténcia pacifica, da linguagem religiosa da Igreja Batista, entre outros, para concluir que 0 movimento s6 conseguiu alcangar seu impeto definitivo quando foi capaz. de criar uma empatia entre a causa dos negros do Sul ¢ uma elite progressista do Norte, dando forte énfase ao papel da midia do Norte para esse movimento de “tradugao’, Por exemplo, Aldon Morris (2007), um renomado especialista ny iuvinenty uegty nus Estudos Unidus, argumenie que Alexander, av dar um peso excessivo ao papel da midia branca do Nore, acaba por dar crédito pelo sucesso do movimento aos atores errados. Ou seja, ao invés de reconhecer a importincia maior das lutas e do sacrificio dos negros do Sul, Alexander teria cometido o erro de responsabilizar a elite nortista pelo sucesso do movimento, Uma critica do mesmo tom é apresentada por 207 Ropitio de Saura Medes Elisabeth Clemens (2007) em relagio ao movimento feminista. A estas ¢ outras criticas Alexander teve a oportunidade de responder quando em 2007 participou de uma sessio do tipo Author-meets-the-critics (autor-encontra- seus-critieos), em um simpésio conjuntoentrea Midwest Sociological Society ea North Central Sociological Association realizado em Chicago. Entre os criticas, estavam Clemens (Universty of Chicago) e Morris (Northwestern University), além de Robert Antonio (University of Kansas) ¢ Chad Alan Goldberg (University of Wisconsin-Madison). Como resultado do simpésio, um mimero especial da revista The Sociological Quarterly to. publicado em 2007, contendo textos dos criticos e do proprio Alexander. A iiltima parte do livro & dedicada aos *“Modos de incorporagao a esfera civil’ (Modes of incorporation into the civil sphere). E nesta seco que 0 autor analisa a terceira dimensdo ~ ao lado de género e raga, abordados na parte anterior do livro — a se relacionar com a idéia de ‘reparo civil’, a religigo. Para tanto, Alexander dedica os dois witimus cupitulos & quesia0 do anti-semitismo e a0 Holocausto.? Ao lado da andlise substantiva sobre as formas de construgdo de identidade e de incorporagdo da cultura judaica na Europa e nos Estados Unides do pés-guerra, essa diltima parte do livro acaba compondo um longo argumento em defesa do ‘multiculturalismo’ como o modo mais universalista de ineorporagito de grupos exclufdose de identidades contrastantes a cafera civil. De fate, com a aprescntagdo das trés formes possiveis de incorporagdo, que seriam a ‘assimilagio’, a *hifenizagdo’ e o “multiculturalismo’, Alexander pretende dar conta de uma gama bem mais ampla de casos do que os que foram por ele examinados. O que significa dizer que, para o autor, os trés fendmenos substantivos por ele analisados no livro (0 movimento feminista, o movimento pelos direitos civis e a questo dos judeus), nl esgotam, de forma alguma, as possibilidades de aplicagho de seu modelo teérico, Muito pelo contrério, ao apresentar sua analise como parte de um novo “programa forte’ para a Sociologia da Cultura, o autor espera estar contribuindo para um redirecionamento do debate em tomno de questoes tao centrais para a Sociologia quanto os processos de reconhecimento, conflitos identitdrios, cidadania, agdes coletivas e democracia ¥ Sobre sea questio dos judeus e do antisemitism podem ou no ser tomadas coma una questio de religito, vera erica feita por Goldberg (2007). 208 ALEXANDER, Jefiey . The ti sphere Como escreve Goldberg (2007, p. 629): [..] The Civil Sphere oferece um novo caminho para se compreenderem alguns dos mais notiveis conflitos das sociedades modernas, a saber, lutas pela incorporacdo de grupos excluidos na esfera civil. Essa perspectiva permite @ Alexander identificar profundas analogias entre Conflitos que so normalmente percebidos como dispares e dissociados: conflitos de classe, 0s “novos movimentos sociais” por igualdade racial ¢ de genero e 08 contlitos pela incorporargo civil dos judeus nos séculus XIX € XX. [..] Nestes confitos, os demandantes utaram para representar a si préprios em termos das categorias positivas do discurso civil e, por meio disso, alargaram 6 limites da solidariedade, enquanto seus oponentes buscaram legitimar sua exclusio ao imputar-hes tragos anticivis. Por fim, cabe ainda um iiltimo e breve comentario a respeito de como Alexander relaciona sua andlise sobre a esfera civil com um tema que, com enfases variadas, sempre esteve presente em todos os autores cléssicos da Sociologia, que seriam as formas de incorporagto tipicas da modemidade ocidental, Para citar apenas um cléssico da Sociologia contemporinea, a quem Alexander dedicou boa parte de sua produgo intelectual, Talcott Parsons enxergava, em sua andlise sobre o processo de diferenciaggo engendrado pela modernidade, um crescente ¢ inexordvel movimento de aumento da incluso (inclusiveness) como a tendéncia mais fundamental no mundo contempordneo. Talvez tenha sido apenas em The civil sphere, depois de tantas obras teéricas publicadas, que Alexander tenha conseguido marcar de forma mais clara a diferenga entre a sua prépria leitura acerca da modernidade ¢ aquela que esté presente na teorie parsoniana. A teoria de Alexander representa uma visdo eminentemente contingente a respeito das formas de incorporagio da modemidade €, por extensio, sobre as possibilidades de justica dentro de um processo de complexificacao cultural. Em sua anilise acerca da expansao da solidariedade civil, nada pode ser tomado como certo ou inevitavel. A sociedade civil possui uma natureza fortemente contingente. A imagem que emerge apés a leitura de uma obra tao extensa e tao densa é a de uma sociedade civil vulneravel e eminentemente 209 Ropirio de Soura Medes conflituosa. Consistentemente com essa imagem, as agSes engendradas no 4mbito da sociedade civil nfo possuem uma tnica direcao possivel De acordo com seu discurso binario, a sociedade civil pode dar origem a priticas inclusivas e democraticas tanto quanto pode promover exclusio € discriminagdo. Por isso, a sociedade civil nfo pode ser vista, na anélise de ‘Alexander, como um reino harmonioso de reciprocidade e confianga. Pelo contririo, ela s6 pode ser compreendida como uma arena, na qual grupos entram em confronto uns com os outros na busca pelos recursos simbélicos que podem conferir legitimidade a uns enquanto outros so definidos como ilegitimos. Priticas democriticas so possiveis porque valores morais democriticos esto presentes nas esiruturas ideacionais da sociedade civil No entanto, é a interagZo constante entre grupos, atores e instituigdes 0 que ir determinar as possibilidades de justiga ou injustia ‘Como qualquer trabalho teérico de grande magnitude, ainda sera necessiirio muito debate e algum tempo até que possamos saber se, de fato, © livro The civil sphere ira cumprir aquilo que seu autor espera dele, uma renovao do panorama intelectual em torno dos temas centrais da filosofia € da sociologia politica. Referéncias ALEXANDER, J. C; SMITH, P. 1993. The discourse of American civil society: a new proposal for cultural studies. Theory and Society, v. 22, n. 2, p. 151-207. CLEMENS, E. 2007. Of tactics and trauma. The Sociological Quarterly, n. 48, p. 589-599, COLOMY, Paul, 2003. Jeffrey Alexander. In: ELLIOT, A.; RAY, L. Key contemporary social theorists. Malden, MA: Blackwell. p. 9-16. GOLDBERG, C. A. 2007. Reflections on Alexander's The Civil Sphere. The Sociological Quarterly, n, 48, p. 629-639. MELUCCI, A. 1996. Challenging codes: collective action in the Information Age. New York, NY: Cambridge University Press, MORRIS, A. 2007. Naked power and the civil sphere. The Sociological Quarterly, n. 48, p. 615-628. 210

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