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Uma nova ética para um novo jornalismo: Revisitando o imperativo da responsabilidade A new ethics for a new journalism? Revisiting the imperative of responsibility Se, por um lado, a realidade de uma nova forma de fazer jornalismo parece evidente 1, por outro lad, a neces sidade de uma nova élica como correlate dessa nova tealidade nao se afigura com 0 mesmo grau de evidenca indisetiilida de. Sendo verdade que hd novas varidves, ‘como a predominancia dos grandes gros de comunicagio social, enovasealeporas, ‘como a de webjornalisn jas implies hes étieas importa avaliar, na realidade 0 profissionais parecem considerar que as normas deontoligicas existentes ena dram cabalmente as prétieas jonalfticas De facto, estas relletem prinetpins éticos i, ransversuis eintomporais, ‘que poderiam ser coligides soho principio da respomsabilidade e que se direcionam ‘para um imperative da mesma orem. Palavras-chave: Deontologia; emancipa ‘c; étiea;jormalistnos responsabilidad, Abstract estionable and obvious isan ung fact that there is a new type of jourma- ii now ethics as a correlate of this reality rs tnlay, Nev Iheloss, the need fora is not so obvious oF unquestionable. While it is true that there are new variables, such as the predominance ‘of media groups, and new categories, whose ethi- such as web journali cal implications should be assessed, professionals seem to consider that the ‘existing deontological norms in current rnalistic practices are sulficient In i fet, these norms reflect fundamen tal, transverse, and timeless ethical principles that could he collated wn- der the principle of responsibility and d towards an imperative of the same onder. Keyword Accountability; deontology: ‘emancipation; ethies; journalism; respon= siability Ana Leonor Morais Santos °@ B A realidade de uma nova forma de fazer jornalismo é evidente e in diseutivel. Seria, pois, expeetavel que dai decorressem a evidencia ¢ a indis- cutibilidade da necessidade de uma 1. Nao 6, contudo, 0 caso. Subjacente as tansfo wages pode es- tara constancia da dtica jornalistica, naquilo que sao 0s seus prinefpios valores funda Na verdade, entee a predomingneia dos grandes grupos de comunicagio social, a mereantilizagto do traba- Ihe ja ico, as caracleristicas difercnciadoras do webjornalismo, © Categorias hfbridas como infoentrete- himento e publirreportagem, surgem novas varidveis © novos desafios de 4, que importa pe no desejo de ver baliza- dos normativame comportamentos «los atais contextes. A pergun taa fazer 6 8 preeisamos de uma nova Alica para 0 nove jornalisme. O 6s minho a percorrer na busea de un resposta passars por p iramente, apresentar uma stimula das prineipais, mareas do jornalismo atual ¢ estabe~ lecer os correlativos desalios élicos: hum segundo momento, revisitar a diferenga entre ea ¢ deontologia, ro ‘cuperando earacterist as dos eddligos deontoligivas ¢ fazendo uma ineursiio pela rovisao do Cédigo Deontolégien dos Jornalistas portugueses, de 2017: por fim, sera proposto o modelo 6 ‘que nos paroce nais adequado para o jornal imperativo da responsabilidade. 0 jornalism categorias, novas varkivels « novos desafios Embora as novas teenologias da informagio © da comunicagao sejam responsiveis por grande parte das mudangas ocorridas nos dltimos anos, no jarnalismo, elas nto si 0s tinicos fatores a considerar. A predominancia dos grandes grupos de comunicagio social © a mereantilizagio do traba- Iho jornalistico, com a informagae a seguir as leis da oferta e da procura, tém grande impacto no modo come se ceneara a profissio © as correlativas responsabilidades, As vulnerabilida- des dos profissionais traduzem-se em vulnerabilidacdes étieas Por outro Lado, hi carsetertsticas cespeeilicas do webjornalisme, que nie dovem ser descuradas, niio apenas porque introduzem novos modelos do produgie ede rece cias, mas também porque suse quest namento ético, a saber: interatividade; hipertextualidade; personalizagao: ¢ instantancidade, A interatividade 6 uma das marcas do webjornalismo que pode ener zar-so de miiltiplas formas: em caixas de comentarios, em féruns de discus io, na eventual troca de emails, ¢ Ama desta marca é a de que “a nolfeia deve ser encarada como 0 prinefpia de algo e nio um fim em si propria, deve f icionar apenas como ‘o“tirode partida” para uma di navilhas, 2003, p. ‘com os leitores” (€ 65), A questo tien & que limites? A partir do momento em que se ineita © leitor 4 diseutir o que é noticiade assumne-se pleno direilo ao exerefcio da liberda de expressiia? Sabe-se que no hi unani lade quanto a0 cespago mediftico a conceder a ideo- logias politic site extremadas, por plo, Além disso, este apelo a in- tividade parece funcionar como cconvite permanente & doxa, em {que todos podem opinar sobre tudo, independentemente do grau de con rento do assunto, No qui dix resp os recur al6 aos anos 60 10 hipertextus- lidade, dever doséeulo passado, déeada em que foi utilizada pela primeira ver a palavra hipertexto”, para compreendermes que nfo se trata de uma absoluta n vidade. Theodor Nelson cunhou este lermo para se referir a uma “eserila nto sequencial, um texto com varias ‘opgdes de leitura que permite ao lei- lorefetuar uma escolha” (Canavithas, 2014, p. 4). O webjornalismo, a0 as- sumir esta dimensio, aproveitow a possibilidade veiculada pelo digital de sxponenciar as opgaes de leitura 8 partir de 18 Giniea publicaga Assim, e se da década de 60 até hoje diversos autores foram propondo de- finigdes mais ou menos complexas de hipertextualidade, ha dois ele constantes sa medida, del res desta categoria: blocos informati- vos @ hiperligagbes, A in segmentada e pode apontar ‘outros textos complementares, outras pdginas relacionados com o assunto, material de arquivo do préprio jornal, publicidade, ote A questo ética que aqui eneontea mos é que responsabilidade? A suges- tio de hiperligagses que conduzem © Ioitor para material de autoria diversa 6 jornalista com a veraci- dade efidedignidade do que af consta? [Nao sendo autor do contesido, 6, ainda assim, compositor das ligacoes. 10 os jornalistas dispostos a assumir «© responsabilidade decorrente dessa ‘composigdo? Quanto categoria da personaliza- ade ‘¢do, esta remote para a pos de configurar a recegao de informa- ‘gBes de acordo com os interesses do usuario, Sendo u seja por eseo- ha propria, através do registo numa publicagao, seja por via de cookies hilo se Lrala de uma caracterfstica ccujas consequéncias possam ser di- relamente imputveis aos jornalistas. Nao obstante, esta é uma realidade proporcionada pelo webjornalismo & também dela decorre plicagdes étieas: que abran- géncia? A personalizagao reforca a tondéneia para fear cireunserito ao ‘que coincide e Ii diversidade de perspotivas, as crengas pessoais, wo horizont de sentide e a Por fim, a instantancided presente tanto na produce jornalistien ‘quanto no acesso a informagio, A este propésito, a pergunta é que eritérios? As" ‘continua, serio compativeis ias ao minuto”, a atualizagio eon tologia jomnaltstiea? Por outro lado, esta dimensdo esta associada a uma abun- i jac superficialicdade informativas, Para jd, importa assinalar que qualquer um dos elementos referides implica, direta ou indiretamente, um scréscimo de responsabilidacde quanto 2 forma e wo contetido das informagies jornalisticas. A par destes elementos, catego- rias hibridas como infoentretenimento ¢ publirreportagem x30 conquistando lerreno, o que nos conduz ao segun- do pico, relative a atualizagio do Cédigo Deontolégico do Jornalista portugues, Etica e deontologia no jornali ‘Uma das caracteristicas comuns a todos os eéligos deontolégicas é a res petiva abertura, Nao sie documentos cristalizados,refletindo, antes, a evo Iugao cultural, social e das profissdes, No caso do jornalisimo, esta abertura fica alengae as transformagies © tecnolégicas relacionadas com a pritica profissional, Contudo, © reconhocimento de 4) ha princi- pics e valores transversais a diferentes: sociedades ¢ culturas, ¢ intemporais, conduz-nos a constancia da ética ini- cialmente referids. Os prineipios éticos fundamentals {que constit os pilares do jornalis- mo nao sao flutuantes — ou nao seriam fundamentais. E certo que o rigor, a prestagae de um servigo ptiblico « 4 responsabilidade social sito fac tualmente comprometidos pela nova relagao com o tempo que se impie was tal circunstan- 40s jornalistas, cia apenas reforga a necessidade de aproxin Fo que Ge 0 que deve ser. Fazendo uma incursio sobre a i tima revisito do Cédigo Deontoligico do Jornalista portugues, aprovada no IV Congresso dos Jornalistas, de ja- o de 2017, ¢ conti ula no vel rendo de outubro do me 6 objetivo assumido de atualizar um documento datado de 1993, verficsese que nenhuma das alteragies efetuadas inclu’ referéncias as novas praticas jomnalistiens. Uma das alteragives vi- sou a questa da igualdade e da -iscriminagao, eoulra, extremamente signilicativa, foi a aulonomizagao da inlograda na norma relativa a respon- sabilidade. Note-se que a recusa de priticas jomalisticas que violentem a consciéneia individual é colocada ever, nao como um dircito, ndo espago para o éthos do jor- nalista Na destringa entre ética e deon- tologia joga-se a tese desta reflexao. Na primeira, encontramos pri valores, frut tegrados pelo indi- viduo, A segunda, inserita no Ambito da étiva aplicada, consubstancia-se cconjunto de deveres que re ‘© exereicio de uma profissio, Deste modo, a ética jornalistiea deve manter- -se inalterdvel nos seus prineipios © valores, ainda que a deontologia que rege a profissde possa actescido enquadramen de novas possibilidades de agno, de novas exig@neias ¢ de novos desafios.. iquanto possibilidade, insereve-se rho dmbilo do contingente, euja defi- Jo aristotélica recuperamos: con- nao ser, ou que, sendo como weente iquilo que 6, mas poderia pode- Neste ria sor diferente daquilo que sentido, pod: considerar que os cdigos deontoligicos devem ser mais ‘enquadramento normative das pritieas profissionas, mas ni 6 necessario que assim seja, desele que os principios fundamentais esejam solidamente defines. Assim sendo, podemos conside- rar que 0 que hé a esperar da étiea no jornalismo do século XI nto 6 substancialmente sente do que se cesperava antes. Em 1983, quando se cestabeleceram os Principios Int ionais da Elica Profissional no Jorna Tismo, ressaltou-se 0 valor duradouro, da declaragio da UNESCO, en considerou necessério ir além de dex prinejpios, que tem a responsal ‘como ponto de fuga. Do principio da responsubilidade a idela de responsubilidade social 0 conceito de ética aplicada, sur sido na década de 1960 o desenvolvido sobretudo na década seguinte, pe pensar a responsabilidade numa ver lente coletiva, rel indo, por um lado, ssma ser inerente a di mensao da acz0, ¢, por outro lado, realidade das transformagies sociais © dos desafios e tanto surgdos. Areas como as da binétiea o étiea biomédica, dla étiea do ambiente, da étiea econ mica ¢ da étiea empresarial,fomenta- ram odidlogo entre interlocutores com diferentes formagées, redirecionando os tradicionais estudos de metactica © de étiea normativa. Neste contexto, Hans Jonas sur ge como pioneiro na constatagiio da necessidade de uma “nova ética”, decorrente do erescente dominio de agio coletiva, que imps uma outra dimensto de responsabilidade (Jo- nas, 1972, p. 87). O principio da responsabilidade seri crigide pelo filisofo e« dda ago humas io fundamental tendo em conta que as repercussies resultantes ds nossos tos assumem uma extensiia © uma 1A paride pte oa ‘twee y eiudadanos pomabifdad social de los med rican” publieado im 2016, no Libro de Actas del MH Congreso Internacional de ica de ta Camunieacin: Desofos tices dd ta comunicacidn en ta ea digital (pp. 287-205) L. Rico, J. Villegas M,Jiménea (ed). Made: Dykincon. A nossa perapetiva € 4 to da eta empresarial no aplicaa, ember eta opedo possa no ser Undue: Para uma apresentaggo da diver- eneia em eats, yp. ex, Comil, 1995, pp. 201-205 Iongovidade cada vex mais alargadas, Je medida por via do de volvimento tecnoldgico. A abordager 6, portanto, consequencialista, senda ‘esse rogisto que facilitou a incorpo- ago da étiea em dominios tenden- cialmente dela excludentes, uma vex ‘que permitin que, ao invés de ser cconsiderada uma limitagao imposta por principios teéricos, tenha sido reconhecida, sua yertente apli- ada, co instrumento de decisio ou inelusivam propedéutica b decisto (Lacroix, 2009, p.96%). O racioesnio pratico implicada neste processo deve operar tendo em tengo as provdveis consequéncias das escolhas em ponderagiio, sendo que a atengio dirigida no triangulo 2 “Ondimque Fahiqueappbiqaéeauineonetin “idea dlration, aroltion diem tes moran laclaribcton dejo bi ‘qs tnt pure ivi consiere dans leur singular que pour cus qu ment ne setoncomne sin cits Dns ones ehique ae pent come pin ‘dejonton ete Taton individuation collective pour agent mom intervention en ahiqu vie par eonscquent a coeiieFution individu lesccontraintess normative xslgiquesanuuelles eles et expose. Powe aller auintenantat-del de la simple Fonction nomaive laquelle on resin top soaent ce once, je pose Fethine comme tie propdestique a decison” normatividado-agao-consequéncias a0 lado das consequencias acabou yerti- da num conjunto de prinejpios regula dores de priticas coletivas, segundo o pressuposto da respetiva mais-valia. ‘Tal concegao conhcecu um gran do desenvolvimento no dominio em- presarial na dltima década do séeulo XX, quando as empresas comegaram ‘a preocupar-se mais com a sua ima- gem social, procurande mostrar que fas exigeneias de rentabilidade qui Ihes sto inerentes so compativeis, ‘com valores como a justiga © 0 res peito pelas pessoas? (Marzano, 20085, p. 110), Porém, a compatibilidade nao institu, por si s6, 0 dever. Donde que ‘6 conccito de responsabilidade social tenha surgide enquadrade num mode- lo que visa estabelecer os eritérios de “respeitabilidade” das empresas, Ci- amos, a este propésito, Donna Wood © 08 prinefpies por ela ide ieados. 3 west Cpe que surgem revise espe~ cializadas em ética dos nee, come & Business Huhies Quartet, ctiada cm 1991, ea Business Ethics, surg om 1992. Por demos, contudo, recuar a 1953, ane da publicagso da obra Social Responsibilities ofthe Businessman, da autoria de Hoard Bowen, para af encontrarnosjéapresena- doo conecitede responsabilidad social em ‘elaga com o mind dos negécin. a 10 dmbito da resporsabildade social «las corporagies, a saber: () 0 prin- pi da legitimidade ii) 0 prinespio dda rosponsabilidade pi principio da gestao socialmente respon- ica; (ii) 0 sével!. 0 primeiro relaciona-se com © que cestabelecondo que ‘empresa, enquanto instiluigdo, no deve abusardo seu poder, sob pena de 4 sociedade nao lho reconhecer m: 0 segundo refere-se explicitames responsabilidades das empresas para ‘com a sociedad, quer diretas quer in- diretas, em fingiio do respetive campo de ago. 0 tereeiro colaca em destaquc ec individual, remetendo para 4 dimensio moral dos membros das ‘empresas, nomeadamente das gestores, 40 estabelecer que estes so agentes morais © que devem tomar decisies ucados na responsabilidade social. (Wood, 1991). As questies respeitantes & com patibilidade entre fins empresariaise valores morais, bem como i exedibilie dade que as empresas procuram deter 10 tereeivo principio & apresentado pela ng de the prinipl of ‘managerical dvrtion, Optwos neste caso por uma taducde live, que julgaos mais ‘mediatamente compreenstsl,baseada na subatanca do principio. A reciprocidade constitui a esséncia da responsabilidade social, e as organizagdes que a ela ndo aderirem perdem a confianga da sociedade, ao nao lhes reconhecer credibilidade no seio da opinito piiblica, foran Tocadas em sintonia por James Grun Jon White, na constatagao de q as organizagoes excelentes se deram conta de que podem aleancar os seus objetivos dando sos pi 108 algo do que estes protendem, ou soja, geando a “norma da reeiprocidad ‘na organizagiio. Segundlo os autores, a rociprocidade constitui a esséencia da responsabilidade social, ¢ as organi- ‘zagives que a ela no ad salem a confianga da sociedade, ao no Thes reconhecer eredibilidade (Grunig & White, 1992). E necesssirio, contudo, atender & ‘conceptualizagao da ideia de “respon sabilidade social” para ultrapassar o mero pressuposto da “rentabilidade ties”, fo qual também pode ser as: sociado a “4 empresarial. Como refere Grunig, os te6ricos da gestio discutiram extensamente o signifieado a atribuir a esta expressio (Gruni 2014, p. A), sendo que o essencial da sua compreensie esté patente na definigao de Kathryn Bartel e David Mari 1 responsabilidade social de uma organizagao designa 0 dever de dda sociedad servindo os seus pro prios interesses (Rartol & Martin, 1991, p. 115} que evidenciar a compatibilidade Note-se que, mais do centre a economia ¢ a étiea, ou inelu- ic a rentabilidade da ciltima (no que pode configurar uma forma de instrumentalia dio que condus a daivida acerca da cticidade das pri ticas dela decorrentes), encontra-se aqui postulado um dever, que, lodavia, a discussiio a este propésito cesteja encerrada, Cabe perguntar se as empresas lem, de factum et de jures, respon- sabilidades em relagio & sociedade fou se a sua fungdio esté limitada aos Interesses dos proprietdrias, No iltimo ‘caso, a étiea pode ser acolhida na justa, merlida em que servir esses interesses, Uratando-se, portanto, de uma estralé- iia de gestio optimizadora de recur- sos, Na realidade, como 6 m do por Michela Marzano, 0 diseurso sobre responsabilidade social ¢ étiea dos negécios permite aos chefes das m lado, medistions con tustas elevados, e, por outro, como nolimos antes, agradar 2 opinige publica (Marzano, 2008, p. 115). Promove-se, desse modo, a janga de consumidores ede in- vestidares, retirando daf heneficios ‘empresariais, Nao é, contude, a questao das motivagies erentes & éliea empre= sarial e da atengao que thes deve ser prestada que nos acupa. Aquila que pretendemos advogar é que a responsabi ica ‘qualidade de lade social dos érgios de com 10 obstan preferir, preeisamente enquanto em- presas, cuja dimensao institucional ceria responsabilidades para com a sociedade -, ¢ Ima responsabilida- de direta, inteinseca e basilar, pelo que, independentomente da relagio ‘que genoricamente se estabeloga entre fins empresariais © responsabilidades sociais, essa relagto serd sempre de implicagio no caso dos media, o que justifica o enfoqui ‘tien da res- ponsabilidade, Informagio, emaneipagie & olhar™ s A pengunta pelos fins dos media ccoloes-nos diante de véias respostas, ntre si, mas ‘que no sto exeludentes ‘antes complementares®. Hos fins em- presariais, rolatives a obtengiie de be- neficios, cuja transversalidade a meios de comnicagao social priblicas ¢ pri- vados nos parece evidente, embora ‘com graus de relevincia difereneiados: a0 servigo piiblico nao tem, necessa- que estar assoviado o lueeo (alids, a sua finalidade nto ¢ essa), mas a questo da respetiva sustenta- bilidade amb mullaneamente, éIhes alribufda uma no Ihe & alheia. Si- Finalidade politica, que pode ser enun- ciada como referente A fomentagiio do bom funicionamento democratien. Em lereeiro lugar, det fieamos o garante do direito a informagio, lo tien ¢ politicamente na Declaragio Universal dos Direitos do Humanos, designadamente no artigo 19% ¢ conse titucionalmente, 10 caso portugues, no Esta vertente dos media al para que a finalidade p tica possa concrotizar-se, na medida ‘em que uma cidadania ativa pressupae cidadaos informados. Ja os fins em- presariais devem ser eolocadas como 5 Seguimos em parte, ne idemitieacto dos o dseutse de Enrique Perales, pro- sito dos fins concernentes aoe mins sc Aiovisnais (Perales, 1999, p. 15). a a do possibilidade dos fins po- Iiticas juridicoss ease contro, uma ‘empresa de comunicagio nio revelaria diforenga substancial relativamente a qualquer outro negécio, Acontece, po- rém, que a fungo emaneipadora dos ‘media impossibilita uma coneoga0 es- Uritamente comercial, Por isso, mesmo, saindo fora do Ambitoestrito da infor- magi, a responsabilidade dos meies de comunicagao social relativamente 2 formagao dos cidadiios nfo deve ser deseurada, Neste sentido, compa nhando Francisco Laporta (1999, p, 81) na firmagia de que ox media nto tem a realidade de forma passiva, ruindo, antes, a realidade social, decidindo como a sociodade se perce be asi mesma, atribuimos um sentido, forte & ideia de consirugito da reali~ dade social, porquanto considerames ta (a te qu lade social) é pe menos em parte resultado daguile que (08 media sto ¢ dos constructes que por via das mesmos se vo realizande, Sendo a sociedade uma mera abstea- ‘cdo derivada dos Ividuos, esses sim ccomexisténeia eal, somos revondurids a questao da formagao © emaneipacio dos mesmos. Nao & despiciendo recu- petar neste contexte as palavras de In inuel Kant no ensaio “Resposta & pergunta: Quo 6 0 Huminisme?”: “0 Muminismo € 0 said do ho~ ‘mem da sea menoridadede que ele proprio €eulpado, \ menoridade 6 4 ineapacidade de se servir do centendimenta sem aorientacio de ‘ulrem. (..) Sapere aude?” (Kank, 1784, A431, trad. cit, p. 11) A emancipagio, enquanto safda da menoridade, ou seja, a capacidade de pensar por si mesmo, exige conheei- o. Nao h ® sutonomis sem saber. E aqui radica a responsabilidade social dos media: sto ¢ ss que transmitem 48 informagies necessérias para que ‘qualquer eidadao possa tomar as decisses Saavedra, 1909, p. 130), num ‘contexto social como aquele que vie vemos, no qual os cidaddos sto chama- dos a deliberar e decidir. E-neste sentido ‘que Laportaafirma: sociedade democritiea, estamos a falar necessariamente da masimizugio da in- Jormagio numa sociedade deliberante”™ © [J eaundo hablamos de sociedad demo- critica clans habla aeceariamente de la mavimizarion de a informacion en ana sociedad deltberonte” (Laporta, 1999, p. 79). Nessa medida, ‘1 informagao considerada de interesse pablieo trios, dos quais destacamos, pelo seu ode cri- $e para um con) valor absolut, ser til para esclarecer 1s cidadios das escolhas relativas as Areas politica, social, ec ligiosa, ete favorees «8 participagio na vida demoeritica; ¢ sor de natureza 2004, p. 141). Ao colocarmos a ideia de emanci- ‘emaneipadora (Berni ‘pacto como nicleo definidor da tarefa dos media, interessa-nos aprofunds- anos seus pressupastos ¢ respetivas consequénciss Para tal, convocamas, 0 conceito de pao”, pectador em: proposto por Jacques Raneidve a pare tir da reflexdo acerca da relagao entre cespetdculo teatral (expressto uilizada ido lato — incl aga dramética, dana, performance, ete) © politica (Ranciére, 2008, p. 8), consideramos adequada para pensar qu 1a condigdo de reeetor de informagi, sseja como espectador, seja como leitor ‘ou come ouvinte, Rancidre comega por evidenciar dois pressupostos subjacentes a Sideragao de que ser espectadar & tum mal: olhar é 0 contrério de agin olhar & 0 contrario de conhecer, Na desconstrugio destes. antag © autor questiona a oposigao radical centre alive © passive, bem eomo, a partir dessa oposigite, a associagao do olhar e da escuta a passividade. A ‘emancipagie omega quando se pie fom questao a oposigao entre olhar e aie”, na medida que “o espectador também age (..). Observa, seleciona compara, interpreta” (Ranciere, 2008, pe cada na recegio éa consubstanciagio udor”, que traduz Esta doagao de sentido impli- do “poder do espee sua maneira aquilo que percebe (Ranciere, 2008, p. «20 da igueldade, na medida em que as oposigdes entre olhar e saber, oll © agir,atividade o passividade estaho- lecom “uma distribuigio a priori das posig dudes ligadas a essas posigées. Sio alegorias encarnadas da desigualdad (Raneidre, 2008, p. 21). seguindo cst raciocinio que num outro contexte, es e das capacidades c i cescrevencdo sobre “a imagem intoleri Rancigre aponta aos ext Informagio nio funciona pelo exeesso das imagens, funciona selecionando os sere falantes ¢raciocinantes, eapazes, de “eseneriptae”o faxo de informagio ‘que diz respeito as multidees anéni- mas” (Rancitre, 2008, pp. 142-143). E assim que o significado da palaera ‘emancipago vai ser aprosen ‘agem ¢ 0s que voom, entre individuas membros de um corpo coletivo” (Ran- 1008, p. 31). A expectativa est, pois, em que aquele que &0 reector da informagio, hilo 86 esteja capacitado para agi seja ji agente na qualidade de recetorlespectador, Um olhar sobre a realidade mostra-nos a henevoléncia do tal expectativa, Exeesso de pouea espessur suber coisas nos torna ignoran O conceito de 1:30", os respetivos pressupostos os expectaveis efeitos, sie hi objeto de un ampla diseussio que roflete perspetivas céticas, olimistas Acompanhamos Paue se de que o maga do obra de Platao, em particular, © de maneira explicita, no Fedro, onde so diseute a identidade e a diferenga en tre infermagio. conhecimento, e como a primeira pode conduzir ao altimo ¢ rra, 2003, p. 12). Festa relagio jade ou de diferenga, de plieagdo ou de obsticulo, ou me factualidade de uma nio-relagao, que nos importa aferir, pelas implicagoes dai deeorrentes. Assumido antes o pressupos informagio como condigio nevesséria do uma cidadania ativa, devemos agora de nvolvide, Antes de mais, fucilmente se compreende~ ri, a partir de tal considerando, que se acresga 0 pressupasto relativo & nalurexa necesséria da informagao Re © outro nao haja relagio, Ae mesmo ligdio pata o conhecimen 1, portant, que entre tompo, rejeitamos que a informagio configure obstéculo para o conhe= cimento, como é sugeride na te que a confusio entre ambos di 1a a obtengio de conhocimente, pela ceristalizagao do processo na vertente meramente aquisitiva da informagao, Iden sams, antes, uma relagdo de a5 implicagao, que afirma por si mesma a diferenga dos termos, Dito de outro modo, a informago aprese como condigao necessaria, mas nto suficiente, do conhecimento, ¢, por ex- 0, da ago. F-neste ponto que ‘vemos um olhar atento a factualidade, ‘o qual nos permitied perveber em que medida, nao havendo eposigto légiea entre olhar e conhecer ou entre olhar agir, no podemos, ainda assim, d duzir do“olhar” ne nem a ago, Entenda-se po neste aso, a recegie de informagiio que nos permite ter um olhar sobre © mundo, con sobre ele agit, sejacessa por via da imagem, por meio da palavra eserita ou através da palavra escutada, Que a dita “sociedade da informa do” no corresponde a uma “socieda- dede con Tambér referida, que a quantidade de infor- cevidencia, j4 antes magao acumulada © a facilidade de aceder & mes ‘aumentaram expone! cialmente gragas as novas tecnologias © apropriagiio que os media dolas ven to. Fsta dupla condigao — quan- lidade e facilidade de acesso—revela © cardeter adequado da designagao do “soci ta da responsabilidade, no seg dado do informagao” o, 1,2: portinéncia do principio to da teorizagao de Hans Jonas. Ocorre, porém, que, como correla toda dita “Sociedade de info nos deparamos com um 80", ej c do uma “sociedade do conhecimen- to", A quostao, ao contraio de que 4 expresso parece pressupor, iio & apenas de ordem quantitativa; & tam= tais categorias ‘qualitativa, na medida io interdependentes. Num mundo em que cada vex hi is informacao a circular, © mum yo eada vex mais curto, continua ‘a caber aos profissionais dos media, ‘em concreto aos jornalistas, © pa- pel de transmissores da informagao, Dirfamos até que o seu papel esta actescida de sentido e de responsa- bilidade, procisamente em fungie do ccontexto de diversidade e velocidade formagio a chegar-nos por via de profissionais da eomunieago, respon sveis por dara conhecer a realidadle, tornando-a eompreensivel para quem recebe a informagao, o resultado pre visivel seria o da referida “sociedade do conhoeimento”. No entanto, Richard Foreman, autor eneenador «tere estadunidense, numa entrevis- ta a0 jarnal Publieo (de 29/04/2006, assinada por Joans Gorjo Henriques) rofore que na atualidade possuimos tod a informagéo, mas no a profun- didade naestratura da personalidade; sabomos muitas coisas, mas de forma superficial; tomsmo-nos,segunv sa expresso, “pessoas-panquecs™ A ima gem 6 rica cm signitieago e failment ccomproensive: pessoas sem espesstr, que opinam acerca de muita coisa, por- que tem informagao sobre muita coisa, ito pour, por que estio diminuidas na capacidade de reflexto, de atribuigto de sentido, de eritica, Pessoas-panqueca correla to, aditamos nés, de uma informagao sem espessura, apartada do prinefpio dda responsabilidade e distrafda da sua raza de ser. 0 “excesso de informago” origi- nou uma “informagdio como excesso”, direcionada para o imediato, o ehoque, simp “ago, 0 mani ra, 2003, p. 199), na senda da cone famo (Ser quista de pablico. A informagae da instanta lade e da doxa adquiciu caracteristicas proprias do entrete- himento, aprofundande 0 fosso entre 6 deontologicamente estabelecida ¢ a pritica. publ “A lagica 6, agora, nto a de 1a informagao, mas ade fazer si propria, sob pena de nao alrair os potenciaiselientes"” (Serra, 2003, p 200), Assim, apela-se A emogio, em detrimento da reflexao: promove-se 0 cnvolvimento, em verda distanciages, Fomenta-se a adesti ao invés da erica, “Tais prtieas es (0 suportadas pelo ipo de informagao prestado © pelo modo como & veiculado, representando o falor cconcorrencial, neste caso, um lo agravant no s6 08 media do mesmo tipo concortem entre si, como os de tipo diferente procuram conquistar para si puiblicos de outros érgiios de comunicacdo, Partilhamos, por isso, a perspetiva da jornalista Clara Ferreira Alves de que “vivemos em “overiase™ de informagiie desnecesséria ¢ invasi- ‘como um tumor maligno” (Expresso, 28/07/2008). 0 essencial e vacessério foram subyertides, eas consequencias d ponto de vista individual qui te resullantes so gravosas, tanto do sociais, Impae-se caplar a alen= ‘80 do espectador, do ouvinte ou do “A logica é, agora, ndo a de publicitar a informacdo, mas a de fazer com que a informagao se publicite a si propria, sob pena de nao atrair os potenciais ‘clientes” (Serra, 2003, p. 200) Ieitor, ¢ eseolhe-se faxt-o através da cespotacularizagio da informagao. Sao varios os exemplos de dilui- ‘g80 do género jomalistco no esqquema do entrotenimento, desde o lugar de destaque ati lo aos fait divers por ccontraponto i secundarizagao de acon- te os relevat Jmpério do futohol nos vai 1 servigas formativos: a passagem de informa- ‘G20 em rodapeé durante os telejornais, sig do 16. explorago do sensacionalis dispersiva da espectador: do novelesco na construgio de pecas jornalisticas. A incapacidade daqui resultan da relaciona-se com a incapacidade de atribuigao de sentido, num registo de 0 de informagio idéntica an de qualquer outro bem de consumo ripido, Diferent nente do “espe Lador emancipado” de Raneidre, no cespectador hodierna nito se di oposigao entre olhar eagie, porquanto 1 seu olhar esté privado de observa, apa de hierarquizar porque ‘se 6 incapa de atribuir um se lotem como consequéncia imediata a indife= renciugdo, ¢ como resultado mediato a a indiferenga e a letargi isso, de espantar .. Nao 6 por jedacdes democritieas, que sito, por esseneia, deliberativas ¢ decisérias, sejam, na realidade, politica e civicamente abs- jonistas. K as opgbes jornalisticas nao estio a margem desta realidade 0 imperative da responsabilidade Ao propor o imperative da res- ponsabilidade como eeene de un 1a, Hans Jonas privilegiou as consequéncias da agilo ressaltou, co horizonte temporal como dimer cessencial da del beragao, Ora, si0, precisamente, estes dois aspetos que urge reconsiderar nas atuais préticas Jornalisticas: ter em consideragio as consequéncias associadas 3 forma de tran F informagio © ao eontetido do que se transmite, sabendo que as equénicias se estenedem temporal- mente, ¢ reconsiderar a relagio com © tempo, na forma imediatista como se produzem noticias e come se apela A assungiio de tal imperative ba- liza, por si 56, as pritieas a promover impae 0 reconhiceimento da impor- Lancia do jornalismo face as ameagas da sua diluigao, porg 0 reforga a cdo seu impacto na construgao da realidade social. Age de tal maneira que os efeitos do teu trabatho sejam promotores de uma cidadania ativa e cesclarecida podria ser a formulagao do imperative da responsabitidade para os jornalistas Conelusao Nao se pole afirmar que hi uma cespécie de impossibilidade lgica de derivar conhecimento a partie da in- formagit, Do mesmo modo, nite ha in- ‘compatibilidade entre ser espectador ‘© ser alor. O que verificamos nie ter colhimento a coneretizagio da expec= tativa de que a informagio capacite, por si s6, para a agi, Na vordade, 6 0 or determinam a respetiva dimensdo eman- ‘eontesido e a forma da wagio que cipatéria, em relago com o modo come se gore a quantidade, Como vimos, as implicagdes do excesso de informagio, ‘eda instantancidade da seu tratamento © do seu cons 10, revelam-se na in- ‘capacidade de atribuigio de sentide, inviabilizando a emancipagio enquan- to destruigao da fronteira entre os que gem eos que veem, Ora, se alentarmos Adeontologia jornalistica,cuja natureza ‘auto-regulaclora nunca 6 demais subli- nhar, verifieamos que a normatividado nela vertida aponta para a cmaneipacio, «ni para o seu contritio, 0 rigor, a exatidao, a independen- cia, # imegridade, ¢ os demais valo- ros elelos pelos proprios profissionais| como deveres, so dotados nia 86d valor intrinseeo, mas também de valor instrumental: sa0 meios colacados a0 servigo do dircito & informagao, que aassiste a todos os cidadios, e que transforma o direito de informar no dover de bem informar. Assim, a res: ponsabilidade social dos media, © do jon Lismo em particular, nao se configura c saabemos ngencial. B que estes esto hoje inserides numa lagica de mercado, onde impera a lei ds oferta © da procura. Porém, a ine formagdo ndo € um bem e no outro ‘qualquer. Negociar com a informagio wo da huima 6 negociar 0 fu we, para o bem e para 6 mal, © também por essa razdo falharna fing em u termos absolutos cipadoraé falhar a responsabilidade dos jornalistas. O olhar que nos 6 dado sobre o mundo tanto pode mostear- cidaddao emaneipado e das sociedades demoeriticas. Neste contexto, a relagio do jor. nalismo com o tompo ¢ um elemento fundamental. Dissemos antes que © principio da responsabitidade integra uum hori onte temporal alargado,ten- do conta que atengao volada as consequéncias deve avaliar para Id do imediato, Mas a intersegao com 0 o nao se limita ao horizonte mais inss est igualmente relacionado com 6 tempo do jornalismo ¢ com a viven- cia desse tempo. Assim, na senda dos movimentos slow, também 0 jornalis- sca a contrariar a imediatez © a superficialidade, e a reeuperar o tempo de producto jornalistiea, para nas de uum consumo igualmen rado, Mais do que um movimento al- lernativo, leraciio época de ac com todos 0s Ambitos da vida, 0 slow Journalism surge como condigto de uum exercicio jornalistico responsével jcamente comprometide, por via nento cendégeno, em inter-relagao com uma, cidadania mais atenta, responsavel e comprometida, Referéncias bibliogriifieas Barto, K. & Martin, D. (1991), Manage- amet. Nova lorque: MeGraw-Hil. 1, M-F. 2004). Bthique et Déon- lologie du Journalisme. Saint-Foy: Les Presses de PUniversité Laval wvilhas, J. (2003), Webjornalismo: considoracies gorais sobre jornalis- mona web. In A. Fidalgoe J. Serra (Org) Informacao ¢ Comunicagao Online: Jomnalismo Online (pp. 63- 73) Canavilhas, J. 2014), Hipertextuaidade: itha: Liveos Lab Nowas anuitetras noticias In Canavilhas (Org). 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