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© Pessuisa ‘aronecuaria Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuiria Caixa Postal 391 29.000 - Vitoria - ES INSTRUGOES TECNICAS 4 MARGO/91 ISSN - 0102-6372 Cultivo do Pimentao José Mauro de Sousa Balbino Pesquisador M.Sc. = Emcapa Hélcio Costa Pesquisador M.Sc. - Emcapa Luiz Carlos Prezotti Pesquisador M.Sc. - Emcapa 1 Introdu © pimentéo (Capsicum annuum L.) é a oitava hortaliga na escala de importancia do mercado hortigranjeiro do Estado do Espirito Santo, onde, em termos de quantidade comercializada nas Centrais de Abastecimento do Espirito Santo S/A- CEASA-ES, tem participado com uma oferta média anual de, aproxima- damente, 2.880 toneladas (média de 1982 a 1988), variando de 2.279,7 toneladas em 1982 a 4,025.6 toneladas em 1988, distribuidas mensalmente como mostraa Figura 1. Esteacréscimonaoferta corresponde ‘um aumento de 76,6% nesse periodo, sendoo Estado auto-suficiente @ exportador de excedentes, jé que a ‘sua produgao em 1988 foi de 5.588,6 toneladas (Rela- t6rio de Produgdo da EMATER-ES). ‘Area cultivada em 1989 oi de 285ha concentrada principalmente nos municipios de Santa Mariade Jetibd, Domingos Martins, Colatina, Itarana, Venda Nova do Imigrante e Afonso Cldudio, alcangando produgao de 6.589 toneladas. Na Figura 2 6 mostrada a variagéo sazonal de pregos, constatando-se uma queda dos mesmos aps ‘omés de julho e reiniciando-se sua elevagao a partir de fovereiro. E umacultura de importante papel social, haja vista que se constitui em atividade exercida, em geral, por Pequenos produtores. Como fonte nutitiva, o pimentéo 6 rico em vitaminas e sais minerais, sendo a hortalica. que possui maior teor de vitamina C. vantisede comer Fig, 1: Média das quantidades () de pimentao comercializ: na CEASA-ES, durante diferentes meses do ano ( 982-1988) FONTE: Centrais de Abastecimento do Espirito Santo 50 « 30 Fig. 2: Variagao sazonal de pregoes do pimentéo na CEASA-ES. Prego corrigido para margo de 1989 + periodo: 1978-88 “+ Periode: 1986-88 FONTE: DITEC/CEASA-ES 2. Clima e época de plan Dentre os fatores ambientais, o clima exerce gran- de influéncia no crescimento, desenvolvimento e pro- dugao do pimentdo e a temperatura étima varia de acordo com a cultivar e a fase da cultura, uma vez que as cultivares utilizadas no Brasil sao sensiveis a tempe- raturas baixas ¢ intolerantes as geadas. No estdgio de mudas, a melhor temperatura 6 de 26 230°C, ndo havendo bom crescimento das mesmas quando o plantio 6 feito sob temperaturas mais baixas, chegando este & paralisagao e verificando-se queda de folhasse ofrioforintenso. Durantea tase de frutificagao, trés meses apés a semeadura, a melhor temperatura é de 21°C, e, apds o terceiro més, esta temperatura ctima diminui, passando para 16°C, 12°C e 9°C, respectiva- mente aos trés e meio, quatro e cinco meses. ‘Temperaturas acima de 12°C favorecem o desen- volvimento da polpa do fruto, todavia, acima de 23°C, causam prejuizos a cultura pela queda de flores frutos, em razao da deficiéncia na polinizagao. Nas regides serranas, o cultivo é feito, geralmente, 1no verdio, podendo abranger a primavera e o outono, conforme a altitude do local. Nas regides de baixa altitude, 0 cultivo pode ser feito visando a colheita no inverno, podendo alcangar melhores pregos na ‘comercializagao, em razao da queda mais acentuada da oferta, a partir do més de maio, e conseqiiente sustentacdo dos pregos (Figuras 1 e 2). 3 Cultivares Quanto ao formato dos frutos as cultivares de pimentéo podem ser classificadas em tras tipos, de acordo com a relagao comprimento e didmetro: quadra- do, comprido e intermediario. O tipo quadrado apresen- ta comprimento proximo ao diémetro e relagdo de aproximadamente 1,0..O tipo comprido possui compri- ‘mentomaiordo que o didmetro e relagao maior que 1,75 € 0 intermediario relagao entre 1,0e 1,75. No Brasil, os frutos de formato cénico e de coloragao verde-escuro dos tipos intermedidrio ¢ comprido sao os preferidos, existindo perspectivas de que venha a predominar 0 tipo comprido. O cultivo dos frutos quadrados se restrin- ge principalmente as regides Norte, parte do Nordeste € a0 Estado do Rio Grande do Sul Emrazéo de sua tolerancia ao mosaico, as pesqui- sas realizadas pela EMCAPA, entre 1984 e 1988 reco- mendaram para o Estado do Espirito Santo as cultiva- res Agronémico 10G e Margareth, sendo “Cascadura Itaipu" a op¢éo quando houver preferéncia por frutos ‘compridos. Outras cultivares bastante plantadas no Estado sdo"Cascadura Ikeda’, “Cascadura Avelar” e "Magda", que nao apresentam restrigdes, haja vista serem bas- tante produtivas e apresentarem tolerdncia a varias, estirpes de virus. 2 4 Solo e Adubacdo Apés a escolha da drea onde sera feito 0 cultivo, o primeiro passo ¢ a coleta de amostra para analise do solo. Paraisto, o terreno devera ser dividido em talhdes homogéneos com relagaioacor, textura (arenoso, areno- argiloso ou argiloso), vegetacao, deciividade etc. De cada talhdo deve-se retirar de quatro a cinco amosiras, podendo ser usado, para isto, o enxadao. Estas amostras devem ser coletadas aOou até20cm de profundidade e colocadas em um balde limpo onde serdo homogeneizadas. Desta mistura serao retirados, aproximadamente, 300g de solo, que devem ser colo- cados em sacola plastica com identificagao: nome, enderego e o nimero do talhdo correspondente. Oenvio das amostras ao laboratorio deve ser feito com bastante antecedéncia para que haja tempo de se receber o resultado e proceder a calagem, que deve ser feita trés meses antes do plantio. De posse do resultado da anilise, calcula-se a quantidade de calcario e adubo que deve ser aplicada no solo para que a cultura tenha maximo desenvolvi- mento Accultura do pimentéo tem apresentado altas res- postas a aplicagdo de calcario em razdo de ser uma planta exigente em calcio e com baixa tolerancia & presenca de aluminio. O calcario deve ser aplicado sobre toda a superficie do terreno e incorparado com aragdo e gradagem, aproximadamente trés meses an- tes do plantio, para que se processe a reacao de neutralizagéo da acidez. A quantidade e 0 tipo de calcdrio a ser aplicado vai depender da andlise do solo. ‘Aadubacao orgainica tem proporcionado excelen- tes resultados, pois, além de fornecer parte dos nutrien- tes necessdrios ao desenvolvimento das plantas, me- Ihora a estrutura fisica do solo. Geralmente, tem-se aplicado de 1 a2kg de esterco curtido de curral ou de composto organico/planta. Utili- zando-se o esterco de galinha, deve-se reduzir a quan- tidade para 0,5kg/planta. A adubagao mineral deve ser feita nas covas, em mistura com a adubacao orgéinica, de acordo com as indicagdes na Tabela 1 Em cobertura, deve-se aplicar quatro vezes 2,5kg/ planta de Ne 1giplanta de K,O aos 10, 25, 40 e 55 dias, apés 0 transplante. Tabela 1 - Recomendagie de adubagie mineral com féstoro potas: io, de acordo com os taores de fertiidade do solo - Ray et all, 1985 Féatoro _—Poasto no so (nom) vera 0-30 ar) N-P,0, -K,O- glplanta 2-90-12 2-30-8 2-30-4 2-20-12 2-20-8 2-20-4 2-10-12 2-10-8 2-10-4 5 Preparo da sementeira e producao de mudas * Oprocesso mais comum de obtengaode mudas de pimentao é através da semeadura em leitos de semen teira. Todavia, pode-se optar, também, pelo uso de copinhos de jornal. Neste caso, deve-se atentar para a ‘utrigdio mineral das mudas, uma vez que, em regides mais frias, 0 periodo de formagao das mudas pode ultrapassar os quarenta dias e 0 recipiente pode nao proporcionar suprimento adequado de nutrientes. Olleito de semeadura deve ser preparado de ma- neira que proporcione porosidade, retengao de umida- de adequada para germinagao e estar livre de semen- tes de ervas daninhas e torrdes, a fim de permitir bom contato do solo com as sementes, Para tanto, 6 neces- sdrio que se equilibremas quantidades de terra, esterco e areia, Normalmente recomenda-se misturar duas partes de terra, uma de esterco bem curtido @ uma de areia. Entretanto, se a terra for muito argilosa, deve-se adicionar mais areia para faciltar 0 arejamento. Se for muito arenosa, deve-se adicionar mais esterco, visan- do reter agua e elementos minerais que poderiam ser lixiviados mais facilmente. ‘Alargura e o comprimento do leito serdo de acordo com a necessidade de mudas e as facilidades de atuagao da mao-de-obra. ‘Apés o preparo do leito, deve-se proceder a aduba- {¢40, distribuindo-se a lango 200g de superfosfato sim- plese 40g de cloreto de potassio por metro quadrado de sementeira, os quais deverao ser incorporados a uma profundidade de 5 a 10cm. E recomendavel fazer a desinfecgao © desinfestagao do leito com brometo de metila, a fim de se evitar © tombamento das mudas por acéo de fitopatégenos de solo ‘Apos a semeadura, as sementeiras deverao ser cobertas, coma finalidade de evitar 0 ressecamento da superficie do leito, manter a umidade e evitar 0 desenterrio das sementes. Esta cobertura deve ficar a uma altura de aproximadamente 50cm, podendo-se utilizar ripado ou tela de nylon, pano preto, material palhoso etc. 6 Plantio e tratos culturais 6.1 Plantio O plantio das mudas ocorre aproximadamente 30 a 45 dias apés a semeadura, quando normalmente atingem 10 a 15cm de altura, com seis a.oito folhae definitivas, sendo estaa melhor caracteristicaindicative do estagio ideal da muda para plantio. E importante que se evite © periodo mais quente do dia para esta opera- ‘go, sendo ideais a parte da manna, final da tarde ou dias nublados. Outras recomendagoes, nesta fase, sao: evitar ferimentos nas mudas ¢ proceder a selegao rigorosa das defeituosas e doentes. Deve-se atentar parao vigor, © ontimero de folhas defintivas. O primeiro cuidado obtido, irrigando-se a sementeira antes da retirada das mudas e facilitando a sua remogao através do uso de colheres préprias para esta operagao. E importante a pratica de irrigagdes didrias da sementeira. Os espagamentos recomendados tém variado de 80cm a 1,20m entre fileiras e 40cm a 60cm entre plantas. 6.2 Tratos culturais Os tratos culturais normaimente praticados séo: capinas, adubagdo em cobertura, tutoramento, irriga- ‘G40, desbrotas, controle de pragas e doengas. 6.2.1 Capinas E uma pratica normalmente recomendada com 0 objetivo de se evitar a competicao por luz, agua e nutientes. Cerca de duas a seis capinas devem ser feitas durante o ciclo, tendo-se 0 cuidado de nao afetar © sistema radicular das plantas 6.2.2 Adubagao em cobertura Visando suplementar a adubagao de plantio prolongar o periodo de colheita sao recomendadas as adubagées de cobertura que estao descritas no item 4. 6.2.3 Tutoramento Dependendo das praticas culturais adotadas, princ palmente nutrigao, época de plantio, e da cultivar utii- zada, as plantas do pimentao podem atingir até mais de 80cm de altura e apresentar varios ramos laterais. Tal situago, associada & possivel acao de ventos e chuvas, fortes, pode provocar a quebra de hastes e ramos caso nao se proceda ao tutoramento das plantas. Esta pratica consiste no amarrio das plantas em tutores de bambu da mesma altura delas ou no sistema de arames ou fitas plasticas horizontais fixados lateral- mente as fileiras (Figura 3). eae. | ante Fig. 9: Detaihes de diferentes sistemas de condugso de plantas de pimentdo 6.2.4 Desbrotas E uma pratica recomendada com afinalidade de se intensificar a produgdo de frutos maiores. Deve-se iniciar esta operagao apés 0 segundo més de plant. 6.25 Irrigagdes (*) Muito embora a quantidade de agua seja fator fundamental parao sucesso das olericolas, poucas sao, as informagdes disponiveis a este respeito, no Espirito Santo, néo havendo, no caso do pimento, qualquer indicative. Todavia, informagdes de outras regides indi- cam que, durante periodo inicial da cultura e até o inicio do florescimento, as irrigagdes poderdo ser mais espagadas, visando estimular 0 desenvolvimento radicular. Nas fases subseqiientes, as quantidades de gua a serem aplicadas deverdo situar-se na faixa de 20 - 25mm, a cada cinco dias. 7 Pragas A.cultura do pimentao exige, desde 0 inicio do seu cultivo, uma série de cuidados que resultaraono suces- soda cultura, Duranteo seu ciclo é comuma constatagao da presenga de varios insetos dentre os quais alguns a0 importantes economicamente, visto que atuam diretamente, destruindo partes da planta, ou, entao, transmitindo viroses. Para o manejo destas pragas so, apresentadas medidas, sendo algumas de ordem geral tais como praticas de rotagao de cultura; destruigao de restos culturais e hospedeiros natives, e outras de cardter especifico como utilizagao de variedades resis- tentes, controle preventivo de vetores de viroses como pulgées e tripes ou, ainda, controle complementar das demais pragas ao se notarem sinais de aumento da populagao das mesmas e de seus danos. De maneira geral, os principais problemas envol- vendo pragas na cultura do pimentdo, no Espirito San- to, se restringem ao ataque de pulgdes e, em segundo plano, & lagarta rosca. 7.1 Pulgdes ‘As espécies mencionadas como pragas do pimen- to sAo 0 pulgéo verde Myzus persicae e o Macrosiphym euphorbiae. O primeiroapresentacolo- ragao verde-clara quase transparente, podendo haver formas roxas ou amareladas, enquanto 0 segundo apresenta um tamanho maior e coloragao predominan- te verde-escura. Dentre as duas espécies, 0 pulgao verde é o principal transmissor do mosaico do pimen- to, apresentando, também, uma grande quantidade de plantas hospedeiras. (°) Para se obter maioresinformagaes sobre as tecnicas deinigagao, verticar Manual de Cultura t ou 2 7.2 Lagarta Rosca - Agro! E uma espécie que na forma jovem (lagarta) temo habito de cortar as plantas ao nivel do solo durante a noite que durante o dia fica enrolada e abrigada no solo, Pode afetar a cultura desde a fase inicial de implantago até a fase adulta, sendo que, na fase inicial, os prejuizos so maiores pois as plantas ainda tenras séo seccionadas, havendo a necessidade de replantios. Todavia, em plantas adultas, so observa- dos cortes nos ponteiros, onde as partes so mais tenras. Como medidas de controle, ha a ago dos inimigos naturais, principalmente alguns predadores, a aragao dos solos, a fim de expor as lagartas e pupas aos raios solares e aos predadores, ou, ainda, a utilizacao de pulverizagSescominseticidas, carbamatos.pireticides, sSeguindo recomendagées técnicas. As pulverizagoes deverdo ser feitas em horario préximo ao entardecer, que 0 inseto tem habito noturno, e dirigidas a base ¢ a projegao da copa das plantas. 8 Doengas (Os cuidados com relagao a doenga, nesta cultura, devem ser observados desde a sementeira, pois 0 sucesso de uma cultura advém, em grande parte, da qualidade das mudas, Todavia, ja nesta fase, fungos, bactérias e virus poderao comprometer este sucesso, casondo se tenhamos cuidados necessarioscom oseu manejo. Embora seja descrito um grande numero de doen- gas na cultura do pimentao, serao apresentadas ape- as aquelas que se tm mostrado como problematicas nas regiées produtoras do Espirito Santo. 8.1 Murcha do pimentao © agente causador da doenga é 0 fungo Phytophthora capsici, que é favorecido por tempera- turas e umidade alta e solos mal drenados. Em viveiros ‘ocorrem: murcha das plantas, requeima das folhas, necrose do colo e da raiz, levando ao tombamento das mudas (‘Damping-off’). Os sintomas no campo, geral- mente, iniciam-se em reboleiras, onde se da a murcha repentina das plantas, em funcao de uma necrose de colorago marrom-escura no colo, ocasionando a mor- te das plantas. Pela observagao do sistema radicular constata-se © seu apodrecimento. Em condigSes favoraveis, pode ocorrer alta severidadee osramos podem ser infectados, por uma necrose de cor escura, circundando todo caule, o que provoca murcha, amarelecimento e queda das folhas, As folhas, quando infectadas, apresentam lesdes encharcadas, verde-escuras, com limite indefi- nido, levando sua queda prematura Controle: _usar sementes sadias; evitar solos mal drenados, sujeltos a ‘encharcamentos; evitar plantios muito densos; efetuarrotacdo de culturas, uma vez que 0 patégeno sobrevive no solo por longos periodos; fazer pulverizagdes com Metalaxyl Mancozeb. 8.2 Antracnose Causadapelo fungo Colletotricnum gloesporioides, 6 a principal doenga da cultura na regido serrana do Estado, ondeas condigSes de temperatura, variando de 10 a 20°C, ¢ a alta umidade relativa do ar favorecem o seu desenvolvimento. Os principais sintomas da doen {ga so observados nos frutos, uma vez que, nos casos de alta severidade, ela causa sérios prejuizos & produ- 40, pois torna os frutos imprdprios para 0 comércio e ‘consumo. Os sintomas nos frutos surgem, inicialmen te, com a forma de pequena lesao aquosa, que vai progredindo, podendo atingir até 2om de largura. Com ‘© seu desenvolvimento, o centro da lesao adquire uma cor cinzenta, manchada e depois preta, com aspecto deprimido (Figura 4), sendo que, em condigoes de alta umidade, forma-se uma massa résea, constituida pelos esporos do fungo, que proporciona um facil reconheci mento da doenga no campo. usar sementes sadias evitar plantios muito densos; proceder a destruicao dos restos culturais; fazer pulverizagdes com fungicidas: Benomyl, Captan. Controte: Fig. 4: Lesées de antracnose om frutos de pimentio 8.3 Mancha de cercospora A Cercospora melangena é 0 agente causal que ocorre com maior severidade em plantas mal nutridas ("Stress") e em final de ciclo, Nas folhas, observam-se lesées circulares, pardas, com centrocinza-claro, apre- sentando frutificagdes do fungo em circulos concéntri cos. Controle: utilizar a adubagao organica; proceder, em casos de alta incidéncia, a Dulverizages com produtos base de mancozeb e ou ciipricos. 8.4 Talo oco ou podridao mole © agente causal é a bactéria Erwinia carotovora pv. carotovora, sendo a maior ocorréncia observada em épocas quentes e chuvosas. O principal sintoma ‘a murcha da planta, decorrente da desintegracao da medula do caule (talo 0co), acarretando uma podridiic mole nos tecidos infectados (hastes e ramos) Controle: evitar ferimentos durante os tratos cult rai evitar excesso de umidade no solo bem como plantios adensados e excesso de adubagao nitrogenada; efetuar rotagao de culturas - uso de gramineas; proceder ao controle de inse tos mastigadores (solo); fazer pulverizagao comfungicidas cupricos ou cupro-orgainicos, principalmente emai rego ao colo da planta 8.5 Pustula ou mancha bacteriana Causaaa por Xanthomonas vesicatoria pv. vesicatoria, ocorre em todas as fases de desenvolvi- mento da cultura, sendo mais prejudicial na fase de viveiro. As folhas das mudas infectadas apresentam, inicialmente, pequenas pontuagées elevadas, verde- claras ou amarelas, tornando-se, mais tarde, de cor marrom-escura e encharcadas, podendo provocar a desfolha da planta. Nos frutos, aparecem lesdes e pustulas elevadas de coloragao esverdeada. Normal- mente, 0 formato das lesdes € circular, com superficie irregular e aspera, semelhante a pequenas verrugas, que podem atingir 0 léculo do fruto e contaminar as sementes. usar sementes sadias proceder a erradicaco das plantas doen- tes; efetuar rotagdo de cultura por até és anos; fazer pulverizagdes_ com fungicidas CUpricos ou cupro-organicos. Control 8.6 Viroses 8.6.1 Mosaico ‘Causado pelo virus Y da batata “Potato virus Y - PVY", caracteriza-se por provocar uma redugao acen- tuada no porte da planta e na area foliar, enrugamento 2 mosaico severo, nas folhas, constituido por areas cloréticas e de coloragao normal, Controle: utilizar cultivares resistentes como, por ‘exemplo, 0 ‘Agronémico 106’; fazero controle de afideos com inseticidas especiticos, 8.6.2 Amarelos Causado pelo virus do Broto Crespo do tomateiro Curly top" do grupo Brasiliensis, ocorre de maneira esporédica na cultura. As plantas infectadas apresen- tam-se amareladas, enfezadas, com redugao no com- primento dos entrenés das hastes ou de suas extremi- dades. As folhas apresentam enrolamento, rigidez e os {rutos tornam-se achatados, sem valor comercial Controle: _proceder a erradicagao das plantas doen- tes; fazer 0 controle de cigarrinhas, caso ve- ham a ocorrer; evitar o plantio de outras solandceas hos- pedeiras do virus. Outras doengas: Tem-se verificado em algumas la- vourasa ocorréncia de podriciao causadapor Sclerotium rolfsii e por Sclerotinia sclerotiorum, principalmente em solos Umidos e argilosos bem como a presenga da murcha bacteriana causada por Pseudomonas solanacearum (raga 1). Comrelagaoaestes patégenos, ¢ fundamental a rotago de culturas, principalmente ‘com gramineas, para evitar um aumento daincidéncia, 9 Colheita, classificagao e comercializagao Dependendo das condigées climaticas, da cultivar @ dos tratos culturais dispensados & cultura, a colheita dopimentao pode ter inicio em torno de 100 diasa partir dasemeadura, devendo ser eita semanalmente ou até duas vezes por semana, ficando condicionada aodesen- volvimento do fruto. & importante que se colham so- mente frutos bem desenvolvidos e fisiologicamente maduros para que possam suportar melhor o armazenamento e 0 transporte. Caso contrério, mur cham em poucos dias, além de proporcionarem o aparecimento de manchas claras nos frutos, deprecian- do-08 para o comércio, Dependendo dos tratos culturais dispensados cultura, 0 periodo de colheita pode-se estender por até seis meses. © rendimento € varidvel, sendo considerado satisfatério quando acima de 20t/ha © pimentio destinado ao consumo in natura deve apresentar caracteristicas agronémicas definidas, es- tar fisiologicamente desenvolvido, bem formado, limpo, ‘com coloragao uniforme, live de danos mecanicos, fisiolégicos, de pragas e doengas, isento de substan- cias nocivas a satide, permitindo-se apenas as toleran- cias previstas nas normas de padronizagao de classiti- 6 cago do Ministério da Agricultura, que so descritas a seguir. O pimentao ¢ classificado em: Classe: de acordo com o seu tamanho. Tipo: de acordo com a sua qualidade. As classes stio em numero de trés, segundo o comprimento e maior didmetro basal do fruto, ou seja: Gratido: constituido de frutos com comprimento de 11 a 13centimetros e didmetro basal de 7 a 8 centimetros. ‘Mécio: constituido de frutos com comprimento de 9 a menos de 11 centimetros e didmetro basal de 6 a menos de 7 centimetros. Mido: constituidos de frutos com comprimento de 7 a menos de 9 centimetros e diametro basal de 4a menos de 6 centimetros. Todavia, 0 produto em que uma das medidas for inferior aos limites da classe, sera classificado por esta medida, Segundo as caracteristicas de qualidade, a classi- ficagdo se compée de quatro tipos, a saber: Tipo 1 - extra Tipo 2 - especial Tipo 3 Tipo 4 Estes tipos e suas respectivas tolerdincias de detel- tos, na unidade de comercializagao (caixa), so os constantes da Tabela 2 Tabela 2. - Caracterizacdo de deteitos @ suas respectivastolerancias nas unidades de comercialzagao de irutos de pimantio Toleréneia mixima em Defeitos da unidade _ de comercializaga ‘Extra 2Especial = 3 Com danos mecanices, iocngas efou pragas ° 5 10 Manchado ouqueimado 3 5 0 15 Detormado 5 10 1820 Murcho ° ° 5 10 Deterorade o ° o 2 Em nenhum dos tipos a soma das toloréncias dos defeitos poderd exceder as seguintes percentagens: Tipo 1 - extra 5% Tipo 2 - especial 10% Tipo 3 - 20% Tipo 4 - 30% © pimentéo que nao satisfizer as exigéncias descritas para a classificagdo (classe e tipo) sera considerado abaixo do padrao o que sera prejudicial a comercializacdo, Normaimente, a comercializagao ¢ feita em caixas tipo K, as quais deverdo possuir as seguintes medidas internas para comprimento, largura e altura: 495mm x 230mm e 355mm, Principais publicagoes de pesquisadores da Emcapa sobre a cultura do pimentao BALBINO, J.M.deS.; ”ARMO, C.A.S.do;FONAZIER, FORNAZIER, M.J.; BALBINO, J.M. de S.; DESSAUNE M.J.; COSTA, H.; VENTURA, J.A.; MORELLI, A.P.; FILHO, N. Comportamento de cultivares de FREITAS, L.H.L. de. Cultivares de pimentéoparao pimentao ao ataque de pulgées. Horticultura Estado do Espirito Santo. Vitéria, ES: EMCAPA, Brasileira, Brasilia, DF, v. 5, n. 1, 1987. 1990. 5p. (EMCAPA. Comunicado Técnico, 61). GALVEAS, P.A.O. Caracteristicas agronémicas de sete BALBINO, J.M.de S.; CARMO, C.A.S. do; FORNAZIER, cultivares de pimentéo (Capsicum annuum L.)e M.J.; SOUZA, J.L. de; VENTURA, J.A. Avaliagao heterose dos seus hibridos F,. Vigosa, MG: UFV, de cultivares de pimentéo na regido serrana do 1988. 83p. Tese de Mestrado. Espirito Santo. Vitoria, ES: EMCAPA, 1987. 5p. (EMCAPA. Comunicado Técnico, 47), BALBINO, J.M.deS.;CARMO, C.A.S.do;FORNAZIER, Agradecimentos M.J.; SOUZA, J.L. de; VENTURA, J.A.. Pimento i, avaliago da cultura dopimentdo na regio serrana Os autores agradecem as sugestoes do Eng. Agr. do Espirito Santo. Jornal A Gazeta. Vitoria, ES, 25 Anincio José Marim e dos pesquisadores Aymbiré jun. 1987 Francisco Almeida da Fonseca, Mauricio José Fornazier e José Aires Ventura, Estimativas de coeficientes tecnicos para um hectare de pimentao Estimativas das quantidades Especificagao 1 Insumos: Sementes 9 300 Calcario t Fésforo kg : Potassio kg fs Nitrogénio kg 240 Esterco de galinha t 10 Detensivos ae * 2 Mecanizacdo: ‘Aragao e gradagem HT 80 Sulcamento HIT 25 3. Méo-de-obra: Preparo da sementeira DIH 2.0 ‘Semeadura e tratos culturais na sementeira DIH 12.0 Limpeza do terreno DH 5:0 Transporte de insumnos DIH 10,0 Aplicagao de corretivos e fertilizantes DIH 30,0 ‘Abertura de covas e plantio OH 32.0 ‘Adubagdo de cobertura OH 22.0 Aplicagao de defensivos OH By Irrigagoes. OH 40,0 Tutoramento DIH 40,0 Capinas IH 40,0 Colheita, ciassificago e embalagem DIH 100.0 4 Materiais: Estacas de bambu (1m) ud 20.000 Gaixa tipo K ud 2.000 Oleo para manutengao das maquinas e 280 * De acordo com a andiise do solo ** De acordo com a ocorréncia IDEIAS, TRABALHO E SOLUGOES i Instrugdes Técnicas é uma publicagao seriada, escrita em linguagem de facil compreenso, contendo um conjunto de tecnologias reterentes aos principals produtos agropecudrios de interesse estaduel. Objetiva atender & necessidade de complementar as tecnicas de produgao recomendadas e/ou utilizadas. Seu publico preferencial sao os técnicos e produtores rurais. Editoragao: Coordenadoria de Difusdo e Documentagao-COD/EMCAPA. llustragées: Carlos Seidel. Revieéo: Zélia Luiza Silva ‘Aceito para publicagao em: 15/03/91 | a a

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