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ELETROTERMOFOTOTERAPIA 

Aula 10: Correntes elétricas terapêuticas: Correntes de média


frequência

Apresentação
Nesta aula, falaremos sobre as correntes elétricas de média frequência, como a russa, a interferencial e a mais moderna,
Aussie.

Discutiremos os efeitos das correntes de média frequência em diversas patologias e como aplicaremos cada uma delas.

Veremos ainda parâmetros de modulação das correntes de média frequência para aplicação na prática clínica.

Objetivos
Classificar as principais correntes de média frequência e as técnicas de aplicação;

Identificar os efeitos fisiológicos e terapêuticos das correntes elétricas de média frequência;

Examinar as indicações e contraindicações das correntes elétricas de média frequência.

Correntes elétricas de média frequência


Na aula anterior descrevemos os principais parâmetros das correntes elétricas de baixa frequência e seus efeitos
fisiológicos e terapêuticos. Nesta aula, vamos falar sobre as correntes elétricas de média frequência, que podem emitir de
1000 a 100.000 pulsos por segundo, ou seja, possuem frequência na faixa de 1.000 a 100.000Hz.

A maioria das correntes elétricas de média frequência é utilizada


para promover contração muscular. Na aula anterior falamos sobre
algumas correntes que também são utilizadas para essa finalidade.
Agora, vamos abordar alguns itens importantes que devemos
relembrar para promover contração muscular.
 Características histofisiológicas dos músculos esqueléticos

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Características histofisiológicas dos músculos esqueléticos


Voltando um pouquinho na aula de histologia e fisiologia, sabemos que cada músculo é composto por várias
fibras musculares. Dentro de cada fibra muscular, temos proteínas de capacidade contrátil, compostas de actina e
miosina, chamadas de miofibrilas; e a mioglobina, proteína semelhante à hemoglobina no sangue, que confere cor
avermelhada ao músculo e que também se associa ao oxigênio.

Outras substâncias importantes são o glicogênio, a glicose, a fosfocreatina e o ATP, além de íons cálcio e enzimas
responsáveis por promover a contração muscular. A quantidade de mitocôndrias está diretamente relacionada ao
nível de atividade energética das fibras musculares.

O músculo é coberto por bainhas de tecido conjuntivo, que possuem a função de manter as fibras musculares
unidas, permitindo que a força de contração gerada por cada fibra atue sobre o músculo inteiro.

Cada fibra muscular é envolta por uma fina camada chamada de endomísio. Várias fibras musculares formam o
feixe muscular, que está envolvido por uma outra camada chamada de perimísio. Essas camadas de tecido
conjuntivo formam caminhos para os nervos e vasos sanguíneos.

O músculo (conjunto de feixes) é coberto por uma camada mais espessa de tecido conjuntivo fibroso, chamada
de epimísio, responsável por transferir a tensão muscular para as outras estruturas, como os ossos, tendões e
ligamentos.

A unidade motora, como comentado nas aulas anteriores, é definida como unidade básica funcional do músculo
esquelético, composta de neurônio motor e pelas fibras musculares inervadas por ele.

Por que eu preciso saber disso?


Os nossos músculos são heterogêneos, compostos por uma mistura de fibras musculares distintas, classificadas
de acordo com sua composição. Variam muito de pessoa para pessoa, podendo determinar a capacidade atlética
dos indivíduos.

Classificação dos tipos de fibras musculares

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Musculatura de contração lenta – Tipo I, tônicas 

Segundo Borges (2006), as fibras dessa musculatura possuem baixo nível de atividade da enzima miosina ATPase
(responsável por quebrar o ATP), tendo assim uma menor velocidade de contração. Entretanto, possuem muitas
mitocôndrias e altos níveis de mioglobina, o que confere a essas fibras a pigmentação vermelha característica.

O grande número de mitocôndrias serve também para sustentar o metabolismo aeróbico (oxidativo), que fornece às
fibras musculares resistência à fadiga. Encontramos predominância desse tipo de fibra em atletas de provas de
resistência, como maratonistas, ciclistas de estrada e outros.

É considerada como musculatura estática ou postural.

As fibras de contração rápida são subdividas em tipo IIa (oxidativas e glicolíticas) e tipo IIb (glicolíticas).

Musculatura intermediária – Tipo IIa 

As fibras do tipo IIa são vermelhas, de contração rápida ou intermediárias, pelo fato de sua velocidade de contração
rápida estar combinada a uma capacidade moderadamente bem desenvolvida para a transferência de energia, tanto
aeróbica quanto anaeróbica. São chamadas de fibras rápidas-oxidativas-glicolíticas.

São extremamente adaptáveis, podendo chegar a níveis iguais aos das fibras tipo I, com o treinamento de resistência,
aumentando assim sua capacidade oxidativa (BORGES,2006).

Musculatura de contração rápida – Tipo IIb, fásicas 

As fibras dessa musculatura possuem alto nível de atividade da miosina ATPase, com rápida liberação e captação do
cálcio pelo retículo sarcoplasmático, gerando energia velozmente para produzir contrações rápidas e vigorosas. São
chamadas de fibras rápida-glicolítica, dependentes do sistema glicolítico em curto

prazo para a transferência de energia.

São fibras pouco resistentes à fadiga, se cansando com facilidade e pouco tolerantes a contrações prolongadas; por isso, são fibras
recrutadas nos momentos de força intensa breve, nas atividades explosivas e rápidas. A cor predominante dessas fibras é a branca.

Segundo Starkey (2017), durante as contrações voluntárias, as fibras do


tipo I são as primeiras a despolarizar. Entretanto, conseguimos estimular
as fibras do tipo IIb a se contraírem antes do tipo I através da
eletroestimulação neuromuscular.

Nesse tipo de contração induzida eletricamente, todas as unidades motoras são recrutadas, produzindo contração
muscular mais forte, e consequentemente maior hipertrofia muscular; porém, provocando fadiga muscular mais
rapidamente.
Vale ressaltar que a distribuição das fibras musculares não é uniforme. As unidades motoras compostas por fibras tônicas
são mais numerosas e necessitam de maior suporte metabólico, e estão localizadas mais profundamente nos músculos.

Já as unidades compostas de fibras fásicas estão localizadas mais próximas à superfície, onde a vascularização
sanguínea é menor. Na eletroestimulação neuromuscular, utilizando eletrodos transcutâneos, recrutamos primeiramente
as fibras do tipo II, por estarem mais superficiais.

Corrente russa
É uma corrente alternada de média frequência (entre 2500 e 5000Hz), modulada por burst (que previne a fadiga), com
formato senoidal (às vezes, quadrática) de onda, com objetivos excitomotores.

Mesmo sendo uma corrente de média frequência, os motoneurônios são estimulados, pois ela é interrompida para
produzir uma estimulação de baixa frequência de 50Hz, com pulsos curtos.

Atenção

Lembremos que a frequência é inversamente proporcional à duração de pulso. Na corrente russa, como a frequência
portadora é de 2500Hz, a duração de pulso é curta, cerca de 50 a 250 µs, favorecendo uma estimulação muscular mais
confortável para o paciente.

Se utilizássemos correntes alternadas numa frequência acima de 3000Hz não moduladas, a unidade motora se
despolarizaria em sua própria frequência, fazendo com que a fibra nervosa fosse estimulada durante o período refratário
(citado na aula 8).

Ao utilizarmos a corrente alternada modulada, a fibra se despolariza na frequência da modulação (interrupção),


promovendo alterações morfológicas e histoquímicas na musculatura.

 
Efeitos fisiológicos e terapêuticos da corrente russa
Os principais efeitos da corrente russa são o aumento de força e mudança no tecido muscular. Como relatado
anteriormente, na contração voluntária, o recrutamento das unidades motoras no músculo esquelético obedece ao
estímulo padrão do SNC, recrutando raramente as fibras rápidas (tipo IIb). Entretanto, na eletroestimulação,
conseguiríamos estimular essas fibras antes das fibras de resistência (tipo I).

Foi visto que estímulos elétricos sobre os motoneurônios mudaram as características de fibras fásicas, que passaram a
agir como fibras tônicas ou vice-versa. Em geral, a transformação das fibras rápidas em fibras de resistência ocorre com
mais facilidade do que o caminho inverso. Essa transformação está ligada à frequência de estimulação, e é uma
propriedade inerente das fibras musculares.

Comentário

Sendo assim, a frequência de despolarização da fibra muscular é fator determinante para a mudança nas características
da fibra muscular. Sabemos também que a estrutura da fibra muscular se adapta à função, ou seja, a mudança na
estrutura da fibra muscular é determinada pelo uso funcional do músculo.

Poderíamos ainda utilizar a eletroestimulação neuromuscular para fortalecer músculos debilitados, reeducando esses
músculos.

A corrente russa pode ser utilizada para retardar a atrofia muscular, uma vez que a estimulação elétrica reproduz os
eventos físicos e químicos associados à contração muscular voluntária.

 Parâmetros de modulação da corrente russa

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Parâmetros de modulação da corrente russa


De acordo com Borges (2006), na corrente russa as modulações podem ser realizadas na intensidade de corrente,
nas modulações de rampa, na frequência modulada, na frequência portadora, no modo de estimulação e no
tempo ligada e tempo desligada. Vamos abordar a seguir cada um deles:

Intensidade – de 0a 150mA

Frequência – na corrente russa, existem dois tipos de frequência: A portadora e a modulada.

A frequência portadora é a corrente de média frequência que vai gerar a corrente de baixa frequência para a
estimulação muscular. Está na faixa de 2500 a 5000Hz. Normalmente, encontramos no mercado a de 2500Hz.

A frequência modulada é definida como a frequência de ciclos por segundo (burst), ou seja, é a corrente de baixa
frequência que será utilizada para a estimulação neuromuscular dos tipos de fibras musculares distintas. Alguns
aparelhos apresentam essa frequência de 0 a 150Hz, e outros já trazem o parâmetro fixo de 50Hz.

Fibras do tipo I (vermelhas) – usaríamos uma frequência modulada entre 20 e 30Hz;

Fibras do tipo IIb (brancas) – usaríamos uma frequência modulada na faixa de 50 a 150Hz.

 
Com relação às fibras do tipo IIa, não há estudos mostrando valores específicos de frequência para uso na sua
eletroestimulação. Porém, como é uma subdivisão das fibras fásicas, ao usar os valores para essas fibras
estaríamos estimulando a contração das fibras intermediárias.

Ciclo de trabalho – quantidade de corrente dentro do burst. A maioria dos aparelhos já possui o ciclo fixo de 50%
= 50% de corrente e 50% de intervalo.

Rampa – determina aumento ou diminuição gradativos da duração e amplitude de pulso dentro de um


determinado período, levando assim a um aumento ou diminuição gradual da contração muscular. Tempo de
subida (rise) é o aumento progressivo da carga de pulso; tempo de descida (decay) é a diminuição gradual da
carga.

Esses tempos variam de 1 a 20 segundos.

Tempo de contração (on) – tempo em que ocorre a contração muscular.

Tempo de relaxamento (off) – quando cessa a contração muscular, relaxamento muscular.

Esses tempos variam de 0 a 60 segundos.

Modo de emissão – podemos modular o regime de saída de corrente nos diversos canais:

a)Contínuo – todos os canais fornecem estimulação sem interrupções, ou seja, sem tempo off. É utilizado para
promover analgesia.

b)Síncrono/sincronizado – todos os canais ligam e desligam ao mesmo tempo a saída de corrente. É utilizado
para estimular músculos ou grupamentos musculares simultaneamente.

c)Alternado/recíproco – a estimulação é alternada entre os grupos de canais, um grupo estará sendo estimulado
enquanto o outro estará em relaxamento. É utilizado para recrutar grupos musculares isolados, como agonistas e
antagonistas no mesmo momento. Geralmente, o tempo off é programado para zero, pois, enquanto um grupo de
músculos está contraindo, o outro estará relaxando.

d)Sequencial – como o próprio nome já diz, a emissão da corrente acontece em sequência. Um canal emite a
corrente, em seguida no canal vizinho, e assim sucessivamente. É utilizada para drenagem de líquidos.

Alguns aparelhos fornecem o modo desobstrução, no qual um canal emite a corrente para o outro de forma
sequencial crescente, e, logo em seguida, de maneira sequencial decrescente.

Técnica de aplicação e eletrodos


A colocação dos eletrodos é relevante para o tratamento;
deve-se escolher o tamanho do eletrodo assim como seu
acoplamento de forma adequada. Lembre-se que
eletrodos muito pequenos podem emitir densidade de
corrente maiores, causando desconforto sensorial antes
da contração muscular, e eletrodos muito grandes podem
dissipar a corrente para estruturas que não queremos
tratar. Aplicação da corrente russa - Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-
regiao/especial-publicitario/shopfisio/noticia/tratamentos-medicinais-e-esteticos-
usam-eletricidade-para-movimentar-musculos.ghtml

- Recomenda-se que o acoplamento dos eletrodos seja feito sobre o ponto motor ou próximo a ele. Geralmente, na prática
clínica, muitos terapeutas acoplam sobre o ventre muscular. Lembrando que ponto motor é o local de maior excitabilidade
do músculo, onde temos menor resistência à passagem de corrente.

- Tempo de aplicação: De 1 a 60 minutos, dependendo do objetivo de tratamento.

- Em pacientes em início de tratamento ou descondicionados, estimularemos por cerca de 10 a 20 minutos cada


grupamento muscular. Pacientes em estágio avançado de tratamento ou condicionados, por cerca de 30 a 40 minutos.

Cuidados e precauções

- Inicia-se a eletroestimulação com baixas intensidades, tolerável para o paciente e com possibilidade de ser aumentada à
medida que ocorrer acomodação;

- Recomenda-se que o paciente realize contração voluntária do músculo eletroestimulado para aumentar o ganho de força
muscular.

Indicações Contraindicações
 - Aumento de força muscular;  - Fraturas não consolidadas;

 - Mudança do tecido  - Inflamações articulares


muscular; agudas;

 - Melhora da estabilidade  - Miopatias graves, que


articular; impeçam a contração
fisiológica do músculo;
 - Manutenção da qualidade e
quantidade do tecido  - Espasticidade;
muscular;
 - Lesões musculares,
tendinosas e ligamentares;
 - Retardo de atrofias  - Lesão nervosa periférica;
musculares;
 - Déficit cognitivo;
 - Reeducação motora;
 - Alterações de sensibilidade.
 - Desporto: Melhora do
rendimento físico em atletas
de alto nível;

 - Recuperação das sensações


de tensão muscular, como nas
hipotonias;

 - Recuperação da sensação
da contração nos casos de
perda de sinestesia
(propriocepção);

 - Prevenção de flacidez
muscular;

 - Disfunções posturais;

 - Pós-operatório ortopédico
(articulações) e estético;

 - Incontinência urinária e
esfincteriana;

 - Aumento da circulação
sanguínea no músculo;

 - Analgesia;

 - Auxilia na drenagem
linfática.
Corrente Aussie
A corrente Aussie (CA), também conhecida como corrente australiana, leva esse nome pois foi desenvolvida pelo
pesquisador Alex Ward, da Universidade La Trobe, em Melbourne, Austrália.

A corrente Aussie é uma corrente alternada, de média frequência,


também modulada em bursts (50Hz), só que em curta duração, e em
quilohertz (KHz). Possui formato de onda simétrica, bifásica e retangular.

Estudos de Ward e colaboradores (2006), sugerem utilizar a frequência de 1KHz (1000Hz) com duração de burst de 2ms
para promover um torque muscular máximo, com menor nível de desconforto em sujeitos saudáveis. Essa corrente
também tem sido analisada quanto ao seu uso para promover analgesia, e o mesmo autor analisou que se utilizarmos a
frequência de 4KHz com duração de bursts de 4ms, há menor desconforto e efeitos benéficos para a melhora do quadro
álgico.

Como mencionado, o nível de conforto da corrente está diretamente relacionado à frequência de corrente e duração de
pulso. Logo, frequências altas, mas com duração de pulso curtas, favorecem uma estimulação sensitiva mais agradável.

Ward e colaboradores (2006) ainda compararam as correntes Aussie, russa e pulsadas de baixa frequência em relação à
produção de torque e força muscular. Foi visto que a Aussie é capaz de produzir o maior torque extensor com menor nível
de desconforto; e que a russa produz um menor torque e força do que a corrente pulsada; porém, foi considerada mais
confortável.

Saiba mais
Por isso, o uso das correntes de média frequência vem aumentando na reabilitação, pois, quando aumentamos a
frequência, diminuímos a resistência (impedância) na pele. Além disso, frequências maiores permitem que aumentemos a
intensidade de corrente sem causar desconforto.

Sabemos que frequência, duração de pulso e, especialmente, intensidade da corrente são necessárias para promover um
bom fortalecimento muscular.

Parâmetros de modulação da corrente Aussie

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Frequência 

Assim como na corrente russa, na Aussie existem dois tipos de frequência: A portadora e a modulada.
A frequência portadora da corrente Aussie encontrada no mercado é de 1000Hz ou 4000Hz. A frequência modulada é
de 0 a 120Hz.

Duração do burst 

2ms ou 4 ms.

Rampa 

Os tempos também variam de 1 a 20 segundos.

Tempo de contração (on) e tempo de relaxamento (off) 

Variam de 0 a 60 segundos.

Modo de emissão 

a saída da corrente acontece como nos aparelhos de corrente russa:

Contínuo

Síncrono/sincronizado

Alternado/recíproco

Sequencial

Alguns aparelhos também fornecem o modo desobstrução.


Indicações Contraindicações
As indicações da corrente As contraindicações da
Aussie são as mesmas da corrente Aussie são as
corrente russa. mesmas da corrente russa.

Corrente interferencial

A corrente interferencial consiste em uma corrente alternada de média


frequência, formada através da junção de duas correntes senoidais
simultâneas, e ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações ao
mesmo tempo e no mesmo ponto. O somatório dos dois picos de onda
formam uma nova corrente, cuja amplitude resultante promoverá os
efeitos terapêuticos.

As correntes sofrem interferência no ponto de cruzamento dos dois canais, formado por 4 eletrodos, resultando em
modulação da intensidade.

A corrente interferencial possui frequência na faixa de 2000 a 4000Hz.

Atenção

Lembrando que a frequência de uma corrente é inversamente proporcional à duração de pulso e à resistência da pele;
sendo assim, a corrente de média frequência possui uma baixa resistência à passagem, possibilitando um aumento da
amplitude dentro de níveis mais confortáveis e uma estimulação eficaz nos tecidos biológicos.

 Parâmetros de modulação da corrente interferencial

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Parâmetros de modulação da corrente interferencial


De acordo com Pereira (2017), os parâmetros de modulação são:

Frequência de modulação da amplitude (FMA) ou frequência de batimento –variação de frequência de uma


das correntes em Hz, pois a outra corrente permanecerá com frequência fixa. É a diferença de frequência
entre os dois circuitos.
Os estimuladores interferenciais usam duas correntes de média frequência (uma na frequência fixa de 4000 Hz; e
a outra ajustável, entre 4000 e 4250 Hz). A inclusão da frequência ajustável possibilita a seleção de uma faixa de
baixas frequências moduladas pela amplitude.

Modulação da Frequência / Frequência de Varredura (Sweep) – podemos fazer com que a FMA alterne ao
longo de uma faixa estabelecida pela manipulação do controle de frequência varredura. Os aparelhos
interferenciais variam quanto à frequência de varredura disponível ao terapeuta, mas a faixa oscila entre 0 e
250 Hz.

Espectro – recurso de variar a frequência na terapêutica a fim de evitar a acomodação durante a aplicação.

Slope – técnica utilizada em que o tempo da oscilação do espectro pode ser ajustado no aparelho.

Intensidade – de acordo com a intensidade escolhida podemos obter efeitos diferentes nos tecidos. Isso
está relacionado à estimulação seletiva dos tipos de nervos. É provável que os efeitos sensitivos se originem
entre 4 e 10 mA, e as respostas motoras, entre 8 e 15 mA. Contudo, esses valores variam de acordo com a
área do corpo a ser tratada e com cada indivíduo em particular.

Rampa – os tempos também variam de 1 a 20 segundos.

Tempo de contração (on) e tempo de relaxamento (off) – variam de 0 a 60 segundos.

Técnica de aplicação e eletrodos


O acoplamento dos eletrodos é feito basicamente por três técnicas:

Quadripolar/tetrapolar Bipolar Tetrapolar vetorial


Os quatro eletrodos são Correntes pré-moduladas (dois há um deslocamento
dispostos perpendicularmente canais) são misturadas dentro automático do vetor, o que
ao redor da área a ser tratada, do gerador e, então, distribuídas aumenta a área de exposição
formando uma forma no tecido através de um único da corrente.
geométrica de pétala de flor ou canal.
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trevo.
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O tempo de aplicação da corrente interferencial varia em
geral de 15 a 30 minutos, e pode ser realizada uma ou
duas vezes ao dia.

 Aplicação da corrente interferencial – técnica tetrapolar Fonte:


https://www.alignthespine.com/interferential-current-therapy

Efeitos fisiológicos e terapêuticos da corrente interferencial


Os principais efeitos da corrente interferencial são o controle ou alívio da dor e a estimulação da contração muscular. Ela
pode ser utilizada também para acelerar os processos de cicatrização e reparo, aumentar o retorno venoso, promover
reeducação e relaxamento muscular, melhora da circulação e diminuição do edema e da reação inflamatória.

Indicações Contraindicações
 - Dores agudas e crônicas;  - Dor de origem central;

 - Espasmo muscular;  - Dor de etiologia


desconhecida;
 - Transtornos circulatórios;
 - Marca-passo;
 - Debilidade muscular;
 - Tromboses;
 - Reparo tecidual.
 - Déficit cognitivo;

 - Quadros febris e infecciosos;

 - Tumores;

 - Útero gravídico.
Atividades
1. Durante a eletroestimulação neuromuscular por correntes de média frequência, podemos utilizar vários tipos de regime
de saída nos canais. No modo ______, todos os canais ligam e desligam ao mesmo tempo a saída de corrente. Assinale a
alternativa que completa a frase:

a) Contínuo.
b) Alternado.
c) Sequencial.
d) Sincronizado.
e) Desobstrução.

2. Os estimuladores da corrente interferencial utilizam duas correntes de média frequência, sendo a frequência fixa no
valor de:

a) 6000Hz.
b) 2500Hz.
c) 250Hz.
d) 1000Hz.
e) 4000Hz.

3. Indique se a afirmação é verdadeira ou falsa: Durante a eletroestimulação neuromuscular, as fibras do tipo I são
recrutadas primeiro.

4. Indique se a afirmação é verdadeira ou falsa: As fibras fásicas são recrutadas, preferencialmente, durante a
eletroestimulação neuromuscular, pois estão localizadas mais superficialmente.

5. Das seguintes condições abaixo, são contraindicações para uso de estimulação por corrente interferencial, exceto:

a) Marca-passo.
b) Tromboses.
c) Lombalgias crônicas.
d) Quadros febris.
e) Dor de origem central.

Notas

Quadripolar/tetrapolar
A corrente formada cruza o ponto médio e estimula os tecidos que estão dentro dessa área, recebendo o efeito máximo de
tratamentossa.

Bipolar

Ou seja, as correntes são misturadas dentro do aparelho, e não nos tecidos. Esse método gera uma distribuição mais precisa
da corrente, embora não seja tão profundo se comparado à técnica quadripolar. É utilizado quando se deseja contrações
musculares.

Tetrapolar vetorial

O aparelho automaticamente muda a intensidade de uma das correntes de média frequência, fazendo com que os padrões de
interferência girem 45° para frente ou para trás. Desse modo, consegue-se tratar uma área maior.

Aplicação pontual - Continue lendo...

A posição é mantida de acordo com o tempo necessário. Quando precisamos irradiar uma área maior, o aplicador é removido e
recolocado em outro ponto, desligando-se a saída do aparelho durante a transferência e mantendo-se uma distância de 1 a
2cm entre eles.

Varredura - Continue lendo...

Por exemplo, em feridas abertas. Geralmente, a caneta permanece a uma distância de 0,5 a 1cm da superfície de tratamento,
com incidência perpendicular.
Referências

BORGES, F.S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

GUIRRO, E.C.O.; GUIRRO, R.R.J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3.ed. rev. ampl. Barueri: São
Paulo: Manole, 2004.

MICHELLE, H.; CAMERON, M.D.P.T. Physical Agents in Rehabilitation: From Research to Practice. Elsevier Health Sciences,
2012.

PEREIRA, D.S.L. Eletrotermofototerapia. 1.ed. Rio de Janeiro: SESES, 2017.

PRENTICE, W.E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Artmed, 2004.

STARKEY, C. Recursos terapêuticos em Fisioterapia. 4.ed. São Paulo: Manole, 2017. Disponível em:
https://bv4.digitalpages.com.br <https://bv4.digitalpages.com.br/>    Acesso em 01 ago. 2020.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 5.ed. Artmed Editora, 2009.

WARD, A.R.; CHUEN, W.L. Lowering of sensory, motor, and pain-tolerance thresholds with burst duration using kilohertz-
frequency alternating current electric stimulation: part II. Arch Phys Med Rehabil, v. 90, n. 9, p. 1619-27, Sep 2009.

WARD, A.R.; OLIVER, W.G.; BUCCELLA, D. Wrist extensor torque production and discomfort associated with low-frequency and
burst-modulated kilohertz-frequency currents. Phys Ther, v. 86, n. 10, p. 1360-7, 2006.

Próxima aula
Explore mais

Leia o Capítulo 13 do livro Recursos terapêuticos em Fisioterapia

https://bv4.digitalpages.com.br <https://bv4.digitalpages.com.br>

Leia o Capítulo 6 do livro Eletroterapia

https://bv4.digitalpages.com.br <https://bv4.digitalpages.com.br/>

Leia o texto Avaliação da estimulação elétrica neuromuscular de média frequência (corrente Aussie) na força muscular do
tríceps braquial em mulheres não praticantes de atividade física

http://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/367 <http://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/367>

Leia o texto Eletroestimulação neuromuscular, exercícios contrarresistência, força muscular, dor e função motora em
pacientes com osteoartrite primária de joelho

http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502013000400007 <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502013000400007>

Leia o texto Efeito hipoalgésico da corrente alternada de média frequência em quilohertz (Aussie) em indivíduos
saudáveis: ensaio clínico randomizado

https://ri.ufs.br/handle/riufs/3825 <https://ri.ufs.br/handle/riufs/3825>

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