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2 Lei
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Wp (pois Qy é 0 mesmo para os dois ciclos motores). Desse modo, 0 mo- tor irreversivel pode movimentar 0 motor reversivel e ainda produzir 0 trabalho It- quido Wyg (gual a Wig - We = Q,~ Q4). Figura 5.20 Demonstragao de que o ciclo de Carnot, operando entre dois reservalé: rios térmicos, € o que apresenta maior rendimento térmico. Entretanto, se consideramos os dois motores ¢ 0 reservatorio a alta temperatura como o sistema, conforme indicado na Figura 5.20, teremos um sistema operando segundo um ciclo, que se co- munica com um tinico reservatério e produz uma determinada quantidade de trabalho, Porém, isso constitui uma violagdo da segunda lei da termo- dindmica ¢ concluimos que a nossa hipétese ini- cial (que o motor irreversivel é mais eficiente que © motor reversfvel) incorreta. Assim, nao po- demos ter um motor irreversivel que apresente rendimento térmico maior do que aquele de um motor reversivel que opere entre os mesmos re- servatorios érmicos. Segundo Teorema ‘Todos os motores que operam segundo 0 ciclo de Carnot ¢ entre dois reservatérios térmicos apre- sentam 0 mesmo rendimento térmico. Teorema Il: Mey 1 Mrov2 Ademonstragdo desse teorema ésimilara esbo- cadaanteriormenteeenvolveahipstesedequeexis- teumciclo de Carnot que é mais eficiente que outro ciclo de Carnot operando entre os mesmos reser- vat6rios térmicos. Fagamos com que 0 ciclo de Carnot com a eficiéncia maior substitua o ciclo irreversivel da demonstragao anterior, e o ciclo de Carnot com eficiéncia menor opere como o refri- gerador. A demonstragao segue a mesma linha de raciocinio do primeiro teorema, Os detalhes fica como exercicio para o estudante, Fronts wats ~ Roservatrio a alta temperatura Oy Ow Motor Imeversivel | >} reversivel oi Roservatio a balxa temperatura5.7 AESCALA TERMODINAMICA DE. TEMPERATURA Na discussao sobre temperatura, no Capitulo 1, foi observado que a lei zero da termodinamica estabe- lece uma base para a medida de temperatura, mas que a escala de temperatura deve ser definida em fungio de uma determinada substancia e de um dispositivo termométrico. Seria desejével termos uma escala de temperatura que fosse independen- te de qualquer substdncia particular, a qual pode- ria ser chamada escala absoluta de temperatura. Na tiltima segao verificamos que a eficiéncia de um ciclo de Carnot é independente da substancia de trabalho e depende somente das temperaturas dos reservatérios térmicos. Esse fato estabelece a base para essa escala absoluta de temperatura, que chamaremos escala termodindmica. Como 0 rendimento térmico do ciclo de Carnot é fungao somente da temperatura, podemos escrever Beet-w(tity) 63) Qu Mexico = onde w designa uma relacao funcional. Existem diversas relacdes funcionais que po- deriam ser escolhidas e que satisfazem a relagao expressa pela Equagéo 5.3. Por simplicidade, a escala termodinamica de temperatura 6 definida como Qu Tn (6.4) a 7, Substituindo esta definicao na Equagao 5.3, © rendimento térmico de um ciclo de Carnot pode ser expresso em fungiio das temperaturas absolutas, (65) "hsemico Note que a Equacdo 5.4 nos fornece uma re- lagao entre temperaturas absolutas, porém nao nos informa sobre a grandeza do grau, nem so- bre uma temperatura de referéncia, Na proxima secdo, discutiremos a escala de temperatura de #48 ideal apresentada na Seco 2.8 ¢ mostrare- mos que tal escala satisfaz a relagao definida pela Equagao 5.4. ‘A Segunda Lei da Termedinamica 217 5.8 A ESCALA DE TEMPERATURA DE GAS IDEAL Nesta seco, consideraremos detalhadamente a escala de temperatura de gas ideal apresentada na Sogo 2.8. Essa escala é baseada no seguinte fato: a medida que a pressio de um gas tende a zero, a sua equagio de estado tende a equagio de estado do gas ideal, ou seja: Pu=RT Sera mostrado que a temperatura de gés ideal satisfaz a definicao de temperatura Lermodinami- ca apresentada anteriormente por meio da Equa~ do 5.4. Mas, em primeiro lugar, vejamos como um gs ideal pode ser usado para medir a temperatu- ra em um termémetro a gas de volume constan- te, Um esquema desse termémetro é mostrado na Figura 5.21. bulbo de gas € colocado no local em que a temperatura deve ser medida e, entéo, a coluna de merctirio € ajustada de maneira que o nivel de merctitio fique na marca de referéncia A. Assim, © volume do gas permanece constante. Admits que 0 gas no tubo capilar esteja & mesma tempe- ratura do gés no bulbo. Entao, a pressdo do gas, correspondente & altura L da coluna de merctirio, uma indicagao da temperatura, Como referencial de temperatura, pode-se utilizar a temperatura do ponto triplo da agua (273,16 K). Desse modo, mede-se a pressio que Tubo capilar Figura 5.21 Esquema de um termémetro a gés de volume constante,218 Fundamentos da Termodinémica esti associada & temperatura desse ponto e desig- na-se essa pressio por P,,,. Entio, utiizando-se a definigao de gas ideal, qualquer outra temperatu- ra T pode ser determinada a partir da medida da pressio P por meio da relagio Te amnslz| a) Do ponto de vista prético, temos 0 problema de que nenhum gas se comporta exatamente como um gas ideal. Entretanto, sabemos que 0 compor- tamento de todos os gases tende ao do gas ideal quando a pressao tende a zero. Admitamos, entdo, que uma série de medidas da temperatura do pon- to triplo da agua sejam realizadas com quantida- des diferentes de g4s no bulbo. Isso significa que a pressdo medida nesse ponto, e também a pressio medida em qualquer outra temperatura, variaré Se a temperatura indicada 7; (obtida com a hip6- tese de que 0 gas se comporta como um gas ideal) for representada graficamente em fungao da pre so do gas, obtém-se uma curva como a mostrada na Figura 5.23. Quando essa curva é extrapolada até a pressao mula, obtém-se a temperatura de gas ideal correta, Se utilizarmos gases diversos, pode- remos obter curvas diferentes, porém todas indi- cam a mesma temperatura na pressio nula, Esbogamos apenas os aspectos ¢ os prin- ipios gerais para a medida de temperatura na escala de temperatura de gés ideal, Os trabalhos de precisdo nesse campo sao dificeis e laboriosos € existem poucos laboratérios no mundo em que esse trabalho de preciso é executado. A Esca- la Pratica Internacional de Temperatura, que foi mencionada no Capitulo 1, se aproxima muito da escala lermodindmica de temperatura. Além dis- EXEMPLO 5.3 Em um termémetro de gés ideal de volume constante, no ponto de congelamento (veja Segiio 1.11) da 4gua, ou seja, 0 °C, a pressio medida € de 110,9 kPa e, no ponto de ebulicao Anilise: Pela equagao de estado do gas ideal PV = mR. para massa e volume constantes, a presstio va- ria linearmente com a temperatura, como mos- trado na Figura 5.22 P=CT, em que 7’ éa temperatura absoluta do gas ideal, Solucao: Inclinagao da reta a partir dos dados AP _151,5-110,9 ,406 kPa*C AT 100-0 Extrapolando do ponto 0 °C para P = 0 110,9 kPa 7 = 9-10 8 _ 273,15 °C 0,406 kPa°C ‘Que & compativel com a defnicho atual das escals Kelvin e Celsius (100 °C) é de 151,5 kPa, Por meio de uma ex- trapolacao, estime para qual temperatura, em. °C, a pressio iguala-se a zero. 1515 1109 FIGURA 5.22 Grafico para o Exemplo 8.3, Este resultado estabelece a relacdo entre tem- peratura absoluta de gas ideal em Kelvin e a escala de temperatura Celsius*.e Pressio no ponto tiple, Fp, Figura 5.23 Esbogo aus mostra como se determina a temperatura de 94s ideal. so, 6 muito mais cémodo trabalhar com essa esca- la nas medigdes de temperatura. Agora demonstraremos que a escala de tem- peratura de gés ideal 6, de fato, idéntica a escala de temperatura termodinamica que foi definida na discussdo sobre o ciclo de Camot ¢ a segunda lei da termodindmica, Nosso objetivo pode ser al- cangado analisando os processos que ocorrem em um motor térmico que opera segundo o ciclo de Carnot ¢ que utiliza um gas ideal como fluido de trabalho. Os quatro processos que compoem um ciclo de Carnot e os estados termodinamicos 1, 2 3.e 4 podem ser vistos na Figura 5.24. Por conve- niéncia, consideremos que a massa de gas contida na camara seja unitéria, O trabalho realizado em cada um dos quatro processos, pode ser caleulado com a Equacao 3.16, ou seja: bw =P dv Como admitimos que o gés contide na céma- ra seja ideal, temos que 0 comportamento dele & dado por Pu=RT e sua energia interna pode ser calculada com a Equagao 3.33 du=CydT Admitindo que as variagdes de energia ciné- tica e potencial sejam despreziveis, a equagao da primeira lei por unidade de massa, Equacao 2.7, é: oq = du + dw ‘A Segunda Lei da Termedinamica 219 Combinando as quatro equagées anteriores, obtemos para cada um dos quatro processos 6q = Coa + EP ay (6.6) ° A forma da curva dos dois processos isotérmi- cos mostrados na Figura 5.23 é conhecida, uma vez que Pv & constante em cada caso. O proceso de adigdo de calor 1-2 6 uma expansio & Ty, urna vex que v2 6 maior do que »y. De forma andloga, 0 pro- cesso de rejeigao de calor 3-4 é uma compressao na menor temperatura, T),, ¢ 046 menor do que v3. 0 proceso adiabitico 2-3 6 uma expansao de Ty, para T,, com aumento do volume especifico, enquanto © processo adiabtico 4-1 6 uma compressio de T;, para Ty, com redugao do volume espectfico. A area sob a curva que representa cada etapa do proces. so representa o trabalho realizado pelo sistema na~ quela etapa, como indicado na Equagao 3.17. Agora vamos integrar a Equagao 5.6 em cada um dos quatro processos que compdem o ciclo de Carnot. Para 0 processo isotérmico de adigao de calor 1-2, teros Qu = 19 0+ RT In 61D 1 Para o processo 2~2 dividimos por 7, obtendo expansio adiabatica, nés Ts Cxo Ye 5 O- far + Rin’ (8) Figura 5.24 Ciclo de Carnot que opera com um gas ideal220 Fundamentos da Termodinamica Para 0 processo isotérmico de rejeigao de ca- lor 3-4 do gés contido na camara, temos 20) *-0- RT, Int = Us a (69) = RT, In U% Para o processo 4-1, compressao adiabatica, dividindo por T, temos Ty of, Sear sina (6.10) 4 Utilizando as Equagées 5.8 e 5.10, obtemos 5 , f Guo ar = 4Rin2 = -Rin T n tp 4 Portanto: v 2% _ 2 4 ou B-2 Gly 1 4 ey Assim, das Equagées 5.7 ¢ 5.9 e substituindo a Equagao 5.11, obtemos: 2, Ry In Ze ge Te que é a Equagao 5.4, a definigao da escala termo- dindmica de temperatura relacionada com a se- gunda lei, 5.9 MAQUINAS REAIS E IDEAIS Se utilizarmos a definigdo da escala de tempera- tura termodinamica, estabelecida na Equacao 5.4, podemos calcular a eficiéncia térmica da motor de Carnot com a Equacao 5.5. Observe, também, que 0 coeficiente de desempenho de um ciclo de Carnot que opera como refrigerador, ou bomba de calor, & dado por Qe Ty, -— 5.12 p Qy = Q, Camo Ty = Ty, oe) pa Su Tn 6.13) "Oy -Q, cate Ty =T, As primeiras igualdades presentes nas Equa- ges 5.5, 5.12 e 5.13 sao baseadas em definicoes que utilizam conceitos da primeira lei da termo- dindmica e, por isso, sto sempre verdadeiras, Ja as segundas igualdades s6 séo vélidas para ciclos reversiveis, ou seja, ciclos de Carnot. Lembrando que qualquer ciclo térmico real (motor, refrigera- dor ou bomba de calor) & menos eficiente que o ciclo reversivel equivalente, temos 1-84 g1-e Qu Ty Qe Qn - OTH "Mesiso reat = Broa * Deve ser feito um comentario final sobre 0 sig- nificado do zero na escala termodinamica de ter peratura e seu relacionamento com a segunda lei da termodinamica. Considere um motor térmico de Carnot que recebe uma determinada quantidade de calor de um reservatério térmico a alta tem- peratura, A medida que diminui a temperatura na qual 0 calor é rejeitado, 0 trabalho produzido au- menta ¢ a quantidade de calor rejeitado diminui, No limite, o calor rejeitado é nulo, e a temperatura do reservatério térmico, correspondente a esse li- mite, € zero (absolute). Analogamente, no caso de um refrigerador de Carnot, a quantidade de trabalho necessaria para produzir uma determinada quantidade de refri- geracao aumenta a medida que a temperatura do espaco refrigerado diminui. O zero representa a temperatura limite que pode ser atingida, pois, & medida que a temperatura do ambiente que esta sendo refrigerado tende a zero, o trabalho neces: sdrio para produzir uma quantidade finita de refti- geracao tende a infinito, Nos exemplos e discussées anteriores, consi- deramos que as transferéncias de calor nos ciclos de Carnot ocorrem com reservatérios térmicos (em que a temperatura é constante) e utilizamos essas temperaturas para calcular a eficiéncia dos ciclos. Entretanto, as expressdes para as taxas de calor por conducdo, conveccao ¢ radiagao apre- sentadas no Capitulo 3, apresentam a seguinte forma geral‘A Segunda Lei da Termedinamica 224 EXEMPLO 5.4 Consideremos 0 motor térmico mostrado es- quematicamente na Figura 5.25 que recebe a taxa de calor de 1 MW na temperatura de 550 °C e rejeita energia para a sua vizinhan- ¢a.a 300 K. A poténcia desse motor térmico, ou seja, a taxa de realizagao de trabalho, 450 kW. Calcule o valor da taxa de transferén- cia de calor para o ambiente e determine a efi- ciéncia desse motor térmico. Compare esses valores com os relativos a um motor térmico de Carnot, que opera entre os mesmos reser- vat6rios térmicos. Solucio: Considere 0 motor térmico como sistema. Apli- cando a primeira lei, temos 1 = Oy -W ea definieao de eficiéncia estabelece que Ww _ 450 ee eno) Memeo “9 ~ T 000 = 1.000 - 450 = 550 kW A eficiéncia do motor térmico de Carnot 6 de- terminada pelas temperaturas dos reservat6- rios térmicos. Assim SO 5504273 0,635, FIGURA 5.25 Esquema de motor térmico para 0 Exemplo 5 4. Apoténcia e a taxa de calor para o ambiente na, maquina de Carnot sao W = Memo Qu = 0,635 x1 000 = 635 kW 1, = Qy -W =1 000-635 = 365 kW Aeeficiéncia do motor térmico real, deste exem- plo, é pr6xima daquela de uma central termo- elétrica a vapor moderna, que tem eficiéncia ti- pica de 45%, mas essa eficiéneia é menor que a da maquina de Carnot, que opera entre os mes- mos reservat6rios térmicos. Isto implica que 0 motor real rejeita uma quantidade de energia para a vizinhanga (55%) maior do que o motor de Carnot (36%). Q=car 14) em que a constante C depende do modo de trans- feréncia de calor, ou seja 5 kA Cond C=-— jondugio: C= 5 Conveegaio: C = hA Radiagdo: C = eo A(7? + T2)(T, +1.) Para situagées mais complexas, em que a transferéncia de calor ocorre em ambientes com- postos ou a transferéncia de calor ocorre por meio de modos combinados, devemios estabelecer uma nova expressdo para o C da Bquacdo 5.14. 6 im- portante lembrar que o valor de C depende da geo- metria, de materiais e de modos de transferéncias de calor envolvidos na interagao do ciclo térmi- co com sua vizinhanga, Observe que é necessdrio que exista uma diferenga de temperatura para que ocorra a transferéncia de calor. Assim, o fluido de trabalho que percorre o ciclo nao pode atingir as temperaturas dos reservat6rios e isso 86 ocorreria se a drea de transferéncia de calor utilizada nos ciclos fosse infinitamente grande.222 Fundamentos da Termodinémica EXEMPLO 5.5 Uma forma de um aparelho de ar-condiciona- do operar 6 como um refrigerador, resfriando uma sala em um dia quente, como ilustrado na Figura 5.26. A carga térmica a ser removida do ambiente ¢ igual a 4 KW para que ele seja man- tido a 24 °C. Sabendo que o ambiente externo esté a 35 °C, estime a poténcia necesséria para Ac interior 1, _Evaporador acionar 0 equipamento. Para que isso ocorra, nao analisaremos os processos que ocorrem no refrigerador, o que seré realizado no Capitulo 9, mas podemos avaliar um limite inferior para a poténcia requerida, supondo que o aparelho de ar-condicionado opera segundo um ciclo de Carnot. ‘Ar extorno Condensador — Ty ‘Compressor Su “f] : FIGURA 5.26 ‘Ar-condicionado para 0 Exemplo 5.5. Solugio: O coeficiente de desempenho é Ty, _273+24_ 35-24 27 Ty - Ts, Assim, a poténcia requerida pelo compressor seré Ww 4+ oa5 Kw pm Observe que essa poténeia foi caleulada para um refrigerador de Carnot e, desse modo, é a poténeia minima de acionamento de uma mé- quina de ar-condicionado que opera nas con- digdes do exemplo, No Capitulo 3 analisamos ‘Avcondicionado operando no modo de rfrigeragdo algumas express6es para as taxas de transfe- réneia de calor, Admita que a temperatura no condensador do condicionador seja 45 °C. Essa hip6tese é adequada porque o condensador do condicionador de ar deve transferir 4,15 kW para o ambiente externo, que apresenta tempe- ratura igual a 35 °C, através de uma superficie de transferéncia de calor com tamanho razod- vel. Como o ambiente é refrigerado, é necess ria a vazdo de ar a, pelo menos, 18 °C. Recalcu- lado 0 coeficiente de desempenho utilizando as temperaturas de 45 °C e 18 °C obtemos 10,8, 0 que é mais realista. Um refrigerador real ope- aria com coeficiente de desempenho da ordem_ de 5 ou menos.5.10 APLICAGOES NA ENGENHARIA A segunda lei da termodinamica foi apresentada na forma como foi desenvolvida, apenas com al- guns comentérios adicionais e segundo um con- texto mais moderno. A sua principal decorréncia & a imposigao de limites aos processos: alguns pro- cessos no podem ocorrer na natureza, mas ou- tros, sim. Ela impde também restrigdes aos ciclos termodinamicos, tais quais os que ocorrem nas méquinas térmicas. Em quase todos os processos de conversao de energia com produgao de trabalho (depois, com frequéncia, convertido em energia elétrica) ha algum tipo de motor térmico ciclico enyolvido. E © caso, por exemplo, do motor de um automével, uma turbina de uma central de poténeia ou uma turbina edlica, A fonte primaria de energia pode ser um reservatério de armazenamento (combus- tiveis fésseis que podem ser queimados, tais como gasolina ou gas natural) ou algo mais transitorio, como a energia cinética dos ventos, cuja existén- cia decorre, em titima instancia, do aquecimento de ar atmosférico pelo sol Méquinas que violam a equagio da energia, digamos, que geram energia a partir de nada, s80 chamadas| ci, Jé foram feitas muitas tentativas de “demonstragao” desse tipo de maquina, tentou-se seduzir muitos investidores para fimanciar seu desenvolvimen- to, mas na majoria dos casos havia a introdugao oto-perpétuos de primeira ¢ ‘A Segunda Lei da Termedinamica 223 externa de algum tipo de energia, algo de dificil observagao (algo como um pequeno compressor que fornecia ar, ou algum combustivel escondido). Exemplos recentes sao a fusao a frio e o desequi- Ubrio elétrico de fases, processos que podem ser medidos apenas por engenheiros especialistas Atualmente, se reconhece que esses processos sao impossiveis. As méquinas que violam a segunda lei, mas obedecem a equacao da energia, so chamadas moto-perpétuos de segunda espécie, Ha mais suti- ezas nesse caso, € para os nao especialistas esas méquinas parecem de fato funcionar. H4 muitos exemplos delas®, e continuam a ser “inventadas", mesmo atualmente, mas envolvendo processos, muitas vezes, obscurecidos por uma sequéncia complicada de etapas. Motores Térmicos e Bombas de Calor Re: Em muitos desses sistemas, a transferéncia de ca lor acontece usualmente em um trocador de calor no qual o fluido de trabalho, que cireula in- ternamente ao equipamento, recebe ou rejeita ca- lor para um segundo fluido. Os motores térmicos estacionérios usam frequentemente um sistema externo de queima do combustivel (carvao, éleo, gas natural), como no caso de uma termoelétrica, ou recebem calor de um reator nuclear, Existem 5 Bnquanto proceaso virtual. (NT) PROCESSOS LIMITADOS PELA EQUAGAO DA ENERGIA (Primeira Lei) Possivel Impossivel Movimento em um plano —=Q_— 4 inclinado a partir do repouso cy ° ° Bola pulando 2 Conversao de energia Motor térmico ° tempo tempo QaW+a-n@ nel W=nQe nlimitado224 Fundamentos da Termodinémica Conversao de energia Reagdo quimica de PROCESSOS LIMITADOS PELA SEGUNDA LEI Possivel Impossivel Transferéncia de calor 1, . Gamo termo de trabalho) C4 Tats) = Q(ara Tees) (Ae Phas) = @ (ara Vaziio méssica sem ener- Pora“® Prana Presa > Pata gia potencial ou cinética Conversio de energia W= Q (100%) Q= W (100%) Q>W+-mQ W = nQe nlimitado Combustivel + ar = produtos de 1] > Mniquina térmica reversive Produtos de combustao => morno combustao_ combustao_ ‘Trocador de calor frio | => misturador * apenas alguns tipos de motores térmicos nao es- taciondrios (ou seja, veiculares) com camara de combustao externa, particularmente 0 motor Stir- ling (veja Capitulo 10), que usa um gas leve como substancia de trabalho. Nas bombas de calor e nos refrigeradores, 0 fluido de trabalho sempre troca calor com subs- tancias externas ao equipamento, Em relagéo ao trabalho, ele & recebido na forma de energia elé- trica, ou por meio de um eixo em rotagao, como no caso do sistema de condicionamento de ar em automéveis. Em todos esses equipamentos, para que ocorra transferéncia de calor é necessério que haja uma diferenga de temperatura, de forma que as taxas de calor podem ser expressas por Qu CyATy © Q, = CAT, em que a variavel C das equagdes contém certas particularidades da transferéncia de calor e a érea de interface entre as substancia cnvolvidas. Ou seja, para um motor térmico, a substancia de tra- balho se move através do ciclo troca calor nas temperaturas, Tata = Te ATy @ Traica = Th + ATL Assim, 0 salto de temperatura efetivo 6, AD yr = Tatts ~ Toaixa = Ty ~ Tr, ~ (AT + ATs) (6.15) Na bomba de calor, o fiuido de trabalho tem de estar em uma temperatura maior que a do reser- vatério quente para o qual vai rejeitar Qj. No pro- cesso em que retira a taxa de calor Q,, do reserva- t6rio frio, ele deve estar em uma temperatura mais baixa do que a do reservatério, Entao temos, Tana = T+ AT © Teaixa = Th ATL © salto de temperatura efetivo do fluido de trabalho 6, entao: AT 30 = Tata — + (AT + AT)) 6.16) Esse efeito ¢ ilustrado na Figura 5.27 para 0 motor térmico e a bomba de calor. Observe que. em ambos os casos, a existéncia da diferenga finita de temperatura nos trocadores de calor provoca perda de rendimento, A eficiéncia maxima po vel do motor térmico diminui porque Tay, € me- nor que a do reservatério quente, & Thais & maior que a temperatura do reservatério frio. No caso daFigura 5.27 Salto de temperatura para motores térmicos e bombas de calor bomba de calor (também de um refrigerador), 0 coeficiente de desempenho é menor em razio do maior valor de Ty. ¢ a0 menor valor de Thaixs- Para motores térmicos em que a conversio de energia ocorre no préprio fluido de trabalho, nao ha transferéncia de calor de ou para um reserva- t6rio térmico externo. Esse 6 0 caso tfpico de mo- tores de combustdo interna nao estacionérios (por exemplo, motores veiculares), que nao podem ter muitos componentes, algo que clevaria 0 volume ea massa, algo indesejavel. Nesse caso, quando 0 fluido de trabalho aquece, ha perda de calor para © ambiente, com redugio da pressiio (para certo volume fixado). Isso diminui a capacidade de re- alizagao de trabalho sobre qualquer fronteira mé- vel. Esses processos sao mais dificeis de analisar e requerem mais conhecimento para a determina- 40 do efeito liquido sobre a eficiéneia, Em capitt- los posteriores utilizaremos modelos simples para descrever esses ciclos. Um comentario final sobre motores térmicos ¢ bomibas de calor é que nao existem exemplos pré- ticos que operem exatamente como um ciclo de Carnot. Todas as méquinas térmicas cfclicas reais operam com ciclos um pouco diferentes daquele, ¢ as alteracdes sio determinadas pelo conceito fisico cempregado, como mostrado nos Capitulos 9 ¢ 10. ‘A Segunda Lei da Termedinamica 225 Alguns Eventos Marcantes na Historia da Termodinamica A forma como se deu o progresso no entendimen- to das ciéncias fisicas fez com que o desenvolvi- mento basico da segunda lei ocorresse antes do da primeira lei. Uma grande variedade de pessoas com diferentes formagées trabalharam nessa érea do conhecimento, entre elas, Carnot e Kelvin den- tre outros relacionados na Tabela 5.1, que, junto com avangos na matemética e na fisica, impulsio- naram a Revolucdo Industrial. Muito desse desen- volvimento ocorreu na segunda metade do século XIX e continuou no inicio no séeulo XX, com o de~ senvolvimento da turbina a vapor, do motor a ga- solina e a diesel e do refrigerador moderno. Todos essas invengdes e desenvolyimentos provocaram um profundo impacto em nossa sociedade. RESUMO A apresentacdo cléssica da segunda lei da termo- dinamica parte dos conceitos de motor térmico refrigerador. Um motor térmico produz trabalho a partir da transferéncia de calor de um reserva- t6rio térmico a alta temperatura e sua operag: 6 limitada pelo enunciado de Kelvin-Planck. Os refrigeradores, que funcionalmente so iguais as bomibas de calor, transferem ealor de um reserva- trio a baixa temperatura para outro reservatério a alta temperatura e esse processo nao ocorre na- turalmente. erunciaco de Clausius estabelece que € necessério trabalho para que ocorra a trans- feréncia de calor de um reservatorio a baixa tem- peratura para o reservatério a alta temperatura, Para avaliar o limite desses dispositivos cfclicos, 08 processos reversiveis foram discutidos e apre- sentamos 0s processos opostos, os irreversiveis, © as maquinas impossiveis. 0 moto-perpétuo de primeira espécie viola a primeira lei da termodi- namica (lei de conservacao da energia) e 0 moto- -perpétuo de segunda espécie viola a segunda lei da termodinamica, As limitagdes operacionais dos motores térmi- cos (quantificadas pela eficiéneia térmica) e dos refrigeradores (quantificadas pelo cocficiente de desempenho) foram analisadas utilizando os ci- clos de Carnot como referéncia. Dois teoremas re- lativos a dispositivos que operam segundo 0 ciclo de Carnot, sao formas alternativas de expressarFundamentos da Termodinamica Tabela 5.1 Eventos hist6ricos importantes na termodinémica 1860 1887 we 14 1738 172 1765 ser 1824 1827 1839 1842 1848 1848 1880) 1865 1877 1878 1882 1882 1893 1896, 1927 Robert Boyle Isaac Newton Thomas Newcomen & Thomas Savery Gabriel Fabrennet Daniel Bernouli Anders Celsius James Watt Jacques A.Chares| Sadi Carnal George Ohm Wiliam Grove Julius Robert Mayer James P Joule Wiliam Thomson udolt Clausiuse, depois, Wiliam Rankine Rudolf Clasius Nikolaus Otto 4. Wild Gibbs Josep Fourier Fudcit Diesel Henry Ford General Electric Co, {Va costal (primeira tata de formula i par os goss) Lei de Newton, revi, ldo movimento Primera mquinaa vapor usando um conuntopisto-cilinro Primero eméneta de etito Forgas hidedulicas, equago de Beroull (Czptuo 7) Propbea Escala Celis ‘Maquina a vapor com candensador separado (Capitulo 9) Rela ere Ve Tpaao gis ideal Goncete de maquina rica, que suger segunda el Lei de Ohm formulaca Primer cua de combust! (Capul 13) Conservagao de eneaia { media a rel ete calor trabalho Lorde Kein prope a escal esol de rer, cum bas otal realad por Camel Crates Primera de consrvagao da eneria.Alemacinamica uma nova inca Emu sistema fechad,aenropia (Capt ) sempre aumenta (segunda li Desenvolve 0 motor de ciclo Otto (Capitulo 10) Equloriohterogéne, rear ds tases Teoria da matemalica de vanseéia de calor Planta de geragdo de eletricidade em Nova York (Cap'tulo 9 ) Desenvolveo moor ignigo por cmpresso (Capt 1) Primeiro Ford (quadriciclo) montado em Michigan Primeiro refrigerador & comercializado (Capitulo 9) aa segunda lei da termodindmica em vez, dos enun- ciados de Kelvin-Planek e Clausius. Esses teo- Temas nos levaram a formulagdo da escala ter- modinamica de temperatura, feita por Kelvin, a obtengao da eficiéncia do ciclo de Carnot. Nés também mostramos que a escala de temperatura termodinamica é igual escala de temperatura de 4s ideal introduzida no Capitulo 2. Apés estudar o material deste capitulo, vocé deve ser capaz de: * Entender os conceitos de motor térmico, refri- gerador e bomba de calor. * Ter conceito do que sdo processos reversiveis. * Conhecer e irreversiveis. identificar varios processos © Conhecer o ciclo de Carnot, Entender a definicao de rendimento térmico de um ciclo motor. Entender a defini¢ao de coeficiente de desem- penho de um refrigerador ou bomba de calor. Conhecer as diferengas entre temperaturas absolutas ¢ relativas. Aplicar o limite de rendimento térmico impos- to pela segunda lei da termodinamica na anéli- se de um problema. Verificar se 0 rendimento térmico de um motor real 6 razoavel, Aplicar o limite de coeficiente de desempenho imposto pela segunda lei da termodindmica na anélise de um problema. Verificar se 0 coeficiente de desempenho de um refrigerador real, ou de uma bomba de ca- lor real, é razoavel,‘A Segunda Lei da Termedinamica 227 CONCEITOS E EQUAGOES PRINCIPAIS Motor térmico: Wyn = Qy = 15 Mer Fin - & | Oy Bomba de calor: Wee * 1-3 Bac = ae wie Refrigerador: War = Qy = Qs Bre = Gee = GS Fatores que tornam um processo irreversivel: _atrito, expansio nao resistida (W = 0), transferéncia de calor com diferenga finita de temperatura, corrente elétrica através de uma resisténcia, combustao, restri- do no escoamento ete. Cielo de Carnot: 1-2 Adigao de calor isotérmica (Qy a Ty) 2-3 Processo de expansio adiabatico (a temperatura cai) 3-4 Rejeigdo de calor isovérmica (Q,, aT, ) 4-1 Processo de compressao adiabatico (a temperatura aumenta) ‘Teorema I Nreal $ Nreversivel MeSMO Ty, Ty, ‘Teorema II Ncamot = Ncamorz Mesmo Ty, Ty, Te Qu ‘Temperatura absoluta: Ty Qu Motor térmico real: Bomba de calor real: Bo = Beamer Bo Refrigerador real: ‘Taxas de calor: PROBLEMAS CONCEITUAIS 5.1 Dois motores térmicos operam entre os dade de trabalho. Se a bomba A é melhor mesmos reservatérios térmicos e ambos do que a B, qual delas transfere mais calor recebem a mesma quantidade de calor Qj. para o reservatério de alta temperatura? Um motor é reversivel ¢ 0 outro, nao. Qual I 8.3 Suponha que esquegamos 0 modelo de earelacio entre os valores de @,, dos dois transferéncia de calor Q= CAAt, E possivel esbocar alguma informagao sobre a direcao 5.2 Compare duas bombas de calor domésticas de Qa partir da segunda lei? (4 e B) que consomem a mesma quanti-54 55 5.6 5.7 5.8 Fundamentos da Termodinamica Uma combinagiio de dois motores térmi- 5.9 cos é mostrada na Figura P5.4. Encontre a eficiéneia térmica global como fungio das suas eficiéncias térmicas individuais. ©) © | lls 5.10 a FIGURA P5.4 Compare dois motores térmicos recebendo ‘© mesmo calor Q, um deles de uma fonte a 1.200 K e 0 outro de uma fonte a 1 800 K, ambos rejeitando para um reservatério tér- mico a 500 K. Qual deles é melhor? Um motor de automével 6 alimentado com ar atmosférico a 20 °C e descarrega 0 ar no ambiente a -20 °C. O motor no con- some combustivel e produz certo trabalho, Analise esse motor utilizando a primeira e a segunda lei da termodinamica. & possivel construir esse motor? 5.12 Uma combinagao de dois ciclos de refrige- ragao mostrada na Figura P5.7. Encontre 0 Coeficiente de desempenho global como funeao dos coeficientes de desempenho in- dividuais COP, ¢ COP, me ie a): TT puna ser Vocé volta para casa, apés uma longa via- gem, e desliga 0 motor de seu veiculo. motor € resfriado ¢ assim volta ao mesmo estado em que estava antes de ser aciona- do. 0 que aconteceu com toda a energia li- berada pela queima do combustivel? E com todo o trabalho realizado no percurso? 5.13 5.14 Um motor térmico reversivel que queima carvao (na prética é impossivel construir uma maquina completamente reversivel) tem algum outro impacto sobre o planeta, além de reduzir as reservas de carvao? A eficiéncia das centrais térmicas aumen- ta com a queda da temperatura do reser- vat6rio térmico, em que ocorre a rejeicao de calor do ciclo. Por que as centrais nao rejeitam calor em reservatérios térmicos a 40°C? A eficiéncia das centrais térmicas aumen- ta com a queda da temperatura do reser- vatério térmico, em que ocorre a rejeigao de calor do ciclo. Por que as centrais nao rejeitam o calor em evaporadores de refri- geradores, a uma temperatura préxima de =10 °C, em vez de rejeitar no ambiente a 20°C? A temperatura méxima encontrada nos ci- clos da poténcia das centrais elétrica que consomem carvao é préxima de 600°C, en- quanto a temperatura maxima encontrada nas turbinas a gas é 1 400 K. Ns devemos substituir todas as centrais a carvao por turbinas a gés? Uma transferéncia de calor s6 ocorre quan- do existe uma diferenga de temperatura, Quais sto as implicagdes dessa afirma- do sobre 0 comportamento dos motores térmicos reais? O mesmo ocorre com os refrigeradores? Gas de combustio, que pode ser modela- do com ar puro, a 1 500 K€ utilizado como fonte de calor em um motor térmico em que 0 gés ¢ resfriado até 750 K. Observe que existe variagéo de temperatura na fonte de alta temperatura do ciclo, Como es: variagao de temperatura afeta a eficiéncia térmica do motor? Admita que o ambiente no qual esteja localizado 0 motor esteja a 300 K.‘A Segunda Lei da Termedinamica 229 PROBLEMAS PARA ESTUDO. Motores Térmicos e Refrigeradores 5.15 5.16 5.17 5.238 Um aparelho de ar-condicionado de janela remove 3,5 kJ do interior de uma residén- cia utilizando 1,75 kJ de trabalho. Quanta cenergia ¢ liberada no exterior e qual é 0 seu cocficiente de desempenho? 0 motor de uma segadeira produz 18 HP, usando a poténcia de 40 kW, transferida do combustivel queimado, Encontre a efic cia térmica e a taxa de transferéncia de ca- lor rejeitada para o ambiente Calcule a eficiéneia térmica da instalagao motora a vapor d’agua descrita no Exem: plo 4.7. Um refrigerador opera em estado estacio- nério usando 500 W de poténcia elétrica com um COP de 2,5. Qual é o efeito iquido no ar da cozinha? Um quarto aquecido com um aquecedor elétrico de 1500 W. Quanta poténcia elétri- ca pode ser economizada se uma bomba de calor com COP igual a 2,5 for utilizada para ‘o aquecimento do quarto? Caleule 0 COP do refrigerador que usa R-134a descrito no Exemplo 4.8. Calcule a eficiéneia térmica da central de poténcia a vapor descrita no Problema 4118, Uma grande central de poténcia que utili za carvao como combustivel tem eficiéncia térmica de 45% e produza poténcia elétrica de 1 500 MW. O carvao libera 25 000 kilrkg quando queima. Qual é 0 consumo hordrio de carvao? A poténcia utilizada para acionar um apa- relho de ar-condicionado de janela ¢ 0,5 kW eataxa de transferéncia de calor rejeitada no ambiente é 1,7 kW, Determine a taxa de transferéncia de calor no ambiente refrige- rado ¢ 0 COP do refrigerador. 5.24 W=05KW Ambiente tro. inter Ambiente quente exterior Compressor FIGURA P5.23 Um equipamento industrial é refrigerado utilizando-se a vazaio massica de 0,4 kg/s de Agua a 15 °C que é obtida pelo resfriamen- to de agua originalmente a 35 °C, pelo uso de uma unidade de refrigeragao com COP igual a 3. Encontre a capacidade de refri- geragtio requerida e a poténcia requerida pela unidade de refrigeragao, Calcule 0 COP da bomba de calor, que uti- liza R-410a, descrita no Problema 4.123. Um ar-condicionado de janela & ensaiado na bancada de um laboratério. O aparelho foi ajustado no modo de resfriamento e no- tou-se que a poténcia de acionamento do aparelho 6 750 W e o COP ¢ igual a 1,75. Determine, nestas condigdes, a capacidade de resfriamento do aparelho. Qual é 0 efei- to global da operacao do aparelho sobre 0 ambiente do laboratério? Um fazendeiro deseja utilizar uma bomba de calor, acionada com urn motor de 2 kW, para manter a temperatura de um galinhei- ro igual a 30 °C. A taxa de transferéncia de calor do galinheiro para o ambiente,