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Vedação. Selabilidade para A Indústria e Proteção Ao Meio Ambiente. Gaxetas, Juntas Metálicas e Não-Metálicas. CURSO DE
Vedação. Selabilidade para A Indústria e Proteção Ao Meio Ambiente. Gaxetas, Juntas Metálicas e Não-Metálicas. CURSO DE
CURSO DE
INTRODUÇÃO
GAXETAS 2
1. Definição ........................................................................................................................2
2. Tipos Construtivos ......................................................................................................2
3. Gaxetas de Vedação ...................................................................................................3
4. Composição ..................................................................................................................4
5. Fator de pH ....................................................................................................................6
6. Sistema de Engaxetamento ....................................................................................6
7. Dimensionamento da Caixa de Gaxetas .............................................................7
8. Seleção de Gaxetas de Vedação.............................................................................8
9. Engaxetamento Misto ............................................................................................ 10
10. Instalação de Gaxetas .......................................................................................... 11
11. Problemas Mais Comuns com Engaxetamento .......................................... 13
JUNTAS DE VEDAÇÃO 14
1. Definição ..................................................................................................................... 14
2. Forças em uma União Flangeada ....................................................................... 14
3. Eficiência de uma Junta ......................................................................................... 14
4. Influência do Acabamento dos Flanges na Escolha da Junta .................. 14
5. Tipos de Faces de Vedação dos Flanges........................................................... 16
6. Dimensionamento de Juntas Não-Metálicas ................................................. 16
7. Emendas de Juntas Não-Metálicas .................................................................... 17
8. Materiais mais utilizados na Fabricação de Juntas Não-Metálicas ......... 17
Problemas Mais Comuns com Juntas de Papelão Hidráulico .................. 19
9. Juntas Metálicas ....................................................................................................... 21
10. Procedimento de Instalação de Juntas .......................................................... 23
CURSO DE VEDAÇÃO 1
PRODUTOS TEADIT
Papelões
Gaxetas Hidráulicos
Produtos em PTFE
TEALON
Papelões Isolantes
Esta apostila foi preparada para fornecer informações bá- Cabe ressaltar que o conteúdo desta apostila está embasado
sicas sobre vedações em válvulas, equipamentos rotativos na experiência do grupo Teadit na fabricação de produ-
e uniões flangeadas. tos para vedação de qualidade internacionalmente reco-
nhecida e que representa o que existe de mais moderno
Seu objetivo é, servir de material de apoio ao curso mi- a nível mundial.
nistrado pela Teadit, passando um maior conhecimento
técnico aos responsáveis pelas especificações de Gaxetas Como este é um trabalho sujeito a atualizações, a
e Juntas, bem como orientar os usuários sobre os procedi- Teadit agradece o envio de comentários e sugestões ao
mentos necessários à instalação destes materiais. Departamento Técnico, por e-mail, fax ou correio.
Av. Pastor Martin Luther King Jr., 8.939 - Rio de Janeiro- RJ - CEP 21530-012
Tel. 55 (21) 2132-2500 - Fax. 55 (21) 2132-2550 - e-mail: engenhariadeprodutos@teadit.com.br
ISO
EMPRESA
4. COMPOSIÇÃO
Grafite Flexível / Carbono
4.1. Fibras Utilizadas Reúne as principais características dos dois tipos de
filamento, proporcionando uma gaxeta com excelente
Existe uma grande variedade de fibras apropriadas para selabilidade, baixo coeficiente de atrito e excelente re-
a fabricação de gaxetas de vedação, cada uma delas com sistência à extrusão. Sendo indicada tanto para haste de
características próprias. A utilização de uma ou outra, tem válvulas como para eixos rotativos.
como objetivo a obtenção do melhor desempenho para
as gaxetas em cada aplicação específica. Produto: Quimgax® 2202
Abaixo relacionamos as fibras mais utilizadas, bem como
PTFE Expandido
as principais propriedades que conferem as gaxetas:
Atualmente, vários tipos de filamentos de PTFE são utili-
FIBRAS TEMPERATURA (oC) FAIXA DE pH zados na produção de gaxetas, sendo que os testes de-
Mínima Máxima monstraram que os diferentes processos de produção dos
450 At. Oxidante filamentos influenciam diretamente na performance das
Carbono -240 0-14
650 Vapor gaxetas de PTFE.
Grafite Flexível 450 At. Oxidante
Grafite Flexível/Carbono -240 650 Vapor 0-14 A TEADIT utiliza hoje na fabricação de seus filamentos, a
mais avançada tecnologia em PTFE expandido e aditivado,
PTFE Expandido -200 280 0-14
que proporciona às suas gaxetas características superiores
PTFE - grafite -200 280 0-14 às das similares produzidas com filamentos obtidos por
meta-Aramida -100 290 1-13 outros processos, tais como:
para-Aramida -100 280 2-12
EGK®: Maior Flexibilidade, melhor conformação na caixa
-100 280 0-14
PTFE-grafite/aramida de gaxetas.
EWK®: PTFE-aramida -100 280 0-14
Menor Atrito, menor desgaste e geração de calor.
Fenólica -100 250 1-13
Menor Encolhimento, maior selabilidade.
4-10 Grafitada*
Sintética -100 230 Menor Relaxamento, menor necessidade
2-12 Teflonada**
Vegetais -25 100 6-8 Parafinada de reapertos.
* Impregnada com grafite – ** Impregnada com PTFE
Maior Transmissão de Calor, maior arrefecimento.
Essas qualidades conferem as Gaxetas de PTFE expandido
Carbono e aditivado TEADIT, excelente performance numa ampla
faixa de aplicação.
São obtidas por processo de oxidação controlada de fi-
bras de base asfáltica ou acrílica, obtendo-se as fibras de Produtos: Quimgax® 2005 - Quimgax® 2006 -
carbono (com 95% de carbono). Possuem excelente esta- Quimgax® 2010 - Quimgax® 2020
bilidade e condutividade térmica, são auto-lubrificantes,
e são inertes a maioria dos produtos químicos. Ideal para PTFE-Grafite
trabalhos com alta temperatura, alta pressão, alta veloci- Produzido com a mesma tecnologia do filamento de PTFE
dade periférica e produtos químicos agressivos. expandido e aditivado, é obtido através da integração
molecular do PTFE expandido com o grafite, resultan-
Produtos: do em um material auto-lubrificante com coeficiente de
Quimgax® 2025 - Quimgax® 2200 atrito muito baixo, excelente resistência a produtos quí-
micos, alta condutibilidade térmica e dissipação de calor.
Grafite Flexível Apresenta excelente selabilidade, não enrijece e virtual-
Obtido a partir do grafite puro expandido e, posterior- mente elimina o desgaste no eixo.
mente, compactado sob pressão, o Grafite Flexível apre-
senta propriedades únicas de inércia química, resistência
Produto: Quimgax® 2007G
térmica, resiliência e compressibilidade. É auto lubrificante Aramidas
e dissipador de calor, sendo portanto ideal para trabalhos Fibras de poliamida aromática dividem-se em dois grupos:
a altas temperaturas.
As gaxetas de grafite flexível podem ser reforçadas com 1) para-Aramidas oferecem incomparável resistência à
fios de Inconel®. Este reforço visa aumentar a resistência pressão e a fluidos abrasivos. Apresentam ainda excelen-
mecânica das gaxetas para aplicações em válvulas de te estabilidade dimensional e boa resistência a produtos
alta pressão. químicos. Como as gaxetas produzidas com essa fibra
são especialmente indicadas para trabalhar com fluidos
Produtos: Quimgax® 2000S - Quimgax® 2000IC - que contenham sólidos em suspensão / abrasivos (areia,
Quimgax® 2235 - Quimgax® 2236 polpa de minério, etc.), recomendamos que o eixo / luva
CURSO DE VEDAÇÃO 5
5. FATOR DE PH
FLUIDO
Um dos fatores mais importantes para a escolha de uma LIMPO
gaxeta, é a compatibilidade química de seus componen-
tes com o fluido de processo com o qual terão contato.
GOTEJAMENTO
A agressividade química de um fluido é medida por um
fator chamado de “Potencial de Hidrogênio” (pH), que PRESSÃO POSITIVA
varia em uma escala de 0 a 14.
6 7 8
5 9 Sistema Integrado de Lubrificação Com auxílio de um
anel lanterna esse sistema é utilizado quando:
4 Neutros 10
O fluido de processo contiver sólidos em suspensão,
3 11
C mantendo a caixa de gaxetas limpa.
12
áu
stic
Ácid
Quanto mais próxima das extremidades estiver a classifi- A temperatura do fluido do processo for muito
cação de um fluido, mais agressivo ele será. elevada, ajudando na refrigeração e lubrificação do
engaxetamento.
Exemplos:
Fluidos Ácidos Variam de 0 a 6 Este sistema consiste na injeção de um fluido limpo (nor-
malmente água), com uma pressão de 1 a 1,5 bar superior
Ácido Sulfúrico > pH tendendo a 0 à pressão interna da caixa de gaxetas.
Fluidos Neutros Variam de 6 a 8 Este fluido é injetado entre os anéis da gaxeta através do
Água (neutro) > pH 7 anel lanterna (anel perfurado de PTFE, bronze, aço carbo-
no ou inox), cuja posição no engaxetamento é definida
Fluidos Cáusticos Variam de 8 a 14 no projeto pelo fabricante do equipamento.
Soda Cáustica > pH tendendo a 14
Se não houver problemas de contaminação ou de dilui-
6. SISTEMAS DE ENGAXETAMENTO ção do fluido de processo, este líquido é suprido por uma
fonte externa.
Os sistemas de engaxetamento utilizados dependem Quanto o fluido bombeado não puder sofrer contamina-
do projeto da caixa de gaxetas e dos fluidos envolvidos. ção ou diluição e/ou quando a pressão interna na caixa
Os dois projetos mais usuais nas industriais em geral são: de gaxetas for inferior à atmosférica, o fluido de injeção
deverá ser retirado da própria descarga da bomba e fil-
Sistema Auto-lubrificante Este é o projeto mais simples trado (se contiver sólidos em suspensão) para então ser
e amplamente utilizado com fluidos limpos (não contami- injetado na caixa de gaxetas através do anel lanterna.
CURSO DE VEDAÇÃO 7
SAÍDA
Rotativos Em equipamentos rotativos de uma manei-
Injeção de Fluido ra geral e em bombas especificamente encontramos as
Lubrificante Limpo seguintes medidas:
SOBREPOSTA
CAIXA DE GAXETAS SAÍDA
7B
E
N
Fluido com T 5,25 B 2B
Sólidos em R
A
Suspensão D
2B 3B
B
SOBREPOSTA
A
E
CAIXA DE
N B GAXETAS
T
Anéis
ANÉIS DE GAXETAS de Gaxeta R 15o A 30o
A
ROTOR
Anel Lanterna D 0,25 B 1,5 B 0,25 B
EIXO
A
DIÂMETROS DOS ANÉIS TAMANHO DA GAXETA
pol (mm) (B) pol (mm)
DE 5/8" (15,9) ATÉ 1,1/8" (28,6) 5/16" (7,9)
7. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE GAXETAS ACIMA DE
ACIMA DE
1,1/8" (28,6)
1,7/8" (47,6)
ATÉ
ATÉ
1,7/8" (47,6)
3" (76,2)
3/8"
1/2"
(9,5)
(12,7)
ACIMA DE 3" (76,2) ATÉ 4,3/4"(120,7) 5/8" (15,9)
ACIMA DE 4,3/4"(120,7) ATÉ 12" (304,8) 3/4" (19,1)
O dimensionamento da caixa de gaxetas depende funda-
mentalmente das características físico-químicos do fluido
e em função do equipamento. Número de anéis de gaxeta: 5
Válvulas O API (American Petroleum Institute) criou a Largura do anel lanterna: 2 vezes a bitola da gaxeta
norma API 621 com recomendações para o recondiciona- Curso ou ajuste da sobreposta: 2 vezes a bitola da gaxeta.
mento de Válvulas Gaveta, Globo e de Bloqueio, das quais Caso não haja anel de lanterna, a profundidade total da
destacamos: caixa será igual a 5B.
A - Espaçador / Haste
Haste / Sobreposta: 0,90 a 1,50 mm
B - Caixa de Gaxetas /
Sobreposta
Caixa de Gaxetas /
Espaçador: 0,15 a 0,80 mm
As condições gerais do equipamento são de vital impor-
C - Fundo da Caixa / Haste:
tância para a vida útil do engaxetamento. Folgas excessi-
0,5 mm (máximo)
vas causam extrusão da gaxeta e o empenamento causa
fadiga no engaxetamento devido aos esforços alternados
de compressão durante a rotação do eixo.
De nada adianta especificar corretamente o tipo de gaxeta
se as tolerâncias acima não forem obedecidas.
8 CURSO DE VEDAÇÃO
8. SELEÇÃO DE GAXETAS DE VEDAÇÃO Para fluidos limpos, podemos trabalhar com gaxetas mais
macias e consequentemente menos agressivas ao eixo.
Num engaxetamento típico, a pressão de vedação e o con-
sequente esforço do motor ou do operador (válvulas) para girar Características Químicas do Fluido A resistência química
o eixo, serão diretamente proporcionais à pressão de operação dos lubrificantes e impregnantes da Gaxeta bem como
do sistema, ao comprimento da caixa de gaxetas, ao diâmetro a fibra utilizada na sua construção tem fundamental
do eixo e sua RPM e ao coeficiente de atrito do engaxetamento. importância neste item, dessa forma deveremos escolher
Portanto, ao fazer a seleção da Gaxeta para uma determinada uma gaxeta cuja faixa de pH seja compatível com o pH
aplicação, deve-se analisar os seguintes fatores: do fluido de processo.
Temperatura e Pressão de Operação Aqui também a
Tipo e Condições do Equipamento As Gaxetas para vál- resistência dos materiais de construção da Gaxeta devem
vulas devem ser mais densas e não há necessidade de ser compatíveis com as temperaturas e pressões as quais
muito lubrificante. Já para os equipamentos rotativos, as serão submetidos.
Gaxetas devem ser flexíveis e conter bastante lubrificante
ou então serem feitas com fibras auto-lubrificantes, veri- Velocidade Periférica As experiências em campo
ficar o sistema de lubrificação existente no equipamento. mostraram que cada tipo de Gaxeta (material, construção,
lubrificação) tem um limite de resistência que pode
O acabamento superficial do eixo ou haste deverá ter a ser relacionado com a com a velocidade periférica (ou
rugosidade adequada e estar em bom estado. superficial) do eixo.
Características Físicas do Fluido Os fluidos podem ser ga- eixo.π.RPM
ses ou líquidos, podendo ainda ser voláteis, cristalizantes, Vp =
limpos ou com sólidos em suspensão. 60.000
No caso de gases (incluindo o vapor), trata-se normal- Onde: Vp = Velocidade Periférica do eixo, em m/s
mente de uma válvula e a gaxeta deverá ser compacta e = Diâmetro do eixo, em mm
de alta selabilidade. RPM = Rotações por minuto
Quando o fluido for volátil, obrigatoriamente deve-
Relação Custo x Benefício Sempre que uma Gaxeta for
mos ter um lubrificante externo ou aplicar uma Gaxeta
especificada, os seguintes fatores devem ser observados:
autolubrificante.
desempenho, durabilidade, contaminação do fluido,
No caso de fluidos cristalizantes ou com sólidos em otimização dos itens de estoque, eventuais problemas à
suspensão, além da fonte externa de lubrificação, de- saúde de quem manuseia a Gaxeta e perdas de produção.
vemos trabalhar com gaxetas que possuam boa resis- A análise de todos estes fatores é que determinará o
tência a abrasão. produto mais vantajoso ao cliente.
Temperatura Pressão
Tipo Fibra Faixa de pH Tipo de Válvula
(ºc) (bar)
Grafite HT/
2235 650 Vapor 450 0 a 14 Bloqueio
Inconel®
Grafite HT/
2236 450 Atm. Oxidante 450 0 a 14 Bloqueio
Inconel®
450 Atm. Oxidante
2000IC Grafite/Inconel® 400 0 a 14 Bloqueio
650 Vapor
450 Atm. Oxidante
2202 Carbono/ Grafite 300 0 a 14 Controle / Bloqueio
650 Vapor
450 Atm. Oxidante
2000S Grafite 300 0 a 14 Controle / Bloqueio
650 Vapor
E
9.2. Conclusão
N
T Tendo em vista as características e os conceitos das
R
A gaxetas nas regiões I e II, vários arranjos de gaxetas po-
70 % DO DESGASTE
D
A
8 7 6 5 4 3 2 1 100 derão ser analisados, com o objetivo de proporcionar
200
uma maior vida do engaxetamento com ou sem fluidos
Figura 2 300
abrasivos e melhor performance do equipamento, com
CARGA RETIDA
ou sem água de selagem.
400
( PSI )
Consulte a nossa Engenharia de Aplicação para selecionar
Desta forma, os anéis do fundo da caixa de gaxetas o arranjo mais adequado as suas condições de operação.
(Figura 1), recebem uma pressão de aperto menor
que os anéis mais próximos à sobreposta. Por esta
CURSO DE VEDAÇÃO 11
Saliência lateral
em um ou mais anéis.
Anel cortado muito curto. ⇒ Utilizar os anéis com os comprimentos corretos.
Anéis com face Anéis giram junto com o eixo ⇒ Providenciar o reparo do eixo ou
externa desgastada ou ⇒ Luva de desgaste ou eixo desgastado. trocar a luva de desgaste.
brilhante. ⇒ Bitola da gaxeta inferior à recomendada. ⇒ Utilizar gaxeta com a bitola correta.
Alta vibração
⇒ Rotor desbalanceado. ⇒ Fazer o balanceamento do rotor.
Variação na espessura
⇒ Rolamento danificado. ⇒ Providenciar a troca dos rolamentos.
radial dos anéis.
⇒ Empenamento do eixo. ⇒ Fazer o reparo do eixo.
⇒ Desalinhamento do eixo.
Face de contato de um
anel está brilhante.
Um anel gira e o outro se mantém fixo. ⇒ Fazer o reparo do eixo.
14 CURSO DE VEDAÇÃO
Força Radial ⇒É originada pela pressão interna e tende Condições gerais ⇒ Tipo, material e dimensional dos
a expulsar a junta. flanges e dos parafusos, montagem correta e caracterís-
Força de Separação ⇒ Também é originada pela pressão ticas típicas de cada equipamento / aplicação.
interna e tende a separar os flanges.
Força dos Parafusos ⇒É a carga total exercida pelo aper- 4. INFLUÊNCIA DO ACABAMENTO DOS FLANGES NA
to dos parafusos.
ESCOLHA DA JUNTA
Força de Vedação ⇒É a força que comprime os flanges Como regra geral, é necessário que a superfície seja ra-
contra a junta. Inicialmente é igual à força dos parafusos, nhurada para as juntas não metálicas já que elas preci-
após a pressurização do sistema é igual à força dos para- sam ser mordidas pela superfície de vedação, lisa para as
fusos menos a força de separação. metálicas e ligeiramente áspera para as semi-metálicas.
A força dos parafusos, aplicada inicialmente sobre a junta, As superfícies dos flanges podem variar do acabamento
além de esmagá-la, deve: bruto de fundição até o lapidado. Entretanto, o acaba-
⇒Compensar a força de separação causada pela pres- mento mais encontrado comercialmente é o ranhurado
são interna. concêntrico ou em espiral fonográfica, conforme mos-
trado na Figura 1.
⇒Ser suficiente para manter uma pressão residual sobre
a junta, evitando o vazamento do fluido.
CURSO DE VEDAÇÃO 15
953 RX
Quadro de Aplicação
CARACTERÍSTICAS DO FLANGE Observações:
Não-Metálico ou Metálico Metálico
Linha com revestimento frágil Classe de 1- Em flanges sem ressalto
TEADIT RF FF RF FF Pressão
usar sempre juntas FF.
(com ressalto) (sem ressalto) (com ressalto) (sem ressalto) Lingueta Macho e (PSI)
Anel
e Ranhura Fêmea
Liso ou Ranhurado Liso ou Ranhurado Liso Ranhurado Liso Ranhurado 2 - Verificar sempre a
Papelões compatibilidade química
Hidráulicos das juntas com o fluido a
U60NA - NA1100 ser vedado.
NA1092 - NA1002 ≤ 400
⇒ Parafusos com aperto insuficiente. ⇒ Calcular torque adequado para as condições de trabalho.
⇒ Procedimento de aperto incorreto. ⇒ Seguir procedimento correto de aperto dos parafusos.
Falta de aperto
⇒ Junta relaxada devido à temperatura de operação. ⇒ Especificar uma junta mais apropriada para essa aplicação.
na montagem ⇒ Assegurar-se de que as porcas se movimentam com
⇒ Roscas defeituosas. facilidade ao longo de toda a rosca dos parafusos.
⇒ Comprimento insuficiente da rosca. ⇒ Trocar os parafusos.
Ranhuras fora da norma ⇒ Incompatibilidade do tipo de acabamento ⇒ Providenciar a substituição da junta ou dos flanges,
superficial do flange com a junta utilizada. conforme indicado na tabela “ASME PCC1 – 2010).
Material da junta
⇒ Incompatibilidade química do material com o ⇒ Examinar as recomendações do fabricante para
deteriora-se selecionar o tipo de material ou junta capaz de resistir
rapidamente fluido e/ou temperatura excessiva. às condições de trabalho.
Dimensões ⇒ Erro de projeto, fabricação ou uso de ⇒Verificar se a norma utilizada para a fabricação das jun-
incorretas tas é compatível com a norma pela qual a os flanges da
norma errada. tubulação / equipamento foram projetados.
20 CURSO DE VEDAÇÃO
6000
processo de fabricação desenvolvido para produzir fo-
lhas aditivadas e com estrutura fibrilada de orientação 5500
Ideal para flanges de grandes dimensões, pois pode com- se transforma em uma fita fina
pensar a falta de planicidade e pequenas irregularidades 5 que se espalha sobre a super-
além de dispensar emendas (ex: torre de destilação de ál- fície de vedação, preenchendo
cool). De fácil utilização em qualquer formato de flange as irregularidades e garantindo
(ex: carcaça de bombas). Possui certificação para trabalhar uma excepcional selabilidade.
com produtos alimentícios e farmacêuticos (FDA).
Placa de PTFE expandido - Quimflex® SH
O Quimflex® SH é fabricado através de
um processo especial que gera uma 8.3. GRAFLEX® - Grafite Flexível
estrutura de fibras uniformes e
Produzido através da expansão e calandragem do gra-
biaxiais. De fácil corte e estam-
fite natural, possui entre 95% a 99% de pureza.
pagem, é ideal para aplicações nas
O grafite flexível possui alta selabilidade, alta reten-
quais o espaço entre os flanges é redu-
ção de torque, eliminando a necessidade de reapertos
zido. Possui certificação para trabalhar com
frequentes.
produtos alimentícios e farmacêuticos (FDA).
Devido às suas características, é um dos materiais de vedação
8.2.3.1. Procedimento de Instalação do Quimflex 24B mais seguros (fire-proof), Possui excelente resistência aos
Além de seguir o procedimento descrito no item 11 (pági- ácidos, soluções alcalinas e compostos orgânicos, sendo
na 23), observar as recomendações abaixo relacionadas: especialmente indicado para aplicações com óleo térmi-
co, hidrocarbonetos e vapor. Entretanto, em atmosferas
oxidantes e temperaturas acima de 450° C, o seu uso deve
ser cuidadosamente analisado.
1 A largura da junta plana é deter-
minada pelo diâmetro nominal Placas de Graflex® ⇒ Por serem materiais de baixa re-
do flange normalizado ou de 1/3 sistência mecânica, as placas de Graflex® são fornecidas
a 1/2 da largura da superfície de com reforço de aço inoxidável 316, que podem ser per-
vedação do flange. Descolar a fita furadas (TJE) ou não (TJR). Devido à dificuldade de corte,
adesiva e pressionar suavemente recomenda-se que esse material já seja solicitado sob a
o Quimflex® 24B, centralizando-o forma de junta cortada.
sobre a área de vedação. Não é recomendável a utilização de juntas de Graflex® em
flanges com classe de pressão acima de 300#, a menos
Completar a instalação cruzan-
que sejam instaladas com torque controlado.
do as pontas da fita uma sobre
2 a outra, junto ao furo do flange. GR3110I ⇒Junta plana trançada com fios de grafite flexível
Ajustar os parafusos primeira- com reforço de fios de Inconel®, possui fita auto-adesiva
mente com as mãos depois, atin- em uma das faces o que permite rápida e fácil instalação
gir o aperto desejado no mínimo em flanges sob qualquer posição. A junta GR3110I é reco-
em três estágios, seguindo sem- mendada para flanges com formato irregular, de grandes
pre a sequência de aperto cruza- dimensões ou frágeis, em tubulações e equipamentos
do (vide procedimento ASME). que necessitem de uma excepcional selabilidade a altas
temperaturas.
Em algumas aplicações, princi-
3 palmente em flanges frágeis aon-
de o volume extra na altura do 9. JUNTAS METÁLICAS
cruzamento podem vir a causar
problemas, as extremidades do 9.1. Juntas METALFLEX®
Quimflex® 24B devem ser unidas São espirais constituídas de uma fita metálica pré-formada
através de um corte chanfrado. e de um enchimento com material macio que propicia a
vedação. Quando é realizado o aperto inicial da junta,
Em casos de flanges de grandes o enchimento escoa preenchendo as imperfeições do
dimensões ou com sérios proble- flange. A fita metálica além de dar resistência mecânica
4 mas de vedação, pode-se mon- permite a junta reagir como uma mola, acomodando-se
tar uma junta Quimflex® 24B ao às variações de pressão e temperatura.
lado da outra ou até uma sobre
a outra. Podem ser fabricadas em diversas combinações de mate-
riais, dimensões e formas. As juntas produzidas conforme
Após o aperto, o Quimflex® 24B a norma ASME B16.20 (antiga API 601) para flanges ASME
B16.5 e B16.47 são padronizadas e de série.
22 CURSO DE VEDAÇÃO
Mediante pedido, as juntas Metalflex® também poderão 9.1.3. Junta METALFLEX® 911
ser produzidas conforme outras normas ou com dimen- Utilizada em flanges tipo “macho e fêmea”, “lingueta e
sões especiais. encaixe” em tubulações, equipamentos e castelos de
Materiais das fitas metálicas válvulas. Também é usada em equipamentos onde exis-
tam limitações de espaço e peso. É o tipo básico de jun-
⇒AISI 304 e 304L: padrão Teadit, para uso geral tas Metalflex, por constituir-se apenas da espiral circular.
⇒AISI 316 e 316L : padrão Teadit, para ataque químico.
Fabricada na espessura padrão de 3,2 mm. Podendo a pe-
⇒AISI 321: temperaturas elevadas. dido, ser fabricada nas espessuras de 4,45 mm, 4,75 mm e
⇒Monel, Inconel®, Níquel, etc, para aplicações especiais. 6,4 mm. Em casos especiais também pode ser fabricada
com anel interno “911M” ou com travessas para junta de
Enchimento trocador de calor “911T”.
Por ser responsável pela selabilidade da junta, utiliza-se
materiais com elevada capacidade de vedação: 9.1.4. Junta METALFLEX® 914
⇒Graflex®: padrão, temperaturas até 450º C. Similar a 911, porém com formas não circulares, é utilizada
principalmente em: janelas e portas de visita de caldeiras
⇒Graflex®HT: para temperaturas entre 450 e 650º C.
e castelos de válvulas.
⇒Micaflex®: para temperaturas acima de 650º C.
⇒PTFE: ataque químico, criogenia. 9.2. Juntas METALBEST® – 923 e 927
Construídas de uma dupla camisa metálica sobre enchi-
mento macio. Suas aplicações mais típicas são em troca-
9.1.1. Junta METALFLEX® 913 dores de calor. Produzidas sob encomenda, não existe
Indicada para flanges com ressalto, também pode ser praticamente nenhum limite de diâmetro ou forma para
aplicada em flanges com face plana. sua fabricação. As juntas 923 também são empregadas
Anel de Centralização: por não entrar em contato direto em flanges de grandes diâmetros em reatores de indús-
com o fluido, é normalmente fabricado em aço carbono trias químicas.
1010/1020, com um acabamento anti-corrosão, que pode Para tubulações de gases de alto-forno das siderúrgicas
ser pintura ou algum tipo de galvanização. e outras aplicações cujas principais características são a
Quando aplicada em flanges de aço inoxidável, em am- alta temperatura, baixa pressão e flanges com empena-
bientes extremamente agressivos ou em criogenia, é re- mentos e irregularidades. Podem ser fabricadas nas es-
comendado o uso da guia externa no mesmo material pessuras de 3,2 e 6,4 mm.
do flange. As juntas 923 quando recobertas por grafite flexível
“Graflex®” ou PTFE expandido “Quimflex®” recebem o
código de 927.
9.1.2. Junta METALFLEX® 913M
Se diferencia da 913 por possuir um “Anel Interno” que
evita o esmagamento excessivo da junta devido à força 9.3. Junta CAMPROFILE® – 942 e 946
de aperto dos parafusos, reduz a turbulência do fluido na
região de transição entre os flanges e evita a flambagem Uma das melhores alternativas para elevadas pressões
das juntas. Também é de uso obrigatório quando o fluido de trabalho, as juntas Camprofile® 942 e 946 combinam
contém partículas abrasivas ou quando o enchimento das a resistência de um núcleo maciço e serrilhado, com a
espiras for de PTFE. excelente selabilidade de uma cobertura com Graflex®,
Quimflex® ou Micaflex®.
O anel interno é usualmente fabricado no mesmo material
da fita metálica. Porém, em processos altamente corrosi- O perfil metálico serrilhado da junta permite atingir ele-
vos, deve-se usar anel interno em PTFE. vadas pressões de esmagamento com baixo aperto nos
parafusos, enquanto a fina camada de Graflex®, Quimflex®
Aplicações da Junta Metalflex® 913 e 913M: ou Micaflex®preenche as irregularidades e evita que o
⇒Linhas com ciclagem térmica serrilhado marque a superfície dos flanges.
⇒Linhas com forte vibração, golpes de aríete ou vácuo. Material do Núcleo ⇒ deve ser especificado de acordo
⇒Pressões e temperaturas elevadas. com a compatibilidade química do fluido e com a tem-
peratura de operação. É recomendado que o núcleo seja
fabricado com o mesmo material do equipamento para
evitar corrosão e problemas de expansão diferencial.
CURSO DE VEDAÇÃO 23
2. Informe qualquer desalinhamento superior aos acima 4. Consulte a Teadit e/ou o departamento de engenharia
mencionados, solicitando autorização específica para de sua companhia para orientação da especificação de
dar continuidade ao trabalho caso não seja possível torque a ser aplicado.
corrigir essa falha.
5. Sempre aperte as porcas em múltiplos passos:
E - INSTALAÇÃO DA JUNTA
Passo 1 ⇒ Aperte todas as porcas manualmente. Parafusos
1. Assegure-se de que a junta é do tamanho e material
muito grandes podem requerer a utilização de uma pe-
especificados para a aplicação e compatível com o aca-
quena ferramenta manual (já executado no item G.2).
bamento superficial do flange.
Passo 2 ⇒ Aperte cada porca até aproximadamente 30%
2. Examine a junta para certificar-se que ela está isenta do torque final especificado.
de defeitos. (foto 1) Passo 3 ⇒Aperte cada porca até aproximadamente 60%
do torque final especificado.
3. Cuidadosamente insira a junta entre os flanges.
Passo 4 ⇒ Aperte cada porca até atingir o torque final
4. Certifique-se que a junta esteja centralizada entre os especificado.
flanges. (foto 2) Passo 5 ⇒Aplique o aperto final em todas as porcas, se-
guindo agora o sentido horário até que todas tenham
atingido o torque final especificado. (Flanges de grande
diâmetro podem requerer apertos adicionais).
Passo 6 – Repetir o 5° passo pelo menos 4 horas após a
instalação da junta e antes de energizar o sistema.
H - REAPERTO
Atenção: Consulte a Teadit e/ou o departamento de en-
foto 1 foto 2 genharia de sua companhia para obter recomendações
5. Não utilize cola ou outros agentes de fixação na junta de reaperto.
ou na face dos flanges, que não sejam os especificados 1. Não reaperte juntas a base de elastômero e fibras não-
pelo fabricante da junta. -amianto, depois que estas tenham sido expostas a elevadas
temperaturas, a menos que haja especificação contrária.
6. Aproxime os flanges, assegurando-se de que a junta
não seja mordida ou danificada. 2. Reaperte os parafusos expostos a ciclos térmicos
agressivos.
F - LUBRIFICAÇÃO
1. Utilize apenas lubrificantes especificados ou aprovados. 3. Todo reaperto deverá ser realizado a temperatura am-
biente e pressão atmosférica.
2. Aplique lubrificante em abundância, uniformemente
na rosca e nas superfícies de aperto dos parafusos, por-
cas e arruelas.
3. Assegure-se de que o lubrificante não contamine a
junta ou a superfície de contato do flange.
G - INSTALAÇÃO DOS PARAFUSOS
1. Numere os estojos ou os furos dos parafusos com “mar-
ca tudo” seguindo a sequência cruzada.
2. Instale cada um dos parafusos ou estojos com as res-
pectivas porcas e arruelas, e com a mão movimente as
porcas até que as arruelas encostem-se aos flanges. Caso
seja necessário utilize uma chave fixa adequada. Todos os Para maiores detalhes sobre instalação de juntas, por
parafusos devem ultrapassar obrigatoriamente as porcas favor consulte a Teadit e o ESA/FSA Guidelines for safe
em pelo menos dois fios de rosca. seal usage - Flanges and Gaskets, disponível na Fluid
3. Sempre utilize ferramentas adequadas: Torquímetro Sealing Association e na European Sealing Association.
calibrado ou qualquer outra ferramenta com controle de Nota: Para informações mais detalhadas sobre Juntas
tensão aplicada. Aperte as porcas seguindo a numeração Industriais, sugerimos consultar o livro de autoria do
efetuada anteriormente sempre em ordem crescente, re- Engenheiro José Carlos Veiga – 5a Edição.
petindo essa operação para cada passo abaixo.
Obra Registrada no 173.856 – Rio de Janeiro/RJ.
Gráfico para Determinar a Velocidade Periférica
(FPM)
4000
3400
2000
2800
3000
2600
3600
3800
2400
2200
1200
3200
1800
1000
1600
1400
600
800
400
200
120 4 3/4
4
110 3 3/4
3 1/2
m
100
rp
3 1/4
0
rp
rp
90
0
200 rpm
3
m
Diâmetro do Eixo (mm)
18
rp
00
00
rpm
80 0 0 pm
2 3/4
0r
15
12 30 0 2 1/2
36
80 0
70 m
0 rp
2 1/4
500
(polegadas)
60 2
1 3/4
50
1 1/2
40 1 1/4
1
30
3/4
20 1/2
3/8
10
1/4
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Velocidade Periférica (m/s)
Os produtos de isolamento e proteção térmica A utilização das gaxetas Teadit permite excelentes resultados
da Teadit auxiliam as indústrias, em especial, na redução ou eliminação do uso de água de selagem
os segmentos siderúrgico, metalúrgico e em grande parte das aplicações mais criticas, gerando
petroquímico, na melhoria do desempenho de economia e melhora na manutenção e, consequentemente,
seus processos produtivos e na segurança da biodiversidade.
necessária tanto com respeito ao homem
quanto ao meio ambiente.
TEADIT:: eficiente na redução
Teadit: atenta à vida, para um mundo de desperdícios de água,
ecologicamente melhor. para um mundo
ecologicamente melhor.
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