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Historia Do Ensino de Historia Do Brasil
Historia Do Ensino de Historia Do Brasil
1-Introdução:
- Importância de se pensar historicamente o ensino. Relação contexto, lutas políticas e sociais e ensino (Circe Bittencourt e
Marc Ferro)
-Sobre organização do texto: dizer que não se trata de evolução mas que ainda assim optou-se pela ordem cronológica.
Ademais, fala-se em tendência, já que a história não é uníssona.
Falar que na aula (didática) utilizarei alguns livros didáticos para “contar a história”. Justificativa vem de Maria Aux. Schmidt:
Os manuais didáticos são considerados uma das fontes importantes para a reconstituição da história das disciplinas escolares
no Brasil, como atestam trabalhos como os de Bittencourt (1998), Freitas (2006) e Mattos (1998), incluindo-se também os
manuais destinados a professores de História.
Ademais, segundo estes autores, diz respeito a um movimento inserido na dinâmica das
articulações entre as instituições escolares e determinados projetos e propostas polí-ticas.
Trata-se de um processo paulatino de produção de referências sociais, tendo a es-cola ou a
forma escolar de socialização e transmissão de conhecimentos como eixos arti-culadores de
sentidos e significados, ao qual dá o nome de escolarização do social. Nes-se processo, a
noção de cultura escolar é particularmente importante para a compreensão deste fenômeno
porque
Admite-se, ainda, a noção de cultura escolar como uma das categorias norteadoras para a
análise da constituição da História enquanto um conhecimento escolarizado, pois, a cultura
escolar pode ser considerada como um conjunto de teorias, ideias, princípios, rituais,
hábitos e práticas, formas de fazer e de pensar, mentalidades e comportamentos sedimentados
ao longo do tempo sob a forma de tradições, regularidades e regras.
No entanto, a especificidade do campo do ensino de História impõe a necessidade de se
analisar a natureza desse conhecimento e sua relação com as culturas escolares. Nesse
sentido, os trabalhos de Rüsen (2010; 1994) podem ser tomados como referência para a
construção de um diálogo entre o ensino da História e as perspectivas dessa ciência,
levando-se em conta a categoria de cultura histórica. Para esse autor, cultura histórica
pode ser considerada uma categoria de análise que trata dos fenômenos relacionados
ao papel da memória no espaço público, referindo-se ao
Essa transmutação a que se refere Fernandez Cuesta, implica na produção do que ele chama
de “textos visíveis do código disciplinar”, tais como currículos e manuais didáticos, além
dos “textos invisíveis do código disciplinar”, isto é, as práticas dos profesores e dos
alunos em aulas de História. Com base nesse conceito e partir de investigações já
realizadas em manuais destinados a professores e em propostas curriculares, produzidos
no Brasil6, foram sistematizados elementos para construção da seguinte periodização do
ensino de História no Brasil:
*Comentar um pouco onde começa e principais características de cada período mas dizer que
só trabalharei o 1 nesta primeira aula.
Tal concepção tem a vantagem de dar conta do espaço de liberdade que têm os professores, que
lhes permite manter a “tradição pedagógica”, ao mesmo tempo em que a modificam
constantemente.
Ex. Na disciplina História, a perspectiva eurocêntrica do seu ensino é um exemplo da força de uma
continuidade consolidada na tradição da história ensinada. Por outro lado, as práticas docentes
com base na reflexão, na criatividade e em renovadas proposições pedagógicas, como a dos
autores aqui analisados, movimentaram forças para a reconfiguração da escola e do ensino
As escolas públicas da época não eram como as de hoje. Nos primórdios do Império, o professor dava as aulas na
própria residência ou então numa casa que alugava com esse fim. Ele podia ter de alguns poucos alunos a mais de
uma centena. Não havia separação por idade ou série. Os estudantes ficavam todos na mesma sala, e o professor
os dividia segundo o conhecimento que tinham.
Não se fixava idade para entrar na escola. Os alunos podiam começar a qualquer momento entre os 5 e os 12
anos, conforme o desejo da família. O curso durava, em média, quatro anos. Ao fim dos estudos, para receberem
o certificado, as crianças se submetiam a um exame aplicado por uma banca de inspetores do governo.
Parte pequena dos meninos continuava os estudos para chegar ao ensino superior — as duas primeiras
faculdades do Brasil, as de direito de São Paulo e Olinda, foram criadas nesse mesmo ano de 1827. As meninas,
por sua vez, quase nunca iam além da escola de primeiras letras.
Não há no período regencial, apontamento da existência de cadeiras de História em nenhuma província brasileira,
seja no ensino de Primeiras Letras, seja no Ensino Secundário. (HAIDAR, 1972, p. 21)
A criação do Colégio Pedro II, em 02 de dezembro 1837, obra do Ministro da Justiça, Bernardo Pereira de
Vasconcelos, ao tempo do Regente Pedro de Araújo Lima, foi, no plano administrativo, a tentativa de se
estabelecer um modelo de estrutura para o ensino secundário
As disciplinas de História e Geografia eram dadas pelo mesmo professor, Dr. Justiniano José Rocha,
posteriormente foi contratado o professor João Baptista Calógeras.
O curso poderia ser de seis a oito anos de ensino regular, cujas teorias, práticas pedagógicas e matriz curricular
foram inspiradas pela França (LORENZ; VECHIA, 2011).
Inicialmente, havia a disciplina de “História Universal” que posteriormente passou a se chamar apenas “História”
e uma disciplina de “História Sagrada” que era para instrução religiosa. Uma disciplina específica de “História do
Brasil” surgiria apenas em 1854 com a Reforma Couto Ferraz (RODRIGUES, 2010 p. 24).
É importante salientar o peso que era dado a História Sagrada (ou instrução religiosa)
No 3º Ano estudavase História Antiga, no 4º Ano História Romana, no 5º Ano História Média, no 6º Ano era
História Moderna e no 7º Ano História do Brasil.
Uma das grandes transformações do Colégio Pedro II, tanto quanto ao regramento de acesso de alunos e
professores, bem como da estrutura disciplinar veio com a Reforma Couto Ferraz em 1854 (HAIDAR, 1972, p.109)
O IHGB:
A criação do IHGB (Instituto histórico e geográfico brasileiro) em 1838, inspirado no Institut Historique de Paris,
possuía a tarefa de “Colligir, methodizar e guardar” documentos importantes da História do Brasil (GUIMARÃES,
1988)
O IHGB abriu um concurso para a escolha do melhor plano para a escrita da história do Brasil, a comissão
responsável premiou a proposta apresentada por Karl Friedrich Philipp von Martius Escrito em Munique em 1843,
o texto “Como se deve escrever a História do Brasil” fora publicado em 1844 (RODRIGUES, 2007 p. 2)
República
- Formação cívica e moral (Circe Bittencourt)
-Humanismo clássico
- Influência positivismo (método ciências sociais)
-Cientificismo – Busca da verdade (Leopold von Ranke e a neutralidade histórica)
Até 1889, o Imperial Colégio de Pedro II, e a partir de 1911 novamente Colégio Pedro II – foi o mais afetado pelas
alterações previstas pelo novo arranjo, estabeleceu o Ginásio Nacional como modelo e padrão do ensino
secundário a ser ministrado em todo o país e instituiu a obrigatoriedade dos exames de madureza, que
ofereceriam aos alunos o certificado de conclusão do ensino secundário, permitindo-lhes candidatarem-se ao
ensino superior( DELANEZE 2007)
José Veríssimo, em A Educação Nacional publicado em 1890, denunciava a “pobreza do nosso sentimento
nacional devido a não havermos jamais pensado, em ter educação nacional”. Como solução para esse problema
sugere a generalização da Instrução cívica em toda a instrução dada na escola, como condição fundamental à
formação da cultura moral e intelectual (BASTOS, 2002)
Segundo ele, a educação “para ser nacional precisa que inspire o sentimento de Pátria e que a dirija à um fim
patriótico”. O fortalecimento do sentimento nacional exigia, também, a educação do caráter, entendida como
educação moral, preceitos, regras, exemplos, conselhos, comentários morais de fatos da vida escolar e da história
Com a Constituição de 1891, a educação ganhou caráter laico e descentralizado do ensino. Estabelecia no § 6º do
art. 72, que numerava os direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, “será leigo o ensino ministrado nos
estabelecimentos publicos” (BRASIL, Constituição da República, 1891).
Coube à União legislar sobre o ensino superior enquanto aos Estados competia legislar sobre ensino secundário e
primário, embora tanto a União quanto os Estados pudessem criar e manter instituições de ensino superior e
secundário. Entretanto, mesmo garantindo a obrigatoriedade e gratuidade do Ensino, a primeira república não
conseguiu a universalização.
A obra objetivava, dar destaque à brasilidade, ao patriotismo, elenca 11 motivos de superioridade do país. Ao
explicar “para quem e para que foi composto o opúsculo”, escreve: “consagreis sempre ilimitado amor à região
onde nascestes, servindo-a com dedicação absoluta, destinando-se o melhor da vossa inteligência, os primores do
vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade, − dispostos a quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da
vida.” (CELSO, 1908 p. 09)
A aula finalizará até a parte de cima. O restante abaixo é só para conseguir explicar o esquema
inicial
A chamada “Reforma Francisco Campos” (1931) estabeleceu oficialmente, em nível nacional, a modernização do
ensino secundário brasileiro, conferindo organicidade à cultura escolar do ensino secundário por meio da fixação
de uma série de medidas. (DALLABRIDA, 2009, p. 188)
O segundo ciclo, por sua vez, o complementar, fazia-se obrigatório para os candidatos a matrícula em
determinados institutos de ensino superior;
Este segundo clico, tinha a duração de dois anos, estando o ensino de História presente nas matérias de “História
da Civilização”, “História Natural” e “História da Filosofia”, estabelecidas de modo diferente no currículo a
depender do curso superior almejado pelo estudante.
• O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) almejava, como um dos pontos de partida, uma escola
totalmente pública, que fosse essencialmente gratuita, mista, laica e obrigatória, em que se pudesse garantir uma
educação comum para todos, colocando, assim, homens e mulheres frente a iguais possibilidades de
aprendizagem e oportunidades sociais, abolindo os privilégios de gênero ou mesmo de classe social (SANDER,
2007, p.28)
O estado novo teve início no dia 10 de novembro de 1937, com um golpe liderado por Getúlio Vargas. Com o
golpe, o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras municipais foram fechadas, os governadores
foram substituídos por interventores nomeados por Vargas, e foi imposta uma Nova Constituição.
Proibição de greves;
• Censura permanente (DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda);
• Simpatia ao fascismo;
• Ausência de qualquer partido (até a AIB foi fechada);
• 1943: Edição da CLT (controle dos trabalhadores).
A Lei Orgânica do ensino Secundário institui um primeiro ciclo de quatro anos de duração (ginasial) e um segundo
ciclo de três anos (clássico ou o científico). De acordo com Otaíza Romanelli , as finalidades do ensino secundário
ficaram assim definidas:
Formar, em prosseguimento da obra educativa do ensino primário, a personalidade integral dos adolescentes;
• Acentuar e elevar, na formação espiritual dos adolescentes, a consciência patriótica e a consciência
humanística;
• Dar a estudos mais elevados de preparação intelectual geral que possa servir de base formação especial.
- Lei 4244 de 1942–> História do Brasil se torna mais presente com carga horaria aumentada
- Historia da AMerica ganhou uma serie para ser estudada
Muda a grade curricular, conferido mais carga horária para disciplinas de humanidades;
Perpetuavam-se, segundo Katia Abud (2011, p. 168), a relação de “subalternidade” da História do Brasil em
relação à História da Europa Ocidental; a permanência da linha do tempo e da sequência cronológica na
organização dos conteúdos e a predominância dos conteúdos de natureza política, secundarizados pelos fatos da
História Econômica.
A reforma, contrariou, ainda, muitos preceitos defendidos pelos adeptos da “Escola Nova, pois a “Reforma
Capanema”, como a “Reforma Francisco Campos”, implementou um sistema educacional uniforme, centralizado,
rígido, e, ainda, um modelo educacional enciclopedista, centralizado e convencional.
Baseado na aprendizagem formal e abstrata das ciências e das letras, que consolidava a natureza elitista e
classista da educação, e uma pedagogia “de fora para dentro”, e não a partir da vivência do mundo do trabalho e
da vida em comunidade como defendido pelos adeptos da “Escola Nova” (RIBEIRO, 1993, p. 24; SCHWARTZMAN,
2000, p. 3-6).
- Pensar ainda em um ensino eurocêntrico aparece o índio mas muito relacionado a visão do romantismo (índio que está
desaparecendo / idealizado / pronto a civilizar-se / vazio demográfico / Brasil natureza). Já o negro, desaparece,
5- Populismo 50/60
A Lei orgânica do Ensino Primário - Janeiro 1946 A Lei Orgânica do Ensino Primário (1946) determinava sua
obrigatoriedade e gratuidade. Entretanto, essa determinação não era cumprida, devido ao número insuficiente
de escolas, à deficiência do ensino e à pobreza da população brasileira. Sem condições de vestir e alimentar seus
filhos e não podendo prescindir do trabalho dos jovens para complementar a renda, muitas famílias não
conseguiam evitar a evasão escolar.
O que interessa mais na área de Ensino de História Alterações no programa de História 1951
O Ministério da Educação promoveu algumas alterações no programa de História, fazendo uma redistribuição da
seriação dos conteúdos para os cursos ginasial e colegial . O colégio Pedro II voltaria a se destacar como
referência no sistema educacional do país.
Guy de Hollanda (1957), uma apreciação positiva, por destinar uma série do ginasial para abordar o ensino de
história da América. Tapajós criticou a concepção da história como 'mestra da vida' e o ufanismo patriótico
(TAPAJOS, 1951) Para superar o racismo na história do Brasil, propôs uma revisão histórica sobre o papel do
português e do negro na formação do povo brasileiro, a partir de pesquisa documental, e da leitura de
historiadores e sociólogos, como Gilberto Freyre e Arthur Ramos
O texto foi debatido desde 1948, e houveram diversos projetos até a definição da LDB de 1961.
• Dentre as mudanças estavam a divisão de 2 ciclos de formação, O ciclo ginasial com duração de quatro séries
anuais, e o colegial, de três no mínimo.
• Ano letivo de 180 dias
• Definia a educação em 3 graus, 1º Grau como básico, 2º grau como médio ou técnico e 3º grau como superior;
• Todos os cursos de grau médio poderiam garantir acesso ao Ensino Superior. Como consequência, surgiram os
cursinhos prévestibular e o número de universidades particulares aumentou significativamente.
Criticam a lei Capanema como livresca e elitista – não preparava o aluno para a vida
É uma fase de aproximação entre o Ensino Básico e o Ensino Universitário; (que havia ficado apartado Regime Militar)
Fase também de encaminhamento da História e da Geografia como disciplinas autônomas;
Foi uma fase de debates intensos, os professores queriam poder participar da formação dos currículos
Não se tratava mais de um pacote mas de um diálogo entre vários setores (poder educacional, academia e professores)
Supera-se o modelo tecnicista dos anos 70 em que o currículo era seccionado em partes com pontos estanques (com
objetivos, conteúdos, atividades, etc).
Porém, vários problemas: história vista pela perspectiva dos modos de produção, tripartite ou quatripartite (privilégio ao
político)
Mudanças mais significativas surgem para Circe com a proposta por tema, seja pela ideia de tema gerador (Freire) ou eixos
temáticos.
É interessante pq tira o peso de ter de estudar “toda a história da humanidade) e supera noção de tempo evolutivo.
Ainda assim:
A disciplina escolar muda de acordo com as finalidades sociais.
De princípios, estava ligado a questão da identidade brasileira.
Hoje: choque entre identidade X mundialização (dentro dos propósitos neoliberais – mais preocupado em identificar o
indivíduo como pertencente ao sistema capitalista globalizado).
Referências:
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BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.
CELSO, Afonso. Porque me ufano do meu paiz: right or wrong, my country. H. Laemert & C. Livreiros - Editores,
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DELANEZE, Taís. As reformas educacionais de Benjamim Constant (1890- 1891) e Francisco Campos (1930-1932):
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GUIMARÃES, M. l. S. nação e civilização nos trópicos: o iHgB e o projeto de uma história nacional. Estudos
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FONSECA, Thaís Nívia de Lima. História e Ensino de História. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
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