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Tópicos especiais – Área de Empresas e Finanças

Análise Conjuntural – 03/10/2022

Manchete: “Wall Street tem pior pregão desde 2020 após surpresa negativa com
inflação” - Valor – 14 de setembro de 2022

O CPI (Indice de Preços ao Consumidor dos EUA) mostrou uma inflação de 0,1% em
agosto, o que contrariou as expectativas de especialistas de economistas consultados
pelo jornal de Wall Street. Isso porque as expectativas eram de um avanço de 8,0% na
base anual, mas se mostraram acima com uma alta de 8,3%.
A expectativa é de que o FED (Sistema de Reservas Federal dos Estados Unidos)
continue elevando a taxa de juros agressivamente e o mercado aposta que essa elevação
seja de 1 ponto percentual na próxima semana.
Por conta da pressão monetária que está por vir, os rendimentos dos títulos do Tesouro
Americano obtiveram bons ganhos. O retorno dos títulos de dez anos subiu de 3,358%
para 3,415%. Os de dois anos também tiveram um aumento, passando de 3,628% para
3,746, o que indica o maior nível quando comparado aos últimos 15 anos.
Os integrantes do FED se mostraram mais contidos antes da próxima reunião sobre a
Política Monetária. Houve comentários de que será necessário aumentar a taxa de juros,
tornando-as agressivas para poder impedir esse avanço da Inflação e com alterações
mais rápidas conforme os avanços.
Apesar de a baixa na bolsa de valores, os juros futuros dispararam e o dólar acabou
valorizando frente ao real com uma alta de 1,79%, fechando o câmbio em R$ 5,187.
Além disso, foi impulsionado pelos receios referentes ao FED apresentando uma alta de
1,47%, referindo-se ao índice dólar DXY.
Devido ao temor do FED, os ativos no mundo todo sofreram impacto negativo com a
inflação dos EUA. Foi o pior pregão desde os primórdios da Pandemia, o que gerou
uma expectativa de que o FED continuará elevando a taxa de juros de forma agressiva a
fim de contar a inflação. No Brasil a Ibovespa recuou 2,3%, o índice pan-europeu
(Stoxx 600) diminuiu 1,55%, em Londres (FTSE 100) a baixa foi de 1,17%, além de
países como Alemanha (DAX, -1,59) e França (CAC40, -1,39) que também
acompanharam a queda.
Para finalizar, em resumo percebemos que uma queda na atividade econômica dos EUA
reflete no Mundo todo, visto que o dólar e os EUA em geral são considerados referência
para o mundo na questão econômica (inclusive por alguns bens serem lastreados nessa
moeda). Apesar disso, o dólar segue se valorizando e a taxa de câmbio segue crescendo,
por exemplo quando comparado ao Brasil. As expectativas são de um aumento na taxa
de juros local enquanto tentam conter a inflação que avança no país, fato esse que não é
comum e assusta os economistas americanos.

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