You are on page 1of 2

Era uma noite fria nas montanhas ao norte de Dracogonoria, havia uma leve neblina perfurada

ocasionalmente pela luz pálida da lua cheia.

Kriv Norixius era um pequeno dragonborn que havia ficado até tarde demais a brincar nas
montanhas, a apanhar plantas e pequenos animais para levar para casa. Este passeava
descontraidamente pelas rochosas florestas que acompanhavam a inclinada montanha, Kriv conhecia
estas florestas muitissimo bem pois passeava nelas todos os dias, a principio com o seu pai ou mãe, e
posteriormente sozinho.

Foi no meio do calmante silêncio que Kriv ouviu algo que lhe lembrava de um lobo mas havia
algo estranho.

Aquela zona não era suposto ter lobos, além disso este rosnar parecia alto demais. Quando Kriv
olhou para trás deparou-se não com um canideo mas com uma abominação, alta como um homem mas
coberta de pelo, com olhos brilhantes e grandes presas. O rapaz começou a correr, saltando por cima de
galhos e desviando-se das rochas maiores. Infelizmente o seu corpo ainda em desenvolvimento não
aguentou tempo suficiente a manter a velocidade e atenção, acabando assim por tropeçar numa pedra
que não viu e embatendo contra uma árvore. O pequeno dragonborn viu as grandes presas da besta em
sua frente e fechou os olhos desejando ficar bem, sentiu uma dor intensa no ombro esquerdo, tão
intensa na verdade que levou o pequeno jovem a desmaiar.

Kriv acordou ainda a lua brilhava, mas em sua frente estava um rosto familiar, Marcus Norixius,
o seu pai, com a sua armadura e uma grande espada de duas mãos. Aos pés de Marcus encontrava-se
um homem esguio, sem blusa e calças rasgadas. Kriv olhou pro seu pai, este tinha sangue na cara e nas
mãos.

-P..Pai.. Desculpa. – disse kriv com dificuldade em respirar.

-Filho, mantém-te em silêncio, estás fraco e sem forças, não as desperdices em desculpas vazias
e desnecessárias. Não importa o que fizeste mas o que vais fazer. A tua vida vai ser... complicada apartir
de agora, mas vou fazer o que poder pra te ajudar. – respondeu Marcus de uma forma peculiar, mais fria
do que o normal para o sorridente homem, mas ao mesmo tempo com uma certo toque de profunda
pena.

-O que... que que..... queres dizer com iss... isso p..pa...pai? –questionou Kriv segundos antes de
voltar a desmaiar.

Kriv acordou com o doce cheiro da comida da sua mãe, Elisa Parnuc, uma humana estudiosa e
muito boa cozinheira.

- Cheira bem. – afirmou kriv ainda sonolento.

- Fiz a tua comida favorita pequenino. – disse Elisa com um sorriso.

Kriv tentou levantar-se, sentiu um bocado de dor no ombro mas nada demais. Quando tocou
sentiu ligaduras e lembrou-se do ataque daquele monstro. Olhou em volta e viu o seu pai sair da casa de
banho a secar as mãos.
- Estás acordado miúdo. Parece que ainda não perdi o jeito. – disse Marcus com ar de alívio.

- Jeito para o quê? – indagou Kriv.

- Ah pois, nós nunca te contámos. Bem eu fui um médico nos campos onde houve os confrontos entre
Malzaloria e Dracongoria, foi lá que nos conhecemos. – revelou Marcus.

- Podemos não voltar a falar disso? – disse Elisa claramente desconfortável.

- Desculpa querida. – apressou-se Marcus.

A vida da família Norixius estava devolta à normalidade, mas tudo mudou no dia em que o ataque fez 1
mês. A lua brilhava como um fraco sol noturno, Kriv começou a sentir-se estranho e a remexer e foi ai
que tudo desandou, de um momento pro outro sentiu-se a “apagar” e acordou apenas na manhã
seguinte, acordou deitado perto da mãe que agora tinha uma grande cicatriz no peito que sangrava, viu
também o seu pai a fazer um complexo procedimento para fechar a ferida.

-P... PAI?! MÃE?! O QUE ACONTECEU?! QUEM FEZ ISTO À MAMÃ?! –questionou Kriv em completo
pânico.

-Filho, explico depois. –disse asperamente Marcus.

-MAS PAI OLHA COMO ESTÁ A MÃE!!!! –exclamou Kriv.

-Eu disse pra te calares, se não o fizeres não consigo trabalhar, se eu não conseguir trabalhar a Elisa
morre. Queres saber quem fez isto? Olha pras tuas mãos. – disse Marcus de forma fria.

Kriv fez como instruido, calou-se e olhou para as suas mãos, estas estavam cheias de sangue, ele
rápidamente percebeu o que aconteceu, Kriv era agora um licantropo.

Com o passar do tempo Kriv cresceu e aprendeu a controlar a sua nova maldição, aos seus 15 anos saiu
de casa para se juntar a uma ordem de bloodhunters para poder usar a sua maldição para o bem. No
entanto os seus sonhos inocentes de jovem, de fazer o bem e purificar aquilo que é corrupto, (bonus
points se perceberes a referencia moutinho), não passavam disso, sonhos, fantasias, mentiras e
invenções da mente otimista. Com o passar do tempo Kriv percebeu que o mundo não é preto e branco,
que nem sempre o bem é bom e o mal é mau. Kriv terminou o seu treino aos 20 anos, e percebeu que
não lhe importava o bem ou o mal, que essas questões eram demasiado cansativas para uma pessoa
comum. Kriv decidiu então tornar-se um caçador de recompensas, fazer o bem de uns e outros pelo
preço certo, de vez em quando ele ainda se questiona se os seus queridos pais, marcados pela guerra e
pela maldição do seu filho, teriam orgulho do que ele faz, não que realmente importe, ele faz o que
precisa pra viver.

Kriv encontra-se agora preso nas masmorras de E’nmel após ter morto um grupo de homems que
participavam de tráfico humano, chamados de “The Tatetards”.

You might also like