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(Os 12 Olimpianos 7) Duro Rhoade (RevHM)
(Os 12 Olimpianos 7) Duro Rhoade (RevHM)
Os 12 Olimpianos 7
Sandrine Gasq-Dion
Confiar outra vez e fazer o amor funcionar é uma dura estrada. Travis
Rhoades tem o que é preciso para encontrar o seu verdadeiro eu?
1
Rhoades é o sobrenome de um dos protagonistas, em português quer dizer estrada, então o
título seria Dura Estrada. A autora gosta de nomear os livros com o nome de um dos
protagonistas da história, mas sempre com um significado oculto no título.
Capítulo 1
— Como ele é?
— Sim, eles estão falando sobre a criança, eu acho. Eles passaram por
mim. Continuarei pelo corredor. A porta está aberta o suficiente para que eu
possa entrar.
— Estou com o meu amigo. Ele está brincando com blocos de madeira.
Ele é tão bonito. Há um brilho em torno de seu cabelo.
— Lucian?
— O que aconteceu?
— Por que não posso me lembrar disso quando não estou sob hipnose?
— Talvez você tenha bloqueado. Talvez tenha sido muito doloroso para
você se lembrar?
Cormick respirou fundo e contou até dez. Ver o lado shifter da equipe
de Wayne – os híbridos, não os lobos – era desgastante. O Detetive da Polícia
Nicholas Stevens enfiou a cabeça dentro do consultório.
— Hum, Doutor? Trouxe Casey.
— Sim, isso. — Killian acenou uma mão no ar. — Há outra bebida tão
doce quanto essa?
Killian piscou.
— Eu acho que você está indo muito bem. Agora, me diga porque está
chateado.
— Não, ele me tirou dela. Não entendo por que não posso lembrar disso
quando estou acordado.
— Não e não pode2, — Killian corrigiu.
— Certo, ninguém diz abrigou, Killian. Parece que você precisa de ajuda
também.
— O quê?!
2
Aqui a diferença só pode ser notada quando a frase está em inglês. Lucian usa do not e cannot,
já Killian usa don’t e can’t. Ao longo da história, muitas vezes aparecerão referências sobre não
e não pode, portanto é sobre isso que estão falando.
Eles olharam para cima para encontrar PJ olhando para eles. Ele se
inclinou através do balcão e olhou diretamente para Lucian.
— Ares? — Killian estreitou os olhos para o deus que era pai de Travis.
— Sim, e você precisa saber que eles virão atrás de Travis. É melhor
você dar-lhe um pouco de sentido porque ele está vulnerável agora.
— ARES!
Ares largou Lucian e Killian e virou-se para a voz alta e forte que
acabara de sacudir o clube.
— Deixe-os em paz!
— Pelo que ouvi, Ares não é muito querido. As suas explosões críticas
de raiva podem ter algo a ver com isso.
— Lucian, não leve o que Ares disse tão a sério. Você está fazendo um
bom trabalho.
— Oh, sim, ótimo trabalho. É por isso que Travis deslocou o seu ombro
em algo estúpido. Não consigo ficar longe dele mais tempo. Eu te vejo em breve,
irmão.
Lucian não via diferença alguma entre gays e heterossexuais. Ele viu
dois homens apaixonados muitas vezes. Ele também viu o outro lado, um
homem e uma mulher, como o Doutor Alexander Romasko, o médico dos
shifters, e a Doutora Evangeline Coulier, apaixonados. O membro do bando
Queets, John Quinton e a sua companheira, Anya, eram outro exemplo. Você
amava quem você amava e era isso. Depois de ver Wraith Panthera passar por
um inferno com Jordy, Lucian tinha respeito pelo shifter pantera. Ele suportou
tanto, mas continuou lutando.
— Parece assim.
— Para mim você é. Eu gosto dos meus homens um pouco mais altos,
e menos ... — Lucian bateu o queixo com o dedo indicador. — Mal-
intencionados?
— Com licença? O que na Terra faz você pensar que me tornarei gay
para você? Eu nem sou gay!
— Oh, foda-se! — Travis empurrou Lucian para longe dele e foi para o
banheiro.
— Por que você não descansa um pouco? Samson Demarco pode cuidar
de Travis. — Samson Demarco foi um matador para um líder da máfia italiana,
agora ele fazia parte de sua equipe.
— Se algo lhe acontecer porque você não está com ele, então o quê?
— Então, você está apenas bem com tudo isso? Com ser um semideus?
Lutar com os Titãs? Sair com um shifter?
— Não, eu não estou bem com tudo isso, mas também não mudarei.
Eu tenho uma chance de fazer algo da minha vida e ajudar os outros. Deixarei
a minha marca.
Ele fez uma fuga rápida e foi para o seu carro no estacionamento. Algo
estava errado essa noite. Os pelos do seu pescoço se ergueram. Travis parou e
observou o estacionamento. PJ, o proprietário, instalou câmeras por todo o lugar
depois de Elijah Newman ser raptado. O estacionamento e beco do Cuffs and
Stuff era aparentemente popular para os maus elementos. Travis sacudiu a
cabeça e foi para o carro. Ele abriu a porta.
— Da próxima vez que você tiver esse sexto sentido, não o ignore.
— Tudo bem!
Travis tomou banho e foi para a cama. Ele estava cansado como o
inferno. O tempo que passou como conselheiro de verão em Camp Pride o tirou
desta vida por um tempo. Ele se sentiu pelo menos um pouco normal lá. Agora
ele estava de volta e a faculdade começou. O futebol era a única coisa que o
mantinha em pé.
Lucian.
Amanhã seria outro dia. Outro dia de lidar com ser filho de um deus
Olímpico.
— Foda-se.
— Eu pensei que nós falamos para nunca mais virem para a faculdade?
— Lucian permitiu que as suas presas caíssem. Esta noite ele aproveitaria ao
máximo o seu vampiro.
Travis estremeceu quando ele mexeu os ombros. Ele sentia muita dor
com o ombro ferido. Foda-se. Ele lidaria com isso. Um dos shifters lhe ofereceu
sangue quando ele se machucou, o que poderia curá-lo imediatamente, mas ele
recusou. Quanto menos tempo ele passasse em torno do sobrenatural, melhor
seria para ele.
Travis sorriu quando ela se aproximou, passando uma mão pelo seu
peito.
— Eu já disse várias vezes para deixar Travis sozinho. Você não ouviu
muito bem, não é?
— Quantas vezes tenho de lhe dizer para ter cuidado, Travis? Quantas
vezes eu lhe disse para dar uma boa olhada com quem você está falando? Se
você tivesse olhado um pouco mais perto, você teria visto o brilho apenas ao
lado de sua cabeça. Tenho certeza de que tudo que você viu, foram os seios
grandes.
— Eu não posso ver como você, idiota. Eu pensei que ela era apenas
uma garota normal.
Lucian tirou um lenço do bolso de uma jaqueta e começou a limpar o
peito de Travis.
— Foda-se, Lucian!
— Eu não pedi por isso! Por que você não pode simplesmente me deixar
em paz? — Lucian começou a limpá-lo novamente e Travis bateu na sua mão.
— Pare com isso, Conde Drácula fodido!
— E se eu não quiser?
— Ei.
— Sim?
— E Travis?
Travis estremeceu quando o médico ergueu o seu braço. Ele levou uma
batida durante o jogo de futebol, e agora estava lamentando jogar com o ombro
em menos de cem por cento.
— Eu não sei quantas maneiras dizer que eu não quero ser parte disso.
Eu não quero ser um maldito semideus!
— Certo, certo. Ele só está por perto porque ele tem que estar.
— Idiota!
— O que você quer dizer? — Travis virou no assento para olhar para
Lucian.
— Eu quero dizer que ele está doente. Ele está precisando de ajuda.
— Travis. Vá para a casa do seu pai ou eu juro por Deus que você
conhecerá o que é dor.
— Eu ouvi isso.
— Saia!
Capítulo 4
Travis entrou na garagem do seu pai e desligou o motor. Ele olhou para
a casa azul claro com persianas brancas pelo o que pareciam horas. Oh, como a
vida era muito mais simples antes de tudo isso. Ele trabalharia com o seu pai e
se sentaria na mesa, vendo policiais entrarem e saírem da delegacia o dia
todo. Naquela época, ele queria seguir os passos de seu pai. Tornar-se um
policial era o que ele sempre quis.
— Ele está doente, mas quer pescar. Então, você irá com ele.
— Merdinha?
— Não tenho mais paciência, Sebastian. Ele está colocando a sua vida
em perigo e ferindo todos ao seu redor. Ele está agindo como uma criança e eu
estou cansado de mimá-lo.
— Senhor Rhoades.
Travis olhou sem rumo para a água. Se ele fosse honesto, sentia falta
das viagens de pesca com o seu pai. Isto não acontecia muitas vezes, não
quando o seu pai era um policial. Eles passavam ainda menos tempo juntos
depois das promoções que ele recebeu. Mas o seu pai sempre tentou estar lá
para os importantes marcos de sua vida.
— Ela adorava aqui, não podia esperar para subir no barco. Passamos
horas aqui só falando sobre a vida. Aonde você está sentado é onde nós
concordamos em adotar uma criança. Ela não poderia ter filhos, a sua luta com
o câncer tirou isso. Mas ela queria um bebê tão mal. Nós tentamos tudo,
gastamos milhares de dólares, mas ninguém queria dar um bebê para um casal
quando um deles era propenso a ter câncer. A sua mãe disse que teria uma
criancinha se isso ajudasse. Então o câncer voltou e ela não queria que eu
criasse uma criança sozinho. Eu discuti e finalmente ganhei. Um dia, eles
ligaram e disseram que tinham uma criança para nós, um menino. Acho que ela
aguentou só para poder te segurar. Nunca me arrependi, Travis, nem uma
vez. Quando eu olho para você, tudo o que eu vejo é a sua mãe e como ela
estava feliz por te abraçar.
— Por que você não me disse que eu era adotado? — Travis perguntou
calmamente.
— Ela me implorou para não dizer. Ela queria que você tivesse uma
vida normal, sem se perguntar quem desistiu de você e por quê. Nós o amamos
com tudo o que tínhamos. Quando ela faleceu, eu te segurei por dois dias
seguidos. Eu estava tão grato que você estava lá, porque eu não teria
conseguido se você não estivesse. Você me manteve aqui, Travis. Você era a
minha rocha quando senti que não tinha algo mais. A luz tinha saído de seus
olhos, mas você a reviveu. Sinto muito que você esteja com raiva que eu não
lhe contei, mas eu estava cumprindo os desejos de sua mãe.
— Isso é a mais longa conversa que você já teve comigo sobre ela.
Sempre me perguntei por que você falava dela tão raramente.
— Ela era tão despreocupada. Ela queria apenas o melhor para você.
Ela me fez prometer que iria para os seus jogos quando você crescesse.
— O quê?
— Ela sabia que você adoraria o futebol, porque ela adorava também.
Ela me fez prometer que eu compraria uma bola e jogaria com você quando
criança.
— O que significa?
— O fato de que você poderia ter tomado sangue para curar o seu
ombro deslocado e você não tomou. O fato de que você não fez coisa alguma
para tentar escapar quando os desonestos o levaram da festa de Loki–
— Você sabe o que eu daria para ter conhecido as pessoas que você
convive quando a sua mãe foi diagnosticada? Uma gota de sangue a teria
mantido aqui comigo. Ela teria sido capaz de vê-lo crescer. — Russell enxugou
os olhos.
— Eu ainda não estou a bordo com a coisa semideus, não tenho certeza
se eu estarei confortável com isso um dia. Eu só quero ser normal, pai.
— Hmm, os olhos?
— Pense no ornitorrinco.
— Toupeira com o nariz estrelado.
— Rato-toupeira pelado.
— Camarão mantis!
— Estou tão feliz que você prestou atenção aos programas da National
Geographic. — Russell acariciou as costas de Travis.
— Eu senti falta disso, — Travis admitiu. — Sinto muito ter agido como
agi com você, pai. Você sempre esteve lá por mim.
Travis abraçou o seu pai com força. Ele foi um idiota com a única
pessoa que sempre o colocou em primeiro lugar.
Travis riu.
— Mas gostoso?
— Estou apenas dizendo o óbvio, Travis. Eu quero que você seja feliz.
— Um, não. — Travis negou com a cabeça. — Além disso, Lucian não
pensa em mim dessa maneira. Na verdade, ele não pensa em mim.
— Tudo bem, isso foi estranho. Vamos falar sobre outra coisa.
— Jordy está bem, ele está saindo muito com Wraith. Lance está bravo
comigo agora, mas ele superará isso.
— Mantenha a sua voz baixa, tenho certeza que ele está por aqui em
algum lugar.
— Claro que sim. Olhe, você tem que dar ao cara alguma folga. Killian
disse-me que Ares deu a Lucian uma visita e não foi agradável.
— Caramba, o quê?!
— Ninguém fode com Lucian, senão eu! — Travis olhou para o céu. —
Você entendeu!
Russell riu.
— Eu te amo, garoto.
— Hoje.
— É relaxante?
— Me diz você.
— É melhor eu me mexer.
— Ele está no clube. Wraith está lá com Jordy e eles estão observando-
o até que eu chegue.
— Ah, merda. — Travis sacudiu a cabeça. — Aqui vem a sua ex, Jordy.
— Talvez para algumas pessoas, mas nós fizemos essa regra há muito
tempo. Desculpe, — Lance murmurou.
Samantha se virou e teve que olhar para o homem que estava ali. Ele
era tão alto, a sua cabeça se inclinou para vê-lo dentro de um casaco preto que
cobria a maior parte dele e jeans escuro apertado, moldando as suas coxas. O
seu cabelo era preto e liso, arrumado com algum tipo de produto, mas os seus
olhos? Oh, aqueles eram hipnotizantes e negros.
Lucian olhou ao seu lado para ver Wraith sentado no banquinho que
Jordy havia desocupado.
— Que ele poderia dançar? Sim, bem, eu disse a Lance e eles gostam
de dançar. Você perdeu o desempenho de Halloween com Brock. Eles estavam
dançando e cantando Do Me Baby.
— Interessante.
— Lucian?
— Sim?
Lucian parou e olhou para os dois homens com Travis. Ele inclinou a
cabeça e estreitou os olhos para fendas. Os dois homens recuaram alguns
passos e Lucian pigarreou.
— Não.
— Sim, tudo bem então. Irei embora, galera. Vejo vocês no sábado?
— Travis acenou com a mão e foi para o seu carro. Ele não ficou nem um pouco
surpreso ao ver Lucian sentado no capô. — Você quebra, você conserta.
— Não que eu pudesse dizer, mas eu devo ser mais vigilante de agora
em diante.
Ele ouvira Brittney conversando com Lucian no clube. Inferno, ele não
podia culpá-la. Lucian era um daqueles caras que parava as pessoas em seus
caminhos. Ele era realmente mais bonito do que os seus irmãos. E isso dizia
algo.
Travis franziu o cenho. De onde diabos isso veio? Certo, então nos
últimos meses ele se pegou olhando para Lucian em mais de uma ocasião. O
cara o odiava e só estava com ele para protegê-lo dos Titãs. Travis suspirou,
balançando as chaves no dedo indicador. Ele interrompeu o seu último
relacionamento porque sabia que a sua namorada não estaria segura em torno
dele. Isso não foi a única razão, se ele fosse verdadeiramente honesto consigo
mesmo. Havia um certo cara de cabelos escuros, bravo–
— Lucian?
— Quem disse?
— Eu não quero morrer. Eu quero ser normal. Você nunca quis isso?
— Talvez sim, talvez não, mas é isso. Esta é a sua vida. — Lucian tirou
o casaco e o deixou cair na parte de trás do sofá. Sentou e tirou as botas.
Ares.
— Sim ele foi! Ele só queria ver se eu me protegeria. Você não virá
aqui dizer como Lucian faz o seu trabalho! Você me abandonou. E pelo que ouvi?
Você é um idiota!
— Pelo menos eu não sou um covarde! Você é o meu filho e você agirá
como tal!
— Bem, agora você fez isso. Ele está ouvindo Linkin Park.
— Ele está ouvindo Numb, o que significa que ele está extremamente
irritado.
— Eu acho que você deveria ter pensado nisso antes de ter um filho.
— Lucian ergueu as mãos no ar quando Ares rosnou. — Eu estou fazendo o meu
melhor, mas mesmo eu não posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
— Sim você está. Houve uma discussão e sentimos que você tinha
controle. Não me faça lamentar essa decisão, Lucian.
— Você não está apaixonado por meu filho. — Ares olhou para
Lucian. — Ou você está?
— Nada que eu não tenha sentido antes, apenas não estou acostumado
a isso vindo de um deus.
— Eu não me atreveria.
Que idiota.
— Eu quero fazer algo com os meus poderes, você sabe? Como os Skull
Blasters.
— O que é Lucian?
— Eu estou estudando.
— Onde iremos?
Devin Lyons entrou no porão e olhou para Lucian. Ele caminhou até a
cela que eles usaram em Wraith e abriu a porta.
— Venha, Lucian.
Devin viveu uma vida longa e confusa. Ele era ex-FBI, casado com
Andrei Panchenko, o chefe da máfia russa, e oficialmente certificado como não
bem da cabeça pelo psiquiatra do governo. Ele era um membro entusiasmado
da equipe.
— Você não tem que fazer isso! — Travis agarrou a manga do casaco
de Lucian.
Devin se aproximou.
— O seu lobo está bem, é com o vampiro que precisamos lidar. — Vince
se inclinou mais perto da cela. — Você quer me morder, não é?
Lucian sibilou e estendeu uma mão para fora da cela, tentando chegar
a Vince.
— Sim. — Vince se virou para Travis. — Você pode não querer ficar e
observar.
— Nós precisamos fazer com que ele pense que ele conseguiu
completar a sua tarefa. — Vince disse em voz baixa.
— Nós temos que tentar, Devin. Wayne nos colocou no comando disto
e precisamos passar por isso, assim como por Lucian. Ele depositou a sua fé em
nós.
O porão estava frio enquanto Lucian andava pela cela, parando de vez
em quando para testar a porta. A sua fome aumentou e as semanas passadas
na cela estavam o desgastando. O elevador se abriu e Travis entrou. O seu
vampiro sibilou interiormente, segurando as barras da cela.
Lucian agarrou Travis pela garganta e inclinou a sua cabeça para trás,
ele cheirou a pele na base de sua garganta e a lambeu. Um grunhido baixo de
aprovação o abandonou quando as suas presas afundaram na pele macia e
quente. Sangue inundou a sua boca e ele bebeu, bebeu e bebeu.
— Lucian!
Lucian continuou se alimentando, esperando ficar cheio. Ele queria
tudo. Travis ficou mole em seus braços e Lucian ergueu a cabeça, lambendo as
suas presas, saboreando o gosto de Travis Rhoades.
— Lucian!
Lucian olhou para cima e viu os seus irmãos olhando horrorizados para
ele, e foi quando ele olhou para Travis, mole em seus braços. As suas presas
desapareceram e ele sacudiu Travis.
— Mas você machucou. — Cezar fez sinal para um Travis sem vida.
— Deixe ele ir. — Chance disse em voz baixa. — Ele precisa de algum
espaço.
— Olha, você não viu o que eu vi. Assim que a porta abriu, ele correu
atrás de Travis. Nada e ninguém o deteria. Ele drenou Travis sem pensar duas
vezes.
— Não tenho certeza. Teremos que manter Samson com Travis por um
tempo.
— O tempo dirá. — Killian olhou para a porta que o seu irmão saíra.
Agora não podiam fazer algo mais do que esperar.
Lucian abriu os olhos para ver as nuvens girando em torno do pico do
Monte Olimpo. Ele foi ali para fugir de Washington e falar com Ares. Ele esperava
que pudesse falar com qualquer um dos deuses naquele momento. A lembrança
do que fez a Travis ainda estava presente em sua mente, e a bile subiu em sua
garganta.
— O fato de você estar aqui, dizendo que você não é apto para ser o
seu guardião, mostra que você se importa muito com o seu protegido. Por que
você sente que não pode mantê-lo seguro?
— Apolo?
— Por quê?
— Faça.
Lucian olhou fixamente para Ares e acenou com a cabeça. Ele não sabia
se Ares esteve presente durante o seu tempo na cela e não queria saber. Ele
queria que a visão do corpo morto de Travis saísse de sua mente para sempre.
Segundos depois, calor o envolveu e uma queimadura começou na base de seu
crânio. Ele gritou enquanto o calor inundava o seu corpo inteiro e o som de
sangue correndo começou a palpitar em seus ouvidos. A dor irradiava ao redor
do seu crânio e ele caiu de joelhos enquanto as suas forças acabavam.
Lucian gritou quando fogo queimou a sua têmpora. Ele agarrou a terra
em seus dedos e cerrou os dentes.
— O que você quer dizer, com sim? Você esteve fora por dias!
— Eu estive?
— Com licença?
— Tudo bem. Ele parece bem. Você pode mandar uma mensagem para
Killian e Cezar?
Espera.
— Por quê?
— O quê?
— Por que você não nos disse? — Killian e Cezar gritaram em uníssono.
— Eu ainda digo que ele é o seu companheiro. Você é meio lobo, irmão.
— Cezar apontou.
— Eu entendo que vocês estão todos tão felizes com a sua outra
metade, mas eu? Eu olho para relacionamentos como vendas de garagem.
Parece meio legal de longe, mas quando você se aproxima, é só um monte de
merda que você não precisa.
— Muito cínico? — Lance riu. — Estou bem por minha conta agora
mesmo, mas não desistirei de um relacionamento se ele surgir.
— O que você quer dizer? — Travis voltou para uma posição sentada.
— Olha, Lucian pensou que ele te matou. Quero dizer, morto, se foi
para sempre, cadáver, não voltando. Foi muito difícil para ele.
Travis notou o resto dos caras chegando no campo e ele correu para
Brock.
— Sim.
— O que eu perdi?
— Que diabos?
— Bem, venha aqui. — Travis bateu Ruslan nas costas quando ele os
alcançou.
— Sim!
Hermes, Ares e Apolo sentaram-se acima do campo de futebol,
observando os seus filhos treinarem. Ares observou enquanto o seu filho corria
pelo campo com as mãos estendidas.
— E Zane? — Ares perguntou. — Você acredita que você pode ser capaz
de ajudá-lo também?
— Nós devemos voltar. — Ele olhou para Ares. — O que está errado?
— Bem, não será Lucian quem traz esse sentimento. Posso garantir
isso.
Travis deixou a cabeça cair para trás enquanto a água quente escorria
pelo seu peito. Ele suspirou em contentamento, deixando-o lavar a sua dor. O
seu ombro ainda estava dolorido, mas manejável. Lance estava de um lado dele,
esfregando o xampu em seus cabelos e Jordy estava do outro lado, apenas
deixando o fluxo de água abaixo em sua cabeça. Eles estavam se aproximando
de um jogo muito importante e eles precisavam se concentrar completamente.
Travis saiu, agarrou a toalha e passou-a pelos cabelos.
— Ei, Trav?
— Sim? — Travis virou-se para encontrar Ruslan sentado no banco
puxando os seus sapatos.
Travis cobriu uma risada quando Ruslan deu a Dasan um olhar do mal
antes de vestir a sua camiseta. Dasan arqueou uma sobrancelha e Travis franziu
os lábios.
Ele olhou para Travis nervosamente. Ele precisava sair dali e dar um
jeito agora. Parecia que Cronos o estava segurando, no entanto, e assim que
Lucian tentou lançar um feitiço, ele encontrou as suas habilidades bloqueadas.
A limpeza de sua mente tomou o seu pedágio nele.
— Eu não quero algo a ver com isso! Eu não pedi essa merda! — Travis
gritou de volta.
— Eu sei. — Cronos sorriu. — É uma pena que o seu pai não o matou
no momento em que nasceu. Poderíamos ter evitado tudo isso ... desagradável.
— Oh, mas por quê? — Cronos ergueu as mãos. — Peça e você terá,
filho de Ares.
Lucian correu para Travis, mas era tarde demais. Cronos jogou Travis
através do ar e ele bateu com um forte barulho contra a parede de cimento do
vestiário. Lucian correu para Travis, mas algo o repeliu quando ele se aproximou.
O sangue escorria pelas orelhas, nariz e boca de Travis.
— Mais que merda? — Nikolai gritou, correndo para Travis. Ele bateu
na barreira dos Titãs e caiu em sua bunda. — O que aconteceu?
— Cronos fez isso! — Lucian rugiu. — Travis insistiu que ele não queria
algo com o sobrenatural e Cronos se certificou de que isso acontecesse!
— O que aconteceu?
— Cronos aconteceu! — Lucian cuspiu. — Travis lhe disse que não
queria algo a ver com o sobrenatural, então o idiota colocou algum tipo de feitiço
nele. Nada sobrenatural pode tocá-lo.
— Isso foi tudo porque Travis não queria abraçar as suas raízes de um
Olimpiano. — Ruslan falou.
Lucian saiu do hospital e olhou para o céu. Se ele não tivesse revertido
o gatilho, teria estado em plena força. Travis não teria sido ferido.
— Você precisa acordar agora, Travis. Não terminei de gritar com você.
— Eu também. Sabia que ele não estava lidando bem com isso, mas
não conseguia chegar até ele. Ele não queria ser quem ele é, queria ser um
garoto normal que vai para a faculdade.
— Você cuida bem dele. Por favor, não se culpe por isso.
— Porque Travis reclama sobre você o tempo todo. É como eu sei que
você está fazendo um ótimo trabalho. Você o deixa nervoso.
Jordan entrou na sala e olhou para os dois homens. Sabia o que Lucian
era. James informou sobre todos os novos shifters que entraram na equipe.
Olhou para o homem impossivelmente alto que estava ao lado da cama de Travis
Rhoades. Charlie entrou atrás dele e espantou os dois homens. Jordan examinou
os sinais vitais de Travis e os exames mais recentes.
— Não sei.
— Quem é você?
— Bem, você veio aqui com a feição preocupada, — Travis olhou para
o homem na frente dele. Droga, de onde saiu esse cara gostoso?
— Claro.
— Oh, Deus.
— Ele está vivo, senhor Rhoades. Nós deveríamos ser gratos por isso.
— É Russell. Acho que lhe pedi várias vezes que me chamasse pelo
meu primeiro nome, Lucian.
— Não. Esta situação apenas ficou pior. Travis não sabe quem é, não
sabe de suas habilidades. O que é pior, o feitiço ainda está funcionando. Não
podemos tocá-lo, mesmo agora.
— Volte para ele. Cezar e eu informaremos a todos.
— Ele está dormindo de novo, — ela disse. — Mas isso é uma coisa
boa. O seu corpo e o seu cérebro precisam descansar.
— Ele se lembrará?
— Bem, esse Travis parece gostar de você. Trabalhe com isso. Tivemos
um cara em nossa equipe que perdeu a memória, mas ele a recuperou. Dê um
tempo a Travis. Pode voltar em pedaços ou tudo de uma vez.
— Obrigado, Charlie.
— Você não pode deixar o seu lado, Lucian. Está claro? Sei que você e
Travis não se dão bem, mas agora não é o momento para brigas mesquinhas.
— Lucian?
— Sim?
— Por que você não pode me ajudar? Não sou tão frágil.
— Bem, você disse que não era o meu namorado, então assumirei que
é o meu protetor.
Lucian arranhou o seu cérebro por uma resposta. Teria que inventar
algo para explicar por que estaria com Travis vinte e quatro horas por dia.
— Há um penico.
— Sim, claro.
— Lucian?
— Disse a ele que sou a sua proteção porque o seu pai está em um
caso que é perigoso.
— Não, mas irei agora. Não converse com ele ainda, e não tente tocá-
lo. Ainda não conseguimos ter contato com ele.
— Só lhe mostrarei fotos do grupo para que saiba que não estamos
aqui para machucá-lo.
— Acho ótimo que esteja aqui, Elijah. Você passou por isso. Se alguém
pode entender, é você.
— Espere, o quê?
— Bem, conversarei com ele quando Elijah sair. Nesse meio tempo,
por que não dorme um pouco? Você parece uma porcaria, Lucian.
— Eu não deveria–
— Você deve. Você não será bom para Travis se não está no seu
melhor. Além disso, este hospital está sobrecarregado de seres sobrenaturais.
Lucian assentiu. Sabia que Russell estava certo, mas a sua mente
estava lutando contra isso. Ele caminhou pelo corredor e encontrou os seus
irmãos andando.
— Eu ajudei em um acampamento?
— Muitas das crianças não tinham um lugar para ir. Caden e os seus
amigos fizeram isso acontecer. — Andrei Panchenko falou.
— Eles são todos meus de uma maneira, — Caden explicou. — Eles não
tinham alguém, lugar algum para ir. Tirei-os das ruas, ofereci-lhes emprego e
um lugar para viver.
Elijah sorriu quando Travis pegou o álbum. Levaria muito tempo para
Travis conseguir lembrar de todos, mas tinha fé que ele se lembraria.
Capítulo 10
Travis olhou para as fotos que Elijah deixou para trás. Ele estava em
muitas delas com muitas outras pessoas. Uma era de um grupo de todos eles
em uniformes de futebol. Travis olhou de perto a foto. Um dos rapazes, um loiro,
estava sorrindo para a câmera, o seu braço em volta do ombro de Travis. O
rosto era muito familiar.
— Bem, eu estou tão feliz que você está feliz em me ver. — Russell
sorriu, segurando a sacola de comida fora do alcance de Travis.
— Ah, sim. Brock. Vocês dois são próximos, não tão próximos quanto
você e Jordy, mas próximos.
— Não?
— Não. Quase todo mundo que conhece é gay, Travis. Nicholas Stevens
e o seu marido, Sebastian, são alguns de meus amigos mais próximos. Jordy
está namorando um homem e Brock também.
— Bem, Lance Walker parece ser hétero, mas o júri está fora, — Russell
riu. Ele ficou sério e olhou para o seu filho. — Estou falando sério. Não me
importo se você é gay.
— Ela morreu de câncer quando você era jovem. Só era você e eu,
garoto.
— Bem, bom vê-lo tendo apetite. Irei levá-lo para a sua ressonância
magnética assim que você terminar.
— Há algo errado?
— Bem, ele teve a sua cabeça golpeada, Lucian. Isso pode mudar uma
pessoa.
— Você irá?
— Eu não deveria estar aqui. — Lucian se virou para sair quando ouviu
uma comoção atrás dele. Travis estava fora da cama, de pé no meio do quarto,
a mão estendida e um olhar de choque em seu rosto.
— O que ... por que eu não posso te tocar? — Travis sussurrou. — Oh,
Deus, estou vendo um fantasma? Estou louco, não estou?
— Ele não está realmente aqui, certo? — Travis sacudiu a sua cabeça,
tentando pensar se alguém tinha realmente falado com Lucian quando eles
estavam no quarto. — Estou doente ou algo assim, certo? É por isso que eu
estou aqui! Você disse que eu me machuquei, mas você está mentindo!
— Bem? — Lucian jogou as suas mãos para cima no ar. — Ele deve
saber a verdade!
— Então, se nada sobrenatural pode me tocar, o que você é?
— Sou um bruxo.
— Vamos focar no assunto, certo? Lucian, por que você não chama
Chance e os outros feiticeiros e vemos se não podemos nos livrar do feitiço.
— Eu ficarei aqui até que ele seja liberado. — Lucian acenou com a
cabeça para os outros bruxos.
— Eles são da sua família? — Travis apontou para dois dos bruxos.
— Sim. Este é meu irmão, Cezar. O outro é Killian. São ambos do meu
sangue.
O médico saiu e Travis olhou para Lucian. Um bruxo? Ele não podia
negar o que vira. Ou eram mágicos fabulosos, ou estavam dizendo a verdade.
— Como o quê?
— Eu pensarei em algo.
Capítulo 11
Lucian estava começando a ansiar pelo tempo que passava com Travis,
e estava começando a vê-lo sob uma nova luz. Tinha de admitir, no entanto,
que sentia falta do velho Travis – o seu cenho franzido, a forma como os seus
olhos brilhavam quando estava zangado.
― Há muito mais em você do que parece, Travis. Não era tudo ruim.
― Então ... ― Travis se aproximou de Lucian. ― Nós estávamos meio
que juntos, certo?
Travis parou na frente de Lucian e olhou para ele. Ele não era baixo,
mas na presença de Lucian, ele se sentia pequeno. O homem não era apenas
alto, mas também muito musculoso. Travis levantou a mão e deixou-a pairar
pela bochecha de Lucian.
― Vamos jogar alguma coisa. ― Travis voltou para a sua cama e pegou
um dos jogos de tabuleiro.
― E se eu te levar para fora um pouco?
Lucian olhou para Travis e colocou as mãos na frente dele. Travis pegou
e colocou as suas mãos o mais perto que pôde de Lucian. O feitiço o afastou um
pouco e Lucian suspirou frustrado. O olhar decepcionado de Travis tocou algo
dentro dele.
― Eu não acho que isso é sábio, Travis. Levemos um dia de cada vez.
― Tudo bem.
― Eu posso.
― Tenho um apartamento?
― Quando?
― Eles são uma grande parte desta equipe. No entanto, optamos por
não os envolver nesta luta.
― Eu também.
Travis ainda não sabia quem – e o que – ele era, mas a maior
preocupação de Lucian era como ele reagiria quando descobrisse que ele era
filho de um deus do Olimpo. Até agora, esse Travis parecia levar as coisas a
passos largos. Lucian apareceu no apartamento de Travis quando destrancou a
porta.
― É um jogo de espera, Lucian. Eu sei que não é o que você quer ouvir,
mas isso é tudo o que podemos fazer. O cérebro faz o que o cérebro quer quando
está pronto para fazê-lo.
Jordan riu.
― Eu baixei para você. ― Ele acariciou o ombro de Lucian. ― Eu preciso
voltar e pegar Charlie. Se precisar de alguma coisa me ligue, tudo bem? Voltarei
dentro de uma semana para vê-lo e dar uma nova olhada em seus exames.
― De nada.
Capítulo 12
— Você me chamou?
— Bem, aqui estamos em sua casa, você não nos reconhece muito bem
...
— Estou bem, Lucian. Vi todas as fotos. Eu sei que ele é o meu pai e
você é o meu guarda-costas, certo?
— Bem, eu deveria ir para casa, a menos que você queira que eu fique?
— Russell perguntou.
Mas por que o outro Travis estava tão chateado com a sua vida? O que
poderia ser tão ruim sobre isso? Ele morava em um lugar agradável, tinha
realmente bons amigos e família. Então o que tinha para não gostar? Era
confuso como inferno se referir a si mesmo como o outro Travis, mas neste
momento era o que ele era. A porta se fechou atrás dele e ele olhou para ver
Lucian andando em direção ao quarto dos fundos.
Lucian riu.
— Sim.
— O quê?
— Nada. Então, e Jordy? Ele sempre soube que Wraith era um bruxo?
— O próprio Wraith não sabia que ele era um bruxo no começo. Nós
tropeçamos nisso.
— Como?
— Sim.
— Legal. Acho que tenho vinte e três anos? Não tenho certeza. O meu
pai disse que acha que tenho doze anos.
— Sim, mas sem lembrar. Eu sofri o mesmo que você há algum tempo,
mas só durou alguns minutos.
— O que aconteceu?
— Eu não sou bom nisso não. Não fui criado com outras pessoas. Era
só eu e Cezar trancados em uma jaula.
— Eu sei, tente ser eu agora. Parece que ele estava cheio de raiva.
Lucian olhou para Travis. A luz do fogo acariciava o seu rosto e os seus
olhos brilhavam com alegria. Lucian notou uma faixa de dourado se espalhando
nos olhos caramelos de Travis.
Chance veio no dia seguinte com os outros bruxos e a sua mãe. Eles
sentaram Travis em uma cadeira da cozinha e Melanie Christianson caminhou
ao redor dele. Lucian a observava cuidadosamente. Eles precisavam que o
feitiço fosse quebrado para que pudessem protegê-lo melhor. Lucian quase
bufou. Essa não era a única razão pela qual ele queria que o feitiço fosse
quebrado. Ele queria abraçar Travis e sentir o seu batimento cardíaco, saber que
ele estava realmente vivo.
— Não diga isso! — Travis gritou. — Você fez isso comigo? Não. Você
tem sido atencioso, Lucian, e não diga que é por culpa!
Loki assentiu.
Mesmo com as suas pálpebras fechadas, Travis podia sentir uma luz
brilhante em seu rosto. Agarrou o braço da cadeira enquanto começava a
desvanecer e o seu boné balançava em sua cabeça.
— Travis?
— Obrigado.
O que tinha Lucian para ser tão irritante? De acordo com Travis, apenas
estar no mesmo ambiente com Lucian o deixava louco.
— Posso ver por que você deixaria alguém louco, — Travis disse
suavemente.
— Parece bom, cara. O que você quer para o seu aniversário? — Jordy
perguntou.
— Não diga que não posso! O Doutor Youngblood já disse que estou
bem e posso ir lá fora. Eu não posso correr uma maratona ainda, mas posso
ficar de pé e comer com um garfo! Pare! Eu queria que vocês parassem de ser
tão superprotetores!
— Tudo certo. Deixe-me ligar para ele, tudo bem? Você pode tomar
um banho agora. Já cortei todo o comprimento. — Jordy se inclinou, tirando o
cabelo dos ombros de Travis. — Ei, isso ficou bonito. Parece uma lança.
— Tem certeza de que é uma boa ideia? Pelo menos aqui ele está
protegido. — Jordy mordeu o seu lábio inferior com preocupação.
— Teremos certeza, — Lucian disse com firmeza. — Ligarei para
Russell.
— Pai?
— Sim?
— Você já parou para pensar que talvez você não pode? Talvez nós
estejamos escondendo algo de você, porque você já passou por isso e não
gostou.
— Eu recusei?
— O quê?
— Porque já estivemos.
— Isso é tão frustrante! — Travis grunhiu.
Russell levou Travis em seus braços e inspirou. Ele sentiu falta de seu
filho mais do que jamais pensara ser possível, e tê-lo agora? Valia tudo para ele.
Travis fechou os olhos e segurou o seu pai com força. Ele compreendeu
por que o seu pai estava se segurando. Se ele foi um idiota com o seu pai e
agora estava passando um tempo com ele, ele faria o mesmo. Os outros caras
escondiam as coisas dele? Não muito. Ele descobriria o que diabos estava
acontecendo.
Quando chegaram ao cais, Lucian estava esperando por ele. Travis deu
um abraço em seu pai e saltou no carro que Lucian já tinha ligado. O seu pai e
Lucian falaram por alguns minutos antes de Lucian retornar ao veículo.
— Não faça isso! Não me trate como se eu fosse uma criança! Eu sei
que algo está acontecendo aqui! — Travis balançou as mãos ao redor
selvagemente e o fogo crepitou. Ele parou e olhou para a lareira. — O que é que
foi isso?
— Vento?
— O quê?
Travis olhou para Lucian, então sorriu. Ele começou a rir tão forte que
estava perto de sufocar.
— Sério?
Lucian assentiu.
— Acho que seria mais fácil se eu lhe mostrasse o meu outro lado.
1
Carro híbrido compacto da Toyota movido a gasolina e eletricidade. O Prius virou o ícone dos
automóveis híbridos e dos carros verdes em geral.
— Não ultimamente, — Lucian disse, escondendo as suas presas.
— Você já me mordeu?
— Não.
Lucian recuou.
— Você pensou, não é? Por que você está escondendo essas coisas de
mim?
— Porque você não queria isso, Travis! É a razão pela qual os Titãs
vieram atrás de você da maneira que vieram! — Lucian gritou.
— Porque você queria ser normal. Você não queria ser filho de um
deus. Você queria uma vida normal como um garoto universitário.
— Por que eu iria querer isso? Isso é muito mais legal. — Travis
observou o olhar chocado no rosto do vampiro. — Estávamos juntos, não
estávamos?
— Por que não? Eu sinto que há questões não resolvidas entre nós.
— Hum, sim, eu acho que o meu outro eu estava mentindo sobre isso.
— Com licença?
— Bem, acho que Travis estava mentindo sobre isso também. Eu posso
sentir em meus ossos que ele te queria, porque eu te quero.
— Fique aí e me diga que você me acha atraente, que tudo isso está
bem com você!
— Você não era chato, apenas com raiva do que o destino forçou em
você.
— Andrei e Caden?
— Oh, pelo amor de ... — Lucian jogou as suas mãos para cima no ar.
— Você não está tornando isso fácil.
— Isso não é uma boa ideia, Travis. Você não entende o perigo que
está correndo.
— Eu tenho que ir. — Lucian lançou um olhar para os seus irmãos antes
de desaparecer.
— Droga! Por que vocês dois tinham que vir aqui e arruinar tudo? Ele
estava prestes a me beijar! Talvez mais tarde, ele teria me mordido.
— Oh, sim, — Travis acenou uma mão cansada. — Eu sei tudo sobre
isso. Ele é um híbrido, eu sou um semideus, blá, blá, blá.
— Eu sei tudo sobre isso, e deixe-me apenas dizer que eu não estou
feliz por vocês esconderem essa merda de mim. Eu não sou uma criança e eu
me recuso a ser tratado como uma. Agora, o meu guardião se foi. Então, qual
de vocês dois me levará para o meu pai?
— Segure-se.
— Eu sou adotado. Isso é muito para levar? Sim, claro que sim. Mas
você deveria ter me dado a chance de lidar com tudo isso.
— Você tem que entender, Travis! Você parou de falar comigo! Eu não
sabia o que fazer ou a quem recorrer. Foi só recentemente que você passou um
tempo comigo e tivemos que obrigá-lo para fazer isso acontecer! Como explicar
ao meu filho, que eu o amo como meu, que nada ou ninguém jamais poderia
tirar o meu amor dele.
— Então ele estava fraco quando eles vieram atrás de mim. — Travis
assentiu com a cabeça em compreensão.
— Sim? Eu também.
Inacreditável.
Killian retornou para levá-lo para casa e Travis entrou em contato com
os outros caras assim que ele entrou em seu apartamento. Estariam reunidos
no dia seguinte para praticarem os seus poderes. Travis se acomodou em sua
cama e olhou para o teto. Ele sabia que Lucian estava em algum lugar no
apartamento. Ele não se tornara visível para ele e Travis sorriu.
— Mais como lavagem cerebral para me fazerem pensar que Jaxon era
uma ameaça para mim. Eles descobriram que eu estava saindo com ele de
alguma forma. O que eles não sabiam é que os nossos guardiões são imunes
aos nossos poderes. Foi por isso que Lucian teve que tirar o gatilho. Se ele
ficasse deprimido em sua bunda, você não teria sido capaz de se defender.
— Parece assim.
— Para mim você é. Eu gosto dos meus homens um pouco mais altos,
e menos ... — Lucian bateu o queixo com o dedo indicador. — Mal-
intencionados?
— Com licença? O que na Terra faz você pensar que me tornarei gay
para você? Eu nem sou gay!
— Oh, foda-se!
Travis se mexeu quando uma mão pousou em seu ombro.
— O quê?
— Oh, eles estão falando sobre Dasan agora. — Jaxon inclinou a sua
cabeça para o lado.
— Eu acredito que ele disse casa, não merda de casa, — Jaxon corrigiu.
— Por quê? Somos apenas nós. — Jaxon franziu o cenho. — Zane! Faça
a sua bunda visível.
— O que isso tem a ver com você, cabeça de ovo? — Samson disparou
de volta.
— O quê? Ele disse para soltá-lo, então eu soltei. — Samson olhou para
todos os caras olhando para ele. — Oh, vamos lá! Eu sabia que um de vocês,
feiticeiros, o salvaria antes que ele se espatifasse.
— Sim, bem, diga a Ares que o seu filho quer o seu guardião e veremos
quanto tempo eu vivo.
— Quem é você?
— Ares?
— O quê?
Uma luz brilhou através de seus olhos, e ele viu o seu pai rindo com
uma criança pequena tentando andar em um quarto de hospital. Ele perdeu o
equilíbrio e Russell estava lá para pegá-lo. Uma mulher, pálida e obviamente
esgotada, estendeu as mãos e Russell entregou a criança para ela. Os seus olhos
se iluminaram e uma lágrima caiu em seu rosto.
A luz desapareceu de seus olhos e ela estendeu uma mão para Russell.
— Eu não estarei aqui para isso, mas isto – este momento, segurando-
o, ouvindo os seus batimentos cardíacos, é o suficiente, Russell. Eu quero que
você leia para ele todas as noites, jogue futebol com ele e leve-o para pescar,
tudo bem? Você fará isso por mim?
— Nós dois sabemos que não o verei crescer. Este momento aqui, eu
levarei comigo. — Rachel acariciou o nariz do garotinho. — Ele nos foi dado por
uma razão, — ela sussurrou.
— Eu não posso fazer isso sem você. — Russell enxugou os seus olhos.
— Estou tão feliz que consegui ver este dia – segurar Travis em meus
braços, cheirá-lo e beijá-lo. Você não pode acreditar o quanto estou feliz,
Russell.
A visão se dissipou e Travis enxugou os olhos, olhando para Ares.
— Ela me amava.
— Com todo o seu coração, mesmo que você não fosse do seu sangue.
Eu soube o momento que eu o deixei com eles que eu fiz bem.
— Ela não caiu sem uma luta. Ela o protegeu o melhor que pôde, mas
havia muitos para lutar.
— O que foi feito para você – eu nunca fui mais grato pelos humanos
nesta equipe à qual você pertence. Lucian estava disposto a morrer quando eu
cheguei ao hospital.
— Com licença?
— Quem ele é?
Ele sorriu pelo jeito que eles brigavam um com o outro, como dois cães
lutando por um osso.
Era maravilhoso.
— Você o viu?
— O quê? Ele é perfeito para mim, pai. Você disse que ficaria bem se
eu fosse gay.
— Eu não posso ter certeza até que eu execute mais alguns testes.
— Ah, sim. Quando Wayne ouviu falar de vocês dois, ele enviou o seu
próprio sangue para doar. Eu ouvi que é um material poderoso. Eu volto já.
— Um pouco.
Evangeline entrou com Jordan e sorriu para Travis. Ela abraçou Russell
e puxou três seringas do bolso.
— Quem é o primeiro?
— Você não voltará atrás sobre o que você disse, certo? — Russell
perguntou.
Depois que Travis saiu da mesa, ele se juntou a Jordan no quarto para
ver os exames. Jordan estava apontando várias partes do seu cérebro,
comparando-as com os exames mais antigos.
— Não. Eu não.
— Por quê?
— Você sabe quem você é – o que você é, e você ainda se sente bem
sobre isso?
Ele sabia que Lucian estava por perto – ele podia sentir isso.
Afinal, como o outro Travis, ele descobriu que ele era um semideus.
Ele bufou. O outro Travis, um que não tinha problemas com ser o filho de um
deus. Ele precisava se lembrar disso. Em casa, Travis destrancou a porta do
apartamento e entrou na sala para encontrar Lucian sentado em frente à lareira.
Ele não estava vestindo o seu casaco. Ele estava de jeans e uma
camiseta preta. O estômago de Travis e o seu peito se apertaram.
— Você diz isso, mas a primeira vez que você for atacado, você pode
voltar a ser o outro Travis que não quer ser parte disso.
— Por quê?
— Ele me faz sentir vivo. Estou zangado, frustrado e irritado com ele.
Lucian desapareceu e Travis suspirou frustrado. Ele deveria ter lhe dito
a verdade, que ele lembrava de tudo. A confissão de Lucian o atingiu com força.
Este.
Travis sorriu.
— Ei, você. Sim, você, o outro Travis lendo isto. Pare de ser um
franguinho, e eu quero dizer da melhor forma possível. Lucian está apaixonado
por você. Ele pode não ser capaz de se expressar. Inferno, ele provavelmente
nem sabe o que significa, mas ama e sente isso por você. Então, se você voltar,
não perca tempo. Suba naquela montanha, amigo.
— Travis?
— Sim?
— Estarei no sofá.
— Boa noite.
— É muito pacífico.
— Lucian?
— Segure-se em mim.
— Tentei explicar-lhe isso antes, Travis, sobre os Titãs. Você não está
me ouvindo.
— Eu–
— Cale-se. Deixe-me falar. A primeira noite que nos encontramos, eu
estava de pé junto à porta da frente do clube quando você entrou, e você passou
por mim como se você nem me visse. Eu sabia quem você era. Quero dizer,
você estava com os seus irmãos, então eu imaginei, mas você nem me lançou
um olhar. Eu fiquei irritado. Você deveria saber quem eu era, você estava lá por
mim! Você deveria ser meu. É por isso que eu estava com raiva e eu o segui e
a próxima coisa que eu sei, você me tinha pela garganta.
— Você não entende, não é? Você deveria saber que eu era seu.
— Você sabe o quão difícil foi para eu tentar te odiar? Eu queria, confie
em mim, mas você abria a sua boca e eu esquecia o que eu diria. Você entra
em um lugar e eu juro que tudo para, o meu coração acelera e eu fico fraco nos
joelhos. Não é apenas que você é deslumbrante, Lucian. Você é muito mais do
que isso. Você se importa, mesmo que tente muito convencer a todos que não.
Não consigo respirar quando estou com você.
— Você é meu.
— Eu sou louco?
— Sim, você é, mas significa muito para mim que você prefere estar
com esta versão de mim do que a outra.
— O que foi?
Travis puxou a cueca de Lucian para baixo, bem como a sua própria, e
ambos as lançaram pelo quarto. Travis sentou-se, assim ele poderia admirar
melhor Lucian.
— Meu Deus. Olhe para você, Lucian. — Travis segurou o rosto de
Lucian em suas mãos. Os seus olhos estavam dilatados e ele estava tremendo
um pouco. — Ei, o que foi?
— Estou nervoso.
— Nós não temos que fazer coisa alguma hoje à noite, tudo bem? Nós
podemos nos beijar e isso é tudo.
— Claro que não! Eu não tenho ideia do que estou fazendo, de qualquer
maneira. Eu só quero te tocar e te beijar. Eu quero estar perto de você.
Lucian não sabia que apenas beijar Travis causaria uma reação nele.
Enquanto os seus pênis deslizavam transversalmente um no outro, o seu corpo
explodiu em chamas e as suas presas desceram. Ele se afastou rapidamente e
tentou escondê-las.
— Você me deixaria?
Travis sorriu e puxou Lucian para cima dele. Ele abriu as pernas e
Lucian se acomodou entre elas.
— Oh. Meu. Deus. — Travis ofegou. — Eu nunca gozei assim! Isso foi
uma loucura!
Lucian acenou uma mão entre eles, limpando a bagunça do sêmen. Ele
rolou para o seu lado para admirar Travis.
— Parece estranho?
— Que diabos, caras? — Travis olhou para eles. — O que está errado?
— Como Stone foi para mim. — Killian bateu nas costas de seu irmão.
— Entre mim e Cezar, estou certo de que podemos passar por tudo.
— Há algo tão ... familiar sobre Travis. Não consigo entender a razão.
— Lucian olhou para os seus irmãos.
Travis saiu e se secou, indo para o seu quarto. Olhou para a sala e viu
os irmãos na varanda. Ele não podia ouvir o que eles estavam dizendo, mas era
óbvio que eles estavam discutindo sobre sexo se os dedos de Cezar significassem
alguma coisa. Ele riu e foi para o seu quarto vestir algumas roupas.
Ele pegou o seu telefone e enviou uma mensagem para Brock. Ele sabia
que Brock falaria com ele sobre sexo e não zombaria dele. Bem, ele esperava.
Brock respondeu segundos depois, dizendo que ele estava no prédio em seu
próprio apartamento. Travis agarrou os seus sapatos e saltou pelo corredor até
a sala de estar onde eles estavam. Os irmãos pararam de falar quando ele
alcançou a varanda.
Ele quase saltou os degraus, mas pensou melhor sobre isso. Quando
chegou no apartamento de Brock, a porta se abriu e Zack ficou ali, sorrindo.
— Ei, Zack.
— Travis. — Zack deu um passo para trás para permitir que ele
entrasse. Brock estava na mesa da cozinha, comendo o que parecia ser waffles.
— E essa seria a razão pela qual você está aqui. — Brock arqueou as
sobrancelhas.
— Bem, não só isso, mas eu não podia esperar para contar a alguém!
— Ah, cara. — Brock pegou a mão de Travis. — Eu estou tão feliz por
você!
— Obrigado, Brock.
— Bem, vamos ver, — Ryder fez a conta em sua cabeça. — São sete
Olimpianos com os seus guardiões.
— Espere, o quê? Como você não pode se sentir atraído pelo Calvin?
— Hum, eu não sei? Eu não sou atraído por cabelo escuro, ou caras,
para simplificar o assunto, — Ashton admitiu.
— Nós podemos sair depois? Há algum lugar que você gostaria de ir?
— Deus, a maneira como você fala. — Travis segurou uma mão em seu
peito e fingiu um desmaio digno de Scarlett O'Hara.
— Vamos lá.
Capítulo 18
— Uau, eu posso dizer que você realmente não quer estar aqui.
— Bem, só porque você se lembra de tudo, não significa que você não
precisa de ajuda. Como você e Lucian estão?
— Bem, eu não sou um profissional nessa área, mas posso lhe dizer
isso: se você sentir isso fortemente por ele, tem que ter uma razão. Todo o resto
está bem?
— Sim. O meu pai pegou o sangue que salva vidas por causa de sua
condição, então eu sei que ele estará por aí por um longo tempo.
— Você o viu?
— Claro. Tenho permissão para lhe dizer isso. O seu pai deu a entender
que se você me azucrinasse, o lembrasse que ele vem me ver também.
— Foi tão estranho ler o meu diário como o meu outro eu, você sabe,
aquele que não se lembrava. Eu gastei tanto tempo ficando zangado com o que
eu era, eu não parei para pensar sobre o que isso significava. Eu tenho onze
outros caras que estão no mesmo barco que eu, muitos deles que eu conheço
desde o ensino médio. Estamos todos na mesma situação e eu sou o único que
está causando problemas. Bem, exceto por Ruslan, talvez.
— É só isso. Acho que fiquei mais furioso que ele não sabia que eu
deveria estar com ele.
— Obrigado, cara.
— O que é isso?
— Vamos lá.
— Vendido!
A sua mão roçou a pele macia das bolas de Travis e a sua respiração
prendeu. Lucian segurou-as na palma da mão, rolando-as enquanto se inclinava
para a frente e lambeu ao lado do pênis de Travis. Ele engasgou e gemeu,
arqueando as costas quando Lucian envolveu os lábios em volta do seu pênis.
Lucian chupou bruscamente, deixando a sensação da pele e do gosto de Travis
deslizar sobre a sua língua.
— Eu também não.
— Eu amo isso. — Travis riu.
— Então você não quer que eu aprenda a dizer não e não pode?
Lucian ergueu a cabeça e olhou nos olhos de Travis. A cor intensa era
hipnotizante.
— Chuveiro?
— Definitivamente.
Capítulo 19
— Lucian?
— Sim?
— Gostaria muito.
— Nós sempre teremos esta noite bem aqui. — Lucian sorriu quando
Travis estendeu a mão para tocar a luz. Moveu-a para a mão de Travis, flutuando
na frente dele.
— Lucian?
— Sim?
— Durma bem.
— Eu irei agora.
— Se o poder nunca sair, todos nós podemos cozinhar nas palmas das
nossas mãos. — Jordy riu.
— Sim. Ele disse que não pode dançar, mas eu estou bem com isso. Eu
só o quero lá.
— Merda!
Travis olhou para cima e viu que Ruslan se agachou ao lado dele.
— Eu piorei a situação?
— Nah, está legal, Ruslan. Não se preocupe tanto. O futebol é um
esporte violento.
— Brock eu vomitarei.
— Eu fiquei como você a primeira vez que Zack dirigiu o meu carro.
— Interessante.
— Gostaria de ajuda.
— Tudo bem. — Ela assentiu.
— Não. Para o meu namorado. — Lucian piscou. Isso saiu sem ele nem
pensar. Parecia completamente certo. A mulher sorriu e afagou o seu bíceps.
— Fazer o quê?
— Sim.
Capítulo 20
— Sim, sim. — Ruslan suspirou, olhando para cima. — Mas não para.
Eu sei que não tenho sido a melhor pessoa em um longo tempo, mas estou
tentando mudar. Eu não tentei algo mais com os meus poderes de Olimpiano
que eu não deveria fazer há algum tempo. — Ruslan não seguiu as ordens e
experimentou os poderes que ele não deveria mexer.
— Eu não acho que irá. Ninguém jamais me verá como qualquer coisa
além do filho de meu pai.
— Eu não penso assim. — Travis colocou um braço em volta de Ruslan.
— Acontecerá.
— Por que você não disse coisa alguma? Esse inchaço parece ruim!
— Sobre o quê?
— Claro, assim que eu der uma boa olhada em sua lesão. — Dasan
olhou para Travis por cima do ombro. — Você pode destrancar o apartamento
dele?
Deus, ele se sentia como um burro egoísta! Durante todo esse tempo,
ele reclamou sobre o seu próprio destino na vida e não prestou atenção em um
amigo sofrendo e com dor. Travis segurou Ruslan e fechou os olhos. Ele faria
isso direito. Os meses que ele passara reclamando parariam e ele seria um
amigo melhor.
Lucian puxou Travis para perto de seu peito e sorriu pelo chiado
assustado que o homem menor emitiu.
— Sim.
— Mas–
— Você cheira bem. — Lucian enfiou uma mão no bolso e tirou o seu
presente para Travis. — Eu lhe trouxe um presente.
— Você trouxe?
— Feliz aniversário.
Travis olhou ao redor e puxou Lucian para o lado para que pudessem
ter alguma privacidade. Ele cuidadosamente desembrulhou o presente. Era uma
caixa preta e Travis olhou para cima.
— Ei, Trav!
— O que foi?
— Uh.
Travis estava rindo tão forte que quase tropeçou sobre Jordy saindo da
cabine. Ele parou e deu um beijo nos lábios de Lucian.
— Eu voltarei.
— Shh!
— Parecem felizes.
— Eles precisavam disso, — Zane concordou.
— Olá, Lucian.
— Sim. Ouvi dizer que você tem sido um menino mau, que Travis vive.
Acho que é hora de usar o presente que te dei. Não é?
— O filho de Ares quer lutar? Eu pensei que não quisesse fazer parte
da minha vingança?
— Deus, eu sinto que tenho a pior ressaca que já tive. — Nate gemeu,
segurando a cabeça.
— Você devia ter se visto esta noite, Travis. Eu nunca estive mais
orgulhoso de você.
— Você o ama.
— Sim, ele é seu Lucian, em todos os sentidos. Quando você era jovem,
o seu lobo sentiu quem ele era, por isso você foi atraído por ele. — Ares passou
a mão no cabelo de Travis na testa. — Cuide bem dele, Lucian.
Travis acordou tão bem, mesmo alguém respirando ao lado dele. Ele
abriu um olho para ver o enorme peito de Lucian em seu rosto. Ele sorriu e se
aproximou, deixando a sua ereção matinal pressionar Lucian. O shifter gemeu,
aproximando Travis. Ele beijou o pescoço de Lucian, deixando a sua língua
deslizar para cima da pele macia até à sua orelha.
— O deus Olímpico.
— Pare com isso. Ele queria ter certeza de que você estava bem depois
da luta.
— Bom.
Ele nem sequer parou para pensar que era estranho estar chupando o
pau de outro homem. Era Lucian. Travis relaxou a garganta e levou Lucian o
mais longe que pôde. Ele estava tendo um bom ritmo e então o pênis de Lucian
pulsou em sua língua.
— Lucian?
— Sim?
— Mais.
Lucian rugiu debaixo dele e sêmen atingiu o seu peito. Travis enterrou
o rosto no pescoço de Lucian, tentando recuperar a sua sanidade. Os seus olhos
se abriram e ele ergueu a cabeça, encarando Lucian.
— Eu também te amo.
— Você pensou?
— Sim, certo, — Travis bufou. Ele ficou sério e olhou para Lucian. —
Cronos não está morto, não é?
— Eu penso que não. Ele pode ter escapado do fogo que você e os seus
irmãos invocaram.
— Você cozinhará?
— Então, ovos.
— O quê?
— E é isso?
— Você verá.
Uma hora depois, estavam no escritório de James Jacobs no prédio de
escritórios de Caden. Gaia estava em um canto, cercada por um brilho.
— Parece que vocês dois foram divididos. — Gaia colocou uma mão na
bochecha de cada um. — Vocês já encontraram o seu lar.
— Droga! Tem que pesar pelo menos nove quilos! Nós temos que jogá-
lo de volta, no entanto. — Travis franziu a testa.
— Sim.
— Existe alguma coisa que possamos manter?
— Tudo bem, mas sem mais não e não posso. Eu tenho que me
concentrar.
Lucian riu.
— Por que não ficamos na água esta noite? Podemos largar a âncora
em Bainbridge3 e observar as estrelas.
— Acho que é uma boa ideia. Eu não percebi o quanto estou fedendo.
3
Bainbridge Island: cidade localizada no estado norte-americano de Washington.
— Droga, Lucian! — Travis riu do banheiro.
— Entre aqui!
— Eu não posso–
— Ah, inferno.
FIM