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Sebenta Eco
Sebenta Eco
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
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Segundo Lionel Robbins, a economia estuda as opções face à raridade dos bens.
Económicos:
- Limitados;
- Material ou não (Ex: tempo);
- Escassez em termos de recursos materiais;
- Há necessidades repetentes.
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Limitações orçamentais
A otimização
Exemplo:
Situação B – alguém trabalha por conta própria tem um rendimento mensal de 4000€.
Nota: A escolha A parece ser a mais acertada. Se ele optar pela B, o custo de
oportunidade será o valor associado ao facto de ele prescindir da opção A, que, neste
caso é 1000€. O custo de oportunidade é, portanto na maioria das vezes superior.
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Racionalidade Limitada
Uma parte significante da vida é dominada pela escassez e toda a escolha tem
um custo, que consiste essencialmente no valor daquilo a que se renuncia para se obter
aquilo por que se optou.
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- Prioridade dada à eficiência (atribuição dos recursos aos seus empregos com o
máximo valor relativo): o emprego de meios é avaliado em termos de
maximização (capacidade de obter o maior rendimento possível a partir de um
determinado conjunto de meios) e essa prioridade implica orientações políticas
diversas das que seriam ditadas pela primazia da justiça;
- Prioridade dada à justiça: confere importância à forma como o rendimento é
repartido, à forma como a igualdade é verificada nas comparações
intersubjetivas de resultados distribuídos, independentemente da dimensão total
daquele rendimento.
O uso eficiente de um recurso resulta na produção dos bens e serviços que mais
apreciados são pelo maior número de pessoas, significando que o aumento quantitativo
dos meios é um passo decisivo em direção à otimização das finalidades. Por outro lado,
a distribuição justa de um resultado ineficiente pode ser injusta, por não satisfazer
ninguém.
Otimizar recursos é procurar fazer com que se possa retirar deles um máximo de
satisfação, ou seja, levar a respetiva exploração ao limite pela escassez.
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐴
𝑃𝑅! =
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐵
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O raciocínio marginalista
Benefício marginal – valor dessa unidade suplementar do bem ou serviço por que
se optou.
- Optar por adquirir mais do que um bem (Ex: mais do que uma garrafa de
água) enquanto o benefício de mais essa unidade exceder o correspondente
custo de oportunidade (muita cede);
- Optar por adquirir menos quando esse custo exceder o benefício adicional;
- Não adquirir nem mais nem menos quando os dois valores coincidirem.
Exemplo: Se alguém estiver cheio de sede e tiver vários copos de água à sua volta, o
primeiro copo de água será muito útil visto que terá uma satisfação enorme. À medida
que vai bebendo copos de água, a necessidade vai diminuindo e a satisfação também.
UTILIDADE
DOSES
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Notas sobre o gráfico: (1) Marginal: o último a adicionar;
(2) A utilidade é subjetiva, difere para cada indivíduo (Ex: para um fumador um cigarro
é importante enquanto para um não-fumador não é);
(3) Vantagem – diferença entre utilidade e custo. Eu vou parar quando a utilidade for
igual ao custo (diferença é 0). Um consumidor vai parar de consumir quando a utilidade
marginal for igual a P Um = P
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O postulado da racionalidade:
Racionalidade:
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As limitações temporais e orçamentais
Valor vs. preço: o valor é algo subjetivo enquanto o preço é objetivo e dado pelo
mercado. Estamos dispostos a pagar mais por aquilo que nos é mais útil.
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existência de vantagens recíprocas, visto que os interesses que se contrapõem são
complementares pois têm valores desiguais para as partes envolvidas. O total das
transações vai fazendo aumentar a utilidade total (utilidade combinada de ambas as
partes).
Cada família consumirá tanto mais quanto mais produzir. Mas produzir mais
implica libertar-se das atividades em que é menos produtiva para se concentrar
naquelas em que mais o é – especializar-se e intensificar as trocas.
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- A sua disponibilidade para trocar;
- A sua adesão a valores geralmente aceites como base de negociação;
- O respeito que os compradores têm pelo custo expresso na avaliação do
vendedor;
- A sensibilidade que os vendedores têm às necessidades expressas na avaliação
do consumidor;
- A confiança que as partes depositam no meio de pagamento comum.
Nota: toda a iniciativa política que interfira no mecanismo dos preços pode gerar um
risco de grave instabilidade na atividade económica.
Entre os dois tipos de mercados geram-se nexos que podem ser configurados
como um fluxo circular de produtos e de fatores e um contra fluxo de pagamentos, entre
consumidores e produtores.
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ESTADO (interveniente na vida económica):
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A Justiça Social
As falhas de mercado
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Poder de Mercado – permite a alguém a exploração do mecanismo dos preços
em proveito próprio, para lá de um limite que fira um sentido mínimo de justiça ou que
gere desincentivos à produção e às trocas. A atuação do Estado justificar-se-á na
medida em que seja alcançável o esvaziamento desse poder, evitando situações
abusivas, a exploração de vantagens ou desequilíbrios extremos que comprometam a
capacidade de o funcionamento normal do mercado assegurar a justiça e a eficiência
da atividade total que neles decorre.
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As falhas de intervenção
Motivo básico das “falhas de intervenção”: Não sendo o Estado administrado por
pessoas infalíveis e invariavelmente justas ou por pessoa omnipotentes e omniscientes,
toda a intervenção é inevitavelmente contaminada por informação imperfeita, por
unilateralidade e confinamento de avaliações, por deficiências de planeamento e de
execução, por quebras de comunicação, por ocultação deliberada promovida pelos
visados, por falta de vigilância ou de responsabilização dos executantes das medidas
aprovadas.
Uma parte das “falhas de intervenção” pode ser minimizada através do recurso
a instrumentos muito sofisticados, seja na recolha e processamento de informações,
seja na sua aferição empírica e reformulação permanente, seja na sua sujeição explícita
a procedimentos iterativos de otimização que se apresentam como alternativa ao
funcionamento do mercado.
Macroeconomia e Microeconomia
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A Microeconomia concentra-se no funcionamento do mercado de produtos e no
mercado de fatores. A Macroeconomia incide na conduta do todo da Economia.
Produtividade
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as várias combinações de produção de dois bens ou serviços que são alcançáveis pela
aplicação máxima e ótima dos correspondentes fatores de produção.
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A fronteira de possibilidades de produção não é um dado estático nem um limite
absoluto; é certo que não poderá ser alterada de modo abruto ou ilimitado, mas não é
menos certo que ela é suscetível de expansão e retração (capacidades inatas,
formação, etc.). É possível um crescimento em termos absolutos, isto é, uma expansão
da fronteira de possibilidades de produção que permita soluções eficientes com
crescente suscetibilidade de nos aproximarem do limite da abundância geral.
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CAPÍTULO 3
INTERDEPENDÊNCIAS E TROCAS
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A Divisão do Trabalho
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Vantagens Absolutas
Feita essa escolha por uma divisão de trabalho estável e congruente de acordo
com princípios de vantagem absoluta, os ganhos das trocas podem ampliar-se até ao
limite consentido pela dimensão do mercado, mas sempre com as vantagens da
descentralização e da liberdade induzida pelo simples balizamento dos incentivos.
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Os economistas, conservando um prudente ceticismo perante as preferências
declaradas, tendem a fazer recair o peso da sua análise sobre as preferências reveladas
dos agentes económicos. A insinceridade campeia na abordagem negocial às trocas,
dados os benefícios estratégicos que podem fazer-se derivar da reserva de informação.
Se, num caso, o lucro for superior ao excedente do consumidor (diferença entre
o máximo que o comprador estaria disposto a pagar e aquilo que efetivamente pagou),
noutro caso verifica-se o contrário, mas em nenhum dos casos a presença de um dos
valores implicou o desaparecimento do outro, pois se tal tivesse sucedido, a transação
não teria ocorrido, ou então a aparência de uma transação onerosa teria recoberto
aquilo que substancialmente seria um ato de benemerência.
Sugerir que uma troca só é justa se ela resultar numa equivalência de resultados
para as partes envolvidas pode, para além de ser falso, suscitar problemas melindrosos.
A maior parte das trocas envolve uma margem de risco quanto ao valor daquilo
que é transacionado. Os desejos de conhecimento perfeito ou de certeza absoluta são
incompatíveis com a nossa necessidade de ação. Eliminar completamente esse risco
teria o custo elevadíssimo de volatilizar a confiança no cumprimento das transações
contratuadas, dada a rejeição por ambas as partes de qualquer margem de risco. É
possível reduzi-lo, fazendo acompanhar as transações de sinalizações e garantias que
incutam a impressão de seriedade ou que permitam remediar resultados muito
insatisfatórios ou desequilibrados.
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Vantagens Comparativas
Seria vantajoso, para aquele que dispõe de mais de uma vantagem absoluta,
assumir todas as tarefas nas quais se registasse esse tipo de vantagem, maximizando
em todas elas os ganhos advindos da sua superior produtividade.
De qualquer modo, é mais benéfico para o produtor dividir trabalho, visto que se
libertando daquelas tarefas em que seja comparativamente menos apto, poderá
concentrar-se naquela/s em que a sua produtividade é relativamente maior, confiando
as demais a parceiros de troca.
Uma solução que tecnicamente seria a mais eficiente, por estar além daquilo que
o mercado comporta, pode acabar por não se revelar na mais eficiente (não é aquela
que maximiza a utilidade do mercado). Logo, a especialização é limitada pela dimensão
do mercado, pela procura dos bens e serviços a que possa corresponder essa
especialização de fatores produtivos.
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Benefícios da especialização das trocas – explicados através do facto de cada
pessoa se concentrar na produção de bens e serviços para os quais existem custos de
oportunidade mais baixos.
Seria irracional não aproveitarmos a desigualdade inata. Por outro lado, demasiada
ênfase nas dotações inatas pode refletir uma atitude conformista e fatalista que sugeriria
a futilidade do esforço de aperfeiçoamento individual e coletivo e a irrelevância das
escolhas que presidem a esse esforço.
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ii) Dotações Adquiridas
Aquele que aposta numa formação muito especializada ou numa educação superior,
ou o país que acarinha as suas instituições educativas e científicas, que fomenta a
investigação e a inovação, estão ambos a investir na melhoria das qualidades humanas
que podem resultar em incrementos de produtividade e de riqueza.
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Nova Economia (séc. XX) – reflexo da eclosão de novos setores produtivos
dominados por investimentos intensivos em conhecimento e informação, em capital
humano (Ex: informática; telecomunicações) e explosivos incrementos de produtividade
em setores tradicionais nos quais foi possível aplicar as inovações tecnológicas. A
confluência do “capital humano” com a explosão da “tecnologia de informação” contribui
para a aceleração da produtividade agregada nos países industrializados.
Limites da especialização:
i. Dimensão do mercado;
ii. Desumanização (a repetição pode resultar num ambiente produtivo
desincentivador).
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A Divisão Internacional de Trabalho
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Os Custos da Interdependência
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aquele país que tinha mais a ganhar com elas; o país menos favorecido poderia estar
mais rico com a liberdade das trocas.
Toda a atitude protecionista que o país assuma deve ser precedida de uma
ponderação das consequências da bilateralidade e da generalização dessa atitude junto
dos nossos parceiros comerciais.
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Quanto mais os Estados dependem economicamente uns dos outros, menos
atraente se torna a posição isolacionista, porque com esta todos perdem. Essa
pacificação através das relações económicas internacionais aparenta maior solidez do
que outras vias, porventura mais nobres e edificantes, porque qualquer um reconhecerá
o poderosíssimo ascendente dos interesses económicos na conduta dos estados e o
seu peso na pacificação, mesmo quando não passe de hipocrisia ou de um simples
cálculo de oportunidades. Podemos afirmar que a paz é o resultado contingente de uma
complementaridade de interesses que torna os estados reféns uns dos outros.
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CAPÍTULO 4
AS FORÇAS DE MERCADO
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dispõe de poder de mercado. Noutro extremo, temos situações em que o poder de
mercado se manifesta através da formação de preços, não pela ação combinada das
forças em concorrência, mas pela vontade de um único agente ou de um grupo restrito
de agentes que conseguem manipular os preços, são os “price makers”.
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Produzir um bem ou serviço para oferecer num mercado envolve custos, por
isso, quanto mais elevados são os preços, maior é a possibilidade desses custos serem
cobertos na sua totalidade, e de se obter um remanescente de rendimento que premeia
o esforço do vendedor, o lucro.
Lei da Procura: diz-nos que se o preço aumentar então a quantidade procurada vai
diminuir e que se o preço diminuir então a quantidade procurada vai aumentar. Trata-
se de uma correlação inversa entre estas duas variáveis, ou seja, a procura tende a
diminuir quando ocorre uma subida de preços, e tende a aumentar por ocasião de
uma queda de preços.
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Por outro lado, se a diminuição do preço de um bem determina a quebra da
procura de outros bens, dir-se-á que são bens sucedâneos.
Se a procura de um bem revela a procura de outros bens, então estamos
perante bens complementares.
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NOTA:
o Bens de Veblen - consumo ostentatório (ex.: birkin bag);
o Bens de Giffen - bens inferiores, consumidos pelas classes de mais baixos
rendimentos
Quem nos ajudou a compreender estes mecanismos foi Alfred Marshall. Ele
dizia que estes mecanismos eram como uma tesoura; precisamos dos dois lados. O
grafismo em que se cruzam as curvas da oferta e da procura é designado por “cruz
marshallina”. O ponto de interseção é chamado ponto/preço de equilíbrio, e é o ponto
de coincidência entre um preço de equilíbrio e uma quantidade de equilíbrio. Este
ponto de equilíbrio é a melhor situação possível; significa que a certo preço a
quantidade que os consumidores estão dispostos a comprar é igual à quantidade que
os produtores estão dispostos a vender.
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Os pontos acima do ponto de equilíbrio representam uma situação de
excedente, uma vez que a quantidade oferecida é maior do que a quantidade
procurada. Os pontos abaixo do ponto de equilíbrio representam uma situação de
escassez, uma vez que muitos consumidores gostariam de comprar um bem, mas
não há quantidade oferecida suficiente.
A Especulação
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Princípio de Hotelling
A Elasticidade Da Procura
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Se fosse possível ao vendedor conhecer antecipadamente a elasticidade preço
dos seus clientes, poderia tomar decisões cruciais em matéria de preços que afetariam
a receita total que ele retira das suas vendas:
. Procura relativamente elástica – é mais compensador descer os
preços; . Procura relativamente inelástica – é mais compensador
subir os preços;
. Elasticidade infinita – toda a subida de preços resulta numa imediata perda
total de rendimento, pelo que o vendedor está cingido à opção de aumentar as
quantidades produzidas se quiser aumentar o seu rendimento total;
. Inelasticidade total – o vendedor tem a possibilidade de aumentar
irrestritamente o seu rendimento através de simples subidas de preços, sendo o
aumento percentual das suas receitas, do seu rendimento, igual à percentagem da
subida de preços.
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Esta sensibilidade aos preços depende de diversos fatores, como…
- Efeito de rendimento: as variações de preços de bens de valor insignificante
tendem a deparar-se com uma forte inelasticidade da procura, o que
demonstra que, aumentando o rendimento, a elasticidade preço tende a
diminuir; o efeito rendimento será tanto mais decisivo quanto maior for a
parcela orçamental reservada para a despesa com aquele bem cujo preço
subiu.
- Efeito de substituição: a elasticidade tende a aumentar se o consumidor
dispõe de alternativas e pode fugir aos aumentos de preços de um bem;
substitui o consumo atual por um consumo de bens sucedâneos cujo preço
relativo não tenha aumentado.
- Essencialidade das necessidades: a elasticidade é, por definição, reduzida
quanto àqueles bens e serviços que satisfazem necessidades primárias (cuja
satisfação é imprescindível) e tende a aumentar na área das necessidades
secundárias, até ao limite do consumo que cada um possa ter por supérfluo.
- Perspetiva temporal: a passagem do tempo faz aumentar a elasticidade pois
dá ao consumidor mais oportunidades de reação, permitindo-lhe explorar
“vias de fuga” em relação ao consumo cujo custo aumentou (adotando novos
hábitos e atitudes).
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Bens superiores o aumento da procura é mais do que proporcional ao aumento do
(valor superior a 1) rendimento OU a quebra da procura é mais do que proporcional à
diminuição do rendimento
valorBens
entre 0 normais
e 1o aumento da o aumento da procura é proporcional OU a quebra da procura é
(valor entre 0 e 1) proporcional
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Bens complementares a quantidade procurada de um bem diminui se o preço do
(valor abaixo de 0) outro aumenta ou aumenta se o preço do outro diminui
A Elasticidade Da Oferta
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A elasticidade da oferta vai diminuindo à medida que nos aproximamos do
limite da capacidade produtiva de uma empresa, já que quantos mais recursos estão
empregados mais difícil se torna encontrar reservas disponíveis para a resposta às
solicitações do mercado e mais custoso se torna desempregar recursos com o único
fito de voltar a empregá-los na produção de bens mais procurados.
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- Bens Sucedâneos vs. Bens Complementares
Elasticidade:
Ep = 1 – procura unitária/neutra;
& '.)%
Er = = −0.5 − 𝑏𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 (> 1)
*'%
'.)%
𝐸𝑟 = *'% = 0.5 − 𝑏𝑒𝑚 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 (< 0; > 1)
)'%
𝐸𝑟 = *'% = 5 − 𝑏𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 (< 1)
%" (&'( ))
3) Cruzada: (Ec) =
%+ (&'( &)
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