Professional Documents
Culture Documents
Quimica Organica I
Quimica Organica I
Aplicada à Farmácia
Material Teórico
Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
• Introdução;
• Teoria Estrutural da Química Orgânica;
• Cadeias Carbônicas;
• Classificação das Cadeias Carbônicas;
• Polaridade e Geometria de Moléculas Orgânicas;
• Teoria da Ligação de Valência;
• Hibridização de Orbitais;
• Introdução aos Hidrocarbonetos;
• Nomenclatura de Compostos Orgânicos;
• Propriedades Físico-Químicas dos Hidrocarbonetos;
• Compostos Aromáticos – Breve Introdução.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar uma introdução geral da química orgânica;
• Introduzir às representações estruturais de compostos orgânicos e das teorias de
ligação de valência;
• Apresentar conceitos de hibridização;
• Mostrar como reconhecer a geometria e polaridade de moléculas orgânicas;
• Apresentação sobre como identificar nomenclatura, propriedades estruturais e físi-
co-químicas de hidrocarbonetos. Breve introdução aos compostos aromáticos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Introdução
A partir deste momento, aprenderemos os conceitos básicos de um dos ra-
mos mais importantes da química: a química orgânica. Compostos orgânicos estão
sempre presentes em nossa vida cotidiana. Até mesmo em nosso próprio corpo
são produzidas substâncias orgânicas, como a ureia e a glicose, por exemplo.
Agora, pense um pouco: qual a primeira coisa que vem à cabeça quando você
escuta a palavra orgânico? Atualmente, devido à popularidade, você pode pensar em
alimentos orgânicos, que são aqueles produzidos sem o uso de substâncias tóxicas,
como pesticidas e herbicidas, por exemplo. No entanto, compostos orgânicos estão
presentes em todos os seres vivos. Portanto, seja produzido com ou sem a adição de
agrotóxicos, o alimento ainda continua sendo formado por substâncias orgânicas.
8
Figura 1 – Fórmulas molecular e estrutural plana da vitamina C
Fonte: iStock/Getty Images
9
9
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
10
O eteno também é conhecido como etileno e o etino, como acetileno. Você aprenderá mais
Explor
Cadeias Carbônicas
Como você já sabe, o carbono é capaz de formar cadeias carbônicas. Essa pro-
priedade é que ajuda a tornar possível a existência de tantos compostos orgânicos.
Existem várias formas de representar a estrutura de uma cadeia carbônica. Vamos
considerar o composto orgânico propano (fórmula molecular = C3H8) como
exemplo. Podemos representar sua estrutura das seguintes formas (SOLOMONS;
FRYHLE, 2012):
• Fórmula de traços ou fórmula estrutural plana: as fórmulas de traços
são responsáveis por identificar a conectividade dos átomos, não sendo
representações de formas reais da molécula. É importante ressaltar que
uma mesma fórmula molecular pode representar vários compostos, os cha-
mados isômeros. Mas não se preocupe, aprenderemos mais sobre esses
compostos em unidades futuras. Por agora, concentre-se em aprender
como representar estruturalmente uma cadeia carbônica por meio de uma
fórmula de traços (Figura 5);
11
11
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Para saber mais sobre representações por meio de estruturas em bastão, leia o Capítulo 1 do
Explor
livro de Klein (2016) e faça os exercícios propostos. O autor aborda o tema de uma maneira
bastante interessante e didática. Confira!
Classificação do Carbono
O carbono pode ser classificado de diferentes formas, dependendo da quantida-
de de outros átomos de carbono a ele ligados. Logo, o carbono pode ser:
• Primário: neste caso, o carbono encontra-se diretamente ligado a um ou a
nenhum outro átomo de carbono;
• Secundário: neste caso, o carbono encontra-se diretamente ligado a dois outros
átomos de carbono;
• Terciário: neste caso, o carbono estará diretamente ligado a três outros á tomos
de carbono;
• Quaternário: por fim, neste último caso, o carbono estará ligado a outros
quatro átomos de carbono.
12
Exemplo 1: Considerando o composto abaixo, determine:
Importante! Importante!
13
13
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Figura 10 – O etileno (eteno) e o acetileno (etino) são compostos orgânicos de cadeia insaturada
Fonte: Acervo do Conteudista
14
Importante! Importante!
15
15
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Solução: Observe que, neste caso, a cadeia carbônica não apresenta apenas
duas extremidades, e sim quatro extremidades. Logo, ela não pode ser consi-
derada normal ou linear, e sim ramificada. A cadeia apresenta ainda ligações
duplas, o que indica a presença de insaturação, ou seja, a cadeia é insaturada.
Finalmente, como não há a presença de heteroátomo na cadeia principal, ela
é considerada homogênea. Portanto, a alternativa correta é a letra C.
Polaridade e Geometria
de Moléculas Orgânicas
Polaridade de Moléculas Orgânicas
As moléculas de compostos orgânicos podem ser polares ou apolares. No en-
tanto, quando maior for a cadeia carbônica, menor será a polaridade. Logo, pode-
-se dizer que, em geral, os compostos orgânicos apresentam caráter apolar. Veja
alguns exemplos:
• Compostos apolares: hidrocarbonetos em geral (alcanos, alcenos e alcinos);
• Compostos polares: álcoois e ácidos carboxílicos de cadeia carbônica peque-
na, por exemplo.
Também podemos prever a polaridade de uma molécula por meio de sua geo-
metria, como veremos a seguir.
16
Determinação da Geometria em Compostos Orgânicos
Você já sabe que as estruturas de Lewis podem prever como os átomos estão
unidos em uma molécula. No entanto, como saber a forma de uma molécula no
plano tridimensional? Bem, para isso, podemos lançar mão do método de repulsão
dos pares de elétrons no nível de valência (RPENV ou VSEPR, da sigla em inglês).
Tabela 1 – Principais geometria de moléculas previstas pelo modelo RPENV e suas polaridades
Distribuição de ligantes e/ou pares Geometria Modelo
Fórmula de Lewis Polaridade
isolados de elétrons do átomo central molecular tridimensional
Toda molécula diatômica é linear H – F (Linear) Polar
Apolar
(Duas ligações duplas) (Segmento de reta) (Linear)
Apolar
(Três ligações simples) (Trigonal plana)
(Triângulo equilátero)
Polar
(1 ligação simples dativa, 1 ligação (Angular)
dupla e um par de elétrons isolado) (Triângulo equilátero)
Apolar
Polar
(Três ligações simples e um (Tetraedro)
par de elétrons isolado) (Tetraedro)
Polar
(Duas ligações simples e dois pares
de elétrons isolados)
(Tetraedro)
Fonte: Kotz et al. (2015)
17
17
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Importante! Importante!
Lembre-se de que um átomo é constituído por um núcleo e uma eletrosfera. Essa ele-
trosfera é, então, dividida em camadas (K, L, M, N, O...) e cada uma dessas camadas
contém um certo número de orbitais (s, p, d e/ou f). Cada um desses orbitais comporta
uma determinada quantidade de elétrons.
Segundo Kotz et al. (2015, p. 415), “a ligação sigma é uma ligação na qual a
densidade eletrônica é maior ao longo do eixo da ligação”. Quando há sobreposi-
ção lateral de orbitais, dizemos que existe uma ligação do tipo pi (π). A ligação pi
está presente em moléculas nas quais existem ligações covalentes duplas ou triplas.
Logo, podemos concluir que:
18
• Se existe apenas uma ligação covalente entre dois átomos de uma molécula,
esta ligação é sigma;
• Se houver duas ligações covalentes (ligação dupla), uma será sigma e a outra pi;
• Se houver três ligações covalentes (ligação tripla), uma será sigma e as outras
duas serão pi.
No entanto, quando esta teoria é expandida para moléculas compostas por mais
de dois átomos, algumas dificuldades são encontradas. Vamos pensar no carbono,
por exemplo. Como o carbono pode fazer 4 ligações se ele tem apenas 2 elétrons
desemparelhados? Entenderemos melhor como isso pode funcionar conversando
sobre hibridização de orbitais.
Hibridização de Orbitais
O modelo de hibridização de orbitais atômicos foi proposto por Linus Pauling.
Ele sugeriu que novos orbitais híbridos poderiam ser formados, se houvesse a com-
binação de orbitais s e p em um átomo (KOTZ et al., 2015). Algumas vezes, o
orbital d também participaria da hibridização.
19
19
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Outras hibridizações possíveis para o átomo de carbono são a sp2 e a sp. Quando
o carbono faz uma ligação dupla e duas ligações simples, ocorre a hibridização sp2.
Sabemos que uma ligação dupla é formada por uma ligação sigma (σ) e uma pi (π),
correto? Neste caso, um dos orbitais p será reservado para a ligação pi, restando,
então, três orbitais para as ligações sigma. Observe a Figura 18 para entender me-
lhor o que acontece neste caso.
20
A hibridização sp2 ocorre no etileno (C2H4), por exemplo. Neste caso, cada car-
bono faz duas ligações simples com dois átomos de hidrogênio e uma dupla entre
si. É importante ressaltar que as ligações pi ocorrem entre orbitais não hibridizados.
A hibridização sp2 confere à molécula uma geometria planar.
Para saber mais sobre hibridização de orbitais, consulte o Capítulo 9 do livro de Kotz et al. (2015).
21
21
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
22
Figura 22 – Representação de uma molécula de etino (acetileno) através de uma
estrutura de Lewis. Agora, os dois átomos de carbono compartilham 3 pares de elétrons,
ocorrendo, portanto, uma ligação tripla. Neste caso, temos uma ligação δ e duas ligações π
Mas por que é necessário relembrar todos estes conceitos sobre ligações cova-
lentes? A resposta é simples: os hidrocarbonetos podem ser divididos em alguns
grupos. De acordo com a sua estrutura molecular, os hidrocarbonetos podem ser
(ROQUE, 2011):
• Alifáticos: possuem cadeia aberta, sem anéis benzênicos. Exemplos: metano,
etano, eteno etc.;
• Aromáticos: são compostos cíclicos formados por um ou mais anéis de ben-
zeno. Exemplos: benzeno, naftaleno, antraceno etc.
Explor
Alguns hidrocarbonetos também podem ter cadeias mistas, com partes aromáticas e alifáticas.
23
23
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Onde:
• O prefixo indica quantos carbonos estão presentes na cadeia principal do
composto;
• O infixo indica o tipo de ligação covalente presente entre os átomos de carbo-
no das moléculas presentes no composto orgânico: simples, duplas ou triplas;
• O sufixo indica a família (função orgânica) a qual pertence o composto orgânico.
Importante! Importante!
24
Número de carbonos na
Prefixo
cadeia principal
12 Dodec-
20 Eicos-
30 Triacont-
90 Nonacont-
Fonte: Solomons e Fryhle (2012), Bettelheim et al. (2012) e Pavanelli (2014)
Álcool -ol
Aldeído -al
Amida -amida
Amina -amina
Cetona -ona
Fonte: Solomons e Fryhle (2012), Bettelheim et al. (2012) e Pavanelli (2014)
Cadeias Ramificadas
As cadeias carbônicas podem ter várias ramificações. Portanto, é necessário
determinar e numerar a cadeia carbônica principal, o que nos dará a certeza de
que estaremos nomeando o composto de forma correta. Para determinar a cadeia
carbônica principal, algumas regras devem ser seguidas:
25
25
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
A cadeia carbônica principal é formada pela maior sequência possível de átomos de carbo-
Explor
4. Caso haja mais de um radical do mesmo tipo, este é precedido por uma
palavra que identifica quantidade. Por exemplo, se existem dois radicais
metil na cadeia, o prefixo correto será dimetil. Os prefixos di, tri, sec e terc
não são considerados em termos de ordem alfabética.
26
Nome Estrutura
H3C – CH – CH3
|
Isobutil
CH2
|
|
H3C – CH – CH3
Terc-butil ou t-butil
|
CH3
Fenil
CH2 –
Benzil
Trocando ideias...Importante!
De acordo com Solomons e Fryhle (2012, p. 145), “o princípio fundamental do siste-
ma IUPAC é: cada composto diferente deve ter um nome diferente e inequívoco.”
Você pode consultar mais informações no site oficial da IUPAC: http://www.iupac.org
Alcanos ou Parafinas
Os alcanos estão mais presentes no seu
cotidiano do que você imagina. O gás (GLP
– gás liquefeito de petróleo) que usamos
no fogão (Figura 23) como combustível para
cozinhar alimentos, por exemplo, é com-
posto, na maior parte, por dois alcanos: o
propano (C3H8) e o butano (C4H10). O gás
natural (GN) também é utilizado para este
fim, no entanto, apresenta algumas diferen-
ças em relação ao GLP.
Figura 23 – O gás de cozinha (GLP), o gás que
O gás natural é formado por uma mistura
encontramos no botijão, contém alcanos em sua
de metano (CH4) e etano (C2H6), principal- composição: propano e butano, por exemplo
mente. Além disso, diferentemente do GLP, Fonte: iStock/Getty Images
o gás natural é distribuído de forma encanada
27
27
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Nomenclatura de Alcanos
Cadeia Não Ramificada
Os alcanos, como já vimos, são hidrocarbonetos saturados de cadeia aberta.
Os nomes de alguns alcanos, suas respectivas fórmulas moleculares e fórmulas
estruturais condensadas estão dispostos na Tabela 6.
Etano C 2H 6 CH3CH3
Propano C 3H 8 CH3CH2CH3
28
Nome Fórmula molecular Fórmula estrutural condensada
Octano C8H18 CH3(CH2)6CH3
Analisando a Tabela 6, podemos concluir que a fórmula geral para alcanos não
ramificados é CnH2n+2. Agora, veremos como proceder se o alcano possui ramifi-
cações em sua cadeia principal.
Cadeia Ramificada
Caso haja ramificações na cadeia carbônica principal do alcano, temos que to-
mar alguns cuidados e seguir as regras de nomenclatura vistas anteriormente nesta
unidade. Considere, por exemplo, o seguinte composto:
Não deixe que a representação por estruturas em bastão o assuste. Caso fique
em dúvida, desenhe a fórmula estrutural plana do composto. No entanto, em pri-
meiro lugar, você deve identificar a cadeia carbônica principal. Observe que, neste
caso, a cadeia que possui o maior número de carbonos em sequência é a seguinte:
Neste caso, tanto faz começar a numerar os carbonos pela direita ou pela es-
querda, pois as ramificações estarão nas mesmas posições. Agora, podemos come-
çar a montar o nome do composto:
• Quantos carbonos na cadeia principal? 9 carbonos – prefixo non;
• Há insaturação na cadeia carbônica principal? Não – infixo an;
29
29
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Figura 26 – Um tipo específico de polietileno pode ser usado para fabricação de sacolas plásticas
Fonte: iStock/Getty Images
30
Nomenclatura de Alcenos
Cadeia Não Ramificada
Ao contrário dos alcanos, os alcenos são hidrocarbonetos que possuem insatura-
ção em suas cadeias carbônicas. Isso significa que pelo menos uma ligação do tipo
carbono-carbono deve ser uma ligação dupla. Caso haja duas ligações duplas na
estrutura da molécula, os alcenos recebem a denominação de alcadienos. Assim
sendo, quando possuem três ligações duplas são denominados de alcatrienos etc.
Você pode verificar o nome de dois alcenos que não possuem ramificações em suas
cadeias carbônicas principais na Tabela 7.
Tabela 7 – Nomenclatura, fórmula molecular e fórmula estrutural condensada de dois alcenos simples
Nome Fórmula molecular Fórmula estrutural condensada
Eteno C 2H 4 CH2CH2
Propeno C 3H 6 CH2CHCH3
Fonte: Solomons e Fryhle (2012)
31
31
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Isomeria: é o fenômeno que ocorre quando dois os mais compostos apresentam a mesma
Explor
Note que, se formos nomeá-lo, também será but-2-eno. Então, como diferenciar
os dois compostos? No caso da isomeria cis-trans, traça-se um plano imaginário
paralelo à insaturação, da seguinte forma:
32
Importante! Importante!
Não nos concentraremos no estudo de compostos isômeros neste momento. Logo, nesta
unidade, foi dada apenas uma breve explicação sobre o assunto, que será aprofundado
em unidades futuras.
Cadeia Ramificada
Observe a estrutura do composto orgânico a seguir:
Devemos iniciar a numeração dos carbonos onde for mais próximo da insatu-
ração (ligação dupla carbono-carbono, neste caso). Por esta numeração, já conse-
guimos dar nome ao nosso composto. Sabemos que possui uma ligação dupla no
carbono nº 1 (sempre considere o menor número, por exemplo, entre 1 e 2, será
1), é um alceno (possui 5 carbonos na cadeia principal) e possui duas ramificações
do tipo etil nos carbonos nº 2 e nº 3. Logo, o nome do composto será: 2,3-dietil-
-pent-1-eno.
Você sempre deve seguir os passos dados nesta unidade quando quiser nomear
um alceno de acordo com as regras da IUPAC. Nos alcenos de cadeia cíclica, a no-
menclatura é dada de maneira semelhante. Você pode encontrar alguns exemplos
no Capítulo 12 de Bettelheim et al. (2012).
Alcinos ou Alquinos
Os alcinos são hidrocarbonetos que também possuem insaturação em suas ca-
deias carbônicas principais. No entanto, ao invés de ligações duplas, apresentam
ligações triplas do tipo carbono-carbono. Os alcinos podem ocorrer tanto na natu-
reza (em poucas quantidades) quanto podem ser também produzidos em laboratório
(SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
O alcino mais simples que existe é o etino (também conhecido como acetileno
– Figura 27). À temperatura ambiente, encontra-se na forma gasosa e possui um
cheiro bastante desagradável. Além disso, é um composto bastante instável, de
forma molecular C2H2. O acetileno pode ser usado como (FONSECA, 2018):
• Matéria-prima para produção de fibras têxteis e polímeros;
• Síntese de outros compostos orgânicos, como o álcool etílico, por exemplo;
• Combustível para maçaricos (Figura 28).
33
33
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Figura 28 – O gás acetileno pode ser usado como combustível para maçaricos
Fonte: iStock/Getty Images
Cadeia Ramificada
Quando temos ramificações na cadeia carbônica de alcinos, a nomenclatura é fei-
ta tal como a dos alcenos. Considere o seguinte composto orgânico, por exemplo:
34
sua cadeia principal, uma ligação tripla e uma ramificação do tipo metil, já pode-
mos nomeá-lo como 3-metil-but-1-ino.
Propriedades Físico-Químicas
dos Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são compostos apolares e suas forças intermoleculares são
do tipo dipolo induzido-dipolo induzido (também chamadas de forças de dispersão de
London). Logo, não são solúveis em água, mas sim em outros compostos apolares.
Os alcanos possuem pontos de fusão e ebulição mais baixos do que quase todos
os compostos de mesma massa molecular (BETTELHEIM et al., 2012). No entan-
to, quanto maior a cadeia carbônica, maiores serão os pontos de fusão e ebulição
do composto. Substâncias que contêm ramificações possuem pontos de fusão e
ebulição menores do que outras não ramificadas de mesma massa molecular. Alca-
nos líquidos e sólidos são menos densos que a água.
35
35
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Figura 30 – Fórmulas estruturais dos seguintes compostos aromáticos: (a) naftaleno, (b) antraceno e (c) pireno
Existem várias substâncias em nosso cotidiano que foram produzidas a partir
do benzeno, tais como: jeans, poliéster, medicamentos, fibras têxteis, entre outros
(PAVANELLI, 2014). Continuaremos falando sobre compostos aromáticos em uni-
dades futuras, ok?
Agora é com você!
• Exercício 2: Determine, de acordo com as regras da IUPAC, o nome dos
seguintes compostos:
1.
2.
3.
4.
36
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Química orgânica
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. Rio de Janeiro: LTC,
2012. (impresso e e-book). Revisão de conceitos básicos de química orgânica –
Capítulo 1 do livro de Solomons e Fryhle.
Introdução à química orgânica
BETTELHEIM, F. A. et al. Introdução à química orgânica. São Paulo: Cengage Learning,
2012. (e-book).
Consulte os Capítulos 11, 12 e 13 do livro de Bettelheim et al. (2012), para saber
mais sobre alcanos, alcenos e alcinos. Resolva os exercícios propostos!
Vídeos
Tudo Sobre Química Orgânica - Módulo #1 Conceitos Básicos
https://youtu.be/Zun1Qn4Nc7A
Universidade da Química
Curso de química orgânica do canal Universidade da Química.
https://goo.gl/vVzvL6
Leitura
Estrutura Eletrônica e Ligações Químicas
https://goo.gl/ZNDeHb
Síntese da Ureia
https://goo.gl/jZ2ozE
Conheça a Diferença entre o Gás Natural e o GLP e Evite Acidentes
Saiba mais sobre o GLP e o GN, as principais diferenças entre as misturas de gases e
as medidas de segurança que devem ser tomadas em suas utilizações.
https://goo.gl/nAhLg7
Inovações em Química
Notícia bastante interessante sobre processos químicos que envolvem hidrocarbonetos.
https://goo.gl/SPJmRW
37
37
UNIDADE Introdução à Química Orgânica e
Famílias dos Compostos de Carnobo
Referências
BETTELHEIM, F. A. et al. Introdução à química orgânica. São Paulo: Cengage
Learning, 2012. (e-book)
38