You are on page 1of 37

EB70-CI-11.

407

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO

EXEMPLAR-MESTRE

2ª Edição
2017
EB70-CI-11.407

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO

2ª Edição
2017
EB70-CI-11.407

PORTARIA Nº 19 -COTER, DE 9 DE MAIO DE 2017.


EB: 64322.008639/2017-30

Aprova o Caderno de Instrução Posto de


Segurança Estático (EB70-CI-11.407),
2ª Edição, 2017 e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribuição


que lhe confere o inciso III do art. 11 do Regulamento do Comando de Operações
Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército
nº 691, de 14 de julho de 2014, e de acordo com o que estabelece os art. 5º,
12 e 44 das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército
(EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 770,
de 7 de dezembro de 2011 e alteradas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 1.266, de 11 de dezembro de 2013, resolve:
Art. 1º Aprovar o Caderno de Instrução Posto de Segurança Estático
(EB70-CI-11.407), 2ª Edição, 2017, que com esta baixa.
Art. 2º Revogar o Caderno de Instrução Posto de Segurança Estático (CI
7-10/3), aprovado pela Portaria nº 4 -5ª SCh/EME, de 17 de janeiro de 1990.
Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publi-
cação.

Gen Ex PAULO HUMBERTO CESAR DE OLIVEIRA


Comandante de Operações Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº 21, de 26 de maio de 2017)


EB70-CI-11.407

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.407
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO I - GENERALIDADES
1.1 Considerações Iniciais ........................................................................... 1-1
1.2 Objetivos do Caderno de Instrução ......................................................... 1-2

CAPÍTULO II - POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO


2.1 Definições .............................................................................................. 2-1
2.2 Exemplos de Pontos Sensíveis .............................................................. 2-1
2.3 Exame de Situação ................................................................................. 2-2
2.4 Posto de Segurança Estático em um Complexo Portuário..................... 2-3

CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÃO


3.1 Considerações Iniciais ........................................................................... 3-1
3.2 Missões dos Grupos ............................................................................... 3-2

CAPÍTULO IV – PLANEJAMENTO
4.1 Fases do Planejamento ......................................................................... 4-1
4.2 Ações no Posto de Segurança Estático ................................................. 4-3

CAPÍTULO V – PRESCRIÇÕES DIVERSAS


5.1 Ligações e Comunicações ..................................................................... 5-1
5.2 Material, Armamento e Equipamentos ................................................... 5-1
5.3 Sistema de Aeronave Remotamente Pilotado ........................................ 5-2
5.4 Defesa Cibernética ................................................................................. 5-4
EB70-CI-11.407
CAPÍTULO I
GENERALIDADES

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


1.1.1 As Forças Armadas, a fim de cumprirem a missão constitucional, poderão
ter necessidade de atuar em ambiente rural e/ou urbano, desenvolvendo ações
preventivas e, se for o caso, repressivas.
1.1.2 O emprego da tropa federal pode ocorrer com a decretação de uma das
salvaguardas constitucionais (Intervenção Federal (Inciso III, Artigo (Art) 34,
Constituição Federal (CF) - 1988), Estado de Defesa (Art 136 CF/1988) e Estado
de Sítio (Art 137 CF/1988), caracterizando uma situação de anormalidade ou,
sem que isto aconteça, dentro de uma situação de normalidade.
1.1.3 O Projeto PROTEGER foi concebido a partir da necessidade do Estado
de proteger as Estruturas Estratégicas Terrestres (EETer) do País, também
denominadas infraestruturas críticas, que compreendem instalações, serviços,
bens e sistemas cuja interrupção ou destruição, total ou parcial, provocarão sério
impacto social, ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do
Estado e da sociedade.
1.1.4 O PROTEGER articula-se com o Mosaico de Segurança Institucional (MSI)
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR),
e com o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), os quais já desenvolvem
o monitoramento das estruturas estratégicas terrestres, com vistas a oferecer
ao Exército Brasileiro (EB) capacidades para uma pronta resposta eficaz contra
potenciais ameaças às EETer.
1.1.5 Tendo em vista que agir em uma situação de normalidade é mais complexo
para a tropa, exigindo maiores cuidados, este Caderno de Instrução orienta o
preparo dentro desse preceito legal.
1.1.6 Uma Organização Militar (OM) deve estar com seus meios, material e
pessoal em condições de cumprir qualquer missão prevista ou inopinada, na
guarnição sede da OM ou fora dela.
1.1.7 Para isso, os seus integrantes devem estar prontos para cumprir muito bem
suas missões, proporcionando a consequente melhoria do preparo e emprego
operacionais das OM.
1.1.8 As Ações de Interdição de Áreas ou Instalações são realizadas como um
conjunto de medidas preventivas que visam diminuir os riscos e o desgaste da
força legal, com a finalidade de impedir o acesso de pessoas não autorizadas às
áreas ou instalações de vital importância na situação considerada, assegurando
o funcionamento das estruturas.
1-1
EB70-CI-11.407
1.1.9 A realização de uma Ação de Interdição de Instalações é feita por intermédio
do estabelecimento de um ou mais Postos de Segurança Estático (PSE), em
instalações vitais de uma localidade ou cidade.

1.2 OBJETIVOS DO CADERNO DE INSTRUÇÃO


1.2.1 O presente Caderno de Instrução tem por objetivo apresentar uma
coletânea de ideias que subsidiem as atividades de instalação e operação de
um Posto de Segurança Estático pelos integrantes das Organizações Militares
do Exército Brasileiro, desde o planejamento até o controle.
1.2.2 Busca, ainda, capacitar as Organizações Militares da Força Terrestre a
atingirem o nível de eficiência operacional, por meio das ações sobre as temáticas
de doutrina, adestramento, pessoal, dotação material, estrutura organizacional,
liderança e motivação.

1-2
EB70-CI-11.407
CAPÍTULO II
POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO

2.1 DEFINIÇÕES
2.1.1 Ponto Sensível (P Sen).
- É o ponto cuja destruição ou neutralização pode afetar negativamente, de
modo significativo, as operações militares, a prestação de serviços essenciais, a
circulação de pessoas e bens ou, até mesmo, o moral e bem-estar da população.
2.1.2 Posto de Segurança Estático (PSE).
- É qualquer sistema organizado para a proteção de um ponto sensível,
guarnecido por tropas militares, preferencialmente, de forma integrada com a
estrutura vigente ou em um contexto de operações em ambiente interagências.
2.1.3 Forças Adversas (F Adv).
- São segmentos autônomos ou infiltrados em movimentos sociais, entidades,
instituições e/ou organizações não governamentais, que comprometem a ordem
pública ou até mesmo a ordem interna do país, utilizando procedimentos ilegais.

2.2 EXEMPLOS DE PONTOS SENSÍVEIS


2.2.1 No Campo Político:
- sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário, nas diferentes esferas do poder
(federal, estadual e municipal); e
- prédios públicos que abriguem Ministérios, Secretarias ou Fóruns.
2.2.2 No Campo Econômico:
- a infraestrutura de transportes: portos, aeroportos, trechos de rodovias e
ferrovias, além de terminais multimodais;
- o parque energético, compreendendo os setores da geração (hidrelétrica,
termelétrica, nuclear ou eólica), transmissão (“linhões”) e distribuição
(subestações);
- no Setor de Combustíveis: refinarias, polos petroquímicos e terminais de
tancagem;
- no Setor de Serviços: água (postos de captação, estações de tratamento e
reservatórios), energia (geração e transmissão); e
- no Setor de Telecomunicações: agências dos correios e centrais das operadoras
de telefonia.

2-1
EB70-CI-11.407
2.2.3 No Campo Militar:
- instalações militares (quartéis, hospitais e bases);
- estrutura de controle do tráfego aéreo;
- depósitos de suprimento das diferentes classes; e
- polos da Indústria Nacional de Defesa.
2.2.4 No Campo Científico-Tecnológico:
- centros de pesquisa (incluindo os de interesse da Defesa);
- sítios de antenas; e
- centrais automatizadas de controle de sistemas.
2.2.5 No Campo Psicossocial:
- sistema de serviços essenciais – distribuição de água tratada, gás e energia;
- sítios arquitetônicos tombados pelo patrimônio histórico e cultural;
- hospitais e outras unidades de saúde; e
- grandes centros de distribuição de alimentos e produtos.

2.3 EXAME DE SITUAÇÃO


2.3.1 É imprescindível que seja realizado um minucioso exame de situação do
ponto sensível a ser mobiliado com o estabelecimento do PSE, pois isto irá
balizar as ligações a serem estabelecidas e permitirá o dimensionamento dos
meios a serem empregados.
2.3.2 Cabe ressaltar que a nossa conjuntura, cada vez mais, nos levará a operar
num ambiente de interagências, o que nos condicionará a integrar esforços
na busca da otimização dos recursos (pessoal, material e financeiro) a serem
empregados na defesa das instalações para assegurar o funcionamento da
estrutura.
2.3.3 Desta forma, as ligações entre o comando da tropa a ser empregada, a
administração do P Sen, os Órgãos de Segurança Pública e de Fiscalização
(OSPF) e outras agências, associados ao funcionamento da estrutura a ser
protegida devem buscar estabelecer o compartilhamento das informações a
integração dos conhecimentos.
2.3.4 Uma ferramenta valiosa que poderá ser empregada é a análise e
estabelecimento de Centro(s) de Gravidade(s)(CG). Fazendo uma analogia com
a Doutrina de Operações Conjuntas (detalhada no manual MD30-M-01, edição
2011 - em particular nos 1º e 2º volumes), poderá ser estabelecido um CG com
base na Tabela (Tab) 1.

2-2
EB70-CI-11.407
CENTRO DE GRAVIDADE (CG) CAPACIDADES CRÍTICAS (CC)
- Estrutura ou instalação a ser - Capacidades nas quais o funcionamen-
protegida. to do P Sen se baseia para obter a efeti-
Observação (Obs): o funcionamento vidade.
deverá assegurar o cumprimento da Obs: ação (caracterizada por um verbo).
missão.

REQUISITOS CRÍTICOS (RC) VULNERABILIDADES CRÍTICAS (VC)


- Condições, recursos ou meios - Partes vulneráveis à neutralização ou
essenciais a uma Capacidade destruição do Ponto Sensível.
Crítica. Obs: identificar potenciais fraquezas
Obs: caracteriza-se por um substan- do P Sen, a fim de destacar o que,
tivo. essencialmente, deve ser protegido.

Tab 1 - Análise e estabelecimento de centro de gravidade.

2.3.5 A utilização dessa metodologia permitirá ao comandante da missão


dimensionar adequadamente seus meios, a fim de obter o máximo de eficiência
e eficácia na condução da operação. E, caso não haja a disponibilidade ideal de
meios (principalmente, pessoal e material), viabilizar uma adequada e criteriosa
seleção de frentes, priorizando o(s) setor(es) que representa(m) o core da
estrutura a ser protegida.

2.4 POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO EM UM COMPLEXO PORTUÁRIO


(CASO HIPOTÉTICO)
2.4.1 Nesse contexto, é possível que ao receber a missão de instalar e operar
um PSE num complexo portuário, o comandante deverá estabelecer níveis
de segurança/proteção, podendo ser adotado um dispositivo de forma global
(integral) Figura (Fig) 1 ou parcial (setorial), Fig 2 a 7.
- Linha de Ação (LA) 1: defesa/proteção de todo o complexo Fig 1 - integral.
- LA 2: defesa/proteção de setores específicos Fig 1 a 3 - setorial.
- LA 3: defesa/proteção de setores específicos Fig 1 e 4 a 7 - setorial.

2-3
EB70-CI-11.407

Fig 1 - Vista aérea do complexo portuário de Itaqui (São Luís - MA)


Fonte: www.portalsaoluisdomaranhao.net (acessado em 8 out 15)

Fig 2 - Controle de acesso do Porto de Itaqui

2-4
EB70-CI-11.407

Fig 3 - Subestação de energia do Porto de Itaqui

Fig 4 - Terminal de armazenagem do Porto de Itaqui

2-5
EB70-CI-11.407

Fig 5 - Carregador de minério do Porto de Itaqui

Fig 6 - Esteiras de carregamento do Porto de Itaqui

2-6
EB70-CI-11.407

Fig 7 - Braço carregador (grãos) do Porto de Itaqui

2-7
EB70-CI-11.407

2-8
EB70-CI-11.407
CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


3.1.1 Para cumprir uma missão de operação de um ponto de segurança estático,
o comandante poderá organizar a sua tropa da seguinte maneira (Fig 8).

Fig 8 - Estrutura organizacional para estabelecer um PSE.

3.1.2 A constituição do Grupo de Comando (Gp Cmdo) será variável, de acordo


com a missão e dos meios empregados, com base nos princípios da flexibilidade
e da modularidade. Assim sendo, um PSE operado pela pequena fração tenderá
a ser bastante simples em sua composição, limitando-se ao próprio organograma
do pelotão/seção, podendo incluir um núcleo de destacamento logístico.

3.1.3 Por outro lado, em P Sen de maior complexidade ou envergadura, tenderá a


surgir como integrante do Gp Cmdo elementos especialistas que irão assessorar
o processo decisório e contribuir para a efetividade das ações. Considerando
que é possível ter uma Brigada (Bda) empregada para guarnecer e operar
um PSE em um complexo hidrelétrico, por exemplo, o Gp Cmdo poderá ser o
próprio Estado-Maior (EM) da Bda, acrescido das Seções EM necessárias ao
cumprimento da missão ou especialista, inclusive para um possível acionamento
de um Gabinete de Crise.

3-1
EB70-CI-11.407
3.1.4 Funcionários e servidores da empresa ou instituição, conhecedores da
rotina das instalações também poderão assessorar o comandante da tropa no
planejamento e controle das atividades, conforme sua área de conhecimento.

3.1.5 Para a constituição dos grupos anteriormente especificados, deverá


ser mantida a integridade tática das frações, seja um grupo de combate, uma
Subunidade ou, até mesmo, uma Unidade. Inclusive, essas frações ou unidades
poderão ser reforçadas, atentando para o estabelecido na própria doutrina militar,
em função da sua missão a cumprir.

3.1.6 Ao longo da missão, a critério do comandante, poderá ser realizado o


rodízio de funções entre as tropas que constituem os diferentes grupos.

3.2 MISSÕES DOS GRUPOS


3.2.1 Durante o planejamento, o comandante deverá definir claramente as mis-
sões dos grupos, com base na doutrina e considerando as especificidades do P
Sen. Este fato não exclui, quando se fizer necessário, o cumprimento de “mis-
sões deduzidas” ou a iniciativa para atingir o Estado Final Desejado (EFD) para
a missão. Por esta razão, a intenção do comandante e o EFD devem ser de
conhecimento de todos e, em especial, dos comandantes nos diversos níveis,
a quem competirá a adoção dessas medidas e a comunicação ao escalão de
comando enquadrante.

3.2.2 Dentre as diversas missões que poderão ser atribuídas aos grupos cons-
tantes do organograma apresentado, é possível citar como as mais prováveis de
serem estabelecidas as que se seguem.

3.2.3 Missões do Grupo de Sentinela.

3.2.3.1 Imediatamente, após a chegada à área do P Sen, realizar a varredura


das instalações, fazendo um minucioso vasculhamento dos diversos locais e
identificando no terreno as barreiras de acesso levantadas durante o planeja-
mento, a fim de retificar ou ratificar os pontos de controle de acesso ao interior
do ponto sensível (quando for o caso, fazendo-se acompanhar por um técnico
da empresa).

3.2.3.2 Estabelecer um dispositivo de barreiras e outras medidas de proteção


aproximada, em complemento ao sistema já existente na estrutura a ser
defendida/protegida, de forma a cobrir áreas passivas e priorizar o emprego de
pessoal nos acessos mais sensíveis e nos pontos de convergência das vias.

3.2.3.3 Estabelecer a defesa/proteção aproximada e os postos de controle de cir-


culação, com base no estabelecimento de perímetros com níveis de acesso dife-
renciados, sendo que o ponto vital do funcionamento da estrutura deve ser fran-
queado somente às pessoas cadastradas para operarem naquele local (Fig 9).

3-2
EB70-CI-11.407

Fig 9 - Perímetros com níveis de acesso diferenciados.

3.2.3.4 Realizar a revista de pessoal e material que entrar e/ou sair do P Sen,
evitando a entrada de material não permitido e que apresente potencial risco
para eventuais ações de sabotagem.

3.2.4 Missões do Grupo de Patrulha.

3.2.4.1 Estabelecer a defesa/proteção afastada, particularmente em pontos do-


minantes que controlem o acesso ao local. Neste caso, tendo sido identificada a
possibilidade de uma ameaça decorrente do emprego de vetor aéreo hostil (in-
clusive, os drones), deverá ser visualizada a adoção de um dispositivo de defesa
antiaérea, ainda que seja estabelecido pelo emprego dos meios orgânicos da
OM destinados às medidas de autodefesa.

3.2.4.2 Realizar o patrulhamento - a pé, motorizadas ou fluviais - que percorre-


rão o perímetro de forma constante e sistemática nas áreas próximas ao ponto.
Eventualmente, para esta atividade, poderão ser utilizadas as próprias viaturas
que realizam a ronda patrimonial, de forma a integrar e aperfeiçoar o emprego
dos meios.

3.2.4.3 Estabelecer postos de bloqueios e controle para pessoas e veículos nas


vias de acesso ao ponto sensível, podendo ser Posto de Bloqueio e Controle de
Estrada (PBCE), Posto de Bloqueio e Controle em Vias Urbanas (PBCVU) e/ou
Posto de Bloqueio e Controle Fluvial (PBC Flu).

3.2.4.4 Deter elementos suspeitos que estejam adotando atitudes hostis nas
proximidades do ponto sensível ou, de forma preventiva, com base em fundada
suspeita, respeitadas as disposições legais.

3-3
EB70-CI-11.407
3.2.4.5 Ficar em condições de (ECD) apoiar o lançamento de obstáculos nos
itinerários de acesso ao ponto sensível, em cooperação com a missão do Grupo
de Sentinela.

3.2.4.6 Limpar os campos de tiro e obstáculos, conforme as necessidades do


Grupo de Sentinela, evitando impactos ambientais excessivos ou desnecessá-
rios e sem comprometer o funcionamento das estruturas.

3.2.4.7 Supervisionar o controle de pessoal que trabalha ou se destina às “áre-


as de acesso restrito”, contribuindo para a fiscalização e controle da circulação
nessas áreas.

3.2.5 Missões do Grupo de Choque.

3.2.5.1 Realizar o isolamento do P Sen e, se preciso for, o cerco inicial, até que
o Grupo de Sentinela esteja devidamente posicionado ao longo do perímetro,
assegurando a necessária articulação dos postos para a defesa/proteção das
instalações.

3.2.5.2 Ficar ECD reforçar o controle de pontos críticos ou vulneráveis no interior


do P Sen (para esta ação, deverá se valer do exame realizado para o estabeleci-
mento do centro de gravidade e suas capacidades, requisitos e vulnerabilidades
críticas).

3.2.5.3 Ficar ECD reforçar a defesa do perímetro do ponto sensível.

3.2.5.4 Ficar ECD reforçar o Grupo de Patrulha, aumentando o dinamismo das


ações e o poder dissuasório da presença da tropa durante a ocupação do ponto
sensível.

3.2.5.5 Constituir-se numa força de reação, em condições de deslocar-se, ra-


pidamente, para qualquer setor, em perseguição ao inimigo que tentar evadir--
-se, após atentar contra o ponto sensível. Para isto, deverá ter mobilidade tática
assegurada e proteção adequada para ampliar a capacidade de resposta por
ocasião do seu emprego.

3-4
EB70-CI-11.407
CAPÍTULO IV
PLANEJAMENTO

4.1 FASES DO PLANEJAMENTO


4.1.1 Considerações Gerais.

4.1.1.1 Considerando que o P Sen a ser defendido muito provavelmente já deva


constar das EETer levantadas no contexto do Projeto Estratégico PROTEGER
(Fig 10), o ponto de partida para o cumprimento da missão será a utilização das
informações e do planejamento inicial constante do Plano de Proteção Integrada
da OM.

Fig 10 - Mosaico de Estruturas Estratégicas - PROTEGER

4.1.1.2 Após o recebimento da missão, momento em que o comandante irá reti-


rar as dúvidas, terá início o exame de situação, reunindo as informações disponí-
veis por meio de imagens (fotos, plantas baixas, croquis e filmagens, por exem-
plo), assessores especiais (técnicos da empresa, em segurança do trabalho ou
gestão ambiental, conforme a temática a ser abordada) e documentação relativa
ao P Sen (Plano de Contingenciamento, cadastro de funcionários, controles de
acesso, escalas de turnos, Plano de Gerenciamento de Crise, legislação perti-
nente etc). Sempre que possível, a interdição de um local, com a instalação de
um ou mais P sen, deverá ocorrer durante os horários de menor movimento (ma-
drugadas), procurando a surpresa, a fim de evitar atritos da tropa que a realiza
com civis em trânsito no local, ou que procurem evitar o seu estabelecimento.

4-1
EB70-CI-11.407
4.1.1.3 Também deverá ser levantada a possibilidade de realizar o reconheci-
mento da área, principalmente para fazer uma atualização da consciência situ-
acional.

4.1.1.4 Neste caso, será muito importante que seja mantido o controle, ainda
que visual, da área, para evitar que a tropa seja surpreendida no momento da
aproximação para tomada do dispositivo. Para isto deverá:

- analisar as características do ponto sensível, considerando os seguintes as-


pectos para o planejamento das ações: a criticabilidade, a reconhecibilidade,
a acessibilidade, vulnerabilidade, os prováveis efeitos sobre a população e a
recuperabilidade;

- analisar as possibilidades da F Adv, em ligação com o oficial de inteligência; e

- realizar os reconhecimentos, se for o caso (SFC).

4.1.2 Aspectos a serem levantados no Exame de Situação:

- possibilidade de reconhecimento detalhado do ponto sensível;

- tipo, importância, finalidade e características gerais do ponto sensível;

- necessidade de acesso de especialistas para o funcionamento dos equipamen-


tos guarnecidos;

- meios de transporte disponíveis para o local;

- itinerário de ida e de volta;

- locais seguros para estacionamento de viaturas no ponto sensível;

- locais de revista de viaturas, antes do acesso ao ponto;

- locais para revista de pessoal, tanto para o segmento masculino, quanto para
o feminino;

- necessidade de segmento feminino em apoio, para revista de mulheres;

- local de guarda de material apreendido, para posterior entrega ao órgão ou


pessoa responsável;

- locais adequados para colocação de obstáculos;

- sinalização do local, assim como divulgação, SFC;

- divisão dos grupos e dispositivos a serem adotados;

- localização e emprego do grupo de choque;

4-2
EB70-CI-11.407
- previsão de ocupação dos locais ou postos com comandamento sobre o ponto
sensível;

- previsão de emprego das comunicações e ligações com o escalão superior;

- estabelecimento de sistemas de alarme;

- estabelecimento de uma única entrada e saída do ponto sensível;

- prisão, interrogatório sumário e evacuação de elementos suspeitos;

- combate a incêndio;

- apoio de saúde, evacuação de mortos e feridos;

- necessidade de Suprimentos Classe I, III e V;

- previsão de pernoite, com ênfase nas medidas de segurança;

- segurança dos postos de sentinela;

- alimentação e descanso da tropa; e

- variação das medidas de segurança.

4.1.3 Após terminado o seu estudo de situação, o comandante da fração deverá


desencadear as seguintes ações:

- transmissão da ordem de operação;

- realização da inspeção inicial;

- realização dos ensaios das ações prevista e teste do material a ser utilizado;

- execução da inspeção final; e

- deslocamento para o ponto sensível.

4.2 AÇÕES NO PSE


4.2.1 Ao chegar ao ponto sensível:
- ligar-se com o responsável pelo ponto sensível;
- reconhecer o ponto sensível, acompanhado dos comandantes de grupos; e
- determinar a ocupação do ponto sensível, nesta ordem: Grupo de Choque,
Grupo de Sentinela e Grupo de Patrulha.

4.2.2 Medidas a serem adotadas pelo comandante, após a ocupação do ponto

4-3
EB70-CI-11.407
sensível:

- reajustar, SFC, o esquema de defesa do ponto sensível;

- adotar medidas de controle do pessoal civil que trabalha no ponto sensível (car-
tão de Identificação, relação dos funcionários, etc), devendo, para isso, instalar
um posto de controle, que deverá ser o único local de entrada e saída;

- empregar obstáculos e fortificações nos locais críticos e vias de acesso ao


ponto sensível para diminuir as vulnerabilidades;

- definir o emprego do Gp de Choque nos locais críticos ou vulneráveis;

- estabelecer um eficaz sistema de alarme (sistema de câmeras, latas, cordões,


fios, tiros, artifícios pirotécnicos, etc), que deverá ser do conhecimento de todos
os integrantes do posto, bem como definir as ações decorrentes do seu aciona-
mento;

- verificar a conveniência de proteger os itinerários desenfiados de acesso ao


PSE;

- variar as medidas de segurança;

- executar a limpeza das áreas que favoreçam a execução de fogos a curta dis-
tância sobre o PSE;

- acionar o sistema de alarme, com a finalidade de treinar os grupos e deixá-los


sempre em condições de emprego;

- simular incidentes nos diversos pontos vulneráveis ou críticos; e

- prever modificações frequentes dos itinerários de patrulhas, dos postos mó-


veis dos sentinelas, da localização de postos fixos, dos horários de mudança de
guarda, e da utilização de senha e contrassenha (diárias), a fim de dificultar ao
inimigo a obtenção de informações sobre o dispositivo e ações no PSE.

4-4
EB70-CI-11.407
CAPÍTULO V
PRESCRIÇÕES DIVERSAS

5.1 LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES

5.1.1 O comandante, durante o seu planejamento, deve prever detalhadamente


o emprego das comunicações, visto que, por ocasião, a ocupação do ponto sen-
sível, suas frações serão empregadas de forma descentralizada e o contato com
os comandantes de grupo deve ser constante.

5.1.2 As ligações Ponto Sensível – OM, ou base de combate, devem ser cons-
tantes.

5.1.3 Nas ligações no interior do Ponto Sensível, poderá ser empregado, inicial-
mente, o meio rádio (além do mensageiro), até a instalação do meio fio.

5.2 MATERIAL, ARMAMENTO E EQUIPAMENTOS

5.2.1 Durante o planejamento o comandante define as ações que serão desen-


volvidas no PSE e, consequentemente, o material, armamento e equipamento
necessários para o cumprimento das diversas missões, dentre eles:

- material para identificação e controle do pessoal que trabalha no ponto sensível;

- material para confecção de alarme (fios, latas, etc);

- material de saúde;

- material de comunicações (rádio, fio e artifícios pirotécnicos);

- ferramenta de sapa;

- equipamento de combate a incêndio;

- conjunto gerador de eletricidade;

- binóculos;

- material para iluminação: liquinhos, lanternas, baterias;

- algemas;

- cavalos de frisa (material de fortificação);

- sacos de areia;

5-1
EB70-CI-11.407
- carros de combate;

- óculos de visão noturna;

- máscara contra gases; e

- outros julgados necessários.

5.3 SISTEMA DE AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADO

5.3.1 A utilização do Sistema de Aeronave Remotamente Pilotado (SARP), tam-


bém conhecido como drone, é um importante recurso que pode ser empregado
durante o estabelecimento e a operação de um PSE (Fig 11 a 14).

5.3.2 É importante destacar que existem níveis de SARP que podem ser em-
pregados da forma mais simples, a cargo da OM responsável pela instalação
e operação do PSE, até os de maiores complexidades, como os previstos para
dotação no âmbito de cada Comando Militar de Área com encargo na faixa de
fronteira, de acordo com a dotação prevista pelo Projeto Estratégico do Sistema
de Monitoramento Integrado de Fronteira (SISFRON).

Fig 11 - SARP HERMES 900 da Força Aérea Brasileira operando

5-2
EB70-CI-11.407

Fig 12 - Preparação do SARP HORUS FT-100

5.3.3 As imagens obtidas deverão, preferencialmente, estar integradas a um


centro de coordenação de operações e disponibilizadas em tempo real, a fim
de permitir o esclarecimento da situação e a intervenção oportuna, quando for
o caso. Em caso de interesse do escalão superior, poderá ser disponibilizada
por meio de um sistema de rede, viabilizando a consciência situacional pelos
diversos escalões participantes da operação.

Fig 13 - Vista aérea do conjunto residencial

5-3
EB70-CI-11.407

Fig 14 - Instalação de PBCE em Rodóvia Federal

5.3.4 A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) editou em maio de 2017 um


regulamento especial com regras gerais para o uso civil de aeronaves não
tripuladas no Brasil, mais conhecidas como drones (Regulamento Brasileiro de
Aviação Civil Especial - RBAC-E nº 94). As regras da ANAC são complementares
às de outros órgãos, que também devem ser obervadas antes de qualquer
operação. Dentre eles, destacam-se as normas do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA), do Ministério da Defesa e da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL). As aeronaves não tripuladas militares não estão
sujeitas à regulamentação da ANAC.

5.4 DEFESA CIBERNÉTICA

5.4.1 O crescimento exponencial das ações no Setor Cibernético, decorrente


da evolução dos recursos tecnológicos, essencialmente com base nas redes de
computadores e de comunicações destinadas ao trânsito de informações, pode
ensejar uma capacidade a ser empregada na defesa do P Sen.

5.4.2 Uma forma de comprometer o abastecimento de energia a um grande cen-


tro populacional ou a um parque industrial, em um contexto de sabotagem, pode
ocorrer por intermédio de ataque cibernético às centrais de controle ou de dis-
tribuição do sistema elétrico, por exemplo. Uma ação dessa envergadura, ainda
que não provoque o dano físico direto à infraestrutura do parque gerador (em
qualquer momento do processo: seja na geração, transmissão ou distribuição),

5-4
EB70-CI-11.407
certamente trará grandes repercussões junto à população e prejuízos à econo-
mia.
5.4.3 Assim sendo, a estrutura de contrainteligência da empresa ou Instituição
responsável pelo P Sen deverá participar e contribuir com o planejamento e
controle da operação. Conforme o caso, de acordo com a magnitude da EETer
(uma usina hidrelétrica de grande porte ou um complexo portuário de relevância
nacional), poderá ser necessária o apoio da estrutura de defesa cibernética no
âmbito do Exército, sendo necessária as ligações, por intermédio da cadeia de
comando, para viabilizar essa adjudicação de meio (Fig 15 e 16).

Fig 15 - Complexo Hidrelétrico (Geração e Transmissão)

5-5
EB70-CI-11.407

Fig 16 - Vista aérea do complexo portuário

5-6
EB70-CI-11.407

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 8 de maio de 2017
www.intranet.coter.eb.mil.br

You might also like