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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE LETI DEPARTAMENTO DE LETRAS VE! 2RNAC ULAS FH EDWG eee LINGUA PORTUGUESA VI A LINGUA PORTUGUESA NO BRASIL 2002.2 | Profa. Suzana Cardoso A Questdo da Periodizagao da Histéria Lingtiistica do Brasil por Tania Lobo Universidade Federal da Bahia INTRODUGAO Comego por uma adverténcia:.o tema de que vou tratar — a quesiao da periodizagéo da histéria lingtitstica do Brasil — é um tanto datado e, talvez, jd mesmo superado entre 0 conjunto de questdes relevantes que os historiadores da lingua portuguesa se colocam na atualidade. Ao observar as diversas formas que a relacio entre a historia e a lingiiistica se tem manifestado ao longo do tempo no Ambito dos estudos lingiiisticos, Adolfo Elizaincin (1998:143-144) nos diz: “Tradicionalmente (digamos, antes do advento da sociolingitistica), a historia se unia 4 lingtlistica sob duas formas academicamente reconhecidas (...): a “gramatica histérica” e a “historia da lingua”. “B, nessa terminologia, a histéria estava implicita, em relagdo A lingua, desde “fora” ou desde “dentro”. Se era desde “dentro”, tratava-se de “gramdtica histérica”, quer dizer, o estudo da evolugtio interna das formas lingliisticas em perspectiva dinerSnica, sem prestar atengio As circunstAncias sociuis dus diferentes spocas pelus quais a Iingua viujava, Se, pelo contrério, 0 ponto de vista privilegiava uma visto desde “fora”, tratava-se da “historia da [ngua” ou “hisidria externa da lingua”, disciplina em que cuidadosamente se jam correlacionunds as mudangas internas com as vicissitudes sociais das diferentes épocas. “Neste contexto epistemoldgico, emerge, na déenda de 60, a sociolingilistica e entao tudo muda: a distingao entre “externo” e “interno” vy com relagao A lingua, j4 nao parece plausivel nem razoavel, porque no € possivel conecber a lingua fora do seu entorno social; mais ainda, a lingua existe em virlude do contexto social no «ual se encontra imersa.” AA preocupagiio. quanto a eslabelecimento de “fases”, ou seja, (01 de uma lingua 6 por assim dizer, tipica quanto a per jodizagiio da his de um momento anterior ao de wma coheepsiio de lingua que emerge no fmbito dos estudes sociolingtiisticos, mais especificamente, de um momento em que, utilizando os termos de Elizainein, “a historia estava implicita, em relagao a Ingua, desde “forar. Esclarego que, ao relomar esse tema, nfio o fago nesta perspectiva que poderiamos chamar de tradicional, Retomo-o, porém, por considerar que, num momento em que a volta do interesse pelos estudos diacrénicos ho Brasil data de, apenas, aproximadamente, uma décacla, revisitar velhas questdes pode ser uma forma de tentar estabelecer novas (radigdes 1. PERIODIZAGAO \ 1.1. PROPOSTAS EXISTENTES As propostas de periodizagiio da historia de uma lingua podem basear-se cm [atores internos - mudangas que a estrutura da lingua solre — ou, mais freqiientemente, em fatores externos - mudangas sécio-historicas supostamente correlacionadas as mudangas cstruturais. Em ambos os casos, 0s critérios priorizados pelos historiadores das linguas sao amplamente vatidveis. Apesar de a histéria externa do portugués brasileiro ainda hoje carecer, para “completar-se”, de estudos que enfoquem as distintas problematicas regionais, as suas linhas gerais - em que, segundo a perspectiva defendida por Anténio Houaiss (1985:32), se devem articular al, fatos das sucessivas distribuigdes “fatos da ocupagio territori 73 demografico-lingilisticas dos ocupantes e fatos das prevaléncias ¢ a as Jesaparecimentos das linguas” - ja estdio bem mais esbogadas que as linhas gerais da sua histéria interna. Dai, 0 [ato de as trés propostas de periodizagiio para a histéria do portugués no Brasil existentes se basearem exclusivamente em fatores externos. Do conjunto das ‘opostas que se baseiam em fatos da histéria externa, a primeira elaborada & de autoria de Serafim da Silva Neto (1986 [1950]) © ainda hoje & a mais correntemente referida, Nela, 0 autor 1-0 inicio da partindo essencialmente de fatos da histéria politica do Bra: colonizag&o, a expulso dos holandeses e a chegada da familia real portuguesa -, divide a historia da lingua em trés fases: a. Primeira Fase: de 1532 (inicio da colonizagiio) a 1654 (expulsdio dos holandeses): Povoamento da Cos} cassez do elemento branco; em alguns pontos, mais cedo que em outros, inicia-se 0 processo que resultard no predominio da populagdo negra sobre a indigena; a lingua geral & necessaria a todos; bilingtiismo generalizado. de 1654 (a partir de quando, exlinta a ameaga b. Segunda Fas holandesa, se teria marcado em definitive © cardter portugués da colonizagiio do Brasil) até 1808 (com a chegada da familia real portuguesa), Povonmento do Interior: cresce a influéncia dos bruncos dos negros; rareia o elemento indigena; a lingua geral vei paulatinamente deixando de ser utilizada, até limitar-se As povougSes do Intavier » aos aldeomentos dos jeaulta; 0 perinde que vul de meadox do sdoulo XVII a meados do século XVIII representa o climax da expanse territorial: faz-se 0 povoamento do interior com as massas do litoral, compostas, em percentagens diversas, de indios, negros, mes brancos “decaidos”, que se expressavam através de um crioulo ou semicrioula. Tereeira Fase: a partir de 1808. UrbanizasHo: as elites rurais emigram para as cidades; dualidade lingtiistica entre anata social (constitulda por brancos © mestigos que ascenderam socialmente), exposta, cada vez mais, A influéneia da escolarizacio, ¢ outro estrato social, constituide pelos descendentes dos indios, negros ¢ mulatos da Colénia, A segunda proposta € de Paul ‘Toyssict (1982:75-78) © assim se apresenta: a. Primeira Fase: 0 periodo colonial até a chegada de D. Jo&o VI (1808): © portugués europeu [alado pelos colonizadores portuguescs vai adquirindo tragos especificos; os aloglotas aprendem o portugués de forma imperfeita; 0 portugués co-existe com a lingua geral - um tupi que, simplificado e gramaticalizado pelos jesuitas, se torna lingua comum; conservam-se muitas linguas indigenas __particulares, denominadas linguas travadas. b. Segunda Fase: da chegada de D. Jovio VI (1808) a Independéncia (1822): perfodo da “relusitanizagiio” do Rio de Janeiro, com a chegada da familia real e de uma populagio de 15.000 portugueses”’”. ¢. Tereeira Fase: 0 Brasil independente: a chegada de imigrantes europeus - sobretudo no periodo que se estende entre 1870 e 1950 -, a extingdo do tafico negreiro e a diluic&io dos indios na mestigagem~ brasileira contribuem para “branqueamento” do Brasil contemporaneo; © pais urbaniza-se e industrializa-se; nas grandes cidades, elabora-se 0 portugués brasileiro. ai} A ultima proposia é dé Marlos qe p, arros Pessoa (1997:19-23) e visa a formag: regionais elaboragao da lingua lite, a dar conta do processo qué vai i lo de variedades lingitisticas + Processo esse que é articulado a fatos da histéria econdmica e da histori \ sécio-cullural do Brasil e que é apresentado em trés fases: a. Primeira Fas. le 1534 (divisio do pais em capitanias hereditavias) a 1750 (descoberta do ouro nas Minas Gerais @ modernizagiio do Estado portugués com as reformas Pombalinas). “Lstagio de multilingtismo, com variedades de linguas e formaggo de variedades lingtlisticas regionais”. b. Segunda Fase: de 1750 a 1922. A segunda fase apresenta-se dividida em trés subfases: 1. Primeira Subfasi de 1750 (descoberta do ouro nas Minas Gerais e modernizagio do Estado portugués com as reformas pombalinas) a 1808 (transferéncia da ramilia real portuguesa urbanizagao da sociedade brasileira). “Periodo de koineizagao de diferentes variedades, que s ia uma espécie de pré-koineizagiio da lingua comum”; Th. Segunda Subfase: de 1808 (transferéncia da familia reat portuguesa) @ 1850 (fim do trifico de eseravos), “ sbestdgio de formagdo da Ingua comum, com formagiio paralela de normas locais; UI. Tereeira Subfase: de 1850 (Jim do wdifico de escravos) a 1922 (fim do predominio das oligarquias, surto industrial, emergéncia n Bs estimat ives quanto familia re ° 0 Bra. de portuyueses que chegaran com ¢ 15.900 e 18.008 al varian @ 1K do movimento modernista brasileiro). “Subperiodo de estabilizagao da lingua comum e das normas locais”. c. Terceira Fase: a partir de 1922. “Estigio de elaboracéo da lingua literaria”. Cada uma das és propostas anteriormente referidas apresenta aspectos considerados problematicos, em virlude dos quais se julgou que nenhuma delas pudesse ser adotada sem restrigdes. Na primeira, destaca-se, inicinlmente, a falta de coeréncia entre a caracterizagiio de cada uma das fases - cm linhas gerais, corretamente delineadus - ¢ a tese defendida por Scrafim da Silva Neto de que o portugués brasileiro é unitirio e conservador. Por outro lado, como ja salientou Marlos de Barros Pessoa (1997:25), embora fique claro que, na selego dos fatos histéricos que delimitam cada uma das fases - a expulsio dos holandeses e a chegada da familia real -, haja a intengdo de enfatizar uma progressiva “lusitanizagao do Brasil”, 0 destaque para a ocupagdo holandesa nfo se justifica em uma proposta de periodizago da histéria 4 preseniga holandesa no Brasi lingtiistica brasileira, na medida em que EF tendo durado apenas vinte ¢ quatro anos, niio teve conseqiiéncias no plano da Jinguagem, ou seja, n&o provocou qualquer “ruptura do desenvolvimento lingiiistico normal que (...) se dava, na perspectiva das linguas indigenas, africanas ¢ do proprio portugués”. Das trés propostas, a de Paul Teyssier é a menos elaborada, o que. talvez se possa atribuir ao caraler conciso da sua Histéria da Lingua Portuguesa (1982). Carece de um certo equilibrio interno, sobretudo quanto a uma justificativa para a segunda fase, extremamente curta para dar conta de mudangas significativas no plano lingtistico em todo o Brasil 77 , se se considerar como e mesmo na cidade do Rio Ue Janeiro, exceto, talvez representativo do portugues brasileiro do pericdo em quest@o apenas o comportamento lingilistico das elites coloniais que habitavam a Corte. Além disso, & notivel © Quanto & minimizada ou mesmo omitida a Participagdo do contingenle negro - juntamente com o contingente portugués, o mais representativo na constituigtio ca populagao brasileira - , na formagiio do portugués brasileiro, Finalmente, quanto 4 tltima proposta, dois aspectos merecem ser comentados. O primeiro refere-se ao fato, um tanto problematico, de terem sido consideradas em uma mesma proposta dle periodizago lingiiistica a histéria da lingua falada e a histéria da lingua literéria”®. O segundo diz respeito as fases propostas para a periodizagio ¢ a caracterizagio de cada uma delas individualmente: 0 multilingilismo é apresentado como um trago marcante apenas para o periodo que se estende de 1534 a 1750; todavia, os dados da histéria demogrdfica brasileira nfo corroboram essa visio da hist6ria lingiiistica, j4 que os séculos XVIII e XIX juntos detém 85% do total de africanos que chegaram ao Brasil: 47% no século XVIII ¢ 38% no século XIX (CF. Mattoso, 1990). Apesar de as investigagdes sobre as mudangas estruturais sofridas pelo portugués no Brasil sevem recentes, iniciando-se de forma regular gomente a partir da décuda de 80, JA ve conta, aluulmonte, com a possibilidade de se formulas uma propesta do perlodizngfe a partir de datagdio de mudangas linglifsticas. ® Quanto & equivaléncia entre of percentuals da populagao atcicana & de popaleetc portuguesa 9g Heasit da aicule XVI ao século XIX, cf. pas * Aposar de, na discussie do fendmeno de estandartizacao Linguistica, pane iaeescaowal dos proceysos de urbanizacdo, sec fundamental @ oene ea alias Ce elaboracao da lingua literaéria, nao se justitica, no fundenencall aa aceen iderar a Semana de Arte Moderna como “um marco nvolvimento Lingilis' a ire" (Pessoa, 1997:25). lvimento lingiistico do portugués brasileiro oe Segundo Femando Tarallo (1993), a partir da articulaggo entre diversas mudangas sintiticas que teriam afetado 0 sistema pronominal e a ordem das palavras, seria possivel observar-se, na passagem do século XIX ao século XX, a configuragdo de uma “gramatica” brasileira, distinta da “gramética” do portugués europeu. Independentemente de se poder discutir a idéia de que as mudangas sintiticas estudadas por Fernando Tarallo definam uma nova “gramiitica” distinia da gramética do portugués curopeu, o fato em si - a identificagio de um conjunto inter-relacionado de mudangas em um dado momento da histéria de uma lingua - & suficiente para sustentar uma proposta de periodizacao, Embora nio tenha havido por parte de ‘Tarallo uma preocupagtio stematicn no sentido de correlacionar as mudangas estruturais analisadas a fatores sécio-histéricos, tal correlagio é apontada por Mattos e Silva (1995:84), quando afirma (Je sdcia-histiria lingitistica, ou seja, a “historia externa" do portugués brasileira findanenta a proposigho de que a sua “gramética” € divergente da “gramdtica” do portugués europery, como mostrou Fernando Tarallo em um de seus tiltimos trabalhos ~ Diagnosticando uma gramatica do portugués brasileiro: © portugues @aquém ¢ dalém mar ao final do século XIX. Esta autora (1995:84), porém, levanta uma hipétese relevante e distinta, a ce que a datagzio da emergéncia clessa “gramatica” brasileira lalvez, possa ser antecipada em aproximadamente um século, devendo siluar-se, portanto, nao no transite clo século XIX ao século XX, mas, sim, na passagem do século XVIII ao século XIX: (Ja andlise de fores escritas mais préximas do portugués brasileiro Saluclo, que Possam vir a ser utilizedas, fais como cartas particulare: inddita de brasileiros, caso sejam encontradas, anteriores. & primeira metade do sécula XVI, poderd fazer recuar a definigéo dessa “gramética” para ques do momenta proposto, jé que a sua 79 —_— sira que ele se sécio-histéria mostra que le Se originou e se desenvolven em wna : itil comples, contextualizacao multiliNS@ complexa e absolutamente livre das culo XIX, @ de peias da normativizagdo. Peo mengy até 9 inicio do s efeito precario, Na proposta de periodi2@¢Xo que a seguir se apresenta, conludo, hé coincidéncia entre os limites “© Periodo que se vai definir como sendo a primeira fase da sécio-histéria do portugués brasileiro - compreendida entre écul x 50 - € 0S limites fe 1 © século XVI ¢ 1850 - € 0S limites do periodo que, segundo Tarallo, se pode considerar como sendo o da sua mais marcante diferenciagao estrutural em face do portugués curopeu, 1.2. ELEMENTOS PARA UMA NOVA PROPOSTA A proposta de periodizago que aqui se defende é um tanto econémica, em muito se beneficia da leitura das propostas anteriores e esté fundamentalmente calcada em trés aspectos: « ahistoria demografico-lingitistica brasileira; onal associado ao processo de urbanizagto + o crescimento popula do pais; «0 processo de escolarizagdo associado ao processo de estandartizagao lingitistica. Correlacionundo-se og Wés fatores referidos, propSe-se, entte, unt distingfio entre duas grandes fuses, assim caracterizadas: c. Primeira Fase: multilingtismo generalizado; nfo-urbanizagto; nflo-escolarizagfo € ndo-estandartizagio lingilstic d, Segunda fase: multilingtlismo localizacdo; urbanizagio; escolar go e estandartizacao lingilistica. 80 Apesar de se reconhecer & nec ssidade de se subdividir cada uma das fases apresentadas, considera-se que tal subdivisto sera mais corretamente proposta, na medida em que distintas histérias lingiisticas regionais forem sendo conhecidas. Julga-se, assim, que, para se dar conta de um panorama geral - deixando-se, por ora, cle lado as especificidades locais -, és fatos so essenciais na compreensio dos caminhos da histéria lingilistica brasileira: * A passagem de um contexto de pais generalizadamente lingile © multilingiic @ um contexte de pals generalizadamente ur localizada-mente multilingile; * 0 crescimento populacional associado & transformagito do pals da condigao de eminentemente rural a condigdo de eminentemente urbano; * 0 crescimento dos indices cle escolarizagao, retirando o pais da condigo de iletrado e inserindo-o em um contexto de pais com baixos indices de letramento. A seguir, discute-se mais pormenorizadamente cada um dos trés fatos destacados. 1.2.1, DO MULTILINGUISMO GENERALIZADO AO UNILIN- GUISMO GENERALIZADO O Brasil € hoje um pais com aproximadamente 150 milhdes de i 30a Fail : habitantes™ majoritariamente unilingties, cuja lingua materna é ° Portugués. Cerca de 170 linguas indigenas ainda sobrevivem, sendo faladas, contudo, por uma es igua populagao de aproximadamente 250 mil individuos, fato que, acrescido A inexisténcia de uma politica lingtiistica 81 que as preserve, indica a sv@ tual condi¢éio de marginalidade e 0 seu futuro incerto. Ha vestigios de Uilizagao de linguas africanas em siluagdes de praticas rituais religiosas & ha ainda o fenémeno das “linguas secretas” existente, por exemplo, no Caltndé, mas nfo ha sequer um ae sobrevivente das muitissimas linguas africanas outrora faladas pela ee negro-escrava. Por Outro lado, em virlude do processo de imigragdo, deflagarado sobretudo a partir de meados do século passado, subsistem, na condigao de linguas minoritarias, 0 alemfo, o italiano, o japonés e outras linguas, cujo niimero de falantes vem sendo, todavia, progressivamente reduzido. ‘ Considerando a histéria demogratica brasileira, nfo ha dividas de que o quadro atual, em que o portugués figura como lingua hegemdnica, se vai paulatinamente estabelecendo ao longo dos anos da colonizagiio e se torna irreversivel em meados do século XIX, a partir de quando, ao menos oficialmente, se encerra a entrada de contingentes de escravos negro- afticanos no Brasil. Toma-se, pois, como marco divisor entre duas fases claramente distintas da histéria lingilistica brasileira o ano de 1850, data oficial da extingdo do trifico negreiro no B. A primeira fase, portanto, estende-se do século XVI A metade do século XIX ¢ define-se, fundamentalmente, como o tempo de contato- concorréncia entre linguas indigenas, Iinguas alricanas @ a lingua portuguesa, tendo, ao final, prevalecico 0 uso desta tftima, A compreenstio dessa fase subordina-se a dois agpectos centrais: identificugdo das variadas formas locais de contato lingtistice que se estabeleccram & curacterizagao do processo de aprendizagem informal do porlugués com segunda lingua por parte de uma massa de falantes que, em diversos momentos histdricos, chegou a superar numericamente os falantes nativos do portugués. A populagdo brasileira earimada paca 1993 fol de 181.523.449 a2 Grosso modo, na histéria do Brasil, o século XVI costuma desenh: se como o da

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