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SEFE - Seminario de Engenharia de Pundacées Especiais. TIPOS, CRITERIOS E COMPORTAMENTO DAS FUNDAGOES DE TORRES DE LINHAS DE TRANSMISSAO. Rubens Ashcar, Eng? Civil. Carlos Alberto Laureano, Eng? Civil. _ Carlos Augusto Ramos Kirchner, Eng? Mecanico. CESP - Companhia Energética de Sao Paulo. RESUMO. No presente trabalho sGo descritos os tipos de fundacdes* para linhas de transmissao da CESP. Encontram-se descritos os critérios de projeto ¢ execugio, le vando-se em conta a evolucao dos mesmos, através de andlises dos act dentes ocorridos nas obras da empresa. ~ Sao abordados os custos das fundacdes, citando-se as_reducdes obdtidas com os novos critérios, mantendo-se,porém, o mesmo nivel de seguranca. Encontra-se também relatado o comportamento das fundacées _no caso geral, bem como nos acidentes ocorridos no periodo de 1978 a 1984, em linhas de transmissao. 1. INTRODUGAO A CESP dispde de varios tipos de projeto de fundacées pera 1 nhas de transmissdo, Através de um estudo de viabilidade técnica econémica, escolhem-se as fundacdes mais adequadas, para os varios t pos de solo e esforcos atuantes nas mesmas. Os critérios de projeto, execucho e recomendacdes, descritos neste trabalho, para as fundacées de linhas de transmissao da CESP, fo ram definidos em funcao da experiéncia adquirida pela empresa. 0 presente trabalho € uma revisio ¢ atualizacéo do trabalho “Tivos e Critérios de Projeto de Fundacées para Linhas de Transmissao da CESP e seu Comportamento em Acidentes", apresentado no VII Semina rio Nacional de Producgdo e Transmissao de Energia Elétrica (SNPTEE), em Brasilia, em 1984. IF ih Ze TIPOS DE FUNDACAO Os tipos de fundacdo utilizados na CESP sao: tubul#o, bloco, bloco ancorado, sapata, estacas e grelha, Estas fundacdes podem ser tipicas ou especificas. Sao consideradas tipicas, as mais utilizadas, para as quais existem projetos padronizados. Consideram-se especificas, as solucdes para casos especiais, tais como: travessias de rios, terrenos acidenta dos e caixas estaqueadas. 9 esquema dos diversos tios ce fimdac%o encontra~se na Figura 1. 2.1 Tubuldo 2.1.1 Definicao e Generalidades © tubulao é uma fundacdo profunda de concreto armado, de forma cilfindrica, escavado a céu aberto, com base alargada, destinado a transmitir as cargas da estrutura ao solo ou substrato rochoso. Estas fundagdes sao utilizadas tanto em solos argilosos como arenosos ou ainda siltosos, com resisténcia crescente com a profundida de e que tenham condicées de escavacao a céu aberto (terreno seco ou submerso). ‘A profundidade varia de 3,0 ma 10,0 m, dependendo do tipo de solo e dos esforcos na fundacao, Quando executados manualmente, o fus te deve ser vertical, sendo_ o diametro minimo exequivel de 70 cm, reco mendando-se uma variacdo_até 120 cm no maximo, por motivos economicos. Lembrando a existéncia de esforcos de arrancamento, aconselha- se fazer sempre um alargamento minimo na sua base, igual ao diametro do fuste mais 39 cm. Os tubuldes podem ser executados com escavacdo normal ou total. A escavacao normal é aberta com as dimensdes do projeto. Na total, faz-se uma escavacdo de formato quadrado, com dimensao lateral pouco maior que a do alargamento de base, rebaixando-se se necessario, o nivel de agua através de bombeamento. Pode-se ainda utilizar encamisamento no diametro do fuste, para escavacdo normal, ou no diametro da base, para escavacao total. 2.1.2 Critérios de Calculo e Dimensionamento Os esforcos atuantes nos tubuldes so: verticais (compressao © tragio) e horizontais (transversais e longitudinais). Portanto, os mesmos sdo dimensionados & flexo-compressao e flexo-tracao. No dimensionamento do arrancamento, considera-se 0 peso do solo contido num tronco de cone de base menor, igual @ base do tubuldo, com geratriz inclinada de um Angulo a, e sendo a base maior, a interseccao da superficie gerada com a superficie do terreno. 0 valor do angulo a é um valor empirico que varia com as carac teristicas do solo e com a profundidade da fundacio. i: Convén lembrar que nao se deve confundir o Angulo a como angu lo ¢ (Angulo de atrito interno do solo). |" Através de ensaios de arrancamento, pode-se determinar o valor do Angulo a. Nos ensaios de arrancamento em tubulées realizados pela CESP, na subestacao de Bauru, foram obtidos valores para o angulo a, varian do de 11° a 18°, Estes resultados encontram-se no trabalho n° 13 das referéncias bibliograficas. Considerando-se as dimensées mais utilizadas nas fundacées, ado tou-se a = 14° para o tipo de solo de Bauru (ou semelhante). Esse solo & representativo de uma grande parte do interior do Estado de Sao Pau lo, sendo constitufdo de areia fina a média, siltosa, pouco argilosa, “porosa", de compacidade fofa a pouco compacta e crescente com a pro fundidade. ‘A experiéncia adquirida pela CESP, possibilitou a modificacao dos critérios de calculo, referentes aos coeficientes de seguranca, conforme abaixo: - Critérios utilizados anteriormente para o dimensionamento das fundacées a) Coeficientes de seguranca PS=1,8 (arrancamento) = FS = 1,5, (esforcos horizontais) para as torres de suspen sao. 7 b) Coeficientes de seguranca FS = 1,8 (arrancamento) FS = 1,5 (esforcos horizontais) para as torres de ancora gem e terminal. Estes coeficientes foram adotados segundo ensaios feitos no so lo de Bauru (arenoso). - Critérios atuais para o dimensionamento das fundacdes a) Coeficientes de seguranca FS = 1,5 (arrancamento) ¢ FS = 1,3 (esforcos horizontais), diminuidas para as_ tor res de suspenséo, pois a maior parcela de esforcos & devi do as cargas acidentais, de atuacao esporadica. b) Coeficientes de seguranca FS = 1,8 (arrancamento) ¢ FS = 1,5 (esforcos horizontais), mantidos para as torres de ancoragem e terminal. 0s coeficientes de seguranca adotados segundo os critérios aci ma sao utilizados sem a aplicacio dos fatores de sobrecarga (majora co) no carregamento das estruturas. ~ No caso de utilizacdo de esforgos correspondentes 4 condicao ‘ultimate load" (maximo carregamento resistido pela estrutura ou carga que provoque o escoamento parcial ou total da mesma) deverao ser utili tados para o dimensionamento das fundacdes os seguintes coeficientes de seguranga (FS) - FS = 1,1 (arrancamento e esforcos horizontais) para as tor res de suspensao, - FS = 1,2 (arrancamento e esforcos horizontais) para as tor res de ancoragem e terminal. Os coeficientes de seguranca adotados para o dimensionamento das fundacées devem ser associados as velocidades de vento. O dimensionamento é feito nor tentativas, sendo determinadas as dimensées do fuste, da base e da profundidade, atendendo simultaneamen te as solicitacoes de esforcos horizontais, de arrancamento e de com pressao. 0 esforgo horizontal determina o valor minimo do diametro do fuste, lembrando ainda que este valor depende do processo de escavacdo (manual ou mecanica). A otimizacao do fuste é obtida quanto menor o afloramento e maior a profundidade do tubulao. 0 arrancamento fixa os valores da profundidade e do alargamento da base, devendo ser feita a verificacaio da taxa no solo, devido & com pressao. 0 acréscimo de profundidade proporciona maior resisténcia 20 ar rancamento, além de poder atingir camada com taxa admissivel do sol¢ mais alta. Possibilita-se, entao, otimizar a dimensdo da base, com a consequente reducao do volume de concreto. ‘A escolha adequada do diametro do fuste, profundidade e diame tro da base, associada ao tipo de solo e grandeza dos esforcos, resul ta numa fundagdo mais econdmica. 252 Bloco 2.1 Definicio e Generalidades 0 bloco & uma fundaciio direta de concreto armado, com profundi dade variavel de 2,5 ma 3,5 m. a 0 alargamento de base € suficientemente grande para possibili tar a estabilidade da fundacdo, a pequena profundidade. i Estas fundacdes sao aplicadas em terrenos de dificil escavacio manual, a pequenas profundidades, A sua escavacdo pode ser normal ou total, sendo também validos os mesmos processos de execugao ja citados para os tubuloes. — desaconselhavel a sua utilizacdo em locais sujeitos 4 erosio e em encostas ingremes. 2.2 Critérios de Célculo e Dimensionamento Com referéncia aos coeficientes de seguranca, os mesmos crité rios de calculo adotados para os tubulées so validos para os blocos.— No dimensionamento do arrancamento, considera-se o peso do solo contido num tronco de cone, com geratriz inclinada de um Angulo a (ver 2.1.2) e mais o peso de concreto. Faz-se a verificacao do tombamento no arrancamento e da taxa de solo na compressao. 2.3 Bloco Ancorado 2.3.1 Definicio e Generalidades Fundac&o ancorada 6 aquela na qual ocorre a transferéncia dos esforcos dos pés da torre, através de um bloco de concreto armado, pa ra vergalhoes de aco chumbados na rocha. Estas fundacoes sdo utilizadas na ocorréncia de rocha nao esca yvavel manualmente, a vequena profundidade (< 3,0 m), sendo ainda impra ticdvel a construgdo de blocos (ver 2.2) cujo peso é insuficiente para suportar o arrancamento, exigindo portanto a sua ancoragem. Normalmente sao utilizados chumbadores de diametro igual a 25 mm, ago CA-50A, sendo o diametro do furo de 50 mm, no minimo. 0 bloco deve ser apoiado em rocha ndo escavavel = manualmente, aplicando-se quando necessario, camada de concreto magro para regulari zagao. Os projetos fixam o comprimento fitil das ancoragens engastado na rocha s4 ou quase s&, medianamente a pouco fraturada, Nos proje tos da CESP utilizou-se 4,0 me 6,0 m para cargas admissiveis de 8 tf e 12,0 tf, correspondentes a cargas de rupturas de 16 tf e 24 tf, res pectivamente. 7 Recomenda-se ensaiar ao arrancamento pelo menos um — chumbador por torre, até 1,5 vezes a carga admissivel do mesmo, quando nao forem aplicados os fatores de sobrecarga no carregamento das estruturas. No caso de utilizacgdo de esforcos correspondentes 2 condicao ‘ultimate load", ensaiar o chumbador ao arrancamento, até a carga re sultante no mesmo. 242 2.4 Sapata 2.4.1 Definicao e Generalidades As sapatas sao fundacdes rasas de concreto armado e de pequena relag&o entre profundidade e largura da base. Estas fundagées podem ser de base guadrada, retangular, circu lar ou octogonal. Na CESP, a mais usual @ a de base quadrada- ~ Para torres de transmissao, sao adotadas sapatas isoladas apli cadas a pequenas profundidades (< 3,0 m), devido 4 dificuldade de esca vacio mais profunda (desmoronamento e presenca d'agua) ~ E_desaconselhavel sua utilizacdo em locais sujeitos 4 erosao. So viaveis economicamente para torres de suspensdo, em virtude dos pequenos esforcos atuantes. Para torres com grandes esforcos (tor res de ancoragem e terminal), devem ser feitas comparacdes de custo en tre sapata, bloco e estaca, = 2.4 Critérios de C&lculo e Dimensionamento Com referéncia aos coeficientes de seguranca, os mesmos crité trios de cdlculo adotados para os tubuldes sao validos para as sapatas No dimensionamento do arrancamento, considera-se o peso do solo contido num tronco de piramide, com geratriz inclinada de um angulo a (ver 2.1.2) e mais 0 peso do concreto. Faz-se a verificacdo do tombamento no arrancamento e da taxa de solo na compressao. 2.8 Estacas 2.5.1 Definicio e Generalidades As estacas s&o pecas alongadas, cilindricas ou prismticas, cra vadas ou "moldadas in loco”, destinadas a transmitir as cargas da’ es trutura para as camadas mais profundas do solo. A transferencia dos esforcos da estrutura para as estacas 6 feita através de um bloco de concreto armado. Estas fundacdes sao utilizadas em terrenos de baixa resisténcia (brejos, mangues, etc.), onde sao impraticaveis ou anti-econdmicas as fundagdes em tubulao, bloce ou sapata. De acordo com ensaios realizados pela CESP na regido de Bertio ga (solo constituido de camadas de areia fina e argila muito mole) obteve-se a aderéncia média solo x estaca, com valores de 1,4 tf/m2 e 1,8 tf/m2 nas estacas de concreto e metalica, respectivamente, Entre tanto, deve-se levar em conta que os ensaios foram realizados aproxima damente seis meses apds a cravacio das estacas. Os tipos mais utilizados sao: estacas pré-moldadas de concreto armado ou estacas metalicas, As estacas de concreto geralmente so cilindricas, com diametro minimo de 30 cm, ou quadradas, de lado minimo de 25 cm. Dependendo do fabricante, podem ser ainda macicas ou vazadas (centrifugadas). A armadura @ constituida de aco CA-50A, sendo utilizado no mini mo secao de ferro de 5 cm2, Os perfis metdlicos recomendados so laminados, de secdo trans versal I 10" x 4 5/8" x 11,4 mm, H 6" x 6" x 8 mm ou tubular com diame tro de 8", com espessura de chapa de 3/8", As fundacgdes sao constitufdas de estacas verticais ¢ inclinadas (mormaimente 140), sendo as ultimas destinadas a combater os esforcos horizontais. ‘As estacas metdlicas deverdo ser protegidas contra —_corrosao, através de um cobrimento (encapsulamento) de concreto de § cm, ate 1,0 m abaixo do nivel de agua minimo, ou seja, 0 mais desfavoravel en tie 5 Salor obtido na sondagem e o medido na epoca da cravacao da esta a A profundidade minima de cravacdo das estacas @ determinada na ra cada torre, de acordo com as caracteristicas do terreno, obtidas através de sondagens a percussao. Recomenda-se nao utilizar profundidades inferiores a cinco me tros, devido aos esforcos de tracao nas estacas. ~ Na pratica, poderdo ocorrer situacdes com cravacio inferior a cinco metros, Na impossibilidade de se utilizar outra fundacao, deve- Se adotar a solucdo de aumento do peso do bloco, para compensar a redu gio da profundidade da estaca. = Quando as sondagens ja indicam que a profundidade das estacas serdo menores que cinco metros, entao pode-se adotar fundacoes em cai xas estaqueadas. Estas caixas so de concreto armado e sao preenchidas com solo compactado, para combater os esforcos de arrancamento. Para as torres de transmissdo, recomenda-se normalmente uma energia de cravacao de 1,5 tf x m e obtencdo de nega inferior a 3 cm fos Gltimos 10 golpes, verificando-se pelo menos trés vezes esta nega Sao permitidas emendas nas estacas, desde que o processo utili zado garanta a resisténcia aos esforcos de tracao e a durabilidade das estacas. A CESP exige dos fornecedores de estacas de concreto os _ proje tos das mesmas, bem como os dispositivos de emenda, para verificacao e'liberacko do'seu uso, As estacas metdlicas sao emendadas através de folds. okedecendo Js normas vigentes, e garantindo, também, a resistén cia ao arrancamento. Quanto ao engastamento no bloco, as estacas metalicas séo arra sadas no minimo 60 cm acima do fundo do bloco. < ‘A cota de arrasamento das estacas de concreto & de 10 cm acima do funde do bloco, ¢ 0 engastamento minimo da armadura no bloco @ de 60 cm, dependendo do diametro da armagao da estaca. 2.6 Grelha 2.6.1 Definicao e Generalidades As grelhas sio fundacées rasas, constituidas de uma trelica me télica en forma de pirdmide, que ficam enterradas, tendo um _ prolonga mento no qual é fixado o pé da torre. As pecas metalicas sido de aco galvanizado. Estas fundagdes sdo utilizadas tanto em solos argilosos | como arenosos ou ainda siltosos, com resisténcia crescente com a profundida de e que tenham condicoes de escavacéo a céu aberto (terreno seco). ‘\ profundidade varia de 2,0 ma 4,0 m, dependendo do tipo de torre. As grelhas ndo devem ser aplicadas em locais sujeitos @ erosao ou em Areas alagadicas, em vista desses fatores afetarem a estabilida de das mesmas. Convem lembrar, também, a necessidade de protecao contra a_ cor rosdo das grelhas. Esta protegao é feita com neutrol, na transicao do solo com a atmosfera. 2.6.2 Dimensionamento A verificacgaéo da compressao 6 feita calculando-se a taxa de com pressio do solo que se obtém da relacdo forca de compressao/area da base. No dimensionamento do arrancamento, considera-se o peso do solo contido num tronco de piramide, com geratriz inclinada de um Angulo a (ver 2.1.2) e envolvendo a base da grelha. A CESP realizou ensaios de arrancamento e compressio em grelhas metalicas, nas subestacGes de Mogi das Cruzes e Bauru. ESFORCOS NAS FUNDACOES Neste item sdo descritos os critérios de cAlculo dos esforcos nas fundagoes. 3.1 Critérios Antigos para LT 138 kV (Hipdtese A. Na elaboragio dos projetos padrio de fundacées para LT's’ de 138 KV, circuito duplo, cabo Oriole (nao se utilizava ainda o cabo Grosbeak), eram adotados os seguintes critérios para 0 cAlculo dos es forcos nas fundacées: - Pressdo de vento de 70 kgf/m? ragem e terminal. nas torres de suspensio, anco - Pressao de vento nos cabos condutores de 53 kgf/m2 e no cabo para-raio de 58 kgf/m2. - Para a determinacio dos esforcos de compressio nas torres de suspensdo, ancoragem e terminal eram adotados os maximos vao médio (média aritmética de dois vaos adjacentes a uma es trutura) e vao gravante (distancia entre os pontos de minimo das catendrias dos vaos adjacentes a uma estrutura). - Para_a determinacdo dos esforcos de tracdo nas torres de sus pensao, era adotada a relacdo vao gravante/vao médio = 0,7. Nas torres de ancoragem e terminal era: adotado vao gravante nulo. - Para_a determinacao dos esforcos eram adotados altura e angu lo maximos das torres. - Incidéncia simultanea do vento e de um cabo rompido, nas tor res de suspensio. - Incidéncia simultanea do vento e de um cabo rompido sem forcos longitudinais permanentes, nas torres de ancoragem terminal. eS € Verificou-se_ao longo dos anos que, dos acidentes ocorridos nas torres de transmissio da CESP, as fundacées nao foram afetadas, levan do-se a crer que a principio estariam super-dimensionadas. 3.2 Critérios Atuais para LT 138 kV (Hipdtese B) Em_fungao da experiéncia adquirida pela CESP e visando otimizar as fundacées, resolveu-se adotar os seguintes critérios de cdlculo de esforcos nas fundacdes, mantendo-se, porém, 0 mesmo nivel de seguranca: - Aumentou-se a presso de vento nas torres, conforme revisio da NB-182 - Diminuiu-se a relac&o vio gravante/yao médio para determina a0 dos esforcos de tracdo. Isto porque no critério ante rior (NB-182) adotava-se, para as distancias minimas de segu ranga, vento maximo com surto de manobra. Atualmente empre ga-Se o critério de vento maximo e somente a tensao em fre quéncia industrial, 7 - Adotou-se a incidéncia do vento ou de um cabo rompido nas torres (suspensdo, ancoragem e terminal) por _considerar-se desprezivel a probabilidade de ocorréncia simultanea do ven to e de um cabo rompido, Utiliza-se o efeito mais desfavora vel. A CESP passou a utilizar também o cabo Grosbeak nas LT's de 138 KV. Portanto, so adotados os seguintes critérios para o c@lculo dos esforcos nas fundacées: - Pressio de vento de 80 kgf/m? nas torres de suspensdo,, anco ragem e terminal, - Pressio de vento nos cabos condutores de 53 kgf/m2 e no cabo para-raio de 58 kgf/m2 - Para a determinaco dos esforcos de compressao_nas torres de suspensao, ancoragem e terminal so adotados vio médio e vo gravante maximos (mantido o critério da Hipdtese A). - Para_a determinacHo dos esforcos de tracio nas torres de sus pensdo, & adotada a relacdo vao gravante/vdo médio 0,3. Nas torres de ancoragem e terminal é adotado vao gravante nu lo. - Para_a determinacio dos esforcos, sio_adotados altura e angu lo m4ximos das torres (mantido o critério da Hipdtese A). - Incidéncia do vento ou de um cabo rompido nas torres de sus pensio. = Incidéncia do vento ou de um cabo rompido mais esforcos lon gitudinais permanentes (diferenca de traco nos cabos devido aos vaos), nas torres de ancoragem e terminal. 0 cAlculo dos esforcos nas fundacdes das torres com cabos Oriole ¢ Grosbeak foi elaborado na propria CESP, utilizando-se a Hipotese B. Verificou-se que, na Hipotese B, houve uma diminuicao dos esfor gos de compressao e tracdo nas fundacdes das torres de suspensdo com cabo Oriole, em relacdo a Hipotese A, Este fato @ devido ao critério de incidéncia do vento ou de um cabo rompido, apesar do aumento da pressao de vento e diminuicao da relacio vdo gravante/vdo médio. Houve um pequeno aumento dos esforcos nas fundacdes das torres de ancoragem com o cabo Oriole, na Hipdtese B, pois passou-se a consi. derar a acdo de esforcos longitudinais. A partir dos esforcos da Hipotese B (critério atual), passaram a ser utilizados outros projetos de fundacdes j4 existentes, porén mais econdmicos. Para as torres com cabo Oriole, circuito duplo, __conseguiu-se utilizar projetos de fundacao para circuito simples, devido & equiva léncia de esforcos. Para as torres com cabo Grosbeak, conseguiu-se utilizar os pro jetos de fundacio das torres de cabo Oriole, circuito duplo. Convén lembrar que 0 Cabo Grosbeak possui seco transversal 78$ maior que a do Oriole. 245 3.3 Critérios Propostos nara LT 138 kV (Hipétese C) As estruturas metdlicas das limhas de transmissio so dimensio nadas considerando-se os parametros maximos de projeto: vao médio, vao gravante, Angulo da linha e altura da torre, Porém, nem sempre 6 possivel utilizar, em projetos de transmis sio, as caracteristicas limites das torres, devido 4 topografia do tra gado da linha, geologia, travessias, disponibilidade de estoque, etc. Para o dimensionamento das fundacoes, tem-se utilizado os esfor os obtidos com as torres nas suas condicoes limites de trabalho (para metros maximos). Visando a otimizacéo das fundacdes, foi proposto um novo proce dimento de cdlculo, utilizando-se os parametros reais obtidos do proje to de locagao (Hipotese C), em substituicdo aos parametros maximos de projeto estrutural (Hipétese B). De posse dos esforcos reais, poderdo ser escolhidas _fundagées compativeis com os mesmos, Isto é possivel devido @ grande diversifica gao de projetos de fundacao existentes na CESP. Atualmente a existéncia dos "stubs" (peca metalica embutida no concreto, que transfere os esforcos da torre as fundacées) das torres com cabo Grosbeak impede a otimizacdo das dimensdes da secdo transver sal das fundacdes. Isto ocorre porque a montagem do "stub" acompanha a inclinacZo do montante da torre. . A solugdo recomendada é a fabricacdo destas pecas idénticas as j& usadas nas torres para cabo Oriole, ou seja, montagem na vertical. 3.4 Gritérios para LT 460 k Na elaboracio dos projetos padrio de fundacdes para LT's de 469 kV, cabo Grosbeak, foram adotados os seguintes critérios para 0 cAlculo dos esforcos nas fundacces: - Pressio de vento de 125 kgf/m2 nas torres de suspensdo, anco ragem e terminal. - Pressao de vento nos cabos condutores de 53 kgf/m? e no cabo para-raio de 58 kgf/m?. - Para a determinacao dos esforcos de compressio nas torres de suspensao, ancoragem e terminal si0 adotados vao médio e vao gravante maxinos. - Para _a dgterminacio dos esforgos de traco nas torres de sus pensdo, € adotada a relacdo vao grayante/vao médio = 9,5. Nas torres de ancoragem e terminal € adotado vao eareire nu lo. v - Para_a determinacio dos esforcos, sao adotados altura e angu lo maximos das torres. - Incid&ncia simultanea do vento e de um cabo rompido, nas tor res de suspensao. - Incidéncia simuitanea do vento e de um cabo rompido com es. forcos longitudinais permanentes, nas torres de ancoragem © terminal. Através dos critérios acima, obtém-se os seguintes esforcos nas fundacdes : P = esforco vertical de compressao. T = esforco vertical de tragao. Fp = esforgo resultante horizontal de compressio. Ft = esforgo resultante horizontal de tracao. De posse destes esforcos, adotam-se coeficientes de seguranca para o dimensionamento das fundacdes (ver 2.1.2). Estado sendo implantadas, paulatinamente, modificacées no cAlcu lo do carregamento das estruturas (138 kV a 460 KV), empregando-se ve locidade de vento de 155 km/h (rajada de 2 a 3 segundos) a 10 metros do solo, correspondente ao perfodo de retorno de $0 anos. Esta veloci dade, convertida a 30 metros do solo, sera igual a 170 km/h. = 4, CUSTOS DAS FUNDACOES Para efeito de comparacio, foram levantados os custos de . duas linhas de transmissao de 138 KV, construfdas em 1980. Nestes levantamentos foram consideradas as hipéteses de célculo de esforcos nas fundagées ja referidas anteriormente: - Hipdtese A: Incidéncia do vento + um cabo rompido + parame tros maximos de projeto estrutural (critérios an tigos). - Hipdtese B: Incid&ncia do vento (ou de um cabo rompido) + parametros maximos de projeto estrutural (crité trios atuais). - Hipdtese C: Incid&ncia do vento (ou de um cabo rompido) + parametros reais do projeto de locacdo (crité Tios propostos) . 4.1 Custos das Fundagdes vara Cabo Oriole (LT 138 kV) Comparando-se os custos das fundacdes da LT 138 kV Cajati - Ca nanéia (tomada como exemplo), segundo as Hipéteses A, Be C citadas acima, pode-se constatar o seguinte: 4.1.1 Reduc&o de Custo nas Torres de Suspensdo (46 estruturas) Passando-se da Hipdtese A para a B, obteve-se uma reducio de 51 ORTN/torre de susvensdo e passando-se da lipdtese A para aC, obteve- se uma reducdo de 71 ORTN/torre de suspensao. 4.1.2 Redugio de Custo nas Torres de Ancoragem (8 estruturas) Passando-se da Hipdtese A para a B, nfo se obteve reducio _de custo nas fundacoes porque os esforcos caiculados se equivaleram. Pas sando-se da Hipdtese A nara a C, obteve-se uma reducio de 108 ORTN/tor re de ancoragem. 4.1.3 Reducdo de Custo Total da Linha de Transmissio Conclui-se que, para o cabo Oriole, ao se passar da Hipétese A para a B, obteve-se uma reducdo nas fundacées de 15,8% (2350 ORTN), nu ma linha com 54 torres. Ao se passar da Hipdtese A para a ©, obteve-se uma reducdo nas fundagées de 24,4 (4150 ORTN), numa Tinha con 54 torres. 4.2 Custos das Fundacdes para Cabo Grosbeak (LT _138 kV) Comparando-se os custos das fundagOes da LT 138 kV Botucatu = Laranjal Paulista (tomada como exemplo), segundo as Hipdteses A, Be C citadas acima, pdde-se constatar o Seguinte: 1 Reduc&o de Custo nas Torres de Suspensdo (139 estruturas) Passando-se da Hipdtese B para a C, obteve-se uma reduco de 29 ORTN/torre de suspensao. 4.2.2 ReducZo de Custo nas Torres de Ancoragem (15 estruturas) Passando-se da Hipétese B para a C, obteve-se uma reducio de 94 ORTN/torre de ancoragem. 4.2.3 Reducdo de Custo Total da Linha de Transmissao Conclui-se que, para o cabo Grosbeak, ao se passar da_Hinétese B para a C, obteve-se uma reducdo nas fundacées de 19,6% (5377 ORTN), numa linha com 154 torres. 4.3 Conclusdes A reduc&o de custo nas fundacgdes da CESP j4 tem sido obtida nas linhas de transmissdo de 138 kV (cabos Oriole e Grosbeak), pois a Hips tese B encontra-se implantada, A reducdo de custo denonstrada foi conseguida sem a_elaboracio de novos projetos de fundacao, ou seja, apenas com adaptacao dos proje tos ja existentes, Para obtencdo de uma reducdo de custo ainda maior, torna-se ne cessdrio desenvolver novo projeto padrao de fundacdes, considerando-se 0s novos esforcos e coeficientes de seguranca (torres de suspensdo) propostos. Segundo estudo realizado, verificou-se que o custo destes novos projetos sera pago apenas com a construcdo de uma dnica linha de transmissa0 de aproximadamente 10 km (25 torres). _ ‘A adocio desta metodologia de trabalho devera ser aplicada para outras classes de tensao, por apresentar-se vantajosa. j j 248 24 COMPORTAMENTO DAS FUNDACOES 5.1 Comportamento Geral das Fundacées Levando-se em consideraco o niimero de torres j4 construfdas nas linhas de transmissao da CESP (aproximadamente 30.000), pode-se afirmar que as fundacdes, em geral, tém tido comportamento normal, ou seja, intactas e indeslocaveis. Houve alguns casos isolados de arrancamento e recalque nos és das fundacées. Estes problemas foram devidos a deficiéncia de vibra ¢do do concreto, limpeza inadequada no fundo da cava e insuficiéncia de alargamento da base. Houve apenas um caso em que sé a aderéncia concreto x solo nag foi suficiente para impedir o arrancamento de uma fundacao, construi da sem o alargamento da base, devido 4 dificuldades executivas. ~ Para solucionar os problemas existentes foram feitos reforcos ou construidas novas fundacoes (torres relocadas). Ccorreram também casos isolados de erosao, préximos as torres, ou nos pés das mesmas, exigindo alguns tipos de Solucao nas funda des, tais como: 7 - protecdo, através da aplicacio de concreto armado ao redor do bloco. - protecdo, através de muros de contencao em gabides. - reforco. 5.2 Comportamento das Fundacées nos Acidentes A principal causa dos acidentes ocorridos em linhas de transmis sGo em diversos paises e nas obras da CESP @ atribufda ao vento. Em diversos acidentes, foi constatado 0 fenémeno do efeito de cascata com elevado niimero de torres danificadas. A seguir serd descrito o comportamento das fundacdes, nos aci dentes mais significativos ocorridos nas linhas de transmissio da CESP, no perfodo de 1978 a 1983, Em 1984, nfo houve queda de estruturas me talicas. 5.2.1 LT 460 kV Capivara - Assis (Circuito Simples. Localidade: Nantes - SP Data/hora do acidente: 23/11/78 as 23 h 30 min Comprimento: 1,6 km Quantidade de torres: 5 (n®s 36 a 40) Tipo das torres: S+0 e S+3 Torres de ancoragem mais préxima n® 23 (AS0° + 0) € n? 46 (T + 0) As estruturas cafram na direcao transversal ao eixo da linha, danificando o "stub", com dobramento na parte externa ao concreto. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. ‘As fundacdes existentes no trecho eram em tubulao, construidos a céu aberto, com profundidade de 7,5 m. As mesmas permaneceram intac tas, nao tendo ocorrido deslocamentos. Optou-se pela relocacio das estruturas e construcdo de —_novas fundacdes, em tubulio. Foi levado em consideracao a facilidade e rapi dez de execugio, quando comparado com a alternativa de demolicao do trecho necessario para a troca do "stub", recuperacdo da amacéo e nova concreta gen. 249 Convém lembrar que os cuidados necessarios com as juntas de concretagem também demandam tempo. 5.2.2 LT 138 kV Jupia - Ilha Solteira (Circuito Duplo) Localidade: Travessia do Rio Parana (Jusante da Usina de Ilha Solteira). Data/hora do acidente: 29/04/79 as 19 h 31 min Comprimento: 2,0 km Quantidade de torres: 6 (n%s 184 a 189) Tipo das torres: SR + 3 A direc&o predominante de tombamento das estruturas foi aproxi madamente na perpendicular ao eixo longitudinal da linha, danificando os "stubs" por dobramento. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. No leito do rio as fundacées eram especiais, em tubuldo a ar comprimido, engastado 1,0 mna rocha, tendo ainda i2 chumbadores de 3,0 m de comprimento itil. A torre estava fixada numa plataforma de concreto, no tope do tubulio. As plataformas sofreram pequenos danos, nao ocorrendo desloca mentos da fundacao. Para a implantacao de novas estruturas, foi necessdrio romper os cantos das plataformas existentes para reaproveitamento das canto neiras de fixagao, embutidas no concreto. ~ 5.2.3 LT 230 KV Assis - Londrina (Circuito Simples) Localidade: Santa Mariana - PR Data/hora do acidente: 25/06/80 as 15 h 55 min Comprimento: 0,8 km Quantidade de torres: 3 (n%s 81 a 83) Tipo das torres: S$ - 3 Torres de ancoragem mais préximas: n? 74 (A + 3) e nt 84 (A + 0) As estruturas cairam na direcao transversal ao eixo da linha e apenas a parte superior do corpo de cada estrutura foi destrufda. Os cabos condutores e para-raios nao sofreram ruptura. As fundacées existentes no trecho eram em tubulao, construfdos a céu aberto, com profundidade de 4,0 m. As mesmas permaneceram intac tas, ndo tendo ocorrido deslocamentos. c Todas as fundacées da torre n? 81 foram reaproveitadas, junta mente com a parte inferior da torre. Optou-se pela relocacao e construcio de novas fundacdes, em tu bulao, nas torres n?s 82 e 83, Estas duas estruturas foram totalmente substituidas. 5.2.4 LT 460 kV Jupia - Bauru (Circuito Duplo) Localidade: Penapolis - SP Data/hora do acidente: 12/10/81 as 10 h 00 min Comprimento: 15,0 km Quantidade de torres: 34 (n?s 361 a 394) 250 Tipo das torres: S- 6, S-3, S+3, S+6;S+9, S1-3, Si+ 6, Sl#3, Sl4#6, Sl+9, $2 - 3, S2 + 0, SOuememeteG, S2 + 9 Torres de ancoragem mais préximas: n? 321 (AS + 0) e nm? 423 (RAS + 3) 0 tombamento das estruturas (31) predominou na direc&o perpendi cular ao eixo longitudinal da linha, danificando a maioria dos "stubs™ por dobramento e torcdo. Em duas torres (n*s 361 e 362) foram troca das apenas as misulas dos para-raios e em uma torre (n? 394) somente a misula do condutor. Nao ocorreu ruptura dos cabos condutores e para-raios. As fundagdes existentes no trecho eram em tubulao, _construfdos a céu aberto, com profundidade variavel de 6,0 a 8,0 m, nao tendo so frido deslocamentos. i Conseguiu-se o reaproveitamento das fundacées de 11 estruturas, pois os seus "stubs" nao foram danificados. Para as restantes, optou-se pela relocac4o e construcio de no vas fundacdes, em tubuldo, pelos motivos expostos no item 5.2.1. _ 5.2.5 LT 460 kV Ilha Solteira - Bauru (Circuito Duplo Localidade: Penapolis - SP Data/hora do acidente: 12/10/81 as 10 h 41 min Comprimento: 7,0 km Quantidade de torres: 20 (n?s 430 a 449) Tipo das torres: SD + 0, SD +3, SID +3 Torres de ancoragem mais proximas: n° 384 (AD + 0) &€ ne $12 (TR + 3) A direcio de tombamento das estruturas, o comportamento dos "stubs" e dos cabos condutores e cabos para-raios so os mesmos citados no item 5.2.4, Houve tombamento de 18 estruturas (n?s 431 a 448). Duas torres (n*s 430 e 449) permaneceram em pé, tendo sido afe tadas apenas as misulas dos para-raios. x As fundagées existentes no trecho eram em tubuldo (13 estrutu ras) e em estaca (5 estruturas). ie Os tubuldes, construidos a céu aberto, tinham profundidade va ridveis de 5,0 a 8,5 m, ndo tendo sofrido deslocamentos. Optou-se pela Telocacéo e Construcao de novas fundacoes, em tubulao, para estas 13 estruturas, pelos motivos expostos no item 5.2.1. As egtacas eram pré-moldadas em concreto (@ = 30 cm), com pro fundidade média cravada de 12 metros, Optou-se pela demolicao do_ tre cho necessario para a troca do "stub", pela recuperacio da armacio © por nova concretagem, para aproveitar as estacas cravadas. ‘A alternativa de nova fundacado em estacas, para estas 5 estrutu ras, demandaria mais tempo, pois haveria necessidade de transporte © cravacio de novas estacas, bem como concretagem dos blocos, pilaretes e vigas de travamento, 5.2.6 LT 138 kV Valparaiso - Penadpolis (Circuito Duplo) Localidade: Penapolis - SP Data/hora do acidente: 12/10/81 as 10 h 24 min Comprimento: 6,0 km Quantidade de torres: 16 (n*s 233 a 237 e 239 a 249) Tipo das torres: S+0, S +3, SR+0, SR* 3 Torres de ancoragem mais préximas: n? 218 (R + 0) e n® 250 (R + 0) 251 A diregao de tombamento das estruturas, o comportamento dos "stubs" e dos cabos condutores e cabos para-raios so os mesmos cita dos no item 5.2.4, ~ As torres n?s 238 (SR + 0) © 239 (SR+ 0) nfo sofreram quedas, sendo que a torre n? 238 permaneceu intacta e a torre n? 239 sofreu pe quena deformacao, “igen = As fundacdes existentes no trecho eram em bloco de concreto,sem alargamento de base, com profundidade aproximada de 2,0 m. Apenas ‘uma torre teve a fundacdo afetada, arraheada em dois pés.'onds o” concrete se apresentava heterogéneo, devido 4 ma vibracao. Optou-se pela relocac&o e construcao de novas fundacdes, em gre tha, devido ao tipo de solo apropriado e rapidez na execucao. i" 5.2.7 LT 469 kV Bauru - Cabretiva (Circuito Duplo) Localidade: Rio das Pedras (Regiao de Piracicaba) - SP Data/hora do acidente: 17/11/81 as 16 h 38 min Comprimento: 12,0 km Quantidade de torres: 27 (n*s 387 a 413) Tipo das torres: S- 3, S+0, S+3, S1+0, S1+6,S1+9, $2 + 0 Torres de ancoragem mais proximas: n? 386 (AR + 3) e n? 429 (RAS + 0) A direcao predominante de tombamento das estruturas foi aproxi madamente na perpendicular ao eixo longitudinal da linha (19 torres). Das restantes, 4 torres cafram com angulo entre 30° e 500 e 4 torres cairam com Angulo inferior a 150, em relacdo ao eixo longitudinal da linha. Os "stubs", na sua maioria, foram danificados por dobramento, torgao e cisalhamento. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. As fundacdes existentes no trecho eram em tubulio, construidos a céu aberto, com profundidade variavel de 6,0 a 10,0 m,'néo sofrendo deslocamentos. Foram reaproveitadas todas as fundacdes da torre n? 396 e duas fundagdes da torre n® 387, pois os "stubs" nao foram danificados. Optou-se pela relocacdo e construc&o de novas fundacées, em tu bulao, nas demais estruturas, pelos motivos expostos no item 5.2.1, — $.2.8 LT 138 kV Taubaté - Pindamonhangaba (Circuito Duplo) Localidade: Pindamonhangaba - SP Data/hora do acidente: 26/06/82 As 5 h 12 min Comprimento: 1,0 km Quantidade de torres: 3 (n*s 44 a 46) Tipo das torres: SRE-2 _ Torres de ancoragem mais préximas: n? 35 (GT + 3) e ne 48 (GT - 3) As estruturas cafram perpendicularmente ao eixo longitudinal da linha. Os "stubs" das torres n?s 44 e 45 e os montantes junto as per nas da torre n? 46 (fundacio em grelha metalica) foram danificades por dobramento. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. As fundagdes existentes das torres n?s 44 e 45 eram em tubulao, construidos a ceu aberto, com profundidade de 3,5 e 5,0 m, respectiva mente. 252 Em apenas uma fundacio da torre n? 44 houve uma pequena trinca no topo do concreto e numa fundacdo da torre n® 45 houve um pequeno deslocamento (arrancamento). Na torre n? 46 houve uma trinca superfi cial no solo, em apenas uma fundacao. ay Optou-se pela relocacao das estruturas e construcdo de _—novas. fundacdes, em grelha, com suas bases embutidas em camada de concreto de 30 cm. $.2.9 LT 460 kv Jup: Bauru (Circuito Duplo) Localidade: Guaimbé - SP Data/hora do acidente: 06/09/83 as 3 h 32 min Comprimento: 1,2 km Quantidade de torres: 4 (n®s 530 a $33) Tipo das torres: S +0, S+3 Torres de ancoragem mais préximas: n? $24 (AST + 0) e n® 545 (RAS + 3) As estruturas cafram na direcdo transversal ao eixo da linha. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. As fundacdes existentes no trecho eram em tubuldo, construfdos a céu aberto, com profundidade variavel de 6,0 a 7,0 m. Optou-se pela relocacio e construcéo de novas fundacdes, em tu buldo, pelos motivos expostos no item 5.2.1, 5.2.10 LT 138 kV Porto Primavera - Presidente Prudente (Circuito Duplo) Localidade: Mirante do Paranapanema - SP Data/hora do acidente: 22/09/83 as 20 h $6 min Comprimento: 2,0 km Quantidade de torres: 7 (n?s 361 a 367) Tipo das torres: GSS + 0, GSS + 4,5 Torres de ancoragem mais proximas: ‘n® 331 (GA + 0,0) e n? 443 (GA + 0,0) As estruturas cafram perpendicularmente ao eixo longitudinal da linha. Os montantes junto as pernas das torres n? 362 a 367 (fundacdes em grelha metalica) foram danificados por dobramento, e o "stub" de um dos pés da torre n? 361 apresentou um pequeno dobramento. Nao houve ruptura dos cabos condutores e para-raios. As fundacdes existentes da torre n? 361 eram em tubuldo, cons truidos a céu aberto, com profundidade de 3,5 m. As mesmas permanece tam intactas, nao tendo ocorrido deslocamentos, sendo no caso, reapro veitadas. Foram feitas relocagées e construidas novas fundagdes, em gre lha, nas torres n®s 362 a 367. 253 AGRADECIMENTOS A CESP - Companhia Energética de SG0 Paulo, e em particular a etoria de Engenharia e Construcoes, pelo estimilo e apoio. Ao Engenheiro Ladislau Paladino, pela orientacdo e revisao des te trabalho, i X Secretaria Luzia Peixoto de Freitas, pela colaboracao eficien te na parte datilografica. 7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. ASHCAR, R. & KIRCHNER, C.A.R, - Otimizac&o de fundacdes para li nhas de transmissao. Sao Paulo, > hovembro, 1 . ASHCAR, R, & LAUREANO, C.A, - Estudo e aplicacées praticas de fun dacoes para linhas de transmissao. 2.ed. Sao Paulo, CESP, ju Tho, 1983. ~ a i 3. ASHCAR, R. et alll. - Tipos e critérios de projeto de fundacdes pa ra linhas de transatssao da CESP © Ser Sosyortaaem Comportanento en aciaen tes. 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