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copes A preciosa mensagem de 1888 The precious message of 1888 Jean Zukowski* Resumo / Abstract SJentre as datas que recebem destaques na histéria da ioreja adventista BJjesta 1888 Neste ano aconteceu a teuniao da Conferéncia Geral da lareja Adventista em Minneapolis. Dentre todos 05 eventos que mar- caram esta reuniao destaca-se 0 fato de Ellen G. White ter afrmado que nesta conferéncia Deus apresentou "a mats preciosa mensagem” através dos imaios Waggoner e Jones. Esta declaragio de Ellen G. White tem despertado grande interresse nos circulos adventistas levando muitos historiados e teélogos adven- tistas estudarem os eventos histéricos e debate teolégico pré e pos conferéncia tentando entender qual seria esta mensagem Este artigo pretende analisar qual seria esta “mats preciosa mensagem’ e qual sua relevancia para os dias atuals, através de um estudo histérico e tealégico dos eventos e debates que pautaram a Conferéncia Geral de 1888 em Minneapolis. Palavras-chave: Minneapélis; 1888; Conferéncia Geral; Adventisma lhe year of 1888 is one of the prominent dates in the history of the seventh Day Adventist Church. This is the year of the well known Ge- eral Conference at Minneapolis. One of the highlights of this meeting 's Ellen G. White's claim that God presented at the conference “the most pre~ cious message” through brothers Waggoner and Jones. This statement of Ellen G. White has aroused great debates in Adventist circles by leading historians © Doutor em Teologia pela Andrews University, EUA. Professor no Centro Uni- versitério Adventista de Sio Paulo (Unasp). E-mail: jean.zukowski@unasp.cdu.br Revista Kerygma and theologians on its historical and theological significance by explaining what would be this “mast precious message” On this article it will be analyzed what is “the most precious message" and its relevance far the SDA church todayy, by looking into the historical events and theological debates of the General Confe- rence session of 1888 at Minneapolis, Keyword: Minneapolis, 1888, General Conference, Adventisrm —_—_—_—_ | (Fo Na histéria da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) a controversa Conferéncia Geral de 1888 tem sido motivo de grandes debates e interpre- tagdes. Documentagdes histéricas foram feitas tentando retratar 0 que re- almente aconteccu durante ¢ apés a conferéncia. Diferentes posigdes tém sido apresentadas sobre o significado de mensagem de 1888 e a aceitagao da mesma pela igreja, tanto pelos individuos como em nivel de organizagao. Entre os diferentes pontos de vista apresentados, ha um grupo que defende anecessidade de um arrependimento denominacional coletivo porque, segundo cles, houve rejeigao, por parte da tideranca da igreja, A mensagem apresentada na Conferéncia Geral de 1888.’ Por outro lado, ha um grupo que vé o resultado de 1888 como grande vitéria para a igreja. Segundo eles, a igreja experimentou > Os principais defensores desta posigao sao Robert J. Wieland e Donald K. Short (1987, p. 26-63; 1991, p. 121-130). Eles propdem que, devido a no accitagao da mensagem prezada por E. J. Waggoner e A.T. Jones pela maioria dos lideres que prarticiparam da Conferéncia Geral de 1888 em Minneapolis, a igreja como um todo precisa de um arrependimento coletivo, que Ihe permitiré pregar a iitima mensa~ ‘gem de esperanca a0 mundo, Eles dizem que, segundo Ellen G. White, 0 pecado daqueles que rejeitaram a mensagem de 1888 & da mesma natureza do pecado da rejeigdo judaica de Jesus como 0 Messias. Eles argumentam que, apesar da lide- ranga da igreja ter declarado, virias vezes, depois de 1888 a aceitagio da mensagem a justificagdo pela fé pregada em 1888, esta foi apenas uma confissio institucional, mas nunca uma experiéneia de transformacio da igreja como resultado da aceitagio da verdade apresentada em 1888, Mais do que um arrependimento individual, um arrependimento corporativo demonstrari que, individualmente, houve uma tristeza pelos pecados cometidos por outros no passado, como se pertencessem a eles; este tipo de arrependimento € necessério neste caso, porque a rejeigao da mensagem de 1888 pelos lideres de igreja foi uma rejeigao do proprio Cristo. Centro Universitério Adventista de Sao Paulo — Unasp A preciosa mensagem de 1888 uma rejeigdo momentiinea a mensagem, mas nos anos que se seguiram ela acei- tou plenamente a justiga de Cristo como sendo vital para a salvagao.* A distingao entre essas duas posigGes ¢ outras nao est relacionada, apenas, aos acontecimentos histéricos que antecederam € precederam & Conferéncia de Minneapolis em 1888, ¢ com os principais personagens que participaram naquela conferéncia (A. T. Jones, E. J. Waggoner, G. I. Butler, U, Smith, e Ellen G. White), mas principalmente na sua compreensio da ‘mensagem pregada por Waggoner ¢ Jones, que foi endossada por Ellen G. White. De acordo com Ellen G. White (2006, p. 200)* Em sua grande mi- sericérdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a seu povo por intermédio dos pastores [E. J.] Waggoner e [A. T. | Jones” Considerando que as posigdes acima mencionadas e muitas outras obras sobre a mensagem de 1888 utilizam os mesmos dados histéricos, mas chegam a conclusdes diferentes, algumas perguntas merecem ser respondi: das em relacdo & propria mensagem de 1888: Qual é a mensagem de 1888? Qual era a visio de Ellen G. White sobre essa mensagem? Qual era o signifi- cado dessa mensagem para a ASD cm sua época c hojc? 0 objetivo deste artigo ¢ analisar o significado da “mais preciosa men- sagem”, apresentada na Conferéneia Geral de 1888 da IASD. Para realizar essa tarcfa 0 artigo seré dividido da scguinte mancira: na primeira parte sera analisada a mensagem apresentada por Waggoner € Jo- nes na Conferéncia Geral de 1888, as razOes para essa mensagem, ¢ as prin- cipais contribuigdes de cada um de seus expositores. Na segunda parte, serd discutido qual é a visdo, a importincia € contribuicao de Ellen G. White ara essa mensagem. A terceira parte ird analisar a recepcdo da mensagem nna conferéncia de 1888, a curto e longo prazos sobre a lideranga € leigos, a sua contribuigao para a realizagio da misao da Igrcia Adventista, bem como sua relevaincia hoie. A justificagao pela fé ¢ todo o contexto da Conferencia Geral de 1888 suscitou muitas controvérsias na [ASD.‘ No entanto, no presente trabalho, ‘Alouns dos defensores desta posigao sto: N. F, Pease (1945); L. H. Christian (1947); A. W. Spalding (1949); Knight (1987; 2005; 1998). «As controvérsias mais recentes relacionadas com a mensagem de I888 sf: a con- trovérsia Brinsmead, Comité de Estudos da Mensagem de 1888 (1888 Message Study Committee), e a Conferéncia de Palmdale. Para maiores informagdes sobre as con- trovérsias acima mencionadas, veja: George R. Knight (1988); 1888 Message Study ‘Committee (19--); 1888 Message Study Committee (1990); 1888 Message Study ‘Committee (1992); 1888 Message Study Committee (1994); 1888 Message Study ‘Kerygma, Engenheiro Coelho, SP, volume 7, miimero 2, p. 15-42, 2° sem. de 2011 Revista Kerygma ‘0s temas polémicos nao sero analisados com base em qualquer movimento controverso (especifico), nem sera apresentada uma solugao ou resposta de~ finitiva para as questoes ainda em desacordo entre as diferentes partes. Este trabalho ird analisar a justificagao pela fé, tanto quanto possivel, a partir das fontes primétias disponiveis. O entendimento da justificacao pela fé neste ar- tigo ird refletira compreensao do autor do artigo a luz da leitura dessas fontes. Os mensageiros e sua mensagem A “mensagem mais preciosa”, apresentada por Jones € Waggoner na Conferéncia Geral de 1888 ¢ muito bem definida por Ellen G. White, da seguinte forma: Em sua grande miserieérdia, enviou 0 Senhor preciosa mensa- ‘gem a seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner ¢ Jones, Esta mensagem devia por de maneira mais preeminente diante do mundo 0 Salvador crucificado, o sacrificio pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificagao pela fé no Fiador; con- Vidava © povo para receber a justiga de Cristo, que se manifesta na obediéncia a todos os mandamentos de Deus, Muitos perde~ ram Jesus de vista (WHITE, 2002, p. 91), Esta mensagem recebeu grande apoio de Ellen G. White devido a ma~ neira como foi apresentada: um estudo da justiga de Cristo firmemente en- raizado na biblia. O cere da mensagem era realgar Cristo como salvador © 0 tinico caminho pelo qual podemos ser salvos. Ela apresenta a relagio correta entre a lei e a graca, ¢ essencial para a proclamagao do evangelho € solug2o para os problemas da igreja tanto no passado como no presente. Committee (1999); Ralph H. Blank, Ellen Gould Harmon White (1998); Pedro Geli (1969); A. L. Hudson (1987); Raymond John Plummer (1970); Jack Sequeira (1971): Donald K. Short and 1888 Message Study Committee (2001); David Arnold Van Denburgh (1972); White; Robert J. Wieland (1976); Wieland (1991) Wieland 1992); Robert J. Wieland (1997); Robert J. Wieland and 1888 Message Study Committee (19--); Robert J. Wieland and 1888 Message Study Committee (1990); Robert J Wieland and 1888 Message Study Committee (1994); Robert J. Wieland and 1888 Message Study Committee (1998), Robert J. Wieland and 1888 Message Study Committee (1888 Message, 2000); Wieland c Short (1987); Steve Wohlberg (1995). Centro Universitério Adventista de Sao Paulo — Unasp A preciosa mensagem de 1888 Muito embora Ellen G. White nao concordasse com todos os pontos apre- sentados por Jones ¢ Waggoner, cla ainda assim disse que cles foram usados por Deus na apresentagao desta mensagem. Na Conferéncia Geral de 1888 apenas Waggoner apresentou temas relacionados aquilo que Ellen G. White chamou a “mensagem mais preciosa”. Sendo assim, nesta sesso sera analisada a visdo dele sobre © tema, O texto original das onze palestras apresentadas por Waggoner sobre justificagao pela fé, na sesso da Conferéncia Geral e instituto bi- blico em 1888 nao foram preservados de forma escrita. Sendo assim, as ideias de Waggoner apresentadas nesta segio, tém como fonte os artigos publicados na revista Signs of the Times de 1886 a 1888 e seu livro Christ and His Rikreousness, publicado em 1890. Todos os pontos apresentado nesta segdo representam a visdio de Waggoner sobre 0 tépico, mas nao re- presentam necessariamente aquilo que foi apresentado em 1888, nem em sua totalidade aquilo que foi endossado por Ellen G. White como sendo a visto correta a ser adotada pela Igreja Adventista. A visio de Waggoner sobre justificacao pela fé° A exposigao biblica de Waggoner coloca Cristo como centro dentre todos os outros temas. Sua primeira preocupacao foi afitmar que Cristo € Deus. Cristo nao era um semideus ou possufa apenas alguns dos atributos da divindade. Ele disse: observe a expressio, “o Filho unigénito, que estd no sei do Pai Ele tem sua habitagao 1, © Ele esta ld como uma parte da divin- dade, tao verdadeiramente no eéu como quando na terra, © uso do presente implica numa existéncia continua, O texto apresenta a mesma ideia contida na declaracao de Jesus aos Judeus (Jo 8:58), “Antes que Abraao existisse, Eu sou.” E novamente isto mostra sua Devido & natureza deste artigo serio apresentados apenas alguns dos pontos prin- cipais da mensagem defendida por Waggoner. Para maiores informacdes sobre a men- sagem apresentada por Waggoner em 1888 e depois, veja: George R. Knight (1998, p. 81-102); David P. McMahon ¢ Ellet J. Waggoner (s.d.);¢ Wieland (1988). ‘Kerygma, Engenheiro Coelho, SP, volume 7, miimero 2, p. 15-42, 2° sem. de 2011 Revista Kerygma identidade com Aquele que apareceu a Moisés na sarga ardente, © declarou ser seu nome “Eu sou o que sou”. E, finalmente nés te- ‘mos a palavra inspirada do apéstolo Paulo sobre Jesus Cristo, dizen- do. “Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1:19), A plenitude, que habita em Cristo, nés aprendemos ser aquela descrta no préximo capitulo: “nele habita toda a plenitude da divin dade corporeamente” (CI 2.9). Isto é © mais absoluto e inequivoco testemunfo do fato que Cristo possufa por natureza todos osatributos da divindade (WAGGONER: JOSEPH, 1999, p18, tradugao livre). Scu préximo argumento foi demonstrar, através de muitos textos biblicos, (que Jesus é criador € possui igualdade com o Pai, sendo parte da divindade. Aqui nés encontramos o Pai falando do Filho como Deus, ¢ dizendo- -lhe: “Ti langaste os fundamentos da terra, ¢ os Cus Sio obras de tuas mios”. Quando o proprio Pai concede esta honra ao Filho, quem & ‘ homem para retii-lo? Com isto nés podemos ter um testemunho direto em relagao a divindade de Cristo eo fato que Ele 0 criador de todasaseoisas (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p.22, tradugio livre). Finalmente, cle ressalta que um entendimento correto da divindade de Cristo é essencial na compreensao do plano da salvagao. “Nosso objetivo nesta pesquisa ¢ estabelecer a posi¢do correta da justiga de Cristo em igual- dade com a do Pai, a fim de que Seu poder de remissio possa ser mais bem apreciado” (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 23). Provar a divindade de Cristo é crucial na teologia de Waggoner. O Jesus Deus ¢ 0 Jesus homem precisam ser firmemente estabelecidos em sua vyisdo, para um préprio entendimento do plano de salvagao. Assim cle aven- tura-se em explicar ontologicamente qual seria a natureza humana e divina de Cristo. Primeiro ele argumenta que a divindade de Jesus advém de seu nascimento. Ele é Deus porque Ele ¢ nascido de Deus. Ele diz: “Os anjos sfo filhos de Deus, assim como Adio (J6 38:7; Le 3:38), por criagao; os cristaos sao filhos de Deus por adogao (Rm 8:14, 15), mas Cristo é 0 Filho de Deus por nascimento” (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 16, tradugio livre). “A Biblia declara que Cristo é ‘o tinico Filho gerado de Deus.” Ele é gerado, nao criado”, Ele entende que na infinidade do passado Cristo teve ‘um come¢o. “Houve um tempo quando Cristo procedew e veio de Deus, do seio do Pai (Jo 8:42; 1:18), mas esse tempo ocorreu num passado tao lon- Centro Universitério Adventista de Sao Paulo — Unasp A preciosa mensagem de 1888 ginquo da eternidade que, para a compreensio finita, isto é praticamente sem comego” (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 26). Apés discutir a divindade de Cristo ele fala do Jesus homem. Para ele Cristo € Deus manifestado em carne. Ele enfatiza que a encamagao, 0 to- ‘mar sobre sia natureza humana, é essencial para Cristo como salvador, pois assim ele se torna nosso exemplo em tudo. Waggoner defende que Cristo tomou nao apenas um corpo carnal, mas uma natureza pecaminosa: 0 fato de Cristo tomar sobre si care, nao de um ser sem pecado, ‘mas de um homem pecador, indica que esta carne que Ele assumiu ‘nha toda a fraqueza e tendéncias pecaminosas que a natureza hu~ mana cafda esti sujeita. Isto € mostrado na seguinte declaraga Ele “foi feito da semente de Davi segundo a carne.” Davi tinha todas as paixdes da natureza humana (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 31, tradugaio livre). Scgundo cle, a vitéria de Cristo sobre o pecado possibilitou ao homem livrar-se do pecado. “Ele foi feito pecado para que nés pudéssemos nos tor- nar justos” (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 33). Sua vitdria sobre o pe~ cado foi possivel devido a sua natureza divina. Como foi que Cristo pdde compadecer-se com nossas enfermi~ dades (Hb 5:2) ¢ ainda permanecer sem pecado? Aleuns podem ter pensado, ao lerem até aqui, que nds estamos depreciando 0 cardter de Jesus ao colocé-lo no mesmo nivel de um homem pe- caminoso. Ao contrario, nés estamos simplesmente exaltando 0 “Poder Divino” de nosso abengoado Salvador, que voluntaria- ‘mente desceu ao nivel de homem pecador a fim de que Ele pu- desse exaltar o homem a sua propria pureza sem mancha, aquela ‘que Ble manteve mesmo durante circunstancias adversas. Sua hu- manidade apenas cobria sua natureza divina, pela qual Ele estava separavelmente conectado com o Deus invisivel que era mais do que capaz de resistir as fraquezas da carne. Durante toda sua vida ocorreu uma batalha, A carne, movida pelo inimigo de toda justia, tinha a tendéncia de pecar. Todavia, sua natureza divina, nunca, por nenhum momento, acariciou qualquer descjo pecami- rnoso nem seu poder divino por qualquer momento vacilou (WA- GGONER; JOSEPH, 1999, p. 33-34, tradugao livre. ‘Kerygma, Engenheiro Coelho, SP, volume 7, miimero 2, p. 15-42, 2° sem. de 2011 9 20 Revista Kerygma A visio da humanidade de Jesus e sua vit6ria sobre 0 pecado & 0 modelo para a vitéria humana sobre o pecado. Para os seres humanos a vitoria sobre © pecado s6 possivel quando este possui a natureza de Cristo. Assim como a natureza divina de Cristo o manteve inseparavelmente conectado com o Pai, a habitagao de Cristo em nosso coragao nos habilitara a vencer o pecado. Ele diz: quem poderia pedir mais? Cristo, no qual habitava toda a pleni- tude da divindade corporeamente, pode habitar em nosso cora- «Zo para que nés possamos ficar cheios da plenitude de Deus [...]. ‘Todo o poder que Cristo tinha em si por natureza, nés podemos ter pela graca, por Ele livremente colocado sobre nés (WAGGO- NER: JOSEPH, 1999, p. 35, tradugao livre), ‘Tendo estabelecido sua visdo sobre a divindade e a humanidade de Cristo © procurado mostrar como uma aproximagao centrada em Cristo 20 desvendar as verdades biblicas é fundamental para o préprio entendimento do plano da salvagao, Waggoner aborda os aspectos priticos da vida crista, onde Cristo reconhecido como Deus ¢ criador. Seu primeiro argumento & que se Cristo € criador Ele criou o sdbado. Como criador, Ele é 0 senhor do sabado ¢ nao podcria té-lo abolido. © ponto é simples: para Cristo ter mudado ow abolido o sébado teria assim que destruir aquilo que chamamos a mente divina. Se Cristo tivesse abolido 0 Sibado, ele teria desfeito o trabalho de suas miios e assim teria trabalhado contra si mesmo, ¢ um reino dividido, no pode subsistir (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 39, tradugao livre). Ble continua dizendo que Jesus ¢ 0 mesmo Jeovd que apareceu a Moi- sés no Sinai. Ele é 0 doador da Ici: “Assim como Cristo € a manifestagao do Pai na criagao, assim Ele é a manifestagao do Pai ao dar e executar a lei” (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 46). Portanto, Ele no poderia ter aboli- doo Sibado. Waggoner apresentou também quais sao os beneficios materiais € espirituais para todos aqueles que santificam esse dia. A parte principal de sua mensagem comega quando ele apresenta 0 tema da justificagao pela fé. Segundo Waggoner (1999, p. 56), a lei de Deus € a sua justiga. Depois de citar Salmo 119:172 c Isaias 51:6 ¢ 7 ele conchui dizendo: “que aprendemos disto? Que aqueles que conhecem a justiga de Centro Universitério Adventista de Sao Paulo — Unasp A preciosa mensagem de 1888 ‘Deus sao aqueles que tém a lei de Deus em seu coragao, e também que a lei de Deus é a justiga de Deus”. Ele continua dizendo que a justiga ¢ obedecer a lei de Deus, e para seres humanos serem justos, eles precisam obedecer aos mandamentos de Deus. Entretanto, ele apresenta que a lei é espiritual € seres humanos sdo camais. Ela nao pode justificar todos aqueles que a desobedecem e a sua justica nao pode ser alcangada pelos seres humanos porque eles posstiem uma natureza pecaminosa. Seres caidos nao tém poder de obedecer A lei. Ele sumariza esse ponto da seguinte maneira: (© caso enti & definido assim: 1) A lei de Deus € perfeitajustiga € to- dos aqueles que entrario no reino dos Céus necessitam estar em per- feita conformidade com ela; 2) entretanto, ali de Deus nao tem uma particula de justiga para conceder a nenhum ser humano, pois todos ‘Go pecadores ¢ esto impossbilitados de conformar-se com seus re~ ‘querimentos, Independente de quio diligentemente ou zelosamente alguém aja, nada que faca alcangaré a totalidade dos requerimentos da lei Estes si0 muito altos para que possa alcangar; nto pode obter justiga pela lei (WAGGONER; JOSEPH, 1999, p. 63, tradugao livre). problema entao, é: como o ser humano pode ser justificado? Como sdo perdoados os pecados? Waggoner € direto em responder: Cristo foi enviado por Deus como aquele pelo qual perdio de pe~ cados pode ser obtido; e este perdiio consiste simplesmente na de~ laragdo de sua justica (que é a justiga de Deus) para remissio de pecados. Deus, “que é rico em misericérdia”(Ef 2:4) © que tem prazer nisto, coloca sua prépria justiga sobre pecadores que acre-

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