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Dados Internacionais de Catalogagso na Publicacéo (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tnivoduglo &Tingistea + Fondamentos epistemoldgicos, volume 3 1 Femands Mussalim, Anna Christina Benes, organizadoras.— 3.ed.— Sie Paulo : Cortez, 2007 Virios autos Bibliografia. ISBN 978-85-249-1053-1 1. Lingistica 2. Lingdistiea~Bstudo ¢ensino L. Mussalim, ‘Femanda, 1 Bentes, Anna Christin 04.3805 cpp 410 Indices para catélogo sistemética: 1. ings 410 2 0 ESTRUTURALISMO LINGUISTICO: alguns caminhos Rodotfo lar 14. AS NOTICiAS DOS PRIMEIROS VALANTES. © cestruturalismo teve sobre os estudos da Tinguagem, no Brasil, um im- pacto enorme, tipico de uma escola dominante. Seu advento se deu no Brasil durante os anos 1960 ¢ coincidiu com 0 reconhecimento da lingtistica como disciplina autGnoma; assim, muitos professores © pesquisadores que, naquela altura j@ tinham uma larga experiéncia de investigacio, foram atrafdos pela nova orientacso e a utilizaram para sistematizar suas doutrinas (0 caso mais célebre é 0 de Mattoso Cimara Jr.); muitos jovens que se interessavam por Titeratura c haviam sido ensinados a encarar a lingifstica como uma disciplina auxiliar no estudo da poesia e da prosa literéria inverteram suas prioridades, e passaram a encarar a descrigo lingiistica como um objetivo auténomo; ¢ mui- tos estudantes que chegavam entdo & universidade tiveram a ilusdo (compreen- sivel) de que 0s estudos da linguagem sempre haviam sido objeto de uma disci- plina chamada lingUistica, identificada pura e simplesmente com a lingiistica estrutural. Por volta de 1970, pode-se dizer que o estruturalismo jé era, no Brasil, a corientagio mais importante nos estudos da linguagem, e que tinha contribufdo para criar um novo tipo de estudioso, o lingista, que entiéo dispanha de um espago proprio em face de duas figuras mais antigas — a do gramatico(interes- sado na sistematizagao dos conhecimentos que resultam num uso “correto” da Variante padrio) e a do fildlogo (interessado no estudo das fases antigas da lingua, na anélise¢ textos representativos dessas fases). Hoje, o lingista brasileiro nio precisa mais justiicar sua propria existen- cia em face de outros estudiosos da linguagem, mas a diversificagio de escolas € muito grande e, a despeito de existirem algumas orientagdes muito prestigia- das (como o gerativismo,o “funcionalismo” e a andlise do discurso), no existe uma orientagaio hegeménica. Repetindo uma histéria que é bastante comum no desenvolvimento das ciéncias, 0 estruturaismo lingilfstico se imps no Brasil vencendo as resistén-

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