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‘0 RESPEITO AOS FUNDOS EM ARQUIVISTICA: PRINCIPIOS TEORICOS E PROBLEMAS PRATICOS* Michet Duchein** Trad, Maria Amélia Gomes Leit ‘A reapeito nos fundos vem sendo considerado, dese « segunda metade do século XIX, como © prinetpio fundamental da Asquivistica. £ por sua pritica que © arquivista se ddstingue mais ritdamente tanto do bibliotecirio quanto do documentalsta. Como 4 maioria dos prinefpios, mais fiel se corms enuncii-lo que definila edefint-lo ‘que aplict-lo, Se suas bases conceitusis tio. extahelecidas em relativa facilidade, 0 mesmo no ocorre quando se tenta aprofundar ox aspectos tebricos e deles tiear conelusdes pri- ticas Geraces de arquivisan tém se preocapade com esas dificuldades sem ques para ssuperilas tenbara surgido sologes universalmente vidvein © presente artigo nfo tem + pretensio de renovar ox fundamentor indiscuriveis de tums questio tantsr veres sbordads em ake nivel por inmeros tebricos eminentes, Seu ito & mais modesto e mais concreto: tentar definir ox elementos bisicos do proble- ma (assinalando expecificamente as dificuldades que, com freqUncia, reruktam de term nologia mal tradutida de wma lingua para outra, gerando confusdes e, ds reves, interpreta- ‘gen ecrbneas}, «. sobretudo, buscar para casos concretion sohigter preciaas sem not sizarmos urastar por consideragdes demasiado teGricas mas quals « abstracio provers, freqlentemente, mais obscaridade da que lot. |L_ DEFINICAO HISTORICA DO RESPEITO AOS FUNDOS © respeito 10s fundos — para adotar aqui sua definigio mais simplex deixando de lade todos ot problemas de intespretagio que abocdaremos no decorter deste trabalho ~ contste em manter grupados, sem misturi-los s outros, oF arquivos (documentos de qual quer maturess) provenientes! de uma sdministragio, de ums imtituigie ou de uma pesos, fisics ow juridicar é o que se chamade funda de arquivos dessa administraggo, inetituigéo. ou penos. ‘As justificativas pars ese prinefpio nos parecem bastante evidentes, habituados que sestamot a considerar os arquivos come um produto natural da atividade do organisme que * Le Respect Ges Fonds em Archivatique: principe thebrigues © problérme: pratiques. La Gazette dee Archives 99 (2): 71-96, 1977. {2 Conservator Chefe da Direolo dos Arqubos da Franca. Redatora-Qhefe de Aig. & Adm. Mersbto do Contelho Deliberative 8 AB ¢ do Arquive Inter: mediirio do Arquivo Nacional, 1. Voltzremos ix difcaldades mci pela nogio de arareniéncie. 1 ‘Ava, & Adm. flo de Joneira, 10-14 (10: 1433, abr. 1982/ap0. 1988, ‘o1 gerou? Usemos aqui & falta de outro. termo mat preciso, a palavra orgamizmo somo Scene mais peabica pare deugpar todo produ da equirey ov kalunor der erty oe espanhbis entidad. © inglés agency poderia ser o-termo utilzado, asim como, em alernio, ‘oproviensstelle. ‘sso, entretanto, nem sempre parece evidente tendo, inclusive, sufgido tardiamente nna histéria dos arquives, Até @ prineipio do scale XIX nem administradores, nem arqui- ‘ata de diferentes patsen, demonsraram 0 menor ecripale rm divi « spa doco ‘mentos de uma mesma origer, nem em reagrupar ¢ misturar documentos i Bee Tiers qecpir a secede Ok wens, pt eerie os oredsoke Lacy ‘ou intelectual). Todas as antigas clamificardes de arquivos que chegaram até nbs foram cconcebidas por estunios, temas ou locai, fate su indica ter sido rompida, para reslinke las, aordem na qual os documentos haviath sido predusidan, ‘O mal foi relativamente pequeno quando se tratava de classficar desea forma, arqui- van de um a6 oresemo to 6 musts de soa noe ie Bu er tornou, porém, not grandes depiuitos de arquivos (eujo aparecimento tem inicio precisa- frente av leale XVII), onde foram sonidos argues de deter povenacae Foi o que sucedeu, notadamente em Paris, quando a Revolugéo Francesa concentrow sem um inico depSsito, denominado Archives Nacionales, documentos ox mais diverse tas come 0 Tesoura de Cartas Reais, os arquiras do Parlamente de Pars, os das abadis ¢ -conventoa 3 regibo parisiense, op dos minittérios do governe- real ox dox principes emi grades ete., 208 quals se juntaram, logo depois, ox paplis provenientes das novas assembli- ins e sdministragBes criadas pela Rewolugio. ‘Os dols primeiros diretores,deste grande depésio, Armand Camus € Ferre Dino, conceberam wm plano para (ratar za mama documental como um iinico conjunto dividi- do em cinco secdes metbdico-cronolbgicas:segao legislative para ox paptis das asembldins revolucionfriax administrativa para os papéis dos novos minisiérios, dominial para os Lirulos de propriedade do Estado, sudickiris para o+ papéis de tribunals por fim, reps ‘Ena Gltima era constitulds por documentos arbitrariamente considerados como de cular intereate histGrico, extraidos das demais segBex Esies documentos foram lassificedos (oa sipostamenis clasificados) per local. reinodos etc, de tal forma que, na maioris dos cuox tornou-ee impomivel detseminar sus origem, ficande tude profunds- rem marredo ser ee - conceprio ideolégica da chusificegso de arquivos schave-se, entio, universal mente disernnads, Eras Specs dos gues shtemss de chuificyto tintea, come © de Currier pera a Zoologia, o de Linneo pars a Botinica, e de Bereéluis para 1 Quimica. Pela Stica das historiadares de entfa, o documenta de mquivo etn considerate por sew valor intrinseco, independentemence de seu contexto, da mesms maneirs.que, nas ecae- gbex arqueolégicas ~ em Pomplia, por exemplo, ow no Egico durante 4 expedicio de Bons parte ~ 6 houve intereme pelos objetonde arte encontradon, como peyts de colegso, sem a preocupacia de comerviclos na dmbito de seu descabrimenta, 3, Ver. Dewantins. Le service des archives depavtamental Pars, 1890, p. 33-35. ‘eg, & Ad, Plo de Jane, 1014 (19: 1623, sor, 1BR2/agD. 1886, 6 Por isa + teorts formulads em 1841 pelo historiador francés Natalie de Wailly, ante- se agestnaturalirmo, marca uma reviravolta na historia da Arquivistica. De Wailly, entio chefe du Segio Administratiea dot Arquivox Departamentais do Ministéria do Interior, foi o inspirador de uma circular asinada pelo Ministco Duchatel e divulgada 2 24 de abril de 1841, que &a certiddo de nascimento da nogdo de fundos de arquivox Eis seus termes". reanir 08 documentos por fandos, iste 4, reunir todex os titules (todos 1 decurenton) provides de uma corpora, ttle, familia ov india, «dispor em determinada ordem os diferentes fundos .. Documentos que apenas se refiram tn aattaio, cosporgto oo femila nda ever wr confomdtor com o Fund desea imtituigfo, desma cospocagio ou dessa familia. tempo mais tarde, respondendo is eqiticas provocadas por idéia tZo inovado- 1m Natalis de Wailly desenvolveu rus concepgte original: "A clasificacio.geral por fandos {Gea vedaderarene caput de anegutaroprentacumpimenta de uma orden requ- Se, em logar desse mitodo, fandamentado, por amim dizer, na naturera das coisas, ce prope umn arkenacio tebrica... 0s arquivoscairko em desordem difiell de remediar... Em quclquer outra tipo de classificasie que nio seja por fundos come-se 0 grande risco de nio se anber onde encontrar um documento” * ‘O evidence valor tebrice de tal principie, nie menor que seu interesse prétieo para 8 elusificagio de arquivos, fol. de imediato, reconhecido pelos arquivitas e histoiadores do maiorin dos palses da Europa tende chegsdo, tandiamente, aos Exadox Unidos da ‘Améciea, om princ(pion do século XX. Os arquivitas alemies, em eipecitl o adotaram sob a denominagia de Proveniens- print, tendo aprofandsdo ma anise. Na Inglaterra © equivalente ao fons darchives Faneks bo erties group.® tlle Snpanha mletarar = torminologia de De Waly, ce duzindo fonds por fondo. pode-e dizer que, com pequenss ¢ inexpcesivas nuances, principio do respei- to aos fundos 23 principio da proveniéncia £ universalmente accito como base da Arqut vistica tebrica e pritica. As critica: que, ver por outra, ruscta referem-se, tio somente, fs algumas de mas apliesg8et e nio ao principio propriamente dixo. Podemos considerar, Aegitimamente, que este jamais seri questionado fundamentalmente ¢ que se construi numa squisigfo definitiva da Arguivtsica” FO prfo bs wsemne 44 G. Deas ee, 9.30 5: Osrarteam canoe dfo prefers ao temo recon! group: er adtante 6: As nuances de etal ene eucs diferente temo sto extuiados mas aan. 7, Una sis dstrgéo de principio de vespelto 01 funds, ent fora rain, {Quanto ‘= anew we, de Estado para Estas, oF fundon de argutvos lates. o fespelto 0 fundos nfo & evidentamens, viola; 0 mesmo als acontece, pork, Quant isa tansfrcncia Visa foment eertor documentos ou dstemimadn partes do fund. Os aqui ni poder, na masa. dos eng Inpedt exes Geamemrarentoy deidbos ante governor, em verde fe poles interns onal nfo fda, no entanta para ve avenagJsict aa parapets conti «toda waa adn Soutrinn angufitiex Vg, propo, J. Paprtz, Neuzeltiche Methodea der Archvschen Ordnane {Coman cage fetana 5° CorgrenaInierqurinnal de Arguivs, Brute, 1968), Archi, 31 1964, pans 6 ‘Arg. & Adm, Rie de Janeiro, 10-14 (1): 14:39, sor. Y9R2agD, 1986, IL JUSTIFICATIVA TEORICA E INTERESSE PRATICO DO PREVCIPIO DO RESPEITO AOS FUNDOS: ‘As caxtes que junificam © principio de rapeito 20+ fendos na plano tebrieo sfo indineres 6 krefutiveds, ‘Com feito, on arquivos — esta Eun defiigfo — sla 'o conju de documentos de qualquer naturens, reunidos ortinica « aatomaticamente por um corpo eiministratio, Tina pesca fica w jr fdic, tm rani de uae furgex ox de ma atividade”* crecenr temon “equ slo contervados a ro de referinci © documento de arquivo — eo contririo de um objeto de coleeto ou de um domil constituldo por pegas beteroginess de proweniéncian divest — nfo tem casio de se, oladamesta Sus calstbncis sh ot juatiica an medida ems que pertecga a um conjunto, Situest dentro de um proces funcional do qual ve consttut por memes num tlemento, poe menor qe ajo. O docarmento de arquivo jana & conceblde, de alco, come um elemento ialade, Powui, sampre, caster wliteio,o qual a mri aparene se fe coueevode ean pau hipit dentro do’ conjiecs Us dorumenese que 9 ectmpenlon. ‘Theodore RL Schellosberg cea ~ ancelenta exeatple ~ 9 caro de urns cota geogtfcn ‘eubeente soe arquiven de tims espediggs exploesdars. O fate de easonteatse ty comet tui, om sl meamo, um dada hstériea importante sobre ema expedigio; x mesma cats rete dewgy equiv « eolocada em ume simpler mapotece perder grande pate de teu interesen Da meme forma (exemple cado por Sir Hilary Jenkinson), um recorte de jornal conservedo em won doseié do Minstsio das Relagdes Exteriores sigue particu’ sgnk- eedo histérica, de ecorde com a aaturess do dos co qual x integra. Coneluimos, comeqleatenents, que ¢ nueacial para » npreciagto de um documenta aquslquer, stber com exstidde quart o produsiy, em que ciecunstincian no dexencolar de us opie, com que objetivo, a quem te destin, como « quando foi reechide por set deminatiria « por que moion chagou std nbu, Tal conhecimento 16 & pomaivel na medida am qus 0 conjunte de documentos que © scompinh tenha ado convervado itacto, individualzedo, sm poufvel mbturs com documentos de outrss provenlincan meune que suet refiram oo mesmo objeto. O incerene pritico de tal método, parece evidence uma vex que oferce ao arqulvista uma base segura posa eeu trabalho de arranjo © lveatirio.'" A imargem do respetio aot fandor todo tabiiho arquivitico & wbiriro, sbjetho e desprovide de rigor, quando ‘air nko fons, porque quate todos o1 documentos poderiam sr clanificados de dust ou tres manciran diferentes caso se tomune como bast da claalficaglo 0 tema correspon dsin Por cxmitplasn cnputnento ansbelecidn por um sryuleam pers comet en pes Imante orn umva cidade pocerls sat danilfkeado, de ecordo com o arvana, cantn palo are dp arquitern come pele nome do momumento; exes tipo de problema mio se apreieaca se o eectmenee fel eseuavade dence do procnws elminteratio da consruria do Wane. mento ¢ © esve domié fuer part incograme do furdo de arquivo da cidade. ‘Maral d Arehteiarique, Pacis, Dieection es Archives de Frapse, 1970, 22. 9. Complemento de definigfo tomado de Sir Hilary Jenkinson, A Memalof Archive Administration, 28 edigad, Londres, 1937, ped. 18, T-R Schellenberg Atchinl Pini of Anangemect. The Americn Archivist, vo. 26,221. Jan 1961, p. 1 Ara. Ad, i de Janse, 10-14 (1); 14.99, sir, SBB2Popo, 19, ” Hl, PROBLEMAS TEORICOS, DIFICULDADES PRATICAS E SOLUQOES PROPOSTAS. ‘Sem chegar a afirmar, como 0 arquirista americano Mario D. Fenyo, que “ninguém sabe realmente 0 que a palavta fundo guer dizer, nem mesma as franceses que a inventa ram’,!? — 9. que & evidentemente um enagero ¢ wma injustiga — temnos que reconhecer fue 4 defaigio de fondo, al come a enuncion Natali de ly « 8 hoje vem sendo considerada, debxa subsistir grande nlimera de dividas e dificuldades tanto de natureza pritiea quanto tebtica. £ chepade o momenta de reexaminklas, rendendo s devids homenagem. so8 nume- rows arquivistar que at wim estudando hi mais de um século, sem, necesariamente, concordat com todas as suas conchusdes “Tais problemas e dificaldades se referem, primordiakmente, a cinco pantos: a defini slo de Fundo em relagie i hierarquia dos organismos produtores de arquivoy; 0 reflexo. das wariagber de com ‘organismos produtores na compesicto dos fender; 3 definigso da nogio de proveniéncia dos fundos: a defnigto da nogio de fundos fechados ede findos abertos que culmina com ox problemas decorrentes da clanificagfo de fundos abertos, por fim, a extenaio do respeita extern aos fundos (respeito i integridade dos fundot) « 26 respeko interno (cespeito dx clasifiagdes estabelecidas pelos organismes. prodatore: e respeico i divisdes internat dos fandos). Abordando cada um desres cinco tépicon, procuraremos dar rexpostas ix questdes levantadas, bem como solugdes para ox problemas mscitadon, 1, Defiaiglo ds funstos em relate A hisremquis doe organiomos produterts de arquivos ‘A difculdade em definir-um fundo em selagio i hisrarqaia dos organismos produto- sud anebercin leh oat darid ou odes ¢ fagaeral Tomemos um exemple. £ ficil definir o funde de arquivor de uma abadia, de um hospital ou de ur tribunal: rata-e (pata uttar o> trmos do Lexicom of Archive Term nology das Bdigtes Elsevier lagto se efetuou Goraste © perlode de stivddadey” dea sbadia, horpital ou tribunal Nio hd alficuldade de interpretagda porque a abadia, o hospital on o tribunal se organiamos bem definidos, owaidores de prvonatiede artes preven « eave, Baereseney so Lodo de Cae toplee cvo sat, ex ‘casos onde a compleridade da organizacio foncional entre os diversos niveis dos organiamnos tornam diffeil "Todo ministério, todo grande corpo administrative ou judiciiria trandes setores de ativdade que, por wus vee, se subdividem om setores wcund ries, cada Gil corm sans compectacias Ls quols coeeespomdem conjuntos documentsis maa ot me for individvalitadox. Por exempla: um minlstlrio é dieidido am dirtorias e as dicetorias tam segen Devernon, newe emo, falar dos findos de arquives do minisiério, ou de fundox das dhiretorias, 14 ainda de firidos das segces? Ad adminiateagdes centrale ou Federals, na maboria dex patsen, pomuem Segiou to- cain, fora da capital Deve-se considerar que cada um desses Grgios locals para seu pro 12, Mario D. Fenya, The Record Group Concept: a Criquique, The American Archivist, Vol. 29,222, Apt 1966, p. 229-239. 11, Amiterdam ~ Landres ~ New York, 164. 8 Arg, 8 Adm, Rl de Senseo, 10-14 (1): 14:35, sor. 1982/ago, 1988. prio fundo de arquivas, ou que 0 fundo ¢inico para 0 conjunto de documentos produst. dor por todos os Sugios locais de uma mesma administragio? Por exemplo, os difeentes servigos fscais dependentes da Ministévio das Financas (em escaladistrital, provincial ow regional) farmam, com proprio Ministizio das Finangan um ab fundo ow sla fandos distintos? “Gs extabelecimentos ou organismos dependentes de uma adminisragie superior formum fundos de arquivos préprios ou seus arquiros so parte integrante do fundo da administragia superior? Por exemple, os arquivos de um inititute de pexquisas depeor dente de uma universidade fo somente parte do. funda dessa universidade ou devern set considerador como funder distinto ‘= Mesma em relagio sos arquivox privados rurgem problemas dessa ordem: ss 20 caso de estabelecimentos industias ou bancirios miltiplos pertencentes a uma mesma firma, seja no de indmeros bens iméveiapertencentes atum mesmo proprictirio. Poder-ses, tanto: mais, mukiplicar tas exemplos porquanto, ro dominio complexo dax hierarquias de fungSes, as variag6es no tempo aio numerosss ¢ frequentes. Volearemon 20 nssunto mais adiante. Diante dessa dificuldade, pode-we adoter duas diferentes posicBes intelectuais, us qusis qualificareimon respectivamente, de macimalists ede minumalista, ‘A primsisa consists em definir o fundo por seu nivel mais alto, considerande qt verdadeies unicidade funcional (4 qual esti ettreitamente ligads, no eg amos, fundo de srquivos) situsse na cipula. Admitiremos, pols. neste caso, que o conjunto de muivos provenicntes de todos os xervigot e eatabelecimentos dependentes de um mesmo inictErio forms wen fuade ‘nico, Os paises sociaistas do Leste Europes, levam ia ili mss eonsaqlinciss eats concepeio unicrts dos arquivos, posto que admirem que tedor of documento: pertencentes eo. Estada formam um Gniee ¢ gigantesco.fuundo-de arquivor do Ertedo, base de toda a man organizacso arquivistien ‘A tegunds ctitude, 20 contririo, caracteriaa-re por redurie 0 fundo so nivel da menor particals funcional poatfvel. considerando que 0 verdadeira conjunto orginico de aqui ‘vou dgriva do trabalho dessa pequens cflula, £ evidente qua tal problema (contrariamente 20 que poderiam fazer crot catudos demasiado abmratos ¢ tebricos que lhe aio dedicados) tim consequéncias priticas bastante diretas c imediatas na que respeca 20 trabalho dos arquivistas. Com eftito, uma ves aceite © princtpio do respeito os fundos, ito , 0 de manutengio da integridade dos arquivos, tomas extencial mber-se com exatidio, quais as fronteiras do que se deve manter intact. Fargose & constater que nenhumn solugdo bastante definita fai apcesentada para ests ‘questdo: Sir Hilary Jenkinson (que a estuds de forma ampla em seu Moomal of Archive Administration, sda de 1937, p- 100 1g.) & de opinise que 0 fundo pode sr definido co- ‘mo sendo “o eonjunto de arquivos renultante do trabslho de uma sdministragis qualquer que seju o porte desta Gltima ~, consticuindo um todo orginico, completo por mexme € caper de tratar de modo independence, sem a intervengio de autoridade mperior oa exterior, todos os aspectos dos negéciox de sua comperéncia." Esta fSrmula, clegante ¢ sedutora, nio resulta, na realidad, em grande coita, posto que nenbuma administeagso ‘pomui, strita seneu, poder absolute para regular 0+ atruntos que lhe extia afetos "sem & Intervencio de ums autoridade superior ou exterior”. Quanto 3 capacidade de “tratar de manciga independente todas ot axpector dos negicios de nas compecéncia", pode-se dizer que, tampouco, qualquer administragia corcespande « tal definigio pots. & inerente aos rocedimentos ndministrativor a interdependén Not Estados Unidos, quande se etabeleces a clamificagio dos National Archives por fandos (record groups) & quertto da definigke dot limites dos record groupe foi ample ‘Aca. Adm, Riot Janeiro, 1014 (11; 1433, aoe. 198Ziago. 1906 ° mente debatida pelo Finding Mediums Committes, cujox trabalhos chegaram 4 nosso fonhecimento por intemidio de Mari D. Fenyo. Fol Solon J. Bick quem, de modo astante pragmitico, apresentou, finalmente, a seguinte definigho. para © record group: “unidade arquivirtiea definida de forma algo arbitriris, em fungio da proveniéncia dos documentos ¢ da necessidade de se formar conjuntos de tamanho ¢ natureza conven tes, de modo 4 facilicar 0 trabalho de arranjo © descrigfo", Isto signifieava que © record ‘group poderia sruar-se, com frequéncla, a nlvelda menor cflula administrativa, admitinde ainda que muttas administragées idénticas poderiam ser (sempre por eomodidade) reagru Padas em collective records groupe. Entendemos que uma formalagdo tho vaga tenha vus- itade criticas"® porém, na realidade, 0 arqulvistas americanas no cometeram nenhum ero sendo 0 de admit abertamente, na definigio dos fundos de arquivos, uma faka de rigor que tem sido uma tGnica quase universal, pudicamente velada, porém. De fato, 20 situar demasiadamente baizo, @ nivel de competéncia funcional a0 qual sormsponds a0 fendo de arquivos (ands que qualicamer Ge minimulita) comes @ risco de retirar da nogio de funde seu verdadero significado. ‘Uma segio de um ministério ou de um institut qualquer, ger, certamente, arquivos que slo, na fase de producto, distintos dos de outras seg6es deste mesma ministério ov nutiruro; estio, no entanto, estreitamente interligados com exer Gkimos e mio mais podem scr considersdos auténomos, uma vex que a se¢40 no possi autonomia de fun Gonamento, Devido 1 x0, peopomox, quando: xe trata de definir 0 organismo produter de fundos de arquives, destacares seguintes criti 1) Para pradutir um fundo de arquivos, no senile atibuido 20 termo pela Arquivie tics (ito & um conjunte indirisvel de arquivos), um organismo, seja piblico ou privada, deve ssvumir denaminagia ¢ existéncia jurfdiea proprias, resuleantesde um ato (lei, decre- 0, resolupio, ete.) preciso « datado.”” 1b) Deve possuir atribuigtes expecificas « estiveis,legitimadas por um texto dotado de valor legal ou eegulamenten. Pas poab aa es bcsipes imlanasocea devs ner dlicia com erseitie poe que Ihe dew origem; em especial, ma subordinagie » outro organismo de posigio hierir- _quics mais elevada deve estar claramente estabelecida. 4) Deve ter um chefe responsivel, em pleno goro do poder decisbrio correspondente 1 seu nivel hieedrquics, Ou seja, eapaz de teitar ot asiuntos de mua competéncia sem prech sar mabmeté-los, auvomaticamente, 4 decisfo de wma autoridade superior. (Isto nde signi fea, evidentemente, que ele deva gotar de poder de deciao em relagio a todosos susan tox cercos anumios importantes podem sec submctlas i decisia do excalao superior ds herarguia administrate. stretanto, para poder produsy wn fando de arquives que lhe seja propeio, um organismo deve gozar de poder decisbrio, pelo menos, no que dister res a dezerminados assuntas}. ea organizagdo: pee set, na medida do possfvel, conhecida e fixada mum organograman ia Vereou waz ° 15, Por exemplo, asde Peter J, Soot, mite soetbas, em The American Archivist, Vol. 29, n° 4, oct. 196gep. 493-504 16. Nona dfinigdo, comose pade ver, some o eapitito di de Mary Jeskimon, senso, poném, main srlitnes ge Sew meno margaret me 17. A data eXata 4, a4 Yetei, impossfvel de determ fas por tratarse de jon que remontn = tempor mci anton este detalbe,porém, ni invabda wench a fini. 20 Arg. Rem. Rie Janeiro, 10-14 (11; 14-33, sor. 1887/ap0, 1986, Aaplicagio desses prinefpios acarreta as since: conseqliéncias: = 18 divisdes ou segbex internas de um organismo no cosrespondem ix condigbes requeridas para produair um fundo de arquivoy, — dos fundos por seriapdex cromoligicas. Por virias vezes, no decor rer deste artigo, fizemos slusio i clasificagio de fundos por seriagdes cronoldgicas ou fodos Pe pans todo d lgitino « compattal com © respite» tnidade interes dos fandost Poderfamos, sem divids, discutilo no plano tedtico ¢, certamente, & preferfvel nio recor- et a ele a néo ser quande abvolutamente necersirio, to & quando we tem que arranjar tum funde fechado, proveniente de um organiamo cujas extruturas internas « atribuigdes ‘go tiverem solride madangas muito profundas no decorrer de mua histdria, Para os fun- dos abertos (nos quais o tratamento arquivistico € fractonado por forga das: circunsti cas) assim como retainer ot ‘composicia reflica ar mudangas extrururais ede atrbuigdes ‘20 nor, 1 claifegto por erat one cas € uma net pritica dio evidente que se impSe a todos os arquivistas, malgr a reticéneia dos tebricos ‘Trés regras devem, no entanto, wer observadas caso se qutira evitar que ese método ocasione um total desmembramento dosfundos — Por um lado, as serages cronoldgicas eseothidas como base da clamificagto de- vem ser suficientemente Jongss para constivuirem um conjunto coerente de arquivos (duragio de dex (10} anos no m{nimo). ~ Por outro lado, easat seriagtes devern corresponiier a perfodos bem definidos da vida do organitmo produtor do fundo; seus limites ao devem, portanto, ser Fixados de ‘modo arbitrério. z Finainens, pare que o ctsmeito ansifaiko de wine mcapfo ronoligica de tum fundo posse set empreendide, ¢ preciso que todos os documentos comespondentes: 2 Eta opm, oomo podemos nour, ¢ tastante diferente da que sustenta a maioria dos anguivistas (bemninicon porim, nfo devanos nas eiqatcet qut eats se furdamentam no detema do Regliretur, "fo qual, proponents, rp nes detheme neste ign, Buchre a expert das lifes ‘ou preods-chstfiegSee, reakades (ou nupowtamente Tesla) pelos organimoe mmiaatratieos frances, coos realtadox do posto de vista arquivistio, wo sei ect cada dex caso, despreaives, adie cada dex, catatrSfcos. 2 Ara, 8 Adm, Riots Justo, 10-14 (1): 14-95, abr. 1982/ago, 1988, rmitados pelas mudangas de estrutura dessas drisées, « clanficar o1 documentos corres ppondentes a cada um desses periodos como um todo. Esta zoluglo & aceitivel. e ad reco smendivel ax moflcagex em paca oto sto demain feglente conan cia, os perlodos por elas delimitados sdo suficientemente longos (pelo menoaddez anos} e saptesentem estabilidade de atribuigdes bastante grandes. — Eni compentagio, ac as mudangas de estrutura ¢ de atribuigies das divisdes incer- tas da organism forem muita freqlentes, forgoso serd renunelar a tomdtas como base fata « clastificagio do fundo © considerd-lo, do. ponto de vista de seu tzatamento arqui- ‘istieo, como un fundo de organisma de estrstura simples, sem divisdo interna.?" ce) Deve-se respeitar « classifica dads sos fundas pelos organismos que 05 produ sitant O ergoiata pode w sentir tentado a conorvar loom etd, ncaslicalo dada tas documentos pelo organismo que produziu o fundo, ako ubestinando, no entanto, a1 numerosasdificuldades dat decorrentes, ‘Uma dessas diftculdades & fundamental: « clansificacSo dada aos documentos pelor ‘organismos produtores jamais € uma clausificario concebida para ser aplicada por um ‘longo perlodo de iempo. Sua utilidade ¢ essencialmente funcional. e pragmdtica, nunca hhistorica. Nio corresponds, paix a nko sex raramente, aosmétodos de classificagéo aqui vVistica, que se referem, geralmente, a seriagSes cronolbgicas bastante longax Meario admitindo-se que esa dificuldade poma ser superada (caso se tenha adotado tuma clausificagio por seriages cronoldgicas demasiado curtas ou cauo a clausifcagi dada ‘pelo cxganiamo. produtor seja estével por um perfodo bastante longo}, outras dificabdades subsistem. Por um lado a clawificagso adotada pelo organimo produtor pode referis-se somente 2 certas fragGes ou setores da documenta¢so produrifa, por outro, essa classifi cago pode ter sido baseada em princfpios cstranhox i metodologia arquivistica © mais prbximos da clastificagio utilizada em bibliotecas ou centro de documentagso (clasifica \glo decimal, classificagio por matérias-ic.) «is veaex, até mesma contririos a principio. do respeita aos fiindos (quando bi mistura de documentos de diferentes proveniéncias). ‘Acrescentemos que tas clasificagdes slo aplicadas pelos onganitmas produtores com ‘risior ou menor figor ¢ continuidade eque, multe freq lentemente, a adorio de win. novo sistema de classificagdo por parte de um organiimo acarreta.o deimantelamento retroative sda clasificagio precedente, Nestas condigdes, seri temeririo ¢ ilusSrio tentar adotar, sstematicamente, a clasifi- cagéo arquiitica. Antes de optar por esta solugio, o arquivista deve ansegurarse de: ») que a clusificasfo dada pelo onganismo prodiitor tenha, efetitamente, sido posta em pi- flea, mantida e comierrada © que nlo tenha pasado de mera intencio ou vetcidade; b) aque esta clastificagto tenba se tantido em uso pat win longo perfodo;.) que ela a axja lacompatil com 0 principo do repo ae fundos d) que enpobe wor o: docemen- tos componentes da do Fundo que se vai trata. + NT, Arquivo Pico, cartério | Amt. Dieito, emotumentos que: esbravam nox exrtios Gran ‘de Dicionicio de Francés /Porturués. Domingos de Areredo. 27. CF. Th. Schellenberg, Archivos Modernos, trad. exp, La Havane, 1958, 93:""Geralneate dé dese ‘conielhivel, ao ve mentar em-esquems de elasaficagSo, 3 wubdiviako em clases ou claseficagSes org ‘leas, uma Yez que a eizutura oxpiaica das modcrnas fer povernamentas € por demas Muida para [Proporcionay uma bave segura quando da cnuifeagio de wut registzon"- ‘Ara. Aaim, Rio di Sena, 10-14 (Hh 14635, aor. 1902/apo, 1988, = Cito tals condigSes nfo estejam integralmente atendidas devemor renunciar i clasift- ‘cagfo dada pelo organisma produtor e proceder como se 0 fundo aio tivesse recebido qalquer clavificacto antes de chegar is mios do arquivista.”* im ferimo,w quit do rasta dextran intent dos fades pode ec anos por = quando um fundo é formado por divides correspondentes ix diisoer fanclonate 40 copetinio poodit, ab dvitis Uv, exiee gor postal oar tomadascomo bess, ds clas sec coupe sb cana cha aaa fencomals do oniname produor madam freqienemente de ecrotur ¢ atbutgr, — quando wm fundo au divisio de um fundo possui clasificerfo dada pelo onganis- mo que os recolhe, eta clusificacto pode ter conservadla come base para a classificago srquivistiea, desde que tenka sido eatdvel e ussda por um longo periode, « que seja com- pattvel com o principio do respeito aos fundos e cortetamente realizads; caso comtririo, o arguivista pode, se assim o descr, lnpirar-se nesta classficagfo para desenvolver set pebprio trabalho, sem no entanto sequila cogamente; — tm todas of outros caiox, © arquivista pode, legitimamente, dar aa fando, 0 & divisgo do funda, a clawificacio que jolgar melhor, levando sempre em conta, na media do possivel, aestrusura interna do organiamo produtor, nfo xe atendo, porém, a01 deta These vaciagSes desea estrutura. ) A classificagao dos fundos por seriagces eronologicas Por virias vere, no decor rer deste artigo, fizemos alusto i clasificasso de fundos por seriagsex cronolégicas ou Ente metodo é legftimo ¢ compatfrel com o respcito a unidade interna dos fundos? Poderlamos, sem dévida, discutilo no plano tebrico ¢, certamente, 4 prefarivel nfo recor rer ale 2 nio ser quando absoluramente necessirio, ito é, quando w= tem que tum fundo fechado, proveniente de wm organismo cujas extraturas internas © atribuigées fo tiverem sofride madangas muito profusdas no decorret de saa historia. Para os fan- dos abertos (not quais © tratamento, srquivfitis # fescionado por forga das circunatin- cias) amim como para os fundos fechados cuja com; eflica as mudangat evrraturais de airibuigdica operadas no organiamo produtos, a classificacto por serlagSes cra ard wa necenidade pritca tio evidente que os mpSe stedor os argubstay areticénecia dos tebricos ‘Trés reyraa devem, no entanto, ser-observadas caso se queira evitar que exe método ecasione um total desmembraments dos fandox: = Por um lado, a1 seriagSes cronalbgicas excolkidas como base ds clasificagio de- vem scr suficientemente longas para constitulrem um conjumo coerente de arquivos (duracto dedes (10) anos na minime), = Por outro lado, easas seriagbes devem eosespander a perfodos bem definidos da vida do srganiime produtor do fundo; seus limites nio devem, portanta, set fixadas de modo arbitririo. — Finalmente, para que o tratamento arquivistico de una sergio cronoligica de ‘um fundo possa ser emprecndida, ¢ preciso que todos ox documentos carrespondentes a ‘pine, come podemos notar, é bastante diferente da que istenta a maoria dos anqubistas ‘ecaminioo, porém, nfo devemor nos esquecer que emes se urdamentam no sistema do Regturarw, 0 qua gropoutarnente, dp ps ethemos met arigy aucace ma exper dat cies ‘realader (oa rupestumente Fealitsdas) pelos organimot stenis¥t 09 fruit, cif tetas do ponte ‘Se Yala egubiion, ao i on cae ed aa enero ‘ufsem cada de, catastrificas » ‘Ara. & Ae. Rio de tneiro, 1-44 {h}14-33, abe, 1982lag0, 1988. ‘esta seriacto seam reunidos, de maneira que a totalidade da seriagfo soja teatada simul- ‘aneamente. Reunidas esas txés conden pode-se proceder ao tratamento de cada seri comme se se teatasse de Oem tindt eden Wo Scams wee qos arta cehicts ay ‘tui somente marsa parcela de fundo, é necessiro tratar cada serio, tanto quanto po sivel, com 0 mixime de similitude ¢ paralelismo em relagia as seriages precedents, de rmaneira a faclitar 0 posterior trabalho de pesquisa, ‘De scorda com 0 que foi dito acim, vemos que o trataments por seriagbes cronol6- sear, em absolute contradis 0 princfpio do respeito i estrutura interna dos fundos: ise respeita se aplica, com efeito, dentro de cada seriagdo cronoligica, tanto mais faciimente rma medida em que at serigdes tenham sido definidas de maneira a que correspondam precicamente As grandes mudangas de estrutura interna e de competéncia do organism ‘produror. ‘B nowo dever insisie aqui no que dissemos sobre o tratamento arquivlitico das serie ‘g0es cxonolbgicas (ver 2 definigio do termo tratemento: arguivitico na nota de pé de igina nimero 24), Isto implica, conseqilentemente, em que tal tratamento nio sea ini- siado senko multe tempo apés 0 encerramente da seriagéo-cronolégica em uestio, para se ter certeza de que nenhum documenta correspondente a essa seriagio teaha permane- ido no organisms de origem. (A titalo-de exemplo, aa Frangao tratamento-arquivistica dos documentos tem sua dats limite fixads em 10 de julho de 140, dats que macea o fim da Terceira Repiblica. Tedos os documentos posteriotes a estadata recebem apenas trata- ‘mento provisério), Em geral pode-se admitir que uma sriagia cronoldgiea receba trata- mento arquivistico no momento em.que ox documentos que a campem tenham cumpri- do © praxo para a livre comunicagia 20 publico e que nio mais eteja mijeita a ueréscimox ‘nem a ser objets de selegio e eliminacies. «) Nota sobee « teeminolopis da clasificapis « de notard> dos furedox Parecesnos Sil spreintar ag algunas consdeacdes sole terminal argc lads para efinir as diferentes aopées associadas & classifieagao « i notagia de fandos, pois exes terms tim, feegientemente, significado diferente em cada pals padends, em conseghin- cia, condutir a contrasensos bamante graves caso tejam mal compreendilas pelos tead u- Em feaneds, «palavra clasczment (como em espankol , 0 termo clasificacié) se aplica 8 toda a operagio de mize en ordee (ordenactin)* de qustaquer elementos de acoedo com uum exquema, plano ou quadzo preestabelecido. No dominio dos arquivos apica-se, poi, a niveis diversoa.¢ sucessivos: ™ classfieagio de fundos dentro-de um depésito de arguiros; = clasificacio de unidades de arquivamento (macos, dossts, volumes etc.) no inter ‘or de um funda: “ clamificagfo de documentos svabos (folhas ou grupo de folhas) no interior de tuma unidade de arquivamento. Em inglés as divisSes dentro de um fundo slo, freqientemente, denominadas series (04 ainda mbgroups, 0 que & muito mais correto). © termo séries, em inglés se preata s confusbex quando tradczido, posto que pars a arquivistia francesa a série tem sentido completamente dine: designs at gande dvber alibi de acondo com at uals sio localizados 03 fundos no intetiot de um depérito de arquivos (por exemple, série U dos arquivos departamentais franceres recebe 0+ fundos provenientes dos tribunals Naam portupsés a para arrani, ‘Ang 8 Am. Rio a Jansive, 1.14 (1): 14:39, ab, 1G. 1906, * « instiuigdes judiciéras; a série T engloba todos os fundos provenientes dos organismos de ensing € educagto, ete), ‘As divities primisias das aries lo chantadas subdrics, cada uma delas correspanden- do, geralmente 1 um funda, asim como, em certos casos, quando uma série € constiraids por tm Gnigo fardo, at subséries correspondentes ixdivisSes dewe fundo, como series ou subgroups ingleses De maneira geral, todo trabatho: de classficagfo de arquivos vai até a lentificagla das unidades de arquinmento. Tal identficacio (is veres chamada mumerotation, em inglés numbering), recebe, em francés 6 nome de cotation®; 4 cote compBese, geralmen- eds ir cncees da te pakacssseey acum cease se No momento em que as unidades de arquivamento recebem notagio definitiva 0 arguiviata procede i elaboracio do instrument de recherche (em ingles, finding aid 00 research aid "*) corvespondente ao fando ou 4 divisio do fundo watada. Conforme 0 rau de detalhamesto os instrumentos de pesquisa de arquivo sio chamados ern feancés, ‘guide, état sommaire, repertoire ou ripertoire numérique 4 bwentaire analytique, Cada tum dees termos de dificil tradusdo em outros idiomas: assim wm treentory, em inglés nada tem aver com um inventaire ex francés (0 equivalente inglés de imentaire analy que seria, aproximativamente, calendar): catalogue ou eatalog so empregados como equi- alentes 20 termo feancés répertoire, visto que, em francés, catalogue 4, em principio reservaclo para desgnar documentos que nio facem paste dos fundos; ¢ sim de coleqSes hheterogéneas, O conjunto de operagées de elaboragio de instrumentos de pesquisa & deno- rminado, em inglés, description, termo ficil uas sem equivalente exato em francés Pelos exemplos eiadoy, podese natar atf que ponto a necesidade de se dispor de ieee tals paca dev somos egeiviins mat efrene ngs primordial cre te deseje evar equivacos ¢ erros de interpretacio, ds veres de graves conseqQiéncias. Boa pts das scausee ¢ dvrplacas oereacionls ata eo revpelto so foodon tm wen ‘riger emt tais equrocos, 4. OINSTRUMENTO DE PESQUISA ARQUIVISTICA COMO MEIO DE REMEDIAR AS DIFICULDADES DO RESPEITO AOS FUNDOS: Tudo © que foi dito até 0 presente momenta demonstra que « maior parte das dif culdades suscitadas pela aplicagso- do prine(pio do resprito aos fundosdecomre da eontea- digio existente entre a naturera do fundo, produto orginico da atividade do organisma que gerou, e as necessidades da pesquiss, que, por mua ver, € metédica e sistemitica. Na realidade existe uma solugSo para eases problemas, muito embora ela poucas veres tena vido abordada pelos tebricos do respeito aos fandos Comtiste em reconstitui, gragas aot instramentos de pesquisa, a continuidade das scriagdes documentais rompida quando da clanificagte dos fundos devido ds variagSex de cstratura € competéneia dos organismon MIT en portugeés, aotagSo. 29, Quanto i quertio ds notaglo « As diftculdsdes a el inerentes, ver J. Pupritt, Neuzeitiche Metho- 718 Flmes agai apenas ass breve abisio s quesldo pelo fato de cla nfo se errs sendo peifericamente, xo objeto de now extado, 2 ‘hea, Be Aen, Flo de Jairo, 10°14 (111433, sor. 1B82/ogs, 1988, Esta reconstituiggo da continuidade pode se efetivar de virias manciras, de acordo com cada caso: Quando se deseja, simplesmente, tornar clara 203 pesquinadorcs a sucenbo de sass sua emtcmes os te day tans eo deer mrbohoe aes os ‘precisando 0 nome do organismo que exerceu essa stribuicio durante cada perfo- ‘¢ indicando a notagio dos dacumentos que correspondem aos fardos desse organitmo. “Trata-se, neste caso, de um guia que encarinha 0 Jor a0 fundo de scu interesse. = Quando, a0 eontririo, xe tem em vista tornar accmsvel para o pesquitador a totali. dade dos documentos correspondentes a uma determinada atribuigio, redige-te um reper- tério ou um inventitio interfundos, © que cquivale, ma ou menos a recomtieul, omente no insane da peut a ecord series proposes po Pee: J Sent (ver ‘tem relativo as variagdes de competéncia e a nota de rodapé n° 18) respeitandane intel ramente a integridade dos fundou — Também é possivel limitat-se a asinalar no instrumento de pesquisa de um fundo au de uma seriagio cronolégica do fundo, por meio de notas de rodapé, os fundos nos |quais se enconttam documentos precedentes ou subsequentes iqueles ali descritos — Por fim, ot {ndices alfabéticos ow 01 quadros metOdicos peemitem, sem madificar 2 classificagio dos documentos, reagrupar para o1 pesquisadores, todos os documentos ddispersox em diversos fundos ou em muitas divisdes de um fundo, ceferentes a um mesmo tema, personagem, ou haga. ‘Da mesma forma, o instrumento de pesquisa pode, perfeitamente, reagrupar fandos ‘vinculados uns aos qutzos (por exemplo, um fando principal ¢ seus fundos subordinados = ver o item 2, referente as variagtes de competéncia ¢ a nota de rodapé n® 19 — ou também fundos de pequenos organiamos cam competéncias semelhantes), Deisa mancira podemos mostrar claramente, sem tocar na integritade dos fandor, 0 paralleliemus mem- ronan (semelhanca entre dossiés paralelos) existente em diverior organinmos com ‘competéncias similares’? De qualquer maneita, a usilie dar atribuigées dos orgamismos produtores de fundor de srquivor ¢ rast variagSes constitul parte exsenciale da trabatio arquivistica, Neniram tratamento de fundo vélido sem esta anilise prévia ‘Como chama atengio, justificadamente, 0 Dr. J. Paprite, “sob o titulo das séres [seria ses cronoldgicas de documentos] hi que se peeciae 0 hstSrico das competancias; eae uma tarefa do arquivita, freqientemente relegada 20 eiqitecimento™.! Um intrumento de peaquis aio pode, com elvis, Initaras« ducree os doce mentos companentes de um funds, Uma intredugdo sabre organismo do- qual provi © fundo, wia histdcis, as atribuigSese variages sabre a bistGria do fundo propeiamente dito, si formasio ¢ sua elaaificagdo, deve, obrigatariamente preceder a todo inventiio ou repertério do fundo. Se este tudo for corretamente realizado, todas as diftcublades relativas & aplicagio: do respeito aos fundos estario praticamente cesalvidas. E neste sent do que, a nosso ver, dever ser estimuladas ax pesquisa ox trabathos dos arquivistas to 6 ark. edo Dr. Papas, p. $1 ‘Ara. 8 Aden, Pio de Saneira, 114 (1); 14-35, sor, 1aNegm. 18S. 2B

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