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Wy OUTUBRO URAL fo Se eas 5 2 Es Jacinta, Francisco e sua prima Livia 5 sstorimhos dé 0, centro ajoelha ¢ at P ome Baits Das mais antigas reportagens das peregrinagoes de Fa- tima, os arquivos ainda guardam documentos como este em que a multidéo sempre se mostra indiferente ao tempo | . —- ae ie Vdriog aspectos do povo, ajoelhando e orando no — momento de se dar o fenémeno — o sinal di Deus — que tanto impressionou a multiddo ee em Setembro de 1917, as objectivas da report : ram, no proprio local das apariedes, os pastorinhos “eos iG «” « gaeq PriMeiros romeiros, Em baixo: Um dos primeiros grand : Hy « | documentos da multiddo que ocorreu a Fatima e que con- Um primeiro plano dos devotos que esperam ver coal mw vergiz para o sitio do milagre o sinal de Deus bas ee que * qu aravilboee ts. oO ean | gol! 1 a at fe ae a a = 13 de outubro & » on yo mee eee nut. a! ° ee wm 9 come tggetest : $e ne ee 26%, FATIMA - PORTA DO PARALSO a SY] Se Re aoe < ee -FATIM Car de Portuc edo Mundo— ee ee eR RH ee Liar, aamirett Au, 0 angalo esquerdo da porte exterior da oo io de-Fatima 1 preciamente 0 lugar onde Maria” cortmace "parecer. fisopem “¢umaesidtua deo. feta. de cerca de wm Retro de lara. © fou ezocwtada, etnda as mais shatgifcentes portouar fades, seundo ay indleagbes doe Dpastorinno. a primitiog ele da ‘bra sole wn pouco com ay be tempériee, no. decurso doy anes. Condudo. é'ctnda dm encanto Iniguatdvet “"“emaants ate. ait ‘enta cuanto mais denoradamen- ioe eontompla, Um eve riots de amorrura ¢ te trite The ensomtbra@ roe (© tutto estd um porco inc saado para a frente, coma ve a toa de qusetee exprimtr, neva ate tude, © dor gue The vat No coro (ao vista dos nimeros pectdor fs homens e doy cations do ru fateino Fino que sobre. nbs tre Dendem e que 0 seu amor mater Nal $8" no" conver ester. Quando, no ghd de 1017, Marke apureenu” aon pastorinhor 0'Btindo tnttra axdaea envolede hon homoreg a orente quer, (© alto para sobre wna maven, envolto,dede a cadena ate & ponte 2, pax, om roupapen, alsterimas, mg ortz beraata g ouro he ‘adorna'0 espesso manto que, oct. fond eabeles The dence tt 4 taiea branaa. um gouco mais compriaa. que 9 mano. @ pres, cinta, por um corado doarado. Dap mangas Ioroas 2 finemente roprepaday seat gti que The chepa te 0 pulio. Um roid fo the pende das mac. 0 tnico ‘adorno ‘da simples ¢. mafstoss Fintan so Guay cstelagdowradas Dp corpo nade se 88. sendo 0 Bet faldes ¢ an pontas tos. oes, como se Maria qusese sgniicar ‘com eae severe 90 mario foro ‘ite 8 amuiner deve wri Se 0 Céx oe abrisse & nos mot fame os suse santas, teramos, ldo, @ dite de reprencear ma Surena eum encunty tll comer mats sublines que 0 da madonas (ue nos atinoe quatro. secur (Produttt 9 genio dog pintores ea- {Gileny ¢ erstzon Bu 60. pooo fonosbor que Mowe Senhora tee Wiha aparesido @ um Dare, Rafael q wm Murillo poriie, de contro, teriam pintodo x riot ‘maconay. de wma forme bem die Jorente.| Mag lg. he repuee (oredr que fonha aparceda fim eat empation ize op articas & de todos 0 mater o aoe folios mistioot 10 Ca, conta, eat imagem nto patia de wma péssna pla. do Urinal Pod ser ote cue tombe ‘aontecito oop tee pustrilig ferme que ssedou, outro, & Donte Bormadette Soubious gua bo, pela primeira ves. vu repre ia a Apart. da Tmactlada Conecipdo. Pols € precleariente Drviério da Ripernatureze que © pincel e¢ pena, mesmo de 96 ‘ton sofam’ ompotentes para the Teprodustrem bees, Potemos for ido mldares de lors sore @ transfigurecdo que 9. extase Sroduaty no rsto doe elton, mag lea davoripio no yosaard mot de ua sorbra da teaidade, pole fom pinol, nom a eh om 4 propria jtoorcia. conseouirda mate reprauatr fedora tae ‘ining que de dais rosy vrais. ‘Sonente 0 padre o podera came precnder quando, na ver Of oa fra. ainda que ri, the ¢ dada fz supreme consolando de ser bre Thar” com. fulgor tndesertivet oe ‘thes de won mortundo. fa fee Tedade dan fel seridaree a Marie a quem cle, como Me fanantiorina. se mostra, pita ore mata vez em fods-a sea sure ‘a loss pare ox WDeriar das dox Yes da aoonig ¢ 08 conduit 00 {ila 40" amor ‘msereordion, ‘io ester ot pensamenton ove Inoluntarizmente uy asaitam ‘quando contemplaros’ 0 gneanto davimeger de Nona Sexhora do Sear de Patina ¢ admiramon, do men tempo, 0 fervor 40 2000 ue ge aplomers qit_v0 Sante Plo de Mar O¥! Como ola, do to do seu tron, contempla com opure Samar oy rlthores 2 Te Thos sour eoito. cates ham Chetan de confizea para a tna fom de saa Mae! Tato pertence fambém go numero daguclag cok 1335 ie Ao se deverevem nem 18 reproduce na tla, mts doe & Drevso sor com on péprin hot 1. f6 desta gente emociona até 4 tégrimas? Luis Fischer ASKOLNIKOV teve uum sonbo. here wel, Regressara 8 Infancia ¢ 8 pe- aquena cidade onde vvia, fo com ‘a familia. inke sete anos. = Numa tarde de festa pasocava com 0 pal, fora de portas.- 10 tentpo eat enevoad>, ar pesado, co. lugares 289 Prodisameite como a meme Fin how recordava ain 80- Bho entontra, até. mals de tum pormenor spagado na a onic Dance Derfeitamente « poquona et Bade, em cujon arredores 2 oe eve tm ico oa "S SYA multe. 20 Jonge, me linha extrema do horizonte, machin negra dou Pe iin jardin at cidade bt tua tabernay junto da qual {2 pequeno nuson pola Pas far, quando passeava com ©. pal, aem “experimentar Suma impressto de terror Hiavia sempre al Uma. cus: a que berrave, tia 20 en fureaa 6 brigava, ou gue sents fom oy fea So ‘sun de apnvorart Nos ores’ andavam sempre Shrios de rontos horrvel!< Bo tkaeanied Sgerravicue 0 pel, fremendo® como varys: ver. aes “A pasmagem que condue & taneraa esth Sempre co- Berta de uma poor negra. A trezantes. pasos, 0 ca Minho denvi, desvin pars Sireita © contorna o-comiti- To da exlade, no centro do Gal se erzgue una igroja de ola, com. cdpula verde, nde, em erage, la com os PESADELO ¢ Conto de DOSTOIEWSKY Mustracke de RODRIGUES ALVES als vis mig, as ves Yam’ oficon mutragando "a dima de. sua avé, falelda havia muito e gue ele io chegara a cooheter, Lavave sempne tim bolo. do. arron, endo, a9 alto, uma crus felte” com ‘passas. Queria Into & essa igreja, 85 suas lindas “imagens, 0 velho padre, de cabeca trémala, ‘Ko lado da lépida que. eo ria a terra onde repousa- vam os restos da velhinba, favia un pequeno’timuo, ode set inmo mais novo, ue morrera aos seis meses ‘Rimbem nto''0 conhecsrs, mas tithamethe dito que ‘era um irmo; por lew, empre que ia a0 cemitério, fazi, pledosamente, o sinal da Griz quando ‘chegava Sunt "do. ‘timul, “incinae arse, Teapcitoso, e- belle 35, agora, 0 sonho de ‘Raskolnikov: Ble segue, com o pai, o caminho que leva a0 ‘cemitério, passam em frente ‘da taberna; o pequeno agar- ra-se & mao do pai e olha assustado para a casa Odiada onde reina uma ani macio superior & do eostu- me. Estio li muitos bur- ueses ¢ camponeses com ‘trajes de ver a Deus — toda ‘uma ralé. Embriagados, ean- tam todos, Bm frente & ta da taberna, esti um ites carrocies que ser- Yen para transportar pipas de vinho © geralmente sio tirados por vigorosos cava- Jos, de grossas pernas ¢ erina farta. Raskolnikoy ex perimen- tava sempre prazer em admirar esses enormes ani- ‘mais, eapazes de arrastar ‘05 mais pesados fardos sem Sentirem a menor fadiga. ‘Mas, agora, estava atre- Jado a0 carrocio um cava- Weoque rugo, de uma ma- ‘grea. horrivel, um desses {ristes sendelros que os mu- 4iks obrigam a puxar enor- ‘mes carros de lenha ou de fenoe atormentam com pan- zem, debalde, esforcos para mover 0 velculo atolado na Tama. Basse especticulo, que Raskolnikov por vezes) pre- senciara, humaiccia-lhe sempre os olhos de lagrimas, a mie nunca, em tal caso, deixava de o afastar da ja- rela. Repentinamento, levanta- se um grande tumulto; da taberna saem, gritando, ean- tando e tocando guitarra, ‘mujiks completamente em: Driagados, vestindo eamisas vermethas © azuis ¢ com os eapotes aos ombros. —Subam, subam!—grita um rapaz muito novo, de ‘peseoco taurino, avermetha- do, Levo-os a todos, subam! ‘Betas palavras provocam gargalhadas © exclamagies. ‘—Meter ao caminho este lazarento! —Tu ests doido, Mikol- kka, Pols vais por um cavalo ‘tio pequeno e velho a seme- ire -vinte anos! —Subam, subam, levo-os ‘a todos! — exclama, nova- mente, Mikolka, que salte, ara o carro, foma as ré deas ¢ fica de pé na almo- fada do velculo, O cavalo bbaio foi, hé pouco, cam 0 ‘Matvié, © este diabo, meus amigos, faz-me de fel ¢ vie nagre. A minha vontade era mati-lo; mio ganha 0 que come. Subam, ‘subam, e ve- Pio como o faco galopar! 16 se faco!. E pega no chicote, satis. feito com a ideia de bater no pobre animal. ‘—Subam, vamos! Nao diz ele que 6 mete a galope? ‘teza, que no galopa! ‘—Hicde correr como @ amigos; pegue cada um no seu. chicote, preparem-se ‘dito! Vamos Sobem para a carroca de Mikolka, rindo e chala- ceando. Jé 1 esto seis pas- sageiros ¢ hd ainda lugar, Entre eles, vai uma aldes gorducha, de faces rubicun- ag, vestindo jaleea de al- godiio vermeltio e uma es- Décie de coifa omada de ‘missangas, Trinca avelas ¢, de quando em quando, solta uma gargalhada. Na multi- 43> que rodela a, carroca rompem, também, a8 risa- ‘das; e, na verdade, quem ‘do hé-de rir, ao pensar que ‘tat senideiro arrastara a ga- Tope toda esta. gente! ‘Dols dos homens que su- biram para 0 carrogio pe gam em chicotes, dispostos ® ajudar Mikolk Agora! — grita este, © animal puxa com toda ‘a pouca forea, mas, longe de alopar, mal” pode dar um asso: ‘cscorrega, resfolga bP encolhe-se todo, recebendo fis repetidas ehicotadan que trés the vibram sobre © oreo, Redobra a alegeta no fearro e entre a turba; mas Mikolka perde’ a pacitneis fe desesporado, bate furio- Samente no cavalo, como se realmente esperaste fazélo Ealopar. —Deixem-me subir, tam- béml —exolama, de entre os cireunstantes, um rape- lo que esta inguleto por se jumtar ao alegre rancho. —Sobe! — responds Mi- olka. Subam todos; ele odo com todos; havde po der por forts. : Papi, papi! — grit 1 erianga. Papi, o que fax casa gente? Papl, estos ‘ater no pobre cavalinho! —Vamos, vamos! — dix © pai. Sao ‘bébedos que oe Sivertem, estipidos... Vem; no olhes para la! B. tentaleviclo;_porém, Rodion desprende-co da mao paterna e corre para junto 4 cavalo, Mas o pobre ani- ‘mal no pode mals. Arque- ante, apés um momento de aeseanso, volta a Duxar, {nitiimente. —Chicote, até dar cabo delet — grit Mikolka. hha outra coisa a fazer. Eu ajuda? x Bem-so vé que niio 6 cristo, lobisomem! — ex lama ‘um velho, de entre f turba. —Viuise, porventura, ak guma vor, tum animalinho Serescenta outros ‘tre! = wocifera wm out. ate nfo § teu, ouvis- that Poo fase Ine © que me aprowver. Subs haus gente, subam” todoa. Bide alopar por forea! Sins © vor de Mikolka @ sbafada por gargulbadas Fuldocus. A forge de panca- fg apenar da aun extre™ ina aqueza, 0 cavalo dean tou 208 couse, A ilarkdado fcral propaga’oe atl a0 ver fcr we verdade, 0 caso & pera tir; um animal qoo Bio ae sabe por que milagre oe eguenta naa" pernasy & tecoueear! Dn mulidio odiantarcee doin” individvos que ar imam de ehlostea'e vio, um de eaquerda, outro dg die ith, espancar 0 cavalo —Disnto rls cates! Me coe ae ae es — Vamos a uma cancio, nent * ose Boats erate ee sg ‘cet gw an Se ip Sa alana sis Gaerne Bail eee & asim epg be fae eo ieageechs, a lgnes criotncs & SES eS meget bes eo, Biota dapeatanits nie goatee hess ean eee eee ‘oman cae Seproe iar ee ont oe eons teat Sittin ate iit e eueeae ee ‘mal, que j4 nao pode mais Saoeh meee fast eaten — Ah desalmado! — grita ea ee ue ie octet, tin ey eee ica rane oe ae Se Stir dae cain Se nm roe 2 ica! att — pat wie eat eee eee ae, i ceeiiean ote Scena s Straemne! a Sneek ie ima a woe Seon atin S50 dt dora bo, a pce Sota, pape ets Seta oe eee eeaeriger sein pe iles Soham Gieaetos Oman tar See ee eee tee Rees vie eee oma} aneada. —'Tem félego de gato! — gritam oa ‘—Nio terk por muito tempo. A sua Gitima hore grita Mikolka, largando o ~~ ‘madeiro e procurando no "~~" fundo da carroge uma alan vvanca de ferro. —Afastem-ses — excla- ma ele. BW atira uma violenta pan- cada sobre o animal. O°ca- valo aise abaixo: quer ainda puxar, mas uma se- ‘gunda pancada atira-o por terra, como se de um’ 6 golpe’ the tivessem cortado as pernas, —Vamos dar eabo deste diabo!_— brada_ Mikolka, saltando para o cho. E toda aquela canslha tanga mio do que encontra: aus, chicotes, fueiros, ¢ ati- rae sobre o cavalo agoni- ‘Mikolks, junto do animal, ate-lhe cdiitintamente com a alavanea de ferro. A bosta 2-89, estende © peseogo e dé um filtimo arranco. —Morreu! — gritou a multidio, —Mas, porque no havia ele de galopar? —B meu! — exclama Mi ‘Kolka, brandindo @ alavanes, ‘com os olfios injectados, pa- recendo lastimar-se de que ‘2 morte the roubasse a vie tima, Bem se vé que nfo é cristao! —dizem, indigaae os, muitos curiosos, * pequeno, desvairado, solucando, abre cami: tho por entre a turba ‘que rodela o animal; segura 4 cabeca ensanguentads do eavalo. ¢ beija-a nos olhos, ternamente.... Depols, aun, ‘movimento “de e6lera, com ‘98 punhos ecrrados, atira-se ‘8 Mikolka, Nesse momento, © pai, que, hi muito, 0 pro: curava, descobreo ¢ leva-o ali, —Vamos, vamos pare —Papi, porque... mate ram... © pobre animal? —= (Continua na pig. 28), FOI «O SECULO» O PRIMEIRO JORNAL QU Pe E REGISTOU 1 OBRENATURAIS OS SUCESSOS. NATURAIS E DE HA TRINTA E J|QUATRO ANOS ee a ; ‘TRANSCRICAO | ‘DO SENSACIONAL | ARTIGO DO GRAN. | ‘DE JORNALISTA | “AVELINO DE AL- | ‘MEIDA, «COMO \ ‘0 SOL BAILOU) ‘10 MBIO DIA EM FATIMA? A A A a A ae ge | a S aparigoes de Fatima datam de 1917, como se sabe, Deu-sg a primeira em 13 de Maio e a Bitima no mesmo dia de Outubro do mesmo ano.-Eram tempos bem calamitesos esses. Abriam-se ainda sébre o Mundo, ¢ sébre a Europa principalmonte, as aeas. negras do sangrento conflito, Em. Portugal, sacudi- do por uma politica de deevairamentos, sofriam-se tambémpmas consequéncias da comparticipagao na guerra. Aqui se ouvlam clamores 9 ag lagrimas, Andavam Teri- dag de juto 9 angustia as atmas. No mio dag trevas, surge o clardo de Fatima. Por cinco vezes, esse clarao. Humina Portugal-e « Mundo. A luz fez-se verbo, o céu failou, os homens foram convidados 4 Prece @ ao arrependimento. Incréus 6 ‘ateus duvida- vam, porém, Mag, o Pais, de boas rafzeg eristas » formagao catdlica, acreditava mos trés videntes, Observando eo movimento de Fé que por toda a terra portuguesa alas- trou, «0 Século», matutino de todos os acontecimentos nacionais, decidiu visitar Fa- tima, por intermédio de um dos séus redactores, descrever o que la ia passar-se, Dar- Sé-ia o milagre que Nogsa Senhora anunciou aos trés pastorinhos? Avelino de Almeida, nosso brithante » savdeoso camarada, destreveu, fielmente, og sucessos (naturaig ¢ s0- brenaturais), que em Fatima decorreram, nesge histérico 13 de Outwhro de ha trinta e quatro anos. Foi «0 Séculon — acrescentémo-to — o primeiro Jornal que registou o- o_— OD saltur, apés demorada. Viegem,’ pelag -dezas- seis oras de ontem, ma estigao de Chiao eee nS onde ae s0ag crellgieare, eens de Mee terra; para assistir ao. «milagres, perguntel, de chofre, a Um Tapa- zito dos «char-A-banesp da -car-. reira, se JA tinna visto a Senhora, Com seu sorriso sardénico e 0 olhar.enviesado, nig hesitou em responder-me:. ‘ —Eu cA 56 14 vi pedras, car- Tos, auomovels, cavalgaduras e gente! = s Por um fade equivoco, o tren @We nos devia conduzir, a Judah fiuan e 3 mim, até A” via, nao eu. €, decidimo-nes a cal- curtiar corajosamente cerca de duas léguas,’ por nio haver lugar para nds.na deligsncia e estarem, desde miulto, afreguesadas as cat- tiotag que aguardavam passage!- ros. Pelo caminho, topamos os primeires ranchos que seguiam eM direccdo ao joca] santo, dis- tate Mais de Vvinte quilémetras bem medidos, Homens ¢ mulheres yao quase ,od0s descaleos — elas com saquiteis & ecabeca, sobre- pujados pelas sapatorras; eles abordoando-se a grassos Varapaus e cautelosamente Munidos de guarda-chuva, Dir-se-iam ¢m- ge- ral, alheados do gue se passa a gua volta, num desinteresse grande de paisagem e dOs outros vian- dantes, como que imersos em s0- who, rezando numa ulste melo- peia o terco. Uma mulher rompe com a-primeira parte da Avé- -Maria, a saudacéo: os companhei- ToS, em coro, continuam com a segunda parte, a siplica, Num “Os tréa pastorinhos de Fatim Jacinta, Francisco! o-kucia, vidente maravilhoso fenémeno e¢ chamou para éle a atengio de todos os portugueses. Hoje, claro esta, esse numero (15 de Outubro, d; 1917) por isso transerever @ artigo de Avelino dg Almeida, na integra, com o relevo que © assunto exige © que @ momento sobejamente oxplica. representa uma raridade, Vames passo certo. e cadenciado,. pisam a@ estradg poeirenta, entre pinhais e olivedos, para chegarem, antes que se verre - anoite,.a0 sitio da a@paricao, onde, sob o relento e @ luz frig das estrelas, projectam dormir, guardando os -primecirog poneres. Juno da azinheira ben- — para no dia de hoje ve- Ci melhor. - A entrada do vila, mulheres do Povo a quem o meio jA, infectou com 9 virus do cepticisme, camen- tam, em tom de troga, 0 caso do dia, i —Entio, vais ver amanhi a santa? — Eu, nao. Se ela pinda ca viesse ! E riemse com gosto, enquanto os devotos prosseguem iNdiferentes @ tudo 0 que nao seja o objective da sua romagem Env Ourém. 56 por uma amabilidade. extrema Se enconttg aposentadoria Du- rante a Noite, reunem-se Da praca da vila os mais variados veiculos conduzmio . crentes e ¢urioses, sem que faltem velhas damas ves- tidas de escuro, vergadas ja ‘s0 Peso dos anos, Mag faiscando-lhes, Nos olhos o lume ardente da Fe que as animoy ao acto corajoso de abandonar Sor um dia-o if separave] cantinho da Sua casa. Ao romper da alva, novos ranchos surgem intrepides e atravessam, sem. pararem um instante 0 po- voado, cujo siléncig quebram com a harmonia dos cAnticos que. vozes femininas, muito afinadas, en- toam num viclento contraste com a@ rudeza dds tipas.., ‘© sol” nasee’ Mas’ 0 eamz do céu ameaca torMenia "As nuveng negras gcastelam-se. precisamente sobre ag bandag de Fatima. “Nada, todavia. detém 03 Que por todos O5 caminhos. e ‘servin- - do-se de todos os meios de loco mioca0 para |4 confluem, Os auto méveis luxuosos deslizam vertigi-- nosanrente, tocandy ag buzinas; 08 carrdés de bois atrastam-ge Com vager a um lado da estrada; as galeras, as -Vitorias, og ,caleches fechados, as rocas, Nas quais se improvisam entos, vio ajou- jados até mais x poderem, Quase todos levam com og far- neis. Maig Ou menos mdiestos, Para aS botas cristés a ragdo de fothelho para oS irracionsis que © «povoreloy de Assis chamava NOssos irMAds e Qe cumprem vatorosamente qa sua tarefa,.. Tie linta uma ou outra guiseira, vé-se uma car oemha adornada de buxo; as maniei dem gpsolu tam a& m ciclistas. . prodigios pata nao esbarrar de eficontro. 208 carres Pelas dez foras. o céu tolda-se totalmente © nio tardou que en- trasse a chover a bom chover, AS cordas de Agua, batidas por um vento agreste, fustigam oO, rostes, encharcando o macadame e re- passando até os osS0s os camit mhantes desvrovidos de chapéus e de quaisgeer outros resguardos. Mas ninguém se impacienta ou Gesiste de prosseguir e, s¢ alguns se abrigam sob a copa das arvo- res, junto dos muros das quintas oll Nas distanciadag casas qUe se debrucam a0 longo do caminho. outros continuam ~ marcha cain uma -impressionante _resisténcia, Thotando- Mexico, eram céntenas as pessoas com musica » flores que o aguardavam, tendo gitlg mecessario que @ governo Ihe enviasse protec¢ao policial para ele poder tran- sitar para o seu hotel; em Toquro, a multidag empunhavg gi- gantescos cartazes com os dizeres «Benvindos og conjuges Rosen. Na Turquia ¢ ma India, no Gras 9 na Palestina, em toda a parte onde Billy Rose desembarceu, fo) recebido por representantes dos governos 9 por nutridas Maseas de populares. motivo dessa 6 explicado pelo préprio Billy Rose, quando se re- fere ao principal defeito nos. — Entre eles — diz Billy — en- contrel sempre muitos génios, mas poucos empresdrios aulénticos. Eu ndo sou uM génio, mas, com o Tu- mor da publicidade comercial, cheguei a uma posicio que ne- Bhum outro atingiu. Estas palavras explicam, em erande parte, o segredo da es pectacular carreira de Billy Rose, sutor de canconetas, empresizio narrador. ditongo magico BULLY Rose nasceu em 1899, mu- ma casa pobre de Nova York, precisamente na cozinha. O pat era caixeiro de praca DOllco per- suasivo @, por consequéncia, como dizia Rose mais tarde.

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