You are on page 1of 11
MARIA JOSE MAGALHAES Aarte e violencia no olhar: Activismo feminista e desconstrugao da violéncia contra as mulheres’ Este artigo ver na continuagdedo tito de Angélica Lima Cruz retomandossea questio da construgio de um olhar que integra ou denuncia uma cultura de violencia contre fas mulheres. Aqui, explra-se como # eticafeminista da violncia contra as mulheres esocula os mecanismas da suare/produgao, mostrandotambérm que a arte se pode ‘onsituir come processo de desconstrugao desta violEnca. Para isso, apesentam-se ‘anslisam-sealgumas intrvangbesartisticase instalagbes realizadas por feminists, (quer no estrangeire quer em Portugal, ne activism feminisia do combate a violencia contra as mulheres Palavras-chaves sctiviamo; arte feminista; crimes contra as rmulheres; cultura de violencia; viléncia doméstica Arte e activismo femini Este attigo vem na continuacio do texto de Angélica Lima Cruz, retomando- se a questio da construgio de um olhar que integra ou denuncia uma cul tura de violencia contra as mulheres. Enquanto, no texto anterior, essa cultura esté presente de modo subliminar, aqui exploram-se algumas for- mas de intervengio em que esta forma de violencia exposta. Assim, aborda-se 0 modo como a eritica feminista da violéncia contra as mulhe- res desoculta os mecanismos da sua re/produgo, mostrando também ‘como a ate pode constituir-se como processo de desconstrusao. Paraiso, apresentam-se ¢ andlisam-se algumas intervenes artisticas instalagBes realizadas por feministas, quer no estrangeiro quer em Portugal, no acti- vismo feminista do combate & violéncia contra as mulheres, Centramos & discussio em obras que, historicamente, tém contribuido pata denunciar 7 re ange tv o apoio do proeco PLE /VG/00162008, Raanciae pla FCT em prcroclo om a 1G: Ans Aledo ¢ Poder pescaris de via pare af linia Love, Fear and Powe ‘athraye to Now sen Life 90 | Mala jose Magshaes ‘essa viléncia (sem pretensio de esgotar tema), nomeadamente de Goya \Capricho 24, 1797-98), Nan Goldin (1984), Suzanne Lacy e Leslie Labowitz (In Mourning and In Rage, 1977), as Guertilla Girls (How Women Get ‘Maximum Exposure, 1989) e Paula Rego (1998), assim como em algumas intervengesferinistas em Portugal concebidas por pessoas que, nfo sendo publicamente reconhecidas, tém trabalhado no campo artistico. Aarte no activismo feminista Olnteresse ferinista pela arte e pela histéria da arte decorre do nosso com- ppromisso central com a vontade de compreender os dugares das mulheres e clos homens na sociedade contemporines. Arte e historia da arte tém um papel muito importante na formagio das stitudes contemporaness ¢ na construgio ¢ produgio de um olhar sobre a realidade s ‘gio das lentes com que olhamos essa realidade. Sc, enquanto feministas, queremos evar a cabo uma mudanca social com tanta importincia que se considere uma “revolugio”, como afirma Nochlin (1989)? devemos trabalharsimultaneamente os fundamentos intelectuais¢ ideolégicos em que assente a construglo do conhecimento ¢ desocultar as ideologias subjacentes as instiruigdes sociais,tais como casamento, teaba- Tho, mass media, side educacio. As universidades ¢ as relagdes entre 0 ceasino superior e outras instituigdes, asim como as praticas sociais, deve fazer parte da investigacio, quer como objecto, quer como um lugar para ‘uma pritica pecagégicae politica que permitam eriar dindiicas e movi- rmentos para a mudanca Neste sentido, do importante a intervenglo politica piblica mais tra- dicional (organizagées politicas, manifestagSes), como intervir activamente nas universidades, uma vez que as tentativas de levar a cabo uma mudanca social radical precisam de ser includas nos contextos académicos onde & produzido'e transmitido 0 conhecimento, Em nossa opinio, isto implica ‘uma analise hist6tice e critica das quest&es intelectuais bésicas, que 0 ques- tionamento feminist a0 status qo tem vindo a fazer. Aqui em anlise, st30 ‘obras e intervengdes de autoras reconhecidas e outras com menos reconhe-

You might also like