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ANATOMIA FUNCIONAL DA COLUNA VERTEBRAL,

MEMBROS SUPERIORES E MEMBROS INFERIORES

1
 Sumário
 Sumário.......................................................................................... 1

 NOSSA HISTÓRIA......................................................................... 4

o INTRODUÇÃO............................................................................ 5
1.1- METODOLOGIA ................................................................ 15
o Aspectos gerais: arranjo anatômico geral da Coluna Vertebral 16
o Vértebras .................................................................................. 19
o OS LIGAMENTOS LONGITUDINAIS ....................................... 26
o ARTICULAÇÕES ENTRE ARCOS VERTEBRAIS ................... 26
o OS LIGAMENTOS ACESSÓRIOS ........................................... 27
o Anatomia Neural da Coluna Vertebral ...................................... 29
o DERMÁTOMOS E MIÓTOMOS ............................................... 30
o ORGANIZAÇÃO RADICULAR DA CAUDA EQÜINA ............... 30
o CARGAS APLICADAS À COLUNA VERTEBRAL .................... 38
o MÚSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL ................................. 40
o PAPEL DA MUSCULATURA ABDOMINAL NA REDUÇÃO DAS
CARGAS VERTEBRAIS ........................................................................... 45
o MECANISMOS TORÁCICOS BÁSICOS .................................. 46
o MEMBROS SUPERIORES ....................................................... 49
o CENTRO DE GRAVIDADE....................................................... 54
o TIPOS DE MOVIMENTO .......................................................... 60
o TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES ............................. 63
o SISTEMA DE ALAVANCAS...................................................... 63
o PRIMEIRA LEI DE NEWTON ................................................... 66
o TRABALHO E ENERGIA .......................................................... 67
o A MARCHA ............................................................................... 67
o ARTICULAÇÕES ...................................................................... 78
o LIGAMENTOS .......................................................................... 78

1
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ROTAÇÃO INTERNA (MEDIAL)
E EXTERNA (LATERAL) DO OMBRO ..................................................... 79
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NOS MOVIMENTOS
ESCAPULARES ....................................................................................... 80
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA FLEXÃO E EXTENSÃO DO
OMBRO 80
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ABDUÇÃO E ADUÇÃO DO
OMBRO 81
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ADUÇÃO E ABDUÇÃO
HORIZONTAL DO OMBRO ...................................................................... 82
o OS MOVIMENTOS DA ESCÁPULA ......................................... 82
o MÚSCULOS QUE COMPÕEM O "MANGUITO ROTADOR" ... 82
o MÚSCULOS QUE LIGAM O OMBRO AO BRAÇO E SUAS
FUNÇÕES ................................................................................................ 83
o PUNHO E MÃO ........................................................................ 84
o MOVIMENTOS ARTICULARES ............................................... 86
o MÚSCULOS E MOVIMENTOS DO POLEGAR E OUTROS
DEDOS 87
o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS DAS LESÕES DO PUNHO E
MÃO 92
o ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ................................................. 92
o MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ............... 94
o MÚSCULOS BIARTICULARES (multiarticulares) ..................... 95
o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS LESÕES DAS
REGIÕES DA PELVE E QUADRIL ........................................................... 96
o ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ................................................. 97
o A ARTICULAÇÃO DO JOELHO ............................................... 97
o MOVIMENTOS ARTICULARES ............................................... 99
o MÚSCULOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO ..................... 100
o TORNOZELO E O PÉ ............................................................ 102

2
o ARTICULAÇÃO SUBTALAR .................................................. 104
o ARTICULAÇÃO TRANSVERSA DO TARSO ......................... 105
o MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E DO
PÉ 106
o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS LESÕES DO
TORNOZELO E DO PÉ .......................................................................... 108
o CONCLUSÃO ......................................................................... 110
o REFERÊNCIAS ...................................................................... 112

3
 NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas


de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de
comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de


forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

4
o INTRODUÇÃO
A coluna vertebral é parte subcranial do esqueleto axial. De forma muito
simplificada, é uma haste firme e flexível, constituída de elementos individuais
unidos entre si por articulações, conectados por fortes ligamentos e
suportados dinamicamente por uma poderosa massa músculo-tendinosa. 56
Durante muitos anos, a atuação em Fisioterapia baseou-se em livros
de reabilitação importados, cuja principal característica eram "receitas"
57
prontas que dispensavam a necessidade de pensar para tomar decisões.
Era notória nas décadas de 1960 e 1970 a importação de técnicas
norte-americanas e européias- Bobath, Kabat, Klapp etc., aindahoje
utilizadas. Essas técnicas ou métodos provinham da experiência pessoal e
tinham frágil fundamentação científica. Felizmente, essa tendência sofreu
grandes mudanças. Hoje a prática clínica é necessariamente alicerçada em
pesquisa. 57
A prática baseada em evidências, hoje uma realidade na área da saúde
e na Fisioterapia, recorre a três tipos de informação: a pesquisa clínica, a
experiência clínica do fisioterapeuta e as preferências do cliente.
Na fisioterapia, os estudos clínicos têm focalizado mais o impacto das
doenças ou condições de saúde na vida das pessoas, tornando a tomada de
decisão clínica um ato complexo, que exige escolha criteriosa do método de
pesquisa. Essa escolha pode ser pautada pelos níveis de evidência,
utilizados, como um norteador para classificar a qualidade dos estudos na
57
área da saúde.

Os desfechos clínicos de interesse dos fisioterapeutas não devem se


reduzir apenas ao diagnóstico médico, mas principalmente aquele decorrente
do impacto das doenças ou das condições de saúde na vida das pessoas.
No campo das ciências da saúde, a epidemiologia descritiva é um
passo fundamental para o conhecimento de uma determinada doença,
ou agravo à saúde." 2 (p.35)

5
O fisioterapeuta precisa, portanto, avaliar, estabelecer o diagnóstico e
prognóstico fisioterapêutico, selecionar intervenções e realizar reavaliações
(Resolução COFFITO, 80)3: este e o princípio da pesquisa. E os
fisioterapeutas dispõem de grande arsenal de opções terapêuticas que
transformam a tomada de decisão clínica em um ato extremamente complexo.
Para a tomada de decisão, podem tanto recorrer a evidências trazidas
por outros pesquisadores - em livros e periódicos- quanto perceber a
necessidade de realizarem pesquisa eles próprios.
Em oposição ao trabalho gigantesco de antes, de garimpo nas
bibliotecas, hoje os meios eletrônicos organizam as informações e facilitam o
acesso à informação desejada por meio de bases de dados como Cochrane
Library, MEDLINE, LILACS, CINAHL, PEDro etc. Em qualquer caso, o
fisioterapeuta precisa lastrear-se para ponderar as evidências que vier a
encontrar.

Os níveis de evidência são hoje utilizados como um norteador para


classificar a qualidade dos estudos realizados na área da saúde. Atallah
propõe uma pirâmide dos níveis de evidência. Encontram-se no nível mais
alto as revisões sistemáticas e as metanálises e, na seqüência, os estudos
clínicos randomizados, de coortes, de casos-controle, estudos de caso e
séries de casos; seguem-se a opinião de especialistas, os estudos com
animais e as pesquisas in vitro.4

Figura 1:

6
Modelos de pesquisa

Para cada pergunta de pesquisa há um tipo de desenho ou


delineamento de pesquisa mais adequado. É necessário identificar as
vantagens e desvantagens de cada tipo de estudo, bem como avaliar se
dispomos dos meios e instrumentos necessários para a realização do mesmo.

O tipo de estudo está intimamente relacionado à pergunta de pesquisa. Os


tipos podem ser divididos em descritivos e analíticos. Os descritivos indicam
a possibilidadeda existência de determinadas associações da doença ou da
piora com características temporais, espaciais e atributos pessoais. 57
Já os analíticos são utilizados quando existe uma hipótese a ser
testada.

As subdivisões dos vários tipos de estudo mais freqüentemente


realizados na área da saúde.

Considerando os estudos apontados na pirâmide, descreveremos


brevemente as principais características dos estudos descritivos para, depois,
determo-nos mais nos estudos analíticos. 57

Estudos descritivos

Neste tipo de estudo em geral é descrita a ocorrência de doenças


2-6-12
segundo variáveis individuais, geográficas e temporais. Os principais
estudos descritivos são os que se seguem.

Nos estudos populacionais, pesquisa-se a ocorrência de doença entre


diferentes populações, que apresentem diferentes graus de exposição a
determinado fator.

O relato de caso é uma detalhada apresentação de um ou mais eventos


clínicos observados, sendo importante para a descrição de doenças raras.
Muitas vezes esses estudos dão origem a outras pesquisas, dentre as quais
as experimentais. Esse tipo de estudo tem algumas vantagens: estimula

7
novas pesquisas, tem procedimentos simples quando comparado aos
exigidos em outros tipos de estudo; sua principal limitação refere-se à
dificuldade de generalização dos resultados obtidos. 57
Uma série de casos é um levantamento das características de um grupo de
indivíduos com uma determinada doença, realizado num determinado ponto
do tempo. É útil para delinear o quadro clínico de doenças raras ou novas e
levantar novas hipóteses. Apresenta como limitações a ausência de um grupo
controle e o levantamento de hipóteses de relações causais, que não podem
ser testadas, pois tanto a exposição quanto as doenças são medidas no
57
mesmo ponto do tempo.
Em geral, um estudo descritivo indica a possibilidade de existência de
determinadas associações da doença ou condições que podem causar
prejuízos à saúde, com as características temporais, espaciais ou pessoais,
levando os pesquisadores a formularem hipóteses para novas investigações
a ser realizadas. 57

Estudos analíticos

2,6,12
Os estudos analíticos são divididos em experimentais e
observacionais. Nesse tipo de estudo há necessidade de analisar dois grupos:

o grupo de estudo e o grupo controle. Os experimentais ou de intervenção,


são também denominados de ensaio clínico. Neste, o examinador controla a
exposição a determinado fator nos dois grupos e analisa o efeito de interesse.
Nos estudos observacionais, o investigador apenas observa o curso natural
dos eventos, analisando a associação entre exposição e doença. São os
estudos de coorte e os casos controle. 57
Figura 2:

8
Estudos experimentais

O estudo experimental, ou de intervenção, caracteriza-se pelo fato de o


pesquisador ser o responsável pela exposição dos indivíduos, ou seja, ele
decide qual a melhorintervenção. A exposição pode ser uma medida
terapêutica - uma dieta, um medicamento, a fisioterapia- ou uma medida
preventiva, como vacina, processo educativo, redução de fatores de risco etc.
57

Dos modelos experimentais, o ensaio clínico controlado randomizado


é o que está no topo da pirâmide de evidência, sendo considerado no mais
confiável, devido ao rigor metodológico requerido. Constitue um dos principais
avanços científicos entre os métodos de pesquisa durante o século XX.

É um estudo que compara o efeito e valor de uma intervenção (profilática ou


terapêutica) com controles em seres humanos, onde o investigador distribui o
fator de intervenção a ser analisado de forma aleatória pela técnica de
randomização. Dessa forma, os grupos experimentais e controle são
formados por um processo aleatório de decisão. 57
O ensaio clínico randomizado tem três componentes fundamentais:

1) doentes que devem ser recrutados em uma população, constituindo


uma amostra representativa desta;

9
2) a intervenção, que irá diferenciar o grupo experimental do grupo
controle, aos quais os doentes são alocados por meio de randomização;

3) os desfechos clínicos, variáveis cuja análise irá determinar o sucesso


da intervenção.

Os ensaios clínicos randomizados vêm sendo descritos como


padrãoourona avaliação de questões terapêuticase preventivas em saúde.

Com esse método de estudo, reduz- se a probabilidade de obter dados


tendenciosos. A randomização baseia-se no princípio de que todos os
participantes de um determinado estudo devem ter a mesma probabilidade de
receber tanto a intervenção a ser testada quanto não receber a intervenção,
57
constituindo neste caso seu grupo controle.
A fim de se evitar erros sistemáticos nos ensaios clínicos, a amostra deve ser
representativa da população envolvida na questão em estudo. O cálculo do
tamanho da amostra deve ser feito previamente, assim como o cuidado em
57
relação ao sigilo de alocação e do método de randomização utilizado.
Também se deve atentar para que os indivíduos envolvidos não venham a
tomar conhecimento do grupo de que estão participando (intervenção ou
controle), tampouco os investigadores que estarão avaliando os resultados. O
procedimento duplo-cego é garantido sempre que tanto o pesquisador
responsável pela avaliação do paciente quanto o próprio paciente não sabem
57
quem está no grupo intervenção e quem está no grupo controle.
Cabe salientar que todos os indivíduos devem ser avaliados nos grupos aos
quais pertencem mesmo aqueles que porventura saiam do estudo antes de
seu término (análise por intenção de tratar). 57
O planejamento de um estudo clínico controlado deve incluir os seguintes
itens: objetivos claramente definidos; definição dos critérios de inclusão e
exclusão e dos critérios diagnósticos; grau de gravidade da doença; material
e equipamentos a serem utilizados; critérios de avaliação dos efeitos
esperados; definição dos dois grupos: o que receberá o tratamento e do
57
controle; e por último,a análise dos dados.

10
Estudos observacionais transversais

2,6,12
Os chamados estudos observacionais podem ser transversais ou
longitudinais. Os estudos transversais são também denominados estudos de
prevalência. A freqüência de uma ou várias doenças é medida por meio de
levantamentos em uma população. A exposição e a doença são determinadas
simultaneamente, não sendo possível testar hipóteses nesse tipo de estudo.

A prevalência, estatística descritiva obtida de um estudo transversal, é


a proporção de indivíduos que apresentam a doença em um determinado
ponto do tempo; difere da incidência, obtida no estudo de coorte, que é a
proporção de indivíduos que adquirem a doença ao longo de um período do
tempo. Os estudos de prevalência são relativamente baratos, fáceis de
realizar e úteis na investigação do grau de exposição a determinadas
condições por características individuais fixas, tais como etnia, nível socio-
econômico e grupo sangüíneo.

Em surtos epidêmicos de doenças, um estudo de prevalência


envolvendo diversas medidas de exposição é o primeiro passo na
investigação da causa.

O planejamento de um estudo transversal deve incluir os seguintes itens:


objetivo claramente definido; definição da população-alvo e da população de
estudo; determinação dos dados a serem coletados; critérios para
classificação dos indivíduos e critérios diagnósticos; critérios para medir
exposição; instrumentos de medida, definição e descrição do processo de
amostragem; organização do trabalho de campo e análise dos dados. 57
Estudos observacionais longitudinais

Nos estudos longitudinais, sabe-se que pessoas foram previamente


expostas a determinadas condições e depois surgiu a doença. Esses estudos
dividem-se em estudos de coorte e estudos de caso-controle.

Nos estudos tipo coorte o pesquisador cataloga os indivíduos como expostos


e não-expostos ao fator de estudo, segue-os por um determinado período e

11
ao final verifica a incidência da doença entre os expostose não-expostos. Já
nos estudos tipo caso-controle, o pesquisador cataloga os indivíduos em
doentes e não-doentes e vai verificar, retrospectivamente, se houve ou não
exposição prévia entre os doentes e não doentes. 57
Estudos de coorte

Na Roma antiga, o termo coorte era utilizado para denominar um grupo de


soldados que marchavam juntos numa batalha. Na demografia e na
epidemiologia clínica, uma coorte é um grupo de indivíduos seguidos juntos
através do tempo. Nos estudos tipo coorte o pesquisador cataloga os
indivíduos como expostos e não-expostos ao fator de estudo, segue-os por
um determinado período e ao final verifica a incidência da doença entre os
expostos e não-expostos, comparando-a nos dois grupos. 57
Uma vez que os estudos de coorte recrutam pessoas saudáveis no
início, é possível obter-se uma ampla variação de desfechos.

O planejamento de um estudo de coorte prospective inicia-se com a


definição de uma população-alvo, a escolha da população de estudo, a
definição de participantes e não participantes, definição dos expostose não
expostos. Os passos a serem seguidos devem incluir:

 Objetivo claramente definido;


 Definição da população-alvo e da população de estudo;
 Critérios de seleção dos indivíduos que participarão do estudo e
de classificação da exposição;
 Critérios diagnósticos, tempo de seguimento;
 Descrição do processo de amostragem; e análise dos dados.

O planejamento de um estudo de coorte retrospectivo segue os mesmos


passos do anterior; a única diferença é que a exposição já ocorreu no
passado, ou seja, houve a exposição em uma coorte de indivíduos e na outra,
não. 57
O objetivo agora é reconstruir as duas coortes. Nesse tipo de estudo, é
essencial que haja confiabilidade dos dados de registro que serão utilizados.

12
Estudos de caso-controle:

Neste tipo de estudo também já houve a exposição e a doença, porém,


diferentemente do coorte retrospectivo, a catalogação dos indivíduos não é
feita com base na exposição (presente ou ausente), mas no efeito (doença
presente ou ausente). Osdoentes são chamados casos e osnão-doentes são
chamados controles. 57
A comparação final será entre a proporção de expostos entre os casos
e entre os controles.

Inicia-se com a seleção dos casos, que deveriam representar todos os


casos de uma determinada população.

Não é necessário que casos e controles incluam toda a população, podendo


ser restritos a qualquer sub-grupos específico como, por exemplo, pessoas
idosas, homens ou mulheres. Normalmente, para investigar as causas da
maioria das doenças, os estudos de coorte são caros e podem requerer o
acompanhamento de milhares de indivíduos para identificar um fator de risco.
57

Para doenças pouco freqüentes, é necessário escolher um grupo de


referência, para que a prevalência da exposição nos indivíduos com a doença
(casos) seja comparada com a exposição nos indivíduos sem a doença
(controles).

Dessa forma, o propósito desse estudo é identificar características


(exposições, ou fatores de risco) que ocorrem em maior (ou menor) freqüência
entre casos do que entre controles. A proporção de expostos a um fator de
57
risco é medida nos dois grupos e comparada.
Os passos a serem seguidos devem incluir: objetivo claramente definido;
definição da população alvo e da população de estudo; definição dos casos e
critérios de inclusão; definição dos controles e critérios de inclusão; critérios
de classificação da exposição e tamanho da amostra; descrição do processo
de amostragem; e análise dos dados. 57

13
Revisões sistemáticas

A revisão sistemática é um tipo de estudo secundário que objetiva


facilitara elaboração de diretrizes e o planejamento de pesquisa clínica.

Uma grande quantidade de resultados de pesquisas clínicas é


examinada e organizada adequadamente numa revisão sistemática.

Deriva de uma questão clínica específica, com fontes abrangentes de


pesquisa e estratégia de busca explícita. A seleção é baseada em critérios
aplicados de maneira uniforme, com avaliação criteriosa e reprodutível e com
uma síntese quantitativa por meio de uma metanálise. 57
Metanálise é um estudo em que métodos estatísticos rigorosos são aplicados
à revisão sistemática que agrupa os resultados de dois ou mais estudos
primários. Como em geral a quantidade de informações científicas disponíveis
é enorme, faz-se necessário que as informações sejam reunidas,
organizadas, criticamente avaliadas e quantitativamente mensuradas. 57
A revisão sistemática é uma técnica científica reprodutível. Permite avaliar
estudos independentes e explicar possíveis conflitos, permitindo também o
aumento da confiabilidade dos resultados, melhorando a precisão das
estimativas de efeito de uma determinada intervenção clínica. 57
É importante lembrar que as diretrizes clínicas baseadas em revisões
sistemáticas consistem no elo entre as pesquisas e a prática clínica.
Figura 3:

14
As dores na coluna vertebral acometem a maioria das pessoas em
algum momento de sua vida, representando um alto custo social e financeiro
para a sociedade.

De seu lado, o indivíduo acometido sofre com a incerteza do


diagnóstico e do tratamento, além das perdas profissionais e de qualidade de
vida. As doenças da coluna vertebral constituem uma das maiores causas de
consultas médicas e de afastamento definitivo do trabalho no mundo,
merecendo o assunto interesse de médicos e autoridades.

Na maioria dos pacientes, ainda hoje, encontra-se muita dificuldade em


localizar as causas da dor. A falta de correlação clínico-radiológica, tanto vista
em exames normais em pacientes sintomáticos quanto em exames com
alterações em pacientes assintomáticos, traz grande incerteza diagnóstica.

Os exames de imagem somente têm valor para confirmar ou afastar


suspeitas clínicas bem fundamentadas em anamnese e exame físico do
paciente.

O tratamento do paciente envolve além do tratamento específico da


doença de base, quando for o caso, educação ao paciente para melhorar a
auto-eficácia, medicamentos, fisioterapia, exercícios físicos e, para alguns
pacientes, cirurgia.

1.1- METODOLOGIA
Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada
de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de
maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados.

Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se


desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a
formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para
o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e
podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas
no setor público e no fundamento de sua existência.

15
Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de
informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes
materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes
autores e dados.

o Aspectos gerais: arranjo anatômico geral da


Coluna Vertebral
A coluna vertebral é uma série de ossos individuais – as vértebras –
que ao serem articulados constituem o eixo central esquelético do corpo. A
coluna vertebral é flexível porque as vértebras são móveis, masa sua
estabilidade depende principalmente dos músculos e ligamentos.
Embora seja uma entidade puramente esquelética, do ponto de vista
prático, quando nos referimos à “coluna vertebral”, na verdade estamos
também nos referindo ao seu conteúdo e aos seus anexos, que são os
músculos, nervos e vasos com ela relacionados.
Seu comprimento é de aproximadamente dois quintos da altura total do
corpo. É constituída de 24 vértebras móveis pré-sacrais (7cervicais, 12
torácicase 5 lombares). As cinco vértebras imediatamente abaixo das
lombares estão fundidas no adulto para formar o sacro. As quatro
vértebrasmais inferiores também se fundem para formar o cóccix.
As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção
inferioraté o sacro, tornando-se a partir daí sucessivamente menores.
Regiões da Coluna Vertebral
A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas sagitais:
cervical, torácica, lombar e sacral. As curvaturas torácica e sacral, convexas
posteriormente, são denominadas primárias porque apresentam a mesma
direção da coluna vertebral fetal e decorrem da diferença de altura entre as
partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais. As curvaturas cervical
e lombar, côncavas posteriormente, formam-se após o nascimento e

16
decorrem da diferença de espessura entre as partes anteriores e posteriores
dos discos intervertebrais.
Cervical: constitui o esqueleto axial do pescoço e suporte da cabeça.
 Torácica: suporta a cavidade torácica.
 Lombar: suporta a cavidade abdominal e permite mobilidadeentre a
parte torácica do tronco e a pelve.
 Sacral: une a coluna vertebral à cintura pélvica.
 Coccigea: é uma estrutura rudimentar em humanos, maspossui função
no suporte do assoalho pélvico.
Figura 4:

Desenvolvimento e Ossificação
As vértebras começam a se desenvolver no período embrionáriocomo
condensações mesenquimais em torno donotocórdio. Posteriormente, essas

17
condensações mesenquimaisse condrificam e a cartilagem assim formada é
substituídapor osso.
Ao nascer, as últimas vértebras sacrais e ascoccígeas podem ser
inteiramente cartilagíneas. Nesse caso, começam a ossificar durante a
infância. Centros de ossificação ocorrem sucessivamente nas vértebras
durante o crescimento, de tal forma que um aumento pequeno, porém
significante naaltura dos corpos vertebrais dos homens ocorre entre 20 e 45
anosde idade.
Variações e Anomalias
Variações vertebrais ocorrem segundo raça, sexo, fatores genéticos e
ambientais. Por exemplo, as colunas vertebrais com maior número de
vértebras ocorrem com mais freqüência em indivíduos do sexo masculino e
aquelas com número reduzido de vértebras ocorrem mais amiúde no sexo
feminino.
As variações são congênitas e podem ser de número, forma e posição,
sendo as primeiras as mais freqüentes. As variações mais comumente
observadas são:
 Uma costela articula-se com a sétima vértebra cervical;
 A 12.ª costela torácica apresentar tamanho reduzido ou aumentado,
podendo haver uma pequena costela lombar;
 A 5.ª vértebra lombar está parcial ou totalmente incorporadaao sacro
(sacralização de L5);
 O primeiro segmento sacral está parcial ou totalmente separadodo
sacro (lombarização de S1);
 Aumento de tamanho dos processos transversos de L4 ou
L5(megaapófises);
 Segmentação parcial do segmento sacral inferior;
 Incorporação ao sacro do segmento superior do cóccix.

18
Componentes Anatômicos da Coluna Vertebral

o Vértebras

A vértebra típica
Apesar de as características anatômicas vertebrais poderem
apresentar variações regionais na coluna vertebral, as vértebras possuem
morfologia básica monótona. Uma vértebra típica é constituída de um corpo,
um arco e processos vertebrais.
O Corpo é a parte anterior da vértebra. Consiste basicamentede uma
massa cilíndrica de osso esponjoso, mas as bordas das superfícies superiores
e inferioressão compostas de osso compacto. Variam consideravelmente de
tamanho e exibemfacetas articulares para as costelas no segmentotorácico.
O corpo está separado doscorpos das vértebras acima e abaixo pelo
discointervertebral. É o elemento vertebral quesuporta carga.
O arco
Fica em posição posterior ao corpo. É composto dos pedículos direitoe
esquerdo e das lâminas direita e esquerda. Juntamente com aface posterior
do corpo vertebral, forma as paredes do forame vertebralque envolve e
protege a medula. O conjunto dos foramensvertebrais em toda a extensão da
coluna forma o canal vertebral.
Os Processos Vertebrais
São espículas ou pontas ósseas que partem das lâminas. Variam
detamanho, forma e direção nas várias regiões da coluna vertebral:
 Processo espinhoso: parte posteriormente de cada arco vertebral;
 Processo transverso: parte lateralmente da junção dos pedículoscom
as lâminas;
 Processos articulares: possuem facetasarticulares superiores e
inferior, para articulação com as vértebras acima e abaixo.
FIGURA 5 – A vértebra típica.

19
As vértebras cervicais
Atlas e Áxis
Atlas é a primeira vértebra cervical e o crânio repousa sobre ela.
Recebeesse nome a partir do Atlas, que na mitologia grega tinha a
reputaçãode suportar a terra. Não tem espinha nem corpo. Consiste apenas
de duas massas laterais conectadas por um arco anterior curto e umarco
posterior longo.
Áxis é a segunda vértebra cervical e recebe esse nome porqueforma
um pivô (processo odontóide ou dente) em torno do qual oatlas gira, levando
consigo o crânio. Terceira a Sexta Vértebras Cervicais cada uma apresenta
um corpo vertebral pequeno e largo, um grande forame vertebral
triangular e um processo espinhoso curto e bífido.

Figura 6:

20
Sétima Vértebra Cervical
Conhecida como vértebra proeminente, possui um processo espinhoso longo,
visívelna anatomia de superfície, principalmentecom o pescoço flexionado.
Figura 7:

Vértebras torácicas
São normalmente em número de 12 e suportam as costelas.

Primeira Vértebra Torácica

21
Assemelha-se a uma vértebra cervical. Segunda à Décima Primeira
Vértebras Torácicas, são as vértebras torácicas típicas. Possuem corpo em
forma de rim, forame vertebral circular, processo espinhoso longo e delgado.
Suaprincipal distinção anatômica é a presença das fóveas costais superior
e inferior, para encaixe da cabeça das costelas correspondentes.

Décima Segunda Vértebra Torácica


É uma vértebra de transição, possuindo fóveas costais como as
vértebrastorácicas e processos articulares e espinhosos semelhantes às
vértebraslombares.

As vértebras lombares - Distinção das Vértebras Torácicas


Distinguem-se das vértebras torácicas pelo seu grande tamanho,
pelaausência de fóveas costais e foramens transversais, processos
transversaisfinos e processos espinhosos quadriláteros. Características
comuns das Vértebras Lombares:
Corpos grandes e reniformes, foramens vertebrais triangulares,
pedículose lâminas curtas e espessas.
Figura 8:

Figura 9:

22
O sacro é constituído inicialmente por cinco vértebras, que se fundem
no adulto em um único osso em forma de cunha. Articula-sesuperiormente
com a quinta vértebra lombar e lateralmente com osossos do quadril.
Face Pelvina
É côncava e lisa e possui quatro pares de foramens sacrais pelvinos, por onde
saem os ramos ventrais dos primeiros nervos sacrais e seusvasos.
Face Dorsal
É rugosa e convexa. As espinhas dorsais das vértebras sacrais formama crista
sacral mediana. A fusão dos processos articularesforma as cristas sacrais
intermediárias. Possui quatro pares de foraminas sacrais dorsais.
Inferiormente, oscornos sacrais se articulam com os cornoscoccígeos.

Parte Lateral ou Massa Sacral


É formada pela fusão dos processos transversos, dando origem à crista
sacral lateral. A parte superior da parte lateral apresenta
uma superfície em forma de orelha (superfícieauricular), que se articula com
o ílio.
A Base
Apresenta o promontório, que é a bordaanterior da superfície anterior
da primeira vértebra sacral e o canalsacral que contém o saco dural, a parte

23
mais inferior da cauda eqüinae o filamento terminal. Apresenta também os
processos articulares, para articulação com L5.
O Cóccix
Como o sacro, o cóccix possui forma de cunha e apresenta umabase,
umápice, faces dorsais e pelvina e bordas laterais. Consiste dequatro
vértebras, algumas vezes cinco e, ocasionalmente, três. A primeirapossui dois
cornos que se articulam com os cornos sacrais.
Figura 10:

Articulações entre Corpos Vertebrais


Sinonímia e Aspectos Gerais
Também conhecidas como articulação intersomática ou intercorpórea,
apresentam os corpos intervertebrais adjacentes mantidos unidospor
ligamentos longitudinais e por discos intervertebrais.
O disco intervertebral
São coxins elásticos que formam as articulações fibrocartilagíneas
entreos corpos vertebrais adjacentes. Consiste tipicamente de um núcleo
pulposo circundado por um anel fibroso. No ânulo fibroso, duas porções
podem ser identificadas.
A porção externa está fortemente ancorada aos corpos vertebrais
adjacentes, misturando-se aos ligamentos longitudinais. É a porção
ligamentar do ânulo fibroso.

24
A porção interna forma um denso envelope esferoidal ao redor do
núcleo pulposo. O núcleo pulposo, que ocupa o centro do disco, é branco,
brilhante e semi-gelatinoso. É altamente plástico e comporta-se como um
fluido.
Figura 11:

Estrutura Histológica e Bioquímica

A porção externa do ânulo fibroso é constituída de 10 a 12 lamelas


concêntricas de fibras colágenas, dispostas em forma de espiral, num ângulo
de 65 graus com a vertical.

A camada interna é de constituição fibrocartilagínea. O núcleo pulposo


consiste de um núcleo central de matriz de proteoglicanos bem hidratada.
Esse alto conteúdo de água é máximo ao nascimento e diminui com a idade,
possuindo um ritmo nictemeral, diminuindo o conteúdo aquoso durante o dia
(variação de 1 a 2 cm na altura do disco).

Com o avançar da idade, todo o disco tende a ficar fibrocartilagíneo,


adelgaçando-se e sofrendo fissuras.

Funções

1. Ânulo fibroso:

 Ajuda a estabilizar os corpos vertebrais adjacentes; – permite o


movimento entre os corpos vertebrais;
 Atua como ligamento acessório;

25
 Retém o núcleo pulposo em sua posição;
 Funciona como amortecedor de forças.

2. Núcleo pulposo:

 Funciona como mecanismo de absorção de forças;


 Troca líquido entre o disco e capilares vertebrais;
 Funciona como um eixo vertical de movimento entre duas
vértebras. Topografia e Características Especiais
 São responsáveis por um quarto do comprimento da coluna
vertebral.
 São mais finos nas regiões torácicas e mais espessos na região
lombar.
 Os discos cervicais e lombares são mais espessos na porção
anterior que na posterior, contribuindo para a formação dessas
curvaturas secundárias.

o OS LIGAMENTOS LONGITUDINAIS
ANTERIORES

Ocupam uma faixa bastante ampla de tecido espesso, que passa


longitudinal e anteriormente aos corpos vertebrais e discos intervertebrais e
que se funde com o periósteo e ânulo fibroso, respectivamente. Acima, se
inserem no tubérculo anterior do atlas e abaixo, se espalham sobre a
superfície pelvina do sacro.

POSTERIORES

Localiza-se no interior do canal vertebral, passando longitudinal e


posteriormente aos corpos vertebrais e aos discos intervertebrais. Acima,
projetam-se com a membrana tectória, inserindo-se no osso occipital. Abaixo,
perdem-se no canal sacral.

o ARTICULAÇÕES ENTRE ARCOS VERTEBRAIS


Descrição e Sinonímia

26
Os arcos vertebrais são conectados por articulações sinoviais
chamadas zigoapofisárias, formadas pelos processos articulares de duas
vértebras contíguas e por ligamentos acessórios que se conectam com as
lâminas e os processos transversos e espinhosos.

Possuem cápsula articular fina e frouxa que permite o movimento


característico dos vários segmentos da coluna vertebral. Eram também
chamadas articulações interapofisárias.

o OS LIGAMENTOS ACESSÓRIOS
Ligamentos flavos- Conectam as bordas das lâminas das vértebras
adjacentes. Como se estendem até as cápsulas das articulações
zigoapofisárias, os liga-mentos flavos contribuem para formar o limite
posterior do forame intervertebral.

Ligamento da nuca- É uma membrana triangular que forma um septo


fibroso mediano entre os músculos dos dois lados do pescoço. Insere-se
superiormente no osso occipital, prendendo-se nos processos espinhosos até
a sétima vértebra cervical.

Ligamento supra-espinhal- Conecta as extremidades dos processos


espinhosos. É muito pouco desenvolvido na região lombar inferior. Acima,
junta-se com o ligamento da nuca.

Ligamentos interespinhais- Conecta os processos espinhosos


adjacentes em sua extensão. Apresentam notável desenvolvimento somente
na região lombar.

ligamentos intertransversais- Conectam os processos transversos


adjacentes. São insignificantes, exceto na região lombar. Articulações
Costovertebrais Articulações Costo-Somáticas Consistem nas articulações
diartrodiais (sinoviais) das cabeças das costelas com os corpos vertebrais.
Articulações Costo-Transversas Consistem nas articulações dos tubérculos
das costelas com os processos transversos das vértebras.

27
Articulações Sacroilíacas

Estrutura das Articulações Sacroilíacas

Constitui uma articulação sinovial plana, formada pela união das


superfícies auriculares do sacro e do ílio, a cada lado. Possui a função de ligar
firmemente a coluna vertebral à cintura pélvica. A morfologia dessa
articulação muda com a idade, passando de uma junta puramente sinovial na
infância a uma junta de fibrocartilagem no idoso.

Os Ligamentos Iliolombares

São vários ligamentos fortes, dispostos de maneira a contribuir com


grande importância para a estabilidade lombossacral. Esses ligamentos
incluem: – ligamento iliolombar superior; – ligamento iliolombar inferior; –
ligamento iliolombar anterior; – ligamento iliolombar posterior.

Articulações Especiais da Coluna Vertebral Atlanto-Occipital

É uma articulação sinovial bilateral entre a faceta articular superior da


massa lateral do atlas e o côndilo occipital correspondente. Funciona, em
conjunto, como uma articulação elipsoidal.

Atlanto-Axial

É composta por três articulações sinoviais: duas laterais e uma


mediana. As laterais são sinoviais planas entre os processos articulares
opostos de atlas e áxis. A mediana comporta-se como um pivô e ocorre entre
o arco anterior do atlas e o processo odontóide do áxis.

Uncovertebrais

Anatomicamente não constituem verdadeiramente uma articulação. É


a relação entre o processo uncinado da vértebra cervical e o corpo vertebral
da vértebra abaixo.

Os Músculos da Coluna Vertebral Localização Topográfica Uma


maneira prática de descrever topograficamente os músculos da coluna

28
vertebral é definir sua posição com relação a um plano que passa pelo
processo transverso das vértebras.

Aqueles que estão situados anteriormente com relação ao processo


transverso compõem a musculatura anterior da coluna vertebral. Aqueles a
esse plano posteriormente situados compõem a musculatura posterior.

A coluna vertebral é dotada de músculos posteriores em toda a sua


extensão, mas só existem músculos anteriores nas regiões cervicais e
lombares.

o Anatomia Neural da Coluna Vertebral


Topografia Vertebromedular

No adulto, a medula não ocupa todo o canal medular, pois termina no


nível L2. Assim, não há correspondência entre as vértebras e o segmento
medular correspondente. Considera-se segmento medular a parte da medula
compreendida entre a radícula mais superior de um nervo espinhal e a mais
inferior desse mesmo nervo.

A segmentação medular não é completa, já que não existem sulcos


transversais separando os segmentos medulares. Na porção superior e média
da coluna cervical, o segmento medular encontra-se quase diretamente
posterior à sua vértebra correspondente.

A partir daí, começa a ficar aparente a discrepância vertebromedular,


de modo que o segmento C8 está imediatamente atrás da vértebra VII (um
segmento mais alto). Essa relação se mantém até o nível de T11, quando, a
partir daí, o segmento medular encontra-se duas vértebras acima de sua
vértebra correspondente. Os nervos espinhais cervicais saem pelo forame
intervertebral acima de sua vértebra correspondente, com exceção de C8, que
sai abaixo da sétima vértebra cervical. Todos os outros nervos espinhais saem
pelo forame intervertebral abaixo de suas vértebras ipsissegmentares.

As Raízes Nervosas

29
Formação e anomalias

No sulco lateral anterior e lateral posterior da medula, fazem conexão


pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se
unem para formar, respectivamente, a raiz dorsal (sensitiva) e ventral (motora)
dos nervos espinhais.

As duas raízes, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais,
ocorrendo essa união distalmente ao gânglio espinhal da raiz dorsal. As raízes
nervosas ocupam de 7% a 22% da área seccional transversa do forame
intervertebral, com exceção de L5, que requer 25% a 30% da área disponível.

Há um número considerável de anomalias das raízes nervosas. Uma


classificação útil propõe três tipos de anomalia:

 Tipo I: duas raízes separadas emanam de uma mesma bainha


dural (raiz conjunta).
 Tipo II: duas raízes saem da coluna vertebral por um único
forame neural.
 Tipo III: ocorre uma anastomose entre raízes adjacentes.

o DERMÁTOMOS E MIÓTOMOS
Dermátomo é o território cutâneo inervado por uma única raiz nervosa
dorsal. O dermátomo recebe o nome da raiz que o inerva, p.ex., o dermátomo
de C5. Há uma considerável superposição entre dermátomos, de modo que
os limites entre dermátomos adjacentes são imprecisos. Miótomo ou campo
radicular motor é o conjunto de músculos inervados por uma única raiz ventral.
A maioria dos músculos são multirradiculares, mas existem músculos
unirradiculares como os intercostais.

o ORGANIZAÇÃO RADICULAR DA CAUDA EQÜINA


A cauda eqüina possui um padrão de inervação dentro do saco tecal,
de modo que as raízes lombares superiores se encontram em posição lateral
e as raízes lombares inferiores e sacrais em posição progressivamente mais
medial.

30
Dentro de cada raiz da cauda eqüina há também um arranjo
microanatômico. As fibras motoras encontram-se em posição ântero-medial e
as fibras sensitivas em posição póstero-lateral.

Os nervos espinhais

Os nervos espinhais fazem conexão com a medula espinhal. São 31


pares, que correspondem aos 31 pares de segmentos medulares existentes:
8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e
logo se divide em um ramo dorsal e um ramo ventral. O ramo dorsal,
geralmente menor, divide-se em ramos medial e lateral e se distribui à pele e
aos músculos da região dorsal do tronco.

Os ramos ventrais representam, praticamente, a continuação do tronco


do nervo espinhal. Eles se distribuem pela musculatura, pele, ossos e vasos
dos membros, região ântero-lateral do pescoço e tronco. Os ramos ventrais
dos nervos espinhais formam os plexos nervosos que darão origem a
importantes nervos do corpo humano.

Inervação da Coluna Vertebral

Os ramos meníngeos recorrentes (nervos sinuvertebrais ou de


Lushka), emitidos pelos nervos espinhais logo que emergem do forame
intervertebral, suprem as meninges e seus vasos, mas também dão filamentos
para estruturas articulares e ligamentares adjacentes. A camada externa do
ânulo fibroso dos discos intervertebrais parece receber filamentos desses
nervos. A origem da chamada dor discogênica ainda não é consensual na
literatura. Os ramos mediais do ramo dorsal dos nervos espinhais inervam o
periósteo externo, facetas articulares, músculos e ligamentos vertebrais.
Vascularização da Coluna Vertebral

A vascularização da coluna vertebral sofre variações regionais.


Todavia, observa-se um padrão comum de suprimento sangüíneo entre a
segunda vértebra torácica e a quinta vértebra lombar. De uma artéria

31
segmentar ou sua equivalente regional oriunda da aorta, cada vértebra recebe
seu aporte nutricional dos ramos central anterior, central posterior, pré-laminar
e pós-laminar.

Os ramos centrais são derivados de vasos externos à coluna vertebral,


enquanto os ramos laminares são derivados de ramos espinais que entram
pelo forame intervertebral, fornecendo a maior parte da nutrição do corpo e
arco vertebral na região médio-vertebral. Biomecânica da Coluna Vertebral

A função primária da coluna vertebral é dotar o corpo de rigidez


longitudinal, permitindo movimento entre suas partes. Secundariamente,
constitui uma base firme para sustentação de estruturas anatômicas
contíguas, como costelas e músculos abdominais, permitindo a manutenção
de cavidades corporais com forma e tamanho relativamente constantes.

Embora muitos textos assinalem que a proteção da medula espinal é


uma função primária da coluna vertebral, talassertiva não é correta. Sua
função primária é musculoesquelética e mecânica, constituindo-se apenas
como uma rota fortuita e conveniente para a medula espinhal ganhar acesso
a partes distantes do tronco e dos membros.

Biomecânica é a disciplina que descreve a operação do sistema


musculoesquelético e possui importante aplicação no estudo funcional da
coluna vertebral. A cinemática descreve as amplitudes e os padrões de
movimento da coluna vertebral e a cinética estuda as forças que causam e
resistem a esses movimentos. Somente movimentos limitados são possíveis
entre vértebras adjacentes, mas a soma desses movimentos confere
considerável amplitude de mobilidade na coluna vertebral como um todo.

Movimentos de flexão, extensão, lateralização, rotação e circundação


são todos possíveis, sendo essas ações de maior amplitude nos segmentos
cervical e lombar que no torácico. Isso ocorre porque os discos intervertebrais
cervicais e lombares apresentam maior espessura, não sofrem o efeito de
contenção da caixa torácica, seus processos espinhosos são mais curtos e

32
seus processos articulares apresentam forma e arranjo espacial diferente dos
torácicos.

A flexão é o mais pronunciado movimento da coluna vertebral.


Movimentos da Coluna Vertebral

1. Plano sagital

 Flexão
 Extensão

2. Plano coronal

 Lateralização direita
 Lateralização esquerda

3. Plano longitudinal

 Rotação ou circundação
 Amplitude de Movimento da Coluna Vertebral

4. Segmento cervical

 Flexão: mento na fúrcula


 Extensão: mento a 18 cm da fúrcula
 Lateralização: 30 graus
 Rotações: 60 graus

5. Segmento torácico

 Rotação: 75 graus
 Lateralização: 30 graus

Obs.: a lateralização do segmento dorsal dá-se na transição dorso-


lombar.

6. Segmento tombar

 Flexão: 60 graus
 Extensão: 30 graus

33
 Lateralização: 20 graus
 Rotações: 5 graus

A Articulação Sacroilíaca

Embora fortemente contida por seus ligamentos, a articulação


sacroilíaca exibe movimentos pequenos em sua amplitude, mas complexos
em sua natureza, normalmente não passando de dois graus. Entretanto,
durante a marcha ou em movimentos complexos como a flexão e extensão
dos quadris, a articulação sacroilíaca pode exibir movimentos de maior
amplitude em outros planos.

A Coluna Como Viga em Balanço A coluna vertebral, do ponto de vista


mecânico, é definida como uma viga em balanço, suportando cargas estáveis
e móveis.

34
Figura 12:

A Estabilidade Vertebral

Depende, principalmente, do papel das articulações zigoapofisárias,

dos ligamentos e da ação da musculatura, que, agindo nas estruturas

anatômicas próprias, levam à formação de curvas de adaptação no

sentido ântero-posterior. A estabilidade vertebral depende, portanto,

dos mesmos fatores que fazem contraposição às cargas recebidas.

35
Forças que atuam na Coluna Vertebral

A coluna vertebral sofre a ação de forças de tração e, em antagonismo,


forças de compressão. Menos importantes são as forças de cisalhamento.

A descarga das forças ocorre da seguinte maneira: o corpo vertebral


recebe as cargas e sobrecargas de compressão e a lâmina, por sua vez,
recebe as cargas e sobrecargas equilibrantes de tração, auxiliados pelos
músculos e ligamentos paravertebrais.

Corpos de Igual Resistência

Observando a forma e o tamanho das vértebras ao longo da coluna,


vemos que as vértebras cervicais ocupam uma área bem menor que as
lombares. Para que cada uma suporte convenientemente as forças e cargas
a que são submetidas, a coluna vertebral atende a um princípio da resistência
dos materiais chamado corpo de igual resistência de determinado sólido de
forma bizarra, no qual, seja qual for a seção transversa considerada, o esforço
de compressão será o mesmo.

Como exemplo de similitude, funciona como as chaminés de tijolos das


fábricas que, como a coluna vertebral, são cônicas por fora e cilíndricas por
dentro. Assim, à medida que se desloca do ápice para a base, a área
seccional transversa vai ficando cada vez maior, para que haja
aproximadamente a mesma carga por unidade de superfície em qualquer das
secções consideradas.

O Papel do Disco Intervertebral

O disco intervertebral separa os corpos vertebrais, permitindo às


vértebras dobrar-se umas sobre as outras. Cabe ao disco o importante papel
de dissipação da energia mecânica, através de deformações que estes sofrem
ao receber as forças solicitantes. Essa função é exercida pela combinação
das propriedades de líquido do núcleo pulposo e das características elásticas
do ânulo fibroso, funcionando de forma ambivalente para a dissipação e
transmissão de forças.

36
Um dos aspectos mais relevantes da biomecânica do disco
intervertebral é a variação de pressão que ocorre em sua estrutura nas
diversas variações posturais. A pressão interna do disco aumenta de
aproximadamente 100 kg em L3, quando o indivíduo muda da posição
sentada com o tronco ereto para 150 kg, quando o tronco é fletido
anteriormente e eleva-se para 220 kg quando um homem de 70 kg levanta um
peso de 50 kg. O risco de injúria é ainda maior quando o levantamento de
peso está associado com movimentos rotatórios do tronco, determinando
sobrecarga mecânica excessivamente elevada sobre as fibras póstero-
laterais dos ânulos fibrosos dos discos lombares.

A Unidade Motora Vertebral

É formada por uma vértebra montada sobre a outra, como todos os

elementos constituintes intermediários e anexos. Funciona como um


segmento motor vertebral, embora nenhuma desordem congênita ou
adquirida de um único elemento da unidade motora vertebral possa existir
sem afetar primeiro as funções de outros componentes da mesma unidade e
então, a função de unidades de outros níveis da coluna vertebral.

O Canal Raquidiano

O canal raquidiano localiza-se em uma posição intermediária com


relação às forças que atuam sobre a coluna vertebral, onde os esforços são
mais reduzidos pela proximidade de um plano de forças neutro. Além do mais,
seja qual for a posição assumida pelo indivíduo, as dimensões do canal
vertebral não se alteram significativamente, garantindo seu papel secundário,
mas importante, de proteção à medula espinhal e raízes nervosas.

FIGURA13 – O disco intervertebral.

(A) Representação esquemática das relações anatômicas do disco com as


vértebras contíguas.

(B) Segmento motor vertebral (área delimitada por linhas).

37
(C) Representação esquemática da dissipação e transmissão de forças que
atuam no disco intervertebral.

Figura 13:

Lordose Versus Cifose

Se observarmos um indivíduo lateralmente, percebemos que quanto


mais profundas forem as concavidades das lordoses cervicais e lombares,
maior será a convexidade da cifose dorsal e vice-versa. Há, portanto, uma
equivalência eqüitativa entre essas curvas adaptativas.

As afecções da coluna vertebral constituem um dos mais comuns


desafios para os profissionais que lidam com as enfermidades do aparelho
locomotor. Apesar dos avanços dos métodos de imagem, o conhecimento da
anatomia e a compreensão da biomecânica, continuam sendo a base para o
diagnóstico e tratamento das doenças vertebrais.

o CARGAS APLICADAS À COLUNA VERTEBRAL


A dor no dorso, especialmente na região lombar, é tão prevalente nos
esportes, ambientes profissionais e mesmo situações domésticas que se tem
empreendido pesquisas biomecânicas sobre este tema em todo o mundo.

O desequilíbrio entre a força da musculatura dorsal e da abdominal


pode ser fonte de problemas. Um desequilíbrio pode criar, entre outras coisas,
um desvio da postura pélvica, deste modo alterando a curva lordótica e
subseqüentemente sobrecarregando o disco.

38
As atividades causadoras de rotação são aquelas durante as quais a
coluna vertebral é submetida a torções vigorosas.

Em análises biomecânicas simplificadas, pode-se tratar a coluna


vertebral como um corpo rígido girando em tomo de seu eixo, situado na
articulação lombossacral (L5-S 1). Considere algumas das forças que atuam
sobre esse tipo de modelo durante as posturas elementares de ficar em pé e
levantar-se, dado um homem de 891 N (91 kg) na posição ereta.

Se 50% do peso corporal estiverem acima da articulação lombossacral,


pode-se pressupor uma força compressiva de 445,5 N (45,5 kg). Contudo, no
indivíduo normal, a face superior de S1 é inclinada para a frente de 30º a 40º
(ângulo sacral). (Essa inclinação introduz uma força de cisalhamento de até
341,25 N 934,8g). as forças compressivas atuam predominantemente sobre
o anel fibroso através da compressão do núcleo pulposo.

As forças de cisalhamento afetam principalmente o forame


intervertebral, às vezes denominado arco neural, a área entre os processos
articulares inferior e superior contíguos. Se o homem agora fletir a coluna
vertebral de modo que o ângulo seja 45º, é evidente que o braço de momento
do centro de gravidade da metade superior do corpo, e o braço de momento
de qualquer peso externo nas mãos ou em outro lugar, aumenta. Isto significa
que se houver necessidade de manter a metade superior do corpo numa
posição de equilíbrio estático, o torque exercido pelos extensores vertebrais
(músculo eretor da espinha) deve ser igual a essa tendência rotacional para
frente.

Observa-se que o torque necessário aumenta à medida que o ângulo


do tronco aproxima -se de 90º, quando o braço de momento atinge seu
máximo. Quando o ângulo do tronco aumenta além de 90º e o centro de
gravidade é trazido mais próximo do eixo de rotação, o braço de momento
começa a diminuir.

39
Logo, a contribuição dos extensores do tronco necessária para se opor
a esse torque também se reduz. Entretanto, após um certo ponto na amplitude
de movimento da flexão vertebral e da flexão do quadril associada, pode-se
observar "relaxamento dos flexores".

Quando ocorreu relaxamento dos flexores, disse-se que as estruturas


ósseo-ligamentosas passivas foram responsáveis pela estabilização da
coluna vertebral. (No entanto, o eretor da espinha alongado e o grupo
posterior profundo criam tensão passiva, a despeito do silencio elétrico,
segundo suas propriedades de comprimento-tensão). Como o braço de
momento dos ligamentos pós-vertebrais é pequeno, a necessidade de forças
dessa magnitude é potencialmente perigosa para os ligamentos.

A perda de pelo menos parte do controle muscular nas posições


extremas fornece informações biomecânicas importantes acerca de diversas

tarefas de levantamento, simétricas e assimétricas.

o MÚSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL


Os músculos que atuam sobre a coluna vertebral podem inicialmente
ser divididos em duas categorias, anterior e posterior. Os músculos de ambas
as categorias existem em pares bilaterais, embora possam e de fato
funcionem de modo independente (unilateralmente). Como regra geral, os
músculos da categoria anterior causam flexão da coluna vertebral, enquanto
os da categoria posterior são responsáveis pela extensão. Considera-se que
um músculo, o quadrado lombar, atua como flexor lateral puro.

Figura 13:

40
Grupo anterior - flexores cervicais

O grupo pré-vertebral de músculos consiste no longo do pescoço e


longo da cabeça. Estes são músculos profundos que causam flexão da
cabeça e vértebras cervicais (exceto o longo do pescoço, que atua apenas
sobre as vértebras cervicais) quando se contraem bilateralmente. A contração
unilateral desses músculos causa flexão lateral das vértebras cervicais ou
rotação da cabeça. Os oito músculos hióideos causam flexão cervical contra
uma resistência maior que a do segmento, mas são usados principalmente na
deglutição.

O superficial esternocleidomastóideo, um músculo de duas cabeças, também


flete a cabeça e vértebras cervicais. Atuando unilateralmente, causa a flexão
lateral das vértebras cervicais e rotação da cabeça para o lado oposto (os
termos lado oposto e mesmo lado em relação à rotação serão usados para
indicar o lado com referência ao músculo que esteja se contraindo
unilateralmente).

Os músculos escalenos (anterior, médio e posterior) podem ser


considerados com a categoria anterior, mas na verdade situam-se mais
lateralmente. Embora importantes na respiração, também fletem as vértebras
cervicais ou, se ativados em um lado, fletem lateralmente as vértebras
cervicais.

41
Grupo anterior - flexores lombares

Conforme indicado antes, o grau de flexão e extensão da região torácica é


extremamente restrito. Por isso, apenas a região lombar é apresentada aqui.
Devido às limitações da região torácica ao movimento no plano sagital, a
grande amplitude da flexão-extensão cervicais não influencia a região lombar.

O grupo de músculos responsáveis pela flexão lombar é geralmente


referido como abdominais. Eles não possuem nenhuma conexão direta com
a coluna vertebral. Alguns são ainda distinguidos por não possuírem fixações
ósseas em nenhuma das extremidades. Ademais, além das ações articulares
cruciais que efetuam (isto é, flexão lombar), sãoimportantes na constrição da
cavidade abdominal e seu conteúdo. Esta última função eleva a pressão

intra-abdominal, que, além de estar associada à eliminação de resíduos


(defecação e micção), também reduz as cargas sofridas pelas vértebras
lombares durante determinadas atividades. Uma discussão dessa função
segue-se à apresentação da musculatura.

O músculo reto do abdome, como seu nome indica, desce


verticalmente no abdome e suas partes direita e esquerda são separadas pela
linha branca tendínea. Devido à sua linha de tração orientada verticalmente,
é um primo-agonista para a flexão da coluna vertebral e um flexor lateral
quando ativado apenas de um lado.

Os músculos oblíquos interno e externo do abdome cobrem as porções


anterior e lateral da parede abdominal entre o reto do abdome na frente e o

músculo grande dorsal / fáscia toracolombar atrás. As fibras desses músculos


seguem quase perpendicularmente umas às outras, uma característica que
se reflete numa grande diferença em suas ações unilaterais.

Quando ambos os lados dos oblíquos externos se contraem


simultaneamente, os componentes Z e X de sua tração são neutralizados.
Quando apenas um lado do músculo é ativado, contudo, ocorre flexão
vertebral e, além disso, flexão lateral e rotação do tronco, neste caso para o

42
lado oposto. Com exceção da direção da rotação, o mesmo é válido para os
oblíquos internos. Durante uma contração unilateral desse músculo, a rotação
do tronco é para o lado oposto.

O transverso do abdome, o músculo mais profundo desse grupo, não


tem uma função associada à execução motora por causa de sua linha de
tração e conexões tendíneas. No entanto, todos esses músculos têm uma
conexão anatômica comum ou relação entre si, pois as bainhas aponeuróticas
dos oblíquos externo e interno e do transverso do abdome formam a bainha
do reto do abdome.

Grupo posterior - extensores vertebrais

Aproximadamente 140 músculos estão envolvidos na função motora da


coluna vertebral. Para fins de uma análise geral do movimento, a separação
dos extensores da coluna vertebral em grupos simplifica o assunto sem
comprometer a compreensão. Dois grandes grupos de músculos compõem o
grupo posterior (ou extensores vertebrais): o eretor da espinha e o grupo
posterior profundo.

O grupo eretor da espinha, ou músculo sacroespinhal, se origina como


uma grande massa carnosa na área sacral; quando ascende na coluna
vertebral, divide-se em três colunas principais. A divisão, que ocorre no nível
lombar superior, resulta na formação dos músculos iliocostal, longíssimo
espinhal (ainda considerados globalmente como o eretor da espinha. Nas
regiões torácica e lombar, o músculo sacroespinhal é coberto pela fáscia
toracolombar.

Esta estrutura é particularmente relevante, tendo em vista a prevalência


da síndrome de lombalgia e a relação de uma maior força dos músculos
abdominais com a redução das cargas sobre a coluna vertebral. O transverso
do abdome e a porção inferior da origem do oblíquo interno do abdome
nascem dessa fáscia. Ademais, a porção inferior da origem do oblíquo externo

43
justapõe-se a uma parte do grande dorsal, dos quais o último também é
incorporado à fáscia.

O músculo iliocostal, a mais lateral das três colunas, divide-se em três


partes regionais, os iliocostais lombar, torácico e do pescoço. Os nomes
assinalam sua posição anatômica. A coluna intermédia (longíssimo) e a
coluna medial (espinhal) se dividem em três partes regionais, a do tórax, do
pescoço e da cabeça. Todos estes músculos servem para estender a coluna
vertebral em diversos níveis. A contração unilateral do músculo iliocostal e do

longíssimo do tórax causa flexão lateral e rotação para o mesmo lado. A flexão
lateral e rotação das vértebras cervicais e cabeça são produzidas pelos
longíssimos do pescoço e da cabeça, respectivamente, quando um lado se
contrai. Os espinhais do tórax e do pescoço, contraindo-se unilateralmente,
também causam flexão lateral. Em geral, o espinhal da cabeça está associado

estrutural e funcionalmente ao semi-espinhal da cabeça.

Os músculos esplênicos (do pescoço e da cabeça) são freqüentemente


considerados parte do grupo eretor da espinha. Ambos servem como
extensores das vértebras cervicais e podem causar rotação dessas vértebras
e da cabeça.

O grupo espinhal posterior profundo inclui os intertransversários,


interespinhais, rotadores e multífidos, todos os quais atuam para estender a
coluna vertebral. Atuando unilateralmente, estes músculos causam flexão
lateral e rotação para o lado oposto. É importante ressaltar que, assim como
todos os músculos, o grau no qual essas ações unilaterais ocorrem depende
do torque gerado pela contração. Estes músculos geralmente possuem
braços de momento muito pequenos. Por exemplo, atribuiu-se um braço de
momento de 24 mm ao eretor da espinha atuando na articulação L5-S 1.

Com base na linha de tração observada do músculo, poder-se-ia muito


bem considerar esses movimentos rotatórios e de flexão lateral resultantes

44
como movimentos previstos apenas biomecanicamente, ao contrário de
movimentos significativos.

o PAPEL DA MUSCULATURA ABDOMINAL NA


REDUÇÃO DAS CARGAS VERTEBRAIS
As vértebras lombares e seus discos associados são submetidas a forças
muito grandes durante o curso de atividades diárias. Em geral, a fratura do
corpo vertebral ocorre antes da ruptura de um disco sadio. Vários
pesquisadores estimaram ou mediram as magnitudes dessas forças. Devido
à freqüência de lesões do dorso com suas subseqüentes repercussões
econômicas, a mecânica da coluna vertebral tem sido estudada
extensamente. Alguns autores, procurando quantificar forças normalmente
encontradas sobre a coluna vertebral, usaram modelos biomecânicos. Um
modelo estimou as forças compressivas sobre L5 em 10.000 N. Outros
relataram valores mais conservadores de 4.250 N de compressão. Em
modelos dinâmicos, nos quais as forças resultantes da inércia e aceleração
devem ser consideradas, foram relatadas forças compressivas máximas de
7.000 N. Kumar e Davis sugeriram que, via de regra, os levantamentos
dinâmicos podem ser considerados pelo menos duas vezes mais estressantes
que sustentações estáticas para a mesma resistência.

Naturalmente, as forças de cisalhamento aumentam com as forças


compressivas, e se a carga for assimétrica, forças rotacionais são
introduzidas. As cargas sobre a coluna vertebral, especialmente a região
lombar, devem ser mantidas o mais baixo possível.

A relação entre músculos abdominais fortes e um dorso sadio interessa


há muito os cinesiologistas. Existe uma relação de causa-efeito intuitiva entre

contração dos músculos do abdome, compressão do conteúdo abdominal e


elevação da PIA (pressão intra-abdominal. Quanto maior a PIA e mais rígido
o cilindro tóraco-abdominal, maior a fração de carga vertebral compartilhada
e maior a redução dascargas vertebrais.

45
o MECANISMOS TORÁCICOS BÁSICOS
A principal finalidade do tórax, composto pelas vértebras torácicas, 12 pares
correspondentes de costelas, cartilagens costais e esterno, é a proteção

dos principais componentes dos sistemas respiratório e circulatório.

O movimento do tórax está envolvido primariamente com a respiração.


A restrita amplitude do movimento toracovertebral, no que diz respeito á
complexidade e número de tarefas que constituem o movimento humano,
torna-o menos relevante que as regiões cervical e lombar.

O movimento do tórax é definido predominantemente pela elevação e

abaixamento das costelas e, sob várias condições, incluí a participação de


músculos previamente descritos e outros que merecem consideração. Em
geral consideram-se como os principais músculos da respiração o diafragma
e os intercostais. Os músculos escalenos, esternocleidomastóideo, peitorais,
serrátil anterior e abdominais são considerados agonistas e acessórios.

No homem, o diafragma é o músculo inspiratório principal. Com sua


ativação e subseqüente contração, o diafragma expande a base do tórax ao

mover as costelas para cima e lateralmente. Este movimento ocorre pelas


forças transmitidas através de seu centro tendíneo (inserção) à sua origem,
que se fixa quase inteiramente ao redor da face interna da cavidade corporal.
Os oblíquos internos e intercostais externos são ativos durante a expiração e
inspiração, respectivamente. Esses músculos funcionam de acordo com o
interespaço no qual estão localizados.

Defeitos específicos

A flexibilidade da coluna vertebral às vezes é prejudicada pelo


desenvolvimento de desvios indesejáveis.

A cifose e escápulas abduzidas são inteiramente diferentes: a primeira


é uma convexidade posterior aumentada da coluna torácica e a última um

46
desvio, para frente, do cíngulo do membro superior. Entretanto, uma causa a
outra e as duas comumenteaparecem como um defeito integrado.

A cifose resistente ou estrutural, ou qualquer defeito desse tipo acompanhado


de dor aguda, indica uma provável doença ou defeito hereditário de natureza
mais grave. Jamais se devem fornecer exercícios corretivos nesses casos,
exceto quando prescritos por um médico.

A lordose é uma concavidade posterior aumentada da curva lombar ou


cervical normal, acompanhada de uma inclinação da pelve para frente. Os
músculos da região lombar são encurtados e os abdominais alongados.
Quando essa posição é assumida habitualmente, um peso excessivo é
lançado sobre as margens posteriores dos corpos das vértebras lombares e
há uma forte tendência ao desenvolvimento de escápulas abduzidas em
compensação ao desvio para trás do peso corporal.

Os indivíduos que são mais flexíveis do que a média tem apenas de


adquirir a capacidade de assumir a posição correta da coluna vertebral e,
então, praticá-la até que o hábito esteja estabelecido. Quando a pelve é
inclinada excessivamente para frente, os músculos do dorso e flexores dos
quadris são encurtados enquanto os músculos do abdome e do jarrete são
alongados. Não trará nenhum beneficio corrigir o desequilíbrio apenas dos
músculos do tronco ou do quadril, ambos os grupos devem ser ajustados e
controlados para manter a pelve em seu grau de inclinação apropriado.

Dorso plano (cifose lombar) - o dorso plano envolve uma redução


abdominal na curvatura lombar normal. O ângulo de obliqüidade da pelve é

reduzido, pois os músculos dos jarretes são curtos demais e os flexores dos
quadris e ligamentos iliofemorais, longos demais. Está comumente associado
aos ombros arredondados, tórax plano eA condição é de difícil correção, mas
os esforços para aumentar a força e tônus dos músculos do abdome e eretor
da espinha podem ser recompensadores.

47
Curvatura lateral - a curvatura lateral da coluna vertebral, que em
estágios acentuados é denominada escoliose, é um desvio para um dos lados.
Representa uma combinação de desvio lateral e rotação longitudinal. Poder-
se-ia esperar que os músculos no lado côncavo da curvatura fossem mais
fortes que os do lado convexo, e isto é o que seria observado se a curvatura
decorresse da ação desimpedida dos músculos longitudinais. Contudo,
estudos eletromiográficos mostraram que na maioria dos casos os músculos
no lado côncavo são mais fracos que o normal. Isto é atribuído ao fato de que
o desequilíbrio dos músculos mais profundos (semiespinhal, multífico e
rotadores) é o principal fator na produção da deformidade. Esses músculos
profundos são rotadores importantes. Quando os de um lado são paréticos, a
ação desimpedida dos músculos do lado oposto gira as vértebras para uma

posição escoliótica. Em alguns casos, entretanto, os músculos no lado


convexo estão atrofiados e os do lado côncavo, contraídos. E controverso se
as alterações que depois ocorrem podem ser explicadas com base apenas no
desequilíbrio muscular.

A curvatura lateral diminui a capacidade da coluna vertebral de


sustentar o peso corporal, distorce as cavidades corporais, aglomera os
órgãos fora de lugar e, em casos avançados, causa compressão dos nervos
espinhais onde eles deixam o canal vertebral. A escoliose geralmente começa
com uma curva em C única. Esta pode ser para qualquer um dos lados, mas
como a maioria das pessoas é destra, os músculos no lado direito do corpo
são mais fortes e a convexidade tende a se desenvolver para a esquerda. A
condição tende a ser mais prevalecente em meninas e entre biótipos
ectomorfos, mas não está confinada a nenhum dos dois. a curvatura pode
estender-se por toda a coluna vertebral ou ser localizada. Uma curva em C
pode inclinar a cabeça obliquamente, quando então há uma tendência reflexa
a endireitá-la até que os olhos estejam novamente nivelados. Ao longo do
tempo, esse reflexo de endireitamento cria uma inversão da curva em C nos
níveis espinhais superiores, produzindo uma curva em S. podem surgir novas

48
tentativas de compensação, criando ondulações adicionais na curva. Nos
estágios iniciais, a escoliose pode ser funcional, ou postural. Estes termos
indicam que a curva pode ser eliminada por esforço voluntário ou ao
pendurarse com as mãos. Nos estágios posteriores, a condição se torna
resistente, ou estrutural, e a curva não pode mais ser eliminada desse modo.

Uma vez estabelecida uma curva estrutural, exercícios corretivos


podem produzir uma curva compensatória ao invés de abolição da curva
primária.

A escoliose pode ser causada por numerosas condições unilaterais,


incluindo defeitos hereditários da estrutura; deterioração de vértebras,
ligamentos, ou músculos, em decorrência de infecções ou doença; paralisia
unilateral de músculos espinhais; um membro inferior curto unilateral; pé plano
ou pronação unilateral; e desequilíbrio do desenvolvimento muscular devido à

profissão ou hábito.

o MEMBROS SUPERIORES
A articulação do ombro é a articulação menos congruente do corpo
humano, assim envolve uma ampla amplitude de movimentos nas atividades
diárias. Esses movimentos resultam de uma complexa interação entre as
estruturas ósseas (escápula, cabeça do úmero e clavícula) e tecidos moles
adjacentes, envolvendo cápsula do ombro, ligamentos estabilizadores e
músculos 37.

A arquitetura da articulação glenoumeral, envolve uma grande cabeça


umeral articulada e superfície glenoidal relativamente pequena, com
ligamentos e músculos para estabilizar todo o arco do movimento (em
oposição a articulação do quadril com sua congruente “ball-in-socket”) 38.

A extensa amplitude de movimento permite ao atleta a capacidade de


participar de uma série de atividades esportivas, porém não é isenta de riscos.

49
Se alguns dos estabilizadores estáticos ou dinâmicos são atingidos por
trauma ou uso excessivo, o ombro tem maior risco de lesão. Em atletlas, 8 a
20% das lesões são no ombro 38.

Em relação à cintura escapular, examinamos seus componentes,


envolvendo anatomia óssea (úmero, clavícula e escápula); articulações
ósseas e musculares (glenoumeral, acromioclavicular,esternoclavicular e
escapulotorácica); estabilizadores estaticos (cápsula e ligamentos) e
músculos ou estabilizadores dinâmicos (manguito rotador, deltóide e
estabilizadores escapulares).Esses elementos funcionam em um contexto
dinâmico, como unidade inter-relacionada 38.

O úmero é o maior e mais longo osso nos membros superiores, sendo


a sua parte proximal formada por cabeça, tubérculo maior e menor, sulco
biccipital e haste umeral proximal. O tubérculo maior é o local de inserção do
supraespinhal, infraespinhal e redondo menor, e o tubérculo menor do
subescapular, completando o manguito rotador. O colo cirúrgico do úmero
36
está situado distalmente aos tubérculos .

A escápula é um osso triangular grande e fino, situado


pósterolaeralmente ao tórax, servindo como local de fixação muscular. A
espinha da escápula separa os músculos supra e infra espinhal, além disso
temos nesse osso a inserção de parte do músculo trapézio e a origem do
deltóide posterior 34.

O acrômio da escápula atua como um braço de alavanca para o


deltóide e articula com a extremidade distal da clavícula, formando a
articulação acromioclavicular. Além disso, o acrômio forma uma parte do teto
para o espaço do manguito rotador.

Tendinite e bursite são o resultado do impacto da cabeça do úmero e o


manguito rotador contra o arco coracoacromial (acrômio, ligamento
34
coracoacromial e processo coracóide) . O processo coracóide serve como

50
origem de 2 ligamentos coracoclaviculares, que juntamente com o ligamento
acromioclavicular, estão relacioanado com a articulação acromioclavicular.

O nervo supraescapular passa abaixo desses ligamentos para inervar


34
os músculos supraespinhal e infraespinhal . A cavidade glenoide repesenta
a articulação com a cabeça do úmero, sendo a sua superfícia articular de
apenas um terço a um quarto da cabeça do úmero e, portanto, fornece apenas
uma pequena contribuição para a estabilização glenoumeral.

A cabeça do úmero fornece a base óssea para a movimentação do


ombro 38.

A clavícula serve como único suporte ósseo que liga o tronco a cintura
escapular por meio da articulação esternoclavicular medialmente e a
acromioclavicular lateralmente. Serve como local para fixação de músculos,
barreira para proteger estruturas neurovasculares e estabilizar o complexo do
ombro. A clavícula previne a migração da cintura escapular através dos
38
ligamentos coracoclaviculares .

A articulação glenoumeral é adequada para extrema mobilidade; sendo


que a qualquer momento, apenas 25 a 30% da cabeça do úmero está em
contato com a fossa glenóide. O ombro normal restringe a cabeça do úmero
para dentro de 1 a 2 mm em relação a cavidade glenóide, sendo resultado de
uma interação de força estática (não requer energia ativa, ou seja, cápsula,
lábio e ligamentos) e dinâmica (muscular) 38.

Em relação aos estabilizadores dinâmicos, temos o manguito rotador.


Um grupo de músculos consistindo em: subescapular, supraespinhal,
infraespinhal e redondo menor. Nesse sentido de estabilizador, são realizados
movimenos tridimensionais ou rotações da cabeça do úmero como resultado
de sua interação com estabilizadores estáticos. Como grupo são menores em
relação a área e tamanho, quando comparados ao deltóide, peitoral maior,
38
latíssimo do dorso e trapézio .

51
A contração dos músculos do manguito rotador resulta em compressão
da concavidade e a contração assimétrica age para causar a rotação da
cabeça do úmero durante o movimento do ombro. O supra- espinhal se origina
na fossa supraespinhal e se insere no tubérculo maior do úmero. Estabiliza a
articulação glenoumeral, realiza abdução de braço e auxilia o deltóide na
elevação de braço. O infra-espinhal origina-se na fossa intra-espinhal e se
insere na face média do tubérculo maior do úmero. Realiza rotação lateral e
estabiliza a articulação glenoumeral contra subluxação posterior 38.

O redondo menor se origina das regiões média e superior da borda


lateral da escápula e se insere na parte mais inferior do tubérculo maior. Em
conjunto com o infra-espinhal, realiza rotação lateral e estailiza a articulação
glenoumeral. A inervação é pelo nervo axilar 34.

O músculo subescapular reprensenta a porção anterior do manguito


rotador, tendo origem na fossa subescapular e se insere no tubérculo menor
do úmero. Funciona como rotador medial e é inervado pelos nervos sub-
escapular superior e inferior 34.

O úmero é o maior e mais longo osso nos membros superiores, sendo


a sua parte proximal formada por cabeça, tubérculo maior e menor, sulco
biccipital e haste umeral proximal. O tubérculo maior é o local de inserção do
supraespinhal, infraespinhal e redondo menor, e o tubérculo menor do
subescapular, completando o manguito rotador. O colo cirúrgico do úmero
34
está situado distalmente aos tubérculos .

A escápula é um osso triangular grande e fino, situado


pósterolaeralmente ao tórax, servindo como local de fixação muscular. A
espinha da escápula separa os músculos supra e infra espinhal, além disso
temos nesse osso a inserção de parte do músculo trapézio e a origem do
deltóide posterior 34.

O acrômio da escápula atua como um braço de alavanca para o


deltóide e articula com a extremidade distal da clavícula, formando a

52
articulação acromioclavicular. Além disso, o acrômio forma uma parte do teto
para o espaço do manguito rotador. Tendinite e bursite são o resultado do
impacto da cabeça do úmero e o manguito rotador contra o arco
coracoacromial (acrômio, ligamento coracoacromial e processo coracóide)38.

Compreender a anatomia funcional e as frequentes fontes associadas


a lesão do ombro permitem que os esportes apresentem uma estrutura
voltada para o cuidado de lesões no ombro atlético. A avaliação da lesão do
manguito rotador, instabilidade do ombro ou colisões orientam a decisão
clínica e informam opções terapêuticas 35.

O saque no tênis coloca altas exigências sobre o ombro, requerindo


grandes amplitudes de movimento de articulação glenoumeral e
escapulotorácica, produzindo grandes velocidades rotacionais e forças na
40
articulação . que lida com a análise das forças que agem sobre um objeto.
Seja para a manutenção deste ou de uma estrutura em um ponto fixo, como
a descrição e a causa do movimento do mesmo.

Assim, a Cinesiologia deve ser capaz de aplicar leis e princípios


básicos de mecânica a fim de avaliar as atividades humanas. Essa aplicação
da mecânica cai nos domínios da Biomecânica que pode ser definida como
aplicação da mecânica aos organismos vivos, tecidos biológicos, aos corpos
humanos e animais.

A postura do corpo é resultante de inúmeras forças musculares que


atuam equilibrando forças impostas sobre o corpo, e todos os movimentos do
corpo são causados por forças que agem dentro e sobre o corpo. Em nossas
atividades diárias, no trabalho, no esporte, temos que lidar com forças e os

profissionais que trabalham com lesões musculoesqueléticas precisam


compreender como as forças afetam as estruturas do corpo e como estas
forças controlam o movimento.

A biomecânica é a base da função músculoesquelética. Os músculos


produzem forças que agem através do sistema de alavancas ósseas. O

53
sistema ósseo ou move-se ou age estaticamente contra uma resistência. O
arranjo de fibras de cada músculo determina a quantidade de força que o
músculo pode produzir e o comprimento no qual os músculos podem se
contrair. Dentro do corpo, os músculos são as principais estruturas
controladoras da postura e do movimento. Contudo, ligamentos, cartilagens e
outros tecidos moles também ajudam no controle articular ou são afetados
pela posição ou movimento.

o CENTRO DE GRAVIDADE
A Gravidade é uma força externa que age sobre um objeto sobre a terra, e
para equilibrar essa força, uma segunda força externa precisa ser induzida ou
seja, todo o corpo recebe a ação de uma força, reage à mesma com uma força
igual e oposta.

Figura14:

O conceito de Centro de Gravidade é proveitoso ao descrever e analisar


mecanicamente o movimento do corpo humano e outros objetos, sabendo
exatamente como a força da gravidade atua nesses corpos.

Figura 15:

54
O Centro de Gravidade é o ponto dentro de um objeto onde se pode
considerar que toda a massa, ou seja, o material que constitui o objeto, esteja

concentrada. A gravidade puxa para baixo todo ponto de massa que constitui
este objeto ou o corpo. No entanto, a determinação do Centro de Gravidade
do corpo humano é muito difícil, pois este não apresenta densidade uniforme,
não é rígido e não é simétrico enquanto um objeto com todas estas
características o Centro de Gravidade em cada ponto é igual.

Existem cálculos matemáticos que analisam parte a parte o centro de


gravidade de um corpo não uniforme, de forma a adquirir um resultado médio

do centro de gravidade do mesmo.

Figura 16:

55
Linha gravitacional

A localização do Centro de Gravidade do corpo como um todo varia,


dependendo da posição do corpo. Numa pessoa ereta, pode-se situá-lo de
forma aproximada sobre uma linha, formada pela interseção de um plano que
corta o corpo em duas metades, uma direita e uma esquerda, e um plano que
corta o corpo em metade anterior e posterior. A posição do ponto do Centro
de Gravidade ao longo desta linha imaginária, pode-se considerar que a
gravidade atua sobre esse único ponto de Centro de Gravidade, puxando
diretamente para baixo em direção ao centro da terra. Essa linha ou direção
de tração é a linha de gravidade.

Base de sustentação

A base de sustentação, ou a base de apoio para o corpo é a área formada


abaixo do corpo pela conexão com a linha continua de todos os pontos em
contato com o solo. Na posição ereta, por exemplo, a base de apoio é

56
aproximadamente um retângulo, formado por linhas retas através dos dedos,
formado por linhas retas através dos dedos e calcanhares e ao longo dos
dedos de cada pé.

Quando um corpo está numa posição fixa com a linha de gravidade


passando através da base de apoio, diz-se que ele está compensado, estável
ou em equilíbrio estático. Se a linha de gravidade passar fora da base de
membros apoiadores deve mover-se para evitar uma queda. Essa situação
ocorre continuamente, quando andamos, corremos e mudamos de direção.

Forcas que atuam no movimento

A Ciência mecânica diz que uma força pode ser definida simplesmente
como um empurrão ou tração. Por definição a força é uma entidade que tende
a produzir movimento. Às vezes, o movimento não ocorre ou o objeto se acha
em equilíbrio. O ramo da mecânica que lida com este fenômeno é a estática;
caso haja o movimento, é chamado dinâmica.

A força é definida por quatro características básicas:

 magnitude de força;
 direção;
 sentido;
 quantidade de tração.

As forças mais comuns envolvidas com a biomecânica são: a força


muscular, gravitacional, inércia, de flutuação e força de contato. A força
produzida por músculos depende de vários fatores.

Dois desses fatores incluem velocidade de contração do músculo e


comprimento do músculo. O peso de um objeto é resultado da força
gravitacional.

O conceito de inércia mantém que um corpo permanece em repouso


ou em movimento uniforme até receber a ação de uma força externa.

57
A força de flutuação tende a resistir à força da gravidade. Na água a
magnitude dessa força equivale ao peso de água que o objeto desloca. A

força de contato existe toda vez que dois objetos se acharem em contato um
com o outro. Esse tipo de força pode ser uma força de reação ou uma força
de impacto. A força pode ser ainda subdividida em uma força normal
perpendicular às superfícies de contato e uma força de fricção ou atrito que é

paralela à superfície de contato.

Planos e eixos

Planos de ação são linhas fixas de referencia ao longo das quais o corpo se
divide. Há 3 planos e cada um está em ângulo reto ou perpendicular com dois
planos. O plano frontal passa através do corpo de lado a lado, dividindo-o em
frente e costa. É também chamado plano coronal. Os movimentos que
ocorrem neste plano são abdução e adução.

O plano sagital passa através do corpo da frente para trás e o divide


em direita e esquerda. Pode-se pensar nele como uma parede vertical cuja

extremidade se move. Os movimentos que ocorrem neste plano são flexão e


extensão.

O plano transverso passa horizontalmente pelo corpo e o divide em


parte superior e inferior. É também chamado plano horizontal. Neste plano,

ocorre a rotação.

Figura 17:

58
Sempre que um plano passa pela linha média de uma parte, esteja ela no
plano sagital, frontal ou transverso, está se referindo ao plano cardinal,

porque divide o corpo em partes iguais. O pondo onde os três planos cardinais
se encontram é o centro de gravidade. No corpo humano este ponto é, na
linha média, mais ou menos ao nível da segunda vértebra sacra, ligeiramente
anterior a ela.

Os eixos são pontos que atravessam o centro de uma articulação em


tomo da qual uma parte gira.

O eixo sagital é um ponto que percorre a articulação de frente para trás.

O eixo frontal vai de lado a lado.

O eixo vertical, também chamado longitudinal, vai da parte superior a


inferior.

O movimento articular ocorre em torno de um eixo que está sempre


perpendicular a um plano. Outro modo de se descrever este movimento
articular, é que ele ocorre sempre no mesmo plano e em tomo do mesmo eixo.
Por exemplo, flexão/extensão ocorrerá sempre no plano sagital em tomo do

59
eixo frontal e a adução em tomo do eixo sagital. Movimentos semelhantes
como o desvio radial e ulnar do punho também ocorrerão no plano frontal em
tomo do eixo sagital.

o TIPOS DE MOVIMENTO
Movimento linear, também chamado movimento translatório, ocorre
mais ou menos em uma linha reta, de um lugar para outro. Todas as partes
do objeto percorrem a mesma distancia, na mesma direção e ao mesmo
tempo. Se este movimento ocorrer em linha reta é chamado movimento
retilíneo. Se este movimento ocorre numa linha reta, mas em uma forma
curva, é chamado curvilíneo.

O movimento de um objeto em tomo de um ponto fixo é chamado movimento


angular, também conhecido como movimento rotatório. Todas as partes do
objeto movem-se num mesmo ângulo, na mesma direção, ao mesmo tempo.
Elas não percorrem a mesma distância. Falando de um modo geral, a maioria
dos movimentos do corpo é angular, enquanto os movimentos feitos fora da
superfície corporal tendem a ser lineares. Exceções podem ser

encontradas. Por exemplo, o movimento da escápula em elevação/depressão


e pronação/retração é essencialmente linear. Todavia, o movimento da
clavícula, que é fixada à escápula, é angular e realizado através da articulação

extraclavicular.

60
MOVIMENTOS ARTICULARES

Figura 18:

As articulações movem-se em direções diferentes. O movimento ocorre


em tomo de um eixo e de um plano. Os termos a seguir são usados para
descrever os vários movimentos que ocorrem numa articulação sinovial. A
articulação sinovial é uma articulação móvel livre, onde a maioria dos
movimentos articulares ocorrem.

 Flexão: é o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando


uma diminuição do ângulo da articulação.
 Extensão: é o movimento que ocorre inversamente à flexão. É o
endireitamento de um osso sobre o outro, causando aumento do
ângulo de articulação.

O movimento, geralmente, traz uma parte do corpo à sua posição anatômica


após esta ser flexionada.

A hiperextensão é a continuação da extensão, além da posição


anatômica.

61
 Abdução: é o movimento para longe da linha média do corpo e adução
é o movimento de aproximação da linha média do corpo. As exceções
a esta definição de linha média são os dedos e os artelhos, onde o
ponto de referência para os dedos é o dedo médio.

O movimento para longe do dedo médio abduz, mas aduz somente como um

movimento de volta da adução. O ponto de referência dos artelhos é o


segundo artelho.

Semelhante ao dedo médio, o segundo artelho abduz da direita para a


esquerda, mas não abduz a não ser como movimento de volta da adução.

 Circundução: é a combinação de todos esses movimentos numa


seqüência em que a parte da extremidade faz um grande círculo no ar,
enquanto as partes próximas à extremidade proximal fazem um círculo
pequeno.
 Rotação: é o movimento de um osso ou parte dele em torno de seu
eixo longitudinal. Se a superfície anterior se move em direção à linha
média, é chamado medial ou rotação interna. Se a superfície anterior
se movimenta para longe da linha média, este movimento é chamado
rotação lateral ou externa.

Alguns termos são usados para descrever movimentos específicos de certas


articulações, como:

 Pronação: é o movimento ao longo de um plano paralelo ao solo e para


longe da linha média e
 retração é o movimento no mesmo plano em direção à linha média.
Ainda existem alguns termos como desvio ulnar e radial, para se referir
à adução e abdução do punho.
 Inclinação lateral: quando se refere ao tronco que se move para a
direita ou para a esquerda.

62
o TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES
Há três tipos básicos de contrações musculares:

 Isométrica;
 Isotônica concêntrica; e
 Isotônica excêntrica.

Contração isometrica

Uma contração isométrica ocorre quando o músculo se contrai,


produzindo força sem mudar o seu comprimento. O músculo se contrai mas
nenhum movimento ocorre. O ângulo da articulação muda.

Uma contração isotônica pode ser dividida em concêntrica e excêntrica.


Uma contração concêntrica ocorre quando há movimento articular, o músculo
diminui e as fixações musculares se movem em direção uma da outra.

Uma contração excêntrica ocorre quando há movimento articular, mas


o músculo parece alongar, quer dizer, as extremidades se distanciam.

Contrações concêntricas

1- Fixações musculares se movem juntas, em direção uma da outra.

2- O movimento se faz contra a gravidade.

3- Se o movimento acontece com gravidade, o músculo está usando uma


força maior do que a força da gravidade.

Contrações excêntricas

1- As fixações musculares se movem para longe uma da outra.

2- 0 movimento ocorre com gravidade.

o SISTEMA DE ALAVANCAS
Uma alavanca é uma barra rígida que gira em torno de um ponto fixo
quando uma força é aplicada para vencer a resistência. Uma quantidade

63
maior de força ou um braço de alavanca mais longo aumentam o movimento
de força.

Há três classes de alavancas, cada uma com uma função e uma


vantagem mecânica diferente. Diferentes tipos de alavancas também podem
ser encontrados no corpo humano. No corpo humano, a força que faz com
que a alavanca se mova, na maioria das vezes e muscular. A resistência que
deve ser vencida para que o movimento ocorra, inclui o peso da parte a ser
movida, gravidade ou peso externo. A disposição do eixo em relação à força
e a resistência vão determinar o topo de alavanca.

Figura 19:

Classe das alavancas

Alavanca de Primeira Classe

O eixo (E) está localizado entre a força (F) e a resistência (R).

Alavanca de Segunda Classe

O eixo (E) em uma das extremidades, a resistência (R) no meio e a força (F)
na outra extremidade.

Alavanca de Terceira Classe

64
Tem o eixo numa das extremidades, a força no meio, a resistência na
extremidade oposta.

A alavanca de 3ª classe é a mais comum das alavancas do corpo. Sua


vantagem é a extensão do movimento.

Torque

Se for exercida uma força sobre um corpo que possa girar em torno de
um ponto central, diz-se que a força gera um torque. Como o corpo humano
se move por uma série de rotações de seus segmentos, a quantidade de
torque que um músculo desenvolve é uma medida muito proveitosa de seu
efeito.

Para empregar o valioso conceito de torque, devemse compreender os


fatores relacionados à sua magnitude e as técnicas para seu cálculo. A
magnitude de um torque está claramente relacionada à magnitude da força
que o está gerando, mas um fator adicional é a direção da força em relação à
posição do ponto central. A distância perpendicular do pivô à linha de ação da

força é conhecida como braço de alavanca da força.

Um método para calcular o torque é multiplicar a força (F) que gerou pelo
braço de alavanca (d). T = F x d

Cadeia cinética

É o estudo das forças que produzem ou afetam o movimento. As leis


desenvolvidas por Newton formam a base para o estudo da cinemática.

Figura 20:

65
o PRIMEIRA LEI DE NEWTON
A força tem sido definida como uma entidade que acelera um objeto
(implica em movimento). A aceleração, seja positiva ou negativa, de um
objeto, é a rapidez com que muda de velocidade, que é produzida por uma ou
mais forças.

Esta é a lei da Inércia, que afirma que um objeto permanece em seu


estado existente de movimento a menos que sofra a ação de uma força
externa. Assim, um objeto estacionário não começará a se mover, a menos
que uma força externa aja sobre ele, e um objeto em movimento permanecerá
em movimento, na mesma velocidade e direção.

Segunda lei de newton

A segunda lei de Newton é a lei da aceleração. Afirma que quando uma


força externa age sobre um objeto, o objeto muda sua velocidade ou acelera-
se em proporção direta à força aplicada. O objeto irá também acelerar em
proporção inversa à sua massa. Assim, a massa tende a resistir à aceleração.
A fórmula bem conhecida como: F = m . a é válida para objetos que se movem
em translação ou linearmente.

Terceira lei de newton

A gravidade é uma força externa que sempre age sobre um objeto


sobre a terra. Para equilibrar essa força crescente, uma segunda força externa
precisa ser introduzida. Um objeto apoiado sobre uma mesa recebe ação de
pelo menos duas forças: a da gravidade e a força exercida pela mesa.

66
Assim, na medida em que o objeto sobre a mesa sofre ação da tração
da gravidade, a mesa reage à força da gravidade com uma força igual e
oposta.

o TRABALHO E ENERGIA
Quando a força de um objeto está relacionada com a localização do
objeto, os princípios de trabalho e energia se tornam importantes. Em
mecânica, o trabalho refere-se ao produto de forças exercidas sobre um
objeto e o deslocamento do objeto paralelo ao componente de força de
resistência do objeto.

Trabalho (W) = Força (F) x Distância (d).

O trabalho é realizado na medida em que a força vence uma resistência


e move o objeto em uma direção paralela ao componente de força de
resistência.

Energia é a capacidade de fazer trabalho. Existem muitas formas de


energia, dentre elas a energia mecânica e o calor. O calor é geralmente
considerado subproduto de outras formas de energia ou resulta quando uma
forma de energia se transforma em outra.

Um aumento de calor ocorre quando moléculas de área aquecida


aumentam sua quantidade de movimento. A energia mecânica pode ser
dividida em dois tipos: energia potencial e cinética.

A energia potencial é a energia armazenada. Possui o potencial para ser


liberada e tornar-se energia cinética, que é a energia de movimento.

o A MARCHA
"No primeiro ano de vida, há estreita relação entre as

funções que aparecem e desaparecem e a evolução

estrutural do sistema nervoso central. É fora de discussão

que as funções mais elementares de sistemas mais

primitivos vão sendo paulatinamente inibidas pelos

67
sistemas hierarquicamente superiores (Jackson, J.)".

Compreendemos que a marcha na criança está além do


desenvolvimento motor, mas unido a este encontramos as sensações
experimentadas pelo bebê no decorrer do primeiro ano de vida como sendo
de imensa importância para o deambular, assim como para fazê-lo de forma
correta.

A postura do bebê deve ser vista e analisada do ponto de vista funcional


e as compensações antálgicas que surjam devem ser corrigidas o mais
precocemente possível. O bebê começa a deambular entre os doze e
quatorze meses iniciais da sua vida, porém isso dependerá, e muito, das
experiências que ele vivenciará nesta fase.

Os primeiros passos:

Na verdade, observamos os primeiros passos do bebê como sendo


através do reflexo de apoio plantar (RAP) e marcha reflexa. Este teste
neurológico serve para avaliar a maturidade a nível medular no bebê.

Estes reflexos devem estar presentes até o segundo mês de vida. Em


tomo dos nove meses de idade o bebê começa a ficar de pé com apoio, na
verdade é nesta fase que o bebê começa a equilibrar-se na posição
osteostática e assim se preparar para o início da marcha.

Depois dessa fase o bebê começa a experimentar o ficar de pé sem


auxílio de um apoio; esta postura intermediária entre o começo da fase de
equilíbrio e a marcha é quando o centro de gravidade começa a se ajustar
para os primeiros passos.

Marcha com apoio:

Uma vez atingida a posição de pé, tendo as mãos apoiadas, a criança dá


passos com a base de sustentação muito alargada. Apesar de começar a
deambulação, a criança ainda utiliza o engatinhar para explorar o meio à sua

volta.

68
Marcha sem apoio:

Nesta fase a criança deambula, sem apoio das mãos, com a base de
sustentação ainda muito alargada e muita instabilidade de equilíbrio. O apoio
plantar é feito basicamente pelo bordo medial dos pés e calcâneo. Em geral
durante a marcha, atitude dos membros superiores, e de abdução das
escapuloumerais, flexão dos cotovelos, a fim de auxiliar no equilíbrio do corpo
ao deslocarse.

Somente quando a criança começa a andar é que aparecem as


reações de equilíbrio na posição de pé. Chamamos de alteração nesta fase a
criança que ao deambular o faça com apoio, se andar nas pontas dos pés ou
se claudicar.

O colocar a criança de pé, mesmo com apoio precocemente, pode levar


a sérios danos a coluna espinhal, assim como deformidades nos joelhos que
irão interferir na marcha.

A marcha:

A terminologia marcha é descrita como referência às atividades de um


membro. A maior unidade empregada à marcha é chamada de ciclo da
marcha. No ato normal de caminhar, um ciclo de marcha começa quando o
calcanhar do membro de referência contacta a superfície de sustentação, e

este ciclo termina quando o calcanhar do mesmo membro contacta


novamente o solo.

O ciclo da marcha divide-se em duas fases: a primeira de apoio e


balanço e a segunda de dupla sustentação. Na marcha normal a fase de apoio
constitui 60% do ciclo da marcha e é definida como o intervalo em que o pé
do membro de referência está em apoio com o solo; a fase de balanço
constitui 40% do ciclo da marcha, e é onde o membro de referência não
contacta o solo.

69
A dupla sustentação refere-se aos dois intervalos num ciclo da marcha
em que o peso corporal está sendo transferido de um pé para o outro, e ambos
os pés estão em contato com o solo, ao mesmo tempo.

Determinantes da marcha:

Durante um ciclo completo, o centro de gravidade é deslocado duas


vezes em seu eixo vertical. O pico se dá durante o meio da postura na fase
estática quando a perna sustentadora de peso está vertical e seu ponto mais
baixo quando as duas pernas estão sustentando peso com posição de apoiar
o calcanhar e a outra em ponta de dedos.

Rotação e inclinação pélvica:

A rotação pélvica visa diminuir a ondulação vertical, na qual a pelve


oscila sobre um eixo da coluna lombar. O grau de compensação da pelve
durante o passo também diminui o ângulo entre a pelve e a coxa e a perna e
o solo. Por outro lado, a inclinação pélvica é uma queda da pelve do lado do
balanceio. A perna de apoio está aduzida e a perna em movimento levemente
aduzida, e fletida no quadril e joelho para se erguer do solo.

Flexão do joelho na fase de apoio:

O joelho durante a fase de apoio está completamente estendido quando o


calcanhar toca o solo, o que inicia a fase de apoio para a perna Quando o
corpo se desloca sobre o seu centro de gravidade o joelho flete, o corpo passa
sobre o pé e o joelho gradualmente reestende até a extensão total no fim da
fase de apoio. O movimento conjugado entre o joelho e o tornozelo relaciona-
se com a ondulação da pelve.

No apoio do calcanhar, o tornozelo promove 90º de dorsiflexão e


gradualmente flete em sentido plantar para se aplanar no solo quando o corpo
se aproxima do centro de gravidade.

A atividade muscular na marcha:

70
Os músculos acionadores, estabilizadores e desaceleradores possuem um
papel de grande importância para a realização da marcha. Os músculos
eretores da espinha elevam a pelve e os glúteos estabilizam o quadril, durante
o desvio lateral da pelve. Os flexores do quadril iniciam a fase de movimento
ocasionando um pêndulo nos músculos da coxa e perna. O quadríceps exerce
uma grande atividade muscular durante a marcha, assim como os
abdominais, isquios-tibiais, gastrocnêmios, solear, psoas, piramidal, quadrado
lombar.

Podemos observar que todos os músculos, até de cadeias musculares


mais distantes, são solidários para a realização da marcha, e mais, que o
estado psicossocial do indivíduo altera a marcha. Observamos que um ato tão
mecânico, e aparentemente simples, é tão complexo e envolve tantas
articulações, músculos, centro de gravidade, equilíbrio, sistema nervoso
central e periférico, e mesmo assim conseguimos realizar a marcha, na
maioria das vezes, no primeiro ano de vida.

Durante muito tempo se pensou que quanto mais cedo o bebê ficasse
de pé e treinasse a marcha, mais rápido e eficaz esta seria. Hoje sabemos
que a deambulação necessita de todo um aprendizado, desde o nascimento
até a maturação dos sentidos e sentimentos, e que as experiências que o
bebê necessita vão além de colocá-lo de pé, mais de respeito a sua
maturação, tempo para estimulá-lo visualmente, tátil e fazê-lo querer
experimentar o mundo.

O caminhar é mais amplo do que o simples fato de conseguir dar alguns


passos. É fazê-lo em direção ao bem estar, a segurança de fazê-lo sem medo
do futuro, mais na confiança de que existe alguém capaz de ampará-lo no
caso dele vir a tropeçar.

Sendo assim, a biomecânica é definida como a aplicação de princípios


de engenharia a sistemas biológicos, ou o estudo de forças internas e
externas geradas por, e atuantes sobre sistemas biológicos e dos efeitos
dessas forças sobre cada parte do organismo humano.

71
A análise e avaliação do movimento humano, contudo, não
necessariamente incluem contribuições de todos esses fatores. No entanto,
boa parte deles são essenciais para o bom funcionamento das estruturas que
formam o corpo lhe proporcionando um melhor desempenho e de forma
eficiente.
Uma boa postura é a atitude que uma pessoa assume utilizando a
menor quantidade de esforço muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as
estruturas de suporte contra traumas. Os desvios posturais tais como a
lordose cervical, cifose dorsal, lordose lombar e escoliose podem levar ao uso
incorreto de outras articulações, tais como as dos ombros, braços,
articulações têmporomandibulares, quadris, joelhos e pés.
Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar
alterações posturais ocasionando enrijecimento das articulações vertebrais e
encurtamento dos músculos.
Esses defeitos estruturais causam alterações das curvaturas normais
da coluna vertebral, tornando-a mais vulnerável as tensões mecânicas e
traumas.

Lordose

É o aumento anormal da curva lombar levando a uma acentuação da


lordose lombar normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos e um
abdome protuberante são fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas
costas em pessoas com aumento da lordose lombar ocorre durante as
atividades que envolvem a extensão da coluna lombar, tal como o ficar em pé
por muito tempo (que tende a acentuar a lordose).
A flexão do tronco usualmente alivia a dor, de modo que a pessoa
freqüentemente prefere sentar ou deitar.
Cifose
É definida como um aumento anormal da concavidade posterior da coluna
vertebral, sendo as causas mais importantes dessa deformidade, a má

72
postura e o condicionamento físico insuficiente. Doenças como espondilite
anquilosante e a osteoporose senil também ocasionam esse tipo de
deformidade.
Escoliose
É a curvatura lateral da coluna vertebral, podendo ser estrutural ou não
estrutural. A progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte,
da idade que ela inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o
período de crescimento na adolescência, período este onde a progressão do
aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior.
O tratamento fisioterápico usando alongamentos e respiração são
essenciais para a melhora do quadro.

OMBRO

Figura 21:

Considerações anatômicas

73
A mobilidade desfrutada pelo membro superior advém em parte das estruturas
conhecidas como o cíngulo do membro superior e articulação do ombro ou,
mais precisamente, articulação glenonumeral. É através dessa unidade
funcional que o braço, antebraço, punho e mão são conectados ao esqueleto
axial e por controle dessa unidade é que o úmero pode ser posicionado.

Embora estruturalmente separados, o cíngulo do membro superior e a


articulação glenonumeral são funcionalmente inseparáveis. Os componentes
esqueléticos do cíngulo do membro superior incluem duas clavículas, duas
escápulas e o esterno. Estes ossos são responsáveis pela transmissão de
forças dos membros superiores para o corpo. Esta transmissão de força
segue, necessariamente, um caminho definido pelas articulações associadas
ao cíngulo do membro superior.

O cíngulo é considerado um sistema mecânico aberto, isto é, os lados,


esquerdo e direito não são conectados diretamente e, portanto, podem mover
se de modo independente. A fixação indireta entre os lados esquerdo e direito
é através do manúbrio do esterno. As escápulas não são ligadas entre si ou à
coluna vertebral, embora se considere que existe uma conexão ou articulação
precária entre a face anterior de cada escápula (fossa subescapular) e os
tecidos que estão entre ela e as costelas.

Esta é geralmente denominada articulação escapulotorácica. O ponto


de fixação das escápulas às clavículas é a articulação acromioclavicular. Esta
é uma articulação plana que, além de ser estabilizada pelos ligamentos
capsulares, é auxiliada por duas estruturas ligamentosas importantes, os
ligamentos acromioclavicular e coracoclavicular. A exemplo de muitas
estruturas anatômicas, a denominação sugere claramente sua localização.

O ligamento acromioclavicular serve para fortalecer, na frente, a


articulação acromioclavicular, anaxial; o ligamento coracoclavicular, que
conecta a escápula com o processo coracóide, fornece a principal proteção à
articulação. Esse ligamento é composto de duas estruturas, os ligamentos

74
conóide e trapezóide, que seguem da face superior do processo coracóide
para a face inferior da clavícula.

A articulação esternoclavicular (plana) dupla, triaxial, funciona em todos


os movimentos do cíngulo do membro superior. Embora dupla, a articulação
esternoclavicular funciona como uma articulação esferóide triaxial porque a
clavícula se articula com o manúbrio do esterno e também com a primeira
costela.

A clavícula, atuando como uma escora ou braço mecânico, mantém a


articulação glenonumeral em sua distância correta do esterno. As faces
articulares das extremidades esternais das clavículas não são moldadas
anatomicamente ao ponto esternal de fixação. Um disco articular aumenta o
grau de ajuste e também atua como um amortecedor de choques para as
forças transmitidas da região do ombro e ajuda a prevenir luxação da

articulação.

O disco é fixado à clavícula e à primeira cartilagem costal. A articulação


esternoclavicular também é protegida de deslocamento excessivo pelo
ligamento costoclavicular, que segue da face superior medial da primeira
costela à face inferior medial da clavícula.

A articulação glenoumeral consiste numa cabeça do úmero quase


hemisférica e numa cavidade glenóide relativamente rasa na margem lateral
da escápula. O lábio glenoidal é uma estrutura na margem lateral da escápula.
O lábio glenoidal é uma estrutura fibrosa que reveste o perímetro da cavidade

glenóide e serve, essencialmente, para aprofundar a articulação e desse


modo aumentar sua estabilidade. A extrema mobilidade da articulação
glenoumeral é alcançada em sacrifício direto da estabilidade, ou resistência
ao deslocamento. A cápsula articular, que circunda completamente a
articulação, não é uma estrutura rígida e permite uma separação significativa
das faces articulares durante o movimento umeral anterior e inferior.

75
A cápsula se fixa ao colo do úmero abaixo e a margem óssea da
cavidade glenóide acima. Estruturalmente, a articulação é protegida, acima,
pelo arco coracoacromial, formado pelo processo coracóide, acrômio e
ligamento coracoacromial, que atravessa a distância entre estas duas
protuberâncias. Outros ligamentos, embora não mantenham as faces
articulares em aposição, protegem a articulação de um deslocamento.

O ligamento coracoumeral segue do processo coracóide à face anterior


do tubérculo maior e serve para fortalecer a cápsula articular. Os ligamentos
glenoumerais (superior, médio, inferior) também são encontrados na parte
anterior da articulação e constituem parte da cápsula articular. Embora difíceis
de identificar como ligamentos individuais, eles seguem da cavidade glenóide
ao tubérculo menor e colo anatômico do úmero.

Fisiologia do ombro
Figura 22:

Amplitude
 Extensão do ombro - 45º a 50º
 Flexão do ombro - 180º (amplitude total do ombro)

76
 Rotação interna do ombro - 95º (ultrapassa um pouco 90º)
 Rotação externa do ombro - 80º (não atinge 90º)
Abdução e adução a partir da posição da referência =3 estágios
 Abdução de amplitude 60º
 Abdução de amplitude 120º
 Abdução de amplitude 180º
 Adução amplitude muito fraca
 Adução atinge amplitude de 30º a 45º
 Amplitude e músculos envolvidos
 Anteposição (proteção)
 Peitoral maior
 Peitoral menor
 Serrátil anterior
 Retroposição (retração)
 Rombóide
 Trapézio
 Grande dorsal
Obs.: A amplitude de anteposição é maior que a da retroposição.
 Abdução de 90º no plano frontal
 Músculo deltóide
 Músculo supra-renal
 Músculo trapézio
 - Antepulsão + adução anterior = 140º
 Músculo "deltóide (feixe clavícula)"
 Músculo "sub escapular"
 Músculo "peitoral maior"
 Músculo "peitoral menor”
 Músculo "serrátil anterior"
 Retropulsão + adução posterior + 30º
 Músculo "deltóide"
 Músculo "infra espinhal"

77
 Músculo "redondo maior"
 Músculo "redondo menor"
 Músculo "rombóide"
 Músculo "trapézio"
 Músculo "grande dorsal"
 Cintura escapular
A cintura escapular consiste de dois pares de ossos:
1 clavícula de cada lado
1 escápula de cada lado

o ARTICULAÇÕES

Articulação esternoclavicular - é a que se dá entre a ponta medial da


clavícula e o manúbio do esterno. E uma articulação sinovial em sela. Há um
disco cartilaginoso entre as duas faces, que ajuda a articulação a mover-se
melhor, reduzindo a incongruência das superfícies e absorvendo o choque
transmitido através do membro superior para o esqueleto axial (D.1).
Articulação acromioclavicular - é uma pequena articulação sinovial entre a
ponta lateral da clavícula e o processo acromial da escápula (D.2).
Articulação glenoumeral - é a função entre a cabeça do úmero e a cavidade
glenóide. É uma articulação sinovial, esferóide e multiaxial. É a frouxidão da
cápsula que permite que a articulação possua uma grande amplitude de
movimento, mas a faz vulnerável a luxações (D.1).
Articulação carococlavicular - é onde a superfície inferior da clavícula passa
na proximidade do processo coracóide da escápula. A forte união desta
articulação fibrosa garante que a escápula e aclavícula movam-se como uma
unidade e também ajuda a transferir o choque do membro superior a forte
extremidade medial da clavícula.

o LIGAMENTOS

78
 ligamento interclavicular
 ligamento costoclavicular
 ligamento acromioclavicular
 ligamento conóide
 ligamento trapezóide
 ligamento capsular
 ligamento transversoumeral
 ligamento glenoumeral

o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ROTAÇÃO INTERNA


(MEDIAL) E EXTERNA (LATERAL) DO OMBRO

 Músculo subescapular - Rotação interna medial II


 Movimento acessório:
 Adução fraca do úmero
 Músculo peitoral maior - Adução horizontal do ombro II
Movimento acessório:
 Flexão do úmero
 Rotação mediana interna do úmero
 Músculo grande dorsal - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
 Adução do úmero
 Adução horizontal
 Rotação medial
 Músculo redondo maior - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
 Adução do úmero
 Rotação medial (interna)
 - Músculo infra espinhal - Rotação externa lateral do
 úmero II
Movimento acessório:

79
 Extensão do ombro
 Abdução horizontal do úmero
 Músculo redondo menor - Rotação externa lateral
 do úmero II
Movimento acessório:
 Extensão fraca do ombro
 Adução do ombro

o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NOS MOVIMENTOS


ESCAPULARES

 Músculo trapézio (fibras superiores) - Elevação da


 escápula II
Movimento acessório:
 Extensão do pescoço
 Músculo elevador da escápula - Elevação da escápula
 Músculo trapézio (fibras inferiores) - Depressão da escápula II
Movimento acessório:
 Adução da escápula
 Músculo serrátil anterior - Abdução da escápula
Movimento acessório:
 Rotação para cima da escápula
 Músculo peitoral menor - Abdução da escápula
Movimento acessório:
 Rotação para baixo da escápula

o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA FLEXÃO E


EXTENSÃO DO OMBRO

 Músculo deltóide anterior - Faz flexão do ombro II

80
Movimento acessório:
 Adução horizontal
 Rotação medial
 Abdução do ombro
 Músculo coracobraquial - Faz flexão do ombro
 Músculo grande dorsal - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
 Adução do úmero
 Adução horizontal
 Rotação medial (interna)
 Músculo redondo maior - Faz extensão do ombro II
Movimento acessório:
 Adução do úmero
 Rotação medial (interna)
 Músculo deltóide superior - Faz extensão do ombro II
Movimento acessório:
 Abdução horizontal
 Rotação lateral externa

o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ABDUÇÃO E


ADUÇÃO DO OMBRO

 Músculo medial - faz abdução do ombro


 Músculo supra-espinhal - inicia a abdução do úmero
 Músculo trapézio (fibras mediais) - adução da escápula
 Músculo rombóide maior e menor - adução da escápula II
Movimento acessório:
 rotação da escápula para baixo

81
o MÚSCULOS ENVOLVIDOS NA ADUÇÃO E
ABDUÇÃO HORIZONTAL DO OMBRO

 Músculo deltóide posterior - abdução horizontal do ombro


 Músculo peitoral maior - abdução horizontal do ombro II
Movimento acessório:
 flexão do úmero
 rotação medial interna do úmero

o OS MOVIMENTOS DA ESCÁPULA

 Elevação - elevantador da escápula e trapézio (parte posterior)


 Abaixamento - peitoral menor, trapézio inferior, serrátil anterior e
posterior
 Abdução da escápula (para frente) – serrátil anterior
 Adução da escápula (para trás) - rombóide e trapézio

o MÚSCULOS QUE COMPÕEM O "MANGUITO


ROTADOR"

O manguito rotador é uma convergência de todos, semelhante a um


capuz; são músculos superiores que possuem a função de manter firme a
cabeça do úmero junto à cavidade glenóide; são eles:
 Músculo infra-espinhal - faz a adução do braço e é fraco rotador lateral
e flexor.
 Músculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abdução (parte
posterior), adução (parte inferior).
 Músculo redondo menor - gira lateral e faz adução do braço.
 Músculo subescapular - faz giro medial do braço, flexão e extensão do
braço, adução e abdução.

82
o MÚSCULOS QUE LIGAM O OMBRO AO BRAÇO E
SUAS FUNÇÕES

Músculo deltóide - faz abdução do braço, é a parte clavicular e


adjacente ao acrômio, flexionam obraço. As partes espinhais e adjacentes
das porções acromiais estendem o braço medialmente, a porção dorsal e gira
lateralmente o braço.
Músculo coracobraquial - faz flexão do braço e do antebraço, e faz
supinação da mão.
Músculo tríceps braquial - porção longa, aduz o braço.
Músculo infra-espinhal - faz adução do braço, é fraco rotador lateral e
flexor.
Músculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abdução (parte
posterior) e adução (parte inferior).
Músculo redondo menor - gira lateral e faz adução do braço.
Músculo redondo maior - adução, extensão e giro medial do braço.
Músculo subescapular - giro medial do braço e flexão, extensão do
braço, adução e abdução.

Figura 23:

83
o PUNHO E MÃO
Figura 24:

Considerações anatômicas
Todos os elos que compõem o membro superior podem, em última
análise, ser relacionados ao asseguramento da função de movimentos
especializados da mão. Tarefas motoras finas, como as executadas por um

84
neurocirurgião, são realizadas com a mesma estrutura anatômica usada por
um carateca para partir fibras de madeira e tijolos, uma tarefa grosseira cujo
principal requisito é a transmissão de força.
A mão é composta de 27 ossos e mais de 20 articulações. Os ossos,
divididos em três grupos, são os oito carpais, cinco metacarpais e três fileiras
de falanges.
Figura 25:

Os ossos do carpo, classificados como irregulares, são o escafóide,


semilunar, piramidal e piriforme, trapezóide, trapézio, capitato e uncinado. Os
cinco ossos do metacarpo têm uma base proximal, um corpo e uma cabeça
distal. As três fileiras de falange são as fileiras proximal, média e distal. O
polegar não possui uma falange média.
O punho é constituído pelas articulações radiocárpica e intercárpicas.
A primeira, uma articulação elipsóide, é formada pela extremidade
distal do rádio, um disco articular e três dos quatro ossos na fileira proximal
do carpo.
A articulação radiocárpica é separada da fileira proximal de carpais por
um disco articular fibrocartilagíneo. Os três carpais envolvidos formam uma
face convexa lisa que recebe a extremidade distal côncava do rádio e admite
movimentos planares (anaxiais).
As articulações intercárpicas são divididas em três grupos: as
articulações entre os ossos escafóide, semilunar, piramidal e isiforme; as

85
articulações entre o capitato, uncinado, trapezóide e trapézio; e a articulação
mediocárpica, entre as fileiras proximal e distal.
Os ligamentos da articulação radiocárpica incluem uma extensa
cápsula articular e o radiocárpico palmar, radiocárpico dorsal, colateral ulnar
do carpo e colateral radial do carpo. As articulações intercárpicas são
sustentadas por uma complexa rede de ligamentos.
As articulações carpometacárpicas incluem as dos quatro dedos
mediais e a do polegar. A articulação carpometacárpica do polegar é formada
pela base do primeiro metacarpal e o trapézio. Contudo, as articulações
carpometacárpicas dos quatro dedos mediais são sinoviais planas. A
articulação carpometacárpica do polegar tem uma cápsula articular
relativamente frouxa que é reforçada pelos ligamentos carpometacárpicos
palmar (radial) e dorsal (anterior e oblíquo posterior) laterais do polegar.
Os ligamentos das articulações carpometacárpicas são os
carpometacárpicos dorsais, carpometacárpicos palmares e carpometa-
cárpicos interósseos. As extremidades distais dos metacarpais formam
articulações elipsóides com as extremidades proximais das falanges
proximais, as articulações metacarpofalângicas (MF).

o MOVIMENTOS ARTICULARES

A articulação radiocárpica produz circundução. A articulação permite


todos os movimentos, exceto rotação em tomo de seu eixo longitudinal. O
movimento no plano frontal inclui a abdução, às vezes referida como desvio
radial ou flexão radial e adução, as vezes referida como desvio ulnar ou flexão
ulnar. No plano sagital, o punho se estende e se flete. A flexão faz com que a
palma se aproxime da face do antebraço. O movimento das articulações
intercárpicas é desprezível.
Figura 26:

86
As articulações carpometacárpicas são de dois tipos: a do polegar é uma
articulação selar, permitindo movimentos extensos e peculiares. As demais
são do tipo plano. A segunda e terceira articulações carpometacárpicas não
permitem praticamente nenhum movimento; a quinta e, até certo ponto, a
quarta permitem uma leve flexão, movimento observado quando se põem as
mãos em concha.
A articulação MF do polegar é uma articulação em dobradiça que
admite apenas flexão e extensão. As outras quatro articulações MF são
elipsóides, com capacidades de flexão-extensão e abdução-adução. A
abdução geralmente é referida como desvio radial ou flexão radial e
representa o movimento dos dedos para longe do dedo médio. O movimento
inverso, adução, geralmente é denominado desvio ulnar ou flexão ulnar.
Todas as articulações IF são ginglimos que permitem apenas a flexão
e a extensão. Estruturas ligamentosas previnem hiperextensão destas
articulações

o MÚSCULOS E MOVIMENTOS DO POLEGAR E


OUTROS DEDOS
A flexão do punho é predominantemente uma função da ação
sincrônica do flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e flexor superficial
dos dedos. Foi relatado que o flexor profundo dos dedos não exerce um papel

87
na flexão do punho, embora sua posição sugira uma possível contribuição,
assim como as posições do palmar longo e flexor longo do polegar. Esses
músculos, juntamente com o pronador redondo, compõem o que é
denominado grupo flexor superficial do antebraço.
Há três extensores principais do punho: extensor radial longo do carpo,
extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo. Durante o
cerramento do punho, o extensor radial longo do carpo é muito ativo, ao passo
que o extensor radial curto do carpo é quase inativo. Em virtude de sua
posição, os extensores dos dedos, do dedo mínimo, longo do polegar e do
indicador são considerados extensores auxiliares do punho. Um grupo
extensor superficial do antebraço é composto pelos extensores radiais longo
e curto do carpo, extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor
ulnar do carpo e os músculos da articulação do cotovelo braquiorradial e
ancôneo. O desvio radial e ulnar (abdução e adução) resultam da contração
sinérgica de músculos que são responsáveis primariamente pela flexão e
extensão do punho.
A abdução resulta da contração do flexor e extensor radiais do carpo.
O extensor dos dedos e flexor dos dedos são ativos e podem contrair-se com
uma adução extrema do punho ou amplitude do movimento de abdução. A
abdução pode ser auxiliada pelo grupo extensor profundo (abdutor longo do
polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor do
indicador e supinador) devido às suas linhas de tração.
Os músculos intrínsecos da mão são subdivididos em três grupos os do dedo
polegar, encontrados no lado radial e responsáveis pela eminência tenar; os
do dedo mínimo, encontrados no lado ulnar e responsáveis pela eminência
hipotenar; e os no meio da mão e entre os metacarpais.
Os pequenos músculos intrínsecos da mão estão associados aos movimentos
dos dedos. Dividem-se em três grupos - os quatro lumbricais, os quatro
interósseos dorsais e os três interósseos palmares. Os lumbricais se localizam
na palma, e os interósseos, entre os metacarpais. Todos servem para fletir as
falanges proximais e estender as falanges médias e distais.

88
Três músculos atuantes apenas sobre o dedo mínimo, o abdutor do
dedo mínimo, flexor curto do dedo mínimo e oponente do dedo mínimo,
também são músculos intrínsecos da mão.
A flexão do polegar ocorre quando o primeiro metacarpal é movido
transversalmente à palma: a extensão é o movimento de retomo. A abdução
do polegar a partir da posição anatômica ocorre quando o primeiro metacarpal
afasta-se do segundo num plano perpendicular ao da mão. A adução do
polegar é o movimento de retorno. A oposição do polegar aos dedos é uma
ação peculiar e crucial da mão humana e envolve uma combinação de
Abdução, circundução e rotação que traz a ponta do polegar para uma posição
olhando para as pontas dos dedos, ou em oposição a elas. Oito músculos
atuam sobre o polegar, dos quais quatro são intrínsecos da mão. Os músculos
extrínsecos são o extensor longo do polegar, extensor curto do polegar.
Abdutor longo do polegar e flexor longo do polegar. Os quatro músculos
intrínsecos, que se originam na eminência tenar, são o flexor curto do polegar,
oponente do polegarabdutor curto do polegar e adutor do polegar. Os
movimentos do polegar são função de complexas interações
neuromusculares e mecânicas entre os músculos intrínsecos e extrínsecos.
Uma medida da complexidade e, portanto, da importância do polegar à função
normal da mão é refletida pelo fato de que o valor do polegar foi estimado
entre 40 e 50% de toda a mão.
A extensão das articulações do polegar está sob controle dos
extensores longo e curto do polegar, que atuam nas falanges e metacarpais.
O oponente do polegar e abdutor curto do polegar são músculos tenares
ativos durante a extensão do polegar. O flexor curto do polegar desempenha
um importante papel no posicionamento do polegar sem carga próximo às
pontas dos dedos, enquanto o flexor longo do polegar geralmente é inativo.
Este, entretanto, parece fornecer a maior parte da força necessária
para neutralizar cargas aplicadas ao polegar nessa posição, não importando
se a falange distal está fletida ou estendida. O fator limitante na força da

89
preensão pode de fato ser uma função da incapacidade de o polegar opor-se
a cargas.
Para a adução do polegar contribuem o extensor longo do polegar,
flexor longo do polegar, flexor curto do polegar e adutor do polegar. A
contribuição do flexor e extensor longo do polegar é solicitada para trabalhar
contra uma carga e, ao neutralizar as tendências dos outros músculos a fletir
ou estender o polegar, propicia um torque de adução resultante. Os músculos
hipotenares, são o palmar curto, abdutor do dedo mínimo, flexor curto do dedo
mínimo e oponente do dedo mínimo.
Quando o polegar é suavemente colocado em oposição aos lados e
pontas de cada um dos dedos mediais, os músculos tenares são mais ativos
que os hipotenares. Dos músculos tenares, o oponente é o mais ativo e o
flexor curto do polegar o menos ativo. O músculo hipotenar mais ativo é o
oponente do dedo mínimo. À medida que a força de oposição aumenta, a
atividade do flexor curto do polegar aumenta, tornando-se dominante.
Os dedos e seus movimentos exemplificam como o conhecimento do
tipo de articulação e da direção da linha de tração dos músculos envolvidos
não fornece todas as informações necessárias para determinar o movimento
qualitativamente. A complexa expansão extensora, uma estrutura tendínea
altamente especializada, é um importante determinante do movimento dos
dedos.
Na posição lumbrical, os lumbricais e interósseos dorsais e palmares
não podem simultaneamente fletir a articulação MF e estender as articulações
IFP e IFD. Na posição em gancho, a contração dos flexores longos dos dedos
é necessária à flexão das IFP e IFD mas também é acompanhada de um
indesejável torque de flexão na MF.
Para anular o torque contraproducente, o extensor dos dedos se
contrai, mas assim fazendo tende a causar extensão das IFP e IFD. Essas
ineficiências aparentes podem ser explicadas pela natureza dos sistemas de
alavancas e pela tensão passiva gerada por antagonistas alongados. Os
lumbricais e interósseos tendem a ser o sistema muscular dominante na

90
articulação MF. Segundo o extensor dos dedos domina a articulação MF
quando os lumbricais não estão ativos. Terceiro, os flexores longos dominam
as articulações IFP e IFD mesmo quando o extensor dos dedos está ativo.
Na posição lumbrical, os lumbricais e interósseos causam flexão da MF, que
alonga o tendão do
músculo extensor dos dedos e subseqüentemente causa extensão das
articulações IFP e IFD. Na posição em gancho, o músculo extensor dos dedos
e os flexores longos contribuem. O primeiro domina a articulação MF e os dois
últimos dominam as articulações IFP e IFD. Na flexão completa, os flexores
longos dominam as articulações MF, IFP e IFD, mas o estiramento imposto à
expansão extensora deve ser aliviado por algum grau de extensão do punho
ou, no mínimo, evitando-se a flexão do punho.
O movimento de preensão é geralmente considerado como a categoria
de movimentos da mão nos quais a mão segura um objeto. Os movimentos
de preensão são classificados como aperto de potência ou aperto de precisão.
No primeiro, todos os músculos extrínsecos contribuem para a força. Os
músculos interósseos e tenares são usados no aperto de potência, mas os
lumbricais (excluindo o quarto) não são ativos.
O movimento grosseiro e força compressiva necessários no aperto de
precisão são proporcionados por músculos extrínsecos específicos. Os
músculos intrínsecos, entretanto, fornecem as características de controle fino
da preensão. Se um objeto precisa ser girado na mão, os interósseos são
importantes para abduzir e/ou aduzir as articulações MF, e os lumbricais
abduzem e/ou aduzem e giram a falange proximal.
Os interósseos propiciam alterações delicadas na compressão, e o
flexor curto do polegar oponente do polegar e abdutor do polegar fornecem
forças de adução transversalmente à palma.

91
o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS DAS LESÕES DO
PUNHO E MÃO
O traumatismo de várias regiões do membro superior proximais ao
punho e mão freqüentemente resulta em disfunção distal. Três nervos do
membro superior, o ulnar, o mediano e o radial, estão sujeitos a lesão e
influenciam diretamente a função da mão. As lesões do cotovelo podem afetar
o nervo ulnar quando o mesmo passa entre o epicôndilo medial e o olécrano,
onde é coberto apenas por fáscia e pele.
A abdução e adução dos dedos, exceto o polegar, e a flexão do quarto
e quinto dedo são afetadas por uma lesão do nervo ulnar. O nervo mediano é
o nervo para o lado radial do antebraço e mão. Um dos muitos ramos desse
nervo supre a maioria dos músculos da eminência tenar, e a lesão do nervo
pode afetar profundamente a função do polegar. O nervo radial supre os
músculos extensores do braço e antebraço. Espiralando-se em volta do úmero
a partir do plexo braquial, o nervo radial pode ser lesado em decorrência de
lesões do complexo do ombro como luxações e fraturas, afetando assim o
movimento no punho e na mão.
O canal do carpo é uma área relativamente constrita localizada na face
anterior do punho através da qual passam os oito tendões flexores, o flexor
longo do polegar e o nervo mediano. O canal é formado em três lados pelos
ossos do carpo e no quarto lado pelo ligamento cárpico palmar.
A síndrome do canal do carpo resulta de uma compressão que pode
ser iniciada por micro ou macrotraumatismos, tenossinovite (inflamação de
uma bainha tendínea) dos tendões flexores, fratura, ou luxação de qualquer
um dos carpais. Basicamente, a tumefação do conteúdo do canal ou uma
constrição do canal comprime o nervo mediano. Os resultados são uma gama
de sintomas na distribuição do nervo mediano, desde formigamento dos
dedos indicador e médio a atrofia dos músculos tenares.

o ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Figura 27:

92
A articulação do quadril é uma articulação esferóide. É formada pelo
encaixamento da cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril.
Movimentos articulares
A despeito da estabilidade inerente proporcionada à articulação por sua
arquitetura e sustentação ligamentosa, a articulação do quadril demonstra um
alto grau de mobilidade. Os movimentos permitidos pelo quadril, descritos
com referência ao fêmur, incluem a flexão e extensão no plano sagital,
abdução e adução no plano frontal e rotação medial e lateral no plano
transversal.
O posicionamento do corpo do fêmur, por meio do colo femural, a uma
certa distância da pelve óssea, ajuda a prevenir restrições à amplitude
movimento de articulação do quadril que poderiam resultar de colisão. O
ângulo colo-corpo permite que o corpo do fêmur se posicione mais
lateralmente em relação à pelve. No plano frontal, com referencia ao eixo
longitudinal do fêmur, o ângulo colo-corpo normal é de aproximadamente
125º. A deformidade na qual o ângulo é maior, denominada coxa vara, e a
deformidade na qual o ângulo é menor, denominada coxa valga, causam
alterações na transmissão de forças para o fêmur e a partir dele. Um segundo
ângulo, o de anteversão, é o ângulo no qual o colo se projeta do fêmur na
direção ânteroposterior.
Embora haja uma grande variação entre indivíduos, o valor normal é
cerca de 12º a 14º. A articulação do quadril pode mover-se

93
independentemente do cíngulo do membro inferior, mas pode ser
complementada por inclinações da pelve. A diferença do sistema aberto do
cíngulo do ombro, o sistema fechado do cíngulo pélvico impossibilita
movimentos no lado direito independentes do esquerdo. Na posição ereta, as
aberturas superior e inferior da pelve formam ângulos com o plano horizontal,
de aproximadamente 50º-60º e 15º, respectivamente. Este ângulo denomina-
se inclinação da pelve.
As inclinações da pelve são rotações medidas com referência à
inclinação pélvica e classificadas em relação às articulações dos quadris e
lombossacral. A articulação do quadril demonstra sua maior amplitude de
movimento no plano sagital, no qual se observa que a flexão pode chegar a
140º e a extensão a 15º. A abdução também pode atingir 30º e a adução um
pouco menos que isto, 25º. A adução deve ser acompanhada de alguma
flexão. O grau de flexão do quadril afeta a magnitude da rotação medial e
lateral.
Numa posição estendida, na qual os efeitos limitadores dos tecidos
ligamentosos se manifestam, as amplitudes de rotação medial e lateral se
reduzem para 70º e 90º, respectivamente.

o MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL


Vinte e dois músculos atuam sobre a articulação do quadril. Foram
apresentados vários esquemas de classificação, mas um método singelo é
identificar os músculos que dão contribuições importantes para cada uma das
ações possíveis na articulação do quadril. Os membros do grupo flexor
incluem o psoas e o ilíaco, os agonistas primários e o reto da coxa.
O grupo extensor do quadril inclui os músculos do jarrete:
semimembranáceo, semitendíneo e cabeça longa do bíceps da coxa. O grupo
adutor do quadril é composto pelo grácil, adutor longo, adutor curto, adutor
magno e pectíneo. O grupo abdutor é composto de vários músculos que
atuam predominantemente em outras ações articulares.

94
A rotação lateral é uma função de parte do glúteo máximo, reto da coxa
e um grupo de seis músculos geralmente agrupados como os rotadores
laterais.

o MÚSCULOS BIARTICULARES (multiarticulares)


Músculos biarticulares são aqueles que atravessam várias articulações
e criam cinética significativa nessas articulações. Os músculos do membro
inferior são freqüentemente empregados como exemplos anatômicos e
objetos de pesquisa a respeito dos mecanismos de seu controle pela parte
central do sistema nervoso e as resultantes ações articulares. Markee et al
sugerira que os músculos biarticulares podem atuar numa extremidade sem
influenciar a outra; esta hipótese foi contestada por Basnuajian e De Luca. A
regra geral acerca de um músculo biarticular é que ele traciona ambos seus
tendões não seletivamente em direção ao ventre do músculo, deste modo
influenciando as articulações.
Um músculo biarticular não pode atuar como um músculo monoarticular
sem o auxílio de outros músculos, a menos que uma das ações articulares
seja estabilizada por outros músculos. O efeito cinético do músculo sobre a
segunda articulação é diminuído. Um exemplo simples da atividade de um
músculo multiarticular é o paradoxo do psoas, no qual o músculo psoas,
enquanto flete o quadril, causa hiperextensão da região lombossacral através
de inclinação pélvica anterior, embora o psoas seja considerado flexor do
tronco.
O paradoxo, a inversão do papel de flexão/extensão, pode ser
observado durante exercícios como os "abdominais" com os membros
inferiores estendidos e elevações de ambos os membros inferiores. As
vértebras lombares são puxadas para frente e para baixo pela contração do
psoas.
A contração simultânea dos músculos do abdome evita a inclinação
anterior da pelve a menos que esses músculos estejam fatigados ou fracos;
assim, a pelve não gira para frente nem as vértebras lombares são
hiperestendidas. Durante algumas combinações de ações articulares, os

95
movimentos criados por músculos biarticulares são mais eficientes do que se
fossem criados por músculos monoarticulares. Durante a corrida, por
exemplo, logo antes do contato do calcanhar, os extensores do quadril
realizam trabalho positivo sobre o quadril, ao mesmo tempo em que realizam
trabalho negativo sobre a perna para desacelerar a extensão no joelho.
Felizmente, os músculos do jarrete realizam ambas as funções
simultaneamente a um baixo custo metabólico.
Elftman estimou o dispêndio de energia por músculos bi e
monoarticulares para realizar essa tarefa em 2,61 e 3,97 cavalos força,
respectivamente. A execução por um músculo biarticular representa uma
economia de energia superior a 34%. As ações tendínea, de correia de
transmissão e de polia são características atribuídas a músculos biarticulares
porque esses músculos não podem causar uma amplitude total de movimento
simultaneamente em ambas as articulações sobre as quais atuam.
Quando o quadril e o joelho se fletem simultaneamente, como no
movimento preparatório de um chute de caratê, ou se estendem ao mesmo
tempo, como na fase de ataque do chute, o músculo se contrai mas não perde
tanto de seu comprimento quando dois músculos monoarticulares poderiam
se executassem a mesma ação.

o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS


LESÕES DAS REGIÕES DA PELVE E QUADRIL
Pelve
A crista ilíaca é particularmente suscetível a lesões devido à sua
localização superficial e à massa de tecidos moles na área vizinha. As
contusões incluem periostite da crista ilíaca, entorse e avulsões musculares.
Mais graves, obviamente, são as fraturas do osso ilíaco, as quais são
infreqüentes porque a maioria dos esportes que envolvem forças que podem
acarretar este tipo de lesão exige acolchoamento protetor. Corridas e saltos
vigorosos podem causar fraturas da espinha ilíaca ânterosuperior.

96
o ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
A articulação do quadril é extremamente estável e tem uma grande
amplitude de movimento. Enquanto para atletas o joelho parece mais
suscetível a lesões muito graves, para a população não-atlética há estatísticas
assustadoras acerca de fraturas do quadril. Por exemplo, a osteoporose, uma
condição óssea degenerativa que afeta principalmente mulheres acima de 45
anos de idade, é a causa de 1,3 milhão de fraturas por ano. Destas fraturas,
200.000 são no quadril e 40.000 destas causam complicações que levam á
morte.
As fraturas do quadril, então, representam a principal causa de morte
em indivíduos idosos nos EUA. As fraturas do quadril ocorrem menos
freqüentemente em negros acima de 45 anos que em brancos dessa idade,
mas as razões para esta diferença são obscuras. A lesão de tecidos moles na
região do quadril é uma ocorrência em mais comum em atletas que em não
atletas.
Lesões relacionadas a estiramento são amiúde relatadas,
particularmente envolvendo músculo e nervo. Outros fatores que tomam essa
região suscetível a lesões são a extrema amplitude de movimento, as
potentes contrações musculares associadas á região durante atividades como
as diversas formas de locomoção e as abruptas mudanças de direção e
posição, comuns em atividades desportivas e recreativas.

o A ARTICULAÇÃO DO JOELHO
A articulação do joelho, tipicamente classificada como uma sinovial em
dobradiça, é a maior e mais complexa articulação do corpo. E vulnerável em
atletas e supostamente também em não-atletas. Investigadores finlandeses
relataram recentemente que em homens e mulheres a articulação do joelho
é o local mais comum de lesão desportiva que requer cirurgia, e que a
freqüência em mulheres é significativamente mais alta que em homens.
O movimento do joelho é denominado por flexão e extensão, mas
normalmente ocorre nos planos sagital, frontal e transversal. Três articulações
compõem o joelho: duas tibiofemorais e a patelofemoral.

97
Figura 28:

As duas primeiras são os locais onde os côndilos femorais medial e


lateral fazem contato, através de cartilagem articular interposta, com a face
articular superior da tíbia. A articulação patelofemoral é composta pelas face
articular da patela e face patelar do fêmur. A patela é um osso sesamóide,
que se caracteriza por seu desenvolvimento dentro de um tendão, neste caso
o tendão do músculo quadríceps da coxa.
A maioria dos casos de luxação do joelho é na verdade uma luxação
da patela. A cápsula articular do joelho à diferença de outras articulações, não
forma uma estrutura envolvente completa da articulação. Os poucos
ligamentos capsulares verdadeiros que conectam os ossos são auxiliados por
tecidos tendíneos dos músculos associados à articulação. O ligamento da
patela é a continuação do tendão do músculo quadríceps da coxa clistal à
patela. É extremamente forte e segue da patela para a tuberosidade da tíbia.
Resiste à tendência da face tibial superior de deslocar-se para frente com
referência ao fêmur durante alguns tipos de movimento.
Outras estruturas ligamentosas importantes que servem para
estabilizar a articulação do joelho incluem os ligamentos poplíteo oblíquo,
poplíteo arqueado, colaterais medial e lateral e cruzados anterior e posterior.

98
Os meniscos medial e lateral desempenham um importante papel a
função do joelho. Auxiliam diretamente a estabilização da articulação,
aprofundando as faces articulares da tíbia, servindo como fonte de absorção
de choque e transmissão de forças ao aumentar a área de superfície articular,
aumentando a eficiência da lubrificação articular e fixando-se aos 05505 e
outros tecidos moles das articulações que restringem alguns tipos de
movimento.

o MOVIMENTOS ARTICULARES
O movimento da articulação do joelho, embora mensurável ao redor
dos três eixos, é dominado por flexão e extensão no plano sagital. A amplitude
movimento da extensão completa (0º) à flexão completa é de
aproximadamente 140º. O movimento do joelho no plano transversal
acompanha tipicamente a flexão e extensão e é referido como rotação tibial e
medial e lateral.
O movimento no plano transversal é uma função da posição do joelho
no plano sagital. Nenhuma rotação do joelho é permitida quando o joelho está
completamente estendido; contudo, até 45º de rotação lateral e 30º de rotação
medial são possíveis quando o joelho está fletido até 90º. Na extensão
completa, a rotação é restrita pela arquitetura óssea da articulação, enquanto
além de 90º de flexão o movimento é limitado pelos tecidos moles esticados
ao redor da articulação.
Costigan e Reid descreveram a rotação tibial durante excursões de
flexão e extensão do joelho. Essas ações simultâneas são importantes no
movimento normal do joelho. Mediu-se o torque radial no joelho e verificou-se
que este é uma função da posição do pé. A menor quantidade de torque
dirigido lateralmente foi encontrada quando o pé estava girado lateralmente
em 17º. Costigan e Reid verificaram que há de fato uma posição do pé, maior
que 17º mas menor que 50º, na qual o torque radial no joelho é reduzido a
zero; esta posição varia entre indivíduos e tem implicações para exercícios
como o agachamento com pés paralelos e saltos verticais, que exigem flexões
dos joelhos e extensões do membro sustentador do peso.

99
o MÚSCULOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO

Doze músculos atuam na articulação do joelho e são classificados em


três grupos: o jarrete, o quadríceps da coxa e músculos não-classificados. O
grupo do jarrete inclui os músculos semitendíneo, semimembranáceo e bíceps
da coxa.
O quadríceps da coxa é constituído pelos músculos reto da coxa e três
vastos - vasto lateral, medial e intermédio.
O grupo de músculos não-classificados da articulação do joelho inclui
o sartório, o grácil, o poplíteo, o gastrocnêmio e o plantar. Os dois últimos
músculos atuam predominantemente na articulação do tornozelo, embora
passem atrás da articulação do joelho e possuam alguma capacidade de
flexão.

Mecanismo de bloqueio do joelho

Normalmente, quando o joelho está completamente estendido numa


posição ereta normal, a linha de gravidade passa na frente do ponto de
contato tibiofenural. Assim, o joelho é mantido em extensão pelo torque
gravitacional. Devido à disparidade nos diâmetros dos côndilos femorais
medial e lateral e dos meniscos correspondentes, a contração continuada do
quadríceps da coxa pode, e é necessária para causar rotação lateral do fêmur
sobre a tíbia. Esta rotação faz com que o fêmur se assente mais intimamente
nos meniscos no que foi denominado um movimento de "encaixe em
parafuso".

Considerações mecânicas sobre as lesões do joelho

As entorses do joelho resultam de movimentos que ultrapassam os


limites normais da articulação. Quando forçados além dessa restrição natural,

100
os ligamentos podem ser submetidos a uma tensão superior a seu limite
elástico, colocando-os na região plástica de sua curva de carga-extensão. O
resultado é uma deformação permanente dos ligamentos, cuja magnitude
depende da força aplicada.
No joelho, a entorse ligamentosa pode ocorrer em qualquer direção de
movimento. No tipo talvez mais comum de lesão do joelho, freqüentemente
visto no campo de futebol americano, o pé é fixado e o fêmur gira medialmente
com referência à tíbia, que ao mesmo tempo gira lateralmente. Todo o joelho
é deslocado medialmente, resultando em tensão ligamentosa medial.
Quando a força é continuada, o ligamento cruzado anterior e, por fim,
o cruzado posterior são submetidos à tensão. A "tríade infeliz" refere-se a
uma lesão que afeta simultaneamente o ligamento colateral medial, ligamento
cruzado anterior e menisco medial.
Uma entorse intensa é o precursor da luxação do joelho patelofemoral
ou tibiofemural. Um fator anatômico que predispõe um indivíduo à luxação
patelofemoral é um ângulo anormal. O ângulo Q é o desvio entre a linha de
tração do quadríceps da coxa e o ligamento da patela. Geralmente é medido
como o ângulo entre a linha da espinha ilíaca ântero-superior e o centro da
patela e a linha do centro da patela à tuberosidade da tíbia. Um ângulo Q de
10º é considerado normal.
Ângulos maiores podem resultar em luxações laterais da patela quando
a contração do quadríceps reduz o ângulo. De gravidade bem maior e,
felizmente, menos comum, é a luxação tibiofemural.
A lesão de meniscos geralmente é simultânea à entorse ligamentosa.
Os mecanismos de lesão dos meniscos medial e lateral diferem. Os atletas
freqüentemente sentem uma dor ao longo da perna que chamam de shin
splints e existem várias teorias acerca da causa da incapacidade e parece ser
uma condição epidêmica entre dançarmos, corredores, etc.
As lesões de esqui são comuns e muito instrutivas para o
cinesiologista. Envolvem dois fatores - fixação e intensificação - e três
movimentos - rotação lateral, queda para frente e rotação medial.

101
Uma lesão ocorre apenas se os dois fatores e pelo menos uma das
forças estiverem presentes. A fixação se dá quando um esqui se toma fixado,
por sua vez, segurando o pé preso ao esqui. Se as presilhas do esqui não se
soltarem e uma grande quantidade de energia cinética estiver presente, um
esforço de torção é exercido através de rotação lateral. Esse mecanismo mais
comum de lesões do esqui produz fratura do maléolo lateral, fratura espiral do
tornozelo e/ou tíbia, ou entorse do joelho e tornozelo.
Quando a ponta de um esqui penetra na neve, sobrevêm uma
desaceleração abrupta, projetando o esquiador sobre o cano de suas botas.
Pode ocorrer uma fratura pelo cano da bota, laceração do tendão de Aquiles
e luxação dos tendões fibrilares.
A rotação medial é causada pelo cruzamento da ponta de um esqui
com a ponta do outro. As conseqüências podem ser entorse do tornozelo,
lesão do joelho, fraturas do maléolo medial e fraturas espirais da tíbia. Os
exercícios que fazem com que o joelho sustentador de peso seja
completamente fletido foram condenados como potencialmente perigosos
para as estruturas de suporte do joelho.
O impedimento da rotação do pé fixado nessa situação causa maior
tensão sobre os ligamentos e cartilagens do joelho. A solução para essa
prática perigosa é limitar o grau de flexão dos joelhos, como nos exercícios de
agachamento paralelo.

o TORNOZELO E O PÉ
Figura 29:

102
A articulação do tornozelo consiste nas articulações talocrural (tibiotalar
e talofibular) e tibiofibular distal. É classificada como uma sinovial em
dobradiça em virtude de sua arquitetura óssea, um sistema de ligamentos
colaterais medial e lateral, a cápsula articular e a parte distal da membrana
interóssea.
A articulação do tornozelo é crucial na transmissão de força do corpo
e para o corpo durante a sustentação de peso e outras cargas. As magnitudes
dessas forças podem ser tão grandes, até 10 vezes o peso corporal durante
alguns tipos de corrida, por exemplo, que até mesmo pequenos
desalinhamentos estruturais, ou lesões podem acarretar problemas
ortopédicos crônicos e intensos.
A transmissão de forças se dá na junção da extremidade distal da tíbia
e face superior do tálus; a fibula exerce um papel pequeno. Arquiteturalmente,
um encaixe ou abertura provida de borda, é formado pelos maléolos da tíbia
e da fíbula no qual a face superior do tálus se ajusta. Essa estrutura é uma
importante fonte de estabilidade para a articulação do tornozelo.
Os principais ligamentos que sustentam a articulação incluem a parte
distal da membrana interóssea a cápsula articular, ligamento deltóide

103
(medialmente) e ligamento calcâneo-fibular (lateralmente), os quatro últimos
são considerados ligamentos colaterais.
O gínglimo biaxial permite uma flexão de aproximadamente 45º
conhecida como dorsiflexão e uma extensão de 45º conhecida como flexão
plantar. Várias populações obviamente demonstram valores bem maiores. Em
geral os primeiros 10 a 20º são definidos como dorsiflexão, o movimento
restante é definido como flexão plantar.

o ARTICULAÇÃO SUBTALAR

A articulação subtalar, uma sinovial plana entre a face interior do tálus


e a face superior do calcâneo, é considerada uma das articulações
intertársicas. O movimento do pé através da articulação subtalar pode ser
modelado representando-se o tornozelo (classificado anatomicamente como
um gínglimo) como uma articulação esferóide. O gínglimo uniaxial do
tornozelo combinado com o eixo da articulação subtalar permite efetivamente
ao pé três eixos de rotação.
Sammarco relatou que o eixo da articulação subtalar está a cerca de
420 do calcanhar, dirigido para frente e para cima (a 38º da vertical) e a 16º
medialmente d o eixo longitudinal do pé.
A articulação subtalar permite essencialmente dois movimentos,
independentes do movimento na articulação do tornozelo. A inversão do pé
ocorre quando a planta é virada medialmente, e a eversão do pé quando a
planta é virada lateralmente.
A eversão e inversão são às vezes referidas como pronação e
supinação, respectivamente. A eversão freqüentemente ocorre com
dorsiflexão e abdução (rotação lateral do pé), ao passo que a inversão
pode ocorrer com algum grau de flexão plantar e adução (rotação medial).
Em geral, a amplitude de movimento demonstra uma média de 20º de
inversão e 5º de eversão.

104
o ARTICULAÇÃO TRANSVERSA DO TARSO

A articulação transversa do tarso (mediotársica) pode ser considerada


a junção entre as articulações talonavicular, triaxial e calcaneocubóidea,
biaxial. Os ossos naviculares e cubóide se articulam de tal modo que permitem
apenas um leve movimento e, portanto, podem ser considerados um único
segmento. Vista por cima, a articulação transversa do tarso forma uma linha
em forma de S.
A articulação permite movimentos da parte anterior do pé com
referência à parte posterior. São permitidos dois tipos de movimento através
de dois eixos. O eixo em torno do qual ocorrem a inversão e eversão é
orientado com o eixo longitudinal do pé, subindo de trás para frente a
partir da face plantar do pé a um ângulo de 15º e dirigido medialmente a um
ângulo de 9º.
O movimento em torno desse eixo permite que o pé se adapte a uma
variedade de orientações da superfície durante a locomoção. Um segundo
eixo que sobre de modo semelhante ao primeiro, mas a um ângulo de 52º,
dirige-se medialmente a um ângulo de 57º. Esse eixo de rotação aumenta a
dorsiflexão e flexão plantar. A orientação dos eixos e por conseguinte do
movimento é variável e influenciada pela arquitetura do pé da musculatura
que atravessa as articulações.
O movimento do pé distal à articulação transversa do tarso, pertence
às articulações intertársicas e tarsometatársicas. Em ambos os casos, o
movimento restringe-se a uma dorsiflexão quase desprezível e a 15º de flexão
plantar. Os dedos se movem em flexão e expansão em torno das articulações
metatarsofalângicas (sinoviais em dobradiça).
O movimento em torno das articulações metatarsofalângicas inclui a
abdução e adução. O hálux ou dedão tem uma amplitude de flexão de 30º
e uma amplitude de extensão de 90º. Os demais dedos tem uma amplitude
de flexão um pouco maior, 50º.

105
o MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO
TORNOZELO E DO PÉ
Figura 30:

A articulação do tornozelo é o local de origem para os músculos que produzem


movimento do tornozelo. Estes músculos são classificados em três grupos -
crural anterior, cervical posterior e crural lateral. Dos músculos associados ao
tornozelo e pé, 12 são extrínsecos ao pé e 19 intrínsecos.

Crural anterior
Os músculos crurais anteriores estão associados ao compartimento
anterior que é limitado pela tíbia e septo intermuscular. O tibial anterior
geralmente é considerado um inversor do pé (articulação subtalar), embora
alguns pesquisadores tenham relatado que ele não é ativo durante a inversão,
a menos que ocorra dorsiflexão simultaneamente.
É razoavelmente bem aceito que o tibial anterior não desempenha
qualquer papel na sustentação estática normal do arco longitudinal do pé.
Durante condições com cargas dinâmicas, entretanto, a contração muscular

106
auxilia a fonte primária de sustentação do arco, as estruturas
osteoligamentosas. Os indivíduos com pés planos também necessitam de
sustentação muscular dos arcos, especialmente pelo tibial anterior.

Crural posterior
Os músculos do grupo crural posterior são ainda classificados em
superficiais ou profundos. O grupo superficial, o gastrocnêmio, e sóleo e o
plantar. O grupo profundo é composto pelo poplíteo, flexor longo do hálux,
flexor longo dos dedos e tibial posterior.
As duas cabeças do gastrocnêmio e o sóleo são referidos como triceps
da perna. Os músculos que compõem o grupo profundo são o poplíteo, o
flexor longo do hálux, como o nome diz atua principalmente na flexão do hálux,
inserindo-se na base da falange distal.
O flexor longo dos dedos cujo tendão se divide em quatro tendões
separados que fixam nas bases das quatro falanges distais.
A afirmativa de Soderberg, de que se sabe pouco sobre o tornozelo e
o pé é correta, tendo em vista a controvérsia que envolve as ações do flexor
longo do hálux e o flexor longo dos dedos.
Gray indicou que o flexor longo do hálux contribui significativamente
para a propulsão do pé durante a marcha; contudo, Frenette e Jackson
relataram que, embora não seja essencial nesse papel, o músculo é crucial
na manutenção do equilíbrio durante a posição ereta.

Crural lateral

Dois músculos compõem o grupo crural lateral, os fibulares longo e curto. Um


septo intermuscular separa esse grupo dos grupos anterior e posterior. Ambos
os músculos passam atrás do maléolo lateral para suas inserções na face
plantar do pé. Auxiliam a flexão plantar, embora suas principais contribuições
sejam para a pronação do pé (eversão e abdução combinadas).

107
o CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS
LESÕES DO TORNOZELO E DO PÉ
As lesões da articulação do tornozelo são o traumatismo mais comum
em esportes. Funcionalmente a articulação em dobradiça sinovial permite
apenas a dorsiflexão e flexão plantar. Um movimento extremo em qualquer
uma das duas direções pode ser lesivo, mas é menos freqüente do que o
movimento causado por forças dirigidas lateralmente que resultam em
inversão ou eversão.
As lesões por inversão são responsáveis por 85% de todas as lesões
do tornozelo. Em relação ao eixo da perna, as lesões por inversão também
compreendem forças de adução e flexão plantar. Se o deslocamento articular
é intenso o bastante paralacerar parcial ou completamente ligamentos de
sustentação, a face medial do tálus avança sobre o maléolo medial sobre o
qual gira.
Desse modo, os ligamentos laterais são submetidos a tensão e, caso
a inversão continue, o maléolo medial pode sofrer uma fratura em geral numa
direção vertical. Nas lesões por eversão, o maléolo lateral que é mais
longo que seu equivalente medial, torna-se sobrecarregado quando o pé se
move lateralmente com referência à tíbia e também se abduz e se dorsiflete.
O maléolo lateral impede que o tálus gire. Ao invés, o avanço do tálus
sobre o maléolo lateral causa uma tensão extrema no tálus antes de traquinar
os ligamentos mediais. Sobrevém comumente uma fratura fibular, às vezes
com lesão do ligamento deltóide, situado medialmente.
A lesão dos ligamentos laterais é possível se o deslocamento da
articulação prosseguir. Johnson, Dowson e Wright relataram as diferentes
influências de sapato de cano longo e curto sobre as lesões da articulação do
tornozelo. Como se esperava, eles constataram que os sapatos de cano
longo reduzem a tensão sobre os ligamentos colaterais durante a inversão e
versão, tornando esse tipo de sapato mais seguro. Entretanto, como os
sapatos de cano longo são mais pesados, eles são usados freqüentemente.

108
Constatou-se que os sapatos de cano curto têm o potencial de causar maior
lesão ligamentosa, se o material for mecanicamente duro devido à restrição
imposta ao movimento da articulação subtalar. Os autores recomendaram
que, caso os sapatos de cano curto sejam usados, eles devem ser o mais
flexível possível ao redor da articulação do tornozelo.

109
o CONCLUSÃO

A coluna é a parte mais nobre do esqueleto, localizada no tronco, e


consiste em vértebras cervicais, torácicas e lombares. Ela faz a ligação entre
a cabeça e os quatro membros, além de abrigar e proteger a medula, que
origina os nervos e controla nossos movimentos. Portanto, a coluna vertebral
serve de apoio para outras partes do esqueleto.

A dor na coluna é a segunda maior fonte de reclamação das pessoas.


E segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, 85% da população
viverá ao menos um episódio de dor na coluna ao longo da vida. O problema
pode começar devido à má postura ou até por razões mais graves, como
processos degenerativos (artrose, hérnia de disco, protrusão discal, entre
outros). Quando acentuados, todos esses desvios podem ocasionar efeito
estético negativo, dores, além de outras complicações. Devemos entender a
dor na coluna como um sintoma e não como doença. Portanto, não só ela
como os outros desvios citados requerem atenção e tratamento.

Para manter-se saudável e longe de problemas de postura, existem


diversas recomendações. Entretanto, com a correria do dia-a-dia, muitas
vezes ignoramos o mal que estamos fazendo a nossa própria coluna.

A degeneração da coluna é resultado de vários fatores conjuntos, como


genética; hábitos cotidianos; atividade física; obesidade; sobrecarga, entre
outros. Para quem está acima do peso, cuidado! A obesidade e o sobrepeso
são prejudiciais, pois, sobrecarregam a coluna lombar e pode acelerar o
processo degenerativo da mesma.

Há algumas orientações muito importantes para deixar a coluna


saudável:

Praticar exercícios físicos frequentemente (no mínimo 3 vezes por


semana);

110
Fazer alongamento antes e depois de atividades, pois ele prepara os
músculos e relaxa o corpo. Sem alongar-se, podem surgir lesões, além de
ligamentos e músculos sobrecarregados.

A utilização de pesos somada a exercícios aeróbicos permite um


melhor preparo físico, reduzindo o risco de desenvolver dores nas costas.
Porém, se estiver com estas dores e os exercícios as tornarem piores, os
mesmos devem ser suspensos imediatamente;

É indicada em casos de dores nas costas relacionadas à fraqueza


muscular e à falta de flexibilidade, pois os músculos (que sustentam os ossos)
tornam-se mais resistentes.

Calma ao praticar exercícios! Eles devem ser realizados lenta e


progressivamente.

A musculação melhora a postura.

A caminhada reduz em até 90% as dores nas costas.

É sempre importante lembrar da importância da orientação de um


profissional qualificado para realizar as atividades e ao sentir dores na
execução dos exercícios, deve-se suspender imediatamente para que lesões
por sobrecarga não venham a prejudicar a coluna e outras estruturas do
corpo.

111
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