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VISÃO CELULAR: MÉTODO, PROPOSTA E RELEVÂNCIA NO CONTEXTO

DE CRISE ECLESIOLÓGICA CONTEMPORÂNEA.

Giselly Honorato Teotonio)1


Flávio da Silva Chaves, MSC2

RESUMO
O resumo de artigo de periódicos científicos deve conter entre 150 e 500 palavras. Deve
apresentar as palavras-chave abaixo do mesmo. Elas devem ser antecedidas da expressão
“Palavras-chave”, separadas entre si por ponto e finalizadas, também, por ponto.
Palavras-chave: de 03 a 05 palavras que indiquem o tema, mas que não estejam no título do
trabalho.

ABSTRACT
Resumo traduzido para língua estrangeira, a saber: inglesa.
Keywords: Palavras-chave traduzidas.

1 Introdução

De que trata o estudo? Por que a investigação foi feita?

O que se sabia acerca do assunto no início da investigação?

O que NÃO se sabia acerca do assunto e motivou a investigação?

2 Visão celular: história, conceito e metodologia.


O nome Visão celular vem da forma como foi concebido o modelo, através
de uma “revelação divina” ou “visão”, no jargão evangélico. Ressalte-se o
fato de que, as visões ou revelações através de sonhos e de pessoas, são mais
comuns entre os pentecostais e neopentecostais. (ANDRADE, 2010 p. 62).

A “Visão Celular” tem avançado não somente no terreno das igrejas


neopentecostais, especialmente as autônomas (aquelas que não se encontram vinculadas

1 http://lattes.cnpq.br/8119729040626331

2 Currículo resumido do(a) orientador(a) do artigo. Link do Lattes:


a nenhum concílio superior, convenção ou denominação), mas muitas igrejas históricas
como as Batistas, Metodistas, Assembleias de Deus, Nazareno e do Evangelho
Quadrangular, dentre outras, também têm aderido ao movimento. Em geral, esse
modelo é facilmente inserido em igrejas congregacionais, em que as decisões ficam a
cargo da assembleia dos membros, não necessitando autorização de órgãos de hierarquia
superior, cabendo apenas aos membros locais a sua decisão de participação ou não. As
igrejas episcopais também possuem certa facilidade para aderir ao movimento, visto
que, apenas com a decisão do pastor, bispo ou apóstolo a igreja passa a fazer parte desse
grupo. Já as igrejas conciliares encontram mais dificuldades para participar desse
esquema uma vez que as decisões partem de um concílio superior para as igrejas locais
e vice-versa. Assim, muitas denominações e igrejas locais, especialmente do tipo
congregacional e episcopal, estão se “associando” ao sistema celular no desejo de
utilizar suas estratégias de gestão para o crescimento do rebanho. Dentre as principais
igrejas associadas a esse movimento destacam-se as igrejas Batistas e as igrejas
autônomas. (Frossard, 2013, p.46-47).
Os cultos realizados nas casas são uma prática comum entre os evangélicos e
remontam ao texto Bíblico do Novo Testamento, onde a igreja primitiva se reunia de
casa em casa, compartilhando a nova fé. Estes primeiros cristãos passaram a cultuar nos
templos após a oficialização do cristianismo pelo Império Romano no século IV. No
século XIX houve a inserção do protestantismo no Brasil que trouxe um discurso de
“retorno” às bases do cristianismo primitivo, mais especificamente, o deste prática dos
cultos nos lares. Nos últimos anos do século XX surgem modelos de organização e
crescimento de igrejas com ênfase nesse novo conceito, como o de células, uma
estratégia sistemática maior de crescimento. (ANDRADE, 2010).

Dos países que adotaram o sistema de células, o caso da Coréia do Sul tem
sido apontado como o exemplo de maior de sucesso, mais precisamente o
exemplo da Igreja Central do Evangelho Pleno em Seul, Coréia, fundada e

liderada pelo pastor David Paul Yonggi Cho. (ANDRADE, 2010 p. 58).

As “Igrejas em células” tem como objetivo o crescimento da igreja através da


multiplicação das células. O processo de transformação de uma igreja convencional para
uma igreja em célula é chamado de celularização, e isto pode, dependendo de alguns
fatores, levar de um a cinco anos para se completar. Essa transição é realizada através
da “conscientização” das lideranças e membrezia. Nesse modelo de igreja cada crente é
visto como um líder em potencial e as casas como células ou extensões da igreja, sendo
assim, a máxima é transformar “cada casa em uma igreja e cada crente em um líder”.
(ANDRADE, 2010).
As células não consistem apenas de uma reunião num lar, com um lanche no
final. E bem mais que isso; é uma simplificação da estrutura eclesiástica, que faz, de
maneira magnífica, com que todos estejam voltados para o mesmo alvo.
(STOCKSTILL, 2000).
O modelo de Igreja em células tem se multiplicado no mundo inteiro, ajudando
diversas comunidades a manter, nutrir e pastorear um grande número de cristãos. As células
também são fortes no evangelismo e estão discipulando milhões de novos convertidos.
(Stockstill, 2000).

Igrejas com célula ou Igrejas em célula?


Esse conceito de igrejas em células e igrejas com células foi desenvolvido por
Ralph W. Neighbour.
Em uma igreja com célula tem seus grupos como mais um ministério da igreja
quem funciona conjuntamente com outros departamentos: ministério de homens,
mulheres, mídia, intercessão e o ministério de células. (Ultimato, 2013).
Uma igreja em células é aquela na qual existe um equilíbrio entre as células e as
reuniões de celebração. Aqui as células ou pequenos grupos não são ministérios e
também não são opcionais. O modelo de Igreja em célula segue o modelo de orientação
de Jetro à Moisés conforme visto. Cada grupo possui seus líderes (líder de célula) e todo
processo de liderança é integrado onde cada líder tem a autonomia de apascentar o seu
rebanho. Nas Igrejas em célula os ministérios fluem através das células. O importante
aqui é que há um equilíbrio entre as reuniões da célula e as reuniões de celebração.
(Ultimato, 2013).
Dr. Bill Beckham, Ativista do Movimento Celular e autor de diversos livros,
inclusive o livro “Second Reformation” (A segunda reforma, em tradução livre, ainda
sem título em português), diz que é possível notar um equilíbrio entre a comunidade
corporativa e a comunidade celular no Novo Testamento: Expressões do grande grupo e
a expressão do pequeno grupo. O Dr. Bill Beckham faz uma analogia com um pássaro
de duas asas, que se suportam mutuamente e criam um sinergismo divino que resulta em
santidade e colheita. (BECKHAM, 2022).
ILUSTRAÇÃO
Certa vez, Deus criou uma igreja com duas asas. Uma asa era a asa do grande
grupo e a outra era a asa do grupo pequeno. Com estas duas asas, a igreja
conseguia alçar altos voos rumo ao céu, e chegar até a presença do Criador,
cumprindo a Sua vontade por toda a terra.
Um dia, a serpente malévola, que não tinha asas, veio até a igreja de duas
asas e disse: “Você sabia que você consegue voar com apenas uma das asas?
Sim! Você consegue voar apenas com a asa do grande grupo.” A igreja, que
tinha sido criada com duas asas, começou a tentar voar somente com a asa do
grande grupo. Realmente, se ela batesse essa asa por um tempo enorme e
com muita força, ela conseguia voar. Mas ela nunca voou muito alto, nunca
foi muito longe do ponto de partida, e, como é típico de coisas que só tem
uma asa, ela frequentemente voava em círculos.
Isto aconteceu mais ou menos no século IV. Deste ponto em diante, a igreja,
que tinha sido criada como uma igreja de duas asas, passou a utilizar apenas a
asa do grande grupo. Por fim, a asa do grupo pequeno atrofiou.
De tempos em tempos, a igreja lembrava daqueles dias em que alcançava
grandes alturas em direção aos céus, chegava até a presença do Criador e
cumpria a Sua vontade por toda a terra. Mas já era muito tarde. A igreja de
duas asas tinha se tornado uma Igreja de uma asa, uma instituição ligada à
terra.
Um dia, o Criador retornou e recriou outra igreja de duas asas – com uma asa
do grande grupo e uma asa do grupo pequeno. Mais uma vez, a igreja
conseguia alçar altos voos em direção aos céus, entrar na presença do Criador

e fazer a Sua vontade por toda a terra. (BECKHAM, 2022).

Fica fácil entender esse conceito quando pensamos em um pássaro voando. O


pássaro para realizar voos altos, duradouros e com equilíbrio precisa que as suas duas
asas estejam exercendo bem as suas funções. Uma igreja com uma asa só perde a
dimensão da qualidade, da unidade, do relacionamento, a dimensão do evangelismo
relacional. Belckham diz que uma asa é a célula, e a outra, a celebração de domingo.
Uma igreja que se reúne nos prédios e também nas casas.
3 O contexto de crise da igreja
brasileira
O Brasil foi concebido no seio das conquistas das grandes navegações da Europa cristã. Além
de contribuir para a expansão comercial da Europa, vale destacar que o Brasil nasceu e cresceu
ligado à religião católica, especialmente o catolicismo da Península Ibérica. (ALVES, 2022).

O Brasil estava cada vez mais próximo das navegações de Portugal. As velas das naus
de Pedro Alvares Cabral estampavam a Cruz de Malta. O primeiro nome do Brasil foi
Ilha de Vera Cruz que após novas explorações, descobriu-se que se tratava de um
continente e o nome foi alterado para Terra de Santa Cruz. Foi também aos pés de uma
cruz e com uma plateia luso-ameríndia que aconteceu oficializadamente a Primeira
Missa, rezada por Frei Henrique de Coimbra, no domingo, 26 de abril de 1500
(GALIZA, 2022).
A igreja católica (catolicismo) era a única instituição religiosa reconhecida oficialmente
até o início da República e manteve sua hegemonia durante maior parte do século XX.
O Brasileiro era, praticamente, sinônimo de católico. (ALVES, 2022).
O Brasil é a maior nação católica do mundo e ainda é em sua maioria católica, mas
desde a última década, a igreja católica teve uma redução de 1,7 milhão de fieis, que
representa uma queda de cerca de 12,2%. O impacto dessa mudança para a igreja
católica é grande. De acordo com o último censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), em 1970 havia 91,8% de brasileiros católicos, em 2010 essa
fatia passou para 64,6%. Em contra partida a igreja evangélica está sofrendo um
crescimento fabuloso que em 40 anos saltaram de 5,2% da população para 22,2%.
(AZEVEDO, 2020).
Fonte: Directoria Geral de estatística, Rescenseamento do Brasil 1872/1890, e IBGE
Censo Demográfico 1940/1991
Vários missiólogos apontam o Brasil como o celeiro de missionários para o mundo e em
detrimento deste crescimento evangélico muitos teólogos e estudiosos da sociologia da
religião estão sendo despertados a olharem para o Brasil. Não se pode negar a influência
do Evangelho na sociedade brasileira atual, mas onde está a crise? Bem, enquanto o
crescimento acontece de forma expansiva no país, ao mesmo tempo existem razões de
preocupação. (ROMERO, 1995).
Os últimos trinta anos do século XX provocaram mudanças radicais na configuração
mundial representadas principalmente pelo avanço do capitalismo globalizado e das
tecnologias sobretudo nas áreas de informática e telecomunicações. Como não poderia
deixar de ser, a religião não escapa a estas transformações econômicas, políticas e
sócio-culturais que perpassam toda a sociedade, ela acompanha as mudanças sociais
tentando ajustar-se , adaptar-se a novas situações e novas demandas. (ANDRADE)
Ao observar o cenário religioso brasileiro, pesquisadores apontam que as
transformações ocorridas no contexto social em nível mundial, modificaram a vivência
religiosa em nossas terras, sendo inegável a influência dos fatores econômicos que
marcaram o século XX tais como, a queda do muro de Berlim e o declínio do
socialismo, bem como o fortalecimento e expansão do capitalismo. (RIBEIRO, 2013).
Peter Berger, na sua obra O dossel sagrado ([1967] 1985), diz:

A característica-chave de todas as situações pluralistas, quaisquer que sejam


os detalhes de seu pano de fundo histórico, é que os ex-monopólios religiosos
não podem mais contar com a submissão de suas populações. A submissão é
voluntária e, assim, por definição, não é segura. Resulta daí que a tradição
religiosa, que antigamente podia ser impostar pela autoridade, agora tem
que ser colocada no mercado. Ela tem que ser 'vendida' para uma clientela
que não está mais obrigada a 'comprar'. A situação pluralista é, acima de
tudo, uma situação de mercado. Nela, as instituições religiosas tornam-se
agências de mercado e as tradições religiosas tornam-se commoditiesde
consumo. E, de qualquer forma, grande parte da atividade religiosa nessa
situação vem a ser dominada pela lógica da economia de mercado.
(BERGER, 1985.p.149).

Ao explicar isso, ele usa dois termos como se quisesse mostrar uma analogia:
“vendida” e “comprar”. Logo após ele identifica a situação pluralista como “uma
situação de mercado”. Ele a noção de capitalista de mercado como um conceito único
para mercado e tira a conclusão de que as tradições religiosas se tornam uma mercadoria de
consumo e grande parte da atividade religiosa passa “a ser dominada pela lógica da economia de
mercado”.
É importante estabelecer aqui uma diferença entre “economia com mercado” e
“economia de mercado”. Economias pré-capitalistas são economias com mercado, onde o
mercado exerce uma função secundária na esfera econômica da sociedade. A produção de bens,
em sua grande parte, não são destinadas primeiramente ao mercado, mas sim para a satisfação
das necessidades da comunidade. Isto é, o valor de uso –a utilidade –dos produtos tem
prioridade sobre o valor de troca. Nesse tipo de sociedade, membros da comunidade não são
abandonados à fome em nome da racionalidade econômica. Por outro lado, economia de
mercado é uma economia onde o mercado tem o papel central e é autorregulado. Isto é, no
interior da economia só se aceita as regras do próprio mercado e não admite nenhuma regra ou
valores exteriores à lógica do mercado, por ex. Regulações na economia em nome dos valores
de solidariedade comunitária. (SUNG, 2014).
Dentre as inúmeras consequências desta realidade, destaca-se o vazio
experimentado por uma geração movida pelas imagens, onde a aparência conta bem
mais do que a realidade e o “parecer ser” vale mais do que o “ser” propriamente dito,
transformando a vida em sociedade num espetáculo, segundo a análise de Guy Debord
(1997).
Algumas questões desafiam a igreja evangélica brasileira, entre elas a crise da
integridade, ou da ética, a crise doutrinária e a crise teológica. É bem verdade que
pessoas que se denominam evangélicas e que creem na doutrina bíblica ainda tenham
um estilo de vida incorreto. Em outras palavras, é possível conhecer a doutrina de Deus
e na prática estar com satanás. Quando alguém não leva a bíblia a sério teologicamente,
a ética cristã fica comprometida. Nos dias atuais se tem uma urgente necessidade de
formar líderes que sirvam como modelo de oração, piedade e integridade, ou seja, que
tenham o caráter de Cristo. A crise aumenta à medida que diminui o discernimento por
parte de líderes e pastores. A imagem do evangelho vem sofrendo devido a alguns
líderes se apresentarem a sociedade como um exemplo a não ser seguido. (ROMERO,
1995).
A ética se transformou em tema nacional e a falta de ética em manchete diária da grande
imprensa. Nada do que se denuncia é novo. Essa fragilidade ética é para o Brasil uma
herança dos portugueses que construíram uma nação sobre aprisionamentos de
indígenas e africanos, o que levava o Brasil a uma crise de valores. Ao longo da
história, igrejas, partidos e intelectuais, procuraram fazer frente a crise ética com alguns
sistemas éticos, dentre eles: o moralismo, o positivismo, o tradicionalismo, o
revolucionarismo, o reformismo e o hedonismo, mas não conseguiram maiores
resultados. (CAVALCANTI, 2021).
A Bíblia fala sobre o pecado da natureza do homem e das instituições criadas por eles
em Romanos 1.28-32. A questão é que o cristão não deveria ficar surpreso com o
pecado social, mas estes não deveriam estar no lado dos pecados sociais e sim deveriam
trabalhar na sua prevenção e combate, enfatizando a necessidade de conversão,
regeneração, novo nascimento e nova vida no Espírito. Nem todos são “cristãos”
espirituais são maduros mas muitos permanecem “carnais”, ou seja, imaturos, e duas
das causas desse comportamento antiético seriam: o despreparo para a vida pública e o
pecado do orgulho espiritual. (CAVALCANTI, 2021).
Além de uma crise ética a igreja brasileira passa por uma crise doutrinária e está é séria
demais para não ser considerada e ignorada, pois heresias e ensinos aberrantes tendem a
se espalhar muito rapidamente. Na Bíblia mostra que cada crente é chamado por Deus
para ser um atalaia (aquele que vigia, que observa; sentinela) no exército do Senhor e
soar o alarme toda vez que se fizer necessário. Embora cumprir o papel de denunciar o
erro desagrade a muitos, a verdade da Palavra de Deus deve ser proclamada com amor e
obediência sem distorções. (ROMERO, 1995).

“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:


Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu fizer
vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um homem dos seus
termos, e o constituir por seu atalaia;
E, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo;
Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a
espada, e o alcançar, o seu sangue será sobre a sua cabeça.
Ele ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado, o seu sangue será
sobre ele; mas o que se dá por avisado salvará a sua vida.
Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não
for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi
levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia.
A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu,
pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte.
Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para
dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade,
porém o seu sangue eu o requererei da tua mão.
Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele
não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu
livraste a tua alma.” Ezequiel 33:1-9

4 PROPOSTA DA VISÃO CELULAR E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA


A REVITALIZAÇÃO DA IGREJA BRASILEIRA E O DISCIPULADO
CRISTÃO
“A ligação entre o discipulado e revitalização da igreja consiste no
fato de que uma igreja viva vai gerar vida.” (MAGALHÃES, 2014)

A formação de discipuladores/as está interligada com a revitalização da igreja, é possível que


não são dois processos distintos, mas apenas um processo. Um modelo é o próprio Jesus, que ao
mesmo tempo em que ensinava preceitos básicos da vida cristã, também instruía a cerca de
como se relacionar com o próximo. No processo de revitalização de uma igreja, é preciso uma
liderança participativa, obediente à Palavra de Deus, dedicada à oração e comprometida com o
trabalho evangelístico. O discipulado foi um instrumento de revitalização no ministério de João
Wesley. Através células/grupos pequenos ele introduziu um novo modo de evangelização e
cuidado dos novos convertidos. (MAGALHÃES, 2014)
Para os evangélicos da Visão Celular vai além de uma estratégia de crescimento da igreja, o
movimento também tende a corroborar na participação social dos evangélicos, na sua
colaboração à transformação social, ou como costumam dizer no resgate da nação, do seu
Estado, cidade. Segundo Rubens Alves, no entendimento protestante, a transformação da
sociedade passa pela transformação do indivíduo, a medida que cada pessoa se converta a
Cristo, a ordem vigente será transformada. A interpretação da natureza da problemática social
não parte do estrutural, do real, o protestantismo enxerga uma raiz moral e espiritual nos
problemas sociais. O papel da igreja é executar com competência sua missão espiritual, pois “o
fator realmente revolucionário da sociedade é a Igreja”. Neste sentido, os crentes na Visão
sentem-se participando mais ativamente na transformação da sociedade, no resgate da nação
brasileira, aumentando o número dos convertidos e os pontos e chances de converção.
(ANDRADE).
Sendo então, para os evangélicos da Visão, a igreja está cumprindo sua missão, resgatando o
sentido comunitário do cristianismo primitivo, de ajuda aos necessitados , de amparo espiritual,
através das células e de evangelismo mais estratégico. Mas além de direcionar o evangelismo a
sociedade de uma forma geral, a estratégia celular direciona sua ação principalmente ao núcleo
familiar. Na Visão, ainda que possam ser abertas células em diversos locais, o ambiente familiar
é privilegiado pelas lideranças para a abertura de células, pois consideram que a família é o
núcleo principal de uma sociedade e que restaurando famílias, se restaura também o equilíbrio
social. O papel da igreja é dar a assistência espiritual aos necessitados, o papel das células é
oferecer este ambiente de acolhimento familiar. (ANDRADE).

3 Considerações Finais
Esta seção é a parte que descreve os resultados da análise de dados. Quando necessário, são
usados gráficos e tabelas para ilustrar os resultados da pesquisa. Nela, os autores explicam sua
interpretação no que tange aos resultados, discutem e teorizam quanto a sua relevância,
objetivando pesquisas existentes, bem como futuras.
REFERÊNCIAS
STOCKSTILL, Larry. A igreja em células, Belo Horizonte: Betânia, 2000

FROSSARD, Miriane Sigiliano, 2013). "Caminhando por terras bíblicas":


religião, turismo e consumo nas caravanas evangélicas brasileiras para a Terra Santa.
Universidade Federal de Juiz de Fora. CNPQ: 46-47. Consultado em 18 de novembro de
2022

ANDRADE, Eliana Santos. A visão celular no governo dos 12: Estratégias de


crescimento, participação e conquista de espaço entre os batistas soteropolitanos de
1998 a 2008. Salvados: FFCH, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais),
Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas da UFBA, 2010.

ULTIMATO, 2013 Igrejas em células: Organização da igreja segundo as


escrituras. Disponível em: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja-
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