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Normas Internacionais de

Relatório Financeiro®

conforme emitidas em 1º de janeiro de 2013

Esta edição é publicada em duas partes

PARTE A

São Paulo
Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
2013
International Financial Reporting Standards (IFRSs) together with their accompanying documents are issued by
the International Accounting Standards Board (IASB).

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Interpretations), Exposure Drafts and other IASB and/or IFRS Foundation publications are copyright of the IFRS
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ISBN for this part: 978-1-907877-78-0


ISBN for complete publication (two parts): 978-1-907877-77-3

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This Brazilian Portuguese translation of International Financial Reporting Standards, Interpretations and other
IASB material included in this publication has been approved by a Review Committee appointed by the IFRS
Foundation. The Brazilian Portuguese translation is published by Ibracon - Instituto dos Auditores Independentes
do Brasil in Brazil with the permission of the IFRS Foundation. The Brazilian Portuguese translation is the
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The IFRS Foundation logo/the IASB logo/’Hexagon Device’, ‘IFRS Foundation’, ‘eIFRS’, ‘IASB’, ‘IFRS for
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its principal office as above.
Normas Internacionais de
Relatório Financeiro®
conforme emitidas em 1º de janeiro de 2013

Esta edição é publicada em duas partes

PARTE A

Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro,


Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs®) e
o texto consolidado de IFRSs
incluindo Normas Internacionais de Contabilidade (IASs®) e Interpretações,
conforme emitidos em 1º de janeiro de 2013

(Glossário de Termos e índice remissivo incluídos)

Para os documentos anexos publicados com as IFRSs,


e outro material pertinente, consulte a Parte B desta edição

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As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs), juntamente com os documentos que as acompanham,
são emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB).

Isenção de Responsabilidade: o IASB, a Fundação IFRS, os autores e a editora não assumem responsabilidade
por qualquer prejuízo causado por agir ou deixar de agir com base no material contido nesta publicação, seja essa
perda causada por negligência ou outro motivo.

A Fundação IFRS é titular dos direitos autorais das Normas Internacionais de Relatório Financeiro - IFRSs (inclusive
as Normas Internacionais de Contabilidade e as Interpretações das IFRICs e SICs), Minutas de Exposição e outras
publicações da Fundação IFRS e/ou do IASB.

Direitos Autorais © 2013 Fundação IFRS®

ISBN desta parte: 978-85-89324-18-2


ISBN para a publicação completa (duas partes): 978-85-89324-17-5

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser traduzida, reimpressa, reproduzida ou
utilizada de qualquer forma, seja total ou parcialmente, por qualquer meio eletrônico, mecânico ou outro, atualmente
conhecido ou desenvolvido no futuro, incluindo fotocópia e gravação, ou em qualquer sistema de armazenamento
e recuperação de informações, sem a autorização prévia por escrito da Fundação IFRS.

O texto aprovado das Normas Internacionais de Relatório Financeiro e de outras publicações do IASB é aquele
publicado pelo IASB no idioma inglês. Cópias podem ser obtidas através da Fundação IFRS. Questões relacionadas
a publicações e direitos autorais devem ser encaminhadas ao:

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Esta tradução para o Português das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, das Interpretações e de outros
materiais do IASB incluídos nesta publicação foi aprovada por um Comitê de Revisão nomeado pela Fundação
IFRS. A tradução para o Português é publicada no Brasil pelo Ibracon - Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil, com a autorização da Fundação IFRS. A Fundação IFRS detém os direitos autorais sobre a tradução para
o Português.

O logotipo da Fundação IFRS/o logotipo do IASB/“Figura Hexagonal”, “Fundação IFRS”, “eIFRS”, “IASB”,
“IFRS para PMEs”, “IAS”, “IASs”, “IFRIC”, “IFRS”, “IFRSs”, “SIC”, “Normas Internacionais de Contabilidade”
e “Normas Internacionais de Relatório Financeiro” são Marcas Registradas da Fundação IFRS.

A Fundação IFRS é uma entidade sem fins lucrativos em conformidade com a Lei Geral de Sociedades do
Estado de Delaware, EUA, e opera na Inglaterra e no País de Gales como uma sociedade no exterior (Sociedade
n°: FC023235) com sede principal indicada acima.
Prefácio a esta Tradução

Prefácio à tradução das IFRSs de 2013

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) está comprometido com o desenvolvimento,


no interesse público, de um conjunto único de normas contábeis de alta qualidade, compreensíveis, exeqüíveis
e globalmente aceitas baseadas em princípios claramente articulados. As Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs) são emitidas pelo IASB para fornecer informações financeiras transparentes e comparáveis em
demonstrações financeiras e em outros relatórios financeiros aos investidores, a outros participantes dos mercados
de capital no mundo e a outros usuários de informações financeiras.

Desde que o IASB iniciou as operações em abril de 2001, o número de países que utilizam as IFRSs ou
comprometidos em adotar as IFRSs cresceu significativamente. A Fundação IFRS está concentrada em incentivar
e dar suporte à adoção global e consistente de IFRSs.

A tradução é uma parte essencial do processo de adoção por muitos países. Esta tradução em português do Brasil foi
revisada por um comitê de especialistas de contabilidade, cuja língua materna é o português e com conhecimento
e experiência comprovados na área das IFRSs. A tradução das IFRSs segue o processo descrito abaixo.

A Fundação IFRS extrai as palavras-chave das IFRSs

As palavras-chave são traduzidas por tradutores

As palavras-chave traduzidas são definidas pelo Comitê de Revisão

Os tradutores utilizam as palavras-chave e o material de


referência existente das IFRSs para traduzir as IFRSs usando
software de Tradução Assistida por Computador, se possível

O Comitê de Revisão revisa a tradução e o texto é finalizado

A tradução final, observada nesta publicação, é o resultado de um esforço colaborativo dos membros do comitê,
que dedicam seu tempo e experiência, e ao coordenador, que reúne todas as diversas opiniões dos membros do
comitê para chegar a um acordo sobre o texto final. Agradecemos o Ibracon - Instituto dos Auditores Independentes
do Brasil por coordenar a tradução, e ao Comitê de Revisão, que discutiu a terminologia, sua tradução e o texto
das IFRSs em no idioma português do Brasil, para garantir a qualidade geral.

Acesse o site da Fundação IFRS (www.ifrs.org) para conhecer outros serviços e produtos, inclusive assinaturas
online, materiais educacionais e traduções das IFRSs.

Miranda Corti Nicole Johnson


Diretora de Operações Responsálvel pelos Serviços de Conteúdo
IFRS Foundation IFRS Foundation

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IFRS Foundation 5
Prefácio a esta Tradução

Membros do Comitê de Revisão

O processo de revisão coordenado pelo Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil foi conduzido
pelos seguintes profissionais:

Francisco Maldonado Sant’Anna

Plínio Biscalchin

Os demais membros da equipe para esta edição foram os seguintes profissionais:

Antonio Carlos Fioravante

Claudio Gonçalo Longo

Danilo Siman Simões

Fernando Próspero Neto

Guy Almeida Andrade

José Gilberto M. Munhoz

José Luiz Ribeiro Carvalho

Tadeu Cendón Ferreira

Wanderley Olivetti

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Conteúdo

página

Mudanças nesta edição A1

Introdução a esta edição A3

Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro A9

Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro A15

Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS)

IFRS 1 Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório


Financeiro (IFRSs) A43
IFRS 2 Pagamento baseado em ações A75
IFRS 3 Combinações de Negócios A113
IFRS 4 Contratos de Seguro A155
IFRS 5 Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas A181
IFRS 6 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais A199
IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações A211
IFRS 8 Segmentos Operacionais A249
IFRS 9 Instrumentos Financeiros A265
IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas A323
IFRS 11 Negócios em Conjunto A373
IFRS 12 Divulgação de Participações em Outras Entidades A397
IFRS 13 Mensuração do Valor Justo A421

Normas Internacionais de Contabilidade (IASs)

IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras A461


IAS 2 Estoques A497
IAS 7 Demonstração dos Fluxos de Caixa A511
IAS 8 Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros A525
IAS 10 Eventos após o Período de Relatório A543
IAS 11 Contratos de Construção A553

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IFRS Foundation 7
IAS 12 Impostos sobre a Renda A565
IAS 16 Imobilizado A599
IAS 17 Arrendamentos A619
IAS 18 Receita A639
IAS 19 Benefícios aos Empregados A649
IAS 20 Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de
Assistência Governamental A691
IAS 21 Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio A701
IAS 23 Custos de Empréstimos A721
IAS 24 Divulgações sobre Partes Relacionadas A731
IAS 26 Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios
de Aposentadoria A743
IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas A753
IAS 28 Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto
(Joint Ventures) A763
IAS 29 Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias A777
IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação A787
IAS 33 Lucro por Ação A825
IAS 34 Relatório Financeiro Intermediário A847
IAS 36 Redução ao Valor Recuperável de Ativos A863
IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes A907
IAS 38 Ativos Intangíveis A929
IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração A959
IAS 40 Propriedades para Investimento A995
IAS 41 Agricultura A1015

Interpretações

IFRIC 1 Mudanças em Passivos Existentes por Desativação, Restauração e


Passivos Similares A1029
IFRIC 2 Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares A1037
IFRIC 4 Determinação se um Acordo Contém um Arrendamento A1049
IFRIC 5 Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação,
Restauração e Reabilitação Ambiental A1057

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IFRS Foundation
IFRIC 6 Passivos Decorrentes da Participação em um Mercado Específico
– Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos A1065
IFRIC 7 Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária
prevista na IAS 29 – Relatório Financeiro
em Economias Hiperinflacionárias A1071
IFRIC 10 Relatório Financeiro Intermediário e Redução ao Valor
Recuperável de Ativos A1077
IFRIC 12 Acordos de Concessão de Serviço A1083
IFRIC 13 Programas de Fidelidade do Cliente A1095
IFRIC 14 IAS 19 - O Limite de um Ativo de Benefício Definido, Requisitos
de Fundeamento Mínimo e sua Interação A1103
IFRIC 15 Contratos de Construção de Imóveis A1111
IFRIC 16 Coberturas de um Investimento Líquido em uma Operação no Exterior A1119
IFRIC 17 Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários A1131
IFRIC 18 Transferências de Ativos de Clientes A1139
IFRIC 19 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos de Patrimônio A1147
IFRIC 20 Custos de Decapagem na Fase de Produção de uma Mina de Superfície A1155

SIC-7 Introdução do Euro A1163


SIC-10 Assistência Governamental – Sem Relação Específica com as
Atividades Operacionais A1167
SIC-15 Arrendamentos Operacionais – Incentivos A1171
SIC-25 Impostos sobre a Renda – Mudanças na Situação Fiscal de uma
Entidade ou de seus Acionistas A1175
SIC-27 Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a Forma Legal
de um Arrendamento A1179
SIC-29 Acordos de Concessão de Serviço: Divulgações A1185
SIC-31 Receita – Transações de Permuta Envolvendo Serviços de Publicidade A1189
SIC-32 Ativos Intangíveis – Custos com Website A1193

*****

Glossário A1199

Índice remissivo A1233

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IFRS Foundation 9
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Normas internacionais de relatório financeiro. --


1. ed. -- São Paulo : IBRACON-Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, 2013.

“Obra publicada em duas partes”.


ISBN 978-85-89324-17-5

1. Balanço consolidado (Contabilidade) - Normas


2. Bens incorporéos 3. Empresas - Contabilidade
4. Empresas subsidiárias - Contabilidade - Normas
5. Imposto de renda 6. Joint ventures -
Contabilidade - Normas 7. Normas Internacionais de
Informações Financeiras (IFRS).

13-11025 CDD-657.0218

Índices para catálogo sistemático:


1. Norma internacional de relatório financeiro :
Contabilidade 657.0218

10 ©
IFRS Foundation
Mudanças nesta edição

Mudanças nesta edição

Esta seção é um guia resumido das mudanças desde a publicação da edição de 2012 do Volume Encadernado das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (o “Livro Vermelho”) incorporadas nesta edição.

Introdução
Este volume inclui as últimas versões consolidadas de todas as IFRSs, incluindo as IFRSs, IASs e Interpretações.

Este volume inclui alterações às Normas que têm uma data de vigência posterior a 1º de janeiro de 2013. Os
leitores que buscam apenas o texto consolidado das Normas que estão vigentes em 1º de janeiro de 2013 devem
consultar o “Livro Azul”.

Novos requisitos desde o Livro Vermelho de 2012


Foram emitidos os seguintes requisitos de IFRSs durante 2012:

yy Empréstimos do Governo (Alterações à IFRS 1);

yy Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em Outras


Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12).

yy Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27); e

yy Melhorias Anuais às IFRSs – Ciclo 2009–2011 (que contêm alterações separadas à IFRS 1, à IAS 1, à IAS 16,
à IAS 32 e à IAS 34).

Seguem abaixo detalhes das normas revisadas ou alteradas e das alterações às Normas incluídas nesta edição.

Empréstimos do Governo
Empréstimos do Governo (Alterações à IFRS 1) foi emitida em março de 2012. As alterações acrescentam uma
exceção à aplicação retrospectiva das respectivas Normas ao contabilizar empréstimos do governo existentes
na data de transição para as IFRSs. Essas alterações oferecem às adotantes pela primeira vez a mesma isenção
que aos preparadores existentes de demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs. As alterações devem ser
aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida.

Demonstrações Financeiras Consolidadas


Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em Outras
Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12) foi emitida em junho de 2012.
As alterações esclarecem a orientação de transição da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas. Elas
também fornecem uma isenção de transição adicional na IFRS 10, IFRS 11 – Negócios em Conjunto e IFRS 12
Divulgação de Participações em Outras Entidades, limitando o requisito de fornecer informações comparativas
ajustadas somente para o período comparativo imediatamente precedente. Além disso, para divulgações relativas
a entidades estruturadas não consolidadas, as alterações eliminarão o requisito de apresentar informações
comparativas para períodos antes que a IFRS 12 seja aplicada pela primeira vez. As alterações devem ser aplicadas
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida. Os novos
requisitos incluíram alterações consequentes à IFRS 1.

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IFRS Foundation A1
Mudanças nesta edição

Entidades de Investimento
Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27) foi emitida em outubro de 2012. As
alterações definem uma entidade de investimento e preveem uma exceção aos requisitos de consolidação da
IFRS 10 para entidades de investimento ao exigir que as entidades de investimento mensurem seus investimentos
em subsidiárias específicas ao valor justo por meio do resultado. As alterações também preveem os respectivos
requisitos de demonstrações financeiras separadas e de divulgação para entidades de investimento. As alterações
devem ser aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada é
permitida. Os novos requisitos incluíram alterações decorrentes das IFRSs 1, 3, 5, 7, 9 (versões de 2009 e 2010)
e 13 e IASs 7, 12, 24, 28, 32, 34 e 39.

Melhorias Anuais
Melhorias Anuais ao Ciclo 2009–2011 de IFRSs foi emitida de maio de 2012. As seis alterações referiam-se a
cinco Normas.

IFRS Objeto da alteração


IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Aplicação repetida da IFRS 1
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)
Custos de empréstimos

IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras Esclarecimento dos requisitos para informações


comparativas

IAS 16 – Imobilizado Classificação de equipamentos de serviço

IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação Efeitos tributários da distribuição a titulares de


instrumentos de patrimônio

IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário Relatório financeiro intermediário e informações por


segmento para o total do ativo e do passivo

As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação
antecipada de cada alteração é permitida.

A Constituição da Fundação IFRS e o processo requerido


Uma Constituição revisada para a Fundação IFRS e um manual revisado do processo requerido do IASB e do
Comitê de Interpretações (Manual do Processo Requerido da Fundação IFRS) foram aprovados pelos Curadores
em janeiro de 2013.

Outro material alterado


O Glossário de Termos foi revisado e criamos um novo Índice. Foram feitas pequenas correções editoriais às
normas; uma lista destas correções está disponível no Website.

A2 ©
IFRS Foundation
Introdução

Introdução a esta edição

Visão Geral
O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB), sediado em Londres, iniciou as operações em 2001.
O IASB está comprometido com o desenvolvimento, no interesse público, de um conjunto único de normas contábeis
globais de alta qualidade, que exige informações transparentes e comparáveis em demonstrações financeiras para
fins gerais. O IASB é selecionado, supervisionado e financiado pela Fundação IFRS [anteriormente denominada
Fundação do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC)]. A Fundação IFRS é financiada por meio
de uma série de regimes de financiamento nacionais, que incluem taxas e pagamentos de órgãos regulatórios e
normatizadores, organizações internacionais e outros órgãos contábeis.

Curadores
Os Curadores supervisionam as operações da Fundação IFRS e do IASB. As responsabilidades dos Curadores
incluem a nomeação de membros do IASB, do Conselho Consultivo de IFRS e do Comitê de Interpretações de
IFRS; supervisão e monitoramento da eficiência do IASB e cumprimento ao seu processo requerido e procedimentos
de consulta; estabelecimento e manutenção de acordos de financiamento apropriados; aprovação do orçamento
para a Fundação IFRS; e responsabilidade por mudanças constitucionais. Os Curadores estabeleceram um vínculo
de prestação pública de contas com um Conselho de Monitoramento formado por autoridades de mercados de
capitais públicos.

Os Curadores incluem indivíduos que, como um grupo, fornecem um equilíbrio de formações profissionais,
incluindo auditores, preparadores, usuários, acadêmicos e outros administradores que sirvam ao interesse público.
De acordo com a Constituição da Fundação IFRS, tal como revisada em 2010 (vide abaixo), os Curadores são
nomeados de modo que haja seis provenientes da região da Ásia/Oceania, seis da Europa, seis da América
do Norte, um da África e um da América do Sul, e outros dois de qualquer área, contanto que seja mantido o
equilíbrio geográfico.

Constituição da Fundação IFRS


A Constituição da Fundação IFRS exige que os Curadores revisem as disposições constitucionais a cada cinco anos.
Os Curadores concluíram uma revisão completa da Constituição em junho de 2005 e uma Constituição revisada
entrou em vigor em 1º de julho de 2005. Em 2008, os Curadores iniciaram a revisão seguinte, com a primeira parte
enfocando a criação de um vínculo formal com as autoridades públicas, a fim de melhorar a prestação pública de
contas, e considerando o tamanho e a composição do IASB. Os Curadores concluíram a primeira parte da revisão
em janeiro de 2009 e emitiram uma Constituição revisada com vigência a partir de 1º de fevereiro de 2009. As
mudanças incluíram a ampliação do IASB de 15 para 16 membros, selecionados por área geográfica, até 1º de
julho de 2012, com a opção de incluir até três membros em período parcial. A Constituição revisada estabeleceu
o vínculo com o novo Conselho de Monitoramento para garantir a prestação pública de contas. A parte restante da
revisão foi concluída em janeiro de 2010, quando a Constituição foi ainda revisada com vigência a partir de 1º de
março de 2010. Entre as mudanças introduzidas estavam a nova denominação da Fundação IASC para Fundação
IFRS, do Comitê de Interpretações de Relatório Financeiro Internacional (IFRIC) para Comitê de Interpretações
de IFRS (o “Comitê de Interpretações”), e do Conselho Consultivo de Normas (SAC) para Conselho Consultivo
de IFRS (o “Conselho Consultivo”). Outras mudanças incluíram objetivos revisados da organização e a disposição
específica para a nomeação de Curadores da África e da América do Sul.

IASB – Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade


O IASB possui pleno arbítrio no desenvolvimento e busca da agenda técnica para definir normas contábeis, sujeito
a consulta com os Curadores e uma consulta pública a cada três anos, a primeira das quais se iniciou em 2011
e foi concluída em dezembro de 2012. As principais qualificações para associação ao IASB são competência
profissional e experiência prática. Os Curadores devem selecionar os membros de modo que o IASB, como

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IFRS Foundation A3
Introdução

um grupo, compreenda a melhor combinação disponível de experiência técnica e experiência internacional em


negócios e mercado. Também se espera que o IASB forneça uma combinação apropriada de experiência prática
recente entre auditores, preparadores, usuários e acadêmicos. A publicação de uma Norma, Minuta de Exposição
ou Interpretação exige a aprovação por nove dos quinze membros do IASB. Em 1º de janeiro de 2013, os membros
do IASB (todos em tempo integral) eram:

Hans Hoogervorst, Presidente Wei-Guo Zhang

Ian Mackintosh, Vice-Presidente Stephen Cooper

Philippe Danjou Jan Engström

Patrick Finnegan Amaro Luiz de Oliveira Gomes

Prabhakar Kalavacherla Takatsugu Ochi

Patricia McConnell Darrel Scott

Chung Woo Suh Mary Tokar

Martin Edelmann

O IASB emite um resumo de suas decisões após cada reunião do Conselho. Esta Atualização do IASB é publicada
em formato eletrônico no website www.ifrs.org.

Conselho Consultivo de IFRS


O Conselho Consultivo fornece um fórum para participação pelas organizações e indivíduos com interesse em
relatório financeiro internacional a partir de diferentes históricos geográficos e funcionais. O objetivo do Conselho
Consultivo é fornecer ao IASB conselhos sobre decisões de agenda e prioridades em seu trabalho e fornecer outros
conselhos ao IASB ou aos Curadores

O Conselho Consultivo é formado por cerca de cinquenta membros, representando stakeholders internacionalmente.
O Conselho Consultivo normalmente se reúne três vezes ao ano. Suas reuniões são abertas ao público. O presidente
do Conselho Consultivo é nomeado pelos Curadores e não pode ser um membro do IASB ou de sua equipe.
O presidente do Conselho Consultivo é convidado a comparecer e participar nas reuniões dos Curadores.

Os detalhes dos membros do Conselho Consultivo estão disponíveis no website www.ifrs.org.

Comitê de Interpretações de IFRS


Os Curadores fundaram o Comitê de Interpretações [então denominado Comitê de Interpretações de Relatório
Financeiro Internacional (IFRIC)] em março de 2002, quando ele substituiu o antigo comitê de interpretações,
o Comitê Permanente de Interpretações (Standing Interpretations Committee – SIC). O papel do Comitê de
Interpretações é fornecer orientação tempestiva sobre questões de relatório financeiro recém-identificadas não
tratadas especificamente nas Normas ou questões onde surgiram, ou é provável que surjam, interpretações
insatisfatórias ou conflitantes. Desse modo, ele promove a aplicação rigorosa e uniforme das IFRSs.

O Comitê de Interpretações possui catorze membros com direito a voto, além de um presidente sem direito a
voto, atualmente Wayne Upton. O presidente tem o direito de se pronunciar sobre questões técnicas que estão
sendo consideradas, mas não de votar. Os Curadores, à medida que considerarem necessário, podem nomear como
observadores sem direito a voto organizações reguladoras cujos representantes tenham o direito de comparecer
e se pronunciar nas reuniões. Atualmente, a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários
(International Organization of Securities Commissions – IOSCO) e a Comissão Europeia são observadoras sem
direito a voto.

A4 ©
IFRS Foundation
Introdução

O Comitê de Interpretações publica um resumo de suas decisões após cada reunião. Esta Atualização do IFRIC
é publicada em formato eletrônico no website www.ifrs.org.

Os detalhes dos membros do Comitê de Interpretações estão disponíveis no website www.ifrs.org.

Equipe técnica do IASB


Uma equipe sediada em Londres, chefiada pelo Presidente do IASB, dá suporte ao IASB. Em 1º de outubro de
2012, a equipe técnica incluía pessoas da Austrália, Argentina, Bélgica, Bósnia Herzegovina, Brasil, Canadá,
China, França, Alemanha, Islândia, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Holanda, Nova
Zelândia, Polônia, Rússia, África do Sul, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

Acesso às reuniões
As reuniões dos Curadores, do IASB, do Conselho Consultivo e do Comitê de Interpretações são todas abertas à
observação pública. Essas reuniões também são transmitidas via áudio e, na maioria dos casos, via vídeo, através
da Internet no site www.ifrs.org. As gravações das reuniões também são mantidas no site.

A agenda de cada reunião dos Curadores, do IASB, do Conselho Consultivo e do Comitê de Interpretações é
publicada antecipadamente no site, juntamente com todos os documentos discutidos nessas reuniões.

Consulta
O desenvolvimento de uma Norma Internacional de Relatório Financeiro (IFRS) envolve um processo público e
aberto de debate de questões técnicas e avaliação de contribuições buscadas por meio de diversos mecanismos.
O IASB publica, para comentários públicos, Documentos de Discussão e uma Minuta de Exposição de cada Norma
ou Interpretação. As oportunidades para as partes interessadas de participar do desenvolvimento de IFRSs incluem,
dependendo da natureza do projeto:

yy participação no desenvolvimento de pontos de vista como um membro do Conselho Consultivo;

yy participação em grupos de trabalho;

yy apresentação de uma questão ao Comitê de Interpretações (consulte o website para detalhes);

yy apresentação de uma carta de comentários em resposta a um Documento de Discussão;

yy apresentação de uma carta de comentários em resposta a uma Minuta de Exposição;

yy apresentação de uma carta de comentários em resposta a uma minuta de Interpretação;

yy participação em audiências públicas e discussões em mesas-redondas; e

yy participação em visitas de campo.

O IASB publica um relatório anual sobre suas atividades durante o ano anterior e prioridades para o próximo ano.
O relatório fornece uma base e oportunidade para comentário pelas partes interessadas.

Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro


O Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro define os objetivos e o processo requerido do IASB
e explica o alcance, a importância e a época da aplicação das IFRSs (incluindo as Interpretações).

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IFRS Foundation A5
Introdução

Estrutura Conceitual do IASB


A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro foi emitida em setembro de 2010, substituindo a Estrutura
Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras desenvolvida pelo órgão antecessor
do IASB. A Estrutura Conceitual auxilia o IASB:

(a) no desenvolvimento de IFRSs futuras e em sua revisão de IFRSs existentes; e

(b) na promoção da harmonização de regulamentos, normas contábeis e procedimentos relacionados à


apresentação de demonstrações financeiras, fornecendo uma base para reduzir o número de tratamentos
contábeis alternativos permitidos pelas IFRSs.

Além disso, a Estrutura Conceitual pode auxiliar:

yy os preparadores de demonstrações financeiras, na aplicação de IFRSs e no tratamento de tópicos que ainda


devem fazer parte do objeto de uma Norma ou uma Interpretação;

yy os auditores, na formação de uma opinião sobre se as demonstrações financeiras cumprem as IFRSs;

yy os usuários de demonstrações financeiras, na interpretação das informações contidas nas demonstrações


financeiras preparadas de acordo com as IFRSs; e

yy aqueles que estiverem interessados no trabalho do IASB, fornecendo-lhes informações sobre sua abordagem
à formulação de normas contábeis.

A Estrutura Conceitual não é uma Norma. Entretanto, ao desenvolver uma política contábil na ausência de uma
Norma ou uma Interpretação que se aplique especificamente a um item, a administração de uma entidade deve
consultar e considerar a aplicabilidade dos conceitos na Estrutura Conceitual (vide IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros).

Em um número limitado de casos, pode haver um conflito entre a Estrutura Conceitual e um requisito dentro
de uma Norma ou uma Interpretação. Nesses casos, quando houver um conflito, os requisitos da Norma ou da
Interpretação prevalecerão sobre os requisitos da Estrutura Conceitual.

Normas de contabilidade
O IASB publica suas Normas em uma série de pronunciamentos denominados Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs). Em seu início, o IASB adotou o corpo das Normas Internacionais de Contabilidade (IASs)
emitidas pelo seu predecessor, o Conselho do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC). O termo
“Normas Internacionais de Relatório Financeiro” inclui as IFRSs, IASs e Interpretações desenvolvidas pelo Comitê
de Interpretações ou o antigo Comitê Permanente de Interpretações (SIC).

Conselhos da equipe
Os procedimentos operacionais do IASB geralmente não permitem que a equipe do IASB forneça conselhos sobre
o significado das Normas.

Atividades técnicas atuais


Os detalhes das atividades técnicas atuais do IASB e do Comitê de Interpretações, incluindo o progresso de suas
deliberações, estão disponíveis no website.

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IFRS Foundation
Introdução

Publicações e traduções da Fundação IASB/IFRS


A Fundação IFRS detém o direito autoral das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, Normas Internacionais
de Contabilidade, Interpretações, Minutas de Exposição e outras publicações do IASB em todos os países, exceto
onde a Fundação tiver renunciado expressamente ao direito autoral sobre partes desse material. Para maiores
informações relacionadas ao direito autoral da Fundação, consulte o aviso de direito autoral nesta edição ou o
website (www.ifrs.org).

As traduções das Normas Internacionais de Relatório Financeiro foram feitas em mais de 40 idiomas. A Fundação
IFRS considera traduções adicionais, conforme as necessidades. Para maiores informações, entre em contato com
os Serviços de Conteúdo de IFRSs.

Embora a Fundação IFRS envide todo esforço razoável para traduzir as IFRSs em outros idiomas de forma
tempestiva, um processo rigoroso deve ser seguido para assegurar que as traduções sejam as mais precisas possíveis.
Por esse motivo, pode haver um intervalo entre a época em que uma Norma ou uma Interpretação é emitida pelo
IASB (em inglês) e a época em que ela é emitida em outros idiomas. Maiores detalhes estão disponíveis no website
(www.ifrs.org) e no Departamento de Publicações da Fundação IFRS.

Maiores informações
O website www.ifrs.org fornece notícias, atualizações e outros recursos relacionados ao IASB e à Fundação IFRS.
As publicações mais recentes e os serviços de assinatura também podem ser solicitados na Loja da Fundação em
www.ifrs.org.

Para maiores informações sobre o IASB ou para obter cópias de suas publicações e detalhes dos serviços de
assinatura da Fundação IFRS, visite o website www.ifrs.org ou escreva para:

Departamento de Publicações da Fundação IFRS


30 Cannon Street,
Londres EC4M 6XH
Reino Unido

Telefone: +44 (0)20 7332 2730


Fax: +44 (0)20 7332 2749
E-mail: publications@ifrs.org
Website: www.ifrs.org

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IFRS Foundation A7
Prefácio às IFRSs

Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro1

Este Prefácio é emitido para estabelecer os objetivos e o processo requerido do Conselho de Normas Internacionais
de Contabilidade (IASB – International Accounting Standards Board) e para explicar o alcance, a importância e a
época de aplicação das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs – International Financial Reporting
Standards). O Prefácio foi aprovado pelo IASB em abril de 2002 e substituiu o Prefácio publicado em janeiro
de 1975 (alterado em novembro de 1982). Em 2007, o Prefácio foi alterado em janeiro e outubro para refletir as
mudanças na Constituição da Fundação IASC2 – International Accounting Standards Committee e em setembro,
como consequência das mudanças feitas pela IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como
revisada em 2007). Em janeiro de 2008, o parágrafo 9 foi alterado para atualizar a referência ao órgão atualmente
conhecido como IPSASB. Em 2010, o Prefácio foi alterado para refletir a Constituição conforme revisada em
janeiro de 2009 e janeiro de 2010 e a publicação da Estrutura Conceitual em setembro de 2010.

1 O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC) foi estabelecido em 2001 como parte da
Fundação Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASCF). Em 2010 a Fundação IASC foi
renomeada Fundação IFRS. A governança da Fundação IFRS é exercida por vinte e dois Curadores. As
responsabilidades dos Curadores incluem nomear os membros do IASB e conselhos e comitês associados,
bem como garantir o financiamento para a organização. O IASB compreende quinze membros em período
integral (a Constituição da Fundação IFRS prevê a expansão da associação para dezesseis membros
até 1º de julho de 2012). A aprovação das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e
os respectivos documentos, tais como a Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, minutas de
exposição e outros documentos de discussão, é de responsabilidade do IASB.

2 O Comitê de Interpretações de IFRS3 compreende catorze membros com direito a voto e um Presidente
sem direito a voto, todos nomeados pelos Curadores. A função do Comitê é preparar as interpretações das
IFRSs para aprovação pelo IASB e, no contexto da Estrutura Conceitual, fornecer orientação tempestiva
sobre questões de relatório financeiro. O Comitê (então denominado Comitê de Interpretações de Relatório
Financeiro Internacional) substituiu o antigo Comitê Permanente de Interpretações (SIC) em 2002.

3 O Conselho Consultivo de IFRS4 é nomeado pelos Curadores. Ele fornece um veículo formal para
a participação de organizações e indivíduos com interesse em relatório financeiro internacional. Os
participantes possuem diferentes históricos geográficos e funcionais. O objetivo do Conselho é fornecer
conselho ao IASB sobre prioridades, decisões de agenda e sobre importantes projetos de normatização.

4 O IASB foi precedido pelo Conselho do IASC, que entrou em vigor em 29 de junho de 1973 como
resultado de um acordo de órgãos profissionais de contabilidade da Austrália, Canadá, França, Alemanha,
Japão, México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos da América. Um Acordo revisado e a
Constituição foram assinados em novembro de 1982. A Constituição foi ainda revisada em outubro de
1992 e em maio de 2000 pelo Conselho do IASC. Na Constituição de maio de 2000, os órgãos profissionais
de contabilidade adotaram um mecanismo que permitia que os Curadores nomeados colocassem em
vigor a Constituição de maio de 2000. Os Curadores ativaram a nova Constituição em janeiro de 2001
e a revisaram em março de 2002.5

5 Em sua reunião de 20 de abril de 2001, o IASB aprovou a seguinte deliberação:

Todas as Normas e Interpretações emitidas em conformidade com Constituições anteriores continuavam a ser
aplicáveis, exceto e até que fossem alteradas ou revogadas. O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade
(IASB) pode alterar ou revogar as Normas Internacionais de Contabilidade (IASs) e as Interpretações SIC emitidas
em conformidade com Constituições anteriores do IASC, bem como emitir novas Normas e Interpretações.

1 incluindo as IFRICs e as Interpretações SIC.


2 Em julho de 2010 a Fundação IASC foi renomeada Fundação IFRS.
3 Antes de março de 2010 o Comitê de Interpretações era denominado Comitê de Interpretações de Relatório Financeiro Internacional
(IFRIC).
4 Antes de março de 2010 o Conselho Consultivo de IFRS era denominado Conselho Consultivo de Normas (SAC).
5 A Constituição foi ainda revisada em julho de 2002, junho de 2005, outubro de 2007, janeiro de 2009 e janeiro de 2010.

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IFRS Foundation A9
Prefácio às IFRSs

Quando o termo IFRSs é usado neste Prefácio, ele inclui normas e Interpretações aprovadas pelo IASB,
Normas Internacionais de Contabilidade (IASs) e Interpretações SIC emitidas em conformidade com
Constituições anteriores.

Objetivos do IASB
6 Os objetivos do IASB são:

(a) desenvolver, no interesse público, um conjunto único de normas contábeis de alta qualidade,
compreensíveis, exequíveis e globalmente aceitas baseadas em princípios claramente articulados.
Essas normas devem requerer informações de alta qualidade, transparentes e comparáveis em
demonstrações financeiras e outros relatórios financeiros para ajudar os investidores, outros
participantes nos vários mercados de capital do mundo e outros usuários de demonstrações
financeiras a tomarem decisões econômicas;

(b) promover o uso e a aplicação rigorosa dessas normas;

(c) no cumprimento dos objetivos associados a (a) e (b), considerar, conforme apropriado, as
necessidades de uma gama de portes e tipos de entidades em diferentes ambientes econômicos;

(d) promover e facilitar a adoção de IFRSs, sendo as normas e interpretações emitidas pelo IASB, por
meio da convergência de normas contábeis nacionais e IFRSs.

Alcance e importância das Normas Internacionais de Relatório Financeiro


(IFRSs)
7 O IASB atinge seus objetivos principalmente ao desenvolver e publicar as IFRSs e promover o uso dessas
normas em demonstrações financeiras para fins gerais e outros relatórios financeiros. Outros relatórios
financeiros compreendem informações fornecidas fora das demonstrações financeiras que auxiliam
na interpretação de um conjunto completo de demonstrações financeiras ou melhoram a capacidade
dos usuários de tomar decisões econômicas eficientes. Ao desenvolver as IFRSs, o IASB trabalha com
normatizadores locais para promover e facilitar a adoção de IFRSs por meio da convergência de normas
contábeis nacionais e IFRSs.

8 As IFRSs estabelecem os requisitos de reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação


relacionados a transações e eventos que sejam importantes em demonstrações financeiras para fins gerais.
Elas também podem estabelecer os requisitos para transações e eventos que surgirem principalmente em
setores específicos. As IFRSs são baseadas na Estrutura Conceitual que trata dos conceitos subjacentes das
informações apresentadas em demonstrações financeiras para fins gerais. Embora a Estrutura Conceitual
não tenha sido emitida até setembro de 2010, ela foi desenvolvida a partir da antiga Estrutura Conceitual
para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras, que o IASB adotou em 2001. O objetivo
da Estrutura Conceitual é facilitar a formulação consistente e lógica das IFRSs. A Estrutura Conceitual
também fornece uma base para o uso de julgamento na resolução de questões contábeis.

9 As IFRSs são destinadas para aplicação a demonstrações financeiras para fins gerais e outros relatórios
financeiros de entidades com fins lucrativos. As entidades com fins lucrativos incluem aquelas que atuam
em atividades comerciais, industriais, financeiras e similares, sejam organizadas em corporações ou em
outras formas. Elas incluem organizações tais como companhia de seguro mútuo e outras cooperativas
mútuas, que distribuem dividendos ou outros benefícios econômicos de forma direta e proporcional
aos seus sócios, membros ou participantes. Embora as IFRSs não sejam destinadas para aplicação a
atividades sem fins lucrativos do setor privado, setor público ou governo, as entidades com essas atividades
podem considerá-las apropriadas. O Conselho de Normas Internacionais do Setor Público (IPSASB –
International Public Sector Accounting Standards Board) prepara normas contábeis para governos e
outras entidades do setor público, que não sejam entidades governamentais, com base nas IFRSs.

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IFRS Foundation
Prefácio às IFRSs

10 As IFRSs se aplicam a todas as demonstrações financeiras para fins gerais. Essas demonstrações
financeiras são destinadas às necessidades de informações comuns de uma ampla variedade de usuários,
por exemplo, acionistas, credores, empregados e o público em geral. O objetivo das demonstrações
financeiras é fornecer informações sobre a posição financeira, o desempenho e os fluxos de caixa de
uma entidade, que sejam úteis a esses usuários na tomada de decisões econômicas.

11 Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui uma demonstração da posição financeira,


uma demonstração do resultado abrangente, uma demonstração das mutações do patrimônio líquido, uma
demonstração dos fluxos de caixa e políticas contábeis e notas explicativas. Quando uma demonstração do
resultado separada for apresentada de acordo com a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras
(tal como revisado em 2007), ela faz parte desse conjunto completo. No interesse de considerações de
custo e tempestividade e para evitar a repetição de informações anteriormente reportadas, uma entidade
pode fornecer menos informações em suas demonstrações financeiras intermediárias do que em suas
demonstrações financeiras anuais. A IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário prescreve o conteúdo
mínimo de demonstrações financeiras completas ou condensadas para um período intermediário. O termo
“demonstrações financeiras” inclui um conjunto completo de demonstrações financeiras preparadas
para um período intermediário ou anual e demonstrações financeiras condensadas para um período
intermediário.

12 Algumas IFRSs permitem diferentes tratamentos para certas transações e eventos. O objetivo do IASB
é exigir que transações e eventos semelhantes sejam contabilizados e reportados de forma semelhante e
que transações e eventos diferentes sejam contabilizados e reportados de forma diferente, tanto dentro
de uma entidade ao longo do tempo quanto entre entidades. Consequentemente, o IASB não pretende
permitir escolhas de tratamento contábil. Além disso, o IASB reconsiderou, e continuará a reconsiderar,
transações e eventos para os quais as IFRSs permitem uma escolha de tratamento contábil, com o objetivo
de reduzir o número dessas escolhas.

13 As normas aprovadas pelo IASB incluem parágrafos em negrito e textos simples, que têm igual
importância. Os parágrafos em negrito indicam os principais princípios. Uma norma individual deve ser
lida no contexto do objetivo declarado nessa norma e neste Prefácio.

14 As Interpretações das IFRSs são preparadas pelo Comitê de Interpretações para fornecer orientação
autorizada sobre questões que provavelmente receberão tratamento divergente ou inaceitável, na ausência
dessa orientação.

15 A IAS 1 (tal como revisada em 2007) inclui o seguinte requisito:

Uma entidade cujas demonstrações financeiras cumpram as IFRSs fará uma declaração explícita e sem ressalvas desse
cumprimento nas notas explicativas. Uma entidade não descreverá as demonstrações financeiras como cumpridoras
das IFRSs, exceto se cumprirem todos os requisitos das IFRSs.

16 Qualquer limitação do alcance de uma IFRS é esclarecida na norma.

Processo requerido
17 As IFRSs são desenvolvidas por meio de um processo requerido internacional, que envolve contadores,
analistas financeiros e outros usuários de demonstrações financeiras, a comunidade de negócios, bolsas
de valores, autoridades reguladoras e legais, acadêmicos e outros indivíduos e organizações interessadas
de todo o mundo. O IASB consulta, em reuniões públicas, o Conselho Consultivo sobre os principais
projetos, decisões de agenda e prioridades de trabalho e discute assuntos técnicos em reuniões que são
abertas à observação pública. O processo requerido para projetos normalmente, mas não necessariamente,
envolve os seguintes passos (os passos que são exigidos de acordo com os termos da Constituição da
Fundação IFRS estão indicados por um asterisco*):

(a) a equipe é solicitada a identificar e revisar todas as questões relacionadas ao tópico e considerar a
aplicação da Estrutura Conceitual às questões;

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IFRS Foundation A11
Prefácio às IFRSs

(b) estudo dos requisitos e práticas contábeis nacionais e uma troca de pontos de vista sobre as questões
com os normatizadores nacionais;

(c) consulta aos Curadores e ao Conselho Consultivo sobre a recomendação de acrescentar o tópico à
agenda do IASB;*6

(d) formação de um grupo consultivo para dar conselhos ao IASB sobre o projeto;

(e) publicação para comentários públicos de um documento de discussão;

(f) publicação para comentários públicos de uma minuta de exposição (incluindo quaisquer opiniões
divergentes de membros do IASB) aprovada por pelo menos nove votos do IASB se houver menos
de dezesseis membros, ou por dez de seus membros se houver dezesseis membros;*

(g) normalmente a publicação com uma minuta de exposição de uma base para conclusões e dos pontos
de vista alternativos de qualquer membro do IASB que se opõe à publicação;*

(h) consideração de todos os comentários recebidos dentro do prazo para comentários sobre os
documentos de discussão e minutas de exposição;*

(i) consideração da intenção de celebrar uma audiência pública e da intenção de conduzir testes de
campo e, se houver essa intenção, realizar essas audiências e conduzir esses testes;

(j) aprovação de uma norma por pelo menos nove votos do IASB se houver menos de dezesseis
membros, ou por dez de seus membros se houver dezesseis membros;* e

(k) publicação com uma norma (i) de uma base para conclusões explicando, entre outras coisas, os
passos do processo requerido pelo IASB e como o IASB trata de comentários públicos na minuta
de exposição, e (ii) da opinião divergente de qualquer membro do IASB.*

18 As interpretações das IFRSs são desenvolvidas por meio de um processo requerido internacional que
envolve contadores, analistas financeiros e outros usuários de demonstrações financeiras, a comunidade
de negócios, bolsas de valores, autoridades reguladoras e legais, acadêmicos e outros indivíduos e
organizações interessadas de todo o mundo. O Comitê de Interpretações discute assuntos técnicos nas
reuniões que são abertas à observação pública. O processo requerido para cada projeto normalmente,
mas não necessariamente, envolve os seguintes passos (os passos que são exigidos de acordo com os
termos da Constituição da Fundação IFRS estão indicados por um asterisco*):

(a) a equipe é solicitada a identificar e revisar todas as questões relacionadas ao tópico e considerar a
aplicação da Estrutura Conceitual às questões;

(b) consideração das implicações para as questões da hierarquia da IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros;

(c) publicação de uma minuta de Interpretação para comentários públicos, se não mais que quatro
membros do Comitê tiverem votado contra a proposta;*

(d) consideração de todos os comentários recebidos dentro do prazo para comentários em uma minuta
de Interpretação;*

(e) aprovação pelo Comitê de Interpretações de uma Interpretação se não mais que quatro membros do
Comitê tiverem votado contra a Interpretação, após considerar os comentários públicos na minuta
de Interpretação;* e

(f) aprovação da Interpretação por pelo menos nove votos do IASB se houver menos de dezesseis
membros, ou por dez de seus membros se houver dezesseis membros.*

6 Com início não posterior a 30 de junho de 2011 o IASB é obrigado a realizar uma consulta pública em sua agenda a cada três anos.

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IFRS Foundation
Prefácio às IFRSs

Época de aplicação das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)


19 As IFRSs se aplicam a partir de uma data especificada no documento. As IFRSs novas ou revisadas
estabelecem disposições transitórias a serem aplicadas em sua aplicação inicial.

20 O IASB não possui nenhuma política geral para isentar transações que ocorram antes de uma data
específica dos requisitos de novas IFRSs. Quando forem usadas demonstrações financeiras para monitorar
o cumprimento de contratos e acordos, uma nova IFRS poderá ter consequências que não estavam previstas
quando o contrato ou acordo foi finalizado. Por exemplo, as cláusulas contidas nos contratos bancários e
de empréstimo podem impor limites sobre as medidas mostradas nas demonstrações financeiras de um
mutuário. O IASB acredita que o fato de os requisitos de relatório financeiro envolverem ou mudarem ao
longo do tempo é bem compreendido e seria conhecido pelas partes quando celebraram o contrato. É de
responsabilidade das partes determinar se o contrato deve ser isolado dos efeitos de uma IFRS futura
ou, se não, a maneira em que ele poderia ser renegociado para refletir as mudanças no relatório, em vez
das mudanças na condição financeira subjacente.

21 As minutas de exposição são emitidas para comentários e suas propostas são sujeitas a revisão. Até a
data de vigência de uma IFRS, os requisitos de qualquer IFRS que seria afetada pelas propostas em uma
minuta de exposição permanecem em vigor.

Idioma
22 O texto aprovado de qualquer documento de discussão, minuta de exposição ou IFRS é aquele aprovado
pelo IASB no idioma inglês. O IASB pode aprovar traduções em outros idiomas, desde que a tradução
seja preparada de acordo com um processo que forneça garantia da qualidade da tradução e o IASB pode
licenciar outras traduções.

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IFRS Foundation A13
Estrutura Conceitual

Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro


A Estrutura Conceitual foi emitida pelo IASB em setembro de 2010. Ela substituiu a Estrutura Conceitual para
Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras

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IFRS Foundation A15
Estrutura Conceitual

Conteúdo
parágrafos
PREFÁCIO
A ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO FINANCEIRO
INTRODUÇÃO
Finalidade e status
Alcance
CAPÍTULOS
1 Objetivo do relatório financeiro para fins gerais OB1
2 A entidade que reporta a ser incluído
3 Características qualitativas de informações financeiras úteis CQ1
4 A Estrutura Conceitual (1989): o texto restante

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA ESTRUTURA CONCEITUAL DE 2010


BASE PARA CONCLUSÕES SOBRE OS CAPÍTULOS 1 E 3
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IFRS Foundation
Estrutura Conceitual

Prefácio

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade está atualmente em processo de atualização de sua estrutura
conceitual. Esse projeto de estrutura conceitual é conduzido em fases.

Conforme um capítulo for finalizado, os respectivos parágrafos da Estrutura Conceitual para Elaboração e
Apresentação de Demonstrações Financeiras, publicada em 1989, serão substituídos. Quando o projeto de
estrutura conceitual for concluído, o Conselho terá um documento completo, abrangente e único chamado Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro.

Esta versão da Estrutura Conceitual inclui os dois primeiros capítulos que o Conselho publicou como resultado de
sua primeira fase do projeto de estrutura conceitual – Capítulo 1 – Objetivo do relatório financeiro para fins gerais
e Capítulo 3 – Características qualitativas de informações financeiras úteis. O Capítulo 2 tratará do conceito de
entidade que reporta. O Conselho publicou uma minuta de exposição sobre esse tópico em março de 2010 com
um prazo para comentários que se encerrou em 16 de julho de 2010. O Capítulo 4 contém o texto restante da
Estrutura Conceitual (1989). A tabela de concordância no final desta publicação mostra a correspondência entre
os conteúdos da Estrutura Conceitual (1989) e da Estrutura Conceitual (2010).

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IFRS Foundation A17
Estrutura Conceitual

A Introdução foi trazida da Estrutura Conceitual (1989). Ela será atualizada quando o IASB considerar a
finalidade da Estrutura Conceitual. Enquanto isso, a finalidade e o status da Estrutura Conceitual serão os
mesmos de antes.

Introdução

As demonstrações financeiras são preparadas e apresentadas para usuários externos por muitas entidades em todo
o mundo. Embora essas demonstrações financeiras possam parecer similares de país para país, há diferenças que
provavelmente foram causadas por uma variedade de circunstâncias sociais, econômicas e legais e pelo fato de
diferentes países considerarem as necessidades de diferentes usuários das demonstrações financeiras ao definir
os requisitos nacionais.

Essas diferentes circunstâncias levaram ao uso de uma variedade de definições dos elementos das demonstrações
financeiras; por exemplo, ativos, passivos, patrimônio líquido, receita e despesas. Elas também resultaram no
uso de diferentes critérios para o reconhecimento de itens nas demonstrações financeiras e em uma preferência
por diferentes bases de mensuração. O alcance das demonstrações financeiras e as divulgações feitas nessas
demonstrações também foram afetados.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) está comprometido em reduzir essas diferenças,
buscando harmonizar os regulamentos, normas contábeis e procedimentos relacionados à preparação e apresentação
das demonstrações financeiras. Ele acredita que uma maior harmonização pode ser obtida por meio do foco nas
demonstrações financeiras que são preparadas para a finalidade de fornecer informações que sejam úteis na tomada
de decisões econômicas.

O Conselho acredita que demonstrações financeiras preparadas para essa finalidade atendem às necessidades
comuns da maioria dos usuários. Isso se deve ao fato de que quase todos os usuários estão tomando decisões
econômicas, por exemplo, para:

(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento patrimonial.

(b) avaliar a atuação ou a prestação de contas da administração.

(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar e fornecer outros benefícios aos seus empregados.

(d) avaliar a garantia dos valores emprestados à entidade.

(e) determinar políticas de tributação.

(f) determinar os lucros e dividendos a serem distribuídos.

(g) preparar e usar estatísticas da renda nacional.

(h) regulamentar as atividades de entidades.

O Conselho reconhece, contudo, que governos, em particular, podem especificar requisitos diferentes ou adicionais
para suas próprias finalidades. Esses requisitos não devem, porém, afetar as demonstrações financeiras publicadas
para o benefício de outros usuários, exceto se também atenderem às necessidades desses outros usuários.

As demonstrações financeiras são mais comumente preparadas de acordo com um modelo contábil baseado no
custo histórico recuperável e no conceito de manutenção de capital financeiro nominal. Outros modelos e conceitos
podem ser mais apropriados para atender o objetivo de fornecer informações que sejam úteis para a tomada de
decisões econômicas, embora não haja atualmente nenhum consenso para mudança. Esta Estrutura Conceitual
foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma série de modelos contábeis e conceitos de capital e manutenção
de capital.

A18 ©
IFRS Foundation
Estrutura Conceitual

Finalidade e status
Esta Estrutura Conceitual define os conceitos que fundamentam a preparação e apresentação das demonstrações
financeiras para usuários externos. A finalidade da Estrutura Conceitual é:

(a) auxiliar o Conselho no desenvolvimento de IFRSs futuras e em sua revisão de IFRSs existentes;

(b) auxiliar o Conselho na promoção da harmonização de regulamentos, normas contábeis e procedimentos


relacionados à apresentação de demonstrações financeiras, fornecendo uma base para reduzir o número
de tratamentos contábeis alternativos permitidos pelas IFRSs;

(c) auxiliar os normatizadores nacionais no desenvolvimento de normas nacionais;

(d) auxiliar os preparadores de demonstrações financeiras, na aplicação de IFRSs e no tratamento de tópicos


que ainda devem fazer parte de uma IFRS;

(e) auxiliar os auditores na formação de uma opinião sobre se as demonstrações financeiras cumprem as
IFRSs;

(f) auxiliar os usuários de demonstrações financeiras na interpretação das informações contidas nas
demonstrações financeiras preparadas de acordo com as IFRSs; e

(g) fornecer, àqueles interessados no trabalho do IASB, informações sobre sua abordagem à formulação das
IFRSs.

Esta Estrutura Conceitual não é uma IFRS e, portanto, não define normas para nenhuma questão específica de
mensuração ou divulgação. Nada contido nesta Estrutura Conceitual substitui qualquer IFRS específica.

O Conselho reconhece que, em um número limitado de casos, pode haver um conflito entre a Estrutura
Conceitual e uma IFRS. Nesses casos, quando houver um conflito, os requisitos da IFRS prevalecerão sobre os
requisitos da Estrutura Conceitual. Entretanto, visto que o Conselho será orientado pela Estrutura Conceitual no
desenvolvimento de futuras IFRSs e em sua revisão das IFRSs existentes, o número de casos de conflito entre a
Estrutura Conceitual e as IFRSs diminuirá com o tempo.

A Estrutura Conceitual será revisada de tempos a tempos com base na experiência do Conselho com a sua utilização.

Alcance
A Estrutura Conceitual trata:

(a) do objetivo do relatório financeiro;

(b) das características qualitativas de informações financeiras úteis;

(c) da definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais são preparadas as
demonstrações financeiras; e

(d) dos conceitos de capital e manutenção de capital.

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IFRS Foundation A19
Estrutura Conceitual

Conteúdo
do parágrafo

CAPÍTULO 1: OBJETIVO DO RELATÓRIO FINANCEIRO PARA FINS GERAIS


INTRODUÇÃO OB1
OBJETIVO, UTILIDADE E LIMITAÇÕES DO RELATÓRIO FINANCEIRO PARA FINS GERAIS OB2
INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS ECONÔMICOS,
REIVINDICAÇÕES E ALTERAÇÕES EM RECURSOS E
REIVINDICAÇÕES DE UMA ENTIDADE QUE REPORTA OB12
Recursos econômicos e reivindicações OB13
Alterações em recursos econômicos e reivindicações OB15
Desempenho financeiro refletido pela contabilização pelo regime de competência OB17
Desempenho financeiro refletido por fluxos de caixa passados OB20
Alterações em recursos econômicos e reivindicações não resultantes
do desempenho financeiro OB21

A20 ©
IFRS Foundation
Estrutura Conceitual

Capítulo 1: Objetivo do relatório financeiro para fins gerais

Introdução
OB1 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais forma a base da Estrutura Conceitual. Outros
aspectos da Estrutura Conceitual – o conceito de entidade que reporta, as características qualitativas de
informações financeiras úteis e restrições sobre tais informações, elementos de demonstrações financeiras,
reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação – decorrem logicamente do objetivo.

Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro para fins gerais


OB2 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais1 é fornecer informações financeiras sobre a entidade
que reporta que sejam úteis para investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, na
tomada de decisões quanto à oferta de recursos à entidade. Tais decisões envolvem a compra, venda ou
manutenção de instrumentos de patrimônio e de dívida e a oferta ou liquidação de empréstimos e outras
formas de crédito.

OB3 Decisões de investidores existentes e potenciais quanto à compra, venda ou manutenção de instrumentos
de patrimônio e de dívida dependem dos retornos esperados sobre um investimento nesses instrumentos,
como, por exemplo, dividendos, pagamentos de principal e juros ou aumentos no preço de mercado.
Similarmente, decisões de mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, quanto à concessão ou
liquidação de empréstimos e outras formas de crédito dependem dos pagamentos de principal e juros
ou de outros retornos esperados. As expectativas dos investidores, mutuantes e outros credores quanto
aos retornos dependem de sua avaliação do valor, da época e da incerteza de (projeções para) futuros
fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade. Consequentemente, investidores, mutuantes e outros
credores, existentes e potenciais, necessitam de informações que os auxiliem a avaliar as perspectivas
de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para uma entidade.

OB4 Para avaliar as perspectivas de uma entidade para futuros fluxos de entrada de caixa, investidores, mutantes
e outros credores, existentes e potenciais, necessitam de informações sobre os recursos da entidade,
sobre reivindicações contra a entidade e sobre a eficiência e eficácia da administração e do conselho de
administração da entidade2 no cumprimento de suas responsabilidades sobre o uso dos recursos da entidade.
Exemplos dessas responsabilidades incluem proteger os recursos da entidade contra os efeitos desfavoráveis
de fatores econômicos, como mudanças de preços e tecnológicas, e garantir que a entidade cumpra as leis,
regulamentos e disposições contratuais aplicáveis. Informações sobre o cumprimento, pela administração,
de suas responsabilidades também são úteis para as decisões de investidores, mutuantes e outros credores
existentes que tenham o direito de votar sobre os atos da administração ou, de outro modo, influenciá-los.

OB5 Muitos investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, não podem exigir que as entidades
que reportam forneçam informações diretamente a eles, devendo se basear em relatórios financeiros para
fins gerais para muitas das informações financeiras de que necessitam. Consequentemente, eles são os
principais usuários aos quais se destinam relatórios financeiros para fins gerais.

OB6 Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não fornecem nem podem fornecer todas as informações de
que necessitam investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais. Esses usuários precisam
considerar informações pertinentes de outras fontes, como, por exemplo, condições e expectativas
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e perspectivas do setor e da empresa.

OB7 Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a apresentar o valor de uma entidade que reporta,
mas fornecem informações para auxiliar investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais,
a estimar o valor da entidade que reporta.

1 Ao longo desta Estrutura Conceitual, os termos relatórios financeiros e relatório financeiro referem-se a relatórios financeiros
para fins gerais e relatório financeiro para fins gerais, salvo se especificamente indicado de outro modo.
2 Ao longo desta Estrutura Conceitual, o termo administração refere-se à administração e ao conselho de administração de uma
entidade, salvo se especificamente indicado de outro modo.

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OB8 Usuários primários individuais têm necessidades e desejos de informação diferentes e possivelmente
conflitantes. O Conselho, ao desenvolver normas de relatório financeiro, buscará fornecer o conjunto de
informações que atenda às necessidades do maior número de usuários primários. Contudo, concentrar-
se em necessidades de informação comuns não impede que a entidade que reporta inclua informações
adicionais que sejam mais úteis para um subconjunto específico de usuários primários.

OB9 A administração de uma entidade que reporta também está interessada em informações financeiras sobre
a entidade. Contudo, a administração não precisa se basear em relatórios financeiros para fins gerais,
pois ela pode obter internamente as informações financeiras de que precisa.

OB10 Outras partes, como reguladores e membros do público, exceto investidores, mutuantes e outros credores,
podem também achar relatórios financeiros para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são
direcionados essencialmente a esses outros grupos.

OB11 Em grande medida, relatórios financeiros baseiam-se em estimativas, julgamentos e modelos, e não em
representações exatas. A Estrutura Conceitual estabelece os conceitos subjacentes a essas estimativas,
julgamentos e modelos. Os conceitos são a meta que o Conselho e os preparadores de relatórios financeiros
se esforçam por atingir. Como na maioria das metas, a visão da Estrutura Conceitual de relatório
financeiro ideal é improvável de ser atingida integralmente, ao menos não no curto prazo, pois leva
tempo para compreender, aceitar e implementar novas formas de analisar transações e outros eventos.
Contudo, estabelecer uma meta a ser atingida é essencial para que o relatório financeiro evolua de modo
a melhorar a sua utilidade.

Informações sobre recursos econômicos de uma entidade que reporta,


reivindicações contra a entidade e alterações em recursos e reivindicações
OB12 Relatórios financeiros para fins gerais fornecem informações sobre a posição financeira de uma
entidade que reporta, as quais consistem em informações sobre os recursos econômicos da entidade e
as reivindicações contra a entidade que reporta. Os relatórios financeiros fornecem ainda informações
sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos e reivindicações de
uma entidade que reporta. Ambos os tipos de informações fornecem dados úteis para decisões sobre a
oferta de recursos a uma entidade.

Recursos econômicos e reivindicações


OB13 Informações sobre a natureza e os valores dos recursos econômicos e reivindicações de uma entidade
que reporta podem auxiliar os usuários a identificar os pontos fortes e fracos financeiros da entidade que
reporta. Essas informações podem auxiliar os usuários a avaliar a liquidez e solvência da entidade que
reporta, suas necessidades de financiamento adicional e a sua probabilidade de êxito na obtenção desse
financiamento. Informações sobre prioridades e exigências de pagamento de reivindicações existentes
auxiliam os usuários a prever como futuros fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que tiverem
reivindicações contra a entidade que reporta.

OB14 Diferentes tipos de recursos econômicos afetam diferentemente a avaliação, por um usuário, das
perspectivas de fluxos de caixa futuros da entidade que reporta. Alguns fluxos de caixa futuros resultam
diretamente de recursos econômicos existentes, tais como contas a receber. Outros fluxos de caixa
resultam da utilização de vários recursos em conjunto para produzir e comercializar bens ou serviços
a clientes. Embora esses fluxos de caixa não possam ser identificados com recursos econômicos (ou
reivindicações) individuais, os usuários de relatórios financeiros precisam conhecer a natureza e o valor
dos recursos disponíveis para uso nas operações de uma entidade que reporta.

Alterações em recursos econômicos e reivindicações


OB15 Alterações nos recursos econômicos e reivindicações de uma entidade que reporta resultam do desempenho
financeiro dessa entidade (vide parágrafos OB17–OB20) e de outros eventos ou transações, como a
emissão de instrumentos de dívida ou de patrimônio (vide parágrafo OB21). Para avaliar adequadamente

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as perspectivas de fluxos de caixa futuros da entidade que reporta, os usuários precisam ser capazes de
distinguir entre essas mudanças.

OB16 Informações sobre o desempenho financeiro de uma entidade que reporta auxiliam os usuários a
compreender o retorno produzido pela entidade sobre seus recursos econômicos. Informações sobre o
retorno produzido pela entidade fornecem uma indicação de quão bem a administração cumpriu suas
responsabilidades para fazer uso eficiente e eficaz dos recursos da entidade que reporta. Informações
sobre a variabilidade e os componentes desse retorno também são importantes, especialmente na avaliação
da incerteza dos fluxos de caixa futuros. Informações sobre o desempenho financeiro passado de uma
entidade que reporta e sobre como a sua administração cumpriu suas responsabilidades são normalmente
úteis para prever os retornos futuros da entidade sobre seus recursos econômicos.

Desempenho financeiro refletido pela contabilização pelo regime de competência

OB17 O regime de competência ilustra os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre
reivindicações e recursos econômicos de uma entidade que reporta nos períodos em que esses efeitos
ocorrem, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em um período diferente.
Isso é importante porque informações sobre os recursos econômicos e reivindicações de uma entidade
que reporta e mudanças em seus recursos econômicos e reivindicações durante um período fornecem
uma base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da entidade do que informações
exclusivamente sobre recebimentos e pagamentos à vista durante esse período.

OB18 Informações sobre o desempenho financeiro de uma entidade que reporta durante um período, refletidas
por mudanças em seus recursos econômicos e reivindicações, exceto aquelas resultantes da obtenção de
recursos adicionais diretamente de investidores e credores (vide parágrafo OB21), são úteis na avaliação
da capacidade passada e futura da entidade de gerar fluxos de entrada de caixa líquidos. Essas informações
indicam em que medida a entidade que reporta aumentou seus recursos econômicos disponíveis e, assim,
a sua capacidade de gerar fluxos de entrada de caixa líquidos por meio de suas operações e não pela
obtenção de recursos adicionais diretamente de investidores e credores.

OB19 Informações sobre o desempenho financeiro de uma entidade que reporta durante um período podem
indicar também em que medida eventos como alterações nos preços de mercado ou nas taxas de juros
aumentaram ou diminuíram os recursos econômicos e reivindicações da entidade, afetando assim a
capacidade da entidade de gerar fluxos de entrada de caixa líquidos.

Desempenho financeiro refletido por fluxos de caixa passados

OB20 Informações sobre os fluxos de caixa de uma entidade que reporta durante um período também auxiliam
os usuários a avaliar a capacidade da entidade de gerar futuros fluxos de entrada de caixa líquidos. Elas
indicam como a entidade que reporta obtém e despende caixa, incluindo informações sobre contratação
e amortização de dívida, dividendos em dinheiro ou outras distribuições de caixa a investidores, e outros
fatores que podem afetar a liquidez ou solvência da entidade. Informações sobre fluxos de caixa auxiliam
os usuários a compreender as operações da entidade que reporta, avaliar suas atividades de financiamento
e investimento, avaliar sua liquidez ou solvência e interpretar outras informações sobre o desempenho
financeiro.

Alterações em recursos econômicos e reivindicações não resultantes do


desempenho financeiro

OB21 Os recursos econômicos e reivindicações de uma entidade que reporta podem sofrer alterações também
por outras razões além do desempenho financeiro, como, por exemplo, a emissão de ações adicionais.
Informações sobre este tipo de alteração são necessárias para propiciar aos usuários um pleno
entendimento do motivo para as alterações nos recursos econômicos e reivindicações da entidade que
reporta e das implicações dessas alterações em seu desempenho financeiro futuro.

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Estrutura Conceitual

CAPÍTULO 2: A ENTIDADE QUE REPORTA


[a ser incluído]

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Conteúdo
do parágrafo

Capítulo 3: Características qualitativas de


informações financeiras úteis
INTRODUÇÃO CQ1
Características qualitativas de informações financeiras úteis CQ4
Características qualitativas fundamentais CQ5
Pertinência CQ6
Representação fiel CQ12
Aplicação das características qualitativas fundamentais CQ17
Características qualitativas de melhoria CQ19
Comparabilidade CQ20
Capacidade de verificação CQ26
Tempestividade CQ29
Compreensibilidade CQ30
Aplicação das características de melhoria CQ33
AS RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS CQ35

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Estrutura Conceitual

Capítulo 3: Características qualitativas de informações


financeiras úteis

Introdução
CQ1 As características qualitativas de informações financeiras úteis discutidas neste capítulo identificam os
tipos de informações que tendem a ser mais úteis a investidores, mutuantes e outros credores, existentes
e potenciais, para que tomem decisões sobre a entidade que reporta com base nas informações contidas
em seu relatório financeiro (informações financeiras).

CQ2 Relatórios financeiros fornecem informações sobre os recursos econômicos da entidade que reporta,
reivindicações contra a entidade que reporta e os efeitos de transações e outros eventos e condições que
alteram esses recursos e reivindicações. (Essas informações são referidas na Estrutura Conceitual como
informações sobre os fenômenos econômicos.) Alguns relatórios financeiros incluem também material
explicativo sobre as expectativas e estratégias da administração para a entidade que reporta e outros tipos
de informações com vistas ao futuro.

CQ3 As características qualitativas de informações financeiras úteis3 se aplicam a informações financeiras


fornecidas em demonstrações financeiras, bem como a informações financeiras fornecidas de outras
formas. O custo, que é uma restrição difusa sobre a capacidade da entidade que reporta de fornecer
informações financeiras úteis, se aplica de forma similar. Contudo, as considerações ao se aplicar as
características qualitativas e a restrição de custo podem ser diferentes para tipos diferentes de informações.
Por exemplo, aplicá-las a informações com vistas ao futuro pode ser diferente de aplicá-las a informações
sobre recursos econômicos e reivindicações existentes e a alterações nesses recursos e reivindicações.

Características qualitativas de informações financeiras úteis


CQ4 Se informações financeiras devem ser úteis, elas devem ser pertinentes e representar fielmente aquilo
que pretendem representar. A utilidade das informações financeiras é aumentada se forem comparáveis,
verificáveis, tempestivas e compreensíveis.

Características qualitativas fundamentais


CQ5 As características qualitativas fundamentais são pertinência e representação fiel.

Pertinência

CQ6 Informações financeiras pertinentes são capazes de fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários.
Informações podem ser capazes de fazer diferença em uma decisão ainda que alguns usuários optem por
não tirar vantagem delas ou já tenham conhecimento delas a partir de outras fontes.

CQ7 Informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem valor preditivo ou valor
confirmatório, ou ambos.

CQ8 Informações financeiras têm valor preditivo se podem ser utilizadas como informações em processos
empregados pelos usuários para prever resultados futuros. Informações financeiras não precisam ser
previsões ou prognósticos para ter valor preditivo. Informações financeiras com valor preditivo são
empregadas por usuários ao fazer suas próprias previsões.

CQ9 Informações financeiras têm valor confirmatório se fornecem feedback sobre (confirmam ou alteram)
avaliações anteriores.

3 Ao longo desta Estrutura Conceitual, os termos características qualitativas e restrição referem-se às características qualitativas
de informações financeiras úteis e às restrições sobre essas informações.

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CQ10 Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras estão inter-relacionados. Informações
que possuem valor preditivo frequentemente possuem também valor confirmatório. Por exemplo,
informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser utilizadas como base para prever receitas
em anos futuros, também podem ser comparadas a previsões de receitas para o ano corrente que tenham
sido feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem ajudar um usuário a corrigir e
melhorar os processos que foram utilizados para fazer essas previsões anteriores.

Relevância

CQ11 Uma informação é relevante se a sua omissão ou divulgação distorcida puder influenciar decisões que
os usuários tomam com base nas informações financeiras sobre uma entidade específica que reporta. Em
outras palavras, relevância é um aspecto de pertinência específico da entidade com base na natureza ou
magnitude, ou ambas, dos itens aos quais as informações se referem no contexto do relatório financeiro
de uma entidade individual. Consequentemente, o Conselho não pode especificar um limite quantitativo
uniforme para relevância ou predeterminar o que pode ser relevante em uma situação específica.

Representação fiel

CQ12 Relatórios financeiros representam fenômenos econômicos em palavras e números. Para serem úteis,
informações financeiras devem não apenas representar fenômenos pertinentes, mas também representar
de forma fiel os fenômenos que pretendem representar. Para ser uma representação perfeitamente fiel,
uma descrição teria três características. Ela seria completa, neutra e isenta de erros. Obviamente, a
perfeição nunca ou raramente é atingida. O objetivo do Conselho é maximizar essas qualidades tanto
quanto possível.

CQ13 Uma representação completa inclui todas as informações necessárias para que um usuário compreenda
os fenômenos que estão sendo representados, inclusive todas as descrições e explicações necessárias.
Por exemplo, uma representação completa de um grupo de ativos incluiria, no mínimo, uma descrição da
natureza dos ativos do grupo, uma representação numérica de todos os ativos do grupo e uma descrição
daquilo que a representação numérica retrata (por exemplo, custo original, custo ajustado ou valor justo).
Para alguns itens, uma representação completa pode envolver também explicações de fatos significativos
sobre a qualidade e natureza do item, fatores e circunstâncias que podem afetar sua qualidade e natureza
e o processo utilizado para determinar a representação numérica.

CQ14 Uma representação neutra não é tendenciosa na escolha ou apresentação de informações financeiras. Uma
representação neutra não possui inclinações, não é parcial, não é enfatizada ou deixa de ser enfatizada
nem é de outro modo manipulada para aumentar a probabilidade de que as informações financeiras
serão recebidas de forma favorável ou desfavorável pelos usuários. Informações neutras não significam
informações sem nenhum propósito ou sem nenhuma influência sobre o comportamento. Ao contrário,
informações financeiras pertinentes são, por definição, capazes de fazer diferença nas decisões dos
usuários.

CQ15 Representação fiel não significa representação precisa em todos os aspectos. Livre de erros significa
que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo utilizado para produzir as
informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no processo. Nesse contexto, livre de
erros não significa perfeitamente precisa em todos os aspectos. Por exemplo, uma estimativa de um
preço ou valor não observável não pode ser determinada como precisa ou imprecisa. Contudo, uma
representação dessa estimativa pode ser fiel se o valor for descrito de forma clara e precisa como sendo
uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e se nenhum
erro tiver sido cometido na escolha e aplicação de um processo apropriado para o desenvolvimento da
estimativa.

CQ16 Uma representação fiel por si só não resulta necessariamente em informações úteis. Por exemplo, uma
entidade que reporta pode receber imobilizado por meio de uma subvenção governamental. Obviamente,
informar que uma entidade adquiriu o ativo sem custos seria uma representação fiel de seu custo,
mas essa informação provavelmente não seria muito útil. Um exemplo ligeiramente mais sutil é uma
estimativa do valor pelo qual o valor contábil de um ativo deveria ser ajustado para refletir uma redução

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Estrutura Conceitual

em seu valor recuperável. Essa estimativa pode ser uma representação fiel se a entidade que reporta tiver
aplicado de forma adequada um processo apropriado, tiver descrito de forma adequada a estimativa e
tiver explicado quaisquer incertezas que afetem significativamente a estimativa. Contudo, se o nível de
incerteza dessa estimativa for suficientemente grande, essa estimativa não será particularmente útil. Em
outras palavras, a pertinência do ativo que está sendo representado de forma fiel é questionável. Se não
houver nenhuma representação alternativa que seja mais fiel, essa estimativa pode fornecer a melhor
informação disponível.

Aplicação das características qualitativas fundamentais

CQ17 Informações devem ser tanto pertinentes quanto representadas de forma fiel para serem úteis. Nem uma
representação fiel de um fenômeno irrelevante nem uma representação infiel de um fenômeno pertinente
auxiliam os usuários a tomar boas decisões.

CQ18 O processo mais eficiente e eficaz para aplicar as características qualitativas fundamentais seria,
normalmente, o seguinte (observados os efeitos de características de melhoria e a restrição de custo, os
quais não são considerados neste exemplo). Em primeiro lugar, identificar um fenômeno econômico que
tenha o potencial de ser útil para os usuários das informações financeiras da entidade que reporta. Em
segundo lugar, identificar o tipo de informação sobre esse fenômeno que seria mais pertinente se estivesse
disponível e pudesse ser representada de forma fiel. Em terceiro lugar, determinar se essa informação
está disponível e pode ser representada de forma fiel. Em caso afirmativo, o processo para satisfazer as
características qualitativas fundamentais se encerra nesse ponto. Em caso negativo, o processo é repetido
com o próximo tipo de informação mais pertinente.

Características qualitativas de melhoria


CQ19 Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade são características
que melhoram a utilidade de informações que sejam pertinentes e representadas de forma fiel. As
características qualitativas de melhoria podem também ajudar a determinar qual de duas formas deve
ser utilizada para representar um fenômeno se ambas forem consideradas igualmente pertinentes e
representadas de forma fiel.

Comparabilidade

CQ20 As decisões dos usuários envolvem escolher entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter um
investimento, ou investir em uma ou outra entidade que reporta. Consequentemente, informações sobre
uma entidade que reporta são mais úteis se puderem ser comparadas a informações similares sobre outras
entidades e a informações similares sobre a mesma entidade referentes a outro período ou a outra data.

CQ21 Comparabilidade é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar e compreender
similaridades e diferenças entre itens. Diferentemente das outras características qualitativas, a
comparabilidade não se refere a um único item. Uma comparação exige no mínimo dois itens.

CQ22 Consistência, embora relacionada a comparabilidade, não é a mesma coisa. Consistência refere-se ao
uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, seja de período a período em uma entidade que reporta
ou em um único período para diferentes entidades. Comparabilidade é a meta; a consistência ajuda a
atingir essa meta.

CQ23 Comparabilidade não é uniformidade. Para que informações sejam comparáveis, coisas similares devem
parecer similares e coisas diferentes devem parecer diferentes. A comparabilidade de informações
financeiras não é aumentada fazendo-se que coisas diferentes pareçam similares, tanto quanto fazendo-
se que coisas similares pareçam diferentes.

CQ24 É provável que se atinja um certo grau de comparabilidade ao se satisfazer as características qualitativas
fundamentais. Uma representação fiel de um fenômeno econômico pertinente deve naturalmente possuir
um certo grau de comparabilidade com uma representação fiel de um fenômeno econômico pertinente
similar por outra entidade que reporta.

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Estrutura Conceitual

CQ25 Embora um único fenômeno econômico possa ser representado de forma fiel de diversas formas, permitir
métodos contábeis alternativos para o mesmo fenômeno econômico diminui a comparabilidade.

Capacidade de verificação

CQ26 A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações representam de forma
fiel os fenômenos econômicos que pretendem representar. Capacidade de verificação significa que
diferentes observadores conscientes e independentes podem chegar a um consenso, embora não a um
acordo necessariamente completo, de que uma descrição específica é uma representação fiel. Informações
quantificadas não precisam ser uma estimativa de valor único para que sejam verificáveis. Uma faixa de
valores possíveis e as respectivas probabilidades também podem ser verificadas.

CQ27 A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar um valor ou outra
representação por meio de observação direta, por exemplo, contando-se dinheiro. Verificação indireta
significa verificar os dados de entrada de um modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os dados de
saída utilizando a mesma metodologia. Um exemplo é verificar o valor contábil do estoque, checando
as informações (quantidades e custos) e recalculando o estoque final utilizando a mesma premissa de
fluxo de custo (por exemplo, utilizando o método primeiro a entrar, primeiro a sair).

CQ28 Verificar algumas explicações e informações financeiras com vistas ao futuro pode ser possível somente
em um período futuro, ou pode mesmo não ser possível. Para auxiliar os usuários a decidir se desejam
utilizar essas informações, normalmente seria necessário divulgar as premissas subjacentes, os métodos
de compilação das informações e outros fatores e circunstâncias que sustentam as informações.

Tempestividade

CQ29 Tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para que sejam
capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, quanto mais antiga a informação, menos útil ela é.
Contudo, algumas informações podem continuar a ser tempestivas por muito tempo após o final de um
período de relatório porque, por exemplo, alguns usuários podem precisar identificar e avaliar tendências.

Compreensibilidade

CQ30 Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna compreensíveis.

CQ31 Alguns fenômenos são inerentemente complexos e pode não ser possível tornar a sua compreensão
fácil. Excluir informações sobre esses fenômenos dos relatórios financeiros pode tornar mais fácil a
compreensão das informações contidas nesses relatórios financeiros. Contudo, esses relatórios seriam
incompletos e, portanto, potencialmente enganosos.

CQ32 Relatórios financeiros são elaborados para usuários que têm um conhecimento razoável das atividades
comerciais e econômicas e que revisam e analisam as informações de modo diligente. Algumas vezes,
mesmo usuários bem informados e diligentes podem precisar buscar o auxílio de um consultor para
compreender informações sobre fenômenos econômicos complexos.

Aplicação das características qualitativas de melhoria

CQ33 As características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas tanto quanto possível. Contudo, as
características qualitativas de melhoria, seja individualmente ou como um grupo, não podem tornar
informações úteis se essas informações forem irrelevantes ou não forem representadas de forma fiel.

CQ34 A aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo iterativo que não segue uma
ordem prescrita. Algumas vezes, uma característica qualitativa de melhoria pode ter de ser diminuída
para maximizar outra característica qualitativa de melhoria. Por exemplo, uma redução temporária na
comparabilidade como resultado da aplicação prospectiva de uma nova norma de relatório financeiro
pode ser vantajosa para aumentar a pertinência ou a representação fiel no longo prazo. Divulgações
apropriadas podem compensar parcialmente a não comparabilidade.

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IFRS Foundation A29
Estrutura Conceitual

As restrições do custo sobre relatórios financeiros úteis


CQ35 O custo é uma restrição difusa sobre as informações que podem ser fornecidas pelo relatório financeiro.
O relatório de informações financeiras impõe custos, e é importante que esses custos sejam justificados
pelos benefícios de apresentar essas informações. Há vários tipos de custos e benefícios a considerar.

CQ36 Os fornecedores de informações financeiras gastam a maior parte dos esforços envolvidos na coleta,
processamento, verificação e disseminação de informações financeiras, mas, em última instância,
os usuários arcam com esses custos na forma de retornos reduzidos. Os usuários de informações
financeiras podem também incorrer em custos de análise e interpretação das informações fornecidas.
Se as informações necessárias não são fornecidas, os usuários incorrem em custos adicionais para obter
essas informações em qualquer outra parte ou para estimá-las.

CQ37 A apresentação de informações financeiras que sejam pertinentes e representem de forma fiel aquilo
que pretendem representar ajuda os usuários a tomar decisões com mais confiança. Isto resulta em um
funcionamento mais eficiente dos mercados de capitais e um menor custo de capital para a economia
como um todo. Um investidor, mutuante ou outro credor individual recebe também os benefícios ao tomar
decisões mais informadas. Contudo, não é possível aos relatórios financeiros para fins gerais fornecer
todas as informações que cada usuário acredita serem pertinentes.

CQ38 Ao aplicar a restrição de custo, o Conselho avalia se é provável que os benefícios do relatório de
informações específicas justificam os custos incorridos para fornecer e utilizar essas informações.
Ao aplicar a restrição de custo no desenvolvimento de uma norma de relatório financeiro proposta, o
Conselho busca informações de fornecedores de informações financeiras, usuários, auditores, acadêmicos
e outros sobre a natureza e a quantidade esperada dos benefícios e custos dessa norma. Na maior parte
das situações, as avaliações se baseiam em uma combinação de informações quantitativas e qualitativas.

CQ39 Devido à subjetividade inerente, as avaliações de diferentes indivíduos sobre os custos e benefícios da
apresentação de itens específicos de informações financeiras variarão. Portanto, o Conselho procura
considerar custos e benefícios em relação ao relatório financeiro de modo geral, e não apenas em relação
a entidades individuais que reportam. Isto não significa que as avaliações de custos e benefícios sempre
justificam os mesmos requisitos de relatório para todas as entidades. Diferenças podem ser apropriadas
por conta dos diferentes portes das entidades, diferentes formas de obtenção de capital (pública ou
privada), diferentes necessidades dos usuários ou outros fatores.

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Estrutura Conceitual

Conteúdo
do parágrafo

CAPÍTULO 4: A ESTRUTURA CONCEITUAL (1989): O TEXTO RESTANTE


SUPOSIÇÃO SUBJACENTE 4.1
Continuidade operacional 4.1
OS ELEMENTOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 4.2
Posição financeira 4.4
Ativos 4.8
Passivos 4.15
Patrimônio líquido 4.20
Desempenho 4.24
Receita 4.29
Despesas 4.33
Ajustes para manutenção de capital 4.36
RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 4.37
A probabilidade de benefício econômico futuro 4.40
Confiabilidade da mensuração 4.41
Reconhecimento de ativos 4.44
Reconhecimento de passivos 4.46
Reconhecimento de receita 4.47
Reconhecimento de despesas 4.49
MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 4.54
CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL 4.57
Conceitos de capital 4.57
Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro 4.59

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Capítulo 4: A Estrutura Conceitual (1989): o texto restante

O texto restante da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras (1989)
não foi alterado para refletir as mudanças feitas pela IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras
(tal como revisada em 2007).

O texto restante também será atualizado quando o Conselho tiver considerado os elementos das demonstrações
financeiras e suas bases de mensuração.

Suposição subjacente

Continuidade operacional
4.1 As demonstrações financeiras são normalmente preparadas com base na suposição de que uma entidade
está em continuidade operacional e continuará em operação no futuro previsível. Portanto, assume-se que
a entidade não tem a intenção nem a necessidade de liquidar ou reduzir significativamente a escala de suas
operações; se houver essa intenção ou necessidade, pode ser necessária a preparação das demonstrações
financeiras em uma base diferente e, nesse caso, a base utilizada deve ser divulgada.

Os elementos das demonstrações financeiras


4.2 As demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros de transações e outros eventos, agrupando‑os
em classes amplas de acordo com suas características econômicas. Essas classes amplas são denominadas
de elementos das demonstrações financeiras. Os elementos diretamente relacionados à mensuração
da posição financeira no balanço patrimonial são ativos, passivos e patrimônio líquido. Os elementos
diretamente relacionados à mensuração do desempenho na demonstração do resultado são receita
e despesas. A demonstração de mudanças na posição financeira geralmente reflete os elementos da
demonstração do resultado e as mudanças nos elementos do balanço patrimonial; consequentemente,
esta Estrutura Conceitual não identifica nenhum elemento que seja único a essa demonstração.

4.3 A apresentação desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado envolve um


processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e passivos podem ser classificados por sua natureza
ou função no negócio da entidade para apresentar informações da forma mais útil aos usuários, para fins
de tomada de decisões econômicas.

Posição financeira
4.4 Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição financeira são ativos, passivos e
patrimônio líquido. Esses elementos estão definidos a seguir:

(a) Um ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados, e do qual se
espera que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade.

(b) Um passivo é uma obrigação presente da entidade, decorrente de eventos passados, cuja liquidação
se espera que resulte em uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos da entidade.

(c) Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus
passivos.

4.5 As definições de um ativo e um passivo identificam suas características essenciais, porém não tentam
especificar os critérios que precisam ser atendidos antes que sejam reconhecidos no balanço patrimonial.
Desse modo, as definições incluem itens que não são reconhecidos como ativos ou passivos no balanço

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Estrutura Conceitual

patrimonial, pois não atendem aos critérios para reconhecimento discutidos nos parágrafos 4.37–4.53.
Em particular, a expectativa de que benefícios econômicos futuros fluirão para/de uma entidade deve
ser suficientemente certa para atender ao critério de probabilidade do parágrafo 4.38 antes que um ativo
ou passivo seja reconhecido.

4.6 Ao avaliar se um item atende à definição de um ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar
apara a sua essência subjacente e realidade econômica e não simplesmente à sua forma legal. Dessa
forma, por exemplo, no caso de arrendamentos financeiros, a essência e a realidade econômica são que
o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da sua
vida útil em troca da aceitação de uma obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor
justo do ativo e o respectivo encargo financeiro. Portanto, o arrendamento financeiro origina itens que
atendem à definição de um ativo e um passivo e são reconhecidos como tais no balanço patrimonial do
arrendatário.

4.7 Balanços patrimoniais preparados de acordo com as atuais IFRSs podem incluir itens que não atendam
às definições de um ativo ou passivo e não sejam mostrados como parte do patrimônio líquido. As
definições contidas no parágrafo 4.4, contudo, fundamentarão revisões futuras das IFRSs existentes e a
formulação de outras IFRSs.

Ativos
4.8 O benefício econômico futuro incorporado em um ativo é o potencial de contribuir, direta ou indiretamente,
ao fluxo de caixa e equivalentes de caixa da entidade. O potencial pode ser produtivo quando faz parte
integrante das atividades operacionais da entidade. Pode assumir também a forma de conversibilidade em
caixa ou equivalentes de caixa, ou a capacidade de reduzir saída de caixa, como, por exemplo, quando
um processo de fabricação alternativo reduz os custos de produção.

4.9 Uma entidade geralmente emprega seus ativos para produzir bens ou serviços capazes de atender aos
desejos ou necessidades de clientes; tendo em vista que esses bens ou serviços podem atender esses
desejos ou necessidades, os clientes se dispõem a pagar por eles e, portanto, contribuem para o fluxo de
caixa da entidade. O próprio caixa presta um serviço para a entidade em função de seu comando sobre
os outros recursos.

4.10 Os benefícios econômicos futuros incorporados em um ativo podem fluir para a entidade de diversas
formas. Por exemplo, um ativo pode ser:

(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou serviços a serem
vendidos pela entidade;

(b) trocado por outros ativos;

(c) usado para liquidar um passivo; ou

(d) distribuído aos sócios da entidade.

4.11 Muitos ativos, por exemplo, imobilizado, possuem uma forma física. Entretanto, a forma física não é
essencial para a existência de um ativo; portanto, patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos se
espera-se que os benefícios econômicos futuros fluam deles para a entidade e se eles forem controlados
pela entidade.

4.12 Muitos ativos, por exemplo, recebíveis e imóveis, estão relacionados a direitos legais, incluindo o direito de
propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não é essencial; desse modo,
por exemplo, o imóvel detido em um arrendamento é um ativo se a entidade controlar os benefícios que
se espera fluam do imóvel. Embora a capacidade de uma entidade de controlar benefícios seja geralmente
o resultado de direitos legais, um item pode, contudo, atender à definição de um ativo mesmo quando
não houver controle legal. Por exemplo, o know-how obtido de uma atividade de desenvolvimento pode
atender à definição de um ativo quando, ao manter esse know-how em segredo, uma entidade controlar
os benefícios que se espera fluam dele.

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IFRS Foundation A33
Estrutura Conceitual

4.13 Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados. As entidades
normalmente obtêm ativos através da compra ou de sua produção, mas outras transações ou eventos
podem gerar ativos; exemplos incluem imóveis recebidos por uma entidade do governo como parte de
um programa para incentivar o crescimento econômico em uma área e a descoberta de jazidas minerais.
As transações ou eventos que se espera que ocorram no futuro não originam, por si só, ativos; portanto,
por exemplo, uma intenção de comprar estoque não atende, por si só, à definição de um ativo.

4.14 Há uma associação próxima entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas os dois não coincidem
necessariamente. Portanto, quando uma entidade incorrer em gastos, isso pode fornecer evidência de que
foram buscados benefícios econômicos futuros, mas não é prova conclusiva de que tenha sido obtido um
item que atenda à definição de um ativo. Similarmente, a ausência de um gasto relacionado não impede
que um item atenda à definição de um ativo e desse modo se qualifique para reconhecimento no balanço
patrimonial; por exemplo, itens que foram doados à entidade podem atender à definição de um ativo.

Passivos
4.15 Uma característica essencial de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação
é um dever ou responsabilidade de agir ou executar de determinada maneira. Obrigações podem ser
legalmente exigíveis como consequência de um contrato vinculante ou de exigência estatutária. Esse é
normalmente o caso, por exemplo, de contas a pagar por bens e serviços recebidos. Contudo, obrigações
resultam também da prática comercial normal, do costume e do desejo de manter boas relações comerciais
ou de agir de forma equitativa. Se, por exemplo, uma entidade decide, por uma questão de política,
retificar falhas em seus produtos mesmo quando elas se tornarem aparentes após o período de garantia
ter expirado, os valores que se espera gastar em relação aos produtos já vendidos são passivos.

4.16 Deve ser feita uma distinção entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. Uma decisão da
administração de uma entidade de adquirir ativos no futuro não origina, por si só, uma obrigação presente.
Uma obrigação normalmente surge apenas quando o ativo é entregue ou a entidade celebra um contrato
irrevogável para adquirir o ativo. No último caso, a natureza irrevogável do contrato significa que as
consequências econômicas de deixar de honrar a obrigação, por exemplo, por causa da existência de
uma penalidade substancial, deixa a entidade com pouco, se algum, arbítrio para evitar o fluxo de saída
de recursos para outra entidade.

4.17 A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos
que incorporam benefícios econômicos para atender à reivindicação da outra parte. A liquidação de uma
obrigação presente pode ocorrer de diversas formas, por exemplo, por:

(a) pagamento à vista;

(b) transferência de outros ativos;

(c) prestação de serviços;

(d) substituição dessa obrigação por outra obrigação; ou

(e) conversão da obrigação em patrimônio líquido.

Uma obrigação também pode ser extinta por outros meios, tais como a renúncia ou perda de direitos por
um credor.

4.18 Passivos resultam de transações passadas ou outros eventos passados. Desse modo, por exemplo,
a aquisição de bens e o uso de serviços originam contas a pagar a fornecedores (exceto se pagas
antecipadamente ou na entrega) e o recebimento de um empréstimo bancário resulta em uma obrigação
de restituir o empréstimo. Uma entidade também pode reconhecer rebates futuros com base nas compras
anuais de clientes como passivos; nesse caso, a venda dos bens no passado é a transação que origina o
passivo.

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Estrutura Conceitual

4.19 Alguns passivos podem ser mensurados apenas com o emprego de um grau substancial de estimativa.
Algumas entidades descrevem esses passivos como provisões. Em alguns países, essas provisões não são
consideradas como passivos, pois o conceito de um passivo é definido estreitamente de modo a incluir
apenas os valores que possam ser estabelecidos sem a necessidade de fazer estimativas. A definição de
um passivo no parágrafo 4.4 segue uma abordagem mais ampla. Desse modo, quando uma provisão
envolve uma obrigação presente e atende os demais critérios da definição, ela é um passivo mesmo se o
valor tiver que ser estimado. Exemplos incluem provisões para pagamentos a serem feitos em garantias
existentes e provisões para cobrir obrigações de aposentadoria.

Patrimônio líquido
4.20 Embora o patrimônio líquido seja definido no parágrafo 4.4 como um residual, ele pode ser subclassificado
no balanço patrimonial. Por exemplo, em uma pessoa jurídica, os recursos aportados pelos acionistas,
os lucros acumulados, as reservas que representam apropriações de lucros acumulados e as reservas que
representam ajustes para manutenção de capital podem ser mostrados separadamente. Essas classificações
podem ser pertinentes às necessidades de tomada de decisão dos usuários de demonstrações financeiras
quando elas indicarem restrições legais ou outras sobre a capacidade da entidade de distribuir ou de
outro modo aplicar o seu patrimônio líquido. Elas também podem refletir o fato de que as partes com
participações societárias em uma entidade tenham direitos diferentes em relação ao recebimento de
dividendos ou à restituição do patrimônio líquido contribuído.

4.21 A criação de reservas é, às vezes, exigida por estatuto ou outra lei para dar à entidade e seus credores
uma medida adicional de proteção contra os efeitos de perdas. Outras reservas podem ser estabelecidas
se a lei tributária nacional conceder isenções ou reduções em passivos fiscais quando forem feitas
transferências para essas reservas. A existência e o tamanho dessas reservas legais, estatutárias e fiscais
constituem informações que podem ser pertinentes às necessidades de tomada de decisão de usuários.
As transferências para essas reservas são apropriações de lucros acumulados em vez de despesas.

4.22 O valor pelo qual o patrimônio líquido é mostrado no balanço patrimonial depende da mensuração de
ativos e passivos. Normalmente, o valor total do patrimônio líquido somente por coincidência corresponde
ao valor de mercado total das ações da entidade ou à soma que poderia ser obtida pela alienação dos ativos
líquidos de forma gradativa ou da entidade como um todo em uma base de continuidade operacional.

4.23 As atividades comerciais, industriais e de negócios são frequentemente executadas por meio de
entidades, tais como firmas individuais, sociedades de pessoas, depositários e vários tipos de entidades
governamentais. A estrutura legal e regulatória dessas entidades é frequentemente diferente daquela
aplicável a pessoas jurídicas. Por exemplo, pode haver poucas, se houver, restrições sobre a distribuição
aos sócios ou outros beneficiários de valores incluídos no patrimônio líquido. Contudo, a definição de
patrimônio líquido e outros aspectos desta Estrutura Conceitual que tratam do patrimônio líquido é
apropriada para essas entidades.

Desempenho
4.24 O lucro é frequentemente usado como uma medida de desempenho ou como base para outras medidas,
tais como retorno sobre o investimento ou lucro por ação. Os elementos diretamente relacionados à
mensuração do lucro são receita e despesas. O reconhecimento e a mensuração de receitas e despesas e,
portanto, do lucro, dependem em parte dos conceitos de capital e de manutenção de capital usados pela
entidade na preparação de suas demonstrações financeiras. Esses conceitos são discutidos nos parágrafos
4.57–4.65.

4.25 Os elementos de receita e despesas são definidos a seguir:

(a) Receita é o aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil na forma de fluxos de
entrada ou aumentos nos ativos ou redução nos passivos que resultam em aumentos no patrimônio
líquido, e que não sejam provenientes de aportes dos participantes do patrimônio.

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Estrutura Conceitual

(b) As despesas são reduções nos benefícios econômicos durante o período contábil na forma de fluxos
de saída ou exaustão de ativos ou incorrimento de passivos que resultam em reduções no patrimônio
líquido, exceto aqueles relacionados a distribuições a participantes do patrimônio.

4.26 As definições de receita e despesas identificam suas características essenciais, mas não tentam especificar
os critérios que precisariam ser atendidos antes que sejam reconhecidas na demonstração do resultado.
Os critérios para o reconhecimento de receita e despesas são discutidos nos parágrafos 4.37–4.53.

4.27 As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado de diferentes formas, de
modo a fornecer informações que sejam pertinentes à tomada de decisões econômicas. Por exemplo, é
prática comum distinguir entre os itens de receitas e despesas que se originam no curso das atividades
normais da entidade e aqueles que não. Essa distinção é feita porque a fonte de um item é pertinente
à avaliação da capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro; por exemplo,
atividades eventuais, tais como a alienação de um investimento de longo prazo, normalmente não se
repetem em uma base regular. Ao distinguir entre itens dessa maneira, deve ser dada consideração à
natureza da entidade e suas operações. Os itens que surgem das atividades normais de uma entidade
podem ser incomuns em relação à outra entidade.

4.28 A distinção entre itens de receita e despesa e a sua combinação em diferentes formas também permite
que diversas medidas do desempenho da entidade sejam apresentadas. Estas têm diferentes níveis de
inclusão. Por exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar a margem bruta, os lucros e perdas
de atividades ordinárias antes de impostos, os lucros e perdas de atividades ordinárias após impostos, e
os lucros e perdas.

Receita
4.29 A definição de receita abrange tanto a receita quanto os ganhos. A receita surge no curso das atividades
normais de uma entidade e é designada por uma variedade de diferentes nomes, incluindo vendas,
honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis.

4.30 Os ganhos representam outros itens que atendem à definição de receita e podem, ou não, surgir no curso
das atividades normais de uma entidade. Os ganhos representam aumentos nos benefícios econômicos
e, como tais, não são diferentes em sua natureza da receita. Portanto, eles não são considerados como
constituindo um elemento separado nesta Estrutura Conceitual.

4.31 Os ganhos incluem, por exemplo, aqueles que surgem na alienação de ativos não circulantes. A definição
de receita também inclui ganhos não realizados; por exemplo, aqueles que se originam na reavaliação
de valores mobiliários e aqueles resultantes de aumentos no valor contábil de ativos de longo prazo.
Quando os ganhos são reconhecidos na demonstração do resultado, eles são geralmente apresentados
separadamente, pois o seu conhecimento é útil para fins de tomada de decisões econômicas. Os ganhos
são frequentemente demonstrados líquidos das respectivas despesas.

4.32 Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados pela receita; exemplos incluem caixa, recebíveis
e bens e serviços recebidos em troca de bens e serviços fornecidos. A receita também pode resultar da
liquidação de passivos. Por exemplo, uma entidade pode fornecer bens e serviços a um mutuante na
liquidação de uma obrigação para restituir um empréstimo.

Despesas
4.33 A definição de despesas abrange perdas bem como despesas que surgem no curso das atividades normais
da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades normais da entidade incluem, por exemplo,
custo de vendas, salários e depreciação. Elas geralmente assumem a forma de um fluxo de saída ou
exaustão de ativos, tais como caixa e equivalentes de caixa, estoques e imobilizado.

4.34 As perdas representam outros itens que atendem à definição de despesas e podem, ou não, surgir no curso
das atividades normais da entidade. As perdas representam diminuições nos benefícios econômicos e,

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Estrutura Conceitual

como tais, não são diferentes em natureza de outras despesas. Portanto, elas não são consideradas como
um elemento separado nesta Estrutura Conceitual.

4.35 As perdas incluem, por exemplo, as resultantes de desastres, tais como incêndios e inundação, bem
como as resultantes da alienação de ativos não circulantes. A definição de despesas também inclui as
perdas não realizadas, por exemplo, aquelas resultantes dos efeitos de aumentos na taxa de câmbio de
uma moeda estrangeira em relação aos empréstimos de uma entidade nessa moeda. Quando as perdas
são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente mostradas separadamente, pois o
seu conhecimento é útil para a finalidade de tomar decisões econômicas. As perdas são frequentemente
demonstradas líquidas das respectivas receitas.

Ajustes para manutenção de capital


4.36 A reavaliação ou reapresentação de ativos e passivos origina aumentos ou reduções no patrimônio líquido.
Embora esses aumentos ou reduções atendam à definição de receitas e despesas, eles não são incluídos
na demonstração do resultado sob determinados conceitos de manutenção de capital. Em vez disso,
esses itens são incluídos no patrimônio líquido como ajustes para manutenção de capital ou reservas de
reavaliação. Esses conceitos de manutenção de capital são discutidos nos parágrafos 4.57–4.65 desta
Estrutura Conceitual.

Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras


4.37 Reconhecimento é o processo de incorporação no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado de
um item que atenda à definição de um elemento e que satisfaça os critérios de reconhecimento definidos
no parágrafo 4.38. Ele envolve a descrição do item em palavras e por um valor monetário e a inclusão
desse valor nos totais do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado. Os itens que atendem
aos critérios de reconhecimento devem ser reconhecidos no balanço patrimonial ou na demonstração do
resultado. O não reconhecimento desses itens não é retificado pela divulgação das políticas contábeis
usadas nem pelas notas ou material explicativo.

4.38 Um item que atende à definição de um elemento deve ser reconhecido se:

(a) for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item fluirá para/da entidade; e

(b) o item tiver um custo ou valor que possa ser mensurado de forma confiável.4

4.39 Ao avaliar se um item atende a esses critérios e, portanto, se qualifica para reconhecimento nas
demonstrações financeiras, é preciso considerar as questões sobre relevância discutidas no Capítulo 3 –
Características qualitativas de informações financeiras úteis. O inter-relacionamento entre os elementos
significa que um item que atende à definição e aos critérios de reconhecimento para um elemento
específico, por exemplo, um ativo, automaticamente exige o reconhecimento de um outro elemento, por
exemplo, uma receita ou um passivo.

A probabilidade de benefício econômico futuro


4.40 O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para se referir ao grau de incerteza
de que os benefícios econômicos futuros associados ao item fluirão para/da entidade. O conceito está em
conformidade com a incerteza que caracteriza o ambiente em que uma entidade opera. As avaliações do
nível de incerteza inerentes ao fluxo de benefícios econômicos futuros são feitas com base na evidência
disponível quando as demonstrações financeiras são preparadas. Por exemplo, quando for provável
que uma conta a receber devida a uma entidade seja paga, então é justificável, na ausência de qualquer
evidência contrária, reconhecer a conta a receber como um ativo. Para uma grande população de contas
a receber, contudo, algum grau de inadimplência é normalmente considerado provável; portanto, é
reconhecida uma despesa que represente a redução esperada nos benefícios econômicos.

4 As informações são confiáveis quando estiverem completas, neutras e isentas de erros.

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Confiabilidade da mensuração
4.41 O segundo critério para o reconhecimento de um item é que ele tenha um custo ou valor que pode ser
mensurado de modo confiável. Em muitos casos, o custo ou valor deve ser estimado; o uso de estimativas
razoáveis é uma parte essencial da preparação de demonstrações financeiras e não prejudica a sua
confiabilidade. Quando, contudo, uma estimativa razoável não puder ser feita, o item não é reconhecido
no balanço patrimonial nem na demonstração do resultado. Por exemplo, o valor que se espera receber
de uma ação judicial pode atender às definições tanto de um ativo quanto de uma receita, bem como ao
critério de probabilidade para o reconhecimento; contudo, se não for possível mensurar a reivindicação
de forma confiável, ela não deve ser reconhecida como um ativo nem como uma receita; a existência
da reivindicação, contudo, seria divulgada em notas explicativas, materiais explicativos ou quadros
suplementares.

4.42 Um item que, em determinado momento, deixe de atender aos critérios de reconhecimento do
parágrafo 4.38 pode se qualificar para reconhecimento em uma data posterior como resultado de
circunstâncias ou eventos subsequentes.

4.43 Um item que possua as características essenciais de um elemento, mas deixe de atender aos critérios de
reconhecimento, pode, contudo, justificar a divulgação em notas explicativas, materiais explicativos ou
quadros suplementares. Isso é apropriado quando o conhecimento do item é considerado pertinente à
avaliação da posição financeira, desempenho e mudanças na posição financeira de uma entidade pelos
usuários de demonstrações financeiras.

Reconhecimento de ativos
4.44 Um ativo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros
fluirão para a entidade e o ativo possuir um custo ou valor que possa ser mensurado de forma confiável.

4.45 Um ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando gastos foram incorridos e quando for
improvável que benefícios econômicos fluam para a entidade após o período contábil corrente. Em vez
disso, essa transação resulta no reconhecimento de uma despesa na demonstração do resultado. Esse
tratamento não implica que a intenção da administração ao incorrer nos gastos não tenha sido a de gerar
benefícios econômicos futuros para a entidade ou que a administração tenha sido mal orientada. A única
implicação é que o nível de certeza de que benefícios econômicos fluirão para a entidade após o período
contábil corrente é insuficiente para justificar o reconhecimento de um ativo.

Reconhecimento de passivos
4.46 Um passivo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que um fluxo de saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos resultará da liquidação de uma obrigação presente e o valor em
que a liquidação ocorrerá puder ser mensurado de forma confiável. Na prática, as obrigações previstas
em contratos que sejam igualmente não realizados de forma proporcional (por exemplo, passivos por
estoques pedidos, porém ainda não recebidos) não são geralmente reconhecidas como passivos nas
demonstrações financeiras. Entretanto, essas obrigações podem atender à definição de passivos e, desde
que os critérios de reconhecimento sejam atendidos nas circunstâncias específicas, podem se qualificar
para reconhecimento. Nessas circunstâncias, o reconhecimento de passivos implica o reconhecimento
dos correspondentes ativos ou despesas.

Reconhecimento de receita
4.47 A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando tiver surgido um aumento nos benefícios
econômicos futuros relacionados a um aumento em um ativo ou uma diminuição em um passivo que
puder ser mensurado de forma confiável. Isso significa, de fato, que o reconhecimento da receita ocorre
simultaneamente ao reconhecimento de aumentos nos ativos ou reduções nos passivos (por exemplo,
o aumento líquido nos ativos resultantes de uma venda de bens ou serviços ou a redução nos passivos
resultantes da renúncia de uma dívida a pagar).

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4.48 Os procedimentos normalmente adotados na prática para reconhecer a receita, por exemplo, o requisito de
que a receita deve ser obtida, são aplicações dos critérios de reconhecimento nesta Estrutura Conceitual.
Esses procedimentos são geralmente direcionados a restringir o reconhecimento como receita daqueles
itens que puderem ser mensurados de forma confiável e tiverem um grau suficiente de certeza.

Reconhecimento de despesas
4.49 As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando houver uma redução nos benefícios
econômicos futuros relacionados a uma redução em um ativo ou um aumento em um passivo que puder
ser mensurado de forma confiável. Isso significa, de fato, que o reconhecimento de despesas ocorre
simultaneamente ao reconhecimento de um aumento nos passivos ou uma redução nos ativos (por
exemplo, a provisão de direitos de empregados ou a depreciação de equipamentos).

4.50 As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta entre os
custos incorridos e o lucro de itens específicos da receita. Esse processo, usualmente denominado de
confrontação entre custos e receitas, envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e
despesas que resultam direta e conjuntamente das mesmas transações ou outros eventos; por exemplo,
os diversos componentes de despesas que formam o custo das mercadorias vendidas são reconhecidos
ao mesmo tempo que a receita derivada da venda das mercadorias. Entretanto, a aplicação do conceito
de confrontação previsto nesta Estrutura Conceitual não permite o reconhecimento de itens no balanço
patrimonial que não atendam à definição de ativos ou passivos.

4.51 Quando for esperado que benefícios econômicos surjam ao longo de diversos períodos contábeis e a
confrontação com a receita puder ser determinada apenas de forma ampla ou indireta, as despesas são
reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de alocação sistemáticos e
racionais. Isso é frequentemente necessário para reconhecer as despesas associadas ao desgaste de ativos,
tais como imobilizado, ágio, patentes e marcas registradas; nesses casos, a despesa é referida como
depreciação ou amortização. Esses procedimentos de alocação são destinados a reconhecer despesas nos
períodos contábeis em que os benefícios econômicos associados a esses itens são consumidos ou expirem.

4.52 Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração do resultado quando um gasto não produzir
benefícios econômicos futuros ou quando, e na medida em que, os benefícios econômicos futuros não se
qualificarem, ou deixarem de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como um ativo.

4.53 Uma despesa é também reconhecida na demonstração do resultado nos casos em que um passivo for
incorrido sem o reconhecimento de um ativo, como no caso de um passivo decorrente de garantia
de produto.

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras


4.54 A mensuração é o processo de determinar os valores monetários pelos quais os elementos das
demonstrações financeiras devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na
demonstração do resultado. Isso envolve a seleção da base de mensuração específica.

4.55 Diferentes bases de mensuração são empregadas em diferentes níveis e em variadas combinações nas
demonstrações financeiras. Elas incluem o seguinte:

(a) Custo histórico. Os ativos são reconhecidos pelo valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou
pelo valor justo da contrapartida dada para adquiri-los no momento de sua aquisição. Os passivos são
registrados pelo valor dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias
(por exemplo, impostos sobre a renda), pelos valores de caixa ou equivalentes de caixa que se
espera sejam pagos para liquidar o passivo no curso normal dos negócios.

(b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelo valor de caixa ou equivalentes de caixa que teria
sido pago se o mesmo ativo ou um ativo equivalente fosse adquirido presentemente. Os passivos
são reconhecidos pelo valor não descontado de caixa ou equivalentes de caixa que seria requerido
para liquidar a obrigação presentemente.

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(c) Valor realizável (de liquidação). Os ativos são reconhecidos pelo valor de caixa ou equivalentes
que poderia ser presentemente obtido pela venda do ativo em uma alienação regular. Os passivos
são reconhecidos pelos seus valores de liquidação; ou seja, os valores não descontados de caixa ou
equivalentes de caixa que se espera pagar para liquidar os passivos no curso normal dos negócios.

(d) Valor presente. Os ativos são reconhecidos pelo valor presente descontado dos futuros fluxos de
entrada de caixa líquidos que o item espera gerar no curso normal dos negócios. Os passivos são
reconhecidos pelo valor presente descontado dos futuros fluxos de saída de caixa líquidos que se
espera ser necessário para liquidar os passivos no curso normal dos negócios.

4.56 A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na preparação das demonstrações
financeiras é o custo histórico. Este é geralmente combinado com outras bases de mensuração. Por
exemplo, os estoques são geralmente reconhecidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido
realizável, os valores mobiliários podem ser reconhecidos pelo valor de mercado e as obrigações de
aposentadoria são reconhecidas pelo seu valor presente. Além disso, algumas entidades usam a base de
custo corrente como uma resposta à incapacidade do modelo contábil de custo histórico de tratar dos
efeitos das mudanças de preços dos ativos não monetários.

Conceitos de capital e manutenção de capital

Conceitos de capital
4.57 Um conceito financeiro de capital é adotado pela maioria das entidades na preparação de suas
demonstrações financeiras. Sob o conceito financeiro de capital, tal como o caixa investido ou o poder
de compra investido, capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade. Sob o
conceito físico de capital, tal como a capacidade operacional, o capital é considerado como a capacidade
produtiva da entidade com base, por exemplo, nas unidades de produção diária.

4.58 A seleção do conceito apropriado de capital por uma entidade deve ser baseada nas necessidades dos
usuários de suas demonstrações financeiras. Desse modo, um conceito financeiro de capital deve ser
adotado se os usuários de demonstrações financeiras estiverem principalmente preocupados com a
manutenção de capital nominal investido ou com o poder de compra do capital investido. Se, contudo,
a principal preocupação dos usuários for com a capacidade operacional da entidade, deve ser usado um
conceito físico de capital. O conceito escolhido indica a meta a ser atingida na determinação do lucro,
ainda que possa haver algumas dificuldades de mensuração para tornar o conceito operacional.

Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro


4.59 Os conceitos de capital do parágrafo 4.57 originam os seguintes conceitos de manutenção de capital:

(a) Manutenção de capital financeiro. Sob esse conceito, um lucro é auferido somente se o montante
financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no final do período exceder o montante financeiro
(ou dinheiro) dos ativos líquidos no início do período, após excluir quaisquer distribuições aos/
contribuições de sócios durante o período. A manutenção de capital financeiro pode ser mensurada
em unidades monetárias nominais ou em unidades de poder aquisitivo constante.

(b) Manutenção de capital físico. Sob esse conceito, um lucro é auferido somente se a capacidade
produtiva física (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessários
para alcançar essa capacidade) no final do período exceder a capacidade produtiva física no início
do período, após excluir quaisquer distribuições aos/contribuições de sócios durante o período.

4.60 O conceito de manutenção de capital está preocupado em como uma entidade define o capital que
busca manter. Ele fornece a ligação entre os conceitos de capital e os conceitos de lucro, pois fornece o
ponto de referência por meio do qual o lucro é mensurado; ele é um pré-requisito para distinguir entre o
retorno sobre o capital de uma entidade e seu retorno de capital; somente os fluxos de entrada de ativos
que excedem os valores necessários para a manutenção de capital podem ser considerados como lucro

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e, portanto, como um retorno sobre o capital. Portanto, lucro é o valor residual que permanece após as
despesas (incluindo ajustes para manutenção de capital, quando apropriado) terem sido deduzidas da
receita. Se as despesas excederem a receita, o valor residual é uma perda.

4.61 O conceito de manutenção de capital físico exige a adoção do custo corrente como base de mensuração.
O conceito de manutenção de capital financeiro, contudo, não requer o uso de uma base de mensuração
específica. A seleção da base nesse conceito depende do tipo de capital financeiro que a entidade está
buscando manter.

4.62 A diferença principal entre os dois conceitos de manutenção de capital é o tratamento dos efeitos das
mudanças nos preços dos ativos e passivos da entidade. Em termos gerais, uma entidade terá mantido
o seu capital se tiver tanto capital no fim do período quanto tinha no início do período. Qualquer valor
acima daquele necessário para manter o capital no início do período representa lucro.

4.63 Sob o conceito de manutenção de capital financeiro, em que o capital é definido em termos de unidades
monetárias nominais, o lucro representa o aumento no capital monetário nominal ao longo do período.
Desse modo, os aumentos nos preços de ativos mantidos ao longo do período, convencionalmente
referidos como ganhos de manutenção são, conceitualmente, lucros. Entretanto, eles podem não ser
reconhecidos como tais até que os ativos sejam alienados em uma transação de troca. Quando o conceito
de manutenção de capital financeiro for definido em termos de unidades de poder aquisitivo constante, o
lucro representa o aumento no poder aquisitivo investido ao longo do período. Desse modo, apenas essa
parte do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento no nível geral de preços é considerada
como lucro. O restante do aumento é tratado como um ajuste para manutenção de capital e, portanto,
como parte do patrimônio líquido.

4.64 Sob o conceito de manutenção de capital físico, quando o capital é definido em termos de capacidade
produtiva física, o lucro representa o aumento desse capital ao longo do período. Todas as mudanças
de preços que afetem os ativos e passivos da entidade são vistas como mudanças na mensuração da
capacidade produtiva física da entidade; portanto, elas são tratadas como ajustes para manutenção de
capital que fazem parte do patrimônio líquido e não como lucro.

4.65 A seleção das bases de mensuração e o conceito de manutenção de capital determinarão o modelo
contábil usado na preparação das demonstrações financeiras. Diferentes modelos contábeis apresentam
diferentes graus de pertinência e confiabilidade e, como em outras áreas, a administração deve buscar
um equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade. Esta Estrutura Conceitual é aplicável a uma série de
modelos contábeis e fornece orientação sobre a preparação e apresentação de demonstrações financeiras
elaboradas de acordo com o modelo escolhido. Atualmente, não é a intenção do Conselho prescrever
um modelo específico, exceto em circunstâncias excepcionais, tais como para aquelas entidades que
reportam na moeda de uma economia hiperinflacionária. Essa intenção, contudo, será revista em vista
dos desenvolvimentos mundiais.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 1

Adoção pela Primeira Vez das Normas


Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a SIC-8 – Aplicação
pela Primeira Vez das IASs como Base Primária de Contabilização, que foi emitida pelo Comitê Permanente de
Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC) em julho de 1998.

Em junho de 2003, o IASB emitiu a IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório
Financeiro para substituir a SIC-8. A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada
em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs, inclusive na IFRS 1.

O IASB reestruturou a IFRS 1 em novembro de 2008. Em dezembro de 2010, o IASB alterou a IFRS 1 para refletir
que um adotante pela primeira vez reapresentaria transações passadas a partir da data de transição para as IFRSs,
e não em 1º de janeiro de 2004.

Desde que foi emitida em 2003, a IFRS 1 foi alterada para acomodar exigências de adoção pela primeira vez
decorrentes de IFRSs novas ou alteradas. A IFRS 1 foi recentemente alterada por Empréstimos do Governo (emitida
em março de 2012), que acrescentou uma exceção à aplicação retrospectiva das IFRSs para exigir que adotantes
pela primeira vez apliquem prospectivamente os requisitos da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros e da IAS 20 –
Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental a empréstimos
do governo existentes na data de transição para as IFRSs. A IFRS 1 também foi alterada como resultado de
alterações à IFRS 11 feitas por Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação
de Participações em Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12)
(emitida em junho de 2012). A alteração à IFRS 1 acrescentou uma exceção que exige que uma adotante pela
primeira vez aplique as disposições de transição na IFRS 11 na data de transição para as IFRSs.

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 1
ADOÇÃO PELA PRIMEIRA VEZ DAS NORMAS INTERNACIONAIS
DE RELATÓRIO FINANCEIRO (IFRSs)
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 6
Demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs 6
Políticas contábeis 7
Exceções à aplicação retrospectiva de outras IFRSs 13
Estimativas 14
Isenções de outras IFRSs 18
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO 20
Informações comparativas 21
Informações comparativas e resumos históricos
não preparados de acordo com as IFRSs 22
Explanação da transição para as IFRSs 23
Conciliações 24
Designação de ativos financeiros ou passivos financeiros 29
Utilização do valor justo como custo atribuído 30
Uso do custo atribuído para investimentos em subsidiárias,
empreendimentos em conjunto e coligadas 31
Uso de custo atribuído para ativos de petróleo e gás 31A
Uso de custo atribuído para operações sujeitas a regulamentos de tarifas 31B
Uso de custo atribuído após hiperinflação severa 31C
Relatórios financeiros intermediários 32
DATA DE VIGÊNCIA 34
REVOGAÇÃO DA IFRS 1 (EMITIDA EM 2003) 40
APÊNDICES
A Termos definidos
B Exceções à aplicação retrospectiva de outras IFRSs
C Isenções para combinações de negócios
D Isenções de outras IFRSs
E Isenções de curto prazo de IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 1 EMITIDA EM NOVEMBRO DE 2008


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IFRS 1:
Isenções Adicionais para Adotantes pela Primeira Vez emitida em julho de 2009
Isenção Limitada de Divulgações da IFRS 7 Comparativas para Adotantes pela Primeira Vez
emitida em janeiro de 2010
Hiperinflação Severa e Eliminação de Datas Fixas para Adotantes pela Primeira Vez
emitida em dezembro de 2010

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Empréstimos do Governo emitida em março de 2012


Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações
em Outras Entidades: Orientação de Transição (Alteração à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12)
emitida em junho de 2012
BASE PARA CONCLUSÕES
Apêndice
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (IFRSs) (IFRS 1) é definida nos parágrafos 1–40 e Apêndices A-E. Todos os parágrafos
têm igual importância. Os parágrafos em negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice
A encontram-se em itálico na primeira vez em que aparecem na IFRS. As definições de outros termos são dadas
no Glossário das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 1 deve ser lida no contexto
de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro
(IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência
de orientação explícita.

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Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRS 1 em junho de 2003. A IFRS 1
substituiu a SIC-8 – Aplicação pela Primeira Vez das IASs como Base Primária de Contabilização.
O Conselho desenvolveu a IFRS para tratar de preocupações sobre a plena aplicação retrospectiva de
IFRSs exigida pela SIC-8.

IN2 Posteriormente, a IFRS 1 foi alterada várias vezes para acomodar exigências de adoção pela primeira vez
decorrentes de IFRSs novas ou alteradas. Como resultado, a IFRS ficou mais complexa e menos clara. Em
2007, portanto, o Conselho propôs, como parte de seu projeto de melhorias anuais, alterar a IFRS 1 para
facilitar a sua compreensão pelo leitor e para melhor acomodar futuras mudanças. A versão da IFRS 1
emitida em 2008 mantém a essência da versão anterior, mas dentro de uma estrutura modificada. Ela
substitui a versão anterior e se aplica a entidades que apliquem as IFRSs pela primeira vez para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. A aplicação antecipada é permitida.

Principais características da IFRS


IN3 A IFRS se aplica quando uma entidade adota as IFRSs pela primeira vez por meio de uma declaração
explícita e sem reservas de cumprimento das IFRSs.

IN4 Em geral, a IFRS requer que uma entidade cumpra com cada IFRS vigente no final de seu primeiro
período de relatório de acordo com as IFRSs. Particularmente, a IFRS requer que uma entidade faça o
seguinte na demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs que ela elabora
como ponto de partida para a sua contabilização de acordo com as IFRSs:

(a) reconhecerá todos os ativos e passivos cujo reconhecimento é requerido pelas IFRSs;

(b) não reconhecerá itens como ativos ou passivos se as IFRSs não permitirem esse reconhecimento;

(c) reclassificar itens que reconheceu conforme os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos
(PCGAs) anteriores como um tipo de ativo, passivo ou componente do patrimônio líquido, mas
que são um tipo diferente de ativo, passivo ou componente do patrimônio líquido de acordo com
as IFRSs; e

(d) aplicará as IFRSs ao mensurar todos os ativos e passivos reconhecidos.

IN5 A IFRS garante isenções limitadas desses requisitos em áreas específicas em que o custo de cumpri-los
provavelmente excedesse os benefícios aos usuários de demonstrações financeiras. A IFRS também proíbe
a aplicação retrospectiva das IFRSs em algumas áreas, particularmente onde a aplicação retrospectiva
exigisse julgamentos da administração sobre as condições passadas após o resultado de uma transação
específica já ser conhecido.

IN6 A IFRS requer divulgações que expliquem como a transição dos PCGAs anteriores para as IFRSs afetou
a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade.

IN7 Uma entidade é obrigada a aplicar a IFRS se suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com
as IFRSs forem para um período iniciado em ou após 1° de julho de 2009. A aplicação antecipada
é encorajada.

IN8 Os parágrafos B10 e B11 (introduzidos por Empréstimos do Governo em março de 2012) referem-se à
IFRS 9. Se uma entidade aplicar esta IFRS mas ainda não aplicar a IFRS 9, as referências aos parágrafos
B10 e B11 à IFRS 9 serão lidas como referências à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento
e Mensuração.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 1


Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs)

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é assegurar que as primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs da
entidade e seus relatórios financeiros intermediários para parte do período coberto por essas demonstrações
financeiras contenham informações de alta qualidade que:

(a) sejam transparentes para os usuários e comparáveis em todos os períodos apresentados;

(b) forneçam um ponto de partida adequado para a contabilização de acordo com as Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs); e

(c) possam ser geradas a um custo que não exceda os benefícios.

Alcance
2 Uma entidade aplicará esta IFRS em:

(a) suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs; e

(b) cada relatório financeiro intermediário, se houver, que apresentar de acordo com a IAS 34 –
Relatório Financeiro Intermediário para parte do período coberto por suas primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRSs.

3 As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade são as primeiras
demonstrações financeiras anuais em que a entidade adota as IFRSs, por meio de uma declaração
explícita e sem reservas nessas demonstrações financeiras de cumprimento das IFRSs. As demonstrações
financeiras de acordo com as IFRSs são as primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs
de uma entidade se, por exemplo, a entidade:

(a) apresentou suas demonstrações financeiras anteriores mais recentes:

(i) de acordo com requisitos nacionais que não são consistentes com as IFRSs em todos
os aspectos;

(ii) em conformidade com as IFRSs em todos os aspectos, exceto que as demonstrações


financeiras não continham uma declaração explícita e sem reservas de que elas cumpriam
as IFRSs;

(iii) contendo uma declaração explícita de cumprimento de algumas IFRSs, mas não todas;

(iv) de acordo com requisitos nacionais inconsistentes com as IFRSs, utilizando algumas IFRSs
individuais para contabilizar itens para os quais não existiam requisitos nacionais; ou

(v) de acordo com requisitos nacionais, com uma conciliação de alguns valores com os valores
determinados de acordo com as IFRSs;

(b) elaborou demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs somente para uso interno, sem
disponibilizá-las aos sócios da entidade ou a quaisquer outros usuários externos;

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(c) preparou um “pacote” de relatórios de acordo com as IFRSs para fins de consolidação, mas não
preparou um conjunto completo de demonstrações financeiras conforme definido na IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007); ou

(d) não apresentou demonstrações financeiras para períodos anteriores.

4 Esta IFRS se aplica quando uma entidade adota as IFRSs pela primeira vez. Ela não se aplica quando,
por exemplo, uma entidade:

(a) deixar de apresentar demonstrações financeiras de acordo com requisitos nacionais, tendo as
apresentado anteriormente bem como um outro conjunto de demonstrações financeiras que
continham uma declaração explícita e sem reservas de cumprimento das IFRSs;

(b) apresentou demonstrações financeiras no exercício anterior de acordo com requisitos nacionais e
essas demonstrações financeiras continham uma declaração explícita e sem reservas de cumprimento
das IFRSs; ou

(c) apresentou demonstrações financeiras no exercício anterior que continham uma declaração explícita
e sem reservas de cumprimento das IFRSs, ainda que os auditores tenham apresentado ressalvas
em seu relatório de auditoria sobre essas demonstrações financeiras.

4A Não obstante os requisitos dos parágrafos 2 e 3, uma entidade que tiver aplicado as IFRSs em um período
anterior, mas cujas demonstrações financeiras anuais anteriores mais recentes não continham uma
declaração explícita sem ressalvas de cumprimento das IFRSs, deve aplicar esta IFRS ou, então, aplicar
as IFRSs retrospectivamente de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros como se nunca tivesse deixado de aplicar as IFRSs.

4B Quando uma entidade não optar por aplicar esta IFRS de acordo com o parágrafo 4A, ela, não obstante,
aplicará os requisitos de divulgação dos parágrafos 23A–23B da IFRS 1, em adição aos requisitos de
divulgação da IAS 8.

5 Esta IFRS não se aplica a mudanças nas políticas contábeis feitas por uma entidade que já aplica as
IFRSs. Essas mudanças estão sujeitas a:

(a) requisitos de mudanças nas políticas contábeis da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros; e

(b) requisitos transitórios específicos em outras IFRSs.

Reconhecimento e mensuração

Demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs


6 Uma entidade preparará e apresentará uma demonstração da posição financeira de abertura de acordo
com as IFRSs na data de transição para as IFRSs. Esse é o ponto de partida para a sua contabilização
de acordo com as IFRSs.

Políticas contábeis
7 Uma entidade utilizará as mesmas políticas contábeis em sua demonstração da posição financeira
de abertura de acordo com as IFRSs e durante todos os períodos apresentados em suas primeiras
demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs. Essas políticas contábeis cumprirão cada IFRS
vigente no final de seu primeiro período de relatório de acordo com as IFRSs, exceto conforme
especificado nos parágrafos 13-19 e nos Apêndices B-E.

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8 Uma entidade não aplicará diferentes versões das IFRSs que estavam vigentes em datas anteriores.
Uma entidade pode aplicar uma nova IFRS que ainda não seja obrigatória se a sua aplicação antecipada
for permitida.

Exemplo: Aplicação consistente da versão mais recente das IFRSs


Contexto
O encerramento do primeiro período de relatório de acordo com as IFRSs da entidade A é em
31 de dezembro de 20X5. A entidade A decide apresentar informações comparativas nessas
demonstrações financeiras para um exercício somente (vide parágrafo 21). Portanto, sua data
de transição para as IFRSs é o início das atividades em 1º de janeiro de 20X4 (ou, de forma
equivalente, no encerramento das atividades em 31 de dezembro de 20X3). A entidade A
apresentou anualmente demonstrações financeiras de acordo com seus PCGAs anteriores até 31 de
dezembro de cada ano, inclusive até 31 de dezembro de 20X4.

Aplicação de requisitos
A entidade A deve aplicar as IFRSs vigentes para períodos findos em 31 de dezembro de 20X5:

(a) ao elaborar e apresentar sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as
IFRSs em 1º de janeiro de 20X4; e

(b) ao elaborar e apresentar sua demonstração da posição financeira em 31 de dezembro de


20X5 (incluindo valores comparativos para 20X4), demonstração do resultado abrangente,
demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração dos fluxos de caixa para
o exercício findo em 31 de dezembro de 20X5 (incluindo valores comparativos para 20X4) e
divulgações (incluindo informações comparativas para 20X4).

Se uma nova IFRS ainda não é obrigatória, mas permite a aplicação antecipada, a entidade A pode,
mas não é obrigada, a aplicar essa IFRS em suas primeiras demonstrações financeiras de acordo
com as IFRSs.

9 As disposições transitórias IFRSs se aplicam a mudanças nas políticas contábeis feitas por uma entidade
que já utiliza as IFRSs; elas não se aplicam a uma transição para as IFRSs por uma adotante pela primeira
vez, exceto conforme especificado nos Apêndices B-E.

10 Exceto conforme descrito nos parágrafos 13–19 e nos Apêndices B-E, uma entidade, em sua demonstração
da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs:

(a) reconhecerá todos os ativos e passivos cujo reconhecimento é requerido pelas IFRSs;

(b) não reconhecerá itens como ativos ou passivos se as IFRSs não permitirem esse reconhecimento;

(c) reclassificará itens que reconheceu conforme os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos
(PCGAs) anteriores como um tipo de ativo, passivo ou componente do patrimônio líquido, mas
que são um tipo diferente de ativo, passivo ou componente do patrimônio líquido de acordo com
as IFRSs; e

(d) aplicará as IFRSs ao mensurar todos os ativos e passivos reconhecidos.

11 As políticas contábeis que uma entidade utiliza em sua demonstração da posição financeira de abertura
de acordo com as IFRSs podem diferir daquelas que ela utilizou para a mesma data usando seus PCGAs
anteriores. Os ajustes resultantes decorrem de eventos e transações antes da data de transição para as
IFRSs. Portanto, uma entidade reconhecerá esses ajustes diretamente em lucros acumulados (ou, se
apropriado, uma outra categoria do patrimônio líquido) na data de transição para as IFRSs.

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12 Esta IFRS estabelece duas categorias de exceções ao princípio de que a demonstração da posição financeira
de abertura de acordo com as IFRSs de uma entidade deve cumprir cada IFRS:

(a) os parágrafos 14–17 e o Apêndice B proíbem a aplicação retrospectiva de alguns aspectos de


outras IFRSs.

(b) os Apêndices C-E concedem isenções de alguns requisitos de outras IFRSs.

Exceções à aplicação retrospectiva de outras IFRSs


13 Esta IFRS proíbe a aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras IFRSs. Essas exceções estão
previstas nos parágrafos 14–17 e no Apêndice B.

Estimativas

14 As estimativas de uma entidade de acordo com as IFRSs na data de transição para as IFRSs serão
consistentes com as estimativas feitas para a mesma data de acordo com os PCGAs anteriores
(após ajustes para refletir qualquer diferença nas políticas contábeis), exceto se houver evidência
objetiva de que essas estimativas estavam erradas.

15 Uma entidade pode receber informações após a data de transição para as IFRSs sobre as estimativas que
tinha feito de acordo com os PCGAs anteriores. De acordo com o parágrafo 14, uma entidade tratará
o recebimento dessas informações do mesmo modo que eventos após o período de relatório que não
requerem ajustes de acordo com a IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório. Por exemplo, presuma
que a data de transição para as IFRSs de uma entidade seja 1º de janeiro de 20X4 e novas informações
em 15 de julho de 20X4 exigem a revisão de uma estimativa feita de acordo com os PCGAs anteriores
em 31 de dezembro de 20X3. A entidade não refletirá essas novas informações em sua demonstração da
posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs (a menos que as estimativas requeiram ajuste em
relação a quaisquer diferenças nas políticas contábeis ou haja evidência objetiva de que as estimativas
estavam erradas). Em vez disso, a entidade refletirá essas novas informações em lucros e perdas (ou, se
apropriado, em outros resultados abrangentes) para o exercício findo em 31 de dezembro 20X4.

16 Uma entidade pode precisar fazer estimativas de acordo com as IFRSs na data de transição para as IFRSs
que não foram exigidas nessa data de acordo com os PCGAs anteriores. Para obter consistência com a
IAS 10, essas estimativas de acordo com as IFRSs refletirão condições que existiam na data de transição
para as IFRSs. Particularmente, estimativas na data de transição para as IFRSs de preços de mercado,
taxas de juros ou taxas de câmbio refletirão as condições de mercado nessa data.

17 Os parágrafos 14–16 se aplicam à demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as


IFRSs. Eles também se aplicam a um período comparativo apresentado nas primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade, caso em que as referências à data de transição para
as IFRSs são substituídas por referências ao final desse período comparativo.

Isenções de outras IFRSs


18 Uma entidade pode decidir usar uma ou mais das isenções contidas nos Apêndices C-E. Uma entidade
não aplicará essas isenções por analogia a outros itens.

19 [Excluído]

Apresentação e divulgação
20 Esta IFRS não fornece isenções dos requisitos de apresentação e divulgação em outras IFRSs

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Informações comparativas
21 As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade incluirão pelo menos
três demonstrações da posição financeira, duas demonstrações de lucros e perdas e outros resultados
abrangentes, duas demonstrações de lucros e perdas separadas (se apresentadas), duas demonstrações dos
fluxos de caixa e duas demonstrações das mutações do patrimônio líquido e respectivas notas explicativas,
incluindo informações comparativas para todas as demonstrações apresentadas.

Informações comparativas e resumos históricos não preparados de acordo com


as IFRSs

22 Algumas entidades apresentam resumos históricos de dados selecionados para períodos antes do primeiro
período para o qual elas apresentam informações comparativas completas de acordo com as IFRSs.
Esta IFRS não exige esses resumos para cumprir os requisitos de reconhecimento e mensuração das
IFRSs. Além disso, algumas entidades apresentam informações comparativas de acordo com os PCGAs
anteriores, bem como as informações comparativas exigidas pelas IAS 1. Em quaisquer demonstrações
financeiras que contenham resumos históricos ou informações comparativas de acordo com os PCGAs
anteriores, uma entidade:

(a) indicará as informações de acordo com os PCGAs anteriores de forma proeminente como não
preparadas de acordo com as IFRSs; e

(b) divulgará a natureza dos principais ajustes que as tornariam em conformidade com as IFRSs. Uma
entidade não precisa quantificar esses ajustes.

Explanação da transição para as IFRSs


23 Uma entidade explicará como a transição dos PCGAs anteriores para as IFRSs afetou sua posição
financeira, seu desempenho financeiro e seus fluxos de caixa.

23A Uma entidade que tiver aplicado as IFRSs em um período anterior, conforme descrito no parágrafo 4A,
divulgará:

(a) a razão para ter deixado de aplicar as IFRSs; e

(b) a razão para estar retomando a aplicação das IFRSs.

23B Quando uma entidade, de acordo com o parágrafo 4A, não optar por aplicar a IFRS 1, ela explicará as
razões para optar por aplicar as IFRSs como se nunca tivesse deixado de aplicá-las.

Conciliações

24 Para cumprir o parágrafo 23, as primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma
entidade incluirão:

(a) conciliações de seu patrimônio líquido de acordo com os PCGAs anteriores com seu patrimônio
líquido de acordo com as IFRSs para ambas as datas a seguir:

(i) a data de transição para as IFRSs; e

(ii) o final do último período apresentado nas demonstrações financeiras anuais mais recentes
da entidade de acordo com os PCGAs anteriores.

(b) uma conciliação do seu resultado abrangente total de acordo com as IFRSs para o último período nas
demonstrações financeiras anuais mais recentes da entidade. O ponto de partida para essa conciliação
será o resultado abrangente total de acordo com os PCGAs anteriores para o mesmo período ou,
se uma entidade não informou esse total, lucros e perdas de acordo com os PCGAs anteriores.

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(c) se a entidade reconheceu ou reverteu quaisquer perdas por redução ao valor recuperável pela
primeira vez ao elaborar sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as
IFRSs; as divulgações que a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos teriam exigido,
se a entidade tivesse reconhecido essas perdas por redução ao valor recuperável ou reversões no
período iniciado na data de transição para as IFRSs.

25 As conciliações exigidas pelo parágrafo 24(a) e (b) fornecerão detalhes suficientes para permitir que
os usuários entendam os ajustes relevantes à demonstração da posição financeira e à demonstração do
resultado abrangente. Se uma entidade apresentou uma demonstração dos fluxos de caixa de acordo com
seus PCGAs anteriores, ela também explicará os ajustes relevantes à demonstração dos fluxos de caixa.

26 Se uma entidade tomar conhecimento de erros cometidos de acordo com os PCGAs anteriores, as
conciliações exigidas pelo parágrafo 24(a) e (b) diferenciarão a correção desses erros das mudanças nas
políticas contábeis.

27 A IAS 8 não se aplica a mudanças nas políticas contábeis que uma entidade realiza quando adota as
IFRSs ou a mudanças nessas políticas até após ela apresentar suas primeiras demonstrações financeiras
de acordo com as IFRSs. Portanto, os requisitos da IAS 8 sobre mudanças nas políticas contábeis não se
aplicam às primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade.

27A Se durante o período coberto por suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs uma
entidade mudar suas políticas contábeis ou seu uso das isenções contidas nesta IFRS, ela explicará as
mudanças entre seu primeiro relatório financeiro intermediário de acordo com as IFRSs e suas primeiras
demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs, conforme o parágrafo 23, e atualizará as conciliações
requeridas pelo parágrafo 24(a) e (b).

28 Se uma entidade não apresentou demonstrações financeiras para períodos anteriores, suas primeiras
demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs divulgarão esse fato.

Designação de ativos financeiros ou passivos financeiros

29 Uma entidade pode designar um ativo financeiro anteriormente reconhecido para um ativo financeiro
mensurado ao valor justo por meio do resultado de acordo com o parágrafo D19A. A entidade divulgará
o valor justo de ativos financeiros assim designados na data da designação e sua classificação e valor
contábil nas demonstrações financeiras anteriores.

29A Uma entidade pode designar um passivo financeiro anteriormente reconhecido para um passivo financeiro
ao valor justo por meio do resultado de acordo com o parágrafo D19. A entidade divulgará o valor justo
dos passivos financeiros assim designados na data da designação e sua classificação e valor contábil nas
demonstrações financeiras anteriores.

Utilização do valor justo como custo atribuído

30 Se uma entidade utilizar o valor justo em sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo
com as IFRSs como custo atribuído para um item do imobilizado, uma propriedade para investimento
ou um ativo intangível (vide parágrafos D5 e D7), as primeiras demonstrações financeiras de acordo com
as IFRSs da entidade, para cada rubrica na demonstração da posição financeira de abertura de acordo
com as IFRSs, divulgarão:

(a) o valor total desses valores justos; e

(b) o ajuste total aos valores contábeis de acordo com os PCGAs anteriores.

Uso do custo atribuído para investimentos em subsidiárias, empreendimentos em


conjunto e coligadas

31 Da mesma forma, se uma entidade utilizar o custo atribuído em sua demonstração da posição financeira
de abertura de acordo com as IFRSs para um investimento em uma subsidiária, empreendimento em

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conjunto ou coligada em suas demonstrações financeiras separadas (vide parágrafo D15), as primeiras
demonstrações financeiras separadas de acordo com as IFRSs da entidade divulgarão:

(a) o custo atribuído total dos investimentos cujo custo atribuído seja o seu valor contábil de acordo
com os PCGAs anteriores;

(b) o custo atribuído total dos investimentos cujo custo atribuído seja o valor justo; e

(c) o ajuste total aos valores contábeis de acordo com os PCGAs anteriores.

Uso de custo atribuído para ativos de petróleo e gás

31A Se uma entidade utilizar a isenção no parágrafo D8A(b) para ativos de petróleo e gás, ela divulgará
esse fato e a base sobre a qual foram alocados os valores contábeis determinados de acordo com os
PCGAs anteriores.

Uso de custo atribuído para operações sujeitas a regulamentos de tarifas

31B Se uma entidade utilizar a isenção no parágrafo D8B para operações sujeitas a regulamentos de tarifas,
ela divulgará esse fato e a base sobre a qual os valores contábeis foram determinados de acordo com os
PCGAs anteriores.

Uso de custo atribuído após hiperinflação severa

31C Se uma entidade decidir mensurar ativos e passivos ao valor justo e utilizar esse valor justo como o
custo atribuído em sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs devido
à hiperinflação severa (vide parágrafos D26-D30), as primeiras demonstrações financeiras de acordo
com as IFRSs da entidade divulgarão uma explicação sobre como, e por que, a entidade tinha, e a seguir
deixou de ter, uma moeda funcional que possuía ambas as seguintes características:

(a) um índice geral de preços confiável não está disponível para todas as entidades com transações e
saldos na moeda.

(b) não existe permutabilidade entre a moeda e uma moeda estrangeira relativamente estável.

Relatórios financeiros intermediários

32 Para cumprir o parágrafo 23, se uma entidade apresentar um relatório financeiro intermediário de acordo
com a IAS 34 para parte do período coberto por suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com
as IFRSs, a entidade atenderá aos seguintes requisitos, além dos requisitos da IAS 34:

(a) Cada relatório financeiro intermediário, se a entidade apresentou um relatório financeiro


intermediário para o período intermediário comparável do exercício financeiro imediatamente
anterior, incluirá:

(i) uma conciliação de seu patrimônio líquido de acordo com os PCGAs anteriores no final desse
período intermediário comparável com seu patrimônio líquido de acordo com as IFRSs nessa
data; e

(ii) uma conciliação de seu resultado abrangente total de acordo com as IFRSs para esse
período intermediário comparável (atual e acumulado no ano). O ponto de partida para
essa conciliação será o resultado abrangente total de acordo com os PCGAs anteriores para
esse período ou, se uma entidade não informou esse total, lucros e perdas de acordo com os
PCGAs anteriores.

(b) Além das conciliações exigidas pelo item (a), o primeiro relatório financeiro intermediário de uma
entidade de acordo com a IAS 34 para parte do período coberto por suas primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRSs incluirá as conciliações descritas no parágrafo 24(a) e (b)

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(complementadas pelos detalhes exigidos pelos parágrafos 25 e 26) ou uma referência cruzada
com outro documento publicado que inclua essas conciliações.

(c) Se uma entidade mudar suas políticas contábeis ou seu uso de isenções contidas nesta IFRS, ela
explicará as mudanças em cada um desses relatórios financeiros intermediários de acordo com o
parágrafo 23 e atualizará as conciliações requeridas por (a) e (b).

33 A IAS 34 exige divulgações mínimas, que são baseadas na suposição de que usuários do relatório financeiro
intermediário também têm acesso às demonstrações financeiras anuais mais recentes. Entretanto, a IAS 34
também exige que uma entidade divulgue “quaisquer eventos ou transações que forem relevantes para
o entendimento do período intermediário corrente”. Portanto, se uma adotante pela primeira vez não
divulgou, em suas demonstrações financeiras anuais mais recentes de acordo com os PCGAs anteriores,
informações relevantes para um entendimento do período intermediário corrente, seu relatório financeiro
intermediário divulgará essas informações ou incluirá uma referência cruzada com outro documento
publicado que as inclua.

Data de vigência
34 Uma entidade aplicará esta IFRS se suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs
estiverem relacionadas a um período iniciado em ou após 1º de julho de 2009. A aplicação antecipada
é permitida.

35 Uma entidade aplicará as alterações nos parágrafos D1(n) e D23 para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 23 – Custos de Empréstimos (tal como revisada
em 2007) para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período anterior.

36 A IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como revisada em 2008) alterou os parágrafos 19, C1 e C4(f)
e (g). Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008) a um período anterior, as alterações também
serão aplicadas a esse período anterior.

37 A IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (tal como alterada em 2008) alterou
os parágrafos B1 e B7. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um período anterior,
as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

38 Custo de um Investimento em uma Subsidiária, Entidade Controlada em Conjunto ou Coligada (Alterações


à IFRS 1 e à IAS 27), emitida em maio de 2008, acrescentou os parágrafos 31, D1(g), D14 e D15. Uma
entidade aplicará esses parágrafos para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar os parágrafos para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

39 O parágrafo B7 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

39A Isenções Adicionais para Adotantes pela Primeira Vez (Alterações à IFRS 1), emitida em julho de 2009,
acrescentou os parágrafos 31A, D8A, D9A e D21A e alterou o parágrafo D1(c), (d) e (l). Uma entidade
aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação
antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará
esse fato.

39B [Excluído]

39C IFRIC 19 – Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos de Patrimônio acrescentou o parágrafo
D25. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRIC 19.

39D Isenção Limitada de Divulgações da IFRS 7 Comparativas para Adotantes pela Primeira Vez (Alteração
à IFRS 1), emitida em janeiro de 2010, acrescentou o parágrafo E3. Uma entidade aplicará essa alteração

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para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada é permitida. Se
uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

39E Melhorias às IFRSs, emitida em maio de 2010, acrescentou os parágrafos 27A, 31B e D8B e alterou os
parágrafos 27, 32, D1(c) e D8. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2011. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações
para um período anterior, ela divulgará esse fato. Entidades que adotaram as IFRSs em períodos anteriores
à data de vigência da IFRS 1 ou aplicaram a IFRS 1 em um período anterior podem aplicar a alteração
ao parágrafo D8 retrospectivamente no primeiro período anual após a alteração entrar em vigor. Uma
entidade que aplicar o parágrafo D8 retrospectivamente divulgará esse fato.

39F Divulgações — Transferências de Ativos Financeiros (Alterações à IFRS 7), emitida em outubro de 2010,
acrescentou o parágrafo E4. Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de julho de 2011. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para
um período anterior, ela divulgará esse fato.

39G IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 29, B1–B5,
D1(j), D14, D15, D19 e D20, acrescentou os parágrafos 29A, B8, B9, D19A–D19D, E1 e E2 e excluiu
o parágrafo 39B. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em
outubro de 2010.

39H Hiperinflação Severa e Eliminação de Datas Fixas para Adotantes pela Primeira Vez (Alterações à
IFRS 1), emitida em dezembro de 2010, alterou os parágrafos B2, D1 e D20 e acrescentou os parágrafos
31C e D26–D30. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de julho de 2011. A aplicação antecipada é permitida.

39I A IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas


em maio de 2011, alteraram os parágrafos 31, B7, C1, D1, D14 e D15 e acrescentaram o parágrafo D31.
Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

39J A IFRS 13 – Mensuração ao Valor Justo, emitida em maio de 2011, excluiu o parágrafo 19, alterou a
definição de valor justo do Apêndice A e alterou os parágrafos D15 e D20. Uma entidade aplicará essas
alterações quando aplicar a IFRS 13.

39K Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de 2011,
alterou o parágrafo 21. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IAS 1, tal como alterada
em junho de 2011.

39L A IAS 19 – Benefícios aos Empregados (tal como alterada em junho de 2011) alterou o parágrafo D1,
excluiu os parágrafos D10 e D11 e acrescentou o parágrafo E5. Uma entidade aplicará essas alterações
quando aplicar a IAS 19 (tal como alterada em junho de 2011).

39M A IFRIC 20 – Custos de Decapagem na Fase de Produção de uma Mina de Superfície acrescentou o
parágrafo D32 e alterou o parágrafo D1. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRIC 20.

39N Empréstimos do Governo (Alterações à IFRS 1), emitida em março de 2012, acrescentou os parágrafos
B1(f) e B10–B12. Uma entidade aplicará esses parágrafos para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida.

39O Os parágrafos B10 e B11 referem-se à IFRS 9. Se uma entidade aplicar esta IFRS mas ainda não aplicar
a IFRS 9, as referências dos parágrafos B10 e B11 à IFRS 9 serão lidas como referências à IAS 39 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

39P Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, acrescentou os parágrafos 4A–4B e
23A–23B. Uma entidade aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas
Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um
período anterior, ela divulgará esse fato.

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39Q Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo D23. Uma entidade
aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

39R Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo 21.Uma entidade
aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

39S Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em


Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12), emitida em
junho de 2012, alterou o parágrafo D31. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 11
(tal como alterada em junho de 2012).

39T Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos D16, D17 e o Apêndice C e acrescentou o título e os parágrafos E6–E7. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014.
A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se uma entidade aplicar essas alterações
antecipadamente, ela aplicará também todas as alterações incluídas em Entidades de Investimento ao
mesmo tempo.

Revogação da IFRS 1 (emitida em 2003)


40 Esta IFRS substitui a IFRS 1 (emitida em 2003 e alterada em maio de 2008).

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

adotante pela primeira vez Entidade que apresenta suas primeiras demonstrações financeiras de
acordo com as IFRSs.
custo atribuído Valor utilizado como substituto do custo ou do custo depreciado em uma
determinada data. A depreciação ou amortização subsequente pressupõe
que a entidade havia reconhecido inicialmente o ativo ou passivo naquela
data e que seu custo era igual ao custo atribuído.
data de transição para as O início do período mais antigo para o qual uma entidade apresenta
IFRSs informações comparativas completas de acordo com as IFRSs em suas
primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs.
demonstração da posição Demonstração da posição financeira de uma entidade na data de transição
financeira de abertura de para as IFRSs.
acordo com as IFRSs
Normas Internacionais de Normas e Interpretações emitidas pelo Conselho de Normas
Relatório Financeiro (IFRS) Internacionais de Contabilidade (IASB). Compreendem:
(a) Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRSs;
(b) Normas Internacionais de Contabilidade;
(c) Interpretações IFRIC; e
(d) Interpretações SIC.(a)
PCGAs anteriores A base de contabilização utilizada por uma adotante pela primeira vez,
imediatamente antes da adoção das IFRSs.
primeiras demonstrações As primeiras demonstrações financeiras anuais em que uma entidade
financeiras de acordo com as adota as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs),
IFRSs mediante uma declaração explícita e sem reservas de conformidade com
as IFRSs.
primeiro período de relatório O período de relatório mais recente coberto pelas primeiras
de acordo com as IFRSs demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade.
valor justo Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada
entre participantes do mercado na data de mensuração. (Vide IFRS 13.)
(a) Definição de IFRSs alteradas após as mudanças de nome introduzidas pela Constituição revisada da Fundação de IFRSs
em 2010.

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Apêndice B
Exceções à aplicação retrospectiva de outras IFRSs

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

B1 Uma entidade aplicará as seguintes exceções:

(a) baixa de ativos financeiros e passivos financeiros (parágrafos B2 e B3);

(b) contabilização de cobertura (parágrafos B4–B6);

(c) participações de não controladores (parágrafo B7);

(d) classificação e mensuração de ativos financeiros (parágrafo B8);

(e) derivativos embutidos (parágrafo B9); e

(f) empréstimos do governo (parágrafos B10–B12).

Baixa de ativos financeiros e passivos financeiros


B2 Exceto conforme permitido pelo parágrafo B3, uma adotante pela primeira vez aplicará prospectivamente
os requisitos de baixa da IFRS 9 para transações que ocorram a partir de 1º de janeiro de 2004. Em outras
palavras, se uma adotante pela primeira vez tiver baixado ativos financeiros não derivativos ou passivos
financeiros não derivativos de acordo com seus PCGAs anteriores, em decorrência de uma transação
que ocorreu antes de 1º de janeiro de 2004, ela não reconhecerá esses ativos e passivos de acordo com
as IFRSs (exceto se eles se qualificarem para reconhecimento como resultado de uma transação ou
evento posterior).

B3 Não obstante o parágrafo B2, uma entidade pode aplicar os requisitos de baixa da IFRS 9 retrospectivamente
a partir de uma data escolhida por ela, desde que as informações necessárias para aplicar a IFRS 9 a
ativos financeiros e passivos financeiros baixados como resultado de transações passadas tenham sido
obtidas na época da contabilização inicial dessas transações.

Contabilização de cobertura
B4 Conforme exigido pela IFRS 9, na data de transição para as IFRSs, uma entidade:

(a) mensurará todos os derivativos ao valor justo; e

(b) eliminará todas as perdas e ganhos diferidos em derivativos que foram apresentados de acordo com
os PCGAs anteriores como se fossem ativos ou passivos.

B5 Uma entidade não refletirá em sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as
IFRSs um relacionamento de cobertura de um tipo que não se qualifique para contabilização de cobertura
de acordo com a IAS 39 (por exemplo, muitos relacionamentos de cobertura em que o instrumento de
cobertura é um instrumento de caixa ou uma opção vendida; ou em que o item protegido é uma posição
líquida). Contudo, se uma entidade designou uma posição líquida como um item protegido de acordo
com os PCGAs anteriores, ela pode designar um item individual dentro dessa posição líquida como um
item protegido de acordo com as IFRSs, contanto que o faça até a data de transição para as IFRSs.

B6 Se, antes da data de transição para as IFRSs, uma entidade tivesse designado uma transação como uma
cobertura, mas a cobertura não atender às condições para contabilização de cobertura da IAS 39, a
entidade aplicará os parágrafos 91 e 101 da IAS 39 para descontinuar a contabilização de cobertura. As
transações celebradas antes da data de transição para as IFRSs não serão designadas retrospectivamente
como coberturas.

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Participações de não controladores


B7 Uma adotante pela primeira vez aplicará os seguintes requisitos da IFRS 10 prospectivamente a partir
da data de transição para as IFRSs:

(a) o requisito no parágrafo B94 de que o resultado abrangente total seja atribuído aos sócios da
controladora e às participações de não controladores, mesmo se isso resultar no fato de as
participações de não controladores terem um saldo devedor;

(b) os requisitos nos parágrafos 23 e B93 para a contabilização de mudanças em participações societárias
da controladora em uma subsidiária que não resultem em uma perda do controle; e

(c) os requisitos nos parágrafos B97-B99 para a contabilização de uma perda de controle sobre uma
subsidiária e os respectivos requisitos do parágrafo 8A da IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos
para Venda e Operações Descontinuadas.

Contudo, se uma adotante pela primeira vez escolher aplicar a IFRS 3 retrospectivamente a combinações
de negócios passadas, ela também aplicará a IFRS 10 em conformidade com o parágrafo C1 desta IFRS.

Classificação e mensuração de ativos financeiros


B8 Uma entidade avaliará se um ativo financeiro atende as condições no parágrafo 4.1.2 da IFRS 9 com
base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de transição para as IFRSs.

Derivativos embutidos
B9 Uma adotante pela primeira vez avaliará se é necessário que um derivativo embutido seja separado do
contrato principal e contabilizado como um derivativo, com base nas condições que existiam na data
que ocorrer depois entre a data em que ela se tornou parte do contrato pela primeira vez e a data em que
uma reavaliação é requerida pelo parágrafo B4.3.11 da IFRS 9.

Empréstimos do Governo
B10 Uma adotante pela primeira vez classificará todos os empréstimos do governo recebidos como um
passivo financeiro ou um instrumento de patrimônio de acordo com a IAS 32 – Instrumentos Financeiros:
Apresentação. Salvo conforme permitido pelo parágrafo B11, uma adotante pela primeira vez aplicará
prospectivamente os requisitos da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros e da IAS 20 – Contabilização
de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental para os empréstimos do
governo existentes na data de transição para as IFRSs e não reconhecerá o benefício correspondente
do empréstimo do governo a uma taxa de juros abaixo do mercado como uma subvenção governamental.
Consequentemente, se uma adotante pela primeira vez não tiver, de acordo com seus PCGAs anteriores,
reconhecido e mensurado um empréstimo do governo a uma taxa de juros abaixo do mercado em uma
base consistente com os requisitos das IFRSs, ela utilizará o valor contábil de acordo com os seus PCGAs
anteriores do empréstimo na data de transição para as IFRSs como o valor contábil do empréstimo na
demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs. Uma entidade aplicará a IFRS 9
à mensuração desses empréstimos após a data de transição para as IFRSs.

B11 Apesar do parágrafo B10, uma entidade pode aplicar retrospectivamente os requisitos da IFRS 9 e da
IAS 20 a qualquer empréstimo do governo originado antes da data de transição para as IFRSs, desde
que as informações necessárias para fazê-lo tenham sido obtidas no momento da contabilização inicial
desse empréstimo.

B12 Os requisitos e a orientação dos parágrafos B10 e B11 não impedem uma entidade de poder usar as isenções
descritas nos parágrafos D19–D19D relativas à designação de instrumentos financeiros anteriormente
reconhecidos ao valor justo por meio do resultado.

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Apêndice C
Isenções para combinações de negócios

Este apêndice é parte integrante da IFRS. Uma entidade aplicará os seguintes requisitos a combinações de
negócios que ela reconheceu antes da data de transição para as IFRSs. Este Apêndice somente deve ser aplicado
a combinações de negócios dentro do alcance da IFRS 3 – Combinações de Negócios.

C1 Uma adotante pela primeira vez pode escolher não aplicar a IFRS 3 retrospectivamente a combinações
de negócios passadas (combinações de negócios que ocorreram antes da data de transição para as IFRSs).
Entretanto, se uma adotante pela primeira vez reapresentar qualquer combinação de negócios para cumprir
a IFRS 3, ela reapresentará todas as combinações de negócios posteriores e também aplicará a IFRS 10 a
partir dessa mesma data. Por exemplo, se uma adotante pela primeira vez decidir reapresentar uma
combinação de negócios que ocorreu em 30 de junho de 20X6, ela reapresentará todas as combinações
de negócios que ocorreram entre 30 de junho de 20X6 e a data de transição para as IFRSs e também
aplicará a IFRS 10 a partir de 30 de junho de 20X6.

C2 Uma entidade não precisa aplicar a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio
retrospectivamente aos ajustes do valor justo e ágio resultantes de combinações de negócios que ocorreram
antes da data de transição para as IFRSs. Se a entidade não aplicar a IAS 21 retrospectivamente a esses
ajustes do valor justo e ágio, ela os tratará como ativos e passivos da entidade, em vez de como ativos
e passivos da adquirida. Portanto, tanto esse ágio quanto os ajustes do valor justo já estão expressos na
moeda funcional da entidade ou são itens não monetários em moeda estrangeira, que são reconhecidos
usando a taxa de câmbio aplicada de acordo com os PCGAs anteriores.

C3 Uma entidade pode aplicar a IAS 21 retrospectivamente aos ajustes do valor justo e ágio que surgem em:

(a) todas as combinações de negócios que ocorreram antes da data de transição para as IFRSs; ou

(b) todas as combinações de negócios que a entidade escolheu reapresentar para cumprir a IFRS 3,
conforme permitido pelo parágrafo C1 acima.

C4 Se uma adotante pela primeira vez não aplicar a IFRS 3 retrospectivamente a uma combinação de negócios
passada, isso acarreta as seguintes consequências para essa combinação de negócios:

(a) A adotante pela primeira vez manterá a mesma classificação (como uma aquisição pela adquirente
legal, uma aquisição reversa pela adquirida legal, ou uma união de interesses) como em suas
demonstrações financeiras de acordo com os PCGAs anteriores.

(b) A adotante pela primeira vez reconhecerá todos seus ativos e passivos na data de transição para as
IFRSs que foram adquiridos ou assumidos em uma combinação de negócios passada, exceto:

(i) alguns ativos financeiros e passivos financeiros baixados de acordo com os PCGAs anteriores
(vide parágrafo B2); e

(ii) ativos, incluindo ágio, e passivos que não foram reconhecidos na demonstração consolidada
da posição financeira da adquirente de acordo com os PCGAs anteriores e também não se
qualificariam para reconhecimento de acordo com as IFRSs na demonstração separada da
posição financeira da adquirida (vide (f)-(i) abaixo).

A adotante pela primeira vez reconhecerá qualquer mudança resultante, ajustando os lucros
acumulados (ou, se apropriado, outra rubrica do patrimônio líquido), exceto se a mudança resultar
do reconhecimento de um ativo intangível que foi anteriormente incluído no ágio (vide (g)(i) abaixo).

(c) A adotante pela primeira vez excluirá de sua demonstração da posição financeira de abertura de
acordo com as IFRSs qualquer item reconhecido de acordo com os PCGAs anteriores que não se

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qualifique para reconhecimento como um ativo ou passivo de acordo com as IFRSs. A adotante
pela primeira vez contabilizará a mudança resultante da seguinte forma:

(i) a adotante pela primeira vez pode ter classificado uma combinação de negócios passada
como uma aquisição e ter reconhecido como um ativo intangível um item que não se
qualifica para reconhecimento como um ativo, de acordo com a IAS 38 – Ativos Intangíveis.
Ela reclassificará esse item (e o respectivo imposto diferido e as participações de não
controladores, se houver) como parte do ágio (exceto se ela deduziu o ágio diretamente do
patrimônio líquido de acordo com os PCGAs anteriores, vide (g)(i) e (i) abaixo).

(ii) a adotante pela primeira vez reconhecerá todas as outras mudanças resultantes em lucros
acumulados.1

(d) As IFRSs exigem a mensuração subsequente de alguns ativos e passivos em uma base que não seja
baseada no custo original como, por exemplo, o valor justo. A adotante pela primeira vez mensurará
esses ativos e passivos dessa forma em sua demonstração da posição financeira de abertura de acordo
com as IFRSs, mesmo se eles foram adquiridos ou assumidos em uma combinação de negócios
passada. Ela reconhecerá qualquer mudança resultante no valor contábil, ajustando os lucros
acumulados (ou, se apropriado, outra categoria do patrimônio líquido), e não no ágio.

(e) Imediatamente após a combinação de negócios, o valor contábil de acordo com os PCGAs anteriores
de ativos adquiridos e passivos assumidos nessa combinação de negócios será seu custo atribuído
de acordo com as IFRSs nessa data. Se as IFRSs exigirem uma mensuração baseada no custo desses
ativos e passivos em uma data posterior, esse custo atribuído será a base para a depreciação ou
amortização baseada no custo a partir da data da combinação de negócios.

(f) Se um ativo adquirido ou passivo assumido em uma combinação de negócios passada não foi
reconhecido de acordo com os PCGAs anteriores, ele não tem um custo atribuído de zero na
demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs. Em vez disso, a adquirente
reconhecerá e mensurará em sua demonstração consolidada da posição financeira utilizando a base
que as IFRSs exigiriam na demonstração da posição financeira da adquirida. Para ilustrar: se a
adquirente não tivesse, de acordo com os PCGAs anteriores, capitalizado arrendamentos financeiros
adquiridos em uma combinação de negócios passada, ela deveria capitalizar esses arrendamentos
em suas demonstrações financeiras consolidadas, como a IAS 17 – Arrendamentos exigiria que a
adquirida fizesse em sua demonstração da posição financeira de acordo com as IFRS. Da mesma
forma, se a adquirente não tivesse, de acordo com os PCGAs anteriores, reconhecido um passivo
contingente que ainda existe na data de transição para as IFRSs, ela deveria reconhecer esse passivo
contingente nessa data, exceto se a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
proibisse seu reconhecimento nas demonstrações financeiras da adquirida. Por outro lado, se um
ativo ou passivo fosse incluído no ágio de acordo com os PCGAs anteriores, mas tivesse sido
reconhecido separadamente de acordo com a IFRS 3, esse ativo ou passivo permaneceria no ágio,
exceto se as IFRSs exigissem seu reconhecimento nas demonstrações financeiras da adquirida.

(g) O valor contábil do ágio na demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as IFRSs
será seu valor contábil de acordo com os PCGAs anteriores, na data de transição para as IFRSs,
após os dois ajustes a seguir:

(i) Se exigido pelo item (c)(i) acima, a adotante pela primeira vez aumentará o valor contábil
do ágio ao reclassificar um item que reconheceu como um ativo intangível de acordo com os
PCGAs anteriores. Da mesma forma, se o item (f) acima exigir que a adotante pela primeira
vez reconheça um ativo intangível que foi incluído no ágio reconhecido de acordo com
os PCGAs anteriores, a adotante pela primeira vez reduzirá o valor contábil do ágio (e, se
aplicável, ajustará o imposto diferido e as participações de não controladores).

1 Essas mudanças incluem reclassificações de ou para ativos intangíveis, se o ágio não foi reconhecido como um ativo, de acordo
com os PCGAs anteriores. Isto ocorre se, de acordo com os PCGAs anteriores, a entidade (a) deduziu o ágio diretamente do
patrimônio líquido ou (b) não tratou a combinação de negócios como uma aquisição.

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(ii) Independentemente de haver alguma indicação de que o ágio possa ter problemas de
recuperação, a adotante pela primeira vez aplicará a IAS 36 ao testar o ágio quanto à redução
ao valor recuperável na data de transição para as IFRSs e reconhecer qualquer perda por
redução ao valor recuperável resultante em lucros acumulados (ou, se exigido pela IAS 36,
em superavit de reavaliação). O teste de redução ao valor recuperável será baseado nas
condições na data de transição para as IFRSs.

(h) Nenhum outro ajuste será feito ao valor contábil do ágio na data de transição para as IFRSs. Por
exemplo, a adotante pela primeira vez não reapresentará o valor contábil do ágio:

(i) para excluir pesquisa e desenvolvimento em andamento adquiridos nessa combinação de


negócios (exceto se o ativo intangível relacionado se qualificar para reconhecimento de
acordo com a IAS 38 na demonstração da posição financeira da adquirido);

(ii) para ajustar a amortização anterior do ágio;

(iii) para reverter ajustes ao ágio que a IFRS 3 não permitiria, mas que foram feitos de acordo
com os PCGAs anteriores por causa de ajustes a ativos e passivos entre a data da combinação
de negócios e a data de transição para as IFRSs.

(i) Se a adotante pela primeira vez reconheceu o ágio como uma dedução do patrimônio líquido, de
acordo com os PCGAs anteriores:

(i) ela não reconhecerá esse ágio em sua demonstração da posição financeira de abertura de
acordo com as IFRSs. Além disso, ela não reclassificará esse ágio para lucros e perdas, se ela
alienar a subsidiária ou se o investimento na subsidiária apresentar problemas de recuperação.

(ii) os ajustes resultantes da resolução subsequente de uma contingência que afetam a


contrapartida de compra serão reconhecidos em lucros acumulados.

(j) De acordo com os PCGAs anteriores, a adotante pela primeira vez pode não ter consolidado uma
subsidiária adquirida em uma combinação de negócios passada (por exemplo, porque a controladora
não a considerou como uma subsidiária de acordo com os PCGAs anteriores ou não elaborou
demonstrações financeiras consolidadas). A adotante pela primeira vez ajustará os valores contábeis
dos ativos e passivos da subsidiária aos valores que as IFRSs exigiriam na demonstração da posição
financeira da subsidiária. O custo atribuído do ágio é igual à diferença na data de transição para as
IFRSs entre:

(i) a participação da controladora nesses valores contábeis ajustados; e

(ii) o custo nas demonstrações financeiras separadas da controladora de seu investimento


na subsidiária.

(k) A mensuração de participações de não controladores e impostos diferidos resulta da mensuração


de outros ativos e passivos. Portanto, os ajustes acima aos ativos e passivos reconhecidos afetam
as participações de não controladores e os impostos diferidos.

C5 A isenção para combinações de negócios passadas também se aplica a aquisições passadas de investimentos
em coligadas e de participações em empreendimentos em conjunto. Além disso, a data escolhida para o
parágrafo C1 se aplica igualmente a todas essas aquisições.

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IFRS 1

Apêndice D
Isenções de outras IFRSs

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

D1 Uma entidade pode decidir usar uma ou mais das seguintes isenções:

(a) transações de pagamento baseadas em ações (parágrafos D2 e D3);

(b) contratos de seguro (parágrafo D4);

(c) custo atribuído (parágrafos D5–D8B);

(d) arrendamentos (parágrafos D9 e D9A);

(e) [excluído]

(f) diferenças acumuladas de conversão (parágrafos D12 e D13);

(g) investimentos em subsidiárias, empreendimentos em conjunto e coligadas (parágrafos D14 e D15);

(h) ativos e passivos de subsidiárias, coligadas e empreendimentos em conjunto (parágrafos D16


e D17);

(i) instrumentos financeiros compostos (parágrafo D18);

(j) designação de instrumentos financeiros anteriormente reconhecidos (parágrafo D19–D19D);

(k) mensuração ao valor justo de ativos financeiros ou passivos financeiros no reconhecimento inicial
(parágrafo D20);

(l) passivos por desativação incluídos no custo do imobilizado (parágrafos D21 e D21A;);

(m) ativos financeiros ou ativos intangíveis contabilizados de acordo com a IFRIC 12 – Acordos de
Concessão de Serviço (parágrafo D22);

(n) custos de empréstimos (parágrafo D23);

(o) transferências de ativos de clientes (parágrafo D24);

(p) extinção de passivos financeiros com instrumentos de patrimônio (parágrafo D25);

(q) hiperinflação severa (parágrafos D26–D30);

(r) negócios em conjunto (parágrafo D31); e

(s) custos de decapagem na fase de produção de uma mina de superfície (parágrafo D32).

Uma entidade não aplicará essas isenções por analogia a outros itens.

Transações de pagamento baseadas em ações


D2 Uma adotante pela primeira vez é incentivada, mas não obrigada, a aplicar a IFRS 2 – Pagamento Baseado
em Ações a instrumentos de patrimônio que foram concedidos até 7 de novembro de 2002. Uma adotante
pela primeira vez também é incentivada, mas não obrigada, a aplicar a IFRS 2 a instrumentos de patrimônio
que foram concedidos após 7 de novembro de 2002, cujos direitos foram adquiridos antes de (a) data de
transição para as IFRSs e (b) 1º de janeiro de 2005, o que ocorrer por último. Contudo, se uma adotante

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pela primeira vez escolher aplicar a IFRS 2 a esses instrumentos financeiros, ela pode fazê-lo apenas
se a entidade tiver divulgado publicamente o valor justo desses instrumentos financeiros, determinados
na data de mensuração, conforme definido na IFRS 2. Para todas as concessões de instrumentos de
patrimônio aos quais a IFRS 2 não foi aplicada (por exemplo, instrumentos de patrimônio concedidos
até 7 de novembro de 2002), uma adotante pela primeira vez divulgará, contudo, as informações exigidas
pelos parágrafos 44 e 45 da IFRS 2. Se uma adotante pela primeira vez modificar os termos e condições
de uma concessão de instrumentos de patrimônio aos quais a IFRS 2 não foi aplicada, a entidade não
precisa aplicar os parágrafos 26–29 da IFRS 2 se a modificação ocorreu antes da data de transição para
as IFRSs.

D3 Uma adotante pela primeira vez é incentivada, mas não obrigada, a aplicar a IFRS 2 a passivos decorrentes
de transações de pagamento baseadas em ações que foram liquidados antes da data de transição para as
IFRSs. Uma adotante pela primeira vez também é incentivada, mas não obrigada, a aplicar a IFRS 2 a
passivos que foram liquidados antes de 1º de janeiro de 2005 Para passivos aos quais a IFRS 2 é aplicada,
uma adotante pela primeira vez não é obrigada a reapresentar informações comparativas na medida em
que as informações sejam relacionadas a um período ou data que seja anterior a 7 de novembro de 2002.

Contratos de seguro
D4 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias da IFRS 4 – Contratos de Seguro.
A IFRS 4 restringe mudanças nas políticas contábeis para contratos de seguro, incluindo mudanças feitas
por uma adotante pela primeira vez.

Custo atribuído
D5 Uma entidade pode optar por mensurar um item do imobilizado na data de transição para as IFRSs pelo
seu valor justo e usar esse valor justo como seu custo atribuído nessa data.

D6 Uma adotante pela primeira vez pode optar por usar uma reavaliação de acordo com os PCGAs anteriores
de um item do imobilizado na, ou antes da, data de transição para as IFRSs como custo atribuído na data
da reavaliação, se a reavaliação era, na data da reavaliação, amplamente comparável:

(a) ao valor justo; ou

(b) ao custo ou custo depreciado de acordo com as IFRSs, ajustado para refletir, por exemplo, mudanças
em um índice de preços geral ou específico.

D7 As escolhas nos parágrafos D5 e D6 também estão disponíveis para:

(a) propriedade para investimento, se a entidade escolher usar o método de custo da IAS 40 –
Propriedades para Investimento; e

(b) ativos intangíveis que atendam aos:

(i) critérios de reconhecimento da IAS 38 (incluindo a mensuração confiável do custo original); e

(ii) critérios de reavaliação da IAS 38 (incluindo a existência de um mercado ativo).

Uma entidade não usará essas escolhas para outros ativos ou para passivos.

D8 Uma adotante pela primeira vez pode ter estabelecido um custo atribuído de acordo com os PCGAs
anteriores para alguns dos, ou todos os, seus ativos e passivos, mensurando-os pelo seu valor justo em uma
data específica devido a um evento, como, por exemplo, uma privatização ou uma oferta pública inicial.

(a) Se a data de mensuração for até a data de transição para as IFRSs, a entidade pode utilizar essas
mensurações ao valor justo baseadas em eventos como o custo atribuído para as IFRSs na data
dessa mensuração.

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(b) Se a data de mensuração for após a data de transição para as IFRSs, mas durante o período coberto
pelas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs, as mensurações ao valor justo
baseadas em eventos podem ser utilizadas como custo atribuído no momento em que o evento
ocorrer. Uma entidade reconhecerá os ajustes resultantes diretamente em lucros acumulados (ou, se
apropriado, uma outra categoria do patrimônio líquido) na data de mensuração. Na data de transição
para as IFRSs, a entidade estabelecerá o custo atribuído aplicando os critérios dos parágrafos D5–D7
ou mensurará os ativos e passivos de acordo com os outros requisitos nesta IFRS.

D8A De acordo com alguns requisitos contábeis nacionais, custos de exploração e desenvolvimento para
propriedades de petróleo e gás nas fases de desenvolvimento ou produção são contabilizados em centros
de custo que incluem todas as propriedades em uma área geográfica ampla. Uma adotante pela primeira
vez que utiliza essa contabilização de acordo com os PCGAs anteriores pode optar por mensurar ativos
de petróleo e gás na data de transição para as IFRSs de acordo com as seguintes bases:

(a) ativos de exploração e avaliação, pelo valor determinado de acordo com os PCGAs anteriores da
entidade; e

(b) ativos nas fases de desenvolvimento ou produção, pelo valor determinado para o centro de custo de
acordo com os PCGAs anteriores da entidade. A entidade alocará esse valor aos ativos subjacentes
do centro de custo proporcionalmente usando volumes de reserva ou valores de reserva nessa data.

A entidade testará ativos de exploração e avaliação e ativos nas fases de desenvolvimento e produção
quanto à redução ao valor recuperável na data de transição para as IFRSs de acordo com a IFRS 6 –
Exploração e Avaliação de Recursos Minerais ou com a IAS 36, respectivamente, e, se necessário, reduzirá
o valor determinado de acordo com (a) ou (b) acima. Para os fins deste parágrafo, ativos de petróleo e
gás compreendem somente ativos utilizados na exploração, avaliação, desenvolvimento ou produção de
petróleo e gás.

D8B Algumas entidades detêm itens do imobilizado ou ativos intangíveis que são usados, ou eram anteriormente
usados, em operações sujeitas a regulamento de tarifas. O valor contábil desses itens pode incluir valores
que eram determinados de acordo com PCGAs anteriores mas não se qualificam para capitalização de
acordo com as IFRSs. Se for esse o caso, uma adotante pela primeira vez pode escolher utilizar o valor
contábil de acordo com PCGAs anteriores desse item na data de transição para as IFRSs como custo
atribuído. Se uma entidade aplicar essa isenção a um item, ela não precisa aplicá-la a todos os itens.
Na data de transição para as IFRSs, uma entidade testará cada item para o qual essa isenção é utilizada
quanto à redução ao valor recuperável de acordo com a IAS 36. Para as finalidades deste parágrafo, as
operações estão sujeitas a regulamento de tarifas se fornecerem bens ou serviços a clientes a preços (ou
seja, tarifas) estabelecidos por um órgão autorizado qualificado para estabelecer tarifas que vinculam
os clientes e que são destinadas a recuperar os custos específicos incorridos pela entidade ao fornecer
os bens ou serviços regulados e para obter um retorno especificado. O retorno especificado poderá ser
um mínimo ou uma faixa e não precisa ser um retorno fixo ou garantido.

Arrendamentos
D9 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias da IFRIC 4 – Determinação
se um Acordo Contém um Arrendamento. Portanto, uma adotante pela primeira vez pode determinar se
um acordo existente na data de transição para as IFRSs contém um arrendamento com base nos fatos e
circunstâncias existentes nessa data.

D9A Se uma adotante pela primeira vez houver efetuado a mesma determinação exigida pela IFRIC 4 sobre se
um acordo continha um arrendamento de acordo com os PCGAs anteriores, mas em uma data diferente
daquela exigida pela IFRIC 4, a adotante pela primeira vez não precisará reavaliar essa determinação
quando adotar as IFRSs. Para que uma entidade tenha efetuado a mesma determinação sobre se o acordo
continha um arrendamento de acordo com os PCGAs anteriores, essa determinação precisaria ter o mesmo
resultado que aquele proveniente da aplicação da IAS 17 – Arrendamentos e da IFRIC 4.

D10–
D11 [Excluídos]

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Diferenças acumuladas de conversão


D12 A IAS 21 exige que uma entidade:

(a) reconheça algumas diferenças de conversão em outros resultados abrangentes e acumule essas
diferenças em um componente separado do patrimônio líquido; e

(b) na alienação de uma operação no exterior, reclassifique a diferença acumulada de conversão dessa
operação no exterior (incluindo, se aplicável, ganhos e perdas nas coberturas relacionadas) do
patrimônio líquido para lucros e perdas como parte do ganho ou perda na alienação.

D13 Contudo, uma adotante pela primeira vez não precisa cumprir esses requisitos para diferenças acumuladas
de conversão que existiam na data de transição para as IFRSs. Se uma adotante pela primeira vez usar
essa isenção:

(a) as diferenças acumuladas de conversão para todas as operações no exterior são presumidas como
zero na data de transição para as IFRSs; e

(b) o ganho ou perda em uma alienação subsequente de qualquer operação no exterior excluirá
diferenças de conversão que surjam antes da data de transição para as IFRSs e incluirá diferenças
de conversão posteriores.

Investimentos em subsidiárias, coligadas e empreendimentos em


conjunto (joint ventures)
D14 Quando uma entidade elabora demonstrações financeiras separadas, a IAS 27 exige que ela contabilize
seus investimentos em subsidiárias, entidades controladas em conjunto e coligadas:

(a) pelo custo; ou

(b) de acordo com a IFRS 9.

D15 Se uma adotante pela primeira vez mensurar esse investimento pelo custo de acordo com a IAS 27, ela o
mensurará de uma das seguintes formas, em sua demonstração separada da posição financeira de abertura
de acordo com as IFRSs:

(a) pelo custo determinado de acordo com a IAS 27; ou

(b) pelo custo atribuído. O custo atribuído desses investimentos será o seu:

(i) valor justo na data de transição para as IFRSs da entidade em suas demonstrações financeiras
separadas; ou

(ii) valor contábil de acordo com os PCGAs anteriores nessa data.

Uma adotante pela primeira vez pode optar por (i) ou (ii) acima para mensurar seu investimento
em cada subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada que ela decidir mensurar utilizando
um custo atribuído.

Ativos e passivos de subsidiárias, coligadas e empreendimentos


em conjunto
D16 Se uma subsidiária se tornar uma adotante pela primeira vez depois de sua controladora, a subsidiária
mensurará, em suas demonstrações financeiras, seus ativos e passivos:

(a) pelos valores contábeis que seriam incluídos nas demonstrações financeiras consolidadas da
controladora, com base na data de transição da controladora para as IFRSs, se nenhum ajuste tiver
sido feito para refletir procedimentos de consolidação e para efeitos de combinação de negócios

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em que a controladora adquiriu a subsidiária (esta opção não está disponível para uma subsidiária
de uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10, que deva ser mensurada ao valor
justo por meio do resultado); ou

(b) pelos valores contábeis exigidos pelo restante desta IFRS, com base na data de transição para as
IFRSs da subsidiária. Esses valores contábeis podem diferir daqueles descritos no item (a):

(i) quando as isenções nesta IFRS resultarem nas mensurações que dependem da data de transição
para as IFRSs.

(ii) quando as políticas contábeis utilizadas nas demonstrações financeiras da subsidiária diferirem
daquelas utilizadas nas demonstrações financeiras consolidadas. Por exemplo, a subsidiária
pode utilizar como sua política contábil o método de custo da IAS 16 – Imobilizado, enquanto
o grupo pode utilizar o método de reavaliação.

Uma opção similar está disponível a uma coligada ou empreendimento em conjunto que se tornar
uma adotante pela primeira vez depois que uma entidade que tenha influência significativa ou
controle conjunto sobre ela.

D17 Contudo, se uma entidade se tornar uma adotante pela primeira vez depois de sua subsidiária (ou coligada
ou empreendimento em conjunto), ela mensurará, em suas demonstrações financeiras consolidadas, os
ativos e passivos da subsidiária (ou coligada ou empreendimento em conjunto) pelos mesmos valores
contábeis que nas demonstrações financeiras da subsidiária (ou coligada ou empreendimento em conjunto)
após efetuar os ajustes de consolidação e os ajustes patrimoniais e para os efeitos da combinação de
negócios em que a entidade adquiriu a subsidiária. Não obstante este requisito, uma entidade controladora
que não seja de investimento não aplicará a exceção à consolidação que é utilizada por quaisquer
entidades de investimento subsidiárias. Da mesma forma, se uma controladora se tornar uma adotante
pela primeira vez para as suas demonstrações financeiras separadas antes ou depois do que para as suas
demonstrações financeiras consolidadas, ela mensurará seus ativos e passivos pelos mesmos valores em
ambas as demonstrações financeiras, exceto em relação aos ajustes de consolidação.

Instrumentos financeiros compostos


D18 A IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação exige que uma entidade desmembre um instrumento
financeiro composto, por ocasião de sua criação, em componentes separados do passivo e do patrimônio
líquido. Se o componente do passivo não estiver mais pendente, a aplicação retrospectiva da IAS 32
envolve a separação de duas parcelas do patrimônio líquido. A primeira parcela está incluída em lucros
acumulados e representa os juros acumulados sobre o componente do passivo. A outra parcela representa o
componente do patrimônio líquido original. Contudo, de acordo com a IFRS, uma adotante pela primeira
vez não precisa separar essas duas parcelas se o componente do passivo não estiver mais pendente na
data de transição para as IFRSs.

Designação de instrumentos financeiros anteriormente reconhecidos


D19 A IFRS 9 permite que um passivo financeiro (desde que atenda a determinados critérios) seja designado
como um passivo financeiro ao valor justo por meio do resultado. Apesar desse requisito, uma entidade
pode designar, na data de transição para as IFRSs, qualquer passivo financeiro ao valor justo por meio
do resultado, contanto que o passivo atenda aos critérios do parágrafo 4.2.2 da IFRS 9 nessa data.

D19A Uma entidade pode designar um ativo financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado
de acordo com o parágrafo 4.1.5 da IFRS 9 com base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de
transição para as IFRSs.

D19B Uma entidade pode designar um investimento em um instrumento de patrimônio como ao valor justo por
meio de outros resultados abrangentes de acordo com o parágrafo 5.7.5 da IFRS 9 com base nos fatos e
circunstâncias que existirem na data de transição para as IFRSs.

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D19C Se for impraticável (como definido na IAS 8) para uma entidade aplicar retrospectivamente o método de
juros efetivos ou os requisitos de redução ao valor recuperável dos parágrafos 58–65 e OA84–OA93 da
IAS 39, o valor justo do ativo financeiro na data de transição para as IFRSs será o novo custo amortizado
desse ativo financeiro na data de transição para as IFRSs.

D19D Uma entidade determinará se o tratamento no parágrafo 5.7.7 da IFRS 9 criaria um descasamento contábil
em lucros e perdas com base nos fatos e circunstâncias existentes na data de transição para as IFRSs.

Mensuração ao valor justo de ativos financeiros ou passivos financeiros


no reconhecimento inicial
D20 Não obstante os requisitos dos parágrafos 7 e 9, uma entidade pode aplicar os requisitos do parágrafo
B5.1.2A(b) da IFRS 9 a transações celebradas a partir da data de transição para as IFRSs.

Passivos por desativação incluídos no custo do imobilizado


D21 A IFRIC 1 – Mudanças em Passivos Existentes por Desativação, Restauração e Passivos Similares
exige que mudanças específicas em passivos por desativação, restauração ou passivos similares sejam
adicionadas ao, ou deduzidas do, custo dos ativos aos quais se referem; o valor depreciável ajustado
do ativo é, então, depreciado prospectivamente ao longo de sua vida útil restante. Uma adotante pela
primeira vez não precisa cumprir esses requisitos em relação a mudanças nesses passivos que ocorreram
antes da data de transição para as IFRSs. Se uma adotante pela primeira vez usar essa isenção:

(a) ela mensurará o passivo na data de transição para as IFRSs de acordo com a IAS 37;

(b) na medida em que o passivo estiver dentro do alcance do IFRIC 1, ela estimará o valor que teria
sido incluído no custo do ativo relacionado quando o passivo surgiu pela primeira vez, descontando
o passivo até essa data usando sua melhor estimativa das taxas de desconto históricas ajustadas por
risco que teriam sido aplicadas para esse passivo ao longo do período; e

(c) ela calculará a depreciação acumulada sobre esse valor, na data de transição para as IFRSs, com
base na estimativa atual da vida útil do ativo, usando a política de depreciação adotada pela entidade
de acordo com as IFRSs.

D21A Uma entidade que utiliza a isenção do parágrafo D8A(b) (para ativos de petróleo e gás nas fases de
desenvolvimento ou produção contabilizados em centros de custo que incluem todas as propriedades
em uma área geográfica ampla de acordo com os PCGAs anteriores), em vez de aplicar o parágrafo D21
ou a IFRIC 1:

(a) mensurará passivos por desativação, restauração e passivos similares na data de transição para as
IFRSs de acordo com a IAS 37; e

(b) reconhecerá diretamente em lucros acumulados qualquer diferença entre esse valor e o valor contábil
desses passivos na data de transição para as IFRSs determinado de acordo com os PCGAs anteriores
da entidade.

Ativos financeiros ou ativos intangíveis contabilizados de acordo com a


IFRIC 12
D22 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias da IFRIC 12.

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Custos de empréstimos
D23 Uma adotante pela primeira vez pode optar por aplicar os requisitos da IAS 23 a partir da data de transição
ou a partir de uma data anterior, conforme permitido pelo parágrafo 28 da IAS 23. A partir da data em
que uma entidade que aplicar esta isenção começar a aplicar a IAS 23, a entidade:

(a) não reapresentará o componente de custos de empréstimos que foi capitalizado de acordo com os
PCGAs anteriores e que foi incluído no valor contábil dos ativos naquela data; e

(b) contabilizará os custos de empréstimos incorridos em ou após aquela data de acordo com a
IAS 23, incluindo os custos de empréstimos incorridos em ou após aquela data no tocante a ativos
qualificados já em construção.

Transferências de ativos de clientes


D24 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias definidas no parágrafo 22 da
IFRIC 18 – Transferências de Ativos de Clientes. Nesse parágrafo, a referência à data de vigência será
interpretada como 1º de julho de 2009 ou a data de transição para as IFRSs, a que ocorrer mais tarde.
Além disso, uma adotante pela primeira vez pode designar qualquer data anterior à data de transição
para as IFRSs e aplicar a IFRIC 18 a todas as transferências de ativos de clientes recebidas em ou após
essa data.

Extinção de passivos financeiros com instrumentos de patrimônio


D25 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias da IFRIC 19 – Extinção de
Passivos Financeiros com Instrumentos de Patrimônio.

Hiperinflação severa
D26 Se uma entidade tem uma moeda funcional que era, ou é, a moeda de uma economia hiperinflacionária,
ela determinará se estava sujeita a hiperinflação severa antes da data de transição para as IFRSs. Isso se
aplica a entidades que estão adotando as IFRSs pela primeira vez, bem como entidades que aplicaram
as IFRSs anteriormente.

D27 A moeda de uma economia hiperinflacionária está sujeita a hiperinflação severa se tiver as seguintes
características:

(a) um índice geral de preços confiável não está disponível para todas as entidades com transações e
saldos na moeda.

(b) não existe permutabilidade entre a moeda e uma moeda estrangeira relativamente estável.

D28 A moeda funcional de uma entidade deixa de estar sujeita a hiperinflação severa na data de normalização da
moeda funcional. Essa é a data quando a moeda funcional não tiver mais uma, ou ambas, as características
do parágrafo D27, ou quando houver uma mudança na moeda funcional da entidade para uma moeda
que não esteja sujeita a hiperinflação severa.

D29 Quando a data de transição para as IFRSs de uma entidade é a data de normalização da moeda funcional,
ou posteriormente, a entidade pode escolher mensurar todos os ativos e passivos mantidos antes da data
de normalização da moeda funcional ao valor justo na data de transição para as IFRSs. A entidade pode
utilizar esses valores justos como o custo atribuído desses ativos e passivos na demonstração da posição
financeira de abertura de acordo com as IFRSs.

D30 Quando a data de normalização da moeda funcional se encontra dentro do período comparativo de
12 meses, o período comparativo pode ser inferior a 12 meses, desde que um conjunto completo
de demonstrações financeiras (conforme requerido pelo parágrafo 10 da IAS 1) seja fornecido para esse
período mais curto.

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Negócios em conjunto
D31 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições de transição da IFRS 11 com as seguintes
exceções:

(a) Ao aplicar as disposições de transição da IFRS 11, uma adotante pela primeira vez aplicará estas
disposições na data da transição para a IFRS.

(b) Ao mudar da consolidação proporcional para o método de equivalência patrimonial, uma adotante
pela primeira vez testará o investimento quanto à redução no valor recuperável de acordo com
a IAS 36 na data de transição para as IFRSs, independentemente de haver qualquer indicação de
redução no valor recuperável do investimento. Qualquer redução no valor recuperável resultante
será reconhecida como um ajuste aos lucros acumulados na data de transição para as IFRSs.

Custos de decapagem na fase de produção de uma mina de superfície


D32 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias previstas nos parágrafos A1
a A4 da IFRIC 20 – Custos de Decapagem na Fase de Produção de uma Mina de Superfície. Nesse
parágrafo, a referência à data de vigência será interpretada como 1º de janeiro de 2013 ou o início do
primeiro período de relatório de acordo com as IFRSs, a que ocorrer mais tarde.

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IFRS 1

Apêndice E
Isenções de curto prazo de IFRSs

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Isenção do requisito de reapresentar informações comparativas para a


IFRS 9
E1 Em suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs, uma entidade que (a) adota IFRSs
para períodos anuais iniciados antes de 1º de janeiro de 2012 e (b) aplica a IFRS 9 apresentará pelo
menos um ano de informações comparativas. Contudo, essas informações comparativas não precisam
cumprir a IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações ou a IFRS 9, na medida em que as divulgações
requeridas pela IFRS 7 estejam relacionadas a itens dentro do alcance da IFRS 9. Para essas entidades,
referências à “data de transição para as IFRSs” significarão, somente no caso da IFRS 7 e da IFRS 9, o
início do primeiro período de relatório de acordo com as IFRSs.

E2 Uma entidade que escolha apresentar informações comparativas que não cumpram a IFRS 7 e a IFRS 9
em seu primeiro ano de transição:

(a) aplicará os requisitos de reconhecimento e mensuração de seus PCGAs anteriores, em vez dos
requisitos da IFRS 9, a informações comparativas sobre ativos dentro do alcance da IFRS 9.

(b) divulgará esse fato, juntamente com a base utilizada para preparar essas informações.

(c) tratará qualquer ajuste entre a demonstração da posição financeira na data de relatório do período
comparativo (ou seja, a demonstração da posição financeira que inclui informações comparativas
de acordo com os PCGAs anteriores) e a demonstração da posição financeira no início do primeiro
período de relatório de acordo com as IFRSs (ou seja, o primeiro período que inclui informações que
cumprem a IFRS 7 e a IFRS 9) como decorrente de uma mudança na política contábil e fornecerá
as divulgações exigidas pelo parágrafo 28(a)–(e) e (f)(i) da IAS 8. O parágrafo 28(f)(i) aplica-se
somente a valores apresentados na demonstração da posição financeira na data de relatório do
período comparativo.

(d) aplicará o parágrafo 17(c) da IAS 1 para fornecer divulgações adicionais quando o cumprimento
dos requisitos específicos das IFRSs for insuficiente para permitir que os usuários compreendam
o impacto de transações específicas, outros eventos e condições sobre a posição financeira e o
desempenho financeiro da entidade.

Divulgações sobre instrumentos financeiros


E3 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições de transição do parágrafo 44G da IFRS 7.2

E4 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições de transição do parágrafo 44M da IFRS 7.3

2 O parágrafo E3 foi acrescentado como consequência da Isenção Limitada de Divulgações da IFRS 7 Comparativas para Adotantes
pela Primeira Vez (Alteração à IFRS 1), emitida em janeiro de 2010. Para evitar o uso potencial de percepção tardia e assegurar que
adotantes pela primeira vez não estejam em desvantagem em comparação aos atuais preparadores de IFRSs, o Conselho decidiu
que adotantes pela primeira vez podem utilizar as mesmas disposições de transição permitidas para preparadores existentes de
demonstrações financeiras elaboradas de acordo com as IFRSs que estão incluídas em Melhorias nas Divulgações sobre Instrumentos
Financeiros (Alterações à IFRS 7).
3 O parágrafo E4 foi acrescentado como consequência de Divulgações—Transferências de Ativos Financeiros (Alterações à IFRS 7)
emitida em outubro de 2010. Para evitar o uso potencial de percepção tardia e assegurar que adotantes pela primeira vez não estejam
em desvantagem em comparação aos atuais preparadores de IFRSs, o Conselho decidiu que adotantes pela primeira vez podem
utilizar as mesmas disposições de transição permitidas para preparadores existentes de demonstrações financeiras elaboradas de
acordo com as IFRSs que estão incluídas em Divulgações—Transferências de Ativos Financeiros (Alterações à IFRS 7).

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IFRS 1

Benefícios aos empregados


E5 Uma adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições de transição do parágrafo 173(b) da IAS 19.

Entidades de investimento
E6 Uma adotante pela primeira vez que seja uma controladora avaliará se é uma entidade de investimento,
conforme definido na IFRS 10, com base nos fatos e circunstâncias existentes na data de transição para
as IFRSs.

E7 Uma adotante pela primeira vez que seja uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10,
pode aplicar as disposições de transição dos parágrafos C3C–C3D da IFRS 10 e dos parágrafos 18C–18G
da IAS 27 se suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs forem referentes a um
período anual encerrado em ou antes de 31 de dezembro de 2014. As referências nesses parágrafos ao
período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial serão lidas como o período anual
mais antigo apresentado. Consequentemente, as referências nesses parágrafos serão lidas como a data
de transição para as IFRSs.

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IFRS 2

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 2

Pagamento baseado em ações


Em fevereiro de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a IFRS 2 – Pagamento
Baseado em Ações. O IASB alterou a IFRS 2 para esclarecer seu alcance em janeiro de 2008 e para incorporar a
orientação contida em duas Interpretações relacionadas (IFRIC 8 – Alcance da IFRS 2 e IFRIC 11 – IFRS 2 –
Transações de Ações do Grupo e em Tesouraria) em junho de 2009.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 2. Elas incluíram a IFRS 3 – Combinações
de Negócios (tal como revisada em janeiro de 2008), Melhorias às IFRSs (emitida em abril de 2009) e a IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS 2

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 2
PAGAMENTO BASEADO EM AÇÕES
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
RECONHECIMENTO 7
TRANSAÇÕES DE PAGAMENTO BASEADAS EM AÇÕES LIQUIDADAS
EM INSTRUMENTOS DE PATRIMÔNIO 10
Visão Geral 10
Transações em que serviços são recebidos 14
Transações mensuradas por referência ao valor justo
dos instrumentos de patrimônio concedidos 16
Determinação do valor justo de instrumentos de patrimônio concedidos 16
Tratamento de condições de aquisição de direito 19
Tratamento de condições de não aquisição de direito 21A
Tratamento de uma característica de concessão automática 22
Após a data de aquisição de direito 23
Se o valor justo dos instrumentos de patrimônio não puderem ser mensurados de forma confiável 24
Modificações aos termos e condições em que os instrumentos de patrimônio
foram concedidos, incluindo cancelamentos e liquidações 26
TRANSAÇÕES DE PAGAMENTO BASEADAS EM AÇÕES LIQUIDADAS À VISTA 30
TRANSAÇÕES DE PAGAMENTO BASEADAS EM AÇÕES
COM ALTERNATIVAS DE LIQUIDAÇÃO À VISTA 34
Transações de pagamento baseadas em ações em que os termos
do acordo permitem à contraparte uma escolha de liquidação 35
Transações de pagamento baseadas em ações em que os termos
do acordo permitem à entidade uma escolha de liquidação 41
TRANSAÇÕES DE PAGAMENTO BASEADAS EM AÇÕES ENTRE ENTIDADES DO GRUPO 43A
DIVULGAÇÕES 44
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 53
DATA DE VIGÊNCIA 60
REVOGAÇÃO DE INTERPRETAÇÕES 64
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 2 EMITIDA EM FEVEREIRO DE 2004


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IFRS 2:
Condições de Aquisição de Direito e Cancelamentos
emitida em janeiro de 2008
Transações de Pagamento Baseadas em Ações Liquidadas à Vista do Grupo
emitida em junho de 2009

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IFRS 2

BASE PARA CONCLUSÕES


ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IFRS 2

A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações (IFRS 2) é definida nos
parágrafos 1-64 e nos Apêndices A-C. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez em que
aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 2 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IFRS 2

Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 As entidades frequentemente concedem ações ou opções de compra de ações a empregados ou outras
partes. Os planos de ações e de opções de compra de ações são uma característica comum de remuneração
de empregados, para diretores, executivos seniores e muitos outros empregados. Algumas entidades
emitem ações ou opções de compra de ações para pagar fornecedores como, por exemplo, fornecedores
de serviços profissionais.

IN2 Até esta IFRS ser emitida, não havia nenhuma IFRS que cobrisse o reconhecimento e mensuração dessas
transações. Questões sobre essa lacuna nas IFRSs foram levantadas, devido à crescente ocorrência de
transações de pagamento baseadas em ações em muitos países.

Motivos para alterar a IFRS 2 em junho de 2009


IN2A Em junho de 2009 o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade alterou a IFRS 2 para esclarecer
seu alcance e a contabilização de transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista do grupo
nas demonstrações financeiras separadas ou individuais da entidade que recebe os bens ou serviços
quando essa entidade não tem a obrigação de liquidar a transação de pagamento baseada em ações. As
alterações também incorporam a orientação contida nas seguintes Interpretações:

yy IFRIC 8 Alcance da IFRS 2

yy IFRIC 11 IFRS 2 – Transações de Ações do Grupo e em Tesouraria

Como resultado, o Conselho revogou a IFRIC 8 e a IFRIC 11.

Principais características da IFRS


IN3 A IFRS exige que uma entidade reconheça transações de pagamento baseadas em ações em suas
demonstrações financeiras, incluindo transações com empregados ou outras partes a serem liquidadas à
vista, outros ativos ou instrumentos de patrimônio da entidade. Não há nenhuma exceção à IFRS, exceto
para transações às quais outras Normas se aplicam.

IN4 A IFRS estabelece princípios de mensuração e requisitos específicos para três tipos de transações de
pagamento baseadas em ações:

(a) transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio, em que a


entidade recebe bens ou serviços como contrapartida por instrumentos de patrimônio da entidade
(incluindo ações ou opções de compra de ações);

(b) transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista, em que a entidade adquire bens ou
serviços, incorrendo em passivos em relação ao fornecedor desses bens ou serviços, por valores
baseados no preço (ou valor) das ações ou outros instrumentos de patrimônio da entidade; e

(c) transações em que a entidade recebe ou adquire bens ou serviços e em que os termos do acordo
permitem à entidade ou ao fornecedor desses bens ou serviços uma escolha de liquidar a transação
à vista ou por meio da emissão de instrumentos de patrimônio.

IN5 Para transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio, a IFRS exige
que uma entidade mensure os bens ou serviços recebidos e o correspondente aumento no patrimônio
líquido diretamente pelo valor justo dos bens ou serviços recebidos, exceto se esse valor justo não puder ser
estimado de forma confiável. Se a entidade não puder estimar o valor justo dos bens ou serviços recebidos

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IFRS 2

de forma confiável, ela deve mensurar o seu valor e o correspondente aumento no patrimônio líquido
indiretamente, por referência ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos. Além disso:

(a) para transações com empregados e outros que prestam serviços similares, a entidade deve mensurar
o valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos, pois geralmente não é possível estimar o
valor justo dos serviços recebidos de empregados de forma confiável. O valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos é mensurado na data de concessão.

(b) para transações com partes que não sejam empregados (e aqueles que prestam serviços similares),
há uma presunção refutável de que o valor justo dos bens ou serviços recebidos pode ser estimado
de forma confiável. Esse valor justo é mensurado na data em que a entidade obtém os bens ou a
contraparte presta os serviços. Em casos raros, se a presunção for refutada, a transação é mensurada
por referência ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos, mensurados na data em
que a entidade obtém os bens ou a contraparte presta os serviços.

(c) para bens ou serviços mensurados por referência ao valor justo dos instrumentos de patrimônio
concedidos, a IFRS especifica que todas as condições de não aquisição de direito são levadas em
consideração na estimativa do valor justo dos instrumentos de patrimônio. Entretanto, as condições
de aquisição de direito que não sejam condições de mercado não são levadas em consideração ao
estimar o valor justo das ações ou opções na respectiva data de mensuração (conforme especificado
acima). Em vez disso, as condições de aquisição de direito são levadas em consideração ajustando-se
o número de instrumentos de patrimônio incluídos na mensuração do valor da transação, de modo
que o valor reconhecido para bens ou serviços recebidos como contrapartida pelos instrumentos
de patrimônio concedidos seja baseado no número de instrumentos de patrimônio cujo direito seja
eventualmente adquirido. Portanto, de forma cumulativa, nenhum valor é reconhecido para bens
ou serviços recebidos se nenhum direito aos instrumentos de patrimônio concedidos for adquirido
devido ao não cumprimento de uma condição de aquisição de direito (que não seja uma condição
de mercado).

(d) a IFRS exige que o valor justo de instrumentos de patrimônio concedidos seja baseado nos
preços de mercado, se disponíveis, e leve em consideração os termos e condições em que esses
instrumentos de patrimônio foram concedidos. Na ausência de preços de mercado, o valor justo é
estimado, usando uma técnica de avaliação para estimar qual teria sido o preço desses instrumentos
de patrimônio na data de mensuração em uma transação em bases usuais de mercado entre partes
conhecedoras e interessadas.

(e) a IFRS também estabelece requisitos se os termos e condições de uma opção ou concessão de
ações forem modificados (por exemplo, uma opção for reprecificada) ou se uma concessão for
cancelada, recomprada ou substituída por outra concessão de instrumentos de patrimônio. Por
exemplo, independente de qualquer modificação, cancelamento ou liquidação de uma concessão de
instrumentos de patrimônio a empregados, a IFRS geralmente exige que a entidade reconheça, no
mínimo, os serviços recebidos mensurados pelo valor justo na data de concessão dos instrumentos
de patrimônio concedidos.

IN6 Para transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista, a IFRS exige que uma entidade
mensure os bens ou serviços adquiridos e o passivo incorrido ao valor justo do passivo. Até que o passivo
seja liquidado, a entidade deve remensurar o valor justo do passivo no final de cada período de relatório
e na data de liquidação, com quaisquer mudanças no valor reconhecidas em lucros e perdas do período.

IN7 Para transações de pagamento baseadas em ações em que os termos do acordo permitem à entidade ou
ao fornecedor de bens ou serviços uma escolha de liquidar a transação à vista ou por meio da emissão
de instrumentos de patrimônio, a entidade deve contabilizar essa transação ou os componentes dessa
transação como uma transação de pagamento baseada em ações liquidada à vista se, e na medida em que,
a entidade incorreu em um passivo para liquidar à vista (ou em outros ativos) ou como uma transação de
pagamento baseada em ações liquidada em instrumentos de patrimônio se, e na medida em que, nenhum
passivo tenha sido incorrido.

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IFRS 2

IN8 A IFRS prescreve vários requisitos de divulgação para permitir que os usuários de demonstrações
financeiras compreendam:

(a) a natureza e a extensão de acordos de pagamentos baseados em ações que existiam durante o período;

(b) como o valor justo dos bens ou serviços recebidos, ou o valor justo dos instrumentos de patrimônio
concedidos, durante o período foi determinado; e

(c) o efeito de transações de pagamento baseadas em ações em lucros e perdas do período da entidade
e em sua posição financeira.

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IFRS 2

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 2


Pagamento Baseado em Ações

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é especificar como uma entidade deve contabilizar uma transação de pagamento
baseada em ações em suas demonstrações financeiras. Em particular, ela exige que uma entidade
reflita em seus lucros e perdas e posição financeira os efeitos de transações de pagamento baseadas em
ações, incluindo despesas relacionadas a transações em que opções de compra de ações são concedidas
a empregados.

Alcance
2 Uma entidade aplicará esta IFRS na contabilização de todas as transações de pagamento baseadas em
ações, independentemente se a entidade pode identificar especificamente alguns ou a totalidade dos bens
ou serviços recebidos, incluindo:

(a) transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio,

(b) transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista, e

(c) transações em que a entidade recebe ou adquire bens ou serviços e em que os termos do acordo
permitem à entidade ou ao fornecedor desses bens ou serviços uma escolha de liquidar a transação
à vista (ou em outros ativos) ou por meio da emissão de instrumentos de patrimônio,

exceto conforme observado nos parágrafos 3A–6. Na ausência de bens ou serviços especificamente
identificáveis, outras circunstâncias podem indicar que bens ou serviços foram (ou serão) recebidos, em
cujo caso esta IFRS se aplica.

3 [Excluído]

3A Uma transação de pagamento baseada em ações pode ser liquidada por uma outra entidade do grupo
(ou um acionista de qualquer entidade do grupo) em nome da entidade que recebe ou adquire os bens
ou serviços. O parágrafo 2 também se aplica a uma entidade que

(a) recebe bens ou serviços quando uma outra entidade no mesmo grupo (ou um acionista de qualquer
entidade do grupo) tem a obrigação de liquidar a transação de pagamento baseada em ações, ou

(b) tem uma obrigação de liquidar uma transação de pagamento baseada em ações quando uma outra
entidade do mesmo grupo recebe os bens ou serviços

salvo quando a transação for claramente para uma finalidade que não seja o pagamento de bens ou
serviços fornecidos a entidade que os recebe.

4 Para as finalidades desta IFRS, uma transação com um empregado (ou outra parte) em sua condição de
titular de instrumentos de patrimônio da entidade não é uma transação de pagamento baseada em ações.
Por exemplo, se uma entidade conceder a todos os titulares de uma classe específica de seus instrumentos
de patrimônio o direito de adquirir instrumentos de patrimônio da entidade a um preço que seja inferior
ao valor justo desses instrumentos de patrimônio e um empregado receber esse direito, pois é titular
de instrumentos de patrimônio dessa classe específica, a concessão ou exercício desse direito não está
sujeito aos requisitos desta IFRS.

5 Conforme observado no parágrafo 2, esta IFRS se aplica a transações de pagamento baseadas em


ações em que uma entidade adquire ou recebe bens ou serviços. Os bens incluem estoques, materiais
de consumo, imobilizado, ativos intangíveis e outros ativos não financeiros. Entretanto, uma entidade

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IFRS 2

não aplicará esta IFRS a transações em que a entidade adquire bens como parte dos ativos líquidos
adquiridos em uma combinação de negócios conforme definido pela IFRS 3 – Combinação de Negócios
(tal como revisada em 2008), em uma combinação de entidades ou negócios sob controle comum
conforme descrito nos parágrafos B1–B4 da IFRS 3, ou a contribuição de um negócio na formação de
um empreendimento em conjunto conforme definido pela IFRS 11 – Negócios em Conjunto. Portanto,
instrumentos de patrimônio emitidos em uma combinação de negócios em troca do controle da adquirida
não estão dentro do alcance desta IFRS. Contudo, instrumentos de patrimônio concedidos a empregados
da adquirida em sua condição de empregados (por exemplo, em troca de serviço continuado) estão dentro
do alcance desta IFRS. Da mesma forma, o cancelamento, a substituição ou outra modificação dos
acordos de pagamentos baseados em ações em decorrência de uma combinação de negócios ou outra
reestruturação patrimonial serão contabilizados de acordo com esta IFRS. A IFRS 3 fornece orientação
sobre como determinar se instrumentos de patrimônio emitidos em uma combinação de negócios são
parte da contrapartida transferida em troca do controle da adquirida (e, portanto, estão dentro do alcance
da IFRS 3) ou constituem retorno pelo serviço continuado a ser reconhecido no período pós-combinação
(e, portanto, estão dentro do alcance desta IFRS).

6 Esta IFRS não se aplica a transações de pagamento baseadas em ações em que a entidade recebe ou
adquire bens ou serviços previstos em um contrato dentro do alcance dos parágrafos 8-10 da IAS 32 –
Instrumentos Financeiros: Apresentação (tal como revisada em 2003)1 ou dos parágrafos 5-7 da IAS 39 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (tal como revisada em 2003).

6A Esta IFRS utiliza o termo “valor justo” de um modo que difere, em alguns aspectos, da definição de
valor justo da IFRS 13 – Mensuração ao Valor Justo. Portanto, ao aplicar a IFRS, a entidade mensura o
valor justo de acordo com esta IFRS e não com a IFRS 13.

Reconhecimento
7 Uma entidade reconhecerá os bens ou serviços recebidos ou adquiridos em uma transação de
pagamento baseada em ações quando ela obtiver os bens ou os serviços forem recebidos. A
entidade reconhecerá um aumento correspondente no patrimônio líquido se os bens ou serviços
foram recebidos em uma transação de pagamento baseada em ações liquidada em instrumentos de
patrimônio ou um passivo se os bens ou serviços foram adquiridos em uma transação de pagamento
baseada em ações liquidada à vista.

8 Quando os bens ou serviços recebidos ou adquiridos em uma transação de pagamento baseada em


ações não se qualificarem para reconhecimento como ativos, eles serão reconhecidos como despesas.

9 Geralmente, uma despesa é incorrida com o consumo de bens ou serviços. Por exemplo, os serviços são
geralmente consumidos imediatamente, caso em que uma despesa é reconhecida quando a contraparte
presta o serviço. Os bens poderiam ser consumidos ao longo de um período de tempo ou, no caso de
estoques, vendidos em uma data posterior, caso em que uma despesa é reconhecida quando os bens são
consumidos ou vendidos. Entretanto, algumas vezes é necessário reconhecer uma despesa antes que os
bens ou serviços sejam consumidos ou vendidos, pois eles não se qualificam para reconhecimento como
ativos. Por exemplo, uma entidade poderia adquirir bens como parte da fase de pesquisa de um projeto
para desenvolver um novo produto. Embora esses bens não tenham sido consumidos, eles poderiam não
se qualificar para reconhecimento como ativos de acordo com a IFRS aplicável.

1 O título da IAS 32 foi alterado em 2005.

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IFRS 2

Transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos


de patrimônio

Visão Geral
10 Para transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio,
a entidade mensurará os bens ou serviços recebidos e o correspondente aumento no patrimônio
líquido diretamente pelo valor justo dos bens ou serviços recebidos, exceto se esse valor justo
não puder ser estimado de forma confiável. Se a entidade não puder estimar o valor justo dos
bens ou serviços recebidos de forma confiável, ela mensurará o seu valor e o correspondente
aumento no patrimônio líquido indiretamente, por referência ao2 valor justo dos instrumentos de
patrimônio concedidos.

11 Para aplicar os requisitos do parágrafo 10 a transações com empregados e outros que prestam serviços
similares3, a entidade mensurará o valor justo dos serviços recebidos por referência ao valor justo dos
instrumentos de patrimônio concedidos, pois geralmente não é possível estimar o valor justo dos serviços
de forma confiável, conforme explicado no parágrafo 12. O valor justo desses instrumentos de patrimônio
será mensurado na data de concessão.

12 Geralmente, ações, opções de compra de ações ou outros instrumentos de patrimônio são concedidos a
empregados como parte de seu pacote de remuneração, além do seu salário em dinheiro e outros benefícios
trabalhistas. Normalmente, não é possível mensurar diretamente os serviços recebidos para componentes
específicos do pacote de remuneração do empregado. Também pode não ser possível mensurar o valor
justo do pacote de remuneração total de forma independente, sem mensurar diretamente o valor justo
dos instrumentos de patrimônio concedidos. Além disso, ações ou opções de compra de ações algumas
vezes são concedidas como parte de um acordo de bônus, em vez de como parte da remuneração básica,
por exemplo, como um incentivo aos empregados para permanecerem trabalhando na entidade ou para
premiá-los por seus esforços na melhoria do desempenho da entidade. Por meio da concessão de ações
ou opções de compra de ações, além de outras remunerações, a entidade está pagando remuneração
adicional para obter benefícios adicionais. Estimar o valor justo desses benefícios adicionais será
provavelmente difícil. Por causa da dificuldade de mensurar diretamente o valor justo dos serviços
recebidos, a entidade mensurará o valor justo dos serviços recebidos do empregado por referência ao
valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos.

13 Para aplicar os requisitos do parágrafo 10 a transações com partes que não sejam empregados, haverá
uma presunção refutável de que o valor justo dos bens ou serviços recebidos pode ser estimado de forma
confiável. Esse valor justo será mensurado na data em que a entidade obtiver os bens ou a contraparte
prestar os serviços. Em casos raros, se a entidade refutar essa presunção por não pode estimar o valor
justo dos bens ou serviços recebidos de forma confiável, ela mensurará os bens ou serviços recebidos
e o correspondente aumento no patrimônio líquido indiretamente, por referência ao valor justo dos
instrumentos de patrimônio concedidos mensurados na data em que a entidade obtiver os bens ou a
contraparte prestar os serviços.

13A Em particular, se a contrapartida identificável recebida (se houver) pela entidade parece ser inferior
ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos ou passivo incorrido, essa circunstância
normalmente indica que outra contrapartida (ou seja, bens ou serviços não identificáveis) foi (ou será)
recebida pela entidade. A entidade mensurará os bens ou serviços identificáveis recebidos de acordo com
esta IFRS. A entidade mensurará os bens ou serviços não identificáveis recebidos (ou a serem recebidos)
como a diferença entre o valor justo do pagamento baseado em ações e o valor justo de quaisquer bens
ou serviços identificáveis recebidos (ou a serem recebidos). A entidade mensurará os bens ou serviços
não identificáveis recebidos na data de concessão. Entretanto, para transações liquidadas à vista, o

2 Esta IFRS usa a frase “por referência ao” em vez de “ao”, pois a transação é mensurada multiplicando-se o valor justo dos
instrumentos de patrimônio concedidos, mensurado na data especificada no parágrafo 11 ou 13 (o que for aplicável), pelo número
de instrumentos de patrimônio cujo direito foi adquirido, conforme explicado no parágrafo 19.
3 No restante desta IFRS, todas as referências a empregados também incluem outras pessoas que prestam serviços similares.

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IFRS Foundation
IFRS 2

passivo será remensurado no final de cada período de relatório, até que seja liquidado de acordo com os
parágrafos 30-33.

Transações em que serviços são recebidos


14 Se o direito aos instrumentos de patrimônio concedidos for adquirido imediatamente, a contraparte
não precisa completar um período de serviço especificado antes de ter o direito incondicional a esses
instrumentos de patrimônio. Na ausência de evidência em contrário, a entidade presumirá que os serviços
prestados pela contraparte como contrapartida pelos instrumentos de patrimônio foram recebidos. Nesse
caso, na data de concessão a entidade reconhecerá os serviços recebidos totalmente, com um aumento
correspondente no patrimônio líquido.

15 Se o direito aos instrumentos de patrimônio concedidos não for adquirido até que a contraparte
complete um período de serviço especificado, a entidade presumirá que os serviços a serem prestados
pela contraparte como contrapartida por esses instrumentos de patrimônio serão recebidos no futuro,
durante o período de aquisição de direito. A entidade contabilizará esses serviços à medida que forem
prestados pela contraparte durante o período de aquisição de direito, com um aumento correspondente
no patrimônio líquido. Por exemplo:

(a) se a concessão de opções de compra de ações a um empregado estiver condicionada à conclusão de


três anos de serviço, então a entidade presumirá que os serviços a serem prestados pelo empregado
como contrapartida pelas opções de compra de ações serão recebidos no futuro, ao longo desse
período de aquisição de direito de três anos.

(b) se a concessão de opções de compra de ações a um empregado estiver condicionada ao cumprimento


de uma condição de desempenho e à condição de permanecer trabalhando na entidade até que
essa condição de desempenho seja cumprida, e a duração do período de aquisição de direito variar
dependendo de quando essa condição de desempenho for cumprida, a entidade presumirá que
os serviços a serem prestados pelo empregado como contrapartida pelas opções de compra de
ações serão recebidos no futuro, ao longo do período esperado de aquisição de direito. A entidade
estimará a duração do período esperado de aquisição de direito na data de concessão, com base
no resultado mais provável da condição de desempenho. Se a condição de desempenho for uma
condição de mercado, a estimativa da duração do período esperado de aquisição de direito será
consistente com as premissas usadas na estimativa do valor justo das opções concedidas e não será
revisada subsequentemente. Se a condição de desempenho não for uma condição de mercado, a
entidade revisará sua estimativa da duração do período de aquisição de direito, se necessário, se
informações subsequentes indicarem que a duração do período de aquisição de direito é diferente
das estimativas anteriores.

Transações mensuradas por referência ao valor justo dos instrumentos


de patrimônio concedidos
Determinação do valor justo de instrumentos de patrimônio concedidos

16 Para transações mensuradas por referência ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos,
uma entidade mensurará o valor justo de instrumentos de patrimônio concedidos na data de mensuração,
com base nos preços de mercado, se disponíveis, levando em consideração os termos e condições em
que esses instrumentos de patrimônio foram concedidos (sujeito aos requisitos dos parágrafos 19-22).

17 Se os preços de mercado não estiverem disponíveis, a entidade estimará o valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos utilizando uma técnica de avaliação para estimar qual teria sido o preço desses
instrumentos de patrimônio na data de mensuração em uma transação em bases usuais de mercado entre
partes conhecedoras e interessadas. A técnica de avaliação será consistente com as metodologias de
avaliação geralmente aceitas para precificação de instrumentos financeiros e incorporará todos os fatores
e premissas que participantes conhecedores e interessados considerariam na definição do preço (sujeito
aos requisitos dos parágrafos 19-22).

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IFRS Foundation A85
IFRS 2

18 O Apêndice B contém orientação adicional sobre a mensuração do valor justo de ações e opções de
compra de ações, concentrando-se nos termos e condições específicos que são características comuns
de uma concessão de ações ou opções de compra de ações a empregados.

Tratamento de condições de aquisição de direito

19 Uma concessão de instrumentos de patrimônio pode estar condicionada ao cumprimento de condições


de aquisição de direito especificadas. Por exemplo, uma concessão de ações ou opções de compra de
ações a um empregado é geralmente condicionada a que ele permaneça trabalhando na entidade por
um período de tempo especificado. Pode haver condições de desempenho que devem ser cumpridas
como, por exemplo, a obtenção pela entidade de um crescimento especificado no lucro ou um aumento
especificado no preço de suas ações. As condições de aquisição de direito que não sejam condições de
mercado não serão levadas em consideração ao estimar o valor justo das ações ou opções de compra
de ações na data de mensuração. Em vez disso, as condições de aquisição de direito serão levadas em
consideração ajustando-se o número de instrumentos de patrimônio incluídos na mensuração do valor
da transação, de modo que o valor reconhecido para bens ou serviços recebidos como contrapartida por
instrumentos de patrimônio concedidos seja baseado no número de instrumentos de patrimônio cujo
direito seja eventualmente adquirido. Portanto, de forma cumulativa, nenhum valor é reconhecido para
bens ou serviços recebidos se nenhum direito aos instrumentos de patrimônio concedidos for adquirido
devido ao não cumprimento de uma condição de aquisição de direito, por exemplo, a contraparte não
completar um período de serviço especificado ou uma condição de desempenho não for cumprida, sujeita
aos requisitos do parágrafo 21.

20 Para aplicar os requisitos do parágrafo 19, a entidade reconhecerá um valor para bens ou serviços
recebidos durante o período de aquisição de direito com base na melhor estimativa disponível do número
de instrumentos de patrimônio cujo direito se espera adquirir e revisará essa estimativa, se necessário,
se informações subsequentes indicarem que o número de instrumentos de patrimônio cujo direito se
espera adquirir é diferente das estimativas anteriores. Na data de aquisição de direito a entidade revisará
a estimativa para igualar o número de instrumentos de patrimônio cujo direito seja adquirido, sujeito aos
requisitos do parágrafo 21.

21 As condições de mercado como, por exemplo, preço pretendido da ação à qual a aquisição de direito (ou
possibilidade de exercício) está condicionada, serão levadas em consideração ao estimar o valor justo
dos instrumentos de patrimônio concedidos. Portanto, para concessões de instrumentos de patrimônio
com condições de mercado, a entidade reconhecerá os bens ou serviços recebidos de uma contraparte
que cumprir todas as outras condições de aquisição de direito (por exemplo, serviços recebidos de
um empregado que permanecer trabalhando na entidade por um período de serviço especificado),
independente de essa condição de mercado ser cumprida.

Tratamento de condições de não aquisição de direito

21A Da mesma forma, uma entidade levará em consideração todas as condições de não aquisição de direito
ao estimar o valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos. Portanto, para concessões de
instrumentos de patrimônio com condições de não aquisição de direito, a entidade reconhecerá os bens
ou serviços recebidos de uma contraparte que cumprir todas as condições de aquisição de direito que
não sejam condições de mercado (por exemplo, serviços recebidos de um empregado que permanecer
trabalhando na entidade por um período de serviço especificado), independente de essas condições de
não aquisição de direito serem cumpridas.

Tratamento de uma característica de concessão automática

22 Para opções com uma característica de concessão automática, a característica de concessão automática
não será levada em consideração ao estimar o valor justo de opções concedidas na data de mensuração.
Em vez disso, uma opção de concessão automática será contabilizada como uma nova concessão de
opção, se e quando uma opção de concessão automática for concedida subsequentemente.

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Após a data de aquisição de direito

23 Depois de reconhecer os bens ou serviços recebidos de acordo com os parágrafos 10-22 e um aumento
correspondente no patrimônio líquido, a entidade não fará nenhum ajuste subsequente ao patrimônio
líquido total após a data de aquisição de direito. Por exemplo, a entidade não reverterá subsequentemente
o valor reconhecido para serviços recebidos de um empregado se os instrumentos de patrimônio cujo
direito foi adquirido prescreverem posteriormente ou, no caso de opções de compra de ações, as opções
não forem exercidas. Entretanto, esse requisito não impede que a entidade reconheça uma transferência
dentro do patrimônio líquido, ou seja, uma transferência de um componente patrimonial para outro.

Se o valor justo dos instrumentos de patrimônio não puderem ser mensurados de


forma confiável

24 Os requisitos nos parágrafos 16-23 se aplicam quando a entidade tem que mensurar uma transação de
pagamento baseada em ações por referência ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos. Em
casos raros, a entidade pode não ser capaz de estimar de forma confiável o valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos na data de mensuração, de acordo com os requisitos nos parágrafos 16-22.
Somente nesses raros casos, a entidade, em vez disso:

(a) mensurará os instrumentos de patrimônio ao seu valor intrínseco, inicialmente na data em que
a entidade obtiver os bens ou a contraparte prestar os serviços e subsequentemente no final de
cada período de relatório e na data de liquidação final, com qualquer mudança no valor intrínseco
reconhecida em lucros e perdas. Para uma concessão de opções de compra de ações, o acordo
de pagamento baseado em ações é finalmente liquidado quando as opções forem exercidas,
prescreverem (por exemplo, na rescisão do contrato de trabalho) ou vencerem (por exemplo, no
final da vida da opção).

(b) reconhecerá os bens ou serviços recebidos com base no número de instrumentos de patrimônio cujo
direito seja adquirido ou (quando aplicável) seja exercido. Para aplicar esse requisito a opções de
compra de ações, por exemplo, a entidade reconhecerá os bens ou serviços durante o período de
aquisição de direito, se houver, de acordo com os parágrafos 14 e 15, exceto se os requisitos no
parágrafo 15(b) em relação a uma condição de mercado não forem aplicáveis. O valor reconhecido
para bens ou serviços recebidos durante o período de aquisição de direito será baseado no número
de opções de compra de ações cujo direito se espera adquirir. A entidade revisará essa estimativa,
se necessário, se informações subsequentes indicarem que o número de opções de compra de
ações cujo direito se espera adquirir é diferente das estimativas anteriores. Na data de aquisição de
direito, a entidade revisará a estimativa para igualar o número de instrumentos de patrimônio cujo
direito seja adquirido. Após a data de aquisição de direito, a entidade reverterá o valor reconhecido
para bens ou serviços recebidos se as opções de compra de ações prescreverem posteriormente ou
vencerem no final da vigência da opção de compra de ações.

25 Se uma entidade aplicar o parágrafo 24, não é necessário aplicar os parágrafos 26‑29, pois quaisquer
modificações aos termos e condições em que os instrumentos de patrimônio foram concedidos serão
levadas em consideração ao aplicar o método de valor intrínseco estabelecido no parágrafo 24.

(a) se a liquidação ocorrer durante o período de aquisição de direito, a entidade contabilizará a liquidação
como uma antecipação de aquisição de direito e, portanto, reconhecerá imediatamente o valor que
de outro modo teria sido reconhecido para serviços recebidos ao longo do restante do período de
aquisição de direito.

(b) qualquer pagamento feito na liquidação será contabilizado como recompra de instrumentos
de patrimônio, ou seja, como uma dedução do patrimônio líquido, exceto na medida em que o
pagamento exceder o valor intrínseco dos instrumentos de patrimônio, mensurados na data de
recompra. Qualquer eventual excedente será reconhecido como uma despesa.

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Modificações aos termos e condições em que os instrumentos de


patrimônio foram concedidos, incluindo cancelamentos e liquidações
26 Uma entidade pode modificar os termos e condições em que os instrumentos de patrimônio foram
concedidos. Por exemplo, ela pode reduzir o preço de exercício de opções concedidas a empregados (ou
seja, reprecificar as opções), o que aumenta o valor justo dessas opções. Os requisitos nos parágrafos 27‑29
para contabilizar os efeitos de modificações são expressos no contexto das transações de pagamento
baseadas em ações com empregados. Entretanto, os requisitos também serão aplicados a transações de
pagamento baseadas em ações com partes que não sejam empregados, que são mensurados por referência
ao valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos. No último caso, quaisquer referências nos
parágrafos 27‑29 à data de concessão farão referência, em vez disso, à data em que a entidade obtiver
os bens ou a contraparte prestar os serviços.

27 A entidade reconhecerá, no mínimo, os serviços recebidos mensurados pelo valor justo na data de concessão
dos instrumentos de patrimônio concedidos, exceto se o direito a esses instrumentos de patrimônio não
for adquirido devido ao não cumprimento de uma condição de aquisição de direito (que não seja uma
condição de mercado) que foi especificada na data de concessão. Isso se aplica independentemente de
quaisquer modificações aos termos e condições em que os instrumentos de patrimônio foram concedidos,
ou cancelamento ou liquidação dessa concessão de instrumentos de patrimônio. Além disso, a entidade
reconhecerá os efeitos de modificações que aumentam o valor justo total do acordo de pagamento baseado
em ações, ou sejam de outro modo benéficas ao empregado. Uma orientação de aplicação desse requisito
é fornecida no Apêndice B.

28 Se uma concessão de instrumentos de patrimônio for cancelada ou liquidada durante o período de


aquisição de direito (exceto uma concessão cancelada por prescrição quando as condições de aquisição
de direito não forem cumpridas):

(a) a entidade contabilizará o cancelamento ou liquidação como uma antecipação de aquisição de


direito e, portanto, reconhecerá imediatamente o valor que de outro modo teria sido reconhecido
para os serviços recebidos ao longo do restante do período de aquisição de direito.

(b) qualquer pagamento feito ao empregado no cancelamento ou liquidação da concessão será


contabilizado como recompra de uma participação patrimonial, ou seja, como uma dedução do
patrimônio líquido, exceto na medida em que o pagamento exceder o valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos, mensurados na data de recompra. Qualquer eventual excedente será
reconhecido como uma despesa. Entretanto, se o acordo de pagamento baseado em ações incluía
componentes do passivo, a entidade remensurará o valor justo do passivo na data de cancelamento
ou liquidação. Qualquer pagamento feito para liquidar o componente do passivo será contabilizado
como uma extinção do passivo.

(c) se novos instrumentos de patrimônio forem concedidos aos empregados e, na data em que esses
novos instrumentos de patrimônio forem concedidos, a entidade identificar os novos instrumentos
de patrimônio concedidos como instrumentos de patrimônio de substituição para os instrumentos de
patrimônio cancelados, a entidade contabilizará a concessão dos instrumentos de patrimônio
de substituição da mesma forma que uma modificação da concessão original de instrumentos de
patrimônio de acordo com o parágrafo 27 e a orientação no Apêndice B. O valor justo incremental
concedido é a diferença entre o valor justo dos instrumentos de patrimônio de substituição e o
valor justo líquido dos instrumentos de patrimônio cancelados, na data em que os instrumentos de
patrimônio de substituição forem concedidos. O valor justo líquido dos instrumentos de patrimônio
cancelados é o seu valor justo, imediatamente antes do cancelamento, menos o valor de qualquer
pagamento feito ao empregado no cancelamento dos instrumentos de patrimônio que é contabilizado
como uma dedução do patrimônio líquido de acordo com o item (b) acima. Se a entidade não
identificar novos instrumentos de patrimônio concedidos como instrumentos de patrimônio de
substituição para os instrumentos de patrimônio cancelados, a entidade contabilizará esses novos
instrumentos de patrimônio como uma nova concessão de instrumentos de patrimônio.

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28A Se uma entidade ou contraparte puder escolher se cumpre uma condição de não aquisição de direito, a
entidade tratará o não cumprimento dessa condição de não aquisição de direito pela entidade ou contraparte
durante o período de aquisição de direito como um cancelamento.

29 Se uma entidade recomprar instrumentos de patrimônio cujo direito seja adquirido, o pagamento feito
ao empregado será contabilizado como uma dedução do patrimônio líquido, exceto na medida em que o
pagamento exceder o valor justo dos instrumentos de patrimônio recomprados, mensurados na data de
recompra. Qualquer eventual excedente será reconhecido como uma despesa.

Transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista


30 Para transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista, a entidade mensurará os
bens ou serviços adquiridos e o passivo incorrido ao valor justo do passivo. Até que o passivo seja
liquidado, a entidade remensurará o valor justo do passivo no final de cada período de relatório
e na data da liquidação, com quaisquer mudanças no valor justo reconhecidas em lucros e perdas
do período.

31 Por exemplo, uma entidade pode conceder direitos de valorização de ações aos empregados como parte
de seu pacote de remuneração, pelo qual os empregados terão direito a um pagamento à vista futuro (em
vez de um instrumento de patrimônio), com base no aumento no preço da ação da entidade a partir de
um nível especificado ao longo de um período de tempo especificado. Ou uma entidade pode conceder
aos seus empregados um direito de receber um futuro pagamento à vista, concedendo-lhes um direito às
ações (incluindo ações a serem emitidas por ocasião do exercício das opções de compra de ações) que
sejam resgatáveis, de forma obrigatória (por exemplo, na rescisão do contrato de trabalho) ou a critério
do empregado.

32 A entidade reconhecerá os serviços recebidos e um passivo para pagar por esses serviços, à medida
que os empregados prestam os serviços. Por exemplo, alguns direitos de valorização de ações são
adquiridos imediatamente e, portanto, os empregados não são obrigados a completar um período de
serviço especificado para terem direito ao pagamento à vista. Na ausência de evidências contrárias, a
entidade presumirá que os serviços prestados pelos empregados em troca dos direitos de valorização
de ações foram recebidos. Desse modo, a entidade reconhecerá imediatamente os serviços recebidos e
um passivo para pagar por esses serviços. Se os direitos de valorização de ações não forem adquiridos
até que os empregados tenham concluído um período de serviço especificado, a entidade reconhecerá
os serviços recebidos e um passivo para pagar por esses serviços, à medida que os empregados prestam
serviços durante esse período.

33 O passivo será mensurado, inicialmente e no final de cada período de relatório até ser liquidado, pelo
valor justo dos direitos de valorização de ações aplicando um modelo de precificação de opções, levando
em consideração os termos e condições em que os direitos de valorização de ações foram concedidos e
a extensão em que os empregados prestaram serviços até a data.

Transações de pagamento baseadas em ações com alternativas de liquidação


à vista
34 Para transações de pagamento baseadas em ações em que os termos do acordo permitem à entidade
ou à contraparte uma escolha de liquidar a transação à vista (ou em outros ativos) ou por meio da
emissão de instrumentos de patrimônio, a entidade contabilizará essa transação, ou os componentes
dessa transação, como uma transação de pagamento baseada em ações liquidada à vista se, e na
medida em que, a entidade tiver incorrido em um passivo para liquidar à vista ou em outros ativos,
ou como uma transação de pagamento baseada em ações liquidada em instrumentos de patrimônio
se, e na medida em que, nenhum eventual passivo tenha sido incorrido.

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Transações de pagamento baseadas em ações em que os termos do


acordo permitem à contraparte uma escolha de liquidação
35 Se uma entidade tiver concedido à contraparte o direito de escolher se uma transação de pagamento
baseada em ações é liquidada à vista4 ou por meio da emissão de instrumentos de patrimônio, a entidade
concedeu um instrumento financeiro composto que inclui um componente de dívida (ou seja, o direito
da contraparte de exigir o pagamento à vista) e um componente de patrimônio líquido (ou seja, o
direito da contraparte de exigir a liquidação em instrumentos de patrimônio em vez de à vista). Para
transações com partes que não sejam empregados, em que o valor justo dos bens ou serviços recebidos
é mensurado diretamente, a entidade mensurará o componente de patrimônio líquido do instrumento
financeiro composto como a diferença entre o valor justo dos bens ou serviço recebidos e o valor justo
do componente de dívida, na data em que os bens ou serviços forem recebidos.

36 Para outras transações, incluindo transações com empregados, a entidade mensurará o valor justo do
instrumento financeiro composto na data de mensuração, levando em consideração os termos e condições
em que os direitos ao valor à vista ou aos instrumentos de patrimônio foram concedidos.

37 Para aplicar o parágrafo 36, a entidade mensurará primeiro o valor justo do componente de dívida e, a
seguir, mensurará o valor justo do componente de patrimônio líquido – levando em consideração que a
contraparte deve renunciar ao direito de receber valor à vista para receber o instrumento de patrimônio.
O valor justo do instrumento financeiro composto é a soma dos valores justos dos dois componentes.
Contudo, as transações de pagamento baseadas em ações em que a contraparte tem a escolha de liquidação
estão frequentemente estruturadas de modo que o valor justo de uma alternativa de liquidação é o
mesmo que o outro. Por exemplo, a contraparte pode ter a escolha de receber opções de compra de ações
ou direitos de valorização de ações liquidados à vista. Nesses casos, o valor justo do componente de
patrimônio líquido é zero e, portanto, o valor justo do instrumento financeiro composto é o mesmo que
o valor justo do componente de dívida. Por outro lado, se os valores justos das alternativas de liquidação
forem diferentes, o valor justo do componente de patrimônio líquido geralmente será superior a zero,
nesse caso o valor justo do instrumento financeiro composto será superior ao valor justo do componente
de dívida.

38 A entidade contabilizará separadamente os bens ou serviços recebidos ou adquiridos em relação a cada


componente do instrumento financeiro composto. Para o componente de dívida, a entidade reconhecerá
os bens ou serviços adquiridos e um passivo para pagar por esses bens ou serviços, à medida que a
contraparte fornece os bens ou presta serviços, de acordo com os requisitos que se aplicam a transações
de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista (parágrafos 30-33). Para o componente de patrimônio
líquido (se houver), a entidade reconhecerá os bens ou serviços recebidos e um aumento no patrimônio
líquido, à medida que a contraparte fornece bens ou presta serviços, de acordo com os requisitos que
se aplicam a transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio
(parágrafos 10-29).

39 Na data de liquidação, a entidade remensurará passivo em relação ao seu valor justo. Se a entidade emitir
instrumentos de patrimônio na liquidação em vez de pagar à vista, o passivo será transferido diretamente
ao patrimônio líquido, como contrapartida pelos instrumentos de patrimônio emitidos.

40 Se a entidade pagar à vista na liquidação em vez de emitir instrumentos de patrimônio, esse pagamento
será aplicado para liquidar o passivo integralmente. Qualquer componente de patrimônio líquido
previamente reconhecido permanecerá dentro do patrimônio líquido. Ao escolher receber um valor à
vista na liquidação, a contraparte renunciou ao direito de receber instrumentos de patrimônio. Entretanto,
esse requisito não impede que a entidade reconheça uma transferência dentro do patrimônio líquido, ou
seja, uma transferência de um componente patrimonial para outro.

4 Nos parágrafos 35-43, todas as referências a caixa incluem também outros ativos da entidade.

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Transações de pagamento baseadas em ações em que os termos do


acordo permitem à entidade uma escolha de liquidação
41 Para uma transação de pagamento baseada em ações em que os termos do acordo permitem à entidade uma
escolha de liquidar à vista ou por meio da emissão de instrumentos de patrimônio, a entidade determinará
se tem uma obrigação presente de liquidar à vista e contabilizará a transação de pagamento baseada em
ações da mesma forma. A entidade tem uma obrigação presente de liquidar à vista se a escolha de liquidação
em instrumentos de patrimônio não tiver substância comercial (por exemplo, pelo fato de a entidade estar
proibida legalmente de emitir ações) ou a entidade tiver uma prática passada ou uma política declarada
de liquidação à vista ou geralmente liquidar à vista sempre que a contraparte solicitar liquidação à vista.

42 Se a entidade tiver uma obrigação presente de liquidar à vista, ela contabilizará a transação de acordo
com os requisitos que se aplicam a transações de pagamento baseadas em ações, nos parágrafos 30‑33.

43 Se não houver essa obrigação, a entidade contabilizará a transação de acordo com os requisitos que se
aplicam às transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio, nos
parágrafos 10–29. Na liquidação:

(a) se a entidade escolher liquidar à vista, o pagamento à vista será contabilizado como a recompra de
uma participação, ou seja, como uma dedução do patrimônio líquido, exceto conforme observado
no item (c) abaixo.

(b) se a entidade escolher liquidar por meio da emissão de instrumentos de patrimônio, nenhuma
contabilização adicional é exigida (exceto uma transferência de um componente de patrimônio
líquido para outro, se necessário), exceto conforme observado no item (c) abaixo.

(c) se a entidade escolher a alternativa de liquidação com o maior valor justo, na data de liquidação, a
entidade reconhecerá uma despesa adicional para o valor excedente considerado, ou seja, a diferença
entre o valor à vista pago e o valor justo dos instrumentos de patrimônio que de outro modo teriam
sido emitidos, ou a diferença entre o valor justo dos instrumentos de patrimônio emitidos e o valor
à vista que de outro modo teria sido pago, o que for aplicável.

Transações de pagamento baseadas em ações entre entidades do grupo


(alterações de 2009)
43A Para transações de pagamento baseadas em ações entre entidades do grupo, em suas demonstrações
financeiras separadas ou individuais, a entidade que recebe os bens ou serviços mensurará os bens
ou serviços recebidos ou como uma transação de pagamento baseada em ações liquidadas à vista ou
liquidadas em instrumentos de patrimônio avaliando:

(a) a natureza dos prêmios concedidos, e

(b) seus próprios direitos e obrigações.

O valor reconhecido pela entidade que recebe os bens ou serviços pode ser diferente do valor reconhecido
pelo grupo consolidado ou por uma outra entidade do grupo que liquida a transação de pagamento baseada
em ações.

43B A entidade que recebe os bens ou serviços mensurará os bens ou serviços recebidos como uma transação
de pagamento baseada em ações liquidada em instrumentos de patrimônio quando:

(a) os prêmios concedidos forem os seus próprios instrumentos de patrimônio, ou

(b) a entidade não tiver obrigação de liquidar a transação de pagamento baseada em ações.

A entidade remensurará subsequentemente essa transação de pagamento baseada em ações liquidada


em instrumentos de patrimônio somente para mudanças em condições de aquisição de direito fora do

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mercado de acordo com os parágrafos 19–21. Em todas as outras circunstâncias, a entidade que recebe
os bens ou serviços mensurará os bens ou serviços recebidos como uma transação de pagamento baseada
em ações liquidada à vista.

43C A entidade que liquida uma transação de pagamento baseada em ações quando uma outra entidade do
grupo recebe os bens ou serviços reconhecerá a transação como uma transação de pagamento baseada em
ações liquidada em instrumentos de patrimônio somente se for liquidada nos próprios instrumentos de
patrimônio da entidade. Caso contrário, a transação será reconhecida como uma transação de pagamento
baseada em ações liquidada à vista.

43D Algumas transações do grupo envolvem acordos de restituição que requerem que uma entidade do grupo
pague uma outra entidade do grupo pela provisão dos pagamentos baseados em ações aos fornecedores
de bens ou serviços. Nesses casos, a entidade que recebe os bens ou serviços contabilizará a transação
de pagamento baseada em ações de acordo com o parágrafo 43B, independentemente de acordos de
restituição intragrupo.

Divulgações
44 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de demonstrações financeiras
entenderem a natureza e a extensão dos acordos de pagamento baseado em ações que existiam
durante o período.

45 Para cumprir o princípio no parágrafo 44, a entidade divulgará pelo menos os seguintes itens:

(a) uma descrição de cada tipo de acordo de pagamento baseado em ações que existiu em algum
momento durante o período, incluindo os termos e condições gerais de cada acordo, como, por
exemplo, os requisitos de aquisição de direito, o prazo máximo das opções concedidas e o método
de liquidação (por exemplo, se à vista ou em instrumentos de patrimônio). Uma entidade, com
tipos substancialmente similares de acordos de pagamento baseados em ações, pode agregar essas
informações, exceto se a divulgação separada de cada acordo for necessária para cumprir o disposto
no parágrafo 44.

(b) o número e o preço de exercício médio ponderado das opções de compra de ações para cada um
dos seguintes grupos de opções:

(i) em circulação no início do período;

(ii) concedidas durante o período;

(iii) prescritas durante o período;

(iv) exercidas durante o período;

(v) expiradas durante o período;

(vi) em circulação no final do período; e

(vii) exercíveis no final do período.

(c) para opções de compra de ações exercidas durante o período, o preço médio ponderado das ações
na data de exercício. Se as opções foram exercidas de forma regular ao longo do período, a entidade
pode, em vez disso, divulgar o preço de exercício médio ponderado das ações durante o período.

(d) para opções de compra de ações em circulação no final do período, a faixa de preços de exercício
e a vida contratual remanescente média ponderada. Se a faixa de preços de exercício for ampla, as
opções em circulação serão divididas em grupos que sejam significativos para avaliar o número e
o prazo em que ações adicionais possam ser emitidas e o valor à vista que possa ser recebido por
ocasião do exercício dessas opções.

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IFRS 2

46 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de demonstrações financeiras
entenderem como o valor justo dos bens ou serviços recebidos, ou o valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos durante o período, foi determinado.

47 Se a entidade tiver mensurado o valor justo de bens ou serviços recebidos como contrapartida por
instrumentos de patrimônio da entidade indiretamente, por referência ao valor justo dos instrumentos
de patrimônio concedidos, para cumprir o princípio no parágrafo 46, a entidade divulgará pelo menos
o seguinte:

(a) para opções de compra de ações concedidas durante o período, o valor justo médio ponderado
dessas opções na data de mensuração e as informações sobre como esse valor justo foi
mensurado, incluindo:

(i) o modelo de precificação de opções utilizado e as informações utilizadas na aplicação desse


modelo, incluindo o preço de exercício médio ponderado, preço de exercício, volatilidade
esperada, vida da opção, dividendos esperados, taxa de juros livres de risco e quaisquer
outras informações consideradas no modelo, incluindo o método utilizado e as premissas
feitas para incorporar os efeitos do exercício antecipado esperado;

(ii) como a volatilidade esperada foi determinada, incluindo uma explicação da extensão em que
a volatilidade esperada foi baseada na volatilidade histórica; e

(iii) se e como quaisquer outras características da concessão de opção foram incorporadas à


mensuração do valor justo, como, por exemplo, uma condição de mercado.

(b) para outros instrumentos de patrimônio concedidos durante o período (ou seja, exceto opções de
compra de ações), o número e o valor justo médio ponderado desses instrumentos de patrimônio
na data de mensuração e informações sobre como esse valor justo foi mensurado, incluindo:

(i) se o valor justo não foi mensurado com base em um preço de mercado, como ele
foi determinado;

(ii) se e como os dividendos esperados foram incorporados à mensuração do valor justo; e

(iii) se e como quaisquer outras características dos instrumentos de patrimônio concedidos foram
incorporadas à mensuração do valor justo.

(c) para acordos de pagamento baseado em ações que foram modificados durante o período:

(i) uma explicação dessas modificações;

(ii) o valor justo incremental concedido (como resultado dessas modificações); e

(iii) informações sobre como o valor justo incremental concedido foi mensurado, de forma
consistente com os requisitos definidos nos itens (a) e (b) acima, quando aplicável.

48 Se a entidade tiver mensurado diretamente o valor justo de bens ou serviços recebidos durante o período,
a entidade divulgará como esse valor justo foi determinado, por exemplo, se o valor justo foi mensurado
a um preço de mercado para esses bens ou serviços.

49 Se a entidade tiver refutado a premissa do parágrafo 13, ela divulgará esse fato e uma explicação do
motivo pelo qual a premissa foi refutada.

50 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de demonstrações financeiras
entenderem o efeito de transações de pagamento baseadas em ações em lucros e perdas da entidade
para o período e em sua posição financeira.

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51 Para cumprir o princípio no parágrafo 50, a entidade divulgará pelo menos os seguintes itens:

(a) a despesa total reconhecida para o período decorrente de transações de pagamento baseadas em
ações em que os bens ou serviços recebidos não se qualificavam para reconhecimento como ativos
e, portanto, foram reconhecidos imediatamente como uma despesa, incluindo a divulgação separada
dessa parte da despesa total proveniente de transações contabilizadas como transações de pagamento
baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio;

(b) para passivos provenientes de transações de pagamento baseadas em ações:

(i) o valor contábil total no final do período; e

(ii) o valor intrínseco total no final do período de passivos para os quais o direito da contraparte
a um valor à vista ou outros ativos tinha sido adquirido até o final do período (por exemplo,
direitos adquiridos de valorização de ações).

52 Se as informações que devem ser divulgadas de acordo com esta IFRS não cumprirem os princípios
nos parágrafos 44, 46 e 50, a entidade divulgará informações adicionais que sejam necessárias para
o cumprimento.

Disposições transitórias
53 Para transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio, a entidade
aplicará esta IFRS a concessões de ações, opções de compra de ações ou outros instrumentos de patrimônio
que foram concedidos após 7 de novembro de 2002, cujo direito ainda não tinha sido adquirido na data
de vigência desta IFRS.

54 A entidade é encorajada, mas não é obrigada, a aplicar esta IFRS a outras concessões de instrumentos de
patrimônio se tiver divulgado publicamente o valor justo desses instrumentos de patrimônio determinados
na data de mensuração.

55 Para todas as concessões de instrumentos de patrimônio aos quais esta IFRS é aplicada, a entidade
reapresentará as informações comparativas e, quando aplicável, ajustará o saldo de abertura de lucros
acumulados para o período mais antigo apresentado.

56 Para todas as concessões de instrumentos de patrimônio às quais esta IFRS não tenha sido aplicada (por
exemplo, instrumentos de patrimônio concedidos até 7 de novembro de 2002), a entidade divulgará,
contudo, as informações exigidas pelos parágrafos 44 e 45.

57 Se, após a vigência desta IFRS, uma entidade modificar os termos ou condições de uma concessão de
instrumentos de patrimônio à qual esta IFRS não tenha sido aplicada, a entidade, contudo, aplicará os
parágrafos 26–29 para contabilizar quaisquer eventuais modificações.

58 Para passivos decorrentes de transações de pagamento baseadas em ações existentes na data de vigência
desta IFRS, a entidade aplicará a IFRS retrospectivamente. Para esses passivos, a entidade reapresentará
as informações comparativas, incluindo o ajuste do saldo de abertura de lucros acumulados do período
mais antigo apresentado para o qual as informações comparativas tenham sido reapresentadas, exceto que
a entidade não está obrigada a reapresentar informações comparativas na extensão em que as informações
estejam relacionadas a um período ou data que seja anterior a 7 de novembro de 2002.

59 A entidade é encorajada, mas não é obrigada, a aplicar retrospectivamente a IFRS a outros passivos
decorrentes de transações de pagamento baseadas em ações, por exemplo, para passivos que foram
liquidados durante um período para o qual informações comparativas foram apresentadas.

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Data de vigência
60 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a IFRS para um período iniciado antes de
1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

61 A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) e Melhorias às IFRS, emitida em abril de 2009, alteraram o
parágrafo 5. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
julho de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008)
a um período anterior, as alterações também serão aplicadas a esse período anterior.

62 Uma entidade aplicará as seguintes alterações retrospectivamente em períodos anuais iniciados em ou


após 1º de janeiro de 2009:

(a) os requisitos nos parágrafos 21A em relação ao tratamento de condições de não aquisição de direito;

(b) as definições revisadas de aquisição de direito e “condições de aquisição de direito” no Apêndice A;

(c) as alterações nos parágrafos 28 e 28A em relação a cancelamentos.

A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essas alterações para um período iniciado
antes de 1º de janeiro de 2009, ela deverá divulgar esse fato.

63 Uma entidade aplicará as seguintes alterações feitas por Transações de Pagamento Baseadas em Ações
Liquidadas à Vista do Grupo emitida em junho de 2009 retrospectivamente, sujeita às disposições
transitórias nos parágrafos 53–59, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010:

(a) a alteração do parágrafo 2, a exclusão do parágrafo 3 e o acréscimo dos parágrafos 3A e 43A-43D


e dos parágrafos B45, B47, B50, B54, B56-B58 e B60 no Apêndice B referentes à contabilização
de transações entre entidades do grupo.

(b) as definições revisadas no Apêndice A dos seguintes termos:

yy acordo de pagamento baseado em ações, e

yy transação de pagamento baseada em ações liquidada à vista,

yy transação de pagamento baseada em ações liquidada em instrumentos de patrimônio,

yy transação de pagamento baseada em ações.

Se as informações necessárias para aplicação retrospectiva não estiverem disponíveis, uma entidade
refletirá em suas demonstrações financeiras separadas ou individuais os valores anteriormente
reconhecidos nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo. A aplicação antecipada é permitida.
Se uma entidade aplicar as alterações para um período iniciado antes de 1º de janeiro de 2010, ela deverá
divulgar esse fato.

63A A IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e a IFRS 11, emitidas em maio de 2011, alteraram
o parágrafo 5 e o Apêndice A. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a
IFRS 11.

Revogação de Interpretações
64 Transações de Pagamento Baseadas em Ações Liquidadas à Vista do Grupo, emitida em junho de 2009,
substitui a IFRIC 8 Alcance da IFRS 2 e a IFRIC 11 IFRS 2 – Transações de Ações do Grupo e em

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IFRS 2

Tesouraria. As alterações feitas por esse documento incorporaram os requisitos anteriores estabelecidos
na IFRIC 8 e na IFRIC 11, conforme abaixo:

(a) alterou-se o parágrafo 2 e acrescentou-se o parágrafo 13A referentes à contabilização de transações


nas quais a entidade não pode identificar especificamente alguns ou a totalidade dos bens ou serviços
recebidos. Esses requisitos estavam vigentes para períodos anuais iniciados em ou após 1º de maio
de 2006.

(b) acrescentou-se os parágrafos B46, B48, B49, B51–B53, B55, B59 e B61 no Apêndice B referentes
à contabilização de transações entre entidades do grupo. Esses requisitos estavam vigentes para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de março de 2007.

Esses requisitos foram aplicados retrospectivamente de acordo com os requisitos da IAS 8, sujeitos às
disposições transitórias da IFRS 2.

A96 ©
IFRS Foundation
IFRS 2

Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.5

acordo de pagamento baseado Um contrato entre a entidade (ou uma outra entidade do grupo5 ou qualquer
em ações acionista de qualquer entidade do grupo) e uma outra parte (incluindo um
empregado) que dá a essa outra parte o direito de receber
(a) caixa ou outros ativos da entidade por valores que são baseados no
preço (ou valor) de instrumentos de patrimônio (incluindo ações ou
opções de ações) da entidade ou de uma outra entidade do grupo, ou
(b) instrumentos de patrimônio (incluindo ações ou opções de ações)
da entidade ou de uma outra entidade do grupo,
desde que as condições de aquisição de direito especificadas, se houver,
sejam cumpridas.
adquirir o direito Passar a ter o direito. Conforme um acordo de pagamento baseado em
ações, o direito de uma contraparte de receber caixa, outros ativos ou
instrumentos de patrimônio da entidade é adquirido quando o direito da
contrapartida não estiver mais condicionado ao cumprimento de quaisquer
condições de aquisição de direito.
característica de concessão Um recurso que estabelece a concessão automática de opções adicionais
automática de ações sempre que o titular da opção exercer opções anteriormente
concedidas utilizando ações da entidade, e não caixa, para pagar o preço
de exercício.
condição de mercado Uma condição da qual depende o preço de exercício, a aquisição de direito
ou exercibilidade de um instrumento de patrimônio relacionada ao
preço de mercado dos instrumentos de patrimônio da entidade como,
por exemplo, atingir o preço de ação especificado ou um valor intrínseco
especificado de uma opção de ações, ou atingir uma meta especificada
baseada no preço de mercado dos instrumentos de patrimônio
da entidade, correspondente a um índice de preços de mercado de
instrumentos de patrimônio de outras entidades.
condições de aquisição de As condições que determinam se a entidade recebe os serviços que dão à
direito contraparte o direito de receber caixa, outros ativos ou instrumentos de
patrimônio da entidade, em virtude de um acordo de pagamento baseado
em ações. As condições de aquisição de direito são condições de serviço ou
condições de desempenho. Condições de serviço exigem que a contraparte
complete um período de serviço especificado. Condições de desempenho
exigem que a contraparte complete um período de serviço especificado
e alcance metas de desempenho especificadas (como, por exemplo,
um aumento especificado no lucro da entidade ao longo de um prazo
especificado). Uma condição de desempenho pode incluir uma condição
de mercado.

5 Um “grupo” é definido no Apêndice A da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas como “uma controladora e suas
subsidiárias” do ponto de vista da controladora final da entidade que reporta.

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data da concessão A data na qual a entidade e outra parte (incluindo um empregado) fecham
um acordo de pagamento baseado em ações, ou seja, quando a entidade
e a contraparte chegam a um consenso acerca dos termos e condições
do acordo. Na data de concessão, a entidade concede à contraparte o
direito de receber caixa, outros ativos ou instrumentos de patrimônio da
entidade, desde que as condições de aquisição de direito especificadas, se
houver, sejam cumpridas. Se esse acordo estiver sujeito a um processo de
aprovação (por exemplo, pelos acionistas), a data da concessão é a data em
que a aprovação é obtida.
data de mensuração A data em que o valor justo dos instrumentos de patrimônio
concedidos é mensurado para as finalidades desta IFRS. Para transações
com empregados e outros que prestam serviços similares, a data de
mensuração é a data de concessão. Para transações com outras partes que
não sejam empregados (e aqueles que prestam serviços similares), a data
de mensuração é a data em que a entidade obtém os bens ou a contraparte
presta o serviço.
empregados e outros que Pessoas que prestam serviços pessoais à entidade e (a) que sejam
prestam serviços similares consideradas como empregados para propósitos legais ou fiscais, (b) que
trabalham para a entidade, sob a sua direção, da mesma forma que as
pessoas consideradas empregados para propósitos legais ou fiscais, ou (c)
cujos serviços prestados sejam similares aos prestados por empregados.
Por exemplo, o termo abrange todo o pessoal da administração, ou seja, as
pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo planejamento, direção
e controle das atividades da entidade, incluindo diretores não executivos.
instrumento de patrimônio Um contrato que comprova uma participação residual nos ativos de uma
entidade, após a dedução de todos os seus passivos.6
instrumento de patrimônio O direito (condicional ou incondicional) a um instrumento de patrimônio
concedido da entidade, concedido pela entidade a outra parte, em virtude de um
acordo de pagamento baseado em ações.
opção de ações Um contrato que dá ao titular o direito, mas não a obrigação, de subscrever
ações da entidade, a um preço fixo ou determinável, por um período de
tempo especificado.
opção de concessão automática Uma nova opção de ações concedida, quando uma ação é usada para pagar
o preço de exercício de uma opção de ações anterior.
período de aquisição de direito O período durante o qual todas as condições de aquisição de direito
especificadas de um acordo de pagamento baseado em ações devem
ser satisfeitas.
transação de pagamento Uma transação na qual a entidade
baseada em ações
(a) recebe bens ou serviços do fornecedor desses bens ou serviços
(incluindo um empregado) em um acordo de pagamento baseado
em ações, ou
(b) incorre em uma obrigação de liquidar a transação com o fornecedor
em um acordo de pagamento baseado em ações quando uma outra
entidade do grupo recebe esses bens ou serviços.
6

6 A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro define um passivo como uma obrigação presente da
entidade decorrente de eventos passados, cuja liquidação se espera resultar em um fluxo de saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos da entidade (ou seja, um fluxo de saída de caixa ou de outros ativos
da entidade).

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transação de pagamento Uma transação na qual a entidade


baseada em ações
(a) recebe bens ou serviços do fornecedor desses bens ou serviços
(incluindo um empregado) em um acordo de pagamento baseado
em ações, ou
(b) incorre em uma obrigação de liquidar a transação com o fornecedor
em um acordo de pagamento baseado em ações quando uma outra
entidade do grupo recebe esses bens ou serviços.
transação de pagamento Uma transação de pagamento baseada em ações em que a entidade
baseada em ações liquidada à adquire bens ou serviços incorrendo em um passivo para transferir caixa ou
vista outros ativos ao fornecedor desses bens ou serviços, por valores baseados
no preço (ou valor) de instrumentos de patrimônio (incluindo ações ou
opções de ações) da entidade ou de uma outra entidade do grupo.
transação de pagamento Uma transação de pagamento baseada em ações na qual a entidade
baseada em ações liquidada
(a) recebe bens ou serviços como contrapartida por instrumentos de
em instrumentos de
patrimônio próprios (incluindo ações ou opções de ações), ou
patrimônio
(b) recebe bens ou serviços, mas não tem nenhuma obrigação de liquidar
a transação com o fornecedor.
valor intrínseco A diferença entre o valor justo das ações que a contraparte tem o direito
(condicional ou incondicional) de subscrever ou de receber e o preço (se
houver) que a contraparte é (ou será) obrigada a pagar por essas ações. Por
exemplo, uma opção de ações com um preço de exercício de UM 157 por
uma ação com valor justo de UM 20 tem um valor intrínseco de UM 5.
valor justo O valor pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado,
ou um instrumento de patrimônio concedido poderia ser trocado, entre
partes conhecedoras e interessadas, em uma transação em bases usuais
de mercado.
7

7 Neste apêndice, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda (UM)”.

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Estimativa do valor justo de instrumentos de patrimônio concedidos


B1 Os parágrafos B2-B41 deste apêndice discutem a mensuração do valor justo de ações e opções de compra
de ações concedidas, concentrando-se nos termos e condições específicas que são características comuns
de uma concessão de ações ou opções de compra de ações a empregados. Portanto, ele não é abrangente.
Além disso, como as questões de avaliação discutidas abaixo se concentram nas ações e opções de compra
de ações concedidas a empregados, presume-se que o valor justo de ações ou opções de compra de ações
seja mensurado na data de concessão. Contudo, muitas das questões de avaliação discutidas abaixo (por
exemplo, a determinação da volatilidade esperada) também se aplicam no contexto da estimativa do
valor justo de ações ou opções de compra de ações concedidas a partes que não sejam empregados, na
data em que a entidade obtém os bens ou a contraparte presta o serviço.

Ações

B2 Para ações concedidas a empregados, o valor justo das ações será mensurado pelo preço de mercado das
ações da entidade (ou um preço de mercado estimado, se a as ações da entidade não forem negociadas
publicamente), ajustadas para levar em consideração os termos e condições em que as ações foram
concedidas (exceto em relação às condições de aquisição de direito, que são excluídas da mensuração
do valor justo de acordo com os parágrafos 19-21).

B3 Por exemplo, se um empregado não tiver direito de receber dividendos durante o período de aquisição de
direito, esse fator será levado em consideração ao estimar o valor justo das ações concedidas. Da mesma
forma, se as ações estiverem sujeitas a restrições sobre transferência após a data de aquisição de direito,
esse fator será levado em consideração, mas somente na extensão em que as restrições pós‑aquisição
de direito afetarem o preço que um participante conhecedor e interessado pagaria por essa ação. Por
exemplo, se as ações forem negociadas ativamente em um mercado líquido, as restrições de transferência
pós-aquisição de direito podem ter pouco, se algum, efeito sobre o preço que um participante de mercado
conhecedor e interessado pagaria por essas ações. As restrições sobre transferência ou outras restrições
que existam durante o período de aquisição de direito não serão levadas em consideração ao estimar o
valor justo na data de concessão das ações concedidas, pois essas restrições se originam da existência
das condições de aquisição de direito, que são contabilizadas de acordo com os parágrafos 19-21.

Opções de ações

B4 Para opções de compra de ações concedidas a empregados, em muitos casos os preços de mercado não
estão disponíveis, pois as opções concedidas estão sujeitas a termos e condições que não se aplicam às
opções negociadas. Se não existirem opções negociadas com termos e condições similares, o valor justo
das opções concedidas será estimado aplicando-se um modelo de precificação de opções.

B5 A entidade considerará fatores que participantes de mercado conhecedores e interessados considerariam ao


selecionar o modelo de precificação de opções a ser aplicado. Por exemplo, muitas opções de empregados
possuem vidas longas, são geralmente exercíveis durante o período entre a data de aquisição de direito
e o fim da vida da opção e com frequência são exercidas antecipadamente. Esses fatores devem ser
considerados ao estimar o valor justo na data de concessão das opções. Para muitas entidades, isso poderia
impedir o uso da fórmula de Black-Scholes-Merton, que não considera a possibilidade de exercício
antes do final da vida da opção e pode não refletir adequadamente os efeitos do exercício antecipado
esperado. Ela também não considera a possibilidade de que a volatilidade esperada e outras informações
do modelo possam variar ao longo da vida da opção. Entretanto, para opções de compra de ações com
vidas contratuais relativamente curtas, ou que devem ser exercidas dentro de um curto período de tempo
após a data de aquisição de direito, os fatores identificados acima podem não ser aplicáveis. Nesses casos,

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a fórmula de Black-Scholes-Merton pode produzir um valor que seja substancialmente o mesmo que um
modelo de precificação de opções mais flexível.

B6 Todos os modelos de precificação de opções levam em consideração, no mínimo, os seguintes fatores:

(a) o preço de exercício da opção;

(b) o prazo de vida da opção;

(c) o preço atual das ações subjacentes;

(d) a volatilidade esperada do preço da ação;

(e) os dividendos esperados sobre as ações (se apropriado); e

(f) a taxa de juros livre de risco em relação ao prazo de vida da opção.

B7 Outros fatores que participantes de mercado conhecedores e interessados considerariam ao definir o


preço também serão levados em consideração (exceto em relação às condições de aquisição de direito e
características de concessão automática, que são excluídos da mensuração do valor justo de acordo com
os parágrafos 19-22).

B8 Por exemplo, uma opção de compra de ações concedida a um empregado geralmente não pode ser
exercida durante períodos especificados (por exemplo, durante o período de aquisição de direito ou
durante períodos especificados por reguladores do mercado de valores mobiliários). Esse fator será
levado em consideração se o modelo de precificação de opções aplicado presumir, de outro modo, que
a opção poderia ser exercida em qualquer ocasião durante sua vida. Entretanto, se uma entidade utilizar
um modelo de precificação de opções que avalie as opções que podem ser exercidas somente no final de
sua vida, nenhum ajuste para a incapacidade de exercê-las durante o período de aquisição de direito (ou
outros períodos durante a vida das opções) é exigido, pois o modelo presume que as opções não podem
ser exercidas durante esses períodos.

B9 Da mesma forma, outro fator comum para opções de compra de ações por empregados é a possibilidade
de exercício antecipado da opção, por exemplo, porque a opção não é livremente transferível ou porque o
empregado precisa exercer todas as opções cujo direito seja adquirido por ocasião da rescisão do contrato
de trabalho. Os efeitos do exercício antecipado esperado serão levados em consideração, conforme
discutido nos parágrafos B16-B21.

B10 Fatores que um participante de mercado conhecedor e interessado não consideraria ao estabelecer
o preço de uma opção de compra de ações (ou outro instrumento de patrimônio) não serão levados
em consideração ao estimar o valor justo das opções de compra de ações (ou outros instrumentos de
patrimônio) concedidas. Por exemplo, para opções de compra de ações concedidas a empregados, os
fatores que afetam o valor da opção apenas da perspectiva individual do empregado não são relevantes
para estimar o preço que seria definido por um participante de mercado conhecedor e interessado.

Informações dos modelos de precificação de opções

B11 Ao estimar a volatilidade esperada e os dividendos das ações subjacentes, o objetivo é aproximar as
expectativas que seriam refletidas em um preço de mercado atual ou preço de troca negociado para a
opção. Da mesma forma, ao estimar os efeitos do exercício antecipado de opções de compra de ações
por empregados, o objetivo é aproximar as expectativas que uma parte externa com acesso a informações
detalhadas sobre o comportamento de exercício de empregados desenvolveria com base nas informações
disponíveis na data de concessão.

B12 Com frequência é provável que haja uma faixa de expectativas razoáveis sobre a volatilidade futura,
dividendos e comportamento de exercício. Nesse caso, um valor esperado deve ser calculado, ponderando
cada valor dentro da faixa de acordo com a probabilidade de ocorrência.

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B13 As expectativas sobre o futuro são geralmente baseadas na experiência, modificadas se for razoavelmente
esperado que o futuro seja diferente do passado. Em algumas circunstâncias, fatores identificáveis podem
indicar que a experiência histórica não ajustada é um indicador relativamente deficiente de experiência
futura. Por exemplo, se uma entidade com duas linhas de negócios distintamente diferentes alienar aquela
que era significativamente menos arriscada que a outra, a volatilidade histórica pode não constituir as
melhores informações nas quais expectativas razoáveis para o futuro devem se basear.

B14 Em outras circunstâncias, as informações históricas podem não estar disponíveis. Por exemplo, uma
entidade recentemente listada em bolsa terá poucos dados históricos, se houver, sobre a volatilidade do
preço de suas ações. Entidades não listadas em bolsa ou listadas recentemente são discutidas mais adiante.

B15 Em resumo, uma entidade não deve simplesmente basear as estimativas de volatilidade, comportamento
de exercício e dividendos nas informações históricas, sem considerar a extensão em que se espera que
a experiência passada seja um indicador razoável da experiência futura.

Exercício antecipado esperado

B16 Os empregados com frequência exercem opções de compra de ações antecipadamente, por diversos
motivos. Por exemplo, as opções de compra de ações por empregados são geralmente não transferíveis.
Isso faz com que frequentemente os empregados exerçam suas opções de compra de ações
antecipadamente, pois essa é a única forma de os empregados liquidarem suas posições. Do mesmo
modo, os empregados que rescindem o contrato de trabalho são geralmente obrigados a exercer quaisquer
opções cujos direitos sejam adquiridos dentro de um curto período de tempo, caso contrário, as opções
de compra de ações prescrevem. Esse fator também causa o exercício antecipado de opções de compra
de ações por empregados. Outros fatores que causam o exercício antecipado são aversão a risco e falta
de diversificação de riqueza.

B17 Os meios pelos quais os efeitos do exercício antecipado esperado são levados em consideração dependem
do tipo do modelo de precificação de opções aplicado. Por exemplo, o exercício antecipado esperado
poderia ser levado em consideração utilizando uma estimativa da vida esperada da opção (que, para
uma opção de compra de ações por empregados, é o período de tempo a partir da data de concessão até
a data em que o exercício da opção é esperado) como uma informação do modelo de precificação de
opções (por exemplo, a fórmula de Black-Scholes-Merton). Alternativamente, o exercício antecipado
esperado pode ser modelado em um modelo de precificação de opções binomial ou similar que utilize a
vida contratual como uma informação.

B18 Fatores a serem considerados ao estimar o exercício antecipado incluem:

(a) a duração do período de aquisição de direito, pois a opção de compra de ações geralmente não
pode ser exercida até o final do período de aquisição de direito. Portanto, a determinação das
implicações da avaliação do exercício antecipado esperado é baseada na premissa de que o direito
às opções será adquirido. As implicações das condições de aquisição de direito são discutidas nos
parágrafos 19-21.

(b) a duração média de tempo que opções similares permaneceram em circulação no passado.

(c) o preço das ações subjacentes. A experiência pode indicar que os empregados tendem a exercer
opções quando o preço das ações alcança um nível especificado acima do preço de exercício.

(d) o nível do empregado dentro da organização. Por exemplo, a experiência pode indicar que
empregados de nível mais elevado tendem a demorar mais para exercer opções do que empregados
de nível mais baixo (discutido adiante no parágrafo B21).

(e) a volatilidade esperada das ações subjacentes. Em média, os empregados podem ter a tendência de
exercer opções em ações altamente voláteis antes do que em ações com baixa volatilidade.

B19 Conforme observado no parágrafo B17, os efeitos do exercício antecipado poderiam ser levados em
consideração utilizando uma estimativa da vida esperada da opção como uma informação do modelo de

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precificação de opções. Ao estimar a vida esperada de opções de compra de ações concedidas a um grupo
de empregados, a entidade poderia basear a estimativa na expectativa de vida média adequadamente
ponderada para todo o grupo de empregados ou nas vidas médias apropriadamente ponderadas para
subgrupos de empregados dentro do grupo, com base em dados mais detalhados sobre o comportamento
de exercício dos empregados (discutido mais adiante).

B20 A separação de uma concessão de opção em grupos para empregados com comportamento de exercício
relativamente homogêneo provavelmente será importante. O valor da opção não é uma função linear do
prazo da opção; o valor aumenta a uma taxa decrescente à medida que o prazo se prolonga. Por exemplo,
se todas as outras premissas forem iguais, embora uma opção de dois anos valha mais do que uma opção
de um ano, ela não vale duas vezes mais. Isso significa que calcular o valor da opção estimada com base
em uma única vida média ponderada, que inclui vidas individuais amplamente diferentes, causaria uma
superavaliação do valor justo total das opções de compra de ações concedidas. A separação das opções
concedidas em diversos grupos, cada uma delas tendo uma faixa de vida relativamente estreita incluída
em sua vida média ponderada, reduz essa superavaliação.

B21 Considerações similares se aplicam ao utilizar um modelo binomial ou similar. Por exemplo, a experiência
de uma entidade que concede opções de forma ampla, a todos os níveis de empregados, poderia indicar
que os executivos de alto escalão tendem a manter suas opções por mais tempo do que os empregados
de médio escalão, e que os empregados de nível mais baixo tendem a exercer suas opções antes que
qualquer outro grupo. Além disso, os empregados que são incentivados ou obrigados a manter um valor
mínimo dos instrumentos de patrimônio do seu empregador, incluindo opções, poderiam, em média,
demorar mais para exercer opções do que empregados não sujeitos a esse incentivo ou obrigação.
Nessas situações, a separação de opções por grupos de recebedores com comportamento de exercício
relativamente homogêneo resultará em uma estimativa mais precisa do valor justo total das opções de
compra de ações concedidas.

Volatilidade esperada

B22 A volatilidade esperada é a mensuração do valor pelo qual se espera que um preço flutue durante um
período. A mensuração da volatilidade utilizada nos modelos de precificação de opções é o desvio padrão
anualizado das taxas de retorno continuamente compostas em uma ação ao longo de um período de tempo.
A volatilidade é geralmente expressa em termos anualizados que são comparáveis independentemente do
período de tempo utilizado no cálculo, por exemplo, observações de preço diárias, semanais ou mensais.

B23 A taxa de retorno (que pode ser positiva ou negativa) em uma ação por um período mensura quanto um
acionista se beneficiou de dividendos e da valorização (ou desvalorização) do preço das ações.

B24 A volatilidade anualizada esperada de uma ação é a faixa dentro da qual se espera que a taxa de retorno
anual continuamente composta esteja dentro de aproximadamente dois terços do tempo. Por exemplo,
dizer que uma ação com uma taxa de retorno esperada continuamente composta de 12% tem uma
volatilidade de 30% significa que a probabilidade de que a taxa de retorno da ação para um ano esteja
entre -18% (12% – 30%) e 42% (12% + 30%) é aproximadamente dois terços. Se o preço da ação for
UM100 no início do ano e nenhum dividendo for pago, o preço da ação esperado no final do ano seria
entre UM83,53 (UM100 × e–0,18) e UM152,20 (UM100 × e0,42), aproximadamente dois terços do tempo.

B25 Fatores a serem considerados na estimativa da volatilidade esperada incluem:

(a) a volatilidade implícita de opções de compra de ações negociadas nas ações da entidade, ou outros
instrumentos negociados da entidade que incluem recursos de opções (como por exemplo, dívida
conversível), se houver.

(b) a volatilidade histórica do preço das ações ao longo do período mais recente que seja geralmente
compatível com o prazo esperado da opção (levando em consideração a vida contratual restante
da opção e os efeitos do exercício antecipado esperado).

(c) a duração de tempo que as ações de uma entidade foram negociadas publicamente. Uma entidade
recentemente listada em bolsa pode ter uma alta volatilidade histórica, em comparação com entidades

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similares que são listadas há mais tempo. Orientação adicional para entidades recentemente listadas
em bolsa é fornecida abaixo.

(d) a tendência da volatilidade reverter à sua média, ou seja, seu nível médio de longo prazo, e outros
fatores que indicam que a volatilidade futura esperada poderia diferir da volatilidade passada. Por
exemplo, se o preço de ações de uma entidade foi extraordinariamente volátil por algum período
de tempo identificável em decorrência de uma fracassada proposta de assunção de controle ou de
uma reestruturação importante, esse período pode ser desconsiderado no cálculo da volatilidade
anual média histórica.

(e) intervalos apropriados e regulares para observações de preço. As observações de preço devem ser
consistentes de período a período. Por exemplo, uma entidade pode utilizar o preço de fechamento
para cada semana ou o preço mais alto para a semana, mas não deve utilizar o preço de fechamento
para algumas semanas e o preço mais alto para outras semanas. Do mesmo modo, as observações
de preço devem ser expressas na mesma moeda que o preço de exercício.

Entidades recentemente listadas em bolsa

B26 Conforme observado no parágrafo B25, uma entidade deve considerar a volatilidade histórica do preço
da ação ao longo do período mais recente, que é geralmente compatível com o prazo de opção esperado.
Se uma entidade recentemente listada em bolsa não tiver informações suficientes sobre a volatilidade
histórica, ela deve, contudo, calcular a volatilidade histórica para o período mais longo para o qual a
atividade de negociação estiver disponível. Ela também poderia considerar a volatilidade histórica de
entidades similares seguindo um período comparável em suas vidas. Por exemplo, uma entidade que
está listada em bolsa há apenas um ano e concede opções com uma vida média esperada de cinco anos
poderia considerar o padrão e o nível de volatilidade histórica de entidades do mesmo setor para os
primeiros seis anos em que as ações dessas entidades foram negociadas publicamente.

Entidades não listadas em bolsa

B27 Uma entidade não listada em bolsa não terá informações históricas para considerar ao estimar a volatilidade
esperada. Alguns fatores a serem considerados são mencionados abaixo.

B28 Em alguns casos, uma entidade não listada em bolsa que regularmente emite opções ou ações a empregados
(ou outras partes) poderia ter estabelecido um mercado interno para suas ações. A volatilidade dos preços
dessas ações poderia ser considerada ao estimar a volatilidade esperada.

B29 Alternativamente, a entidade poderia considerar a volatilidade histórica ou implícita de entidades similares
listadas em bolsa, para as quais as informações de preço de ações ou preço de opções estão disponíveis,
ao estimar a volatilidade esperada. Isso seria apropriado se a entidade tiver baseado o valor de suas ações
nos preços das ações de entidades similares listadas em bolsa.

B30 Se a entidade não tiver baseado sua estimativa do valor de suas ações nos preços de ações de entidades
similares listadas em bolsa e, em vez disso, tiver utilizado outra metodologia de avaliação para avaliar suas
ações, a entidade poderia obter uma estimativa da volatilidade esperada consistente com essa metodologia
de avaliação. Por exemplo, a entidade poderia avaliar suas ações em uma base de ativo líquido ou ganhos.
Ela poderia considerar a volatilidade esperada desses valores de ativo líquido ou ganhos.

Dividendos esperados

B31 Determinar se os dividendos esperados devem ser levados em consideração ao mensurar o valor justo
de ações ou opções concedidas depende se a contraparte tem direito a dividendos ou equivalentes
de dividendos.

B32 Por exemplo, se empregados receberem opções e tiverem direito a dividendos sobre ações subjacentes
ou equivalentes de dividendos (que poderiam ser pagos à vista ou aplicados para reduzir o preço de
exercício) entre a data de concessão e a data de exercício, as opções concedidas devem ser avaliadas como

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se nenhum dividendo fosse pago sobre as ações subjacentes, ou seja, a contribuição para os dividendos
esperados deve ser zero.

B33 Da mesma forma, quando o valor justo na data de concessão de ações concedidas a empregados for
estimado, nenhum ajuste aos dividendos esperados é exigido se o empregado tiver direito a receber
dividendos pagos durante o período de aquisição de direito.

B34 Por outro lado, se os empregados não tiverem direito a dividendos ou equivalentes de dividendos durante
o período de aquisição de direito (ou antes do exercício, no caso de uma opção), a avaliação na data de
concessão dos direitos a ações ou opções de compra de ações deve levar em consideração os dividendos
esperados. Isso significa que quando o valor justo de uma concessão de opção for estimado, os dividendos
esperados devem ser incluídos na aplicação de um modelo de precificação de opções. Quando o valor
justo de uma concessão de ação for estimado, essa avaliação deve ser reduzida pelo valor presente dos
dividendos esperados a serem pagos durante o período de aquisição de direito.

B35 Os modelos de precificação de opções geralmente incluem o rendimento de dividendo esperado. Contudo,
os modelos podem ser modificados para usar um valor de dividendo esperado em vez de um rendimento.
Uma entidade pode usar seu rendimento esperado ou seus pagamentos esperados. Se a entidade utilizar
o último, ela deve considerar o comportamento histórico de aumentos em dividendos. Por exemplo, se
a política de uma entidade tem sido geralmente aumentar dividendos em aproximadamente 3% ao ano,
seu valor de opção estimado não deve presumir um valor de dividendo fixo ao longo da vida da opção,
a menos que haja evidência que suporte essa premissa.

B36 Geralmente, a premissa sobre os dividendos esperados deve ser baseada em informações disponíveis
publicamente. Uma entidade que não paga dividendos e não tem planos de fazê-lo deve presumir um
rendimento de dividendo esperado de zero. Entretanto, uma entidade emergente sem histórico de pagar
dividendos pode esperar começar a pagar dividendos durante as vidas esperadas de suas opções de compra
de ações por empregados. Essas entidades poderiam usar uma média de seu rendimento de dividendos
passado (zero) e o rendimento de dividendos médio de um grupo similar apropriadamente comparável.

Taxa de juros livre de risco

B37 Geralmente, a taxa de juros livre de risco é o rendimento implícito atualmente disponível em títulos
governamentais sem cupom de juros do país em cuja moeda o preço de exercício está expresso, com um
prazo restante igual ao prazo esperado da opção que está sendo avaliada (com base na vida contratual
restante da opção e levando em consideração os efeitos do exercício antecipado esperado). Pode ser
necessário utilizar um substituto apropriado, se não existir nenhuma emissão de títulos governamentais
ou circunstâncias indicarem que o rendimento implícito em emissões de títulos governamentais sem
cupom de juros não é representativo da taxa de juros livre de risco (por exemplo, em economias de
alta inflação). Além disso, um substituto apropriado deve ser utilizado se os participantes de mercado
geralmente determinarem a taxa de juros livre de risco utilizando esse substituto, em vez do rendimento
implícito de emissões de títulos governamentais sem cupom de juros, ao estimar o valor justo de uma
opção com uma vida igual ao prazo esperado da opção que está sendo avaliada.

Efeitos da estrutura de capital

B38 Geralmente, terceiros, não a entidade, subscrevem opções de compra de ações negociadas. Quando essas
opções de compra de ações forem exercidas, o subscritor entrega ações ao titular da opção. Essas ações
são adquiridas dos acionistas existentes. Portanto, o exercício de opções de compra de ações negociadas
não tem efeito diluível.

B39 Por outro lado, se as opções de compra de ações forem subscritas pela entidade, novas ações são emitidas
quando essas opções de compra de ações são exercidas (realmente emitidas ou emitidas em substância,
se ações anteriormente recompradas e mantidas em tesouraria são usadas). Considerando que as ações
serão emitidas pelo preço de exercício em vez do preço de mercado atual na data de exercício, essa
diluição real ou potencial poderia reduzir o preço das ações, de modo que o titular da opção não obteria

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IFRS 2

um ganho tão alto no exercício quanto no exercício de uma opção negociada similar que não dilua o
preço da ação.

B40 Se isso tem um efeito significativo sobre o valor das opções de compra de ações concedidas depende de
diversos fatores como, por exemplo, o número de novas ações que serão emitidas no exercício das opções
em comparação com o número de ações já emitidas. Além disso, se o mercado já espera a ocorrência
da concessão de opção, o mercado pode já ter considerado a possível diluição no preço da ação na data
de concessão.

B41 Entretanto, a entidade deve considerar se o possível efeito diluível do exercício futuro das opções de
compra de ações concedidas poderia ter um impacto sobre o seu valor justo estimado na data de concessão.
Os modelos de precificação de opções podem ser adaptados para levar em consideração esse possível
efeito diluível.

Modificações aos acordos de pagamento baseado em ações


liquidados em instrumentos de patrimônio
B42 O parágrafo 27 exige que, independentemente de quaisquer modificações aos termos e condições em que
os instrumentos de patrimônio foram concedidos, em um cancelamento ou liquidação dessa concessão
de instrumentos de patrimônio a entidade deve reconhecer no mínimo os serviços recebidos mensurados
pelo valor justo na data de concessão dos instrumentos de patrimônio concedidos, exceto se o direito
a esses instrumentos de patrimônio não for adquirido devido ao não cumprimento de uma condição de
aquisição de direito (outra condição que não seja uma condição de mercado) que foi especificada na data
de concessão. Além disso, a entidade deve reconhecer os efeitos de modificações que aumentem o valor
justo total do acordo de pagamento baseado em ações ou sejam de outro modo benéficas ao empregado.

B43 Os requisitos do parágrafo 27 devem ser aplicados:

(a) se a modificação aumentar o valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos (por exemplo,
reduzindo o preço de exercício), mensurados imediatamente antes e após a modificação, a entidade
incluirá o valor justo incremental concedido na mensuração do valor reconhecido para os serviços
recebidos como contrapartida pelos instrumentos de patrimônio concedidos. O valor justo
incremental concedido é a diferença entre o valor justo do instrumento de patrimônio modificado
e aquele do instrumento de patrimônio original, ambos estimados na data da modificação. Se a
modificação ocorrer durante o período de aquisição de direito, o valor justo incremental concedido
é incluído na mensuração do valor reconhecido para serviços recebidos no período desde a data
de modificação até a data em que os direitos aos instrumentos de patrimônio modificados forem
adquiridos, além do valor baseado no valor justo na data de concessão dos instrumentos de
patrimônio originais, que é reconhecido ao longo do restante do período original de aquisição de
direito. Se a modificação ocorrer após a data de aquisição de direito, o valor justo incremental
concedido é reconhecido imediatamente ou ao longo do período de aquisição de direito, se o
empregado for obrigado a concluir um período de serviço adicional antes de ter direito incondicional
a esses instrumentos de patrimônio modificados.

(b) da mesma forma, se a modificação aumentar o número de instrumentos de patrimônio concedidos,


a entidade incluirá o valor justo dos instrumentos de patrimônio adicionais concedidos, mensurados
na data da modificação, na mensuração do valor reconhecido para os serviços recebidos como
contrapartida pelos instrumentos de patrimônio concedidos, consistentemente com os requisitos no
item (a) acima. Por exemplo, se a modificação ocorrer durante o período de aquisição de direito, o
valor justo dos instrumentos de patrimônio adicionais concedidos é incluído na mensuração do valor
reconhecido pelos serviços recebidos ao longo do período a partir da data de modificação até a data
em que o direito aos instrumentos de patrimônio adicionais for adquirido, além do valor baseado
no valor justo na data de concessão dos instrumentos de patrimônio originalmente concedidos, que
é reconhecido ao longo do restante do período original de aquisição de direito.

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IFRS 2

(c) se a entidade modificar as condições de aquisição de direito de forma que seja benéfica ao
empregado, por exemplo, reduzindo o período de aquisição de direito, modificando ou eliminando
uma condição de desempenho (que não seja uma condição de mercado, cujas mudanças são
contabilizadas de acordo com o item (a) acima), a entidade levará em consideração as condições
modificadas de aquisição de direito ao aplicar os requisitos dos parágrafos 19-21.

B44 Além disso, se a entidade modificar os termos ou condições dos instrumentos de patrimônio concedidos
de uma forma que reduza o valor justo total do acordo de pagamento baseado em ações, ou que não seja de
outro modo benéfica ao empregado, a entidade, contudo, continuará a contabilizar os serviços recebidos
como contrapartida pelos instrumentos de patrimônio concedidos como se essa modificação não tivesse
ocorrido (exceto um cancelamento de alguns ou todos os instrumentos de patrimônio concedidos, que
serão contabilizados de acordo com o parágrafo 28). Por exemplo:

(a) se a modificação reduzir o valor justo dos instrumentos de patrimônio concedidos, mensurados
imediatamente antes e após a modificação, a entidade não levará em consideração essa redução
no valor justo e continuará a mensurar o valor reconhecido para os serviços recebidos como
contrapartida pelos instrumentos de patrimônio com base no valor justo na data de concessão dos
instrumentos de patrimônio concedidos.

(b) se a modificação reduzir o número de instrumentos de patrimônio concedidos a um empregado,


essa redução será contabilizada como um cancelamento dessa parte da concessão, de acordo com
os requisitos do parágrafo 28.

(c) se a entidade modificar as condições de aquisição de direito de uma forma que não seja benéfica
ao empregado, por exemplo, aumentando o período de aquisição de direito, modificando ou
adicionando uma condição de desempenho (que não seja uma condição de mercado, cujas mudanças
sejam contabilizadas de acordo com o item (a) acima), a entidade não levará em consideração as
condições modificadas de aquisição de direito ao aplicar os requisitos dos parágrafos 19-21.

Transações de pagamento baseadas em ações entre entidades do grupo


(alterações de 2009)
B45 Os parágrafos 43A-43C tratam da contabilização de transações de pagamento baseadas em ações
entre entidades do grupo em demonstrações financeiras separadas ou individuais de cada entidade. Os
parágrafos B46-B61 discutem como aplicar os requisitos dos parágrafos 43A-43C. Conforme observado
no parágrafo 43D, as transações de pagamento baseadas em ações entre entidades do grupo podem
ocorrer por uma série de motivos dependendo dos fatos e circunstâncias. Portanto, essa discussão não
é exaustiva e pressupõe que, quando a entidade que recebe os bens ou serviços não tem obrigação
de liquidar a transação, a transação é uma contribuição de capital da controladora para a subsidiária,
independentemente de quaisquer acordos de restituição intragrupo.

B46 Embora a discussão abaixo esteja concentrada em transações com empregados, ela também se aplica
a transações similares de pagamento baseado em ações com fornecedores de bens ou serviços que não
sejam empregados. Um acordo entre uma controladora e sua subsidiária pode exigir que a subsidiária
pague a controladora pelo fornecimento dos instrumentos de patrimônio aos empregados. A discussão
abaixo não trata sobre como contabilizar esse acordo de pagamento intragrupo.

B47 Quatro questões são comumente encontradas em transações de pagamento baseadas em ações entre
entidades do grupo. Para conveniência, os exemplos abaixo discutem as questões em termos de uma
controladora e sua subsidiária.

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Acordos de pagamento baseado em ações que envolvem instrumentos de patrimônio


da própria entidade

B48 A primeira questão é se as seguintes transações envolvendo os instrumentos de patrimônio da própria


entidade devem ser contabilizadas como liquidadas em instrumentos de patrimônio ou como liquidadas
à vista de acordo com os requisitos desta IFRS:

(a) uma entidade concede a seus empregados direitos a instrumentos de patrimônio da entidade
(por exemplo, opções de compra de ações) e escolhe ou é obrigada a comprar instrumentos de
patrimônio (ou seja, ações em tesouraria) de outra parte, para cumprir suas obrigações perante seus
empregados; e

(b) os empregados de uma entidade recebem direitos a instrumentos de patrimônio da entidade (por
exemplo, opções de compra de ações), da própria entidade ou de seus acionistas, e os acionistas
da entidade fornecem os instrumentos de patrimônio necessários.

B49 A entidade contabilizará transações de pagamento baseadas em ações nas quais recebe serviços como
contrapartida por seus próprios instrumentos de patrimônio como liquidadas em instrumentos de
patrimônio. Isso se aplica independentemente do fato de uma entidade escolher ou ser obrigada a comprar
esses instrumentos de patrimônio de outra parte para cumprir suas obrigações perante seus empregados,
de acordo com o acordo de pagamento baseado em ações. Também se aplica independentemente de:

(a) os direitos dos empregados a instrumentos de patrimônio da entidade terem sido concedidos pela
própria entidade ou por seus acionistas; ou

(b) o acordo de pagamento baseado em ações ter sido liquidado pela própria entidade ou por
seus acionistas.

B50 Se o acionista tem uma obrigação de liquidar a transação com os empregados de sua investida, ele
fornece instrumentos de patrimônio de sua investida em vez de seus próprios instrumentos de patrimônio.
Portanto, se a sua investida estiver no mesmo grupo que o acionista, de acordo com o parágrafo 43C,
o acionista mensurará sua obrigação de acordo com os requisitos aplicáveis a transações de pagamento
baseadas em ações liquidadas à vista nas demonstrações financeiras separadas do acionista e aquelas
aplicáveis a transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio nas
demonstrações financeiras consolidadas do acionista.

Acordos de pagamento baseado em ações que envolvem instrumentos de patrimônio


da controladora

B51 A segunda questão diz respeito a transações de pagamento baseadas em ações entre duas ou mais entidades
dentro do mesmo grupo envolvendo um instrumento de patrimônio de uma outra entidade do grupo.
Por exemplo, os empregados de uma subsidiária recebem direitos a instrumentos de patrimônio de sua
controladora como contrapartida pelos serviços prestados à subsidiária.

B52 Portanto, a segunda questão trata dos seguintes acordos de pagamento baseado em ações:

(a) uma controladora concede direitos aos seus instrumentos de patrimônio diretamente aos empregados
de sua subsidiária a controladora (não a subsidiária) tem a obrigação de fornecer os instrumentos
de patrimônio aos empregados da subsidiária; e

(b) uma subsidiária concede direitos a instrumentos de patrimônio de sua controladora aos seus
empregados: a subsidiária tem a obrigação de fornecer instrumentos de patrimônio aos
seus empregados.

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Uma controladora concede direitos a seus instrumentos de patrimônio aos empregados de


sua subsidiária [parágrafo B52(a])

B53 A subsidiária não tem obrigação de fornecer instrumentos de patrimônio de sua controladora aos
empregados da subsidiária. Portanto, de acordo com o parágrafo 43B, a subsidiária mensurará os serviços
recebidos de seus empregados de acordo com os requisitos aplicáveis a transações de pagamento baseadas
em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio e reconhecerá um aumento correspondente no
patrimônio líquido como uma contribuição da controladora.

B54 A controladora tem uma obrigação de liquidar a transação com os empregados da subsidiária fornecendo
os instrumentos de patrimônio da própria controladora. Portanto, de acordo com o parágrafo 43C, a
controladora mensurará sua obrigação de acordo com os requisitos aplicáveis a transações de pagamento
baseadas em ações liquidadas em instrumentos de patrimônio.

Uma subsidiária concede direitos a instrumentos de patrimônio de sua controladora aos


seus empregados [parágrafo B52(b)]

B55 Como a subsidiária não atende a nenhuma das condições do parágrafo 43B, ela contabilizará a transação
com seus empregados como liquidadas à vista. Esse requisito se aplica independentemente de como a
subsidiária obtém os instrumentos de patrimônio para cumprir suas obrigações perante seus empregados.

Acordos de pagamentos baseados em ações envolvendo pagamentos liquidados à


vista a empregados

B56 A terceira questão é como uma entidade que recebe bens ou serviços de seus fornecedores (inclusive
empregados) contabilizará acordos baseados em ações que são liquidados à vista quando a própria entidade
não tem qualquer obrigação de efetuar os pagamentos requeridos a seus fornecedores. Por exemplo,
considere os seguintes acordos em que a controladora (não a própria entidade) tem uma obrigação de
efetuar os pagamentos à vista requeridos aos empregados da entidade:

(a) os empregados da entidade receberão pagamentos à vista que estão vinculados ao preço de seus
instrumentos de patrimônio.

(b) os empregados da entidade receberão pagamentos à vista que estão vinculados ao preço de
instrumentos de patrimônio de sua controladora.

B57 A subsidiária não tem uma obrigação de liquidar a transação com seus empregados. Portanto, a
subsidiária contabilizará a transação com seus empregados como liquidadas em instrumentos de
patrimônio e reconhecerá um aumento correspondente no patrimônio líquido como uma contribuição
de sua controladora. A subsidiária remensurará o custo da transação subsequentemente para quaisquer
mudanças resultantes de condições de aquisição de direito fora do mercado que não estão sendo atendidas
de acordo com os parágrafos 19-21. Isso difere da mensuração da transação como liquidada à vista nas
demonstrações financeiras consolidadas do grupo.

B58 Como a controladora tem uma obrigação de liquidar a transação com os empregados, e a contrapartida é
em caixa, a controladora (e o grupo consolidado) mensurará sua obrigação de acordo com os requisitos
aplicáveis a transações de pagamento baseadas em ações liquidadas à vista no parágrafo 43C.

Transferência de empregados entre entidades do grupo

B59 A quarta questão diz respeito a acordos de pagamento baseados em ações do grupo que envolvem
empregados de mais de uma entidade do grupo. Por exemplo, uma controladora pode conceder direitos
a seus instrumentos de patrimônio aos empregados de suas subsidiárias, sujeita à conclusão do serviço
contínuo com o grupo por um período específico. Um empregado de uma subsidiária pode transferir o
contrato de trabalho para outra subsidiária durante o período de aquisição de direito especificado, sem
que sejam afetados os direitos do empregado a instrumentos de patrimônio da controladora, previstos
no acordo original de pagamento baseado em ações. Se as subsidiárias não têm obrigação de liquidar

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a transação de pagamento baseada em ações com seus empregados, elas contabilizam isso como uma
transação liquidada em instrumentos de patrimônio. Cada subsidiária mensurará os serviços recebidos
do empregado com base no valor justo dos instrumentos de patrimônio na data em que os direitos a
esses instrumentos de patrimônio foram originalmente concedidos pela controladora, conforme definido
no Apêndice A, e na proporção do período de aquisição de direito em que o empregado atuou em
cada subsidiária.

B60 Se a subsidiária tem uma obrigação de liquidar a transação com seus empregados em instrumentos de
patrimônio de sua controladora, ela contabiliza a transação como liquidada à vista. Cada subsidiária
mensurará os serviços recebidos com base no valor justo na data de concessão dos instrumentos de
patrimônio na proporção do período de aquisição de direito em que o empregado atuou em cada
subsidiária. Além disso, cada subsidiária reconhecerá qualquer mudança no valor justo dos instrumentos
de patrimônio durante o período de atuação do empregado em cada subsidiária.

B61 Esse empregado, após a transferência entre entidades do grupo, pode deixar de cumprir uma condição
para aquisição de direito que não seja uma condição de mercado, conforme definido no Apêndice A, por
exemplo, o empregado deixar o grupo antes de concluir o período de serviço. Nesse caso, visto que a
condição de aquisição de direito é o serviço para o grupo, cada subsidiária ajustará o valor anteriormente
reconhecido em relação aos serviços recebidos do empregado de acordo com os princípios do parágrafo 19.
Portanto, se os direitos a instrumentos de patrimônio concedidos pela controladora não forem adquiridos
devido ao não cumprimento por um empregado de uma condição para aquisição de direito que não seja
uma condição de mercado, nenhum valor é reconhecido de forma cumulativa para os serviços recebidos
desse empregado nas demonstrações financeiras de qualquer entidade do grupo.

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Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para demonstrações financeiras anuais que cobrem períodos
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, essas
alterações serão aplicadas para esse período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi emitida em 2004, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS 3

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 3

Combinações de Negócios
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 22 – Combinações de
Negócios, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em outubro
de 1998. A própria IAS 22 era uma versão revisada da IAS 22 – Combinações de Negócios que foi emitida em
novembro de 1983.

Em março de 2004, o IASB substituiu a IAS 22 e três Interpretações relacionadas (SIC-9 – Combinações de
Negócios – Classificação como Aquisição ou como Concentração de Interesses, SIC-22 – Combinações
de Negócios – Ajuste Subsequente dos Valores Justos e Ágio Informados Inicialmente e SIC-28 – Combinações de
Negócios – “Data de Troca” e Valor Justo de Instrumentos de Patrimônio) quando emitiu a IFRS 3 – Combinações
de Negócios.

Pequenas alterações foram feitas à IFRS 3 em março de 2004 pela IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para
Venda e Operações Descontinuadas e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada
em setembro de 2007), que alterou a terminologia utilizada nas IFRSs, inclusive na IFRS 3.

Em janeiro de 2008, o IASB emitiu uma IFRS 3 revisada. A IFRS 3 foi alterada pela Melhorias às IFRSs em maio
de 2010.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 3. Elas incluíram a IFRS 9 – Instrumentos
Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010), a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras
Consolidadas (emitida em maio de 2011), a IFRS 11 – Negócios em Conjunto (emitida em maio de 2011) e a
IFRS 13 – Mensurações do Valor Justo (emitida em maio de 2011).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 3
COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
IDENTIFICANDO UMA COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS 3
O MÉTODO DE AQUISIÇÃO 4
Identificando a adquirente 6
Determinando a data de aquisição 8
Reconhecendo e mensurando os ativos identificáveis adquiridos, os passivos
assumidos e qualquer participação de não controladores na adquirida 10
Princípio de reconhecimento 10
Condições de reconhecimento 11
Classificando ou designando ativos identificáveis adquiridos e passivos
assumidos em uma combinação de negócios 15
Princípio de mensuração 18
Exceções aos princípios de reconhecimento ou mensuração 21
Exceção ao princípio de reconhecimento 22
Exceções a ambos os princípios de reconhecimento e mensuração 24
Exceções ao princípio de mensuração 29
Reconhecendo e mensurando o ágio ou um ganho em uma compra vantajosa 32
Compras vantajosas 34
Contrapartida transferida 37
Contrapartida contingente 39
Orientação adicional para aplicação do método de aquisição
a tipos específicos de combinações de negócios 41
Combinação de negócios realizada em etapas 41
Combinação de negócios realizada sem transferência de contrapartida 43
Período de Mensuração 45
Determinando o que faz parte da transação de combinação de negócios 51
Custos relacionados à aquisição 53
MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO SUBSEQUENTES 54
Direitos readquiridos 55
Passivos contingentes 56
Ativos de indenização 57
Contrapartida contingente 58
DIVULGAÇÕES 59
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 64
Data de vigência 64
Transição 65
Impostos sobre a renda 67
REVOGAÇÃO DA IFRS 3 (2004) 68

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APÊNDICES:
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 3 EMITIDA EM JANEIRO DE 2008


BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
APÊNDICE
Alterações à orientação sobre outras IFRSs
COMPARAÇÃO ENTRE A IFRS 3 (TAL COMO REVISADA EM 2008) E A SFAS 141(R)
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 3 – Combinações de Negócios (IFRS 3) é definida nos
parágrafos 1-68 e Apêndices A-C. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A encontram-se em itálico na primeira vez em
que aparecem na IFRS. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 3 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 3 – Combinações de Negócios (IFRS 3) é parte de
um esforço conjunto do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) e do Conselho de
Normas de Contabilidade Financeira dos EUA (US Financial Accounting Standards Board – FASB), no
sentido de melhorar o relatório financeiro e, ao mesmo tempo, promover a convergência internacional
das normas de contabilidade. Cada conselho decidiu tratar da contabilização de combinações de negócios
em duas fases. O IASB e o FASB deliberaram sobre a primeira fase separadamente. O FASB concluiu sua
primeira fase em junho de 2001, emitindo o Pronunciamento FASB 141 – Combinações de Negócios.
O IASB concluiu sua primeira fase em março de 2004, emitindo a versão anterior da IFRS 3 – Combinações
de Negócios. A principal conclusão dos conselhos na primeira fase foi a de que praticamente todas as
combinações de negócios são aquisições. Consequentemente, os conselhos decidiram exigir o uso de
um método de contabilização de combinações de negócios – o método de aquisição.

IN2 A segunda fase do projeto abrangeu orientação para a aplicação do método de aquisição. Os conselhos
decidiram que uma melhoria significativa no relatório financeiro poderia ser alcançada se tivessem
normas similares para a contabilização de combinações de negócios. Portanto, eles decidiram conduzir
a segunda fase do projeto como um esforço conjunto, com o objetivo de chegar às mesmas conclusões.
Os conselhos concluíram a segunda fase do projeto emitindo esta IFRS e o Pronunciamento FASB Nº
141 (revisado em 2007) Combinações de Negócios e as respectivas alterações à IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Separadas e ao Pronunciamento FASB Nº 160 – Participações de Não
Controladores em Demonstrações Financeiras Consolidadas.1

IN3 Esta IFRS substitui a IFRS 3 (tal como emitida em 2004) e se aplica a combinações de negócios cuja
data de aquisição seja em ou após o início do primeiro período de relatório anual iniciado em ou após 1º
de julho de 2009. A aplicação antecipada é permitida, desde que a IAS 27 (tal como alterada em 2008)
seja aplicada ao mesmo tempo.

Principais características da IFRS


IN4 O objetivo da IFRS é aumentar a relevância, confiabilidade e comparabilidade das informações fornecidas
nas demonstrações financeiras por uma entidade, sobre uma combinação de negócios e seus efeitos. Ela
o faz estabelecendo princípios e requisitos sobre como a adquirente deve:

(a) reconhecer e mensurar, em suas demonstrações financeiras, os ativos identificáveis adquiridos, os


passivos assumidos e qualquer participação de não controladores na adquirida;

(b) reconhecer e mensurar o ágio adquirido na combinação de negócios ou um ganho em uma compra
vantajosa; e

(c) determinar quais informações divulgar para permitir aos usuários de demonstrações financeiras
avaliarem a natureza e os efeitos financeiros da combinação de negócios.

Princípio essencial
IN5 A adquirente de um negócio reconhece os ativos adquiridos e os passivos assumidos pelos seus valores
justos na data de aquisição e divulga informações que permitam aos usuários avaliarem a natureza e os
efeitos financeiros da aquisição.

1 Os requisitos para demonstrações financeiras consolidadas da IAS 27 foram substituídos pela IFRS 10 – Demonstrações Financeiras
Consolidadas, emitida em maio de 2011. O tópico 810 – Consolidação da Codificação de Normas de Contabilidade do FASB®
codificou a orientação da SFAS 160.

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Aplicando o método de aquisição


IN6 Uma combinação de negócios será contabilizada pela aplicação do método de aquisição, a menos que
se trate de uma combinação envolvendo entidades ou negócios sob controle comum ou a adquirida seja
uma subsidiária de uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas, que deva ser mensurada ao valor justo por meio do resultado. Uma das partes
de uma combinação de negócios pode sempre ser identificada como a adquirente, que é a entidade que
obtém o controle do outro negócio (a adquirida). Formações de um empreendimento em conjunto ou a
aquisição de um ativo ou grupo de ativos que não constituem um negócio não caracterizam combinações
de negócios.

IN7 A IFRS estabelece princípios para o reconhecimento e mensuração de ativos identificáveis adquiridos,
passivos assumidos e qualquer participação de não controladores na adquirida. Quaisquer classificações
ou designações no reconhecimento desses itens devem ser feitas de acordo com os termos contratuais, as
condições econômicas, as políticas operacionais ou contábeis da adquirente e outros fatores existentes
na data de aquisição.

IN8 Cada ativo e passivo identificável é mensurado pelo seu valor justo na data de aquisição. Participações
de não controladores em uma adquirida que sejam participações societárias presentes e que concedam a
seus titulares direito a uma parcela proporcional nos ativos líquidos da entidade, no caso de liquidação,
são mensuradas ao valor justo ou com base na parcela proporcional da participação acionária presente
nos valores reconhecidos dos ativos líquidos identificáveis da adquirida. Todos os outros componentes
de participações de não controladores serão mensurados aos seus valores justos na data de aquisição,
exceto se uma outra base de mensuração for requerida pelas IFRSs.

IN9 A IFRS estabelece exceções limitadas a esses princípios de reconhecimento e mensuração:

(a) Arrendamentos e contratos de seguro devem ser classificados com base nos termos contratuais e
em outros fatores existentes no momento da celebração do contrato (ou quando os termos forem
alterados), e não com base em fatores existentes na data de aquisição.

(b) Apenas os passivos contingentes assumidos em uma combinação de negócios que constituam uma
obrigação presente, e que possam ser mensurados de forma confiável, são reconhecidos.

(c) Alguns ativos e passivos devem ser reconhecidos ou mensurados de acordo com outras IFRSs e não
pelo valor justo. Os ativos e passivos afetados são aqueles que se enquadram no alcance da IAS 12 –
Impostos sobre a Renda, da IAS 19 – Benefícios aos Empregados, da IFRS 2 – Pagamento Baseado
em Ações e da IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas.

(d) Há requisitos especiais para a mensuração de um direito readquirido.

(e) Ativos de indenização são reconhecidos e mensurados de uma forma que seja consistente com o
item sujeito à indenização, ainda que essa mensuração não represente o valor justo.

IN10 A IFRS exige que a adquirente, tendo reconhecido os ativos identificáveis, os passivos e quaisquer
participações de não controladores, identifique quaisquer diferenças entre:

(a) o total da contrapartida transferida, qualquer participação de não controladores na adquirida e, em


uma combinação de negócios realizada em etapas, o valor justo na data de aquisição da participação
patrimonial detida anteriormente pela adquirente na adquirida, e

(b) os ativos líquidos identificáveis adquiridos.

A diferença será geralmente reconhecida como ágio. Se a adquirente tiver obtido um ganho em uma
compra vantajosa, esse ganho será reconhecido em lucros e perdas.

IN11 A contrapartida transferida em uma combinação de negócios (incluindo qualquer contrapartida


contingente) é mensurada pelo valor justo.

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IFRS 3

IN12 Em geral, a adquirente mensura e contabiliza ativos adquiridos e passivos assumidos ou incorridos em
uma combinação de negócios após essa combinação de negócios ter sido concluída de acordo com outras
IFRSs aplicáveis. Contudo, a IFRS estabelece requisitos de contabilização para direitos readquiridos,
passivos contingentes, contrapartida contingente e ativos de indenização.

Divulgação
IN13 A IFRS exige que a adquirente divulgue informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações
financeiras avaliarem a natureza e o efeito financeiro de combinações de negócios ocorridas durante o
período de relatório corrente ou após a data do relatório, mas antes que a emissão das demonstrações
financeiras seja autorizada. Após uma combinação de negócios, a adquirente deve divulgar quaisquer
ajustes reconhecidos no período de relatório corrente que sejam relacionados a combinações de negócios
ocorridas no período de relatório corrente ou em períodos anteriores.

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IFRS 3

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 3


Combinações de Negócios

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é aumentar a relevância, confiabilidade e comparabilidade das informações
fornecidas nas demonstrações financeiras pela entidade que reporta, sobre uma combinação de negócios
e seus efeitos. Para alcançá-lo, esta IFRS estabelece princípios e requisitos sobre como a adquirente deve:

(a) reconhecer e mensurar, em suas demonstrações financeiras, os ativos identificáveis adquiridos, os


passivos assumidos e qualquer participação de não controladores na adquirida;

(b) reconhecer e mensurar o ágio adquirido na combinação de negócios ou um ganho em uma compra
vantajosa; e

(c) determinar quais informações divulgar para permitir aos usuários de demonstrações financeiras
avaliarem a natureza e os efeitos financeiros da combinação de negócios.

Alcance
2 Esta IFRS se aplica a uma transação ou outro evento que se enquadre na definição de combinação de
negócios. Esta IFRS não se aplica a:

(a) formação de um empreendimento em conjunto (joint venture).

(b) aquisição de um ativo ou grupo de ativos que não constituam um negócio. Nesses casos, a adquirente
deverá identificar e reconhecer os ativos individuais identificáveis adquiridos (inclusive aqueles que
se enquadrem na definição e nos critérios de reconhecimento de ativos intangíveis da IAS 38 – Ativos
Intangíveis) e passivos assumidos. O custo do grupo será alocado aos ativos e passivos individuais
identificáveis com base em seus valores justos relativos na data da aquisição. Essa transação ou
evento não origina um ágio.

(c) uma combinação de entidades ou negócios sob controle comum (os parágrafos B1-B4 fornecem uma
orientação de aplicação sobre esse assunto).

2A Os requisitos desta Norma não se aplicam à aquisição por uma entidade de investimento, conforme
definido na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, de um investimento em uma subsidiária
que deva ser mensurado ao valor justo por meio do resultado.

Identificação de uma combinação de negócios


3 A entidade determinará se uma transação ou outro evento é uma combinação de negócios aplicando
a definição contida nesta IFRS, de que os ativos adquiridos e os passivos assumidos constituem um
negócio. Se os ativos adquiridos não constituírem um negócio, a entidade que reporta contabilizará
a transação ou outro evento como uma aquisição de ativos. Os parágrafos B5-B12 fornecem
orientação sobre a identificação de uma combinação de negócios e a definição de negócio.

O método de aquisição
4 A entidade contabilizará cada combinação de negócios aplicando o método de aquisição.

5 A aplicação do método de aquisição exige:

(a) a identificação da adquirente;

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IFRS 3

(b) a determinação da data de aquisição;

(c) o reconhecimento e a mensuração de ativos identificáveis adquiridos, passivos assumidos e qualquer


participação de não controladores na adquirida; e

(d) o reconhecimento e a mensuração do ágio ou de um ganho em uma compra vantajosa.

Identificando a adquirente
6 Para cada combinação de negócios, uma das entidades combinadas será identificada como
a adquirente.

7 A orientação da IFRS 10 será utilizada para identificar a adquirente – a entidade que obtém o controle de
outra entidade, ou seja, a adquirida. Se uma combinação de negócios tiver ocorrido, mas a aplicação da
orientação da IFRS 10 não indicar claramente qual das entidades combinantes é a adquirente, os fatores
contidos nos parágrafos B14-B18 serão considerados para efetuar essa determinação.

Determinando a data de aquisição


8 A adquirente identificará a data de aquisição, que é a data em que ela obtém o controle da adquirida.

9 A data em que a adquirente obtém o controle da adquirida é geralmente a data em que a adquirente
transfere legalmente a contrapartida, adquire os ativos e assume os passivos da adquirida – a data de
fechamento. Contudo, a adquirente pode obter o controle em uma data que seja anterior ou posterior
à data de fechamento. Por exemplo, a data de aquisição precede a data de fechamento se um contrato
por escrito dispuser que a adquirente obtém o controle da adquirida em uma data anterior à data de
fechamento. A adquirente considerará todos os fatos e circunstâncias pertinentes na identificação da data
de aquisição.

Reconhecendo e mensurando os ativos identificáveis adquiridos, os


passivos assumidos e qualquer participação de não controladores na
adquirida
Princípio de reconhecimento

10 Na data de aquisição, a adquirente reconhecerá, separadamente do ágio, os ativos identificáveis


adquiridos, os passivos assumidos e qualquer participação de não controladores na adquirida.
O reconhecimento de ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos está sujeito às condições
especificadas nos parágrafos 11 e 12.

Condições de reconhecimento

11 Para se qualificarem para reconhecimento como parte da aplicação do método de aquisição, os ativos
identificáveis adquiridos e passivos assumidos devem atender às definições de ativos e passivos da
Estrutura Conceitual2 para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras na data de
aquisição. Por exemplo, custos que a adquirente espera, mas não é obrigada a, incorrer no futuro para
concretizar seu plano de encerrar uma atividade da adquirida ou de dispensar ou transferir empregados
da adquirida não constituem passivos na data de aquisição. Portanto, a adquirente não reconhece esses
custos como parte da aplicação do método de aquisição. Em vez disso, a adquirente reconhece esses
custos em suas demonstrações financeiras pós-combinação de acordo com outras IFRSs.

12 Além disso, para se qualificarem para reconhecimento como parte da aplicação do método de aquisição,
os ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos devem ser parte do que a adquirente e a adquirida

2 A Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASC foi adotada pelo IASB em 2001.
Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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(ou seus antigos sócios) trocaram na transação de combinação de negócios, e não o resultado de transações
separadas. A adquirente aplicará a orientação nos parágrafos 51-53 para determinar quais ativos adquiridos
ou passivos assumidos são parte da troca para a adquirida e quais, se houver, são resultado de transações
separadas a serem contabilizadas de acordo com sua natureza e com as IFRSs aplicáveis.

13 A aplicação, pela adquirente, do princípio e das condições de reconhecimento pode resultar no


reconhecimento de alguns ativos e passivos que a adquirida não tinha reconhecido anteriormente como
ativos e passivos em suas demonstrações financeiras. Por exemplo, a adquirente reconhece os ativos
intangíveis identificáveis adquiridos, como um nome de marca, uma patente ou um vínculo com um
cliente, que a adquirida não reconheceu como ativos em suas demonstrações financeiras porque os
desenvolveu internamente e lançou os respectivos custos como despesas.

14 Os parágrafos B28-B40 fornecem orientação sobre o reconhecimento de arrendamentos operacionais


e ativos intangíveis. Os parágrafos 22-28 especificam os tipos de ativos e passivos identificáveis
que incluem itens para os quais esta IFRS estabelece exceções limitadas ao princípio e condições
de reconhecimento.

Classificando ou designando ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos em uma


combinação de negócios

15 Na data de aquisição, a adquirente classificará ou designará os ativos identificáveis adquiridos e


passivos assumidos como necessários para a aplicação posterior de outras IFRSs. A adquirente
efetuará essas classificações ou designações com base nos termos contratuais, nas condições
econômicas, em suas políticas operacionais ou contábeis e em outras condições pertinentes existentes
na data de aquisição.

16 Em algumas situações, as IFRSs estabelecem contabilizações diferentes dependendo de como a entidade


classifica ou designa um ativo ou passivo em particular. Exemplos de classificações ou designações que
a adquirente efetuará com base nas condições pertinentes, conforme existentes na data de aquisição,
incluem, entre outros:

(a) classificação de ativos e passivos financeiros específicos como mensurados ao valor justo ou ao
custo amortizado, de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros;

(b) designação de um instrumento derivativo como instrumento de cobertura de acordo com a IAS 39; e

(c) avaliação se um derivativo embutido deve ser separado de um contrato principal de acordo com a
IFRS 9 (que é uma questão de “classificação”, conforme esse termo é utilizado nesta IFRS).

17 Esta IFRS prevê duas exceções ao princípio do parágrafo 15:

(a) classificação de um contrato de arrendamento como um arrendamento operacional ou um


arrendamento financeiro de acordo com a IAS 17 – Arrendamentos; e

(b) classificação de um contrato como um contrato de seguro de acordo com a IFRS 4 – Contratos
de Seguro.

A adquirente classificará esses contratos com base nos termos contratuais e em outros fatores por ocasião
da celebração do contrato (ou, se os termos do contrato tiverem sido modificados de forma a alterar sua
classificação, na data dessa modificação, que pode ser a data de aquisição).

Princípio de mensuração

18 A adquirente mensurará os ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos pelos seus valores
justos na data de aquisição.

19 Para cada combinação de negócios, a adquirente mensurará, na data de aquisição, componentes de


participações de não controladores na adquirida que sejam participações societárias presentes e que

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IFRS 3

concedam a seus titulares direito a uma parcela proporcional nos ativos líquidos da entidade no caso
de liquidação:

(a) ao valor justo; ou

(b) com base na parcela proporcional das participações societárias presentes nos valores reconhecidos
dos ativos líquidos identificáveis da adquirida.

Todos os outros componentes de participações de não controladores serão mensurados aos seus valores
justos na data de aquisição, exceto se uma outra base de mensuração for requerida pelas IFRSs.

20 Os parágrafos 24-31 especificam os tipos de ativos e passivos identificáveis que incluem itens para os
quais esta IFRS estabelece exceções limitadas ao princípio de mensuração.

Exceções aos princípios de reconhecimento ou mensuração

21 Esta IFRS estabelece exceções limitadas a seus princípios de reconhecimento e mensuração. Os parágrafos
22-31 especificam tanto os itens específicos para os quais as exceções são previstas e a natureza dessas
exceções. A adquirente contabilizará esses itens aplicando os requisitos dos parágrafos 22–31, que
resultarão em alguns itens sendo:

(a) reconhecidos pela aplicação das condições de reconhecimento adicionais àquelas dos parágrafos
11 e 12 ou pela aplicação dos requisitos de outras IFRSs, com resultados que diferem da aplicação
do princípio e condições de reconhecimento.

(b) mensurados por valores diferentes de seus valores justos na data de aquisição.

Exceção ao princípio de reconhecimento


Passivos contingentes

22 A IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes define um passivo contingente como:

(a) uma possível obrigação decorrente de eventos passados e cuja existência somente será confirmada
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos, não totalmente dentro do controle
da entidade; ou

(b) uma obrigação presente que decorre de eventos passados, mas não é reconhecida porque:

(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos seja exigida,
a fim de liquidar a obrigação; ou

(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com confiabilidade suficiente.

23 Os requisitos da IAS 37 não são aplicáveis na determinação de quais passivos contingentes devem ser
reconhecidos na data de aquisição. Em vez disso, a adquirente reconhecerá na data de aquisição um
passivo contingente assumido em uma combinação de negócios quando se tratar de uma obrigação
presente decorrente de eventos passados e seu valor justo puder ser mensurado de forma confiável.
Portanto, ao contrário da IAS 37, a adquirente reconhece um passivo contingente assumido em uma
combinação de negócios na data de aquisição, ainda que não seja provável que um fluxo de saída de
recursos que incorporem benefícios econômicos será exigido para liquidar a obrigação. O parágrafo 56
fornece orientação sobre a contabilização posterior de passivos contingentes.

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IFRS 3

Exceções a ambos os princípios de reconhecimento e mensuração


Impostos sobre a renda

24 A adquirente reconhecerá e mensurará um imposto diferido ativo ou passivo decorrente dos ativos
adquiridos e passivos assumidos em uma combinação de negócios de acordo com a IAS 12 – Impostos
sobre a Renda.

25 A adquirente contabilizará os possíveis efeitos fiscais de diferenças temporárias e prejuízos fiscais a


compensar de uma adquirida existentes na data de aquisição ou resultantes da aquisição de acordo com
a IAS 12.

Benefícios aos empregados

26 A adquirente reconhecerá e mensurará um passivo (ou ativo, se houver) relacionado aos acordos de
benefícios aos empregados da adquirida de acordo com a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

Ativos de indenização

27 A vendedora em uma combinação de negócios pode indenizar contratualmente a adquirente pelo


resultado de uma contingência ou incerteza relacionada à totalidade ou parte de um ativo ou passivo
específico. Por exemplo, a vendedora pode indenizar a adquirente por perdas acima de um determinado
valor sobre um passivo decorrente de uma contingência específica; em outras palavras, a vendedora
garantirá que a obrigação da adquirente não exceda um determinado valor. Como resultado, a adquirente
obtém um ativo de indenização. A adquirente reconhecerá um ativo de indenização ao mesmo tempo
em que reconhecer o item indenizado, mensurado da mesma forma que o item indenizado, podendo ser
necessária uma provisão para perdas para valores incobráveis. Portanto, se a indenização se referir a um
ativo ou passivo reconhecido na data de aquisição e mensurado pelo seu valor justo na data de aquisição,
a adquirente reconhecerá o ativo de indenização na data de aquisição, mensurado pelo seu valor justo na
data de aquisição. Para um ativo de indenização mensurado pelo valor justo, os efeitos da incerteza sobre
fluxos de caixa futuros devido a considerações sobre cobrabilidade são incluídos na mensuração ao valor
justo, não sendo necessária uma provisão para perdas separada (o parágrafo B41 fornece orientação de
aplicação sobre esse assunto).

28 Em algumas circunstâncias, a indenização pode corresponder a um ativo ou passivo que seja uma exceção
aos princípios de reconhecimento ou mensuração. Por exemplo, uma indenização pode corresponder a um
passivo contingente que não seja reconhecido na data de aquisição porque seu valor justo não pode ser
mensurado de forma confiável naquela data. Alternativamente, uma indenização pode corresponder a um
ativo ou passivo que, por exemplo, resulte de um benefício ao empregado que não seja mensurado com
base no valor justo na data de aquisição. Nessas circunstâncias, o ativo de indenização será reconhecido e
mensurado utilizando-se suposições consistentes com aquelas utilizadas para mensurar o item indenizado,
sujeita à avaliação da administração sobre a cobrabilidade do ativo de indenização e quaisquer limitações
contratuais sobre o valor indenizado. O parágrafo 57 fornece orientação sobre a contabilização posterior
de um ativo de indenização.

Exceções ao princípio de mensuração


Direitos readquiridos

29 A adquirente mensurará o valor de um direito readquirido reconhecido como um ativo intangível com
base no prazo contratual restante do contrato correspondente, independentemente se os participantes do
mercado levariam em consideração possíveis renovações contratuais ao mensurar seu valor justo. Os
parágrafos B35 e B36 fornecem orientação de aplicação sobre esse assunto.

Transações de pagamento baseadas em ações

30 A adquirente mensurará um passivo ou um instrumento de patrimônio relativo a transações de pagamento


baseadas em ações da adquirida ou a substituição de transações de pagamento baseadas em ações da
adquirida por transações de pagamento baseadas em ações da adquirente de acordo com o método da

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IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações na data de aquisição. (Essa IFRS refere-se ao resultado desse
método como a “mensuração baseada em mercado” da transação de pagamento baseada em ações.)

Ativos mantidos para venda

31 A adquirente mensurará um ativo não circulante adquirido (ou grupo de alienação) que seja classificado
como mantido para venda na data de aquisição de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes
Mantidos para a Venda e Operações Descontinuadas, pelo valor justo menos os custos para vender em
consonância com os parágrafos 15–18 dessa IFRS.

Reconhecendo e mensurando o ágio ou um ganho em uma


compra vantajosa
32 A adquirente reconhecerá o ágio na data de aquisição, mensurado como o excedente de (a) sobre
(b) abaixo:

(a) a soma de:

(i) contrapartida transferida, mensurada de acordo com esta IFRS, que geralmente exige
o valor justo na data de aquisição (vide parágrafo 37);

(ii) valor de qualquer participação de não controladores na adquirida, mensurado de acordo


com esta IFRS; e

(iii) em uma combinação de negócios realizada em etapas (vide parágrafos 41 e 42), o valor
justo na data de aquisição da participação patrimonial detida anteriormente pela
adquirente na adquirida.

(b) o valor líquido dos valores na data de aquisição dos ativos identificáveis adquiridos e passivos
assumidos, mensurados de acordo com esta IFRS.

33 Em uma combinação de negócios na qual a adquirente e a adquirida (ou seus antigos sócios) trocarem
apenas participações patrimoniais, o valor justo na data de aquisição das participações patrimoniais
da adquirida pode ser mensurado de forma mais confiável que o valor justo na data de aquisição das
participações patrimoniais da adquirente. Nesse caso, a adquirente determinará o valor do ágio utilizando
o valor justo na data de aquisição das participações patrimoniais da adquirida, em vez do valor justo na
data de aquisição das participações patrimoniais transferidas. Para determinar o valor do ágio em uma
combinação de negócios em que nenhuma contrapartida seja transferida, a adquirente utilizará o valor
justo na data de aquisição da participação da adquirente na adquirida em vez do valor justo na data de
aquisição da contrapartida transferida [parágrafo 32(a)(i)]. Os parágrafos B46-B49 fornecem orientação
de aplicação sobre esse assunto.

Compras vantajosas

34 Ocasionalmente, uma adquirente efetuará uma compra vantajosa, que consiste em uma combinação de
negócios na qual o valor no parágrafo 32(b) excede o total dos valores especificados no parágrafo 32(a).
Se esse excedente permanecer após a aplicação dos requisitos do parágrafo 36, a adquirente reconhecerá
o ganho resultante em lucros e perdas na data de aquisição. O ganho será atribuído à adquirente.

35 Uma compra vantajosa pode ocorrer, por exemplo, em uma combinação de negócios que seja uma venda
forçada na qual a vendedora age sob coação. Contudo, as exceções aos princípios de reconhecimento
ou mensuração para itens específicos, discutidas nos parágrafos 22-31, podem resultar também no
reconhecimento de um ganho (ou mudança no valor de um ganho reconhecido) em uma compra vantajosa.

36 Antes de reconhecer um ganho em uma compra vantajosa, a adquirente reavaliará se identificou


corretamente todos os ativos adquiridos e todos os passivos assumidos e reconhecerá quaisquer ativos
ou passivos adicionais identificados nessa reavaliação. A adquirente revisará então os procedimentos

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utilizados na mensuração dos valores que esta IFRS exige que sejam reconhecidos na data de aquisição
para todos os itens a seguir:

(a) os ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos;

(b) a participação de não controladores na adquirida, se houver;

(c) para uma combinação de negócios realizada em etapas, a participação patrimonial detida
anteriormente pela adquirente na adquirida; e

(d) a contrapartida transferida.

O objetivo da revisão é garantir que as mensurações reflitam adequadamente todas as informações


disponíveis na data de aquisição.

Contrapartida transferida

37 A contrapartida transferida em uma combinação de negócios será mensurada pelo valor justo, que será
calculado pela soma dos valores justos na data de aquisição dos ativos transferidos pela adquirente, dos
passivos incorridos pela adquirente devidos a antigos sócios da adquirida e das participações patrimoniais
emitidas pela adquirente. (Contudo, qualquer parcela do pagamento de prêmios baseados em ações da
adquirente trocada por pagamento de prêmios detidos pelos empregados da adquirida que seja incluída
na contrapartida transferida na combinação de negócios será mensurada de acordo com o parágrafo 30
e não pelo valor justo.) Exemplos de possíveis formas de contrapartida incluem caixa, outros ativos,
um negócio ou uma subsidiária da adquirente, contrapartida contingente, instrumentos de patrimônio
ordinários ou preferenciais, opções, bônus de subscrição e cotas de entidades mútuas.

38 A contrapartida transferida pode incluir ativos ou passivos da adquirente cujos valores contábeis sejam
diferentes de seus valores justos na data de aquisição (por exemplo, ativos não monetários ou um negócio
da adquirente). Nesse caso, a adquirente remensurará os ativos ou passivos transferidos a seus valores
justos na data de aquisição e reconhecerá os ganhos ou perdas resultantes, se houver, em lucros e perdas.
Contudo, algumas vezes os ativos ou passivos transferidos permanecem na entidade combinada após a
combinação de negócios (por exemplo, devido ao fato de que os ativos ou passivos foram transferidos à
adquirida e não a seus antigos sócios) e a adquirente, desse modo, mantém o controle sobre eles. Nessa
situação, a adquirente mensurará esses ativos e passivos por seus valores contábeis imediatamente antes
da data de aquisição e não reconhecerá em lucros e perdas um ganho ou perda sobre os ativos ou passivos
que controlar, tanto antes quanto após a combinação de negócios.

Contrapartida contingente

39 A contrapartida que a adquirente transfere em troca da adquirida inclui qualquer ativo ou passivo
resultante de um acordo de contrapartida contingente (vide parágrafo 37). A adquirente reconhecerá o
valor justo na data de aquisição da contrapartida contingente como parte da contrapartida transferida em
troca da adquirida.

40 A adquirente classificará uma obrigação de pagamento de contrapartida contingente como um passivo


ou como patrimônio com base nas definições de instrumento de patrimônio e passivo financeiro do
parágrafo 11 da IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação ou de outras IFRSs aplicáveis.
A adquirente classificará um direito à devolução de uma contrapartida anteriormente transferida como
um ativo se as condições estabelecidas forem atendidas. O parágrafo 58 fornece orientação sobre a
contabilização posterior da contrapartida contingente.

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Orientação adicional para aplicação do método de aquisição a tipos


específicos de combinações de negócios
Combinação de negócios realizada em etapas

41 Algumas vezes uma adquirente obtém o controle de uma adquirida na qual detinha uma participação
patrimonial imediatamente antes da data de aquisição. Por exemplo, em 31 de dezembro de 20X1, a
Entidade A detém uma participação patrimonial não controladora de 35% na Entidade B. Nessa data,
a Entidade A adquire uma participação adicional de 40% na Entidade B, o que lhe dá o controle da
Entidade B. Esta IFRS refere-se a essa transação como uma combinação de negócios realizada em etapas,
que algumas vezes também é referida como uma aquisição em etapas.

42 Em uma combinação de negócios realizada em etapas, a adquirente remensurará a sua participação


patrimonial detida anteriormente na adquirida ao seu valor justo na data de aquisição e reconhecerá o
respectivo ganho ou perda, se houver, em lucros e perdas ou em outros resultados abrangentes, conforme
apropriado. Em períodos de relatório anteriores, a adquirente pode ter reconhecido mudanças no valor
de sua participação patrimonial na adquirida em outros resultados abrangentes. Nesse caso, o valor
reconhecido em outros resultados abrangentes será reconhecido da mesma forma que seria exigida caso
a adquirente tivesse alienado diretamente a participação patrimonial detida anteriormente.

Combinação de negócios realizada sem transferência de contrapartida

43 Algumas vezes uma adquirente obtém o controle de uma adquirida sem transferir contrapartida. O método
de aquisição para contabilização de uma combinação de negócios aplica-se a essas combinações. Essas
circunstâncias incluem:

(a) A adquirida recompra um número suficiente de suas próprias ações para que um investidor existente
(a adquirente) obtenha o controle.

(b) A perda de direitos de veto minoritários que anteriormente impediam que a adquirente controlasse
uma adquirida na qual a adquirida detinha direitos de voto majoritários.

(c) A adquirente e a adquirida concordam em combinar seus negócios exclusivamente por contrato.
A adquirente não transfere nenhuma contrapartida em troca do controle da adquirida e não detém
nenhuma participação patrimonial na adquirida, seja na data de aquisição ou anteriormente a essa
data. Exemplos de combinações de negócios realizadas exclusivamente por contrato incluem a
união de dois negócios em um acordo de associação ou a formação de uma sociedade anônima
duplamente listada em bolsa de valores.

44 Em uma combinação de negócios realizada exclusivamente por contrato, a adquirente atribuirá aos sócios
da adquirida o valor dos ativos líquidos da adquirida reconhecidos de acordo com esta IFRS. Em outras
palavras, as participações patrimoniais na adquirida detidas por outras partes que não sejam a adquirente
constituem uma participação de não controladores nas demonstrações financeiras pós-combinação da
adquirente, ainda que o resultado seja que todas as participações patrimoniais na adquirida sejam atribuídas
à participação de não controladores.

Período de Mensuração
45 Se a contabilização inicial de uma combinação de negócios estiver incompleta ao final do período
de relatório no qual ocorreu a combinação, a adquirente reconhecerá, em suas demonstrações
financeiras, os valores provisórios dos itens para os quais a contabilização esteja incompleta.
Durante o período de mensuração, a adquirente ajustará retrospectivamente os valores
provisórios reconhecidos na data de aquisição para refletir novas informações obtidas sobre fatos
e circunstâncias existentes na data de aquisição que, se conhecidos, teriam afetado a mensuração
dos valores reconhecidos naquela data. Durante o período de mensuração, a adquirente
também reconhecerá ativos ou passivos adicionais caso novas informações sejam obtidas sobre
fatos e circunstâncias existentes na data de aquisição que, se conhecidos, teriam resultado no

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reconhecimento desses ativos e passivos naquela data. O período de mensuração se encerra assim
que a adquirente recebe as informações que estava buscando sobre fatos e circunstâncias existentes
na data de aquisição ou determina que não é possível obter mais informações. Contudo, o período
de mensuração não excederá um ano a contar da data de aquisição.

46 O período de mensuração é o período após a data de aquisição durante o qual a adquirente pode ajustar os
valores provisórios reconhecidos para uma combinação de negócios. O período de mensuração fornece
à adquirente tempo razoável para obter as informações necessárias para identificar e mensurar os itens
a seguir na data de aquisição de acordo com os requisitos desta IFRS:

(a) os ativos identificáveis adquiridos, passivos assumidos e qualquer participação de não controladores
na adquirida;

(b) a contrapartida transferida para a adquirida (ou outro valor utilizado na mensuração do ágio);

(c) em uma combinação de negócios realizada em etapas, a participação patrimonial detida


anteriormente pela adquirente na adquirida; e

(d) o ágio resultante ou ganho em uma compra vantajosa.

47 A adquirente levará em consideração todos os fatores pertinentes ao determinar se as informações obtidas


após a data de aquisição devem resultar em um ajuste aos valores provisórios reconhecidos ou se essas
informações decorrem de eventos ocorridos após a data de aquisição. Fatores pertinentes incluem a data
em que as informações adicionais foram obtidas e se a adquirente pode identificar uma razão para uma
mudança nos valores provisórios. É mais provável que informações obtidas pouco tempo após a data de
aquisição reflitam circunstâncias que existiam na data de aquisição, do que informações obtidas alguns
meses mais tarde. Por exemplo, a menos que possa ser identificado um evento intermediário que tenha
alterado o seu valor justo, é provável que a venda de um ativo a um terceiro pouco tempo após a data de
aquisição, por um valor significativamente diferente de seu valor justo provisório mensurado naquela
data, indique um erro no valor provisório.

48 A adquirente reconhece um aumento (redução) no valor provisório reconhecido para um ativo (passivo)
identificável por meio de uma redução (aumento) no ágio. Contudo, novas informações obtidas durante
o período de mensuração podem algumas vezes resultar em um ajuste ao valor provisório de mais de um
ativo ou passivo. Por exemplo, a adquirente pode ter assumido uma responsabilidade de pagar indenização
relacionada a um acidente em uma das instalações da adquirida, sendo que a totalidade ou parte dessa
responsabilidade está coberta pela apólice de seguro de responsabilidade da adquirida. Se a adquirente
obtiver novas informações durante o período de mensuração sobre o valor justo na data de aquisição
dessa responsabilidade, o ajuste ao ágio resultante de uma mudança no valor provisório reconhecido
para a responsabilidade seria compensado (integral ou parcialmente) por um ajuste correspondente
ao ágio resultante de uma mudança no valor provisório reconhecido para a indenização a ser recebida
da seguradora.

49 Durante o período de mensuração, a adquirente reconhecerá ajustes aos valores provisórios como se a
contabilização da combinação de negócios tivesse sido concluída na data de aquisição. Desse modo,
a adquirente revisará informações comparativas referentes a períodos anteriores apresentadas nas
demonstrações financeiras, conforme necessário, inclusive efetuando qualquer alteração na depreciação,
amortização ou outros efeitos no resultado reconhecidos para concluir a contabilização inicial.

50 Após o término do período de mensuração, a adquirente somente revisará a contabilização de uma


combinação de negócios para corrigir um erro, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros.

Determinando o que faz parte da transação de combinação de negócios


51 A adquirente e a adquirida podem ter um vínculo ou outro acordo preexistentes antes do início das
negociações para a combinação de negócios, ou podem celebrar um acordo durante as negociações,
que seja separado da combinação de negócios. Em qualquer das situações, a adquirente identificará

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IFRS 3

quaisquer valores que não façam parte daquilo que a adquirente e a adquirida (ou seus antigos
sócios) trocaram na combinação de negócios, ou seja, valores que não façam parte da troca pela
adquirida. A adquirente reconhecerá como parte da aplicação do método de aquisição somente a
contrapartida transferida para a adquirida e os ativos adquiridos e passivos assumidos em troca
da adquirida. Transações separadas serão contabilizadas de acordo com as IFRSs pertinentes.

52 É provável que uma transação realizada por ou em nome da adquirente ou principalmente para o benefício
da adquirente ou da entidade combinada, e não principalmente para o benefício da adquirida (ou de seus
antigos sócios) antes da combinação, constitua uma transação separada. Seguem exemplos de transações
separadas que não devem ser incluídas na aplicação do método de aquisição:

(a) uma transação que efetivamente encerre vínculos preexistentes entre a adquirente e a adquirida;

(b) uma transação que remunere empregados ou antigos sócios da adquirida por serviços futuros; e

(c) uma transação que reembolse a adquirida ou seus antigos sócios pelo pagamento dos custos
relacionados à aquisição da adquirente.

Os parágrafos B50-B62 fornecem orientação de aplicação sobre esse assunto.

Custos relacionados à aquisição

53 Custos relacionados à aquisição são custos incorridos pela adquirente para realizar uma combinação
de negócios. Esses custos incluem honorários de intermediários; honorários de serviços de assessoria,
jurídicos, contábeis, de avaliação e outros serviços profissionais ou de consultoria, custos administrativos
gerais, incluindo os custos de manutenção de um departamento interno de aquisições, e custos de registro
e emissão de títulos de dívida e de patrimônio. A adquirente contabilizará custos relacionados à aquisição
como despesas nos períodos em que os custos forem incorridos e os serviços forem recebidos, com uma
exceção: Os custos da emissão de títulos de dívida ou de patrimônio serão reconhecidos de acordo com
a IAS 32 e a IFRS 9.

Mensuração e contabilização subsequentes


54 Em geral, uma adquirente mensurará e contabilizará subsequentemente ativos adquiridos, passivos
assumidos ou incorridos e instrumentos de patrimônio emitidos em uma combinação de negócios
de acordo com outras IFRSs aplicáveis a esses itens, dependendo de sua natureza. Contudo, esta
IFRS fornece orientação sobre a mensuração e contabilização subsequentes dos seguintes ativos
adquiridos, passivos assumidos ou incorridos e instrumentos de patrimônio emitidos em uma
combinação de negócios:

(a) direitos readquiridos;

(b) passivos contingentes reconhecidos na data de aquisição;

(c) ativos de indenização; e

(d) contrapartida contingente.

O parágrafo B63 fornece orientação de aplicação sobre esse assunto.

Direitos readquiridos
55 Um direito readquirido reconhecido como um ativo intangível será amortizado ao longo do prazo restante
do contrato em que o direito foi concedido. Uma adquirente que subsequentemente vender um direito
readquirido a um terceiro incluirá o valor contábil do ativo intangível na determinação do ganho ou perda
na venda.

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Passivos contingentes
56 Após o reconhecimento inicial e até que o passivo seja liquidado, cancelado ou vença, a adquirente
mensurará um passivo contingente reconhecido em uma combinação de negócios pelo que for maior entre:

(a) o valor que seria reconhecido de acordo com a IAS 37; e

(b) o valor inicialmente reconhecido menos, se apropriado, a amortização acumulada reconhecida de


acordo com a IAS 18 – Receita.

Esse requisito não se aplica a contratos contabilizados de acordo com a IFRS 9.

Ativos de indenização
57 No final de cada período de relatório subsequente, a adquirente mensurará um ativo de indenização
que tiver sido reconhecido na data de aquisição da mesma forma que o passivo ou ativo indenizado,
sujeito a quaisquer limitações contratuais sobre o seu valor e, para um ativo de indenização que não seja
subsequentemente mensurado ao seu valor justo, a avaliação da administração sobre a possibilidade de
cobrança do ativo de indenização. A adquirente somente baixará o ativo de indenização quando cobrá-lo,
vendê-lo ou, de outro modo, perder o direito sobre ele.

Contrapartida contingente
58 Algumas mudanças no valor justo de uma contrapartida contingente que a adquirente reconhece após
a data da aquisição podem ter resultado de informações adicionais obtidas pela adquirente após aquela
data sobre fatos e circunstâncias existentes na data da aquisição. Essas mudanças constituem ajustes ao
período de mensuração, de acordo com os parágrafos 45-49. Contudo, mudanças resultantes de eventos
ocorridos após a data de aquisição, como o atingimento de uma meta de lucros, de um preço específico
de ação ou um marco em um projeto de pesquisa e desenvolvimento, não constituem ajustes ao período
de mensuração. A adquirente contabilizará mudanças no valor justo de uma contrapartida contingente
que não constituam ajustes ao período de mensuração da seguinte forma:

(a) Uma contrapartida contingente classificada como patrimônio líquido não será remensurada e sua
liquidação subsequente será contabilizada no patrimônio líquido.

(b) Uma contrapartida contingente classificada como um ativo ou passivo que:

(i) seja um instrumento financeiro e esteja dentro do alcance da IFRS 9 será mensurada ao valor
justo, com qualquer ganho ou perda resultante reconhecido em lucros e perdas ou em outros
resultados abrangentes, de acordo com a IFRS 9.

(ii) não esteja dentro do alcance da IFRS 9 será contabilizada de acordo com a IAS 37 ou outras
IFRSs, conforme apropriado.

Divulgações
59 A adquirente divulgará informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações
financeiras avaliarem a natureza e o efeito financeiro de uma combinação de negócios que ocorra:

(a) durante o período de relatório corrente; ou

(b) após o final do período de relatório, mas antes que a emissão das demonstrações financeiras
seja autorizada.

60 Para atingir o objetivo do parágrafo 59, a adquirente divulgará as informações especificadas nos parágrafos
B64-B66.

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IFRS 3

61 A adquirente divulgará informações que permitam aos usuários de suas demonstrações financeiras
avaliarem os efeitos financeiros dos ajustes reconhecidos no período de relatório corrente,
relacionados a combinações de negócios ocorridas no período ou em períodos de relatório anteriores.

62 Para atingir o objetivo do parágrafo 61, a adquirente divulgará as informações especificadas no


parágrafo B67.

63 Se as divulgações específicas exigidas por esta e por outras IFRSs não atingirem os objetivos previstos
nos parágrafos 59 e 61, a adquirente divulgará quaisquer informações adicionais que sejam necessárias
para atingir esses objetivos.

Data de vigência e transição

Data de vigência
64 Esta IFRS será aplicada prospectivamente a combinações de negócios cuja data de aquisição ocorra
em ou após o início do primeiro período de relatório anual iniciado em ou após 1º de julho de 2009. A
aplicação antecipada é permitida. Contudo, esta IFRS será aplicada somente no início de um período de
relatório anual iniciado em ou após 30 de junho de 2007. Se uma entidade aplicar esta IFRS antes de 1º
de julho de 2009, ela divulgará esse fato e também aplicará a IAS 27 (tal como alterada em 2008).

64A [Excluído]

64B Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2010 alterou os parágrafos 19, 30 e B56 e acrescentou os
parágrafos B62A e B62B. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para
um período anterior, ela divulgará esse fato. A aplicação deve ser prospectiva a partir da data em que a
entidade aplicou esta IFRS pela primeira vez.

64C Os parágrafos 65A–65E foram alterados pela Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade
aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação
antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse
fato. As alterações serão aplicadas a saldos de contrapartida contingente decorrentes de combinações de
negócios com uma data de aquisição anterior à aplicação desta IFRS, conforme emitida em 2008.

64D A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 16, 42, 53, 56 e 58(b), e excluiu o parágrafo
64A. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro
de 2010.

64E A IFRS 10, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 7, B13, B63(e) e o Apêndice A. Uma entidade
aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10.

64F A IFRS 13 – Mensuração ao Valor Justo, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 20, 29, 33
e 47, alterou a definição de valor justo do Apêndice A e alterou os parágrafos B22, B40, B43-B46, B49 e
B64. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

64G Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou o parágrafo 7 e acrescentou o parágrafo 2A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento
é permitida. Se uma entidade aplicar essas alterações antecipadamente, ela aplicará também todas as
alterações incluídas em Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

Transição
65 Ativos e passivos decorrentes de combinações de negócios cujas datas de aquisição tenham precedido
a aplicação desta IFRS não serão ajustados por ocasião da aplicação desta IFRS.

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65A Os saldos de contrapartida contingente decorrentes de combinações de negócios cujas datas de aquisição
antecederam a data em que uma entidade aplicou pela primeira vez esta IFRS, conforme emitida em 2008,
não serão ajustados no momento da aplicação desta IFRS pela primeira vez. Os parágrafos 65B–65E
serão aplicados na contabilização subsequente desses saldos. Os parágrafos 65B–65E não se aplicarão à
contabilização de saldos de contrapartida contingente decorrentes de combinações de negócios com datas
de aquisição a partir da data em que a entidade aplicou esta IFRS pela primeira vez, conforme emitida
em 2008. Nos parágrafos 65B–65E combinação de negócios refere-se exclusivamente a combinações
de negócios cuja data de aquisição antecedeu a aplicação desta IFRS conforme emitida em 2008.

65B Se um acordo de combinação de negócios estabelece um ajuste ao custo da combinação condicionada a


eventos futuros, a adquirente incluirá o valor desse ajuste no custo da combinação na data de aquisição
se o ajuste for provável e puder ser mensurado de forma confiável.

65C Um acordo de combinação de negócios pode permitir ajustes ao custo da combinação que sejam
contingentes a um ou mais eventos futuros. O ajuste poderia, por exemplo, ser contingente a um
nível específico de lucro a ser mantido ou alcançado em períodos futuros ou ao preço de mercado dos
instrumentos emitidos que estão sendo mantidos. Geralmente é possível estimar o valor desse ajuste na
época da contabilização inicial da combinação sem prejudicar a confiabilidade das informações, ainda
que exista certa incerteza. Se os eventos futuros não ocorrerem ou a estimativa precisar ser revisada, o
custo da combinação de negócios será apropriadamente ajustado.

65D Contudo, quando um acordo de combinação de negócios dispõe sobre tal ajuste, esse ajuste não é incluído
no custo da combinação na época da contabilização inicial da combinação se ele não for provável ou
não puder ser mensurado de forma confiável. Se esse ajuste tornar-se subsequentemente provável e
puder ser mensurado de forma confiável, a contrapartida adicional será tratada como um ajuste ao custo
da combinação.

65E Em algumas circunstâncias, a adquirente poderá ser obrigada a efetuar um pagamento subsequente ao
vendedor como contrapartida por uma redução no valor dos ativos concedidos, instrumentos de patrimônio
emitidos ou passivos incorridos ou assumidos pela adquirente em troca do controle da adquirida. Esse é
o caso, por exemplo, quando a adquirente garante o preço de mercado de instrumentos de dívida ou de
patrimônio emitidos como parte do custo da combinação de negócios e é obrigada a emitir instrumentos
de dívida ou de patrimônio adicionais para restaurar o custo originalmente determinado. Nesses casos,
nenhum aumento no custo da combinação de negócios é reconhecido. No caso de instrumentos de
patrimônio, o valor justo do pagamento adicional é compensado por uma redução equivalente no valor
atribuído aos instrumentos inicialmente emitidos. No caso de instrumentos de dívida, o pagamento
adicional é considerado uma redução no prêmio ou um aumento no desconto sobre a emissão inicial.

66 Uma entidade, tal como uma entidade mútua, que ainda não tiver aplicado a IFRS 3 e possuir uma ou
mais combinações de negócios contabilizadas utilizando-se o método de compra aplicará as disposições
de transição dos parágrafos B68 e B69.

Impostos sobre a renda

67 Para combinações de negócios nas quais a data de aquisição seja anterior à aplicação desta IFRS, a
adquirente aplicará prospectivamente os requisitos do parágrafo 68 da IAS 12, conforme alterada por
esta IFRS. Ou seja, a adquirente não ajustará a contabilização de combinações de negócios anteriores
para refletir mudanças reconhecidas anteriormente nos impostos diferidos ativos reconhecidos. Contudo,
a partir da data IFRS for aplicada, a adquirente reconhecerá, como um ajuste em lucros e perdas (ou, se
a IAS 12 exigir, fora de lucros e perdas), mudanças nos impostos diferidos ativos reconhecidos.

Revogação da IFRS 3 (2004)


68 Esta IFRS substitui a IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como emitida em 2004).

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

adquirida O negócio ou negócios cujo controle é obtido pela adquirente em uma


combinação de negócios.
adquirente A entidade que obtém o controle da adquirida.
ágio Um ativo representando os benefícios econômicos futuros decorrentes de
outros ativos adquiridos em uma combinação de negócios, que não são
identificados individualmente nem reconhecidos separadamente.
ativo intangível Um ativo não monetário identificável, sem substância física.
combinação de negócios Uma transação ou outro evento no qual uma adquirente obtém o controle
de um ou mais negócios. Transações algumas vezes referidas como “fusões
verdadeiras” ou “fusões de iguais” também são combinações de negócios,
conforme esse termo é utilizado nesta IFRS.
contrapartida contingente De modo geral, uma obrigação da adquirente de transferir ativos ou
participações patrimoniais adicionais aos ex-sócios de uma adquirida,
como parte da troca pelo controle da adquirida, se determinados eventos
futuros ocorrerem ou determinadas condições forem atendidas. Contudo,
a contrapartida contingente pode também dar à adquirente o direito de
devolução de uma contrapartida anteriormente transferida, se determinadas
condições forem atendidas.
data de aquisição A data em que a adquirente obtém o controle da adquirida.
entidade mútua Uma entidade, exceto uma entidade de propriedade do investidor, que
oferece dividendos, custos mais baixos ou outros benefícios econômicos,
diretamente a seus sócios, membros ou participantes. Por exemplo,
uma companhia seguradora mútua, uma cooperativa de crédito e uma
cooperativa tradicional são todas entidades mútuas.
identificável Um ativo é identificável quando:
(a) é separável, ou seja, é capaz de ser separado ou segregado da
entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja
individualmente ou em conjunto com um contrato relacionado, um
ativo ou um passivo identificável, independentemente de a entidade
pretender fazê-lo; ou
(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,
independentemente de esses direitos serem transferíveis ou separáveis
da entidade ou de outros direitos e obrigações.
negócio Um conjunto integrado de atividades e ativos que é capaz de ser conduzido
e administrado com a finalidade de oferecer um retorno, na forma
de dividendos, custos mais baixos ou outros benefícios econômicos,
diretamente aos investidores ou outros sócios, membros ou participantes.
participação de não O patrimônio líquido em uma subsidiária não atribuível, direta ou
controladores indiretamente, a uma controladora.

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participações patrimoniais Para os fins desta IFRS, o termo participações patrimoniais é amplamente
utilizado para definir participações societárias de entidades de propriedade
do investidor e participações de sócios, membros ou participantes de
entidades mútuas.
sócios Para os fins desta IFRS, o termo sócios é amplamente utilizado para incluir
titulares de participações societárias de entidades de propriedade do
investidor e sócios, membros ou participantes de entidades mútuas.
valor justo Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada
entre participantes do mercado na data de mensuração. (Vide IFRS 13.)

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Combinações de negócios de entidades sob controle comum


[aplicação do parágrafo 2(c)]
B1 Esta IFRS não se aplica a uma combinação de negócios de entidades ou negócios sob controle comum.
Uma combinação de negócios envolvendo entidades ou negócios sob controle comum é uma combinação
de negócios na qual todas as entidades ou negócios combinantes são controlados pela mesma parte ou
partes, tanto antes quanto depois da combinação de negócios, e esse controle não é transitório.

B2 Um grupo de indivíduos será considerado como controlando uma entidade quando, como resultado de
acordos contratuais, tiver coletivamente o poder de reger suas políticas financeiras e operacionais, de modo
a obter benefícios de suas atividades. Portanto, uma combinação de negócios está fora do alcance desta
IFRS quando o mesmo grupo de indivíduos tem, como resultado de acordos contratuais, o poder coletivo
de reger as políticas financeiras e operacionais de cada uma das entidades combinantes de modo a obter
benefícios de suas atividades, e esse poder coletivo não for transitório.

B3 Uma entidade pode ser controlada por um indivíduo ou um grupo de indivíduos agindo em conjunto sob
um acordo contratual, e esse indivíduo ou grupo de indivíduos pode não estar sujeito aos requisitos de
relatório financeiro das IFRSs. Portanto, não é necessário que as entidades combinantes sejam incluídas
como parte das mesmas demonstrações financeiras consolidadas em relação a uma combinação de
negócios a ser considerada como envolvendo entidades sob controle comum.

B4 A extensão das participações de não controladores em cada uma das entidades combinantes antes e
após a combinação de negócios não é relevante para determinar se a combinação envolve entidades
sob controle comum. Da mesma forma, o fato de que uma das entidades combinantes é uma subsidiária
que foi excluída das demonstrações financeiras consolidadas não é relevante para determinar se uma
combinação envolve entidades sob controle comum.

Identificando uma combinação de negócios (aplicação do parágrafo 3)


B5 Esta IFRS define uma combinação de negócios como uma transação ou outro evento no qual uma
adquirente obtém o controle de um ou mais negócios. Uma adquirente pode obter o controle de uma
adquirida de várias formas, como, por exemplo:

(a) transferindo caixa, equivalentes de caixa ou outros ativos (incluindo ativos líquidos que constituam
um negócio);

(b) incorrendo em passivos;

(c) emitindo participações patrimoniais;

(d) fornecendo mais de um tipo de contrapartida; ou

(e) sem transferir contrapartida, inclusive exclusivamente por contrato (vide parágrafo 43).

B6 Uma combinação de negócios pode ser estruturada de várias formas, por motivos legais, fiscais ou
outros, incluindo:

(a) um ou mais negócios se tornam subsidiárias de uma adquirente, ou os ativos líquidos de um ou


mais negócios são legalmente incorporados à adquirente;

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(b) uma entidade combinante transfere seus ativos líquidos, ou seus sócios transferem suas participações
patrimoniais, a outra entidade combinante ou a seus sócios;

(c) todas as entidades combinantes transferem seus ativos líquidos, ou os sócios dessas entidades
transferem suas participações patrimoniais, a uma entidade recém-formada (algumas vezes referida
como uma transação de roll-up ou put-together); ou

(d) um grupo de antigos sócios de uma das entidades combinantes obtém o controle da entidade
combinada.

Definição de negócio (aplicação do parágrafo 3)


B7 Um negócio consiste em insumos e processos aplicados a esses insumos, que possuem a capacidade de
gerar produção. Embora negócios normalmente gerem produção, a produção não é necessária para que um
conjunto integrado se qualifique como um negócio. Os três elementos de um negócio são definidos abaixo.

(a) Insumo: Qualquer recurso econômico que gere ou que tenha a capacidade de gerar produção quando
um ou mais processos são aplicados a ele. Exemplos incluem ativos não circulantes (incluindo ativos
intangíveis ou direitos ao uso de ativos não circulantes), propriedade intelectual, a capacidade de
obter acesso a materiais ou direitos necessários e empregados.

(b) Processo: Qualquer sistema, padrão, protocolo, convenção ou regra que, quando aplicada a um
insumo ou insumos, gere ou tenha a capacidade de gerar produção. Exemplos incluem processos
de gestão estratégica, processos operacionais e processos de gestão de recursos. Esses processos
são geralmente documentados, mas uma força de trabalho organizada, com as habilidades e a
experiência necessárias, seguindo regras e convenções, pode proporcionar os processos necessários
que podem ser aplicados aos insumos para gerar produção. (Sistemas contábeis, de faturamento,
de folha de pagamento e outros sistemas administrativos usualmente não constituem processos
utilizados para gerar produção.)

(c) Produção: O resultado dos insumos e dos processos aplicados a esses insumos, que oferecem
ou têm a capacidade de oferecer um retorno, na forma de dividendos, custos reduzidos ou outros
benefícios econômicos, diretamente aos investidores ou outros sócios, membros ou participantes.

B8 Para que possa ser conduzido e gerenciado para os propósitos definidos, um conjunto integrado de
atividades e ativos exige dois elementos essenciais — insumos e processos aplicados a esses insumos
que, em conjunto, são ou serão utilizados para gerar produção. Contudo, um negócio não precisa incluir
todos os insumos ou processos utilizados pela vendedora na operação daquele negócio se os participantes
do mercado forem capazes de adquirir o negócio e continuar a gerar produção, como, por exemplo,
integrando o negócio à sua própria produção e processos.

B9 A natureza dos elementos de um negócio varia por setor e pela estrutura das operações (atividades)
de uma entidade, incluindo o estágio de desenvolvimento da entidade. Negócios estabelecidos
frequentemente possuem muitos tipos diferentes de insumos, processos e produção, enquanto novos
negócios frequentemente possuem poucos insumos e processos e, algumas vezes, somente uma única
produção (produto). Quase todos os negócios também possuem passivos, mas um negócio não precisa
ter passivos.

B10 Um conjunto integrado de atividades e ativos no estágio de desenvolvimento pode não ter produção. Se
não tiver, a adquirente deve considerar outros fatores para determinar se o conjunto é um negócio. Esses
fatores incluem, entre outros, se o conjunto:

(a) iniciou atividades principais planejadas;

(b) possui empregados, propriedade intelectual e outros insumos e processos que poderiam ser aplicados
a esses insumos;

(c) está buscando um plano para gerar produção; e

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(d) poderá obter acesso a clientes que comprarão a produção.

Nem todos esses fatores precisam estar presentes para que um conjunto integrado específico de atividades
e ativos no estágio de desenvolvimento se qualifique como um negócio.

B11 Determinar se um conjunto específico de ativos e atividades é um negócio depende se o conjunto integrado
é capaz de ser conduzido e gerenciado como um negócio por um participante do mercado. Assim, ao
avaliar se um conjunto específico é um negócio, não é relevante se a vendedora operava o conjunto como
um negócio ou se a adquirente pretende operar o conjunto como um negócio.

B12 Na ausência de prova em contrário, um conjunto específico de ativos e atividades na qual um ágio esteja
presente será presumido como sendo um negócio. Contudo, um negócio não precisa ter ágio.

Identificando a adquirente (aplicação dos parágrafos 6 e 7)


B13 A orientação da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas será utilizada para identificar a
adquirente – a entidade que obtém o controle da adquirida. Se uma combinação de negócios tiver ocorrido,
mas a aplicação da orientação da IFRS 10 não indicar claramente qual das entidades combinantes é a
adquirente, os fatores contidos nos parágrafos B14-B18 serão considerados para efetuar essa determinação.

B14 Em uma combinação de negócios efetuada principalmente pela transferência de caixa ou outros ativos
ou pelo incorrimento de passivos, a adquirente é geralmente a entidade que transfere caixa ou outros
ativos ou que incorre em passivos.

B15 Em uma combinação de negócios realizada principalmente por meio da troca de participações
patrimoniais, a adquirente é geralmente a entidade que emite suas participações patrimoniais. Contudo,
em algumas combinações de negócios, comumente denominadas “aquisições reversas”, a entidade
emitente é a adquirida. Os parágrafos B19-B27 oferecem orientação sobre a contabilização de
aquisições reversas. Outros fatos e circunstâncias pertinentes também serão levados em consideração na
identificação da adquirente em uma combinação de negócios realizada por meio da troca de participações
patrimoniais, incluindo:

(a) os direitos de voto relativos na entidade combinada após a combinação de negócios – A adquirente
é geralmente a entidade combinante cujos sócios, como um grupo, retêm ou recebem a maior parcela
dos direitos de voto na entidade combinada. Ao determinar qual grupo de sócios retém ou recebe
a maior parcela dos direitos de voto, a entidade considerará a existência de quaisquer acordos de
voto incomuns ou especiais e opções, bônus de subscrição ou títulos conversíveis.

(b) a existência de uma grande participação minoritária com direito a voto na entidade combinada, se
nenhum outro sócio ou grupo organizado de sócios tiver uma participação significativa com direito
a voto – A adquirente é geralmente a entidade combinante cujo único sócio ou grupo organizado
de sócios detiver a maior participação minoritária com direito a voto na entidade combinada.

(c) a composição do órgão de administração da entidade combinada – A adquirente é geralmente a


entidade combinante cujos sócios têm a capacidade de eleger, nomear ou destituir a maioria dos
membros do órgão de administração da entidade combinada.

(d) a composição da administração sênior da entidade combinada – A adquirente é geralmente a


entidade combinante cuja administração (anterior) domina a administração da entidade combinada.

(e) os termos da troca de participações patrimoniais – A adquirente é geralmente a entidade combinante


que paga prêmio sobre o valor justo pré-combinação das participações patrimoniais da outra entidade
ou entidades combinantes.

B16 A adquirente é geralmente a entidade combinante cujo porte relativo (mensurado, por exemplo, em ativos,
receitas ou resultado) é significativamente maior que o da outra entidade ou entidades combinantes.

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B17 Em uma combinação de negócios envolvendo mais que duas entidades, a determinação da adquirente
incluirá a consideração de, entre outras coisas, qual das entidades combinantes iniciou a combinação,
bem como o porte relativo das entidades combinantes.

B18 Uma entidade recém-formada para realizar uma combinação de negócios não é necessariamente a
adquirente. Se uma nova entidade for formada para emitir participações patrimoniais a fim de realizar uma
combinação de negócios, uma das entidades combinantes existente antes da combinação de negócios será
identificada como a adquirente por meio da aplicação da orientação fornecida nos parágrafos B13-B17.
Por outro lado, uma nova entidade que transfere caixa ou outros ativos ou que incorre em passivos como
contrapartida pode ser a adquirente.

Aquisições reversas
B19 Uma aquisição reversa ocorre quando a entidade que emite títulos (a adquirente legal) é identificada como
a adquirida para fins contábeis, com base na orientação fornecida nos parágrafos B13-B18. A entidade
cujas participações patrimoniais sejam adquiridas (a adquirida legal) deve ser a adquirente para fins
contábeis, para que a transação seja considerada uma aquisição reversa. Por exemplo, aquisições reversas
algumas vezes ocorrem quando uma entidade privada deseja abrir seu capital, mas não deseja registrar
suas ações. Para alcançar esse fim, a entidade privada fará com que uma entidade pública adquira suas
participações patrimoniais em troca das participações patrimoniais da entidade pública. Nesse exemplo,
a entidade pública é a adquirente legal, pois emitiu suas participações patrimoniais, e a entidade privada
é a adquirida legal, pois suas participações patrimoniais foram adquiridas. Contudo, a aplicação da
orientação dos parágrafos B13-B18 resulta na identificação:

(a) da entidade pública como a adquirida para fins contábeis (a adquirida contábil); e

(b) da entidade privada como a adquirente para fins contábeis (a adquirente contábil).

A adquirida contábil deve atender à definição de negócio para que a transação seja contabilizada como
uma aquisição reversa e para que todos os princípios de reconhecimento e mensuração desta IFRS,
inclusive o requisito de reconhecimento do ágio, sejam aplicáveis.

Mensurando a contrapartida transferida


B20 Em uma aquisição reversa, a adquirente contábil geralmente não emite contrapartida pela adquirida. Em
vez disso, a adquirida contábil emite suas ações aos sócios da adquirente contábil. Consequentemente, o
valor justo na data de aquisição da contrapartida transferida pela adquirente contábil, por sua participação
na adquirida contábil, é baseado no número de participações patrimoniais que a subsidiária legal teria
que ter emitido para dar aos sócios da controladora legal o mesmo percentual de participação patrimonial
na entidade combinante que resulta da aquisição reversa. O valor justo do número de participações
patrimoniais calculado dessa forma pode ser usado como o valor justo da contrapartida transferida em
troca da adquirida.

Elaboração e apresentação de demonstrações financeiras consolidadas


B21 Demonstrações financeiras consolidadas elaboradas após uma aquisição reversa são emitidas sob o nome
da controladora legal (adquirida contábil), mas descritas nas notas explicativas como uma continuação
das demonstrações financeiras da subsidiária legal (adquirente contábil), com um ajuste, que é um
ajuste retroativo ao capital legal da adquirente contábil para refletir o capital legal da adquirida contábil.
Esse ajuste é necessário para refletir o capital da controladora legal (a adquirida contábil). Informações
comparativas apresentadas nessas demonstrações financeiras consolidadas também são ajustadas
retroativamente para refletir o capital legal da controladora legal (adquirida contábil).

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IFRS 3

B22 Como as demonstrações financeiras consolidadas representam a continuação das demonstrações


financeiras da subsidiária legal, exceto no tocante à sua estrutura de capital, as demonstrações financeiras
consolidadas refletem:

(a) os ativos e passivos da subsidiária legal (a adquirente contábil) reconhecidos e mensurados por
seus valores contábeis pré-combinação.

(b) os ativos e passivos da controladora legal (a adquirida contábil) reconhecidos e mensurados de


acordo com esta IFRS.

(c) os lucros acumulados e outros saldos patrimoniais da subsidiária legal (adquirente contábil) antes
da combinação de negócios.

(d) o valor reconhecido como participações patrimoniais emitidas nas demonstrações financeiras
consolidadas, determinado somando-se as participações patrimoniais emitidas da subsidiária legal
(a adquirente contábil) em circulação imediatamente antes da combinação de negócios pelo valor
justo da controladora legal (adquirida contábil). Contudo, a estrutura patrimonial (ou seja, o número
e tipo de participações patrimoniais emitidas) reflete a estrutura patrimonial da controladora legal
(a adquirida contábil), incluindo as participações patrimoniais que a controladora legal emitiu
para realizar a combinação. Consequentemente, a estrutura patrimonial da subsidiária legal (a
adquirente contábil) é reapresentada utilizando-se o coeficiente de troca estabelecido no contrato
de aquisição para refletir o número de ações da controladora legal (a adquirida contábil) emitidas
na aquisição reversa.

(e) a parcela proporcional da participação de não controladores sobre os valores contábeis


pré‑combinação de lucros acumulados e outras participações patrimoniais da subsidiária legal
(adquirente contábil), conforme discutido nos parágrafos B23 e B24.

Participação de não controladores


B23 Em uma aquisição reversa, alguns dos sócios da adquirida legal (a adquirente contábil) podem não
trocar suas participações patrimoniais por participações patrimoniais da controladora legal (a adquirida
contábil). Esses sócios são tratados como uma participação de não controladores nas demonstrações
financeiras consolidadas após a aquisição reversa. Isso ocorre porque os sócios da adquirida legal que
não trocam suas participações patrimoniais por participações patrimoniais da adquirente legal possuem
uma participação somente nos resultados e ativos líquidos da adquirida legal—não nos resultados e ativos
líquidos da entidade combinada. Inversamente, ainda que a adquirente legal seja a adquirida para fins
contábeis, os sócios da adquirente legal possuem uma participação sobre os resultados e ativos líquidos
da entidade combinada.

B24 Os ativos e passivos da adquirida legal são mensurados e reconhecidos nas demonstrações financeiras
consolidadas por seus valores contábeis pré-combinação [vide parágrafo B22(a)]. Portanto, em uma
aquisição reversa, a participação de não controladores reflete a participação proporcional dos acionistas
não controladores nos valores contábeis pré-combinação dos ativos líquidos da adquirida legal, ainda
que as participações de não controladores em outras aquisições sejam mensuradas por seu valor justo
na data de aquisição.

Lucros por ação


B25 Conforme indicado no parágrafo B22(d), a estrutura patrimonial nas demonstrações financeiras
consolidadas após uma aquisição reversa reflete a estrutura patrimonial da adquirente legal (a adquirida
contábil), incluindo as participações patrimoniais emitidas pela adquirente legal para realizar a combinação
de negócios.

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IFRS 3

B26 No cálculo do número médio ponderado de ações ordinárias em circulação (o denominador do cálculo
dos lucros por ação) durante o período no qual ocorrer a aquisição reversa:

(a) o número de ações ordinárias em circulação desde o início daquele período até a data de aquisição
será calculado com base no número médio ponderado de ações ordinárias da adquirida legal
(adquirente contábil) em circulação durante o período multiplicado pelo coeficiente de troca
estabelecido no contrato de fusão; e

(b) o número de ações ordinárias em circulação desde a data de aquisição até o final daquele período
será o número real de ações ordinárias da adquirente legal (a adquirida contábil) em circulação
durante aquele período.

B27 Os lucros básicos por ação para cada período comparativo antes da data de aquisição, apresentados nas
demonstrações financeiras consolidadas após uma aquisição reversa, serão calculados dividindo-se:

(a) os lucros e perdas da adquirida legal atribuível a titulares de ações ordinárias em cada um desses
períodos, pelo

(b) número médio ponderado histórico de ações ordinárias em circulação da adquirida legal,
multiplicado pelo coeficiente de troca estabelecido no contrato de aquisição.

Reconhecendo ativos adquiridos e passivos assumidos específicos


(aplicação dos parágrafos 10-13)

Arrendamentos operacionais
B28 A adquirente não reconhecerá nenhum ativo ou passivo relacionado a um arrendamento operacional no
qual a adquirida for a arrendatária, salvo conforme exigido pelos parágrafos B29 e B30.

B29 A adquirente determinará se os termos de cada arrendamento operacional no qual a adquirida for a
arrendatária são favoráveis ou desfavoráveis. A adquirente reconhecerá um ativo intangível, se os termos
do arrendamento operacional forem favoráveis em comparação com os termos de mercado, e um passivo,
se os termos forem desfavoráveis em comparação com os termos de mercado. O parágrafo B42 fornece
orientação sobre a mensuração ao valor justo na data de aquisição de ativos sujeitos a arrendamentos
operacionais nos quais a adquirida é a arrendadora.

B30 Um ativo intangível identificável pode estar associado a um arrendamento operacional, que pode ser
comprovado pela disposição dos participantes do mercado em pagar um preço pelo arrendamento, ainda
que seja em termos de mercado. Por exemplo, um arrendamento de portões em um aeroporto, ou de
espaço de varejo em uma área nobre de comércio, pode permitir a entrada em um mercado ou oferecer
outros benefícios econômicos futuros que se qualificam como ativos intangíveis identificáveis, como,
por exemplo, um vínculo com um cliente. Nessa situação, a adquirente reconhecerá o(s) respectivo(s)
ativo(s) intangível(is) identificável(is) de acordo com o parágrafo B31.

Ativos intangíveis
B31 A adquirente reconhecerá, separadamente do ágio, os ativos intangíveis identificáveis adquiridos em uma
combinação de negócios. Um ativo intangível é identificável se atender aos critérios de separabilidade
ou os critérios contratuais-legais.

B32 Um ativo intangível que atende aos critérios contratuais-legais é identificável ainda que o ativo não seja
transferível ou separável da adquirida ou de outros direitos e obrigações. Por exemplo:

(a) uma adquirida arrenda uma unidade fabril sob um arrendamento operacional cujos termos sejam
favoráveis em comparação com os termos de mercado. Os termos do arrendamento proíbem
expressamente a transferência do arrendamento (seja através de venda ou de subarrendamento).

A140 ©
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IFRS 3

O valor pelo qual os termos do arrendamento são favoráveis em comparação com os termos de
transações de mercado atuais para os mesmos itens ou para itens similares constitui um ativo
intangível que atende aos critérios contratuais-legais para reconhecimento separadamente do ágio,
ainda que a adquirente não possa vender ou, de outro modo, transferir o contrato de arrendamento.

(b) uma adquirida detém e opera uma usina nuclear. A licença de operação dessa usina é um ativo
intangível que atende aos critérios contratuais-legais para reconhecimento separadamente do ágio,
ainda que a adquirente não possa vendê-la ou transferi-la separadamente da usina adquirida. A
adquirente pode reconhecer o valor justo da licença de operação e o valor justo da usina como um
único ativo para fins de relatório financeiro se as vidas úteis desses ativos forem similares.

(c) uma adquirida possui uma patente de tecnologia. Ela licenciou essa patente a terceiros, para uso
exclusivo destes fora do mercado doméstico, recebendo em troca um determinado percentual sobre
as receitas futuras. Tanto a patente de tecnologia quando o respectivo contrato de licença atendem
aos critérios contratuais-legais para reconhecimento separadamente do ágio, ainda que a venda ou
troca da patente e do respectivo contrato de licença separadamente um do outro não fosse praticável.

B33 O critério de separabilidade significa que um ativo intangível adquirido pode ser separado ou segregado
da adquirida e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto
com um contrato ou com um ativo ou passivo identificável correspondente. Um ativo intangível que a
adquirente poderia vender, licenciar ou, de outro modo, trocar por outro bem de valor atende ao critério
de separabilidade, ainda que a adquirente não pretenda vendê-lo, licenciá-lo ou, de outro modo, trocá-lo.
Um ativo intangível adquirido atende ao critério de separabilidade se houver evidência de transações
de troca para esse tipo de ativo ou para um ativo de tipo similar, ainda que essas transações sejam
incomuns e independentemente se a adquirente está envolvida nelas. Por exemplo, listas de clientes e
assinantes são frequentemente licenciadas e, desse modo, atendem ao critério de separabilidade. Ainda
que uma adquirida acredite que suas listas de clientes possuem características diferentes de outras listas
de clientes, o fato de que listas de clientes são frequentemente licenciadas de modo geral significa que a
lista de clientes adquirida atende ao critério de separabilidade. Contudo, uma lista de clientes adquirida
em uma combinação de negócios não atende ao critério de separabilidade se os termos dos acordos
de confidencialidade ou outros proibirem a entidade de vender, arrendar ou, de outro modo, trocar
informações sobre seus clientes.

B34 Um ativo intangível que não seja individualmente separável da adquirida ou da entidade combinada
atende ao critério de separabilidade se for separável em combinação com um contrato ou ativo ou passivo
identificável correspondente. Por exemplo:

(a) participantes do mercado trocam passivos de depósito e os respectivos ativos intangíveis do vínculo
com o depositário em transações de troca observáveis. Portanto, a adquirente deve reconhecer o
ativo intangível do vínculo com o depositário separadamente do ágio.

(b) uma adquirida possui uma marca registrada e conhecimento técnico documentado, mas não
patenteado, utilizado para a fabricação do produto sujeito à proteção de marca. Para transferir a
propriedade de uma marca, o sócio deve transferir também tudo o que possa ser necessário para
que o novo sócio produza um produto ou serviço indistinguível daquele produzido pelo antigo
sócio. Como o conhecimento técnico não patenteado deve ser separado da adquirida ou da entidade
combinada e vendido caso a respectiva marca seja vendida, ele atende ao critério de separabilidade.

Direitos readquiridos

B35 Como parte de uma combinação de negócios, uma adquirente pode readquirir um direito que tinha
anteriormente concedido à adquirida para usar um ou mais dos ativos reconhecidos ou não reconhecidos da
adquirente. Exemplos desses direitos incluem o direito de usar o nome comercial da adquirente de acordo
com um contrato de franquia ou o direito de usar a tecnologia da adquirente de acordo com um acordo de
licenciamento de tecnologia. Um direito readquirido é um ativo intangível identificável que a adquirente
reconhece separadamente do ágio. O parágrafo 29 fornece orientação sobre a mensuração de um direito
readquirido e o parágrafo 55 fornece orientação sobre a contabilização de um direito readquirido.

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B36 Se os termos do contrato que dão origem a um direito readquirido forem favoráveis ou desfavoráveis em
comparação com os termos das transações de mercado atuais para o mesmo item ou para itens similares,
a adquirente reconhecerá um ganho ou perda na liquidação. O parágrafo B52 fornece orientação sobre a
mensuração desse ganho ou perda na liquidação.

Força de trabalho e outros itens não identificáveis

B37 A adquirente inclui no ágio o valor de um ativo intangível adquirido que não seja identificável na data
de aquisição. Por exemplo, uma adquirente pode atribuir valor à existência de uma força de trabalho,
que consiste em um conjunto existente de empregados que permite à adquirente continuar a operar um
negócio adquirido a partir da data de aquisição. Uma força de trabalho não representa o capital intelectual
da força de trabalho qualificada—o conhecimento (frequentemente especializado) e a experiência que os
empregados de uma adquirida agregam a suas funções. Como a força de trabalho não constitui um ativo
identificado a ser reconhecido separadamente do ágio, qualquer valor a ela atribuído é incluído no ágio.

B38 A adquirente inclui ainda no ágio qualquer valor atribuído a itens que não se qualifiquem como ativos na
data de aquisição. Por exemplo, a adquirente pode atribuir valor a contratos potenciais que a adquirida
esteja negociando com possíveis novos clientes na data de aquisição. Como esses contratos potenciais
não são, por si só, ativos na data de aquisição, a adquirente não os reconhece separadamente do ágio.
A adquirente não deve reclassificar subsequentemente o valor desses contratos do ágio para eventos
que ocorram após a data de aquisição. Contudo, a adquirente deve avaliar os fatos e circunstâncias
que envolvem os eventos ocorridos logo após a aquisição para determinar se um ativo intangível
separadamente reconhecível existia na data de aquisição.

B39 Após o reconhecimento inicial, a adquirente contabiliza os ativos intangíveis adquiridos em uma
combinação de negócios de acordo com as disposições da IAS 38 – Ativos Intangíveis. Contudo,
conforme descrito no parágrafo 3 da IAS 38, a contabilização de alguns ativos intangíveis adquiridos
após o reconhecimento inicial é prescrita por outras IFRSs.

B40 Os critérios para identificação determinam se um ativo intangível deve ser reconhecido separadamente
do ágio. Contudo, os critérios não fornecem orientação para a mensuração ao valor justo de um ativo
intangível nem restringem as suposições utilizadas na mensuração do valor justo de um ativo intangível.
Por exemplo, a adquirente levaria em consideração as suposições que seriam utilizadas pelos participantes
do mercado ao precificar o ativo intangível na mensuração ao valor justo, tais como expectativas de
futuras renovações contratuais. Não é necessário que as renovações em si atendam aos critérios para
identificação. (Contudo, consulte o parágrafo 29, que prevê uma exceção ao princípio de mensuração
ao valor justo para direitos readquiridos reconhecidos em uma combinação de negócios.) Os parágrafos
36 e 37 da IAS 38 fornecem orientação para determinar se os ativos intangíveis devem ser combinados
com outros ativos intangíveis ou tangíveis em uma única unidade de conta.

Mensurando o valor justo de ativos identificáveis específicos e uma participação


de não controladores em uma adquirida (aplicação dos parágrafos 18 e 19)

Ativos com fluxos de caixa incertos (provisões para perdas)


B41 A adquirente não reconhecerá uma provisão para perdas separada na data de aquisição para ativos
adquiridos em uma combinação de negócios que sejam mensurados por seus valores justos na data de
aquisição, já que os efeitos da incerteza sobre os fluxos de caixa futuros são incluídos na mensuração
ao valor justo. Por exemplo, como esta IFRS exige que a adquirente mensure os recebíveis adquiridos,
inclusive empréstimos, por seus valores justos na data de aquisição, a adquirente não reconhece uma
provisão para perdas separada para os fluxos de caixa contratuais que sejam considerados como
incobráveis naquela data.

A142 ©
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Ativos sujeitos a arrendamentos operacionais nos quais a adquirida é


a arrendadora
B42 Na mensuração ao valor justo na data de aquisição de um ativo, como um prédio ou uma patente, sujeito
a um arrendamento operacional no qual a adquirida é a arrendadora, a adquirente levará em consideração
os termos do arrendamento. Em outras palavras, a adquirente não reconhece um ativo ou passivo separado
se os termos de um arrendamento operacional forem tanto favoráveis quanto desfavoráveis quando
comparados aos termos de mercado, conforme exigido pelo parágrafo B29 para arrendamentos em que
a adquirida seja a arrendatária.

Ativos que a adquirente não pretende utilizar, ou que pretende utilizar de


forma diferente de outros participantes do mercado
B43 Para proteger sua posição competitiva, ou por outras razões, a adquirente pode pretender não utilizar um
ativo não financeiro adquirido ativamente ou pode pretender não utilizá-lo de acordo com o seu melhor
uso. Por exemplo, este pode ser o caso para um ativo intangível de pesquisa e desenvolvimento adquirido
que a adquirente planeje utilizar defensivamente impedindo que outros o utilizem. Não obstante, a
adquirente mensurará o valor justo do ativo não financeiro presumindo o seu melhor uso por participantes
do mercado de acordo com a premissa de avaliação adequada, tanto inicialmente quanto ao mensurar o
valor justo menos os custos de alienação para testes de redução ao valor recuperável subsequentes.

Participação de não controladores em uma adquirida


B44 Esta IFRS permite que a adquirente mensure uma participação de não controladores na adquirida por
seu valor justo na data de aquisição. Algumas vezes, uma adquirente mensurará o valor justo na data
de aquisição de uma participação de não controladores, com base em um preço cotado em um mercado
ativo para as ações (ou seja, aquelas não detidas pela adquirente). Em outras situações, contudo, um
preço cotado em um mercado ativo para as ações não estará disponível. Nessas situações, a adquirente
mensuraria o valor justo da participação de não controladores utilizando outras técnicas de avaliação.

B45 Os valores justos da participação da adquirente na adquirida e da participação de não controladores por
ação podem ser diferentes. É provável que a principal diferença seja a inclusão de um prêmio de controle
no valor justo por ação da participação da adquirente na adquirida ou, inversamente, a inclusão de um
desconto por falta de controle (também referido como desconto de participação de não controladores)
no valor justo por ação da participação de não controladores, se os participantes do mercado levariam
em conta esse prêmio ou desconto ao precificar a participação de não controladores.

Mensurando o ágio ou um ganho em uma compra vantajosa

Mensurando o valor justo na data de aquisição da participação


da adquirente na adquirida utilizando técnicas de avaliação
(aplicação do parágrafo 33)
B46 Em uma combinação de negócios realizada sem a transferência de contrapartida, a adquirente deve
substituir o valor justo na data de aquisição de sua participação na adquirida pelo valor justo na data
de aquisição da contrapartida transferida para mensurar o ágio ou um ganho em uma compra vantajosa
(vide parágrafos 32-34).

Considerações especiais na aplicação do método de aquisição a


combinações de entidades mútuas (aplicação do parágrafo 33)
B47 Quando duas entidades mútuas se combinam, o valor justo das participações patrimoniais ou dos membros
na adquirida (ou o valor justo da adquirida) pode ser mensurado de forma mais confiável que o valor

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IFRS 3

justo das participações dos membros transferidas pela adquirente. Nessa situação, o parágrafo 33 exige
que a adquirente determine o valor do ágio utilizando o valor justo na data de aquisição das participações
patrimoniais da adquirida, em vez do valor justo na data de aquisição das participações patrimoniais da
adquirente transferidas como contrapartida. Além disso, a adquirente, em uma combinação de entidades
mútuas, reconhecerá os ativos líquidos da adquirida como um acréscimo direto ao capital ou ao patrimônio
líquido em sua demonstração da posição financeira, não como um acréscimo aos lucros acumulados,
que é consistente com a forma pela qual outros tipos de entidades aplicam o método de aquisição.

B48 Apesar de serem similares, em muitos aspectos, a outros negócios, entidades mútuas possuem
características distintas que decorrem principalmente do fato de seus membros serem tanto clientes quanto
sócios. Os membros de entidades mútuas geralmente esperam receber benefícios por sua condição como
tais, geralmente na forma de redução nos honorários cobrados por bens e serviços ou de dividendos de
patrocínio. A parcela dos dividendos de patrocínio alocada a cada membro é geralmente baseada na
quantidade de negócios realizados pelo membro com a entidade mútua durante o ano.

B49 A mensuração ao valor justo de uma entidade mútua deve incluir as suposições que participantes do
mercado fariam sobre os futuros benefícios aos membros, bem como quaisquer outras suposições
relevantes que os participantes do mercado fariam sobre a entidade mútua. Por exemplo, uma técnica
de valor presente pode ser utilizada para mensurar o valor justo de uma entidade mútua. Os fluxos de
caixa usados como informações no modelo devem se basear nos fluxos de caixa esperados da entidade
mútua, que provavelmente refletirão descontos para benefício dos membros, tais como reduções nos
honorários cobrados por bens e serviços.

Determinando o que faz parte da transação de combinação de negócios


(aplicação dos parágrafos 51 e 52)
B50 A adquirente deve considerar os seguintes fatores, que não se excluem nem são individualmente
conclusivos, para determinar se uma transação é parte da troca pela adquirida ou se a transação é separada
da combinação de negócios.

(a) razões para a transação – Entender as razões pelas quais as partes da combinação (a adquirente e a
adquirida, seus sócios, diretores e gerentes – e seus agentes) realizaram uma determinada transação
ou acordo pode ajudar a esclarecer se essa transação ou acordo é parte da contrapartida transferida
e dos ativos adquiridos ou passivos assumidos. Por exemplo, se uma transação for estruturada
principalmente para o benefício da adquirente ou da entidade combinada, e não principalmente para
o benefício da adquirida ou de seus antigos sócios antes da combinação, é menos provável que essa
parcela do preço da transação pago (e quaisquer ativos ou passivos correspondentes) seja parte da
troca pela adquirida. Consequentemente, a adquirente contabilizaria essa parcela separadamente
da combinação de negócios.

(b) quem iniciou a transação – Entender quem iniciou a transação também pode ajudar a esclarecer
se essa transação é parte da troca pela adquirida. Por exemplo, uma transação ou outro evento que
seja iniciado pela adquirente pode ser realizado com o propósito de oferecer benefícios econômicos
futuros à adquirente ou à entidade combinada, com pouco ou nenhum benefício sendo recebido pela
adquirida ou por seus antigos sócios antes da combinação. Por outro lado, é menos provável que
uma transação ou acordo iniciado pela adquirida ou por seus antigos sócios seja para benefício da
adquirente ou da entidade combinada, e mais provável que seja parte da transação de combinação
de negócios.

(c) a época da transação – A época da transação também pode ajudar a esclarecer se essa transação
é parte da troca pela adquirida. Por exemplo, uma transação entre a adquirente e a adquirida
ocorrida durante as negociações dos termos de uma combinação de negócios pode ter sido realizada
vislumbrando a combinação de negócios, com o intuito de oferecer benefícios econômicos futuros à
adquirente ou à entidade combinada. Nesse caso, é provável que a adquirida ou seus antigos sócios
antes da combinação de negócios obtenham pouco ou nenhum benefício da transação, exceto os
benefícios que recebam como parte da entidade combinada.

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Encerramento efetivo de um vínculo preexistente entre a adquirente e a


adquirida em uma combinação de negócios [aplicação do parágrafo 52(a)]
B51 A adquirente e a adquirida podem ter um vínculo que existia antes que contemplassem a combinação de
negócios, aqui referida como um “vínculo preexistente”. Um vínculo preexistente entre a adquirente e
a adquirida pode ser contratual (por exemplo, fornecedor e cliente ou licenciador e licenciado) ou não
contratual (por exemplo, autor e réu).

B52 Se a combinação de negócios efetivamente encerra um vínculo preexistente, a adquirente reconhece um


ganho ou perda, mensurado da seguinte forma:

(a) para um vínculo preexistente não contratual (como uma ação), o valor justo.

(b) para um vínculo preexistente contratual, o que for menor entre (i) e (ii):

(i) o valor pelo qual o contrato é favorável ou desfavorável, do ponto de vista da adquirente,
quando comparado aos termos de transações de mercado atuais para os mesmos itens ou para
itens similares. (Um contrato desfavorável é um contrato cujos termos são desfavoráveis em
comparação com os termos de mercado atuais. Não se trata necessariamente de um contrato
oneroso em que os custos inevitáveis de cumprimento das obrigações previstas no contrato
excedem os benefícios econômicos que se espera receber de acordo com o contrato.)

(ii) o valor de quaisquer provisões para encerramento do vínculo no contrato, disponíveis à parte
para a qual o contrato é desfavorável.

Se (ii) for menor que (i), a diferença é incluída como parte da contabilização da combinação
de negócios.

O valor do ganho ou perda reconhecido pode depender, em parte, se a adquirente tinha reconhecido
anteriormente um ativo ou passivo correspondente, e o ganho ou perda reconhecido pode diferir do valor
calculado pela aplicação dos requisitos acima.

B53 Um vínculo preexistente pode ser um contrato reconhecido pela adquirente como um direito readquirido.
Se o contrato incluir termos que sejam favoráveis ou desfavoráveis quando comparados aos preços de
transações de mercado atuais relacionados aos mesmos itens ou a itens similares, a adquirente reconhece,
separadamente da combinação de negócios, um ganho ou perda pelo efetivo encerramento do contrato,
mensurado de acordo com o parágrafo B52.

Acordos para pagamentos contingentes a empregados ou acionistas


vendedores [aplicação do parágrafo 52(b)]
B54 Dependendo de sua natureza, acordos para pagamentos contingentes a empregados ou acionistas
vendedores são contrapartida contingente na combinação de negócios ou são transações separadas.
Entender as razões pelas quais o contrato de aquisição inclui uma provisão para pagamentos contingentes,
quem iniciou o acordo e quando as partes o celebraram pode ser útil na avaliação da natureza do acordo.

B55 Se não estiver claro se um acordo de pagamentos a empregados ou acionistas vendedores é parte da troca
pela adquirida ou é uma transação separada da combinação de negócios, a adquirente deve considerar
os seguintes indicadores:

(a) Continuação no emprego – Os termos de continuação no emprego dos acionistas vendedores que
se tornam empregados-chave podem ser um indicador da essência de um acordo de contrapartida
contingente. Os termos relevantes de continuação no emprego podem ser incluídos em um contrato
de trabalho, contrato de aquisição ou outro documento. Um acordo de contrapartida contingente
no qual os pagamentos são cancelados automaticamente em caso de desligamento do empregado
constitui remuneração por serviços pós-combinação. Acordos nos quais os pagamentos contingentes

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IFRS Foundation A145
IFRS 3

não são afetados pelo desligamento podem indicar que os pagamentos contingentes constituem
contrapartida adicional, e não remuneração.

(b) Duração da continuação no emprego – Se o período de emprego exigido coincidir com o período
de pagamento contingente ou excedê-lo, esse fato pode indicar que os pagamentos contingentes
são, em essência, remuneração.

(c) Nível de remuneração – Situações nas quais a remuneração do empregado, excluindo-se


os pagamentos contingentes, encontra-se em um nível razoável em comparação à de outros
empregados-chave da entidade combinada podem indicar que os pagamentos contingentes
constituem contrapartida adicional, e não remuneração.

(d) Pagamentos adicionais a empregados – Se os acionistas vendedores que não se tornarem


empregados receberem pagamentos contingentes por ação mais baixos que os acionistas
vendedores que se tornarem empregados da entidade combinada, esse fato pode indicar que o valor
adicional dos pagamentos contingentes aos acionistas vendedores que se tornarem empregados
constitui remuneração.

(e) Número de ações detidas – O número relativo de ações detidas pelos acionistas vendedores
que permanecerem como empregados-chave pode ser um indicador da essência do acordo de
contrapartida contingente. Por exemplo, se os acionistas vendedores que detinham substancialmente
todas as ações da adquirida permanecerem como empregados-chave, esse fato pode indicar que
o acordo é, em essência, um acordo de participação nos lucros, destinado a oferecer remuneração
por serviços pós-combinação. Alternativamente, se os acionistas vendedores que permanecerem
como empregados-chave detinham apenas um pequeno número de ações da adquirida, e todos
os acionistas vendedores receberem o mesmo valor de contrapartida contingente por ação, esse
fato pode indicar que os pagamentos contingentes constituem contrapartida adicional. Devem ser
consideradas também as participações societárias pré-aquisição detidas por partes relacionadas a
acionistas vendedores que permanecerem como empregados-chave, tais como familiares.

(f) Ligação com a avaliação – Se a contrapartida inicial transferida na data de aquisição se basear no
nível mais baixo de uma faixa estabelecida na avaliação da adquirida e a fórmula contingente se
relacionar com essa abordagem de avaliação, esse fato pode sugerir que os pagamentos contingentes
constituem contrapartida adicional. Alternativamente, se a fórmula de pagamento contingente for
compatível com os acordos prévios de participação nos lucros, esse fato pode sugerir que a essência
do acordo é fornecer remuneração.

(g) Fórmula para determinação da contrapartida – A fórmula utilizada para determinar o pagamento
contingente pode ser útil na avaliação da essência do acordo. Por exemplo, se um pagamento
contingente for determinado com base em um múltiplo de ganhos, isso pode sugerir que a obrigação
é uma contrapartida contingente na combinação de negócios e que a fórmula destina-se a estabelecer
ou verificar o valor justo da adquirida. Por outro lado, um pagamento contingente que consistir em
um percentual determinado dos ganhos pode sugerir que a obrigação perante os empregados é um
acordo de participação nos lucros para remunerá-los por serviços prestados.

(h) Outros contratos e questões – Os termos de outros acordos com acionistas vendedores (tais como
contratos de não concorrência, contratos executórios, contratos de consultoria e contratos de locação
de imóveis) e o tratamento dos pagamentos contingentes quanto ao imposto sobre a renda podem
indicar que os pagamentos contingentes são atribuíveis a algo que não seja uma contrapartida pela
adquirida. Por exemplo, em relação à aquisição, a adquirente pode celebrar um contrato de locação
de imóvel com um acionista vendedor significativo. Se os pagamentos de aluguéis especificados no
contrato de locação forem significativamente menores que o valor de mercado, alguns ou todos os
pagamentos contingentes à locadora (o acionista vendedor) exigidos por um acordo separado para
pagamentos contingentes podem caracterizar, em essência, pagamentos pelo uso do imóvel locado
que deveriam ser reconhecidos separadamente pela adquirente em suas demonstrações financeiras
pós-combinação. Por outro lado, se o contrato de locação especificar pagamentos de aluguéis que
sejam compatíveis com os termos de mercado para o imóvel locado, o acordo de pagamentos

A146 ©
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IFRS 3

contingentes ao acionista vendedor pode constituir uma contrapartida contingente na combinação


de negócios.

Pagamento de prêmios baseados em ações da adquirente


trocados por prêmios detidos pelos empregados da adquirida
[aplicação do parágrafo 52(b)]
B56 Uma adquirente pode trocar seus pagamentos de prêmios baseados em ações3 (prêmios de substituição)
por prêmios detidos por empregados da adquirida. Trocas de opções de compra de ações ou outros
pagamentos de prêmios baseados em ações em conjunto com uma combinação de negócios são
contabilizadas como modificações de pagamentos de prêmios baseados em ações de acordo com a
IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações. Se a adquirente substituir os prêmios da adquirida, a totalidade
ou parte das mensurações baseadas em mercado dos prêmios de substituição da adquirente será incluída na
mensuração da contrapartida transferida na combinação de negócios. Os parágrafos B57–B62 fornecem
orientação sobre como alocar a mensuração baseada em mercado. Entretanto, em situações em que os
prêmios da adquirida expirariam em consequência de uma combinação de negócios e se a adquirente
substituir esses prêmios quando não é obrigada a fazê-lo, toda a mensuração baseada em mercado dos
prêmios de substituição será reconhecida como custo de remuneração nas demonstrações financeiras
pós-combinação de acordo com a IFRS 2. Ou seja, nenhuma das mensurações baseadas em mercado
desses prêmios será incluída na mensuração da contrapartida transferida na combinação de negócios.
A adquirente é obrigada a substituir os prêmios da adquirida se esta ou seus empregados tiverem a
capacidade de forçar a substituição. Por exemplo, para fins de aplicação desta orientação, a adquirente
é obrigada a substituir os prêmios da adquirida se a substituição for exigida:

(a) pelos termos do contrato de aquisição;

(b) pelos termos dos prêmios da adquirida; ou

(c) pelas leis ou regulamentos aplicáveis.

B57 Para determinar a parcela de um prêmio de substituição que é parte da contrapartida transferida à adquirida
e a parcela que constitui remuneração por serviço pós-combinação, a adquirente mensurará tanto os
prêmios de substituição concedidos pela adquirente quanto os prêmios da adquirida na data de aquisição
de acordo com a IFRS 2. A parcela da mensuração baseada em mercado do prêmio de substituição que
for parte da contrapartida transferida em troca da adquirida é igual à parcela do prêmio da adquirida que
for atribuível ao serviço pré-combinação.

B58 A parcela do prêmio de substituição atribuível ao serviço pré-combinação é a mensuração baseada em


mercado do prêmio da adquirida multiplicada pelo coeficiente entre a parcela concluída do período de
aquisição de direito e o que for maior entre o período total de aquisição de direito ou o período original
de aquisição de direito do prêmio da adquirida. O período de aquisição de direito é o período durante o
qual todas as condições especificadas para aquisição do direito devem ser atendidas. As condições de
aquisição de direito são definidas na IFRS 2.

B59 A parcela de um prêmio de substituição sem direito adquirido atribuível ao serviço pós-combinação e,
portanto, reconhecida como custo de remuneração nas demonstrações financeiras pós-combinação, é igual
à mensuração total baseada em mercado do prêmio de substituição menos o valor atribuído ao serviço
pré-combinação. Portanto, a adquirente atribui ao serviço pós-combinação qualquer valor pelo qual a
mensuração baseada em mercado do prêmio de substituição exceder a mensuração baseada em mercado
do prêmio da adquirida, e reconhece esse excedente como custo de remuneração nas demonstrações
financeiras pós-combinação. A adquirente atribuirá uma parcela de um prêmio de substituição ao serviço
pós-combinação se ele exigir serviço pós-combinação, independentemente se os empregados prestaram
todo o serviço exigido para que os direitos sobre os prêmios da adquirida fossem adquiridos antes da
data de aquisição.

3 Nos parágrafos B56–B62 o termo “pagamento de prêmios baseados em ações” refere-se a transações de pagamento baseadas em
ações cujo direito foi adquirido ou a transações de pagamento baseadas em ações cujo direito não foi adquirido.

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B60 A parcela de um prêmio de substituição sem direito adquirido atribuível ao serviço pré-combinação, bem
como a parcela atribuível ao serviço pós-combinação, refletirá a melhor estimativa disponível do número
de prêmios de substituição cujos direitos se espera adquirir. Por exemplo, se a mensuração baseada em
mercado da parcela de um prêmio de substituição atribuível ao serviço pré-combinação for de UM100
e a adquirente espera que apenas 95% dos prêmios terão seus direitos adquiridos, o valor incluído na
contrapartida transferida na combinação de negócios será de UM95. Mudanças no número estimado de
prêmios de substituição cujos direitos se espera adquirir são refletidas no custo de remuneração para
os períodos nos quais ocorrerem as mudanças ou renúncias ao direito de aquisição, não como ajustes
à contrapartida transferida na combinação de negócios. Do mesmo modo, os efeitos de outros eventos,
tais como modificações ou o resultado final de prêmios com condições de desempenho ocorridos após a
data de aquisição, são contabilizados de acordo com a IFRS 2 na determinação do custo de remuneração
para o período em que o evento ocorrer.

B61 Os mesmos requisitos são aplicadas para determinar as parcelas de um prêmio de substituição atribuível
ao serviço pré-combinação e pós-combinação, independentemente se o prêmio de substituição é
classificado como um passivo ou como um instrumento de patrimônio de acordo com as disposições da
IFRS 2. Todas as mudanças na mensuração baseada em mercado de prêmios classificados como passivos
após a data de aquisição e os respectivos efeitos em relação ao imposto sobre a renda são reconhecidos
nas demonstrações financeiras pós-combinação da adquirente, no(s) período(s) em que as mudanças
ocorrerem.

B62 Os efeitos em relação ao imposto sobre a renda de prêmios de substituição de pagamentos baseados em
ações serão reconhecidos de acordo com as disposições da IAS 12 – Impostos sobre a Renda.

Transações de pagamento baseadas em ações liquidadas em


instrumentos de patrimônio da adquirida
B62A A adquirida pode ter transações de pagamento baseadas em ações em aberto que a adquirente não troca
por suas transações de pagamento baseadas em ações. Se o direito tiver sido adquirido, essas transações
de pagamento baseadas em ações da adquirida são parte da participação de não controladores na adquirida
e são avaliadas com base na mensuração baseada em mercado. Se o direito não tiver sido adquirido, elas
são avaliadas com base na mensuração baseada em mercado como se a data de aquisição fosse a data de
concessão de acordo com os parágrafos 19 e 30.

B62B A mensuração baseada em mercado de transações de pagamento baseadas em ações cujos direitos
não são adquiridos é alocada à participação de não controladores com base no coeficiente da parcela
concluída do período de aquisição de direito e o maior entre o período total de aquisição de direito e o
período original de aquisição de direito da transação de pagamento baseada em ações. O saldo é alocado
a serviços pós-combinação.

Outras IFRSs que fornecem orientação sobre mensuração e contabilização


subsequentes (aplicação do parágrafo 54)
B63 Exemplos de outras IFRSs que fornecem orientação sobre mensuração e contabilização subsequentes de
ativos adquiridos e passivos assumidos ou incorridos em uma combinação de negócios incluem:

(a) A IAS 38 prescreve a contabilização de ativos intangíveis identificáveis adquiridos em uma


combinação de negócios. A adquirente mensura o ágio pelo valor reconhecido na data de aquisição
menos quaisquer perdas acumuladas por redução no valor recuperável. A IAS 36 – Redução no Valor
Recuperável de Ativos prescreve a contabilização de perdas por redução no valor recuperável.

(b) A IFRS 4 – Contratos de Seguro fornece orientação sobre a contabilização subsequente de um


contrato de seguro adquirido em uma combinação de negócios.

(c) A IAS 12 prescreve a contabilização subsequente de impostos diferidos ativos (incluindo impostos
diferidos ativos não reconhecidos) e passivos adquiridos em uma combinação de negócios.

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(d) A IFRS 2 fornece orientação sobre mensuração e contabilização subsequentes da parcela dos
prêmios de substituição baseados em ações emitidos por uma adquirente atribuível a serviços
futuros de empregados.

(e) A IFRS 10 fornece orientação sobre a contabilização de mudanças na participação de uma


controladora em uma subsidiária após a obtenção do controle.

Divulgações (aplicação dos parágrafos 59 e 61)


B64 Para alcançar o objetivo do parágrafo 59, a adquirente divulgará as seguintes informações para cada
combinação de negócios que ocorrer durante o período de relatório:

(a) o nome e a descrição da adquirida.

(b) a data de aquisição.

(c) o percentual de participações patrimoniais com direito a voto adquiridas.

(d) as principais razões da combinação de negócios e uma descrição de como a adquirente obteve o
controle da adquirida.

(e) uma descrição qualitativa dos fatores que compõem o ágio reconhecido, tais como as sinergias
esperadas da combinação das operações da adquirida e da adquirente, ativos intangíveis que não
se qualificam para reconhecimento separado ou outros fatores.

(f) o valor justo na data de aquisição da contrapartida total transferida e o valor justo na data de
aquisição de cada classe principal de contrapartida, como, por exemplo:

(i) caixa;

(ii) outros ativos tangíveis ou intangíveis, incluindo um negócio ou subsidiária da adquirente;

(iii) passivos incorridos, como, por exemplo, um passivo por contrapartida contingente; e

(iv) participações patrimoniais da adquirente, incluindo o número de instrumentos ou participações


emitidas ou a serem emitidas e o método de mensuração do valor justo desses instrumentos
ou participações.

(g) para acordos de contrapartida contingente e ativos de indenização:

(i) o valor reconhecido na data de aquisição;

(ii) uma descrição do acordo e da base para determinação do valor do pagamento; e

(iii) uma estimativa da faixa de resultados (sem descontos) ou, se uma faixa não puder ser
estimada, esse fato e as razões pelas quais uma faixa não pode ser estimada. Se o valor
máximo do pagamento for ilimitado, a adquirente divulgará esse fato.

(h) para recebíveis adquiridos:

(i) o valor justo dos recebíveis;

(ii) os valores contratuais brutos a receber; e

(iii) a melhor estimativa, na data de aquisição, dos fluxos de caixa contratuais cujo recebimento
não seja esperado.

As divulgações serão feitas por principais classes de recebíveis, tais como empréstimos,
arrendamentos financeiros diretos e quaisquer outras classes de recebíveis.

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(i) os valores reconhecidos na data de aquisição para cada principal classe de ativos adquiridos e
passivos assumidos.

(j) para cada passivo contingente reconhecido de acordo com o parágrafo 23, as informações exigidas
no parágrafo 85 da IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Se um passivo
contingente não for reconhecido porque seu valor justo não pode ser mensurado de forma confiável,
a adquirente divulgará:

(i) as informações exigidas pelo parágrafo 86 da IAS 37; e

(ii) as razões pelas quais o passivo não pode ser mensurado de forma confiável.

(k) o valor total do ágio que se espera seja dedutível para propósitos fiscais.

(l) para transações que sejam reconhecidas separadamente da aquisição de ativos e assunção de passivos
na combinação de negócios de acordo com o parágrafo 51:

(i) uma descrição de cada transação;

(ii) como a adquirente contabilizou cada transação;

(iii) os valores reconhecidos para cada transação e a rubrica nas demonstrações financeiras na
qual cada valor é reconhecido; e

(iv) se a transação for o encerramento efetivo de um vínculo preexistente, o método utilizado


para determinar o valor do encerramento.

(m) a divulgação de transações reconhecidas separadamente exigida no item (l) incluirá o valor de custos
relacionados à aquisição e, separadamente, o valor desses custos reconhecidos como despesas e
a rubrica ou rubricas na demonstração do resultado abrangente nas quais essas despesas forem
reconhecidas. O valor de quaisquer custos de emissão não reconhecidos como despesas e como
eles foram reconhecidos também serão divulgados.

(n) em uma compra vantajosa (vide parágrafos 34–36):

(i) o valor de qualquer ganho reconhecido de acordo com o parágrafo 34 e a rubrica da


demonstração do resultado abrangente na qual o ganho for reconhecido; e

(ii) uma descrição das razões pelas quais a transação resultou em um ganho.

(o) para cada combinação de negócios na qual a adquirente detiver menos que 100% das participações
patrimoniais da adquirida na data de aquisição:

(i) o valor da participação de não controladores na adquirida reconhecido na data de aquisição


e a base de mensuração desse valor; e

(ii) para cada participação de não controladores em uma adquirida mensurada pelo valor justo, a(s)
técnica(s) de avaliação e as informações significativas utilizadas na mensuração desse valor.

(p) em uma combinação de negócios realizada em etapas:

(i) o valor justo na data de aquisição da participação patrimonial na adquirida detida pela
adquirente imediatamente antes da data de aquisição; e

(ii) o valor de qualquer ganho ou perda reconhecido como resultado da remensuração do valor
justo da participação patrimonial na adquirida detida pela adquirente antes da combinação
de negócios (vide parágrafo 42) e a rubrica da demonstração do resultado abrangente na qual
esse ganho ou perda for reconhecido.

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(q) as seguintes informações:

(i) os valores de receita e lucros e perdas da adquirida desde a data de aquisição, incluídos na
demonstração consolidada do resultado abrangente para o período de relatório; e

(ii) a receita e o lucros e perdas da entidade combinada para o período de relatório corrente,
como se a data de aquisição para todas as combinações de negócios ocorridas durante o ano
tivessem ocorrido no início do período de relatório anual.

Se a divulgação de qualquer das informações exigidas por este subparágrafo for impraticável, a
adquirente divulgará deverá divulgar esse fato e explicará por que a divulgação é impraticável.
Esta IFRS utiliza o termo “impraticável” com o mesmo significado da IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

B65 Para combinações de negócios ocorridas durante o período de relatório que individualmente não sejam
relevantes, mas que o sejam coletivamente, a adquirente divulgará no total as informações exigidas pelo
parágrafo B64(e)-(q).

B66 Se a data de aquisição de uma combinação de negócios for depois do final do período de relatório, mas
antes que a emissão das demonstrações financeiras seja autorizada, a adquirente divulgará as informações
exigidas pelo parágrafo B64, a menos que a contabilização inicial da combinação de negócios esteja
incompleta no momento em que a emissão das demonstrações financeiras seja autorizada. Nessa situação,
a adquirente descreverá as divulgações que não puderam ser feitas e as razões da não divulgação.

B67 Para alcançar o objetivo do parágrafo 61, a adquirente divulgará as seguintes informações para cada
combinação de negócios relevante ou no total para combinações de negócios que individualmente não
sejam relevantes, mas que o sejam coletivamente:

(a) se a contabilização inicial de uma combinação de negócios estiver incompleta (vide parágrafo 54)
para ativos, passivos, participações de não controladores ou itens de contrapartida específicos, e
os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras para a combinação de negócios tiverem
sido determinados apenas provisoriamente:

(i) as razões pelas quais a contabilização inicial da combinação de negócios está incompleta;

(ii) os ativos, passivos, participações patrimoniais ou itens de contrapartida para os quais a


contabilização inicial está incompleta; e

(iii) a natureza e o valor de quaisquer ajustes ao período de mensuração reconhecidos durante o


período de relatório de acordo com o parágrafo 49.

(b) para cada período de relatório após a data de aquisição até que a entidade receba, venda ou, de
outro modo, perca o direito a um ativo de contrapartida contingente, ou até que a entidade liquide
um passivo de contrapartida contingente ou o passivo seja cancelado ou expire:

(i) quaisquer mudanças nos valores reconhecidos, incluindo quaisquer diferenças originadas
por ocasião da liquidação;

(ii) quaisquer mudanças na faixa de resultados (sem descontos) e as razões para essas mudanças; e

(iii) as técnicas de avaliação e principais informações do modelo utilizadas para mensurar a


contrapartida contingente.

(c) para passivos contingentes reconhecidos em uma combinação de negócios, a adquirente divulgará
as informações exigidas pelos parágrafos 84 e 85 da IAS 37 para cada classe de provisão.

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(d) uma conciliação do valor contábil do ágio no início e no final do período de relatório, mostrando
separadamente:

(i) o valor bruto e as perdas acumuladas por redução no valor recuperável no início do período
de relatório.

(ii) o ágio adicional reconhecido durante o período de relatório, exceto o ágio incluído em um
grupo de alienação que, na aquisição, atenda aos critérios para ser classificado como mantido
para venda de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para a Venda e
Operações Descontinuadas.

(iii) ajustes decorrentes do reconhecimento subsequente de impostos diferidos ativos durante o


período de relatório de acordo com o parágrafo 67.

(iv) o ágio incluído em um grupo de alienação classificado como mantido para venda de
acordo com a IFRS 5 e o ágio baixado durante o período de relatório sem ter sido incluído
anteriormente em um grupo de alienação classificado como mantido para venda.

(v) perdas por redução no valor recuperável reconhecidas durante o período de relatório de
acordo com a IAS 36. (Além desse requisito, a IAS 36 exige a divulgação de informações
sobre o valor recuperável e as perdas por redução no valor recuperável do ágio).

(vi) diferenças cambiais líquidas originadas durante o período de relatório de acordo com a
IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio.

(vii) quaisquer outras mudanças no valor contábil durante o período de relatório.

(viii) o valor bruto e as perdas acumuladas por redução no valor recuperável no final do período
de relatório.

(e) o valor e uma explicação de qualquer ganho ou perda reconhecido no período de relatório corrente
que tanto:

(i) corresponda aos ativos identificáveis adquiridos ou passivos assumidos em uma combinação
de negócios realizada no período de relatório corrente ou anterior quanto

(ii) seja de tal tamanho, natureza ou incidência que sua divulgação seja relevante para
compreender as demonstrações financeiras da entidade combinada.

Disposições transitórias para combinações de negócios envolvendo


apenas entidades mútuas ou realizadas exclusivamente por contrato
(aplicação do parágrafo 66)
B68 O parágrafo 64 dispõe que esta IFRS se aplica prospectivamente a combinações de negócios cuja data
de aquisição ocorra em ou após o início do primeiro período de relatório anual iniciado em ou após 1º de
julho de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Contudo, uma entidade somente aplicará esta IFRS
no início de um período de relatório anual que inicie em ou após 30 de junho de 2007. Se uma entidade
aplicar esta IFRS antes de sua data de vigência, ela divulgará esse fato e aplicará também a IAS 27 (tal
como alterada em 2008).

B69 A exigência de aplicar esta IFRS prospectivamente tem o seguinte efeito para uma combinação de
negócios que envolva apenas entidades mútuas ou realizada exclusivamente por contrato, se a data de
aquisição para essa combinação de negócios for antes da aplicação desta IFRS:

(a) Classificação – Uma entidade continuará a classificar a combinação de negócios anterior de acordo
com as políticas contábeis anteriores da entidade para essas combinações.

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(b) Ágio reconhecido anteriormente – No início do primeiro período anual no qual esta IFRS for
aplicada, o valor contábil do ágio originado da combinação de negócios anterior será o seu valor
contábil naquela data, de acordo com as políticas contábeis anteriores da entidade. Na determinação
desse valor, a entidade eliminará o valor contábil de qualquer amortização acumulada desse ágio
e a respectiva diminuição no ágio. Nenhum outro ajuste ao valor contábil do ágio será feito.

(c) Ágio reconhecido anteriormente como dedução do patrimônio – As políticas contábeis anteriores
da entidade podem ter resultado no reconhecimento do ágio originado da combinação de negócios
anterior como uma dedução do patrimônio. Nessa situação, a entidade não reconhecerá esse ágio
como um ativo no início do primeiro período anual IFRS for aplicada. Além disso, a entidade não
reconhecerá qualquer parte desse ágio em lucros e perdas quando alienar a totalidade ou parte dos
negócios aos quais esse ágio estiver relacionado ou quando uma unidade geradora de caixa à qual
esse ágio estiver relacionado apresentar problemas de recuperação.

(d) Contabilização subsequente do ágio – Desde o início do primeiro período anual no qual esta IFRS
for aplicada, a entidade descontinuará a amortização do ágio originado da combinação de negócios
anterior e testará a redução no valor recuperável do ágio de acordo com a IAS 36.

(e) Deságio reconhecido anteriormente – Uma entidade que contabilizou a combinação de negócios
anterior aplicando o método de compra pode ter reconhecido um crédito diferido para um excedente
de sua participação no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da adquirida sobre
o custo dessa participação (algumas vezes denominado deságio). Nesse caso, a entidade baixará o
valor contábil desse crédito diferido no início do primeiro período anual IFRS for aplicada, com
um ajuste correspondente no saldo de abertura de lucros acumulados naquela data.

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Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos de relatório anuais iniciados em ou após 1º de julho
de 2009. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para
esse período anterior. Os parágrafos alterados são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto
excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS revisada foi emitida em 2008, foram incorporadas nas
respectivas IFRSs publicadas nesta edição.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 4

Contratos de Seguro
Em março de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a IFRS 4 – Contratos
de Seguro. Em agosto de 2005, o IASB alterou o alcance da IFRS 4 para esclarecer que a maioria dos contratos de
garantia financeira se aplicariam aos requisitos de instrumentos financeiros. Em dezembro 2005, o IASB publicou
uma orientação de implementação revisada para a IFRS 4.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 4. Elas incluíram a IFRS 7 – Instrumentos
Financeiros: Divulgações (alterações em março de 2009) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em
novembro de 2009 e outubro de 2010).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 4
CONTRATOS DE SEGURO
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
Derivativos embutidos 7
Desmembramento dos componentes de depósito 10
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 13
Isenção temporária de algumas outras IFRSs 13
Teste de adequação de passivo 15
Redução ao valor recuperável de ativos de resseguro 20
Mudanças nas políticas contábeis 21
Taxas de juros de mercado correntes 24
Continuação de práticas existentes 25
Prudência 26
Margens futuras de investimentos 27
Contabilização em separado 30
Contratos de seguro adquiridos em uma combinação de negócios
ou transferência de carteira 31
Características de participação discricionária 34
Características de participação discricionária em contratos de seguro 34
Características de participação discricionária em instrumentos financeiros 35
DIVULGAÇÃO 36
Explicação de valores reconhecidos 36
Natureza e extensão de riscos decorrentes de contratos de seguro 38
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 40
Divulgação 42
Redesignação de ativos financeiros 45
APÊNDICES
A Termos definidos
B Definição de um contrato de seguro
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 4 EMITIDA EM MARÇO DE 2004


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE CONTRATOS DE GARANTIA FINANCEIRA
(ALTERAÇÕES À IAS 39 E À IFRS 4) EMITIDA EM AGOSTO DE 2005
BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 4 – Contratos de Seguro (IFRS 4) é definida nos parágrafos
1-45 e nos Apêndices A-C. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito indicam
os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez em que aparecem
na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs). A IFRS 4 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 Esta é a primeira IFRS a tratar de contratos de seguro. As práticas contábeis para contratos de seguro
têm sido diversas e têm frequentemente diferido das práticas em outros setores. Como muitas entidades
adotarão as IFRSs em 2005, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu
esta IFRS:

(a) para fazer melhorias limitadas à contabilização de contratos de seguro, até que o Conselho conclua
a segunda fase de seu projeto sobre contratos de seguro.

(b) para exigir que uma entidade que emita contratos de seguro (uma seguradora) divulgue informações
sobre esses contratos.

IN2 Esta IFRS funciona como um degrau para a fase II desse projeto. O Conselho está comprometido com
a conclusão da fase II o mais rápido possível, uma vez que investigou todas as questões conceituais e
práticas pertinentes e concluiu todo o processo requerido.

Principais características da IFRS


IN3 A IFRS se aplica a todos os contratos de seguro (inclusive contratos de resseguro) que uma entidade
emitir e contratos de resseguro que ela detiver, com exceção dos contratos especificados cobertos por
outras IFRSs. Ela não se aplica a outros ativos e passivos de uma seguradora, tais como ativos financeiros
e passivos financeiros dentro do alcance da IFRS 9 Instrumentos Financeiros. Além disso, ela não trata
da contabilização pelos titulares de apólices.

IN4 A IFRS isenta uma seguradora temporariamente (ou seja, durante a fase I desse projeto) de alguns
requisitos de outras IFRSs, inclusive o requisito de considerar a Estrutura Conceitual1 na escolha das
políticas contábeis para contratos de seguro. Entretanto, a IFRS:

(a) proíbe as provisões para possíveis sinistros previstos em contratos que não existirem no final do
período de relatório (tais como provisões para catástrofes e equalização).

(b) exige um teste de adequação de passivos de seguro reconhecidos e um teste de redução ao valor
recuperável para ativos de resseguro.

(c) exige que uma seguradora mantenha passivos de seguro em sua demonstração da posição financeira
até que sejam liquidados ou cancelados, ou vençam, e que apresente passivos de seguro sem
compensá-los com os respectivos ativos de resseguro.

IN5 A IFRS só permite que uma seguradora mude suas políticas contábeis para contratos de seguro se, como
resultado, suas demonstrações financeiras apresentarem informações que sejam mais pertinentes e não
menos confiáveis, ou mais confiáveis e não menos pertinentes. Particularmente, uma seguradora não
pode introduzir nenhuma das seguintes práticas, embora possa continuar a usar políticas contábeis que
as envolvam:

(a) mensuração dos passivos de seguro em uma base não descontada.

(b) mensuração de direitos contratuais a futuros honorários de gestão de investimentos por um valor
que exceda seu valor justo, conforme observado por uma comparação com os honorários atuais
cobrados por outros participantes do mercado para serviços similares.

1 As referências para a Estrutura Conceitual são para a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações
Financeiras do IASC, adotadas pelo IASB em 2001. Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro.

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(c) uso de políticas contábeis não uniformes para passivos de seguro de subsidiárias.

IN6 A IFRS permite a introdução de uma política contábil que envolve a remensuração de passivos de seguro
designados consistentemente em cada período para refletir as taxas de juros de mercado correntes (e, se
a seguradora assim decidir, outras estimativas e premissas atuais). Sem essa permissão, uma seguradora
teria que aplicar a mudança nas políticas contábeis consistentemente em todos os passivos similares.

IN7 Uma seguradora não precisa mudar suas políticas contábeis para contratos de seguro para eliminar a
prudência excessiva. Entretanto, se uma seguradora já mensura seus contratos de seguro com prudência
suficiente, ela não deve introduzir prudência adicional.

IN8 Há uma suposição refutável de que as demonstrações financeiras de uma seguradora se tornarão
menos pertinentes e confiáveis se ela introduzir uma política contábil que reflita as margens futuras de
investimentos na mensuração de contratos de seguro.

IN9 Quando uma seguradora muda suas políticas contábeis para passivos de seguro, ela pode reclassificar
parte ou a totalidade dos ativos financeiros como “ao valor justo por meio do resultado”.

IN10 A IFRS:

(a) esclarece que uma seguradora não precisa contabilizar um derivativo embutido separadamente ao
valor justo se o derivativo embutido atender à definição de um contrato de seguro.

(b) exige que uma seguradora desmembre (ou seja, contabilize separadamente) componentes de depósito
de alguns contratos de seguro, para evitar a omissão de ativos e passivos de sua demonstração da
posição financeira.

(c) esclarece a aplicabilidade da prática algumas vezes conhecida como “contabilização em separado”.

(d) permite uma apresentação expandida para contratos de seguro adquiridos em uma combinação de
negócios ou transferência de carteira.

(e) trata de aspectos limitados de características de participação discricionária contidos em contratos


de seguro ou instrumentos financeiros.

IN11 A IFRS exige a divulgação para ajudar os usuários a compreender:

(a) os valores nas demonstrações financeiras da seguradora decorrentes de contratos de seguro.

(b) a natureza e extensão dos riscos decorrentes de contratos de seguro.

IN12 [Excluído]

Impacto potencial de propostas futuras


IN13 [Excluído]

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Contratos de Seguro

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é especificar o relatório financeiro para contratos de seguro por uma entidade
que emita esses contratos (descrita nesta IFRS como uma seguradora), até que o Conselho conclua a
segunda fase de seu projeto sobre contratos de seguro. Particularmente, esta IFRS exige:

(a) melhorias limitadas à contabilização de contratos de seguro pelas seguradoras.

(b) uma divulgação que identifique e explique os valores nas demonstrações financeiras de uma
seguradora decorrentes de contratos de seguro e ajude os usuários dessas demonstrações financeiras
a compreender o valor, a época e a incerteza de fluxos de caixa futuros provenientes de contratos
de seguro.

Alcance
2 Uma entidade aplicará esta IFRS a:

(a) contratos de seguro (inclusive contratos de resseguro) que emitir e contratos de resseguro
que detiver.

(b) instrumentos financeiros que emitir com característica de participação discricionária (vide
parágrafo 35). IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações exige a divulgação sobre
instrumentos financeiros, inclusive instrumentos financeiros que contêm essas características.

3 Esta IFRS não trata de outros aspectos da contabilização pelas seguradoras, tais como contabilização
de ativos financeiros mantidos por seguradoras e passivos financeiros emitidos por seguradoras (vide
IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação, IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento
e Mensuração, IFRS 7 e IFRS 9 – Instrumentos Financeiros), exceto nas disposições transitórias no
parágrafo 45.

4 Uma entidade não aplicará esta IFRS a:

(a) garantias de produto emitidas diretamente por um fabricante, revendedor ou varejista (vide IAS 18 –
Receita e IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes).

(b) ativos e passivos de empregadores previstos em planos de benefício aos empregados (vide IAS 19 –
Benefícios aos Empregados e IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações) e obrigações de benefício de
aposentadoria informadas por planos de pensão de benefício definido (vide IAS 26 – Contabilização
e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios de Aposentadoria).

(c) direitos contratuais ou obrigações contratuais que sejam condicionadas ao uso futuro, ou direito
de uso, de um item não financeiro (por exemplo, algumas taxas de licença, royalties, pagamentos
de arrendamento contingentes e itens similares), assim como uma garantia de valor residual da
arrendatária embutida em um arrendamento financeiro (vide IAS 17 – Arrendamentos, IAS 18 –
Receita e IAS 38 – Ativos Intangíveis).

(d) contratos de garantia financeira, exceto se a emitente tiver anteriormente afirmado explicitamente
que considera esses contratos como contratos de seguro e tiver utilizado a contabilização aplicável
a contratos de seguro, caso em que a emitente pode decidir aplicar tanto a IAS 32, a IFRS 7 e a
IFRS 9 ou esta IFRS a esses contratos de garantia financeira. A emitente pode tomar essa decisão,
contrato a contrato, mas a decisão para cada contrato é irrevogável.

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(e) a contrapartida contingente pagável ou recebível em uma combinação de negócios (vide IFRS 3 –
Combinações de Negócios).

(f) contratos de seguro direto que a entidade detenha (ou seja, contratos de seguro direto em que a
entidade seja a titular da apólice). Entretanto, uma cedente aplicará esta IFRS aos contratos de
resseguro que ele detém.

5 Para facilitar a referência, esta IFRS descreve uma entidade que emite um contrato de seguro como
uma seguradora, independentemente de a emitente ser considerada uma seguradora para fins legais ou
de supervisão.

6 Um contrato de resseguro é um tipo de contrato de seguro. Consequentemente, todas as referências nesta


IFRS a contratos de seguro também se aplicam a contratos de resseguro.

Derivativos embutidos
7 A IFRS 9 exige que uma entidade separe alguns derivativos embutidos de seu contrato principal,
mensure-os ao valor justo e inclua as mudanças no seu valor justo em lucros e perdas. A IFRS 9 se aplica
a derivativos embutidos em um contrato de seguro, exceto se o derivativo embutido for ele próprio um
contrato de seguro.

8 Como exceção aos requisitos da IFRS 9, uma seguradora não precisa separar, e mensurar ao valor justo,
a opção de um titular de resgatar um contrato de seguro por um valor fixo (ou por um valor baseado em
um valor fixo e uma taxa de juros), mesmo se o preço de exercício diferir do valor contábil do passivo
de seguro principal. Entretanto, os requisitos da IFRS 9 não se aplicam a uma opção de venda ou uma
opção de resgate à vista embutida em um contrato de seguro se o valor do resgate variar em resposta
a uma mudança em uma variável financeira (como, por exemplo, um índice ou preço de instrumento
de patrimônio ou de commodity) ou uma variável não financeira que não seja específica a uma parte
do contrato. Além disso, esses requisitos também se aplicam se a capacidade do titular de exercer uma
opção de venda ou uma opção de resgate à vista for impulsionada por uma mudança nessa variável
(por exemplo, uma opção de venda que possa ser exercida se o índice do mercado de ações atingir um
certo nível).

9 O parágrafo 8 se aplica igualmente às opções de resgate de um instrumento financeiro que contenha uma
característica de participação discricionária.

Desmembramento dos componentes de depósito


10 Alguns contratos de seguro contêm tanto um componente de seguro quanto um componente de depósito.
Em alguns casos, o desmembramento desses componentes por uma seguradora é exigido ou permitido:

(a) o desmembramento é exigido se ambas as condições abaixo forem atendidas:

(i) se a seguradora puder mensurar o componente de depósito (inclusive quaisquer opções de


resgate embutidas) separadamente (ou seja, sem considerar o componente de seguro).

(ii) se as políticas contábeis da seguradora não exigirem, de outro modo, que ela reconheça todas
as obrigações e direitos decorrentes do componente de depósito.

(b) o desmembramento é permitido, mas não é exigido, se a seguradora puder mensurar o componente
de depósito separadamente como em (a)(i), mas as políticas contábeis exigirem que ela reconheça
todas as obrigações e direitos decorrentes do componente de depósito, independentemente da base
usada para mensurar esses direitos e obrigações.

(c) o desmembramento é proibido se uma seguradora não puder mensurar o componente de depósito
separadamente como em (a)(i).

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11 Segue abaixo um exemplo de um caso em que as políticas contábeis da seguradora não exigem que
ela reconheça todas as obrigações decorrentes de um componente de depósito. Uma cedente recebe a
compensação por perdas de uma resseguradora, mas o contrato obriga a cedente a pagar a compensação
em anos futuros. Essa obrigação decorre de um componente de depósito. Se as políticas contábeis da
cedente permitirem, de outro modo, que ela reconheça a compensação como receita sem reconhecer a
obrigação resultante, o desmembramento é exigido.

12 Para desmembrar um contrato, uma seguradora:

(a) aplicará esta IFRS ao componente de seguro.

(b) aplicará a IFRS 9 ao componente de depósito.

Reconhecimento e mensuração

Isenção temporária de algumas outras IFRSs


13 Os parágrafos 10-12 da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros
especificam os critérios a serem utilizados por uma entidade no desenvolvimento de uma política contábil
se nenhuma IFRS se aplicar especificamente a um item. Entretanto, esta IFRS isenta uma seguradora de
aplicar esses critérios às suas políticas contábeis para:

(a) contratos de seguro que emita (inclusive relacionados a custos de aquisição e respectivos ativos
intangíveis, tais como aqueles descritos nos parágrafos 31 e 32); e

(b) contratos de resseguro que detenha.

14 Contudo, esta IFRS não isenta uma seguradora de algumas implicações dos critérios nos parágrafos
10‑12 da IAS 8. Especificamente, uma seguradora:

(a) não reconhecerá como passivo nenhuma provisão para possíveis sinistros futuros, se esses sinistros
resultarem de contratos de seguro que não existam no final do período de relatório (tais como
provisões para catástrofes e provisões para equalização).

(b) realizará o teste de adequação de passivo descrito nos parágrafos 15-19.

(c) baixará um passivo de seguro (ou parte de um passivo de seguro) proveniente de sua demonstração
da posição financeira quando, e apenas quando, o passivo for extinto – ou seja, quando a obrigação
especificada no contrato for liquidada ou cancelada ou vencer.

(d) não compensará:

(i) ativos de resseguro contra os respectivos passivos de resseguro; ou

(ii) a receita ou despesa proveniente de contratos de resseguro contra a despesa ou receita


proveniente dos respectivos contratos de seguro.

(e) considerará se seus ativos de resseguro apresentam problemas de recuperação (vide parágrafo 20).

Teste de adequação de passivo

15 Uma seguradora mensurará no final de cada período de relatório se seus passivos de seguro
reconhecidos são adequados, usando estimativas atuais de fluxos de caixa futuros de acordo com
seus contratos de seguro. Se essa mensuração mostrar que o valor contábil de seus passivos de
seguro (menos os respectivos custos de aquisição diferidos e respectivos ativos intangíveis, tais
como aqueles discutidos nos parágrafos 31 e 32) é inadequado em vista dos fluxos de caixa futuros
estimados, toda a deficiência será reconhecida em lucros e perdas.

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16 Se uma seguradora aplicar um teste de adequação de passivo que atenda aos requisitos mínimos
especificados, esta IFRS não impõe requisitos adicionais. Os requisitos mínimos são os seguintes:

(a) O teste considera estimativas atuais de todos os fluxos de caixa contratuais e dos respectivos fluxos
de caixa, tais como custos de regulação de sinistros, assim como fluxos de caixa resultantes de
opções e garantias embutidas.

(b) Se o teste mostrar que o passivo é inadequado, toda a diferença é reconhecida em lucros e perdas.

17 Se as políticas contábeis de uma seguradora não exigirem um teste de adequação de passivo que atenda
aos requisitos mínimos do parágrafo 16, a seguradora:

(a) determinará o valor contábil dos passivos de seguro pertinentes2, menos o valor contábil de:

(i) quaisquer respectivos custos de aquisição diferidos; e

(ii) quaisquer respectivos ativos intangíveis, tais como aqueles adquiridos em uma combinação
de negócios ou transferência de carteira (vide parágrafos 31 e 32). Entretanto, os respectivos
ativos de resseguro não são considerados porque uma seguradora os contabiliza separadamente
(vide parágrafo 20).

(b) determinará se o valor descrito em (a) é inferior ao valor contábil que seria exigido se os passivos
de seguro pertinentes estivessem dentro do alcance da IAS 37. Se for inferior, a seguradora
reconhecerá toda a diferença em lucros e perdas e diminuirá o valor contábil dos respectivos custos
de aquisição diferidos ou respectivos ativos intangíveis ou aumentará o valor contábil dos passivos
de seguro pertinentes.

18 Se o teste de adequação de passivo de uma seguradora atender aos requisitos mínimos do parágrafo 16,
o teste é aplicado no nível de agregação especificado nesse teste. Se o teste de adequação de passivo não
atender a esses requisitos mínimos, a comparação descrita no parágrafo 17 será feita no nível de uma
carteira de contratos que esteja sujeita a riscos amplamente similares e gerenciados em conjunto como
uma única carteira.

19 O valor descrito no parágrafo 17(b) (ou seja, o resultado da aplicação da IAS 37) refletirá as margens
futuras de investimentos (vide parágrafos 27-29) se, e apenas se, o valor descrito no parágrafo 17(a)
também refletir essas margens.

Redução ao valor recuperável de ativos de resseguro

20 Se o ativo de resseguro de uma cedente apresentar problemas de recuperação, a cedente reduzirá seu
valor contábil da forma correspondente e reconhecerá essa perda por redução ao valor recuperável em
lucros e perdas. Um ativo de resseguro apresenta problemas de recuperação se, e apenas se:

(a) houver evidência objetiva, como resultado de um evento que tenha ocorrido após o reconhecimento
inicial do ativo de resseguro, de que a cedente pode não receber todos os valores devidos a ele de
acordo com os termos do contrato; e

(b) esse evento tiver um impacto que possa ser mensurado de forma confiável sobre os valores que a
cedente receberá da resseguradora.

Mudanças nas políticas contábeis


21 Os parágrafos 22-30 se aplicam tanto às mudanças feitas por uma seguradora que já aplique as IFRSs
quanto às mudanças feitas por uma seguradora que adote as IFRSs pela primeira vez.

2 Passivos de seguro relevantes são os passivos de seguro (e os respectivos custos de aquisição diferidos e os respectivos ativos
intangíveis), para os quais as políticas contábeis da seguradora não exigem um teste de adequação de passivo que atenda aos
requisitos mínimos do parágrafo 16.

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22 Uma seguradora pode mudar suas políticas contábeis para contratos de seguro se, e apenas se, a
mudança tornar as demonstrações financeiras mais pertinentes para as necessidades de tomada de
decisão econômica dos usuários e não menos confiáveis, ou mais confiáveis e não menos pertinentes
a essas necessidades. Uma seguradora julgará a pertinência e a confiabilidade seguindo os critérios
da IAS 8.

23 Para justificar a mudança nas suas políticas contábeis para contratos de seguro, uma seguradora mostrará
que a mudança aproxima suas demonstrações financeiras do atendimento dos critérios da IAS 8, mas a
mudança não precisa atingir pleno cumprimento desses critérios. As seguintes questões específicas são
discutidas abaixo:

(a) taxas de juros correntes (parágrafo 24);

(b) continuação de práticas existentes (parágrafo 25);

(c) prudência (parágrafo 26);

(d) margens futuras de investimentos (parágrafos 27-29); e

(e) contabilização em separado (parágrafo 30).

Taxas de juros de mercado correntes

24 Uma seguradora é autorizada, mas não obrigada, a mudar suas políticas contábeis de forma a remensurar
os passivos de seguro3 designados para refletir as taxas de juros de mercado correntes e reconhece as
mudanças nesses passivos em lucros e perdas. Nessa ocasião, ela também pode introduzir políticas
contábeis que exijam outras estimativas e premissas atuais para os passivos designados. A opção neste
parágrafo permite que a seguradora mude suas políticas contábeis para os passivos designados, sem aplicar
essas normas consistentemente a todos os passivos similares, como a IAS 8 de outro modo exigiria. Se
uma seguradora designar passivos para sua opção, ela continuará a aplicar as taxas de juros de mercado
correntes (e, se aplicável, as outras estimativas e premissas atuais) consistentemente em todos os períodos
para todos esses passivos até que sejam extintos.

Continuação de práticas existentes

25 Uma seguradora pode continuar as seguintes práticas, mas a introdução de qualquer uma delas não atende
ao parágrafo 22:

(a) mensuração dos passivos de seguro em uma base não descontada.

(b) mensuração de direitos contratuais a futuros honorários de gestão de investimentos por um valor
que exceda seu valor justo, conforme observado por uma comparação com os honorários atuais
cobrados por outros participantes do mercado para serviços similares. É provável que o valor justo
no início desses direitos contratuais seja igual aos custos de originação pagos, exceto se os futuros
honorários de gestão de investimentos e respectivos custos estiverem desalinhados em relação aos
comparáveis de mercado.

(c) usar políticas contábeis não uniformes para contratos de seguro (e respectivos custos de aquisição
diferidos e respectivos ativos intangíveis, se houver) de subsidiárias, exceto conforme permitido
pelo parágrafo 24. Se essas políticas contábeis não forem uniformes, uma seguradora pode mudá-las
se a mudança não tornar as políticas contábeis mais diversas e também atender a outros requisitos
nesta IFRS.

3 Neste parágrafo, os passivos de seguro incluem os respectivos custos de aquisição diferidos e os respectivos ativos intangíveis,
tais como aqueles discutidos nos parágrafos 31 e 32.

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Prudência

26 Uma seguradora não precisa mudar suas políticas contábeis para contratos de seguro para eliminar a
prudência excessiva. Entretanto, se uma seguradora já mensura seus contratos de seguro com prudência
suficiente, ela não introduzirá prudência adicional.

Margens futuras de investimentos

27 Uma seguradora não precisa mudar suas políticas contábeis para contratos de seguro para eliminar
margens futuras de investimentos. Entretanto, há uma suposição refutável de que as demonstrações
financeiras de uma seguradora se tornarão menos pertinentes e confiáveis se ela introduzir uma política
contábil que reflita margens futuras de investimentos na mensuração de contratos de seguro, exceto se
essas margens afetarem os pagamentos contratuais. Dois exemplos de políticas contábeis que refletem
essas margens são:

(a) o uso de uma taxa de desconto que reflita o retorno estimado sobre os ativos da seguradora; ou

(b) a projeção de retorno sobre esses ativos a uma taxa estimada de retorno, descontando esses retornos
projetados a uma taxa diferente e incluindo o resultado na mensuração do passivo.

28 Uma seguradora pode superar a suposição refutável descrita no parágrafo 27 se, e apenas se, os outros
componentes de uma mudança nas políticas contábeis aumentarem a pertinência e a confiabilidade
de suas demonstrações financeiras de forma suficiente para compensar a redução na pertinência e
na confiabilidade causada pela inclusão de margens futuras de investimentos. Por exemplo, suponha
que as políticas contábeis existentes de uma seguradora para contratos de seguro envolvam premissas
excessivamente prudentes definidas no início e uma taxa de desconto prescrita por um regulador sem
referência direta às condições de mercado e ignorem algumas opções e garantias embutidas. A seguradora
pode tornar suas demonstrações financeiras mais pertinentes e não menos confiáveis, passando para uma
base de contabilização abrangente e orientada aos investidores que seja amplamente usada e envolva:

(a) estimativas e premissas atuais;

(b) um ajuste razoável (mas não excessivamente prudente) para refletir o risco e a incerteza;

(c) mensurações que reflitam tanto o valor intrínseco quanto o valor temporal das opções e garantias
embutidas; e

(d) uma taxa de desconto de mercado corrente, mesmo se essa taxa de desconto refletir o retorno
estimado sobre os ativos da seguradora.

29 Em algumas abordagens de mensuração, a taxa de desconto é usada para determinar o valor presente de
uma margem futura de lucro. Essa margem de lucro é, então, atribuída a diferentes períodos usando uma
fórmula. Nessas abordagens, a taxa de desconto afeta a mensuração do passivo apenas indiretamente.
Particularmente, o uso de uma taxa de desconto menos apropriada tem um efeito limitado ou nulo sobre
a mensuração do passivo no início. Entretanto, em outras abordagens, a taxa de desconto determina
a mensuração do passivo diretamente. No último caso, como a introdução de uma taxa de desconto
baseada em ativo tem um efeito mais significativo, é altamente improvável que uma seguradora supere
a suposição refutável descrita no parágrafo 27.

Contabilização em separado

30 Em alguns modelos de contabilização, os ganhos ou perdas realizados sobre os ativos de uma seguradora
têm um efeito direto sobre a mensuração de parte ou totalidade de (a) seus passivos de seguro, (b)
respectivos custos de aquisição diferidos e (c) respectivos ativos intangíveis, tais como aqueles descritos
nos parágrafos 31 e 32. Uma seguradora é autorizada, mas não obrigada, a mudar suas políticas contábeis
de modo que um ganho ou perda reconhecido, mas não realizado, sobre um ativo afete essas mensurações
da mesma forma que um ganho ou perda realizado. O respectivo ajuste ao passivo de seguro (ou custos
de aquisição diferidos ou ativos intangíveis) será reconhecido em outros resultados abrangentes se, e

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apenas se, os ganhos ou perdas não realizados forem reconhecidos em outros resultados abrangentes.
Essa prática é algumas vezes descrita como “contabilização em separado”.

Contratos de seguro adquiridos em uma combinação de negócios ou


transferência de carteira
31 Para cumprir a IFRS 3, uma seguradora, na data de aquisição, mensurará ao valor justo os passivos de
seguro assumidos e os ativos de seguro adquiridos em uma combinação de negócios. Entretanto, uma
seguradora é autorizada, mas não obrigada, a usar uma apresentação expandida que separe o valor justo
dos contratos de seguro adquiridos em dois componentes:

(a) um passivo mensurado de acordo com as políticas contábeis da seguradora para contratos de seguro
que ela emite; e

(b) um ativo intangível, representando a diferença entre (i) o valor justo dos direitos de seguro
contratuais adquiridos e das obrigações de seguro assumidas e (ii) o valor descrito em (a).
A mensuração subsequente desse ativo será consistente com a mensuração do respectivo passivo
de seguro.

32 Uma seguradora que adquirir uma carteira de contratos de seguro pode usar a apresentação expandida
descrita no parágrafo 31.

33 Os ativos intangíveis descritos nos parágrafos 31 e 32 estão excluídos do alcance da IAS 36 – Redução ao
Valor Recuperável de Ativos e da IAS 38. Entretanto, a IAS 36 e a IAS 38 se aplicam a listas de clientes
e a relacionamentos com clientes que refletem a expectativa de contratos futuros que não façam parte
dos direitos de seguro contratuais e das obrigações de seguro contratuais que tenham existido na data de
uma combinação de negócios ou transferência de carteira.

Características de participação discricionária


Características de participação discricionária em contratos de seguro

34 Alguns contratos de seguro contêm características de participação discricionária, assim como um elemento
garantido. A emitente desse contrato:

(a) pode, mas não precisa, reconhecer o elemento garantido separadamente do elemento de característica
de participação discricionária. Se a emitente não os reconhecer separadamente, ela classificará todo
o contrato como um passivo. Se a emitente classificá-los separadamente, ela classificará o elemento
garantido como um passivo.

(b) se reconhecer a característica de participação discricionária separadamente do elemento garantido,


ela classificará esse elemento como um passivo ou como um componente separado do patrimônio
líquido. Esta IFRS não especifica como a emitente determina se essa característica é um passivo
ou um patrimônio líquido. A emitente pode separar esse elemento em componentes do passivo e
do patrimônio líquido e usará uma política contábil consistente para essa separação. A emitente
não classificará essa característica como uma categoria intermediária que não seja nem passivo
nem patrimônio líquido.

(c) pode reconhecer todos os prêmios recebidos como receita sem separar qualquer parcela relacionada
ao componente do patrimônio líquido. As mudanças resultantes no elemento garantido e na parcela
da característica de participação discricionária classificada como um passivo serão reconhecidas
em lucros e perdas. Se parte ou a totalidade da característica de participação discricionária
for classificada no patrimônio líquido, uma parcela dos lucros e perdas pode ser atribuível a
essa característica (da mesma forma que uma parcela pode ser atribuível a participações de
não controladores). A emitente reconhecerá a parcela dos lucros e perdas atribuível a qualquer
componente do patrimônio líquido de uma característica de participação discricionária como uma

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alocação dos lucros e perdas, não como uma despesa ou receita (vide IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras).

(d) se o contrato contiver um derivativo embutido dentro do alcance da IFRS 9, ela aplicará a IFRS 9
a esse derivativo embutido.

(e) em todos os aspectos não descritos nos parágrafos 14-20 e 34(a)-(d), ela continuará suas políticas
contábeis existentes para esses contratos, exceto se mudar as políticas contábeis de um modo que
cumpra os parágrafos 21-30.

Características de participação discricionária em instrumentos financeiros

35 Os requisitos no parágrafo 34 também se aplicam a um instrumento financeiro que contenha uma


característica de participação discricionária. Além disso:

(a) se a emitente classificar toda a característica de participação discricionária como um passivo, ela
aplicará o teste de adequação de passivo nos parágrafos 15-19 a todo o contrato (ou seja, tanto ao
elemento garantido quando à característica de participação discricionária). A emitente não precisa
determinar o valor que resultaria da aplicação da IFRS 9 ao elemento garantido.

(b) se a emitente classificar parte ou a totalidade dessa característica como um componente separado
do patrimônio líquido, o passivo reconhecido para todo o contrato não será inferior ao valor que
resultaria da aplicação da IFRS 9 ao elemento garantido. Esse valor incluirá o valor intrínseco de uma
opção de resgate do contrato, mas não precisar incluir seu valor temporal se o parágrafo 9 isentar
essa opção da mensuração ao valor justo. A emitente não precisa divulgar o valor que resultaria
da aplicação da IFRS 9 ao elemento garantido, nem precisa apresentar esse valor separadamente.
Além disso, a emitente não precisa determinar esse valor se o passivo total reconhecido for
claramente superior.

(c) embora esses contratos sejam instrumentos financeiros, a emitente pode continuar a reconhecer os
prêmios para esses contratos como receita e reconhecer como uma despesa o aumento resultante
no valor contábil do passivo.

(d) embora esses contratos sejam instrumentos financeiros, uma emitente que aplique o parágrafo
20(b) da IFRS 7 a contratos com característica de participação discricionária divulgará a despesa de
juros total reconhecida em lucros e perdas, mas não precisa calcular essa despesa de juros usando
o método de juros efetivos.

Divulgação

Explicação de valores reconhecidos


36 Uma seguradora divulgará informações que identifiquem e expliquem os valores em suas
demonstrações financeiras decorrentes de contratos de seguro.

37 Para cumprir o parágrafo 36, uma seguradora divulgará:

(a) suas políticas contábeis para contratos de seguro e respectivos ativos, passivos, receitas e despesas.

(b) os ativos, passivos, receitas e despesas reconhecidos (e, se apresentar sua demonstração dos fluxos
de caixa usando o método direto, os fluxos de caixa) decorrentes de contratos de seguro. Além
disso, se a seguradora for uma cedente, ela divulgará:

(i) ganhos e perdas reconhecidos em lucros e perdas na compra de resseguro; e

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(ii) se a cedente diferir e amortizar ganhos e perdas resultantes da compra de resseguro, a


amortização para o período e os valores restantes não amortizados no início e no final
do período.

(c) o processo usado para determinar as premissas que têm o maior efeito sobre a mensuração dos
valores reconhecidos descritos em (b). Quando praticável, uma seguradora também fará uma
divulgação quantificada dessas premissas.

(d) o efeito das mudanças nas premissas usadas para mensurar os ativos de seguro e os passivos de
seguro, mostrando separadamente o efeito de cada mudança que tenha um efeito relevante sobre
as demonstrações financeiras.

(e) conciliações de mudanças nos passivos de seguro, ativos de resseguro e, se houver, respectivos
custos de aquisição diferidos.

Natureza e extensão de riscos decorrentes de contratos de seguro


38 Uma seguradora divulgará informações que permitam que os usuários de suas demonstrações
financeiras avaliem a natureza e a extensão dos riscos decorrentes de contratos de seguro.

39 Para cumprir o parágrafo 38, uma seguradora divulgará:

(a) seus objetivos, políticas e processos para o gerenciamento de riscos decorrentes de contratos de
seguro e os métodos usados para gerenciar esses riscos.

(b) [excluído]

(c) informações sobre o risco de seguro (tanto antes quanto após a redução de risco por resseguro),
inclusive informações sobre:

(i) sensibilidade a risco de seguro (vide parágrafo 39A).

(ii) concentrações de risco de seguro, inclusive uma descrição de como a administração


determina as concentrações e uma descrição da característica compartilhada que identifica
cada concentração (p.ex., o tipo de evento segurado, área geográfica ou moeda).

(iii) sinistros reais comparados com estimativas anteriores (ou seja, desenvolvimento de sinistros).
A divulgação sobre o desenvolvimento de sinistros será retroagida ao período quando o
sinistro relevante mais antigo surgiu e para a qual ainda haja incerteza sobre o valor e a época
dos pagamentos dos sinistros, mas não precisa retroagir mais de dez anos. Uma seguradora
não precisa divulgar essas informações em relação a sinistros para as quais a incerteza sobre
o valor e a época dos pagamentos de sinistros seja normalmente resolvida dentro de um ano.

(d) informações sobre risco de crédito, risco de liquidez e risco de mercado, que os parágrafos 31-42
da IFRS 7 exigiriam se os contratos de seguro estivessem dentro do alcance da IFRS 7. Entretanto:

(i) uma seguradora não precisa fornecer as análises de vencimento exigidas pelo parágrafo 39(a)
e (b) da IFRS 7 se divulgar informações sobre a época estimada dos fluxos de saída de caixa
líquidos resultantes de passivos de seguro reconhecidos. Isso pode tomar a forma de uma
análise, por época estimada, dos valores reconhecidos na demonstração da posição financeira.

(ii) se uma seguradora usar um método alternativo para gerenciar a sensibilidade às condições
de mercado como, por exemplo, análise do valor embutido, ela pode usar essa análise de
sensibilidade para atender ao requisito no parágrafo 40(a) da IFRS 7. Essa seguradora também
fornecerá as divulgações exigidas pelo parágrafo 41 da IFRS 7.

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(e) informações sobre exposições ao risco de mercado decorrentes de derivativos embutidos contidos
em um contrato de seguro principal, se a seguradora não for obrigada a mensurar, e não mensurar,
os derivativos embutidos ao valor justo.

39A Para cumprir o parágrafo 39(c)(i), a seguradora divulgará (a) ou (b) da seguinte forma:

(a) uma análise de sensibilidade que mostre como o resultado e o patrimônio líquido teriam sido afetados
se tivessem ocorrido mudanças na respectiva variável de risco que fossem razoavelmente possíveis
no final do relatório; os métodos e premissas usados na preparação da análise de sensibilidade; e
quaisquer mudanças em relação ao período anterior nos métodos e premissas utilizados. Entretanto,
se uma seguradora utilizar um método alternativo para gerenciar a sensibilidade às condições de
mercado como, por exemplo, análise do valor embutido, ela pode atender a esse requisito divulgando
essa análise de sensibilidade alternativa e fazendo as divulgações exigidas pelo parágrafo 41 da
IFRS 7.

(b) informações qualitativas sobre a sensibilidade e informações sobre os prazos e condições de


contratos de seguro que tenham um efeito relevante sobre o valor, a época e a incerteza dos fluxos
de caixa futuros da seguradora.

Data de vigência e transição


40 As disposições transitórias nos parágrafos 41-45 se aplicam tanto a uma entidade que já esteja aplicando
as IFRSs ao aplicar esta IFRS pela primeira vez quanto a uma entidade que aplique as IFRSs pela primeira
vez (uma adotante pela primeira vez).

41 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

41A Os Contratos de Garantia Financeira (Alterações à IAS 39 e à IFRS 4), emitidos em agosto de 2005,
alteraram os parágrafos 4(d), B18(g) e B19(f). Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar
essas alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato e aplicará as respectivas alterações à
IAS 39 e à IAS 324 ao mesmo tempo.

41B A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
alterou o parágrafo 30. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as
alterações serão aplicadas para esse período anterior.

41C [Excluído]

41D A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 3, 4(d), 7, 8, 12, 34(d), 35, 45 e B18–B20
e o Apêndice A e excluiu o parágrafo 41C. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a
IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

41E A IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo
do Apêndice A. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 13.

Divulgação
42 Uma entidade não precisa aplicar os requisitos de divulgação desta IFRS a informações comparativas
relacionadas a períodos anuais iniciados antes de 1º de janeiro de 2005, com exceção das divulgações
exigidas pelo parágrafo 37(a) e (b) sobre políticas contábeis e ativos, passivos, receitas e despesas
reconhecidos (e fluxos de caixa, se o método direto for usado).

4 Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma referência à IFRS 7.

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IFRS 4

43 Se for impraticável aplicar um requisito específico dos parágrafos 10-35 às informações comparativas
relacionadas aos períodos anuais iniciados antes de 1º de janeiro de 2005, uma entidade divulgará esse
fato. Aplicar o teste de adequação de passivo (parágrafos 15-19) a essas informações comparativas
pode algumas vezes ser impraticável, mas é altamente improvável que a aplicação de outros
requisitos dos parágrafos 10-35 a essas informações comparativas seja impraticável. A IAS 8 explica o
termo “impraticável”.

44 Ao aplicar o parágrafo 39(c)(iii), uma entidade não precisa divulgar informações sobre o desenvolvimento
de sinistros que ocorreram a mais de cinco anos antes do final do primeiro exercício financeiro em que
aplica esta IFRS. Além disso, se for impraticável, quando uma entidade aplicar esta IFRS pela primeira
vez, para preparar informações sobre o desenvolvimento de sinistros que ocorreram antes do início
do período mais antigo para o qual uma entidade apresente informações comparativas completas que
cumpram esta IFRS, a entidade divulgará esse fato.

Redesignação de ativos financeiros


45 Não obstante o parágrafo 4.4.1 da IFRS 9, quando uma seguradora muda suas políticas contábeis para
passivos de seguro, ela é autorizada, mas não obrigada, a reclassificar parte ou a totalidade dos ativos
financeiros de modo que eles sejam mensurados ao valor justo. Essa reclassificação é permitida se uma
seguradora mudar as políticas contábeis quando ela aplicar esta IFRS pela primeira vez e se ela fizer
uma mudança subsequente na política, conforme permitido pelo parágrafo 22. A reclassificação é uma
mudança na política contábil e a IAS 8 se aplica.

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

ativos de seguro Direitos contratuais líquidos de uma seguradora, de acordo com um


contrato de seguro.
benefícios garantidos Pagamentos ou outros benefícios aos quais um titular de apólice ou
investidor específico tenha um direito incondicional que não esteja sujeito
ao critério contratual da emitente.
característica de participação Um direito contratual de receber, como complemento a benefícios garantidos,
discricionária benefícios adicionais:
(a) que provavelmente constituam uma parcela significativa do total dos
benefícios contratuais;
(b) cujo valor ou época esteja contratualmente a critério da emitente; e
(c) que se baseiam contratualmente:
(i) no desempenho de um determinado grupo de contratos ou de um
determinado tipo de contrato;
(ii) em retornos de investimento, realizados ou não, em um
determinado grupo de ativos mantidos pela emitente; ou
(iii) lucro ou perda da empresa, fundo ou outra entidade que emita o contrato.
cedente A titular da apólice em um contrato de resseguro.
componente de depósito Um componente contratual que não é contabilizado como um derivativo de
acordo com a IFRS 9 e que estaria dentro do alcance da IFRS 9 se fosse um
instrumento separado.
contrato de garantia financeira Contrato que exige que a emitente efetue determinados pagamentos para
indenizar o titular por uma perda que este incorrer em virtude de não
pagamento no vencimento por um determinado devedor, de acordo com os
termos originais ou modificados de um instrumento de dívida.
contrato de resseguro Um contrato de seguro emitido por uma seguradora (a resseguradora)
para indenizar outra seguradora (a cedente) por perdas em um ou mais
contratos emitidos pela cedente.
contrato de seguro Um contrato de acordo com o qual uma parte (a seguradora) aceita risco
de seguro significativo da outra parte (o titular da apólice), concordando
em indenizar o titular da apólice caso um determinado evento futuro
incerto (o evento segurado) afete adversamente o titular da apólice. (Veja
Apêndice B para orientação sobre esta definição.)
contrato de seguro direto Um contrato de seguro que não é um contrato de resseguro.
desmembramento Contabilizar os componentes de um contrato como se fossem contratos
separados.
elemento garantido Uma obrigação de pagar benefícios garantidos, incluída em um contrato
que contenha uma característica de participação discricionária.
evento segurado Um evento futuro e incerto que é coberto por um contrato de seguro e que
cria um risco de seguro.

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passivo de seguro Obrigações contratuais líquidas de uma seguradora, de acordo com um


contrato de seguro.
resseguradora A parte que possui a obrigação, em virtude de um contrato de resseguro,
de indenizar a cedente quando da ocorrência de um evento segurado.
risco de seguro Risco, exceto o risco financeiro, transferido do titular de um contrato
à emitente.
risco financeiro O risco de uma possível mudança futura em uma ou mais taxas de juros
específicas, preços de instrumentos financeiros, preços de commodity, taxas
de câmbio, índices de preços ou taxas, classificação ou índice de crédito
ou outra variável, desde que, no caso de uma variável não financeira, essa
variável não seja específica a uma parte do contrato.
seguradora A parte que possui a obrigação, em virtude de um contrato de
seguro, de indenizar o titular da apólice na ocorrência de um evento
segurado futuro.
teste de adequação de passivo Uma avaliação se o valor contábil de um passivo de seguro precisa
ser aumentado (ou o valor contábil dos respectivos custos de aquisição
diferidos ou dos respectivos ativos intangíveis diminuído), baseada em uma
análise dos fluxos de caixa futuros.
titular da apólice Uma parte que tem direito à indenização, em virtude de um contrato de
seguro, quando da ocorrência de um evento segurado.
valor justo Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada
entre participantes do mercado na data de mensuração. (Vide IFRS 13.)

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Apêndice B
Definição de um contrato de seguro

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

B1 Este apêndice fornece orientação sobre a definição de um contrato de seguro do Apêndice A. Ele trata
das seguintes questões:

(a) o termo “evento futuro incerto” (parágrafos B2-B4);

(b) pagamentos em espécie (parágrafos B5-B7);

(c) risco de seguro e outros riscos (parágrafos B8-B17);

(d) exemplos de contratos de seguro (parágrafos B18-B21);

(e) risco de seguro significativo (parágrafos B22-B28); e

(f) mudanças no nível de risco de seguro (parágrafos B29 e B30).

Evento futuro incerto


B2 Incerteza (ou risco) é a essência de um contrato de seguro. Consequentemente, pelo menos um dos
seguintes itens é incerto no início de um contrato de seguro:

(a) se o evento segurado ocorrerá;

(b) quando ocorrerá; ou

(c) quanto a seguradora precisará pagar caso ocorra.

B3 Em alguns contratos de seguro, o evento segurado é a descoberta de uma perda durante a vigência de
um contrato, mesmo se a perda resultar de um evento que tenha ocorrido antes do início do contrato. Em
outros contratos de seguro, o evento segurado é um evento que ocorre durante a vigência do contrato,
mesmo se a perda resultante for descoberta após o final da vigência do contrato.

B4 Alguns contratos de seguro cobrem eventos que já ocorreram, mas cujo efeito financeiro ainda é incerto.
Um exemplo é um contrato de resseguro que cobre a seguradora direta contra o desenvolvimento adverso
de sinistros já avisados pelos titulares de apólices. Nesses contratos, o evento segurado é a descoberta
do custo final desses sinistros.

Pagamentos em espécie
B5 Alguns contratos de seguro exigem ou permitem que os pagamentos sejam feitos em espécie. Um exemplo
é quando a seguradora substitui um bem roubado diretamente, em vez de reembolsar o titular da apólice.
Outro exemplo é quando uma seguradora usa seus próprios hospitais e médicos para fornecer serviços
médicos cobertos pelos contratos.

B6 Alguns contratos de serviço de taxa fixa nos quais o nível de serviço depende de um evento incerto
atendem à definição de um contrato de seguro nesta IFRS, mas não são regulamentados como contratos
de seguro em alguns países. Um exemplo é um contrato de manutenção em que o prestador de serviço
concorda em reparar um certo equipamento após um defeito. A taxa de serviço fixa é baseada no número
esperado de defeitos, mas se uma máquina específica irá quebrar é incerto. O defeito do equipamento
afeta adversamente seu sócio e o contrato compensa o sócio (em espécie, ao invés de em caixa). Outro
exemplo é um contrato para serviços de panes em automóveis em que o prestador concorda, por uma taxa
anual fixa, em fornecer assistência rodoviária ou rebocar o carro para um garagem nas proximidades.

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Esse último contrato poderia atender à definição de um contrato de seguro, mesmo se o prestador não
concordar em realizar reparos ou substituir peças.

B7 Aplicar a IFRS aos contratos descritos no parágrafo B6 provavelmente não será mais oneroso do que
aplicar as IFRSs que seriam aplicáveis se esses contratos estivessem fora do alcance desta IFRS:

(a) É improvável que haja passivos relevantes por defeitos e quebras que já tenham ocorrido.

(b) Se a IAS 18 – Receita fosse aplicável, o prestador de serviço reconheceria a receita com base no
estágio de conclusão (e sujeito a outros critérios especificados). Essa abordagem também é aceitável
de acordo com esta IFRS, que permite que o prestador de serviço (i) continue suas políticas contábeis
existentes para esses contratos, exceto se envolverem práticas proibidas pelo parágrafo 14 e (ii)
aprimore suas políticas contábeis, se assim permitido pelos parágrafos 22-30.

(c) O prestador de serviço considera se o custo do atendimento de sua obrigação contratual de fornecer
serviços excede a receita recebida antecipadamente. Para isso, ele aplica o teste de adequação de
passivo descrito nos parágrafos 15-19 desta IFRS. Se esta IFRS não se aplicasse a esses contratos,
o prestador de serviços aplicaria a IAS 37 para determinar se os contratos são onerosos.

(d) Para esses contratos, é improvável que os requisitos de divulgação desta IFRS acrescentem
significativamente às divulgações exigidas por outras IFRSs.

Distinção entre risco de seguro e outros riscos


B8 A definição de um contrato de seguro refere-se a um risco de seguro que esta IFRS define como risco,
exceto risco financeiro, transferido do titular de um contrato para a emitente. Um contrato que expõe a
emitente a um risco financeiro sem um risco de seguro significativo não é um contrato de seguro.

B9 A definição de risco financeiro no Apêndice A inclui uma lista de variáveis financeiras e não financeiras.
Essa lista inclui variáveis não financeiras que são específicas a uma parte do contrato como, por exemplo,
um índice de perdas por terremoto em uma região específica ou um índice de temperaturas em uma cidade
específica. Ela exclui as variáveis não financeiras que são específicas a uma parte do contrato como, por
exemplo, a ocorrência ou não ocorrência de um incêndio que danifique ou destrua um ativo dessa parte.
Além disso, o risco de mudanças no valor justo de um ativo não financeiro não é um risco financeiro
se o valor justo refletir não apenas as mudanças nos preços de mercado para esses ativos (uma variável
financeira), mas também a condição de um ativo não financeiro específico mantido por uma parte de
um contrato (uma variável não financeira). Por exemplo, se uma garantia do valor residual de um carro
específico expõe o avalista ao risco de mudanças na condição física do carro, esse risco é um risco de
seguro, não um risco financeiro.

B10 Alguns contratos expõem a emitente a um risco financeiro, além de um risco de seguro significativo.
Por exemplo, muitos contratos de seguro de vida garantem uma taxa mínima de retorno aos titulares da
apólice (criando um risco financeiro) e também prometem benefícios por morte que às vezes excedem
significativamente o saldo da conta do titular da apólice (criando um risco de seguro na forma de risco
de mortalidade). Esses contratos são contratos de seguro.

B11 De acordo com alguns contratos, um evento segurado dá origem ao pagamento de um valor vinculado
a um índice de preços. Esses contratos são contratos de seguro, desde que o pagamento que esteja
condicionado ao evento segurado possa ser significativo. Por exemplo, uma anuidade contingente à vida
vinculada a um índice de custo de vida transfere risco de seguro porque o pagamento é originado por
um evento incerto – a sobrevivência do beneficiário da anuidade. A vinculação com o índice de preços
é um derivativo embutido, mas também transfere risco de seguro. Se a transferência resultante do risco
de seguro for significativa, o derivativo embutido atende à definição de contrato de seguro, caso em que
não precisa ser separado e mensurado ao valor justo (vide parágrafo 7 desta IFRS).

B12 A definição de risco de seguro refere-se ao risco que a seguradora aceita do titular da apólice. Em outras
palavras, o risco de seguro é um risco pré-existente transferido do titular da apólice para a seguradora.
Assim, um novo risco criado pelo contrato não é um risco de seguro.

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B13 A definição de um contrato de seguro refere-se a um efeito adverso sobre o titular da apólice. A definição
não limita o pagamento pela seguradora a um valor igual ao impacto financeiro do evento adverso.
Por exemplo, a definição não exclui a cobertura “novo pelo velho”, que paga ao titular da apólice o
suficiente para permitir a substituição de um ativo velho e danificado por um ativo novo. Da mesma
forma, a definição não limita o pagamento de acordo com um contrato de seguro de vida a prazo à perda
financeira sofrida pelos dependentes do falecido, nem impede o pagamento de valores predeterminados
para quantificar a perda causada por morte ou acidente.

B14 Alguns contratos exigem um pagamento caso ocorra um evento incerto específico, mas não exigem um
efeito adverso sobre o titular da apólice como pré-requisito para o pagamento. Esse contrato não é um
contrato de seguro, mesmo se o titular usar o contrato para reduzir a exposição a um risco subjacente. Por
exemplo, se o titular usar um derivativo para proteger uma variável não financeira subjacente que esteja
correlacionada com fluxos de caixa provenientes de um ativo da entidade, o derivativo não é um contrato
de seguro porque o pagamento não está condicionado ao fato de o titular ser adversamente afetado por
uma redução nos fluxos de caixa do ativo. Ao contrário, a definição de um contrato de seguro refere-se a
um evento incerto para o qual um efeito adverso sobre o titular da apólice é um pré-requisito contratual
para o pagamento. Esse pré-requisito contratual não exige que a seguradora investigue se o evento de fato
causou um efeito adverso, mas permite que a seguradora recuse o pagamento se não estiver convencida
de que o evento causou um efeito adverso.

B15 Risco de prescrição ou persistência (ou seja, o risco de que a contraparte cancele o contrato antes ou
depois de quando a emitente tinha esperado ao definir o preço do contrato) não é um risco de seguro, pois
o pagamento à contraparte não está condicionado a um evento futuro incerto que afete adversamente a
contraparte. Da mesma forma, o risco de despesa (ou seja, o risco de aumentos inesperados nos custos
administrativos associados ao cumprimento de um contrato, em vez de nos custos associados aos eventos
segurados) não é um risco de seguro, pois o aumento inesperado nas despesas não afeta adversamente
a contraparte.

B16 Portanto, um contrato que expõe a emitente a um risco de prescrição, risco de persistência ou risco
de despesa não é um contrato de seguro, exceto se também expuser a emitente a um risco de seguro.
Entretanto, se a emitente desse contrato reduzir esse risco usando um segundo contrato para transferir
parte desse risco para outra parte, o segundo contrato expõe essa outra parte a um risco de seguro.

B17 Uma seguradora só pode aceitar um risco de seguro significativo do titular da apólice se a seguradora
for uma entidade separada do titular da apólice. No caso de uma seguradora mútua, a seguradora aceita
o risco de cada titular de apólice e agrupa esse risco. Embora os titulares de apólice suportem esse risco
agrupado coletivamente na sua capacidade de sócios, a seguradora ainda aceitou o risco que é a essência
de um contrato de seguro.

Exemplos de contratos de seguro


B18 Seguem exemplos de contratos que são contratos de seguro, se a transferência de risco de seguro
for significativa:

(a) seguro contra roubo ou danos materiais.

(b) seguro de responsabilidade por produtos, responsabilidade profissional, responsabilidade civil ou


despesas legais.

(c) seguro de vida e planos de funeral pré-pagos (embora a morte seja certa, a ocasião em que a morte
ocorrerá é incerta ou, para alguns tipos de seguro de vida, é incerto se a morte ocorrerá dentro do
período coberto pelo seguro).

(d) anuidades e pensões contingentes à vida (ou seja, contratos que fornecem compensação por um
evento futuro incerto – a sobrevivência do beneficiário da anuidade ou do pensionista – para auxiliar
o beneficiário da anuidade ou o pensionista a manter um determinado padrão de vida, que de outro
modo seria afetado adversamente por sua sobrevivência).

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(e) invalidez e cobertura médica.

(f) seguro-garantia, seguro fidelidade, seguro-performance (performance bond) e seguro-concorrência


(bid bonds) (ou seja, contratos que preveem uma compensação se outra parte deixar de cumprir
uma obrigação contratual, por exemplo, uma obrigação de construir um prédio).

(g) seguro de crédito que prevê que sejam feitos pagamentos específicos para reembolsar o titular por
uma perda em que ele incorrer pelo fato de um determinado devedor não efetuar o pagamento no
vencimento, de acordo com os termos originais ou modificados de um instrumento de dívida. Esses
contratos poderiam ter diversas formas legais, tais como uma garantia, alguns tipos de cartas de
crédito, um contrato de derivativo de crédito que cubra o risco de inadimplemento ou um contrato
de seguro. Entretanto, embora esses contratos atendam à definição de um contrato de seguro, eles
também podem atender à definição de um contrato de garantia financeira da IFRS 9 e estão dentro
do alcance da IAS 325 e da IFRS 9, não desta IFRS [vide parágrafo 4(d)]. Contudo, se uma emitente
de contratos de garantia financeira tiver anteriormente afirmado de forma explícita que considera
esses contratos como contratos de seguro e tiver utilizado a contabilização aplicável a contratos
de seguro, a emitente pode decidir aplicar a IAS 326 e a IFRS 9 ou esta IFRS a esses contratos de
garantia financeira.

(h) garantias de produto. As garantias do produto emitidas por outra parte por produtos vendidos por um
fabricante, revendedor ou varejista estão dentro do alcance desta IFRS. Entretanto, as garantias do
produto emitidas diretamente por um fabricante, revendedor ou varejista estão fora de seu alcance
porque estão dentro do alcance da IAS 18 e IAS 37.

(i) seguro de título de propriedade (p.ex., seguro contra a descoberta de falhas no título de propriedade
de um terreno que não estavam aparentes quando o contrato de seguro foi redigido). Nesse caso, o
evento segurado é a descoberta de uma falha no título de propriedade, não a falha propriamente dita.

(j) assistência em viagem (ou seja, compensação em caixa ou em espécie aos titulares da apólice por
perdas sofridas quando estão viajando). Os parágrafos B6 e B7 discutem alguns contratos desse tipo.

(k) seguro contra catástrofes, que prevê pagamentos reduzidos de principal, juros ou ambos, se um
evento especificado afetar adversamente a emitente da apólice (exceto se o evento especificado
não criar um risco de seguro significativo, por exemplo, se o evento for uma mudança em uma
taxa de juros ou taxa de câmbio).

(l) swaps (trocas) de seguro e outros contratos que exijam um pagamento baseado nas mudanças
de variáveis climáticas, geológicas ou outras variáveis físicas que sejam específicas a uma parte
do contrato.

(m) contrato de resseguro.

B19 Seguem exemplos de itens que não são contratos de seguro:

(a) contratos de investimento que possuem a forma legal de um contrato de seguro, mas não expõem
a seguradora a um risco de seguro significativo, por exemplo, contratos de seguro de vida em
que a seguradora não arca com nenhum risco de mortalidade significativo (esses contratos são
instrumentos financeiros que não constituem seguro ou contratos de serviço, vide parágrafos B20
e B21).

(b) contratos que possuem a forma legal de um seguro, mas repassam todo o risco de seguro significativo
ao titular da apólice por meio de mecanismos não canceláveis e obrigatórios que ajustam os
pagamentos futuros pelo titular da apólice como resultado direto das perdas seguradas, por
exemplo, alguns contratos de resseguro financeiro ou alguns contratos em grupo (esses contratos

5 Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma referência à IFRS 7.
6 Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma referência à IFRS 7.

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são normalmente instrumentos financeiros que não constituem seguro ou contratos de serviço, vide
parágrafos B20 e B21).

(c) auto-seguro, em outras palavras, retendo um risco que poderia ter sido coberto por seguro (não há
contrato de seguro, pois não há acordo com uma outra parte).

(d) contratos (como, por exemplo, contratos de jogo) que exigem um pagamento se ocorrer um evento
futuro incerto, mas não exigem, como pré-requisito contratual para pagamento, que o evento afete
adversamente o titular da apólice. Entretanto, isso não impede a especificação de um pagamento
predeterminado para quantificar a perda causada por um evento específico como, por exemplo,
morte ou acidente (vide também parágrafo B13).

(e) que expõem uma parte a um risco financeiro, mas não a um risco de seguro, porque exigem que essa
parte faça o pagamento apenas com base em mudanças em uma ou mais taxas de juros específicas,
preços de instrumentos financeiros, preços de commodity, taxas de câmbio, índices de preços ou
taxas, classificações de crédito ou índices de crédito ou outra variável, desde que, no caso de uma
variável não financeira, a variável não seja específica a uma parte do contrato (vide IFRS 9).

(f) uma garantia relacionada a crédito (ou carta de crédito, contrato de derivativo de crédito que cubra
o risco de inadimplência ou contrato de seguro de crédito) que exija pagamentos mesmo se o titular
não tiver incorrido em uma perda em caso de não pagamento no vencimento pelo devedor (vide
IFRS 9).

(g) contratos que exijam um pagamento baseado em uma variável climática, geológica ou outra variável
física que não seja específica a uma parte do contrato (normalmente descritos como derivativos
climáticos).

(h) seguro contra catástrofes, que prevê pagamentos reduzidos de principal, juros ou ambos, com base
em uma variável climática, geológica ou outra variável física que não seja específica a uma parte
do contrato.

B20 Se os contratos descritos no parágrafo B19 criarem ativos financeiros ou passivos financeiros, eles estão
dentro do alcance da IFRS 9. Entre outras coisas, isso significa que as partes do contrato usam o que
algumas vezes é denominado contabilização de depósito, que envolve o seguinte:

(a) uma parte reconhece a contrapartida recebida como um passivo financeiro, em vez de receita.

(b) a outra parte reconhece a contrapartida paga como um ativo financeiro, em vez de despesa.

B21 Se os contratos descritos no parágrafo B19 não criarem ativos financeiros ou passivos financeiros,
aplica‑se a IAS 18. De acordo com a IAS 18, a receita associada a uma transação que envolve a prestação
de serviços é reconhecida conforme o estágio de conclusão da transação, se o resultado da transação
puder ser estimado de forma confiável.

Risco de seguro significativo


B22 Um contrato é um contrato de seguro apenas se transferir um risco de seguro significativo. Os parágrafos
B8-B21 discutem o risco de seguro. Os parágrafos a seguir discutem a avaliação feita para determinar
se um risco de seguro é significativo.

B23 O risco de seguro é significativo se, e apenas se, um evento segurado puder fazer com que a seguradora
pague benefícios adicionais significativos em qualquer cenário, excluindo os cenários que não possuam
substância comercial (ou seja, não tenham efeito discernível sobre a essência econômica da transação).
Se benefícios adicionais forem pagáveis em cenários que possuem substância comercial, a condição da
frase anterior pode ser atendida mesmo se o evento segurado for extremamente improvável ou mesmo se o
valor presente esperado (ou seja, ponderado em função da probabilidade) dos fluxos de caixa contingentes
for uma pequena proporção do valor presente esperado de todos os fluxos de caixa contratuais restantes.

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B24 Os benefícios adicionais descritos no parágrafo B23 referem-se aos valores que excedem aqueles que
seriam pagáveis se nenhum evento segurado ocorresse (excluindo cenários que não possuam substância
comercial). Esses valores adicionais incluem os custos de regulação de sinistros e de avaliação de sinistros,
mas excluem:

(a) a perda da capacidade de cobrar de um titular de apólice por serviços futuros. Por exemplo, em
um contrato de seguro de vida vinculado a um investimento, a morte do titular da apólice significa
que a seguradora não poderá mais realizar serviços de gestão de investimentos e cobrar uma taxa
por fazê-lo. Entretanto, essa perda econômica para a seguradora não reflete um risco de seguro,
assim como um gestor de fundo mútuo não assume o risco de seguro em relação à possível morte
do cliente. Portanto, a perda potencial dos futuros honorários de gestão de investimentos não é
pertinente na avaliação de quanto risco de seguro é transferido por um contrato.

(b) a dispensa de taxas de cancelamento ou resgate, em caso de morte. Como o contrato originou essas
taxas, a dispensa dessas taxas não compensa o titular da apólice por um risco pré-existente. Portanto,
eles não são pertinentes na avaliação de quanto risco de seguro é transferido por um contrato.

(c) um pagamento condicionado a um evento que não cause uma perda significativa para o titular de um
contrato. Por exemplo, considere um contrato que exija que a emitente pague um milhão de unidades
de moeda se um ativo sofrer dano físico causando uma perda econômica insignificante de uma
unidade de moeda ao titular. Nesse contrato, o titular transfere à seguradora o risco insignificante de
perder uma unidade de moeda. Ao mesmo tempo, o contrato cria um risco, que não constitui risco
de seguro, de que a emitente precise pagar 999.999 unidades de moeda se o evento especificado
ocorrer. Como a emitente não aceita um risco de seguro significativo do titular, o contrato não é
um contrato de seguro.

(d) possíveis recuperações de resseguro. A seguradora as contabiliza separadamente.

B25 Uma seguradora avaliará a significância de um risco de seguro contrato por contrato, em vez de com
base na relevância para as demonstrações financeiras.7 Assim, um risco de seguro pode ser significativo
mesmo se houver uma probabilidade mínima de perdas relevantes para todo um conjunto de contratos.
Essa avaliação contrato por contrato facilita a classificação de um contrato como um contrato de seguro.
Entretanto, se um conjunto relativamente pequeno de contratos compreende todos os contratos que
transferem o risco de seguro, uma seguradora não precisa examinar cada contrato dentro desse conjunto
para identificar alguns contratos não derivativos que transfiram um risco de seguro insignificante.

B26 Depreende-se dos parágrafos B23-B25 que se um contrato paga um benefício por morte superior ao
valor pagável na sobrevivência, o contrato é um contrato de seguro, exceto se o benefício adicional em
caso de morte for insignificante (julgado com base no contrato e não com base em todo um conjunto
de contratos). Como observado no parágrafo B24(b), a dispensa de taxas de cancelamento ou resgate,
em caso de morte, não está incluída nessa avaliação de se a dispensa não compensa o titular da apólice
por um risco pré-existente. Da mesma forma, um contrato de anuidade que paga somas regulares para
o resto da vida de um titular de apólice é um contrato de seguro, exceto se os pagamentos contingentes
à vida, no total, forem insignificantes.

B27 O parágrafo B23 faz referência a benefícios adicionais. Esses benefícios adicionais podem incluir um
requisito de pagamento de benefícios antecipadamente se o evento segurado ocorrer antes e o pagamento
não for ajustado para o valor temporal do dinheiro. Um exemplo é o seguro vitalício por um valor fixo
(em outras palavras, seguro que fornece um benefício fixo por morte quando o titular da apólice morre,
sem data de vencimento para a cobertura). É certo que o titular da apólice morrerá, mas a data da morte
é incerta. A seguradora sofrerá uma perda em todos os contratos individuais em que o titular da apólice
morrer prematuramente, mesmo se não houver perda geral em todo o conjunto de contratos.

B28 Se um contrato de seguro for desmembrado em um componente de depósito e um componente de


seguro, a significância da transferência de risco de seguro é avaliada com base no componente de seguro.

7 Para essa finalidade, os contratos celebrados simultaneamente com uma única contraparte (ou contratos que sejam de outro modo
interdependentes) formam um único contrato.

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A significância do risco de seguro transferida por um derivativo embutido é avaliada com base no
derivativo embutido.

Mudanças no nível de risco de seguro


B29 Alguns contratos não transferem nenhum risco de seguro à emitente no início, embora transfira um risco
de seguro em uma ocasião posterior. Por exemplo, considere um contrato que forneça um retorno de
investimento específico e inclui uma opção para o titular da apólice usar os proventos do investimento
no vencimento para comprar uma anuidade contingente à vida, às taxas de anuidade atuais cobradas
pela seguradora a outros novos beneficiários de anuidade quando o titular da apólice exercer a opção.
O contrato não transfere risco de seguro à emitente até que a opção seja exercida, porque a seguradora
permanece livre para definir o preço da anuidade de tal forma que reflita o risco de seguro transferido
para a seguradora nessa ocasião. Entretanto, se o contrato especificar taxas de anuidade (ou uma base
para a definição das taxas de anuidade), o contrato transfere o risco de seguro à emitente no início.

B30 Um contrato que se qualifica como um contrato de seguro permanece como um contrato de seguro até
que todos os direitos e obrigações sejam extintos ou vençam.

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IFRS 4

Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
Se uma entidade adotar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2004, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS 5

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 5

Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e


Operações Descontinuadas
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 35 – Operações
em Descontinuidade, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em
junho de 1998.

Em março de 2004, o IASB emitiu a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações
Descontinuadas para substituir a IAS 35.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 5. Elas incluem a IFRS 3 – Combinações de
Negócios (tal como revisada em janeiro de 2008), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e abril de 2009),
a IFRIC 17 – Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários (emitida em novembro de 2008) e a IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS 5

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 5
ATIVOS NÃO CIRCULANTES MANTIDOS PARA VENDA E
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
CLASSIFICAÇÃO DE ATIVOS NÃO CIRCULANTES (OU GRUPOS DE ALIENAÇÃO)
COMO MANTIDOS PARA VENDA OU MANTIDOS PARA DISTRIBUIÇÃO A SÓCIOS 6
Ativos não circulantes a serem abandonados 13
MENSURAÇÃO DE ATIVOS NÃO CIRCULANTES (OU GRUPOS DE ALIENAÇÃO)
CLASSIFICADOS COMO MANTIDOS PARA VENDA 15
Mensuração de ativos não circulantes (ou grupos de alienação) 15
Reconhecimento de perdas por redução ao valor recuperável e reversões 20
Mudanças em um plano de venda 26
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO 30
Apresentação de operações descontinuadas 31
Ganhos ou perdas relacionados às operações em continuidade 37
Apresentação de um ativo não circulante ou grupo de alienação
classificado como mantido para venda 38
Divulgações adicionais 41
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 43
DATA DE VIGÊNCIA 44
REVOGAÇÃO DA IAS 35 45
APÊNDICES
A Termos definidos
B Suplemento de aplicação
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 5 EMITIDA EM MARÇO DE 2004


BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e
Operações Descontinuadas (IFRS 5) é definida nos parágrafos 1-45 e Apêndices A-C. Todos os parágrafos têm
igual importância. Os parágrafos em negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice
A estão em itálico na primeira vez em que aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no
Glossário das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 5 deve ser lida no contexto
de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro
(IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência
de orientação explícita.

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IFRS 5

Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e
Operações Descontinuadas (IFRS 5) define os requisitos para a classificação, mensuração e apresentação
de ativos não circulantes mantidos para venda e substitui a IAS 35 – Operações em Descontinuidade.

IN2 A obtenção de convergência de normas contábeis em todo o mundo é um dos principais objetivos do
Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB). Na busca desse objetivo, uma das estratégias
adotadas pelo Conselho foi celebrar um memorando de entendimento com o Conselho de Normas de
Contabilidade Financeira (FASB) dos EUA, que estabelece o compromisso dos dois conselhos em relação
à convergência. Como resultado desse entendimento, os conselhos empreenderam um projeto conjunto
de curto prazo, com o objetivo de reduzir diferenças entre as IFRSs e os PCGA (Princípios Contábeis
Geralmente Aceitos) dos EUA, que sejam capazes de resolução em um tempo relativamente curto e
possam ser tratadas fora de projetos importantes.

IN3 Um aspecto desse projeto envolve a consideração pelos dois conselhos de suas normas recentes, com
vistas a adotar soluções contábeis de alta qualidade. A IFRS resulta da consideração pelo IASB do
Pronunciamento FASB 144 – Contabilização de Redução ao Valor Recuperável ou Alienação de Ativos
de Longo Prazo (SFAS 144), emitido em 2001.

IN4 O SFAS 144 trata de três áreas: (i) a redução ao valor recuperável de ativos de longo prazo a serem
mantidos ou usados, (ii) a classificação, mensuração e apresentação de ativos mantidos para venda e (iii)
a classificação e apresentação de operações descontinuadas. A redução ao valor recuperável de ativos
de longo prazo a serem mantidos e usados é uma área em que há grandes diferenças entre as IFRSs e os
PCGA dos EUA. Entretanto, essas diferenças não foram consideradas como sendo capazes de resolução
em um tempo relativamente curto. A busca da convergência nas outras duas áreas foi considerada válida
dentro do contexto do projeto de curto prazo.

IN5 A IFRS obtém convergência substancial com os requisitos do SFAS 144 em relação a ativos mantidos para
venda, a época da classificação de operações como descontinuadas e a apresentação dessas operações.

Principais características da IFRS


IN6 A IFRS:

(a) adota a classificação “mantido para venda”.

(b) introduz o conceito de um grupo de alienação, como sendo um grupo de ativos a serem alienados,
por venda ou de outro modo, juntos como um grupo em uma única transação, e passivos diretamente
associados a esses ativos que serão transferidos na transação.

(c) especifica que os ativos ou grupos de alienação que são classificados como mantidos para venda
sejam reconhecidos pelo menor valor entre o valor contábil e o valor justo menos custos para vender.

(d) especifica que um ativo classificado como mantido para venda, ou incluído em um grupo de
alienação que seja classificado como mantido para venda, não seja depreciado.

(e) especifica que um ativo classificado como mantido para venda e os ativos e passivos incluídos em
um grupo de alienação classificado como mantido para venda sejam apresentados separadamente
na demonstração da posição financeira.

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(f) revoga a IAS 35 – Operações em Descontinuidade e a substitui pelos requisitos que:

(i) alteram a época da classificação de uma operação como descontinuada. A IAS 35 classificou
uma operação como descontinuada na data que ocorrer primeiro (a) quando a entidade celebrar
um contrato de venda fechado e (b) quando o conselho de administração aprovar e anunciar
um plano formal de alienação. A IFRS classifica uma operação como descontinuada na data
em que a operação atender aos critérios para ser classificada como mantida para venda ou
quando a entidade tiver alienado a operação.

(ii) especificam que os resultados de operações descontinuadas devem ser apresentados


separadamente na demonstração do resultado abrangente.

(iii) proíbem a classificação retroativa de uma operação como descontinuada, quando os critérios
para essa classificação não forem cumpridos até um momento após o período de relatório.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 5


Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e
Operações Descontinuadas

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é especificar a contabilização de ativos mantidos para venda e a apresentação e
divulgação de operações descontinuadas. Em particular, a IFRS exige:

(a) que os ativos que atendam aos critérios para serem classificados como mantidos para venda sejam
mensurados pelo menor valor entre o valor contábil e o valor justo menos custos para vender, e
que cesse a depreciação sobre esses ativos; e

(b) que os ativos que atendam aos critérios para serem classificados como mantidos para venda sejam
apresentados separadamente na demonstração da posição financeira e os resultados das operações
descontinuadas sejam apresentados separadamente na demonstração do resultado abrangente.

Alcance
2 Os requisitos de classificação e apresentação desta IFRS se aplicam a todos os ativos não circulantes1
reconhecidos e a todos os grupos de alienação de uma entidade. Os requisitos de mensuração desta IFRS
se aplicam a todos os ativos não circulantes reconhecidos e grupos de alienação (conforme estabelecido
no parágrafo 4), exceto os ativos listados no parágrafo 5, que continuarão a ser mensurados de acordo
com a Norma indicada.

3 Os ativos classificados como não circulantes de acordo com a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras não serão reclassificados como ativos circulantes até que atendam aos critérios para serem
classificados como mantidos para venda, de acordo com esta IFRS. Os ativos de uma classe que uma
entidade normalmente consideraria como não circulantes, que forem adquiridos exclusivamente com
vistas à revenda, não serão classificados como circulantes, exceto se atenderem aos critérios para serem
classificados como mantidos para venda de acordo com esta IFRS.

4 Algumas vezes, uma entidade aliena um grupo de ativos, possivelmente com alguns passivos diretamente
associados, juntos em uma única transação. Esse grupo de alienação pode ser um grupo de unidades
geradoras de caixa, uma única unidade geradora de caixa ou parte de uma unidade geradora de caixa.2
O grupo pode incluir quaisquer ativos e quaisquer passivos da entidade, incluindo ativos circulantes,
passivos circulantes e ativos excluídos pelo parágrafo 5 dos requisitos de mensuração desta IFRS. Se um
ativo não circulante, dentro do alcance dos requisitos de mensuração desta IFRS, fizer parte de um grupo
de alienação, os requisitos de mensuração desta IFRS se aplicam ao grupo como um todo, de modo que
o grupo seja mensurado pelo menor valor entre o seu valor contábil e o valor justo menos custos para
vender. Os requisitos para mensuração dos ativos e passivos individuais dentro do grupo de alienação
estão estabelecidos nos parágrafos 18, 19 e 23.

5 As disposições de mensuração desta IFRS3 não se aplicam aos seguintes ativos, que estão cobertos pelas
IFRSs listadas, sejam ativos individuais ou como parte de um grupo de alienação:

(a) impostos diferidos ativos (IAS 12 – Impostos sobre a Renda).

1 Para ativos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os ativos não circulantes são ativos que incluem valores que
se espera serem recuperados mais de doze meses após o período de relatório. O parágrafo 3 se aplica à classificação desses ativos.
2 Entretanto, uma vez que seja esperado o surgimento de fluxos de caixa de um ativo ou grupo de ativos, principalmente pela
venda em vez do uso contínuo, eles se tornam menos dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outros ativos, e um grupo de
alienação, que fez parte de uma unidade geradora de caixa, se torna uma unidade geradora de caixa separada.
3 Exceto os parágrafos 18 e 19, que exigem que os ativos em questão sejam mensurados de acordo com outras IFRSs aplicáveis.

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(b) ativos resultantes de benefícios aos empregados (IAS 19 – Benefícios aos Empregados).

(c) ativos financeiros dentro do alcance da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

(d) ativos não circulantes que sejam contabilizados de acordo com o método de valor justo na IAS 40 –
Propriedades para Investimento.

(e) ativos não circulantes que sejam mensurados ao valor justo menos custos para vender, de acordo
com a IAS 41 – Agricultura.

(f) direitos contratuais previstos em contratos de seguro, conforme definido na IFRS 4 – Contratos
de Seguro.

5A Os requisitos de classificação, apresentação e mensuração desta IFRS aplicáveis a um ativo não circulante
(ou grupo de alienação) que seja classificado como mantido para venda também se aplicam a um ativo
não circulante (ou grupo de alienação) que seja classificado como mantido para distribuição a sócios,
agindo na sua condição de sócios (mantido para distribuição a sócios).

5B Esta IFRS especifica as divulgações exigidas relativas a ativos não circulantes (ou grupos de alienação)
classificados como mantidos para venda ou operações descontinuadas. As divulgações em outras IFRSs
não se aplicam a esses ativos (ou grupos de alienação), exceto se essas IFRSs exigirem:

(a) divulgações específicas relativas a ativos não circulantes (ou grupos de alienação) classificados
como mantidos para venda ou operações descontinuadas; ou

(b) divulgações sobre mensuração de ativos e passivos dentro de um grupo de alienação que não
estejam dentro do alcance da exigência de mensuração da IFRS 5 e essas divulgações ainda não
forem fornecidas nas outras notas explicativas às demonstrações financeiras.

Divulgações adicionais sobre ativos não circulantes (ou grupos de alienação), classificados como mantidos
para venda ou operações descontinuadas, podem ser necessárias para cumprir os requisitos gerais da
IAS 1, em particular os parágrafos 15 e 125 dessa Norma.

Classificação de ativos não circulantes (ou grupos de alienação) como mantidos


para venda ou mantidos para distribuição a sócios
6 Uma entidade classificará um ativo não circulante (ou grupo de alienação) como mantido para
venda se o seu valor contábil for recuperado, principalmente por meio de uma transação de venda,
em vez de seu uso contínuo.

7 Para esse ser o caso, o ativo (ou grupo de alienação) deve estar disponível para venda imediata em sua
condição atual, sujeito apenas aos termos que sejam usuais e habituais para vendas desses ativos (ou
grupos de alienação) e sua venda deve ser altamente provável.

8 Para a venda ser altamente provável, o nível apropriado da administração deve estar comprometido com
um plano para vender o ativo (ou grupo de alienação) e um programa eficaz para localizar um comprador
e concluir o plano deve ter sido iniciado. Além disso, o ativo (ou grupo de alienação) deve ser ativamente
negociado para venda a um preço que seja razoável em relação ao seu valor justo corrente. Além disso,
deve se esperar que a venda se qualifique para reconhecimento como uma venda concluída dentro de um
ano, a partir da data da classificação, exceto como permitido pelo parágrafo 9, e as ações necessárias para
concluir o plano devem indicar que é improvável que mudanças significativas sejam feitas ao plano ou
que ele seja interrompido. A probabilidade de aprovação dos acionistas (se exigida na jurisdição) deve
ser considerada como parte da avaliação no caso da venda ser altamente provável.

8A Uma entidade que estiver comprometida com um plano de venda envolvendo a perda do controle de uma
subsidiária classificará todos os ativos e passivos dessa subsidiária como mantidos para venda quando

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IFRS 5

os critérios definidos nos parágrafos 6–8 forem atendidos, independentemente se a entidade reterá uma
participação de não controladores em sua antiga subsidiária após a venda.

9 Eventos ou circunstâncias podem adiar o período para concluir a venda além de um ano. Uma prorrogação
do período necessário para concluir uma venda não impede um ativo (ou grupo de alienação) de ser
classificado como mantido para venda se o atraso for causado por eventos ou circunstâncias além do
controle da entidade e houver evidência suficiente de que a entidade permanece comprometida com seu
plano de vender o ativo (ou grupo de alienação). Esse será o caso quando os critérios do Apêndice B
forem cumpridos.

10 As transações de venda incluem trocas de ativos não circulantes por outros ativos não circulantes quando
a troca tiver substância comercial, de acordo com a IAS 16 – Imobilizado.

11 Quando uma entidade adquire um ativo não circulante (ou grupo de alienação) exclusivamente com
vistas à sua alienação subsequente, ela classificará o ativo não circulante (ou grupo de alienação) como
mantido para venda na data de aquisição somente se for cumprido o requisito de um ano do parágrafo 8
(exceto como permitido pelo parágrafo 9) e se for altamente provável que quaisquer outros critérios dos
parágrafos 7 e 8 que não forem cumpridos até essa data sejam cumpridos dentro de um curto período
após a aquisição (geralmente dentro de três meses).

12 Se forem cumpridos os critérios dos parágrafos 7 e 8 após o período de relatório, uma entidade
não classificará um ativo não circulante (ou grupo de alienação) como mantido para venda nessas
demonstrações financeiras, quando emitidas. Entretanto, quando esses critérios forem cumpridos após
o período de relatório, mas antes da autorização das demonstrações financeiras para emissão, a entidade
divulgará as informações especificadas no parágrafo 41(a), (b) e (d), nas notas explicativas.

12A Um ativo não circulante (ou grupo de alienação) é classificado como mantido para distribuição a sócios
quando a entidade está comprometida em distribuir o ativo (ou grupo de alienação) aos sócios. Para que
esse seja o caso, os ativos devem estar disponíveis para distribuição imediata em sua condição presente e
a distribuição deve ser altamente provável. Para que a distribuição seja altamente provável, as ações para
concluir a distribuição devem ter sido iniciadas e a sua conclusão deve estar prevista dentro de um ano
a contar da data de classificação. As ações necessárias para concluir a distribuição devem indicar que é
improvável que mudanças significativas sejam feitas ou que a distribuição seja cancelada. A probabilidade
de aprovação dos acionistas (se exigida na jurisdição) deve ser considerada como parte da avaliação de
se a distribuição é altamente provável.

Ativos não circulantes a serem abandonados


13 Uma entidade não classificará como mantido para venda um ativo não circulante (ou grupo de alienação)
que esteja para ser abandonado. Isso ocorre porque seu valor contábil será recuperado, principalmente
por meio do uso contínuo. Entretanto, se o grupo de alienação a ser abandonado cumprir os critérios no
parágrafo 32(a)-(c), a entidade apresentará os resultados e fluxos de caixa do grupo de alienação como
operações descontinuadas, de acordo com os parágrafos 33 e 34, na data em que ele deixar de ser usado.
Os ativos não circulantes (ou grupos de alienação) a serem abandonados incluem ativos não circulantes
(ou grupos de alienação) a serem usados até o fim de sua vida econômica, e ativos não circulantes (ou
grupos de alienação) a serem fechados em vez de vendidos.

14 Uma entidade não contabilizará um ativo não circulante que tenha sido retirado temporariamente de uso
como se tivesse sido abandonado.

A188 ©
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IFRS 5

Mensuração de ativos não circulantes (ou grupos de alienação) classificados


como mantidos para venda

Mensuração de ativos não circulantes (ou grupos de alienação)


15 Uma entidade mensurará um ativo não circulante (ou grupo de alienação) classificado como mantido
para venda pelo menor valor entre seu valor contábil e o valor justo menos custos para vender.

15A Uma entidade mensurará um ativo não circulante (ou grupo de alienação) classificado como mantido
para distribuição a sócios pelo menor valor entre seu valor contábil e o valor justo menos custos
para distribuir.4

16 Se um ativo recém-adquirido (ou grupo de alienação) atender aos critérios para ser classificado como
mantido para venda (vide parágrafo 11), a aplicação do parágrafo 15 resultará na mensuração do ativo
(ou grupo de alienação) no reconhecimento inicial pelo menor valor entre seu valor contábil, caso não
tenha sido assim classificado (por exemplo, custo), e o valor justo menos custos para vender. Portanto,
se o ativo (ou grupo de alienação) for adquirido como parte de uma combinação de negócios, ele será
mensurado ao valor justo menos custos para vender.

17 Quando se espera que a venda ocorra depois de um ano, a entidade mensurará os custos para vender
pelo seu valor presente. Qualquer aumento no valor presente dos custos para vender que resultem da
passagem do tempo será apresentado em lucros e perdas, como um custo de financiamento.

18 Imediatamente antes da classificação inicial do ativo (ou grupo de alienação) como mantido para venda,
os valores contábeis do ativo (ou de todos os ativos e passivos no grupo) serão mensurados de acordo
com as IFRSs aplicáveis.

19 Na remensuração subsequente de um grupo de alienação, os valores contábeis de quaisquer ativos e


passivos que não estiverem dentro do alcance dos requisitos de mensuração desta IFRS, mas estiverem
incluídos em um grupo de alienação classificado como mantido para venda, serão remensurados de
acordo com as IFRSs aplicáveis, antes que o valor justo menos custos para vender do grupo de alienação
seja remensurado.

Reconhecimento de perdas por redução ao valor recuperável e reversões


20 Uma entidade reconhecerá uma perda por redução ao valor recuperável de ativos para qualquer redução
de valor inicial ou subsequente do ativo (ou grupo de alienação), ao valor justo menos custos para vender,
na medida em que ele não tiver sido reconhecido de acordo com o parágrafo 19.

21 Uma entidade reconhecerá um ganho por qualquer aumento subsequente no valor justo menos custos
para vender de um ativo, mas não além da perda acumulada por redução ao valor recuperável que foi
reconhecida de acordo com esta IFRS ou, anteriormente, de acordo com a IAS 36 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos.

22 Uma entidade reconhecerá um ganho por qualquer aumento subsequente no valor justo menos custos
para vender de um grupo de alienação:

(a) na medida em que ele não tiver sido reconhecido de acordo com o parágrafo 19, mas

(b) não além da perda acumulada por redução ao valor recuperável que tiver sido reconhecida de
acordo com esta IFRS ou, anteriormente, de acordo com a IAS 36, dos ativos não circulantes que
estiverem dentro do alcance dos requisitos de mensuração desta IFRS.

4 Custos para distribuir são os custos incrementais diretamente atribuíveis à distribuição, excluindo-se custos de financiamento e
despesa de imposto sobre a renda.

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IFRS 5

23 A perda por redução ao valor recuperável de ativos (ou qualquer ganho subsequente) reconhecida para
um grupo de alienação reduzirá (ou aumentará) o valor contábil dos ativos não circulantes no grupo
que estiverem contidos no alcance dos requisitos de mensuração desta IFRS, na ordem de alocação
estabelecida nos parágrafos 104(a) e (b) e 122 da IAS 36 (tal como revisada em 2004).

24 Um ganho ou perda anteriormente não reconhecido na data da venda de um ativo não circulante (ou grupo
de alienação) será reconhecido na data da baixa. Os requisitos relacionados à baixa estão definidos nos:

(a) parágrafos 67-72 da IAS 16 (tal como revisada em 2003) para ativo imobilizado, e

(b) parágrafos 112-117 da IAS 38 – Ativos Intangíveis (tal como revisada em 2004) para ativos
intangíveis.

25 Uma entidade não depreciará (ou amortizará) um ativo não circulante enquanto ele estiver classificado
como mantido para venda ou enquanto ele fizer parte de um grupo de alienação classificado como mantido
para venda. Os juros e outras despesas atribuíveis aos passivos de um grupo de alienação classificado
como mantido para venda continuarão sendo reconhecidos.

Mudanças em um plano de venda


26 Se uma entidade tiver classificado um ativo (ou grupo de alienação) como mantido para venda, mas
os critérios dos parágrafos 7-9 não forem mais cumpridos, a entidade deixará de classificar o ativo (ou
grupo de alienação) como mantido para venda.

27 A entidade mensurará um ativo não circulante que não estiver mais classificado como mantido para venda
(ou que não estiver mais incluído em um grupo de alienação classificado como mantido para venda) pelo
menor valor entre:

(a) seu valor contábil antes de o ativo (ou grupo de alienação) ter sido classificado como mantido
para venda, ajustado por qualquer depreciação, amortização ou reavaliações, que teriam sido
reconhecidas caso o ativo (ou grupo de alienação) não tivesse sido classificado como mantido para
venda, e

(b) seu valor recuperável na data da decisão subsequente de não vender.5

28 A entidade incluirá qualquer ajuste necessário ao valor contábil de um ativo não circulante que não
estiver mais classificado como mantido para venda em lucros e perdas6 das operações em continuidade,
no período em que os critérios dos parágrafos 7-9 não forem mais cumpridos. Demonstrações financeiras
referentes aos períodos desde a classificação como mantido para venda serão alteradas de acordo se o
grupo de alienação ou o ativo não circulante que deixar de ser classificado como mantido para venda for
uma subsidiária, operação em conjunto, empreendimento em conjunto (joint venture), coligada ou uma
parcela de uma participação em um empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada. A entidade
apresentará esse ajuste na mesma rubrica na demonstração do resultado abrangente usada para apresentar
um ganho ou uma perda, se houver, reconhecido de acordo com o parágrafo 37.

29 Se uma entidade retirar um ativo ou passivo individual de um grupo de alienação classificado como
mantido para venda, os ativos e passivos remanescentes do grupo de alienação a serem vendidos
continuarão sendo mensurados como um grupo, apenas se o grupo atender aos critérios nos parágrafos 7-9.
Caso contrário, os ativos remanescentes do grupo que individualmente atenderem aos critérios para
serem classificados como mantidos para venda serão mensurados individualmente, pelo menor valor
entre seus valores contábeis e valores justos menos custos para vender, nessa data. Quaisquer ativos não

5 Se o ativo não circulante fizer parte de uma unidade geradora de caixa, seu valor recuperável é o valor contábil que teria sido
reconhecido após a alocação de qualquer perda por redução ao valor recuperável, resultante nessa unidade geradora de caixa, de
acordo com a IAS 36.
6 Exceto se o ativo for um imobilizado ou um ativo intangível que tiver sido reavaliado de acordo com a IAS 16 ou IAS 18, antes
da classificação como mantido para venda, caso em que o ajuste será tratado como um aumento ou redução de reavaliação.

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IFRS 5

circulantes que não atenderem aos critérios não serão mais classificados como mantidos para venda, de
acordo com o parágrafo 26.

Apresentação e divulgação
30 Uma entidade apresentará e divulgará informações que permitam aos usuários das demonstrações
financeiras avaliarem os efeitos financeiros de operações descontinuadas e alienações de ativos não
circulantes (ou grupos de alienação).

Apresentação de operações descontinuadas


31 Um componente de uma entidade compreende operações e fluxos de caixa que podem ser claramente
distinguidos, operacionalmente e para fins de relatório financeiro, do resto da entidade. Em outras
palavras, um componente de uma entidade será uma unidade geradora de caixa ou um grupo de unidades
geradoras de caixa enquanto estiver sendo mantido para uso.

32 Uma operação descontinuada é um componente de uma entidade que foi alienado ou está classificado
como mantido para venda, e

(a) representa um importante segmento de negócio separado ou área geográfica de operações,

(b) é parte de um plano único coordenado para a alienação de um importante segmento de negócio
separado ou área geográfica de operações ou

(c) constitui uma subsidiária adquirida exclusivamente com vistas à revenda.

33 Uma entidade divulgará:

(a) um valor único na demonstração do resultado abrangente compreendendo o total de:

(i) lucros e perdas após impostos de operações descontinuadas e

(ii) ganho ou perda após impostos reconhecido na mensuração ao valor justo menos custos
para vender ou na alienação dos ativos ou grupo(s) de alienação que constituem a operação
descontinuada.

(b) uma análise do valor único em (a) para:

(i) receita, despesas e lucros e perdas antes de impostos de operações descontinuadas;

(ii) a respectiva despesa de imposto sobre a renda, conforme exigido pelo parágrafo 81(h) da
IAS 12; e

(iii) o ganho ou perda reconhecido na mensuração ao valor justo menos custos para vender ou
na alienação dos ativos ou grupo(s) de alienação que constituem a operação descontinuada.

A análise pode ser apresentada nas notas explicativas ou na demonstração do resultado abrangente.
Se for apresentada na demonstração do resultado abrangente, ela será apresentada em uma seção
identificada como relacionada às operações descontinuadas, ou seja, separadamente das operações
em continuidade. A análise não é exigida para grupos de alienação que sejam subsidiárias
recém‑adquiridas que atendam aos critérios para serem classificadas como mantidas para venda
na aquisição (vide parágrafo 11).

(c) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às atividades operacionais, de investimento e de financiamento


de operações descontinuadas. Essas divulgações podem ser apresentadas nas notas explicativas
ou nas demonstrações financeiras. Essas divulgações não são exigidas para grupos de alienação
que sejam subsidiárias recém-adquiridas que atendam aos critérios para serem classificadas como
mantidas para venda na aquisição (vide parágrafo 11).

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IFRS Foundation A191
IFRS 5

(d) o valor da receita proveniente de operações em continuidade e de operações descontinuadas


atribuível aos sócios da controladora. Essas divulgações podem ser apresentadas nas notas
explicativas ou na demonstração do resultado abrangente.

33A Se uma entidade apresentar os itens de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme descrito
no parágrafo 10A da IAS 1 (tal como alterada em 2011), uma seção identificada como relacionada às
operações descontinuadas é apresentada nessa demonstração.

34 Uma entidade reapresentará as divulgações do parágrafo 33 para períodos anteriores aos apresentados
nas demonstrações financeiras, de modo que as divulgações estejam relacionadas a todas as operações
que foram descontinuadas até o final do período de relatório, para o período mais recente apresentado.

35 Os ajustes no período corrente aos valores anteriormente apresentados em operações descontinuadas,


que estão diretamente relacionados à alienação de uma operação descontinuada em um período anterior,
serão classificados separadamente em operações descontinuadas. A natureza e o valor desses ajustes
serão divulgados. Seguem exemplos das circunstâncias em que esses ajustes podem surgir:

(a) a resolução de incertezas que surjam dos termos da transação de alienação, tais como a resolução
dos ajustes do preço de compra e questões de indenização com o comprador.

(b) a resolução de incertezas que surjam e estejam diretamente relacionadas às operações do componente
antes de sua alienação, tais como obrigações ambientais e de garantia sobre produto, retidas
pelo vendedor.

(c) a liquidação das obrigações do plano de benefícios aos empregados, desde que a liquidação esteja
diretamente relacionada à transação de alienação.

36 Se uma entidade deixar de classificar um componente como mantido para venda, os resultados das
operações do componente apresentado anteriormente em operações descontinuadas, de acordo com os
parágrafos 33-35, serão reclassificados e incluídos em receita de operações em continuidade, para todos os
períodos apresentados. Os valores dos períodos anteriores serão descritos como tendo sido reapresentados.

36A Uma entidade que estiver comprometida com um plano de venda envolvendo a perda do controle de uma
subsidiária divulgará as informações exigidas nos parágrafos 33–36 quando a subsidiária for um grupo
de alienação que atenda à definição de operação descontinuada de acordo com o parágrafo 32.

Ganhos ou perdas relacionados às operações em continuidade


37 Qualquer ganho ou perda na remensuração de um ativo não circulante (ou grupo de alienação) classificado
como mantido para venda que não atenda à definição de uma operação descontinuada será incluído em
lucros e perdas de operações em continuidade.

Apresentação de um ativo não circulante ou grupo de alienação


classificado como mantido para venda
38 Uma entidade apresentará um ativo não circulante classificado como mantido para venda e os ativos
de um grupo de alienação classificado como mantido para venda separadamente dos outros ativos na
demonstração da posição financeira. Os passivos de um grupo de alienação classificado como mantido
para venda serão apresentados separadamente dos outros passivos na demonstração da posição financeira.
Esses ativos e passivos não serão compensados e apresentados como um valor único. As principais
classes de ativos e passivos classificados como mantidos para venda serão divulgadas separadamente na
demonstração da posição financeira ou nas notas explicativas, exceto como permitido pelo parágrafo 39.
Uma entidade apresentará separadamente qualquer receita ou despesa acumulada, reconhecida em outros
resultados abrangentes, em relação a um ativo não circulante (ou grupo de alienação) classificado como
mantido para venda.

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39 Se o grupo de alienação for uma subsidiária recém-adquirida, que atenda aos critérios para ser classificado
como mantido para venda na aquisição (vide parágrafo 11), a divulgação das principais classes de ativos
e passivos não é exigida.

40 Uma entidade não reclassificará nem reapresentará valores apresentados para ativos não circulantes ou para
os ativos e passivos de grupos de alienação classificados como mantidos para venda nas demonstrações
da posição financeira de períodos anteriores para refletir a classificação na demonstração da posição
financeira do período mais recente apresentado.

Divulgações adicionais
41 Uma entidade divulgará as seguintes informações nas notas explicativas no período em que um ativo
não circulante (ou grupo de alienação) tiver sido classificado como mantido para venda ou vendido:

(a) uma descrição do ativo não circulante (ou grupo de alienação);

(b) uma descrição dos fatos e circunstâncias da venda, ou que levam à alienação esperada, e a forma
e época esperada dessa alienação;

(c) o ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 20-22 e, se não apresentado
separadamente na demonstração do resultado abrangente, a rubrica na demonstração do resultado
abrangente que inclua esse ganho ou perda;

(d) se aplicável, o segmento a ser divulgado no qual o ativo não circulante (ou grupo de alienação) é
apresentado, de acordo com a IFRS 8 – Segmentos Operacionais.

42 Se o parágrafo 26 ou parágrafo 29 for aplicável, uma entidade divulgará, no período da decisão de mudar
o plano de vender o ativo não circulante (ou grupo de alienação), uma descrição dos fatos e circunstâncias
que levam à decisão e o efeito da decisão sobre os resultados das operações do período e quaisquer
períodos anteriores apresentados.

Disposições transitórias
43 A IFRS será aplicada prospectivamente a ativos não circulantes (ou grupos de alienação) que atendam
aos critérios para serem classificados como mantidos para venda e operações que atendam aos critérios
para serem classificadas como descontinuadas após a data de vigência da IFRS. Uma entidade poderá
aplicar os requisitos da IFRS a todos os ativos não circulantes (ou grupos de alienação) que atendam aos
critérios para serem classificados como mantidos para venda e operações que atendam aos critérios para
serem classificadas como descontinuadas após qualquer data anterior à data de vigência da IFRS, desde
que as avaliações e outras informações necessárias para aplicar a IFRS tenham sido obtidas na ocasião
em que esses critérios foram originalmente cumpridos.

Data de vigência
44 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a IFRS para um período iniciado antes de
1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

44A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
alterou os parágrafos 3 e 38 e adicionou o parágrafo 33A. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada
em 2007) para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período anterior.

44B A IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (tal como alterada em 2008)
acrescentou o parágrafo 33(d). Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou

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após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um período anterior,
a alteração será aplicada para esse período anterior. A alteração será aplicada retrospectivamente.

44C Os parágrafos 8A e 36A foram acrescentados pela publicação de Melhorias às IFRSs emitida em maio
de 2008. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de
2009. A aplicação antecipada é permitida. Contudo, uma entidade não aplicará as alterações para períodos
anuais iniciados antes de 1º de julho de 2009, a menos que aplique também a IAS 27 (tal como alterada
em janeiro de 2008). Se uma entidade aplicar as alterações antes de 1º de julho de 2009, ela divulgará
esse fato. Uma entidade aplicará as alterações prospectivamente a partir da data na qual tiver aplicado
pela primeira vez a IFRS 5, sujeita às disposições transitórias do parágrafo 45 da IAS 27 (alterada em
janeiro de 2008).

44D Os parágrafos 5A, 12A e 15A foram acrescentados e o parágrafo 8 foi alterado pela IFRIC 17 –
Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários em novembro de 2008. Essas alterações serão aplicadas
prospectivamente a ativos não circulantes (ou grupos de alienação) que sejam classificados como mantidos
para distribuição a sócios em períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. A aplicação
retrospectiva não é permitida. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações
para um período iniciado antes de 1º de julho de 2009, ela divulgará esse fato e, além disso, aplicará a
IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como revisada em 2008), a IAS 27 (tal como alterada em janeiro
de 2008) e a IFRIC 17.

44E O parágrafo 5B foi acrescentado por Melhorias às IFRSs emitida em abril de 2009. Uma entidade
aplicará essa alteração prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2010. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior,
ela divulgará esse fato.

44F A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 5. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

44G A IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 28. Uma entidade
aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 11.

44H A IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo
do Apêndice A. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 13.

44I A Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou o parágrafo 33A. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IAS 1, tal como
alterada em junho de 2011.

Revogação da IAS 35
45 Esta IFRS substitui a IAS 35 – Operações em Descontinuidade.

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

altamente provável Significativamente mais do que provável.


ativo circulante Uma entidade classificará um ativo como circulante quando:
(a) esperar realizar o ativo, ou pretende vendê-lo ou consumi-lo, em seu
ciclo operacional normal;
(b) detiver o ativo basicamente para fins de comercialização;
(c) esperar realizar o ativo dentro de doze meses após o período de
relatório; ou
(d) o ativo constituir caixa ou equivalentes de caixa (conforme definido
na IAS 7), exceto se o ativo estiver restrito para ser trocado ou usado
para liquidar um passivo por, no mínimo, doze meses após o período
de relatório.
ativo não circulante Um ativo que não se enquadra na definição de ativo circulante.
componente de uma entidade Operações e fluxos de caixa que podem ser claramente distinguidos,
operacionalmente e para fins de relatórios financeiros, do restante
da entidade.
compromisso firme de compra Um acordo com uma parte não relacionada, vinculando ambas as partes e,
de modo geral, legalmente exequível, que (a) especifique todos os termos
significativos, incluindo o preço e o prazo das transações, e (b) inclua uma
penalidade por inadimplência, que seja suficientemente ampla para tornar a
adimplência altamente provável.
custos para vender Custos adicionais diretamente atribuíveis à alienação de um ativo (ou
grupo de alienação), excluindo custos financeiros e despesa de imposto
sobre a renda.
grupo de alienação Grupo de ativos a ser alienado, por venda ou de outro modo, coletivamente
como um grupo, em uma única transação, e passivos diretamente
associados aos ativos que serão transferidos na transação. O grupo inclui
o ágio adquirido em uma combinação de negócios se o grupo for uma
unidade geradora de caixa à qual o ágio tenha sido alocado, de acordo
com as exigências dos parágrafos 80-87 da IAS 36 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, ou se for uma operação dentro dessa unidade
geradora de caixa.
operação descontinuada Componente de uma entidade que foi alienado ou é classificado como
mantido para venda e:
(a) representa um importante segmento de negócio separado ou área
geográfica de operações,
(b) é parte de um plano único coordenado para a alienação de um importante
segmento de negócio separado ou área geográfica de operações ou
(c) constitui uma subsidiária adquirida exclusivamente com vistas à revenda.
provável A possibilidade de ocorrer é maior do que a de não ocorrer.

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unidade geradora de caixa O menor grupo identificável de ativos que geram entradas de caixa que são,
em grande parte, independentes das entradas de caixa de outros ativos ou
de grupos de ativos.
valor em uso O valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espera
resultem do uso contínuo de um ativo e de sua alienação no final de sua
vida útil.
valor justo Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada
entre participantes do mercado na data de mensuração. (Vide IFRS 13.)
valor recuperável O maior valor entre o valor justo de um ativo menos os custos para
vender e seu valor em uso.

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Apêndice B
Suplemento de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Prorrogação do período exigido para concluir uma venda


B1 Conforme observado no parágrafo 9, uma prorrogação do período exigido para concluir uma venda não
impede um ativo (ou grupo de alienação) de ser classificado como mantido para venda, se o atraso for
causado por eventos ou circunstâncias além do controle da entidade e houver evidência suficiente de
que a entidade permanece comprometida com seu plano de vender o ativo (ou grupo de alienação). Uma
exceção à exigência de um ano do parágrafo 8, contudo, se aplicará nas seguintes situações em que esses
eventos ou circunstâncias surgirem:

(a) na data em que uma entidade se comprometer com um plano de vender um ativo não circulante (ou
grupo de alienação), ela espera razoavelmente que outros (não um comprador) imponham condições
sobre a transferência do ativo (ou grupo de alienação), que prorrogará o período necessário para
concluir a venda, e:

(i) ações necessárias para responder a essas condições não podem ser iniciadas até que um
compromisso firme de compra seja obtido, e

(ii) um compromisso firme de compra for altamente provável dentro de um ano.

(b) uma entidade obtiver um compromisso firme de compra e, como resultado, um comprador ou outros
impõem, inesperadamente, condições sobre a transferência de um ativo não circulante (ou grupo de
alienação) anteriormente classificado como mantido para venda, que prorrogará o período exigido
para concluir a venda, e:

(i) tiverem sido tomadas ações tempestivas necessárias para responder a essas condições, e

(ii) for esperada uma resolução favorável dos fatores de atraso.

(c) durante o período inicial de um ano, surgirem circunstâncias que foram anteriormente consideradas
improváveis e, como resultado, um ativo não circulante (ou grupo de alienação) anteriormente
classificado como mantido para venda não for vendido até o final desse período, e:

(i) durante o período inicial de um ano, a entidade adotar as ações necessárias para responder
à mudança nas circunstâncias,

(ii) o ativo não circulante (ou grupo de alienação) estiver sendo ativamente negociado, a um
preço que seja razoável, dada a mudança nas circunstâncias, e

(iii) forem atendidos os critérios dos parágrafos 7 e 8.

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Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
Se uma entidade adotar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2004, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 6

Exploração e Avaliação de Recursos Minerais


Em dezembro de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a IFRS 6 – Exploração
e Avaliação de Recursos Minerais.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 6. Elas incluem a IFRS 8 – Segmentos
Operacionais (emitida em novembro de 2006), a IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (tal como revisada em novembro de 2008) e Melhorias às IFRSs (emitida em abril de 2009).

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IFRS 6

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 6
EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS
OBJETIVO 1
ALCANCE 3
RECONHECIMENTO DE ATIVOS DE EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO 6
Isenção temporária dos parágrafos 11 e 12 da IAS 8 6
MENSURAÇÃO DE ATIVOS DE EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO 8
Mensuração no reconhecimento 8
Elementos do custo de ativos de exploração e avaliação 9
Mensuração após o reconhecimento 12
Mudanças nas políticas contábeis 13
APRESENTAÇÃO 15
Classificação de ativos de exploração e avaliação 15
Reclassificação de ativos de exploração e avaliação 17
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL 18
Reconhecimento e mensuração 18
Especificando o nível em que os ativos de exploração e avaliação
são avaliados quanto à redução ao valor recuperável 21
DIVULGAÇÃO 23
DATA DE VIGÊNCIA 26
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 27
APÊNDICES
A Termos definidos
B Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 6 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2004


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DAS ALTERAÇÕES À IFRS 1 E À IFRS 6
EMITIDAS EM JUNHO DE 2005
BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 6 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais (IFRS 6)
é definida nos parágrafos 1-27 e Apêndices A e B. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em
negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez em
que aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 6 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) decidiu desenvolver uma Norma
Internacional de Relatório Financeiro (IFRS) sobre a exploração e avaliação de recursos minerais, pois:

(a) até então não havia nenhuma IFRS que tratasse especificamente da contabilização dessas atividades
e elas estão excluídas do alcance da IAS 38 – Ativos Intangíveis. Além disso, os “direitos minerais
e recursos minerais, tais como petróleo, gás natural e recursos não renováveis similares” estão
excluídos do alcance da IAS 16 – Imobilizado. Consequentemente, uma entidade era obrigada a
determinar sua política contábil para a exploração e avaliação de recursos minerais de acordo com
os parágrafos 10-12 da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

(b) há pontos de vista diferentes sobre como os gastos de exploração e avaliação devem ser
contabilizados de acordo com as IFRSs.

(c) as práticas contábeis para ativos de exploração e avaliação previstas nos requisitos de outros órgãos
de normatização são diversas e, frequentemente, diferem das práticas em outros setores para gastos
que possam ser considerados análogos (por exemplo, práticas contábeis para custos de pesquisa e
desenvolvimento, de acordo com a IAS 38).

(d) os gastos de exploração e avaliação são significativos para as entidades envolvidas em atividades
extrativas.

(e) um número crescente de entidades que incorrem em gastos de exploração e avaliação apresentam
suas demonstrações financeiras de acordo com IFRSs e está previsto que muitas mais o façam, a
partir de 2005.

IN2 A organização predecessora do Conselho, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC),


estabeleceu um Comitê Diretor, em 1998, para realizar seu trabalho inicial sobre relatório financeiro
e contábil de entidades envolvidas em atividades extrativas. Em novembro de 2000, o Comitê Diretor
publicou um Documento de Questões Indústrias Extrativas.

IN3 Em julho de 2001, o Conselho anunciou que reiniciaria o projeto somente quando o tempo na agenda o
permitisse. Embora o Conselho tenha reconhecido a importância de contabilização de atividades extrativas
de modo geral, ele decidiu, em setembro de 2002, que não era viável concluir a análise detalhada exigida
para esse projeto, obter contribuição apropriada dos constituintes e empreender o devido processo normal
do Conselho, a tempo de implementar as mudanças antes que muitas entidades adotassem as IFRSs em
2005.

IN4 Os objetivos do Conselho para essa fase de seu projeto sobre atividades extrativas são:

(a) fazer melhorias limitadas às práticas contábeis para gastos de exploração e avaliação, sem exigir
mudanças importantes que poderiam ser revertidas quando o Conselho empreendesse uma revisão
abrangente de práticas contábeis usadas por entidades envolvidas na exploração e avaliação de
recursos minerais.

(b) especificar as circunstâncias em que as entidades que reconhecem ativos de exploração e avaliação
devem testar esses ativos quanto à redução ao valor recuperável, de acordo com a IAS 36 – Redução
ao Valor Recuperável de Ativos.

(c) exigir que as entidades envolvidas na exploração e avaliação de recursos minerais divulguem
informações sobre ativos de exploração e avaliação, o nível em que esses ativos são avaliados quanto
à redução ao valor recuperável e quaisquer perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas.

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Principais características da IFRS


IN5 A IFRS:

(a) permite que uma entidade desenvolva uma política contábil para ativos de exploração e avaliação,
sem considerar especificamente os requisitos dos parágrafos 11 e 12 da IAS 8. Desse modo, uma
entidade que adota a IFRS 6 pode continuar a utilizar as políticas contábeis aplicadas imediatamente
antes de adotar a IFRS. Isso inclui continuar a usar as práticas de reconhecimento e mensuração
que fazem parte dessas políticas contábeis.

(b) exige que as entidades que reconhecem ativos de exploração e avaliação realizem um teste de
redução ao valor recuperável quando fatos e circunstâncias sugerirem que o valor contábil dos
ativos possa exceder o seu valor recuperável.

(c) varia o reconhecimento da redução ao valor recuperável daquele da IAS 36, mas mensura a redução
ao valor recuperável de acordo com essa Norma, uma vez que a redução ao valor recuperável seja
identificada.

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IFRS 6

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 6


Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é especificar o relatório financeiro para a exploração e avaliação de recursos
minerais.

2 Em particular, a IFRS exige:

(a) melhorias limitadas às práticas contábeis existentes para os gastos de exploração e avaliação.

(b) que as entidades que reconhecem ativos de exploração e avaliação avaliem esses ativos quanto à
redução ao valor recuperável de acordo com esta IFRS e façam a mensuração de qualquer redução
ao valor recuperável conforme a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

(c) divulgações que identifiquem e expliquem os valores nas demonstrações financeiras da entidade, que
resultem da exploração e avaliação de recursos minerais e ajudem os usuários dessas demonstrações
a entender o valor, a época e a certeza de fluxos de caixa futuros, provenientes de quaisquer ativos
de exploração e avaliação reconhecidos.

Alcance
3 Uma entidade aplicará a IFRS aos gastos de exploração e avaliação que ela incorrer.

4 A IFRS não trata de outros aspectos de contabilização por entidades envolvidas na exploração e avaliação
de recursos minerais.

5 Uma entidade não aplicará a IFRS aos gastos incorridos:

(a) antes da exploração e avaliação de recursos minerais, tais como gastos incorridos antes que a
entidade tenha obtido os direitos legais de explorar uma área específica.

(b) após ser demonstrada a viabilidade técnica e comercial da extração do recurso mineral.

Reconhecimento de ativos de exploração e avaliação

Isenção temporária dos parágrafos 11 e 12 da IAS 8


6 Ao desenvolver suas políticas contábeis, uma entidade que reconhece ativos de exploração e avaliação
aplicará o parágrafo 10 da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

7 Os parágrafos 11 e 12 da IAS 8 especificam as fontes de requisitos autorizados e orientação que a


administração deve considerar no desenvolvimento de uma política contábil para um item, se nenhuma
IFRS se aplicar especificamente a esse item. Sujeita aos parágrafos 9 e 10 abaixo, esta IFRS isenta uma
entidade da aplicação desses parágrafos às suas políticas contábeis para o reconhecimento e mensuração
de ativos de exploração e avaliação.

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IFRS 6

Mensuração de ativos de exploração e avaliação

Mensuração no reconhecimento
8 Os ativos de exploração e avaliação são mensurados pelo custo.

Elementos do custo de ativos de exploração e avaliação


9 Uma entidade determinará uma política contábil que especifique quais gastos são reconhecidos como
ativos de exploração e avaliação e aplicará a política de forma consistente. Ao fazer essa determinação,
uma entidade considera o nível em que o gasto pode estar associado à descoberta de recursos minerais
específicos. Seguem exemplos de gastos que poderiam ser incluídos na mensuração inicial dos ativos
de exploração e avaliação (a lista não é exaustiva):

(a) aquisição de direitos para explorar;

(b) estudos topográficos, geológicos, geoquímicos e geofísicos;

(c) perfuração exploratória;

(d) criação de valas;

(e) amostragem; e

(f) atividades em relação à avaliação da viabilidade técnica e comercial da extração do recurso mineral.

10 Os gastos relacionados ao desenvolvimento de recursos minerais não serão reconhecidos como ativos
de exploração e avaliação. A Estrutura Conceitual1 e a IAS 38 – Ativos Intangíveis fornecem orientação
sobre o reconhecimento de ativos resultantes do desenvolvimento.

11 De acordo com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, uma entidade
reconhece quaisquer obrigações de remoção e restauração que sejam incorridas durante um período
específico, como consequência de ter empreendido a exploração e avaliação de recursos minerais.

Mensuração após o reconhecimento


12 Após o reconhecimento, uma entidade aplicará o método de custo ou o método de reavaliação aos ativos
de exploração e avaliação. Se o método de reavaliação for aplicado (ou o método da IAS 16 – Imobilizado
ou o método da IAS 38), ele deverá ser consistente com a classificação dos ativos (vide parágrafo 15).

Mudanças nas políticas contábeis


13 Uma entidade pode mudar suas políticas contábeis para gastos de exploração e avaliação se a
mudança tornar as demonstrações financeiras mais pertinentes às necessidades de tomada de
decisão econômica dos usuários, e não menos confiáveis, ou mais confiáveis e não menos pertinentes
a essas necessidades. Uma entidade julgará a pertinência e a confiabilidade utilizando os critérios
da IAS 8.

14 Para justificar a mudança de suas políticas contábeis para gastos de exploração e avaliação, uma entidade
demonstrará que a mudança aproxima suas demonstrações financeiras do cumprimento dos critérios da
IAS 8, mas a mudança não precisa atingir o pleno cumprimento desses critérios.

1 As referências a Estrutura Conceitual são para a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações
Financeiras do IASC, adotadas pelo IASB em 2001. Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro.

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Apresentação

Classificação de ativos de exploração e avaliação


15 Uma entidade classificará os ativos de exploração e avaliação como tangíveis ou intangíveis de acordo
com a natureza dos ativos adquiridos e aplicará a classificação de forma consistente.

16 Alguns ativos de exploração e avaliação são tratados como intangíveis (por exemplo, direitos de
perfuração), enquanto outros são tangíveis (por exemplo, veículos e equipamentos de perfuração). Na
medida em que um ativo tangível seja consumido no desenvolvimento de um ativo intangível, o valor
que reflete esse consumo faz parte do custo do ativo intangível. Entretanto, usar um ativo tangível para
desenvolver um ativo intangível não muda um ativo tangível em um ativo intangível.

Reclassificação de ativos de exploração e avaliação


17 Um ativo de exploração e avaliação não deverá ser assim classificado por muito tempo quando a
viabilidade técnica e comercial da extração do recurso mineral for demonstrável. Os ativos de exploração
e avaliação serão avaliados quanto à redução ao valor recuperável e qualquer perda por redução ao valor
recuperável será reconhecida, antes da reclassificação.

Redução ao valor recuperável

Reconhecimento e mensuração
18 Os ativos de exploração e avaliação serão avaliados quanto à redução ao valor recuperável quando
fatos e circunstâncias sugerirem que o valor contábil de um ativo de exploração e avaliação possa
exceder seu valor recuperável. Quando fatos e circunstâncias sugerirem que o valor contábil excede
o valor recuperável, uma entidade mensurará, apresentará e divulgará quaisquer perdas resultantes
da redução ao valor recuperável de acordo com a IAS 36, exceto pelo disposto no parágrafo 21 a
seguir.

19 Somente para as finalidades de ativos de exploração e avaliação, o parágrafo 20 desta IFRS será aplicado,
em vez dos parágrafos 8-17 da IAS 36, ao identificar um ativo de exploração e avaliação que possa
apresentar perda ao valor recuperável. O parágrafo 20 usa o termo “ativos”, mas aplica-se igualmente a
ativos separados de exploração e avaliação ou a uma unidade geradora de caixa.

20 Um ou mais dos seguintes fatos e circunstâncias indicam que uma entidade deve testar os ativos de
exploração e avaliação quanto à redução ao valor recuperável (a lista não é exaustiva):

(a) o período em relação ao qual a entidade tem o direito à exploração na área específica tiver vencido
durante o período ou vencerá no futuro próximo e não se espera que ele seja renovado.

(b) não estão orçados nem planejados gastos substanciais adicionais na exploração e avaliação de
recursos minerais na área específica.

(c) a exploração e avaliação de recursos minerais na área específica não levaram à descoberta de
quantidades comercialmente viáveis de recursos minerais e a entidade decidiu descontinuar essas
atividades na área específica.

(d) existem dados suficientes para indicar que, embora um desenvolvimento na área específica tenha
probabilidade de prosseguir, o valor contábil do ativo de exploração e avaliação provavelmente
não será recuperado totalmente pelo desenvolvimento bem-sucedido ou pela venda.

Em qualquer um desses casos, ou casos similares, a entidade realizará um teste de redução ao valor
recuperável, de acordo com a IAS 36. Qualquer perda por redução ao valor recuperável é reconhecida
como uma despesa, de acordo com a IAS 36.

A206 ©
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Especificando o nível em que os ativos de exploração e avaliação são


avaliados quanto à redução ao valor recuperável
21 Uma entidade determinará uma política contábil para alocar os ativos de exploração e avaliação
às unidades geradoras de caixa ou grupos de unidades geradoras de caixa, para a finalidade de
avaliar esses ativos quanto à redução ao valor recuperável. Cada unidade geradora de caixa ou
grupo de unidades aos quais está alocado um ativo de exploração e avaliação não será maior do
que um segmento operacional determinado de acordo com a IFRS 8 – Segmentos Operacionais.

22 O nível identificado pela entidade para a finalidade de testar os ativos de exploração e avaliação quanto
à redução ao valor recuperável pode compreender uma ou mais unidades geradoras de caixa.

Divulgação
23 Uma entidade divulgará informações que identifiquem e expliquem os valores reconhecidos em
suas demonstrações financeiras resultantes da exploração e avaliação de recursos minerais.

24 Para cumprir o parágrafo 23, uma entidade divulgará:

(a) suas políticas contábeis para gastos de exploração e avaliação, incluindo o reconhecimento de
ativos de exploração e avaliação.

(b) o valor dos ativos, passivos, receita e despesas e fluxos de caixa de atividades operacionais e de
investimento, resultantes da exploração e avaliação de recursos minerais.

25 Uma entidade tratará os ativos de exploração e avaliação como uma classe separada de ativos e fará as
divulgações exigidas, pela IAS 16 ou pela IAS 38, consistentemente com a forma como os ativos são
classificados.

Data de vigência
26 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a IFRS para um período iniciado antes de 1º
de janeiro de 2006, ela divulgará esse fato.

Disposições transitórias
27 Se for impraticável aplicar um requisito específico do parágrafo 18 às informações comparativas que
estão relacionadas aos períodos anuais iniciados antes de 1º de janeiro de 2006, uma entidade divulgará
esse fato. A IAS 8 explica o termo “impraticável”.

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IFRS Foundation A207
IFRS 6

Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

ativos de exploração e Gastos de exploração e avaliação reconhecidos como ativos, de acordo com
avaliação a política contábil da entidade.
exploração e avaliação de A busca por recursos minerais, incluindo minérios, petróleo, gás natural e
recursos minerais recursos similares não renováveis, após a entidade ter obtido direitos legais
de exploração em uma determinada área, bem como a determinação da
viabilidade técnica e comercial da extração do recurso mineral.
gastos de exploração e Gastos incorridos por uma entidade em relação à exploração e avaliação de
avaliação recursos minerais antes que a viabilidade técnica e comercial da extração
do recurso mineral possa ser demonstrada.

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IFRS 6

Apêndice B
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006.
Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2004, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS Foundation A209
IFRS 7

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 7

Instrumentos Financeiros: Divulgações


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 30 – Divulgações
nas Demonstrações Financeiras de Bancos e Instituições Financeiras Similares, que foi originalmente emitida
pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em agosto de 1990.

Em agosto de 2005, o IASB emitiu a IFRS 7 – Instrumentos Financeiros, que substituiu a IAS 30 e manteve
as exigências de divulgação na IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação. A IAS 32 foi
subsequentemente renomeada como IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação. A IAS 1 – Apresentação
de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs,
inclusive na IFRS 7. Em março de 2009, o IASB aperfeiçoou as divulgações sobre valor justo e riscos de liquidez
na IFRS 7.

O IASB também alterou a IFRS 7 para refletir que uma nova norma de instrumentos financeiros foi emitida –
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, emitida em novembro de 2009, relativa à classificação de ativos financeiros e
à IFRS 9 – Instrumentos Financeiros atualizada, emitida em outubro de 2010, relativa à classificação de passivos
financeiros.

A IFRS 7 também foi alterada em outubro de 2010 para exigir que as entidades complementem divulgações para
todos os ativos financeiros transferidos que não são baixados quando há algum envolvimento contínuo em um
ativo transferido. O IASB alterou a IFRS 7 em dezembro de 2011 para melhorar as divulgações em acordos de
liquidação associados a ativos e passivos financeiros.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRS 7. Elas incluem a IFRS 3 – Combinações de
Negócios (tal como revisada em janeiro de 2008), Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações
Decorrentes da Liquidação (Alterações à IAS 32 e IAS 1) (emitida em fevereiro de 2008), Melhorias às IFRSs
(emitida em maio de 2008 e maio de 2010) e a IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das IFRSs (tal como revisada
em janeiro de 2010).

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IFRS 7

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 7
INSTRUMENTOS FINANCEIROS: DIVULGAÇÕES
OBJETIVO 1
ALCANCE 3
CLASSES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS E NÍVEL DE DIVULGAÇÃO 6
SIGNIFICÂNCIA DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS PARA A POSIÇÃO E
DESEMPENHO FINANCEIRO 7
Demonstração da posição financeira 8
Categorias de ativos financeiros e passivos financeiros 8
Ativos financeiros ou passivos financeiros ao valor justo
por meio do resultado 9
Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros
resultados abrangentes 11A
Reclassificação 12B
Compensação de ativos financeiros e passivos financeiros 13A
Garantia 14
Conta retificadora para perdas de crédito 16
Instrumentos financeiros compostos com derivativos embutidos múltiplos 17
Inadimplências e violações 18
Demonstração do resultado abrangente 20
Itens de receita, despesa, ganhos ou perdas 20
Outras divulgações 21
Políticas contábeis 21
Contabilização de cobertura 22
Valor justo 25
NATUREZA E EXTENSÃO DE RISCOS DECORRENTES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS 31
Divulgações qualitativas 33
Divulgações quantitativas 34
Risco de crédito 36
Ativos financeiros que estão vencidos ou com problemas de redução
no valor recuperável 37
Garantia e outras melhorias de crédito obtidas 38
Risco de liquidez 39
Risco de mercado 40
Análise de sensibilidade 40
Outras divulgações de risco de mercado 42
TRANSFERÊNCIAS DE ATIVOS FINANCEIROS 42A
Ativos financeiros transferidos que não são baixados em sua totalidade 42D
Ativos financeiros transferidos que são baixados em sua totalidade 42E
Informações suplementares 42H
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 43
REVOGAÇÃO DA IAS 30 45

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APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 7 EMITIDA EM AGOSTO DE 2005


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IFRS 7:
Melhorias nas Divulgações sobre Instrumentos Financeiros
emitida em março de 2009
Divulgações—Transferências de Ativos Financeiros
emitida em outubro de 2010
Data de Vigência Obrigatória da IFRS 9 e Divulgações de Transição
(Alterações à IFRS 9 (2009), IFRS 9 (2010) e IFRS 7) emitida em dezembro de 2011
Divulgações—Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros
(Alterações à IFRS 7) emitida em dezembro de 2011
BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
APÊNDICE
Alterações à orientação sobre outras IFRSs

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IFRS 7

A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações (IFRS 7) é


definida nos parágrafos 1–45 e Apêndices A–C. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em
negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez em
que aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 7 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 Em anos recentes, as técnicas utilizadas por entidades para mensurar e gerenciar a exposição a riscos
decorrentes de instrumentos financeiros evoluíram e novos conceitos e abordagens de gerenciamento
de risco ganharam aceitação. Além disso, muitas iniciativas dos setores público e privado propuseram
melhorias à estrutura conceitual de divulgação para riscos decorrentes de instrumentos financeiros.

IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) acredita que os usuários de demonstrações
financeiras precisam de informações sobre a exposição de uma entidade a riscos e como esses riscos são
gerenciados. Essas informações podem influenciar a avaliação, por um usuário, da posição financeira
e do desempenho financeiro de uma entidade ou do valor, época e incerteza de seus fluxos de caixa
futuros. Uma maior transparência em relação a esses riscos permite que os usuários façam julgamentos
mais balizados sobre o risco e retorno.

IN3 Consequentemente, o Conselho concluiu que havia uma necessidade de revisar e aprimorar as divulgações
na IAS 30 – Divulgações nas Demonstrações Financeiras de Bancos e Instituições Financeiras Similares
e IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação. Como parte dessa revisão, o Conselho
eliminou divulgações duplicadas e simplificou as divulgações sobre concentrações de risco, risco de
crédito, risco de liquidez e risco de mercado na IAS 32.

Principais características da IFRS


IN4 A IFRS 7 se aplica a todos os riscos decorrentes de todos os instrumentos financeiros, exceto aqueles
instrumentos listados no parágrafo 3. A IFRS se aplica a todas as entidades, incluindo entidades que
possuem poucos instrumentos financeiros (por exemplo, um fabricante cujos únicos instrumentos
financeiros são contas a receber e contas a pagar) e aquelas que possuem muitos instrumentos
financeiros (por exemplo, uma instituição financeira cuja maioria desses ativos e passivos é constituída
de instrumentos financeiros). Entretanto, a extensão da divulgação exigida depende da extensão do uso
pela entidade de instrumentos financeiros e de sua exposição a riscos.

IN5 A IFRS exige a divulgação de:

(a) significância de instrumentos financeiros para a posição e desempenho financeiro de uma entidade.
Essas divulgações incorporam muitos dos requisitos contidos anteriormente na IAS 32.

(b) informações qualitativas e quantitativas sobre exposição a riscos decorrentes de instrumentos


financeiros, incluindo divulgações mínimas específicas sobre risco de crédito, risco de liquidez
e risco de mercado. As divulgações qualitativas descrevem os objetivos, políticas e processos da
administração para gerenciar esses riscos. As divulgações quantitativas fornecem informações
sobre a extensão em que a entidade está exposta a riscos, com base nas informações fornecidas
internamente ao pessoal-chave da administração da entidade. Em conjunto, essas divulgações
fornecem uma visão geral do uso, pela entidade, de instrumentos financeiros e das exposições a
riscos que eles criam.

IN5A Alterações às IFRSs, emitida em março de 2009, requer divulgações aperfeiçoadas sobre mensurações
do valor justo e risco de liquidez. Essas alterações foram feitas para tratar das questões sobre aplicação
e fornecer informações úteis aos usuários.

IN5B Divulgações—Transferências de Ativos Financeiros (Alterações à IFRS 7), emitida em outubro de 2010,
alterou as divulgações requeridas para ajudar os usuários de demonstrações financeiras a avaliarem as
exposições a riscos relativas a transferências de ativos financeiros e o efeito desses riscos sobre a posição
financeira de uma entidade.

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IFRS 7

IN5C Em maio de 2011, o Conselho realocou as divulgações sobre mensurações do valor justo à IFRS 13 –
Mensuração do Valor Justo.

IN6 A IFRS inclui no Apêndice B orientação de aplicação obrigatória, que explica como aplicar os requisitos
da IFRS. A IFRS está acompanhada da Orientação de Implementação não obrigatória, que descreve como
uma entidade poderia fornecer as divulgações exigidas pela IFRS.

IN7 A IFRS substitui a IAS 30 e os requisitos de divulgação da IAS 32. Os requisitos de apresentação da
IAS 32 permanecem inalterados.

IN8 A IFRS é aplicável para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2007. A aplicação
antecipada é encorajada.

IN9 Divulgações—Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IFRS 7), emitida
em dezembro de 2011, alterou as divulgações requeridas para incluir informações que possibilitarão
aos usuários das demonstrações financeiras de uma entidade avaliarem o efeito ou efeito potencial de
acordos de liquidação, incluindo direitos de compensação associados aos ativos financeiros reconhecidos
e passivos financeiros reconhecidos da entidade, na posição financeira da entidade.

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IFRS 7

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 7


Instrumentos Financeiros: Divulgações

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é exigir que as entidades forneçam divulgações em suas demonstrações financeiras
que permitam aos usuários avaliar:

(a) a significância de instrumentos financeiros para a posição e desempenho financeiro da entidade; e

(b) a natureza e extensão de riscos decorrentes de instrumentos financeiros, aos quais a entidade está
exposta durante o período e no final do período de relatório, e como a entidade gerencia esses riscos.

2 Os princípios desta IFRS complementam os princípios para reconhecimento, mensuração e apresentação


de ativos financeiros e passivos financeiros da IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação e da
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

Alcance
3 Esta IFRS será aplicada por todas as entidades a todos os tipos de instrumentos financeiros, exceto:

(a) participações em subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em conjunto (joint ventures) que


são contabilizadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, a
IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas, ou a IAS 28 – Investimentos em Coligadas
e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures). Entretanto, em alguns casos, a IAS 27 ou a
IAS 28 permite que uma entidade contabilize uma participação em uma subsidiária, coligada ou
empreendimento em conjunto utilizando a IFRS 9; nesses casos, as entidades aplicarão os requisitos
desta IFRS e, para aquelas mensuradas ao valor justo, os requisitos da IFRS 13 – Mensuração
do Valor Justo. As entidades também aplicarão esta IFRS a todos os derivativos vinculados a
participações em subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em conjunto (joint ventures), exceto
se o derivativo atender à definição de um instrumento de patrimônio da IAS 32.

(b) direitos e obrigações de empregadores decorrentes de planos de benefício aos empregados, aos
quais se aplica a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

(c) [excluído]

(d) contratos de seguro, conforme definidos na IFRS 4 – Contratos de Seguro. Entretanto, esta IFRS se
aplica a derivativos que estão embutidos em contratos de seguro se a IFRS 9 exigir que a entidade
contabilize esses derivativos separadamente. Além disso, uma emitente aplicará esta IFRS a
contratos de garantia financeira se a emitente aplicar a IFRS 9 no reconhecimento e mensuração de
contratos, mas aplicará a IFRS 4 se a emitente decidir, de acordo com o parágrafo 4(d) da IFRS 4,
aplicar a IFRS 4 no seu reconhecimento e mensuração.

(e) instrumentos financeiros, contratos e obrigações previstos em transações de pagamento baseado


em ações, aos quais se aplica a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações, exceto se esta IFRS se
aplicar a contratos dentro do alcance da IFRS 9.

(f) instrumentos que devem ser classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os
parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D da IAS 32.

4 Esta IFRS se aplica a instrumentos financeiros reconhecidos e não reconhecidos. Instrumentos financeiros
reconhecidos incluem ativos financeiros e passivos financeiros que estejam dentro do alcance da IFRS 9.
Instrumentos financeiros não reconhecidos incluem alguns instrumentos financeiros que, embora estejam

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IFRS 7

fora do alcance da IFRS 9, estão dentro do alcance desta IFRS (como, por exemplo, alguns compromissos
de empréstimo).

5 Esta IFRS aplica-se a contratos de compra e venda de um item não financeiro que estejam dentro do
alcance da IFRS 9.

Classes de instrumentos financeiros e níveis de divulgação


6 Quando esta IFRS exigir divulgações por classe de instrumento financeiro, uma entidade agrupará
instrumentos financeiros em classes que sejam apropriadas à natureza das informações divulgadas e
que levem em consideração as características desses instrumentos financeiros. Uma entidade fornecerá
informações suficientes para permitir a conciliação com as rubricas apresentadas na demonstração da
posição financeira.

Significância de instrumentos financeiros para a posição e desempenho


financeiro
7 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de suas demonstrações financeiras
avaliar a significância de instrumentos financeiros para a sua posição e desempenho financeiro.

Demonstração da posição financeira


Categorias de ativos financeiros e passivos financeiros

8 Os valores contábeis de cada uma das seguintes categorias, tal como especificado na IFRS 9, serão
divulgados na demonstração da posição financeira ou nas notas explicativas:

(a) ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado, mostrando separadamente (i)
aqueles designados como tal no reconhecimento inicial e (ii) aqueles obrigatoriamente mensurados
ao valor justo, de acordo com a IFRS 9.

(b) [excluído]

(c) [excluído]

(d) [excluído]

(e) passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado, demonstrando separadamente (i) aqueles
designados como tal no reconhecimento inicial e (ii) aqueles que atendem à definição de mantidos
para negociação na IFRS 9.

(f) ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado.

(g) passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado.

(h) ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes.

Ativos financeiros ou passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado

9 Se a entidade tiver designado um ativo financeiro (ou grupo de ativos financeiros) como mensurado ao
valor justo, que de outro modo seria mensurado ao custo amortizado, ela divulgará:

(a) a exposição máxima ao risco de crédito [vide parágrafo 36(a)] do ativo financeiro (ou grupo de
ativos financeiros) no final do período de relatório.

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IFRS 7

(b) o valor pelo qual quaisquer derivativos de crédito relacionados ou instrumentos similares reduzem
essa exposição máxima ao risco de crédito.

(c) o valor da mudança, durante o período e cumulativamente, no valor justo do ativo financeiro
(ou grupo de ativos financeiros) que seja atribuível às mudanças no risco de crédito desse ativo
financeiro determinado:

(i) como o valor da mudança no seu valor justo que não seja atribuível a mudanças nas condições
de mercado que originam risco de mercado; ou

(ii) utilizando um método alternativo que a entidade acredita representar de forma mais fiel
o valor da mudança em seu valor justo que seja atribuível a mudanças no risco de crédito
do ativo.

As mudanças nas condições de mercado que originam risco de mercado incluem mudanças em uma
taxa de juros observável (de referência), preço de commodity, taxa de câmbio ou índice de preços
ou taxas.

(d) o valor da mudança no valor justo de quaisquer derivativos de crédito relacionados ou instrumentos
similares, que tenha ocorrido durante o período e cumulativamente desde que o ativo financeiro
foi designado.

10 Se a entidade tiver designado um passivo financeiro como ao valor justo por meio do resultado de acordo
com o parágrafo 4.2.2 da IFRS 9 e é obrigada a apresentar os efeitos das mudanças no risco de crédito
desse passivo em outros resultados abrangentes (vide parágrafo 5.7.7 da IFRS 9), ela divulgará:

(a) o valor da mudança, cumulativamente, no valor justo do passivo financeiro que seja atribuível
a mudanças no risco de crédito desse passivo (vide parágrafos B5.7.13–B5.7.20 da IFRS 9 para
orientação sobre a determinação dos efeitos das mudanças no risco de crédito de um passivo).

(b) a diferença entre o valor contábil do passivo financeiro e o valor que a entidade estaria
contratualmente obrigada a pagar no vencimento ao titular da obrigação.

(c) quaisquer transferências do ganho ou perda acumulada dentro do patrimônio líquido durante o
período, incluindo as razões dessas transferências.

(d) se um passivo é baixado durante o período, o valor (se houver) apresentado em outros resultados
abrangentes que foi realizado na baixa.

10A Se uma entidade tiver designado um passivo financeiro como ao valor justo por meio do resultado de
acordo com o parágrafo 4.2.2 da IFRS 9 e é obrigada a apresentar todas as mudanças no valor justo desse
passivo (incluindo os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo) em lucros e perdas (vide
parágrafo 5.7.7 e 5.7.8 da IFRS 9), ela divulgará:

(a) o valor da mudança, durante o período e cumulativamente, no valor justo do passivo financeiro que
seja atribuível a mudanças no risco de crédito desse passivo (vide parágrafos B5.7.13–B5.7.20 da
IFRS 9 para orientação sobre a determinação dos efeitos das mudanças no risco de crédito de um
passivo); e

(b) a diferença entre o valor contábil do passivo financeiro e o valor que a entidade estaria
contratualmente obrigada a pagar no vencimento ao titular da obrigação.

11 A entidade também divulgará:

(a) uma descrição detalhada dos métodos utilizados para cumprir os requisitos dos parágrafos 9(c),
10(a) e 10A(a) e parágrafo 5.7.7(a) da IFRS 9, incluindo uma explicação do motivo pelo qual o
método é apropriado.

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(b) se a entidade acredita que a divulgação que forneceu, seja na demonstração da posição financeira ou
nas notas explicativas, para cumprir os requisitos no parágrafo 9(c), 10(a) ou 10A(a) ou parágrafo
5.7.7(a) da IFRS 9, não representa de forma fiel a mudança no valor justo do ativo financeiro ou
passivo financeiro atribuível às mudanças no seu risco de crédito, os motivos para chegar a essa
conclusão e os fatores que acredita serem pertinentes.

(c) uma descrição detalhada da metodologia ou metodologias utilizadas para determinar se a


apresentação dos efeitos das mudanças no risco de crédito de um passivo em outros resultados
abrangentes criaria ou aumentaria um descasamento contábil em lucros e perdas (vide parágrafos
5.7.7 e 5.7.8 da IFRS 9). Se uma entidade é obrigada a apresentar os efeitos das mudanças no risco
de crédito de um passivo em lucros e perdas (vide parágrafo 5.7.8 da IFRS 9), a divulgação deve
incluir uma descrição detalhada da relação econômica descrita no parágrafo B5.7.6 da IFRS 9.

Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados


abrangentes

11A Se uma entidade tiver designado investimentos em instrumentos de patrimônio para serem mensurados
ao valor justo através de outros resultados abrangentes, conforme permitido pelo parágrafo 5.7.5 da
IFRS 9, ela divulgará:

(a) que investimentos em instrumentos de patrimônio foram designados para serem mensurados ao
valor justo através de outros resultados abrangentes.

(b) as razões de utilizar essa alternativa de apresentação.

(c) o valor justo de cada um desses investimentos ao final do período de relatório.

(d) dividendos reconhecidos durante o período, apresentando separadamente aqueles relativos a


investimentos baixados durante o período de relatório e aqueles relativos a investimentos mantidos
ao final do período de relatório.

(e) quaisquer transferências do ganho ou perda acumulada dentro do patrimônio líquido durante o
período, incluindo as razões dessas transferências.

11B Se uma entidade tiver baixado investimentos em instrumentos de patrimônio mensurados ao valor justo
através de outros resultados abrangentes durante o período de relatório, ela divulgará:

(a) as razões para a alienação dos investimentos.

(b) o valor justo dos investimentos na data da baixa.

(c) o ganho ou perda acumulada na alienação.

Reclassificação

12 [Excluído]

12A [Excluído]

12B Uma entidade divulgará se, nos períodos de relatórios correntes ou anteriores, reclassificou quaisquer
ativos financeiros de acordo com o parágrafo 4.4.1 da IFRS 9. Para cada um desses eventos, uma entidade
divulgará:

(a) a data de reclassificação.

(b) uma explicação detalhada da mudança no modelo de negócios e uma descrição qualitativa de seu
efeito sobre as demonstrações financeiras da entidade.

(c) o valor reclassificado dentro e fora de cada categoria.

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12C Para cada período de relatório após a reclassificação até a baixa, uma entidade divulgará, para ativos
reclassificados de modo que sejam mensurados ao custo amortizado de acordo com o parágrafo 4.4.1
da IFRS 9:

(a) a taxa de juros efetiva determinada na data da reclassificação; e

(b) a receita ou despesa de juros reconhecida.

12D Se uma entidade tiver reclassificado ativos financeiros de modo que eles sejam mensurados ao custo
amortizado desde a sua última data de relatório anual, ela divulgará:

(a) o valor justo dos ativos financeiros no final do período de relatório; e

(b) o ganho ou perda no valor justo que teria sido reconhecido em lucros e perdas durante o período
de relatório se os ativos financeiros não tivessem sido reclassificados.

13 [Excluído]

Compensação de ativos financeiros e passivos financeiros

13A As divulgações nos parágrafos 13B–13E complementam os outros requisitos de divulgação desta IFRS e
são requeridas para todos os instrumentos financeiros reconhecidos que são compensados de acordo com
o parágrafo 42 da IAS 32. Essas divulgações também aplicam-se a instrumentos financeiros reconhecidos
que são sujeitos a um acordo principal de liquidação exequível ou acordo similar, independentemente
de se eles são compensados de acordo com o parágrafo 42 da IAS 32.

13B Uma entidade divulgará informações para possibilitar aos usuários de suas demonstrações financeiras
avaliarem o efeito ou efeito potencial de acordos de liquidação na posição financeira da entidade. Isso inclui
o efeito ou efeito potencial de direitos de compensação associados aos ativos financeiros reconhecidos e
passivos financeiros reconhecidos da entidade que estão dentro do alcance do parágrafo 13A.

13C Para atingir o objetivo do parágrafo 13B, uma entidade divulgará, no final do período de relatório, as
seguintes informações quantitativas separadamente para ativos financeiros reconhecidos e passivos
financeiros reconhecidos que estão dentro do alcance do parágrafo 13A:

(a) os valores brutos desses ativos financeiros reconhecidos e passivos financeiros reconhecidos;

(b) os valores que são compensados de acordo com os critérios no parágrafo 42 da IAS 32 ao determinar
os valores líquidos apresentados na demonstração da posição financeira;

(c) os valores líquidos apresentados na demonstração da posição financeira;

(d) os valores sujeitos a um acordo principal de liquidação exequível ou acordo similar que não estão
de outro modo incluídos no parágrafo 13C(b), incluindo:

(i) valores relativos a instrumentos financeiros reconhecidos que não atendem alguns ou todos
os critérios de compensação no parágrafo 42 da IAS 32; e

(ii) valores relativos a garantia financeira (incluindo garantia em caixa); e

(e) o valor líquido após deduzir os valores em (d) dos valores em (c) acima.

As informações requeridas por este parágrafo serão apresentadas em um formato tabular, separadamente
para ativos financeiros e passivos financeiros, salvo se um outro formato for mais apropriado.

13D O valor total divulgado de acordo com o parágrafo 13C(d) para um instrumento será limitado ao valor
do parágrafo 13C(c) para esse instrumento.

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13E Uma entidade incluirá uma descrição nas divulgações dos direitos de compensação associados aos ativos
financeiros reconhecidos e passivos financeiros reconhecidos da entidade sujeitos a acordos principais
de liquidação exequíveis e acordos similares que são divulgados de acordo com o parágrafo 13C(d),
incluindo a natureza desses direitos.

13F Se as informações requeridas pelos parágrafos 13B–13E forem divulgadas em mais de uma nota
explicativa às demonstrações financeiras, uma entidade fará referência cruzada a essas notas explicativas.

Garantia

14 Uma entidade divulgará:

(a) o valor contábil dos ativos financeiros que foram dados em garantia por passivos ou passivos
contingentes, incluindo valores que foram reclassificados de acordo com o parágrafo 3.2.23(a) da
IFRS 9; e

(b) os termos e condições relacionados à sua oferta como garantia.

15 Quando uma entidade detiver garantia (de ativos financeiros ou não financeiros) e estiver autorizada a
vender ou repenhorar a garantia, na ausência de inadimplência pelo sócio da garantia, ela divulgará:

(a) o valor justo da garantia detida;

(b) o valor justo de qualquer eventual garantia vendida ou repenhorada e se a entidade tem uma
obrigação de devolvê-la; e

(c) os termos e condições associados ao seu uso da garantia.

Conta retificadora para perdas de crédito

16 Quando ativos financeiros tiverem redução no valor recuperável por perdas de crédito e a entidade registrar
a redução no valor recuperável em uma conta separada (por exemplo, uma conta retificadora utilizada
para registrar essas reduções individuais ou uma conta similar utilizada para registrar uma redução
coletiva no valor recuperável), em vez de reduzir diretamente o valor contábil do ativo, ela divulgará
uma conciliação das mudanças nessa conta durante o período para cada classe de ativos financeiros.

Instrumentos financeiros compostos com derivativos embutidos múltiplos

17 Se uma entidade emitiu um instrumento que contém tanto um passivo quanto um componente de
patrimônio líquido (vide parágrafo 28 da IAS 32) e o instrumento tiver derivativos embutidos múltiplos,
cujos valores sejam interdependentes (como, por exemplo, um instrumento de dívida conversível
resgatável), ela divulgará a existência dessas características.

Inadimplências e violações

18 Para empréstimos a pagar reconhecidos no final do período de relatório, uma entidade divulgará:

(a) detalhes de quaisquer inadimplências durante o período em relação ao principal, juros, fundo de
amortização ou prazos de resgate desses empréstimos a pagar;

(b) o valor contábil líquido dos empréstimos em inadimplência no final do período de relatório; e

(c) se a inadimplência foi sanada ou os termos dos empréstimos a pagar foram renegociados antes de
as demonstrações financeiras terem sido autorizadas para emissão.

19 Se, durante o período, houve violações dos termos do contrato de empréstimo, que não sejam aquelas
descritas no parágrafo 18, uma entidade divulgará as mesmas informações exigidas pelo parágrafo 18

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se essas violações permitissem ao mutuante exigir a restituição antecipada (exceto se as violações foram
sanadas ou os termos do empréstimo foram renegociados até o final do período de relatório).

Demonstração do resultado abrangente


Itens de receita, despesa, ganhos ou perdas

20 Uma entidade divulgará os seguintes itens de receita, despesa, ganhos ou perdas na demonstração do
resultado abrangente ou nas notas explicativas:

(a) ganhos líquidos ou perdas líquidas em:

(i) ativos financeiros ou passivos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado,
demonstrando separadamente aqueles ativos financeiros ou passivos financeiros designados
como tal no reconhecimento inicial, e aqueles ativos financeiros ou passivos financeiros que
sejam obrigatoriamente mensurados ao valor justo de acordo com a IFRS 9 (por exemplo,
passivos financeiros que atendam à definição de mantidos para negociação na IFRS 9).
Para passivos financeiros designados como ao valor justo por meio do resultado, uma
entidade exibirá separadamente o valor de ganho ou perda reconhecido em outros resultados
abrangentes e o valor reconhecido em lucros e perdas.

(ii) [excluído]

(iii) [excluído]

(iv) [excluído]

(v) passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado.

(vi) ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado.

(vii) ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes.

(b) receita total de juros e despesa total de juros (calculadas utilizando-se o método da taxa de juros
efetiva) para ativos financeiros que são mensurados ao custo amortizado ou passivos financeiros
que não sejam mensurados ao valor justo por meio do resultado.

(c) receita e despesa de honorários (exceto os valores incluídos na taxa de juros efetiva) decorrentes de:

(i) ativos financeiros mensurados ao custo amortizado ou passivos financeiros que não sejam
mensurados ao valor justo por meio do resultado; e

(ii) fideicomisso e outras atividades fiduciárias, que resultem na detenção ou investimento de


ativos em nome de pessoas físicas, fideicomissos, planos de benefícios de aposentadoria e
outras instituições.

(d) receita de juros ganha sobre ativos financeiros com redução no valor recuperável de acordo com
o parágrafo OA93 da IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

(e) o valor de quaisquer perdas por redução no valor recuperável, para cada classe de ativo financeiro.

20A Uma entidade divulgará uma análise do ganho ou perda reconhecida na demonstração do resultado
abrangente decorrente da baixa de ativos financeiros mensurados ao custo amortizado, apresentando
separadamente ganhos e perdas decorrentes da baixa desses ativos financeiros. Essa divulgação incluirá
as razões de baixar esses ativos financeiros.

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Outras divulgações
Políticas contábeis

21 De acordo com o parágrafo 117 da IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como
revisada em 2007), uma entidade divulga, no resumo das políticas contábeis significativas, a base (ou
bases) de mensuração utilizada na elaboração das demonstrações financeiras e as outras políticas contábeis
utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das demonstrações financeiras.

Contabilização de cobertura

22 Uma entidade divulgará os seguintes itens separadamente, para cada tipo de cobertura descrito na IAS 39
(ou seja, coberturas de valor justo, coberturas de fluxos de caixa e cobertura de investimentos líquidos
em operações no exterior):

(a) uma descrição de cada tipo de cobertura;

(b) uma descrição dos instrumentos financeiros designados como instrumentos de cobertura e seus
valores justos no final do período de relatório; e

(c) a natureza dos riscos que estão sendo protegidos.

23 Para coberturas de fluxos de caixa, uma entidade divulgará:

(a) os períodos em que se espera que os fluxos de caixa ocorram e quando se espera que afetem lucros
e perdas;

(b) uma descrição de qualquer transação prevista em relação à qual a contabilização de cobertura tinha
sido utilizada anteriormente, mas não mais se espera ocorrer;

(c) o valor que foi reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período;

(d) o valor que foi reclassificado do patrimônio líquido para lucros e perdas do período, demonstrando
o valor incluído em cada rubrica da demonstração do resultado abrangente; e

(e) o valor que foi transferido do patrimônio líquido durante o período e incluído no custo inicial
ou outro valor contábil de um ativo não financeiro ou passivo não financeiro, cuja aquisição ou
execução foi uma transação futura prevista protegida por cobertura altamente provável.

24 Uma entidade divulgará separadamente:

(a) nas coberturas de valor justo, os ganhos ou perdas:

(i) no instrumento de cobertura; e

(ii) no item protegido atribuível ao risco protegido.

(b) a inefetividade reconhecida em lucros e perdas que resulte de coberturas de fluxo de caixa.

(c) a inefetividade reconhecida em lucros e perdas que resulte de coberturas de investimentos líquidos
em operações no exterior.

Valor justo

25 Exceto conforme definido no parágrafo 29, para cada classe de ativos financeiros e passivos financeiros
(vide parágrafo 6) uma entidade divulgará o valor justo dessa classe de ativos e passivos de uma forma
que permita que ele seja comparado com o seu valor contábil.

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26 Ao divulgar os valores justos, uma entidade agrupará os ativos financeiros e passivos financeiros
em classes, mas fará a sua compensação somente na medida em que os seus valores contábeis forem
compensados na demonstração da posição financeira.

27–
27B [Excluídos]

28 Em alguns casos, a entidade não reconhece um ganho ou perda no reconhecimento inicial de um ativo
financeiro ou passivo financeiro porque o valor justo não é comprovado por um preço cotado em um
mercado ativo para um ativo ou passivo idêntico (ou seja, informação de Nível 1) nem se baseia em
uma técnica de avaliação que utilize apenas dados de mercados observáveis (vide parágrafo B5.1.2A da
IFRS 9). Nesses casos, a entidade divulgará, por classe de ativo financeiro ou de passivo financeiro:

(a) sua política contábil para reconhecimento, em lucros e perdas, da diferença entre o valor justo no
reconhecimento inicial e o preço da transação, para refletir uma mudança nos fatores (incluindo
tempo) que os participantes do mercado levariam em conta ao precificar o ativo ou passivo (vide
parágrafo B5.1.2A(b) da IFRS 9).

(b) a diferença total ainda a ser reconhecida em lucros e perdas no início e no final do período e uma
conciliação das mudanças no saldo dessa diferença.

(c) por que a entidade concluiu que o preço da transação não era a melhor evidência do valor justo,
incluindo uma descrição das evidências que sustentam o valor justo.

29 As divulgações de valor justo não são exigidas:

(a) quando o valor contábil for uma aproximação razoável do valor justo, por exemplo, para
instrumentos financeiros tais como contas a receber de clientes e contas a pagar a fornecedores de
curto prazo;

(b) [excluído]

(c) para um contrato que contém uma característica de participação discricionária (tal como descrito
na IFRS 4), se o valor justo dessa característica não puder ser mensurado de forma confiável.

30 Nos casos descritos no parágrafo 29(c), uma entidade divulgará informações para ajudar os usuários de
demonstrações financeiras a fazerem seus próprios julgamentos sobre a extensão de possíveis diferenças
entre o valor contábil desses contratos e seus valores justos, incluindo:

(a) o fato de que as informações de valor justo não foram divulgadas para esses instrumentos, pois o
seu valor justo não pode ser mensurado de forma confiável;

(b) uma descrição dos instrumentos financeiros, seu valor contábil e uma explicação do porquê o valor
justo não pode ser mensurado de forma confiável;

(c) informações sobre o mercado para os instrumentos;

(d) informações sobre se e como a entidade pretende alienar os instrumentos financeiros; e

(e) se os instrumentos financeiros cujo valor justo não pôde ser anteriormente mensurado de forma
confiável forem baixados, esse fato, o seu valor contábil na época da baixa e o valor do ganho ou
perda reconhecido.

Natureza e extensão de riscos decorrentes de instrumentos financeiros


31 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de demonstrações financeiras
avaliar a natureza e a extensão dos riscos decorrentes de instrumentos financeiros aos quais a
entidade está exposta no final do período de relatório.

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32 As divulgações exigidas pelos parágrafos 33–42 se concentram nos riscos que surgem de instrumentos
financeiros e como eles foram gerenciados. Esses riscos geralmente incluem, entre outros, risco de
crédito, risco de liquidez e risco de mercado.

32A Fornecer divulgações qualitativas no contexto de divulgações quantitativas possibilita aos usuários
vincularem divulgações relacionadas e, portanto, formar um quadro geral da natureza e extensão dos
riscos decorrentes de instrumentos financeiros. A interação entre divulgações qualitativas e quantitativas
contribui para a divulgação de informações de uma forma que possibilite aos usuários melhor avaliarem
a exposição de uma entidade a riscos.

Divulgações qualitativas
33 Para cada tipo de risco decorrente de instrumentos financeiros, uma entidade divulgará:

(a) as exposições ao risco e como eles surgem;

(b) seus objetivos, políticas e processos para gerenciar o risco e os métodos utilizados para mensurá‑lo; e

(c) quaisquer mudanças nos itens (a) ou (b) em relação ao período anterior.

Divulgações quantitativas
34 Para cada tipo de risco decorrente de instrumentos financeiros, uma entidade divulgará:

(a) dados quantitativos resumidos sobre sua exposição a esse risco no final do período de relatório. Essa
divulgação será baseada nas informações fornecidas internamente ao pessoal-chave da administração
da entidade (tal como definido na IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas), por exemplo,
o conselho de administração ou presidente executivo da entidade.

(b) as divulgações requeridas pelos parágrafos 36–42, na medida em que não foram fornecidas de
acordo com o item (a)

(c) concentrações de risco, se não forem aparentes pelas divulgações feitas de acordo com os itens (a)
e (b).

35 Se os dados quantitativos divulgados no final do período de relatório não forem representativos da


exposição ao risco de uma entidade durante o período, uma entidade fornecerá outras informações que
sejam representativas.

Risco de crédito

36 Uma entidade divulgará, por classe de instrumento financeiro:

(a) o valor que melhor representa sua exposição máxima ao risco de crédito ao final do período de
relatório, sem levar em consideração qualquer garantia detida ou outra melhoria de crédito (por
exemplo, acordos de compensação que não se qualifiquem para compensação, de acordo com a
IAS 32); essa divulgação não é requerida para instrumentos financeiros cujo valor contábil melhor
representa a exposição máxima a risco de crédito.

(b) uma descrição de garantia detida e outras melhorias de crédito e seu efeito financeiro (por exemplo,
uma quantificação da extensão em que uma garantia e outras melhorias de crédito reduzem o risco
de crédito) em relação ao valor que melhor representa a exposição máxima ao risco de crédito (seja
divulgado de acordo com o item (a) ou representado pelo valor contábil de um instrumento financeiro).

(c) informações sobre a qualidade de crédito de ativos financeiros que não estão vencidos nem com
redução ao valor recuperável.

(d) [excluído]

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Ativos financeiros que estão vencidos ou com problemas de redução no valor recuperável

37 Uma entidade divulgará, por classe de ativo financeiro:

(a) uma análise da idade dos ativos financeiros que estejam vencidos no final do período de relatório,
mas não com redução no valor recuperável; e

(b) uma análise dos ativos financeiros que forem determinados individualmente como com redução no
valor recuperável no final do período de relatório, incluindo os fatores que a entidade considerou
ao determinar que eles estão com redução no valor recuperável.

(c) [excluído]

Garantia e outras melhorias de crédito obtidas

38 Quando uma entidade obtiver ativos financeiros e não financeiros durante o período, tomando posse da
garantia detida ou obtendo outras melhorias de crédito (por exemplo, garantias) e esses ativos atenderem
aos critérios de reconhecimento em outras IFRSs, uma entidade divulgará para esses ativos mantidos na
data de relatório:

(a) a natureza e o valor contábil dos ativos; e

(b) quando os ativos não forem facilmente conversíveis em caixa, suas políticas para alienar esses
ativos ou para utilizá-los em suas operações.

Risco de liquidez

39 Uma entidade divulgará:

(a) uma análise de vencimento para passivos financeiros não derivativos (incluindo contratos de garantia
financeira emitidos) que mostre os vencimentos contratuais restantes.

(b) uma análise de vencimento para passivos financeiros derivativos. A análise de vencimento incluirá
os vencimentos contratuais restantes para os passivos financeiros derivativos para os quais os
vencimentos contratuais são essenciais para um entendimento da época dos fluxos de caixa (vide
parágrafo B11B).

(c) uma descrição de como ela gerencia o risco de liquidez inerente no item (a) e (b).

Risco de mercado

Análise de sensibilidade

40 Exceto se uma entidade cumprir o parágrafo 41, ela divulgará:

(a) uma análise de sensibilidade para cada tipo de risco de mercado ao qual a entidade está exposta
no final do período de relatório, demonstrando como lucros e perdas e o patrimônio líquido teriam
sido afetados por mudanças na variável de risco pertinente, que eram razoavelmente possíveis
nessa data;

(b) os métodos e premissas usados na preparação da análise de sensibilidade; e

(c) mudanças em relação ao período anterior nos métodos e premissas utilizadas e os motivos para
essas mudanças.

41 Se uma entidade preparar uma análise de sensibilidade, tal como valor em risco (value-at-risk), que reflita
interdependências entre variáveis de risco (por exemplo, taxas de juros e taxas de câmbio) e utilizá-la

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para gerenciar riscos financeiros, ela pode usar essa análise de sensibilidade em substituição da análise
especificada no parágrafo 40. A entidade também divulgará:

(a) uma explicação do método utilizado na preparação dessa análise de sensibilidade e dos principais
parâmetros e premissas subjacentes aos dados fornecidos; e

(b) uma explicação do objetivo do método utilizado e das limitações que possam resultar no fato de
as informações não refletirem integralmente o valor justo dos ativos e passivos envolvidos.

Outras divulgações de risco de mercado

42 Quando as análises de sensibilidade divulgadas de acordo com o parágrafo 40 ou 41 não forem


representativas de um risco inerente de um instrumento financeiro (por exemplo, devido ao fato de que
a exposição não reflete a exposição durante o ano), a entidade divulgará esse fato e o motivo de acreditar
que as análises de sensibilidade não são representativas.

Transferências de ativos financeiros


42A Os requisitos de divulgação dos parágrafos 42B–42H relativos a transferências de ativos financeiros
suplementam os outros requisitos de divulgação desta IFRS. Uma entidade apresentará as divulgações
requeridas pelos parágrafos 42B–42H em uma única nota explicativa em suas demonstrações financeiras.
Uma entidade fornecerá as divulgações requeridas para todos os ativos financeiros transferidos que não são
baixados e para qualquer envolvimento contínuo em um ativo transferido, existente na data de relatório,
independentemente de quando a respectiva transação de transferência ocorreu. Para as finalidades de
aplicação dos requisitos de divulgação desses parágrafos, uma entidade transfere a totalidade ou parte
de um ativo financeiro (o ativo financeiro transferido) se, e somente se, ela:

(a) transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa desse ativo financeiro; ou

(b) retiver os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa desse ativo financeiro, mas assumir
uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais beneficiários em um acordo.

42B Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações financeiras:

(a) compreender a relação entre ativos financeiros transferidos que não são baixados em sua totalidade
e os passivos associados; e

(b) avaliar a natureza e os riscos associados do envolvimento contínuo da entidade em ativos financeiros
baixados.

42C Para as finalidades de aplicação dos requisitos de divulgação dos parágrafos 42E–42H, uma entidade tem
envolvimento contínuo em um ativo financeiro transferido se, como parte da transferência, a entidade
retiver quaisquer direitos ou obrigações contratuais inerentes ao ativo financeiro transferido ou obtiver
quaisquer novos direitos ou obrigações contratuais relativos ao ativo financeiro transferido. Para as
finalidades de aplicar os requisitos de divulgação dos parágrafos 42E–42H, os seguintes casos abaixo
não constituem envolvimento contínuo:

(a) declarações e garantias normais relativas à transferência fraudulenta e conceitos de razoabilidade,


boa fé e negociações justas que poderiam invalidar uma transferência como resultado de uma
ação judicial;

(b) contratos a termo, de opções e outros contratos para readquirir o ativo financeiro transferido para
o qual o preço contratual (ou preço de exercício) é o valor justo do ativo financeiro transferido; ou

(c) um acordo pelo qual uma entidade retém os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa de
um ativo financeiro, mas assume uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa para uma
ou mais entidades e as condições do parágrafo 3.2.5(a)–(c) da IFRS 9 são cumpridas.

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Ativos financeiros transferidos que não são baixados em sua totalidade


42D Uma entidade pode ter transferido ativos financeiros de tal forma que parte ou a totalidade dos ativos
financeiros transferidos não se qualifiquem para baixa. Para alcançar os objetivos definidos no parágrafo
42B(a), a entidade divulgará em cada data de relatório para cada classe de ativos financeiros transferidos
que não são baixados em sua totalidade:

(a) a natureza dos ativos transferidos.

(b) a natureza dos riscos e benefícios da propriedade aos quais a entidade está exposta.

(c) uma descrição da natureza da relação entre os ativos transferidos e os passivos associados, incluindo
restrições decorrentes da transferência sobre o uso dos ativos transferidos pela entidade que reporta.

(d) quando a contraparte (contrapartes) dos passivos associados tem (têm) recurso(s) somente para os
ativos transferidos, um cronograma que estabelece o valor justo dos ativos transferidos, o valor justo
dos passivos associados e a posição líquida (a diferença entre o valor justo dos ativos transferidos
e os passivos associados).

(e) quando a entidade continuar a reconhecer a totalidade dos ativos transferidos, os valores contábeis
dos ativos e dos passivos associados.

(f) quando a entidade continuar a reconhecer os ativos na medida de seu envolvimento contínuo (vide
parágrafos 3.2.6(c)(ii) e 3.2.16 da IFRS 9), o valor contábil total dos ativos originais antes da
transferência, o valor contábil dos ativos que a entidade continua a reconhecer, e o valor contábil
dos passivos associados.

Ativos financeiros transferidos que são baixados em sua totalidade


42E Para alcançar os objetivos definidos no parágrafo 42B(b), quando uma entidade baixa ativos financeiros
transferidos em sua totalidade (vide parágrafo 3.2.6(a) e (c)(i) da IFRS 9) mas tem envolvimento contínuo
neles, a entidade divulgará, no mínimo, para cada tipo de envolvimento contínuo em cada período
de relatório:

(a) o valor contábil dos ativos e passivos que são reconhecidos na demonstração da posição financeira
da entidade e que representam o envolvimento contínuo da entidade nos ativos financeiros baixados,
e as rubricas em que são reconhecidos os valores contábeis desses ativos e passivos.

(b) o valor justo dos ativos e passivos que representa o envolvimento contínuo da entidade nos ativos
financeiros baixados.

(c) o valor que melhor representa a exposição máxima da entidade à perda a partir de seu envolvimento
contínuo nos ativos financeiros baixados, e informações que mostram como a exposição máxima
à perda é determinada.

(d) as saídas de caixa não descontadas que seriam ou poderiam ser requeridas para recomprar ativos
financeiros baixados (por exemplo, o preço de exercício em um contrato de opções) ou outros
valores a pagar ao cessionário em relação aos ativos transferidos. Se a saída de caixa for variável,
então o valor divulgado será baseado nas condições existentes em cada período de relatório.

(e) uma análise de vencimento das saídas de fluxo de caixa não descontadas que seriam ou poderiam
ser requeridas para recomprar os ativos financeiros baixados ou outros valores pagáveis ao
cessionário em relação aos ativos transferidos, demonstrando os vencimentos contratuais restantes
do envolvimento contínuo da entidade.

(f) informações qualitativas que explicam e suportam as divulgações quantitativas requeridas em


(a)–(e).

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42F Uma entidade pode agregar as informações requeridas pelo parágrafo 42E em relação a um ativo específico
se a entidade tiver mais do que um tipo de envolvimento contínuo nesse ativo financeiro baixado e
reportá-lo sob um tipo de envolvimento contínuo.

42G Adicionalmente, uma entidade divulgará para cada tipo de envolvimento contínuo:

(a) o ganho ou perda reconhecida na data de transferência dos ativos.

(b) receitas e despesas reconhecidas, tanto no período de relatório quanto cumulativamente, a partir
do envolvimento contínuo da entidade nos ativos financeiros baixados (por exemplo, mudanças
no valor justo de instrumentos derivativos).

(c) se o valor total dos recursos da atividade de transferência (que qualifica para baixa) em um
período de relatório não é distribuído uniformemente ao longo de todo o período de relatório (por
exemplo, se uma proporção substancial do valor total da atividade de transferência ocorre nos dias
de fechamento de um período de relatório):

(i) quando a principal atividade de transferência ocorre dentro desse período de relatório (por
exemplo, os últimos cinco dias antes do final do período de relatório),

(ii) o valor (por exemplo, os respectivos ganhos ou perdas) reconhecido a partir da atividade de
transferência nessa parte do período de relatório, e

(iii) o valor total dos proventos da atividade de transferência nessa parte do período de relatório.

Uma entidade fornecerá essas informações para cada período para o qual uma demonstração do resultado
abrangente é apresentada.

Informações suplementares
42H Uma entidade divulgará quaisquer informações adicionais que considerar necessárias para alcançar os
objetivos de divulgação do parágrafo 42B.

Data de vigência e transição


43 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2007.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

44 Se uma entidade aplicar esta IFRS para períodos anuais iniciados antes de 1º de janeiro de 2006, ela não
precisa apresentar informações comparativas para as divulgações exigidas pelos parágrafos 31–42 sobre
a natureza e a extensão dos riscos decorrentes de instrumentos financeiros.

44A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
ela alterou os parágrafos 20, 21, 23(c) e (d), 27(c) e B5 do Apêndice B. Uma entidade aplicará essas
alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a
IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

44B A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) excluiu o parágrafo 3(c). Uma entidade aplicará essa alteração para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em
2008) para um período anterior, a alteração também será aplicada para esse período anterior. Entretanto,
a alteração não se aplica a contrapartida contingente que resultou de uma combinação de negócios para
a qual a data de aquisição antecedeu a aplicação da IFRS 3 (revisada em 2008). Em vez disso, uma
entidade contabilizará essa contrapartida de acordo com os parágrafos 65A–65E da IFRS 3 (conforme
alterada em 2010).

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44C Uma entidade aplicará a alteração no parágrafo 3 para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações
Decorrentes da Liquidação (Alterações à IAS 32 e à IAS 1), emitida em fevereiro de 2008, para um
período anterior, as alterações do parágrafo 3 serão aplicadas para esse período anterior.

44D O parágrafo 3(a) foi alterado pela Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato e
aplicará para esse período anterior as alterações ao parágrafo 1 da IAS 28, ao parágrafo 1 da IAS 31 e ao
parágrafo 4 da IAS 32 emitidas em maio de 2008. A entidade poderá aplicar a alteração prospectivamente.
44E Reclassificação de Ativos Financeiros (Alterações à IAS 39 e à IFRS 7), emitida em outubro de 2008,
alterou o parágrafo 12 e incluiu o parágrafo 12A. Uma entidade aplicará essas alterações em ou após 1º
de julho de 2008.

44F Reclassificação de Ativos Financeiros – Data de Vigência e Transição (Alterações à IAS 39 e à IFRS 7),
emitida em novembro de 2008, alterou o parágrafo 44E. Uma entidade aplicará essa alteração em ou
após 1º de julho de 2008.

44G Melhorias nas Divulgações sobre Instrumentos Financeiros (Alterações à IFRS 7), emitida em março
de 2009, alterou os parágrafos 27, 39 e B11 e acrescentou os parágrafos 27A, 27B, B10A e B11A–B11F.
Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
Uma entidade não precisa fornecer as divulgações requeridas pelas alterações para:

(a) qualquer período anual ou intermediário, incluindo qualquer demonstração da posição financeira,
apresentada dentro de um período anual comparativo encerrado antes de 31 de dezembro de 2009, ou

(b) qualquer demonstração da posição financeira no início do período comparativo mais antigo em
uma data anterior a 31 de dezembro de 2009.

A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela
divulgará esse fato.1

44H [Excluído]

44I Quando uma entidade aplicar a IFRS 9 pela primeira vez, ela divulgará para cada classe de ativos
financeiros e passivos financeiros na data da aplicação inicial:

(a) a categoria de mensuração original e o valor contábil determinado de acordo com a IAS 39;

(b) a nova categoria de mensuração e o valor contábil determinado de acordo com a IFRS 9;

(c) o valor de quaisquer ativos financeiros e passivos financeiros na demonstração da posição financeira
que foram anteriormente designados como mensurados ao valor justo por meio do resultado, mas
que não são mais designados dessa forma, distinguindo entre aqueles que a IFRS 9 requer que uma
entidade reclassifique e aqueles que uma entidade opta por reclassificar.

Uma entidade apresentará essas divulgações quantitativas em um formato tabular, salvo se um outro
formato for mais apropriado.

44J Quando uma entidade aplicar a IFRS 9 pela primeira vez, ela divulgará informações qualitativas para
possibilitar que os usuários compreendam:

(a) como a entidade aplicou os requisitos de classificação da IFRS 9 a esses ativos financeiros cuja
classificação alterou-se como resultado da aplicação da IFRS 9.

1 O parágrafo 44G foi alterado como consequência da Isenção Limitada de Divulgações da IFRS 7 Comparativas para Adotantes
pela Primeira Vez (Alteração a IFRS 1), emitida em janeiro de 2010. O Conselho alterou o parágrafo 44G para esclarecer suas
conclusões e a transição pretendida para Melhorias nas Divulgações sobre Instrumentos Financeiros (Alterações à IFRS 7).

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(b) as razões para qualquer designação ou nova designação de ativos financeiros ou passivos financeiros
como mensurados ao valor justo por meio do resultado.

44K O parágrafo 44B foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada
é permitida.

44L Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2010 acrescentou o parágrafo 32A e alterou os parágrafos 34 e
36–38. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro
de 2011. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período
anterior, ela divulgará esse fato.

44M Divulgações—Transferências de Ativos Financeiros (Alterações à IFRS 7), emitida em outubro de


2010, excluiu o parágrafo 13 e acrescentou os parágrafos 42A–42H e B29–B39. Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2011. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações de uma data anterior, ela divulgará esse fato. Uma
entidade não precisa fornecer as divulgações requeridas por essas alterações para qualquer período
apresentado que comece antes da data de aplicação inicial das alterações.

44N A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 2–5, 8–10, 11, 14, 20, 28, 30 e 42C–42E,
o Apêndice A e os parágrafos B1, B5, B10(a), B22 e B27, acrescentou os parágrafos 10A, 11A, 11B,
12B–12D, 20A, 44I e 44J, e excluiu os parágrafos 12, 12A, 29(b), 44E, 44F, 44H e B4 e o Apêndice D.
Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

44O A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram o parágrafo 3.
Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

44P A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 3, 28 e 29 e o Apêndice A e excluiu os
parágrafos 27–27B. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

44Q Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou o parágrafo 27B. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IAS 1, tal como
alterada em junho de 2011.

44R Divulgações—Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IFRS 7) emitida


em dezembro de 2011, acrescentou os parágrafos 13A–13F e B40–B53. Uma entidade aplicará essas
alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013 e períodos intermediários
dentro desses períodos anuais. Uma entidade fornecerá as divulgações requeridas por essas alterações
retrospectivamente.

44S Quando uma entidade aplicar pela primeira vez os requisitos de mensuração e classificação da IFRS 9, ela
apresentará as divulgações definidas nos parágrafos 44T–44W desta IFRS se decidir, ou for obrigada a,
fornecer essas divulgações de acordo com a IFRS 9 [vide parágrafo 8.2.12 da IFRS 9 (2009) e parágrafo
7.2.14 da IFRS 9 (2010)].

44T Se for requerido pelo parágrafo 44S, na data de aplicação inicial da IFRS 9 uma entidade divulgará as
alterações nas classificações de ativos financeiros e passivos financeiros, indicando separadamente:

(a) as alterações nos valores contábeis com base em suas categorias de mensuração de acordo com a
IAS 39 (ou seja, não resultantes de uma alteração no atributo de mensuração na transição para a
IFRS 9); e

(b) as alterações nos valores contábeis resultantes de uma alteração em atributo de mensuração na
transição para a IFRS 9.

As divulgações neste parágrafo não precisam ser feitas após o período anual em que a IFRS 9 é aplicada
inicialmente.

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IFRS 7

44U No período de relatório em que a IFRS 9 é inicialmente aplicada, uma entidade divulgará o seguinte para
ativos financeiros e passivos financeiros que foram reclassificados de modo que sejam mensurados ao
custo amortizado como resultado da transição para a IFRS 9:

(a) o valor justo dos ativos financeiros ou passivos financeiros no final do período de relatório;

(b) o ganho ou perda no valor justo que teria sido reconhecido em lucros e perdas ou outros resultados
abrangentes durante o período de relatório se os ativos financeiros ou passivos financeiros não
tivessem sido reclassificados;

(c) a taxa de juros efetiva determinada na data da reclassificação; e

(d) a receita ou despesa de juros reconhecida.

Se uma entidade trata o valor justo de um ativo financeiro ou um passivo financeiro como seu custo
amortizado na data da aplicação inicial [vide parágrafo 8.2.10 da IFRS 9 (2009) e parágrafo 7.2.10 da
IFRS 9 (2010)], as divulgações em (c) e (d) deste parágrafo serão feitas para cada período de relatório
após a reclassificação até a baixa. Por outro lado, as divulgações neste parágrafo não precisam ser feitas
após o período de relatório contendo a data da aplicação inicial.

44V Se uma entidade apresenta as divulgações definidas nos parágrafos 44S–44U na data da aplicação inicial
da IFRS 9, essas divulgações, e as divulgações no parágrafo 28 da IAS 8 durante o período de relatório
contendo a data da aplicação inicial, devem permitir a conciliação entre:

(a) as categorias de mensuração de acordo com a IAS 39 e a IFRS 9; e

(b) as duas rubricas apresentadas nas demonstrações da posição financeira.

44W Se uma entidade apresenta as divulgações definidas nos parágrafos 44S–44U na data da aplicação inicial
da IFRS 9, essas divulgações, e as divulgações no parágrafo 25 desta IFRS na data da aplicação inicial,
devem permitir a conciliação entre:

(a) as categorias de mensuração de acordo com a IAS 39 e a IFRS 9; e

(b) a classe de instrumento financeiro na data da aplicação inicial.

44X Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou o parágrafo 3. Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se aplicar essas
alterações antecipadamente, a entidade aplicará também todas as alterações incluídas em Entidades de
Investimento ao mesmo tempo.

Revogação da IAS 30
45 Esta IFRS substitui a IAS 30 – Divulgações nas Demonstrações Financeiras de Bancos e Instituições
Financeiras Similares.

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IFRS 7

Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

empréstimos a pagar Empréstimos a pagar são passivos financeiros que não sejam contas a pagar
a fornecedores no curto prazo, sob prazos normais de crédito.
outros riscos de preços O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um instrumento
financeiro flutuarão devido a mudanças nos preços de mercado (exceto
aquelas decorrentes de risco de taxa de juros ou risco de moeda), sejam
essas mudanças causadas por fatores específicos do instrumento financeiro
individual ou de seu emitente, ou por fatores que afetem todos os instrumentos
financeiros similares negociados no mercado.
risco de crédito O risco de que uma das partes contratantes de um instrumento financeiro
causará uma perda financeira à outra parte pelo não cumprimento de uma
obrigação.
risco de liquidez O risco de que uma entidade enfrentará dificuldades para cumprir obrigações
associadas a passivos financeiros que são liquidados por meio de entrega de
caixa ou de outro ativo financeiro.
risco de mercado O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um instrumento
financeiro flutuará devido a mudanças nos preços de mercado. O risco de
mercado compreende três tipos de risco: risco de moeda, risco de taxa de
juros e outros riscos de preços.
risco de moeda O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um instrumento
financeiro flutuará devido a mudanças nas taxas de câmbio.
risco de taxa de juros O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um instrumento
financeiro flutuará devido a mudanças nas taxas de juros de mercado.
vencido Um ativo financeiro encontra-se vencido quando a contraparte deixou de
efetuar o pagamento no vencimento estipulado por contrato.

Os seguintes termos são definidos no parágrafo 11 da IAS 32, no parágrafo 9 da IAS 39 ou no Apêndice A da IFRS 9
e são utilizados na IFRS com os significados especificados na IAS 32, IAS 39 e na IFRS 9:

yy ativo financeiro

yy baixa

yy compra ou venda de forma regular.

yy contrato de garantia financeira

yy custo amortizado de um ativo financeiro ou passivo financeiro

yy data de reclassificação

yy derivativo

yy instrumento de cobertura (hedging)

yy instrumento de patrimônio

yy instrumento financeiro

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yy mantido para negociação

yy método de juros efetivos

yy passivo financeiro

yy passivo financeiro ao valor justo por meio do resultado

yy transação prevista

yy valor justo

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Classes de instrumentos financeiros e nível de divulgação (parágrafo 6)


B1 O parágrafo 6 exige que uma entidade agrupe instrumentos financeiros em classes que sejam apropriadas
à natureza das informações divulgadas e que levem em consideração as características desses instrumentos
financeiros. As classes descritas no parágrafo 6 são determinadas pela entidade e são, desse modo,
distintas das categorias de instrumentos financeiros especificados na IFRS 9 (que determinam como os
instrumentos financeiros são mensurados e quando as mudanças no valor justo são reconhecidas).

B2 Ao determinar classes de instrumento financeiro, uma entidade, no mínimo:

(a) distinguirá instrumentos mensurados ao custo amortizado daqueles mensurados ao valor justo.

(b) tratará como uma classe ou classes separadas aqueles instrumentos financeiros fora do alcance
desta IFRS.

B3 Uma entidade decide, em vista de suas circunstâncias, quantos detalhes ela fornece para cumprir os
requisitos desta IFRS, quanta ênfase ela coloca em diferentes aspectos dos requisitos e como ela agrega
informações para apresentar o panorama geral, sem combinar informações de diferentes características.
É necessário alcançar um equilíbrio entre sobrecarregar as demonstrações financeiras com detalhes
excessivos que podem não auxiliar os usuários de demonstrações financeiras e esconder informações
importantes como resultado da excessiva agregação. Por exemplo, uma entidade não deve esconder
informações importantes incluindo-as entre grandes quantidades de detalhes insignificantes. Do mesmo
modo, uma entidade não divulgará informações que estejam tão agregadas que escondam diferenças
importantes entre transações individuais ou riscos associados.

Significância de instrumentos financeiros para a posição e desempenho


financeiro
B4 [Excluído]

Outra divulgação – políticas contábeis (parágrafo 21)


B5 O parágrafo 21 exige a divulgação da base (ou bases) de mensuração utilizada na elaboração de
demonstrações financeiras e as outras políticas contábeis utilizadas, que sejam relevantes para a
compreensão das demonstrações financeiras. Para instrumentos financeiros, essa divulgação pode incluir:

(a) para passivos financeiros designados como ao valor justo por meio do resultado:

(i) a natureza dos passivos financeiros que a entidade designou ao valor justo por meio do
resultado;

(ii) os critérios para tal designação desses passivos financeiros no reconhecimento inicial; e

(iii) como a entidade cumpriu as condições do parágrafo 4.2.2 da IFRS 9 para essa designação.

(aa) para ativos financeiros designados como mensurados ao valor justo por meio do resultado:

(i) a natureza dos ativos financeiros que a entidade designou como mensurados ao valor justo
por meio do resultado; e

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(ii) como a entidade cumpriu os critérios do parágrafo 4.1.5 da IFRS 9 para essa designação.

(b) [excluído]

(c) se compras e vendas de ativos financeiros são regularmente contabilizadas na data de negociação
ou na data de liquidação (vide parágrafo 3.1.2 da IFRS 9).

(d) quando uma conta retificadora é utilizada para reduzir o valor contábil de ativos financeiros por
redução no valor recuperável por perdas de crédito:

(i) os critérios para determinar quando o valor contábil de ativos financeiros com perda por
redução no valor recuperável é reduzido diretamente (ou, no caso de uma reversão de uma
redução de valor, aumentado diretamente) e quando a conta retificadora é utilizada; e

(ii) os critérios para baixar valores lançados na conta retificadora em relação ao valor contábil
de ativos financeiros com perda por redução no valor recuperável (vide parágrafo 16).

(e) como os ganhos líquidos ou perdas líquidas em cada categoria de instrumento financeiro são
determinados [vide parágrafo 20(a)]; por exemplo, se os ganhos líquidos ou perdas líquidas em
itens ao valor justo por meio do resultado incluem receita de juros ou de dividendos.

(f) os critérios que a entidade utiliza para determinar que há uma evidência objetiva da ocorrência de
uma perda por redução ao valor recuperável [vide parágrafo 20(e)].

(g) quando os termos de ativos financeiros que, de outro modo, estariam vencidos ou com perda por
redução no valor recuperável foram renegociados, a política contábil para ativos financeiros que
constituem o objeto dos termos renegociados [vide parágrafo 36(d)].

O parágrafo 122 da IAS 1 (tal como revisada em 2007) também exige que as entidades divulguem, no
resumo das políticas contábeis significativas ou em outras notas, os julgamentos, separados daqueles que
envolvam estimativas, que a administração fez no processo de aplicação das políticas contábeis da entidade
e que tem o efeito mais significativo sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras.

Natureza e extensão de riscos decorrentes de instrumentos financeiros


(parágrafos 31–42)
B6 As divulgações exigidas pelos parágrafos 31–42 serão feitas nas demonstrações financeiras ou
incorporadas por referência cruzada das demonstrações financeiras com alguma outra demonstração,
como, por exemplo, um comentário da administração ou um relatório de risco, que esteja disponível
aos usuários das demonstrações financeiras nos mesmos termos que as demonstrações financeiras e na
mesma época. Sem as informações incorporadas por referência cruzada, as demonstrações financeiras
estão incompletas.

Divulgações quantitativas (parágrafo 34)


B7 O parágrafo 34(a) exige divulgações de dados quantitativos resumidos, sobre a exposição de uma
entidade ao risco, com base nas informações fornecidas internamente ao pessoal-chave da administração
da entidade. Quando uma entidade utilizar diversos métodos para gerenciar uma exposição a riscos,
a entidade divulgará informações utilizando o método ou métodos que forneçam informações mais
relevantes e confiáveis. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros
discute a relevância e a confiabilidade.

B8 O parágrafo 34(c) exige divulgações sobre concentrações de risco. As concentrações de risco surgem de
instrumentos financeiros que têm características similares e são afetados de forma similar por mudanças

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nas condições econômicas ou outras. A identificação de concentrações de risco exige julgamento, levando
em consideração as circunstâncias da entidade. A divulgação de concentrações de risco incluirá:

(a) uma descrição de como a administração determina as concentrações;

(b) uma descrição da característica comum que identifica cada concentração (por exemplo, contraparte,
área geográfica, moeda ou mercado); e

(c) o valor da exposição ao risco associado a todos os instrumentos financeiros que compartilham essa
característica.

Exposição máxima ao risco de crédito [parágrafo 36(a)]


B9 O parágrafo 36(a) exige a divulgação do valor que melhor representa a exposição máxima da entidade
ao risco de crédito. Para um ativo financeiro, esse é geralmente o valor contábil bruto, líquido de:

(a) quaisquer valores compensados de acordo com a IAS 32; e

(b) quaisquer perdas por redução no valor recuperável, reconhecidas de acordo com a IAS 39.

B10 As atividades que originam risco de crédito e a exposição máxima ao risco de crédito associado incluem,
entre outras:

(a) a concessão de empréstimos a clientes e a realização de depósitos com outras entidades. Nesses
casos, a exposição máxima ao risco de crédito é o valor contábil dos respectivos ativos financeiros.

(b) a celebração de contratos de derivativos, por exemplo, contratos de câmbio, swaps de taxas de
juros e derivativos de crédito. Quando o ativo resultante for mensurado ao valor justo, a exposição
máxima ao risco de crédito, no final do período de relatório, será equivalente ao valor contábil.

(c) a concessão de garantias financeiras. Nesse caso, a exposição máxima ao risco de crédito é o valor
máximo que a entidade pode ter de pagar se a garantia for exigida, que pode ser significativamente
maior que o valor reconhecido como um passivo.

(d) a execução de um compromisso de empréstimo que é irrevogável durante o prazo da linha de


crédito ou é revogável somente em resposta a uma mudança adversa relevante. Se a emitente
não puder liquidar o compromisso de empréstimo valor líquido, em caixa ou outro instrumento
financeiro, a exposição máxima de crédito é o valor total do compromisso. Isso se deve ao fato de
que é incerto se o valor de qualquer parcela não sacada pode ser sacado no futuro. Esse valor pode
ser significativamente maior que o valor reconhecido como um passivo.

Divulgações quantitativas de risco de liquidez


[parágrafos 34(a) e 39(a) e (b)]
B10A De acordo com o parágrafo 34(a), uma entidade divulga dados quantitativos resumidos sobre sua
exposição a risco de liquidez com base nas informações fornecidas internamente ao pessoal-chave da
administração. Uma entidade explicará como esses dados são determinados. Se as saídas de caixa (ou
um outro ativo financeiro) incluídas nesses dados:

(a) ocorrerem significativamente antes do que o indicado nos dados, ou

(b) apresentarem valores significativamente diferentes daqueles indicados nos dados (por exemplo,
para um derivativo que está incluído nos dados em uma base de liquidação pelo valor líquido mas
para o qual a contraparte tem a opção de exigir a liquidação pelo valor bruto),

a entidade indicará esse fato e fornecerá informações quantitativas que possibilitem aos usuários de suas
demonstrações financeiras avaliarem a extensão desse risco, salvo se essa informação estiver incluída
nas análises de vencimento contratual requeridas pelo parágrafo 39(a) ou (b).

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B11 Ao preparar a análise de vencimento exigida pelos parágrafos 39(a) e (b), uma entidade utiliza seu
julgamento para determinar um número apropriado de períodos de tempo. Por exemplo, uma entidade
pode determinar que as seguintes faixas de tempo são apropriadas:

(a) não superior a um mês;

(b) superior a um mês e não superior a três meses;

(c) superior a três meses e não superior a um ano; e

(d) superior a um ano e não superior a cinco anos.

B11A Ao cumprir com os parágrafos 39(a) e (b), uma entidade não separará um derivativo embutido de
um instrumento financeiro híbrido (combinado). Para esse instrumento, uma entidade aplicará o
parágrafo 39(a).

B11B O parágrafo 39(b) exige que uma entidade divulgue uma análise de vencimento quantitativo para passivos
financeiros derivativos que demonstre os vencimentos contratuais restantes, se os vencimentos contratuais
forem essenciais para um entendimento da época dos fluxos de caixa. Por exemplo, isso seria o caso para:

(a) um swap de taxa de juros com um vencimento restante de cinco anos em uma cobertura de fluxo
de caixa de um ativo ou passivo financeiro de taxa variável.

(b) todos os compromissos de empréstimo.

B11C Os parágrafos 39(a) e (b) exigem que uma entidade divulgue análises de vencimento para passivos
financeiros que demonstrem os vencimentos contratuais restantes para alguns passivos financeiros.
Nessa divulgação:

(a) quando uma contraparte puder escolher a data de pagamento, o passivo é alocado para o período
mais antigo em que a entidade pode ser obrigada a pagar. Por exemplo, passivos financeiros que
uma entidade pode ser obrigada a restituir à vista (por exemplo, depósitos à vista) são incluídos na
primeira faixa de tempo.

(b) quando uma entidade estiver comprometida em disponibilizar valores em parcelas, cada parcela
é alocada ao período mais próximo em que a entidade pode ser obrigada a pagar. Por exemplo,
um compromisso de empréstimo não sacado é incluído na faixa temporal que contém a data mais
próxima em que ele pode ser sacado.

(c) para contratos de garantia financeira emitidos, o valor máximo da garantia é alocado para o período
mais antigo em que a garantia pode ser exigida.

B11D Os valores contratuais divulgados nas análises de vencimento, conforme requerido pelos parágrafos
39(a) e (b), são os fluxos de caixa contratuais não descontados, por exemplo:

(a) obrigações brutas de arrendamento financeiro (antes de deduzir encargos financeiros);

(b) preços especificados em contratos a termo, para comprar ativos financeiros à vista;

(c) valores líquidos para swaps de taxas de juros de pagamento flutuante/recebimento fixo, em relação
aos quais são trocados fluxos de caixa líquidos;

(d) valores contratuais a serem trocados por um instrumento financeiro derivativo (por exemplo, um
swap de moeda), em relação aos quais são trocados fluxos de caixa brutos; e

(e) compromissos brutos de empréstimo.

Esses fluxos de caixa não descontados diferem do valor incluído na demonstração da posição financeira,
baseado em fluxos de caixa descontados. Quando o valor a pagar não for fixado, o valor divulgado é

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determinado por referência às condições existentes no final do período de relatório. Por exemplo, quando
o valor a pagar variar com as mudanças em um índice, o valor divulgado pode ser baseado no nível do
índice no final do período.

B11E O parágrafo 39(c) exige que uma entidade descreva como ela gerencia o risco de liquidez inerente às
divulgações quantitativas requeridas nos parágrafos 39(a) e (b). Uma entidade divulgará uma análise de
vencimento de ativos financeiros que detiver para o gerenciamento de risco de liquidez (por exemplo,
ativos financeiros que possam ser facilmente vendidos ou que se espera que gerem entradas de caixa
para atender as saídas de caixa de passivos financeiros), se essas informações forem necessárias para
possibilitar aos usuários de suas demonstrações financeiras avaliarem a natureza e a extensão do risco
de liquidez.

B11F Outros fatores que uma entidade pode considerar ao fornecer a divulgação requerida no parágrafo 39(c)
incluem, mas não estão limitados a, se a entidade:

(a) tem linhas de crédito comprometidas (por exemplo, linhas de crédito por emissão de commercial
papers ou outras linhas de crédito (por exemplo, linhas de crédito em aberto), que possam ser
acessadas para atender às necessidades de liquidez;

(b) detém depósitos em bancos centrais para atender às necessidades de liquidez;

(c) possui fontes de captação de recursos muito diversas;

(d) possui concentrações significativas de risco de liquidez em ativos ou em fontes de captação


de recursos;

(e) possui processos de controle interno e planos de contingência para o gerenciamento do risco
de liquidez;

(f) possui instrumentos que incluem termos de restituição antecipada (por exemplo, em caso de redução
do nível de classificação de crédito da entidade);

(g) possui instrumentos que exigiriam o oferecimento de garantia (por exemplo, exigências de margem
para derivativos);

(h) possui instrumentos que permitem à entidade escolher se liquida seus passivos financeiros por
meio de entrega de caixa (ou um outro ativo financeiro) ou por meio de entrega de suas próprias
ações; ou

(i) possui instrumentos que estão sujeitos a um acordo principal de liquidação.

B12–
B16 [Excluídos]

Risco de mercado – análise de sensibilidade (parágrafos 40 e 41)


B17 O parágrafo 40(a) exige uma análise de sensibilidade para cada tipo de risco de mercado ao qual a
entidade está exposta. De acordo com o parágrafo B3, uma entidade decide como agregar informações
para apresentar o panorama geral, sem combinar informações com características diferentes sobre
exposições ao risco provenientes de ambientes econômicos significativamente diferentes. Por exemplo:

(a) uma entidade que negociar instrumentos financeiros poderia divulgar essas informações
separadamente, para instrumentos financeiros mantidos para negociação e aqueles não mantidos
para negociação.

(b) uma entidade não agregaria sua exposição a riscos de mercado provenientes de áreas de hiperinflação
com sua exposição aos mesmos riscos de mercado provenientes de área de inflação muito baixa.

A240 ©
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IFRS 7

Se uma entidade tiver exposição a somente um tipo de risco de mercado, em apenas um ambiente
econômico, ela não apresentaria informações desagregadas.

B18 O parágrafo 40(a) exige que a análise de sensibilidade demonstre o efeito, em lucros e perdas e patrimônio
líquido, de mudanças razoavelmente possíveis na variável de risco relevante (por exemplo, taxas de juros
de mercado em vigor, preços de moeda, preços de instrumento de patrimônio ou preços de commodity).
Para essa finalidade:

(a) as entidades não são obrigadas a determinar qual teria sido o resultado do período, se as variáveis
relevantes de risco tivessem sido diferentes. Em vez disso, as entidades divulgam o efeito em
lucros e perdas e patrimônio líquido no final do período de relatório, presumindo que uma mudança
razoavelmente possível na variável relevante de risco tenha ocorrido no final do período de relatório
e tenha sido aplicada às exposições ao risco existentes nessa data. Por exemplo, se uma entidade
tiver um passivo de taxa flutuante no final do exercício, a entidade divulgaria o efeito em lucros e
perdas (ou seja, despesa de juros) do exercício corrente, se as taxas de juros tivessem variado em
valores razoavelmente possíveis.

(b) as entidades não estão obrigadas a divulgar o efeito em lucros e perdas e patrimônio líquido para
cada mudança dentro de uma faixa de mudanças razoavelmente possíveis da variável relevante
de risco. A divulgação dos efeitos das mudanças nos limites da faixa razoavelmente possível
seria suficiente.

B19 Ao determinar o que é uma mudança razoavelmente possível na variável relevante de risco, uma entidade
deve considerar:

(a) os ambientes econômicos em que opera. Uma mudança razoavelmente possível não deve incluir
cenários remotos ou “piores hipóteses” nem “testes de estresse”. Além disso, se a taxa de mudança
na variável de risco subjacente for estável, a entidade não precisa alterar a mudança razoavelmente
possível escolhida na variável de risco. Por exemplo, suponha que as taxas de juros sejam de 5% e
uma entidade determine que uma flutuação nas taxas de juros de ±50 pontos-base é razoavelmente
possível. Ela divulgaria o efeito no resultado e no patrimônio líquido se as taxas de juros mudassem
para 4,5% ou 5,5%. No próximo período, as taxas de juros aumentaram para 5,5%. A entidade
continua a acreditar que as taxas de juros possam flutuar em ±50 pontos-base (ou seja, que a taxa de
mudança nas taxas de juros é estável). A entidade divulgaria o efeito, no resultado e no patrimônio
líquido, se as taxas de juros mudassem para 5% ou 6%. A entidade não seria obrigada a revisar sua
avaliação de que as taxas de juros poderiam flutuar razoavelmente em ±50 pontos-base, exceto se
houver evidência de que as taxas de juros se tornaram significativamente mais voláteis.

(b) o cronograma durante o qual está realizando a avaliação. A análise de sensibilidade demonstrará
os efeitos de mudanças que são consideradas como razoavelmente possíveis ao longo do período
até a entidade apresentar, a seguir, essas divulgações, que é geralmente o próximo período anual
de relatório.

B20 O parágrafo 41 permite que uma entidade utilize uma análise de sensibilidade que reflita interdependências
entre variáveis de risco, como, por exemplo, uma metodologia de valor em risco, se ela utilizar essa análise
para gerenciar sua exposição a riscos financeiros. Isso se aplica mesmo se essa metodologia mensurar
apenas o potencial para perda e não mensurar o potencial para ganho. Essa entidade poderia cumprir
o parágrafo 41(a) divulgando o tipo de modelo de valor em risco utilizado (por exemplo, se o modelo
confia nas simulações de Monte Carlo), uma explicação sobre como o modelo funciona e as principais
premissas (por exemplo, o período de titularidade e o nível de confiança). As entidades também poderiam
divulgar o período de observação histórica e ponderações aplicadas às observações dentro desse período,
uma explicação de como as opções são tratadas nos cálculos e quais volatilidades e correlações (ou,
alternativamente, simulações de distribuição de probabilidade de Monte Carlo) são usadas.

B21 Uma entidade fornecerá análises de sensibilidade para a totalidade de seus negócios, mas poderá fornecer
diferentes tipos de análise de sensibilidade para classes diferentes de instrumentos financeiros.

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IFRS Foundation A241
IFRS 7

Risco de taxa de juros

B22 O risco de taxa de juros surge em instrumentos financeiros com incidência de juros reconhecidos na
demonstração da posição financeira (por exemplo, instrumentos de dívida adquiridos ou emitidos) e em
alguns instrumentos financeiros não reconhecidos na demonstração da posição financeira (por exemplo,
alguns compromissos de empréstimo).

Risco de moeda

B23 O risco de moeda (ou risco de câmbio) surge em instrumentos financeiros que são denominados em uma
moeda estrangeira, ou seja, em uma moeda diferente da moeda funcional em que eles são mensurados.
Para a finalidade desta IFRS, o risco de moeda não surge de instrumentos financeiros que sejam itens
não monetários nem de instrumentos financeiros denominados na moeda funcional.

B24 Uma análise de sensibilidade é divulgada para cada moeda em relação à qual uma entidade tem exposição
significativa.

Outros riscos de preços

B25 Outros riscos de preços surgem em instrumentos financeiros por causa de mudanças, por exemplo,
em preços de commodity ou preços de instrumento de patrimônio. Para cumprir o parágrafo 40, uma
entidade poderia divulgar o efeito de uma redução em um índice específico de mercado de ações, preço de
commodity ou outra variável de risco. Por exemplo, se uma entidade fornecer garantias de valor residual
que sejam instrumentos financeiros, a entidade divulga um aumento ou redução no valor dos ativos aos
quais se aplica a garantia.

B26 Dois exemplos de instrumentos financeiros que originam risco de preço de instrumento de patrimônio são
(a) a manutenção de títulos patrimoniais em outra entidade e (b) um investimento em um fideicomisso
que, por sua vez, detém investimentos em instrumentos de patrimônio. Outros exemplos incluem contratos
a termo e opções para comprar ou vender quantidades específicas de um instrumento de patrimônio e
swaps que são indexados aos preços de instrumentos de patrimônio. Os valores justos desses instrumentos
financeiros são afetados por mudanças no preço de mercado dos instrumentos de patrimônio subjacentes.

B27 De acordo com o parágrafo 40(a), a sensibilidade de lucros e perdas (que decorre, por exemplo, de
instrumentos mensurados ao valor justo por meio do resultado) é divulgada separadamente da sensibilidade
de outros resultados abrangentes (que decorrem, por exemplo, de investimentos em instrumentos de
patrimônio cujas mudanças no valor justo são apresentadas em outros resultados abrangentes).

B28 Instrumentos financeiros que uma entidade classifica como instrumentos de patrimônio não são
reavaliados. Nem lucros e perdas nem o patrimônio líquido serão afetados pelo risco de preço de
patrimônio desses instrumentos. Consequentemente, não é exigida nenhuma análise de sensibilidade.

Baixa (parágrafos 42C–42H)

Envolvimento contínuo (parágrafo 42C)


B29 A avaliação de envolvimento contínuo em um ativo financeiro transferido para o propósito de divulgação
previstos nos parágrafos 42E–42H é realizada no nível da entidade que reporta. Por exemplo, se uma
subsidiária transfere para um terceiro não relacionado um ativo financeiro em que a controladora da
subsidiária tem envolvimento contínuo nesse ativo transferido, a subsidiária não inclui o envolvimento da
controladora na avaliação de se ela tem envolvimento contínuo no ativo transferido em suas demonstrações
financeiras separadas ou individuais (ou seja, quando a subsidiária é a entidade que reporta). Contudo,
uma controladora incluiria seu envolvimento contínuo (ou aquele de um outro membro do grupo) em um
ativo financeiro transferido por sua subsidiária ao determinar se ela tem envolvimento contínuo no ativo
transferido em suas demonstrações financeiras consolidadas (ou seja, quando a entidade que reporta é
o grupo).

A242 ©
IFRS Foundation
IFRS 7

B30 Uma entidade não tem um envolvimento contínuo em um ativo financeiro transferido se, como parte da
transferência, ela não retém quaisquer dos direitos ou obrigações contratuais inerentes ao ativo financeiro
transferido nem adquire quaisquer novos direitos ou obrigações contratuais relativos ao ativo financeiro
transferido. Uma entidade não tem envolvimento contínuo em um ativo financeiro transferido se ela não
tiver uma participação no desempenho futuro do ativo financeiro transferido nem uma responsabilidade
sob quaisquer circunstâncias de efetuar pagamentos relativos ao ativo financeiro transferido no futuro.

B31 O envolvimento contínuo em um ativo financeiro transferido pode resultar de disposições contratuais
no contrato de transferência ou em um contrato separado celebrado com o cessionário ou um terceiro
em relação à transferência.

Ativos financeiros transferidos que não são baixados em sua totalidade


(parágrafo 42D)
B32 O parágrafo 42D exige divulgações quando uma parte ou a totalidade dos ativos financeiros transferidos
não se qualificam para baixa. Essas divulgações são requeridas em cada data de relatório em que a entidade
continua a reconhecer os ativos financeiros transferidos, independentemente de quando ocorreram
as transferências.

Tipos de envolvimento contínuo (parágrafos 42E–42H)


B33 Os parágrafos 42E–42H exigem divulgações qualitativas e quantitativas para cada tipo de envolvimento
contínuo em ativos financeiros baixados. Uma entidade agregará seu envolvimento contínuo em tipos
que sejam representativos da exposição da entidade a riscos. Por exemplo, uma entidade pode agregar
seu envolvimento contínuo por tipo de instrumento financeiro (por exemplo, garantias ou opções de
compra) ou por tipo de transferência (por exemplo, desconto de recebíveis, securitizações e empréstimo
de títulos).

Análise de vencimento para saídas de caixa não descontadas para


recomprar ativos transferidos [parágrafo 42E(e)]
B34 O parágrafo 42E(e) exige que uma entidade divulgue uma análise de vencimento das saídas de caixa
não descontadas para recomprar ativos financeiros baixados ou outros valores a pagar ao cessionário
em relação aos ativos financeiros baixados, demonstrando os vencimentos contratuais restantes do
envolvimento contínuo da entidade. Essa análise distingue fluxos de caixa que devem ser pagos (por
exemplo, contratos a termo), fluxos de caixa que a entidade pode ser obrigada a pagar (por exemplo,
opções de venda) e fluxos de caixa que a entidade poderia optar por pagar (por exemplo, opções
de compra).

B35 Uma entidade utilizará seu julgamento para determinar um número apropriado de períodos de tempo
ao preparar a análise de vencimento requerida pelo parágrafo 42E(e). Por exemplo, uma entidade pode
determinar que os seguintes períodos de tempo de vencimento são apropriados:

(a) não superior a um mês;

(b) superior a um mês e não superior a três meses;

(c) superior a três meses e não superior a seis meses;

(d) superior a seis meses e não superior a um ano;

(e) superior a um ano e não superior a três anos;

(f) superior a três anos e não superior a cinco anos; e

(g) mais de cinco anos.

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IFRS 7

B36 Se houver um intervalo de vencimentos possíveis, os fluxos de caixa serão incluídos com base na data
mais antiga em que a entidade pode ser obrigada ou permitida a pagar.

Informações qualitativas [parágrafo 42E(f)]


B37 As informações qualitativas requeridas pelo parágrafo 42E(f) incluem uma descrição dos ativos
financeiros baixados e a natureza e a finalidade do envolvimento contínuo retido após transferir esses
ativos. As informações qualitativas também incluem uma descrição dos riscos aos quais uma entidade
está exposta, incluindo:

(a) uma descrição de como a entidade gerencia o risco inerente ao seu envolvimento contínuo nos
ativos financeiros baixados.

(b) se a entidade é obrigada a assumir perdas perante terceiros, e a classificação e os valores das perdas
assumidas pelas partes cujas participações são classificadas abaixo da participação da entidade no
ativo (ou seja, seu envolvimento contínuo no ativo).

(c) uma descrição de quaisquer gatilhos associados a obrigações para fornecer suporte financeiro ou
para recomprar um ativo financeiro transferido.

Ganho ou perda na baixa [parágrafo 42G(a)]


B38 O parágrafo 42G(a) exige que uma entidade divulgue o ganho ou perda na baixa dos ativos financeiros
em que a entidade tiver envolvimento contínuo. A entidade divulgará se um ganho ou perda na baixa
ocorreu porque os valores justos dos componentes do ativo anteriormente reconhecido (ou seja, os juros
no ativo baixado e os juros retidos pela entidade) eram diferentes do valor justo do ativo anteriormente
reconhecido como um todo. Nessa situação, a entidade também divulgará se as mensurações do valor
justo incluíram informações significativas que não eram baseadas em dados de mercado observáveis,
conforme descrito no parágrafo 27A.

Informações suplementares (parágrafo 42H)


B39 As divulgações requeridas nos parágrafos 42D–42G podem não ser suficientes para alcançar os objetivos
de divulgação previstos no parágrafo 42B. Nesse caso, a entidade divulgará quaisquer informações
adicionais que sejam necessárias para atingir os objetivos de divulgação. A entidade decidirá, à luz
de suas circunstâncias, quanta informação adicional precisa fornecer para satisfazer as necessidades de
informações dos usuários e quanta ênfase colocar em diferentes aspectos das informações adicionais.
É necessário alcançar um equilíbrio entre sobrecarregar as demonstrações financeiras com detalhes
excessivos que podem não auxiliar os usuários de demonstrações financeiras e obscurecer informações
como resultado da excessiva agregação.

Compensação de ativos financeiros e passivos financeiros


(parágrafos 13A–13F)
Alcance (parágrafo 13A)

B40 As divulgações nos parágrafos 13B–13E são requeridas para todos os instrumentos financeiros
reconhecidos que são compensados de acordo com o parágrafo 42 da IAS 32. Além disso, instrumentos
financeiros estão dentro do alcance dos requisitos de divulgação nos parágrafos 13B–13E se estiverem
sujeitos a um acordo principal de liquidação exequível ou acordo similar que cobre transações e
instrumentos financeiros similares, independentemente de se os instrumentos financeiros são compensados
de acordo com o parágrafo 42 da IAS 32.

B41 Os acordos similares referidos nos parágrafos 13A e B40 incluem contratos de compensação de
derivativos, contratos globais principais de recompra, contratos globais principais de empréstimo de títulos
e quaisquer direitos relacionados à garantia financeira. As transações e instrumentos financeiros similares

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referidos no parágrafo B40 incluem derivativos, acordos de venda e recompra, contratos de recompra
e venda reversa, tomada de empréstimo de títulos e contratos de empréstimo de títulos. Exemplos de
instrumentos financeiros que não estão dentro do alcance do parágrafo 13A são empréstimos e depósitos
de clientes na mesma instituição (salvo se são compensados na demonstração da posição financeira) e
instrumentos financeiros que estão sujeitos somente a um contrato de garantia.

Divulgação de informações quantitativas para ativos financeiros reconhecidos


e passivos financeiros reconhecidos dentro do alcance do parágrafo 13A
(parágrafo 13C)

B42 Instrumentos financeiros divulgados de acordo com o parágrafo 13C podem estar sujeitos a diferentes
requisitos de mensuração (por exemplo, uma conta a pagar relacionada a um contrato de recompra pode
ser mensurada ao custo amortizado, enquanto um derivativo será mensurado ao valor justo). Uma entidade
incluirá instrumentos aos seus valores reconhecidos e descreverá quaisquer diferenças de mensuração
resultantes nas respectivas divulgações.

Divulgação dos valores brutos de ativos financeiros reconhecidos e passivos


financeiros reconhecidos dentro do alcance do parágrafo 13A [parágrafo 13C(a)]

B43 Os valores requeridos pelo parágrafo 13C(a) referem-se a instrumentos financeiros reconhecidos que
são compensados de acordo com o parágrafo 42 da IAS 32. Os valores requeridos pelo parágrafo 13C(a)
também referem-se a instrumentos financeiros reconhecidos que estão sujeitos a um acordo principal
de liquidação exequível ou acordo similar independentemente de se eles cumprem os critérios de
compensação. Entretanto, as divulgações requeridas pelo parágrafo 13C(a) não estão relacionadas a
quaisquer quantias reconhecidas como resultado de contratos de garantia que não cumprem os critérios
de compensação no parágrafo 42 da IAS 32. Em vez disso, esses valores devem ser divulgados de acordo
com o parágrafo 13C(d).

Divulgação dos valores que são compensados de acordo com os critérios no


parágrafo 42 da IAS 32 [parágrafo 13C(b)]

B44 O parágrafo 13C(b) exige que entidades divulguem os valores compensados de acordo com o parágrafo
42 da IAS 32 ao determinar os valores líquidos apresentados na demonstração da posição financeira.
Os valores tanto dos ativos financeiros reconhecidos quanto dos passivos financeiros reconhecidos que
estão sujeitos a compensação de acordo com o mesmo acordo serão divulgados tanto nas divulgações de
ativo financeiro quanto nas de passivo financeiro. Entretanto, os valores divulgados (por exemplo, em
uma tabela) estão limitados aos valores que estão sujeitos a compensação. Por exemplo, uma entidade
pode ter um ativo derivativo reconhecido e um passivo derivativo reconhecido que cumprem os critérios
de compensação no parágrafo 42 da IAS 32. Se o valor bruto do ativo derivativo é maior do que o valor
bruto do passivo derivativo, a tabela de divulgação de ativos financeiros incluirá o valor total do ativo
derivativo [de acordo com o parágrafo 13C(a)] e o valor total do passivo derivativo [de acordo com o
parágrafo 13C(b)]. Contudo, enquanto a tabela de divulgação de passivos financeiros incluirá o valor
total do passivo derivativo [de acordo com o parágrafo 13C(a)], ela somente incluirá o valor do ativo
derivativo [de acordo com o parágrafo 13C(b)] que seja igual ao valor do passivo derivativo.

Divulgação dos valores líquidos apresentados na demonstração da posição


financeira [parágrafo 13C(c)]

B45 Se uma entidade tem instrumentos que atendem ao alcance dessas divulgações (conforme especificado
no parágrafo 13A), mas que não atendem aos critérios de compensação no parágrafo 42 da IAS 32,
os valores que devem ser divulgados pelo parágrafo 13C(c) equivaleriam aos valores que devem ser
divulgados pelo parágrafo 13C(a).

B46 Os valores que devem ser divulgados pelo parágrafo 13C(c) devem ser conciliados com os valores de
rubricas individuais apresentados na demonstração da posição financeira. Por exemplo, se uma entidade
determina que a agregação ou desagregação de valores de rubricas de demonstrações financeiras
individuais fornece informações mais relevantes, ela deve conciliar os valores agregados ou desagregados

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IFRS Foundation A245
IFRS 7

divulgados no parágrafo 13C(c) para os valores de rubricas individuais apresentados na demonstração


da posição financeira.

Divulgação dos valores sujeitos a um acordo principal de liquidação exequível


ou acordo similar que não estão de outro modo incluídos no parágrafo 13C(b)
[parágrafo 13C(d)]

B47 O parágrafo 13C(d) requer que entidades divulguem valores sujeitos a um acordo principal de liquidação
exequível ou acordo similar que não estão de outro modo incluídos no parágrafo 13C(b). O parágrafo
13C(d)(i) refere-se a valores relativos a instrumentos financeiros reconhecidos que não cumprem alguns
ou todos os critérios de compensação no parágrafo 42 da IAS 32 (por exemplo, direitos correntes de
compensação que não atendem ao critério no parágrafo 42(b) da IAS 32, ou direitos condicionais de
compensação que são exequíveis e exercíveis somente em caso de inadimplência, ou somente no caso
de insolvência ou falência de quaisquer das contrapartes).

B48 O parágrafo 13C(d)(ii) refere-se a valores relativos a garantia financeira, incluindo garantia monetária,
tanto recebida quanto oferecida. Uma entidade divulgará o valor justo desses instrumentos financeiros
que foram oferecidos ou recebidos como garantia. Os valores divulgados de acordo com o parágrafo
13C(d)(ii) devem estar relacionados à garantia real recebida ou oferecida e não a quaisquer valores a
pagar ou a receber resultantes reconhecidos para devolver ou receber de volta essa garantia.

Limites sobre os valores divulgados no parágrafo 13C(d) (parágrafo 13D)

B49 Ao divulgar valores de acordo com o parágrafo 13C(d), uma entidade deve levar em conta os efeitos
de sobregarantia por instrumento financeiro. Para fazer isso, a entidade deve primeiramente deduzir os
valores divulgados de acordo com o parágrafo 13C(d)(i) do valor divulgado de acordo com o parágrafo
13C(c). A entidade então limitará os valores divulgados de acordo com o parágrafo 13C(d)(ii) ao valor
restante no parágrafo 13C(c) para o respectivo instrumento financeiro. Entretanto, se direitos a garantia
podem ser executados em instrumentos financeiros, esses direitos podem ser incluídos na divulgação
fornecida de acordo com o parágrafo 13D.

Descrição dos direitos de compensação sujeitos a acordos principais de liquidação


exequíveis e acordos similares (parágrafo 13E)

B50 Uma entidade descreverá os tipos de direitos de compensação e acordos similares divulgados em
conformidade com o parágrafo 13C(d), incluindo a natureza desses direitos. Por exemplo, uma entidade
divulgará seus direitos condicionais. Para instrumentos sujeitos a direitos de compensação que não
estão condicionados a um evento futuro, mas que não cumprem os critérios restantes no parágrafo 42 da
IAS 32, a entidade descreverá o(s) motivo(s) pelo(s) qual(is) os critérios não são cumpridos. Para qualquer
garantia financeira recebida ou oferecida, a entidade descreverá os termos do contrato de garantia (por
exemplo, quando a garantia é restrita).

Divulgação por tipo de instrumento financeiro ou por contraparte

B51 As divulgações quantitativas requeridas pelo parágrafo 13C(a)–(e) podem ser agrupadas por tipo de
transação ou instrumento financeiro (por exemplo, derivativos, contratos de recompra e de recompra
reversa ou tomada de empréstimo de títulos e contratos de empréstimo de títulos).

B52 Alternativamente, uma entidade pode agrupar as divulgações quantitativas requeridas pelo parágrafo
13C(a)–(c) por tipo de instrumento financeiro e as divulgações quantitativas requeridas pelo parágrafo
13C(c)–(e) por contraparte. Se uma entidade fornece a informação requerida por contraparte, a
entidade não é obrigada a identificar as contrapartes por nome. Entretanto, a designação de contrapartes
(Contraparte A, Contraparte B, Contraparte C, etc.) continuará consistente ano a ano para os anos
apresentados a fim de manter a comparabilidade. Divulgações qualitativas serão consideradas de modo
que mais informações podem ser dadas sobre os tipos de contrapartes. Quando a divulgação dos valores
no parágrafo 13C(c)–(e) é fornecida por contraparte, os valores que são individualmente significativos

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em termos de valores totais da contraparte serão divulgados separadamente e os valores restantes da


contraparte individualmente insignificantes serão agregados em uma rubrica.

Outros

B53 As divulgações específicas requeridas pelos parágrafos 13C–13E são requisitos mínimos. Para atingir
o objetivo do parágrafo 13B, uma entidade pode precisar complementá-las com divulgações adicionais
(qualitativas), dependendo dos termos dos acordos principais de liquidação exequíveis e contratos
relacionados, incluindo a natureza dos direitos de compensação e seu efeito ou efeitos potenciais na
posição financeira da entidade.

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IFRS 7

Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2007.
Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2005, foram incorporadas ao texto das
respectivas IFRSs incluídas nesta edição.

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IFRS 8

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 8

Segmentos Operacionais
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 14 – Relatórios por
Segmento, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em agosto de
1997. A IAS 14 – Relatórios por Segmento substituiu a IAS 14 – Informações Financeiras por Segmento, emitida
em agosto de 1981.

Em novembro de 2006, o IASB emitiu a IFRS 8 – Segmentos Operacionais para substituir a IAS 14. A IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em
todas as IFRSs, inclusive na IFRS 8.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 14 e à IFRS 8. Elas incluem a IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs
(emitida em abril de 2009) e a IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas (emitida em novembro de 2009).

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IFRS 8

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 8
SEGMENTOS OPERACIONAIS
PRINCÍPIO BÁSICO 1
ALCANCE 2
SEGMENTOS OPERACIONAIS 5
SEGMENTOS REPORTÁVEIS 11
Critérios de agregação 12
Limites quantitativos 13
DIVULGAÇÃO 20
Informações gerais 22
Informações sobre lucros e perdas, ativos e passivos 23
MENSURAÇÃO 25
Conciliações 28
Reapresentação de informações divulgadas anteriormente 29
DIVULGAÇÕES PARA TODA A ENTIDADE 31
Informações sobre produtos e serviços 32
Informações sobre áreas geográficas 33
Informações sobre principais clientes 34
TRANSIÇÃO E DATA DE VIGÊNCIA 35
REVOGAÇÃO DA IAS 14 37
APÊNDICES
A Termo definido
B Alterações a outras IFRSs
APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 8 EMITIDA EM NOVEMBRO DE 2006
Base para Conclusões
APÊNDICES
A Informações de contexto e base para conclusões do FASB
(Conselho de Normas de Contabilidade dos EUA) sobre a SFAS 131
B Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

OPINIÕES DIVERGENTES
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
APÊNDICE
Alterações a outras Orientações de Implementação

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IFRS 8

A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 8 – Segmentos Operacionais (IFRS 8) é definida nos
parágrafos 1–37 e Apêndices A e B. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. As definições de termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro. A IFRS 8 deve ser lida no contexto de seu princípio básico, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IFRS Foundation A251
IFRS 8

Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 8 – Segmentos Operacionais define requisitos para
a divulgação de informações sobre os segmentos operacionais de uma entidade e também os produtos e
serviços da entidade, as áreas geográficas em que ela opera e seus principais clientes.

IN2 A obtenção de convergência de normas contábeis em todo o mundo é um dos principais objetivos do
Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB). Na busca desse objetivo, o Conselho e
o Conselho de Normas de Contabilidade Financeira (Financial Accounting Standards Board – FASB)
nos EUA empreenderam um projeto conjunto de curto prazo, com o objetivo de reduzir as diferenças
entre as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e os princípios contábeis geralmente
aceitos nos EUA (PCGAs dos EUA), que possam ser resolvidas em um período relativamente curto e
que possam ser tratadas fora de projetos importantes. Um aspecto desse projeto envolve a consideração
pelos dois conselhos de suas normas recentes com vistas a adotar soluções de relatório financeiro de alta
qualidade. A IFRS surge da consideração do IASB do Pronunciamento FASB 131 – Divulgações sobre
Segmentos de uma Empresa e Informações Relacionadas (SFAS 131) emitido em 1997, em comparação
com a IAS 14 – Relatórios por Segmento que foi emitida substancialmente em sua forma presente pelo
órgão predecessor do IASB, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC) em 1997.

IN3 A IFRS obtém a convergência com os requisitos do SFAS 131, exceto em relação a pequenas diferenças
listadas no parágrafo BC60 da Base para Conclusões. A redação da IFRS é a mesma do SFAS 131, exceto
em relação às mudanças necessárias para tornar a terminologia consistente com aquela em outras IFRSs.

Principais características da IFRS


IN4 A IFRS especifica como uma entidade deve apresentar informações sobre seus segmentos operacionais
em demonstrações financeiras anuais e como uma alteração decorrente à IAS 34 – Relatório Financeiro
Intermediário exige que uma entidade apresente informações selecionadas sobre seus segmentos
operacionais em relatórios financeiros intermediários. Ela também define os requisitos para as respectivas
divulgações sobre produtos e serviços, áreas geográficas e principais clientes.

IN5 A IFRS exige que uma entidade apresente informações financeiras e descritivas sobre seus segmentos
reportáveis. Os segmentos reportáveis são segmentos operacionais ou agregações de segmentos
operacionais que atendem aos critérios especificados. Segmentos operacionais são componentes de
uma entidade sobre os quais estão disponíveis informações financeiras separadas, que são avaliadas
regularmente pelo principal tomador de decisões operacionais ao decidir como alocar recursos e ao
avaliar o desempenho. De modo geral, a apresentação de informações financeiras é exigida na mesma
base que é utilizada internamente para avaliar o desempenho do segmento operacional e decidir como
alocar recursos aos segmentos operacionais.

IN6 A IFRS exige que uma entidade apresente uma mensuração dos lucros e perdas do segmento operacional
e de ativos do segmento. Ela também exige que uma entidade apresente uma mensuração de passivos do
segmento e itens específicos de receita e despesa se essas mensurações forem fornecidas regularmente
ao principal tomador de decisões operacionais. Ela exige as conciliações das receitas totais do segmento
reportável, lucros e perdas total, total de ativos, passivos e outros valores divulgados para segmentos
reportáveis com os correspondentes valores nas demonstrações financeiras da entidade.

IN7 A IFRS exige que uma entidade apresente informações sobre as receitas provenientes de seus produtos ou
serviços (ou grupos de produtos e serviços similares), sobre os países em que ela obtém receitas e mantém
ativos e sobre os principais clientes, independente de essas informações serem usadas pela administração
ao tomar decisões operacionais. Entretanto, a IFRS não exige que uma entidade apresente informações
que não sejam preparadas para uso interno se as informações necessárias não estiverem disponíveis e o
custo para desenvolvê-las for excessivo.

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IFRS 8

IN8 A IFRS também exige que uma entidade forneça informações descritivas sobre a forma em que os
segmentos operacionais foram determinados, os produtos e serviços fornecidos pelos segmentos, as
diferenças entre as mensurações usadas na apresentação das informações por segmento e aquelas usadas
nas demonstrações financeiras da entidade e mudanças na mensuração dos valores do segmento de período
a período.

IN9 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

Mudanças em relação aos requisitos anteriores


IN10 A IFRS substitui a IAS 14 – Relatórios por Segmento. As principais alterações em relação à IAS 14 estão
descritas abaixo.

Identificação de segmentos
IN11 Os requisitos da IFRS são baseados nas informações sobre os componentes da entidade que a administração
usa para tomar decisões sobre assuntos operacionais. A IFRS exige a identificação de segmentos
operacionais com base nos relatórios internos que são avaliados regularmente pelo principal tomador de
decisões operacionais da entidade para alocar recursos ao segmento e avaliar seu desempenho. A IAS 14
exigia a identificação de dois conjuntos de segmentos – um baseado nos produtos e serviços relacionados
e outro nas áreas geográficas. A IAS 14 considerava um conjunto como segmentos primários e o outro
como segmentos secundários.

IN12 Um componente de uma entidade que vende, principalmente ou exclusivamente, a outros segmentos
operacionais da entidade está incluído na definição da IFRS de um segmento operacional, se a entidade
for gerenciada dessa forma. A IAS 14 limitava os segmentos reportáveis àqueles que obtêm a maioria
de suas receitas de vendas a clientes externos e, portanto, não exigia que diferentes fases de operações
integradas verticalmente fossem identificadas como segmentos separados.

Mensuração de informações por segmento


IN13 A IFRS exige que o valor informado de cada item por segmento operacional seja a mensuração informada
ao principal tomador de decisões operacionais para a finalidade de alocar recursos ao segmento e avaliar
seu desempenho. A IAS 14 exigia que as informações por segmento fossem preparadas de acordo com
as políticas contábeis adotadas para a preparação e apresentação de demonstrações financeiras do grupo
ou entidade consolidada.

IN14 A IAS 14 definia receita do segmento, despesa do segmento, resultado do segmento, ativos do segmento
e passivos do segmento. A IFRS não define esses termos, mas exige uma explicação de como lucros e
perdas do segmento, ativos do segmento e passivos do segmento são mensurados para cada segmento
reportável.

Divulgação
IN15 A IFRS exige que uma entidade divulgue as seguintes informações:

(a) fatores utilizados para identificar os segmentos operacionais da entidade, incluindo a base de
organização (por exemplo, se a administração organiza a entidade em torno de diferenças em
produtos e serviços, áreas geográficas, ambientes regulatórios ou uma combinação de fatores e se
os segmentos foram agregados) e

(b) tipos de produtos e serviços dos quais cada segmento reportável obtém suas receitas.

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IFRS 8

IN16 A IAS 14 exigia que a entidade divulgasse itens específicos de informações sobre seus segmentos
primários. A IFRS exige que uma entidade divulgue valores específicos sobre cada segmento reportável,
se os valores específicos estiverem incluídos na mensuração de lucros e perdas do segmento e forem
avaliados pelo, ou de outro modo fornecidos regularmente ao, principal tomador de decisões operacionais.

IN17 A IFRS exige que uma entidade informe receita de juros separadamente de despesa de juros para cada
segmento reportável, exceto se a maioria das receitas do segmento for proveniente de juros e o principal
tomador de decisões operacionais confiar principalmente na receita líquida de juros para avaliar o
desempenho do segmento e tomar decisões sobre os recursos a serem alocados ao segmento. A IAS 14
não exigia a divulgação de receita e despesa de juros.

IN18 A IFRS exige que uma entidade, incluindo uma entidade com um único segmento reportável, divulgue
informações para a entidade como um todo sobre seus produtos e serviços, áreas geográficas e principais
clientes. Esse requisito se aplica, independente da organização da entidade, se as informações não
estiverem incluídas como parte das divulgações sobre segmentos. A IAS 14 exigia a divulgação de
informações sobre segmento secundário para segmentos industriais ou geográficos, para complementar
as informações fornecidas para os segmentos primários.

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IFRS Foundation
IFRS 8

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 8


Segmentos Operacionais

Princípio essencial
1 Uma entidade divulgará informações para permitir que os usuários de suas demonstrações
financeiras avaliem a natureza e os efeitos financeiros das atividades de negócio nas quais se envolve
e os ambientes econômicos em que opera.

Alcance
2 Esta IFRS será aplicada a:

(a) demonstrações financeiras separadas ou individuais de uma entidade:

(i) cujos instrumentos de dívida ou de patrimônio sejam negociados em um mercado público


(uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados
locais e regionais), ou

(ii) que registre, ou esteja em processo de registro de, suas demonstrações financeiras junto a
uma comissão de valores mobiliários ou outra organização reguladora para a finalidade de
emitir qualquer classe de instrumentos em um mercado público; e

(b) demonstrações financeiras consolidadas de um grupo com uma controladora:

(i) cujos instrumentos de dívida ou de patrimônio sejam negociados em um mercado público


(uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados
locais e regionais), ou

(ii) que registre, ou esteja em processo de registro de, suas demonstrações financeiras
consolidadas junto a uma comissão de valores mobiliários ou outra organização reguladora
para a finalidade de emitir qualquer classe de instrumentos em um mercado público.

3 Se uma entidade que não tiver que aplicar esta IFRS escolher divulgar informações sobre segmentos que
não cumpram esta IFRS, ela não descreverá as informações como informações por segmento.

4 Se um relatório financeiro contiver tanto demonstrações financeiras consolidadas de uma controladora


que esteja dentro do alcance desta IFRS quanto demonstrações financeiras separadas da controladora,
as informações por segmento são exigidas apenas nas demonstrações financeiras consolidadas.

Segmentos operacionais
5 Um segmento operacional é um componente de uma entidade:

(a) que atua em atividades de negócios das quais pode obter receitas e incorrer em despesas (incluindo
receitas e despesas relacionadas a transações com outros componentes da mesma entidade),

(b) cujos resultados operacionais sejam regularmente avaliados pelo principal tomador de decisões
operacionais da entidade, ao decidir sobre os recursos a serem alocados ao segmento e ao avaliar
o seu desempenho, e

(c) em relação ao qual estão disponíveis informações financeiras distintas.

Um segmento operacional pode se envolver em atividades de negócios das quais ainda deve obter receitas,
por exemplo, operações iniciais podem ser segmentos operacionais antes de obter receitas.

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IFRS 8

6 Nem toda parte de uma entidade é necessariamente um segmento operacional ou parte de um segmento
operacional. Por exemplo, uma sede corporativa ou alguns departamentos funcionais podem não obter
receitas ou podem obter receitas que sejam apenas incidentais às atividades da entidade e não seriam
segmentos operacionais. Para as finalidades desta IFRS, planos de benefícios pós-emprego de uma
entidade não são segmentos operacionais.

7 O termo “principal tomador de decisões operacionais” identifica uma função, não necessariamente um
gerente com um cargo específico. Essa função deve alocar recursos e avaliar o desempenho dos segmentos
operacionais de uma entidade. Com frequência, o principal tomador de decisões operacionais de uma
entidade é o presidente executivo ou o principal executivo operacional, mas, por exemplo, pode ser um
grupo de diretores executivos ou outros.

8 Para muitas entidades, as três características de segmentos operacionais descritas no parágrafo 5


identificam claramente seus segmentos operacionais. Entretanto, uma entidade pode produzir relatórios
em que suas atividades de negócio sejam apresentadas de diversas formas. Se o principal tomador de
decisões operacionais utilizar mais que um conjunto de informações por segmento, outros fatores podem
identificar um único conjunto de componentes como constituindo segmentos operacionais de uma
entidade, incluindo a natureza das atividades de negócio de cada componente, a existência de gerentes
responsáveis por elas e as informações apresentadas ao conselho de administração.

9 De modo geral, um segmento operacional tem um gerente de segmento que presta contas diretamente ao
principal tomador de decisões operacionais e mantém contato regular com ele para discutir atividades
operacionais, resultados financeiros, previsões ou planos para o segmento. O termo “gerente de segmento”
identifica uma função, não necessariamente um gerente com um cargo específico. O principal tomador de
decisões operacionais também pode ser o gerente de segmento para alguns segmentos operacionais. Um
único gerente pode ser o gerente de segmento para mais de um segmento operacional. Se as características
no parágrafo 5 se aplicarem a mais de um conjunto de componentes de uma organização, mas houver
apenas um conjunto pelo qual os gerentes de segmento são considerados responsáveis, esse conjunto de
componentes constitui os segmentos operacionais.

10 As características no parágrafo 5 podem se aplicar a dois ou mais conjuntos sobrepostos de componentes


pelos quais os gerentes são considerados responsáveis. Essa estrutura é algumas vezes referida como uma
forma de organização matricial. Por exemplo, em algumas entidades, alguns gerentes são responsáveis
por diferentes linhas de produto e serviço em todo o mundo, enquanto outros gerentes são responsáveis
por áreas geográficas específicas. O principal tomador de decisões operacionais avalia regularmente
os resultados operacionais de ambos os conjuntos de componentes, e as informações financeiras estão
disponíveis para ambos. Nessa situação, a entidade determinará qual conjunto de componentes constitui
os segmentos operacionais por referência ao princípio básico.

Segmentos reportáveis
11 Uma entidade apresentará separadamente as informações sobre cada segmento operacional que:

(a) tiver sido identificado de acordo com os parágrafos 5–10 ou resultar da agregação de dois ou mais
desses segmentos de acordo com o parágrafo 12, e

(b) exceder os limites quantitativos no parágrafo 13.

Os parágrafos 14–19 especificam outras situações em que serão apresentadas informações separadas
sobre um segmento operacional.

Critérios de agregação
12 Os segmentos operacionais exibem, com frequência, desempenho financeiro de longo prazo similar se
tiverem características econômicas similares. Por exemplo, seriam esperadas margens brutas médias
de longo prazo similares para dois segmentos operacionais se suas características econômicas fossem
similares. Dois ou mais segmentos operacionais podem ser agregados em um único segmento operacional

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se a agregação for consistente com o princípio básico desta IFRS, os segmentos tiverem características
econômicas similares e os segmentos forem similares em cada um dos seguintes aspectos:

(a) a natureza dos produtos e serviços;

(b) a natureza dos processos de produção;

(c) o tipo ou classe de cliente para seus produtos e serviços;

(d) os métodos utilizados para distribuir seus produtos ou fornecer seus serviços; e

(e) se aplicável, a natureza do ambiente regulatório, por exemplo, operações bancárias, seguros ou
serviços de utilidade pública.

Limites quantitativos
13 Uma entidade apresentará informações separadamente sobre um segmento operacional que atingir
qualquer um dos seguintes limites quantitativos:

(a) Sua receita informada, incluindo tanto as vendas a clientes externos quanto as vendas ou
transferências entre segmentos, for 10% ou mais da receita combinada, interna e externa, de todos
os segmentos operacionais.

(b) O valor absoluto de seus lucros e perdas informados for 10% ou mais do que for maior, em valor
absoluto, entre (i) o lucro combinado informado de todos os segmentos operacionais que não
informaram uma perda e (ii) a perda combinada informada de todos os segmentos operacionais
que informaram uma perda.

(c) Seus ativos forem 10% ou mais dos ativos combinados de todos os segmentos operacionais.

Os segmentos operacionais que não atingirem nenhum dos limites quantitativos podem ser considerados
como reportáveis e divulgados separadamente, se a administração acreditar que as informações sobre o
segmento seriam úteis aos usuários das demonstrações financeiras.

14 Uma entidade pode combinar informações sobre segmentos operacionais que não atingirem os limites
quantitativos com informações sobre outros segmentos operacionais que não atingirem os limites
quantitativos para produzir um segmento reportável apenas se os segmentos operacionais tiverem
características econômicas similares e compartilharem a maioria dos critérios de agregação listados no
parágrafo 12.

15 Se a receita externa total informada por segmentos operacionais constituir menos de 75% da receita da
entidade, os segmentos operacionais adicionais serão identificados como segmentos reportáveis (mesmo
se não atenderem aos critérios no parágrafo 13) até, pelo menos, 75% da receita da entidade ser incluída
nos segmentos reportáveis.

16 As informações sobre outras atividades de negócio e segmentos operacionais que não sejam reportáveis
serão combinadas e divulgadas em uma categoria “todos os outros segmentos” separadamente de outros
itens de conciliação nas conciliações exigidas pelo parágrafo 28. As fontes da receita incluída na categoria
“todos os outros segmentos” serão descritas.

17 Se a administração julgar que um segmento operacional identificado como um segmento reportável


no período imediatamente anterior é de significância contínua, as informações sobre esse segmento
continuarão a ser apresentadas separadamente no período corrente, mesmo se não mais atenderem aos
critérios de apresentação de informações no parágrafo 13.

18 Se um segmento operacional for identificado como um segmento reportável no período corrente de


acordo com os limites quantitativos, os dados do segmento para um período anterior apresentados para
fins comparativos serão reapresentados para refletir o segmento reportável recém identificado como um

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IFRS 8

segmento separado, mesmo se esse segmento não atendia aos critérios para apresentação de informações
no parágrafo 13 no período anterior, exceto se as informações necessárias não estiverem disponíveis e
o custo para desenvolvê-las for excessivo.

19 Pode haver um limite prático para o número de segmentos reportáveis que uma entidade divulga
separadamente, além do qual as informações por segmento podem se tornar muito detalhadas. Embora
nenhum limite exato tenha sido determinado, quando o número de segmentos que devem ser divulgados
de acordo com os parágrafos 13–18 aumentar acima de dez, a entidade deve considerar se um limite
prático foi atingido.

Divulgação
20 Uma entidade divulgará informações para permitir que os usuários de suas demonstrações
financeiras avaliem a natureza e os efeitos financeiros das atividades de negócio nas quais se envolve
e os ambientes econômicos em que opera.

21 Para dar efeito ao princípio no parágrafo 20, uma entidade divulgará os seguintes itens para cada período
em que é apresentada uma demonstração do resultado abrangente:

(a) informações gerais, conforme descrito no parágrafo 22;

(b) informações sobre lucros e perdas do segmento, incluindo receitas e despesas específicas incluídas
em lucros e perdas do segmento, ativos do segmento, passivos do segmento e a base de mensuração,
conforme descrito nos parágrafos 23–27; e

(c) conciliações dos totais de receitas do segmento, lucros e perdas do segmento, ativos do segmento,
passivos do segmento e outros itens relevantes do segmento com os respectivos valores da entidade,
conforme descrito no parágrafo 28.

As conciliações, dos valores na demonstração da posição financeira de segmentos reportáveis com


os valores na demonstração da posição financeira da entidade, são exigidas para cada data em que é
apresentada uma demonstração da posição financeira. As informações de períodos anteriores serão
reapresentadas, conforme descrito nos parágrafos 29 e 30.

Informações gerais
22 Uma entidade divulgará as seguintes informações gerais:

(a) fatores utilizados para identificar os segmentos reportáveis da entidade, incluindo a base de
organização (por exemplo, se a administração escolheu organizar a entidade em torno de diferenças
em produtos e serviços, áreas geográficas, ambientes regulatórios ou uma combinação de fatores
e se os segmentos operacionais foram agregados), e

(b) tipos de produtos e serviços dos quais cada segmento reportável obtém suas receitas.

Informações sobre lucros e perdas, ativos e passivos


23 Uma entidade apresentará uma mensuração de lucros e perdas para cada segmento reportável. Uma
entidade apresentará uma mensuração do total de ativos e passivos para cada segmento reportável se esses
valores forem fornecidos regularmente ao principal tomador de decisões operacionais. Uma entidade
também divulgará os seguintes itens sobre cada segmento reportável, se os valores específicos forem
incluídos na mensuração de lucros e perdas do segmento, avaliada pelo principal tomador de decisões
operacionais, ou de outro modo fornecida regularmente ao principal tomador de decisões operacionais,
mesmo se não estiverem incluídos nessa mensuração de lucros e perdas do segmento:

(a) receitas provenientes de clientes externos;

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(b) receitas de transações com outros segmentos operacionais da mesma entidade;

(c) receitas de juros;

(d) despesa de juros;

(e) depreciação e amortização;

(f) itens relevantes de receita e despesa divulgados de acordo com o parágrafo 97 da IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007);

(g) a participação da entidade em lucros e perdas de coligadas e empreendimentos em conjunto


contabilizados pelo método de equivalência patrimonial;

(h) despesa ou receita de imposto sobre a renda; e

(i) itens não monetários relevantes, exceto depreciação e amortização.

Uma entidade informará receita de juros separadamente da despesa de juros para cada segmento reportável,
exceto se a maioria das receitas do segmento for proveniente de juros e o principal tomador de decisões
operacionais confiar principalmente na receita líquida de juros para avaliar o desempenho do segmento
e tomar decisões sobre recursos a serem alocados ao segmento. Nessa situação, uma entidade pode
informar receita de juros desse segmento líquida de sua despesa de juros e divulgar que fez isso.

24 Uma entidade divulgará os seguintes itens sobre cada segmento reportável se os valores específicos
forem incluídos na mensuração de ativos do segmento, avaliada pelo principal tomador de decisões
operacionais, ou de outro modo fornecida regularmente ao principal tomador de decisões operacionais,
mesmo se não forem incluídos na mensuração de ativos do segmento:

(a) o valor de investimentos em coligadas e empreendimentos em conjunto contabilizados pelo método


de equivalência patrimonial, e

(b) os valores de adições a ativos não circulantes1 que não sejam instrumentos financeiros, impostos
diferidos ativos, ativo de benefício definido líquido (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados) e
direitos decorrentes de contratos de seguro.

Mensuração
25 O valor de cada item do segmento informado será a mensuração informada ao principal tomador de
decisões operacionais com a finalidade de tomar decisões sobre a alocação de recursos ao segmento e
avaliar seu desempenho. Os ajustes e as eliminações feitos na elaboração das demonstrações financeiras
de uma entidade e as alocações de receitas, despesas e ganhos ou perdas serão incluídos na determinação
de lucros e perdas do segmento apenas se eles forem incluídos na mensuração de lucros e perdas do
segmento que é utilizada pelo principal tomador de decisões operacionais. Da mesma forma, apenas
aqueles ativos e passivos que forem incluídos nas mensurações dos ativos do segmento e passivos do
segmento que são utilizados pelo principal tomador de decisões operacionais serão informados para esse
segmento. Se os valores forem alocados em lucros e perdas, ativos ou passivos informados do segmento,
esses valores serão alocados de forma razoável.

26 Se o principal tomador de decisões operacionais utilizar apenas uma mensuração de lucros e perdas
de um segmento operacional, ativos do segmento ou passivos do segmento ao avaliar o desempenho
do segmento e decidir como alocar recursos, o lucros e perdas, ativos e passivos do segmento serão
informados com base nessa mensuração. Se o principal tomador de decisões operacionais utilizar mais
de uma mensuração de lucros e perdas de um segmento operacional, ativos do segmento ou passivos do
segmento, as mensurações informadas serão aquelas que a administração acreditar que estão determinadas

1 Para ativos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os ativos não circulantes são ativos que incluem valores
que se espera serem recuperados mais de doze meses após o período de relatório.

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de acordo com os princípios de mensuração mais consistentes com aqueles usados na mensuração dos
valores correspondentes nas demonstrações financeiras da entidade.

27 Uma entidade fornecerá uma explicação das mensurações de lucros e perdas do segmento, ativos do
segmento e passivos do segmento, para cada segmento reportável. No mínimo, uma entidade divulgará
o seguinte:

(a) a base de contabilização de quaisquer transações entre segmentos reportáveis.

(b) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações de lucros e perdas dos segmentos
reportáveis e lucros e perdas da entidade antes da despesa ou receita de imposto sobre a renda e
operações descontinuadas (se não estiverem aparentes nas conciliações descritas no parágrafo 28).
Essas diferenças poderiam incluir políticas contábeis e políticas para a alocação de custos incorridos
centralmente que sejam necessários para a compreensão das informações do segmento.

(c) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações dos ativos do segmento reportável e os
ativos da entidade (se não estiverem aparentes das conciliações descritas no parágrafo 28). Essas
diferenças poderiam incluir políticas contábeis e políticas para a alocação de ativos utilizados em
conjunto que sejam necessários para a compreensão das informações do segmento.

(d) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações dos passivos dos segmentos reportáveis e os
passivos da entidade (se não estiverem aparentes das conciliações descritas no parágrafo 28). Essas
diferenças poderiam incluir políticas contábeis e políticas para a alocação de passivos utilizados
em conjunto que sejam necessários para a compreensão das informações do segmento.

(e) a natureza de quaisquer mudanças em relação a períodos anteriores nos métodos de mensuração
utilizados para determinar o lucros e perdas do segmento e o efeito, se houver, dessas mudanças
sobre a mensuração de lucros e perdas do segmento.

(f) a natureza e o efeito de quaisquer alocações assimétricas a segmentos reportáveis. Por exemplo,
uma entidade poderia alocar despesa de depreciação a um segmento sem alocar os respectivos
ativos depreciáveis a esse segmento.

Conciliações
28 Uma entidade fornecerá as conciliações de todos os seguintes itens:

(a) o total das receitas dos segmentos reportáveis com as receitas da entidade.

(b) o total das mensurações de lucros e perdas dos segmentos reportáveis com o lucros e perdas da
entidade antes de despesa (receita) com impostos e operações descontinuadas. Entretanto, se uma
entidade alocar a segmentos reportáveis itens tais como despesa (receita) com impostos, a entidade
pode conciliar o total das mensurações de lucros e perdas dos segmentos com os lucros e perdas
da entidade depois desses itens.

(c) o total dos ativos dos segmentos reportáveis com os ativos da entidade.

(d) o total dos passivos dos segmentos reportáveis com os passivos da entidade se os passivos do
segmento forem informados de acordo com o parágrafo 23.

(e) o total dos valores dos segmentos reportáveis para quaisquer outros itens relevantes com o valor
correspondente para a entidade.

Todos os itens de conciliação relevantes serão identificados e descritos separadamente. Por exemplo,
o valor de cada ajuste relevante necessário para conciliar os lucros e perdas do segmento reportável
com os lucros e perdas da entidade decorrente de diferentes políticas contábeis será identificado e
descrito separadamente.

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Reapresentação de informações divulgadas anteriormente


29 Se uma entidade mudar a estrutura de sua organização interna de forma que cause a mudança da
composição de seus segmentos reportáveis, as informações correspondentes de períodos anteriores,
incluindo períodos intermediários, serão reapresentadas, exceto se as informações não estiverem
disponíveis e o custo para desenvolvê-las for excessivo. A determinação sobre se as informações não
estão disponíveis e o custo para desenvolvê-las é excessivo será feita para cada item individual de
divulgação. Após uma mudança na composição de seus segmentos reportáveis, uma entidade divulgará
se ela reapresentou os itens correspondentes das informações do segmento de períodos anteriores.

30 Se uma entidade tiver mudado a estrutura de sua organização interna de forma que cause a mudança da
composição de seus segmentos reportáveis, e se as informações do segmento de períodos anteriores,
incluindo períodos intermediários, não forem reapresentadas para refletir a mudança, a entidade divulgará,
no ano em que a mudança ocorrer, as informações do segmento do período corrente tanto na base antiga
quanto na base nova de segmentação, exceto se as informações necessárias não estiverem disponíveis e
o custo para desenvolvê-las for excessivo.

Divulgações para toda a entidade


31 Os parágrafos 32–34 se aplicam a todas as entidades sujeitas a esta IFRS, incluindo aquelas entidades
que tenham um único segmento reportável. As atividades de negócios de algumas entidades não
estão organizadas com base em diferenças em produtos e serviços relacionados ou diferenças em
áreas geográficas de operações. Os segmentos reportáveis de uma entidade podem informar receitas
provenientes de uma ampla variedade de produtos e serviços essencialmente diferentes, ou mais de
um de seus segmentos reportáveis podem fornecer essencialmente os mesmos produtos e serviços. Da
mesma forma, os segmentos reportáveis de uma entidade podem manter ativos em diferentes áreas
geográficas e informar receitas provenientes de clientes em diferentes áreas geográficas, ou mais de
um de seus segmentos reportáveis podem operar na mesma área geográfica. As informações exigidas
pelos parágrafos 32–34 serão fornecidas apenas se não forem fornecidas como parte das informações
do segmento reportável exigidas por esta IFRS.

Informações sobre produtos e serviços


32 Uma entidade informará as receitas provenientes de clientes externos para cada produto e serviço, ou cada
grupo de produtos e serviços similares, exceto se as informações necessárias não estiverem disponíveis e
o custo para desenvolvê-las for excessivo, em cujo caso esse fato será divulgado. Os valores de receitas
informados serão baseados nas informações financeiras utilizadas para produzir as demonstrações
financeiras da entidade.

Informações sobre áreas geográficas


33 Uma entidade apresentará as seguintes informações geográficas, exceto se as informações necessárias
não estiverem disponíveis e o custo para desenvolvê-las for excessivo:

(a) receitas provenientes de clientes externos (i) atribuídas ao país de domicílio da entidade e (ii)
atribuídas a todos os países estrangeiros nos quais a entidade obtém receitas. Se as receitas
provenientes de clientes externos atribuídas a um país estrangeiro individual forem relevantes,
essas receitas serão divulgadas separadamente. Uma entidade divulgará a base para atribuição de
receitas provenientes de clientes externos a países individuais.

(b) ativos não circulantes2, exceto instrumentos financeiros, impostos diferidos ativos, ativos de
benefício pós-emprego, e direitos decorrentes de contratos de seguro (i) localizados no país
de domicílio da entidade e (ii) localizados em todos os países estrangeiros em que a entidade

2 Para ativos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os ativos não circulantes são ativos que incluem valores
que se espera serem recuperados mais de doze meses após o período de relatório.

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IFRS 8

mantém ativos. Se os ativos em um país estrangeiro individual forem relevantes, esses ativos serão
divulgados separadamente.

Os valores informados serão baseados nas informações financeiras que são utilizadas para produzir as
demonstrações financeiras da entidade. Se as informações financeiras não estiverem disponíveis e o
custo para desenvolvê-las for excessivo, esse fato será divulgado. Uma entidade pode fornecer, além das
informações exigidas por este parágrafo, subtotais de informações geográficas sobre grupos de países.

Informações sobre principais clientes


34 Uma entidade fornecerá informações sobre a extensão de sua dependência nos principais clientes. Se
as receitas de transações com um único cliente externo totalizarem 10% ou mais das receitas de uma
entidade, a entidade divulgará esse fato, o valor total das receitas de cada cliente e a identidade do
segmento ou segmentos que informam as receitas. A entidade não precisa divulgar a identidade de um
principal cliente nem o valor das receitas desse cliente informada por cada segmento. Para as finalidades
desta IFRS, um grupo de entidades que uma entidade que reporta saiba estar sob controle comum será
considerado como um único cliente. Entretanto, é necessário julgamento para avaliar se um governo
(incluindo órgãos governamentais e órgãos similares, sejam eles locais, nacionais ou internacionais) e
as entidades que a entidade que reporta saiba estarem sob o controle desse governo serão consideradas
como um único cliente. Ao avaliar isso, a entidade que reporta considerará a extensão de integração
econômica entre essas entidades.

Transição e data de vigência


35 Uma entidade aplicará esta IFRS em suas demonstrações financeiras anuais para períodos iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta IFRS em
suas demonstrações financeiras para um período anterior a 1º de janeiro de 2009, ela divulgará esse fato.

35A O parágrafo 23 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em abril de 2009. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

36 As informações por segmento de anos anteriores que sejam apresentadas como informações comparativas
para o ano inicial de aplicação (incluindo a aplicação da alteração ao parágrafo 23 feita em abril de 2009)
serão reapresentadas para se adequar aos requisitos desta IFRS, exceto se as informações necessárias
não estiverem disponíveis e o custo para desenvolvê-las for excessivo.

36A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
ela alterou o parágrafo 23(f). Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período
anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

36B A IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas (tal como revisada em 2009) alterou o parágrafo 34
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2011. Se uma entidade aplicar a IAS 24 (revisada
em 2009) para um período anterior, ela aplicará a alteração ao parágrafo 34 para esse período anterior.

Revogação da IAS 14
37 Esta IFRS substitui a IAS 14 – Relatórios por Segmento.

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IFRS 8

Apêndice A
Termo definido

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

segmento operacional Um segmento operacional é um componente de uma entidade:

(a) que atua em atividades de negócios das quais pode obter receitas e
incorrer em despesas (incluindo receitas e despesas relacionadas a
transações com outros componentes da mesma entidade),

(b) cujos resultados operacionais sejam regularmente avaliados pelo


principal tomador de decisões operacionais da entidade, ao decidir
sobre os recursos a serem alocados ao segmento e ao avaliar o seu
desempenho, e

(c) em relação ao qual estão disponíveis informações financeiras distintas.

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IFRS 8

Apêndice B
Alterações a outras IFRSs

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior. Nos parágrafos alterados, o novo texto está sublinhado e o texto excluído está tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2006, foram incorporadas ao texto das
respectivas IFRSs nesta edição.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 9

Instrumentos Financeiros
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 39 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais
de Contabilidade em março de 1999.

O IASB pretende substituir a IAS 39 em sua totalidade. Contudo, em resposta a solicitações de partes interessadas
de que a contabilização de instrumentos financeiros seja melhorada rapidamente, o IASB dividiu seu projeto de
substituição da IAS 39 em fases. Conforme o IASB conclui cada fase, ele substituirá partes da IAS 39 por capítulos
na IFRS 9.

Em novembro de 2009, o IASB emitiu os capítulos da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros relativos à classificação
e mensuração de ativos financeiros. Em outubro de 2010 o IASB acrescentou à IFRS 9 os requisitos relativos à
classificação e mensuração de passivos financeiros. Isso inclui requisitos sobre derivativos embutidos e como
contabilizar riscos de crédito próprios para passivos financeiros que são mensurados ao valor justo.

Em outubro de 2010 o IASB também decidiu manter inalterados os requisitos da IAS 39 relativos à baixa de ativos
financeiros e passivos financeiros. Devido a essas mudanças, em outubro de 2010 o IASB reestruturou a IFRS 9
e sua Base para Conclusões. Em dezembro de 2011, o IASB postergou a data de vigência para janeiro de 2015.

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 9
INSTRUMENTOS FINANCEIROS
CAPÍTULOS
1 OBJETIVO 1.1
2 ALCANCE 2.1
3 RECONHECIMENTO E BAIXA 3.1.1
4 CLASSIFICAÇÃO 4.1.1
5 MENSURAÇÃO 5.1.1
6 CONTABILIZAÇÃO DE COBERTURA NÃO UTILIZADO
7 DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 7.1.1
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 9 EMITIDA EM NOVEMBRO DE 2009


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DOS REQUISITOS APRESENTADOS À IFRS 9
EM OUTUBRO DE 2010
APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA DATA DE VIGÊNCIA OBRIGATÓRIA DA IFRS 9 E
DIVULGAÇÕES DE TRANSIÇÃO (ALTERAÇÕES À IFRS 9 (2009), IFRS 9 (2010) E IFRS 7)
BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLO ILUSTRATIVO
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA IFRS 9
APÊNDICE
Alterações à Orientação sobre outras IFRSs
TABELAS DE CONCORDÂNCIA

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IFRS 9

A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (IFRS 9) é definida nos
parágrafos 1.1–7.3.2 e Apêndices A–C. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A encontram-se em itálico na primeira vez em
que aparecem na IFRS. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 9 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IFRS 9

Introdução

Motivos para emitir a IFRS


IN1 A IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração define os requisitos para o
reconhecimento e a mensuração de ativos financeiros, passivos financeiros e alguns contratos para compra
ou venda de itens não financeiros. O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) herdou
a IAS 39 de seu órgão antecessor, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC).

IN2 Muitos usuários de demonstrações financeiras e outras partes interessadas afirmaram ao Conselho que
os requisitos da IAS 39 eram de difícil compreensão, aplicação e interpretação. Eles solicitaram que
o Conselho desenvolvesse uma nova norma para o relatório financeiro de instrumentos financeiros
que fosse baseada em princípios e menos complexa. Apesar de ter alterado a IAS 39 várias vezes para
esclarecer os requisitos, incluir orientação e eliminar inconsistências internas, o Conselho não empreendeu
anteriormente uma reconsideração fundamental das normas sobre instrumentos financeiros.

IN3 Em 2005, o Conselho e o Conselho de Normas de Contabilidade Financeira (FASB) dos EUA começaram
a trabalhar rumo a um objetivo de longo prazo de melhorar e simplificar o relatório de instrumentos
financeiros. Esse trabalho resultou na publicação de um documento de discussão, Reduzindo a
Complexidade no Relatório de Instrumentos Financeiros, em março de 2008. Concentrando-se na
mensuração de instrumentos financeiros e contabilização de cobertura, o documento identificou diversas
abordagens possíveis para melhorar e simplificar a contabilização de instrumentos financeiros. As
respostas ao documento indicaram apoio a uma mudança significativa nos requisitos para relatório de
instrumentos financeiros. Em novembro de 2008, o Conselho incluiu esse projeto em sua agenda ativa
e, em dezembro de 2008, o FASB também incluiu o projeto em sua agenda.

IN4 Em abril de 2009, em resposta à contribuição recebida sobre o seu trabalho concernente à crise financeira,
e após as conclusões dos líderes do G20 e as recomendações de órgãos internacionais, tais como o
Conselho de Estabilidade Financeira, o Conselho anunciou um cronograma acelerado para a substituição
da IAS 39. Como resultado, em julho de 2009, o Conselho publicou a minuta de exposição Instrumentos
Financeiros: Classificação e Mensuração, seguida pelos primeiros capítulos da IFRS 9 – Instrumentos
Financeiros em novembro de 2009.

Abordagem do conselho para a substituição da IAS 39


IN5 O Conselho pretende que a IFRS 9 substitua integralmente a IAS 39. Contudo, em resposta a solicitações
de partes interessadas de que a contabilização de instrumentos financeiros seja melhorada rapidamente,
o Conselho dividiu seu projeto de substituição da IAS 39 em três fases principais. À medida que conclui
cada fase, o Conselho excluirá as partes pertinentes da IAS 39 e criará capítulos na IFRS 9 que substituirão
os requisitos da IAS 39.

IN6 As três principais fases do projeto do Conselho para substituir a IAS 39 são:

(a) Fase 1: Classificação e mensuração de ativos financeiros e passivos financeiros. Em novembro


de 2009, o Conselho emitiu os capítulos da IFRS 9 relativos à classificação e mensuração de ativos
financeiros. Esses capítulos requerem que todos os ativos financeiros sejam classificados com base
no modelo de negócios da entidade para gerenciar os ativos financeiros e as características de fluxo
de caixa contratual do ativo financeiro. Os ativos são mensurados inicialmente ao valor justo mais,
no caso de um ativo financeiro que não seja ao valor justo por meio do resultado, os custos de
transação específicos. Os ativos são mensurados subsequentemente ao custo amortizado ou valor
justo. Em outubro de 2010 o Conselho acrescentou à IFRS 9 os requisitos relativos à classificação
e mensuração de passivos financeiros. Esses requisitos adicionais são descritos em detalhes no
parágrafo IN7.

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IFRS 9

(b) Fase 2: Metodologia de redução ao valor recuperável. Em junho de 2009, o Conselho publicou
uma Solicitação de Informações sobre a viabilidade de um modelo de perdas esperadas para
a redução ao valor recuperável de ativos financeiros. Isso constituiu a base de uma minuta de
exposição, Instrumentos Financeiros: Custo Amortizado e Redução ao Valor Recuperável, publicada
em novembro de 2009. O Conselho também constituiu um painel de peritos de crédito e risco para
considerar e recomendar sobre as questões operacionais resultantes de uma abordagem de fluxo de
caixa esperado. O Conselho está deliberando novamente as propostas na minuta de exposição para
tratar os comentários recebidos dos respondentes e as sugestões do painel consultivo de peritos e
outras atividades de divulgação.

(c) Fase 3: Contabilização de cobertura. O Conselho está considerando como melhorar e simplificar
os requisitos de contabilização de cobertura da IAS 39. Ele espera publicar propostas para uma
nova abordagem abrangente antes do fim de 2010.

IN7 Em outubro de 2010, o Conselho acrescentou à IFRS 9 os requisitos para classificação e mensuração de
passivos financeiros:

(a) A maioria dos requisitos da IAS 39 para classificação e mensuração de passivos financeiros
foi mantida inalterada para a IFRS 9. De acordo com a IAS 39, a maioria dos passivos foi
subsequentemente mensurada ao custo amortizado ou bifurcou em um contrato principal, que
é mensurado ao custo amortizado, e um derivativo embutido, que é mensurado ao valor justo.
Os passivos que são mantidos para negociação (incluindo todos os derivativos passivos) foram
mensurados ao valor justo. Embora o Conselho tivesse proposto originalmente uma abordagem
simétrica para ativos financeiros e passivos financeiros na minuta de exposição publicada em 2009,
o Conselho decidiu manter a maioria dos requisitos da IAS 39 sobre classificação e mensuração
de passivos financeiros porque os membros afirmaram ao Conselho que esses requisitos estavam
funcionando bem na prática. Consistentemente com seu objetivo de substituir a IAS 39 em sua
totalidade, o Conselho realocou esses requisitos da IAS 39 para a IFRS 9.

(b) Consistentemente com os requisitos da IFRS 9 para investimentos em instrumentos de patrimônio


que não têm um preço cotado em um mercado ativo para um instrumento idêntico (ou seja,
informação de Nível 1) (e ativos derivativos vinculados a esses investimentos), a exceção quanto
à mensuração do valor justo foi eliminada para passivos derivativos que são vinculados a (e que
devem ser liquidados pela entrega de) um tal instrumento de patrimônio. De acordo com a IAS 39,
se esses derivativos não foram mensurados de forma confiável, eles deveriam ser mensurados ao
custo. A IFRS 9 requer que sejam mensurados ao valor justo.

(c) Os requisitos relacionados à opção de valor justo para passivos financeiros foram alterados para
tratar risco de crédito próprio. Essas melhorias respondem a um feedback consistente dos usuários
de demonstrações financeiras e outros de que os efeitos das alterações em risco de crédito de um
passivo não devem afetar os lucros e perdas, salvo se o passivo for mantido para negociação. As
melhorias seguiram-se às propostas publicadas em maio de 2010 na minuta de exposição Opção
de Valor Justo para Passivos Financeiros.

IN8 Além das três fases descritas acima, o Conselho publicou em março de 2009 a minuta de exposição de
Baixa (alterações propostas à IAS 39 e à IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações). Entretanto,
em junho de 2010 o Conselho revisou sua estratégia e plano de trabalho e decidiu manter os requisitos
existentes da IAS 39 para a baixa de ativos financeiros e passivos financeiros, mas finalizar requisitos de
divulgação melhorados. Os novos requisitos foram emitidos em outubro de 2010 como uma alteração à
IFRS 7 e têm data de vigência de 1º de julho de 2011. Posteriormente em outubro de 2010 os requisitos
da IAS 39 relativos à baixa de ativos financeiros e passivos financeiros foram mantidos inalterados para
a IFRS 9.

IN9 Como resultado dos requisitos acrescentados descritos nos parágrafos IN7 e IN8, a IFRS 9 e sua Base
para Conclusões foram reestruturadas. Muitos parágrafos foram renumerados e alguns foram reordenados.
Foram acrescentados novos parágrafos para acomodar a orientação que foi mantida inalterada da
IAS 39. Do mesmo modo, foram acrescentadas novas seções à IFRS 9 como espaços reservados para
a orientação que resultará das fases subsequentes desse projeto. De outro modo, a reestruturação não

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alterou os requisitos da IFRS 9 emitida em 2009. A Base para Conclusões da IFRS 9 foi ampliada para
incluir material da Base para Conclusões sobre a IAS 39 que discute a orientação que foi mantida sem
ser reconsiderada. Foram feitas pequenas edições necessárias a esse material.

IN10 O Conselho e o FASB estão comprometidos em atingir uma maior comparabilidade de âmbito internacional
na contabilização de instrumentos financeiros. Contudo, esses esforços foram complicados pelos diferentes
cronogramas de projeto estabelecidos para responder aos respectivos grupos de stakeholders. Em maio
de 2010 o FASB publicou uma Atualização de Normas Contábeis (ASU) proposta sobre contabilização de
instrumentos financeiros que continham propostas para uma nova norma abrangente sobre instrumentos
financeiros, incluindo propostas sobre a classificação e mensuração de ativos financeiros e passivos
financeiros, metodologia de redução ao valor recuperável e contabilização de cobertura. A ASU proposta
tinha um prazo para comentários de 30 de setembro de 2010 e o FASB começou a deliberar novamente
suas propostas. O Conselho solicitou a seus membros que fornecessem feedback para o FASB sobre
as propostas na minuta de exposição do FASB porque esse é um projeto conjunto com um objetivo de
melhorar a comparabilidade internacional. O feedback dos membros da IFRS será útil para o FASB
quando ele for deliberar novamente suas propostas. Além disso, após o FASB deliberar novamente suas
propostas, o Conselho utilizará esse feedback para considerar que passos (se houver) devem ser tomados
para conciliar quaisquer diferenças restantes entre IFRSs e os PCGAs dos EUA. Quaisquer mudanças
possíveis como resultado dessa comparação estarão sujeitas ao processo requerido normal do Conselho.

IN11 Data de Vigência Obrigatória da IFRS 9 e Divulgações de Transição (Alterações à IFRS 9 (2009), IFRS 9
(2010) e IFRS 7), emitida em dezembro de 2011, alterou a data de vigência da IFRS 9 (2009) e IFRS 9
(2010) de modo que a IFRS 9 deve ser aplicada para períodos anuais iniciados a partir de 1º de janeiro de
2015. A aplicação antecipada é permitida. As alterações também modificaram a isenção de reapresentar
períodos anteriores. O Conselho publicou alterações à IFRS 7 para requerer divulgações adicionais na
transição da IAS 39 para a IFRS 9. As entidades que aplicam inicialmente a IFRS 9 em períodos:

(a) que se iniciam antes de 1º de janeiro de 2012 não precisam reapresentar períodos anteriores e não
estão obrigadas a fornecer as divulgações previstas nos parágrafos 44S-44W da IFRS 7;

(b) que se iniciam a partir de 1º de janeiro de 2012 e antes de 1º de janeiro de 2013 devem escolher
em efetuar as divulgações previstas nos parágrafos 44S-44W da IFRS 7 ou reapresentar períodos
anteriores; e

(c) que se iniciam a partir de 1º de janeiro de 2013 fornecerá as divulgações previstas nos parágrafos
44S-44W da IFRS 7. A entidade não precisa reapresentar períodos anteriores.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 9


Instrumentos Financeiros

Capítulo 1 Objetivo
1.1 O objetivo desta IFRS é estabelecer princípios para o relatório financeiro de ativos financeiros e passivos
financeiros que apresentem informações pertinentes e úteis para que os usuários de demonstrações
financeiras possam avaliar os valores, prazos e incertezas dos fluxos de caixa futuros da entidade.

Capítulo 2 Alcance
2.1 Uma entidade aplicará esta IFRS a todos os itens incluídos no alcance da IAS 39 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Capítulo 3 Reconhecimento e baixa

3.1 Reconhecimento inicial


3.1.1 Uma entidade reconhecerá um ativo financeiro ou um passivo financeiro em sua demonstração de
posição financeira, quando, e apenas quando, a entidade se tornar parte das disposições contratuais
do instrumento (vide parágrafos B3.1.1 e B3.1.2). Ao reconhecer pela primeira vez um ativo
financeiro, uma entidade o classificará de acordo com os parágrafos 4.1.1–4.1.5 e o mensurará de
acordo com os parágrafos 5.1.1 e 5.1.2. Ao reconhecer pela primeira vez um passivo financeiro,
uma entidade o classificará de acordo com os parágrafos 4.2.1–4.2.2 e o mensurará de acordo com
o parágrafo 5.1.1.

Compra ou venda de forma regular de ativos financeiros


3.1.2 Uma compra ou venda de forma regular de ativos financeiros será reconhecida e baixada, conforme
aplicável, utilizando-se a contabilização na data de negociação ou a contabilização na data de
liquidação (vide parágrafos B3.1.3-B3.1.6).

3.2 Baixa de ativos financeiros

3.2.1 Nas demonstrações financeiras consolidadas, os parágrafos 3.2.2–3.2.9, B3.1.1, B3.1.2 e B3.2.1–
B3.2.17 são aplicados ao nível consolidado. Portanto, uma entidade primeiramente consolida todas as
subsidiárias de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e então aplica esses
parágrafos ao grupo resultante.

3.2.2 Antes de avaliar se, e até que ponto, a baixa é apropriada de acordo com os parágrafos 3.2.3-3.2.9,
uma entidade determina se esses parágrafos devem ser aplicados a uma parte de um ativo financeiro
(ou a uma parte de um grupo de ativos financeiros similares) ou a um ativo financeiro (ou grupo
de ativos financeiros similares) em sua totalidade, como segue.

(a) Os parágrafos 3.2.3-3.2.9 são aplicados a uma parte de um ativo financeiro (ou a uma parte de
um grupo de ativos financeiros similares) se, e apenas se, a parte que estiver sendo considerada
para baixa atender a uma das três condições a seguir.

(i) A parte compreender apenas fluxos de caixa especificamente identificados de um ativo


financeiro (ou de um grupo de ativos financeiros similares). Por exemplo, quando uma
entidade celebra um acordo de faixa de taxa de juros, pelo qual a contraparte obtém o
direito aos fluxos de caixa de juros, mas não aos fluxos de caixa de principal provenientes

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IFRS 9

de um instrumento de dívida, os parágrafos 3.2.3-3.2.9 são aplicados aos fluxos de caixa


de juros.

(ii) A parte compreender apenas uma parcela totalmente proporcional (pro rata) dos
fluxos de caixa provenientes de um ativo financeiro (ou um grupo de ativos financeiros
similares). Por exemplo, quando uma entidade celebra um acordo pelo qual a
contraparte obtém os direitos a uma participação de 90% de todos os fluxos de caixa de
um instrumento de dívida, os parágrafos 3.2.3-3.2.9 se aplicam aos 90% desses fluxos
de caixa. Se houver mais de uma contraparte, cada contraparte não é obrigada a ter
uma parcela proporcional dos fluxos de caixa, desde que a entidade transferente tenha
uma parcela totalmente proporcional.

(iii) A parte compreender apenas uma parcela totalmente proporcional (pro rata) de fluxos
de caixa especificamente identificados provenientes de um ativo financeiro (ou um grupo
de ativos financeiros similares). Por exemplo, quando uma entidade celebra um acordo
pelo qual a contraparte obtém direitos a 90% dos fluxos de caixa de juros provenientes
de um ativo financeiro, os parágrafos 3.2.3-3.2.9 se aplicam aos 90% desses fluxos de
caixa de juros. Se houver mais de uma contraparte, cada contraparte não é obrigada a
ter uma parcela proporcional dos fluxos de caixa especificamente identificados, desde
que a entidade transferente tenha uma parcela totalmente proporcional.

(b) Em todos os outros casos, os parágrafos 3.2.3-3.2.9 são aplicados ao ativo financeiro em sua
totalidade (ou ao grupo de ativos financeiros similares em sua totalidade). Por exemplo,
quando uma entidade transfere (i) os direitos aos primeiros ou aos últimos 90% das cobranças
em caixa provenientes de um ativo financeiro (ou um grupo de ativos financeiros), ou (ii)
os direitos aos 90% dos fluxos de caixa provenientes de um grupo de contas a receber, mas
fornece uma garantia para compensar o comprador por quaisquer perdas de crédito de até
8% do valor do principal das contas a receber, os parágrafos 3.2.3-3.2.9 se aplicam ao ativo
financeiro (ou a um grupo de ativos financeiros similares) em sua totalidade.

Nos parágrafos 3.2.3-3.2.12, o termo “ativo financeiro” refere-se a uma parte de um ativo financeiro
(ou uma parte de um grupo de ativos financeiros similares) conforme identificado em (a) acima ou,
de outro modo, um ativo financeiro (ou grupo de ativos financeiros similares) em sua totalidade.

3.2.3 Uma entidade baixará um ativo financeiro quando, e apenas quando:

(a) os direitos contratuais aos fluxos de caixa provenientes do ativo financeiro expirarem, ou

(b) ela transferir o ativo financeiro conforme definido nos parágrafos 3.2.4 e 3.2.5 e a transferência
se qualificar para baixa, de acordo com o parágrafo 3.2.6.

(Vide parágrafo 3.1.2 para vendas de forma regular de ativos financeiros.)

3.2.4 Uma entidade transfere um ativo financeiro se, e apenas se:

(a) ela transferir os direitos contratuais para receber os fluxos de caixa do ativo financeiro, ou

(b) ela retiver os direitos contratuais para receber os fluxos de caixa do ativo financeiro, mas
assumir uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais receptores em
um acordo que atenda às condições do parágrafo 3.2.5.

3.2.5 Quando uma entidade retiver os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa de um ativo
financeiro (o “ativo original”), mas assumir uma obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa
a uma ou mais entidades (os “eventuais receptores”), a entidade tratará a transação como uma
transferência de um ativo financeiro se, e apenas se, todas as três condições a seguir forem atendidas.

(a) A entidade não tem obrigação de pagar valores a eventuais receptores, exceto se cobrar valores
equivalentes provenientes do ativo original. Os adiantamentos de curto prazo, por parte da

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entidade, com direito à recuperação total do valor emprestado, mais juros acumulados pelas
taxas de mercado não violam essa condição.

(b) A entidade está proibida, pelos termos do contrato de transferência, de vender ou oferecer
em garantia o ativo original, exceto como garantia a eventuais receptores para a obrigação
de lhes pagar fluxos de caixa.

(c) A entidade tem uma obrigação de remeter quaisquer fluxos de caixa que cobrar em nome
de eventuais receptores, sem atraso relevante. Além disso, a entidade não tem o direito de
reinvestir esses fluxos de caixa, com exceção de investimentos em caixa ou equivalentes
de caixa (como definido na IAS 7 – Demonstrações dos Fluxos de Caixa) durante o curto
período de liquidação, desde a data de recebimento até a data requerida de remessa
aos eventuais receptores, e os juros auferidos sobre esses investimentos são repassados aos
eventuais receptores.

3.2.6 Quando uma entidade transferir um ativo financeiro (vide parágrafo 3.2.4), ela avaliará até que
ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Nesse caso:

(a) se a entidade transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo


financeiro, a entidade baixará o ativo financeiro e reconhecerá separadamente como ativos
ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos na transferência.

(b) se a entidade retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo


financeiro, ela continuará a reconhecer o ativo financeiro.

(c) se a entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da
propriedade do ativo financeiro, ela determinará se reteve o controle do ativo financeiro.
Nesse caso:

(i) se a entidade não tiver retido o controle, ela baixará o ativo financeiro e reconhecerá
separadamente como ativos ou passivos quaisquer direitos ou obrigações criados ou
retidos na transferência.

(ii) se a entidade tiver retido o controle, ela continuará a reconhecer o ativo financeiro, na
medida de seu envolvimento contínuo no ativo financeiro (vide parágrafo 3.2.16).

3.2.7 A transferência dos riscos e benefícios (vide parágrafo 3.2.6) é avaliada, comparando-se a exposição
da entidade, antes e após a transferência, com a variabilidade nos valores e época dos fluxos de caixa
líquidos do ativo transferido. Uma entidade reteve substancialmente todos os riscos e benefícios de
propriedade de um ativo financeiro, se não mudar significativamente sua exposição à variabilidade no
valor presente dos fluxos de caixa líquidos futuros provenientes do ativo financeiro, como resultado da
transferência (por exemplo, pelo fato de a entidade ter vendido um ativo financeiro sujeito a um contrato
para recomprá-lo a um preço fixo ou ao preço de venda mais o retorno de um mutuante). Uma entidade
transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios de um ativo financeiro, se sua exposição a essa
variabilidade deixar de ser significativa em relação à variabilidade total no valor presente dos fluxos de
caixa líquidos futuros associados ao ativo financeiro (por exemplo, pelo fato de a entidade ter vendido
um ativo financeiro sujeito apenas a uma opção de recomprá-lo ao seu valor justo na ocasião da recompra
ou ter transferido uma parcela totalmente proporcional dos fluxos de caixa provenientes de um ativo
financeiro maior em um acordo como, por exemplo, uma subparticipação em empréstimo que atenda às
condições do parágrafo 3.2.5).

3.2.8 Frequentemente, ficará óbvio se a entidade transferiu ou reteve substancialmente todos os riscos e
benefícios da propriedade e não haverá necessidade de realizar nenhum cálculo. Em outros casos, será
necessário calcular e comparar a exposição da entidade à variabilidade no valor presente dos fluxos de
caixa líquidos futuros, antes e após a transferência. O cálculo e a comparação são feitos, usando-se como
taxa de desconto uma taxa de juros de mercado corrente apropriada. Toda a variabilidade razoavelmente
possível nos fluxos de caixa líquidos é considerada, sendo dado maior peso àqueles resultados cuja
ocorrência seja mais provável.

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3.2.9 O fato de a entidade ter retido ou não o controle [vide parágrafo 3.2.6(c)] do ativo transferido depende da
capacidade do cessionário de vender o ativo. Se o cessionário tiver a capacidade prática de vender o ativo
em sua totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade unilateralmente
e sem precisar impor restrições adicionais sobre a transferência, a entidade não reteve o controle. Em
todos os outros casos, a entidade retém o controle.

Transferências que se qualificam para baixa


3.2.10 Se uma entidade transferir um ativo financeiro em uma transferência que se qualifica para baixa
em sua totalidade e retiver o direito de prestar serviço de cobrança do ativo financeiro em troca
de uma comissão, ela reconhecerá um ativo ou um passivo pelo serviço de cobrança em relação a
esse contrato de serviço. Se não se espera que a comissão a ser recebida remunere adequadamente
a entidade, pela prestação do serviço de cobrança, um passivo pela obrigação de serviço de
cobrança será reconhecido ao seu valor justo. Se for esperado que a comissão a ser recebida seja
uma remuneração mais que adequada pelo serviço de cobrança, o ativo de serviço de cobrança
será reconhecido pelo direito de serviço de cobrança por um valor determinado com base em uma
alocação do valor contábil do ativo financeiro maior de acordo com o parágrafo 3.2.13.

3.2.11 Se, como resultado de uma transferência, um ativo financeiro for baixado em sua totalidade, mas
a transferência resultar na obtenção pela entidade de um novo ativo financeiro ou na assunção de
um novo passivo financeiro, ou de um passivo de serviço de cobrança, a entidade reconhecerá o
novo ativo financeiro, passivo financeiro ou passivo de serviço de cobrança ao valor justo.

3.2.12 Ao baixar um ativo financeiro em sua totalidade, a diferença entre:

(a) o valor contábil (mensurado na data da baixa) e

(b) a contrapartida recebida (incluindo qualquer novo ativo obtido menos qualquer novo passivo
assumido)

será reconhecida em lucros e perdas.

3.2.13 Se o ativo transferido for parte de um ativo financeiro maior [por exemplo, quando uma
entidade transferir fluxos de caixa de juros que fazem parte de um instrumento de dívida, vide
parágrafo 3.2.2(a)] e a parte transferida se qualificar para baixa em sua totalidade, o valor contábil
anterior do ativo financeiro maior será alocado entre a parte que continua a ser reconhecida e a
parte que é baixada, com base nos valores justos relativos dessas partes na data da transferência.
Para essa finalidade, um ativo de serviço de cobrança retido será tratado como uma parte que
continua a ser reconhecida. A diferença entre:

(a) o valor contábil (mensurado na data da baixa) alocado à parte baixada e

(b) a contrapartida recebida pela parte baixada (incluindo qualquer novo ativo obtido menos
qualquer novo passivo assumido)

será reconhecida em lucros e perdas.

3.2.14 Quando uma entidade aloca o valor contábil anterior de um ativo financeiro maior entre a parte que
continua a ser reconhecida e a parte que é baixada, o valor justo da parte que continua a ser reconhecida
deve ser mensurada. Quando a entidade tem um histórico de vendas de partes similares à parte que
continua a ser reconhecida ou houver outras transações de mercado para essas partes, os preços recentes
das transações reais fornecem a melhor estimativa de seu valor justo. Quando não houver cotações
de preço ou transações de mercado recentes para dar apoio ao valor justo da parte que continua a ser
reconhecida, a melhor estimativa do valor justo é a diferença entre o valor justo do ativo financeiro maior
e a contrapartida recebida do cessionário pela parte que é baixada.

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Transferências que não se qualificam para baixa


3.2.15 Se uma transferência não resultar em baixa, porque a entidade reteve substancialmente todos os
riscos e benefícios da propriedade do ativo transferido, a entidade continuará a reconhecer o ativo
transferido em sua totalidade e reconhecerá um passivo financeiro pela contrapartida recebida.
Em períodos subsequentes, a entidade reconhecerá qualquer receita sobre o ativo transferido e
qualquer despesa incorrida sobre o passivo financeiro.

Envolvimento contínuo em ativos transferidos


3.2.16 Se uma entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios de
propriedade de um ativo transferido, e retiver o controle do ativo transferido, a entidade continua a
reconhecer o ativo transferido na medida de seu envolvimento contínuo. A extensão do envolvimento
contínuo da entidade no ativo transferido é a extensão em que ela está exposta a mudanças no valor
do ativo transferido. Por exemplo:

(a) Quando o envolvimento contínuo da entidade toma a forma de uma garantia do ativo
transferido, a extensão do envolvimento contínuo da entidade é o menor valor entre (i) o valor
do ativo e (ii) o valor máximo da contrapartida recebida que a entidade poderia ser obrigada
a restituir (“o valor da garantia”).

(b) Quando o envolvimento contínuo da entidade tomar a forma de uma opção lançada ou
comprada (ou ambas) sobre o ativo transferido, a extensão do envolvimento contínuo da
entidade é o valor do ativo transferido que a entidade pode recomprar. Entretanto, no caso
de uma opção lançada sobre um ativo que seja mensurado ao valor justo, a extensão do
envolvimento contínuo da entidade está limitada ao que for menor entre o valor justo do
ativo transferido e o preço de exercício da opção (vide parágrafo B3.2.13).

(c) Quando o envolvimento contínuo da entidade tomar a forma de uma opção liquidada pelo
valor à vista ou condição similar sobre o ativo transferido, a extensão do envolvimento contínuo
da entidade é mensurada da mesma forma que aquela que resulta de opções não liquidáveis
à vista, conforme definido no item (b) acima.

3.2.17 Quando uma entidade continua a reconhecer um ativo na medida de seu envolvimento continuo,
a entidade também reconhece um respectivo passivo. Independentemente dos outros requisitos de
mensuração desta IFRS, o ativo transferido e o respectivo passivo são mensurados em uma base
que reflita os direitos e obrigações que a entidade reteve. O respectivo passivo é mensurado de tal
forma que o valor contábil líquido do ativo transferido e do respectivo passivo seja:

(a) o custo amortizado dos direitos e obrigações retidos pela entidade, se o ativo transferido for
mensurado pelo custo amortizado, ou

(b) igual ao valor justo dos direitos e obrigações retidos pela entidade, quando mensurado de
forma individual, caso o ativo transferido seja mensurado ao valor justo.

3.2.18 A entidade continuará a reconhecer qualquer receita decorrente do ativo transferido na medida de
seu envolvimento contínuo e reconhecerá qualquer despesa incorrida sobre o respectivo passivo.

3.2.19 Para fins de mensuração subsequente, as mudanças reconhecidas no valor justo do ativo transferido
e do respectivo passivo são contabilizadas de forma consistente uma com a outra, de acordo com
o parágrafo 5.7.1, e não serão compensadas.

3.2.20 Se o envolvimento contínuo de uma entidade estiver apenas em uma parte de um ativo financeiro
(por exemplo, quando uma entidade retém uma opção para recomprar parte de um ativo
transferido, ou retém uma participação residual que não resulta na retenção de substancialmente
todos os riscos e benefícios de propriedade e a entidade retém o controle), a entidade aloca o valor
contábil anterior do ativo financeiro entre a parte que continua a reconhecer de acordo com o seu
envolvimento contínuo e a parte que ela deixa de reconhecer com base nos valores justos relativos

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IFRS 9

dessas partes na data da transferência. Para essa finalidade, os requisitos do parágrafo 3.2.14 são
aplicáveis. A diferença entre:

(a) o valor contábil (mensurado na data da baixa) alocado à parte que deixa de ser reconhecida e

(b) a contrapartida recebida pela parte que deixa de ser reconhecida

será reconhecida em lucros e perdas.

3.2.21 Se o ativo transferido for mensurado ao custo amortizado, a opção desta IFRS de designar um passivo
financeiro ao valor justo por meio do resultado não é aplicável ao respectivo passivo.

Todas as transferências
3.2.22 Se o ativo transferido continuar a ser reconhecido, o ativo e o respectivo passivo não serão
compensados. De forma similar, a entidade não compensará nenhuma receita resultante do ativo
transferido com nenhuma despesa incorrida sobre o respectivo passivo (vide parágrafo 42 da
IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação).

3.2.23 Se um cedente fornecer garantia não monetária (tais como instrumentos de dívida ou de patrimônio)
ao cessionário, a contabilização da garantia pelo cedente e pelo cessionário depende do fato de
o cessionário ter ou não o direito de vender ou oferecer novamente a garantia e do fato de o
cedente estar ou não em inadimplência. O cedente e o cessionário contabilizarão a garantia da
seguinte forma:

(a) Se o cessionário tiver o direito por contrato ou praxe de vender ou oferecer novamente a
garantia, então o cedente reclassificará esse ativo em sua demonstração da posição financeira
(por exemplo, como um ativo emprestado, instrumentos de patrimônio oferecidos em garantia
ou recebíveis por compra) separadamente de outros ativos.

(b) Se o cessionário vender a garantia oferecida a ele, ele reconhecerá os proventos da venda e
um passivo mensurado ao valor justo para sua obrigação de devolver a garantia.

(c) Se o cedente estiver em inadimplência de acordo com os termos do contrato e deixar de ter
direito de resgatar a garantia, ele baixará a garantia e o cessionário reconhecerá a garantia
como seu ativo inicialmente mensurado ao valor justo ou, se já tiver vendido a garantia,
baixará sua obrigação de devolver a garantia.

(d) Exceto conforme previsto em (c), o cedente continuará a reconhecer a garantia como seu ativo
e o cessionário não reconhecerá a garantia como um ativo.

3.3 Baixa de passivos financeiros


3.3.1 Uma entidade removerá um passivo financeiro (ou uma parte de um passivo financeiro) de sua
demonstração da posição financeira quando, e apenas quando, ele for extinto – ou seja, quando a
obrigação especificada no contrato for liberada, cancelada ou vencer.

3.3.2 Uma troca entre um mutuário e um mutuante de instrumentos de dívida com termos
substancialmente diferentes será contabilizada como uma extinção do passivo financeiro original
e o reconhecimento de um novo passivo financeiro. De forma similar, uma modificação substancial
dos termos de um passivo financeiro existente ou parte dele (atribuível ou não à dificuldade
financeira do devedor) será contabilizada como uma extinção do passivo financeiro original e o
reconhecimento de um novo passivo financeiro.

3.3.3 A diferença entre o valor contábil de um passivo financeiro (ou parte de um passivo financeiro)
extinto ou transferido à outra parte e a contrapartida paga, incluindo quaisquer ativos não
monetários transferidos ou passivos assumidos, será reconhecida em lucros e perdas.

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3.3.4 Se uma entidade recompra uma parte de um passivo financeiro, a entidade alocará o valor contábil anterior
do passivo financeiro entre a parte que continua a ser reconhecida e a parte que é baixada com base nos
valores justos relativos dessas partes na data da recompra. A diferença entre (a) o valor contábil alocado
à parte baixada e (b) a contrapartida paga, incluindo quaisquer ativos não monetários transferidos ou
passivos assumidos, pela parte baixada será reconhecida em lucros e perdas.

Capítulo 4 Classificação

4.1 Classificação de ativos financeiros


4.1.1 A menos que o parágrafo 4.1.5 seja aplicável, uma entidade classificará ativos financeiros como
subsequentemente mensurados ao custo amortizado ou valor justo com ambas bases:

(a) no modelo de negócios da entidade para a gestão dos ativos financeiros e

(b) nas características de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro.

4.1.2 Um ativo financeiro será mensurado ao custo amortizado se ambas as seguintes condições forem
atendidas:

(a) O ativo for mantido dentro de um modelo de negócios cujo objetivo seja manter ativos com
o fim de receber fluxos de caixa contratuais.

(b) Os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas especificadas, a fluxos
de caixa que constituam exclusivamente pagamentos de principal e juros sobre o valor do
principal em aberto.

Os parágrafos B4.1.1–B4.1.26 fornecem orientação sobre como aplicar essas condições.

4.1.3 Para a finalidade de aplicar o parágrafo 4.1.2(b), juros representam a contrapartida pelo valor
temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao valor do principal em aberto durante
um período específico.

4.1.4 Um ativo financeiro será mensurado ao valor justo, a menos que seja mensurado ao custo
amortizado de acordo com o parágrafo 4.1.2.

Opção de designar um ativo financeiro como ao valor justo por meio


do resultado
4.1.5 Não obstante os parágrafos 4.1.1–4.1.4, uma entidade poderá, no reconhecimento inicial, designar
de modo irrevogável um ativo financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado se,
ao fazê-lo, puder eliminar ou reduzir significativamente uma inconsistência de mensuração ou de
reconhecimento (algumas vezes referida como um “descasamento contábil”) que, de outro modo,
poderia resultar da mensuração de ativos ou passivos ou do reconhecimento de ganhos e perdas
sobre esses ativos e passivos em bases diferentes (vide parágrafos B4.1.29-B4.1.32).

4.1.6 A IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações exige que a entidade forneça divulgações sobre ativos
financeiros que tiver designado como ao valor justo por meio do resultado.

4.2 Classificação de passivos financeiros


4.2.1 Uma entidade classificará todos os passivos financeiros como subsequentemente mensurados ao
custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, exceto para:

(a) passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado. Esses passivos, incluindo derivativos
que sejam passivos, serão subsequentemente mensurados ao valor justo.

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(b) passivos financeiros que surjam quando uma transferência de um ativo financeiro não se
qualificar para baixa ou quando a abordagem do envolvimento continuo for aplicável. Os
parágrafos 3.2.15 e 3.2.17 se aplicam à mensuração desses passivos financeiros.

(c) contratos de garantia financeira conforme definido no Apêndice A. Após o reconhecimento


inicial, uma emitente desse contrato (exceto se o parágrafo 4.2.1(a) ou (b) for aplicável) o
mensurará pelo maior valor entre:

(i) o valor determinado de acordo com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes, e

(ii) o valor inicialmente reconhecido (vide parágrafo 5.1.1) menos, quando apropriado, a
amortização acumulada reconhecida de acordo com a IAS 18 – Receita.

(d) compromissos para fornecer um empréstimo a uma taxa de juros abaixo do mercado. Após
reconhecimento inicial, uma emitente desse compromisso (exceto se o parágrafo 4.2.1(a) for
aplicável) subsequentemente o mensurará pelo maior valor entre:

(i) o valor determinado de acordo com a IAS 37 e

(ii) o valor inicialmente reconhecido (vide parágrafo 5.1.1) menos, quando apropriado, a
amortização acumulada reconhecida de acordo com a IAS 18.

Opção de designar um passivo financeiro como ao valor justo por meio


do resultado
4.2.2 Uma entidade poderá, no reconhecimento inicial, designar de modo irrevogável um passivo
financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado se for permitido pelo parágrafo
4.3.5, ou quando, ao fazê-lo, isso resultar em informações mais pertinentes, porque:

(a) elimina ou reduz significativamente uma inconsistência de mensuração ou reconhecimento


(algumas vezes denominada como “descasamento contábil”) que ocorreriam em virtude da
mensuração de ativos ou passivos ou do reconhecimento de seus ganhos e perdas em bases
diferentes; ou

(b) um grupo de passivos financeiros ou ativos financeiros e passivos financeiros é administrado


e seu desempenho é avaliado com base no valor justo, de acordo com uma estratégia
documentada de gerenciamento de risco ou de investimento e informações sobre o grupo são
fornecidas internamente nessa base ao pessoal-chave da administração da entidade (como
definido na IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas), por exemplo, o conselho de
administração e o presidente da entidade.

4.2.3 A IFRS 7 exige que a entidade forneça divulgações sobre passivos financeiros que tiver designado como
ao valor justo por meio do resultado.

4.3 Derivativos embutidos


4.3.1 Um derivativo embutido é um componente de um contrato híbrido que inclui também um componente
principal não derivativo – com o efeito de que parte dos fluxos de caixa do instrumento combinado
varia de forma similar a um derivativo individual. Um derivativo embutido faz com que a totalidade ou
parte dos fluxos de caixa que seria de outro modo exigido pelo contrato seja modificada de acordo com
uma determinada taxa de juros, preço de instrumento financeiro, preço de commodity, taxa de câmbio,
índice de preços ou taxas, classificação ou índice de crédito ou outra variável, desde que, no caso de
uma variável não financeira, essa variável não seja específica a das partes contratantes. Um derivativo
que esteja vinculado a um instrumento financeiro, mas que possa ser contratualmente transferido
independentemente desse instrumento, ou que possua uma contraparte diferente, não é um derivativo
embutido, mas um instrumento financeiro separado.

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Contratos híbridos com contratos principais de ativos financeiros


4.3.2 Se um contrato híbrido contiver um componente principal que seja um ativo dentro do alcance
desta IFRS, uma entidade aplicará os requisitos dos parágrafos 4.1.1–4.1.5 ao contrato híbrido
como um todo.

Outros contratos híbridos


4.3.3 Se um contrato híbrido contiver um componente principal que não seja um ativo dentro do alcance
desta IFRS, um derivativo embutido será separado do componente principal e contabilizado como
um derivativo de acordo com esta IFRS se, e somente se:

(a) as características e os riscos econômicos do derivativo embutido não estiverem estritamente


relacionados às características e riscos econômicos do contrato principal (vide parágrafos
B4.3.5 e B4.3.8);

(b) um instrumento separado, com os mesmos termos que o derivativo embutido, atender à
definição de um derivativo; e

(c) o contrato híbrido não for mensurado ao valor justo, com as mudanças no valor justo
reconhecidas em lucros e perdas (ou seja, um derivativo que seja embutido em um passivo
financeiro ao valor justo por meio do resultado não seja separado).

4.3.4 Se um derivativo embutido for separado, o contrato principal será contabilizado de acordo
com a IFRS apropriada. Esta IFRS não aborda se um derivativo embutido será apresentado
separadamente na demonstração da posição financeira.

4.3.5 Apesar dos parágrafos 4.3.3 e 4.3.4, se um contrato contiver um ou mais derivativos embutidos
e o componente principal não for um ativo dentro do alcance desta IFRS, uma entidade poderá
designar todo o contrato híbrido como ao valor justo por meio do resultado, salvo se:

(a) o(s) derivativo(s) embutido(s) não modifique(m) significativamente os fluxos de caixa que de
outra forma seriam exigidos pelo contrato; ou

(b) fique claro com pouca ou nenhuma análise, quando um instrumento híbrido similar for
considerado pela primeira vez, que é proibida a separação do(s) derivativo(s) embutido(s),
como, por exemplo, uma opção de pré-pagamento embutida em um empréstimo que permita
que o titular pré-pague o empréstimo por aproximadamente seu custo amortizado.

4.3.6 Se uma entidade for obrigada por esta IFRS a separar um derivativo embutido de seu contrato
principal, mas for incapaz de mensurar o derivativo embutido separadamente na aquisição ou
no final de um período subsequente de relatório financeiro, ela designará todo o contrato híbrido
como ao valor justo por meio do resultado.

4.3.7 Se uma entidade não puder mensurar de forma confiável o valor justo de um derivativo embutido, com
base em seus termos e condições, o valor justo do derivativo embutido é a diferença entre o valor justo do
contrato híbrido e o valor justo do contrato principal. Se a entidade não puder mensurar o valor justo do
derivativo embutido utilizando esse método, o parágrafo 4.3.6 se aplica e o contrato híbrido é designado
como ao valor justo por meio do resultado.

4.4 Reclassificação
4.4.1 Quando, e somente quando, uma entidade mudar seu modelo de negócios para a gestão de ativos
financeiros, reclassificará todos os ativos financeiros afetados de acordo com os parágrafos
4.1.1–4.1.4.

4.4.2 Uma entidade não reclassificará qualquer passivo financeiro.

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4.4.3 As seguintes mudanças nas circunstâncias não constituem reclassificações para as finalidades dos
parágrafos 4.4.1 e 4.4.2:

(a) Um derivativo que era anteriormente um instrumento de cobertura designado e efetivo em uma
cobertura de fluxo de caixa ou cobertura de investimento líquido não mais se qualifica como tal.

(b) Um derivativo se torna um instrumento de cobertura designado e efetivo em uma cobertura de


fluxo de caixa ou cobertura de investimento líquido.

Capítulo 5 Mensuração

5.1 Mensuração inicial


5.1.1 No reconhecimento inicial, uma entidade mensurará um ativo financeiro ou passivo financeiro
ao seu valor justo mais ou menos, no caso de um ativo financeiro ou passivo financeiro que não
seja ao valor justo por meio do resultado, custos de transação que sejam diretamente atribuíveis
à aquisição ou emissão do ativo financeiro ou passivo financeiro.

5.1.1A Contudo, se o valor justo do ativo financeiro ou passivo financeiro no reconhecimento inicial diferir
do preço da transação, a entidade aplicará o parágrafo B5.1.2A.

5.1.2 Quando uma entidade utiliza a data de liquidação para contabilização de um ativo que seja
subsequentemente mensurado ao custo amortizado, o ativo é reconhecido inicialmente ao seu valor justo
na data de negociação (vide parágrafos B3.1.3-B3.1.6).

5.2 Mensuração subsequente de ativos financeiros


5.2.1 Após o reconhecimento inicial, uma entidade mensurará um ativo financeiro de acordo com os
parágrafos 4.1.1–4.1.5 ao valor justo ou ao custo amortizado (vide parágrafos 9 e OA5–OA8 da
IAS 39).

5.2.2 Uma entidade aplicará os requisitos de redução ao valor recuperável dos parágrafos 58–65 e
OA84–OA93 da IAS 39 a ativos financeiros mensurados ao custo amortizado.

5.2.3 Uma entidade aplicará os requisitos de contabilização de cobertura dos parágrafos 89–102 da
IAS 39 a um passivo financeiro que seja designado como um item protegido (vide parágrafos 78–84
e OA98–OA101 da IAS 39).

5.3 Mensuração subsequente de passivos financeiros


5.3.1 Após o reconhecimento inicial, uma entidade mensurará um passivo financeiro de acordo com os
parágrafos 4.2.1–4.2.2 (vide parágrafos 9 e OA5–OA8 da IAS 39 para custo amortizado).

5.3.2 Uma entidade aplicará os requisitos de contabilização de cobertura dos parágrafos 89–102 da
IAS 39 a um passivo financeiro que seja designado como um item protegido (vide parágrafos 78–84
e OA98–OA101 da IAS 39).

5.4.1–
5.4.3 [Excluídos]

5.5 Mensuração ao custo amortizado – não utilizado

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5.6 Reclassificação de ativos financeiros


5.6.1 Se uma entidade reclassificar ativos financeiros de acordo com o parágrafo 4.4.1, ela aplicará a
reclassificação prospectivamente a partir da data de reclassificação. A entidade não modificará
nenhum ganho, perda ou juro reconhecido anteriormente.

5.6.2 Se, de acordo com o parágrafo 4.4.1, uma entidade reclassificar um ativo financeiro de modo
que ele seja mensurado ao valor justo, seu valor justo será mensurado na data de reclassificação.
Qualquer ganho ou perda decorrente de uma diferença entre o valor contábil anterior e o valor
justo é reconhecido em lucros e perdas.

5.6.3 Se, de acordo com o parágrafo 4.4.1, uma entidade reclassificar um ativo financeiro de modo que
ele seja mensurado ao custo amortizado, seu valor justo na data de reclassificação se tornará seu
novo valor contábil.

5.7 Ganhos e perdas


5.7.1 Um ganho ou perda sobre um ativo financeiro ou passivo financeiro que é mensurado ao valor
justo será reconhecido em lucros e perdas, exceto se:

(a) para parte de uma relação de cobertura (vide parágrafos 89–102 da IAS 39);

(b) para um investimento em um instrumento de patrimônio e a entidade tiver escolhido apresentar


ganhos e perdas sobre esse investimento em outros resultados abrangentes, de acordo com o
parágrafo 5.7.5; ou

(c) para um passivo financeiro designado como ao valor justo por meio do resultado e a entidade
é obrigada a apresentar os efeitos das alterações no risco de crédito do passivo em outros
resultados abrangentes, de acordo com o parágrafo 5.7.7.

5.7.2 Um ganho ou uma perda sobre um ativo financeiro que seja mensurado ao custo amortizado e que
não seja parte de uma relação de cobertura (vide parágrafos 89–102 da IAS 39) será reconhecido
em lucros e perdas quando o ativo financeiro for baixado, apresentar problemas de recuperação
ou for reclassificado, de acordo com o parágrafo 5.6.2, e ao longo do processo de amortização. Um
ganho ou uma perda sobre um passivo financeiro que seja mensurado ao custo amortizado e que
não seja parte de uma relação de cobertura (vide parágrafos 89–102 da IAS 39) será reconhecido
em lucros e perdas quando o passivo financeiro for baixado e ao longo do processo de amortização.

5.7.3 Um ganho ou perda sobre ativos financeiros ou passivos financeiros que são itens protegidos (vide
parágrafos 78-84 e OA98-OA101 da IAS 39) será reconhecido de acordo com os parágrafos 89-102
da IAS 39.

5.7.4 Se uma entidade reconhecer ativos financeiros utilizando a data de liquidação para contabilização
(vide parágrafo 3.1.2 e parágrafos B3.1.3 e B3.1.6), qualquer mudança no valor justo do ativo a ser
recebido durante o período entre a data de negociação e a data de liquidação não é reconhecida
para ativos mensurados pelo custo amortizado (com exceção das perdas por redução ao valor
recuperável). Para ativos mensurados ao valor justo, entretanto, a mudança no valor justo será
reconhecida em lucros e perdas ou em outros resultados abrangentes, conforme apropriado, de
acordo com o parágrafo 5.7.1.

Investimentos em instrumentos de patrimônio


5.7.5 No reconhecimento inicial, uma entidade pode efetuar uma escolha irrevogável de apresentar, em
outros resultados abrangentes, mudanças subsequentes no valor justo de um investimento em um
instrumento de patrimônio dentro do alcance desta IFRS que não seja mantido para negociação.

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5.7.6 Se uma entidade efetuar a escolha do parágrafo 5.7.5, ela reconhecerá, em lucros e perdas, dividendos
desse investimento quando o seu direito de receber o pagamento do dividendo for estabelecido de acordo
com a IAS 18.

Passivos designados como ao valor justo por meio do resultado


5.7.7 Uma entidade apresentará um ganho ou perda sobre um passivo financeiro designado como ao
valor justo por meio do resultado conforme abaixo:

(a) O valor da mudança no valor justo do passivo financeiro que é atribuível a mudanças no risco
de crédito desse passivo será apresentado em outros resultados abrangentes (vide parágrafos
B5.7.13-B5.7.20), e

(b) o valor restante da mudança no valor justo do passivo será apresentado em lucros e perdas

salvo se o tratamento dos efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo descrito em (a)
criar ou aumentar um descasamento contábil em lucros e perdas (sendo que nesse caso se aplica o
parágrafo 5.7.8). Os parágrafos B5.7.5-B5.7.7 e B5.7.10-B5.7.12 fornecem orientação sobre como
determinar se um descasamento contábil será criado ou aumentado.

5.7.8 Se os requisitos do parágrafo 5.7.7 criarem ou aumentarem um descasamento contábil em lucros


e perdas, uma entidade apresentará todos os ganhos ou perdas sobre esse passivo (incluindo os
efeitos das mudanças no risco de crédito desse passivo) em lucros e perdas.

5.7.9 Apesar dos requisitos dos parágrafos 5.7.7 e 5.7.8, uma entidade apresentará em lucros e perdas no
resultado todos os ganhos e perdas sobre compromissos de empréstimo e contratos de garantia financeira
que sejam designados como ao valor justo por meio do resultado.

Capítulo 6 Contabilização de cobertura – não utilizado

Capítulo 7 Data de vigência e transição

7.1 Data de vigência


7.1.1 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2015.
A aplicação antecipada é permitida. Contudo, se uma entidade decidir aplicar esta IFRS antecipadamente
e ainda não tiver aplicado a IFRS 9 emitida em 2009, ela deve aplicar todos os requisitos desta IFRS
ao mesmo tempo (porém, vide também parágrafo 7.3.2). Se uma entidade aplicar esta IFRS em suas
demonstrações financeiras para um período iniciado antes de 1º de janeiro de 2015, ela divulgará esse
fato e, ao mesmo tempo, aplicará as alterações do Apêndice C.

7.1.2 A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos 3.2.1,
B3.2.1–B3.2.3, B4.3.12(c), B5.7.15, C11 e C30 e excluíram os parágrafos C23–C28 e os respectivos
títulos. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

7.1.3 A IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 3.2.14, 4.3.7,
5.1.1, 5.2.1, 5.6.2, 7.2.5, 7.2.11, 7.2.12, alterou a definição de valor justo no Apêndice A, alterou os
parágrafos B3.2.11, B3.2.17, B5.1.1, B5.4.14, B5.4.16, B5.7.20, C3, C11, C26, C28, C30, C49 e C53,
excluiu os parágrafos 5.4.2, B5.4.1–B5.4.13 e acrescentou os parágrafos 5.1.1A, B5.1.2A e B5.2.2A.
Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

7.2 Transição
7.2.1 Uma entidade aplicará esta IFRS retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, salvo conforme especificado nos parágrafos 7.2.4–7.2.15.
Esta IFRS não será aplicada a itens que já tenham sido baixados na data da aplicação inicial

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7.2.2 Para fins das disposições sobre transição dos parágrafos 7.2.1 e 7.2.3–7.2.16, a data de aplicação inicial
é a data em que uma entidade aplica pela primeira vez os requisitos desta IFRS. A data de aplicação
inicial pode ser:

(a) qualquer data entre a emissão desta IFRS e 31 de dezembro de 2010, para entidades que apliquem
inicialmente esta IFRS antes de 1º de janeiro de 2011; ou

(b) o início do primeiro período de relatório no qual a entidade adote esta IFRS, para entidades que
apliquem inicialmente esta IFRS em ou após 1º de janeiro de 2011.

7.2.3 Se a data de aplicação inicial não for o início de um período de relatório, a entidade divulgará esse fato
e as razões para utilizar essa data de aplicação inicial.

7.2.4 Na data de aplicação inicial, uma entidade avaliará se um ativo financeiro atende à condição do parágrafo
4.1.2(a) com base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de aplicação inicial. A classificação
resultante será aplicada retrospectivamente, independentemente do modelo de negócios da entidade em
períodos de relatório anteriores.

7.2.5 Se uma entidade mensurar um contrato híbrido ao valor justo de acordo com o parágrafo 4.1.4 ou o
parágrafo 4.1.5, mas o valor justo do contrato híbrido não tiver sido mensurado em períodos de relatório
comparativos, o valor justo do contrato híbrido nos períodos de relatório comparativos será a soma dos
valores justos dos componentes (ou seja, o contrato principal não derivativo e o derivativo embutido)
no final de cada período de relatório comparativo.

7.2.6 Na data de aplicação inicial, uma entidade reconhecerá qualquer diferença entre o valor justo do contrato
híbrido como um todo na data de aplicação inicial e a soma dos valores justos dos componentes do
contrato híbrido na data de aplicação inicial:

(a) nos lucros acumulados de abertura do período de relatório de aplicação inicial, se a entidade aplicar
inicialmente esta IFRS no início de um período de relatório, ou

(b) em lucros e perdas, se a entidade aplicar inicialmente esta IFRS durante um período de relatório.

7.2.7 Na data de aplicação inicial, uma entidade pode designar:

(a) um ativo financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado, de acordo com o
parágrafo 4.1.5; ou

(b) um investimento em um instrumento de patrimônio como ao valor justo por meio de outros resultados
abrangentes, de acordo com o parágrafo 5.7.5.

Essa designação será feita com base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de aplicação inicial.
Essa classificação será aplicada retrospectivamente.

7.2.8 Na data de aplicação inicial, uma entidade:

(a) revogará sua designação anterior de um ativo financeiro como mensurado ao valor justo por meio
do resultado se esse ativo financeiro não atender à condição do parágrafo 4.1.5.

(b) poderá revogar sua designação anterior de um ativo financeiro como mensurado ao valor justo por
meio do resultado se esse ativo financeiro atender à condição do parágrafo 4.1.5.

Essa revogação será feita com base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de aplicação inicial.
Essa classificação será aplicada retrospectivamente.

7.2.9 Na data de aplicação inicial, uma entidade:

(a) poderá designar um passivo financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado, de
acordo com o parágrafo 4.2.2(a).

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(b) revogará sua designação anterior de um passivo financeiro como mensurado ao valor justo por
meio do resultado se essa designação tiver sido feita no reconhecimento inicial, de acordo com a
condição atualmente no parágrafo 4.2.2(a) e essa designação não atender a essa condição na data
de aplicação inicial.

(c) poderá revogar sua designação anterior de um passivo financeiro como mensurado ao valor justo
por meio do resultado se essa designação tiver sido feita no reconhecimento inicial, de acordo com
a condição atualmente no parágrafo 4.2.2(a) e essa designação atender a essa condição na data de
aplicação inicial.

Essa designação e revogação serão feitas com base nos fatos e circunstâncias que existirem na data de
aplicação inicial. Essa classificação será aplicada retrospectivamente.

7.2.10 Se for impraticável (como definido na IAS 8) para uma entidade aplicar retrospectivamente o método
de juros efetivos ou os requisitos de redução ao valor recuperável dos parágrafos 58–65 e OA84–OA93
da IAS 39, a entidade tratará o valor justo do ativo financeiro ou passivo financeiro no final de cada
período comparativo como o seu custo amortizado se a entidade reapresentar períodos anteriores. Se
for impraticável (como definido na IAS 8) para uma entidade aplicar retrospectivamente o método de
juros efetivos ou os requisitos de redução ao valor recuperável dos parágrafos 58–65 e OA84–OA93 da
IAS 39, o valor justo do ativo financeiro ou passivo financeiro na data de aplicação inicial será tratado
como o novo custo amortizado desse ativo financeiro ou passivo financeiro na data de aplicação inicial
desta IFRS.

7.2.11 Se uma entidade tiver contabilizado anteriormente um investimento em um instrumento de patrimônio


que não tenha um preço cotado em um mercado ativo para um instrumento idêntico (ou seja, informação
de Nível 1) (ou um ativo derivativo que seja vinculado a esse instrumento e que deva ser liquidado
pela entrega desse instrumento) ao custo de acordo com a IAS 39, ela mensurará esse instrumento ao
valor justo na data de aplicação inicial. Qualquer diferença entre o valor contábil anterior e o valor
justo será reconhecida nos lucros acumulados de abertura do período de relatório que incluir a data de
aplicação inicial.

7.2.12 Se uma entidade tiver contabilizado anteriormente um passivo derivativo que seja vinculado a e que
deva ser liquidado pela entrega de um instrumento de patrimônio que não tenha um preço cotado em um
mercado ativo para um instrumento idêntico (ou seja, informação de Nível 1) ao custo de acordo com
a IAS 39, ela mensurará esse passivo derivativo ao valor justo na data de aplicação inicial. Qualquer
diferença entre o valor contábil anterior e o valor justo será reconhecida nos lucros acumulados de
abertura do período de relatório que incluir a data de aplicação inicial.

7.2.13 Na data de aplicação inicial, uma entidade determinará se o tratamento no parágrafo 5.7.7 criaria ou
aumentaria um descasamento contábil em lucros e perdas com base nos fatos e circunstâncias existentes
na data de aplicação inicial. Esta IFRS será aplicada retrospectivamente com base nessa determinação.

7.2.14 Apesar do requisito no parágrafo 7.2.1, uma entidade que adota os requisitos de classificação e mensuração
desta IFRS para períodos de relatório:

(a) que se iniciam antes de 1º de janeiro de 2012 não é necessário reapresentar períodos anteriores e
não está obrigada a fornecer as divulgações previstas nos parágrafos 44S-44W da IFRS 7;

(b) que se iniciam a partir de 1º de janeiro de 2012 e antes de 1º de janeiro de 2013 deve decidir se
fornece as divulgações previstas nos parágrafos 44S-44W da IFRS 7 ou se reapresenta períodos
anteriores; e

(c) que se iniciam a partir de 1º de janeiro de 2013 fornecerá as divulgações previstas nos parágrafos
44S-44W da IFRS 7. A entidade não precisa reapresentar períodos anteriores.

Se uma entidade não reapresentar períodos anteriores, ela reconhecerá qualquer diferença entre o valor
contábil anterior e o valor contábil no início do período de relatório anual que incluir a data de aplicação
inicial no saldo de abertura de lucros acumulados (ou outro componente do patrimônio líquido, conforme

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IFRS 9

apropriado) do período de relatório anual que incluir a data de aplicação inicial. Entretanto, se uma
entidade reapresentar períodos anteriores, as demonstrações financeiras reapresentadas deverão refletir
todos os requisitos desta IFRS.

7.2.15 Se uma entidade preparar relatórios financeiros intermediários de acordo com a IAS 34 – Relatório
Financeiro Intermediário, ela não precisará aplicar os requisitos desta IFRS a períodos intermediários
anteriores à data de aplicação inicial se isto for impraticável (conforme definido na IAS 8).

Entidades que aplicaram antecipadamente a IFRS 9 emitida em 2009


7.2.16 Uma entidade aplicará os requisitos de transição dos parágrafos 7.2.1-7.2.15 na data pertinente de
aplicação inicial. Em outras palavras, uma entidade aplicará os parágrafos 7.2.4-7.2.11 se aplicar a IFRS 9
(emitida em 2009) ou, caso não o faça, quando aplicar a IFRS 9 (emitida em 2010) em sua totalidade.
Uma entidade não pode aplicar esses parágrafos mais de uma vez.

7.3 Revogação da IFRIC 9 e da IFRS 9 (2009)


7.3.1 Esta IFRS substitui a IFRIC 9 – Reavaliação de Derivativos Embutidos. Os requisitos acrescentados
à IFRS 9 em outubro de 2010 incorporaram os requisitos anteriormente definidos nos parágrafos 5
e 7 da IFRIC 9. Como uma alteração decorrente, a IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relatório Financeiro incorporou os requisitos anteriormente definidos no parágrafo
8 da IFRIC 9.

7.3.2 Esta IFRS substitui a IFRS 9 emitida em 2009. Entretanto, para períodos anuais iniciados antes de 1º
de janeiro de 2015, uma entidade poderá decidir aplicar a IFRS 9 emitida em 2009 em vez de aplicar
esta IFRS.

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

baixa A retirada de um ativo financeiro ou passivo financeiro anteriormente


reconhecido da demonstração da posição financeira de uma entidade.
compra ou venda de forma Uma compra ou venda de um ativo financeiro de acordo com um contrato
regular cujos termos exigem a entrega do ativo dentro do prazo estabelecido, de
modo geral por regulamentação ou convenção no mercado correspondente.
contrato de garantia financeira Contrato que exige que a emitente efetue determinados pagamentos para
indenizar o titular por uma perda que este incorrer em virtude de não
pagamento no vencimento por um determinado devedor, de acordo com os
termos originais ou modificados de um instrumento de dívida.
data de reclassificação O primeiro dia do primeiro período de relatório após a mudança no modelo
de negócios que resulte em reclassificação de ativos financeiros por
uma entidade.
derivativo Um instrumento financeiro ou outro contrato dentro do alcance desta IFRS
(vide parágrafo 2.1), que possua todas as três características a seguir:
(a) Seu valor se modifica em resposta à mudança em uma determinada
taxa de juros, preço de instrumento financeiro, preço de commodity,
taxa de câmbio, índice de preços ou taxas, classificação de crédito
ou índice de crédito, ou outra variável (algumas vezes denominada
“subjacente”), desde que, no caso de uma variável não financeira,
essa variável não seja específica a uma das partes do contrato;
(b) Não exige nenhum investimento líquido inicial ou um investimento
líquido inicial que seja menor do que seria necessário para outros
tipos de contratos que se esperaria tivessem uma resposta similar a
mudanças nos fatores de mercado.
(c) Seja liquidado em uma data futura.
mantido para negociação Um ativo financeiro ou passivo financeiro que:
(a) é adquirido ou incorrido principalmente para ser vendido ou
recomprado no curto prazo;
(b) no reconhecimento inicial faz parte de uma carteira de instrumentos
financeiros identificados que sejam administrados em conjunto e para
os quais há evidência de um padrão real recente de obtenção de lucros
no curto prazo; ou
(c) é um derivativo (exceto um derivativo que seja um contrato de
garantia financeira ou um instrumento de cobertura designado
e efetivo).
passivo financeiro ao valor Um passivo financeiro que atenda a qualquer das seguintes condições:
justo por meio do resultado
(a) Atende a definição de mantido para negociação.
(b) No reconhecimento inicial, seja designado pela entidade como ao
valor justo por meio do resultado de acordo com o parágrafo 4.2.2
ou 4.3.5.

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valor justo Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada
entre participantes do mercado na data de mensuração. (Vide IFRS 13.)

Os seguintes termos são definidos no parágrafo 11 da IAS 32, no parágrafo 9 da IAS 39 ou no Apêndice A da IFRS 7
e são utilizados nesta IFRS com os significados especificados na IAS 32, IAS 39 ou na IFRS 7:

(a) ativo financeiro

(b) custo amortizado de um ativo financeiro ou passivo financeiro

(c) custos de transação

(d) instrumento de cobertura (hedging)

(e) instrumento de patrimônio

(f) instrumento financeiro

(g) item protegido (hedge)

(h) método de juros efetivos

(i) passivo financeiro

(j) risco de crédito.

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

Reconhecimento e baixa (capítulo 3)

Reconhecimento inicial (seção 3.1)


B3.1.1 Como consequência do princípio no parágrafo 3.1.1, uma entidade reconhece a totalidade de seus
direitos e obrigações contratuais com derivativos em sua demonstração da posição financeira como
ativos e passivos, respectivamente, com exceção de derivativos que impeçam uma transferência de ativos
financeiros de ser contabilizada como uma venda (vide parágrafo B3.2.14). Se uma transferência de um
ativo financeiro não se qualificar para baixa, o cessionário não reconhece os ativos transferidos como
seus ativos (vide parágrafo B3.2.15).

B3.1.2 Seguem abaixo exemplos da aplicação do princípio do parágrafo 3.1.1:

(a) Contas a receber e a pagar incondicionais são reconhecidos como ativos ou passivos, quando a
entidade se torna parte do contrato e, como consequência, possui um direito legal de receber ou
uma obrigação legal de pagar em caixa.

(b) Ativos a serem adquiridos e passivos a serem incorridos como resultado de um compromisso firme
de comprar ou vender produtos e serviços normalmente não são reconhecidos, até que pelo menos
uma das partes tenha cumprido o contrato. Por exemplo, uma entidade que recebe um pedido firme
geralmente não reconhece um ativo (e a entidade que faz o pedido não reconhece um passivo)
na época do compromisso, mas, em vez disso, posterga o reconhecimento até que os produtos ou
serviços solicitados tenham sido encaminhados, entregues ou prestados. Se um compromisso firme
para comprar ou vender itens não financeiros estiver dentro do alcance desta IFRS, de acordo com
os parágrafos 5-7 da IAS 39, seu valor justo líquido é reconhecido como um ativo ou um passivo
na data do compromisso (vide (c) abaixo). Além disso, se um compromisso firme anteriormente
não reconhecido for designado como item protegido em uma cobertura de valor justo, qualquer
mudança no valor justo líquido atribuível ao risco protegido é reconhecida como um ativo ou
passivo após o início da cobertura (vide parágrafos 93 e 94 da IAS 39).

(c) Um contrato a termo que esteja dentro do alcance desta IFRS (vide parágrafo 2.1) é reconhecido
como um ativo ou um passivo na data do compromisso, e não na data em que ocorre a liquidação.
Quando uma entidade se torna parte de um contrato a termo, os valores justos do direito e da
obrigação são frequentemente iguais, de modo que o valor justo líquido do contrato a termo é zero.
Se o valor justo líquido do direito e da obrigação não for zero, o contrato é reconhecido como um
ativo ou passivo.

(d) Contratos de opção que estejam dentro do alcance desta IFRS (vide parágrafo 2.1) são reconhecidos
como ativos ou passivos quando o titular ou lançador da opção se tornar parte do contrato.

(e) Transações futuras planejadas, não importa o quão prováveis, não são ativos e passivos, pois a
entidade não se tornou parte de um contrato.

Compra ou venda de forma regular de ativos financeiros

B3.1.3 Uma compra ou venda normal de ativos financeiros é reconhecida usando-se ou a contabilização na
data de negociação ou contabilização na data de liquidação, conforme descrito nos parágrafos B3.1.5
e B3.1.6. Uma entidade aplicará o mesmo método consistentemente para todas as compras e vendas
de ativos financeiros que sejam classificadas da mesma forma de acordo com esta IFRS. Para essa

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finalidade, ativos que sejam obrigatoriamente mensurados ao valor justo por meio do resultado formam
uma classificação separada de ativos designados como mensurados ao valor justo por meio do resultado.
Além disso, investimentos em instrumentos de patrimônio contabilizados utilizando a opção prevista no
parágrafo 5.7.5 formam uma classificação separada.

B3.1.4 Um contrato que exige ou permite a liquidação pelo valor líquido da mudança no valor do contrato não
é um contrato de forma regular. Em vez disso, esse contrato é contabilizado como um derivativo no
período entre a data de negociação e a data de liquidação.

B3.1.5 A data de negociação é a data em que uma entidade se compromete a comprar ou vender um ativo.
A contabilização na data de negociação está relacionada a (a) reconhecimento de um ativo a ser recebido
e um passivo a ser pago por ela na data de negociação e (b) baixa de um ativo que seja vendido,
reconhecimento de qualquer ganho ou perda sobre a alienação e reconhecimento de uma conta a receber
do comprador para pagamento na data de negociação. De modo geral, os juros não começam a se acumular
sobre o ativo e o respectivo passivo até a data de liquidação, quando o título é transferido.

B3.1.6 A data de liquidação é a data em que um ativo é entregue a uma entidade ou por ela. A contabilização
na data de liquidação está relacionada a (a) reconhecimento de um ativo no dia em que é recebido pela
entidade, e (b) baixa de um ativo e reconhecimento de qualquer ganho ou perda sobre a alienação no
dia em que é entregue pela entidade. Quando a contabilização na data de liquidação for aplicada, uma
entidade contabiliza qualquer mudança no valor justo do ativo a ser recebido durante o período entre a
data de negociação e a data de liquidação, da mesma forma que contabiliza o ativo adquirido. Em outras
palavras, a mudança no valor não é reconhecida para ativos mensurados pelo custo amortizado; ela é
reconhecida em lucros e perdas para ativos classificados como ativos financeiros mensurados ao valor
justo por meio do resultado; e é reconhecida em outros resultados abrangentes para investimentos em
instrumentos de patrimônio contabilizados de acordo com o parágrafo 5.7.5.

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Baixa de ativos financeiros (seção 3.2)


B3.2.1 O fluxograma abaixo ilustra a avaliação da condição e extensão no qual um ativo financeiro é baixado.

Consolidar todas as subsidiárias [Parágrafo 3.2.1]

Determinar se os princípios de baixa abaixo são aplicados


à totalidade ou parte de um ativo (ou grupo de ativos
similares) [Parágrafo 3.2.2]

Têm os
direitos aos fluxos de
caixa dos ativos expirados? Sim Baixar o ativo
[Parágrafo 3.2.3(a)]

Não

A entidade
transferiu seus direitos
de receber os fluxos de
caixa do ativo?
[Parágrafo 3.2.4(a)]

Não

A entidade
assumiu uma
obrigação de pagar os fluxos
Sim de caixa do ativo que atende as Não O ativo continua registrado
condições do parágrafo 3.2.5?
[Parágrafo 3.2.4(b)]

Sim

A entidade transferiu
substancialmente todos os riscos Sim Baixar o ativo
e benefícios? [Parágrafo 3.2.6(a)]

Não

A entidade
reteve substancialmente
todos os riscos e benefícios? Sim O ativo continua registrado
[Parágrafo 3.2.6(b)]
Não

A entidade
reteve o controle do
Não Baixar o ativo
ativo? [Parágrafo 3.2.6(c)]

Sim

Continuar a reconhecer o ativo na medida do envolvimento


contínuo da entidade

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Acordos nos quais uma entidade retém os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa
de um ativo financeiro, mas assume uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a
um ou mais receptores [parágrafo 3.2.4(b)]

B3.2.2 A situação descrita no parágrafo 3.2.4(b) (quando uma entidade retiver os direitos contratuais de receber
os fluxos de caixa do ativo financeiro, mas assume uma obrigação contratual de pagar os fluxos de
caixa a um ou mais receptores) ocorre, por exemplo, se a entidade for uma sociedade fiduciária e emite
participações beneficiárias a investidores subjacentes aos ativos financeiros que ela possui e fornece
serviço de cobrança desses ativos financeiros. Nesse caso, os ativos financeiros se qualificam para baixa,
se as condições nos parágrafos 3.2.5 e 3.2.6 forem atendidas.

B3.2.3 Ao aplicar o parágrafo 3.2.5, a entidade poderia ser, por exemplo, a originadora do ativo financeiro ou
poderia ser um grupo que inclui uma subsidiária que adquiriu o ativo financeiro e repassa os fluxos de
caixa a investidores terceiros não relacionados à entidade.

Avaliação da transferência de riscos e benefícios de propriedade (parágrafo 3.2.6)

B3.2.4 Exemplos de quando uma entidade transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios de propriedade:

(a) uma venda incondicional de um ativo financeiro;

(b) uma venda de um ativo financeiro juntamente com uma opção para recompra do ativo financeiro
por seu valor justo na época da recompra; e

(c) uma venda de um ativo financeiro juntamente com uma opção de venda ou compra que esteja
substancialmente fora do preço (ou seja, uma opção que esteja tão fora do preço que seja altamente
improvável que entre no preço antes do vencimento).

B3.2.5 Exemplos de quando uma entidade reteve substancialmente todos os riscos e benefícios de propriedade:

(a) uma transação de venda e recompra em que o preço de recompra é um preço fixo ou o preço de
venda mais um retorno do mutuante;

(b) um contrato de empréstimo de títulos;

(c) uma venda de um ativo financeiro juntamente com um swap de retorno total que retransfere a
exposição a risco de mercado à entidade;

(d) uma venda de um ativo financeiro juntamente com uma opção de venda ou compra substancialmente
dentro do preço (ou seja, uma opção que esteja tão dentro do preço que seja altamente improvável
que saia do preço antes do vencimento); e

(e) uma venda de contas a receber de curto prazo em que a entidade garante remunerar o cessionário
pelas perdas de crédito que provavelmente ocorram.

B3.2.6 Se uma entidade determinar que, como resultado da transferência, transferiu substancialmente todos os
riscos e benefícios da propriedade do ativo transferido, ela não reconhece o ativo transferido novamente
em um período futuro, exceto se readquirir o ativo transferido em uma nova transação.

Avaliação da transferência de controle

B3.2.7 Uma entidade não reteve o controle de um ativo transferido, se o cessionário tiver a capacidade prática
de vender o ativo transferido. Uma entidade reteve o controle de um ativo transferido, se o cessionário
não tiver a capacidade prática de vender o ativo transferido. Um cessionário possui a capacidade prática
de vender o ativo transferido, se ele for negociado em um mercado ativo, porque o cessionário poderia
recomprar o ativo transferido no mercado, se precisasse devolver o ativo à entidade. Por exemplo, um
cessionário pode ter a capacidade prática de vender um ativo transferido, se o ativo transferido estiver
sujeito a uma opção que permita que a entidade o recompre, mas o cessionário pode prontamente obter

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o ativo transferido no mercado, se a opção for exercida. Um cessionário não tem a capacidade prática
de vender um ativo transferido, se a entidade retiver essa opção e o cessionário não puder prontamente
obter o ativo transferido no mercado, se a entidade exercer sua opção.

B3.2.8 O cessionário tem a capacidade prática de vender o ativo transferido apenas se o cessionário puder vender
o ativo transferido em sua totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade
unilateralmente e sem precisar impor restrições adicionais sobre a transferência. A questão crítica é o que
o cessionário é capaz de fazer na prática, e não quais os direitos contratuais que o cessionário tem em
relação ao que pode fazer com o ativo transferido ou quais proibições contratuais existem. Em particular:

(a) um direito contratual de alienar o ativo transferido tem pouco efeito prático, se não houver mercado
para o ativo transferido, e

(b) uma capacidade de alienar o ativo transferido tem pouco efeito prático, se não puder ser exercida
livremente. Por esse motivo:

(i) a capacidade do cessionário de alienar o ativo transferido deve ser independente das ações
dos outros (ou seja, deve ser uma capacidade unilateral), e

(ii) o cessionário deve ser capaz de alienar o ativo transferido sem precisar impor condições
restritivas ou “limites” à transferência (por exemplo, condições sobre como um ativo de
empréstimo é cobrado ou uma opção dando ao cessionário o direito de recomprar o ativo).

B3.2.9 A improbabilidade de o cessionário vender o ativo transferido, por si só, não significa que o cedente tenha
retido o controle do ativo transferido. Entretanto, se uma opção de venda ou garantia impedir o cessionário
de vender o ativo transferido, então o cedente reteve o controle do ativo transferido. Por exemplo, se
uma opção de venda ou garantia for suficientemente valiosa, ela impede o cessionário de vender o ativo
transferido, porque o cessionário, na prática, não venderia o ativo transferido a um terceiro sem impor
uma opção similar ou outras condições restritivas. Em vez disso, o cessionário reteria o ativo transferido
de modo a obter pagamentos, de acordo com a garantia ou opção de venda. Nessas circunstâncias, o
cedente reteve o controle do ativo transferido.

Transferências que se qualificam para baixa

B3.2.10 Uma entidade pode reter o direito a uma parte dos pagamentos de juros sobre os ativos transferidos como
remuneração pelo serviço de cobrança desses ativos. A parte dos pagamentos de juros a que a entidade
renunciaria, por ocasião da rescisão ou transferência do contrato de serviço de cobrança, é alocada ao
ativo ou passivo objeto da prestação de serviço de cobrança. A parte dos pagamentos de juros a que a
entidade não renunciaria é uma conta a receber de faixa de juros apenas. Por exemplo, se a entidade
não for renunciar a quaisquer juros, por ocasião da rescisão ou transferência do contrato de serviço de
cobrança, todo o spread de juros é uma conta a receber de faixa de juros apenas. Para os fins da aplicação
do parágrafo 3.2.13, os valores justos do serviço de cobrança do ativo e da conta a receber da faixa de
juros apenas são usados para alocar o valor contábil da conta a receber entre a parte do ativo que é baixada
e a parte que continua a ser reconhecida. Se não houver taxa de serviço de cobrança especifica ou se
não se espera que a taxa a ser recebida remunere a entidade adequadamente pela realização do serviço
de cobrança, um passivo relacionado à obrigação de serviço de cobrança é reconhecido ao valor justo.

B3.2.11 Ao mensurar os valores justos da parte que continua a ser reconhecida e da parte que é baixada para
fins de aplicação do parágrafo 3.2.13, uma entidade aplica os requisitos de mensuração do valor justo
na IFRS 13, além do parágrafo 3.2.14.

Transferências que não se qualificam para baixa

B3.2.12 Segue uma aplicação do princípio descrito no parágrafo 3.2.15. Se uma garantia fornecida pela entidade
para perdas por inadimplência sobre o ativo transferido impedir que um ativo transferido seja baixado,
porque a entidade reteve substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo transferido,
o ativo transferido continua a ser reconhecido em sua totalidade e a contrapartida recebida é reconhecida
como um passivo.

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Envolvimento contínuo em ativos transferidos

B3.2.13 Seguem abaixo exemplos de como uma entidade mensura um ativo transferido e o respectivo passivo,
de acordo com o parágrafo 3.2.16.

Todos os ativos

(a) Se uma garantia fornecida por uma entidade para o pagamento de perdas por inadimplência sobre
um ativo transferido impedir que o ativo transferido seja baixado na medida de seu envolvimento
continuo, o ativo transferido na data da transferência é mensurado pelo menor valor entre (i) o valor
contábil do ativo e (ii) o valor máximo da contrapartida recebida na transferência que a entidade
seria obrigada a restituir (“o valor da garantia”). O respectivo passivo é inicialmente mensurado
pelo valor da garantia, mais o valor justo da garantia (que é normalmente a contrapartida recebida
pela garantia). Subsequentemente, o valor justo inicial da garantia é reconhecido em lucros e perdas,
em função do tempo transcorrido (vide IAS 18) e o valor contábil do ativo é reduzido por quaisquer
perdas por redução ao valor recuperável.

Ativos mensurados ao custo amortizado

(b) Se uma obrigação por opção de venda lançada por uma entidade ou o direito de opção de compra
detido por uma entidade impedir que um ativo transferido seja baixado e a entidade mensurar o
ativo transferido pelo custo amortizado, o respectivo passivo é mensurado pelo seu custo (ou seja,
a contrapartida recebida), ajustado pela amortização de qualquer diferença entre o custo e o custo
amortizado do ativo transferido na data de término da opção. Por exemplo, suponha que o custo
amortizado e o valor contábil do ativo na data da transferência seja UM98 e que a contrapartida
recebida seja UM95. O custo amortizado do ativo na data de exercício da opção será de UM100.
O valor contábil inicial do respectivo passivo é UM95 e a diferença entre UM95 e UM100 é
reconhecida em lucros e perdas, usando o método de juros efetivos. Se a opção for exercida, qualquer
diferença entre o valor contábil e o respectivo passivo e o preço de exercício é reconhecida em
lucros e perdas.

Ativos mensurados ao valor justo

(c) Se um direito de opção de compra retido por uma entidade impedir que um ativo transferido seja
baixado e a entidade mensurar o ativo transferido ao valor justo, o ativo continua a ser mensurado
pelo seu valor justo. O respectivo passivo é mensurado pelo (i) preço de exercício da opção menos
o valor temporal da opção, se a opção estiver dentro do preço ou no preço, ou (ii) valor justo do
ativo transferido menos o valor temporal da opção, se a opção estiver fora do preço. O ajuste na
mensuração do respectivo passivo garante que o valor contábil líquido do ativo e do respectivo
passivo seja o valor justo do direito da opção de compra. Por exemplo, se o valor justo do ativo
subjacente é UM80, o preço de exercício da opção é UM95 e o valor temporal da opção é UM5, o
valor contábil do respectivo passivo é UM75 (UM80 – UM5) e o valor contábil do ativo transferido
é UM80 (ou seja, seu valor justo).

(d) Se uma opção de venda lançada por uma entidade impedir que um ativo transferido seja baixado
e a entidade mensurar o ativo transferido ao valor justo, o respectivo passivo é mensurado pelo
preço de exercício da opção mais o valor temporal da opção. A mensuração do ativo ao valor justo
é limitada ao que for menor entre o valor justo e o preço de exercício da opção, porque a entidade
não tem direito a aumentos no valor justo do ativo transferido acima do preço de exercício da
opção. Isso garante que o valor contábil líquido do ativo e do respectivo passivo seja o valor justo
da obrigação de opção de venda. Por exemplo, se o valor justo do ativo subjacente é UM120, o
preço de exercício da opção é UM100 e o valor temporal da opção é UM5, o valor contábil do
respectivo passivo é UM105 (UM100 + UM5) e o valor contábil do ativo é UM100 (nesse caso,
o preço de exercício da opção).

(e) Se um colar, na forma de resgate de opção comprada e opção lançada, impedir que um ativo
transferido seja baixado e a entidade mensurar o ativo ao valor justo, ela continua a mensurar

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o ativo ao valor justo. O respectivo passivo é mensurado pela (i) soma do preço de exercício da
opção de compra e o valor justo da opção de venda menos o valor temporal da opção de compra,
se a opção de compra estiver dentro do preço ou no preço, ou (ii) soma do valor justo do ativo e do
valor justo da opção de venda menos o valor temporal da opção de compra, se a opção de compra
estiver fora do preço. O ajuste ao respectivo passivo garante que o valor contábil líquido do ativo e
do respectivo passivo seja o valor justo das opções detidas e lançadas pela entidade. Por exemplo,
suponha que uma entidade transfira um ativo financeiro que seja mensurado ao valor justo e, ao
mesmo tempo, compre uma opção de compra com preço de exercício de UM120 e lance uma
opção de venda com preço de exercício de UM80. Suponha também que o valor justo do ativo seja
UM100 na data da transferência. O valor temporal das opções de venda e compra são UM1 e UM5,
respectivamente. Nesse caso, a entidade reconhece um ativo de UM100 (o valor justo do ativo) e
um passivo de UM96 [(UM100 + UM1) – UM5]. Isso dá um valor de ativo líquido de UM4, que
é o valor justo das opções detidas e lançadas pela entidade.

Todas as transferências

B3.2.14 Na medida em que uma transferência de ativo financeiro não se qualificar para baixa, os direitos e
obrigações contratuais do cedente relacionados à transferência não são contabilizados separadamente
como derivativos, se o reconhecimento tanto do derivativo quanto do ativo transferido ou passivo
resultante da transferência resultar no reconhecimento dos mesmos direitos e obrigações duas vezes. Por
exemplo, uma opção de compra retida pelo cedente pode impedir uma transferência de ativos financeiros
de ser contabilizada como uma venda. Nesse caso, a opção de compra não é reconhecida separadamente
como um ativo derivativo.

B3.2.15 Na medida em que uma transferência de ativo financeiro não se qualificar para baixa, o cessionário não
reconhece o ativo transferido como seu ativo. O cessionário baixa o caixa ou outra contrapartida paga e
reconhece uma conta a receber proveniente do cedente. Se o cedente tiver tanto um direito quanto uma
obrigação de readquirir o controle de todo o ativo transferido por um valor fixo (como, por exemplo,
de acordo com um acordo de recompra), o cessionário pode mensurar sua conta a receber pelo custo
amortizado se atender aos critérios do parágrafo 4.1.2.

Exemplos

B3.2.16 Os seguintes exemplos ilustram a aplicação dos princípios de baixa desta IFRS.

(a) Contratos de recompra e empréstimo de títulos. Se um ativo financeiro for vendido de acordo
com um contrato para recomprá-lo a um preço fixo ou ao preço de venda mais um retorno do
mutuante ou se for emprestado de acordo com um contrato para devolvê-lo ao cedente, ele não é
baixado, porque o cedente retém substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade. Se
o cessionário obtiver o direito de vender o ativo ou oferecê-lo em garantia, o cedente reclassifica
o ativo em sua demonstração da posição financeira, por exemplo, como um ativo emprestado ou
recebível por recompra.

(b) Contratos de recompra e empréstimo de títulos – ativos que são substancialmente os mesmos.
Se um ativo financeiro for vendido de acordo com um contrato para recomprar o mesmo ativo
ou substancialmente o mesmo ativo a um preço fixo ou pelo preço de venda mais um retorno do
mutuante ou se um ativo financeiro for tomado por empréstimo ou emprestado de acordo com um
contrato para devolver o mesmo ativo ou substancialmente o mesmo ativo ao cedente, ele não é
baixado, porque o cedente retém substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade.

(c) Contratos de recompra e empréstimo de títulos – direito de substituição. Se um acordo de recompra


a um preço de recompra fixo ou um preço igual ao preço de venda mais um retorno do mutuante,
ou uma transação de empréstimo de título similar, fornecer ao cessionário um direito de substituir
ativos que são similares e de valor justo igual ao ativo transferido na data de recompra, o ativo
vendido ou emprestado de acordo com uma transação de recompra ou empréstimo de títulos não
é baixado, porque o cedente retém substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade.

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(d) Direito de recompra de primeira recusa ao valor justo. Se uma entidade vender um ativo financeiro
e retiver apenas um direito de primeira recusa para recomprar o ativo transferido ao valor justo, se o
cessionário subsequentemente o vender, a entidade baixa o ativo, porque transferiu substancialmente
todos os riscos e benefícios da propriedade.

(e) Transação “wash sale”. A recompra de um ativo financeiro logo após ter sido vendido é algumas
vezes denominada wash sale. Essa recompra não impede a baixa, desde que a transação original
atenda aos requisitos de baixa. Entretanto, se um contrato para vender um ativo financeiro for
celebrado simultaneamente com um contrato para recomprar o mesmo ativo a um preço fixo ou a
um preço de venda mais o retorno do mutuante, então o ativo não é baixado.

(f) Opções de venda e opções de compra que estão substancialmente dentro do preço. Se um ativo
financeiro transferido puder ser resgatado pelo cedente e a opção de compra estiver substancialmente
dentro do preço, a transferência não se qualifica para baixa, porque o cedente reteve substancialmente
todos os riscos e benefícios da propriedade. Similarmente, se o ativo financeiro puder ser revendido
pelo cessionário e a opção de venda estiver substancialmente dentro do preço, a transferência não
se qualifica para baixa, porque o cedente reteve substancialmente todos os riscos e benefícios
da propriedade.

(g) Opções de venda e opções de compra que estão substancialmente fora do preço. Um ativo financeiro
é baixado quando sujeito apenas a uma opção de venda substancialmente fora do preço detida pelo
cessionário ou uma opção de compra substancialmente fora do preço detida pelo cedente. Isso
porque o cedente transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade.

(h) Ativos prontamente disponíveis sujeitos à uma opção de compra que não esteja nem substancialmente
dentro do preço nem substancialmente fora do preço. Se uma entidade detiver uma opção de
compra sobre um ativo que esteja prontamente disponível no mercado e a opção não estiver nem
substancialmente no preço nem substancialmente fora do preço, o ativo é baixado. Isso porque a
entidade (i) não reteve nem transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade
e (ii) não reteve o controle. Entretanto, se o ativo não estiver prontamente disponível no mercado, a
baixa é impedida na medida do valor do ativo que está sujeito à opção de compra, porque a entidade
reteve o controle do ativo.

(i) Um ativo não prontamente disponível sujeito a uma opção de venda lançada por uma entidade
que não está nem substancialmente dentro do preço nem substancialmente fora do preço. Se uma
entidade transferir um ativo financeiro que não esteja prontamente disponível no mercado e lançar
uma opção de venda que não esteja substancialmente fora do preço, a entidade não retém nem
transfere substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade, por causa da opção de venda
lançada. A entidade retém o controle do ativo, se a opção de venda for suficientemente valiosa para
impedir que o cessionário venda o ativo, caso em que o ativo continua a ser reconhecido na medida
do envolvimento contínuo do cedente (vide parágrafo B3.2.9). A entidade transfere o controle do
ativo, se a opção de venda não for suficientemente valiosa para impedir que o cessionário venda
o ativo, caso em que o ativo é baixado.

(j) Ativos sujeitos a uma opção de venda ou compra ao valor justo ou acordo de recompra a termo.
Uma transferência de ativo financeiro que esteja sujeita apenas a uma opção de venda ou compra
ou a um acordo de recompra a termo que tenha preço de exercício ou de recompra igual ao valor
justo do ativo financeiro, na época da recompra, resulta em baixa por causa da transferência de
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade.

(k) Opções de compra ou venda liquidadas pelo valor à vista. Uma entidade avalia a transferência de
um ativo financeiro que esteja sujeito a uma opção de venda ou compra ou um acordo de recompra
a termo que seja liquidado pelo valor líquido à vista, para determinar se reteve ou transferiu
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade. Se a entidade não tiver retido
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, ela determina se
reteve o controle do ativo financeiro. O fato de a venda ou compra ou acordo de recompra a termo
ser liquidado pelo valor líquido à vista não significa automaticamente que a entidade transferiu o
controle (vide parágrafos B3.2.9 e (g), (h) e (i) acima).

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(l) Retirada de previsão de contas. Uma retirada de previsão de contas é uma opção de recompra
(compra) incondicional que dá a uma entidade o direito de reivindicar ativos transferidos, observadas
algumas restrições. Desde que essa opção resulte no fato de a entidade não reter nem transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade, ela impede a baixa apenas na medida
do valor sujeito a recompra (supondo que o cessionário não consiga vender os ativos). Por exemplo,
se o valor contábil e proventos da transferência de ativos de empréstimo forem UM100.000 e
qualquer empréstimo individual puder ser recomprado, mas o valor total dos empréstimos que
possa ser recomprado não possa exceder UM10.000, UM90.000 dos empréstimos se qualificariam
para baixa.

(m) Resgates do “clean-up”. Uma entidade, que pode ser um cedente, que realize serviço de cobrança
de ativos transferidos pode deter uma opção de resgate de clean-up para comprar o restante dos
ativos transferidos, quando o valor dos ativos pendentes cair até um nível especificado em que o
custo do serviço de cobrança desses ativos se torne oneroso em relação aos benefícios do serviço de
cobrança. Desde que o resgate de clean-up resulte no fato de uma entidade não reter nem transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade e o cessionário não puder vender os
ativos, ela impede a baixa apenas na medida do valor dos ativos que está sujeito à opção de compra.

(n) Juros retidos subordinados e garantias de crédito. Uma entidade pode fornecer ao cessionário uma
melhoria de crédito, subordinando parte ou a totalidade de seus juros retidos no ativo transferido.
Alternativamente, uma entidade pode fornecer ao cessionário uma melhoria de crédito na forma
de uma garantia de crédito que pode ser ilimitada ou limitada a um valor especificado. Se a
entidade retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo transferido,
o ativo continua a ser reconhecido em sua totalidade. Se a entidade retiver parte dos, mas não
substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade e retiver o controle, a baixa é impedida
na medida do valor à vista ou de outros ativos que a entidade possa ser obrigada a pagar.

(o) Swaps de retorno total. Uma entidade pode vender um ativo financeiro a um cessionário e celebrar
uma transação de swap de retorno total com o cessionário, pela qual todos os fluxos de caixa de
pagamento de juros provenientes do ativo subjacente sejam remetidos à entidade em troca de um
pagamento fixo ou um pagamento de taxa variável e quaisquer aumentos ou reduções no valor
justo do ativo subjacente são absorvidos pela entidade. Nesse caso, a baixa da totalidade do ativo
é proibida.

(p) Swaps de taxas de juros. Uma entidade pode transferir um ativo financeiro de taxa fixa e celebrar
uma transação de swap de taxa de juros com o cessionário para receber uma taxa de juros fixa e
pagar uma taxa de juros variável, com base em um valor nocional que é igual ao valor principal
do ativo financeiro transferido. O swap de taxa de juros não impede a baixa do ativo transferido,
desde que os pagamentos de swap não sejam condicionados aos pagamentos que estiverem sendo
feitos sobre o ativo transferido.

(q) Swaps de taxa de juros de amortização. Uma entidade pode transferir um ativo financeiro de
taxa fixa que seja paga ao longo do tempo e celebrar uma transação de swap de taxa de juros de
amortização com o cessionário para receber uma taxa de juros fixa e pagar uma taxa de juros
variável, com base em um valor nocional. Se o valor nocional do swap for amortizado de modo
que fique igual ao valor principal do ativo financeiro transferido pendente em qualquer ponto do
tempo, o swap de modo geral poderia resultar no fato de a entidade reter o risco de pré-pagamento
substancial, caso em que a entidade continua a reconhecer a totalidade do ativo transferido ou
continua a reconhecer o ativo transferido na medida do seu envolvimento continuo. Ao contrário,
se a amortização do valor nocional do swap não for vinculada ao valor principal pendente do ativo
transferido, esse swap não resultaria no fato de a entidade reter o risco de pré-pagamento sobre o
ativo. Portanto, não impediria a baixa do ativo transferido, desde que os pagamentos de swap não
sejam condicionados aos pagamentos de juros sobre o ativo transferido e o swap não resulte no fato
de a entidade reter outros riscos e benefícios significativos da propriedade do ativo transferido.

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B3.2.17 Este parágrafo ilustra a aplicação da abordagem do envolvimento contínuo, quando o envolvimento
contínuo da entidade estiver em uma parte de um ativo financeiro.

Suponha que uma entidade tenha uma carteira de empréstimos pré-pagáveis cuja taxa de juros
efetiva e cupom seja de 10% e cujo valor principal e custo amortizado seja de UM10.000. Ela
celebra uma transação em que, em retorno por um pagamento de UM9.115, o cessionário obtém o
direito a UM9.000 de quaisquer cobranças de principal mais juros a uma taxa de 9,5%. A entidade
retém os direitos a UM1.000 de quaisquer cobranças de principal mais juros, a uma taxa de 10%,
mais o spread de excesso de 0,5% sobre os UM9.000 restantes do principal. As cobranças de
pré‑pagamentos são alocadas entre a entidade e o cessionário proporcionalmente na razão de 1:9,
mas quaisquer inadimplências são deduzidas dos juros da entidade de UM1.000 até que os juros
sejam extintos. O valor justo dos empréstimos na data da transação é UM10.100 e o valor justo
estimado do spread de excesso de 0,5% é UM40.

A entidade determina que transferiu alguns riscos e benefícios significativos da propriedade (por
exemplo, risco significativo de pré-pagamento), mas também reteve alguns riscos e benefícios
significativos da propriedade (por causa de sua participação retida subordinada) e reteve o controle.
Ela, portanto, aplica a abordagem do envolvimento continuo.

Para aplicar esta IFRS, a entidade analisa a transação como (a) uma retenção de uma participação
retida totalmente proporcional de UM1.000, mais (b) a subordinação dessa participação retida para
fornecer melhoria de crédito ao cessionário pelas perdas de crédito.

A entidade calcula que UM9.090 (90% × UM10.100) da contrapartida recebida de UM9.115


represente a contrapartida por uma parcela de 90% totalmente proporcional. O restante da
contrapartida recebida (UM25) representa a contrapartida recebida pela subordinação de sua
participação retida para fornecer melhoria de crédito ao cessionário pelas perdas de crédito.
Além disso, o spread de excesso de 0,5% representa a contrapartida recebida pela a melhoria
de crédito. Consequentemente, a contrapartida total recebida pela melhoria de crédito é UM65
(UM25 + UM40).

A entidade calcula o ganho ou perda sobre a venda da parcela de 90% dos fluxos de caixa. Supondo
que os valores justos separados da parcela de 90% transferida e da parcela de 10% retida não
estejam disponíveis na data da transferência, a entidade aloca o valor contábil do ativo, de acordo
com o parágrafo 3.2.14 da seguinte forma:

Valor justo Porcentagem Valor contábil


alocado

Parcela transferida 9.090 90% 9.000

Parcela retida 1.010 10% 1.000

Total 10.100 10.000

A entidade calcula seu ganho ou perda sobre a venda da parcela de 90% dos fluxos de caixa,
deduzindo o valor contábil alocado da parcela transferida da contrapartida recebida, ou seja, UM90
(UM9.090 – UM9.000). O valor contábil da parcela retida pela entidade é UM1.000.

Além disso, a entidade reconhece o envolvimento contínuo que resulta da subordinação de sua
participação retida para perdas de crédito. Consequentemente, ela reconhece um ativo de UM1.000
(o valor máximo dos fluxos de caixa que não receberia de acordo com a subordinação) e um
respectivo passivo de UM1.065 (que é o valor máximo dos fluxos de caixa que não receberia de
acordo com a subordinação, ou seja, UM1.000 mais o valor justo da subordinação de UM65).

continua...

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...continuação
continuação...

A entidade usa todas as informações acima para contabilizar a transação da seguinte forma:

Débito Crédito

Ativo original — 9.000

Ativo reconhecido para a subordinação ou participação 1.000 —


residual

Ativo para a contrapartida recebida na forma de spread de 40 —


excesso

Lucros e perdas (ganho sobre a transferência) — 90

Passivo — 1.065

Dinheiro recebido 9.115 —

Total 10.155 10.155

Imediatamente após a transação, o valor contábil do ativo é UM2.040, compreendendo UM1.000,


que representa o custo alocado da parcela retida, e UM1.040, que representa o envolvimento
contínuo adicional da entidade que resulta da subordinação de sua participação retida para perdas
de crédito (que inclui o spread de excesso de UM40).

Em períodos subsequentes, a entidade reconhece a contrapartida recebida pela melhoria de crédito


(UM65) em regime de tempo transcorrido, acumula juros sobre o ativo reconhecido usando o
método de juros efetivos e reconhece qualquer redução ao valor recuperável do crédito sobre os
ativos reconhecidos. Como um exemplo desse último, suponha que no ano seguinte haja uma
perda por redução ao valor recuperável do crédito sobre os empréstimos subjacentes de UM300.
A entidade reduz seu ativo reconhecido em UM600 (UM300 referente a sua participação retida
e UM300 referente ao envolvimento contínuo adicional que resulta da subordinação de sua
participação retida para perdas de crédito) e reduz seu passivo reconhecido em UM300. O resultado
líquido é um lançamento em lucros e perdas referente à redução ao valor recuperável do crédito
de UM300.

Baixa de passivos financeiros (seção 3.3)


B3.3.1 Um passivo financeiro (ou parte dele) é extinto, quando o devedor:

(a) liquida o passivo (ou parte dele), pagando ao credor, normalmente à vista, outros ativos financeiros,
com bens ou serviços; ou

(b) seja legalmente dispensado de sua responsabilidade primária pelo passivo (ou parte dele), seja por
processo jurídico ou pelo credor. (Se o devedor tiver dado uma garantia, essa condição ainda pode
ser atendida.)

B3.3.2 Se um emitente de um instrumento de dívida recomprar esse instrumento, a dívida é extinta mesmo se o
emitente for um formador de mercado nesse instrumento ou pretender revendê-lo num futuro próximo.

B3.3.3 O pagamento a um terceiro, incluindo uma sociedade fiduciária (algumas vezes denominado “liquidação
contratual na essência”), por si só, não libera o devedor de sua obrigação primária perante o credor, na
ausência de dispensa legal.

B3.3.4 Se um devedor pagar a um terceiro para assumir uma obrigação e notificar seu credor de que o terceiro
assumiu sua obrigação de dívida, o devedor não baixa a obrigação de dívida, a menos que a condição do

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parágrafo B3.3.1(b) seja atendida. Se o devedor pagar a um terceiro para assumir uma obrigação e obtiver
uma dispensa legal de seu credor, o devedor extinguiu a dívida. Entretanto, se o devedor concordar em
fazer pagamentos da dívida ao terceiro ou direcioná-los ao seu credor original, o devedor reconhece uma
nova obrigação de dívida perante o terceiro.

B3.3.5 Embora uma dispensa legal, seja judicialmente ou pelo credor, resulte na baixa de um passivo, a entidade
pode reconhecer um novo passivo se os critérios de baixa nos parágrafos 3.2.1-3.2.23 não forem atendidos
para os ativos financeiros transferidos. Se esses critérios não forem atendidos, os ativos transferidos não
são baixados e a entidade reconhece um novo passivo em relação aos ativos transferidos.

B3.3.6 Para a finalidade do parágrafo 3.3.2, os termos são substancialmente diferentes se o valor presente
descontado dos fluxos de caixa de acordo com os novos termos, incluindo quaisquer taxas pagas líquidas
de quaisquer taxas recebidas e descontadas usando a taxa de juros efetiva original, for pelo menos 10%
diferente do valor presente descontado dos fluxos de caixa restantes do passivo financeiro original. Se
uma troca de instrumentos de dívida ou modificação de termos for contabilizada como uma extinção,
quaisquer custos ou taxas incorridos são reconhecidos como parte do ganho ou perda sobre a extinção.
Se a troca ou modificação não for contabilizada como uma extinção, quaisquer custos ou taxas incorridos
ajustam o valor contábil do passivo e são amortizados ao longo do prazo restante do passivo modificado.

B3.3.7 Em alguns casos, o credor dispensa um devedor de sua obrigação presente de fazer pagamentos, mas o
devedor assume uma obrigação de garantia de pagar, se a parte que assumir a responsabilidade primária
inadimplir. Nessas circunstâncias, o devedor:

(a) reconhece um novo passivo financeiro com base no valor justo de sua obrigação para a garantia, e

(b) reconhece um ganho ou perda com base na diferença entre (i) quaisquer proventos pagos e (ii) o
valor contábil do passivo financeiro original, menos o valor justo do novo passivo financeiro.

Classificação (capítulo 4)

Classificação de ativos financeiros (seção 4.1)


O modelo de negócios da entidade para a gestão de ativos financeiros

B4.1.1 O parágrafo 4.1.1(a) exige que uma entidade classifique ativos financeiros como subsequentemente
mensurados ao custo amortizado ou ao valor justo com base no modelo de negócios da entidade para a
gestão de ativos financeiros. Uma entidade avalia se seus ativos financeiros atendem à esta condição com
base no objetivo do modelo de negócios, conforme determinado pelo pessoal-chave da administração
da entidade (tal como definido na IAS 24).

B4.1.2 O modelo de negócios da entidade não depende das intenções da administração em relação a um
instrumento individual. Consequentemente, esta condição não representa uma abordagem do instrumento
individual para a classificação, devendo ser determinada em um nível mais alto de agregação. Contudo,
uma única entidade pode ter mais de um modelo de negócios para gerenciar seus instrumentos financeiros.
Portanto, a classificação não precisa ser determinada no nível da entidade que reporta. Por exemplo,
uma entidade pode deter uma carteira de investimentos que ela gerencia a fim de receber fluxos de caixa
contratuais, e outra carteira de investimentos que ela gerencia a fim de negociar para realizar mudanças
no valor justo.

B4.1.3 Embora o objetivo do modelo de negócios de uma entidade possa ser deter ativos financeiros a fim de
receber fluxos de caixa contratuais, a entidade não precisa deter todos esses instrumentos até o vencimento.
Desse modo, o modelo de negócios de uma entidade pode ser deter ativos financeiros para receber fluxos
de caixa contratuais mesmo quando ocorram vendas de ativos financeiros. Por exemplo, a entidade pode
vender um ativo financeiro se:

(a) o ativo financeiro deixar de atender à política de investimento da entidade (por exemplo, a
classificação de crédito do ativo cair abaixo do exigido pela política de investimento da entidade);

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(b) uma seguradora ajustar sua carteira de investimento para refletir uma mudança na duração esperada
(ou seja, na época prevista de pagamentos); ou

(c) uma entidade precisar financiar gastos capitalizáveis.

Contudo, se um número mais que infrequente de vendas for efetuado a partir de uma carteira, a entidade
precisará avaliar se e como essas vendas são consistentes com um objetivo de receber fluxos de
caixa contratuais.

B4.1.4 Seguem exemplos de quando o objetivo do modelo de negócios de uma entidade pode ser deter ativos
financeiros para receber fluxos de caixa contratuais. A lista de exemplos não é exaustiva.

Exemplo Análise
Exemplo 1 Embora uma entidade possa considerar, entre
outras informações, os valores justos dos ativos
Uma entidade detém investimentos para receber
financeiros do ponto de vista da liquidez (ou
seus fluxos de caixa contratuais, podendo
seja, o valor em caixa que seria realizado se a
vendê-los em circunstâncias específicas.
entidade precisasse vender ativos), o objetivo da
entidade é deter os ativos financeiros e receber
os fluxos de caixa contratuais. Algumas vendas
não contradiriam esse objetivo.
Exemplo 2 O objetivo do modelo de negócios da entidade
é deter os ativos financeiros e receber os fluxos
O modelo de negócios de uma entidade é
de caixa contratuais. A entidade não compra a
comprar carteiras de ativos financeiros, tais
carteira para obter lucro a partir de sua venda.
como empréstimos. Essas carteiras podem
ou não incluir ativos financeiros com perdas A mesma análise seria aplicável mesmo que a
de crédito incorridas. Se o pagamento dos entidade não esperasse receber todos os fluxos
empréstimos não for feito de forma tempestiva, de caixa contratuais (por exemplo, alguns
a entidade tentará obter os fluxos de caixa dos ativos financeiros incorreram em perdas
contratuais por vários meios – por exemplo, de crédito).
entrando em contato com o devedor por correio,
telefone ou outros métodos. Além disso, o fato de que a entidade realizou
transações com derivativos para modificar os
Em alguns casos, a entidade realiza transações fluxos de caixa da carteira não modifica por
de swap de taxa de juros para trocar a taxa de si só o modelo de negócios da entidade. Se a
juros de ativos financeiros específicos de uma carteira não for gerenciada com base no valor
carteira de flutuante para fixa. justo, o objetivo do modelo de negócios pode
ser deter os ativos para receber os fluxos de
caixa contratuais.

continua...

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...continuação

Exemplo Análise
Exemplo 3 O grupo consolidado originou os empréstimos
com o objetivo de mantê-los para receber os
Uma entidade tem um modelo de negócios com
fluxos de caixa contratuais.
o objetivo de originar empréstimos a clientes
e, posteriormente, vendê-los a um veículo de Contudo, a entidade originadora tem por
securitização. O veículo de securitização emite objetivo realizar os fluxos de caixa sobre a
instrumentos a investidores. carteira de empréstimos por meio da venda
desses empréstimos ao veículo de securitização;
A entidade originadora controla o veículo de
assim, para os fins de suas demonstrações
securitização e, assim, consolida-o.
financeiras separadas, ela não seria considerada
O veículo de securitização recebe os fluxos de como estando gerenciando essa carteira a fim de
caixa contratuais dos empréstimos e os repassa receber os fluxos de caixa contratuais.
a seus investidores.

Presume-se, para os fins deste exemplo, que


os empréstimos continuam a ser reconhecidos
na demonstração consolidada da posição
financeira porque não são baixados pelo veículo
de securitização.

B4.1.5 Se uma entidade gerencia o desempenho de uma carteira de ativos financeiros com o objetivo de realizar
fluxos de caixa por meio da venda dos ativos, tem-se um modelo de negócios no qual o objetivo não é
deter instrumentos para receber os fluxos de caixa contratuais. Por exemplo, se uma entidade gerencia
ativamente uma carteira de ativos a fim de realizar mudanças no valor justo decorrentes de mudanças
em spreads de crédito e curvas de rendimento, seu modelo de negócios não é deter esses ativos para
receber os fluxos de caixa contratuais. O objetivo da entidade resulta em compra e venda ativa, e a
entidade gerencia os instrumentos para realizar ganhos sobre o valor justo e não para receber os fluxos
de caixa contratuais.

B4.1.6 Uma carteira de ativos financeiros que é gerenciada e cujo desempenho é avaliado com base no valor
justo [conforme descrito no parágrafo 4.2.2(b)] não é detida para receber fluxos de caixa contratuais.
Além disso, uma carteira de ativos financeiros que atendem à definição de mantidos para negociação não
é detida para receber fluxos de caixa contratuais. Essas carteiras de instrumentos devem ser mensuradas
ao valor justo por meio do resultado.

Fluxos de caixa contratuais que constituem exclusivamente pagamentos de principal


e de juros sobre o valor do principal em aberto

B4.1.7 O parágrafo 4.1.1 exige que uma entidade (a menos que o parágrafo 4.1.5 seja aplicável) classifique um
ativo financeiro como subsequentemente mensurado ao custo amortizado ou ao valor justo com base nas
características de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro que se encontra em um grupo de ativos
financeiros gerenciados para o recebimento dos fluxos de caixa contratuais.

B4.1.8 Uma entidade avaliará se os fluxos de caixa contratuais constituem exclusivamente pagamentos de
principal e de juros sobre o valor do principal em aberto na moeda em que os ativos financeiros estão
denominados (vide também parágrafo B5.7.2).

B4.1.9 Alavancagem é uma característica de fluxo de caixa contratual de alguns ativos financeiros. A alavancagem
aumenta a variabilidade dos fluxos de caixa contratuais, com o resultado de que eles não têm as
características econômicas dos juros. Contratos separados de opção, a termo e de swap são exemplos de
ativos financeiros que incluem alavancagem. Assim sendo, esses contratos não atendem à condição do
parágrafo 4.1.2(b) e não podem ser subsequentemente mensurados ao custo amortizado.

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B4.1.10 Disposições contratuais que permitem ao emitente (ou seja, o devedor) pagar antecipadamente um
instrumento de dívida (por exemplo, um empréstimo ou um título de dívida) ou que permitem ao titular
(ou seja, o credor) revender um instrumento de dívida ao emissor antes do seu vencimento resultam em
fluxos de caixa contratuais que constituem exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o
valor do principal em aberto somente se:

(a) a disposição não estiver condicionada a eventos futuros, salvo para proteger:

(i) o titular contra a deterioração do crédito do emitente (por exemplo, inadimplências, reduções
no nível de crédito ou descumprimento das cláusulas do empréstimo) ou uma mudança de
controle do emitente; ou

(ii) o titular ou o emitente contra mudanças tributárias ou legais pertinentes; e

(b) o valor do pagamento antecipado representar substancialmente valores não pagos de principal ou
de juros sobre o valor do principal em aberto, que podem incluir contrapartida adicional razoável
pela rescisão antecipada do contrato.

B4.1.11 Disposições contratuais que permitem ao emitente ou titular prorrogar o prazo contratual de um
instrumento de dívida (ou seja, uma opção de prorrogação) resultam em fluxos de caixa contratuais que
constituem exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto
somente se:

(a) a disposição não estiver condicionada a eventos futuros, salvo para proteger:

(i) o titular contra a deterioração do crédito do emitente (por exemplo, inadimplências, reduções
no nível de crédito ou descumprimento das cláusulas do empréstimo) ou uma mudança de
controle do emitente; ou

(ii) o titular ou o emitente contra mudanças tributárias ou legais pertinentes; e

(b) os termos da opção de prorrogação resultarem em fluxos de caixa contratuais durante o período de
prorrogação que constituam exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o valor do
principal em aberto.

B4.1.12 Um termo contratual que altera a época ou o valor dos pagamentos de principal ou de juros não resulta
em fluxos de caixa contratuais que constituem exclusivamente principal e juros sobre o valor do principal
em aberto, a menos que:

(a) se trate de uma taxa de juros variável que constitua contrapartida pelo valor temporal do dinheiro e
pelo risco de crédito (que pode ser determinado somente no reconhecimento inicial, e assim pode
ser fixo) associado ao valor do principal em aberto; e

(b) se o termo contratual for uma opção de pagamento antecipado, atenda às condições do parágrafo
B4.1.10; ou

(c) se o termo contratual for uma opção de prorrogação, atenda às condições do parágrafo B4.1.11.

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B4.1.13 Os exemplos a seguir ilustram fluxos de caixa contratuais que constituem exclusivamente pagamentos
de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto. A lista de exemplos não é exaustiva.

Instrumento Análise
Instrumento A Os fluxos de caixa contratuais constituem
exclusivamente pagamentos de principal e de
O Instrumento A é um título de dívida com uma
juros sobre o valor do principal em aberto.
data de vencimento específica. Pagamentos de
Atrelar pagamentos de principal e de juros
principal e de juros sobre o valor do principal
sobre o valor do principal em aberto a um
em aberto estão atrelados a um índice de
índice de inflação não alavancado reajusta o
inflação na moeda em que o instrumento
valor temporal do dinheiro a um nível corrente.
é emitido. O atrelamento à inflação não é
Em outras palavras, a taxa de juros que incide
alavancado e o principal é protegido.
sobre o instrumento reflete os juros “reais”.
Desse modo, os valores de juros constituem
uma contrapartida pelo valor temporal do
dinheiro sobre o valor do principal em aberto.

Contudo, se os pagamentos de juros estavam


indexados a outra variável, como o desempenho
do devedor (por exemplo, o lucro líquido do
devedor) ou um índice de patrimônio, os fluxos
de caixa contratuais não constituem pagamentos
de principal e de juros sobre o valor do
principal em aberto. Isto porque os pagamentos
de juros não constituem uma contrapartida
pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco
de crédito associado ao valor do principal em
aberto. Há variabilidade nos pagamentos de
juros contratuais, que é inconsistente com as
taxas de juros de mercado.
Instrumento B Os fluxos de caixa contratuais constituem
exclusivamente pagamentos de principal e
O Instrumento B é um instrumento com
de juros sobre o valor do principal em aberto
taxa de juros variável e data de vencimento
desde que os juros pagos ao longo do prazo de
específica que permite ao mutuário escolher
vida do instrumento reflitam uma contrapartida
continuamente a taxa de juros de mercado. Por
pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco de
exemplo, em cada data de reajuste da taxa de
crédito associado ao instrumento. O fato de que
juros, o mutuário pode escolher pagar a LIBOR
a taxa de juros LIBOR é reajustada durante o
de três meses por um prazo de três meses ou a
prazo de vida do instrumento por si só não
LIBOR de um mês por um prazo de um mês.
o desqualifica.

Contudo, se o mutuário puder escolher pagar


a LIBOR de um mês pelo prazo de três meses
e essa LIBOR de um mês não for reajustada a
cada mês, os fluxos de caixa contratuais não
constituirão pagamentos de principal e de juros.

A mesma análise se aplicaria se o mutuário


pudesse escolher entre a taxa de juros variável
de um mês publicada do mutuante e a taxa
de juros variável de três meses publicada
do mutuante.

continua...

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...continuação

Instrumento Análise
Contudo, se o instrumento tiver uma taxa de
juros contratual baseada em um prazo que
exceda a vida restante do instrumento, seus
fluxos de caixa contratuais não constituirão
pagamentos de principal e de juros sobre o
valor do principal em aberto. Por exemplo, um
título de dívida de vencimento constante com
prazo de cinco anos que paga uma taxa variável
reajustada periodicamente mas que sempre
reflete um vencimento de cinco anos não resulta
em fluxos de caixa contratuais que constituem
pagamentos de principal e de juros sobre o valor
do principal em aberto. Isto porque os juros
devidos em cada período estão desvinculados
do prazo do instrumento (salvo na originação).
Instrumento C Os fluxos de caixa contratuais tanto:
O Instrumento C é um título de dívida com data (a) de um instrumento que tenha uma taxa de
de vencimento específica que paga uma taxa de juros fixa quanto
juros de mercado variável. Essa taxa de juros
variável é limitada. (b) de um instrumento que tenha uma taxa de
juros variável

constituem pagamentos de principal e de juros


sobre o valor do principal em aberto desde que
os juros reflitam uma contrapartida pelo valor
temporal do dinheiro e pelo risco de crédito
associado ao instrumento durante o prazo
do instrumento.

Desse modo, um instrumento que seja uma


combinação de (a) e (b) (por exemplo, um título
de dívida com limite de taxa de juros) pode
ter fluxos de caixa contratuais que constituem
exclusivamente pagamentos de principal e de
juros sobre o valor do principal em aberto. Essa
característica pode reduzir a variabilidade dos
fluxos de caixa ao estabelecer um limite sobre
uma taxa de juros variável (por exemplo, um
teto ou piso de taxa de juros) ou aumentar a
variabilidade dos fluxos de caixa uma vez que
uma taxa fixa se torna variável.
Instrumento D O fato de que um empréstimo com recurso total
ser garantido não afeta por si só a análise de
O Instrumento D é um empréstimo com recurso
se os fluxos de caixa contratuais constituem
total e com garantia real.
exclusivamente pagamentos de principal e de
juros sobre o valor do principal em aberto.

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B4.1.14 Os exemplos a seguir ilustram fluxos de caixa contratuais que não constituem pagamentos de principal
e de juros sobre o valor do principal em aberto. A lista de exemplos não é exaustiva.

Instrumento Análise
Instrumento E O titular analisaria o título de dívida conversível
em sua totalidade.
O Instrumento E é um título de dívida
conversível em instrumentos de patrimônio Os fluxos de caixa contratuais não constituem
do emitente. pagamentos de principal e de juros sobre o valor
do principal em aberto porque a taxa de juros
não reflete apenas uma contrapartida pelo valor
temporal do dinheiro e pelo risco de crédito.
O retorno está vinculado também ao valor do
patrimônio do emitente.
Instrumento F Os fluxos de caixa contratuais não constituem
exclusivamente pagamentos de principal e de
O Instrumento F é um empréstimo que paga
juros sobre o valor do principal em aberto.
uma taxa de juros flutuante inversa (ou seja, a
taxa de juros tem uma relação inversa com as Os valores de juros não constituem uma
taxas de juros de mercado). contrapartida pelo valor temporal do dinheiro
sobre o valor do principal em aberto.
Instrumento G Os fluxos de caixa contratuais não constituem
pagamentos de principal e de juros sobre o
O Instrumento G é um instrumento perpétuo,
valor do principal em aberto. Isto porque o
mas o emitente pode resgatar o instrumento a
emitente pode ser obrigado a diferir pagamentos
qualquer momento e pagar ao titular o valor
de juros, os quais não estarão sujeitos a juros
nominal mais os juros acumulados devidos.
adicionais. Como resultado, os valores de juros
O Instrumento G paga uma taxa de juros não constituem uma contrapartida pelo valor
de mercado, mas o pagamento de juros não temporal do dinheiro sobre o valor do principal
pode ser feito a menos que o emitente possa em aberto.
permanecer solvente imediatamente após
Se os valores diferidos estivessem sujeitos a
esse pagamento.
juros, os fluxos de caixa contratuais poderiam
Juros diferidos não estão sujeitos a juros constituir pagamentos de principal e de juros
adicionais. sobre o valor do principal em aberto.

O fato de que o Instrumento G é perpétuo


não significa por si só que os fluxos de caixa
contratuais não constituem pagamentos de
principal e de juros sobre o valor do principal
em aberto. De fato, um instrumento perpétuo
possui opções contínuas (múltiplas) de
prorrogação. Essas opções podem resultar em
fluxos de caixa contratuais que constituam
pagamentos de principal e de juros sobre o
valor do principal em aberto se os pagamentos
de juros forem obrigatórios e tiverem de ser
efetuados perpetuamente.

continua...

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...continuação

Instrumento Análise
Além disso, o fato de que o Instrumento G ser
resgatável não significa que os fluxos de caixa
contratuais não constituam pagamentos de
principal e de juros sobre o valor do principal
em aberto, a menos que seja resgatável por
um valor que não reflita substancialmente
o pagamento do principal em aberto e dos
juros sobre esse principal. Ainda que o valor
resgatável inclua um valor que compense
o titular pelo cancelamento antecipado do
instrumento, os fluxos de caixa contratuais
podem constituir pagamentos de principal e de
juros sobre o valor do principal em aberto.

B4.1.15 Em alguns casos, um ativo financeiro pode ter fluxos de caixa contratuais que são descritos como principal
e juros, mas esses fluxos de caixa não representam o pagamento de principal e de juros sobre o valor do
principal em aberto conforme descrito nos parágrafos 4.1.2(b) e 4.1.3 desta IFRS.

B4.1.16 Este pode ser o caso se o ativo financeiro representar um investimento em ativos ou fluxos de caixa
específicos e, assim, os fluxos de caixa contratuais não constituírem exclusivamente pagamentos de
principal e de juros sobre o valor do principal em aberto. Por exemplo, os fluxos de caixa contratuais
podem incluir pagamentos referentes a outros fatores que não sejam uma contrapartida pelo valor
temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao valor do principal em aberto durante um período
específico. Como resultado, o instrumento não atenderia à condição do parágrafo 4.1.2(b). Este pode
ser o caso quando a pretensão do credor está limitada a ativos específicos do devedor ou aos fluxos de
caixa de ativos específicos (por exemplo, um ativo financeiro na modalidade “non recourse”).

B4.1.17 Contudo, o fato de que um ativo financeiro é da modalidade “non recourse” não necessariamente impede
por si só que esse ativo atenda à condição do parágrafo 4.1.2(b). Nessas situações, o credor deve avaliar
(“olhar além para”) os ativos subjacentes ou fluxos de caixa específicos para determinar se os fluxos de
caixa contratuais do ativo financeiro que está sendo classificado constituem pagamentos de principal e
de juros sobre o valor do principal em aberto. Se os termos do ativo financeiro derem origem a quaisquer
outros fluxos de caixa ou limitarem os fluxos de caixa de forma inconsistente com os pagamentos de
principal e juros, o ativo financeiro não atenderá à condição do parágrafo 4.1.2(b). O fato de os ativos
subjacentes serem ativos financeiros ou ativos não financeiros por si só não afeta esta avaliação.

B4.1.18 Se uma característica de fluxo de caixa contratual não for genuína, ela não afetará a classificação de um
ativo financeiro. Uma característica de fluxo de caixa não é genuína quando afeta os fluxos de caixa
contratuais do instrumento somente por ocasião da ocorrência de um evento que seja extremamente raro,
altamente anormal e muito improvável.

B4.1.19 Em quase todas as transações de empréstimo, o instrumento do credor é classificado em relação aos
instrumentos dos outros credores do devedor. Um instrumento subordinado a outros instrumentos pode ter
fluxos de caixa contratuais que constituem pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal
em aberto se o não pagamento por parte do devedor constituir uma quebra de contrato e o titular tiver
um direito contratual a valores não pagos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto
mesmo em caso de falência do devedor. Por exemplo, uma conta a receber de cliente que classificasse
seu credor como um credor geral se qualificaria como tendo direito a pagamentos de principal e de juros
sobre o valor do principal em aberto. Este é o caso mesmo que o devedor tenha emitido empréstimos
garantidos que, no caso de falência, dariam ao seu titular prioridade sobre as pretensões do credor geral
em relação à garantia, mas que não afetam o direito contratual do credor geral ao principal não pago e
a outros valores devidos.

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Instrumentos contratualmente vinculados

B4.1.20 Em alguns tipos de transações, uma entidade pode priorizar pagamentos aos titulares de ativos financeiros
utilizando múltiplos instrumentos contratualmente vinculados que podem criar concentrações de risco de
crédito (tranches). Cada tranche tem uma classificação de subordinação que especifica a ordem em que
quaisquer fluxos de caixa gerados pelo emitente são alocados à tranche. Nessas situações, os titulares
de uma tranche têm direito a pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto
somente se o emitente gerar fluxos de caixa suficientes para atender tranches de classificação mais alta.

B4.1.21 Nessas transações, uma tranche possui características de fluxo de caixa que constituem pagamentos de
principal e de juros sobre o valor do principal em aberto somente se:

(a) os termos contratuais da tranche que estiver sendo avaliada para classificação (sem olhar além para
o conjunto subjacente de instrumentos financeiros) derem origem a fluxos de caixa que constituam
exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto (por
exemplo, a taxa de juros da tranche não estiver atrelada a um índice de commodities);

(b) o conjunto subjacente de instrumentos financeiros tiver as características de fluxos de caixa indicadas
nos parágrafos B4.1.23 e B4.1.24; e

(c) a exposição ao risco de crédito do conjunto subjacente de instrumentos financeiros correspondente à


tranche for igual ou inferior à exposição ao risco de crédito do conjunto subjacente de instrumentos
financeiros (por exemplo, essa condição seria atendida se o conjunto subjacente de instrumentos
perdesse 50% como resultado de perdas de crédito e, em todas as circunstâncias, a tranche perderia
50% ou menos).

B4.1.22 Uma entidade deve olhar além até que possa identificar o conjunto subjacente de instrumentos que está
criando (e não repassando) os fluxos de caixa. Esse é o conjunto subjacente de instrumentos financeiros.

B4.1.23 O conjunto subjacente deve conter um ou mais instrumentos que tenham fluxos de caixa contratuais que
constituam exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto.

B4.1.24 O conjunto subjacente de instrumentos pode incluir também instrumentos que:

(a) reduzem a variabilidade de fluxos de caixa dos instrumentos do parágrafo B4.1.23 e, quando
combinados com os instrumentos do parágrafo B4.1.23, resultam em fluxos de caixa que constituem
exclusivamente pagamentos de principal e de juros sobre o valor do principal em aberto (por
exemplo, um teto ou piso de taxa de juros ou um contrato que reduz o risco de crédito para alguns
ou todos os instrumentos do parágrafo B4.1.23); ou

(b) alinham os fluxos de caixa das tranches aos fluxos de caixa do conjunto de instrumentos subjacentes
do parágrafo B4.1.23 para refletir diferenças:

(i) no fato de a taxa de juros ser fixa ou flutuante;

(ii) na moeda na qual os fluxos de caixa são denominados, incluindo a inflação nessa moeda; ou

(iii) na época dos fluxos de caixa.

B4.1.25 Se qualquer instrumento do conjunto não atender às condições do parágrafo B4.1.23 ou do parágrafo
B4.1.24, a condição do parágrafo B4.1.21(b) não será atendida.

B4.1.26 Se o titular não puder avaliar as condições do parágrafo B4.1.21 no reconhecimento inicial, a tranche
deverá ser mensurada ao valor justo. Se o conjunto subjacente de instrumentos puder se modificar após
o reconhecimento inicial de tal modo que o conjunto possa não atender às condições dos parágrafos
B4.1.23 e B4.1.24, a tranche não atende às condições do parágrafo B4.1.21, devendo ser mensurada ao
valor justo.

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Opção de designar um ativo financeiro ou passivo financeiro como ao


valor justo por meio do resultado (seções 4.1 e 4.2)
B4.1.27 Sujeito às condições dos parágrafos 4.1.5 e 4.2.2, esta IFRS permite que uma entidade designe um ativo
financeiro, um passivo financeiro ou um grupo de instrumentos financeiros (ativos financeiros, passivos
financeiros ou ambos) como ao valor justo por meio do resultado, desde que isso resulte em informações
mais pertinentes.

B4.1.28 A decisão de uma entidade de designar um ativo financeiro ou passivo financeiro como ao valor justo
por meio do resultado é similar a uma escolha de política contábil (embora, ao contrário da escolha de
política contábil, não seja obrigada a aplicá-la consistentemente a todas as transações similares). Quando
uma entidade tiver essa escolha, o parágrafo 14(b) da IAS 8 exige que a política escolhida resulte no
fornecimento pelas demonstrações financeiras de informações confiáveis e mais pertinentes sobre os
efeitos das transações, outros eventos e condições sobre a posição financeira, desempenho financeiro
ou fluxos de caixa da entidade. Por exemplo, no caso de designação de um passivo financeiro como ao
valor justo por meio do resultado, o parágrafo 4.2.2 define as duas circunstâncias em que o requisito
de informações mais pertinentes será atendido. Consequentemente, para escolher essa designação de
acordo com o parágrafo 4.2.2, a entidade precisa demonstrar que se enquadra dentro de uma ou de ambas
as circunstâncias.

A designação elimina ou reduz significativamente um descasamento contábil

B4.1.29 A mensuração de um ativo financeiro ou passivo financeiro e a classificação de mudanças reconhecidas


em seu valor são determinadas pela classificação do item e se o item faz parte de uma relação de
cobertura designada. Esses requisitos podem criar uma inconsistência de mensuração ou reconhecimento
(algumas vezes referida como um “descasamento contábil”) quando, por exemplo, na ausência de
designação como ao valor justo por meio do resultado, um ativo financeiro seria classificado como
subsequentemente mensurado ao valor justo e um passivo que a entidade considera relacionado seria
subsequentemente mensurado ao custo amortizado (com as mudanças no valor justo não reconhecidas).
Nessas circunstâncias, uma entidade poderia concluir que suas demonstrações financeiras forneceriam
informações mais pertinentes, se tanto os ativos quanto os passivos fossem mensurados como ao valor
justo por meio do resultado.

B4.1.30 Os seguintes exemplos mostram quando essa condição poderia ser atendida. Em todos os casos, uma
entidade pode usar essa condição para designar ativos financeiros ou passivos financeiros como ao valor
justo por meio do resultado, apenas se atender ao princípio do parágrafo 4.1.5 ou 4.2.2(a).

(a) Uma entidade possui passivos de acordo com contratos de seguro cuja mensuração incorpora
informações atuais (como permitido pela IFRS 4, parágrafo 24) e ativos financeiros que considera
relacionados que, de outro modo, seriam mensurados pelo custo amortizado.

(b) Uma entidade possui ativos financeiros, passivos financeiros ou ambos que compartilham um
risco como, por exemplo, risco de taxa de juros, que dá origem a mudanças opostas no valor justo
que tendem a compensar uma à outra. Entretanto, apenas parte dos instrumentos seria mensurada
ao valor justo por meio do resultado (ou seja, são derivativos ou são classificados como mantido
para negociação). Também pode ser o caso de que os requisitos para contabilização de cobertura
não sejam atendidos, por exemplo, pelo fato de os requisitos para efetividade no parágrafo 88 da
IAS 39 não serem atendidos.

(c) Uma entidade possui ativos financeiros, passivos financeiros ou ambos que compartilham um risco
como, por exemplo, risco de taxa de juros, que dá origem a mudanças opostas no valor justo que
tendem a compensar uma à outra e a entidade não se qualifica para contabilização de cobertura,
porque nenhum dos instrumentos é um derivativo. Além disso, na ausência da contabilização de
cobertura, há uma inconsistência significativa no reconhecimento de ganhos e perdas. Por exemplo,
a entidade financiou um grupo específico de empréstimos, emitindo títulos de dívida negociados
cujas mudanças no valor justo tendem a se compensarem entre si. Se, além disso, a entidade
regularmente comprar e vender títulos de dívida, mas raramente ou nunca comprar e vender os

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empréstimos, reconhecer os empréstimos e os títulos de dívida ao valor justo por meio do resultado
elimina a inconsistência no período de reconhecimento de ganhos e perdas que, de outro modo,
resultariam da mensuração de ambos pelo custo amortizado e do reconhecimento de um ganho ou
perda a cada vez que um título de dívida fosse recomprado.

B4.1.31 Em casos como o descrito no parágrafo anterior, a designação no reconhecimento inicial de ativos
financeiros e passivos financeiros não mensurados de outro modo, mas ao valor justo por meio do
resultado, pode eliminar ou reduzir significativamente a inconsistência de mensuração ou reconhecimento
e produzir informações mais pertinentes. Para fins práticos, a entidade não precisa celebrar transações
com todos os ativos e passivos que dão origem a inconsistência de mensuração ou reconhecimento
exatamente ao mesmo tempo. Um atraso razoável é permitido, desde que cada transação seja designada
como ao valor justo por meio do resultado em seu reconhecimento inicial e, nessa época, se espere que
quaisquer transações restantes venham a ocorrer.

B4.1.32 Não seria aceitável designar apenas alguns dos ativos financeiros e passivos financeiros que dão
origem a inconsistência como ao valor justo por meio do resultado, se isso não eliminasse ou reduzisse
significativamente a inconsistência e, portanto, não resultasse em informações mais pertinentes.
Entretanto, seria aceitável designar apenas alguns de um número de ativos financeiros similares ou
passivos financeiros similares, se isso reduzisse significativamente (e possivelmente uma redução maior
que outras designações permitidas) a inconsistência. Por exemplo, suponha que uma entidade tenha um
número de passivos financeiros similares que somam UM100 e um número de ativos financeiros similares
que somam UM50, mas são mensurados em bases diferentes. A entidade pode reduzir significativamente
a inconsistência de mensuração, designando, no reconhecimento inicial, todos os ativos, mas apenas
alguns dos passivos (por exemplo, passivos individuais com total combinado de UM45) ao valor justo
por meio do resultado. Entretanto, como a designação ao valor justo por meio do resultado pode ser
aplicada apenas à totalidade de um instrumento financeiro, a entidade neste exemplo deve designar
um ou mais passivos em sua totalidade. Ela não poderia designar um componente de um passivo (por
exemplo, mudanças no valor atribuíveis apenas a um risco, tais como mudanças em uma taxa de juros
comparativa) ou uma proporção (ou seja, porcentagem) de um passivo.

Um grupo de passivos financeiros ou ativos financeiros e passivos financeiros é


administrado e seu desempenho é avaliado com base no valor justo

B4.1.33 Uma entidade pode gerenciar e avaliar o desempenho de um grupo de passivos financeiros ou ativos
financeiros e passivos financeiros de tal modo que a mensuração desse grupo ao valor justo por meio do
resultado resulte em informações mais pertinentes. O foco, nesse caso, está na forma como a entidade
gerencia e avalia o desempenho e não na natureza de seus instrumentos financeiros.

B4.1.34 Por exemplo, uma entidade pode usar esta condição para designar passivos financeiros como ao valor
justo por meio do resultado se o princípio do parágrafo 4.2.2(b) for atendido e se a entidade tiver ativos
financeiros e passivos financeiros que compartilharem um ou mais riscos e esses riscos forem gerenciados
e avaliados com base no valor justo de acordo com uma política documentada de gestão de ativos e
passivos. Um exemplo poderia ser uma entidade que emitiu “produtos estruturados” contendo derivativos
embutidos múltiplos e gerencia os riscos resultantes com base no valor justo, usando uma mistura de
instrumentos financeiros derivativos e não derivativos.

B4.1.35 Conforme observado acima, essa condição depende da forma com que a entidade gerencia e avalia o
desempenho do grupo de instrumentos financeiros em consideração. Consequentemente (observados os
requisitos de designação no reconhecimento inicial), uma entidade que designa passivos financeiros ao
valor justo por meio do resultado com base nessa condição, assim designará todos os passivos financeiros
elegíveis que sejam gerenciados e avaliados em conjunto.

B4.1.36 A documentação da estratégia da entidade não precisa ser extensa, mas deve ser suficiente para demonstrar
o cumprimento do parágrafo 4.2.2(b). Essa documentação não é exigida para cada item individual, mas
pode para a carteira. Por exemplo, se o sistema de gerenciamento de desempenho de um departamento
– conforme aprovado pelo pessoal-chave da administração da entidade – demonstrar claramente que
seu desempenho é avaliado com base no retorno total, nenhuma outra documentação é necessária para
demonstrar o cumprimento do parágrafo 4.2.2(b).

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Derivativos embutidos (seção 4.3)


B4.3.1 Quando uma entidade se torna parte de um contrato híbrido com um componente principal que não é um
ativo dentro do alcance desta IFRS, o parágrafo 4.3.3 exige que a entidade identifique qualquer derivativo
embutido, avalie se é necessário ser separado do contrato principal e, para aqueles que precisem ser
separados, mensure os derivativos ao valor justo no reconhecimento inicial e subsequentemente.

B4.3.2 Se um contrato principal não tiver vencimento declarado ou predeterminado e representar uma participação
residual nos ativos líquidos de uma entidade, então suas características e riscos econômicos são aqueles de
um instrumento de patrimônio, e um derivativo embutido precisaria possuir características patrimoniais
relacionadas à mesma entidade para ser considerado como estreitamente relacionado. Se o contrato
principal não for um instrumento de patrimônio e atender á definição de um instrumento financeiro,
então, suas características e riscos econômicos são aqueles de um instrumento de dívida.

B4.3.3 Um derivativo embutido sem opção (como, por exemplo, um contrato a termo ou swap embutidos) é
separado de seu contrato principal de acordo com seus termos substantivos declarados ou implícitos, de
modo a ter um valor justo de zero no reconhecimento inicial. Um derivativo embutido com opção (como,
por exemplo, venda, compra, teto, piso ou opção de swap embutido) é separado de seu contrato principal
de acordo com os termos declarados da característica da opção. O valor contábil inicial do instrumento
principal é o valor residual após separar o derivativo embutido.

B4.3.4 Geralmente, derivativos embutidos múltiplos em um único contrato híbrido são tratados como um
único derivativo embutido composto. Entretanto, os derivativos embutidos que são classificados como
patrimônio líquido (vide IAS 32) são contabilizados separadamente daqueles classificados como ativos
ou passivos. Além disso, se um contrato híbrido tiver mais de um derivativo embutido e esses derivativos
forem relacionados a diferentes exposições a risco e forem prontamente separáveis e independentes uns
dos outros, eles são contabilizados separadamente uns dos outros.

B4.3.5 As características e riscos econômicos de um derivativo embutido não são estritamente relacionados
ao contrato principal [parágrafo 4.3.3(a)] nos exemplos a seguir. Nesses exemplos, supondo que as
condições do parágrafo 4.3.3(b) e (c) sejam atendidas, uma entidade contabiliza o derivativo embutido
separadamente do contrato principal.

(a) Uma opção de venda embutida em um instrumento que permita ao titular exigir do emitente a
recompra de um instrumento por um valor em caixa ou outros ativos que varie com base nas
mutações do patrimônio líquido ou nas mudanças no preço das commodities ou índice não é
estreitamente relacionado ao instrumento principal de dívida.

(b) Uma opção ou previsão automática para estender o prazo remanescente até o vencimento de um
instrumento de dívida não é estreitamente relacionada ao instrumento de dívida principal, exceto se
houver um ajuste simultâneo à taxa de juros de mercado corrente aproximada na época da extensão.
Se uma entidade emitir um instrumento de dívida e o titular desse instrumento de dívida lançar uma
opção de compra no instrumento de dívida a um terceiro, o emitente considera a opção de compra
como estendendo o prazo do vencimento do instrumento de dívida, desde que o emitente possa ser
obrigado a participar na, ou facilitar a, renegociação do instrumento de dívida, como resultado do
exercício da opção de compra.

(c) Pagamentos, de juros ou principal, indexados ao patrimônio embutidos em um instrumento de


dívida principal ou contrato de seguro – pelo qual o valor dos juros ou principal seja indexado ao
valor de instrumentos de patrimônio – não são estreitamente relacionados ao instrumento principal,
porque os riscos inerentes ao instrumento principal e ao derivativo embutido são diferentes.

(d) Pagamentos, de juros ou principal, indexados a commodity embutidos em um instrumento de dívida


principal ou contrato de seguro – pelo qual o valor dos juros ou principal seja indexado ao preço de
uma commodity (por exemplo, ouro) – não são estreitamente relacionados ao instrumento principal,
porque os riscos inerentes ao instrumento principal e ao derivativo embutido são diferentes.

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(e) Uma opção de compra, de venda ou de pré-pagamento embutida em um contrato de dívida principal
ou contrato de seguro principal não é estreitamente relacionada ao contrato principal, exceto se:

(i) o preço de exercício da opção for aproximadamente igual, em cada data de exercício, ao custo
amortizado do instrumento de dívida principal ou ao valor contábil do contrato de seguro
principal; ou

(ii) o preço de exercício de uma opção de pré-pagamento reembolsar ao mutuante um valor até
o valor presente aproximado dos juros perdidos pelo prazo restante do contrato principal.
Juros perdidos são o produto do valor do principal pré-pago multiplicado pelo diferencial de
taxa de juros. Diferencial de taxa de juros é o excedente da taxa de juros efetiva do contrato
principal sobre a taxa de juros efetiva que a entidade receberia na data de pré-pagamento
se reinvestisse o valor do principal pré-pago em um contrato similar pelo prazo restante do
contrato principal.

A avaliação sobre se a opção de compra ou de venda é estreitamente relacionada ao contrato de


dívida principal é feita antes de separar o elemento de patrimônio de um instrumento de dívida
conversível, de acordo com a IAS 32.

(f) Os derivativos de crédito que são embutidos em um instrumento de dívida principal e permitem
que uma parte (a “beneficiária”) transfira o risco de crédito de um ativo de referência específico,
que pode não possuir, à outra parte (a “avalista”) não são estreitamente relacionados ao instrumento
de dívida principal. Esses derivativos de crédito permitem que a avalista assuma o risco de crédito
relacionado ao ativo de referência sem possuí-lo diretamente.

B4.3.6 Um exemplo de um contrato híbrido é um instrumento financeiro que dá ao titular o direito de revender o
instrumento financeiro ao emitente em troca de um valor em caixa ou outros ativos financeiros que varie
de acordo com a mudança em um índice patrimonial ou de commodity que possa aumentar ou diminuir
(um “instrumento com opção de venda”). Exceto se o emitente no reconhecimento inicial designar um
instrumento com opção de venda como um passivo financeiro ao valor justo por meio do resultado, ele
tem que separar um derivativo embutido (ou seja, o pagamento de principal indexado) de acordo com
o parágrafo 4.3.3, porque o contrato principal é um instrumento de dívida de acordo com o parágrafo
B4.3.2 e o pagamento de principal indexado não está estreitamente relacionado a um instrumento de
dívida principal de acordo com o parágrafo B4.3.5(a). Como o pagamento de principal pode aumentar e
diminuir, o derivativo embutido é um derivativo sem opção cujo valor está indexado à variável subjacente.

B4.3.7 No caso de um instrumento com opção de venda que possa ser revendido em qualquer época por caixa
em um valor igual à parte proporcional do valor do ativo líquido de uma entidade (como, por exemplo,
unidades de um fundo mútuo aberto ou alguns produtos de investimento vinculados à unidade), o efeito
da separação de um derivativo embutido e da contabilização de cada componente é mensurar o contrato
híbrido pelo valor de resgate a pagar no final do período de relatório, como se o titular tivesse exercido
seu direito de revender o instrumento ao emitente.

B4.3.8 As características e riscos econômicos de um derivativo embutido são estreitamente relacionados às


características e riscos econômicos do contrato principal nos exemplos a seguir. Nesses exemplos, uma
entidade não contabiliza o derivativo embutido separadamente do contrato principal.

(a) Um derivativo embutido em que o item subjacente é uma taxa de juros ou índice de taxas de juros
que pode alterar o valor de juros que, de outro modo, seria pago ou recebido em um contrato de
dívida principal com incidência de juros; ou o contrato de seguro está estreitamente relacionado ao
contrato principal, exceto se o contrato híbrido puder ser liquidado de tal modo que o titular não
recupere substancialmente todo o seu investimento reconhecido; ou o derivativo embutido possa,
pelo menos, duplicar a taxa de retorno inicial do titular sobre o contrato principal e possa resultar
em uma taxa de retorno que seja, pelo menos, duas vezes o que teria sido o retorno de mercado
para um contrato com os mesmos termos que o contrato principal.

(b) Um piso ou teto embutido sobre a taxa de juros em um contrato de dívida ou contrato de seguro
está estreitamente relacionado ao contrato principal, desde que o teto seja igual ou superior à taxa

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de juros de mercado e o piso seja igual ou inferior à taxa de juros de mercado, quando o contrato
for emitido, e o teto ou piso não seja alavancado em relação ao contrato principal. De forma similar,
as disposições incluídas em um contrato para compra ou venda de um ativo (por exemplo, uma
commodity), que estabeleça um teto e um piso sobre o preço a ser pago ou recebido pelo ativo,
estão estreitamente relacionadas ao contrato principal, se tanto o teto quanto o piso estiverem fora
do preço no início e não forem alavancadas.

(c) Um derivativo embutido em moeda estrangeira que fornece um fluxo de pagamentos de principal
ou juros que seja denominado em uma moeda estrangeira e esteja embutido em um instrumento de
dívida principal (por exemplo, um título de dívida de moeda dupla) está estreitamente relacionado
ao instrumento de dívida principal. Esse derivativo não está separado do instrumento principal,
porque a IAS 21 exige que os ganhos e perdas de moeda estrangeira sobre itens monetários sejam
reconhecidos em lucros e perdas.

(d) Um derivativo embutido em moeda estrangeira, em um contrato principal que seja um contrato de
seguro ou não um instrumento financeiro (por exemplo, um contrato para compra ou venda de um
item não financeiro em que o preço é denominado em uma moeda estrangeira) está estreitamente
relacionado ao contrato principal, desde que não esteja alavancado, não contenha uma característica
de opção e exija pagamentos denominados em uma das seguintes moedas.

(i) a moeda funcional de qualquer parte substancial desse contrato;

(ii) a moeda em que o preço do respectivo produto ou serviço que é adquirido ou entregue é
rotineiramente denominado em transações comerciais em todo o mundo (como, por exemplo,
o dólar dos EUA para transações com petróleo); ou

(iii) uma moeda que é normalmente usada em contratos para compra ou venda de itens não
financeiros no ambiente econômico em que a transação ocorre (por exemplo, uma moeda
relativamente estável e líquida, que é normalmente usada em transações comerciais locais
ou negociação externa).

(e) Uma opção de pré-pagamento embutida em um strip apenas de juros ou apenas de principal está
estreitamente relacionada ao contrato principal, desde que o contrato principal (i) inicialmente
tenha resultado da separação do direito de receber fluxos de caixa contratuais de um instrumento
financeiro que, por si só, não continha um derivativo embutido e (ii) não contenha quaisquer termos
não presentes no contrato de dívida principal original.

(f) Um derivativo embutido em um contrato de arrendamento principal está estreitamente relacionado


ao contrato principal, se o derivativo embutido for (i) um índice relacionado à inflação, como,
por exemplo, um índice de pagamentos de arrendamento a um índice de preços ao consumidor
(desde que o arrendamento não seja alavancado e o índice esteja relacionado à inflação no próprio
ambiente econômico da entidade), (ii) aluguéis contingentes baseados nas respectivas vendas ou
(iii) aluguéis contingentes baseados em taxas de juros variáveis.

(g) Uma característica de vinculação por unidade embutida em um instrumento financeiro principal
ou contrato de seguro principal está estreitamente relacionada ao instrumento principal ou contrato
principal, se os pagamentos denominados em unidades forem mensurados por valores unitários
correntes que reflitam os valores justos dos ativos do fundo. Uma característica de vinculação por
unidade é um termo contratual que exige pagamentos denominados em unidades de um fundo de
investimento interno ou externo.

(h) Um derivativo embutido em um contrato de seguro está estreitamente relacionado ao contrato


de seguro principal, se o derivativo embutido e o contrato de seguro principal forem tão
interdependentes que uma entidade não possa mensurar o derivativo embutido separadamente (ou
seja, sem considerar o contrato principal).

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Instrumentos que contêm derivativos embutidos

B4.3.9 Conforme observado no parágrafo B4.3.1, quando uma entidade se torna parte de um contrato híbrido
com um componente principal que não é um ativo dentro do alcance desta IFRS e com um ou mais
derivativos embutidos, o parágrafo 4.3.3 exige que a entidade identifique esses derivativos embutidos,
avalie se é necessário ser separado do contrato principal e, para aqueles que precisem ser separados,
mensure os derivativos ao valor justo no reconhecimento inicial e subsequentemente. Esses requisitos
podem ser mais complexos ou resultar em mensurações menos confiáveis que a mensuração de todo o
instrumento ao valor justo por meio do resultado. Por esse motivo, esta IFRS permite que todo o contrato
híbrido seja designado como ao valor justo por meio do resultado.

B4.3.10 Essa designação pode ser usada independentemente de o parágrafo 4.3.3 exigir que os derivativos
embutidos sejam separados do contrato principal ou proibir essa separação. Entretanto, o parágrafo
4.3.5 não justificaria a designação do contrato híbrido como ao valor justo por meio do resultado nos
casos definidos nos parágrafos 4.3.5(a) e (b), pois isso não reduziria a complexidade nem aumentaria
a confiabilidade.

Reavaliação de derivativos embutidos

B4.3.11 De acordo com o parágrafo 4.3.3, uma entidade avaliará se é necessário que um derivativo embutido seja
separado do contrato principal e contabilizado como um derivativo quando a entidade se tornar parte
do contrato pela primeira vez. A reavaliação subsequente é proibida, exceto se houver uma mudança
nos termos do contrato que modifique significativamente os fluxos de caixa que, de outro modo, seriam
exigidos de acordo com o contrato, caso em que a reavaliação é necessária. Uma entidade determina se
uma modificação aos fluxos de caixa é significativa, considerando a extensão em que os fluxos de caixa
futuros esperados associados ao derivativo embutido, ao contrato principal ou a ambos foram alterados
e se a mudança é significativa em relação aos fluxos de caixa anteriormente esperados no contrato.

B4.3.12 O parágrafo B.4.3.11 não se aplica a derivativos embutidos em contratos adquiridos em:

(a) uma combinação de negócios (conforme definido na IFRS 3 – Combinações de Negócios);

(b) uma combinação de entidades ou negócios sob controle comum conforme descrito nos parágrafo
B1-B4 da IFRS 3; ou

(c) a formação de um empreendimento em conjunto conforme definido na IFRS 11 – Negócios


em Conjunto

ou sua possível reavaliação na data de aquisição.1

Reclassificação de ativos financeiros (seção 4.4)


B4.4.1 O parágrafo 4.4.1 exige que uma entidade reclassifique ativos financeiros se o objetivo do modelo de
negócios da entidade para a gestão desses ativos financeiros se modificar. Espera-se que essas mudanças
sejam pouco frequentes. Essas mudanças devem ser determinadas pela administração sênior da entidade
como resultado de mudanças externas ou internas, devendo ser significativas para as operações da entidade
e demonstráveis para partes externas. Exemplos de mudanças no modelo de negócios incluem:

(a) Uma entidade detém, para venda no curto prazo, uma carteira de empréstimos comerciais.
A entidade adquire uma empresa que gerencia empréstimos comerciais e que, com base em seu
modelo de negócios, detém os empréstimos para receber os fluxos de caixa contratuais. A carteira
de empréstimos comerciais não está mais à venda, sendo agora gerenciada juntamente com
os empréstimos comerciais adquiridos, todos os quais são detidos para que os fluxos de caixa
contratuais sejam recebidos.

1 A IFRS 3 trata da aquisição de contratos com derivativos embutidos em uma combinação de negócios.

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IFRS 9

(b) Uma empresa de serviços financeiros decide encerrar seu negócio de hipoteca de varejo. Esse
negócio não mais aceita novos negócios e a empresa de serviços financeiros está comercializando
ativamente sua carteira de empréstimos hipotecários para venda.

B4.4.2 Uma mudança no objetivo do modelo de negócios da entidade deve ocorrer antes da data de reclassificação.
Por exemplo, se uma empresa de serviços financeiros decidir, em 15 de fevereiro, encerrar seu negócio
de hipoteca de varejo e, consequentemente, tiver de reclassificar todos os ativos financeiros afetados em
1º de abril (ou seja, o primeiro dia do período de relatório seguinte da entidade), a entidade não deverá
aceitar novos negócios de hipoteca de varejo ou, de outro modo, realizar atividades com base em seu
modelo de negócios antigo após 15 de fevereiro.

B4.4.3 Os itens a seguir não constituem mudanças no modelo de negócios:

(a) uma mudança na intenção relativa a ativos financeiros específicos (mesmo no caso de mudanças
significativas nas condições de mercado).

(b) o desaparecimento temporário de um mercado específico de ativos financeiros.

(c) uma transferência de ativos financeiros entre partes da entidade com modelos de negócios diferentes.

Mensuração (capítulo 5)

Mensuração inicial (seção 5.1)


B5.1.1 O valor justo de um instrumento financeiro no reconhecimento inicial é normalmente o preço de transação
(ou seja, o valor justo da contrapartida dada ou recebida, vide também parágrafo B5.1.2A e IFRS 13).
Entretanto, se parte da contrapartida dada ou recebida é por algo que não seja o instrumento financeiro,
uma entidade mensurará o valor justo do instrumento financeiro. Por exemplo, o valor justo de um
empréstimo ou recebível de longo prazo que não tenha incidência de juros pode ser mensurado como o
valor presente de todos os recebimentos em caixa futuros descontados utilizando-se a(s) taxa(s) de juros
de mercado para um instrumento similar (similar quanto à moeda, prazo, tipo de taxa de juros e outros
fatores) com classificação de crédito similar. Qualquer valor adicional emprestado é uma despesa ou uma
redução da receita, a menos que se qualifique para reconhecimento como algum outro tipo de ativo.

B5.1.2 Se uma entidade originar um empréstimo com incidência de taxa de juros fora do mercado (por exemplo,
5%, quando a taxa de mercado para empréstimos similares é de 8%) e receber uma comissão inicial como
remuneração, a entidade reconhece o empréstimo ao seu valor justo, ou seja, líquido da comissão recebida.

B5.1.2A A melhor evidência do valor justo de um instrumento financeiro no reconhecimento inicial é normalmente
o preço de transação (ou seja, o valor justo da contrapartida dada ou recebida, vide também IFRS 13). Se
determinar que o valor justo no reconhecimento inicial difere do preço da transação conforme mencionado
no parágrafo 5.1.1A, a entidade contabilizará esse instrumento nessa data da seguinte forma:

(a) pela mensuração exigida pelo parágrafo 5.1.1, se esse valor justo for comprovado por um preço
cotado em um mercado ativo para um ativo ou passivo idêntico (ou seja, informação de Nível 1)
ou com base em uma técnica de avaliação que utilizar somente dados de mercados observáveis.
A entidade reconhecerá a diferença entre o valor justo no reconhecimento inicial e o preço da
transação como um ganho ou perda.

(b) em todos os demais casos, pela mensuração exigida pelo parágrafo 5.1.1, ajustada para diferir
a diferença entre o valor justo no reconhecimento inicial e o preço da transação. Após o
reconhecimento inicial, a entidade somente reconhecerá essa diferença diferida como um ganho
ou perda na medida em que ela resultar de uma mudança em um fator (incluindo o tempo) que
participantes do mercado levariam em consideração ao precificar o ativo ou passivo.

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Mensuração subsequente de ativos financeiros (seção 5.2)


B5.2.1 Se um instrumento financeiro que foi anteriormente reconhecido como um ativo financeiro for mensurado
ao valor justo e seu valor justo cair abaixo de zero, ele é um passivo financeiro mensurado de acordo
com o parágrafo 4.2.1. Entretanto, contratos híbridos com componentes principais que são ativos dentro
do alcance desta IFRS são sempre mensurados de acordo com o parágrafo 4.3.2.

B5.2.2 O exemplo a seguir ilustra a contabilização dos custos de transação na mensuração inicial e subsequente
de um ativo financeiro mensurado ao valor justo com mudanças reconhecidas em outros resultados
abrangentes, de acordo com o parágrafo 5.7.5. Uma entidade adquire um ativo por UM100 mais uma
comissão de compra de UM2. Inicialmente, a entidade reconhece o ativo por UM102. O período de
relatório encerra-se um dia depois, quando o preço de mercado cotado do ativo é UM100. Se o ativo
fosse vendido, uma comissão de UM3 seria paga. Nessa data, a entidade mensura o ativo por UM100
(sem levar em consideração a eventual comissão sobre a venda) e reconhece uma perda de UM2 em
outros resultados abrangentes.

B5.2.2A A mensuração subsequente de um ativo financeiro ou passivo financeiro e o reconhecimento subsequente


de ganhos e perdas descrito no parágrafo B5.1.2A serão consistentes com os requisitos desta IFRS.

B5.4.1–
B5.4.13 [Excluídos]

Investimentos em instrumentos de patrimônio e contratos sobre esses investimentos

B5.4.14 Todos os investimentos em instrumentos de patrimônio e contratos relativos a esses instrumentos devem
ser mensurados ao valor justo. Contudo, em circunstâncias limitadas, o custo pode ser uma estimativa
apropriada do valor justo. Esse pode ser o caso se não houver informações suficientes mais recentes
disponíveis para mensurar o valor justo, ou se houver uma ampla gama de mensurações ao valor justo
possíveis e o custo representar a melhor estimativa do valor justo nessa gama.

B5.4.15 Indicadores de que o custo pode não ser representativo do valor justo incluem:

(a) uma mudança significativa no desempenho da investida em comparação com orçamentos, planos
ou marcos.

(b) mudanças na expectativa de que os marcos técnicos de produtos da adquirida serão atingidos.

(c) uma mudança significativa no mercado para o patrimônio da investida ou de seus produtos ou
produtos em potencial.

(d) uma mudança significativa na economia global ou no ambiente econômico em que a investida atuar.

(e) uma mudança significativa no desempenho de entidades comparáveis ou nas avaliações indicadas
pelo mercado em geral.

(f) assuntos internos da investida, como fraude, disputas comerciais, litígios, mudanças na administração
ou na estratégia.

(g) evidência a partir de transações externas envolvendo o patrimônio da investida, seja pela investida
(como uma nova emissão de instrumentos de patrimônio) ou por meio de transferências de
instrumentos de patrimônio entre terceiros.

B5.4.16 A lista do parágrafo B5.4.15 não é exaustiva. Uma entidade utilizará todas as informações sobre o
desempenho e as operações da investida que se tornarem disponíveis após da data de reconhecimento
inicial. Na medida em que quaisquer desses fatores pertinentes existirem, eles poderão indicar que o
custo pode não ser representativo do valor justo. Nesses casos, a entidade deve mensurar o valor justo.

B5.4.17 O custo nunca é a melhor estimativa do valor justo para investimentos em instrumentos de patrimônio
cotados (ou contratos relativos a instrumentos de patrimônio cotados).

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Ganhos e perdas (seção 5.7)


B5.7.1 O parágrafo 5.7.5 permite que uma entidade efetue uma escolha irrevogável de apresentar, em outros
resultados abrangentes, mudanças no valor justo de um investimento em um instrumento de patrimônio
que não seja mantido para negociação. Esta escolha é efetuada instrumento por instrumento (ou seja,
ação por ação). Valores apresentados em outros resultados abrangentes não serão subsequentemente
transferidos para lucros e perdas. Contudo, a entidade pode transferir o ganho ou perda acumulado dentro
do patrimônio líquido. Dividendos sobre esses investimentos são reconhecidos em lucros e perdas, de
acordo com a IAS 18, a menos que o dividendo claramente represente a recuperação de parte do custo
do investimento.

B5.7.2 Uma entidade aplica a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio a ativos financeiros e
passivos financeiros que sejam itens monetários, de acordo com a IAS 21, e denominados em moeda
estrangeira. A IAS 21 exige que quaisquer ganhos e perdas de câmbio sobre ativos monetários e passivos
monetários sejam reconhecidos em lucros e perdas. Uma exceção é um item monetário que seja designado
como instrumento de cobertura, seja uma cobertura de fluxo de caixa (vide parágrafos 95–101 da IAS 39)
ou uma cobertura de um investimento líquido (vide parágrafo 102 da IAS 39).

B5.7.3 O parágrafo 5.7.5 permite que uma entidade efetue uma escolha irrevogável de apresentar, em
outros resultados abrangentes, mudanças no valor justo de um investimento em um instrumento de
patrimônio que não seja mantido para negociação. Esse investimento não constitui um item monetário.
Consequentemente, o ganho ou perda apresentado em outros resultados abrangentes, de acordo com o
parágrafo 5.7.5, inclui qualquer respectivo componente de câmbio.

B5.7.4 Se houver uma relação de cobertura entre um ativo monetário não derivativo e um passivo monetário
não derivativo, as mudanças no componente de moeda estrangeira desses instrumentos financeiros são
apresentadas em lucros e perdas.

Passivos designados como ao valor justo por meio do resultado

B5.7.5 Quando uma entidade designa um passivo financeiro como ao valor justo por meio do resultado, ela deve
determinar se apresenta os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo em outros resultados
abrangentes criaria ou aumentaria um descasamento contábil em lucros e perdas. Um descasamento
contábil seria criado ou aumentado se a apresentação dos efeitos das mudanças no risco de crédito do
passivo em outros resultados abrangentes resultasse em um descasamento maior em lucros e perdas do
que se esses valores fossem apresentados em lucros e perdas.

B5.7.6 Para determinar isso, uma entidade deve avaliar se espera que os efeitos das mudanças no risco de
crédito do passivo sejam compensados em lucros e perdas por uma mudança no valor justo de um
outro instrumento financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado. Essa expectativa deve
ser baseada em uma relação econômica entre as características do passivo e as características do outro
instrumento financeiro.

B5.7.7 Essa determinação é efetuada no reconhecimento inicial e não é reavaliada. Para fins práticos, a entidade
não precisa celebrar transações com todos os ativos e passivos que dão origem a um descasamento
contábil exatamente ao mesmo tempo. Um atraso razoável é permitido, desde que se espere que quaisquer
transações restantes venham a ocorrer. Uma entidade deve aplicar de modo consistente sua metodologia
para determinar se a apresentação dos efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo em outros
resultados abrangentes criaria ou aumentaria o descasamento contábil em lucros e perdas. Entretanto, uma
entidade poderá utilizar diferentes metodologias quando existirem diferentes relações econômicas entre as
características dos passivos designados como ao valor justo por meio do resultado e as características dos
outros instrumentos financeiros. A IFRS 7 requer que uma entidade forneça divulgações qualitativas nas
notas explicativas às demonstrações financeiras sobre sua metodologia para efetuar essa determinação.

B5.7.8 Se esse descasamento for criado ou aumentado, a entidade deve apresentar todas as mudanças no valor
justo (incluindo os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo) em lucros e perdas. Se esse
descasamento não for criado ou aumentado, a entidade deve apresentar os efeitos das mudanças no risco
de crédito do passivo em outros resultados abrangentes.

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B5.7.9 Valores apresentados em outros resultados abrangentes não serão subsequentemente transferidos
para lucros e perdas. Contudo, a entidade pode transferir o ganho ou perda acumulado dentro do
patrimônio líquido.

B5.7.10 O exemplo abaixo descreve uma situação em que um descasamento contábil seria criado em lucros e
perdas se os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo fossem apresentados em outros resultados
abrangentes. Um banco hipotecário concede empréstimos a clientes e financia esses empréstimos
vendendo títulos de dívida com características similares às dos empréstimos concedidos (por exemplo,
valor em aberto, perfil de restituição, prazo e moeda) no mercado. Os termos contratuais do empréstimo
permitem ao cliente da hipoteca pagar antecipadamente seu empréstimo (ou seja, satisfazer sua obrigação
perante o banco) comprando o título de dívida correspondente ao valor justo no mercado e entregando
esse título ao banco hipotecário. Como resultado desse direito contratual de pagamento antecipado, se a
qualidade de crédito do título de dívida piorar (e, portanto, o valor justo do passivo do banco hipotecário
diminuir), o valor justo do ativo de empréstimo do banco hipotecário também diminuirá. A mudança
no valor justo do ativo reflete o direito contratual do cliente da hipoteca de pagar antecipadamente o
empréstimo hipotecário comprando o título de dívida ao valor justo (que, neste exemplo, diminuiu) e
entregando o título ao banco hipotecário. Portanto, os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo
(o título de dívida) serão compensados em lucros e perdas por uma mudança correspondente no valor justo
de um ativo financeiro (o empréstimo). Se os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo forem
apresentados em outros resultados abrangentes haverá um descasamento contábil em lucros e perdas.
Portanto, o banco hipotecário deve apresentar todas as mudanças no valor justo do passivo (incluindo
os efeitos de mudanças no risco de crédito do passivo) em lucros e perdas.

B5.7.11 No exemplo do parágrafo B5.7.10, existe um vínculo contratual entre os efeitos das mudanças no risco
de crédito do passivo e mudanças no valor justo do ativo financeiro (ou seja, como resultado do direito
contratual do cliente da hipoteca de pagar antecipadamente o empréstimo comprando o título de dívida
ao valor justo e entregando o título ao banco hipotecário). Entretanto, um descasamento contábil também
pode ocorrer na ausência de um vínculo contratual.

B5.7.12 Para as finalidades de aplicar os requisitos dos parágrafos 5.7.7 e 5.7.8, um descasamento contábil não é
causado exclusivamente pelo método de mensuração que uma entidade utiliza para determinar os efeitos
das mudanças no risco de crédito de um passivo. Um descasamento contábil em lucros e perdas ocorrerá
somente se se espera que os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo (conforme definido
na IFRS 7) sejam compensados por mudanças no valor justo de um outro instrumento financeiro. Um
descasamento que ocorre exclusivamente como resultado do método de mensuração (ou seja, porque
uma entidade não isola as mudanças no risco de crédito de um passivo de algumas outras mudanças em
seu valor justo) não afeta a determinação requerida pelos parágrafos 5.7.7 e 5.7.8 Por exemplo, uma
entidade não pode isolar mudanças no risco de crédito de um passivo de mudanças no risco de liquidez.
Se a entidade apresentar o efeito combinado de ambos os fatores em outros resultados abrangentes, um
descasamento poderá ocorrer porque mudanças no risco de liquidez podem ser incluídas na mensuração do
valor justo dos ativos financeiros da entidade e toda a mudança no valor justo desses ativos é apresentada
em lucros e perdas. Contudo, esse descasamento é causado por imprecisão de mensuração, e não pela
relação de compensação descrita no parágrafo B5.7.6 e, portanto, não afeta a determinação requerida
pelos parágrafos 5.7.7 e 5.7.8.

O significado de “risco de crédito”

B5.7.13 A IFRS 7 define risco de crédito como “o risco de que uma das partes contratantes de um instrumento
financeiro cause uma perda financeira à outra parte pelo não cumprimento de uma obrigação”. O requisito
do parágrafo 5.7.7(a) se refere ao risco de que a emitente deixará de cumprir essa obrigação específica.
Ele não se refere necessariamente à capacidade de crédito da emitente. Por exemplo, se uma entidade
emitir um passivo garantido e um passivo não garantido que são idênticos em suas outras características,
o risco de crédito desses dois passivos será diferente, ainda que sejam emitidos pela mesma entidade.
O risco de crédito sobre o passivo garantido será menor que o risco de crédito do passivo não garantido.
O risco de crédito de um passivo garantido poderá ser próximo de zero.

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B5.7.14 Para as finalidades de aplicar o requisito do parágrafo 5.7.7(a), o risco de crédito é diferente do risco de
desempenho de um ativo específico. O risco de desempenho de um ativo específico não está relacionado
ao risco de que uma entidade deixe de liquidar uma obrigação, mas está relacionado ao risco de que um
único ativo ou um grupo de ativos tenha um mal desempenho (ou absolutamente nenhum desempenho).

B5.7.15 Exemplos de risco de desempenho específico para um ativo:

(a) um passivo com uma característica de vinculação unitária (“unit-linking”), onde o valor devido
aos investidores é determinado contratualmente com base no desempenho de ativos específicos.
O efeito dessa característica de vinculação unitária (“unit-linking”) sobre o valor justo do passivo
é o risco de desempenho específico para um ativo, e não o risco de crédito.

(b) um passivo emitido por uma entidade estruturada com as seguintes características. A entidade
está legalmente isolada de modo que os ativos da entidade estão protegidos (“ring-fenced”)
exclusivamente em benefício de seus investidores, mesmo em caso de falência. A entidade não
celebra outras transações e os ativos da entidade não podem ser hipotecados. São devidos valores
aos investidores da entidade somente se os ativos protegidos (“ring-fenced”) gerarem fluxos de
caixa. Portanto, as mudanças no valor justo do passivo refletem principalmente mudanças no valor
justo dos ativos. O efeito do desempenho dos ativos sobre o valor justo do passivo é o risco de
desempenho específico para um ativo, e não o risco de crédito.

Determinação dos efeitos das mudanças no risco de crédito

B5.7.16 Com vistas a aplicar o requisito do parágrafo 5.7.7(a), uma entidade determinará o valor da mudança no
valor justo do passivo financeiro que é atribuível a mudanças no risco de crédito desse passivo:

(a) como o valor da mudança em seu valor justo que não seja atribuível a mudanças das condições de
mercado que originam risco de mercado (vide parágrafos B5.7.17 e B5.7.18); ou

(b) utilizando um método alternativo que a entidade acredita representar de forma mais fiel o valor da
mudança no valor justo do passivo que seja atribuível às mudanças em seu risco de crédito.

B5.7.17 As mudanças nas condições de mercado que originam risco de mercado incluem mudanças na taxa de
juros de referência, no preço de instrumento financeiro de outra entidade, no preço de uma commodity,
em uma taxa de câmbio ou em um índice de preços ou taxas.

B5.7.18 Se as únicas mudanças pertinentes significativas nas condições de mercado para um passivo forem
mudanças em uma taxa de juros observável (de referência), o valor no parágrafo B5.7.16(a) pode ser
estimado da seguinte forma:

(a) Primeiro, a entidade calcula a taxa de retorno interna do passivo no início do período, utilizando o
valor justo do passivo e os fluxos de caixa contratuais do passivo no início do período. Ela deduz,
dessa taxa de retorno, a taxa de juros observável (de referência) no início do período, para chegar
a um componente específico de instrumento da taxa interna de retorno.

(b) A seguir, a entidade calcula o valor presente dos fluxos de caixa associados ao passivo, utilizando
fluxos de caixa contratuais do passivo no final do período e uma taxa de desconto equivalente
à soma (i) da taxa de juros observável (de referência) no final do período e (ii) do componente
específico do instrumento da taxa interna de retorno conforme determinado no item (a).

(c) A diferença entre o valor justo do passivo no final do período e o valor determinado no item (b) é a
mudança no valor justo que não é atribuível a mudanças na taxa de juros observável (de referência).
Esse é o valor a ser apresentado em outros resultados abrangentes de acordo com o parágrafo
5.7.7(a).

B5.7.19 O exemplo do parágrafo B5.7.18 presume que as mudanças no valor justo decorrentes de fatores que
não sejam mudanças no risco de crédito do instrumento, ou mudanças nas taxas de juros observáveis
(de referência), não são significativas. Esse método não seria apropriado se as mudanças no valor justo

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resultantes de outros fatores fossem significativas. Nesses casos, uma entidade deve utilizar um método
alternativo que mensure de forma mais fiel os efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo [vide
parágrafo B5.7.16(b)]. Por exemplo, se o instrumento no exemplo contiver um derivativo embutido, a
mudança no valor justo do derivativo embutido é excluída na determinação do valor a ser apresentado
em outros resultados abrangentes, de acordo com o parágrafo 5.7.7(a).

B5.7.20 Assim como todas as mensurações do valor justo, o método de mensuração de uma entidade para
determinar a parte da mudança no valor justo do passivo que é atribuível a mudanças em seu risco de
crédito deve fazer o máximo uso de dados de entrada observáveis relevantes e o mínimo uso de dados
de entrada não observáveis.

Data de vigência e transição (capítulo 7)

Transição (seção 7.2)


Ativos financeiros mantidos para negociação

B7.2.1 Na data de aplicação inicial desta IFRS, uma entidade deve determinar se o objetivo de seu modelo de
negócios para a gestão de quaisquer de seus ativos financeiros atende à condição do parágrafo 4.1.2(a) ou
se um ativo financeiro é elegível para a escolha do parágrafo 5.7.5. Para esse fim, a entidade determinará
se os ativos financeiros atendem à definição de mantidos para negociação como se a entidade os tivesse
adquirido na data de aplicação inicial.

Definições (Apêndice A)

Derivativos
BA.1 Os exemplos típicos de derivativos são contratos de futuros, a termo, de swap e opções. Um derivativo
normalmente possui um valor nocional, que é um valor de moeda, um número de ações, um número de
unidades de peso ou volume ou outras unidades especificadas no contrato. Entretanto, um instrumento
derivativo não exige que o titular ou lançador da opção invista ou receba o valor nocional no início do
contrato. Alternativamente, um derivativo poderia exigir um pagamento fixo ou pagamento de um valor
que pode mudar (mas não proporcionalmente com uma mudança no item subjacente) como resultado de
algum evento futuro que não seja relacionado ao valor nocional. Por exemplo, um contrato pode exigir
um pagamento fixo de UM1.000, se a LIBOR de seis meses aumentar em 100 pontos-base. Esse contrato
é um derivativo, mesmo se o valor nocional não for especificado.

BA.2 A definição de um derivativo nesta IFRS inclui contratos que sejam liquidados pelo valor bruto por
meio da entrega do item subjacente (por exemplo, um contrato a termo para compra de instrumento de
dívida a taxa fixa). Uma entidade pode ter um contrato para compra ou vender um item não financeiro
que possa ser liquidado pelo valor líquido em caixa ou em outro instrumento financeiro ou pela troca
de instrumentos financeiros (por exemplo, um contrato para comprar ou vender uma commodity a um
preço fixo em uma data futura). Esse contrato está dentro do alcance desta IFRS, a menos que tenha sido
celebrado e continue a ser detido para a finalidade de entrega de um item não financeiro de acordo com
os requisitos de compra, venda ou uso esperados da entidade (vide parágrafos 5-7 da IAS 39).

BA.3 Uma das características que define um derivativo é que ele possui um investimento líquido inicial que
é menor que o que seria necessário para outros tipos de contratos que se esperariam ter resposta similar
a mudanças em fatores de mercado. Um contrato de opção atende a essa definição, porque o prêmio é
menor que o investimento que seria necessário para obter o instrumento financeiro subjacente ao qual
a opção está ligada. Um swap de moeda que exige uma troca inicial de diferentes moedas de valores
justos iguais atende à definição, pois possui investimento líquido inicial zero.

BA.4 Uma compra ou venda de forma regular dá origem a um compromisso de preço fixo entre a data de
negociação e a data de liquidação que atenda à definição de um derivativo. Entretanto, por causa da curta

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IFRS 9

duração do compromisso, ele não é reconhecido como um instrumento financeiro derivativo. Em vez
disso, esta IFRS prevê a contabilização especial dos contratos de forma regular (vide parágrafos 3.1.2 e
B3.1.3-B3.1.6).

BA.5 A definição de um derivativo está relacionada a variáveis não financeiras que não são específicas a uma
parte do contrato. Essas variáveis incluem um índice de perdas por terremoto em uma região específica
e um índice de temperaturas em uma cidade específica. As variáveis não financeiras específicas a uma
parte do contrato incluem a ocorrência ou não ocorrência de um incêndio que danifique ou destrua um
ativo de uma parte do contrato. Uma mudança no valor justo de um ativo não financeiro é específica
ao sócio, se o valor justo refletir não apenas as mudanças nos preços de mercado desses ativos (uma
variável financeira), mas também a condição do ativo não financeiro específico detido (uma variável não
financeira). Por exemplo, se uma garantia do valor residual de um carro específico expuser o avalista ao
risco de mudanças na condição física do carro, a mudança nesse valor residual é específica ao proprietário
do carro.

Ativos e passivos financeiros mantidos para negociação


BA.6 A negociação, de modo geral, reflete a compra e venda ativa e frequente; e os instrumentos financeiros
mantidos para negociação, de modo geral, são usados com o objetivo de gerar lucro a partir de flutuações
de curto prazo no preço ou na margem do revendedor.

BA.7 Os passivos financeiros mantidos para negociação incluem:

(a) passivos derivativos que não são contabilizados como instrumentos de cobertura;

(b) obrigações para entregar ativos financeiros emprestados por um vendedor a descoberto (ou seja,
uma entidade que venda ativos financeiros que tomou por empréstimo e ainda não os possui);

(c) passivos financeiros que são incorridos com uma intenção de recomprá-los, num futuro próximo (por
exemplo, um instrumento de dívida cotado que o emitente possa recomprar, num futuro próximo,
dependendo das mudanças no seu valor justo); e

(d) passivos financeiros que fazem parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que
são gerenciados em conjunto e para os quais haja evidência de um padrão recente de obtenção de
lucro de curto prazo.

BA.8 O fato de que um passivo seja usado para custear atividades de negociação, por si só, não torna esse
passivo um passivo mantido para negociação.

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IFRS Foundation
IFRS 9

Apêndice C
Alterações a outras IFRSs

Salvo conforme indicado de outro modo, uma entidade aplicará as alterações contidas neste apêndice ao aplicar
a IFRS 9 emitida em outubro de 2010. Essas alterações incorporam as inclusões e alterações emitidas no
Apêndice C da IFRS 9 em 2009.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2010, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS Foundation A321
IFRS 10

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 10

Demonstrações Financeiras Consolidadas


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Contabilização de Investimentos em Subsidiárias, que foi originalmente emitida
pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em abril de 1989. A IAS 27 substituiu a maior parte da
IAS 3 – Demonstrações Financeiras Consolidadas (emitida em junho de 1976).

Em dezembro de 2003, o IASB alterou e renomeou a IAS 27 com um novo título – Demonstrações Financeiras
Consolidadas e Separadas. A IAS 27 alterada também incorporou a orientação contida em duas Interpretações
relacionadas (SIC-12 – Consolidação – Entidades de Propósitos Específicos e SIC-33 – Consolidação e Método
de Equivalência Patrimonial – Direitos Potenciais de Voto e Alocação de Participações Societárias).

Em junho de 2008, o IASB alterou a IAS 27. Essa alteração, que se refere à contabilização de participações de
não controladores e perda de controle de subsidiárias, foi realizada em conjunto com as alterações à IFRS 3 –
Combinações de Negócios.

Em maio de 2011 o IASB emitiu a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas para substituir a IAS 27.
A IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, também emitida em maio de 2011, substituiu os
requisitos de divulgação da IAS 27. A IFRS 10 incorpora a orientação contida em duas Interpretações relacionadas
(SIC-12 – Consolidação – Entidades de Propósitos Específicos e SIC-33 – Consolidação).

Em junho de 2012, a IFRS 10 foi alterada por Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto
e Divulgação de Participações em Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11
e à IFRS 12). Essas alterações esclareceram a orientação de transição da IFRS 10. Além disso, essas alterações
forneceram uma liberação de transição adicional na IFRS 10, limitando o requisito de apresentar informações
comparativas ajustadas para somente o período anual imediatamente precedente ao primeiro período anual ao
qual se aplica a IFRS 10.

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IFRS Foundation A323
IFRS 10

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 10
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS
OBJETIVO 1
Atingindo o objetivo 2
ALCANCE 4
CONTROLE 5
Poder 10
Retornos 15
Relação entre poder e retornos 17
REQUISITOS CONTÁBEIS 19
Participações de não controladores 22
Perda de controle 25
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
Avaliando o controle B2
Objetivo e estrutura de uma investida B5
Poder B9
Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis de uma investida B55
Relação entre poder e retornos B58
Relacionamento com outras partes B73
Controle de ativos especificados B76
Avaliação contínua B80
Requisitos contábeis B86
Procedimentos de consolidação B86
Políticas contábeis uniformes B87
Mensuração B88
Direitos potenciais de voto B89
Data do relatório B92
Perda de controle B97
C Data de vigência e transição
D Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 10 EMITIDA EM MAIO DE 2011


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS,
NEGÓCIOS EM CONJUNTO E DIVULGAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS ENTIDADES:
ORIENTAÇÃO DE TRANSIÇÃO (ALTERAÇÕES À IFRS 10, À IFRS 11 E À IFRS 12)
EMITIDA EM JUNHO DE 2012
BASE PARA CONCLUSÕES

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APÊNDICE
Aprovações anteriores do Conselho e opiniões divergentes
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
ALTERAÇÕES À ORIENTAÇÃO SOBRE OUTRAS IFRSs

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas (IFRS 10)


é definida nos parágrafos 1–26 e nos Apêndices A–D. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos
em negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez
em que aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 10 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões,
do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas estabelece princípios para a apresentação


e elaboração de demonstrações financeiras consolidadas quando uma entidade controla uma ou
mais entidades.

IN2 A IFRS substitui a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas e a SIC-12 –


Consolidação – Entidades de Propósitos Específicos, sendo aplicável para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida.

Motivos para emitir a IFRS


IN3 O Conselho adicionou à sua agenda um projeto sobre consolidação para tratar da divergência na prática
em relação à aplicação da IAS 27 e da SIC-12. Por exemplo, as entidades divergiam em sua aplicação do
conceito de controle em circunstâncias nas quais uma entidade que reporta controla outra entidade, mas
detém menos que a maioria dos direitos de voto da entidade, e em circunstâncias envolvendo relações
de agenciamento.

IN4 Além disso, um conflito de ênfase percebido entre a IAS 27 e a SIC-12 levou à aplicação inconsistente
do conceito de controle. A IAS 27 exigia a consolidação de entidades controladas por uma entidade que
reporta e definia controle como o poder de reger as políticas financeiras e operacionais de uma entidade
de modo a obter benefícios de suas atividades. A SIC-12, que interpretava os requisitos da IAS 27 no
contexto de entidades de propósitos específicos, dava maior ênfase aos riscos e benefícios.

IN5 A crise financeira global que teve início em 2007 ressaltou a falta de transparência em relação aos riscos
aos quais os investidores estavam expostos como resultado de seu envolvimento com “veículos fora do
balanço” (como, por exemplo, veículos de securitização), incluindo os que eles haviam constituído ou
patrocinado. Como resultado, os líderes do G20, o Conselho de Estabilidade Financeira e outras partes
solicitaram ao Conselho que revisasse os requisitos contábeis e de divulgação para esses “veículos fora
do balanço”.

Principais características da IFRS


IN6 A IFRS exige que uma entidade que seja controladora apresente demonstrações financeiras consolidadas.
Uma isenção limitada está disponível para algumas entidades.

Requisitos gerais
IN7 A IFRS define o princípio de controle e estabelece controle como a base para determinar quais entidades
são consolidadas nas demonstrações financeiras consolidadas. A IFRS define também os requisitos
contábeis para a elaboração de demonstrações financeiras consolidadas.

IN7A Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
introduziu uma exceção ao princípio de que todas as subsidiárias devem ser consolidadas. As alterações
definem uma entidade de investimento e exigem que uma controladora que seja uma entidade
de investimento mensure seus investimentos em subsidiárias específicas ao valor justo por meio
do resultado de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros,1 em vez de consolidar essas
subsidiárias em suas demonstrações financeiras consolidadas e separadas. Além disso, as alterações
introduzem novos requisitos de divulgação relacionados a entidades de investimento na IFRS 12 –
Divulgação de Participações em Outras Entidades e na IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas.

1 O parágrafo C7 da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas prevê: “Se uma entidade aplicar esta IFRS mas não
aplicar a IFRS 9, qualquer referência nesta IFRS à IFRS 9 será lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração.

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IN8 Um investidor controla uma investida quando está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis
decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de
seu poder sobre a investida. Assim, o princípio de controle define os três elementos de controle a seguir:

(a) poder sobre a investida;

(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes do envolvimento com a investida; e

(c) a capacidade de utilizar o poder sobre a investida para afetar o valor dos retornos do investidor.

IN9 A IFRS define requisitos sobre como aplicar o princípio de controle:

(a) em circunstâncias nas quais direitos de voto ou direitos similares dão poder a um investidor,
incluindo situações nas quais o investidor detém menos que a maioria dos direitos de voto, e em
circunstâncias que envolvem direitos potenciais de voto.

(b) em circunstâncias nas quais uma investida é estruturada de modo que os direitos de voto não sejam o
fator dominante ao decidir quem controla a investida, como, por exemplo, quando quaisquer direitos
de voto referem-se somente a tarefas administrativas, e as atividades relevantes são dirigidas por
meio de acordos contratuais.

(c) em circunstâncias envolvendo relações de agenciamento.

(d) em circunstâncias nas quais o investidor tem controle sobre ativos especificados de uma investida.

IN10 A IFRS exige que um investidor reavalie se controla uma investida caso os fatos e circunstâncias indiquem
que há mudanças em um ou mais dos três elementos de controle.

IN11 Ao elaborar demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade deve usar políticas contábeis
uniformes para informar transações similares e outros eventos em circunstâncias similares. Saldos e
transações intragrupo devem ser eliminados. Participações de não controladores em subsidiárias devem ser
apresentadas na demonstração consolidada da posição financeira, no patrimônio líquido, separadamente
do patrimônio líquido dos sócios da controladora.

IN12 Os requisitos de divulgação para participações em subsidiárias são especificados na IFRS 12.

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Norma Internacional De Relatório Financeiro IFRS 10


Demonstrações Financeiras Consolidadas

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é estabelecer princípios para a apresentação e elaboração de demonstrações
financeiras consolidadas quando uma entidade controla uma ou mais entidades.

Atingindo o objetivo
2 Para atingir o objetivo do parágrafo 1, esta IFRS:

(a) exige que uma entidade (a controladora) que controle uma ou mais entidades (subsidiárias)
apresente demonstrações financeiras consolidadas;

(b) define o princípio de controle e estabelece controle como a base para a consolidação;

(c) define como aplicar o princípio de controle para identificar se um investidor controla uma investida
e, portanto, deve consolidá-la;

(d) define os requisitos contábeis para a elaboração de demonstrações financeiras consolidadas; e

(e) define uma entidade de investimento e estabelece uma exceção para a consolidação de subsidiárias
específicas de uma entidade de investimento.

3 Esta IFRS não trata dos requisitos contábeis para combinações de negócios e seus efeitos sobre a
consolidação, incluindo ágio resultante em uma combinação de negócios (vide IFRS 3 – Combinações
de Negócios).

Alcance
4 Uma entidade que seja uma controladora apresentará demonstrações financeiras consolidadas. Esta IFRS
se aplica a todas as entidades, com as seguintes exceções:

(a) uma controladora não precisa apresentar demonstrações financeiras consolidadas se atender todas
as condições a seguir:

(i) ela for uma subsidiária integral, ou for uma subsidiária parcial de outra entidade e todos
os seus outros sócios, incluindo aqueles que, de outro modo, não tenham direito a voto,
tiverem sido informados e não objetarem à não apresentação de demonstrações financeiras
consolidadas pela controladora;

(ii) seus instrumentos de dívidas ou de patrimônio não forem negociados em um mercado público
(uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados
locais e regionais);

(iii) ela não tiver registrado nem estiver em processo de registro de suas demonstrações financeiras
junto a uma comissão de valores mobiliários ou outra organização reguladora, para a
finalidade de emitir qualquer classe de instrumentos em um mercado de capitais; e

(iv) sua controladora final ou qualquer controladora intermediária apresentar demonstrações


financeiras consolidadas que estejam disponíveis para uso público e cumpram as IFRSs.

(b) planos de benefícios pós-emprego ou outros planos de benefícios de longo prazo aos empregados
aos quais se aplique a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

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(c) uma entidade de investimento não precisa apresentar demonstrações financeiras consolidadas se
estiver obrigada, de acordo com o parágrafo 31 desta IFRS, a mensurar todas as suas subsidiárias
ao valor justo por meio do resultado.

Controle
5 Um investidor, independentemente da natureza de seu envolvimento com uma entidade (a investida),
determinará se é um controlador avaliando se controla a investida.

6 Um investidor controla uma investida quando está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos
variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses
retornos por meio de seu poder sobre a investida.

7 Assim, um investidor controla uma investida se, e somente se, o investidor tiver todas as condições
a seguir:

(a) poder sobre a investida (vide parágrafos 10-14);

(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a
investida (vide parágrafos 15 e 16); e

(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida afetando o valor de seus retornos como
investidor (vide parágrafos 17 e 18).

8 Um investidor considerará todos os fatos e circunstâncias ao avaliar se controla uma investida. O investidor
reavaliará se controla uma investida caso fatos e circunstâncias indiquem que há mudanças em um ou
mais dos três elementos de controle relacionados no parágrafo 7 (vide parágrafos B80-B85).

9 Dois ou mais investidores controlam coletivamente uma investida quando devem agir em conjunto para
dirigir as atividades relevantes. Nesse casos, como nenhum investidor pode dirigir as atividades sem
a cooperação dos demais, nenhum investidor individualmente controla a investida. Cada investidor
contabilizaria sua participação na investida de acordo com as IFRSs relevantes, como, por exemplo, a
IFRS 11 – Negócios em Conjunto, IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto
(Joint Ventures) ou a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

Poder
10 Um investidor tem poder sobre uma investida quando tem direitos existentes que lhe dão a capacidade
real de dirigir as atividades relevantes, ou seja, as atividades que afetam significativamente os retornos
da investida.

11 O poder decorre de direitos. Algumas vezes, avaliar o poder é simples, como, por exemplo, quando o poder
sobre uma investida é obtido direta e exclusivamente dos direitos de voto concedidos por instrumentos de
patrimônio, tais como ações, e pode ser avaliado considerando-se os direitos de voto decorrentes dessas
participações acionárias. Em outros casos, a avaliação será mais complexa e exigirá que mais de um
fator seja considerado, como, por exemplo, quando o poder resulta de um ou mais acordos contratuais.

12 Um investidor com a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes tem poder mesmo que seus
direitos de direção ainda tenham que ser exercidos. Evidência de que o investidor tem dirigido atividades
relevantes pode ajudar a determinar se o investidor tem poder, mas essa evidência, por si só, não é
conclusiva no sentido de determinar se o investidor tem poder sobre uma investida.

13 Se dois ou mais investidores têm, cada um deles, direitos existentes que lhes dão a capacidade unilateral
de dirigir diferentes atividades relevantes, o investidor que tem a capacidade atual de dirigir as atividades
que afetam de forma mais significativa os retornos da investida tem poder sobre ela.

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14 Um investidor pode ter poder sobre uma investida mesmo que outras entidades tenham direitos existentes
que lhes deem a capacidade atual de participar da direção das atividades relevantes, como, por exemplo,
quando outra entidade tem influência significativa. Contudo, um investidor que detêm apenas direitos de
proteção não tem poder sobre uma investida (vide parágrafos B26-B28) e, consequentemente, não controla
a investida.

Retornos
15 Um investidor está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis como resultado de seu envolvimento
com a investida quando os retornos do investidor decorrentes de seu envolvimento têm o potencial
de variar como resultado do desempenho da investida. Os retornos do investidor podem ser somente
positivos, somente negativos ou tanto positivos quanto negativos.

16 Embora somente um investidor possa controlar uma investida, mais de uma parte pode participar dos
retornos de uma investida. Por exemplo, os acionistas não controladores podem participar dos lucros ou
distribuições de uma investida.

Relação entre poder e retornos


17 Um investidor controla uma investida se possui não apenas poder sobre a investida e exposição a, ou
direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida, mas também a
capacidade de usar seu poder para afetar seus retornos decorrentes de seu envolvimento com a investida.

18 Assim, um investidor com direitos de tomada de decisão determinará se é um principal ou um agente.


Um investidor que é um agente de acordo com os parágrafos B58-B72 não controla uma investida quando
exerce direitos de tomada de decisão a ele delegados.

Requisitos contábeis
19 Uma controladora elaborará demonstrações financeiras consolidadas utilizando políticas contábeis
uniformes para transações similares e outros eventos em circunstâncias similares.

20 A consolidação de uma investida se iniciará a partir da data em que o investidor obtiver o controle da
investida e cessará quando o investidor perder o controle da investida.

21 Os parágrafos B86-B93 estabelecem orientação para a elaboração de demonstrações financeiras


consolidadas.

Participações de não controladores


22 Uma controladora apresentará participações de não controladores na demonstração consolidada da posição
financeira no patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos sócios da controladora.

23 Mudanças na participação societária de uma controladora em uma subsidiária que não resultam na perda
de controle da subsidiária pela controladora constituem transações patrimoniais (ou seja, transações com
sócios em sua condição de sócios).

24 Os parágrafos B94-B96 estabelecem orientação para a contabilização de participações de não controladores


em demonstrações financeiras consolidadas.

Perda de controle
25 Se uma controladora perde o controle de uma subsidiária, ela:

(a) baixa os ativos e passivos da antiga subsidiária da demonstração consolidada da posição financeira.

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(b) reconhece qualquer investimento retido na antiga subsidiária ao seu valor justo quando o controle
é perdido e, subsequentemente, contabiliza esse investimento e quaisquer valores a pagar ou a
receber da antiga subsidiária de acordo com as respectivas IFRSs. Esse valor justo será considerado
como o valor justo no reconhecimento inicial de um ativo financeiro de acordo com a IFRS 9 ou,
quando apropriado, como o custo no reconhecimento inicial de um investimento em uma coligada
ou empreendimento conjunto.

(c) reconhece o ganho ou perda associado à perda do controle atribuível à antiga participação
de controladores.

26 Os parágrafos B97-B99 fornecem orientação para a contabilização da perda do controle.

Determinando se uma entidade é uma entidade de investimento


27 Uma controladora determinará se é uma entidade de investimento. Uma entidade de investimento
é uma entidade que:

(a) obtém recursos de um ou mais investidores com o intuito de prestar a esse(s) investidor(es)
serviços de gestão de investimento;

(b) compromete-se com o(s) seu(s) investidor(es) no sentido de que seu propósito comercial é
investir recursos exclusivamente para retornos a partir de valorização do capital, receitas
de investimentos ou ambos; e

(c) mensura e avalia o desempenho de substancialmente todos os seus investimentos com base
no valor justo.

Os parágrafos B85A–B85M fornecem orientação de aplicação sobre esse assunto.

28 Ao avaliar se atende à definição descrita no parágrafo 27, uma entidade considerará se possui as seguintes
características típicas de uma entidade de investimento:

(a) possui mais de um investimento (vide parágrafos B85O–B85P);

(b) possui mais de um investidor (vide parágrafos B85Q–B85S);

(c) possui investidores que não são partes relacionadas à entidade (vide parágrafos B85T–B85U); e

(d) possui participações societárias na forma de participações patrimoniais ou similares (vide parágrafos
B85V–B85W);

A ausência de quaisquer dessas características típicas não necessariamente impede uma entidade de ser
classificada como uma entidade de investimento. Uma entidade de investimento que não possui todas
essas características típicas fornece a divulgação adicional exigida pelo parágrafo 9A da IFRS 12 –
Divulgação de Participações em Outras Entidades.

29 Se os fatos e circunstâncias indicarem que há mudanças em um ou mais dos três elementos que constituem
a definição de uma entidade de investimento, conforme descrito no parágrafo 27, ou nas características
típicas de uma entidade de investimento, conforme descrito no parágrafo 28, uma controladora reavaliara
se é uma entidade de investimento.

30 Uma controladora que deixe de ser uma entidade de investimento ou que se torne uma identidade de
investimento contabilizará a mudança em sua condição prospectivamente a partir da data em que a
mudança na condição tiver ocorrido (vide parágrafos B100–B101).

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Entidades de investimento: exceção à consolidação


31 Salvo conforme descrito no parágrafo 32, um entidade de investimento não consolidará suas
subsidiárias ou aplicará a IFRS 3 quando obtiver o controle de outra entidade. Ao invés disso, a
entidade de investimento mensurará esse investimento em uma subsidiária ao valor justo por meio
do resultado, de acordo com a IFRS 9.2

32 Não obstante a exigência do parágrafo 31, se uma entidade de investimento tiver uma subsidiária que
preste serviços que estejam relacionados com as atividades de investimento da entidade de investimento
(vide parágrafos B85C-B85E), ela consolidará essa subsidiária de acordo com os parágrafos 19-26 desta
IFRS e aplicará os requisitos da IFRS 3 à aquisição de qualquer subsidiária desse tipo.

33 Uma controladora de uma entidade de investimento consolidará todas as entidades que controlar,
incluindo aquelas controladas por meio de uma subsidiária entidade de investimento, a menos que a
própria controladora seja uma entidade de investimento.

2 O parágrafo C7 da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas prevê o seguinte: “Se uma entidade aplicar esta IFRS, mas
não aplicar a IFRS 9, qualquer referência nesta IFRS à IFRS 9 será lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração.

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

atividades relevantes Para os fins desta IFRS, atividades relevantes são atividades da investida
que afetam significativamente os retornos da investida.
controladora Uma entidade que controla uma ou mais entidades.
controle de uma investida Um investidor controla uma investida quando está exposto a, ou tem
direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a
investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder
sobre a investida.
demonstrações financeiras Demonstrações financeiras de um grupo nas quais os ativos, passivos,
consolidadas patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora
e de suas subsidiárias são apresentados como os de uma única
entidade econômica.
direitos de destituição Direitos de privar o tomador de decisões de sua autoridade de tomada
de decisões.
direitos de proteção Direitos destinados a proteger o interesse da parte que os detém, sem dar a
essa parte poder sobre a entidade à qual esses direitos se referem.
entidade de investimentos Uma entidade que:
(a) obtém recursos de um ou mais investidores com o intuito de prestar a
esse(s) investidor(es) serviços de gestão de investimento;
(b) compromete-se com o(s) seu(s) investidor(es) no sentido de que seu
propósito comercial é investir recursos exclusivamente para retornos a
partir de valorização do capital, receitas de investimentos ou ambos; e
(c) mensura e avalia o desempenho de substancialmente todos os seus
investimentos com base no valor justo.
grupo Uma controladora e suas subsidiárias.
participação de não Patrimônio líquido em uma subsidiária não atribuível, direta ou
controladores indiretamente, a uma controladora.
poder Direitos existentes que dão a capacidade atual de dirigir as atividades
relevantes.
subsidiária Uma entidade controlada por outra entidade.
tomador de decisões Uma entidade com direitos de tomada de decisão que é uma principal ou
um agente de outras partes.

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Os termos a seguir são definidos na IFRS 11, na IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, na
IAS 28 (conforme alterada em 2011) ou na IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas e são usados nesta
IFRS com os significados especificados nessas IFRSs:

yy coligada

yy empreendimento em conjunto (joint venture)

yy influência significativa.

yy parte relacionada

yy participação em outra entidade

yy pessoal-chave da administração

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS. Ele descreve a aplicação dos parágrafos 1-26 e tem a mesma importãncia
que as demais partes da IFRS.

B1 Os exemplos deste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora alguns aspectos dos exemplos possam
estar presentes em situações reais, todos os fatos e circunstâncias de uma situação específica precisariam
ser avaliados ao aplicar a IFRS 10.

Avaliando o controle
B2 Para determinar se controla uma investida, um investidor avaliará se possui todas as condições a seguir:

(a) poder sobre a investida;

(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida; e

(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de seus retornos.

B3 Considerar os fatores a seguir pode ajudar ao efetuar essa determinação:

(a) o objetivo e a estrutura da investida (vide parágrafos B5-B8);

(b) quais são as atividades relevantes e como as decisões sobre essas atividades são tomadas (vide
parágrafos B11-B13);

(c) se os direitos do investidor lhe dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes (vide
parágrafos B14-B54);

(d) se o investidor está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu
envolvimento com a investida (vide parágrafos B55-B57); e

(e) se o investidor tem a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida afetando o valor de seus
retornos como investidor (vide parágrafos B58-B72).

B4 Ao avaliar o controle de uma investida, o investidor considerará a natureza de seu relacionamento com
outras partes (vide parágrafos B73-B75).

Objetivo e estrutura de uma investida


B5 Ao avaliar o controle de uma investida, um investidor considerará o objetivo e a estrutura da investida a fim
de identificar as atividades relevantes, como as decisões sobre as atividades relevantes são tomadas, quem
tem a capacidade atual de dirigir essas atividades e quem recebe retornos decorrentes dessas atividades.

B6 Quando o objetivo e a estrutura de uma investida são considerados, pode ficar claro que uma investida
é controlada por meio de instrumentos de patrimônio que dão ao titular direitos de voto proporcionais,
como, por exemplo, ações ordinárias da investida. Nesse caso, na ausência de quaisquer acordos adicionais
que alterem a tomada de decisões, a avaliação do controle se concentra em qual das partes, se houver,
está apta a exercer direitos de voto suficientes para determinar as políticas operacionais e financeiras
da investida (vide parágrafos B34-B50). No caso mais simples, o investidor que detém a maioria desses
direitos de voto, na ausência de quaisquer outros fatores, controla a investida.

B7 Para determinar se um investidor controla uma investida em casos mais complexos, pode ser necessário
considerar alguns ou todos os fatores do parágrafo B3.

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B8 Uma investida pode ser estruturada de modo que os direitos de voto não sejam o fator dominante ao decidir
quem controla a investida, como, por exemplo, quando quaisquer direitos de voto referem-se somente a
tarefas administrativas, e as atividades relevantes são dirigidas por meio de acordos contratuais. Nesses
casos, a consideração do investidor em relação ao objetivo e à estrutura da investida incluirá também
a consideração dos riscos aos quais a investida estaria exposta, os riscos que ela transferiria às partes
envolvidas e se o investidor está exposto a alguns ou a todos esses riscos. A consideração dos riscos
inclui não apenas o risco de situações adversas, mas também o potencial de situações favoráveis.

Poder
B9 Para ter poder sobre uma investida, um investidor deve ter direitos existentes que lhe deem a capacidade
atual de dirigir as atividades relevantes. Para o fim de avaliar o poder, somente direitos substantivos e
direitos que não sejam de proteção serão considerados (vide parágrafos B22-B28).

B10 A determinação de se um investidor tem poder depende das atividades relevantes, da forma pela qual
são tomadas decisões sobre as atividades relevantes e dos direitos que o investidor e outras partes têm
em relação à investida.

Atividades relevantes e direção de atividades relevantes

B11 Para muitas investidas, uma série de atividades operacionais e de financiamento afetam significativamente
seus retornos. Exemplos de atividades que, dependendo das circunstâncias, podem ser atividades
relevantes incluem, entre outras:

(a) compra e venda de bens ou serviços;

(b) gestão de ativos financeiros durante sua vida (incluindo em caso de inadimplência);

(c) seleção, aquisição ou alienação de ativos;

(d) pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou processos; e

(e) determinação de uma estrutura de captação ou obtenção de recursos.

B12 Exemplos de decisões sobre atividades relevantes incluem, entre outras:

(a) estabelecimento de decisões operacionais e de capital da investida, incluindo orçamentos; e

(b) nomeação e remuneração de pessoal-chave da administração ou prestadores de serviços da investida


e término de seus serviços ou emprego.

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B13 Em algumas situações, atividades tanto antes quanto após um conjunto específico de circunstâncias
surgir ou um evento ocorrer podem ser atividades relevantes. Quando dois ou mais investidores têm a
capacidade atual de dirigir atividades relevantes e essas atividades ocorrem em ocasiões diferentes, os
investidores determinarão qual investidor é capaz de dirigir as atividades que afetam esses retornos de
forma mais significativa, de forma consistente com o tratamento de direitos concorrentes de tomada de
decisão (vide parágrafo 13). Os investidores reconsiderarão essa avaliação ao longo do tempo caso fatos
ou circunstâncias relevantes se alterem.

Exemplos de aplicação
Exemplo 1
Dois investidores formam uma investida para desenvolver e comercializar um produto médico.
Um investidor é responsável por desenvolver e obter aprovação regulatória do produto médico
– essa responsabilidade inclui ter a capacidade unilateral de tomar todas as decisões relativas
ao desenvolvimento do produto e à obtenção da aprovação regulatória. Assim que o regulador
tiver aprovado o produto, o outro investidor o fabricará e comercializará – esse investidor tem a
capacidade unilateral de tomar todas as decisões sobre a fabricação e comercialização do produto.
Se todas as atividades – desenvolvimento e obtenção de aprovação regulatória, bem como
fabricação e comercialização do produto médico – forem atividades relevantes, cada investidor
precisa determinar se é capaz de dirigir as atividades que afetam mais significativamente os
retornos da investida. Assim sendo, cada investidor precisa considerar se a atividade que afeta
mais significativamente os retornos da investida é o desenvolvimento e obtenção de aprovação
regulatória ou a fabricação e comercialização do produto médico e se é capaz de dirigir essa
atividade. Ao determinar qual investidor tem poder, os investidores considerariam:

(a) o objetivo e a estrutura da investida;

(b) os fatores que determinam a margem de lucro, as receitas e o valor da investida, bem como o
valor do produto médico;

(c) o efeito sobre os retornos da investida decorrente da autoridade de tomada de decisões de


cada investidor em relação aos fatores previstos no item (b); e

(d) a exposição dos investidores à variabilidade dos retornos.

Neste exemplo específico, os investidores considerariam ainda:

(e) a incerteza da obtenção de aprovação regulatória e os esforços exigidos para tal obtenção
(considerando-se o histórico do investidor referente ao êxito no desenvolvimento e obtenção
de aprovação regulatória para produtos médicos); e

(f) qual investidor controla o produto médico quando a fase de desenvolvimento é concluída
com êxito.

continua...

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Exemplos de aplicação
Exemplo 2
Um veículo de investimento (a investida) é criado e financiado com um instrumento de dívida
detido por um investidor (o investidor de dívida) e instrumentos de patrimônio detidos por uma
série de outros investidores. A tranche de patrimônio é estruturada para absorver as primeiras
perdas e para receber qualquer retorno residual da investida. Um dos investidores de patrimônio
que detém 30% do patrimônio líquido é também o gestor do ativo. A investida utiliza seus
proventos para adquirir uma carteira de ativos financeiros, expondo-a ao risco de crédito
associado à possível inadimplência de pagamentos de principal e juros dos ativos. A transação é
comercializada ao investidor de dívida como um investimento com exposição mínima ao risco de
crédito associado à possível inadimplência dos ativos da carteira, devido à natureza desses ativos
e porque a tranche de patrimônio é estruturada para absorver as primeiras perdas da investida. Os
retornos da investida são significativamente afetados pela gestão da carteira de ativos da investida,
que inclui decisões sobre a seleção, aquisição e alienação dos ativos de acordo com as diretrizes da
carteira e a gestão em caso de inadimplência de quaisquer ativos da carteira. Todas essas atividades
são geridas pelo gestor do ativo até que as inadimplências atinjam uma proporção especificada
do valor da carteira (ou seja, quando o valor da carteira é tal que a tranche de patrimônio da
investida tenha sido consumida). A partir desse momento, um terceiro depositário gere os ativos
de acordo com as instruções do investidor de dívida. A gestão da carteira de ativos da investida
é a atividade relevante da investida. O gestor do ativo tem a capacidade de dirigir as atividades
relevantes até que os ativos inadimplidos atinjam a proporção especificada do valor da carteira;
o investidor de dívida tem a capacidade de dirigir das atividades relevantes quando o valor dos
ativos inadimplidos ultrapassa essa proporção especificada do valor da carteira. O gestor do ativo
e o investidor de dívida precisam, cada um deles, determinar se são capazes de dirigir as atividades
que afetam mais significativamente os retornos da investida, considerando, inclusive, o objetivo e
a estrutura da investida, bem como a exposição de cada parte à variabilidade dos retornos.

Direitos que dão a um investidor poder sobre uma investida

B14 O poder decorre de direitos. Para ter poder sobre uma investida, o investidor deve ter direitos existentes
que lhe deem a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes. Os direitos que podem dar poder a
um investidor podem diferir entre investidas.

B15 Exemplos de direitos que, individualmente ou combinados, podem dar poder a um investidor incluem,
entre outros:

(a) direitos na forma de direitos de voto (ou direitos potenciais de voto) de uma investida (vide
parágrafos B34-B50);

(b) direitos de nomear, realocar ou destituir membros do pessoal-chave da administração de uma


investida que tenham a capacidade de dirigir as atividades relevantes;

(c) direitos de nomear ou destituir outra entidade que dirija as atividades relevantes;

(d) direitos de instruir a investida a celebrar transações em benefício do investidor ou vetar quaisquer
mudanças a essas transações; e

(e) outros direitos (tais como direitos de tomada de decisão especificados em um contrato de gestão)
que deem ao titular a capacidade de dirigir as atividades relevantes.

B16 De modo geral, quando uma investida tem uma gama de atividades operacionais e de financiamento
que afetam significativamente os retornos da investida e quando tomadas de decisões importantes em
relação a essas atividades são exigidas continuamente, serão os direitos de voto ou similares que darão
poder ao investidor, seja individualmente ou em combinação com outros acordos.

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B17 Quando os direitos de voto não podem ter um efeito significativo sobre os retornos de uma investida,
como, por exemplo, quando os direitos de voto referem-se somente a tarefas administrativas, e acordos
contratuais determinam a direção das atividades relevantes, o investidor precisa avaliar esses acordos
contratuais a fim de determinar se possui direitos suficientes para lhe dar poder sobre a investida. Para
determinar se possui direitos suficientes para lhe dar poder, o investidor considerará o objetivo e a
estrutura da investida (vide parágrafos B5-B8) e os requisitos dos parágrafos B51-B54 em conjunto com
os parágrafos B18-B20.

B18 Em algumas circunstâncias, pode ser difícil determinar se os direitos de um investidor são suficientes
para lhe dar poder sobre uma investida. Nesses casos, para permitir que seja feita a avaliação do poder, o
investidor considerará evidência sobre se ele tem a capacidade prática de dirigir as atividades relevantes
de forma unilateral. Deve-se considerar, entre outros, os itens seguintes, os quais, quando considerados
em conjunto com os direitos do investidor e os indicadores dos parágrafos B19 e B20, podem fornecer
evidência de que os direitos do investidor são suficientes para lhe dar poder sobre a investida:

(a) O investidor pode, sem ter o direito contratual de fazê-lo, nomear ou aprovar o pessoal-chave da
administração da investida que tem a capacidade de dirigir as atividades relevantes.

(b) O investidor pode, sem ter o direito contratual de fazê-lo, instruir a investida a celebrar transações
significativas em benefício do investidor ou pode vetar quaisquer mudanças a essas transações.

(c) O investidor pode dominar o processo de nomeações para a eleição de membros do órgão de
administração da investida ou a obtenção de procurações de outros titulares de direitos de voto.

(d) O pessoal-chave da administração da investida é formado por partes relacionadas do investidor


(por exemplo, o presidente executivo da investida e o presidente executivo do investidor são a
mesma pessoa).

(e) A maioria dos membros do órgão de administração da investida consiste em partes relacionadas
do investidor.

B19 Às vezes, haverá indicações de que o investidor tem um relacionamento especial com a investida,
sugerindo que o investidor tem mais do que um interesse passivo na investida. A existência de qualquer
indicador individual, ou uma combinação específica de indicadores, não necessariamente significa que
o critério de poder foi atendido. Contudo, ter mais do que uma participação passiva na investida pode
indicar que o investidor tem outros direitos relacionados suficientes para lhe dar poder ou fornecer
evidência de um poder existente sobre uma investida. Por exemplo, os itens a seguir sugerem que o
investidor tem mais do que um interesse passivo na investida e, em combinação com outros direitos,
podem indicar poder:

(a) O pessoal-chave da administração da investida que tem a capacidade de dirigir as atividades


relevantes são atuais ou antigos empregados do investidor.

(b) As operações da investida dependem do investidor, como, por exemplo, nas seguintes situações:

(i) A investida depende do investidor para financiar uma parcela significativa de suas operações.

(ii) O investidor garante uma parcela significativa das obrigações da investida.

(iii) A investida depende do investidor para serviços, tecnologia, suprimentos ou matérias-primas


críticos.

(iv) O investidor controla ativos como, por exemplo, licenças ou marcas comerciais, que são
críticos para as operações da investida.

(v) A investida depende do investidor para o pessoal-chave da administração, como, por exemplo,
quando o pessoal do investidor possui conhecimento especializado das operações da investida.

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(c) Uma parcela significativa das atividades da investida envolve o investidor ou é conduzida em
nome deste.

(d) A exposição do investidor a retornos decorrentes de seu envolvimento com a investida ou seus
direitos a esses retornos são desproporcionalmente maiores que seus direitos de voto ou outros
direitos similares. Por exemplo, pode haver uma situação em que um investidor tem direito ou está
exposto a mais do que a metade dos retornos da investida, embora detenha menos que a metade
dos direitos de voto da investida.

B20 Quanto maior a exposição ou os direitos de um investidor à variabilidade dos retornos decorrentes de seu
envolvimento com uma investida, maior é o incentivo para que o investidor obtenha direitos suficientes
para lhe dar poder. Portanto, ter uma grande exposição à variabilidade dos retornos é um indicador de
que o investidor pode ter poder. Contudo, a extensão da exposição do investidor não determina, por si
só, se um investidor tem poder sobre a investida.

B21 Quando os fatores previstos no parágrafo B18 e os indicadores previstos nos parágrafos B19 e B20 são
considerados em conjunto com os direitos de um investidor, maior peso será dado à evidência de poder
descrita no parágrafo B18.

Direitos substantivos

B22 Um investidor, ao avaliar se tem poder, considera somente direitos substantivos relativos a uma investida
(detidos pelo investidor e por outras partes). Para que um direito seja substantivo, o titular deve ter a
capacidade prática de exercer esse direito.

B23 Determinar se direitos são substantivos exige julgamento, levando-se em conta todos os fatos e
circunstâncias. Os fatores a serem considerados ao efetuar essa determinação incluem, entre outros:

(a) Se há quaisquer barreiras (econômicas ou outras) que impedem o titular (ou titulares) de exercer
os direitos. Exemplos de barreiras incluem, entre outras:

(i) sanções e incentivos pecuniários que impediriam (ou dissuadiriam) o titular de exercer
seus direitos.

(ii) um preço de exercício ou de conversão que cria uma barreira que impediria (ou dissuadiria)
o titular de exercer seus direitos.

(iii) termos e condições que tornam improvável que os direitos sejam exercidos, como, por
exemplo, condições que limitam de forma estrita a época de seu exercício.

(iv) a ausência de um mecanismo explícito e razoável nos documentos constitutivos de uma


investida ou nas leis ou regulamentos aplicáveis que permitiria ao titular exercer seus direitos.

(v) a incapacidade do titular dos direitos de obter as informações necessárias para exercer
seus direitos.

(vi) barreiras ou incentivos operacionais que impediriam (ou dissuadiriam) o titular de exercer
seus direitos (por exemplo, a ausência de outros gestores dispostos ou aptos a prestar serviços
especializados ou a prestar os serviços e assumir outras participações detidas pelo gestor
em exercício).

(vii) exigências legais ou regulatórias que impediriam o titular de exercer seus direitos (por
exemplo, quando um investidor estrangeiro é proibido de exercer seus direitos).

(b) Quando o exercício de direitos exige a concordância de mais de uma parte, ou quando os direitos
são detidos por mais de uma parte, se há um mecanismo que dá a essas partes a capacidade prática
de exercer seus direitos coletivamente, se optarem por fazê-lo. A ausência desse mecanismo é
um indicador de que os direitos podem não ser substantivos. Quanto maior o número de partes
que devam concordar com o exercício de direitos, menor é a probabilidade de que esses direitos

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sejam substantivos. Contudo, um conselho de administração cujos membros sejam independentes


do tomador de decisões pode atuar como um mecanismo para que numerosos investidores atuem
coletivamente no exercício de seus direitos. Portanto, é mais provável que direitos de destituição
exercíveis por um conselho de administração independente sejam substantivos do que se os mesmos
direitos fossem exercidos individualmente por um grande número de investidores.

(c) Se a parte ou partes que detêm os direitos se beneficiariam do seu exercício. Por exemplo, o
titular de direitos potenciais de voto em uma investida (vide parágrafos B47-B50) considerará o
preço de exercício ou de conversão do instrumento. É mais provável que os termos e condições
de direitos potenciais de voto sejam substantivos quando o instrumento está dentro do preço ou
quando o investidor se beneficiaria, por outras razões (por exemplo, pela captura de sinergias entre
o investidor e a investida), do exercício ou conversão do instrumento.

B24 Para serem substantivos, os direitos precisam também ser exercíveis quando as decisões sobre a direção
das atividades relevantes precisam ser tomadas. Normalmente, para serem substantivos, os direitos
precisam ser atualmente exercíveis. Contudo, alguns direitos podem ser substantivos ainda que não
sejam atualmente exercíveis.

Exemplos de aplicação
Exemplo 3

A investida celebra assembleias ordinárias de acionistas nas quais são tomadas decisões para a
direção das atividades relevantes. A próxima assembleia de acionistas agendada será celebrada
em oito meses. Contudo, acionistas que, individual ou coletivamente, detêm no mínimo 5% dos
direitos de voto podem convocar uma assembleia extraordinária para alterar as políticas existentes
sobre as atividades relevantes, mas a exigência de entrega de notificação aos demais acionistas
implica em que essa assembleia somente pode ser celebrada após 30 dias. As políticas sobre as
atividades relevantes somente podem ser alteradas em assembleias extraordinárias de acionistas ou
em assembleias de acionistas agendadas. Isso inclui a aprovação de vendas relevantes de ativos,
bem como a realização ou alienação de investimentos significativos.

A situação acima se aplica aos exemplos 3A-3D descritos abaixo. Cada exemplo é considerado
isoladamente.

Exemplo 3A

Um investidor detém a maioria dos direitos de voto na investida. Os direitos de voto do investidor
são substantivos, pois ele é capaz de tomar decisões sobre a direção das atividades relevantes
quando tais decisões precisam ser tomadas. O fato de que leva 30 dias para que o investidor possa
exercer seus direitos de voto não impede que o investidor tenha a capacidade atual de dirigir as
atividades relevantes a partir do momento em que adquire a participação acionária.

Exemplo 3B

Um investidor é parte de um contrato a termo para a aquisição da maioria das ações da investida.
A liquidação do contrato a termo se dará em 25 dias. Os acionistas existentes não são capazes
de modificar as políticas existentes em relação às atividades relevantes, já que uma assembleia
extraordinária somente poderá ser celebrada após 30 dias, ocasião em que o contrato a termo já
terá sido liquidado. Assim, o investidor tem direitos que são essencialmente equivalentes aos do
acionista majoritário do exemplo 3A acima (ou seja, o investidor que detém o contrato a termo
pode tomar decisões sobre a direção das atividades relevantes quando elas precisarem ser tomadas).
O contrato a termo do investidor é um direito substantivo que lhe dá a capacidade atual de dirigir as
atividades relevantes mesmo antes que o contrato a termo seja liquidado.

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Exemplos de aplicação
Exemplo 3C

Um investidor detém uma opção substantiva de adquirir a maioria das ações da investida, a qual
pode ser exercida em 25 dias e está substancialmente dentro do preço. A mesma conclusão seria
alcançada no exemplo 3B.

Exemplo 3D

Um investidor é parte de um contrato a termo para a aquisição da maioria das ações da investida,
sem quaisquer outros direitos relacionados sobre a investida. A liquidação do contrato a termo
se dará em seis meses. Diferentemente dos exemplos acima, o investidor não tem a capacidade
atual de dirigir as atividades relevantes. Os acionistas existentes têm a capacidade atual de dirigir
as atividades relevantes, já que podem modificar as políticas existentes em relação às atividades
relevantes antes que o contrato a termo seja liquidado.

B25 Direitos substantivos exercíveis por outras partes podem impedir um investidor de controlar a investida à
qual esses direitos se referem. Esses direitos substantivos não exigem que os titulares tenham a capacidade
de originar as decisões. Desde que não sejam meramente de proteção (vide parágrafos B26-B28), direitos
substantivos detidos por outras partes podem impedir que o investidor controle a investida, ainda que
esses direitos deem aos titulares apenas a capacidade atual de aprovar ou bloquear decisões que se refiram
às atividades relevantes.

Direitos de proteção

B26 Ao avaliar se os direitos lhe dão poder sobre uma investida, o investidor avaliará se os seus direitos e
os direitos detidos por terceiros são direitos de proteção. Direitos de proteção referem-se a mudanças
fundamentais nas atividades de uma investida ou aplicam-se a circunstâncias excepcionais. Contudo,
nem todos os direitos que se aplicam a circunstâncias excepcionais ou que dependem de eventos são
direitos de proteção (vide parágrafos B13 e B53).

B27 Como os direitos de proteção destinam-se a proteger os interesses de seu titular sem dar a essa parte poder
sobre a investida à qual se referem esses direitos, um investidor que detém apenas direitos de proteção
não pode ter poder ou impedir outra parte de ter poder sobre uma investida (vide parágrafo 14).

B28 Exemplos de direitos de proteção incluem, entre outros:

(a) o direito de um mutuante de impor limites a um mutuário em relação à realização de atividades que
poderiam modificar significativamente o risco de crédito do mutuário em detrimento do mutuante.

(b) o direito de uma parte titular de uma participação de não controladores em uma investida de aprovar
investimentos capitalizáveis superiores ao exigido no curso normal dos negócios ou de aprovar a
emissão de instrumentos de patrimônio ou de dívida.

(c) o direito de um mutuante de confiscar ativos de um mutuário se este deixar de satisfazer condições
especificadas de amortização do empréstimo.

Franquias

B29 Um contrato de franquia no qual a investida seja a franqueada geralmente dá ao franqueador direitos que
se destinam a proteger a marca da franquia. Contratos de franquia normalmente dão aos franqueadores
alguns direitos de tomada de decisão em relação às operações da franqueada.

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B30 De modo geral, os direitos dos franqueadores não restringem a capacidade de outras partes que não o
franqueador de tomar decisões que tenham um efeito significativo sobre os retornos da franqueada.
Tampouco os direitos do franqueador em contratos de franquia necessariamente dão ao franqueador a
capacidade atual de dirigir as atividades que afetam significativamente os retornos da franqueada.

B31 É necessário distinguir entre ter a capacidade atual de tomar decisões que afetam significativamente
os retornos da franqueada e ter a capacidade de tomar decisões que protegem a marca da franquia.
O franqueador não tem poder sobre a franqueada se outras partes têm direitos existentes que lhes dão a
capacidade atual de dirigir as atividades relevantes da franqueada.

B32 Ao celebrar o contrato de franquia, a franqueada tomou uma decisão unilateral de operar seu negócio de
acordo com os termos do contrato de franquia, mas por sua própria conta.

B33 O controle sobre decisões fundamentais como, por exemplo, a natureza jurídica da franqueada e sua
estrutura de captação de recursos pode ser determinado por outras partes que não o franqueador e podem
afetar significativamente os retornos da franqueada. Quanto menor o nível de suporte financeiro fornecido
pelo franqueador e quanto menor a exposição do franqueador à variabilidade dos retornos da franqueada,
maior será a probabilidade de que o franqueador tenha apenas direitos de proteção.

Direitos de voto

B34 Frequentemente um investidor tem a capacidade atual, por meio de direitos de voto ou similares, de
dirigir as atividades relevantes. O investidor considera os requisitos desta seção (parágrafos B35-B50)
se as atividades relevantes de uma investida forem dirigidas por meio de direitos de voto.

Poder com a maioria dos direitos de voto

B35 Um investidor que detém mais da metade dos direitos de voto de uma investida tem poder nas seguintes
situações, a menos que o parágrafo B36 ou o parágrafo B37 seja aplicável:

(a) as atividades relevantes são dirigidas pelo voto do titular da maioria dos direitos de voto, ou

(b) a maioria dos membros do órgão de administração que dirige as atividades relevantes é nomeada
pelo voto do titular da maioria dos direitos de voto.

Maioria dos direitos de voto, mas nenhum poder

B36 Para que um investidor que detenha mais que a metade dos direitos de voto de uma investida tenha
poder sobre ela, seus direitos de voto devem ser substantivos, de acordo com os parágrafos B22-B25, e
devem dar ao investidor a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes, o que frequentemente se
dará por meio da determinação das políticas operacionais e financeiras. Se outra entidade tiver direitos
existentes que lhes concedam o direito de dirigir as atividades relevantes e essa entidade não for um
agente do investidor, o investidor não tem poder sobre a investida.

B37 Um investidor não tem poder sobre uma investida, ainda que detenha a maioria dos direitos de voto na
investida, quando esses direitos de voto não são substantivos. Por exemplo, um investidor que detém
mais que a metade dos direitos de voto em uma investida não pode ter poder se as atividades relevantes
estiverem sujeitas à direção de um governo, tribunal, administrador, síndico, liquidante ou regulador.

Poder sem a maioria dos direitos de voto

B38 Um investidor pode ter poder ainda que detenha menos que a maioria dos direitos de voto de uma
investida. Um investidor pode ter poder com menos que a maioria dos direitos de voto de uma investida
através de, por exemplo:

(a) um acordo contratual entre o investidor e outros titulares de direitos de voto (vide parágrafo B39);

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(b) direitos decorrentes de outros acordos contratuais (vide parágrafo B40);

(c) os direitos de voto do investidor (vide parágrafos B41-B45);

(d) direitos potenciais de voto (vide parágrafos B47-B50); ou

(e) uma combinação de (a)-(d).

Acordo contratual com outros titulares de direitos de voto

B39 Um acordo contratual entre um investidor e outros titulares de direitos de voto pode dar ao investidor
o direito de exercer direitos de voto suficientes para dar-lhe poder, ainda que o investidor não tenha
direitos de voto suficientes para dar-lhe poder sem o acordo contratual. Contudo, um acordo contratual
pode garantir que o investidor possa instruir um número suficiente de outros titulares de direitos de voto
sobre como votar para permitir ao investidor tomar decisões sobre as atividades relevantes.

Direitos decorrentes de outros acordos contratuais

B40 Outros direitos de tomada de decisão, em combinação com direitos de voto, podem dar a um investidor a
capacidade atual de dirigir as atividades relevantes. Por exemplo, os direitos especificados em um acordo
contratual em combinação com direitos de voto podem ser suficientes para dar ao investidor a capacidade
atual de dirigir os processos de fabricação de uma investida ou de dirigir outras atividades operacionais
ou de financiamento de uma investida que afetem significativamente os retornos da investida. Contudo,
na ausência de quaisquer outros direitos, a dependência econômica de uma investida em relação ao
investidor (como, por exemplo, as relações de um fornecedor com o seu principal cliente) não leva o
investidor a ter poder sobre a investida.

Direitos de voto do investidor

B41 Um investidor com menos que a maioria dos direitos de voto tem direitos que são suficientes para dar-
lhe poder quando tem a capacidade prática de dirigir as atividades relevantes de modo unilateral.

B42 Ao avaliar se seus direitos de voto são suficientes para dar-lhe poder, o investidor considera todos os
fatos e circunstâncias, incluindo:

(a) a extensão dos direitos de voto do investidor em comparação com a extensão e a dispersão dos
direitos de voto dos demais titulares, observando-se que:

(i) quanto mais direitos de voto um investidor detenha, maior é a probabilidade de que o
investidor tenha direitos existentes que lhe deem a capacidade atual de dirigir as atividades
relevantes;

(ii) quanto mais direitos de voto um investidor detenha em relação aos demais titulares de direitos
de voto, maior é a probabilidade de que o investidor tenha direitos existentes que lhe deem
a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes;

(iii) quanto maior o número de partes que precisariam agir em conjunto para superar o poder de
fato do investidor em número de votos, maior é a probabilidade de que o investidor tenha
direitos existentes que lhe deem a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes;

(b) direitos potenciais de voto detidos pelo investidor, outros titulares de direitos de voto ou outras
partes (vide parágrafos B47-B50);

(c) direitos decorrentes de outros acordos contratuais (vide parágrafo B40); e

(d) quaisquer fatos e circunstâncias adicionais que indiquem que o investidor possui ou não possui
a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes no momento em que decisões precisem ser
tomadas, incluindo padrões de votação em assembleias de acionistas anteriores.

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B43 Quando a direção de atividades relevantes for determinada pelo voto majoritário e um investidor detiver
significativamente mais direitos de voto que qualquer outro titular de direitos de voto ou grupo organizado
de titulares de direitos de voto, sendo que as demais participações acionárias estejam amplamente
dispersas, pode ficar claro, após considerar tão somente os fatores relacionados no parágrafo B42(a)-(c),
que o investidor tem poder sobre a investida.

Exemplos de aplicação
Exemplo 4

Um investidor adquire 48% dos direitos de voto de uma investida. Os direitos de voto restantes
são detidos por milhares de acionistas, nenhum dos quais, individualmente, detém mais que 1%
dos direitos de voto. Nenhum dos acionistas possui quaisquer acordos para consultar qualquer
dos demais ou para tomar decisões coletivas. Ao avaliar a proporção dos direitos de voto a serem
adquiridos, com base no tamanho relativo das demais participações acionárias, o investidor
determinou que uma participação de 48% seria suficiente para dar-lhe controle. Neste caso, com
base no tamanho absoluto de sua participação e no tamanho relativo das demais participações, o
investidor conclui que tem participação com direito a voto suficientemente dominante para atender
ao critério de poder sem a necessidade de considerar qualquer outra evidência de poder.

Exemplo 5

O investidor A detém 40% dos direitos de voto de uma investida, e doze outros investidores detêm,
cada um, 5% dos direitos de voto da investida. Um acordo de acionistas concede ao investidor A o
direito de nomear, destituir e fixar a remuneração dos administradores responsáveis pela direção
das atividades relevantes. Para modificar o contrato, exige-se o voto majoritário de dois terços
dos acionistas. Nesse caso, o investidor A conclui que o tamanho absoluto de sua participação e o
tamanho relativo das demais participações acionárias por si só não são conclusivos para determinar
se ele possui direitos suficientes para dar-lhe poder. Contudo, o investidor A determina que seu
direito contratual de nomear, destituir e fixar a remuneração dos administradores é suficiente para
concluir que ele tem poder sobre a investida. O fato de que o investidor A pode não ter exercido
esse direito ou a probabilidade de que o investidor A exerça seu direito de selecionar, nomear ou
destituir os administradores não será considerada ao avaliar se o investidor A tem poder.

B44 Em outras situações, pode ficar claro, após considerar tão somente os fatores relacionados no parágrafo
B42(a)-(c), que um investidor não tem poder.

Exemplos de aplicação
Exemplo 6

O investidor A detém 45% dos direitos de voto de uma investida. Dois outros investidores detêm,
cada um, 26% dos direitos de voto da investida. Os direitos de voto restantes são detidos por
três outros acionistas, cada um dos quais detém 1%. Não há outros acordos que afetam a tomada
de decisões. Nesse caso, o tamanho da participação com direito de voto de A e seu tamanho em
relação às demais participações acionárias são suficientes para concluir que o investidor A não tem
poder. Somente dois outros investidores precisariam cooperar para impedir o investidor A de dirigir
as atividades relevantes da investida.

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B45 Contudo, os fatores relacionados tão somente no parágrafo B42(a)-(c) podem não ser conclusivos. Se,
tendo considerado outros fatores, não tiver certeza de que tem poder, o investidor considerará fatos e
circunstâncias adicionais, tais como se outros acionistas têm natureza passiva, conforme demonstrado por
padrões de votação em assembleias de acionistas anteriores. Isso inclui a avaliação dos fatores apontados
no parágrafo B18 e os indicadores dos parágrafos B19 e B20. Quanto menos direitos de voto o investidor
detiver e quanto menor for o número de partes que precisariam agir em conjunto para superar o poder de
fato do investidor em números de voto, maior peso se atribuirá aos fatos e circunstâncias adicionais para
avaliar se os direitos do investidor são suficientes para dar-lhe poder. Quando os fatos e circunstâncias
dos parágrafos B18-B20 forem considerados em conjunto com os direitos do investidor, será atribuído
um peso maior às evidências de poder do parágrafo B18 que aos indicadores de poder dos parágrafos
B19 e B20.

Exemplos de aplicação
Exemplo 7

Um investidor detém 45% dos direitos de voto de uma investida. Onze outros investidores detêm,
cada um, 5% dos direitos de voto da investida. Nenhum dos acionistas possui acordos contratuais
para consultar qualquer dos demais ou para tomar decisões coletivas. Nesse caso, o tamanho
absoluto da participação do investidor e o tamanho relativo das demais participações acionárias por
si só não são conclusivos para determinar se o investidor possui direitos suficientes para dar-lhe
poder sobre a investida. Fatos e circunstâncias adicionais que podem fornecer evidência de que o
investidor tem ou não tem poder serão considerados.

Exemplo 8

Um investidor detém 35% dos direitos de voto de uma investida. Três outros investidores detêm,
cada um, 5% dos direitos de voto da investida. Os direitos de voto restantes são detidos por
numerosos outros acionistas, nenhum dos quais, individualmente, detém mais que 1% dos direitos
de voto. Nenhum dos acionistas possui acordos para consultar qualquer dos demais ou para tomar
decisões coletivas. Decisões sobre as atividades relevantes da investida exigem a aprovação
da maioria dos votos proferidos em assembleias de acionistas relevantes – 75% dos direitos de
voto da investida foram exercidos em assembleias de acionistas relevantes recentes. Nesse caso,
a participação ativa dos demais acionistas em assembleias de acionistas recentes indica que o
investidor não teria a capacidade prática de dirigir as atividades relevantes de modo unilateral,
independentemente de o investidor ter dirigido as atividades relevantes porque um número
suficiente de outros acionistas votou da mesma forma que ele.

B46 Se não está claro, tendo-se considerado os fatores relacionados no parágrafo B42(a)-(d), que o investidor
tem poder, o investidor não controla a investida.

Direitos potenciais de voto

B47 Ao avaliar o controle, um investidor considera seus direitos potenciais de voto, bem como os direitos
potenciais de voto detidos por outras partes, para determinar se tem poder. Direitos potenciais de voto são
direitos de obter direitos de voto de uma investida, como, por exemplo, os decorrentes de instrumentos
conversíveis ou opções, incluindo contratos a termo. Esses direitos potenciais de voto são considerados
somente se os direitos forem substantivos (vide parágrafos B22-B25).

B48 Ao considerar direitos potenciais de voto, o investidor considerará o objetivo e a estrutura do instrumento,
bem como o objetivo e a estrutura de qualquer outro envolvimento que o investidor tenha com a investida.
Isso inclui uma avaliação dos diversos termos e condições do instrumento, bem como as expectativas,
motivos e razões do investidor para concordar com esses termos e condições.

B49 Caso tenha também direitos de voto ou outros direitos de tomada de decisão em relação às atividades da
investida, o investidor avalia se esses direitos, em combinação com os direitos potenciais de voto, lhe
dão poder.

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B50 Direitos potenciais de voto substantivos, seja isoladamente ou em combinação com outros direitos, podem
dar a um investidor a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes. Por exemplo, é provável que
este seja o caso quando um investidor detém 40% dos direitos de voto de uma investida e, de acordo
com o parágrafo B23, detém direitos substantivos decorrentes de opções para a aquisição de mais 20%
dos direitos de voto.

Exemplos de aplicação
Exemplo 9

O investidor A detém 70% dos direitos de voto de uma investida. O investidor B possui 30%
dos direitos de voto da investida, bem como uma opção de adquirir metade dos direitos de
voto do investidor A. A opção é exercível pelos próximos dois anos a um preço fixo que está
substancialmente fora do preço (e que se espera que assim permaneça por esse período de dois
anos). O investidor A tem exercido seus votos e está dirigindo ativamente as atividades relevantes
da investida. Nesse caso, é provável que o investidor A atenda ao critério de poder, uma vez que
ele parece ter a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes. Embora o investidor B tenha
opções atualmente exercíveis para a compra de direitos de voto adicionais (as quais, se exercidas,
lhe dariam a maioria dos direitos de voto na investida), os termos e condições associados a essas
opções são tais que as opções não são consideradas substantivas.

Exemplo 10

O investidor A e dois outros investidores detêm, cada um, um terço dos direitos de voto de uma
investida. A atividade de negócio da investida está estreitamente relacionada com o investidor A.
Além de seus instrumentos de patrimônio, o investidor A detém também instrumentos de dívida,
conversíveis em ações ordinárias da investida em qualquer ocasião por um preço fixo que está fora
do preço (mas não substancialmente fora do preço). Se a dívida fosse convertida, o investidor A
deteria 60% dos direitos de voto da investida. O investidor A se beneficiaria da captura de sinergias
se os instrumentos de dívida fossem convertidos em ações ordinárias. O investidor A tem poder
sobre a investida porque detém direitos de voto da investida em conjunto com direitos potenciais
de voto substantivos que lhe dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes.

Poder quando direitos de voto ou similares não têm um efeito significativo sobre os
retornos da investida

B51 Ao avaliar o objetivo e a estrutura de uma investida (vide parágrafos B5-B8), um investidor considerará o
envolvimento e as decisões tomadas por ocasião da constituição da investida como parte de sua estrutura
e avaliará se os termos da transação e as características do envolvimento fornecem ao investidor direitos
que são suficientes para dar-lhe poder. Estar envolvido na estrutura de uma investida por si só não é
suficiente para dar controle a um investidor. Contudo, o envolvimento na estrutura pode indicar que o
investidor teve a oportunidade de obter direitos que são suficientes para dar-lhe poder sobre a investida.

B52 Além disso, o investidor considerará acordos contratuais, como, por exemplo, direitos de compra,
direitos de venda e direitos de liquidação estabelecidos por ocasião da constituição da investida. Quando
esses acordos contratuais envolvem atividades que estão estreitamente relacionadas com a investida,
essas atividades são então, em sua essência, parte integrante das atividades gerais da investida, embora
possam ocorrer fora dos limites legais da investida. Portanto, direitos de tomada de decisão expressos ou
implícitos, incorporados em acordos contratuais, que estão estreitamente relacionados com a investida
precisam ser considerados como atividades relevantes ao determinar o poder sobre a investida.

A348 ©
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IFRS 10

B53 Para algumas investidas, atividades relevantes ocorrem somente quando do surgimento ou ocorrência de
circunstâncias ou eventos específicos. A investida pode ser estruturada de modo que a direção de suas
atividades e seus retornos sejam predeterminados, a menos e até que essas circunstâncias ou eventos
específicos surjam ou ocorram. Nesse caso, somente as decisões sobre as atividades da investida quando
essas circunstâncias ou eventos ocorrerem podem afetar significativamente seus retornos e, assim, ser
atividades relevantes. As circunstâncias ou eventos não precisam ter ocorrido para que um investidor com
a capacidade de tomar essas decisões tenha poder. O fato de que o direito de tomar decisões depende do
surgimento de circunstâncias ou da ocorrência de um evento não resulta, por si só, em que esses direitos
sejam de proteção.

Exemplos de aplicação
Exemplo 11

A única atividade de negócio de uma investida, conforme especificada em seus documentos


constitutivos, é a compra de recebíveis e a sua administração diária para seus investidores.
A administração diária inclui a cobrança e o repasse de pagamentos de principal e juros à medida
que vençam. Por ocasião da inadimplência de um recebível, a investida automaticamente o
oferece a um investidor, conforme convencionado separadamente em um contrato de compra
entre o investidor e a investida. A única atividade relevante é a gestão dos recebíveis em caso de
inadimplência, já que esta é a única atividade que pode afetar significativamente os retornos da
investida. A gestão dos recebíveis antes da inadimplência não é uma atividade relevante, uma
vez que não exige a tomada de decisões substantivas que poderiam afetar significativamente os
retornos da investida – as atividades antes da inadimplência são predeterminadas e consistem
apenas em recolher fluxos de caixa à medida que vençam e repassá-los aos investidores.

Portanto, somente o direito do investidor de gerenciar os ativos em caso de inadimplência deve


ser considerado ao se avaliar as atividades gerais da investida que afetam significativamente os
retornos da investida. Neste exemplo, a estrutura da investida assegura que o investidor tenha
autoridade de tomada de decisões sobre as atividades que afetam significativamente os retornos
na única ocasião em que essa autoridade de tomada de decisões é necessária. Os termos do
contrato de venda são parte integrante da transação como um todo e da constituição da investida.
Portanto, os termos do contrato de venda, em conjunto com os documentos constitutivos da
investida, levam à conclusão de que o investidor tem poder sobre a investida, embora o investidor
assuma a propriedade dos recebíveis somente em caso de inadimplência e gerencie os recebíveis
inadimplidos fora dos limites legais da investida.

Exemplo 12

Os únicos ativos de uma investida são recebíveis. Quando o objetivo e a estrutura da investida são
considerados, determina-se que a única atividade relevante é a gestão dos recebíveis em caso de
inadimplência. A parte que tem a capacidade de gerenciar os recebíveis inadimplidos tem poder
sobre a investida, independentemente da inadimplência por qualquer dos mutuários.

B54 Um investidor pode ter um compromisso expresso ou implícito para garantir que uma investida continue
a operar conforme planejado. Esse compromisso pode aumentar a exposição do investidor à variabilidade
dos retornos e, assim, aumentar o incentivo para que o investidor obtenha direitos suficientes para dar-
lhe poder. Portanto, um compromisso para garantir que uma investida opere como planejado pode ser
um indicador de que o investidor tem poder, mas, por si só, não dá poder ao investidor nem impede que
outra parte tenha poder.

Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis de uma investida


B55 Ao avaliar se tem o controle de uma investida, um investidor determina se está exposto a, ou se tem
direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida.

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B56 Retornos variáveis são retornos que não são fixos e que têm o potencial de variar como resultado do
desempenho de uma investida. Retornos variáveis podem ser somente positivos, somente negativos ou
tanto positivos quanto negativos (vide parágrafo 15). Um investidor avalia se os retornos de uma investida
são variáveis, e quão variáveis esses retornos são, com base na essência do acordo e independentemente
da natureza jurídica dos retornos. Por exemplo, um investidor pode deter um título de dívida com
pagamentos de juros fixos. Os pagamentos de juros fixos são retornos variáveis para os fins desta IFRS,
pois estão sujeitos ao risco de inadimplência e expõem o investidor ao risco de crédito do emitente do
título de dívida. O valor da variabilidade (ou seja, quão variáveis são esses retornos) depende do risco
de crédito do título de dívida. Similarmente, taxas de desempenho fixas para a gestão dos ativos de uma
investida são retornos variáveis, pois expõem o investidor ao risco de desempenho da investida. O valor
da variabilidade depende da capacidade da investida de gerar receita suficiente para pagar a taxa.

B57 Exemplos de retornos incluem:

(a) dividendos, outras distribuições de benefícios econômicos de uma investida (por exemplo, juros
de títulos de dívida emitidos pela investida) e mudanças no valor do investimento do investidor
nessa investida.

(b) remuneração pela administração dos ativos ou passivos de uma investida, taxas e exposição a
perdas em decorrência da prestação de suporte de crédito ou de liquidez, participações residuais
nos ativos e passivos da investida por ocasião da liquidação desta, benefícios fiscais e acesso a
liquidez futura que um investidor tenha em decorrência de seu envolvimento com uma investida.

(c) retornos que não estejam disponíveis a outros detentores de participação. Por exemplo, um investidor
pode usar seus ativos em combinação com os ativos da investida, como, por exemplo, combinando
funções operacionais para obter economias de escala, economias de custos, suprimento de produtos
escassos ou acesso a conhecimentos de propriedade exclusiva ou limitando algumas operações ou
ativos, a fim de aumentar o valor dos outros ativos do investidor.

Relação entre poder e retornos


Poder delegado

B58 Ao avaliar se controla uma investida, um investidor com direitos de tomada de decisão (um tomador
de decisões) determinará se é um principal ou um agente. O investidor determinará também se outra
entidade com direitos de tomada de decisão está atuando como agente em seu nome. Um agente é
uma parte contratada essencialmente para atuar em nome e em benefício de outra parte ou partes (o(s)
principal(is)) e, portanto, não controla a investida quando exerce sua autoridade de tomada de decisões
(vide parágrafos 17 e 18). Assim, algumas vezes o poder de um principal pode ser detido e exercível por
um agente, mas em nome do principal. Um tomador de decisões não é um agente simplesmente porque
outras partes podem se beneficiar das decisões que toma.

B59 Um investidor pode delegar sua autoridade de tomada de decisões a um agente em relação a algumas
questões específicas ou a todas as atividades relevantes. Ao avaliar se controla uma investida, o investidor
tratará os direitos de tomada de decisão delegados a seu agente como sendo detidos diretamente pelo
investidor. Em situações nas quais há mais de um principal, cada um dos principais avaliará se tem poder
sobre a investida considerando os requisitos dos parágrafos B5-B54. Os parágrafos B60-B72 fornecem
orientação sobre como determinar se um tomador de decisões é um agente ou um principal.

B60 Ao determinar se é um agente, um tomador de decisões considerará a relação geral entre ele, a investida
que está sendo administrada e as demais partes envolvidas com a investida e, em particular, todos os
fatores abaixo:

(a) o alcance de sua autoridade de tomada de decisões sobre a investida (parágrafos B62 e B63).

(b) os direitos detidos por outras partes (parágrafos B64-B67).

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(c) a remuneração à qual tem direito de acordo com o(s) contrato(s) de remuneração (parágrafos
B68-B70).

(d) a exposição do tomador de decisões à variabilidade dos retornos de outras participações por ele
detidas na investida (parágrafos B71 e B72).

Diferentes ponderações serão aplicadas a cada um dos fatores com base nos fatos e circunstâncias
específicos.

B61 Determinar se um tomador de decisões é um agente exige uma avaliação de todos os fatores relacionados
no parágrafo B60, a menos que uma única parte detenha direitos substantivos de destituir o tomador
de decisões (direitos de destituição) e possa destituir o tomador de decisões sem justa causa (vide
parágrafo B65)|.

Alcance da autoridade de tomada de decisões

B62 O alcance da autoridade de tomada de decisões de um tomador de decisões é avaliada considerando-se:

(a) as atividades que são permitidas de acordo com o(s) contrato(s) de tomada de decisões e previstas
em lei e

(b) o poder discricionário do tomador de decisões ao tomar decisões sobre essas atividades.

B63 Um tomador de decisões considerará o objetivo e a estrutura da investida, os riscos aos quais a investida
estaria exposta, os riscos que ela transferiria às partes envolvidas e o nível de envolvimento do tomador de
decisões na estrutura de uma investida. Por exemplo, se um tomador de decisões está significativamente
envolvido na estrutura da investida (inclusive na determinação do alcance da autoridade de tomada de
decisões), esse envolvimento pode indicar que o tomador de decisões teve oportunidade e incentivo para
obter direitos que resultam em que tenha a capacidade de dirigir as atividades relevantes.

Direitos detidos por outras partes

B64 Direitos substantivos detidos por outras partes podem afetar a capacidade do tomador de decisões de
dirigir as atividades relevantes de uma investida. Direitos substantivos de destituição ou outros podem
indicar que o tomador de decisões é um agente.

B65 Quando uma única parte detém direitos substantivos de destituição e pode destituir o tomador de decisões
sem justa causa, isto por si só é suficiente para concluir que o tomador de decisões é um agente. Se
mais de uma parte detiver esses direitos (e nenhuma parte individualmente puder destituir o tomador
de decisões sem a concordância das demais partes), esses direitos não são, isoladamente, conclusivos
para determinar se um tomador de decisões age essencialmente em nome e em benefício de terceiros.
Além disso, quanto maior o número de partes que precisariam agir em conjunto para exercer o direito
de destituição de um tomador de decisões e quanto maior a dimensão e a variabilidade associada aos
demais interesses econômicos do tomador de decisões (ou seja, remuneração e outros interesses), menor
o peso que será atribuído a esse fator.

B66 Direitos substantivos detidos por outras partes que restringem o poder discricionário de um tomador de
decisões serão considerados de forma similar a direitos de destituição ao avaliar se o tomador de decisões
é um agente. Por exemplo, um tomador de decisões que deva obter aprovação de um número pequeno de
outras partes para seus atos geralmente é um agente. (Vide parágrafos B22-B25 para orientação adicional
sobre direitos e se estes são substantivos.)

B67 A consideração dos direitos detidos por outras partes incluirá uma avaliação de quaisquer direitos
exercíveis pelo conselho de administração (ou outro órgão de administração) de uma investida e seu
efeito sobre a autoridade de tomada de decisões (vide parágrafo B23(b)).

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Remuneração

B68 Quando maior a dimensão e a variabilidade associada à remuneração do tomador de decisões em relação
aos retornos esperados das atividades da investida, maior é a probabilidade de que o tomador de decisões
seja um principal.

B69 Ao determinar se é um principal ou um agente, o tomador de decisões considerará também se as seguintes


condições estão presentes:

(a) A remuneração do tomador de decisões é compatível com os serviços prestados.

(b) O contrato de remuneração inclui somente termos, condições ou valores que estão normalmente
presentes em acordos para serviços e nível de habilidades similares negociados em termos usuais
de mercado.

B70 Um tomador de decisões não pode ser um agente, a menos que as condições indicadas no parágrafo B69(a)
e (b) estejam presentes. Contudo, atender a essas condições por si só não é suficiente para concluir que
um tomador de decisões é um agente.

Exposição à variabilidade dos retornos de outras participações

B71 Um tomador de decisões que detém outras participações em uma investida (por exemplo, investimentos na
investida ou a prestação de garantias em relação ao desempenho da investida) considerará sua exposição
à variabilidade dos retornos dessas participações ao avaliar se é um agente. Deter outras participações
em uma investida indica que o tomador de decisões pode ser um principal.

B72 Ao avaliar sua exposição à variabilidade dos retornos de outras participações na investida, o tomador de
decisões considerará o seguinte:

(a) quanto maior a dimensão e a variabilidade associada a seus interesses econômicos, considerando
sua remuneração e outros interesses em conjunto, maior a probabilidade de que o tomador de
decisões seja um principal.

(b) se a sua exposição à variabilidade dos retornos é diferente da dos demais investidores e, em caso
afirmativo, se isto poderia influenciar seus atos. Por exemplo, este poderia ser o caso quando um
tomador de decisões detém participações subordinadas em uma investida ou fornece a ela outras
formas de melhoria de crédito.

O tomador de decisões avaliará sua exposição em relação à variabilidade total dos retornos da investida.
Esta avaliação é feita essencialmente com base nos retornos esperados das atividades da investida, mas
não ignorará a exposição máxima do tomador de decisões à variabilidade dos retornos da investida
decorrentes de outras participações detidas pelo tomador de decisões.

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Exemplos de aplicação
Exemplo 13

Um tomador de decisões (gestor do fundo) cria, comercializa e gere um fundo regulado e


negociado publicamente, de acordo com parâmetros estreitamente definidos previstos no mandato
de investimento, conforme exigido por suas leis e regulamentos locais. O fundo foi comercializado
a investidores como um investimento em uma carteira diversificada de instrumentos de patrimônio
de entidades negociadas publicamente. Dentro dos parâmetros definidos, o gestor do fundo tem
poder discricionário em relação aos ativos nos quais investir. O gestor do fundo efetuou um
investimento proporcional de 10% no fundo e recebe uma taxa baseada em mercado para seus
serviços igual a 1% do valor dos ativos líquidos do fundo. As taxas são compatíveis com os
serviços prestados. O gestor do fundo não tem nenhuma obrigação de financiar perdas além de seu
investimento de 10%. O fundo não tem a obrigação de estabelecer e não estabeleceu um conselho
de administração independente. Os investidores não detêm nenhum direito substantivo que afetaria
a autoridade de tomada de decisões do gestor do fundo, mas podem resgatar suas participações
dentro de limites específicos fixados pelo fundo.

Embora operando dentro dos parâmetros previstos no mandato de investimento e de acordo com
as exigências regulatórias, o gestor do fundo tem direitos de tomada de decisão que lhe dão a
capacidade atual de dirigir as atividades relevantes do fundo – os investidores não detêm direitos
substantivos que poderiam afetar a autoridade de tomada de decisões do gestor do fundo. O gestor
do fundo recebe uma taxa baseada em mercado por seus serviços, a qual é compatível com os
serviços prestados, e efetuou também um investimento proporcional no fundo. A remuneração e o
investimento do gestor do fundo o expõem à variabilidade dos retornos decorrentes das atividades
do fundo, sem criar exposição de uma significância tal que indique que o gestor do fundo é
um principal.

Neste exemplo, a consideração da exposição do gestor do fundo à variabilidade de retornos do


fundo em conjunto com a sua autoridade de tomada de decisões dentro de parâmetros restritos
indica que o gestor do fundo é um agente. Deste modo, o gestor do fundo conclui que não controla
o fundo.

Exemplo 14

Um tomador de decisões cria, comercializa e gere um fundo que oferece oportunidades de


investimento a uma série de investidores. O tomador de decisões (gestor do fundo) deve tomar
decisões no melhor interesse de todos os investidores e de acordo com os contratos de regulação do
fundo. Não obstante, o gestor do fundo tem amplo poder discricionário para tomada de decisões.
O gestor do fundo recebe uma taxa baseada em mercado por seus serviços igual a 1% dos ativos
geridos e 20% de todo o lucro do fundo caso um nível de lucro especificado seja atingido. As taxas
são compatíveis com os serviços prestados.

Embora precise tomar decisões no melhor interesse de todos os investidores, o gestor do fundo tem
ampla autoridade de tomada de decisões para dirigir as atividades relevantes do fundo. O gestor
do fundo recebe taxas fixas e relativas ao desempenho compatíveis com os serviços prestados.
Além disso, a remuneração alinha os interesses do gestor do fundo aos dos demais investidores
para aumentar o valor do fundo, sem criar exposição à variabilidade dos retornos decorrentes
das atividades do fundo que seja de significância tal que a remuneração, quando considerada
isoladamente, indique que o gestor do fundo é um principal.

A situação e a análise acima se aplicam aos exemplos 14A-14C descritos abaixo. Cada exemplo é
considerado isoladamente.

continua...

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...continuação

Exemplos de aplicação
Exemplo 14A

O gestor do fundo tem também um investimento de 2% no fundo que alinha seus interesses aos dos
demais investidores. O gestor do fundo não tem nenhuma obrigação de financiar perdas além de
seu investimento de 2%. Os investidores podem destituir o gestor do fundo pelo voto da maioria
simples, mas somente por quebra de contrato.

O investimento de 2% do gestor do fundo aumenta sua exposição à variabilidade dos retornos


decorrentes das atividades do fundo, sem criar exposição de uma significância tal que indique
que o gestor do fundo é um principal. Os direitos dos demais investidores de destituir o gestor
do fundo são considerados como sendo direitos de proteção, uma vez que somente podem ser
exercidos em caso de quebra de contrato. Neste exemplo, embora o gestor do fundo tenha ampla
autoridade de tomada de decisões e esteja exposto à variabilidade dos retornos de sua participação
e remuneração, sua exposição indica que ele é um agente. Deste modo, o gestor do fundo conclui
que não controla o fundo.

Exemplo 14B

O gestor do fundo tem um investimento proporcional mais substancial no fundo, mas não tem
nenhuma obrigação de financiar perdas além desse investimento. Os investidores podem destituir o
gestor do fundo pelo voto da maioria simples, mas somente por quebra de contrato.

Neste exemplo, os direitos dos demais investidores de destituir o gestor do fundo são considerados
como sendo direitos de proteção, uma vez que somente podem ser exercidos em caso de quebra
de contrato. Embora o gestor do fundo receba taxas fixas e relativas ao desempenho compatíveis
com os serviços prestados, a combinação de seu investimento com a sua remuneração pode criar
exposição à variabilidade dos retornos decorrentes das atividades do fundo que seja de uma
significância tal que indique que o gestor do fundo é um principal. Quanto maior a dimensão e
a variabilidade associada aos interesses econômicos do gestor do fundo (considerando-se a sua
remuneração e outros interesses em conjunto), maior será a ênfase que o gestor do fundo dará
a esses interesses econômicos na análise e maior a probabilidade de que o gestor do fundo seja
um principal.

Por exemplo, tendo considerado sua remuneração e os demais fatores, o gestor do fundo pode
considerar um investimento de 20% como sendo suficiente para concluir que controla o fundo.
Contudo, em circunstâncias diferentes (ou seja, se a remuneração ou outros fatores forem
diferentes), o controle pode surgir quando o nível de investimento for diferente.

Exemplo 14C

O gestor do fundo tem um investimento proporcional de 20% no fundo, mas não tem nenhuma
obrigação de financiar perdas além de seu investimento de 20%. O fundo tem um conselho de
administração, todos os membros do qual são independentes do gestor do fundo e são nomeados
pelos outros investidores. O conselho nomeia o gestor do fundo anualmente. Se o conselho
decidisse não renovar o contrato do gestor do fundo, os serviços prestados por este último
poderiam ser realizados por outros gestores do setor.

continua...

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...continuação

Exemplos de aplicação
Embora o gestor do fundo receba taxas fixas e relativas ao desempenho compatíveis com os
serviços prestados, a combinação de seu investimento de 20% com a sua remuneração cria
exposição à variabilidade dos retornos decorrentes das atividades do fundo que é de uma
significância tal que indica que o gestor do fundo é um principal. Contudo, os investidores
têm direitos substantivos de destituir o gestor do fundo – o conselho de administração oferece
um mecanismo para garantir que os investidores possam destituir o gestor do fundo caso
decidam fazê‑lo.

Neste exemplo, o gestor do fundo dá maior ênfase aos direitos substantivos de destituição na
análise. Assim, embora o gestor do fundo tenha ampla autoridade de tomada de decisões e esteja
exposto à variabilidade de retornos do fundo como resultado de sua remuneração e investimento,
os direitos substantivos detidos pelos demais investidores indicam que o gestor do fundo é um
agente. Deste modo, o gestor do fundo conclui que não controla o fundo.

Exemplo 15

Uma investida é criada para adquirir uma carteira de títulos de taxa fixa lastreados em ativos,
financiada por instrumentos de dívida de taxa fixa e instrumentos de patrimônio. Os instrumentos
de patrimônio são estruturados de modo a oferecer proteção a primeiro risco aos investidores
de dívida e receber quaisquer retornos residuais da investida. A transação foi comercializada a
potenciais investidores de dívida como um investimento em uma carteira de títulos lastreados
em ativos com exposição ao risco de crédito associado à possível inadimplência dos emitentes
desses títulos na carteira e ao risco de taxa de juros associado à gestão da carteira. Por ocasião
da formação, os instrumentos de patrimônio representam 10% do valor dos ativos adquiridos.
Um tomador de decisões (o gestor do ativo) gerencia a carteira de ativos ativa tomando decisões
de investimento dentro dos parâmetros fixados no prospecto da investida. Por esses serviços, o
gestor do ativo recebe uma taxa fixa baseada em mercado (ou seja, 1% dos ativos geridos) e taxas
relativas ao desempenho (ou seja, 10% dos lucros) caso os lucros da investida superem um nível
especificado. As taxas são compatíveis com os serviços prestados. O gestor do ativo detém 35% do
patrimônio líquido da investida. Os 65% restantes do patrimônio líquido e todos os instrumentos de
dívida são detidos por um grande número de terceiros investidores não relacionados e amplamente
dispersos. O gestor do ativo pode ser destituído sem justa causa por decisão da maioria simples dos
demais investidores.

O gestor do ativo recebe taxas fixas e relativas ao desempenho compatíveis com os serviços
prestados. A remuneração alinha os interesses do gestor do fundo aos dos demais investidores para
aumentar o valor do fundo. O gestor do ativo está exposto à variabilidade dos retornos decorrentes
das atividades do fundo porque detém 35% do patrimônio líquido e por conta de sua remuneração.

Embora operando dentro dos parâmetros definidos no prospecto da investida, o gestor do ativo tem
a capacidade atual de tomar decisões de investimento que afetam significativamente os retornos
da investida – os direitos de destituição detidos pelos demais investidores recebem pouco peso na
análise, uma vez que esses direitos são detidos por um grande número de investidores amplamente
dispersos. Neste exemplo, o gestor do ativo dá uma ênfase maior à sua exposição à variabilidade
dos returnos do fundo decorrentes de sua participação patrimonial, a qual está subordinada aos
instrumentos de dívida. Deter 35% do patrimônio líquido cria exposição subordinada a perdas e
direitos a retornos da investida, que são de uma significância tal que indica que o gestor do ativo é
um principal. Assim, o gestor do ativo conclui que controla a investida.

continua...

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...continuação

Exemplos de aplicação
Exemplo 16

Um tomador de decisões (o patrocinador) patrocina um fundo de múltiplos vendedores, que emite


instrumentos de dívida de curto prazo a terceiros investidores não relacionados. A transação foi
comercializada a potenciais investidores como um investimento em uma carteira de ativos de curto
prazo com classificação elevada, com exposição mínima ao risco de crédito associado à possível
inadimplência dos emitentes dos ativos da carteira. Vários cedentes vendem carteiras de ativos de
médio prazo de alta qualidade ao fundo. Cada cedente administra a carteira de ativos que vende ao
fundo e gere recebíveis inadimplidos por uma taxa de serviço baseada em mercado. Cada cedente
oferece ainda proteção a primeiro risco contra perdas de crédito decorrentes de sua carteira de
ativos por meio de sobregarantia dos ativos transferidos ao fundo. O patrocinador estabelece os
termos do fundo e gere as operações deste por uma taxa baseada em mercado. A taxa é compatível
com os serviços prestados. O patrocinador aprova os vendedores autorizados a vender ao fundo,
aprova os ativos a serem comprados pelo fundo e toma decisões sobre o fundeamento do fundo.
O patrocinador deve agir no melhor interesse de todos os investidores.

O patrocinador tem direito a qualquer retorno residual do fundo, fornecendo ainda melhoria de
crédito e facilidades de liquidez ao fundo. A melhoria de crédito fornecida pelo patrocinador
absorve perdas de até 5% de todos os ativos do fundo, após as perdas serem absorvidas pelos
cedentes. As facilidades de liquidez não são adiantadas em relação a ativos inadimplidos. Os
investidores não detêm direitos substantivos que poderiam afetar a autoridade de tomada de
decisões do patrocinador.

Embora receba uma taxa baseada em mercado por seus serviços, compatível com os serviços
prestados, o patrocinador tem exposição à variabilidade dos retornos das atividades dos fundos
devido aos seus direitos a quaisquer retornos residuais do fundo e ao fornecimento de melhoria
de crédito e facilidades de liquidez (ou seja, o fundo está exposto ao risco de liquidez por
utilizar instrumentos de dívida de curto prazo para financiar ativos de médio prazo). Embora
cada um dos cedentes tenha direitos de tomada de decisão que afetam o valor dos ativos do
fundo, o patrocinador tem ampla autoridade de tomada de decisões que lhe dá a capacidade
atual de dirigir as atividades que afetam mais significativamente os retornos do fundo (ou seja,
o patrocinador estabeleceu os termos do fundo, tem o direito de tomar decisões sobre os ativos
(aprovando os ativos adquiridos e os cedentes desses ativos) e o fundeamento do fundo (para o
qual novos investimentos devem ser encontrados regularmente)). O direito a retornos residuais do
fundo e o fornecimento de melhoria de crédito e facilidades de liquidez expõem o patrocinador
a uma variabilidade dos retornos decorrentes das atividades do fundo diferente da dos demais
investidores. Consequentemente, essa exposição indica que o patrocinador é um principal e,
assim, o patrocinador conclui que controla o fundo. A obrigação do patrocinador de agir no melhor
interesse de todos os investidores não impede que o patrocinador seja um principal.

Relacionamento com outras partes


B73 Ao avaliar o controle, o investidor considerará a natureza de seu relacionamento com outras partes e se
essas outras partes estão agindo em nome do investidor (ou seja, são “agentes de fato”). Determinar se
outras partes estão agindo como agentes de fato exige julgamento, considerando-se não apenas a natureza
do relacionamento, mas também como essas partes interagem entre si e com o investidor.

B74 Esse relacionamento não precisa envolver um acordo contratual. Uma parte é um agente de fato quando
o investidor ou aqueles que dirigem as atividades do investidor possuem a capacidade de instruir essa
parte a agir em nome do investidor. Nessas circunstâncias, o investidor considerará os direitos de tomada
de decisão de seu agente de fato e a sua exposição indireta a, ou direitos sobre, retornos variáveis através
do agente de fato, juntamente com os seus próprios, ao avaliar o controle de uma investida.

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B75 Constam a seguir exemplos das outras partes que, pela natureza de seu relacionamento, podem atuar
como agentes de fato do investidor:

(a) as partes relacionadas do investidor.

(b) uma parte que recebeu sua participação na investida como uma contribuição ou empréstimo do
investidor.

(c) Uma parte que concordou em não vender, transferir ou onerar suas participações na investida sem
a aprovação prévia do investidor (salvo em situações em que o investidor e a outra parte tenham
o direito de aprovação prévia e os direitos se baseiem em temos mutuamente convencionados por
partes independentes e interessadas).

(d) uma parte que não possa financiar suas operações sem o suporte financeiro subordinado
do investidor.

(e) uma investida cuja maioria dos membros de seu órgão de administração ou cujo pessoal-chave da
administração seja o mesmo que o do investidor.

(f) uma parte que tenha um relacionamento de negócio estreito com o investidor, como, por exemplo,
o relacionamento entre um prestador de serviços profissionais e um de seus clientes significativos.

Controle de ativos especificados


B76 Um investidor considerará se trata uma parcela de uma investida como uma entidade separada presumida
e, em caso afirmativo, se controla a entidade separada presumida.

B77 O investidor tratará uma parcela de uma investida como uma entidade separada presumida se e somente
se a seguinte condição for atendida:

Ativos especificados da investida (e melhorias de crédito correspondentes, se houver) são a


única fonte de pagamento para passivos especificados da investida ou para outras participações
especificadas na investida. Outras partes que não aquelas que possuem os passivos especificados não
possuem direitos ou obrigações relacionados aos ativos especificados ou a fluxos de caixa residuais
oriundos desses ativos. Em essência, nenhum dos retornos decorrentes dos ativos especificados pode
ser usado pela investida remanescente, e nenhum dos passivos da entidade separada presumida é
pagável a partir dos ativos da investida remanescente. Assim, em essência, todos os ativos, passivos
e patrimônio líquido dessa entidade separada presumida são isolados da investida integral. Essa
entidade separada presumida é frequentemente chamada de “silo”.

B78 Quando a condição do parágrafo B77 for satisfeita, o investidor identificará as atividades que afetam
significativamente os retornos da entidade separada presumida e como essas atividades são dirigidas a
fim de avaliar se tem poder sobre essa parcela da investida. Ao avaliar o controle da entidade separada
presumida, o investidor considerará também se tem exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis
decorrentes de seu envolvimento com essa entidade separada presumida e a capacidade de utilizar seu
poder sobre essa parcela da investida para afetar o valor de seus retornos.

B79 Se controlar a entidade separada presumida, o investidor consolidará essa parcela da investida. Nesse
caso, outras partes excluirão essa parcela da investida ao avaliar o controle da investida e ao consolidá-la.

Avaliação contínua
B80 O investidor reavaliará se controla uma investida caso fatos e circunstâncias indiquem que há mudanças
em um ou mais dos três elementos de controle relacionados no parágrafo 7.

B81 Se houver uma mudança na forma pela qual o controle sobre uma investida pode ser exercido, essa
mudança deve ser refletida na forma pela qual o investidor avaliar seu poder sobre a investida. Por
exemplo, mudanças em direitos de tomada de decisão podem significar que as atividades relevantes

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deixaram de ser dirigidas por meio de direitos de voto, mas, em vez disso, outros acordos, como, por
exemplo, contratos, dão a outra parte ou partes a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes.

B82 Um evento pode fazer com que um investidor adquira ou perca poder sobre uma investida sem que o
investidor esteja envolvido nesse evento. Por exemplo, um investidor pode adquirir poder sobre uma
investida como resultado da prescrição dos direitos de tomada de decisão detidos por outra parte ou
partes que anteriormente impediam o investidor de controlar a investida.

B83 O investidor considera ainda mudanças que afetem sua exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis
decorrentes de seu envolvimento com uma investida. Por exemplo, um investidor que tem poder sobre
uma investida pode perder esse controle se deixar de ter direito a receber retornos ou de estar exposto a
obrigações, já que o investidor deixaria de atender ao parágrafo 7(b) (por exemplo, se um contrato para
o recebimento de taxas relativas ao desempenho for rescindido).

B84 O investidor considerará se a sua avaliação de que age como um agente ou principal sofreu mudanças.
Mudanças no relacionamento geral entre o investidor e outras partes podem significar que o investidor
não atua mais como agente, embora tenha previamente atuado como tal, e vice-versa. Por exemplo,
se ocorrerem mudanças nos direitos do investidor ou de outras partes, o investidor reconsiderará sua
condição de principal ou agente.

B85 A avaliação inicial de um investidor sobre o controle ou sobre a sua condição de principal ou agente
não se modificaria simplesmente devido a uma mudança nas condições de mercado (por exemplo, uma
mudança nos retornos da investida impulsionada por condições de mercado), a menos que a mudança nas
condições de mercado modifique um ou mais dos três elementos de controle relacionados no parágrafo
7 ou modifique o relacionamento geral entre um principal e um agente.

Determinando se uma entidade é uma entidade de investimento


B85A Uma entidade considerará todos os fatos e circunstâncias ao avaliar se é uma entidade de investimento,
incluindo seu objetivo e estrutura. Uma entidade que possui os três elementos da definição de entidade
de investimento previstos no parágrafo 27 é uma entidade de investimento. Os parágrafos B85B–B85M
descrevem os elementos da definição em maiores detalhes.

Propósito comercial
B85B A definição de entidade de investimento exige que o propósito da entidade seja investir exclusivamente
para valorização de capital, receitas de investimento (tais como dividendos, juros ou receita de aluguel)
ou ambos. Documentos que indicam quais são os objetivos de investimento da entidade, como, por
exemplo, o prospecto de oferta da entidade, publicações distribuídas pela entidade e outros documentos
corporativos ou societários, normalmente fornecerão evidência do propósito comercial de uma entidade
de investimento. Evidência adicional pode incluir a forma pela qual a entidade se apresenta a outras
partes (como, por exemplo, potenciais investidores ou potenciais investidas); por exemplo, uma entidade
pode apresentar seu negócio como fornecendo investimento de médio prazo para valorização de capital.
Em contraste, uma entidade que se apresente como investidora cujo objetivo seja desenvolver, produzir
ou comercializar produtos com suas investidas, de forma conjunta, tem um propósito comercial que
é inconsistente com o propósito comercial de uma entidade de investimento, uma vez que a entidade
auferirá retornos da atividade de desenvolvimento, produção ou comercialização, bem como de seus
investimentos (vide parágrafo B85I).

B85C Uma entidade de investimento pode prestar serviços relacionados a investimentos (por exemplo, serviços
de consultoria de investimentos e serviços de gestão de investimentos, de apoio a investimentos e
administrativos), seja diretamente ou através de uma subsidiária, a terceiros, bem como a seus investidores,
ainda que essas atividades sejam substanciais para a entidade.

B85D Uma entidade de investimento pode também participar das seguintes atividades relacionadas a
investimentos, seja diretamente ou através de uma subsidiária, se essas atividades forem realizadas
para maximizar o retorno do investimento (valorização do capital ou receita de investimentos) de suas

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investidas e não representarem uma atividade comercial substancial separada ou uma fonte de receita
substancial separada para a entidade de investimento:

(a) prestar serviços de gestão e consultoria estratégica para uma investida; e

(b) prestar suporte financeiro a uma investida, tal como empréstimo, compromisso de capital ou garantia.

B85E Se uma entidade de investimento tiver uma subsidiária que forneça serviços ou atividades relacionados
a investimentos, tais como aqueles descritos nos parágrafos B85C–B85D, à entidade ou a outras partes,
essa entidade deverá consolidar essa subsidiária de acordo com o parágrafo 32.

Estratégias de saída

B85F Os planos de investimento de uma entidade também fornecem evidência de seu propósito comercial.
Uma característica que diferencia uma entidade de investimento de outras entidades é que uma entidade
de investimento não planeja deter seus investimentos indefinidamente; ela os detém por um prazo
limitado. Como investimentos patrimoniais e investimentos em ativos não financeiros têm o potencial de
ser detidos indefinidamente, uma entidade de investimento terá uma estratégia de saída documentando
como a entidade planeja realizar a valorização de capital de substancialmente todos os seus investimentos
patrimoniais e investimentos em ativos não financeiros. Uma entidade de investimento terá também
uma estratégia de saída para quaisquer instrumentos de dívida que tenham o potencial de ser detidos
indefinidamente, por exemplo, instrumentos de dívida perpétua. A entidade não precisa documentar
estratégias de saída específicas para cada investimento individual, mas identificará estratégias potenciais
diferentes para diferentes tipos ou carteiras de investimento, incluindo um prazo concreto para deixar os
investimentos. Mecanismos de saída que são implementados apenas em casos de inadimplência, como,
por exemplo, quebra de contrato ou descumprimento, não são considerados estratégias de saída para os
fins desta avaliação.

B85G Estratégias de saída podem variar por tipo de investimento. Para investimentos em títulos patrimoniais
privados, exemplos de estratégias de saída incluem uma oferta pública inicial, uma colocação privada,
uma venda comercial de um negócio, distribuições (a investidores) de participações societárias em
investidas e vendas de ativos (incluindo a venda dos ativos de uma investida seguida por uma liquidação
da investida). Para investimentos patrimoniais que sejam negociados em um mercado público, exemplos
de estratégias de saída incluem a venda do investimento em uma colocação privada ou em um mercado
público. Para investimentos imobiliários, um exemplo de estratégia de saída inclui a venda do imóvel
por meio de negociantes imobiliários especializados ou no mercado aberto.

B85H Uma entidade de investimento pode ter um investimento em outra entidade de investimento que seja
formada em conexão com a entidade por razões legais, regulatórias, tributárias ou por razões comerciais
similares. Neste caso, a investidora entidade de investimento não precisa ter uma estratégia de saída para
esse investimento, desde que a investida entidade de investimento tenha estratégias de saída apropriadas
para seus investimentos.

Rendimentos de investimentos

B85I Uma entidade não está investindo exclusivamente para valorização do capital, receita de investimentos
ou ambos se essa entidade ou outro membro do grupo que contenha a entidade (ou seja, o grupo que é
controlado pela controladora final da entidade de investimento) obtém, ou tem o objetivo de obter, outros
benefícios dos investimentos da entidade que não estejam disponíveis a outras partes que não sejam
relacionadas à investida. Esses benefícios incluem:

(a) a aquisição, uso, troca ou exploração dos processos, ativos ou tecnologia de uma investida. Isto
incluiria que a entidade ou outro membro do grupo tivesse direitos desproporcionais ou exclusivos
de aquisição de ativos, tecnologia, produtos ou serviços de qualquer investida: por exemplo, por
deter uma opção de comprar um ativo de uma investida se o desenvolvimento desse ativo for
considerando bem sucedido;

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(b) negócios em conjunto (conforme definido na IFRS 11) ou outros acordos entre a entidade ou
outro membro do grupo e uma investida para o desenvolvimento, produção, comercialização ou
fornecimento de produtos ou serviços;

(c) garantias financeiras ou ativos fornecidos por uma investida para servirem como garantia para
acordos de empréstimo da entidade ou outro membro do grupo (contudo, uma entidade de
investimento ainda estaria apta a usar um investimento em um investida como garantia para
quaisquer de seus empréstimos);

(d) uma opção detida por uma parte relacionada da entidade para comprar, dessa entidade ou de outro
membro do grupo, uma participação societária em uma investida da entidade;

(e) exceto conforme descrito no parágrafo B85J, transações entre a entidade ou outro membro do grupo
e uma investida que:

(i) sejam sob termos que não estejam disponíveis para entidades que não sejam partes
relacionadas da entidade, de outro membro do grupo ou da investida;

(ii) não sejam ao valor justo; ou

(iii) representem uma parcela substancial da atividade de negócio da investida ou da entidade,


incluindo atividades de negócio de outras entidades do grupo.

B85J Uma entidade de investimento pode ter uma estratégia de investir em mais de uma investida no mesmo
setor, mercado ou área geográfica a fim de se beneficiar de sinergias que aumentem a valorização do
capital e a receita de investimentos dessas investidas. Não obstante o parágrafo B85I(e), uma entidade
não fica impedida de ser classificada como entidade de investimento pelo simples fato de que essas
investidas negociam umas com as outras.

Mensuração ao valor justo


B85K Um elemento essencial da definição de entidade de investimento é que ela mensura e avalia o desempenho
de substancialmente todos os seus investimentos com base no valor justo, pois o uso do valor justo
resulta em informações mais relevantes do que, por exemplo, a consolidação de suas subsidiárias ou o
uso do método de equivalência patrimonial para suas participações em coligadas ou empreendimentos
em conjunto (joint ventures). A fim de demonstrar que atende este elemento da definição, uma entidade
de investimento:

(a) fornece aos investidores informações ao valor justo e mensura substancialmente todos os seus
investimentos ao valor justo em suas demonstrações financeiras sempre que o valor justo for exigido
ou permitido de acordo com as IFRSs; e

(b) apresenta informações ao valor justo internamente ao pessoal-chave da administração da entidade


(conforme definido na IAS 24), que utiliza o valor justo como o principal atributo de mensuração
para avaliar o desempenho de substancialmente todos os seus investimentos e para tomar decisões
de investimento.

B85L A fim de satisfazer o requisito do parágrafo B85K(a), uma entidade de investimento:

(a) optaria por contabilizar qualquer propriedade para investimento usando o método de valor justo
da IAS 40 – Propriedades para Investimento;

(b) optaria pela isenção da aplicação do método de equivalência patrimonial da IAS 28 para seus
investimentos em coligadas e empreendimentos em conjunto (joint ventures); e

(c) mensuraria seus ativos financeiros ao valor justo usando os requisitos da IFRS 9.

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B85M Uma entidade de investimento pode ter alguns ativos não de investimento, como, por exemplo, um imóvel
sede e os respectivos equipamentos, e pode ter também passivos financeiros. O elemento de mensuração
ao valor justo da definição de entidade de investimento do parágrafo 27(c) se aplica aos investimentos de
uma entidade de investimento. Consequentemente, uma entidade de investimento não precisa mensurar
seus ativos não de investimento ou seus passivos ao valor justo.

Características típicas de uma entidade de investimento


B85N Ao determinar se satisfaz a definição de entidade de investimento, uma entidade considerará se exibe as
características típicas de uma (vide parágrafo 28). A ausência de uma ou mais dessas características típicas
não necessariamente impede que uma entidade seja classificada como uma entidade de investimento, mas
indica ser necessário julgamento adicional ao determinar se a entidade é uma entidade de investimento.

Mais de um investimento

B85O Uma entidade de investimento normalmente detém vários investimentos para diversificar seu risco e
maximizar seus retornos. Uma entidade pode deter uma carteira de investimentos de forma direta ou
indireta, por exemplo, ao deter um único investimento em outra entidade de investimento que detém,
ela própria, vários investimentos.

B85P Pode haver ocasiões em que a entidade detém um único investimento. Contudo, deter um único
investimento não necessariamente impede que uma entidade satisfaça a definição de entidade de
investimento. Por exemplo, uma entidade de investimento pode deter apenas um único investimento
quando essa entidade:

(a) estiver em seu período de início das atividades e ainda não tiver identificado investimentos adequados
e, portanto, ainda não tiver executado seu plano de investimento para adquirir vários investimentos;

(b) ainda não tiver feito outros investimentos para substituir aqueles que alienou;

(c) for constituída para reunir fundos de investidores a serem investidos em um único investimento,
quando esse investimento não puder ser obtido por investidores individuais (por exemplo, quando
o investimento mínimo exigido for muito alto para um investidor individual); ou

(d) está em processo de liquidação.

Mais de um investidor

B85Q Normalmente, uma entidade de investimento teria vários investidores que reuniriam seus fundos para
obter acessos a serviços de gestão de investimentos e oportunidades de investimento a que eles poderiam
não ter acesso individualmente. Ter vários investidores tornaria menos provável que a entidade ou outros
membros do grupo que contêm a entidade obtivessem outros benefícios além da valorização do capital
ou da receita de investimentos (vide parágrafo B85I).

B85R Alternativamente, uma entidade de investimento pode ser formada por ou para um único investidor que
representa ou apoia os interesses de um grupo mais amplo de investidores (por exemplo, um fundo de
pensão, um fundo de investimento governamental ou um fundo familiar).

B85S Pode haver também ocasiões em que a entidade tenha temporariamente um único investidor. Por exemplo,
uma entidade de investimento pode ter apenas um único investidor quando a entidade:

(a) está dentro de seu período de oferta inicial, o qual não venceu, e a entidade esteja identificando
ativamente investidores adequados;

(b) ainda não identificou investidores adequados para substituir participações societárias que tenham
sido resgatadas; ou

(c) está em processo de liquidação.

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Investidores não relacionados

B85T Tipicamente, uma entidade investimento possui vários investidores que não são partes relacionadas
(conforme definido na IAS 24) da entidade ou de outros membros do grupo que contém a entidade. Ter
investidores não relacionados tornaria menos provável que a entidade ou outros membros do grupo
que contém a entidade obtivessem outros benefícios além da valorização do capital ou da receita de
investimentos (vide parágrafo B85I).

B85U Contudo, uma entidade pode mesmo assim se qualificar como uma entidade de investimento ainda que
seus investidores estejam relacionados com a entidade. Por exemplo, uma entidade de investimento pode
constituir um fundo “paralelo” separado para um grupo de seus funcionários (como, por exemplo, o
pessoal-chave da administração) ou outro(s) investidor(es) que seja(m) parte(s) relacionada(s) que reflita
os investimentos do fundo de investimento principal da entidade. Esse fundo “paralelo” pode se qualificar
como uma entidade de investimento mesmo que todos os seus investidores sejam partes relacionadas.

Participações societárias

B85V Uma entidade de investimento normalmente é, mas não está obrigada a ser, uma pessoa jurídica
separada. Participações societárias em uma entidade de investimento assumem normalmente a forma
de participações patrimoniais ou similares (por exemplo, cotas de participação), às quais são atribuídas
parcelas proporcionais dos ativos líquidos da entidade de investimento. Contudo, ter diferentes classes
de investidores, alguns dos quais tenham direitos somente a um investimento ou grupos de investimentos
específicos ou os quais tenham parcelas proporcionais diferentes dos ativos líquidos, não impede que
uma entidade seja uma entidade de investimento.

B85W Além disso, uma entidade que tenha participações societárias significativas na forma de dívida que,
de acordo com outras IFRSs aplicáveis, não satisfaça a definição de patrimônio, podem ainda assim se
qualificar como entidade de investimento, desde que os titulares da dívida estejam expostos aos retornos
variáveis de mudanças no valor justo dos ativos líquidos da entidade.

Requisitos contábeis

Procedimentos de consolidação
B86 Demonstrações financeiras consolidadas:

(a) combinar itens similares de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de
caixa da controladora com os de suas subsidiárias.

(b) compensar (eliminar) o valor contábil do investimento da controladora em cada subsidiária e


a parcela da controladora no patrimônio líquido de cada subsidiária (a IFRS 3 explica como
contabilizar qualquer ágio correspondente).

(c) eliminar integralmente ativos e passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa
intragrupo relacionados a transações entre entidades do grupo (lucros e perdas decorrentes de
transações intragrupo que sejam reconhecidos em ativos, tais como estoques e ativos fixos, são
eliminados integralmente). As perdas intragrupo podem indicar uma redução ao valor recuperável
de ativos, que exige o reconhecimento nas demonstrações financeiras consolidadas. A IAS 12 –
Impostos sobre a Renda se aplica a diferenças temporárias, que surgem da eliminação de lucros e
perdas resultantes de transações intragrupo.

Políticas contábeis uniformes


B87 Se um membro do grupo utilizar políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações
financeiras consolidadas para transações similares e eventos em circunstâncias similares, são feitos ajustes

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apropriados às demonstrações financeiras desse membro do grupo na elaboração das demonstrações


financeiras consolidadas para garantir a conformidade com as políticas contábeis do grupo.

Mensuração
B88 Uma entidade inclui as receitas e despesas de uma subsidiária nas demonstrações financeiras consolidadas
desde a data em que adquire o controle até a data em que deixa de controlar a subsidiária. As receitas e
despesas da subsidiária se baseiam nos valores dos ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações
financeiras consolidadas na data de aquisição. Por exemplo, a despesa de depreciação reconhecida
na demonstração consolidada do resultado abrangente após a data de aquisição se baseia nos valores
justos dos respectivos ativos depreciáveis correspondentes reconhecidos nas demonstrações financeiras
consolidadas na data de aquisição.

Direitos potenciais de voto


B89 Quando existirem direitos potenciais de voto ou outros derivativos contendo direitos potenciais de
voto, a proporção dos lucros e perdas e das mutações do patrimônio líquido alocada à controladora
e a participações de não controladores ao elaborar as demonstrações financeiras consolidadas será
determinada exclusivamente com base em participações societárias existentes, não refletindo o possível
exercício ou conversão de direitos potenciais de voto e outros derivativos, a menos que o parágrafo B90
seja aplicável.

B90 Em algumas circunstâncias, uma entidade tem, em essência, uma participação societária existente
como resultado de uma transação que atualmente lhe concede acesso aos retornos associados a uma
participação societária. Nessas circunstâncias, a proporção alocada à controladora e a participações de
não controladores ao elaborar demonstrações financeiras consolidadas é determinada levando-se em conta
o eventual exercício desses direitos potenciais de voto e outros derivativos que atualmente concedam à
entidade acesso aos retornos.

B91 A IFRS 9 não se aplica a participações em subsidiárias que sejam consolidadas. Quando instrumentos
contendo direitos potenciais de voto, em essência, concedem atualmente acesso aos retornos associados
a uma participação societária em uma subsidiária, esses instrumentos não estão sujeitos aos requisitos da
IFRS 9. Em todos os outros casos, instrumentos contendo direitos potenciais de voto em uma subsidiária
são contabilizados de acordo com a IFRS 9.

Data do relatório
B92 As demonstrações financeiras da controladora e de suas subsidiárias utilizadas na elaboração das
demonstrações financeiras consolidadas terão a mesma data de relatório. Quando o final do período de
relatório da controladora é diferente do de uma subsidiária, a subsidiária elabora, para fins de consolidação,
informações financeiras adicionais de mesma data que as demonstrações financeiras da controladora para
permitir que esta consolide as informações financeiras da subsidiária, exceto se for impraticável fazê-lo.

B93 Se for impraticável fazê-lo, a controladora consolidará as informações financeiras da subsidiária usando as
demonstrações financeiras mais recentes da subsidiária, ajustadas para refletir os efeitos de transações ou
eventos significativos ocorridos entre a data dessas demonstrações financeiras e a data das demonstrações
financeiras consolidadas. Em qualquer caso, a diferença entre a data das demonstrações financeiras da
subsidiária e a das demonstrações financeiras consolidadas não será superior a três meses, e a duração
dos períodos de relatório e qualquer diferença entre as datas das demonstrações financeiras serão as
mesmas de período para período.

Participações de não controladores

B94 Uma entidade atribuirá os lucros e perdas e cada componente de outros resultados abrangentes aos
proprietários da controladora e às participações de não controladores. A entidade atribuirá também o

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resultado abrangente total aos proprietários da controladora e às participações de não controladores,


ainda que isto resulte em que as participações de não controladores tenham um saldo deficitário.

B95 Se uma subsidiária tiver ações preferenciais cumulativas em circulação que sejam classificadas como
patrimônio líquido e sejam detidas por titulares de participações de não controladores, a entidade calculará
sua parcela de lucros e perdas após efetuar ajuste para refletir os dividendos sobre essas ações, tenham
ou não esses dividendos sido declarados.

Mudanças na proporção detida por participações de não controladores

B96 Quando a proporção do patrimônio líquido detida por participações de não controladores sofrer
modificações, a entidade ajustará os valores contábeis das participações controladoras e de não
controladores para refletir as mudanças em suas participações relativas na subsidiária. A entidade
reconhecerá diretamente no patrimônio líquido qualquer diferença entre o valor pelo qual são ajustadas
as participações de não controladores e o valor justo da contrapartida paga ou recebida e atribuirá essa
diferença aos proprietários da controladora.

Perda de controle
B97 Uma controladora poderia perder o controle de uma subsidiária em dois ou mais acordos (transações).
Entretanto, algumas vezes, as circunstâncias indicam que acordos múltiplos devem ser contabilizados
como uma única transação. Ao determinar se os acordos devem ser contabilizados como uma única
transação, uma controladora considerará a totalidade dos termos e condições dos acordos e seus efeitos
econômicos. Um ou mais dos itens relacionados a seguir indicam que a controladora deveria contabilizar
acordos múltiplos como uma única transação:

(a) Eles são celebrados na mesma época e com reflexos mútuos.

(b) Eles formam uma única transação destinada a obter um efeito comercial geral.

(c) A ocorrência de um acordo depende da ocorrência de pelo menos um outro acordo.

(d) Um acordo considerado individualmente não se justifica do ponto de vista econômico, mas se
justifica do ponto de vista econômico quando considerado em conjunto com outros acordos. Um
exemplo é quando uma alienação de ações tem o preço fixado abaixo do valor de mercado e é
compensada por uma alienação subsequente com preço fixado acima do valor de mercado.

B98 Se perder o controle de uma subsidiária, a controladora:

(a) baixará:

(i) os ativos (incluindo qualquer ágio) e os passivos da subsidiária pelo seu valor contábil na
data em que o controle for perdido; e

(ii) o valor contábil de quaisquer participações de não controladores na ex-subsidiária na data em


que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados abrangentes
atribuídos a elas).

(b) reconhecerá:

(i) o valor justo da contrapartida recebida, se houver, proveniente da transação, evento ou


circunstâncias que resultaram na perda de controle;

(ii) essa distribuição, se a transação, evento ou circunstâncias que resultaram na perda de controle
envolverem uma distribuição de ações da subsidiária aos proprietários em sua condição de
proprietários; e

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IFRS 10

(iii) qualquer investimento retido na ex-subsidiária, pelo seu valor justo na data em que o controle
é perdido.

(c) reclassificará para lucros e perdas ou transferirá diretamente para lucros acumulados, se exigido por
outras IFRSs, os valores reconhecidos em outros resultados abrangentes em relação à subsidiária,
da forma descrita no parágrafo B99.

(d) reconhecerá qualquer diferença resultante como uma perda ou ganho em lucros e perdas atribuíveis
à controladora.

B99 Se perder o controle de uma subsidiária, a controladora contabilizará todos os valores anteriormente
reconhecidos em outros resultados abrangentes em relação a essa subsidiária na mesma base que seria
exigida se a controladora tivesse alienado diretamente os respectivos ativos ou passivos. Portanto, se um
ganho ou perda anteriormente reconhecido em outros resultados abrangentes seria reclassificado para
lucros e perdas por ocasião da alienação dos respectivos ativos ou passivos, a controladora reclassificará
o ganho ou perda do patrimônio líquido para lucros e perdas (como um ajuste de reclassificação) quando
perder o controle da subsidiária. Se um superávit de reavaliação anteriormente reconhecido em outros
resultados abrangentes seria transferido diretamente para lucros acumulados por ocasião da alienação do
ativo, a controladora transferirá o superávit de reavaliação diretamente para lucros acumulados quando
perder o controle da subsidiária.

Contabilizando uma mudança na condição da entidade de investimento


B100 Quando deixar de ser uma entidade de investimento, uma entidade aplicará a IFRS 3 a qualquer subsidiária
que tenha sido anteriormente mensurada ao valor justo por meio do resultado, de acordo com parágrafo
31. A data da mudança de condição será a data de aquisição presumida. O valor justo da subsidiária
na data de aquisição presumida representará a contraprestação presumida transferida ao mensurar
qualquer ágio ou ganho decorrente de uma compra vantajosa que resulte da aquisição presumida. Todas
as subsidiárias serão consolidadas de acordo com os parágrafos 19–24 desta IFRS a partir da data de
mudança da condição.

B101 Quando se tornar uma entidade de investimento, a entidade cessará de consolidar suas subsidiárias na data
da mudança de sua condição, exceto em relação a qualquer subsidiária que continue a ser consolidada
de acordo com o parágrafo 32. A entidade de investimento aplicará os requisitos dos parágrafos 25 e 26
àquelas subsidiárias que ela deixar de consolidar como se a entidade de investimento tivesse perdido o
controle daquelas subsidiárias naquela data.

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Apêndice C
Data de vigência e transição

Este apêndice é parte integrante da IFRS e tem a mesma autoridade que as demais partes da IFRS.

Data de vigência
C1 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se aplicar antecipadamente esta IFRS, a entidade divulgará esse
fato e aplicará a IFRS 11, a IFRS 12, a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas e a IAS 28 (tal
como alterada em 2011) ao mesmo tempo.

C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em


Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações às IFRS 10, IFRS 11 e IFRS 12), emitida em
junho de 2012, alterou os parágrafos C2–C6 e acrescentou os parágrafos C2A–C2B, C4A–C4C, C5A
e C6A–C6B. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2013. Se aplicar a IFRS 10 a um período anterior, a entidade aplicará essas alterações a esse
período anterior.

C1B Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 2, 4, C2A, C6A e o Apêndice A, e acrescentou os parágrafos 27–33, B85A–B85W,
B100–B101 e C3A–C3F. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada é permitida. Se aplicar essas alterações antecipadamente,
a entidade divulgará esse fato e aplicará todas as alterações incluídas em Entidades de Investimento ao
mesmo tempo.

Transição
C2 Uma entidade aplicará esta IFRS retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, salvo conforme especificado nos parágrafos C2A–C6.

C2A Não obstante os requisitos do parágrafo 28 da IAS 8, quando esta IFRS for aplicada pela primeira vez, e,
se ocorrer depois, quando as alterações de Entidades de Investimento a esta IFRS forem aplicadas pela
primeira vez, uma entidade somente precisará apresentar as informações quantitativas exigidas pelo
parágrafo 28(f) da IAS 8 para o período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial desta
IFRS (o “período imediatamente precedente”). Uma entidade pode também apresentar estas informações
em relação ao período atual ou a períodos comparativos anteriores, mas não está obrigada a fazê-lo.

C2B Para as finalidades desta IFRS, a data de aplicação inicial é o início do período de relatório anual ao qual
se aplica esta IFRS pela primeira vez.

C3 Na data de aplicação inicial, uma entidade não está obrigada a efetuar ajustes na contabilização anterior
para refletir seu envolvimento com:

(a) entidades que seriam consolidadas naquela data de acordo com a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Separadas e a SIC-12 – Consolidação – Entidades de Propósitos
Específicos, e que, de acordo com esta IFRS, continuam a ser consolidadas; ou

(b) entidades que não seriam consolidadas nessa data de acordo com a IAS 27 e com a SIC-12 e que
não são consolidadas de acordo com esta IFRS.

C3A Na data de aplicação inicial, uma entidade avaliará se é uma entidade de investimento com base nos
fatos e circunstâncias existentes nessa data. Se, na data de aplicação inicial, uma entidade concluir que é

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uma entidade de investimento, ela aplicará os requisitos dos parágrafos C3B-C3F, em vez dos parágrafos
C5-C5A.

C3B Exceto em relação a qualquer subsidiária que seja consolidada de acordo com o parágrafo 32 (aos quais
se aplicam os parágrafos C3 e C6 ou os parágrafos C4–C4C, conforme pertinentes), uma entidade de
investimento mensurará seu investimento em cada subsidiária ao valor justo por meio do resultado
como se os requisitos desta IFRS sempre tivessem estado em vigor. A entidade de investimento ajustará
retrospectivamente tanto o período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial quanto o
patrimônio no início do período imediatamente precedente para refletir qualquer diferença entre:

(a) o valor contábil anterior da subsidiária; e

(b) o valor justo do investimento da entidade de investimento na subsidiária.

O valor acumulado de quaisquer ajustes ao valor justo anteriormente reconhecidos em outros resultados
abrangentes será transferido para lucros acumulados no início do período anual imediatamente precedente
à data de aplicação inicial.

C3C Antes da data em que a IFRS13 – Mensuração do Valor Justo for adotada, uma entidade de
investimento utilizará os valores ao valor justo que foram anteriormente apresentados aos investidores
ou à administração, se esses valores representarem o valor pelo qual o investimento poderia ter sido
trocado entre partes conhecedoras e interessadas em uma transação em bases usuais de mercado na data
da avaliação.

C3D Se a mensuração de um investimento em uma subsidiária de acordo com os parágrafos C3B–C3C for
impraticável (tal como definido na IAS 8), uma entidade de investimento aplicará os requisitos desta
IFRS no início do período mais antigo para o qual a aplicação dos parágrafos C3B–C3C for praticável,
que pode ser o período atual. O investidor ajustará retrospectivamente o período anual que preceder
imediatamente a data de aplicação inicial, a menos que o início do período mais antigo para o qual a
aplicação deste parágrafo seja praticável seja o período atual. Se este for o caso, o ajuste ao patrimônio
líquido será reconhecido no início do período atual.

C3E Se uma entidade de investimento tiver alienado ou perdido o controle de um investimento em uma
subsidiária antes da data de aplicação inicial desta IFRS, a entidade de investimento não estará obrigada
a efetuar ajustes na contabilização anterior referente a essa subsidiária.

C3F Se uma entidade aplicar as alterações em Entidades de Investimento para um período posterior àquele
em que ela aplicar a IFRS 10 pela primeira vez, referências à “data de aplicação inicial” nos parágrafos
C3A–C3E serão lidas como “o início do período de relatório anual para o qual as alterações em Entidades
de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012, forem
aplicadas pela primeira vez.”

C4 Se, na data de aplicação inicial, um investidor conclui que consolidará uma investida que não era
consolidada de acordo com a IAS 27 e a SIC-12, o investidor:

(a) se a investida for um negócio (tal como definido na IFRS 3 – Combinações de Negócios),
mensurará os ativos, passivos e participações de não controladores nessa investida anteriormente
não consolidada como se essa investida tivesse sido consolidada (e, assim, tivesse aplicado a
contabilização de aquisição de acordo com a IFRS 3) desde a data em que o investidor obteve o
controle dessa investida com base nos requisitos desta IFRS. O investidor ajustará retrospectivamente
o período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial. Quando a data em que esse
controle tenha sido obtido for anterior ao início do período imediatamente precedente, o investidor
reconhecerá, como um ajuste ao patrimônio líquido no início do período imediatamente precedente,
qualquer diferença entre:

(i) o valor de ativos, passivos e participações de não controladores reconhecidos; e

(ii) o valor contábil anterior do envolvimento do investidor com a investida.

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IFRS Foundation A367
IFRS 10

(b) se a investida não for um negócio (tal como definido na IFRS 3), mensurará os ativos, passivos e
participações de não controladores nessa investida anteriormente não consolidada como se essa
investida tivesse sido consolidada (aplicando o método de aquisição, tal como descrito na IFRS 3,
sem reconhecer nenhum ágio para a investida) desde a data em que o investidor obteve o controle
dessa investida com base nos requisitos desta IFRS. O investidor ajustará retrospectivamente o
período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial. Quando a data em que esse
controle tenha sido obtido for anterior ao início do período imediatamente precedente, o investidor
reconhecerá, como um ajuste ao patrimônio líquido no início do período imediatamente precedente,
qualquer diferença entre:

(i) o valor de ativos, passivos e participações de não controladores reconhecidos; e

(ii) o valor contábil anterior do envolvimento do investidor com a investida.

C4A Se mensurar os ativos, passivos e participações de não controladores de uma investida de acordo com
C4(a) ou (b) for impraticável (tal como definido na IAS 8), um investidor:

(a) se a investida for um negócio, aplicará os requisitos da IFRS 3 na data da aquisição presumida.
A data de aquisição presumida será o início do período mais antigo para o qual a aplicação do
parágrafo C4(a) for praticável, que poderá ser o período atual.

(b) se a investida não for um negócio, aplicará o método de aquisição, conforme descrito na IFRS 3,
sem reconhecer nenhum ágio para a investida na data de aquisição presumida. A data de aquisição
presumida será o início do período mais antigo para o qual a aplicação do parágrafo C4(b) for
praticável, que poderá ser o período atual.

O investidor ajustará retrospectivamente o período anual imediatamente precedente à data de aplicação


inicial, a menos que o início do período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo seja
praticável seja o período atual. Quando a data de aquisição presumida for anterior ao início do período
imediatamente precedente, o investidor reconhecerá, como um ajuste ao patrimônio líquido no início do
período imediatamente precedente, qualquer diferença entre:

(c) o valor de ativos, passivos e participações de não controladores reconhecidos; e

(d) o valor contábil anterior do envolvimento do investidor com a investida.

Se o período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo for praticável for o período atual, o
ajuste ao patrimônio líquido será reconhecido no início do período atual.

C4B Quando um investidor aplica os parágrafos C4–C4A e a data em que esse controle tenha sido obtido de
acordo com esta IFRS é posterior à data de vigência da IFRS 3, conforme revisada em 2008 (IFRS 3
(2008)), a referência à IFRS 3 nos parágrafos C4 e C4A serão à IFRS 3 (2008). Se o controle foi obtido
antes da data de vigência da IFRS 3 (2008), um investidor aplicará ou a IFRS 3 (2008) ou a IFRS 3
(emitida em 2004).

C4C Quando um investidor aplica os parágrafos C4–C4A e a data em que esse controle tenha sido obtido
de acordo com esta IFRS é posterior à data de vigência da IAS 27, conforme revisada em 2008 (IAS 27
(2008)), um investidor aplicará os requisitos desta IFRS para todos os períodos em que a investida é
retrospectivamente consolidada de acordo com os parágrafos C4–C4A. Se o controle foi obtido antes
da data de vigência da IAS 27 (2008), um investidor aplicará:

(a) os requisitos desta IFRS para todos os períodos em que a investida é retrospectivamente consolidada
de acordo com os parágrafos C4–C4A; ou

(b) os requisitos da versão da IAS 27 emitida em 2003 (IAS 27 (2003)) para esses períodos anteriores
à data de vigência da IAS 27 (2008) e posteriormente os requisitos desta IFRS para períodos
subsequentes.

A368 ©
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IFRS 10

C5 Se, na data de aplicação inicial, um investidor conclui que não consolidará mais uma investida que estava
consolidada de acordo com a IAS 27 e a SIC-12, o investidor mensurará sua participação na investida
pelo valor que teria sido mensurado se os requisitos desta IFRS estivessem vigentes quando o investidor
se envolveu (mas não obteve o controle de acordo com esta IFRS) com a investida ou quando perdeu
o controle dela. O investidor ajustará retrospectivamente o período anual imediatamente precedente à
data de aplicação inicial. Quando a data em que o investidor se envolveu (mas não obteve o controle
de acordo com esta IFRS) com a investida ou quando perdeu o controle dela for anterior ao início do
período imediatamente precedente, o investidor reconhecerá, como um ajuste ao patrimônio líquido no
início do período imediatamente precedente, qualquer diferença entre:

(a) o valor contábil anterior dos ativos, passivos e participações de não controladores; e

(b) o valor reconhecido da participação do investidor na investida.

C5A Se a mensuração de uma participação na investida de acordo com o parágrafo C5 for impraticável (tal
como definido na IAS 8), um investidor aplicará os requisitos desta IFRS no início do período mais antigo
para o qual a aplicação do parágrafo C5 for praticável, que pode ser o período atual. O investidor ajustará
retrospectivamente o período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial, a menos que o
início do período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo seja praticável seja o período atual.
Quando a data em que o investidor se envolveu (mas não obteve o controle de acordo com esta IFRS) com
a investida ou quando perdeu o controle dela for anterior ao início do período imediatamente precedente,
o investidor reconhecerá, como um ajuste ao patrimônio líquido no início do período imediatamente
precedente, qualquer diferença entre:

(a) o valor contábil anterior dos ativos, passivos e participações de não controladores; e

(b) o valor reconhecido da participação do investidor na investida.

Se o período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo for praticável for o período atual, o
ajuste do patrimônio líquido será reconhecido no início do período atual.

C6 Os parágrafos 23, 25, B94 e B96-B99 eram alterações à IAS 27 efetuadas em 2008 que foram incorporadas
à IFRS 10. Salvo quando aplicar o parágrafo C3, ou for obrigada a aplicar os parágrafos C4–C5A, a
entidade aplicará os requisitos desses parágrafos da seguinte forma:

(a) Uma entidade não reapresentará nenhuma atribuição de lucros e perdas para períodos de relatório
anteriores à ocasião em que aplicou a alteração do parágrafo B94 pela primeira vez.

(b) Os requisitos dos parágrafos 23 e B96 para a contabilização de mudanças em participações


societárias em uma subsidiária após a obtenção do controle não se aplicam a mudanças ocorridas
antes da ocasião em que a entidade aplicou essas alterações pela primeira vez.

(c) Uma entidade não reapresentará o valor contábil de um investimento em uma ex-subsidiária se o
controle foi perdido antes que aplicasse as alterações dos parágrafos 25 e B97-B99 pela primeira
vez. Além disso, uma entidade não recalculará nenhum ganho ou perda sobre a perda de controle de
uma subsidiária ocorrida antes de as alterações dos parágrafos 25 e B97-B99 terem sido aplicadas
pela primeira vez.

Referências ao “período imediatamente precedente”


C6A Não obstante as referências ao período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial (o
“período imediatamente precedente”) nos parágrafos C3B–C5A, uma entidade pode também apresentar
informações comparativas ajustadas para quaisquer períodos anteriores apresentados, mas não está
obrigada a fazê-lo. Se uma entidade efetivamente apresentar informações comparativas ajustadas para
quaisquer períodos anteriores, todas as referências ao “período imediatamente precedente” nos parágrafos
C3B–C5A serão lidas como o “período comparativo ajustado mais antigo apresentado”.

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IFRS 10

C6B Se uma entidade apresentar informações comparativas não ajustadas para quaisquer períodos anteriores,
ela identificará claramente as informações que não foram ajustadas, declarará que elas foram preparadas
em uma base diferente e explicará essa base.

Referências à IFRS 9
C7 Se uma entidade aplicar esta IFRS mas ainda não aplicar a IFRS 9, qualquer referência nesta IFRS à IFRS 9
será lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Revogação de outras IFRSs


C8 Esta IFRS substitui os requisitos relativos a demonstrações financeiras consolidadas da IAS 27 (tal como
alterada em 2008).

C9 Esta IFRS substitui também a SIC-12 – Consolidação – Entidades de Propósitos Específicos.

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Apêndice D
Alterações a outras IFRSs

Este apêndice apresenta alterações a outras IFRSs como consequência da emissão desta IFRS pelo Conselho.
Uma entidade aplicará as alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Se uma
entidade aplicar esta IFRS a um período anterior, ela aplicará estas alterações a esse período anterior. Os
parágrafos alterados são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2011, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 11

Negócios em Conjunto
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 31 – Relatório
Financeiro de Participações em Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures), que foi originalmente emitida
pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1990.

Em dezembro de 2003, o IASB alterou e renomeou a IAS 31 com um novo título – Participações em Empreendimentos
em Conjunto (Joint Ventures). Esta alteração foi feita em conjunto com as alterações à IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Contabilização de Investimentos em Subsidiárias e IAS 28 – Contabilização de
Investimentos em Coligadas.

Em maio de 2011 o IASB emitiu a IFRS 11 – Negócios em Conjunto para substituir a IAS 31. A  IFRS 12 –
Divulgação de Participações em Outras Entidades, também emitida em maio de 2011, substituiu os requisitos
de divulgação da IAS 31. A IFRS 11 incorporou a orientação contida em uma Interpretação relacionada (SIC-13 –
Entidades Controladas em Conjunto – Contribuições Não Monetárias dos Investidores).

Em junho de 2012, a IFRS 11 foi alterada por Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto
e Divulgação de Participações em Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11
e à IFRS 12). Essas alterações forneceram isenção adicional na transição para a IFRS 11, limitando o requisito de
apresentar informações comparativas ajustadas apenas para o período anual imediatamente precedente ao primeiro
período anual ao qual se aplica a IFRS 11.

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 11
NEGÓCIOS EM CONJUNTO
OBJETIVO 1
ALCANCE 3
NEGÓCIOS EM CONJUNTO 4
Controle conjunto 7
Tipos de negócios em conjunto 14
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE PARTES EM UM NEGÓCIO EM CONJUNTO 20
Operações em conjunto 20
Empreendimentos em conjunto (joint ventures) 24
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS 26
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Data de vigência, transição e revogação de outras IFRSs
D Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 11 EMITIDA EM MAIO DE 2011


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS,
NEGÓCIOS EM CONJUNTO E DIVULGAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS ENTIDADES:
ORIENTAÇÃO DE TRANSIÇÃO (ALTERAÇÕES ÀS IFRS 10, IFRS 11 E IFRS 12)
EMITIDA EM JUNHO DE 2012
BASE PARA CONCLUSÃO
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 11 – Negócios em Conjunto (IFRS 11) é definida nos
parágrafos 1–27 e nos Apêndices A–D. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A estão em itálico na primeira vez em que
aparecem na Norma. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 11 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Visão Geral
IN1 A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 11 – Negócios em Conjunto estabelece princípios
para relatório financeiro pelas partes de um negócio em conjunto.

IN2 A IFRS substitui a IAS 31 – Participações em Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures) e a SIC-13 –
Entidades Controladas em Conjunto – Contribuições Não Monetárias dos Investidores, sendo aplicável
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida.

Motivos para emitir a IFRS


IN3 A IFRS trata basicamente de dois aspectos da IAS 31: primeiramente, que a estrutura do negócio foi o
único determinante da contabilização e, em segundo lugar, que a entidade teve a escolha do tratamento
contábil para participações em entidades controladas em conjunto.

IN4 A IFRS 11 aperfeiçoa a IAS 31 ao estabelecer princípios que são aplicáveis à contabilização de todos os
negócios em conjunto.

Principais características da IFRS


IN5 A IFRS exige que uma parte de um negócio em conjunto determine o tipo de negócio em conjunto no
qual está envolvida por meio da avaliação de seus direitos e obrigações decorrentes do negócio.

Requisitos gerais
IN6 A IFRS deve ser aplicada por todas as entidades que sejam partes de um negócio em conjunto. Um negócio
em conjunto é um negócio pelo qual duas ou mais partes têm controle conjunto. A IFRS define controle
conjunto como o compartilhamento contratualmente convencionado do controle de um negócio, que existe
somente quando decisões sobre as atividades relevantes (ou seja, atividades que afetam significativamente
os retornos do negócio) exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle.

IN7 A IFRS classifica negócios em conjunto em dois tipos – operações em conjunto e empreendimentos em
conjunto (joint ventures). Uma operação em conjunto é um negócio em conjunto pelo qual as partes que
têm o controle conjunto do negócio (ou seja, operadores em conjuntos) têm direitos sobre os ativos e
obrigações pelos passivos relacionados ao negócio. Um empreendimento em conjunto (joint venture) é um
negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle conjunto do negócio (ou seja, empreendedor
em conjunto) têm direitos sobre os ativos líquidos do negócio.

IN8 Uma entidade determina o tipo de negócio em conjunto no qual está envolvida considerando os seus
direitos e obrigações. Uma entidade avalia seus direitos e obrigações considerando a estrutura e a forma
legal do negócio, os termos contratuais convencionados pelas partes do negócio e, quando relevante,
outros fatos e circunstâncias.

IN9 A IFRS exige que um operador em conjunto reconheça e mensure os ativos e passivos (e reconheça
as respectivas receitas e despesas) em relação à sua participação no negócio em conformidade com as
respectivas IFRSs aplicáveis aos ativos, passivos, receitas e despesas específicos.

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IFRS 11

IN10 A IFRS exige que um empreendedor em conjunto reconheça um investimento e o contabilize utilizando
o método de equivalência patrimonial de acordo com a IAS 28 – Investimentos em Coligadas e
Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures), a menos que a entidade esteja isenta da aplicação do
método de equivalência patrimonial conforme especificado naquela norma.

IN11 Os requisitos de divulgação para partes que tenham o controle conjunto de um negócio em conjunto são
especificados na IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 11


Negócios em Conjunto

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é estabelecer princípios para o relatório financeiro para entidades que tenham
uma participação em negócios controlados de forma conjunta (ou seja, negócios em conjunto).

Atingindo o objetivo
2 Para atingir o objetivo do parágrafo 1, esta IFRS define controle conjunto e exige que uma entidade que
seja parte de um negócio em conjunto determine o tipo de negócio em conjunto no qual está envolvida
por meio da avaliação de seus direitos e obrigações e contabilize esses direitos e obrigações de acordo
com o tipo de negócio em conjunto.

Alcance
3 Esta IFRS será aplicada por todas as entidades que sejam partes de um negócio em conjunto.

Negócios em conjunto
4 Um negócio em conjunto é um negócio pelo qual duas ou mais partes têm controle conjunto.

5 Um negócio em conjunto tem as seguintes características:

(a) As partes estão vinculadas por um acordo contratual (vide parágrafos B2-B4).

(b) O acordo contratual dá a duas ou mais dessas partes o controle conjunto do negócio (vide
parágrafos 7-13).

6 Um negócio em conjunto é uma operação em conjunto ou um empreendimento em conjunto


(joint venture).

Controle conjunto
7 Controle conjunto é o compartilhamento contratualmente convencionado do controle de um
negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento
unânime das partes que compartilham o controle.

8 Uma entidade que seja parte de um negócio avaliará se o acordo contratual dá a todas as partes, ou a um
grupo de partes o controle do negócio coletivamente. Todas as partes ou um grupo de partes controlam
o negócio coletivamente quando elas devem agir em conjunto para dirigir as atividades que afetam
significativamente os retornos do negócio (ou seja, as atividades relevantes).

9 Uma vez tendo sido determinado que todas as partes, ou um grupo de partes, controlam o negócio
coletivamente, o controle conjunto existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem
o consentimento unânime das partes que controlam o negócio coletivamente.

10 Em um negócio em conjunto, nenhuma parte individualmente controla o negócio. Uma parte com controle
conjunto de um negócio pode impedir que qualquer das outras partes ou um grupo de partes controle
o negócio.

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11 Um negócio pode ser um negócio em conjunto ainda que nem todas as suas partes tenham o controle
conjunto do negócio. Esta IFRS distingue entre partes que têm o controle conjunto de um negócio em
conjunto (operadores em conjunto ou investidores em conjunto) e partes que participam de um negócio
em conjunto mas não têm o controle conjunto dele.

12 Uma entidade precisará aplicar julgamento ao avaliar se todas as partes ou um grupo de partes têm
o controle conjunto de um negócio. Uma entidade fará essa avaliação considerando todos os fatos e
circunstâncias (vide parágrafos B5-B11).

13 Se os fatos e circunstâncias se modificarem, uma entidade reavaliará se ainda tem o controle conjunto
do negócio.

Tipos de negócios em conjunto


14 Uma entidade determinará o tipo de negócio em conjunto no qual está envolvida. A classificação
de um negócio em conjunto como uma operação em conjunto ou um empreendimento em conjunto
(joint venture) depende dos direitos e obrigações das partes do negócio.

15 Uma operação em conjunto é um negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle
conjunto do negócio têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados ao negócio.
Essas partes são chamadas de operadores em conjunto.

16 Um empreendimento em conjunto (joint venture) é um negócio em conjunto pelo qual as partes que
têm o controle conjunto do negócio têm direitos sobre os ativos líquidos do negócio. Essas partes
são chamadas de investidores em conjunto.

17 Uma entidade aplica julgamento ao avaliar se um negócio em conjunto é uma operação em conjunto ou
um empreendimento em conjunto. Uma entidade determinará o tipo de negócio em conjunto no qual
está envolvida considerando os seus direitos e obrigações decorrentes do negócio. Uma entidade avalia
seus direitos e obrigações considerando a estrutura e a forma legal do negócio, os termos contratuais
convencionados pelas partes do acordo contratual e, quando relevante, outros fatos e circunstâncias (vide
parágrafos B12-B33).

18 Algumas vezes, as partes estão vinculadas por um acordo estruturado que estabelece os termos contratuais
gerais para a realização de uma ou mais atividades. O acordo estruturado pode definir que as partes
estabeleçam negócios em conjunto diferentes para tratar de atividades específicas que fazem parte do
negócio. Embora esses negócios em conjunto estejam relacionados ao mesmo acordo estruturado, seu tipo
pode ser diferente se os direitos e obrigações das partes diferirem ao empreender as diferentes atividades
abordadas no acordo estruturado. Consequentemente, operações em conjunto e empreendimentos em
conjunto (joint ventures) podem coexistir quando as partes empreendem diferentes atividades que fazem
parte do mesmo acordo estruturado.

19 Se os fatos e circunstâncias se modificarem, a entidade reavaliará se o tipo de negócio em conjunto no


qual está envolvida se modificou.

Demonstrações financeiras de partes de um negócio em conjunto

Operações em conjunto
20 Um operador em conjunto reconhecerá, em relação à sua participação em uma operação
em conjunto:

(a) os ativos, incluindo sua parcela de quaisquer ativos detidos em conjunto;

(b) os passivos, incluindo sua parcela de quaisquer passivos incorridos em conjunto;

(c) a receita da venda de sua participação na produção decorrente da operação em conjunto;

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(d) a parcela da receita da venda da produção pela operação em conjunto; e

(e) as despesas, incluindo sua parcela de quaisquer despesas incorridas em conjunto.

21 Um operador em conjunto contabilizará os ativos, passivos, receitas e despesas relacionados à sua


participação em uma operação em conjunto de acordo com as IFRSs aplicáveis aos ativos, passivos,
receitas e despesas específicos.

22 A contabilização de transações como a venda, contribuição ou compra de ativos entre uma entidade
e uma operação em conjunto na qual ela seja um operador em conjunto é especificada nos parágrafos
B34-B37.

23 Uma parte que participe de uma operação em conjunto, mas não tenha o controle conjunto dela
contabilizará também a sua participação no negócio em conformidade com os parágrafos 20-22 se essa
parte tiver direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados à operação em conjunto.
Se uma parte participar em uma operação em conjunto mas não tiver o controle conjunto dela, nem
tiver direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados a essa operação em conjunto,
ela contabilizará sua participação na operação em conjunto de acordo com as IFRSs aplicáveis a
essa participação.

Empreendimentos em conjunto (joint ventures)


24 Um empreendedor em conjunto reconhecerá sua participação em um empreendimento em conjunto (joint
venture) como um investimento e contabilizará esse investimento utilizando o método de equivalência
patrimonial de acordo com a IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto
(Joint Ventures), a menos que a entidade esteja isenta da aplicação do método de equivalência
patrimonial conforme especificado naquela norma.

25 Uma parte que participe de um empreendimento em conjunto (joint venture), mas não tenha o controle
conjunto dele, contabilizará a sua participação no negócio em conformidade com a IFRS 9 – Instrumentos
Financeiros, a menos que tenha influência significativa sobre o empreendimento em conjunto (joint
venture), hipótese em que a contabilização se dará de acordo com a IAS 28 (tal como alterada em 2011).

Demonstrações financeiras separadas


26 Em suas demonstrações financeiras separadas, um operador em conjunto ou empreendedor em
conjunto contabilizará sua participação em:

(a) uma operação em conjunto de acordo com os parágrafos 20-22;

(b) um empreendimento em conjunto (joint venture) de acordo com o parágrafo 10 da IAS 27 –


Demonstrações Financeiras Separadas.

27 Em suas demonstrações financeiras separadas, uma parte que participar de um negócio em


conjunto, mas não tiver o controle conjunto dele, contabilizará sua participação em:

(a) uma operação em conjunto de acordo com o parágrafo 23;

(b) um empreendimento em conjunto (joint venture) de acordo com a IFRS 9, a menos que a
entidade tenha influência significativa sobre o empreendimento em conjunto (joint venture),
pois nesse caso deverá aplicar o parágrafo 10 da IAS 27 (tal como alterada em 2011).

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

controle conjunto O compartilhamento contratualmente convencionado do controle de um


negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes
exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle.
empreendedor em conjunto Uma parte de um empreendimento em conjunto (joint venture) que tem o
controle conjunto desse empreendimento.
empreendimento em conjunto Um negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle conjunto
(joint venture) do negócio têm direitos sobre os ativos líquidos do negócio.
negócio em conjunto Um negócio pelo qual duas ou mais partes têm o controle conjunto.
operação em conjunto Um negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle conjunto
do negócio têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos
relacionados ao negócio.
operador em conjunto Uma parte de uma operação em conjunto que tem o controle conjunto
dessa operação em conjunto.
parte de um negócio em Uma entidade que participa de um negócio em conjunto,
conjunto independentemente se essa entidade tem o controle conjunto do negócio
ou não.
veículo separado Uma estrutura financeira separadamente identificável, incluindo
entidades legais separadas ou entidades reconhecidas por estatuto,
independentemente dessas entidades terem personalidade jurídica.

Os termos a seguir são definidos na IAS 27 (tal como alterada em 2011), na IAS 28 (tal como alterada em 2011)
ou na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e são utilizados nesta IFRS com os significados
especificados nessas IFRSs:

yy atividades relevantes

yy controle de uma investida

yy demonstrações financeiras separadas

yy direitos de proteção

yy influência significativa.

yy método de equivalência patrimonial

yy poder

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS. Ele descreve a aplicação dos parágrafos 1-27 e tem a mesma importância
que as demais partes da IFRS.

B1 Os exemplos deste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora alguns aspectos dos exemplos possam
estar presentes em situações reais, todos os fatos e circunstâncias relevantes de uma situação específica
precisariam ser avaliados ao aplicar a IFRS 11.

Negócios em conjunto

Acordo contratual (parágrafo 5)


B2 Acordos contratuais podem ser comprovados de diversas formas. Um acordo contratual exequível é
frequentemente, mas nem sempre, por escrito, normalmente na forma de um contrato ou de discussões
documentadas entre as partes. Mecanismos legais também podem criar acordos exequíveis, seja por si
só ou em conjunto com contratos entre as partes.

B3 Quando negócios em conjunto são estruturados por meio de um veículo separado (vide parágrafos
B19-B33), o acordo contratual ou alguns aspectos do acordo contratual serão, em alguns casos,
incorporados ao contrato social, aos documentos constitutivos ou ao estatuto do veículo separado.

B4 O acordo contratual define os termos com base nos quais as partes participam da atividade objeto do
acordo. O acordo contratual geralmente trata de questões como:

(a) o objetivo, a atividade e a duração do negócio em conjunto.

(b) como são nomeados os membros do conselho de administração ou órgão de administração


equivalente do negócio em conjunto.

(c) o processo de tomada de decisões: os assuntos que exigem decisões das partes, os direitos de voto
das partes e o nível de suporte exigido para esses assuntos. O processo de tomada de decisões
refletido no acordo contratual estabelece o controle conjunto do acordo (vide parágrafos B5-B11).

(d) o capital ou outras contribuições exigidas das partes.

(e) como as partes compartilham ativos, passivos, receitas, despesas ou lucros e perdas relativos ao
negócio em conjunto.

Controle conjunto (parágrafos 7–13)


B5 Ao avaliar se uma entidade tem o controle conjunto de um acordo, uma entidade avaliará primeiramente
se todas as partes ou um grupo de partes controlam o acordo. A IFRS 10 define controle e será utilizada
para determinar se todas as partes ou um grupo de partes estão expostas aos retornos variáveis de seu
envolvimento no acordo ou têm direitos sobre esses retornos e se têm a capacidade de afetar esses retornos
por meio de seu poder sobre o acordo. Quando todas as partes, ou um grupo de partes, consideradas
coletivamente, têm a capacidade de dirigir as atividades que afetam significativamente os retornos do
negócio (ou seja, as atividades relevantes), essas partes controlam o negócio coletivamente.

B6 Após concluir que todas as partes, ou um grupo de partes, controlam o negócio coletivamente, uma
entidade avaliará se tem o controle conjunto do negócio. O controle conjunto existe somente quando
decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que controlam

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coletivamente o negócio. Avaliar se o negócio é controlado em conjunto por todas as suas partes ou por
um grupo de partes ou se é controlado individualmente por uma de suas partes pode exigir julgamento.

B7 Algumas vezes, o processo de tomada de decisões convencionado pelas partes em seu acordo contratual
implicitamente conduz ao controle conjunto. Por exemplo, suponha-se que duas partes estabelecem um
acordo no qual cada uma tem 50% dos direitos de voto, e o acordo contratual entre elas especifica que são
necessários pelo menos 51% dos direitos de voto para a tomada de decisões sobre as atividades relevantes.
Neste caso, as partes concordaram implicitamente que elas têm o controle conjunto do negócio, já que as
decisões sobre as atividades relevantes não podem ser tomadas sem a concordância de ambas as partes.

B8 Em outras circunstâncias, o acordo contratual exige uma proporção mínima dos direitos de voto para a
tomada de decisões sobre as atividades relevantes. Quando essa proporção mínima exigida dos direitos
de voto pode ser alcançada pela concordância conjunta de mais de uma combinação das partes, esse
negócio não é um negócio em conjunto, a menos que o acordo contratual especifique quais partes (ou
combinação de partes) devem concordar de forma unânime com as decisões sobre as atividades relevantes
do negócio.

Exemplos de aplicação
Exemplo 1

Suponha-se que três partes estabelecem um acordo: A tem 50% dos direitos de voto no acordo,
B tem 30% e C tem 20%. O acordo contratual entre A, B e C especifica que no mínimo 75%
dos direitos de voto são necessários para a tomada de decisões sobre as atividades relevantes do
acordo. Embora A possa bloquear qualquer decisão, ela não controla o acordo, pois precisa da
concordância de B. Os termos de seu acordo contratual que exigem no mínimo 75% dos direitos
de voto para a tomada de decisões sobre as atividades relevantes sugerem que A e B têm controle
conjunto do acordo, já que as decisões sobre as atividades relevantes do acordo não podem ser
tomadas sem a concordância tanto de A quanto de B.

Exemplo 2

Suponha-se que um acordo tem três partes: A tem 50% dos direitos de voto no acordo e B e C têm,
cada um, 25%. O acordo contratual entre A, B e C especifica que no mínimo 75% dos direitos de
voto são necessários para a tomada de decisões sobre as atividades relevantes do acordo. Embora
A possa bloquear qualquer decisão, ela não controla o acordo, pois precisa da concordância de B
ou de C. Neste exemplo, A, B e C controlam coletivamente o acordo. Contudo, há mais de uma
combinação das partes que podem concordar para atingir 75% dos direitos de voto (ou seja, A e B
ou A e C). Nessa situação, para ser um negócio em conjunto, o acordo contratual entre as partes
precisaria especificar qual combinação das partes deve concordar de forma unânime para a tomada
de decisões sobre as atividades relevantes do negócio.

Exemplo 2

Suponha-se um acordo no qual A e B têm, cada uma, 35% dos direitos de voto no acordo, sendo
que os 30% restantes estão amplamente dispersos. Decisões sobre as atividades relevantes exigem
a aprovação da maioria dos direitos de voto. A e B têm o controle conjunto do acordo somente se
o acordo contratual especificar que as decisões sobre as atividades relevantes do acordo exigem a
concordância tanto de A quanto de B.

B9 O requisito de consentimento unânime significa que qualquer parte com controle conjunto do acordo
pode impedir qualquer das outras partes ou um grupo de partes de tomar decisões unilaterais (sobre as
atividades relevantes) sem o seu consentimento. Se o requisito de consentimento unânime se referir
somente a decisões que dão a uma parte direitos de proteção e não a decisões sobre as atividades relevantes
de um acordo, essa parte não é uma parte com controle conjunto do acordo.

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B10 Um acordo contratual pode incluir cláusulas sobre resolução de litígios, como, por exemplo, arbitragem.
Essas disposições podem permitir que decisões sejam tomadas na ausência de consentimento unânime
entre as partes que têm controle comum. A existência dessas disposições não impede que o acordo seja
controlado em conjunto e, consequentemente, seja um negócio em conjunto.
Avaliando controle conjunto

O acordo contratual
dá a todas as partes, ou a Fora do alcance
um grupo das partes, controle do Não
da IFRS 11
negócio coletivamente

Sim

Decisões sobre
as atividades relevantes requerem
o consentimento unânime de todas as partes, Fora do alcance
Não
ou de um grupo das partes, que controlam da IFRS 11
coletivamente o negócio?

Sim

O negócio é controlado conjuntamente:


o negócio é um negócio em conjunto

B11 Quando um acordo está fora do alcance da IFRS 11, uma entidade contabiliza sua participação no negócio
em conformidade com as IFRSs pertinentes, como, por exemplo, a IFRS 10, a IAS 28 (tal como alterada
em 2011) ou a IFRS 9.

Tipos de negócios em conjunto (parágrafos 14-19)


B12 Negócios em conjunto são estabelecidos para uma série de propósitos (por exemplo, como forma de as
partes compartilharem custos e riscos ou como forma de oferecer às partes acesso a novas tecnologias
ou novos mercados) e podem ser estabelecidos utilizando-se diferentes estruturas e formas legais.

B13 Alguns acordos não exigem que a atividade objeto do acordo seja empreendida em um veículo separado.
Contudo, outros acordos envolvem o estabelecimento de um veículo separado.

B14 A classificação de negócios em conjunto exigida por esta IFRS depende dos direitos e obrigações das
partes decorrentes do acordo no curso normal dos negócios. Esta IFRS classifica negócio em conjunto
como operações em conjunto ou empreendimentos em conjunto (joint ventures). Quando uma entidade
tem direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados ao acordo, o acordo é uma
operação em conjunto. Quando uma entidade tem direitos sobre os ativos líquidos do acordo, o acordo
é um empreendimento em conjunto (joint venture). Os parágrafos B16-B33 definem a avaliação que
uma entidade realiza para determinar se tem uma participação em uma operação em conjunto ou uma
participação em um empreendimento em conjunto (joint venture).

Classificação de um negócio em conjunto


B15 Conforme indicado no parágrafo B14, a classificação de negócios em conjunto exige que as partes avaliem
seus direitos e obrigações decorrentes do negócio. Ao efetuar essa avaliação, a entidade considerará o
seguinte:

(a) a estrutura do negócio em conjunto (vide parágrafos B16-B21).

(b) quando o negócio em conjunto é estruturado por meio de um veículo separado:

(i) a forma legal do veículo separado (vide parágrafos B22-B24);

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(ii) os termos do acordo contratual (vide parágrafos B25-B28); e

(iii) quando relevante, outros fatos e circunstâncias (vide parágrafos B29-B33).

Estrutura do negócio em conjunto

Negócios em conjunto não estruturados por meio de um veículo separado

B16 Um negócio em conjunto que não é estruturado por meio de um veículo separado é uma operação
em conjunto. Nesses casos, o acordo contratual estabelece os direitos das partes sobre os ativos e as
obrigações pelos passivos relacionados ao acordo e os direitos das partes sobre as respectivas receitas e
as obrigações pelas respectivas despesas.

B17 O acordo contratual frequentemente descreve a natureza das atividades objeto do acordo e como as
partes pretendem empreender essas atividades em conjunto. Por exemplo, as partes de um negócio em
conjunto poderiam concordar em fabricar um produto em conjunto, sendo cada parte responsável por
uma tarefa específica e cada uma delas utilizando seus próprios ativos e incorrendo em seus próprios
passivos. O acordo contratual poderia especificar também como as receitas e despesas que são comuns
para as partes devem ser compartilhadas entre elas. Nesse caso, cada operador em conjunto reconhece
em suas demonstrações financeiras os ativos e passivos utilizados para a tarefa específica e a sua parcela
das receitas e despesas em conformidade com o acordo contratual.

B18 Em outros casos, as partes de um negócio em conjunto podem concordar, por exemplo, em compartilhar
e operar um ativo em conjunto. Nesse caso, o acordo contratual estabelece os direitos das partes sobre
o ativo operado em conjunto e como a produção ou a receita do ativo e os custos operacionais são
compartilhados entre as partes. Cada operador em conjunto contabiliza sua parcela do ativo em conjunto
e sua parcela acordada de quaisquer passivos e reconhece sua parcela da produção, receitas e despesas
em conformidade com o acordo contratual.

Negócios em conjunto estruturados por meio de um veículo separado

B19 Um negócio em conjunto no qual os ativos e passivos relativos ao acordo são mantidos em um veículo
separado pode ser um empreendimento em conjunto (joint venture) ou uma operação em conjunto.

B20 A classificação de uma parte como operador em conjunto ou empreendedor em conjunto depende de
seus direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados ao acordo que são mantidos no
veículo separado.

B21 Como indicado no parágrafo B15, quando tiverem estruturado um negócio em conjunto em um veículo
separado, as partes precisam avaliar se a forma legal do veículo separado, os termos do acordo contratual
e, quando relevante, quaisquer outros fatos e circunstâncias lhes proporcionam:

(a) direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados ao acordo (ou seja, o acordo é
uma operação em conjunto); ou

(b) direitos sobre os ativos líquidos do acordo (ou seja, o acordo é um empreendimento em conjunto
(joint venture)).

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Classificação de um negócio em conjunto: avaliação dos


direitos e obrigações das partes decorrentes do negócio

Estrutura do negócio em conjunto

Não estruturado por meio de Estruturado por meio de um veículo


um veículo separado separado

Uma entidade considerará:
(i) A forma legal do veículo
separado;
(ii) Os termos do acordo
contratual; e
(iii) Quando relevante, outros
fatos e circunstâncias.

Operação em conjunto Empreendimento em conjunto

A forma legal do veículo separado

B22 A forma legal do veículo separado é relevante ao avaliar o tipo de negócio em conjunto. A forma legal
auxilia na avaliação inicial dos direitos das partes sobre os ativos e suas obrigações pelos passivos
mantidos no veículo separado, como, por exemplo, se as partes têm participações sobre os ativos mantidos
no veículo separado e se são responsáveis pelos passivos mantidos no veículo separado.

B23 Por exemplo, as partes podem conduzir o negócio em conjunto por meio de um veículo separado, cuja
forma legal faz com que o veículo separado seja considerado como independente (ou seja, os ativos e
passivos mantidos no veículo separado são os ativos e passivos do próprio veículo separado e não os
ativos e passivos das partes). Nesse caso, a avaliação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela
forma legal do veículo separado indica que o acordo é um empreendimento em conjunto (joint venture).
Contudo, os termos pactuados pelas partes em seu acordo contratual (vide parágrafos B25-B28) e, quando
relevante, outros fatos e circunstâncias (vide parágrafos B29-B33) podem se sobrepor à avaliação dos
direitos e obrigações conferidos às partes pela forma legal do veículo separado.

B24 A avaliação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela forma legal do veículo separado é suficiente
para concluir que o acordo é uma operação em conjunto somente se as partes conduzirem o negócio
em conjunto em um veículo separado cuja forma legal não confira separação entre as partes e o veículo
separado (ou seja, os ativos e passivos mantidos no veículo separado são os ativos e passivos das partes).

Avaliando os termos do acordo contratual

B25 Em muitos casos, os direitos e obrigações convencionados pelas partes em seus acordos contratuais são
consistentes ou não conflitantes com os direitos e obrigações conferidos às partes pela forma legal do
veículo separado no qual o acordo foi estruturado.

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B26 Em outros casos, as partes utilizam o acordo contratual para reverter ou modificar os direitos e obrigações
conferidos pela forma legal do veículo separado no qual o acordo foi estruturado.

Exemplo de aplicação
Exemplo 4

Suponha-se que duas partes estruturam um negócio em conjunto em uma entidade com
personalidade jurídica. Cada parte tem uma participação de 50% na entidade com personalidade
jurídica. A constituição da entidade permite a separação entre ela e seus sócios e, como
consequência, os ativos e passivos mantidos na entidade são os ativos e passivos da entidade com
personalidade jurídica. Nesse caso, a avaliação dos direitos e obrigações conferidos às partes
pela forma legal do veículo separado indica que as partes têm direitos sobre os ativos líquidos
do acordo.

Contudo, as partes modificam as características da sociedade por meio de seu acordo contratual, de
modo que cada uma tenha uma participação sobre os ativos da entidade com personalidade jurídica
e cada uma seja responsável pelos passivos da entidade com personalidade jurídica em uma
proporção determinada. Essas modificações contratuais às características de uma sociedade podem
fazer com que um acordo seja uma operação em conjunto.

B27 A tabela a seguir compara termos comuns em acordos contratuais de partes de uma operação em conjunto
e termos comuns em acordos contratuais de partes de um empreendimento em conjunto (joint venture).
Os exemplos de termos contratuais fornecidos na tabela abaixo não são exaustivos.

Avaliando os termos do negócio contratual


Operação em conjunto Empreendimento em conjunto
(joint venture)
Os termos do acordo O acordo contratual dá às partes O acordo contratual dá às partes do
contratual do negócio em conjunto direitos negócio em conjunto direitos sobre
sobre os ativos e obrigações pelos os ativos líquidos do negócio (ou
passivos relacionados ao negócio. seja, é o veículo separado, e não as
partes, que tem direitos sobre os
ativos e obrigações pelos passivos
relacionados ao negócio).
Direitos sobre os O acordo contratual estabelece O acordo contratual estabelece que
ativos que as partes do negócio os ativos incorporados ao negócio
em conjunto compartilhem ou posteriormente adquiridos
todas as participações (por pelo negócio em conjunto são os
exemplo, direitos, titularidade ativos do negócio. As partes não
ou propriedade) sobre os ativos têm nenhuma participação (ou
relacionados ao negócio em uma seja, nenhum direito, titularidade
proporção determinada (por ou propriedade) sobre os ativos
exemplo, proporcionalmente à do negócio.
participação das partes no acordo
ou proporcionalmente à atividade
realizada por meio do acordo
que seja diretamente atribuída às
partes).

continua...

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...continuação

Avaliando os termos do negócio contratual


Operação em conjunto Empreendimento em conjunto
(joint venture)
Obrigações sobre os O acordo contratual estabelece que O acordo contratual estabelece
passivos as partes do negócio em conjunto que o negócio em conjunto é
compartilhem todos os passivos, responsável pelas dívidas e
obrigações, custos e despesas em obrigações do acordo.
uma proporção determinada (por
O acordo estabelece que as partes
exemplo, proporcionalmente à
do negócio em conjunto são
participação das partes no acordo
responsáveis pelo acordo somente
ou proporcionalmente à atividade
na medida de seus respectivos
realizada por meio do acordo
investimentos no acordo ou de suas
que seja diretamente atribuída
respectivas obrigações de aportar
às partes).
qualquer capital não integralizado
ou adicional ao acordo, ou ambos.
O acordo contratual estabelece que O acordo contratual declara que os
as partes do negócio em conjunto credores do negócio em conjunto
são responsáveis por quaisquer não têm direitos de regresso contra
reivindicações de terceiros. qualquer parte em relação a dívidas
ou obrigações do acordo.
Receitas, despesas, O acordo contratual estabelece a O acordo contratual estabelece
lucros e perdas alocação de receitas e despesas com a parcela de cada parte sobre os
base no desempenho relativo de lucros e perdas relacionados às
cada parte do negócio em conjunto. atividades do acordo.
Por exemplo, o acordo contratual
pode estabelecer que receitas e
despesas sejam alocadas com
base na capacidade que cada parte
utiliza em uma fábrica operada
em conjunto, que pode diferir de
sua participação no negócio em
conjunto. Em outros casos, as
partes podem ter concordado em
compartilhar os lucros e perdas
relacionados ao acordo com base
em uma proporção determinada,
como, por exemplo, a participação
das partes no acordo. Isso não
impediria que o acordo fosse
uma operação em conjunto se as
partes tivessem direitos sobre os
ativos e obrigações pelos passivos
relacionados ao acordo.

continua...

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...continuação

Avaliando os termos do negócio contratual


Operação em conjunto Empreendimento em conjunto
(joint venture)
Garantias Exige-se com frequência que as partes de negócios em conjunto prestem
garantias a terceiros que, por exemplo, recebem um serviço ou fornecem
financiamento ao negócio em conjunto. A prestação dessas garantias ou
o compromisso das partes de fornecê-las não determina por si só que o
negócio em conjunto é uma operação em conjunto. A característica que
determina se o negócio em conjunto é uma operação em conjunto ou um
empreendimento em conjunto (joint venture) é se as partes têm obrigações
pelos passivos relacionados ao acordo (para alguns dos quais as partes
podem ou não ter prestado garantia).

B28 Quando o acordo contratual especifica que as partes têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos
passivos relacionados ao acordo, elas são partes de uma operação em conjunto e não precisam considerar
outros fatos e circunstâncias (parágrafos B29–B33) para fins de classificação do negócio em conjunto.

Avaliando outros fatos e circunstâncias

B29 Quando os termos do acordo contratual não especificam que as partes têm direitos sobre os ativos e
obrigações pelos passivos relacionados ao acordo, as partes considerarão outros fatos e circunstâncias
para avaliar se o acordo é uma operação em conjunto ou um empreendimento em conjunto (joint venture).

B30 Um negócio em conjunto pode ser estruturado em um veículo separado cuja forma legal confira separação
entre as partes e o veículo separado. Os termos contratuais convencionados entre as partes podem
não especificar os direitos das partes sobre os ativos e suas obrigações pelos passivos; não obstante, a
consideração de outros fatos e circunstâncias pode levar a que esse acordo seja classificado como uma
operação em conjunto. Esse será o caso quando outros fatos e circunstâncias derem às partes direitos
sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados ao acordo.

B31 Quando as atividades de um acordo forem destinadas basicamente para o fornecimento de produção
para as partes, isso indica que as partes têm direitos sobre substancialmente a totalidade dos benefícios
econômicos dos ativos do acordo. As partes desses acordos frequentemente asseguram seu acesso à
produção decorrente do acordo ao impedir que o acordo venda a produção a terceiros.

B32 O efeito de um acordo com essa estrutura e propósito é que os passivos incorridos pelo acordo são, em
essência, satisfeitos pelos fluxos de caixa recebidos das partes através da compra da produção por elas.
Quando as partes são substancialmente a única fonte de fluxos de caixa que contribui para a continuidade
das operações do acordo, isso indica que as partes têm uma obrigação pelos passivos relacionados
ao acordo.

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Exemplo de aplicação
Exemplo 5

Suponha-se que duas partes estruturam um negócio em conjunto em uma entidade com
personalidade jurídica (entidade C), na qual cada parte tem uma participação societária de 50%.
O objetivo do acordo é a fabricação de materiais de que as partes necessitam para seus próprios
processos de fabricação individuais. O acordo assegura que as partes operem a instalação que
produz os materiais de acordo com as especificações de quantidade e qualidade das partes.

A forma legal da entidade C (uma entidade com personalidade jurídica), por meio da qual as
atividades são conduzidas inicialmente, indica que os ativos e passivos mantidos na entidade C
são os ativos e passivos da entidade C. O acordo contratual entre as partes não especifica que as
partes têm direitos sobre os ativos ou obrigações pelos passivos da entidade C. Consequentemente,
a forma legal da entidade C e os termos do acordo contratual indicam que o acordo é um
empreendimento em conjunto (joint venture).

Contudo, as partes consideram também os seguintes aspectos do acordo:

yy As partes concordaram em comprar toda a produção da entidade C na proporção de 50:50.


A entidade C não pode vender nenhuma parte da produção a terceiros, salvo com a aprovação
das duas partes do acordo. Como o propósito do acordo é fornecer às partes a produção de que
necessitam, espera-se que essas vendas a terceiros sejam incomuns e não relevantes.

yy O preço da produção vendida às partes é fixado por ambas as partes, em um nível que se
destina a cobrir os custos de produção e as despesas administrativas incorridas pela entidade
C. Com base nesse modelo operacional, pretende-se que o acordo opere em um nível de
equilíbrio.

A partir da situação acima, os seguintes fatos e circunstâncias são relevantes:

yy A obrigação das partes de adquirir toda a produção da entidade C reflete a dependência


exclusiva da entidade C em relação às partes para a geração de fluxos de caixa e, assim, as
partes têm a obrigação de financiar a liquidação dos passivos da entidade C.

yy O fato de que as partes têm direitos sobre substancialmente a totalidade da produção da


entidade C significa que as partes estão consumindo – e, portanto, têm direitos sobre – todos
os benefícios econômicos dos ativos da entidade C.

Esses fatos e circunstâncias indicam que o acordo é uma operação em conjunto. A conclusão
sobre a classificação do negócio em conjunto nessas circunstâncias não se alteraria se, em vez de
utilizarem elas próprias sua parcela da produção em um processo de fabricação subsequente, as
partes vendessem sua parcela da produção a terceiros.

Se as partes modificassem os termos do acordo contratual de modo que o acordo pudesse vender
a produção a terceiros, isso resultaria em que a entidade C assumiria os riscos de demanda,
estoque e crédito. Nesse cenário, essa mudança nos fatos e circunstâncias exigiria a reavaliação da
classificação do negócio em conjunto. Esses fatos e circunstâncias indicariam que o acordo é um
empreendimento em conjunto (joint venture).

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B33 O fluxograma a seguir reflete a avaliação seguida por uma entidade para classificar um acordo quando
o negócio em conjunto é estruturado por meio de um veículo separado:
Classificação de um negócio em conjunto estruturado
por meio de um veículo separado

Forma legal do A forma legal do veículo separado


veículo separado dá às partes direitos aos ativos,
e obrigações pelos passivos, Sim
relacionados ao negócio?
Não

Termos do Os termos do acordo contratual


acordo contratual especificam que as partes têm Operação
direitos aos ativos, e obrigações Sim em conjunto
pelos passivos, relacionados ao
negócio?
Não

Outros fatos e As partes estruturaram o acordo


circunstâncias de modo que:
(a) suas atividades destinem-se Sim
basicamente a fornecer às
partes a produção (ou seja,
as partes têm direitos sobre
substancialmente a totalidade
dos benefícios econômicos
dos ativos mantidos no
veículo separado) e
(b) dependa das partes
continuamente
estabelecerem o passivo
relativo à atividade conduzida
por meio do acordo?
Não

Empreendimento em conjunto

Demonstrações financeiras de partes de um negócio em conjunto (parágrafo 22)

Contabilização de vendas ou aportes de ativos a uma operação


em conjunto
B34 Quando uma entidade realiza uma transação com uma operação em conjunto na qual ela é um operador
em conjunto, como, por exemplo, uma venda ou aporte de ativos, ela está conduzindo a transação com
as demais partes da operação em conjunto e, como tal, o operador em conjunto reconhecerá ganhos e
perdas decorrentes dessa transação somente na medida das participações das demais partes na operação
em conjunto.

B35 Quando essas transações fornecem evidência de uma redução no valor líquido realizável dos ativos a
serem vendidos ou aportados à operação em conjunto ou de uma perda por redução ao valor recuperável
desses ativos, essas perdas serão reconhecidas integralmente pelo operador em conjunto.

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Contabilização de compras de ativos de uma operação em conjunto


B36 Quando uma entidade realiza uma transação com uma operação em conjunto na qual ela é um operador
em conjunto, como, por exemplo, uma compra de ativos, ela não reconhece a sua parcela dos ganhos e
perdas até que revenda esses ativos a um terceiro.

B37 Quando essas transações fornecem evidência de uma redução no valor líquido realizável dos ativos a
serem comprados ou de uma perda por redução ao valor recuperável desses ativos, o operador em conjunto
reconhecerá a sua parcela dessas perdas.

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Apêndice C
Data de vigência, transição e revogação de outras IFRSs

Este apêndice é parte integrante da IFRS e tem a mesma autoridade que as demais partes da IFRS.

Data de vigência
C1 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se aplicar antecipadamente esta IFRS, a entidade divulgará esse fato
e, ao mesmo tempo, aplicará a IFRS 10, a IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades,
a IAS 27 (tal como alterada em 2011) e a IAS 28 (tal como alterada em 2011).

C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em


Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12), emitida
em junho de 2012, alterou os parágrafos C2–C5, C7–C10 e C12 e acrescentou os parágrafos C1B e
C12A–C12B. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2013. Se aplicar a IFRS 11 a um período anterior, a entidade aplicará essas alterações a esse
período anterior.

Transição
C1B Não obstante os requisitos do parágrafo 28 da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros, quando esta IFRS for aplicada pela primeira vez, uma entidade somente precisará
apresentar as informações quantitativas exigidas pelo parágrafo 28(f) da IAS 8 para o período
anual imediatamente precedente ao primeiro período anual ao qual se aplica a IFRS 11 (o “período
imediatamente precedente”). Uma entidade pode também apresentar estas informações em relação ao
período atual ou a períodos comparativos anteriores, mas não está obrigada a fazê-lo.

Empreendimentos em conjunto (joint ventures) – transição da


consolidação proporcional para o método de equivalência patrimonial
C2 Ao mudar da consolidação proporcional para o método de equivalência patrimonial, uma entidade
reconhecerá seu investimento no empreendimento em conjunto (joint venture) no início do período
imediatamente precedente. Esse investimento inicial será mensurado como o total dos valores contábeis
dos ativos e passivos que a entidade havia anteriormente consolidado proporcionalmente, incluindo
qualquer ágio resultante de aquisição. Se o ágio pertenceu anteriormente a uma unidade geradora de caixa
maior ou a um grupo de unidades geradoras de caixa, a entidade alocará o ágio ao empreendimento em
conjunto (joint venture) com base nos valores contábeis relativos do empreendimento em conjunto (joint
venture) e da unidade geradora de caixa ou grupo de unidades geradoras de caixa ao qual pertenceu.

C3 O saldo de abertura do investimento, determinado de acordo com o parágrafo C2, é considerado como o
custo atribuído do investimento no reconhecimento inicial. Uma entidade aplicará os parágrafos 40-43 da
IAS 28 (tal como alterada em 2011) ao saldo de abertura do investimento para avaliar se o investimento
não tem recuperação e reconhecerá qualquer perda por redução ao valor recuperável como um ajuste a
lucros acumulados no início do período imediatamente precedente. A exceção de reconhecimento inicial
dos parágrafos 15 e 24 da IAS 12 – Impostos sobre a Renda não se aplica quando a entidade reconhece
um investimento em um empreendimento em conjunto (joint venture) como resultado da aplicação dos
requisitos de transição para empreendimentos em conjunto (joint ventures) que haviam sido anteriormente
consolidados proporcionalmente.

C4 Se a agregação de todos os ativos e passivos anteriormente consolidados proporcionalmente resulta em


ativos líquidos negativos, uma entidade avaliará se tem obrigações legais ou presumidas em relação
aos ativos líquidos negativos e, em caso afirmativo, a entidade reconhecerá o respectivo passivo. Se a
entidade concluir que não tem obrigações legais ou presumidas em relação aos ativos líquidos negativos,

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IFRS 11

ela não reconhecerá o respectivo passivo, mas fará um ajuste a lucros acumulados no início do período
imediatamente precedente. A entidade divulgará esse fato, juntamente com a sua parcela acumulada
não reconhecida das perdas de seus empreendimentos em conjunto (joint ventures) no início do período
imediatamente precedente e na data em que esta IFRS for aplicada pela primeira vez.

C5 Uma entidade divulgará a composição dos ativos e passivos que foram agregados ao saldo de investimentos
em rubrica única no início do período imediatamente precedente. Essa divulgação será elaborada de forma
agregada para todos os empreendimentos em conjunto (joint ventures) em relação aos quais a entidade
aplicar os requisitos de transição referidos nos parágrafos C2-C6.

C6 Após o reconhecimento inicial, uma entidade contabilizará seu investimento no empreendimento em


conjunto (joint venture) utilizando o método de equivalência patrimonial de acordo com a IAS 28 (tal
como alterada em 2011).

Operações em conjunto – transição do método de equivalência


patrimonial para a contabilização de ativos e passivos
C7 Ao mudar do método de equivalência patrimonial para a contabilização de ativos e passivos em relação à
sua participação em uma operação em conjunto, uma entidade baixará, no início do período imediatamente
precedente, o investimento que foi contabilizado anteriormente utilizando-se o método de equivalência
patrimonial e quaisquer outros itens que faziam parte do investimento líquido da entidade no negócio
em conformidade com o parágrafo 38 da IAS 28 (tal como alterada em 2011) e reconhecerá sua parcela
em cada um dos ativos e passivos em relação à sua participação na operação em conjunto, incluindo
qualquer ágio que possa ter feito parte do valor contábil do investimento.

C8 Uma entidade determinará sua participação nos ativos e passivos relacionados à operação em conjunto
com base em seus direitos e obrigações em uma proporção determinada em conformidade com o acordo
contratual. Uma entidade mensura os valores contábeis iniciais dos ativos e passivos por meio de sua
desagregação do valor contábil do investimento no início do período imediatamente precedente, com
base nas informações utilizadas pela entidade ao aplicar o método de equivalência patrimonial.

C9 Qualquer diferença resultante do investimento anteriormente contabilizado utilizando-se o método de


equivalência patrimonial, juntamente com quaisquer outros itens que faziam parte do investimento líquido
da entidade no acordo, em conformidade com o parágrafo 38 da IAS 28 (tal como alterada em 2011), e
do valor líquido reconhecido dos ativos e passivos, incluindo qualquer ágio, será:

(a) compensada com qualquer ágio relativo ao investimento, sendo que qualquer diferença restante
será ajustada contra lucros acumulados no início do período imediatamente precedente, se o valor
líquido reconhecido dos ativos e passivos, incluindo qualquer ágio, for superior ao investimento
baixado (e quaisquer outros itens que faziam parte do investimento líquido da entidade).

(b) ajustada contra lucros acumulados no início do período imediatamente precedente, se o valor líquido
reconhecido dos ativos e passivos, incluindo qualquer ágio, for inferior ao investimento baixado
(e quaisquer outros itens que faziam parte do investimento líquido da entidade).

C10 Uma entidade que mudar do método de equivalência patrimonial para a contabilização de ativos e
passivos fornecerá uma conciliação entre o investimento baixado e os ativos e passivos reconhecidos,
juntamente com qualquer diferença restante ajustada contra lucros acumulados, no início do período
imediatamente precedente.

C11 A exceção de reconhecimento inicial dos parágrafos 15 e 24 da IAS 12 não se aplica quando a entidade
reconhece ativos e passivos relacionados à sua participação em uma operação em conjunto.

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IFRS 11

Disposições de transição nas demonstrações financeiras separadas de


uma entidade
C12 Uma entidade que, de acordo com o parágrafo 10 da IAS 27, contabilizava anteriormente em suas
demonstrações financeiras separadas a sua participação em uma operação em conjunto como um
investimento pelo custo ou em conformidade com a IFRS 9:

(a) baixará o investimento e reconhecerá os ativos e passivos relacionados à sua participação na


operação em conjunto pelos valores determinados de acordo com os parágrafos C7-C9.

(b) fornecerá uma conciliação entre o investimento baixado e os ativos e passivos reconhecidos,
juntamente com qualquer diferença restante ajustada contra lucros acumulados, no início do período
imediatamente precedente.

Referências ao “período imediatamente precedente”


C12A Não obstante as referências ao ‘período imediatamente precedente’ nos parágrafos C2–C12, uma
entidade também pode apresentar informações comparativas ajustadas para quaisquer períodos
anteriores apresentados, mas não é obrigada a fazê-lo. Se uma entidade efetivamente apresentar
informações comparativas ajustadas para quaisquer períodos anteriores, todas as referências ao “período
imediatamente precedente” nos parágrafos C2–C12 serão lidas como o “período comparativo ajustado
mais antigo apresentado”.

C12B Se uma entidade apresentar informações comparativas não ajustadas para quaisquer períodos anteriores,
ela identificará claramente as informações que não foram ajustadas, declarará que elas foram preparadas
em uma base diferente e explicará essa base.

C13 A exceção de reconhecimento inicial dos parágrafos 15 e 24 da IAS 12 não se aplica quando a entidade
reconhece ativos e passivos relacionados à sua participação em uma operação em conjunto em suas
demonstrações financeiras separadas como resultado da aplicação dos requisitos de transição para
operações em conjunto referidos no parágrafo C12.

Referências à IFRS 9
C14 Se uma entidade aplicar esta IFRS, mas ainda não aplicar a IFRS 9, qualquer referência à IFRS 9 será
lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Revogação de outras IFRSs


C15 Esta IFRS substitui as seguintes IFRSs:

(a) IAS 31 – Participações em Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures); e

(b) SIC‑13 – Entidades Controladas em Conjunto – Contribuições Não Monetárias dos Investidores.

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IFRS 11

Apêndice D
Alterações a outras IFRSs

Este apêndice apresenta alterações a outras IFRSs como consequência da emissão da IFRS 11 pelo Conselho.
Uma entidade aplicará as alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Se aplicar a
IFRS 11 a um período anterior, a entidade aplicará as alterações a esse período anterior. Os parágrafos alterados
são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2011, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

A396 ©
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IFRS 12

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 12

Divulgação de Participações em Outras Entidades


Em maio de 2011 o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a IFRS 12 – Divulgação de
Participações em Outras Entidades. A IFRS 12 substituiu os requisitos de divulgação da IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Separadas, da IAS 28 – Investimentos em Coligadas e da IAS 31 – Participações em
Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures).

Em junho de 2012, a IFRS 12 foi alterada por Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto
e Divulgação de Participações em Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11
e à IFRS 12). Essas alterações forneceram uma isenção de transição adicional na IFRS 12, limitando o requisito de
apresentar informações comparativas ajustadas apenas para o período anual imediatamente precedente ao primeiro
período anual ao qual se aplica a IFRS 12. Além disso, para divulgações relativas a entidades estruturadas não
consolidadas, as alterações eliminaram o requisito de apresentar informações comparativas para períodos antes
que a IFRS 12 seja aplicada pela primeira vez.

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 12
DIVULGAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS ENTIDADES
OBJETIVO 1
Atingindo o objetivo 2
ALCANCE 5
JULGAMENTOS E PREMISSAS SIGNIFICATIVOS 7
PARTICIPAÇÕES EM SUBSIDIÁRIAS 10
A participação de participações de não controladores nas
atividades e fluxos de caixa do grupo 12
A natureza e extensão de restrições significativas 13
Natureza dos riscos associados às participações de uma entidade
em entidades estruturadas consolidadas 14
Consequências de mudanças na participação societária de uma controladora
em uma subsidiária que não resultam em uma perda de controle 18
Consequências da perda de controle de uma
subsidiária durante o período de relatório 19
PARTICIPAÇÕES EM NEGÓCIOS EM CONJUNTO E COLIGADAS 20
Natureza, extensão e efeitos financeiros das participações de uma
entidade em negócios em conjunto e coligadas 21
Riscos associados às participações de uma entidade em empreendimentos
em conjunto (joint ventures) e coligadas 23
PARTICIPAÇÕES EM ENTIDADES ESTRUTURADAS NÃO CONSOLIDADAS 24
Natureza das participações 26
Natureza dos riscos 29
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Data de vigência e transição
D Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 12 EMITIDA EM MAIO DE 2011


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS,
NEGÓCIOS EM CONJUNTO E DIVULGAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS ENTIDADES:
ORIENTAÇÃO DE TRANSIÇÃO (ALTERAÇÕES ÀS IFRS 10, IFRS 11 E IFRS 12)
EMITIDA EM JUNHO DE 2012
BASE PARA CONCLUSÕES

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades


(IFRS 12) é definida nos parágrafos 1-31 e nos Apêndices A-D. Todos os parágrafos têm igual importância.
Os parágrafos em negrito indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A encontram-se em
itálico na primeira vez em que aparecem na IFRS. As definições de outros termos são dadas no Glossário das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 12 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da
Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis
e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades se aplica a entidades que tenham uma
participação em uma subsidiária, em um negócio em conjunto, em uma coligada ou em uma entidade
estruturada não consolidada.

IN2 A IFRS é aplicável para períodos anuais iniciados em ou após de 1º de janeiro de 2013. A aplicação
antecipada é permitida.

Motivos para emitir a IFRS


IN3 Os usuários de demonstrações financeiras têm solicitado consistentemente melhorias na divulgação das
participações de uma entidade que reporta em outras entidades para ajudar a identificar os lucros e perdas
e os fluxos de caixa disponíveis à entidade que reporta e a determinar o valor de um investimento atual
ou futuro na entidade que reporta.

IN4 Eles destacaram a necessidade de melhores informações sobre as subsidiárias que são consolidadas,
bem como sobre as participações de uma entidade em negócios em conjunto e coligadas que não são
consolidadas, mas com os quais a entidade tem uma relação especial.

IN5 A crise financeira global que teve início em 2007 destacou também a falta de transparência sobre os riscos
aos quais uma entidade que reporta estava exposta em decorrência de seu envolvimento com entidades
estruturadas, incluindo aquelas que havia patrocinado.

IN6 Em resposta a informações recebidas de usuários e outros, incluindo os líderes do G20 e o Conselho de
Estabilidade Financeira, o Conselho decidiu abordar na IFRS 12 a necessidade de melhoria na divulgação
das participações de uma entidade que reporta em outras entidades quando a entidade que reporta tem
uma relação especial com essas outras entidades.

IN7 O Conselho identificou uma oportunidade de integrar e tornar consistentes as exigências de divulgação
para subsidiárias, negócios em conjunto, coligadas e entidades estruturadas não consolidadas e apresentar
essas exigências em uma única IFRS. O Conselho observou que as exigências de divulgação da IAS 27 –
Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, da IAS 28 – Investimentos em Coligadas e da
IAS 31 – Participações em Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures) se sobrepunham em muitas
áreas. Além disso, muitos comentaram que as exigências de divulgação de participações em entidades
estruturadas não consolidadas não deveriam estar localizadas em uma norma de consolidação. Portanto,
o Conselho concluiu que uma norma de divulgação combinada para participações em outras entidades
facilitaria a compreensão e aplicação dos requisitos de divulgação para subsidiárias, empreendimentos
em conjunto (joint ventures), coligadas e entidades estruturadas não consolidadas.

Principais características da IFRS


IN8 A IFRS exige que uma entidade divulgue informações que permitam aos usuários de demonstrações
financeiras avaliar:

(a) a natureza de suas participações em outras entidades e os riscos associados a tais participações; e

(b) os efeitos dessas participações sobre a sua posição financeira, desempenho financeiro e fluxos
de caixa.

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IFRS 12

Requisitos gerais
IN9 A IFRS estabelece objetivos de divulgação de acordo com os quais uma entidade divulga informações
que permitem aos usuários de suas demonstrações financeiras

(a) compreender:

(i) os julgamentos e premissas significativos (e mudanças a esses julgamentos e premissas)


feitos na determinação da natureza de sua participação em outra entidade ou acordo (ou seja,
controle, controle conjunto ou influência significativa) e na determinação do tipo de negócio
em conjunto no qual tem uma participação; e

(ii) a participação de participações de não controladores nas atividades e fluxos de caixa do


grupo; e

(b) avaliar:

(i) a natureza e extensão de restrições significativas sobre sua capacidade de acessar ou usar
ativos e liquidar passivos do grupo;

(ii) a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades estruturadas consolidadas
e mudanças nesses riscos;

(iii) a natureza e extensão de suas participações em entidades estruturadas não consolidadas, a


natureza dos riscos associados a essas participações e mudanças nesses riscos;

(iv) a natureza, extensão e efeitos financeiros de suas participações em negócios em conjunto e


coligadas e a natureza dos riscos associados a essas participações;

(v) as consequências de mudanças na participação societária de uma controladora em uma


subsidiária que não resultam em uma perda de controle; e

(vi) as consequências da perda de controle de uma subsidiária durante o período de relatório.

IN10 A IFRS especifica as divulgações mínimas que uma entidade deve fornecer. Se as divulgações mínimas
exigidas pela IFRS não são suficientes para atingir o objetivo de divulgação, a entidade divulga quaisquer
informações adicionais que sejam necessárias para atingir esse objetivo.

IN11 A IFRS exige que uma entidade considere o nível de detalhe necessário para atingir o objetivo de
divulgação e quanta ênfase deve ser dada a cada uma das exigências da IFRS. Uma entidade agregará
ou desagregará divulgações de modo que informações úteis não sejam obscurecidas, seja pela inclusão
de uma grande quantidade de detalhes insignificantes ou pela agregação de itens que possuem
características diferentes.

IN12 Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
introduziu uma exceção ao princípio da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas de que todas
as subsidiárias devem ser consolidadas. As alterações definem uma entidade de investimento e exigem
que uma controladora que seja uma entidade de investimento mensure seus investimentos em subsidiárias
específicas ao valor justo por meio do resultado de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros
(ou a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, se a IFRS 9 ainda não tiver
sido adotada), em vez de consolidar essas subsidiárias em suas demonstrações financeiras consolidadas
e separadas. Consequentemente, as alterações introduziram também novos requisitos de divulgação para
entidades de investimento nesta IFRS e na IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 12


Divulgação de Participações em Outras Entidades

Objetivo
1 O objetivo desta IFRS é exigir que uma entidade divulgue informações que permitam aos usuários
de suas demonstrações financeiras avaliar:

(a) a natureza de suas participações em outras entidades e os riscos associados a tais participações; e

(b) os efeitos dessas participações sobre a sua posição financeira, desempenho financeiro e fluxos
de caixa.

Atingindo o objetivo
2 Para atingir o objetivo do parágrafo 1, uma entidade divulgará:

(a) os julgamentos e premissas significativos adotados ao determinar:

(i) a natureza de sua participação em outra entidade ou negócio;

(ii) o tipo de negócio em conjunto no qual ela possui uma participação (parágrafos 7–9);

(iii) que ela atende à definição de entidade de investimento, se aplicável (parágrafo 9A); e

(b) informações sobre suas participações em:

(i) subsidiárias (parágrafos 10-19);

(ii) negócios em conjunto e coligadas (parágrafos 20-23); e

(iii) entidades estruturadas que não são controladas pela entidade (entidades estruturadas não
consolidadas) (parágrafos 24-31).

3 Se as divulgações exigidas por esta IFRS, juntamente com as divulgações exigidas por outras IFRSs, não
atingirem o objetivo do parágrafo 1, uma entidade divulgará quaisquer informações adicionais necessárias
para atingir esse objetivo.

4 Uma entidade considerará o nível de detalhe necessário para atingir o objetivo de divulgação e quanta
ênfase deve ser dada a cada uma das exigências desta IFRS. Ela agregará ou desagregará divulgações
de modo que informações úteis não sejam obscurecidas, seja pela inclusão de uma grande quantidade
de detalhes insignificantes ou pela agregação de itens que possuem características diferentes (vide
parágrafos B2-B6).

Alcance
5 Esta IFRS será aplicada por uma entidade que tenha uma participação em qualquer dos seguintes:

(a) subsidiárias

(b) negócios em conjunto (ou seja, operações em conjunto ou empreendimentos em conjunto


(joint ventures))

(c) coligadas

(d) entidades estruturadas não consolidadas.

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6 Esta IFRS não se aplica a:

(a) planos de benefícios pós-emprego ou outros planos de benefícios de longo prazo aos empregados
aos quais se aplique a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

(b) demonstrações financeiras separadas de uma entidade às quais se aplique a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Separadas. Contudo, se uma entidade tiver participações em entidades estruturadas
não consolidadas e elaborar demonstrações financeiras separadas como suas únicas demonstrações
financeiras, ela aplicará os requisitos dos parágrafos 24-31 ao elaborar essas demonstrações
financeiras separadas.

(c) uma participação detida por uma entidade que tenha participação em um negócio em conjunto,
mas que não tenha o controle conjunto desse negócio em conjunto, a menos que sua participação
resulte em influência significativa sobre o negócio ou constitua uma participação em uma
entidade estruturada.

(d) uma participação em outra entidade que seja contabilizada de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos
Financeiros. Contudo, uma entidade aplicará esta IFRS:

(i) quando essa participação for uma participação em uma coligada ou empreendimento em
conjunto (joint venture) que, de acordo com a IAS 28 – Investimentos em Coligadas e
Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures), for mensurada ao valor justo por meio do
resultado; ou

(ii) quando essa participação for uma participação em uma entidade estruturada não consolidada.

Julgamentos e premissas significativos


7 Uma entidade divulgará informações sobre julgamentos e premissas significativos que fez (e
mudanças a esses julgamentos e premissas) ao determinar:

(a) que tem o controle de outra entidade, ou seja, uma investida, conforme descrito nos parágrafos
5 e 6 da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas;

(b) que possui o controle conjunto de um negócio ou influência significativa sobre outra entidade; e

(c) o tipo de negócio em conjunto (ou seja, operação em conjunto ou empreendimento em conjunto
(joint venture)) quando o negócio tiver sido estruturado por meio de um veículo separado.

8 Os julgamentos e premissas significativos divulgados de acordo com o parágrafo 7, incluem aqueles


adotados pela entidade quando as mudanças nos fatos e circunstâncias são tais que a conclusão sobre se
ela tem controle, controle conjunto ou influência significativa, se modifica durante o período de relatório.

9 Para cumprir com o parágrafo 7, uma entidade divulgará, por exemplo, julgamentos e premissas
significativos adotados ao determinar se:

(a) ela não controla outra entidade, embora detenha mais do que metade dos direitos de voto da
outra entidade.

(b) ela controla outra entidade, embora detenha menos do que metade dos direitos de voto da
outra entidade.

(c) ela é um agente ou um principal (vide parágrafos B58–B72 da IFRS 10).

(d) ela não tem influência significativa, embora detenha 20% ou mais dos direitos de voto de
outra entidade.

(e) ela tem influência significativa, embora detenha menos de 20% dos direitos de voto de outra entidade.

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IFRS 12

Condição de entidade de investimento


9A Quando uma controladora determina que é uma entidade de investimento de acordo com o
parágrafo 27 da IFRS 10, a entidade de investimento divulgará informações sobre julgamentos
e premissas significativos que adotou ao determinar que é uma entidade de investimento. Se a
entidade de investimento não tiver uma ou mais das características típicas de uma entidade de
investimento (vide parágrafo 28 da IFRS 10), ela divulgará as suas razões para concluir que ainda
assim é uma entidade de investimento.

9B Quando uma entidade se tornar ou deixar de ser uma entidade de investimento, ela divulgará a mudança
da condição de entidade de investimento e as razões para a mudança. Além disso, uma entidade que se
tornar uma entidade de investimento divulgará o efeito da mudança de condição sobre as demonstrações
financeiras para o período apresentado, incluindo:

(a) o valor justo total, na data da mudança de condição, das subsidiárias que deixaram de ser
consolidadas;

(b) o ganho ou perda total, se houver, calculado de acordo com o parágrafo B101 da IFRS 10; e

(c) a(s) rubrica(s) em lucros e perdas na qual o ganho ou perda é reconhecido (se não apresentado
separadamente).

Participações em subsidiárias
10 Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações
financeiras consolidadas

(a) compreender:

(i) a composição do grupo; e

(ii) a participação de participações de não controladores nas atividades e fluxos de caixa


do grupo (parágrafo 12); e

(b) avaliar:

(i) a natureza e extensão de restrições significativas sobre sua capacidade de acessar ou


usar ativos e liquidar passivos do grupo (parágrafo 13);

(ii) a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades estruturadas


consolidadas e mudanças nesses riscos (parágrafos 14-17);

(iii) as consequências de mudanças em sua participação societária em uma subsidiária que


não resultam em uma perda de controle (parágrafo 18); e

(iv) as consequências da perda de controle de uma subsidiária durante o período de relatório


(parágrafo 19).

11 Quando as demonstrações financeiras de uma subsidiária utilizadas na elaboração de demonstrações


financeiras consolidadas forem referentes a uma data ou período diferente ao das demonstrações
financeiras consolidadas (vide parágrafos B92 e B93 da IFRS 10), uma entidade divulgará:

(a) a data do final do período de relatório das demonstrações financeiras dessa subsidiária; e

(b) a razão para utilizar uma data ou período diferente.

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IFRS 12

A participação de participações de não controladores nas atividades e


fluxos de caixa do grupo
12 Uma entidade divulgará, para cada uma de suas subsidiárias que tenha participações de não controladores
que sejam relevantes para a entidade que reporta:

(a) o nome da subsidiária.

(b) a sede (e o país de constituição, se diferente ao da sede) da subsidiária.

(c) a proporção de participações societárias detidas por participações de não controladores.

(d) a proporção de direitos de voto detidos por participações de não controladores, se diferente da
proporção de participações societárias detidas.

(e) os lucros e perdas alocados a participações de não controladores da subsidiária durante o período
de relatório.

(f) participações de não controladores acumuladas da subsidiária no final do período de relatório.

(g) informações financeiras resumidas sobre a subsidiária (vide parágrafo B10).

A natureza e extensão de restrições significativas


13 Uma entidade divulgará:

(a) restrições significativas (por exemplo, restrições legais, contratuais e regulatórias) sobre a sua
capacidade de acessar ou usar os ativos e liquidar os passivos do grupo, tais como:

(i) aquelas que restringem a capacidade de uma controladora ou de suas subsidiárias de transferir
caixa ou outros ativos para (ou de) outras entidades dentro do grupo.

(ii) garantias ou outras exigências que possam restringir que dividendos e outras distribuições
de capital sejam pagos ou que empréstimos e adiantamentos sejam feitos ou pagos a (ou por)
outras entidades dentro do grupo.

(b) a natureza e extensão em que direitos de proteção de participações de não controladores possam
restringir significativamente a capacidade da entidade de acessar ou usar os ativos e liquidar os
passivos do grupo (como, por exemplo, quando uma controladora for obrigada a liquidar passivos
de uma subsidiária antes de liquidar seus próprios passivos ou quando a aprovação de participações
de não controladores for exigida seja para acessar os ativos ou para liquidar os passivos de
uma subsidiária).

(c) os valores contábeis, nas demonstrações financeiras consolidadas, dos ativos e passivos aos quais
se aplicam essas restrições.

Natureza dos riscos associados às participações de uma entidade em


entidades estruturadas consolidadas
14 Uma entidade divulgará os termos de quaisquer acordos contratuais que poderiam exigir que a controladora
ou suas subsidiárias fornecessem suporte financeiro a uma entidade estruturada consolidada, incluindo
eventos ou circunstâncias que poderiam expor a entidade que reporta a uma perda (por exemplo, acordos
de liquidez ou gatilhos de classificação de crédito associados a obrigações de comprar ativos da entidade
estruturada ou de fornecer suporte financeiro).

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IFRS 12

15 Se, durante o período de relatório, uma controladora ou quaisquer de suas subsidiárias tiver, sem ter
a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a uma entidade estruturada
consolidada (por exemplo, adquirindo ativos da entidade estruturada ou instrumentos emitidos por ela),
a entidade divulgará:

(a) o tipo e valor do suporte fornecido, incluindo situações nas quais a controladora ou suas subsidiárias
tenham auxiliado a entidade estruturada na obtenção de suporte financeiro; e

(b) as razões para o fornecimento do suporte.

16 Se, durante o período de relatório, uma controladora ou quaisquer de suas subsidiárias tiver, sem ter
a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a uma entidade estruturada
anteriormente não consolidada e esse fornecimento de suporte tiver resultado no controle da entidade
estruturada pela entidade, a entidade divulgará uma explicação dos fatores relevantes para chegar a
essa decisão.

17 Uma entidade divulgará quaisquer intenções atuais de fornecer suporte financeiro ou outro a uma entidade
estruturada consolidada, incluindo intenções de auxiliar a entidade estruturada a obter suporte financeiro.

Consequências de mudanças na participação societária de uma


controladora em uma subsidiária que não resultam em uma perda
de controle
18 Uma entidade apresentará um cronograma que mostre os efeitos sobre o patrimônio líquido atribuível
aos sócios da controladora de quaisquer mudanças na participação societária em uma subsidiária que
não resultam em uma perda de controle.

Consequências da perda de controle de uma subsidiária durante o


período de relatório
19 Uma entidade divulgará o ganho ou perda, se houver, calculado de acordo com o parágrafo 25 da
IFRS 10, e:

(a) a parcela desse ganho ou perda atribuível à mensuração de qualquer investimento retido na antiga
subsidiária, pelo seu valor justo na data em que o controle é perdido; e

(b) a(s) rubrica(s) em lucros e perdas na qual o ganho ou perda é reconhecido (se não apresentado
separadamente).

Participações em subsidiárias não consolidadas (entidades de investimento)


19A Uma entidade de investimento que, de acordo com a IFRS 10, seja obrigada a aplicar a exceção à
consolidação e, em vez disso, contabilize seu investimento em uma subsidiária ao valor justo por meio
do resultado divulgará esse fato.

19B Para cada subsidiária não consolidada, uma entidade de investimento divulgará:

(a) o nome da subsidiária;

(b) o local principal dos negócios (e o país de constituição, se diferente do local principal dos negócios)
da subsidiária; e

(c) a proporção da participação societária detida pela entidade de investimento e, se diferente, a


proporção de direitos de voto detidos.

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IFRS 12

19C Se uma entidade de investimento for a controladora de outra entidade de investimento, a controladora
fornecerá também as divulgações contidas em 19B(a)–(c) para investimentos que sejam controlados
por sua subsidiária entidade de investimento. A divulgação pode ser fornecida pela inclusão, nas
demonstrações financeiras da controladora, das demonstrações financeiras da subsidiária (ou subsidiárias)
que contém as informações acima.

19D Uma entidade de investimento divulgará:

(a) a natureza e extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultantes de acordos de
empréstimo, exigências regulatórias ou acordos contratuais) sobre a capacidade de uma subsidiária
não consolidada de transferir recursos à entidade de investimento na forma de dividendos em
dinheiro ou de pagar empréstimos ou adiantamentos feitos à subsidiária não consolidada pela
entidade de investimento; e

(b) quaisquer compromissos ou intenções atuais de fornecer suporte financeiro ou outro a uma
subsidiária não consolidada, incluindo compromissos ou intenções de auxiliar a subsidiária na
obtenção de suporte financeiro.

19E Se, durante o período de relatório, uma entidade de investimento ou quaisquer de suas subsidiárias
tiver, sem ter a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a uma subsidiária
não consolidada (por exemplo, adquirindo ativos da subsidiária ou instrumentos emitidos por ela ou
auxiliando-a na obtenção de suporte financeiro), a entidade divulgará:

(a) o tipo e o montante do suporte fornecido a cada subsidiária não consolidada; e

(b) as razões para o fornecimento do suporte.

19F Uma entidade de investimento divulgará os termos de quaisquer acordos contratuais que poderiam exigir
que a entidade ou suas subsidiárias não consolidadas fornecessem suporte financeiro a uma entidade
não consolidada, controlada e estruturada, incluindo eventos ou circunstâncias que poderiam expor a
entidade que reporta a uma perda (por exemplo, acordos de liquidez ou gatilhos de classificação de crédito
associados a obrigações de comprar ativos da entidade estruturada ou de fornecer suporte financeiro).

19G Se, durante o período de relatório, uma entidade de investimento ou qualquer de suas subsidiárias não
consolidadas tiver, sem ter a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a
uma entidade não consolidada e estruturada que a entidade de investimento não controlava e se esse
fornecimento de suporte tiver resultado no controle da entidade estruturada pela entidade de investimento,
a entidade de investimento divulgará uma explicação dos fatores relevantes para chegar à decisão de
fornecer esse suporte.

Participações em negócios em conjunto e coligadas


20 Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações
financeiras avaliar:

(a) a natureza, extensão e efeitos financeiros de suas participações em negócios em conjunto e


coligadas, incluindo a natureza e efeitos de sua relação contratual com os demais investidores
que tenham o controle conjunto dos negócios em conjunto e coligadas ou influência
significativa sobre eles (parágrafos 21 e 22); e

(b) a natureza dos riscos associados a suas participações em empreendimentos em conjunto (joint
ventures) e coligadas e mudanças nesses riscos (parágrafo 23).

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Natureza, extensão e efeitos financeiros das participações de uma


entidade em negócios em conjunto e coligadas
21 Uma entidade divulgará:

(a) para cada negócio em conjunto e coligada que seja relevante para a entidade que reporta:

(i) o nome do negócio em conjunto ou coligada.

(ii) a natureza da relação da entidade com o negócio em conjunto ou coligada (descrevendo,


por exemplo, a natureza das atividades do negócio em conjunto ou coligada e se elas são
estratégicas para as atividades da entidade).

(iii) a sede (e o país de constituição, se aplicável e se diferente ao da sede) do negócio em conjunto


ou coligada.

(iv) a proporção de participações societárias ou ações com direito a dividendos detidas pela
entidade e, se diferente, a proporção de direitos de voto detidos (se aplicável).

(b) para cada empreendimento em conjunto (joint venture) e coligada que seja relevante para a entidade
que reporta:

(i) se o investimento no empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada é mensurado


usando-se o método de equivalência patrimonial ou ao valor justo.

(ii) informações financeiras resumidas sobre o empreendimento em conjunto (joint venture) ou


coligada, conforme especificado nos parágrafos B12 e B13.

(iii) se o empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada for contabilizada usando-se o


método de equivalência patrimonial, o valor justo de seu investimento no empreendimento
em conjunto (joint venture) ou coligada, se houver um preço de mercado cotado para
o investimento.

(c) informações financeiras, conforme especificado no parágrafo B16, sobre os investimentos


da entidade em empreendimentos em conjunto (joint ventures) e coligadas que não sejam
individualmente relevantes:

(i) no total para todos os empreendimentos em conjunto (joint ventures) individualmente


irrelevantes e, separadamente,

(ii) no total para todas as coligadas individualmente irrelevantes.

21A Uma entidade de investimento não precisa fornecer as divulgações exigidas pelos parágrafos 21(b)–21(c).

22 Uma entidade também divulgará:

(a) a natureza e extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultantes de acordos de
empréstimo, exigências regulatórias ou acordos contratuais entre investidores com controle conjunto
de um empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada ou influência significativa sobre
ela) sobre a capacidade de empreendimentos em conjunto (joint ventures) ou coligadas de transferir
fundos à entidade na forma de caixa ou dividendos ou de pagar empréstimos ou adiantamentos
feitos pela entidade.

(b) quando as demonstrações financeiras de um empreendimento em conjunto (joint venture) ou


coligada utilizadas na aplicação do método de equivalência patrimonial são referentes a uma data
ou período diferente ao das demonstrações financeiras da entidade:

(i) a data do final do período de relatório das demonstrações financeiras desse empreendimento
em conjunto (joint venture) ou coligada; e

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(ii) a razão para utilizar uma data ou período diferente.

(c) a parcela não reconhecida de perdas de um empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada,
tanto para o período de relatório quanto cumulativamente, se a entidade tiver deixado de reconhecer
sua parcela das perdas do empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada ao aplicar o
método de equivalência patrimonial.

Riscos associados às participações de uma entidade em


empreendimentos em conjunto (joint ventures) e coligadas
23 Uma entidade divulgará:

(a) compromissos que tenha em relação a seus empreendimentos em conjunto (joint ventures),
separadamente do valor de outros compromissos, conforme especificado nos parágrafos B18-B20.

(b) de acordo com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, a menos
que a probabilidade de perda seja remota, os passivos contingentes incorridos em relação a suas
participações em empreendimentos em conjunto (joint ventures) ou coligadas (incluindo sua parcela
de passivos contingentes incorridos em conjunto com outros investidores que tenham o controle
dos empreendimentos em conjunto (joint ventures) ou coligadas ou influência significativa sobre
eles), separadamente do valor de outros passivos contingentes.

Participações em entidades estruturadas não consolidadas


24 Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários de suas demonstrações
financeiras:

(a) compreender a natureza e extensão de suas participações em entidades estruturadas não


consolidadas (parágrafos 26-28); e

(b) avaliar a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades estruturadas não
consolidadas e mudanças nesses riscos (parágrafos 29-31);

25 As informações exigidas pelo parágrafo 24(b) incluem informações sobre a exposição de uma entidade
ao risco como resultado do envolvimento que teve com entidades estruturadas não consolidadas em
períodos anteriores (por exemplo, patrocinando a entidade estruturada), mesmo que, na data do relatório,
a entidade não tenha mais nenhum envolvimento contratual com a entidade estruturada.

25A Uma entidade de investimento não precisa fornecer as divulgações exigidas pelo parágrafo 24 para uma
entidade estruturada não consolidada que ela controle e para a qual ela apresente as divulgações exigidas
pelos parágrafos 19A–19G

Natureza das participações


26 Uma entidade divulgará informações qualitativas e quantitativas sobre suas participações em entidades
estruturadas não consolidadas, incluindo, entre outras, a natureza, propósito, porte e atividades da entidade
estruturada e como a entidade estruturada é financiada.

27 Se uma entidade tiver patrocinado uma entidade estruturada não consolidada em relação à qual não
forneça as informações exigidas pelo parágrafo 29 (por exemplo, porque não tem uma participação na
entidade na data de relatório), a entidade divulgará:

(a) como determinou quais entidades estruturadas patrocinou;

(b) a receita dessas entidades estruturadas durante o período de relatório, incluindo uma descrição
dos tipos de receita apresentados; e

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(c) o valor contábil (no momento da transferência) de todos os ativos transferidos a essas entidades
estruturadas durante o período de relatório.

28 Uma entidade apresentará as informações do parágrafo 27(b) e (c) em formato tabular, salvo se outro
formato for mais adequado, e classificará suas atividades de patrocínio em categorias relevantes (vide
parágrafos B2–B6).

Natureza dos riscos


29 Uma entidade divulgará em formato tabular, salvo se um outro formato for mais apropriado, um resumo de:

(a) valores contábeis dos ativos e passivos reconhecidos em suas demonstrações financeiras relativos
a suas participações em entidades estruturadas não consolidadas.

(b) rubricas da demonstração da posição financeira em que esses ativos e passivos são reconhecidos.

(c) valor que melhor representa a exposição máxima da entidade à perda decorrente de suas
participações em entidades estruturadas não consolidadas, incluindo como a exposição máxima
à perda é determinada. Se uma entidade não puder quantificar sua exposição máxima à perda
decorrente de suas participações em entidades estruturadas não consolidadas, ela divulgará esse
fato e as razões para tanto.

(d) uma comparação dos valores contábeis dos ativos e passivos da entidade que se referem a suas
participações em entidades estruturadas não consolidadas e a exposição máxima da entidade a
perdas decorrentes dessas entidades.

30 Se, durante o período de relatório, uma entidade tiver, sem ter a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido
suporte financeiro ou outro a uma entidade estruturada não consolidada na qual anteriormente teve,
ou atualmente tenha, uma participação (por exemplo, adquirindo ativos da entidade estruturada ou
instrumentos emitidos por ela), a entidade divulgará:

(a) o tipo e valor do suporte fornecido, incluindo situações nas quais a entidade tenha auxiliado a
entidade estruturada na obtenção de suporte financeiro; e

(b) as razões para o fornecimento do suporte.

31 Uma entidade divulgará quaisquer intenções atuais de fornecer suporte financeiro ou outro a uma entidade
estruturada não consolidada, incluindo intenções de auxiliar a entidade estruturada a obter suporte
financeiro.

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Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

entidade estruturada Uma entidade que tenha sido designada de modo que os direitos de voto
ou similares não sejam o fator preponderante ao decidir quem controla a
entidade, como, por exemplo, quando quaisquer direitos de voto referem-se
somente a tarefas administrativas e as atividades relevantes são dirigidas
por meio de acordos contratuais.
Os parágrafos B22–B24 fornecem informações adicionais sobre entidades
estruturadas.
participação em outra Para os fins desta IFRS, uma participação em outra entidade refere-se a
entidade envolvimento contratual e não contratual que exponha uma entidade à
variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da outra entidade.
Uma participação em outra entidade pode ser comprovada pela, mas não
está limitada à, detenção de instrumentos de patrimônio ou de dívida, bem
como outras formas de envolvimento, como, por exemplo, o fornecimento
de recursos financeiros, suporte de liquidez, melhoria de crédito e
garantias. Isso inclui os meios pelos quais uma entidade tem o controle
ou controle conjunto de outra entidade ou influência significativa sobre
ela. Uma entidade não tem necessariamente uma participação em outra
entidade unicamente devido a uma relação típica cliente/fornecedor.
Os parágrafos B7–B9 fornecem informações adicionais sobre participações
em outras entidades.
Os parágrafos B55–B57 da IFRS 10 explicam a variabilidade dos retornos.
receita de uma entidade Para os fins desta IFRS, receita de uma entidade estruturada inclui,
estruturada entre outras, taxas recorrentes e não recorrentes, juros, dividendos, ganhos
ou perdas na remensuração ou baixa de participações em entidades
estruturadas e ganhos ou perdas decorrentes da transferência de ativos e
passivos à entidade estruturada.

Os termos a seguir são definidos na IAS 27 (tal como alterada em 2011), na IAS 28 (tal como alterada em 2011),
na IFRS 10 e na IFRS 11 – Negócios em Conjunto e são utilizados nesta IFRS com os significados especificados
nessas IFRSs:

yy atividades relevantes

yy coligada

yy controladora

yy controle conjunto

yy controle de uma entidade

yy demonstrações financeiras consolidadas

yy demonstrações financeiras separadas

yy direitos de proteção

yy empreendimento em conjunto (joint venture)

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yy entidade de investimentos

yy grupo

yy influência significativa

yy método de equivalência patrimonial

yy negócio em conjunto

yy operação em conjunto

yy participação de não controladores

yy subsidiária.

yy veículo separado

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS. Ele descreve a aplicação dos parágrafos 1-31 e tem a mesma importância
que as demais partes da IFRS.

B1 Os exemplos deste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora alguns aspectos dos exemplos possam
estar presentes em situações reais, todos os fatos e circunstâncias relevantes de uma situação específica
precisariam ser avaliados ao aplicar a IFRS 12.

Agregação (parágrafo 4)
B2 Uma entidade decidirá, à luz de suas circunstâncias, quantos detalhes fornecer para satisfazer as
necessidades de informações dos usuários, quanta ênfase colocar nos diferentes aspectos das exigências e
como agregar as informações. É necessário alcançar um equilíbrio entre sobrecarregar as demonstrações
financeiras com detalhes excessivos que podem não auxiliar os usuários de demonstrações financeiras
e obscurecer informações como resultado da excessiva agregação.

B3 Uma entidade pode agregar as divulgações exigidas por esta IFRS para participações em entidades
similares, se a agregação for consistente com o objetivo de divulgação e com o requisito do parágrafo B4
e não obscurecer as informações fornecidas. Uma entidade divulgará como agregou suas participações
em entidades similares.

B4 Uma entidade apresentará informações separadamente para participações em:

(a) subsidiárias;

(b) empreendimentos em conjunto (joint ventures);

(c) operações em conjunto;

(d) coligadas; e

(e) entidades estruturadas não consolidadas.

B5 Ao determinar pela agregação ou não das informações, uma entidade considerará informações
quantitativas e qualitativas sobre as diferentes características de risco e de retorno de cada entidade cuja
agregação estiver considerando e a significância de cada uma dessas entidades para a entidade que reporta.
A entidade apresentará as divulgações de modo a explicar claramente aos usuários de demonstrações
financeiras, a natureza e extensão de suas participações nessas outras entidades.

B6 Exemplos de níveis de agregação dentro das classes de entidades definidas no parágrafo B4 que podem
ser apropriados são apresentados abaixo:

(a) natureza das atividades (por exemplo, uma entidade de pesquisa e desenvolvimento, uma entidade
de securitização de cartão de crédito rotativo).

(b) classificação por setor.

(c) geografia (por exemplo, país ou região).

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Participações em outras entidades


B7 Uma participação em outra entidade refere-se ao envolvimento contratual e não contratual que exponha
a entidade que reporta à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da outra entidade.
A consideração do propósito e estrutura da outra entidade pode ajudar a entidade que reporta, avaliar se
tem uma participação nessa entidade e, portanto, se está obrigada a fornecer as divulgações desta IFRS.
Essa avaliação incluirá a consideração dos riscos que a outra entidade foi projetada para criar e os riscos
que a outra entidade foi projetada para transferir à entidade que reporta e a outras partes.

B8 Uma entidade que reporta está normalmente exposta à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho
de outra entidade pela detenção de instrumentos (por exemplo, instrumentos de patrimônio ou de dívida
emitidos pela outra entidade) ou por ter outro envolvimento que absorva a variabilidade. Por exemplo,
suponha-se que uma entidade estruturada detenha uma carteira de empréstimos. A entidade estruturada
obtém um swap de inadimplência de crédito de outra entidade (a entidade que reporta) para proteger-se da
inadimplência de pagamentos de principal e de juros sobre o empréstimo. A entidade que reporta tem um
envolvimento que a expõe à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da entidade estruturada
porque o swap de inadimplência de crédito absorve a variabilidade dos retornos da entidade estruturada.

B9 Alguns instrumentos destinam-se a transferir o risco de uma entidade que reporta a outra entidade. Esses
instrumentos criam variabilidade de retornos para a outra entidade, mas normalmente não expõem a
entidade que reporta à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da outra entidade. Por exemplo,
suponha-se que uma entidade estruturada seja constituída para oferecer oportunidades de investimento
a investidores que desejam ter uma exposição ao risco de crédito da entidade Z (a entidade Z não está
relacionada com nenhuma parte envolvida no acordo). A entidade estruturada obtém recursos financeiros
emitindo a esses investidores títulos vinculados ao risco de crédito da entidade Z (títulos vinculados a
crédito) e utiliza o produto dessa emissão para investir em uma carteira de ativos financeiros livres de
risco. A entidade estruturada obtém exposição ao risco de crédito da entidade Z ao celebrar um swap
de inadimplência de crédito (SIC) com a contraparte do swap. O SIC transfere o risco de crédito da
entidade Z à entidade estruturada em troca de uma taxa paga pela contraparte do swap. Os investidores
da entidade estruturada recebem um retorno mais alto que reflete tanto o retorno da entidade estruturada
oriundo de sua carteira de ativos quanto a taxa do SIC. A contraparte do swap não tem envolvimento com
a entidade estruturada que a exponha à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da entidade
estruturada, uma vez que o SIC transfere a variabilidade à entidade estruturada, em vez de absorver a
variabilidade dos retornos da entidade estruturada.

Informações financeiras resumidas para subsidiárias, empreendimentos em


conjunto (joint ventures) e coligadas (parágrafos 12 e 21)
B10 Para cada subsidiária que tenha participações de não controladores que sejam relevantes para a entidade
que reporta, uma entidade divulgará:

(a) dividendos pagos aos não controladores.

(b) informações financeiras resumidas sobre o ativo, passivo, lucros e perdas e fluxos de caixa da
subsidiária que permitam aos usuários compreender as participações de não controladores nas
atividades e fluxos de caixa do grupo. Essas informações podem incluir, por exemplo, entre outras,
ativo circulante, ativo não circulante, passivo circulante, passivo não circulante, receita, lucros e
perdas e resultado abrangente total.

B11 As informações financeiras resumidas exigidas pelo parágrafo B10(b) serão os valores antes de
eliminações entre as empresas.

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B12 Para cada empreendimento em conjunto (joint venture) e coligada que seja relevante para a entidade que
reporta, uma entidade divulgará:

(a) dividendos recebidos do empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada.

(b) informações financeiras resumidas para o empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada
(vide parágrafos B14 e B15), incluindo, entre outras:

(i) ativo circulante.

(ii) ativo não circulante.

(iii) passivo circulante.

(iv) passivo não circulante.

(v) receita.

(vi) lucros e perdas de operações em continuidade.

(vii) lucros e perdas após impostos de operações descontinuadas.

(viii) outros resultados abrangentes.

(ix) resultado abrangente total.

B13 Além das informações financeiras resumidas exigidas pelo parágrafo B12, uma entidade divulgará,
para cada empreendimento em conjunto (joint venture) que seja relevante para a entidade que reporta,
o valor de:

(a) caixa e equivalentes de caixa incluídos no parágrafo B12(b)(i).

(b) passivos financeiros circulantes (excluindo contas a pagar a fornecedores e outras e provisões)
incluídos no parágrafo B12(b)(iii).

(c) passivos financeiros não circulantes (excluindo contas a pagar a fornecedores e outras e provisões)
incluídos no parágrafo B12(b)(iv).

(d) depreciação e amortização.

(e) receita de juros.

(f) despesa de juros.

(g) despesa ou receita de imposto sobre a renda.

B14 As informações financeiras resumidas, apresentadas de acordo com os parágrafos B12 e B13, serão
os valores incluídos nas demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs do empreendimento em
conjunto (joint venture) ou coligada (e não a parcela da entidade desses valores). Se a entidade contabilizar
sua participação no empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada utilizando o método de
equivalência patrimonial:

(a) os valores incluídos nas demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs do empreendimento
em conjunto (joint venture) ou coligada serão ajustados para refletir ajustes feitos pela entidade
ao utilizar o método de equivalência patrimonial, como, por exemplo, ajustes ao valor justo feitos
por ocasião da aquisição e ajustes para refletir diferenças nas políticas contábeis.

(b) a entidade fornecerá uma conciliação das informações financeiras resumidas apresentadas com o
valor contábil de sua participação no empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada.

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B15 Uma entidade poderá apresentar as informações financeiras resumidas exigidas pelos parágrafos B12
e B13 com base nas demonstrações financeiras do empreendimento em conjunto (joint venture) ou da
coligada se:

(a) a entidade mensurar sua participação no empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada
ao valor justo de acordo com a IAS 28 (tal como alterada em 2011); e

(b) o empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada não elaborar demonstrações financeiras
de acordo com as IFRSs e a elaboração nessa base seria impraticável ou acarretaria custo indevido.

Nesse caso, a entidade divulgará em que base as informações financeiras resumidas foram elaboradas.

B16 Uma entidade divulgará, no total, o valor contábil de suas participações em todos os empreendimentos em
conjunto (joint ventures) ou coligadas individualmente irrelevantes que sejam contabilizadas utilizando
o método de equivalência patrimonial. A entidade divulgará também, separadamente, o valor total de sua
parcela dos seguintes itens referentes a esses empreendimentos em conjunto (joint ventures) ou coligadas:

(a) lucros e perdas de operações em continuidade.

(b) lucros e perdas após impostos de operações descontinuadas.

(c) outros resultados abrangentes.

(d) resultado abrangente total.

Uma entidade fornecerá as divulgações separadamente para empreendimentos em conjunto (joint ventures)
e coligadas.

B17 Quando a participação de uma entidade em uma subsidiária, empreendimento em conjunto (joint venture)
ou coligada (ou uma parcela de sua participação em um empreendimento em conjunto (joint venture ou
coligada) for classificada como mantida para venda de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não circulantes
Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas, não se exige que a entidade divulgue informações
financeiras resumidas para essa subsidiária, empreendimento em conjunto (joint venture) ou coligada
de acordo com os parágrafos B10–B16.

Compromissos para empreendimentos em conjunto (joint ventures)


(parágrafo 23(a))
B18 Uma entidade divulgará o total de compromissos assumidos, mas não reconhecidos na data de relatório
(incluindo sua parcela de compromissos assumidos em conjunto com outros investidores que tenham o
controle conjunto de um empreendimento em conjunto (joint venture)), em relação a suas participações
em empreendimentos em conjunto (joint ventures). Compromissos são aqueles que podem dar origem
a uma saída futura de caixa ou de outros recursos.

B19 Compromissos não reconhecidos que podem dar origem a uma saída futura de caixa ou de outros
recursos incluem:

(a) compromissos não reconhecidos de fornecer fundos ou recursos como resultado de, por exemplo:

(i) estatuto ou contratos de aquisição de um empreendimento em conjunto (joint venture) (que,


por exemplo, exijam que uma entidade aporte fundos ao longo de um período específico).

(ii) projetos intensivos em capital conduzidos por um empreendimento em conjunto


(joint venture).

(iii) obrigações de compra incondicionais, que compreendam a aquisição de equipamentos,


estoques ou serviços que uma entidade esteja comprometida a adquirir de um empreendimento
em conjunto (joint venture) ou em nome dele.

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(iv) compromissos não reconhecidos de conceder empréstimos ou outro suporte financeiro a um


empreendimento em conjunto (joint venture).

(v) compromissos não reconhecidos de aportar recursos a um empreendimento em conjunto


(joint venture), como, por exemplo, ativos ou serviços.

(vi) outros compromissos não reconhecidos e não canceláveis relativos a um empreendimento


em conjunto (joint venture).

(b) compromissos não reconhecidos de adquirir a participação de outra parte (ou uma parcela dessa
participação) em um empreendimento em conjunto (joint venture) se um evento específico ocorrer
ou não no futuro.

B20 Os requisitos e exemplos dos parágrafos B18 e B19 ilustram alguns dos tipos de divulgação exigidos
pelo parágrafo 18 da IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas.

Participações em entidades estruturadas não consolidadas (parágrafos 24-31)

Entidades estruturadas
B21 Uma entidade estruturada é uma entidade que foi designada de modo que os direitos de voto ou similares
não são o fator preponderante ao decidir quem controla a entidade, como, por exemplo, quando quaisquer
direitos de voto referem-se somente a tarefas administrativas, e as atividades relevantes são dirigidas por
meio de acordos contratuais.

B22 Uma entidade estruturada frequentemente possui algumas ou todas as características ou atributos seguintes:

(a) atividades restritas.

(b) objetivo específico e bem definido, como, por exemplo, efetuar um arrendamento eficiente em
termos fiscais, conduzir atividades de pesquisa e desenvolvimento, oferecer uma fonte de capital ou
recursos a uma entidade ou oferecer oportunidades de investimento a investidores pela transferência
aos investidores dos riscos e benefícios associados aos ativos da entidade estruturada.

(c) patrimônio insuficiente para permitir que a entidade estruturada financie suas atividades sem suporte
financeiro subordinado.

(d) financiamento na forma de múltiplos instrumentos contratualmente vinculados a investidores que


criam concentrações de riscos de crédito ou outros (tranches).

B23 Exemplos de entidades que são consideradas como entidades estruturadas incluem, entre outros:

(a) veículos de securitização.

(b) financiamentos lastreados em ativos.

(c) alguns fundos de investimento.

B24 Uma entidade que é controlada por direitos de voto não é uma entidade estruturada pelo simples fato de
que, por exemplo, recebe recursos de terceiros após uma reestruturação.

Natureza dos riscos decorrentes de participações em entidades


estruturadas não consolidadas (parágrafos 29-31)
B25 Além das informações exigidas pelos parágrafos 29-31, uma entidade divulgará informações adicionais
que sejam necessárias para atingir o objetivo de divulgação do parágrafo 24(b).

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IFRS 12

B26 São exemplos de informações adicionais que, dependendo das circunstâncias, podem ser relevantes para
uma avaliação dos riscos aos quais uma entidade está exposta quando tem uma participação em uma
entidade estruturada não consolidada:

(a) os termos de um acordo que poderia exigir que a entidade fornecesse suporte financeiro a uma
entidade estruturada não consolidada (por exemplo, acordos de liquidez ou gatilhos de classificação
de crédito associados a obrigações de comprar ativos da entidade estruturada ou de fornecer suporte
financeiro), incluindo:

(i) uma descrição de eventos ou circunstâncias que poderiam expor a entidade que reporta a
uma perda.

(ii) se há quaisquer termos que limitariam a obrigação.

(iii) se há quaisquer outras partes que fornecem suporte financeiro e, em caso afirmativo, como a
obrigação da entidade que reporta se classifica em relação às obrigações das demais partes.

(b) perdas incorridas pela entidade durante o período de relatório em relação a suas participações em
entidades estruturadas não consolidadas.

(c) os tipos de receita que a entidade recebeu durante o período de relatório em decorrência de suas
participações em entidades estruturadas não consolidadas.

(d) se a entidade está obrigada a absorver perdas de uma entidade estruturada não consolidada antes
de outras partes, o limite máximo dessas perdas para a entidade e (se relevante) a classificação e
os valores de potenciais perdas assumidas por partes cujas participações se classifiquem abaixo da
participação da entidade na entidade estruturada não consolidada.

(e) informações sobre quaisquer acordos de liquidez, garantias ou outros compromissos com terceiros
que possam afetar o valor justo ou o risco das participações da entidade em entidades estruturadas
não consolidadas.

(f) quaisquer dificuldades que uma entidade estruturada não consolidada tenha experimentado ao
financiar suas atividades durante o período de relatório.

(g) em relação a captação de recursos de uma entidade estruturada não consolidada, as formas de
captação (por exemplo, títulos negociáveis ou títulos de médio prazo) e sua vida média ponderada.
Essas informações podem incluir análises de vencimento dos ativos e captação de recursos de uma
entidade estruturada não consolidada, se a entidade estruturada tiver ativos de prazo mais longo
providos por recursos de prazo mais curto.

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Apêndice C
Data de vigência e transição

Este apêndice é parte integrante da IFRS e tem a mesma autoridade que as demais partes da IFRS.

Data de vigência e transição


C1 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida.

C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Negócios em Conjunto e Divulgação de Participações em


Outras Entidades: Orientação de Transição (Alterações à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12), emitida
em junho de 2012, acrescentou os parágrafos C2A–C2B. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Se aplicar a IFRS 12 a um período anterior,
a entidade aplicará essas alterações a esse período anterior.

C1B Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou o parágrafo 2 e o Apêndice A e acrescentou os parágrafos 9A–9B, 19A–19G, 21A e 25A. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014.
A adoção antecipada é permitida. Se aplicar essas alterações antecipadamente, a entidade divulgará esse
fato e aplicará todas as alterações incluídas em Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

C2 Uma entidade é incentivada a fornecer informações exigidas por esta IFRS anteriormente aos períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. O fornecimento de algumas das divulgações exigidas
por esta IFRS não obriga a entidade a cumprir todos os requisitos desta IFRS ou a aplicar antecipadamente
a IFRS 10, a IFRS 11, a IAS 27 (tal como alterada em 2011) e a IAS 28 (tal como alterada em 2011).

C2A Os requisitos de divulgação desta IFRS não precisam ser aplicados para qualquer período apresentado
que se inicie antes do período anual imediatamente precedente ao primeiro período anual para o qual a
IFRS 12 seja aplicada.

C2B Os requisitos de divulgação dos parágrafos 24–31 e a respectiva orientação dos parágrafos B21–B26
desta IFRS não precisam ser aplicados para qualquer período apresentado que se inicie antes do primeiro
período anual para o qual a IFRS 12 seja aplicada.

Referências à IFRS 9
C3 Se uma entidade aplicar esta IFRS, mas ainda não aplicar a IFRS 9, qualquer referência à IFRS 9 será
lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

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IFRS 12

Apêndice D
Alterações a outras IFRSs

Este apêndice apresenta alterações a outras IFRSs como consequência da emissão da IFRS 12 pelo Conselho.
Uma entidade aplicará as alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Se aplicar a
IFRS 12 a um período anterior, a entidade aplicará as alterações a esse período anterior. Os parágrafos alterados
são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2011, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS 13

Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 13

Mensuração do Valor Justo


Em maio de 2011, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a IFRS 13 – Mensuração
do Valor Justo. A IFRS 13 define valor justo e substitui o requisito contido nas normas individuais.

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIO FINANCEIRO IFRS 13
MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO
OBJETIVO 1
ALCANCE 5
MENSURAÇÃO 9
Definição de valor justo 9
O ativo ou passivo 11
A transação 15
Participantes do mercado 22
O preço 24
Aplicação a ativos não financeiros 27
Aplicação a passivos e aos instrumentos de patrimônios próprios da entidade 34
Aplicação a ativos financeiros e passivos financeiros com posições de
compensação em riscos de mercado ou risco de crédito da contraparte 48
Valor justo no reconhecimento inicial 57
Técnicas de avaliação 61
Informações para técnicas de avaliação 67
Hierarquia de valor justo 72
DIVULGAÇÃO 91
APÊNDICES
A Termos definidos
B Orientação de aplicação
C Data de vigência e transição
D Alterações a outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IFRS 13 EMITIDA EM MAIO DE 2011


BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
APÊNDICE
Alterações à orientação sobre outras IFRSs

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A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (IFRS 13) é definida nos
parágrafos 1–99 e nos Apêndices A–D. Todos os parágrafos têm igual importância. Os parágrafos em negrito
indicam os princípios básicos. Os termos definidos no Apêndice A encontram-se em itálico na primeira vez em
que aparecem na IFRS. As definições de outros termos são dadas no Glossário das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs). A IFRS 13 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

Visão Geral
IN1 A Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (IFRS 13):

(a) define valor justo;

(b) estabelece em uma única IFRS uma estrutura para a mensuração do valor justo; e

(c) exige divulgações sobre mensurações do valor justo.

IN2 A IFRS se aplica às IFRSs que exigem ou permitem mensurações do valor justo ou divulgações sobre
mensurações do valor justo (e mensurações, tais como valor justo menos custos para vender, baseadas
no valor justo ou divulgações sobre essas mensurações), salvo em circunstâncias específicas.

IN3 A IFRS deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação
antecipada é permitida.

IN4 A IFRS explica como mensurar o valor justo para fins de relatório financeiro. Ela não exige mensurações
do valor justo além daquelas já exigidas ou permitidas por outras IFRSs e não pretende estabelecer normas
de avaliação ou afetar práticas de avaliação fora do âmbito do relatório financeiro.

Motivos para emitir a IFRS


IN5 Algumas IFRSs exigem ou permitem que entidades mensurem ou divulguem o valor justo de ativos,
passivos ou de seus próprios instrumentos de patrimônio. Como essas IFRSs foram desenvolvidas ao
longo de muitos anos, os requisitos para a mensuração do valor justo e para a divulgação de informações
sobre mensurações do valor justo foram dispersados e, em muitos casos, não articularam um objetivo
claro de mensuração ou divulgação.

IN6 Como resultado, algumas dessas IFRSs continham orientação limitada sobre como mensurar o valor justo,
enquanto outras continham orientação ampla, sendo que essa orientação nem sempre era consistente nas
diferentes IFRSs que faziam referência ao valor justo. Inconsistências nos requisitos para mensuração
do valor justo e para divulgação de informações sobre mensurações do valor justo têm contribuído para
diferenças na prática e têm reduzido a comparabilidade das informações apresentadas nas demonstrações
financeiras. A IFRS 13 corrige essa situação.

IN7 Além disso, em 2006, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) e o Conselho
de Normas de Contabilidade Financeira (FASB), normatizador nacional dos EUA, publicaram um
Memorando de Entendimento, que serviu como base para os esforços dos conselhos para criar um conjunto
comum de normas contábeis globais de alta qualidade. Consistente com o Memorando de Entendimento
e com o compromisso dos conselhos de atingir essa meta, a IFRS 13 é o resultado do trabalho do IASB e
do FASB para desenvolver requisitos comuns para a mensuração do valor justo e divulgar informações
sobre mensurações do valor justo de acordo com as IFRSs e com os princípios contábeis geralmente
aceitos (PCGAs) dos EUA.

Principais características
IN8 A IFRS 13 define valor justo como o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago
pela transferência de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de
mensuração (ou seja, um preço de saída).

IN9 Essa definição de valor justo enfatiza que o valor justo é uma mensuração baseada em mercado e não
uma mensuração específica da entidade. Ao mensurar o valor justo, a entidade utiliza as premissas

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que os participantes do mercado utilizariam ao precificar o ativo ou o passivo sob condições atuais de
mercado, incluindo premissas sobre risco. Como resultado, a intenção da entidade de manter um ativo
ou de liquidar ou, de outro modo, satisfazer um passivo não é relevante ao mensurar o valor justo.

IN10 A IFRS explica que uma mensuração do valor justo exige que uma entidade determine o seguinte:

(a) o ativo ou passivo específico que está sendo mensurado;

(b) para um ativo não financeiro, o melhor uso do ativo e se o ativo é utilizado em combinação com
outros ativos ou de forma individual;

(c) o mercado em que ocorreria uma transação ordenada para o ativo ou passivo; e

(d) a(s) técnica(s) de avaliação adequada(s) a ser(em) utilizada(s) ao mensurar o valor justo. A(s)
técnica(s) de avaliação utilizada(s) deve(m) maximizar o uso de dados observáveis relevantes e
minimizar dados não observáveis. Essas informações devem ser consistentes com as informações
que um participante do mercado utilizaria ao precificar o ativo ou passivo.

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Norma Internacional de Relatório Financeiro IFRS 13


Mensuração do Valor Justo

Objetivo
1 Esta IFRS:

(a) define valor justo;

(b) estabelece em uma única IFRS uma estrutura para a mensuração do valor justo; e

(c) exige divulgações sobre mensurações do valor justo.

2 O valor justo é uma mensuração baseada em mercado e não uma mensuração específica da entidade.
Para alguns ativos e passivos, pode haver informações de mercado ou transações de mercado observáveis
disponíveis. Para outros ativos e passivos, pode não haver informações de mercado e transações de
mercado observáveis disponíveis. Contudo, o objetivo de uma mensuração do valor justo em ambos
os casos é o mesmo – estimar o preço pelo qual uma transação ordenada para vender o ativo ou para
transferir o passivo ocorreria entre participantes do mercado na data de mensuração sob condições atuais
de mercado (ou seja, um preço de saída na data de mensuração do ponto de vista de um participante de
mercado que detenha o ativo ou deva o passivo).

3 Quando um preço para um ativo ou passivo idêntico não é observável, uma entidade mensura o valor justo
utilizando outra técnica de avaliação que maximiza o uso de dados observáveis relevantes e minimiza o
uso de dados não observáveis. Por ser uma mensuração baseada em mercado, o valor justo é mensurado
utilizando-se as premissas que os participantes do mercado utilizariam ao precificar o ativo ou passivo,
incluindo premissas sobre risco. Como resultado, a intenção da entidade de manter um ativo ou de liquidar
ou, de outro modo, satisfazer um passivo não é relevante ao mensurar o valor justo.

4 A definição de valor justo se concentra em ativos e passivos, que são um dos principais objetos da
mensuração contábil. Além disso, esta IFRS será aplicada aos instrumentos de patrimônio próprios
da entidade mensurados ao valor justo.

Alcance
5 Esta IFRS é aplicável quando outra IFRS exige ou permite mensurações do valor justo ou
divulgações sobre mensurações do valor justo (e mensurações, tais como valor justo menos custos
para vender, baseadas no valor justo ou divulgações sobre essas mensurações), salvo conforme
especificado nos parágrafos 6 e 7.

6 Os requisitos de mensuração e divulgação desta IFRS não se aplicam a:

(a) transações de pagamento baseadas em ações dentro do alcance da IFRS 2 – Pagamento Baseado
em Ações;

(b) transações de arrendamento dentro do alcance da IAS 17 – Arrendamentos; e

(c) mensurações que tenham algumas similaridades com o valor justo mas que não representem o
valor justo, como, por exemplo, o valor líquido realizável da IAS 2 – Estoques ou o valor em uso
da IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

7 As divulgações exigidas por esta IFRS não são exigidas para:

(a) ativos de planos mensurados ao valor justo de acordo com a IAS 19 – Benefícios aos Empregados;

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(b) investimentos em planos de benefícios de aposentadoria mensurados ao valor justo de acordo com
a IAS 26 – Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios de Aposentadoria; e

(c) ativos cujo valor recuperável seja o valor justo menos os custos de alienação, de acordo com a
IAS 36.

8 A estrutura de mensuração do valor justo descrita nesta IFRS se aplica tanto à mensuração inicial quanto
à subsequente se o valor justo for exigido ou permitido por outras IFRSs.

Mensuração

Definição de valor justo


9 Esta IFRS define valor justo como o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado
na data de mensuração.

10 O parágrafo B2 descreve a abordagem geral de mensuração do valor justo.

O ativo ou passivo
11 Uma mensuração do valor justo destina-se a um ativo ou passivo em particular. Portanto, ao
mensurar o valor justo, a entidade levará em consideração as características do ativo ou passivo
se os participantes do mercado, ao precificar o ativo ou passivo na data de mensuração, levassem
essas características em consideração. Essas características incluem, por exemplo:

(a) a condição e a localização do ativo; e

(b) restrições, se houver, sobre a venda ou uso do ativo.

12 O efeito sobre a mensuração resultante de uma característica específica diferirá dependendo de como
essa característica seria levada em consideração pelos participantes do mercado.

13 O ativo ou passivo mensurado ao valor justo pode ser qualquer um dos seguintes:

(a) um ativo ou passivo individual (por exemplo, um instrumento financeiro ou um ativo não
financeiro); ou

(b) um grupo de ativos, um grupo de passivos ou um grupo de ativos e passivos (por exemplo, uma
unidade geradora de caixa ou um negócio).

14 A determinação de se o ativo ou passivo é um ativo ou passivo independente, um grupo de ativos, um


grupo de passivos ou um grupo de ativos e passivos para fins de reconhecimento ou divulgação depende
de sua unidade de conta. A unidade de conta para o ativo ou passivo será determinada de acordo com a
IFRS que exigir ou permitir a mensuração do valor justo, salvo conforme previsto nesta IFRS.

A transação
15 Uma mensuração do valor justo presume que o ativo ou passivo é trocado em uma transação
ordenada entre participantes do mercado para a venda do ativo ou a transferência do passivo na
data de mensuração sob condições atuais de mercado.

16 Uma mensuração do valor justo presume que a transação para a venda do ativo ou transferência
do passivo ocorre:

(a) no mercado principal para o ativo ou passivo; ou

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(b) na ausência de um mercado principal, no mercado mais vantajoso para o ativo ou passivo.

17 A entidade não necessita empreender uma busca exaustiva de todos os possíveis mercados para identificar
o mercado principal ou, na ausência de um mercado principal, o mercado mais vantajoso, mas ela deverá
levar em consideração todas as informações que estejam razoavelmente disponíveis. Na ausência de
evidência em contrário, presume-se que o mercado no qual a entidade normalmente realizaria uma
transação para a venda do ativo ou para a transferência do passivo seja o mercado principal ou, na
ausência de um mercado principal, o mercado mais vantajoso.

18 Se houver um mercado principal para o ativo ou passivo, a mensuração do valor justo representará o
preço nesse mercado (seja esse preço diretamente observável ou estimado utilizando-se outra técnica de
avaliação), ainda que o preço em um mercado diferente seja potencialmente mais vantajoso na data
de mensuração.

19 A entidade deve ter acesso ao mercado principal (ou mais vantajoso) na data de mensuração. Como
diferentes entidades (e negócios dentro dessas entidades) com diferentes atividades podem ter acesso a
diferentes mercados, o mercado principal (ou mais vantajoso) para o mesmo ativo ou passivo pode ser
diferente para diferentes entidades (e negócios dentro dessas entidades). Portanto, o mercado principal (ou
mais vantajoso) (e, assim, os participantes do mercado) será considerado do ponto de vista da entidade,
permitindo assim diferenças entre entidades com atividades diferentes.

20 Embora uma entidade deva ser capaz de acessar o mercado, ela não precisa ser capaz de vender o ativo
específico ou transferir o passivo específico na data de mensuração para que possa mensurar o valor
justo com base no preço desse mercado.

21 Ainda que não haja nenhum mercado observável para o fornecimento de informações de preços em
relação à venda de um ativo ou à transferência de um passivo na data de mensuração, uma mensuração
do valor justo presumirá que uma transação ocorra naquela data, considerada do ponto de vista de um
participante do mercado que detenha o ativo ou deva o passivo. Essa transação presumida estabelece
uma base para a estimativa do preço para a venda do ativo ou para a transferência do passivo.

Participantes do mercado
22 Uma entidade mensurará o valor justo de um ativo ou passivo utilizando as premissas que os
participantes do mercado utilizariam ao precificar o ativo ou passivo, presumindo-se que os
participantes do mercado ajam em seu melhor interesse econômico.

23 Ao desenvolver essas premissas, a entidade não precisa identificar participantes do mercado específicos.
Em vez disso, a entidade identificará características que distinguem os participantes do mercado de modo
geral, considerando fatores específicos para todos os itens seguintes:

(a) o ativo ou passivo;

(b) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o ativo ou passivo; e

(c) os participantes do mercado com os quais a entidade realizaria uma transação nesse mercado.

O preço
24 Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de
um passivo em uma transação ordenada no mercado principal (ou mais vantajoso) na data de
mensuração sob condições atuais de mercado (ou seja, um preço de saída), independentemente de
esse preço ser diretamente observável ou estimado utilizando-se outra técnica de avaliação.

25 O preço no mercado principal (ou mais vantajoso) utilizado para mensurar o valor justo do ativo ou
passivo não será ajustado para refletir custos de transação. Os custos de transação serão contabilizados
de acordo com outras IFRSs. Os custos de transação não são uma característica de um ativo ou passivo;

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em vez disso, são específicos de uma transação e diferirão dependendo de como a entidade realizar a
transação para o ativo ou passivo.

26 Os custos de transação não incluem custos de transporte. Se a localização for uma característica do
ativo (como pode ser o caso para, por exemplo, uma commodity), o preço no mercado principal (ou mais
vantajoso) será ajustado para refletir os custos, se houver, que seriam incorridos para transportar o ativo
de seu local atual para esse mercado.

Aplicação a ativos não financeiros


Melhor uso para ativos não financeiros

27 A mensuração do valor justo de um ativo não financeiro leva em consideração a capacidade do


participante do mercado de gerar benefícios econômicos utilizando o ativo em seu melhor uso ou
vendendo-o a outro participante do mercado que utilizaria o ativo em seu melhor uso.

28 O melhor uso de um ativo não financeiro leva em conta o uso do ativo que seja fisicamente possível,
legalmente permitido e financeiramente viável, conforme abaixo:

(a) Um uso que seja fisicamente possível leva em conta as características físicas do ativo que os
participantes do mercado levariam em conta ao precificar o ativo (por exemplo, a localização ou
o tamanho de um imóvel).

(b) Um uso que seja legalmente permitido leva em conta quaisquer restrições legais sobre o uso do
ativo que os participantes do mercado levariam em conta ao precificá-lo (por exemplo, as regras
de zoneamento aplicáveis a um imóvel).

(c) Um uso que seja financeiramente viável leva em conta se o uso do ativo que seja fisicamente possível
e legalmente permitido gera receita ou fluxos de caixa adequados (levando em conta os custos para
converter o ativo para esse uso) para produzir o retorno do investimento que os participantes do
mercado exigiriam de um investimento nesse ativo colocado para esse uso.

29 O melhor uso é determinado do ponto de vista dos participantes do mercado, ainda que a entidade pretenda
um uso diferente. Contudo, presume-se que o uso atual pela entidade de um ativo não financeiro seja o seu
melhor uso, a menos que o mercado ou outros fatores sugiram que um uso diferente pelos participantes
do mercado maximizaria o valor do ativo.

30 Para proteger sua posição competitiva, ou por outras razões, a entidade pode pretender não utilizar um
ativo não financeiro adquirido ativamente ou pode pretender não utilizá-lo de acordo com o seu melhor
uso. Por exemplo, esse pode ser o caso para um ativo intangível adquirido que a entidade planeje utilizar
defensivamente impedindo que outros o utilizem. Não obstante, a entidade mensurará o valor justo de
um ativo não financeiro presumindo o seu melhor uso pelos participantes do mercado.

Premissa de avaliação para ativos não financeiros

31 O melhor uso de um ativo não financeiro estabelece a premissa de avaliação utilizada para mensurar o
valor justo do ativo, conforme abaixo:

(a) O melhor uso de um ativo não financeiro pode oferecer o valor máximo aos participantes do mercado
por meio de seu uso em combinação com outros ativos como um grupo (conforme instalados ou, de
outro modo, configurados para uso) ou em combinação com outros ativos e passivos (por exemplo,
um negócio).

(i) Se o melhor uso do ativo for o uso do ativo em combinação com outros ativos ou com outros
ativos e passivos, o valor justo do ativo é o preço que seria recebido em uma transação atual
para a venda do ativo, presumindo-se que o ativo seria utilizado com outros ativos ou com
outros ativos e passivos e que esses ativos e passivos (ou seja, seus ativos complementares
e os respectivos passivos) estariam disponíveis aos participantes do mercado.

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(ii) Os passivos associados ao ativo e aos ativos complementares incluem passivos que financiem
capital de giro, mas não incluem passivos utilizados para financiar outros ativos que não
aqueles compreendidos no grupo de ativos.

(iii) As premissas sobre o melhor uso de um ativo não financeiro serão consistentes para todos os
ativos (para os quais o melhor uso seja relevante) do grupo de ativos ou do grupo de ativos
e passivos dentro do qual o ativo seria utilizado.

(b) O melhor uso de um ativo não financeiro poderia fornecer o valor máximo para os participantes do
mercado de forma individual. Se o melhor uso do ativo for utilizá-lo de forma individual, o seu valor
justo será o preço que seria recebido em uma transação atual pela venda do ativo a participantes
do mercado que o utilizariam de forma individual.

32 A mensuração do valor justo de um ativo não financeiro presume que o ativo seja vendido de forma
consistente com a unidade de conta especificada em outras IFRSs (que pode ser um ativo individual). Esse
é o caso mesmo quando essa mensuração do valor justo presume que o melhor uso do ativo é utilizá-lo
em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos, já que a mensuração do valor justo
presume que o participante do mercado já detém os ativos complementares e os passivos correspondentes.

33 O parágrafo B3 descreve a aplicação do conceito de premissa de avaliação para ativos não financeiros.

Aplicação a passivos e aos instrumentos de patrimônios próprios da


entidade
Princípios gerais

34 Uma mensuração do valor justo presume que um passivo financeiro ou não financeiro ou o
instrumento de patrimônio próprio de uma entidade (por exemplo, participações patrimoniais
emitidas como contraprestação em uma combinação de negócios) seja transferido a um participante
do mercado na data de mensuração. A transferência de um passivo ou de um instrumento de
patrimônio próprio de uma entidade presume o seguinte:

(a) Um passivo permaneceria em aberto e o cessionário participante do mercado ficaria obrigado


a satisfazer a obrigação. O passivo não seria liquidado com a contraparte nem seria, de outro
modo, extinto na data de mensuração.

(b) O instrumento de patrimônio próprio de uma entidade permaneceria em aberto e o cessionário


participante do mercado assumiria os direitos e responsabilidades a ele associados. O
instrumento não seria cancelado nem, de outro modo, extinto na data de mensuração.

35 Mesmo quando não há nenhum mercado observável para fornecer informações de preços em relação
à transferência de um passivo ou de um instrumento de patrimônio próprio da entidade (por exemplo,
devido a restrições contratuais ou outras restrições legais que impeçam a transferência desses itens),
pode haver um mercado observável para esses itens se eles forem detidos por outras partes como ativos
(por exemplo, um título de dívida corporativo ou uma opção de compra sobre ações de uma entidade).

36 Em todos os casos, uma entidade maximizará o uso de dados observáveis relevantes e minimizará o
uso de dados não observáveis para atingir o objetivo da mensuração do valor justo, qual seja, estimar o
preço pelo qual uma transação ordenada para a transferência do passivo ou instrumento de patrimônio
ocorreria entre participantes do mercado na data de mensuração sob condições atuais de mercado.

Passivos e instrumentos de patrimônio detidos por outras partes como ativos

37 Quando um preço cotado para a transferência de um passivo ou instrumento de patrimônio próprio


da identidade idêntico ou similar não está disponível, e o item idêntico é detido por outra parte
como um ativo, uma entidade mensurará o valor justo do passivo ou instrumento de patrimônio

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do ponto de vista de um participante do mercado que detenha o item idêntico como um ativo na
data de mensuração.

38 Nesses casos, a entidade mensurará o valor justo do passivo ou instrumento de patrimônio da seguinte
forma:

(a) utilizando o preço cotado em um mercado ativo para o item idêntico detido por outra parte como
um ativo, se esse preço estiver disponível.

(b) se esse preço não estiver disponível, utilizando outros dados observáveis, tais como o preço cotado
em um mercado que não seja ativo para o item idêntico detido por outra parte como um ativo.

(c) se os preços observáveis de (a) e (b) não estiverem disponíveis, utilizando outra técnica de avaliação,
como, por exemplo:

(i) uma abordagem de receita (por exemplo, uma técnica de valor presente que leve em conta o
fluxo de caixa futuro que um participante do mercado esperaria receber por deter o passivo
ou instrumento de patrimônio como um ativo; vide parágrafos B10 e B11).

(ii) uma abordagem de mercado (por exemplo, utilizando preços cotados para passivos ou
instrumentos de patrimônio similares detidos por outras partes como ativos; vide parágrafos
B5-B7).

39 Uma entidade ajustará o preço cotado de um passivo ou de um instrumento de patrimônio próprio da


entidade detido por outra parte como um ativo somente se houver fatores específicos para o ativo que não
forem aplicáveis à mensuração do valor justo do passivo ou instrumento de patrimônio. Uma entidade
garantirá que o preço do ativo não reflita o efeito de uma restrição que impeça a venda desse ativo.
Alguns fatores que podem indicar que o preço cotado do ativo deve ser ajustado incluem os seguintes:

(a) O preço cotado para o ativo corresponde a um passivo ou instrumento de patrimônio similar (mas
não idêntico) detido por outra parte como um ativo. Por exemplo, o passivo ou instrumento de
patrimônio pode ter uma característica particular (por exemplo, a qualidade de crédito do emitente)
que seja diferente daquela refletida no valor justo do passivo ou instrumento de patrimônio similar
detido como um ativo.

(b) A unidade de conta para o ativo não é a mesma para o passivo ou para o instrumento de patrimônio.
Por exemplo, para passivos, em alguns casos o preço para um ativo reflete um preço combinado
para um pacote que compreende tanto os valores devidos pelo emitente quanto uma melhoria de
crédito de um terceiro. Se a unidade de conta para o passivo não for para o pacote combinado, o
objetivo é mensurar o valor justo do passivo do emitente, não o valor justo do pacote combinado.
Assim, nesses casos, a entidade ajustaria o preço observado para o ativo a fim de excluir o efeito
da melhoria de crédito do terceiro.

Passivos e instrumentos de patrimônio não detidos por outras partes como ativos

40 Quando um preço cotado para a transferência de um passivo ou instrumento de patrimônio próprio


da identidade idêntico ou similar não está disponível, e o item idêntico não é detido por outra parte
como um ativo, a entidade mensurará o valor justo do passivo ou instrumento de patrimônio
utilizando uma técnica de avaliação do ponto de vista de um participante do mercado que deva o
passivo ou tenha exercido o direito sobre o patrimônio.

41 Por exemplo, ao aplicar uma técnica de valor presente, uma entidade pode levar em conta qualquer dos
seguintes:

(a) as saídas de caixa futuras em que um participante do mercado esperaria incorrer ao satisfazer
a obrigação, incluindo a compensação que um participante do mercado exigiria por assumir a
obrigação (vide parágrafos B31–B33).

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(b) o valor que um participante do mercado receberia para celebrar ou emitir um passivo ou instrumento
de patrimônio idêntico, utilizando as premissas que participantes do mercado utilizariam ao
precificar o item idêntico (por exemplo, que tenha as mesmas características de crédito) no mercado
principal (ou mais vantajoso) para a emissão de um passivo ou instrumento de patrimônio com os
mesmos termos contratuais.

Risco de descumprimento

42 O valor justo de um passivo reflete o efeito do risco de descumprimento. O risco de descumprimento


inclui, entre outros, o risco de crédito próprio da entidade (conforme definido na IFRS 7 –
Instrumentos Financeiros: Divulgações). Presume-se que o risco de descumprimento seja o mesmo
antes e depois da transferência do passivo.

43 Ao mensurar o valor justo de um passivo, a entidade levará em conta o efeito de seu risco de crédito
(situação de crédito) e quaisquer outros fatores que possam influenciar a probabilidade de que a obrigação
seja ou não satisfeita. Esse efeito pode diferir dependendo do passivo; por exemplo:

(a) se o passivo é uma obrigação de entregar caixa (um passivo financeiro) ou uma obrigação de
entregar bens ou serviços (um passivo não financeiro).

(b) os termos de melhorias de crédito relacionados ao passivo, se houver.

44 O valor justo de um passivo reflete o efeito do risco de descumprimento com base em sua unidade de
conta. O emitente de um passivo emitido com uma melhoria de crédito de terceiro inseparável que seja
contabilizada separadamente do passivo não incluirá o efeito da melhoria de crédito (por exemplo, uma
garantia de dívida de um terceiro) na mensuração do valor justo do passivo. Se a melhoria de crédito for
contabilizada separadamente do passivo, o emitente levará em conta sua própria situação de crédito, e
não a do terceiro avalista, ao mensurar o valor justo do passivo.

Restrição que impede a transferência de um passivo ou de um instrumento de


patrimônio próprio de uma entidade

45 Ao mensurar o valor justo de um passivo ou de um instrumento de patrimônio próprio, a entidade não


incluirá uma informação separada ou um ajuste a outras informações relativas à existência de uma
restrição que impeça a transferência do item. O efeito de uma restrição que impeça a transferência de
um passivo ou de um instrumento de patrimônio próprio da entidade é incluído de forma implícita ou
explícita nas demais informações da mensuração do valor justo.

46 Por exemplo, na data da transação, tanto o credor quanto o avalista aceitaram o preço da transação para o
passivo com pleno conhecimento de que a obrigação inclui uma restrição que impede a sua transferência.
Como resultado da inclusão da restrição no preço da transação, não se exige uma informação separada
ou um ajuste a uma informação existente na data da transação para refletir o efeito da restrição sobre
a transferência. Similarmente, não se exige uma informação separada ou um ajuste a uma informação
existente em datas de mensuração subsequentes para refletir o efeito da restrição sobre a transferência.

Passivo financeiro com um elemento à vista

47 O valor justo de um passivo financeiro com um elemento à vista (por exemplo, depósito à vista) não é
menor que o valor a pagar à vista, descontado desde a primeira data em que o pagamento desse valor
poderia ser exigido.

Aplicação a ativos financeiros e passivos financeiros com posições de


compensação em riscos de mercado ou risco de crédito da contraparte
48 Uma entidade que detém um grupo de ativos financeiros e passivos financeiros está exposta a riscos de
mercado (conforme definido na IFRS 7) e ao risco de crédito (conforme definido na IFRS 7) de cada uma
das contrapartes. Se a entidade gerencia esse grupo de ativos financeiros e passivos financeiros com base

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em sua exposição líquida aos riscos de mercado ou ao risco de crédito, ela pode aplicar uma exceção a
esta IFRS para a mensuração do valor justo. Essa exceção permite que uma entidade mensure o valor
justo de um grupo de ativos financeiros e passivos financeiros com base no preço que seria recebido
pela venda de uma posição comprada líquida (ou seja, um ativo) para uma exposição a risco específica
ou pago pela transferência de uma posição vendida líquida (ou seja, um passivo) para uma exposição
a risco específica em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração
sob condições de mercado atuais. Consequentemente, uma entidade mensurará o valor justo do grupo
de ativos financeiros e passivos financeiros consistentemente com a forma pela qual os participantes do
mercado precificariam a exposição a risco líquida na data de mensuração.

49 Permite-se a uma entidade utilizar a exceção do parágrafo 48 somente se ela satisfizer todos os itens
seguintes:

(a) gerenciar o grupo de ativos financeiros e passivos financeiros com base na exposição líquida da
entidade a um risco (ou riscos) de mercado específico ou ao risco de crédito de uma contraparte
específica, de acordo com a estratégia de investimento ou gestão de risco documentada da entidade.

(b) fornecer informações, de acordo com essa base, sobre o grupo de ativos financeiros e passivos
financeiros ao pessoal-chave da administração da entidade, conforme definido na IAS 24 –
Divulgações sobre Partes Relacionadas; e

(c) for obrigada a, ou tiver optado por, mensurar esses ativos financeiros e passivos financeiros ao
valor justo na demonstração da posição financeira no final de cada período de relatório.

50 A exceção do parágrafo 48 não está relacionada à apresentação de demonstrações financeiras. Em alguns


casos, a base para a apresentação de demonstrações financeiras na demonstração da posição financeira
difere da base para a mensuração de instrumentos financeiros, como, por exemplo, caso uma IFRS
não exija ou permita que instrumentos financeiros sejam apresentados em base líquida. Nesses casos,
a entidade pode precisar alocar os ajustes em nível de carteira (vide parágrafos 53–56) aos ativos ou
passivos individuais que formam o grupo de ativos financeiros e passivos financeiros gerenciados com
base na exposição a risco líquida da entidade. Uma entidade realizará essas alocações de forma razoável
e consistente, utilizando uma metodologia adequada nas circunstâncias.

51 Para utilizar a exceção do parágrafo 48, a entidade tomará uma decisão de política contábil de acordo
com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros. Uma entidade que
utilizar a exceção aplicará essa política contábil, incluindo sua política para alocação de ajustes para
refletir o spread entre os preços de compra e de venda (vide parágrafos 53–55) e de ajustes de crédito
(vide parágrafo 56), se for o caso, de forma consistente de período a período para uma carteira específica.

52 A exceção do parágrafo 48 se aplica somente a ativos financeiros e passivos financeiros incluídos


no alcance da IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração ou da IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros.

Exposição a riscos de mercado

53 Ao utilizar a exceção do parágrafo 48 para mensurar o valor justo de um grupo de ativos financeiros e
passivos financeiros gerenciados com base na exposição líquida da entidade a um risco (ou riscos) de
mercado específico, a entidade aplicará o preço contido no spread entre os preços de compra e de venda
que, nas circunstâncias, melhor representar o valor justo para a exposição líquida da entidade a esses
riscos de mercado (vide parágrafos 70 e 71).

54 Ao utilizar a exceção do parágrafo 48, a entidade garantirá que o risco (ou riscos) de mercado ao qual a
entidade esteja exposta nesse grupo de ativos financeiros e passivos financeiros seja substancialmente o
mesmo. Por exemplo, a entidade não combinaria o risco de taxa de juros associado a um ativo financeiro
ao risco de preço de commodities associado a um passivo financeiro, pois fazê-lo não mitigaria a exposição
da entidade ao risco de taxa de juros ou ao risco de preço de commodities. Ao utilizar a exceção do
parágrafo 48, qualquer risco de base resultante do fato de os parâmetros de risco de mercado não serem

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idênticos será levado em consideração na mensuração do valor justo dos ativos financeiros e passivos
financeiros contidos no grupo.

55 Similarmente, a duração da exposição da entidade a um risco (ou riscos) de mercado específico em


decorrência dos ativos financeiros e dos passivos financeiros será substancialmente a mesma. Por exemplo,
uma entidade que utiliza um contrato de futuros de 12 meses contra os fluxos de caixa associados a
doze meses de exposição a risco de taxa de juros em um instrumento financeiro de cinco anos dentro de
um grupo formado somente desses ativos financeiros e passivos financeiros mensura o valor justo da
exposição ao risco de taxa de juros de 12 meses em uma base líquida e o restante da exposição a risco
de taxa de juros (ou seja, anos 2–5) em uma base bruta.

Exposição ao risco de crédito de uma contraparte específica

56 Ao utilizar a exceção do parágrafo 48 para mensurar o valor justo de um grupo de ativos financeiros e
passivos financeiros celebrados com uma contraparte específica, a entidade incluirá o efeito da exposição
líquida da entidade ao risco de crédito dessa contraparte ou a exposição líquida da contraparte ao risco
de crédito da entidade na mensuração do valor justo em situações em que os participantes do mercado
levariam em conta quaisquer acordos existentes que mitigariam a exposição ao risco de crédito em caso
de inadimplência (por exemplo, um acordo principal de liquidação com a contraparte ou um acordo
que exija a troca de garantias com base na exposição líquida de cada parte ao risco de crédito da outra).
A mensuração do valor justo refletirá as expectativas dos participantes do mercado sobre a probabilidade
de que esse acordo seja legalmente exequível na hipótese de inadimplência.

Valor justo no reconhecimento inicial


57 Quando um ativo é adquirido ou um passivo assumido em uma transação de troca para esse ativo ou
passivo, o preço da transação é o preço pago para adquirir o ativo ou recebido para assumir o passivo (um
preço de entrada). Por outro lado, o valor justo do ativo ou passivo é o preço que seria recebido para vender
o ativo ou pago para transferir o passivo (um preço de saída). As entidades não necessariamente vendem
ativos pelos preços pagos para adquiri-los. Similarmente, as entidades não necessariamente transferem
passivos pelos preços recebidos para assumi-los.

58 Em muitos casos, o preço da transação será igual ao valor justo (esse pode ser o caso, por exemplo,
quando, na data da transação, a transação para a compra de um ativo ocorre no mercado em que o ativo
seria vendido).

59 Ao determinar se o valor justo no reconhecimento inicial é igual ao preço da transação, uma entidade
levará em conta fatores específicos da transação e do ativo ou passivo. O parágrafo B4 descreve
situações em que o preço da transação pode não representar o valor justo de um ativo ou de um passivo
no reconhecimento inicial.

60 Se outra IFRS exigir ou permitir que uma entidade mensure um ativo ou um passivo inicialmente ao valor
justo e o preço da transação diferir do valor justo, a entidade reconhecerá o ganho ou perda resultante
em lucros e perdas, a menos que essa IFRS especifique de outro modo.

Técnicas de avaliação
61 Uma entidade utilizará técnicas de avaliação que sejam apropriadas nas circunstâncias e para as
quais haja dados suficientes disponíveis para mensurar o valor justo, maximizando o uso de dados
observáveis relevantes e minimizando o uso de dados não observáveis.

62 O objetivo de utilizar uma técnica de avaliação é estimar o preço pelo qual uma transação ordenada para
a venda do ativo ou para a transferência do passivo ocorreria entre participantes do mercado na data de
mensuração sob condições atuais de mercado. Três técnicas de avaliação amplamente utilizadas são a
abordagem de mercado, a abordagem de custo e a abordagem de receita. Os principais aspectos dessas
abordagens são resumidos nos parágrafos B5–B11. A entidade utilizará técnicas de avaliação consistentes
com uma ou mais dessas abordagens para mensurar o valor justo.

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63 Em alguns casos, uma única técnica de avaliação será apropriada (por exemplo, ao avaliar um ativo ou
um passivo utilizando preços cotados em um mercado ativo para ativos ou passivos idênticos). Em outros
casos, múltiplas técnicas de avaliação serão apropriadas (esse pode ser o caso, por exemplo, ao avaliar
uma unidade geradora de caixa). Se múltiplas técnicas de avaliação forem utilizadas para mensurar o valor
justo, os resultados (ou seja, as respectivas indicações do valor justo) serão avaliadas considerando-se
a razoabilidade da faixa de valores por eles indicada. Uma mensuração do valor justo é o ponto dentro
dessa faixa que melhor represente o valor justo nas circunstâncias.

64 Se o preço da transação for o valor justo no reconhecimento inicial, e uma técnica de avaliação que utilizar
dados não observáveis for utilizada para mensurar o valor justo em períodos subsequentes, a técnica de
avaliação será calibrada de modo que, no reconhecimento inicial, o resultado da técnica de avaliação
seja igual ao preço da transação. A calibração assegura que a técnica de avaliação reflita as condições
atuais de mercado e ajuda uma entidade a determinar se é necessário um ajuste à técnica de avaliação
(por exemplo, pode haver uma característica do ativo ou passivo que não seja capturada pela técnica de
avaliação). Após o reconhecimento inicial, ao mensurar o valor justo utilizando uma técnica ou técnicas
de avaliação que utilizem dados não observáveis, uma entidade assegurará que essas técnicas de avaliação
reflitam dados de mercado observáveis (por exemplo, o preço de um ativo ou passivo similar) na data
de mensuração.

65 As técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o valor justo serão aplicadas de forma consistente.
Contudo, uma mudança em uma técnica de avaliação ou em sua aplicação (por exemplo, uma mudança
em sua ponderação quando múltiplas técnicas de avaliação forem utilizadas ou uma mudança em um
ajuste aplicado a uma técnica de avaliação) é apropriada se a mudança resultar em uma mensuração que
seja igualmente ou mais representativa do valor justo nas circunstâncias. Esse pode ser o caso se, por
exemplo, qualquer dos eventos seguintes ocorrer:

(a) novos mercados surgirem;

(b) novas informações se tornarem disponíveis;

(c) informações utilizadas anteriormente não mais estiverem disponíveis;

(d) houver uma melhora nas técnicas de avaliação; ou

(e) houver mudanças nas condições de mercado.

66 Revisões decorrentes de uma mudança na técnica de avaliação ou em sua aplicação serão contabilizadas
como uma mudança na estimativa contábil, de acordo com a IAS 8. Contudo, as divulgações da IAS 8
para uma mudança na estimativa contábil não são exigidas para revisões decorrentes de uma mudança
em uma técnica de avaliação ou em sua aplicação.

Informações para técnicas de avaliação


Princípios gerais

67 As técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o valor justo maximizarão o uso de dados
observáveis relevantes e minimizará o uso de dados não observáveis.

68 Exemplos de mercados nos quais informações possam ser observáveis para alguns ativos e passivos (por
exemplo, instrumentos financeiros) incluem mercados bursáteis, mercados de revendedores, mercados
intermediados e mercados não intermediados (vide parágrafo B34).

69 Uma entidade selecionará informações que sejam consistentes com as características do ativo ou passivo,
os quais seriam levados em conta por participantes do mercado em uma transação com o ativo ou passivo
(vide parágrafos 11 e 12). Em alguns casos, essas características resultam na aplicação de um ajuste,
tal como um prêmio ou desconto (por exemplo, prêmio de controle ou desconto de participação de não
controladores). Contudo, uma mensuração do valor justo não incorporará um prêmio ou desconto que
seja inconsistente com a unidade de conta da IFRS que exija ou permita a mensuração do valor justo

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(vide parágrafos 13 e 14). Prêmios ou descontos que reflitam o tamanho como uma característica da
participação da entidade (especificamente, um fator de bloqueio que ajuste o preço cotado de um ativo ou
de um passivo porque o volume de negociação diária normal do mercado não é suficiente para absorver
a quantidade detida pela entidade, conforme descrito no parágrafo 80) e não como uma característica
do ativo ou passivo (por exemplo, um prêmio de controle ao mensurar o valor justo de uma participação
controladora) não são permitidos em uma mensuração do valor justo. Em todos os casos, se houver um
preço cotado em um mercado ativo (ou seja, uma informação de Nível 1) para um ativo ou passivo,
uma entidade utilizará esse preço sem ajuste ao mensurar o valor justo, salvo conforme especificado no
parágrafo 79.

Informações baseadas em preços de compra e de venda

70 Se um ativo ou passivo mensurado pelo valor justo tiver um preço de compra e um preço de venda (por
exemplo, uma informação de um mercado de revendedores), o preço contido no spread entre os preços de
compra e de venda que, nas circunstâncias, melhor representar o valor justo será utilizado para mensurar
o valor justo, independentemente de onde essa informação estiver classificada na hierarquia de valor
justo (ou seja, Nível 1, 2 ou 3; vide parágrafos 72-90). O uso de preços de compra para posições ativas
e de preços de venda para posições passivas é permitido, mas não é exigido.

71 Esta IFRS não impede o uso de precificação média de mercado ou outras convenções de precificação
que sejam utilizadas por participantes do mercado como um expediente prático para mensurações do
valor justo dentro de um spread entre os preços de compra e de venda.

Hierarquia de valor justo


72 Para aumentar a consistência e a comparabilidade nas mensurações do valor justo e nas divulgações
correspondentes, esta IFRS estabelece uma hierarquia de valor justo que classifica em três níveis (vide
parágrafos 76–90) as informações para as técnicas de avaliação utilizadas na mensuração do valor justo.
A hierarquia de valor justo dá a mais alta prioridade a preços cotados (não ajustados) em mercados
ativos para ativos ou passivos idênticos (informações de Nível 1) e a mais baixa prioridade a dados não
observáveis (informações de Nível 3).

73 Em alguns casos, as informações utilizadas para mensurar o valor justo de um ativo ou de um passivo
podem ser classificadas em diferentes níveis da hierarquia de valor justo. Nesses casos, a mensuração
do valor justo é classificada integralmente no mesmo nível da hierarquia de valor justo que a informação
de nível mais baixo que for significativa para a mensuração como um todo. Avaliar a importância de
uma informação específica para a mensuração como um todo requer julgamento, levando-se em conta
fatores específicos do ativo ou passivo. Ajustes para chegar a mensurações baseadas no valor justo, tais
como os custos para vender ao mensurar o valor justo menos os custos para vender, não serão levados
em conta ao determinar o nível da hierarquia de valor justo no qual uma mensuração do valor justo
seja classificada.

74 A disponibilidade de informações relevantes e sua relativa subjetividade pode afetar a escolha de técnicas
de avaliação apropriadas (vide parágrafo 61). Contudo, a hierarquia de valor justo prioriza as informações
das técnicas de avaliação e não as técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o valor justo. Por
exemplo, uma mensuração do valor justo desenvolvida utilizando-se uma técnica de valor presente
pode ser classificada no Nível 2 ou no Nível 3, dependendo das informações que sejam significativas
para a mensuração como um todo e do nível da hierarquia de valor justo em que essas informações
sejam classificadas.

75 Se um dado observável exigisse um ajuste que utilizasse um dado não observável e esse ajuste resultasse
em uma mensuração do valor justo significativamente mais alta ou mais baixa, a mensuração resultante
seria classificada no Nível 3 da hierarquia de valor justo. Por exemplo, se um participante do mercado
levasse em conta o efeito de uma restrição sobre a venda de um ativo ao estimar o preço do ativo, a
entidade ajustaria o preço cotado para refletir o efeito dessa restrição. Se esse preço cotado fosse uma
informação de Nível 2 e o ajuste fosse um dado não observável significativo para a mensuração como
um todo, a mensuração seria classificada no Nível 3 da hierarquia de valor justo.

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Informações de Nível 1

76 Informações de Nível 1 são preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos
idênticos a que a entidade possa ter acesso na data de mensuração.

77 Um preço cotado em um mercado ativo oferece a evidência mais confiável do valor justo e será
utilizado sem ajuste para mensurar o valor justo sempre que disponível, salvo conforme especificado
no parágrafo 79.

78 Uma informação de Nível 1 estará disponível para muitos ativos financeiros e passivos financeiros,
alguns dos quais podem ser trocados em múltiplos mercados ativos (por exemplo, em diferentes bolsas).
Portanto, a ênfase no Nível 1 está em determinar ambos os seguintes:

(a) o mercado principal para o ativo ou passivo ou, na ausência de um mercado principal, o mercado
mais vantajoso para o ativo ou passivo; e

(b) se a entidade pode celebrar uma transação com o ativo ou passivo pelo preço nesse mercado na
data de mensuração.

79 A entidade não efetuará um ajuste em uma informação de Nível 1, exceto nas seguintes circunstâncias:

(a) quando uma entidade detiver um grande número de ativos ou passivos similares (mas não idênticos)
(por exemplo, títulos de dívida) que forem mensurados ao valor justo, e um preço cotado em um
mercado ativo estiver disponível mas não prontamente acessível para cada um desses ativos ou
passivos individualmente (ou seja, dado o grande número de ativos ou passivos similares detidos
pela entidade, seria difícil obter informações de precificação para cada ativo ou passivo individual
na data de mensuração). Nesse caso, como um expediente prático, a entidade poderá mensurar o
valor justo utilizando um método de precificação alternativo que não se baseie exclusivamente
em preços cotados (por exemplo, precificação por matriz). Contudo, o uso de um método de
precificação alternativo resulta em uma mensuração do valor justo classificada em um nível mais
baixo na hierarquia de valor justo.

(b) quando um preço cotado em um mercado ativo não representar o valor justo na data de mensuração.
Esse pode ser o caso se, por exemplo, eventos significativos (tais como transações em um mercado
não intermediado, negociações em um mercado intermediado ou anúncios) ocorrerem após o
fechamento de um mercado mas antes da data de mensuração. Uma entidade estabelecerá e aplicará
de forma consistente uma política para a identificação dos eventos que possam afetar mensurações
do valor justo. Contudo, se o preço cotado for ajustado para refletir novas informações, o ajuste
resultará em uma mensuração do valor justo classificada em um nível mais baixo na hierarquia de
valor justo.

(c) ao mensurar o valor justo de um passivo ou do instrumento de patrimônio próprio da entidade


utilizando o preço cotado para o item idêntico negociado como um ativo em um mercado ativo, e
esse preço precisar ser ajustado para refletir fatores específicos do item ou ativo (vide parágrafo
39). Se nenhum ajuste ao preço cotado do ativo for necessário, o resultado será uma mensuração
do valor justo classificada no Nível 1 da hierarquia de valor justo. Contudo, qualquer ajuste no
preço cotado do ativo resulta em uma mensuração do valor justo classificada em um nível mais
baixo na hierarquia de valor justo.

80 Se uma entidade detiver uma posição em um único ativo ou passivo (incluindo uma posição que
compreender um grande número de ativos ou passivos idênticos, como, por exemplo, a detenção de
instrumentos financeiros) e esse ativo ou passivo for negociado em um mercado ativo, o valor justo do
ativo ou passivo será mensurado no Nível 1 como o produto entre o preço cotado para o ativo ou passivo
individual e a quantidade detida pela entidade. Esse é o caso mesmo quando o volume de negociação
diária normal de um mercado não é suficiente para absorver a quantidade detida e a emissão de ordens
de venda da posição em uma única transação pode afetar o preço cotado.

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Informações de Nível 2

81 Informações de Nível 2 são informações que são observáveis para o ativo ou passivo, seja direta ou
indiretamente, exceto preços cotados incluídos no Nível 1.

82 Se o ativo ou passivo tiver um prazo determinado (contratual), uma informação de Nível 2 deve ser
observável substancialmente pelo prazo integral do ativo ou passivo. Informações de Nível 2 incluem
os seguintes:

(a) preços cotados para ativos ou passivos similares em mercados ativos.

(b) preços cotados para ativos ou passivos idênticos ou similares em mercados que não sejam ativos.

(c) informações, exceto preços cotados, que sejam observáveis para o ativo ou passivo, como,
por exemplo:

(i) taxas de juros e curvas de rendimento observáveis em intervalos comumente cotados;

(ii) volatilidades implícitas; e

(iii) spreads de crédito.

(d) informações corroboradas pelo mercado.

83 Os ajustes a informações de Nível 2 variarão dependendo de fatores específicos do ativo ou passivo.


Tais fatores incluem os seguintes:

(a) a condição ou localização do ativo;

(b) em que medida as informações estão relacionadas a itens que são comparáveis ao ativo ou passivo
(incluindo os fatores descritos no parágrafo 39); e

(c) o volume ou nível de atividade nos mercados em que as informações são observadas.

84 Um ajuste a uma informação de Nível 2 que seja significativa para a mensuração como um todo pode
resultar em uma mensuração do valor justo classificada no Nível 3 da hierarquia de valor justo se esse
ajuste utilizar dados não observáveis significativos.

85 O parágrafo B35 descreve o uso de informações de Nível 2 para ativos e passivos específicos.

Informações de Nível 3

86 Informações de Nível 3 são dados não observáveis para o ativo ou passivo.

87 Dados não observáveis serão utilizados para mensurar o valor justo na medida em que dados observáveis
relevantes não estejam disponíveis, admitindo assim situações em que há pouca ou nenhuma atividade
de mercado para o ativo ou passivo na data de mensuração. Contudo, o objetivo da mensuração do valor
justo permanece o mesmo, ou seja, um preço de saída na data de mensuração do ponto de vista de um
participante do mercado que detém o ativo ou deve o passivo. Portanto, dados não observáveis refletirão
as premissas que os participantes do mercado utilizariam ao precificar o ativo ou passivo, incluindo
premissas sobre risco.

88 Premissas sobre risco incluem o risco inerente a uma técnica de avaliação específica utilizada para
mensurar o valor justo (como, por exemplo, um modelo de precificação) e o risco inerente às informações
utilizadas na técnica de avaliação. Uma mensuração que não incluísse um ajuste para refletir o risco não
representaria uma mensuração do valor justo se, ao precificar o ativo ou passivo, os participantes do
mercado incluíssem um ajuste. Por exemplo, pode ser necessário incluir um ajuste de risco quando houver
incerteza significativa na mensuração (por exemplo, quando tiver havido uma diminuição significativa
no volume ou nível de atividade em comparação à atividade normal do mercado para o ativo ou passivo,

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ou para ativos ou passivos similares, e a entidade tiver determinado que o preço da transação ou o preço
cotado não representa o valor justo, conforme descrito nos parágrafos B37–B47).

89 Uma entidade desenvolverá dados não observáveis utilizando as melhores informações disponíveis nas
circunstâncias, que podem incluir dados próprios da entidade. Ao desenvolver dados não observáveis, uma
entidade pode começar com seus próprios dados, mas ajustará esses dados se informações razoavelmente
disponíveis indicarem que outros participantes do mercado utilizariam dados diferentes ou se houver
algo específico para a entidade que não estiver disponível para outros participantes do mercado (por
exemplo, uma sinergia específica da entidade). Uma entidade não precisa empreender esforços exaustivos
para obter informações sobre premissas de participantes do mercado. Contudo, a entidade levará em
conta todas as informações sobre premissas de participantes do mercado que estiverem razoavelmente
disponíveis. Dados não observáveis desenvolvidos da forma descrita acima são considerados premissas
de participantes do mercado e atingem o objetivo de uma mensuração do valor justo.

90 O parágrafo B36 descreve o uso de informações de Nível 3 para ativos e passivos específicos.

Divulgação
91 Uma entidade divulgará informações que auxiliem os usuários de suas demonstrações financeiras
a avaliar ambos os seguintes:

(a) para ativos e passivos que sejam mensurados ao valor justo de forma recorrente ou não
recorrente na demonstração da posição financeira após o reconhecimento inicial, as técnicas
de avaliação e informações utilizadas para desenvolver essas mensurações.

(b) para mensurações do valor justo recorrentes que utilizem dados não observáveis significativos
(Nível 3), o efeito das mensurações sobre os lucros e perdas ou outros resultados abrangentes
para o período.

92 Para atingir os objetivos do parágrafo 91, uma entidade considerará todos os itens seguintes:

(a) o nível de detalhamento necessário para atender aos requisitos de divulgação;

(b) quanta ênfase se deve dar a cada um dos diversos requisitos;

(c) quanta agregação ou desagregação se deve efetuar; e

(d) se os usuários de demonstrações financeiras necessitam de informações adicionais para avaliar as


informações quantitativas divulgadas.

Se as divulgações feitas de acordo com esta IFRS e outras IFRSs forem insuficientes para atingir os
objetivos do parágrafo 91, uma entidade divulgará informações adicionais necessárias para atingir
esses objetivos.

93 Para atingir os objetivos do parágrafo 91, uma entidade divulgará, no mínimo, as seguintes informações
para cada classe de ativos e passivos (vide parágrafo 94 para informações sobre a determinação de classes
adequadas de ativos e passivos) mensurados ao valor justo (incluindo mensurações com base no valor
justo dentro do alcance desta IFRS) na demonstração da posição financeira após o reconhecimento inicial:

(a) para mensurações do valor justo recorrentes e não recorrentes, para a mensuração do valor justo
no final do período de relatório e para mensurações do valor justo não recorrentes, as razões para a
mensuração. Mensurações do valor justo recorrentes de ativos ou passivos são aquelas que outras
IFRSs exijam ou permitam na demonstração da posição financeira no final de cada período de
relatório. Mensurações do valor justo não recorrentes de ativos ou passivos são aquelas que outras
IFRSs exijam ou permitam na demonstração da posição financeira em circunstâncias específicas
(por exemplo, quando uma entidade mensura um ativo mantido para venda ao valor justo menos
os custos para vender, de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não circulantes Mantidos para Venda e

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Operações Descontinuadas, porque o valor justo menos os custos para vender do ativo é menor
que o seu valor contábil).

(b) para mensurações do valor justo recorrentes e não recorrentes, o nível da hierarquia de valor justo
no qual as mensurações do valor justo sejam classificadas em sua totalidade (Nível 1, 2 ou 3).

(c) para ativos e passivos detidos no final do período de relatório que sejam mensurados ao valor justo
de forma recorrente, os valores de quaisquer transferências entre o Nível 1 e o Nível 2 da hierarquia
de valor justo, as razões para essas transferências e a política da entidade para determinar quando
se considera que ocorreram as transferências entre níveis (vide parágrafo 95). As transferências
para cada nível serão divulgadas e discutidas separadamente das transferências de cada nível.

(d) para mensurações do valor justo recorrentes e não recorrentes classificadas no Nível 2 e no
Nível 3 da hierarquia de valor justo, uma descrição da(s) técnica(s) de avaliação e as informações
utilizadas na mensuração do valor justo. Se tiver havido uma mudança na técnica de avaliação
(por exemplo, mudando de uma abordagem de mercado para uma abordagem de receita, ou o uso
de uma técnica de avaliação adicional), a entidade divulgará essa mudança e a(s) razão(ões) para
adotá-la. Para mensurações do valor justo classificadas no Nível 3 da hierarquia de valor justo, a
entidade fornecerá informações quantitativas sobre dados não observáveis significativos utilizados
na mensuração do valor justo. Uma entidade não está obrigada a criar informações quantitativas
para cumprir esse requisito de divulgação se dados não observáveis quantitativos não forem
desenvolvidos pela entidade ao mensurar o valor justo (por exemplo, quando a entidade utiliza
preços de transações anteriores ou informações de precificação de terceiros sem ajuste). Contudo,
ao fornecer essa divulgação, a entidade não pode ignorar dados não observáveis quantitativos que
sejam significativos para a mensuração do valor justo e que estejam razoavelmente disponíveis
para a entidade.

(e) para mensurações de valor justo recorrentes classificadas no Nível 3 da hierarquia de valor justo,
uma conciliação dos saldos iniciais com os saldos finais, divulgando separadamente as mudanças
durante o período atribuíveis ao seguinte:

(i) ganhos ou perdas totais para o período, reconhecidos em lucros e perdas, e a(s) rubrica(s)
em lucros e perdas na(s) qual(is) esses ganhos ou perdas são reconhecidos.

(ii) ganhos ou perdas totais para o período, reconhecidos em outros resultados abrangentes, e
a(s) rubrica(s) em outros resultados abrangentes na(s) qual(is) esses ganhos ou perdas são
reconhecidos.

(iii) compras, vendas, emissões e liquidações (cada um desses tipos de mudanças divulgado
separadamente).

(iv) os valores de quaisquer transferências para o/do Nível 3 da hierarquia de valor justo, as razões
para essas transferências e a política da entidade para determinar quando se considera que
ocorreram as transferências entre níveis (vide parágrafo 95). As transferências para o Nível 3
serão divulgadas e discutidas separadamente das transferências do Nível 3.

(f) para mensurações do valor justo recorrentes classificadas no Nível 3 da hierarquia de valor justo, o
valor dos ganhos ou perdas totais para o período em (e)(i) incluídos em lucros e perdas que sejam
atribuíveis à mudança nos ganhos ou perdas não realizados relativos a esses ativos e passivos detidos
no final do período de relatório e a(s) rubrica(s) em lucros e perdas na(s) qual(is) esses ganhos ou
perdas não realizados sejam reconhecidos.

(g) para mensurações do valor justo recorrentes e não recorrentes classificadas no Nível 3 da hierarquia
de valor justo, uma descrição dos processos de avaliação utilizados pela entidade (incluindo, por
exemplo, como uma entidade decide suas políticas e procedimentos de avaliação e analisa mudanças
nas mensurações do valor justo de período a período).

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(h) para mensurações do valor justo recorrentes classificadas no Nível 3 da hierarquia de valor justo:

(i) para todas essas mensurações, uma descrição narrativa da sensibilidade da mensuração do
valor justo a mudanças em dados não observáveis, se uma mudança nesses dados para um
valor diferente puder resultar em uma mensuração do valor justo significativamente mais
alta ou mais baixa. Se houver inter-relações entre esses dados e outros dados não observáveis
utilizados na mensuração do valor justo, a entidade fornecerá também uma descrição dessas
inter-relações e de como elas poderiam intensificar ou mitigar o efeito de mudanças nos
dados não observáveis sobre a mensuração do valor justo. Para satisfazer esse requisito de
divulgação, a descrição narrativa da sensibilidade a mudanças em dados não observáveis
incluirá, no mínimo, os dados não observáveis divulgados ao satisfazer o item (d).

(ii) para ativos financeiros e passivos financeiros, se a mudança de um ou mais dos dados não
observáveis para refletir premissas alternativas razoavelmente possíveis puder mudar o valor
justo de forma significativa, uma entidade indicará esse fato e divulgará o efeito dessas
mudanças. A entidade divulgará como o efeito de uma mudança para refletir uma premissa
alternativa razoavelmente possível foi calculado. Para essa finalidade, a significância será
julgada em relação a lucros e perdas e aos ativos totais ou passivos totais ou, quando as
mudanças no valor justo forem reconhecidas em outros resultados abrangentes, ao patrimônio
líquido total.

(i) para mensurações do valor justo recorrentes e não recorrentes, se o melhor uso de um ativo não
financeiro diferir de seu uso atual, uma entidade divulgará esse fato e por que o ativo não financeiro
está sendo usado de uma maneira que difere de seu melhor uso.

94 Uma entidade determinará classes apropriadas de ativos e passivos com base no seguinte:

(a) a natureza, características e riscos do ativo ou passivo; e

(b) o nível da hierarquia de valor justo no qual a mensuração do valor justo está classificada.

O número de classes pode precisar ser maior para mensurações do valor justo classificadas no Nível 3 da
hierarquia de valor justo, uma vez que essas mensurações têm um grau maior de incerteza e subjetividade.
Determinar classes apropriadas de ativos e passivos para as quais devem ser fornecidas divulgações
sobre mensurações do valor justo requer julgamento. Uma classe de ativos e passivos frequentemente
exigirá uma desagregação maior que as rubricas apresentadas na demonstração da posição financeira.
Contudo, uma entidade fornecerá informações suficientes para permitir a conciliação com as rubricas
apresentadas na demonstração da posição financeira. Se outra IFRS especificar a classe de um ativo ou
passivo, uma entidade poderá, ao fornecer as divulgações exigidas nesta IFRS, utilizar essa classe se ela
satisfizer os requisitos deste parágrafo.

95 Uma entidade divulgará e seguirá de forma consistente a sua política para determinar quando se considera
que ocorreram as transferências entre níveis da hierarquia de valor justo de acordo com os parágrafos 93(c)
e (e)(iv). A política sobre a época do reconhecimento de transferências será a mesma para transferências
para níveis e para transferências dos níveis. Exemplos de políticas para determinação da época das
transferências incluem:

(a) a data do evento ou da mudança nas circunstâncias que causou a transferência.

(b) o início do período de relatório.

(c) o final do período de relatório.

96 Se uma entidade tomar uma decisão de política contábil para utilizar a exceção do parágrafo 48, ela
divulgará esse fato.

97 Para cada classe de ativos e passivos não mensurados ao valor justo na demonstração da posição financeira,
mas cujo valor justo for divulgado, uma entidade divulgará as informações exigidas pelos parágrafos
93(b), (d) e (i). Contudo, uma entidade não está obrigada a fornecer as divulgações quantitativas sobre

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IFRS 13

dados não observáveis significativos utilizados em mensurações do valor justo classificadas no Nível 3
da hierarquia de valor justo, conforme exigidas pelo parágrafo 93(d). Para esses ativos e passivos, uma
entidade não precisa fornecer as demais divulgações exigidas por esta IFRS.

98 Para um passivo mensurado ao valor justo e emitido com uma melhoria de crédito de terceiro inseparável,
um emitente divulgará a existência dessa melhoria de crédito e se ela está refletida na mensuração do
valor justo do passivo.

99 Uma entidade apresentará as divulgações quantitativas exigidas por esta IFRS em um formato tabular,
salvo se um outro formato for mais apropriado.

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IFRS 13

Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice é parte integrante da IFRS.

abordagem de custo Uma técnica de avaliação que reflete o valor que seria exigido atualmente
para substituir a capacidade de serviço de um ativo (normalmente referido
como o custo de substituição atual).
abordagem de mercado Uma técnica de avaliação que utiliza preços e outras informações relevantes
geradas por transações de mercado envolvendo ativos, passivos ou um
grupo de ativos e passivos – como, por exemplo, um negócio – idênticos ou
comparáveis (ou seja, similares).
abordagem de receita Técnicas de avaliação que convertem valores futuros (por exemplo, fluxos de
caixa ou receitas e despesas) em um valor único atual (ou seja, descontado).
A mensuração do valor justo é determinada com base no valor indicado pelas
expectativas de mercado atuais em relação a esses valores futuros.
custos de transação Os custos para vender um ativo ou transferir um passivo no mercado principal
(ou mais vantajoso) para o ativo ou passivo que sejam diretamente atribuíveis
à venda do ativo ou à transferência do passivo e que atendam ambos os
critérios seguintes:

(a) Resultem diretamente da transação e sejam essenciais para ela.

(b) Não teriam sido incorridos pela entidade se a decisão de vender o ativo
ou de transferir o passivo não tivesse sido tomada (similares aos custos
para vender, conforme definido na IFRS 5).
custos de transporte Os custos que seriam incorridos para transportar um ativo de seu local atual
para o seu mercado principal (ou mais vantajoso).
dados não observáveis Informações em relação às quais não há dados de mercado disponíveis e as
quais são desenvolvidas utilizando-se as melhores informações disponíveis
sobre as premissas que seriam utilizadas pelos participantes do mercado ao
precificar o ativo ou passivo.
dados observáveis Informações que são desenvolvidas utilizando-se dados de mercado, tais
como informações publicamente disponíveis sobre eventos ou transações
reais, e que refletem as premissas que participantes do mercado utilizariam
ao precificar o ativo ou passivo.
fluxo de caixa esperado A média ponderada por probabilidade (ou seja, a média da distribuição) de
possíveis fluxos de caixa futuros.
informações As premissas que seriam utilizadas por participantes do mercado ao precificar
o ativo ou passivo, incluindo premissas sobre risco, como, por exemplo:

(a) o risco inerente a uma técnica de avaliação específica utilizada para


mensurar o valor justo (por exemplo, um modelo de precificação); e

(b) o risco inerente às informações da técnica de avaliação.

Informações podem ser observáveis ou não observáveis.


informações corroboradas pelo Informações que são obtidas principalmente a partir de (ou corroboradas por)
mercado dados de mercado observáveis por meio de correlação ou por outros meios.

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IFRS 13

Informações de Nível 1 Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos
idênticos a que a entidade possa ter acesso na data de mensuração.
Informações de Nível 2 Informações que são observáveis para o ativo ou passivo, seja direta ou
indiretamente, exceto preços cotados incluídos no Nível 1.
Informações de Nível 3 Dados não observáveis para o ativo ou passivo.
melhor uso O uso de um ativo não financeiro por participantes do mercado que
maximizaria o valor do ativo ou o grupo de ativos e passivos (por exemplo,
um negócio) dentro do qual o ativo seria utilizado.
mercado ativo Um mercado no qual transações para o ativo ou passivo ocorrem com
frequência e volume suficientes para fornecer informações de precificação
de forma contínua.
mercado mais vantajoso O mercado que maximiza o valor que seria recebido para vender o ativo ou
que minimiza o valor que seria pago para transferir o passivo, após levar em
consideração os custos de transação e os custos de transporte.
mercado principal O mercado com o maior volume e nível de atividade para o ativo ou passivo.
participante do mercado Compradores e vendedores do mercado principal (ou mais vantajoso) para o
ativo ou passivo, os quais têm todas as características a seguir:

(a) São independentes entre si, ou seja, não são partes relacionadas,
conforme definido na IAS 24, embora o preço em uma transação
com partes relacionadas possa ser utilizado como informação em
uma mensuração do valor justo se a entidade tiver evidência de que a
transação foi realizada em condições de mercado.

(b) São conhecedores, tendo um entendimento razoável do ativo ou passivo


e da transação com a utilização de todas as informações disponíveis,
incluindo informações que possam ser obtidas por meio de esforços
usuais e habituais de devida diligência.

(c) São capazes de realizar uma transação com o ativo ou passivo.

(d) Estão interessados em realizar uma transação com o ativo ou passivo, ou


seja, estão motivados, mas não forçados ou, de outro modo, obrigados
a fazê-lo.
preço de entrada O preço pago para adquirir um ativo ou recebido para assumir um passivo
em uma transação de troca.
preço de saída O preço que seria recebido para vender um ativo ou pago para transferir um
passivo.
prêmio de risco Compensação buscada por participantes do mercado avessos ao risco por
suportar a incerteza inerente ao fluxo de caixa de um ativo ou passivo.
Denominada também como “ajuste de risco”.
risco de descumprimento O risco de que uma entidade não cumprirá uma obrigação. O risco de
descumprimento inclui, entre outros, o risco de crédito próprio da entidade.
transação ordenada Uma transação que presume exposição ao mercado por um período antes da
data de mensuração para permitir atividades de marketing que são usuais e
habituais para transações envolvendo esses ativos ou passivos; não se trata
de uma transação forçada (por exemplo, uma liquidação forçada ou venda
em situação adversa).

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unidade de conta O nível no qual um ativo ou passivo é agregado ou desagregado em uma IFRS
para fins de reconhecimento.
valor justo O preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação ordenada entre participantes
do mercado na data de mensuração.

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Apêndice B
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da IFRS. Ele descreve a aplicação dos parágrafos 1-99 e tem a mesma importância
que as demais partes da IFRS.

B1 Os julgamentos aplicados em diferentes situações de avaliação podem ser diferentes. Este apêndice
descreve os julgamentos que podem ser aplicáveis quando uma entidade mensura o valor justo em
diferentes situações de avaliação.

A abordagem da mensuração do valor justo


B2 O objetivo de uma mensuração do valor justo é estimar o preço pelo qual uma transação ordenada para
a venda do ativo ou para a transferência do passivo ocorreria entre participantes do mercado na data
de mensuração sob condições atuais de mercado. Uma mensuração do valor justo exige que a entidade
determine todos os itens a seguir:

(a) o ativo ou passivo específico objeto da mensuração (de forma consistente com a sua unidade
de conta).

(b) para um ativo não financeiro, a premissa de avaliação apropriada para a mensuração (de forma
consistente com o seu melhor uso).

(c) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o ativo ou passivo.

(d) a(s) técnica(s) de avaliação apropriada(s) para a mensuração, considerando-se a disponibilidade de


dados com os quais se possa desenvolver informações que representem as premissas que seriam
utilizadas por participantes do mercado ao precificar o ativo ou passivo e o nível da hierarquia de
valor justo no qual se classificam os dados.

Premissa de avaliação para ativos não financeiros (parágrafos 31–33)


B3 Ao mensurar o valor justo de um ativo não financeiro utilizado em combinação com outros ativos como
um grupo (conforme instalados ou, de outro modo, configurados para uso) ou em combinação com
outros ativos e passivos (por exemplo, um negócio), o efeito da premissa de avaliação depende das
circunstâncias. Por exemplo:

(a) o valor justo de um ativo pode ser o mesmo, independentemente de o ativo ser utilizado de forma
independente ou em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos. Esse pode ser
o caso quando o ativo é um negócio que os participantes do mercado continuariam a operar. Nesse
caso, a transação envolveria a avaliação do negócio em sua totalidade. O uso dos ativos como um
grupo em um negócio em operação geraria sinergias que estariam disponíveis aos participantes do
mercado (ou seja, sinergias dos participantes do mercado que, portanto, afetariam o valor justo do
ativo de forma independente ou em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos).

(b) o uso de um ativo em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos poderia ser
incorporado à mensuração do valor justo por meio de ajustes ao valor do ativo usado de forma
independente. Esse pode ser o caso quando o ativo é uma máquina e a mensuração do valor justo
é determinada utilizando-se um preço observado para uma máquina similar (não instalada ou, de
outro modo, configurada para uso), ajustado para refletir custos de transporte e instalação, de modo
que a mensuração do valor justo reflita a condição e localização atuais da máquina (instalada e
configurada para uso).

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(c) o uso de um ativo em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos poderia ser
incorporado à mensuração do valor justo por meio das premissas dos participantes do mercado
utilizadas para mensurar o valor justo do ativo. Por exemplo, se o ativo consiste em estoque de
produtos em elaboração de natureza singular e os participantes do mercado convertessem esse
estoque em produtos acabados, o valor justo do estoque presumiria que os participantes do mercado
adquiriram ou adquiririam quaisquer máquinas especializadas necessárias para converter o estoque
em produtos acabados.

(d) o uso de um ativo em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos poderia ser
incorporado à técnica de avaliação utilizada para mensurar o valor justo do ativo. Esse pode ser o
caso ao utilizar o método de ganhos excedentes em múltiplos períodos para mensurar o valor justo
de um ativo intangível, já que a técnica de avaliação leva em conta especificamente a contribuição
de quaisquer ativos complementares e dos passivos correspondentes no grupo em que esse ativo
intangível seria utilizado.

(e) em situações mais limitadas, quando utiliza um ativo dentro de um grupo de ativos, a entidade pode
mensurar o ativo a um valor que se aproxima do seu valor justo ao alocar o valor justo do grupo de
ativos aos ativos individuais do grupo. Esse pode ser o caso quando a avaliação envolve imóveis
e o valor justo do imóvel submetido a benfeitorias (ou seja, um grupo de ativos) é alocado aos seu
ativos componentes (como, por exemplo, terrenos e benfeitorias).

Valor justo no reconhecimento inicial (parágrafos 57–60)


B4 Ao determinar se o valor justo no reconhecimento inicial é igual ao preço da transação, uma entidade
levará em conta fatores específicos da transação e do ativo ou passivo. Por exemplo, o preço da transação
pode não representar o valor justo de um ativo ou passivo no reconhecimento inicial se qualquer das
condições seguintes se aplicar:

(a) A transação for entre partes relacionadas, embora o preço em uma transação com partes relacionadas
possa ser utilizado como informação em uma mensuração do valor justo se a entidade tiver evidência
de que a transação foi realizada em condições de mercado.

(b) A transação ocorre sob coação ou o vendedor é forçado a aceitar o preço na transação. Por exemplo,
esse pode ser o caso quando o vendedor está passando por dificuldades financeiras.

(c) A unidade de conta representada pelo preço da transação é diferente da unidade de conta para
o ativo ou passivo mensurado ao valor justo. Por exemplo, esse pode ser o caso se o ativo ou
passivo mensurado ao valor justo for apenas um dos elementos na transação (por exemplo, em uma
combinação de negócios), a transação incluir direitos e privilégios implícitos que sejam mensurados
separadamente de acordo com outra IFRS ou o preço da transação incluir custos de transação.

(d) O mercado no qual ocorre a transação é diferente do mercado principal (ou mais vantajoso). Por
exemplo, esses mercados podem ser diferentes se a entidade for uma revendedora que celebrar
transações com clientes no mercado de varejo, mas o mercado principal (ou mais vantajoso) para
a transação de saída for com outros revendedores no mercado de revendedores.

Técnicas de avaliação (parágrafos 61–66)

Abordagem de mercado
B5 A abordagem de mercado utiliza preços e outras informações relevantes geradas por transações de
mercado envolvendo ativos, passivos ou um grupo de ativos e passivos – como, por exemplo, um negócio
– idênticos ou comparáveis (ou seja, similares).

B6 Por exemplo, técnicas de avaliação consistentes com a abordagem de mercado frequentemente utilizam
múltiplos de mercado obtidos a partir de um conjunto de elementos de comparação. Os múltiplos devem

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estar em faixas, com um múltiplo diferente para cada elemento de comparação. A escolha do múltiplo
apropriado dentro da faixa exige julgamento, considerando-se fatores qualitativos e quantitativos
específicos da mensuração.

B7 Técnicas de avaliação consistentes com a abordagem de mercado incluem a precificação por matriz.
Precificação por matriz é uma técnica matemática utilizada principalmente para avaliar alguns tipos de
instrumentos financeiros, tais como títulos de dívida, sem se basear exclusivamente em preços cotados
para os títulos específicos, mas sim baseando-se na relação dos títulos com outros títulos cotados
de referência.

Abordagem de custo
B8 A abordagem de custo reflete o valor que seria exigido atualmente para substituir a capacidade de serviço
de um ativo (normalmente referido como o custo de substituição atual).

B9 Do ponto de vista de um vendedor participante do mercado, o preço que seria recebido pelo ativo baseia-
se no custo para um comprador participante do mercado adquirir ou construir um ativo substituto de
utilidade comparável, ajustado para refletir a obsolescência. Isso porque um comprador participante
do mercado não pagaria mais por um ativo do que o valor pelo qual poderia substituir a capacidade de
serviço desse ativo. Obsolescência compreende deterioração física, obsolescência funcional (tecnológica)
e obsolescência econômica (externa), sendo mais ampla que a depreciação para fins de relatório financeiro
(uma alocação do custo histórico) ou para fins tributários (utilizando as vidas úteis especificadas). Em
muitos casos, o método de custo de substituição atual é utilizado para mensurar o valor justo de ativos
tangíveis que sejam utilizados em combinação com outros ativos ou com outros ativos e passivos.

Abordagem de receita
B10 A abordagem de receita converte valores futuros (por exemplo, fluxos de caixa ou receitas e despesas)
em um valor único atual (ou seja, descontado). Quando a abordagem de receita é utilizada, a mensuração
do valor justo reflete as expectativas de mercado atuais em relação a esses valores futuros.

B11 Essas técnicas de avaliação incluem, por exemplo:

(a) técnicas de valor presente (vide parágrafos B12–B30);

(b) modelos de precificação de opções, como a fórmula de Black-Scholes-Merton ou um modelo


binomial (ou seja, um modelo de árvore), que incorporem técnicas de valor presente e reflitam
tanto o valor temporal quanto o valor intrínseco de uma opção; e

(c) o método de ganhos excedentes em múltiplos períodos, que é utilizado para mensurar o valor justo
de alguns ativos intangíveis.

Técnicas de valor presente

B12 Os parágrafos B13-B30 descrevem o uso de técnicas de valor presente para mensurar o valor justo. Esses
parágrafos se concentram em uma técnica de ajuste de taxa de desconto e em uma técnica de fluxo de
caixa esperado (valor presente esperado). Esses parágrafos não prescrevem o uso de uma única técnica
de valor presente específica nem limitam o uso de técnicas de valor presente para mensuração do valor
justo às técnicas discutidas. A técnica de valor presente utilizada para mensurar o valor justo dependerá
de fatos e circunstâncias específicos para o ativo ou passivo que estiver sendo mensurado (por exemplo,
se preços para ativos ou passivos comparáveis podem ser observados no mercado) e da disponibilidade
de dados suficientes.

Os componentes de uma mensuração do valor presente

B13 O valor presente (ou seja, uma aplicação da abordagem de receita) é uma ferramenta utilizada para
relacionar valores futuros (por exemplo, valores ou fluxos de caixa) a um valor presente utilizando uma

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taxa de desconto. Uma mensuração do valor justo de um ativo ou passivo utilizando uma técnica de
valor presente captura todos os seguintes elementos, do ponto de vista dos participantes do mercado, na
data de mensuração:

(a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros para o ativo ou passivo que está sendo mensurado.

(b) expectativas sobre possíveis variações no valor e época dos fluxos de caixa que representem a
incerteza inerente aos fluxos de caixa.

(c) o valor do dinheiro no tempo, representado pela taxa sobre ativos monetários livres de risco com
datas de vencimento ou prazos que coincidem com o período coberto pelos fluxos de caixa e que
não apresentam incerteza em relação à época ou risco de descumprimento para o titular (ou seja,
uma taxa de juros livre de risco).

(d) o preço para suportar a incerteza inerente aos fluxos de caixa (ou seja, um prêmio de risco).

(e) outros fatores que os participantes do mercado levariam em consideração nas circunstâncias.

(f) para um passivo, o risco de descumprimento relativo a esse passivo, incluindo o risco de crédito
da própria entidade (ou seja, o devedor).

Princípios gerais

B14 As técnicas de valor presente diferem na forma em que capturam os elementos do parágrafo B13. Contudo,
todos os princípios gerais a seguir regem a aplicação de qualquer técnica de valor presente utilizada para
mensurar o valor justo:

(a) Fluxos de caixa e taxas de desconto refletirão premissas que os participantes do mercado utilizariam
ao precificar o ativo ou passivo.

(b) Fluxos de caixa e taxas de desconto levarão em conta somente os fatores atribuíveis ao ativo ou
passivo que está sendo mensurado.

(c) Para evitar a contagem dupla ou omissão dos efeitos dos fatores de risco, as taxas de desconto
refletirão premissas que sejam consistentes com aquelas inerentes aos fluxos de caixa. Por exemplo,
uma taxa de desconto que reflete a incerteza nas expectativas em relação a inadimplências futuras
é apropriada ao utilizar fluxos de caixa contratuais de um empréstimo (ou seja, uma técnica de
ajuste de taxa de desconto). Não se deve aplicar essa mesma taxa ao se utilizar fluxos de caixa
esperados (ou seja, ponderados por probabilidade) (ou seja, uma técnica de valor presente esperado),
uma vez que os fluxos de caixa esperados já refletem premissas sobre a incerteza em relação a
inadimplências futuras; em vez disso, deve ser utilizada uma taxa de desconto compatível com o
risco inerente aos fluxos de caixa esperados.

(d) As premissas sobre fluxos de caixa e taxas de desconto devem ser internamente consistentes. Por
exemplo, fluxos de caixa nominais, que incluem o efeito da inflação, serão descontados a uma taxa
que inclua o efeito da inflação. A taxa de juros nominal livre de risco inclui o efeito da inflação.
Os fluxos de caixa reais, que excluem o efeito da inflação, devem ser descontados a uma taxa que
exclua o efeito da inflação. Da mesma forma, os fluxos de caixa após impostos serão descontados
utilizando-se uma taxa de desconto após impostos. Os fluxos de caixa antes de impostos serão
descontados a uma taxa consistente com esses fluxos de caixa.

(e) As taxas de desconto devem ser consistentes com os fatores econômicos subjacentes da moeda na
qual os fluxos de caixa são denominados.

Risco e incerteza

B15 Uma mensuração do valor justo utilizando técnicas de valor presente é feita sob condições de incerteza,
uma vez que os fluxos de caixa utilizados são estimativas, e não valores conhecidos. Em muitos casos,

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tanto o valor quanto a época dos fluxos de caixa são incertos. Mesmo valores contratualmente fixados,
como os pagamentos de um empréstimo, são incertos se houver risco de descumprimento.

B16 Os participantes do mercado geralmente buscam compensação (ou seja, um prêmio de risco) por suportar
a incerteza inerente ao fluxo de caixa de um ativo ou passivo. Uma mensuração do valor justo deve incluir
um prêmio de risco que reflita o valor que os participantes do mercado exigiriam como compensação
pela incerteza inerente aos fluxos de caixa. Do contrário, a mensuração não representaria fielmente o
valor justo. Em alguns casos, pode ser difícil determinar o prêmio de risco apropriado. Contudo, o grau
de dificuldade por si só não é razão suficiente para excluir um prêmio de risco.

B17 As técnicas de valor presente diferem em como se ajustam para refletir o risco e no tipo de fluxos de
caixa que utilizam. Por exemplo:

(a) A técnica de ajuste de taxa de desconto (vide parágrafos B18–B22) utiliza uma taxa de desconto
ajustada pelo risco e fluxos de caixa contratuais, prometidos ou mais prováveis.

(b) O método 1 da técnica de valor presente esperado (vide parágrafo B25) utiliza fluxos de caixa
esperados ajustados pelo risco e uma taxa livre de risco.

(c) O método 2 da técnica de valor presente esperado (vide parágrafo B26) utiliza fluxos de caixa
esperados não ajustados pelo risco e uma taxa de desconto ajustada para incluir o prêmio de risco
exigido pelos participantes do mercado. Essa taxa é diferente da taxa utilizada na técnica de ajuste
de taxa de desconto.

Técnica de ajuste de taxa de desconto

B18 A técnica de ajuste de taxa de desconto utiliza um único conjunto de fluxos de caixa a partir da faixa de
valores estimados possíveis, sejam eles fluxos de caixa contratuais ou prometidos (como é o caso para um
título de dívida) ou mais prováveis. Em todos os casos, esses fluxos de caixa dependem da ocorrência de
eventos determinados (por exemplo, fluxos de caixa contratuais ou prometidos para um título de dívida
dependem da não inadimplência pelo devedor). A taxa de desconto utilizada na técnica de ajuste de taxa
de desconto é obtida a partir das taxas de retorno observadas para ativos ou passivos comparáveis que
sejam negociados no mercado. Consequentemente, os fluxos de caixa contratuais, prometidos ou mais
prováveis são descontados a uma taxa de mercado observada ou estimada para esses fluxos de caixa
condicionais (ou seja, uma taxa de retorno de mercado).

B19 A técnica de ajuste de taxa de desconto exige uma análise de dados de mercado para ativos ou passivos
comparáveis. A comparabilidade é determinada considerando-se a natureza dos fluxos de caixa (por
exemplo, se os fluxos de caixa são contratuais ou não contratuais e se é provável que respondam
similarmente a mudanças nas condições econômicas), bem como outros fatores (por exemplo, situação
de crédito, garantia, duração, cláusulas restritivas e liquidez). Alternativamente, se um único ativo ou
passivo comparável não refletir adequadamente o risco inerente aos fluxos de caixa do ativo ou passivo
que estiver sendo mensurado, pode ser possível obter uma taxa de desconto utilizando dados referentes
a diversos ativos ou passivos comparáveis em conjunto com a curva de rendimento livre de risco (ou
seja, utilizando uma abordagem “cumulativa”).

B20 Para exemplificar uma abordagem cumulativa, suponha-se que o Ativo A é um direito contratual de receber
UM8001 em um ano (ou seja, não há nenhuma incerteza quanto à época). Há um mercado estabelecido
para ativos comparáveis e há informações disponíveis sobre esses ativos, incluindo informações sobre
preços. Desses ativos comparáveis:

(a) O Ativo B é um direito contratual de receber UM1.200 em um ano e tem um preço de mercado de
UM1.083. Assim, a taxa de retorno anual implícita (ou seja, uma taxa de retorno de mercado de um
ano) é de 10,8% [(UM1.200/UM1.083) – 1].

1 Nesta IFRS, valores monetários são denominados em ”unidades de moeda (UM)”.

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(b) O Ativo C é um direito contratual de receber UM700 em dois anos e tem um preço de mercado de
UM566. Assim, a taxa de retorno anual implícita (ou seja, uma taxa de retorno de mercado de dois
anos) é de 11,2% [(UM700/UM566)^0,5 – 1].

(c) Todos os três ativos são comparáveis em relação ao risco (ou seja, dispersão de possíveis quitações
e crédito).

B21 Com base na época dos pagamentos contratuais a serem recebidos pelo Ativo A em relação à época
para o Ativo B e para o Ativo C (ou seja, um ano para o Ativo B contra dois anos para o Ativo C), o
Ativo B é considerado como sendo mais comparável ao Ativo A. Utilizando o pagamento contratual a
ser recebido pelo Ativo A (UM800) e a taxa de mercado de um ano obtida a partir do Ativo B (10,8%),
o valor justo do Ativo A é de UM722 (UM800/1,108). Alternativamente, na ausência de informações
de mercado disponíveis para o Ativo B, a taxa de mercado de um ano poderia ser obtida a partir do
Ativo C utilizando-se a abordagem cumulativa. Nesse caso, a taxa de mercado de dois anos indicada
pelo Ativo C (11,2%) seria ajustada para uma taxa de mercado de um ano utilizando-se a estrutura de
prazo da curva de rendimento livre de risco. Podem ser necessárias análises e informações adicionais
para determinar se os prêmios de risco para ativos de um ano e de dois anos são os mesmos. Caso fosse
determinado que os prêmios de risco para ativos de um ano e de dois anos não são os mesmos, a taxa de
retorno de mercado de dois anos seria ajustada novamente para refletir esse efeito.

B22 Quando a técnica de ajuste de taxa de desconto é aplicada a recebimentos ou pagamentos fixos, o ajuste
para refletir o risco inerente aos fluxos de caixa do ativo ou do passivo que estiver sendo mensurado é
incluído na taxa de desconto. Em algumas aplicações da técnica de ajuste de taxa de desconto a fluxos de
caixa que não sejam recebimentos ou pagamentos fixos, pode ser necessário um ajuste aos fluxos de caixa
para atingir a comparabilidade com o ativo ou passivo observado do qual se obtém a taxa de desconto.

Técnica de valor presente esperado

B23 A técnica de valor presente esperado utiliza como ponto de partida um conjunto de fluxos de caixa que
representam a média ponderada por probabilidade de todos os fluxos de caixa futuros possíveis (ou
seja, os fluxos de caixa esperados). A estimativa resultante é idêntica ao valor esperado, o qual, em
termos estatísticos é a média ponderada dos valores possíveis de uma variável aleatória discreta tendo
como pesos as respectivas probabilidades. Como todos os fluxos de caixa possíveis são ponderados por
probabilidade, os fluxos de caixa esperados resultantes não dependem da ocorrência de qualquer evento
determinado (diferentemente dos fluxos de caixa utilizados na técnica de ajuste de taxa de desconto).

B24 Ao tomar uma decisão de investimento, participantes do mercado avessos ao risco levariam em conta o
risco de que os fluxos de caixa reais pudessem diferir dos fluxos de caixa esperados. A teoria da carteira
distingue entre dois tipos de risco:

(a) risco não sistemático (diversificável), que é o risco específico de um ativo ou passivo em particular.

(b) risco sistemático (não diversificável), que é o risco comum compartilhado por um ativo ou passivo
com os demais itens de uma carteira diversificada.

A teoria da carteira afirma que, em um mercado em equilíbrio, os participantes do mercado serão


compensados somente por sustentar o risco sistemático inerente aos fluxos de caixa. (Em mercados que
são ineficientes ou fora de equilíbrio, outras formas de retorno ou compensação podem estar disponíveis.)

B25 O Método 1 da técnica de valor presente esperado ajusta os fluxos de caixa esperados de um ativo para
refletir o risco sistemático (ou seja, de mercado) pela subtração de um prêmio de risco de caixa (ou seja,
fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco). Esses fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco
representam um equivalente certo do fluxo de caixa, o qual é descontado a uma taxa de juros livre de
risco. Um equivalente certo do fluxo de caixa refere-se a um fluxo de caixa esperado (conforme definido),
ajustado para refletir o risco, de modo que um participante do mercado seja indiferente a negociar um
determinado fluxo de caixa por um fluxo de caixa esperado. Por exemplo, se um participante do mercado
estava interessado em negociar um fluxo de caixa esperado de UM1.200 por um determinado fluxo de

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caixa de UM1.000, os UM1.000 são o equivalente certo dos UM1.200 (ou seja, os UM200 representariam
o prêmio de risco de caixa). Nesse caso, o participante do mercado seria indiferente ao ativo detido.

B26 Em contraste, o Método 2 da técnica de valor presente esperado efetua ajuste para refletir o risco
sistemático (ou seja, de mercado) pela aplicação de um prêmio de risco à taxa de juros livre de risco.
Consequentemente, os fluxos de caixa esperados são descontados a uma taxa que corresponde a uma
taxa esperada associada a fluxos de caixa ponderados por probabilidade (ou seja, uma taxa de retorno
esperada). Os modelos utilizados para a precificação de ativos de risco, como o modelo de precificação
de ativos financeiros, podem ser utilizados para estimar a taxa de retorno esperada. Como a taxa de
desconto utilizada na técnica de ajuste de taxa de desconto é uma taxa de retorno relativa a fluxos de caixa
condicionais, é provável que ela seja maior que a taxa de desconto utilizada no Método 2 da técnica
de valor presente esperado, que é uma taxa de retorno esperada relativa a fluxos de caixa esperados ou
ponderados por probabilidade.

B27 Para ilustrar os Métodos 1 e 2, suponha-se que um ativo tenha fluxos de caixa esperados de UM780 em
um ano, determinados com base nos fluxos de caixa possíveis e probabilidades apresentados abaixo. A
taxa de juros livre de risco aplicável para fluxos de caixa com horizonte de um ano é de 5% e o prêmio
de risco sistemático para um ativo com o mesmo perfil de risco é de 3%.

Fluxos de caixa possíveis Probabilidade Fluxos de caixa ponderados


por probabilidade

UM500 15% UM75

UM800 60% UM480

UM900 25% UM225

Fluxos de caixa esperados UM780

B28 Nesta ilustração simples, os fluxos de caixa esperados (UM780) representam a média ponderada por
probabilidade dos três resultados possíveis. Em situações mais realistas, poderia haver muitos resultados
possíveis. Contudo, para aplicar a técnica de valor presente esperado, nem sempre é necessário levar
em conta distribuições de todos os fluxos de caixa possíveis utilizando modelos e técnicas complexos.
Em vez disso, pode ser possível desenvolver um número limitado de cenários e probabilidades discretos
que capturem o conjunto de fluxos de caixa possíveis. Por exemplo, uma entidade poderia utilizar
fluxos de caixa realizados referentes a um período passado relevante, ajustado para refletir mudanças
nas circunstâncias ocorridas posteriormente (por exemplo, mudanças em fatores externos, incluindo
condições econômicas ou de mercado, tendências do setor e concorrência, bem como mudanças em fatores
internos que afetem a entidade mais especificamente), levando em conta as premissas dos participantes
do mercado.

B29 Teoricamente, o valor presente (ou seja, o valor justo) dos fluxos de caixa do ativo é o mesmo, seja ele
determinado utilizando-se o Método 1 ou o Método 2, como segue:

(a) Utilizando o Método 1, os fluxos de caixa esperados são ajustados para refletir o risco sistemático
(ou seja, de mercado). Na ausência de dados de mercado que indiquem diretamente o valor do
ajuste de risco, esse ajuste poderia ser obtido a partir de um modelo de precificação de ativos,
utilizando-se o conceito de equivalentes certos. Por exemplo, o ajuste de risco (ou seja, o prêmio
de risco de caixa de UM22) poderia ser determinado utilizando-se o prêmio de risco sistemático
de 3% (UM780 – [UM780 × (1,05/1,08)]), que resulta em fluxos de caixa esperados ajustados
pelo risco de UM758 (UM780 – UM22). Os UM758 são o equivalente certo de UM780 e são
descontados à taxa de juros livre de risco (5%). O valor presente (ou seja, o valor justo) do ativo
é UM722 (UM758/1,05).

(b) Utilizando o Método 2, os fluxos de caixa esperados não são ajustados para refletir o risco sistemático
(ou seja, de mercado). Em vez disso, o ajuste para refletir esse risco é incluído na taxa de desconto.
Assim, os fluxos de caixa esperados são descontados a uma taxa de retorno esperada de 8% (ou seja,

A452 ©
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IFRS 13

a taxa de juros livre de risco de 5% mais o prêmio de risco sistemático de 3%). O valor presente
(ou seja, o valor justo) do ativo é UM722 (UM780/1,08).

B30 Ao utilizar uma técnica de valor presente esperado para mensurar o valor justo, pode ser utilizado
tanto o Método 1 quanto o Método 2. A escolha do Método 1 ou do Método 2 dependerá de fatos e
circunstâncias específicos do ativo ou passivo que estiver sendo mensurado, do grau de disponibilidade
de dados suficientes e dos julgamentos aplicados.

Aplicando técnicas de valor presente a passivos e aos instrumentos de


patrimônio próprios de uma entidade não detidos por outras partes como ativos
(parágrafos 40 e 41)
B31 Ao utilizar uma técnica de valor presente para mensurar o valor justo de um passivo que não seja detido por
outra parte como um ativo (por exemplo, um passivo por desativação), uma entidade, entre outras coisas,
estimará as saídas de caixa futuras que os participantes do mercado esperariam incorrer ao satisfazer
a obrigação. Essas saídas de caixa futuras incluirão as expectativas dos participantes do mercado em
relação aos custos para satisfazer a obrigação e a compensação que um participante do mercado exigiria
por assumir a obrigação. Essa compensação inclui o retorno que um participante do mercado exigiria
pelo seguinte:

(a) realizar a atividade (ou seja, o valor para satisfazer a obrigação, por exemplo, utilizando recursos
que poderiam ser utilizados para outras atividades); e

(b) assumir o risco associado à obrigação (ou seja, um prêmio de risco que reflita o risco de que as
saídas de caixa reais possam diferir das saídas de caixa esperadas; vide parágrafo B33).

B32 Por exemplo, um passivo não financeiro não contém uma taxa de retorno contratual e não há nenhum
rendimento de mercado observável para esse passivo. Em alguns casos, os componentes do retorno que
os participantes do mercado exigiriam serão indistinguíveis entre si (por exemplo, ao utilizar o preço
que um terceiro contratado cobraria com base em uma taxa fixa). Em outros casos, a entidade precisa
estimar esses componentes separadamente (por exemplo, ao utilizar o preço que um terceiro contratado
cobraria com base no custo mais margem, uma vez que, nesse caso, não caberia ao contratado suportar
o risco de mudanças futuras nos custos).

B33 Uma entidade pode incluir um prêmio de risco na mensuração do valor justo de um passivo ou de um
instrumento de patrimônio próprio da entidade que não seja detido por outra parte como um ativo, de
uma das seguintes formas:

(a) ajustando os fluxos de caixa (ou seja, como um aumento no valor das saídas de caixa); ou

(b) ajustando a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros aos seus valores presentes (ou
seja, como uma redução na taxa de desconto).

Uma entidade assegurará que não faça contagem dupla ou omita ajustes para refletir o risco. Por exemplo,
se os fluxos de caixa estimados forem aumentados para refletir a compensação pela assunção do risco
associado à obrigação, a taxa de desconto não será ajustada para refletir esse risco.

Informações para técnicas de avaliação (parágrafos 67–71)


B34 Exemplos de mercados nos quais informações podem ser observáveis para alguns ativos e passivos (por
exemplo, instrumentos financeiros) incluem os seguintes:

(a) Mercado bursáteis. Em um mercado bursátil, os preços de fechamento encontram-se prontamente


disponíveis e são representativos do valor justo de modo geral. Um exemplo de um mercado bursátil
é a Bolsa de Valores de Londres.

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(b) Mercados de revendedores. Em um mercado de revendedores, os revendedores permanecem


prontos para negociar (seja para comprar ou para vender, por sua própria conta), proporcionando
assim liquidez ao utilizar seu capital para manter um estoque dos itens para os quais estabelecem
um mercado. Normalmente, preços de compra e de venda (que representam o preço pelo qual
o revendedor se interessa em comprar e o preço pelo qual o revendedor se interessa em vender,
respectivamente) são mais prontamente disponíveis que preços de fechamento. Mercados de balcão
(para os quais os preços são informados publicamente) são mercados de revendedores. Há mercados
de revendedores também para alguns outros ativos e passivos, incluindo alguns instrumentos
financeiros, commodities e ativos físicos (por exemplo, equipamentos usados).

(c) Mercados intermediados. Em um mercado intermediado, corretores tentam aproximar compradores


e vendedores, mas não permanecem prontos para negociar por sua própria conta. Em outras palavras,
os corretores não utilizam seu capital próprio para manter um estoque dos itens para os quais
estabelecem um mercado. O corretor conhece os preços oferecidos e pedidos pelas respectivas
partes, mas cada parte normalmente não tem conhecimento das exigências de preço da outra. Os
preços de transações concluídas encontram-se algumas vezes disponíveis. Mercados intermediados
incluem redes de comunicação eletrônica, nas quais ordens de compra e de venda são conjugadas,
e mercados de imóveis residenciais.

(d) Mercados não intermediados. Em um mercado não intermediado, as transações, tanto de origem
quanto revendas, são negociadas de forma independente, sem intermediários. Poucas informações
sobre essas transações podem ser disponibilizadas ao público.

Hierarquia de valor justo (parágrafo 72–90)

Informações de Nível 2 (parágrafos 81–85)


B35 Exemplos de informações de Nível 2 para ativos e passivos específicos incluem os seguintes:

(a) Swap de taxa de juros de recebimento fixo e pagamento variável com base na taxa de swap LIBOR.
Uma informação de Nível 2 seria a taxa de swap LIBOR, se essa taxa for observável em intervalos
comumente cotados para substancialmente a totalidade do prazo do swap.

(b) Swap de taxa de juros de recebimento fixo e pagamento variável com base em uma curva de
rendimento denominada em moeda estrangeira. Uma informação de Nível 2 seria a taxa de swap
baseada em uma curva de rendimento denominada em moeda estrangeira que fosse observável em
intervalos comumente cotados para substancialmente a totalidade do prazo do swap. Esse seria
o caso se o prazo do swap fosse 10 anos e essa taxa fosse observável em intervalos comumente
cotados para 9 anos, desde que qualquer extrapolação razoável da curva de rendimento para o
ano 10 não fosse significativa para a mensuração do valor justo do swap em sua totalidade.

(c) Swap de taxa de juros de recebimento fixo e pagamento variável com base na taxa preferencial
de um banco específico. Uma informação de Nível 2 seria a taxa preferencial do banco obtida
por meio de extrapolação, se os valores extrapolados forem corroborados por dados de mercado
observáveis, por exemplo, por correlação com uma taxa de juros que seja observável ao longo de
substancialmente a totalidade do prazo do swap.

(d) Opção de três anos sobre ações negociadas em bolsa. Uma informação de Nível 2 seria a volatilidade
implícita para as ações, obtida por meio de extrapolação para o ano 3 desde que presentes ambas
as condições seguintes:

(i) Preços para opções de um ano e de dois anos sobre as ações são observáveis.

(ii) A volatilidade implícita extrapolada de uma opção de três anos é corroborada por dados de
mercado observáveis para substancialmente a totalidade do prazo da opção.

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Nesse caso, a volatilidade implícita poderia ser obtida por extrapolação a partir da volatilidade
implícita das opções de um ano e de dois anos sobre as ações e corroborada pela volatilidade
implícita para opções de três anos sobre ações de entidades comparáveis, desde que estabelecida
a correlação com as volatilidades implícitas de um ano e de dois anos.

(e) Acordo de licenciamento. Para um acordo de licenciamento que seja adquirido em uma combinação
de negócios e que tenha sido recentemente negociado com uma parte não relacionada pela entidade
adquirida (a parte do acordo de licenciamento), uma informação de Nível 2 seria a taxa de royalty
do contrato com a parte não relacionada no início do contrato.

(f) Estoque de produtos acabados em um ponto de venda de varejo. Para um estoque de produtos
acabados que seja adquirido em uma combinação de negócios, uma informação de Nível 2 seria
um preço para os clientes em um mercado varejista ou um preço para varejistas em um mercado
atacadista, ajustado para refletir diferenças entre a condição e a localização do item de estoque e
dos itens de estoque comparáveis (ou seja, similares), de modo que a mensuração do valor justo
reflita o preço que seria recebido em uma transação para vender o estoque a outro varejista que
concluiria os esforços de venda necessários. Conceitualmente, a mensuração do valor justo será
a mesma, sejam os ajustes efetuados em um preço de varejo (para baixo) ou para um preço de
atacado (para cima). De modo geral, o preço que exigir a menor quantidade de ajustes subjetivos
deve ser utilizado para a mensuração do valor justo.

(g) Edificações mantidas e usadas. Uma informação de Nível 2 seria o preço por metro quadrado
para a edificação (um múltiplo de avaliação) obtido a partir de dados de mercado observáveis, por
exemplo, múltiplos obtidos a partir de preços em transações observadas envolvendo edificações
comparáveis (ou seja, similares) em locais similares.

(h) Unidade geradora de caixa. Uma informação de Nível 2 seria um múltiplo de avaliação (por
exemplo, um múltiplo de rendimentos ou receitas ou uma medida de desempenho similar) obtido
a partir de dados de mercado observáveis, por exemplo, múltiplos obtidos a partir de preços em
transações observadas envolvendo negócios comparáveis (ou seja, similares), levando em conta
fatores operacionais, de mercado, financeiros e não financeiros.

Informações de Nível 3 (parágrafos 86–90)


B36 Exemplos de informações de Nível 3 para ativos e passivos específicos incluem os seguintes:

(a) Swap de moeda de longo prazo. Uma informação de Nível 3 seria uma taxa de juros em uma moeda
determinada que não seja observável e não possa ser corroborada por dados de mercado observáveis
em intervalos comumente cotados ou de outro modo para substancialmente a totalidade do prazo
do swap de moeda. As taxas de juros de um swap de moeda são as taxas de swap calculadas a partir
das curvas de rendimento dos respectivos países.

(b) Opção de três anos sobre ações negociadas em bolsa. Uma informação de Nível 3 seria a volatilidade
histórica, ou seja, a volatilidade para as ações obtida a partir dos preços históricos das ações.
A volatilidade histórica normalmente não representa as expectativas dos participantes do mercado
atuais em relação à volatilidade futura, ainda que se trate da única informação disponível para a
precificação de uma opção.

(c) Swap de taxa de juros. Uma informação de Nível 3 seria um ajuste a um preço consensual
(não vinculante) médio de mercado para o swap, desenvolvido utilizando-se dados que não
sejam diretamente observáveis e não possam ser de outro modo corroborados por dados de
mercado observáveis.

(d) Passivo por desativação assumido em uma combinação de negócios. Uma informação de Nível
3 seria uma estimativa atual que utilizasse os dados próprios da entidade sobre as saídas de caixa
futuras a serem pagas para satisfazer a obrigação (incluindo as expectativas dos participantes do
mercado em relação aos custos para satisfazer a obrigação e a compensação que um participante
do mercado exigiria para assumir a obrigação de desmontar o ativo), se não houver nenhuma

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IFRS 13

informação razoavelmente disponível que indique que os participantes do mercado utilizariam


premissas diferentes. Essa informação de Nível 3 seria utilizada em uma técnica de valor presente
em conjunto com outras informações, por exemplo, uma taxa de juros corrente livre de risco ou uma
taxa livre de risco ajustada pelo crédito, se o efeito da situação de crédito da entidade sobre o valor
justo do passivo for refletido na taxa de desconto e não na estimativa de saídas de caixa futuras.

(e) Unidade geradora de caixa. Uma informação de Nível 3 seria uma previsão financeira (por exemplo,
dos fluxos de caixa ou dos lucros e perdas) desenvolvida utilizando-se os dados próprios da entidade,
se não houver nenhuma informação razoavelmente disponível que indique que os participantes do
mercado utilizariam premissas diferentes.

Mensurando o valor justo quando o volume ou o nível de atividade para um ativo


ou passivo diminuiu significativamente
B37 O valor justo de um ativo ou passivo pode ter sido afetado quando tenha ocorrido uma diminuição
significativa no volume ou nível de atividade para esse ativo ou passivo em relação à atividade de
mercado normal para o ativo ou passivo (ou ativos ou passivos similares). Para determinar se, com base
nas evidências disponíveis, houve uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade para o
ativo ou passivo, uma entidade avaliará a significância e a relevância de fatores como os seguintes:

(a) Há poucas transações recentes.

(b) As cotações de preços não são desenvolvidas utilizando-se informações atuais.

(c) As cotações de preços variam substancialmente ao longo do tempo ou entre formadores de mercado
(por exemplo, alguns mercados intermediados).

(d) Índices que anteriormente estavam altamente correlacionados aos valores justos do ativo ou passivo
demonstravelmente não estão correlacionados às indicações recentes de valor justo para esse ativo
ou passivo.

(e) Há um aumento significativo nos prêmios de risco de liquidez implícito, rendimentos ou indicadores
de desempenho (tais como índices de atraso ou gravidades de perdas) para transações observadas
ou preços cotados em comparação com a estimativa de fluxos de caixa esperados da entidade,
levando-se em conta todos os dados de mercado disponíveis sobre risco de crédito e outros riscos
de descumprimento para o ativo ou passivo.

(f) O spread entre os preços de compra e de venda é amplo ou o seu aumento é significativo.

(g) Há um declínio significativo na atividade de um mercado para novas emissões (ou seja, um mercado
primário) para o ativo ou passivo ou para ativos ou passivos similares, ou falta tal mercado.

(h) Há pouca informação publicamente disponível (por exemplo, para transações que ocorrem em um
mercado não intermediado).

B38 Se uma entidade concluir que houve uma redução significativa no volume ou nível de atividade para o
ativo ou passivo em relação à atividade normal do mercado para o ativo ou passivo (ou ativos ou passivos
similares), faz-se necessária uma análise adicional das transações ou dos preços cotados. Uma redução no
volume ou nível de atividade pode não indicar por si só que um preço de transação ou preço cotado não
representa o valor justo ou que uma transação nesse mercado não é ordenada. Contudo, se uma entidade
determinar que uma transação ou preço cotado não representa o valor justo (por exemplo, pode haver
transações que não sejam ordenadas), um ajuste às transações ou preços cotados será necessário se a
entidade utilizar esses preços como base para mensurar o valor justo e esse ajuste puder ser significativo
para a mensuração do valor justo em sua totalidade. Ajustes podem ser necessários também em outras
circunstâncias (por exemplo, quando um preço para um ativo similar exigir um ajuste significativo para
torná-lo comparável ao ativo que estiver sendo mensurado ou quando o preço estiver desatualizado).

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B39 Esta IFRS não prescreve uma metodologia para a realização de ajustes significativos a transações ou
preços cotados. Vide parágrafos 61–66 e B5–B11 para uma discussão sobre o uso de técnicas de avaliação
ao mensurar o valor justo. Independentemente da técnica de avaliação utilizada, uma entidade incluirá
ajustes de risco apropriados, incluindo um prêmio de risco que reflita o valor que os participantes do
mercado exigiriam como compensação pela incerteza inerente aos fluxos de caixa de um ativo ou passivo
(vide parágrafo B17). Do contrário, a mensuração não representa fielmente o valor justo. Em alguns
casos, pode ser difícil determinar o ajuste de risco apropriado. Contudo, o grau de dificuldade por si só
não constitui base suficiente para excluir um ajuste de risco. O ajuste de risco refletirá uma transação
ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração sob condições de mercado atuais.

B40 Se tiver havido uma redução significativa no volume ou nível de atividade para o ativo ou passivo,
uma mudança na técnica de avaliação ou o uso de múltiplas técnicas de avaliação pode ser apropriado
(por exemplo, o uso de uma abordagem de mercado e uma técnica de valor presente). Ao ponderar
indicações de valor justo decorrentes do uso de múltiplas técnicas de avaliação, uma entidade considerará
a razoabilidade da faixa de mensurações do valor justo. O objetivo é determinar o ponto dentro da faixa
que melhor representa o valor justo nas condições de mercado atuais. Uma ampla faixa de mensurações
do valor justo pode ser uma indicação de que se faz necessária uma análise adicional.

B41 Mesmo quando tenha havido uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade para o ativo
ou passivo, o objetivo de uma mensuração do valor justo permanece o mesmo. Valor justo é o preço
que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma
transação ordenada (ou seja, não uma liquidação forçada ou venda em situação adversa) entre participantes
do mercado na data de mensuração sob condições de mercado atuais.

B42 Estimar o preço pelo qual participantes do mercado estariam interessados em celebrar uma transação
na data de mensuração sob condições de mercado atuais se tivesse havido uma diminuição significativa
no volume ou nível de atividade para o ativo ou passivo depende dos fatos e circunstâncias na data de
mensuração e requer julgamento. A intenção de uma entidade de manter o ativo ou liquidar ou, de outro
modo, satisfazer o passivo não é relevante ao mensurar o valor justo, uma vez que o valor justo é uma
mensuração baseada em mercado e não uma mensuração específica da entidade.

Identificando transações que não são ordenadas

B43 Determinar se uma transação é ordenada (ou não é ordenada) é mais difícil se tiver havido uma redução
significativa no volume ou nível de atividade para o ativo ou passivo em relação à atividade normal do
mercado para o ativo ou passivo (ou ativos ou passivos similares). Nessas circunstâncias, não é apropriado
concluir que todas as transações nesse mercado não são ordenadas (ou seja, liquidações forçadas ou
vendas em situação adversa). As circunstâncias que podem indicar que uma transação não é ordenada
incluem as seguintes:

(a) Não houve exposição adequada ao mercado por um período antes da data de mensuração para
permitir atividades de marketing que são usuais e habituais para transações envolvendo esses ativos
ou passivos sob condições de mercado atuais.

(b) Houve um período de marketing usual e habitual, mas o vendedor comercializou o ativo ou passivo
a um único participante do mercado.

(c) O vendedor está em (ou próximo de) falência ou recuperação judicial (ou seja, o vendedor está em
situação adversa).

(d) O vendedor foi obrigado a vender para satisfazer exigências regulatórias ou legais (ou seja, ou
vendedor foi forçado).

(e) O preço da transação é um valor atípico quando comparado a outras transações recentes para o
mesmo ativo ou passivo ou para um ativo ou passivo similar.

Uma entidade avaliará as circunstâncias para determinar se, com base nas evidências disponíveis, a
transação é ordenada.

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B44 Uma entidade considerará todos os pontos seguintes ao mensurar o valor justo ou estimar prêmios de
risco de mercado:

(a) Se as evidências indicarem que uma transação não é ordenada, uma entidade atribuirá pouco ou
nenhum peso (em comparação com outras indicações do valor justo) a esse preço da transação.

(b) Se as evidências indicarem que uma transação é ordenada, uma entidade levará esse preço da
transação em conta. O valor do peso atribuído a esse preço da transação em comparação com outras
indicações do valor justo dependerá dos fatos e circunstâncias, como, por exemplo:

(i) o volume da transação.

(ii) a comparabilidade da transação com o ativo ou passivo que estiver sendo mensurado.

(iii) a proximidade da transação à data de mensuração.

(c) Se uma entidade não tiver informações suficientes para concluir se uma transação é ordenada, ela
levará em conta o preço da transação. Contudo, esse preço da transação pode não representar o
valor justo (ou seja, o preço da transação não é necessariamente a única ou a principal base para
a mensuração do valor justo ou para a estimativa dos prêmios de risco de mercado). Quando uma
entidade não tiver informações suficientes para concluir se transações específicas são ordenadas,
ela atribuirá um peso menor a essas transações em comparação com outras transações que se saiba
serem ordenadas.

Uma entidade não precisa empreender esforços exaustivos para determinar se uma transação é ordenada,
mas ela não ignorará informações que estejam razoavelmente disponíveis. Quando uma entidade é
parte em uma transação, presume-se que ela tenha informações suficientes para concluir se a transação
é ordenada.

Utilizando preços cotados fornecidos por terceiros

B45 Esta IFRS não impede o uso de preços cotados fornecidos por terceiros, como, por exemplo, serviços
de precificação ou corretores, se uma entidade tiver determinado que os preços cotados fornecidos por
essas partes são desenvolvidos de acordo com esta IFRS.

B46 Se tiver havido uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade para o ativo ou passivo,
uma entidade avaliará se os preços cotados fornecidos por terceiros são desenvolvidos utilizando-se
informações atuais que refletem transações ordenadas ou uma técnica de avaliação que reflete premissas
de participantes do mercado (incluindo premissas sobre risco). Ao ponderar um preço cotado como uma
informação para uma mensuração do valor justo, uma entidade atribui menor peso (em comparação com
outras indicações do valor justo que refletem os resultados de transações) a cotações que não refletem
o resultado de transações.

B47 Além disso, a natureza de uma cotação (por exemplo, se a cotação é um preço indicativo ou uma oferta
vinculante) será levada em conta ao ponderar as evidências disponíveis, atribuindo-se maior peso a
cotações fornecidas por terceiros que representem ofertas vinculantes.

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IFRS Foundation
IFRS 13

Apêndice C
Data de vigência e transição

Este apêndice é parte integrante da IFRS e tem a mesma importância que as demais partes da IFRS.

C1 Uma entidade aplicará esta IFRS para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta IFRS para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

C2 Esta IFRS será aplicada prospectivamente a partir do início do período anual no qual for inicialmente
aplicada.

C3 As exigências de divulgação desta IFRS não precisam ser aplicadas em informações comparativas
fornecidas para períodos anteriores à aplicação inicial desta IFRS.

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IFRS Foundation A459
IFRS 13

Apêndice D
Alterações a outras IFRSs

Este apêndice apresenta alterações a outras IFRSs como consequência da emissão da IFRS 13 pelo Conselho.
Uma entidade aplicará as alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Se uma
entidade aplicar a IFRS 13 a um período anterior, ela aplicará as alterações a esse período anterior. Os parágrafos
alterados são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2011, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IFRS Foundation
IAS 1

Norma Internacional de Contabilidade IAS 1

Apresentação de Demonstrações Financeiras


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade
em setembro de 1997. A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras substituiu a IAS 1 – Divulgação de
Políticas Contábeis (emitida em 1975), a IAS 5 – Informações a serem Divulgadas nas Demonstrações Financeiras
(originalmente aprovadas em 1977) e a IAS 13 – Apresentação de Ativos Circulantes e Passivos Circulantes
(aprovada em 1979).

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 1 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
O IASB emitiu uma IAS 1 alterada em setembro de 2007, que incluía uma alteração à apresentação das mutações do
patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios e do resultado abrangente e uma alteração na terminologia
nos títulos das demonstrações financeiras. Em junho de 2011, o IASB alterou a IAS 1 para melhorar a forma como
os itens de outros resultados abrangentes (ORA) devem ser apresentados.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 1. Elas incluem a IFRS 5 – Ativos Não
Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas (emitida em março de 2004), a IFRS 7 –
Instrumentos Financeiros: Divulgações (emitida em agosto de 2005), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de
2008, abril de 2009 e maio de 2010) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e
outubro de 2010).

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IFRS Foundation A461
IAS 1

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 1
APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 7
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 9
Finalidade das demonstrações financeiras 9
Conjunto completo de demonstrações financeiras 10
Características gerais 15
Apresentação adequada e conformidade com as IFRSs 15
Continuidade operacional 25
Contabilização pelo regime de competência 27
Relevância e agregação 29
Compensação 32
Frequência do relatório 36
Informações comparativas 38
Consistência da apresentação 45
ESTRUTURA E CONTEÚDO 47
Introdução 47
Identificação das demonstrações financeiras 49
Demonstração da posição financeira 54
Informações a serem apresentadas na demonstração da posição financeira 54
Segregação circulante/não circulante 60
Ativo circulante 66
Passivo circulante 69
Informações a serem apresentadas na demonstração da
posição financeira ou nas notas explicativas 77
Demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes 81A
Informações a serem apresentadas na seção de lucros e
perdas ou na demonstração de lucros e perdas 82
Informações a serem apresentadas na seção de outros resultados abrangentes 82A
Lucros e perdas do período 88
Outros resultados abrangentes do período 90
Informações a serem apresentadas na(s) demonstração(ões) de lucros
e perdas e outros resultados abrangentes ou nas notas explicativas 97
Demonstração das mutações do patrimônio líquido 106
Informações a serem apresentadas na demonstração das mutações do patrimônio líquido 106
Informações a serem apresentadas na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas
notas explicativas 106A
Demonstração dos fluxos de caixa 111

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IFRS Foundation
IAS 1

Notas Explicativas 112


Estrutura 112
Divulgação de políticas contábeis 117
Fontes de incerteza na estimativa 125
Capital 134
Instrumentos financeiros com opção de venda classificados como patrimônio líquido 136A
Outras divulgações 137
TRANSIÇÃO E DATA DE VIGÊNCIA 139
REVOGAÇÃO DA IAS 1 (REVISADA EM 2003) 140
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

Aprovação pelo Conselho da IAS 1 emitida em SETEMBRO DE 2007


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IAS 1:
Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes na Liquidação
(Alterações à IAS 32 e à IAS 1) emitida em fevereiro de 2008
Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes
(Alterações à IAS 1) emitida em junho de 2011
BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
OPINIÕES DIVERGENTES
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
APÊNDICE
Alterações à orientação sobre outras IFRSs
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IFRS Foundation A463
IAS 1

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (IAS 1) é


definida nos parágrafos 1-140 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância. A IAS 1 deve ser
lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis
na ausência de orientação explícita.

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IAS 1

Introdução
IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (IAS 1)
substitui a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (revisada em 2003), alterada em 2005.
A IAS 1 define os requisitos gerais para a apresentação de demonstrações financeiras, diretrizes para a
sua estrutura e requisitos mínimos para o seu conteúdo.

Motivos para revisar a IAS 1


IN2 O principal objetivo do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade ao revisar a IAS 1 foi agregar
informações nas demonstrações financeiras com base em características comuns. Levando isso em
consideração, o Comitê considerou útil separar as mutações do patrimônio líquido (ativos líquidos) de
uma entidade durante um período, decorrentes de transações com sócios na sua capacidade de sócios,
das outras mutações do patrimônio líquido. Consequentemente, o Comitê decidiu que todas as mutações
do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios devem ser apresentadas na demonstração
das mutações do patrimônio líquido separadamente das mutações do patrimônio líquido decorrentes de
transações com não sócios.

IN3 Em sua revisão, o Comitê também considerou o Pronunciamento FASB 130 – Demonstração do
Resultado Abrangente (SFAS 130) emitido em 1997. Os requisitos na IAS 1 relacionados à apresentação
da demonstração do resultado abrangente são similares àqueles na SFAS 130; contudo, permanecem
algumas diferenças, as quais estão identificadas no parágrafo BC 106 da Base para Conclusões.

IN4 Além disso, a intenção do Comitê ao revisar a IAS foi melhorar e reordenar as seções da IAS 1 para
facilitar a leitura. O objetivo do Comitê não foi reconsiderar todos os requisitos da IAS 1.

Principais características da IAS 1


IN5 A IAS 1 afeta a apresentação das mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios
e do resultado abrangente. Ela não altera o reconhecimento, mensuração ou divulgação de transações
específicas e outros eventos exigidos por outras IFRSs.

IN6 A IAS 1 exige que uma entidade apresente, em uma demonstração das mutações do patrimônio líquido,
todas as mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios. Todas as mutações
do patrimônio líquido decorrentes de transações com não sócios (isto é, resultado abrangente) devem
ser apresentadas em uma demonstração do resultado abrangente ou em duas demonstrações (uma
demonstração do resultado separada e uma demonstração do resultado abrangente). Os componentes do
resultado abrangente não podem ser apresentados na demonstração das mutações do patrimônio líquido.

IN7 A IAS 1 exige que uma entidade apresente uma demonstração da posição financeira do início do período
comparativo mais antigo em um conjunto completo de demonstrações financeiras quando a entidade
aplicar uma política contábil retrospectivamente ou fizer uma reapresentação retrospectiva, conforme
definido na IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, ou quando a
entidade reclassificar itens nas demonstrações financeiras.

IN8 A IAS 1 exige que uma entidade divulgue ajustes de reclassificação e imposto sobre a renda relacionados
a cada componente de outros resultados abrangentes. Os ajustes de reclassificação são os valores
reclassificados para lucros e perdas no período corrente, que tinham sido anteriormente reconhecidos
em outros resultados abrangentes.

IN9 A IAS 1 exige a apresentação de dividendos reconhecidos como distribuições aos sócios e dos respectivos
valores por ação na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas.
Dividendos são distribuições aos sócios na sua capacidade de sócios e a demonstração das mutações
do patrimônio líquido apresenta todas as mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações
com sócios.

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IFRS Foundation A465
IAS 1

Mudanças em relação aos requisitos anteriores


IN10 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 1 estão descritas abaixo.

Um conjunto completo de demonstrações financeiras


IN11 A versão anterior da IAS 1 utilizava os títulos “balanço patrimonial” e “demonstração do fluxo de caixa”
para descrever duas demonstrações dentro de um conjunto completo de demonstrações financeiras.
A IAS 1 utiliza “demonstração da posição financeira” e “demonstração dos fluxos de caixa” para essas
demonstrações. Os novos títulos refletem mais precisamente a função dessas demonstrações, conforme
descrito na Estrutura Conceitual1 (vide parágrafos BC14-BC21 da Base para Conclusões).

IN12 A IAS 1 exige que uma entidade divulgue informações comparativas em relação ao período anterior,
ou seja, divulgue no mínimo duas de cada uma das demonstrações e respectivas notas explicativas.
Ela apresenta uma exigência para incluir em um conjunto completo de demonstrações financeiras uma
demonstração da posição financeira do início do período comparativo mais antigo sempre que a entidade
aplicar uma política contábil retrospectivamente ou fizer uma reapresentação retrospectiva dos itens
em suas demonstrações financeiras, ou quando reclassificar itens em suas demonstrações financeiras.
A finalidade é fornecer informações que sejam úteis na análise das demonstrações financeiras de uma
entidade (vide parágrafos BC31 e BC32 da Base para Conclusões).

Informações sobre mutações do patrimônio líquido decorrentes de


transações com sócios e resultado abrangente
IN13 A versão anterior da IAS 1 exigia a apresentação de uma demonstração do resultado que incluísse itens
de receitas e despesas reconhecidos em lucros e perdas. Ela exigia que os itens de receitas e despesas
não reconhecidos em lucros e perdas fossem apresentados na demonstração das mutações do patrimônio
líquido, juntamente com as mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios.
Também denominou a demonstração das mutações do patrimônio líquido, compreendendo lucros e
perdas, outros itens de receitas e despesas e efeitos das mudanças nas políticas contábeis e correção de
erros como “demonstração das receitas e despesas reconhecidas”. Atualmente a IAS 1 exige que:

(a) todas as mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios na sua condição
de sócios (isto é, mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios) sejam
apresentadas separadamente das mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com
não sócios. Não é permitido que uma entidade apresente componentes do resultado abrangente (ou
seja, mutações do patrimônio líquido decorrentes de transações com não sócios) na demonstração
das mutações do patrimônio líquido. A finalidade é fornecer melhores informações, agregando
itens com características comuns e separando itens com características diferentes (vide parágrafos
BC37 e BC38 da Base para Conclusões).

(b) as receitas e despesas sejam apresentadas em uma demonstração (uma demonstração do


resultado abrangente) ou em duas demonstrações (uma demonstração do resultado separada e
uma demonstração do resultado abrangente), separadamente das mutações do patrimônio líquido
decorrentes de transações com sócios (vide parágrafos BC49-BC54 da Base para Conclusões).

(c) os componentes de outros resultados abrangentes sejam apresentados na demonstração do resultado


abrangente.

(d) o resultado abrangente total seja apresentado nas demonstrações financeiras.

1 As referências a Estrutura Conceitual são para a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações
Financeiras do IASC, adotadas pelo IASB em 2001. Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro.

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IAS 1

Outros resultados abrangentes – ajustes de reclassificação e respectivos


efeitos fiscais
IN14 A IAS 1 exige que uma entidade divulgue o imposto sobre a renda relacionado a cada componente de
outros resultados abrangentes. A versão anterior da IAS 1 não incluía tal exigência. A finalidade é fornecer
aos usuários informações fiscais relacionadas a esses componentes, pois muitas vezes os componentes
têm alíquotas fiscais diferentes daquelas aplicadas a lucros e perdas (vide parágrafos BC65-BC68 da
Base para Conclusões).

IN15 A IAS 1 também exige que uma entidade divulgue ajustes de reclassificação relacionados a componentes
de outros resultados abrangentes. Os ajustes de reclassificação são valores reclassificados para lucros
e perdas no período corrente, que foram reconhecidos em outros resultados abrangentes em períodos
anteriores. A finalidade é fornecer aos usuários informações para avaliar o efeito dessas reclassificações
em lucros e perdas (vide parágrafos BC69-BC73 da Base para Conclusões).

Apresentação de dividendos
IN16 A versão anterior da IAS 1 permitia a divulgação do valor de dividendos reconhecidos como distribuições
aos titulares de instrumentos patrimoniais (referidos nesta Norma como “sócios”) e o respectivo valor
por ação na demonstração do resultado, na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas
notas explicativas. A IAS 1 exige que os dividendos reconhecidos como distribuições aos sócios e os
respectivos valores por ação sejam apresentados na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou
nas notas explicativas. A apresentação dessas divulgações na demonstração do resultado abrangente não
é permitida (vide parágrafo BC75 da Base para Conclusões). A finalidade é garantir que as mutações do
patrimônio líquido decorrentes de transações com sócios (nesse caso, distribuições aos sócios na forma
de dividendos) sejam apresentadas separadamente das mudanças do patrimônio líquido decorrentes de
transações com não sócios (apresentadas na demonstração do resultado abrangente).

Apresentação de itens de outros resultados abrangentes


IN17 Em junho de 2011, o Conselho emitiu Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes
(Alterações à IAS 1). As alterações melhoraram a consistência e a clareza da apresentação de itens de
outros resultados abrangentes (ORA). As alterações também destacaram a importância que o Conselho
coloca sobre apresentar lucros e perdas e ORA juntos e com proeminência equivalente. Conforme
explicado no parágrafo IN3, em 2007 a IAS 1 foi alterada para exigir que lucros e perdas e ORA fossem
apresentados juntos. As alterações emitidas em junho de 2011 mantiveram esse requisito, mas focaram
sobre melhorar como os itens de ORA são apresentados.

IN18 A principal mudança resultante das alterações era um requisito para que entidades agrupassem itens
apresentados em ORA com base em se eles são potencialmente reclassificáveis para lucros e perdas
subsequentemente (ajustes de reclassificação). As alterações não tratavam sobre quais itens são
apresentados em ORA.

IN19 As alterações não modificaram a opção de apresentar itens de ORA antes dos impostos ou líquido de
impostos. Entretanto, se os itens são apresentados antes dos impostos, então o imposto relativo a cada
um dos dois grupos de itens de ORA (aqueles que podem ser reclassificados e aqueles que não serão
reclassificados) devem ser mostrados separadamente.

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IAS 1

Norma Internacional de Contabilidade IAS 1


Apresentação de Demonstrações Financeiras

Objetivo
1 Esta Norma prescreve a base de apresentação de demonstrações financeiras para fins gerais para garantir
a comparabilidade tanto com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da entidade quanto com
as demonstrações financeiras de outras entidades. Ela estabelece requisitos gerais para a apresentação
de demonstrações financeiras, diretrizes para a sua estrutura e requisitos mínimos para o seu conteúdo.

Alcance
2 Uma entidade aplicará esta Norma na elaboração e apresentação de demonstrações financeiras
para fins gerais, de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

3 Outras IFRSs estabelecem os requisitos de reconhecimento, mensuração e divulgação para transações


específicas e outros eventos.

4 Esta Norma não se aplica à estrutura e conteúdo de demonstrações financeiras intermediárias condensadas,
preparadas de acordo com a IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário. Entretanto, os parágrafos
15-35 se aplicam a essas demonstrações financeiras. Esta Norma também se aplica a todas as entidades,
incluindo aquelas que apresentam demonstrações financeiras consolidadas de acordo com a IFRS 10 –
Demonstrações Financeiras Consolidadas e aquelas que apresentam demonstrações financeiras
individuais, de acordo com a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas.

5 Esta Norma usa terminologia que é adequada para entidades com fins lucrativos, incluindo entidades
do setor público. Se entidades sem fins lucrativos do setor privado ou do setor público aplicarem esta
Norma, elas podem precisar alterar as descrições usadas para rubricas específicas nas demonstrações
financeiras e para as demonstrações financeiras em si.

6 Da mesma forma, entidades que não possuem patrimônio líquido, conforme definido na IAS 32 –
Instrumentos Financeiros: Apresentação (por exemplo, alguns fundos mútuos) e entidades cujo capital
acionário não seja patrimônio líquido (por exemplo, algumas entidades cooperativas) podem precisar
adaptar a apresentação de participações de membros ou cotistas nas demonstrações financeiras.

Definições
7 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Demonstrações financeiras para fins gerais (referidas como “demonstrações financeiras”) são aquelas
destinadas a atender as necessidades de usuários que não estejam em posição de exigir que uma
entidade prepare relatórios para atender suas necessidades particulares de informações.

Impraticável – Aplicação de uma exigência é impraticável quando a entidade não consegue aplicá-
la, após envidar todos os esforços razoáveis para fazê-lo.

As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) são Normas e Interpretações emitidas


pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB). Compreendem:

(a) Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRSs;

(b) Normas Internacionais de Contabilidade;

(c) Interpretações IFRIC; e

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IAS 1

(d) Interpretações SIC.2

Omissões ou divulgações distorcidas relevantes de itens são relevantes se puderem, individual


ou coletivamente, influenciar as decisões econômicas que os usuários tomam com base nas
demonstrações financeiras. A relevância depende da extensão e da natureza da omissão ou da
divulgação distorcida em vista das circunstâncias. A extensão ou a natureza do item, ou uma
combinação de ambos, pode ser o fator determinante.

Avaliar se uma omissão ou divulgação distorcida poderia influenciar as decisões econômicas de usuários,
e desse modo, serem relevantes, exige a consideração das características desses usuários. A Estrutura
Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras afirma, no parágrafo 253,
que “presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável das atividades comerciais e
econômicas e de contabilidade e uma disposição para estudar as informações com razoável diligência”.
Portanto, a avaliação deve levar em consideração como se espera que usuários com tais atributos sejam
influenciados ao tomar decisões econômicas.

Notas explicativas contêm informações adicionais àquelas apresentadas na demonstração da


posição financeira, na(s) demonstração(ões) de lucros e perdas e outros resultados abrangentes,
na demonstração das mutações do patrimônio líquido e na demonstração dos fluxos de caixa.
As notas explicativas fornecem descrições narrativas ou desagregações de itens apresentados
nessas demonstrações e informações sobre itens que não se qualificam para reconhecimento
nessas demonstrações.

Outros resultados abrangentes compreendem itens de receitas e despesas (incluindo ajustes


de reclassificação) não reconhecidos em lucros e perdas, conforme exigido ou permitido por
outras IFRSs.

Os componentes de outros resultados abrangentes incluem:

(a) mudanças no superavit de reavaliação (vide IAS 16 – Imobilizado e IAS 38 – Ativos Intangíveis);

(b) remensurações de planos de benefício definido (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados).

(c) ganhos e perdas decorrentes da conversão das demonstrações financeiras de uma operação no
exterior (vide IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio);

(d) ganhos e perdas resultantes de investimentos em instrumentos de patrimônio mensurados ao


valor justo por meio de outros resultados abrangentes de acordo com o parágrafo 5.7.5 da IFRS 9
Instrumentos Financeiros;

(e) a parcela efetiva de ganhos e perdas de instrumentos de cobertura em uma cobertura de fluxo de
caixa (vide IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);

(f) para passivos específicos designados como ao valor justo por meio do resultado, o valor da mudança
no valor justo que é atribuível a mudanças no risco de crédito do passivo (vide parágrafo 5.7.7 da
IFRS 9).

Sócios são titulares de instrumentos classificados como patrimônio líquido.

Lucros e perdas é o total da receita menos as despesas, excluindo os componentes de outros resultados
abrangentes.

Ajustes de reclassificação são valores reclassificados para lucros e perdas no período corrente
que foram reconhecidos em outros resultados abrangentes no período corrente ou em períodos
anteriores.

2 Definição de IFRSs alteradas após as mudanças de nome introduzidas pela Constituição revisada da Fundação de IFRSs em 2010.
3 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. O parágrafo
25 foi substituído pelo Capítulo 3 da Estrutura Conceitual.

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IAS 1

Resultado abrangente total é a mutação do patrimônio líquido durante um período, como resultado
de transações e outros eventos, exceto as mutações resultantes de transações com sócios na sua
capacidade de sócios.

O resultado abrangente total compreende todos os componentes de “lucros e perdas” e de “outros


resultados abrangentes”.

8 Embora esta Norma use os termos “outros resultados abrangentes”, “lucros e perdas” e “resultado
abrangente total”, uma entidade pode usar outros termos para descrever os totais, desde que o sentido
seja claro. Por exemplo, uma entidade pode usar o termo “lucro líquido” para descrever lucros e perdas.

8A Os termos a seguir são descritos na IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação e são utilizados
nesta Norma com o significado especificado na IAS 32:

(a) instrumento financeiro com opção de venda classificado como um instrumento de patrimônio
(descrito nos parágrafos 16A e 16B da IAS 32)

(b) um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela
pro rata dos ativos líquidos da entidade apenas por ocasião da liquidação da entidade e que é
classificado como um instrumento de patrimônio (descrito nos parágrafos 16C e 16D da IAS 32).

Demonstrações financeiras

Finalidade das demonstrações financeiras


9 As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho
financeiro de uma entidade. O objetivo das demonstrações financeiras é fornecer informações sobre
a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade, que sejam úteis
para um grande número de usuários na tomada de decisões econômicas. As demonstrações financeiras
também apresentam os resultados do gerenciamento, pela administração, dos recursos confiados a ela.
Para cumprir esse objetivo, as demonstrações financeiras fornecem informações sobre os seguintes itens
de uma entidade:

(a) ativos;

(b) passivos;

(c) patrimônio líquido;

(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;

(e) contribuições dos sócios e distribuições aos sócios, na sua capacidade de sócios; e

(f) fluxos de caixa.

Essas informações, juntamente com outras informações constantes nas notas explicativas, ajudam os
usuários de demonstrações financeiras a prever os fluxos de caixa futuros da entidade, em particular a
época e o grau de certeza de sua geração.

Conjunto completo de demonstrações financeiras


10 Um conjunto completo de demonstrações financeiras compreende:

(a) uma demonstração da posição financeira no final do período;

(b) uma demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes do período;

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IAS 1

(c) uma demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;

(d) uma demonstração dos fluxos de caixa do período;

(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das principais políticas contábeis e outras
informações;

(ea) informações comparativas relativas ao período precedente, conforme especificado nos


parágrafos 38 e 38A; e

(f) uma demonstração da posição financeira no início do período precedente em que uma entidade
aplica uma política contábil retrospectivamente, efeta uma reapresentação retrospectiva
em suas demonstrações financeiras ou quando reclassifica itens em suas demonstrações
financeiras de acordo com os parágrafos 40A-40D.

Uma entidade pode usar títulos para as demonstrações que não sejam esses utilizados nesta Norma.
Por exemplo, uma entidade pode utilizar o título “demonstração do resultado abrangente” em vez
de “demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes”.

10A Uma entidade pode apresentar uma única demonstração de lucros e perdas e outros resultados
abrangentes, com lucros e perdas e outros resultados abrangentes apresentados em duas seções.
As seções serão apresentadas juntas, com a seção de lucros e perdas apresentada em primeiro
lugar seguida diretamente pela seção de outros resultados abrangentes. Uma entidade pode
apresentar a seção de lucros e perdas em uma demonstração separada de lucros e perdas. Nesse
caso, a demonstração separada de lucros e perdas precederá imediatamente a demonstração que
apresenta o resultado abrangente, que começará com lucros e perdas.

11 Uma entidade apresentará com igual importância todas as demonstrações financeiras em um


conjunto completo de demonstrações financeiras.

12 [Excluído]

13 Muitas entidades apresentam, fora das demonstrações financeiras, uma análise financeira da administração
que descreve e explica as principais características do desempenho financeiro e da posição financeira da
entidade e as principais incertezas às quais está sujeita. Esse relatório pode incluir uma análise de:

(a) principais fatores e influências que determinam o desempenho financeiro, incluindo mudanças
no ambiente em que a entidade opera, a resposta da entidade a essas mudanças e seus efeitos e a
política de investimento da entidade para manter e melhorar o desempenho financeiro, incluindo
sua política de dividendos;

(b) fontes de captação de recursos da entidade e a relação pretendida entre passivos e patrimônio
líquido; e

(c) recursos da entidade não reconhecidos na demonstração da posição financeira, de acordo com
as IFRSs.

14 Muitas entidades também apresentam, fora das demonstrações financeiras, relatórios e demonstrações
tais como relatórios ambientais e demonstrações do valor adicionado, particularmente em setores em que
os fatores ambientais são significativos e quando os empregados são considerados como um importante
grupo de usuários. Esses relatórios e demonstrações apresentados fora das demonstrações financeiras
estão fora do alcance das IFRSs.

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IFRS Foundation A471
IAS 1

Características gerais
Apresentação adequada e conformidade com as IFRSs

15 As demonstrações financeiras apresentarão adequadamente a posição financeira, o desempenho


financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A apresentação adequada requer a representação
fiel dos efeitos das transações, outros eventos e condições, de acordo com as definições e critérios
de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas definidas na Estrutura Conceitual.4
Presume-se que a aplicação das IFRSs, com divulgação adicional quando necessário, resulte em
uma apresentação adequada das demonstrações financeiras.

16 Uma entidade cujas demonstrações financeiras cumpram as IFRSs fará uma declaração explícita
e sem ressalvas desse cumprimento nas notas explicativas. Uma entidade não descreverá as
demonstrações financeiras como cumpridoras das IFRSs, exceto se cumprirem todos os requisitos
das IFRSs.

17 Em praticamente todas as circunstâncias, uma entidade consegue uma apresentação adequada pela
conformidade com as IFRSs aplicáveis. Uma apresentação adequada apropriada também requer que
uma entidade:

(a) Selecione e aplique as políticas contábeis de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros. A IAS 8 estabelece a hierarquia na orientação que a administração
leva em consideração na ausência de uma IFRS que se aplique especificamente a um item.

(b) Apresente informações, incluindo políticas contábeis, de uma forma que forneça informações
pertinentes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis.

(c) Forneça divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos específicos contidos nas IFRSs
for insuficiente para permitir que os usuários compreendam o impacto de transações específicas,
outros eventos e condições na posição financeira e no desempenho financeiro da entidade.

18 Uma entidade não pode retificar políticas contábeis inadequadas por meio da divulgação das
políticas contábeis utilizadas ou por meio de notas explicativas ou outra divulgação explicativa.

19 Em circunstâncias extremamente raras em que a administração concluir que o cumprimento de


um requisito em uma IFRS é inadequado por entrar em conflito com o objetivo das demonstrações
financeiras definido na Estrutura Conceitual, a entidade não aplicará esse requisito, como disposto
no parágrafo 20, caso a estrutura conceitual regulatória pertinentes exija, ou de outro modo não
proíba, esse procedimento.

20 Quando uma entidade não aplicar um requisito de uma IFRS de acordo com o parágrafo 19,
ela divulgará:

(a) que a administração concluiu que as demonstrações financeiras apresentam adequadamente


a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade;

(b) que cumpriu as IFRSs aplicáveis, exceto pela não aplicação de um requisito específico para
obter uma apresentação adequada;

(c) o título da IFRS que a entidade não aplicou, a natureza dessa não aplicação, incluindo o
tratamento que a IFRS exigiria, a razão pela qual esse tratamento seria inadequado ao entrar
em conflito com o objetivo das demonstrações financeiras definido na Estrutura Conceitual
e o tratamento adotado; e

4 Os parágrafos 15-24 contêm referências ao objetivo das demonstrações financeiras definido na Estrutura Conceitual [para
Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras]. Em setembro de 2010, o IASB substituiu a Estrutura Conceitual
pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, que substituiu o objetivo das demonstrações financeiras pelo objetivo do
relatório financeiro para fins gerais: vide Capítulo 1 da Estrutura Conceitual.

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(d) para cada período apresentado, o efeito financeiro da não aplicação em cada item nas
demonstrações financeiras que teria sido reconhecido caso tivesse cumprido o requisito.

21 Quando uma entidade não aplicar um requisito de uma IFRS em um período anterior e essa não
aplicação afetar os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras do período corrente, ela
fará as divulgações estabelecidas no parágrafo 20(c) e (d).

22 O parágrafo 21 se aplica, por exemplo, quando uma entidade não aplicou em um período anterior um
requisito em uma IFRS para a mensuração de ativos ou passivos e essa não aplicação afetar a mensuração
de mudanças nos ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras do período corrente.

23 Em circunstâncias extremamente raras em que a administração concluir que o cumprimento


de um requisito contido em uma IFRS é inadequado por entrar em conflito com o objetivo das
demonstrações financeiras definidas na Estrutura Conceitual, mas a estrutura conceitual regulatória
pertinente proibir a não aplicação do requisito, a entidade reduzirá, na máxima extensão possível,
os aspectos inadequados identificados no cumprimento, divulgando:

(a) o título da IFRS em questão, a natureza do requisito e a razão pela qual a administração
concluiu que o cumprimento desse requisito é inadequado nas circunstâncias por entrar em
conflito com o objetivo das demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceitual; e

(b) para cada período apresentado, os ajustes de cada item nas demonstrações financeiras que
a administração concluiu serem necessários para obter uma apresentação adequada.

24 Para a finalidade dos parágrafos 19-23, um item de informação entraria em conflito com o objetivo das
demonstrações financeiras quando não representar fielmente as transações, outros eventos e condições que
pretende representar ou seria provável esperar que representasse e, consequentemente, que influenciasse
as decisões econômicas tomadas por usuários de demonstrações financeiras. Ao avaliar se o cumprimento
de um requisito específico em uma IFRS seria tão enganoso que entraria em conflito com o objetivo das
demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceitual, a administração considera:

(a) por que o objetivo das demonstrações financeiras não é alcançado nas circunstâncias específicas; e

(b) como as circunstâncias da entidade diferem daquelas de outras entidades que cumprem o requisito.
Se outras entidades em circunstâncias similares cumprirem o requisito, há uma suposição refutável
de que o cumprimento do requisito pela entidade não seria tão enganoso que entraria em conflito
com o objetivo das demonstrações financeiras estabelecido na Estrutura Conceitual.

Continuidade operacional

25 Ao preparar demonstrações financeiras, a administração fará uma avaliação da capacidade de


uma entidade de continuar em operação. Uma entidade preparará demonstrações financeiras com
base na continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a entidade ou
encerrar suas atividades, ou não tenha alternativa realista senão fazê-lo. Quando a administração
tiver ciência, ao fazer sua avaliação, de incertezas relevantes relacionadas a eventos ou condições
que possam gerar dúvidas significativas sobre a capacidade da entidade de continuar em operação, a
entidade divulgará essas incertezas. Quando uma entidade não elaborar demonstrações financeiras
com base na continuidade operacional, ela divulgará esse fato, juntamente com a base em que
elaborou as demonstrações financeiras, e a razão pela qual a entidade não é considerada como em
continuidade operacional.

26 Ao avaliar se o pressuposto de continuidade operacional é apropriado, a administração leva em


consideração todas as informações disponíveis sobre o futuro que cubram pelo menos, porém não
limitadas a, doze meses a partir do final do período de relatório. O grau de consideração depende dos
fatos em cada caso. Quando uma entidade tiver um histórico de operações lucrativas e pronto acesso
a recursos financeiros, a entidade pode chegar a uma conclusão de que a base de contabilização de
continuidade operacional é apropriada sem análise detalhada. Em outros casos, a administração pode
precisar considerar uma série de fatores relacionados à lucratividade atual e esperada, cronograma de

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IFRS Foundation A473
IAS 1

pagamento de dívida e fontes potenciais de financiamento substituto antes que possa estar convencida
de que a base de continuidade operacional é apropriada.

Contabilização pelo regime de competência

27 Uma entidade elaborará suas demonstrações financeiras, exceto as informações de fluxos de caixa,
utilizando a contabilização pelo regime de competência.

28 Quando a contabilização pelo regime de competência for utilizada, uma entidade reconhecerá itens
como ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas (os elementos das demonstrações
financeiras) quando se enquadrarem nas definições e critérios de reconhecimento para esses elementos
na Estrutura Conceitual.5

Relevância e agregação

29 Uma entidade apresentará separadamente cada classe relevante de itens similares. Uma entidade
apresentará separadamente itens de natureza ou função diferente, exceto se não forem relevantes.

30 As demonstrações financeiras resultam do processamento de grande quantidade de transações ou outros


eventos que são agregados em classes, de acordo com sua natureza ou função. O estágio final no processo
de agregação e classificação é a apresentação de dados condensados e classificados, que formam as
rubricas nas demonstrações financeiras. Se uma rubrica não for individualmente relevante, ela é agregada
a outros itens nessas demonstrações ou nas notas explicativas. Uma rubrica que não for suficientemente
relevante para justificar a apresentação separada nessas demonstrações pode justificar a apresentação
separada nas notas explicativas.

31 Uma entidade não precisa fornecer uma divulgação específica exigida por uma IFRS se a informação
não for relevante.

Compensação

32 Uma entidade não compensará ativos e passivos ou receitas e despesas, exceto se exigido ou permitido
por uma IFRS.

33 Uma entidade informa separadamente tanto os ativos e passivos quanto as receitas e despesas.
A compensação na(s) demonstração(ões) de lucros e perdas e outros resultados abrangentes ou da posição
financeira, exceto quando a compensação reflete a essência da transação ou outro evento, diminui a
capacidade dos usuários de compreender as transações, outros eventos e condições que ocorreram, bem
como de avaliar os fluxos de caixa futuros da entidade. Mensurar ativos líquidos das provisões para
perdas – por exemplo, provisões para obsolescência de estoques e provisões para devedores duvidosos
– não é uma compensação.

34 A IAS 18 – Receita define a receita e exige que uma entidade a mensure ao valor justo da contrapartida
recebida ou a receber, levando em consideração o valor de quaisquer descontos comerciais e rebates
por volume que a entidade permitir. Uma entidade realiza, no curso de suas atividades normais, outras
transações que não geram receita, porém são incidentais às principais atividades geradoras de receita.
Uma entidade apresenta os resultados dessas transações, quando essa apresentação refletir a essência
da transação ou outro evento, compensando qualquer receita com a respectiva despesa decorrente da
mesma transação. Por exemplo:

(a) uma entidade apresenta os ganhos e perdas na alienação de ativos não circulantes, incluindo
investimentos e ativos operacionais, deduzindo dos proventos da alienação o valor contábil do
ativo e respectivas despesas de venda; e

5 substituído pela Estrutura Conceitual em setembro de 2010.

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(b) uma entidade pode compensar o gasto relacionado a uma provisão que seja reconhecida de acordo
com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes e reembolsada de acordo
com um acordo contratual com um terceiro (por exemplo, um contrato de garantia do fornecedor)
contra o respectivo reembolso.

35 Além disso, uma entidade apresenta em uma base líquida os ganhos e perdas decorrentes de um grupo
de transações similares, por exemplo, ganhos e perdas cambiais ou ganhos e perdas decorrentes de
instrumentos financeiros mantidos para negociação. Entretanto, uma entidade apresenta esses ganhos e
perdas separadamente se eles forem relevantes.

Frequência do relatório

36 Uma entidade apresentará um conjunto completo de demonstrações financeiras (incluindo


informações comparativas) pelo menos anualmente. Quando uma entidade alterar o final de seu
período de relatório e apresentar demonstrações financeiras para um período maior ou menor do
que um ano, a entidade divulgará, além do período coberto pelas demonstrações financeiras:

(a) a razão de utilizar um período maior ou menor, e

(b) o fato de que os valores apresentados nas demonstrações financeiras não são totalmente
comparáveis.

37 Normalmente, uma entidade prepara demonstrações financeiras de forma consistente para um período
de um ano. Entretanto, por razões práticas, algumas entidades preferem preparar demonstrações, por
exemplo, para um período de 52 semanas. Esta Norma não impede essa prática.

Informações comparativas

Informações Comparativas Mínimas

38 Exceto quando as IFRSs permitirem ou exigirem de outra forma, uma entidade apresentará
informações comparativas em relação ao período precedente para todos os valores reconhecidos
nas demonstrações financeiras do período corrente. Uma entidade incluirá informações
comparativas para informações narrativas e descritivas se forem pertinentes para a compreensão
das demonstrações financeiras do período corrente.

38A Uma entidade apresentará, no mínimo, duas demonstrações da posição financeira, duas
demonstrações de lucros e perdas e de outros resultados abrangentes, duas demonstrações separadas
de lucros e perdas (se apresentadas), duas demonstrações dos fluxos de caixa e duas demonstrações
das mutações do patrimônio líquido e respectivas notas explicativas.

38B Em alguns casos, as informações narrativas fornecidas nas demonstrações financeiras dos períodos
precedentes continuam a ser pertinentes no período corrente. Por exemplo, uma entidade divulga no
período corrente detalhes de uma disputa judicial cujo desfecho era incerto no final do período precedente
e que ainda será resolvida. Os usuários podem se beneficiar da divulgação da informação de que a
incerteza existia no final do período precedente e da divulgação de informações sobre os passos que
foram tomados durante o período para resolver a incerteza.

Informações comparativas adicionais

38C Uma entidade pode apresentar informações comparativas além das demonstrações financeiras
comparativas mínimas exigidas pelas IFRSs, desde que essas informações sejam elaboradas de acordo
com as IFRSs. Essas informações comparativas podem consistir em uma ou mais declarações referidas
no parágrafo 10, mas não precisam compreender um conjunto completo de demonstrações financeiras.
Quando este for o caso, a entidade apresentará informações em notas explicativas correspondentes para
essas demonstrações adicionais.

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38D Por exemplo, uma entidade pode apresentar uma terceira demonstração de lucros e perdas e outros
resultados abrangentes (apresentando, assim, o período corrente, o período precedente e um período
comparativo adicional). Contudo, a entidade não está obrigada a apresentar uma terceira demonstração
da posição financeira, uma terceira demonstração dos fluxos de caixa ou uma terceira demonstração das
mutações do patrimônio líquido (ou seja, uma demonstração financeira comparativa adicional). A entidade
deve apresentar, nas notas explicativas às demonstrações financeiras, as informações comparativas
relativas a essa demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes adicional.

39–
40 [Excluídos]

Mudança na política contábil, reapresentação retrospectiva ou reclassificação

40A Uma entidade apresentará uma terceira demonstração da posição financeira no início do período
precedente além das demonstrações financeiras comparativas mínimas exigidas no parágrafo
38A se:

(a) ela aplicar uma política contábil retrospectivamente, efetuar uma reapresentação
retrospectivas de itens em suas demonstrações financeiras ou reclassificar itens em suas
demonstrações financeiras; e

(b) a aplicação retrospectiva, a reapresentação retrospectiva ou a reclassificação tem um efeito


relevante sobre as informações da demonstração da posição financeira no início do período
precedente.

40B Nas circunstâncias descritas no parágrafo 40A, uma entidade apresentará três demonstrações da posição
financeira:

(a) no final do período corrente;

(b) no final do período precedente; e

(c) no início do período precedente.

40C Quando uma entidade estiver obrigada a apresentar uma demonstração da posição financeira adicional de
acordo com o parágrafo 40A, ela deve divulgar as informações exigidas pelos parágrafos 41–44 e pela
IAS 8. Contudo, ela não precisa apresentar as respectivas notas explicativas à demonstração da posição
financeira de abertura no início do período precedente.

40D A data da demonstração da posição financeira de abertura será o início do período precedente,
independentemente de se as demonstrações financeiras da entidade apresentam informações comparativas
para períodos anteriores (conforme permitido no parágrafo 38C).

41 Se uma entidade mudar a apresentação ou classificação dos itens em suas demonstrações financeiras,
ela reclassificará os valores comparativos, a menos que a reclassificação seja impraticável.
Quando uma entidade reclassificar valores comparativos, ela divulgará (inclusive no início do
período precedente):

(a) a natureza da reclassificação;

(b) o valor de cada item ou classe de itens que foi reclassificado; e

(c) a razão da reclassificação.

42 Quando for impraticável reclassificar valores comparativos, uma entidade divulgará:

(a) a razão para não reclassificar os valores, e

(b) a natureza dos ajustes que teriam sido feitos se os valores tivessem sido reclassificados.

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43 Melhorar a comparabilidade de informações entre períodos ajuda os usuários na tomada de decisões


econômicas, especialmente devido à possibilidade de avaliação das tendências nas informações financeiras
para fins preditivos. Em algumas circunstâncias, é impraticável reclassificar informações comparativas
para um período anterior específico para obter comparabilidade com o período corrente. Por exemplo,
uma entidade pode não ter coletados dados no(s) período(s) anterior(es) de maneira que permita a
reclassificação, e pode ser impraticável recriar as informações.

44 A IAS 8 estabelece ajustes às informações comparativas exigidas quando uma entidade muda uma política
contábil ou corrige um erro.

Consistência da apresentação

45 Uma entidade manterá a apresentação e classificação dos itens nas demonstrações financeiras de
um período para o próximo, exceto se:

(a) for aparente, após uma mudança significativa na natureza das operações da entidade ou uma
revisão de suas demonstrações financeiras, que outra apresentação ou classificação seria
mais apropriada, considerando os critérios para seleção e aplicação das políticas contábeis
na IAS 8; ou

(b) uma IFRS exigir uma mudança na apresentação.

46 Por exemplo, uma aquisição ou alienação significativa, ou uma revisão da apresentação das demonstrações
financeiras, pode sugerir que as demonstrações financeiras precisam ser apresentadas de forma diferente.
Uma entidade altera a apresentação de suas demonstrações financeiras somente se a apresentação alterada
fornecer informações que sejam confiáveis e mais pertinentes aos usuários das demonstrações financeiras e
se a manutenção da estrutura revisada for provável, de modo que a comparabilidade não seja prejudicada.
Ao fazer mudanças na apresentação, uma entidade reclassifica suas informações comparativas de acordo
com os parágrafos 41 e 42.

Estrutura e conteúdo

Introdução
47 Esta Norma exige divulgações específicas na demonstração da posição financeira ou na(s)
demonstração(ões) de lucros e perdas e outros resultados abrangentes, ou na demonstração das mutações
do patrimônio líquido e exige a divulgação de outras rubricas, nessas demonstrações ou nas notas
explicativas. A IAS 7 – Demonstração dos Fluxos de Caixa estabelece os requisitos para apresentação
das informações de fluxos de caixa.

48 Esta Norma utiliza, algumas vezes, o termo “divulgação” em um sentido amplo, abrangendo itens
apresentados nas demonstrações financeiras. As divulgações também são exigidas por outras IFRSs.
Exceto se especificado de outra forma nesta Norma ou em outra IFRS, essas divulgações podem ser
feitas nas demonstrações financeiras.

Identificação das demonstrações financeiras


49 Uma entidade identificará claramente as demonstrações financeiras e as diferenciará de outras
informações no mesmo documento publicado.

50 As IFRSs se aplicam somente às demonstrações financeiras, e não necessariamente a outras informações


apresentadas em um relatório anual, um documento regulatório ou outro documento. Portanto, é
importante que os usuários possam diferenciar as informações que são preparadas utilizando as IFRSs
de outras informações que possam ser úteis aos usuários, mas não estão sujeitas a esses requisitos.

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51 Uma entidade identificará claramente cada demonstração financeira e as notas explicativas. Além
disso, uma entidade exibirá as seguintes informações de forma proeminente, e as repetirá quando
necessário para que as informações apresentadas sejam compreensíveis.

(a) o nome da entidade que reporta ou outros meios de identificação, e qualquer mudança nessas
informações desde o final do período de relatório anterior;

(b) se as demonstrações financeiras são de uma entidade individual ou de um grupo de entidades;

(c) a data do final do período de relatório ou do período coberto pelo conjunto de demonstrações
financeiras ou notas explicativas;

(d) a moeda de apresentação, conforme definida na IAS 21; e

(e) o nível de arredondamento utilizado na apresentação de valores nas demonstrações financeiras.

52 Uma entidade cumpre os requisitos no parágrafo 51 apresentando títulos apropriados para as páginas,
demonstrações, notas explicativas, colunas e outros. É exigido julgamento na determinação da melhor
forma de apresentar essas informações. Por exemplo, quando uma entidade apresenta as demonstrações
financeiras eletronicamente, páginas separadas nem sempre são utilizadas; uma entidade então apresenta
os itens acima para garantir que as informações incluídas nas demonstrações financeiras possam
ser compreendidas.

53 Uma entidade frequentemente torna as demonstrações financeiras mais compreensíveis apresentando as


informações em milhares ou milhões de unidades da moeda de apresentação. Isto é aceitável contanto
que a entidade divulgue o nível de arredondamento e não omita informações relevantes.

Demonstração da posição financeira


Informações a serem apresentadas na demonstração da posição financeira

54 No mínimo, a demonstração da posição financeira incluirá as rubricas que apresentem os seguintes


valores:

(a) imobilizado;

(b) propriedade para investimento;

(c) ativos intangíveis;

(d) ativos financeiros [excluindo os valores demonstrados em (e), (h) e (i)];

(e) investimentos contabilizados pelo método de equivalência patrimonial;

(f) ativos biológicos;

(g) estoques;

(h) contas a receber de clientes e outras;

(i) caixa e equivalentes de caixa;

(j) o total de ativos classificados como mantidos para venda e ativos incluídos em grupos de
alienação classificados como mantidos para venda, de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não
Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas;

(k) contas a pagar a fornecedores e outras;

(l) provisões;

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(m) passivos financeiros [excluindo os valores demonstrados em (k) e (l)];

(n) passivos e ativos de imposto corrente, conforme definido na IAS 12 – Impostos sobre a Renda;

(o) impostos diferidos passivos e impostos diferidos ativos, conforme definidos na IAS 12;

(p) passivos incluídos em grupos de alienação classificados como mantidos para venda, de acordo
com a IFRS 5;

(q) participações de não controladores, apresentadas dentro do patrimônio líquido; e

(r) capital emitido e reservas atribuíveis a sócios da controladora.

55 Uma entidade apresentará rubricas adicionais, títulos e subtotais na demonstração da posição


financeira quando essa apresentação for pertinente para a compreensão da posição financeira
da entidade.

56 Quando uma entidade apresentar ativos circulantes e não circulantes e passivos circulantes e não
circulantes como classificações separadas em sua demonstração da posição financeira, ela não
classificará os impostos diferidos ativos (passivos) como ativos (passivos) circulantes.

57 Esta Norma não prescreve a ordem ou o formato em que a entidade apresenta os itens. O parágrafo 54
simplesmente relaciona os itens que são suficientemente diferentes na natureza ou função para justificar
a apresentação separada na demonstração da posição financeira. Além disso:

(a) as rubricas são incluídas quando, devido ao tamanho, natureza ou função de um item ou agregação
de itens similares, a apresentação separada se torna pertinente para a compreensão da posição
financeira da entidade; e

(b) as descrições utilizadas e o ordenamento de itens ou agregação de itens similares podem ser
alterados, de acordo com a natureza da entidade e suas transações, para fornecer informações
que sejam pertinentes para a compreensão da posição financeira da entidade. Por exemplo, uma
instituição financeira pode alterar as descrições acima para fornecer informações que sejam
pertinentes para as operações de uma instituição financeira.

58 Uma entidade julgará se itens adicionais serão apresentados separadamente, com base em uma avaliação
sobre:

(a) a natureza e a liquidez dos ativos;

(b) a função dos ativos dentro da entidade; e

(c) os valores, a natureza e a época dos passivos.

59 O uso de diferentes bases de mensuração para diferentes classes de ativos sugere que sua natureza ou
função são diferentes e, portanto, que uma entidade deve apresentá-las como rubricas separadas. Por
exemplo, classes diferentes de imobilizado podem ser demonstradas ao custo ou pelos valores reavaliados,
de acordo com a IAS 16.

Segregação circulante/não circulante

60 Uma entidade apresentará ativos circulantes e não circulantes e passivos circulantes e não circulantes
como classificações separadas em sua demonstração da posição financeira, de acordo com os
parágrafos 66-76, exceto quando uma apresentação baseada em liquidez fornecer informações que
sejam confiáveis e mais pertinentes. Quando essa exceção for aplicável, uma entidade apresentará
todos os ativos e passivos em ordem de liquidez.

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61 Seja qual for o método de apresentação adotado, uma entidade divulgará o valor que se espera
recuperar ou liquidar depois de mais de doze meses para cada rubrica do ativo e passivo que
combina os valores que se espera recuperar ou liquidar:

(a) não mais que doze meses após o período de relatório, e

(b) mais de doze meses após o período de relatório.

62 Quando uma entidade fornece bens ou serviços dentro de um ciclo operacional claramente identificável,
a classificação separada de ativos e passivos circulantes e não circulantes na demonstração da posição
financeira fornece informações úteis, distinguindo os ativos líquidos que estão continuamente circulando
como capital circulante daqueles usados nas operações de longo prazo da entidade. Também destaca os
ativos que se espera realizar dentro do atual ciclo operacional e os passivos que se espera liquidar dentro
do mesmo período.

63 Para algumas entidades, tais como instituições financeiras, uma apresentação de ativos e passivos em
ordem crescente ou decrescente de liquidez fornece informações que são confiáveis e mais pertinentes
do que a apresentação circulante/não circulante, pois a entidade não fornece bens ou serviços dentro de
um ciclo operacional claramente identificável.

64 Ao aplicar o parágrafo 60, permite-se que uma entidade apresente alguns de seus ativos e passivos
usando uma classificação circulante/não circulante e outros em ordem de liquidez, quando esta fornecer
informações que sejam confiáveis e mais pertinentes. A necessidade de uma base mista de apresentação
pode surgir quando uma entidade tiver diversas operações.

65 As informações sobre datas esperadas de realização de ativos e passivos são úteis ao avaliar a liquidez e
a solvência de uma entidade. A IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações exige a divulgação das
datas de vencimento dos ativos financeiros e passivos financeiros. Ativos financeiros incluem contas a
receber de clientes e outras e passivos financeiros incluem contas a pagar a fornecedores e outras. As
informações sobre a data esperada de recuperação de ativos não monetários, tais como estoques, e a data
esperada de liquidação de passivos, tais como provisões, também são úteis, independente de os ativos e
passivos serem classificados como circulantes ou não circulantes. Por exemplo, uma entidade divulga
o valor dos estoques que se espera recuperar mais de doze meses após o período de relatório.

Ativo circulante

66 Uma entidade classificará um ativo como circulante quando:

(a) esperar realizar o ativo, ou pretende vendê-lo ou consumi-lo, em seu ciclo operacional normal;

(b) detiver o ativo basicamente para fins de comercialização;

(c) esperar realizar o ativo dentro de doze meses após o período de relatório; ou

(d) o ativo constituir caixa ou equivalentes de caixa (conforme definido na IAS 7), exceto se o
ativo estiver restrito para ser trocado ou usado para liquidar um passivo por, no mínimo,
doze meses após o período de relatório.

Uma entidade classificará todos os demais ativos como não circulantes.

67 Esta Norma utiliza o termo “não circulante” para incluir ativos tangíveis, intangíveis e financeiros de
longo prazo. Ela não proíbe o uso de descrições alternativas, contanto que o significado fique claro.

68 O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e sua
realização em caixa ou equivalentes de caixa. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for
claramente identificável, ele é presumido como sendo de doze meses. Os ativos circulantes incluem ativos
(tais como estoques e contas a receber de clientes) que são vendidos, consumidos ou realizados como
parte do ciclo operacional normal, mesmo quando não se espera que sejam realizados dentro de doze
meses após o período de relatório. Ativos circulantes também incluem ativos mantidos principalmente

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para fins de negociação (exemplos incluem alguns ativos financeiros que atendem à definição de mantidos
para negociação na IFRS 9) e a parcela corrente de ativos financeiros não circulantes.

Passivo circulante

69 Uma entidade classificará um passivo como circulante quando:

(a) esperar liquidar o passivo em seu ciclo operacional normal;

(b) detiver o passivo basicamente para fins de comercialização;

(c) o passivo tiver liquidação prevista dentro de doze meses após o período de relatório; ou

(d) não tiver o direito incondicional de diferir a liquidação do passivo por, no mínimo, doze meses
após o período de relatório (vide parágrafo 73). Os termos de um passivo que, por opção da
contraparte, puderem resultar em sua liquidação mediante a emissão de instrumento de
patrimônio não afetarem sua classificação.

Uma entidade classificará todos os demais passivos como não circulantes.

70 Alguns passivos circulantes, tais como contas a pagar a fornecedores e algumas provisões para custos
de empregados e outros custos operacionais, fazem parte do capital circulante utilizado no ciclo
operacional normal da entidade. Uma entidade classifica esses itens operacionais como passivos
circulantes mesmo se tiverem previsão de liquidação em mais de doze meses após o período de relatório.
O mesmo ciclo operacional normal se aplica à classificação dos ativos e passivos de uma entidade.
Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, ele é presumido como
sendo de doze meses.

71 Outros passivos circulantes não são liquidados como parte do ciclo operacional normal, porém estão
previstos para liquidação dentro de doze meses após o período de relatório ou são mantidos principalmente
para fins de negociação. São exemplos alguns passivos financeiros que atendem à definição de mantidos
para negociação na IFRS 9, saques a descoberto em banco e a parcela corrente de passivos financeiros
não circulantes, dividendos a pagar, impostos sobre a renda e outras contas a pagar não comerciais. Os
passivos financeiros que fornecem financiamento de longo prazo (ou seja, não fazem parte do capital
circulante utilizado no ciclo operacional normal da entidade) e não têm liquidação prevista dentro de
doze meses após o período de relatório são passivos não circulantes, sujeitos aos parágrafos 74 e 75.

72 Uma entidade classifica seus passivos financeiros como circulantes quando têm liquidação prevista
dentro de doze meses após o período de relatório, mesmo se:

(a) o prazo original era por um período maior do que doze meses, e

(b) for celebrado um contrato para refinanciar ou prorrogar os pagamentos de longo prazo após o
período de relatório e antes que as demonstrações financeiras sejam autorizadas para emissão.

73 Se uma entidade espera, e tem a possibilidade de, refinanciar ou rolar uma obrigação por pelo menos doze
meses após o período de relatório em uma linha de crédito existente, ela classifica a obrigação como não
circulante, mesmo se a obrigação for devida em um período menor. Porém, quando refinanciar ou rolar
a obrigação não depende da entidade (por exemplo, não há um acordo de refinanciamento), a entidade
não considera a possibilidade de refinanciar a obrigação e a classifica como circulante.

74 Quando uma entidade viola uma disposição de um acordo de empréstimo de longo prazo antes do final do
período de relatório com o efeito de que o passivo se torna pagável à vista, ela classifica o passivo como
circulante, mesmo que o mutuante tenha concordado, após o período de relatório e antes da autorização
das demonstrações financeiras para emissão, em não exigir o pagamento como consequência da violação.
Uma entidade classifica o passivo como circulante, pois, no final do período de relatório, ela não possui
um direito incondicional de diferir sua liquidação por pelo menos doze meses após essa data.

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75 Contudo, uma entidade classifica o passivo como não circulante se o mutuante tiver concordado, no final
do período de relatório, em fornecer um período de carência a ser encerrado pelo menos doze meses
após o período de relatório, dentro do qual a entidade possa retificar a violação e o mutuante não possa
exigir a restituição imediata.

76 Em relação a empréstimos classificados como passivos circulantes, se os seguintes eventos ocorrerem


entre o final do período de relatório e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas
para emissão, esses eventos são divulgados como eventos que não originam ajuste, de acordo com a
IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório:

(a) refinanciamento de longo prazo;

(b) retificação de uma violação de um acordo de empréstimo de longo prazo; e

(c) a concessão, por parte do mutuante, de um período de carência para retificar uma violação de um
acordo de empréstimo de longo prazo que seja encerrado pelo menos doze meses após o período
de relatório.

Informações a serem apresentadas na demonstração da posição financeira ou nas


notas explicativas

77 Uma entidade divulgará, na demonstração da posição financeira ou nas notas explicativas, outras
subclassificações das rubricas apresentadas, classificadas de forma apropriada às operações
da entidade.

78 Os detalhes fornecidos nas subclassificações dependem dos requisitos das IFRSs e do tamanho, natureza
e função dos valores envolvidos. Uma entidade também utiliza os fatores estabelecidos no parágrafo 58
para decidir a base de subclassificação. As divulgações variam para cada item, por exemplo:

(a) itens de imobilizado são desagregados em classes, de acordo com a IAS 16;

(b) contas a receber são desagregadas em valores a receber de clientes, contas a receber de partes
relacionadas, pagamentos antecipados e outros valores;

(c) estoques são desagregados, de acordo com a IAS 2 – Estoques, em classificações tais como
mercadorias, suprimentos de produção, materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;

(d) provisões são desagregadas em provisões para benefícios aos empregados e outros itens; e

(e) capital social e reservas são desagregados em diversas classes, tais como capital integralizado,
prêmios de ações e reservas.

79 Uma entidade divulgará o seguinte, seja na demonstração da posição financeira ou demonstração


das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas:

(a) para cada classe de capital acionário:

(i) o número de ações autorizadas;

(ii) o número de ações emitidas e totalmente integralizadas, e emitidas, porém não


totalmente integralizadas;

(iii) valor nominal por ação, ou que as ações não têm valor nominal;

(iv) uma conciliação do número de ações em circulação no início e no final do período;

(v) os direitos, preferências e restrições inerentes a essa classe, incluindo restrições sobre
a distribuição de dividendos e a restituição do capital;

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(vi) ações na entidade mantidas pela entidade ou por suas subsidiárias ou coligadas; e

(vii) ações reservadas para emissão em opções e contratos para a venda de ações, incluindo
os prazos e valores; e

(b) uma descrição da natureza e finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido.

80 Uma entidade sem capital acionário, como, por exemplo, uma parceria ou sociedade fiduciária,
divulgará informações equivalentes àquelas exigidas pelo parágrafo 79(a), apresentando as
mudanças durante o período em cada categoria de participações patrimoniais e os direitos,
preferências e restrições inerentes a cada categoria de participação patrimonial.

80A Se uma entidade tiver reclassificado

(a) um instrumento financeiro com opção de venda classificado como um instrumento de


patrimônio, ou

(b) um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma
parcela pro rata dos ativos líquidos da entidade apenas por ocasião de sua liquidação e que
é classificado como um instrumento de patrimônio

entre passivos financeiros e patrimônio líquido, ela divulgará o valor reclassificado para/de cada
categoria (passivos financeiros ou patrimônio líquido) e a época e o motivo dessa reclassificação.

Demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes


81 [Excluído]

81A A demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes (demonstração do resultado


abrangente) apresentará, além das seções de lucros e perdas e outros resultados abrangentes:

(a) lucros e perdas;

(b) total de outros resultados abrangentes;

(c) resultado abrangente do período, sendo o total de lucros e perdas e outros resultados
abrangentes.

Se uma entidade apresenta uma demonstração separada de lucros e perdas, ela não apresenta a
seção de lucros e perdas na demonstração que apresenta o resultado abrangente.

81B Uma entidade apresentará os seguintes itens, além das seções de lucros e perdas e outros resultados
abrangentes, como alocação de lucros e perdas e outros resultados abrangentes do período:

(a) lucros e perdas do período atribuíveis a:

(i) participações de não controladores, e

(ii) sócios da controladora.

(b) resultado abrangente do período atribuível a:

(i) participações de não controladores, e

(ii) sócios da controladora.

Se uma entidade apresentar lucros e perdas em uma demonstração separada, ela apresentará (a)
nessa demonstração.

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Informações a serem apresentadas na seção de lucros e perdas ou na demonstração


de lucros e perdas

82 Além dos itens requeridos por outras IFRSs, a seção de lucros e perdas ou a demonstração de
lucros e perdas incluirá rubricas que apresentam os seguintes valores do período:

(a) receita;

(aa) ganhos e perdas decorrentes da baixa de ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado;

(b) custos de financiamento;

(c) parcela de lucros e perdas de coligadas e empreendimentos em conjunto contabilizados pelo método
de equivalência patrimonial;

(ca) se um ativo financeiro for reclassificado de modo que seja mensurado ao valor justo, qualquer
ganho ou perda decorrente de uma diferença entre o valor contábil anterior e seu valor justo
na data de reclassificação (conforme definido na IFRS 9);

(d) despesa de imposto;

(e) [excluído]

(ea) um único valor para o total de operações descontinuadas (vide IFRS 5).

(f–i) [excluídos]

Informações a serem apresentadas na seção de outros resultados abrangentes

82A A seção de outros resultados abrangentes apresentará rubricas para valores de outros resultados
abrangentes no período, classificadas por natureza (incluindo a parcela de outros resultados
abrangentes de coligadas e empreendimentos em conjunto contabilizadas utilizando o método de
equivalência patrimonial) e agrupadas naquelas que, de acordo com outras IFRSs:

(a) não serão reclassificadas subsequentemente para lucros e perdas; e

(b) serão reclassificadas subsequentemente para lucros e perdas quando condições específicas
forem atendidas.

83–
84 [Excluídos]

85 Uma entidade apresentará rubricas adicionais, títulos e subtotais na(s) demonstração(ões) que
apresentam lucros e perdas e outros resultados abrangentes quando essa apresentação for pertinente
para a compreensão do desempenho financeiro da entidade.

86 Como os efeitos de diversas atividades, transações e outros eventos de uma entidade diferem em
frequência, potencial de ganho ou perda e previsibilidade, divulgar os componentes do desempenho
financeiro ajuda os usuários a entender o desempenho financeiro obtido e a fazer projeções do desempenho
financeiro futuro. Uma entidade inclui rubricas adicionais na(s) demonstração(ões) que apresenta(m)
lucros e perdas e outros resultados abrangentes e altera as descrições utilizadas e o ordenamento dos itens
quando isso é necessário para explicar os elementos de desempenho financeiro. Uma entidade considera
fatores que inclui a relevância e natureza e função dos itens de receitas e despesas. Por exemplo, uma
instituição financeira pode alterar as descrições para fornecer informações que sejam pertinentes para
as operações de uma instituição financeira. Uma entidade não compensa itens de receitas e despesas,
exceto se forem cumpridos os critérios no parágrafo 32.

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87 Uma entidade não apresentará quaisquer itens de receita ou despesa como itens extraordinários
na(s) demonstração(ões) que apresenta(m) lucros e perdas e outros resultados abrangentes ou nas
notas explicativas.

Lucros e perdas do período

88 Uma entidade reconhecerá todos os itens de receitas e despesas em um período em lucros e perdas,
exceto se uma IFRS exigir ou permitir de outro modo.

89 Algumas IFRSs especificam as circunstâncias em que uma entidade reconhece itens específicos fora de
lucros e perdas no período corrente. A IAS 8 especifica duas dessas circunstâncias: a correção de erros
e o efeito de mudanças nas políticas contábeis. Outras IFRSs exigem ou permitem que componentes de
outros resultados abrangentes que cumpram a definição de receita ou despesa da Estrutura Conceitual6
sejam excluídos de lucros e perdas (vide parágrafo 7).

Outros resultados abrangentes do período

90 Uma entidade divulgará o valor do imposto sobre a renda relacionado a cada item de outros
resultados abrangentes, incluindo ajustes de reclassificação, na demonstração de lucros e perdas
e outros resultados abrangentes ou nas notas explicativas.

91 Uma entidade pode apresentar itens de outros resultados abrangentes:

(a) líquidos dos respectivos efeitos fiscais, ou

(b) antes dos respectivos efeitos fiscais com um valor demonstrado para o valor total do imposto sobre
a renda relacionado a esses itens.

Se uma entidade escolher a alternativa (b), ela alocará o imposto entre os itens que podem ser
reclassificados subsequentemente para a seção de lucros e perdas e aqueles que não serão reclassificados
subsequentemente para a seção de lucros e perdas.

92 Uma entidade divulgará os ajustes de reclassificação relacionados a componentes de outros


resultados abrangentes.

93 Outras IFRSs especificam se e quando os valores previamente reconhecidos em outros resultados


abrangentes são reclassificados para lucros e perdas. Essas reclassificações são referidas nesta Norma
como ajustes de reclassificação. Um ajuste de reclassificação é incluído com o respectivo componente
de outros resultados abrangentes no período que o ajuste for reclassificado para lucros e perdas. Esses
valores podem ter sido reconhecidos em outros resultados abrangentes como ganhos não realizados nos
períodos corrente ou anteriores. Esses ganhos não realizados devem ser deduzidos de outros resultados
abrangentes no período em que os ganhos realizados forem reclassificados para lucros e perdas, para
evitar incluí-los em duplicidade no resultado abrangente total.

94 Uma entidade pode apresentar ajustes de reclassificação na(s) demonstração(ões) de lucros e perdas
e outros resultados abrangentes ou nas notas explicativas Uma entidade que apresenta ajustes de
reclassificação nas notas explicativas apresenta os itens de outros resultados abrangentes após quaisquer
ajustes de reclassificação relacionados.

95 Os ajustes de reclassificação surgem, por exemplo, na alienação de uma operação no exterior (vide IAS 21)
e quando um fluxo de caixa previsto protegido afeta os lucros e perdas (vide parágrafo 100 da IAS 39).

96 Os ajustes de reclassificação não são provenientes de mudanças no superavit de reavaliação reconhecido


de acordo com a IAS 16 ou a IAS 38 ou em remensurações de planos de benefício definido reconhecidos de
acordo com a IAS 19. Esses componentes são reconhecidos em outros resultados abrangentes e não são
reclassificados para lucros e perdas em períodos subsequentes. As mudanças no superavit de reavaliação

6 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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IFRS Foundation A485
IAS 1

podem ser transferidas para lucros acumulados em períodos subsequentes à medida que o ativo é usado
ou quando for baixado (vide IAS 16 e IAS 38).

Informações a serem apresentadas na(s) demonstração(ões) de lucros e perdas e


outros resultados abrangentes ou nas notas explicativas

97 Quando itens de receitas ou despesas forem relevantes, uma entidade divulgará sua natureza e seu
valor separadamente.

98 As circunstâncias que originariam a divulgação separada de itens de receitas e despesas incluem:

(a) reduções dos estoques ao seu valor líquido realizável ou do imobilizado ao seu valor recuperável,
bem como reversões dessas reduções;

(b) reestruturações das atividades de uma entidade e reversões de quaisquer provisões para os custos
de reestruturação;

(c) alienação de itens do imobilizado;

(d) alienação de investimentos;

(e) operações descontinuadas;

(f) resoluções de litígios; e

(g) outras reversões de provisões.

99 Uma entidade apresentará uma análise das despesas reconhecidas em lucros e perdas utilizando uma
classificação baseada em sua natureza ou função dentro da entidade, a que fornecer informações
que sejam confiáveis ou mais pertinentes.

100 As entidades são incentivadas a apresentar a análise no parágrafo 99 na(s) demonstração(ões) que
apresenta(m) lucros e perdas e outros resultados abrangentes.

101 As despesas são subclassificadas para destacar os componentes do desempenho financeiro que possam
diferir em termos de frequência, potencial de ganho ou perda e previsibilidade. Essa análise é fornecida
em uma dentre duas formas.

102 A primeira forma de análise é o método da “natureza da despesa”. Uma entidade agrega despesas dentro
de lucros e perdas de acordo com sua natureza (por exemplo, depreciação, compras de materiais, custos de
transporte, benefícios aos empregados e custos de propaganda), e não os realoca entre funções dentro da
entidade. Esse método pode ser simples de aplicar, pois não é necessária nenhuma alocação de despesas
para classificações funcionais. Segue abaixo um exemplo de uma classificação que utiliza o método da
natureza da despesa:

Receita X

Outras receitas X

Mudanças nos estoques de produtos acabados e produtos em elaboração X

Matérias-primas e materiais de consumo utilizados X

Despesa com benefícios aos empregados X

Despesa de depreciação e amortização X

Outras despesas X

Total das despesas (X)

Lucro antes de impostos X

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103 A segunda forma de análise é o método da “função da despesa” ou “custo de vendas” e classifica as
despesas de acordo com suas funções como parte do custo de vendas ou, por exemplo, os custos de
distribuição ou atividades administrativas. No mínimo, uma entidade divulga seu custo de vendas de
acordo com esse método separadamente de outras despesas. Esse método pode fornecer informações
mais pertinentes a usuários do que a classificação de despesas por natureza, porém alocar os custos a
funções pode exigir alocações arbitrárias e envolver considerável julgamento. Segue abaixo um exemplo
de uma classificação que utiliza o método da função da despesa:

Receita X

Custo de vendas (X)

Lucro bruto X

Outras receitas X

Custos de distribuição (X)

Despesas administrativas (X)

Outras despesas (X)

Lucro antes de impostos X

104 Uma entidade que classifica as despesas por função divulgará informações adicionais sobre a
natureza das despesas, incluindo a despesa de depreciação e amortização e despesas de benefícios
aos empregados.

105 A escolha entre o método da função da despesa e o método da natureza da despesa depende dos fatores
históricos e industriais e da natureza da entidade. Ambos os métodos fornecem uma indicação dos
custos que podem variar, direta ou indiretamente, com o nível de vendas ou produção da entidade.
Como cada método de apresentação possui mérito para diferentes tipos de entidades, esta Norma exige
que a administração escolha a apresentação que seja confiável e mais pertinente. Entretanto, como as
informações sobre a natureza das despesas são úteis na previsão de fluxos de caixa futuros, é exigida
a divulgação adicional quando for utilizada a classificação por função da despesa. No parágrafo 104,
“benefícios aos empregados” possui o mesmo significado que na IAS 19.

Demonstração das mutações do patrimônio líquido


Informações a serem apresentadas na demonstração das mutações do
patrimônio líquido

106 Uma entidade apresentará uma demonstração das mutações do patrimônio líquido conforme
requerido pelo parágrafo 10. A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui as seguintes
informações:

(a) o resultado abrangente total do período, apresentando separadamente os valores totais


atribuíveis a sócios da controladora e a participações de não controladores;

(b) para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou


reapresentação retrospectiva reconhecidos de acordo com a IAS 8; e

(c) [excluído]

(d) para cada componente do patrimônio líquido, uma conciliação entre o valor contábil no início
e no final do período, divulgando separadamente as mudanças resultantes de:

(i) lucros e perdas;

(ii) outros resultados abrangentes; e

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(iii) transações com sócios na sua capacidade de sócios, apresentando separadamente as


contribuições feitas pelos sócios e distribuições aos sócios e mudanças nas participações
societárias em subsidiárias que não resultam em perda de controle.

Informações a serem apresentadas na demonstração das mutações do patrimônio


líquido ou nas notas explicativas

106A Para cada componente de patrimônio líquido uma entidade apresentará, seja na demonstração
das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas, uma análise de outros resultados
abrangentes por item [vide parágrafo 106(d)(ii)].

107 Uma entidade apresentará, na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas
explicativas, o valor dos dividendos reconhecidos como distribuições aos sócios durante o período
e o correspondente valor de dividendos por ação.

108 No parágrafo 106, os componentes do patrimônio líquido incluem, por exemplo, cada classe de
patrimônio líquido contribuído, o saldo acumulado de cada classe de outros resultados abrangentes e os
lucros acumulados.

109 As mutações do patrimônio líquido de uma entidade entre o início e o final do período de relatório refletem
o aumento ou a redução de seus ativos líquidos durante o período. Exceto por mudanças resultantes
de transações com sócios na sua capacidade de sócios (tais como contribuições ao patrimônio líquido,
reaquisições dos instrumentos patrimoniais da entidade e dividendos) e custos de transação diretamente
relacionados a essas transações, a mudança geral no patrimônio líquido durante um período representa
o valor total das receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas, geradas pelas atividades da entidade
durante esse período.

110 A IAS 8 exige ajustes retrospectivos para realizar mudanças nas políticas contábeis, na medida do
praticável, exceto quando as disposições de transição em outra IFRS exigir de outro modo. A IAS 8
também exige que as reapresentações para corrigir erros sejam feitas retrospectivamente, na medida do
praticável. Os ajustes retrospectivos e as reapresentações retrospectivas não são mutações do patrimônio
líquido, mas são ajustes ao saldo de abertura dos lucros acumulados, exceto quando uma IFRS exigir o
ajuste retrospectivo de outro componente do patrimônio líquido. O parágrafo 106(b) exige a divulgação
na demonstração das mutações do patrimônio líquido do ajuste total a cada componente do patrimônio
líquido resultante de mudanças nas políticas contábeis e, separadamente, de correções de erros. Esses
ajustes são divulgados para cada período anterior e para o início do período.

Demonstração dos fluxos de caixa


111 As informações de fluxos de caixa fornecem aos usuários de demonstrações financeiras uma base para
avaliar a capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da entidade
de utilizar esses fluxos de caixa. A IAS 7 estabelece os requisitos para a apresentação e divulgação de
informações de fluxos de caixa.

Notas Explicativas
Estrutura

112 As notas explicativas:

(a) apresentarão informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e as


políticas contábeis específicas utilizadas de acordo com os parágrafos 117-124;

(b) divulgará as informações exigidas pelas IFRSs que não estejam apresentadas em nenhum
outro lugar nas demonstrações financeiras; e

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(c) fornecerá informações que não estejam apresentadas em nenhum outro lugar nas
demonstrações financeiras, mas sejam pertinentes para a compreensão de qualquer uma delas.

113 Uma entidade, na medida do praticável, apresentará as notas explicativas de forma sistemática.
Uma entidade fará a referência cruzada de cada item nas demonstrações da posição financeira e
na(s) demonstração(ões) de lucros e perdas e outros resultados abrangentes, e nas demonstrações
das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa a quaisquer respectivas informações nas
notas explicativas.

114 Uma entidade normalmente apresenta as notas explicativas na seguinte ordem, para ajudar os usuários
a compreender as demonstrações financeiras e compará-las com as demonstrações financeiras de
outras entidades:

(a) declaração de conformidade com as IFRSs (vide parágrafo 16);

(b) resumo das políticas contábeis significativas aplicadas (vide parágrafo 117);

(c) informações de suporte para itens apresentados nas demonstrações da posição financeira e na(s)
demonstração(ões) de lucros e perdas e outros resultados abrangentes, e nas demonstrações das
mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, na ordem em que cada demonstração e cada
rubrica for apresentada; e

(d) outras divulgações, incluindo:

(i) passivos contingentes (vide IAS 37) e compromissos contratuais não reconhecidos, e

(ii) divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e políticas de administração de risco
financeiro da entidade (vide IFRS 7).

115 Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável variar a ordem de itens específicos dentro
das notas explicativas. Por exemplo, uma entidade pode combinar informações sobre mudanças no valor
justo reconhecidas em lucros e perdas com informações sobre as datas de vencimento de instrumentos
financeiros, embora as primeiras estejam relacionadas à(s) demonstração(ões) que apresenta(m) lucros
e perdas e outros resultados abrangentes e as últimas estejam relacionadas à demonstração da posição
financeira. Não obstante, uma entidade retém uma estrutura sistemática para as notas explicativas, na
medida do praticável.

116 Uma entidade pode apresentar as notas explicativas, fornecendo informações sobre a base de preparação
das demonstrações financeiras e as políticas contábeis específicas como uma seção separada das
demonstrações financeiras.

Divulgação de políticas contábeis

117 Uma entidade divulgará no resumo de políticas contábeis significativas:

(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na preparação das demonstrações financeiras, e

(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam pertinentes para a compreensão das
demonstrações financeiras.

118 É importante para uma entidade informar os usuários sobre a base (ou bases) de mensuração utilizada(s)
nas demonstrações financeiras (por exemplo, custo histórico, custo corrente, valor líquido realizável, valor
justo ou valor recuperável), pois a base em que uma entidade prepara as demonstrações financeiras afeta
significativamente a análise dos usuários. Quando uma entidade utilizar mais de uma base de mensuração
nas demonstrações financeiras, por exemplo, quando forem reavaliadas classes específicas de ativos, é
suficiente fornecer uma indicação das categorias de ativos e passivos às quais cada base de mensuração
é aplicada.

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IFRS Foundation A489
IAS 1

119 Ao decidir se uma política contábil específica deve ser divulgada, a administração considera se a
divulgação auxiliaria os usuários na compreensão de como as transações, outros eventos e condições
estão refletidos no desempenho financeiro e posição financeira informados. A divulgação de políticas
contábeis específicas é especialmente útil para usuários quando essas políticas são escolhidas a partir
de alternativas permitidas nas IFRSs. Um exemplo é a divulgação de se uma entidade aplica o método
de valor justo ou o método de custo à sua propriedade para investimento (vide IAS 40 – Propriedades
para Investimento). Algumas IFRSs exigem a divulgação de políticas contábeis específicas, incluindo
as escolhas feitas pela administração entre políticas diferentes que elas permitem. Por exemplo, a IAS 16
exige a divulgação das bases de mensuração utilizadas para classes do imobilizado.

120 Cada entidade considera a natureza de suas operações e as políticas que os usuários de suas demonstrações
financeiras esperariam que fossem divulgadas para esse tipo de entidade. Por exemplo, os usuários
esperariam que uma entidade sujeita ao imposto sobre a renda divulgasse suas políticas contábeis para
imposto sobre a renda, incluindo aquelas aplicáveis a impostos diferidos ativos e passivos. Quando uma
entidade tiver operações ou transações significativas no exterior em moedas estrangeiras, os usuários
esperariam a divulgação das políticas contábeis para o reconhecimento de ganhos e perdas cambiais.

121 Uma política contábil pode ser significativa por causa da natureza das operações da entidade mesmo se
os valores dos períodos corrente e anteriores não forem relevantes. Também é apropriado divulgar cada
política contábil significativa que não seja especificamente exigida pelas IFRSs, mas que a entidade
seleciona e aplica de acordo com a IAS 8.

122 Uma entidade divulgará, no resumo das políticas contábeis significativas ou outras notas
explicativas, os julgamentos, separados daqueles que envolvem estimativas (vide parágrafo 125),
que a administração fez no processo de aplicação das políticas contábeis da entidade e que tiveram
o efeito mais significativo sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras.

123 No processo de aplicação das políticas contábeis da entidade, a administração faz diversos julgamentos,
separados daqueles que envolvem estimativas, que podem afetar significativamente os valores
reconhecidos nas demonstrações financeiras. Por exemplo, a administração faz julgamentos ao determinar:

(a) [excluído]

(b) quando substancialmente todos os riscos e benefícios significativos da propriedade de ativos


financeiros e ativos de arrendamento são transferidos a outras entidades; e

(c) se, em essência, as vendas específicas de bens são acordos de financiamento e, portanto, não
originam receita.

124 Algumas das divulgações feitas de acordo com o parágrafo 122 são exigidas por outras IFRSs. Por
exemplo, a IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades exige que uma entidade divulgue
os julgamentos que adotou ao determinar se controla outra entidade. A IAS 40 – Propriedades para
Investimento exige a divulgação dos critérios desenvolvidos pela entidade para distinguir propriedade
para investimento de propriedade ocupada pelo proprietário e de imóvel mantido para venda no curso
normal dos negócios, quando a classificação do imóvel for difícil.

Fontes de incerteza na estimativa

125 Uma entidade divulgará informações sobre as premissas que fizer sobre o futuro e outras fontes
importantes de incerteza na estimativa no final do período de relatório, que possuam um risco
significativo de resultar em um ajuste relevante nos valores contábeis de ativos e passivos dentro do
próximo exercício financeiro. Em relação a esses ativos e passivos, as notas explicativas incluirão
detalhes de:

(a) sua natureza, e

(b) seu valor contábil no final do período de relatório.

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126 A determinação dos valores contábeis de alguns ativos e passivos exige a estimativa dos efeitos de eventos
futuros incertos sobre esses ativos e passivos no final do período de relatório. Por exemplo, na ausência
de preços de mercado observados recentemente, são necessárias estimativas orientadas ao futuro para
medir o valor recuperável de classes do imobilizado, o efeito da obsolescência tecnológica dos estoques,
provisões sujeitas ao resultado futuro de litígios em andamento e passivos de benefícios de longo prazo
para empregados, tais como obrigações de pensão. Essas estimativas envolvem premissas sobre itens tais
como ajuste de risco a fluxos de caixa ou taxas de desconto, mudanças futuras em salários e mudanças
futuras em preços que afetam outros custos.

127 As premissas e outras fontes de incerteza na estimativa divulgadas de acordo com o parágrafo 125
estão relacionadas às estimativas que exigem os mais difíceis, subjetivos ou complexos julgamentos
da administração. À medida que aumenta o número de variáveis e premissas que afetam a possível
resolução futura das incertezas, esses julgamentos se tornam mais subjetivos e complexos e o potencial
para um ajuste relevante consequente aos valores contábeis de ativos e passivos aumenta normalmente
na mesma proporção.

128 As divulgações do parágrafo 125 não são exigidas para ativos e passivos com um risco significativo de
que seus valores contábeis possam mudar significativamente dentro do próximo exercício financeiro
se, no final do período de relatório, eles forem mensurados ao valor justo com base em um preço
cotado em um mercado ativo para um ativo ou passivo idêntico. Esses valores justos poderiam mudar
significativamente dentro do próximo exercício financeiro, porém essas mudanças não se originariam
de premissas ou outras fontes de incerteza na estimativa no final do período de relatório.

129 Uma entidade apresenta as divulgações no parágrafo 125 de uma forma que ajuda os usuários de
demonstrações financeiras a compreenderem os julgamentos da administração sobre o futuro e outras
fontes de incerteza na estimativa. A natureza e a extensão das informações fornecidas variam de acordo
com a natureza da premissa e outras circunstâncias. Seguem abaixo exemplos dos tipos de divulgações
feitos por uma entidade:

(a) a natureza da premissa ou outra incerteza na estimativa;

(b) a sensibilidade dos valores contábeis aos métodos, premissas e estimativas subjacentes a seu cálculo,
incluindo as razões da sensibilidade;

(c) a resolução esperada de uma incerteza e o intervalo de resultados razoavelmente possíveis dentro
do próximo exercício financeiro em relação aos valores contábeis dos ativos e passivos afetados; e

(d) uma explicação das mudanças feitas às premissas passadas em relação a esses ativos e passivos,
se a incerteza permanecer não resolvida.

130 Esta Norma não exige que uma entidade divulgue informações orçamentárias ou previsões ao fazer as
divulgações no parágrafo 125.

131 Algumas vezes é impraticável divulgar a extensão dos possíveis efeitos de uma premissa ou outra
fonte de incerteza na estimativa no final do período de relatório. Nesses casos, a entidade divulga que
é razoavelmente possível, com base no conhecimento existente, que os resultados, dentro do próximo
exercício financeiro, que forem diferentes da premissa poderiam exigir um ajuste relevante ao valor
contábil do ativo ou passivo afetado. Em todos os casos, a entidade divulga a natureza e o valor contábil
do ativo ou passivo específico (ou classe de ativos ou passivos) afetado pela premissa.

132 As divulgações no parágrafo 122 de julgamentos particulares que a administração usa no processo de
aplicação das políticas contábeis da entidade não estão relacionadas às divulgações de fontes de incerteza
na estimativa no parágrafo 125.

133 Outras IFRSs exigem a divulgação de algumas das premissas que, de outro modo, seriam exigidas de
acordo com o parágrafo 125. Por exemplo, a IAS 37 exige a divulgação, em circunstâncias específicas,
de importantes premissas relacionadas a eventos futuros que afetem classes de provisões. A IFRS 13 –
Mensuração do Valor Justo exige a divulgação de premissas significativas (incluindo a(s) técnica(s) de

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IFRS Foundation A491
IAS 1

avaliação e as informações) que a entidade utiliza ao mensurar os valores justos de ativos e passivos que
são reconhecidos ao valor justo.

Capital

134 Uma entidade divulgará informações que permitam aos usuários de demonstrações financeiras
avaliar os seus objetivos, políticas e processos de gerenciamento de capital.

135 Para cumprir o parágrafo 134, a entidade divulga o seguinte:

(a) informações qualitativas sobre seus objetivos, políticas e processos de gerenciamento de capital,
incluindo:

(i) uma descrição do que gerencia como capital;

(ii) quando uma entidade estiver sujeita a requisitos de capital impostos externamente, a natureza
desses requisitos e como esses requisitos são incorporados no gerenciamento do capital; e

(iii) como cumpre seus objetivos de gerenciamento de capital.

(b) dados quantitativos resumidos sobre o que gerencia como capital. Algumas entidades consideram
alguns passivos financeiros (por exemplo, algumas formas de dívida subordinada) como parte do
capital. Outras entidades consideram o capital como excluindo alguns componentes do patrimônio
líquido (por exemplo, componentes que resultam de coberturas de fluxo de caixa).

(c) quaisquer mudanças em (a) e (b) do período anterior.

(d) se durante o período ela cumprir quaisquer requisitos de capital impostos externamente aos quais
está sujeita.

(e) quando a entidade não tiver cumprido tais requisitos de capital impostos externamente, as
consequências desse não cumprimento.

A entidade fundamenta essas divulgações nas informações fornecidas internamente ao pessoal-chave


da administração.

136 Uma entidade pode gerenciar o capital de diversas maneiras e estar sujeita a diversos requisitos diferentes
de capital. Por exemplo, um conglomerado pode incluir entidades que empreendem atividades de seguro
e atividades bancárias e essas entidades podem operar em diversas jurisdições. Quando uma divulgação
total de requisitos de capital e de como o capital é gerenciado não fornecer informações úteis nem distorcer
a compreensão, por um usuário de demonstrações financeiras, dos recursos de capital de uma entidade,
a entidade divulgará informações separadas para cada requisito de capital ao qual estiver sujeita.

Instrumentos financeiros com opção de venda classificados como patrimônio líquido

136A Para instrumentos financeiros com opção de venda classificados como instrumentos de patrimônio,
uma entidade divulgará (na medida em que não tenha divulgado em outro lugar):

(a) dados quantitativos resumidos sobre o valor classificado como patrimônio líquido;

(b) seus objetivos, políticas e processos para gerenciar a sua obrigação de recomprar ou resgatar
os instrumentos, quando for obrigada a fazê-lo pelos titulares desses instrumentos, incluindo
quaisquer alterações em relação ao período anterior;

(c) a saída de caixa esperada por ocasião do resgate ou recompra dessa classe de instrumentos
financeiros; e

(d) informações sobre como a saída de caixa esperada por ocasião do resgate ou recompra foi
determinada.

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IFRS Foundation
IAS 1

Outras divulgações

137 Uma entidade divulgará nas notas explicativas:

(a) o valor de dividendos propostos ou declarados antes que as demonstrações financeiras sejam
autorizadas para emissão, porém não reconhecidos como uma distribuição aos sócios durante
o período, e o correspondente valor por ação; e

(b) o valor de quaisquer dividendos preferenciais acumulados não reconhecidos.

138 Uma entidade divulgará o seguinte, se não estiver divulgado em nenhum outro lugar nas informações
publicadas com as demonstrações financeiras:

(a) o domicílio e a natureza jurídica da entidade, seu país de constituição e o endereço de sua
sede registrada (ou sede principal de negócios, se diferente do escritório registrado);

(b) uma descrição da natureza das operações da entidade e suas principais atividades;

(c) o nome da controladora e a controladora final do grupo; e

(d) se se tratar de uma entidade por prazo determinado, informações sobre o seu prazo de duração.

Transição e data de vigência


139 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade adotar esta Norma para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

139A A IAS 27 (tal como alterada em 2008) alterou o parágrafo 106. Uma entidade aplicará essa alteração para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada
em 2008) para um período anterior, a alteração será aplicada para esse período anterior. A alteração será
aplicada retrospectivamente.

139B Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes da Liquidação (Alterações
à IAS 32 e à IAS 1), emitida em fevereiro de 2008, alterou o parágrafo 138 e acrescentou os parágrafos
8A, 80A e 136A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um
período anterior, ela divulgará esse fato e aplicará as respectivas alterações à IAS 32, à IAS 39, à IFRS 7 e
à IFRIC 2 – Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares ao mesmo tempo.

139C Os parágrafos 68 e 71 foram acrescentados por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

139D O parágrafo 69 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em abril de 2009. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

139E [Excluído]

139F Os parágrafos 106 e 107 foram alterados e o parágrafo 106A foi acrescentado pela Melhorias às IFRSs
emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2011. A aplicação antecipada é permitida.

139G A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 7, 68, 71, 82, 93, 95 e 123, e excluiu o
parágrafo 139E. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em
outubro de 2010.

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IFRS Foundation A493
IAS 1

139H A IFRS 10 e a IFRS 12, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos 4, 119, 123 e 124. Uma
entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 12.

139I A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 128 e 133. Uma entidade aplicará essas
alterações quando aplicar a IFRS 13.

139J Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou os parágrafos 7, 10, 82, 85-87, 90, 91, 94, 100 e 115, incluiu os parágrafos 10A, 81A, 81B
e 82A e excluiu os parágrafos 12, 81, 83 e 84. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2012. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade
aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato.

139K A IAS 19 – Benefícios aos Empregados (tal como alterada em junho de 2011) alterou a definição de
“outros resultados abrangentes” do parágrafo 7 e do parágrafo 96. Uma entidade aplicará essas alterações quando
aplicar a IAS 19 (tal como alterada em junho de 2011).

139L Melhorias Anuais – Ciclo 2009-2011, emitida em maio de 2012, alterou os parágrafos 10, 38 e 41, excluiu
os parágrafos 39-40 e acrescentou os parágrafos 38A-38D e 40A-40D. Uma entidade aplicará essa
alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

Revogação da IAS 1 (revisada em 2003)


140 Esta Norma substitui a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras revisada em 2003, tal como
alterada em 2005.

A494 ©
IFRS Foundation
IAS 1

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar esta Norma para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior. Nos parágrafos alterados, o novo texto está sublinhado e o texto excluído está tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2007, foram incorporadas aos
respectivos pronunciamentos publicados nesta edição.

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IFRS Foundation A495
IAS 2

Norma Internacional de Contabilidade IAS 2

Estoques
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 2 – Estoques,
que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 2003.
A IAS 2 – Estoques substituiu a IAS 2 – Avaliação e Apresentação de Estoques no Contexto do Sistema de Custo
Histórico (originalmente emitida em outubro de 1975).

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 2 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
A IAS 2 revisada também incorporou a orientação contida em uma Interpretação relacionada (SIC-1 – Consistência
– Diferentes Métodos de Custo para Estoques).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 2. Elas incluem Melhorias às IFRSs (emitida
em maio de 2008) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS Foundation A497
IAS 2

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 2
ESTOQUES
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 6
MENSURAÇÃO DE ESTOQUES 9
Custo de estoques 10
Custos de compra 11
Custos de transformação 12
Outros custos 15
Custo de estoques de um prestador de serviços 19
Custo de produtos agrícolas colhidos de ativos biológicos 20
Técnicas para a mensuração de custo 21
Métodos de custo 23
Valor líquido realizável 28
RECONHECIMENTO COMO UMA DESPESA 34
DIVULGAÇÃO 36
DATA DE VIGÊNCIA 40
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 41
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 2 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES

A498 ©
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IAS 2

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 2 – Estoques (IAS 2) é definida nos parágrafos 1-42 e no Apêndice.
Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo
IASB. A IAS 2 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 –
Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação
das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IFRS Foundation A499
IAS 2

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 2 – Estoques (IAS 2) substitui a IAS 2 – Estoques (revisada
em 1993) e deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação
antecipada é encorajada. A Norma também substitui a SIC-1 – Consistência – Diferentes Métodos de
Custo para Estoques.

Motivos para revisar a IAS 2


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 2 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 O principal objetivo do Conselho para a IAS 2 era uma revisão limitada para reduzir alternativas para a
mensuração de estoques. O Conselho não reconsiderou a abordagem fundamental para contabilização
de estoques, contida na IAS 2.

As principais mudanças
IN4 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 2 estão descritas abaixo.

Objetivo e alcance
IN5 Os parágrafos de objetivo e alcance da IAS 2 foram alterados retirando-se as palavras “sob o sistema de
custo histórico”, para esclarecer que a Norma se aplica a todos os estoques que não são especificamente
excluídos de seu alcance.

Esclarecimento do alcance
IN6 A Norma esclarece que alguns tipos de estoques estão fora de seu alcance, enquanto outros determinados
tipos de estoques estão isentos somente dos requisitos de mensuração na Norma.

IN7 O Parágrafo 3 estabelece uma clara distinção entre os estoques que estão inteiramente fora do alcance da
Norma (descrita no parágrafo 2) e os estoques que estão fora do alcance dos requisitos de mensuração,
mas dentro do alcance dos outros requisitos da Norma.

Isenções de alcance
Produtores de produtos agrícolas e florestais, produtos agrícolas pós-colheita e
minerais e produtos minerais

IN8 A Norma não se aplica à mensuração de estoques de produtores de produtos agrícolas e florestais,
produtos agrícolas pós-colheita e minerais e produtos minerais, na medida em que eles são mensurados
ao valor líquido realizável, de acordo com práticas bem estabelecidas no setor. A versão anterior da IAS
2 foi alterada para substituir a palavra “jazidas minerais” por “‘minerais e produtos minerais”, a fim de
esclarecer que a isenção de alcance não está limitada ao estágio inicial de extração de jazidas minerais.

A500 ©
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IAS 2

Estoques de negociadores-corretores de commodity

IN9 A Norma não se aplica à mensuração de estoques de negociadores-corretores de commodity, na medida


em que eles são mensurados ao valor justo menos custos para vender.

Custo de estoques
Custos de compra

IN10 A IAS 2 não permite diferenças de câmbio diretamente resultantes da aquisição recente de estoques
faturadas em moeda estrangeira a serem incluídas nos custos de compra de estoques. Essa mudança da
versão anterior da IAS 2 foi resultado da eliminação do tratamento alternativo permitido de capitalizar
determinadas diferenças de câmbio na IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio. Essa
alternativa já havia sido amplamente restringida em sua aplicação pela SIC-11 – Câmbio – Capitalização
de Perdas Resultantes de Severas Desvalorizações da Moeda. A SIC-11 foi substituída como resultado
da revisão da IAS 21, em 2003.

Outros custos

IN11 O parágrafo 18 foi incluído para esclarecer que quando os estoques são comprados com prazos de
pagamentos futuros, a diferença entre o preço de compra para prazos normais de crédito e o valor pago
é reconhecida como despesa de juros ao longo do período de financiamento.

Métodos de custo
Consistência

IN12 A Norma incorpora os requisitos da SIC-1 – Consistência – Diferentes Métodos de Custo para Estoques,
que exigem que uma entidade utilize o mesmo método de custo para todos os estoques que tiverem
natureza e uso similares para a entidade. A SIC-1 foi eliminada.

Proibição de UEPS como método de custo

IN13 A Norma não permite o uso do método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) para mensuração do
custo de estoques.

Reconhecimento como uma despesa


IN14 A Norma elimina a referência ao princípio de confronto de receita e despesa.

IN15 A Norma descreve as circunstâncias que causam um estorno de uma redução de valor de estoques
reconhecida em um período anterior.

Divulgação
Estoques reconhecidos ao valor justo menos custos para vender

IN16 A Norma exige a divulgação do valor contábil de estoques reconhecidos ao valor justo menos custos
para vender.

Redução de valor de estoques

IN17 A Norma exige a divulgação de qualquer redução de valor de estoques reconhecida como despesa no
período e elimina a exigência de divulgar o valor de estoques reconhecido ao valor líquido realizável.

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IFRS Foundation A501
IAS 2

Norma Internacional de Contabilidade IAS 2


Estoques

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil para estoques. Uma questão fundamental
na contabilização de estoques é o valor de custo a ser reconhecido como um ativo e transportado para
exercício futuro, até que as receitas relacionadas sejam reconhecidas. Esta Norma fornece uma orientação
sobre a determinação de custo e seu reconhecimento subsequente como uma despesa, incluindo qualquer
redução ao valor líquido realizável. Ela também fornece uma orientação sobre os métodos de custo que
são usados para atribuir custos aos estoques.

Alcance
2 Esta Norma se aplica a todos os estoques, exceto:

(a) produtos em elaboração resultantes de contratos de construção, incluindo contratos de


prestação de serviços diretamente relacionados (vide IAS 11 – Contratos de Construção);

(b) instrumentos financeiros (vide IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação e IFRS 9 –


Instrumentos Financeiros); e

(c) ativos biológicos relacionados à atividade agrícola e produtos agrícolas no momento da colheita
(vide IAS 41 – Agricultura).

3 Esta Norma não se aplica à mensuração de estoques mantidos por:

(a) produtores de produtos agrícolas e florestais, produtos agrícolas pós-colheita e minerais e


produtos minerais, na medida em que são mensurados ao valor líquido realizável, de acordo
com as melhores práticas estabelecidas nesses setores. Quando os estoques são mensurados
ao valor líquido realizável, as mudanças nesse valor são reconhecidas em lucros e perdas no
período da mudança;

(b) negociadores-corretores de commodity que mensuram seus estoques ao valor justo menos
custos para vender. Quando os estoques são mensurados ao valor justo menos custos para
vender, as mudanças no valor justo menos custos para vender são reconhecidas em lucros e
perdas no período da mudança.

4 Os estoques referidos no parágrafo 3(a) são mensurados ao valor líquido realizável em determinados
estágios de produção. Isso ocorre, por exemplo, quando as safras agrícolas foram colhidas ou os minérios
foram extraídos e a venda está assegurada, de acordo com um contrato a termo ou uma garantia do
governo, ou quando existe um mercado ativo ou existe um risco insignificante de impossibilidade de
venda. Esses estoques são excluídos somente dos requisitos de mensuração desta Norma.

5 Negociadores-corretores são aqueles que compram ou vendem commodities para terceiros ou por sua
própria conta. Os estoques referidos no parágrafo 3(b) são principalmente adquiridos com a finalidade
de venda em um futuro próximo e geração de lucro a partir de flutuações no preço ou margem dos
negociadores-corretores. Quando esses estoques são mensurados ao valor justo menos custos para vender,
eles são excluídos somente das exigências de mensuração desta Norma.

A502 ©
IFRS Foundation
IAS 2

Definições
6 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Estoques são ativos:

(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;

(b) em processo de produção para tal venda; ou

(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no processo de produção ou na


prestação de serviços.

O valor líquido realizável é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios, menos os
custos estimados de conclusão e os custos estimados necessários para efetuar a venda.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

7 O valor líquido realizável refere-se ao valor líquido que uma entidade espera realizar na venda de estoque
no curso normal dos negócios. O valor justo reflete o preço pelo qual uma transação ordenada para a
venda do mesmo estoque no mercado principal (ou mais vantajoso) para esse estoque ocorreria entre
participantes do mercado na data de mensuração. O primeiro é um valor específico de uma entidade;
o último, não. O valor líquido realizável para estoques pode não ser igual ao valor justo menos custos
para vender.

8 Estoques compreendem bens adquiridos e mantidos para revenda, incluindo, a título de exemplo,
mercadorias compradas por um varejista e mantidas para revenda, ou terrenos e outras propriedades
mantidas para revenda. Estoques compreendem também produtos acabados produzidos, ou produtos em
elaboração sendo produzidos, pela entidade e incluem materiais e suprimentos que estejam aguardando
o uso no processo de produção. No caso de um prestador de serviços, estoques incluem os custos dos
serviços, conforme descrito no parágrafo 19, para os quais a entidade ainda não reconheceu a respectiva
receita (vide IAS 18 – Receita).

Mensuração de estoques
9 Os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor líquido realizável.

Custo de estoques
10 O custo de estoques compreenderá todos os custos de compra, custos de transformação e outros
custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

Custos de compra

11 Os custos de compra de estoques compreendem o preço de compra, tarifas de importação e outros


impostos (exceto os que possam ser posteriormente recuperáveis à entidade, pelo fisco) e custos de
transporte, movimentação e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais
e serviços. Descontos comerciais, rebates e outros itens similares são deduzidos na determinação dos
custos de compra.

Custos de transformação

12 Os custos de transformação de estoques incluem custos diretamente relacionados às unidades de produção,


tais como mão-de-obra direta. Também incluem uma alocação sistemática de gastos gerais de produção

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IAS 2

fixos e variáveis, incorridos na transformação de materiais. Gastos gerais fixos de produção são os custos
indiretos de produção que permanecem relativamente constantes, independentemente do volume de
produção, tais como depreciação e manutenção de edifícios e equipamentos da fábrica e o custo de gestão
e administração da fábrica. Gastos gerais variáveis de produção são os custos indiretos de produção que
variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e
mão-de-obra indireta.

13 A alocação de gastos gerais fixos de produção aos custos de transformação é baseada na capacidade
normal das instalações de produção. Capacidade normal é a produção que se espera seja atingida em
média ao longo de uma série de períodos ou estações, sob circunstâncias normais, levando-se em conta a
perda de capacidade resultante de manutenção planejada. O nível real de produção pode ser usado se ele
se aproximar da capacidade normal. O valor de gastos gerais fixos, alocado a cada unidade de produção,
não aumenta em consequência de baixa produção ou fábrica ociosa. Os gastos gerais não alocados são
reconhecidos como despesa no período em que são incorridos. Em períodos anormais de alta produção,
o valor de gastos gerais fixos alocado a cada unidade de produção diminui de modo que os estoques não
são mensurados acima do custo. Os gastos gerais variáveis de produção são alocados a cada unidade de
produção com base no uso real das instalações industriais.

14 Um processo de produção pode resultar em mais de um produto sendo produzido simultaneamente.


Esse é o caso, por exemplo, quando produtos em comum são produzidos ou quando existe um produto
principal e um subproduto. Quando os custos de transformação de cada produto não são separadamente
identificáveis, eles são alocados entre os produtos de modo racional e consistente. A alocação pode ser
baseada, por exemplo, no valor relativo de vendas de cada produto no estágio do processo de produção
em que o produto torna-se separadamente identificável ou na conclusão da produção. A maioria dos
subprodutos, por sua natureza, não é relevante. Se esse for o caso, eles são frequentemente mensurados
ao valor líquido realizável e esse valor é deduzido do custo do produto principal. Como resultado, o
valor contábil do produto principal não é significativamente diferente de seu custo.

Outros custos

15 Outros custos são incluídos no custo de estoques somente na medida em que são incorridos para trazer
os estoques à sua condição e localização atuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir gastos gerais
não relacionados à produção ou os custos de desenhos de produtos para clientes específicos no custo
de estoques.

16 Exemplos de custos excluídos do custo de estoques e reconhecidos como despesas no período em que
são incorridos:

(a) valores anormais de desperdícios de materiais, mão-de-obra ou outros custos de produção;

(b) custos de armazenagem, exceto os custos que são necessários no processo de produção antes de
um outro estágio de produção;

(c) gastos gerais administrativos que não contribuem para trazer os estoques à sua condição e localização
atuais;

(d) despesas de venda.

17 A IAS 23 – Custos de Empréstimos identifica as circunstâncias limitadas em que os custos de empréstimos


são incluídos no custo de estoques.

18 Uma entidade pode adquirir estoques com prazos de liquidação futura. Quando o acordo contém
efetivamente um elemento financeiro, esse elemento, por exemplo, uma diferença entre o preço de compra
para prazos de crédito normais e o valor pago, é reconhecido como uma despesa de juros ao longo do
período do financiamento.

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IAS 2

Custo de estoques de um prestador de serviços

19 Na medida em que prestadores de serviços tenham estoques, eles os avaliam pelos custos de sua
produção. Esses custos consistem fundamentalmente de custos de mão-de-obra e outros custos de
pessoal diretamente envolvido na prestação do serviço, incluindo pessoal de supervisão e gastos gerais
atribuíveis. As despesas com o pessoal de vendas e administrativo não estão incluídas e são reconhecidas
como despesas no período em que são incorridas. O custo de estoques de um prestador de serviços não
inclui margens de lucro ou gastos gerais não atribuíveis, que são frequentemente incluídos nos preços
cobrados pelos prestadores de serviços.

Custo de produtos agrícolas colhidos de ativos biológicos

20 De acordo com a IAS 41 – Agricultura, estoques que compreendem produtos agrícolas colhidos por uma
entidade de seus ativos biológicos são mensurados no reconhecimento inicial pelo seu valor justo, menos
os custos para vender no momento da colheita. Esse é o custo dos estoques naquela data para aplicação
desta Norma.

Técnicas para a mensuração de custo

21 As técnicas para a mensuração do custo de estoques, tais como o método do custo-padrão ou o método
de varejo, podem ser usadas para fins de conveniência se os resultados se aproximarem do custo.
O custo‑padrão leva em consideração os níveis normais de materiais e suprimentos, mão-de-obra,
eficiência e utilização da capacidade. Ele é regularmente revisto e, se necessário, reajustado à luz das
condições atuais.

22 O método de varejo é frequentemente utilizado no setor varejista para mensurar estoques de um grande
número de itens, que mudam com rapidez, com margens similares, para os quais é impraticável utilizar
outros métodos de custo. O custo do estoque é determinado reduzindo-se o valor das vendas do estoque
pela margem bruta percentual apropriada. O percentual utilizado leva em consideração o estoque que
teve seu preço reduzido abaixo de seu preço de venda original. Frequentemente, utiliza-se um percentual
médio para cada departamento de varejo.

Métodos de custo
23 O custo de estoques de itens que não sejam normalmente intercambiáveis e bens ou serviços
produzidos e separados para projetos específicos deverá ser atribuído utilizando-se identificação
específica de seus custos individuais.

24 Identificação específica de custo significa que os custos específicos são atribuídos a itens identificados
de estoque. Esse é o tratamento apropriado para itens que são separados para um projeto específico,
independentemente de terem sido comprados ou produzidos. Contudo, a identificação específica de custos
é inadequada quando existe um grande número de itens de estoque que são geralmente intercambiáveis.
Nessas circunstâncias, o método de selecionar os itens que continuam em estoques poderia ser utilizado,
para obter efeitos predeterminados sobre lucros e perdas.

25 O custo de estoques, exceto aqueles tratados no parágrafo 23, será atribuído utilizando-se o critério
“Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair” (PEPS) ou o critério do custo médio ponderado. Uma entidade
utilizará o mesmo critério de custo para todos os estoques que tenham uso e natureza similares para
a entidade. Para estoques com uso ou natureza diferentes, pode-se justificar diferentes critérios
de custo.

26 Por exemplo, os estoques utilizados em um segmento operacional podem ter um uso para a entidade
diferente do mesmo tipo de estoques utilizados em um outro segmento operacional. Entretanto,
uma diferença na localização geográfica dos estoques (ou nas respectivas normas fiscais), por si só, não
é suficiente para justificar o uso de diferentes critérios de custo.

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IAS 2

27 O critério PEPS pressupõe que os itens de estoque que foram adquiridos ou produzidos primeiro são
vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no final do
período são os que foram comprados ou produzidos mais recentemente. Pelo critério do custo médio
ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens similares no
início de um período e do custo de itens similares adquiridos ou produzidos durante o período. A média
pode ser calculada periodicamente ou conforme cada remessa adicional seja recebida, dependendo das
circunstâncias da entidade.

Valor líquido realizável


28 O custo de estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem danificados, se tornarem-se
total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem diminuído. O custo de estoques
também pode não ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a serem
incorridos para efetuar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o valor dos estoques ao valor
líquido realizável é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser reconhecidos por
valores superiores àqueles que se espera que sejam realizados com a sua venda ou uso.

29 Os estoques geralmente têm seu valor reduzido ao valor líquido realizável item por item. Em alguns
casos, contudo, pode ser apropriado agrupar itens similares ou relacionados. Esse pode ser o caso de itens
de estoque relativos à mesma linha de produtos que tenham usos finais ou finalidades similares, sejam
produzidos e comercializados na mesma área geográfica, e não possam ser avaliados de forma prática
separadamente de outros itens nessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir o valor de estoques
com base em uma classificação de estoque, por exemplo, produtos acabados, ou todos os estoques em
um segmento operacional específico. Os prestadores de serviços geralmente acumulam custos relativos
a cada serviço para o qual é cobrado um preço de venda separado. Portanto, cada serviço é tratado como
um item separado.

30 As estimativas de valor líquido realizável são baseadas na evidência mais confiável disponível no
momento em que as estimativas são feitas, o valor dos estoques que se espera que seja realizado. Essas
estimativas levam em consideração flutuações de preço ou custo diretamente relacionados a eventos que
ocorram após o final do período na medida em que esses eventos confirmem as condições existentes no
final do período.

31 As estimativas de valor líquido realizável também levam em consideração a finalidade para a qual o estoque
é mantido. Por exemplo, o valor líquido realizável da quantidade de estoque mantido para satisfazer
contratos firmes de vendas ou prestação de serviços é baseado no preço do contrato. Se os contratos de
vendas contemplam quantidades inferiores às quantidades de estoque possuídas, o valor líquido realizável
do excedente é baseado nos preços gerais de venda. As provisões podem resultar de contratos firmes de
vendas superiores às quantidades de estoque mantidas ou de contratos firmes de compra. Essas provisões
são consideradas na IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.

32 Os materiais e outros suprimentos mantidos para uso na produção de estoques não têm seu valor reduzido
abaixo do custo se espera-se que os produtos acabados aos quais eles serão incorporados sejam vendidos
pelo seu custo ou acima dele. Entretanto, quando um declínio no preço de materiais indicar que o custo
dos produtos acabados supera o valor líquido realizável, os materiais têm seu valor reduzido ao valor
líquido realizável. Nesses casos, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor medida disponível
de seu valor líquido realizável.

33 É feita uma nova avaliação do valor líquido realizável em cada período subsequente. Se as circunstâncias
que anteriormente causaram a redução dos estoques abaixo do custo não mais existirem ou quando houver
uma clara evidência de um aumento no valor líquido realizável, devido a mudanças nas circunstâncias
econômicas, o valor da redução de custo será revertido (ou seja, a reversão é limitada ao valor da redução
original), de modo que o novo valor contábil é o menor valor entre o custo e o valor líquido realizável
revisto. Isso ocorre, por exemplo, quando um item de estoque que é reconhecido ao valor líquido
realizável, porque o seu preço de venda diminuiu, ainda estiver disponível em um período subsequente
e seu preço de venda tiver aumentado.

A506 ©
IFRS Foundation
IAS 2

Reconhecimento como uma despesa


34 Quando os estoques forem vendidos, o valor contábil desses estoques será reconhecido como uma
despesa no período em que a receita correspondente for reconhecida. O valor de qualquer redução
de estoques ao valor líquido realizável e todas as perdas de estoques serão reconhecidos como
despesa no período em que ocorrer a redução ou a perda. O valor de qualquer reversão de redução
de estoques, resultante de um aumento no valor líquido realizável, será reconhecido como uma
redução no valor de estoques reconhecido como despesa, no período em que ocorrer a reversão.

35 Alguns estoques podem ser alocados a outras contas do ativo, por exemplo, estoque utilizado como
componente de imobilizado de construção própria. Os estoques alocados a um outro ativo são, dessa
forma, reconhecidos como despesa durante a vida útil desse ativo.

Divulgação
36 As demonstrações financeiras divulgarão:

(a) as políticas contábeis adotadas na mensuração de estoques, incluindo o método de custo


utilizado;

(b) o valor contábil total de estoques e o valor contábil em classificações apropriadas para
a entidade;

(c) o valor contábil de estoques, reconhecido ao valor justo menos custos para vender;

(d) o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período;

(e) o valor de qualquer redução de estoques reconhecida como despesa no período, de acordo
com o parágrafo 34;

(f) o valor de qualquer reversão de redução reconhecida como redução no valor de estoques
reconhecida como despesa no período, de acordo com o parágrafo 34;

(g) as circunstâncias ou eventos que levaram à reversão de uma redução de estoques, de acordo
com o parágrafo 34; e

(h) o valor contábil de estoques dados como garantia para passivos.

37 A informação sobre os valores contábeis mantidos em diferentes classificações de estoques e a extensão


das mudanças nesses ativos é útil aos usuários de demonstrações financeiras. As classificações comuns
de estoques são mercadorias, suprimentos de produção, materiais, produtos em elaboração e produtos
acabados. Os estoques de um prestador de serviços podem ser descritos como produtos em elaboração.

38 O valor de estoques reconhecido como despesa durante o período, que frequentemente é referido como
custo de vendas, consiste dos custos anteriormente incluídos na mensuração de estoque que tem sido
vendido atualmente e gastos gerais de produção não alocados e valores anormais de custos de produção
de estoques. As circunstâncias da entidade também podem justificar a inclusão de outros valores, tais
como custos de distribuição.

39 Algumas entidades adotam um formato para lucros e perdas (a demonstração do resultado) que resulta em
valores que estão sendo divulgados que não são o custo de estoques reconhecido como despesa durante
o período. De acordo com esse formato, a entidade apresenta uma análise de despesas utilizando uma
classificação baseada na natureza das despesas. Nesse caso, a entidade divulga os custos reconhecidos
como despesa para matérias-primas e materiais de consumo, custos de mão-de-obra e outros custos,
juntamente com o valor da diferença líquida entre estoques iniciais e finais do período.

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IFRS Foundation A507
IAS 2

Data de vigência
40 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

40A [Excluído]

40B A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 2(b) e excluiu o parágrafo 40A. Uma entidade
aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

40C A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 6 e alterou o
parágrafo 7. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

Revogação de outros pronunciamentos


41 Esta Norma substitui a IAS 2 – Estoques (revisada em 1993).

42 Esta Norma substitui a SIC-1 – Consistência – Diferentes Métodos de Custo para Estoques.

A508 ©
IFRS Foundation
IAS 2

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2003, foram incorporadas aos
respectivos pronunciamentos publicados nesta edição.

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IFRS Foundation A509
IAS 7

Norma Internacional de Contabilidade IAS 7

Demonstração dos Fluxos de Caixa


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 7 – Demonstrações
dos Fluxos de Caixa, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em
dezembro de 1992. A IAS 7 – Demonstrações dos Fluxos de Caixa substituiu a IAS 7 – Demonstração das Origens
e Aplicações de Recursos (emitida em outubro de 1977).

Como resultado das mudanças na terminologia utilizada nas IFRSs resultantes dos requisitos da IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (emitida em 2007), o título da IAS 7 foi alterado para Demonstração
dos Fluxos de Caixa.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 7. Elas incluem a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros (emitida em dezembro de 2003), a IFRS 8 – Segmentos Operacionais
(emitida em novembro de 2006) e Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e abril de 2009).

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IFRS Foundation A511
IAS 7

Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 7


DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
OBJETIVO
ALCANCE 1
BENEFÍCIOS DAS INFORMAÇÕES SOBRE OS FLUXOS DE CAIXA 4
DEFINIÇÕES 6
Caixa e equivalentes de caixa 7
APRESENTAÇÃO DE UMA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 10
Atividades operacionais 13
Atividades de investimento 16
Atividades de financiamento 17
DIVULGAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DE ATIVIDADES OPERACIONAIS 18
DIVULGAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DE ATIVIDADES DE
INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO 21
DIVULGAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EM BASE LÍQUIDA 22
FLUXOS DE CAIXA EM MOEDA ESTRANGEIRA 25
JUROS E DIVIDENDOS 31
IMPOSTOS SOBRE A RENDA 35
INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS, COLIGADAS E
EMPREENDIMENTOS EM CONJUNTO (JOINT VENTURES) 37
MUDANÇAS NAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS EM
SUBSIDIÁRIAS E EM OUTROS NEGÓCIOS 39
TRANSAÇÕES NÃO MONETÁRIAS 43
COMPONENTES DE CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 45
OUTRAS DIVULGAÇÕES 48
DATA DE VIGÊNCIA 53

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES


EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
A Demonstração dos fluxos de caixa para uma entidade
que não seja uma instituição financeira
B Demonstração dos fluxos de caixa para uma instituição financeira

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IAS 7

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 7 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (IAS 7) é definida nos
parágrafos 1-58. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 7 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 7


Demonstração dos Fluxos de Caixa1

Objetivo
As informações sobre os fluxos de caixa de uma entidade são úteis para fornecer aos usuários de demonstrações
financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades
dessa entidade de utilizar esse fluxo de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem uma
avaliação da capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa e da época e certeza de sua geração.

O objetivo desta Norma é exigir o fornecimento de informações sobre as mudanças históricas no caixa e equivalentes
de caixa de uma entidade por meio de uma demonstração dos fluxos de caixa, que classifique os fluxos de caixa
durante o período, originados de atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

Alcance
1 Uma entidade elaborará uma demonstração dos fluxos de caixa de acordo com as exigências desta
Norma e a apresentará como parte integrante de suas demonstrações financeiras para cada período
para o qual as demonstrações financeiras sejam apresentadas.

2 Esta Norma substitui a IAS 7 – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, aprovada em julho
de 1977.

3 Os usuários das demonstrações financeiras de uma entidade estão interessados em como a entidade gera
e usa caixa e equivalentes de caixa. Isso independe da natureza das atividades da entidade e de se o caixa
pode ser visto como o produto da entidade, como no caso de uma instituição financeira. As entidades
precisam de caixa essencialmente pelos mesmos motivos, por mais diferentes que sejam as suas principais
atividades geradoras de receita. Elas precisam de caixa para conduzir suas operações, para pagar suas
obrigações e para produzir retorno a seus investidores. Consequentemente, esta Norma exige que todas
as entidades apresentem uma demonstração dos fluxos de caixa.

Benefícios das informações sobre os fluxos de caixa


4 A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com o restante das demonstrações
financeiras, oferece informações que possibilitam aos usuários avaliar as mudanças nos ativos líquidos
de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade de
afetar os valores e época de fluxos de caixa para se adaptar às constantes mudanças nas circunstâncias
e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis na avaliação da capacidade de uma
entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para
avaliar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes entidades. Elas melhoram
ainda a comparabilidade das informações sobre desempenho operacional por diferentes entidades, já que
elimina os efeitos da utilização de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos.

5 As informações históricas de fluxos de caixa são comumente usadas como um indicador do valor, época
e certeza de fluxos de caixa futuros. São úteis também na verificação da precisão de avaliações passadas
de fluxos de caixa futuros e na análise da relação entre lucratividade e fluxo de caixa líquido e do impacto
da flutuação dos preços.

1 Em setembro de 2007, o IASB alterou o título da IAS 7 de “Cash Flow Statements” (Demonstração dos Fluxos de Caixa) para
“Statement of Cash Flows” (Demonstração dos Fluxos de Caixa), como consequência da revisão da IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras, em 2007.

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Definições
6 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Caixa compreende numerário em espécie e depósitos à vista.

Equivalentes de caixa são investimentos de curto prazo e de alta liquidez, que podem ser
imediatamente convertidos em caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante de mudança
no valor.

Fluxos de caixa são entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita de uma entidade e outras
que não sejam atividades de investimento ou de financiamento.

Atividades de investimento são a aquisição e alienação de ativos de longo prazo e outros investimentos
não incluídos em equivalentes de caixa.

Atividades de financiamento são atividades que resultam em mudanças no tamanho e composição


do patrimônio líquido contribuído e no endividamento da entidade.

Caixa e equivalentes de caixa


7 Equivalentes de caixa são mantidos com vistas a atender compromissos de caixa de curto prazo, e não
para fins de investimento ou outros. Para que se qualifique como equivalente de caixa, um investimento
deve ser imediatamente conversível em caixa e estar sujeito a um risco insignificante de mudança no
valor. Portanto, normalmente um investimento somente se qualifica como equivalente de caixa quando
vence em cerca de três meses ou menos a contar da data de aquisição. Investimentos em instrumentos de
patrimônio não são incluídos em equivalentes de caixa, a menos que, em sua essência, sejam equivalentes
de caixa, como, por exemplo, no caso de ações preferenciais adquiridas pouco antes do término de seu
prazo de resgate e com uma data de resgate especificada.

8 Empréstimos bancários são geralmente considerados como sendo atividades de financiamento. Contudo,
em alguns países, saques a descoberto em banco pagáveis quando exigidos são parte da administração
de caixa de uma entidade. Nessas circunstâncias, os saques a descoberto em banco são incluídos como
um componente do caixa e equivalentes de caixa. Uma característica desses acordos bancários é a de
que o saldo bancário frequentemente flutua de credor para devedor.

9 Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa ou equivalentes de caixa, já que
estes componentes são parte da administração de caixa de uma entidade, e não parte de suas atividades
operacionais, de investimento e de financiamento. A administração de caixa inclui o investimento de
caixa excedente em equivalentes de caixa.

Apresentação de uma demonstração dos fluxos de caixa


10 A demonstração dos fluxos de caixa informará os fluxos de caixa durante o período, classificados
por atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

11 Uma entidade apresenta seus fluxos de caixa decorrentes de atividades operacionais, de investimento e
de financiamento da forma mais apropriada para os seus negócios. A classificação por atividade oferece
informações que permitem aos usuários avaliar o impacto dessas atividades sobre a posição financeira
da entidade e o valor de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações também podem ser usadas
para avaliar as relações entre essas atividades.

12 Uma única transação pode incluir fluxos de caixa que sejam classificados de forma diversa. Por exemplo,
quando o pagamento à vista de um empréstimo inclui principal e juros, o elemento de juros pode ser

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classificado como uma atividade operacional e o elemento de principal é classificado como uma atividade
de financiamento.

Atividades operacionais
13 O valor do fluxo de caixa decorrente de atividades operacionais é um dos principais indicadores
para determinar em que medida as operações da entidade geraram fluxo de caixa suficiente para
pagar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e efetuar novos
investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. As informações sobre os componentes
específicos do fluxo de caixa operacional histórico são úteis, juntamente com outras informações, na
previsão do fluxo de caixa operacional futuro.

14 O fluxo de caixa de atividades operacionais deriva basicamente das principais atividades geradoras
de receita da entidade. Portanto, ele resulta, de modo geral, das transações e de outros eventos que
entram na determinação de lucros e perdas. Seguem abaixo alguns exemplos de fluxos de caixa de
atividades operacionais:

(a) recebimentos à vista pela venda de bens e prestação de serviços;

(b) recebimentos à vista provenientes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;

(c) pagamentos à vista a fornecedores por bens e serviços;

(d) pagamentos à vista a empregados e em seu nome;

(e) recebimentos e pagamentos à vista de uma seguradora a título de prêmios e indenizações, anuidades
e outros benefícios de apólices;

(f) pagamentos ou restituições à vista referentes a impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente associados a atividades de financiamento e de investimento; e

(g) recebimentos e pagamentos à vista decorrentes de contratos mantidos para fins de negociação ou
comercialização.

Algumas transações, como a venda de um item do imobilizado, podem originar um ganho ou perda que
é incluído no reconhecimento de lucros e perdas. Os fluxos de caixa relacionados a essas transações
constituem fluxos de caixa de atividades de investimento. Contudo, pagamentos à vista para fabricar ou
adquirir ativos mantidos para locação a terceiros e subsequentemente mantidos para venda, como descrito
no parágrafo 68A da IAS 16 – Imobilizado, constituem fluxos de caixa de atividades operacionais. Os
recebimentos à vista de locações e vendas subsequentes desses ativos também constituem fluxos de caixa
de atividades operacionais.

15 Uma entidade pode deter valores mobiliários e empréstimos para fins de negociação; nesse caso, tais itens
são similares a estoque adquirido especificamente para revenda. Portanto, os fluxos de caixa oriundos da
compra e venda de valores mobiliários mantidos para negociação são usualmente classificados como de
atividades operacionais. Da mesma forma, adiantamentos e empréstimos à vista feitos por instituições
financeiras são geralmente classificados como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal
atividade geradora de receitas dessa entidade.

Atividades de investimento
16 A divulgação separada de fluxos de caixa de atividades de investimento é importante porque os fluxos
de caixa representam a extensão dos gastos efetuados com recursos destinados a gerar receita e fluxos
de caixa futuros. Apenas os gastos que resultam em um ativo reconhecido na demonstração da posição
financeira são elegíveis para classificação como atividades de investimento. Seguem abaixo alguns
exemplos de fluxos de caixa de atividades de investimento:

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(a) pagamentos à vista para aquisição de imobilizado, ativos intangíveis e outros ativos de longo
prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relativos a custos de desenvolvimento capitalizados e
imobilizado de construção própria;

(b) recebimentos à vista pela venda de imobilizado, ativos intangíveis e outros ativos de longo prazo;

(c) pagamentos à vista para aquisição de instrumentos de dívida ou de patrimônio de outras entidades
e participações em empreendimentos em conjunto (joint ventures) (exceto pagamentos de
instrumentos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para fins de negociação
ou comercialização);

(d) recebimentos à vista pela venda de instrumentos de dívida ou de patrimônio de outras entidades e
participações em empreendimentos em conjunto (exceto recebimentos referentes a instrumentos
considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para fins de negociação ou comercialização);

(e) adiantamentos e empréstimos à vista a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos efetuados


por uma instituição financeira);

(f) recebimentos à vista decorrentes da restituição de adiantamentos e empréstimos feitos a terceiros


(exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira);

(g) pagamentos à vista referentes a contratos de futuros, contratos a termo, contratos de opções e
contratos de swap, exceto quando esses contratos sejam mantidos para fins de negociação ou
comercialização ou quando os pagamentos sejam classificados como atividades de financiamento; e

(h) recebimentos à vista referentes a contratos de futuros, contratos a termo, contratos de opções e
contratos de swap, exceto quando esses contratos sejam mantidos para fins de negociação ou
comercialização ou quando os recebimentos sejam classificados como atividades de financiamento.

Quando um contrato for contabilizado como hedge de uma posição identificável, o fluxo de caixa do
contrato será classificado da mesma forma que o fluxo de caixa da posição protegida.

Atividades de financiamento
17 A divulgação separada do fluxo de caixa oriundo de atividades de financiamento é importante, uma vez
que é útil para prever demandas em fluxos de caixa futuros por parte dos provedores de capital à entidade.
Seguem abaixo alguns exemplos de fluxos de caixa de atividades de financiamento:

(a) proventos de caixa da emissão de ações ou outros instrumentos de patrimônio;

(b) pagamentos à vista a sócios para aquisição ou resgate de ações da entidade;

(c) proventos de caixa da emissão de debêntures, empréstimos, títulos, obrigações, hipotecas e outros
empréstimos de curto ou longo prazo;

(d) restituições à vista de valores tomados em empréstimo; e

(e) pagamentos à vista por um arrendatário para a redução da obrigação pendente em relação a um
arrendamento financeiro.

Divulgação dos fluxos de caixa de atividades operacionais


18 Uma entidade deverá divulgar os fluxos de caixa de atividades operacionais usando:

(a) o método direto, pelo qual são divulgadas as principais classes de recebimentos brutos à vista
e pagamentos brutos à vista, ou

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(b) o método indireto, pelo qual lucros e perdas são ajustados para refletir os efeitos de transações
de natureza não monetária, quaisquer diferimentos ou provisionamentos de recebimentos ou
pagamentos de caixa operacional passado ou futuro e itens de receita ou despesa associados
ao investimento ou financiamento de fluxos de caixa.

19 As entidades são incentivadas a divulgar os fluxos de caixa de atividades operacionais usando o método
direto. O método direto fornece informações que podem ser úteis para estimar os fluxos de caixa futuros,
as quais não se encontram disponíveis no método indireto. Pelo método direto, informações sobre as
principais classes de recebimentos brutos à vista e pagamentos brutos à vista podem ser obtidas:

(a) a partir dos registros contábeis da entidade, ou

(b) ajustando-se as vendas, custo de vendas (receitas de juros e similares e despesas de juros e encargos
similares para uma instituição financeira) e outros itens na demonstração do resultado abrangente
para refletir:

(i) mudanças durante o período em estoques e em contas a pagar e recebíveis de operações;

(ii) outros itens não monetários; e

(iii) outros itens cujo efeito de caixa seja o investimento ou financiamento de fluxos de caixa.

20 Pelo método indireto, o fluxo de caixa líquido de atividades operacionais é determinado ajustando-se os
lucros e perdas para refletir os efeitos de:

(a) mudanças durante o período em estoques e em contas a pagar e recebíveis de operações;

(b) itens não monetários, como depreciação, provisões, impostos diferidos, ganhos e perdas em moeda
estrangeira não realizados e lucros não distribuídos de coligadas; e

(c) todos os demais itens cujo efeito de caixa seja o investimento ou financiamento de fluxos de caixa.

Alternativamente, o fluxo de caixa líquido de atividades operacionais pode ser apresentado pelo método
indireto, mostrando as receitas e despesas divulgadas na demonstração do resultado abrangente e as
mudanças ocorridas durante o período nos estoques e nas contas a receber e a pagar operacionais.

Divulgação dos fluxos de caixa de atividades de investimento e financiamento


21 Uma entidade informará separadamente as principais classes de receitas brutas à vista e pagamentos
brutos à vista decorrentes de atividades de investimento e financiamento, exceto se os fluxos de
caixa descritos nos parágrafos 22 e 24 forem informados em uma base líquida.

Divulgação dos fluxos de caixa em base líquida


22 Os fluxos de caixa decorrentes das seguintes atividades operacionais, de investimento ou de
financiamento podem ser informados em base líquida:

(a) recebimentos e pagamentos à vista em nome de clientes, quando os fluxos de caixa refletirem
as atividades do cliente e não as da entidade; e

(b) recebimentos e pagamentos à vista referentes a itens cuja movimentação seja rápida, cujos
valores sejam altos e cujos vencimentos sejam de curto prazo.

23 Exemplos de recebimentos e pagamentos à vista referidos no parágrafo 22(a):

(a) a aceitação e a restituição de depósitos à vista de um banco;

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(b) fundos mantidos em nome de clientes por uma entidade de investimentos; e

(c) aluguéis cobrados em nome de proprietários de imóveis e repassados a eles.

23A São exemplos de recebimentos e pagamentos à vista referidos no parágrafo 22(b) os adiantamentos e
restituições de:

(a) valores de principal relativos a clientes de cartão de crédito;

(b) compra e venda de investimentos; e

(c) outros empréstimos de curto prazo, como por exemplo, aqueles cujo prazo de vencimento é de três
meses ou menos.

24 Os fluxos de caixa decorrentes de cada uma das atividades de uma instituição financeira
relacionadas abaixo podem ser informados em base líquida:

(a) recebimentos e pagamentos à vista para aceitação e restituição de depósitos com data fixa de
vencimento;

(b) realização e retirada de depósitos junto a outras instituições financeiras; e

(c) adiantamentos e empréstimos à vista a clientes e a restituição desses adiantamentos e


empréstimos.

Fluxos de caixa em moeda estrangeira


25 Os fluxos de caixa originados de transações em moeda estrangeira serão registrados na moeda
funcional de uma entidade aplicando-se ao valor em moeda estrangeira a taxa de câmbio entre a
moeda funcional e a moeda estrangeira na data do fluxo de caixa.

26 Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira serão convertidos às taxas de câmbio entre a
moeda funcional e a moeda estrangeira nas datas dos fluxos de caixa.

27 Fluxos de caixa expressos em moeda estrangeira serão informados de acordo com a IAS 21 – Os Efeitos
das Mudanças nas Taxas de Câmbio. Isso permite o uso de uma taxa de câmbio que se aproxima da
taxa real. Por exemplo, a taxa de câmbio média ponderada de um período pode ser usada para registrar
transações em moeda estrangeira ou na conversão dos fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira.
Contudo, a IAS 21 não permite o uso da taxa de câmbio no final do período de relatório na conversão
dos fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira.

28 Ganhos e perdas não realizados decorrentes de mudanças em taxas de câmbio de moeda estrangeira não
constituem fluxos de caixa. Contudo, o efeito das mudanças nas taxas de câmbio sobre caixa e equivalentes
de caixa mantidos ou devidos em moeda estrangeira é informado na demonstração dos fluxos de caixa a
fim de conciliar o caixa e equivalentes de caixa no início e no final do período. Esse valor é apresentado
separadamente dos fluxos de caixa de atividades operacionais, de investimento e de financiamento e
inclui as diferenças, se houver, caso esses fluxos de caixa fossem informados aplicando-se as taxas de
câmbio do final do período.

29 [Excluído]

30 [Excluído]

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Juros e dividendos
31 Fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos serão divulgados separadamente. Cada
um será classificado de forma consistente, de período a período, como resultante de atividades
operacionais, de investimento ou de financiamento.

32 O valor total dos juros pagos durante um período é divulgado na demonstração dos fluxos de caixa caso
tenha sido reconhecido como despesa ou capitalizado de acordo com a IAS 23 – Custos de Empréstimos.

33 Para uma instituição financeira, juros pagos e juros e dividendos recebidos são geralmente classificados
como fluxo de caixa operacional. Contudo, não há consenso sobre a classificação desses fluxos de caixa
para outras entidades. Juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxo
de caixa operacional porque entram na determinação de lucros e perdas. Alternativamente, juros pagos
e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxo de caixa de financiamento e fluxo de
caixa de investimento, respectivamente, já que constituem custos de obtenção de recursos financeiros
ou retornos sobre investimentos.

34 Dividendos pagos podem ser classificados como fluxo de caixa de financiamento, pois constituem custo
de obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, dividendos pagos podem ser classificados como
um componente do fluxo de caixa de atividades operacionais a fim de auxiliar os usuários a determinar
a capacidade de uma entidade de pagar dividendos a partir do fluxo de caixa operacional.

Impostos sobre a renda


35 Fluxos de caixa decorrentes de impostos sobre a renda serão divulgados separadamente
e classificados como fluxos de caixa de atividades operacionais, a menos que possam ser
especificamente associados a atividades de financiamento e investimento.

36 Impostos sobre a renda resultam de transações que dão origem a fluxos de caixa classificados como
decorrentes de atividades operacionais, de investimento ou de financiamento em uma demonstração
dos fluxos de caixa. Enquanto as despesas fiscais podem ser prontamente associadas a atividades de
investimento ou de financiamento, é frequentemente impraticável identificar os fluxos de caixa de
impostos correspondentes, que podem resultar em um período diferente dos fluxos de caixa da transação
subjacente. Portanto, impostos pagos são normalmente classificados como fluxo de caixa de atividades
operacionais. Contudo, quando é possível associar o fluxo de caixa de impostos a uma transação específica
que dá origem a um fluxo de caixa que é classificado como decorrente de atividades de investimento ou
de financiamento, esse fluxo de caixa é classificado como decorrente de atividade de investimento ou
de financiamento, conforme apropriado. Quando o fluxo de caixa de impostos é alocado a mais de uma
classe de atividades, o valor total de impostos pagos é divulgado.

Investimentos em subsidiárias, coligadas e empreendimentos em conjunto


(joint ventures)
37 Ao contabilizar um investimento em uma coligada, empreendimento em conjunto ou subsidiária que seja
contabilizado pelo método de equivalência patrimonial ou de custo, o investidor restringe sua divulgação
na demonstração dos fluxos de caixa aos fluxos de caixa entre ele e a entidade investida, como, por
exemplo, aos dividendos e adiantamentos.

38 Uma entidade que divulga sua participação em uma coligada ou empreendimento em conjunto usando
o método da equivalência patrimonial inclui, em sua demonstração dos fluxos de caixa, os fluxos de
caixa relativos a seus investimentos na coligada ou empreendimento em conjunto e distribuições e outros
pagamentos ou recebimentos entre ela e a coligada ou empreendimento em conjunto.

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Mudanças nas participações societárias em subsidiárias e em outros negócios


39 Os fluxos de caixa totais decorrentes da obtenção ou da perda de controle de subsidiárias
ou de outros negócios serão apresentados separadamente e classificados como de atividades
de investimento.

40 Uma entidade divulgará, agregadamente, em relação à obtenção e à perda de controle de


subsidiárias ou de outros negócios durante o período, cada um dos seguintes itens:

(a) a contrapartida total paga ou recebida;

(b) a parcela da contrapartida consistindo de caixa e equivalentes de caixa;

(c) o valor do caixa e equivalentes de caixa das subsidiárias ou de outros negócios cujo controle
foi obtido ou perdido; e

(d) o valor dos ativos e dos passivos, exceto caixa ou equivalentes de caixa, das subsidiárias ou de
outros negócios cujo controle foi obtido ou perdido, resumido e discriminado por categoria
principal.

40A Uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras


Consolidadas, não precisa aplicar os parágrafos 40(c) ou 40(d) a um investimento em uma subsidiária
que deva ser mensurado ao valor justo por meio do resultado.

41 A apresentação separada, como rubricas individuais, dos efeitos sobre o fluxo de caixa decorrentes da
obtenção ou da perda do controle de subsidiárias ou de outros negócios, juntamente com a divulgação
separada dos valores de ativos e passivos adquiridos ou alienados, ajuda a distinguir esse fluxo de caixa
dos fluxos de caixa originados das demais atividades operacionais, de investimento e de financiamento.
Os efeitos sobre o fluxo de caixa decorrentes da perda do controle não são deduzidos daqueles decorrentes
da obtenção do controle.

42 O valor total dos pagamentos ou recebimentos à vista como contrapartida pela obtenção ou perda do
controle de subsidiárias ou outros negócios é informado na demonstração dos fluxos de caixa líquido de
caixa e equivalentes de caixa adquiridos ou alienados como parte dessas transações, eventos ou mudanças
nas circunstâncias.

42A Fluxos de caixa decorrentes de mudanças em participações societárias em uma subsidiária que não resultem
em uma perda de controle serão classificados como fluxos de caixa das atividades de financiamento, a
menos que a subsidiária seja detida por uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10,
e deva ser mensurada ao valor justo por meio do resultado.

42B Mudanças nas participações societárias em uma subsidiária que não resultarem em uma perda de
controle, como a posterior compra ou venda por uma controladora dos instrumentos de patrimônio
de uma subsidiária, são contabilizadas como transações patrimoniais (vide IFRS 10), a menos que a
subsidiária seja detida por uma entidade de investimento e deva ser mensurada ao valor justo por meio
do resultado. Consequentemente, os fluxos de caixa resultantes são classificados da mesma forma que
as demais transações com sócios descritas no parágrafo 17.

Transações não monetárias


43 Transações de investimento e financiamento que não exigem o uso de caixa e equivalentes de
caixa serão excluídas da demonstração dos fluxos de caixa. Essas transações serão divulgadas em
qualquer outra parte das demonstrações financeiras, de modo a fornecer todas as informações
relevantes sobre essas atividades de investimento e financiamento.

44 Muitas atividades de investimento e financiamento não têm um impacto direto sobre os fluxos de caixa
correntes, apesar de efetivamente afetarem a estrutura de capital e de ativos de uma entidade. A exclusão
de transações não monetárias da demonstração dos fluxos de caixa é consistente com o objetivo de uma

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demonstração dos fluxos de caixa, já que esses itens não envolvem fluxos de caixa no período corrente.
São exemplos de transações não monetárias:

(a) a aquisição de ativos através da assunção de passivos diretamente relacionados ou de um


arrendamento financeiro;

(b) a aquisição de uma entidade por meio de uma emissão de instrumentos de patrimônio; e

(c) a conversão de dívida em patrimônio líquido.

Componentes de caixa e equivalentes de caixa


45 Uma entidade divulgará os componentes de caixa e equivalentes de caixa e apresentará uma
conciliação dos valores em sua demonstração dos fluxos de caixa com os itens equivalentes
informados na demonstração da posição financeira.

46 Tendo em vista a variedade de práticas de administração de caixa e de acordos bancários em todo o


mundo, e para cumprir a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras, a entidade divulga a
política que adota na determinação da composição de caixa e equivalentes de caixa.

47 O efeito de qualquer mudança na política utilizada para a determinação dos componentes de caixa e
equivalentes de caixa, como, por exemplo, uma mudança na classificação de instrumentos financeiros
anteriormente considerados como parte da carteira de investimentos de uma entidade, é informado de
acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

Outras divulgações
48 Uma entidade divulgará, juntamente com uma nota da administração, o valor dos saldos
significativos de caixa e equivalentes de caixa mantidos pela entidade que não estejam disponíveis
para uso pelo grupo.

49 Há várias circunstâncias em que os saldos de caixa e equivalentes de caixa mantidos por uma entidade
não se encontram disponíveis para uso pelo grupo. Exemplos incluem saldos de caixa e equivalentes de
caixa mantidos por uma subsidiária que opera em um país onde controles de câmbio ou outras restrições
legais são aplicáveis quando os saldos não se encontram disponíveis para uso geral pela controladora ou
por outras subsidiárias.

50 Informações adicionais podem ser relevantes para usuários na compreensão da posição financeira e da
liquidez de uma entidade. A divulgação dessas informações, juntamente com uma nota da administração,
é incentivada e pode incluir:

(a) o valor de linhas de crédito não utilizadas que possam estar disponíveis para futuras atividades
operacionais e para liquidar compromissos de capital, indicando quaisquer restrições sobre o uso
dessas linhas de crédito;

(b) [excluído]

(c) o valor agregado dos fluxos de caixa que representarem aumentos na capacidade operacional,
separadamente do fluxo de caixa que seja necessário para manter a capacidade operacional; e

(d) o valor dos fluxos de caixa originados de atividades operacionais, de investimento e de financiamento
de cada segmento que possa ser informado (vide IFRS 8 – Segmentos Operacionais).

51 A divulgação separada dos fluxos de caixa que representam aumentos na capacidade operacional e
fluxos de caixa necessários para manter a capacidade operacional é útil para possibilitar que o usuário
determine se a entidade está investindo adequadamente na manutenção de sua capacidade operacional.

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Uma entidade que não investe adequadamente na manutenção de sua capacidade operacional pode estar
prejudicando a lucratividade futura em nome da liquidez atual e de distribuições a sócios.

52 A divulgação dos fluxos de caixa por segmento possibilita aos usuários uma melhor compreensão da
relação entre os fluxos de caixa do negócio como um todo e de seus componentes, e da disponibilidade
e variabilidade dos fluxos de caixa por segmento.

Data de vigência
53 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1994.

54 A IAS 27 (tal como alterada em 2008) alterou os parágrafos 39-42 e acrescentou os parágrafos 42A e
42B. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de
2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um período anterior, as alterações serão
aplicadas para esse período anterior. As alterações serão aplicadas retrospectivamente.

55 O parágrafo 14 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é
permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato e aplicará
o parágrafo 68A da IAS 16.

56 O parágrafo 16 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em abril de 2009. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

57 A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos


37, 38 e 42B e excluíram o parágrafo 50(b). Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a
IFRS 10 e a IFRS 11.

58 Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 42A e 42B e acrescentou o parágrafo 40A. Uma entidade aplicará essas alterações
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades
de Investimento é permitida. Se aplicar essas alterações antecipadamente, a entidade aplicará também
todas as alterações incluídas em Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

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IFRS Foundation A523
IAS 8

Norma Internacional de Contabilidade IAS 8

Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas


Contábeis e Erros
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 8 – Lucro Líquido
ou Perda do Período, Erros Fundamentais e Mudanças nas Políticas Contábeis, que foi originalmente emitida
pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1993. A IAS 8 – Lucro Líquido ou Perda
do Período, Erros Fundamentais e Mudanças nas Políticas Contábeis substituiu a IAS 8 – Itens Incomuns e do
Período Anterior e Mudanças nas Políticas Contábeis (emitida em fevereiro de 1978).

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu uma IAS 8 revisada, com um novo título – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros. Esta IAS 8 revisada era parte da agenda inicial do IASB de projetos técnicos. A IAS 8
revisada também incorporou a orientação contida em duas Interpretações relacionadas (SIC-2 – Consistência –
Capitalização de Custos de Empréstimos e SIC-18 – Consistência – Métodos Alternativos).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 8. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de
2008) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS Foundation A525
IAS 8

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 8
POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇAS NAS
ESTIMATIVAS CONTÁBEIS E ERROS
OBJETIVO 1
ALCANCE 3
DEFINIÇÕES 5
POLÍTICAS CONTÁBEIS 7
Seleção e aplicação de políticas contábeis 7
Consistência de políticas contábeis 13
Mudanças nas políticas contábeis 14
Aplicação de mudanças nas políticas contábeis 19
Aplicação retrospectiva 22
Limitações na aplicação retrospectiva 23
Divulgação 28
MUDANÇAS NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS 32
Divulgação 39
ERROS 41
Limitações na reapresentação retrospectiva 43
Divulgação de erros de período anterior 49
IMPRATICABILIDADE EM RELAÇÃO À APLICAÇÃO RETROSPECTIVA
E REAPRESENTAÇÃO RETROSPECTIVA 50
DATA DE VIGÊNCIA 54
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 55
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 8 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO

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IAS 8

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e
Erros (IAS 8) é definida nos parágrafos 1-56 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas
mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 8 deve ser lida no contexto de seu
objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e
da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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IAS 8

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros (IAS 8) substitui a IAS 8 – Lucro Líquido ou Perda do Período, Erros Fundamentais e
Alterações nas Políticas Contábeis (revisada em 1993) e deve ser aplicada para períodos anuais iniciados
em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada é encorajada. A Norma também substitui as
seguintes Interpretações:

yy SIC-2 – Consistência – Capitalização dos Encargos Financeiros

yy SIC-18 – Consistência – Métodos Alternativos.

Motivos para revisar a IAS 8


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 8 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 Para a IAS 8, os principais objetivos do Conselho foram:

(a) eliminar a alternativa permitida da aplicação retrospectiva de mudanças voluntárias nas políticas
contábeis e reapresentação retrospectiva para corrigir erros de período anterior;

(b) eliminar o conceito de erro fundamental;

(c) esclarecer a hierarquia de orientação à qual a administração se refere, cuja aplicabilidade ela
considera ao selecionar políticas contábeis na ausência de Normas e Interpretações que sejam
especificamente aplicáveis;

(d) definir omissões ou divulgações distorcidas relevantes e descrever como utilizar o conceito de
relevância ao aplicar as políticas contábeis e corrigir erros; e

(e) incorporar o consenso estabelecido nas SIC-2 e SIC-18.

IN4 O Conselho não reconsiderou os outros requisitos da IAS 8.

Mudanças em relação aos requisitos anteriores


IN5 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 8 estão descritas abaixo.

Seleção de políticas contábeis


IN6 Os requisitos para seleção e aplicação de políticas contábeis na IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras (tal como emitida em 1997) foram transferidos para a Norma. A Norma atualiza a hierarquia
de orientação anterior à qual a administração se refere e cuja aplicabilidade ela considera, ao selecionar
políticas contábeis na ausência de Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) que sejam
especificamente aplicáveis.

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IAS 8

Relevância
IN7 A Norma define omissões ou divulgações distorcidas relevantes. Ela estipula que:

(a) as políticas contábeis das IFRSs não precisam ser aplicadas quando o efeito de sua aplicação for
irrelevante. Isso complementa o pronunciamento da IAS 1, de que as divulgações exigidas pelas
IFRSs não precisam ser feitas se as informações forem irrelevantes;

(b) as demonstrações financeiras não cumprem as IFRSs se contiverem erros relevantes;

(c) erros de período anterior relevantes devem ser corrigidos retrospectivamente, no primeiro conjunto
de demonstrações financeiras autorizadas para emissão após sua descoberta.

Mudanças voluntárias nas políticas contábeis e correções de erros de


período anterior
IN8 A Norma exige a aplicação retrospectiva de mudanças voluntárias nas políticas contábeis e reapresentação
retrospectiva para corrigir erros de período anterior. Ela elimina a alternativa permitida na versão anterior
da IAS 8:

(a) para incluir, em lucros e perdas referente ao período corrente, o ajuste resultante da mudança na
política contábil ou o valor de uma correção de um erro de período anterior; e

(b) para apresentar informações comparativas inalteradas provenientes de demonstrações financeiras


de períodos anteriores.

IN9 Como resultado da eliminação da alternativa permitida, as informações comparativas de períodos


anteriores são apresentadas como se novas políticas contábeis tivessem sempre sido aplicadas e os erros
de período anterior jamais tivessem ocorrido.

Impraticabilidade
IN10 A Norma mantém o critério de “impraticabilidade” para isenção de alterações de informações comparativas
quando as mudanças nas políticas contábeis forem aplicadas retrospectivamente e os erros de período
anterior forem corrigidos. A Norma agora inclui uma definição de “impraticável” e orientação sobre
sua interpretação.

IN11 A Norma também orienta, quando for impraticável determinar o efeito cumulativo no início do período
corrente, sobre:

(a) a aplicação de uma nova política contábil a todos os períodos anteriores, ou

(b) um erro em todos os períodos anteriores,

quando a entidade altera as informações comparativas, como se a nova política tivesse sido aplicada, ou
como se o erro tivesse sido corrigido, prospectivamente, desde a data mais antiga praticável.

Erros fundamentais
IN12 A Norma elimina o conceito de erro fundamental e, assim, a distinção entre erros fundamentais e outros
erros relevantes. A Norma define erros de período anterior.

Divulgações
IN13 A Norma agora exige, em vez de incentivar, a divulgação de uma alteração iminente em uma política
contábil quando uma entidade ainda tiver de implementar uma nova IFRS que tenha sido emitida, porém

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IFRS Foundation A529
IAS 8

que ainda não tenha entrado em vigor. Além disso, ela exige a divulgação de informações conhecidas
ou razoavelmente estimáveis referentes à avaliação do possível impacto que a aplicação da nova IFRS
terá sobre as demonstrações financeiras da entidade no período de aplicação inicial.

IN14 A Norma exige a divulgação mais detalhada dos valores de ajustes resultantes das mudanças nas políticas
contábeis ou correção de erros de período anterior. Ela exige que essas divulgações sejam feitas para cada
rubrica afetada das demonstrações financeiras e, se for aplicável à entidade, o uso da IAS 33 – Lucro por
Ação, para o lucro básico e diluído por ação.

Outras alterações
IN15 Os requisitos de apresentação para lucros e perdas do período foram transferidos para a IAS 1.

IN16 A Norma incorpora o consenso da SIC-18, a saber:

(a) uma entidade seleciona e aplica suas políticas contábeis de forma consistente para transações
similares, outros eventos e condições, exceto se uma IFRS especificamente exigir ou permitir a
classificação de itens para os quais possam ser apropriadas políticas diferentes; e

(b) se uma IFRS exigir ou permitir essa categorização, a política contábil apropriada é selecionada e
aplicada de forma consistente a cada categoria.

O consenso da SIC-18 incorporou o consenso da SIC-2 e exige que, quando uma entidade tiver escolhido
uma política de capitalização de custos de empréstimos, ela deve aplicar essa política a todos os
ativos qualificados.

IN17 A Norma inclui uma definição de uma mudança na estimativa contábil.

IN18 A Norma inclui exceções da inclusão dos efeitos de mudanças nas estimativas contábeis prospectivamente,
em lucros e perdas. Ela declara que, na medida em que uma mudança em uma estimativa contábil der
origem a mudanças em ativos ou passivos ou se referir a um item do patrimônio líquido, ela é reconhecida
ajustando-se o valor contábil do respectivo ativo, passivo ou item do patrimônio líquido no período
da mudança.

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IAS 8

Norma Internacional de Contabilidade IAS 8


Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever os critérios para seleção e mudanças nas políticas contábeis,
juntamente com o tratamento contábil e divulgação de mudanças nas políticas contábeis, mudanças
nas estimativas contábeis e correções de erros. A Norma tem o objetivo de melhorar a pertinência e
confiabilidade das demonstrações financeiras de uma entidade e a comparabilidade dessas demonstrações
financeiras, ao longo do tempo e com as demonstrações financeiras de outras entidades.

2 Os requisitos de divulgação para políticas contábeis, com exceção das mudanças nas políticas contábeis,
são definidos na IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras.

Alcance
3 Esta Norma será aplicada na seleção e aplicação de políticas contábeis e contabilização de mudanças
nas políticas contábeis, mudanças nas estimativas contábeis e correções de erros de período anterior.

4 Os efeitos fiscais das correções de erros de período anterior e de ajustes retrospectivos feitos para aplicar
mudanças nas políticas contábeis são contabilizados e divulgados de acordo com a IAS 12 – Impostos
sobre a Renda.

Definições
5 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Políticas contábeis são os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicas, aplicadas por
uma entidade na elaboração e apresentação das demonstrações financeiras.

Uma mudança na estimativa contábil é um ajuste no valor contábil de um ativo ou passivo, ou no


valor do consumo periódico de um ativo, que resulta da avaliação da situação atual dos ativos
e passivos e dos benefícios e obrigações futuros esperados associados a esses ativos e passivos.
Mudanças nas estimativas contábeis resultam de novas informações ou novos desenvolvimentos
e, consequentemente, não são correções de erros.

As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) são Normas e Interpretações emitidas


pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB). Compreendem:

(a) Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRSs;

(b) Normas Internacionais de Contabilidade;

(c) Interpretações IFRIC; e

(d) Interpretações SIC.1

Omissões ou divulgações distorcidas relevantes de itens são relevantes se puderem, individual


ou coletivamente, influenciar as decisões econômicas que os usuários tomam com base nas
demonstrações financeiras. A relevância depende da extensão e da natureza da omissão ou da

1 Definição de IFRSs alteradas após as mudanças de nome introduzidas pela Constituição revisada da Fundação IFRS em 2010.

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IFRS Foundation A531
IAS 8

divulgação distorcida em vista das circunstâncias. A extensão ou a natureza do item, ou uma


combinação de ambos, pode ser o fator determinante.

Erros de período anterior são omissões e divulgações distorcidas nas demonstrações financeiras da
entidade, relativas a um ou mais períodos anteriores, decorrentes da não utilização ou da utilização
incorreta de informações confiáveis que:

(a) estavam disponíveis no momento em que a emissão das demonstrações financeiras para
aqueles períodos foi autorizada; e

(b) seria razoável esperar que fossem obtidas e levadas em consideração na elaboração e
apresentação dessas demonstrações financeiras.

Esses erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação das políticas contábeis,
omissões ou erros na interpretação de fatos e fraude.

Aplicação retrospectiva é a aplicação de uma nova política contábil para transações, outros eventos
e condições como se essa política sempre tivesse sido aplicada.

Reapresentação retrospectiva é a correção do reconhecimento, mensuração e divulgação de valores de


elementos de demonstrações financeiras como se o erro de período anterior nunca tivesse ocorrido.

Impraticável – Aplicação de uma exigência é impraticável quando a entidade não consegue aplicá-
la, após envidar todos os esforços razoáveis para fazê-lo. Para um período específico anterior, é
impraticável aplicar uma mudança em uma política contábil, retrospectivamente, ou fazer uma
reapresentação retrospectiva para corrigir um erro, se:

(a) os efeitos da aplicação retrospectiva ou reapresentação retrospectiva não forem determináveis;

(b) a aplicação retrospectiva ou reapresentação retrospectiva exigir premissas sobre qual teria
sido a intenção da administração nesse período; ou

(c) a aplicação retrospectiva ou reapresentação retrospectiva exigir estimativas significativas de


valores e for impossível distinguir objetivamente informações sobre essas estimativas que:

(i) forneçam evidência das circunstâncias que existiam na data(s) em que esses valores
deveriam ser reconhecidos, mensurados ou divulgados; e

(ii) teriam estado disponíveis, quando as demonstrações financeiras para esse período
anterior foram autorizadas para emissão, a partir de outras informações.

Aplicação prospectiva de uma mudança na política contábil e do reconhecimento do efeito de uma


mudança em uma estimativa contábil, respectivamente, é:

(a) a aplicação da nova política contábil a transações, outros eventos e condições que ocorram
após a data na qual a política seja modificada; e

(b) o reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil no período corrente e em


períodos futuros afetados pela mudança.

6 Avaliar se uma omissão ou divulgação distorcida poderia influenciar as decisões econômicas de usuários,
e desse modo, serem relevantes, exige a consideração das características desses usuários. A Estrutura
Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras afirma, no parágrafo
252, que “presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável das atividades comerciais e
econômicas e de contabilidade e uma disposição para estudar as informações com razoável diligência”.

2 A Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASC foi adotada pelo IASB em 2001.
Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. O parágrafo
25 foi substituído pelo Capítulo 3 da Estrutura Conceitual.

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IAS 8

Portanto, a avaliação deve levar em consideração como se espera que usuários com tais atributos sejam
influenciados ao tomar decisões econômicas.

Políticas contábeis

Seleção e aplicação de políticas contábeis


7 Quando uma IFRS se aplicar especificamente a uma transação, outro evento ou condição, a política
ou políticas contábeis aplicadas a esse item serão determinadas pela aplicação da IFRS.

8 As IFRSs definiram políticas contábeis que o IASB concluiu resultarem em demonstrações financeiras
que contenham informações pertinentes e confiáveis sobre as transações, outros eventos e condições
às quais se aplicam. Essas políticas não precisam ser aplicadas quando o efeito de sua aplicação for
irrelevante. Entretanto, é inadequado fazer ou deixar sem correção desvios irrelevantes das IFRSs para
atingir uma apresentação específica da posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa de
uma entidade.

9 As IFRSs estão acompanhadas de orientações para auxiliar as entidades na aplicação de seus requisitos.
Todas essas orientações mencionam se são parte integrante das IFRSs. Orientações que são parte integrante
das IFRSs são de aplicação obrigatória. Orientações que não são parte integrante das IFRSs não contêm
requisitos para demonstrações financeiras.

10 Na ausência de uma IFRS que se aplique especificamente a uma transação, outro evento ou condição,
a administração usará seu julgamento no desenvolvimento e aplicação de uma política contábil
que resulte em informações que sejam:

(a) pertinentes para as necessidades dos usuários para tomada de decisão econômica; e

(b) confiáveis, no sentido de que as demonstrações financeiras:

(i) representam fielmente a posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa


da entidade;

(ii) refletem a essência econômica das transações, outros eventos e condições, e não
meramente a forma jurídica;

(iii) sejam neutras, ou seja, imparciais;

(iv) sejam prudentes; e

(v) estejam completas em todos os aspectos relevantes.

11 Ao fazer o julgamento descrito no parágrafo 10, a administração fará referência e considerará a


aplicabilidade das seguintes fontes em ordem decrescente:

(a) os requisitos das IFRSs que tratam de questões similares e relacionadas; e

(b) as definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para ativos, passivos,


receitas e despesas na Estrutura Conceitual.3

12 Ao fazer o julgamento descrito no parágrafo 10, a administração também poderá considerar os


pronunciamentos mais recentes de outros órgãos normatizadores que utilizam uma estrutura
conceitual similar para desenvolver normas contábeis, outra literatura contábil e práticas aceitas
no setor, na medida em que elas não entrem em conflito com as fontes do parágrafo 11.

3 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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Consistência de políticas contábeis


13 Uma entidade selecionará e aplicará suas políticas contábeis de forma consistente para transações
similares, outros eventos e condições, exceto se uma IFRS especificamente exigir ou permitir a
categorização de itens para os quais possam ser apropriadas políticas diferentes. Se uma IFRS
exigir ou permitir essa categorização, uma política contábil apropriada será selecionada e aplicada
de forma consistente a cada categoria.

Mudanças nas políticas contábeis


14 Uma entidade mudará uma política contábil, apenas se a mudança:

(a) for exigida por uma IFRS; ou

(b) resultar no fornecimento, pelas demonstrações financeiras, de informações confiáveis e


mais pertinentes sobre os efeitos das transações, outros eventos ou condições sobre a posição
financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa da entidade.

15 Os usuários de demonstrações financeiras precisam ser capazes de comparar as demonstrações financeiras


de uma entidade ao longo do tempo, para identificar tendências em sua posição financeira, desempenho
financeiro e fluxos de caixa. Portanto, as mesmas políticas contábeis são aplicadas dentro de cada
período e de um período para o próximo, exceto se uma mudança nas políticas contábeis atender a um
dos critérios do parágrafo 14.

16 Os itens a seguir não constituem mudanças nas políticas contábeis:

(a) a aplicação de uma política contábil para transações, outros eventos ou condições que difiram
na essência daqueles que ocorreram anteriormente; e

(b) a aplicação de uma nova política contábil para transações, outros eventos ou condições que
não ocorreram anteriormente ou que foram irrelevantes.

17 A aplicação inicial de uma política para reavaliar ativos, de acordo com a IAS 16 – Imobilizado
ou IAS 38 – Ativos Intangíveis, é uma mudança em uma política contábil a ser tratada como uma
reavaliação de acordo com a IAS 16 ou IAS 38, ao invés de em conformidade com esta Norma.

18 Os parágrafos 19-31 não se aplicam à mudança na política contábil descrita no parágrafo 17.

Aplicação de mudanças nas políticas contábeis

19 Observado o parágrafo 23:

(a) uma entidade contabilizará uma mudança na política contábil resultante da aplicação inicial
de uma IFRS de acordo com as respectivas disposições transitórias específicas, se houver,
nessa IFRS; e

(b) quando uma entidade mudar uma política contábil, por ocasião da aplicação inicial de uma
IFRS, que não inclui disposições transitórias específicas que se apliquem a essa mudança, ou
mudar uma política contábil voluntariamente, ela aplicará a mudança retrospectivamente.

20 Para a finalidade desta Norma, a aplicação antecipada de uma IFRS não é uma mudança voluntária na
política contábil.

21 Na ausência de uma IFRS que se aplique especificamente a uma transação, outro evento ou condição,
a administração poderá, de acordo com o parágrafo 12, aplicar uma política contábil proveniente dos
pronunciamentos mais recentes de outros órgãos normatizadores que usem uma estrutura conceitual
similar para desenvolver normas contábeis. Se, após uma alteração desse pronunciamento, a entidade

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IAS 8

decidir mudar uma política contábil, essa mudança é contabilizada e divulgada como uma mudança
voluntária na política contábil.

Aplicação retrospectiva

22 Observado o parágrafo 23, quando uma mudança na política contábil for aplicada retrospectivamente
de acordo com o parágrafo 19(a) ou (b), a entidade ajustará o saldo de abertura de cada componente
afetado do patrimônio líquido para o período anterior mais antigo apresentado e os outros valores
comparativos divulgados para cada período anterior apresentado, como se a nova política contábil
tivesse sido sempre aplicada.

Limitações na aplicação retrospectiva

23 Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelo parágrafo 19(a) ou (b), uma mudança na política
contábil será aplicada retrospectivamente, exceto na medida em que for impraticável determinar
os efeitos de período específico ou o efeito acumulado da mudança.

24 Quando for impraticável determinar os efeitos de período específico da mudança de uma política
contábil sobre informações comparativas para um ou mais períodos anteriores apresentados, a
entidade aplicará a nova política contábil aos valores contábeis de ativos e passivos no início do
período mais antigo para o qual a aplicação retrospectiva seja praticável, que pode ser o período
corrente, e fará o respectivo ajuste ao saldo de abertura de cada componente afetado do patrimônio
líquido para esse período.

25 Quando for impraticável determinar o efeito acumulado no início do período corrente da aplicação
de uma nova política contábil a todos os períodos anteriores, a entidade ajustará as informações
comparativas para aplicar a nova política contábil prospectivamente, a partir da data mais
antiga praticável.

26 Quando uma entidade aplica uma nova política contábil retrospectivamente, ela aplica a nova política
contábil a informações comparativas para os períodos anteriores mais antigos praticáveis. A aplicação
retrospectiva a um período anterior não é praticável, exceto se for praticável determinar o efeito acumulado
sobre os valores nas demonstrações da posição financeira, tanto de abertura quanto de fechamento
para esse período. O valor do ajuste resultante referente a períodos anteriores aos apresentados nas
demonstrações financeiras é feito ao saldo de abertura de cada componente afetado do patrimônio líquido
do período anterior mais antigo apresentado. Normalmente, o ajuste é feito para lucros acumulados.
Entretanto, o ajuste pode ser feito em outro componente do patrimônio líquido (por exemplo, para cumprir
uma IFRS). Quaisquer outras informações sobre períodos anteriores, como resumo histórico de dados
financeiros, também são ajustadas com base no período mais antigo praticável.

27 Quando for impraticável para uma entidade aplicar uma nova política contábil retrospectivamente,
pois não pode determinar o efeito acumulado da aplicação da política a todos os períodos anteriores, a
entidade, de acordo com o parágrafo 25, aplica a nova política prospectivamente, desde o início do período
mais antigo praticável. Ela, portanto, desconsidera a parte do ajuste acumulado dos ativos, passivos e
patrimônio líquido que surgirem antes dessa data. A mudança de uma política contábil é permitida, mesmo
se for impraticável aplicar a política prospectivamente, para qualquer período anterior. Os parágrafos
50-53 fornecem orientação sobre quando é impraticável aplicar uma nova política contábil a um ou mais
períodos anteriores.

Divulgação

28 Quando a aplicação inicial de uma IFRS tiver um efeito sobre o período corrente ou qualquer
período anterior, venha a ter um efeito, exceto se for impraticável determinar o valor do ajuste,
ou possa ter um efeito sobre períodos futuros, uma entidade divulgará:

(a) o título da IFRS;

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IFRS Foundation A535
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(b) conforme o caso, que a mudança na política contábil é feita de acordo com suas disposições
transitórias;

(c) a natureza da mudança na política contábil;

(d) conforme o caso, a descrição das disposições transitórias;

(e) conforme o caso, as disposições transitórias que possam ter um efeito sobre períodos futuros;

(f) para o período corrente e cada período anterior apresentado, conforme praticável, o valor
do ajuste:

(i) para cada rubrica afetada das demonstrações financeiras; e

(ii) se a IAS 33 – Lucro por Ação se aplicar à entidade, para lucro básico e diluído por ação;

(g) o valor do reajuste referente a períodos anteriores aos apresentados, conforme praticável; e

(h) se a aplicação retrospectiva exigida pelo parágrafo 19(a) ou (b) for impraticável para um
período anterior ou períodos antes daqueles apresentados, as circunstâncias que levaram à
existência dessa condição e uma descrição de como e a partir de quando a mudança na política
contábil foi aplicada.

As demonstrações financeiras de períodos subsequentes não precisam repetir essas divulgações.

29 Quando uma mudança voluntária na política contábil tiver um efeito sobre o período corrente
ou qualquer período anterior, venha a ter um efeito sobre esse período, exceto se for impraticável
determinar o valor do ajuste, ou possa ter um efeito sobre períodos futuros, uma entidade divulgará:

(a) a natureza da mudança na política contábil;

(b) os motivos pelos quais a aplicação da nova política contábil fornece informações confiáveis
e mais pertinentes;

(c) para o período corrente e cada período anterior apresentado, conforme praticável, o valor
do ajuste:

(i) para cada rubrica afetada das demonstrações financeiras; e

(ii) se a IAS 33 se aplica à entidade, para lucro básico e diluído por ação;

(d) o valor do reajuste referente a períodos anteriores aos apresentados, conforme praticável; e

(e) se a aplicação retrospectiva for impraticável para um período anterior específico ou períodos
anteriores àqueles apresentados, as circunstâncias que levaram à existência dessa condição
e uma descrição de como e a partir de quando a mudança na política contábil foi aplicada.

As demonstrações financeiras de períodos subsequentes não precisam repetir essas divulgações.

30 Quando uma entidade não tiver aplicado uma nova IFRS que tiver sido emitida, porém que ainda
não tiver entrado em vigor, a entidade divulgará:

(a) esse fato; e

(b) informações conhecidas ou razoavelmente estimáveis pertinentes para a avaliação do possível


impacto que a aplicação da nova IFRS terá sobre as demonstrações financeiras da entidade
no período de aplicação inicial.

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IAS 8

31 Ao cumprir o parágrafo 30, uma entidade considera divulgar:

(a) o título da nova IFRS;

(b) a natureza da mudança ou mudanças iminentes na política contábil;

(c) a data até a qual a aplicação da IFRS é obrigatória;

(d) a data em que planeja aplicar a IFRS inicialmente; e

(e) ou:

(i) uma discussão do impacto que se espera que a aplicação inicial da IFRS tenha sobre as
demonstrações financeiras da entidade; ou

(ii) se esse impacto não for conhecido ou razoavelmente estimável, uma declaração para esse fim.

Mudanças nas estimativas contábeis


32 Como resultado das incertezas inerentes às atividades de negócios, muitos itens das demonstrações
financeiras não podem ser mensurados com precisão, mas só podem ser estimados. A estimativa envolve
julgamentos com base nas informações mais recentes disponíveis e confiáveis. Por exemplo, podem ser
exigidas estimativas de:

(a) dívidas incobráveis;

(b) obsolescência de estoque;

(c) o valor justo de ativos ou passivos financeiros;

(d) as vidas úteis de, ou padrão esperado de consumo de benefícios econômicos futuros incorporados
em, ativos depreciáveis; e

(e) obrigações decorrentes de garantia.

33 O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração das demonstrações financeiras e não
prejudica sua confiabilidade.

34 Uma estimativa pode precisar de revisão se ocorrerem mudanças nas circunstâncias em que ela for
baseada ou como resultado de uma nova informação ou mais experiência. Por sua natureza, a revisão de
uma estimativa não se refere a períodos anteriores e não é a correção de um erro.

35 Uma mudança na base de mensuração aplicada é uma mudança em uma política contábil e não uma
mudança em uma estimativa contábil. Quando for difícil distinguir uma mudança em uma política contábil
de uma mudança em uma estimativa contábil, a mudança é tratada como uma mudança na estimativa
contábil.

36 O efeito de uma mudança em uma estimativa contábil, exceto uma mudança à qual se aplique o
parágrafo 37, será reconhecido prospectivamente, incluindo-o em lucros e perdas no:

(a) período da mudança, se a mudança afetar apenas esse período; ou

(b) período da mudança e períodos futuros, se a mudança afetar ambos.

37 Na medida em que uma mudança em uma estimativa contábil der origem a mudanças em ativos
ou passivos ou se referir a um item do patrimônio líquido, ela será reconhecida pelo ajuste do valor
contábil do respectivo ativo, passivo ou item do patrimônio líquido, no período da mudança.

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IFRS Foundation A537
IAS 8

38 O reconhecimento prospectivo do efeito de uma mudança em uma estimativa contábil significa que a
mudança é aplicada a transações, outros eventos e condições, desde a data da mudança na estimativa.
Uma mudança em uma estimativa contábil pode afetar apenas lucros e perdas do período corrente, ou
lucros e perdas tanto do período corrente quanto de períodos futuros. Por exemplo, uma mudança na
estimativa de um valor de dívidas incobráveis afeta apenas os lucros e perdas do período corrente e,
portanto, é reconhecida no período corrente. Entretanto, uma mudança na vida útil estimada, ou no padrão
esperado de consumo de benefícios econômicos futuros incorporados, em um ativo depreciável afeta a
despesa de depreciação para o período corrente e para cada período futuro durante a vida útil restante do
ativo. Em ambos os casos, o efeito da mudança referente ao período corrente é reconhecido como receita
ou despesa no período corrente. Se houver efeito em períodos futuros, é reconhecido como receita ou
despesa nesses períodos futuros.

Divulgação
39 Uma entidade divulgará a natureza e o valor de uma mudança em uma estimativa contábil que
tenha um efeito no período corrente ou que se espere que tenha um efeito em períodos futuros, com
exceção da divulgação do efeito em períodos futuros quando for impraticável estimar esse efeito.

40 Se o valor do efeito em períodos futuros não for divulgado pelo fato de sua estimativa ser
impraticável, uma entidade divulgará esse fato.

Erros
41 Os erros podem surgir em relação ao reconhecimento, mensuração, apresentação ou divulgação de
elementos das demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras não cumprem as IFRSs se
contiverem erros relevantes ou erros irrelevantes feitos intencionalmente para atingir uma apresentação
específica da posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade. Os potenciais
erros no período corrente, descobertos nesse período, são corrigidos antes das demonstrações financeiras
serem autorizadas para emissão. Entretanto, erros relevantes às vezes não são descobertos até um período
subsequente e esses erros de período anterior são corrigidos nas informações comparativas apresentadas
nas demonstrações financeiras para esse período subsequente (vide parágrafos 42-47).

42 Observado o parágrafo 43, a entidade corrigirá erros relevantes de período anterior


retrospectivamente, no primeiro conjunto de demonstrações financeiras autorizado para emissão,
após sua descoberta por:

(a) reapresentação dos valores comparativos para o(s) período(s) anterior(es) apresentado(s) em
que o erro ocorreu; ou

(b) se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresentado, reapresentação dos
saldos de abertura de ativos, passivos e patrimônio líquido para o período anterior mais
antigo apresentado.

Limitações na reapresentação retrospectiva


43 Um erro de período anterior será corrigido por reapresentação retrospectiva, exceto na medida em
que for impraticável determinar os efeitos específicos do período ou o efeito acumulado do erro.

44 Quando for impraticável determinar os efeitos específicos do período de um erro nas informações
comparativas para um ou mais períodos anteriores apresentados, a entidade reapresentará os
saldos de abertura dos ativos, passivos e patrimônio líquido para o período mais antigo para o
qual seja praticável uma reapresentação retrospectiva (que pode ser o período corrente).

45 Quando for impraticável determinar o efeito acumulado, no início do período corrente, de um


erro em todos os períodos anteriores, a entidade reapresentará as informações comparativas para
corrigir o erro prospectivamente, a partir da data mais antiga praticável.

A538 ©
IFRS Foundation
IAS 8

46 A correção de um erro de período anterior é excluída de lucros e perdas do período em que o erro é
descoberto. Qualquer informação apresentada sobre períodos anteriores, inclusive quaisquer resumos
históricos de dados financeiros, é reapresentada com base no período mais antigo praticável.

47 Quando for impraticável determinar o valor de um erro (p.ex., um erro na aplicação de uma política
contábil) para todos os períodos anteriores, a entidade, de acordo com o parágrafo 45, reapresenta as
informações comparativas prospectivamente, a partir da data mais antiga praticável. Ela, portanto,
desconsidera a parte da reapresentação acumulada de ativos, passivos e patrimônio líquido que surgir
antes dessa data. Os parágrafos 50-53 fornecem orientação sobre quando é impraticável corrigir um erro
para um ou mais períodos anteriores.

48 As correções de erros são distintas de mudanças nas estimativas contábeis. As estimativas contábeis, por
sua natureza, são aproximações que podem precisar de revisão, à medida que informações adicionais
são conhecidas. Por exemplo, o ganho ou perda reconhecido sobre o desfecho de uma contingência não
é a correção de um erro.

Divulgação de erros de período anterior


49 Ao aplicar o parágrafo 42, uma entidade divulgará o seguinte:

(a) a natureza do erro de período anterior;

(b) para cada período anterior apresentado, conforme praticável, o valor da correção:

(i) para cada rubrica afetada das demonstrações financeiras; e

(ii) se a IAS 33 se aplica à entidade, para lucro básico e diluído por ação;

(c) o valor da correção no início do período anterior mais antigo apresentado; e

(d) se a reapresentação retrospectiva for impraticável para um período anterior específico, as


circunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma descrição de como e a partir
de quando o erro foi corrigido.

As demonstrações financeiras de períodos subsequentes não precisam repetir essas divulgações.

Impraticabilidade em relação à aplicação retrospectiva e


reapresentação retrospectiva
50 Em algumas circunstâncias, é impraticável ajustar as informações comparativas para um ou mais
períodos anteriores para atingir comparabilidade com o período corrente. Por exemplo, dados podem
não terem sido coletados nos períodos anteriores, de forma que permita a aplicação retrospectiva de uma
nova política contábil (inclusive para as finalidades dos parágrafos 51-53, sua aplicação prospectiva a
períodos anteriores) ou a reapresentação retrospectiva para corrigir um erro de período anterior, e pode
ser impraticável recriar as informações.

51 É frequentemente necessário fazer estimativas na aplicação de uma política contábil a elementos de


demonstrações financeiras, reconhecidos ou divulgados em relação a transações, outros eventos ou
condições. As estimativas são inerentemente subjetivas e podem ser desenvolvidas após o período de
relatório. Desenvolver estimativas é potencialmente mais difícil ao aplicar retrospectivamente uma
política contábil ou fazer uma reapresentação retrospectiva para corrigir um erro de período anterior,
por causa dos períodos mais longos de tempo que podem ter decorrido desde a transação afetada, outro
evento ou condição ocorrida. Entretanto, os objetivos das estimativas referentes a períodos anteriores
permanecem os mesmos que para estimativas feitas no período corrente, a saber, que a estimativa reflita
as circunstâncias que existiam quando a transação, outro evento ou condição ocorreu.

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IFRS Foundation A539
IAS 8

52 Portanto, a aplicação retrospectiva de uma nova política contábil ou a correção de erro de período anterior
exige que se distinga informações que

(a) forneçam evidência das circunstâncias que existiam na(s) data(s) em que a transação, outro evento
ou condição ocorreu, e

(b) teriam estado disponíveis, quando as demonstrações financeiras para esse período anterior foram
autorizadas para emissão

de outras informações. Para alguns tipos de estimativas (por exemplo, mensuração do valor justo que
utiliza dados não observáveis significativos), é impraticável distinguir esses tipos de informações.
Quando a aplicação retrospectiva ou reapresentação retrospectiva exigir a realização de uma estimativa
significativa, para a qual seja impossível distinguir esses dois tipos de informações, é impraticável aplicar
a nova política contábil ou corrigir o erro de período anterior retrospectivamente.

53 A percepção tardia não deve ser usada ao aplicar uma nova política contábil ou corrigir valores referentes
a um período anterior, mesmo na realização de suposições sobre quais teriam sido as intenções da
administração em um período anterior ou estimando os valores reconhecidos, mensurados ou divulgados
em um período anterior. Por exemplo, quando uma entidade corrigir um erro de um período anterior no
cálculo de seu passivo referente à licença médica acumulada de empregados, de acordo com a IAS 19 –
Benefícios aos Empregados, ela desconsidera informações sobre um surto de gripe anormalmente severo
durante o próximo período em que ficaram disponíveis após as demonstrações financeiras referentes
ao período anterior terem sido autorizadas para emissão. O fato de que estimativas significativas são
frequentemente necessárias ao alterar informações comparativas apresentadas para períodos anteriores
não impede o ajuste ou correção confiável das informações comparativas.

Data de vigência
54 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

54A [Excluído]

54B A IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 53 e excluiu o
parágrafo 54A. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em
outubro de 2010.

54C A IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 52. Uma entidade
aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 13.

Revogação de outros pronunciamentos


55 Esta Norma substitui a IAS 8 – Lucro Líquido ou Perda do Período, Erros Fundamentais e Alterações
das Políticas Contábeis, revisada em 1993.

56 Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:

(a) SIC-2 – Consistência – Capitalização dos Encargos Financeiros; e

(b) SIC-18 – Consistência – Métodos Alternativos.

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Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2003, foram incorporadas aos
respectivos pronunciamentos publicados nesta edição.

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IAS 10

Norma Internacional de Contabilidade IAS 10

Eventos após o Período de Relatório


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 10 – Eventos
Após a Data do Balanço Patrimonial, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de
Contabilidade em maio de 1999. A IAS 10 – Eventos Após a Data do Balanço Patrimonial substituiu partes da
IAS 10 – Contingências e Eventos que Ocorram Após a Data do Balanço Patrimonial (emitida em junho de 1978)
que não foram substituídas pela IAS 37 – Provisões, Ativos Contingentes e Passivos Contingentes (emitida em 1998).

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu uma IAS 10 revisada, com o título modificado – Eventos após a Data do
Balanço Patrimonial. Esta IAS 10 revisada era parte da agenda inicial do IASB de projetos técnicos. Como resultado
das alterações na terminologia feita pela IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras em 2007, o título
da IAS 10 foi alterado para Eventos após o Período de Relatório.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 10. Elas incluem a IFRS 5 – Ativos Não
Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas (emitida em março de 2004) e Melhorias às
IFRSs (emitida em maio de 2008).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 10
EVENTOS APÓS O PERÍODO DE RELATÓRIO
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 3
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 8
Eventos após o período de relatório que originam ajustes 8
Eventos após o período de relatório que não originam ajustes 10
Dividendos 12
CONTINUIDADE OPERACIONAL 14
DIVULGAÇÃO 17
Data de autorização para emissão 17
Atualização de divulgação sobre condições no final do período de relatório 19
Eventos após o período de relatório que não originam ajustes 21
DATA DE VIGÊNCIA 23
REVOGAÇÃO DA IAS 10 (REVISADA EM 1999) 24
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 10 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES

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IAS 10

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório é definida nos parágrafos
1-24 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC
quando adotada pelo IASB. A IAS 10 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 10

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório1 substitui a
IAS 10 – Eventos Subsequentes à Data do Balanço Patrimonial (revisada em 1999) e deve ser aplicada
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada é encorajada.

Motivos para revisar a IAS 10


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 10 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 Para a IAS 10, o objetivo principal do Conselho foi dar uma visão limitada sobre a contabilização de
dividendos declarados após o período de relatório. O Conselho não reconsiderou a abordagem fundamental
da contabilização de eventos após o período de relatório, contida na IAS 10.

As principais mudanças
IN4 A principal alteração em relação à versão anterior da IAS 10 foi um esclarecimento limitado dos
parágrafos 12 e 13 (parágrafos 11 e 12 da versão anterior da IAS 10). Esses parágrafos revisados
prescrevem que, se uma entidade declarar dividendos após o período de relatório, a entidade não
reconhecerá esses dividendos como passivo no final do período de relatório.

1 Em setembro de 2007, o IASB alterou o título da IAS 10 de Eventos Subsequentes à Data do Balanço Patrimonial para Eventos
após o Período de Relatório, como consequência da revisão da IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras em 2007.

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IAS 10

Norma Internacional de Contabilidade IAS 10


Eventos após o Período de Relatório

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever:

(a) quando uma entidade deve ajustar suas demonstrações financeiras para eventos após o período de
relatório; e

(b) as divulgações que uma entidade deve fazer sobre a data em que as demonstrações financeiras
foram autorizadas para a emissão e sobre eventos após o período de relatório.

A Norma também exige que uma entidade não deve preparar suas demonstrações financeiras na
pressuposição de continuidade operacional se os eventos, após o período de relatório, indicarem que o
pressuposto de continuidade operacional não é apropriado.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização e divulgação de eventos após o período de relatório.

Definições
3 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Eventos após o período de relatório são aqueles eventos, favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrerem
entre o final do período de relatório e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas
para emissão. Dois tipos de eventos podem ser identificados:

(a) os que proporcionam evidência a respeito das condições que existiam no final do período de
relatório (eventos de ajuste após o período de relatório); e

(b) os que são indicadores de condições que surgiram após o período de relatório (eventos após
o período de relatório que não originam ajustes).

4 O processo envolvido na autorização da emissão das demonstrações financeiras variará dependendo da


estrutura da administração, requisitos estatutários e procedimentos seguidos na elaboração e finalização
das demonstrações financeiras.

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IAS 10

5 Em alguns casos, uma entidade tem que submeter suas demonstrações financeiras a seus acionistas,
para aprovação, após elas terem sido emitidas. Nesses casos, as demonstrações financeiras são
autorizadas para emissão na data da emissão original, não na data em que os acionistas aprovam as
demonstrações financeiras.

Exemplo
Em 28 de fevereiro de 20X2, a administração de uma entidade conclui a minuta das demonstrações
financeiras para o exercício findo em 31 de dezembro de 20X1. Em 18 de março de 20X2,
o conselho de administração revisa as demonstrações financeiras e as autoriza para emissão.
Em 19 de março de 20X2, a entidade anuncia seu lucro e outras informações financeiras
selecionadas. As demonstrações financeiras são disponibilizadas aos acionistas e outros em 1º de
abril de 20X2. Os acionistas aprovam as demonstrações financeiras em sua assembleia ordinária
em 15 de maio de 20X2 e as demonstrações financeiras aprovadas são então arquivadas junto a um
órgão regulador, em 17 de maio de 20X2.

Em 18 de março de 20X2, as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão (data da


autorização de emissão pelo conselho).

6 Em alguns casos, é exigido que a administração de uma entidade submeta suas demonstrações financeiras
a um conselho de supervisão (constituído exclusivamente de não executivos) para aprovação. Nesses
casos, as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão, quando a administração autoriza sua
emissão ao conselho de supervisão.

Exemplo
Em 18 de março de 20X2, a administração de uma entidade autoriza as demonstrações financeiras
para emissão a seu conselho de supervisão. O conselho de supervisão é constituído exclusivamente
de não executivos e pode incluir representantes de funcionários e outros interessados externos.
O conselho de supervisão aprova as demonstrações financeiras em 26 de março de 20X2.
As demonstrações financeiras são disponibilizadas aos acionistas e outros em 1º de abril de 20X2.
Os acionistas aprovam as demonstrações financeiras em sua assembleia ordinária, em 15 de maio
de 20X2, e as demonstrações financeiras são então arquivadas junto a um órgão regulador em 17 de
maio de 20X2.

Em 18 de março de 20X2, as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão (data da


autorização da administração para emissão ao conselho de supervisão).

7 Os eventos após o período de relatório incluem todos os eventos até a data em que as demonstrações
financeiras foram autorizadas para emissão, mesmo se esses eventos ocorrerem após o anúncio público
de lucro ou de outras informações financeiras selecionadas.

Reconhecimento e mensuração

Eventos após o período de relatório que originam ajustes


8 Uma entidade ajustará os valores reconhecidos em suas demonstrações financeiras, para refletir
os eventos após o período de relatório que originam ajustes.

9 A seguir são apresentados exemplos de eventos após o período de relatório que exigem que uma entidade
ajuste os valores reconhecidos em suas demonstrações financeiras ou reconheça itens que não foram
anteriormente reconhecidos.

(a) A conclusão, após o período de relatório, de um processo judicial que confirme que a entidade
tinha uma obrigação presente no final do período de relatório. A entidade ajusta qualquer provisão
anteriormente reconhecida referente a esse processo judicial de acordo com a IAS 37 – Provisões,

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Passivos Contingentes e Ativos Contingentes ou reconhece uma nova provisão. A entidade não
divulga meramente um passivo contingente, porque a liquidação fornece uma evidência adicional
que seria considerada de acordo com o parágrafo 16 da IAS 37.

(b) O recebimento de informações, após o período de relatório, indicando que um ativo teve seu valor
recuperável reduzido no final do período de relatório ou que a redução ao valor recuperável desse
ativo anteriormente reconhecida precisa ser ajustada. Por exemplo:

(i) a falência de um cliente que ocorrer após o período de relatório normalmente confirma que
houve uma perda, no final do período de relatório, em uma conta a receber de cliente e que
a entidade precisa ajustar o valor contábil da conta a receber; e

(ii) a venda de estoques após o período de relatório pode proporcionar evidência sobre o valor
líquido realizável no final do período de relatório.

(c) a determinação, após o período de relatório, do custo de ativos adquiridos ou os recursos recebidos
pela venda de ativos realizada antes do final do período de relatório.

(d) a determinação, após o período de relatório, do valor da participação nos lucros ou pagamento
de bônus, se a entidade tinha uma obrigação, legal ou presumida, presente no final do período
de relatório para fazer esses pagamentos como resultado de eventos anteriores a essa data (vide
IAS 19 – Benefícios aos Empregados).

(e) a descoberta de fraude ou erros que mostrem que as demonstrações financeiras estão incorretas.

Eventos após o período de relatório que não originam ajustes


10 Uma entidade não ajustará os valores reconhecidos em suas demonstrações financeiras para refletir
eventos após o período de relatório que não originam ajustes.

11 Um exemplo de um evento após o período de relatório que não requer ajuste é a redução no valor justo
de investimentos entre o final do período de relatório e a data em que as demonstrações financeiras
são autorizadas para emissão. A redução no valor justo normalmente não está relacionada à condição
dos investimentos no final do período de relatório, mas reflete as circunstâncias que surgiram
subsequentemente. Portanto, uma entidade não ajusta os valores reconhecidos em suas demonstrações
financeiras para os investimentos. De modo similar, a entidade não atualiza os valores divulgados para
os investimentos no final do período de relatório, embora possa precisar fazer uma divulgação adicional,
de acordo com o parágrafo 21.

Dividendos
12 Se uma entidade declara dividendos aos titulares de instrumentos de patrimônio (conforme definido
na IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação) após o período de relatório, a entidade não
reconhecerá esses dividendos como passivo no final do período de relatório.

13 Se dividendos são declarados após o período de relatório, mas antes que as demonstrações financeiras
sejam autorizadas para emissão, esses dividendos não são reconhecidos como passivo no final do período
de relatório porque nenhuma obrigação existe nessa ocasião. Esses dividendos são divulgados em notas
explicativas, de acordo com a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras.

Continuidade operacional
14 Uma entidade não preparará suas demonstrações financeiras com base no pressuposto de
continuidade operacional, se a administração determinar, após o período de relatório, que pretende
liquidar a entidade ou interromper os negócios ou que não tem alternativa realista a não ser fazê‑lo.

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IFRS Foundation A549
IAS 10

15 A deterioração dos resultados operacionais e da posição financeira, após o período de relatório, poderá
indicar a necessidade de considerar se o pressuposto de continuidade operacional ainda é apropriado.
Se a presunção de continuidade operacional não for mais apropriada, o efeito é tão patente que esta
Norma requer uma mudança fundamental na base de contabilização, ao invés de um ajuste nos valores
reconhecidos dentro da base original de contabilização.

16 A IAS 1 especifica as divulgações exigidas, se:

(a) as demonstrações financeiras não forem preparadas com base no pressuposto de continuidade
operacional; ou

(b) a administração estiver ciente de incertezas relevantes a eventos ou condições que possam impor
dúvidas significativas sobre a capacidade da entidade de permanecer em continuidade operacional.
Os eventos ou condições que exigem divulgações podem surgir após o período de relatório.

Divulgação

Data de autorização para emissão


17 Uma entidade divulgará a data em que as demonstrações financeiras foram autorizadas para
emissão e quem deu essa autorização. Se os sócios da entidade ou outros tiverem o poder de alterar
as demonstrações financeiras após a emissão, a entidade divulgará esse fato.

18 É importante que os usuários saibam quando as demonstrações financeiras foram autorizadas para
emissão, porque as demonstrações financeiras não refletem eventos após essa data.

Atualização de divulgação sobre condições no final do período de


relatório
19 Se uma entidade receber informações, após o período de relatório, sobre condições que existiam no
final do período de relatório, ela deve atualizar as divulgações que dizem respeito a essas condições,
em vista das novas informações.

20 Em alguns casos, uma entidade precisa atualizar as divulgações em suas demonstrações financeiras
para refletir informações recebidas após o período de relatório, mesmo quando as informações não
afetam os valores que ela reconhece em suas demonstrações financeiras. Um exemplo da necessidade de
atualizar divulgações é quando é disponibilizada evidência, após o período de relatório, sobre um passivo
contingente que existia no final do período de relatório. Além de considerar se é necessário reconhecer
ou alterar uma provisão, de acordo com a IAS 37, uma entidade atualiza suas divulgações sobre passivo
contingente, em vista dessa evidência.

Eventos após o período de relatório que não originam ajustes


21 Se eventos após o período de relatório que não originam ajustes forem relevantes, a sua não
divulgação pode influenciar as decisões econômicas que os usuários tomam com base nas
demonstrações financeiras. Consequentemente, a entidade deve divulgar o seguinte, para cada
categoria relevante de evento após o período de relatório que não origina ajuste:

(a) a natureza do evento; e

(b) uma estimativa de seu efeito financeiro ou uma declaração de que essa estimativa não pode
ser feita.

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22 Seguem exemplos de eventos após o período de relatório que não originam ajustes que geralmente
resultariam em divulgação:

(a) uma combinação de negócios de grande porte após o período de relatório (a IFRS 3 – Combinações
de Negócios exige divulgações específicas nesse caso) ou a alienação de uma subsidiária de
grande porte;

(b) anúncio de um plano para descontinuar uma operação;

(c) compras de ativos de grande porte, classificação de ativos como mantidos para venda, de acordo
com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas, ou
outras alienações de ativos ou desapropriação de ativos importantes pelo governo;

(d) a demolição de uma unidade de produção de grande porte por um incêndio, após o período
de relatório;

(e) anúncio ou início da implementação de uma reestruturação de grande porte (vide IAS 37);

(f) transações importantes com ações ordinárias e transações potenciais com ações ordinárias, após o
período de relatório (a IAS 33 – Lucro por Ação exige que uma entidade divulgue uma descrição
dessas transações, exceto quando as transações envolverem a capitalização ou emissões de bônus,
desdobramento de ações ou desdobramento reverso de ações, as quais devem ser ajustadas de
acordo com a IAS 33);

(g) mudanças anormalmente grandes após o período de relatório nos preços de ativos ou nas taxas
de câmbio;

(h) mudanças nas alíquotas fiscais ou leis tributárias, emitidas ou anunciadas após o período de relatório,
e que tenham um efeito significativo sobre os impostos correntes e impostos diferidos ativos e
passivos (vide IAS 12 – Impostos sobre a Renda);

(i) celebração de compromissos significativos ou passivos contingentes; por exemplo, emissão de


garantias significativas; e

(j) início de litígios importantes, decorrentes exclusivamente de eventos que tenham ocorrido após o
período de relatório.

Data de vigência
23 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

23A A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 11. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 13.

Revogação da IAS 10 (revisada em 1999)


24 Esta Norma substitui a IAS 10 – Eventos Subsequentes à Data do Balanço Patrimonial (revisada em 1999).

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IAS 10

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2003, foram incorporadas nas
respectivas IFRSs publicadas nesta edição.

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IAS 11

Norma Internacional de Contabilidade IAS 11

Contratos de Construção
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 11 – Contratos de
Construção, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro
de 1993. A IAS 11 – Contratos de Construção substituiu partes da IAS 11 – Contabilização de Contratos de
Construção (emitida em março de 1979).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 11. Elas incluem a IAS 23 – Custos de
Empréstimos (tal como revisada em março de 2007) e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras
(tal como revisada em setembro de 2007).

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Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 11


CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 3
COMBINAÇÃO E SEGMENTAÇÃO DE CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO 7
RECEITA DO CONTRATO 11
CUSTOS DO CONTRATO 16
RECONHECIMENTO DAS RECEITAS E DESPESAS DO CONTRATO 22
RECONHECIMENTO DE PERDAS ESPERADAS 36
MUDANÇAS NAS ESTIMATIVAS 38
DIVULGAÇÃO 39
DATA DE VIGÊNCIA 46

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Divulgação de políticas contábeis
A determinação de receitas e despesas do contrato
Divulgações do contrato

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 11 – Contratos de Construção é definida nos parágrafos 1‑46.


Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo
IASB. A IAS 11 deve ser lida no contexto de seu objetivo, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis
na ausência de orientação explícita.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 11


Contratos de Construção

Objetivo
O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil das receitas e custos associados a contratos
de construção. Devido à natureza da atividade empreendida em contratos de construção, a data na qual a
atividade do contrato é celebrada e a data em que a atividade é concluída geralmente caem em períodos
contábeis diferentes. Portanto, a questão principal na contabilização de contratos de construção é a
alocação das receitas do contrato e dos custos do contrato aos períodos contábeis em que o trabalho de
construção for realizado. Esta Norma usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na Estrutura
Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras1 para determinar quando
as receitas do contrato e os custos do contrato devem ser reconhecidos como receita e despesa na
demonstração do resultado abrangente. Ela também fornece orientação prática sobre a aplicação
desses critérios.

Alcance
1 Esta Norma será aplicada na contabilização de contratos de construção nas demonstrações
financeiras de empreiteiros.

2 Esta Norma substitui a IAS 11 – Contabilização de Contratos de Construção, aprovada em 1978.

Definições
3 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Um contrato de construção é um contrato negociado especificamente para a construção de um ativo


ou de uma combinação de ativos estreitamente inter-relacionados ou interdependentes em termos
de seu design, tecnologia e função ou de seu propósito ou uso final.

Um contrato a preço fixo é um contrato de construção no qual o empreiteiro concorda com um


preço contratual fixo ou com uma taxa fixa por unidade de produção que, em alguns casos, está
sujeita a cláusulas de reajuste de custos.

Um contrato por administração é um contrato de construção no qual o empreiteiro é reembolsado


pelos custos permitidos, ou de outro modo definidos, mais um percentual desses custos ou um
honorário fixo.

4 Um contrato de construção pode ser negociado para a construção de um único ativo, como uma
ponte, edifício, barragem, tubulação, estrada, navio ou túnel. Um contrato de construção pode tratar
ainda da construção de uma série de ativos que estejam estreitamente inter-relacionados ou que sejam
interdependentes em termos de seu design, tecnologia e função ou de seu propósito ou uso final. Exemplos
de contratos dessa natureza incluem contratos para a construção de refinarias e de outras instalações ou
equipamentos complexos.

5 Para os fins desta Norma, contratos de construção incluem:

(a) contratos para a prestação de serviços que estejam diretamente relacionados à construção do ativo,
como, por exemplo, contratos de serviços a serem prestados por gerentes de projeto e arquitetos; e

1 A Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASC foi adotada pelo IASB em 2001.
Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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(b) contratos para a destruição ou restauração de ativos e para a recuperação ambiental após a demolição
de ativos.

6 Os contratos de construção são formulados de diversas formas, as quais, para os fins desta Norma, são
classificadas como contratos a preço fixo e contratos por administração. Alguns contratos de construção
podem conter características tanto de um contrato a preço fixo quanto de um contrato por administração,
como, por exemplo, no caso de um contrato por administração com um preço máximo pactuado. Nessas
circunstâncias, o empreiteiro precisa considerar todas as condições dos parágrafos 23 e 24, a fim de
determinar quando reconhecer as receitas e despesas do contrato.

Combinação e segmentação de contratos de construção


7 As exigências desta Norma, de modo geral, aplicam-se separadamente a cada contrato de construção.
Contudo, em certas circunstâncias, é necessário aplicar a Norma aos componentes separadamente
identificáveis de um único contrato ou a um grupo de contratos em conjunto, de modo a refletir a essência
de um contrato ou de um grupo de contratos.

8 Se um contrato cobrir vários ativos, a construção de cada ativo deverá ser tratada como um contrato
de construção separado quando:

(a) propostas separadas tiverem sido apresentadas para cada ativo;

(b) cada ativo tiver sido objeto de negociação separada e o empreiteiro e o cliente puderem aceitar
ou rejeitar a parte do contrato relativa a cada ativo; e

(c) os custos e receitas de cada ativo puderem ser identificados.

9 Um grupo de contratos, seja com um único cliente ou com vários clientes, será tratado como um
único contrato de construção quando:

(a) o grupo de contratos for negociado como um único “pacote”;

(b) os contratos estiverem tão estreitamente inter-relacionados que constituam, de fato, parte de
um único projeto com uma margem de lucro global; e

(c) os contratos forem executados simultaneamente ou em uma sequência contínua.

10 Um contrato poderá prever a construção de um ativo adicional, a critério do cliente, ou poderá


ser alterado para incluir a construção de um ativo adicional. A construção do ativo adicional será
tratada como um contrato de construção separado quando:

(a) o ativo diferir significativamente, em termos de design, tecnologia ou função, do ativo ou


ativos cobertos pelo contrato original; ou

(b) o preço do ativo for negociado sem levar em conta o preço original do contrato.

Receita do contrato
11 As receitas do contrato compreenderão:

(a) o valor inicial de receitas pactuado no contrato; e

(b) alterações na obra contratada, reivindicações e pagamentos de incentivo:

(i) na medida em que seja provável que resultem em receitas; e

(ii) na medida em que essas receitas possam ser mensuradas de forma confiável.

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12 As receitas do contrato são mensuradas ao valor justo da contrapartida recebida ou a receber. A mensuração
das receitas do contrato é afetada por uma série de incertezas que dependem do resultado de eventos
futuros. As estimativas precisam ser revisadas com frequência, conforme eventos ocorram e incertezas
sejam resolvidas. Portanto, o valor das receitas do contrato pode aumentar ou diminuir de um período a
outro. Por exemplo:

(a) um empreiteiro e um cliente podem determinar alterações ou reivindicações que aumentem


ou diminuam as receitas do contrato em um período subsequente àquele em que o contrato foi
inicialmente pactuado;

(b) o valor das receitas pactuadas em um contrato a preço fixo pode aumentar como resultado de
cláusulas de aumento de custos;

(c) o valor das receitas do contrato podem diminuir como resultado de multas decorrentes de atrasos
causados pelo empreiteiro na conclusão do contrato; ou

(d) quando um contrato a preço fixo envolve um preço fixo por unidade de produção, as receitas do
contrato aumentam à medida que aumenta o número de unidades produzidas.

13 Uma alteração é uma instrução do cliente para que seja realizada uma mudança no alcance da obra, de
acordo com o contrato. Ela pode levar a um aumento ou diminuição na receita do contrato. Exemplos de
alterações são mudanças nas especificações ou no projeto do ativo e mudanças na duração do contrato.
Uma alteração é incluída nas receitas do contrato quando:

(a) for provável que o cliente irá aprovar a alteração e o valor das receitas decorrentes da alteração; e

(b) o valor das receitas puder ser mensurado de forma confiável.

14 Uma reivindicação corresponde a um valor que o empreiteiro busca cobrar do cliente ou de outra parte, a
título de restituição por custos não incluídos no preço do contrato. Uma reivindicação pode resultar, por
exemplo, de atrasos causados pelo cliente, erros nas especificações ou no projeto e alterações contestadas
na obra contratada. A mensuração dos valores de receitas decorrentes de reivindicações está sujeita a um
alto nível de incerteza e depende, com frequência, do resultado de negociações. Portanto, reivindicações
são incluídas nas receitas do contrato somente quando:

(a) as negociações alcançarem um estágio tão avançado de modo que seja provável que o cliente irá
aceitar a reivindicação; e

(b) o valor que o cliente provavelmente aceitará possa ser mensurado de forma confiável.

15 Pagamentos de incentivo são valores adicionais pagos ao empreiteiro caso padrões de desempenho
especificados sejam atendidos ou superados. Por exemplo, um contrato poderá prever um pagamento de
incentivo ao empreiteiro em caso de conclusão antes do prazo. Pagamentos de incentivo são incluídos
nas receitas do contrato quando:

(a) o contrato estiver suficientemente adiantado, de modo que seja provável que os padrões de
desempenho especificados serão atendidos ou superados; e

(b) o valor do pagamento de incentivo puder ser mensurado de forma confiável.

Custos do contrato
16 Os custos do contrato compreenderão:

(a) custos diretamente relacionados ao contrato específico;

(b) custos atribuíveis à atividade do contrato de modo geral e que possam ser alocados ao
contrato; e

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(c) outros custos que possam ser especificamente cobrados do cliente de acordo com os termos
do contrato.

17 Custos diretamente relacionados a um contrato específico incluem:

(a) custos de mão-de-obra no local, incluindo supervisão no local;

(b) custos de materiais usados na construção;

(c) depreciação de instalações e equipamentos usados no contrato;

(d) custos de mudança de instalações, equipamentos e materiais, de e para o local do contrato;

(e) custos de aluguel de instalações e equipamentos;

(f) custos de projeto e assistência técnica diretamente relacionados ao contrato;

(g) custos estimados de trabalhos de retificação e garantia, incluindo custos esperados de garantia; e

(h) reivindicações de terceiros.

Esses custos podem sofrer redução por conta de qualquer receita ocasional que não esteja incluída nas
receitas do contrato, como, por exemplo, o produto da venda de materiais excedentes e a alienação de
instalações e equipamentos ao final do contrato.

18 Os custos que podem ser atribuídos à atividade do contrato de modo geral e que podem ser alocados a
contratos específicos incluem:

(a) seguro;

(b) custos de projeto e assistência técnica que não estão diretamente relacionados a um contrato
específico; e

(c) gastos gerais de construção.

Esses custos são alocados utilizando-se métodos que sejam sistemáticos e racionais e que sejam aplicados
consistentemente a todos os custos que tenham características similares. A alocação baseia-se no nível
normal de atividade de construção. Gastos gerais de construção incluem custos como preparação e
processamento da folha de pagamento do pessoal da construção. Os custos que podem ser atribuídos à
atividade do contrato de modo geral e que podem ser alocados a contratos específicos incluem também
custos de empréstimos.

19 Os custos que podem ser cobrados especificamente do cliente, de acordo com os termos do contrato,
podem incluir alguns custos gerais de administração e custos de desenvolvimento, cuja restituição esteja
prevista no contrato.

20 Custos que não possam ser atribuídos à atividade do contrato ou que não possam ser alocados a um
contrato são excluídos dos custos de um contrato de construção. Esses custos incluem:

(a) custos gerais de administração cuja restituição não esteja prevista no contrato;

(b) custos de venda;

(c) custos de pesquisa e desenvolvimento cuja restituição não esteja prevista no contrato; e

(d) depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam usados em um contrato específico.

21 Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a um contrato para o período, contado da data em
que o contrato foi assegurado até a sua conclusão. Contudo, os custos diretamente relacionados a um
contrato que sejam incorridos para assegurá-lo também são incluídos como parte dos custos do contrato,

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se puderem ser separadamente identificados e mensurados de forma confiável e se for provável que o
contrato será fechado. Quando custos incorridos para assegurar um contrato forem reconhecidos como
despesa no período em que forem incorridos, eles não serão incluídos nos custos do contrato quando o
contrato for fechado em um período posterior.

Reconhecimento das receitas e despesas do contrato


22 Quando o resultado de um contrato de construção puder ser estimado de forma confiável, suas
receitas e os custos associados ao contrato de construção serão reconhecidos como receitas e
despesas, respectivamente, por referência ao estágio de conclusão da atividade do contrato no final
do período de relatório. Uma perda esperada no contrato de construção será reconhecida como
uma despesa imediatamente, de acordo com o parágrafo 36.

23 No caso de um contrato a preço fixo, o resultado de um contrato de construção poderá ser estimado
de forma confiável quando todas as condições a seguir forem atendidas:

(a) as receitas totais do contrato puderem ser mensuradas de forma confiável;

(b) for provável que os benefícios econômicos associados ao contrato fluirão para a entidade;

(c) tanto os custos para a sua conclusão quanto o estágio de conclusão do contrato, no final do
período de relatório, puderem ser mensurados de forma confiável; e

(d) os custos do contrato a ele atribuíveis puderem ser claramente identificados e mensurados
de forma confiável, de modo que os custos do contrato efetivamente incorridos possam ser
comparados a estimativas anteriores.

24 No caso de um contrato por administração, o resultado de um contrato de construção poderá ser


estimado de forma confiável quando todas as condições a seguir forem atendidas:

(a) for provável que os benefícios econômicos associados ao contrato fluirão para a entidade; e

(b) os custos do contrato a ele atribuíveis, sejam ou não especificamente reembolsáveis, puderem
ser claramente identificados e mensurados de forma confiável.

25 O reconhecimento de receitas e despesas por referência ao estágio de conclusão de um contrato é


frequentemente referido como o método do percentual de acabamento. De acordo com esse método, a
receita do contrato é conciliada com os custos do contrato incorridos para chegar ao estágio de conclusão,
resultando na apresentação de receitas, despesas e lucro, que podem ser atribuídos à proporção do trabalho
concluído. Esse método fornece informações úteis sobre a extensão da atividade e execução do contrato
durante um período.

26 Pelo método do percentual de acabamento as receitas do contrato são reconhecidas como receitas no
lucro ou perda nos períodos contábeis em que a obra for realizada. Os custos do contrato são geralmente
reconhecidos como despesa no lucro ou perda nos períodos contábeis em que a obra a que corresponderem
for executada. Contudo, qualquer valor pelo qual os custos totais do contrato excedam suas receitas totais
é reconhecido imediatamente como uma despesa, de acordo com o parágrafo 36.

27 Um empreiteiro poderá ter incorrido em custos de contrato que correspondam a atividades futuras a ele
relacionadas. Esses custos do contrato são reconhecidos como um ativo, desde que seja provável que
serão recuperados. Esses custos representam um valor devido pelo cliente e são comumente classificados
como construção em andamento.

28 O resultado de um contrato de construção somente pode ser estimado de forma confiável quando for
provável que os benefícios econômicos a ele associados fluirão para a entidade. Entretanto, quando surge
uma incerteza sobre a probabilidade de recebimento de um valor já incluído nas receitas do contrato e já
reconhecido no lucro ou perda, o valor incobrável ou o valor em relação ao qual a recuperação deixou de
ser provável é reconhecido como uma despesa, em vez de um ajuste do valor das receitas do contrato.

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29 Uma entidade pode, de modo geral, realizar estimativas confiáveis após ter celebrado um contrato
que estabeleça:

(a) os direitos exequíveis de cada parte em relação ao ativo a ser construído;

(b) a contrapartida a ser trocada; e

(c) a maneira e os termos de liquidação.

Também é comumente necessário que a entidade tenha um efetivo sistema interno de orçamento e
apresentação de informações. A entidade analisa e, quando necessário, revisa as estimativas de receitas
e custos do contrato, à medida que o contrato progride. A necessidade dessas revisões não indica
necessariamente que o resultado do contrato não pode ser estimado de forma confiável.

30 O estágio de conclusão de um contrato pode ser determinado por diversos métodos. A entidade usa
o método que mensura de forma confiável a obra realizada. Dependendo da natureza do contrato, os
métodos podem incluir:

(a) a proporção entre os custos do contrato incorridos para a obra executada até a data em questão e
os custos totais estimados do contrato;

(b) estudos da obra realizada; ou

(c) conclusão de uma proporção física da obra contratada.

Os pagamentos e adiantamentos recebidos de clientes frequentemente não refletem as obras executadas.

31 Quando o estágio de conclusão for determinado por referência aos custos do contrato incorridos até a
data em questão, somente os custos do contrato que refletem obras executadas são incluídos nos custos
incorridos até a data em questão. Exemplos de custos do contrato que não são incluídos:

(a) custos do contrato relacionados à atividade futura do contrato, como custos de materiais que foram
entregues no local do contrato ou separados para uso em um contrato, mas que ainda não foram
instalados, usados ou aplicados durante a execução do contrato, a menos que os materiais tenham
sido feitos especialmente para o contrato; e

(b) pagamentos efetuados a subempreiteiros em adiantamento de obras executadas, de acordo com o


contrato de subempreitada.

32 Quando o resultado de um contrato de construção não puder ser estimado de forma confiável:

(a) as receitas serão reconhecidas somente na proporção dos custos incorridos do contrato cuja
recuperação seja provável; e

(b) os custos do contrato serão reconhecidos como despesa no período em que forem incorridos.

Uma perda esperada no contrato de construção será reconhecida como uma despesa imediatamente,
de acordo com o parágrafo 36.

33 Durante os primeiros estágios de um contrato, é frequente o caso em que o resultado do contrato não
pode ser estimado de forma confiável. Contudo, pode ser provável que a entidade recuperará os custos
incorridos do contrato. Portanto, as receitas do contrato são reconhecidas somente na medida em que
se espera que os custos incorridos possam ser recuperados. Como o resultado do contrato não pode ser
estimado de forma confiável, nenhum lucro é reconhecido. Entretanto, ainda que o resultado do contrato
não possa ser estimado de forma confiável, pode ser provável que os custos totais do contrato excederão
as receitas totais do contrato. Nesses casos, qualquer valor pelo qual os custos totais excedam as receitas
totais do contrato é reconhecido imediatamente como uma despesa, de acordo com o parágrafo 36.

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34 Os custos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos imediatamente como
despesa. Exemplos de circunstâncias em que a recuperação de custos incorridos do contrato pode não
ser provável e nas quais os custos do contrato podem precisar ser reconhecidos imediatamente como
despesa incluem contratos:

(a) que não sejam plenamente exequíveis, ou seja, sua validade esteja seriamente em questão;

(b) cuja conclusão esteja sujeita ao resultado de litígios pendentes ou de legislação;

(c) relativos a imóveis que provavelmente serão condenados ou expropriados;

(d) em que o cliente está impossibilitado de cumprir suas obrigações; ou

(e) em que o empreiteiro está impossibilitado de concluir o contrato ou, de outro modo, de cumprir
suas respectivas obrigações contratuais.

35 Quando não mais existirem as incertezas que impediram que o resultado do contrato fosse estimado
de forma confiável, as receitas e despesas associadas ao contrato de construção serão reconhecidas
de acordo com o parágrafo 22, em vez de reconhecidas de acordo com o parágrafo 32.

Reconhecimento de perdas esperadas


36 Quando for provável que os custos totais do contrato excederão as receitas totais do contrato, as
perdas esperadas deverão ser imediatamente reconhecidas como despesa.

37 O valor dessa perda é determinado independentemente:

(a) se a obra contratada foi iniciada;

(b) do estágio de conclusão da atividade do contrato; ou

(c) dos lucros que se espera sejam auferidos de outros contratos que não sejam tratados como um único
contrato de construção, de acordo com o parágrafo 9.

Mudanças nas estimativas


38 O método do percentual de acabamento é aplicado de forma cumulativa em cada período contábil, às
estimativas correntes de receitas e custos do contrato. Portanto, o efeito de uma mudança na estimativa
das receitas ou dos custos do contrato ou o efeito de uma mudança na estimativa do resultado de um
contrato é contabilizado como uma mudança na estimativa contábil (vide IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros). As estimativas modificadas são utilizadas na determinação
do valor das receitas e despesas reconhecidas no lucro ou perda no período em que a mudança é efetuada
e em períodos subsequentes.

Divulgação
39 Uma entidade divulgará:

(a) o valor das receitas do contrato reconhecidas como receita no período;

(b) os métodos usados para determinar as receitas do contrato reconhecidas no período; e

(c) os métodos usados para determinar o estágio de conclusão de contratos em andamento.

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40 Uma entidade divulgará cada um dos itens a seguir para contratos em andamento no final do
período de relatório:

(a) o valor total dos custos incorridos e dos lucros reconhecidos (menos as perdas reconhecidas)
até a data em questão;

(b) o valor de adiantamentos recebidos; e

(c) o valor de retenções.

41 Retenções são valores de faturamentos por progresso que não são quitados até que sejam atendidas as
condições especificadas no contrato para o seu pagamento ou até que defeitos tenham sido corrigidos.
Faturamentos por progresso são valores cobrados por obras executadas em virtude de um contrato,
tenham ou não sido pagas pelo cliente. Adiantamentos são valores recebidos pelo empreiteiro antes que
a respectiva obra seja executada.

42 Uma entidade apresentará:

(a) o valor bruto devido de clientes por obras contratadas como ativo; e

(b) o valor bruto devido a clientes por obras contratadas como passivo.

43 O valor bruto devido de clientes por obras contratadas é o valor líquido de:

(a) custos incorridos mais lucros reconhecidos, menos

(b) a soma das perdas reconhecidas e dos faturamentos por progresso

para todos os contratos em andamento, nos quais os custos incorridos mais os lucros reconhecidos (menos
as perdas reconhecidas) excedam os faturamentos por progresso.

44 O valor bruto devido a clientes por obras contratadas é o valor líquido de:

(a) custos incorridos mais lucros reconhecidos, menos

(b) a soma das perdas reconhecidas e dos faturamentos por progresso

para todos os contratos em andamento nos quais os faturamentos por progresso excedam os custos
incorridos mais os lucros reconhecidos (menos as perdas reconhecidas).

45 Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e ativos contingentes de acordo com a IAS 37 –
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Os passivos contingentes e os ativos contingentes
podem resultar de itens tais como custos de garantia, reivindicações, penalidades ou possíveis perdas.

Data de vigência
46 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1995.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 12

Impostos sobre a Renda


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 12 – Impostos
Sobre a Renda, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em outubro
de 1996. A IAS 12 – Impostos Sobre a Renda substituiu partes da IAS 12 – Contabilização de Impostos Sobre a
Renda (emitida em julho de 1979).

Em dezembro de 2010, o IASB alterou a IAS 12 para tratar de uma questão que surge quando entidades aplicam
o princípio de mensuração da IAS 12 a diferenças temporárias relativas a propriedades para investimento que são
mensuradas ao valor justo. Essa alteração também incorporou alguma orientação de uma Interpretação relacionada
(SIC-21 – Impostos Sobre a Renda – Recuperação de Ativos Reavaliados Não Depreciáveis).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 12. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003 e setembro de 2007), a IFRS 3 – Combinações
de Negócios (emitida em março de 2004) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009
e outubro de 2010).

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IAS 12

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 12
IMPOSTOS SOBRE A RENDA
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 5
Base fiscal 7
RECONHECIMENTO DE IMPOSTOS CORRENTES PASSIVOS E
IMPOSTOS CORRENTES ATIVOS 12
RECONHECIMENTO DE IMPOSTOS DIFERIDOS PASSIVOS E
IMPOSTOS DIFERIDOS ATIVOS 15
Diferenças temporárias tributáveis 15
Combinações de negócios 19
Ativos reconhecidos ao valor justo 20
Ágio 21
Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo 22
Diferenças temporárias dedutíveis 24
Ágio 32A
Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo 33
Prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados 34
Reavaliação de impostos diferidos ativos não reconhecidos 37
Investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e
participações em negócios em conjunto 38
MENSURAÇÃO 46
RECONHECIMENTO DE IMPOSTOS CORRENTE E DIFERIDO 57
Itens reconhecidos em lucros e perdas 58
Itens reconhecidos fora de lucros e perdas 61A
Imposto diferido decorrente de uma combinação de negócios 66
Impostos corrente e diferido decorrentes de transações
de pagamento baseadas em ações 68A
APRESENTAÇÃO 71
Impostos ativos e passivos 71
Compensação 71
Despesa de imposto 77
Despesa (receita) de imposto relacionada a lucros e perdas de atividades normais 77
Diferenças de câmbio em passivos ou ativos de impostos estrangeiros diferidos 78
DIVULGAÇÃO 79
DATA DE VIGÊNCIA 89
REVOGAÇÃO DA SIC-21 99

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PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE IMPOSTO DIFERIDO:


RECUPERAÇÃO DE ATIVOS SUBJACENTES (ALTERAÇÕES À IAS 12)
EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2010
BASE PARA CONCLUSÕES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Exemplos de diferenças temporárias
Cálculos ilustrativos e apresentação

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IAS 12

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 12 – Impostos sobre a Renda (IAS 12) é definida nos parágrafos
1-99. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada
pelo IASB. A IAS 12 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 –
Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação
das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 12

Introdução

IN1 Esta Norma (“IAS 12 (revisada)”) substitui a IAS 12 – Contabilização de Impostos sobre a Renda (“a
IAS 12 original”). A IAS 12 (revisada) deve ser aplicada para períodos contábeis iniciados em ou após
1o de janeiro de 1998. As principais mudanças em relação à IAS 12 original estão apresentadas a seguir.

IN2 A IAS 12 original exigia que uma entidade contabilizasse o imposto diferido usando o método de
diferimento ou um método de passivo que algumas vezes é conhecido como o método do passivo na
demonstração do resultado. A IAS 12 (revisada) proíbe o método de diferimento e exige outro método
de passivo que algumas vezes é conhecido como o método do passivo no balanço patrimonial.

O método do passivo na demonstração do resultado se concentra nas diferenças temporais, enquanto


o método do passivo no balanço patrimonial se concentra em diferenças temporárias. As diferenças
temporais são diferenças entre o lucro tributável e o lucro contábil que se originam em um período e
são revertidas em um ou mais períodos subsequentes. As diferenças temporárias são diferenças entre a
base fiscal de um ativo ou passivo e seu valor contábil na demonstração da posição financeira. A base
fiscal de um ativo ou passivo é o valor atribuído ao ativo ou passivo para propósitos fiscais.

Todas as diferenças temporais são diferenças temporárias. Diferenças temporárias também surgem nas
seguintes circunstâncias, que não originam diferenças temporais, embora a IAS 12 original as tenha
tratado da mesma forma que as transações que originam diferenças temporais:

(a) subsidiárias, coligadas ou negócios em conjunto não distribuíram a totalidade de seus lucros à
controladora, ao investidor, ao empreendedor em conjunto ou ao operador em conjunto;

(b) os ativos são reavaliados e nenhum ajuste equivalente é feito para propósitos fiscais; e

(c) os ativos adquiridos e passivos assumidos identificáveis em uma combinação de negócios são
geralmente reconhecidos ao seu valor justo, de acordo com a IFRS 3 – Combinações de Negócios,
mas nenhum ajuste equivalente é feito para propósitos fiscais.

Além disso, há algumas diferenças temporárias que não são diferenças temporais, por exemplo, diferenças
temporárias que se originam quando:

(a) os ativos e passivos não monetários de uma entidade são medidos em sua moeda funcional, mas o
lucro tributável ou prejuízo fiscal (e, portanto, a base fiscal de seus ativos e passivos não monetários)
é determinado em uma moeda diferente;

(b) os ativos e passivos não monetários são reapresentados de acordo com a IAS 29 – Relatório
Financeiro em Economias Hiperinflacionárias; ou

(c) o valor contábil de um ativo ou passivo no reconhecimento inicial difere de sua base fiscal inicial.

IN3 A IAS 12 original permitia que uma entidade não reconhecesse os impostos diferidos ativos e passivos
quando houvesse evidência razoável de que as diferenças temporais não seriam revertidas por um período
considerável no futuro. A IAS 12 (revisada) exige que uma entidade reconheça um imposto diferido
passivo ou (sujeito a certas condições) ativo para todas as diferenças temporárias, com certas exceções
indicadas abaixo.

IN4 A IAS 12 original exigia que:

(a) os impostos diferidos ativos decorrentes de diferenças temporais fossem reconhecidos quando
houvesse uma expectativa razoável de realização; e

(b) os impostos diferidos ativos decorrentes de prejuízos fiscais fossem reconhecidos como um ativo
somente quando houvesse garantia, além de qualquer dúvida razoável, de que o lucro tributável
futuro seria suficiente para permitir a realização do benefício do prejuízo. A IAS 12 original permitiu

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IFRS Foundation A569
IAS 12

(mas não exigiu) que uma entidade diferisse o reconhecimento do benefício de prejuízos fiscais
até o período de realização.

A IAS 12 (revisada) exige que os impostos diferidos ativos sejam reconhecidos quando for provável que
haverá lucros tributáveis suficientes para compensar os impostos diferidos ativos. Quando uma entidade
possui um histórico de prejuízos fiscais, a entidade reconhece um imposto diferido ativo somente na
medida em que a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis suficientes ou haja outra evidência
convincente de que haverá lucro tributável suficiente.

IN5 Como uma exceção ao requisito geral estabelecido no parágrafo IN3 acima, a IAS 12 (revisada) proíbe o
reconhecimento de impostos diferidos passivos e impostos diferidos ativos decorrentes de determinados
ativos ou passivos cujo valor contábil seja diferente no reconhecimento inicial de sua base fiscal inicial.
Considerando que essas circunstâncias não originam diferenças temporárias, elas não resultaram em
impostos diferidos ativos ou passivos de acordo com a IAS 12 original.

IN6 A IAS 12 original exigia que os impostos a pagar sobre lucros não distribuídos de subsidiárias e coligadas
fossem reconhecidos, exceto se fosse razoável assumir que esses lucros não seriam distribuídos ou que uma
distribuição não originaria um imposto passivo. Contudo, a IAS 12 (revisada) proíbe o reconhecimento
desses impostos diferidos passivos (e aqueles decorrentes de qualquer ajuste acumulado de conversão)
na medida em que:

(a) a controladora, o investidor, o empreendedor em conjunto ou o operador em conjunto for capaz de


controlar a época da reversão da diferença temporária; e

(b) for provável que a diferença temporária não será revertida em um futuro previsível.

Quando essa proibição resultar em que nenhum imposto diferido passivo tenha sido reconhecido, a IAS
12 (revisada) exige que uma entidade divulgue o valor agregado das diferenças temporárias em questão.

IN7 A IAS 12 original não se referia explicitamente aos ajustes ao valor justo feitos em uma combinação
de negócios. Esses ajustes originam diferenças temporárias e a IAS 12 (revisada) exige que uma
entidade reconheça o imposto diferido passivo resultante ou (sujeito ao critério de probabilidade de
reconhecimento) imposto diferido ativo com um efeito correspondente na determinação do valor de ágio
ou ganho por compra vantajosa reconhecido. Entretanto, a IAS 12 (revisada) proíbe o reconhecimento
de impostos diferidos passivos decorrentes do reconhecimento inicial do ágio.

IN8 A IAS 12 original permitia, mas não exigia, que uma entidade reconhecesse um imposto diferido passivo
em relação às reavaliações do ativo. A IAS 12 (revisada) exige que uma entidade reconheça um imposto
diferido passivo em relação às reavaliações do ativo.

IN9 As consequências fiscais da recuperação do valor contábil de determinados ativos ou passivos podem
depender da forma de recuperação ou liquidação, por exemplo:

(a) em determinados países, os ganhos de capital não são tributados à mesma alíquota que outras
receitas tributáveis; e

(b) em alguns países, o valor deduzido para propósitos fiscais sobre a venda de um ativo é maior que
o valor que pode ser deduzido como depreciação.

A IAS 12 original não dava nenhuma orientação sobre a mensuração de impostos diferidos ativos e passivos
nesses casos. A IAS 12 (revisada) exige que a mensuração de impostos diferidos passivos e impostos
diferidos ativos seja baseada nas consequências fiscais que resultariam da forma como a entidade espera
recuperar ou liquidar o valor contábil de seus ativos e passivos.

IN10 A IAS 12 original não declarava explicitamente se os impostos diferidos ativos e passivos poderiam ser
descontados. A IAS 12 (revisada) proíbe o desconto de impostos diferidos ativos e passivos.

IN11 A IAS 12 original não especificava se uma entidade deveria classificar os saldos de impostos diferidos
como ativos ou passivos circulantes ou como ativos e passivos não circulantes. De acordo com a IAS 12

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IAS 12

(revisada), uma entidade que faz a segregação circulante/não circulante não deve classificar impostos
diferidos ativos e passivos como ativos e passivos circulantes.1

IN12 A IAS 12 original afirmava que os saldos devedores e credores representando impostos diferidos poderiam
ser compensados. A IAS 12 (revisada) estabelece condições mais restritivas sobre a compensação,
baseada amplamente naquelas para ativos e passivos financeiros na IAS 32 – Instrumentos Financeiros:
Divulgação e Apresentação.2

IN13 A IAS 12 original exigia a divulgação de uma explicação da relação entre despesa de imposto e lucro
contábil, se não explicada pelas alíquotas fiscais em vigor no país da entidade que reporta. A IAS 12
(revisada) exige que essa explicação tenha uma ou ambas das seguintes formas:

(a) uma conciliação numérica entre a despesa (receita) de imposto e o produto do lucro contábil
multiplicado pelas alíquotas fiscais aplicáveis; ou

(b) uma conciliação numérica entre a alíquota fiscal média efetiva e a alíquota fiscal aplicável.

A IAS 12 (revisada) também exige uma explicação das mudanças nas alíquotas fiscais aplicáveis
comparadas ao período contábil anterior.

IN14 As novas divulgações exigidas pela IAS 12 (revisada) incluem:

(a) em relação a cada tipo de diferença temporária, prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais
não utilizados:

(i) o valor de impostos diferidos ativos e passivos reconhecidos; e

(ii) o valor da receita ou despesa de imposto diferido reconhecido em lucros e perdas, se não
estiver aparente pelas mudanças nos valores reconhecidos na demonstração da posição
financeira;

(b) em relação às operações descontinuadas, a despesa de imposto relacionada a:

(i) ganho ou perda na descontinuação; e

(ii) lucros e perdas das atividades normais da operação descontinuada; e

(c) o valor de um imposto diferido ativo e a natureza da evidência que suporta seu reconhecimento;
quando:

(i) a utilização do imposto diferido ativo for dependente de lucros tributáveis futuros excedentes
aos lucros decorrentes da reversão de diferenças temporárias tributáveis existentes; e

(ii) a entidade tiver sofrido uma perda no período corrente ou anterior na jurisdição fiscal ao
qual o imposto diferido ativo está relacionado.

1 Essa exigência passou para o parágrafo 56 da IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007).
2 Em 2005, o IASB alterou a IAS 32 para Instrumentos Financeiros: Apresentação.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 12


Impostos sobre a Renda

Objetivo
O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil para impostos sobre a renda. A principal
questão na contabilização de impostos sobre a renda é como contabilizar as consequências fiscais atuais
e futuras de:

(a) recuperação (liquidação) futura do valor contábil de ativos (passivos) que sejam reconhecidos na
demonstração da posição financeira de uma entidade; e

(b) transações e outros eventos do período corrente que sejam reconhecidos nas demonstrações
financeiras de uma entidade.

É inerente no reconhecimento de um ativo ou passivo que a entidade que reporta espera recuperar
ou liquidar o valor contábil desse ativo ou passivo. Se for provável que a recuperação ou liquidação
desse valor contábil tornará futuros pagamentos de impostos maiores (menores) do que seriam se
essa recuperação ou liquidação não tivesse consequências fiscais, esta Norma exige que uma entidade
reconheça um imposto diferido passivo (imposto diferido ativo), com determinadas exceções.

Esta Norma exige que uma entidade contabilize as consequências fiscais das transações e outros eventos
da mesma forma que contabiliza as próprias transações e outros eventos. Desse modo, para transações
e outros eventos reconhecidos em lucros e perdas, quaisquer efeitos fiscais relacionados também são
reconhecidos em lucros e perdas. Para transações e outros eventos reconhecidos fora de lucros e perdas
(em outros resultados abrangentes ou diretamente no patrimônio líquido), quaisquer efeitos fiscais
relacionados também são reconhecidos fora de lucros e perdas (em outros resultados abrangentes ou
diretamente no patrimônio líquido, respectivamente). Da mesma forma, o reconhecimento de impostos
diferidos ativos e passivos em uma combinação de negócios afeta o valor do ágio proveniente dessa
combinação de negócios ou o valor do ganho por compra vantajosa reconhecido.

Esta Norma também trata do reconhecimento de impostos diferidos ativos decorrentes de prejuízos
fiscais não utilizados ou créditos fiscais não utilizados, da apresentação dos impostos sobre a renda nas
demonstrações financeiras e da divulgação das informações relacionadas a impostos sobre a renda.

Alcance
1 Esta Norma será aplicada na contabilização de impostos sobre a renda.

2 Para as finalidades desta Norma, impostos sobre a renda incluem todos os impostos nacionais e
estrangeiros que sejam baseados em lucros tributáveis. Os impostos sobre a renda também incluem
impostos, tais como impostos retidos na fonte, que são devidos por uma subsidiária, coligada ou negócio
em conjunto sobre as distribuições à entidade que reporta.

3 [Excluído]

4 Esta Norma não trata dos métodos de contabilização de subvenções governamentais (vide IAS 20 –
Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental) ou créditos
fiscais de investimento. Entretanto, esta Norma trata da contabilização de diferenças temporárias que
podem surgir dessas subvenções ou créditos fiscais de investimento.

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Definições
5 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Lucro contábil é o lucro ou perda de um período antes da dedução da despesa de imposto sobre
a renda.

Lucro tributável (prejuízo fiscal) é o lucro (perda) de um período, determinado de acordo com as
normas estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual o imposto sobre a renda é pagável
(recuperável).

Despesa (receita) de imposto é o valor total incluído na determinação do lucro ou perda do período
em relação aos impostos corrente e diferido.

Imposto corrente é o valor dos impostos sobre a renda a pagar (recuperáveis) em relação ao lucro
tributável (prejuízo fiscal) de um período.

Impostos diferidos passivos são os valores de impostos sobre a renda a pagar em períodos futuros,
em relação às diferenças temporárias tributáveis.

Impostos diferidos ativos são os valores de impostos sobre a renda recuperáveis em períodos futuros
em relação:

(a) às diferenças temporárias dedutíveis;

(b) ao diferimento de prejuízos fiscais não utilizados; e

(c) ao diferimento de créditos fiscais não utilizados.

Diferenças temporárias são diferenças entre o valor registrado de um ativo ou um passivo na


demonstração da posição financeira e sua base fiscal. As diferenças temporárias podem ser:

(a) diferenças temporárias tributáveis, que são diferenças temporárias que resultarão em valores
tributáveis na determinação do lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros, quando
o valor registrado do ativo ou passivo for recuperado ou liquidado; ou

(b) diferenças temporárias dedutíveis, que são diferenças temporárias entre o valor contábil de
um ativo ou passivo no balanço patrimonial e sua base fiscal, que resultarão em valores que
serão dedutíveis na determinação do lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros
quando o valor contábil do ativo ou passivo for recuperado ou liquidado.

A base fiscal de um ativo ou passivo é o valor atribuído ao ativo ou passivo para propósitos fiscais.

6 Despesa (receita) com imposto compreende a despesa de imposto sobre a renda corrente (receita de
imposto sobre a renda corrente) e a despesa de imposto sobre a renda diferido (receita de imposto sobre
a renda diferido).

Base fiscal
7 A base fiscal de um ativo é o valor que será dedutível para propósitos fiscais em relação a quaisquer
benefícios econômicos tributáveis que fluirão para uma entidade quando ela recuperar o valor contábil
do ativo. Se esses benefícios econômicos não forem tributáveis, a base fiscal do ativo é igual ao seu
valor contábil.

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IAS 12

Exemplos
1 Uma máquina custa 100. Para propósitos fiscais, a depreciação de 30 já foi deduzida nos
períodos corrente e anterior e o custo remanescente será dedutível em períodos futuros,
seja como depreciação ou por meio de dedução na alienação. A receita gerada pelo uso da
máquina é tributável, qualquer ganho na alienação da máquina será tributável e qualquer
perda na alienação será dedutível para propósitos fiscais. A base fiscal da máquina é 70.
2 Os juros a receber têm um valor contábil de 100. A respectiva receita de juros será tributada
pelo regime de caixa. A base fiscal dos juros a receber é zero.
3 Contas a receber de clientes têm um valor contábil de 100. A respectiva receita já foi incluída
no lucro tributável (prejuízo fiscal). A base fiscal das contas a receber de clientes é 100.
4 Dividendos a receber de uma subsidiária têm um valor contábil de 100. Os dividendos não
são tributáveis. Em essência, todo o valor contábil do ativo é dedutível contra os benefícios
econômicos. Consequentemente, a base fiscal dos dividendos a receber é de 100.(a)
5 Um empréstimo a receber tem um valor contábil de 100. A restituição do empréstimo não terá
consequências fiscais. A base fiscal do empréstimo é 100.
(a) Nessa análise, não há nenhuma diferença temporária tributável. Uma análise alternativa é de que os dividendos
acumulados a receber possuem uma base fiscal de zero e que uma alíquota fiscal de zero é aplicada à diferença
temporária tributável resultante de 100. Em ambas as análises, não há nenhum imposto diferido passivo.

8 A base fiscal de um passivo é o seu valor contábil, menos qualquer valor que será dedutível para fiscais
em relação a esse passivo em períodos futuros. No caso de receita que seja recebida antecipadamente,
a base fiscal do passivo resultante é o seu valor contábil, menos qualquer valor da receita que não será
tributável em períodos futuros.

Exemplos
1 Passivos circulantes incluem despesas provisionadas com um valor contábil de 100.
A respectiva despesa será deduzida para propósitos fiscais pelo regime de caixa. A base fiscal
das despesas provisionadas é zero.
2 Passivos circulantes incluem a receita de juros recebidos antecipadamente, com um valor
contábil de 100. A respectiva receita de juros foi tributada pelo regime de caixa. A base fiscal
dos juros recebidos antecipadamente é zero.
3 Passivos circulantes incluem despesas provisionadas com um valor contábil de 100.
A respectiva despesa já foi deduzida para propósitos fiscais.; A base fiscal das despesas
provisionadas é 100.
4 Passivos circulantes incluem provisão para multas e penalidades com um valor contábil de
100. As multas e penalidades não são dedutíveis para propósitos fiscais. A base fiscal da
provisão para multas e penalidades é de 100.(a)
5 Um empréstimo a pagar tem um valor contábil de 100. A restituição do empréstimo não terá
consequências fiscais. A base fiscal do empréstimo é 100.
(a) Nessa análise, não há nenhuma diferença temporária dedutível. Uma análise alternativa é de que a provisão
para multas e penalidades acumuladas a pagar tem uma base fiscal de zero e de que uma alíquota fiscal de zero
é aplicada à diferença temporária dedutível resultante de 100. Em ambas as análises, não há nenhum imposto
diferido ativo.

9 Alguns itens têm uma base fiscal, mas não são reconhecidos como ativos e passivos na demonstração
da posição financeira. Por exemplo, os custos de pesquisa são reconhecidos como uma despesa para
determinar o lucro contábil no período em que são incorridos, mas sua dedução pode não ser permitida
para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) até um período posterior. A diferença entre a base
fiscal dos custos de pesquisa, que é o valor que as autoridades fiscais permitirão como dedução em

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períodos futuros, e o valor contábil zero é uma diferença temporária dedutível que resulta em um imposto
diferido ativo.

10 Quando a base fiscal de um ativo ou passivo não for imediatamente aparente, é útil considerar o princípio
fundamental sobre o qual esta Norma está baseada: o de que uma entidade deverá, com determinadas
exceções, reconhecer um imposto diferido passivo (ativo) sempre que a recuperação ou liquidação do
valor contábil de um ativo ou passivo puder tornar os futuros pagamentos de impostos maiores (menores)
do que seriam se essa recuperação ou liquidação não tivesse consequências fiscais. O exemplo C após
o parágrafo 51A ilustra as circunstâncias em que pode ser útil considerar esse princípio fundamental,
por exemplo, quando a base fiscal de um ativo ou passivo depender da forma esperada de recuperação
ou liquidação.

11 Em demonstrações financeiras consolidadas, as diferenças temporárias são determinadas por meio da


comparação dos valores contábeis de ativos e passivos nas demonstrações financeiras consolidadas com a
base fiscal apropriada. A base fiscal é determinada com base em uma declaração de imposto consolidada
nas jurisdições em que essa declaração é entregue. Em outras jurisdições, a base fiscal é determinada
com base em declarações de imposto de cada entidade do grupo.

Reconhecimento de impostos correntes passivos e impostos correntes ativos


12 O imposto corrente dos períodos corrente e anteriores será, na medida em que não estiver pago,
reconhecido como um passivo. Se o valor já pago em relação aos períodos corrente e anteriores
exceder o valor devido para esses períodos, o excesso será reconhecido como um ativo.

13 O benefício relacionado a um prejuízo fiscal que possa ser compensado para recuperar o imposto
corrente de um período anterior será reconhecido como um ativo.

14 Quando um prejuízo fiscal for utilizado para recuperar o imposto corrente de um período anterior, uma
entidade reconhecerá o benefício como um ativo no período em que o prejuízo fiscal ocorrer, pois é
provável que o benefício flua para a entidade e o benefício possa ser mensurado de forma confiável.

Reconhecimento de impostos diferidos passivos e impostos diferidos ativos

Diferenças temporárias tributáveis


15 Um imposto diferido passivo será reconhecido para todas as diferenças temporárias tributáveis,
exceto na medida em que o imposto diferido passivo for proveniente de:

(a) reconhecimento inicial do ágio; ou

(b) reconhecimento inicial de um ativo ou passivo em uma transação que:

(i) não for uma combinação de negócios; e

(ii) na época da transação, não afetar o lucro contábil nem o lucro tributável (prejuízo
fiscal).

Entretanto, para diferenças temporárias tributáveis associadas a investimentos em subsidiárias,


filiais e coligadas e participações em negócios em conjunto, um imposto diferido passivo será
reconhecido de acordo com o parágrafo 39.

16 É inerente no reconhecimento de um ativo que seu valor contábil será recuperado na forma de benefícios
econômicos que fluirão para a entidade em períodos futuros. Quando o valor contábil do ativo exceder
sua base fiscal, o valor dos benefícios econômicos tributáveis excederá o valor que será permitido como
dedução para propósitos fiscais. Essa diferença é uma diferença temporária tributável e a obrigação de
pagar os impostos sobre a renda resultantes em períodos futuros é um imposto diferido passivo. À medida

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IAS 12

que a entidade recuperar o valor contábil do ativo, a diferença temporária tributável será revertida e a
entidade terá lucro tributável. Isso torna provável que os benefícios econômicos fluirão da entidade na
forma de pagamentos de impostos. Portanto, esta Norma exige o reconhecimento de todos os impostos
diferidos passivos, exceto em determinadas circunstâncias descritas nos parágrafos 15 e 39.

Exemplo
Um ativo que custa 150 tem um valor contábil de 100. A depreciação acumulada para propósitos
fiscais é de 90 e a alíquota fiscal é de 25%.

A base fiscal do ativo é 60 (custo de 150 menos a depreciação fiscal acumulada de 90). Para
recuperar o valor contábil de 100, a entidade deve obter receita tributável de 100, mas somente
poderá deduzir a depreciação fiscal de 60. Consequentemente, a entidade pagará impostos sobre a
renda de 10 (40 a 25%) quando ela recuperar o valor contábil do ativo. A diferença entre o valor
contábil de 100 e a base fiscal de 60 é uma diferença temporária tributável de 40. Portanto, a
entidade reconhece um imposto diferido passivo de 10 (40 a 25%), representando o imposto sobre
a renda que ela pagará quando recuperar o valor contábil do ativo.

17 Algumas diferenças temporárias surgem quando a receita ou despesa é incluída no lucro contábil em
um período, mas é incluída no lucro tributável em um período diferente. Essas diferenças temporárias
são frequentemente descritas como diferenças temporais. Seguem abaixo exemplos dessas diferenças
temporárias, que são diferenças temporárias tributáveis e que, portanto, resultam em impostos
diferidos passivos:

(a) a receita de juros é incluída no lucro contábil de forma proporcional ao tempo, mas em algumas
circunstâncias pode ser incluída no lucro tributável quando o dinheiro for recebido. A base fiscal
de qualquer conta a receber reconhecida na demonstração da posição financeira em relação a essas
receitas é zero, pois as receitas não afetam o lucro tributável até que o dinheiro seja recebido;

(b) a depreciação usada para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) pode ser diferente daquela
usada para determinar o lucro contábil. A diferença temporária é a diferença entre o valor contábil
do ativo e sua base fiscal, que é o custo original do ativo menos todas as deduções em relação
a esse ativo permitidas pelas autoridades fiscais para determinar o lucro tributável dos períodos
corrente e anteriores. Uma diferença temporária tributável surge, e resulta em um imposto diferido
passivo, quando a depreciação fiscal é acelerada (se a depreciação fiscal for menos rápida que a
depreciação contábil, surge uma diferença temporária dedutível, e resulta em um imposto diferido
ativo); e

(c) os custos de desenvolvimento podem ser capitalizados e amortizados em períodos futuros para
determinar o lucro contábil, mas podem ser deduzidos para determinar o lucro tributável no período
em que forem incorridos. Esses custos de desenvolvimento têm uma base fiscal zero, já que foram
deduzidos do lucro tributável. A diferença temporária é a diferença entre o valor contábil dos custos
de desenvolvimento e sua base fiscal zero.

18 As diferenças temporárias também surgem quando:

(a) os ativos adquiridos e passivos assumidos identificáveis em uma combinação de negócios forem
reconhecidos ao seu valor justo, de acordo com a IFRS 3 – Combinações de Negócios, mas nenhum
ajuste equivalente for feito para propósitos fiscais (vide parágrafo 19);

(b) os ativos forem reavaliados e nenhum ajuste equivalente for feito para propósitos fiscais (vide
parágrafo 20);

(c) o ágio surgir em uma combinação de negócios (vide parágrafo 21);

(d) a base fiscal de um ativo ou passivo no reconhecimento inicial for diferente de seu valor contábil
inicial, por exemplo, quando uma entidade se beneficiar de subvenções governamentais não
tributáveis relacionadas a ativos (vide parágrafos 22 e 33); ou

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(e) o valor contábil de investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas ou participações em negócios


em conjunto se tornar diferente da base fiscal do investimento ou participação (vide parágrafos
38-45).

Combinações de negócios

19 Com limitadas exceções, os ativos adquiridos e passivos assumidos identificáveis em uma combinação
de negócios são reconhecidos ao seu valor justo na data de aquisição. As diferenças temporárias surgem
quando as bases fiscais dos ativos adquiridos e passivos assumidos identificáveis não forem afetadas pela
combinação de negócios ou forem afetadas de forma diferente. Por exemplo, quando o valor contábil
de um ativo for aumentado ao seu valor justo, mas a base fiscal dos ativos permanecer ao custo para
o proprietário anterior, surge uma diferença temporária tributável que resulta em um imposto diferido
passivo. O imposto diferido passivo resultante afeta o ágio (vide parágrafo 66).

Ativos reconhecidos ao valor justo

20 As IFRSs permitem ou exigem que determinados ativos sejam reconhecidos ao seu valor justo ou sejam
reavaliados (vide, por exemplo, IAS 16 – Imobilizado, IAS 38 – Ativos Intangíveis, IAS 40 – Propriedades
para Investimento e IFRS 9 – Instrumentos Financeiros). Em algumas jurisdições, a reavaliação ou
outra reapresentação de um ativo ao seu valor justo afeta o lucro tributável (prejuízo fiscal) do período
corrente. Como resultado, a base fiscal do ativo é ajustada e não surge nenhuma diferença temporária.
Em outras jurisdições, a reavaliação ou reapresentação de um ativo não afeta o lucro tributável no período
da reavaliação ou reapresentação e, consequentemente, a base fiscal do ativo não é ajustada. Contudo,
a recuperação futura do valor contábil resultará em um fluxo tributável de benefícios econômicos para
a entidade e o valor que será dedutível para propósitos fiscais será diferente do valor desses benefícios
econômicos. A diferença entre o valor contábil de um ativo reavaliado e sua base fiscal é uma diferença
temporária e origina um imposto diferido passivo ou ativo. Isso é verdadeiro mesmo se:

(a) a entidade não pretender alienar o ativo. Nesses casos, o valor contábil reavaliado do ativo será
recuperado por meio do uso e isso gerará receita tributável que excede a depreciação que será
permitida para propósitos fiscais em períodos futuros; ou

(b) o imposto sobre ganhos de capital for diferido se os proventos da alienação do ativo forem investidos
em ativos similares. Nesses casos, o imposto se tornará devido, em última análise, sobre a venda
ou uso dos ativos similares.

Ágio

21 O ágio proveniente de uma combinação de negócios é medido como o excedente de (a) sobre (b) abaixo:

(a) a soma de:

(i) da contrapartida transferida, mensurada de acordo com a IFRS 3, que geralmente exige o
valor justo da data de aquisição;

(ii) o valor de quaisquer participações de não controladores na adquirida, reconhecido de acordo


com a IFRS 3; e

(iii) em uma combinação de negócios obtida em fases, o valor justo da data de aquisição da
participação patrimonial detida anteriormente pela adquirente na adquirida.

(b) o valor líquido dos valores da data de aquisição dos ativos identificáveis adquiridos e passivos
assumidos, mensurados de acordo com a IFRS 3.

Muitas autoridades fiscais não permitem reduções no valor contábil de ágio como uma despesa dedutível
na determinação do lucro tributável. Além disso, nessas jurisdições, o custo do ágio frequentemente não
é dedutível quando uma subsidiária aliena seus negócios subjacentes. Nessas jurisdições, o ágio tem uma
base fiscal zero. Qualquer diferença entre o valor contábil do ágio e sua base fiscal zero é uma diferença

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temporária tributável. Entretanto, esta Norma não permite o reconhecimento do imposto diferido passivo
resultante, pois o ágio é medido como um residual, e o reconhecimento do imposto diferido passivo
aumentaria o valor contábil do ágio.

21A Reduções subsequentes em um imposto diferido passivo não reconhecido porque decorre do
reconhecimento inicial do ágio também são consideradas como decorrentes do reconhecimento inicial
do ágio e, portanto, não são reconhecidas de acordo com o parágrafo 15(a). Por exemplo, se em uma
combinação de negócios uma entidade reconhecer o ágio de UM100 que possui uma base fiscal de zero,
o parágrafo 15(a) proíbe a entidade de reconhecer o imposto diferido passivo resultante. Se a entidade
subsequentemente reconhecer uma perda por redução ao valor recuperável de ativos de UM20 para esse
ágio, o valor da diferença temporária tributável relacionada ao ágio é reduzido de UM100 para UM80,
com uma redução resultante no valor do imposto diferido passivo não reconhecido. Essa redução no valor
do imposto diferido passivo não reconhecido também é considerada como relacionada ao reconhecimento
inicial do ágio e, portanto, não pode ser reconhecida de acordo com o parágrafo 15(a).

21B Os impostos diferidos passivos para diferenças temporárias tributáveis relacionadas ao ágio são, entretanto,
reconhecidos na medida que não são derivados do reconhecimento inicial do ágio. Por exemplo, se
em uma combinação de negócios uma entidade reconhecer o ágio de UM100, que seja dedutível para
propósitos fiscais, a uma taxa de 20% ao ano com início no ano da aquisição, a base fiscal do ágio é
UM100 no reconhecimento inicial e UM80 no final do ano de aquisição. Se o valor contábil do ágio
no final do ano de aquisição permanecer inalterado em UM100, uma diferença temporária tributável de
UM20 surgirá no final desse ano. Considerando que a diferença temporária tributável não está relacionada
ao reconhecimento inicial do ágio, é reconhecido o imposto diferido passivo resultante é reconhecido.

Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo

22 Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de um ativo ou passivo, por exemplo,
se parte ou a totalidade do custo de um ativo não for dedutível para propósitos fiscais. O método
de contabilização para essa diferença temporária depende da natureza da transação que levou ao
reconhecimento inicial do ativo ou passivo:

(a) em uma combinação de negócios, uma entidade reconhece qualquer imposto diferido ativo ou
passivo, e isso afeta o valor do ágio ou ganho por compra vantajosa que ela reconhece (vide
parágrafo 19);

(b) se a transação afetar o lucro contábil ou o lucro tributável, uma entidade reconhece qualquer imposto
diferido ativo ou passivo e reconhece a despesa ou receita de imposto diferido resultante em lucros
e perdas (vide parágrafo 59);

(c) se a transação não for uma combinação de negócios, e não afetar o lucro contábil nem o lucro
tributável, uma entidade, na ausência da isenção prevista nos parágrafos 15 e 24, reconhecerá
o imposto diferido ativo ou passivo resultante e ajustará o valor contábil do ativo ou passivo
pelo mesmo valor. Esses ajustes tornariam as demonstrações financeiras menos transparentes.
Portanto, esta Norma não permite que uma entidade reconheça o imposto diferido ativo ou passivo
resultante, seja no reconhecimento inicial ou subsequentemente (vide exemplo abaixo). Além disso,
uma entidade não reconhece mudanças subsequentes no imposto diferido ativo ou passivo não
reconhecido à medida que o ativo é depreciado.

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Exemplo ilustrando o parágrafo 22(c)


Uma entidade pretende usar um ativo que custa 1.000 ao longo de sua vida útil de cinco anos e, a
seguir, aliená-lo por um valor residual zero. A alíquota fiscal é de 40%. A depreciação do ativo não
é dedutível para fiscais. Na alienação, qualquer ganho de capital não seria tributável e qualquer
perda de capital não seria dedutível.

Quando recuperar o valor contábil do ativo, a entidade obterá receita tributável de 1.000 e pagará
imposto de 400. A entidade não reconhece o imposto diferido passivo resultante de 400, pois ele
resulta do reconhecimento inicial do ativo.

No ano seguinte, o valor contábil do ativo é 800. Ao obter receita tributável de 800, a entidade
pagará imposto de 320. A entidade não reconhece o imposto diferido passivo de 320, pois ele
resulta do reconhecimento inicial do ativo.

23 De acordo com a IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação, o emissor de um instrumento


financeiro composto (por exemplo, um título conversível) classifica o componente do passivo do
instrumento como um passivo e o componente de patrimônio líquido como patrimônio líquido. Em
algumas jurisdições, a base fiscal do componente do passivo no reconhecimento inicial é igual equivalente
ao valor contábil inicial da soma dos componentes do passivo e de patrimônio líquido. A diferença
temporária tributável resultante decorre do reconhecimento inicial do componente de patrimônio líquido
separadamente do componente do passivo. Portanto, a exceção mencionada no parágrafo 15(b) não é
aplicável. Consequentemente, uma entidade reconhece o imposto diferido passivo resultante. De acordo
com o parágrafo 61A, o imposto diferido é debitado diretamente ao valor contábil do componente de
patrimônio líquido. De acordo com o parágrafo 58, as mudanças subsequentes no imposto diferido
passivo são reconhecidas em lucros e perdas como despesa (receita) de imposto diferido.

Diferenças temporárias dedutíveis


24 Um imposto diferido ativo será reconhecido para todas as diferenças temporárias dedutíveis na
medida em que for provável que haverá lucro tributável para compensar a diferença temporária
dedutível, exceto se o imposto diferido ativo surgir do reconhecimento inicial de um ativo ou passivo
em uma transação que:

(a) não for uma combinação de negócios; e

(b) na época da transação, não afetar o lucro contábil nem o lucro tributável (prejuízo fiscal).

Entretanto, para diferenças temporárias dedutíveis associadas a investimentos em subsidiárias,


filiais e coligadas e participações em negócios em conjunto, um imposto diferido ativo será
reconhecido, de acordo com o parágrafo 44.

25 É inerente no reconhecimento de um passivo que o valor contábil seja liquidado em períodos futuros por
meio de uma saída da entidade de recursos que incorporam benefícios econômicos. Quando os recursos
fluírem da entidade, parte ou a totalidade de seus valores podem ser dedutíveis para determinar o lucro
tributável de um período posterior ao período em que o passivo é reconhecido. Nesses casos, existe
uma diferença temporária entre o valor contábil do passivo e sua base fiscal. Consequentemente, surge
um imposto diferido ativo em relação aos impostos sobre a renda que serão recuperáveis nos períodos
futuros quando essa parte do passivo for permitida como uma dedução para determinar o lucro tributável.
Da mesma forma, se o valor contábil de um ativo for menor que sua base fiscal, a diferença origina um
imposto diferido ativo em relação aos impostos sobre a renda que serão recuperáveis em períodos futuros.

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Exemplo
Uma entidade reconhece um passivo de 100 para uma provisão para custos de garantia do produto.
Para propósitos fiscais, os custos de garantia do produto não serão dedutíveis até que a entidade
pague as reivindicações. A alíquota fiscal é de 25%.

A base fiscal do passivo é zero (valor contábil de 100, menos o valor dedutível para propósitos
fiscais em relação a esse passivo em períodos futuros). Ao liquidar o passivo por seu valor
contábil, a entidade reduzirá seu lucro tributável futuro por um valor de 100 e, consequentemente,
reduzirá seus futuros pagamentos de impostos em 25 (100 a 25%). A diferença entre o valor
contábil de 100 e a base fiscal zero é uma diferença temporária dedutível de 100. Portanto, a
entidade reconhece um imposto diferido ativo de 25 (100 a 25%), desde que seja provável que
a entidade irá obter lucro tributável suficiente em períodos futuros para se beneficiar de uma
redução nos pagamentos de impostos.

26 Seguem abaixo exemplos de diferenças temporárias dedutíveis que resultam em impostos diferidos
ativos:

(a) custos de benefícios de aposentadoria podem ser deduzidos para determinar o lucro contábil quando
o serviço for prestado pelo empregado, mas deduzidos para determinar o lucro tributável quando
as contribuições forem pagas a um fundo pela entidade ou quando os benefícios de aposentadoria
forem pagos pela entidade. Existe uma diferença temporária entre o valor contábil do passivo e sua
base fiscal; a base fiscal do passivo é geralmente zero. Essa diferença temporária dedutível resulta
em um imposto diferido ativo à medida que os benefícios econômicos fluirão para a entidade na
forma de uma dedução de lucros tributáveis, quando as contribuições ou benefícios de aposentadoria
forem pagos;

(b) os custos de pesquisa são reconhecidos como uma despesa para determinar o lucro contábil no
período em que são incorridos, mas podem não ser permitidos como uma dedução para determinar o
lucro tributável (prejuízo fiscal) até um período posterior. A diferença entre a base fiscal dos custos
de pesquisa, que é o valor que as autoridades fiscais permitirão como uma dedução em períodos
futuros, e o valor contábil zero é uma diferença temporária dedutível que resulta em um imposto
diferido ativo;

(c) com limitadas exceções, uma entidade reconhece os ativos adquiridos e passivos assumidos
identificáveis em uma combinação de negócios aos seus valores justos na data de aquisição. Quando
um passivo assumido for reconhecido na data de aquisição, mas os respectivos custos não forem
deduzidos para determinar os lucros tributáveis até um período posterior, surge uma diferença
temporária dedutível que resulta em um imposto diferido ativo. Um imposto diferido ativo também
surge quando o valor justo de um ativo identificável adquirido for menor que sua base fiscal. Em
ambos os casos, o imposto diferido ativo resultante afeta o ágio (vide parágrafo 66); e

(d) determinados ativos podem ser reconhecidos ao seu valor justo, ou podem ser reavaliados, sem que
um ajuste equivalente seja feito para propósitos fiscais (vide parágrafo 20). Surge uma diferença
temporária dedutível se a base fiscal do ativo exceder o seu valor contábil.

27 A reversão das diferenças temporárias dedutíveis resulta em deduções para determinar lucros tributáveis de
períodos futuros. Contudo, os benefícios econômicos na forma de reduções nos pagamentos de impostos
fluirão para a entidade somente se ela obtiver lucros tributáveis para compensar as deduções. Portanto,
uma entidade reconhece impostos diferidos ativos somente quando for provável que ela irá obter lucros
tributáveis para compensar as diferenças temporárias dedutíveis.

28 É provável que haverá lucro tributável para compensar uma diferença temporária dedutível quando
houver diferenças temporárias tributáveis suficientes em relação às mesmas autoridades fiscais e à mesma
entidade tributável cuja reversão é esperada:

(a) no mesmo período que a reversão esperada da diferença temporária dedutível; ou

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(b) em períodos nos quais um prejuízo fiscal resultante do imposto diferido ativo possa ser compensado
com períodos anteriores ou posteriores.

Nessas circunstâncias, o imposto diferido ativo é reconhecido no período em que surgem as diferenças
temporárias dedutíveis.

29 Quando houver diferenças temporárias tributáveis insuficientes em relação à mesma autoridade fiscal e
à mesma entidade tributável, o imposto diferido ativo é reconhecido na medida em que:

(a) seja provável que a entidade irá obter lucro tributável suficiente em relação à mesma autoridade
fiscal e à mesma entidade tributável, no mesmo período que a reversão da diferença temporária
dedutível (ou nos períodos em que um prejuízo fiscal que resulta do imposto diferido ativo possa
ser compensado com períodos anteriores ou posteriores). Ao avaliar se ela irá obter lucro tributável
suficiente em períodos futuros, uma entidade ignora os valores tributáveis resultantes de diferenças
temporárias dedutíveis que se espera que se originem em períodos futuros, pois o imposto diferido
ativo resultante dessas diferenças temporárias dedutíveis irá exigir lucro tributável futuro para que
possa ser utilizado; ou

(b) estiverem disponíveis oportunidades de planejamento tributário para a entidade que criará lucro
tributável em períodos apropriados.

30 Oportunidades de planejamento tributário são ações que a entidade tomaria para criar ou aumentar a
receita tributável em um período específico antes do término do prazo de prescrição para compensação
de um prejuízo fiscal ou crédito fiscal. Por exemplo, em algumas jurisdições, o lucro tributável pode ser
criado ou aumentado por meio de:

(a) escolha de ter a receita de juros tributada em regime de caixa ou competência;

(b) diferimento da reivindicação por determinadas deduções do lucro tributável;

(c) venda, e talvez o retroarrendamento de ativos que sofreram valorização, mas para os quais a base
fiscal não foi ajustada para refletir essa valorização; e

(d) venda de um ativo que gera receita não tributável (tais como, em algumas jurisdições, um título de
dívida do governo) para comprar outro investimento que gera receita tributável.

Quando as oportunidades de planejamento tributário antecipam lucro tributável de um período posterior


para um período anterior, a compensação de um prejuízo fiscal ou crédito fiscal ainda depende da
existência de lucro tributável futuro proveniente de fontes que não sejam diferenças temporárias de
origem futura.

31 Quando uma entidade tem um histórico de prejuízos recentes, a entidade considera a orientação nos
parágrafos 35 e 36.

32 [Excluído]

Ágio

32A Se o valor contábil do ágio que surge em uma combinação de negócios for menor que sua base fiscal, a
diferença origina um imposto diferido ativo. O imposto diferido ativo proveniente do reconhecimento
inicial do ágio será reconhecido como parte da contabilização de uma combinação de negócios na
medida em que seja provável que o lucro tributável ficará disponível para compensar a diferença
temporária dedutível.

Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo

33 Um exemplo em que o imposto diferido ativo surge no reconhecimento inicial de um ativo é quando
uma subvenção governamental não tributável relacionada a um ativo é deduzida para determinar o valor

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contábil do ativo, mas, para propósitos fiscais, não é deduzida do valor depreciável do ativo (em outras
palavras, sua base fiscal); o valor contábil do ativo é inferior à sua base fiscal e isso dá origem a uma
diferença temporária dedutível. As subvenções governamentais também podem ser caracterizadas como
receita diferida, caso em que a diferença entre a receita diferida e sua base fiscal zero é uma diferença
temporária dedutível. Independente do método de apresentação adotado, a entidade não reconhece o
imposto diferido ativo resultante, pelo motivo mencionado no parágrafo 22.

Prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados


34 Um imposto diferido ativo será reconhecido para a compensação futura de prejuízos fiscais não
utilizados e créditos fiscais não utilizados na medida em que seja provável que o lucro tributável
futuro ficará disponível para compensar os prejuízos fiscais não utilizados e os créditos fiscais
não utilizados.

35 Os critérios para reconhecimento de impostos diferidos ativos provenientes da compensação futura de


prejuízos fiscais e créditos fiscais não utilizados são os mesmos critérios para reconhecimento de impostos
diferidos ativos provenientes de diferenças temporárias dedutíveis. Entretanto, a existência de prejuízos
fiscais não utilizados é uma forte evidência de que a entidade poderá não obter lucro tributável futuro.
Portanto, quando uma entidade tiver um histórico de prejuízos recentes, a entidade reconhece um imposto
diferido ativo proveniente de prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados somente na medida em
que tenha diferenças temporárias tributáveis suficientes ou exista outra evidência convincente de que ela
irá obter lucro tributável suficiente para compensar os prejuízos fiscais não utilizados ou créditos fiscais
não utilizados. Nessas circunstâncias, o parágrafo 82 exige a divulgação do valor do imposto diferido
ativo e a natureza da evidência que suporta o seu reconhecimento.

36 Uma entidade considera os seguintes critérios para avaliar a probabilidade de que irá obter lucro tributável
para compensar os prejuízos fiscais não utilizados ou créditos fiscais não utilizados:

(a) se a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis suficientes em relação à mesma autoridade
fiscal e à mesma entidade tributável, que resultarão em valores tributáveis que possam ser utilizados
para compensar prejuízos fiscais não utilizados ou créditos fiscais não utilizados antes que expirem;

(b) se for provável que a entidade irá obter lucros tributáveis antes que os prejuízos fiscais não utilizados
ou créditos fiscais não utilizados expirem;

(c) se os prejuízos fiscais não utilizados resultarem de causas identificáveis que sejam improváveis de
se repetir; e

(d) se as oportunidades de planejamento tributário (vide parágrafo 30) estiverem disponíveis à entidade
que criará lucro tributável no período em que os prejuízos fiscais não utilizados ou créditos fiscais
não utilizados possam ser compensados.

Quando não é provável que a entidade irá obter lucro tributável para compensar os prejuízos fiscais não
utilizados ou créditos fiscais não utilizados, o imposto diferido ativo não é reconhecido.

Reavaliação de impostos diferidos ativos não reconhecidos


37 No final de cada período de relatório, uma entidade reavalia os impostos diferidos ativos não reconhecidos.
A entidade reconhece um imposto diferido ativo não reconhecido previamente na medida em que se
torne provável que ela irá obter lucro tributável futuro para que o imposto diferido ativo seja recuperado.
Por exemplo, uma melhoria nas condições de negociação pode tornar mais provável que a entidade seja
capaz de gerar lucro tributável suficiente no futuro para que o imposto diferido ativo possa atender os
critérios de reconhecimento mencionados no parágrafo 24 ou 34. Outro exemplo é quando uma entidade
reavalia os impostos diferidos ativos na data de uma combinação de negócios ou subsequentemente (vide
parágrafos 67 e 68).

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Investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e participações em


negócios em conjunto
38 As diferenças temporárias surgem quando o valor contábil de investimentos em subsidiárias, filiais e
coligadas ou participações em negócios em conjunto (por exemplo, a participação da controladora ou do
investidor nos ativos líquidos da subsidiária, filial, coligada ou investida, incluindo o valor contábil do
ágio) se tornar diferente da base fiscal (que frequentemente é o custo) do investimento ou participação.
Essas diferenças podem surgir em diversas circunstâncias diferentes, por exemplo:

(a) a existência de lucros não distribuídos de subsidiárias, filiais, coligadas e negócios em conjunto;

(b) mudanças nas taxas de câmbio quando uma controladora e sua subsidiária estiverem localizadas
em países diferentes; e

(c) uma redução no valor contábil de um investimento em uma coligada ao seu valor recuperável.

Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença temporária pode ser diferente da diferença
temporária associada com esse investimento nas demonstrações financeiras individuais da controladora,
se a controladora reconhecer um investimento em suas demonstrações financeiras individuais ao custo
ou ao valor reavaliado.

39 Uma entidade reconhecerá um imposto diferido passivo para todas as diferenças temporárias
tributáveis associadas a investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e participações em negócios
em conjunto, exceto quando ambas as seguintes condições forem atendidas:

(a) a controladora, o investidor, o empreendedor em conjunto ou o operador em conjunto for


capaz de controlar a época da reversão da diferença temporária; e

(b) for provável que a diferença temporária não será revertida em um futuro previsível.

40 Como uma controladora controla a política de dividendos de sua subsidiária, ela é capaz de controlar a
época da reversão das diferenças temporárias associadas com esse investimento (incluindo as diferenças
temporárias resultantes não apenas dos lucros não distribuídos, mas também de quaisquer diferenças de
conversão de câmbio). Além disso, muitas vezes seria impraticável determinar o valor do imposto sobre
a renda que seria pago quando a diferença temporária fosse revertida. Portanto, quando a controladora
tiver determinado que esses lucros não serão distribuídos em um futuro previsível, a controladora não
reconhece um imposto diferido passivo. As mesmas considerações se aplicam a investimentos em filiais.

41 Os ativos e passivos não monetários de uma entidade são medidos em sua moeda funcional (vide
IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio). Se o lucro tributável ou prejuízo fiscal da
entidade (e, portanto, a base fiscal de seus ativos e passivos não monetários) for determinado em uma
moeda diferente, as mudanças na taxa de câmbio originam diferenças temporárias que resultam em um
imposto diferido ativo ou (sujeito ao parágrafo 24) passivo reconhecido. O imposto diferido resultante
é debitado ou creditado a lucros e perdas (vide parágrafo 58).

42 Um investidor em uma coligada não controla essa entidade e geralmente não está em posição de determinar
sua política de dividendos. Portanto, na ausência de um contrato que exija que os lucros da coligada
não sejam distribuídos em um futuro previsível, um investidor reconhece um imposto diferido passivo
proveniente de diferenças temporárias tributáveis associadas com seu investimento na coligada. Em
alguns casos, um investidor pode não ser capaz de determinar o valor do imposto que seria pago se ele
recuperasse o custo do seu investimento na coligada, mas pode determinar que ele será igual a ou maior
que um valor mínimo. Nesses casos, o imposto diferido passivo é medido por esse valor.

43 O acordo entre as partes de um negócio em conjunto geralmente trata da distribuição de lucros e identifica
se as decisões sobre esses assuntos exigem o consentimento de todas as partes ou um grupo das partes.
Quando o empreendedor em conjunto ou operador em conjunto puder controlar a época da distribuição
de sua parcela dos lucros do negócio em conjunto e for provável que a sua parcela dos lucros não será
distribuída no futuro previsível, um imposto diferido passivo não é reconhecido.

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44 Uma entidade reconhecerá um imposto diferido ativo para todas as diferenças temporárias
dedutíveis provenientes de investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e participações em
negócios em conjunto, na medida em que, e somente na medida em que, for provável que:

(a) a diferença temporária será revertida no futuro previsível; e

(b) a entidade irá obter lucro tributável para compensar a diferença temporária.

45 Ao decidir se um imposto diferido ativo é reconhecido para diferenças temporárias dedutíveis associadas
a seus investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e suas participações em negócios em conjunto,
uma entidade considera a orientação mencionada nos parágrafos 28 a 31.

Mensuração
46 Os impostos correntes passivos (ativos) dos períodos corrente e anteriores serão mensurados pelo
valor que se espera que seja pago a (recuperado de) autoridades fiscais utilizando as alíquotas
fiscais (e leis fiscais) que tenham sido promulgadas ou substantivamente promulgadas até o final
do período de relatório.

47 Os impostos diferidos ativos e passivos serão medidos pelas alíquotas fiscais que se espera aplicar
ao período quando o ativo é realizado ou o passivo é liquidado, com base nas alíquotas fiscais (e leis
fiscais) que foram promulgadas ou substantivamente promulgadas até o final do período de relatório.

48 Os impostos correntes e diferidos ativos e passivos são geralmente mensurados utilizando as alíquotas
fiscais (e leis fiscais) que foram promulgadas. Contudo, em algumas jurisdições, os anúncios de alíquotas
fiscais (e leis fiscais) pelo governo possuem o efeito substantivo de promulgação real que pode ocorrer
vários meses após o anúncio. Nessas circunstâncias, os impostos ativos e passivos são medidos utilizando
as alíquotas fiscais (e leis fiscais) anunciadas.

49 Quando diferentes alíquotas fiscais se aplicarem a diferentes níveis de receita tributável, os impostos
diferidos ativos e passivos são medidos utilizando as taxas médias que se espera aplicar ao lucro tributável
(prejuízo fiscal) dos períodos em que se espera reverter as diferenças temporárias.

50 [Excluído]

51 A mensuração de impostos diferidos passivos e impostos diferidos ativos refletirá as consequências


fiscais que resultariam da forma como a entidade espera, no final do período de relatório, recuperar
ou liquidar o valor contábil de seus ativos e passivos.

51A Em algumas a forma como a entidade recupera (liquida) o valor contábil de um ativo (passivo) pode
afetar uma ou ambas dentre:

(a) a alíquota fiscal aplicável quando a entidade recupera (liquida) o valor contábil do ativo (passivo); e

(b) a base fiscal do ativo (passivo).

Nesses casos, uma entidade mede os impostos diferidos passivos e os impostos diferidos ativos usando a
alíquota fiscal e a base fiscal que sejam consistentes com a forma esperada de recuperação ou liquidação.

Exemplo A
Um item do imobilizado tem valor contábil de 100 e uma base fiscal de 60. Uma alíquota fiscal de
20% seria aplicável se o item fosse vendido e uma alíquota fiscal de 30% seria aplicável a outras
receitas.

A entidade reconhece um imposto diferido passivo de 8 (40 a 20%) se ela espera vender o item sem
outro uso e um imposto diferido passivo de 12 (40 a 30%) se ela espera reter o item e recuperar
seu valor contábil por meio do uso.

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Exemplo B
Um item do imobilizado com um custo de 100 e um valor contábil de 80 é reavaliado para
150. Nenhum ajuste equivalente é feito para propósitos fiscais. A depreciação acumulada para
propósitos fiscais é de 30 e a alíquota fiscal é de 30%. Se o item for vendido por mais do que o
custo, a depreciação fiscal acumulada de 30 será incluída na receita tributável, mas os proventos da
venda excedentes ao custo não serão tributáveis.

A base fiscal do item é 70 e há uma diferença temporária tributável de 80. Se a entidade esperar
recuperar o valor contábil utilizando o item, ela deve gerar receita tributável de 150, mas somente
poderá deduzir a depreciação de 70. Nessa base, há um imposto diferido passivo de 24 (80 a 30%).
Se a entidade espera recuperar o valor contábil vendendo o item imediatamente por proventos de
150, o imposto diferido passivo é calculado como segue:
Diferença Alíquota Imposto
Temporária Fiscal Diferido
Tributável Passivo

Depreciação fiscal acumulada 30 30% 9

Proventos excedentes ao custo 50 0% –

Total 80 9

(observação: de acordo com o parágrafo 61A, o imposto diferido adicional que resulta da
reavaliação é reconhecido em outros resultados abrangentes)

Exemplo C
Os fatos ocorrem como no Exemplo B, exceto que se o item for vendido por mais do que o custo, a
depreciação fiscal acumulada será incluída na receita tributável (tributada a 30%) e os proventos da
venda serão tributados a 40% após a dedução de um custo corrigido monetariamente de 110.

Se a entidade esperar recuperar o valor contábil utilizando o item, ela deve gerar receita
tributável de 150, mas somente poderá deduzir a depreciação de 70. Nesse caso, a base fiscal é 70,
há uma diferença temporária tributável de 80 e há um imposto diferido passivo de 24 (80 a 30%),
como no exemplo B.

Se a entidade espera recuperar o valor contábil vendendo o item imediatamente por proventos de
150, a entidade poderá deduzir o custo corrigido monetariamente de 110. Os proventos líquidos
de 40 serão tributados a 40%. Além disso, a depreciação fiscal acumulada de 30 será incluída
na receita tributável e tributada a 30%. Nessa base, a base fiscal é 80 (110 menos 30), há uma
diferença temporária tributável de 70 e há um imposto diferido passivo de 25 (40 a 40% mais 30 a
30%). Se a base fiscal não estiver imediatamente aparente neste exemplo, pode ser útil considerar
o princípio fundamental mencionado no parágrafo 10.

(observação: de acordo com o parágrafo 61A, o imposto diferido adicional que resulta da
reavaliação é reconhecido em outros resultados abrangentes)

51B Se um imposto diferido passivo ou imposto diferido ativo decorre de um ativo não depreciável
mensurado utilizando o modelo de reavaliação da IAS 16, a mensuração do imposto diferido passivo ou
do imposto diferido ativo refletirá as consequências fiscais da recuperação do valor contábil do ativo
não depreciável por meio da venda, independentemente da base de mensuração do valor contábil desse
ativo. Consequentemente, se a lei fiscal especificar uma alíquota fiscal aplicável ao valor tributável
derivado da venda de um ativo que seja diferente da alíquota fiscal aplicável ao valor tributável derivado
do uso de um ativo, a primeira alíquota é aplicada na mensuração do imposto diferido passivo ou ativo
relacionado a um ativo não depreciável.

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51C Se um imposto diferido passivo ou ativo decorre de uma propriedade para investimento que é mensurada
utilizando o método de valor justo da IAS 40, existe uma presunção refutável de que o valor contábil
da propriedade para investimento será recuperado por meio da venda. Consequentemente, salvo se a
presunção for refutada, a mensuração do imposto diferido passivo ou imposto diferido ativo refletirá as
consequências fiscais de recuperar o valor contábil da propriedade para investimento inteiramente por
meio da venda. Essa presunção é refutada se a propriedade para investimento for depreciável e mantida
dentro de um modelo de negócios cujo objetivo seja consumir substancialmente todos os benefícios
econômicos incorporados à propriedade para investimento ao longo do tempo, e não por meio da venda.
Se a presunção for refutada, os requisitos dos parágrafos 51 e 51A serão seguidos.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 51C


Uma propriedade para investimento tem um custo de 100 e valor justo de 50. Ela é mensurada
utilizando o método de valor justo da IAS 40. Ela inclui terreno com um custo de 40 e valor justo
de 60 e um prédio com um custo de 60 e valor justo de 90. O terreno possui uma vida útil ilimitada.

A depreciação acumulada do prédio para propósitos fiscais é 30. Mudanças não realizadas no
valor justo da propriedade para investimento não afetam o lucro tributável. Se a propriedade para
investimento for vendida por mais do que o custo, a reversão da depreciação fiscal acumulada
de 30 será incluída em lucro tributável e tributada a uma alíquota fiscal normal de 30%. Para
proventos da venda superiores ao custo, a lei fiscal especifica alíquotas fiscais de 25% para ativos
mantidos por menos de dois anos e 20% para ativos mantidos por dois anos ou mais.

Como a propriedade para investimento é mensurada utilizando o método de valor justo da IAS 40,
existe uma presunção refutável de que a entidade recuperará o valor contábil da propriedade
para investimento inteiramente por meio da venda. Se essa presunção não for refutada, o imposto
diferido refletirá as consequências fiscais da recuperação do valor contábil inteiramente por meio
da venda, mesmo que a entidade espere obter receita de aluguel da propriedade antes da venda.

A base fiscal do terreno, se for vendido, é 40 e existe uma diferença temporária tributável de 20
(60 – 40). A base fiscal do prédio, se for vendido, é 30 (60 – 30) e existe uma diferença temporária
tributável de 60 (90 – 30). Como resultado, a diferença temporária tributável total relativa à
propriedade para investimento é 80 (20 + 60).

De acordo com o parágrafo 47, a alíquota fiscal é a alíquota que se espera aplicar ao período
quando a propriedade para investimento é realizada. Dessa forma, o imposto diferido resultante
passivo é calculado conforme abaixo, se a entidade espera vender a propriedade após mantê-la
por mais de dois anos:
Diferença Alíquota Imposto
Temporária Fiscal Diferido
Tributável Passivo

Depreciação fiscal acumulada 30 30% 9

Proventos excedentes ao custo 50 20% 10

Total 80 19

continua...

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continuação...
Exemplo ilustrativo do parágrafo 51C
Se a entidade espera vender a propriedade após mantê-la por menos de dois anos, o cálculo
acima seria alterado para aplicar uma alíquota fiscal de 25%, em vez de 20%, para os proventos
superiores ao custo.

Se, em vez disso, a entidade mantém um prédio dentro de um modelo de negócios cujo objetivo
é consumir substancialmente a totalidade dos benefícios econômicos incorporados ao prédio ao
longo do tempo, e não por meio da venda, essa presunção seria refutada para o prédio. Entretanto,
o terreno não é depreciável. Portanto, a presunção de recuperação por meio da venda não seria
refutada para o terreno. Ocorre que o imposto diferido passivo refletiria as consequências fiscais
da recuperação do valor contábil do prédio por meio do uso e o valor contábil do terreno por meio
da venda.

A base fiscal do prédio, se for utilizado, é 30 (60 – 30) e existe uma diferença temporária tributável
de 60 (90 – 30), resultando em um imposto diferido passivo de 18 (60 a 30%).

A base fiscal do terreno, se for vendido, é 40 e existe uma diferença temporária tributável de
20 (60 – 40), resultando em um imposto diferido passivo de 4 (20 a 20%).

Como resultado, se a presunção de recuperação por meio da venda for refutável para o prédio, o
imposto diferido passivo relativo à propriedade para investimento é 22 (18 + 4).

51D A presunção refutável do parágrafo 51C também se aplica quando um imposto diferido passivo ou um
imposto diferido ativo resulta da mensuração da propriedade para investimento em uma combinação de
negócios caso a entidade utilize o método de valor justo ao mensurar subsequentemente essa propriedade
para investimento.

51E Os parágrafos 51B–51D não mudam os requisitos de aplicar os princípios dos parágrafos 24–33 (diferenças
temporárias dedutíveis) e dos parágrafos 34–36 (prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não
utilizados) desta Norma ao reconhecer e mensurar impostos diferidos ativos.

52 [removido e renumerado para 51A]

52A Em algumas jurisdições, o imposto sobre a renda é pago a uma taxa maior ou menor se a totalidade ou
parte do lucro líquido ou dos lucros acumulados for paga como dividendos aos acionistas da entidade.
Em outras jurisdições, o imposto sobre a renda pode ser restituível ou pago se a totalidade ou parte do
lucro líquido ou dos lucros acumulados for paga como dividendos aos acionistas da entidade. Nessas
circunstâncias, os impostos correntes e diferidos ativos e passivos são mensurados à alíquota fiscal
aplicável a lucros não distribuídos.

52B Nas circunstâncias descritas no parágrafo 52A, as consequências do imposto sobre a renda relacionado
a dividendos são reconhecidas quando um passivo para pagamento do dividendo é reconhecido. As
consequências do imposto sobre a renda relacionado a dividendos estão mais diretamente ligadas a
transações ou eventos passados do que a distribuições a proprietários. Portanto, as consequências
do imposto sobre a renda relacionado a dividendos são reconhecidas em lucros e perdas do período,
conforme exigido pelo parágrafo 58, exceto na medida em que as consequências do imposto sobre a
renda relacionado a dividendos resultarem das circunstâncias descritas no parágrafo 58(a) e (b).

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Exemplo ilustrando os parágrafos 52A e 52B


O seguinte exemplo trata da mensuração de impostos correntes e diferidos ativos e passivos de uma
entidade em uma jurisdição onde o imposto sobre a renda é pago a uma taxa maior sobre lucros não
distribuídos (50%), com um valor restituível quando os lucros são distribuídos. A alíquota fiscal
sobre lucros distribuídos é de 35%. No final do período de relatório, 31 de dezembro de 20X1, a
entidade não reconhece um passivo para dividendos propostos ou declarados após o período de
relatório. Como resultado, nenhum dividendo é reconhecido no ano de 20X1. A receita tributável
para 20X1 é de 100.000. A diferença temporária tributável líquida do ano de 20X1 é de 40.000.

A entidade reconhece um imposto diferido passivo e uma despesa de imposto de renda corrente
de 50.000. Nenhum ativo é reconhecido para o valor potencialmente recuperável como resultado
de dividendos futuros. A entidade também reconhece um imposto diferido passivo e despesa de
imposto diferido de 20.000 (40.000 a 50%), representando o imposto sobre a renda que a entidade
pagará quando recuperar ou liquidar os valores contábeis de seus ativos e passivos com base na
alíquota fiscal aplicável a lucros não distribuídos.

Subsequentemente, em 15 de março de 20X2, a entidade reconhece dividendos de 10.000


provenientes de lucros operacionais anteriores como um passivo.

Em 15 de março de 20X2, a entidade reconhece a recuperação de imposto sobre a renda de 1.500


(15% dos dividendos reconhecidos como um passivo) como um imposto diferido ativo e como uma
redução da despesa de imposto de renda corrente para 20X2.

53 Impostos diferidos ativos e passivos não deverão ser descontados.

54 A determinação confiável de impostos diferidos ativos e passivos em uma base descontada requer
programação detalhada da época da reversão de cada diferença temporária. Em muitos casos, essa
programação é impraticável ou altamente complexa. Portanto, não é apropriado exigir o desconto de
impostos diferidos ativos e passivos. Permitir, mas não exigir, o desconto resultaria em impostos diferidos
ativos e passivos que não seriam comparáveis entre as entidades. Portanto, esta Norma não exige nem
permite o desconto de impostos diferidos ativos e passivos.

55 As diferenças temporárias são determinadas com base no valor contábil de um ativo ou passivo. Isso se
aplica mesmo quando esse valor contábil for determinado em uma base descontada, por exemplo, no
caso de obrigações de benefício de aposentadoria (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados).

56 O valor contábil de um imposto diferido ativo será revisado no final de cada período de relatório.
Uma entidade reduzirá o valor contábil de um imposto diferido ativo na medida em que não seja
mais provável que ela irá obter lucro tributável suficiente para permitir que o benefício de parte ou
totalidade desse imposto diferido ativo seja utilizado. Qualquer redução será revertida na medida
em que se tornar provável que a entidade irá obter lucro tributável suficiente.

Reconhecimento de impostos corrente e diferido


57 A contabilização dos efeitos de impostos corrente e diferido de uma transação ou outro evento é
consistente com a contabilização da transação ou do evento em si. Os parágrafos 58 a 68C implementam
esse princípio.

Itens reconhecidos em lucros e perdas


58 Os impostos corrente e diferido serão reconhecidos como receita ou despesa e incluídos em lucros
e perdas do período, exceto quando o imposto resultar de:

(a) uma transação ou evento que seja reconhecido no mesmo período ou em um período diferente,
fora de lucros e perdas, em outros resultados abrangentes ou diretamente no patrimônio
líquido (vide parágrafos 61A-65); ou

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(b) uma combinação de negócios (exceto a aquisição por uma entidade de investimento, conforme
definido na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, de uma subsidiária que deva
ser mensurada ao valor justo por meio do resultado) (vide parágrafos 66-68).

59 A maioria dos impostos diferidos passivos e impostos diferidos ativos surge quando a receita ou despesa
é incluída no lucro contábil em um período, mas é incluída em lucro tributável (prejuízo fiscal) em um
período diferente. O imposto diferido resultante é reconhecido em lucros e perdas. São exemplos quando:

(a) a receita de juros, royalties ou dividendos for recebida com atraso e for incluída no lucro contábil
de forma proporcional ao tempo, de acordo com a IAS 18 – Receita, mas for incluída em lucro
tributável (prejuízo fiscal) pelo regime de caixa; e

(b) os custos de ativos intangíveis foram capitalizados de acordo com a IAS 38 e estão sendo amortizados
em lucros e perdas, mas foram deduzidos para propósitos fiscais quando incorridos.

60 O valor contábil de impostos diferidos ativos e passivos pode mudar mesmo se não houver mudança no
valor das respectivas diferenças temporárias. Isso pode resultar, por exemplo, de:

(a) uma mudança nas alíquotas fiscais ou leis fiscais;

(b) uma reavaliação da recuperação dos impostos diferidos ativos; ou

(c) uma mudança na forma esperada de recuperação de um ativo.

O imposto diferido resultante é reconhecido em lucros e perdas, exceto quando estiver relacionado a
itens anteriormente reconhecidos fora de lucros e perdas (vide parágrafo 63).

Itens reconhecidos fora de lucros e perdas


61 [Excluído]

61A O imposto corrente e o imposto diferido serão reconhecidos fora de lucros e perdas se o imposto
estiver relacionado a itens que são reconhecidos no mesmo período ou em um período diferente, fora
de lucros e perdas. Portanto, o imposto corrente e o imposto diferido que estiverem relacionados
a itens que são reconhecidos no mesmo período ou em um período diferente:

(a) em outros resultados abrangentes, serão reconhecidos em outros resultados abrangentes (vide
parágrafo 62).

(b) diretamente no patrimônio líquido, serão reconhecidos diretamente no patrimônio líquido


(vide parágrafo 62A).

62 As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) exigem ou permitem que itens específicos
sejam reconhecidos em outros resultados abrangentes. Exemplos desses itens são:

(a) uma mudança no valor contábil resultante da reavaliação do imobilizado (vide IAS 16); e

(b) [excluído]

(c) diferenças de câmbio resultantes da conversão de demonstrações financeiras de uma operação no


exterior (vide IAS 21).

(d) [excluído]

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62A As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) exigem ou permitem que itens específicos
sejam creditados ou debitados diretamente ao patrimônio líquido. Exemplos desses itens são:

(a) um ajuste no saldo de abertura de lucros acumulados resultantes de uma mudança na política contábil
que seja aplica retrospectivamente ou da correção de um erro (vide IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros); e

(b) valores provenientes do reconhecimento inicial do componente de patrimônio líquido de um


instrumento financeiro composto (vide parágrafo 23).

63 Em circunstâncias excepcionais, pode ser difícil determinar o valor de imposto corrente e diferido que
está relacionado a itens reconhecidos fora de lucros e perdas (em outros resultados abrangentes ou
diretamente no patrimônio líquido). Esse pode ser o caso, por exemplo, quando:

(a) houver alíquotas progressivas de imposto sobre a renda e não for possível determinar a alíquota à
qual um componente específico de lucro tributável (prejuízo fiscal) foi tributado;

(b) uma mudança na alíquota fiscal ou outras regras fiscais afetarem um imposto diferido ativo ou
passivo relacionado (no todo ou em parte) a um item que foi previamente reconhecido fora de
lucros e perdas; ou

(c) uma entidade determinar que um imposto diferido ativo deve ser reconhecido ou não deve mais
ser reconhecido na sua totalidade, e o imposto diferido ativo estiver relacionado (no todo ou em
parte) a um item que foi previamente reconhecido fora de lucros e perdas.

Nesses casos, os impostos corrente e diferido relacionados a itens que são reconhecidos fora de
lucros e perdas são baseados em uma alocação pro rata razoável dos impostos corrente e diferido
da entidade na jurisdição fiscal competente, ou outro método que realize uma alocação mais apropriada
nas circunstâncias.

64 A IAS 16 não especifica se uma entidade deve transferir a cada ano, do superavit de reavaliação para
lucros acumulados, um valor igual à diferença entre a depreciação ou amortização de um ativo reavaliado
e a depreciação ou amortização baseada no custo desse ativo. Se uma entidade fizer a transferência, o
valor transferido é líquido de qualquer imposto diferido relacionado. Considerações similares se aplicam
às transferências feitas na alienação de um item do imobilizado.

65 Quando um ativo for reavaliado para propósitos fiscais e essa reavaliação estiver relacionada a uma
reavaliação contábil de um período anterior, ou a uma reavaliação que se espera realizar em um período
futuro, os efeitos fiscais tanto da reavaliação do ativo quanto do ajuste da base fiscal são reconhecidos em
outros resultados abrangentes nos períodos em que ocorrerem. Contudo, se a reavaliação para propósitos
fiscais não estiver relacionada a uma reavaliação contábil de um período anterior, ou a uma reavaliação
que se espera realizar em um período futuro, os efeitos fiscais do ajuste da base fiscal são reconhecidos
em lucros e perdas.

65A Quando uma entidade pagar dividendos a seus acionistas, ela pode ser obrigada a pagar uma parte dos
dividendos às autoridades fiscais em nome dos acionistas. Em muitas jurisdições, esse valor é referido
como um imposto retido na fonte. Esse valor pago ou a pagar às autoridades fiscais é debitado ao
patrimônio líquido como parte dos dividendos.

Imposto diferido decorrente de uma combinação de negócios


66 Conforme explicado nos parágrafos 19 e 26(c), diferenças temporárias podem surgir em uma combinação
de negócios. De acordo com a IFRS 3, uma entidade reconhece quaisquer impostos diferidos ativos
resultantes (na medida em que atenderem os critérios de reconhecimento mencionados no parágrafo 24) ou
impostos diferidos passivos como ativos e passivos identificáveis na data de aquisição. Consequentemente,
esses impostos diferidos ativos e impostos diferidos passivos afetam o valor do ágio ou ganho por
compra vantajosa que a entidade reconhece. Contudo, de acordo com o parágrafo 15(a), uma entidade
não reconhece impostos diferidos passivos provenientes do reconhecimento inicial do ágio.

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67 Como resultado de uma combinação de negócios, a probabilidade de realizar um imposto diferido ativo
de pré-aquisição do adquirente pode mudar. Um adquirente pode considerar provável a recuperação
de seu próprio imposto diferido ativo que não foi reconhecido antes da combinação de negócios. Por
exemplo, o adquirente pode ser capaz de utilizar o benefício de seus prejuízos fiscais não utilizados contra
o lucro tributável futuro da adquirida. Alternativamente, como resultado da combinação de negócios,
pode não mais ser provável que a entidade irá obter lucro tributável futuro para recuperar o imposto
diferido ativo. Nesses casos, o adquirente reconhece uma mudança no imposto diferido ativo no período
da combinação de negócios, mas não o inclui como parte da contabilização da combinação de negócios.
Portanto, o adquirente não o leva em consideração ao medir o ágio ou ganho por compra vantajosa que
ele reconhece na combinação de negócios.

68 O benefício potencial da compensação de prejuízos fiscais com o lucro da adquirida ou outros impostos
diferidos ativos podem não atender os critérios de reconhecimento separado quando uma combinação
de negócios for contabilizada inicialmente, mas pode ser realizado subsequentemente. Uma entidade
reconhecerá os benefícios do imposto diferido adquiridos após a combinação de negócios, como segue:

(a) Os benefícios de imposto diferido adquiridos, reconhecidos dentro do período de mensuração e


resultantes de novas informações sobre fatos e circunstâncias que existiam na data da aquisição,
serão aplicados para reduzir o valor contábil de qualquer ágio relacionado a essa aquisição. Se o valor
contábil desse ágio for zero, os benefícios de imposto diferido remanescentes serão reconhecidos
em lucros e perdas.

(b) Todos os outros benefícios de imposto diferido adquiridos serão reconhecidos em lucros e perdas
(ou, se esta Norma assim exigir, fora de lucros e perdas).

Impostos corrente e diferido decorrentes de transações de pagamento


baseadas em ações
68A Em algumas jurisdições fiscais, uma entidade recebe uma dedução fiscal (ou seja, um valor que é dedutível
para determinar o lucro tributável) relacionada à remuneração paga em ações, opções de compra de ações
ou outros instrumentos de patrimônio da entidade. O valor dessa dedução fiscal pode ser diferente da
despesa de remuneração acumulada relacionada e pode surgir em um período contábil posterior. Por
exemplo, em algumas jurisdições, uma entidade pode reconhecer uma despesa para o consumo de serviços
de empregados recebidos como contrapartida de opções de compra de ações concedidas, de acordo com a
IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações, e não receber uma dedução fiscal até que as opções de compra
de ações sejam exercidas, com a mensuração da dedução fiscal baseada no preço das ações da entidade
na data de exercício.

68B Da mesma forma que os custos de pesquisa discutidos nos parágrafos 9 e 26(b) desta Norma, a diferença
entre a base fiscal dos serviços de funcionários recebidos até a data (o valor que as autoridades fiscais
permitirão como dedução em períodos futuros) e o valor contábil zero é uma diferença temporária
dedutível que resulta em um imposto diferido ativo. Se o valor que as autoridades fiscais permitirão
como uma dedução em períodos futuros não for conhecido no final do período, ele deverá ser estimado
com base nas informações disponíveis no fim do período. Por exemplo, se o valor que as autoridades
fiscais permitirão como uma dedução em períodos futuros depender do preço das ações da entidade em
uma data futura, a mensuração da diferença temporária dedutível será baseada no preço das ações da
entidade no fim do período.

68C Conforme indicado no parágrafo 68A, o valor da dedução fiscal (ou dedução fiscal futura estimada, medida
de acordo com o parágrafo 68B) pode ser diferente da despesa de remuneração acumulada. O parágrafo
58 da Norma exige que o imposto corrente e diferido seja reconhecido como receita ou despesa e incluído
em lucros e perdas para o período, salvo na medida em que o imposto resulte de (a) uma transação ou
evento que seja reconhecido, no mesmo período ou em período diferente, fora de lucros e perdas, ou (b)
uma combinação de negócios (exceto a aquisição por uma entidade de investimento de uma subsidiária
que deva ser mensurada ao valor justo por meio do resultado). Se o valor da dedução fiscal (ou dedução
fiscal futura estimada) exceder o valor da despesa de remuneração acumulada relacionada, isso indica
que a dedução fiscal está relacionada não apenas à despesa de remuneração, mas também a um item

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do patrimônio líquido. Nessa situação, o excedente do imposto corrente ou diferido associado deve ser
reconhecido diretamente no patrimônio líquido.

Apresentação

Impostos ativos e passivos


69–70 [Excluídos]

Compensação

71 Uma entidade compensará impostos correntes ativos e impostos correntes passivos se, e apenas
se, ela:

(a) tiver um direito por força de lei de compensar os valores reconhecidos; e

(b) pretender liquidar sobre uma base líquida, ou realizar o ativo e liquidar o passivo
simultaneamente.

72 Embora os impostos correntes ativos e passivos sejam reconhecidos e mensurados separadamente, eles são
compensados na demonstração da posição financeira, sujeitos a critérios similares àqueles estabelecidos
para instrumentos financeiros na IAS 32. Uma entidade terá normalmente um direito por força de lei de
compensar um imposto corrente ativo contra um imposto corrente passivo quando estiverem relacionados
a impostos sobre a renda lançados pela mesma autoridade fiscal e a autoridade fiscal permitir que a
entidade faça ou receba um único pagamento líquido.

73 Nas demonstrações financeiras consolidadas, um imposto corrente ativo de uma entidade de um grupo é
compensado com um imposto corrente passivo de outra entidade do grupo se, e apenas se, as entidades
em questão tiverem um direito por força de lei de fazer ou receber um único pagamento líquido e
elas pretendam fazer ou receber esse pagamento líquido ou recuperar o ativo e liquidar o passivo
simultaneamente.

74 Uma entidade compensará os impostos diferidos ativos e impostos diferidos passivos se, e apenas se:

(a) a entidade tiver um direito por força de lei de compensar os impostos correntes ativos com
os impostos correntes passivos; e

(b) os impostos diferidos ativos e os impostos diferidos passivos estiverem relacionados a impostos
sobre a renda lançados pela mesma autoridade fiscal sobre:

(i) a mesma entidade tributável; ou

(ii) entidades tributáveis diferentes que pretendem liquidar os impostos correntes


ativos e passivos em uma base líquida, ou realizar os ativos e liquidar os passivos
simultaneamente, em cada período futuro em que se espera que valores significativos
de impostos diferidos passivos ou ativos sejam liquidados ou recuperados.

75 Para evitar a necessidade de programação detalhada da época da reversão de cada diferença temporária,
esta Norma exige que uma entidade compense um imposto diferido ativo com um imposto diferido
passivo da mesma entidade tributável se, e apenas se, estiverem relacionados a impostos sobre a renda
lançados pela mesma autoridade fiscal, e a entidade tiver um direito por força de lei de compensar os
impostos correntes ativos com os impostos correntes passivos.

76 Em raras circunstâncias, uma entidade pode ter o direito por força de lei de compensar, e a intenção
de liquidar pelo valor líquido, para alguns períodos, mas não para outros. Nessas raras circunstâncias,
a programação detalhada pode ser exigida para estabelecer de forma confiável se o imposto diferido
passivo de uma entidade tributável resultará em pagamentos maiores de imposto no mesmo período em

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que um imposto diferido ativo de outra entidade tributável resultará em pagamentos menores por essa
segunda entidade tributável.

Despesa de imposto
Despesa (receita) de imposto relacionada a lucros e perdas de atividades normais

77 A despesa (receita) de imposto relacionada a lucros e perdas de atividades normais será apresentada
como parte de lucros e perdas na(s) demonstração(ões) de lucros ou perdas e outros resultados
abrangentes.

77A [Excluído]

Diferenças de câmbio em passivos ou ativos de impostos estrangeiros diferidos

78 A IAS 21 exige que determinadas diferenças de câmbio sejam reconhecidas como receita ou despesa, mas
não especifica onde essas diferenças devem ser apresentadas na demonstração do resultado abrangente.
Consequentemente, quando as diferenças de câmbio em passivos ou ativos de impostos estrangeiros
diferidos forem reconhecidas na demonstração do resultado abrangente, essas diferenças podem ser
classificadas como despesa (receita) de imposto diferido, se a apresentação for considerada como sendo
mais útil aos usuários de demonstrações financeiras.

Divulgação
79 Os principais componentes da despesa (receita) de imposto serão divulgados separadamente.

80 Os componentes da despesa (receita) de imposto podem incluir:

(a) despesa (receita) de imposto corrente;

(b) quaisquer ajustes reconhecidos no período para imposto corrente de períodos anteriores;

(c) o valor de despesa (receita) de imposto diferido relacionado à origem e reversão de diferenças
temporárias;

(d) o valor de despesa (receita) de imposto diferido relacionado a mudanças nas alíquotas fiscais ou
imposição de novos impostos;

(e) o valor do benefício resultante de um prejuízo fiscal, crédito fiscal ou diferença temporária
anteriormente não reconhecidos de um período anterior que seja utilizado para reduzir a despesa
de imposto corrente;

(f) o valor do benefício de um prejuízo fiscal, crédito fiscal ou diferença temporária previamente não
reconhecidos de um período anterior que seja utilizado para reduzir a despesa de imposto diferido;

(g) a despesa de imposto diferido é resultante da baixa contábil ou reversão de uma baixa contábil
anterior, de um imposto diferido ativo, de acordo com o parágrafo 56; e

(h) o valor da despesa (receita) de imposto relacionado a essas mudanças nas políticas contábeis e
erros que são incluídos em lucros e perdas de acordo com a IAS 8, uma vez que não podem ser
contabilizados retrospectivamente.

81 Os itens a seguir também serão divulgados separadamente:

(a) o valor total de imposto corrente e diferido ativo relacionado a itens que são debitados ou
creditados diretamente ao patrimônio líquido (vide parágrafo 62A);

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(ab) o valor do imposto sobre a renda relacionado a cada componente de outros resultados
abrangentes [vide parágrafo 62 e IAS 1 (revisado em 2007)];

(b) [excluído]

(c) uma explicação da relação entre a despesa (receita) de imposto e o lucro contábil em uma ou
ambas das seguintes formas:

(i) uma conciliação numérica entre a despesa (receita) de imposto e o produto do lucro
contábil multiplicado pela alíquota fiscal aplicável, divulgando também a base sobre a
qual a alíquota fiscal aplicável é computada; ou

(ii) uma conciliação numérica entre a alíquota fiscal média efetiva e a alíquota fiscal
aplicável, divulgando também a base sobre a qual a alíquota fiscal aplicável é
computada;

(d) uma explicação das mudanças nas alíquotas fiscais aplicáveis comparadas ao período contábil
anterior.

(e) o valor (e a data de prescrição, se houver) das diferenças temporárias dedutíveis, prejuízos
fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados para os quais nenhum imposto diferido
ativo é reconhecido na demonstração da posição financeira;

(f) o valor total de diferenças temporárias associadas a investimentos em subsidiárias, filiais e


coligadas e participações em negócios em conjunto, para os quais não foram reconhecidos
impostos diferidos passivos (vide parágrafo 39);

(g) em relação a cada tipo de diferença temporária, e em relação a cada tipo de prejuízos fiscais
não utilizados e créditos fiscais não utilizados:

(i) o valor dos impostos diferidos ativos e passivos reconhecidos na demonstração da


posição financeira para cada período apresentado;

(ii) o valor da receita ou despesa de imposto diferido reconhecido em lucros e perdas, se


não estiver aparente pelas mudanças nos valores reconhecidos na demonstração da
posição financeira;

(h) em relação às operações descontinuadas, a despesa de imposto relacionada a:

(i) ganho ou perda na descontinuação; e

(ii) lucros e perdas de atividades normais da operação descontinuada para o período,


juntamente com os valores correspondentes a cada período anterior apresentado;

(i) o valor das consequências do imposto sobre a renda relacionado a dividendos a acionistas da
entidade que foram propostos ou declarados antes que as demonstrações financeiras fossem
autorizadas para emissão, mas não foram reconhecidos como um passivo nas demonstrações
financeiras;

(j) se uma combinação de negócios na qual a entidade é a adquirente causar uma mudança no
valor reconhecido para o seu imposto diferido ativo de pré-aquisição (vide parágrafo 67), o
valor dessa mudança; e

(k) se os benefícios de imposto diferido adquiridos em uma combinação de negócios não forem
reconhecidos na data de aquisição, mas forem reconhecidos após a data de aquisição (vide
parágrafo 68), uma descrição do evento ou mudança nas circunstâncias que levou ao
reconhecimento dos benefícios de imposto diferido.

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82 Uma entidade divulgará o valor de um imposto diferido ativo e a natureza da evidência que suporta
seu reconhecimento; quando:

(a) a utilização do imposto diferido ativo for dependente de lucros tributáveis futuros excedentes
aos lucros decorrentes da reversão de diferenças temporárias tributáveis existentes; e

(b) a entidade tiver sofrido uma perda no período corrente ou anterior na jurisdição fiscal ao
qual o imposto diferido ativo está relacionado.

82A Nas circunstâncias descritas no parágrafo 52A, uma entidade divulgará a natureza das
consequências potenciais do imposto sobre a renda que resultariam do pagamento de dividendos a
seus acionistas. Além disso, a entidade divulgará os valores das consequências potenciais do imposto
sobre a renda que sejam praticamente determináveis e se há quaisquer consequências potenciais
do imposto sobre a renda que não sejam praticamente determináveis.

83 [Excluído]

84 As divulgações exigidas pelo parágrafo 81(c) permitem que os usuários de demonstrações financeiras
compreendam se a relação entre a despesa (receita) de imposto e o lucro contábil é incomum e
compreendam os fatores significativos que poderiam afetar essa relação no futuro. A relação entre despesa
(receita) de imposto e o lucro contábil pode ser afetado por fatores tais como receita que é isenta de
tributação, despesas que não são dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal), o efeito
de prejuízos fiscais e o efeito de alíquotas fiscais estrangeiras.

85 Ao explicar a relação entre despesa (receita) de imposto e lucro contábil, uma entidade usa uma alíquota
fiscal aplicável que fornece as informações mais significativas aos usuários de suas demonstrações
financeiras. Muitas vezes, a alíquota mais significativa é a alíquota fiscal doméstica no país em que a
entidade está domiciliada, somando a alíquota fiscal aplicada para impostos nacionais com as alíquotas
aplicadas para quaisquer impostos locais que sejam computados em um nível substancialmente similar
do lucro tributável (prejuízo fiscal). Entretanto, para uma entidade que opera em diversas jurisdições,
pode ser mais significativo somar conciliações separadas, preparadas com base na alíquota doméstica
em cada jurisdição individual. O exemplo a seguir ilustra como a seleção da alíquota fiscal aplicável
afeta a apresentação da conciliação numérica.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 85


Em 19X2, uma entidade possui lucro contábil em sua própria jurisdição (país A) de 1.500
(19X1: 2.000) e no país B de 1.500 (19X1: 500). A alíquota fiscal é de 30% no país A e 20% no
país B. No país A, as despesas de 100 (19X1: 200) não são dedutíveis para propósitos fiscais.

Segue abaixo um exemplo de conciliação à alíquota fiscal doméstica.


19X1 19X2

Lucro contábil 2.500 3.000

Imposto à alíquota doméstica de 30% 750 900

Efeito fiscal de despesas não dedutíveis para propósitos fiscais 60 30

Efeito de alíquotas fiscais menores no país B (50) (150)

Despesa de imposto 760 780

continua...

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continuação...
Exemplo ilustrativo do parágrafo 85
A seguir, um exemplo de uma conciliação preparada a partir da soma de conciliações separadas
para cada jurisdição nacional. Por esse método, o efeito das diferenças entre a alíquota fiscal
doméstica da entidade que reporta e a alíquota fiscal doméstica em outras jurisdições não aparece
como um item separado na conciliação. Uma entidade pode precisar discutir o efeito de mudanças
significativas em uma das alíquotas fiscais ou na combinação de lucros obtidos em diferentes
jurisdições para explicar as mudanças nas alíquotas fiscais aplicáveis, conforme exigido pelo
parágrafo 81(d).
Lucro contábil 2.500 3.000

Imposto às alíquotas domésticas aplicáveis a lucros no país em questão 700 750

Efeito fiscal de despesas não dedutíveis para propósitos fiscais 60 30

Despesa de imposto 760 780

86 A alíquota fiscal média efetiva é a despesa (receita) de imposto dividida pelo lucro contábil.

87 Seria com frequência impraticável calcular o valor de impostos diferidos passivos não reconhecidos
provenientes de investimentos em subsidiárias, filiais e coligadas e participações em negócios em
conjunto (vide parágrafo 39). Portanto, esta Norma exige que uma entidade divulgue o valor agregado
das diferenças temporárias subjacentes, mas não exige a divulgação dos impostos diferidos passivos.
Contudo, quando praticável, as entidades são encorajadas a divulgar os valores dos impostos diferidos
passivos não reconhecidos, pois os usuários de demonstrações financeiras podem considerar essas
informações úteis.

87A O parágrafo 82A exige que uma entidade divulgue a natureza das consequências potenciais do imposto
sobre a renda que resultariam do pagamento de dividendos a seus acionistas. Uma entidade divulga as
principais características dos sistemas de imposto sobre a renda e os fatores que afetarão o valor das
consequências potenciais do imposto sobre a renda relacionado a dividendos.

87B Algumas vezes não seria praticável calcular o valor total das consequências potenciais do imposto sobre
a renda que resultariam do pagamento de dividendos a acionistas. Esse pode ser o caso, por exemplo,
quando uma entidade possui um grande número de subsidiárias estrangeiras. Contudo, mesmo nessas
circunstâncias, algumas parcelas do valor total podem ser facilmente determináveis. Por exemplo, em
um grupo consolidado, uma controladora e algumas de suas subsidiárias podem ter pago imposto sobre
a renda relacionado a lucros não distribuídos a uma alíquota mais alta e estarem cientes do valor que
seria restituído sobre o pagamento de dividendos futuros aos acionistas a partir dos lucros acumulados
consolidados. Nesse caso, o valor restituível é divulgado. Se aplicável, a entidade também divulga que
há consequências potenciais adicionais do imposto sobre a renda não praticamente determináveis. Nas
demonstrações financeiras individuais da controladora, se houver, a divulgação das consequências
potenciais do imposto sobre a renda está relacionada aos lucros acumulados da controladora.

87C Uma entidade obrigada a fornecer as divulgações de acordo com o parágrafo 82A também pode estar
obrigada a fornecer divulgações relacionadas a diferenças temporárias associadas a investimentos em
subsidiárias, filiais e coligadas ou participações em negócios em conjunto. Nesses casos, uma entidade
leva isso em consideração na determinação das informações a serem divulgadas de acordo com o
parágrafo 82A. Por exemplo, uma entidade pode ser obrigada a divulgar o valor agregado de diferenças
temporárias associadas a investimentos em subsidiárias para os quais nenhum imposto diferido passivo
foi reconhecido [vide parágrafo 81(f)]. Se for impraticável calcular os valores de imposto diferido passivo
não reconhecido (vide parágrafo 87), pode haver valores de potenciais consequências de imposto sobre
a renda relacionado a dividendos não praticamente determináveis relacionadas a essas subsidiárias.

A596 ©
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IAS 12

88 Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e ativos contingentes relacionados a impostos de
acordo com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Os passivos contingentes
e ativos contingentes podem resultar, por exemplo, de disputas não resolvidas junto a autoridades
fiscais. De forma similar, quando as mudanças nas alíquotas fiscais ou leis fiscais forem promulgadas
ou anunciadas após o período de relatório, uma entidade divulga qualquer efeito significativo dessas
mudanças sobre os seus impostos correntes e diferidos ativos e passivos (vide IAS 10 – Eventos após o
Período de Relatório).

Data de vigência
89 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou
após 1º de janeiro de 1998, exceto conforme especificado no parágrafo 91. Se uma entidade aplicar esta
Norma para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados antes de 1º de janeiro de 1998,
a entidade deverá divulgar o fato de que aplicou esta Norma em vez da IAS 12 – Contabilização de
Impostos sobre a Renda, aprovada em 1979.

90 Esta Norma substitui a IAS 12 – Contabilização de Impostos sobre a Renda, aprovada em 1979.

91 Os parágrafos 52A, 52B, 65A, 81(i), 82A, 87A, 87B, 87C e a exclusão dos parágrafos 3 e 50 devem
ser aplicados para demonstrações financeiras anuais3 que cubram períodos iniciados a partir de 1º de
janeiro de 2001. A aplicação antecipada é encorajada. Se a adoção antecipada afetar as demonstrações
financeiras, uma entidade deverá divulgar esse fato.

92 A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
ela alterou os parágrafos 23, 52, 58, 60, 62, 63, 65, 68C, 77 e 81, excluiu o parágrafo 61 e adicionou
os parágrafos 61A, 62A e 77A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados
em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período
anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período anterior.

93 O parágrafo 68 será aplicado prospectivamente a partir da data de vigência da IFRS 3 (tal como revisada
em 2008) ao reconhecimento de impostos diferidos ativos adquiridos em combinações de negócios.

94 Portanto, as entidades não deverão ajustar a contabilização de combinações de negócios anteriores se


os benefícios fiscais não atenderem os critérios para reconhecimento separado na data de aquisição, e
forem reconhecidos após a data de aquisição, exceto se os benefícios forem reconhecidos dentro do
período de mensuração e resultarem de novas informações sobre fatos e circunstâncias que existiam na
data de aquisição. Outros benefícios fiscais reconhecidos serão reconhecidos em lucros e perdas (ou, se
esta Norma assim exigir, fora de lucros e perdas).

95 A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) alterou os parágrafos 21 e 67 e adicionou os parágrafos 32A e 81(j)
e (k). Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de
2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008) a um período anterior, as alterações também
serão aplicadas a esse período anterior.

96 [Excluído]

97 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 20 e excluiu o parágrafo 96. Uma entidade
aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

98 O parágrafo 52 foi renumerado como 51A, o parágrafo 10 e os exemplos após o parágrafo 51A foram
alterados, e os parágrafos 51B e 51C e o exemplo seguinte e os parágrafos 51D, 51E e 99 foram
acrescentados por Imposto Diferido: Recuperação de Ativos Subjacentes, emitida em dezembro de 2010.
Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2012.

3 O parágrafo 91 refere-se a “demonstrações financeiras anuais” de acordo com o texto mais explícito para a redação de datas de
vigência adotada em 1998. O parágrafo 89 refere-se a “demonstrações financeiras”.

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IAS 12

A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

98A A IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 2, 15, 18(e), 24,
38, 39, 43-45, 81(f), 87 e 87C. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 11.

98B Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou o parágrafo 77 e excluiu o parágrafo 77A. Uma entidade aplicará essas alterações quando
aplicar a IAS 1 tal como alterada em junho de 2011.

98C Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 58 e 68C. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados
em ou após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se
aplicar essas alterações antecipadamente, a entidade aplicará também todas as alterações incluídas em
Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

Revogação da SIC-21
99 As alterações efetuadas por Imposto Diferido: Recuperação de Ativos Subjacentes, emitida em dezembro
de 2010, substituem a Interpretação SIC-21 – Impostos sobre a Renda—Recuperação de Ativos
Reavaliados Não Depreciáveis.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 16

Imobilizado
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 16 – Imobilizado,
que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1993.
A IAS 16 – Imobilizado substituiu a IAS 16 – Contabilização do Imobilizado (emitida em março de 1982). A IAS 16,
emitida em março de 1982, também substituiu algumas partes da IAS 4 – Depreciação Contábil, aprovada em
novembro de 1975.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 16 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
A norma revisada também substituiu a orientação em três Interpretações (SIC-6 – Custos de Modificação em
Software Existente, SIC-14 – Imobilizado – Compensação por Redução ao Valor Recuperável ou Perda de Itens
e SIC-23 – Imobilizado – Custos Relevantes de Inspeção ou Reforma).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 16. Elas incluem a IFRS 3 – Combinações de
Negócios (emitida em março de 2004 e revisada em janeiro de 2008), a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos
para Venda e Operações Descontinuadas (emitida em março de 2004), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras (conforme revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008) e a
IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (emitida em maio de 2011).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 16
IMOBILIZADO
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 6
RECONHECIMENTO 7
Custos iniciais 11
Custos subsequentes 12
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO 15
Elementos de custo 16
Mensuração de custo 23
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO 29
Método de custo 30
Método de reavaliação 31
Depreciação 43
Valor depreciável e período de depreciação 50
Método de depreciação 60
Redução ao valor recuperável 63
Compensação por redução ao valor recuperável 65
BAIXA 67
DIVULGAÇÃO 73
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 80
DATA DE VIGÊNCIA 81
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 82
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 16 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES

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IAS 16

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 16 – Imobilizado (IAS 16) é definida nos parágrafos 1-83 e no
Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 16 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 16

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 16 – Imobilizado substitui a IAS 16 – Ativo Imobilizado
(revisada em 1998) e deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. A Norma também substitui as seguintes Interpretações:

yy SIC-6 – Custos de Modificações em Software Existente

yy SIC-14 – Ativo Imobilizado – Compensação por Redução ao Valor Recuperável ou Perda de Itens

yy SIC-23 – Ativo Imobilizado – Custos Relevantes de Inspeção ou Reforma.

Motivos para revisar a IAS 16


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 16 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 O principal objetivo do Conselho para a IAS 16 era dar uma visão limitada para fornecer orientação
adicional e esclarecimento sobre assuntos específicos. O Conselho não reconsiderou a abordagem
fundamental da contabilização do imobilizado, contida na IAS 16.

As principais mudanças
IN4 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 16 estão descritas abaixo.

Alcance
IN5 Esta Norma esclarece que uma entidade deve aplicar os princípios da Norma a itens do imobilizado
usados para desenvolver e manter (a) ativos biológicos e (b) direitos minerais e reservas minerais, tais
como óleo, gás natural e recursos não renováveis similares.

Reconhecimento: custos subsequentes


IN6 Uma entidade avalia, de acordo com o princípio geral de reconhecimento, todos os custos do imobilizado,
no momento em que são incorridos. Esses custos incluem custos incorridos inicialmente para adquirir
ou construir um item do imobilizado e custos incorridos subsequentemente para adicionar, substituir
parcialmente ou restaurar um bem. A versão anterior da IAS 16 continha dois princípios de reconhecimento.
Uma entidade aplicava o segundo princípio de reconhecimento aos custos subsequentes.

Mensuração no reconhecimento: custos de desmontagem, retirada e


restauração de ativos
IN7 O custo de um item do imobilizado inclui os custos de sua desmontagem, retirada ou restauração, em cuja
obrigação uma entidade incorre como consequência da instalação do bem. Seu custo também inclui os
gastos de sua desmontagem, ou restauração, em cuja obrigação uma entidade incorre como consequência
de usar o bem durante um período específico, para fins que não sejam os de produzir estoques durante
esse período. A versão anterior da IAS 16 incluía, dentro de seu alcance, apenas os custos incorridos
como consequência da instalação do bem.

A602 ©
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IAS 16

Mensuração no reconhecimento: transações de troca de ativos


IN8 Uma entidade deve mensurar um ativo do imobilizado adquirido em troca de outro ativo ou ativos não
monetários, ou uma combinação de ativos monetários e não monetários, ao valor justo, exceto se a
transação de troca não possuir substância comercial. De acordo com a versão anterior da IAS 16, uma
entidade mensura esse ativo adquirido ao valor justo, exceto se os ativos trocados forem similares.

Mensuração após o reconhecimento: método de reavaliação


IN9 Se o valor justo puder ser mensurado de forma confiável, uma entidade pode reconhecer todos os itens de
uma classe do imobilizado ao valor reavaliado, que é o valor justo dos itens na data da reavaliação menos
qualquer depreciação acumulada e perdas acumuladas por redução ao valor recuperável subsequentes.
Conforme a versão anterior da IAS 16, o uso dos valores reavaliados não dependia de os valores justos
serem ou não mensuráveis de forma confiável.

Depreciação: unidade de mensuração


IN10 Uma entidade deve determinar o encargo de depreciação separadamente, para cada parte significativa
de um item do imobilizado. A versão anterior da IAS 16 não definia tão claramente esse requisito.

Depreciação: valor depreciável


IN11 Uma entidade deve mensurar o valor residual de um item do imobilizado como o valor que estima que
receberia atualmente pelo ativo, se o ativo já tivesse a idade e estivesse na condição esperada no final de
sua vida útil. A versão anterior da IAS 16 não especificava se o valor residual deveria ser esse valor ou o
valor, inclusive os efeitos da inflação, que uma entidade esperava receber no futuro, na data de retirada
real do ativo.

Depreciação: período de depreciação


IN12 Uma entidade deve iniciar a depreciação de um item do imobilizado quando ele estiver disponível para
uso e continuar a depreciá-lo até que seja baixado, mesmo se, durante esse período, o item estiver ocioso.
A versão anterior da IAS 16 não especificava quando a depreciação de um item se iniciava e especificava
que uma entidade deveria deixar de depreciar um item que tinha sido retirado de uso ativo e mantido
para alienação futura.

Baixa: data de baixa


IN13 Uma entidade deve baixar o valor contábil de um item do imobilizado vendido na data em que os critérios
para venda de bens constantes da IAS 18 – Receita sejam atendidos. A versão anterior da IAS 16 não
exigia que uma entidade usasse esses critérios para determinar a data em que deu baixa no valor contábil
de um item do imobilizado alienado.

IN14 Uma entidade deve baixar o valor contábil de uma parte de um item do imobilizado se essa parte tiver
sido substituída e a entidade tiver incluído o custo da substituição no valor contábil do item. A versão
anterior da IAS 16 não estendia seu princípio de baixa a essas partes; em vez disso, seu princípio de
reconhecimento para gastos subsequentes efetivamente impedia que o custo de uma substituição fosse
incluído no valor contábil do item.

Baixa: classificação de ganho


IN15 Uma entidade não pode classificar como receita um ganho que realizar sobre a alienação de um item do
imobilizado. A versão anterior da IAS 16 não continha essa previsão.

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IAS 16

Norma Internacional de Contabilidade IAS 16


Imobilizado

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever um tratamento contábil para o imobilizado, de modo que os usuários
das demonstrações financeiras possam discernir informações sobre o investimento de uma entidade em
imobilizado e as mudanças nesse investimento. As principais questões na contabilização do imobilizado
são o reconhecimento de ativos, a determinação de seus valores contábeis e os encargos de depreciação
e perdas por redução ao valor recuperável a serem reconhecidos em relação a eles.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização do imobilizado, exceto quando outra Norma exigir
ou permitir um tratamento contábil diferente.

3 Esta Norma não se aplica a:

(a) imobilizado classificado como mantido para a venda, de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não
Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas;

(b) ativos biológicos relacionados à atividade agrícola (vide IAS 41 – Agricultura);

(c) reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (vide IFRS 6 – Exploração e


Avaliação de Recursos Minerais); ou

(d) direitos minerais e reservas minerais como, por exemplo, petróleo, gás natural e recursos não
renováveis similares.

Entretanto, esta Norma se aplica a imobilizado usado para desenvolver ou manter os ativos descritos em
(b)–(d).

4 Outras Normas podem requerer o reconhecimento de um item do imobilizado com base em uma
abordagem diferente da mencionada nesta Norma. Por exemplo, a IAS 17 – Arrendamentos exige que
uma entidade avalie o reconhecimento de um item do imobilizado arrendado com base na transferência
de riscos e benefícios à entidade. Entretanto, nesses casos, outros aspectos do tratamento contábil para
esses ativos, inclusive depreciação, são prescritos por esta Norma.

5 Uma entidade que utiliza o método de custo para propriedades para investimento, de acordo com a IAS
40 – Propriedades para Investimento, utilizará o método de custo desta Norma.

Definições
6 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Valor Contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após deduzir-se qualquer depreciação
(amortização) acumulada e perdas acumuladas por redução o seu valor recuperável.

Custo é o valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou o valor justo de outra contrapartida dada
para a aquisição de um ativo no momento de sua aquisição ou construção ou, quando aplicável,
o valor atribuído a esse ativo quando inicialmente reconhecido, de acordo com as exigências
específicas de outras IFRSs, p.ex. a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações.

Valor depreciável é o custo de um ativo, ou outro montante que substitua o custo (nas demonstrações
financeiras), menos o seu valor residual.

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IAS 16

Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida útil.

Valor específico da entidade é o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade espera obter
do uso contínuo de um ativo e de sua alienação ao final de sua vida útil, ou que espera incorrer ao
liquidar um passivo.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Uma perda por redução ao valor recuperável de ativos é o valor pelo qual o valor contábil de um
ativo excede o seu valor recuperável.

Imobilizado são itens tangíveis que:

(a) são mantidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para aluguel a
terceiros ou para fins administrativos; e

(b) espera-se que sejam usados durante mais de um período.

Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo de um ativo menos os custos para vender e
seu valor em uso.

Valor residual de um ativo é o valor estimado que uma entidade obteria presentemente a partir da
alienação de um ativo, após deduzir os custos estimados de alienação, se o ativo já tivesse a idade
e estivesse na condição esperada no final de sua vida útil.

Vida útil significa:

(a) o período ao longo do qual se espera que um ativo esteja disponível para uso por uma
entidade; ou

(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares que a entidade espera seja obtido
do ativo.

Reconhecimento
7 O custo de um item do imobilizado será reconhecido como um ativo se, e apenas se:

(a) for provável que os benefícios econômicos futuros associados ao item fluirão para a entidade; e

(b) o custo do item puder ser mensurado de forma confiável.

8 Itens como peças de reposição, equipamentos de reserva e os equipamentos de serviço são reconhecidos
de acordo com esta IFRS quando atendem à definição de imobilizado. De outro modo, tais itens são
classificados como estoque.

9 Esta Norma não prescreve a unidade de medida para reconhecimento, ou seja, o que constitui um
item do imobilizado. Assim, é necessário julgamento na aplicação dos critérios de reconhecimento
às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode ser apropriado agregar itens individualmente
insignificantes, tais como moldes, ferramentas e matrizes, e aplicar os critérios ao valor agregado.

10 Uma entidade avalia, de acordo com o princípio do reconhecimento, todos os seus custos do imobilizado
no momento em que forem incorridos. Esses custos incluem custos incorridos inicialmente para adquirir
ou construir um item do imobilizado e custos incorridos subsequentemente para adicionar, substituir ou
restaurar esse item.

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IAS 16

Custos iniciais
11 Os itens do imobilizado podem ser adquiridos por motivos ambientais ou de segurança. A aquisição
desse imobilizado, embora não diretamente aumentando os benefícios econômicos futuros de qualquer
item particular do imobilizado existente, pode ser necessária para que uma entidade tenha os benefícios
econômicos futuros de outros ativos. Esses itens do imobilizado qualificam-se para reconhecimento como
ativos, porque permitem que uma entidade obtenha benefícios econômicos futuros dos ativos relacionados,
excedendo o que poderia ser obtido, caso esses itens não fossem adquiridos. Por exemplo, um fabricante
de produtos químicos pode instalar novos processos de manuseio químico para cumprir requisitos
ambientais para a produção e armazenamento de produtos químicos perigosos; as respectivas melhorias
na fábrica são reconhecidas como ativos, pois, sem elas, a entidade é incapaz de fabricar e vender os
produtos químicos. Entretanto, o valor contábil resultante desses ativos e dos ativos correspondentes é
revisado quanto à redução ao valor recuperável, de acordo com a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável
de Ativos.

Custos subsequentes
12 De acordo com o princípio de reconhecimento no parágrafo 7, uma entidade não reconhece no valor
contábil de um item do imobilizado os custos dos serviços diários do item. Em vez disso, esses custos são
reconhecidos em lucros e perdas quando incorridos. Os custos dos serviços diários são principalmente os
custos de mão-de-obra e material de consumo e podem incluir os custos de peças pequenas. A finalidade
desses gastos é frequentemente descrita como para “reparos e manutenção” do item do imobilizado.

13 Partes de alguns itens do imobilizado podem exigir substituição Por exemplo, um forno pode exigir um
novo revestimento após um número específico de horas de uso, ou os interiores de aeronaves como,
por exemplo, assentos e cozinhas de bordo, podem exigir substituição diversas vezes durante a vida útil
da estrutura da aeronave. Itens do imobilizado também podem ser adquiridos para substituições menos
frequentes e recorrentes como, por exemplo, a substituição das paredes interiores de um prédio ou para
fazer uma substituição não recorrente. De acordo com o princípio do reconhecimento no parágrafo 7,
uma entidade reconhece, no valor contábil de um item do imobilizado, o custo da substituição de parte
desse item, quando esse custo é incorrido, se os critérios de reconhecimento forem atendidos. O valor
contábil dessas partes que forem substituídas é baixado, de acordo com as disposições de baixa desta
Norma (vide parágrafos 67–72).

14 Uma condição de continuidade de operação de um item do imobilizado (por exemplo, uma aeronave)
pode ser a realização de inspeções regulares de grande porte, em busca de falhas, independentemente
de as partes do item serem substituídas. Quando uma inspeção de grande porte é realizada, seu custo é
reconhecido no valor contábil do item do imobilizado como substituição, se os critérios de reconhecimento
forem atendidos. Qualquer valor contábil remanescente do custo da inspeção anterior (em oposição
às partes físicas) é baixado. Isso ocorre independentemente de o custo da inspeção anterior ter sido
identificado na transação em que o item foi adquirido ou construído. Se necessário, o custo estimado de
uma inspeção similar no futuro pode ser utilizado como uma indicação de qual era o custo do componente
de inspeção existente, quando o item foi adquirido ou construído.

Mensuração no reconhecimento
15 Um item do imobilizado que se qualifica para reconhecimento como ativo será mensurado pelo
seu custo.

Elementos de custo
16 O custo de um item do imobilizado compreende:

(a) seu preço de compra, inclusive tarifas de importação e impostos não recuperáveis sobre compras,
após deduzir os descontos comerciais e rebates;

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IAS 16

(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessários, para
que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração.

(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e retirada do item e restauração do local em que
está localizado, em cuja obrigação uma entidade incorre, seja quando o item é adquirido ou como
consequência de ter usado o item durante um período específico, para fins que não sejam o da
produção de estoques durante esse período.

17 São exemplos de custos diretamente atribuíveis:

(a) custos de benefícios aos empregados (conforme definido na IAS 19 – Benefícios aos Empregados)
decorrentes diretamente da construção ou aquisição do item do imobilizado;

(b) custos de preparação do local;

(c) custos de entrega inicial e manuseio;

(d) custos de instalação e montagem;

(e) custos de testes para confirmar se o ativo está funcionando adequadamente, após deduzir as receitas
líquidas da venda de quaisquer itens produzidos ao colocar o ativo nesse local e condição (tais
como as amostras produzidas ao testar o equipamento); e

(f) honorários profissionais.

18 Uma entidade aplica a IAS 2 – Estoques aos custos de obrigações por desmontagem, remoção e restauração
do local em que o item está localizado que sejam incorridos durante um período específico, como
consequência de ter usado o item, para produzir estoques durante esse período. As obrigações referentes
a custos contabilizados de acordo com a IAS 2 ou a IAS 16 são reconhecidas e mensuradas de acordo
com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.

19 Exemplos de custos que não se enquadram como custos de um item do imobilizado:

(a) custos de abertura de uma nova instalação;

(b) custos de introdução de um novo produto ou serviço (inclusive custos de publicidade e atividades
promocionais);

(c) custos da realização de um negócio em um novo local ou com uma nova classe de cliente (inclusive
custos de treinamento de pessoal); e

(d) custos administrativos e outros custos gerais.

20 O reconhecimento do custo no valor contábil de um item do imobilizado cessa quando esse item está
no local e condição necessários para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração.
Portanto, os custos incorridos no uso ou reaplicação de um item não estão incluídos no valor contábil desse
item. Por exemplo, os seguintes custos não estão incluídos no valor contábil de um item do imobilizado:

(a) custos incorridos enquanto um item, capaz de operar da forma pretendida pela administração, ainda
tem de ser colocado em uso ou ser operado em capacidade inferior à total;

(b) perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a demanda pela produção do
item está sendo formada; e

(c) custos de realocação ou reorganização de parte ou da totalidade das operações de uma entidade.

21 Algumas operações ocorrem em conexão com a construção ou desenvolvimento de um item do


imobilizado; porém, não são necessárias para colocar o item no local e condição necessários para que
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Essas operações ocasionais podem ocorrer

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IAS 16

antes ou durante as atividades de construção ou desenvolvimento. Por exemplo, a receita obtida do


uso de um local de edificação, como um estacionamento, até que a construção seja iniciada. Como as
operações ocasionais não são necessárias para colocar um item no local e condição necessários para
que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração, a receita e as respectivas despesas de
operações ocasionais são reconhecidas em lucros e perdas e incluídas em suas respectivas classificações
de receita e despesa.

22 O custo de um ativo construído internamente é determinado usando-se os mesmos princípios que para
um ativo adquirido. Se uma entidade coloca ativos similares para venda no curso normal dos negócios,
o custo desse ativo é normalmente o mesmo que o custo de construção de um ativo para venda (vide
IAS 2). Portanto, quaisquer lucros internos são eliminados na determinação desses custos. De forma
similar, os custos de valores anormais relativos a perdas de material, mão-de-obra ou outros recursos
incorridos na construção própria de um ativo não são incluídos no custo do ativo. A IAS 23 – Custos de
Empréstimos estabelece os critérios para reconhecimento de juros como componente do valor contábil
de um item do imobilizado.

Mensuração de custo
23 O custo de um item do imobilizado compreende o equivalente ao preço à vista na data do reconhecimento.
Se o pagamento for diferido além dos prazos normais de crédito, a diferença entre o equivalente ao preço
à vista e o pagamento total é reconhecida como despesa de juros ao longo do período do financiamento,
exceto se esses juros forem capitalizados de acordo com a IAS 23.

24 Um ou mais itens do imobilizado podem ser adquiridos em troca de um ativo ou ativos não monetários,
ou uma combinação de ativos monetários e não monetários. A discussão a seguir refere-se simplesmente
a uma troca de um ativo não monetário por outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na
sentença anterior. O custo desse item do imobilizado é mensurado ao valor justo, a menos que (a) a
transação de troca não possua substância comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido ou do ativo
concedido não possa ser mensurado de forma confiável. O item adquirido é mensurado dessa forma,
mesmo se uma entidade não puder baixar imediatamente o ativo concedido. Se o item adquirido não for
mensurado ao valor justo, seu custo é mensurado ao valor contábil do ativo concedido.

25 Uma entidade determina se uma transação de troca possui substância comercial, considerando até que
ponto se espera que seus fluxos de caixa futuros mudem como resultado da transação. Uma transação
de troca tem substância comercial, se:

(a) a configuração (risco, época e valor) dos fluxos de caixa do ativo recebido diferir da configuração
dos fluxos de caixa do ativo transferido; ou

(b) o valor específico da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação mudar,
como resultado da troca; e

(c) a diferença em (a) ou (b) for significativa em relação ao valor justo dos ativos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transação de troca possui substância comercial, o valor específico
da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação refletirá os fluxos de caixa
pós‑imposto. O resultado dessas análises pode ser claro, sem a necessidade de uma entidade ter de realizar
cálculos detalhados.

26 O valor justo de um ativo é mensurável de forma confiável se (a) a variabilidade na faixa de mensurações
de valores justos razoáveis não for significativa para esse ativo ou (b) as probabilidades das várias
estimativas dentro da faixa puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao mensurar o valor justo.
Se uma entidade for capaz de mensurar de forma confiável o valor justo do ativo recebido ou do ativo
concedido, então o valor justo do ativo concedido será usado para mensurar o custo do ativo recebido,
exceto se o valor justo do ativo recebido for mais claramente evidente.

27 O custo de um item do imobilizado detido por um arrendatário em um arrendamento financeiro é


determinado de acordo com a IAS 17.

A608 ©
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IAS 16

28 O valor contábil de um item do imobilizado pode ser reduzido por subvenções governamentais, de
acordo com a IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência
Governamental.

Mensuração após o reconhecimento


29 Uma entidade escolherá, como sua política contábil, o método de custo descrito no parágrafo 30
ou o método de reavaliação descrito no parágrafo 31 e aplicará essa política a toda uma classe
do imobilizado.

Método de custo
30 Após o reconhecimento como um ativo, um item do imobilizado será reconhecido pelo seu custo,
menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor
recuperável.

Método de reavaliação
31 Após o reconhecimento como um ativo, um item do imobilizado cujo valor justo possa ser
mensurado de forma confiável será reconhecido ao valor reavaliado, sendo seu valor justo na data
da reavaliação menos qualquer depreciação acumulada e perdas acumuladas por redução ao valor
recuperável subsequentes. As reavaliações serão feitas com regularidade suficiente para garantir
que o valor contábil não difira significativamente daquele que seria determinado usando o valor
justo no final do período de relatório.

32–33 [Excluídos]

34 A frequência das reavaliações depende das mudanças nos valores justos dos itens do imobilizado que
estão sendo reavaliados. Quando o valor justo de um ativo reavaliado diferir significativamente de seu
valor contábil, é necessária outra reavaliação. Alguns itens do imobilizado sofrem mudanças significativas
e voláteis no valor justo, necessitando, assim, de reavaliação anual. Essas reavaliações frequentes são
desnecessárias para itens do imobilizado com mudanças irrelevantes no valor justo. Em vez disso, pode
ser necessário reavaliar o item apenas a cada três ou cinco anos.

35 Quando um item do imobilizado é reavaliado, qualquer depreciação acumulada na data da reavaliação


é tratada de uma das seguintes formas:

(a) reapresentada proporcionalmente, com a mudança no valor contábil bruto do ativo, de modo que o
seu valor contábil, após a reavaliação, se iguale ao valor reavaliado. Esse método é frequentemente
usado quando um ativo é reavaliado pela aplicação de um índice, para determinar seu custo de
substituição (vide IFRS 13).

(b) eliminada contra o valor contábil bruto do ativo e o valor líquido reapresentado para o valor
reavaliado do ativo. Esse método é frequentemente usado para edificações.

O valor do ajuste decorrente da reapresentação ou eliminação da depreciação acumulada faz parte do


aumento ou redução no valor contábil, que é contabilizado de acordo com os parágrafos 39 e 40.

36 Se um item do imobilizado for reavaliado, toda a classe do imobilizado à qual pertence o ativo será
reavaliada.

37 Uma classe do imobilizado é um agrupamento de ativos de natureza e uso similares nas operações de
uma entidade. Seguem exemplos de classes separadas:

(a) terrenos;

(b) terrenos e edificações;

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IAS 16

(c) maquinário;

(d) navios;

(e) aeronaves;

(f) veículos automotores;

(g) móveis e utensílios; e

(h) equipamento de escritório.

38 Os itens dentro de uma classe do imobilizado são reavaliados simultaneamente, para evitar a reavaliação
seletiva de ativos e a informação de valores nas demonstrações financeiras que sejam uma mistura de
custos e valores Entretanto, uma classe de ativos pode ser reavaliada em regime de rotação, desde que a
reavaliação da classe de ativos seja completada dentro de um curto período e desde que as reavaliações
sejam mantidas atualizadas.

39 Se o valor contábil de um ativo aumentar como resultado de uma reavaliação, o aumento será
reconhecido em outros resultados abrangentes e acumulados no patrimônio líquido, sob a rubrica
de superavit de reavaliação. Entretanto, o aumento será reconhecido em lucros e perdas na medida
em que reverter uma redução na reavaliação do mesmo ativo anteriormente reconhecido em lucros
e perdas.

40 Se o valor contábil de um ativo diminuir como resultado de uma reavaliação, a redução será
reconhecida em lucros e perdas. Entretanto, a redução será reconhecida em outros resultados
abrangentes, de acordo com qualquer saldo credor existente no superavit de reavaliação desse ativo.
A redução reconhecida em outros resultados abrangentes reduz o valor acumulado no patrimônio
líquido sob a rubrica superavit de reavaliação.

41 O superavit de reavaliação incluído no patrimônio líquido em relação a um item do imobilizado pode ser
diretamente transferido a lucros acumulados quando o ativo for baixado. Isso pode envolver a transferência
da totalidade do superavit quando o ativo for retirado ou alienado. Entretanto, parte do superavit pode
ser transferida conforme o ativo for usado por uma entidade. Nesse caso, o valor do superavit transferido
seria a diferença entre a depreciação baseada no valor contábil do ativo e a depreciação baseada no seu
custo original. As transferências do superavit de reavaliação para lucros acumulados não são feitas por
meio de lucros e perdas.

42 Os efeitos de impostos sobre a renda, se houver, resultantes da reavaliação do imobilizado, são


reconhecidos e divulgados de acordo com a IAS 12 – Impostos sobre a Renda.

Depreciação
43 Cada parte de um item do imobilizado com um custo que seja significativo em relação ao custo
total do item será depreciada separadamente.

44 Uma entidade aloca o valor inicialmente reconhecido em relação a um item do imobilizado a suas partes
significativas e deprecia separadamente cada uma dessas partes. Por exemplo, pode ser apropriado
depreciar separadamente a estrutura e as turbinas de uma aeronave, seja ela própria ou sujeita a
um arrendamento financeiro. Da mesma forma, se uma entidade adquire imobilizado sujeito a um
arrendamento operacional em que é o arrendador, pode ser apropriado depreciar separadamente aqueles
valores refletidos no custo desse item que forem atribuíveis a prazos do arrendamento, favoráveis ou
desfavoráveis em relação aos termos de mercado.

45 Uma parte significativa de um item do imobilizado pode ter uma vida útil e um método de depreciação
que sejam os mesmos que a vida útil e método de depreciação de outra parte significativa desse mesmo
item. Essas partes podem ser agrupadas na determinação do encargo de depreciação.

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IAS 16

46 Na medida em que uma entidade deprecia separadamente algumas partes de um item do imobilizado,
ela também deprecia separadamente o restante do item. O restante compreende as partes do item que
são individualmente não significativas. Se uma entidade possui expectativas variáveis para essas partes,
podem ser necessárias técnicas de aproximação para depreciar o restante, de forma que represente de
forma fiel o padrão de consumo e/ou vida útil de suas partes.

47 Uma entidade pode decidir depreciar separadamente as partes de um item que não tenha um custo que
seja significativo em relação ao custo total do item.

48 O encargo de depreciação para cada período será reconhecido em lucros e perdas, exceto se incluído
no valor contábil de outro ativo.

49 O encargo de depreciação para um período é normalmente reconhecido em lucros e perdas. Entretanto,


algumas vezes, os benefícios econômicos futuros incorporados em um ativo são absorvidos na produção
de outros ativos. Nesse caso, o encargo de depreciação constitui parte do custo de outro ativo e é incluído
em seu valor contábil. Por exemplo, a depreciação de fábricas e equipamentos é incluída nos custos
de transformação de estoques (vide IAS 2). Da mesma forma, a depreciação do imobilizado usado para
atividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um ativo intangível, reconhecido de acordo
com a IAS 38 – Ativos Intangíveis.

Valor depreciável e período de depreciação

50 O valor depreciável de um ativo será alocado sistematicamente ao longo de sua vida útil.

51 O valor residual e a vida útil de um ativo serão revisados pelo menos ao final de cada exercício
financeiro e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s) mudança(s) será(ão)
contabilizada(s) como mudança(s) na estimativa contábil de acordo com a IAS 8 – Políticas
Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

52 A depreciação é reconhecida mesmo se o valor justo do ativo exceder seu valor contábil, na medida em
que o valor residual do ativo não exceder seu valor contábil. O reparo e a manutenção de um ativo não
impedem a necessidade de depreciá-lo.

53 O valor depreciável de um ativo é determinado após deduzir o seu valor residual. Na prática, o
valor residual de um ativo é frequentemente insignificante e, portanto, irrelevante no cálculo do
valor depreciável.

54 O valor residual de um ativo pode aumentar até um valor igual ou superior ao valor contábil de um ativo. Se
isso ocorrer, o encargo de depreciação do ativo é zero, exceto e até que o valor residual subsequentemente
diminua até um valor abaixo do valor contábil do ativo.

55 A depreciação de um ativo começa quando ele está disponível para uso, isto é, quando ele está no local e na
condição necessários para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. A depreciação
de um ativo se encerra mediante o que ocorrer primeiro – entre a data em que o ativo for classificado
como mantido para venda (ou incluído em um grupo de alienação que seja classificado como mantido
para venda) de acordo com a IFRS 5 e a data em que o ativo for baixado. Portanto, a depreciação não
se encerra quando o ativo se torna ocioso ou é retirado de ativo em uso, exceto se o ativo for totalmente
depreciado. Entretanto, de acordo com os métodos de depreciação por uso, o encargo de depreciação
pode ser zero, enquanto não houver produção.

56 Os benefícios econômicos futuros incorporados em um ativo são consumidos por uma entidade
principalmente por meio de seu uso. Entretanto, outros fatores, tais como obsolescência técnica ou
comercial e o desgaste natural enquanto um ativo permanece ocioso, frequentemente resultam na
diminuição dos benefícios econômicos que poderiam ter sido obtidos do ativo. Consequentemente, todos
os seguintes fatores são considerados na determinação da vida útil de um ativo:

(a) o uso esperado do ativo. O uso é avaliado por referência à capacidade ou produção física esperada
do ativo.

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IAS 16

(b) desgaste físico natural esperado, que depende de fatores operacionais, tais como o número de turnos
nos quais o ativo será usado e o programa de reparo e manutenção, e o cuidado e manutenção do
ativo enquanto ocioso;

(c) obsolescência técnica ou comercial decorrente de mudanças ou melhorias na produção, ou de uma


mudança na demanda de mercado pelo produto ou serviço resultante do ativo;

(d) limites legais ou similares sobre o uso do ativo, como, por exemplo, datas de vencimento de
arrendamentos relacionados.

57 A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a entidade. A política
de gerenciamento de ativos da entidade pode envolver a alienação de ativos após um período específico
ou após o consumo de uma parte específica dos benefícios econômicos futuros incorporados ao ativo.
Portanto, a vida útil de um ativo pode ser mais curta que sua vida econômica. A estimativa da vida útil
do ativo é uma questão de julgamento, com base na experiência da entidade com ativos similares.

58 Terrenos e edificações são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo quando forem
adquiridos juntos. Com algumas exceções, tais como garimpos e locais usados para aterramento, o terreno
possui uma vida útil ilimitada e, portanto, não é depreciado. As edificações possuem vida útil limitada e,
portanto, são ativos depreciáveis. Um aumento no valor do terreno em que uma edificação se encontra
não afeta a determinação do valor depreciável da edificação.

59 Se o custo do terreno incluir os custos da desmontagem, retirada e restauração do local, essa parte do
ativo de terreno é depreciada ao longo do período de benefícios obtidos incorrendo-se esses custos. Em
alguns casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limitada, caso em que é depreciado de forma que
reflita os benefícios a serem dele obtidos.

Método de depreciação

60 O método de depreciação usado refletirá o padrão em que se espera que os benefícios econômicos
futuros do ativo sejam consumidos pela entidade.

61 O método de depreciação aplicado a um ativo será revisado pelo menos ao final de cada exercício
financeiro e, se tiver havido uma mudança significativa no padrão esperado de consumo dos
benefícios econômicos futuros incorporados ao ativo, o método será alterado, para refletir os
padrões alterados. Essa mudança será contabilizada como mudança na estimativa contábil de
acordo com a IAS 8.

62 Uma variedade de métodos de depreciação poderá ser usada para alocar o valor depreciável de um ativo
alocado sistematicamente ao longo de sua vida útil. Esses métodos incluem o método linear, o método
do saldo decrescente e o método de unidades de produção. A depreciação linear resulta em um encargo
constante sobre a vida útil, se o valor residual do ativo não mudar. O método do saldo decrescente
resulta em um encargo decrescente ao longo da vida útil. O método de unidades de produção resulta em
um encargo baseado no uso esperado ou produção. A entidade seleciona o método que reflete de forma
mais aproximada o padrão de consumo esperado dos benefícios econômicos futuros incorporados ao
ativo. Esse método é aplicado consistentemente, de período a período, exceto se houver uma alteração
no padrão esperado de consumo desses benefícios econômicos futuros.

Redução ao valor recuperável


63 Para determinar se um item do imobilizado apresenta problemas de recuperação, uma entidade aplica a
IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. A Norma explica como uma entidade revisa o valor
contábil de um ativo, como ela determina o valor recuperável de um ativo e quando ela reconhece ou
reverte o reconhecimento de uma perda por redução ao valor recuperável.

64 [Excluído]

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Compensação por redução ao valor recuperável


65 A compensação de terceiros por itens do imobilizado que tiveram redução ao seu valor recuperável
ou que foram perdidos ou transferidos será incluída em lucros e perdas quando a compensação se
tornar recebível.

66 Reduções ao valor recuperável ou perdas de itens do imobilizado, reivindicações relacionadas ou


pagamentos de compensação de terceiros e qualquer compra subsequente ou construção de ativos de
substituição são eventos econômicos separados e são contabilizados separadamente, como segue:

(a) reduções ao valor recuperável de itens do imobilizado são reconhecidas de acordo com a IAS 36;

(b) baixa de itens do imobilizado retirados ou alienados é determinada de acordo com esta Norma;

(c) compensação de terceiros por itens do imobilizado que apresentaram problemas de recuperação
ou que foram perdidos ou transferidos será incluída na determinação de lucros e perdas quando se
tornar recebível;

(d) o custo de itens do imobilizado restaurados, comprados ou construídos como substituição é


determinado de acordo com esta Norma.

Baixa
67 O valor contábil de um item do imobilizado será baixado:

(a) na alienação; ou

(b) quando não forem esperados benefícios econômicos futuros de seu uso ou alienação.

68 O ganho ou perda na baixa de um item do imobilizado será incluído em lucros e perdas quando o
item for baixado [exceto se a norma IAS 17 exigir de outro modo, por ocasião de uma transação
de venda e retroarrendamento]. Os ganhos não serão classificados como receitas.

68A Contudo, uma entidade que, no curso de suas atividades normais, rotineiramente vende itens do
imobilizado que são mantidos para locação a terceiros transferirá esses ativos para estoques, ao seu valor
contábil, quando eles deixarem de ser locados e passarem a ser mantidos para venda. Os proventos da
venda desses ativos serão reconhecidos como receita, de acordo com a IAS 18 – Receita. A IFRS 5 não se
aplica quando ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios são transferidos para estoques.

69 A alienação de um item do imobilizado pode ocorrer de diversas formas (p.ex. venda, celebrando um
arrendamento financeiro ou por doação). Ao determinar a data de alienação de um item, uma entidade
aplica os critérios da IAS 18 para reconhecer as receitas provenientes da venda de produtos. A IAS 17
aplica-se à alienação por uma transação de venda e de retroarrendamento

70 Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 7, uma entidade reconhecer no valor
contábil de um item do imobilizado o custo de uma substituição de uma parte do item, então ela baixa
o valor contábil da parte substituída, independentemente de a parte substituída ter sido depreciada
separadamente. Se não for praticável para uma entidade determinar o valor contábil da parte substituída,
ela pode usar o custo da substituição como uma indicação de qual era o custo da parte substituída na
ocasião em que foi adquirida ou construída.

71 O ganho ou a perda na baixa de um item do imobilizado será determinado como a diferença entre
as receitas líquidas obtidas na alienação, se houver, e o valor contábil do item.

72 A contrapartida recebível por ocasião da alienação de um item do imobilizado é reconhecida inicialmente


como valor justo. Se o pagamento pelo item for diferido, a contrapartida recebida é reconhecida
inicialmente pelo equivalente ao preço à vista. A diferença entre o valor nominal da contrapartida e o

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equivalente ao preço à vista é reconhecida como receita de juros de acordo com a IAS 18, refletindo o
rendimento efetivo sobre o recebível.

Divulgação
73 As demonstrações financeiras divulgarão, para cada classe do imobilizado:

(a) as bases de mensuração usadas para determinar o valor contábil bruto;

(b) os métodos de depreciação usados;

(c) as vidas úteis ou taxas de depreciação usadas;

(d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (agregada com as perdas por redução ao
valor recuperável), no início e no final do período; e

(e) uma conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando:

(i) adições;

(ii) os ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo de alienação
que seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5 e outras
alienações;

(iii) aquisições por meio de combinações de negócios;

(iv) aumentos ou reduções resultantes de reavaliações previstas nos parágrafos 31, 39 e 40


e de perdas por redução ao valor recuperável, reconhecidas ou revertidas em outros
resultados abrangentes, de acordo com a IAS 36;

(v) perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em lucros e perdas, de acordo
com a IAS 36;

(vi) perdas por redução ao valor recuperável revertidas em lucros e perdas, de acordo com
a IAS 36;

(vii) depreciação;

(viii) as diferenças de câmbio líquidas decorrentes da conversão de demonstrações financeiras


de moeda funcional para uma moeda de apresentação diferente, inclusive a conversão
de uma operação no exterior para a moeda de apresentação da entidade que reporta; e

(ix) outras mudanças.

74 As demonstrações financeiras também divulgarão:

(a) a existência e valores de restrições no título e imobilizado penhorado como garantia para
passivos;

(b) o valor de gastos reconhecidos no valor contábil de um item do imobilizado no curso de sua
construção;

(c) o valor de compromissos contratuais para a aquisição do imobilizado; e

(d) se não divulgado separadamente na demonstração do resultado abrangente, o valor de


compensação de terceiros por itens do imobilizado que tiveram redução no seu valor
recuperável ou que foram perdidos ou transferidos será incluído em lucros e perdas.

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75 A escolha do método de depreciação e estimativa da vida útil de ativos é uma questão de julgamento.
Portanto, a divulgação de métodos adotados e vidas úteis estimadas ou taxas de depreciação fornecem,
aos usuários das demonstrações financeiras, informações que permitem que eles revisem as políticas
selecionadas pela administração e permite que sejam feitas comparações com outras entidades. Por
motivos similares, é necessário divulgar:

(a) a depreciação, se reconhecida em lucros e perdas ou como parte do custo de outros ativos, durante
um período; e

(b) a depreciação acumulada no final do período.

76 De acordo com a IAS 8, uma entidade divulga a natureza e o efeito de uma mudança em uma estimativa
contábil que tenha um efeito no período corrente ou que se espera que tenha um efeito Para o imobilizado,
essa divulgação pode surgir de mudanças nas estimativas referentes a:

(a) valores residuais;

(b) custos estimados da desmontagem, retirada ou restauração do imobilizado;

(c) vidas úteis; e

(d) métodos de depreciação.

77 Se itens do imobilizado forem reconhecidos pelos valores reavaliados, será divulgado o seguinte
além das divulgações exigidas pela IFRS 13:

(a) a data efetiva da reavaliação;

(b) se foi envolvido um avaliador independente;

(c) [excluído]

(d) [excluído]

(e) para cada classe reavaliada do imobilizado, o valor contábil que teria sido reconhecido caso
os ativos tivessem sido reconhecidos pelo método de custo; e

(f) a reavaliação, indicando a mudança para o período e quaisquer restrições na distribuição do


saldo aos acionistas.

78 De acordo com a IAS 36, uma entidade divulga informações sobre o imobilizado que apresenta problemas
de recuperação, além das informações exigidas pelo parágrafo 73(e)(iv)–(vi).

79 Os usuários de demonstrações financeiras também podem considerar as seguintes informações pertinentes


às suas necessidades:

(a) o valor contábil do imobilizado temporariamente ocioso;

(b) o valor contábil de qualquer imobilizado totalmente depreciado que ainda esteja em uso;

(c) o valor contábil do imobilizado retirado de ativo em uso e não classificado como mantido para
venda, de acordo com a IFRS; e

(d) quando é utilizado o método de custo, o valor justo do imobilizado quando for significativamente
diferente do valor contábil.

Portanto, as entidades são incentivadas a divulgar esses valores.

©
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Disposições transitórias
80 Os requisitos dos parágrafos 24-26, referentes à mensuração inicial de um item do imobilizado
adquirido em uma transação de troca de ativos, serão aplicados prospectivamente apenas para
transações futuras.

Data de vigência
81 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

81A Uma entidade aplicará as alterações do parágrafo 3 a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro
de 2006. Se uma entidade aplicar a IFRS 6 a um período anterior, essas alterações serão aplicadas a esse
período anterior.

81B A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia
usada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou os parágrafos 39, 40 e 73(e)(iv). Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a
IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

81C A IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como revisada em 2008) alterou o parágrafo 44. Uma entidade
aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade
aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008) para um período anterior, a alteração também será aplicada para
esse período anterior.

81D Os parágrafos 6 e 69 foram alterados e o parágrafo 68A foi acrescentado pela Melhorias às IFRSs emitida
em maio de 2008. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um
período anterior, ela divulgará esse fato e, ao mesmo tempo, aplicará as respectivas alterações à IAS 7 –
Demonstração dos Fluxos de Caixa.

81E O parágrafo 5 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará essa
alteração prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação
antecipada é permitida se a entidade aplicar também, ao mesmo tempo, as alterações aos parágrafos 8,
9, 22, 48, 53, 53A, 53B, 54, 57 e 85B da IAS 40. Se uma entidade aplicar a alteração para um período
anterior, ela divulgará esse fato.

81F A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 6, alterou os
parágrafos 26, 35 e 77 e excluiu os parágrafos 32 e 33. Uma entidade aplicará essas alterações quando
aplicar a IFRS 13.

81G Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo 8. Uma entidade aplicará
essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas
Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

Revogação de outros pronunciamentos


82 Esta Norma substitui a IAS 16 – Ativo Imobilizado (revisada em 1998).

83 Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:

(a) SIC‑6 – Custos de Modificações em Software Existente;

(b) SIC‑14 – Ativo Imobilizado – Compensação por Redução ao Valor Recuperável ou Perda de Itens; e

(c) SIC-23 – Ativo Imobilizado – Custos Relevantes de Inspeção ou Reforma.

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IAS 16

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi emitida em 2003, foram incorporadas nos respectivos
pronunciamentos publicados nesta edição.

©
IFRS Foundation A617
IAS 17

Norma Internacional de Contabilidade IAS 17

Arrendamentos
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 17 – Arrendamentos,
que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1997.
A IAS 17 – Arrendamentos substituiu a IAS 17 – Contabilização de Arrendamentos, que foi emitida em setembro
de 1982.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 17 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 17. Elas incluem os requisitos da IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs
(emitida em abril de 2009) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro
de 2010).

©
IFRS Foundation A619
IAS 17

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 17
ARRENDAMENTOS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 4
CLASSIFICAÇÃO DE ARRENDAMENTOS 7
ARRENDAMENTOS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE ARRENDATÁRIOS 20
Arrendamentos financeiros 20
Reconhecimento inicial 20
Mensuração subsequente 25
Divulgações 31
Arrendamentos operacionais 33
Divulgações 35
ARRENDAMENTOS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE ARRENDADORES 36
Arrendamentos financeiros 36
Reconhecimento inicial 36
Mensuração subsequente 39
Divulgações 47
Arrendamentos operacionais 49
Divulgações 56
TRANSAÇÕES DE VENDA E DE RETROARRENDAMENTO (SALE AND LEASEBACK) 58
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 67
DATA DE VIGÊNCIA 69
REVOGAÇÃO DA IAS 17 (REVISADA EM 1997) 70
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 17 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÃO DIVERGENTE
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
Exemplos ilustrativos de transações de venda e de retroarrendamento
que resultam em arrendamentos operacionais

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 17 – Arrendamentos (IAS 17) é definida nos parágrafos 1-70 e
no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 17 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 17 – Arrendamentos (IAS 17) substitui a IAS 17 –
Arrendamentos (revisada em 1997) e deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2005. A aplicação antecipada é encorajada.

Motivos para revisar a IAS 17


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 17 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 O principal objetivo do Conselho para a IAS 17 era uma revisão limitada, para esclarecer a classificação
de um arrendamento de terreno e edificações e para eliminar alternativas contábeis para custos diretos
iniciais nas demonstrações financeiras de arrendadores.

IN4 Como a agenda do Conselho inclui um projeto sobre arrendamentos, o Conselho não reconsiderou a
abordagem fundamental à contabilização de arrendamentos contida na IAS 17. Pelo mesmo motivo,
o Conselho decidiu não incorporar à IAS 17 as respectivas Interpretações SIC.

As principais mudanças

Alcance
IN5 Embora a IAS 40 – Propriedades para Investimento prescreva os modelos de mensuração que podem ser
aplicados em propriedades para investimento detidas, ela exige que a metodologia de contabilização de
arrendamento financeiro, definida nesta Norma, seja usada para propriedades para investimento mantidas
em arrendamentos.

Definições
Custos diretos iniciais

IN6 Os custos diretos iniciais são custos incrementais que são diretamente atribuíveis à negociação e
estruturação de um arrendamento. A definição da taxa de juros implícita no arrendamento foi alterada
para esclarecer que é a taxa de desconto que resulta no valor presente dos pagamentos mínimos do
arrendamento e qualquer valor residual não garantido que se iguale ao valor justo do ativo arrendado
mais os custos diretos iniciais do arrendador.

Início do arrendamento / início do prazo do arrendamento

IN7 Esta Norma faz distinção entre início do arrendamento (quando os arrendamentos são classificados) e o
início do prazo do arrendamento (quando ocorre o reconhecimento).

Receita financeira não auferida / investimento líquido no arrendamento

IN8 As definições dos termos foram simplificadas e articuladas mais explicitamente, para complementar as
mudanças referentes aos custos diretos iniciais, referidos nos parágrafos IN10-IN12, e a mudança na
definição da taxa de juros implícita no arrendamento, referida no parágrafo IN6.

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Classificação de arrendamentos
IN9 Ao classificar um arrendamento de terreno e edificações, uma entidade normalmente considera
separadamente os elementos de terreno e edificações. Os pagamentos mínimos do arrendamento são
alocados entre os elementos de terreno e edificações em proporção aos valores justos relativos das
participações de arrendamento nos elementos de terreno e edificações do arrendamento. O elemento
de terreno é normalmente classificado como um arrendamento operacional, exceto se a propriedade for
transferida ao arrendatário no final do prazo do arrendamento. O elemento de edificações é classificado
como um arrendamento operacional ou financeiro, aplicando-se os critérios de classificação da Norma.

Custos diretos iniciais


IN10 Os arrendadores incluem na mensuração inicial dos recebíveis de arrendamento financeiro os custos
diretos iniciais incorridos na negociação de um arrendamento. Esse tratamento não se aplica a fabricantes
ou revendedores arrendadores. Os fabricantes ou revendedores arrendadores reconhecem custos desse
tipo como uma despesa, quando o lucro na venda é reconhecido.

IN11 Os custos diretos iniciais incorridos por arrendadores na negociação de um arrendamento operacional
são adicionados ao valor contábil do ativo arrendado e reconhecidos ao longo do prazo do arrendamento,
da mesma forma que a receita do arrendamento.

IN12 A Norma não permite que os custos diretos iniciais dos arrendadores sejam reconhecidos como despesas
quando incorridos.

Disposições transitórias
IN13 Conforme discutido no parágrafo 68 da Norma, uma entidade que tiver aplicado anteriormente a IAS 17
(revisada em 1997) deve aplicar as alterações feitas por essa Norma retrospectivamente para todos
os arrendamentos ou, se a IAS 17 (revisada em 1997) não foi aplicada retrospectivamente, para todos os
arrendamentos celebrados desde a primeira vez em que essa Norma foi aplicada.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 17


Arrendamentos

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever, para arrendatários e arrendadores, as políticas contábeis apropriadas
e a divulgação a serem aplicadas aos arrendamentos.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização de todos os arrendamentos, exceto:

(a) arrendamentos para explorar ou usar minerais, petróleo, gás natural e recursos não renováveis
similares; e

(b) acordos de licenciamento para itens tais como filmes, gravações de vídeo, reproduções,
manuscritos, patentes e direitos autorais.

Entretanto, esta Norma não será aplicada como base de mensuração para:

(a) propriedade mantida por arrendatários que seja contabilizada como propriedade para
investimento (vide IAS 40 – Propriedades para Investimento);

(b) propriedade para investimento fornecida por arrendadores em arrendamentos operacionais


(vide IAS 40);

(c) ativos biológicos mantidos por arrendatários em arrendamentos financeiros (vide IAS 41 –
Agricultura); ou

(d) ativos biológicos fornecidos por arrendadores em arrendamentos operacionais (vide IAS 41).

3 Esta Norma se aplica a contratos que transferem o direito de usar ativos, ainda que possam ser exigidos
serviços substanciais pelo arrendador em relação à operação ou manutenção desses ativos. Esta Norma
não se aplica a contratos que sejam contratos de serviços que não transferem o direito de usar os ativos
de uma parte contratante para a outra.

Definições
4 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Arrendamento é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um


pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo pactuado.

Arrendamento financeiro é um arrendamento que transfere substancialmente todos os riscos e


benefícios inerentes à propriedade de um ativo. A propriedade pode ou não ser eventualmente
transferida.

Arrendamento operacional é um arrendamento que não é um arrendamento financeiro.

Arrendamento não cancelável é um arrendamento que somente é cancelável:

(a) na ocorrência de alguma contingência remota;

(b) com a permissão do arrendador;

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(c) se o arrendatário celebrar um novo arrendamento para o mesmo ativo ou um ativo equivalente
com o mesmo arrendador; ou

(d) mediante pagamento, pelo arrendatário, de um valor adicional tal que, por ocasião do início
do arrendamento, sua continuação seja razoavelmente certa.

Início do arrendamento é o que ocorrer antes entre a data do contrato de arrendamento e a data
em que as partes se comprometerem aos principais termos do arrendamento. Nessa data:

(a) um arrendamento é classificado como arrendamento operacional ou financeiro; e

(b) no caso de um arrendamento financeiro, são determinados os valores a serem reconhecidos


no início do prazo do arrendamento.

Início do prazo do arrendamento é a data a partir da qual o arrendatário pode exercer seu direito
de usar o ativo arrendado. É a data de reconhecimento inicial do arrendamento (ou seja, o
reconhecimento dos ativos, passivos, receitas ou despesas decorrentes do arrendamento, conforme
apropriado).

Prazo do arrendamento é o prazo não cancelável pelo qual o arrendatário arrendou o ativo,
juntamente com quaisquer prazos adicionais em relação aos quais o arrendatário tenha a opção
de continuar a arrendar o ativo, com ou sem pagamentos adicionais, quando, por ocasião do início
do arrendamento, for razoavelmente certo que o arrendatário exercerá a opção.

Pagamentos mínimos do arrendamento são os pagamentos, ao longo do prazo do arrendamento,


que o arrendatário é ou pode ser obrigado a efetuar, excluindo-se aluguel contingente, custos dos
serviços e impostos a serem pagos pelo arrendador e a ele reembolsados, juntamente com:

(a) para o arrendatário, quaisquer valores garantidos por ele ou por uma parte a ele relacionada; ou

(b) para o arrendador, qualquer valor residual garantido ao arrendador:

(i) pelo arrendatário;

(ii) por uma parte relacionada ao arrendatário; ou

(iii) por um terceiro não relacionado ao arrendador que seja financeiramente capaz de
liquidar as obrigações decorrentes da garantia.

Entretanto, se o arrendatário tiver uma opção de comprar o ativo, a um preço que se espera ser
suficientemente mais baixo do que o valor justo na data em que a opção se tornar exercível, para
que seja razoavelmente certo, no início do arrendamento, que a opção será exercida, os pagamentos
mínimos do arrendamento compreendem as prestações mínimas pagáveis ao longo do prazo do
arrendamento, até a data prevista do exercício dessa opção de compra e o pagamento exigido
para exercê-la.

Valor justo é o valor pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e interessadas, em uma transação em bases usuais de mercado.

Vida econômica é:

(a) o período ao longo do qual se espera que um ativo seja usado por uma entidade; ou

(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares que se espera que seja obtido
do ativo pela entidade.

Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do início do prazo do arrendamento, não
limitado pelo prazo do arrendamento, ao longo do qual se espera que os benefícios econômicos
incorporados ao ativo sejam consumidos pela entidade.

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Valor residual garantido é:

(a) para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida por ele ou por uma parte a
ele relacionada (sendo o valor da garantia o valor máximo que, em qualquer caso, se tornaria
pagável); e

(b) para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida pelo arrendatário ou por
um terceiro não relacionado ao arrendador que seja financeiramente capaz de satisfazer as
obrigações cobertas pela garantia.

Valor residual não garantido é a parcela do valor residual do ativo arrendado cuja realização,
pelo arrendador, não está garantida ou está garantida exclusivamente por uma parte relacionada
ao arrendador.

Custos diretos iniciais são os custos incrementais diretamente atribuíveis à negociação e estruturação
de um arrendamento, exceto pelos custos incorridos por fabricantes ou revendedores arrendadores.

Investimento bruto no arrendamento é a soma:

(a) pagamentos mínimos do arrendamento a receber pelo arrendador em um arrendamento


financeiro, e

(b) qualquer valor residual não garantido que cabe ao arrendador.

Investimento líquido no arrendamento é o investimento bruto no arrendamento descontado à taxa


de juros implícita no arrendamento.

Receita financeira não auferida é a diferença entre:

(a) o investimento bruto no arrendamento, e

(b) o investimento líquido no arrendamento.

Taxa de juros implícita no arrendamento é a taxa de desconto que, no início do arrendamento, faz
com que o valor presente agregado (a) dos pagamentos mínimos do arrendamento e (b) do valor
residual não garantido seja igual à soma (i) do valor justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer
custos diretos iniciais do arrendador.

Taxa de juros incremental sobre empréstimo do arrendatário é a taxa de juros que o arrendatário
teria de pagar em um arrendamento similar ou, se esse valor não puder ser determinado, a taxa
que, no início do arrendamento, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado, por um prazo
semelhante e com uma garantia semelhante, os recursos necessários para comprar o ativo.

Aluguel contingente é a parcela das prestações do arrendamento cujo valor não é fixo, mas que se
baseia no valor futuro de um fator que se modifica, sem ser pela passagem do tempo (por exemplo,
percentual de vendas futuras, valor de uso futuro, índices de preços futuros, taxas futuras de juros
de mercado).

5 Um contrato ou compromisso de arrendamento pode incluir uma disposição para ajustar as prestações do
arrendamento, em caso de mudanças no custo de construção ou aquisição do bem arrendado ou em caso
de mudanças em alguma outra mensuração do custo ou valor, tais como níveis gerais de preços ou nos
custos do arrendador para financiar o arrendamento, durante o período entre o início do arrendamento e
o início do prazo do arrendamento. Nesse caso, o efeito de qualquer eventual alteração será considerado
como ocorrido no início do arrendamento para as finalidades desta Norma.

6 A definição de um arrendamento inclui contratos para o aluguel de um ativo que contenha uma condição
que dê, ao locatário, a opção de adquirir a propriedade do ativo por ocasião do atendimento de condições
pactuadas. Esses contratos são algumas vezes denominados contratos de aluguel com opção de compra.

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6A A IAS 17 utiliza o termo “valor justo” de um modo que difere, em alguns aspectos, da definição de valor
justo da IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo. Portanto, ao aplicar a IAS 17, a entidade mensura o valor
justo de acordo com a IAS 17 e não com a IFRS 13.

Classificação de arrendamentos
7 A classificação de arrendamentos adotada nesta Norma é baseada na extensão em que os riscos e benefícios
inerentes à propriedade de um ativo arrendado permanecem com o arrendador ou o arrendatário. Os riscos
incluem as possibilidades de perdas decorrentes de capacidade ociosa ou obsolescência tecnológica e
de variações no retorno devido às condições econômicas variáveis. Remuneração pode ser representada
pela expectativa de operação lucrativa ao longo da vida econômica do ativo e de ganho a partir de sua
valorização ou da realização de um valor residual.

8 Um arrendamento é classificado como um arrendamento financeiro se transferir substancialmente


todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento é classificado como um
arrendamento operacional se não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes
à propriedade.

9 Visto que a transação entre um arrendador e um arrendatário é baseada em um contrato de arrendamento


entre eles, é apropriado usar definições consistentes. A aplicação dessas definições às diferentes
circunstâncias do arrendador e do arrendatário pode resultar no fato de que o mesmo arrendamento seja
classificado diferentemente por eles. Por exemplo, esse pode ser o caso se o arrendador se beneficiar de
uma garantia de valor residual fornecida por uma parte não relacionada ao arrendatário.

10 O fato de um arrendamento ser um arrendamento financeiro ou um arrendamento operacional depende


da essência da transação, em vez da forma do contrato.1 Exemplos de situações que, individualmente
ou em combinação, normalmente levariam um arredamento a ser classificado como um arrendamento
financeiro:

(a) o arrendamento transfere a propriedade do ativo ao arrendatário até o final do prazo do arrendamento;

(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo a um preço que se espera seja suficientemente mais
baixo do que o valor justo, na data em que a opção se tornar exercível, para que seja razoavelmente
certo, no início do arrendamento, que a opção será exercida;

(c) o prazo do arrendamento é equivalente à vida econômica do ativo, mesmo se a propriedade não
for transferida;

(d) no início do arrendamento, o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento equivale
substancialmente à totalidade do valor justo do ativo arrendado; e

(e) os ativos arrendados são de uma natureza tão especializada que somente o arrendatário pode usá-
los sem modificações importantes.

11 Indicadores de situações que, individualmente ou em combinação, também poderiam levar um


arredamento a ser classificado como arrendamento financeiro são:

(a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento, as perdas do arrendador, associadas ao


cancelamento, são arcadas pelo arrendatário;

(b) se ganhos ou perdas provenientes da flutuação no valor justo do residual se acumularem para o
arrendatário (por exemplo, na forma de um rebate de aluguel que seja equivalente à maior parte
dos proventos de venda no final do arrendamento); e

(c) se o arrendatário tiver a capacidade de continuar o arrendamento por um período secundário, por
um aluguel que seja substancialmente menor que o aluguel de mercado.

1 Vide também SIC‑27 – Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a Formal Legal de um Arrendamento.

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12 Os exemplos e indicadores nos parágrafos 10 e 11 nem sempre são conclusivos. Se ficar claro, a partir
de outras características, que o arrendamento não transfere substancialmente todos os riscos e benefícios
inerentes à propriedade, o arrendamento é classificado como um arrendamento operacional. Por exemplo,
esse pode ser o caso se a propriedade do ativo for transferida, no final do arrendamento, por um pagamento
variável equivalente ao seu então valor justo, ou se houver aluguéis contingentes, como resultado dos
quais o arrendatário não tem substancialmente todos esses riscos e benefícios.

13 A classificação do arrendamento é feita no início do arrendamento. Se, em qualquer época, o arrendatário e


o arrendador concordarem em alterar as disposições do arrendamento, que não seja por meio de renovação
do arrendamento, em uma forma que resultaria em uma classificação diferente do arrendamento, de
acordo com os critérios contidos nos parágrafos 7-12, caso os termos alterados estejam em vigor no
início do arrendamento, o contrato revisado é considerado como um novo contrato ao longo do seu prazo.
Entretanto, as mudanças nas estimativas (por exemplo, mudanças nas estimativas da vida econômica ou
do valor residual do imóvel arrendado) ou as mudanças nas circunstâncias (por exemplo, inadimplência
por parte do arrendatário) não originam uma nova classificação de um arrendamento para fins contábeis.

14–15 [Excluídos]

15A Quando um arrendamento inclui conjuntamente terreno e edificações, uma entidade avalia a classificação
de cada elemento como um arrendamento financeiro ou um arrendamento operacional separadamente de
acordo com os parágrafos 7-13. Ao determinar se o elemento de terreno é um arrendamento operacional
ou um arrendamento financeiro, uma consideração importante é que o terreno normalmente tem uma
vida útil econômica indefinida.

16 Sempre que necessário, para classificar e contabilizar um arrendamento de terreno e edificações, os


pagamentos mínimos do arrendamento (inclusive quaisquer pagamentos totais antecipados) são alocados
entre os elementos de terreno e edificações na proporção dos valores justos relativos das participações na
propriedade arrendada, nos elementos de terreno e edificações do arrendamento no início do arrendamento.
Se as prestações do arrendamento não puderem ser alocadas de forma confiável entre esses dois elementos,
todo o arrendamento é classificado como um arrendamento financeiro, exceto se ficar claro que ambos
os elementos são arrendamentos operacionais, em cujo caso todo o arrendamento será classificado como
um arrendamento operacional.

17 Para um arrendamento de terreno e edificações cujo valor que inicialmente seria reconhecido para o
elemento de terreno, de acordo com o parágrafo 20, é irrelevante, terreno e edificações podem ser tratados
como uma unidade única, para as finalidades de classificação de arrendamento e classificados como um
arrendamento financeiro ou operacional, de acordo com os parágrafos 7-13. Nesse caso, a vida econômica
das edificações é considerada como a vida econômica de todo o ativo arrendado.

18 A mensuração separada dos elementos de terreno e edificações não é exigida quando a participação
do arrendatário, tanto no terreno quanto nas edificações, for classificada como uma propriedade para
investimento, de acordo com a IAS 40, e o método de valor justo for adotado. São exigidos cálculos
detalhados para essa avaliação somente se a classificação de um ou de ambos os elementos for, de outra
forma, incerta.

19 De acordo com a IAS 40, é possível para um arrendatário classificar uma participação em propriedades
detida em um arrendamento operacional como uma propriedade para investimento. Nesse caso, a
participação em propriedades é contabilizada como se fosse um arrendamento financeiro e, além disso,
o método de valor justo é usado para o ativo reconhecido. O arrendatário continuará a contabilizar o
arrendamento como um arrendamento financeiro, mesmo se um evento subsequente alterar a natureza
da participação em propriedades do arrendatário, de modo que ela não mais seja classificada como
propriedade para investimento. Esse será o caso se, por exemplo, o arrendatário:

(a) ocupar o imóvel, que é então transferido à propriedade ocupada pelo proprietário, a um custo
presumido equivalente ao seu valor justo na data de alteração do uso; ou

(b) conceder um subarrendamento que transfira substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes
à propriedade da participação a um terceiro não relacionado. Esse subarrendamento é contabilizado

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pelo arrendatário como um arrendamento financeiro ao terceiro, embora possa ser contabilizado
como um arrendamento operacional pelo terceiro.

Arrendamentos nas demonstrações financeiras de arrendatários

Arrendamentos financeiros
Reconhecimento inicial

20 No início do prazo do arrendamento, os arrendatários reconhecerão os arrendamentos financeiros


como ativos e passivos em suas demonstrações da posição financeira, pelos valores equivalentes
ao valor justo do bem arrendado ou, se menor, o valor presente dos pagamentos mínimos do
arrendamento, cada um deles determinado no início do arrendamento. A taxa de desconto a ser
usada no cálculo do valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento é a taxa de juros
implícita no arrendamento, se for praticável determiná-la; em caso negativo, será usada a taxa
incremental do arrendatário. Quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário são adicionados
ao valor reconhecido como um ativo.

21 As transações e outros eventos são contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e realidade
financeira, e não apenas com a forma legal. Embora a forma legal de um contrato de arrendamento
seja que o arrendatário não pode adquirir nenhuma propriedade legal do ativo arrendado, no caso de
arrendamentos financeiros, a essência e a realidade financeira são que o arrendatário adquire os benefícios
econômicos do uso do ativo arrendado pela parte principal de sua vida econômica em troca da assunção
de uma obrigação de pagar por esse direito um valor que se aproxima, no início do arrendamento, ao
valor justo do ativo e ao respectivo encargo de financiamento.

22 Se essas transações de arrendamento não estiverem refletidas na demonstração da posição financeira


do arrendatário, os recursos econômicos e o nível de obrigações de uma entidade são subavaliados,
distorcendo, desse modo, os índices financeiros. Portanto, é apropriado que um arrendamento financeiro
seja reconhecido na demonstração da posição financeira do arrendatário, tanto como um ativo quanto
como uma obrigação de pagar prestações futuras do arrendamento. No início do prazo do arrendamento,
o ativo e o passivo das prestações futuras do arrendamento são reconhecidos na demonstração da posição
financeira nos mesmos valores, exceto por quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário que sejam
adicionados ao valor reconhecido como um ativo.

23 Não é apropriado que os passivos por ativos arrendados sejam apresentados nas demonstrações financeiras
como uma dedução dos ativos arrendados. Se para a apresentação dos passivos na demonstração da
posição financeira for feita uma distinção entre passivos circulantes e não circulantes, a mesma distinção
é feita para passivos de arrendamento.

24 Os custos diretos iniciais são frequentemente incorridos em relação às atividades específicas de


arrendamento, tais como negociação e garantia de acordos de arrendamento. Os custos identificados
como diretamente atribuíveis a atividades realizadas pelo arrendatário, para um arrendamento financeiro,
são adicionados ao valor reconhecido como um ativo.

Mensuração subsequente

25 Os pagamentos mínimos do arrendamento serão distribuídos entre o encargo financeiro e a


redução do passivo pendente. O encargo financeiro será alocado a cada período durante o prazo
do arrendamento, de modo a produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo
remanescente do passivo. Os aluguéis contingentes serão reconhecidos como despesas nos períodos
em que ocorrerem.

26 Na prática, ao alocar o encargo financeiro aos períodos durante o prazo do arrendamento, um arrendatário
pode usar alguma forma de aproximação para simplificar o cálculo.

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27 Um arrendamento financeiro origina despesa de depreciação para ativos depreciáveis, bem como
despesa financeira para cada período contábil. A política de depreciação para ativos arrendados
depreciáveis será consistente com aquela para ativos depreciáveis de propriedade da entidade e a
depreciação reconhecida será calculada de acordo com a IAS 16 – Imobilizado e a IAS 38 – Ativos
Intangíveis. Se não houver nenhuma certeza razoável de que o arrendatário obterá a propriedade
até o final do prazo do arrendamento, o ativo será totalmente depreciado ao longo do que for mais
curto entre o prazo do arrendamento e sua vida útil.

28 O valor depreciável de um ativo arrendado é alocado a cada período contábil durante o período de uso
esperado, de forma sistemática e consistente com a política de depreciação que o arrendatário adotar
para ativos depreciáveis de sua propriedade. Se houver certeza razoável de que o arrendatário obterá
a propriedade até o final do prazo do arrendamento, o período de uso esperado é a vida útil do ativo;
caso contrário, o ativo é depreciado ao longo do que for mais curto entre o prazo do arrendamento e sua
vida útil.

29 A soma da despesa de depreciação do ativo e da despesa financeira para o período é raramente a mesma
que as prestações do arrendamento pagáveis para o período e, portanto, é inadequado simplesmente
reconhecer as prestações do arrendamento pagáveis como uma despesa. Consequentemente, é improvável
que o ativo e o respectivo passivo sejam equivalentes em valor após o início do prazo do arrendamento.

30 Para determinar se um ativo arrendado apresentou problemas de recuperação, uma entidade aplica a
IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

Divulgações

31 Os arrendatários, além de cumprirem os requisitos da IFRS 7 – Instrumentos Financeiros:


Divulgações, farão as seguintes divulgações para arrendamentos financeiros:

(a) para cada classe de ativo, o valor contábil liquido no final do período de relatório;

(b) uma conciliação entre o total de pagamentos mínimos do arrendamento no final de período
de relatório e seu valor presente. Além disso, uma entidade divulgará o total de pagamentos
mínimos futuros do arrendamento no final do período de relatório e seu valor presente, para
cada um dos seguintes períodos:

(i) até um ano;

(ii) depois de um ano e até cinco anos;

(iii) depois de cinco anos.

(c) os aluguéis contingentes reconhecidos como uma despesa no período;

(d) o total de pagamentos mínimos futuros de subarrendamento que se espera receber em


subarrendamentos não canceláveis no final do período de relatório;

(e) uma descrição geral dos acordos de arrendamento relevantes do arrendatário, incluindo,
entre outros, o seguinte:

(i) a base de cálculo sobre a qual aluguéis contingentes são determinados;

(ii) a existência e termos de renovação ou opções de compra e cláusulas de reajustamento; e

(iii) restrições impostas pelos acordos de arrendamento, tais como aqueles relacionados a
dividendos, contratação de dívidas e arrendamentos adicionais.

32 Além disso, os requisitos para divulgação, de acordo com as IAS 16, IAS 36, IAS 38, IAS 40 e IAS 41,
se aplicam a arrendatários para ativos arrendados em arrendamentos financeiros.

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Arrendamentos operacionais
33 As prestações do arrendamento previstas em um arrendamento operacional serão reconhecidas
como uma despesa pelo método linear ao longo do prazo do arrendamento, exceto se outra forma
sistemática for mais representativa do padrão temporal do benefício do usuário.2

34 Para arrendamentos operacionais, as prestações do arrendamento (excluindo custos de serviços, tais como
seguro e manutenção) são reconhecidas como uma despesa pelo método linear, exceto se outra forma
sistemática for representativa do padrão temporal do benefício do usuário, mesmo se as prestações não
estiverem nessa forma.

Divulgações

35 Os arrendatários, além de cumprir os requisitos da IFRS 7, farão as seguintes divulgações para


arrendamentos operacionais:

(a) o total de pagamentos mínimos futuros de arrendamento, previstos em arrendamentos


operacionais não canceláveis, para cada um dos seguintes períodos:

(i) até um ano;

(ii) depois de um ano e até cinco anos;

(iii) depois de cinco anos.

(b) o total de pagamentos mínimos futuros de subarrendamento que se espera receber em


subarrendamentos não canceláveis no final do período de relatório;

(c) prestações de arrendamento e subarrendamento reconhecidas como uma despesa no período,


com valores separados para pagamentos mínimos do arrendamento, aluguéis contingentes e
prestações do subarrendamento;

(d) uma descrição geral dos acordos de arrendamento significativos do arrendatário, incluindo,
entre outros, os seguintes:

(i) a base de cálculo sobre a qual aluguéis contingentes são determinados;

(ii) a existência e termos de renovação ou opções de compra e cláusulas de reajustamento; e

(iii) restrições impostas pelos acordos de arrendamento, tais como aqueles relacionados a
dividendos, contratação de dívidas e arrendamentos adicionais.

Arrendamentos nas demonstrações financeiras de arrendadores

Arrendamentos financeiros
Reconhecimento inicial

36 Os arrendadores reconhecerão os ativos mantidos em um arrendamento financeiro em suas


demonstrações da posição financeira e os apresentarão como um recebível, em um valor equivalente
ao investimento líquido no arrendamento.

37 Em um arrendamento financeiro, substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade


legal são transferidos pelo arrendador e, desse modo, o recebível da prestação do arrendamento é tratado,

2 Vide também SIC‑15 – Arrendamentos Operacionais – Incentivos.

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pelo arrendador, como restituição do principal e receita financeira para reembolsar e recompensar o
arrendador por seu investimento e serviços.

38 Os custos diretos iniciais são frequentemente incorridos por arrendadores e incluem valores tais
como comissões, honorários legais e custos internos, que são incrementais e diretamente atribuíveis à
negociação e estruturação de um arrendamento. Eles excluem gastos gerais, tais como aqueles incorridos
por uma equipe de vendas e marketing. Para arrendamentos financeiros, exceto os que envolverem
arrendadores fabricantes ou revendedores, os custos diretos iniciais são incluídos na mensuração inicial
do recebível do arrendamento financeiro e reduzem o valor da receita reconhecida ao longo do prazo
do arrendamento. A taxa de juros implícita no arrendamento é definida de forma que os custos diretos
iniciais sejam incluídos automaticamente no recebível do arrendamento financeiro; não há necessidade
de adicioná‑los separadamente. Os custos incorridos pelos arrendadores fabricantes ou revendedores em
relação à negociação e estruturação de um arrendamento são excluídos da definição de custos diretos
iniciais. Como resultado, eles são excluídos do investimento líquido no arrendamento e são reconhecidos
como uma despesa quando o lucro da venda é reconhecido, o que, para um arrendamento financeiro,
ocorre normalmente no início do prazo do arrendamento.

Mensuração subsequente

39 O reconhecimento da receita financeira será baseado em um padrão que reflita uma taxa de retorno
periódica constante sobre o investimento líquido do arrendador no arrendamento financeiro.

40 Um arrendador objetiva alocar a receita financeira ao longo do prazo do arrendamento, em uma forma
sistemática e racional. Essa alocação de receita é baseada em um padrão que reflete um retorno periódico
constante sobre o investimento líquido do arrendador no arrendamento financeiro. Os pagamentos do
arrendamento relativos ao período, excluindo custos de serviços, são aplicados contra o investimento
bruto no arrendamento para reduzir tanto o principal quanto a receita financeira não auferida.

41 Os valores residuais não garantidos estimados, usados no cálculo do investimento bruto do arrendador
no arrendamento, são revisados regularmente. Se houver uma redução no valor residual não garantido
estimado, a alocação de receita ao longo do prazo do arrendamento é revisada e qualquer redução, em
relação aos valores acumulados, é reconhecida imediatamente.

41A Um ativo em um arrendamento financeiro que seja classificado como mantido para venda (ou incluído
em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda), de acordo com a IFRS 5 –
Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas, será contabilizado de acordo
com essa IFRS.

42 Os arrendadores fabricantes ou revendedores reconhecerão lucro ou perda de venda no período,


de acordo com a política seguida pela entidade para vendas diretas. Se forem aplicadas taxas
de juros artificialmente baixas, o lucro da venda será restrito àquele que seria aplicável se fosse
cobrada uma taxa de juros de mercado. Os custos incorridos pelos arrendadores fabricantes ou
revendedores em relação à negociação e estruturação de um arrendamento serão reconhecidos
como uma despesa, quando o lucro da venda for reconhecido.

43 Os fabricantes ou revendedores frequentemente oferecem aos clientes a escolha de comprar ou arrendar


um ativo. Um arrendamento financeiro de um ativo por um arrendador fabricante ou revendedor origina
dois tipos de receita:

(a) lucro ou perda equivalente ao lucro ou perda resultante de uma venda direta do ativo sendo
arrendado, pelos preços normais de venda, refletindo quaisquer descontos aplicáveis de volume
ou de negociação; e

(b) receita financeira ao longo do prazo do arrendamento.

44 A receita de vendas reconhecida no início do prazo do arrendamento por um arrendador fabricante


ou revendedor é o valor justo do ativo ou, se inferior, o valor presente dos pagamentos mínimos do
arrendamento, calculados à taxa de juros de mercado. O custo de venda reconhecido no início do prazo

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IAS 17

do arrendamento é o custo, ou valor contábil se diferente, do bem arrendado menos o valor presente do
valor residual não garantido. A diferença entre a receita de vendas e o custo de venda é o lucro de venda,
que é reconhecido de acordo com a política da entidade para vendas diretas.

45 Os arrendadores fabricantes ou revendedores algumas vezes cotam taxas de juro artificialmente baixas para
atrair os clientes. O uso dessa taxa resultaria no fato de uma parcela excessiva da receita total proveniente
da transação ser reconhecida na ocasião da venda. Se forem cotadas taxas de juros artificialmente baixas,
o lucro de venda é restrito àquele que seria aplicável se fosse cobrada uma taxa de juros de mercado.

46 Os custos incorridos por um arrendador fabricante ou revendedor em relação à negociação e estruturação


de um arrendamento financeiro são reconhecidos como despesa no início do prazo do arrendamento,
pois estão relacionados principalmente à obtenção do lucro de venda do fabricante ou do revendedor.

Divulgações

47 Os arrendadores, além de cumprir os requisitos na IFRS 7, divulgarão os seguintes itens para um


arrendamento financeiro:

(a) uma conciliação entre o investimento bruto no arrendamento no final do período de relatório
e o valor presente de pagamentos mínimos de arrendamento a receber no final do período
de relatório. Além disso, uma entidade divulgará o investimento bruto no arrendamento e o
valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento recebíveis no final do período de
relatório para cada um dos seguintes períodos:

(i) até um ano;

(ii) depois de um ano e até cinco anos;

(iii) depois de cinco anos.

(b) receita financeira não auferida;

(c) valores residuais não garantidos em benefício do arrendador.

(d) provisão acumulada para recebíveis incobráveis referentes a pagamentos mínimos de


arrendamento.

(e) aluguéis contingentes reconhecidos como receita no período.

(f) uma descrição geral dos acordos de arrendamento relevantes do arrendador.

48 Como um indicador de crescimento, é frequentemente útil também divulgar o investimento bruto menos
a receita não auferida em um novo negócio adicionado durante o período, após deduzir os respectivos
valores por arrendamentos cancelados.

Arrendamentos operacionais
49 Os arrendadores apresentarão os ativos sujeitos aos arrendamentos operacionais em suas
demonstrações da posição financeira de acordo com a natureza do ativo.

50 A receita do arrendamento proveniente de arrendamentos operacionais será reconhecida no


resultado pelo método linear, ao longo do prazo do arrendamento, exceto se outra forma sistemática
for mais representativa do padrão temporal em que o benefício do uso derivado do ativo arrendado
é diminuído.3

3 Vide também SIC‑15 – Arrendamentos Operacionais – Incentivos.

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IAS 17

51 Os custos, incluindo a depreciação, incorridos na realização da receita de arrendamento são reconhecidos


como uma despesa. A receita de arrendamento (excluindo recebimentos por serviços fornecidos, tais como
seguro e manutenção) é reconhecida pelo método linear, ao longo do prazo do arrendamento, mesmo se
os recebimentos não estiverem nessa base, exceto se outra forma sistemática for mais representativa do
padrão temporal em que o benefício de uso derivado do ativo arrendado é diminuído.

52 Os custos diretos iniciais incorridos por arrendadores na negociação e estruturação de um


arrendamento operacional serão adicionados ao valor contábil do ativo arrendado e reconhecidos
como uma despesa, ao longo do prazo do arrendamento, na mesma base que a receita
do arrendamento.

53 A política de depreciação para ativos arrendados depreciáveis será consistente com a política de
depreciação normal do arrendador para ativos similares e a depreciação será calculada de acordo
com as IAS 16 e IAS 38.

54 Para determinar se um ativo arrendado está sujeito a uma redução no seu valor recuperável, uma entidade
aplica a IAS 36.

55 Um arrendador fabricante ou revendedor não reconhece nenhum lucro de venda na celebração de um


arrendamento operacional, pois não é equivalente a uma venda.

Divulgações

56 Os arrendadores, além de cumprir os requisitos da IFRS 7, divulgarão os seguintes itens para


arrendamentos operacionais:

(a) os pagamentos mínimos previstos do arrendamento em arrendamentos operacionais não


canceláveis no total e para cada um dos seguintes períodos:

(i) até um ano;

(ii) depois de um ano e até cinco anos;

(iii) depois de cinco anos.

(b) o total de aluguéis contingentes reconhecidos como receita no período;

(c) uma descrição geral dos acordos de arrendamento do arrendador.

57 Além disso, os requisitos de divulgação nas IAS 16, IAS 36, IAS 38, IAS 40 e IAS 41 se aplicam a
arrendadores para ativos fornecidos em arrendamentos operacionais.

Transações de venda e de retroarrendamento (sale and leaseback)


58 Uma transação de venda e de retroarrendamento envolve a venda de um ativo seguida do arrendamento
do mesmo ativo ao vendedor. O pagamento de arrendamento e o preço de venda são geralmente
interdependentes, pois são negociadas como um “pacote”. O tratamento contábil de uma transação de
venda e de retroarrendamento depende do tipo de arrendamento envolvido.

59 Se uma transação de venda e de retroarrendamento resultar em um arrendamento financeiro,


qualquer excedente de receita de vendas sobre o valor contábil não será reconhecido imediatamente
como receita por um vendedor arrendatário. Em vez disso, ele será diferido e amortizado ao longo
do prazo do arrendamento.

60 Se o retroarrendamento for um arrendamento financeiro, a transação é um meio pelo qual o arrendador


fornece financiamento ao arrendatário, com o ativo como garantia. Por esse motivo, não é apropriado
considerar como receita um excedente de proventos de venda acima do valor contábil. Esse excedente
é diferido e amortizado ao longo do prazo do arrendamento.

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61 Se uma transação de venda e de retroarrendamento resultar em um arrendamento operacional e


ficar claro que a transação é estabelecida ao valor justo, qualquer lucro ou perda será reconhecido
imediatamente. Se o preço de venda estiver abaixo do valor justo, qualquer lucro ou perda será
reconhecido imediatamente, exceto que, se a perda for compensada por prestações futuras do
arrendamento a preço abaixo de mercado, ela será diferida e amortizada na proporção das
prestações do arrendamento, ao longo do período no qual o ativo está previsto para ser usado.
Se o preço de venda estiver acima do valor justo, o excedente acima do valor justo será diferido e
amortizado ao longo do período em que o ativo está previsto para ser usado.

62 Se o retroarrendamento for um arrendamento operacional e as prestações do arrendamento e o preço de


venda forem mensurados ao valor justo, há na verdade uma transação de venda normal e qualquer lucro
ou perda é reconhecido imediatamente.

63 Para arrendamentos operacionais, se o valor justo na ocasião da transação de venda e de


retroarrendamento for inferior ao valor contábil do ativo, uma perda equivalente ao valor da
diferença entre o valor contábil e o valor justo será reconhecida imediatamente.

64 Para arrendamentos financeiros, tal ajuste não é necessário, a menos que tenha havido uma redução ao
valor recuperável, caso em que o valor contábil é reduzido ao valor recuperável, de acordo com a IAS 36.

65 Os requisitos de divulgação para arrendatários e arrendadores se aplicam igualmente às transações de venda


e de retroarrendamento. A descrição exigida dos acordos de arrendamento relevantes leva à divulgação
de provisões únicas e incomuns do contrato ou termos das transações de venda e de retroarrendamento.

66 As transações de venda e de retroarrendamento podem requerer a aplicação dos critérios de divulgação


separada, previstos na IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras.

Disposições transitórias
67 Sujeita ao parágrafo 68, a aplicação retrospectiva desta Norma é incentivada, mas não exigida.
Se a Norma não for aplicada retrospectivamente, o saldo de qualquer arrendamento financeiro
pré-existente é considerado como tendo sido adequadamente determinado pelo arrendador e será
contabilizado, a seguir, de acordo com as disposições desta Norma.

68 Uma entidade que tiver aplicado anteriormente a IAS 17 (revisada em 1997) aplicará as alterações
feitas por esta Norma retrospectivamente para todos os arrendamentos ou, se a IAS 17 (revisada
em 1997) não foi aplicada retrospectivamente, para todos os arrendamentos celebrados desde a
primeira vez em que essa Norma foi aplicada.

68A Uma entidade deve reanalisar a classificação de terrenos contidos em contratos de arrendamentos
não expirados na data em que adota as alterações referidas no parágrafo 69A com base nas
informações existentes no início desses arrendamentos. Ela deve reconhecer um arrendamento
recentemente classificado como um arrendamento financeiro retrospectivamente de acordo com a
IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros. Contudo, se uma entidade
não tiver as informações necessárias para aplicar as alterações retrospectivamente, então ela:

(a) aplicará as alterações a esses arrendamentos com base nos fatos e circunstâncias existentes
na data em que adota as alterações; e

(b) reconhecerá o ativo e o passivo relativos a um arrendamento de terreno recentemente


classificados como um arrendamento financeiro pelos seus valores justos nessa data; qualquer
diferença entre esses valores justos será reconhecida em lucros acumulados.

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IAS 17

Data de vigência
69 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

69A Os parágrafos 14 e 15 foram excluídos, e os parágrafos 15A e 68A foram acrescentados como parte da
Melhorias às IFRSs, emitida em abril de 2009. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade
aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato.

Revogação da IAS 17 (revisada em 1997)


70 Esta Norma substitui a IAS 17 – Arrendamentos (revisada em 1997).

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Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi emitida em 2003, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IAS 18

Norma Internacional de Contabilidade IAS 18

Receita
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 18 – Receita,
que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1993.
A IAS 18 – Receita substituiu a IAS 18 – Reconhecimento de Receitas (emitida em dezembro de 1982).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 18. Elas incluem Custo de um Investimento em
uma Subsidiária, Entidade Controlada em Conjunto ou Coligada (Alterações à IFRS 1 e à IAS 27) (emitida em maio
de 2008), Melhorias às IFRSs (emitida em abril de 2009) e IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em
novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IAS 18

Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 18


RECEITA
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 7
MENSURAÇÃO DA RECEITA 9
IDENTIFICAÇÃO DA TRANSAÇÃO 13
VENDA DE PRODUTOS 14
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 20
JUROS, ROYALTIES E DIVIDENDOS 29
DIVULGAÇÃO 35
DATA DE VIGÊNCIA 37

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Venda de produtos
Prestação de serviços
Juros, royalties e dividendos
Reconhecimento e mensuração

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IAS 18

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 18 – Receita (IAS 18) é definida nos parágrafos 1–42. Todos
os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB.
A IAS 18 deve ser lida no contexto de seu objetivo, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro
(IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência
de orientação explícita.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 18


Receita

Objetivo
Receita é definida na Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras1 como
aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, na forma de fluxos de entrada ou aumentos de
ativos ou reduções de passivos que resultam em aumento do patrimônio líquido, exceto aqueles relacionados a
contribuições provenientes de proprietários do patrimônio líquido. Receita engloba tanto receitas quanto ganhos.
A receita é a renda que surge no curso das atividades normais de uma entidade e é referida por diversos nomes
diferentes, incluindo vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. O objetivo desta Norma é prescrever o
tratamento contábil de receitas decorrentes de determinados tipos de transações e eventos.

A questão principal na contabilização de receitas é determinar quando reconhecê-la. A receita é reconhecida


quando for provável que os benefícios econômicos futuros fluirão para a entidade e que possam ser mensurados
de forma confiável. Esta Norma identifica as circunstâncias em que esses critérios serão atendidos e, portanto, a
receita será reconhecida. Ela também fornece orientação prática sobre a aplicação desses critérios.

Alcance
1 Esta Norma será aplicada na contabilização de receitas decorrentes das seguintes transações e
eventos:

(a) venda de produtos;

(b) prestação de serviços; e

(c) uso, por outros, de ativos da entidade que rendam juros, royalties e dividendos.

2 Esta Norma substitui a IAS 18 – Reconhecimento de Receitas, aprovada em 1982.

3 Os produtos incluem aqueles itens produzidos pela entidade com a finalidade de venda e produtos
comprados para revenda, tais como mercadorias compradas por um varejista ou terrenos e outros imóveis
mantidos para revenda.

4 A prestação de serviços normalmente envolve o desempenho de uma tarefa pela entidade, contratualmente
pactuada, ao longo de um período de tempo pactuado. Os serviços podem ser prestados dentro de um
único período ou por mais de um período. Alguns contratos de prestação de serviços estão diretamente
relacionados a contratos de construção, por exemplo, aqueles para os serviços de gerentes de projeto e
arquitetos. A receita decorrente desses contratos não é tratada nesta Norma, mas é tratada de acordo com
os requisitos para contratos de construção, conforme especificados na IAS 11 – Contratos de Construção.

5 O uso, por outros, de ativos da entidade origina receita na forma de:

(a) juros – encargos pelo uso de caixa ou equivalentes de caixa ou valores devidos à entidade;

(b) royalties – encargos pelo uso de ativos de longo prazo da entidade, por exemplo, patentes, marcas
comerciais, direitos autorais e software de computador; e

(c) dividendos – distribuições de lucros aos titulares de investimentos de patrimônio, na proporção de


sua propriedade de uma determinada classe de capital.

1 A Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASC foi adotada pelo IASB em 2001.
Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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6 Esta Norma não trata de receitas decorrentes de:

(a) contratos de arrendamento (vide IAS 17 – Arrendamentos);

(b) dividendos decorrentes de investimentos que sejam contabilizados de acordo com o método
de equivalência patrimonial (vide IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos
em Conjunto);

(c) contratos de seguro dentro do alcance da IFRS 4 – Contratos de Seguro;

(d) mudanças no valor justo de ativos financeiros e passivos financeiros ou sua alienação (vide IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros);

(e) mudanças no valor de outros ativos circulantes;

(f) reconhecimento inicial e decorrente de mudanças no valor justo de ativos biológicos referentes à
atividade agrícola (vide IAS 41 – Agricultura);

(g) reconhecimento inicial de produtos agrícolas (vide IAS 41); e

(h) extração de jazidas minerais.

Definições
7 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Receita é a entrada bruta de benefícios econômicos durante o período, originada no curso das
atividades normais de uma entidade, quando essas entradas resultam em aumentos no patrimônio
líquido, exceto aumentos relativos a contribuições de participantes no patrimônio.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

8 A receita inclui somente os fluxos brutos de entrada de benefícios econômicos recebidos e a receber pela
entidade por sua própria conta. Os valores cobrados em nome de terceiros, tais como impostos sobre
vendas, impostos sobre bens e serviços e impostos de valor adicionado não são benefícios econômicos
que fluem para a entidade e não resultam em aumentos no patrimônio líquido. Portanto, são excluídos
da receita. De forma similar, em uma relação de agenciamento, os fluxos brutos de entrada de benefícios
econômicos incluem valores cobrados em nome do representado e que não resultam em aumentos no
patrimônio líquido da entidade. Os valores cobrados em nome do principal não constituem receita. Em
vez disso, a receita é o valor da comissão.

Mensuração da receita
9 A receita será mensurada ao valor justo da contrapartida recebida ou a receber.2

10 O valor da receita que tem origem em uma transação é geralmente determinado por acordo entre a
entidade e o comprador ou usuário do ativo. Ele é mensurado ao valor justo da contrapartida recebida ou
a receber, levando em consideração o valor de quaisquer descontos de negociação e rebates por volume
concedidos pela entidade.

11 Na maioria dos casos, a contrapartida é na forma de caixa ou equivalentes de caixa e o valor da receita é
o valor de caixa ou equivalentes de caixa, recebido ou a receber. Entretanto, quando o fluxo de entrada
de caixa ou equivalentes de caixa for diferido, o valor justo da contrapartida pode ser inferior ao valor

2 Vide também SIC‑31 – Receita –Transações de Permuta Envolvendo Serviços de Publicidade.

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IAS 18

nominal do caixa recebido ou a receber. Por exemplo, uma entidade pode fornecer crédito isento de
juros ao comprador ou aceitar do comprador uma nota promissória a receber contendo uma taxa de juros
abaixo do mercado, como contrapartida pela venda de produtos. Quando o acordo constituir efetivamente
uma transação de financiamento, o valor justo da contrapartida é determinado pelo desconto de todos os
recebimentos futuros usando uma taxa de juros imputada. A taxa de juros imputada é a mais claramente
determinável entre:

(a) a taxa prevalecente para um instrumento similar de um emitente com classificação de crédito
similar; ou

(b) uma taxa de juros que desconte o valor nominal do instrumento ao preço de venda corrente à vista
dos bens ou serviços.

A diferença entre o valor justo e o valor nominal da contrapartida é reconhecida como receita de juros,
de acordo com os parágrafos 29 e 30 e de acordo com a IFRS 9.

12 Quando os produtos ou serviços forem trocados ou permutados por produtos ou serviços que sejam
de natureza e valor similares, a troca não é considerada como uma transação que gera receita. Esse é,
frequentemente, o caso com commodities, tais como o petróleo ou leite, em que os fornecedores trocam
ou permutam estoques em diversos locais, para atender à demanda de forma tempestiva, em um local
específico. Quando produtos são vendidos ou serviços são prestados em troca de produtos ou serviços
diferentes, a troca é considerada como uma transação que gera receita. A receita é mensurada ao valor
justo dos produtos ou serviços recebidos, ajustada pelo valor de qualquer caixa ou equivalentes de caixa
transferidos. Quando o valor justo dos produtos ou serviços recebidos não puder ser mensurado de forma
confiável, a receita é mensurada ao valor justo dos produtos ou serviços concedidos, ajustada pelo valor
de qualquer caixa ou equivalentes de caixa transferidos.

Identificação da transação
13 Em geral, os critérios de reconhecimento nesta Norma são aplicados separadamente a cada transação.
Contudo, em determinadas circunstâncias, é necessário aplicar os critérios de reconhecimento aos
componentes separadamente identificáveis de uma única transação para refletir a essência da transação.
Por exemplo, quando o preço de venda de um produto incluir um valor identificável para serviço
subsequente, esse valor é diferido e reconhecido como receita ao longo do período durante o qual o
serviço é realizado. Por outro lado, os critérios de reconhecimento são aplicados a duas ou mais transações
em conjunto quando estiverem ligadas de tal forma que o efeito comercial não possa ser entendido sem
referência à série de transações como um todo. Por exemplo, uma entidade pode vender produtos e,
ao mesmo tempo, celebrar um contrato separado para recomprar os produtos em uma data posterior,
invalidando desse modo, o efeito substantivo da transação; nesse caso, as duas transações são tratadas
em conjunto.

Venda de produtos
14 A receita proveniente da venda de produtos será reconhecida quando todas as seguintes condições
forem atendidas:

(a) a entidade tiver transferido ao comprador todos os riscos e benefícios significativos da


propriedade dos produtos;

(b) a entidade não mantiver envolvimento gerencial contínuo em um nível geralmente associado
à titularidade nem controle efetivo sobre os produtos vendidos;

(c) o valor da receita puder ser mensurado de forma confiável;

(d) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade; e

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IAS 18

(e) os custos incorridos ou a serem incorridos em relação à transação puderem ser mensurados
de forma confiável.

15 A avaliação de quando uma entidade transferiu os riscos e benefícios significativos da propriedade ao


comprador exige um exame das circunstâncias da transação. Na maioria dos casos, a transferência dos
riscos e benefícios da propriedade coincide com a transferência da titularidade legal ou a transmissão
de posse ao comprador. Esse é o caso da maioria das vendas a varejo. Em outros casos, a transferência
dos riscos e benefícios da propriedade ocorre em uma ocasião diferente da transferência da titularidade
legal ou da transmissão de posse.

16 Se a entidade retiver riscos significativos da titularidade, a transação não se constitui em uma venda e
a receita não é reconhecida. Uma entidade pode reter um risco significativo de titularidade de diversas
formas. São exemplos de situações em que a entidade pode reter os riscos e benefícios significativos
da propriedade:

(a) uma entidade retiver uma obrigação por desempenho insatisfatório não coberto por provisões
normais de garantia;

(b) o recebimento da receita proveniente de uma venda específica for de natureza contingente, porque
depende da obtenção, pelo comprador, de receita com a venda posterior dos produtos;

(c) os produtos são enviados sujeitos à instalação e a instalação for uma parte significativa do contrato
que ainda não foi concluído pela entidade; e

(d) o comprador tiver o direito de rescindir a compra por um motivo especificado no contrato de venda
e a entidade não estiver certa sobre a probabilidade de devolução.

17 Se uma entidade retiver apenas um risco não significativo da propriedade, a transação constitui uma
venda e a receita é reconhecida. Por exemplo, um vendedor pode reter a propriedade legal dos produtos
exclusivamente para garantir a cobrança do valor devido. Nesse caso, se a entidade tiver transferido os
riscos e benefícios significativos da propriedade, a transação constitui uma venda e a receita é reconhecida.
Outro exemplo de uma entidade que retém somente um risco não significativo da propriedade pode ser
uma venda a varejo, quando for oferecida uma restituição do dinheiro se o cliente não estiver satisfeito.
Nesses casos, a receita é reconhecida na ocasião da venda, desde que o vendedor possa estimar de forma
confiável as devoluções futuras e reconhecer um passivo para devoluções com base na experiência
anterior e outros fatores pertinentes.

18 A receita é reconhecida somente quando for provável que os benefícios econômicos associados à
transação fluirão para a entidade. Em alguns casos, isso pode não ser provável até que a contrapartida
seja recebida ou até que a incerteza seja eliminada. Por exemplo, pode ser incerto que uma autoridade
governamental estrangeira concederá permissão para remeter a contrapartida proveniente de uma
venda em um país estrangeiro. Quando a permissão for concedida, a incerteza é eliminada e a receita é
reconhecida. Entretanto, quando surgir uma incerteza sobre a possibilidade de cobrança de um valor já
incluído na receita, o valor incobrável ou o valor em relação ao qual a recuperação deixou de ser provável é
reconhecido como uma despesa, em vez de como um ajuste no valor da receita reconhecido originalmente.

19 A receita e as despesas que estiverem relacionadas à mesma transação ou outro evento são reconhecidas
simultaneamente; esse processo é comumente referido como confrontação entre receitas e despesas. As
despesas, incluindo garantias e outros custos a serem incorridos após o embarque dos produtos, podem
ser mensuradas normalmente, de forma confiável, quando as outras condições para o reconhecimento
de receita tiverem sido atendidas. Entretanto, a receita não pode ser reconhecida quando as despesas não
puderem ser mensuradas de forma confiável; nessas circunstâncias, qualquer contrapartida já recebida
pela venda dos produtos é reconhecida como um passivo.

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Prestação de serviços
20 Quando o resultado de uma transação que envolve a prestação de serviços puder ser estimado
de forma confiável, a receita associada à transação será reconhecida por referência ao estágio de
conclusão da transação no final do período de relatório. O resultado de uma transação pode ser
estimado de forma confiável quando todas as condições a seguir forem atendidas:

(a) o valor da receita puder ser mensurado de forma confiável;

(b) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade;

(c) o estágio de conclusão da transação no final do período de relatório puder ser mensurado de
forma confiável; e

(d) os custos incorridos para a transação e os custos para concluir a transação puderem ser
mensurados de forma confiável.3

21 O reconhecimento de receita por referência ao estágio de conclusão de uma transação é frequentemente


referido como o método de percentual de acabamento. De acordo com esse método, a receita é reconhecida
nos períodos contábeis em que os serviços são prestados. O reconhecimento de receita nessa base fornece
informações úteis sobre a extensão da atividade e desempenho de serviço durante um período. A IAS 11
também exige o reconhecimento de receita nessa base. Os requisitos dessa Norma são geralmente
aplicáveis ao reconhecimento de receitas e às despesas associadas a uma transação que envolve a prestação
de serviços.

22 A receita é reconhecida somente quando for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade. Contudo, quando surgir uma incerteza sobre a possibilidade de cobrança de
um valor já incluído na receita, o valor incobrável ou o valor em relação ao qual a recuperação deixou
de ser provável é reconhecido como uma despesa, em vez de como um ajuste no valor da receita
reconhecido originalmente.

23 Uma entidade, em termos gerais, é capaz de fazer estimativas confiáveis após ter pactuado com as outras
partes da transação em relação ao seguinte:

(a) os direitos exercíveis de cada parte em relação ao serviço a ser fornecido e recebido pelas partes;

(b) a contrapartida a ser trocada; e

(c) a maneira e os termos de liquidação.

Também é comumente necessário que a entidade tenha um efetivo sistema interno de orçamento e
apresentação de informações. A entidade analisa e, quando necessário, revisa as estimativas de receita
à medida que o serviço é realizado. A necessidade dessas revisões não indica necessariamente que o
resultado da transação não pode ser estimado de forma confiável.

24 O estágio de conclusão de uma transação pode ser determinado por diversos métodos. Uma entidade usa
o método que mensura de forma confiável os serviços realizados. Dependendo da natureza da transação,
os métodos podem incluir:

(a) estudos de trabalho realizado;

(b) serviços realizados até a data como um percentual dos serviços totais a serem executados; ou

(c) a proporção que os custos incorridos até a data têm em relação aos custos totais estimados da
transação. Somente os custos que reflitam os serviços realizados até a data são incluídos nos custos

3 Vide também SIC-27 – Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a Forma Legal de um Arrendamento e SIC‑31 – Receita
– Transações de Permuta Envolvendo Serviços de Publicidade

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incorridos até a data. Somente os custos que reflitam os serviços realizados ou a serem realizados
são incluídos nos custos totais estimados da transação.

Os pagamentos por progresso e os adiantamentos recebidos de clientes não refletem com frequência os
serviços realizados.

25 Para fins práticos, quando os serviços forem realizados por um número indeterminado de atos ao longo
de um período específico de tempo, a receita é reconhecida pelo método linear ao longo do período
especificado, exceto se houver evidência de que algum outro método represente melhor o estágio
de conclusão. Quando um ato específico for muito mais significativo que quaisquer outros atos, o
reconhecimento de receita é postergado até que o ato significativo seja executado.

26 Quando o resultado da transação que envolve a prestação de serviços não puder ser estimado de
forma confiável, a receita será reconhecida somente na extensão das despesas reconhecidas que
sejam recuperáveis.

27 Durante os primeiros estágios de uma transação, é frequente o caso em que o resultado da transação não
pode ser estimado de forma confiável. Contudo, pode ser provável que a entidade recuperará os custos
de transação incorridos. Portanto, a receita é reconhecida somente na medida em que se espera que os
custos incorridos sejam recuperáveis. Como o resultado da transação não pode ser estimado de forma
confiável, nenhum lucro é reconhecido.

28 Quando o resultado de uma transação não puder ser estimado de forma confiável e não for provável que os
custos incorridos serão recuperados, a receita não é reconhecida e os custos incorridos são reconhecidos
como uma despesa. Quando não mais existirem as incertezas que impediram que o resultado do contrato
fosse estimado de forma confiável, a receita é reconhecida de acordo com o parágrafo 20, em vez de
reconhecida de acordo com o parágrafo 26.

Juros, royalties e dividendos


29 A receita decorrente do uso, por outros, de ativos da entidade que rendem juros, royalties e
dividendos será reconhecida de acordo com as bases estabelecidas no parágrafo 30, quando:

(a) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade; e

(b) o valor da receita puder ser mensurado de forma confiável.

30 A receita será reconhecida de acordo com as seguintes bases:

(a) os juros serão reconhecidos utilizando o método de juros efetivos conforme definido na IAS 39,
parágrafos 9 e OA5-OA8;

(b) os royalties serão reconhecidos pelo regime de competência, de acordo com a essência do
contrato pertinente; e

(c) dividendos serão reconhecidos quando for estabelecido o direito do acionista de receber
pagamento.

31 [Excluído]

32 Quando os juros não pagos acumularem antes da aquisição de um investimento com incidência de juros,
o recebimento subsequente de juros é alocado entre períodos pré-aquisição e pós-aquisição; somente a
parcela pós-aquisição é reconhecida como receita.

33 Os royalties acumulam de acordo com os termos do contrato pertinente e são geralmente reconhecidos
nessa base, exceto, tendo em conta a essência do contrato, se for mais apropriado reconhecer a receita
de alguma outra forma sistemática e racional.

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IAS 18

34 A receita é reconhecida somente quando for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade. Contudo, quando surgir uma incerteza sobre a possibilidade de cobrança de
um valor já incluído na receita, o valor incobrável ou o valor em relação ao qual a recuperação deixou
de ser provável é reconhecido como uma despesa, em vez de como um ajuste no valor da receita
reconhecido originalmente.

Divulgação
35 Uma entidade divulgará:

(a) as políticas contábeis adotadas para o reconhecimento de receita, incluindo os métodos


adotados para determinar o estágio de conclusão das transações que envolvem a prestação
de serviços;

(b) o valor de cada categoria significativa de receita reconhecida durante o período, incluindo
receita resultante de:

(i) venda de produtos;

(ii) prestação de serviços;

(iii) juros;

(iv) royalties;

(v) dividendos; e

(c) o valor de receita decorrente de trocas de produtos ou serviços incluídos em cada categoria
significativa de receita.

36 Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e ativos contingentes de acordo com a IAS 37 –
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Os passivos contingentes e os ativos contingentes
podem resultar de itens tais como custos de garantia, reivindicações, penalidades ou possíveis perdas.

Data de vigência
37 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1995.

38 Custo de um Investimento em uma Subsidiária, Entidade Controlada em Conjunto ou Coligada (Alterações


à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e à
IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas), emitida em maio de 2008, alterou o
parágrafo 32. Uma entidade aplicará essa alteração prospectivamente para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações
correspondentes dos parágrafos 4 e 38A da IAS 27 para um período anterior, ela aplicará, ao mesmo
tempo, a alteração do parágrafo 32.

39 [Excluído]

40 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 6(d) e 11 e excluiu o parágrafo 39. Uma
entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

41 A IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 6(b). Uma entidade
aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 11.

42 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 7. Uma entidade
aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 13.

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IAS 19

Norma Internacional de Contabilidade IAS 19

Benefícios aos Empregados


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 19 – Benefícios
aos Empregados, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em
fevereiro de 1998. A IAS 19 – Benefícios aos Empregados substituiu a IAS 19 – Contabilização de Benefícios
de Aposentadoria nas Demonstrações Financeiras de Empregadores (emitida em janeiro de 1983). A IAS 19 foi
alterada posteriormente em 1993 e renomeada como IAS 19 – Custos de Benefício de Aposentadoria.

O IASB alterou a contabilização de planos multipatrocinados e planos em grupo em dezembro de 2004. Em junho
de 2011, o IASB revisou a IAS 19; isso incluiu eliminar uma opção que permitia que uma entidade diferisse o
reconhecimento de mudanças no passivo de benefício definido líquido e alterar alguns dos requisitos de divulgação
para planos de benefício definido e planos multipatrocinados.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 19. Elas incluem uma alteração à IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003 e setembro de 2007),
IFRS 3 – Combinações de Negócios (emitida em março de 2004), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de
2008), IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas (tal como revisada em novembro de 2009) e IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 19
BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 8
BENEFÍCIOS DE CURTO PRAZO AOS EMPREGADOS 9
Reconhecimento e mensuração 11
Todos os benefícios de curto prazo aos empregados 11
Ausências remuneradas de curto prazo 13
Planos de participação nos lucros e bônus 19
Divulgação 25
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: DISTINÇÃO ENTRE PLANOS DE
CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA E PLANOS DE BENEFÍCIO DEFINIDO 26
Planos multipatrocinados 32
Planos de benefício definido que compartilham riscos
entre entidades sob controle comum 40
Planos públicos 43
Benefícios segurados 46
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: PLANOS DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA 50
Reconhecimento e mensuração 51
Divulgação 53
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: PLANOS DE BENEFÍCIO DEFINIDO 55
Reconhecimento e mensuração 56
Contabilização da obrigação presumida 61
Demonstração da posição financeira 63
Reconhecimento e mensuração: valor presente das obrigações
de benefício definido e custo do serviço corrente 66
Método de avaliação atuarial 67
Atribuição de benefício a períodos de serviço 70
Premissas atuariais 75
Premissas atuariais: mortalidade 81
Premissas atuariais: taxa de desconto 83
Premissas atuariais: salários, benefícios e custos médicos 87
Custo do serviço passado e ganhos e perdas na liquidação 99
Custo do serviço passado 102
Ganhos e perdas na liquidação 109
Reconhecimento e mensuração: ativos do plano 113
Valor justo dos ativos do plano 113
Reembolsos 116
Componentes de custo de benefício definido 120
Juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido 123
Remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido 127

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Apresentação 131
Compensação 131
Segregação circulante/não circulante 133
Componentes de custo de benefício definido 134
Divulgação 135
Características dos planos de benefício definido e riscos a eles associados 139
Explicação de valores das demonstrações financeiras 140
Valor, época e incerteza de fluxos de caixa futuros 145
Planos multipatrocinados 148
Planos de benefício definido que compartilham riscos entre entidades sob controle comum 149
Requisitos de divulgação em outras IFRSs 151
OUTROS BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO AOS EMPREGADOS 153
Reconhecimento e mensuração 155
Divulgação 158
BENEFÍCIOS RESCISÓRIOS 159
Reconhecimento 165
Mensuração 169
Divulgação 171
TRANSIÇÃO E DATA DE VIGÊNCIA 172
APÊNDICE
Alterações às outras IFRSs

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE GANHOS E PERDAS ATUARIAIS, PLANOS EM


GRUPO E DIVULGAÇÕES (ALTERAÇÃO À IAS 19) EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2004
APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 19 EMITIDA EM JUNHO DE 2011
BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outras IFRSs
OPINIÕES DIVERGENTES
ALTERAÇÕES À ORIENTAÇÃO SOBRE OUTRAS IFRSs
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 19 – Benefícios aos Empregados (IAS 19) é definida nos parágrafos
1–174 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC
quando adotada pelo IASB. A IAS 19 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A IAS 19 – Benefícios aos Empregados prescreve a contabilização e a divulgação, por empregadores,
dos benefícios aos empregados. A Norma não trata de relatório de planos de benefícios aos empregados
(vide IAS 26 – Contabilização e Relatório de Planos de Benefício de Aposentadoria).

IN2 A Norma identifica quatro categorias de benefícios aos empregados:

(a) benefícios de curto prazo aos empregados, como, por exemplo, os seguintes (se a expectativa é que
eles sejam liquidados integralmente em até doze meses após o final do período de relatório anual
em que os empregados prestarem os respectivos serviços): ordenados, salários e contribuições para
a seguridade social, licenças anuais remuneradas e licenças médicas remuneradas, participação
nos lucros e bônus e benefícios não monetários (tais como assistência médica, auxílio-moradia,
automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os atuais empregados;

(b) benefícios pós-emprego, tais como benefícios de aposentadoria (por exemplo, pensões e pagamentos
em valor global por ocasião da aposentadoria), seguro de vida pós-emprego e assistência médica
pós-emprego;

(c) outros benefícios de longo prazo aos empregados, como, por exemplo, licença por tempo de serviço
ou licença sabática, jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço, benefícios por invalidez de
longo prazo; e

(d) benefícios rescisórios.

IN3 A Norma exige que uma entidade reconheça benefícios de curto prazo aos empregados quando um
empregado tiver prestado serviço em troca desses benefícios.

IN4 Os planos de benefícios pós-emprego são classificados como planos de contribuição definida ou
planos de benefício definido. A Norma fornece orientação específica sobre a classificação de planos
multipatrocinados, planos públicos e planos com benefícios segurados.

IN5 Nos planos de contribuição definida, uma entidade paga contribuições fixas para uma entidade separada
(um fundo) e não terá nenhuma obrigação legal ou presumida de pagar contribuições adicionais
se o fundo não tiver ativos suficientes para pagar todos os benefícios aos empregados, relativos ao
serviço do empregado nos períodos corrente e anteriores. A Norma exige que uma entidade reconheça
contribuições para um plano de contribuição definida quando um empregado tiver prestado serviço em
troca dessas contribuições.

IN6 Todos os outros planos de benefícios pós-emprego são planos de benefício definido. Os planos de benefício
definido podem ser não custeados ou podem ser total ou parcialmente custeados. A Norma exige que
uma entidade:

(a) contabilize não apenas sua obrigação legal, mas também qualquer obrigação presumida que surgir
das práticas da entidade.

(b) determine o valor presente das obrigações de benefício definido e o valor justo de quaisquer
ativos do plano, com regularidade suficiente para que os valores reconhecidos nas demonstrações
financeiras não sejam significativamente diferentes dos valores que seriam determinados no final
do período de relatório.

(c) utilize o método da unidade de crédito projetada para mensurar suas obrigações e custos.

(d) atribua benefícios a períodos de serviço previstos na fórmula de benefício do plano, exceto se o
serviço de um empregado em anos posteriores acarretar um nível significativamente maior de
benefício do que em anos anteriores.

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IAS 19

(e) utilize premissas atuariais imparciais e mutuamente compatíveis sobre as variáveis demográficas
(tais como rotatividade e mortalidade de empregados) e variáveis financeiras (tais como aumentos
futuros em salários, alterações nos custos de assistência médica e alterações específicas em
benefícios públicos). As premissas financeiras devem ser baseadas nas expectativas do mercado, no
final do período de relatório, para o período em relação ao qual as obrigações devem ser liquidadas.

(f) determine a taxa de desconto, por referência aos rendimentos de mercado no final do período de
relatório, sobre títulos corporativos de alta qualidade (ou, em países onde não houver mercado
estruturado para esses títulos de dívida, utilizar títulos de dívida do governo), de uma moeda e
prazo consistentes com a moeda e prazo das obrigações de benefícios pós-emprego.

(g) deduza o valor justo de quaisquer ativos do plano do valor contábil da obrigação, a fim de determinar
o passivo (ativo) de benefício definido líquido. Alguns direitos a reembolso que não se qualificam
como ativos do plano são tratados da mesma forma que ativos do plano, exceto pelo fato de serem
apresentados como um ativo separado, em vez de uma dedução da obrigação.

(h) limite o valor contábil de um ativo de benefício definido líquido de modo que não exceda os
benefícios econômicos disponíveis na forma de restituições do plano ou reduções nas contribuições
futuras para o plano.

(i) reconheça todas as mudanças no passivo (ativo) de benefício definido líquido, quando ocorrerem, da seguinte
forma:

(i) custo do serviço e juros líquidos, em lucros e perdas; e

(ii) remensurações, em outros resultados abrangentes.

IN7 Benefícios aos empregados outros que não benefícios de curto prazo aos empregados, benefícios pós-
emprego e benefícios rescisórios constituem outros benefícios de longo prazo aos empregados. Para outros
benefícios de longo prazo aos empregados, a Norma exige o mesmo reconhecimento e mensuração que
para benefícios pós-emprego, mas todas as mudanças no valor contábil de passivos para outros benefícios
de longo prazo aos empregados são reconhecidas em lucros e perdas. A Norma não exige divulgações
específicas sobre outros benefícios de longo prazo aos empregados.

IN8 Benefícios rescisórios são benefícios aos empregados devidos como resultado da decisão de uma
entidade de rescindir o contrato de trabalho de um empregado antes da data de aposentadoria normal
ou da decisão de um empregado de aceitar uma oferta de benefícios em troca da rescisão do contrato
de trabalho. Uma entidade deve reconhecer benefícios rescisórios quando não puder mais cancelar uma
oferta desses benefícios ou quando reconhecer quaisquer custos de reestruturação correspondentes, o
que ocorrer antes.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 19


Benefícios aos Empregados

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever a contabilização e divulgação de benefícios aos empregados. A
Norma exige que uma entidade reconheça:

(a) um passivo, quando um empregado tiver prestado serviço em troca de benefícios aos empregados,
a serem pagos no futuro; e

(b) uma despesa, quando uma entidade consumir o benefício econômico decorrente do serviço prestado
por um empregado em troca de benefícios aos empregados.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada por um empregador na contabilização de todos os benefícios aos
empregados, com exceção daqueles aos quais se aplica a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações.

3 Esta Norma não trata do relatório de planos de benefício aos empregados (vide IAS 26 – Contabilização
e Relatório de Planos de Benefícios de Aposentadoria),

4 Os benefícios aos empregados aos quais a Norma se aplica incluem aqueles fornecidos:

(a) de acordo com planos formais ou outros acordos formais entre uma entidade e empregados
individuais, grupos de empregados ou seus representantes;

(b) de acordo com requisitos legislativos ou por meio de acordos industriais, pelos quais as
entidades são obrigadas a contribuir para planos nacionais, estaduais, industriais ou outros planos
multipatrocinados; ou

(c) por aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação presumida. As práticas informais
dão origem a uma obrigação presumida quando a entidade não tiver alternativa realista a não ser
pagar os benefícios aos empregados. Um exemplo de uma obrigação presumida é quando uma
mudança nas práticas informais da entidade causaria dano inaceitável ao seu relacionamento
com empregados.

5 Os benefícios aos empregados incluem:

(a) benefícios de curto prazo aos empregados, como, por exemplo, os seguintes, se a expectativa é de
que eles sejam liquidados integralmente em até doze meses após o final do período de relatório
anual em que os empregados prestarem os respectivos serviços:

(i) ordenados, salários e contribuições para a seguridade social;

(ii) licença anual remunerada e licença médica remunerada;

(iii) participação nos lucros e bônus; e

(iv) benefícios não monetários (tais como assistência médica, auxílio-moradia, automóveis e
bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais;

(b) benefícios pós-emprego, como, por exemplo, os seguintes:

(i) benefícios de aposentadoria (por exemplo, pensões e pagamentos em valor global por ocasião
da aposentadoria); e

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(ii) outros benefícios pós-emprego, tais como seguro de vida pós-emprego e assistência médica
pós‑emprego;

(c) outros benefícios de longo prazo aos empregados, tais como os seguintes:

(i) ausências remuneradas de longo prazo, tais como licenças por tempo de serviço ou sabáticas;

(ii) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço; e

(iii) benefícios por invalidez de longo prazo; e

(d) benefícios rescisórios.

6 Os benefícios aos empregados incluem benefícios fornecidos aos empregados ou aos seus dependentes
ou beneficiários e podem ser liquidados por pagamentos (ou o fornecimento de produtos ou serviços)
feitos diretamente aos empregados, a seus cônjuges, filhos ou outros dependentes ou a outros, tais
como seguradoras.

7 Um empregado pode prestar serviços a uma entidade em regime integral, meio-período, permanente, casual
ou temporário. Para os fins desta Norma, empregados incluem diretores e outro pessoal da administração.

Definições
8 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Definições de benefícios aos empregados


Benefícios aos empregados são todas as formas de contrapartida dadas por uma entidade em troca
de serviços prestados por empregados ou pela rescisão do contrato de trabalho.

Benefícios de curto prazo aos empregados são benefícios aos empregados (exceto benefícios
rescisórios) que se espera que sejam liquidados integralmente em até doze meses após o final do
período de relatório anual em que os empregados prestarem o respectivo serviço.

Benefícios pós-emprego são benefícios aos empregados (exceto benefícios rescisórios e benefícios
de curto prazo aos empregados) devidos após o término do emprego.

Outros benefícios de longo prazo aos empregados são todos os benefícios aos empregados que não
são benefícios de curto prazo aos empregados, benefícios pós-emprego e benefícios rescisórios.

Benefícios rescisórios são benefícios aos empregados fornecidos em troca da rescisão do contrato
de trabalho de um empregado como resultado da:

(a) decisão de uma entidade de dispensar um empregado antes da data normal de aposentadoria; ou

(b) decisão de um empregado de aceitar uma oferta de benefícios em troca da rescisão do contrato
de trabalho.

Definições relativas à classificação de planos


Planos de benefícios pós-emprego são acordos formais ou informais nos quais uma entidade concede
benefícios pós-emprego a um ou mais empregados.

Planos de contribuição definida são planos de benefícios pós-emprego nos quais uma entidade paga
contribuições fixas a uma entidade separada (um fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou
presumida de pagar contribuições adicionais se o fundo não tiver ativos suficientes para pagar
todos os benefícios aos empregados referentes aos seus serviços nos períodos corrente e anteriores.

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Planos de benefício definido são planos de benefícios pós-emprego que não são planos de
contribuição definida.

Planos multipatrocinados são planos de contribuição definida (exceto planos públicos) ou planos
de benefício definido (exceto planos públicos) que:

(a) reúnem os ativos contribuídos por diversas entidades que não estão sob controle comum; e

(b) utilizam esses ativos para conceder benefícios aos empregados de mais de uma entidade,
onde os níveis de contribuição e de benefícios são determinados sem levar em consideração
a identidade da entidade que emprega os empregados.

Definições relativas ao passivo (ativo) de benefício definido líquido


O passivo (ativo) de benefício definido líquido é o deficit ou superavit, ajustado para refletir qualquer
efeito da limitação de um ativo de benefício definido líquido ao teto do ativo.

O deficit ou superavit é:

(a) o valor presente da obrigação de benefício definido menos

(b) o valor justo dos ativos do plano (se houver).

O teto do ativo é o valor presente de quaisquer benefícios econômicos, disponíveis na forma de


restituições do plano ou de reduções nas contribuições futuras para o plano.

O valor presente de uma obrigação de benefício definido é o valor presente, sem a dedução de
quaisquer ativos do plano, de pagamentos futuros esperados, requeridos para liquidar a obrigação
decorrente de serviços de empregados nos períodos corrente e anteriores.

Ativos do plano incluem:

(a) ativos mantidos por um fundo de benefícios de longo prazo aos empregados; e

(b) apólices de seguro qualificadas.

Ativos mantidos por um fundo de benefícios de longo prazo aos empregados são ativos (exceto os
instrumentos financeiros intransferíveis emitidos pela entidade que reporta) que:

(a) são mantidos por uma entidade (um fundo) legalmente separada da entidade que reporta e
que existe exclusivamente para pagar ou custear benefícios aos empregados; e

(b) estão disponíveis para serem utilizados somente para pagar ou custear benefícios aos
empregados, não se encontram disponíveis para os credores da entidade que reporta (mesmo
em caso de falência) e não podem ser devolvidos à entidade, a menos que:

(i) os ativos restantes do fundo sejam suficientes para o cumprimento de todas as obrigações
de benefícios aos empregados do plano ou da entidade que reporta; ou

(ii) os ativos sejam devolvidos à entidade que reporta com o intuito de reembolsá-la por
benefícios aos empregados já pagos.

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Uma apólice de seguro qualificada é uma apólice de seguro1 emitida por uma seguradora que não
é uma parte relacionada (tal como definido na IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas) da
entidade que reporta, se o produto da apólice:

(a) puder ser utilizado somente para pagar ou custear benefícios aos empregados, de acordo com
um plano de benefício definido; e

(b) não estiver disponível para os próprios credores da entidade que reporta (mesmo em caso de
falência) e não puder ser pago à entidade que reporta, a menos que:

(i) o produto represente ativos excedentes que não sejam necessários para que a apólice
satisfaça todas as respectivas obrigações de benefícios aos empregados; ou

(ii) o produto seja devolvido à entidade que reporta com o intuito de reembolsá-la por
benefícios aos empregados já pagos.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado, na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Definições relativas ao custo de benefício definido


O custo do serviço compreende:

(a) o custo do serviço corrente, que é o aumento no valor presente da obrigação de benefício
definido, resultante do serviço prestado pelo empregado no período corrente;

(b) o custo do serviço passado, que é a variação no valor presente da obrigação de benefício
definido por serviço prestado por empregados em períodos anteriores, resultante de uma
alteração (a introdução ou o cancelamento de um plano de benefício definido ou mudanças
em tal plano) ou de uma redução de benefícios (uma redução significativa, pela entidade, no
número de empregados cobertos por um plano) no plano; e

(c) qualquer ganho ou perda na liquidação.

Juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido é a mudança, durante o período,
no passivo (ativo) de benefício definido líquido resultante da passagem do tempo.

Remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido compreendem:

(a) ganhos e perdas atuariais;

(b) o retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores incluídos nos juros líquidos sobre o
passivo (ativo) de benefício definido líquido; e

(c) qualquer mudança no efeito do teto do ativo, excluindo valores incluídos nos juros líquidos
sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido.

Ganhos e perdas atuariais são mudanças no valor presente da obrigação de benefício definido
resultantes de:

(a) ajustes pela experiência (efeitos das diferenças entre as premissas atuariais anteriores e o que
efetivamente ocorreu); e

(b) efeitos das mudanças nas premissas atuariais.

1 Uma apólice de seguro qualificada não é necessariamente um contrato de seguro, conforme definido pela IFRS 4 – Contratos
de Seguro.

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IAS 19

O retorno sobre os ativos do plano consiste em juros, dividendos e outras receitas derivadas dos
ativos do plano, juntamente com ganhos ou perdas realizados e não realizados sobre os ativos do
plano, menos:

(a) quaisquer custos de administração dos ativos do plano; e

(b) qualquer imposto devido pelo próprio plano, exceto impostos incluídos nas premissas atuariais
utilizadas para mensurar o valor presente da obrigação de benefício definido.

Uma liquidação é uma transação que elimina todas as obrigações legais ou presumidas restantes em
relação à totalidade ou parte dos benefícios oferecidos por um plano de benefício definido, exceto
um pagamento de benefícios a empregados ou em seu nome que seja definido nos termos do plano
e incluído nas premissas atuariais.

Benefícios de curto prazo aos empregados


9 Benefícios de curto prazo aos empregados incluem itens como, por exemplo, os seguintes, se a expectativa
é de que eles sejam liquidados integralmente em até doze meses após o final do período de relatório
anual em que os empregados prestarem os respectivos serviços:

(a) ordenados, salários e contribuições para a seguridade social;

(b) licença anual remunerada e licença médica remunerada;

(c) participação nos lucros e bônus; e

(d) benefícios não monetários (tais como assistência médica, auxílio-moradia, automóveis e bens ou
serviços gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais.

10 Uma entidade não precisa reclassificar um benefício de curto prazo aos empregados se as suas expectativas
quanto à época da liquidação se modificarem temporariamente. Contudo, se as características do benefício
se modificam (como, por exemplo, uma mudança de um benefício não acumulativo para um benefício
acumulativo) ou se uma mudança nas expectativas quanto à época da liquidação não é temporária, a
entidade considera se o benefício ainda atende à definição de benefício de curto prazo aos empregados.

Reconhecimento e mensuração
Todos os benefícios de curto prazo aos empregados

11 Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante um período contábil, a
entidade reconhecerá o valor não descontado dos benefícios de curto prazo aos empregados, que
se espera sejam pagos, em troca desse serviço:

(a) como um passivo (despesa acumulada), após deduzir qualquer valor já pago. Se o valor já
pago exceder o valor não descontado dos benefícios, uma entidade reconhecerá esse excedente
como um ativo (despesa antecipada), na medida em que o pagamento antecipado levar a, por
exemplo, uma redução nos pagamentos futuros ou uma restituição de caixa.

(b) como uma despesa, exceto se outra IFRS exigir ou permitir a inclusão dos benefícios no custo
de um ativo (vide, por exemplo, IAS 2 – Estoques e IAS 16 – Imobilizado).

12 Os parágrafos 13, 16 e 19 explicam como uma entidade aplicará o parágrafo 11 a benefícios de


curto prazo aos empregados, na forma de ausências remuneradas e planos de participação nos
lucros e bônus.

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Ausências remuneradas de curto prazo

13 Uma entidade reconhecerá o custo esperado de benefícios de curto prazo aos empregados na forma
de ausências remuneradas, de acordo com o parágrafo 11, da seguinte forma:

(a) no caso de ausências remuneradas acumulativas, quando os empregados prestarem um serviço


que aumentar seu direito a ausências remuneradas futuras.

(b) no caso de ausências remuneradas não acumulativas, quando as ausências ocorrerem.

14 Uma entidade poderá remunerar os empregados por ausência por vários motivos, inclusive feriados,
doença e invalidez de curto prazo, maternidade ou paternidade, serviço de júri e serviço militar. O direito
a ausências remuneradas se enquadra em duas categorias:

(a) acumulativa; e

(b) não acumulativa.

15 Ausências remuneradas acumulativas são aquelas que são diferidas e podem ser utilizadas em períodos
futuros, se o direito do período corrente não for exercido integralmente. As ausências remuneradas
acumulativas podem ser com direito adquirido (em outras palavras, os empregados têm o direito a um
pagamento à vista pelo direito não exercido ao sair da entidade) ou sem direito adquirido (quando os
empregados não têm direito a um pagamento à vista pelo direito não exercido ao sair). Uma obrigação
surge na medida em que os empregados prestam serviço que aumente seu direito a ausências remuneradas
futuras. A obrigação existe e é reconhecida, mesmo se as ausências remuneradas forem sem direito
adquirido, embora a possibilidade de que os empregados possam sair antes de utilizar um direito
acumulado sem direito adquirido afete a mensuração dessa obrigação.

16 Uma entidade mensurará o custo esperado das ausências remuneradas acumulativas como o valor
adicional que a entidade espera pagar como resultado do direito não exercido que se acumulou no
final do período de relatório.

17 O método especificado no parágrafo anterior mensura a obrigação pelo valor dos pagamentos adicionais
que se espera decorrerem exclusivamente do fato de que o benefício se acumula. Em muitos casos, uma
entidade pode não precisar fazer cálculos detalhados para estimar que não existe obrigação relevante
referente a ausências remuneradas não exercidas. Por exemplo, uma obrigação de licença médica
provavelmente será relevante apenas se houver um entendimento formal ou informal de que a licença
médica remunerada não exercida pode ser tirada como licença anual remunerada.

Exemplo ilustrando os parágrafos 16 e 17


Uma entidade possui 100 empregados, sendo que cada um deles tem direito a cinco dias de
trabalho de licença médica remunerada para cada ano. A licença médica não exercida pode ser
diferida por um ano-calendário. A licença médica é tirada primeiro a partir do direito do ano
corrente e, a seguir, a partir de qualquer saldo transportado do ano anterior (em regime UEPS).
Em 31 de dezembro de 20X1, o direito médio não exercido é de dois dias por empregado.
A entidade espera, com base em experiência que se espera seja mantida, que 92 empregados
tirarão, no máximo, cinco dias de licença médica remunerada em 20X2 e que os oito empregados
restantes tirarão uma média de seis dias e meio cada.

A entidade espera pagar um adicional de doze dias de auxílio-doença como resultado do direito
não exercido que se acumulou em 31 de dezembro de 20X1 (um dia e meio cada, para oito
empregados). Portanto, a entidade reconhece um passivo igual a doze dias de auxílio-doença.

18 Ausências remuneradas não acumulativas não podem ser diferidas: elas prescrevem se o direito do período
corrente não for exercido integralmente e não dão direito aos empregados a um pagamento à vista pelo
direito não exercido ao deixar a entidade. Isso é normalmente o que acontece no caso de auxílio-doença
(na medida em que o direito passado não exercido não aumenta o direito futuro), licença-maternidade ou

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paternidade e ausências remuneradas para serviço de júri ou serviço militar. Uma entidade não reconhece
nenhum passivo ou despesa até a ocasião da ausência, pois o serviço do empregado não aumenta o valor
do benefício.

Planos de participação nos lucros e bônus

19 Uma entidade reconhecerá o custo esperado de pagamentos de participação nos lucros e bônus,
de acordo com o parágrafo 11, quando, e somente quando:

(a) a entidade tiver uma obrigação presente legal ou presumida de fazer esses pagamentos como
resultado de eventos passados; e

(b) uma estimativa confiável da obrigação puder ser feita.

Uma obrigação presente existe quando, e somente quando, a entidade não tem uma alternativa
realista a não ser efetuar os pagamentos.

20 De acordo com alguns planos de participação nos lucros, os empregados recebem uma participação
no lucro somente se permanecerem na entidade por um período especificado. Esses planos criam uma
obrigação presumida na medida em que os empregados prestem um serviço que aumenta o valor a ser
pago, se permanecerem na entidade até o final do período especificado. A mensuração dessas obrigações
presumidas reflete a possibilidade de que alguns empregados possam deixar a entidade sem receber
pagamentos de participação nos lucros.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 20


Um plano de participação nos lucros exige que uma entidade pague uma proporção especificada
de seu lucro do ano a empregados que trabalharam durante todo o ano. Se nenhum empregado sair
durante o ano, os totais de pagamentos de participação nos lucros para o ano serão de 3% do lucro.
A entidade estima que a rotatividade de pessoal reduzirá os pagamentos a 2,5% do lucro.

A entidade reconhece um passivo e uma despesa de 2,5% do lucro.

21 Uma entidade pode não ter nenhuma obrigação legal de pagar um bônus. Não obstante, em alguns casos,
uma entidade tem uma prática de pagar bônus. Nesses casos, a entidade tem uma obrigação presumida,
pois ela não tem uma alternativa realista a não ser pagar o bônus. A mensuração da obrigação presumida
reflete a possibilidade de que alguns empregados possam sair sem receber um bônus.

22 Uma entidade pode fazer uma estimativa confiável de sua obrigação legal ou presumida, de acordo com
um plano de participação nos lucros ou bônus, quando, e apenas quando:

(a) os termos formais do plano contiverem uma fórmula para determinar o valor do benefício;

(b) a entidade determinar os valores a serem pagos antes que as demonstrações financeiras sejam
autorizadas para a emissão; ou

(c) a prática passada fornecer evidência clara do valor da obrigação presumida da entidade.

23 Uma obrigação, de acordo com planos de participação nos lucros e bônus, resulta do serviço do empregado
e não de uma transação com os sócios da entidade. Portanto, uma entidade reconhece o custo dos planos
de participação nos lucros e bônus não como uma distribuição de lucro, mas como uma despesa.

24 Se não se espera que os pagamentos de participação nos lucros e bônus sejam liquidados integralmente em
até doze meses após o final do período de relatório anual em que os empregados prestarem o respectivo
serviço, esses pagamentos constituem outros benefícios de longo prazo aos empregados (vide parágrafos
153-158).

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Divulgação
25 Embora esta Norma não exija divulgações específicas sobre benefícios de curto prazo aos empregados,
outras IFRSs podem exigir divulgações. Por exemplo, a IAS 24 exige divulgações sobre benefícios
aos empregados para o pessoal-chave da administração. A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras exige a divulgação das despesas de benefícios aos empregados.

Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribuição definida e


planos de benefício definido
26 Benefícios pós-emprego incluem itens como, por exemplo, os seguintes:

(a) benefícios de aposentadoria (por exemplo, pensões e pagamentos em valor global por ocasião da
aposentadoria); e

(b) outros benefícios pós-emprego, tais como seguro de vida pós-emprego e assistência médica
pós‑emprego.

Acordos pelos quais uma entidade fornece benefícios pós-emprego são planos de benefícios pós-emprego.
Uma entidade aplica esta Norma a todos os acordos, independentemente de envolverem o estabelecimento
de uma entidade separada para receber contribuições e pagar benefícios.

27 Os planos de benefícios pós-emprego são classificados como planos de contribuição definida ou planos
de benefício definido, dependendo da substância econômica do plano, tal como obtida de seus principais
termos e condições.

28 Nos planos de contribuição definida, a obrigação legal ou presumida da entidade está limitada ao valor
que ela concorda em contribuir ao fundo. Assim, o valor dos benefícios pós-emprego recebidos pelo
empregado é determinado pelo valor das contribuições pagas por uma entidade (e, talvez, também pelo
empregado) a um plano de benefícios pós-emprego ou a uma companhia seguradora, juntamente com
os retornos de investimento decorrentes das contribuições. Em consequência, o risco atuarial (de que os
benefícios sejam menores que o esperado) e o risco do investimento (de que os ativos investidos sejam
insuficientes para atender aos benefícios esperados) recaem, em sua essência, sobre o empregado.

29 Exemplos de casos em que a obrigação de uma entidade não está limitada ao valor que ela concorda em
contribuir ao fundo são aqueles quando a entidade tem uma obrigação legal ou presumida por meio de:

(a) uma fórmula de benefício de plano que não seja ligada exclusivamente ao valor das contribuições
e exija que a entidade forneça contribuições adicionais se os ativos forem insuficientes para cobrir
os benefícios da fórmula de benefício de plano;

(b) uma garantia, seja indiretamente por meio de um plano ou diretamente, de um retorno especificado
sobre contribuições; ou

(c) aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação presumida. Por exemplo, uma obrigação
presumida pode surgir quando uma entidade tiver um histórico de benefícios crescentes para
ex‑empregados para compensar a inflação, mesmo quando não houver a obrigação legal de fazê‑lo.

30 De acordo com os planos de benefício definido:

(a) a obrigação da entidade é de fornecer os benefícios pactuados aos atuais e aos ex-empregados; e

(b) risco atuarial (de que os benefícios sejam maiores do que o esperado) e risco do investimento
recaiam, substancialmente, sobre a entidade. Se a experiência atuarial ou do investimento for pior
do que a esperada, a obrigação da entidade pode ser aumentada.

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31 Os parágrafos 32-49 explicam a distinção entre planos de contribuição definida e planos de benefício
definido, no contexto de planos multipatrocinados, planos de benefício definido que compartilham riscos
entre entidades sob controle comum, planos públicos e benefícios segurados.

Planos multipatrocinados
32 Uma entidade classificará um plano multipatrocinado como um plano de contribuição definida ou
um plano de benefício definido, de acordo com os termos do plano (incluindo qualquer obrigação
presumida que vá além dos termos formais).

33 Se uma entidade participar de um plano de benefício definido multipatrocinado, a menos que o


parágrafo 34 seja aplicável, ela:

(a) contabilizará sua parcela proporcional da obrigação de benefício definido, ativos do plano e
custo associado ao plano, da mesma forma que para outro plano de benefício definido; e

(b) divulgará as informações exigidas pelos parágrafos 135-148 (excluindo-se o parágrafo 148(d)).

34 Quando não estiverem disponíveis informações suficientes para utilizar a contabilização de benefício
definido para um plano de benefício definido multipatrocinado, uma entidade:

(a) contabilizará o plano de acordo com os parágrafos 51 e 52 como se ele fosse um plano de
contribuição definida; e

(b) divulgará as informações exigidas pelo parágrafo 148.

35 Um exemplo de um plano de benefício definido multipatrocinado é aquele em que:

(a) o plano é financiado em regime de repartição (pay-as-you-go): as contribuições são definidas em


um nível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios que vençam no mesmo período; e
os benefícios futuros auferidos durante o período corrente serão pagos a partir das contribuições
futuras; e

(b) os benefícios de empregados são determinados pela duração de seu serviço e as entidades
participantes não têm formas realistas de sair do plano sem pagar uma contribuição pelos benefícios
auferidos pelos empregados até a data da saída. Esse plano cria um risco atuarial para a entidade:
se o custo final dos benefícios já auferidos no final do período de relatório for maior do que o
esperado, a entidade terá de aumentar suas contribuições ou persuadir os empregados a aceitarem
uma redução nos benefícios. Portanto, esse plano é um plano de benefício definido.

36 Quando há informações suficientes disponíveis sobre um plano de benefício definido multipatrocinado,


uma entidade contabiliza sua parcela proporcional da obrigação de benefício definido, dos ativos do plano
e do custo pós-emprego associados ao plano, da mesma forma que para qualquer outro plano de benefício
definido. Entretanto, uma entidade pode não ser capaz de identificar sua parcela da posição financeira
e do desempenho do plano com confiabilidade suficiente para fins contábeis. Isso pode ocorrer, se:

(a) o plano expuser as entidades participantes a riscos atuariais associados a empregados atuais ou
ex‑empregados de outras entidades, com o resultado de que não haja base consistente e confiável
para alocar a obrigação, ativos do plano e custo a entidades individuais que participem do plano; ou

(b) a entidade não tiver acesso a informações suficientes sobre o plano para atender aos requisitos
desta Norma.

Nesses casos, uma entidade contabiliza o plano como se fosse um plano de contribuição definida e
divulga as informações exigidas pelo parágrafo 148.

37 Pode haver um acordo contratual, entre o plano multipatrocinado e seus participantes, que determine
como o superavit do plano será distribuído aos participantes (ou deficit custeado). Um participante em um

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plano multipatrocinado com esse tipo de acordo que contabilize o plano como um plano de contribuição
definida, de acordo com o parágrafo 34, reconhecerá o ativo ou passivo que surgir do acordo contratual
e a receita ou despesa resultante em lucros e perdas.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 37


Uma entidade participa de um plano de benefício definido de múltiplos empregadores que não
prepara avaliações do plano de acordo com a IAS 19. Ela, portanto, contabiliza o plano como se
fosse um plano de contribuição definida. Uma avaliação do plano não baseada na IAS 19 mostra
um deficit de UM 100 milhões(a) no plano. O plano pactuou sobre contrato um cronograma
de contribuições com os empregadores participantes no plano que eliminará o deficit ao longo
dos próximos cinco anos. As contribuições totais da entidade em virtude do contrato são de
UM 8 milhões.

A entidade reconhece um passivo para as contribuições, ajustado pelo valor do dinheiro no tempo,
e uma despesa igual em lucros e perdas.
(a) Nesta Norma, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

38 Os planos multipatrocinados são diferentes dos planos de administração em grupo. Um plano de


administração em grupo é meramente uma agregação de planos de empregadores individuais, combinados
para permitir que os empregadores participantes reúnam seus ativos para fins de investimento e reduzam
os custos de gerenciamento e administração do investimento, mas as reivindicações dos diferentes
empregadores são segregadas para o benefício exclusivo de seus próprios empregados. Os planos de
administração em grupo não apresentam problemas contábeis específicos, pois as informações estão
imediatamente disponíveis para tratá-los da mesma forma que qualquer outro plano de empregador único
e porque esses planos não expõem as entidades participantes a riscos atuariais associados aos atuais e
ex-empregados de outras entidades. As definições nesta Norma exigem que a entidade classifique um
plano de administração de grupo como um plano de contribuição definida ou um plano de benefício
definido, de acordo com os termos do plano (inclusive qualquer obrigação presumida que vá além dos
termos formais).

39 Ao determinar quando reconhecer e como mensurar um passivo relativo ao encerramento de um


plano de benefício definido multipatrocinado ou à saída da entidade de um plano de benefício
definido multipatrocinado, uma entidade aplicará a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes.

Planos de benefício definido que compartilham riscos entre entidades sob


controle comum
40 Os planos de benefício definido que compartilham riscos entre entidades sob controle comum, por
exemplo, uma controladora e suas subsidiárias, não são planos multipatrocinados.

41 Uma entidade que participe desse plano obterá informações sobre o plano como um todo, mensurado
de acordo com esta Norma, com base nas premissas que se aplicam ao plano como um todo. Se houver
um acordo contratual ou política declarada para a cobrança a entidades de grupo individuais do custo de
benefício definido líquido para o plano como um todo, mensurado de acordo com esta Norma, a entidade
reconhecerá o custo de benefício definido líquido assim cobrado em suas demonstrações financeiras
separadas ou individuais. Se não houver esse acordo ou política, o custo de benefício definido líquido
será reconhecido nas demonstrações financeiras separadas ou individuais da entidade de grupo que seja
legalmente o empregador patrocinador para o plano. As outras entidades de grupo reconhecerão um custo
igual à sua contribuição a pagar no período em suas demonstrações financeiras separadas ou individuais.

42 A participação nesse plano é uma transação com partes relacionadas, para cada entidade do grupo
individualmente. Uma entidade, portanto, divulgará as informações exigidas pelo parágrafo 149 em suas
demonstrações financeiras separadas ou individuais.

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Planos públicos
43 Uma entidade contabilizará um plano público da mesma forma que um plano multipatrocinado
(vide parágrafos 32-39).

44 Os planos públicos são estabelecidos por legislação, para cobrir todas as entidades (ou todas as entidades
de uma categoria em particular, como, por exemplo, um setor específico), operados por um governo
nacional ou local, ou por outro órgão (como, por exemplo, uma autarquia criada especificamente
para esse fim) que não está sujeito ao controle ou à influência da entidade que reporta. Alguns planos
estabelecidos por uma entidade fornecem benefícios compulsórios, em substituição a benefícios que,
de outro modo, seriam cobertos por um plano público, e benefícios voluntários adicionais. Esses planos
não são planos públicos.

45 Os planos públicos são caracterizados como benefício definido ou contribuição definida, dependendo da
obrigação da entidade prevista no plano. Muitos planos públicos são custeados em regime de repartição
(pay-as-you-go): as contribuições são definidas em um nível que se espera ser suficiente para pagar os
benefícios necessários que vençam no mesmo período; benefícios futuros auferidos durante o período
corrente serão pagos a partir de contribuições futuras. Não obstante, na maioria dos planos públicos a
entidade não possui a obrigação legal ou presumida de pagar esses benefícios futuros: sua única obrigação
é pagar as contribuições à medida que vençam e, se a entidade deixar de empregar membros do plano
público, ela não terá a obrigação de pagar os benefícios auferidos por seus próprios empregados em
anos anteriores. Por esse motivo, os planos públicos são normalmente planos de contribuição definida.
Contudo, quando um plano público é um plano de benefício definido, uma entidade aplica os parágrafos
32-39.

Benefícios segurados
46 Uma entidade poderá pagar prêmios de seguro para custear um plano de benefícios pós-emprego.
A entidade tratará esse plano como um plano de contribuição definida, exceto se ela tiver (seja
direta ou indiretamente, por meio do plano) uma obrigação legal ou presumida de:

(a) pagar os benefícios aos empregados diretamente quando vencerem; ou

(b) pagar outros valores se a seguradora não pagar todos os benefícios futuros aos empregados,
referentes a serviços de empregados nos períodos corrente e anteriores.

Se a entidade retiver essa obrigação legal ou presumida, ela tratará o plano como um plano de
benefício definido.

47 Os benefícios segurados por uma apólice de seguro não precisam ter um relacionamento direto ou
automático com a obrigação da entidade em relação aos benefícios aos empregados. Os planos de
benefícios pós-emprego que envolvem apólices de seguro estão sujeitos à mesma distinção entre
contabilização e custeio que outros planos custeados.

48 Quando uma entidade custear uma obrigação de benefícios pós-emprego, contribuindo para uma apólice
de seguro, de acordo com a qual a entidade (direta ou indiretamente, por meio do plano, por meio do
mecanismo para definição de prêmios futuros ou por meio de um relacionamento de parte relacionada
com a seguradora) retenha uma obrigação legal ou presumida, o pagamento dos prêmios não resulta em
um acordo de contribuição definida. Ocorre que a entidade:

(a) contabiliza uma apólice de seguro qualificada como um ativo do plano (vide parágrafo 8); e

(b) reconhece outras apólices de seguro como direitos a reembolso (se as apólices atenderem ao critério
do parágrafo 116).

49 Quando uma apólice de seguro estiver em nome de um participante do plano especificado ou um grupo
de participantes do plano e a entidade não tiver a obrigação legal ou presumida de cobrir qualquer perda
na apólice, a entidade não tem a obrigação de pagar benefícios aos empregados e a seguradora tem a

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responsabilidade exclusiva de pagar os benefícios. O pagamento de prêmios fixos sob esses contratos
é, em essência, a liquidação da obrigação de benefício ao empregado, em vez de um investimento para
atender à obrigação. Consequentemente, a entidade deixa de ter um ativo ou um passivo. Portanto, uma
entidade trata esses pagamentos como contribuições para um plano de contribuição definida.

Benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida


50 A contabilização de planos de contribuição definida é direta, porque a obrigação da entidade que reporta,
para cada período, é determinada pelos valores a serem contribuídos para esse período. Consequentemente,
não são necessárias premissas atuariais para mensurar a obrigação ou a despesa e não há possibilidade
de nenhum ganho ou perda atuarial. Além disso, as obrigações são mensuradas em base não descontada,
exceto quando não se espera que sejam liquidadas integralmente em até doze meses após o final do
período de relatório anual em que os empregados prestarem o respectivo serviço.

Reconhecimento e mensuração
51 Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante um período, a entidade
reconhecerá a contribuição devida a um plano de contribuição definida em troca desse serviço:

(a) como um passivo (despesa acumulada), após deduzir qualquer contribuição já paga. Se a
contribuição já paga exceder a contribuição devida pelo serviço, antes do final do período de
relatório, uma entidade reconhecerá esse excedente como um ativo (despesa antecipada), na
medida em que o pagamento antecipado levar a, por exemplo, uma redução nos pagamentos
futuros ou uma restituição de caixa.

(b) como uma despesa, exceto se outra IFRS exigir ou permitir a inclusão da contribuição no
custo de um ativo (vide, por exemplo, IAS 2 e IAS 16).

52 Quando não se espera que as contribuições para um plano de contribuição definida sejam liquidadas
integralmente em até doze meses após o final do período de relatório anual em que os empregados
prestarem o respectivo serviço, elas são descontadas utilizando a taxa de desconto especificada no
parágrafo 83.

Divulgação
53 Uma entidade divulgará o valor reconhecido como uma despesa para os planos de contribuição
definida.

54 Quando exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informações sobre contribuições para planos de
contribuição definida para o pessoal-chave da administração.

Benefícios pós-emprego: planos de benefício definido


55 A contabilização de planos de benefício definido é complexa, porque são necessárias premissas atuariais
para mensurar a obrigação e a despesa, e há uma possibilidade de ganhos e perdas atuariais. Além disso,
as obrigações são mensuradas em base descontada, porque podem ser liquidadas muitos anos após os
empregados prestarem o respectivo serviço.

Reconhecimento e mensuração
56 Os planos de benefício definido podem ser não custeados ou podem ser total ou parcialmente custeados
por contribuições de uma entidade e, em alguns casos, de seus empregados, para uma entidade ou fundo
que seja legalmente separado da entidade que reporta, a partir dos quais são pagos os benefícios aos
empregados. O pagamento de benefícios custeados, quando vencem, depende não só da posição financeira
e do desempenho do investimento do fundo, mas também da capacidade, e disposição, da entidade de

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cobrir qualquer deficiência nos ativos do fundo. Portanto, a entidade está, em essência, subscrevendo
riscos atuariais e de investimento associados ao plano. Consequentemente, a despesa reconhecida para
um plano de benefício definido não é necessariamente o valor da contribuição devida para o período.

57 A contabilização de planos de benefício definido por uma entidade envolve os seguintes passos:

(a) determinar o deficit ou superavit. Isso envolve:

(i) utilizar uma técnica atuarial, o método da unidade de crédito projetada, para fazer uma
estimativa confiável do custo final para a entidade do benefício que os empregados auferiram
em retorno por seu serviço nos períodos corrente e anteriores (vide parágrafos 67-69). Isso
exige que uma entidade determine quanto do benefício é atribuível aos períodos corrente e
anteriores (vide parágrafos 70-74) e faça estimativas (premissas atuariais) sobre variáveis
demográficas (tais como rotatividade e mortalidade de empregados) e variáveis financeiras
(tais como aumentos futuros nos salários e custos médicos), que afetarão o custo do benefício
(vide parágrafos 75-98).

(ii) descontar esse benefício para determinar o valor presente da obrigação de benefício definido
e o custo do serviço corrente (vide parágrafos 67‑69 e 83-86).

(iii) deduzir o valor justo de quaisquer ativos do plano (vide parágrafos 113-115) do valor presente
da obrigação de benefício definido.

(b) determinar o valor do passivo (ativo) de benefício definido líquido como o valor do deficit ou
superávit determinado em (a), ajustado para refletir qualquer efeito da limitação de um ativo de
benefício definido líquido ao teto do ativo (vide parágrafo 64).

(c) determinar os valores a serem reconhecidos em lucros e perdas:

(i) custo do serviço corrente (vide parágrafos 70-74).

(ii) qualquer custo do serviço passado e ganho ou perda na liquidação (vide parágrafos 99-112).

(iii) juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafos 123-126).

(d) determinar as remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido, a serem reconhecidas
em outros resultados abrangentes, compreendendo:

(i) ganhos e perdas atuariais (vide parágrafos 128 e 129);

(ii) retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores incluídos nos juros líquidos sobre o
passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafo 130); e

(iii) qualquer mudança no efeito do teto do ativo (vide parágrafo 64), excluindo valores incluídos
nos juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido.

Quando uma entidade tiver mais de um plano de benefício definido, ela aplica esses procedimentos
para cada plano relevante, separadamente.

58 Uma entidade determinará o passivo (ativo) de benefício definido líquido com regularidade suficiente
de modo que os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras não sejam significativamente
diferentes dos valores que seriam determinados no final do período de relatório.

59 Esta Norma incentiva, porém não exige, que uma entidade envolva um atuário qualificado na mensuração
de todas as obrigações relevantes de benefícios pós-emprego. Por motivos práticos, uma entidade pode
solicitar que um atuário qualificado realize uma avaliação detalhada da obrigação antes do final do
período de relatório. Não obstante, os resultados dessa avaliação são atualizados para quaisquer transações
relevantes ou outras mudanças significativas nas circunstâncias (inclusive mudanças nos preços de
mercado e taxas de juros) até o final do período de relatório.

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60 Em alguns casos, as estimativas médias e atalhos computacionais podem fornecer uma aproximação
confiável dos cálculos detalhados ilustrados nesta Norma.

Contabilização da obrigação presumida


61 Uma entidade contabilizará não apenas sua obrigação legal, sob os termos formais de um plano
de benefício definido, mas também qualquer obrigação presumida que decorrer das práticas
informais da entidade. As práticas informais dão origem a uma obrigação presumida quando a
entidade não tiver alternativa realista a não ser pagar os benefícios aos empregados. Um exemplo
de uma obrigação presumida é quando uma mudança nas práticas informais da entidade causaria
dano inaceitável ao seu relacionamento com empregados.

62 Os termos formais de um plano de benefício definido podem permitir que uma entidade encerre sua
obrigação prevista no plano. Não obstante, é normalmente difícil para uma entidade encerrar sua obrigação
prevista no plano (sem pagamento) se os empregados tiverem de ser mantidos. Portanto, na ausência de
evidência em contrário, a contabilização de benefícios pós-emprego presume que uma entidade que está
atualmente prometendo esses benefícios continuará a fazê-lo durante o tempo de trabalho remanescente
dos empregados.

Demonstração da posição financeira


63 Uma entidade reconhecerá o passivo (ativo) de benefício definido líquido na demonstração da
posição financeira.

64 Quando uma entidade tem um superavit em um plano de benefício definido, ela mensura o ativo
de benefício definido líquido como sendo o menor dentre:

(a) o superavit no plano de benefício definido; e

(b) o teto do ativo, determinado utilizando-se a taxa de desconto especificada no parágrafo 83.

65 Um ativo de benefício definido líquido pode surgir quando um plano de benefício definido tiver recebido
excesso de fundos ou quando tiverem surgido ganhos atuariais. Uma entidade reconhece um ativo de
benefício definido líquido nesses casos porque:

(a) a entidade controla um recurso, que é a capacidade de utilizar o superavit para gerar benefícios
futuros;

(b) esse controle é resultado de eventos passados (contribuições pagas pela entidade e serviços prestados
pelo empregado); e

(c) os benefícios econômicos futuros estão disponíveis para a entidade na forma de redução nas
contribuições futuras ou de uma restituição de caixa, seja diretamente à entidade ou indiretamente
a outro plano em deficit. O teto do ativo é o valor presente desses benefícios futuros.

Reconhecimento e mensuração: valor presente das obrigações de


benefício definido e custo do serviço corrente
66 O custo final de um plano de benefício definido pode ser influenciado por muitas variáveis, tais como
salários finais, rotatividade e mortalidade de empregados, contribuições de empregados e tendências
de custos médicos. O custo final do plano é incerto e essa incerteza provavelmente persistirá por um
longo período de tempo. Para mensurar o valor presente das obrigações de benefícios pós-emprego e o
respectivo custo do serviço corrente, é necessário:

(a) aplicar um método de avaliação atuarial (vide parágrafos 67-69);

(b) atribuir benefício a períodos de serviço (vide parágrafos 70-74); e

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(c) fazer premissas atuariais (vide parágrafos 75-98).

Método de avaliação atuarial

67 Uma entidade utilizará o método da unidade de crédito projetada para determinar o valor presente
de suas obrigações de benefício definido e o respectivo custo do serviço corrente e, conforme o caso,
custo do serviço passado.

68 O método da unidade de crédito projetada (algumas vezes conhecido como o método de benefício
acumulado proporcional ao serviço ou como o método de benefício/anos de serviço) considera cada
período de serviço como dando origem a uma unidade adicional de direito a benefício (vide parágrafos 70-
74) e mensura cada unidade separadamente para determinar a obrigação final (vide parágrafos 75-98).

Exemplo ilustrativo do parágrafo 68


Um benefício em valor global é devido por ocasião da rescisão do contrato de trabalho e é igual a
1% do salário final para cada ano de serviço. O salário no ano 1 é de UM 10.000 e se presume que
aumente a uma taxa de 7% (composta) a cada ano. A taxa de desconto utilizada é de 10% ao ano.
A tabela a seguir mostra como a obrigação é determinada para um empregado que se espera que
se desligue no final do ano 5, presumindo que não haja mudanças nas premissas atuariais. Para
simplicidade, esse exemplo ignora o ajuste adicional necessário para refletir a probabilidade de que
o empregado possa deixar a entidade em uma data anterior ou posterior.

Ano 1 2 3 4 5
UM UM UM UM UM
Benefício atribuído a:
– anos anteriores 0 131 262 393 524
– ano corrente (1% do salário final) 131 131 131 131 131
– anos corrente e anteriores 131 262 393 524 655

Obrigação inicial – 89 196 324 476


Juros a 10% – 9 20 33 48
Custo do serviço corrente 89 98 108 119 131
Obrigação final 89 196 324 476 655

Observação:
1. A obrigação inicial é o valor presente do benefício atribuído aos anos anteriores.
2. O custo do serviço corrente é o valor presente do benefício atribuído ao ano corrente.
3. A obrigação final é o valor presente do benefício atribuído aos anos corrente e anteriores.

69 Uma entidade desconta o total de uma obrigação de benefícios pós-emprego, mesmo que se espere que
parte da obrigação seja liquidada em até doze meses após o período de relatório.

Atribuição de benefício a períodos de serviço

70 Ao determinar o valor presente de suas obrigações de benefício definido e o respectivo custo do


serviço corrente e, conforme o caso, custo do serviço passado, uma entidade atribuirá benefício
a períodos de serviço, de acordo com a fórmula de benefício do plano. Entretanto, se o serviço de

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um empregado em anos posteriores levar a um nível de benefício significativamente maior que nos
anos anteriores, uma entidade atribuirá benefícios em bases lineares desde:

(a) a data em que o serviço do empregado, pela primeira vez, levou a benefícios previstos no
plano (sejam ou não os benefícios dependentes de serviço posterior) até

(b) a data em que o serviço posterior do empregado não levar a um valor relevante de outros
benefícios previstos no plano, exceto posteriores aumentos de salário.

71 O método da unidade de crédito projetada exige que uma entidade atribua benefício ao período corrente
(para determinar o custo do serviço corrente) e aos períodos corrente e anteriores (para determinar o
valor presente das obrigações de benefício definido). Uma entidade atribui benefício a períodos em
que a obrigação de fornecer benefícios pós-emprego surge. Essa obrigação surge na medida em que os
empregados prestam serviços em troca de benefícios pós-emprego que uma entidade espera pagar em
períodos de relatório futuros. As técnicas atuariais permitem que uma entidade mensure essa obrigação
com confiabilidade suficiente para justificar o reconhecimento de um passivo.

Exemplos ilustrando o parágrafo 71


1. Um plano de benefício definido fornece um benefício em valor global de UM 100, devido por
ocasião da aposentadoria, para cada ano de serviço.

Um benefício de UM 100 é atribuído a cada ano. O custo do serviço corrente é o valor


presente de UM 100. O valor presente da obrigação de benefício definido é o valor presente
de UM 100, multiplicado pelo número de anos de serviço até o final do período de relatório.

Se o benefício é devido imediatamente quando o empregado deixa a entidade, o custo do


serviço corrente e o valor presente da obrigação de benefício definido refletem a data em que
se espera que o empregado saia. Assim, por causa do efeito do desconto, eles são inferiores
aos valores que seriam determinados se o empregado saísse no final do período de relatório.

2. Um plano fornece uma pensão mensal de 0,2% do salário final, para cada ano de serviço.
A pensão é devida a partir da idade de 65 anos.

Um benefício igual ao valor presente, na data de aposentadoria esperada, de uma pensão


mensal de 0,2% do salário final estimado, devido a partir da data esperada de aposentadoria
até a data esperada de morte, é atribuído a cada ano de serviço. O custo do serviço corrente
é o valor presente desse benefício. O valor presente da obrigação de benefício definido é o
valor presente dos pagamentos de pensão mensais, de 0,2% do salário final, multiplicado pelo
número de anos de serviço até o final do período de relatório. O custo do serviço corrente e o
valor presente da obrigação de benefício definido são descontados porque os pagamentos de
pensão começam na idade de 65 anos.

72 O serviço do empregado dá origem a uma obrigação de acordo com um plano de benefício definido, mesmo
se os benefícios dependerem de emprego futuro (em outras palavras, não têm seus direitos adquiridos).
O serviço do empregado, antes da data de aquisição, dá origem a uma obrigação presumida porque, no
final de cada período de relatório sucessivo, o valor de serviço futuro que um empregado terá de prestar,
antes de obter direito ao benefício, é reduzido. Ao mensurar sua obrigação de benefício definido, uma
entidade considera a probabilidade de que alguns empregados possam não atender a quaisquer requisitos
de aquisição de direito. Similarmente, embora alguns benefícios pós-emprego, como, por exemplo,
benefícios médicos pós-emprego, só se tornem devidos se ocorrer um evento especificado quando um
empregado não estiver mais empregado, uma obrigação é criada quando o empregado presta o serviço que
dará direito ao benefício se o evento especificado ocorrer. A probabilidade de que o evento especificado
ocorra afeta a mensuração da obrigação, mas não determina se a obrigação existe.

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Exemplos ilustrando o parágrafo 72


1. Um plano paga um benefício de UM 100 para cada ano de serviço. A aquisição de direito aos
benefícios ocorre após dez anos de serviço.

Um benefício de UM 100 é atribuído a cada ano. Em cada um dos primeiros dez anos, o
custo do serviço corrente e o valor presente da obrigação refletem a probabilidade de que o
empregado possa não concluir dez anos de serviço.

2. Um plano paga um benefício de UM 100 para cada ano de serviço, excluindo o serviço antes
da idade de 25 anos. A aquisição de direito aos benefícios ocorre imediatamente.

Nenhum benefício é atribuído ao serviço antes da idade de 25 anos, porque o serviço, antes
dessa data, não leva a benefícios (condicionais ou incondicionais). Um benefício de UM 100 é
atribuído a cada ano subsequente.

73 A obrigação aumenta até a data em que o posterior serviço do empregado não levar a nenhum valor
relevante dos benefícios posteriores. Portanto, todo o benefício é atribuído aos períodos encerrados até
essa data. O benefício é atribuído a períodos contábeis individuais, previstos na fórmula de benefício
de plano. Entretanto, se o serviço de um empregado nos anos posteriores levar a um nível de benefícios
significativamente maior que nos anos anteriores, uma entidade atribui benefício em base linear, até
a data em que um serviço posterior do empregado não levar a nenhum valor relevante de benefícios
posteriores. Isso porque o serviço de um empregado, durante todo o período, em última instância, levará
o benefício àquele nível maior.

Exemplos ilustrando o parágrafo 73


1. Um plano paga um benefício em valor global de UM 1.000, cuja aquisição de direito ocorre
após dez anos de serviço. O plano não fornece outro benefício para serviço subsequente.

Um benefício de UM 100 (UM 1.000 dividido por dez) é atribuído a cada um dos primeiros
dez anos.

O custo do serviço corrente, em cada um dos primeiros dez anos, reflete a probabilidade de
que o empregado possa não concluir os dez anos de serviço. Nenhum benefício é atribuído
aos anos subsequentes.

2. Um plano paga um benefício de aposentadoria em valor global de UM 2.000 a todos os


empregados que ainda estiverem empregados na idade de 55 anos, após vinte anos de serviço
ou que ainda estiverem empregados na idade de 65 anos, independentemente de seu tempo
de serviço.

Para empregados que entrarem na empresa antes da idade de 35 anos, o serviço pela
primeira vez leva benefícios previstos no plano na idade de 35 anos (um empregado pode sair
na idade de 30 anos e voltar na idade de 33 anos, sem nenhum efeito sobre o valor ou prazo
dos benefícios). Esses benefícios dependem de serviço posterior. Além disso, o serviço após
a idade de 55 anos não levará a um valor relevante de benefícios posteriores. Para esses
empregados, a entidade atribui o benefício de UM 100 (UM 2.000 dividido por vinte) para
cada ano, desde a idade de 35 até 55 anos.

Para empregados admitidos com idades entre 35 e 45 anos, o serviço após vinte anos não
levará a um valor relevante de outros benefícios. Para esses empregados, a entidade atribui o
benefício de 100 (2.000 dividido por vinte) a cada um dos primeiros vinte anos.

continua...

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...continuação

Exemplos ilustrando o parágrafo 73


Para um empregado admitido na idade de 55 anos, o serviço após dez anos não levará a
nenhum valor relevante de outros benefícios. Para esse empregado, a entidade atribui o
benefício de UM 200 (UM 2.000 dividido por dez), para cada um dos primeiros dez anos.

Para todos os empregados, o custo do serviço corrente e o valor presente da obrigação


refletem a probabilidade de que o empregado possa não concluir o período necessário
de serviço.

3. Um plano médico pós-emprego reembolsa 40% dos custos médicos pós-emprego de um


empregado, se o empregado sair após mais de dez e menos de vinte anos de serviço, e 50%
desses custos, se o empregado sair após vinte anos ou mais de serviço.

De acordo com a fórmula de benefício do plano, a entidade atribui 4% do valor presente dos
custos médicos esperados (40% dividido por dez) a cada um dos primeiros dez anos, e 1%
(10% dividido por dez) a cada um dos dez anos subsequentes. O custo do serviço corrente em
cada ano reflete a probabilidade de que o empregado possa não concluir o período de serviço
necessário para auferir a totalidade ou parte dos benefícios. Para empregados que se espera
que saiam dentro de dez anos, não é atribuído nenhum benefício.

4. Um plano médico pós-emprego reembolsa 10% dos custos médicos pós-emprego de um


empregado, se o empregado sair após mais de dez e menos de vinte anos de serviço, e 50%
desses custos, se o empregado sair após vinte anos ou mais de serviço.

O serviço nos últimos anos levará a um nível significativamente maior de benefício que nos
anos iniciais. Portanto, para empregados que se espera que saiam após vinte anos ou mais,
a entidade atribui benefício em base linear, de acordo com o parágrafo 71. O serviço após
vinte anos não levará a nenhum valor relevante de outros benefícios. Portanto, o benefício
atribuído a cada um dos primeiros vinte anos é de 2,5% do valor presente dos custos médicos
esperados (50% dividido por vinte).

Para empregados que se espera que saiam entre dez e vinte anos, o benefício atribuído a cada
um dos primeiros dez anos é de 1% do valor presente dos custos médicos esperados.

Para esses empregados, não é atribuído nenhum benefício ao serviço entre o final do décimo
ano e a data estimada de saída.

Para empregados que se espera que saiam dentro de dez anos, não é atribuído nenhum
benefício.

74 Quando o valor de um benefício for uma proporção constante do salário final para cada ano de serviço,
os futuros aumentos de salário afetarão o valor necessário para liquidar uma obrigação existente para o
serviço antes do final do período de relatório, mas não criam uma obrigação adicional. Portanto:

(a) para a finalidade do parágrafo 70(b), os aumentos de salário não levam a outros benefícios, mesmo
que o valor dos benefícios dependa do salário final; e

(b) o valor do benefício atribuído a cada período é uma proporção constante do salário ao qual o
benefício está vinculado.

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Exemplo ilustrativo do parágrafo 74


Os empregados têm direito a um benefício de 3% do salário final para cada ano de serviço antes da
idade de 55 anos.

O benefício de 3% do salário final estimado é atribuído a cada ano até a idade de 55 anos. Essa
é a data em que o serviço posterior do empregado não levará a um valor relevante de outros
benefícios previstos no plano. Nenhum benefício é atribuído ao serviço após essa idade.

Premissas atuariais

75 As premissas atuariais serão imparciais e mutuamente compatíveis.

76 As premissas atuariais são as melhores estimativas de uma entidade sobre as variáveis que determinarão
o custo final de prover benefícios pós-emprego. As premissas atuariais compreendem:

(a) premissas demográficas sobre as características futuras dos atuais e ex-empregados (e seus
dependentes) que são elegíveis para os benefícios. Premissas demográficas tratam de assuntos,
tais como:

(i) mortalidade (vide parágrafos 81 e 82);

(ii) taxas de rotatividade de empregados, invalidez e aposentadoria antecipada;

(iii) a proporção de membros do plano com dependentes que serão elegíveis para os benefícios;

(iv) a proporção de membros do plano que selecionarão cada opção de forma de pagamento
disponível de acordo com os termos do plano; e

(v) sinistralidade nos planos médicos.

(b) premissas financeiras que tratam de itens tais como:

(i) a taxa de desconto (vide parágrafos 83-86);

(ii) níveis de benefícios, excluindo qualquer custo dos benefícios a ser arcado pelos empregados,
e salário futuro (vide parágrafos 87-95);

(iii) no caso de benefícios médicos, custos médicos futuros, incluindo custos de tratamento de
sinistros (ou seja, os custos que serão incorridos para processar e resolver sinistros, incluindo
honorários legais e de reguladores de sinistros) (vide parágrafos 96-98); e

(iv) impostos devidos pelo plano sobre contribuições relativas a serviços anteriores à data de
relatório ou sobre benefícios decorrentes desses serviços.

77 As premissas atuariais são imparciais se não forem imprudentes nem excessivamente conservadoras.

78 As premissas atuariais são mutuamente compatíveis se refletirem os relacionamentos econômicos entre


os indicadores, tais como inflação, taxas de aumento de salário e taxas de desconto. Por exemplo, todas
as premissas que dependem de um nível de inflação específico (tais como premissas sobre taxas de juro
e aumentos de salários e benefícios), em qualquer período futuro determinado, presumem o mesmo nível
de inflação nesse período.

79 Uma entidade determina a taxa de desconto e outras premissas financeiras em termos nominais
(declarados), exceto se as estimativas em termos reais (ajustadas pela inflação) forem mais confiáveis,
por exemplo, em uma economia hiperinflacionária (vide IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias
Hiperinflacionárias) ou quando o benefício for indexado e houver um mercado estruturado de títulos
de dívida indexados de mesma moeda e prazo.

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80 As premissas financeiras serão baseadas nas expectativas do mercado, no final do período de


relatório, para o período ao longo do qual as obrigações devem ser liquidadas.

Premissas atuariais: mortalidade

81 Uma entidade determinará suas premissas de mortalidade por referência à sua melhor estimativa
da mortalidade dos membros do plano tanto durante quanto após o emprego.

82 A fim de estimar o custo final do benefício, uma entidade leva em consideração as mudanças esperadas na
mortalidade, por exemplo, modificando as tabelas-padrão de mortalidade com estimativas de melhorias
na mortalidade.

Premissas atuariais: taxa de desconto

83 A taxa utilizada para descontar obrigações de benefícios pós-emprego (tanto custeadas quanto não
custeadas) será determinada por referência aos rendimentos do mercado, no final do período de
relatório, em títulos de dívida corporativos de alta qualidade. Em países onde não haja um mercado
estruturado desses títulos, serão utilizados os rendimentos de mercado (no final do período de
relatório) sobre títulos de dívida do governo. A moeda e prazo dos títulos de dívida corporativos
ou títulos de dívida do governo serão consistentes com a moeda e prazo estimado das obrigações
de benefícios pós-emprego.

84 Uma premissa atuarial que tem um efeito relevante é a taxa de desconto. A taxa de desconto reflete o
valor do dinheiro no tempo, mas não o risco atuarial ou o risco do investimento. Além disso, a taxa de
desconto não reflete o risco de crédito específico da entidade, incorrido pelos credores da entidade, nem
reflete o risco de que a experiência futura possa diferir das premissas atuariais.

85 A taxa de desconto reflete os tempos estimados dos pagamentos dos benefícios. Na prática, uma entidade
frequentemente atinge isso, aplicando uma taxa de desconto média ponderada única, que reflita os tempos
estimados e o valor dos pagamentos de benefícios e a moeda em que os benefícios devem ser pagos.

86 Em alguns casos, pode não haver um mercado estruturado de títulos de dívida com vencimento
suficientemente longo para atender ao vencimento estimado de todos os pagamentos de benefícios. Nesses
casos, uma entidade utiliza as taxas de mercado atuais do prazo apropriado para descontar pagamentos de
prazos mais curtos e estima a taxa de desconto para vencimentos mais longos, extrapolando as taxas de
mercado atuais ao longo da curva de rendimento. É improvável que o valor presente total de uma obrigação
de benefício definido seja particularmente sensível à taxa de desconto aplicada à parcela dos benefícios
que é devida após o vencimento final dos títulos de dívida corporativos ou do governo disponíveis.

Premissas atuariais: salários, benefícios e custos médicos

87 Uma entidade mensurará suas obrigações de benefício definido em uma base que reflita:

(a) os benefícios definidos nos termos do plano (ou resultantes de qualquer obrigação presumida
que vá além desses termos), no final do período de relatório;

(b) quaisquer futuros aumentos de salário estimados que afetem os benefícios devidos;

(c) o efeito de qualquer limite sobre a parcela do empregador do custo dos benefícios futuros;

(d) contribuições de empregados ou de terceiros que reduzam o custo final desses benefícios para
a entidade; e

(e) as mudanças futuras estimadas no nível de quaisquer benefícios públicos que afetem os
benefícios devidos em virtude de um plano de benefício definido, se, e apenas se:

(i) essas mudanças tiverem sido promulgadas antes do final do período de relatório; ou

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(ii) dados históricos ou outras evidências confiáveis indicarem que esses benefícios públicos
mudarão de alguma forma previsível, por exemplo, de acordo com mudanças futuras
nos níveis gerais de preço ou nos níveis gerais de salário.

88 As premissas atuariais refletem futuras mudanças em benefícios que estejam definidas nos termos formais
de um plano (ou uma obrigação presumida que vá além desses termos) no final do período de relatório.
Esse é o caso se, por exemplo:

(a) a entidade tem um histórico de aumentar benefícios, por exemplo, para reduzir os efeitos da inflação
e não há indicação de que essa prática mudará no futuro;

(b) a entidade está obrigada, seja pelos termos formais de um plano (ou uma obrigação presumida que
vá além desses termos) ou pela legislação, a utilizar qualquer superavit do plano para o benefício
dos participantes do plano (vide parágrafo 108(c)); ou

(c) os benefícios variam em resposta a uma meta de desempenho ou outros critérios. Por exemplo,
os termos do plano podem dispor que ele pagará benefícios reduzidos ou exigirá contribuições
adicionais dos empregados se os ativos do plano forem insuficientes. A mensuração da obrigação
reflete a melhor estimativa do efeito da meta de desempenho ou outros critérios.

89 As premissas atuariais não refletem as mudanças de benefícios futuros que não estejam definidas nos
termos formais do plano (ou uma obrigação presumida) no final do período de relatório. Essas mudanças
resultarão em:

(a) custo do serviço passado, na medida em que alterarem os benefícios para serviço antes da mudança; e

(b) custo do serviço corrente para períodos após a mudança, na medida em que alterarem os benefícios
para serviço após a mudança.

90 As estimativas de futuros aumentos de salário levam em consideração a inflação, tempo de serviço,


promoção e outros fatores relevantes, tais como oferta e demanda no mercado de trabalho.

91 Alguns planos de benefício definido limitam as contribuições que uma entidade está obrigada a pagar.
O custo final dos benefícios leva em conta o efeito de um limite sobre as contribuições. O efeito de um
limite sobre contribuições é determinado sobre o que for mais curto dentre:

(a) a vida estimada da entidade; e

(b) a vida estimada do plano.

92 Alguns planos de benefício definido exigem que os empregados ou terceiros contribuam para o custo do
plano. As contribuições dos empregados reduzem o custo dos benefícios para a entidade. Uma entidade
considera se contribuições de terceiros reduzem o custo dos benefícios para a entidade ou constituem um
direito a reembolso, conforme descrito no parágrafo 116. Contribuições de empregados ou de terceiros
são definidas nos termos formais do plano (ou resultam de uma obrigação presumida que vai além desses
termos) ou são discricionárias. Contribuições discricionárias de empregados ou de terceiros reduzem o
custo do serviço por ocasião do pagamento dessas contribuições ao plano.

93 Contribuições de empregados ou de terceiros definidas nos termos formais do plano reduzem o custo
do serviço (se estiverem vinculadas ao serviço) ou reduzem as remensurações do passivo (ativo) de
benefício definido líquido (por exemplo, se as contribuições forem necessárias para reduzir um deficit
decorrente de perdas sobre os ativos do plano ou perdas atuariais). Contribuições de empregados ou de
terceiros relacionadas ao serviço são atribuídas a períodos de serviço como um benefício negativo, de
acordo com o parágrafo 70 (ou seja, o benefício líquido é atribuído de acordo com esse parágrafo).

94 Mudanças nas contribuições de empregados ou de terceiros relacionadas ao serviço resultam em:

(a) custo do serviço corrente e passado (se as mudanças nas contribuições de empregados não forem
definidas nos termos formais de um plano e não resultarem de uma obrigação presumida); ou

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(b) ganhos e perdas atuariais (se as mudanças nas contribuições de empregados forem definidas nos
termos formais de um plano ou resultarem de uma obrigação presumida).

95 Alguns benefícios pós-emprego são vinculados a variáveis, tais como o nível de benefícios públicos de
aposentadoria ou assistência médica pública. A mensuração desses benefícios reflete a melhor estimativa
dessas variáveis, com base nos dados históricos e outras evidências confiáveis.

96 As premissas sobre custos médicos levarão em conta as mudanças futuras estimadas no custo de
serviços médicos, resultantes tanto da inflação quanto de mudanças específicas nos custos médicos.

97 A mensuração de benefícios médicos pós-emprego exige suposições sobre o nível e a frequência de


reivindicações futuras e o custo do atendimento dessas reivindicações. Uma entidade estima os custos
médicos futuros com base nos dados históricos sobre a experiência da própria entidade, complementados,
quando necessário, por dados históricos provenientes de outras entidades, seguradoras, fornecedoras de
serviços médicos ou outras fontes. As estimativas de custos médicos futuros consideram o efeito dos
avanços tecnológicos, a mudança no uso de assistência médica ou os padrões de entrega e as mudanças
na situação de saúde dos participantes do plano.

98 O nível e a frequência de reivindicações são particularmente sensíveis à idade, situação de saúde e


sexo dos empregados (e seus dependentes) e podem ser sensíveis a outros fatores, como a localização
geográfica. Portanto, os dados históricos são ajustados na medida em que o mix demográfico da população
difira daquele da população utilizada como base para os dados. Eles também são ajustados quando há
evidência confiável de que as tendências históricas não continuarão.

Custo do serviço passado e ganhos e perdas na liquidação


99 Antes de determinar o custo do serviço passado ou um ganho ou perda na liquidação, uma entidade
remensurará o passivo (ativo) de benefício definido líquido utilizando o valor justo corrente dos
ativos do plano e as premissas atuariais correntes (incluindo taxas de juros de mercado correntes
e outros preços de mercado correntes) que reflitam os benefícios oferecidos em virtude do plano
antes da alteração no plano, redução de benefícios ou liquidação.

100 Uma entidade não precisa distinguir entre custo do serviço passado resultante de uma alteração no plano,
custo do serviço passado resultante de uma redução de benefícios e um ganho ou perda na liquidação,
se essas transações ocorrerem ao mesmo tempo. Em alguns casos, uma alteração no plano ocorre antes
de uma liquidação, como, por exemplo, quando uma entidade altera os benefícios decorrentes do plano
e liquida posteriormente os benefícios alterados. Nesses casos, a entidade reconhece o custo do serviço
passado antes de qualquer ganho ou perda na liquidação.

101 Uma liquidação ocorre ao mesmo tempo que uma alteração e redução de benefícios no plano se o plano
for encerrado com o resultado de que a obrigação seja liquidada e o plano deixe de existir. Entretanto,
o encerramento de um plano não é uma liquidação se o plano for substituído por um novo plano que
ofereça benefícios que sejam substancialmente os mesmos.

Custo do serviço passado

102 Custo do serviço passado é a mudança no valor presente da obrigação de benefício definido, resultante
de uma alteração ou redução de benefícios no plano.

103 Uma entidade reconhecerá o custo do serviço passado como uma despesa na data que ocorrer antes
dentre as seguintes:

(a) quando ocorrer a alteração ou redução de benefícios no plano; e

(b) quando a entidade reconhecer os custos de reestruturação correspondentes (vide IAS 37) ou
os benefícios rescisórios (vide parágrafo 165).

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104 Uma alteração no plano ocorre quando uma entidade introduz ou cancela um plano de benefício definido
ou altera os benefícios devidos em virtude de um plano de benefício definido existente.

105 Uma redução de benefícios ocorre quando uma entidade reduz significativamente o número de empregados
cobertos por um plano. Uma redução de benefícios pode resultar de um evento isolado, tal como o
fechamento de uma fábrica, a descontinuação de uma operação ou o encerramento ou suspensão de
um plano.

106 O custo do serviço passado pode ser tanto positivo (quando benefícios são introduzidos ou modificados
de tal modo que o valor presente da obrigação de benefício definido aumenta) quanto negativo (quando
benefícios são cancelados ou modificados de tal modo que o valor presente da obrigação de benefício
definido diminui).

107 Quando uma entidade reduz benefícios devidos em virtude de um plano de benefício definido existente e,
ao mesmo tempo, aumenta outros benefícios devidos em virtude do plano para os mesmos empregados,
ela trata a mudança como uma única mudança líquida.

108 O custo do serviço passado exclui:

(a) o efeito das diferenças entre os aumentos reais de salário e o anteriormente presumido sobre a
obrigação de pagar benefícios referentes a serviços prestados em anos anteriores (não há custo do
serviço passado, pois as premissas atuariais permitem salários projetados);

(b) estimativas, a maior ou a menor, dos aumentos de pensão discricionários, quando uma entidade
tiver uma obrigação presumida de conceder esses aumentos (não há custo do serviço passado, pois
as premissas atuariais permitem esses aumentos);

(c) estimativas de melhorias de benefícios resultantes de ganhos atuariais ou do retorno sobre os ativos
do plano que tiverem sido reconhecidos nas demonstrações financeiras, se a entidade for obrigada,
seja pelos termos formais de um plano (ou de uma obrigação presumida que vá além desses termos)
ou pela legislação, a utilizar qualquer superavit do plano em benefício dos participantes do plano,
mesmo se o aumento de benefício ainda não tiver sido formalmente concedido (não há custo do
serviço passado, pois o aumento resultante da obrigação é uma perda atuarial; vide parágrafo 88); e

(d) o aumento de benefícios com direito adquirido (ou seja, benefícios que não dependem de emprego
futuro; vide parágrafo 72) quando, na ausência de benefícios novos ou melhorados, os empregados
atenderem aos requisitos de aquisição de direito (não há custo do serviço passado, pois a entidade
reconheceu o custo estimado de benefícios como custo do serviço corrente, conforme o serviço
foi prestado).

Ganhos e perdas na liquidação

109 O ganho ou perda em uma liquidação é a diferença entre:

(a) o valor presente da obrigação de benefício definido que estiver sendo liquidada, conforme
determinado na data de liquidação; e

(b) o preço de liquidação, incluindo quaisquer ativos do plano transferidos e quaisquer pagamentos
feitos diretamente pela entidade em relação à liquidação.

110 Uma entidade reconhecerá um ganho ou perda na liquidação de um plano de benefício definido
quando ocorrer a liquidação.

111 Uma liquidação ocorre quando uma entidade celebra uma transação que elimina todas as obrigações
legais ou presumidas restantes em relação à totalidade ou parte dos benefícios oferecidos por um plano de
benefício definido (exceto um pagamento de benefícios a empregados, ou em seu nome, de acordo com
os termos do plano e incluído nas premissas atuariais). Por exemplo, uma transferência não recorrente
de obrigações significativas do empregador em virtude de um plano a uma companhia seguradora por

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IAS 19

meio da aquisição de uma apólice de seguros é uma liquidação; um pagamento à vista em valor global,
de acordo com os termos do plano, a participantes do plano em troca de seu direito ao recebimento de
benefícios pós-emprego especificados não é.

112 Em alguns casos, uma entidade adquire uma apólice de seguro para custear parte ou a totalidade dos
benefícios aos empregados, referentes a serviço do empregado nos períodos corrente e anteriores.
A aquisição desse tipo de apólice não é uma liquidação se a entidade mantiver uma obrigação legal
ou presumida (vide parágrafo 46) de pagar outros valores, se a seguradora não pagar os benefícios aos
empregados, estabelecidos na apólice de seguro. Os parágrafos 116-119 tratam do reconhecimento e
mensuração dos direitos a reembolso previstos nessas apólices de seguro que não são ativos do plano.

Reconhecimento e mensuração: ativos do plano


Valor justo dos ativos do plano

113 O valor justo de quaisquer ativos do plano é deduzido do valor presente da obrigação de benefício definido
na determinação do deficit ou superavit.

114 Os ativos do plano excluem contribuições não pagas, devidas pela entidade que reporta, ao fundo,
assim como quaisquer instrumentos financeiros não transferíveis, emitidos pela entidade e detidos pelo
fundo. Os ativos do plano são reduzidos por quaisquer passivos do fundo que não sejam relacionados
aos benefícios aos empregados, por exemplo, contas a pagar a fornecedores e outras contas a pagar e
passivos resultantes de instrumentos financeiros derivativos.

115 Quando os ativos do plano incluem apólices de seguro qualificadas que correspondem exatamente
ao valor e prazo de parte ou da totalidade dos benefícios devidos em virtude do plano, o valor justo
dessas apólices de seguro é considerado como o valor presente das respectivas obrigações (sujeito
a qualquer redução exigida, se os valores a receber de acordo com as apólices de seguro não forem
recuperáveis integralmente).

Reembolsos

116 Quando, e apenas quando, for praticamente certo que a outra parte reembolsará parte ou a
totalidade dos gastos necessários para liquidar uma obrigação de benefício definido, uma entidade:

(a) reconhecerá seu direito a reembolso como um ativo separado. A entidade mensurará o ativo
ao valor justo.

(b) desagregará e reconhecerá mudanças no valor justo de seu direito a reembolso da mesma
forma que para mudanças no valor justo de ativos do plano (vide parágrafos 124 e 125). Os
componentes de custo de benefício definido reconhecidos de acordo com o parágrafo 120
podem ser reconhecidos líquidos dos valores relativos a mudanças no valor contábil do direito
a reembolso.

117 Algumas vezes, uma entidade é capaz de procurar outra parte, como por exemplo, uma seguradora, para
pagar parte ou a totalidade dos gastos necessários para liquidar uma obrigação de benefício definido. As
apólices de seguro qualificadas, tal como definido no parágrafo 8, são ativos do plano. Uma entidade
contabiliza as apólices de seguro qualificadas da mesma forma que todos os outros ativos do plano, e o
parágrafo 116 não é relevante (vide parágrafos 46-49 e 115).

118 Quando uma apólice de seguro detida por uma entidade não é uma apólice de seguro qualificada, essa
apólice de seguro não é um ativo do plano. O parágrafo 116 é relevante para tais casos: a entidade
reconhece seu direito a reembolso em virtude da apólice de seguro como um ativo separado, e não como
uma dedução, ao determinar o deficit ou superavit do benefício definido. O parágrafo 140(b) exige que
a entidade divulgue uma breve descrição da relação entre o direito a reembolso e a respectiva obrigação.

119 Se o direito a reembolso decorre de uma apólice de seguro que corresponde exatamente ao valor e
prazo de parte ou da totalidade dos benefícios devidos em virtude de um plano de benefício definido, o

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valor justo do direito a reembolso é considerado como sendo o valor presente da respectiva obrigação
(observada qualquer redução exigida, se o reembolso não for recuperável integralmente).

Componentes de custo de benefício definido


120 Uma entidade reconhecerá os componentes de custo de benefício definido da seguinte forma, exceto
na medida em que outra IFRS exigir ou permitir sua inclusão no custo de um ativo:

(a) o custo do serviço (vide parágrafos 66-112) em lucros e perdas;

(b) os juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafos 123‑126)
em lucros e perdas; e

(c) remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafos 127-130) em
outros resultados abrangentes.

121 Outras IFRSs exigem a inclusão de alguns custos de benefício ao empregado dentro do custo de ativos, tais
como estoques e imobilizado (vide IAS 2 e IAS 16). Quaisquer custos de benefícios pós‑emprego incluídos
no custo desses ativos incluem a proporção apropriada dos componentes listados no parágrafo 120.

122 Remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido reconhecidas em outros resultados
abrangentes não serão reclassificadas para lucros e perdas em um período subsequente. Contudo,
a entidade pode transferir esses valores reconhecidos em outros resultados abrangentes dentro do
patrimônio líquido.

Juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido

123 Os juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido serão determinados
multiplicando-se o passivo (ativo) de benefício definido líquido pela taxa de desconto especificada
no parágrafo 83, ambos conforme determinados no início do período de relatório anual, levando
em conta quaisquer mudanças no passivo (ativo) de benefício definido líquido durante o período
como resultado de pagamentos de contribuições e benefícios.

124 Os juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido podem ser vistos como
compreendendo receita de juros sobre ativos do plano, custo de juros sobre a obrigação de benefício
definido e juros sobre o efeito do teto do ativo mencionado no parágrafo 64.

125 A receita de juros sobre ativos do plano é um componente de retorno sobre os ativos do plano e é
determinada multiplicando-se o valor justo dos ativos do plano pela taxa de desconto especificada no
parágrafo 83, ambos conforme determinados no início do período de relatório anual, levando em conta
quaisquer mudanças nos ativos do plano durante o período como resultado de contribuições e pagamentos
de benefícios. A diferença entre a receita de juros sobre ativos do plano e o retorno sobre ativos do plano
é incluída na remensuração do passivo (ativo) de benefício definido líquido.

126 Os juros sobre o efeito do teto do ativo são parte da mudança total no efeito do teto do ativo e são
determinados multiplicando-se o efeito do teto do ativo pela taxa de desconto especificada no parágrafo
83, ambos conforme determinados no início do período de relatório anual. A diferença entre esse valor
e a mudança total no efeito do teto do ativo é incluída na remensuração do passivo (ativo) de benefício
definido líquido.

Remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido

127 Remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido compreendem:

(a) ganhos e perdas atuariais (vide parágrafos 128 e 129);

(b) o retorno sobre os ativos do plano (vide parágrafo 130), excluindo valores incluídos nos juros
líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafo 125); e

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(c) qualquer mudança no efeito do teto do ativo, excluindo valores incluídos nos juros líquidos sobre
o passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafo 126).

128 Ganhos e perdas atuariais resultam de aumentos ou reduções no valor presente da obrigação de benefício
definido devido a mudanças em premissas atuariais e ajustes pela experiência. As causas de ganhos e
perdas atuariais incluem, por exemplo:

(a) taxas de rotatividade de empregados inesperadamente altas ou baixas, aposentadoria antecipada


ou mortalidade ou aumentos nos salários, benefícios (se os termos formais ou presumidos de um
plano estabelecerem aumentos de benefícios inflacionários) ou custos médicos;

(b) o efeito de mudanças nas premissas em relação a opções de pagamento de benefícios;

(c) o efeito das mudanças nas estimativas de rotatividade futura de empregados, aposentadoria
antecipada ou mortalidade, ou de aumentos nos salários, benefícios (se os termos formais ou
presumidos de um plano estabelecerem aumentos de benefícios inflacionários) ou custos médicos; e

(d) o efeito de mudanças na taxa de desconto.

129 Os ganhos e perdas atuariais não incluem mudanças no valor presente da obrigação de benefício definido
como resultado da introdução, alteração, redução de benefícios ou liquidação do plano de benefício
definido ou mudanças nos benefícios devidos em virtude do plano de benefício definido. Essas mudanças
resultam em custo do serviço passado ou em ganhos ou perdas na liquidação.

130 Ao determinar o retorno sobre os ativos do plano, uma entidade deduz os custos de administração dos
ativos do plano e quaisquer impostos devidos pelo próprio plano, exceto impostos incluídos nas premissas
atuariais utilizadas para mensurar a obrigação de benefício definido (parágrafo 76). Outros custos de
administração não são deduzidos do retorno sobre os ativos do plano.

Apresentação
Compensação

131 Uma entidade compensará um ativo referente a um plano contra um passivo referente a outro
plano quando, e apenas quando:

(a) tiver um direito por força de lei de utilizar um superavit em um plano para liquidar obrigações
previstas em outro plano; e

(b) pretender liquidar as obrigações em base líquida ou realizar o superavit em um plano e liquidar
sua obrigação prevista em outro plano simultaneamente.

132 Os critérios de compensação são similares àqueles estabelecidos para instrumentos financeiros na
IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação.

Segregação circulante/não circulante

133 Algumas entidades distinguem ativos e passivos circulantes de ativos e passivos não circulantes. Esta
Norma não especifica se uma entidade deve distinguir parcelas circulantes e não circulantes de ativos e
passivos decorrentes de benefícios pós-emprego.

Componentes de custo de benefício definido

134 O parágrafo 120 exige que uma entidade reconheça o custo do serviço e os juros líquidos sobre o passivo
(ativo) de benefício definido líquido em lucros e perdas. Esta Norma não especifica como uma entidade
deve apresentar o custo do serviço e os juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido
líquido. Uma entidade apresenta esses componentes de acordo com a IAS 1.

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Divulgação
135 Uma entidade divulgará informações que:

(a) expliquem as características de seus planos de benefício definido e os riscos a eles associados
(vide parágrafo 139);

(b) identifiquem e expliquem os valores em suas demonstrações financeiras resultantes de seus


planos de benefício definido (vide parágrafos 140-144); e

(c) descrevam como seus planos de benefício definido podem afetar o valor, a época e a incerteza
dos fluxos de caixa futuros da entidade (vide parágrafos 145-147).

136 Para atingir os objetivos do parágrafo 135, a entidade considerará todos os seguintes itens:

(a) o nível de detalhe necessário para atender aos requisitos de divulgação;

(b) quanta ênfase se deve dar a cada um dos diversos requisitos;

(c) quanta agregação ou desagregação se deve efetuar; e

(d) se os usuários de demonstrações financeiras necessitam de informações adicionais para avaliar as


informações quantitativas divulgadas.

137 Se as divulgações feitas de acordo com os requisitos desta Norma e de outras IFRSs forem insuficientes
para atingir os objetivos do parágrafo 135, uma entidade divulgará informações adicionais necessárias
para atingir esses objetivos. Por exemplo, uma entidade pode apresentar uma análise do valor presente
da obrigação de benefício definido que distinga a natureza, as características e os riscos da obrigação.
Essa divulgação pode fazer distinção:

(a) entre valores devidos a membros ativos, membros inativos e pensionistas.

(b) entre benefícios com direito adquirido e benefícios acumulados mas sem direito adquirido.

(c) entre benefícios condicionais, valores atribuíveis a futuros aumentos de salário e outros benefícios.

138 Uma entidade avaliará se a totalidade ou parte das divulgações deve ser desagregada para distinguir
planos ou grupos de planos com riscos significativamente diferentes. Por exemplo, uma entidade pode
desagregar divulgações sobre planos, mostrando uma ou mais das seguintes características:

(a) diferentes localizações geográficas.

(b) diferentes características, tais como planos de pensão de salário fixo, planos de pensão de salário
final ou planos médicos pós-emprego.

(c) diferentes ambientes regulatórios.

(d) diferentes segmentos de relatório.

(e) diferentes acordos de custeio (por exemplo, totalmente não custeado, total ou parcialmente custeado).

Características dos planos de benefício definido e riscos a eles associados

139 Uma entidade divulgará:

(a) informações sobre as características de seus planos de benefício definido, incluindo:

(i) a natureza dos benefícios fornecidos pelo plano (por exemplo, plano de benefício definido
de salário final ou plano baseado em contribuição com garantia).

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(ii) uma descrição da estrutura regulatória na qual o plano opera, como, por exemplo, o nível
de quaisquer requisitos de fundeamento mínimo, e qualquer efeito da estrutura regulatória
sobre o plano, como, por exemplo, o teto do ativo (vide parágrafo 64).

(iii) uma descrição de quaisquer outras responsabilidades da entidade pela governança do plano,
tais como responsabilidades de depositários (trustees) ou conselheiros do plano.

(b) uma descrição dos riscos aos quais o plano expõe a entidade, voltada para quaisquer riscos
incomuns, específicos da entidade ou específicos do plano, e de quaisquer concentrações de risco
significativas. Por exemplo, se os ativos do plano forem investidos principalmente em uma classe
de investimentos, como, por exemplo, imóveis, o plano poderá expor a entidade a uma concentração
de risco do mercado imobiliário.

(c) uma descrição de quaisquer alterações, reduções de benefícios e liquidações do plano.

Explicação de valores das demonstrações financeiras

140 Uma entidade fornecerá uma conciliação entre o saldo inicial e o saldo final para cada um dos itens a
seguir, se aplicáveis:

(a) o passivo (ativo) de benefício definido líquido, apresentando conciliações separadas para:

(i) ativos do plano.

(ii) o valor presente da obrigação de benefício definido.

(iii) o efeito do teto do ativo.

(b) quaisquer direitos a reembolso. A entidade descreverá também a relação entre qualquer direito a
reembolso e a obrigação correspondente.

141 Cada conciliação listada no parágrafo 140 apresentará cada um dos itens a seguir, se aplicáveis:

(a) custo do serviço corrente.

(b) receita ou despesa de juros.

(c) remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido, apresentando separadamente:

(i) o retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores incluídos em juros em (b).

(ii) ganhos e perdas atuariais resultantes de mudanças em premissas demográficas (vide


parágrafo 76(a)).

(iii) ganhos e perdas atuariais resultantes de mudanças em premissas financeiras (vide


parágrafo 76(b)).

(iv) mudanças no efeito da limitação de um ativo de benefício definido líquido ao teto do


ativo, excluindo valores incluídos em juros em (b). Uma entidade divulgará também como
determinou o benefício econômico máximo disponível, ou seja, se esses benefícios seriam
na forma de restituições, reduções nas contribuições futuras ou uma combinação de ambas.

(d) custo do serviço passado e ganhos e perdas resultantes de liquidações. Conforme permitido pelo
parágrafo 100, o custo do serviço passado e ganhos e perdas resultantes de liquidações não precisam
ser distinguidos se ocorrerem ao mesmo tempo.

(e) o efeito de variações cambiais.

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(f) contribuições para o plano, apresentando separadamente as efetuadas pelo empregador e pelos
participantes do plano.

(g) pagamentos provenientes do plano, apresentando separadamente o valor pago em relação a


quaisquer liquidações.

(h) os efeitos de combinações de negócios e alienações.

142 Uma entidade desagregará o valor justo dos ativos do plano em classes que distingam a natureza e o risco
desses ativos, subdividindo cada classe de ativos do plano em aquelas que têm um preço de mercado
cotado em um mercado ativo (tal como definido na IFRS 13 – Mensuração Ao Valor Justo) e aquelas
que não tem. Por exemplo, e considerando-se o nível de divulgação discutido no parágrafo 136, uma
entidade pode distinguir entre:

(a) caixa e equivalentes de caixa;

(b) instrumentos de patrimônio (segregados por tipo de setor, porte da empresa, geografia, etc.);

(c) instrumentos de dívida (segregados por tipo de emitente, qualidade do crédito, geografia, etc.);

(d) imóveis (segregados por geografia, etc.);

(e) derivativos (segregados por tipo de risco subjacente no contrato, por exemplo, contratos de
taxa de juros, contratos de câmbio, contratos de patrimônio, contratos de crédito, swaps de
longevidade, etc.);

(f) fundos de investimento (segregados por tipo de fundo);

(g) títulos lastreados em ativos; e

(h) dívida estruturada.

143 Uma entidade divulgará o valor justo de seus instrumentos financeiros transferíveis mantidos como ativos
do plano e o valor justo dos ativos do plano que constituam imóveis ocupados pela entidade ou outros
ativos utilizados por ela.

144 Uma entidade divulgará as premissas atuariais significativas utilizadas para determinar o valor presente
da obrigação de benefício definido (vide parágrafo 76). Essa divulgação deverá ser em termos absolutos
(por exemplo, como porcentagem absoluta, e não apenas como uma margem entre diferentes porcentagens
ou outras variáveis). Quando uma entidade fornecer divulgações no total para um agrupamento de planos,
ela fornecerá essas divulgações na forma de médias ponderadas ou de faixas relativamente estreitas.

Valor, época e incerteza de fluxos de caixa futuros

145 Uma entidade divulgará:

(a) uma análise de sensibilidade para cada premissa atuarial significativa (conforme divulgadas de
acordo com o parágrafo 144) no final do período de relatório, demonstrando como a obrigação
de benefício definido teria sido afetada por mudanças na premissa atuarial pertinente que eram
razoavelmente possíveis naquela data.

(b) os métodos e premissas utilizados na elaboração das análises de sensibilidade exigidas por (a) e as
limitações desses métodos.

(c) mudanças, em relação ao período anterior, nos métodos e premissas utilizados na elaboração das
análises de sensibilidade e os motivos para essas mudanças.

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146 Uma entidade divulgará uma descrição de quaisquer estratégias de confrontação de ativos/passivos
utilizadas pelo plano ou pela entidade, incluindo o uso de anuidades e outras técnicas, tais como swaps
de longevidade, para gerenciar o risco.

147 Para fornecer uma indicação do efeito do plano de benefício definido sobre os seus fluxos de caixa
futuros, uma entidade divulgará:

(a) uma descrição de quaisquer acordos de fundeamento e política de fundeamento que afetem
contribuições futuras.

(b) as contribuições esperadas ao plano para o próximo período de relatório anual.

(c) informações sobre o perfil de vencimento da obrigação de benefício definido. Isso incluirá a duração
média ponderada da obrigação de benefício definido e poderá incluir outras informações sobre
a distribuição da época de pagamentos de benefícios, tais como uma análise de vencimentos dos
pagamentos de benefícios.

Planos multipatrocinados

148 Se uma entidade participar de um plano de benefício definido multipatrocinado, ela divulgará:

(a) uma descrição dos acordos de fundeamento, incluindo o método utilizado para determinar a taxa
de contribuições da entidade e quaisquer requisitos de fundeamento mínimo.

(b) uma descrição da medida em que a entidade pode ser responsável perante o plano pelas obrigações
de outras entidades, de acordo com os termos e condições do plano multipatrocinado.

(c) uma descrição de qualquer alocação convencionada de um deficit ou superavit sobre:

(i) o encerramento do plano; ou

(ii) a saída do plano pela entidade.

(d) se a entidade contabilizar esse plano como se fosse um plano de contribuição definida de acordo
com o parágrafo 34, ela divulgará o seguinte, além das informações exigidas por (a)-(c) e no lugar
das informações exigidas pelos parágrafos 139-147:

(i) o fato de que o plano é um plano de benefício definido.

(ii) o motivo pelo qual informações suficientes não estão disponíveis para permitir que a entidade
contabilize o plano como um plano de benefício definido.

(iii) as contribuições esperadas ao plano para o próximo período de relatório anual.

(iv) informações sobre qualquer deficit ou superavit no plano que possa afetar o valor de
contribuições futuras, incluindo a base utilizada para determinar o deficit ou superavit e as
implicações, se houver, para a entidade.

(v) uma indicação do nível de participação da entidade no plano em comparação com outras
entidades participantes. Exemplos de medidas que podem fornecer essa indicação incluem
a proporção da entidade sobre as contribuições totais ao plano ou a proporção da entidade
sobre o número total de membros ativos, membros aposentados e antigos membros com
direito a benefícios, se essas informações estiverem disponíveis.

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Planos de benefício definido que compartilham riscos entre entidades sob


controle comum

149 Se uma entidade participar de um plano de benefício definido que compartilha os riscos entre entidades
sob controle comum, ela divulgará:

(a) o acordo contratual ou política declarada para a cobrança do custo de benefício definido líquido
ou o fato de que não há tal política.

(b) a política para determinação da contribuição a ser paga pela entidade.

(c) se a entidade contabilizar uma alocação do custo de benefício definido líquido, conforme indicado
no parágrafo 41, todas as informações sobre o plano como um todo exigidas pelos parágrafos
135‑147.

(d) se a entidade contabilizar a contribuição a pagar no período, conforme indicado no parágrafo 41,
as informações sobre o plano como um todo exigidas pelos parágrafos 135-137, 139, 142-144 e
147(a) e (b).

150 As informações exigidas pelo parágrafo 149(c) e (d) podem ser divulgadas por referência cruzada a
divulgações nas demonstrações financeiras de outra entidade de grupo se:

(a) as demonstrações financeiras dessa entidade de grupo identificarem e divulgarem separadamente


as informações exigidas sobre o plano; e

(b) as demonstrações financeiras dessa entidade do grupo estiverem disponíveis a usuários das
demonstrações financeiras sob os mesmos termos que as demonstrações financeiras da entidade e
ao mesmo tempo, ou antes, que as demonstrações financeiras da entidade.

Requisitos de divulgação em outras IFRSs

151 Quando exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informações sobre:

(a) transações com partes relacionadas com planos de benefícios pós-emprego; e

(b) benefícios pós-emprego para o pessoal-chave da administração.

152 Quando exigido pela IAS 37, uma entidade divulga informações sobre passivos contingentes decorrentes
de obrigações de benefícios pós-emprego.

Outros benefícios de longo prazo aos empregados


153 Outros benefícios de longo prazo aos empregados incluem itens como, por exemplo, os seguintes, se
não se espera que sejam liquidados integralmente em até doze meses após o final do período de relatório
anual em que os empregados prestarem os respectivos serviços:

(a) ausências remuneradas de longo prazo, como, por exemplo, licença por tempo de serviço ou licença
sabática;

(b) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço;

(c) benefícios de invalidez de longo prazo;

(d) participação nos lucros e bônus; e

(e) remuneração diferida.

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154 A mensuração de outros benefícios de longo prazo aos empregados não é normalmente objeto do
mesmo grau de incerteza que a mensuração de benefícios pós-emprego. Por esse motivo, esta Norma
exige um método simplificado de contabilização de outros benefícios de longo prazo aos empregados.
Diferentemente da contabilização exigida para benefícios pós-emprego, esse método não reconhece
remensurações em outros resultados abrangentes.

Reconhecimento e mensuração
155 Ao reconhecer e mensurar o superavit ou deficit em um outro plano de benefícios de longo prazo
aos empregados, uma entidade aplicará os parágrafos 56-98 e 113-115. Uma entidade aplicará os
parágrafos 116-119 no reconhecimento e mensuração de qualquer direito a reembolso.

156 Para outros benefícios de longo prazo aos empregados, uma entidade reconhecerá o total líquido
dos seguintes valores em lucros e perdas, exceto na medida em que outra IFRS exigir ou permitir
sua inclusão no custo de um ativo:

(a) custo do serviço (vide parágrafos 66-112);

(b) juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafos 123-126); e

(c) remensurações do passivo (ativo) de benefício definido líquido (vide parágrafos 127-130).

157 Outra forma de benefício de longo prazo aos empregados é o benefício de invalidez de longo prazo. Se
o nível de benefício depender do tempo de serviço, uma obrigação surge quando o serviço é prestado.
A mensuração dessa obrigação reflete a probabilidade de que o pagamento seja exigido e a duração de
tempo pela qual se espera que o pagamento seja feito. Se o nível de benefício for o mesmo para qualquer
empregado inválido, independentemente do tempo de serviço, o custo esperado desses benefícios é
reconhecido quando ocorrer um efeito que cause uma invalidez de longo prazo.

Divulgação
158 Embora esta Norma não exija divulgações específicas sobre outros benefícios de longo prazo aos
empregados, outras IFRSs podem exigir divulgações. Por exemplo, a IAS 24 exige divulgações sobre
benefícios aos empregados para o pessoal-chave da administração. A IAS 1 exige a divulgação das
despesas de benefícios aos empregados.

Benefícios rescisórios
159 Esta Norma trata de benefícios rescisórios separadamente de outros benefícios aos empregados, porque o
evento que dá origem a uma obrigação é a rescisão do contrato de trabalho e não o serviço do empregado.
Benefícios rescisórios resultam da decisão de uma entidade de rescindir o contrato de trabalho ou da
decisão de um empregado de aceitar uma oferta por parte da entidade de benefícios em troca da rescisão
do contrato de trabalho.

160 Benefícios rescisórios não incluem benefícios aos empregados resultantes da rescisão do contrato
de trabalho a pedido do empregado sem uma oferta da entidade ou como resultado de exigências de
aposentadoria locais, uma vez que esses benefícios são benefícios pós-emprego. Algumas entidades
fornecem um nível menor de benefício para rescisão do contrato de trabalho a pedido do empregado
(substancialmente, um benefício pós-emprego) do que para rescisão do contrato de trabalho a pedido
da entidade. A diferença entre o benefício fornecido pela rescisão do contrato de trabalho a pedido do
empregado e um benefício maior fornecido a pedido da entidade constitui um benefício rescisório.

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161 A forma do benefício ao empregado não determina se ele é fornecido em troca de serviço ou em troca
da rescisão do contrato de trabalho do empregado. Benefícios rescisórios são tipicamente pagamentos
em valor global, mas, algumas vezes, incluem também:

(a) melhoria de benefícios pós-emprego, seja indiretamente, por meio de um plano de benefícios aos
empregados, ou diretamente.

(b) salário até o final de um período de notificação especificado, se o empregado não prestar mais
serviços que forneçam benefícios econômicos à entidade.

162 Indicadores de que um benefício aos empregados é fornecido em troca de serviços incluem os seguintes:

(a) o benefício depende da prestação de serviços futuros (incluindo benefícios que aumentam se serviços
adicionais forem prestados).

(b) o benefício é fornecido de acordo com os termos de um plano de benefícios aos empregados.

163 Alguns benefícios rescisórios são fornecidos de acordo com os termos de um plano de benefícios aos
empregados existente. Por exemplo, eles podem ser especificados por lei, pelo contrato de trabalho ou
por acordo sindical, ou podem ser implícitos como resultado da prática passada da entidade de fornecer
benefícios similares. Como outro exemplo, se uma entidade faz uma oferta de benefícios, disponíveis
por mais do que um curto período, ou se há mais do que um curto período entre a oferta e a data esperada
de efetiva rescisão, a entidade considera se estabeleceu um novo plano de benefícios aos empregados
e, assim, se os benefícios oferecidos em virtude desse plano são benefícios rescisórios ou benefícios
pós‑emprego. Benefícios aos empregados fornecidos de acordo com os termos de um plano de benefícios
aos empregados são benefícios rescisórios se resultarem da decisão de uma entidade de rescindir o
contrato de trabalho de um empregado e não dependerem da prestação de serviços futuros.

164 Alguns benefícios aos empregados são fornecidos independentemente do motivo da saída do empregado.
O pagamento desses benefícios é certo (sujeito a quaisquer requisitos de aquisição de direito ou de
serviço mínimo), mas o momento desse pagamento é incerto. Embora esses benefícios sejam descritos,
em algumas jurisdições, como indenizações rescisórias ou gratuidades de rescisão, eles são benefícios
pós-emprego, e não benefícios rescisórios, e uma entidade os contabiliza como benefícios pós-emprego.

Reconhecimento
165 Uma entidade reconhecerá um passivo e uma despesa por benefícios rescisórios na data que ocorrer
antes dentre as seguintes:

(a) quando a entidade não mais puder cancelar a oferta desses benefícios; e

(b) quando a entidade reconhecer os custos para uma reestruturação que estiver dentro do alcance
da IAS 37 e envolver o pagamento de benefícios rescisórios.

166 Para benefícios rescisórios devidos como resultado da decisão de um empregado de aceitar uma oferta
de benefícios em troca da rescisão do contrato de trabalho, a ocasião em que uma entidade não pode
mais cancelar a oferta de benefícios rescisórios é a que ocorrer antes dentre:

(a) quando o empregado aceita a oferta; e

(b) quando uma restrição (por exemplo, uma exigência legal, regulatória ou contratual ou outra
restrição) sobre a capacidade da entidade de cancelar a oferta passar a produzir efeitos. Isso se
daria no momento em que a oferta fosse feita, se a restrição existisse no momento da oferta.

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IAS 19

167 Para benefícios rescisórios devidos como resultado da decisão de uma entidade em rescindir o contrato
de trabalho de um empregado, a entidade não pode mais cancelar a oferta quando tiver comunicado aos
empregados afetados um plano de rescisão que atenda a todos os seguintes critérios:

(a) As medidas necessárias para a conclusão do plano indicam ser improvável que mudanças
significativas sejam feitas no plano.

(b) O plano identifica o número de empregados cujo contrato de trabalho deve ser rescindido, suas
classificações de cargo ou funções e seus locais (mas o plano não precisa identificar cada empregado
individualmente) e a data de conclusão esperada.

(c) O plano estabelece os benefícios rescisórios que os empregados receberão, em detalhes suficientes
para que os empregados possam determinar o tipo e o valor dos benefícios que receberão quando
seu contrato de trabalho for rescindido.

168 Quando reconhece benefícios rescisórios, a entidade pode ter também de contabilizar uma alteração no
plano ou uma redução de benefícios em outros benefícios aos empregados (vide parágrafo 103).

Mensuração
169 Uma entidade mensurará benefícios rescisórios no reconhecimento inicial, mensurando e
reconhecendo mudanças subsequentes, de acordo com a natureza do benefício aos empregados,
ficando ressalvado que se os benefícios rescisórios forem uma melhoria a benefícios pós-emprego,
a entidade aplicará os requisitos para benefícios pós-emprego. Do contrário:

(a) se se espera que os benefícios rescisórios sejam liquidados integralmente em até doze meses
após o final do período de relatório anual em que o benefício rescisório for reconhecido, a
entidade aplicará os requisitos para benefícios de curto prazo aos empregados.

(b) se não se espera que os benefícios rescisórios sejam liquidados integralmente em até doze
meses após o final do período de relatório anual, a entidade aplicará os requisitos para outros
benefícios de longo prazo aos empregados.

170 Como benefícios rescisórios não são fornecidos em troca de serviços, os parágrafos 70-74 relativos à
atribuição do benefício a períodos de serviço não são relevantes.

Exemplo ilustrando os parágrafos 159-170


Contexto

Como resultado de uma aquisição recente, uma entidade planeja fechar uma fábrica em dez meses
e, nessa ocasião, rescindir os contratos de trabalho de todos os empregados restantes da fábrica.
Como a entidade precisa do conhecimento dos empregados da fábrica para concluir alguns
contratos, ela anuncia um plano de rescisão, nos seguintes termos.

Cada empregado que permanecer e prestar serviços até o fechamento da fábrica receberá, na data
de rescisão, um pagamento à vista de UM 30.000. Empregados que saírem antes do fechamento da
fábrica receberão UM 10.000.

Há 120 empregados na fábrica. Na ocasião do anúncio do plano, a entidade espera que 20 deles
saiam antes do fechamento. Portanto, as saídas de caixas totais esperadas em virtude do plano
são de UM 3.200.000 (ou seja, 20 × UM 10.000 + 100 × UM 30.000). Conforme exigido pelo
parágrafo 160, a entidade contabiliza benefícios fornecidos em troca da rescisão do contrato de
trabalho como benefícios rescisórios, e contabiliza benefícios fornecidos em troca de serviços
como benefícios de curto prazo aos empregados.

continua...

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IAS 19

...continuação

Exemplo ilustrando os parágrafos 159-170


Benefícios rescisórios

O benefício fornecido em troca da rescisão dos contratos de trabalho é de UM 10.000. Esse é o


valor que uma entidade teria de pagar para rescindir os contratos de trabalho, independentemente
de os empregados permanecerem e prestarem serviços até o fechamento da fábrica ou saírem
antes do fechamento. Embora os empregados possam sair antes do fechamento, a rescisão dos
contratos de trabalho de todos os empregados é resultado da decisão da entidade de fechar a fábrica
e rescindir seus contratos de trabalho (ou seja, todos os empregados deixarão o emprego quando
a fábrica for fechada). Portanto, a entidade reconhece um passivo de UM 1.200.000 (ou seja, 120
× UM 10.000) para os benefícios rescisórios fornecidos de acordo com o plano de benefícios aos
empregados quando o plano de rescisão for anunciado ou quando a entidade reconhecer os custos
de reestruturação associados ao fechamento da fábrica, o que ocorrer antes.

Benefícios fornecidos em troca de serviços

Os benefícios adicionais que os empregados receberão se prestarem serviços durante todo o


período de dez meses são em troca de serviços prestados ao longo desse período. A entidade os
contabiliza como benefícios de curto prazo aos empregados porque espera liquidá-los em até doze
meses após o final do período de relatório anual. Neste exemplo, o desconto não é neceessário, de
modo que uma despesa de UM 200.000 (ou seja, UM 2.000.000 ÷ 10) é reconhecida a cada mês
durante o período de serviço de dez meses, com um aumento correspondente no valor contábil
do passivo.

Divulgação
171 Embora esta Norma não exija divulgações específicas sobre benefícios rescisórios, outras IFRSs podem
exigir divulgações. Por exemplo, a IAS 24 exige divulgações sobre benefícios aos empregados para o
pessoal-chave da administração. A IAS 1 exige a divulgação das despesas de benefícios aos empregados.

Transição e data de vigência


172 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

173 Uma entidade aplicará esta Norma retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, exceto que:

(a) uma entidade não precisa ajustar o valor contábil de ativos não alcançados por esta Norma em
relação a mudanças em custos de benefícios aos empregados que foram incluídos no valor contábil
antes da data de aplicação inicial. A data de aplicação inicial é o início do período anterior mais
antigo apresentado nas primeiras demonstrações financeiras em que a entidade adotar esta Norma.

(b) em demonstrações financeiras referentes a períodos anteriores a 1º de janeiro de 2014, uma entidade
não precisa apresentar informações comparativas para as divulgações exigidas pelo parágrafo 145
sobre a sensibilidade da obrigação de benefício definido.

174 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 8 e alterou o
parágrafo 113. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

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Apêndice
Alterações a outras IFRSs

Este apêndice apresenta alterações a outras IFRSs como consequência da alteração à IAS 19 pelo Conselho em
junho de 2011. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IAS 19, tal como alterada. Os parágrafos
alterados são apresentados com o novo texto sublinhado e com o texto excluído tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi alterada em 2011, foram incorporadas nas
respectivas IFRSs publicadas nesta edição.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 20

Contabilização de Subvenções Governamentais e


Divulgação de Assistência Governamental
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 20 – Contabilização
de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental, que foi originalmente emitida pelo
Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em abril de 1983.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 20.Elas incluem uma alteração à IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs
(emitida em maio de 2008) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010).

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Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 20


CONTABILIZAÇÃO DE SUBVENÇÕES GOVERNAMENTAIS E
DIVULGAÇÃO DE ASSISTÊNCIA GOVERNAMENTAL
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 3
SUBVENÇÕES GOVERNAMENTAIS 7
Subvenções governamentais não monetárias 23
Apresentação de subvenções relacionadas a ativos 24
Apresentação de subvenções relacionadas a receitas 29
Restituição de subvenções governamentais 32
ASSISTÊNCIA GOVERNAMENTAL 34
DIVULGAÇÃO 39
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 40
DATA DE VIGÊNCIA 41

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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IAS 20

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e


Divulgação de Assistência Governamental (IAS 20) é definida nos parágrafos 1-46. Todos os parágrafos têm
igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 20 deve ser
lida no contexto da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro
(IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência
de orientação explícita.

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IAS 20

Norma Internacional de Contabilidade IAS 20


Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação
de Assistência Governamental1

Alcance
1 Esta Norma será aplicada na contabilização e na divulgação de subvenções governamentais e na
divulgação de outras formas de assistência governamental.

2 Esta Norma não trata de:

(a) problemas especiais que surjam na contabilização de subvenções governamentais, em demonstrações


financeiras em moeda de poder aquisitivo constante ou em informações suplementares de
natureza similar.

(b) assistência governamental que seja fornecida para uma entidade na forma de benefícios que estejam
disponíveis na determinação do lucro tributável ou do prejuízo fiscal ou que sejam determinados
ou limitados com base no passivo de imposto de renda. Exemplos desses benefícios incluem
isenções temporárias de imposto sobre a renda, incentivos fiscais para investimentos, incentivos
para depreciação acelerada e redução das alíquotas de imposto sobre a renda.

(c) participação governamental no capital da entidade.

(d) subvenções governamentais cobertas pela IAS 41 – Agricultura.

Definições
3 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Governamental refere-se ao governo, agências governamentais e órgãos similares, sejam eles locais,
nacionais ou internacionais.

Assistência governamental é a ação do governo destinada a oferecer um benefício econômico específico


a uma entidade ou gama de entidades, que atendam certos critérios. A assistência governamental
para a finalidade desta Norma não inclui benefícios fornecidos apenas indiretamente, por meio
da ação que afete as condições comerciais gerais, tais como a provisão de infraestrutura em áreas
de desenvolvimento ou a imposição de restrições comerciais sobre os concorrentes.

Subvenções governamentais são auxílio do governo, na forma de transferência de recursos para uma
entidade em compensação por cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadas
às atividades operacionais da entidade. Excluem as formas de assistência governamental que não
podem ter um valor razoavelmente atribuído e transações com o governo que não possam ser
distinguidas das transações comerciais normais da entidade.2

Subvenções relacionadas a ativos são subvenções governamentais cuja condição principal para
que a entidade se qualifique é a de que ela compre, construa ou, de outra forma, adquira ativos de

1 Como parte da Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008, o Conselho alterou a terminologia utilizada nesta Norma para ficar
consistente com as outras IFRSs, como segue: (a) “receita tributável” foi alterada para “lucro tributável ou prejuízo fiscal”, (b)
“reconhecido como receita/despesa” foi alterado para “reconhecido em lucros e perdas”, (c) “creditado diretamente ao patrimônio
líquido” foi alterado para “reconhecido fora de lucros e perdas” e (d) “revisão de uma estimativa contábil” foi alterado para
“mudança na estimativa contábil”.
2 Vide também SIC-10 – Assistência Governamental – Sem Relação Específica com as Atividades Operacionais.

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longo prazo. Condições acessórias também podem ser incluídas, restringido o tipo ou localização
dos ativos, ou os períodos durante os quais devem ser adquiridos ou mantidos.

Subvenções relacionadas a receitas são outras subvenções governamentais que não aquelas relativas
a ativos.

Empréstimos perdoáveis são empréstimos em que o credor se compromete a renunciar à restituição,


sob certas condições estabelecidas.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

4 A assistência governamental assume muitas formas, variando tanto na natureza da assistência fornecida
quanto nas condições que estão geralmente associadas a ela. A finalidade da assistência pode ser
estimular uma entidade a tomar um curso de ação que ela normalmente não tomaria se a assistência não
fosse fornecida.

5 O recebimento de assistência governamental por uma entidade pode ser significativo para a elaboração das
demonstrações financeiras por dois motivos. Em primeiro lugar, se os recursos tiverem sido transferidos,
deve ser encontrado um método apropriado de contabilização para a transferência. Em segundo lugar, é
desejável fornecer uma indicação da extensão em que a entidade se beneficiou dessa assistência durante
o período de relatório. Isso facilita a comparação das demonstrações financeiras de uma entidade com
as de períodos anteriores e com as de outras entidades.

6 Subvenções governamentais algumas vezes são denominadas por outros nomes, tais como subsídios,
subvenções ou prêmios.

Subvenções governamentais
7 As subvenções governamentais, incluindo subvenções não monetárias ao valor justo, não serão
reconhecidas até que haja uma garantia razoável de que:

(a) a entidade cumprirá as condições associadas a elas; e

(b) as subvenções serão recebidas.

8 Uma subvenção governamental não é reconhecida até que haja garantia razoável de que a entidade
cumprirá as condições associadas a ela e que a subvenção será recebida. O recebimento de uma
subvenção não fornece por si evidência conclusiva de que as condições associadas à subvenção foram
ou serão cumpridas.

9 A maneira como uma subvenção é recebida não afeta o método contábil a ser adotado em relação à
subvenção. Desse modo, uma subvenção é contabilizada da mesma forma, independente se for recebida
à vista ou como uma redução de um passivo junto ao governo.

10 Um empréstimo perdoável do governo é tratado como uma subvenção governamental quando houver
garantia razoável de que a entidade cumprirá os termos do perdão do empréstimo.

10A O benefício de um empréstimo do governo a uma taxa de juros abaixo do mercado é tratado como uma
subvenção governamental. O empréstimo será reconhecido e mensurado de acordo com a IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros. O benefício da taxa de juros abaixo do mercado será mensurado como a
diferença entre o valor contábil inicial do empréstimo, determinado de acordo com a IFRS 9, e os
proventos recebidos. O benefício é contabilizado de acordo com esta Norma. A entidade considerará as
condições e obrigações que foram ou que devem ser atendidas ao identificar os custos que o benefício
do empréstimo pretende compensar.

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11 Quando uma subvenção governamental for reconhecida, qualquer passivo contingente ou ativo contingente
respectivo é tratado de acordo com a IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.

12 As subvenções governamentais serão reconhecidas em lucros e perdas de forma sistemática, ao


longo dos períodos nos quais a entidade reconhece como despesas os respectivos custos que as
subvenções pretendam compensar.

13 Há duas abordagens amplas à contabilização de subvenções governamentais: a abordagem de capital,


em que uma subvenção é reconhecida fora de lucros e perdas, e a abordagem de receita, em que uma
subvenção é reconhecida em lucros e perdas ao longo de um ou mais períodos.

14 Aqueles que apoiam a abordagem de capital argumentam que:

(a) as subvenções governamentais constituem um mecanismo de financiamento e devem ser tratadas


como tal na demonstração da posição financeira, em vez de serem reconhecidas em lucros e perdas
para compensar os itens de despesa que financiam. Como nenhuma restituição é esperada, essas
subvenções devem ser reconhecidas fora de lucros e perdas.

(b) é inadequado reconhecer as subvenções governamentais em lucros e perdas, visto que elas não são
obtidas, mas representam um incentivo fornecido pelo governo sem os respectivos custos.

15 Os argumentos em apoio à abordagem de receita são os seguintes:

(a) como as subvenções governamentais são recebimentos de uma fonte que não são os acionistas,
elas não devem ser reconhecidas diretamente no patrimônio líquido, mas devem ser reconhecidas
em lucros e perdas nos períodos apropriados.

(b) as subvenções governamentais raramente são gratuitas. A entidade as obtêm por meio da observância
de suas condições e cumprimento das obrigações assumidas. Elas devem, portanto, ser reconhecidas
em lucros e perdas ao longo dos períodos nos quais a entidade reconhecer como despesas os
respectivos custos que as subvenções pretendam compensar.

(c) como o imposto sobre a renda e outros impostos são despesas, é lógico tratar também as subvenções
governamentais, que são uma extensão das políticas fiscais, em lucros e perdas.

16 É fundamental para a abordagem de receita que as subvenções governamentais sejam reconhecidas


em lucros e perdas de forma sistemática, ao longo dos períodos nos quais a entidade reconhecer como
despesas os respectivos custos que as subvenções pretendam compensar. O reconhecimento de subvenções
governamentais em lucros e perdas com base no regime de recebimento não está de acordo com a premissa
do regime de competência (vide IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras) e somente seria
aceitável se não existisse outra base para alocar uma subvenção a períodos que não fossem aqueles em
que ela foi recebida.

17 Na maioria dos casos, os períodos ao longo dos quais uma entidade reconhece os custos ou despesas
relacionados a uma subvenção governamental são facilmente determináveis. Assim, subvenções em
reconhecimento de despesas específicas são reconhecidas em lucros e perdas no mesmo período das
respectivas despesas. De forma similar, as subvenções relacionadas a ativos depreciáveis são geralmente
reconhecidas em lucros e perdas ao longo dos períodos e nas proporções em que a despesa de depreciação
desses ativos é reconhecida.

18 As subvenções relacionadas a ativos não depreciáveis também podem exigir o cumprimento de


determinadas obrigações e, então, seriam reconhecidas em lucros e perdas ao longo dos períodos que
arcam com o custo do cumprimento das obrigações. Como exemplo, uma subvenção de terreno pode
estar condicionada à construção de uma edificação no local e pode ser apropriado reconhecê-la em lucros
e perdas ao longo da vida da edificação.

19 As subvenções algumas vezes são recebidas como parte de um “pacote” de ajuda financeira ou fiscal, ao
qual está associada uma série de condições. Nesses casos, é preciso cuidado ao identificar as condições

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que originam custos e despesas, que determinam os períodos ao longo dos quais a subvenção será obtida.
Pode ser apropriado alocar parte de uma subvenção em uma base, e parte em outra.

20 Uma subvenção governamental que se torna recebível como compensação por despesas ou perdas
já incorridas ou para a finalidade de dar suporte financeiro imediato à entidade, sem nenhum custo
futuro relacionado, será reconhecida em lucros e perdas do período em que ela se torna recebível.

21 Em algumas circunstâncias, uma subvenção governamental pode ser concedida para finalidade de dar
suporte financeiro imediato a uma entidade, em vez de um incentivo para empreender gastos específicos.
Essas subvenções podem ser limitadas a uma determinada entidade e podem não estar disponíveis a toda
uma classe de beneficiários. Essas circunstâncias podem justificar o reconhecimento de uma subvenção
em lucros e perdas do período em que a entidade se qualifica para recebê-la, com a divulgação para
assegurar que seu efeito seja claramente entendido.

22 Uma subvenção governamental pode se tornar recebível por uma entidade como compensação por gastos
ou perdas incorridas em um período anterior. Essa subvenção é reconhecida em lucros e perdas do período
em que se torna recebível, com a divulgação para assegurar que seu efeito seja claramente entendido.

Subvenções governamentais não monetárias


23 Uma subvenção governamental pode assumir a forma de uma transferência de um ativo não monetário,
como terrenos ou outros recursos para o uso da entidade. Nessas circunstâncias, é comum avaliar o valor
justo do ativo não monetário e contabilizar tanto a subvenção quanto o ativo por esse valor justo. Um
procedimento alternativo que algumas vezes é seguido é registrar tanto o ativo quanto a subvenção a um
valor nominal.

Apresentação de subvenções relacionadas a ativos


24 As subvenções governamentais relacionadas a ativos, incluindo subvenções não monetárias ao
valor justo, serão apresentadas na demonstração da posição financeira, definindo-se a concessão
como receita diferida ou deduzindo-se a subvenção na determinação do valor contábil do ativo.

25 Dois métodos de apresentação em demonstrações financeiras de subvenções (ou as partes apropriadas


de subvenções), relacionados a ativos, são considerados como alternativas aceitáveis.

26 Um dos métodos reconhece a subvenção como receita diferida, que é reconhecida em lucros e perdas de
forma sistemática, ao longo da vida útil do ativo.

27 O outro método deduz a subvenção no cálculo do valor contábil do ativo. A subvenção é reconhecida em
lucros e perdas ao longo da vida de um ativo depreciável como uma redução da despesa de depreciação.

28 A compra de ativos e o recebimento das respectivas subvenções podem causar importantes movimentos
no fluxo de caixa de uma entidade. Por esse motivo e para mostrar o investimento bruto em ativos, esses
movimentos são frequentemente divulgados como itens separados na demonstração dos fluxos de caixa,
independentemente da subvenção ser deduzida ou não do respectivo ativo, para fins de apresentação na
demonstração da posição financeira.

Apresentação de subvenções relacionadas a receitas


29 As subvenções relacionadas a receitas são apresentadas como parte de lucros e perdas, seja separadamente
ou sob um título geral, tal como “Outras receitas”; alternativamente, elas são deduzidas no reconhecimento
das respectivas despesas.

29A [Excluído]

30 Os apoiadores do primeiro método afirmam que é inadequado compensar os itens de receita líquida
e despesa e que a separação da subvenção da despesa facilita a comparação com outras despesas não

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IAS 20

afetadas por uma subvenção. Para o segundo método, argumenta-se que as despesas poderiam não ter
sido incorridas pela entidade se a subvenção não tivesse sido disponibilizada e a apresentação da despesa
sem compensação da subvenção pode, portanto, ser enganosa.

31 Ambos os métodos são considerados aceitáveis para a apresentação de subvenções relacionadas a receitas.
A divulgação da subvenção pode ser necessária para o adequado entendimento das demonstrações
financeiras. A divulgação do efeito das subvenções sobre qualquer item de receita ou despesa, que deve
ser divulgado separadamente, é geralmente apropriada.

Restituição de subvenções governamentais


32 Uma subvenção governamental que se tornar restituível será contabilizada como uma mudança
na estimativa contábil (vide IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e
Erros). A restituição de uma subvenção relacionada à receita será aplicada, em primeiro lugar,
contra qualquer crédito diferido não amortizado reconhecido em relação à subvenção. Na medida
em que a restituição exceder qualquer eventual crédito diferido, ou quando não existir nenhum
crédito diferido, a restituição será reconhecida imediatamente em lucros e perdas. A restituição de
uma subvenção relacionada a um ativo será reconhecida pelo aumento do valor contábil do ativo
ou redução do saldo de receita diferida pelo valor restituível. A depreciação adicional acumulada
que teria sido reconhecida em lucros e perdas até a presente data na ausência da subvenção será
reconhecida imediatamente em lucros e perdas.

33 As circunstâncias que originam a restituição de uma subvenção relacionada a um ativo podem exigir o
fornecimento de contrapartida à possível redução ao valor recuperável de ativos do novo valor contábil
do ativo.

Assistência governamental
34 Algumas formas de assistência governamental que não podem ter, de forma razoável, um valor atribuído
a elas e transações com o governo que não podem ser diferenciadas das transações comerciais normais
da entidade estão excluídas da definição de subvenções governamentais contida no parágrafo 3.

35 São exemplos de assistência que não podem ter, de forma razoável, um valor atribuído, as assistências
técnicas ou de comercialização gratuitas e a concessão de garantias. Um exemplo de assistência que
não pode ser diferenciada das transações comerciais normais da entidade é uma política de compras do
governo que é responsável por uma parte das vendas da entidade. A existência do benefício poderia não ser
questionada; porém, qualquer tentativa de separar as atividades comerciais da assistência governamental
poderia ser arbitrária.

36 A relevância do benefício nos exemplos anteriormente citados pode ser tal que a divulgação da natureza,
extensão e duração da assistência seja necessária para que as demonstrações financeiras não venham a
ser enganosas.

37 [Excluído]

38 Nesta Norma, a assistência governamental não inclui o fornecimento de infraestrutura por meio da
melhoria do transporte geral e da rede de comunicação e o fornecimento de melhores instalações, tais
como irrigação ou rede de água que esteja disponível, de forma contínua e indeterminada, para o benefício
de toda uma comunidade local.

Divulgação
39 Serão divulgados os seguintes assuntos:

(a) a política contábil adotada para subvenções governamentais, incluindo os métodos de


apresentação adotados nas demonstrações financeiras;

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IAS 20

(b) a natureza e o montante de subvenções governamentais reconhecidas nas demonstrações


financeiras e uma indicação de outras formas de assistência governamental das quais a
entidade se beneficiou diretamente; e

(c) condições não cumpridas e outras contingências inerentes à assistência governamental que
foi reconhecida.

Disposições transitórias
40 Uma entidade que adota a Norma pela primeira vez:

(a) cumprirá os requisitos de divulgação, quando apropriado; e

(b) ou:

(i) ajustará suas demonstrações financeiras em relação à alteração na política contábil de


acordo com a IAS 8; ou

(ii) aplicará as disposições contábeis da Norma somente a subvenções ou partes de


subvenções que se tornem recebíveis ou restituíveis após a data de vigência da Norma.

Data de vigência
41 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1984.

42 A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
adicionou o parágrafo 29A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período
anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

43 O parágrafo 37 foi excluído e o parágrafo 10A foi acrescentado pela Melhorias às IFRSs emitida em
maio de 2008. Uma entidade aplicará essas alterações prospectivamente a empréstimos do governo
recebidos em períodos iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida.
Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato.

44 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 10A. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

45 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 3. Uma entidade
aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 13.

46 A Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou o parágrafo 29 e excluiu o parágrafo 29A. Uma entidade aplicará essas alterações quando
aplicar a IAS 1 tal como alterada em junho de 2011.

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IAS 21

Norma Internacional de Contabilidade IAS 21

Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 21 – Os Efeitos
das Mudanças nas Taxas de Câmbio, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de
Contabilidade em dezembro de 1983. A IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio substituiu a
IAS 21 – Contabilização dos Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (emitida em julho de 1983).

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 21 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
A IAS 21 revisada também incorporou a orientação contida em três Interpretações relacionadas (SIC-11 – Câmbio
– Capitalização de Perdas Resultantes de Severas Desvalorizações da Moeda, SIC-19 – Moeda do Relatório –
Mensuração e Apresentação de Demonstrações Financeiras de acordo com as IAS 21 e 29 e a SIC-30 – Moeda
do Relatório – Conversão da Moeda de Mensuração para a Moeda de Apresentação). O IASB também alterou a
SIC‑7 – Introdução do Euro.

O IASB alterou a IAS 21 em dezembro de 2005 para exigir que alguns tipos de diferenças de câmbio resultantes
de um item monetário deveriam ser reconhecidos separadamente como patrimônio líquido.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 21. Elas incluem IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (conforme revisada em setembro de 2007), IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida
em novembro de 2009 e outubro de 2010) e Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2010).

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IAS 21

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 21
OS EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
OBJETIVO 1
ALCANCE 3
DEFINIÇÕES 8
Elaboração sobre as definições 9
Moeda funcional 9
Investimento líquido em uma operação no exterior 15
Itens monetários 16
RESUMO DA ABORDAGEM EXIGIDA POR ESTA NORMA 17
APRESENTAÇÃO DE TRANSAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA
NA MOEDA FUNCIONAL 20
Reconhecimento inicial 20
Apresentação de informações nos finais de períodos de relatório subsequentes 23
Reconhecimento de diferenças de câmbio 27
Mudança na moeda funcional 35
USO DE UMA MOEDA DE APRESENTAÇÃO DIFERENTE DA MOEDA FUNCIONAL 38
Conversão para a moeda de apresentação 38
Conversão de uma operação no exterior 44
Alienação ou alienação parcial de uma operação no exterior 48
EFEITOS FISCAIS DE TODAS AS DIFERENÇAS DE CÂMBIO 50
DIVULGAÇÃO 51
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 58
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 61
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 21 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


APRESENTAÇÃO PELO CONSELHO DE INVESTIMENTO LÍQUIDO EM
UMA OPERAÇÃO NO EXTERIOR (ALTERAÇÃO À IAS 21)
EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2005
BASE PARA CONCLUSÕES

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (IAS 21)
é definida nos parágrafos 1-62 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o
formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 21 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da
Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis
e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio
(IAS 21) substitui a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (revisada em 1993) e deve
ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada é
encorajada. A Norma também substitui as seguintes Interpretações:

yy SIC‑11 – Câmbio – Capitalização de Perdas Resultantes de Severas Desvalorizações da Moeda

yy SIC‑19 – Moeda do Relatório – Mensuração e Apresentação de Demonstrações Financeiras de


acordo com as IAS 21 e 29

yy SIC‑30 – Moeda do Relatório – Conversão da Moeda de Mensuração para a Moeda de Apresentação.

Motivos para revisar a IAS 21


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 21 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 Para a IAS 21, o principal objetivo do Conselho foi fornecer orientação adicional sobre o método de
conversão e sobre a determinação das moedas funcionais e de apresentação. O Conselho não reconsiderou
a abordagem fundamental da contabilização dos efeitos das mudanças nas taxas de câmbio contida na
IAS 21.

As principais mudanças
IN4 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 21 estão descritas abaixo.

Alcance
IN5 A Norma exclui de seu alcance derivativos em moeda estrangeira que estejam dentro do alcance da
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros. De forma similar, o material sobre contabilização de cobertura
(hedge) foi transferido para a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Definições
IN6 A noção de “moeda do relatório” foi substituída por duas noções:

yy moeda funcional, ou seja, a moeda do ambiente econômico principal em que a entidade opera. O
termo “moeda funcional” é usado em vez de “moeda de mensuração” (o termo usado na SIC-19) por
ser o termo mais comumente usado; porém, possui essencialmente o mesmo significado.

yy moeda de apresentação, ou seja, a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresentadas.

Definições – moeda funcional


IN7 Quando uma entidade que reporta elabora demonstrações financeiras, a Norma exige que cada entidade
individual incluída na entidade que reporta – seja ela uma entidade individual, uma entidade com
operações no exterior (como, por exemplo, uma controladora) ou uma operação no exterior (como, por

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exemplo, uma subsidiária ou filial) – determine sua moeda funcional e mensure seus resultados e posição
financeira nessa moeda. O novo material sobre moeda funcional incorpora algumas das orientações
anteriormente incluídas na SIC‑19 sobre como determinar uma moeda de mensuração. Entretanto, a
Norma dá maior ênfase que a SIC‑19 deu à moeda da economia que determina a definição de preços
das transações, em oposição à moeda em que as transações são denominadas.

IN8 Como resultado dessas mudanças e da incorporação da orientação anterior da SIC‑19:

yy uma entidade (seja uma entidade individual ou uma operação no exterior) não tem a livre escolha
da moeda funcional.

yy uma entidade não pode evitar a reapresentação de acordo com a IAS 29 – Relatório Financeiro em
Economias Hiperinflacionárias, por exemplo, adotando como sua moeda funcional uma moeda
estável (como, por exemplo, a moeda funcional de sua controladora).

IN9 A Norma revisa os requisitos da versão anterior da IAS 21, para distinguir entre operações no exterior que
são parte integrantes das operações da entidade que reporta (referida abaixo como “operações integradas
no exterior”) e entidades estrangeiras. Os requisitos estão agora entre os indicadores da moeda funcional
de uma entidade. Como resultado:

yy não há distinção entre operações integradas no exterior e entidades estrangeiras. Em vez disso, uma
entidade anteriormente classificada como uma operação integrada no exterior terá a mesma moeda
funcional da entidade que reporta.

yy apenas um método de conversão é utilizado para operações no exterior, a saber, aquele descrito
na versão anterior da IAS 21 como sendo aplicável a entidades estrangeiras (vide parágrafo IN13).

yy os parágrafos que tratam da distinção entre uma operação integrada no exterior e uma entidade
estrangeira e o parágrafo que especifica o método de conversão a ser usado para a primeira
foram excluídos.

Apresentação de transações em moeda estrangeira na moeda funcional –


reconhecimento de diferenças de câmbio
IN10 A Norma elimina a opção limitada na versão anterior da IAS 21 para capitalizar diferenças de câmbio
resultantes de uma severa desvalorização ou depreciação de uma moeda contra a qual não há meios de
proteção por cobertura (hedging). De acordo com esta Norma, essas diferenças de câmbio são agora
reconhecidas em lucros e perdas. Consequentemente, a SIC‑11, que descrevia circunstâncias restritas em
que essas diferenças de câmbio poderiam ser capitalizadas, foi substituída, já que a capitalização dessas
diferenças de câmbio não é mais permitida em nenhuma circunstância.

Apresentação de transações em moeda estrangeira na moeda funcional –


mudança na moeda funcional
IN11 A Norma substitui o requisito anterior para contabilização de uma mudança na classificação de uma
operação no exterior (que é redundante), por um requisito de que a mudança na moeda funcional seja
contabilizada prospectivamente.

Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional –


conversão para a moeda de apresentação
IN12 A Norma permite que uma entidade apresente suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (ou
moedas). Para esse fim, uma entidade deve ser uma entidade individual, uma controladora que elabore
demonstrações financeiras consolidadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras
Consolidadas ou uma controladora, investidora com controle conjunto de uma investida ou com

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influência significativa sobre ela que elabore demonstrações financeiras separadas, de acordo com a
IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas.

IN13 Uma entidade deve converter seus resultados e posição financeira de sua moeda funcional para uma
moeda (ou moedas) de apresentação usando o método exigido para a conversão de operação no exterior
para a inclusão nas demonstrações financeiras da entidade que reporta. De acordo com esse método, os
ativos e passivos são convertidos à taxa de fechamento e receita e despesas são convertidas às taxas de
câmbio nas datas das transações (ou à taxa média do período, quando for uma aproximação razoável).

IN14 A Norma exige que os valores comparativos sejam convertidos da seguinte forma:

(a) para uma entidade cuja moeda funcional não é a moeda de uma economia hiperinflacionária:

(i) ativos e passivos em cada demonstração da posição financeira apresentada são convertidos à
taxa de fechamento na data dessa demonstração da posição financeira (ou seja, os comparativos
do exercício anterior são convertidos à taxa de fechamento do exercício anterior);

(ii) receitas e despesas em cada demonstração que apresenta lucros e perdas e outros resultados
abrangentes são convertidas às taxas de câmbio nas datas das transações (ou seja, os
comparativos do exercício anterior são convertidos à taxa real ou média do exercício anterior).

(b) para uma entidade cuja moeda funcional é a moeda de uma economia hiperinflacionária e para
a qual os valores comparativos são convertidos na moeda de uma economia hiperinflacionária
diferente, todos os valores (por exemplo, valores em uma demonstração da posição financeira e
demonstração do resultado abrangente) são convertidos à taxa de fechamento da demonstração da
posição financeira mais recente apresentada (ou seja, comparativos do exercício anterior, conforme
ajustados para mudanças subsequentes no nível de preço, são convertidos à taxa de fechamento do
exercício corrente);

(c) para uma entidade cuja moeda funcional é a moeda de uma economia hiperinflacionária e para a
qual os valores comparativos são convertidos na moeda de uma economia não hiperinflacionária,
todos os valores são aqueles apresentados nas demonstrações financeiras do exercício anterior (ou
seja, não ajustados para as mudanças subsequentes nos níveis de preço ou mudanças subsequentes
nas taxas de câmbio).

Esse método de conversão, como aquele descrito no parágrafo IN13, é aplicável na conversão das
demonstrações financeiras de uma operação no exterior para inclusão nas demonstrações financeiras da
entidade que reporta e na conversão das demonstrações financeiras de uma entidade em uma moeda de
apresentação diferente.

Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional –


conversão de uma operação no exterior
IN15 A Norma exige que os ajustes de ágio e valor justo dos ativos e passivos que surgirem na aquisição
de uma entidade estrangeira sejam tratados como parte dos ativos e passivos da entidade adquirida e
convertidos à taxa de fechamento.

Divulgação
IN16 A Norma inclui a maioria dos requisitos de divulgação da SIC‑30. Esses requisitos são aplicáveis quando
for usado um método de conversão diferente daquele descrito nos parágrafos IN13 e IN14 ou outras
informações suplementares (tais como um extrato das demonstrações financeiras completas) forem
apresentadas em uma moeda que não seja a moeda funcional ou a moeda de apresentação.

IN17 Além disso, as entidades devem divulgar quando houver uma mudança na moeda funcional e os motivos
para a mudança.

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Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio

Objetivo
1 Uma entidade pode realizar atividades estrangeiras de duas formas. Ela pode ter transações em
moedas estrangeiras ou pode ter operações no exterior. Além disso, uma entidade pode apresentar suas
demonstrações financeiras em uma moeda estrangeira. O objetivo desta Norma é prescrever como incluir
transações em moeda estrangeira e operações no exterior nas demonstrações financeiras de uma entidade
e como converter as demonstrações financeiras em uma moeda de apresentação.

2 As questões principais são quais taxas de câmbio usar e como informar os efeitos das mudanças nas
taxas de câmbio nas demonstrações financeiras.

Alcance
3 Esta Norma será aplicada:1

(a) na contabilização de transações e saldos em moedas estrangeiras, com exceção das transações
e saldos de derivativos que estiverem dentro do alcance da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros;

(b) ao converter os resultados e a posição financeira de operações no exterior que estão incluídas
nas demonstrações financeiras da entidade por consolidação, ou método de equivalência
patrimonial; e

(c) ao converter os resultados e a posição financeira de uma entidade em uma moeda de


apresentação.

4 A IFRS 9 se aplica a muitos derivativos em moeda estrangeira e, consequentemente, esses derivativos


estão excluídos do alcance desta Norma. Entretanto, esses derivativos em moeda estrangeira que não
estão dentro do alcance da IFRS 9 (por exemplo, alguns derivativos em moeda estrangeira que são
embutidos em outros contratos) estão dentro do alcance desta Norma. Além disso, esta Norma é aplicável
quando uma entidade converte valores referentes a derivativos de sua moeda funcional para sua moeda
de apresentação.

5 Esta Norma não se aplica à contabilização de cobertura de itens em moeda estrangeira, inclusive a
cobertura (hedging) de um investimento líquido em uma operação no exterior. A IAS 39 se aplica à
contabilização de cobertura.

6 Esta Norma se aplica à apresentação de demonstrações financeiras de uma entidade em uma moeda
estrangeira e define os requisitos para as demonstrações financeiras resultantes serem descritas como
compatíveis com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs). Para conversões de
informações financeiras em uma moeda estrangeira que não atendam a esses requisitos, esta Norma
especifica informações a serem divulgadas.

7 Esta Norma não se aplica à apresentação em uma demonstração dos fluxos de caixa dos fluxos de caixa
resultantes de transações em uma moeda estrangeira ou à conversão de fluxos de caixa de uma operação
no exterior (vide IAS 7 – Demonstração dos Fluxos de Caixa).

1 Vide também a SIC‑7 – Introdução do Euro.

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Definições
8 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Taxa de fechamento é a taxa de câmbio à vista no final do período de relatório.

Diferença de câmbio é a diferença decorrente da conversão de um determinado número de unidades


de uma moeda para outra, a diferentes taxas de câmbio.

Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Moeda estrangeira é uma moeda diferente da moeda funcional da entidade.

Operação no exterior é uma entidade que é uma subsidiária, coligada, negócio em conjunto ou filial
de uma entidade que reporta, cujas atividades estão baseadas ou são conduzidas em um país ou
moeda diferente do país ou moeda da entidade que reporta.

Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera.

Um grupo é uma controladora e todas as suas subsidiárias.

Itens monetários são unidades monetárias disponíveis e ativos e passivos a serem recebidos ou pagos
em valores fixos ou determináveis de unidades monetárias.

Investimento líquido em uma operação no exterior é o valor da participação da entidade que reporta
sobre os ativos líquidos da operação.

Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresentadas.

Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio para entrega imediata.

Elaboração sobre as definições


Moeda funcional

9 O principal ambiente econômico em que uma entidade opera é normalmente aquele em que ela
principalmente gera e despende caixa. Uma entidade considera os seguintes fatores na determinação de
sua moeda funcional:

(a) a moeda:

(i) que influencia principalmente os preços de venda de produtos e serviços (essa normalmente
será a moeda em que os preços de venda de produtos e serviços são denominados e
liquidados); e

(ii) do país cujas forças competitivas e regulamentos determinam principalmente os preços de


venda de seus produtos e serviços;

(b) a moeda que influencia principalmente os custos de mão-de-obra, materiais e outros do fornecimento
de produtos e serviços (essa normalmente será a moeda em que esses custos são denominados e
liquidados).

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10 Os seguintes fatores também podem fornecer evidência da moeda funcional de uma entidade:

(a) a moeda em que são gerados recursos provenientes de atividades de financiamento (ou seja, emissão
de instrumentos de dívida e de patrimônio);

(b) a moeda em que são normalmente retidos os recebimentos de atividades operacionais.

11 Na determinação da moeda funcional de uma operação no exterior e se sua moeda funcional é a mesma
que a da entidade que reporta (a entidade que reporta, nesse contexto, é a entidade que possui a operação
no exterior como sua subsidiária, filial, coligada ou negócio em conjunto) são considerados os seguintes
fatores adicionais:

(a) se as atividades da operação no exterior são realizadas como uma extensão da entidade que reporta,
em vez de serem realizadas com um nível significativo de autonomia. Um exemplo do primeiro
é quando a operação no exterior só vende produtos importados da entidade que reporta e remete
os proventos a ela. Um exemplo do último é quando a operação acumula caixa e outros itens
monetários, incorre em despesas, gera receita e estrutura empréstimos, todos substancialmente em
sua moeda local.

(b) se as transações com a entidade que reporta são de uma proporção alta ou baixa das atividades da
operação no exterior;

(c) se os fluxos de caixa provenientes das atividades da operação no exterior afetam diretamente os
fluxos de caixa da entidade que reporta e estão prontamente disponíveis para remessa a ela;

(d) se os fluxos de caixa provenientes das atividades da operação no exterior são suficientes para
atender às obrigações de dívidas existentes ou normalmente esperadas, sem que os recursos sejam
disponibilizados pela entidade que reporta.

12 Quando os indicadores acima forem mistos e a moeda funcional não for óbvia, a administração usa seu
julgamento para determinar a moeda funcional que represente de forma mais fiel os efeitos econômicos
das transações, eventos e condições subjacentes. Como parte dessa abordagem, a administração dá
prioridade aos indicadores principais no parágrafo 9, antes de considerar os indicadores nos parágrafos
10 e 11, que são destinados a fornecer evidência de apoio adicional para determinar a moeda funcional
de uma entidade.

13 A moeda funcional de uma entidade reflete as transações, eventos e condições subjacentes que são
pertinentes a ela. Consequentemente, uma vez determinada, a moeda funcional não é alterada, até que
haja uma mudança nessas transações, eventos e condições subjacentes.

14 Se a moeda funcional for a moeda de uma economia hiperinflacionária, as demonstrações financeiras


da entidade são reapresentadas de acordo com a IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias
Hiperinflacionárias. Uma entidade não pode evitar a reapresentação de acordo com a IAS 29, por exemplo,
adotando como sua moeda funcional uma moeda diferente da moeda funcional determinada de acordo
com esta Norma (como, por exemplo, a moeda funcional de sua controladora).

Investimento líquido em uma operação no exterior

15 Uma entidade pode ter um item monetário a receber de, ou a pagar a, uma operação no exterior. Um item
cuja liquidação não é planejada nem provavelmente ocorrerá em um futuro previsível é, em essência,
uma parte do investimento líquido da entidade nessa operação no exterior e é contabilizado de acordo
com os parágrafos 32 e 33. Esses itens monetários podem incluir recebíveis ou empréstimos de longo
prazo. Eles não incluem contas a receber de clientes ou contas a pagar a fornecedores.

15A A entidade que possuir um item monetário a receber ou a pagar a uma operação no exterior descrita no
parágrafo 15 pode ser qualquer subsidiária do grupo. Por exemplo, uma entidade possui duas subsidiárias,
A e B. A Subsidiária B é uma operação no exterior. A Subsidiária A concede um empréstimo à Subsidiária
B. O recebível do empréstimo da Subsidiária A proveniente da Subsidiária B seria parte do investimento

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líquido da entidade na Subsidiária B, se a liquidação do empréstimo não fosse planejada nem provável
de ocorrer no futuro previsível. Isso também seria verdadeiro, se a Subsidiária A fosse por si própria
uma operação no exterior.

Itens monetários

16 A característica essencial de um item monetário é um direito de receber (ou uma obrigação de entregar) um
número fixo ou determinável de unidades de moeda. Os exemplos incluem: pensões e outros benefícios
aos empregados a serem pagos à vista; provisões que devam ser liquidadas à vista; e dividendos em
caixa que são reconhecidos como um passivo. De forma similar, é um item monetário um contrato para
receber (ou entregar) um número variável de instrumentos de patrimônio próprios da entidade ou um
valor variável de ativos em que o valor justo a ser recebido (ou entregue) equivale a um número fixo ou
determinável de unidades monetárias. Ao contrário, a característica essencial de um item não monetário
é a ausência de um direito de receber (ou uma obrigação de entregar) um número fixo ou determinável
de unidades monetárias. Exemplos incluem: valores pré-pagos por produtos e serviços (por exemplo,
prestações pré-pagas); ágio; ativos intangíveis; estoques; imobilizado; e provisões que devem ser
liquidadas pela entrega de um ativo não monetário.

Resumo da abordagem exigida por esta Norma


17 Ao elaborar demonstrações financeiras, cada entidade – seja uma entidade individual, uma entidade com
operações no exterior (como, por exemplo, uma controladora) ou uma operação no exterior (como, por
exemplo, uma subsidiária ou filial) – determina sua moeda funcional de acordo com os parágrafos 9-14.
A entidade converte os itens em moeda estrangeira para sua moeda funcional e informa os efeitos dessa
conversão de acordo com os parágrafos 20-37 e 50.

18 Muitas entidades que reportam compreendem diversas entidades individuais (por exemplo, um grupo é
constituído de uma controladora e uma ou mais subsidiárias). Vários tipos de entidades, sejam membros
de um grupo ou de outro modo, podem ter investimentos em coligadas ou negócios em conjunto. Elas
também podem ter filiais. É necessário que os resultados e a posição financeira de cada entidade individual
incluída na entidade que reporta sejam convertidos na moeda em que a entidade que reporta apresenta
suas demonstrações financeiras. Esta Norma permite que a moeda de apresentação de uma entidade
que reporta seja qualquer moeda (ou moedas). São convertidos, de acordo com os parágrafos 38-50, os
resultados e a posição financeira de uma entidade individual dentro da entidade que reporta, cuja moeda
funcional seja diferente da moeda de apresentação.

19 Esta Norma também permite que uma entidade individual que elabora demonstrações financeiras ou uma
entidade que elabora demonstrações financeiras separadas, de acordo com a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Separadas, apresente suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (ou moedas). Se
a moeda de apresentação da entidade for diferente de sua moeda funcional, seus resultados e posição
financeira também serão convertidos para a moeda de apresentação, de acordo com os parágrafos 38‑50.

Apresentação de transações em moeda estrangeira na moeda funcional

Reconhecimento inicial
20 Uma transação em moeda estrangeira é uma transação que é denominada ou exige liquidação em uma
moeda estrangeira, inclusive transações que surjam quando uma entidade:

(a) compra ou vende produtos ou serviços cujo preço seja denominado em uma moeda estrangeira;

(b) toma em empréstimo ou empresta recursos quando os valores a pagar ou a receber são denominados
em uma moeda estrangeira; ou

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(c) de outro modo, adquire ou aliena ativos ou incorre em ou liquida passivos, denominados em uma
moeda estrangeira.

21 Uma transação em moeda estrangeira será registrada, no reconhecimento inicial, na moeda


funcional aplicando-se, ao valor em moeda estrangeira, a taxa de câmbio à vista entre a moeda
funcional e a moeda estrangeira na data da transação.

22 A data de uma transação é a data em que a transação se qualifica pela primeira vez para reconhecimento,
de acordo com as IFRSs. Por motivos práticos, é frequentemente utilizada uma taxa que se aproxima da
taxa real na data da transação, por exemplo, uma taxa média para uma semana ou mês pode ser utilizada
para todas as transações em cada moeda estrangeira que ocorrerem durante esse período. Entretanto, se
as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa média de um período é inadequado.

Apresentação de informações nos finais de períodos de


relatório subsequentes
23 No final de cada período de relatório:

(a) os itens monetários em moeda estrangeira serão convertidos utilizando-se a taxa de


fechamento;

(b) os itens não monetários que forem mensurados em termos de custo histórico em uma moeda
estrangeira serão convertidos utilizando-se a taxa de câmbio na data da transação; e

(c) os itens não monetários que forem mensurados ao valor justo em uma moeda estrangeira serão
convertidos utilizando-se as taxas de câmbio na data em que o valor justo foi mensurado.

24 O valor contábil de um item é determinado em conjunto com outras Normas pertinentes. Por exemplo, o
imobilizado pode ser mensurado em termos de valor justo ou custo histórico, de acordo com a IAS 16 –
Imobilizado. Independente de o valor contábil ser determinado com base no custo histórico ou com base
no valor justo, se o valor for determinado em uma moeda estrangeira, ele é, então, convertido para uma
moeda funcional, de acordo com esta Norma.

25 O valor contábil de alguns itens é determinado pela comparação de dois ou mais valores. Por exemplo, o
valor contábil de estoques é o menor entre o custo e o valor líquido realizável, de acordo com a IAS 2 –
Estoques. De forma similar, de acordo com a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, o
valor contábil de um ativo para o qual há uma indicação de problemas de recuperação é o menor entre
o seu valor contábil antes de considerar possíveis perdas por redução ao valor recuperável e seu valor
recuperável. Quando esse ativo for não monetário e for mensurado em uma moeda estrangeira, o valor
contábil é determinado pela comparação:

(a) do custo ou valor contábil, conforme apropriado, convertido à taxa de câmbio na data em que esse
valor foi determinado (ou seja, a taxa na data da transação para um item mensurado em termos de
custo histórico); e

(b) do valor líquido realizável ou valor recuperável, conforme apropriado, convertido à taxa de câmbio
na data em que esse valor foi determinado (por exemplo, a taxa de fechamento no final do período
de relatório).

O efeito dessa comparação pode ser que uma perda por redução ao valor recuperável seja reconhecida
na moeda funcional, mas não seja reconhecida na moeda estrangeira, ou vice-versa.

26 Quando estiverem disponíveis diversas taxas de câmbio, a taxa usada é aquela em os fluxos de caixa
futuros, representados pela transação ou saldo, poderiam ter sido liquidados se esses fluxos de caixa
tivessem ocorrido na data de mensuração. Se a permutabilidade entre duas moedas estiver temporariamente
ausente, a taxa usada é a primeira taxa subsequente em que os câmbios poderiam ser feitos.

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Reconhecimento de diferenças de câmbio


27 Conforme observado nos parágrafos 3(a) e 5, a IAS 39 se aplica à contabilização de cobertura para itens
em moeda estrangeira. A aplicação de contabilização de cobertura exige que uma entidade contabilize
algumas diferenças de câmbio de forma diferente do tratamento de diferença de câmbio exigido por esta
Norma. Por exemplo, a IAS 39 exige que as diferenças de câmbio em itens monetários que se qualifiquem
como instrumentos de cobertura em uma cobertura de fluxo de caixa sejam reconhecidos inicialmente
em outros resultados abrangentes na medida em que a cobertura for efetiva.

28 As diferenças de câmbio que surgirem na liquidação de itens monetários ou na conversão de itens


monetários em taxas diferentes daquelas em que foram convertidas no reconhecimento inicial,
durante o período ou em demonstrações financeiras anteriores, serão reconhecidas em lucros e
perdas no período em que surgirem, exceto conforme descrito no parágrafo 32.

29 Quando itens monetários surgirem de uma transação em moeda estrangeira e houver uma mudança
na taxa de câmbio entre a data da transação e a data de liquidação, isso resulta em uma diferença de
câmbio. Quando a transação for liquidada, dentro do mesmo período contábil que aquele em que ocorreu
a transação, toda a diferença de câmbio é reconhecida nesse período. Entretanto, quando a transação for
liquidada em um período contábil subsequente, a diferença de câmbio reconhecida em cada período, até
a data de liquidação, é determinada pela mudança nas taxas de câmbio durante cada período.

30 Quando um ganho ou perda em um item não monetário for reconhecido em outros resultados
abrangentes, qualquer componente de câmbio desse ganho ou perda será reconhecido em outros
resultados abrangentes. Por outro lado, quando um ganho ou perda em um item não monetário
for reconhecido em lucros e perdas, qualquer componente de câmbio desse ganho ou perda será
reconhecido em lucros e perdas.

31 Outras IFRSs exigem que alguns ganhos e perdas sejam reconhecidos em outros resultados abrangentes.
Por exemplo, a IAS 16 exige que alguns ganhos e perdas que se originam em uma reavaliação de
imobilizado sejam reconhecidos em outros resultados abrangentes. Quando esse ativo for mensurado
em uma moeda estrangeira, o parágrafo 23(c) desta Norma exige que o valor reavaliado seja convertido
utilizando-se a taxa na data em que o valor é determinado, resultando em uma diferença de câmbio que
também é reconhecida em outros resultados abrangentes.

32 As diferenças de câmbio que se originam em um item monetário que faz parte do investimento
líquido de uma entidade que reporta em uma operação no exterior (vide parágrafo 15) serão
reconhecidas em lucros e perdas nas demonstrações financeiras separadas da entidade que reporta
ou nas demonstrações financeiras individuais da operação no exterior, conforme apropriado.
Nas demonstrações financeiras que incluem a operação no exterior e a entidade que reporta
(por exemplo, demonstrações financeiras consolidadas quando a operação no exterior for uma
subsidiária), essas diferenças de câmbio serão reconhecidas inicialmente em outros resultados
abrangentes e reclassificadas do patrimônio líquido para lucros e perdas na alienação do
investimento líquido, de acordo com o parágrafo 48.

33 Quando um item monetário fizer parte do investimento líquido de uma entidade que reporta em uma
operação no exterior e estiver denominado na moeda funcional da entidade que reporta, surge uma
diferença de câmbio nas demonstrações financeiras individuais da operação no exterior, de acordo com
o parágrafo 28. Se esse item estiver denominado na moeda funcional da operação no exterior, surge uma
diferença de câmbio nas demonstrações financeiras separadas da entidade que reporta, de acordo com o
parágrafo 28. Se esse item estiver denominado em uma moeda diferente da moeda funcional da entidade
que reporta ou da operação no exterior, surge uma diferença de câmbio nas demonstrações financeiras
separadas da entidade que reporta e nas demonstrações financeiras individuais da operação no exterior, de
acordo com o parágrafo 28. Essas diferenças de câmbio são reconhecidas em outros resultados abrangentes
nas demonstrações financeiras que incluem a operação no exterior e a entidade que reporta (ou seja,
demonstrações financeiras em que a operação no exterior é consolidada ou contabilizada utilizando-se
o método da equivalência patrimonial).

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34 Quando uma entidade mantiver seus livros e registros em uma moeda diferente de sua moeda funcional,
na época em que a entidade elabora suas demonstrações financeiras, todos os valores são convertidos
para a moeda funcional, de acordo com os parágrafos 20-26. Isso produz os mesmos valores na moeda
funcional que teriam ocorrido se os itens tivessem sido registrados inicialmente na moeda funcional. Por
exemplo, os itens monetários são convertidos na moeda funcional utilizando-se a taxa de fechamento e
os itens não monetários, que são mensurados pelo custo histórico, são convertidos utilizando-se a taxa
de câmbio na data da transação que resultou em seu reconhecimento.

Mudança na moeda funcional


35 Quando houver uma mudança na moeda funcional de uma entidade, a entidade aplicará os
procedimentos de conversão aplicáveis à nova moeda funcional prospectivamente, a partir da data
da mudança.

36 Conforme observado no parágrafo 13, a moeda funcional de uma entidade reflete as transações, eventos
e condições subjacentes que sejam pertinentes à entidade. Consequentemente, uma vez que a moeda
funcional seja determinada, ela pode ser alterada somente se houver uma mudança nessas transações,
eventos e condições subjacentes. Por exemplo, uma mudança na moeda que influencie principalmente os
preços de venda de produtos e serviços pode levar a uma mudança na moeda funcional de uma entidade.

37 O efeito de uma mudança na moeda funcional é contabilizado prospectivamente. Em outras palavras,


uma entidade converte todos os itens para a nova moeda funcional utilizando a taxa de câmbio na data
da mudança. Os valores convertidos resultantes de itens não monetários são tratados pelo seu custo
histórico. As diferenças de câmbio resultantes da conversão de uma operação no exterior, anteriormente
reconhecidas em outros resultados abrangentes, de acordo com os parágrafos 32 e 39(c), não são
reclassificadas do patrimônio líquido para lucros e perdas até a alienação da operação.

Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional

Conversão para a moeda de apresentação


38 Uma entidade pode apresentar suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (ou moedas). Se
a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional da entidade, ela converte seus resultados e
posição financeira para a moeda de apresentação. Por exemplo, quando um grupo contiver entidades
individuais com moedas funcionais diferentes, os resultados e a posição financeira de cada entidade
serão expressos em uma moeda comum, para que as demonstrações financeiras consolidadas possam
ser apresentadas.

39 Os resultados e a posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional não é a moeda de
uma economia hiperinflacionária serão convertidos para uma moeda de apresentação diferente,
utilizando-se os seguintes procedimentos:

(a) ativos e passivos de cada demonstração da posição financeira apresentada (ou seja, incluindo
os comparativos) serão convertidos à taxa de fechamento na data dessa demonstração da
posição financeira;

(b) as receitas e despesas de cada demonstração que apresenta lucros e perdas e outros resultados
abrangentes (ou seja, incluindo os comparativos) serão convertidas às taxas de câmbio nas
datas das transações; e

(c) todas as diferenças de câmbio resultantes serão reconhecidas em outros resultados abrangentes.

40 Por motivos práticos, a taxa que se aproxima das taxas de câmbio nas datas das transações, por exemplo,
uma taxa média do período, é usada com frequência para converter os itens de receita e despesa.
Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa média de um período
é inadequado.

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IAS 21

41 As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 39(c) resultam de:

(a) conversão de receita e despesas às taxas de câmbio nas datas das transações e ativos e passivos à
taxa de fechamento;

(b) conversão dos ativos líquidos de abertura a uma taxa de fechamento diferente da taxa de
fechamento anterior.

Essas diferenças de câmbio não são reconhecidas em lucros e perdas, pois as mudanças nas taxas de
câmbio têm pouco ou nenhum efeito direto sobre os fluxos de caixa presentes e futuros, provenientes
das operações. O valor acumulado das diferenças de câmbio é apresentado em um componente
separado do patrimônio líquido, até a alienação da operação no exterior. Quando as diferenças de
câmbio estiverem relacionadas a uma operação no exterior que seja consolidada, porém não detida
integralmente, as diferenças de câmbio acumuladas, resultantes da conversão e atribuíveis a participações
de não controladores, são alocadas e reconhecidas como parte de participações de não controladores na
demonstração consolidada da posição financeira.

42 Os resultados e a posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional é a moeda de uma
economia hiperinflacionária serão convertidos para uma moeda de apresentação diferente,
utilizando-se os seguintes procedimentos:

(a) todos os valores (ou seja, ativos, passivos, itens do patrimônio líquido, receita e despesas,
incluindo comparativos) serão convertidos à taxa de fechamento na data da demonstração
da posição financeira mais recente, exceto

(b) quando os valores forem convertidos para moeda de uma economia não hiperinflacionária,
os valores comparativos serão aqueles que foram apresentados como valores do exercício
corrente, nas respectivas demonstrações financeiras do exercício anterior (ou seja, não
ajustadas por mudanças subsequentes no nível de preço ou mudanças subsequentes nas taxas
de câmbio).

43 Quando a moeda funcional de uma entidade for a moeda de uma economia hiperinflacionária,
a entidade atualizará monetariamente suas demonstrações financeiras, de acordo com a IAS 29,
antes de aplicar o método de conversão estabelecido no parágrafo 42, exceto para os valores
comparativos que sejam convertidos para uma moeda de uma economia não hiperinflacionária
[vide parágrafo 42(b)]. Quando a economia deixar de ser hiperinflacionária e a entidade não mais
atualizar suas demonstrações financeiras de acordo com a IAS 29, ela usará, como custos históricos
para a conversão para a moeda de apresentação, os valores atualizados na data que a entidade
deixou de atualizar suas demonstrações financeiras.

Conversão de uma operação no exterior


44 Os parágrafos 45-47, além dos parágrafos 38-43, se aplicam quando os resultados e a posição financeira
de uma operação no exterior forem convertidos para uma moeda de apresentação, de modo que a operação
no exterior possa ser incluída nas demonstrações financeiras da entidade que reporta, por consolidação
ou pelo método da equivalência patrimonial.

45 A incorporação dos resultados e da posição financeira de uma operação no exterior com aquelas da
entidade que reporta segue os procedimentos normais de consolidação, tais como a eliminação de saldos
intragrupos e transações intragrupos de uma subsidiária (vide IFRS 10 – Demonstrações Financeiras
Consolidadas). Entretanto, um ativo (ou passivo) monetário intragrupo, seja de curto prazo ou de longo
prazo, não pode ser eliminado contra o correspondente passivo (ou ativo) intragrupo sem mostrar os
resultados das flutuações de moeda nas demonstrações financeiras consolidadas. Isso porque o item
monetário representa um compromisso de converter uma moeda para outra e expõe a entidade que
reporta a um ganho ou perda por meio das flutuações de moeda. Consequentemente, nas demonstrações
financeiras consolidadas da entidade que reporta, essa diferença de câmbio é reconhecida em lucros e
perdas ou, se resultar das circunstâncias descritas no parágrafo 32, ela é reconhecida em outros resultados

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IAS 21

abrangentes e acumulada em um componente separado do patrimônio líquido até a alienação da operação


no exterior.

46 Quando as demonstrações financeiras de uma operação no exterior forem de uma data diferente daquela
da entidade que reporta, a operação no exterior frequentemente elabora demonstrações adicionais na
mesma data que as demonstrações financeiras da entidade que reporta. Quando isso não for feito, a
IFRS 10 permite o uso de uma data diferente, desde que a diferença não seja maior que três meses e sejam
feitos ajustes para os efeitos de quaisquer transações significativas ou outros eventos que ocorram entre
as diferentes datas. Nesse caso, os ativos e passivos de uma operação no exterior são convertidos a uma
taxa de câmbio no final do período de relatório da operação no exterior. São feitos ajustes por mudanças
significativas nas taxas de câmbio até o final do período de relatório da entidade que reporta, de acordo
com a IFRS 10. A mesma abordagem é utilizada na aplicação do método de equivalência patrimonial a
coligadas e empreendimentos em conjunto de acordo com a IAS 28 (tal como alterada em 2011).

47 Qualquer ágio que se originar na aquisição de uma operação no exterior e quaisquer ajustes de
valor justo aos valores contábeis de ativos e passivos que se originarem na aquisição dessa operação
no exterior serão tratados como ativos e passivos da operação no exterior. Desse modo, eles serão
expressos na moeda funcional da operação no exterior e serão convertidos à taxa de fechamento,
de acordo com os parágrafos 39 e 42.

Alienação ou alienação parcial de uma operação no exterior


48 Na alienação de uma operação no exterior, o valor acumulado das diferenças de câmbio, relativas
a essa operação no exterior, reconhecido em outros resultados abrangentes e acumulado no
componente separado do patrimônio líquido, será reclassificado do patrimônio líquido para lucros
e perdas (como um ajuste de reclassificação) quando o ganho ou perda na alienação for reconhecido
[vide IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)].

48A Além da alienação de toda a participação de uma entidade em uma operação no exterior, as seguintes
alienações parciais são contabilizadas como alienações.

(a) quando a alienação parcial envolve a perda de controle de uma subsidiária que incluir uma operação
no exterior, independentemente de se a entidade retém uma participação de não controladores em
sua ex-subsidiária após a alienação parcial; e

(b) quando a participação retida após a alienação parcial de uma participação em um negócio em
conjunto ou uma alienação parcial de uma participação em uma coligada que incluir uma operação
no exterior for um ativo financeiro que inclui uma operação no exterior.

48B Na alienação de uma subsidiária que incluir uma operação no exterior, o valor acumulado das diferenças
de câmbio relativas a essa operação no exterior, que forem atribuídas a participações de não controladores,
serão baixadas, porém não serão reclassificadas para lucros e perdas.

48C Na alienação parcial de uma subsidiária que incluir uma operação no exterior, a entidade reatribuirá
a parte proporcional do valor acumulado das diferenças de câmbio reconhecidas em outros
resultados abrangentes para as participações de não controladores nessa operação no exterior. Em
qualquer outra alienação parcial de uma operação no exterior, a entidade reclassificará para lucros
e perdas apenas a parte proporcional do valor acumulado das diferenças de câmbio reconhecidas
em outros resultados abrangentes.

48D Uma alienação parcial de uma participação de uma entidade em uma operação no exterior é qualquer
redução na participação societária de uma entidade em uma operação no exterior, exceto aquelas reduções
mencionadas no parágrafo 48A, que são contabilizadas como alienações.

49 Uma entidade pode alienar ou alienar parcialmente sua participação em uma operação no exterior por meio
da venda, liquidação, restituição de capital acionário ou abandono da totalidade ou parte dessa entidade.
Uma redução no valor contábil de uma operação no exterior, seja por causa de suas próprias perdas ou
por apresentar problema de recuperação, reconhecida pelo investidor, não constitui uma alienação parcial.

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Consequentemente, nenhuma parte do ganho ou perda de câmbio reconhecida em outros resultados


abrangentes é reclassificada para lucros e perdas na ocasião de uma redução no valor contábil.

Efeitos fiscais de todas as diferenças de câmbio


50 Os ganhos e perdas em transações em moeda estrangeira e diferenças de câmbio que se originam na
conversão dos resultados e da posição financeira de uma entidade (incluindo uma operação no exterior)
para uma moeda diferente podem ter efeitos fiscais. A IAS 12 – Impostos sobre a Renda se aplica a esses
efeitos fiscais.

Divulgação
51 Nos parágrafos 53 e 55-57, as referências à “moeda funcional” se aplicam, no caso de um grupo,
à moeda funcional da controladora.

52 Uma entidade divulgará:

(a) o valor das diferenças de câmbio reconhecidas em lucros e perdas, exceto aquelas decorrentes
de instrumentos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado, de acordo com
a IFRS 9; e

(b) as diferenças de câmbio líquidas reconhecidas em outros resultados abrangentes e acumuladas


em um componente separado do patrimônio líquido e uma conciliação do valor dessas
diferenças de câmbio, no início e no final do período.

53 Quando a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional, esse fato será demonstrado,
juntamente com a divulgação da moeda funcional e o motivo da utilização de uma moeda de
apresentação diferente.

54 Quando houver uma mudança na moeda funcional da entidade que reporta ou de uma operação
no exterior significativa, esse fato e o motivo da mudança na moeda funcional serão divulgados.

55 Quando uma entidade apresentar suas demonstrações financeiras em uma moeda que seja diferente
de sua moeda funcional, ela descreverá as demonstrações financeiras como em conformidade com
as IFRSs somente se cumprirem todos os requisitos das IFRSs, incluindo o método de conversão
estabelecido nos parágrafos 39 e 42.

56 Uma entidade algumas vezes apresenta suas demonstrações financeiras ou outras informações
financeiras em uma moeda que não é a sua moeda funcional, sem cumprir os requisitos do parágrafo
55. Por exemplo, uma entidade pode converter em outra moeda somente os itens selecionados de suas
demonstrações financeiras. Ou uma entidade cuja moeda funcional não seja a moeda de uma economia
hiperinflacionária pode converter as demonstrações financeiras para outra moeda, convertendo todos os
itens à taxa de fechamento mais recente. Essas conversões não estão de acordo com as IFRSs e, nesse
caso, as divulgações definidas no parágrafo 57 são exigidas.

57 Quando uma entidade apresentar suas demonstrações financeiras ou outras informações financeiras
em uma moeda que seja diferente de sua moeda funcional ou de sua moeda de apresentação e os
requisitos do parágrafo 55 não forem cumpridos, ela:

(a) identificará claramente as informações como informações suplementares para distingui-las


das informações que cumprem as IFRSs;

(b) divulgará a moeda em que as informações suplementares são apresentadas; e

(c) divulgará a moeda funcional da entidade e o método de conversão utilizado para determinar
as informações suplementares.

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Data de vigência e transição


58 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

58A O Investimento Líquido em uma Operação no Exterior (Alteração à IAS 21), emitida em dezembro de
2005, adicionou o parágrafo 15A e alterou o parágrafo 33. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006. A aplicação antecipada é encorajada.

59 Uma entidade aplicará o parágrafo 47 prospectivamente a todas as aquisições que ocorrerem após o
início do período de relatório financeiro em que esta Norma é aplicada pela primeira vez. A aplicação
retrospectiva do parágrafo 47 a aquisições anteriores é permitida. Para uma aquisição de uma operação
no exterior tratada prospectivamente, mas que ocorreu antes da data em que esta Norma é aplicada pela
primeira vez, a entidade não reapresentará exercícios anteriores e, consequentemente, pode, quando
apropriado, tratar o ágio e os ajustes de valor justo resultantes dessa aquisição como ativos e passivos da
entidade, em vez de ativos e passivos da operação no exterior. Portanto, esse ágio e ajustes de valor justo
já estão expressos na moeda funcional da entidade ou são itens não monetários em moeda estrangeira,
que são informados utilizando a taxa de câmbio na data de aquisição.

60 Todas as outras alterações resultantes da aplicação desta Norma serão contabilizadas de acordo com os
requisitos da IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

60A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
ela alterou os parágrafos 27, 30-33, 37, 39, 41, 45, 48 e 52. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada
em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

60B A IAS 27 (tal como alterada em 2008) adicionou os parágrafos 48A-48D e alterou o parágrafo 49. Uma
entidade aplicará prospectivamente essas alterações a períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho
de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um período anterior, as alterações
serão aplicadas para esse período anterior.

60C [Excluído]

60D O parágrafo 60B foi alterado por Melhorias as IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada
é permitida.

60E A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 3(a), 4 e 52(a) e excluiu o parágrafo 60C.
Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

60F A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos
3(b), 8, 11, 18, 19, 33, 44-46 e 48A. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e
a IFRS 11.

60G A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 8 e alterou o
parágrafo 23. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

60H Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de 2011,
alterou o parágrafo 39. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IAS 1, tal como alterada
em junho de 2011.

Revogação de outros pronunciamentos


61 Esta Norma substitui a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (revisada em 1993).

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IAS 21

62 Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:

(a) SIC‑11 – Câmbio – Capitalização de Perdas Resultantes de Severas Desvalorizações da Moeda;

(b) SIC‑19 – Moeda do Relatório – Mensuração e Apresentação das Demonstrações Financeiras de


acordo com as IASs 21 e 29; e

(c) SIC‑30 – Moeda do Relatório – Conversão da Moeda de Mensuração para a Moeda de


Apresentação.

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IAS 21

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi emitida em 2003, foram incorporadas nos respectivos
pronunciamentos publicados nesta edição.

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IAS 23

Norma Internacional de Contabilidade IAS 23

Custos de Empréstimos
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 23 – Custos de
Empréstimos, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro
de 1993. A IAS 23 – Custos de Empréstimos substituiu a IAS 23 – Capitalização de Custos de Empréstimos
(emitida em março de 1984).

Em março de 2007, o IASB emitiu uma IAS 23 revisada que eliminou a opção de reconhecimento imediato de
custos de empréstimo como uma despesa.

O IASB introduziu pequenas alterações consequentes à IAS 23 por meio de Melhorias às IFRSs (emitida em maio
de 2008).

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IAS 23

Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 23


CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS
PRINCÍPIO BÁSICO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 5
RECONHECIMENTO 8
Custos de empréstimos elegíveis para capitalização 10
Excedente do valor contábil do ativo qualificado em relação ao valor recuperável 16
Início da capitalização 17
Suspensão da capitalização 20
Cessação da capitalização 22
DIVULGAÇÃO 26
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 27
DATA DE VIGÊNCIA 29
REVOGAÇÃO DA IAS 23 (REVISADA EM 1993) 30
APÊNDICE
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 23 EMITIDA EM MARÇO DE 2007


BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alterações à Base para Conclusões sobre outros pronunciamentos
OPINIÕES DIVERGENTES
ALTERAÇÕES À ORIENTAÇÃO SOBRE OUTROS PRONUNCIAMENTOS
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IAS 23

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 23 – Custos de Empréstimos (IAS 23) é definida nos parágrafos 1‑30
e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantém o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 23 deve ser lida no contexto de seu princípio básico, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

Esta Norma revisada foi emitida em março de 2007. Ela substitui a IAS 23, revisada em 1993. O texto da Norma
revisada, marcado para exibir alterações da versão anterior, está disponível no Website do Assinante do IASB,
em www.iasb.org, por um período limitado.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 23


Custos de Empréstimos

Princípio básico
1 Os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção
de um ativo qualificado fazem parte do custo desse ativo. Outros custos de empréstimos são
reconhecidos como uma despesa.

Alcance
2 Uma entidade aplicará esta Norma na contabilização de custos de empréstimos.

3 A Norma não trata do custo do capital de patrimônio líquido, real ou atribuído, incluindo o capital
preferencial não classificado como passivo.

4 Uma entidade não está obrigada a aplicar esta Norma aos custos de empréstimos diretamente atribuíveis
à aquisição, construção ou produção de:

(a) um ativo qualificado mensurado ao valor justo, por exemplo, um ativo biológico; ou

(b) estoques que sejam fabricados ou de outro modo produzidos em grandes quantidades, de forma
repetitiva.

Definições
5 Esta Norma usa os seguintes termos com os significados especificados:

Custos de empréstimos são juros e outros custos incorridos por uma entidade em relação ao
empréstimo de recursos.

Ativo qualificado é um ativo que necessariamente leva um período de tempo substancial para ficar
pronto para seu uso pretendido ou para venda.

6 Os custos de empréstimos podem incluir:

(a) despesa de juros calculada utilizando-se o método de juros efetivos, como descrito na IAS 39 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

(b) [excluído]

(c) [excluído]

(d) encargos de financiamento em relação aos arrendamentos financeiros reconhecidos de acordo com
a IAS 17 – Arrendamentos; e

(e) diferenças de câmbio resultantes de empréstimos obtidos em moeda estrangeira, na medida em que
forem considerados como um ajuste aos custos de juros.

7 Dependendo das circunstâncias, quaisquer dos seguintes itens podem ser ativos qualificados:

(a) estoques

(b) unidades/instalações de produção

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IAS 23

(c) instalações de geração de energia

(d) ativos intangíveis

(e) propriedades para investimento.

Os ativos financeiros e estoques que são fabricados ou de outro modo produzidos ao longo de um curto
período de tempo não são ativos qualificados. Os ativos que estão prontos para o seu uso pretendido ou
venda, quando adquiridos, não são ativos qualificados.

Reconhecimento
8 Uma entidade capitalizará os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um ativo qualificado como parte do custo desse ativo. Uma entidade
reconhecerá outros custos de empréstimos como uma despesa, no período em que forem incorridos.

9 Os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um


ativo qualificado são incluídos no custo desse ativo. Esses custos de empréstimos são capitalizados
como parte do custo do ativo, quando for provável que resultarão em benefícios econômicos futuros
para a entidade e os custos puderem ser mensurados de forma confiável. Quando uma entidade aplicar a
IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, ela reconhece, como uma despesa, a
parcela dos custos de empréstimos que compensa a perda com a inflação durante o mesmo período, de
acordo com o parágrafo 21 daquela Norma.

Custos de empréstimos elegíveis para capitalização


10 Os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um
ativo qualificado são aqueles custos de empréstimos que teriam sido evitados se o gasto com o ativo
qualificado não tivesse sido incorrido. Quando uma entidade tomar emprestado recursos especificamente
para a finalidade de obter um ativo qualificado específico, os custos de empréstimos que estiverem
diretamente relacionados a esse ativo qualificado podem ser facilmente identificados.

11 Pode ser difícil identificar um relacionamento direto entre empréstimos específicos e um ativo qualificado
e determinar os empréstimos que poderiam ter sido evitados de outro modo. Essa dificuldade ocorre,
por exemplo, quando a atividade de financiamento de uma entidade estiver coordenada centralmente.
Também surgem dificuldades quando um grupo usa uma série de instrumentos de dívida para tomar um
empréstimo a taxas de juros variáveis e empresta esses recursos, em diversas bases, a outras entidades
no grupo. Outras complicações surgem por meio do uso de empréstimos denominados ou vinculados a
moedas estrangeiras, quando o grupo opera em economias altamente inflacionárias e de flutuações de
taxas de câmbio. Como resultado, é difícil a determinação do valor dos custos de empréstimos que são
diretamente atribuíveis à aquisição de um ativo qualificado e é necessário o exercício de julgamento.

12 Na medida em que uma entidade toma recursos em empréstimos especificamente para a finalidade
de obter um ativo qualificado, a entidade determinará o valor dos custos de empréstimos elegíveis
para capitalização como os custos reais de empréstimos incorridos durante o período, menos
qualquer receita de investimento sobre a aplicação temporária desses empréstimos.

13 Os acordos de financiamento de um ativo qualificado podem resultar na obtenção, pela entidade, de


recursos emprestados e no incorri mento de custos de empréstimos associados, antes que alguns ou todos
os recursos sejam usados para dispêndio com o ativo qualificado. Nessas circunstâncias, os recursos
são frequentemente investidos temporariamente, aguardando seu dispêndio com o ativo qualificado. Ao
determinar o valor dos custos de empréstimos elegíveis para capitalização durante um período, qualquer
renda de investimento auferida nesses recursos é deduzida dos custos de empréstimos incorridos.

14 Na medida em que uma entidade toma recursos em empréstimos de forma geral e os utiliza para a
finalidade de obter um ativo qualificado, a entidade determinará o valor dos custos de empréstimos
elegíveis para capitalização, por meio da aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndios com

©
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IAS 23

esse ativo. A taxa de capitalização será a média ponderada dos custos de empréstimos aplicável aos
empréstimos da entidade que estiverem pendentes durante o período, exceto os empréstimos feitos
especificamente para a finalidade de obter um ativo qualificado. O valor dos custos de empréstimos
que uma entidade capitaliza durante um período não excederá o valor dos custos de empréstimos
que incorreu durante esse período.

15 Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir todos os empréstimos da controladora e suas subsidiárias


ao calcular uma média ponderada dos custos de empréstimos; em outras circunstâncias, é apropriado
para cada subsidiária usar uma média ponderada dos custos de empréstimos aplicáveis aos seus
próprios empréstimos.

Excedente do valor contábil do ativo qualificado em relação ao


valor recuperável
16 Quando o valor contábil ou o custo esperado do ativo qualificado exceder seu valor recuperável ou valor
líquido realizável, o valor contábil tem o seu valor reduzido ou é baixado, de acordo com os requisitos
de outras Normas. Em determinadas circunstâncias, o valor da redução de valor ou baixa é revertido, de
acordo com essas outras Normas.

Início da capitalização
17 Uma entidade iniciará a capitalização dos custos de empréstimos como parte do custo de um ativo
qualificado na data de início. A data de início de capitalização é a data em que a entidade atender,
em primeiro lugar, todas as seguintes condições:

(a) incorrer em gastos para o ativo;

(b) incorrer em custos de empréstimos; e

(c) empreender atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido
ou venda.

18 Os dispêndios com um ativo qualificado incluem apenas dispêndios que tenham resultado em pagamentos
à vista, transferências de outros ativos ou a assunção de passivos com incidência de juros. Os dispêndios
são reduzidos por quaisquer pagamentos por progresso e subvenções recebidas em relação ao ativo (vide
IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental).
O valor contábil médio do ativo durante um período, incluindo os custos de empréstimos anteriormente
capitalizados, é normalmente uma aproximação razoável dos dispêndios aos quais é aplicada a taxa de
capitalização nesse período.

19 As atividades necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou venda abrange mais que a
construção física do ativo. Elas incluem trabalhos técnicos e administrativos antes do início da construção
física, tais como atividades associadas à obtenção de licenças antes do início da construção física.
Entretanto, essas atividades excluem a manutenção de um ativo quando não estiver ocorrendo nenhuma
produção ou desenvolvimento que altere a condição do ativo. Por exemplo, os custos de empréstimos
incorridos enquanto o terreno está em preparação são capitalizados durante o período em que as atividades
relacionadas à preparação estiverem sendo empreendidas. Entretanto, os custos de empréstimos incorridos
enquanto o terreno adquirido para fins de construção é mantido sem nenhuma atividade de preparação
associada não se qualificam para capitalização.

Suspensão da capitalização
20 Uma entidade suspenderá a capitalização de custos de empréstimos durante períodos prolongados
em que ela suspender o desenvolvimento de um ativo qualificado.

A726 ©
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IAS 23

21 Uma entidade pode incorrer em custos de empréstimos durante um período prolongado em que suspender
as atividades necessárias para preparar um ativo para o uso pretendido ou venda. Esses custos são custos
de manutenção de ativos parcialmente concluídos e não se qualificam para capitalização. Entretanto,
uma entidade não suspende normalmente a capitalização de custos de empréstimos durante um período
em que ela realiza trabalho técnico e administrativo substancial. Uma entidade também não suspende a
capitalização de custos de empréstimos quando um atraso temporário é uma parte necessária do processo
de preparar um ativo para o seu uso pretendido ou venda. Por exemplo, a capitalização continua durante
o período prolongado em que o alto nível da água atrasa a construção de uma ponte, se esses altos níveis
da água forem comuns durante o período de construção na região geográfica envolvida.

Cessação da capitalização
22 Uma entidade deve cessar a capitalização de custos de empréstimos quando substancialmente
todas as atividades necessárias para preparar o ativo qualificado para o uso pretendido ou venda
estiverem concluídas.

23 Um ativo está normalmente pronto para o uso pretendido ou venda quando a construção física do ativo
estiver concluída, ainda que o trabalho administrativo de rotina ainda possa continuar. Se tudo o que
estiver pendente forem pequenas modificações, tais como a decoração de um imóvel de acordo com
as especificações do comprador ou do usuário, isso indica que, substancialmente, todas as atividades
estão concluídas.

24 Quando uma entidade concluir a construção de um ativo qualificado em partes e cada parte puder
ser usada enquanto a construção continua nas outras partes, a entidade deve cessar a capitalização
dos custos de empréstimos quando ela concluir substancialmente todas as atividades necessárias
para preparar essa parte para o seu uso pretendido ou venda.

25 Um parque comercial que compreende diversos prédios e em que cada um deles puder ser usado
individualmente é um exemplo de um ativo qualificado, em relação ao qual cada parte pode ser usada
enquanto a construção continua nas outras partes. Um exemplo de um ativo qualificado que precisa
ser concluído antes que qualquer parte possa ser usada é uma fábrica industrial que envolve diversos
processos que são realizados em sequência, em diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local, tais
como fábrica de aço.

Divulgação
26 Uma entidade divulgará:

(a) o valor dos custos de empréstimos capitalizados durante o período; e

(b) a taxa de capitalização usada para determinar o valor dos custos de empréstimos elegíveis
para capitalização.

Disposições transitórias
27 Quando a aplicação desta Norma constituir uma alteração na política contábil, uma entidade
aplicará a Norma aos custos de empréstimos relativos aos ativos qualificados para os quais a data
de início da capitalização ocorrer em ou após a data de vigência.

28 Entretanto, uma entidade pode designar qualquer data antes da data de vigência e aplicar a Norma
aos custos de empréstimos relativos a todos os ativos qualificados em relação aos quais a data de
início de capitalização ocorre em ou após essa data.

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IFRS Foundation A727
IAS 23

Data de vigência
29 Uma entidade aplicará a Norma para períodos anuais iniciados em ou após a 1º de janeiro de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se a entidade aplicar a Norma a partir de uma data antes de 1º de
janeiro de 2009, ela divulgará esse fato.

29A O parágrafo 6 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

Revogação da IAS 23 (revisada em 1993)


30 Esta Norma substitui a IAS 23 – Custos de Empréstimos (revisada em 1993)

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IAS 23

Apêndice
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar esta Norma para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse período
anterior. Nos parágrafos alterados, o novo texto está sublinhado e o texto excluído está tachado.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta IFRS foi emitida em 2007, foram incorporadas nas respectivas
IFRSs publicadas nesta edição.

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IAS 24

Norma Internacional de Contabilidade IAS 24

Divulgações sobre Partes Relacionadas


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 24 – Divulgações
sobre Partes Relacionadas, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade
em julho de 1984.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 24 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos
que incluiu alterar divulgações sobre remuneração da administração e divulgações sobre partes relacionadas em
demonstrações financeiras separadas. O IASB revisou a IAS 24 novamente para tratar das divulgações em entidades
relacionadas a um governo.

Em dezembro de 2009, o IASB emitiu uma IAS 24 revisada para simplificar a definição de “parte relacionada”
e para fornecer uma isenção dos requisitos de divulgação para algumas entidades relacionadas a um governo.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 24. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007).

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IAS 24

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 24
DIVULGAÇÕES SOBRE PARTES RELACIONADAS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
FINALIDADE DAS DIVULGAÇÕES SOBRE PARTES RELACIONADAS 5
DEFINIÇÕES 9
DIVULGAÇÕES 13
Todas as entidades 13
Entidades relacionadas a um governo 25
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 28
REVOGAÇÃO DA IAS 24 (2003) 29
APÊNDICE
Alteração à IFRS 8 – Segmentos Operacionais

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 24 EMITIDA EM NOVEMBRO DE 2009


BASE PARA CONCLUSÕES
APÊNDICE
Alteração à Base para Conclusões sobre a IAS 19 Benefícios aos Empregados
OPINIÃO DIVERGENTE
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IAS 24

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas (IAS 24) é definida
nos parágrafos 1-29 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantém o formato da
Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 24 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para
Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual
para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece
uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

Esta Norma revisada foi emitida em novembro de 2009. Ela substitui a IAS 24 (tal como revisada em 2003)
O texto da Norma revisada, marcado para exibir alterações da versão anterior, está disponível no Website do
Assinante do IASB, em www.iasb.org, por um período limitado.

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IAS 24

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas exige que
uma entidade que reporta divulgue:

(a) transações com suas partes relacionadas; e

(b) as relações entre controladoras e subsidiárias independentemente de ter havido transações entre
essas partes relacionadas.

IN2 O revisou a IAS 24 em 2009 da seguinte forma:

(a) simplificando a definição de parte relacionada, esclarecendo seu significado pretendido e eliminando
inconsistências da definição.

(b) fornecendo uma isenção parcial dos requisitos de divulgação para entidades relacionadas a um
governo.

IN3 Ao efetuar essas revisões, o Conselho não reconsiderou a abordagem fundamental às divulgações sobre
partes relacionadas contida na IAS 24 (tal como revisada em 2003).

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IAS 24

Norma Internacional de Contabilidade IAS 24


Divulgações sobre Partes Relacionadas

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é assegurar que as demonstrações financeiras de uma entidade contenham as
divulgações necessárias para chamar a atenção para a possibilidade de que sua posição financeira e de
lucros e perdas podem ter sido afetados pela existência de partes relacionadas e por transações e saldos
em aberto, incluindo compromissos, com essas partes.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na:

(a) identificação de relacionamentos e transações com partes relacionadas;

(b) identificação de saldos em aberto, incluindo compromissos, entre uma entidade e suas partes
relacionadas;

(c) identificação das circunstâncias em que a divulgação dos itens em (a) e (b) é obrigatória; e

(d) determinação das divulgações a serem feitas sobre esses itens.

3 Esta Norma exige a divulgação de relacionamentos com partes relacionadas, transações e saldos em
aberto, incluindo compromissos, nas demonstrações financeiras consolidadas e separadas de uma
controladora ou investidores com controle conjunto de uma investida ou com influência significativa
sobre ela, apresentadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas ou a
IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas. Esta Norma também se aplica a demonstrações
financeiras individuais.

4 As transações com partes relacionadas e saldos em aberto com outras entidades de um grupo são
divulgados nas demonstrações financeiras de uma entidade. Transações com partes relacionadas e saldos
em aberto intragrupo são eliminados, exceto em relação àqueles entre uma entidade de investimento e
suas subsidiárias mensuradas ao valor justo por meio do resultado, na elaboração das demonstrações
financeiras consolidadas do grupo.

Finalidade das divulgações sobre partes relacionadas


5 Os relacionamentos com partes relacionadas são uma característica normal do comércio e dos negócios.
Por exemplo, as entidades frequentemente conduzem partes de suas atividades por meio de subsidiárias,
empreendimentos em conjunto e coligadas. Nessas circunstâncias, a entidade tem a capacidade de afetar
as políticas financeiras e operacionais da investida por meio da presença de controle, controle conjunto
ou influência significativa.

6 Um relacionamento com partes relacionadas pode ter um efeito sobre os lucros e perdas e a posição
financeira de uma entidade. As partes relacionadas podem conduzir transações que partes não relacionadas
não conduziriam. Por exemplo, uma entidade que vende produtos à sua controladora ao custo, poderá não
vender nessas condições para outro cliente. Além disso, as transações entre partes relacionadas podem
não ser conduzidas pelos mesmos valores que entre partes não relacionadas.

7 Os lucros e perdas e a posição financeira de uma entidade podem ser afetados por um relacionamento
com partes relacionadas mesmo se as transações com partes relacionadas não ocorrerem. A mera
existência do relacionamento pode ser suficiente para afetar as transações da entidade com outras partes.
Por exemplo, uma subsidiária pode encerrar relacionamento com um parceiro comercial quando da

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IFRS Foundation A735
IAS 24

aquisição pela controladora de uma subsidiária-irmã dedicada à mesma atividade do parceiro comercial
anterior. Alternativamente, uma parte pode abster-se de agir por causa da influência significativa de outra
– por exemplo, uma subsidiária pode ser instruída por sua controladora a não se envolver em pesquisa
e desenvolvimento.

8 Por essas razões, o conhecimento de transações de uma entidade, saldos em aberto, incluindo
compromissos, e relacionamentos com partes relacionadas pode afetar as avaliações de suas operações
pelos usuários de demonstrações financeiras, incluindo avaliações dos riscos e oportunidades apresentados
para a entidade.

Definições
9 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Uma parte relacionada é uma pessoa ou entidade que seja relacionada à entidade que elabora suas
demonstrações financeiras (denominada nesta Norma como a “entidade que reporta”).

(a) Uma pessoa ou um membro próximo da família dessa pessoa é relacionada a uma entidade
que reporta se essa pessoa:

(i) tiver controle ou controle conjunto sobre a entidade que reporta;

(ii) tiver influência significativa sobre a entidade que reporta; ou

(iii) fizer parte do pessoal-chave da administração da entidade que reporta ou de uma


controladora da entidade que reporta.

(b) Uma entidade é relacionada a uma entidade que reporta se qualquer das condições a seguir
for aplicável:

(i) A entidade e a entidade que reporta forem membros do mesmo grupo (o que significa
que cada controladora, subsidiária e subsidiária-irmã é relacionada às demais).

(ii) Uma entidade é uma coligada ou empreendimento em conjunto da outra entidade (ou
uma coligada ou empreendimento em conjunto de um membro de um grupo do qual
a outra entidade seja membro).

(iii) Ambas as entidades são empreendimentos em conjunto do mesmo terceiro.

(iv) Uma entidade é um empreendimento em conjunto de uma terceira entidade, e a outra


entidade é uma coligada dessa terceira entidade.

(v) A entidade é um plano de benefícios pós-emprego para o benefício dos empregados


da entidade que reporta ou de qualquer entidade relacionada à entidade que reporta.
Se a entidade que reporta for ela própria esse plano, os empregadores patrocinadores
também serão relacionados à entidade que reporta.

(vi) A entidade é controlada ou controlada em conjunto por uma pessoa identificada em (a).

(vii) Uma pessoa identificada em (a)(i) tem influência significativa sobre a entidade ou é
um membro do pessoal-chave da administração da entidade (ou de uma controladora
da entidade).

Uma transação com partes relacionadas é uma transferência de recursos, serviços ou obrigações
entre uma entidade que reporta e uma parte relacionada, independentemente da cobrança de
um preço.

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IAS 24

Membros próximos da família de uma pessoa são aqueles membros da família que se pode esperar
que influenciem, ou que sejam influenciados, por essa pessoa nos seus negócios com a entidade
e incluem:

(a) os filhos e cônjuge ou companheiro(a) dessa pessoa;

(b) os filhos do cônjuge ou companheiro(a) dessa pessoa; e

(c) os dependentes dessa pessoa ou do cônjuge ou companheiro(a) dessa pessoa;

Remuneração inclui todos os benefícios aos empregados (conforme definido na IAS 19 – Benefícios
aos Empregados), incluindo os benefícios aos empregados aos quais se aplica a IFRS 2 – Pagamento
Baseado em Ações. Benefícios aos empregados são todas as formas de contrapartida pagas, pagáveis
ou fornecidas pela entidade, ou em nome da entidade, em troca de serviços prestados à entidade.
Inclui também a contrapartida paga em nome de uma controladora da entidade em relação à
entidade. Contrapartida inclui:

(a) benefícios de curto prazo aos empregados, tais como ordenados, salários e contribuições para a
seguridade social, licenças anuais remuneradas e licenças médicas remuneradas, participação
nos lucros e bônus (se pagáveis num período de doze meses após o final do período) e benefícios
não monetários (tais como assistência médica, auxílio-moradia, automóveis e bens ou serviços
gratuitos ou subsidiados) para os atuais empregados;

(b) benefícios pós-emprego, tais como pensões, outros benefícios de aposentadoria, seguro de
vida pós-emprego e assistência médica pós-emprego;

(c) outros benefícios de longo prazo aos empregados, incluindo licença por tempo de serviço ou
licença sabática, jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço, benefícios por invalidez
de longo prazo e, se não forem pagáveis integralmente dentro de doze meses após o final do
período, participação nos lucros, bônus e remuneração diferida;

(d) benefícios rescisórios; e

(e) pagamento baseado em ações.

Pessoal-chave da administração são pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo


planejamento, direção e controle das atividades da entidade, direta ou indiretamente, incluindo
qualquer diretor (seja executivo ou outro) dessa entidade.

Governamental refere-se ao governo, agências governamentais e órgãos similares, sejam eles locais,
nacionais ou internacionais.

Uma entidade relacionada a um governo é uma entidade que é controlada ou controlada em conjunto
por um governo ou em que o governo tem uma influência significativa.

Os termos “controle” e “entidade de investimento”, “controle conjunto” e “influência significativa”


são definidos na IFRS 10, na IFRS 11 – Negócios em Conjunto e na IAS 28 – Investimentos em
Coligadas e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures), respectivamente, e são utilizados nesta
Norma com os significados especificados nessas IFRSs.

10 Ao considerar cada possível relação com partes relacionadas, a atenção é voltada para a essência da
relação e não meramente para sua forma legal.

11 No contexto desta Norma, não são partes relacionadas:

(a) duas entidades, simplesmente por terem um diretor ou outro membro do pessoal-chave da
administração em comum ou porque um membro do pessoal-chave da administração de uma
entidade possui influência significativa sobre a outra entidade.

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IFRS Foundation A737
IAS 24

(b) dois empreendedores em conjunto simplesmente por compartilharem o controle conjunto sobre
um empreendimento em conjunto.

(c)

(i) provedores de financiamento,

(ii) sindicatos,

(iii) companhias de serviços públicos, e

(iv) departamentos e órgãos de um governo que não controlem, não controlem conjuntamente
ou não tenham influência significativa sobre a entidade que reporta,

simplesmente em virtude de suas transações normais com uma entidade (ainda que elas
possam afetar a liberdade de ação de uma entidade ou participar de seu processo de tomada
de decisão).

(d) um cliente, fornecedor, franqueador, distribuidor ou agente geral com quem uma entidade
transacione um volume significativo de negócios, simplesmente em virtude da dependência
econômica resultante.

12 Na definição de parte relacionada, uma coligada inclui suas subsidiárias, e um empreendimento em


conjunto inclui suas subsidiárias. Assim, por exemplo, a subsidiária de uma coligada e o investidor que
possui influência significativa sobre a coligada são relacionados entre si.

Divulgações

Todas as entidades
13 Os relacionamentos entre uma controladora e suas subsidiárias serão divulgados independentemente
de ter havido transações entre elas. Uma entidade divulgará o nome de sua controladora e, se
diferente, a parte controladora final. Se nem a entidade controladora nem a parte controladora
final produzir demonstrações financeiras consolidadas disponíveis para uso público, será também
divulgado o nome da controladora principal mais próxima que as produza.

14 Para permitir que os usuários de demonstrações financeiras formem um ponto de vista sobre os efeitos
dos relacionamentos com partes relacionadas sobre uma entidade, é apropriado divulgar o relacionamento
com partes relacionadas quando existir controle, independentemente de ter havido transações entre as
partes relacionadas.

15 O requisito de divulgação de relacionamentos com partes relacionadas entre uma controladora e suas
subsidiárias é adicional aos requisitos de divulgação da IAS 27 e da IFRS 12 – Divulgação de Participações
em Outras Entidades.

16 O parágrafo 13 refere-se à controladora principal mais próxima. Essa é a primeira controladora no grupo
acima da controladora imediata que produz demonstrações financeiras consolidadas disponíveis para
uso público.

17 Uma entidade divulgará a remuneração do pessoal-chave da administração no total e para cada


uma das seguintes categorias:

(a) benefícios de curto prazo aos empregados;

(b) benefícios pós-emprego;

(c) outros benefícios de longo prazo;

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IAS 24

(d) benefícios rescisórios; e

(e) pagamento baseado em ações.

18 Se uma entidade houver tido transações com partes relacionadas durante os períodos cobertos pelas
demonstrações financeiras, ela divulgará a natureza do relacionamento com partes relacionadas,
bem como informações sobre essas transações e saldos em aberto, incluindo compromissos,
necessárias para que os usuários compreendam o possível efeito desse relacionamento sobre
as demonstrações financeiras. Esses requisitos de divulgação são adicionais aos requisitos do
parágrafo 17. No mínimo, as divulgações incluirão:

(a) o montante das transações;

(b) o montante dos saldos em aberto, incluindo compromissos, e:

(i) seus termos e condições, incluindo se estão garantidos e a natureza da contrapartida a


ser fornecida na liquidação; e

(ii) detalhes de quaisquer garantias dadas ou recebidas;

(c) provisões para créditos duvidosos relacionados ao montante dos saldos em aberto; e

(d) a despesa reconhecida durante o período em relação a créditos incobráveis ou duvidosos


devidos por partes relacionadas.

19 As divulgações exigidas pelo parágrafo 18 serão feitas separadamente para cada uma das seguintes
categorias:

(a) a controladora;

(b) entidades com controle conjunto da entidade ou com influência significativa sobre ela;

(c) subsidiárias;

(d) coligadas;

(e) empreendimentos em conjunto em que a entidade é um empreendedor em conjunto;

(f) o pessoal-chave da administração da entidade ou de sua controladora; e

(g) outras partes relacionadas.

20 A classificação de montantes pagáveis e recebíveis de partes relacionadas em diferentes categorias,


conforme exigido no parágrafo 19, é uma extensão do requisito de divulgação na IAS 1 – Apresentação
de Demonstrações Financeiras para informações a serem apresentadas na demonstração da posição
financeira ou nas notas explicativas. As categorias são ampliadas para fornecer uma análise mais
abrangente dos saldos de partes relacionadas e aplicam-se a transações com partes relacionadas.

21 São exemplos de transações que são divulgadas, se ocorrerem com uma parte relacionada:

(a) compras ou vendas de produtos (acabados ou não acabados);

(b) compras ou vendas de propriedades e outros ativos;

(c) prestação ou recebimento de serviços;

(d) arrendamentos;

(e) transferências de pesquisa e desenvolvimento;

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IAS 24

(f) transferências segundo acordos de licença;

(g) transferências segundo acordos financeiros (incluindo empréstimos e contribuições de capital à


vista ou em espécie);

(h) fornecimento de garantias ou caução;

(i) compromissos de praticar um determinado ato se um evento específico ocorrer ou não ocorrer no
futuro, incluindo contratos executórios1 (reconhecidos e não reconhecidos); e

(j) liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome dessa parte relacionada.

22 A participação por uma controladora ou subsidiária em um plano de benefício definido que compartilha
os riscos entre entidades de grupo é uma transação entre partes relacionadas (vide parágrafo 42 da IAS 19
(tal como alterada em 2011)).

23 As divulgações de que as transações com partes relacionadas foram conduzidas em termos equivalentes
àqueles que prevalecem em transações em bases usuais de mercado são feitas somente se esses termos
puderem ser comprovados.

24 Itens de natureza similar podem ser divulgados conjuntamente, exceto quando for necessária a
divulgação separada para compreensão dos efeitos de transações com partes relacionadas sobre
as demonstrações financeiras da entidade.

Entidades relacionadas a um governo


25 Uma entidade que reporta está isenta dos requisitos de divulgação do parágrafo 18 em relação a
transações com partes relacionadas e saldos em aberto, incluindo compromissos, com:

(a) um governo que tenha controle ou controle conjunto da entidade que reporta ou influência
significativa sobre ela; e

(b) outra entidade que seja uma parte relacionada porque o mesmo governo tem o controle ou
controle conjunto tanto da entidade que reporta quanto da outra entidade ou influência
significativa sobre elas.

26 Se uma entidade que reporta aplicar a isenção do parágrafo 25, ela divulgará o seguinte a respeito
das transações e dos respectivos saldos em aberto referidos no parágrafo 25:

(a) o nome do governo e a natureza de seu relacionamento com a entidade que reporta (ou seja,
controle, controle conjunto ou influência significativa);

(b) as informações a seguir, suficientemente detalhadas para permitir aos usuários das
demonstrações financeiras da entidade compreender o efeito das transações com partes
relacionadas sobre suas demonstrações financeiras:

(i) a natureza e o valor de cada transação individualmente significativa; e

(ii) para outras transações que sejam coletiva, mas não individualmente significativas, uma
indicação qualitativa ou quantitativa de sua extensão. Os tipos de transações incluem
aqueles relacionados no parágrafo 21.

27 Ao utilizar seu julgamento para determinar o nível de detalhe a ser divulgado de acordo com os requisitos
do parágrafo 26(b), a entidade que reporta considerará a proximidade do relacionamento com partes

1 A IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes define contratos executórios como contratos nos quais nenhuma
das partes cumpriu nenhuma de suas obrigações ou ambas as partes cumpriram parcialmente suas obrigações na mesma extensão.

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IAS 24

relacionadas e outros fatores pertinentes para determinar o nível de significância da transação, como,
por exemplo, se ela:

(a) é significativa em termos de tamanho;

(b) é realizada em termos não usuais de mercado;

(c) está fora das operações comerciais cotidianas, tais como a compra e venda de negócios;

(d) é divulgada a autoridades regulatórias ou supervisoras;

(e) é relatada à administração superior;

(f) está sujeita a aprovação dos acionistas.

Data de vigência e transição


28 Uma entidade aplicará esta Norma retrospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2011. A aplicação antecipada é permitida, seja da Norma como um todo ou da isenção parcial
dos parágrafos 25–27 para entidades relacionadas a um governo. Se uma entidade aplicar a totalidade
da Norma ou a isenção parcial para um período iniciado antes de 1º de janeiro de 2011, ela divulgará
esse fato.

28A A IFRS 10, a IFRS 11 – Negócios em Conjunto e a IFRS 12, emitidas em maio de 2011, alteraram os
parágrafos 3, 9, 11(b), 15, 19(b) e (e) e 25. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a
IFRS 10, a IFRS 11 e a IFRS 12.

28B Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 4 e 9. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se aplicar
essas alterações antecipadamente, a entidade aplicará também todas as alterações incluídas em Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.

Revogação da IAS 24 (2003)


29 Esta Norma substitui a IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas (tal como revisada em 2003).

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IAS 24

Apêndice
Alteração à IFRS 8 – Segmentos Operacionais

Esta alteração contida neste apêndice, quando esta Norma foi emitida em 2009, foi incorporada na IFRS 8
conforme publicada nesta edição.

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IAS 26

Norma Internacional de Contabilidade IAS 26

Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de


Benefícios de Aposentadoria
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 26 – Contabilização
e Relatório de Planos de Benefícios de Aposentadoria, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas
Internacionais de Contabilidade em janeiro de 1987.

©
IFRS Foundation A743
IAS 26

Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 26


CONTABILIZAÇÃO E RELATÓRIO FINANCEIRO DE
PLANOS DE BENEFÍCIOS DE APOSENTADORIA
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 8
PLANOS DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA 13
PLANOS DE BENEFÍCIO DEFINIDO 17
Valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos 23
Frequência de avaliações atuariais 27
Conteúdo das demonstrações financeiras 28
TODOS OS PLANOS 32
Avaliação dos ativos do plano 32
Divulgação 34
DATA DE VIGÊNCIA 37

A744 ©
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IAS 26

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 26 – Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios


de Aposentadoria (IAS 26) é definida nos parágrafos 1-37. Todos os parágrafos têm igual importância, mas
mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 26 deve ser lida no contexto do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

©
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IAS 26

Norma Internacional de Contabilidade IAS 26


Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de
Benefícios de Aposentadoria

Alcance
1 Esta Norma será aplicada nas demonstrações financeiras de planos de benefícios de aposentadoria
para os quais sejam preparadas essas demonstrações financeiras.

2 Os planos de benefícios de aposentadoria algumas vezes são referidos por vários outros nomes, tais
como “planos de pensão”, “planos de aposentadoria” ou “planos de benefício de aposentadoria”. Esta
Norma considera um plano de benefícios de aposentadoria como uma entidade que reporta separada dos
empregadores dos participantes no plano. Todas as outras Normas se aplicam às demonstrações financeiras
de planos de benefícios de aposentadoria na medida em que não forem substituídas por esta Norma.

3 Esta Norma trata da contabilização e apresentação de informações pelo plano, a todos os participantes
como um grupo. Ela não trata de informações aos participantes individuais, sobre seus direitos de benefício
de aposentadoria.

4 A IAS 19 – Benefícios aos Empregados trata da determinação do custo de benefícios de aposentadoria


nas demonstrações financeiras de empregadores que possuem planos. Portanto, esta Norma complementa
a IAS 19.

5 Os planos de benefícios de aposentadoria podem ser planos de contribuição definida ou planos de


benefício definido. Muitos exigem a criação de fundos separados, que podem ou não ter identidade
jurídica separada e podem ou não ter depositários (trustees), aos quais as contribuições são feitas e a
partir dos quais os benefícios de aposentadoria são pagos. Esta Norma se aplica independentemente de
esse fundo ser criado e independentemente da existência de depositários (trustees).

6 Os planos de benefícios de aposentadoria com ativos investidos junto a companhias seguradoras estão
sujeitos aos mesmos requisitos contábeis e de fundeamento que os acordos investidos de forma privada.
Consequentemente, eles estão dentro do alcance desta Norma, exceto se o contrato junto à companhia
seguradora estiver em nome de um participante específico ou um grupo de participantes e a obrigação
do benefício de aposentadoria estiver exclusivamente sob a responsabilidade da companhia seguradora.

7 Esta Norma não trata de outras formas de benefícios trabalhistas, tais como indenizações por rescisão de
contrato de trabalho, acordos de remuneração diferida, benefícios de licença de longo prazo, aposentadoria
especial antecipada ou plano de redundância, planos de assistência médica e bem-estar e planos de bônus.
Os acordos governamentais do tipo previdenciário estão excluídos do alcance desta Norma.

Definições
8 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Planos de benefícios de aposentadoria são acordos pelos quais uma entidade oferece benefícios
a seus empregados por ocasião do término do período de serviço ou após esse término (seja na
forma de uma renda anual ou por valor global), quando esses benefícios, ou as contribuições feitas
a eles, podem ser determinados ou estimados antes da aposentadoria, a partir das disposições de
um documento ou das práticas da entidade.

Planos de contribuição definida são planos de benefícios de aposentadoria nos quais os valores
a serem pagos a título de benefícios de aposentadoria são determinados por contribuições a um
fundo, juntamente com os respectivos ganhos de investimentos.

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IFRS Foundation
IAS 26

Planos de benefício definido são planos de benefícios de aposentadoria nos quais os valores a
serem pagos a título de benefícios de aposentadoria são determinados de acordo com uma fórmula
geralmente baseada nos rendimentos e/ou anos de serviço dos empregados.

Fundeamento é a transferência de ativos para uma entidade (o fundo) separada da entidade do


empregador, para satisfazer obrigações futuras de pagamento de benefícios de aposentadoria.

Para as finalidades desta Norma, também são usados os termos a seguir:

Participantes são os membros de um plano de benefícios de aposentadoria e outros que tenham


direito a benefícios em virtude de um plano.

Ativos líquidos disponíveis para benefícios são os ativos de um plano menos os passivos, exceto o
valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos.

O valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos é o valor presente dos
pagamentos previstos de um plano de benefícios de aposentadoria para atuais e ex-empregados,
atribuíveis a serviço já prestado.

Benefícios adquiridos são benefícios cujos direitos, de acordo com as condições de um plano de
benefícios de aposentadoria, não dependem da permanência no emprego.

9 Alguns planos de benefícios de aposentadoria possuem patrocinadores diferentes dos empregadores;


esta Norma também se aplica às demonstrações financeiras desses planos.

10 A maioria dos planos de benefícios de aposentadoria é baseada em contratos formais. Alguns planos
são informais, mas adquiriram um nível de obrigação como resultado das práticas estabelecidas dos
empregadores. Embora alguns planos permitam que os empregadores limitem suas obrigações previstas
nos planos, é normalmente difícil para um empregador cancelar um plano se os empregados tiverem de
ser retidos. A mesma base contábil e de apresentação de informações se aplica tanto a um plano informal
quanto a um plano formal.

11 Muitos planos de benefícios de aposentadoria dispõem o estabelecimento de fundos separados, nos


quais são feitas as contribuições e a partir dos quais são pagos os benefícios. Esses fundos podem ser
administrados por partes que ajam independentemente no gerenciamento de ativos do fundo. Essas partes
são denominadas depositários (trustees) em alguns países. O termo depositário (trustee) é usado nesta
Norma para descrever essas partes, independentemente de um depositário ter sido constituído.

12 Os planos de benefícios de aposentadoria são normalmente descritos como planos de contribuição definida
ou planos de benefício definido, cada um tendo as suas próprias características distintas. Ocasionalmente,
existem planos que contêm características de ambos. Esses planos híbridos são considerados como planos
de benefício definido para as finalidades desta Norma.

Planos de contribuição definida


13 As demonstrações financeiras de um plano de contribuição definida conterão uma demonstração
dos ativos líquidos disponíveis para benefícios e uma descrição da política de fundeamento.

14 Em um plano de contribuição definida, o valor dos benefícios futuros de um participante é determinado


pelas contribuições pagas pelo empregador, pelo participante, ou ambos, e pela eficiência operacional
e rendimentos de investimentos do fundo. A obrigação de um empregador é geralmente cumprida na
medida em que realiza as contribuições ao fundo. Uma recomendação do atuário não é normalmente
necessária, embora essa recomendação seja utilizada algumas vezes para estimar os benefícios futuros,
que podem ser obtidos com base nas contribuições presentes e nos níveis variáveis de contribuições
futuras e rendimentos de investimento.

15 Os participantes estão interessados nas atividades do plano, pois elas afetam diretamente o nível de seus
benefícios futuros. Os participantes estão interessados em saber se as contribuições foram recebidas e

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IAS 26

se o controle adequado foi exercido para proteger os direitos dos beneficiários. Um empregador está
interessado na operação eficiente e justa do plano.

16 O objetivo da apresentação de informações por um plano de contribuição definida é fornecer,


periodicamente, informações sobre o plano e o desempenho de seus investimentos. Esse objetivo é
geralmente obtido pelo fornecimento de demonstrações financeiras, incluindo o seguinte:

(a) uma descrição das atividades significativas do período e o efeito de quaisquer mudanças relativas
ao plano e sua associação e termos e condições;

(b) demonstrações que informem sobre as transações e desempenho do investimento para o período e
a posição financeira do plano no final do período; e

(c) uma descrição das políticas de investimento.

Planos de benefício definido


17 As demonstrações financeiras de um plano de benefício definido conterão:

(a) uma demonstração que mostre:

(i) os ativos líquidos disponíveis para benefícios;

(ii) o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos, distinguidos entre
os benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos; e

(iii) o excedente ou deficit resultante; ou

(b) uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para benefícios, incluindo:

(i) uma nota divulgando o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria
prometidos, distinguidos entre os benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos; ou

(ii) uma referência a essas informações em um relatório atuarial anexo.

Se uma avaliação atuarial não tiver sido preparada na data das demonstrações financeiras, a
avaliação mais recente será usada como uma base e a data da avaliação será divulgada.

18 Para as finalidades do parágrafo 17, o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria
prometidos será baseado nos benefícios prometidos sob os termos do plano, em relação ao serviço
prestado até a data, usando os níveis atuais de salário ou níveis projetados de salário, com a
divulgação da base utilizada. O efeito de quaisquer mudanças nas premissas atuariais que tiveram
um efeito significativo no valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos
também será divulgado.

19 As demonstrações financeiras explicarão o relacionamento entre o valor presente atuarial dos


benefícios de aposentadoria prometidos e os ativos líquidos disponíveis para benefícios e a política
para o fundeamento dos benefícios prometidos.

20 Em um plano de benefício definido, o pagamento de benefícios de aposentadoria prometidos depende da


posição financeira do plano e da capacidade dos contribuintes de fazer contribuições futuras ao plano,
bem como o desempenho do investimento e a eficiência operacional do plano.

21 Um plano de benefício definido precisa de uma recomendação periódica de um atuário para avaliar a
condição financeira do plano, revisar as premissas e recomendar níveis de contribuição futura.

22 O objetivo da apresentação de informações por um plano de benefício definido é fornecer, periodicamente,


informações sobre os recursos financeiros e atividades do plano que sejam úteis na avaliação dos

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IAS 26

relacionamentos entre o acúmulo de recursos e os benefícios do plano ao longo do tempo. Esse objetivo
é geralmente obtido pelo fornecimento de demonstrações financeiras, incluindo o seguinte:

(a) uma descrição das atividades significativas do período e o efeito de quaisquer mudanças relativas
ao plano e sua associação e termos e condições;

(b) demonstrações que informem sobre as transações e desempenho do investimento do período e a


posição financeira do plano no final do período;

(c) informações atuariais como parte das demonstrações ou por meio de um relatório separado; e

(d) uma descrição das políticas de investimento.

Valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos


23 O valor presente dos pagamentos previstos por um plano de benefícios de aposentadoria pode ser
calculado e informado usando-se os níveis atuais de salário ou níveis projetados de salário até a ocasião
da aposentadoria dos participantes.

24 Os motivos fornecidos para adotar uma abordagem do salário atual incluem:

(a) o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos, que é a soma dos valores
atualmente atribuíveis a cada participante no plano, pode ser calculado de forma mais objetiva do
que os níveis projetados de salário, pois envolve menos premissas;

(b) os aumentos nos benefícios atribuíveis a um aumento de salário se tornam uma obrigação do plano
na ocasião do aumento de salário; e

(c) a quantia do valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos que usa os níveis
atuais de salário está, de modo geral, relacionada, de forma mais próxima, ao valor pagável no
caso de rescisão ou interrupção do plano.

25 Os motivos fornecidos para adotar uma abordagem de salário projetado incluem:

(a) as informações financeiras devem ser preparadas com base em uma continuidade operacional,
independente das premissas e estimativas que devem ser feitas;

(b) em planos de pagamento definitivo, os benefícios são determinados por referência a salários na
data de aposentadoria ou próximo a ela; portanto, os salários, os níveis de contribuição e as taxas
de retorno devem ser projetadas; e

(c) a falha em incorporar projeções de salário, quando a maior parte do fundeamento for baseada
nas projeções de salário, pode resultar na apresentação de informações de um aparente excesso
de fundeamento quando o plano não está com esse excesso, ou na informação de fundeamento
adequado, quando o plano está subfundeado.

26 O valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos com base nos salários atuais é
divulgado nas demonstrações financeiras de um plano para indicar a obrigação dos benefícios obtidos
até a data das demonstrações financeiras. O valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria
prometidos baseado em salários projetados é divulgado para indicar a magnitude da obrigação potencial
em uma base de continuidade operacional, que é geralmente a base para fundeamento. Além de divulgar
o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos, pode ser necessário dar explicações
adicionais, de modo a indicar claramente o contexto em que deve ser considerado o valor presente atuarial
dos benefícios de aposentadoria prometidos. Essa explicação pode ser na forma de informação sobre a
adequação do fundeamento futuro planejado e da política de fundeamento, com base nas projeções de
salário. Isso pode ser incluído nas demonstrações financeiras ou no relatório do atuário.

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IFRS Foundation A749
IAS 26

Frequência de avaliações atuariais


27 Em muitos países, as avaliações atuariais não são obtidas com frequência maior do que três anos. Se
uma avaliação atuarial não tiver sido preparada na data das demonstrações financeiras, a avaliação mais
recente é usada como base e a data da avaliação é divulgada.

Conteúdo das demonstrações financeiras


28 Para os planos de benefício definido, as informações são apresentadas em um dos seguintes formatos,
que refletem diferentes práticas na divulgação e apresentação de informações atuariais:

(a) uma demonstração é incluída nas demonstrações financeiras, mostrando os ativos líquidos
disponíveis para benefícios, o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos
e o excedente ou deficit resultante. As demonstrações financeiras do plano também contêm
demonstrações das mudanças nos ativos líquidos disponíveis para benefícios e mudanças no valor
presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos. As demonstrações financeiras podem
ser acompanhadas de um relatório separado do atuário, que comprova o valor presente atuarial dos
benefícios de aposentadoria prometidos;

(b) demonstrações financeiras que incluam uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para
benefícios e uma demonstração das mudanças nos ativos líquidos disponíveis para benefícios.
O valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos é divulgado em uma nota
explicativa das demonstrações. As demonstrações financeiras também podem ser acompanhadas de
um relatório de um atuário, que comprove o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria
prometidos; e

(c) demonstrações financeiras que incluam uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para
benefícios e uma demonstração das mudanças nos ativos líquidos disponíveis para benefícios com
o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos, contidos em um relatório
atuarial separado.

Em cada formato, um relatório dos depositários (trustees) com a natureza de um relatório da administração
ou dos diretores e um relatório de investimento também podem acompanhar as demonstrações financeiras.

29 Aqueles a favor dos formatos descritos no parágrafo 28(a) e (b) acreditam que a quantificação dos
benefícios de aposentadoria prometidos e outras informações fornecidas nessas abordagens ajudam os
usuários a avaliarem o status atual do plano e a probabilidade de cumprimento das obrigações do plano.
Eles também acreditam que as demonstrações financeiras devem ser completas por si, e não confiam em
demonstrações anexas. Contudo, alguns acreditam que o formato descrito no parágrafo 28(a) poderia
dar a impressão de que existe um passivo, enquanto que o valor presente atuarial dos benefícios de
aposentadoria prometidos não possui, em sua opinião, todas as características de um passivo.

30 Aqueles a favor do formato descrito no parágrafo 28(c) acreditam que o valor presente atuarial dos
benefícios de aposentadoria prometidos não deve ser incluído em uma demonstração de ativos líquidos
disponíveis para benefícios, como no formato descrito no parágrafo 28(a) ou ainda ser divulgado em uma
nota explicativa como no parágrafo 28(b), pois ele será comparado diretamente com os ativos do plano
e essa comparação pode não ser válida. Eles sustentam que os atuários não comparam necessariamente
o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos com os valores de mercado de
investimentos, mas podem, em vez disso, avaliar o valor presente dos fluxos de caixa esperados dos
investimentos. Portanto, aqueles a favor desse formato acreditam que essa comparação provavelmente não
refletirá a avaliação geral do atuário do plano e que isso pode ser mal compreendido. Do mesmo modo,
alguns acreditam que, independentemente de serem quantificadas, as informações sobre os benefícios de
aposentadoria prometidos devem estar contidas exclusivamente no relatório atuarial separado, no qual
possa ser fornecida uma explicação adequada.

31 Esta Norma aceita os pontos de vista favoráveis à permissão da divulgação das informações relativas aos
benefícios de aposentadoria prometidos em um relatório atuarial separado. Ela rejeita argumentos contra a
quantificação do valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos. Consequentemente,

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IAS 26

os formatos descritos no parágrafo 28(a) e (b) são considerados aceitáveis de acordo com esta Norma,
da mesma forma que o formato descrito no parágrafo 28(c), contanto que as demonstrações financeiras
contenham uma referência e sejam acompanhadas de um relatório atuarial que inclua o valor presente
atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos.

Todos os planos

Avaliação dos ativos do plano


32 Os investimentos do plano de benefícios de aposentadoria serão reconhecidos ao valor justo. No
caso de valores mobiliários negociáveis, o valor justo é o valor de mercado. Quando não for possível
uma estimativa do valor justo dos investimentos mantidos pelo plano, será feita uma divulgação
sobre o motivo pelo qual o valor justo não é utilizado.

33 No caso de valores mobiliários negociáveis, o valor justo é geralmente o valor de mercado, pois é
considerada a medida mais útil dos valores mobiliários na data do relatório e do desempenho do
investimento do período. Esses valores mobiliários que possuem um valor de resgate fixo e que foram
adquiridos para compatibilizar as obrigações do plano, ou suas partes específicas, podem ser lançados
pelos valores baseados no seu último valor de resgate, assumindo uma taxa constante de retorno até o
vencimento. Quando os investimentos mantidos pelos planos não tiverem uma estimativa possível do
valor justo, como, por exemplo, a propriedade total de uma entidade, será feita uma divulgação sobre
o motivo pelo qual o valor justo não é utilizado. Na medida em que os investimentos são lançados por
valores diferentes do valor de mercado ou valor justo, o valor justo é também divulgado de modo geral.
Os ativos usados nas operações do fundo são contabilizados de acordo com as Normas aplicáveis.

Divulgação
34 As demonstrações financeiras de um plano de benefícios de aposentadoria, seja de benefício definido
ou de contribuição definida, também conterão as seguintes informações:

(a) uma demonstração das mudanças nos ativos líquidos disponíveis para benefícios;

(b) um resumo das políticas contábeis significativas; e

(c) uma descrição do plano e do efeito de quaisquer mudanças no plano durante o período.

35 As demonstrações financeiras fornecidas por planos de benefícios de aposentadoria incluem o seguinte,


se aplicável:

(a) uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para benefícios, divulgando:

(i) ativos no final do período classificados adequadamente;

(ii) a base de avaliação dos ativos;

(iii) detalhes de qualquer investimento único que exceda a 5% dos ativos líquidos disponíveis
para benefícios ou a 5% de qualquer classe ou tipo de garantia;

(iv) detalhes de qualquer investimento no empregador; e

(v) passivos que não sejam o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos;

(b) uma demonstração das mudanças nos ativos líquidos disponíveis para benefícios que mostre
o seguinte:

(i) contribuições do empregador;

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IAS 26

(ii) contribuições dos empregados;

(iii) renda do investimento, como por exemplo, juros e dividendos;

(iv) outras rendas;

(v) benefícios pagos ou a pagar (analisados, por exemplo, como benefícios de aposentadoria,
morte e invalidez e pagamentos totais);

(vi) despesas administrativas;

(vii) outras despesas;

(viii) impostos sobre a renda;

(ix) lucros e perdas na alienação de investimentos e mudanças no valor de investimentos; e

(x) transferências de/para outros planos;

(c) uma descrição da política de fundeamento;

(d) para planos de benefício definido, o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria
prometidos (que possa distinguir entre benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos), com
base nos benefícios prometidos nos termos do plano, em relação ao serviço prestado até a data,
e usando os níveis atuais de salário ou níveis projetados de salário; essas informações podem ser
incluídas em um relatório atuarial anexo, a ser lido em conjunto com as respectivas demonstrações
financeiras; e

(e) para planos de benefício definido, uma descrição das premissas atuariais significativas feitas e o
método usado para calcular o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos.

36 O relatório de um plano de benefícios de aposentadoria deve conter uma descrição do plano, seja como
parte das demonstrações financeiras ou em um relatório separado. Ele pode conter o seguinte:

(a) os nomes dos empregadores e do grupo de empregados cobertos;

(b) o número de participantes que recebe benefícios e o número de outros participantes, classificados
conforme apropriado;

(c) o tipo do plano – contribuição definida ou benefício definido;

(d) uma nota em relação à contribuição dos participantes ao plano;

(e) uma descrição dos benefícios de aposentadoria prometidos aos participantes;

(f) uma descrição de quaisquer termos de rescisão do plano; e

(g) mudanças nos itens (a) a (f) durante o período coberto pelo relatório.

Não é incomum se referir a outros documentos que estejam facilmente disponíveis aos usuários e nos
quais o plano é descrito, e incluir somente as informações sobre mudanças subsequentes.

Data de vigência
37 Esta Norma é aplicável para demonstrações financeiras de planos de benefícios de aposentadoria que
cobrem períodos com início em ou após 1º de janeiro de 1988.

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IAS 27

Norma Internacional de Contabilidade IAS 27

Demonstrações Financeiras Separadas


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Contabilização de Investimentos em Subsidiárias, que foi originalmente emitida
pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em abril de 1989. Essa norma substituiu a IAS 3 –
Demonstrações Financeiras Consolidadas (emitida em junho de 1976), exceto pelas partes que tratam da
contabilização de investimento em coligadas.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu uma IAS 27 revisada com um novo título – Demonstrações Financeiras
Consolidadas e Separadas. Essa IAS 27 revisada era parte da agenda inicial do IASB de projetos técnicos. A IAS 27
revisada também incorporou a orientação de duas Interpretações relacionadas (SIC-12 – Consolidação – Entidades
de Propósitos Específicos e SIC-33 – Consolidação e Método de Equivalência Patrimonial – Direitos Potenciais de
Voto e Alocação de Participações Societárias).

O IASB alterou a IAS 27 em janeiro de 2008 para tratar da contabilização de participações de não controladores e
perda de controle de uma subsidiária como parte de seu projeto de combinações de negócios.

Em maio de 2011, o IASB emitiu uma IAS 27 revisada com um título modificado – Demonstrações Financeiras
Separadas. A IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas trata do princípio de controle e dos requisitos
relativos à elaboração de demonstrações financeiras consolidadas.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 27. Elas incluem a IFRS 5 – Ativos Não
Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas (emitida em março de 2004), a IAS 1 – Apresentação
de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio
de 2008) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IAS 27

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 27
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 4
ELABORAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS 9
DIVULGAÇÃO 15
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 18
Referências à IFRS 9 19
REVOGAÇÃO DA IAS 27 (2008) 20

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 27 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE CUSTO DE UM INVESTIMENTO EM UMA SUBSIDIÁRIA,
ENTIDADE CONTROLADA EM CONJUNTO OU COLIGADA (ALTERAÇÕES À IFRS 1 E À IAS 27)
EMITIDA EM MAIO DE 2008
BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IAS 27

A Norma Internacional de Contabilidade 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (IAS 27) é definida nos
parágrafos 1–20. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 27 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 27

Introdução

IN1 A IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas contém requisitos contábeis e de divulgação para
investimentos em subsidiárias, empreendimentos em conjunto (joint ventures) e coligadas quando uma
entidade elabora demonstrações financeiras separadas. A Norma exige que uma entidade que elabora
demonstrações financeiras separadas contabilize esses investimentos ao custo ou de acordo com a
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

IN2 A Norma entra em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação
antecipada é permitida.

IN3 Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
introduziu uma exceção ao princípio da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas de
que todas as subsidiárias serão consolidadas. As alterações definem uma entidade de investimento e
exigem que uma controladora que seja uma entidade de investimento mensure seus investimentos em
subsidiárias específicas ao valor justo por meio do resultado de acordo com a IFRS 9 (ou a IAS 39 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, se a IFRS 9 ainda não tiver sido adotada),
em vez de consolidar essas subsidiárias em suas demonstrações financeiras consolidadas e separadas.
Consequentemente, as alterações introduziram também novos requisitos de divulgação para entidades
de investimento na IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, com as divulgações
correspondentes introduzidas nesta IFRS.

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IAS 27

Norma Internacional de Contabilidade IAS 27


Demonstrações Financeiras Separadas

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever os requisitos contábeis e de divulgação para investimentos em
subsidiárias, empreendimentos em conjunto e coligadas quando uma entidade elabora demonstrações
financeiras separadas.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização de investimentos em subsidiárias, empreendimentos
em conjunto e coligadas quando uma entidade decidir, ou for obrigada pelos regulamentos locais
a, apresentar demonstrações financeiras separadas.

3 Esta Norma não determina quais entidades produzem demonstrações financeiras separadas. Ela se
aplica quando uma entidade elabora demonstrações financeiras separadas que cumprem as Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

Definições
4 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações financeiras de um grupo nas quais


os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de
suas subsidiárias são apresentados como os de uma única entidade econômica.

Demonstrações financeiras separadas são aquelas apresentadas por uma controladora (ou seja, um
investidor com o controle de uma subsidiária) ou por um investidor com o controle conjunto de uma
investida, ou com influência significativa sobre ela, nas quais os investimentos são contabilizados
ao custo ou de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

5 Os termos a seguir são definidos no Apêndice A da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas,


no Apêndice A da IFRS 11 – Negócios em Conjunto e no parágrafo 3 da IAS 28 – Investimentos em
Coligadas e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures):

yy coligada

yy controladora

yy controle conjunto

yy controle de uma investida

yy empreendedor em conjunto

yy empreendimento em conjunto (joint venture)

yy entidade de investimento

yy grupo

yy influência significativa

yy subsidiária.

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IAS 27

6 Demonstrações financeiras separadas são aquelas apresentadas adicionalmente às demonstrações


financeiras consolidadas ou às demonstrações financeiras nas quais os investimentos em coligadas ou
empreendimentos em conjunto são contabilizados utilizando-se o método de equivalência patrimonial,
exceto nas circunstâncias previstas no parágrafo 8–8A. As demonstrações financeiras separadas não
precisam ser anexadas a essas demonstrações, ou acompanhá-las.

7 Demonstrações financeiras nas quais o método de equivalência patrimonial é aplicado não constituem
demonstrações financeiras separadas. Da mesma forma, as demonstrações financeiras de uma entidade
que não possui uma subsidiária, coligada ou participação de empreendedor em conjunto em um
empreendimento em conjunto não são demonstrações financeiras separadas.

8 Uma entidade que, de acordo com o parágrafo 4(a) da IFRS 10, está isenta da consolidação ou que, de
acordo com o parágrafo 17 da IAS 28 (tal como alterada em 2011), está isenta da aplicação do método
de equivalência patrimonial pode apresentar demonstrações financeiras separadas como suas únicas
demonstrações financeiras.

8A Uma entidade de investimento que seja obrigada, durante o período atual e todos os períodos
comparativos apresentados, a aplicar a exceção à consolidação para todas as suas subsidiárias de acordo
com o parágrafo 31 da IFRS 10 apresenta demonstrações financeiras separadas como suas únicas
demonstrações financeiras.

Elaboração de demonstrações financeiras separadas


9 Demonstrações financeiras separadas serão elaboradas de acordo com todas as IFRSs aplicáveis,
salvo conforme disposto no parágrafo 10.

10 Ao elaborar demonstrações financeiras separadas, uma entidade contabilizará investimentos em


subsidiárias, empreendimentos em conjunto e coligadas:

(a) ao custo, ou

(b) de acordo com a IFRS 9.

A entidade aplicará a mesma contabilização para cada categoria de investimentos. Investimentos


contabilizados ao custo serão contabilizados de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes
Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas quando forem classificados como mantidos
para venda (ou incluídos em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para
venda). A mensuração de investimentos contabilizados de acordo com a IFRS 9 não é alterada
nessas circunstâncias.

11 Se uma entidade optar, de acordo com o parágrafo 18 da IAS 28 (tal como alterada em 2011), por
mensurar seus investimentos em coligadas ou empreendimentos em conjunto ao valor justo por meio
do resultado, de acordo com a IFRS 9, ela também contabilizará esses investimentos da mesma forma
em suas demonstrações financeiras separadas.

11A Se uma controladora for obrigada, de acordo com o parágrafo 31 da IFRS 10, a mensurar seu investimento
em uma subsidiária ao valor justo por meio do resultado de acordo com a IFRS 9, ela também contabilizará
o seu investimento em uma subsidiária da mesma forma em suas demonstrações financeiras separadas.

11B Quando uma controladora deixar de ser uma entidade de investimento ou quando se tornar uma entidade
de investimento, ela contabilizará a mudança a partir da data em que a mudança de condição ocorrer, da
seguinte forma:

(a) quando uma entidade deixar de ser uma entidade de investimento, a entidade, de acordo com o
parágrafo 10 pode:

(i) contabilizar um investimento em uma subsidiária ao custo. O valor justo da subsidiária na


data da mudança de condição será utilizado como o custo atribuído nessa data; ou

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IAS 27

(ii) continuar a contabilizar um investimento em uma subsidiária de acordo com a IFRS 9.

(b) Quando uma entidade se tornar uma entidade de investimento, ela contabilizará um investimento
em uma subsidiária ao valor justo por meio do resultado de acordo com a IFRS 9. A diferença
entre o valor contábil anterior da subsidiária e seu valor justo na data da mudança de condição
do investidor será reconhecida como um ganho ou perda em lucros e perdas. O valor acumulado
de qualquer ajuste ao valor justo anteriormente reconhecido em outros resultados abrangentes em
relação a essas subsidiárias será tratado como se a entidade de investimento tivesse alienado aquelas
subsidiárias na data da mudança de condição.

12 Uma entidade reconhecerá um dividendo de uma subsidiária, um empreendimento em conjunto


ou uma coligada no resultado, em suas demonstrações financeiras separadas, quando o seu direito
de receber o dividendo for estabelecido.

13 Quando uma controladora reorganizar a estrutura de seu grupo, estabelecendo uma nova entidade como
sua controladora, de uma maneira que satisfaça os seguintes critérios:

(a) a nova controladora obtenha o controle da controladora original por meio da emissão de instrumentos
de patrimônio em troca de instrumentos de patrimônio existentes da controladora original;

(b) os ativos e passivos do novo grupo e do grupo original sejam os mesmos imediatamente antes e
depois da reorganização; e

(c) os sócios da controladora original antes da reorganização tenham as mesmas participações absolutas
e relativas sobre os ativos líquidos do grupo original e do novo grupo imediatamente antes e depois
da reorganização,

e a nova controladora contabilizar seu investimento na controladora original de acordo com o parágrafo
10(a) em suas demonstrações financeiras separadas, a nova controladora mensurará o custo pelo valor
contábil de sua participação nos itens do patrimônio líquido mostrada nas demonstrações financeiras
separadas da controladora original na data da reorganização.

14 Da mesma forma, uma entidade que não for uma controladora pode estabelecer uma nova entidade como
sua controladora, de uma maneira que atenda aos critérios do parágrafo 13. Os requisitos do parágrafo
13 aplicam-se igualmente a essas reorganizações. Nesses casos, referências à “controladora original” e
ao “grupo original” são referências à “entidade original”.

Divulgação
15 Uma entidade aplicará todas as IFRSs aplicáveis ao fornecer divulgações em suas demonstrações
financeiras separadas, incluindo os requisitos dos parágrafos 16 e 17.

16 Quando uma controladora, de acordo com o parágrafo 4(a) da IFRS 10, optar por não elaborar
demonstrações financeiras consolidadas e, em seu lugar, elaborar demonstrações financeiras
separadas, ela divulgará, nessas demonstrações financeiras separadas:

(a) o fato de que as demonstrações financeiras são demonstrações financeiras separadas; que foi
utilizada a isenção da consolidação; o nome e a sede (e o país de constituição, se diferente)
da entidade cujas demonstrações financeiras consolidadas que cumprem as Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) foram produzidas para uso público; e o
endereço em que essas demonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas.

(b) uma lista de investimentos significativos em subsidiárias, empreendimentos em conjunto e


coligadas, incluindo:

(i) o nome dessas investidas.

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IFRS Foundation A759
IAS 27

(ii) a sede (e o país de constituição, se diferente) dessas investidas.

(iii) a sua proporção da participação societária (e sua proporção dos direitos de voto, se
diferente) detida nessas investidas.

(c) uma descrição do método utilizado para contabilizar os investimentos listados no item (b).

16A Quando uma entidade de investimento que é uma controladora (exceto uma controladora que se
qualifica no parágrafo 16) prepara, de acordo com o parágrafo 8A, demonstrações financeiras
separadas como suas únicas demonstrações financeiras, ela divulgará tal fato. A entidade de
investimento divulgará também os requisitos para entidades de investimento exigidos pela
IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades.

17 Quando uma controladora (exceto uma controladora que se qualifica nos parágrafos 16–16A)
ou um investidor com controle conjunto de uma investida ou com influência significativa sobre
ela, elaborar demonstrações financeiras separadas, a controladora ou o investidor identificará
as demonstrações financeiras elaboradas de acordo com a IFRS 10, a IFRS 11 ou a IAS 28 (tal
como alterada em 2011) às quais essas demonstrações estejam relacionadas. A controladora ou o
investidor divulgará também, em suas demonstrações financeiras separadas:

(a) o fato de que as demonstrações são demonstrações financeiras separadas e os motivos pelos
quais essas demonstrações são elaboradas, se não forem exigidas por lei.

(b) uma lista de investimentos significativos em subsidiárias, empreendimentos em conjunto e


coligadas, incluindo:

(i) o nome dessas investidas.

(ii) a sede (e o país de constituição, se diferente) dessas investidas.

(iii) a sua proporção da participação societária (e sua proporção dos direitos de voto, se
diferente) detida nessas investidas.

(c) uma descrição do método utilizado para contabilizar os investimentos listados no item (b).

Data de vigência e transição


18 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar antecipadamente esta Norma, ela divulgará
esse fato e aplicará a IFRS 10, a IFRS 11, a IFRS 12 e a IAS 28 (tal como alterada em 2011) ao
mesmo tempo.

18A Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 5, 6, 17 e 18, e acrescentou os parágrafos 8A, 11A–11B, 16A e 18B–18I. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014.
A adoção antecipada é permitida. Se aplicar essas alterações antecipadamente, a entidade divulgará esse
fato e aplicará todas as alterações incluídas em Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

18B Se, na data de aplicação inicial das alterações de Entidades de Investimento (a qual, para os fins desta
IFRS, é o início do período de relatório anual para o qual essas alterações são aplicadas pela primeira
vez), uma controladora concluir que é uma entidade de investimento, ela aplicará os parágrafos 18C-18I
aos seus investimentos em uma subsidiária.

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IFRS Foundation
IAS 27

18C Na data de aplicação inicial, uma entidade de investimento que tenha anteriormente mensurado seu
investimento em uma subsidiária ao custo, irá, em vez disso, mensurar esse investimento ao valor justo
por meio do resultado como se os requisitos desta IFRS sempre estivessem em vigor. A entidade de
investimento ajustará retrospectivamente o período anual imediatamente precedente à data de aplicação
inicial e ajustará os lucros acumulados no início do período imediatamente precedente para refletir
qualquer diferença entre:

(a) o valor contábil anterior do investimento; e

(b) o valor justo do investimento do investidor na subsidiária.

18D Na data de aplicação inicial, uma entidade de investimento que anteriormente tiver mensurado seu
investimento em uma subsidiária ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes continuará
a mensurar esse investimento ao valor justo. O valor acumulado de qualquer ajuste ao valor justo
anteriormente reconhecido em outros resultados abrangentes será transferido para lucros acumulados
no início do período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial.

18E Na data de aplicação inicial, uma entidade de investimento não efetuará ajustes à contabilização anterior
de uma participação em uma subsidiária que ela tenha anteriormente optado por mensurar ao valor justo
por meio do resultado de acordo com a IFRS 9, conforme permitido no parágrafo 10.

18F Antes da data em que a IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo for adotada, uma entidade de investimento
utilizará os montantes do valor justo anteriormente apresentados aos investidores ou à administração, se
esses valores representarem o montante pelo qual o investimento poderia ter sido trocado entre partes
conhecedoras e interessadas em uma transação em bases usuais de mercado na data da avaliação.

18G Se mensurar o investimento na subsidiária de acordo com os parágrafos 18C-18F for impraticável
(conforme definido na IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros), uma
entidade de investimento aplicará os requisitos desta IFRS no início do período mais antigo para o qual
a aplicação dos parágrafos 18C-18F for praticável, que pode ser o período atual. O investidor ajustará
retrospectivamente o período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial, a menos que o
início do período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo seja praticável for o período atual.
Quando a data praticável para que a entidade de investimento mensure o valor justo da subsidiária for
mais antiga que o início do período imediatamente precedente, o investidor ajustará o patrimônio líquido
no início do período imediatamente precedente para refletir qualquer diferença entre:

(a) o valor contábil anterior do investimento; e

(b) o valor justo do investimento do investidor na subsidiária.

Se o período mais antigo para o qual a aplicação deste parágrafo for praticável for o período atual, o
ajuste do patrimônio líquido será reconhecido no início do período atual.

18H Se uma entidade de investimento tiver alienado ou perdido o controle de um investimento em uma
subsidiária antes da data de aplicação inicial das alterações de Entidades de Investimento, a entidade de
investimento não estará obrigada a efetuar ajustes na contabilização anterior referente a esse investimento.

18I Não obstante as referências ao período anual imediatamente precedente à data de aplicação inicial (o
“período imediatamente precedente”) nos parágrafos 18C–18G, uma entidade pode também apresentar
informações comparativas ajustadas para quaisquer períodos anteriores apresentados, mas não está
obrigada a fazê-lo. Se uma entidade efetivamente apresentar informações comparativas ajustadas para
quaisquer períodos anteriores, todas as referências ao “período imediatamente precedente” nos parágrafos
18C–18G serão lidas como o “período comparativo ajustado mais antigo apresentado”. Se uma entidade
apresentar informações comparativas não ajustadas para quaisquer períodos anteriores, ela identificará
claramente as informações que não foram ajustadas, declarará que elas foram preparadas em uma base
diferente e explicará essa base.

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IAS 27

Referências à IFRS 9
19 Se uma entidade aplicar esta Norma, mas ainda não aplicar a IFRS 9, qualquer referência à IFRS 9 será
lida como uma referência à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Revogação da IAS 27 (2008)

20 Esta Norma é emitida simultaneamente à IFRS 10. Juntas, as duas IFRSs substituem a IAS 27 –
Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (tal como alterada em 2008).

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IAS 28

Norma Internacional de Contabilidade IAS 28

Investimentos em Coligadas e Empreendimentos


em Conjunto (Joint Ventures)
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 28 – Contabilização
de Investimentos em Subsidiárias, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de
Contabilidade em abril de 1989. A IAS 28 – Contabilização de Investimentos em Subsidiárias substituiu aquelas
partes da IAS 3 – Demonstrações Financeiras Consolidadas (emitida em junho de 1976) que tratavam da
contabilização de investimentos em subsidiárias.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu uma IAS 28 revisada com um novo título – Investimentos em Coligadas. Essa
IAS 28 revisada era parte da agenda inicial do IASB de projetos técnicos e também incorporou a orientação contida
em três Interpretações relacionadas (SIC-3 – Eliminação de Lucros e Perdas Não Realizados em Transações com
Coligadas, SIC-20 – Método de Equivalência Patrimonial – Reconhecimento de Perdas e SIC-33 – Consolidação
e Método de Equivalência Patrimonial – Direitos Potenciais de Voto e Alocação de Participações Societárias).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 28. Elas incluem a IFRS 3 – Combinações de
Negócios (emitida em março de 2004 e revisada em janeiro de 2008), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e
Separadas (tal como alterada em janeiro de 2008), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e maio de 2010)
e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 28
INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E EMPREENDIMENTOS
EM CONJUNTO (JOINT VENTURES)
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 3
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA 5
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 10
APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 16
Isenções da aplicação do método de equivalência patrimonial 17
Classificação como mantido para venda 20
Descontinuação do uso do método de equivalência patrimonial 22
Mudanças na participação societária 25
Procedimentos do método de equivalência patrimonial 26
Perdas por redução ao valor recuperável 40
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS 44
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 45
Referências à IFRS 9 46
REVOGAÇÃO DA IAS 28 (2003) 47

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 28 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÃO DIVERGENTE
TABELA DE CONCORDÂNCIA

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IAS 28

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto


(Joint Ventures) (IAS 28) é definida nos parágrafos 1-47. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm
o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 28 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da
Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis
e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em


Conjunto (Joint Ventures) (IAS 28) prescreve a contabilização de investimentos em coligadas e define
os requisitos para a aplicação do método de equivalência patrimonial quando da contabilização de
investimentos em coligadas e empreendimentos em conjunto.

IN2 A Norma entra em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação
antecipada é permitida.

Principais características da Norma


IN3 A IAS 28 (tal como alterada em 2011) deve ser aplicada por todas as entidades que sejam investidoras
com o controle conjunto de uma investida ou com influência significativa sobre ela.

IN4 A Norma define influência significativa como o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras
e operacionais de uma investida, mas não constitui o controle individual ou conjunto sobre essas políticas.

IN5 A IFRS 11 – Negócios em Conjunto estabelece princípios para o relatório financeiro das partes de negócios
em conjunto. Ela define controle conjunto como o compartilhamento contratualmente convencionado
do controle de um acordo, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o
consentimento unânime das partes que compartilham o controle.

IN6 Uma entidade aplica a IFRS 11 para determinar o tipo de negócio em conjunto no qual está envolvida.
Uma vez tendo determinado que possui uma participação em um empreendimento em conjunto, a entidade
reconhece um investimento e o contabiliza utilizando o método de equivalência patrimonial, de acordo
com a IAS 28 (tal como alterada em 2011), a menos que a entidade esteja isenta da aplicação do método
de equivalência patrimonial, conforme especificado na Norma.

Método de equivalência patrimonial


IN7 A Norma define o método de equivalência patrimonial como o método de contabilização pelo qual o
investimento é inicialmente reconhecido ao custo e, a partir daí, ajustado para refletir a alteração pós-
aquisição na parcela do investidor dos ativos líquidos da investida. Os lucros e perdas do investidor
incluem sua parcela dos lucros e perdas da investida, e os outros resultados abrangentes do investidor
incluem a sua parcela dos outros resultados abrangentes da investida.

IN8 Uma entidade utiliza o método de equivalência patrimonial para contabilizar seus investimentos em
coligadas ou empreendimentos em conjunto em suas demonstrações financeiras consolidadas. Uma
entidade que não possui nenhuma subsidiária também utiliza o método de equivalência patrimonial para
contabilizar seus investimentos em coligadas ou empreendimentos em conjunto em suas demonstrações
financeiras, ainda que estas não sejam descritas como demonstrações financeiras consolidadas. As únicas
demonstrações financeiras às quais uma entidade não aplica o método de equivalência patrimonial
são as demonstrações financeiras separadas apresentadas de acordo com a IAS 27 – Demonstrações
Financeiras Separadas.

Isenções da aplicação do método de equivalência patrimonial


IN9 A Norma prevê isenções da aplicação do método de equivalência patrimonial similares àquelas previstas na
IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas para que controladoras não elaborem demonstrações
financeiras consolidadas.

IN10 A Norma prevê também isenções da aplicação do método de equivalência patrimonial quando o
investimento na coligada ou empreendimento em conjunto é detido por, ou é detido indiretamente
por meio de, organizações de capital de risco ou fundos mútuos, fundos de investimento e entidades

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IAS 28

similares, incluindo fundos de seguro ligados a fundos de investimento. Esses investimentos em coligadas
e empreendimentos em conjunto podem ser mensurados ao valor justo por meio do resultado de acordo
com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

Divulgação
IN11 Os requisitos de divulgação para entidades que tenham o controle conjunto de uma investida ou influência
significativa sobre ela são especificados na IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades.

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IAS 28

Norma Internacional de Contabilidade IAS 28


Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto
(Joint Ventures)

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever a contabilização de investimentos em coligadas e definir os
requisitos para a aplicação do método de equivalência patrimonial quando da contabilização de
investimentos em coligadas e empreendimentos em conjunto (joint ventures).

Alcance
2 Esta norma será aplicada por todas as entidades que sejam investidoras com o controle conjunto
de uma investida ou com influência significativa sobre ela.

Definições
3 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Uma coligada é uma entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa.

Demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações financeiras de um grupo, nas quais


os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de
suas subsidiárias são apresentados como os de uma única entidade econômica.

O Método de equivalência patrimonial é um método de contabilização pelo qual o investimento é


inicialmente reconhecido ao custo e, a partir daí, ajustado para refletir a alteração pós-aquisição
na parcela do investidor dos ativos líquidos da investida. Os lucros e perdas do investidor incluem
sua parcela dos lucros e perdas da investida, e os outros resultados abrangentes do investidor
incluem a sua parcela dos outros resultados abrangentes da investida.

Um negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle conjunto.

Controle conjunto é o compartilhamento contratualmente convencionado do controle de um acordo,


que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime
das partes que compartilham o controle.

Um empreendimento em conjunto é um negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle
conjunto do negócio têm direitos sobre os ativos líquidos do negócio.

Um empreendedor em conjunto é uma parte de um empreendimento em conjunto que tem o controle


conjunto desse empreendimento.

Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais
de uma investida, mas não é o controle individual ou conjunto dessas políticas.

4 Os termos a seguir são definidos no parágrafo 4 da IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas e


no Apêndice A da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e são utilizados nesta Norma
com os significados especificados nas IFRSs em que foram definidos:

yy controladora

yy controle de uma investida

yy demonstrações financeiras separadas

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IAS 28

yy grupo

yy subsidiária.

Influência significativa
5 Se uma entidade detiver, direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de subsidiárias), 20% ou mais
do poder de voto da investida, presume-se que a entidade possui influência significativa, a menos que
possa ser demonstrado claramente que esse não é o caso. Por outro lado, se a entidade detiver, direta ou
indiretamente (por exemplo, por meio de subsidiárias), menos que 20% do poder de voto da investida,
presume-se que a entidade não possui influência significativa, a menos que essa influência possa ser
claramente demonstrada. Uma participação substancial ou majoritária de outro investidor não impede
necessariamente que a entidade tenha influência significativa.

6 A existência de influência significativa por uma entidade é geralmente evidenciada de uma ou mais das
seguintes formas:

(a) representação no conselho de administração ou órgão de administração equivalente da investida;

(b) participação nos processos de estabelecimento de políticas, incluindo a participação nas decisões
sobre dividendos ou outras distribuições;

(c) transações relevantes entre a entidade e a investida;

(d) intercâmbio de pessoal de nível gerencial; ou

(e) fornecimento de informações técnicas essenciais.

7 Uma entidade pode deter bônus de subscrição de ações, opções de compra de ações, instrumentos de
dívidas ou de patrimônio que possam ser convertidos em ações ordinárias, ou outros instrumentos
similares, que tenham o potencial, se exercidos ou convertidos, de conceder à entidade o poder de voto
adicional ou de reduzir o poder de voto de outra parte sobre a política financeira e operacional de outra
entidade (ou seja, direitos potenciais de voto). A existência e o efeito de direitos potenciais de voto que
possam ser presentemente exercidos ou convertidos, incluindo direitos potenciais de voto detidos por
outras entidades, são considerados ao avaliar se uma entidade possui influência significativa. Direitos
potenciais de voto não são presentemente exercíveis ou conversíveis quando, por exemplo, não possam
ser exercidos ou convertidos até uma data futura ou até a ocorrência de um evento futuro.

8 Ao avaliar se direitos potenciais de voto contribuem para a influência significativa, a entidade examina
todos os fatos e circunstâncias (incluindo os termos de exercício dos direitos potenciais de voto e
quaisquer outros acordos contratuais, considerados individualmente ou em conjunto) que afetam direitos
potenciais, exceto as intenções da administração e a capacidade financeira de exercer ou converter esses
direitos potenciais.

9 Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida quando perde o poder de participar das
decisões sobre a política financeira e operacional dessa investida. A perda de influência significativa
pode ocorrer com ou sem uma mudança nos níveis absolutos ou relativos de propriedade. Ela pode
ocorrer, por exemplo, quando uma coligada estiver sujeita ao controle de um governo, tribunal, síndico
ou regulador. Pode ocorrer também como resultado de um acordo contratual.

Método de equivalência patrimonial


10 Pelo método de equivalência patrimonial, no reconhecimento inicial o investimento em uma coligada ou
empreendimento em conjunto é reconhecido ao custo e o valor contábil é aumentado ou diminuído para
reconhecer a parcela do investidor dos lucros e perdas da investida após a data de aquisição. A parcela do
investidor dos lucros e perdas da investida é reconhecida em lucros e perdas do investidor. Distribuições
recebidas de uma investida reduzem o valor contábil do investimento. Ajustes ao valor contábil podem ser

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IAS 28

necessários também para mudanças na participação proporcional do investidor na investida, decorrentes


de mudanças em outros resultados abrangentes da investida. Essas mudanças incluem aquelas originadas
de reavaliação de imobilizado e de diferenças de conversão de moeda. A parcela do investidor dessas
mudanças é reconhecida em outros resultados abrangentes do investidor (vide IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras).

11 O reconhecimento de receita com base em distribuições recebidas pode não ser uma medida adequada
da receita auferida por um investidor em um investimento em uma coligada ou empreendimento em
conjunto, pois as distribuições recebidas podem ter pouca relação com o desempenho da coligada ou
empreendimento em conjunto. Como o investidor possui o controle conjunto da investida ou influência
significativa sobre ela, ele tem uma participação no desempenho da coligada ou empreendimento em
conjunto e, consequentemente, no retorno sobre o seu investimento. O investidor contabiliza essa
participação ampliando o alcance de suas demonstrações financeiras para incluir a sua parcela dos lucros
e perdas dessa investida. Consequentemente, a aplicação do método de equivalência patrimonial oferece
uma apresentação mais informativa dos ativos líquidos e lucros e perdas do investidor.

12 Quando existem direitos potenciais de voto ou outros derivativos contendo direitos potenciais de voto,
a participação de uma entidade em uma coligada ou empreendimento em conjunto é determinada
exclusivamente com base em participações societárias existentes, não refletindo o possível exercício ou
conversão de direitos potenciais de voto e outros instrumentos derivativos, a menos que o parágrafo 13
seja aplicável.

13 Em algumas circunstâncias, uma entidade tem, em essência, uma propriedade existente como resultado de
uma transação que atualmente lhe concede acesso aos retornos associados a uma participação societária.
Nessas circunstâncias, a proporção alocada à entidade é determinada levando-se em consideração o
eventual exercício desses direitos potenciais de voto e outros instrumentos derivativos que presentemente
concedam à entidade acesso aos retornos.

14 A IFRS 9 – Instrumentos Financeiros não se aplica a participações em coligadas e empreendimentos


em conjunto contabilizados utilizando-se o método de equivalência patrimonial. Quando instrumentos
contendo direitos potenciais de voto, em essência, concedem atualmente acesso aos retornos associados
a uma participação societária em uma coligada ou empreendimento em conjunto, esses instrumentos não
estão sujeitos à IFRS 9. Em todos os outros casos, instrumentos contendo direitos potenciais de voto em
uma coligada ou empreendimento em conjunto são contabilizados de acordo com a IFRS 9.

15 A menos que um investimento ou uma parcela de um investimento em uma coligada ou empreendimento


em conjunto seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes
Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas, o investimento ou qualquer participação retida no
investimento não classificada como mantido para venda será classificada como um ativo não circulante.

Aplicação do método de equivalência patrimonial


16 Uma entidade com o controle conjunto de uma investida ou com influência significativa sobre ela
contabilizará seu investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto utilizando o método
de equivalência patrimonial, salvo quando esse investimento se qualificar para isenção de acordo com
os parágrafos 17-19.

Isenções da aplicação do método de equivalência patrimonial


17 Uma entidade não precisa aplicar o método de equivalência patrimonial ao seu investimento em uma
coligada ou empreendimento em conjunto se ela for uma controladora que estiver isenta da elaboração
de demonstrações financeiras consolidadas de acordo com a exceção de alcance do parágrafo 4(a) da
IFRS 10, ou se todos os itens a seguir forem aplicáveis:

(a) A entidade é uma subsidiária integral ou parcial de outra entidade, e seus outros sócios, inclusive
aqueles que, de alguma maneira, não tenham direito de votar, foram informados sobre o fato de
que a entidade não aplica o método de equivalência patrimonial e não se opuseram a isso.

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(b) Os instrumentos de dívida ou de patrimônio da entidade não são negociados em um mercado público
(uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados locais
e regionais).

(c) A entidade não registrou nem está em processo de registro de suas demonstrações financeiras em
uma comissão de valores mobiliários ou outro órgão regulador com o propósito de emitir qualquer
classe de instrumentos em um mercado público.

(d) A controladora final ou qualquer controladora intermediária da entidade produz demonstrações


financeiras consolidadas de acordo com as IFRSs disponíveis para uso público.

18 Quando um investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto é detido por, ou é detido


indiretamente por meio de, uma entidade que é uma organização de capital de risco ou um fundo mútuo,
fundo de investimento e entidades similares, incluindo fundos de seguro ligados a fundos de investimento,
a entidade pode optar por mensurar investimentos nessas coligadas e empreendimentos em conjunto ao
valor justo por meio do resultado de acordo com a IFRS 9.

19 Quando uma entidade tem um investimento em uma coligada, uma parcela do qual é detida indiretamente
por meio de uma organização de capital de risco ou de um fundo mútuo, fundo de investimento e
entidades similares, incluindo fundos de seguro ligados a fundos de investimento, a entidade pode optar
por mensurar essa parcela do investimento na coligada ao valor justo por meio do resultado, de acordo
com a IFRS 9, independentemente de se a organização de capital de risco ou o fundo mútuo, fundo de
investimento e entidades similares, incluindo fundos de seguro ligados a fundos de investimento, têm
influência significativa sobre essa parcela do investimento. Se a entidade fizer essa opção, ela aplicará
o método de equivalência patrimonial a qualquer parcela remanescente de seu investimento em uma
coligada que não seja detida por meio de uma organização de capital de risco ou de um fundo mútuo,
fundo de investimento e entidades similares, incluindo fundos de seguro ligados a fundos de investimento.

Classificação como mantido para venda


20 Uma entidade aplicará a IFRS 5 a um investimento ou a uma parcela de um investimento em uma coligada
ou empreendimento em conjunto que atenda aos critérios para que seja classificada como mantido para
venda. Qualquer parcela retida de um investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto
que não tenha sido classificada como mantida para venda será contabilizada utilizando-se o método
de equivalência patrimonial até que ocorra a alienação da parcela que seja classificada como mantida
para venda. Após a alienação, uma entidade contabilizará qualquer participação retida na coligada ou
empreendimento em conjunto de acordo com a IFRS 9, a menos que a participação retida continue a
ser uma coligada ou empreendimento em conjunto, hipótese em que a entidade utilizará o método de
equivalência patrimonial.

21 Quando um investimento ou uma parcela de um investimento em uma coligada ou empreendimento


em conjunto, anteriormente classificada como mantido para venda, deixar de atender aos critérios para
que seja assim classificado, esse investimento ou parcela será contabilizado utilizando-se o método de
equivalência patrimonial retrospectivamente, a partir da data de sua classificação como mantido para
venda. As demonstrações financeiras para os períodos desde a classificação como mantido para venda
serão alteradas consequentemente.

Descontinuação do uso do método de equivalência patrimonial


22 Uma entidade descontinuará o uso do método de equivalência patrimonial a partir da data em que
seu investimento deixar de ser uma coligada ou empreendimento em conjunto, como segue:

(a) Se o investimento se tornar uma subsidiária, a entidade contabilizará seu investimento de


acordo com a IFRS 3 – Combinações de Negócios e com a IFRS 10.

(b) Se a participação retida na antiga coligada ou empreendimento em conjunto for um ativo


financeiro, a entidade mensurará a participação retida ao valor justo. O valor justo da

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IAS 28

participação retida será considerado como o seu valor justo no reconhecimento inicial como
um ativo financeiro, de acordo com a IFRS 9. A entidade reconhecerá em lucros e perdas
qualquer diferença entre:

(i) o valor justo de qualquer participação retida e quaisquer proventos da alienação de


uma participação parcial na coligada ou empreendimento em conjunto, e

(ii) o valor contábil do investimento na data em que o método de equivalência patrimonial


foi descontinuado.

(c) Quando uma entidade descontinuar o uso do método de equivalência patrimonial, ela
contabilizará todos os valores anteriormente reconhecidos em outros resultados abrangentes
em relação a esse investimento da mesma forma a que estaria obrigada se a investida tivesse
alienado diretamente os respectivos ativos ou passivos.

23 Portanto, se um ganho ou perda anteriormente reconhecido em outros resultados abrangentes pela


investida for reclassificado para lucros e perdas na alienação dos respectivos ativos ou passivos, a
entidade reclassificará o ganho ou perda do patrimônio líquido para lucros e perdas (como um ajuste
de reclassificação) quando o método de equivalência patrimonial for descontinuado. Por exemplo, se
uma coligada ou empreendimento em conjunto tiver diferenças de câmbio acumuladas relativas a uma
operação no exterior e a entidade descontinuar o uso do método de equivalência patrimonial, a entidade
reclassificará para lucros e perdas o ganho ou perda que havia sido anteriormente reconhecido em outros
resultados abrangentes em relação à operação no exterior.

24 Se um investimento em uma coligada se tornar um investimento em um empreendimento em


conjunto, ou um investimento em um empreendimento em conjunto se tornar um investimento
em uma coligada, a entidade continuará a aplicar o método de equivalência patrimonial e não
remensurará a participação retida.

Mudanças na participação societária


25 Se a participação societária de uma entidade em uma coligada ou empreendimento em conjunto for
reduzida, mas a entidade continuar a aplicar o método de equivalência patrimonial, ela reclassificará
para lucros e perdas a proporção do ganho ou perda que havia sido anteriormente reconhecida em outros
resultados abrangentes em relação a essa redução na participação societária se esse ganho ou perda tivesse
de ser reclassificado para lucros e perdas na alienação dos respectivos ativos ou passivos.

Procedimentos do método de equivalência patrimonial


26 Muitos dos procedimentos que são apropriados para a aplicação do método de equivalência patrimonial são
similares aos procedimentos de consolidação descritos na IFRS 10. Além disso, os conceitos subjacentes
aos procedimentos utilizados na contabilização da aquisição de uma subsidiária são adotados também
na contabilização da aquisição de um investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto.

27 A parcela de um grupo em uma coligada ou empreendimento em conjunto é o total das participações da


controladora e de suas subsidiárias nessa coligada ou empreendimento em conjunto. As participações
das outras coligadas ou empreendimentos em conjunto do grupo são ignoradas para esse fim. Quando
uma coligada ou empreendimento em conjunto possui subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em
conjunto, os lucros e perdas, outros resultados abrangentes e ativos líquidos considerados na aplicação do
método de equivalência patrimonial são aqueles reconhecidos nas demonstrações financeiras da coligada
ou empreendimento em conjunto (incluindo a parcela da coligada ou empreendimento em conjunto dos
lucros e perdas, outros resultados abrangentes e ativos líquidos de suas coligadas e empreendimentos
em conjunto, após quaisquer ajustes necessários para fins de uniformização das políticas contábeis (vide
parágrafos 35 e 36).

28 Ganhos e perdas resultantes de transações “ascendentes” e “descendentes” entre uma entidade (incluindo
suas subsidiárias consolidadas) e sua coligada ou empreendimento em conjunto são reconhecidos

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IAS 28

nas demonstrações financeiras da entidade somente na medida das participações de investidores


não relacionados na coligada ou empreendimento em conjunto. Transações “ascendentes” são, por
exemplo, vendas de ativos de uma coligada ou empreendimento em conjunto ao investidor. Transações
“descendentes” são, por exemplo, vendas ou contribuições de ativos do investidor para a sua coligada
ou empreendimento em conjunto. A parcela do investidor dos ganhos ou perdas da coligada ou
empreendimento em conjunto resultantes dessas transações é eliminada.

29 Quando transações descendentes fornecerem evidência de uma redução no valor realizável líquido dos
ativos a serem vendidos ou contribuídos ou de uma perda por redução ao valor recuperável desses ativos,
essas perdas serão reconhecidas integralmente pelo investidor. Quando transações ascendentes fornecerem
evidência de uma redução no valor líquido realizável dos ativos a serem comprados ou de uma perda
por redução ao valor recuperável desses ativos, o investidor reconhecerá sua parcela dessas perdas.

30 A contribuição de um ativo não monetário a uma coligada ou empreendimento em conjunto em troca de


uma participação patrimonial na coligada ou empreendimento em conjunto será contabilizada de acordo
com o parágrafo 28, exceto quando a contribuição não tiver substância comercial, conforme esse termo é
descrito na IAS 16 – Imobilizado. Se essa contribuição não tiver substância comercial, o ganho ou perda
será considerado como não realizado e não será reconhecido, a menos que o parágrafo 31 também seja
aplicável. Esses ganhos e perdas não realizados serão eliminados contra o investimento contabilizado
pelo método de equivalência patrimonial e não serão apresentados como ganhos ou perdas diferidos na
demonstração consolidada da posição financeira da entidade ou na demonstração da posição financeira
da entidade na qual investimentos forem contabilizados pelo método de equivalência patrimonial.

31 Se, além de receber uma participação em uma coligada ou empreendimento em conjunto, uma entidade
receber ativos monetários ou não monetários, ela reconhecerá integralmente, em lucros e perdas, a
parcela do ganho ou perda sobre a contribuição não monetária referente aos ativos monetários ou não
monetários recebidos.

32 Um investimento é contabilizado utilizando-se o método de equivalência patrimonial a partir da data em


que ele se torna uma coligada ou empreendimento em conjunto. Na aquisição do investimento, qualquer
diferença entre o custo do investimento e a parcela da entidade do valor justo líquido dos ativos e passivos
identificáveis da investida é contabilizada da seguinte forma:

(a) O ágio relacionado a uma coligada ou empreendimento em conjunto é incluído no valor contábil
do investimento. A amortização desse ágio não é permitida.

(b) Qualquer valor pelo qual a parcela da entidade do valor justo líquido dos ativos e passivos
identificáveis da investida exceder o custo do investimento é incluído como receita na determinação
da parcela da entidade dos lucros e perdas da coligada ou empreendimento em conjunto no período
em que o investimento for adquirido.

São feitos ajustes apropriados à parcela da entidade dos lucros e perdas da coligada ou empreendimento
em conjunto após a aquisição, para levar em conta, por exemplo, a depreciação dos ativos depreciáveis
com base em seus valores justos na data de aquisição. Similarmente, são feitos ajustes apropriados à
parcela da entidade dos lucros e perdas da coligada ou empreendimento em conjunto após a aquisição para
refletir perdas por redução ao valor recuperável, tais como aquelas relacionadas a ágio ou imobilizado.

33 As demonstrações financeiras mais recentes disponíveis da coligada ou empreendimento em


conjunto são utilizadas pela entidade ao aplicar o método de equivalência patrimonial. Quando
o final do período de relatório da entidade é diferente do da coligada ou empreendimento em
conjunto, a coligada ou empreendimento em conjunto elabora, para uso da entidade, demonstrações
financeiras com a mesma data-base das da entidade, a menos que seja impraticável fazê-lo.

34 Quando, de acordo com o parágrafo 33, as demonstrações financeiras de uma coligada ou


empreendimento em conjunto utilizadas na aplicação do método de equivalência patrimonial são
elaboradas com uma data-base diferente daquela utilizada pela entidade, ajustes serão feitos para
refletir os efeitos de transações ou eventos significativos que ocorram entre aquela data e a data
das demonstrações financeiras da entidade. Em qualquer caso, a diferença entre o final do período

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IAS 28

de relatório da coligada ou empreendimento em conjunto e o da entidade não será superior a três


meses. A duração dos períodos de relatório e qualquer diferença entre os finais dos períodos de
relatório serão as mesmas de período a período.

35 As demonstrações financeiras da entidade serão elaboradas utilizando-se políticas contábeis


uniformes para transações e eventos semelhantes em circunstâncias similares.

36 Se uma coligada ou empreendimento em conjunto utilizar políticas contábeis diferentes das da entidade
para transações e eventos semelhantes em circunstâncias similares, deverão ser feitos ajustes para
uniformizar as políticas contábeis da coligada ou empreendimento em conjunto com as da entidade
quando as demonstrações financeiras da coligada ou empreendimento em conjunto forem utilizadas pela
entidade na aplicação do método de equivalência patrimonial.

37 Se uma coligada ou empreendimento em conjunto tiver ações preferenciais cumulativas em circulação


que forem detidas por outras partes que não a entidade, e forem classificadas como patrimônio, a entidade
computa a sua parcela dos lucros e perdas após efetuar ajuste para refletir os dividendos sobre essas
ações, independentemente de ter ou não havido a declaração de dividendos.

38 Se a parcela de uma entidade no prejuízo de uma coligada ou empreendimento em conjunto for igual ou
superior à sua participação na coligada ou empreendimento em conjunto, o investidor deixa de reconhecer
a sua parcela das perdas adicionais. A participação em uma coligada ou empreendimento em conjunto é
o valor contábil do investimento na coligada ou empreendimento em conjunto determinado utilizando-
se o método de equivalência patrimonial, juntamente com quaisquer participações de longo prazo que,
em essência, façam parte do investimento líquido da entidade na coligada ou empreendimento em
conjunto. Por exemplo, um item cuja liquidação não esteja planejada para ocorrer nem seja provável que
ocorra no futuro previsível é, em essência, uma extensão do investimento da entidade nessa coligada ou
empreendimento em conjunto. Esses itens podem incluir ações preferenciais e recebíveis ou empréstimos
de longo prazo, mas não incluem contas a receber de clientes, contas a pagar a fornecedores ou quaisquer
recebíveis de longo prazo para os quais existam garantias adequadas, tais como empréstimos garantidos.
Perdas reconhecidas com o uso do método de equivalência patrimonial que excederem o investimento
da entidade em ações ordinárias são aplicadas aos outros componentes da participação da entidade em
uma coligada ou empreendimento em conjunto, na ordem inversa de sua senioridade (ou seja, prioridade
na liquidação).

39 Após a participação da entidade ser reduzida a zero, perdas adicionais são provisionadas, e um passivo é
reconhecido somente na medida em que a entidade tenha incorrido em obrigações legais ou presumidas
ou tenha efetuado pagamentos em nome da coligada ou empreendimento em conjunto. Se a coligada
ou empreendimento em conjunto posteriormente registrar lucros, a entidade somente retomará o
reconhecimento de sua parcela desses lucros depois que a sua parcela dos lucros for igual à parcela das
perdas não reconhecidas.

Perdas por redução ao valor recuperável


40 Após a aplicação do método de equivalência patrimonial, incluindo o reconhecimento das perdas da
coligada ou empreendimento em conjunto de acordo com o parágrafo 38, a entidade aplica a IAS 39 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para determinar se é necessário reconhecer
qualquer perda adicional por redução ao valor recuperável em relação ao seu investimento líquido na
coligada ou empreendimento em conjunto.

41 A entidade aplica também a IAS 39 para determinar se qualquer perda adicional por redução ao valor
recuperável é reconhecida em relação à sua participação na coligada ou empreendimento em conjunto
que não faça parte do investimento líquido e o valor dessa perda por redução ao valor recuperável.

42 Como o ágio que faz parte do valor contábil de um investimento em uma coligada ou empreendimento
em conjunto não é reconhecido separadamente, ele não é testado separadamente quanto à redução
ao valor recuperável pela aplicação dos requisitos para teste de redução ao valor recuperável do ágio
da IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Em vez disso, a totalidade do valor contábil
do investimento é testada quanto à redução ao valor recuperável, de acordo com a IAS 36, como um

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IAS 28

único ativo, comparando-se o seu valor recuperável (o que for maior dentre o valor em uso e o valor
justo menos custos para vender) ao seu valor contábil, sempre que a aplicação da IAS 39 indicar que o
investimento pode ter problemas de recuperação. Uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida
nessas circunstâncias não é alocada a nenhum ativo, incluindo ágio, que faça parte do valor contábil do
investimento na coligada ou empreendimento em conjunto. Consequentemente, qualquer reversão dessa
perda por redução ao valor recuperável é reconhecida de acordo com a IAS 36 na medida em que o valor
recuperável do investimento aumente subsequentemente. Ao determinar o valor em uso do investimento,
a entidade estima:

(a) sua parcela do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se espera serem gerados pela
coligada ou empreendimento em conjunto, incluindo os fluxos de caixa originados das operações
da coligada ou empreendimento em conjunto e os proventos da alienação final do investimento; ou

(b) o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se espera que resultem dos dividendos
a serem recebidos do investimento e de sua alienação final.

Utilizando-se premissas apropriadas, ambos os métodos fornecem o mesmo resultado.

43 O valor recuperável de um investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto será avaliado


para cada coligada ou empreendimento em conjunto, a menos que a coligada ou empreendimento em
conjunto não gere entradas de caixa decorrentes de uso contínuo que sejam altamente independentes
daquelas originadas de outros ativos da entidade.

Demonstrações financeiras separadas


44 Um investimento em uma coligada ou empreendimento em conjunto será contabilizado nas demonstrações
financeiras separadas da entidade de acordo com o parágrafo 10 da IAS 27 (tal como alterada em 2011).

Data de vigência e transição


45 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A
aplicação antecipada é permitida. Se aplicar antecipadamente esta Norma, a entidade divulgará esse fato
e aplicará a IFRS 10, a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, a IFRS 12 – Divulgação de Participações em
Outras Entidades e a IAS 27 (tal como alterada em 2011) ao mesmo tempo.

Referências à IFRS 9
46 Se uma entidade aplicar esta Norma, mas ainda não aplicar a IFRS 9, qualquer referência à IFRS 9 será
lida como uma referência à IAS 39.

Revogação da IAS 28 (2003)


47 Esta Norma substitui a IAS 28 – Investimentos em Coligadas (tal como revisada em 2003).

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IAS 29

Norma Internacional de Contabilidade IAS 29

Relatório Financeiro em
Economias Hiperinflacionárias
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 29 – Relatório
Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais
de Contabilidade em julho de 1989.

Outras IFRSs fizeram pequenas alterações decorrentes à IAS 29. Elas incluem a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças
nas Taxas de Câmbio (tal como revisada em dezembro de 2003), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações
Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) e Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008).

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IAS 29

Conteúdo
do parágrafo

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 29


RELATÓRIO FINANCEIRO EM ECONOMIAS HIPERINFLACIONÁRIAS
ALCANCE 1
A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 5
Demonstrações financeiras pelo custo histórico 11
Demonstração da posição financeira 11
Demonstração do resultado abrangente 26
Ganho ou perda na posição monetária líquida 27
Demonstrações financeiras pelo custo corrente 29
Demonstração da posição financeira 29
Demonstração do resultado abrangente 30
Ganho ou perda na posição monetária líquida 31
Impostos 32
Demonstração dos fluxos de caixa 33
Valores correspondentes 34
Demonstrações financeiras consolidadas 35
Seleção e uso do índice geral de preços 37
ECONOMIAS QUE DEIXAM DE SER HIPERINFLACIONÁRIAS 38
DIVULGAÇÕES 39
DATA DE VIGÊNCIA 41

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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IAS 29

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias Inflacionárias (IAS 29)
é definida nos parágrafos 1-41. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do
IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 29 deve ser lida no contexto da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 29


Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias1

Alcance
1 Esta Norma deve ser aplicada às demonstrações financeiras, inclusive as demonstrações financeiras
consolidadas, de qualquer entidade cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia
hiperinflacionária.

2 Em uma economia hiperinflacionária, o relatório dos resultados operacionais e da posição financeira


em moeda local sem atualização monetária não é útil. O dinheiro perde poder aquisitivo de tal forma
que a comparação dos valores provenientes das transações e outros eventos que ocorreram em épocas
diferentes, mesmo dentro do mesmo período contábil, é enganosa.

3 Esta Norma não estabelece uma taxa absoluta em que se considere o surgimento da hiperinflação. A
ocasião em que a atualização monetária das demonstrações financeiras de acordo com esta Norma se torna
necessária é uma questão de julgamento. A hiperinflação é indicada pelas características do ambiente
econômico de um país que incluem, entre outras, as seguintes:

(a) a população em geral prefere manter sua riqueza em ativos não monetários ou em uma moeda
estrangeira relativamente estável. Os valores em moeda local detidos são imediatamente investidos
para manter o poder aquisitivo.

(b) a população em geral considera os valores monetários não em termos da moeda local, mas em
termos de uma moeda estrangeira relativamente estável. Os preços podem ser cotados nessa moeda;

(c) as compras e as vendas a crédito ocorrem a preços que compensam a perda esperada do poder
aquisitivo durante o período do crédito, ainda que esse período seja curto;

(d) as taxas de juros, salários e preços são atrelados a um índice de preços; e

(e) a taxa de inflação acumulada no triênio se aproxima ou excede 100%.

4 É preferível que todas as entidades que reportam na moeda da mesma economia hiperinflacionária
apliquem esta Norma a partir da mesma data. Não obstante, esta Norma se aplica às demonstrações
financeiras de qualquer entidade, desde o início do período de relatório em que ela identifique a existência
de hiperinflação no país em cuja moeda ela reporta.

A atualização monetária das demonstrações financeiras


5 Os preços mudam com o tempo como resultado de diversas forças políticas, econômicas e sociais,
específicas ou gerais. As forças específicas, tais como mudanças na oferta e procura e mudanças
tecnológicas, podem fazer com que os preços individuais aumentem ou diminuam significativamente
e independentemente um do outro. Além disso, as forças gerais podem resultar em mudanças no nível
geral de preços e, portanto, no poder aquisitivo geral do dinheiro.

6 Entidades que elaboram demonstrações financeiras com base no custo histórico o fazem sem levar em
consideração mudanças no nível geral de preços ou aumentos em preços específicos de ativos ou passivos
reconhecidos. São exceções os ativos e passivos que a entidade deve, ou escolhe, mensurar ao valor justo.
Por exemplo, o imobilizado pode ser reavaliado ao valor justo, e ativos biológicos geralmente devem
ser mensurados ao valor justo. Algumas entidades, entretanto, apresentam demonstrações financeiras

1 Como parte das Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008, o Conselho alterou os termos utilizados na IAS 29 para ficarem
consistentes com as outras IFRSs, como segue: (a) “valor de mercado” foi alterado para “valor justo”, e (b) “resultados das
operações” e “receita líquida” foram alterados para “lucros e perdas”.

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IAS 29

que são baseadas em uma abordagem de custo corrente, que reflete os efeitos das mudanças nos preços
específicos de ativos detidos.

7 Em uma economia hiperinflacionária, as demonstrações financeiras, sejam elas baseadas em uma


abordagem de custo histórico ou em uma abordagem de custo corrente, são úteis apenas se forem
expressas em termos da unidade de medida corrente no final do período de relatório. Como resultado,
esta Norma se aplica às demonstrações financeiras de entidades que reportam na moeda de uma economia
hiperinflacionária. A apresentação das informações exigidas por esta Norma como complemento às
demonstrações financeiras não atualizadas monetariamente não é permitida. Além disso, uma apresentação
separada das demonstrações financeiras antes da atualização monetária não é recomendada.

8 As demonstrações financeiras de uma entidade cuja moeda funcional é a moeda de uma economia
hiperinflacionária, sejam elas baseadas em uma abordagem de custo histórico ou em uma
abordagem de custo corrente, serão atualizadas em termos de unidade de medida corrente no final
do período de relatório. Os valores correspondentes para o período anterior exigidos pela IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) e quaisquer informações
referentes aos períodos anteriores também serão apresentados em termos da unidade de medida
corrente no final do período de relatório. Para fins de apresentação de valores comparativos em
uma moeda de apresentação diferente, os parágrafos 42(b) e 43 da IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças
nas Taxas de Câmbio são aplicáveis.

9 O ganho ou perda na posição monetária líquida será incluído em lucros e perdas e divulgado
separadamente.

10 A atualização monetária das demonstrações financeiras de acordo com esta Norma exige a aplicação
de certos procedimentos, assim como julgamento. A aplicação consistente desses procedimentos e
julgamentos, de período a período, é mais importante do que a precisão exata dos valores resultantes
incluídos nas demonstrações financeiras atualizadas monetariamente.

Demonstrações financeiras pelo custo histórico


Demonstração da posição financeira

11 Os valores da demonstração da posição financeira que não estejam expressos em termos da unidade de
medida corrente no final do período de relatório são atualizados monetariamente pela aplicação do índice
geral de preços.

12 Os itens monetários não são atualizados, pois já são expressos em termos da unidade monetária corrente
no final do período de relatório. Itens monetários são valores detidos e itens a serem recebidos ou pagos
em dinheiro.

13 Os ativos e passivos contratualmente sujeitos a mudanças nos preços, tais como títulos e empréstimos
vinculados a índices, são ajustados de acordo com o contrato para determinar o valor pendente no final
do período de relatório. Esses itens são reconhecidos por esse valor ajustado na demonstração da posição
financeira atualizada monetariamente.

14 Todos os outros ativos e passivos são não monetários. Alguns itens não monetários são reconhecidos
aos valores correntes no final do período de relatório, como, por exemplo, ao valor líquido realizável e
ao valor justo, de modo que não são atualizados monetariamente. Todos os outros ativos e passivos não
monetários são atualizados monetariamente.

15 A maioria dos itens não monetários é reconhecida pelo custo ou pelo custo menos depreciação; portanto,
é expressa em valores correntes em sua data de aquisição. O custo corrigido, ou custo menos depreciação,
de cada item é determinado pela aplicação, ao seu custo histórico e depreciação acumulada, da mudança
em um índice geral de preços, desde a data de aquisição até o final do período de relatório. Por exemplo,
imobilizado, estoques de matérias-primas e mercadorias, ágio, patentes, marcas registradas e ativos
similares são atualizados monetariamente, a partir das datas de sua aquisição. Os estoques de produtos

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IAS 29

acabados e parcialmente acabados são atualizados desde as datas em que os custos de compra e de sua
fabricação foram incorridos.

16 Os registros detalhados das datas de aquisição de itens de imobilizado podem não estar disponíveis ou
sujeitos à estimativa. Nessas raras circunstâncias, pode ser necessário, no primeiro período de aplicação
desta Norma, utilizar uma avaliação profissional independente do valor dos itens como base para sua
atualização monetária.

17 Um índice geral de preços pode não estar disponível para os períodos para os quais a atualização do
imobilizado é exigida por esta Norma. Nessas circunstâncias, pode ser necessário utilizar uma estimativa
baseada, por exemplo, na variação na taxa de câmbio entre a moeda funcional e uma moeda estrangeira
relativamente estável.

18 Alguns itens não monetários são reconhecidos aos valores correntes nas datas que não sejam a data de
aquisição ou a data da demonstração da posição financeira, por exemplo, imobilizado que foi reavaliado
em alguma data anterior. Nesses casos, os valores contábeis são atualizados desde a data da reavaliação.

19 O valor atualizado de um item não monetário é reduzido, de acordo com as IFRSs apropriadas, quando
excede o seu valor recuperável. Por exemplo, os valores atualizados do imobilizado, ágio, patentes e
marcas registradas são reduzidos ao valor recuperável, e os valores atualizados dos estoques são reduzidos
ao valor líquido realizável.

20 Uma investida que seja contabilizada pelo método de equivalência patrimonial pode reportar na moeda de
uma economia hiperinflacionária. A demonstração da posição financeira e a demonstração do resultado
abrangente dessa investida são atualizadas monetariamente de acordo com esta Norma, para calcular a
parcela do investidor em seus ativos líquidos e lucros e perdas. Quando as demonstrações financeiras
atualizadas da investida estão expressas em uma moeda estrangeira, elas são convertidas pelas taxas de
câmbio de fechamento.

21 O impacto da inflação é normalmente reconhecido em custos de empréstimos. Não é apropriado atualizar


monetariamente o gasto com o ativo financiado pelo empréstimo e, ao mesmo tempo, capitalizar a parte
dos custos do empréstimo que compense a inflação durante o mesmo período. Essa parte dos custos do
empréstimo é reconhecida como despesa, no período em que os custos são incorridos.

22 Uma entidade pode adquirir ativos em conformidade com um acordo que permita que ela postergue
pagamentos sem incorrer em encargos de juros explícitos. Quando for impraticável imputar o valor dos
juros, esses ativos são atualizados monetariamente a partir da data do pagamento e não da data da compra.

23 [Excluído]

24 No início do primeiro período de aplicação desta Norma, os componentes do patrimônio líquido,


exceto os lucros acumulados e qualquer superavit de reavaliação, são atualizados monetariamente pela
aplicação de um índice geral de preços, desde as datas em que os componentes foram contribuídos ou,
de outro modo, surgiram. Qualquer superavit de reavaliação que tenha surgido em períodos anteriores é
eliminado. Os lucros acumulados atualizados monetariamente são derivados de todos os outros valores
na demonstração da posição financeira atualizada monetariamente.

25 No final do primeiro período e em períodos subsequentes, todos os componentes do patrimônio líquido


são atualizados monetariamente pela aplicação de um índice geral de preços, desde o início do período ou
data de contribuição, se posterior. As mutações do patrimônio líquido durante o período são divulgadas
de acordo com a IAS 1.

Demonstração do resultado abrangente

26 Esta norma exige que todos os itens na demonstração do resultado abrangente sejam expressos em termos
da unidade de medida corrente no final do período de relatório. Portanto, todos os valores precisam ser
atualizados monetariamente aplicando-se a variação no índice geral de preços, desde a data em que os
itens de receitas e despesas foram inicialmente registrados nas demonstrações financeiras.

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Ganho ou perda na posição monetária líquida

27 Em um período de inflação, uma entidade com excesso de ativos monetários sobre passivos monetários
perde poder aquisitivo e uma entidade com excesso de passivos monetários sobre ativos monetários
ganha poder aquisitivo na extensão em que os ativos e passivos não estejam vinculados a um nível
de preços. Esse ganho ou perda na posição monetária líquida pode derivar da diferença resultante da
atualização monetária de ativos não monetários, patrimônio líquido e itens na demonstração do resultado
abrangente e do ajuste de ativos e passivos vinculados a um índice. O ganho ou perda pode ser estimado
aplicando‑se a variação no índice geral de preços à média ponderada das diferenças entre os ativos e
passivos monetários no período.

28 O ganho ou perda na posição monetária líquida é incluído em lucros e perdas. O ajuste a esses ativos e
passivos, atrelados por contrato às variações nos preços de acordo com o parágrafo 13, é compensado
com o ganho ou perda na posição monetária líquida. Outros itens de receitas e despesas, tais como
receita e despesa de juros, e diferenças de câmbio relacionadas a fundos investidos ou tomados em
empréstimo, também estão relacionados à posição monetária líquida. Embora esses itens sejam divulgados
separadamente, eles podem ser úteis se forem apresentados juntamente com o ganho ou perda na posição
monetária líquida na demonstração do resultado abrangente.

Demonstrações financeiras pelo custo corrente


Demonstração da posição financeira

29 Os itens apresentados pelo custo corrente não são atualizados monetariamente, pois já são expressos em
termos da unidade de medida corrente no final do período de relatório. Outros itens na demonstração da
posição financeira são atualizados monetariamente de acordo com os parágrafos 11 a 25.

Demonstração do resultado abrangente

30 A demonstração do resultado abrangente pelo custo corrente, antes da atualização monetária, geralmente
reporta os custos correntes na ocasião em que as transações ou eventos subjacentes ocorreram. O custo
das vendas e a depreciação são registrados pelo custo corrente, na ocasião do consumo; as vendas e
outras despesas são registradas por seus valores monetários, quando ocorreram. Portanto, todos os valores
precisam ser atualizados monetariamente na unidade de medida corrente no final do período de relatório,
aplicando-se o índice geral de preços.

Ganho ou perda na posição monetária líquida

31 O ganho ou perda na posição monetária líquida é contabilizado de acordo com os parágrafos 27 e 28.

Impostos
32 A atualização monetária das demonstrações financeiras de acordo com esta Norma pode dar origem a
diferenças entre o valor contábil de ativos e passivos individuais na demonstração da posição financeira e
suas bases fiscais. Essas diferenças são contabilizadas de acordo com a IAS 12 – Impostos sobre a Renda.

Demonstração dos fluxos de caixa


33 Esta Norma exige que todos os itens na demonstração dos fluxos de caixa sejam expressos em termos
da unidade de medida corrente no final do período de relatório.

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IAS 29

Valores correspondentes
34 Os números correspondentes do período de relatório anterior, independente de estarem baseados
em uma abordagem de custo histórico ou em uma abordagem de custo corrente, sejam atualizados
monetariamente aplicando-se o índice geral de preços de modo que as demonstrações financeiras
comparativas sejam apresentadas em termos da unidade de mensuração corrente no final do período de
relatório. As informações que são divulgadas em relação a períodos anteriores também são expressas
em termos da unidade de medida corrente no final do período de relatório. Para fins de apresentação
de valores comparativos em uma moeda de apresentação diferente, os parágrafos 42(b) e 43 da IAS 21
são aplicáveis.

Demonstrações financeiras consolidadas


35 Uma controladora que reporta na moeda de uma economia hiperinflacionária pode ter subsidiárias
que também reportem nas moedas de economias hiperinflacionárias. As demonstrações financeiras de
qualquer dessas subsidiárias precisam ser atualizadas monetariamente pela aplicação de um índice geral
de preços do país em cuja moeda ela reporta, antes de serem incluídas nas demonstrações financeiras
consolidadas emitidas por sua controladora. Quando uma subsidiária for uma subsidiária estrangeira,
suas demonstrações financeiras atualizadas monetariamente são convertidas pelas taxas de câmbio de
fechamento. As demonstrações financeiras de subsidiárias que não reportam nas moedas de economias
hiperinflacionárias são tratadas de acordo com a IAS 21.

36 Se demonstrações financeiras com finais diferentes dos períodos de relatório forem consolidadas, todos
os itens, sejam não monetários ou monetários, precisam ser atualizados monetariamente na unidade de
medida corrente na data das demonstrações financeiras consolidadas.

Seleção e uso do índice geral de preços


37 A atualização monetária das demonstrações financeiras de acordo com esta Norma exige o uso de
um índice geral de preços que reflita as mudanças no poder aquisitivo geral. É preferível que todas as
entidades que reportam na moeda da mesma economia utilizem o mesmo índice.

Economias que deixam de ser hiperinflacionárias


38 Quando uma economia deixa de ser hiperinflacionária e descontinua a elaboração e apresentação de
demonstrações financeiras de acordo com esta Norma, ela tratará os valores expressos na unidade
de medida corrente no final do período de relatório anterior como base para os valores contábeis
em suas demonstrações financeiras subsequentes.

Divulgações
39 Serão feitas as seguintes divulgações:

(a) o fato de que as demonstrações financeiras e os valores correspondentes para os períodos


anteriores foram atualizados monetariamente para refletir as mudanças no poder aquisitivo
geral da moeda funcional e, como resultado, estão apresentados em termos da unidade de
medida corrente no final do período de relatório;

(b) se as demonstrações financeiras são baseadas em uma abordagem de custo histórico ou em


uma abordagem de custo corrente; e

(c) a identidade e nível do índice de preços no final do período de relatório e a variação no índice
durante o período de relatório corrente e anterior.

A784 ©
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IAS 29

40 As divulgações exigidas por esta Norma são necessárias para tornar clara a base em que os efeitos da
inflação nas demonstrações financeiras foram tratados. Também se destinam a fornecer outras informações
necessárias para compreender essa base e os valores resultantes.

Data de vigência
41 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1990.

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IFRS Foundation A785
IAS 32

Norma Internacional de Contabilidade IAS 32

Instrumentos Financeiros: Apresentação


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 32 – Instrumentos
Financeiros: Divulgação e Apresentação, que foi emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade
em 2000. A IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação foi originalmente emitida em junho
de 1995 e foi subsequentemente alterada em 1998 e 2000.

O IASB emitiu uma IAS 32 revisada em dezembro de 2003 como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
Esta IAS 32 revisada também incorporou a orientação contida em Interpretações relacionadas (SIC-5 – Classificação
de Instrumentos Financeiros – Cláusulas de Liquidação Contingente, SIC-16 – Capital Acionário – Instrumentos
de Patrimônio Próprios Readquiridos (Ações em Tesouraria) e SIC-17 – Patrimônio Líquido – Custos de uma
Transação Patrimonial). Ela também incorporou orientações propostas anteriormente na minuta da Interpretação
SIC‑D34 – Instrumentos Financeiros – Instrumentos ou Direitos Resgatáveis pelo Titular.

Em agosto de 2005, o IASB alterou a IAS 32 realocando todas as divulgações relacionadas a instrumentos
financeiros à IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações. Consequentemente, o título da IAS 32 foi alterado
para Instrumentos Financeiros: Apresentação.

Em fevereiro de 2008, a IAS 32 foi alterada para requerer que instrumentos financeiros com opção de venda e
obrigações surgidas na liquidação sejam classificados como patrimônio líquido. Em outubro de 2009 o IASB alterou
a IAS 32 para requerer que alguns direitos que são denominados em moeda estrangeira sejam classificados como
patrimônio líquido. A orientação de aplicação na IAS 32 foi alterada em dezembro de 2011 para tratar de algumas
inconsistências relativas aos critérios de compensação de ativos financeiros e passivos financeiros.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 32. Elas incluem a IFRS 2 – Pagamentos
Baseados em Ações (emitida em fevereiro de 2004), a IFRS 3 – Combinações de Negócios (emitida em março de
2004 e revisada em janeiro de 2008), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (conforme revisada
em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e maio de 2010), a IFRS 9 – Instrumentos
Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010) e a IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (emitida
em maio de 2011).

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IFRS Foundation A787
IAS 32

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 32
INSTRUMENTOS FINANCEIROS: APRESENTAÇÃO
OBJETIVO 2
ALCANCE 4
DEFINIÇÕES 11
APRESENTAÇÃO 15
Passivo e patrimônio líquido 15
Instrumentos com opção de venda 16A
Instrumentos, ou componentes de instrumentos, que impõem à entidade
uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional
dos ativos líquidos da entidade apenas na liquidação 16C
Reclassificação de instrumentos com opção de venda e instrumentos que impõem
à entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional
dos ativos líquidos da entidade apenas na liquidação 16E
Inexistência de obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro 17
Liquidação em instrumentos de patrimônio próprios da entidade 21
Cláusulas de liquidação contingente 25
Opções de liquidação 26
Instrumentos financeiros compostos 28
Ações em tesouraria 33
Juros, dividendos, perdas e ganhos 35
Compensação de um ativo financeiro e um passivo financeiro 42
DIVULGAÇÃO [Excluído]
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 96
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 98
APÊNDICE: ORIENTAÇÃO DE APLICAÇÃO OA1
DEFINIÇÕES OA3
Ativos financeiros e passivos financeiros OA3
Instrumentos de patrimônio OA13
A classe de instrumentos que está subordinada a todas as outras classes OA14A
Fluxos de caixa totais esperados atribuídos ao instrumento
ao longo da vida do instrumento OA14E
Transações celebradas por um titular de instrumento
que não seja o sócio da entidade OA14F
Nenhum outro instrumento financeiro ou contrato com fluxos
de caixa totais que substancialmente fixe ou restrinja o retorno
residual para o titular do instrumento OA14J
Instrumentos financeiros derivativos OA15
Contratos para comprar ou vender itens não financeiros OA20

A788 ©
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IAS 32

APRESENTAÇÃO OA25
Passivo e patrimônio líquido OA25
Inexistência de obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro OA25
Liquidação em instrumentos de patrimônio próprios da entidade OA27
Cláusulas de liquidação contingente OA28
Tratamento nas demonstrações financeiras consolidadas OA29
Instrumentos financeiros compostos OA30
Ações em tesouraria OA36
Juros, dividendos, perdas e ganhos OA37
Compensação de um ativo financeiro e um passivo financeiro OA38A
Critério que uma entidade “atualmente tem um direito legalmente
exequível de compensar os valores reconhecidos” OA38A
Critério que uma entidade “pretende liquidar em uma base líquida,
ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente” OA38E
DIVULGAÇÃO [Excluído]

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 32 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IAS 32:
Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes na Liquidação
(Alterações à IAS 32 e à IAS 1) emitida em fevereiro de 2008
Classificação de Emissões de Direitos (Alterações à IAS 32) emitida em outubro de 2009
Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IAS 32)
emitida em dezembro de 2011
BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS

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IAS 32

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação (IAS 32) é definida
nos parágrafos 2-100 e no Apêndice. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da
Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 32 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para
Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual
para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece
uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 32

Introdução

Motivos para revisar a IAS 32 em dezembro de 2003


IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação
(IAS 32)1 substitui a IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação (revisada em 2000) e
deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada
é permitida. A Norma também substitui as seguintes Interpretações e minuta da Interpretação:

yy SIC‑5 – Classificação de Instrumentos Financeiros – Cláusulas de Liquidação Contingente;

yy SIC‑16 – Capital Acionário – Instrumentos de Patrimônio Próprios Readquiridos


(Ações em Tesouraria);

yy SIC‑17 – Patrimônio Líquido – Custos de uma Transação Patrimonial; e

yy Minuta da SIC‑D34 – Instrumentos Financeiros – Instrumentos ou Direitos Resgatáveis pelo Titular.

IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 32 revisada como
parte de seu projeto de melhorias à IAS 32 e à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento
e Mensuração. O objetivo do projeto era reduzir a complexidade, esclarecendo e acrescentando
orientação, eliminando inconsistências internas e incorporando às Normas elementos das Interpretações
do Comitê Permanente de Interpretações (Standing Interpretations Committee – SIC) e orientação de
implementação da IAS 39 publicada pelo Comitê de Orientação de Implementação (Implementation
Guidance Committee – IGC).

IN3 Para a IAS 32, o principal objetivo do Conselho era uma revisão limitada para fornecer orientação adicional
sobre assuntos selecionados – tais como a mensuração dos componentes de um instrumento financeiro
composto no reconhecimento inicial e a classificação de derivativos com base nas ações próprias de uma
entidade – e estabelecer todas as divulgações relacionadas a instrumentos financeiros em uma Norma.2
O Conselho não reconsiderou a abordagem fundamental à apresentação e à divulgação de instrumentos
financeiros contida na IAS 32.

As principais mudanças
IN4 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 32 estão descritas abaixo.

Alcance
IN5 O alcance da IAS 32 foi adaptado, onde apropriado, ao alcance da IAS 39.

1 Esta Introdução refere-se à IAS 32 tal como revisada em dezembro de 2003. Em agosto de 2005, o IASB alterou a IAS 32 realocando
todas as divulgações relacionadas a instrumentos financeiros à IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações. Em fevereiro de
2008, o IASB alterou a IAS 32 exigindo que alguns instrumentos financeiros com opção de venda e alguns instrumentos financeiros
que impõem à entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade
apenas na liquidação sejam classificados como patrimônio líquido.
2 Em agosto de 2005, o IASB realocou todas as divulgações relacionadas a instrumentos financeiros à IFRS 7 – Instrumentos
Financeiros: Divulgações.

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IFRS Foundation A791
IAS 32

Princípio
IN6 Em resumo, quando um emitente determina se um instrumento financeiro é um passivo financeiro ou
um instrumento de patrimônio, o instrumento é um instrumento de patrimônio se, e apenas se, ambas as
condições (a) e (b) forem atendidas.

(a) O instrumento não inclui nenhuma obrigação contratual:

(i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; ou

(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que
sejam potencialmente desfavoráveis ao emitente.

(b) Se o instrumento for ou puder ser liquidado em instrumentos de patrimônio do emitente, ele é:

(i) um não derivativo que não inclui nenhuma obrigação contratual para o emitente de entregar
um número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou

(ii) um derivativo que será liquidado pelo emitente, trocando um valor fixo de caixa ou outro
ativo financeiro por um número fixo de seus próprios instrumentos de patrimônio. Para essa
finalidade, os instrumentos de patrimônio do emitente não incluem instrumentos que sejam
contratos para recebimento ou entrega futura de instrumentos de patrimônio do emitente.

IN7 Além disso, quando um emitente tiver uma obrigação de comprar suas próprias ações em troca de caixa
ou outro ativo financeiro, há um passivo para o valor que o emitente é obrigado a pagar.

IN8 As definições de um ativo financeiro e um passivo financeiro e a descrição de um instrumento de


patrimônio estão alteradas de forma consistente com esse princípio.

Classificação de contratos liquidados em instrumentos de patrimônio de


uma entidade
IN9 A classificação de contratos de derivativos e não derivativos indexados por, ou liquidados em, instrumentos
de patrimônio de uma entidade foi esclarecida de forma consistente com o princípio no parágrafo IN6
acima. Em particular, quando uma entidade utilizar seus próprios instrumentos de patrimônio “como
moeda” em um contrato para receber ou entregar um número variável de ações cujos valores equivalem
a um valor fixo ou um valor baseado nas mudanças em uma variável subjacente (por exemplo, o preço
de uma commodity), o contrato não é um instrumento de patrimônio, e sim um ativo financeiro ou um
passivo financeiro.

Instrumentos com opção de venda

IN10 A IAS 32 incorpora a orientação proposta anteriormente na minuta da Interpretação SIC-34 – Instrumentos
Financeiros – Instrumentos ou Direitos Resgatáveis pelo Titular. Consequentemente, um instrumento
financeiro que dá ao titular o direito de revender o instrumento ao emitente em troca de caixa ou outro
ativo financeiro (um “instrumento com opção de venda”) é um passivo financeiro do emitente. Em
resposta aos comentários recebidos sobre a Minuta de Exposição, a Norma fornece orientação adicional
e exemplos ilustrativos para entidades que, por causa desse requisito, não têm nenhum patrimônio líquido
ou cujo capital acionário não é patrimônio líquido conforme definido na IAS 32.

Cláusulas de liquidação contingente

IN11 A IAS 32 incorpora a conclusão contida anteriormente na SIC-5 – Classificação de Instrumentos


Financeiros – Cláusulas de Liquidação Contingente de que um instrumento financeiro é um passivo
financeiro quando a forma da liquidação depender da ocorrência ou não ocorrência de eventos futuros
incertos ou do resultado de circunstâncias incertas que estejam além do controle tanto do emitente quanto

A792 ©
IFRS Foundation
IAS 32

do titular. As cláusulas de liquidação contingente são ignoradas quando elas se aplicam apenas no caso
de liquidação do emitente ou quando não forem autênticas.

Opções de liquidação

IN12 De acordo com a IAS 32, um instrumento financeiro derivativo é um ativo financeiro ou um passivo
financeiro quando ele permite a uma de suas partes uma escolha de liquidação, exceto se todas as
alternativas de liquidação resultarem no fato de ele ser um instrumento de patrimônio.

Mensuração dos componentes de um instrumento financeiro composto


no reconhecimento inicial
IN13 As revisões eliminam a opção contida anteriormente na IAS 32 de mensurar o componente do passivo de
um instrumento financeiro composto no reconhecimento inicial como um valor residual após a separação
do componente do patrimônio líquido, ou utilizando um método de valor justo relativo. Desse modo,
quaisquer componentes de ativos ou passivos são primeiramente separados e o valor residual é o valor
de qualquer componente do patrimônio líquido. Esses requisitos para a separação dos componentes do
passivo e do patrimônio líquido de um instrumento financeiro composto estão de acordo tanto com a
definição de um instrumento de patrimônio como um residual quanto com os requisitos de mensuração
da IFRS 9.

Ações em tesouraria
IN14 A IAS 32 incorpora a conclusão contida anteriormente na SIC‑16 – Capital Acionário – Instrumentos de
Patrimônio Próprios Readquiridos (Ações em Tesouraria) de que a aquisição ou revenda subsequente
pela entidade de seus próprios instrumentos de patrimônio não resulta em ganho ou perda para a entidade.
Em vez disso, ela representa uma transferência entre esses titulares de instrumentos de patrimônio
que desistiram de sua participação patrimonial e aqueles que continuam a manter um instrumento
de patrimônio.

Juros, dividendos, perdas e ganhos


IN15 A IAS 32 incorpora a orientação contida anteriormente na SIC‑17 – Patrimônio Líquido – Custos de
uma Transação Patrimonial. Os custos de transação incorridos como parte necessária da conclusão
de uma transação patrimonial são contabilizados como parte dessa transação e são deduzidos do
patrimônio líquido.

Divulgação
IN16–
IN19 [Excluídos]

IN19A Em agosto de 2005, o Conselho revisou as divulgações sobre instrumentos financeiros e as realocou à
IFRS 7 –Instrumentos Financeiros: Divulgações.

Revogação de outros pronunciamentos


IN20 Como consequência das revisões a esta Norma, o Conselho revogou as três Interpretações e uma minuta
de Interpretação do antigo Comitê Permanente de Interpretações (SIC) no parágrafo IN1.

Impacto potencial das propostas nas minutas de exposição


IN21 [Excluído]

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IAS 32

Motivos para alterar a IAS 32 em fevereiro de 2008


IN22 Em fevereiro de 2008, o IASB alterou a IAS 32, exigindo que alguns instrumentos financeiros que
atendessem à definição de passivo financeiro fossem classificados como patrimônio líquido. As entidades
deveriam aplicar as alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação
antecipada é permitida.

IN23 A alteração trata da classificação de alguns:

(a) instrumentos financeiros com opção de venda, e

(b) instrumentos, ou componentes de instrumentos, que impõem à entidade uma obrigação de entregar
a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade apenas na liquidação.

IN24 O objetivo era uma alteração de alcance limitado e de curto prazo para melhorar o relatório financeiro
de tipos específicos de instrumentos financeiros que atendessem à definição de passivo financeiro, mas
que representassem uma participação residual nos ativos líquidos da entidade.

A794 ©
IFRS Foundation
IAS 32

Norma Internacional de Contabilidade IAS 32


Instrumentos Financeiros: Apresentação

Objetivo
1 [Excluído]

2 O objetivo desta Norma é estabelecer princípios para a apresentação de instrumentos financeiros como
passivos ou patrimônio líquido ou para a compensação de ativos financeiros e passivos financeiros.
Ela se aplica à classificação de instrumentos financeiros, do ponto de vista do emitente, em ativos
financeiros, passivos financeiros e instrumentos de patrimônio; à classificação dos respectivos juros,
dividendos, perdas e ganhos e às circunstâncias em que ativos financeiros e passivos financeiros devem
ser compensados.

3 Os princípios nesta Norma complementam os princípios para reconhecimento e mensuração de ativos


financeiros e passivos financeiros da IFRS 9 Instrumentos Financeiros, e para divulgação de informações
sobre os mesmos na IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações.

Alcance
4 Esta Norma será aplicada por todas as entidades a todos os tipos de instrumentos financeiros,
exceto:

(a) participações em subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em conjunto (joint ventures)


que são contabilizadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas,
a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas, ou a IAS 28 – Investimentos em Coligadas
e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures). Entretanto, em alguns casos, a IAS 27 ou a
IAS 28 permite que uma entidade contabilize uma participação em uma subsidiária, coligada
ou empreendimento em conjunto utilizando a IFRS 9; nesses casos, as entidades aplicarão os
requisitos desta Norma. As entidades também aplicarão esta Norma a todos os derivativos
vinculados a participações em subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em conjunto.

(b) os direitos e obrigações de empregadores dentro de um plano de benefício para empregados,


aos quais se aplica a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

(c) [excluído]

(d) contratos de seguro, conforme definidos na IFRS 4 – Contratos de Seguro. Entretanto, esta
Norma se aplica a derivativos que estão embutidos em contratos de seguro se a IFRS 9
exigir que a entidade contabilize esses derivativos separadamente. Além disso, um emitente
aplicará esta Norma a contratos de garantia financeira se o emitente aplicar a IFRS 9 no
reconhecimento e mensuração de contratos, mas aplicará a IFRS 4 se o emitente decidir, de
acordo com o parágrafo 4(d) da IFRS 4, aplicar a IFRS 4 no seu reconhecimento e mensuração.

(e) instrumentos financeiros que estejam dentro do alcance da IFRS 4, pois eles contém
características de participação discricionária. O emitente desses instrumentos está isento de
aplicar a essas características os parágrafos 15-32 e OA25-OA35 desta Norma em relação
à distinção entre passivos financeiros e instrumentos de patrimônio. Entretanto, esses
instrumentos estão sujeitos a todos os outros requisitos desta Norma. Além disso, esta Norma
se aplica a derivativos que estejam embutidos nesses instrumentos (vide IFRS 9).

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IFRS Foundation A795
IAS 32

(f) instrumentos financeiros, contratos e obrigações previstos em transações de pagamento


baseadas em ações aos quais se aplica a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações, exceto para:

(i) os contratos dentro do alcance dos parágrafos 8-10 desta Norma, aos quais se aplica
esta Norma,

(ii) os parágrafos 33 e 34 desta Norma, que serão aplicados às ações em tesouraria


compradas, vendidas, emitidas ou canceladas em relação a planos de opção de ações
para empregados, planos de compra de ações por empregados e todos os outros acordos
de pagamento baseados em ações.

5–7 [Excluídos]
8 Esta Norma será aplicada àqueles contratos de compra e venda de um item não financeiro que
puderem ser liquidados pelo valor líquido à vista ou por outro instrumento financeiro, ou pela
troca de instrumentos financeiros, como se os contratos fossem instrumentos financeiros, com
exceção dos contratos que foram celebrados e continuam a ser mantidos para fins de recebimento
ou entrega de um item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso
esperados da entidade.

9 Há diversas formas em que um contrato para compra ou venda de um item não financeiro possa ser
liquidado pelo valor líquido à vista ou por outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos
financeiros. Essas formas incluem:

(a) quando os termos do contrato permitem que uma das partes o liquide, pelo valor líquido à vista ou
outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros;

(b) quando a capacidade para liquidar pelo valor líquido em caixa ou outro instrumento financeiro, ou
pela troca de instrumentos financeiros, não estiver explícita nos termos do contrato, mas a entidade
adotar a prática de liquidação pelo valor liquido em caixa ou outro instrumento financeiro, ou pela
troca de instrumentos financeiros para contratos similares (seja com a contraparte, celebrando
contratos de compensação ou vendendo o contrato antes de seu exercício ou vencimento);

(c) quando, para contratos similares, a entidade tiver a prática de obter a entrega do item subjacente e
vendê-lo, dentro de um curto período após a entrega, para a finalidade de gerar um lucro proveniente
de flutuações de curto prazo no preço ou margem do revendedor; e

(d) quando um item não financeiro que for objeto do contrato for prontamente conversível em caixa.

Um contrato ao qual se aplica o item (b) ou (c) não é celebrado para a finalidade do recebimento ou
entrega do item não financeiro de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados da
entidade e, consequentemente, está dentro do alcance desta Norma. Outros contratos aos quais se aplica
o parágrafo 8 são avaliados para determinar se foram celebrados e continuam a ser mantidos para fins
de recebimento ou entrega do item não financeiro de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso
esperados da entidade e, consequentemente, se eles estão dentro do alcance desta Norma.

10 Uma opção lançada de compra ou venda de um item não financeiro que pode ser liquidada pelo valor
líquido à vista ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, de acordo com
o parágrafo 9(a) ou (d) está dentro do alcance desta Norma. Esse contrato não pode ser celebrado para
fins de recebimento ou entrega do item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda
ou uso esperados da entidade.

Definições (vide também parágrafos OA3-OA23)


11 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Um instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro de uma entidade
e um passivo financeiro ou instrumento de patrimônio para outra entidade.

A796 ©
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IAS 32

Um ativo financeiro é qualquer ativo que seja:

(a) caixa;

(b) um instrumento de patrimônio de outra entidade;

(c) um direito contratual:

(i) de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou

(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições
que sejam potencialmente favoráveis à entidade; ou

(d) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com instrumentos de patrimônio próprios
da entidade e que seja:

(i) um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a receber um
número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou

(ii) um derivativo que será ou que poderá ser liquidado de outro modo que não pela troca
de um valor fixo de caixa ou outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos
de patrimônio próprios da entidade. Para essa finalidade, os instrumentos de patrimônio
próprios da entidade não incluem instrumentos financeiros com opção de venda
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e
16B, instrumentos que impõem à entidade uma obrigação de entregar a uma outra
parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade apenas na liquidação
e que são classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos
16C e 16D, ou instrumentos que constituem contratos para o recebimento ou entrega
futura dos instrumentos de patrimônio próprios da entidade.

Um passivo financeiro é qualquer passivo que seja:

(a) uma obrigação contratual:

(i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; ou

(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições
que sejam potencialmente desfavoráveis à entidade; ou

(b) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com instrumentos de patrimônio próprios
da entidade e que seja:

(i) um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a entregar um
número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou

(ii) um derivativo que será ou que poderá ser liquidado de outro modo que não pela troca
de um valor fixo de caixa ou outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos
de patrimônio próprios da entidade. Para essa finalidade, direitos, opções ou bônus de
subscrição para adquirir um número fixo de instrumentos de patrimônio próprios da
entidade por um número fixo de qualquer moeda são instrumentos de patrimônio se a
entidade oferece os direitos, opções ou bônus de subscrição proporcionais à totalidade
de seus proprietários existentes da mesma classe de seus instrumentos de patrimônio
próprios não derivativos. Também para essa finalidade, os instrumentos de patrimônio
próprios da entidade não incluem instrumentos financeiros com opção de venda
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e
16B, instrumentos que impõem à entidade uma obrigação de entregar a uma outra
parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade apenas na liquidação
e que são classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos

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IAS 32

16C e 16D, ou instrumentos que constituem contratos para o recebimento ou entrega


futura dos instrumentos de patrimônio próprios da entidade.

Como uma exceção, um instrumento que atenda à definição de passivo financeiro é classificado
como um instrumento de patrimônio se possuir todas as características e atender às condições
dos parágrafos 16A e 16B ou dos parágrafos 16C e 16D.

Um instrumento de patrimônio é qualquer contrato que comprova uma participação residual nos
ativos de uma entidade, após a dedução de todos os seus passivos.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Um instrumento com opção de venda é um instrumento financeiro que concede ao titular o direito
de revender o instrumento ao emitente em troca de caixa ou outro ativo financeiro, ou que é
automaticamente revendido ao emitente por ocasião da ocorrência de um evento futuro incerto
ou da morte ou aposentadoria do titular do instrumento.

12 Os seguintes termos são definidos no Apêndice A da IFRS 9 ou no parágrafo 9 da IAS 39 – Instrumentos


Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e são utilizados nesta Norma com os significados
especificados na IAS 39 e na IFRS 9.

yy baixa

yy compra ou venda de forma regular

yy compromisso firme

yy contrato de garantia financeira

yy custo amortizado de um ativo financeiro ou passivo financeiro

yy custos de transação.

yy derivativo

yy efetividade de cobertura (hedge)

yy instrumento de cobertura

yy item protegido

yy mantido para negociação

yy método de juros efetivos

yy passivo financeiro ao valor justo por meio do resultado

yy transação prevista

13 Nesta Norma, “contrato” e “contratual” referem-se a um acordo entre duas ou mais partes com claras
consequências econômicas que as partes possuem pouco ou nenhum poder discricionário para evitar,
geralmente porque a lei pode obrigar a sua execução. Os contratos e, portanto, os instrumentos financeiros
podem assumir uma variedade de formas e não precisam ser por escrito.

14 Nesta Norma, “entidade” inclui pessoas físicas, parcerias, órgãos constituídos, fideicomissos e agências
governamentais.

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IAS 32

Apresentação

Passivo e patrimônio líquido


(vide também parágrafos OA13–AG14J e OA25-OA29A)
15 O emissor de um instrumento financeiro classificará o instrumento, ou suas partes componentes,
no reconhecimento inicial como um passivo financeiro, um ativo financeiro ou um instrumento de
patrimônio, de acordo com a essência do acordo contratual e as definições de um passivo financeiro,
um ativo financeiro e um instrumento de patrimônio.

16 Quando um emitente aplicar as definições no parágrafo 11 para determinar se um instrumento financeiro


é um instrumento de patrimônio em vez de um passivo financeiro, o instrumento é um instrumento de
patrimônio se, e apenas se, ambas as condições nos itens (a) e (b) abaixo forem atendidas.

(a) O instrumento não inclui nenhuma obrigação contratual:

(i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; ou

(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que
sejam potencialmente desfavoráveis ao emitente.

(b) Se o instrumento for ou puder ser liquidado em instrumentos de patrimônio do emitente, ele é:

(i) um não derivativo que não inclui nenhuma obrigação contratual para o emitente de entregar
um número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou

(ii) um derivativo que será liquidado apenas pela troca pelo emitente de um valor fixo de caixa
ou outro ativo financeiro por um número fixo de seus próprios instrumentos de patrimônio.
Para essa finalidade, direitos, opções ou bônus de subscrição para adquirir um número
fixo de instrumentos de patrimônio próprios da entidade por um número fixo de qualquer
moeda são instrumentos de patrimônio se a entidade oferece os direitos, opções ou bônus
de subscrição proporcionais à totalidade de seus proprietários existentes da mesma classe
de seus instrumentos de patrimônio próprios não derivativos. Também para essa finalidade,
os instrumentos de patrimônio próprios do emitente não incluem instrumentos que possuem
todas as características e atendem às condições descritas nos parágrafos 16A e 16B ou nos
parágrafos 16C e 16D, ou instrumentos que constituam contratos para recebimento ou entrega
futura de instrumentos de patrimônio próprios do emitente.

Uma obrigação contratual, incluindo aquela resultante de um instrumento financeiro derivativo, que
resultará ou poderá resultar no recebimento ou entrega futura de instrumentos de patrimônio do emitente,
mas não atenda às condições dos itens (a) e (b) acima, não é um instrumento de patrimônio. Como uma
exceção, um instrumento que atenda à definição de passivo financeiro é classificado como um instrumento
de patrimônio se possuir todas as características e atender às condições dos parágrafos 16A e 16B ou
dos parágrafos 16C e 16D.

Instrumentos com opção de venda

16A Um instrumento financeiro com opção de venda inclui uma obrigação contratual para o emitente de
recomprar ou resgatar esse instrumento em troca de caixa ou outro ativo financeiro por ocasião do
exercício da opção de venda. Como exceção à definição de passivo financeiro, um instrumento que
inclui essa obrigação é classificado como um instrumento de patrimônio se possui todas as características
a seguir:

(a) Ele concede ao titular o direito a uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade em caso de
liquidação da entidade. Os ativos líquidos da entidade são aqueles que permanecem após a dedução
de todas as outras reivindicações sobre seus ativos. Uma parcela proporcional é determinada:

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(i) dividindo-se os ativos líquidos da entidade, por ocasião da liquidação, em unidades de igual
valor, e

(ii) multiplicando-se esse valor pelo número de unidades detidas pelo titular do instrumento
financeiro.

(b) O instrumento faz parte da classe de instrumentos que está subordinada a todas as outras classes
de instrumentos. Para fazer parte dessa classe, o instrumento:

(i) não tem prioridade sobre outras reivindicações aos ativos da entidade na liquidação, e

(ii) não precisa ser convertido em outro instrumento antes de fazer parte da classe de instrumentos
que está subordinada a todas as outras classes de instrumentos.

(c) Todos os instrumentos financeiros que fazem parte da classe de instrumentos que está subordinada
a todas as outras classes de instrumentos possuem características idênticas. Por exemplo, todos
devem ter opção de venda, e a fórmula ou outro método utilizado para calcular o preço de recompra
ou resgate é o mesmo para todos os instrumentos dessa classe.

(d) Exceto pela obrigação contratual do emitente de recomprar ou resgatar o instrumento em troca
de caixa ou outro ativo financeiro, o instrumento não inclui nenhuma obrigação contratual de
entregar caixa ou outro ativo financeiro a uma outra entidade ou de trocar ativos financeiros ou
passivos financeiros com outra entidade sob condições que sejam potencialmente desfavoráveis
para a entidade, e não constitui um contrato que será ou que poderá ser liquidado em instrumentos
de patrimônio próprios da entidade, conforme previsto no subparágrafo (b) da definição de
passivo financeiro.

(e) Os fluxos de caixa totais esperados atribuíveis ao instrumento ao longo da vida do instrumento
são baseados substancialmente em lucros e perdas, na mudança nos ativos líquidos reconhecidos
ou na mudança no valor justo dos ativos líquidos reconhecidos e não reconhecidos da entidade ao
longo da vida do instrumento (excluindo quaisquer efeitos do instrumento).

16B Para que um instrumento seja classificado como um instrumento de patrimônio, além do instrumento ter
todas as características acima, o emitente não deve ter nenhum outro instrumento financeiro ou contrato
que tenha:

(a) fluxos de caixa totais baseados substancialmente em lucros e perdas, na mudança nos ativos líquidos
reconhecidos ou na mudança no valor justo dos ativos líquidos reconhecidos e não reconhecidos
da entidade (excluindo quaisquer efeitos desse instrumento ou contrato), e

(b) o efeito de restringir ou fixar substancialmente o retorno residual para os titulares do instrumento
com opção de venda.

Para a finalidade de aplicar essa condição, a entidade não considerará contratos não financeiros com
um titular de um instrumento, descrito no parágrafo 16A, cujos termos e condições contratuais sejam
similares aos de um contrato equivalente que poderia ser celebrado entre um não titular de instrumento e
a entidade emitente. Se a entidade não puder determinar se essa condição é atendida, ela não classificará
o instrumento com opção de venda como um instrumento de patrimônio.

Instrumentos, ou componentes de instrumentos, que impõem à entidade uma


obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos
da entidade apenas na liquidação

16C Alguns instrumentos financeiros incluem uma obrigação contratual da entidade emitente de entregar a
uma outra entidade uma parcela proporcional de seus ativos líquidos apenas na liquidação. A obrigação
surge porque a ocorrência da liquidação é certa e está fora do controle da entidade (por exemplo, uma
entidade por prazo determinado) ou é incerta mas está a critério do titular do instrumento. Como exceção

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à definição de passivo financeiro, um instrumento que inclui essa obrigação é classificado como um
instrumento de patrimônio se possui todas as características a seguir:

(a) Ele concede ao titular o direito a uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade em caso de
liquidação da entidade. Os ativos líquidos da entidade são aqueles que permanecem após a dedução
de todas as outras reivindicações sobre seus ativos. Uma parcela proporcional é determinada:

(i) dividindo-se os ativos líquidos da entidade, por ocasião da liquidação, em unidades de igual
valor, e

(ii) multiplicando-se esse valor pelo número de unidades detidas pelo titular do instrumento
financeiro.

(b) O instrumento faz parte da classe de instrumentos que está subordinada a todas as outras classes
de instrumentos. Para fazer parte dessa classe, o instrumento:

(i) não tem prioridade sobre outras reivindicações aos ativos da entidade na liquidação, e

(ii) não precisa ser convertido em outro instrumento antes de fazer parte da classe de instrumentos
que está subordinada a todas as outras classes de instrumentos.

(c) Todos os instrumentos financeiros contidos na classe de instrumentos que está subordinada a todas
as demais classes de instrumentos devem ter uma obrigação contratual idêntica da entidade emitente
de entregar uma parcela proporcional de seus ativos líquidos na liquidação.

16D Para que um instrumento seja classificado como um instrumento de patrimônio, além do instrumento ter
todas as características acima, o emitente não deve ter nenhum outro instrumento financeiro ou contrato
que tenha:

(a) fluxos de caixa totais baseados substancialmente em lucros e perdas, na mudança nos ativos líquidos
reconhecidos ou na mudança no valor justo dos ativos líquidos reconhecidos e não reconhecidos
da entidade (excluindo quaisquer efeitos desse instrumento ou contrato), e

(b) o efeito de restringir ou fixar substancialmente o retorno residual para os titulares do instrumento.

Para a finalidade de aplicar essa condição, a entidade não considerará contratos não financeiros com
um titular de um instrumento, descrito no parágrafo 16C, cujos termos e condições contratuais sejam
similares aos de um contrato equivalente que poderia ser celebrado entre um não titular de instrumento e
a entidade emitente. Se a entidade não puder determinar se essa condição é atendida, ela não classificará
o instrumento como um instrumento de patrimônio.

Reclassificação de instrumentos com opção de venda e instrumentos que impõem à


entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos
ativos líquidos da entidade apenas na liquidação

16E Uma entidade classificará um instrumento financeiro como um instrumento de patrimônio, de acordo com
os parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D, a partir da data em que o instrumento tiver
todas as características e atender às condições previstas nesses parágrafos. Uma entidade reclassificará
um instrumento financeiro a partir da data em que o instrumento deixar de ter todas as características
ou de atender a todas as condições previstas nesses parágrafos. Por exemplo, se uma entidade resgatar
todos os seus instrumentos sem opção de venda emitidos, e quaisquer instrumentos com opção de venda
que permanecerem em circulação tiverem todas as características e atenderem a todas as condições dos
parágrafos 16A e 16B, a entidade reclassificará os instrumentos com opção de venda como instrumentos
de patrimônio a partir da data em que resgatar os instrumentos sem opção de venda.

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16F Uma entidade contabilizará a reclassificação de um instrumento de acordo com o parágrafo 16E da
seguinte forma:

(a) Ela reclassificará um instrumento de patrimônio como um passivo financeiro a partir da data em
que o instrumento deixar de ter todas as características ou de atender às condições previstas nos
parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D. O passivo financeiro será mensurado ao valor
justo do instrumento na data da reclassificação. A entidade reconhecerá no patrimônio líquido
qualquer diferença entre o valor contábil do instrumento de patrimônio e o valor justo do passivo
financeiro na data da reclassificação.

(b) Ela reclassificará um passivo financeiro como patrimônio líquido a partir da data em que o
instrumento tiver todas as características e atender às condições previstas nos parágrafos 16A e 16B
ou nos parágrafos 16C e 16D. Um instrumento de patrimônio será mensurado ao valor contábil do
passivo financeiro na data da reclassificação.

Inexistência de obrigação contratual para entregar caixa ou outro ativo financeiro


[parágrafo 16(a)]

17 Com exceção das circunstâncias descritas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D, uma
característica crítica na diferenciação de um passivo financeiro de um instrumento de patrimônio é a
existência de uma obrigação contratual de uma parte em relação ao instrumento financeiro (o emissor),
seja para entregar caixa ou outro ativo financeiro à outra parte (o titular) ou para trocar ativos financeiros
ou passivos financeiros com o titular, sob condições que sejam potencialmente desfavoráveis ao emissor.
Embora o titular de um instrumento de patrimônio possa ter o direito de receber uma parcela proporcional
de quaisquer dividendos ou outras distribuições de patrimônio líquido, o emissor não tem uma obrigação
contratual de fazer essas distribuições, pois não está obrigado a entregar caixa ou outro ativo financeiro
à outra parte.

18 A essência de um instrumento financeiro, em vez de sua forma legal, rege sua classificação na
demonstração da posição financeira da entidade. A essência e a forma legal são geralmente consistentes,
mas nem sempre. Alguns instrumentos financeiros assumem a forma legal de patrimônio líquido, mas são
passivos em essência, e outros podem combinar características associadas a instrumentos de patrimônio
e características associadas a passivos financeiros. Por exemplo:

(a) uma ação preferencial que estabeleça o resgate obrigatório pelo emitente por um valor fixo ou
determinável em uma data futura fixa ou determinável, ou dê ao titular o direito de exigir que o
emitente resgate o instrumento a partir de uma data específica por um valor fixo ou determinável,
é um passivo financeiro.

(b) um instrumento financeiro que concede ao titular o direito de revendê-lo ao emissor, em troca de
caixa ou outro ativo financeiro (um “instrumento com opção de venda”), é um passivo financeiro,
exceto instrumentos classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos
16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D. O instrumento financeiro é um passivo financeiro
mesmo quando o valor de caixa ou de outros ativos financeiros é determinado com base em um
índice ou outro item que tenha o potencial de aumentar ou diminuir. A existência de uma opção para
que o titular revenda o instrumento ao emissor em troca de caixa ou outro ativo financeiro indica que
o instrumento com opção de venda atende à definição de passivo financeiro, exceto instrumentos
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com
os parágrafos 16C e 16D. Por exemplo, fundos mútuos abertos, fundos de investimento, parcerias
e algumas entidades cooperativas podem fornecer aos seus cotistas ou membros um direito de
resgatar suas participações no emitente em qualquer ocasião em troca de caixa, o que resulta em
que as participações dos cotistas ou membros sejam classificadas como passivos financeiros, exceto
instrumentos classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e
16B ou com os parágrafos 16C e 16D. Entretanto, a classificação como um passivo financeiro não
impede o uso de descrições tais como “valor do ativo líquido atribuível aos cotistas da entidade”
e “mudança no valor do ativo líquido atribuível aos cotistas da entidade” nas demonstrações
financeiras de uma entidade que não tenha nenhum patrimônio líquido contribuído (como, por
exemplo, alguns fundos mútuos e fundos de investimento, vide Exemplo Ilustrativo 7) ou o uso

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de divulgação adicional para mostrar que o total de participações dos membros compreende itens
tais como reservas, que atendem à definição de patrimônio líquido, e instrumentos com opção de
venda que não atendem a essa definição (vide Exemplo Ilustrativo 8).

19 Se uma entidade não tiver um direito incondicional de evitar a entrega de caixa ou outro ativo financeiro
para liquidar uma obrigação contratual, a obrigação atende à definição de passivo financeiro, exceto
instrumentos classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B
ou com os parágrafos 16C e 16D. Por exemplo:

(a) uma restrição sobre a capacidade de uma entidade de cumprir uma obrigação contratual como, por
exemplo, falta de acesso à moeda estrangeira ou a necessidade de obter aprovação para pagamento
de uma autoridade reguladora, não anula a obrigação contratual da entidade ou o direito contratual
do titular previsto no instrumento.

(b) uma obrigação contratual que for condicionada ao exercício da contraparte de seu direito de resgate
é um passivo financeiro, pois a entidade não tem o direito incondicional de evitar a entrega de caixa
ou outro ativo financeiro.

20 Um instrumento financeiro que não estabeleça explicitamente uma obrigação contratual de entregar
caixa ou outro ativo financeiro pode estabelecer uma obrigação indiretamente por meio de seus termos
e condições. Por exemplo:

(a) um instrumento financeiro pode conter uma obrigação não financeira que deve ser liquidada se,
e apenas se, a entidade deixar de fazer distribuições ou de resgatar o instrumento. Se a entidade
puder evitar a transferência de caixa ou outro ativo financeiro apenas pela liquidação da obrigação
não financeira, o instrumento financeiro é um passivo financeiro.

(b) um instrumento financeiro é um passivo financeiro se ele estabelecer que na liquidação a entidade
entregará:

(i) caixa ou outro ativo financeiro; ou

(ii) suas próprias ações, cujo valor é determinado como excedendo substancialmente o valor de
caixa ou outro ativo financeiro.

Embora a entidade não tenha uma obrigação contratual explícita de entregar caixa ou outro ativo
financeiro, devido ao valor da alternativa de liquidação em ações a entidade o liquidará em caixa.
Em qualquer caso, foi garantido ao titular, em essência, o direito de receber um valor que seja pelo
menos igual à opção de liquidação em caixa (vide parágrafo 21).

Liquidação em instrumentos de patrimônio próprios da entidade [parágrafo 16(b)]

21 Um contrato não é um instrumento de patrimônio apenas pelo fato de que pode resultar no recebimento
ou entrega de instrumentos de patrimônio próprios da entidade. Uma entidade pode ter um direito ou
obrigação contratual de receber ou entregar uma quantidade de suas próprias ações ou outros instrumentos
de patrimônio que variam, de modo que o valor justo dos seus instrumentos de patrimônio a serem
recebidos ou entregues seja igual ao valor do direito ou obrigação contratual. Esse direito ou obrigação
contratual pode ser por um valor fixo ou um valor que flutue em parte ou totalmente em resposta às
mudanças em uma variável que não seja o preço de mercado dos instrumentos de patrimônio próprios
da entidade (por exemplo, uma taxa de juros, um preço de mercadoria ou um preço de instrumento
financeiro). Dois exemplos são (a) um contrato para entregar uma quantidade de instrumentos de
patrimônio próprios da entidade que for igual em valor a UM100,3 e (b) um contrato para entregar uma
quantidade de instrumentos de patrimônio próprios da entidade que for igual em valor a 100 onças (oz)
de ouro. Esse contrato é um passivo financeiro da entidade, ainda que a entidade deva ou possa liquidá-
lo entregando seus próprios instrumentos de patrimônio. Ele não é um instrumento de patrimônio, pois
a entidade utiliza um número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio como um meio de

3 Nesta Norma, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

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liquidar o contrato. Consequentemente, o contrato não comprova uma participação residual nos ativos
da entidade após a dedução da totalidade de seus passivos.

22 Exceto conforme descrito no parágrafo 22A, um contrato que será liquidado pela entidade (recebendo
ou) entregando um número fixo de seus próprios instrumentos de patrimônio em troca de um valor fixo
em caixa ou outro ativo financeiro é um instrumento de patrimônio. Por exemplo, uma opção de ações
emitida que dê à contraparte o direito de comprar um número fixo de ações da entidade por um preço
fixo ou por um valor principal fixo de um título de dívida é um instrumento de patrimônio. As mudanças
no valor justo de um contrato, decorrentes de variações nas taxas de juros de mercado, que não afetem o
montante de caixa ou outros ativos financeiros a ser pago ou recebido, ou o número de instrumentos de
patrimônio a ser recebido ou entregue na liquidação do contrato, não impedem que o contrato seja um
instrumento de patrimônio. Qualquer contrapartida recebida (como, por exemplo, o prêmio recebido por
uma opção vendida ou bônus de subscrição sobre as ações próprias da entidade) é adicionada diretamente
ao patrimônio líquido. Qualquer contrapartida paga (como, por exemplo, prêmio pago por uma opção
comprada) é deduzida diretamente do patrimônio líquido. As mudanças no valor justo de um instrumento
de patrimônio não são reconhecidas nas demonstrações financeiras.

22A Se os instrumentos de patrimônio próprios da entidade a serem por ela recebidos ou entregues na liquidação
de um contrato são instrumentos financeiros com opção de venda, possuindo todas as características e
atendendo a todas as condições descritas nos parágrafos 16A e 16B, ou são instrumentos que impõem
à entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos
da entidade apenas na liquidação, possuindo todas as características e atendendo a todas as condições
descritas nos parágrafos 16C e 16D, então o contrato é um ativo financeiro ou um passivo financeiro.
Isso inclui um contrato que será liquidado pela entidade que receber ou entregar um número fixo desses
instrumentos em troca de um valor fixo em caixa ou outro ativo financeiro.

23 Com exceção das circunstâncias descritas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D,
um contrato que contém uma obrigação para uma entidade de comprar seus próprios instrumentos de
patrimônio em troca de caixa ou outro ativo financeiro origina um passivo financeiro para o valor presente
do valor de resgate (por exemplo, para o valor presente do preço de recompra a termo, do preço de
exercício de opção ou de outro valor de resgate). Esse é o caso mesmo se o contrato for um instrumento de
patrimônio. Um exemplo é a obrigação de uma entidade prevista em um contrato a termo de comprar seus
próprios instrumentos de patrimônio em troca de caixa. O passivo financeiro é reconhecido inicialmente ao
valor presente do valor de resgate e é reclassificado do patrimônio líquido. Subsequentemente, o passivo
financeiro é mensurado de acordo com a IFRS 9. Se o contrato vencer sem a entrega, o valor contábil do
passivo financeiro é reclassificado para o patrimônio líquido. A obrigação contratual de uma entidade de
comprar seus próprios instrumentos de patrimônio origina um passivo financeiro para o valor presente
do valor de resgate mesmo se a obrigação de comprar for condicionada ao exercício pela contraparte
de um direito de resgate (por exemplo, uma opção de venda que dê à contraparte o direito de vender os
instrumentos de patrimônio de uma entidade à entidade por um preço fixo).

24 Um contrato que será liquidado pela entidade entregando ou recebendo um número fixo de seus próprios
instrumentos de patrimônio em troca de um valor variável de caixa ou outro ativo financeiro é um ativo
financeiro ou um passivo financeiro. Um exemplo é um contrato para a entidade entregar 100 de seus
próprios instrumentos de patrimônio em troca de caixa, calculado como sendo equivalente ao valor de
100 onças (oz) de ouro.

Cláusulas de liquidação contingente

25 Um instrumento financeiro pode exigir que a entidade entregue caixa ou outro ativo financeiro ou que
o liquide de outro modo, de tal forma que ele seria um passivo financeiro no caso da ocorrência ou não
ocorrência de eventos futuros incertos (ou no resultado de circunstâncias incertas) que estejam além
do controle tanto do emitente quanto do titular do instrumento como, por exemplo, uma mudança no
índice do mercado de ações, índice de preço ao consumidor, taxa de juros ou requisitos de tributação, ou
nas receitas futuras, receita líquida ou índice dívida/patrimônio líquido do emitente. O emitente desse
instrumento não tem o direito incondicional de evitar a entrega de caixa ou outro ativo financeiro (ou de

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liquidá-lo de outro modo, de tal forma que ele seria um passivo financeiro). Portanto, ele é um passivo
financeiro do emitente, exceto:

(a) se a parte da cláusula de liquidação contingente que poderia exigir a liquidação em caixa ou
outro ativo financeiro (ou de outro modo, de tal forma que ele seria um passivo financeiro) não
for verdadeira;

(b) se o emitente puder ser obrigado a liquidar a obrigação em caixa ou outro ativo financeiro (ou de
outro modo, de tal forma que seria ele seria um passivo financeiro) apenas no caso de liquidação
do emitente; ou

(c) se o instrumento tiver todas as características e atender às condições dos parágrafos 16A e 16B.

Opções de liquidação

26 Quando um instrumento financeiro derivativo permitir a uma parte uma escolha de liquidação
(por exemplo, o emitente ou o titular puder escolher a liquidação em caixa ou por meio da troca de
ações por caixa), ele é um ativo financeiro ou um passivo financeiro, exceto se todas as alternativas
de liquidação resultarem no fato de ele ser um instrumento de patrimônio.

27 Um exemplo de um instrumento financeiro derivativo com opção de liquidação que é um passivo


financeiro é uma opção de ações que o emitente pode decidir liquidar pelo valor líquido em caixa ou
pela troca de suas próprias ações por caixa. Da mesma forma, alguns contratos para comprar ou vender
um item não financeiro em troca de instrumentos de patrimônio próprios da entidade estão dentro do
alcance desta Norma, pois eles podem ser liquidados por meio da entrega do item não financeiro ou
pelo valor líquido em caixa ou outro instrumento financeiro (vide parágrafos 8-10). Esses contratos são
ativos financeiros ou passivos financeiros e não instrumentos de patrimônio.

Instrumentos financeiros compostos


(vide também parágrafos OA30‑OA35 e Exemplos Ilustrativos 9-12)
28 O emitente de um instrumento financeiro não derivativo avaliará os termos do instrumento
financeiro para determinar se ele contém tanto um componente do passivo quanto um componente
do patrimônio líquido. Esses componentes serão classificados separadamente como passivos
financeiros, ativos financeiros ou instrumentos de patrimônio de acordo com o parágrafo 15.

29 Uma entidade reconhece separadamente os componentes de um instrumento financeiro que (a) cria um
passivo financeiro da entidade e (b) concede uma opção ao titular do instrumento de convertê-lo em
um instrumento de patrimônio da entidade. Por exemplo, um título de dívida ou instrumento similar
conversível pelo titular em um número fixo de ações ordinárias da entidade é um instrumento financeiro
composto. Do ponto de vista da entidade, esse instrumento compreende dois componentes: um passivo
financeiro (um acordo contratual para entregar caixa ou outro ativo financeiro) e um instrumento de
patrimônio (uma opção de compra concedendo ao titular o direito, por um período de tempo específico,
de convertê-lo em um número fixo de ações ordinárias da entidade). O efeito econômico da emissão desse
instrumento é substancialmente o mesmo que emitir simultaneamente um instrumento de dívida com uma
alternativa de liquidação antecipada e bônus de subscrição para compra de ações ordinárias ou emitir um
instrumento de dívida com bônus de subscrição para compra de ações destacável. Consequentemente, em
todos os casos, a entidade apresenta os componentes do passivo e do patrimônio líquido separadamente
em sua demonstração da posição financeira.

30 A classificação dos componentes do passivo e do patrimônio líquido de um instrumento conversível


não é revisada como resultado de uma mudança na probabilidade de que uma opção de conversão será
exercida, mesmo quando o exercício da opção possa parecer ter ficado economicamente vantajoso
para alguns titulares. Os titulares nem sempre podem agir da forma que se poderia esperar, pois, por
exemplo, as consequências fiscais resultantes da conversão podem diferir entre os titulares. Além disso,
a probabilidade de conversão mudará de tempos em tempos. A obrigação contratual da entidade de fazer

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pagamentos futuros permanece pendente até que ela seja extinta por meio da conversão, vencimento do
instrumento ou alguma outra transação.

31 A IFRS 9 trata da mensuração de ativos financeiros e passivos financeiros. Os instrumentos de patrimônio


são instrumentos que comprovam uma participação residual nos ativos de uma entidade após a dedução de
todos os seus passivos. Portanto, quando o valor contábil inicial de um instrumento financeiro composto
for alocado aos seus componentes do patrimônio líquido e do passivo, ao componente do patrimônio
líquido é atribuído o valor residual após deduzir do valor justo do instrumento como um todo o valor
determinado separadamente para o componente do passivo. O valor de quaisquer características de
derivativo (como, por exemplo, uma opção de compra) embutidas no instrumento financeiro composto
que não seja um componente do patrimônio líquido (como, por exemplo, uma opção de conversão de
patrimônio líquido) é incluído no componente do passivo. A soma dos valores contábeis atribuídos aos
componentes do passivo e do patrimônio líquido no reconhecimento inicial é sempre igual ao valor justo
que seria atribuído ao instrumento como um todo. Nenhum ganho ou perda surge do reconhecimento
inicial dos componentes do instrumento separadamente.

32 De acordo com a abordagem descrita no parágrafo 31, o emitente de um título de dívida conversível em
ações ordinárias primeiro determina o valor contábil do componente do passivo mensurando o valor justo
de um passivo similar (incluindo quaisquer características de derivativos não patrimoniais embutidos)
que não tenha um componente do patrimônio líquido associado. O valor contábil do instrumento de
patrimônio representado pela opção de converter o instrumento em ações ordinárias é então determinado
pela dedução do valor justo do passivo financeiro do valor justo do instrumento financeiro composto
como um todo.

Ações em tesouraria (vide também parágrafo OA36)


33 Se uma entidade readquirir seus próprios instrumentos de patrimônio, esses instrumentos (“ações
em tesouraria”) serão deduzidos do patrimônio líquido. Nenhum ganho ou perda será reconhecido
em lucros e perdas na compra, venda, emissão ou cancelamento dos instrumentos de patrimônio
próprios da entidade. Essas ações em tesouraria podem ser adquiridas e mantidas pela entidade
ou por outros membros do grupo consolidado. A contrapartida paga ou recebida será reconhecida
diretamente no patrimônio líquido.

34 O valor de ações mantidas em tesouraria é divulgado separadamente na demonstração da posição financeira


ou nas notas explicativas, de acordo com a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras. Uma
entidade faz a divulgação de acordo com a IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas se a entidade
readquirir seus próprios instrumentos de patrimônio de partes relacionadas.

Juros, dividendos, perdas e ganhos (vide também parágrafo OA37)


35 Os juros, dividendos, perdas e ganhos relacionados a um instrumento financeiro ou um componente
que seja um passivo financeiro serão reconhecidos como receita ou despesa em lucros e perdas.
As distribuições aos titulares de um instrumento de patrimônio serão reconhecidas pela entidade
diretamente no patrimônio líquido. Os custos de uma transação patrimonial serão contabilizados
como uma dedução do patrimônio líquido.

35A O imposto sobre a renda relativo a distribuições a titulares de um instrumento de patrimônio e os custos
de transação de uma transação patrimonial será contabilizado de acordo com a IAS 12 – Impostos sobre
a Renda.

36 A classificação de um instrumento financeiro como um passivo financeiro ou um instrumento de


patrimônio determina se os juros, dividendos, perdas e ganhos relacionados a esse instrumento são
reconhecidos como receita ou despesa em lucros e perdas. Desse modo, os pagamentos de dividendos
em ações totalmente reconhecidos como passivos são reconhecidos como despesas da mesma forma
que os juros em um título de dívida. Da mesma forma, os ganhos e perdas associados a resgates ou
refinanciamentos de passivos financeiros são reconhecidos em lucros e perdas, enquanto os resgates
ou refinanciamentos de instrumentos de patrimônio são reconhecidos como mudanças no patrimônio

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líquido. As mudanças no valor justo de um instrumento de patrimônio não são reconhecidas nas
demonstrações financeiras.

37 Uma entidade geralmente incorre em diversos custos ao emitir ou adquirir seus próprios instrumentos
de patrimônio. Esses custos podem incluir taxas de registro ou outras taxas regulatórias, valores pagos
a consultores legais, contábeis e outros profissionais, custos de impressão e impostos de selo. Os custos
de transação de uma transação patrimonial são contabilizados como uma dedução do patrimônio líquido
na medida em que são custos incrementais diretamente atribuíveis à transação patrimonial que de outro
modo teriam sido evitados. Os custos de uma transação patrimonial que seja abandonada são reconhecidos
como uma despesa.

38 Os custos de transação que estão relacionados à emissão de um instrumento financeiro composto são
alocados aos componentes do passivo e do patrimônio líquido do instrumento na proporção da alocação
dos proventos. Os custos de transação que estão relacionados conjuntamente a mais de uma transação
(por exemplo, custos de oferta simultânea de algumas ações e uma listagem em bolsa de valores de outras
ações) são alocados a essas transações utilizando uma base de alocação que seja racional e consistente
com transações similares.

39 O valor dos custos de transação contabilizado como uma dedução do patrimônio líquido no período é
divulgado separadamente de acordo com a IAS 1.

40 Dividendos classificados como uma despesa podem ser apresentados na(s) demonstração(ões) de lucros
e perdas e outros resultados abrangentes ou com juros sobre outros passivos ou como um item separado.
Além dos requisitos desta Norma, a divulgação de juros e dividendos está sujeita aos requisitos da IAS 1
e da IFRS 7. Em algumas circunstâncias, por causa das diferenças entre juros e dividendos em relação a
questões tais como dedutibilidade fiscal, é desejável divulgá-los separadamente na(s) demonstração(ões)
de lucros e perdas e outros resultados abrangentes. As divulgações de efeitos fiscais são feitas de acordo
com a IAS 12.

41 Os ganhos e perdas relacionados a mudanças no valor contábil de um passivo financeiro são reconhecidos
como receita ou despesa em lucros e perdas, mesmo se estiverem relacionados a um instrumento que
inclua um direito à participação residual nos ativos da entidade em troca de caixa ou outro ativo financeiro
[vide parágrafo 18(b)]. De acordo com a IAS 1, a entidade apresenta qualquer ganho ou perda resultante
da remensuração desse instrumento separadamente na demonstração do resultado abrangente quando
ele for pertinente para explicar o desempenho da entidade.

Compensação de um ativo financeiro e um passivo financeiro


(vide também parágrafos OA38A-OA38F e OA39)
42 Um ativo financeiro e um passivo financeiro serão compensados e o valor líquido apresentado na
demonstração da posição financeira quando, e apenas quando, uma entidade:

(a) atualmente tiver um direito legalmente exequível de compensar os valores reconhecido; e

(b) pretender liquidar em uma base líquida, ou realizar o ativo e liquidar o passivo
simultaneamente.

Na contabilização da transferência de um ativo financeiro que não se qualifica para baixa, a entidade
não compensará o ativo transferido e o passivo associado (vide IFRS 9, parágrafo 3.2.22).

43 Esta Norma exige a apresentação de ativos financeiros e passivos financeiros em uma base líquida quando,
ao fazê-lo, reflete os fluxos de caixa futuros esperados de uma entidade provenientes da liquidação de
dois ou mais instrumentos financeiros separados. Quando uma entidade tem o direito de receber ou pagar
um único valor líquido e pretende fazê-lo, ela tem, na verdade, apenas um ativo financeiro ou um passivo
financeiro. Em outras circunstâncias, os ativos financeiros e os passivos financeiros são apresentados
separadamente um do outro de forma consistente com suas características como recursos ou obrigações
da entidade. Uma entidade divulgará as informações requeridas nos parágrafos 13B-13E da IFRS 7 para
instrumentos financeiros reconhecidos que estão dentro do alcance do parágrafo 13A da IFRS 7.

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IFRS Foundation A807
IAS 32

44 A compensação de um ativo financeiro reconhecido e um passivo financeiro reconhecido e a apresentação


do valor líquido diferem da baixa de um ativo financeiro ou um passivo financeiro. Embora a compensação
não origine o reconhecimento de um ganho ou perda, a baixa de um instrumento financeiro não apenas
resulta na eliminação do item reconhecido anteriormente da demonstração da posição financeira, mas
também pode resultar no reconhecimento de um ganho ou perda.

45 Um direito de compensação é um direito legal do devedor, por contrato ou de outra forma, de liquidar ou
de outro modo eliminar a totalidade ou uma parte de um valor devido a um credor aplicando, contra esse
valor, um valor devido pelo credor. Em circunstâncias incomuns, um devedor pode ter um direito legal
de aplicar um valor devido por um terceiro contra o valor devido a um credor desde que haja um acordo
entre as três partes que estabeleça claramente o direito de compensação do devedor. Como o direito de
compensação é um direito legal, as condições que suportam o direito podem variar de uma jurisdição
legal para outra e as leis aplicáveis aos relacionamentos entre as partes devem ser consideradas.

46 A existência de um direito exequível de compensar um ativo financeiro e um passivo financeiro afeta


os direitos e as obrigações associados a um ativo financeiro e a um passivo financeiro e pode afetar a
exposição a riscos de crédito e de liquidez de uma entidade. Entretanto, a existência do direito, por si só,
não é uma base suficiente para compensação. Na ausência de uma intenção de exercer o direito ou de
liquidar simultaneamente, o valor e a época de fluxos de caixa futuros de uma entidade não são afetados.
Quando uma entidade pretende exercer o direito ou liquidar simultaneamente, a apresentação do ativo e
do passivo em uma base líquida reflete de forma mais apropriada os valores e a época dos fluxos de caixa
futuros esperados, bem como os riscos aos quais esses fluxos de caixa estão expostos. Uma intenção por
uma ou ambas as partes em liquidar em uma base líquida sem o direito legal de fazê-lo não é suficiente
para justificar a compensação, pois os direitos e as obrigações associados ao ativo financeiro e passivo
financeiro individuais permanecem inalterados.

47 As intenções de uma entidade em relação à liquidação de ativos e passivos específicos podem ser
influenciadas por suas práticas normais de negócios, pelos requisitos dos mercados financeiros e outras
circunstâncias que possam limitar a capacidade de liquidar pelo valor líquido ou de liquidar de forma
simultânea. Quando uma entidade tiver um direito de compensação, mas não pretende liquidar pelo valor
líquido nem realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente, o efeito do direito sobre a exposição
a risco de crédito da entidade é divulgado de acordo com o parágrafo 36 da IFRS 7.

48 A liquidação simultânea de dois instrumentos financeiros pode ocorrer por meio de, por exemplo,
operação de uma câmara de compensação em um mercado financeiro organizado ou uma troca privada.
Nessas circunstâncias, os fluxos de caixa são, na verdade, equivalentes a um único valor líquido e não
há exposição a riscos de crédito ou de liquidez. Em outras circunstâncias, uma entidade pode liquidar
dois instrumentos recebendo e pagando valores separados, ficando exposta a risco de crédito para o valor
integral do ativo ou risco de liquidez para o valor integral do passivo. Essas exposições a risco podem
ser significativas ainda que relativamente breves. Consequentemente, a realização de um ativo financeiro
e a liquidação de um passivo financeiro são tratadas como simultâneas apenas quando as transações
ocorrerem na mesma ocasião.

49 As condições definidas no parágrafo 42 não são geralmente atendidas e a compensação é geralmente


inadequada quando:

(a) vários instrumentos financeiros diferentes forem utilizados para emular as características de um
único instrumento financeiro (um “instrumento sintético”);

(b) os ativos financeiros e os passivos financeiros surgirem de instrumentos financeiros que tenham
a mesma exposição a risco primário (por exemplo, ativos e passivos dentro de uma carteira de
contratos a termo ou outros instrumentos derivativos), mas envolvem contrapartes diferentes;

(c) ativos financeiros ou outros ativos foram dados em garantia de passivos financeiros sem recurso;

(d) os ativos financeiros estão separados em fideicomisso por um devedor para a finalidade de liquidar
uma obrigação sem que esses ativos tenham sido aceitos pelo credor na liquidação da obrigação
(por exemplo, um acordo de fundo de amortização); ou

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IAS 32

(e) for esperado que as obrigações incorridas como resultado de eventos que dão origem a perdas sejam
recuperadas de um terceiro em virtude de uma reivindicação feita em um contrato de seguro.

50 Uma entidade que empreender diversas transações de instrumentos financeiros com uma única contraparte
pode celebrar um “acordo principal de liquidação” com essa contraparte. Esse acordo dispõe uma única
liquidação pelo valor líquido de todos os instrumentos financeiros cobertos pelo acordo, no caso de
inadimplemento ou rescisão de qualquer contrato. Esses acordos são geralmente utilizados por instituições
financeiras para fornecer proteção contra perdas no caso de falência ou outras circunstâncias que resultem
na incapacidade de uma contraparte de cumprir suas obrigações. Um acordo principal de liquidação
geralmente cria um direito de compensação que se torna exequível e afeta a realização ou liquidação
de ativos financeiros e passivos financeiros individuais apenas após surgir um evento específico de
inadimplemento ou em outras circunstâncias não esperadas no curso normal dos negócios. Um acordo
principal de liquidação não fornece uma base para compensação, exceto se forem atendidos ambos os
critérios no parágrafo 42. Quando ativos financeiros e passivos financeiros sujeitos a um acordo principal
de liquidação não forem compensados, o efeito do acordo na exposição a risco de crédito de uma entidade
é divulgado de acordo com o parágrafo 36 da IFRS 7.

Divulgação
51–95 [Excluídos]

Data de vigência e transição


96 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é permitida. Uma entidade não aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados
antes de 1º de janeiro de 2005, exceto se ela também aplicar a IAS 39 (emitida em dezembro de 2003),
incluindo as alterações emitidas em março de 2004. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período
iniciado antes de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

96A Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes na Liquidação (Alterações à
IAS 32 e à IAS 1), emitida em fevereiro de 2008, exigiu que instrumentos financeiros contendo todas as
características e atendendo às condições dos parágrafos 16A e 16B ou dos parágrafos 16C e 16D fossem
classificados como instrumento de patrimônio, alterou os parágrafos 11, 16, 17–19, 22, 23, 25, OA13,
OA14 e OA27 e inseriu os parágrafos 16A–16F, 22A, 96B, 96C, 97C, OA14A–OA14J e OA29A. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A
aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as mudanças para um período anterior, ela
divulgará esse fato e, ao mesmo tempo, aplicará as respectivas alterações à IAS 1, à IAS 39, à IFRS 7 e
à IFRIC 2.

96B Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes da Liquidação introduziu
uma exceção de alcance limitado; portanto, uma entidade não aplicará a exceção por analogia.

96C A classificação de instrumentos com base nessa exceção estará restrita à contabilização desse instrumento
de acordo com a IAS 1, a IAS 32, a IAS 39, a IFRS 7 e a IFRS 9. O instrumento não será considerado
como um instrumento de patrimônio com base em outra orientação, como, por exemplo, a IFRS 2.

97 Esta Norma será aplicada retrospectivamente.

97A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
alterou o parágrafo 40. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as
alterações serão aplicadas para esse período anterior.

97B A IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como revisada em 2008) excluiu o parágrafo 4(c). Uma entidade
aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade
aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008) para um período anterior, a alteração também será aplicada para
esse período anterior. Entretanto, a alteração não se aplica a contrapartida contingente que resultou de

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IAS 32

uma combinação de negócios para a qual a data de aquisição antecedeu a aplicação da IFRS 3 (revisada
em 2008). Em vez disso, uma entidade contabilizará essa contrapartida de acordo com os parágrafos
65A-65E da IFRS 3 (conforme alterada em 2010).

97C Ao aplicar as alterações descritas no parágrafo 96A, uma entidade deve desmembrar em componentes
separados de passivo e patrimônio líquido um instrumento financeiro composto que possuir uma
obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade apenas
na liquidação. Se o componente do passivo não estiver mais em aberto, uma aplicação retrospectiva
dessas alterações à IAS 32 envolveria a separação de dois componentes do patrimônio líquido. O
primeiro componente estaria incluído em lucros acumulados e representaria os juros acumulados sobre o
componente do passivo. O outro componente representaria o componente do patrimônio líquido original.
Portanto, uma entidade não precisa separar esses dois componentes se o componente do passivo não
estiver mais em aberto na data de aplicação das alterações.

97D O parágrafo 4 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é
permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato e aplicará
para esse período anterior as alterações ao parágrafo 3 da IFRS 7, ao parágrafo 1 da IAS 28 e ao parágrafo
1 da IAS 31 emitidas em maio de 2008. A entidade poderá aplicar a alteração prospectivamente.

97E Os parágrafos 11 e 16 foram alterados por Classificação de Emissões de Direitos emitida em outubro de
2009. Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de fevereiro de
2010. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior,
ela divulgará esse fato.

97F [Excluído]

97G O parágrafo 97B foi alterado por Melhorias as IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada
é permitida.

97H A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 3, 4, 12, 23, 31, 42, 96C, OA2 e OA30,
e excluiu o parágrafo 97F. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como
emitida em outubro de 2010.

97I A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos
4(a) e OA29. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

97J A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 11 e alterou os
parágrafos 23 e OA31. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

97K A Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou o parágrafo 40. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IAS 1, tal como
alterada em junho de 2011.

97L Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IAS 32), emitida em dezembro
de 2011, excluiu o parágrafo OA38 e incluiu os parágrafos OA38A-OA38F. Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014. Uma entidade aplicará
essas alterações retrospectivamente. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essas
alterações a partir de uma data mais antiga, ela divulgará esse fato e também fará as divulgações requeridas
por Divulgações – Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IFRS 7)
emitida em dezembro de 2011.

97M Divulgações — Compensações de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Alterações à IFRS 7),
emitida em dezembro de 2011, alterou o parágrafo 43 ao exigir que uma entidade divulgue as informações
exigidas nos parágrafos 13B–13E da IFRS 7 para ativos financeiros reconhecidos que estejam dentro do
alcance do parágrafo 13A da IFRS 7.Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados

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em ou após 1º de janeiro de 2013 e períodos intermediários dentro desses períodos anuais. Uma entidade
fornecerá as divulgações requeridas por essa alteração retrospectivamente.

97N Melhorias Anuais – Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou os parágrafos 35, 37 e 39 e
acrescentou o parágrafo 35A. Uma entidade aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com
a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar
essa alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

97O Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou o parágrafo 4. Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se uma entidade
aplicar essa alteração antecipadamente, ela aplicará também todas as alterações incluídas em Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.

Revogação de outros pronunciamentos


98 Esta Norma substitui a IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação, revisada
em 2000.4

99 Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:

(a) SIC‑5 – Classificação de Instrumentos Financeiros – Cláusulas de Liquidação Contingente;

(b) SIC‑16 – Capital Acionário – Instrumentos de Patrimônio Próprios Readquiridos (Ações em


Tesouraria); e

(c) SIC‑17 – Patrimônio Líquido – Custos de uma Transação Patrimonial.

100 Esta Norma revoga a minuta de Interpretação SIC-D34 – Instrumentos Financeiros – Instrumentos ou
Direitos Resgatáveis pelo Titular.

4 Em agosto de 2005, o IASB realocou todas as divulgações relacionadas a instrumentos financeiros à IFRS 7 – Instrumentos
Financeiros: Divulgações.

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Apêndice
Orientação de Aplicação
IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação

Este apêndice é parte integrante da Norma.

OA1 Esta Orientação de Aplicação explica a aplicação de aspectos específicos da Norma.

OA2 A Norma não trata do reconhecimento ou da mensuração de instrumentos financeiros. Os requisitos


sobre o reconhecimento e a mensuração de ativos financeiros e passivos financeiros estão definidos na
IFRS 9.

Definições (parágrafos 11-14)

Ativos financeiros e passivos financeiros


OA3 A moeda (caixa) é um ativo financeiro, pois ela representa o meio de troca e, portanto, é a base em que
todas as transações são mensuradas e reconhecidas nas demonstrações financeiras. Um depósito de valor
em caixa junto a um banco ou instituição financeira similar é um ativo financeiro, pois representa o
direito contratual do depositante de obter caixa da instituição ou de descontar um cheque ou instrumento
similar contra o saldo a favor de um credor em pagamento de um passivo financeiro.

OA4 São exemplos comuns de ativos financeiros que representam um direito contratual de receber caixa no
futuro e correspondentes passivos financeiros que representam uma obrigação contratual de entregar
caixa no futuro:

(a) contas a receber de clientes e contas a pagar a fornecedores;

(b) títulos a receber e a pagar;

(c) empréstimos a receber e a pagar; e

(d) títulos de dívida a receber e a pagar.

Em cada caso, o direito contratual de uma parte de receber (ou obrigação de pagar) caixa é confrontado
com a correspondente obrigação de pagar (ou o direito de receber) da outra parte.

OA5 Outro tipo de instrumento financeiro é aquele em relação ao qual o benefício econômico a ser recebido
ou trocado é um ativo financeiro diferente de caixa. Por exemplo, um título a pagar em títulos de dívida
do governo dá ao titular o direito contratual de receber, e ao emitente a obrigação contratual de entregar,
títulos de dívida do governo, não caixa. Os títulos de dívida são ativos financeiros, pois representam
obrigações do governo emitente de pagar caixa. O título é, portanto, um ativo financeiro do titular do
título e um passivo financeiro do emitente do título.

OA6 Instrumentos de dívida “perpétuos” (tais como título de dívida “perpétuos”, debêntures e obrigações de
capital) normalmente fornecem ao titular o direito contratual de receber pagamentos a título de juros em
datas fixas que se estendem a um futuro indeterminado, seja sem nenhum direito de receber retorno do
principal ou um direito ao retorno do principal de acordo com os termos que o tornam muito improvável
ou muito distante no futuro. Por exemplo, uma entidade pode emitir um instrumento financeiro que exija
que ela faça pagamentos anuais indefinidamente equivalentes à taxa de juros declarada de 8%, aplicada
ao valor nominal ou principal declarado de UM1.000.5 Supondo que 8% seja a taxa de juros de mercado
para o instrumento quando emitido, o emitente assume uma obrigação contratual de fazer uma série de

5 Nesta orientação, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

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pagamentos de juros tendo um valor justo (valor presente) de UM1.000 no reconhecimento inicial. O
titular e o emitente do instrumento possuem um ativo financeiro e um passivo financeiro, respectivamente.

OA7 Um direito contratual ou obrigação contratual de receber, entregar ou trocar instrumentos financeiros
é, por si só, um instrumento financeiro. Uma cadeia de direitos contratuais ou obrigações contratuais
atende à definição de um instrumento financeiro se ela levar ao recebimento ou pagamento de caixa ou
à aquisição ou emissão de um instrumento de patrimônio.

OA8 A capacidade de exercer um direito contratual ou o requisito de cumprir uma obrigação contratual pode
ser absoluta ou pode ser condicionada à ocorrência de um evento futuro. Por exemplo, uma garantia
financeira é um direito contratual do mutuante de receber caixa do avalista e uma correspondente
obrigação contratual do avalista de pagar ao mutuante, se o mutuário entrar em inadimplência. O direito
e a obrigação contratual existem por causa de uma transação ou evento passado (suposição da garantia),
ainda que a capacidade do mutuante de exercer seu direito e o requisito para o avalista de executar
de acordo com a sua obrigação sejam ambos condicionados a um ato futuro de inadimplemento pelo
mutuário. Um direito e uma obrigação contingente atendem à definição de um ativo financeiro e um
passivo financeiro, ainda que esses ativos e passivos nem sempre sejam reconhecidos nas demonstrações
financeiras. Alguns desses direitos e obrigações contingentes podem ser contratos de seguro dentro do
alcance da IFRS 4.

OA9 De acordo com a IAS 17 – Arrendamentos, um arrendamento financeiro é considerado principalmente como
um direito do arrendador de receber e uma obrigação do arrendatário em pagar uma série de pagamentos
que sejam substancialmente a mesma que os pagamentos de principal e juros combinados previstos em um
contrato de empréstimo. O arrendador contabiliza seu investimento no valor a receber previsto no contrato
de arrendamento, em vez de no próprio ativo arrendado. Um arrendamento operacional, por outro lado,
é considerado principalmente como um contrato não concluído que compromete o arrendador a fornecer
o uso de um ativo em períodos futuros em troca de contrapartida similar a um honorário por um serviço.
O arrendador continua a contabilizar o próprio ativo arrendado em vez de qualquer valor a receber no
futuro de acordo com o contrato. Consequentemente, um arrendamento financeiro é considerado como
um instrumento financeiro e um arrendamento operacional não é considerado como um instrumento
financeiro (exceto em relação aos pagamentos individuais atualmente devidos e devidos).

OA10 Ativos físicos (como por exemplo, estoques, imobilizado), ativos arrendados e ativos intangíveis (como
por exemplo, patentes e marcas comerciais) não são ativos financeiros. O controle desses ativos físicos
e intangíveis cria uma oportunidade para gerar um fluxo de entrada de caixa ou outro ativo financeiro,
mas não origina um direito presente de receber caixa ou outro ativo financeiro.

OA11 Os ativos (tais como despesas antecipadas) para os quais o benefício econômico futuro é o recebimento
de bens ou serviços, em vez de o direito de receber caixa ou outro ativo financeiro, não são ativos
financeiros. Da mesma forma, itens tais como receita diferida e a maioria das obrigações de garantia não
são passivos financeiros, pois o fluxo de saída de benefícios econômicos associados a eles é a entrega de
bens e serviços em vez de uma obrigação contratual de pagamento em caixa ou outro ativo financeiro.

OA12 Os passivos ou ativos que não são contratuais (tais como impostos sobre a renda que sejam criados
como resultado de requisitos estatutários impostos por governos) não são passivos financeiros nem
ativos financeiros. A contabilização de impostos sobre a renda é tratada na IAS 12. Da mesma forma,
as obrigações presumidas, conforme definidas na IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes, não se originam de contratos e não são passivos financeiros.

Instrumentos de patrimônio
OA13 Exemplos de instrumentos de patrimônio incluem ações ordinárias sem opção de venda, alguns
instrumentos com opção de venda (vide parágrafos 16A e 16B), alguns instrumentos que impõem à
entidade uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da
entidade apenas na liquidação (vide parágrafos 16C e 16D), alguns tipos de ações preferenciais (vide
parágrafos OA25 e OA26) e bônus de subscrição ou opções de compra de ações que permitem ao titular
subscrever ou comprar um número fixo de ações ordinárias sem opção de venda da entidade emitente

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em troca de um valor fixo em caixa ou outro ativo financeiro. A obrigação de uma entidade de emitir
ou comprar um número fixo de seus próprios instrumentos de patrimônio em troca de um valor fixo em
caixa ou outro ativo financeiro é um instrumento de patrimônio da entidade (exceto como indicado no
parágrafo 22A). Contudo, se esse contrato contém uma obrigação para a entidade de pagar em caixa
ou outro ativo financeiro (exceto um contrato classificado como patrimônio líquido de acordo com os
parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D), ele também origina um passivo para o valor
presente do valor de resgate (vide parágrafo OA27(a)). Um emitente de ações ordinárias sem opção de
vendas assume um passivo quando ele age formalmente para fazer uma distribuição e se torna legalmente
obrigado perante os acionistas a fazê-lo. Esse pode ser o caso após a declaração de um dividendo ou
quando a entidade estiver sendo liquidada e quaisquer ativos restantes após o cumprimento dos passivos
se tornarem distribuíveis aos acionistas.

OA14 Uma opção de compra comprada ou outro contrato similar adquirido por uma entidade que concede
a ela o direito de readquirir um número fixo de seus próprios instrumentos de patrimônio em troca da
entrega de um valor fixo em caixa ou outro ativo financeiro não é um ativo financeiro da entidade (exceto
conforme descrito no parágrafo 22A). Em vez disso, qualquer contrapartida paga por esse contrato é
deduzida do patrimônio líquido.

A classe de instrumentos que está subordinada a todas as demais classes


[parágrafos 16A(b) e 16C(b)]

OA14A Uma das características previstas nos parágrafos 16A e 16C é a de que o instrumento financeiro faça
parte da classe de instrumentos que está subordinada a todas as demais classes.

OA14B Ao determinar se um instrumento faz parte da classe subordinada, uma entidade avalia a reinvidicação do
instrumento na liquidação como se a entidade fosse ser liquidada na data em que classificar o instrumento.
Uma entidade reavaliará a classificação se houver uma mudança nas circunstâncias pertinentes. Por
exemplo, se a entidade emitir ou resgatar outro instrumento financeiro, isso pode afetar a condição
de o instrumento em questão fazer parte da classe de instrumentos que esteja subordinada a todas as
demais classes.

OA14C Um instrumento que tem um direito preferencial na liquidação da entidade não é um instrumento com
direito a uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade. Por exemplo, um instrumento tem
um direito preferencial na liquidação se conceder ao titular o direito a um dividendo fixo na liquidação,
além de uma parcela dos ativos líquidos da entidade, enquanto outros instrumentos da classe subordinada
que tiverem direito a uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade não têm o mesmo direito
na liquidação.

OA14D Se uma entidade tiver apenas uma classe de instrumentos financeiros, essa classe será tratada como se
estivesse subordinada a todas as demais classes.

Fluxos de caixa totais esperados atribuíveis ao instrumento ao longo da vida do


instrumento [parágrafo 16A(e)]

OA14E Os fluxos de caixa totais esperados do instrumento ao longo da vida do instrumento devem se basear
substancialmente em lucros e perdas, na mudança nos ativos líquidos reconhecidos ou no valor justo
dos ativos líquidos reconhecidos e não reconhecidos da entidade ao longo da vida do instrumento.
Lucros e perdas e a mudança nos ativos líquidos reconhecidos serão mensurados de acordo com as
respectivas IFRSs.

Transações celebradas por um titular de instrumento que não seja o sócio da


entidade (parágrafos 16A e 16C)

OA14F O titular de um instrumento financeiro com opção de venda ou de um instrumento que imponha à entidade
uma obrigação de entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos da entidade
apenas na liquidação pode celebrar transações com a entidade, desde que em outra capacidade que não a
de sócio. Por exemplo, o titular de um instrumento pode ser também um empregado da entidade. Apenas

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IAS 32

os fluxos de caixa e os termos e condições contratuais do instrumento que se referirem ao titular do


instrumento como sócio da entidade serão levados em consideração ao avaliar se o instrumento deve ser
classificado como patrimônio líquido de acordo com o parágrafo 16A ou com o parágrafo 16C.

OA14G Um exemplo é uma sociedade limitada com sócios limitados e sócios gerais. Alguns sócios gerais podem
oferecer uma garantia à entidade e podem ser remunerados por oferecer essa garantia. Nessas situações, a
garantia e os fluxos de caixa correspondentes referem-se aos titulares de instrumentos em sua capacidade
de avalistas, e não em sua capacidade de sócios da entidade. Portanto, essa garantia e os fluxos de caixa
correspondentes não resultariam em que os sócios gerais fossem considerados subordinados aos sócios
limitados e seriam desconsiderados ao avaliar se os termos contratuais dos instrumentos da sociedade
limitada e dos instrumentos da sociedade geral são idênticos.

OA14H Outro exemplo é um acordo de participação em lucros e perdas, que aloca lucros e perdas aos titulares
dos instrumentos com base em serviços prestados ou negócios gerados durante o ano corrente e anos
anteriores. Esses acordos são transações com titulares de instrumentos em sua capacidade de não
proprietários e não devem ser levados em consideração ao avaliar as características relacionadas no
parágrafo 16A ou no parágrafo 16C. Contudo, acordos de participação em lucros e perdas, que alocam
lucros e perdas a titulares de instrumentos com base no valor nominal de seus instrumentos em relação
a outros da mesma classe, representam transações com titulares de instrumentos em sua capacidade de
proprietários e devem ser levados em consideração ao avaliar as características relacionadas no parágrafo
16A ou no parágrafo 16C.

OA14I Os fluxos de caixa e os termos e condições contratuais de uma transação entre o titular do instrumento
(na capacidade de não proprietário) e a entidade emitente devem ser similares aos de uma transação
equivalente que poderia ocorrer entre um não titular de instrumento e a entidade emitente.

Nenhum outro instrumento financeiro ou contrato com fluxos de caixa totais que
substancialmente fixe ou restrinja o retorno residual para o titular do instrumento
(parágrafos 16B e 16D)

OA14J Uma condição para classificar como patrimônio líquido um instrumento financeiro que, de outro modo,
atenda aos critérios do parágrafo 16A ou do parágrafo 16C é a de que a entidade não tenha nenhum outro
instrumento financeiro ou contrato que tenha (a) fluxos de caixa totais baseados substancialmente em
lucros e perdas, na mudança nos ativos líquidos reconhecidos ou na mudança no valor justo dos ativos
líquidos reconhecidos e não reconhecidos da entidade e (b) o efeito de restringir ou fixar substancialmente
o retorno residual. É improvável que os instrumentos a seguir, quando celebrados sob termos comerciais
normais com partes não relacionadas, impeçam que instrumentos que, de outro modo, atenderiam aos
critérios do parágrafo 16A ou do parágrafo 16C sejam classificados como patrimônio líquido:

(a) instrumentos cujos fluxos de caixa totais sejam substancialmente baseados em ativos específicos
da entidade.

(b) instrumentos cujos fluxos de caixa totais sejam baseados em um percentual da receita.

(c) contratos destinados a recompensar empregados individuais por serviços prestados à entidade.

(d) contratos que exigem o pagamento de um percentual insignificante sobre o lucro por serviços
prestados ou bens fornecidos.

Instrumentos financeiros derivativos


OA15 Os instrumentos financeiros incluem instrumentos principais (tais como contas a receber, contas a pagar
e instrumentos de patrimônio) e instrumentos financeiros derivativos (tais como opções financeiras,
contratos de futuros e a termo, swaps de taxas de juro e swaps de moeda). Os instrumentos financeiros
derivativos atendem à definição de um instrumento financeiro e, consequentemente, estão dentro do
alcance desta Norma.

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IAS 32

OA16 Os instrumentos financeiros derivativos criam direitos e obrigações que têm o efeito de transferir, entre
as partes do instrumento, um ou mais dos riscos financeiros inerentes em um instrumento financeiro
primário subjacente. Quando de sua celebração, os instrumentos financeiros derivativos dão a uma parte
um direito contratual de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra parte, sob condições
potencialmente favoráveis, ou uma obrigação contratual de trocar ativos ou passivos financeiros com
outra parte, sob condições potencialmente desfavoráveis. Contudo, eles geralmente6 não resultam em uma
transferência do instrumento financeiro primário subjacente no início do contrato, e essa transferência
não necessariamente ocorre no vencimento do contrato. Alguns instrumentos incorporam tanto um direito
quanto uma obrigação de efetuar uma troca. Por serem determinados no início do instrumento derivativo,
os termos da troca podem se tornar favoráveis ou desfavoráveis, de acordo com as variações de preços
nos mercados financeiros.

OA17 Uma opção de venda ou uma opção de compra para trocar ativos financeiros ou passivos financeiros (ou
seja, instrumentos financeiros que não sejam os instrumentos de patrimônio próprios de uma entidade)
dá ao titular um direito de obter potenciais benefícios econômicos futuros associados às mudanças no
valor justo do instrumento financeiro subjacente ao contrato. Contrariamente, o subscritor de uma opção
assume uma obrigação de abster-se de potenciais benefícios econômicos futuros ou de arcar com perdas
potenciais de benefícios econômicos associados às mudanças no valor justo do instrumento financeiro
subjacente. O direito contratual do titular e a obrigação do subscritor atendem à definição de um ativo
financeiro e um passivo financeiro, respectivamente. O instrumento financeiro subjacente a um contrato
de opção pode ser qualquer ativo financeiro, incluindo ações em outras entidades e instrumentos com
incidência de juros. Uma opção pode exigir que o subscritor emita um instrumento de dívida em vez de
transferir um ativo financeiro, mas o instrumento subjacente à opção constituiria um ativo financeiro do
titular se a opção fosse exercida. O direito do titular da opção de trocar o ativo financeiro sob condições
potencialmente favoráveis e a obrigação do subscritor de trocar o ativo financeiro sob condições
potencialmente desfavoráveis são distintas do ativo financeiro subjacente a ser trocado no exercício da
opção. A natureza do direito do titular e a obrigação do subscritor não são afetadas pela probabilidade
de que a opção será exercida.

OA18 Outro exemplo de um instrumento financeiro derivativo é um contrato a termo a ser liquidado em um
período de seis meses em que uma parte (o comprador) promete entregar caixa de UM1.000.000 em
troca de um valor nominal de UM1.000.000 de títulos de dívida do governo com taxa fixa, e a outra
parte (o vendedor) promete entregar um valor nominal de UM1.000.000 de títulos de dívida do governo
com taxa fixa em troca de caixa de UM1.000.000. Durante os seis meses, ambas as partes têm um direito
contratual e uma obrigação contratual de trocar instrumentos financeiros. Se o preço de mercado dos
títulos de dívida do governo subir acima de UM1.000.000, as condições serão favoráveis ao comprador
e desfavoráveis ao vendedor, se o preço de mercado cair abaixo de UM1.000.000, o efeito será o oposto.
O comprador tem um direito contratual (um ativo financeiro) similar ao direito em uma opção de compra
mantida e uma obrigação contratual (um passivo financeiro) similar à obrigação em uma opção de venda
vendida; o vendedor tem um direito contratual (um ativo financeiro) similar ao direito em uma opção de
venda mantida e uma obrigação contratual (um passivo financeiro) similar à obrigação em uma opção
de compra vendida. Da mesma forma que as opções, esses direitos e obrigações contratuais constituem
ativos financeiros e passivos financeiros separados e distintos dos instrumentos financeiros subjacentes
(os títulos de dívida e o caixa a ser trocado). Ambas as partes de um contrato a termo possuem uma
obrigação de cumprimento em um prazo pactuado, embora o cumprimento em um contrato de opção
ocorra apenas se e quando o titular da opção decidir exercê-la.

OA19 Muitos outros tipos de instrumentos derivativos incorporam um direito ou obrigação de fazer uma troca
futura, incluindo taxas de juros e swaps de moedas, tetos (caps) de taxa de juros, colares (collars) e pisos
(floors), compromissos de empréstimo, linhas de crédito com emissão de títulos e cartas de crédito. Um
contrato de swap de taxa de juros pode ser considerado como uma variação de um contrato a termo em
que as partes concordam em fazer uma série de trocas futuras de valores em caixa, um valor calculado
com referência a uma taxa de juros flutuante e o outro com referência a uma taxa de juros fixa. Os
contratos de futuros são outra variação de contratos a termo, diferindo principalmente no fato de que os
contratos são padronizados e negociados em uma bolsa.

6 Isto é verdade para a maioria dos, mas não para todos os, derivativos; por exemplo, em alguns swaps de taxa de juro de múltiplas
moedas o principal é trocado na celebração (e retrocado no vencimento).

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IAS 32

Contratos para comprar ou vender itens não financeiros (parágrafos 8-10)


OA20 Os contratos para comprar ou vender itens não financeiros não atendem à definição de um instrumento
financeiro, pois o direito contratual de uma parte de receber um ativo não financeiro ou serviço e a
correspondente obrigação da outra parte não estabelecem um direito ou uma obrigação presente de uma
das partes de receber, entregar ou trocar um ativo financeiro. Por exemplo, os contratos que disponham
a liquidação apenas por meio do recebimento ou entrega de um item não financeiro (por exemplo, um
contrato de opção, contrato de futuros ou contrato a termo de prata) não são instrumentos financeiros.
Muitos contratos de commodity são desse tipo. Alguns são padronizados na forma e negociados em
mercados organizados praticamente na mesma forma que alguns instrumentos financeiros derivativos. Por
exemplo, um contrato de futuros de commodity pode ser comprado e vendido rapidamente em troca de
caixa, pois ele está cotado para negociação em uma bolsa e pode mudar de mãos muitas vezes. Entretanto,
as partes que compram e vendem o contrato estão, na verdade, negociando a mercadoria subjacente.
A capacidade de comprar ou vender um contrato de commodity em troca de caixa, a facilidade com a
qual ele pode ser comprado ou vendido e a possibilidade de negociação de uma liquidação em caixa da
obrigação de receber ou entregar a commodity não alteram a característica fundamental do contrato de
uma forma que crie um instrumento financeiro. Contudo, alguns contratos para comprar ou vender itens
não financeiros que podem ser liquidados pelo valor líquido ou pela troca de instrumentos financeiros,
ou em que o item não financeiro é rapidamente conversível em caixa, estão dentro do alcance da Norma
como se fossem instrumentos financeiros (vide parágrafo 8).

OA21 Um contrato que envolve o recebimento ou a entrega de ativos físicos não origina um ativo financeiro
de uma parte e um passivo financeiro de outra parte, exceto se qualquer pagamento correspondente for
diferido após a data em que os ativos físicos forem transferidos. Esse é o caso na compra ou venda de
bens em crédito comercial.

OA22 Alguns contratos estão vinculados a mercadorias, mas não envolvem a liquidação por meio do recebimento
ou entrega física de uma commodity. Eles especificam a liquidação por meio de pagamentos de caixa
que são determinados de acordo com uma fórmula no contrato, em vez de por meio do pagamento de
valores fixos. Por exemplo, o valor principal de um título de dívida pode ser calculado aplicando o preço
de mercado do petróleo em vigor no vencimento do título de dívida a uma quantidade fixa de petróleo.
O principal é indexado por referência a um preço de commodity, mas é liquidado apenas em caixa. Esse
contrato constitui um instrumento financeiro.

OA23 A definição de um instrumento financeiro também abrange um contrato que origina um ativo não
financeiro ou um passivo não financeiro, além de um ativo financeiro ou um passivo financeiro. Esses
instrumentos financeiros dão com frequência a uma parte uma opção de trocar um ativo financeiro por um
ativo não financeiro. Por exemplo, um título de dívida vinculado a petróleo pode dar ao titular o direito
de receber uma série de pagamentos de juros periódicos e fixos e um valor fixo em caixa no vencimento,
com a opção de trocar o valor principal por uma quantidade fixa de petróleo. A conveniência do exercício
dessa opção variará de tempos em tempos, dependendo do valor justo do petróleo em relação ao coeficiente
de troca de caixa por petróleo (o preço de troca) inerente no título de dívida. As intenções do titular do
título de dívida em relação ao exercício da opção não afetam a essência dos ativos componentes. O ativo
financeiro do titular e o passivo financeiro do emitente fazem de um título de dívida um instrumento
financeiro, independentemente dos outros tipos de ativos e passivos também criados.

OA24 [Excluído]

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IAS 32

Apresentação

Passivo e patrimônio líquido (parágrafos 15-27)


Inexistência de obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro
(parágrafos 17-20)

OA25 Cotas preferenciais podem ser emitidas com diversos direitos. Ao determinar se uma cota preferencial
é um passivo financeiro ou um instrumento de patrimônio, um emissor avalia os direitos específicos
anexados à cota, para determinar se ela apresenta a característica fundamental de um passivo financeiro.
Por exemplo, uma cota preferencial que possibilite o resgate em uma data específica ou por opção do
titular contém um passivo financeiro, pois o emissor tem uma obrigação de transferir ativos financeiros ao
titular da cota. A possível incapacidade de um emissor de cumprir uma obrigação para resgatar uma cota
preferencial quando obrigado contratualmente a fazê-lo, seja por motivo de falta de recursos, restrição
estatutária ou lucros ou reservas insuficientes, não anula a obrigação. Uma opção do emitente de resgatar
as ações em troca de caixa não atende à definição de um passivo financeiro, pois o emitente não tem
uma obrigação presente de transferir ativos financeiros aos acionistas. Nesse caso, o resgate das ações
fica exclusivamente a critério do emitente. Uma obrigação pode surgir, contudo, quando o emitente das
ações exercer sua opção, geralmente por meio da notificação formal aos acionistas de sua intenção de
resgatar as ações.

OA26 Quando cotas preferenciais forem não resgatáveis, a classificação apropriada é determinada pelos outros
direitos anexos a elas. A classificação é baseada em uma avaliação da essência dos acordos contratuais
e nas definições de um passivo financeiro e um instrumento de patrimônio. Quando as distribuições aos
titulares das cotas preferenciais, seja de forma cumulativa ou não cumulativa, estiverem a critério do
emissor, as cotas constituem instrumentos de patrimônio. A classificação de uma cota preferencial como
um instrumento de patrimônio ou um passivo financeiro não é afetada, por exemplo, por:

(a) um histórico de fazer distribuições;

(b) uma intenção de fazer distribuições no futuro;

(c) um possível impacto negativo sobre o preço de cotas ordinárias do emissor, se as distribuições
não forem feitas (por causa das restrições no pagamento de dividendos sobre cotas ordinárias, se
dividendos sobre cotas preferenciais não forem pagos);

(d) o valor das reservas do emissor;

(e) a expectativa de um emissor de lucros e perdas para um período; ou

(f) a capacidade ou incapacidade do emissor de influenciar o valor de seus lucros e perdas para
o período.

Liquidação em instrumentos de patrimônio próprios da entidade (parágrafos 21-24)

OA27 Os exemplos a seguir ilustram como classificar diferentes tipos de contratos envolvendo instrumentos
de patrimônio próprios de uma entidade:

(a) Um contrato que será liquidado pela entidade que recebe ou entrega um número fixo de suas
próprias ações sem nenhuma contrapartida futura, ou que troca um número fixo de suas próprias
ações por um valor fixo em caixa ou outro ativo financeiro, é um instrumento de patrimônio (exceto
conforme descrito no parágrafo 22A). Consequentemente, qualquer contrapartida recebida ou paga
por esse contrato é adicionada diretamente ao, ou deduzida diretamente do, patrimônio líquido.
Um exemplo é uma opção de ação emitida que dá à contraparte um direito de comprar um número
fixo de ações da entidade por um valor fixo em caixa. Porém, se o contrato exigir que a entidade
compre (resgate) suas próprias ações em troca de caixa ou outro ativo financeiro em uma data
fixa ou determinável ou à vista, a entidade também reconhece um passivo financeiro para o valor
presente do valor de resgate (exceto instrumentos que possuam todas as características e atendam

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IAS 32

às condições dos parágrafos 16A e 16B ou dos parágrafos 16C e 16D). Um exemplo é a obrigação
de uma entidade prevista em um contrato a termo para recomprar um número fixo de suas próprias
ações por um valor fixo em caixa.

(b) A obrigação de uma entidade de comprar suas próprias ações em troca de caixa origina um passivo
financeiro para o valor presente do valor de resgate, mesmo se o número de ações que a entidade é
obrigada a recomprar não for fixo ou se a obrigação for condicionada ao exercício pela contraparte
de um direito de resgate (exceto conforme descrito nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos
16C e 16D). Um exemplo de uma obrigação condicional é uma opção emitida que exige que a
entidade recompre suas próprias ações em troca de caixa se a contraparte exercer a opção.

(c) Um contrato que será liquidado em caixa ou outro ativo financeiro é um ativo financeiro ou um
passivo financeiro, mesmo se o valor de caixa ou outro ativo financeiro que será recebido ou
entregue for baseado nas mudanças no preço de mercado dos títulos de patrimônio próprios da
entidade (exceto conforme descrito nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D). Um
exemplo é uma opção de ações liquidada pelo valor líquido em caixa.

(d) Um contrato que será liquidado em um número variável de ações próprias da entidade, cujo
valor equivale a um valor fixo, ou um valor baseado nas mudanças em uma variável subjacente
(por exemplo, o preço de uma commodity), é um ativo financeiro ou um passivo financeiro. Um
exemplo é uma opção vendida para comprar ouro que, se exercida, é liquidada pelo valor líquido
dos instrumentos próprios da entidade por meio da entrega pela entidade da quantidade desses
instrumentos equivalentes ao valor do contrato de opção. Esse contrato é um ativo financeiro ou
um passivo financeiro mesmo se a variável subjacente for o preço das ações próprias da entidade
em vez de ouro. Da mesma forma, um contrato que será liquidado em um número fixo de ações
próprias da entidade, mas os direitos inerentes a essas ações variarão de modo que o valor de
liquidação seja equivalente a um valor fixo ou um valor baseado nas mudanças em uma variável
subjacente, é um ativo financeiro ou um passivo financeiro.

Cláusulas de liquidação contingente (parágrafo 25)

OA28 O parágrafo 25 exige que se uma parte de uma cláusula de liquidação contingente que poderia exigir
a liquidação em caixa ou outro ativo financeiro (ou em outra forma que resulte na classificação do
instrumento como um passivo financeiro) não for autêntica, a cláusula de liquidação não afeta a
classificação de um instrumento financeiro. Desse modo, um contrato que exige a liquidação em caixa
ou em um número variável de ações próprias da entidade apenas na ocorrência de um evento que é
extremamente raro, altamente anormal ou muito improvável, é um instrumento de patrimônio. Da mesma
forma, a liquidação em um número fixo de ações próprias de uma entidade pode ser contratualmente
impedida em circunstâncias que estejam fora do controle da entidade, mas se essas circunstâncias não
tiverem possibilidade autêntica de ocorrer, a classificação como instrumento de patrimônio é adequada.

Tratamento nas demonstrações financeiras consolidadas

OA29 Nas demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade apresenta participações de não controladores –
ou seja, as participações de outras partes no patrimônio líquido e no resultado de suas subsidiárias – de
acordo com a IAS 1 e a IFRS 10. Ao classificar um instrumento financeiro (ou um componente dele) nas
demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade considera todos os termos e condições pactuados
entre os membros do grupo e os titulares do instrumento ao determinar se o grupo como um todo tem
uma obrigação de entregar caixa ou outro ativo financeiro em relação ao instrumento ou de liquidá-lo de
uma forma que resulte na classificação como passivo. Quando uma subsidiária de um grupo emitir um
instrumento financeiro e uma controladora ou outra entidade do grupo concordar em termos adicionais
diretamente com os titulares do instrumento (por exemplo, uma garantia), o grupo pode não ter critérios
para distribuições ou resgate. Embora a subsidiária possa classificar adequadamente o instrumento sem
considerar esses termos adicionais em suas demonstrações financeiras individuais, o efeito de outros
contratos entre membros do grupo e os titulares do instrumento é considerado para garantir que as
demonstrações financeiras consolidadas reflitam os contratos e as transações celebrados pelo grupo como
um todo. Na medida em que haja essa obrigação ou cláusula de liquidação, o instrumento (ou componente

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IFRS Foundation A819
IAS 32

dele que esteja sujeito à obrigação) é classificado como um passivo financeiro nas demonstrações
financeiras consolidadas.

OA29A Alguns tipos de instrumentos que impõem uma obrigação contratual à entidade são classificados
como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C
e 16D. A classificação de acordo com esses parágrafos é uma exceção aos princípios de outro modo
aplicados nesta Norma à classificação de um instrumento. Essa exceção não se estende à classificação de
participações de não controladores nas demonstrações financeiras consolidadas. Portanto, instrumentos
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com os
parágrafos 16C e 16D nas demonstrações financeiras separadas ou individuais que não sejam participações
de não controladores são classificados como passivos nas demonstrações financeiras consolidadas
do grupo.

Instrumentos financeiros compostos (parágrafos 28-32)


OA30 O parágrafo 28 se aplica apenas aos emitentes de instrumentos financeiros compostos não derivativos.
O parágrafo 28 não trata de instrumentos financeiros compostos a partir da perspectiva dos titulares.
A IFRS 9 trata da classificação e mensuração de ativos financeiros que são instrumentos financeiros
compostos da perspectiva de seu titular.

OA31 Uma forma comum de instrumento financeiro composto é um instrumento de dívida com uma opção
de conversão embutida como, por exemplo, um título de dívida conversível em ações ordinárias do
emitente e sem nenhuma outra característica de derivativo embutido. O parágrafo 28 exige que o emitente
desse instrumento financeiro apresente o componente do passivo e o componente do patrimônio líquido
separadamente na demonstração da posição financeira, como segue:

(a) A obrigação do emitente em fazer pagamentos programados de juros e principal é um passivo


financeiro que existe contanto que o instrumento não seja convertido. No reconhecimento inicial,
o valor justo do componente do passivo é o valor presente da série contratualmente determinada de
fluxos de caixa futuros descontados à taxa de juros aplicada nessa época pelo mercado a instrumentos
de risco de crédito comparável e que fornecem substancialmente os mesmos fluxos de caixa, nos
mesmos termos, mas sem a opção de conversão.

(b) O instrumento de patrimônio é uma opção embutida para converter o passivo em patrimônio
líquido do emitente. Essa opção possui valor no reconhecimento inicial, mesmo quando ela estiver
fora do preço.

OA32 Na conversão de um instrumento conversível no vencimento, a entidade baixa o componente do passivo


e o reconhece como patrimônio líquido. O componente do patrimônio líquido original permanece como
patrimônio líquido (embora ele possa ser transferido de uma rubrica para outra dentro do patrimônio
líquido). Não há nenhum ganho ou perda na conversão no vencimento.

OA33 Quando uma entidade extinguir um instrumento conversível antes do vencimento por meio de um resgate
antecipado ou recompra em que os privilégios de conversão originais estejam inalterados, a entidade
aloca a contrapartida paga e quaisquer custos de transação da recompra ou resgate aos componentes do
passivo e do patrimônio líquido do instrumento na data da transação. O método utilizado na alocação
da contrapartida paga e dos custos de transação aos componentes separados é consistente com aquele
utilizado na alocação original aos componentes separados dos proventos recebidos pela entidade quando
o instrumento conversível foi emitido, de acordo com os parágrafos 28-32.

OA34 Quando a alocação da contrapartida for feita, qualquer ganho ou perda resultante é tratado de acordo
com os princípios contábeis aplicáveis ao respectivo componente, como segue:

(a) o valor do ganho ou perda relacionado ao componente do passivo é reconhecido em lucros e


perdas; e

(b) o valor da contrapartida relacionada ao componente do patrimônio líquido é reconhecido no


patrimônio líquido.

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IAS 32

OA35 Uma entidade pode alterar os termos de um instrumento conversível para induzir a conversão antecipada,
por exemplo, oferecendo uma taxa de conversão mais favorável ou pagando outra contrapartida adicional
no caso de conversão antes de uma data específica. A diferença, na data em que os termos forem alterados,
entre o valor justo da contrapartida que o titular recebe na conversão do instrumento de acordo com os
termos revisados e o valor justo da contrapartida que o titular teria recebido de acordo com os termos
originais, é reconhecida como uma perda em lucros e perdas.

Ações em tesouraria (parágrafos 33 e 34)


OA36 Os instrumentos de patrimônio próprios de uma entidade não são reconhecidos como um ativo financeiro,
independentemente do motivo pelos quais eles são readquiridos. O parágrafo 33 exige que uma entidade
que readquire seus próprios instrumentos de patrimônio deduza esses instrumentos de patrimônio do
patrimônio líquido. Entretanto, quando uma entidade tiver seu próprio patrimônio líquido em nome
de outros, por exemplo, uma instituição financeira que tenha seu próprio patrimônio líquido em nome de
um cliente, há uma relação de agenciamento e, como resultado, essas participações não são incluídas na
demonstração da posição financeira da entidade.

Juros, dividendos, perdas e ganhos (parágrafos 35-41)


OA37 O exemplo a seguir ilustra a aplicação do parágrafo 35 a um instrumento financeiro composto. Presuma
que uma ação preferencial com dividendos não cumulativos seja obrigatoriamente resgatável em caixa
em cinco anos, mas esses dividendos sejam pagos, a critério da entidade, antes da data de resgate.
Esse instrumento é um instrumento financeiro composto, com o componente do passivo sendo o valor
presente do valor de resgate. A reversão do desconto nesse componente é reconhecida em lucros e perdas
e classificada como despesa de juros. Quaisquer dividendos pagos estão relacionados ao componente do
patrimônio líquido e, consequentemente, são reconhecidos como uma distribuição de lucros e perdas.
Um tratamento similar se aplicaria se o resgate não fosse obrigatório, e sim à opção do titular, ou se a
ação fosse obrigatoriamente conversível em um número variável de ações ordinárias, calculado como
equivalente a um valor fixo ou um valor baseado nas mudanças em uma variável subjacente (por exemplo,
commodity). Contudo, se quaisquer dividendos não pagos forem adicionados ao valor de resgate, todo
o instrumento é um passivo. Nesse caso, quaisquer dividendos são classificados como despesa de juros.

Compensação de um ativo financeiro e um passivo financeiro


(parágrafos 42-50)
OA38 [Excluído]

Critério que uma entidade “atualmente tem um direito legalmente exequível de


compensar os valores reconhecidos” (parágrafo 42(a))

OA38A Um direito de compensação pode estar atualmente disponível ou pode estar condicionado a um evento
futuro (por exemplo, o direito pode ser acionado ou exercível somente na ocorrência de algum evento
futuro, como a inadimplência, insolvência ou falência de uma das contrapartes). Mesmo se o direito de
compensação não estiver condicionado a um evento futuro, ele pode somente ser legalmente exequível
no curso normal dos negócios, ou no caso de inadimplência, ou no caso de insolvência ou falência, de
uma ou de todas as contrapartes.

OA38B Para atender ao critério do parágrafo 42(a), uma entidade deve atualmente ter um direito legalmente
exequível de compensação. Isso significa que o direito de compensação:

(a) não deve estar condicionado a um evento futuro; e

(b) deve ser legalmente exequível em todas as seguintes circunstâncias:

(i) no curso normal dos negócios;

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(ii) no caso de inadimplência; e

(iii) no caso de insolvência ou falência

da entidade e de todas as contrapartes.

OA38C A natureza e a extensão do direito de compensação, incluindo quaisquer condições vinculadas a seu
exercício e se continuaria no caso de inadimplência ou insolvência ou falência, pode variar de uma
jurisdição legal para outra. Consequentemente, não se pode presumir que o direito de compensação
está automaticamente disponível fora do curso normal dos negócios. Por exemplo, as leis de falência ou
insolvência de uma jurisdição podem proibir, ou restringir, o direito de compensação no caso de falência
ou insolvência em algumas circunstâncias.

OA38D As leis aplicáveis aos relacionamentos entre as partes (por exemplo, disposições contratuais, as leis que
regem o contrato, ou as leis de inadimplência, insolvência ou falência aplicáveis às partes) precisam ser
consideradas para determinar se o direito de compensação é exequível no curso normal dos negócios,
em caso de inadimplência, e no caso de insolvência ou falência, da entidade e de todas as contrapartes
(conforme especificado no parágrafo OA38B(b)).

Critério que uma entidade “pretende liquidar em uma base líquida, ou realizar o ativo
e liquidar o passivo simultaneamente” (parágrafo 42(b))

OA38E Para atender ao critério no parágrafo 42(b) uma entidade deve pretender liquidar em uma base líquida
ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. Embora a entidade possa ter direito de liquidar
pelo valor líquido, ela pode ainda realizar o ativo e liquidar o passivo separadamente.

OA38F Se uma entidade pode liquidar valores de tal modo que o resultado seja, com efeito, equivalente a
liquidação pelo valor líquido, a entidade atenderá ao critério de liquidação pelo valor líquido no parágrafo
42(b). Isso ocorrerá se, e somente se, o mecanismo de liquidação pelo valor bruto tiver características
que eliminam ou resultam em risco insignificante de crédito e liquidez, e que processará contas a receber
e contas a pagar em um único processo ou ciclo de liquidação. Por exemplo, um sistema de liquidação
pelo valor bruto que tenha todas as seguintes características atenderia ao critério de liquidação pelo valor
líquido no parágrafo 42(b):

(a) ativos financeiros e passivos financeiros elegíveis para compensação são submetidos a
processamento ao mesmo tempo;

(b) uma vez que os ativos financeiros e passivos financeiros são submetidos a processamento, as partes
estão comprometidas a cumprir a obrigação de liquidação;

(c) não existe potencial para que os fluxos de caixa resultantes dos ativos e passivos se alterem uma
vez que eles tenham sido submetidos a processamento (saldo se o processamento falhar – vide
(d) abaixo);

(d) ativos e passivos que são garantidos por títulos serão liquidados em uma transferência de títulos
ou sistema similar (por exemplo, entrega versus pagamento), de modo que se a transferência de
títulos falhar, o processamento das respectivas contas a receber ou contas a pagar pelas quais os
títulos são garantidos também falhará (e vice-versa);

(e) quaisquer transações que falharem, conforme descrito no item (d), serão novamente lançadas para
processamento até que sejam liquidadas;

(f) uma liquidação é realizada através da mesma instituição de liquidação (por exemplo, um banco de
liquidação, um banco central ou um agente depositário de títulos); e

(g) uma linha de crédito intra-dia está em vigor, que fornecerá valores suficientes de saque a descoberto
para possibilitar o processamento de pagamentos na data de liquidação para cada uma das partes,
e é praticamente certo que a linha de crédito intra-dia será honrada se for solicitada.

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OA39 A Norma não dispõe tratamento especial para os assim chamados “instrumentos sintéticos”, que são
grupos de instrumentos financeiros separados, adquiridos e mantidos para emular as características de
outro instrumento. Por exemplo, uma dívida de longo prazo com taxa flutuante combinada com um swap
de taxa de juros que envolva o recebimento de pagamentos flutuantes e a execução de pagamentos fixos
sintetiza uma dívida de longo prazo com taxa fixa. Cada um dos instrumentos financeiros individuais
que em conjunto constituem um “instrumento sintético” representa um direito ou obrigação contratual
com seus próprios termos e condições e cada um deles pode ser transferido ou liquidado separadamente.
Cada instrumento financeiro é exposto a riscos que podem diferir dos riscos aos quais outros instrumentos
financeiros estão expostos. Consequentemente, quando um instrumento financeiro em um “instrumento
sintético” for um ativo e outro for um passivo, eles não são compensados e apresentados na demonstração
da posição financeira de uma entidade pelo valor líquido, exceto se atenderem aos critérios de
compensação no parágrafo 42.

Divulgação

Ativos financeiros e passivos financeiros ao valor justo por meio do


resultado [parágrafo 94(f)]
OA40 [Excluído]

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 33

Lucro por Ação


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 33 – Lucro por
Ação, que foi emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em fevereiro de 1997.

Em dezembro de 2003, o IASB revisou a IAS 33 e alterou o título para Lucro por Ação. A IAS 33 também incorporou
a orientação contida em uma Interpretação relacionada (SIC-24 – Lucro por Ação – Instrumentos Financeiros e
Outros Contratos que Podem Ser Liquidados em Ações).

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 33. Elas incluem a IFRS 2 – Pagamentos
Baseados em Ações (emitida em fevereiro de 2004), a IFRS 3 – Combinações de Negócios (emitida em março de
2004 e revisada em janeiro de 2008) e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada
em setembro de 2007).

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IAS 33

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 33
LUCRO POR AÇÃO
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 5
MENSURAÇÃO 9
Lucro básico por ação 9
Lucro 12
Ações 19
Lucro diluído por ação 30
Lucro 33
Ações 36
Ações ordinárias potenciais diluíveis 41
Opções, bônus de subscrição e itens equivalentes 45
Instrumentos conversíveis 49
Ações de emissão contingente 52
Contratos que podem ser liquidados em ações ordinárias ou à vista 58
Opções compradas 62
Opções de venda lançadas 63
AJUSTES RETROSPECTIVOS 64
APRESENTAÇÃO 66
DIVULGAÇÃO 70
DATA DE VIGÊNCIA 74
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 75
APÊNDICES
A Orientação de aplicação
B Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 33 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS

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IAS 33

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 33 – Lucro por Ação (IAS 33) é definida nos parágrafos 1-76
e Apêndices A e B. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC
quando adotada pelo IASB. A IAS 33 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 33 – Lucro por Ação (IAS 33) substitui a IAS 33 – Lucro
por Ação (revisada em 1997) e deve ser aplicada para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro
de 2005. A aplicação antecipada é encorajada. A Norma também substitui a SIC‑24 – Lucro por Ação –
Instrumentos Financeiros e Outros Contratos que Podem Ser Liquidados em Ações.

Motivos para revisar a IAS 33


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 33 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 Para a IAS 33, o principal objetivo do Conselho foi uma revisão limitada para fornecer orientação adicional
e exemplos ilustrativos sobre assuntos complexos selecionados como, por exemplo, os efeitos de ações
de emissão contingente; ações ordinárias potenciais de subsidiárias, empreendimentos em conjunto ou
coligadas; participação de instrumentos de patrimônio; opções de venda lançadas; opções de compra e de
venda compradas; e instrumentos conversíveis obrigatórios. O Conselho não reconsiderou a abordagem
fundamental à determinação e apresentação do lucro por ação contida na IAS 33.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 33


Lucro por Ação

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever princípios para a determinação e apresentação do lucro por ação,
de modo a melhorar as comparações de desempenho entre entidades diferentes para o mesmo período
de relatório e entre períodos de relatório diferentes para a mesma entidade. Ainda que os dados do lucro
por ação tenham limitações por causa das diferentes políticas contábeis que podem ser usadas para
a determinação do “lucro”, um denominador determinado de forma consistente aprimora o relatório
financeiro. O foco desta Norma está sobre o denominador do cálculo do lucro por ação.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada a

(a) demonstrações financeiras separadas ou individuais de uma entidade:

(i) cujas ações ordinárias ou ações ordinárias potenciais sejam negociadas em um mercado
público (uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou em um mercado de balcão,
incluindo mercados locais e regionais) ou

(ii) que registre, ou esteja em processo de registro de, suas demonstrações financeiras junto
a uma comissão de valores mobiliários ou outro órgão regulador para a finalidade de
emitir ações ordinárias em um mercado público; e

(b) demonstrações financeiras consolidadas de um grupo com uma controladora:

(i) cujas ações ordinárias ou ações ordinárias potenciais sejam negociadas em um mercado
público (uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou em um mercado de balcão,
incluindo mercados locais e regionais) ou

(ii) que registre, ou esteja em processo de registro de, suas demonstrações financeiras junto
a uma comissão de valores mobiliários ou outro órgão regulador para a finalidade de
emitir ações ordinárias em um mercado público.

3 Uma entidade que divulgar lucro por ação calculará e divulgará o lucro por ação de acordo com
esta Norma.

4 Quando uma entidade apresentar tanto demonstrações financeiras consolidadas quanto


demonstrações financeiras separadas preparadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações
Financeiras Consolidadas e com a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas, respectivamente,
as divulgações exigidas por esta Norma devem ser apresentadas somente com base nas
informações consolidadas. Uma entidade que escolher divulgar o lucro por ação com base em suas
demonstrações financeiras separadas apresentará essas informações do lucro por ação somente
em sua demonstração do resultado abrangente. Uma entidade não apresentará essas informações
do lucro por ação nas demonstrações financeiras consolidadas.

4A Se uma entidade apresentar os itens de lucros ou perdas em uma demonstração separada, conforme
descrito no parágrafo 10A da IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada
em 2011), ela apresentará o lucro por ação somente nessa demonstração separada.

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Definições
5 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Antidiluição é um aumento no lucro por ação ou uma redução no prejuízo por ação, em decorrência
da suposição de que instrumentos conversíveis sejam convertidos, de que opções ou bônus de
subscrição sejam exercidos ou de que ações ordinárias sejam emitidas quando da satisfação de
certas condições.

Um acordo de ações contingente é um acordo para a emissão de ações que depende da satisfação
de determinadas condições.

Ações ordinárias de emissão contingente são ações ordinárias que podem ser emitidas contra pouco
ou nenhum caixa ou outra contrapartida, quando da satisfação de determinadas condições em um
acordo de ações contingente.

Diluição é uma redução no lucro por ação ou um aumento no prejuízo por ação, em decorrência
da suposição de que instrumentos conversíveis sejam convertidos, de que opções ou bônus de
subscrição sejam exercidos ou de que ações ordinárias sejam emitidas quando da satisfação
de certas condições.

Opções, bônus de subscrição e itens equivalentes são instrumentos financeiros que dão ao titular o
direito de comprar ações ordinárias.

Uma ação ordinária é um instrumento de patrimônio subordinado a todas as demais classes de


instrumentos de patrimônio.

Uma ação ordinária potencial é um instrumento financeiro ou outro contrato que possa dar, ao seu
titular, direito a ações ordinárias.

Opções de venda de ações ordinárias são contratos que dão ao titular o direito de vender ações
ordinárias a um preço especificado por um prazo determinado.

6 As ações ordinárias participam no lucro do período apenas depois que outros tipos de ações, tais como
ações preferenciais, tiverem participado. Uma entidade pode ter mais de uma classe de ações ordinárias.
As ações ordinárias da mesma classe possuem os mesmos direitos de receber dividendos.

7 Exemplos de ações ordinárias potenciais são:

(a) passivos financeiros ou instrumentos de patrimônio, incluindo ações preferenciais, que são
conversíveis em ações ordinárias;

(b) opções e bônus de subscrição;

(c) ações que seriam emitidas quando da satisfação de condições que resultam de acordos contratuais,
tais como a compra de um negócio ou outros ativos.

8 Os termos definidos na IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação são usados nesta Norma com
os significados especificados no parágrafo 11 da IAS 32, exceto se indicado de outro modo. A IAS 32
define instrumento financeiro, ativo financeiro, passivo financeiro e instrumento de patrimônio e fornece
orientação sobre a aplicação dessas definições. A IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo define valor
justo e estabelece requisitos para a aplicação dessa definição.

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Mensuração

Lucro básico por ação


9 Uma entidade calculará os valores do lucro básico por ação para lucros e perdas atribuíveis aos
titulares de ações ordinárias da controladora e, se apresentados, de lucros e perdas de operações
em continuidade atribuíveis a esses titulares de ações ordinárias.

10 O lucro básico por ação será calculado dividindo lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações
ordinárias da controladora (o numerador) pelo número médio ponderado de ações ordinárias em
circulação durante o período (denominador).

11 O objetivo das informações sobre o lucro básico por ação é fornecer uma medida das participações de
cada ação ordinária de uma controladora no desempenho da entidade ao longo do período de relatório.

Lucro

12 Para fins de cálculo do lucro básico por ação, os valores atribuíveis aos titulares de ações ordinárias
da controladora em relação a:

(a) lucros e perdas de operações em continuidade atribuíveis à controladora; e

(b) lucros e perdas atribuíveis à controladora

serão os valores em (a) e (b) ajustados pelos valores, líquidos de impostos, de dividendos
preferenciais, diferenças resultantes na liquidação de ações preferenciais e outros efeitos similares
de ações preferenciais classificadas como patrimônio líquido.

13 Todos os itens de receitas e despesas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora que sejam
reconhecidos em um período, incluindo despesas com impostos e dividendos sobre ações preferenciais
classificadas como passivos, são incluídos na determinação de lucros e perdas do período atribuíveis
aos titulares de ações ordinárias da controladora (vide IAS 1).

14 O valor, líquido de impostos, de dividendos preferenciais que é deduzido de lucros e perdas é:

(a) o valor, líquido de impostos, de quaisquer dividendos preferenciais sobre ações preferenciais não
cumulativas, declarados em relação ao período; e

(b) o valor, líquido de impostos, de dividendos preferenciais para ações preferenciais cumulativas
exigidas para o período, independente de os dividendos terem sido declarados ou não. O valor dos
dividendos preferenciais para o período não inclui o valor de quaisquer dividendos preferenciais
para ações preferenciais cumulativas pagas ou declaradas durante o período corrente em relação a
períodos anteriores.

15 As ações preferenciais que pagam um dividendo inicial baixo para compensar uma entidade pela venda
de ações preferenciais com um desconto, ou um dividendo acima do mercado em períodos posteriores
para compensar os investidores pela compra de ações preferenciais com um prêmio, são algumas vezes
referidas como ações preferenciais com taxa crescente. Qualquer desconto ou prêmio de emissão original
sobre ações preferenciais com taxa crescente é amortizado em lucros acumulados usando o método dos
juros efetivos e tratado como um dividendo preferencial para fins de cálculo do lucro por ação.

16 As ações preferenciais podem ser recompradas de acordo com uma oferta de compra de uma entidade
aos titulares. O excedente do valor justo da contrapartida paga aos titulares de ações preferenciais sobre
o valor contábil das ações preferenciais representa um retorno para os titulares de ações preferenciais e
um débito em lucros acumulados para a entidade. Esse valor é deduzido no cálculo de lucros e perdas
atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora.

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17 A conversão antecipada de ações preferenciais conversíveis pode ser induzida por uma entidade por meio
de mudanças favoráveis aos termos originais da conversão ou ao pagamento da contrapartida adicional.
O excedente do valor justo das ações ordinárias ou outra contrapartida paga sobre o valor justo das ações
ordinárias que podem ser emitidas sob os termos originais da conversão é um retorno aos titulares de
ações preferenciais e é deduzido no cálculo de lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias
da controladora.

18 Qualquer excedente do valor contábil das ações preferenciais sobre o valor justo da contrapartida paga
para liquidá-las é adicionado no cálculo de lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias
da controladora.

Ações

19 Para fins de cálculo do lucro básico por ação, o número de ações ordinárias será o número médio
ponderado de ações ordinárias em circulação durante o período.

20 Utilizar o número médio ponderado de ações ordinárias em circulação durante o período reflete a
possibilidade de que o valor do capital dos acionistas variou durante o período como resultado de um
número maior ou menor de ações em circulação em qualquer época. O número médio ponderado de
ações ordinárias em circulação durante o período é o número de ações ordinárias em circulação no
início do período, ajustado pelo número de ações ordinárias recompradas ou emitidas durante o período,
multiplicado por um fator de ponderação de tempo. O fator de ponderação de tempo é o número de
dias que as ações estão em circulação como uma proporção do número total de dias no período; uma
aproximação razoável da média ponderada é adequada em muitas circunstâncias.

21 As ações são geralmente incluídas no número médio ponderado de ações a partir da data em que a
contrapartida é recebível (que é geralmente a data de sua emissão), por exemplo:

(a) ações ordinárias emitidas em troca de caixa são incluídas quando o caixa é recebível;

(b) ações ordinárias emitidas no reinvestimento voluntário de dividendos sobre ações ordinárias ou
preferenciais são incluídas quando os dividendos são reinvestidos;

(c) ações ordinárias emitidas como resultado da conversão de um instrumento de dívida em ações
ordinárias são incluídas a partir da data em que os juros deixam de ser incorridos;

(d) ações ordinárias emitidas em lugar de juros ou principal sobre outros instrumentos financeiros são
incluídas a partir da data em que os juros deixam de ser incorridos;

(e) ações ordinárias emitidas em troca da liquidação de um passivo da entidade são incluídas a partir
da data de liquidação;

(f) ações ordinárias emitidas como contrapartida pela aquisição de um ativo que não seja caixa são
incluídas na data em que a aquisição é reconhecida; e

(g) ações ordinárias emitidas pela prestação de serviços à entidade são incluídas conforme os serviços
são prestados.

A época da inclusão de ações ordinárias é determinada pelos termos e condições associados à sua emissão.
É dada a devida consideração à essência de qualquer contrato associado à emissão.

22 As ações ordinárias emitidas como parte da contrapartida transferida em uma combinação de negócios são
incluídas no número médio ponderado de ações a partir da data de aquisição. Isso se deve, por exemplo,
ao fato de que a adquirente incorpora em sua demonstração do resultado abrangente os lucros e perdas
da adquirida a partir dessa data.

23 As ações ordinárias que serão emitidas por ocasião da conversão de um instrumento obrigatoriamente
conversível serão incluídas no cálculo do lucro básico por ação a partir da data em que o contrato
é celebrado.

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24 As ações de emissão contingente são tratadas como em circulação e são incluídas no cálculo do lucro
básico por ação somente a partir da data em que todas as condições necessárias forem atendidas (ou
seja, os eventos tiverem ocorrido). As ações que forem emitidas somente após a passagem de tempo
não são ações de emissão contingente, pois a passagem do tempo é uma certeza. As ações ordinárias em
circulação que são contingencialmente retornáveis (ou seja, sujeitas a recompra) não são tratadas como
estando em circulação e são excluídas do cálculo do lucro básico por ação até a data em que as ações
não estiverem mais sujeitas à recompra.

25 [Excluído]

26 O número médio ponderado de ações ordinárias em circulação durante o período e para todos os
períodos apresentados será ajustado em relação a eventos, exceto a conversão de ações ordinárias
potenciais, que tenham alterado o número de ações ordinárias em circulação sem uma mudança
correspondente nos recursos.

27 As ações ordinárias podem ser emitidas, ou o número de ações ordinárias em circulação pode ser reduzido,
sem uma mudança correspondente nos recursos. Exemplos incluem:

(a) uma capitalização ou emissão de bônus (algumas vezes referida como um dividendo em ações);

(b) um elemento de bônus em qualquer outra emissão, por exemplo, um elemento de bônus em uma
emissão de direitos aos acionistas existentes;

(c) um desdobramento de ações; e

(d) um desdobramento reverso de ações (consolidação de ações).

28 Em uma capitalização ou emissão de bônus ou um desdobramento de ações, as ações ordinárias são


emitidas aos acionistas existentes sem nenhuma contrapartida adicional. Portanto, o número de ações
ordinárias em circulação é aumentado, sem um aumento nos recursos. O número de ações ordinárias em
circulação antes do evento é ajustado em relação à mudança proporcional no número de ações ordinárias
em circulação como se o evento tivesse ocorrido no início do período mais antigo apresentado. Por
exemplo, em uma emissão de bônus dois por um, o número de ações ordinárias em circulação antes da
emissão é multiplicado por três para obter o novo número total de ações ordinárias, ou por dois para
obter o número de ações ordinárias adicionais.

29 Uma consolidação de ações ordinárias geralmente reduz o número de ações ordinárias em circulação, sem
uma redução correspondente nos recursos. Contudo, quando o efeito geral for uma recompra de ações
ao valor justo, a redução no número de ações ordinárias em circulação é o resultado de uma redução
correspondente nos recursos. Um exemplo é uma consolidação de ações combinada com um dividendo
especial. O número médio ponderado de ações ordinárias em circulação no período em que ocorre a
transação combinada é ajustado em relação à redução no número de ações ordinárias a partir da data em
que o dividendo especial é reconhecido.

Lucro diluído por ação


30 Uma entidade calculará os valores do lucro diluído por ação para lucros e perdas atribuíveis aos
titulares de ações ordinárias da controladora e, se apresentados, de lucros e perdas de operações
em continuidade atribuível a esses titulares de ações ordinárias.

31 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, uma entidade ajustará lucros e perdas atribuíveis aos
titulares de ações ordinárias da controladora e o número médio ponderado de ações em circulação,
para refletir os efeitos de todas as ações ordinárias potenciais diluíveis.

32 O objetivo do lucro diluído por ação é consistente com aquele do lucro básico por ação – fornecer uma
medida da participação de cada ação ordinária no desempenho de uma entidade – e ao mesmo tempo

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refletir os efeitos de todas as ações ordinárias potenciais diluíveis em circulação durante o período.
Como resultado:

(a) lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora são aumentados pelo
valor líquido de impostos de dividendos e juros reconhecidos no período em relação às ações
ordinárias potenciais diluíveis e são ajustados em relação a quaisquer outras mudanças em receitas
ou despesas que resultariam da conversão das ações ordinárias potenciais diluíveis; e

(b) o número médio ponderado de ações ordinárias em circulação é aumentado pelo número médio
ponderado de ações ordinárias adicionais que estariam em circulação, presumindo a conversão de
todas as ações ordinárias potenciais diluíveis.

Lucro

33 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, uma entidade ajustará lucros e perdas atribuíveis aos
titulares de ações ordinárias da controladora, conforme calculado de acordo com o parágrafo 12,
pelo efeito após os impostos de:

(a) quaisquer dividendos ou outros itens relacionados às ações ordinárias potenciais diluíveis
deduzidos no cálculo de lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da
controladora, conforme calculado de acordo com o parágrafo 12;

(b) quaisquer participações reconhecidas no período relacionadas às ações ordinárias potenciais


diluíveis; e

(c) quaisquer outras mudanças em receitas ou despesas que resultariam da conversão das ações
ordinárias potenciais diluíveis.

34 Após as ações ordinárias potenciais serem convertidas em ações ordinárias, os itens identificados no
parágrafo 33(a)-(c) não surgem mais. Em vez disso, as novas ações ordinárias têm o direito de participar
nos lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora. Portanto, lucros e perdas
atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora calculados de acordo com o parágrafo 12 são
ajustados em relação aos itens identificados no parágrafo 33(a)-(c) e quaisquer impostos relacionados. As
despesas associadas às ações ordinárias potenciais incluem custos de transação e descontos contabilizados
de acordo com o método dos juros efetivos [vide parágrafo 9 da IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração (tal como revisada em 2003)].

35 A conversão de ações ordinárias potenciais pode levar a mudanças consequentes em receitas ou despesas.
Por exemplo, a redução na despesa de juros relacionada às ações ordinárias potenciais e o resultante
aumento no lucro ou redução na perda pode levar a um aumento na despesa relacionada a um plano não
discricionário de participação nos lucros para empregados. Para fins de cálculo do lucro diluído por ação,
lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora são ajustados em relação a
qualquer eventual mudança consequente em receita ou despesa.

Ações

36 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, o número de ações ordinárias será o número médio
ponderado de ações ordinárias calculado de acordo com os parágrafos 19 e 26, mais o número
médio ponderado de ações ordinárias que seria emitido na conversão de todas as ações ordinárias
potenciais diluíveis em ações ordinárias. As ações ordinárias potenciais diluíveis serão consideradas
como convertidas em ações ordinárias no início do período ou, se posteriormente, na data da
emissão das ações ordinárias potenciais.

37 As ações ordinárias potenciais diluíveis serão determinadas independentemente para cada período
apresentado. O número de ações ordinárias potenciais diluíveis incluídas no período acumulado no ano não
é uma média ponderada das ações ordinárias potenciais diluíveis incluídas em cada cálculo intermediário.

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IAS 33

38 As ações ordinárias potenciais são ponderadas para o período em que estão em circulação. As ações
ordinárias potenciais que forem canceladas ou vencerem durante o período são incluídas no cálculo do
lucro diluído por ação somente em relação à parte do período durante o qual elas estão em circulação. As
ações ordinárias potenciais que forem convertidas em ações ordinárias durante o período são incluídas
no cálculo do lucro diluído por ação a partir do início do período até a data de conversão; a partir da
data de conversão, as ações ordinárias resultantes são incluídas tanto no lucro básico por ação quanto
no lucro diluído por ação.

39 O número de ações ordinárias que seria emitido na conversão de ações ordinárias potenciais diluíveis
é determinado a partir dos termos das ações ordinárias potenciais. Quando existir mais de uma base de
conversão, o cálculo presume a taxa de conversão ou preço de exercício mais vantajoso do ponto de
vista do titular das ações ordinárias potenciais.

40 Uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada pode emitir a partes que não sejam a
controladora ou investidores com controle conjunto da investida ou com influência significativa sobre ela
ações ordinárias potenciais que sejam conversíveis em ações ordinárias da subsidiária, empreendimento
em conjunto ou coligada, ou ações ordinárias da controladora ou investidores com controle conjunto da
investida ou com influência significativa sobre ela (a entidade que reporta). Se essas ações ordinárias
potenciais da subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada tiverem um efeito diluível sobre o
lucro básico por ação da entidade que reporta, elas são incluídas no cálculo do lucro diluído por ação.

Ações ordinárias potenciais diluíveis

41 As ações ordinárias potenciais serão tratadas como diluíveis quando, e somente quando, sua
conversão em ações ordinárias diminuir o lucro por ação ou aumentar o prejuízo por ação de
operações em continuidade.

42 Uma entidade usa lucros e perdas de operações em continuidade atribuíveis à controladora como o
número de controle para estabelecer se as ações ordinárias potenciais são diluíveis ou antidiluíveis.
Lucros e perdas de operações em continuidade atribuíveis à controladora são ajustados de acordo com
o parágrafo 12 e excluem itens relacionados a operações descontinuadas.

43 As ações ordinárias potenciais são antidiluíveis quando sua conversão em ações ordinárias aumentar o
lucro por ação ou diminuir o prejuízo por ação de operações em continuidade. O cálculo do lucro diluído
por ação não presume a conversão, exercício ou outra emissão de ações ordinárias potenciais que teria
um efeito antidiluível sobre o lucro por ação.

44 Ao determinar se as ações ordinárias potenciais são diluíveis ou antidiluíveis, cada emissão ou série
de ações ordinárias potenciais é considerada separadamente em vez de no total. A sequência em que as
ações ordinárias potenciais são consideradas pode afetar o fato de serem ou não diluíveis. Portanto, para
maximizar a diluição do lucro básico por ação, cada emissão ou série de ações ordinárias potenciais
é considerada em sequência a partir da mais diluível até a menos diluível, ou seja, as ações ordinárias
potenciais diluíveis com o menor “lucro por ação incremental” são incluídas no cálculo do lucro diluído
por ação antes daquelas com o maior lucro por ação incremental. As opções e os bônus de subscrição
são geralmente incluídos primeiro, pois não afetam o numerador do cálculo.

Opções, bônus de subscrição e itens equivalentes

45 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, uma entidade presumirá o exercício de opções e
bônus de subscrição diluíveis da entidade. Os proventos presumidos desses instrumentos serão
considerados como recebidos da emissão de ações ordinárias pelo preço médio de mercado de ações
ordinárias durante o período. A diferença entre o número de ações ordinárias emitidas e o número
de ações ordinárias que teriam sido emitidas pelo preço médio de mercado de ações ordinárias
durante o período será tratada como uma emissão de ações ordinárias sem contrapartida.

46 As opções e os bônus de subscrição são diluíveis quando resultarem na emissão de ações ordinárias por
valor inferior ao preço médio de mercado de ações ordinárias durante o período. O valor da diluição é
o preço médio de mercado de ações ordinárias durante o período menos o preço de emissão. Portanto,

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IAS 33

para calcular o lucro diluído por ação, as ações ordinárias potenciais são tratadas como incluindo ambos
os itens a seguir:

(a) um contrato para emitir um determinado número de ações ordinárias pelo seu preço médio de
mercado durante o período. Presume-se que essas ações ordinárias sejam precificadas de forma
justa e que elas não sejam diluíveis nem antidiluíveis. Elas são ignoradas no cálculo do lucro diluído
por ação.

(b) um contrato para emitir as ações ordinárias restantes sem contrapartida. Essas ações ordinárias
não geram nenhum provento e não têm nenhum efeito sobre lucros e perdas atribuíveis às ações
ordinárias em circulação. Portanto, essas ações são diluíveis e são adicionadas ao número de ações
ordinárias em circulação no cálculo do lucro diluído por ação.

47 As opções e os bônus de subscrição têm um efeito diluível somente quando o preço médio de mercado de
ações ordinárias durante o período exceder o preço de exercício das opções ou dos bônus de subscrição (ou
seja, estiver “dentro do preço”). O lucro por ação anteriormente informado não é ajustado retroativamente
para refletir mudanças nos preços de ações ordinárias.

47A Para opções de ação e outros acordos de pagamento baseados em ações aos quais se aplica a IFRS 2 –
Pagamento Baseado em Ações, o preço de emissão referido no parágrafo 46 e o preço de exercício
referido no parágrafo 47 incluirão o valor justo (mensurado de acordo com a IFRS 2) de quaisquer bens
ou serviços a serem fornecidos à entidade no futuro de acordo com a opção de compra de ações ou outro
acordo de pagamento baseado em ações.

48 As opções de compra de ações por empregados com prazos fixos ou determináveis e ações ordinárias cujos
direitos não foram adquiridos são tratadas como opções no cálculo do lucro diluído por ação, ainda que
elas possam estar condicionadas à aquisição do direito. Elas são tratadas como em circulação na data de
concessão. As opções de compra de ações por empregados baseadas no desempenho são tratadas como
ações de emissão contingente, pois sua emissão é contingente ao atendimento de condições específicas
além da passagem do tempo.

Instrumentos conversíveis

49 O efeito diluível de instrumentos conversíveis será refletido no lucro diluído por ação de acordo com os
parágrafos 33 e 36.

50 As ações preferenciais conversíveis são antidiluíveis sempre que o valor do dividendo sobre essas ações,
declarado ou acumulado para o período corrente por ação ordinária obtida na conversão, exceder o lucro
básico por ação. Da mesma forma, a dívida conversível é antidiluível sempre que os seus juros (líquido
de impostos e outras mudanças em receitas ou despesas) por ação ordinária obtida na conversão exceder
o lucro básico por ação.

51 O resgate ou a conversão induzida de ações preferenciais conversíveis pode afetar apenas uma parte
das ações preferenciais conversíveis anteriormente em circulação. Nesses casos, qualquer contrapartida
excedente referida no parágrafo 17 é atribuída àquelas ações que são resgatadas ou convertidas para
a finalidade de determinar se as ações preferenciais em circulação restantes são diluíveis. As ações
resgatadas ou convertidas são consideradas separadamente daquelas ações que não são resgatadas nem
convertidas.

Ações de emissão contingente

52 Como no cálculo do lucro básico por ação, as ações ordinárias de emissão contingente são tratadas como
em circulação e incluídas no cálculo do lucro diluído por ação se as condições forem atendidas (ou seja,
os eventos tiverem ocorrido). As ações de emissão contingente são incluídas desde o início do período (ou
a partir da data do acordo de ações contingente, se posteriormente). Se as condições não forem atendidas,
o número de ações de emissão contingente incluídas no cálculo do lucro diluído por ação é baseado no
número de ações que seriam emitidas se o final do período fosse o final do período de contingência.
A reapresentação não é permitida se as condições não forem atendidas após o período de contingência.

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IFRS Foundation
IAS 33

53 Se a obtenção ou manutenção de um valor específico de lucro para um período for a condição para emissão
contingente e se esse valor tiver sido obtido no final do período de relatório, mas deve ser mantido além
do final do período de relatório por um período adicional, então as ações ordinárias adicionais são tratadas
como em circulação, se o efeito for diluível, ao calcular o lucro diluído por ação. Nesse caso, o cálculo
do lucro diluído por ação é baseado no número de ações ordinárias que seria emitido se o valor do lucro
no final do período de relatório fosse o valor do lucro no final do período de contingência. Como o lucro
pode mudar em um período futuro, o cálculo do lucro básico por ação não inclui essas ações ordinárias
de emissão contingente até o final do período de contingência, pois nem todas as condições necessárias
foram atendidas.

54 O número de ações ordinárias de emissão contingente pode depender do preço futuro de mercado das ações
ordinárias. Nesse caso, se o efeito for diluível, o cálculo do lucro diluído por ação é baseado no número de
ações ordinárias que seriam emitidas se o preço de mercado no final do período de relatório fosse o preço
de mercado no final do período de contingência. Se a condição for baseada em uma média dos preços de
mercado ao longo de um período de tempo que se estenda além do final do período de relatório, a média
do período de tempo transcorrido é utilizada. Como o preço de mercado pode mudar em um período
futuro, o cálculo do lucro básico por ação não inclui essas ações ordinárias de emissão contingente até
o final do período de contingência, pois nem todas as condições necessárias foram atendidas.

55 O número de ações ordinárias de emissão contingente pode depender dos lucros futuros e preços futuros
das ações ordinárias. Nesses casos, o número de ações ordinárias incluído no cálculo do lucro diluído
por ação é baseado em ambas as condições (ou seja, no lucro até a data e no preço atual de mercado no
final do período de relatório). As ações ordinárias de emissão contingente não são incluídas no cálculo
do lucro diluído por ação, exceto se ambas as condições forem atendidas.

56 Em outros casos, o número de ações ordinárias de emissão contingente depende de uma condição que
não seja o lucro nem o preço de mercado (por exemplo, a abertura de um número específico de lojas de
varejo). Nesses casos, presumindo que o status atual da condição permanece inalterado até o final do
período de contingência, as ações ordinárias de emissão contingente são incluídas no cálculo do lucro
diluído por ação de acordo com o status no final do período de relatório.

57 As ações ordinárias potenciais de emissão contingente (exceto aquelas cobertas por um contrato de ações
contingente como, por exemplo, instrumentos conversíveis de emissão contingente) são incluídas no
cálculo do lucro diluído por ação da seguinte forma:

(a) uma entidade determina se é possível presumir que ações ordinárias potenciais podem ser emitidas
com base nas condições específicas para sua emissão de acordo com as disposições de ações
ordinárias contingentes nos parágrafos 52-56; e

(b) se essas ações ordinárias potenciais devem ser refletidas no lucro diluído por ação, uma entidade
determina seu impacto sobre o cálculo do lucro diluído por ação cumprindo as disposições
relacionadas às opções e bônus de subscrição nos parágrafos 45-48, as disposições para instrumentos
conversíveis nos parágrafos 49-51, as disposições para contratos que podem ser liquidados em
ações ordinárias ou à vista nos parágrafos 58-61, ou outras disposições, conforme apropriado.

Entretanto, o exercício ou a conversão não é presumido para calcular o lucro diluído por ação, exceto
se for presumido o exercício ou a conversão de ações ordinárias potenciais em circulação que sejam
similares, mas que não sejam de emissão contingente.

Contratos que podem ser liquidados em ações ordinárias ou à vista

58 Quando uma entidade tiver emitido um contrato que possa ser liquidado em ações ordinárias ou
à vista por sua opção, ela presumirá que o contrato será liquidado em ações ordinárias, e as ações
ordinárias potenciais resultantes serão incluídas no lucro diluído por ação, se o efeito for diluível.

59 Quando esse contrato for apresentado, para fins contábeis, como um ativo ou passivo ou tiver um
componente do patrimônio líquido e um componente do passivo, a entidade ajustará o numerador em
relação a quaisquer mudanças em lucros e perdas que teriam resultado durante o período se o contrato

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IFRS Foundation A837
IAS 33

tivesse sido totalmente classificado como um instrumento de patrimônio. Esse ajuste é similar aos ajustes
exigidos no parágrafo 33.

60 Para contratos que podem ser liquidados em ações ordinárias ou à vista por opção do titular, o que
tiver maior diluição entre a liquidação à vista e a liquidação em ações será utilizado no cálculo do
lucro diluído por ação.

61 Um exemplo de um contrato que pode ser liquidado em ações ordinárias ou à vista é um instrumento
de dívida que, no vencimento, dá à entidade o direito irrestrito de liquidar o valor principal à vista ou
em suas próprias ações ordinárias. Outro exemplo é uma opção de venda lançada que dá ao titular uma
escolha de liquidação em ações ordinárias ou à vista.

Opções compradas

62 Contratos como, por exemplo, opções de venda compradas ou opções de compra compradas (ou seja,
opções mantidas pela entidade em suas próprias ações ordinárias) não são incluídas no cálculo do lucro
diluído por ação, pois incluí-las seria antidiluível. A opção de venda seria exercida somente se o preço
de exercício fosse maior que o preço de mercado, e a opção de compra seria exercida somente se o
preço de exercício fosse menor que o preço de mercado.

Opções de venda lançadas

63 Contratos que exigem que a entidade recompre suas próprias ações como, por exemplo, opções
de venda lançadas e contratos de compra a termo são refletidos no cálculo do lucro diluído por
ação, se o efeito for diluível. Se esses contratos estiverem “dentro do preço” durante o período (ou
seja, o preço de exercício ou liquidação estiver acima do preço médio de mercado desse período),
o efeito diluível potencial sobre o lucro por ação será calculado da seguinte forma:

(a) será presumido que, no início do período, serão emitidas ações ordinárias suficientes (pelo
preço médio de mercado durante o período) para gerar proventos para o cumprimento do
contrato;

(b) será presumido que os proventos da emissão são utilizados para o cumprimento do contrato
(ou seja, para recomprar as ações ordinárias); e

(c) as ações ordinárias incrementais (a diferença entre o número de ações ordinárias presumidas
como emitidas e o número de ações ordinárias recebidas do cumprimento do contrato) serão
incluídas no cálculo do lucro diluído por ação.

Ajustes retrospectivos
64 Se o número de ações ordinárias ou ações ordinárias potenciais em circulação aumentar como
resultado de capitalização, emissão de bônus ou desdobramento de ações, ou diminuir como
resultado de desdobramento reverso de ações, o cálculo do lucro básico por ação e do lucro
diluído por ação para todos os períodos apresentados será ajustado retrospectivamente. Se essas
mudanças ocorrerem após o período de relatório, mas antes que as demonstrações financeiras sejam
autorizadas para emissão, os cálculos por ação para essas demonstrações financeiras e quaisquer
demonstrações financeiras de períodos anteriores apresentadas serão baseados no novo número
de ações. O fato de que os cálculos por ação refletem essas mudanças no número de ações será
divulgado. Além disso, o lucro básico por ação e o lucro diluído por ação para todos os períodos
apresentados serão ajustados para refletir os efeitos de erros e ajustes resultantes das mudanças
nas políticas contábeis contabilizadas retrospectivamente.

65 Uma entidade não reapresenta o lucro diluído por ação de nenhum período anterior apresentado para
refletir as mudanças nas premissas utilizadas nos cálculos do lucro por ação ou a conversão de ações
ordinárias potenciais em ações ordinárias.

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IAS 33

Apresentação
66 Uma entidade apresentará na demonstração do resultado abrangente o lucro básico por ação e o
lucro diluído por ação em relação a lucros e perdas de operações em continuidade atribuíveis aos
titulares de ações ordinárias da controladora e em relação a lucros e perdas atribuíveis aos titulares
de ações ordinárias da controladora para o período de cada classe de ações ordinárias que tenha
um direito diferente de participar no lucro do período. Uma entidade apresentará o lucro básico
por ação e o lucro diluído por ação com igual importância para todos os períodos apresentados.

67 O lucro por ação é apresentado para cada período em que uma demonstração do resultado abrangente é
apresentada. Se o lucro diluído por ação for informado para pelo menos um período, ele será informado
para todos os períodos apresentados, mesmo se ele for igual ao lucro básico por ação. Se o lucro básico
por ação e o lucro diluído por ação forem iguais, a apresentação dupla pode ser feita em uma rubrica na
demonstração do resultado abrangente.

67A Se uma entidade apresentar itens de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme descrito
no parágrafo 10A da IAS 1 (tal como revisada em 2011), ela apresentará o lucro básico por ação e o lucro
diluído por ação, conforme exigido nos parágrafos 66 e 67, nessa demonstração separada.

68 Uma entidade que informa uma operação descontinuada divulgará o lucro básico por ação e o
lucro diluído por ação da operação descontinuada na demonstração do resultado abrangente ou
nas notas explicativas.

68A Se uma entidade apresentar itens de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme descrito
no parágrafo 10A da IAS 1 (tal como revisada em 2011), ela apresentará o lucro básico por ação e o lucro
diluído por ação da operação descontinuada, conforme exigido no parágrafo 68, nessa demonstração
separada ou nas notas explicativas.

69 Uma entidade apresentará o lucro básico por ação e o lucro diluído por ação, mesmo se os valores
forem negativos (ou seja, um prejuízo por ação).

Divulgação
70 Uma entidade divulgará o seguinte:

(a) os valores usados como numeradores no cálculo do lucro básico por ação e no lucro diluído
por ação e uma conciliação desses valores com lucros e perdas atribuíveis à controladora
para o período. A conciliação incluirá o efeito individual de cada classe de instrumentos que
afeta o lucro por ação.

(b) o número médio ponderado de ações ordinárias usado como denominador no cálculo do lucro
básico por ação e do lucro diluído por ação e uma conciliação desses denominadores entre
si. A conciliação incluirá o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta o lucro
por ação.

(c) os instrumentos (incluindo ações de emissão contingente) que poderiam diluir o lucro básico
por ação no futuro, mas não foram incluídos no cálculo do lucro diluído por ação, pois são
antidiluíveis em relação ao(s) período(s) apresentado(s).

(d) uma descrição das transações de ações ordinárias ou transações de ações ordinárias potenciais,
exceto aquelas contabilizadas de acordo com o parágrafo 64, que ocorrem após o período
de relatório e que teriam alterado significativamente o número de ações ordinárias ou ações
ordinárias potenciais em circulação no final do período se essas transações tivessem ocorrido
antes do final do período de relatório.

71 Exemplos de transações no parágrafo 70(d) incluem:

(a) uma emissão de ações por caixa;

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IFRS Foundation A839
IAS 33

(b) uma emissão de ações quando os proventos forem utilizados para amortizar dívida ou ações
preferenciais em circulação no final do período de relatório;

(c) o resgate de ações ordinárias em circulação;

(d) a conversão ou o exercício de ações ordinárias potenciais em circulação no final do período de


relatório em ações ordinárias;

(e) uma emissão de opções, bônus de subscrição ou instrumentos conversíveis; e

(f) o atendimento de condições que resultariam na emissão de ações de emissão contingente.

Os valores do lucro por ação não são ajustados em relação às transações que ocorrem após o período
de relatório, pois essas transações não afetam o valor do capital utilizado para produzir lucros e perdas
do período.

72 Os instrumentos financeiros e outros contratos que geram ações ordinárias potenciais podem incorporar
termos e condições que afetam a mensuração do lucro básico por ação e do lucro diluído por ação.
Esses termos e condições podem determinar se quaisquer ações ordinárias potenciais são diluíveis e, em
caso afirmativo, o efeito sobre o número médio ponderado de ações em circulação e quaisquer ajustes
consequentes em lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias. A divulgação dos termos e
condições desses instrumentos financeiros e outros contratos é incentivada, se não for exigida de outro
modo (vide IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações).

73 Se uma entidade divulgar, além do lucro básico por ação e do lucro diluído por ação, os valores
por ação utilizando um componente da demonstração do resultado abrangente, exceto aquele
exigido por esta Norma, esses valores serão calculados utilizando o número médio ponderado
de ações ordinárias determinado de acordo com esta Norma. Os valores básicos e diluídos por
ação relacionados a esse componente serão divulgados com igual importância e apresentados nas
notas explicativas. Uma entidade indicará a base em que o numerador é determinado, incluindo
se os valores por ação são valores antes de impostos ou depois de impostos. Se for utilizado um
componente da demonstração do resultado abrangente que não seja informado como uma rubrica
na demonstração do resultado abrangente, será fornecida uma conciliação entre o componente
utilizado e a rubrica informada na demonstração do resultado abrangente.

73A O parágrafo 73 aplica-se também a uma entidade que divulga, além do lucro básico e do lucro
diluído por ação, valores por ação utilizando um item reconhecido de lucros e perdas, que não seja
aquele requerido por esta Norma.

Data de vigência
74 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

74A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
acrescentou os parágrafos 4A, 67A, 68A e 73A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007)
para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

74B A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos 4,
40 e A11. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

74C A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 8, 47A e A2. Uma entidade aplicará essas
alterações quando aplicar a IFRS 13.

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IAS 33

74D Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou os parágrafos 4A, 67A, 68A e 73A. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar
a IAS 1 tal como alterada em junho de 2011.

Revogação de outros pronunciamentos


75 Esta Norma substitui a IAS 33 – Lucro por Ação (emitida em 1997).

76 Esta Norma substitui a SIC‑24 – Lucro por Ação – Instrumentos Financeiros e Outros Contratos que
Podem Ser Liquidados em Ações.

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IAS 33

Apêndice A
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da Norma.

Lucros e perdas atribuíveis à controladora


A1 Para fins de cálculo do lucro por ação baseado nas demonstrações financeiras consolidadas, lucros e
perdas atribuíveis à controladora referem-se a lucros e perdas da entidade consolidada após o ajuste para
refletir as participações de não controladores.

Emissão de direitos
A2 A emissão de ações ordinárias na época do exercício ou conversão de ações ordinárias potenciais
geralmente não origina um elemento de bônus. Isso se deve ao fato de que as ações ordinárias potenciais
são geralmente emitidas pelo valor justo, resultando em uma mudança proporcional nos recursos
disponíveis para a entidade. Em uma emissão de direitos, contudo, o preço de exercício é frequentemente
menor que o valor justo das ações. Portanto, conforme observado no parágrafo 27(b), essa emissão de
direitos inclui um elemento de bônus. Se uma emissão de direitos for oferecida a todos os acionistas
existentes, o número de ações ordinárias a ser usado no cálculo do lucro básico por ação e do lucro
diluído por ação para todos os períodos antes da emissão de direitos é o número de ações ordinárias em
circulação antes da emissão, multiplicado pelo seguinte fator:

Valor justo por ação imediatamente antes do exercício de direitos


Valor justo teórico ex-direito por ação

O valor justo teórico ex-direito por ação é calculado adicionando o valor de mercado total das ações
imediatamente antes do exercício dos direitos aos proventos do exercício dos direitos, e dividindo pelo
número de ações em circulação após o exercício dos direitos. Quando os direitos forem negociados
publicamente de forma separada das ações antes da data de exercício, o valor justo é mensurado no
fechamento do último dia em que as ações forem negociadas juntamente com os direitos.

Número de controle
A3 Para ilustrar a aplicação da noção de número de controle descrita nos parágrafos 42 e 43, presuma que
uma entidade tenha um lucro de operações em continuidade atribuível à controladora de UM4.800,1
uma perda de operações descontinuadas atribuível à controladora de (UM7.200), uma perda atribuível
à controladora de (UM2.400) e 2.000 ações ordinárias e 400 ações ordinárias potenciais em circulação.
O lucro básico por ação da entidade é de UM2,40 para operações em continuidade, (UM3,60) para
operações descontinuadas e (UM1,20) para a perda. As 400 ações ordinárias potenciais são incluídas
no cálculo do lucro diluído por ação, pois o lucro por ação resultante de UM2,00 para operações em
continuidade é diluível, presumindo que não haja nenhum impacto de lucros e perdas dessas 400 ações
ordinárias potenciais. Como o lucro das operações em continuidade atribuível à controladora é o número
de controle, a entidade também inclui essas 400 ações ordinárias potenciais no cálculo dos outros valores
do lucro básico por ação, ainda que os valores resultantes do lucro por ação sejam antidiluíveis em relação
aos seus valores comparáveis de lucro básico por ação, ou seja, o prejuízo por ação é menor [(UM3,00)
por ação para a perda de operações descontinuadas e (UM1,00) por ação para a perda].

1 Nesta orientação, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

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IAS 33

Preço médio de mercado de ações ordinárias


A4 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, presuma que o preço médio de mercado de ações ordinárias
a serem emitidas seja calculado com base no preço médio de mercado de ações ordinárias durante o
período. Teoricamente, cada transação de mercado para ações ordinárias de uma entidade poderia ser
incluída na determinação do preço médio de mercado. Por questão prática, contudo, uma simples média
de preços semanais ou mensais é geralmente adequada.

A5 Geralmente, os preços de mercado no fechamento são adequados para calcular o preço médio de mercado.
Quando os preços flutuarem significativamente, contudo, uma média dos preços altos e baixos geralmente
produz um preço mais representativo. O método usado para calcular o preço médio de mercado é
utilizado de forma consistente, exceto se não mais for representativo por causa das condições alteradas.
Por exemplo, uma entidade que usa os preços de mercado no fechamento para calcular o preço médio
de mercado para vários anos de preços relativamente estáveis poderia mudar para uma média de preços
altos e baixos se os preços começarem a flutuar significativamente e os preços de mercado no fechamento
não mais produzirem um preço médio representativo.

Opções, bônus de subscrição e itens equivalentes


A6 Presume-se que as opções ou bônus de subscrição para comprar instrumentos conversíveis sejam exercidos
para comprar o instrumento conversível sempre que os preços médios tanto do instrumento conversível
quanto das ações ordinárias obtidos por meio de conversão estiverem acima do preço de exercício das
opções ou bônus de subscrição. Entretanto, o exercício não é presumido, exceto se a conversão de
instrumentos conversíveis similares em circulação, se houver, também foram presumidos.

A7 As opções ou bônus de subscrição podem permitir ou exigir a compra de instrumentos de dívidas ou outros
instrumentos da entidade (ou sua controladora ou uma subsidiária) no pagamento da totalidade ou parte
do preço de exercício. No cálculo do lucro diluído por ação, essas opções ou bônus de subscrição têm
um efeito diluível se (a) o preço médio de mercado das respectivas ações ordinárias do período exceder
o preço de exercício ou (b) o preço de venda dos instrumentos a serem comprados estiver abaixo daquele
em que o instrumento pode ser comprado de acordo com o contrato de opção ou bônus de subscrição e
o desconto resultante estabelecer um preço de exercício efetivo abaixo do preço de mercado de ações
ordinárias obtido por meio do exercício. No cálculo do lucro diluído por ação, presume-se que essas
opções ou bônus de subscrição sejam exercidos e que os instrumentos de dívida ou outros instrumentos
sejam comprados. Se a compra à vista for mais vantajosa para o titular da opção ou bônus de subscrição
e o contrato permitir a compra à vista, a compra à vista é presumida. Os juros (líquidos de impostos)
sobre qualquer dívida presumida a ser comprada são adicionados de volta como um ajuste ao numerador.

A8 É dado tratamento similar às ações preferenciais que têm disposições similares ou a outros instrumentos
que tenham opções de conversão que permitam que o investidor pague à vista por uma taxa de conversão
mais favorável.

A9 Os termos subjacentes de determinadas opções ou bônus de subscrição podem exigir que os proventos
recebidos do exercício desses instrumentos sejam aplicados para resgatar instrumentos de dívida ou
outros instrumentos da entidade (ou sua controladora ou uma subsidiária). No cálculo do lucro diluído
por ação, presume-se que essas opções ou bônus de subscrição sejam exercidos e os proventos sejam
aplicados à compra da dívida pelo seu preço médio de mercado em vez de serem aplicados à compra de
ações ordinárias. Entretanto, os proventos excedentes recebidos do exercício presumido sobre o valor
utilizado para a compra presumida de dívida são considerados (ou seja, presume-se que sejam utilizados
para recomprar as ações ordinárias) no cálculo do lucro diluído por ação. Os juros (líquidos de impostos)
sobre qualquer dívida presumida a ser comprada são adicionados de volta como um ajuste ao numerador.

Opções de venda lançadas


A10 Para ilustrar a aplicação do parágrafo 63, suponha que uma entidade tenha 120 opções de venda lançadas
em circulação em suas ações ordinárias com um preço de exercício de UM35. O preço médio de mercado
de suas ações ordinárias para o período é de UM28. No cálculo do lucro diluído por ação, a entidade

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IAS 33

presume que emitiu 150 ações a UM28 por ação no início do período para cumprir sua obrigação de venda
de UM4.200. A diferença entre as 150 ações ordinárias emitidas e as 120 ações ordinárias recebidas do
cumprimento da opção de venda (30 ações ordinárias incrementais) é adicionada ao denominador no
cálculo do lucro diluído por ação.

Instrumentos de subsidiárias, empreendimentos


em conjunto ou coligadas
A11 As ações ordinárias potenciais de uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada conversíveis
em ações ordinárias da subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada, ou ações ordinárias da
controladora ou investidores com controle conjunto da investida ou com influência significativa sobre
ela (a entidade que reporta) são incluídas no cálculo do lucro diluído por ação da seguinte forma:

(a) instrumentos emitidos por uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada que
permitam que seus titulares obtenham ações ordinárias da subsidiária, empreendimento em
conjunto ou coligada são incluídos no cálculo dos dados do lucro diluído por ação da subsidiária,
empreendimento em conjunto ou coligada. Esses lucros por ação são então incluídos nos cálculos
do lucro por ação da entidade que reporta com base na manutenção pela entidade que reporta dos
instrumentos da subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada.

(b) instrumentos de uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada que sejam conversíveis
em ações ordinárias da entidade que reporta são considerados entre as ações ordinárias potenciais
da entidade que reporta para fins de cálculo do lucro diluído por ação. Do mesmo modo, as opções
ou bônus de subscrição emitidos por uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada
para comprar ações ordinárias da entidade que reporta são considerados entre as ações ordinárias
potenciais da entidade que reporta no cálculo do lucro diluído por ação consolidado.

A12 Para fins de determinar o efeito do lucro por ação de instrumentos emitidos por uma entidade que
reporta que sejam conversíveis em ações ordinárias de uma subsidiária, empreendimento em conjunto
ou coligada, os instrumentos são presumidos como sendo convertidos e o numerador (lucros e perdas
atribuíveis aos titulares de ações ordinárias) ajustado conforme necessário de acordo com o parágrafo
33. Além desses ajustes, o numerador é ajustado em relação a qualquer mudança em lucros e perdas
registrada pela entidade que reporta (como, por exemplo, receita de dividendos ou receita do método de
equivalência patrimonial) que seja atribuível ao aumento no número de ações ordinárias da subsidiária,
empreendimento em conjunto ou coligada em circulação como resultado da conversão presumida.
O denominador do cálculo do lucro diluído por ação não é afetado, pois o número de ações ordinárias
da entidade que reporta em circulação não seria alterado quando da conversão presumida.

Participação de instrumentos de patrimônio e ações ordinárias de


duas classes
A13 O patrimônio líquido de algumas entidades inclui:

(a) instrumentos que participam nos dividendos com ações ordinárias de acordo com uma fórmula
predeterminada (por exemplo, dois para um) com, em algumas vezes, um limite superior sobre a
extensão da participação (por exemplo, até, mas não além, de um valor específico por ação).

(b) uma classe de ações ordinárias com uma taxa de dividendo diferente daquela de outra classe de
ações ordinárias, mas sem direitos anteriores ou por senioridade.

A14 Para fins de cálculo do lucro diluído por ação, a conversão é presumida para aqueles instrumentos
descritos no parágrafo A13 que sejam conversíveis em ações ordinárias, se o efeito for diluível. Para
aqueles instrumentos que não são conversíveis em uma classe de ações ordinárias, lucros e perdas do
período são alocados às diferentes classes de ações e instrumentos de patrimônio que participam nos

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IAS 33

dividendos, de acordo com os seus direitos de dividendos ou outros direitos de participar nos lucros não
distribuídos. Para calcular o lucro básico por ação e o lucro diluído por ação:

(a) lucros e perdas atribuíveis aos titulares de ações ordinárias da controladora são ajustados (um
lucro reduzido e uma perda aumentada) pelo valor de dividendos declarados no período para cada
classe de ações e pelo valor contratual de dividendos (ou juros sobre obrigações de participação)
que devem ser pagos para o período (por exemplo, dividendos acumulados não pagos).

(b) lucros e perdas restantes são alocados às ações ordinárias e instrumentos de patrimônio que
participam nos dividendos, na medida em que cada instrumento tenha participação no lucro como
se todos lucros e perdas do período tivessem sido distribuídos. Lucros e perdas totais alocados
a cada classe de instrumento de patrimônio são determinados pela adição do valor alocado para
dividendos e do valor alocado para uma característica de participação.

(c) o valor total de lucros e perdas alocados a cada classe de instrumentos de patrimônio é dividido
pelo número de instrumentos em circulação aos quais os lucros são alocados para determinar o
lucro por ação do instrumento.

Para o cálculo do lucro diluído por ação, todas as ações ordinárias potenciais presumidas como emitidas
são incluídas nas ações ordinárias em circulação.

Ações parcialmente integralizadas


A15 Quando as ações ordinárias forem emitidas, mas não totalmente integralizadas, elas são tratadas no cálculo
do lucro básico por ação como uma fração de uma ação ordinária na medida em que tinham o direito de
participar nos dividendos durante o período relacionado a uma ação ordinária totalmente integralizada.

A16 Na medida em que as ações parcialmente integralizadas não tiverem o direito de participar nos dividendos
durante o período, elas são tratadas como o equivalente de bônus de subscrição ou opções no cálculo do
lucro diluído por ação. O saldo não integralizado é presumido como representando proventos utilizados
para comprar ações ordinárias. O número de ações incluídas no lucro diluído por ação é a diferença entre
o número de ações subscritas e o número de ações presumidas como compradas.

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IFRS Foundation A845
IAS 33

Apêndice B
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005.
Se uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2003, foram incorporadas aos
respectivos pronunciamentos publicados nesta edição.

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IAS 34

Norma Internacional de Contabilidade IAS 34

Relatório Financeiro Intermediário


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 34 – Relatório
Financeiro Intermediário, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade
em 2000. A IAS 34 que foi emitida em 2000 substituiu a versão original que foi publicada em fevereiro de 1998.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 34. Elas incluem a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros (emitida em dezembro de 2003), a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003 e setembro de 2007), a IAS 21 – Os Efeitos
das Mudanças nas Taxas de Câmbio (tal como revisada em dezembro de 2003), a IFRS 8 – Segmentos Operacionais
(emitida em novembro de 2006) e Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 34
RELATÓRIO FINANCEIRO INTERMEDIÁRIO
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 4
CONTEÚDO DE UM RELATÓRIO FINANCEIRO INTERMEDIÁRIO 5
Componentes mínimos de um relatório financeiro intermediário 8
Forma e conteúdo de demonstrações financeiras intermediárias 9
Transações e eventos significativos 15
Outras divulgações 16A
Divulgação de cumprimento das IFRSs 19
Períodos para os quais devem ser apresentadas as
demonstrações financeiras intermediárias 20
Relevância 23
DIVULGAÇÃO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS 26
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 28
Mesmas políticas contábeis que as anuais 28
Receitas recebidas sazonal, cíclica ou ocasionalmente 37
Custos incorridos de maneira não uniforme durante o exercício financeiro 39
Aplicação dos princípios de reconhecimento e mensuração 40
Uso de estimativas 41
REAPRESENTAÇÃO DE PERÍODOS INTERMEDIÁRIOS ANTERIORMENTE INFORMADOS 43
DATA DE VIGÊNCIA 46

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES


EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
A Exemplos de períodos que precisam ser apresentados
B Exemplos da aplicação dos princípios de reconhecimento e mensuração
C Exemplos do uso de estimativas

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário (IAS 34) é definida nos
parágrafos 1-54. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 34 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 Esta Norma (IAS 34) trata do relatório financeiro intermediário, uma questão não coberta em uma Norma
anterior. A IAS 34 é aplicável para períodos contábeis iniciados em ou após 1º de janeiro de 1999.

IN2 Um relatório financeiro intermediário é um relatório financeiro que contém um conjunto completo ou
condensado de demonstrações financeiras referente a um período inferior ao exercício financeiro completo
de uma entidade.

IN3 Esta Norma não estabelece quais entidades devem publicar relatórios financeiros intermediários, com
que frequência e quanto tempo após o final de um período intermediário. No julgamento do IASC, essas
questões devem ser decididas por governos nacionais, reguladores do mercado de capitais, bolsas de
valores e órgãos de contabilidade. A Norma é aplicável se uma empresa tiver que ou decidir publicar
um relatório financeiro intermediário de acordo com as Normas.

IN4 Esta Norma:

(a) define o conteúdo mínimo de um relatório financeiro intermediário, inclusive divulgações; e

(b) identifica os princípios contábeis de reconhecimento e mensuração que devem ser aplicados em
um relatório financeiro intermediário.

IN5 O conteúdo mínimo de um relatório financeiro intermediário é uma demonstração condensada da posição
financeira, uma demonstração condensada ou demonstrações de lucros ou perdas e outros resultados
abrangentes, uma demonstração condensada dos fluxos de caixa, uma demonstração condensada das
mutações do patrimônio líquido e notas explicativas selecionadas. Se uma entidade apresentar os itens
de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme descrito no parágrafo 10A da IAS 1 –
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como alterada em 2011), ela apresenta as informações
condensadas intermediárias a partir dessa demonstração.

IN6 Presumindo-se que qualquer pessoa que leia o relatório intermediário de uma entidade também terá
acesso ao seu relatório anual mais recente, praticamente nenhuma das notas explicativas às demonstrações
financeiras anuais é repetida ou atualizada no relatório intermediário. Em vez disso, as notas explicativas
intermediárias incluem principalmente uma explicação dos eventos e mudanças que forem significativos
para a compreensão das mudanças na posição financeira e desempenho da entidade desde o final do
último período de relatório anual.

IN7 Uma entidade deve aplicar as mesmas políticas contábeis em seu relatório financeiro intermediário que
são aplicadas em suas demonstrações financeiras anuais, com exceção de mudanças nas políticas contábeis
feitas após a data das demonstrações financeiras anuais mais recentes, que devem ser refletidas nas
próximas demonstrações financeiras anuais. A frequência de relatório de uma entidade – anual, semestral
ou trimestral – não deve afetar a mensuração de seus resultados anuais. Para atingir esse objetivo, as
mensurações para fins de relatório intermediário são feitas com base no acumulado do ano.

IN8 A Parte B dos exemplos ilustrativos que acompanham a Norma fornece orientação para aplicação dos
princípios básicos de reconhecimento e mensuração em datas intermediárias a diversos tipos de ativos,
passivos, receitas e despesas. A despesa com impostos sobre a renda para um período intermediário
é baseada em uma alíquota fiscal efetiva anual média estimada, consistente com a tributação anual
de imposto.

IN9 Ao decidir como reconhecer, classificar ou divulgar um item, para fins de relatório financeiro
intermediário, a relevância deve ser avaliada em relação aos dados financeiros do período intermediário,
não aos dados anuais previstos.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 34


Relatório Financeiro Intermediário

Objetivo
O objetivo desta Norma é prescrever o conteúdo mínimo de um relatório financeiro intermediário e
prescrever os princípios para o reconhecimento e mensuração em demonstrações financeiras completas
ou condensadas para um período intermediário. Relatórios financeiros intermediários tempestivos e
confiáveis melhoram a habilidade de investidores, credores e outros de compreender a capacidade de
uma entidade de gerar ganhos e fluxos de caixa e sua condição financeira e liquidez.

Alcance
1 Esta Norma não estabelece quais entidades devem publicar relatórios financeiros intermediários, com que
frequência ou quanto tempo após o final de um período intermediário. Entretanto, governos, reguladores
do mercado de capitais, bolsas de valores e órgãos de contabilidade frequentemente exigem que as
entidades cujos títulos de dívida ou de patrimônio sejam negociados publicamente publiquem relatórios
financeiros intermediários. Esta Norma é aplicável se uma entidade tiver que ou publicar, ou decidir
publicar, um relatório financeiro intermediário de acordo com as Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs). O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC)1 incentiva as entidades
negociadas publicamente a fornecerem relatórios financeiros intermediários que estejam de acordo com
os princípios de reconhecimento, mensuração e divulgação definidos nesta Norma. Especificamente, as
entidades negociadas publicamente são incentivadas a:

(a) fornecer relatórios financeiros intermediários, pelo menos no final da primeira metade de seu
exercício financeiro; e

(b) disponibilizar seus relatórios financeiros intermediários no máximo 60 dias após o final do período
intermediário.

2 Cada relatório financeiro, anual ou intermediário, é avaliado individualmente quanto à conformidade


com as IFRSs. O fato de que uma entidade possa não ter fornecido relatórios financeiros intermediários
durante um exercício financeiro específico, ou possa ter fornecido relatórios financeiros intermediários
que não estejam em conformidade com esta Norma, não impede que as demonstrações financeiras anuais
da entidade estejam em conformidade com as IFRSs, se assim estiverem.

3 Se o relatório financeiro intermediário de uma entidade for descrito como estando em conformidade com
as IFRSs, ele deve cumprir todos os requisitos desta Norma. O parágrafo 19 exige certas divulgações
nesse sentido.

Definições
4 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Período intermediário é um período de relatório financeiro inferior ao de um exercício financeiro


completo.

Relatório financeiro intermediário significa um relatório financeiro contendo um conjunto completo


de demonstrações financeiras (tal como descrito na IAS 1 – Apresentação de Demonstrações

1 O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC) foi sucedido pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade
(IASB), que iniciou suas operações em 2001.

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Financeiras [tal como revisada em 2007)] ou um conjunto de demonstrações financeiras


condensadas (tal como descrito nesta Norma) para um período intermediário.

Conteúdo de um relatório financeiro intermediário


5 A IAS 1 define um conjunto completo de demonstrações financeiras como incluindo os seguintes
componentes:

(a) uma demonstração da posição financeira no final do período;

(b) uma demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes do período;

(c) uma demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período;

(d) uma demonstração dos fluxos de caixa para o período;

(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das principais políticas contábeis e outras
informações;

(ea) informações comparativas relativas ao período precedente, conforme especificado nos parágrafos
38 e 38A da IAS 1; e

(f) uma demonstração da posição financeira no início do período precedente em que uma entidade
aplique uma política contábil retrospectivamente, efetue uma reapresentação retrospectiva ou quando
reclassifique itens em suas demonstrações financeiras de acordo com os parágrafos 40A-40D da
IAS 1.

Uma entidade pode usar títulos para as demonstrações que não sejam esses utilizados nesta Norma.
Por exemplo, uma entidade pode utilizar o título “demonstração do resultado abrangente” em vez de
“demonstração de lucros e perdas e outros resultados abrangentes”.

6 No interesse das considerações sobre tempestividade e custo e para evitar a repetição de informações
anteriormente apresentadas, uma entidade pode ter que fornecer, ou pode decidir fornecer, menos
informações em datas intermediárias em comparação às suas demonstrações financeiras anuais. Esta
Norma define o conteúdo mínimo de um relatório financeiro intermediário como incluindo demonstrações
financeiras condensadas e notas explicativas selecionadas. O relatório financeiro intermediário tem a
finalidade de fornecer uma atualização sobre o conjunto completo de demonstrações financeiras anuais
mais recentes. Consequentemente, ele se concentra em novas atividades, eventos e circunstâncias e não
duplica informações anteriormente apresentadas.

7 Nenhuma disposição desta Norma tem a finalidade de proibir ou dissuadir uma entidade de publicar um
conjunto completo de demonstrações financeiras (tal como descrito na IAS 1) em seu relatório financeiro
intermediário, em vez de demonstrações financeiras condensadas e notas explicativas selecionadas.
Esta Norma também não proíbe nem dissuade uma entidade de incluir nas demonstrações financeiras
intermediárias condensadas mais rubricas do que o mínimo ou notas explicativas selecionadas, como
definido nesta Norma. A orientação de reconhecimento e mensuração desta Norma também se aplica às
demonstrações financeiras completas para um período intermediário e essas demonstrações incluiriam
todas as divulgações exigidas por esta Norma (em particular, as divulgações de notas selecionadas no
parágrafo 16A), assim como aquelas exigidas por outras IFRSs.

Componentes mínimos de um relatório financeiro intermediário


8 Um relatório financeiro intermediário incluirá, no mínimo, os seguintes componentes:

(a) uma demonstração condensada da posição financeira;

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(b) uma demonstração condensada ou demonstrações condensadas de lucros ou perdas e outros


resultados abrangentes;

(c) uma demonstração condensada das mutações do patrimônio líquido;

(d) uma demonstração condensada dos fluxos de caixa; e

(e) notas explicativas selecionadas.

8A Se uma entidade apresentar itens de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme
descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (tal como alterada em 2011), ela apresenta as informações
condensadas intermediárias a partir dessa demonstração.

Forma e conteúdo de demonstrações financeiras intermediárias


9 Se uma entidade publicar um conjunto completo de demonstrações financeiras em seu relatório
financeiro intermediário, a forma e conteúdo dessas demonstrações cumprirão os requisitos da
IAS 1 para um conjunto completo de demonstrações financeiras.

10 Se uma entidade publicar um conjunto de demonstrações financeiras condensadas em seu relatório


financeiro intermediário, essas demonstrações financeiras condensadas incluirão, no mínimo,
cada uma das rubricas e subtotais que foram incluídos em suas demonstrações financeiras anuais
mais recentes e as notas explicativas selecionadas, como exigido por esta Norma. Rubricas ou
notas explicativas adicionais serão incluídas se sua omissão tornar as demonstrações financeiras
intermediárias condensadas enganosas.

11 Na demonstração que apresentar os componentes de lucros e perdas para um período intermediário,


uma entidade apresentará o lucro básico e diluído por ação para esse período quando estiver dentro
do alcance da IAS 33 ‑ Lucro por Ação.2

11A Se uma entidade apresentar os itens de lucros e perdas em uma demonstração separada, conforme
descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (tal como alterada em 2011), ela apresenta o lucro básico por
ação e o lucro diluído por ação nessa demonstração.

12 A IAS 1 (tal como revisada em 2007) fornece orientação sobre a estrutura das demonstrações financeiras.
A Orientação de Implementação da IAS 1 ilustra formas em que a demonstração da posição financeira,
a demonstração do resultado abrangente e a demonstração das mutações do patrimônio líquido podem
ser apresentadas.

13 [Excluído]

14 Um relatório financeiro intermediário é elaborado de forma consolidada se as demonstrações financeiras


mais recentes da entidade forem demonstrações consolidadas. As demonstrações financeiras separadas
da controladora não são consistentes ou comparáveis com as demonstrações consolidadas no relatório
financeiro atual mais recente. Se o relatório financeiro anual de uma entidade tiver incluído as
demonstrações financeiras separadas da controladora além das demonstrações financeiras consolidadas,
esta Norma não exige nem proíbe a inclusão das demonstrações separadas da controladora no relatório
financeiro intermediário da entidade.

Transações e eventos significativos


15 Uma entidade incluirá em seu relatório financeiro intermediário uma explicação dos eventos e transações
que são significativos para a compreensão das mudanças na posição financeira e desempenho da entidade
desde o final do último período de relatório anual. As informações divulgadas relativas a esses eventos e
transações atualizarão as informações relevantes apresentadas no relatório financeiro anual mais recente.

2 Este parágrafo foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008 para esclarecer o alcance da IAS 34.

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15A Um usuário do relatório financeiro intermediário de uma entidade terá acesso ao relatório financeiro
anual mais recente dessa entidade. Portanto, não é necessário que as notas explicativas de um relatório
financeiro intermediário forneçam atualizações relativamente insignificantes em relação a informações
que foram apresentadas nas notas explicativas do relatório financeiro anual mais recente.

15B Segue abaixo uma lista de eventos e transações para os quais são requeridas divulgações se eles forem
significativos: a lista não é exaustiva.

(a) a redução de valor de estoques ao valor líquido realizável e a reversão dessa redução de valor;

(b) reconhecimento de uma perda decorrente da redução ao valor recuperável de ativos financeiros,
imobilizado, ativos intangíveis ou outros ativos e a reversão dessa perda por redução ao
valor recuperável;

(c) a reversão de quaisquer provisões para os custos de reestruturação;

(d) aquisições e alienações de itens de imobilizado;

(e) compromissos para a compra de imobilizado;

(f) liquidações de litígios;

(g) correções de erros de períodos anteriores;

(h) mudanças nos negócios ou nas circunstâncias econômicas que afetam o valor justo dos ativos
financeiros e passivos financeiros da entidade, sejam esses ativos ou passivos reconhecidos ao
valor justo ou ao custo amortizado;

(i) qualquer inadimplência em empréstimo ou descumprimento de um contrato de empréstimo que


não tenha sido regularizado até o final do período de relatório;

(j) transações com partes relacionadas;

(k) transferências entre os níveis da hierarquia de valor justo utilizada para mensurar o valor justo de
instrumentos financeiros;

(l) alterações na classificação de ativos financeiros como resultado de uma alteração na finalidade ou
uso desses ativos; e

(m) alterações nos passivos contingentes ou ativos contingentes.

15C IFRSs individuais fornecem orientação sobre os requisitos de divulgação para muitos dos itens indicados
no parágrafo 15B. Quando um evento ou transação é significativo para uma compreensão das mudanças
na posição financeira ou desempenho de uma entidade desde o último período de relatório anual, seu
relatório financeiro intermediário deve fornecer uma explicação e uma atualização das informações
pertinentes incluídas nas demonstrações financeiras do último período de relatório anual.

16–18 [Excluídos]

Outras divulgações
16A Além de divulgar eventos e transações significativos de acordo com os parágrafos 15-15C, uma
entidade incluirá as seguintes informações, nas notas explicativas às demonstrações financeiras
intermediárias, se não forem divulgadas em outro lugar no relatório financeiro intermediário. As
informações serão normalmente apresentadas de acordo com a base acumulada até a data.

(a) uma declaração de que as mesmas políticas contábeis e métodos de cálculo são seguidos nas
demonstrações financeiras intermediárias em comparação às demonstrações financeiras

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anuais mais recentes ou, se essas políticas ou métodos tiverem sido alterados, uma descrição
da natureza e efeito da alteração.

(b) comentários explicativos sobre a sazonalidade ou ciclicidade das operações intermediárias.

(c) a natureza e o valor de itens que afetam os ativos, passivos, patrimônio líquido, receita líquida
ou fluxos de caixa que forem incomuns devido à sua natureza, tamanho ou incidência.

(d) a natureza e o valor das mudanças nas estimativas de valores informados em períodos
intermediários anteriores do exercício financeiro corrente ou mudanças nas estimativas de
valores informados em exercícios financeiros anteriores.

(e) emissões, recompras e restituições de títulos de dívida e de patrimônio.

(f) dividendos pagos (totais ou por ação), separadamente para ações ordinárias e outras ações.

(g) as seguintes informações por segmento (a divulgação de informações por segmento é exigida
no relatório financeiro intermediário de uma entidade apenas se a IFRS 8 – Segmentos
Operacionais exigir que a entidade divulgue informações por segmento em suas demonstrações
financeiras anuais):

(i) receitas de clientes externos, se incluídas na mensuração de lucros e perdas do


segmento revisada pelo principal tomador de decisões operacionais ou de outro modo
regularmente fornecidas ao principal tomador de decisões operacionais.

(ii) receitas entre segmentos, se incluídas na mensuração de lucros e perdas do segmento


revisada pelo principal tomador de decisões operacionais ou de outro modo regularmente
fornecidas ao principal tomador de decisões operacionais.

(iii) uma mensuração de lucros e perdas do segmento.

(iv) uma medida do total de ativos e passivos para um segmento reportável específico,
se esses valores forem fornecidos regularmente ao principal tomador de decisões
operacionais e se tiver havido uma mudança relevante em relação ao valor divulgado
nas demonstrações financeiras anuais mais recentes para esse segmento reportável.

(v) uma descrição das diferenças referentes às demonstrações financeiras anuais mais
recentes com base na segmentação ou com base na mensuração de lucros e perdas
do segmento.

(vi) uma conciliação do total das mensurações de lucros e perdas dos segmentos reportáveis
com lucros e perdas da entidade antes da despesa com imposto sobre a renda e operações
descontinuadas. Entretanto, se uma entidade alocar a itens de segmentos reportáveis,
tal como despesa com imposto sobre a renda, a entidade poderá reconciliar o total
das mensurações de lucros e perdas do segmento com lucros e perdas após esses
itens. Itens de conciliação relevantes serão identificados e descritos separadamente
nessa conciliação.

(h) eventos após o período intermediário que não foram refletidos nas demonstrações financeiras
do período intermediário.

(i) o efeito das mudanças na composição da entidade durante o período intermediário, inclusive
combinações de negócios, obtenção ou perda do controle de subsidiárias e investimentos de
longo prazo, reestruturações e operações descontinuadas. No caso de combinações de negócios,
a entidade divulgará as informações exigidas pela IFRS 3 – Combinações de Negócios.

(j) para instrumentos financeiros, as divulgações sobre valor justo exigidas pelos parágrafos
91-93(h), 94-96, 98 e 99 da IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo e pelos parágrafos 25, 26 e
28-30 da IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações.

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(k) para entidades que se tornarem ou que deixarem de ser entidades de investimento, conforme
definido na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, as divulgações do parágrafo
9B da IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades.

Divulgação de cumprimento das IFRSs


19 Se o relatório financeiro intermediário de uma entidade estiver de acordo com esta Norma, esse fato
será divulgado. Um relatório financeiro intermediário não será descrito como em conformidade
com as IFRSs, exceto se cumprir todos os requisitos das IFRSs.

Períodos para os quais devem ser apresentadas as demonstrações


financeiras intermediárias
20 Relatórios financeiros incluirão demonstrações financeiras intermediárias (condensadas ou
completas) referentes aos seguintes períodos:

(a) demonstração da posição financeira no final do período intermediário corrente e uma


demonstração comparativa da posição financeira no final do exercício financeiro
imediatamente precedente.

(b) demonstrações de lucros ou perdas e outros resultados abrangentes do período intermediário


corrente e cumulativamente para o exercício financeiro corrente até a data, com as
demonstrações comparativas de lucros ou perdas e outros resultados abrangentes para os
períodos intermediários comparáveis (correntes e acumulado no ano) do exercício financeiro
imediatamente precedente. Conforme permitido pela IAS 1 (tal como alterada em 2011),
um relatório intermediário pode apresentar para cada período uma demonstração ou
demonstrações de lucros ou perdas e outros resultados abrangentes.

(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido cumulativamente para o período financeiro
corrente até a data, com uma demonstração comparativa para o mesmo período do exercício
financeiro imediatamente precedente.

(d) demonstração dos fluxos de caixa, cumulativamente para o período financeiro corrente até
a data, com uma demonstração comparativa para o mesmo período do exercício financeiro
imediatamente precedente.

21 Para uma entidade cujo negócio seja altamente sazonal, relatórios financeiros referentes aos doze meses
até o final do período intermediário e informações comparativas referentes ao período anterior de doze
meses podem ser úteis. Consequentemente, entidades cujo negócio seja altamente sazonal são incentivadas
a considerar a apresentação dessas informações, além das informações mencionadas no parágrafo anterior.

22 A Parte A dos exemplos ilustrativos que acompanham esta Norma ilustra os períodos que devem ser
apresentados por uma entidade que emite relatórios semestralmente e uma entidade que emite relatórios
trimestralmente.

Relevância
23 Ao decidir como reconhecer, mensurar, classificar ou divulgar um item para fins de relatório
financeiro intermediário, a relevância será avaliada em relação aos dados financeiros do
período intermediário. Ao fazer avaliações da relevância será reconhecido que as mensurações
intermediárias podem confiar nas estimativas em uma extensão maior que as mensurações de
dados financeiros anuais.

24 A IAS 1 e a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros definem um item
como relevante se sua omissão ou divulgação distorcida puder influenciar as decisões econômicas dos
usuários das demonstrações financeiras. A IAS 1 exige divulgação separada de itens relevantes, inclusive

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(por exemplo) operações descontinuadas, e a IAS 8 exige a divulgação das mudanças nas estimativas
contábeis, erros e mudanças nas políticas contábeis. As duas Normas não contêm orientação quantificada
quanto à relevância.

25 Embora seja sempre necessário julgamento ao avaliar a relevância, esta Norma fundamenta a decisão de
reconhecimento e divulgação nos dados referentes ao período intermediário individualmente, por motivos
de compreensibilidade dos números intermediários. Assim, por exemplo, itens incomuns, mudanças
nas políticas contábeis ou estimativas e erros são reconhecidos e divulgados com base na relevância
em relação aos dados do período intermediário, para evitar inferências enganosas que possam resultar
da não divulgação. O objetivo final é garantir que um relatório financeiro intermediário inclua todas
as informações que sejam pertinentes para a compreensão da posição financeira e desempenho de uma
entidade durante o período intermediário.

Divulgação nas demonstrações financeiras anuais


26 Se uma estimativa de um valor informado em um período intermediário for alterada
significativamente durante o período intermediário final do exercício financeiro, mas não for
publicado um relatório financeiro separado para esse período intermediário final, a natureza e o
valor dessa mudança na estimativa serão divulgados em uma nota às demonstrações financeiras
anuais referentes a esse exercício financeiro.

27 A IAS 8 exige a divulgação da natureza e (se praticável) o valor de uma mudança na estimativa que
tenha um efeito relevante no período corrente ou se espere que tenha um efeito relevante em períodos
subsequentes. O parágrafo 16A(d) dessa Norma exige uma divulgação similar em um relatório financeiro
intermediário. Os exemplos incluem mudanças nas estimativas no período intermediário final referentes
a reduções de valores de estoques, reestruturações ou perdas por redução ao valor recuperável que
foram informadas em um período intermediário anterior do exercício financeiro. A divulgação exigida
no parágrafo anterior é consistente com o requisito da IAS 8 e se pretende que seja estrita no alcance,
referindo-se apenas à mudança em uma estimativa. Uma entidade não é obrigada a incluir relatórios
financeiros de períodos intermediários adicionais em suas demonstrações financeiras anuais.

Reconhecimento e mensuração

Mesmas políticas contábeis que as anuais


28 Uma entidade aplicará, em suas demonstrações financeiras intermediárias, as mesmas políticas
contábeis que aquelas aplicadas em suas demonstrações financeiras anuais, com exceção das
mudanças nas políticas contábeis feitas após a data das demonstrações financeiras anuais mais
recentes, que devem ser refletidas nas próximas demonstrações financeiras anuais. Entretanto, a
frequência do relatório de uma entidade (anual, semestral ou trimestral) não afetará a mensuração
de seus resultados anuais. Para atingir esse objetivo, as mensurações para fins de relatório
intermediário serão feitas com base no acumulado do ano.

29 Exigir que uma entidade aplique, em suas demonstrações financeiras intermediárias, as mesmas políticas
contábeis que em suas demonstrações anuais pode sugerir que as mensurações do período intermediário
são feitas como se cada período intermediário fosse um período de relatório segregado e independente.
Entretanto, desde que a frequência do relatório de uma entidade não afete a mensuração de seus resultados
anuais, o parágrafo 28 reconhece que um período intermediário é parte de um exercício financeiro
maior. As mensurações do acumulado do ano podem envolver mudanças nas estimativas de valores
informados em períodos intermediários anteriores no exercício financeiro corrente. Porém, os princípios
para reconhecer ativos, passivos, receitas e despesas referentes a períodos intermediários são os mesmos
que nas demonstrações financeiras anuais.

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30 Para ilustrar:

(a) os princípios para o reconhecimento e mensuração de perdas provenientes de redução de valores de


estoque, reestruturações ou reduções ao valor recuperável de ativos em um período intermediário são
os mesmos que aqueles que uma entidade seguiria se elaborasse apenas demonstrações financeiras
anuais. Entretanto, se esses itens forem reconhecidos e mensurados em um período intermediário
e a estimativa mudar em um período intermediário subsequente daquele exercício financeiro, a
estimativa original é alterada no período intermediário subsequente, seja pelo acúmulo de um valor
adicional de perda ou pela reversão do valor anteriormente reconhecido;

(b) um custo que não atenda à definição de um ativo no final de um período intermediário não é diferido
na demonstração da posição financeira, seja para aguardar informações futuras quanto a se ele
atende a definição de um ativo ou para suavizar os ganhos ao longo de um período intermediário
dentro de um exercício financeiro; e

(c) a despesa de impostos sobre a renda é reconhecida em cada período intermediário com base na
melhor estimativa da taxa média ponderada anual de impostos sobre a renda esperada para o
exercício financeiro completo. Os valores acumulados para a despesa de impostos sobre a renda
em um período intermediário podem ter de ser ajustados em um período intermediário subsequente
do exercício financeiro, se a estimativa da taxa de impostos sobre a renda anual mudar.

31 Em conformidade com a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações


Financeiras (a Estrutura Conceitual),3 reconhecimento é o “processo de incorporação ao balanço
patrimonial ou à demonstração do resultado de um item que atenda à definição de um elemento e atenda
aos critérios para reconhecimento”. A definição de ativos, passivos, receita e despesas são fundamentais
para o reconhecimento no final de ambos os períodos de relatório financeiro, anual e intermediário.

32 Para ativos, aplicam-se os mesmos testes de benefícios econômicos futuros nas datas intermediárias e
no final do exercício financeiro de uma entidade. Os custos que por sua natureza não se qualificariam
como ativos no final de um exercício financeiro não se qualificariam, também, em datas intermediárias.
De forma similar, um passivo no final de um período de relatório intermediário deve apresentar uma
obrigação existente nessa data, da mesma forma que deve no final de um período de relatório anual.

33 Uma característica essencial de receita (rendimento) e de despesas é que os respectivos fluxos de


entrada e saída de ativos e passivos já ocorreram. Se esses fluxos de entrada e saída tiverem ocorrido,
as respectivas receita e despesa são reconhecidas; caso contrário, não são reconhecidas. A Estrutura
Conceitual estabelece que “as despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando houver
uma redução nos benefícios econômicos futuros relacionados a uma redução em um ativo ou um aumento
em um passivo que puder ser mensurado de forma confiável... [A] Estrutura Conceitual não permite o
reconhecimento de itens no balanço patrimonial que não atendam à definição de ativos ou passivos.”

34 Ao mensurar os ativos, passivos, receita, despesas e os fluxos de caixa informados em suas demonstrações
financeiras, uma entidade que reporta apenas anualmente é capaz de levar em consideração informações
que se tornem disponíveis ao longo de todo o exercício financeiro. Suas mensurações são, na verdade,
baseadas no acumulado até o final do exercício.

35 Uma entidade que reporta semestralmente usa informações disponíveis no meio do ano ou logo após,
ao fazer as mensurações de suas demonstrações financeiras para o primeiro período de seis meses e as
informações disponíveis no final do exercício ou logo após, para o período de doze meses. As mensurações
de doze meses refletirão as possíveis mudanças nas estimativas de valores informados para o primeiro
período de seis meses. Os valores informados no relatório financeiro intermediário para o primeiro período
de seis meses não são ajustados retrospectivamente. Os parágrafos 16A(d) e 26 exigem, entretanto, que
a natureza e o valor de quaisquer mudanças significativas nas estimativas sejam divulgados.

3 A Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASC foi adotada pelo IASB em 2001.
Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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36 Uma entidade que reporta com frequência maior que seis meses, mensura a receita e a despesa com
base no acumulado do ano para cada período intermediário, usando informações disponíveis quando
cada conjunto de demonstrações financeiras está sendo elaborado. Os valores de receitas e despesas
informados no período intermediário corrente refletirão quaisquer mudanças nas estimativas dos valores
informados em períodos intermediários anteriores do exercício financeiro. Os valores informados em
períodos intermediários anteriores não são ajustados retrospectivamente. Os parágrafos 16A(d) e 26
exigem, entretanto, que a natureza e o valor de quaisquer mudanças significativas nas estimativas
sejam divulgados.

Receitas recebidas sazonal, cíclica ou ocasionalmente


37 As receitas que forem recebidas sazonal, cíclica ou ocasionalmente dentro de um exercício financeiro
não serão antecipadas ou diferidas na data intermediária se a antecipação ou o diferimento não
for apropriado no final do exercício financeiro da entidade.

38 Os exemplos incluem receitas de dividendos, royalties e subvenções governamentais. Além disso, algumas
entidades consistentemente obtêm mais receitas em certos períodos intermediários de um exercício
financeiro que em outros períodos intermediários, como por exemplo, receitas sazonais de varejistas.
Essas receitas são reconhecidas quando ocorrem.

Custos incorridos de maneira não uniforme durante o exercício financeiro


39 Os custos que forem incorridos de maneira não uniforme durante o exercício financeiro de uma
entidade serão antecipados ou diferidos para fins de relatório financeiro se, e apenas se, for
apropriado antecipar ou diferir esse tipo de custo no final do exercício financeiro.

Aplicação dos princípios de reconhecimento e mensuração


40 A Parte B dos exemplos ilustrativos que acompanham esta Norma fornece exemplos de aplicação dos
princípios gerais de reconhecimento e mensuração definidos nos parágrafos 28-39.

Uso de estimativas
41 Os procedimentos de mensuração a serem seguidos em um relatório financeiro intermediário serão
designados para garantir que as informações resultantes sejam confiáveis e que todas as informações
financeiras significativas, que forem pertinentes para a compreensão da posição financeira ou
desempenho da entidade, sejam adequadamente divulgadas. Embora as mensurações de relatórios
financeiros anuais e intermediários sejam frequentemente baseadas em estimativas razoáveis, a
elaboração de relatórios financeiros intermediários, em geral, exige um uso maior dos métodos de
estimativa que os relatórios financeiros anuais.

42 A Parte C dos exemplos ilustrativos que acompanham esta Norma fornece exemplos do uso de estimativas
em período intermediários.

Reapresentação de períodos intermediários anteriormente informados


43 Uma mudança na política contábil, exceto mudanças para as quais a transição seja especificada
por uma nova IFRS, serão refletidas por:

(a) reapresentação das demonstrações financeiras de períodos intermediários anteriores do


exercício financeiro corrente e os períodos intermediários comparáveis de quaisquer exercícios
financeiros anteriores, que serão reapresentados nas demonstrações financeiras anuais de
acordo com a IAS 8; ou

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IAS 34

(b) quando for impraticável determinar o efeito acumulado no início do exercício financeiro
da aplicação de uma nova política contábil a todos os períodos anteriores, ajustando-se as
demonstrações financeiras dos períodos intermediários anteriores do exercício financeiro
corrente e quando os períodos intermediários comparáveis, de exercícios financeiros
anteriores, tiverem a nova política contábil aplicada prospectivamente, a partir da data mais
antiga praticável.

44 Um objetivo do princípio anterior é garantir que uma única política contábil seja aplicada a uma classe
específica de transações em todo um exercício financeiro completo. Em conformidade com a IAS 8, uma
mudança na política contábil é refletida pela aplicação retrospectiva, com a reapresentação dos dados
financeiros de período anteriores tão antigos quanto praticável. Entretanto, se o valor acumulado do
ajuste referente aos exercícios financeiros anteriores for impraticável de se determinar, então, de acordo
com a IAS 8, a nova política é aplicada prospectivamente desde a data mais antiga praticável. O efeito do
princípio descrito no parágrafo 43 é exigir que, dentro do exercício financeiro corrente, qualquer mudança
na política contábil seja aplicada retrospectivamente ou, se não for praticável, prospectivamente, desde,
no máximo, o início do exercício financeiro.

45 Permitir que as mudanças das políticas contábeis sejam refletidas em uma data intermediária dentro do
exercício financeiro permitiria que duas políticas contábeis diferentes fossem aplicadas a uma classe
específica de transações dentro de um único exercício financeiro. O resultado seria dificuldades de
alocação intermediárias, resultados operacionais com falta de clareza e uma análise e compreensibilidade
complicadas das informações do período intermediário.

Data de vigência
46 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras que cubram períodos iniciados em ou após
1º de janeiro de 1999. A aplicação antecipada é encorajada.

47 A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
ela alterou os parágrafos 4, 5, 8, 11, 12 e 20, excluiu o parágrafo 13 e adicionou os parágrafos 8A e
11A. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão
aplicadas para esse período anterior.

48 A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) alterou o parágrafo 16(i). Uma entidade aplicará essa alteração
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada
em 2008) para um período anterior, a alteração também será aplicada para esse período anterior.

49 Os parágrafos 15, 27, 35 e 36 foram alterados, os parágrafos 15A-15C e 16A foram incluídos e os
parágrafos 16-18 foram excluídos pela Melhorias às IFRSs em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2011. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato.

50 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, acrescentou o parágrafo 16A(j). Uma entidade aplicará essa
alteração quando aplicar a IFRS 13.

51 Apresentação de Itens de Outros Resultados Abrangentes (Alterações à IAS 1), emitida em junho de
2011, alterou os parágrafos 8, 8A, 11A e 20. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a
IAS 1 tal como alterada em junho de 2011.

52 Melhorias Anuais – Ciclo 2009-2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo 5 como uma alteração
decorrente oriunda da alteração à IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras. Uma entidade
aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

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IAS 34

53 Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo 16A. Uma entidade
aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar essa alteração para um período anterior, ela
divulgará esse fato.

54 Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou o parágrafo 16A. Uma entidade aplicará essa alteração para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se aplicar
essa alteração antecipadamente, a entidade aplicará também todas as alterações incluídas em Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.

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IAS 36

Norma Internacional de Contabilidade IAS 36

Redução ao Valor Recuperável de Ativos


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 36 – Redução ao
Valor Recuperável de Ativos, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade
em junho de 1998. Essa norma consolidou todos os requisitos sobre como avaliar a recuperação de um ativo. Esses
requisitos estavam contidos na IAS 16 – Imobilizado, IAS 22 – Combinações de Negócios, IAS 28 – Contabilização
de Coligadas e IAS 31 – Relatório Financeiro de Participações em Empreendimentos em Conjunto.

O IASB revisou a IAS 36 em março de 2004 como parte da primeira fase de seu projeto de combinações de
negócios. Em janeiro de 2008, o IASB alterou a IAS 36 novamente como parte da segunda fase de seu projeto
de combinações de negócios.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 36. Elas incluem a IAS 16 – Imobilizado
(tal como revisada em dezembro de 2003), a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração
(tal como revisada em dezembro de 2003), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como
revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e abril de 2009) e a IFRS 9 –
Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IAS 36

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 36
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 6
IDENTIFICAÇÃO DE UM ATIVO QUE POSSA APRESENTAR
PROBLEMAS DE RECUPERAÇÃO 7
MENSURAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL 18
Mensuração do valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida 24
Valor justo menos custos de alienação 28
Valor em uso 30
Base para estimativas de fluxos de caixa futuros 33
Composição de estimativas de fluxos de caixa futuros 39
Fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira 54
Taxa de desconto 55
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE UMA PERDA
POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL 58
UNIDADES GERADORAS DE CAIXA E ÁGIO 65
Identificação da unidade geradora de caixa à qual pertence um ativo 66
Valor recuperável e valor contábil de uma unidade geradora de caixa 74
Ágio 80
Alocação do ágio a unidades geradoras de caixa 80
Teste de redução ao valor recuperável de unidades geradoras de caixa com ágio 88
Época dos testes de redução ao valor recuperável 96
Ativos corporativos 100
Perda por redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa 104
REVERSÃO DE UMA PERDA POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL 109
Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
de um ativo individual 117
Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
de uma unidade geradora de caixa 122
Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de ágio 124
DIVULGAÇÃO 126
Estimativas utilizadas para mensurar valores recuperáveis de
unidades geradoras de caixa que contenham ágio ou
ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas 134
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E DATA DE VIGÊNCIA 139
REVOGAÇÃO DA IAS 36 (EMITIDA EM 1998) 141
APÊNDICES
A Utilização de técnicas de valor presente para mensurar o valor em uso
B Alteração à IAS 16
C Teste de redução ao valor recuperável de unidades geradoras
de caixa com ágio e participações de não controladores

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IAS 36

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 36 EMITIDA EM MARÇO DE 2004


BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS

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IAS 36

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (IAS 36) é definida
nos parágrafos 1-141 e Apêndices A-C. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da
Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 36 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para
Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual
para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece
uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IAS 36

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (IAS 36)
substitui a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (emitida em 1998) e deve ser aplicada:

(a) na aquisição, a ágio e ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios cuja data do
contrato seja em ou após 31 de março de 2004.

(b) a todos os outros ativos, para períodos anuais iniciados em ou após 31 de março de 2004.

A aplicação antecipada é encorajada.

Motivos para revisar a IAS 36


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 36 revisada como
parte de seu projeto sobre combinações de negócios. O objetivo do projeto era melhorar a qualidade e
buscar convergência internacional para a contabilização de combinações de negócios e a contabilização
subsequente de ágio e ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios.

IN3 O projeto teve duas fases. A primeira fase resultou na emissão simultânea pelo Conselho, em 2004, da
IFRS 3 – Combinações de Negócios e das versões revisadas da IAS 36 e da IAS 38 – Ativos Intangíveis.
As deliberações do Conselho durante a primeira fase do projeto concentraram-se principalmente nas
seguintes questões:

(a) método de contabilização de combinações de negócios;

(b) mensuração inicial dos ativos adquiridos identificáveis e passivos contingentes assumidos em uma
combinação de negócios;

(c) reconhecimento de provisões para encerramento ou redução das atividades da entidade adquirida;

(d) tratamento de qualquer excedente da participação do adquirente nos valores justos de ativos líquidos
identificáveis adquiridos em uma combinação de negócios sobre o custo da combinação; e

(e) contabilização de ágio e ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios.

IN4 A segunda fase do projeto resultou na emissão simultânea pelo Conselho, em 2008, de uma IFRS 3
revisada e de alterações à IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas1. A intenção
do Conselho ao revisar a IAS 36 era refletir apenas as alterações relacionadas às suas decisões no projeto
sobre Combinações de Negócios, e não reconsiderar todos os requisitos da IAS 36. As alterações feitas
à Norma referem-se principalmente ao teste de redução ao valor recuperável para ágio.

Resumo das principais alterações

Frequência do teste de redução ao valor recuperável


IN5 A versão anterior da IAS 36 exigia que o valor recuperável de um ativo fosse mensurado sempre que
houvesse indicação de que o ativo poderia apresentar problemas de recuperação. Esse requisito está
incluído na Norma. Contudo, a Norma também exige que:

(a) o valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida seja mensurado anualmente,
independentemente de haver qualquer indicação de que ele possa apresentar problemas de

1 Os requisitos de consolidação da IAS 27 foram substituídos pela IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, emitida
em maio de 2011.

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IAS 36

recuperação. O cálculo detalhado mais recente do valor recuperável feito em um período precedente
pode ser utilizado no teste de redução ao valor recuperável desse ativo no período corrente, desde
que certos critérios sejam atendidos.

(b) o valor recuperável de um ativo intangível ainda não disponível para uso seja mensurado anualmente,
independentemente de haver qualquer indicação de que ele possa apresentar problemas de
recuperação.

(c) o ágio adquirido em uma combinação de negócios seja testado anualmente quanto à redução no
seu valor recuperável.

Mensuração do valor em uso


IN6 A Norma esclarece que os elementos a seguir devem ser refletidos no cálculo do valor em uso de um ativo.

(a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo;

(b) expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época desses fluxos de caixa futuros;

(c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa de juros de mercado corrente livre de riscos;

(d) o preço para sustentar a incerteza inerente ao ativo; e

(e) outros fatores, tais como iliquidez, que os participantes do mercado considerariam ao estimar os
fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo.

A Norma também esclarece que o segundo, o quarto e o quinto desses elementos podem ser refletidos
tanto como ajustes aos fluxos de caixa futuros quanto como ajustes à taxa de desconto.

IN7 A Norma mantém, da versão anterior da IAS 36, o requisito de que as projeções de fluxos de caixa utilizadas
para mensurar o valor em uso sejam baseadas em premissas razoáveis e sustentáveis que representem a
melhor estimativa da administração sobre as condições econômicas que existirão ao longo da vida útil
restante do ativo. Contudo, a Norma esclarece que a administração deve:

(a) avaliar a razoabilidade das premissas nas quais se baseiam as suas projeções atuais de fluxos
de caixa, examinando as causas de diferenças entre projeções passadas de fluxos de caixa e fluxos de
caixa reais.

(b) deve garantir que as premissas nas quais se baseiam suas projeções atuais de fluxos de caixa sejam
consistentes com os resultados reais passados, desde que os efeitos de eventos ou circunstâncias
subsequentes que não existiam quando esses fluxos de caixa reais foram gerados tornem
isso apropriado.

IN8 A versão anterior da IAS 36 exigia que as projeções de fluxos de caixa utilizadas para mensurar o valor
em uso se baseassem nos orçamentos/previsões financeiros mais recentes aprovados pela administração.
A Norma mantém essa exigência, mas esclarece que as projeções de fluxos de caixa excluem quaisquer
entradas ou saídas de caixa estimadas que se espera que resultem de:

(a) futuras reestruturações com as quais a entidade ainda não esteja comprometida; ou

(b) melhoria ou aperfeiçoamento do desempenho do ativo.

IN9 O Apêndice A da Norma contém orientação adicional sobre a utilização de técnicas de valor presente na
mensuração do valor em uso de um ativo. Além disso, a orientação na versão anterior da IAS 36, sobre
a estimativa da taxa de desconto quando uma taxa específica para um ativo não se encontra diretamente
disponível no mercado, foi realocada para o Apêndice A.

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IAS 36

Identificação da unidade geradora de caixa à qual pertence um ativo


IN10 A Norma mantém da versão anterior da IAS 36 o requisito que se houver um mercado ativo para a
produção proveniente de um ativo ou grupo de ativos, esse ativo ou grupo de ativos deve ser identificado
como uma unidade geradora de caixa, ainda que a totalidade ou parte da produção seja utilizada
internamente. Contudo, a versão anterior da IAS 36 exigia que, nessas circunstâncias, a melhor estimativa
da administração sobre os preços de mercado futuros para a produção deveria ser utilizada para estimar
fluxos de caixa futuros utilizados para determinar o valor em uso da unidade. Ela também exigia que,
quando uma entidade estimasse os fluxos de caixa futuros para determinar o valor em uso das unidades
geradoras de caixa que utilizavam a produção, a melhor estimativa da administração sobre os preços
de mercado futuros para a produção deveria ser utilizada. A Norma exige que se as entradas de caixa
geradas por qualquer ativo ou unidade geradora de caixa forem afetadas por preços de transferência
interna, a entidade deve utilizar a melhor estimativa da administração sobre o(s) preço(s) futuro(s) que
poderia(m) ser atingido(s) em transações em bases usuais de mercado ao estimar:

(a) as entradas de caixa futuras utilizadas para determinar o valor em uso do ativo ou da unidade
geradora de caixa; e

(b) as saídas de caixa futuras utilizadas para determinar o valor em uso de outros ativos ou unidades
geradoras de caixa afetadas pelo preço de transferência interna.

Alocação do ágio a unidades geradoras de caixa


IN11 A versão anterior da IAS 36 exigia que a redução ao valor recuperável do ágio adquirido em uma
combinação de negócios fosse testada como parte do teste de redução ao valor recuperável das unidades
geradoras de caixa às quais o ágio está relacionado. Ela empregava uma abordagem “de baixo para cima/
de cima para baixo”, de acordo com a qual a redução ao valor recuperável do ágio era, de fato, testada
alocando-se o seu valor contábil a cada unidade geradora de caixa ou menor grupo de unidades geradoras
de caixa ao qual uma parcela desse valor contábil pudesse ser alocada de forma razoável e consistente.
A Norma também exige que a redução ao valor recuperável do ágio adquirido em uma combinação de
negócios seja testada como parte do teste de redução ao valor recuperável das unidades geradoras de
caixa às quais o ágio está relacionado. Contudo, a Norma esclarece que:

(a) o ágio deveria, a partir da data de aquisição, ser alocado a cada uma das unidades geradoras de
caixa ou grupos de unidades geradoras de caixa da adquirente que se espera que se beneficiem das
sinergias da combinação de negócios, independentemente se outros ativos ou passivos da adquirida
são atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades.

(b) cada unidade ou grupo de unidades aos quais o ágio é alocado:

(i) representará o menor nível dentro da entidade no qual o ágio é monitorado para fins de
gerenciamento interno; e

(ii) não será maior do que um segmento operacional determinado de acordo com a IFRS 8 –
Segmentos Operacionais.

IN12 A Norma também esclarece o seguinte:

(a) se a alocação inicial do ágio adquirido em uma combinação de negócios não puder ser concluída
antes do final do período anual no qual ocorrer a combinação de negócios, essa alocação inicial
deve ser concluída antes do final do primeiro período anual que se iniciar após a data de aquisição.

(b) quando uma entidade alienar uma operação dentro de uma unidade geradora de caixa (grupo de
unidades) à qual um ágio tiver sido alocado, o ágio associado a essa operação deve ser:

(i) incluído no valor contábil da operação ao determinar-se o ganho ou perda na alienação; e

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IAS 36

(ii) mensurado com base nos valores relativos da operação alienada e na parcela retida da unidade
geradora de caixa (grupo de unidades), a menos que a entidade possa demonstrar que outro
método reflete melhor o ágio associado à operação alienada.

(c) quando uma entidade reorganizar a sua estrutura de relatório de forma a alterar a composição
de unidades geradoras de caixa (grupos de unidades) às quais o ágio tenha sido alocado, o ágio
deve ser realocado às unidades (grupos de unidades) afetadas. Essa realocação deve ser realizada
utilizando-se uma abordagem de valor relativo similar àquela utilizada quando uma entidade
aliena uma operação dentro de uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades), a menos que a
entidade possa demonstrar que outro método reflete melhor o ágio associado às unidades (grupos
de unidades) reorganizadas.

Época dos testes de redução ao valor recuperável do ágio


IN13 A Norma permite que:

(a) o teste anual de redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades)
à qual um ágio tenha sido alocado seja realizado em qualquer época durante um período de relatório
anual, desde que o teste seja executado na mesma época a cada ano.

(b) unidades geradoras de caixa (grupos de unidades) diferentes sejam testadas quanto à redução no
seu valor recuperável em épocas diferentes.

Contudo, se alguma parcela do ágio alocado a uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades) tiver
sido adquirida em uma combinação de negócios durante o período anual corrente, a Norma exige que
essa unidade (grupo de unidades) tenha a redução no seu valor recuperável testada antes do final do
período corrente.

IN14 A Norma permite que o cálculo detalhado mais recente, realizado em um período precedente, do valor
recuperável de uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades) à qual um ágio tiver sido alocado
seja utilizado no teste de redução ao valor recuperável dessa unidade (grupo de unidades) no período
corrente, desde que certos critérios sejam atendidos.

Reversões de perdas por redução ao valor recuperável do ágio


IN15 A versão anterior da IAS 36 exigia que uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida para
o ágio em um período anterior fosse revertida quando a perda por redução ao valor recuperável fosse
causada por um evento externo específico de natureza excepcional, que não se espera ocorrer novamente,
e quando eventos externos subsequentes que revertam o efeito desse evento tivessem ocorrido. A Norma
proíbe o reconhecimento de reversões de perdas por redução ao valor recuperável do ágio.

Divulgação
IN16 A Norma exige que se qualquer parcela do ágio adquirido em uma combinação de negócios durante o
período não tiver sido alocada a uma unidade geradora de caixa ao final do período de relatório, a entidade
deve divulgar o valor do ágio não alocado, juntamente com as razões pelas quais esse valor permanece
não alocado.

IN17 A Norma exige a divulgação de informações para cada unidade geradora de caixa (grupo de unidades)
para a qual o valor contábil do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas alocados
a essa unidade (grupo de unidades) seja significativo em comparação com o valor contábil total do
ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas da entidade. Essas informações referem-se
essencialmente às principais premissas utilizadas para mensurar os valores recuperáveis dessas unidades
(grupos de unidades).

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IAS 36

IN18 A Norma também exige que informações específicas sejam divulgadas se a totalidade, ou parte do valor
contábil do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas, for alocado a diversas unidades
geradoras de caixa (grupos de unidades) e o valor assim alocado a cada unidade (grupo de unidades) não
for significativo em comparação com o valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas
úteis indefinidas. Divulgações adicionais são exigidas se, nessas circunstâncias, os valores recuperáveis
de quaisquer dessas unidades (grupos de unidades) se basearem na(s) mesma(s) elas for significativo
em comparação com o valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas
da entidade.

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IFRS Foundation A871
IAS 36

Norma Internacional de Contabilidade IAS 36


Redução ao Valor Recuperável de Ativos

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever os procedimentos que uma entidade deve aplicar para garantir que
seus ativos não sejam reconhecidos acima de seus valores recuperáveis. Um ativo é reconhecido acima
de seu valor recuperável se o seu valor contábil exceder o valor a ser recuperado por meio do uso ou da
venda do ativo. Nesse caso, o ativo é descrito como apresentando problemas de recuperação e a Norma
exige que a entidade reconheça uma perda por redução ao valor recuperável. A Norma também especifica
quando uma entidade deve reverter uma perda por redução ao valor recuperável e prescreve divulgações.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização da redução ao valor recuperável de todos os ativos,
exceto:

(a) estoques (vide IAS 2 – Estoques);

(b) ativos decorrentes de contratos de construção (vide IAS 11 – Contratos de Construção);

(c) impostos diferidos ativos (vide IAS 12 – Impostos sobre a Renda);

(d) ativos decorrentes de benefícios aos empregados (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados); e

(e) ativos financeiros que estejam dentro do alcance da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros;

(f) propriedades para investimento que sejam mensuradas ao valor justo (vide IAS 40 –
Propriedades para Investimento);

(g) ativos biológicos relacionados a atividades agrícolas que são mensurados ao valor justo menos
custos para vender (vide IAS 41 – Agricultura);

(h) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis, decorrentes de direitos contratuais de uma
seguradora de acordo com contratos de seguro dentro do alcance da IFRS 4 – Contratos de
Seguro; e

(i) ativos não circulantes (ou grupos de alienação) classificados como mantidos para venda de
acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas.

3 Esta Norma não se aplica a estoques, ativos decorrentes de contratos de construção, impostos diferidos
ativos, ativos decorrentes de benefícios aos empregados ou ativos classificados como mantidos para venda
(ou incluídos em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda), uma vez que
as IFRSs existentes aplicáveis a esses ativos contêm requisitos para o seu reconhecimento e mensuração.

4 Esta Norma se aplica a ativos financeiros classificados como:

(a) subsidiárias, conforme definido na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas;

(b) coligadas, conforme definido na IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em


Conjunto; e

(c) empreendimentos em conjunto, conforme definido na IFRS 11 – Negócios em Conjunto.

Para a redução ao valor recuperável de outros ativos financeiros, consulte a IAS 39.

A872 ©
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IAS 36

5 Esta Norma não se aplica a ativos financeiros que estejam dentro do alcance da IFRS 9, propriedades para
investimento mensuradas ao valor justo dentro do alcance da IAS 40 ou ativos biológicos relacionados
a atividades agrícolas mensurados ao valor justo menos custos para vender dentro do alcance da IAS 41.
Contudo, esta Norma se aplica a ativos que sejam reconhecidos ao valor reavaliado (ou seja, o valor
justo na data de reavaliação menos qualquer depreciação acumulada subsequente e perdas acumuladas
por redução ao valor recuperável subsequentes) de acordo com outras IFRSs, tais como o método de
reavaliação da IAS 16 – Imobilizado e da IAS 38 – Ativos Intangíveis. A única diferença entre o valor justo
de um ativo e seu valor justo menos custos de alienação são os custos incrementais diretos atribuíveis à
alienação do ativo.

(a) Se os custos de alienação forem insignificantes, o valor recuperável do ativo reavaliado é


necessariamente próximo ao seu valor reavaliado ou maior que ele. Nesse caso, após a aplicação
dos requisitos de reavaliação, é improvável que o ativo reavaliado possa estar com problemas de
recuperação e o valor recuperável não precisa ser estimado.

(b) [excluído]

(c) Se os custos de alienação não forem insignificantes, o valor justo menos os custos de alienação
do ativo reavaliado é necessariamente menor que o seu valor justo. Portanto, o ativo reavaliado
apresenta problemas de recuperação se o seu valor em uso for menor que o seu valor reavaliado.
Nesse caso, após a aplicação dos requisitos de reavaliação, a entidade aplica esta Norma para
determinar se o ativo pode apresentar problemas de recuperação.

Definições
6 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após deduzir-se qualquer depreciação
(amortização) acumulada e perdas acumuladas por redução ao valor recuperável.

Uma unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que geram entradas de
caixa, que são, em grande parte, independentes das entradas de caixa de outros ativos ou de grupos
de ativos.

Ativos corporativos são ativos, excetuando-se o ágio, que contribuem para os fluxos de caixa futuros
tanto da unidade geradora de caixa sob revisão quanto de outras unidades geradoras de caixa.

Custos de alienação são custos incrementais diretamente atribuíveis à alienação de um ativo,


excluindo custos financeiros e despesa de imposto sobre a renda.

Valor depreciável é o custo de um ativo, ou outro valor substituído pelo custo nas demonstrações
financeiras, menos o seu valor residual.

Depreciação (Amortização) é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo de


sua vida útil.2

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Uma perda por redução ao valor recuperável é o valor pelo qual o valor contábil de um ativo ou de
uma unidade geradora de caixa excede o seu valor recuperável.

O valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior entre seu valor
justo menos custos de alienação e seu valor em uso.

2 No caso de um ativo intangível, utiliza-se geralmente o termo “amortização” em vez de “depreciação”. Ambos os termos têm o
mesmo significado.

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Vida útil é:

(a) o período de tempo ao longo do qual se espera que um ativo seja usado pela entidade; ou

(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares que se espera que seja obtido
do ativo pela entidade.

O valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera que se origine de um
ativo ou de uma unidade geradora de caixa.

Identificação de um ativo que possa apresentar problemas de recuperação


7 Os parágrafos 8-17 especificam quando um valor recuperável será determinado. Esses requisitos utilizam
o termo “um ativo”, mas se aplicam igualmente a um ativo individual ou a uma unidade geradora de
caixa. O restante desta Norma é estruturado da seguinte forma:

(a) os parágrafos 18-57 estabelecem os requisitos para a mensuração do valor recuperável. Esses
requisitos também utilizam o termo “um ativo”, mas se aplicam igualmente a um ativo individual
e a uma unidade geradora de caixa.

(b) os parágrafos 58-108 estabelecem os requisitos para o reconhecimento e a mensuração de perdas por
redução ao valor recuperável de ativos. O reconhecimento e a mensuração de perdas por redução
ao valor recuperável de ativos individuais, à exceção de ágio, são abordados nos parágrafos 58-64.
Os parágrafos 65-108 abordam o reconhecimento e a mensuração de perdas por redução ao valor
recuperável de unidades geradoras de caixa e do ágio.

(c) os parágrafos 109-116 estabelecem os requisitos para reverter uma perda por redução ao valor
recuperável reconhecida em períodos anteriores para um ativo ou uma unidade geradora de caixa.
Novamente, esses requisitos utilizam o termo “um ativo”, mas se aplicam igualmente a um ativo
individual ou a uma unidade geradora de caixa. Requisitos adicionais estão previstos nos parágrafos
117-121 para um ativo individual, nos parágrafos 122 e 123 para uma unidade geradora de caixa
e nos parágrafos 124 e 125 para ágio.

(d) os parágrafos 126-133 especificam as informações a serem divulgadas sobre perdas por redução
ao valor recuperável e reversões de perda por redução ao valor recuperável para ativos e unidades
geradoras de caixa. Os parágrafos 134-137 especificam requisitos de divulgação adicionais para
unidades geradoras de caixa às quais um ágio ou ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas
tenham sido alocados para fins de teste de redução ao valor recuperável.

8 Um ativo apresenta problemas de recuperação quando o seu valor contábil excede o seu valor recuperável.
Os parágrafos 12-14 descrevem algumas indicações de que uma perda por redução ao valor recuperável
pode ter ocorrido. Se alguma dessas indicações estiver presente, a entidade deve elaborar uma estimativa
formal do valor recuperável. Exceto pelo descrito no parágrafo 10, esta Norma não exige que a entidade
elabore uma estimativa formal do valor recuperável se não houver nenhuma indicação de que uma perda
por redução ao valor recuperável tenha ocorrido.

9 A entidade deve avaliar ao final de cada período de relatório se há qualquer indicação de que
um ativo possa apresentar problemas de recuperação. Se houver essa indicação, a entidade deve
estimar o valor recuperável do ativo.

10 Independentemente de haver qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a entidade


também deve:

(a) testar anualmente a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida útil
indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando o seu valor
contábil com o seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser
realizado em qualquer época durante um período anual, desde que seja realizado na mesma
época a cada ano. Ativos intangíveis diferentes podem ter a redução no seu valor recuperável

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testada em épocas diferentes. Contudo, se esse ativo intangível tiver sido reconhecido
inicialmente durante o período anual corrente, a redução no seu valor recuperável deve ser
testada antes do final do período anual corrente.

(b) testar anualmente a redução ao valor recuperável do ágio adquirido em uma combinação de
negócios de acordo com os parágrafos 80-99.

11 A capacidade de um ativo intangível de gerar benefícios econômicos futuros suficientes para recuperar
o seu valor contábil está normalmente sujeita a uma maior incerteza antes que o ativo esteja disponível
para uso do que após estar disponível para uso. Portanto, esta Norma exige que a entidade teste, no
mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável do valor contábil de um ativo intangível que ainda
não esteja disponível para uso.

12 Ao avaliar se há qualquer indicação de que um ativo possa estar com problemas de recuperação,
uma entidade considerará, no mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informações

(a) há indicações observáveis de que o valor do ativo caiu significativamente durante o período,
mais do que seria esperado como resultado da passagem do tempo ou do uso normal.

(b) mudanças significativas, com um efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou ocorrerão no futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico
ou legal no qual a entidade opera ou no mercado ao qual o ativo se destina.

(c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos
aumentaram durante o período, e é provável que esses aumentos afetem a taxa de desconto
utilizada no cálculo do valor em uso de um ativo e diminuam significativamente o valor
recuperável do ativo.

(d) o valor contábil dos ativos líquidos da entidade é maior que sua capitalização de mercado.

Fontes internas de informações

(e) evidência disponível de obsolescência ou dano físico de um ativo.

(f) mudanças significativas, com um efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou espera-se que ocorram no futuro próximo, na extensão ou na forma pela qual
um ativo é utilizado ou espera-se que seja utilizado. Essas mudanças incluem a ociosidade do
ativo, planos para interromper ou reestruturar a operação à qual pertence um ativo, planos
para alienar um ativo antes da data anteriormente esperada e a reavaliação da vida útil de
um ativo como sendo definida em vez de indefinida.3

(g) evidência disponível no relatório interno, que indique que o desempenho econômico de um
ativo é ou será pior do que o esperado.

Dividendo de uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada

(h) para um investimento em uma subsidiária, empreendimento em conjunto ou coligada, o


investidor reconhece um dividendo do investimento e há evidência disponível de que:

(i) o valor contábil do investimento nas demonstrações financeiras separadas excede


os valores contábeis dos ativos líquidos da investida nas demonstrações financeiras
consolidadas, incluindo o ágio correspondente; ou

3 Uma vez que atenda aos critérios para que seja classificado como detido para venda (ou seja, incluído em um grupo de alienação
que seja classificado como detido para venda), o ativo é excluído do alcance desta Norma e é contabilizado de acordo com a
IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas.

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(ii) o dividendo excede o resultado abrangente total da subsidiária, empreendimento em


conjunto ou coligada no período em que o dividendo é declarado.

13 A lista do parágrafo 12 não é exaustiva. Uma entidade pode identificar outras indicações de que um ativo
possa apresentar problemas de recuperação, as quais também exigiriam que a entidade determinasse o
valor recuperável do ativo ou, no caso de ágio, realizasse um teste de redução ao valor recuperável de
acordo com os parágrafos 80-99.

14 Evidência no relatório interno, que indique que um ativo possa apresentar problemas de recuperação,
inclui a existência de:

(a) fluxos de caixa para aquisição do ativo, ou necessidades de caixa subsequentes para a sua operação
ou manutenção, que sejam significativamente maiores do que aqueles originalmente estimados;

(b) fluxos de caixa líquidos reais ou lucros e perdas operacionais provenientes do ativo que sejam
significativamente piores do que aqueles estimados;

(c) uma redução significativa nos fluxos de caixa líquidos ou lucro operacional estimados, ou um
aumento significativo na perda estimada, proveniente do ativo; ou

(d) perdas operacionais ou saídas de caixa líquidas em relação ao ativo, quando valores do período
corrente são agregados aos valores estimados para o futuro.

15 Conforme indicado no parágrafo 10, esta Norma exige que a redução ao valor recuperável de um ativo
intangível com vida útil indefinida ou ainda não disponível para uso e do ágio seja testada no mínimo
anualmente. Além de quando os requisitos do parágrafo 10 são aplicáveis, o conceito de relevância é
aplicável ao identificar se o valor recuperável de um ativo precisa ser estimado. Por exemplo, se cálculos
prévios mostrarem que o valor recuperável de um ativo é significativamente maior que o seu valor contábil,
a entidade não precisa reestimar o valor recuperável do ativo se não houver ocorrido nenhum evento
que eliminaria essa diferença. Da mesma forma, a análise prévia pode mostrar que o valor recuperável
de um ativo não é sensível a uma (ou mais) das indicações relacionadas no parágrafo 12.

16 Para ilustrar o parágrafo 15, se as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre
investimentos tiverem aumentado durante o período, a entidade não precisa elaborar uma estimativa
formal do valor recuperável do ativo nos seguintes casos:

(a) se for improvável que a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor em uso do ativo seja afetada
pelo aumento nessas taxas de mercado. Por exemplo, aumentos em taxas de juros de curto prazo
podem não ter um efeito relevante sobre a taxa de desconto utilizada para um ativo que tenha uma
longa vida útil restante.

(b) se for provável que a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor em uso do ativo seja afetada
pelo aumento nessas taxas de mercado, mas uma análise de sensibilidade prévia do valor recuperável
mostrar que:

(i) é improvável que haja uma redução relevante no valor recuperável, pois também é provável
que os fluxos de caixa futuros aumentem (por exemplo, em alguns casos, uma entidade pode
ser capaz de demonstrar que ajusta suas receitas para compensar qualquer aumento nas taxas
de mercado); ou

(ii) é improvável que a redução ao valor recuperável resulte em uma perda relevante por redução
ao valor recuperável.

17 Se houver qualquer indicação de que um ativo possa apresentar problemas de recuperação, isso pode
indicar que a vida útil restante, o método de depreciação (amortização) ou o valor residual do ativo
precisa ser revisado e ajustado de acordo com a Norma aplicável ao ativo, ainda que nenhuma perda por
redução ao valor recuperável do ativo seja reconhecida.

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Mensuração do valor recuperável


18 Esta Norma define valor recuperável como o maior valor entre o valor justo menos os custos de alienação
de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa e o seu valor em uso. Os parágrafos 19-57 estabelecem
os requisitos para a mensuração do valor recuperável. Esses requisitos utilizam o termo “um ativo”, mas
se aplicam igualmente a um ativo individual ou a uma unidade geradora de caixa.

19 Nem sempre é necessário determinar o valor justo menos custos de alienação de um ativo e seu valor
em uso. Se qualquer desses valores exceder o valor contábil do ativo, o ativo não apresenta problemas
de redução ao valor recuperável e não é necessário estimar o outro valor.

20 Pode ser possível mensurar valor justo menos custos de alienação, mesmo se não existir um preço cotado
em um mercado ativo para um ativo idêntico. Contudo, algumas vezes não será possível mensurar o valor
justo menos os custos de alienação por não haver uma base para elaborar uma estimativa confiável do
preço pelo qual uma transação ordenada para a venda do ativo ocorreria entre participantes do mercado
na data de mensuração sob condições atuais de mercado Nesse caso, a entidade pode utilizar o valor em
uso do ativo como o seu valor recuperável.

21 Se não houver nenhuma razão para acreditar que o valor em uso de um ativo excede significativamente
seu valor justo menos custos de alienação, o valor justo menos custos de alienação do ativo pode ser
utilizado como o seu valor recuperável. Esse frequentemente será o caso quando um ativo for mantido
para venda. Isso se deve ao fato de que o valor em uso de um ativo mantido para venda consistirá
principalmente dos proventos líquidos da alienação, já que é provável que os fluxos de caixa futuros
provenientes do uso contínuo do ativo até a sua venda seja insignificante.

22 O valor recuperável é determinado para um ativo individual, a menos que o ativo não gere entradas de
caixa que sejam amplamente independentes das de outros ativos ou grupos de ativos. Nesse caso, o valor
recuperável é determinado para a unidade geradora de caixa à qual o ativo pertence (vide parágrafos
65-103), a menos que:

(a) o valor justo menos os custos de alienação do ativo seja maior que o seu valor contábil; ou

(b) o valor em uso do ativo possa ser estimado como sendo próximo ao seu valor justo menos os custos
de alienação e o valor justo menos os custos de alienação possa ser determinado.

23 Em alguns casos, estimativas, médias e atalhos computacionais podem fornecer aproximações razoáveis
dos cálculos detalhados ilustrados nesta Norma para a determinação do valor justo menos os custos de
alienação ou do valor em uso.

Mensuração do valor recuperável de um ativo intangível com


vida útil indefinida
24 O parágrafo 10 exige que um ativo intangível com vida útil indefinida tenha a redução no seu valor
recuperável testada anualmente, comparando-se o seu valor contábil com o seu valor recuperável,
independentemente de haver qualquer indicação de que ele possa apresentar problemas de recuperação.
Contudo, o cálculo detalhado mais recente do valor recuperável desse ativo feito em um período
precedente pode ser utilizado no teste de redução ao valor recuperável desse ativo no período corrente,
desde que todos os critérios a seguir sejam atendidos.

(a) se o ativo intangível não gerar entradas de caixa provenientes do uso contínuo que sejam
amplamente independentes das de outros ativos ou grupos de ativos e, portanto, a redução no seu
valor recuperável for testada como parte da unidade geradora de caixa à qual pertence, os ativos e
passivos que compõem essa unidade não mudaram significativamente desde o cálculo mais recente
do valor recuperável;

(b) o cálculo mais recente do valor recuperável resultou em um valor que excedeu o valor contábil do
ativo por uma margem substancial; e

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(c) com base na análise de eventos que ocorreram e de circunstâncias que mudaram desde o cálculo
mais recente do valor recuperável, a probabilidade de que o valor recuperável corrente do ativo
seja menor que o seu valor contábil é remota.

Valor justo menos custos de alienação


25–27 [Excluídos]

28 Custos de alienação, exceto aqueles que tiverem sido reconhecidos como passivos, são deduzidos ao
determinar o valor justo menos os custos para vender. Exemplos desses custos são custos legais, imposto
de selo e impostos sobre transações similares, custos de remoção do ativo e custos incrementais diretos
para colocar o ativo em condições de venda. Contudo, benefícios rescisórios (tal como definidos na
IAS 19) e custos associados à redução ou reorganização de um negócio após a alienação de um ativo
não são custos incrementais diretos para a alienação do ativo.

29 Algumas vezes, a alienação de um ativo pode exigir que o comprador assuma um passivo e apenas um
único valor justo menos os custos de alienação esteja disponível tanto para o ativo quanto para o passivo.
O parágrafo 78 explica como tratar esses casos.

Valor em uso
30 Os elementos a seguir serão refletidos no cálculo do valor em uso de um ativo:

(a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo;

(b) expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época desses fluxos de caixa futuros;

(c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa de juros de mercado corrente livre
de riscos;

(d) o preço para sustentar a incerteza inerente ao ativo; e

(e) outros fatores, tais como iliquidez, que os participantes do mercado considerariam ao estimar
os fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo.

31 A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:

(a) estimar as entradas e saídas de caixa futuras provenientes do uso contínuo do ativo e de sua alienação
final; e

(b) aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.

32 Os elementos identificados no parágrafo 30(b), (d) e (e) podem ser refletidos como ajustes aos fluxos de
caixa futuros ou como ajustes à taxa de desconto. Qualquer que seja a abordagem adotada pela entidade
para refletir as expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época de fluxos de caixa futuros,
o resultado será o de refletir o valor presente esperado dos fluxos de caixa futuros, ou seja, a média
ponderada de todos os resultados possíveis. O apêndice A oferece orientação sobre o uso de técnicas de
valor presente na mensuração do valor em uso de um ativo.

Base para estimativas de fluxos de caixa futuros

33 Ao mensurar o valor em uso, a entidade:

(a) baseará as projeções de fluxos de caixa em premissas razoáveis e sustentáveis que representem
a melhor estimativa da administração sobre o conjunto de condições econômicas que existirão
ao longo da vida útil restante do ativo. Maior peso será atribuído à evidência externa.

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(b) baseará as projeções de fluxos de caixa nos orçamentos/previsões financeiros mais recentes
aprovados pela administração, mas excluirá quaisquer entradas ou saídas de caixa futuras
estimadas que se espera que se originem de reestruturação futura ou da melhoria ou do
aperfeiçoamento do desempenho do ativo. Projeções baseadas nesses orçamentos/previsões
cobrirão um período máximo de cinco anos, a menos que um período mais longo possa
ser justificado.

(c) estimará as projeções de fluxos de caixa além do período coberto pelos orçamentos/previsões
mais recentes, extrapolando as projeções com base nos orçamentos/previsões com o uso
de uma taxa de crescimento estável ou decrescente para os anos subsequentes, a menos
que uma taxa crescente possa ser justificada. Essa taxa de crescimento não excederá a taxa
de crescimento média de longo prazo para os produtos, setores ou país ou países em que a
entidade opera ou para o mercado no qual o ativo é utilizado, a menos que uma taxa mais
alta possa ser justificada.

34 A administração avalia a razoabilidade das premissas sobre as quais se baseiam as suas projeções atuais de
fluxos de caixa, examinando as causas de diferenças entre projeções passadas de fluxos de caixa e fluxos
de caixa reais. A administração assegurará que as premissas nas quais se baseiam as suas projeções atuais
de fluxos de caixa são consistentes com os resultados reais passados, desde que os efeitos de eventos ou
circunstâncias subsequentes que não existiam quando esses fluxos de caixa reais foram gerados tornem
isso apropriado.

35 Orçamentos/previsões financeiros detalhados, explícitos e confiáveis de fluxos de caixa futuros para


períodos superiores a cinco anos geralmente não estão disponíveis. Por esse motivo, as estimativas da
administração sobre fluxos de caixa futuros são baseadas nos orçamentos/previsões mais recentes para
um período máximo de cinco anos. A administração pode utilizar projeções de fluxos de caixa com base
em orçamento/previsões financeiros para um período superior a cinco anos se estiver segura de que essas
projeções são confiáveis e puder demonstrar sua capacidade, com base na experiência passada, de prever
fluxos de caixa de forma precisa para esse período mais longo.

36 Projeções de fluxos de caixa até o final da vida útil de um ativo são estimadas extrapolando-se as projeções
de fluxos de caixa com base nos orçamentos/previsões financeiros com o uso de uma taxa de crescimento
para os anos subsequentes. Essa taxa é estável ou decrescente, a menos que um aumento na taxa esteja
de acordo com informações objetivas sobre padrões ao longo do ciclo de vida de um produto ou setor.
Se apropriado, a taxa de crescimento pode ser zero ou negativa.

37 Quando as condições são favoráveis, é provável que os concorrentes entrem no mercado e restrinjam o
crescimento. Portanto, as entidades terão dificuldade em superar a taxa média histórica de crescimento
no longo prazo (por exemplo, vinte anos) para os produtos, setores ou país ou países em que a entidade
opera, ou para o mercado em que o ativo é usado.

38 Ao utilizar informações de orçamentos/previsões financeiros, uma entidade considera se as informações


refletem premissas razoáveis e sustentáveis e representam a melhor estimativa da administração sobre
o conjunto de condições econômicas que existirão ao longo da vida útil restante do ativo.

Composição de estimativas de fluxos de caixa futuros

39 As estimativas de fluxos de caixa futuros incluirão:

(a) projeções de entradas de caixa provenientes do uso contínuo do ativo;

(b) projeções de saídas de caixa que sejam necessariamente incorridas para gerar as entradas de
caixa provenientes do uso contínuo do ativo (incluindo saídas de caixa para preparar o ativo
para uso) e que possam ser diretamente atribuídas ao ativo, ou alocadas ao ativo de forma
razoável e consistente; e

(c) fluxos de caixa líquidos, se houver, a serem recebidos (ou pagos) pela alienação do ativo no
final de sua vida útil.

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40 As estimativas de fluxos de caixa futuros e a taxa de desconto refletem premissas consistentes sobre
aumentos nos preços atribuíveis à inflação geral. Portanto, se a taxa de desconto incluir o efeito de
aumentos nos preços atribuíveis à inflação geral, os fluxos de caixa futuros são estimados em termos
nominais. Se a taxa de desconto excluir o efeito de aumentos nos preços atribuíveis à inflação geral,
os fluxos de caixa futuros são estimados em termos reais (mas incluem futuros aumentos ou reduções
específicos nos preços).

41 As projeções de saídas de caixa incluem aquelas relacionadas à manutenção diária do ativo, bem como
despesas gerais indiretas futuras que possam ser diretamente atribuídas, ou alocadas de forma razoável
e consistente, ao uso do ativo.

42 Quando o valor contábil de um ativo ainda não incluir todas as saídas de caixa a serem incorridas antes
que ele esteja pronto para uso ou venda, a estimativa de saídas de caixa futuras inclui uma estimativa de
qualquer saída de caixa adicional que se espera que seja incorrida antes que o ativo esteja pronto para
uso ou venda. Por exemplo, é o que ocorre em relação a um prédio em construção ou a um projeto em
desenvolvimento que ainda não esteja concluído.

43 Para evitar dupla contagem, as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem:

(a) entradas de caixa provenientes de ativos que gerem entradas de caixa amplamente independentes
das entradas de caixa do ativo sob revisão (por exemplo, ativos financeiros, tais como recebíveis); e

(b) saídas de caixa que estejam relacionadas a obrigações que tenham sido reconhecidas como passivos
(por exemplo, contas a pagar, pensões ou provisões).

44 Os fluxos de caixa futuros serão estimados para o ativo em sua condição atual. Estimativas de
fluxos de caixa futuros não incluirão entradas ou saídas de caixa futuras estimadas que se espera
obter de:

(a) uma reestruturação futura com a qual a entidade ainda não está comprometida; ou

(b) melhoria ou aperfeiçoamento do desempenho do ativo.

45 Como os fluxos de caixa futuros são estimados para o ativo em sua condição atual, o valor em uso
não reflete:

(a) saídas de caixa futuras ou as respectivas reduções de custo (por exemplo, reduções no custo de
pessoal) ou benefícios que se espera que sejam originados de uma futura reestruturação com a qual
a entidade ainda não está comprometida; ou

(b) saídas de caixa futuras que melhorem ou aperfeiçoem o desempenho do ativo ou as respectivas
entradas de caixa que se espera que se originem dessas saídas.

46 Uma reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração e que muda


significativamente o escopo dos negócios conduzidos pela entidade ou a forma pela qual os negócios
são conduzidos. A IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes contém orientações
que esclarecem quando uma entidade está comprometida com uma reestruturação.

47 Quando uma entidade se compromete com uma reestruturação, é provável que alguns ativos sejam
afetados por essa reestruturação. Uma vez que a entidade se compromete com a reestruturação:

(a) suas estimativas das entradas de caixa e saídas de caixa futuras a fim de determinar o valor em
uso refletem as reduções de custos e outros benefícios resultantes da reestruturação (com base nos
orçamentos/previsões financeiros mais recentes aprovados pela administração); e

(b) suas estimativas de saídas de caixa futuras para a reestruturação são incluídas em uma provisão
para reestruturação de acordo com a IAS 37.

O Exemplo Ilustrativo 5 ilustra o efeito de uma reestruturação futura sobre o cálculo do valor em uso.

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48 Até que uma entidade incorra em saídas de caixa que melhorem ou aperfeiçoem o desempenho do ativo, as
estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem as entradas de caixa futuras estimadas que se espera que
se originem do aumento dos benefícios econômicos associados à saída de caixa (vide Exemplo Ilustrativo 6).

49 As estimativas de fluxos de caixa futuros incluem saídas de caixa futuras necessárias para manter o
nível de benefícios econômicos que se espera que se originem do ativo em sua condição atual. Quando
uma unidade geradora de caixa consiste em ativos com vidas úteis estimadas diferentes, todos os quais
sejam essenciais para a operação contínua da unidade, a substituição de ativos com vidas mais curtas
é considerada como sendo parte da manutenção diária da unidade ao estimar fluxos de caixa futuros
associados à unidade. Da mesma forma, quando um único ativo consiste em componentes com vidas
úteis estimadas diferentes, a substituição dos componentes com vidas mais curtas é considerada como
sendo parte da manutenção diária do ativo ao estimar os fluxos de caixa futuros gerados pelo ativo.

50 Estimativas de fluxos de caixa futuros não incluirão:

(a) entradas ou saídas de caixa provenientes de atividades de financiamento; ou

(b) recebimentos ou pagamentos de impostos sobre a renda.

51 Os fluxos de caixa futuros estimados refletem premissas que são consistentes com a forma pela qual a
taxa de desconto é determinada. Do contrário, o efeito de algumas premissas será contado duas vezes ou
ignorado. Como o valor temporal do dinheiro é considerado descontando-se os fluxos de caixa futuros
estimados, esses fluxos de caixa excluem entradas ou saídas de caixa provenientes de atividades de
financiamento. Da mesma forma, como a taxa de desconto é determinada antes dos impostos, os fluxos
de caixa futuros também são estimados antes dos impostos.

52 A estimativa de fluxos de caixa líquidos a serem recebidos ou pagos pela alienação de um ativo no
final de sua vida útil será o valor que uma entidade espera obter da alienação do ativo em uma
transação em bases usuais de mercado entre partes conhecedoras e interessadas, após a dedução
dos custos estimados de alienação.

53 A estimativa de fluxos de caixa líquidos a serem recebidos (ou pagos) pela alienação de um ativo no
final de sua vida útil é determinada de forma similar à do valor justo menos os custos de alienação de
um ativo, exceto que, ao estimar esses fluxos de caixa líquidos:

(a) uma entidade utiliza os preços vigentes na data da estimativa para ativos similares que tenham
chegado ao fim de sua vida útil e que tenham operado sob condições similares àquelas sob as quais
o ativo será utilizado.

(b) a entidade ajusta esses preços para refletir o efeito tanto de futuros aumentos nos preços devido
à inflação geral quanto a futuros aumentos ou reduções específicos nos preços. Contudo, se as
estimativas de fluxos de caixa futuros provenientes do uso contínuo do ativo e a taxa de desconto
excluírem o efeito da inflação geral, a entidade também exclui esse efeito da estimativa de fluxos
de caixa líquidos por ocasião da alienação.

53A O valor justo difere do valor em uso. O valor justo reflete as premissas que os participantes do mercado
utilizariam ao precificar o ativo. Por outro lado, o valor em uso reflete os efeitos de fatores que podem
ser específicos para a entidade e não aplicáveis às entidades de modo geral. Por exemplo, o valor justo
não reflete nenhum dos seguintes fatores, na medida em que eles não estariam geralmente disponíveis
a participantes do mercado:

(a) valor adicional obtido a partir do agrupamento de ativos (como, por exemplo, a criação de uma
carteira de propriedades para investimento em diferentes locais);

(b) sinergias entre o ativo que está sendo mensurado e outros ativos;

(c) direitos legais ou restrições legais que sejam específicos somente ao proprietário atual do ativo; e

(d) benefícios fiscais ou ônus fiscais que sejam específicos ao proprietário atual do ativo.

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Fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira

54 Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão gerados e então descontados utilizando-
se uma taxa de desconto apropriada para essa moeda. A entidade converte o valor presente utilizando a
taxa de câmbio à vista na data de cálculo do valor em uso.

Taxa de desconto

55 A(s) taxa(s) de desconto será(ão) uma taxa antes dos impostos que reflita(m) as avaliações atuais
do mercado sobre:

(a) o valor temporal do dinheiro; e

(b) os riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham
sido ajustadas.

56 Uma taxa que reflete as avaliações atuais do mercado sobre o valor temporal do dinheiro e os riscos
específicos do ativo é o retorno que os investidores exigiriam se escolhessem um investimento que
gerasse fluxos de caixa de valores, época e perfil de risco equivalentes àqueles que a entidade espera
obter do ativo. Essa taxa é estimada a partir da taxa implícita em transações atuais do mercado para ativos
similares ou a partir do custo médio ponderado de capital de uma entidade listada que tenha um único
ativo (ou uma carteira de ativos) similar em termos de potencial de serviço e riscos ao ativo sob revisão.
Contudo, a taxa(s) de desconto utilizada(s) para mensurar o valor em uso de um ativo não refletirá(ao)
riscos para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros foram ajustadas. Do contrário, o efeito de
algumas premissas será contado duas vezes.

57 Quando uma taxa específica para um ativo não estiver disponível diretamente no mercado, uma entidade
utiliza valores substitutos para estimar a taxa de desconto. O Apêndice A oferece orientação adicional
sobre a estimativa da taxa de desconto nessas circunstâncias.

Reconhecimento e mensuração de uma perda por redução ao valor recuperável


58 Os parágrafos 59‑64 estabelecem requisitos para o reconhecimento e a mensuração de perdas por redução
ao valor recuperável de um ativo individual que não seja um ágio. O reconhecimento e a mensuração
de perdas por redução ao valor recuperável de unidades geradoras de caixa e ágio são abordados nos
parágrafos 65-108.

59 Se, e apenas se, o valor recuperável de um ativo for menor do que o seu valor contábil, o valor
contábil do ativo será reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução é uma perda por redução
ao valor recuperável.

60 Uma perda por redução ao valor recuperável será reconhecida imediatamente em lucros e perdas,
a menos que o ativo seja reconhecido ao valor reavaliado de acordo com outra Norma (por
exemplo, de acordo com o método de reavaliação da IAS 16). Qualquer perda por redução ao valor
recuperável de um ativo reavaliado será tratada como uma redução na reavaliação de acordo com
essa outra Norma.

61 Uma perda por redução ao valor recuperável de um ativo não reavaliado é reconhecida em lucros e
perdas. Contudo, uma perda por redução ao valor recuperável de um ativo reavaliado é reconhecida em
outros resultados abrangentes na medida em que a perda por redução ao valor recuperável não exceda o
valor do superavit de reavaliação para esse mesmo ativo. Essa perda por redução ao valor recuperável
de um ativo reavaliado reduz o superavit de reavaliação para esse ativo.

62 Quando o valor estimado para uma perda por redução ao valor recuperável é maior do que o
valor contábil do ativo ao qual está relacionado, a entidade reconhecerá um passivo se, e apenas
se, outra Norma assim o exigir.

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63 Após o reconhecimento de uma perda por redução ao valor recuperável, o encargo de depreciação
(amortização) para o ativo será ajustado em períodos futuros para a alocação do valor contábil
revisado do ativo, menos seu valor residual (se houver), de forma sistemática, ao longo de sua vida
útil restante.

64 Se uma perda por redução ao valor recuperável for reconhecida, quaisquer impostos diferidos ativos ou
passivos correspondentes serão determinados de acordo com a IAS 12, comparando-se o valor contábil
revisado do ativo à sua base fiscal (vide Exemplo Ilustrativo 3).

Unidades geradoras de caixa e ágio


65 Os parágrafos 66-108 e o Apêndice C estabelecem os requisitos para a identificação da unidade geradora
de caixa à qual um ativo pertence, para a determinação do valor contábil de unidades geradoras de caixa
e ágio e para o reconhecimento de perdas por redução ao valor recuperável de unidades geradoras de
caixa e ágio.

Identificação da unidade geradora de caixa à qual pertence um ativo


66 Se houver qualquer indicação de que um ativo possa apresentar problemas de recuperação, o valor
recuperável será estimado para o ativo individual. Se não for possível estimar o valor recuperável
do ativo individual, uma entidade determinará o valor recuperável da unidade geradora de caixa
à qual pertence o ativo (a unidade geradora de caixa do ativo).

67 O valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado se:

(a) o valor em uso do ativo não puder ser estimado como sendo próximo de seu valor justo menos os
custos de alienação (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros provenientes do uso contínuo
do ativo não puderem ser estimados como sendo insignificantes); e

(b) o ativo não gerar entradas de caixa que sejam largamente independentes das de outros ativos.

Nesses casos, o valor em uso e, consequentemente, o valor recuperável, pode ser determinado apenas
para a unidade geradora de caixa do ativo.

Exemplo
Uma entidade de mineração possui uma ferrovia particular para apoiar as suas atividades de
mineração. A ferrovia particular poderia ser vendida apenas pelo valor de sucata e não gera
entradas de caixa que sejam largamente independentes das entradas de caixa dos outros ativos
da mina.

Não é possível estimar o valor recuperável da ferrovia particular, pois o seu valor em uso não
pode ser determinado e provavelmente é diferente do valor de sucata. Portanto, a entidade estima
o valor recuperável da unidade geradora de caixa à qual pertence a ferrovia particular, ou seja, a
mina como um todo.

68 Conforme definido no parágrafo 6, a unidade geradora de caixa de um ativo é o menor grupo de ativos
que inclui o ativo e gera entradas de caixa que são amplamente independentes das entradas de caixa de
outros ativos ou grupos de ativos. A identificação da unidade geradora de caixa de um ativo envolve
julgamento. Se o valor recuperável não puder ser determinado para um ativo individual, uma entidade
identifica a menor agregação de ativos que geram entradas de caixa amplamente independentes.

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Exemplo
Uma empresa de ônibus presta serviços de acordo com um contrato com uma prefeitura, o qual
exige um atendimento mínimo em cada uma de cinco rotas separadas. Os ativos dedicados a cada
rota e os fluxos de caixa provenientes de cada rota podem ser identificados separadamente. Uma
das rotas opera com perda significativa.

Como a entidade não tem a opção de cancelar qualquer rota de ônibus, o menor nível de entradas
de caixa identificáveis que sejam amplamente independentes das entradas de caixa dos outros
ativos ou grupos de ativos são as entradas de caixa geradas pelas cinco rotas em conjunto.
A unidade geradora de caixa para cada rota é a empresa de ônibus como um todo.

69 Entradas de caixa são entradas de caixa e equivalentes de caixa recebidos de partes externas à entidade.
Ao identificar se entradas da caixa de um ativo (ou grupo de ativos) são amplamente independentes das
entradas da caixa de outros ativos (ou grupos de ativos), a entidade considera vários fatores, incluindo
como a administração monitora as operações da entidade (tais como por linhas de produtos, negócios,
locais individuais, distritos ou áreas regionais) ou como a administração toma decisões sobre manter ou
alienar os ativos e as operações da entidade. O Exemplo Ilustrativo 1 dá exemplos da identificação de
uma unidade geradora de caixa.

70 Se houver um mercado ativo para a produção de um ativo ou grupo de ativos, esse ativo ou grupo
de ativos será identificado como uma unidade geradora de caixa, ainda que a totalidade ou parte
da produção seja utilizada internamente. Se as entradas de caixa geradas por qualquer ativo ou
unidade geradora de caixa forem afetadas por preços de transferência interna, a entidade utilizará
a melhor estimativa da administração em relação ao(s) preço(s) futuro(s) que poderia(m) ser
atingido(s) em transações em bases usuais de mercado ao estimar:

(a) as entradas de caixa futuras utilizadas para determinar o valor em uso do ativo ou da unidade
geradora de caixa; e

(b) as saídas de caixa futuras utilizadas para determinar o valor em uso de quaisquer outros ativos
ou unidades geradoras de caixa que sejam afetados pelos preços de transferência interna.

71 Ainda que a totalidade ou parte da produção gerada por um ativo ou grupo de ativos seja usada por outras
unidades da entidade (por exemplo, produtos em um estágio intermediário de um processo de produção),
esse ativo ou grupo de ativos constitui uma unidade geradora de caixa separada se a entidade puder vender
a produção em um mercado ativo. Isso ocorre porque o ativo ou grupo de ativos poderia gerar entradas
de caixa que seriam amplamente independentes das entradas de caixa de outros ativos ou grupos de
ativos. Ao utilizar informações baseadas em orçamentos/previsões financeiros que correspondem a essa
unidade geradora de caixa ou a qualquer outro ativo ou unidade geradora de caixa afetado por preços
de transferência interna, a entidade ajusta essas informações se os preços de transferência interna não
refletirem a melhor estimativa da administração em relação aos preços futuros que poderiam ser atingidos
em transações em bases usuais de mercado.

72 As unidades geradoras de caixa serão identificadas de forma consistente de período a período para
o mesmo ativo ou tipos de ativos, a menos que uma mudança seja justificável.

73 Se uma entidade determinar que um ativo pertence a uma unidade geradora de caixa diferente da de
períodos anteriores ou que os tipos de ativos agregados para a unidade geradora de caixa do ativo
mudaram, o parágrafo 130 exige divulgações sobre a unidade geradora de caixa caso uma perda por
redução ao valor recuperável seja reconhecida ou revertida para a unidade geradora de caixa.

Valor recuperável e valor contábil de uma unidade geradora de caixa


74 O valor recuperável de uma unidade geradora de caixa é o maior valor entre o valor justo menos os custos
para vender da unidade geradora de caixa e seu valor em uso. A fim de determinar o valor recuperável

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de uma unidade geradora de caixa, qualquer referência nos parágrafos 19-57 a “um ativo” deve ser lida
como uma referência a uma “unidade geradora de caixa”.

75 O valor contábil de uma unidade geradora de caixa será determinado em uma base consistente
com a forma pela qual o valor recuperável da unidade geradora de caixa é determinado.

76 O valor contábil de uma unidade geradora de caixa:

(a) inclui o valor contábil apenas daqueles ativos que puderem ser atribuídos diretamente à unidade
geradora de caixa ou que puderem ser alocados a ela de forma razoável e consistente e que gerarão
entradas de caixa futuras utilizadas na determinação do valor em uso da unidade geradora de caixa; e

(b) não inclui o valor contábil de qualquer passivo reconhecido, a menos que o valor recuperável da
unidade geradora de caixa não possa ser determinado sem consideração desse passivo.

Isso ocorre porque o valor justo menos os custos de alienação e o valor em uso de uma unidade geradora
de caixa são determinados excluindo-se os fluxos de caixa relacionados aos ativos que não são parte da
unidade geradora de caixa e os passivos que foram reconhecidos (vide parágrafos 28 e 43).

77 Quando ativos são agrupados para avaliações de recuperação, é importante incluir na unidade geradora
de caixa todos os ativos que geram ou que são usados para gerar os fluxos pertinentes de entradas de
caixa. Do contrário, a unidade geradora de caixa pode parecer ser totalmente recuperável quando, na
realidade, houve uma perda por redução ao valor recuperável. Em alguns casos, apesar de alguns ativos
contribuírem para os fluxos de caixa futuros estimados de uma unidade geradora de caixa, eles não
podem ser alocados à unidade geradora de caixa de forma razoável e consistente. Esse pode ser o caso
para o ágio ou ativos corporativos, tais como ativos da matriz. Os parágrafos 80-103 explicam como
tratar esses ativos ao testar a redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa.

78 Pode ser necessário levar em consideração alguns passivos reconhecidos para determinar o valor
recuperável de uma unidade geradora de caixa. Isso pode ocorrer se a alienação de uma unidade geradora
de caixa exigir que o comprador assuma o passivo. Nesse caso, o valor justo menos os custos de alienação
(ou os fluxos de caixa estimados provenientes da alienação final) da unidade geradora de caixa é o
preço de venda dos ativos da unidade geradora de caixa e do passivo, em conjunto, menos os custos de
alienação. Para fazer uma comparação significativa entre o valor contábil da unidade geradora de caixa
e seu valor recuperável, o valor contábil do passivo é deduzido ao determinar tanto o valor em uso da
unidade geradora de caixa quanto seu valor contábil.

Exemplo
Uma empresa opera uma mina em um país no qual a legislação exige que o proprietário deve
restaurar o local ao concluir as suas operações de mineração. O custo de restauração inclui a
recolocação da terra superficial, que deve ser removida antes do início das operações de mineração.
Uma provisão para os custos de recolocação da terra superficial foi reconhecida assim que a terra
superficial foi removida. O valor provisionado foi reconhecido como parte do custo da mina e
está sendo depreciado ao longo da vida útil da mina. O valor contábil da provisão para custos de
restauração é de UM500,(a) que é igual ao valor presente dos custos de restauração.

A entidade está testando a redução ao valor recuperável da mina. A unidade geradora de caixa
para a mina é a mina como um todo. A entidade recebeu várias ofertas de compra da mina a um
preço em torno de UM800. Esse preço reflete o fato de que o comprador assumirá a obrigação de
recolocar a terra superficial. Os custos de alienação da mina são insignificantes. O valor em uso
da mina é de aproximadamente UM1.200, excluindo os custos de restauração. O valor contábil da
mina é de UM1.000.

continua...

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...continuação

Exemplo
O valor justo menos os custos de alienação da unidade geradora de caixa é de UM800. Esse valor
considera os custos de restauração que já foram provisionados. Como consequência, o valor em
uso da unidade geradora de caixa é determinado após a consideração dos custos de restauração
e é estimado em UM700 (UM1.200 menos UM500). O valor contábil da unidade geradora de
caixa é UM500, que é o valor contábil da mina (UM1.000) menos o valor contábil da provisão
para custos de restauração (UM500). Portanto, o valor recuperável da unidade geradora de caixa
excede o seu valor contábil.
(a) Nesta norma, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

79 Por questões práticas, o valor recuperável de uma unidade geradora de caixa é algumas vezes determinado
após consideração dos ativos que não são parte da unidade geradora de caixa (por exemplo, recebíveis
ou outros ativos financeiros) ou passivos que foram reconhecidos (por exemplo, contas a pagar, pensões
e outras provisões). Nesses casos, o valor contábil da unidade geradora de caixa é aumentado pelo valor
contábil desses ativos e reduzido pelo valor contábil desses passivos.

Ágio

Alocação do ágio a unidades geradoras de caixa

80 Para fins de teste de redução ao valor recuperável, o ágio adquirido em uma combinação de negócios
será, a partir da data de aquisição, alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa ou grupos
de unidades geradoras de caixa da adquirente que se espera que se beneficiem das sinergias da
combinação, independentemente se outros ativos ou passivos da adquirida são atribuídos a essas
unidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o ágio é assim alocado:

(a) representará o menor nível dentro da entidade no qual o ágio é monitorado para fins de
gerenciamento interno; e

(b) não será maior do que um segmento operacional conforme definido no parágrafo 5 da IFRS 8 –
Segmentos Operacionais antes da agregação.

81 O ágio reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos
futuros de outros ativos adquiridos em uma combinação de negócios que não são identificados
individualmente e reconhecidos separadamente. O ágio não gera fluxos de caixa independentemente de
outros ativos ou grupos de ativos, e frequentemente contribui para os fluxos de caixa de diversas unidades
geradoras de caixa. O ágio algumas vezes não pode ser alocado de forma não arbitrária a unidades
geradoras de caixa individuais, mas apenas a grupos de unidades geradoras de caixa. Como resultado, o
menor nível dentro da entidade no qual o ágio é monitorado para fins de gerenciamento interno algumas
vezes compreende uma série de unidades geradoras de caixa às quais o ágio está relacionado, mas às
quais ele não pode se alocado. As referências, nos parágrafos 83–99 e no Apêndice C, a uma unidade
geradora de caixa à qual o ágio é alocado devem ser entendidas também como referências a um grupo
de unidades geradoras de caixa às quais o ágio é alocado.

82 A aplicação dos requisitos do parágrafo 80 resulta em que o ágio tenha a redução no seu valor recuperável
testada em um nível que reflita a forma pela qual a entidade gerencia suas operações às quais o ágio
estaria naturalmente associado. Portanto, geralmente não é necessário o desenvolvimento de sistemas
de relatório adicionais.

83 Uma unidade geradora de caixa à qual o ágio seja alocado para fins de teste de redução ao valor recuperável
não deve coincidir com o nível no qual o ágio é alocado de acordo com a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças
nas Taxas de Câmbio para fins de mensuração dos ganhos e perdas em moeda estrangeira. Por exemplo,
se a IAS 21 exigir que uma entidade aloque o ágio a níveis relativamente baixos com o propósito de
mensurar os ganhos e perdas em moeda estrangeira, essa entidade não precisa testar a redução ao valor

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recuperável do ágio nesse mesmo nível, a menos que ela também monitore o ágio nesse nível para fins
de gerenciamento interno.

84 Se a alocação inicial do ágio adquirido em uma combinação de negócios não puder ser concluída
antes do final do período anual no qual a combinação de negócios seja efetuada, essa alocação
inicial será concluída antes do final do primeiro período anual iniciado após a data de aquisição.

85 De acordo com a IFRS 3 – Combinações de Negócios, se a contabilização inicial de uma combinação


de negócios puder ser determinada apenas provisoriamente no final do período no qual a combinação
for efetuada, a adquirente:

(a) contabilizará a combinação utilizando esses valores provisórios; e

(b) reconhecerá quaisquer ajustes a esses valores provisórios como resultado da conclusão da
contabilização inicial dentro do período de mensuração, o qual não excederá doze meses a contar
da data de aquisição.

Nessas circunstâncias, pode também não ser possível concluir a alocação inicial do ágio reconhecido na
combinação antes do final do período anual no qual a combinação for efetuada. Nesse caso, a entidade
divulgará as informações exigidas pelo parágrafo 133.

86 Se o ágio tiver sido alocado a uma unidade geradora de caixa e a entidade alienar uma operação
dentro dessa unidade, o ágio associado à operação alienada será:

(a) incluído no valor contábil da operação ao determinar-se o ganho ou perda na alienação; e

(b) mensurado com base nos valores relativos da operação alienada e na parcela mantida da
unidade geradora de caixa, a menos que a entidade possa demonstrar que outro método
reflete melhor o ágio associado à operação alienada.

Exemplo
Uma entidade vende por UM100 uma operação que era parte de uma unidade geradora de caixa
à qual um ágio foi alocado. O ágio alocado à unidade não pode ser identificado ou associado a
um grupo de ativos em um nível menor que o dessa unidade, a não ser arbitrariamente. O valor
recuperável da parcela mantida da unidade geradora de caixa é de UM300.

Como o ágio alocado à unidade geradora de caixa não pode ser identificado de forma não
arbitrária nem associado a um grupo de ativos em um nível menor ao dessa unidade, o ágio
associado à operação alienada é mensurado com base nos valores relativos da operação alienada
e da parcela mantida da unidade. Portanto, 25% do ágio alocado à unidade geradora de caixa é
incluído no valor contábil da operação vendida.

87 Se uma entidade reorganiza a sua estrutura de relatório de modo a alterar a composição de uma
ou mais unidades geradoras de caixa às quais o ágio foi alocado, o ágio será realocado às unidades
afetadas. Essa realocação será realizada utilizando-se uma abordagem de valor relativo similar
àquela utilizada quando uma entidade aliena uma operação dentro de uma unidade geradora de
caixa, a menos que a entidade possa demonstrar que outro método reflete melhor o ágio associado
às unidades reorganizadas.

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Exemplo
Um ágio tinha sido anteriormente alocado a uma unidade geradora de caixa A. O ágio alocado à
A não pode ser identificado ou associado a um grupo de ativos em um nível menor que A, a não
ser arbitrariamente. A deve ser dividida e integrada em três outras unidades geradoras de caixa,
B, C e D.

Como o ágio alocado à A não pode ser identificado de forma não arbitrária nem associado a um
grupo de ativos em um nível menor que A, ele é então realocado às unidades B, C e D com base
nos valores relativos das três parcelas de A antes da integração dessas parcelas à B, C e D.

Teste de redução ao valor recuperável de unidades geradoras de caixa com ágio

88 Quando, conforme descrito no parágrafo 81, o ágio se refere a uma unidade geradora de caixa
mas não foi alocado a essa unidade, a redução ao valor recuperável da unidade deve ser testada
sempre que houver uma indicação de que a unidade possa apresentar problemas de recuperação,
comparando-se o valor contábil da unidade, excluindo qualquer ágio, com o seu valor recuperável.
Qualquer perda por redução ao valor recuperável será reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

89 Se uma unidade geradora de caixa descrita no parágrafo 88 incluir em seu valor contábil um ativo
intangível que tenha uma vida útil indefinida ou que ainda não esteja disponível para uso e a redução
ao valor recuperável desse ativo puder ser testada apenas como parte da unidade geradora de caixa, o
parágrafo 10 exige que a redução ao valor recuperável da unidade também seja testada anualmente.

90 Uma unidade geradora de caixa à qual um ágio tenha sido alocado terá a redução ao seu valor
recuperável testada anualmente, e sempre que houver indicação de que a unidade possa apresentar
problemas de recuperação, comparando-se o valor contábil da unidade, incluindo o ágio, com o seu
valor recuperável. Se o valor recuperável da unidade exceder o seu valor contábil, a unidade e o
ágio a alocado a essa unidade serão considerados como não apresentado problemas de recuperação.
Se o valor contábil da unidade exceder o seu valor recuperável, a entidade reconhecerá a perda
por redução ao valor recuperável de acordo com o parágrafo 104.

91–95 [Excluídos]

Época dos testes de redução ao valor recuperável

96 O teste anual de redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa à qual o ágio
tiver sido alocado pode ser realizado em qualquer época durante um período anual, desde que o
teste seja executado na mesma época a cada ano. Unidades geradoras de caixa diferentes podem
ter a redução ao seu valor recuperável testada em épocas diferentes. Contudo, se a totalidade ou
parte do ágio alocado a uma unidade geradora de caixa tiver sido adquirida em uma combinação
de negócios durante o período anual corrente, essa unidade terá a redução no seu valor recuperável
testada antes do final do período anual corrente.

97 Se os ativos que constituírem a unidade geradora de caixa à qual o ágio tiver sido alocado tiverem
a redução no seu valor recuperável testada na mesma época que a unidade que contiver o ágio, eles
terão a redução no seu valor recuperável testada antes da unidade que contiver o ágio. Da mesma
forma, se as unidades geradoras de caixa que constituírem um grupo de unidades geradoras de
caixa ao qual o ágio tiver sido alocado tiverem a redução no seu valor recuperável testada na mesma
época que o grupo de unidades que contiver o ágio, as unidades individuais terão a redução no seu
valor recuperável testada antes do grupo de unidades que contiver o ágio.

98 Na época do teste de redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa à qual o ágio tiver
sido alocado, pode haver uma indicação de problemas de recuperação de um ativo dentro da unidade que
contiver o ágio. Nessas circunstâncias, a entidade testa primeiramente a redução ao valor recuperável do
ativo e reconhece qualquer perda por redução ao valor recuperável desse ativo antes de testar a redução
ao valor recuperável da unidade geradora de caixa que contiver o ágio. Da mesma forma, pode haver

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indicação de problemas de recuperação de uma unidade geradora de caixa dentro de um grupo de unidades
que contiver um ágio. Nessas circunstâncias, a entidade testa primeiramente a redução ao valor recuperável
da unidade geradora de caixa e reconhece qualquer perda por redução ao valor recuperável dessa unidade
antes de testar a redução ao valor recuperável do grupo de unidades às quais o ágio é alocado.

99 O cálculo detalhado mais recente, realizado em um período precedente, do valor recuperável


de uma unidade geradora de caixa à qual um ágio tiver sido alocado pode ser usado no teste de
redução ao valor recuperável dessa unidade no período corrente, desde que todos os critérios a
seguir sejam atendidos:

(a) os ativos e passivos que formarem a unidade não tenham se alterado significativamente desde
o cálculo mais recente do valor recuperável;

(b) o cálculo mais recente do valor recuperável tenha resultado em um valor que exceda o valor
contábil da unidade por uma margem substancial; e

(c) com base em uma análise de eventos que tenham ocorrido e de circunstâncias que tenham se
alterado desde o cálculo mais recente do valor recuperável, a probabilidade de que o valor
recuperável atual seria menor que o valor contábil atual da unidade seja remota.

Ativos corporativos

100 Ativos corporativos incluem ativos de grupos ou de divisões, tais como o prédio de uma sede ou de uma
divisão da entidade, equipamentos de processamento eletrônico de dados ou um centro de pesquisas.
A estrutura de uma entidade determina se um ativo atende à definição de ativos corporativos desta Norma
para uma unidade geradora de caixa específica. As características que distinguem os ativos corporativos
são que eles não geram entradas de caixa, independentemente de outros ativos ou grupos de ativos, e seu
valor contábil não pode ser atribuído integralmente à unidade geradora de caixa sob revisão.

101 Como os ativos corporativos não geram entradas de caixa separadas, o valor recuperável de um ativo
corporativo individual não pode ser determinado, a menos que a administração tenha decidido alienar
o ativo. Como consequência, se houver uma indicação de que um ativo corporativo possa apresentar
problemas de recuperação, o valor recuperável é determinado para a unidade geradora de caixa ou grupo
de unidades geradoras de caixa ao qual o ativo corporativo pertence e é comparado com o valor contábil
dessa unidade geradora de caixa ou grupo de unidades geradoras de caixa. Qualquer perda por redução
ao valor recuperável é reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

102 Ao testar a redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa, uma entidade
identificará todos os ativos corporativos que correspondem à unidade geradora de caixa sob revisão.
Se uma parcela do valor contábil de um ativo corporativo:

(a) puder ser alocada de forma razoável e consistente a essa unidade, a entidade comparará o
valor contábil da unidade, incluindo a parcela do valor contábil do ativo corporativo alocada
à unidade, com o seu valor recuperável. Qualquer perda por redução ao valor recuperável
será reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

(b) não puder ser alocada de forma razoável e consistente a essa unidade, a entidade:

(i) comparará o valor contábil da unidade, excluindo o ativo corporativo com o seu valor
recuperável, e reconhecerá qualquer perda por redução ao valor recuperável de acordo
com o parágrafo 104;

(ii) identificará o menor grupo de unidades geradoras de caixa que incluir a unidade
geradora de caixa sob revisão e à qual uma parcela do valor contábil do ativo corporativo
puder ser alocada de forma razoável e consistente; e

(iii) comparará o valor contábil desse grupo de unidades geradoras de caixa, incluindo
a parcela do valor contábil do ativo corporativo alocado a esse grupo de unidades,

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com o valor recuperável do grupo de unidades. Qualquer perda por redução ao valor
recuperável será reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

103 O Exemplo Ilustrativo 8 ilustra a aplicação desses requisitos a ativos corporativos.

Perda por redução ao valor recuperável de uma unidade geradora


de caixa
104 Uma perda por redução ao valor recuperável será reconhecida para uma unidade geradora de
caixa (o menor grupo de unidades geradoras de caixa ao qual o ágio ou um ativo corporativo tiver
sido alocado) se, e apenas se, o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for menor que
o valor contábil da unidade (grupo de unidades). A perda por redução ao valor recuperável será
alocada para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade (grupo de unidades) na seguinte ordem:

(a) primeiramente, para reduzir o valor contábil de qualquer ágio alocado à unidade geradora
de caixa (grupo de unidades); e

(b) a seguir, aos demais ativos da unidade (grupo de unidades), proporcionalmente, com base no
valor contábil de cada ativo da unidade (grupo de unidades).

Essas reduções nos valores contábeis serão tratadas como perdas por redução ao valor recuperável
em ativos individuais e reconhecidas de acordo com o parágrafo 60.

105 Ao alocar uma perda por redução ao valor recuperável de acordo com o parágrafo 104, uma
entidade não reduzirá o valor contábil de um ativo abaixo do valor que for maior entre:

(a) seu valor justo menos custos de alienação (se mensurável);

(b) seu valor em uso (se determinável); e

(c) zero.

O valor da perda por redução ao valor recuperável que teria sido de outro modo alocado ao ativo
será alocado proporcionalmente aos outros ativos da unidade (grupo de unidades).

106 Se não for possível estimar o valor recuperável de cada ativo individual de uma unidade geradora de
caixa, esta Norma exige a alocação arbitrária de uma perda por redução ao valor recuperável entre os
ativos dessa unidade, exceto o ágio, uma vez que todos os ativos de uma unidade geradora de caixa
trabalham em conjunto.

107 Se o valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado (vide parágrafo 67):

(a) uma perda por redução ao valor recuperável é reconhecida para o ativo se o seu valor contábil for
maior que o maior valor entre o seu valor justo menos os custos de alienação e os resultados dos
procedimentos de alocação descritos nos parágrafos 104 e 105; e

(b) nenhuma perda por redução ao valor recuperável é reconhecida para o ativo se a respectiva unidade
geradora de caixa não apresentar problemas de recuperação. Isso se aplica ainda que o valor justo
do ativo menos os custos de alienação seja menor que o seu valor contábil.

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Exemplo
Uma máquina sofreu dano físico mas ainda está funcionando, ainda que não tão bem quanto antes
de ser danificada. O valor justo da máquina menos os custos de alienação é menor que o seu
valor contábil. A máquina não gera entradas de caixa independentes. O menor grupo identificável
de ativos que inclui a máquina e gera entradas de caixa que sejam amplamente independentes
das entradas de caixa de outros ativos é a linha de produção à qual a máquina pertence. O valor
recuperável da linha de produção mostra que a linha de produção, tomada como um todo, não
apresenta problemas de recuperação.

Premissa 1: os orçamentos/previsões aprovados pela administração não refletem nenhum


compromisso da administração de substituir a máquina.

O valor recuperável da máquina não pode ser estimado individualmente porque o valor em uso da
máquina:

(a) pode diferir de seu valor justo menos os custos de alienação; e

(b) apenas pode ser determinado para a unidade geradora de caixa à qual a máquina pertence
(a linha de produção).

A linha de produção não apresenta problemas de recuperação. Portanto, nenhuma perda por
redução ao valor recuperável é reconhecida para a máquina. Contudo, a entidade pode precisar
reavaliar o período de depreciação ou o método de depreciação para a máquina. Talvez um
período de depreciação mais curto ou um método de depreciação mas rápido seja necessário para
refletir a vida útil restante esperada da máquina ou o padrão pelo qual espera-se que os benefícios
econômicos sejam consumidos pela entidade.

Premissa 2: os orçamentos/previsões aprovados pela administração refletem um compromisso da


administração de substituir a máquina e vendê-la no futuro próximo. Estima-se que os fluxos de
caixa provenientes do uso contínuo da máquina até a sua alienação sejam insignificantes.

O valor em uso da máquina pode ser estimado como sendo próximo de seu valor justo menos os
custos de alienação. Portanto, o valor recuperável da máquina pode ser determinado e nenhuma
consideração é dada para a unidade geradora de caixa à qual a máquina pertence (ou seja, a
linha de produção). Como o valor justo da máquina menos os seus custos de alienação é menor
que o seu valor contábil, uma perda por redução ao valor recuperável é reconhecida para
a máquina.

108 Após a aplicação dos requisitos dos parágrafos 104 e 105, um passivo será reconhecido para qualquer
valor restante de uma perda por redução ao valor recuperável para uma unidade geradora de
caixa se, e apenas se, outra IFRS assim o exigir.

Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável


109 Os parágrafos 110-116 estabelecem os requisitos para reverter uma perda por redução ao valor recuperável
reconhecida para um ativo ou unidade geradora de caixa em períodos anteriores. Esses requisitos utilizam
o termo “um ativo”, mas se aplicam igualmente a um ativo individual ou a uma unidade geradora de caixa.
Requisitos adicionais são previstos nos parágrafos 117-121 para um ativo individual, nos parágrafos 122
e 123 para uma unidade geradora de caixa e nos parágrafos 124 e 125 para ágio.

110 A entidade avaliará, ao final de cada período de relatório, se há qualquer indicação de que uma
perda por redução ao valor recuperável reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto
ágio, pode não mais existir ou pode ter diminuído. Se houver essa indicação, a entidade estimará
o valor recuperável desse ativo.

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IAS 36

111 Ao avaliar se há qualquer indicação de que uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida
em períodos anteriores para um ativo, exceto ágio, pode não mais existir ou pode ter diminuído,
uma entidade considerará, no mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informações

(a) há indicações observáveis de que o valor do ativo aumentou significativamente durante


o período.

(b) mudanças significativas, com um efeito favorável sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou ocorrerão no futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico
ou legal no qual a entidade opera ou no mercado ao qual o ativo se destina.

(c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos
caíram durante o período e é provável que essas quedas afetem a taxa de desconto utilizada no
cálculo do valor em uso do ativo e aumentem significativamente o valor recuperável do ativo.

Fontes internas de informações

(d) mudanças significativas, com um efeito favorável sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou espera-se que ocorram no futuro próximo, em relação à extensão pela qual o
ativo é utilizado ou espera-se que seja utilizado. Essas mudanças incluem custos incorridos
durante o período para melhorar ou aperfeiçoar o desempenho do ativo ou reestruturar a
operação à qual o ativo pertence.

(e) evidência disponível no relatório interno, que indique que o desempenho econômico do ativo
é ou será melhor do que o esperado.

112 As indicações de uma possível diminuição em uma perda por redução ao valor recuperável de acordo
com o parágrafo 111 são basicamente um espelho das indicações de uma possível perda por redução ao
valor recuperável de acordo com o parágrafo 12.

113 Se houver uma indicação de que uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida para um ativo,
exceto ágio, pode não mais existir ou pode ter diminuído, isso pode indicar que a vida útil restante, o
método de depreciação (amortização) ou o valor residual pode precisar ser revisto e ajustado de acordo
com a IFRS aplicável ao ativo, ainda que nenhuma perda por redução ao valor recuperável seja revertida
para o ativo.

114 Uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida em períodos anteriores para um ativo,
exceto ágio, será revertida se, e apenas se, tiver ocorrido uma mudança nas estimativas utilizadas
para determinar o valor recuperável do ativo desde o reconhecimento da última perda por redução
ao valor recuperável. Nesse caso, o valor contábil do ativo será, exceto conforme descrito no
parágrafo 117, aumentado para o seu valor recuperável. Esse aumento constitui uma reversão de
uma perda por redução ao valor recuperável.

115 Uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável reflete um aumento no potencial de
serviço estimado de um ativo, seja a partir do uso ou da venda, desde a última data em que a entidade
reconheceu uma perda por redução ao valor recuperável para esse ativo. O parágrafo 130 exige que
uma entidade identifique as mudanças nas estimativas que causam o aumento no potencial de serviço
estimado. Exemplos de mudanças nas estimativas incluem:

(a) uma mudança na base do valor recuperável (ou seja, se o valor recuperável é baseado no valor justo
menos os custos de alienação ou no valor em uso);

(b) se o valor recuperável foi baseado no valor em uso, uma mudança no valor ou na época dos fluxos
de caixa futuros estimados ou na taxa de desconto; ou

(c) se o valor recuperável foi baseado no valor justo menos os custos de alienação, uma mudança na
estimativa dos componentes do valor justo menos os custos de alienação.

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IAS 36

116 O valor em uso de um ativo pode se tornar maior que o valor contábil do ativo simplesmente porque o
valor presente de entradas de caixa futuras aumenta à medida que elas se tornam mais próximas. Contudo,
o potencial de serviço do ativo não aumentou. Portanto, uma perda por redução ao valor recuperável não
é revertida apenas devido à passagem do tempo (algumas vezes chamado de “desenrolar” do desconto),
ainda que o valor recuperável do ativo se torne maior que o seu valor contábil.

Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de um


ativo individual
117 O valor contábil aumentado de um ativo, exceto ágio, atribuível a uma reversão de uma perda por
redução ao valor recuperável não excederá o valor contábil que teria sido determinado (líquido
de amortização ou depreciação) se nenhuma perda por redução ao valor recuperável tivesse sido
reconhecida para o ativo em exercícios anteriores.

118 Qualquer aumento no valor contábil de um ativo, exceto ágio, acima do valor contábil que teria sido
determinado (líquido de amortização ou depreciação) se nenhuma perda por redução ao valor recuperável
tivesse sido reconhecida para o ativo em exercícios anteriores é uma reavaliação. Na contabilização dessa
reavaliação, a entidade aplica a IFRS aplicável ao ativo.

119 Uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de um ativo, exceto ágio, será
reconhecida imediatamente em lucros e perdas, a menos que o ativo seja reconhecido ao
valor reavaliado de acordo com outra IFRS (por exemplo, o método de reavaliação da IAS 16).
Qualquer reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de um ativo reavaliado será
tratada como um aumento na reavaliação de acordo com essa outra IFRS.

120 Uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de um ativo reavaliado é reconhecida
em outros resultados abrangentes e aumenta o superavit de reavaliação para esse ativo. Contudo, na
medida em que uma perda por redução ao valor recuperável no mesmo ativo reavaliado tenha sido
anteriormente reconhecida em lucros e perdas, a reversão dessa perda por redução ao valor recuperável
também é reconhecida em lucros e perdas.

121 Após o reconhecimento de uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável, o encargo
de depreciação (amortização) para o ativo será ajustado em períodos futuros para alocar o valor
contábil revisado do ativo, menos seu valor residual (se houver), de forma sistemática ao longo de
sua vida útil restante.

Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de uma unidade


geradora de caixa
122 A reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa
será alocada aos ativos da unidade, exceto ágio, proporcionalmente aos valores contábeis desses
ativos. Esses aumentos nos valores contábeis serão tratados como reversões de perdas por redução
ao valor recuperável de ativos individuais e reconhecidos de acordo com o parágrafo 119.

123 Na alocação de uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de uma unidade
geradora de caixa de acordo com o parágrafo 122, o valor contábil de um ativo não será aumentado
acima do valor que for menor entre:

(a) seu valor recuperável (se determinável); e

(b) o valor contábil que teria sido determinado (líquido de amortização ou depreciação) se
nenhuma perda por redução ao valor recuperável tivesse sido reconhecida para o ativo em
períodos anteriores.

O valor da reversão da perda por redução ao valor recuperável, que teria sido de outro modo
alocado ao ativo, será alocado proporcionalmente aos outros ativos da unidade, exceto ágio.

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Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável de ágio


124 Uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida para ágio não será revertida em um
período subsequente.

125 A IAS 38 – Ativos Intangíveis proíbe o reconhecimento de ágio gerado internamente. É provável que
qualquer aumento no valor recuperável do ágio nos períodos seguintes ao reconhecimento de uma perda
por redução ao valor recuperável do ágio constitua um aumento no ágio gerado internamente, e não uma
reversão da perda por redução ao valor recuperável reconhecida para o ágio adquirido.

Divulgação
126 Uma entidade divulgará o seguinte para cada classe de ativos:

(a) o valor das perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em lucros e perdas durante
o período e a(s) rubrica (s) da demonstração do resultado abrangente na qual essas perdas
por redução ao valor recuperável estão incluídas.

(b) o valor de reversões de perdas por redução ao valor recuperável de ativos reconhecidas em
lucros e perdas durante o período e a(s) rubrica(s) da demonstração do resultado abrangente
na qual essas perdas por redução ao valor recuperável estão incluídas.

(c) o valor de perdas por redução ao valor recuperável em ativos reavaliados reconhecidas em
outros resultados abrangentes durante o período.

(d) o valor de reversões de perdas por redução ao valor recuperável de ativos reavaliados
reconhecidas em outros resultados abrangentes durante o período.

127 Uma classe de ativos é um agrupamento de ativos de natureza e uso similares nas operações de uma
entidade.

128 As informações exigidas no parágrafo 126 podem ser apresentadas juntamente com outras informações
divulgadas para a classe de ativos. Por exemplo, essas informações podem ser incluídas em uma
conciliação do valor contábil do imobilizado, no início e no final do período, conforme exigido pela
IAS 16.

129 Uma entidade que apresenta informações por segmento de acordo com a IFRS 8 divulgará o
seguinte para cada segmento reportável:

(a) o valor das perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em lucros e perdas e em
outros resultados abrangentes durante o período.

(b) o valor de reversões de perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em lucros e
perdas e em outros resultados abrangentes durante o período.

130 Uma entidade divulgará o seguinte para cada perda relevante por redução ao valor recuperável
reconhecida ou revertida durante o período para um ativo individual, incluindo ágio, ou uma
unidade geradora de caixa:

(a) os eventos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou reversão da perda por redução
ao valor recuperável.

(b) o valor da perda por redução ao valor recuperável reconhecida ou revertida.

(c) para um ativo individual:

(i) a natureza do ativo; e

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(ii) se a entidade apresentar informações por segmento de acordo com a IFRS 8, o segmento
reportável ao qual o ativo pertence.

(d) para uma unidade geradora de caixa:

(i) uma descrição da unidade geradora de caixa (por exemplo, se tratar-se de uma linha de
produtos, uma fábrica, uma operação comercial, uma área geográfica ou um segmento
reportável tal como definido na IFRS 8);

(ii) o valor da perda por redução ao valor recuperável reconhecida ou revertida por classe
de ativos e, se a entidade apresentar informações por segmento de acordo com a IFRS 8,
por segmento reportável; e

(iii) se a agregação de ativos para a identificação da unidade geradora de caixa tiver mudado
desde a estimativa anterior do valor recuperável da unidade geradora de caixa (se
houver), uma descrição da forma atual e da forma antiga de agregar ativos e as razões
para mudar a forma pela qual a unidade geradora de caixa é identificada.

(e) se o valor recuperável do ativo (unidade geradora de caixa) é o seu valor justo menos os custos
de alienação ou o seu valor em uso.

(f) se o valor recuperável for o valor justo menos os custos de alienação, a base utilizada para
mensurar o valor justo menos os custos de alienação (como, por exemplo, se o valor justo foi
mensurado por referência a um preço cotado em um mercado ativo para um ativo idêntico).
Uma entidade não é obrigada a fornecer as divulgações exigidas pela IFRS 13.

(g) se o valor recuperável for o valor em uso, a(s) taxa(s) de desconto utilizada(s) na estimativa
atual e na estimativa anterior (se houver) do valor em uso.

131 Uma entidade divulgará as seguintes informações para o total de perdas por redução ao valor
recuperável e o total de reversões de perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas durante
o período, para os quais nenhuma informação seja divulgada de acordo com o parágrafo 130.

(a) as principais classes de ativos afetadas por perdas por redução ao valor recuperável e as
principais classes de ativos afetadas por reversões de perdas por redução ao valor recuperável.

(b) os principais eventos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento dessas perdas por
redução ao valor recuperável e as reversões de perdas por redução ao valor recuperável.

132 Uma entidade é incentivada a divulgar as premissas utilizadas para determinar o valor recuperável de
ativos (unidades geradoras de caixa) durante o período. Contudo, o parágrafo 134 exige que a entidade
divulgue informações sobre as estimativas utilizadas para mensurar o valor recuperável de uma unidade
geradora de caixa quando o ágio ou um ativo intangível com vida útil indefinida for incluído no valor
contábil dessa unidade.

133 Se, de acordo com o parágrafo 84, qualquer parcela do ágio adquirido em uma combinação de
negócios durante o período não tiver sido alocada a uma unidade geradora de caixa (grupo de
unidades) ao final do período de relatório, o valor do ágio não alocado será divulgado, juntamente
com as razões pelas quais esse valor permanece não alocado.

Estimativas utilizadas para mensurar valores recuperáveis de unidades


geradoras de caixa que contenham ágio ou ativos intangíveis com vidas
úteis indefinidas
134 Uma entidade divulgará as informações exigidas nos itens (a)-(f) para cada unidade geradora
de caixa (grupo de unidades) cujo valor contábil do ágio ou ativos intangíveis com vidas úteis

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indefinidas alocados a essa unidade (grupo de unidades) é significativo em comparação com o


valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas da entidade:

(a) o valor contábil do ágio alocado à unidade (grupo de unidades).

(b) o valor contábil de ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas alocados à unidade (grupo
de unidades).

(c) o valor recuperável da unidade (ou grupo de unidades) e a base na qual o valor recuperável
da unidade (grupo de unidades) foi determinado (ou seja, o valor em uso ou o valor justo
menos os custos de alienação).

(d) se o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for baseado no valor em uso:

(i) cada principal premissa na qual a administração baseou suas projeções de fluxos de
caixa para o período coberto pelos orçamentos/previsões mais recentes. Principais
premissas são aquelas às quais o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) é
mais sensível.

(ii) uma descrição da abordagem da administração para determinar o(s) valor(es)


atribuído(s) a cada principal premissa, se esse(s) valor(es) reflete(m) a experiência
passada ou, se apropriado, se é(são) consistente(s) com fontes externas de informações,
e, caso contrário, como e por que difere(m) da experiência passada ou de fontes externas
de informações.

(iii) o período ao longo do qual a administração projetou fluxos de caixa com base em
orçamentos/previsões financeiros aprovados pela administração e, quando um período
superior a cinco anos for usado para uma unidade geradora de caixa (grupo de
unidades), uma explicação da razão pela qual esse período mais longo é justificável.

(iv) a taxa de crescimento utilizada para extrapolar projeções de fluxos de caixa além do
período coberto pelos orçamentos/previsões mais recentes e a justificativa para utilizar
qualquer taxa de crescimento que exceda a taxa de crescimento média de longo prazo
para os produtos, setores ou país ou países nos quais a entidade opera, ou para o mercado
ao qual a unidade (grupo de unidades) se destina.

(v) a(s) taxa(s) de desconto(s) aplicada(s) às projeções de fluxos de caixa.

(e) se o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for baseado no valor justo menos os
custos de alienação, a(s) técnica(s) de avaliação utilizada(s) para mensurar o valor justo menos
os custos de alienação. Uma entidade não é obrigada a fornecer as divulgações exigidas pela
IFRS 13. Se o valor justo menos os custos de alienação não for mensurado utilizando-se um
preço cotado para a uma unidade (grupo de unidades) idêntica, uma entidade divulgará as
seguintes informações:

(i) cada principal premissa na qual a administração baseou a sua determinação do valor
justo menos os custos de alienação. Principais premissas são aquelas às quais o valor
recuperável da unidade (grupo de unidades) é mais sensível.

(ii) uma descrição da abordagem da administração para determinar o valor (ou valores)
atribuído a cada principal premissa, se esse valor reflete a experiência passada ou, se
apropriado, se é consistente com fontes externas de informações, e, caso contrário, como
e por que difere da experiência passada ou de fontes externas de informações.

(iiA) o nível da hierarquia de valor justo (vide IFRS 13) no qual a mensuração do valor justo
se classifica em sua totalidade (sem levar em conta a observabilidade dos “custos de
alienação”).

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IAS 36

(iiB) se tiver ocorrido uma mudança na técnica de avaliação, a mudança e a(s) razão(ões)
para fazê-la.

Se o valor justo menos os custos de alienação for mensurado utilizando-se projeções de fluxos
de caixa descontados, uma entidade divulgará as seguintes informações:

(iii) o período ao longo do qual a administração projetou fluxos de caixa.

(iv) a taxa de crescimento usada para extrapolar as projeções de fluxos de caixa.

(v) a(s) taxa(s) de desconto(s) aplicada(s) às projeções de fluxos de caixa.

(f) se uma mudança razoavelmente possível em uma principal premissa na qual a administração
tiver baseado sua determinação do valor recuperável da unidade (grupo de unidades) puder
fazer com que o valor contábil da unidade (grupo de unidades) exceda seu valor recuperável:

(i) o valor pelo qual o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) excede o seu
valor contábil.

(ii) o valor atribuído à principal premissa.

(iii) o valor pelo qual o valor atribuído à principal premissa deve mudar, após incorporar
quaisquer efeitos dessa mudança em outras variáveis utilizadas para mensurar o valor
recuperável, para que o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) seja igual
ao seu valor contábil.

135 Se a totalidade ou parte do valor contábil do ágio ou de ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas
for alocada a diversas unidades geradoras de caixa (grupos de unidades) e o valor assim alocado
a cada unidade (grupo de unidades) não for significativo em comparação ao valor contábil total
do ágio ou ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas da entidade, esse fato será divulgado,
juntamente com o valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas
alocado a essas unidades (grupos de unidades). Além disso, se os valores recuperáveis de quaisquer
dessas unidades (grupos de unidades) forem baseados na(s) mesma(s) principal(is) premissa(s) e
o valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas alocado a elas
for significativo em comparação com o valor contábil total do ágio ou dos ativos intangíveis com
vidas úteis indefinidas da entidade, a entidade divulgará esse fato, juntamente com:

(a) o valor contábil total do ágio alocado a essas unidades (grupo de unidades).

(b) o valor contábil total de ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas alocado a essas unidades
(grupos de unidades).

(c) uma descrição da(s) principal(is) premissa(s).

(d) uma descrição da abordagem da administração para determinar o(s) valor(es) atribuído(s)
à(s) principal(is) premissa(s), se esse(s) valor(es) reflete(m) a experiência passada ou, se
apropriado, se é(são) consistente(s) com fontes externas de informações, e, caso contrário,
como e por que difere(m) da experiência passada ou de fontes externas de informações.

(e) se uma mudança razoavelmente possível na(s) principal(is) premissa(s) fizesse com que
o total dos valores contábeis das unidades (grupos de unidades) excedesse o total de seus
valores recuperáveis:

(i) o valor pelo qual o total dos valores recuperáveis das unidades (grupos de unidades)
excede o total de seus valores contábeis.

(ii) o(s) valor(es) atribuído(s) à(s) principal(is) premissa(s).

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IAS 36

(iii) o montante pelo qual o(s) valor(es) atribuído(s) à(s) principal(is) premissa(s) deve mudar,
após incorporar quaisquer efeitos da mudança em outras variáveis utilizadas para
mensurar o valor recuperável, para que o total dos valores recuperáveis das unidades
(grupos de unidades) seja igual ao total de seus valores contábeis.

136 O cálculo detalhado mais recente do valor recuperável de uma unidade geradora de caixa (grupo de
unidades) feito em um período anterior pode, de acordo com os parágrafos 24 ou 99, ser transportado
e utilizado no teste de redução ao valor recuperável dessa unidade (grupo de unidades) no período
corrente, desde que certos critérios sejam atendidos. Nesse caso, as informações para essa unidade (grupo
de unidades) incorporadas às divulgações exigidas pelos parágrafos 134 e 135 referem-se ao cálculo
transportado do valor recuperável.

137 O Exemplo Ilustrativo 9 ilustra as divulgações exigidas pelos parágrafos 134 e 135.

Disposições transitórias e data de vigência


138 [Excluído]

139 Uma entidade aplicará esta Norma:

(a) a ágio e ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios cuja data do contrato seja em
ou após 31 de março de 2004; e

(b) a todos os outros ativos, prospectivamente, a partir do início do primeiro período anual iniciado
em ou após 31 de março de 2004.

140 As entidades às quais se aplica o parágrafo 139 são incentivadas a aplicar os requisitos desta Norma antes
das datas de vigência especificadas no parágrafo 139. Entretanto, se uma entidade aplicar esta Norma
antes dessas datas de vigência, ela também aplicará a IFRS 3 e a IAS 38 (tal como revisada em 2004) na
mesma época.

140A A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a
terminologia usada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou os parágrafos 61, 120, 126 e 129. Uma
entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas
para esse período anterior.

140B A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) alterou os parágrafos 65, 81, 85 e 139, excluiu os parágrafos
91-95 e 138 e adicionou o Apêndice C. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em 2008) a um
período anterior, as alterações também serão aplicadas a esse período anterior.

140C O parágrafo 134(e) foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

140D Custo de um Investimento em uma Subsidiária, Entidade Controlada em Conjunto ou Coligada (Alterações
à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e à
IAS 27), emitida em maio de 2008, acrescentou o parágrafo 12(h). Uma entidade aplicará essa alteração
prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações correspondentes dos parágrafos 4 e 38A da IAS 27
para um período anterior, ela aplicará, ao mesmo tempo, a alteração do parágrafo 12(h).

140E Melhorias às IFRSs, emitida em abril de 2009, alterou o parágrafo 80(b). Uma entidade aplicará essa
alteração prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação
antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará
esse fato.

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IAS 36

140F [Excluído]

140G A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 2(e) e 5 e excluiu o parágrafo 140F. Uma
entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

140H A IFRS 10 e a IFRS 11, emitidas em maio de 2011, alteraram o parágrafo 4, o título acima do parágrafo
12(h) e o parágrafo 12(h). Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

140I A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 5, 6, 12, 20, 22, 28, 78, 105, 111, 130 e 134,
excluiu os parágrafos 25-27 e acrescentou o parágrafo 53A. Uma entidade aplicará essas alterações
quando aplicar a IFRS 13.

Revogação da IAS 36 (emitida em 1998)


141 Esta Norma substitui a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (emitida em 1998).

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IAS 36

Apêndice A
Utilização de técnicas de valor presente para mensurar
o valor em uso

Este apêndice é parte integrante da Norma. Ele oferece orientação sobre o uso de técnicas de valor presente na
mensuração do valor em uso. Apesar de a orientação utilizar o termo “ativo”, ele se aplica igualmente a um
grupo de ativos que formem uma unidade geradora de caixa.

Os componentes de uma mensuração do valor presente


A1 Os elementos a seguir, em conjunto, capturam as diferenças econômicas entre ativos:

(a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros ou, em casos mais complexos, de séries de fluxos de
caixa futuros que a entidade espera obter do ativo;

(b) expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época desses fluxos de caixa;

(c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa de juros de mercado corrente livre de riscos;

(d) o preço para sustentar a incerteza inerente ao ativo; e

(e) outros fatores, algumas vezes não identificáveis (como iliquidez), que os participantes do mercado
levariam em consideração ao determinar o valor dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera
obter do ativo.

A2 Este apêndice contrasta duas abordagens para o cálculo do valor presente, sendo que qualquer um
deles pode ser utilizado para estimar o valor em uso de um ativo, dependendo das circunstâncias. Pela
abordagem “tradicional”, os ajustes para os fatores (b)-(e) descritos no parágrafo A1 são embutidos na
taxa de desconto. Pela abordagem do “fluxo de caixa esperado”, os fatores (b), (d) e (e) causam ajustes
para chegar aos fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco. Qualquer que seja a abordagem adotada
pela entidade para refletir as expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época dos fluxos de
caixa futuros, o resultado deve ser o de refletir o valor presente esperado dos fluxos de caixa futuros, ou
seja, a média ponderada de todos os resultados possíveis.

Princípios gerais
A3 As técnicas utilizadas para estimar fluxos de caixa futuros e taxas de juros variarão de uma situação a
outra, dependendo das circunstâncias que cercam o ativo em questão. Contudo, os princípios gerais a
seguir regem qualquer aplicação de técnicas de valor presente na mensuração de ativos:

(a) taxas de juros usadas para descontar fluxos de caixa devem refletir premissas que sejam consistentes
com aquelas inerentes aos fluxos de caixa estimados. Do contrário, o efeito de algumas premissas
será contado duas vezes ou ignorado. Por exemplo, uma taxa de desconto de 12% poderia ser
aplicada a fluxos de caixa contratuais de um empréstimo recebível. Essa taxa reflete expectativas
sobre inadimplências futuras em empréstimos com características específicas. Essa mesma taxa
de 12% não deve ser usada para descontar fluxos de caixa esperados, já que esses fluxos de caixa
já refletem as premissas sobre inadimplências futuras.

(b) fluxos de caixa estimados e taxas de desconto não devem ser tendenciosos e não devem considerar
fatores não relacionados ao ativo em questão. Por exemplo, subavaliar deliberadamente os fluxos
de caixa líquidos estimados para aumentar a lucratividade futura aparente de um ativo introduz um
elemento tendencioso na mensuração.

(c) os fluxos de caixa estimados ou taxas de desconto devem refletir a faixa de resultados possíveis,
e não um único valor mais provável, mínimo ou máximo.

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IAS 36

Abordagens tradicional e do fluxo de caixa esperado para o valor presente


Abordagem tradicional

A4 Aplicações contábeis de valor presente têm tradicionalmente utilizado um único conjunto de fluxos
de caixa estimados e uma única taxa de desconto, frequentemente descrita como “a taxa proporcional
ao risco”. De fato, a abordagem tradicional supõe que uma única convenção de taxa de desconto pode
incorporar todas as expectativas sobre os fluxos de caixa futuros e o prêmio de risco apropriado. Portanto,
a abordagem tradicional dá mais ênfase à seleção da taxa de desconto.

A5 Em algumas circunstâncias, como quando ativos comparáveis podem ser observados no mercado, é
relativamente fácil aplicar a abordagem tradicional. Para ativos com fluxos de caixa contratuais, ela é
consistente com a forma pela qual os participantes do mercado descrevem ativos, como em “um título
de 12%”.

A6 Contudo, a abordagem tradicional pode não tratar adequadamente de alguns problemas complexos de
mensuração como, por exemplo, a mensuração de ativos não financeiros, quando não houver mercado
para esse item ou para itens comparáveis. Uma busca adequada pela “taxa proporcional ao risco” exige
análise de, no mínimo, dois itens – um ativo que exista no mercado e que tenha uma taxa de juros
observável e o ativo que está sendo mensurado. A taxa de desconto apropriada para os fluxos de caixa
que estão sendo mensurados deve ser inferida da taxa de juros observável desse outro ativo. Para chegar
a essa inferência, as características dos fluxos de caixa do outro ativo devem ser similares às do ativo
que está sendo mensurado. Portanto, a pessoa que estiver fazendo a mensuração deve fazer o seguinte:

(a) identificar o conjunto de fluxos de caixa que serão descontados;

(b) identificar outro ativo no mercado que pareça ter características de fluxos de caixa similares;

(c) comparar os conjuntos de fluxos de caixa dos dois itens para garantir que sejam similares (por
exemplo, ambos os conjuntos são de fluxos de caixa contratuais, ou um é um fluxo de caixa
contratual e o outro um fluxo de caixa estimado?);

(d) avaliar se há um elemento em um item que não está presente no outro (por exemplo, um é menos
líquido que o outro?); e

(e) avaliar se é provável que ambos os conjuntos de fluxos de caixa se comportem (ou seja, variem)
de forma similar em condições econômicas variáveis.

Abordagem do fluxo de caixa esperado

A7 A abordagem do fluxo de caixa esperado é, em algumas situações, uma ferramenta de mensuração mais
eficiente que a abordagem tradicional. Ao desenvolver uma mensuração, a abordagem do fluxo de caixa
esperado utiliza todas as expectativas sobre possíveis fluxos de caixa, e não o único fluxo de caixa mais
provável. Por exemplo, um fluxo de caixa pode ser de UM100, UM200 ou UM300, com probabilidades
de 10%, 60% e 30%, respectivamente. O fluxo de caixa esperado é de UM220. Desse modo, a abordagem
do fluxo de caixa esperado difere da abordagem tradicional, focando na análise direta dos fluxos de caixa
em questão e em demonstrações mais explícitas das premissas utilizadas na mensuração.

A8 A abordagem do fluxo de caixa esperado também permite o uso de técnicas de valor presente quando a
época dos fluxos de caixa é incerta. Por exemplo, um fluxo de caixa de UM1.000 pode ser recebido em
um, dois ou três anos, com probabilidades de 10%, 60% e 30%, respectivamente. O exemplo a seguir
mostra o cálculo do valor presente esperado nessa situação.

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Valor presente de UM1.000 em 1 ano a 5% UM952,38

Probabilidade 10,00% UM95,24

Valor presente de UM1.000 em 2 anos a 5,25% UM902,73

Probabilidade 60,00% UM541,64

Valor presente de UM1.000 em 3 anos a 5,50% UM851,61

Probabilidade 30,00% UM255,48

Valor presente esperado UM892,36

A9 O valor presente esperado de UM892,36 difere da noção tradicional de uma melhor estimativa de
UM902,73 (a probabilidade de 60%). Um cálculo tradicional do valor presente aplicado a este exemplo
exige uma decisão sobre qual das possíveis épocas de fluxos de caixa usar e, consequentemente, não
refletiria as probabilidades de outras épocas. Isso se dá porque a taxa de desconto em um cálculo
tradicional do valor presente não pode refletir incertezas quanto à época.

A10 O uso de probabilidades é um elemento essencial da abordagem do fluxo de caixa esperado. Alguns
questionam se a atribuição de probabilidades a estimativas altamente subjetivas sugerem maior precisão
do que de fato existe. Contudo, a aplicação adequada da abordagem tradicional (conforme descrito no
parágrafo A6) exige as mesmas estimativas e subjetividade sem oferecer a transparência de cálculo da
abordagem do fluxo de caixa esperado.

A11 Muitas estimativas desenvolvidas na prática atual já incorporam informalmente os elementos do fluxo de
caixa esperado. Além disso, os contadores frequentemente se deparam com a necessidade de mensurar
um ativo utilizando informações limitadas sobre as probabilidades de fluxos de caixa possíveis. Por
exemplo, um contador pode se defrontar com as seguintes situações:

(a) o valor estimado está entre UM50 e UM250, mas nenhum valor nessa faixa é mais provável que
qualquer outro. Com base nessas informações limitadas, o fluxo de caixa esperado estimado é de
UM150 [(50 + 250)/2].

(b) o valor estimado está entre UM50 e UM250, e o valor mais provável é UM100. Contudo, as
probabilidades vinculadas a cada valor são desconhecidas. Com base nessas informações limitadas,
o fluxo de caixa esperado estimado é de UM133,33 [(50 + 100 + 250)/3].

(c) o valor estimado será de UM50 (probabilidade de 10%), UM250 (probabilidade de 30%) ou UM100
(probabilidade de 60%). Com base nessas informações limitadas, o fluxo de caixa esperado estimado
é de UM140 [(50 × 0,10) + (250 × 0,30) + (100 × 0,60)].

Em cada caso, é provável que o fluxo de caixa esperado estimado forneça uma melhor estimativa do
valor em uso do que o valor mínimo, o mais provável ou o máximo considerado individualmente.

A12 A aplicação da abordagem do fluxo de caixa esperado está sujeita a uma restrição relacionada à relação
custo/benefício. Em alguns casos, uma entidade pode ter acesso a dados amplos e pode ser capaz de
desenvolver muitos cenários de fluxos de caixa. Em outros casos, uma entidade pode não ser capaz de
desenvolver mais do que demonstrações gerais sobre a variabilidade dos fluxos de caixa sem incorrer
em custo substancial. A entidade precisa equilibrar o custo da obtenção de informações adicionais com
a confiabilidade adicional que as informações trarão à mensuração.

A13 Alguns sustentam que as técnicas de fluxo de caixa esperado são inadequadas para mensurar um único
item ou um item com um número limitado de resultados possíveis. Eles dão um exemplo de um ativo
com dois resultados possíveis: uma probabilidade de 90% de que o fluxo de caixa será de UM10 e uma
probabilidade de 10% de que o fluxo de caixa será de UM1.000. Eles observam que o fluxo de caixa
esperado, neste exemplo, é de UM109 e criticam esse resultado no sentido de que ele não representa
nenhum dos valores que podem ser finalmente pagos.

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A14 Afirmações como a descrita acima refletem a discordância básica com o objetivo da mensuração. Se o
objetivo é a acumulação de custos a serem incorridos, os fluxos de caixa esperados podem não produzir
uma estimativa que represente fielmente o custo esperado. Contudo, esta Norma trata da mensuração
do valor recuperável de um ativo. Neste exemplo, não é provável que o valor recuperável do ativo seja
UM10, ainda que esse seja o fluxo de caixa mais provável. Isso porque uma mensuração de UM10 não
incorpora a incerteza do fluxo de caixa na mensuração do ativo. Em vez disso, o fluxo de caixa incerto é
apresentado como se fosse um fluxo de caixa certo. Nenhuma entidade racional venderia um ativo com
essas características por UM10.

Taxa de desconto
A15 Qualquer que seja a abordagem que uma entidade utilize para mensurar o valor em uso de um ativo, as
taxas de juros usadas para descontar os fluxos de caixa não devem refletir riscos para os quais os fluxos
de caixa estimados tenham sido ajustados. Do contrário, o efeito de algumas premissas será contado
duas vezes.

A16 Quando uma taxa específica para um ativo não estiver disponível diretamente no mercado, uma entidade
utiliza valores substitutos para estimar a taxa de desconto. O objetivo é estimar, tanto quanto possível,
uma avaliação de mercado:

(a) do valor temporal do dinheiro para os períodos até o final da vida útil do ativo; e

(b) dos fatores (b), (d) e (e) descritos no parágrafo A1, na medida em que esses fatores não tenham
causado ajustes para se chegar aos fluxos de caixa estimados.

A17 Como um ponto de partida para efetuar essa estimativa, a entidade deve levar em consideração as seguintes
taxas:

(a) o custo de capital médio ponderado da entidade, determinado utilizando-se técnicas como Modelo
de Precificação de Ativos Financeiros (Capital Asset Pricing Model – CAPM);

(b) a taxa de empréstimo incremental da entidade; e

(c) outras taxas de empréstimo do mercado.

A18 Contudo, essas taxas devem ser ajustadas:

(a) para refletir a forma pela qual o mercado avaliaria os riscos específicos associados aos fluxos de
caixa estimados do ativo; e

(b) para excluir riscos que não sejam pertinentes para os fluxos de caixa estimados do ativo ou para
os quais os fluxos de caixa estimados tenham sido ajustados.

Deve-se levar em consideração riscos como o risco-país, risco de moeda e risco de preço.

A19 A taxa de desconto é independente da estrutura de capital da entidade e da forma pela qual a entidade
financiou a compra do ativo, uma vez que os fluxos de caixa futuros esperados de um ativo não depende
da forma pela qual a entidade financiou a compra do ativo.

A20 O parágrafo 55 exige que a taxa de desconto utilizada seja uma taxa antes dos impostos. Portanto, quando
a base utilizada para estimar a taxa de desconto for após os impostos, essa base deve ser ajustada para
refletir uma taxa antes dos impostos.

A21 Uma entidade normalmente utiliza uma única taxa de desconto para estimar o valor em uso de um ativo.
Contudo, a entidade utiliza taxas de desconto separadas para períodos futuros diferentes quando o valor
em uso é sensível a uma diferença nos riscos para períodos diferentes ou à estrutura de prazo das taxas
de juros.

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Apêndice B
Alteração à IAS 16

A alteração contida neste apêndice será aplicada quando uma entidade aplicar a IAS 16 – Imobilizado (tal como
revisada em 2003). Ela será substituída quando a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (tal
como revisada em 2004) entrar em vigor. Este apêndice substitui as alterações decorrentes introduzidas pela
IAS 16 (tal como revisada em 2003) à IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (emitida em 1998).
A IAS 36 (tal como revisada em 2004) incorpora os requisitos dos parágrafos neste apêndice. Consequentemente,
as alterações da IAS 16 (tal como revisada em 2003) não são necessárias uma vez que a entidade esteja sujeita
à IAS 36 (tal como revisada em 2004). Consequentemente, este apêndice se aplica apenas a entidades que optem
por aplicar a IAS 16 (tal como revisada em 2003) antes de sua data de vigência.

*****

O texto deste apêndice foi omitido desta edição.

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Apêndice C
Teste de redução ao valor recuperável de unidades geradoras
de caixa com ágio e participações de não controladores

Este apêndice é parte integrante da Norma.

C1 De acordo com a IFRS 3 (tal como revisada em 2008), a adquirente mensura e reconhece o ágio na data
de aquisição como o excedente de (a) sobre (b) abaixo:

(a) a soma de:

(i) da contrapartida transferida, mensurada de acordo com a IFRS 3, que geralmente exige o
valor justo da data de aquisição;

(ii) do valor de qualquer participação de não controladores na adquirida, mensurado de acordo


com a IFRS 3; e

(iii) em uma combinação de negócios obtida em fases, o valor justo da data de aquisição da
participação patrimonial detida anteriormente pela adquirente na adquirida.

(b) o valor líquido dos valores da data de aquisição dos ativos identificáveis adquiridos e passivos
assumidos, mensurados de acordo com a IFRS 3.

Alocação de ágio
C2 O parágrafo 80 desta Norma exige que o ágio adquirido em uma combinação de negócios seja alocado
a cada uma das unidades geradoras de caixa ou grupos de unidades geradoras de caixa da adquirente
que se espera que se beneficiem das sinergias da combinação, independentemente se outros ativos ou
passivos da adquirida são atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades. É possível que algumas
das sinergias resultantes de uma combinação de negócios sejam alocadas a uma unidade geradora de
caixa na qual a participação de não controladores não tenha uma participação.

Teste de redução ao valor recuperável


C3 O teste de redução ao valor recuperável envolve a comparação do valor recuperável de uma unidade
geradora de caixa com o valor contábil da unidade geradora de caixa.

C4 Se uma entidade mensura participações de não controladores como a sua participação proporcional
nos ativos líquidos identificáveis de uma subsidiária na data de aquisição, e não ao valor justo, o ágio
atribuível a participações de não controladores é incluído no valor recuperável da respectiva unidade
geradora de caixa, mas não é reconhecido nas demonstrações financeiras consolidadas da controladora.
Como consequência, uma entidade complementará o valor contábil do ágio alocado à unidade para incluir
o ágio atribuível à participação de não controladores. Esse valor contábil ajustado é então comparado
com o valor recuperável da unidade para determinar se a unidade geradora de caixa apresenta problemas
de recuperação.

Alocação de uma perda por redução ao valor recuperável


C5 O parágrafo 104 exige que qualquer perda por redução ao valor recuperável identificada seja alocada
primeiramente para reduzir o valor contábil do ágio alocado à unidade e, então, aos outros ativos da
unidade, proporcionalmente ao valor contábil de cada ativo da unidade.

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C6 Se uma subsidiária, ou parte de uma subsidiária, com uma participação de não controladores, for ela
própria uma unidade geradora de caixa, a perda por redução ao valor recuperável é alocada entre a
controladora e a participação de não controladores na mesma base na qual lucros e perdas são alocados.

C7 Se uma subsidiária, ou parte de uma subsidiária, com uma participação de não controladores, for parte de
uma unidade geradora de caixa maior, as perdas por redução ao valor recuperável do ágio são alocadas
às partes da unidade geradora de caixa que têm uma participação de não controladores e às partes que
não têm. As perdas por redução ao valor recuperável devem ser alocadas às partes da unidade geradora
de caixa com base:

(a) nos valores contábeis relativos do ágio das partes antes da redução ao valor recuperável, na medida
em que a redução ao valor recuperável se refira a um ágio na unidade geradora de caixa; e

(b) nos valores contábeis relativos dos ativos líquidos identificáveis das partes antes da redução ao
valor recuperável, na medida em que a redução ao valor recuperável se refira a ativos identificáveis
na unidade geradora de caixa. Essa redução ao valor recuperável é alocada aos ativos das partes de
cada unidade, proporcionalmente ao valor contábil de cada ativo da parte.

Nas partes que tenham uma participação de não controladores, a perda por redução ao valor recuperável
é alocada entre a controladora e a participação de não controladores na mesma base na qual lucros e
perdas são alocados.

C8 Se uma perda por redução ao valor recuperável atribuível a uma participação de não controladores se
referir a um ágio que não for reconhecido nas demonstrações financeiras consolidadas da controladora
(vide parágrafo C4), essa redução ao valor recuperável não é reconhecida como perda por redução ao
valor recuperável do ágio. Nesses casos, apenas a perda por redução ao valor recuperável relacionada
ao ágio que for alocado à controladora será reconhecida como perda por redução ao valor recuperável
do ágio.

C9 O Exemplo Ilustrativo 7 ilustra o teste de redução ao valor recuperável de uma unidade geradora de caixa
não detida integralmente com ágio.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 37

Provisões, Passivos Contingentes e


Ativos Contingentes
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 37 – Provisões,
Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais
de Contabilidade em setembro de 1998. Essa norma substituiu partes da IAS 10 – Contingências e Eventos
Subsequentes à Data do Balanço Patrimonial, que foi emitida em 1978 e que trata de contingências.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 37. Elas incluem a IAS 16 – Imobilizado
(tal como revisada em dezembro de 2003), a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração
(tal como revisada em dezembro de 2003), a IFRS 3 – Combinações de Negócios (emitida em março de 2004
e revisada em janeiro de 2008), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em
setembro de 2007) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010).

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IAS 37

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 37
PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 10
Provisões e outros passivos 11
Relação entre provisões e passivos contingentes 12
RECONHECIMENTO 14
Provisões 14
Obrigação presente 15
Evento passado 17
Provável fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos 23
Estimativa confiável da obrigação 25
Passivos contingentes 27
Ativos contingentes 31
MENSURAÇÃO 36
Melhor estimativa 36
Riscos e incertezas 42
Valor presente 45
Eventos futuros 48
Alienação esperada de ativos 51
REEMBOLSOS 53
MUDANÇAS NAS PROVISÕES 59
USO DE PROVISÕES 61
APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 63
Perdas operacionais futuras 63
Contratos onerosos 66
Reestruturação 70
DIVULGAÇÃO 84
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 93
DATA DE VIGÊNCIA 95

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
A Tabelas – Provisões, passivos contingentes, ativos contingentes e reembolsos
B Árvore de decisão
C Exemplos: reconhecimento
D Exemplos: divulgações

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes


(IAS 37) é definida nos parágrafos 1–97. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da
Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 37 deve ser lida no contexto de seu objetivo, do Prefácio às
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e
aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A IAS 37 prescreve a contabilização e a divulgação para todas as provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes, exceto:

(a) aqueles resultantes de instrumentos financeiros que forem reconhecidos ao valor justo;

(b) aqueles resultantes de contratos executórios, exceto quando o contrato for oneroso. Os contratos
executórios são contratos nos quais nenhuma das partes cumpriu qualquer de suas obrigações ou
ambas as partes cumpriram parcialmente suas obrigações na mesma extensão;

(c) aqueles de responsabilidade de entidades seguradoras provenientes de contratos com titulares de


apólice; ou

(d) aqueles cobertos por outra Norma.

Provisões
IN2 A Norma define provisões como passivos de prazo ou valor indeterminado. Uma provisão deve ser
reconhecida quando, e somente quando:

(a) uma entidade tiver uma obrigação presente (legal ou presumida) como resultado de um evento
passado;

(b) for provável (ou seja, tenha maior probabilidade) que um fluxo de saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos será exigido para liquidar a obrigação; e

(c) puder ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. A Norma estabelece que somente
em casos extremamente raros não será possível obter uma estimativa confiável.

IN3 A Norma define uma obrigação presumida como aquela proveniente das ações de uma entidade quando:

(a) por uma prática estabelecida no passado, políticas divulgadas ou uma declaração atual suficientemente
específica, a entidade indicou às demais partes que aceitará determinadas responsabilidades; e

(b) como resultado, a entidade criou uma expectativa válida nessas outras partes de que irá cumprir
com essas responsabilidades.

IN4 Em casos raros, por exemplo, em uma ação judicial, pode não ficar claro se uma entidade possui uma
obrigação presente. Nesses casos, um evento passado é considerado como dando origem a uma obrigação
presente se, considerando todas as evidências disponíveis, houver maior probabilidade de que exista
uma obrigação presente no final do período de relatório. Uma entidade reconhece uma provisão para
essa obrigação presente se os outros critérios de reconhecimento descritos acima forem cumpridos. Se
houver maior probabilidade de que não exista nenhuma obrigação presente, a entidade divulga um passivo
contingente, a menos que a possibilidade de um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos seja remota.

IN5 O valor reconhecido como uma provisão deve ser a melhor estimativa do gasto exigido para liquidar a
obrigação presente no final do período de relatório, em outras palavras, o valor que uma entidade pagaria
racionalmente para liquidar a obrigação no final do período de relatório ou para transferi-la a um terceiro
nessa ocasião.

IN6 A Norma exige que, ao mensurar uma provisão, a entidade deve:

(a) considerar riscos e incertezas. Contudo, a incerteza não justifica a criação de provisões em excesso
ou uma deliberada superavaliação de passivos;

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(b) descontar as provisões, quando o efeito do valor temporal do dinheiro for relevante, usando uma
taxa (ou taxas) de desconto antes dos impostos que reflita(m) as atuais avaliações de mercado
do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do passivo que não foi refletido na melhor
estimativa dos gastos. Quando o desconto for usado, o aumento na provisão devido à passagem de
tempo é reconhecido como uma despesa de juros;

(c) levar em consideração eventos futuros, tais como mudanças na lei e mudanças tecnológicas, quando
houver evidência objetiva suficiente de que elas ocorrerão; e

(d) não considerar ganhos provenientes da alienação esperada de ativos, mesmo se a alienação esperada
estiver estreitamente vinculada ao evento que deu origem à provisão.

IN7 Uma entidade pode esperar o reembolso de alguns ou de todos os gastos exigidos para liquidar uma
provisão (por exemplo, por meio de contratos de seguro, cláusulas de indenização ou garantias de
fornecedores). Uma entidade deve:

(a) reconhecer um reembolso quando, e somente quando, for praticamente certo que o reembolso será
recebido se a entidade liquidar a obrigação. O valor reconhecido para o reembolso não deve exceder
o valor da provisão; e

(b) reconhecer o reembolso como um ativo separado. Na demonstração do resultado abrangente,


a despesa relacionada a uma provisão pode ser apresentada líquida do valor reconhecido para
um reembolso.

IN8 As provisões devem ser revisadas ao final de cada período de relatório e ajustadas para refletir a melhor
estimativa atual. Caso não seja mais provável que um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos será exigido para liquidar a obrigação, a provisão deve ser revertida.

IN9 Uma provisão deve ser utilizada somente para os gastos para os quais a provisão foi originalmente
reconhecida.

Provisões – aplicações específicas


IN10 A Norma explica como os requisitos gerais de reconhecimento e mensuração de provisões devem ser
aplicados em três casos específicos: perdas operacionais futuras, contratos onerosos e reestruturações.

IN11 As provisões não devem ser reconhecidas para perdas operacionais futuras. Uma expectativa de perdas
operacionais futuras é uma indicação de que determinados ativos da operação podem ter problemas de
recuperação. Neste caso, uma entidade testa esses ativos quanto à redução no valor recuperável prevista
na IAS 36 – Redução no Valor Recuperável de Ativos.

IN12 Se uma entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente prevista no contrato deve ser
reconhecida e mensurada como uma provisão. Um contrato oneroso é aquele em que os custos inevitáveis
de cumprir as obrigações previstas no contrato excedem os benefícios econômicos previstos que se espera
receber de acordo com o contrato.

IN13 A Norma define uma reestruturação como um programa que é planejado e controlado pela administração
e que altera de forma relevante:

(a) o alcance de um negócio empreendido por uma entidade; ou

(b) a forma como esse negócio é conduzido.

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IN14 Uma provisão para custos de reestruturação é reconhecida somente quando os critérios gerais de
reconhecimento para provisões forem cumpridos. Nesse contexto, uma obrigação presumida de
reestruturar tem origem somente quando uma entidade:

(a) tiver um plano formal detalhado para a reestruturação, identificando pelo menos:

(i) o negócio ou parte de um negócio em questão;

(ii) os principais locais afetados;

(iii) o local, a função e o número aproximado de funcionários que serão remunerados pelo
encerramento de seus serviços;

(iv) os gastos que serão incorridos; e

(v) quando o plano será implementado; e

(b) tiver criado uma expectativa válida nas partes afetadas de que irá realizar a reestruturação,
começando a implementar esse plano ou anunciando suas principais características àqueles afetados
por ela.

IN15 Uma decisão de reestruturar proveniente da administração ou do conselho não gera uma obrigação
presumida no final do período de relatório, a menos que a entidade tenha, no final do período de relatório:

(a) começado a implementar o plano de reestruturação; ou

(b) comunicado o plano de reestruturação àqueles afetados por ele de uma forma suficientemente
específica para criar uma expectativa válida de que a entidade irá realizar a reestruturação.

IN16 Quando uma reestruturação envolver a venda de uma operação, nenhuma obrigação é gerada até que a
entidade esteja comprometida com a venda, ou seja, haja um contrato de venda fechado.

IN17 Uma provisão para reestruturação deve incluir apenas os gastos diretos decorrentes da reestruturação,
que são aqueles que:

(a) estiverem necessariamente vinculados à reestruturação; e

(b) os que não estiverem associados às atividades em andamento da entidade. Desse modo, uma
provisão para reestruturação não inclui custos, tais como: re-treinamento ou realocação de equipe,
marketing ou investimento em novos sistemas e redes de distribuição.

Passivos contingentes
IN18 A Norma define um passivo contingente como:

(a) uma possível obrigação decorrente de eventos passados e cuja existência somente será confirmada
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos, não totalmente dentro do controle
da entidade; ou

(b) uma obrigação presente que decorre de eventos passados, mas não é reconhecida porque:

(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos seja exigida,
a fim de liquidar a obrigação; ou

(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com confiabilidade suficiente.

IN19 Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente. Uma entidade deve divulgar um passivo
contingente, a menos que a possibilidade de um fluxo de saída de recursos que incorpore benefícios
econômicos seja remota.

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Ativos contingentes
IN20 A Norma define um ativo contingente como um possível ativo que decorre de eventos passados e cuja
existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros
incertos, não totalmente dentro do controle da entidade. Um exemplo é uma reivindicação que uma
entidade está pleiteando por meio de processos judiciais, onde o resultado é incerto.

IN21 Uma entidade não deve reconhecer um ativo contingente. Um ativo contingente deve ser divulgado
quando um fluxo de entrada de benefícios econômicos for provável.

IN22 Quando a realização da receita for praticamente certa, o respectivo ativo não é um ativo contingente e
o seu reconhecimento é apropriado.

Data de vigência
IN23 A Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras anuais que cobrem períodos iniciados em ou
após 1º de julho de 1999. A aplicação antecipada é encorajada.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 37


Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Objetivo
O objetivo desta Norma é garantir que critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados
sejam aplicados às provisões, passivos contingentes e ativos contingentes e que informações suficientes
sejam divulgadas nas notas explicativas para permitir que os usuários compreendam a sua natureza,
época e valor.

Alcance
1 Esta Norma será aplicada por todas as entidades na contabilização de provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes, exceto:

(a) aqueles resultantes de contratos executórios, exceto quando o contrato for oneroso; e

(b) [excluído]

(c) aqueles cobertos por outra Norma.

2 Esta Norma não se aplica a instrumentos financeiros (incluindo garantias) que estejam dentro do alcance
da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

3 Contratos executórios são contratos nos quais nenhuma das partes cumpriu nenhuma de suas obrigações
ou ambas as partes cumpriram parcialmente suas obrigações na mesma extensão. Esta Norma não se
aplica a contratos executórios, a menos que eles sejam onerosos.

4 [Excluído]

5 Quando outra Norma tratar de um tipo específico de provisão, passivo contingente ou ativo contingente,
uma entidade aplica essa Norma em vez desta Norma. Por exemplo, alguns tipos de provisões são tratados
nas Normas sobre:

(a) contratos de construção (IAS 11 – Contratos de Construção);

(b) impostos sobre a renda (vide IAS 12 – Impostos sobre a Renda);

(c) arrendamentos (vide IAS 17 – Arrendamentos). Contudo, como a IAS 17 não contém nenhum
requisito específico para tratar de arrendamentos operacionais que se tornaram onerosos, esta
Norma é aplicável a esses casos;

(d) benefícios aos empregados (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados); e

(e) contratos de seguro (vide IFRS 4 – Contratos de Seguro). Contudo, esta Norma se aplica a provisões,
passivos contingentes e ativos contingentes de uma seguradora, que não sejam decorrentes de suas
obrigações contratuais e direitos previstos em contratos de seguro dentro do alcance da IFRS 4.

6 Alguns valores tratados como provisões podem estar relacionados ao reconhecimento de receita, por
exemplo, quando uma entidade fornece garantias em troca de um honorário. Esta Norma não trata do
reconhecimento de receita. A IAS 18 – Receita identifica as circunstâncias em que a receita é reconhecida
e fornece orientação prática sobre a aplicação dos critérios de reconhecimento. Esta Norma não altera
os requisitos da IAS 18.

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7 Esta Norma define provisões como passivos de prazo ou valor incerto. Em alguns países, o termo
“provisão” também é usado no contexto de itens tais como depreciação, redução no valor recuperável e
dívidas duvidosas: estes são ajustes aos valores contábeis de ativos e não são tratados nesta Norma.

8 Outras Normas especificam se os gastos são tratados como ativos ou como despesas. Essas questões não
são tratadas nesta Norma. Consequentemente, esta Norma não proíbe nem requer a capitalização dos
custos reconhecidos quando uma provisão é feita.

9 Esta Norma se aplica a provisões para reestruturação (inclusive para operações descontinuadas).
Quando uma reestruturação se enquadrar na definição de uma operação descontinuada, divulgações
adicionais poderão ser exigidas pela IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações
Descontinuadas.

Definições
10 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Uma provisão é um passivo de prazo ou valor incerto.

Um passivo é uma obrigação presente da entidade, decorrente de eventos passados, cuja liquidação
se espera que resulte em uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos da entidade.

Um fato gerador é um evento que cria uma obrigação legal ou presumida, que resulta em que uma
entidade não tenha nenhuma alternativa realista, a não ser liquidar a obrigação.

Uma obrigação legal é uma obrigação decorrente de:

(a) um contrato (por meio de seus termos explícitos ou implícitos);

(b) legislação; ou

(c) outra disposição legal.

Uma obrigação presumida é uma obrigação que decorre das condutas de uma entidade, onde:

(a) por uma prática estabelecida no passado, políticas divulgadas ou uma declaração atual
suficientemente específica, a entidade indicou às demais partes que aceitará determinadas
responsabilidades; e

(b) como resultado, a entidade criou uma expectativa válida nessas outras partes de que irá
cumprir com essas responsabilidades.

Um passivo contingente é:

(a) uma possível obrigação decorrente de eventos passados e cuja existência somente será
confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos, não totalmente
dentro do controle da entidade; ou

(b) uma obrigação presente que decorre de eventos passados, mas não é reconhecida porque:

(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos seja
exigida, a fim de liquidar a obrigação; ou

(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com confiabilidade suficiente.

Um ativo contingente é um possível ativo que decorre de eventos passados e cuja existência somente
será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos, que não estejam
totalmente sob o controle da entidade.

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Um contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfação das obrigações dele
decorrentes excedem os benefícios econômicos que se espera receber em função dele.

Uma reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração e que altera de


forma relevante:

(a) o alcance de um negócio empreendido por uma entidade; ou

(b) a forma como esse negócio é conduzido.

Provisões e outros passivos


11 As provisões podem ser diferenciadas de outros passivos tais como contas a pagar a fornecedores e
provisões contábeis, pois há incerteza sobre a época ou valor do gasto futuro exigido na liquidação. Por
outro lado:

(a) contas a pagar a fornecedores são passivos a serem pagos por bens ou serviços que foram recebidos
ou fornecidos e que foram faturados ou formalmente pactuados com o fornecedor; e

(b) provisões contábeis são passivos a serem pagos por bens ou serviços que foram recebidos ou
fornecidos, mas que não foram pagos, faturados ou formalmente pactuados com o fornecedor,
incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados à provisão de férias).
Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou a época das provisões contábeis, a incerteza
é geralmente muito menor do que para provisões.

As provisões contábeis são normalmente reconhecidas como parte de contas a pagar a fornecedores e
outras contas a pagar, enquanto que as provisões são reconhecidas separadamente.

Relação entre provisões e passivos contingentes


12 De uma forma geral, todas as provisões são contingentes, pois são incertas em termos de prazo ou valor.
Entretanto, nesta Norma, o termo “contingente” é usado para passivos e ativos que não são reconhecidos,
pois sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos
futuros incertos, que não estejam totalmente sob o controle da entidade. Além disso, o termo “passivo
contingente” é usado para passivos que não atendem os critérios de reconhecimento.

13 Esta Norma distingue entre:

(a) provisões – que são reconhecidas como passivos (assumindo que uma estimativa confiável possa ser
feita), pois são obrigações presentes e é provável que um fluxo de saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos será exigido para liquidar as obrigações; e

(b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivos, pois são:

(i) possíveis obrigações, visto que ainda deve ser confirmado se a entidade tem uma obrigação
presente que poderia levar a um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos; ou

(ii) obrigações presentes que não atendem os critérios de reconhecimento nesta Norma (pois
não é provável que um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
será exigido para liquidar a obrigação, ou quando não é possível fazer uma estimativa
suficientemente confiável do valor da obrigação).

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Reconhecimento

Provisões
14 Uma provisão será reconhecida quando:

(a) uma entidade tiver uma obrigação presente (legal ou presumida) como resultado de um evento
passado;

(b) for provável que um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos será
exigido para liquidar a obrigação; e

(c) puder ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Se essas condições não forem atendidas, nenhuma provisão será reconhecida.

Obrigação presente
15 Em casos raros, não fica claro se há uma obrigação presente. Nesses casos, um evento passado é
considerado como dando origem a uma obrigação presente se, considerando todas as evidências
disponíveis, houver maior probabilidade de que exista uma obrigação presente no final do período
de relatório.

16 Em quase todos os casos, ficará claro se um evento passado originou uma obrigação presente. Em casos
raros, por exemplo, em uma ação judicial, pode ser contestado se determinados eventos ocorreram ou se
esses eventos resultam em uma obrigação presente. Nesse caso, uma entidade determina se uma obrigação
presente existe no final do período de relatório considerando todas as evidências disponíveis incluindo, por
exemplo, o parecer de peritos. A evidência considerada inclui quaisquer evidências adicionais fornecidas
por eventos após o período de relatório. Com base nessas evidências:

(a) quando houver uma maior probabilidade de que exista uma obrigação presente no final do período de
relatório a entidade reconhece uma provisão (se os critérios de reconhecimento forem atendidos); e

(b) quando houver maior probabilidade de que não exista obrigação presente no final do período de
relatório a entidade divulga um passivo contingente, a menos que a possibilidade de um fluxo de
saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja remota (vide parágrafo 86).

Evento passado

17 Um evento passado que leva a uma obrigação presente é denominado fato gerador. Para um evento ser
um fato gerador, é necessário que a entidade não tenha alternativa realista à liquidação da obrigação
criada pelo evento. Este é o caso somente:

(a) quando a liquidação da obrigação puder ser executada por lei; ou

(b) no caso de uma obrigação presumida, quando o evento (que pode ser uma ação da entidade) criar
expectativas válidas para outras partes de que a entidade liquidará a obrigação.

18 As demonstrações financeiras tratam da posição financeira de uma entidade no final de seu período de
relatório e não de sua possível posição no futuro. Portanto, nenhuma provisão é reconhecida para custos
que precisam ser incorridos para operar no futuro. Os únicos passivos reconhecidos na demonstração
da posição financeira de uma entidade são aqueles existentes no final do período de relatório.

19 Apenas essas obrigações resultantes de eventos passados, existentes independentemente de ações futuras
de uma entidade (ou seja, a conduta futura de seus negócios), são reconhecidas como provisões. Exemplos
dessas obrigações são penalidades ou custos de restauração de danos ambientais ilícitos, ambos os quais
poderiam levar a um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos na liquidação,
independente das ações futuras da entidade. De forma similar, uma entidade reconhece uma provisão

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para os custos de desativação de uma instalação petrolífera ou uma estação de energia nuclear, na medida
em que a entidade for obrigada a retificar danos já causados. Em contraste, por causa das pressões
comerciais ou requisitos legais, uma entidade pode pretender ou precisar incorrer em gastos para operar
de uma forma específica no futuro (por exemplo, adaptando filtros de fumaça em um determinado tipo
de fábrica). Como a entidade pode evitar o gasto futuro por suas ações futuras, por exemplo, alterando o
seu método de operação, ela não possui nenhuma obrigação presente para esse gasto futuro e nenhuma
provisão é reconhecida.

20 Uma obrigação sempre envolve outra parte a quem a obrigação é devida. Não é necessário, contudo, saber
a identidade da parte a quem a obrigação é devida – na verdade, a obrigação pode ser para o público em
geral. Como uma obrigação sempre envolve um compromisso em relação a uma outra parte, a decisão
da administração ou do conselho não origina uma obrigação presumida no final do período de relatório,
a menos que a decisão tenha sido comunicada antes do final do período de relatório àqueles afetados
por ela de uma forma suficientemente específica para criar uma expectativa válida de que a entidade
liquidará suas responsabilidades.

21 Um evento que não origina uma obrigação imediatamente pode fazê-lo em uma data posterior, pois
mudanças na lei ou um ato (por exemplo, uma declaração pública suficientemente específica) pela
entidade origina uma obrigação presumida. Por exemplo, no caso de danos ambientais, pode não haver
uma obrigação de remediar as consequências. Entretanto, a causa do dano se tornará um fato gerador
quando uma nova lei exigir que o dano existente seja retificado ou quando a entidade aceitar publicamente
a responsabilidade pela retificação de forma que crie uma obrigação presumida.

22 Quando os detalhes de uma nova lei proposta ainda tiverem que ser finalizados, uma obrigação decorre
somente quando for praticamente certo que uma legislação será promulgada conforme redigida. Para
a finalidade desta Norma, essa obrigação é tratada como uma obrigação legal. As diferenças nas
circunstâncias que envolvem a promulgação impossibilitam especificar um único evento que tornaria a
promulgação de uma lei praticamente certa. Em muitos casos, será impossível estar praticamente certo
da promulgação de uma lei até que ela seja promulgada.

Provável fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos

23 Para um passivo se qualificar para reconhecimento, não deve haver somente uma obrigação presente, mas
também a probabilidade de um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para
liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta Norma,1 um fluxo de saída de recursos ou outro evento
é considerado como provável se o evento tiver maior probabilidade de ocorrer, ou seja, a probabilidade
de que o evento irá ocorrer é maior que a probabilidade de que ele não ocorra. Quando não for provável
a existência de uma obrigação presente, uma entidade divulga um passivo contingente, a menos que a
possibilidade de um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja remota (vide
parágrafo 86).

24 Quando houver uma série de obrigações similares (por exemplo, garantia de produtos ou contratos
similares) a probabilidade de que um fluxo de saída será exigido na liquidação é determinada pela
consideração da classe de obrigações como um todo. Embora a probabilidade de um fluxo de saída
de qualquer item possa ser pequena, também pode ser provável que algum fluxo de saída de recursos
será necessário para liquidar a classe de obrigações como um todo. Se este for o caso, uma provisão é
reconhecida (se os outros critérios de reconhecimento forem atendidos).

Estimativa confiável da obrigação

25 O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações financeiras e não reduzem
sua confiabilidade. Isso é especialmente verdadeiro no caso de provisões que, por sua natureza, são
mais incertas do que a maioria dos outros itens na demonstração da posição financeira. Exceto em
casos extremamente raros, uma entidade será capaz de determinar uma faixa de resultados possíveis

1 A interpretação de “provável” nesta Norma como “maior probabilidade” não se aplica necessariamente em outras Normas.

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e pode, portanto, fazer uma estimativa da obrigação que seja suficientemente confiável para usar no
reconhecimento de uma provisão.

26 Em casos extremamente raros, quando não for possível fazer uma estimativa confiável, existe um passivo
que não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como um passivo contingente (vide parágrafo 86).

Passivos contingentes
27 Uma entidade não reconhecerá um passivo contingente.

28 Um passivo contingente é divulgado, conforme exigido pelo parágrafo 86, a menos que a possibilidade
de um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja remota.

29 Quando uma entidade for responsável, conjunta e solidariamente, por uma obrigação, a parte da obrigação
que se espera ser cumprida pelas outras partes é tratada como um passivo contingente. A entidade
reconhece uma provisão para a parte da obrigação para a qual é provável um fluxo de saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos, exceto em circunstâncias extremamente raras onde nenhuma
estimativa confiável puder ser feita.

30 Passivos contingentes podem se desenvolver de uma forma não esperada inicialmente. Portanto, eles são
avaliados continuamente para determinar se um fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos se tornou provável. Se for provável que um fluxo de saída de benefícios econômicos futuros
será exigido para um item previamente tratado como um passivo contingente, uma provisão é reconhecida
nas demonstrações financeiras do período em que ocorrer a mudança na probabilidade (exceto em
circunstâncias extremamente raras, quando nenhuma estimativa confiável puder ser feita).

Ativos contingentes
31 Uma entidade não reconhecerá um ativo contingente.

32 Ativos contingentes geralmente decorrem de eventos não planejados ou outros eventos inesperados que
originam a possibilidade de um fluxo de entrada de benefícios econômicos à entidade. Um exemplo é
uma reivindicação que uma entidade está pleiteando por meio de processos judiciais, onde o resultado
é incerto.

33 Ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, pois isso pode resultar no
reconhecimento de receita que pode nunca ser realizada. Entretanto, quando a realização da receita for
praticamente certa, então o respectivo ativo não é um ativo contingente e seu reconhecimento é apropriado.

34 Um ativo contingente é divulgado, conforme exigido pelo parágrafo 89, quando um fluxo de entrada de
benefícios econômicos for provável.

35 Ativos contingentes são avaliados continuamente para garantir que os eventos sejam adequadamente
refletidos nas demonstrações financeiras. Se for praticamente certo que um fluxo de entrada de benefícios
econômicos surgirá, o ativo e a respectiva receita são reconhecidos nas demonstrações financeiras do
período em que ocorrer a mudança. Se um fluxo de entrada de benefícios econômicos se tornou provável,
uma entidade divulga o ativo contingente (vide parágrafo 89).

Mensuração

Melhor estimativa
36 O valor reconhecido como uma provisão será a melhor estimativa do gasto exigido para liquidar
a obrigação presente no final do período de relatório.

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37 A melhor estimativa do gasto exigido para liquidar a obrigação presente é o valor que uma entidade
pagaria racionalmente para liquidar a obrigação no final do período de relatório ou para transferi-la a um
terceiro nessa ocasião. Frequentemente será impossível ou proibitivamente caro liquidar ou transferir uma
obrigação no final do período de relatório. Entretanto, a estimativa do valor que uma entidade pagaria
racionalmente para liquidar ou transferir a obrigação fornece a melhor estimativa do gasto exigido para
liquidar a obrigação presente no final do período de relatório.

38 As estimativas do resultado e efeito financeiro são determinadas pelo julgamento da administração


da entidade, suplementado pela experiência de transações similares e, em alguns casos, relatórios de
especialistas independentes. A evidência considerada inclui quaisquer evidências adicionais fornecidas
por eventos após o período de relatório.

39 Incertezas que envolvem o valor a ser reconhecido como uma provisão são tratadas por diversos meios,
de acordo com as circunstâncias. Quando a provisão a ser mensurada envolve uma grande quantidade
de itens, a obrigação é estimada por meio da ponderação de todos os possíveis resultados por suas
probabilidades associadas. O nome desse método estatístico de estimativa é o “valor esperado”. A provisão
será, portanto, diferente dependendo de a probabilidade de uma perda de um determinado valor ser, por
exemplo, 60% ou 90%. Quando houver uma faixa contínua de possíveis resultados, e cada ponto nessa
faixa tiver probabilidade equivalente a qualquer outra, é usado o ponto médio da faixa.

Exemplo
Uma entidade vende bens com uma garantia em que os clientes estão cobertos pelo custo de
reparos de quaisquer defeitos de fabricação que se tornem aparentes dentro dos primeiros seis
meses após a compra. Se fossem detectados pequenos defeitos em todos os produtos vendidos,
isso resultaria em custos de reparo de 1 milhão. Se fossem detectados grandes defeitos em todos
os produtos vendidos, isso resultaria em custos de reparo de 4 milhões. A experiência passada da
entidade e as expectativas futuras indicam que, para o ano seguinte, 75% dos bens vendidos não
terão nenhum defeito, 20% dos bens vendidos terão pequenos defeitos e 5% dos bens vendidos
terão grandes defeitos. De acordo com o parágrafo 24, uma entidade avalia a probabilidade de um
fluxo de saída das obrigações de garantia como um todo.

O valor esperado do custo de reparos é:

(75% de nada) + (20% de 1m) + (5% de 4m) = 400.000

40 Quando uma simples obrigação estiver sendo mensurada, o resultado individual mais provável pode ser
a melhor estimativa do passivo. Entretanto, mesmo nesse caso, a entidade considera outros resultados
possíveis. Quando outros resultados possíveis forem, em sua maioria, maiores ou menores do que o
resultado mais provável, a melhor estimativa será um valor maior ou menor. Por exemplo, se uma entidade
tiver que retificar uma falha grave em uma grande fábrica que construiu para um cliente, o resultado
individual mais provável pode ser que o reparo tenha sucesso na primeira tentativa a um custo de 1.000,
mas é feita uma provisão para um valor maior se houver uma chance significativa de que outras tentativas
serão necessárias.

41 A provisão é mensurada antes dos impostos, visto que as consequências fiscais da provisão e as suas
alterações são tratadas na IAS 12.

Riscos e incertezas
42 Os riscos e incertezas que inevitavelmente envolvem muitos eventos e circunstâncias serão
considerados para obter a melhor estimativa de uma provisão.

43 O risco descreve a variabilidade do resultado. Um ajuste do risco pode aumentar o valor pelo qual um
passivo é mensurado. É preciso precaução ao fazer julgamentos sob condições de incerteza, para que
a receita ou os ativos não sejam superavaliados e as despesas ou os passivos não sejam subavaliados.
Entretanto, a incerteza não justifica a criação de provisões em excesso ou uma superavaliação deliberada

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de passivos. Por exemplo, se os custos projetados de um resultado particularmente adverso forem


estimados de forma prudente, esse resultado então não é tratado de forma deliberada como mais provável
do que é realisticamente o caso. É preciso cuidado para evitar a duplicidade de ajustes para riscos e
incertezas com consequente superavaliação de uma provisão.

44 A divulgação de incertezas que envolvem o valor do gasto é feita no parágrafo 85(b).

Valor presente
45 Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for relevante, o valor de uma provisão será o valor
presente dos gastos que se espera ser exigido para liquidar a obrigação.

46 Por causa do valor temporal do dinheiro, as provisões relacionadas a fluxos de saída de caixa que
surgem logo após o período de relatório são mais onerosas do que aquelas em que os fluxos de saída de
caixa do mesmo valor surgem posteriormente. As provisões são, portanto, descontadas quando o efeito
for relevante.

47 A taxa (ou taxas) de desconto será uma taxa (ou taxas) antes de impostos que reflita(m) as avaliações
atuais de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos para o passivo. A taxa (ou
taxas) de desconto não refletirá(ão) os riscos para os quais as estimativas de fluxo de caixa futuro
foram ajustadas.

Eventos futuros
48 Os eventos futuros que podem afetar o valor exigido para liquidar uma obrigação serão refletidos
no valor de uma provisão em que haja evidência objetiva suficiente de que eles ocorrerão.

49 Os eventos futuros esperados podem ser particularmente importantes na mensuração de provisões. Por
exemplo, uma entidade pode acreditar que o custo de restauração de um local no final de sua vida útil
será reduzido por mudanças futuras na tecnologia. O valor reconhecido reflete uma expectativa razoável
de observadores objetivos tecnicamente qualificados, levando em consideração todas as evidências
disponíveis em relação à tecnologia que estará disponível na época da restauração. Desse modo, é
apropriado incluir, por exemplo, reduções esperadas de custo associadas à maior experiência na aplicação
da tecnologia existente ou o custo esperado da aplicação da tecnologia existente a uma operação de
restauração maior ou mais complexa da que foi previamente realizada. Entretanto, uma entidade não
prevê o desenvolvimento de uma tecnologia completamente nova para a restauração, a menos que esteja
suportada por evidência objetiva suficiente.

50 O efeito de uma possível nova legislação é levado em consideração ao mensurar uma obrigação existente
quando houver evidência objetiva suficiente de que a promulgação da legislação é praticamente certa.
A variedade de circunstâncias que surgem na prática torna impossível especificar um único evento que
fornecerá evidência objetiva suficiente em cada caso. A evidência é exigida tanto em relação ao que a
legislação demandará e se é praticamente certo que ela será promulgada e implementada no curso devido.
Em muitos casos, a evidência objetiva suficiente não existirá até que a nova legislação seja promulgada.

Alienação esperada de ativos


51 Os ganhos na alienação esperada de ativos não serão levados em consideração na mensuração de
uma provisão.

52 Os ganhos na alienação esperada de ativos não são levados em consideração ao mensurar uma provisão,
mesmo se a alienação esperada estiver estreitamente vinculada ao evento que origina a provisão. Em vez
disso, uma entidade reconhece os ganhos na alienação esperada de ativos na ocasião especificada pela
Norma que trata dos ativos em questão.

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Reembolsos
53 Quando se espera que alguns dos ou todos os gastos exigidos para liquidar uma provisão serão
reembolsados pela outra parte, o reembolso será reconhecido quando, e somente quando, for
praticamente certo que o reembolso será recebido se a entidade liquidar a obrigação. O reembolso
será tratado como um ativo separado. O valor reconhecido para o reembolso não excederá o valor
da provisão.

54 Na demonstração do resultado abrangente, a despesa relacionada a uma provisão pode ser


apresentada líquida do valor reconhecido para um reembolso.

55 Algumas vezes, uma entidade pode esperar que outra entidade pague parte ou a totalidade dos gastos
exigidos para liquidar uma provisão (por exemplo, por meio de contratos de seguro, cláusulas de
indenização ou garantias do fornecedor). A outra parte pode reembolsar os valores pagos pela entidade
ou pagar os valores diretamente.

56 Na maioria dos casos, a entidade permanecerá responsável pela totalidade do valor em questão, de modo
que a entidade teria que liquidar todo o valor se o terceiro tiver deixado de pagar por qualquer motivo.
Nessa situação, uma provisão é reconhecida para o valor integral do passivo, e um ativo separado é
reconhecido para o reembolso esperado, quando for praticamente certo que o reembolso será recebido
se a entidade liquidar o passivo.

57 Em alguns casos, a entidade não será responsável pelos custos em questão se o terceiro deixar de pagar.
Nesse caso, a entidade não tem nenhuma responsabilidade por esses custos e eles não são incluídos
na provisão.

58 Conforme observado no parágrafo 29, uma obrigação pela qual uma entidade é responsável conjunta
e solidariamente é um passivo contingente na medida em que se espera que a obrigação será liquidada
pelas outras partes.

Mudanças nas provisões


59 As provisões serão revisadas no final de cada período de relatório e ajustadas para refletir a melhor
estimativa atual. Se não houver mais a probabilidade de que um fluxo de saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos será exigido para liquidar a obrigação, a provisão será revertida.

60 Quando o desconto for usado, o valor contábil de uma provisão aumenta em cada período para refletir
a passagem do tempo. Esse aumento é reconhecido como custo de empréstimo.

Uso de provisões
61 Uma provisão será usada somente para gastos para os quais a provisão foi originalmente
reconhecida.

62 Apenas os gastos relacionados à provisão original são definidos contra ela. A definição de gastos contra
uma provisão que foi originalmente reconhecida para outra finalidade ocultaria o impacto de dois eventos
diferentes.

Aplicação das regras de reconhecimento e mensuração

Perdas operacionais futuras


63 As provisões não serão reconhecidas para perdas operacionais futuras.

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64 As perdas operacionais futuras não atendem à definição de um passivo no parágrafo 10 e aos critérios
gerais de reconhecimento estabelecidos para provisões no parágrafo 14.

65 Uma expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de que determinados ativos da operação
podem ter problemas de recuperação. Uma entidade testa esses ativos quanto à redução no seu valor
recuperável prevista na IAS 36 – Redução no Valor Recuperável de Ativos.

Contratos onerosos
66 Se uma entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente prevista no contrato
será reconhecida e mensurada como uma provisão.

67 Muitos contratos (por exemplo, alguns pedidos de compra de rotina) podem ser cancelados sem o
pagamento de remuneração à outra parte e, portanto, não há nenhuma obrigação. Outros contratos
estabelecem tanto direitos quanto obrigações para cada uma das partes contratantes. Quando eventos
tornarem o contrato oneroso, o contrato se enquadra dentro do alcance desta Norma e existe um passivo
que é reconhecido. Os contratos executórios que não sejam onerosos estão fora do alcance desta Norma.

68 Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os custos inevitáveis de cumprir as
obrigações previstas no contrato excedem os benefícios econômicos que se espera receber do contrato.
Os custos inevitáveis previstos em um contrato refletem o menor custo líquido de sair do contrato, que é
o menor valor entre o custo de cumpri‑lo e qualquer remuneração ou penalidade pelo não cumprimento.

69 Antes que seja estabelecida uma provisão separada para um contrato oneroso, uma entidade reconhece
qualquer perda por redução no valor recuperável que tiver ocorrido nos ativos dedicados a esse contrato
(vide IAS 36).

Reestruturação
70 Seguem abaixo exemplos de eventos que podem ser enquadrados na definição de reestruturação.

(a) venda ou encerramento de uma linha de negócios;

(b) fechamento de locais de negócios em um país ou região ou a realocação de atividades comerciais


de um país ou região para outro.

(c) mudanças na estrutura administrativa, por exemplo, a eliminação de um nível de administração; e

(d) reorganizações fundamentais que possuam um efeito relevante na natureza e no foco das operações
da entidade.

71 Uma provisão para custos de reestruturação é reconhecida somente quando forem atendidos os critérios
gerais de reconhecimento para provisões, estabelecidos no parágrafo 14. Os parágrafos 72-83 definem
como os critérios gerais de reconhecimento se aplicam às reestruturações.

72 Uma obrigação presumida para reestruturar surge somente quando uma entidade:

(a) tiver um plano formal detalhado para a reestruturação, identificando pelo menos:

(i) o negócio ou parte de um negócio em questão;

(ii) os principais locais afetados;

(iii) o local, a função e o número aproximado de funcionários que serão remunerados pelo
encerramento de seus serviços;

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(iv) os gastos que serão incorridos; e

(v) quando o plano será implementado; e

(b) tiver criado uma expectativa válida nas partes afetadas de que irá realizar a reestruturação,
começando a implementar esse plano ou anunciando suas principais características àqueles
afetados por ela.

73 Evidência de que uma entidade começou a implementar um plano de reestruturação seria fornecida, por
exemplo, por meio da desativação da fábrica ou venda de ativos ou por meio do anúncio público das
características principais do plano. Um anúncio público de um plano detalhado de reestruturação constitui
uma obrigação presumida de reestruturar somente se for feita de um modo e com detalhes suficientes
(ou seja, estabelecendo as principais características do plano) que crie expectativas válidas nas outras
partes, tais como clientes, fornecedores e empregados (ou seus representantes) de que a entidade irá
realizar a reestruturação.

74 Para um plano ser considerado suficiente para originar uma obrigação presumida quando comunicado
àqueles afetados por ela, sua implementação precisa ser planejada para ter início assim que possível e
ser concluída dentro de um cronograma que tornem improváveis alterações significativas do plano. Se
for esperado que haja um longo atraso antes que a reestruturação tenha início ou que a reestruturação
levará um tempo longo sem motivo razoável, é improvável que o plano venha a criar uma expectativa
válida por parte de outros de que a entidade está atualmente comprometida com a reestruturação, pois o
cronograma permite oportunidades para a entidade mudar seus planos.

75 Uma decisão da administração ou do conselho de realizar a reestruturação antes do final do período de


relatório não origina uma obrigação presumida no final do período de relatório, a menos que a entidade
tenha, antes do final do período de relatório:

(a) começado a implementar o plano de reestruturação; ou

(b) anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles afetados por ela de uma
forma suficientemente específica para criar uma expectativa válida de que a entidade irá realizar
a reestruturação.

Se uma entidade começar a implementar um plano de reestruturação ou anunciar suas principais


características àqueles afetados somente após o período de relatório, a divulgação é exigida de acordo com
a IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório se a reestruturação for relevante e a não divulgação puder
influenciar as decisões econômicas que os usuários tomam como base nas demonstrações financeiras.

76 Embora uma obrigação presumida não seja criada apenas por uma decisão administrativa, uma obrigação
pode resultar de outros eventos anteriores juntamente com essa decisão. Por exemplo, as negociações
com representantes de empregados para pagamentos de rescisão, ou com compradores para a venda
de uma operação, podem ter sido concluídas sujeitas apenas à aprovação do conselho. Quando essa
aprovação tiver sido obtida e comunicada às outras partes, a entidade possui uma obrigação presumida
de reestruturar, se as condições do parágrafo 72 forem atendidas.

77 Em alguns países, a autoridade final é exercida por um conselho cujos membros incluem representantes
de interesses que não sejam os da administração (por exemplo, empregados) ou a notificação a esses
representantes pode ser necessária antes que a decisão do conselho seja tomada. Como uma decisão
por esse conselho envolve a comunicação a esses representantes, ela pode resultar em uma obrigação
presumida de reestruturar.

78 Nenhuma obrigação decorre da venda de uma operação até que a entidade esteja comprometida
com a venda, ou seja, haja um contrato de venda fechado.

A924 ©
IFRS Foundation
IAS 37

79 Mesmo quando uma entidade tiver tomado uma decisão para vender uma operação e anunciado essa
decisão publicamente, ela pode não estar comprometida com a venda até que um comprador tenha
sido identificado e haja um contrato de venda fechado. Até que haja um contrato de venda fechado, a
entidade será capaz de mudar de opinião e terá que tomar outro curso de ação se um comprador não
puder ser encontrado em termos aceitáveis. Quando uma operação for considerada como parte de uma
reestruturação, os ativos da operação são revisados quanto à redução no valor recuperável prevista na
IAS 36. Quando a venda for apenas uma parte de uma reestruturação, uma obrigação presumida pode
surgir para as outras partes da reestruturação antes que exista um contrato de venda fechado.

80 Uma provisão para reestruturação incluirá apenas os gastos diretos resultantes da reestruturação,
que são aqueles que:

(a) estiverem necessariamente vinculados à reestruturação; e

(b) os que não estiverem associados às atividades em andamento da entidade.

81 Uma provisão para reestruturação não inclui custos, tais como os de:

(a) retreinamento ou realocação de equipe contínua;

(b) marketing; ou

(c) investimento em novos sistemas e redes de distribuição.

Esses gastos estão relacionados à conduta futura dos negócios e não são passivos da reestruturação
no final do período de relatório. Esses gastos são reconhecidos na mesma base como se originassem
independentemente de uma reestruturação.

82 Perdas operacionais futuras identificáveis até a data de uma reestruturação não são incluídas em uma
provisão, a menos que estejam relacionadas a um contrato oneroso, conforme definido no parágrafo 10.

83 Conforme exigido no parágrafo 51, os ganhos na alienação esperada de ativos não são considerados na
mensuração de uma provisão para reestruturação, mesmo se a venda de ativos for considerada como
parte da reestruturação.

Divulgação
84 Para cada classe de provisão, uma entidade divulgará:

(a) o valor contábil no início e no final do período;

(b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;

(c) valores utilizados (ou seja, incorridos e lançados contra a provisão) durante o período;

(d) valores não utilizados revertidos durante o período; e

(e) o aumento durante o período no valor descontado resultante da passagem de tempo e o efeito
de qualquer mudança na taxa de desconto.

Informações comparativas não são exigidas.

85 Uma entidade divulgará para cada classe de provisão o seguinte:

(a) uma breve descrição da natureza da obrigação e a época prevista de quaisquer fluxos de saída
de benefícios econômicos resultantes;

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IFRS Foundation A925
IAS 37

(b) uma indicação das incertezas sobre o valor ou a época desses fluxos de saída. Quando
necessário para fornecer informações adequadas, uma entidade divulgará as principais
pressuposições feitas em relação a eventos futuros, conforme tratado no parágrafo 48; e

(c) o valor de qualquer reembolso previsto, demonstrando o valor de qualquer ativo que tiver
sido reconhecido para esse reembolso previsto.

86 A menos que a possibilidade de qualquer fluxo de saída em uma liquidação seja remota, uma
entidade divulgará para cada classe de passivo contingente no final do período de relatório uma
breve descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável:

(a) uma estimativa de seu efeito financeiro, mensurado de acordo com os parágrafos 36-52;

(b) uma indicação das incertezas relacionadas ao valor ou época de qualquer fluxo de saída; e

(c) a possibilidade de qualquer reembolso.

87 Ao determinar quais provisões ou passivos contingentes podem ser agregados para formar uma classe, é
necessário considerar se a natureza dos itens é suficientemente similar para uma única demonstração sobre
eles, para cumprir os requisitos do parágrafo 85(a) e (b) e 86(a) e (b). Desse modo, pode ser apropriado
tratar como uma única classe de provisão os valores relacionados às garantias de diferentes produtos,
mas não seria apropriado tratar como uma única classe os valores relacionados às garantias normais e
aos valores que estejam sujeitos a processos judiciais.

88 Quando uma provisão e um passivo contingente surgirem do mesmo conjunto de circunstâncias, uma
entidade faz as divulgações exigidas pelos parágrafos 84-86 de forma que demonstre a ligação entre a
provisão e o passivo contingente.

89 Quando um fluxo de entrada de benefícios econômicos for provável, uma entidade divulgará uma
breve descrição da natureza dos ativos contingentes no final do período de relatório e, quando
praticável, uma estimativa de seus efeitos financeiros, mensurados por meio do uso dos princípios
definidos para provisões nos parágrafos 36-52.

90 É importante que as divulgações para ativos contingentes evitem dar indicações enganosas da
probabilidade do surgimento de uma receita.

91 Quando alguma das informações exigidas pelos parágrafos 86 e 89 não for divulgada porque não
é praticável fazê-lo, esse fato será informado.

92 Em casos extremamente raros, é possível esperar que a divulgação de algumas das ou de todas as
informações exigidas pelos parágrafos 84-89 prejudique seriamente a posição da entidade em uma
disputa com outras partes sobre o objeto da provisão, passivo contingente ou ativo contingente.
Nesses casos, uma entidade não precisa divulgar a informação, mas divulgará a natureza geral da
disputa, juntamente com o fato e o motivo pelo qual a informação não foi divulgada.

Disposições transitórias
93 O efeito de adotar esta Norma em sua data de vigência (ou anteriormente) será reconhecido como
um ajuste ao saldo de abertura de lucros acumulados para o período em que a Norma é adotada
pela primeira vez. As entidades são encorajadas, mas não requeridas, a ajustar o saldo de abertura
dos lucros acumulados para o período mais antigo apresentado e reapresentar as informações
comparativas. Se as informações comparativas não forem reapresentadas, esse fato será divulgado.

94 [Excluído]

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IAS 37

Data de vigência
95 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras anuais que cobrem períodos iniciados em
ou após 1º de julho de 1999. A aplicação antecipada é encorajada. Se a entidade aplicar esta Norma para
períodos iniciados antes de 1º de janeiro de 1999, ela divulgará esse fato.

96 [Excluído]

97 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 2. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

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IAS 38

Norma Internacional de Contabilidade IAS 38

Ativos Intangíveis
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 38 – Ativos
Intangíveis, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em setembro
de 1998. Essa norma substituiu a IAS 9 – Custos de Pesquisa e Desenvolvimento, que foi emitida em 1993, que
substituiu uma versão anterior denominada Contabilização de Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, que foi
emitida em julho de 1978.

O IASB revisou a IAS 38 em março de 2004 como parte da primeira fase de seu projeto de combinações de
negócios. Em janeiro de 2008, o IASB alterou a IAS 38 novamente como parte da segunda fase de seu projeto
de combinações de negócios.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 38. Elas incluem a IAS 16 – Imobilizado
(emitida em dezembro de 2003), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em
setembro de 2007) e Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e abril de 2009).

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IFRS Foundation A929
IAS 38

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 38
ATIVOS INTANGÍVEIS
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 8
Ativos intangíveis 9
Identificabilidade 11
Controle 13
Benefícios econômicos futuros 17
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 18
Aquisição separada 25
Aquisição como parte de uma combinação de negócios 33
Ativos adquiridos em uma combinação de negócios 35
Gasto subsequente com um projeto de pesquisa
e desenvolvimento em andamento adquirido 42
Aquisição por meio de uma subvenção governamental 44
Trocas de ativos 45
Ágio gerado internamente 48
Ativos intangíveis gerados internamente 51
Fase de pesquisa 54
Fase de desenvolvimento 57
Custo de um ativo intangível gerado internamente 65
RECONHECIMENTO DE UMA DESPESA 68
Despesas passadas não reconhecidas como um ativo 71
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO 72
Método de custo 74
Método de reavaliação 75
VIDA ÚTIL 88
ATIVOS INTANGÍVEIS COM VIDAS ÚTEIS DEFINIDAS 97
Período de amortização e método de amortização 97
Valor residual 100
Revisão do período de amortização e método de amortização 104
ATIVOS INTANGÍVEIS COM VIDAS ÚTEIS INDEFINIDAS 107
Revisão da avaliação de vida útil 109
RECUPERAÇÃO DO VALOR CONTÁBIL—PERDAS POR
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL 111
BAIXAS E ALIENAÇÕES 112
DIVULGAÇÃO 118
Disposições Gerais 118
Ativos intangíveis mensurados após o reconhecimento
utilizando o método de reavaliação 124
Gasto com pesquisa e desenvolvimento 126

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IAS 38

Outras informações 128


DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E DATA DE VIGÊNCIA 130
Trocas de ativos similares 131
Aplicação antecipada 132
REVOGAÇÃO DA IAS 38 (EMITIDA EM 1998) 133

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 38 EMITIDA EM MARÇO DE 2004


BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Avaliação das vidas úteis de ativos intangíveis

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IFRS Foundation A931
IAS 38

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 38 – Ativos Intangíveis (IAS 38) é definida nos parágrafos 1-133.
Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo
IASB. A IAS 38 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 –
Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação
das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

A932 ©
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IAS 38

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 38 – Ativos Intangíveis (IAS 38) substitui a IAS 38 – Ativos
Intangíveis (emitida em 1998) e deve ser aplicada:

(a) na aquisição, à contabilização de ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios nas


quais a data do contrato seja em ou após 31 de março de 2004.

(b) a todos os outros ativos intangíveis, para períodos anuais iniciados em ou após de 31 de março
de 2004.

A aplicação antecipada é encorajada.

Motivos para revisar a IAS 38


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 38 revisada como
parte de seu projeto sobre combinações de negócios. O objetivo do projeto é melhorar a qualidade e
buscar a convergência internacional na contabilização de combinações de negócios e na contabilização
subsequente de ágio e ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios.

IN3 O projeto tem duas fases. A primeira fase resultou na emissão simultânea pelo Conselho da IFRS 3 –
Combinações de Negócios e das versões revisadas da IAS 38 e IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos. As deliberações do Conselho durante a primeira fase do projeto se concentraram principalmente em:

(a) método de contabilização de combinações de negócios;

(b) mensuração inicial dos ativos adquiridos identificáveis e passivos contingentes assumidos em uma
combinação de negócios;

(c) reconhecimento de provisões para encerramento ou redução das atividades da entidade adquirida;

(d) tratamento de qualquer excedente da participação do adquirente nos valores justos de ativos líquidos
identificáveis adquiridos em uma combinação de negócios sobre o custo da combinação; e

(e) contabilização de ágio e ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios.

IN4 Portanto, a intenção do Conselho, ao revisar a IAS 38, foi refletir apenas essas mudanças relacionadas às
suas decisões no projeto de Combinações de Negócios e não reconsiderar todos os requisitos da IAS 38.
As mudanças que foram feitas na Norma são principalmente relacionadas ao esclarecimento da noção
de “identificabilidade” à medida que esteja relacionada a ativos intangíveis, à vida útil e amortização de
ativos intangíveis e à contabilização de projetos de pesquisa e desenvolvimento em andamento adquiridos
em combinações de negócio.

Resumo das principais alterações

Definição de um ativo intangível


IN5 A versão anterior da IAS 38 definiu um ativo intangível como um ativo não monetário identificável
sem substância física, mantido para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para aluguel
a terceiros ou para fins administrativos. O requisito para o ativo ser mantido para uso na produção ou
fornecimento de bens ou serviços, para aluguel a terceiros ou para fins administrativos foi eliminado da
definição de um ativo intangível.

IN6 A versão anterior da IAS 38 não definia “identificabilidade”, mas afirmava que um ativo intangível
poderia ser distinguido claramente do ágio se o ativo fosse separável, embora essa separabilidade não

©
IFRS Foundation A933
IAS 38

fosse uma condição necessária para a identificabilidade. A Norma afirma que um ativo cumpre o critério
de identificabilidade na definição de um ativo intangível quando ele:

(a) for separável, ou seja, capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um respectivo contrato,
ativo ou passivo; ou

(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de esses direitos serem
transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Critérios para reconhecimento inicial


IN7 A versão anterior da IAS 38 exigia que um ativo intangível fosse reconhecido se, e apenas se, fosse
provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo fluíssem para a entidade, e
seu custo pudesse ser mensurado de forma confiável. Esses critérios de reconhecimento foram incluídos
na Norma. Contudo, uma orientação adicional foi incluída para esclarecer que:

(a) o critério de reconhecimento por probabilidade é sempre considerado como cumprido para ativos
intangíveis que sejam adquiridos separadamente ou em uma combinação de negócios.

(b) o valor justo de um ativo intangível adquirido em uma combinação de negócios pode ser mensurado
com confiabilidade suficiente para ser reconhecido separadamente do ágio.

Gasto subsequente
IN8 De acordo com a versão anterior da IAS 38, o tratamento de gasto subsequente em um projeto de pesquisa
e desenvolvimento em andamento, adquirido em uma combinação de negócios e reconhecido como um
ativo separadamente do ágio, não estava claro. A Norma exige que esse gasto seja:

(a) reconhecido como uma despesa quando incorrido se for um gasto com pesquisa;

(b) reconhecido como uma despesa quando incorrido se for um gasto com desenvolvimento que não
atenda aos critérios na IAS 38 para reconhecimento desse gasto como um ativo intangível; e

(c) reconhecido como um ativo intangível se for um gasto com desenvolvimento que atenda aos critérios
na IAS 38 para reconhecimento desse gasto como um ativo intangível.

Vida útil
IN9 A versão anterior da IAS 38 estava baseada na suposição de que a vida útil de um ativo intangível é
sempre definida, e incluía uma suposição refutável de que a vida útil não pode exceder vinte anos a partir
da data em que o ativo está disponível para uso. Essa suposição refutável foi eliminada. A Norma exige
que um ativo intangível seja considerado como tendo uma vida útil indefinida quando, com base em
uma análise de todos os fatores relevantes, não houver limite previsível em relação ao período durante
o qual se espera que o ativo gere fluxos líquidos de entrada de caixa para a entidade.

IN10 A versão anterior da IAS 38 exigia que se o controle sobre os benefícios econômicos futuros de um ativo
intangível fosse obtido por meio de direitos legais concedidos por um período definido, a vida útil do
ativo intangível não poderia exceder o período desses direitos, a menos que os direitos fossem renováveis
e a renovação fosse praticamente certa. A Norma exige que:

(a) a vida útil de um ativo intangível que resulta de direitos contratuais ou outros direitos legais não
deve exceder o período desses direitos, mas pode ser menor, dependendo do período em que se
espera que o ativo seja usado pela entidade; e

A934 ©
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IAS 38

(b) se os direitos forem transmitidos por um prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil deve
incluir o(s) período(s) de renovação somente se houver evidência para suportar a renovação pela
entidade sem custo significativo.

Ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas


IN11 A Norma exige que:

(a) um ativo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser amortizado.

(b) a vida útil desse ativo deve ser revisada em cada período de relatório para determinar se os eventos
ou circunstâncias continuam a suportar uma avaliação de vida útil indefinida para esse ativo. Caso
contrário, a mudança na avaliação de vida útil de indefinida para definida deve ser contabilizada
como uma mudança na estimativa contábil.

Teste de redução ao valor recuperável de ativos intangíveis com vidas


úteis definidas
IN12 A versão anterior da IAS 38 exigia que o valor recuperável de um ativo intangível que era amortizado
ao longo de um período superior a vinte anos a partir da data em que estivesse disponível para uso fosse
estimado pelo menos em cada final de exercício financeiro, mesmo que não houvesse nenhuma indicação
de que o ativo pudesse apresentar problemas de recuperação. Esse requisito foi eliminado. Portanto, uma
entidade precisa determinar o valor recuperável de um ativo intangível com uma vida útil definida que
é amortizado ao longo de um período superior a vinte anos a partir da data em que está disponível para
uso somente quando, de acordo com a IAS 36, houver uma indicação de que o ativo possa ter problemas
de recuperação.

Divulgação
IN13 Se um ativo intangível for avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a Norma exige que uma entidade
divulgue o valor contábil desse ativo e os motivos que suportam a avaliação de vida útil indefinida.

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IAS 38

Norma Internacional de Contabilidade IAS 38


Ativos Intangíveis

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil para ativos intangíveis que não são tratados
especificamente em outra Norma. Esta Norma exige que uma entidade reconheça um ativo intangível
se, e somente se, critérios específicos forem atendidos. A Norma também especifica como mensurar o
valor contábil de ativos intangíveis e exige divulgações específicas sobre ativos intangíveis.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada na contabilização de ativos intangíveis, exceto:

(a) ativos intangíveis que estejam dentro do alcance de outra Norma;

(b) ativos financeiros, conforme definido na IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação;

(c) reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (vide IFRS 6 – Exploração


e Avaliação de Recursos Minerais); e

(d) gastos no desenvolvimento e extração de minérios, petróleo, gás natural e recursos não
renováveis similares.

3 Se outra Norma prescrever a contabilização de um tipo específico de ativo intangível, uma entidade
aplica essa Norma em vez de aplicar esta Norma. Por exemplo, esta Norma não se aplica a:

(a) ativos intangíveis mantidos por uma entidade para venda no curso normal dos negócios (vide
IAS 2 – Estoques e IAS 11 – Contratos de Construção).

(b) impostos diferidos ativos (vide IAS 12 – Impostos sobre a Renda).

(c) arrendamentos que estejam dentro do alcance da IAS 17 – Arrendamentos.

(d) ativos resultantes de benefícios aos empregados (vide IAS 19 – Benefícios aos Empregados).

(e) ativos financeiros, conforme definidos na IAS 32. O reconhecimento e a mensuração de alguns
ativos financeiros estão cobertos pela IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, IAS 27 –
Demonstrações Financeiras Separadas e IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos
em Conjunto (Joint Ventures).

(f) ágio adquirido em uma combinação de negócios (vide IFRS 3 – Combinações de Negócios).

(g) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis resultantes de direitos contratuais de uma
seguradora previstos em contratos de seguro dentro do alcance da IFRS 4 – Contratos de Seguro.
A IFRS 4 define requisitos específicos de divulgação para esses custos de aquisição diferidos, mas
não para esses ativos intangíveis. Portanto, os requisitos de divulgação nesta Norma se aplicam a
esses ativos intangíveis.

(h) ativos intangíveis não circulantes classificados como mantidos para venda (ou incluídos em um
grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda) de acordo com a IFRS 5 – Ativos
Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas.

4 Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em uma substância física, como por exemplo, em um
CD (no caso de software de computador), documentação legal (no caso de uma licença ou patente) ou
filme. Ao determinar se um ativo que incorpora tanto elementos intangíveis quanto tangíveis deve ser

A936 ©
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IAS 38

tratado de acordo com a IAS 16 – Imobilizado ou como um ativo intangível de acordo com esta Norma,
uma entidade utiliza julgamento para avaliar qual elemento é mais significativo. Por exemplo, software
para uma máquina controlada por computador que não pode operar sem esse software específico é uma
parte integrante do respectivo hardware e é tratado como imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema
operacional de um computador. Quando o software não for uma parte integrante do respectivo hardware,
o software é tratado como um ativo intangível.

5 Esta Norma se aplica, entre outras coisas, a gastos com publicidade, treinamento, início de operação e
atividades de pesquisa e desenvolvimento. As atividades de pesquisa e desenvolvimento são voltadas ao
desenvolvimento de conhecimento. Portanto, embora essas atividades possam resultar em um ativo com
substância física (por exemplo, um protótipo), o elemento físico do ativo é secundário ao seu componente
intangível, ou seja, o conhecimento nele incorporado.

6 No caso de um arrendamento financeiro, o ativo subjacente pode ser tangível ou intangível. Após o
reconhecimento inicial, um arrendatário contabiliza um ativo intangível em um arrendamento financeiro
de acordo com esta Norma. Os direitos previstos em contratos de licenciamentos para itens tais como
filmes, gravações em vídeo, reproduções, manuscritos, patentes e direitos autorais estão excluídos do
alcance da IAS 17 e estão dentro do alcance desta Norma.

7 As exclusões do alcance de uma Norma podem ocorrer se as atividades ou transações forem tão
especializadas que originem questões contábeis que precisam ser tratadas de uma forma diferente. Essas
questões surgem na contabilização de gastos com exploração ou desenvolvimento e extração de petróleo,
gás e depósitos minerais em indústrias extrativas e no caso de contratos de seguro. Portanto, esta Norma
não se aplica a gastos com essas atividades e contratos. Entretanto, esta Norma se aplica a outros ativos
intangíveis usados (como, por exemplo, software de computador) e outros gastos incorridos (tais como
custos com início de operação), em indústrias extrativas ou por seguradoras.

Definições
8 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Amortização é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo intangível ao longo de sua


vida útil.

Um ativo é um recurso:

(a) controlado por uma entidade como resultado de eventos passados; e

(b) do qual se espera que fluam benefícios econômicos futuros para a entidade.

Valor Contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido na demonstração da posição financeira
após deduzir-se qualquer amortização acumulada e perdas acumuladas por redução ao seu valor
recuperável.

Custo é o valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou o valor justo de outra contrapartida dada
para a aquisição de um ativo no momento de sua aquisição ou construção, ou, quando aplicável, o
valor atribuído a esse ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as exigências específicas
de outras IFRSs, por exemplo, a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações.

Valor depreciável é o custo de um ativo, ou outro montante que substitua o custo (nas demonstrações
financeiras), menos o seu valor residual.

Desenvolvimento é a aplicação de resultados de pesquisa ou outros conhecimentos a um plano ou


projeto para a produção de materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos
ou significativamente melhorados antes do início de sua produção ou uso comercial.

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IFRS Foundation A937
IAS 38

Valor específico da entidade é o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade espera obter
do uso contínuo de um ativo e de sua alienação ao final de sua vida útil, ou que espera incorrer ao
liquidar um passivo.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Uma perda por redução ao valor recuperável de ativos é o valor pelo qual o valor contábil de um
ativo excede o seu valor recuperável.

Um ativo intangível é um ativo não monetário identificável, sem substância física.

Ativos monetários compreendem o caixa disponível e ativos a serem recebidos em valores fixos ou
determináveis em caixa.

Pesquisa é a investigação original e planejada empreendida com o intuito de obter novo


conhecimento e entendimento científico ou técnico.

O valor residual de um ativo intangível é o valor estimado que uma entidade obteria presentemente
a partir da alienação de um ativo, após deduzir os custos estimados de alienação, se o ativo já tivesse
a idade e na condição esperada no final de sua vida útil.

Vida útil significa:

(a) o período ao longo do qual se espera que um ativo esteja disponível para uso por uma
entidade; ou

(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares que a entidade espera seja obtido
do ativo.

Ativos intangíveis
9 As entidades frequentemente gastam recursos, ou incorrem em passivos, na aquisição, desenvolvimento,
manutenção ou melhoria de recursos intangíveis como, por exemplo, conhecimento científico ou
técnico, projeto e implementação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual,
conhecimento de mercado e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de publicação).
Exemplos comuns de itens abrangidos por esses títulos amplos são software de computador, patentes,
direitos autorais, filmes, listas de clientes, direitos de serviço de hipoteca, licenças de pesca, cotas de
importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade do cliente, participação
de mercado e direitos de marketing.

10 Nem todos os itens descritos no parágrafo 9 atendem à definição de um ativo intangível, ou seja,
identificabilidade, controle sobre um recurso e existência de benefícios econômicos futuros. Se um item
dentro do alcance desta Norma não atender à definição de um ativo intangível, o gasto para adquiri-lo
ou gerá-lo internamente é reconhecido como uma despesa quando incorrido. Entretanto, se o item for
adquirido em uma combinação de negócios, ele faz parte do ágio reconhecido na data de aquisição (vide
parágrafo 68).

Identificabilidade

11 A definição de ativo intangível exige que o ativo intangível seja identificável para distingui-lo do ágio.
O ágio reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos
futuros de outros ativos adquiridos em uma combinação de negócios que não são identificados
individualmente e reconhecidos separadamente. Os benefícios econômicos futuros podem resultar da
sinergia entre os ativos identificáveis adquiridos ou dos ativos que, individualmente, não se qualificam
para reconhecimento nas demonstrações financeiras.

A938 ©
IFRS Foundation
IAS 38

12 Um ativo é identificável quando:

(a) for separável, ou seja, for capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um respectivo
contrato, ativo identificável ou passivo, independente de a entidade pretender fazê-lo; ou

(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de esses direitos
serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Controle

13 Uma entidade controla um ativo se tiver o poder de obter benefícios econômicos futuros que fluam do
recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios. A capacidade de uma entidade de
controlar os benefícios econômicos futuros de um ativo intangível normalmente provém de direitos legais
que são exequíveis em um tribunal de justiça. Na ausência de direitos legais, é mais difícil demonstrar o
controle. Contudo, a exequibilidade legal de um direito não é uma condição necessária para o controle,
pois uma entidade pode ser capaz de controlar os benefícios econômicos futuros de alguma outra forma.

14 O conhecimento do mercado e o conhecimento técnico podem originar benefícios econômicos futuros.


Uma entidade controla esses benefícios se, por exemplo, o conhecimento estiver protegido por direitos
legais, tais como direitos autorais, uma restrição de contrato comercial (quando permitido) ou por um
dever legal para os empregados de manter a confidencialidade.

15 Uma entidade pode ter uma equipe de pessoas qualificadas e pode ser capaz de identificar habilidades
incrementais da equipe que levam a benefícios econômicos futuros a partir do treinamento. A entidade
também pode esperar que a equipe continue a disponibilizar suas habilidades à entidade. Entretanto,
uma entidade geralmente não tem controle suficiente sobre os benefícios econômicos futuros esperados
que surjam de uma equipe de pessoas qualificadas e do treinamento para que esses itens atendam à
definição de um ativo intangível. Por um motivo similar, um talento gerencial ou técnico específico
provavelmente não atenderá à definição de ativo intangível, a menos que esteja protegido por direitos
legais para usá‑lo e obter os respectivos benefícios econômicos futuros esperados, e também cumprir as
outras partes da definição.

16 Uma entidade pode ter uma carteira de clientes ou uma participação de mercado e esperar que, por causa
de seus esforços para construir relacionamentos e fidelidade com os clientes, os clientes continuarão a
negociar com a entidade. Entretanto, na ausência de direitos legais para proteger, ou outras formas de
controlar, os relacionamentos com clientes ou a fidelidade dos clientes em relação à entidade, a entidade
geralmente não tem controle suficiente sobre os benefícios econômicos esperados dos relacionamentos
com clientes e sua fidelidade em relação a esses itens (por exemplo, carteira de clientes, participações
de mercado, relacionamentos com clientes e fidelidade do cliente) para atender à definição de ativos
intangíveis. Na ausência de direitos legais para proteger os relacionamentos com os clientes, as transações
de troca para os mesmos relacionamentos não contratuais com clientes ou similares (que não sejam
parte de uma combinação de negócios) fornecem evidências de que a entidade é, contudo, capaz de
controlar os benefícios econômicos futuros esperados dos relacionamentos com os clientes. Como essas
transações de troca também fornecem evidência de que os relacionamentos com clientes são separáveis,
esses relacionamentos com clientes atendem à definição de um ativo intangível.

Benefícios econômicos futuros

17 Os benefícios econômicos futuros de um ativo intangível podem incluir receita proveniente da venda
de produtos ou serviços, economias de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo pela
entidade. Por exemplo, o uso de propriedade intelectual em um processo de produção pode reduzir os
custos futuros de produção em vez de aumentar as receitas futuras.

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IAS 38

Reconhecimento e mensuração
18 O reconhecimento de um item como um ativo intangível exige que uma entidade demonstre que o
item atende:

(a) à definição de um ativo intangível (vide parágrafos 8-17); e

(b) aos critérios de reconhecimento (vide parágrafos 21-23).

Esse requisito se aplica a custos incorridos inicialmente para adquirir ou gerar internamente um ativo
intangível e aqueles incorridos subsequentemente para adicionar ao ativo, substituir parte dele ou realizar
os respectivos serviços.

19 Os parágrafos 25-32 tratam da aplicação dos critérios de reconhecimento aos ativos intangíveis adquiridos
separadamente, e os parágrafos 33-43 tratam de sua aplicação a ativos intangíveis adquiridos em uma
combinação de negócios. O parágrafo 44 trata da mensuração inicial de ativos intangíveis adquiridos
por meio de uma subvenção governamental, os parágrafos 45-47 de trocas de ativos intangíveis,
e os parágrafos 48-50 do tratamento de ágio gerado internamente. Os parágrafos 51-67 tratam do
reconhecimento inicial e mensuração de ativos intangíveis gerados internamente.

20 Devido à natureza dos ativos intangíveis, em muitos casos não há nenhuma adição a esse ativo ou
substituição de parte dele. Consequentemente, a maioria dos gastos subsequentes provavelmente manterá
os benefícios econômicos futuros esperados incorporados em um ativo intangível existente em vez de
atender à definição de um ativo intangível e aos critérios de reconhecimento nesta Norma. Além disso,
frequentemente é difícil atribuir o gasto subsequente diretamente a um ativo intangível específico, em
vez de ao negócio como um todo. Portanto, somente em ocasiões raras, o gasto subsequente – gasto
incorrido após o reconhecimento inicial de um ativo intangível adquirido ou após a conclusão de um
ativo intangível gerado internamente – será reconhecido no valor contábil de um ativo. Consistentemente
com o parágrafo 63, o gasto subsequente com marcas, cabeçalhos (mastheads), títulos de publicação,
listas de clientes e itens similares em substância (seja adquirido externamente ou gerado internamente)
é sempre reconhecido em lucros e perdas conforme incorrido. Isso se deve ao fato de que esse gasto não
pode ser distinguido do gasto para desenvolver o negócio como um todo.

21 Um ativo intangível será reconhecido se, e apenas se:

(a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados que são atribuíveis ao ativo
fluirão para a entidade; e

(b) o custo do ativo puder ser mensurado de forma confiável.

22 Uma entidade avaliará a probabilidade de benefícios econômicos futuros esperados utilizando


premissas razoáveis e suportáveis que representem a melhor estimativa da administração do
conjunto de condições econômicas que existirá ao longo da vida útil do ativo.

23 Uma entidade utiliza julgamento para avaliar o grau de certeza inerente ao fluxo de benefícios
econômicos futuros que são atribuíveis ao uso do ativo com base na evidência disponível por ocasião
do reconhecimento inicial, dando maior peso à evidência externa.

24 Um ativo intangível será mensurado inicialmente pelo custo.

Aquisição separada
25 Normalmente, o preço que uma entidade paga para adquirir separadamente um ativo intangível refletirá
as expectativas sobre a probabilidade de que benefícios econômicos futuros esperados incorporados
no ativo fluirão para a entidade. Em outras palavras, a entidade espera que haja um fluxo de entrada
de benefícios econômicos, mesmo se houver incerteza sobre a época ou o valor do fluxo de entrada.
Portanto, o critério de reconhecimento por probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre considerado como
cumprido para ativos intangíveis adquiridos separadamente.

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26 Além disso, o custo de um ativo intangível adquirido separadamente geralmente pode ser mensurado de
forma confiável. Isso ocorre, particularmente, quando a contrapartida da compra é na forma de caixa ou
outros ativos monetários.

27 O custo de um ativo intangível adquirido separadamente compreende:

(a) seu preço de compra, incluindo tarifas de importação e impostos não recuperáveis sobre compras,
após deduzir os descontos comerciais e rebates; e

(b) qualquer custo diretamente atribuível da preparação do ativo para seu uso pretendido.

28 São exemplos de custos diretamente atribuíveis:

(a) custos de benefícios aos empregados (conforme definido na IAS 19) resultantes diretamente da
colocação do ativo em condições de uso;

(b) honorários profissionais resultantes diretamente da colocação do ativo em condições de uso; e

(c) custos de testes para verificar se o ativo está funcionando adequadamente.

29 São exemplos de gastos que não fazem parte do custo de um ativo intangível:

(a) custos de introdução de um novo produto ou serviço (inclusive custos de publicidade e atividades
promocionais);

(b) custos da realização de um negócio em um novo local ou com uma nova classe de cliente (inclusive
custos de treinamento de pessoal); e

(c) custos administrativos e outros custos gerais.

30 O reconhecimento de custos no valor contábil de um ativo intangível deixa de ocorrer quando o ativo
estiver na condição necessária para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração.
Portanto, os custos incorridos no uso ou novo emprego de um ativo intangível não estão incluídos no
valor contábil desse ativo. Por exemplo, os seguintes custos não estão incluídos no valor contábil de um
ativo intangível:

(a) custos incorridos enquanto um ativo capaz de operar da forma pretendida pela administração ainda
tem de ser colocado em uso; e

(b) perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a demanda para a produção do
ativo é formada.

31 Algumas operações ocorrem em relação ao desenvolvimento de um ativo intangível, mas não são
necessárias para trazer o ativo à condição necessária para que seja capaz de operar da forma pretendida
pela administração. Essas operações ocasionais podem ocorrer antes ou durante as atividades de
desenvolvimento. Como as operações ocasionais não são necessárias para trazer um ativo à condição
necessária para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração, a receita e as respectivas
despesas de operações ocasionais são reconhecidas imediatamente em lucros e perdas e incluídas em
suas respectivas classificações de receita e despesa.

32 Se o pagamento por um ativo intangível for diferido além dos prazos de crédito normais, seu custo é o
equivalente ao preço à vista. A diferença entre esse valor e os pagamentos totais é reconhecida como
despesa de juros ao longo do período de crédito, a menos que seja capitalizada de acordo com a IAS 23 –
Custos de Empréstimos.

Aquisição como parte de uma combinação de negócios


33 De acordo com a IFRS 3 – Combinações de Negócios, se um ativo intangível for adquirido em uma
combinação de negócios, o custo desse ativo intangível é o seu valor justo na data de aquisição. O valor

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justo de um ativo intangível refletirá as expectativas dos participantes do mercado na data de aquisição
sobre a probabilidade de que os benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo fluirão
para a entidade. Em outras palavras, a entidade espera que haja um fluxo de entrada de benefícios
econômicos, mesmo se houver incerteza sobre a época ou o valor do fluxo de entrada. Portanto, o critério
de reconhecimento por probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre considerado como cumprido para
ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios. Se um ativo adquirido em uma combinação
de negócios for separável ou surgir de direitos contratuais ou outros direitos legais, existem informações
suficientes para mensurar de forma confiável o valor justo do ativo. Portanto, o critério de mensuração
confiável no parágrafo 21(b) é sempre considerado como cumprido para ativos intangíveis adquiridos
em combinações de negócios.

34 De acordo com esta Norma e a IFRS 3 (tal como revisada em 2008), um adquirente reconhece na data
de aquisição, separadamente do ágio, um ativo intangível do adquirido, independente do fato de o ativo
ter sido reconhecido pelo adquirido antes da combinação de negócios. Isso significa que o adquirente
reconhece como um ativo separadamente do ágio um projeto de pesquisa e desenvolvimento em
andamento do adquirido se o projeto atender à definição de ativo intangível. Um projeto de pesquisa e
desenvolvimento em andamento de um adquirido atende à definição de um ativo intangível quando ele:

(a) atender à definição de um ativo; e

(b) for identificável, ou seja, separável ou resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais.

Ativos adquiridos em uma combinação de negócios

35 Se um ativo intangível adquirido em uma combinação de negócios for separável ou resultar de direitos
contratuais ou outros direitos legais, existem informações suficientes para mensurar de forma confiável
o valor justo do ativo. Quando, para as estimativas usadas para mensurar o valor justo de um ativo
intangível, houver uma faixa de possíveis resultados com diferentes probabilidades, essa incerteza entra
na mensuração do valor justo do ativo.

36 Um ativo intangível adquirido em uma combinação de negócios pode ser separável, mas somente em
conjunto com um contrato relacionado, um ativo ou um passivo identificável. Nesses casos, o adquirente
reconhece o ativo intangível separadamente do ágio, mas juntamente com o item relacionado.

37 O adquirente pode reconhecer um grupo de ativos intangíveis complementares como um único ativo,
desde que os ativos individuais tenham vidas úteis similares. Por exemplo, os termos “marca” e “nome
de marca” são frequentemente utilizados como sinônimos para marcas registradas e outras marcas.
Entretanto, a primeira constitui termos gerais de marketing que são geralmente utilizados para se referir
a um grupo de ativos complementares como, por exemplo, uma marca registrada (ou marca de serviço)
e seu respectivo nome comercial, fórmulas, receitas e experiência tecnológica.

38–41 [Excluído]

Gasto subsequente com um projeto de pesquisa e desenvolvimento em


andamento adquirido

42 O gasto com pesquisa e desenvolvimento que:

(a) estiver relacionado a um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento adquirido


separadamente ou em uma combinação de negócios e reconhecido como um ativo intangível; e

(b) for incorrido após a aquisição desse projeto

será contabilizado de acordo com os parágrafos 54-62.

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43 A aplicação dos requisitos nos parágrafos 54-62 significa que o gasto subsequente com um projeto de
pesquisa e desenvolvimento em andamento adquirido separadamente ou em uma combinação de negócios
e reconhecido como um ativo intangível é:

(a) reconhecido como uma despesa quando incorrido se for um gasto com pesquisa;

(b) reconhecido como uma despesa quando incorrido se for um gasto com desenvolvimento que não
cumpra os critérios para reconhecimento como um ativo intangível no parágrafo 57; e

(c) adicionado ao valor contábil do projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento adquirido


se for um gasto com desenvolvimento que atenda aos critérios de reconhecimento no parágrafo 57.

Aquisição por meio de uma subvenção governamental


44 Em alguns casos, um ativo intangível pode ser adquirido gratuitamente, ou por contrapartida nominal,
por meio de uma subvenção governamental. Isso pode ocorrer quando um governo transfere ou aloca
a uma entidade ativos intangíveis como, por exemplo, direitos de aterrissagem em aeroportos, licenças
para operar estações de rádio ou televisão, licenças ou cotas de importação ou direitos de acessar outros
recursos restritos. De acordo com a IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação
de Assistência Governamental, uma entidade pode escolher reconhecer tanto o ativo intangível quanto
a subvenção inicialmente ao valor justo. Se uma entidade escolher não reconhecer o ativo inicialmente
ao valor justo, a entidade reconhece o ativo inicialmente por um valor nominal (o outro tratamento
permitido pela IAS 20), mais qualquer gasto que seja diretamente atribuível à preparação do ativo para
seu uso pretendido.

Trocas de ativos
45 Um ou mais ativos intangíveis podem ser adquiridos em troca de um ativo ou ativos não monetário(s),
ou uma combinação de ativos monetários e não monetários. A discussão a seguir refere-se simplesmente
a uma troca de um ativo não monetário por outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na
sentença anterior. O custo desse ativo intangível é mensurado ao valor justo, exceto se (a) a transação
de troca não tiver substância comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido e do ativo trocado não for
mensurável de forma confiável. O ativo adquirido é mensurado desta forma mesmo se uma entidade não
puder baixar imediatamente o ativo trocado. Se o ativo adquirido não for mensurado ao valor justo, seu
custo é mensurado ao valor contábil do ativo trocado.

46 Uma entidade determina se uma transação de troca possui substância comercial, considerando até que
ponto se espera que seus fluxos de caixa futuros mudem como resultado da transação. Uma transação
de troca tem substância comercial, se:

(a) a configuração (ou seja, risco, época e valor) dos fluxos de caixa do ativo recebido for diferente
da configuração dos fluxos de caixa do ativo transferido; ou

(b) o valor específico da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação mudar,
como resultado da troca; e

(c) a diferença em (a) ou (b) for significativa em relação ao valor justo dos ativos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transação de troca possui substância comercial, o valor específico
da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação refletirá os fluxos de caixa
pós‑imposto. O resultado dessas análises pode ser claro, sem a necessidade de uma entidade ter de realizar
cálculos detalhados.

47 O parágrafo 21(b) especifica que uma condição para o reconhecimento de um ativo intangível é que o
custo do ativo possa ser mensurado de forma confiável. O valor justo de um ativo intangível é mensurável
de forma confiável se (a) a variabilidade na faixa de mensurações de valores justos razoáveis não for
significativa para esse ativo ou (b) as probabilidades das várias estimativas dentro da faixa puderem ser

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razoavelmente avaliadas e utilizadas ao mensurar o valor justo. Se uma entidade for capaz de mensurar
de forma confiável o valor justo do ativo recebido ou do ativo concedido, então o valor justo do ativo
concedido será utilizado para mensurar o custo, exceto se o valor justo do ativo recebido for mais
claramente evidente.

Ágio gerado internamente


48 O ágio gerado internamente não será reconhecido como um ativo.

49 Em alguns casos, o gasto é incorrido para gerar benefícios econômicos futuros, mas ele não resulta na
criação de um ativo intangível que atenda aos critérios de reconhecimento nesta Norma. Esse gasto é
frequentemente descrito como uma contribuição ao ágio gerado internamente. O ágio gerado internamente
não é reconhecido como um ativo, pois ele não é um recurso identificável (ou seja, ele não é separável
nem resulta de direitos contratuais ou outros direitos legais) controlado pela entidade que possa ser
mensurado de forma confiável pelo custo.

50 As diferenças entre o valor justo de uma entidade e o valor contábil de seus ativos líquidos identificáveis
em qualquer época podem capturar diversos fatores que afetam o valor justo da entidade. Entretanto,
essas diferenças não representam o custo de ativos intangíveis controlados pela entidade.

Ativos intangíveis gerados internamente


51 Algumas vezes é difícil avaliar se um ativo intangível gerado internamente se qualifica para
reconhecimento, por causa de problemas em:

(a) identificar se e quando há um ativo identificável que gerará benefícios econômicos futuros
esperados; e

(b) determinar o custo do ativo de forma confiável. Em alguns casos, o custo de geração de um ativo
intangível internamente não pode ser distinguido do custo de manutenção ou melhoria do ágio
gerado internamente da entidade ou funcionamento das operações diárias.

Portanto, além de cumprir os requisitos gerais para o reconhecimento e mensuração inicial de um


ativo intangível, uma entidade aplica os requisitos e orientação nos parágrafos 52-67 a todos os ativos
intangíveis gerados internamente.

52 Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios para reconhecimento, uma
entidade classifica a geração do ativo em:

(a) uma fase de pesquisa; e

(b) uma fase de desenvolvimento.

Embora os termos “pesquisa” e “desenvolvimento” sejam definidos, os termos “fase de pesquisa” e “fase
de desenvolvimento” possuem um significado mais amplo para a finalidade desta Norma.

53 Se uma entidade não puder distinguir a fase de pesquisa da fase de desenvolvimento de um projeto interno
para criar um ativo intangível, a entidade trata o gasto nesse projeto como se fosse incorrido somente na
fase de pesquisa.

Fase de pesquisa

54 Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa (ou resultante da fase de pesquisa de um projeto
interno) será reconhecido. O gasto com pesquisa (ou na fase de pesquisa de um projeto interno)
será reconhecido como uma despesa quando incorrido.

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55 Na fase de pesquisa de um projeto interno, uma entidade não consegue demonstrar que existe um ativo
intangível que gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Portanto, esse gasto é reconhecido como
uma despesa quando incorrido.

56 Exemplos de atividades de pesquisa:

(a) atividades voltadas à obtenção de novos conhecimentos;

(b) busca, avaliação e seleção final das aplicações de resultados de pesquisa ou outros conhecimentos;

(c) busca de alternativas para materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços; e

(d) formulação, desenho, avaliação e seleção final de possíveis alternativas para materiais, dispositivos,
produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados.

Fase de desenvolvimento

57 Um ativo intangível resultante do desenvolvimento (ou da fase de desenvolvimento de um projeto


interno) será reconhecido se, e somente se, uma entidade puder demonstrar todos os itens a seguir:

(a) viabilidade técnica de conclusão do ativo intangível, de modo que ele fique disponível para
uso ou venda.

(b) sua intenção de concluir o ativo intangível e utilizá-lo ou vendê-lo.

(c) sua capacidade de utilizar ou vender o ativo intangível.

(d) como o ativo intangível gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Entre outras coisas, a
entidade pode demonstrar a existência de um mercado para a produção do ativo intangível ou
para o próprio ativo intangível ou, se estiver destinado a ser usado internamente, a utilidade
do ativo intangível.

(e) a disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir o


desenvolvimento e utilizar ou vender o ativo intangível.

(f) sua capacidade de mensurar de forma confiável o gasto atribuível ao ativo intangível durante
seu desenvolvimento.

58 Na fase de desenvolvimento de um projeto interno, uma entidade pode, em alguns casos, identificar um
ativo intangível e demonstrar que o ativo gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Isso se deve
ao fato de que a fase de desenvolvimento de um projeto é mais avançada do que a fase de pesquisa.

59 Exemplos de atividades de desenvolvimento:

(a) desenho, construção e teste de protótipos e modelos de pré-produção ou pré-uso;

(b) desenho de ferramentas, gabaritos, moldes e matrizes que envolvam nova tecnologia;

(c) desenho, construção e operação de uma fábrica-piloto que não seja de uma escala economicamente
viável para produção comercial; e

(d) desenho, construção e teste de uma alternativa escolhida para materiais, dispositivos, produtos,
processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados.

60 Para demonstrar como um ativo intangível gerará prováveis benefícios econômicos futuros, uma entidade
avalia os benefícios econômicos futuros a serem recebidos do ativo utilizando os princípios na IAS 36 –
Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Se o ativo gerar benefícios econômicos apenas em combinação
com outros ativos, a entidade aplica o conceito de unidades geradoras de caixa na IAS 36.

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61 A disponibilidade de recursos para concluir, utilizar e obter os benefícios de um ativo intangível pode
ser demonstrada, por exemplo, por meio de um plano de negócios demonstrando os recursos técnicos,
financeiros e outros necessários e a capacidade da entidade de garantir esses recursos. Em alguns casos,
uma entidade demonstra a disponibilidade de financiamento externo, obtendo uma indicação de um
mutuante de sua disposição de custear o plano.

62 Os sistemas de custeio de uma entidade podem frequentemente mensurar de forma confiável o custo de
geração de um ativo intangível internamente, tais como salários e outros gastos incorridos na proteção
de direitos autorais ou licenças ou desenvolvimento de software de computador.

63 As marcas geradas internamente, cabeçalhos, títulos de publicação, listas de clientes e itens similares
em substância não serão reconhecidos como ativos intangíveis.

64 O gasto com marcas geradas internamente, cabeçalhos, títulos de publicação, listas de clientes e itens
similares em substância não podem ser distinguidos do custo de desenvolvimento do negócio como um
todo. Portanto, esses itens não são reconhecidos como ativos intangíveis.

Custo de um ativo intangível gerado internamente

65 O custo de um ativo intangível gerado internamente para a finalidade do parágrafo 24 é a soma do


gasto incorrido a partir da data em que o ativo intangível atende pela primeira vez aos critérios de
reconhecimento nos parágrafos 21, 22 e 57. O parágrafo 71 proíbe a reintegração do gasto anteriormente
reconhecido como uma despesa.

66 O custo de um ativo intangível gerado internamente compreende todos os custos diretamente atribuíveis
necessários para criar, produzir e preparar o ativo para ser capaz de operar na forma pretendida pela
administração. São exemplos de custos diretamente atribuíveis:

(a) custos de materiais e serviços utilizados ou consumidos na geração do ativo intangível;

(b) custos de benefícios aos empregados (conforme definido na IAS 19) resultantes da geração do ativo
intangível;

(c) honorários para registrar um direito legal; e

(d) amortização de patentes e licenças que são utilizadas para gerar o ativo intangível.

A IAS 23 especifica critérios para o reconhecimento de juros como um elemento do custo de um ativo
intangível gerado internamente.

67 Os itens a seguir não são componentes do custo de um ativo intangível gerado internamente:

(a) gastos com venda, administrativos e outros gastos gerais, a menos que esses gastos possam ser
atribuídos diretamente à preparação do ativo para uso;

(b) ineficiências identificadas e perdas operacionais iniciais incorridos antes de o ativo atingir o
desempenho planejado; e

(c) gastos com treinamento de pessoal para operar o ativo.

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Exemplo ilustrativo do parágrafo 65


Uma entidade está desenvolvendo um novo processo de produção. Durante 20X5, o gasto incorrido
foi de UM1.000(a), dos quais UM900 foram incorridos antes de 1º de dezembro de 20X5 e UM100
foram incorridos entre 1º de dezembro de 20X5 e 31 de dezembro de 20X5. A entidade é capaz
de demonstrar que, em 1º de dezembro de 20X5, o processo de produção atendeu aos critérios
para reconhecimento como um ativo intangível. O valor recuperável do know-how incorporado
no processo (incluindo fluxos de saída de caixa futuros para concluir o processo antes de estar
disponível para uso) é estimado em UM500.

No final de 20X5, o processo de produção é reconhecido como um ativo intangível por um


custo de UM100 (gasto incorrido a partir da data em que os critérios de reconhecimento foram
cumpridos, ou seja, em 1º de dezembro de 20X5). O gasto de UM900 incorrido antes de 1º de
dezembro de 20X5 é reconhecido como uma despesa, pois os critérios de reconhecimento não eram
atendidos até 1º de dezembro de 20X5. Esse gasto não faz parte do custo do processo de produção
reconhecido na demonstração da posição financeira.

Durante 20X6, o gasto incorrido é de UM2.000. No final de 20X6, o valor recuperável do


know‑how incorporado no processo (incluindo fluxos de saída de caixa futuros para concluir o
processo antes de estar disponível para uso) é estimado em UM1.900.

No final de 20X6, o custo do processo de produção é de UM2.100 (gasto de UM100 reconhecido


no final de 20X5 mais gasto de UM2.000 reconhecido em 20X6). A entidade reconhece uma perda
por redução ao valor recuperável de UM200 para ajustar o valor contábil do processo antes
da perda por redução ao valor recuperável (UM2.100) ao seu valor recuperável (UM1.900).
Essa perda por redução ao valor recuperável será revertida em um período subsequente
se os requisitos para a reversão de uma perda por redução ao valor recuperável na IAS 36
forem atendidos.

(a) Nesta norma, os valores monetários são denominados em “unidades de moeda” (UM).

Reconhecimento de uma despesa


68 O gasto em um item intangível será reconhecido como uma despesa quando incorrido, exceto:

(a) se fizer parte do custo de um ativo intangível que atenda aos critérios de reconhecimento
(vide parágrafos 18-67); ou

(b) se o item for adquirido em uma combinação de negócios e não puder ser reconhecido como
um ativo intangível. Se esse for o caso, ele faz parte do valor reconhecido como ágio na data
de aquisição (vide IFRS 3).

69 Em alguns casos, o gasto é incorrido para fornecer benefícios econômicos futuros a uma entidade, mas
nenhum ativo intangível ou outro ativo é adquirido nem criado que possa ser reconhecido. No caso do
fornecimento de bens, a entidade reconhece esse gasto como uma despesa quando ela passa a ter o direito
de acesso a esses bens. No caso do fornecimento de serviços, a entidade reconhece o gasto como uma
despesa quando recebe os serviços. Por exemplo, o gasto com pesquisa é reconhecido como despesa
quando incorrido (vide parágrafo 54), exceto quando adquirido como parte de uma combinação de
negócios. Outros exemplos de gastos que são reconhecidos como despesa quando incorridos incluem:

(a) gastos com atividades iniciais (ou seja, custos de início de operação), exceto se esses gastos estiverem
incluído no custo de um item do imobilizado de acordo com a IAS 16. Os custos de início de operação
podem incluir custos de estabelecimento como, por exemplo, custos legais e societários incorridos
no estabelecimento de uma entidade legal, gastos para abrir uma nova instalação ou negócio (ou
seja, custos pré-abertura) ou gastos para iniciar novas operações ou lançar novos produtos ou
processos (ou seja, custos pré-operacionais).

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(b) gasto com atividades de treinamento.

(c) gasto com atividades publicitárias e promocionais (incluindo catálogos de pedido por correio).

(d) gasto com realocação ou reorganização de parte ou da totalidade de uma entidade.

69A Uma entidade tem o direito de acesso aos bens quando adquire a sua propriedade. De forma similar, ela
tem o direito de acesso aos bens quando eles tiverem sido construídos por um fornecedor, de acordo com
os termos de um contrato de fornecimento, e a entidade poderia exigir a sua entrega mediante pagamento.
Serviços são recebidos quando executados por um fornecedor, de acordo com um contrato para a sua
entrega à entidade, e não quando a entidade os utiliza para prestar um outro serviço, como, por exemplo,
entregar um anúncio aos clientes.

70 O parágrafo 68 não impede uma entidade de reconhecer um pré-pagamento como um ativo quando o
pagamento dos bens tiver sido efetuado antes de a entidade obter o direito de acesso a esses bens. De
forma similar, o parágrafo 68 não impede uma entidade de reconhecer um pré-pagamento como um ativo
quando o pagamento dos serviços tiver sido efetuado antes de a entidade recebê-los.

Despesas passadas não reconhecidas como um ativo


71 O gasto com um item intangível que foi inicialmente reconhecido como uma despesa não será
reconhecido como parte do custo de um ativo intangível em uma data posterior.

Mensuração após o reconhecimento


72 Uma entidade escolherá o método de custo no parágrafo 74 ou o método de reavaliação no parágrafo
75 como sua política contábil. Se um ativo intangível for contabilizado utilizando o método de
reavaliação, todos os outros ativos em sua classe também serão contabilizados utilizando o mesmo
método, exceto se não houver nenhum mercado ativo para esses ativos.

73 Uma classe de ativos intangíveis é um agrupamento de ativos de natureza e uso similares nas operações
de uma entidade. Os itens dentro de uma classe de ativos intangíveis são reavaliados simultaneamente
para evitar a reavaliação seletiva de ativos e informações sobre valores nas demonstrações financeiras
que representem uma mistura de custos e valores em datas diferentes.

Método de custo
74 Após o reconhecimento inicial, um ativo intangível será reconhecido pelo custo menos qualquer
amortização acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao seu valor recuperável.

Método de reavaliação
75 Após o reconhecimento inicial, um ativo intangível será reconhecido ao valor reavaliado, sendo
o seu valor justo na data da reavaliação menos qualquer amortização acumulada subsequente e
quaisquer perdas acumuladas subsequentes por redução ao seu valor recuperável. Para a finalidade
das reavaliações de acordo com esta Norma, o valor justo será mensurado por referência a um
mercado ativo. As reavaliações serão feitas com tal regularidade que, no final do período de
relatório, o valor contábil do ativo não seja significativamente diferente do seu valor justo.

76 O método de reavaliação não permite:

(a) a reavaliação de ativos intangíveis que não foram anteriormente reconhecidos como ativos; ou

(b) o reconhecimento inicial de ativos intangíveis por valores que não sejam o custo.

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77 O método de reavaliação é aplicado após um ativo ter sido reconhecido inicialmente pelo custo. Entretanto,
se apenas parte do custo de um ativo intangível for reconhecida como um ativo, pois o ativo não atendeu
aos critérios de reconhecimento até parte do caminho ao longo do processo (vide parágrafo 65), o método
de reavaliação pode ser aplicado à totalidade desse ativo. Do mesmo modo, o método de reavaliação
pode ser aplicado a um ativo intangível que foi recebido por meio de uma subvenção governamental e
reconhecido por um valor nominal (vide parágrafo 44).

78 É incomum existir um mercado ativo para um ativo intangível, embora isso possa acontecer. Por exemplo,
em algumas jurisdições, pode existir um mercado ativo para licenças de táxi livremente transferíveis,
licenças de pesca ou cotas de produção. Contudo, não pode existir um mercado ativo para marcas,
cabeçalhos, direitos de publicação de música e filme, patentes ou marcas registradas, pois cada um desses
ativos é único. Do mesmo modo, embora os ativos intangíveis sejam comprados e vendidos, os contratos
são negociados entre compradores e vendedores individuais, e as transações são relativamente raras. Por
esses motivos, o preço pago por um ativo pode não fornecer evidência suficiente do valor justo de outro.
Além disso, os preços frequentemente não estão disponíveis ao público.

79 A frequência de reavaliações depende da volatilidade dos valores justos dos ativos intangíveis sendo
reavaliados. Se o valor justo de um ativo reavaliado diferir significativamente de seu valor contábil, uma
reavaliação adicional é necessária. Alguns ativos intangíveis podem sofrer movimentos significativos e
voláteis no valor justo, necessitando, desse modo, de reavaliação anual. Essas reavaliações frequentes
são desnecessárias para ativos intangíveis com movimentos insignificantes no valor justo.

80 Se um ativo intangível for reavaliado, qualquer amortização acumulada na data da reavaliação é:

(a) reapresentada proporcionalmente com a mudança no valor contábil bruto do ativo, de modo que o
valor contábil do ativo após a reavaliação seja igual ao seu valor reavaliado; ou

(b) eliminada contra o valor contábil bruto do ativo e o valor líquido reapresentado para o valor
reavaliado do ativo.

81 Se um ativo intangível em uma classe de ativos intangíveis reavaliados não puder ser reavaliado,
pois não há nenhum mercado ativo para esse ativo, o ativo será reconhecido pelo seu custo menos
quaisquer amortização e perdas acumuladas por redução ao seu valor recuperável.

82 Se o valor justo de um ativo intangível reavaliado não puder mais ser determinado por referência a
um mercado ativo, o valor contábil do ativo será o seu valor reavaliado na data da última reavaliação
por referência ao mercado ativo, menos qualquer amortização acumulada subsequente e quaisquer
perdas acumuladas subsequentes por redução ao seu valor recuperável.

83 O fato de que não existe mais um mercado ativo para um ativo intangível reavaliado pode indicar que o
ativo possa ter problemas de recuperação e que ele precisa ser testado de acordo com a IAS 36.

84 Se o valor justo do ativo puder ser mensurado por referência a um mercado ativo em uma data de
mensuração subsequente, o método de reavaliação é aplicado a partir dessa data.

85 Se o valor contábil de um ativo intangível for aumentado como resultado de uma reavaliação, o
aumento será reconhecido em outros resultados abrangentes e acumulado no patrimônio líquido
sob a rubrica superavit de reavaliação. Entretanto, o aumento será reconhecido em lucros e perdas
na medida em que reverter uma redução na reavaliação do mesmo ativo anteriormente reconhecido
em lucros e perdas.

86 Se o valor contábil de um ativo intangível for reduzido como resultado de uma reavaliação, a
redução será reconhecida em lucros e perdas. Entretanto, a redução será reconhecida em outro
resultado abrangente na medida de qualquer saldo positivo no superavit de reavaliação em relação
a esse ativo. A redução reconhecida em outros resultados abrangentes reduz o valor acumulado no
patrimônio líquido sob a rubrica superavit de reavaliação.

87 O superavit de reavaliação acumulado incluído no patrimônio líquido pode ser transferido diretamente
para lucros acumulados quando o superavit for realizado. Todo o superavit pode ser realizado na baixa

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IFRS Foundation A949
IAS 38

ou alienação do ativo. Entretanto, parte do superavit pode ser realizada à medida que o ativo é usado pela
entidade; nesse caso, o valor do superavit realizado é a diferença entre a amortização com base no valor
contábil reavaliado do ativo e a amortização que teria sido reconhecida com base no custo histórico do
ativo. A transferência de superavit de reavaliação para lucros acumulados não é feita por meio de lucros
e perdas.

Vida útil
88 Uma entidade avaliará se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida e, se definida, a
duração, ou o número de unidades de produção ou unidades similares que constituem essa vida útil.
Um ativo intangível será considerado pela entidade como tendo uma vida útil indefinida quando,
com base em uma análise de todos os fatores relevantes, não houver nenhum limite previsível em
relação ao período durante o qual se espera que o ativo gere fluxos de entrada de caixa líquidos
para a entidade.

89 A contabilização de um ativo intangível é baseada em sua vida útil. Um ativo intangível com uma vida
útil definida é amortizado (vide parágrafos 97-106), e um ativo intangível com uma vida útil indefinida
não é amortizado (vide parágrafos 107-110). Os Exemplos Ilustrativos que acompanham esta Norma
ilustram a determinação de vida útil para diferentes ativos intangíveis, e a contabilização subsequente
desses ativos com base nas determinações de vida útil.

90 Muitos fatores são considerados ao determinar a vida útil de um ativo intangível, incluindo:

(a) o uso esperado do ativo pela entidade e se o ativo poderia ser gerenciado eficientemente por outra
equipe da administração;

(b) os típicos ciclos de vida do produto para o ativo e as informações públicas sobre estimativas de
vidas úteis de ativos similares que sejam usados de forma similar;

(c) obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou outros tipos;

(d) a estabilidade do setor em que o ativo opera e mudanças na demanda do mercado para a produção
de produtos ou serviços provenientes do ativo;

(e) ações esperadas por concorrentes ou concorrentes potenciais;

(f) o nível de gasto com manutenção exigido para obter os benefícios econômicos futuros esperados
do ativo e a capacidade e a intenção da entidade de alcançar tal nível;

(g) o período de controle sobre o ativo e limites legais ou similares sobre o uso do ativo como, por
exemplo, datas de vencimento de respectivos arrendamentos; e

(h) se a vida útil do ativo depender da vida útil de outros ativos da entidade.

91 O termo “indefinido” não significa “infinito”. A vida útil de um ativo intangível reflete apenas esse nível
de gasto com manutenção futura exigido para manter o ativo em seu padrão de desempenho avaliado
na ocasião da estimativa da vida útil do ativo, e a capacidade e a intenção da entidade de alcançar esse
nível. Uma conclusão de que a vida útil de um ativo intangível é indefinida não deve depender do gasto
futuro planejado além daquele exigido para manter o ativo nesse padrão de desempenho.

92 Considerando o histórico de mudanças rápidas em tecnologia, software de computador e muitos outros


ativos intangíveis estão suscetíveis à obsolescência tecnológica. Portanto, provavelmente sua vida útil
será curta.

93 A vida útil de um ativo intangível pode ser muito longa ou até indefinida. A incerteza justifica estimar
a vida útil de um ativo intangível de forma prudente, mas não justifica escolher uma vida útil que seja
irrealisticamente curta.

A950 ©
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94 A vida útil de um ativo intangível que resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais não
excederá o período dos direitos contratuais ou outros direitos legais, mas poderá ser mais curta
dependendo do período ao longo do qual a entidade espera usar o ativo. Se os direitos contratuais
ou outros direitos legais forem transmitidos por um prazo limitado que possa ser renovado, a vida
útil do ativo intangível incluirá o(s) período(s) de renovação somente se houver evidência para
suportar a renovação pela entidade sem custo significativo. A vida útil de um direito readquirido
reconhecido como um ativo intangível em uma combinação de negócios é o período contratual
remanescente do contrato em que o direito foi concedido e não incluirá períodos de renovação.

95 Pode haver tanto fatores econômicos quanto fatores legais que influenciem a vida útil de um ativo
intangível. Os fatores econômicos determinam o período ao longo do qual os benefícios econômicos
futuros serão recebidos pela entidade. Os fatores legais podem restringir o período ao longo do qual a
entidade controla o acesso a esses benefícios. A vida útil é a mais curta entre os períodos determinados
por esses fatores.

96 A existência dos seguintes fatores, entre outros, indica que uma entidade seria capaz de renovar os direitos
contratuais ou outros direitos legais sem custo significativo:

(a) há evidência, possivelmente baseada em experiência, de que os direitos contratuais ou outros


direitos legais serão renovados. Se a renovação for contingente ao consentimento de um terceiro,
isso inclui evidência de que o terceiro dará seu consentimento;

(b) há evidência de que quaisquer condições necessárias para obter a renovação serão cumpridas; e

(c) o custo de renovação para a entidade não é significativo quando comparado com os benefícios
econômicos futuros que se espera fluírem para a entidade a partir da renovação.

Se o custo de renovação for significativo quando comparado com os benefícios econômicos futuros que
se espera fluírem para a entidade a partir da renovação, o custo de “renovação” representa, em substância,
o custo de adquirir um ativo intangível novo na data de renovação.

Ativos intangíveis com vidas úteis definidas

Período de amortização e método de amortização


97 O valor depreciável de um ativo intangível com uma vida útil definida será alocado em uma base
sistemática ao longo de sua vida útil. A amortização terá início quando o ativo estiver disponível
para uso, ou seja, quando ele estiver no local e na condição necessária para que seja capaz de
operar da forma pretendida pela administração. A amortização cessará no que ocorrer primeiro
entre a data em que o ativo for classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo de
alienação que seja classificado como mantido para venda) de acordo com a IFRS 5 e a data em que
o ativo é baixado. O método de amortização utilizado refletirá o padrão em que se espera que os
benefícios econômicos futuros do ativo sejam consumidos pela entidade. Se esse padrão não puder
ser determinado de forma confiável, o método linear será utilizado. O encargo de amortização
de cada período será reconhecido em lucros e perdas, exceto se esta ou outra Norma permitir ou
exigir que ele seja incluído no valor contábil de outro ativo.

98 Diversos métodos de amortização podem ser utilizados para alocar o valor depreciável de um ativo em
uma base sistemática ao longo de sua vida útil. Esses métodos incluem o método linear, o método de
saldo decrescente e o método das unidades de produção. O método utilizado é selecionado com base
no padrão de consumo esperado dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo
e é aplicado de forma consistente de período a período, exceto se houver uma mudança no padrão de
consumo esperado desses benefícios econômicos futuros.

99 A amortização é geralmente reconhecida em lucros e perdas. Entretanto, algumas vezes os benefícios


econômicos futuros incorporados em um ativo são absorvidos na produção de outros ativos. Nesse caso,
o encargo de amortização constitui parte do custo do outro ativo e é incluído em seu valor contábil. Por

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exemplo, a amortização de ativos intangíveis utilizados em um processo de produção é incluída no valor


contábil de estoques (vide IAS 2 – Estoques).

Valor residual
100 O valor residual de um ativo intangível com uma vida útil definida será assumido como zero, exceto se:

(a) se houver um compromisso de um terceiro em comprar o ativo no final de sua vida útil; ou

(b) houver um mercado ativo (tal como definido na IFRS 13) para o ativo e:

(i) o valor residual puder ser determinado por referência a esse mercado; e

(ii) for provável que esse mercado existirá no fim da vida útil do ativo.

101 O valor depreciável de um ativo com uma vida útil definida é determinado após a dedução de seu valor
residual. Um valor residual diferente de zero implica que uma entidade espera alienar o ativo intangível
antes do fim de sua vida econômica.

102 Uma estimativa do valor residual de um ativo é baseada no valor recuperável da alienação, utilizando
preços em vigor na data da estimativa para a venda de um ativo similar que tenha atingido o fim de
sua vida útil e tenha funcionado sob condições similares àquelas em que o ativo será utilizado. O valor
residual é revisado pelo menos a cada final de exercício financeiro. Uma mudança no valor residual do
ativo é contabilizada como uma mudança em uma estimativa contábil de acordo com a IAS 8 – Políticas
Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

103 O valor residual de um ativo intangível pode aumentar a um valor igual ou maior que o valor contábil
do ativo. Em caso positivo, o encargo de amortização do ativo é zero, exceto e até que seu valor residual
diminua subsequentemente a um valor abaixo do valor contábil do ativo.

Revisão do período de amortização e método de amortização


104 O período de amortização e o método de amortização de um ativo intangível com uma vida útil
definida serão revisados pelo menos a cada final de exercício financeiro. Se a vida útil esperada do
ativo for diferente das estimativas anteriores, o período de amortização será mudado da mesma
forma. Se houver uma mudança no padrão esperado de consumo dos benefícios econômicos futuros
incorporados no ativo, o método de amortização será mudado para refletir o padrão alterado. Essas
mudanças serão contabilizadas como mudança nas estimativas contábeis de acordo com a IAS 8.

105 Durante a vida de um ativo intangível, pode ficar aparente que a estimativa de sua vida útil é inadequada.
Por exemplo, o reconhecimento de uma perda por redução ao valor recuperável pode indicar que o período
de amortização precisa ser mudado.

106 Ao longo do tempo, o padrão de benefícios econômicos futuros que se espera fluírem para uma entidade de
um ativo intangível pode mudar. Por exemplo, pode ficar aparente que um método de amortização do saldo
decrescente é apropriado em vez de um método linear. Outro exemplo é se o uso dos direitos representados
por uma licença é diferido na falta de ação de outros componentes do plano de negócio. Nesse caso, os
benefícios econômicos que fluem do ativo podem não ser recebidos até períodos posteriores.

Ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas


107 Um ativo intangível com uma vida útil indefinida não será amortizado.

108 De acordo com a IAS 36, uma entidade está obrigada a testar um ativo intangível com uma vida útil
indefinida quanto à redução ao valor recuperável, comparando este último com seu valor contábil.

(a) anualmente, e

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(b) sempre que houver uma indicação de que o ativo intangível possa ter problemas de recuperação.

Revisão da avaliação de vida útil


109 A vida útil de um ativo intangível que não está sendo amortizado será revisada em cada período
para determinar se os eventos e circunstâncias continuam a suportar uma avaliação de vida útil
indefinida para esse ativo. Caso contrário, a mudança na avaliação de vida útil de indefinida para
definida será contabilizada como uma mudança na estimativa contábil de acordo com a IAS 8.

110 De acordo com a IAS 36, a reavaliação da vida útil de um ativo intangível como definida em vez de
indefinida é um indicador de que o ativo possa ter problemas de recuperação. Como resultado, a entidade
testa o ativo quanto à redução ao valor recuperável, comparando seu valor recuperável determinado
de acordo com a IAS 36 com seu valor contábil, e reconhecendo qualquer excedente do valor contábil
sobre o valor recuperável como uma perda por redução ao seu valor recuperável.

Recuperação do valor contábil – perdas por redução ao valor recuperável


111 Para determinar se um ativo intangível tem problemas de recuperação, uma entidade aplica a IAS 36.
Essa Norma explica quando e como uma entidade revisa o valor contábil de seus ativos, como ela
determina o valor recuperável de um ativo e quando ela reconhece ou reverte uma perda por redução ao
valor recuperável.

Baixas e alienações
112 Um ativo intangível será baixado:

(a) na alienação; ou

(b) quando não forem esperados benefícios econômicos futuros de seu uso ou alienação.

113 O ganho ou perda resultante da baixa de um ativo intangível será determinado como a diferença
entre os proventos líquidos da alienação, se houver, e o valor contábil do ativo. Ele será reconhecido
em lucros e perdas quando o ativo for baixado (exceto se a IAS 17 exigir de outro modo em uma
transação de venda e de retroarrendamento). Os ganhos não serão classificados como receitas.

114 A alienação de um ativo intangível pode ocorrer de diversas formas (por exemplo, por meio de venda,
celebração de um arrendamento financeiro ou por doação). Ao determinar a data de alienação desse ativo,
uma entidade aplica os critérios na IAS 18 – Receita para reconhecer a receita proveniente da venda de
bens. A IAS 17 aplica-se à alienação por uma transação de venda e de retroarrendamento

115 Se, de acordo com o princípio de reconhecimento no parágrafo 21, uma entidade reconhecer no valor
contábil de um ativo o custo de substituição de parte de um ativo intangível, então ela baixa o valor
contábil da parte substituída. Se não for praticável para uma entidade determinar o valor contábil da
parte substituída, ela pode usar o custo de substituição como uma indicação de qual era o custo da parte
substituída na época em que foi adquirido ou gerado internamente.

115A No caso de um direito readquirido em uma combinação de negócios, se o direito for reemitido
subsequentemente (vendido) a um terceiro, o respectivo valor contábil, se houver, será utilizado na
determinação do ganho ou perda na reemissão.

116 A contrapartida a receber na alienação de um ativo intangível é reconhecida inicialmente pelo seu
valor justo. Se o pagamento pelo ativo intangível for diferido, a contrapartida recebida é reconhecida
inicialmente pelo equivalente ao preço à vista. A diferença entre o valor nominal da contrapartida e o
equivalente ao preço à vista é reconhecida como receita de juros de acordo com a IAS 18, refletindo
o rendimento efetivo sobre o recebível.

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117 A amortização de um ativo intangível com uma vida útil definida não cessa quando o ativo intangível não
for mais utilizado, exceto se o ativo tiver sido totalmente depreciado ou for classificado como mantido
para venda (ou incluído em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda) de
acordo com a IFRS 5.

Divulgação

Disposições Gerais
118 Uma entidade divulgará os seguintes itens para cada classe de ativos intangíveis, distinguindo entre
ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis:

(a) se as vidas úteis são indefinidas ou definidas e, se definidas, as vidas úteis ou as taxas de
amortização utilizadas;

(b) os métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vidas úteis definidas;

(c) o valor contábil bruto e qualquer amortização acumulada (agregados às perdas acumuladas
por redução ao valor recuperável) no início e no final do período;

(d) as rubricas da demonstração do resultado abrangente em que está incluída qualquer


amortização de ativos intangíveis;

(e) uma conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando:

(i) adições, indicando separadamente aquelas provenientes de desenvolvimento interno,


aquelas adquiridas separadamente e aquelas adquiridas por meio de combinações
de negócios;

(ii) os ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo de


alienação que seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5 e
outras alienações;

(iii) aumentos ou reduções durante o período resultantes de reavaliações previstas nos


parágrafos 75, 85 e 86 e de perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas ou
revertidas em outros resultados abrangentes de acordo com IAS 36 (se houver);

(iv) perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em lucros e perdas durante o
período de acordo com a IAS 36 (se houver);

(v) perdas por redução ao valor recuperável revertidas em lucros e perdas durante o período
de acordo com a IAS 36 (se houver);

(vi) qualquer amortização reconhecida durante o período;

(vii) diferenças de câmbio líquidas resultantes da conversão de demonstrações financeiras


para a moeda de apresentação, e da conversão de uma operação no exterior para a
moeda de apresentação da entidade; e

(viii) outras mudanças no valor contábil durante o período.

119 Uma classe de ativos intangíveis é um agrupamento de ativos de natureza e uso similares nas operações
de uma entidade. Exemplos de classes separadas podem incluir:

(a) nomes comerciais;

(b) cabeçalhos e títulos de publicação;

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(c) software de computador;

(d) licenças e franquias;

(e) direitos autorais, patentes e outros direitos de propriedade industrial, direitos de serviço e operação;

(f) receitas, fórmulas, modelos, projetos e protótipos; e

(g) ativos intangíveis em desenvolvimento.

As classes acima mencionadas serão desagregadas (agregadas) em classes menores (maiores) se isso
resultar em informações mais relevantes aos usuários das demonstrações financeiras.

120 Uma entidade divulga informações sobre ativos intangíveis com problemas de recuperação de acordo
com a IAS 36, além das informações exigidas pelo parágrafo 118(e)(iii)-(v).

121 A IAS 8 exige que uma entidade divulgue a natureza e o valor de uma mudança em uma estimativa
contábil que tenha um efeito relevante no período corrente ou se espera ter um efeito relevante em
períodos subsequentes. Essa divulgação pode resultar de mudanças em:

(a) avaliação da vida útil de um ativo intangível;

(b) método de amortização; ou

(c) valores residuais.

122 Uma entidade também divulgará:

(a) para um ativo intangível avaliado como um tendo uma vida útil indefinida, o valor contábil
desse ativo e os motivos que suportam a avaliação de uma vida útil indefinida. Ao explicar esses
motivos, a entidade descreverá os fatores que tiveram um papel significativo na determinação
de que o ativo possui uma vida útil indefinida.

(b) uma descrição, o valor contábil e o período de amortização remanescente de qualquer ativo
intangível individual que seja relevante para as demonstrações financeiras da entidade.

(c) para ativos intangíveis adquiridos por meio de uma subvenção governamental e reconhecidos
inicialmente ao valor justo (vide parágrafo 44):

(i) o valor justo reconhecido inicialmente para esses ativos;

(ii) seu valor contábil; e

(iii) se eles são mensurados após o reconhecimento de acordo com o método de custo ou o
método de reavaliação.

(d) a existência e valores contábeis de ativos intangíveis cujo título seja restrito e os valores
contábeis de ativos intangíveis dados como garantia para passivos.

(e) o valor de compromissos contratuais para a aquisição de ativos intangíveis.

123 Quando uma entidade descrever os fatores que tiveram papel significativo na determinação de que a vida
útil de um ativo intangível é indefinida, a entidade considera a lista de fatores no parágrafo 90.

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Ativos intangíveis mensurados após o reconhecimento utilizando o


método de reavaliação
124 Se os ativos intangíveis forem contabilizados aos valores reavaliados, uma entidade divulgará
o seguinte:

(a) por classe de ativos intangíveis:

(i) a data efetiva da reavaliação;

(ii) o valor contábil dos ativos intangíveis reavaliados; e

(iii) o valor contábil que teria sido reconhecido caso a classe reavaliada de ativos intangíveis
tivesse sido mensurada após o reconhecimento utilizando o método de custo no
parágrafo 74; e

(b) o valor do superavit de reavaliação que está relacionado aos ativos intangíveis no início e no
final do período, indicando as mudanças durante o período e quaisquer restrições sobre a
distribuição do saldo aos acionistas.

(c) [excluído]

125 Pode ser necessário agregar as classes de ativos reavaliados em classes maiores para fins de divulgação.
Entretanto, as classes não são agregadas se isso resultar na combinação de uma classe de ativos
intangíveis que inclua valores mensurados tanto de acordo com o método de custo quanto com o método
de reavaliação.

Gasto com pesquisa e desenvolvimento


126 Uma entidade divulgará o valor total do gasto com pesquisa e desenvolvimento reconhecido como
uma despesa durante o período.

127 O gasto com pesquisa e desenvolvimento compreende todo o gasto que esteja diretamente atribuível às
atividades de pesquisa e desenvolvimento (vide parágrafos 66 e 67 para orientação sobre o tipo de gasto
a ser incluído para a finalidade do requisito de divulgação no parágrafo 126).

Outras informações
128 Uma entidade é incentivada, mas não obrigada, a divulgar as seguintes informações:

(a) uma descrição de qualquer ativo intangível totalmente amortizado que ainda esteja em uso; e

(b) uma descrição resumida de ativos intangíveis significativos controlados pela entidade, mas não
reconhecidos como ativos, pois eles não atendem aos critérios de reconhecimento nesta Norma ou
porque foram adquiridos ou gerados antes da versão da IAS 38 – Ativos Intangíveis, emitida em
1998, entrar em vigor.

Disposições transitórias e data de vigência


129 [Excluído]

130 Uma entidade aplicará esta Norma:

(a) à contabilização de ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios para os quais a data
do contrato é em ou após 31 de março de 2004; e

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(b) à contabilização de todos os outros ativos intangíveis prospectivamente a partir do início do primeiro
período anual iniciado em ou após 31 de março de 2004. Desse modo, a entidade não ajustará o
valor contábil dos ativos intangíveis reconhecidos nessa data. Entretanto, a entidade, nessa data,
aplicará esta Norma para reavaliar as vidas úteis desses ativos intangíveis. Se, como resultado
dessa reavaliação, a entidade mudar sua avaliação da vida útil de um ativo, essa mudança será
contabilizada como uma mudança em uma estimativa contábil de acordo com a IAS 8.

130A Uma entidade aplicará as alterações do parágrafo 2 a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro
de 2006. Se uma entidade aplicar a IFRS 6 a um período anterior, essas alterações serão aplicadas a esse
período anterior.

130B A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia
usada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou os parágrafos 85, 86 e 118(e)(iii). Uma entidade aplicará
essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

130C A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) alterou os parágrafos 12, 33–35, 68, 69, 94 e 130, excluiu os
parágrafos 38 e 129 e adicionou o parágrafo 115A. Melhorias às IFRSs, emitida em abril de 2009, alterou
os parágrafos 36 e 37. Uma entidade aplicará prospectivamente essas alterações a períodos anuais iniciados
em ou após 1º de julho de 2009. Portanto, os valores reconhecidos para ativos intangíveis e ágio em
combinações de negócios anteriores não serão ajustados. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em
2008) para um período anterior, ela aplicará as alterações para esse período anterior e divulgará esse fato.

130D Os parágrafos 69, 70 e 98 foram alterados e o parágrafo 69A foi acrescentado pela Melhorias às IFRSs
emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações
para um período anterior, ela divulgará esse fato.

130E [Excluído]

130F A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram o parágrafo 3(e).
Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

130G A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 8, 33, 47, 50, 75, 78, 82, 84, 100 e 124 e
excluiu os parágrafos 39-41 e 130E. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

Trocas de ativos similares


131 O requisito no parágrafo 129 e 130(b) para aplicar esta Norma prospectivamente significa que se uma
troca de ativos foi mensurada antes da data de vigência desta Norma com base no valor contábil do ativo
trocado, a entidade não reapresenta o valor contábil do ativo adquirido para refletir seu valor justo na
data de aquisição.

Aplicação antecipada
132 As entidades às quais se aplica o parágrafo 130 são incentivadas a aplicar os requisitos desta Norma antes
das datas de vigência especificadas no parágrafo 130. Entretanto, se uma entidade aplicar esta Norma
antes dessas datas de vigência, ela também aplicará a IFRS 3 e a IAS 36 (tal como revisada em 2004) na
mesma época.

Revogação da IAS 38 (emitida em 1998)


133 Esta Norma substitui a IAS 38 – Ativos Intangíveis (emitida em 1998).

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IFRS Foundation A957
IAS 39

Norma Internacional de Contabilidade IAS 39

Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 39 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais
de Contabilidade em março de 1999. Essa norma substituiu a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento
e Mensuração original, que foi emitida em dezembro de 1998. Essa IAS 39 original substituiu algumas partes da
IAS 25 – Contabilização de Investimentos, que foi emitida em março de 1986.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 39 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.
A IAS 39 revisada também incorporou uma seção de Orientação de Implementação, que substituiu uma série de
Perguntas e Respostas que foi desenvolvida pelo Comitê de Orientação de Implementação da IAS 39.

Após isso, o IASB fez alterações adicionais à IAS 39:

(a) em março de 2004, para permitir que a contabilização de cobertura de valor justo fosse utilizada para
uma cobertura de carteira de risco de taxa de juros;

(b) em junho de 2005, relativas a quando a opção de valor justo poderia ser aplicada;

(c) em julho de 2008, para fornecer orientação de aplicação para ilustrar como os princípios subjacentes à
contabilização de cobertura deveriam ser aplicados;

(d) em outubro de 2008, para permitir que alguns tipos de ativos financeiros fossem reclassificados; e

(e) em março de 2009, para tratar como alguns derivativos embutidos deveriam ser mensurados se eles
tivessem sido anteriormente reclassificados.

Em agosto de 2005, o IASB emitiu a IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações. Consequentemente, os


requisitos de divulgação que estavam na IAS 39 foram transferidos para a IFRS 7.

O IASB pretende substituir a IAS 39 em sua totalidade. Contudo, em resposta a solicitações de partes interessadas
de que a contabilização de instrumentos financeiros deveria ser melhorada rapidamente, o IASB dividiu seu
projeto em fases. Conforme o IASB conclui cada fase, ele criará capítulos na IFRS 9 que substituem os requisitos
relevantes da IAS 39.

Em novembro de 2009, o IASB emitiu os capítulos da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros relativos à classificação
e mensuração de ativos financeiros. Em outubro de 2010 o IASB acrescentou à IFRS 9 os requisitos relativos à
classificação e mensuração de passivos financeiros. Quando esses capítulos foram emitidos, o IASB retirou esses
requisitos relevantes da IAS 39.

Em outubro de 2010 o IASB também transferiu os requisitos relativos à baixa de ativos financeiros e passivos
financeiros e derivativos embutidos da IAS 39 para a IFRS 9.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 39. Elas incluem a IFRS 7 – Instrumentos
Financeiros: Divulgações (emitida em agosto de 2005), a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras
(tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008 e abril de 2009) e a
IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (emitida em maio de 2011).

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IAS 39

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 39
INSTRUMENTOS FINANCEIROS: RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
OBJETIVO [EXCLUÍDO]
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 8
DERIVATIVOS EMBUTIDOS [Excluído]
RECONHECIMENTO E BAIXA [Excluído]
MENSURAÇÃO [Excluído]
Redução ao valor recuperável e impossibilidade de cobrança de
ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado 58
Cobertura 71
Instrumentos de cobertura 72
Instrumentos que se qualificam 72
Designação de instrumentos de cobertura 74
Itens protegidos 78
Itens que se qualificam 78
Designação de itens financeiros como itens protegidos 81
Designação de itens não financeiros como itens protegidos 82
Designação de grupos de itens como itens protegidos 83
Contabilização de cobertura 85
Coberturas de valor justo 89
Coberturas de fluxo de caixa 95
Coberturas de um investimento líquido 102
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 103
REVOGAÇÃO DE OUTROS PRONUNCIAMENTOS 109
APÊNDICE A:
Orientação de aplicação
Alcance OA1
Definições [Excluído]
Designação como ao valor justo por meio do resultado [Excluído]
Taxa de juros efetiva OA5
Custos de transação OA13
Derivativos embutidos [Excluído]
Reconhecimento e baixa [Excluído]
Mensuração [Excluído]
Redução ao valor recuperável e impossibilidade de cobrança de
ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado OA84
Receita de juros após o reconhecimento de redução ao valor recuperável OA93

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IAS 39

Cobertura OA94
Instrumentos de cobertura OA94
Instrumentos que se qualificam OA94
Itens protegidos OA98
Itens que se qualificam OA98
Designação de itens financeiros como itens protegidos OA99C
Designação de itens não financeiros como itens protegidos OA100
Designação de grupos de itens como itens protegidos OA101
Contabilização de cobertura OA102
Avaliação da efetividade de cobertura OA105
Contabilização de cobertura de valor justo para uma cobertura
de carteira de risco de taxa de juros OA114
Transição OA133
APÊNDICE B:
Alterações a outros pronunciamentos

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 39 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE ALTERAÇÕES À IAS 39:
Contabilização de Cobertura de Valor Justo para uma Cobertura de Carteira de Risco de Taxa de
Juros emitida em março de 2004
Transição e Reconhecimento Inicial de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros
emitida em dezembro de 2004
Contabilização de Cobertura de Fluxo de Caixa de Transações Intragrupo Previstas
emitida em abril de 2005
A Opção de Valor Justo emitida em junho de 2005
Contratos de Garantia Financeira (Alterações à IAS 39 e à IFRS 4) emitida em agosto de 2005
Itens Protegidos Elegíveis emitida em julho de 2008
Derivativos Embutidos (Alterações à IFRIC 9 e à IAS 39) emitida em março de 20091
BASE PARA CONCLUSÕES
OPINIÕES DIVERGENTES
EXEMPLO ILUSTRATIVO
ORIENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO

1 A IFRIC 9 foi substituída pela IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, emitida em outubro de 2010.

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IAS 39

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração


(IAS 39) é definida nos parágrafos 1-110 e nos Apêndices A e B. Todos os parágrafos têm igual importância,
mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo IASB. A IAS 39 deve ser lida no contexto
de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro
(IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência
de orientação explícita.

A962 ©
IFRS Foundation
IAS 39

Introdução

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) decidiu substituir a IAS 39 – Instrumentos


Financeiros: Reconhecimento e Mensuração ao longo de um período de tempo. A primeira parte, que trata da
classificação e mensuração de ativos financeiros, foi emitida como IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, em
novembro de 2009. Os requisitos para classificação e mensuração de passivos financeiros e baixa de ativos e
passivos financeiros foram acrescentados à IFRS 9 em outubro de 2010. Como consequência, partes da IAS 39 estão
sendo substituídas e se tornarão obsoletas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2015. Foram
publicadas propostas para substituir os requisitos sobre redução ao valor recuperável e espera-se que propostas
sobre contabilização de cobertura sejam publicadas em 2010. Os requisitos restantes da IAS 39 continuam em vigor
até que sejam substituídos por futuras partes da IFRS 9. O Conselho espera substituir a IAS 39 em sua totalidade.

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IAS 39

Norma Internacional de Contabilidade IAS 39


Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

1 [Excluído]

Alcance
2 Esta Norma será aplicada por todas as entidades a todos os tipos de instrumentos financeiros,
exceto:

(a) participações em subsidiárias, coligadas ou empreendimentos em conjunto (joint ventures)


que são contabilizadas de acordo com a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas,
a IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas, ou a IAS 28 – Investimentos em Coligadas
e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures). Entretanto, as entidades aplicarão esta
Norma a uma participação em uma subsidiária, coligada ou empreendimento em conjunto
que, de acordo com a IAS 27 ou IAS 28, seja contabilizada de acordo com esta Norma. As
entidades também aplicarão esta Norma aos derivativos em uma participação em subsidiária,
coligada ou empreendimento em conjunto, exceto se o derivativo atender à definição de um
instrumento de patrimônio da entidade na IAS 32.

(b) direitos e obrigações previstos em arrendamentos aos quais se aplique a IAS 17 –


Arrendamentos. Entretanto:

(i) os recebíveis de arrendamento reconhecidos por um arrendador estão sujeitos às


disposições de baixa e redução ao valor recuperável desta Norma (vide parágrafos
15‑37, 58, 59, 63-65 e Apêndice A parágrafos OA36-OA52 e OA84-OA93);

(ii) as contas a pagar de arrendamento financeiro reconhecidas por um arrendatário


estão sujeitas às disposições de baixa desta Norma (vide parágrafos 39-42 e Apêndice
A parágrafos OA57-OA63); e

(iii) derivativos que estão embutidos em arrendamentos estão sujeitos às disposições sobre
derivativos embutidos desta Norma (vide parágrafos 10-13 e Apêndice A parágrafos
OA27-OA33).

(c) os direitos e obrigações de empregadores dentro de um plano de benefício para empregados,


aos quais se aplica a IAS 19 – Benefícios aos Empregados.

(d) instrumentos financeiros emitidos pela entidade que atenderem à definição de instrumento
de patrimônio da IAS 32 (incluindo opções e bônus de subscrição) ou que tiverem de ser
classificados como instrumento de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com
os parágrafos 16C e 16D da IAS 32. Entretanto, o titular desses instrumentos de patrimônio
aplicará esta Norma a esses instrumentos, exceto se atenderem à exceção do item (a) acima.

(e) os direitos e obrigações decorrentes de (i) um contrato de seguro, conforme definido na


IFRS 4 – Contratos de Seguro, que não sejam direitos e obrigações de uma emitente decorrentes
de um contrato de seguro que atenda à definição de contrato de garantia financeira no
parágrafo 9, ou (ii) um contrato que esteja dentro do alcance da IFRS 4, porque contém uma
característica de participação discricionária. Contudo, esta Norma se aplica a um derivativo
que está embutido em um contrato dentro do alcance da IFRS 4 se o derivativo não é, ele
próprio, um contrato dentro do alcance da IFRS 4 (vide parágrafos 10-13 e Apêndice A
parágrafos OA27-OA33 desta Norma). Além disso, se uma emitente de contratos de garantia
financeira tiver anteriormente afirmado explicitamente que considera esses contratos como
contratos de seguro e tiver usado a contabilização aplicável a contratos de seguro, a emitente
pode decidir aplicar esta Norma ou a IFRS 4 a esses contratos de garantia financeira (vide

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IAS 39

parágrafos OA4 e OA4A). A emitente pode tomar essa decisão, contrato a contrato, mas a
decisão para cada contrato é irrevogável.

(f) [excluído]

(g) qualquer contrato a termo entre uma adquirente e um acionista vendedor para comprar
ou vender uma adquirida que resultará em uma combinação de negócios em uma data de
aquisição futura. O prazo do contrato a termo não deverá exceder um período razoável
normalmente necessário para obter quaisquer aprovações exigidas e para concluir a transação.

(h) compromissos de empréstimo, exceto os compromissos de empréstimo descritos no


parágrafo 4. Uma emitente de compromissos de empréstimo aplicará a IAS 37 – Provisões,
Passivos Contingentes e Ativos Contingentes a compromissos de empréstimo que não estejam
dentro do alcance desta Norma. Contudo, todos os compromissos de empréstimo estão
sujeitos às disposições de baixa desta Norma (vide parágrafos 15-42 e Apêndice A parágrafos
OA36‑OA63).

(i) instrumentos financeiros, contratos e obrigações previstos em transações de pagamento


baseadas em ações aos quais se aplique a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações, com exceção
de contratos dentro do alcance dos parágrafos 5‑7 desta Norma, aos quais esta Norma se aplica.

(j) direitos a pagamentos para reembolsar a entidade por gastos incorridos para liquidar um
passivo que reconheça como uma provisão de acordo com a IAS 37, ou para os quais, em um
período anterior, tenha reconhecido uma provisão de acordo com a IAS 37.

3 [Excluído]

4 Os seguintes compromissos de empréstimos estão dentro do alcance desta Norma:

(a) compromissos de empréstimos que a entidade designe como passivos financeiros ao valor
justo por meio do resultado (vide parágrafo 4.2.2 da IFRS 9). Uma entidade que tenha no
passado a prática de venda de ativos resultante de seus compromissos de empréstimo logo
após a originação aplicará esta Norma a todos os seus compromissos de empréstimo na
mesma classe.

(b) os compromissos de empréstimos que possam ser liquidados pelo valor líquido à vista ou pela
entrega ou emissão de outro instrumento financeiro. Esses compromissos de empréstimo são
derivativos. Um compromisso de empréstimo não é considerado como liquidado pelo valor
líquido meramente pelo fato de o empréstimo ter sido pago em prestações (por exemplo, um
empréstimo hipotecário para construção que seja pago em parcelas, de acordo com o progresso
da construção).

(c) compromissos para fornecer um empréstimo a uma taxa de juros abaixo do mercado (vide
parágrafo 4.2.1 da IFRS 9).

5 Esta Norma será aplicada àqueles contratos de compra e venda de um item não financeiro que
puderem ser liquidados pelo valor líquido à vista ou por outro instrumento financeiro, ou pela
troca de instrumentos financeiros, como se os contratos fossem instrumentos financeiros, com
exceção dos contratos que foram celebrados e continuam a ser mantidos para fins de recebimento
ou entrega de um item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso
esperados da entidade.

6 Há diversas formas em que um contrato para compra ou venda de um item não financeiro possa ser
liquidado pelo valor líquido à vista ou por outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos
financeiros. Essas formas incluem:

(a) quando os termos do contrato permitem que uma das partes o liquide, pelo valor líquido à vista ou
outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros;

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IAS 39

(b) quando a capacidade de liquidar pelo valor líquido à vista ou outro instrumento financeiro, ou pela
troca de instrumentos financeiros, não estiver explícita nos termos do contrato, mas a entidade tiver
uma prática de liquidação de contratos similares, pelo valor líquido à vista ou outro instrumento
financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros (se com a contraparte, celebrando o contrato
de compensação, ou vendendo o contrato antes de seu exercício ou prescrição);

(c) quando, para contratos similares, a entidade tiver a prática de obter a entrega do item subjacente e
vendê-lo, dentro de um curto período após a entrega, para a finalidade de gerar um lucro proveniente
de flutuações de curto prazo no preço ou margem do revendedor; e

(d) quando um item não financeiro que for objeto do contrato for prontamente conversível em caixa.

Um contrato ao qual se aplique (b) ou (c) não é celebrado para fins de recebimento ou entrega de um
item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados da entidade e,
consequentemente, está dentro do alcance desta Norma. Outros contratos aos quais se aplica o parágrafo 5
são avaliados para determinar se foram celebrados e continuam a ser mantidos para fins de recebimento
ou entrega do item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados da
entidade e, consequentemente, se estão dentro do alcance desta Norma.

7 Uma opção lançada de compra ou venda de um item não financeiro que pode ser liquidada pelo valor
líquido à vista ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, de acordo com
o parágrafo 6(a) ou (d) está dentro do alcance desta Norma. Esse contrato não pode ser celebrado para
fins de recebimento ou entrega do item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda
ou uso esperados da entidade.

Definições
8 Os termos definidos na IFRS 9 e na IAS 32 são usados nesta Norma com significados especificados no
Apêndice A da IFRS 9 e no parágrafo 11 da IAS 32. A IFRS 9 e a IAS 32 definem os seguintes termos:

yy ativo financeiro

yy baixa

yy contrato de garantia financeira

yy derivativo

yy instrumento de patrimônio

yy instrumento financeiro

yy passivo financeiro

yy valor justo

e fornecem orientação sobre a aplicação dessas definições.

9 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Definições relacionadas a reconhecimento e mensuração

O custo amortizado de um ativo financeiro ou passivo financeiro é o valor pelo qual o ativo financeiro
ou passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial, menos a amortização do principal,
mais ou menos a amortização acumulada utilizando-se o método de juros efetivos, de qualquer
diferença entre esse valor inicial e o valor no vencimento, e menos qualquer redução (diretamente
ou pelo uso de uma provisão) no valor recuperável ou impossibilidade de cobrança.

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IAS 39

O método de juros efetivos é um método para o cálculo do custo amortizado de um ativo financeiro
ou de um passivo financeiro (ou de um grupo de ativos financeiros ou passivos financeiros) e para
a alocação da receita ou da despesa de juros ao longo do período correspondente.

A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos dos
fluxos de caixa futuros estimados ao longo da vida esperada do instrumento financeiro ou, quando
apropriado, de um período mais curto, em relação ao valor contábil líquido do ativo financeiro ou
passivo financeiro. Ao calcular a taxa de juros efetiva, a entidade estimará os fluxos de caixa levando
em consideração todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo, pagamento
antecipado, opções de compra e similares), mas não considerará futuras perdas de crédito. O cálculo
inclui todos os honorários e pontos, pagos ou recebidos, entre as partes do contrato que sejam parte
integrante da taxa de juros efetiva (vide IAS 18 – Receita), custos de transação e todos os outros
prêmios ou descontos. Há uma presunção de que os fluxos de caixa e a vida esperada de um grupo
de instrumentos financeiros similares podem ser estimados de forma confiável. Contudo, nos casos
raros em que não é possível estimar de forma confiável os fluxos de caixa ou a vida esperada de
um instrumento financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros), a entidade utilizará os fluxos
de caixa contratuais ao longo de todo o prazo contratual do instrumento financeiro (ou grupo de
instrumentos financeiros).

Custos de transação são os custos incrementais diretamente atribuíveis à aquisição, emissão ou


alienação de um ativo financeiro ou passivo financeiro (vide parágrafo OA13 do Apêndice A). Custo
incremental é aquele que não teria sido incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou
alienado o instrumento financeiro.

Definições relacionadas à contabilização de cobertura

Um compromisso firme é um contrato de venda fechado, para a troca de uma quantidade


determinada de recursos, a um preço determinado, em uma data ou datas futuras determinadas.

Uma transação prevista é uma transação futura não comprometida, mas prevista.

Um instrumento de cobertura (hedging) é um derivativo designado ou (para uma cobertura do risco


de mudanças em taxas de câmbio apenas) um ativo financeiro ou passivo financeiro não derivativo
designado, cujo valor justo ou fluxos de caixa se espera que compensem mudanças no valor justo ou
fluxos de caixa de um item protegido designado (os parágrafos 72-77 e os parágrafos OA94‑OA97
do Apêndice A detalham a definição de instrumento de cobertura).

Um item protegido é um ativo, passivo, compromisso firme, transação prevista altamente provável
ou investimento líquido em uma operação no exterior que (a) exponha a entidade ao risco de
mudanças no valor justo ou nos fluxos de caixa futuros e (b) seja designada como um item
protegido (os parágrafos 78-84 e os parágrafos OA98-OA101 do Apêndice A detalham a definição
de itens protegidos).

A efetividade de cobertura é o grau em que as mudanças no valor justo ou nos fluxos de caixa do
item protegido que são atribuíveis a um risco protegido são compensadas por mudanças no valor
justo ou nos fluxos de caixa do instrumento de cobertura (vide parágrafos OA105-OA113 do
Apêndice A).

10–57 [Excluídos]

Redução ao valor recuperável e impossibilidade de cobrança de ativos


financeiros mensurados pelo custo amortizado
58 Uma entidade avaliará, no final de cada período de relatório, se há qualquer evidência objetiva de
que um ativo financeiro ou grupo de ativos financeiros mensurado pelo custo amortizado apresenta
problemas de recuperação. Se houver essa evidência, a entidade aplicará o parágrafo 63 para
determinar o valor de qualquer perda por redução ao valor recuperável.

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IAS 39

59 Um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros é constatado como apresentando problemas de


recuperação e as perdas por redução ao valor recuperável são incorridas se, e apenas se, houver evidência
objetiva da redução ao seu valor recuperável como resultado de um ou mais eventos que tenham ocorrido
após o reconhecimento inicial do ativo (um “evento de perda”), e esse evento (ou eventos) de perda
tiver(em) um impacto sobre os fluxos de caixa futuros estimados do ativo financeiro ou do grupo de ativos
financeiros que possa ser estimado de forma confiável. Pode não ser possível identificar um evento único
e distinto que tenha causado a redução ao valor recuperável. Em vez disso, o efeito combinado de diversos
eventos pode ter causado a redução ao valor recuperável. As perdas esperadas como resultado de eventos
futuros, independentemente de sua probabilidade, não são reconhecidas. A evidência objetiva de que um
ativo financeiro ou grupo de ativos apresenta problemas de recuperação inclui dados observáveis que
são levados à atenção do titular do ativo sobre os seguintes eventos de perda.

(a) dificuldade financeira significativa do emissor ou devedor;

(b) uma quebra de contrato, como, por exemplo, inadimplência ou atraso nos pagamentos de juros
ou principal;

(c) o mutuante, por motivos econômicos ou legais, relacionados à dificuldade financeira do mutuário,
dá ao mutuário uma concessão que o mutuante, de outro modo, não consideraria;

(d) ficar provável que o mutuário entrará em falência ou passará por outra reorganização financeira;

(e) o desaparecimento de um mercado ativo para esse ativo financeiro, por causa de dificuldades
financeiras; ou

(f) dados observáveis indicando que há uma redução mensurável nos fluxos de caixa futuros estimados
provenientes de um grupo de ativos financeiros, desde o reconhecimento inicial dos ativos, embora a
redução ainda não possa ser identificada com os ativos financeiros individuais no grupo, incluindo:

(i) mudanças adversas na situação de pagamento de mutuários no grupo (por exemplo, o maior
número de pagamentos em atraso ou o maior número de mutuantes de cartão de crédito que
atingiram seu limite de crédito e estão pagando o valor mínimo mensalmente); ou

(ii) condições econômicas nacionais ou locais que se correlacionam com inadimplência nos
ativos no grupo (por exemplo, um aumento na taxa de desemprego na área geográfica dos
mutuários, uma redução nos preços de imóveis para hipotecas na respectiva área, uma redução
nos preços de petróleo para ativos de empréstimo a produtores de petróleo ou mudanças
adversas nas condições da indústria que afetem os mutuários do grupo).

60 O desaparecimento de um mercado ativo porque os instrumentos financeiros de uma entidade deixaram


de ser negociados publicamente não é uma evidência de redução ao valor recuperável. Uma redução
no nível de classificação de crédito de uma entidade não é, por si só, evidência de redução ao valor
recuperável, embora possa ser evidência de redução ao valor recuperável quando considerada com outras
informações disponíveis. Um declínio no valor justo do ativo financeiro abaixo de seu custo ou custo
amortizado não é necessariamente evidência de redução ao valor recuperável (por exemplo, um declínio
no valor justo de um investimento em um instrumento de dívida que resulte de um aumento na taxa de
juros livre de riscos).

61 [Excluído]

62 Em alguns casos, os dados observáveis necessários para estimar o valor de uma perda por redução ao
valor recuperável sobre um ativo financeiro podem ser limitados ou deixar de ser totalmente pertinentes
às circunstâncias atuais. Por exemplo, quando um mutuário estiver em dificuldades financeiras e houver
muito poucos dados históricos relacionados a mutuários similares. Nesses casos, uma entidade utiliza seu
julgamento experiente para estimar o valor de qualquer perda por redução ao valor recuperável. De forma
similar, uma entidade usa seu julgamento experiente para ajustar dados observáveis para um grupo de
ativos financeiros para refletir circunstâncias atuais (vide parágrafo OA89). O uso de estimativas razoáveis
é parte essencial da elaboração das demonstrações financeiras e não prejudica sua confiabilidade.

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IAS 39

63 Se houver evidência objetiva de que uma perda por redução ao valor recuperável sobre ativos
financeiros mensurados pelo custo amortizado foi incorrida, o valor da perda é mensurado como
a diferença entre o valor contábil do ativo e o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados
(excluindo perdas de crédito futuras que não tenham sido incorridas), descontada pela taxa de juros
efetiva original do ativo financeiro (ou seja, a taxa de juros efetiva computada no reconhecimento
inicial). O valor contábil do ativo será reduzido diretamente ou pelo uso de uma conta retificadora.
O valor da perda será reconhecido em lucros e perdas.

64 Uma entidade primeiro avalia se a evidência objetiva de redução ao valor recuperável existe
individualmente para ativos financeiros que sejam individualmente significativos e, individual ou
coletivamente, para ativos financeiros que não sejam individualmente significativos (vide parágrafo 59).
Se uma entidade determinar que não existe nenhuma evidência de redução ao valor recuperável para um
ativo financeiro avaliado individualmente, seja significativo ou não, ela inclui o ativo em um grupo de
ativos financeiros com características de risco de crédito similares e os avalia coletivamente quanto à
redução ao valor recuperável. Os ativos que forem avaliados individualmente quanto à redução ao valor
recuperável e para os quais uma perda por redução ao valor recuperável é ou continua a ser reconhecida
não estão incluídos em uma avaliação coletiva de redução ao valor recuperável.

65 Se, em um período subsequente, o valor da perda por redução ao valor recuperável diminuir e a
diminuição puder ser relacionada objetivamente a um evento que ocorra após o reconhecimento
da redução ao valor recuperável (como, por exemplo, uma melhoria na classificação de crédito
do devedor), a perda por redução ao valor recuperável anteriormente reconhecida será revertida
diretamente ou pelo ajuste de uma conta retificadora. A reversão não resultará em um valor
contábil do ativo financeiro que exceda o que teria sido o custo amortizado caso a redução ao
valor recuperável não tivesse sido reconhecida na data em que a redução ao valor recuperável for
revertida. O valor da reversão será reconhecido em lucros e perdas.

66–70 [Excluídos]

Cobertura
71 Se houver uma relação de cobertura designada entre um instrumento de cobertura e um item
protegido, conforme descrito nos parágrafos 85-88 e nos parágrafos OA102-OA104 do Apêndice A,
a contabilização do ganho ou perda sobre o instrumento de cobertura e o item protegido seguirá
os parágrafos 89-102.

Instrumentos de cobertura
Instrumentos que se qualificam

72 Esta Norma não restringe as circunstâncias em que um derivativo pode ser designado como um instrumento
de cobertura, desde que as condições no parágrafo 88 sejam atendidas, com exceção de algumas opções
lançadas (vide parágrafo OA94 do Apêndice A). Entretanto, um ativo financeiro não derivativo ou um
passivo financeiro não derivativo pode ser designado como um instrumento de cobertura apenas para
uma cobertura de um risco de moeda estrangeira.

73 Para fins de contabilização de cobertura, apenas os instrumentos que envolvam uma parte externa
à entidade que reporta (ou seja, externa ao grupo ou entidade individual sobre a qual estejam sendo
fornecidas informações) podem ser designados como instrumentos de cobertura. Embora entidades
individuais dentro de um grupo consolidado ou divisões dentro de uma entidade possam realizar
transações de cobertura com outras entidades dentro do grupo ou divisões dentro da entidade, quaisquer
dessas transações intragrupos são eliminadas na consolidação. Portanto, essas transações de cobertura
não se qualificam para contabilização de cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo.
Entretanto, elas podem se qualificar para contabilização de cobertura nas demonstrações financeiras
individuais ou separadas de entidades individuais dentro do grupo, desde que sejam externas à entidade
individual sobre a qual são fornecidas informações.

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IAS 39

Designação de instrumentos de cobertura

74 Há normalmente uma única mensuração do valor justo para um instrumento de cobertura em sua totalidade,
e os fatores que causam mudanças no valor justo são co-dependentes. Assim, uma relação de cobertura
é designada por uma entidade para um instrumento de cobertura em sua totalidade. As únicas exceções
permitidas são:

(a) a separação do valor intrínseco e do valor temporal de um contrato de opção e a designação como
instrumento de cobertura apenas da mudança no valor intrínseco de uma opção e a exclusão da
mudança no valor temporal; e

(b) separação do elemento juros do preço à vista do contrato a termo.

Essas exceções são permitidas, porque o valor intrínseco da opção e o prêmio sobre o contrato a termo
pode, de modo geral, ser mensurado separadamente. Uma estratégia de cobertura dinâmica que avalia tanto
o valor intrínseco quanto o valor temporal de um contrato de opção pode se qualificar para contabilização
de cobertura.

75 Uma proporção de todo o instrumento de cobertura como, por exemplo, 50 por cento do valor nocional,
pode ser designada como o instrumento de cobertura em uma relação de cobertura. Entretanto, uma
relação de cobertura pode não ser designada para apenas uma parte do período de tempo durante o qual
um instrumento de cobertura permanece pendente.

76 Um único instrumento de cobertura pode ser designado como uma cobertura para mais de um tipo de risco,
desde que (a) os riscos protegidos possam ser claramente identificados; (b) a efetividade de cobertura
possa ser demonstrada; e (c) seja possível garantir que haja designação específica do instrumento de
cobertura e diferentes posições de risco.

77 Dois ou mais derivativos ou proporções deles (ou, no caso de uma cobertura de risco de moeda, dois
ou mais não derivativos ou proporções deles, ou uma combinação de derivativos e não derivativos ou
proporções deles) podem ser vistos em combinação e conjuntamente designados como instrumento de
cobertura, incluindo quando o(s) risco(s) resultante(s) de alguns derivativos compensar(em) aqueles
resultantes de outros. Entretanto, um colar de taxa de juros ou outro derivativo que combinar uma opção
lançada e uma opção comprada não se qualifica como instrumento de cobertura se for, na verdade,
uma opção lançada líquida (pela qual um prêmio líquido é recebido). De forma similar, dois ou mais
instrumentos (ou proporções deles) podem ser designados como instrumento de cobertura apenas se
nenhum deles for uma opção lançada ou uma opção lançada líquida.

Itens protegidos
Itens que se qualificam

78 Um item protegido pode ser um ativo ou passivo reconhecido, um compromisso firme não reconhecido,
uma transação prevista altamente provável ou um investimento líquido em uma operação no exterior. O
item protegido pode ser (a) um único ativo, passivo, compromisso firme, transação prevista altamente
provável ou investimento líquido em uma operação no exterior, (b) um grupo de ativos, passivos,
compromissos firmes, transações previstas altamente prováveis ou investimentos líquidos em operações
no exterior com características de risco similares ou (c) apenas em uma cobertura de carteira de risco
de taxa de juros, uma parte da carteira de ativos financeiros ou passivos financeiros que compartilhe o
risco que está sendo protegido.

79 [Excluído]

80 Para fins de contabilização de cobertura, apenas ativos, passivos, compromissos firmes ou transações
previstas altamente prováveis que envolvam uma parte externa à entidade podem ser designados como
itens protegidos. Ocorre que a contabilização de cobertura pode ser aplicada a transações entre entidades
do mesmo grupo somente nas demonstrações financeiras individuais ou separadas dessas entidades e não
nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo, exceto em relação às demonstrações financeiras

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consolidadas de uma entidade de investimento, conforme definido na IFRS 10, em que as transações
entre uma entidade de investimento e suas subsidiárias mensuradas ao valor justo por meio do resultado
não serão eliminadas nas demonstrações financeiras consolidadas. Como exceção, o risco de moeda
estrangeira de um item monetário intragrupo (por exemplo, uma conta a pagar/receber entre duas
subsidiárias) pode se qualificar como um item protegido nas demonstrações financeiras consolidadas, se
resultar em uma exposição a ganhos ou perdas de taxa de câmbio que não forem totalmente eliminadas
na consolidação de acordo com a IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio. De acordo
com a IAS 21, os ganhos e perdas de taxa de câmbio em itens monetários intragrupo não são totalmente
eliminados na consolidação, quando o item monetário intragrupo é transacionado entre duas entidades
do grupo que possuem diferentes moedas funcionais. Além disso, o risco de moeda estrangeira de
uma transação intragrupo prevista altamente provável pode se qualificar como um item protegido nas
demonstrações financeiras consolidadas, desde que a transação seja denominada em uma moeda que
não seja a moeda funcional da entidade que realiza essa transação e o risco de moeda estrangeira afete
os lucros e perdas consolidados.

Designação de itens financeiros como itens protegidos

81 Se o item protegido for um ativo financeiro ou passivo financeiro, ele pode ser um item protegido em
relação aos riscos associados apenas a uma parcela de seus fluxos de caixa ou valor justo (como, por
exemplo, um ou mais fluxos de caixa contratuais selecionados ou partes deles ou uma porcentagem do
valor justo), desde que a efetividade possa ser mensurada. Por exemplo, uma parcela identificável e
separadamente mensurável da exposição à taxa de juros de um ativo com incidência de juros ou passivo
com incidência de juros pode ser designada como o risco protegido (como, por exemplo, taxa de juros
livre de risco ou componente de taxa de juros comparativa da exposição à taxa de juros total de um
instrumento financeiro protegido).

81A Em uma cobertura de valor justo da exposição a taxa de juros de uma carteira de ativos financeiros
ou passivos financeiros (e apenas nesse tipo de cobertura), a parcela protegida pode ser designada em
termos de um valor em uma moeda (por exemplo, um valor em dólar, euro, libra ou rand), em vez de
ativos (ou passivos) individuais. Embora a carteira possa, para fins de gerenciamento de risco, incluir
ativos e passivos, o valor designado é um valor de ativos ou um valor de passivos. A designação de
um valor líquido incluindo ativos e passivos não é permitida. A entidade pode proteger uma parcela
do risco de taxa de juros associado a esse valor designado. Por exemplo, no caso de uma cobertura de
uma carteira contendo ativos pré-pagáveis, a entidade pode proteger a mudança no valor justo que seja
atribuível a uma mudança na taxa de juros protegida, com base nas datas de reprecificação esperadas, e
não contratuais. Quando a parcela protegida for baseada nas datas de reprecificação esperadas, o efeito
que essas mudanças na taxa de juros protegida têm sobre as datas de reprecificação esperadas será
incluído ao determinar a mudança no valor justo do item protegido. Consequentemente, se uma carteira
que contém itens pré-pagáveis é protegida com um derivativo não pré-pagável, surge inefetividade se as
datas em que se espera que os itens na carteira protegida sejam pré-pagos forem revistas ou se as datas
de pré-pagamento reais diferirem daquelas esperadas.

Designação de itens não financeiros como itens protegidos

82 Se o item protegido for um ativo não financeiro ou passivo não financeiro, ele será designado como
um item protegido (a) para riscos de moeda estrangeira, ou (b) em sua totalidade para todos os
riscos, por causa da dificuldade de isolar e mensurar a parcela apropriada dos fluxos de caixa ou as
mudanças no valor justo atribuíveis a riscos específicos que não sejam riscos de moeda estrangeira.

Designação de grupos de itens como itens protegidos

83 Ativos similares ou passivos similares serão agregados e protegidos como um grupo apenas se os ativos
individuais ou passivos individuais no grupo compartilharem a exposição a risco que é designada como
sendo protegida. Além disso, espera-se que a mudança no valor justo atribuível ao risco protegido para
cada item individual no grupo seja aproximadamente proporcional à mudança geral no valor justo
atribuível ao risco protegido do grupo de itens.

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84 Como uma entidade avalia a efetividade de cobertura em comparação com a mudança no valor justo ou
fluxo de caixa de um instrumento de cobertura (ou grupo de instrumentos de cobertura similares) e um
item protegido (ou grupo de itens similares protegidos), a comparação de um instrumento de cobertura
com uma situação líquida geral (por exemplo, o valor líquido de todos os ativos de taxa fixa e passivos
de taxa fixa com vencimentos similares), em vez de com um item protegido específico, não se qualifica
para contabilização de cobertura.

Contabilização de cobertura
85 A contabilização de cobertura reconhece os efeitos da compensação em lucros e perdas das mudanças
nos valores justos do instrumento de cobertura e do item protegido.

86 As relações de cobertura são de três tipos:

(a) cobertura de valor justo: uma cobertura da exposição a mudanças no valor justo de um
ativo ou passivo reconhecido ou de um compromisso firme não reconhecido ou de uma
parte identificada desse ativo, passivo ou compromisso firme, que seja atribuível a um risco
específico e que possa afetar os lucros e perdas.

(b) cobertura de fluxo de caixa: uma cobertura da exposição à variabilidade nos fluxos de caixa
que (i) seja atribuível a um risco específico associado a um ativo ou passivo reconhecido
(como, por exemplo, a totalidade ou parte dos pagamentos de juros futuros sobre dívida
de taxa variável) ou uma transação prevista altamente provável e (ii) possa afetar os lucros
e perdas.

(c) cobertura de um investimento líquido em uma operação no exterior, conforme definido na


IAS 21.

87 Uma cobertura de um risco de moeda estrangeira de um compromisso firme pode ser contabilizada como
uma cobertura de valor justo ou como uma cobertura de fluxo de caixa.

88 Uma relação de cobertura se qualifica para contabilização de cobertura de acordo com os parágrafos
89-102 se, e apenas se, todas as seguintes condições forem atendidas.

(a) No início da cobertura, houver uma designação e documentação formal da relação de


cobertura e o objetivo e estratégia de gerenciamento de risco da entidade para assumir a
cobertura. Essa documentação incluirá a identificação do instrumento de cobertura, o item ou
transação protegida, a natureza do risco que está sendo protegido e como a entidade avaliará
a efetividade do instrumento de cobertura na compensação da exposição a mudanças no valor
justo do item protegido ou fluxos de caixa atribuíveis ao risco protegido.

(b) Espera-se que a cobertura seja altamente eficaz (vide parágrafos OA105-OA113 do
Apêndice A) na compensação das mudanças no valor justo ou fluxos de caixa atribuíveis ao
risco protegido, de forma consistente com a estratégia de gerenciamento de risco originalmente
documentada para essa relação de cobertura específica.

(c) Para as coberturas de fluxo de caixa, uma transação prevista que é objeto da cobertura deve
ser altamente provável e deve apresentar uma exposição às variações nos fluxos de caixa que
possam afetar os lucros e perdas.

(d) A efetividade de cobertura possa ser mensurada de forma confiável, ou seja, o valor justo ou
fluxos de caixa do item protegido que forem atribuíveis ao risco protegido e o valor justo do
instrumento de cobertura possam ser mensurados de forma confiável.

(e) A cobertura seja avaliada continuamente e determinada na prática como tendo sido altamente
eficaz em todos os períodos de relatórios financeiros, para os quais a cobertura foi designada.

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Coberturas de valor justo

89 Se uma cobertura de valor justo atender às condições do parágrafo 88 durante o período, ela deve
ser contabilizada da seguinte forma:

(a) o ganho ou perda proveniente da remensuração do instrumento de cobertura ao valor justo


(para um instrumento derivativo de cobertura) ou o componente de moeda estrangeira de
seu valor contábil mensurado de acordo com a IAS 21 (para um instrumento não derivativo
de cobertura) será reconhecido em lucros e perdas; e

(b) o ganho ou perda sobre o item protegido atribuível ao risco coberto ajusta o valor contábil
do item protegido e será reconhecido em lucros e perdas. Isso se aplica se o item protegido
for, de outro modo, mensurado pelo custo.

89A Para uma cobertura de valor justo de exposição à taxa de juros de uma parcela de uma carteira de ativos
financeiros ou passivos financeiros (e apenas nessa cobertura), o requisito do parágrafo 89(b) pode ser
atendido pela apresentação do ganho ou perda atribuível ao item protegido:

(a) em uma única rubrica separada dentro de ativos, para aqueles períodos de reprecificação para os
quais o item protegido seja um ativo; ou

(b) em uma única rubrica separada dentro de passivos, para aqueles períodos de reprecificação para
os quais o item protegido seja um passivo.

As rubricas separadas referidas em (a) e (b) acima serão apresentadas ao lado dos ativos financeiros ou
passivos financeiros. Os valores incluídos nessas rubricas serão removidos da demonstração da posição
financeira, quando os ativos ou passivos aos quais se relacionam forem baixados.

90 Se apenas os riscos específicos atribuíveis a um item protegido forem protegidos, as mudanças


reconhecidas no valor justo do item protegido não relacionadas ao risco protegido são reconhecidas
conforme definido no parágrafo 5.7.1 da IFRS 9.

91 Uma entidade descontinuará prospectivamente a contabilização de cobertura especificada no


parágrafo 89, se:

(a) o instrumento de cobertura expirar ou for vendido, rescindido ou exercido (para esse fim, a
substituição ou rolagem de um instrumento de cobertura em outro instrumento de cobertura
não é uma expiração ou rescisão, se essa substituição ou rolagem for parte da estratégia de
cobertura documentada da entidade);

(b) a cobertura não mais atender aos critérios para contabilização de cobertura do parágrafo
88; ou

(c) a entidade revogar a designação.

92 Qualquer ajuste resultante do parágrafo 89(b) ao valor contábil de um instrumento financeiro


protegido para o qual o método de juros efetivos seja utilizado (ou no caso de uma cobertura de
carteira de risco de taxa de juros, à rubrica separada na demonstração da posição financeira
descrita no parágrafo 89A) será amortizado a lucros e perdas. A amortização pode ter início assim
que houver um ajuste e começará o mais tardar quando o item protegido deixar de ser ajustado para
as mudanças em seu valor justo atribuíveis ao risco que está sendo protegido. O ajuste é baseado
em uma taxa de juros efetiva recalculada na data em que começar a amortização. Entretanto, se, no
caso de cobertura de valor justo da exposição à taxa de juros de uma carteira de ativos financeiros
ou passivos financeiros (e apenas nessa cobertura), a amortização usando uma taxa de juros efetiva
recalculada não for possível, o ajuste será amortizado pelo método linear. O ajuste será amortizado
totalmente até o vencimento do instrumento financeiro ou, no caso de uma cobertura de carteira
de risco de taxa de juros, até o vencimento do respectivo período de reprecificação.

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93 Quando um compromisso firme não reconhecido for designado como um item protegido, a mudança
acumulada subsequente no valor justo do compromisso firme atribuível ao risco protegido é reconhecida
como um ativo ou passivo com o respectivo ganho ou perda reconhecido em lucros e perdas [vide
parágrafo 89 (b)]. As mudanças no valor justo do instrumento de cobertura também são reconhecidas
em lucros e perdas.

94 Quando uma entidade celebrar um compromisso firme para adquirir um ativo ou assumir um passivo que
seja um item protegido em uma cobertura de valor justo, o valor contábil inicial do ativo ou passivo que
resulte do atendimento pela entidade do compromisso firme é ajustado para incluir a mudança acumulada
no valor justo do compromisso firme atribuível ao risco protegido que foi reconhecido na demonstração
da posição financeira.

Coberturas de fluxo de caixa

95 Se uma cobertura de fluxo de caixa atender às condições do parágrafo 88 durante o período, ela
será contabilizado da seguinte forma:

(a) a parcela do ganho ou da perda sobre o instrumento de cobertura que for determinada como
cobertura efetiva (vide parágrafo 88) será reconhecida em outros resultados abrangentes; e

(b) a parcela inefetiva do ganho ou perda sobre o instrumento de cobertura será reconhecida em
lucros e perdas.

96 Mais especificamente, uma cobertura de fluxo de caixa é contabilizada da seguinte forma:

(a) o componente separado do patrimônio líquido associado ao item protegido é ajustado pelo menor
valor entre (em valores absolutos):

(i) o ganho ou perda acumulado sobre o instrumento de cobertura desde o início da cobertura; e

(ii) a mudança acumulada no valor justo (valor presente) dos fluxos de caixa futuros esperados
sobre o item protegido desde o início da cobertura;

(b) qualquer ganho ou perda remanescente sobre o instrumento de cobertura ou componente designado
dele (que não seja uma cobertura efetiva) é reconhecido em lucros e perdas; e

(c) se uma estratégia documentada de gerenciamento de risco de uma entidade para uma relação de
cobertura específica excluir da avaliação da efetividade de cobertura um componente específico
do ganho ou perda ou dos respectivos fluxos de caixa sobre o instrumento de cobertura [vide
parágrafos 74, 75 e 88 (a)], esse componente excluído de ganho ou perda é reconhecido de acordo
com o parágrafo 5.7.1 da IFRS 9.

97 Se uma cobertura de uma transação prevista resultar subsequentemente no reconhecimento de


um ativo financeiro ou um passivo financeiro, os respectivos ganhos ou perdas que tiverem sido
reconhecidos em outros resultados abrangentes de acordo com o parágrafo 95 serão reclassificados
do patrimônio líquido para lucros e perdas, como um ajuste de reclassificação [vide IAS 1 (tal como
revisada em 2007)] no mesmo período ou períodos, durante os quais os fluxos de caixa protegidos
previstos afetarem os lucros e perdas (como, por exemplo, nos períodos em que a receita de juros
ou despesa de juros é reconhecida). Entretanto, se uma entidade esperar que a totalidade ou parte
de uma perda reconhecida em outros resultados abrangentes não seja recuperada em um ou mais
períodos futuros, ela reclassificará para lucros e perdas, como um ajuste de reclassificação, o valor
cuja recuperação não seja esperada.

98 Se uma cobertura de uma transação prevista subsequentemente resultar no reconhecimento de um


ativo não financeiro ou um passivo não financeiro, ou uma transação prevista para um ativo não

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financeiro ou passivo não financeiro se tornar um compromisso firme para o qual a contabilização
de cobertura do valor justo seja aplicada, então a entidade adotará (a) ou (b) abaixo:

(a) Ela reclassifica os respectivos ganhos ou perdas que tiverem sido reconhecidos em outros
resultados abrangentes de acordo com o parágrafo 95 para lucros e perdas, como um ajuste
de reclassificação [vide IAS 1 (revisada em 2007)] no mesmo período ou períodos durante os
quais o ativo adquirido ou passivo assumido afetar o lucros e perdas (como, por exemplo, nos
períodos em que a despesa de depreciação ou custo de vendas seja reconhecida). Entretanto,
se uma entidade espera que a totalidade ou parte de uma perda reconhecida em outros
resultados abrangentes não seja recuperada em um ou mais períodos futuros, ela reclassificará
do patrimônio líquido para lucros e perdas, como um ajuste de reclassificação, o valor cuja
recuperação não é esperada.

(b) Ela remove os respectivos ganhos e perdas que foram reconhecidos em outros resultados
abrangentes de acordo com o parágrafo 95 e os inclui no custo inicial ou outro valor contábil
do ativo ou passivo.

99 Uma entidade adotará como sua política contábil tanto o item (a) ou (b) do parágrafo 98 e a aplicará
de forma consistente a todas as coberturas referidas no parágrafo 98.

100 Para coberturas de fluxos de caixa, exceto aqueles cobertos pelos parágrafos 97 e 98, os valores que
tiverem sido reconhecidos em outros resultados abrangentes serão reclassificados do patrimônio
líquido para lucros e perdas, como um ajuste de classificação [vide IAS 1 (revisada em 2007)] no
mesmo período ou períodos durante os quais os fluxos de caixa protegidos previstos afetarem os
lucros e perdas (por exemplo, quando ocorrer uma venda prevista).

101 Em quaisquer das seguintes circunstâncias, uma entidade descontinuará prospectivamente a


contabilização de cobertura especificada nos parágrafos 95-100:

(a) Se o instrumento de cobertura expirar ou for vendido, liquidado ou exercido (para esse fim, a
substituição ou rolagem de um instrumento de cobertura para outro instrumento de cobertura
não é um exercício ou liquidação, se essa substituição ou rolagem for parte da estratégia
de cobertura documentada da entidade). Nesse caso, o ganho ou perda acumulado sobre
o instrumento de cobertura que foi reconhecido em outros resultados abrangentes desde o
período em que a cobertura estava efetiva [vide parágrafo 95(a)] permanecerá separadamente
no patrimônio líquido até que a transação prevista ocorra. Quando a transação ocorrer, os
parágrafos 97, 98 ou 100 serão aplicáveis.

(b) Se a cobertura deixar de atender ao critério para contabilização de cobertura no parágrafo 88.


Nesse caso, o ganho ou perda acumulado sobre o instrumento de cobertura que foi reconhecido
em outros resultados abrangentes desde o período em que a cobertura estava efetiva [vide
parágrafo 95(a)] permanecerá separadamente no patrimônio líquido até que a transação
prevista ocorra. Quando a transação ocorrer, os parágrafos 97, 98 ou 100 serão aplicáveis.

(c) Se não for mais esperado que a transação prevista ocorra, caso em que qualquer respectivo
ganho ou perda acumulado sobre o instrumento de cobertura que foi reconhecido em
outros resultados abrangentes a partir do período em que a cobertura estava efetiva [vide
parágrafo 95(a)] será reclassificado do patrimônio líquido para lucros e perdas, como um
ajuste de reclassificação. Uma transação prevista que deixou de ser altamente provável [vide
parágrafo 88(c)] pode ainda ser esperada que ocorra.

(d) Se a entidade revogar a designação. Para coberturas de uma transação prevista, o ganho ou
perda acumulado sobre o instrumento de cobertura que foi reconhecido em outros resultados
abrangentes desde o período em que a cobertura estava efetiva [vide parágrafo 95(a)]
permanecerá separadamente no patrimônio líquido até que a transação prevista ocorra ou se
espere que não mais ocorra. Quando a transação ocorrer, os parágrafos 97, 98 ou 100 serão
aplicáveis. Se não for mais esperado que a transação ocorra, o ganho ou perda acumulado que

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foi reconhecido em outros resultados abrangentes será reclassificado do patrimônio líquido


para lucros e perdas, como um ajuste de reclassificação.

Coberturas de um investimento líquido

102 As coberturas de um investimento líquido em uma operação no exterior, incluindo uma cobertura
de um item monetário que seja contabilizado como parte do investimento líquido (vide IAS 21),
serão contabilizadas de forma similar às coberturas de fluxo de caixa:

(a) a parcela do ganho ou da perda sobre o instrumento de cobertura que for determinada como
cobertura efetiva (vide parágrafo 88) será reconhecida em outros resultados abrangentes; e

(b) a parcela inefetiva será reconhecida em lucros e perdas.

O ganho ou perda sobre o instrumento de cobertura relacionado à parcela efetiva da cobertura que
tiver sido reconhecida em outros resultados abrangentes será reclassificado do patrimônio líquido
para lucros e perdas como um ajuste de reclassificação [vide IAS 1 (revisada em 2007)], de acordo
com os parágrafos 48-49 da IAS 21, na alienação ou alienação parcial da operação no exterior.

Data de vigência e transição


103 Uma entidade aplicará esta Norma (incluindo as alterações emitidas em março de 2004) para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada é permitida. Uma entidade não
aplicará esta Norma (incluindo as alterações emitidas em março de 2004) para períodos anuais iniciados
antes de 1º de janeiro de 2005, exceto se também aplicar a IAS 32 (emitida em dezembro de 2003). Se
uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará
esse fato.

103A Uma entidade aplicará a alteração do parágrafo 2(j) para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2006. Se uma entidade aplicar a IFRIC 5 – Direitos a Participações Decorrentes de Fundos
de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental para um período anterior, essa alteração será
aplicada para esse período anterior.

103B Contratos de Garantia Financeira (Alterações à IAS 39 e à IFRS 4) emitido em agosto de 2005 alterou
os parágrafos 2(e) e (h), 4 e OA4, acrescentou o parágrafo OA4A, acrescentou uma nova definição de
contratos de garantia financeira e excluiu o parágrafo 3. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma
entidade aplicar essas mudanças para um período anterior, ela divulgará o fato e aplicará as respectivas
alterações à IAS 322 e à IFRS 4 ao mesmo tempo.

103C A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso,
alterou os parágrafos 95(a), 97, 98, 100, 102, 108 e OA99B. Uma entidade aplicará essas alterações para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada
em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

103D A IFRS 3 (tal como revisada em 2008) excluiu o parágrafo 2(f). Uma entidade aplicará essa alteração para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revisada em
2008) para um período anterior, a alteração também será aplicada para esse período anterior. Entretanto,
a alteração não se aplica a contrapartida contingente que resultou de uma combinação de negócios para
a qual a data de aquisição antecedeu a aplicação da IFRS 3 (revisada em 2008). Em vez disso, uma
entidade contabilizará essa contrapartida de acordo com os parágrafos 65A-65E da IFRS 3 (conforme
alterada em 2010).

2 Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma referência à IFRS 7.

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103E A IAS 27 (tal como alterada em 2008) alterou o parágrafo 102. Uma entidade aplicará essa alteração para
períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada
em 2008) para um período anterior, a alteração será aplicada para esse período anterior.

103F Uma entidade aplicará a alteração no parágrafo 2 para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar Instrumentos Financeiros com Opção de Venda e Obrigações
Decorrentes da Liquidação (Alterações à IAS 32 e à IAS 1), emitida em fevereiro de 2008, para um
período anterior, as alterações do parágrafo 2 serão aplicadas para esse período anterior.

103G Uma entidade aplicará os parágrafos OA99BA, OA99E, OA99F, OA110A e OA110B retrospectivamente
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009, de acordo com a IAS 8 – Políticas
Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros. A aplicação antecipada é permitida. Se uma
entidade aplicar Itens Protegidos Elegíveis (Alteração à IAS 39) para períodos iniciados antes de 1º de
julho de 2009, ela divulgará esse fato.

103H–
103J [Excluídos]

103K Melhorias às IFRSs, emitida em abril de 2009, alterou os parágrafos 2(g), 97 e 100. Uma entidade aplicará
prospectivamente, a todos os contratos não vencidos, as alterações a esses parágrafos para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2010. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar
a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

103L–
103M [Excluídos]

103N O parágrafo 103D foi alterado por Melhorias as IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. A aplicação antecipada é
permitida.

103O A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 2, 4, 8, 9, 58, 63, 88(d), 89(b), 90, 96(c),
103B, 103C, 103K, 104, 108C, OA3–OA4, OA8, OA84, OA95, OA114(a) e OA118(b) e excluiu os
parágrafos 1, 10–57, 61, 66–70, 79, 103H–103J, 103L, 103M, 105–107A, OA4B–OA4K, OA9–OA12A,
OA14, OA15, OA27–OA83 e OA96. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9,
tal como emitida em outubro de 2010.

103P A IFRS 10 e a IFRS 11 – Negócios em Conjunto, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos 2(a),
15, OA3, OA36-OA38 e OA4I(a). Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a
IFRS 11.

103Q A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 9, 13, 28, 47, 88, OA46, OA52, OA64,
OA76, OA76A, OA80, OA81 e OA96, acrescentou o parágrafo 43A e excluiu os parágrafos 48-49,
OA69-OA75, OA77-OA79 e OA82. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

103R Entidades de Investimento (Alterações à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitida em outubro de 2012,
alterou os parágrafos 2 e 80. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2014. A aplicação antecipada de Entidades de Investimento é permitida. Se
aplicar essas alterações antecipadamente, a entidade aplicará também todas as alterações incluídas em
Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

104 Esta Norma será aplicada retrospectivamente, exceto pelo especificado no parágrafo 108. O saldo
de abertura de lucros acumulados para o período anterior mais antigo apresentado e todos os outros
valores comparativos serão ajustados como se esta Norma tivesse sempre estado em uso, a menos que
a reapresentação das informações seja impraticável. Se a reapresentação for impraticável, a entidade
divulgará esse fato e indicará até que ponto as informações foram reapresentadas.

105–
107A [Excluídos]

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108 Uma entidade não ajustará o valor contábil de ativos não financeiros e passivos não financeiros para
excluir ganhos e perdas relacionados a coberturas de fluxo de caixa que foram incluídos no valor contábil
antes do início do exercício financeiro em que esta Norma for aplicada pela primeira vez. No início do
período financeiro em que esta Norma for aplicada pela primeira vez, qualquer valor reconhecido fora
de lucros e perdas (em outros resultados abrangentes ou diretamente no patrimônio líquido) para uma
cobertura de um compromisso firme que, de acordo com esta Norma, seja contabilizada como uma
cobertura de valor justo será reclassificado como um ativo ou passivo, com exceção de uma cobertura
de risco de moeda estrangeira que continua a ser tratada como uma cobertura de fluxo de caixa.

108A Uma entidade aplicará a última sentença do parágrafo 80 e os parágrafos OA99A e OA99B, para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade
tiver designado como item protegido uma transação prevista externa que:

(a) seja denominada na moeda funcional da entidade que realiza a transação,

(b) dê origem a uma exposição que tenha um efeito sobre os lucros e perdas consolidados (ou seja, for
denominada em uma moeda que não seja a moeda de apresentação do grupo), e

(c) teria se qualificado para contabilização de cobertura, se não tivesse sido denominada na moeda
funcional da entidade que a realiza,

ela pode aplicar a contabilização de cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas no(s) período(s)
anterior(es) à data de aplicação da última sentença do parágrafo 80 e parágrafos OA99A e OA99B.

108B Uma entidade não precisa aplicar o parágrafo OA99B a informações comparativas relacionadas a períodos
anteriores à data de aplicação da última sentença do parágrafo 80 e do parágrafo OA99A.

108C Os parágrafos 73 e OA8 foram alterados pela Melhorias às IFRSs, emitida em maio de 2008. O parágrafo
80 foi alterado por Melhorias às IFRSs emitida em abril de 2009. Uma entidade aplicará essas alterações
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada de todas as
alterações é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará
esse fato.

Revogação de outros pronunciamentos


109 Esta Norma substitui a IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, revisada em
outubro de 2000.

110 Esta Norma e a respectiva Orientação de Implementação que a acompanha substituem a Orientação de
Implementação emitida pelo Comitê de Orientação de Implementação (IGC) da IAS 39, estabelecido
pelo antigo IASC.

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Apêndice A
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da Norma.

Alcance (parágrafos 2-7)


OA1 Alguns contratos exigem um pagamento baseado em variáveis climáticas, geológicas ou outras variáveis
físicas. (Aqueles baseados em variáveis climáticas são, às vezes, referidos como “derivativos climáticos”.)
Se esses contratos não estiverem dentro do alcance da IFRS 4, eles estão dentro do alcance desta Norma.

OA2 Esta Norma não altera os requisitos relacionados a planos de benefício aos empregados que atendam à
IAS 26 – Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios de Aposentadoria e contratos
de royalty com base no volume de vendas ou receitas de serviço que são contabilizados de acordo com
a IAS 18.

OA3 Algumas vezes, uma entidade faz o que ela considera como um “investimento estratégico” em
instrumentos de patrimônio emitidos por outra entidade, com a intenção de estabelecer ou manter um
relacionamento operacional de longo prazo com a entidade na qual o investimento é feito. A entidade
investidora ou empreendedor em conjunto utiliza a IAS 28 para determinar se o método de contabilização
de equivalência patrimonial é apropriado para esse investimento. Se o método de equivalência patrimonial
não for apropriado, a entidade aplica esta Norma e a IFRS 9 a esse investimento estratégico.

OA3A Esta Norma e a IFRS 9 se aplicam aos ativos financeiros e passivos financeiros de seguradoras, exceto
direitos e obrigações que o parágrafo 2(e) exclua por resultarem de contratos dentro do alcance da IFRS 4.

OA4 Contratos de garantia financeira podem ter diversas formas legais, tais como, uma garantia, alguns tipos
de carta de crédito e um contrato de inadimplência de crédito ou um contrato de seguro. Seu tratamento
contábil não depende de sua forma legal. Seguem abaixo exemplos do tratamento apropriado [vide
parágrafo 2(e)].

(a) Embora um contrato de garantia financeira atenda à definição de um contrato de seguro na IFRS 4,
se o risco transferido for significativo, a emitente aplica esta Norma e a IFRS 9. Não obstante, se a
emitente tiver anteriormente afirmado explicitamente que considera esses contratos como contratos
de seguro e tiver usado a contabilização aplicável a contratos de seguro, a emitente pode decidir
aplicar esta Norma e a IFRS 9 ou a IFRS 4 a esses contratos de garantia financeira. Se esta Norma e
a IFRS 9 forem aplicáveis, o parágrafo 5.1.1 da IFRS 9 exige que a emitente reconheça um contrato
de garantia financeira inicialmente ao valor justo. Se o contrato de garantia financeira tiver sido
emitido a uma parte não relacionada em uma transação individual em bases usuais de mercado,
seu valor justo no início provavelmente é igual ao premio recebido, exceto se houver evidência em
sentido contrário. Subsequentemente, exceto se o contrato de garantia financeira tiver sido designado
no início como ao valor justo por meio do resultado ou exceto se os parágrafos 3.2.15–3.2.23 e
B3.2.12–B3.2.17 da IFRS 9 forem aplicáveis (quando uma transferência de um ativo financeiro
não se qualificar para baixa ou a abordagem de envolvimento contínuo for aplicável), a emitente
o mensura pelo maior entre:

(i) o valor determinado de acordo com a IAS 37; e

(ii) o valor inicialmente reconhecido menos, quando apropriado, a amortização acumulada


reconhecida de acordo com a IAS 18 (vide parágrafo 4.2.1(c) da IFRS 9).

(b) Algumas garantias relacionadas a crédito não exigem, como pré-condição para pagamento, que o
titular esteja exposto a, e tenha incorrido em, perdas pelo não pagamento pelo devedor sobre o ativo
garantido quando devido. Um exemplo dessa garantia é aquela que exige pagamentos em resposta
a mudanças em uma classificação de crédito ou índice de crédito especificado. Essas garantias

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não são contratos de garantia financeira, como definido na IFRS 9, e não são contratos de seguro,
como definido na IFRS 4. Essas garantias são derivativos e a emitente aplica esta Norma e a IFRS 9
a elas.

(c) Se um contrato de garantia financeira tiver sido emitido em relação à venda de produtos, a emitente
aplica a IAS 18 na determinação de quando deve reconhecer a receita proveniente da garantia e da
venda de produtos.

OA4A Afirmações de que uma emitente considera contratos como contratos de seguro são normalmente
encontradas nos seus comunicados com clientes e reguladores, contratos, documentação de negócios e
demonstrações financeiras. Além disso, os contratos de seguro estão frequentemente sujeitos a requisitos
de contabilização que são distintos dos requisitos para outros tipos de transação, tais como contratos
emitidos por bancos ou empresas comerciais. Nesses casos, as demonstrações financeiras da emitente
normalmente incluem uma declaração de que a emitente usou esses requisitos de contabilização.

Definições (parágrafos 8 e 9)
OA4B–
OA4K [Excluídos]

Taxa de juros efetiva


OA5 Em alguns casos, os ativos financeiros são adquiridos com grandes descontos que refletem as perdas de
crédito incorridas. As entidades incluem essas perdas de crédito incorridas nos fluxos de caixa estimados
ao calcular a taxa de juros efetiva.

OA6 Ao aplicar o método de juros efetivos, uma entidade de modo geral amortiza quaisquer taxas, pontos
pagos ou recebidos, custos de transação e outros prêmios ou descontos incluídos no cálculo da taxa de
juros efetiva ao longo da vida esperada do instrumento. Entretanto, é usado um período menor, se esse
for o período a que se aplicarem as taxas, pontos pagos ou recebidos, custos de transação, prêmios ou
descontos. Esse será o caso quando a variável à qual as taxas, pontos pagos ou recebidos, custos de
transação, prêmios ou descontos estão relacionados tiver o preço redefinido para as taxas de mercado antes
do vencimento esperado do instrumento. Nesse caso, o período de amortização apropriado é o período
até a próxima data de reprecificação. Por exemplo, se um prêmio ou desconto sobre um instrumento
de taxa flutuante refletir juros que se acumularem sobre o instrumento desde que os juros foram pagos
pela última vez ou mudanças nas taxas de mercado desde que a taxa de juros flutuante foi redefinida
para as taxas de mercado, ela será amortizada para a próxima data quando a taxa de juros flutuante for
redefinida para as taxas de mercado. Isso porque o prêmio ou desconto está relacionado ao período até
a próxima data de redefinição de juros, pois, nessa data, a variável ao qual o prêmio ou desconto está
relacionado (ou seja, taxa de juros) é redefinida para as taxas de mercado. Se, entretanto, o prêmio ou
desconto resultar de uma mudança no spread de crédito pela taxa flutuante especificada nesse instrumento
ou outras variáveis que não sejam redefinidas para as taxas de mercado, ele é amortizado ao longo da
vida esperada do instrumento.

OA7 Para ativos financeiros de taxa flutuante e passivos financeiros de taxa flutuante, a re-estimativa periódica
dos fluxos de caixa para refletir movimentos nas taxas de juros de mercado altera a taxa de juros efetiva. Se
um ativo financeiro de taxa flutuante ou passivo financeiro de taxa flutuante for reconhecido inicialmente
por um valor igual ao principal a receber ou a pagar no vencimento, a reestimativa dos pagamentos de
juros futuros normalmente não possuem efeito significativo sobre o valor contábil do ativo ou passivo.

OA8 Se uma entidade revisar suas estimativas de pagamentos ou recebimentos, a entidade ajustará o valor
contábil do ativo financeiro ou passivo financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros) para refletir
os fluxos de caixa estimados reais e revisados. A entidade recalcula o valor contábil calculando o valor
presente dos fluxos de caixa futuros estimados à taxa de juros efetiva original do instrumento financeiro
ou, quando aplicável, à taxa de juros efetiva revisada calculada de acordo com o parágrafo 92. O ajuste
é reconhecido em lucros e perdas como receita ou despesa.

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OA9–
OA12A [Excluídos]

Custos de transação
OA13 Os custos de transação incluem taxas e comissões pagas a agentes (incluindo empregados que atuam
como agentes de venda), consultores, corretores e revendedores, arrecadações por agências reguladoras
e bolsas de valores, e impostos e encargos de transferências. Os custos de transação não incluem prêmios
ou descontos de dívida, custos de financiamento ou custos administrativos internos ou de retenção.

OA14–
OA83 [Excluídos]

Redução ao valor recuperável e impossibilidade de cobrança de ativos


financeiros mensurados pelo custo amortizado (parágrafos 58–65)
OA84 A redução ao valor recuperável de um ativo financeiro mensurado pelo custo amortizado é mensurada
usando-se a taxa de juros efetiva original do instrumento financeiro, pois o desconto pela taxa de juros
de mercado corrente, de fato, imporia a mensuração ao valor justo a ativos financeiros que, de outro
modo, são mensurados pelo custo amortizado. Se os termos de um ativo financeiro mensurado pelo
custo amortizado forem renegociados ou, de outro modo, modificados devido a dificuldades financeiras
do tomador ou emitente, a redução ao valor recuperável é mensurada usando-se a taxa de juros efetiva
original antes da modificação dos termos. Os fluxos de caixa relacionados a contas a receber de curto
prazo não são descontados, se o efeito do desconto não for relevante. Se um ativo financeiro mensurado
pelo custo amortizado tiver uma taxa de juros variável, a taxa de desconto para a mensuração de qualquer
perda por redução ao valor recuperável, de acordo com o parágrafo 63, é a(s) taxa(s) de juros efetiva(s)
corrente(s) determinada(s) de acordo com o contrato. Por motivos práticos, um credor pode mensurar
a redução ao valor recuperável de um ativo financeiro mensurado pelo custo amortizado com base no
valor justo de um instrumento usando um preço de mercado observável. O cálculo do valor presente
dos fluxos de caixa futuros estimados de um ativo financeiro garantido reflete os fluxos de caixa que
poderiam resultar da execução menos custos para obter e vender a garantia, independentemente de a
execução ser provável.

OA85 O processo para estimar a redução ao valor recuperável considera todas as exposições de crédito,
não apenas aquelas de baixa qualidade de crédito. Por exemplo, se uma entidade usar um sistema de
classificação de crédito interno, ela considera todos os níveis de crédito, não apenas aqueles que refletem
um grave problema de deterioração de crédito.

OA86 O processo para estimar o valor de uma perda por redução ao valor recuperável pode resultar em um
valor único ou em um intervalo de valores possíveis. No último caso, a entidade reconhece uma perda
por redução ao valor recuperável igual à melhor estimativa dentro do intervalo3 que leva em consideração
todas as informações pertinentes disponíveis, antes das demonstrações financeiras serem emitidas, sobre
as condições existentes no final do período de relatório.

OA87 Para a finalidade de uma avaliação coletiva da redução ao valor recuperável, os ativos financeiros são
agrupados com base em características similares de risco de crédito que são indicativas da capacidade
dos devedores de pagar todos os valores devidos, de acordo com os termos contratuais (por exemplo,
com base em uma avaliação de risco de crédito ou processo de classificação que considere o tipo de ativo,
o setor, o local geográfico, o tipo de garantia, o status de inadimplência e outros fatores pertinentes).
As características escolhidas são pertinentes para a estimativa dos fluxos de caixa futuros para grupos
desses ativos, pelo fato de serem indicativas da capacidade dos devedores de pagar todos os valores
devidos de acordo com os termos contratuais dos ativos que estão sendo avaliados. Entretanto, as
probabilidades de perda e outras estatísticas de perda diferem em um nível de grupo entre (a) ativos que
foram individualmente avaliados quanto à redução ao valor recuperável e para os quais foi constatado

3 A IAS 37, parágrafo 39, contém orientação sobre como determinar a melhor estimativa em um intervalo de resultados possíveis.

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que não houve redução ao valor recuperável e (b) ativos que não foram individualmente avaliados
quanto à redução ao valor recuperável, com o resultado de que um valor diferente de redução ao valor
recuperável possa ser necessário. Se uma entidade não tiver um grupo de ativos com características de
risco similares, ela não faz a avaliação adicional.

OA88 As perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas em base de grupo representam um passo
intermediário pendente da identificação das perdas por redução ao valor recuperável em ativos individuais
no grupo de ativos financeiros que são coletivamente avaliados quanto à redução ao valor recuperável.
Assim que houver informações disponíveis que identifiquem especificamente as perdas sobre ativos
individualmente com redução ao valor recuperável em um grupo, esses ativos são retirados do grupo.

OA89 Os fluxos de caixa futuros em um grupo de ativos financeiros que são coletivamente avaliados quanto à
redução ao valor recuperável são estimados com base na experiência de perda histórica para ativos com
características de risco de crédito similares àquelas do grupo. As entidades que não possuem experiência
de perda específica da entidade ou que possuem experiência insuficiente usam a experiência de grupos
equivalentes para grupos comparáveis de ativos financeiros. A experiência de perda histórica é ajustada
com base nos dados atuais observáveis, para refletir os efeitos das condições atuais que não afetaram
o período em que a experiência de perda histórica é baseada e para retirar os efeitos das condições no
período histórico que não existam atualmente. As estimativas de mudanças nos fluxos de caixa futuros
refletem e são direcionadamente consistentes com as mudanças nos respectivos dados observáveis,
de período para período (tais como mudanças nas taxas de desemprego, preços de imóveis, preços de
commodities, situação de pagamento ou outros fatores que são indicativos de perdas incorridas no tipo
e sua magnitude). A metodologia e as premissas usadas para estimar os fluxos de caixa futuros são
analisadas regularmente para reduzir quaisquer diferenças entre as estimativas de perda e a experiência
de perda real.

OA90 Como exemplo da aplicação do parágrafo OA89, uma entidade pode determinar, com base na experiência
histórica, que um dos principais motivos da inadimplência nos empréstimos do cartão de crédito é a
morte do tomador. A entidade pode observar que a taxa de mortalidade está inalterada de um ano para o
ano seguinte. Não obstante, alguns tomadores no grupo de empréstimos de cartão de crédito da entidade
podem ter morrido nesse ano, indicando que ocorreu uma perda por redução no valor recuperável desses
empréstimos mesmo se, no final do ano, a entidade ainda não estiver ciente de quais tomadores específicos
morreram. Seria apropriado que uma perda por redução ao valor recuperável fosse reconhecida para
essas perdas “incorridas, mas não informadas”. Entretanto, não seria apropriado reconhecer uma perda
por redução ao valor recuperável para mortes que se espera que ocorram em um período futuro, porque
o evento de perda necessário (a morte do tomador) ainda não ocorreu.

OA91 Ao usar taxas de perdas históricas na estimativa de fluxos de caixa futuros, é importante que as informações
sobre as taxas de perda históricas sejam aplicadas a grupos que são definidos de uma forma consistente
com os grupos para os quais as taxas de perda históricas foram observadas. Portanto, o método usado
deve permitir que cada grupo seja associado a informações sobre a experiência de perda passada, em
grupo de ativos com características de risco de crédito similares e dados observáveis pertinentes que
reflitam as condições atuais.

OA92 Abordagens baseadas em fórmulas ou métodos estatísticos podem ser usadas para determinar as perdas
por redução ao valor recuperável em um grupo de ativos financeiros (por exemplo, para empréstimos
de valor menor), desde que sejam consistentes com os requisitos dos parágrafos 63-65 e OA87-OA91.
Qualquer modelo usado incorporaria o efeito do valor temporal do dinheiro, consideraria os fluxos
de caixa para toda a vida remanescente de um ativo (não apenas o próximo ano), consideraria a idade
dos empréstimos dentro da carteira e não originaria uma perda por redução ao valor recuperável no
reconhecimento inicial de um ativo financeiro.

Receita de juros após o reconhecimento de redução ao valor recuperável

OA93 Uma vez que um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros similares tenha o seu valor reduzido
como resultado de uma perda por redução ao valor recuperável, a receita de juros é a partir de então
reconhecida utilizando-se a taxa de juros usada para descontar os fluxos de caixa futuros, para a finalidade
de mensurar a perda por redução ao valor recuperável.

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Cobertura (parágrafos 71-102)

Instrumentos de cobertura (parágrafos 72-77)


Instrumentos que se qualificam (parágrafos 72 e 73)

OA94 A perda potencial sobre uma opção lançada por uma entidade pode ser significativamente maior que o
ganho potencial em valor de um item protegido relacionado. Em outras palavras, uma opção lançada
não é eficaz na redução da exposição de lucros e perdas de um item protegido. Portanto, uma opção
lançada não se qualifica como um instrumento de cobertura, a menos que seja designado como uma
compensação para uma opção comprada, incluindo aquela que estiver embutida em outro instrumento
financeiro (por exemplo, uma opção de compra lançada usada para proteger um passivo resgatável). Por
outro lado, uma opção comprada tem ganhos potenciais iguais ou superiores às perdas e, portanto, tem
o potencial de reduzir a exposição de lucros e perdas proveniente das mudanças nos valores justos ou
fluxos de caixa. Consequentemente, ela pode se qualificar como um instrumento de cobertura.

OA95 Um ativo financeiro mensurado pelo custo amortizado pode ser designado como um instrumento de
cobertura em uma cobertura de risco de moeda estrangeira.

OA96 [Excluído]

OA97 Os instrumentos de patrimônio próprios de uma entidade não são ativos financeiros ou passivos financeiros
da entidade e, portanto, não podem ser designados como instrumentos de cobertura.

Itens protegidos (parágrafos 78-84)


Itens que se qualificam (parágrafos 78-80)

OA98 Um compromisso firme para adquirir um negócio em uma combinação de negócios não pode ser
um item protegido, com exceção de risco de câmbio, pois os outros riscos protegidos não podem ser
especificamente identificados e mensurados. Esses outros riscos são riscos gerais de negócios.

OA99 Um investimento pelo método de equivalência patrimonial não pode ser um item protegido em uma
cobertura de valor justo, porque o método de equivalência patrimonial reconhece em lucros e perdas a
participação do investidor em relação aos lucros e perdas da coligada, em vez de mudanças no valor justo
do investimento. Por motivo similar, um investimento em uma subsidiária consolidada não pode ser um
item protegido em uma cobertura de valor justo, porque a consolidação reconhece em lucros e perdas os
lucros e perdas da subsidiária, em vez das mudanças no valor justo do investimento. Uma cobertura de
um investimento líquido em uma operação no exterior é diferente, porque é uma cobertura da exposição
em moeda estrangeira, não uma cobertura de valor justo da mudança no valor do investimento.

OA99A O parágrafo 80 afirma que, nas demonstrações financeiras consolidadas, o risco de moeda estrangeira
de uma transação intragrupo prevista altamente provável pode se qualificar como um item protegido em
uma cobertura de fluxo de caixa, desde que a transação seja denominada em uma moeda que não seja a
moeda funcional da entidade que realiza essa transação e o risco de moeda estrangeira afete os lucros e
perdas consolidados. Para essa finalidade, uma entidade pode ser uma controladora, subsidiária, coligada,
empreendimento em conjunto ou filial. Se o risco de moeda estrangeira de uma transação intragrupo
prevista não afetar os lucros e perdas consolidados, a transação intragrupo não pode se qualificar como
um item protegido. Esse é normalmente o caso dos pagamentos de royalty, pagamentos de juros ou
encargos de administração entre os membros do mesmo grupo, exceto se houver uma transação externa
relacionada. Entretanto, quando o risco de moeda estrangeira de uma transação intragrupo prevista afetar
os lucros e perdas consolidados, a transação intragrupo pode se qualificar como um item protegido.
Um exemplo são as vendas ou compras previstas de estoques entre os membros do mesmo grupo, se
houver uma venda futura do estoque a uma parte externa ao grupo. De forma similar, a venda intragrupo
prevista de instalações e equipamentos da entidade do grupo que os fabricou a uma entidade do grupo
que usará as instalações e equipamentos em suas operações pode afetar os lucros e perdas consolidados.
Isso ocorreria, por exemplo, porque as instalações e os equipamentos seriam depreciados pela entidade

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IAS 39

compradora e o valor inicialmente reconhecido para as instalações e os equipamentos poderia mudar,


se a transação intragrupo prevista fosse denominada em uma moeda diferente da moeda funcional da
entidade compradora.

OA99B Se uma cobertura de uma transação intragrupo prevista se qualificar para contabilização de cobertura,
qualquer ganho ou perda que seja reconhecido em outros resultados abrangentes, de acordo como o
parágrafo 95(a), serão reclassificados do patrimônio líquido para lucros e perdas como um ajuste de
reclassificação no mesmo período ou períodos durante os quais o risco de moeda estrangeira da transação
protegida afete os lucros e perdas consolidados.

OA99BA Uma entidade pode designar todas as mudanças nos fluxos de caixa ou no valor justo de um item
protegido em um relacionamento de cobertura. Além disso, uma entidade pode designar apenas mudanças
nos fluxos de caixa ou no valor justo de um item protegido acima ou abaixo de um preço determinado
ou outra variável (um risco unilateral). O valor intrínseco de um instrumento de cobertura de opção
comprada (supondo-se que tenha os mesmos termos principais do risco designado), mas não o seu valor
temporal, reflete um risco unilateral em um item protegido. Por exemplo, uma entidade pode designar a
variabilidade de resultados de fluxos de caixa futuros resultantes de um aumento de preço de uma compra
prevista de uma commodity. Nessa situação, apenas perdas de fluxo de caixa resultantes de um aumento
no preço acima do nível especificado são designadas. O risco protegido não inclui o valor temporal de
uma opção comprada, pois o valor temporal não é um componente da transação prevista que afeta os
lucros ou perdas [parágrafo 86(b)].

Designação de itens financeiros como itens protegidos (parágrafos 81 e 81A)

OA99C Se uma parcela dos fluxos de caixa de um ativo financeiro ou passivo financeiro for designada como
item protegido, essa parcela designada deve ser menor que o total de fluxos de caixa do ativo ou passivo.
Por exemplo, no caso de um passivo cuja taxa de juros efetiva esteja abaixo da LIBOR, uma entidade
não pode designar (a) uma parcela do passivo igual ao valor principal mais juros pela LIBOR e (b) uma
parcela residual negativa. Entretanto, a entidade pode designar todos os fluxos de caixa de todo o ativo
financeiro ou passivo financeiro como o item protegido e protegê-los para apenas um risco específico
(por exemplo, apenas para mudanças que forem atribuíveis a mudanças na LIBOR). Por exemplo, no
caso de um passivo financeiro cuja taxa de juros efetiva é de 100 pontos-base abaixo da LIBOR, uma
entidade pode designar como item protegido todo o passivo (ou seja, principal mais juros pela LIBOR
menos 100 pontos-base) e proteger a mudança no valor justo ou fluxos de caixa de todo esse passivo
que é atribuível a mudanças na LIBOR. A entidade também pode escolher um coeficiente de cobertura
diferente de um para um, com a finalidade de melhorar a efetividade de cobertura conforme descrito no
parágrafo OA100.

OA99D Além disso, se um instrumento financeiro de taxa fixa for protegido algum tempo após sua originação e
as taxas de juros tiverem mudado nesse meio tempo, a entidade pode designar uma parcela igual a uma
taxa comparativa que seja maior que a taxa contratual paga sobre o item. A entidade pode fazê-lo, desde
que a taxa comparativa seja menor que a taxa de juros efetiva calculada presumindo-se que a entidade
tenha comprado o instrumento no dia em que designou o item protegido. pela primeira vez. Por exemplo,
presuma que uma entidade origine um ativo financeiro de taxa fixa de UM100, que tenha uma taxa de
juros efetiva de 6% LIBOR seja de 4%. Ela começa a proteger esse ativo algum tempo depois, quando
a LIBOR já aumentou para 8% e o valor justo do ativo caiu para UM90. A entidade calcula que, se
tivesse comprado o ativo na data em que o designou, pela primeira vez, como o item protegido por seu
valor justo na ocasião de UM90, o rendimento efetivo teria sido de 9,5%. Como a LIBOR é menor que
o rendimento efetivo, a entidade pode designar uma parte da LIBOR de 8%, que consiste parcialmente
em fluxos de caixa de juros contratuais e parcialmente na diferença entre o valor justo corrente (ou seja,
UM90) e o valor restituível no vencimento (ou seja, UM100).

OA99E O parágrafo 81 permite que uma entidade designe um item que não seja a mudança integral no valor
justo ou a variabilidade dos fluxos de caixa de um instrumento financeiro. Por exemplo:

(a) todos os fluxos de caixa de um instrumento financeiro podem ser designados para mudanças nos
fluxos de caixa ou no valor justo atribuíveis a alguns (mas não todos os) riscos; ou

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(b) alguns dos (mas não todos os) fluxos de caixa de um instrumento financeiro podem ser designados
para mudanças nos fluxos de caixa ou no valor justo atribuíveis a todos ou a apenas alguns riscos
(ou seja, uma “parcela” dos fluxos de caixa do instrumento financeiro pode ser designada para
mudanças atribuíveis a todos ou a apenas alguns riscos).

OA99F Para serem elegíveis para contabilização de cobertura, os riscos e parcelas designados devem constituir
componentes separadamente identificáveis do instrumento financeiro, e mudanças nos fluxos de caixa ou
no valor justo de todo o instrumento financeiro decorrentes de mudanças nos riscos e parcelas designados
devem ser mensuráveis de forma confiável. Por exemplo:

(a) para um instrumento financeiro de taxa fixa protegido contra mudanças no valor justo atribuíveis
a mudanças em uma taxa de juros livre de riscos ou em uma taxa de juros de referência, a taxa de
juros livre de riscos ou de referência é normalmente considerada como sendo tanto um componente
separadamente identificável do instrumento financeiro quanto mensurável de forma confiável.

(b) a inflação não é separadamente identificável e mensurável de forma confiável e não pode ser
designada como um risco ou uma parcela de um instrumento financeiro, a menos que os requisitos
de (c) sejam atendidos.

(c) uma parcela de inflação contratualmente especificada dos fluxos de caixa de um título de dívida
reconhecido indexado à inflação (supondo-se que não haja a exigência de contabilização separada
de um derivativo embutido) é separadamente identificável e mensurável de forma confiável desde
que outros fluxos de caixa do instrumento não sejam afetados pela parcela de inflação.

Designação de itens não financeiros como itens protegidos (parágrafo 82)

OA100 As mudanças no preço de um ingrediente ou componente de um ativo não financeiro ou passivo não
financeiro, de modo geral, não possuem um efeito previsível separadamente mensurável sobre o preço
do item que seja comparável ao efeito de, digamos, uma mudança nas taxas de juros de mercado sobre
o preço de um título de dívida. Assim, um ativo não financeiro ou um passivo não financeiro é um item
protegido apenas em sua totalidade ou para risco de câmbio. Se houver uma diferença entre os termos do
instrumento de cobertura e o item protegido (como, por exemplo, no caso de uma cobertura da compra
prevista de café brasileiro, usando um contrato a termo para comprar café colombiano em termos, de outro
modo, similares), a relação de cobertura, não obstante, pode se qualificar como relação de cobertura, desde
que todas as condições do parágrafo 88 sejam atendidas, incluindo a de que se espera que a cobertura
seja altamente efetiva. Para essa finalidade, o valor do instrumento de cobertura pode ser maior ou menor
que àquele do item protegido, se isso melhorar a efetividade da relação de cobertura. Por exemplo, uma
análise de regressão pode ser realizada para estabelecer a relação estatística entre o item protegido (por
exemplo, uma transação em café brasileiro) e o instrumento de cobertura (por exemplo, uma transação
em café colombiano). Se houver uma relação estatística válida entre as duas variáveis (ou seja, entre os
preços unitários do café brasileiro e do café colombiano), a inclinação da linha de regressão pode ser
usada para estabelecer o coeficiente de cobertura que maximizará a efetividade esperada. Por exemplo,
se a inclinação da linha de regressão for 1,02, um coeficiente de cobertura baseado em 0,98 quantidades
de itens protegidos para 1,00 quantidade do instrumento de cobertura maximiza a efetividade esperada.
Entretanto, a relação de cobertura pode resultar na inefetividade que é reconhecida em lucros e perdas
durante o prazo da relação de cobertura.

Designação de grupos de itens como itens protegidos (parágrafos 83 e 84)

OA101 Uma cobertura de uma situação líquida geral (por exemplo, o valor líquido de todos os ativos de taxa
fixa e passivos de taxa fixa com vencimentos similares), em vez de um item protegido específico, não
se qualifica para contabilização de cobertura. Entretanto, quase o mesmo efeito sobre lucros e perdas
da contabilização de cobertura para esse tipo de relação de cobertura pode ser obtido pela designação
como item protegido de parte dos itens subjacentes. Por exemplo, se um banco possuir UM100 de ativos
e UM90 de passivos com riscos e prazos de natureza similar e proteger a exposição líquida de UM10,
ele pode designar como item protegido UM10 desses ativos. Essa designação pode ser usada, se esses
ativos e passivos forem instrumentos de taxa fixa, caso em que é uma cobertura de valor justo, ou se

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IAS 39

forem instrumentos de taxa variável, caso em que é uma cobertura de fluxo de caixa. De forma similar,
se uma entidade tiver um compromisso firme de fazer uma compra em uma moeda estrangeira de UM100
e um compromisso firme de fazer uma venda em moeda estrangeira de UM90, ela pode proteger o valor
líquido de UM10, adquirindo um derivativo e designando-o como um instrumento de cobertura associado
com UM10 do compromisso firme de compra de UM100.

Contabilização de cobertura (parágrafos 85-102)


OA102 Um exemplo de uma cobertura de valor justo é a cobertura de exposição a mudanças no valor justo de
um instrumento de dívida de taxa fixa como resultado de mudanças nas taxas de juros. Essa cobertura
pode ser celebrada pelo emitente ou pelo titular.

OA103 Um exemplo de uma cobertura de fluxo de caixa é o uso de um swap para alterar dívida de taxa flutuante
para dívida de taxa fixa (ou seja, uma cobertura de uma transação futura em que os fluxos de caixa futuros
que estão sendo protegidos são os pagamentos de juros futuros).

OA104 Uma cobertura de um compromisso firme (por exemplo, uma cobertura da mudança no preço de
combustível relacionada a um compromisso contratual não reconhecido por uma concessionária de
energia elétrica para comprar combustível a um preço fixo) é uma cobertura de uma exposição a uma
mudança no valor justo. Consequentemente, essa cobertura é uma cobertura de valor justo. Entretanto,
de acordo com o parágrafo 87, uma cobertura de risco de moeda estrangeira de um compromisso firme
poderia ser alternativamente contabilizada como uma cobertura de fluxo de caixa.

Avaliação da efetividade de cobertura

OA105 Uma cobertura é considerada como altamente efetiva apenas se ambas as seguintes condições forem
atendidas:

(a) No início da cobertura e em períodos subsequentes, for esperado que a cobertura seja altamente
efetiva na realização de mudanças compensadoras no valor justo ou nos fluxos de caixa atribuíveis
ao risco protegido durante o período para o qual a cobertura é designada. Essa expectativa pode
ser demonstrada de várias formas, incluindo uma comparação entre mudanças passadas no valor
justo ou fluxos de caixa do item protegido que sejam atribuíveis ao risco protegido com mudanças
passadas no valor justo ou fluxos de caixa do instrumento de cobertura, ou demonstrando uma
alta correlação estatística entre o valor justo ou os fluxos de caixa do item protegido e aqueles do
instrumento de cobertura. A entidade pode escolher um coeficiente que não seja um para um, para
melhorar a efetividade de cobertura conforme descrito no parágrafo OA100.

(b) Os resultados reais da cobertura estão dentro da faixa de 80-125%. Por exemplo, se os resultados
reais forem tais que uma perda sobre o instrumento de cobertura seja UM120 e o ganho sobre o
instrumento de caixa seja UM100, a compensação pode ser mensurada por 120/100, que é 120%,
ou por 100/120, que é 83%. Nesse exemplo, presumindo-se que a cobertura atende à condição em
(a), a entidade concluiria que a cobertura foi altamente efetiva.

OA106 A efetividade é avaliada, no mínimo, na época em que uma entidade prepara suas demonstrações
financeiras anuais ou intermediárias.

OA107 Esta Norma não especifica um método único para avaliar a efetividade de cobertura. O método que uma
entidade adota para avaliar a efetividade de cobertura depende de sua estratégia de gerenciamento de risco.
Por exemplo, se a estratégia de gerenciamento de risco de uma entidade é ajustar o valor do instrumento
de cobertura periodicamente para refletir as mudanças na posição protegida, a entidade precisa demonstrar
que espera que a cobertura seja altamente efetiva apenas para o período até que o valor do instrumento
de cobertura seja ajustado novamente. Em alguns casos, uma entidade adota diferentes métodos para
diferentes tipos de coberturas. A documentação de uma entidade sobre sua estratégia de cobertura inclui
seus procedimentos para avaliar a efetividade. Esses procedimentos indicam se a avaliação inclui a
totalidade do ganho ou perda sobre um instrumento de cobertura ou se o valor temporal do instrumento
é excluído.

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IAS 39

OA107A Se uma entidade proteger menos que 100% da exposição de um item, como, por exemplo, 85%, ela
designará o item protegido como sendo 85% da exposição e mensurará a inefetividade com base na
mudança nessa exposição de 85% designada. Entretanto, ao proteger a exposição de 85% designada, a
entidade pode usar um coeficiente de cobertura que não seja um para um, se isso melhorar a efetividade
esperada da cobertura, conforme explicado no parágrafo OA100.

OA108 Se os principais termos do instrumento de cobertura e do ativo, passivo, compromisso firme ou


transação prevista altamente provável protegidos forem os mesmos, as mudanças no valor justo e fluxos
de caixa atribuíveis ao risco que está sendo protegido podem provavelmente compensar um ao outro
integralmente, tanto quando a cobertura é celebrada quanto posteriormente. Por exemplo, um swap de
taxa de juros provavelmente tenha uma cobertura efetiva, se os valores nocional e principal, prazo, datas
de reprecificação, datas de recebimentos e pagamentos de juros e principal e base para mensuração das
taxas de juros forem os mesmos para o instrumento de cobertura e o item protegido. Além disso, uma
cobertura de uma compra prevista altamente provável de uma commodity com um contrato a termo
provavelmente será altamente efetiva, se:

(a) o contrato a termo for para a compra da mesma quantidade da mesma commodity, ao mesmo tempo
e no mesmo local que a compra prevista protegida;

(b) o valor justo do contrato a termo no início for zero; e

(c) tanto a mudança no desconto ou prêmio sobre o contrato a termo for excluída da avaliação da
efetividade e reconhecida em lucros e perdas quanto a mudança nos fluxos de caixa esperados
sobre a transação prevista altamente provável for baseada no preço futuro para a commodity.

OA109 Algumas vezes, o instrumento de cobertura compensa apenas parte do risco protegido. Por exemplo,
uma cobertura não seria totalmente efetiva, se o instrumento de cobertura e o item protegido fossem
denominados em moedas diferentes que não se movem uniformemente (tandem). Além disso, uma
cobertura de risco de taxa de juros que usa um derivativo não seria totalmente efetiva, se parte da mudança
no valor justo do derivativo for atribuível ao risco de crédito da contraparte.

OA110 Para se qualificar para contabilização de cobertura, a cobertura deve estar relacionada a um risco
específico, identificado e designado, e não meramente aos riscos gerais de negócios da entidade, e deve
afetar os lucros e perdas da entidade. Uma cobertura do risco de obsolescência de um ativo físico ou do
risco de expropriação de propriedade por um governo não é elegível para contabilização de cobertura; a
efetividade não pode ser mensurada porque esses riscos não podem ser mensurados de forma confiável.

OA110A O parágrafo 74(a) permite que uma entidade separe o valor intrínseco e o valor temporal de um contrato
de opção e designe como instrumento de cobertura apenas a mudança no valor intrínseco do contrato de
opção. Essa designação pode resultar em uma relação de cobertura perfeitamente efetiva na obtenção
da compensação de mudanças nos fluxos de caixa atribuíveis a um risco unilateral protegido de uma
transação prevista, se os termos principais da transação prevista e do item protegido forem os mesmos.

OA110B Se uma entidade designar uma opção comprada, em sua totalidade, como o instrumento de cobertura de
um risco unilateral decorrente de uma transação prevista, a relação de cobertura não será perfeitamente
efetiva. Isso porque o prêmio pago pela opção inclui o valor temporal e, como previsto no parágrafo
OA99BA, um risco unilateral designado não inclui o valor temporal de uma opção. Portanto, nessa
situação, não haverá nenhuma compensação entre os fluxos de caixa relacionados ao valor temporal do
prêmio de opção pago e o risco protegido designado.

OA111 No caso de risco de taxa de juros, a efetividade de cobertura pode ser avaliada preparando-se um
cronograma de vencimento para os ativos financeiros e passivos financeiros que mostrem a exposição
líquida à taxa de juros para cada período de tempo, desde que a exposição líquida seja associada a um
ativo ou passivo específico (ou um grupo específico de ativos ou passivos ou a uma parte específica
deles) que dão origem à exposição líquida e a efetividade de cobertura seja avaliada contra esse ativo
ou passivo.

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OA112 Ao avaliar a efetividade de uma cobertura, uma entidade de modo geral considera o valor temporal do
dinheiro. A taxa de juros fixa sobre um item protegido não precisa exatamente corresponder à taxa de
juros fixa em um swap designado como cobertura de valor justo. A taxa de juros variável sobre um ativo
ou passivo com incidência de juros também precisa ser a mesma que a taxa de juros variável sobre um
swap designado como cobertura de fluxo de caixa. O valor justo de um swap deriva de suas liquidações
pelo valor líquido. As taxas fixas e variáveis sobre um swap podem ser alteradas sem afetar a liquidação
pelo valor líquido, se ambas forem alteradas no mesmo valor.

OA113 Se uma entidade não atender aos critérios de efetividade de cobertura, a entidade descontinua a
contabilização de cobertura desde a última data em que o cumprimento da efetividade de cobertura foi
demonstrada. Entretanto, se a entidade identifica o evento ou mudança nas circunstâncias que fizeram
com que a relação de cobertura não atendesse aos critérios de efetividade e demonstrar que a cobertura
era efetiva antes da ocorrência do evento ou mudança nas circunstâncias, a entidade descontinua a
contabilização de cobertura a partir da data do evento ou mudança nas circunstâncias.

Contabilização de cobertura de valor justo para uma cobertura de carteira de risco de


taxa de juros

OA114 Para uma cobertura de valor justo de risco de taxa de juros relacionado a uma carteira de ativos financeiros
ou passivos financeiros, uma entidade atenderá aos requisitos desta Norma, se cumprir os procedimentos
definidos em (a)-(i) e os parágrafos OA115-OA132 abaixo.

(a) Como parte de seu processo de gerenciamento de risco, a entidade identifica uma carteira de itens
cujo risco de taxa de juros deseja proteger. A carteira pode compreender apenas ativos, apenas
passivos ou tanto ativos quanto passivos. A entidade pode identificar duas ou mais carteiras, caso
em que ela aplica a orientação abaixo a cada carteira separadamente.

(b) A entidade analisa a carteira em períodos de reprecificação, com base nas datas de reprecificação
esperadas e não contratuais. A análise dos períodos de reprecificação pode ser realizada de várias
formas, incluindo programando fluxos de caixa nos períodos em que se espera que ocorram, ou
programando valores principais nocionais em todos os períodos até o momento em que se espera
que a reprecificação ocorra.

(c) Com base nessa análise, a entidade decide o valor que deseja proteger. A entidade designa como
item protegido um valor de ativos ou passivos (mas não um valor líquido) a partir da carteira
identificada igual ao valor que deseja designar como sendo protegido. Esse valor também determina
a mensuração percentual que é usada para testar a efetividade de acordo com o parágrafo OA126(b).

(d) A entidade designa o risco de taxa de juros que está protegendo. O risco poderia ser uma parte do
risco de taxa de juros em cada um dos itens na posição protegida como, por exemplo, uma taxa de
juros de referência (por exemplo, LIBOR).

(e) A entidade designa um ou mais instrumentos de cobertura para cada período de reprecificação.

(f) Usando as designações feitas em (c)‑(e) acima, a entidade avalia no início e nos períodos
subsequentes se é esperado que a cobertura seja altamente efetiva durante o período para o qual a
cobertura é designada.

(g) Periodicamente, a entidade mensura a mudança no valor justo do item protegido [como designado
em (c)] que seja atribuível ao risco protegido [como designado em (d)], com base nas datas de
reprecificação esperadas determinadas em (b). Desde que a cobertura tenha sido determinada como
altamente efetiva quando avaliada, usando-se o método documentado da entidade para avaliar sua
efetividade, a entidade reconhece a mudança no valor justo do item protegido como um ganho
ou perda em lucros e perdas e em uma de duas rubricas na demonstração da posição financeira,
conforme descrito no parágrafo 89A. A mudança no valor justo não precisa ser alocada a ativos ou
passivos individuais.

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(h) A entidade mensura a mudança no valor justo do(s) instrumento(s) de cobertura [como designado em
(e)] e a reconhece como um ganho ou perda em lucros e perdas. O valor justo do(s) instrumento(s)
de cobertura é reconhecido como um ativo ou passivo na demonstração da posição financeira.

(i) Qualquer inefetividade4 será reconhecida em lucros e perdas como a diferença entre a mudança no
valor justo referida em (g) e aquela referida em (h).

OA115 Essa abordagem é descrita mais detalhadamente abaixo. A abordagem será aplicada apenas a uma
cobertura de valor justo do risco de taxa de juros associado a uma carteira de ativos financeiros ou
passivos financeiros.

OA116 A carteira identificada no parágrafo OA114(a) pode conter ativos e passivos. Alternativamente, ela pode
ser uma carteira contendo apenas ativos, ou apenas passivos. A carteira é usada para determinar o valor
dos ativos ou passivos que a entidade deseja proteger. Entretanto, a carteira não é, ela própria, designada
como item protegido.

OA117 Ao aplicar o parágrafo OA114(b), a entidade determina a data de reprecificação esperada de um item
como a que ocorrer primeiro entre as datas em que se espera que esse item vença ou que seja reprecificado
para as taxas de mercado. As datas de reprecificação esperadas são estimadas no início da cobertura e
durante todo o prazo da cobertura, com base na experiência histórica e em outras informações disponíveis,
incluindo informações e expectativas relacionadas a taxas de pré-pagamentos, taxas de juros e à interação
entre elas. Entidades que não possuem experiência específica da entidade ou que possuem experiência
insuficiente usam experiência de grupos equivalentes para instrumentos financeiros comparáveis. Essas
estimativas são revisadas periodicamente e atualizadas em vista da experiência. No caso de um item de
taxa fixa que seja pré-pagável, a data de reprecificação esperada é a data em que se espera que o item
seja pré-pago, exceto se for reprecificado para as taxas de mercado em uma data anterior. Para um grupo
de itens similares, a análise em períodos de tempo com base nas datas de reprecificação esperadas pode
tomar a forma da alocação de uma porcentagem do grupo, em vez de itens individuais, a cada período de
tempo. Uma entidade pode aplicar outras metodologias para essas finalidades de alocação. Por exemplo,
ela pode usar um multiplicador de taxa de pré-pagamento para alocar empréstimos amortizáveis a períodos
de tempo baseados nas datas de reprecificação esperadas. Entretanto, a metodologia para essa alocação
será de acordo com os procedimentos e objetivos de gerenciamento de risco da entidade.

OA118 Como um exemplo da designação definida no parágrafo OA114(c), se, em um período de reprecificação
específico, uma entidade estimar que possui ativos à taxa fixa de UM100 e passivos à taxa fixa de UM80
e decidir proteger toda a posição líquida de UM20, ela designa como item protegido ativos no valor de
UM20 (uma parte dos ativos).5 A designação é expressa como um “valor em uma moeda” (por exemplo,
um valor em dólares, euro, libras ou rand), em vez de ativos individuais. Todos os ativos (ou passivos) dos
quais o valor protegido é retirado – ou seja, todos as UM100 dos ativos no exemplo acima – devem ser:

(a) itens cujo valor justo muda em resposta a mudanças na taxa de juros que está sendo protegida; e

(b) itens que poderiam ter se qualificado para contabilização de cobertura de valor justo, se tivessem
sido designados como protegidos individualmente. Em particular, como a IFRS 9 especifica que
o valor justo de um passivo financeiro com um elemento à vista (como, por exemplo, depósitos
à vista e alguns tipos de depósitos a prazo) não é menor que o valor pagável à vista, descontado
desde a primeira data em que o valor deveria ser pago, esse item não pode se qualificar para
contabilização de cobertura de valor justo para qualquer período de tempo além do período mais
curto em que o titular possa exigir o pagamento. No exemplo acima, a posição protegida é um
valor de ativos. Portanto, esses passivos não fazem parte do item protegido designado, mas são
usados pela entidade para determinar o valor do ativo que é designado com sendo protegido. Se a
posição que a entidade desejava proteger era um valor de passivos, o valor que representa o item
protegido designado deve ser retirado dos passivos de taxa fixa, que não sejam os passivos que a
entidade tem que restituir em um período de tempo anterior, e a mensuração percentual usada para

4 As mesmas considerações de relevância aplicáveis às IFRSs se aplicam neste contexto.


5 A Norma permite que uma entidade designe qualquer valor dos ativos ou passivos disponíveis que se qualificam, ou seja, neste
exemplo, qualquer valor de ativos entre UM0 e UM100.

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avaliar a efetividade de cobertura, de acordo com o parágrafo OA126(b), seria calculada como uma
porcentagem desses outros passivos. Por exemplo, suponha que uma entidade estime que, em um
período de reprecificação específico, ela possua passivos à taxa fixa de UM100, compreendendo
UM40 de depósitos à vista e UM60 de passivos sem elemento à vista, e UM70 de ativos a taxa fixa.
Se a entidade decidir proteger toda a posição líquida de UM30, ela designa como item protegido
passivos de UM30 ou 50%6 dos passivos sem elemento à vista.

OA119 A entidade também cumpre os outros requisitos de designação e documentação definidos no


parágrafo 88(a). Para uma cobertura de carteira de risco de taxa de juros, essa designação e documentação
especificam a política da entidade para todas as variáveis que são usadas para identificar o valor que é
protegido e como a efetividade é mensurada, incluindo o seguinte:

(a) quais ativos e passivos devem ser incluídos em uma cobertura de carteira e a base a ser usada para
retirá-los da carteira.

(b) como a entidade estima as datas de reprecificação, incluindo quais premissas de taxa de juros são
usadas nas estimativas de taxas de pré-pagamentos e a base para mudar essas estimativas. O mesmo
método é usado tanto para estimativas iniciais feitas no momento em que um ativo ou passivo é
incluído na carteira protegida quanto para quaisquer revisões posteriores dessas estimativas.

(c) o número e a duração dos períodos de reprecificação.

(d) com que frequência a entidade testará a efetividade e quais dos dois métodos no parágrafo OA126
ela usará.

(e) a metodologia usada pela entidade para determinar o valor de ativos ou passivos que são designados
como item protegido e, consequentemente, a mensuração percentual usada quando a entidade testa
a efetividade, usando o método descrito no parágrafo OA126(b).

(f) quando a entidade testa a efetividade usando o método descrito no parágrafo OA126(b), se a entidade
testará a efetividade para cada período de reprecificação individualmente, para todos os períodos
no total, ou usando alguma combinação dos dois.

As políticas especificadas na designação e documentação da relação de cobertura estarão de acordo com


os procedimentos e objetivos de gerenciamento de risco da entidade. As mudanças nas políticas não
serão feitas arbitrariamente. Elas serão justificadas com base nas mudanças nas condições de mercado e
outros fatores, sendo baseadas em, e consistentes com, os procedimentos e objetivos de gerenciamento
de risco da entidade.

OA120 O instrumento de cobertura referido no parágrafo OA114(e) pode ser um derivativo único ou uma carteira
de derivativos, todos os quais contenham exposição a um risco de taxa de juros protegido designado no
parágrafo OA114(d) (por exemplo, uma carteira de swaps de taxa de juros todos os quais contenham
exposição à LIBOR). Essa carteira de derivativos pode conter posições de risco que se compensam.
Entretanto, ela pode não incluir opções lançadas ou opções lançadas líquidas, pois a Norma7 não permite
que essas opções sejam designadas como instrumentos de cobertura (exceto quando uma opção lançada
for designada como uma compensação a uma opção comprada). Se o instrumento de cobertura proteger o
valor designado no parágrafo OA114(c) por mais de um período de reprecificação, ele é alocado a todos
os períodos de tempo que protege. Entretanto, a totalidade do instrumento de cobertura deve ser alocada
a esses períodos de reprecificação, porque a Norma8 não permite que uma relação de cobertura seja
designada apenas para parte do período durante o qual um instrumento de cobertura permanece pendente.

OA121 Quando a entidade mensura a mudança no valor justo de um item pré-pagável, de acordo com o parágrafo
OA114(g), uma mudança nas taxas de juros afeta o valor justo do item pré-pagável de duas formas: ela
afeta o valor justo dos fluxos de caixa contratuais e o valor justo da opção de pré-pagamento que está

6 UM30 ÷ (UM100 – UM40) = 50%


7 vide parágrafos 77 e OA94
8 vide parágrafo 75

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IAS 39

contida em um item pré-pagável. O parágrafo 81 da Norma permite que uma entidade designe uma parte
de um ativo financeiro ou passivo financeiro, compartilhando uma exposição a risco comum, como o
item protegido, desde que a efetividade possa ser mensurada. Para itens pré-pagáveis, o parágrafo 81A
permite que isso seja atingido designando o item protegido em termos de mudança no valor justo que
é atribuível às mudanças na taxa de juros designada com base nas datas de reprecificação esperadas, e
não contratuais. Entretanto, o efeito que essas mudanças na taxa de juros protegida tem sobre essas datas
de reprecificação restabelecimento de preço esperadas será incluído ao determinar a mudança no valor
justo do item protegido. Consequentemente, se as datas de reprecificação esperadas forem revisadas (por
exemplo, para refletir uma mudança nos pré-pagamentos esperados) ou se as datas de reprecificação reais
diferirem daquelas esperadas, a inefetividade surgirá conforme descrito no parágrafo OA126. Por outro
lado, as mudanças nas datas de reprecificação esperadas que (a) claramente resultarem de fatores que
não sejam mudanças na taxa de juros protegida; (b) não forem relacionadas às mudanças na taxa de juros
protegida; e (c) puderem ser separadas de forma confiável daquelas mudanças que são atribuíveis à taxa
de juros protegida (por exemplo, mudanças nas taxas de pré-pagamento claramente resultantes de uma
mudança em fatores demográficos ou regulamentos fiscais, em vez de mudanças nas taxas de juros) são
excluídas, ao determinar a mudança no valor justo do item protegido, porque não são atribuíveis ao risco
protegido. Se houver incerteza em relação ao fator que deu origem à mudança nas datas de reprecificação
esperadas ou se a entidade não for capaz de separar de forma confiável as mudanças que resultarem da
taxa de juros protegida daquelas que resultarem de outros fatores, presume-se que a mudança resulte de
mudanças na taxa de juros protegida.

OA122 A Norma não especifica as técnicas usadas para determinar o valor referido no parágrafo OA114(g),
mais especificamente a mudança no valor justo do item protegido que é atribuível ao risco protegido.
Se técnicas de estimativa estatísticas ou outras forem usadas para essa mensuração, a administração
deve esperar que o resultado se aproxime muito daquele que teria sido obtido a partir da mensuração
de todos os ativos ou passivos individuais que constituem o item protegido. Não é apropriado presumir
que as mudanças no valor justo do item protegido sejam iguais às mudanças no valor do instrumento
de cobertura.

OA123 O parágrafo 89A exige que, se o item protegido para um período de reprecificação específico for um
ativo, a mudança em seu valor é apresentada em uma rubrica separada dentro de ativos. Por outro lado,
se o item protegido para um período de reprecificação específico for um passivo, a mudança em seu valor
é apresentada em uma rubrica separada dentro de passivos. Essas são as rubricas separadas referidas no
parágrafo OA114(g). A alocação específica a ativos individuais (ou passivos) não é exigida.

OA124 O parágrafo OA114(i) observa que a inefetividade surge na medida em que a mudança no valor justo
do item protegido que é atribuível ao risco protegido difere da mudança no valor justo do derivativo de
cobertura. Essa diferença pode surgir por várias razões, incluindo:

(a) as datas de reprecificação reais serem diferentes daquelas esperadas, ou as datas de reprecificação
esperadas serem revisadas;

(b) os itens na carteira protegida apresentarem problemas de recuperação ou serem baixados;

(c) as datas de pagamento do instrumento de cobertura e do item protegido serem diferentes; e

(d) outros motivos (por exemplo, quando alguns dos itens protegidos têm incidência de juros a uma taxa
abaixo da taxa de referência para a qual são designados como sendo protegidos, e a inefetividade
resultante não é tão grande que a carteira como um todo deixe de se qualificar para contabilização
de cobertura).

Essa inefetividade9 será identificada e reconhecida em lucros e perdas.

9 As mesmas considerações de relevância aplicáveis às IFRSs se aplicam neste contexto.

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IAS 39

OA125 De modo geral, a efetividade de cobertura será melhorada:

(a) se a entidade programar itens com características diferentes de pré-pagamento de modo que leve
em consideração as diferenças no comportamento de pré-pagamento.

(b) quando o número de itens na carteira for maior. Quando apenas alguns itens estiverem contidos na
carteira, uma inefetividade relativamente alta é esperada, caso um dos itens for pré-pago antes ou
depois do esperado. Por outro lado, quando a carteira contiver muitos itens, o comportamento de
pré-pagamento pode ser previsto com mais precisão.

(c) quando os períodos de reprecificação usados são mais estreitos (por exemplo, períodos de tempo
de reprecificação de 1 mês em oposição a 3 meses). Os períodos de reprecificação mais estreitos
reduzem o efeito de qualquer descasamento entre as datas de reprecificação e de pagamento (dentro
do período de reprecificação) do item protegido e daqueles do instrumento de cobertura.

(d) quanto maior a frequência com que o valor do instrumento de cobertura é ajustado para refletir
as mudanças no item protegido (por exemplo, por causa de mudanças nas expectativas de
pré‑pagamento).

OA126 Uma entidade testa a efetividade periodicamente. Se as estimativas de datas de reprecificação mudarem
entre uma data em que uma entidade avaliar a efetividade e a próxima, ela calculará o valor da efetividade:

(a) como a diferença entre a mudança no valor justo do instrumento de cobertura [vide parágrafo OA114
(h)] e a mudança no valor de todo o item protegido que seja atribuível a mudanças na taxa de juros
protegida (incluindo o efeito que as mudanças na taxa de juros protegida têm sobre o valor justo
de qualquer opção de pré-pagamento embutido); ou

(b) usando a seguinte aproximação. A entidade:

(i) calcula a porcentagem dos ativos (ou passivos) em cada período de reprecificação que for
protegido, com base nas datas de reprecificação estimadas na última data em que testou
a efetividade.

(ii) aplica essa porcentagem à sua estimativa revisada do valor nesse período de tempo de
reprecificação para calcular o valor do item protegido com base em sua estimativa revisada.

(iii) calcula a mudança no valor justo de sua estimativa revisada do item protegido que é atribuível
ao risco protegido e a apresenta conforme definido no parágrafo OA114(g).

(iv) reconhece a inefetividade como igual à diferença entre o valor determinado em (iii) e a
mudança no valor justo do instrumento de cobertura [vide parágrafo OA114(h)].

OA127 Ao mensurar a efetividade, a entidade distingue as revisões às datas de reprecificação estimadas dos
ativos (ou passivos) existentes provenientes da originação de novos ativos (ou passivos), com apenas o
primeiro dando origem à inefetividade. Todas as revisões às datas de reprecificação estimadas (exceto
aquelas excluídas, de acordo com o parágrafo OA121), incluindo qualquer realocação de itens existentes
entre os períodos de tempo, são incluídas ao revisar o valor estimado em um período de tempo, de acordo
com o parágrafo OA126(b)(ii) e, portanto, ao mensurar a efetividade. Uma vez que a inefetividade
tenha sido reconhecida conforme definido acima, a entidade estabelece uma nova estimativa dos ativos
(ou passivos) totais em cada período de reprecificação, incluindo novos ativos (ou passivos) que foram
originados desde que a efetividade foi testada pela última vez, e designa um novo valor como o item
protegido e uma nova porcentagem como a porcentagem protegida. Os procedimentos definidos no
parágrafo OA126(b) são, a seguir, repetidos na próxima data em que a efetividade é testada.

OA128 Os itens que foram originalmente programados em um período de reprecificação podem ser baixados por
causa de um pré-pagamento antes do esperado ou de baixas causadas por redução ao valor recuperável
ou por venda. Quando isso ocorrer, o valor da mudança no valor justo incluído na rubrica separada
referida no parágrafo OA114(g), relacionado ao item baixado, será retirado da demonstração da posição
financeira e incluído no ganho ou perda que resultar na baixa do item. Para essa finalidade, é necessário

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IAS 39

saber o(s) período(s) de reprecificação em que o item baixado foi programado, porque isso determina
o(s) período(s) de reprecificação a partir do(s) qual(is) deve-se retirá-lo(s) e, portanto, o valor a retirar da
rubrica separada referida no parágrafo OA114(g). Quando um item for baixado, se for possível determinar
em que período ele foi incluído, ele é retirado desse período. Caso contrário, ele é retirado do período
mais antigo, se a baixa tiver resultado de pré-pagamentos maiores que o esperado, ou alocado a todos
os períodos que contenham o item baixado de forma sistemática e racional, se o item foi vendido ou
apresentou problema de recuperação.

OA129 Além disso, qualquer valor relacionado a um período específico que não tenha sido baixado, quando
o período de tempo vencer, é reconhecido em lucros e perdas nessa época (vide parágrafo 89A). Por
exemplo, suponha que uma entidade programe itens em três períodos de reprecificação. Na redesignação
anterior, a mudança no valor justo informada na rubrica única na demonstração da posição financeira foi
um ativo de UM25. Esse valor representa valores atribuíveis aos períodos 1, 2 e 3 de UM7, UM8 e UM10,
respectivamente. Após a próxima redesignação, os ativos atribuíveis ao período 1 foram realizados ou
reprogramados em outros períodos. Portanto, UM7 é baixado da demonstração da posição financeira e
reconhecido em lucros e perdas. UM8 e UM10 são agora atribuíveis aos períodos 1 e 2, respectivamente.
Esses períodos restantes são então ajustados, conforme necessário, para as mudanças no valor justo
descritas no parágrafo OA114(g).

OA130 Como ilustração dos requisitos dos dois parágrafos anteriores, suponha que uma entidade tenha
programado ativos, alocando uma porcentagem da carteira em cada período de reprecificação. Suponha
também que ela programou UM100 em cada um dos primeiros dois períodos. Quando o primeiro
período de reprecificação expirar, UM110 de ativos são baixados por causa de restituições esperadas
e não esperadas. Nesse caso, todo o valor contido na rubrica separada referida no parágrafo OA114(g)
relacionado ao primeiro período é retirado da demonstração da posição financeira, mais 10% do valor
relacionado ao segundo período.

OA131 Se o valor protegido para um período de reprecificação for reduzido sem os respectivos ativos (ou passivos)
serem baixados, o valor incluído na rubrica separada referida no parágrafo OA114(g) relacionado à
redução será amortizado de acordo com o parágrafo 92.

OA132 Uma entidade pode desejar aplicar a abordagem definida nos parágrafo OA114-OA131 a uma cobertura
de carteira que tenha sido anteriormente contabilizada como uma cobertura de fluxo de caixa, de acordo
com a IAS 39. Essa entidade revogaria a designação anterior de cobertura de fluxo de caixa de acordo com
o parágrafo 101(d) e aplicaria os requisitos definidos nesse parágrafo. Ela também redesignaria a cobertura
como uma cobertura de valor justo e aplicaria a abordagem definida nos parágrafo OA114‑OA131
prospectivamente aos períodos contábeis subsequentes.

Transição (parágrafos 103-108C)


OA133 Uma entidade pode ter designado uma transação intragrupo prevista como um item protegido no início
de um período anual iniciado em ou após 1º de janeiro de 2005 (ou, para a finalidade de reapresentar
informações comparativas, o início de um período comparativo anterior) em uma cobertura que se
qualificaria para contabilização de cobertura de acordo com esta Norma (conforme alterada pela última
sentença do parágrafo 80). Essa entidade pode usar essa designação para aplicar a contabilização de
cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas a partir do início do período anual iniciado em ou
após 1º de janeiro de 2005 (ou o início do período comparativo anterior). Essa entidade também aplicará
os parágrafo OA99A e OA99B a partir do início do período anual iniciado em ou após 1º de janeiro
de 2005. Entretanto, de acordo com o parágrafo 108B, ela não precisa aplicar o parágrafo OA99B a
informações comparativas para períodos anteriores.

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IAS 39

Apêndice B
Alterações a outros pronunciamentos

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. Se
uma entidade aplicar essa Norma para um período anterior, estas alterações serão aplicadas para esse período
anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Norma foi revisada em 2003, foram incorporadas aos
respectivos pronunciamentos.

A994 ©
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IAS 40

Norma Internacional de Contabilidade IAS 40

Propriedades para Investimento


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 40 – Propriedades
para Investimento, que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em
abril de 2000. Essa norma substituiu algumas partes da IAS 25 – Contabilização de Investimentos, que foi emitida
em março de 1986 e ainda não havia sido substituída pela IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento
e Mensuração.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 40 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 40. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de
2008) e a IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo (emitida em maio de 2011).

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IAS 40

Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 40
PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO
OBJETIVO 1
ALCANCE 2
DEFINIÇÕES 5
RECONHECIMENTO 16
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO 20
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO 30
Política contábil 30
Método de valor justo 33
Incapacidade de determinar o valor justo de forma confiável 53
Método de custo 56
TRANSFERÊNCIAS 57
ALIENAÇÕES 66
DIVULGAÇÃO 74
Método de valor justo e método de custo 74
Método de valor justo 76
Método de custo 79
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 80
Método de valor justo 80
Método de custo 83
DATA DE VIGÊNCIA 85
REVOGAÇÃO DA IAS 40 (2000) 86

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA IAS 40 EMITIDA EM DEZEMBRO DE 2003


BASE PARA CONCLUSÕES DO IASB SOBRE A IAS 40 (TAL COMO REVISADA EM 2003)
BASE PARA CONCLUSÕES DO IASC SOBRE A IAS 40 (2000)

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IAS 40

A Norma Internacional de Contabilidade IAS 40 – Propriedades para Investimento (IAS 40) é definida nos
parágrafos 1-86. Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando
adotada pelo IASB. A IAS 40 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões do IASB, do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro. A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base
para seleção e aplicação das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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IFRS Foundation A997
IAS 40

Introdução

IN1 A Norma Internacional de Contabilidade IAS 40 – Propriedades para Investimento (IAS 40) substitui a
IAS 40 – Propriedades para Investimento (emitida em 2000) e deve ser aplicada para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A aplicação antecipada é encorajada.

Motivos para revisar a IAS 40


IN2 O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) desenvolveu esta IAS 40 revisada
como parte de seu projeto sobre Melhorias às Normas Internacionais de Contabilidade. O projeto foi
empreendido em vista das consultas e críticas levantadas em relação às Normas pelos reguladores do
mercado de capitais, profissionais de contabilidade e outras partes interessadas. Os objetivos do projeto
foram reduzir ou eliminar alternativas, redundâncias e conflitos dentro das Normas, tratar de algumas
questões de convergência e fazer outras melhorias.

IN3 Para a IAS 40, o principal objetivo do Conselho foi uma revisão limitada, para permitir que uma
participação em propriedade mantida por um arrendatário, em um arrendamento operacional, se qualifique
como propriedade para investimento sob condições específicas. Essas condições incluem requisitos de
que a propriedade deve, de outro modo, atender à definição de uma propriedade para investimento e que
o arrendatário deve contabilizar o arrendamento como se fosse um arrendamento financeiro e mensurar
o ativo do arrendamento resultante utilizando o método de valor justo. O Conselho não reconsiderou a
abordagem fundamental à contabilização de propriedades para investimento contida na IAS 40.

As principais mudanças
IN4 As principais mudanças em relação à versão anterior da IAS 40 estão descritas abaixo.

IN5 Uma participação em propriedade mantida por um arrendatário, em um arrendamento operacional, pode
ser classificada e contabilizada como uma propriedade para investimento desde que:

(a) o restante da definição de propriedade para investimento seja cumprido;

(b) o arrendamento operacional seja contabilizado como se fosse um arrendamento financeiro de acordo
com a IAS 17 – Arrendamentos; e

(c) o arrendatário adote o método de valor justo definido nesta Norma para o ativo reconhecido.

IN6 A alternativa de classificação descrita no parágrafo IN5 está disponível em uma base “propriedade
por propriedade”. Contudo, visto que é um requisito geral da Norma que todas as propriedades para
investimento devem ser contabilizadas de forma consistente, utilizando o método de valor justo ou de
custo, quando essa alternativa for selecionada para uma eventual propriedade, todas as propriedades
classificadas como propriedades para investimento devem ser contabilizadas de forma consistente com
base no valor justo.

IN7 A Norma exige que uma entidade divulgue:

(a) se ela aplica o método de valor justo ou o método de custo; e

(b) se ela aplicar o método de valor justo, se, e em quais circunstâncias, as participações em propriedades
mantidas em arrendamentos operacionais são classificadas e contabilizadas como propriedades
para investimento.

IN8 Quando uma avaliação obtida em relação à propriedade para investimento for ajustada de forma
significativa para a finalidade das demonstrações financeiras, é exigida uma conciliação entre a avaliação
obtida e a avaliação incluída nas demonstrações financeiras.

A998 ©
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IN9 A Norma esclarece que, se uma participação em propriedade mantida em um arrendamento for classificada
como propriedade para investimento, o item contabilizado ao valor justo é essa participação e não a
propriedade subjacente.

IN10 São exigidas informações comparativas para todas as divulgações.

IN11 Algumas mudanças significativas foram incorporadas à Norma, como resultado de alterações que o
Conselho fez à IAS 16 – Imobilizado como parte do projeto de Melhorias:

(a) especificar quais custos estão incluídos no custo de propriedades para investimento e quando os
itens substituídos devem ser baixados;

(b) especificar quando as transações de câmbio (ou seja, as transações em que propriedades
para investimento são adquiridas em troca de ativos não monetários, total ou parcialmente)
possuem substância comercial e como essas transações, com ou sem substância comercial, são
contabilizadas; e

(c) especificar a contabilização de compensação de terceiros para propriedade para investimento que
apresentou problemas de recuperação ou que foi perdida ou concedida.

Resumo da abordagem exigida pela Norma


IN12 A Norma permite que as entidades escolham entre:

(a) um método de valor justo, em que uma propriedade para investimento é mensurada após a
mensuração inicial ao valor justo, com as mudanças no valor justo reconhecidas em lucros e
perdas; ou

(b) um método de custo. O método de custo é especificado na IAS 16 e exige que uma propriedade para
investimento seja mensurada após a mensuração inicial pelo custo depreciado (menos quaisquer
perdas acumuladas por redução ao valor recuperável). Uma entidade que escolher o método de
custo divulga o valor justo de suas propriedades para investimento.

IN13 A escolha entre os métodos de custo e valor justo não está disponível a um arrendatário que contabiliza
uma participação em propriedade mantida em um arrendamento operacional que optou por classificar e
contabilizar como propriedade para investimento. A Norma exige que essa propriedade para investimento
seja mensurada utilizando-se o método de valor justo.

IN14 O método de valor justo difere do método de reavaliação que é permitido para alguns ativos não financeiros.
De acordo com o método de reavaliação, os aumentos no valor contábil acima de uma medida baseada
no custo são reconhecidos como superávit de reavaliação. Entretanto, de acordo com o método de valor
justo, todas as mudanças no valor justo são reconhecidas em lucros e perdas.

IN15 A Norma exige que uma entidade aplique seu método escolhido a todas as suas propriedades para
investimento. Contudo, isto não significa que todos os arrendamentos operacionais elegíveis devem ser
classificados como propriedades para investimento.

IN16 Em casos excepcionais, quando uma entidade tiver adotado o método de valor justo, pode haver clara
evidência, quando uma entidade adquire pela primeira vez uma propriedade para investimento (ou
quando uma propriedade existente se torna pela primeira vez uma propriedade para investimento, após
a conclusão da construção ou desenvolvimento, ou após uma mudança no uso), de que seu valor justo
não será mensurável de forma confiável continuamente. Nesses casos, a Norma exige que a entidade
faça a mensuração dessa propriedade para investimento utilizando o método de custo da IAS 16, até a
alienação da propriedade para investimento. O valor residual da propriedade para investimento é assumido
como zero.

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IFRS Foundation A999
IAS 40

IN17 Uma mudança de um método para o outro é feita apenas se a mudança resultar em uma apresentação
mais pertinente. A Norma afirma que isso é altamente improvável em relação a uma mudança do método
de valor justo para o método de custo.

IN18 A IAS 40 depende da IAS 17 em relação aos requisitos para a classificação de arrendamentos, a
contabilização de arrendamentos financeiros e operacionais e para algumas das divulgações pertinentes
às propriedades para investimento arrendadas. Quando uma participação em propriedade mantida em
um arrendamento operacional for classificada e contabilizada como uma propriedade para investimento,
a IAS 40 substitui a IAS 17, exigindo que o arrendamento seja contabilizado como se ele fosse um
arrendamento financeiro. Os parágrafos 14-18 da IAS 17 se aplicam à classificação de arrendamentos
de terreno e edificações. Em particular, o parágrafo 18 especifica quando não é necessário mensurar
separadamente os elementos de terreno e edificações desse arrendamento.

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 40


Propriedades para Investimento

Objetivo
1 O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil para propriedades para investimento e os
respectivos requisitos de divulgação.

Alcance
2 Esta Norma será aplicada no reconhecimento, mensuração e divulgação de propriedades para
investimento.

3 Entre outras coisas, esta Norma se aplica à mensuração, nas demonstrações financeiras de um arrendatário,
de participações em propriedades para investimento mantidas em um arrendamento contabilizado como
um arrendamento financeiro e à mensuração, nas demonstrações financeiras de um arrendador, de
propriedades para investimento cedidas a um arrendatário em um arrendamento operacional. Esta Norma
não trata de assuntos cobertos pela IAS 17 – Arrendamentos, incluindo:

(a) a classificação de arrendamentos como arrendamentos financeiros ou arrendamentos operacionais;

(b) o reconhecimento da receita de arrendamentos de propriedades para investimento (vide também a


IAS 18 – Receita);

(c) a mensuração, nas demonstrações financeiras de um arrendatário, de participações em propriedades


mantidas em um arrendamento contabilizado como um arrendamento operacional;

(d) a mensuração, nas demonstrações financeiras de um arrendador, de seu investimento líquido em


um arrendamento financeiro;

(e) a contabilização das transações de venda e de retroarrendamento; e

(f) a divulgação sobre arrendamentos financeiros e arrendamentos operacionais.

4 Esta Norma não se aplica a:

(a) ativos biológicos relacionados à atividade agrícola (vide IAS 41 – Agricultura); e

(b) direitos minerais e reservas minerais como, por exemplo, petróleo, gás natural e recursos não
renováveis similares.

Definições
5 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido na demonstração da posição financeira.

Custo é o valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou o valor justo de outra contrapartida dada
para a aquisição de um ativo no momento de sua aquisição ou construção ou, quando aplicável, o
valor atribuído a esse ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as exigências específicas
de outras IFRSs, por exemplo, a IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

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Propriedade para investimento é um imóvel (terreno ou edifício – ou parte de um edifício – ou ambos)


mantido (pelo proprietário ou pelo arrendatário, de acordo com um arrendamento financeiro)
para auferir aluguéis ou para valorização do capital, ou ambos, exceto para:

(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para fins administrativos; ou

(b) venda no curso normal dos negócios.

Propriedade ocupada pelo proprietário é uma propriedade mantida (pelo proprietário ou pelo
arrendatário de um arrendamento financeiro) para uso na produção ou fornecimento de bens ou
serviços ou para fins administrativos.

6 Uma participação em propriedade que seja mantida por um arrendatário em um arrendamento


operacional pode ser classificada e contabilizada como uma propriedade para investimento
se, e somente se, a propriedade, de outro modo, atender à definição de uma propriedade para
investimento e o arrendatário utilizar o método de valor justo definido nos parágrafos 33-55 para
o ativo reconhecido. Essa alternativa de classificação está disponível em uma base de “propriedade
por propriedade”. Entretanto, quando essa alternativa de classificação for selecionada para
uma eventual participação em propriedade mantida em um arrendamento operacional, todas as
propriedades classificadas como propriedades para investimento serão contabilizadas utilizando-
se o método de valor justo. Quando essa alternativa de classificação for selecionada, qualquer
participação assim classificada é incluída nas divulgações exigidas pelos parágrafos 74-78.

7 A propriedade para investimento é mantida para auferir aluguel ou para valorização do capital ou ambos.
Portanto, uma propriedade para investimento gera fluxos de caixa de forma amplamente independente de
outros ativos mantidos por uma entidade. Isso distingue propriedade para investimento de propriedade
ocupada pelo proprietário. A produção ou o fornecimento de bens ou serviços (ou o uso da propriedade
para fins administrativos) gera fluxos de caixa que são atribuíveis não somente à propriedade, mas
também a outros ativos utilizados no processo de produção ou fornecimento. A IAS 16 – Imobilizado se
aplica à propriedade ocupada pelo proprietário.

8 Seguem exemplos de propriedades para investimento:

(a) terreno mantido para valorização do capital de longo prazo, em vez de venda de curto prazo no
curso normal dos negócios.

(b) terreno mantido para uso futuro, atualmente indeterminado. (Se uma entidade não tiver determinado
se usará o terreno como propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda de curto prazo no
curso normal dos negócios, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital.)

(c) uma edificação detida pela entidade (ou mantida pela entidade em um arrendamento financeiro) e
arrendada em um ou mais arrendamentos operacionais.

(d) uma edificação que estiver vaga, mas mantida para ser arrendada em um ou mais arrendamentos
operacionais.

(e) propriedades que estejam sendo construídas ou desenvolvidas para uso futuro como propriedades
para investimento.

9 Seguem exemplos de itens que não são propriedades para investimento e, portanto, estão fora do alcance
desta Norma:

(a) propriedades destinadas à venda no curso normal dos negócios ou no processo de construção ou
desenvolvimento para essa venda (vide IAS 2 – Estoques); por exemplo, propriedade adquirida
exclusivamente com vistas à alienação subsequente, no futuro próximo ou para desenvolvimento
e revenda.

(b) propriedades sendo construídas ou desenvolvidas em nome de terceiros (vide IAS 11 – Contratos
de Construção).

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(c) propriedades ocupadas pelo proprietário (vide IAS 16), incluindo (entre outras coisas) propriedades
mantidas para uso futuro como propriedades ocupadas pelo proprietário, propriedades mantidas
para desenvolvimento futuro e uso subsequente como propriedades ocupadas pelo proprietário,
propriedades ocupadas por empregados (independentemente de os empregados pagarem ou não
aluguel a taxas de mercado) e propriedades ocupadas pelo proprietário aguardando alienação.

(d) [excluído]

(e) propriedades que estejam arrendadas a outra entidade, em um arrendamento financeiro.

10 Algumas propriedades incluem uma parte que é mantida para aluguel ou para valorização do capital
e outra parte que é mantida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para fins
administrativos. Se essas partes puderem ser vendidas separadamente (ou arrendadas separadamente
em um arrendamento financeiro), uma entidade contabiliza as partes separadamente. Se as partes não
puderem ser vendidas separadamente, a propriedade é uma propriedade para investimento somente se
uma parte não significativa for mantida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para fins administrativos.

11 Em alguns casos, uma entidade fornece serviços auxiliares aos ocupantes de uma propriedade mantida.
Uma entidade trata essa propriedade como propriedade para investimento se os serviços forem
insignificantes para o acordo como um todo. Um exemplo é quando o proprietário de um prédio de
escritórios fornece serviços de segurança e manutenção aos arrendatários que ocupam o prédio.

12 Em certos casos, os serviços fornecidos são significativos. Por exemplo, se uma entidade detiver e
gerenciar um hotel, os serviços fornecidos aos hóspedes são significativos para o acordo como um todo.
Portanto, um hotel gerenciado pelo proprietário é uma propriedade ocupada pelo proprietário, em vez
de uma propriedade para investimento.

13 Pode ser difícil determinar se os serviços auxiliares são tão significativos de modo que uma propriedade
não se qualifique como propriedade para investimento. Por exemplo, algumas vezes o proprietário de
um hotel transfere algumas responsabilidades a terceiros, de acordo com um contrato de gerenciamento.
Os termos desses contratos variam amplamente. Em uma ponta do espectro, a posição do proprietário
pode, essencialmente, ser a de um investidor passivo. Na outra ponta do espectro, o proprietário pode
simplesmente ter terceirizado funções do dia-a-dia, ao mesmo tempo em que retém exposição significativa
à variação nos fluxos de caixa gerados pelas operações do hotel.

14 É necessário julgamento para determinar se uma propriedade se qualifica como propriedade para
investimento. Uma entidade desenvolve critérios, de modo que ela possa exercer esse julgamento de
forma consistente, de acordo com a definição de propriedade para investimento e com a respectiva
orientação dos parágrafos 7-13. O parágrafo 75(c) exige que uma entidade divulgue esses critérios quando
a classificação for difícil.

15 Em alguns casos, uma entidade detém propriedades que estão arrendadas e ocupadas por sua
controladora ou outra subsidiária. A propriedade não se qualifica como propriedade para investimento nas
demonstrações financeiras consolidadas, pois a propriedade está ocupada pelo proprietário, do ponto de
vista do grupo. Contudo, do ponto de vista da entidade que possui a propriedade, essa é uma propriedade
para investimento se atender à definição do parágrafo 5. Portanto, o arrendador trata a propriedade como
propriedade para investimento em suas demonstrações financeiras individuais.

Reconhecimento
16 A propriedade para investimento será reconhecida como um ativo quando, e somente quando:

(a) for provável que benefícios econômicos futuros que estejam associados à propriedade para
investimento fluirão para a entidade; e

(b) o custo da propriedade para investimento puder ser mensurado de forma confiável.

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17 Uma entidade avalia, sob esse princípio de reconhecimento, todos os seus custos de propriedade para
investimento na época em que são incorridos. Esses custos incluem custos incorridos inicialmente para
adquirir a propriedade para investimento e os custos incorridos subsequentemente para adicionar, substituir
parte ou realizar serviços em uma propriedade.

18 De acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade não reconhece, no valor
contábil de uma propriedade para investimento, os custos dos serviços de manutenção dessa propriedade.
Em vez disso, esses custos são reconhecidos em lucros e perdas quando incorridos. Os custos de serviços
de manutenção são principalmente o custo de mão-de-obra e materiais consumidos e podem incluir o
custo de pequenas peças. A finalidade desses gastos é frequentemente descrita como para “reparos e
manutenção” da propriedade.

19 Partes das propriedades para investimento podem ter sido adquiridas por meio de substituição. Por
exemplo, as paredes internas podem ser substituições das paredes originais. De acordo com o princípio
de reconhecimento, uma entidade reconhece, no valor contábil de uma propriedade para investimento, o
custo de substituição de parte de uma propriedade para investimento existente, na época em que o custo é
incorrido, se forem cumpridos os critérios de reconhecimento. O valor contábil dessas partes que foram
substituídas é baixado de acordo com as disposições de baixa desta Norma.

Mensuração no reconhecimento
20 Uma propriedade para investimento será mensurada inicialmente pelo seu custo. Os custos da
transação serão incluídos na mensuração inicial.

21 O custo de uma propriedade para investimento comprada inclui seu preço de compra e quaisquer gastos
diretamente atribuíveis. Os gastos diretamente atribuíveis incluem, por exemplo, honorários profissionais
por serviços jurídicos, impostos de transferências de propriedades e outros custos da transação.

22 [Excluído]

23 O custo de uma propriedade para investimento não é aumentado por:

(a) custos pré-operacionais (exceto se forem necessários para trazer a propriedade à condição necessária
para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração),

(b) perdas operacionais incorridas antes que a propriedade para investimento atinja o nível planejado
de ocupação ou

(c) valores anormais de materiais desperdiçados, mão-de-obra ou outros recursos incorridos na


construção ou desenvolvimento da propriedade.

24 Se o pagamento de uma propriedade para investimento for diferido, seu custo é o equivalente ao preço à
vista. A diferença entre esse valor e os pagamentos totais é reconhecida como despesa de juros, ao longo
do período de financiamento.

25 O custo inicial de uma participação em propriedade mantida em um arrendamento e classificada


como uma propriedade para investimento será tal como prescrito para um arrendamento financeiro
pelo parágrafo 20 da IAS 17, ou seja, o ativo será reconhecido pelo menor valor entre o valor justo
da propriedade e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento. Um valor equivalente
será reconhecido como um passivo, de acordo com esse mesmo parágrafo.

26 Qualquer prêmio pago por um arrendamento é tratado como parte dos pagamentos mínimos do
arrendamento para essa finalidade e, portanto, é incluído no custo do ativo, mas é excluído do passivo. Se
uma participação em propriedade mantida em um arrendamento for classificada como uma propriedade
para investimento, o item contabilizado ao valor justo será essa participação e não a propriedade
subjacente. A orientação sobre a mensuração do valor justo de uma participação em propriedade está
definida para o método de valor justo nos parágrafos 33-35, 40, 41, 48, 50 e 52 e na IFRS 13. Essa

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orientação também é pertinente para a mensuração do valor justo quando esse valor for utilizado como
custo, para fins de reconhecimento inicial.

27 Uma ou mais propriedades para investimento podem ser adquiridas em troca de um ativo ou ativos não
monetários ou uma combinação de ativos monetários e não monetários. A discussão a seguir refere-se
a uma troca de um ativo não monetário por outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na
frase anterior. O custo dessa propriedade para investimento é mensurado ao valor justo, exceto (a) se
a transação de troca não tiver substância comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido ou do ativo
concedido não for mensurável de forma confiável. O ativo adquirido é mensurado desta forma mesmo se
uma entidade não puder baixar imediatamente o ativo trocado. Se o ativo adquirido não for mensurado
ao valor justo, seu custo é mensurado ao valor contábil do ativo trocado.

28 Uma entidade determina se uma transação de troca possui substância comercial, considerando até que
ponto se espera que seus fluxos de caixa futuros mudem como resultado da transação. Uma transação
de troca tem substância comercial, se:

(a) a configuração (risco, época e valor) dos fluxos de caixa do ativo recebido for diferente da
configuração dos fluxos de caixa do ativo transferido ou

(b) o valor específico da entidade da parcela das operações da entidade afetada pela transação mudar
como resultado da troca e

(c) a diferença em (a) ou (b) for significativa em relação ao valor justo dos ativos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transação de troca possui substância comercial, o valor específico
da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação refletirá os fluxos de caixa
pós‑imposto. O resultado dessas análises pode ser claro, sem a necessidade de uma entidade ter de realizar
cálculos detalhados.

29 O valor justo de um ativo é mensurável de forma confiável se (a) a variabilidade na faixa de mensurações
razoáveis do valor justo não for significativa para esse ativo ou (b) as probabilidades das várias estimativas
dentro da faixa puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao mensurar o valor justo. Se a entidade
for capaz de mensurar de forma confiável o valor justo do ativo recebido ou do ativo concedido, então o
valor justo do ativo concedido é utilizado para mensurar o custo, exceto se o valor justo do ativo recebido
estiver evidenciado de forma mais clara.

Mensuração após o reconhecimento

Política contábil
30 Com as exceções indicadas nos parágrafos 32A e 34, uma entidade escolherá, como sua política
contábil, o método de valor justo dos parágrafos 33-55 ou o método de custo do parágrafo 56 e
aplicará essa política a todas as suas propriedades para investimento.

31 A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros afirma que uma
mudança voluntária na política contábil será feita apenas se a mudança resultar no fornecimento, pelas
demonstrações financeiras, de informações confiáveis e mais pertinentes sobre os efeitos das transações,
outros eventos ou condições sobre a posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa da
entidade. É altamente improvável que uma mudança do método de valor justo para o método de custo
resulte em uma apresentação mais pertinente.

32 Esta Norma exige que todas as entidades mensurem o valor justo da propriedade para investimento, para
fins de mensuração (se a entidade utilizar o método de valor justo) ou divulgação (se ela utilizar o método
de custo). Uma entidade é incentivada, mas não obrigada, a mensurar o valor justo da propriedade para
investimento com base em uma avaliação por um avaliador independente, que tenha uma qualificação
profissional reconhecida e pertinente e tenha experiência recente na localização e categoria da propriedade
para investimento sendo avaliada.

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32A Uma entidade pode:

(a) escolher o método de valor justo ou o método de custo para todas as propriedades para
investimento que lastreiem passivos e paguem um retorno vinculado diretamente ao valor justo
ou retornos provenientes de ativos específicos, incluindo essa propriedade para investimento; e

(b) escolher entre o método de valor justo ou o método de custo para todas as outras propriedades
para investimento, independente da escolha feita no item (a).

32B Algumas seguradoras e outras entidades operam um fundo imobiliário interno, que distribui papéis
especulativos, como aqueles mantidos por investidores em contratos vinculados e outros mantidos pela
entidade. O parágrafo 32A não permite que uma entidade mensure a propriedade mantida pelo fundo
parcialmente ao custo e parcialmente ao valor justo.

32C Se uma entidade escolher métodos diferentes para as duas categorias descritas no parágrafo 32A, as
vendas de propriedades para investimento, entre conjuntos de ativos mensurados que utilizam métodos
diferentes, serão reconhecidas ao valor justo e a mudança acumulada no valor justo será reconhecida em
lucros e perdas. Consequentemente, se uma propriedade para investimento for vendida de um conjunto
em que o método de valor justo é utilizado para um conjunto em que o método de custo é utilizado, o
valor justo da propriedade na data da venda se torna o seu custo presumido.

Método de valor justo


33 Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolher o método de valor justo mensurará todas
as suas propriedades para investimento ao valor justo, exceto nos casos descritos no parágrafo 53.

34 Quando uma participação em propriedade mantida por um arrendatário em um arrendamento


operacional for classificada como uma propriedade para investimento de acordo com o parágrafo 6,
o parágrafo 30 não é eletivo; o método do valor justo será aplicado.

35 Um ganho ou perda resultante de uma mudança no valor justo de propriedade para investimento
será reconhecido em lucros e perdas do período em que surgir.

36–39 [Excluídos]

40 Ao mensurar o valor justo da propriedade para investimento de acordo com a IFRS 13, uma entidade
assegurará que o valor justo reflita, entre outras coisas, a receita de aluguéis provenientes de arrendamentos
correntes e outras premissas que participantes do mercado utilizariam ao precificar a propriedade para
investimento sob condições de mercado atuais.

41 O parágrafo 25 especifica a base para reconhecimento inicial do custo de uma participação em


uma propriedade arrendada. O parágrafo 33 exige que a participação na propriedade arrendada seja
remensurada, se necessário, ao valor justo. Em um arrendamento negociado a taxas de mercado, o valor
justo de uma participação em uma propriedade arrendada na aquisição, líquido de todos os pagamentos
esperados do arrendamento (incluindo aqueles relativos aos passivos reconhecidos), deve ser zero. Esse
valor justo não muda, independente de um ativo ou passivo arrendado ser reconhecido, para fins contábeis,
ao valor justo ou ao valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento, de acordo com o parágrafo
20 da IAS 17. Desse modo, a remensuração de um ativo arrendado pelo método de custo, de acordo com
o parágrafo 25, para o método de valor justo, de acordo com o parágrafo 33, não originaria nenhum
ganho ou perda inicial, exceto se o valor justo for mensurado em épocas diferentes. Isso poderia ocorrer
quando fosse feita uma escolha para aplicar o método de valor justo após o reconhecimento inicial.

42–47 [Excluídos]

48 Em casos excepcionais, há uma clara evidência, quando uma entidade adquire pela primeira vez uma
propriedade para investimento (ou quando uma propriedade existente se torna pela primeira vez uma
propriedade para investimento após uma mudança no uso), de que a variabilidade na faixa de mensurações
razoáveis do valor justo será tão grande e as probabilidades de diversos resultados tão difíceis de avaliar

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que a utilidade de uma única mensuração do valor justo é anulada. Isso pode indicar que o valor justo
da propriedade não será mensurável de forma confiável em uma base contínua (vide parágrafo 53).

49 [Excluído]

50 Ao determinar o valor contábil de uma propriedade para investimento pelo método de valor justo, uma
entidade não faz a dupla contagem de ativos ou passivos que são reconhecidos como ativos ou passivos
separados. Por exemplo:

(a) equipamentos como, por exemplo, elevadores ou ar-condicionado, frequentemente são parte
integrante de um prédio e são geralmente incluídos no valor justo da propriedade para investimento,
em vez de reconhecidos separadamente como imobilizado.

(b) se um escritório for arrendado com mobiliário, o valor justo do escritório geralmente inclui o valor
justo do mobiliário, pois a receita do aluguel está relacionada ao escritório mobiliado. Quando o
mobiliário for incluído no valor justo da propriedade para investimento, uma entidade não reconhece
esse mobiliário como um ativo separado.

(c) o valor justo de propriedade para investimento exclui receita antecipada ou acumulada de
arrendamento operacional, pois a entidade a reconhece como um passivo ou ativo separado.

(d) o valor justo da propriedade para investimento mantida em um arrendamento reflete os fluxos de
caixa esperados (incluindo aluguel contingente previsto a se tornar pagável). Consequentemente, se
uma avaliação obtida para uma propriedade for líquida de todos os pagamentos que se espera fazer,
será necessário adicionar de volta qualquer passivo de arrendamento reconhecido, para determinar
o valor contábil da propriedade para investimento utilizando-se o método de valor justo.

51 [Excluído]

52 Em alguns casos, uma entidade espera que o valor presente de seus pagamentos relacionados a uma
propriedade para investimento (exceto os pagamentos relacionados a passivos reconhecidos) exceda o
valor presente dos respectivos recebimentos à vista. Uma entidade aplica a IAS 37 – Provisões, Passivos
Contingentes e Ativos Contingentes para determinar se reconhece um passivo e, em caso positivo,
como mensurá-lo.

Incapacidade de mensurar o valor justo de forma confiável

53 Há uma suposição refutável de que uma entidade pode mensurar de forma confiável o valor justo
de uma propriedade para investimento em uma base contínua. Entretanto, em casos excepcionais,
há uma clara evidência, quando uma entidade adquire pela primeira vez uma propriedade para
investimento (ou quando uma propriedade existente se torna pela primeira vez uma propriedade
para investimento após uma mudança no uso), de que o valor justo da propriedade para
investimento não é mensurável de forma confiável em uma base contínua. Isso surge quando, e
somente quando, o mercado para propriedades comparáveis está inativo (por exemplo, há poucas
transações recentes, as cotações de preços não são atuais ou os preços de transações observadas
indicam que o vendedor foi forçado a vender) e as alternativas de mensurações confiáveis do valor
justo (por exemplo, com base nas projeções de fluxo de caixa descontado) não estão disponíveis. Se
uma entidade determinar que o valor justo de uma propriedade para investimento em construção
não é mensurável de forma confiável, mas espera que o seja quando a construção estiver concluída,
ela mensurará essa propriedade para investimento em construção ao custo até que o seu valor justo
se torne mensurável de forma confiável ou até que a construção esteja concluída (o que ocorrer
antes). Se uma entidade determinar que o valor justo de uma propriedade para investimento
(exceto uma propriedade para investimento em construção) não é mensurável de forma confiável
em uma base contínua, ela mensurará essa propriedade para investimento utilizando o método
de custo da IAS 16. O valor residual da propriedade para investimento será assumido como zero.
A entidade aplicará a IAS 16 até a alienação da propriedade para investimento.

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53A Quando uma entidade for capaz de mensurar de forma confiável o valor justo de uma propriedade para
investimento em construção anteriormente mensurada pelo custo, ela mensurará essa propriedade por
seu valor justo. Uma vez concluída a construção dessa propriedade, presume-se que o valor justo pode
ser mensurado de forma confiável. Se este não for o caso, de acordo com o parágrafo 53, a propriedade
será contabilizada utilizando-se o método de custo de acordo com a IAS 16.

53B A presunção de que o valor justo da propriedade para investimento em construção pode ser mensurado de
forma confiável pode ser refutada apenas no reconhecimento inicial. Uma entidade que houver mensurado
uma propriedade para investimento em construção ao valor justo não pode concluir que o valor justo da
propriedade para investimento concluída não pode ser mensurado de forma confiável.

54 Em casos excepcionais em que uma entidade é obrigada, pelo motivo dado no parágrafo 53, a mensurar
uma propriedade para investimento utilizando o método de custo, de acordo com a IAS 16, ela mensura ao
valor justo todas as suas outras propriedades para investimento, incluindo propriedades para investimento
em construção. Nesses casos, embora uma entidade possa utilizar o método de custo para uma propriedade
para investimento, a entidade continuará a contabilizar cada uma das propriedades restantes utilizando
o método de valor justo.

55 Se uma entidade tiver anteriormente mensurado uma propriedade para investimento ao valor justo,
ela continuará a mensurar a propriedade ao valor justo até a alienação (ou até que a propriedade
se torne uma propriedade ocupada pelo proprietário ou a entidade comece a desenvolver a
propriedade para venda subsequente, no curso normal dos negócios), mesmo se as transações de
mercado comparáveis se tornarem menos frequentes ou os preços de mercado se tornarem menos
facilmente disponíveis.

Método de custo
56 Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolher o método de custo mensurará todas
as suas propriedades para investimento de acordo com os requisitos da IAS 16 para esse método,
exceto aquelas que atenderem aos critérios para serem classificadas como mantidas para venda (ou
estiverem incluídas em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda), de
acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas.
As propriedades para investimentos que atenderem aos critérios para serem classificadas como
mantidas para venda (ou estiverem incluídas em um grupo de alienação que seja classificado como
mantido para venda) serão mensuradas de acordo com a IFRS 5.

Transferências
57 As transferências para, ou provenientes de, propriedades para investimento serão feitas quando,
e somente quando, houver uma mudança no seu uso, comprovada por:

(a) início da ocupação pelo proprietário, para uma transferência de propriedade para investimento
para propriedade ocupada pelo proprietário;

(b) início de desenvolvimento com vistas à venda, para uma transferência de propriedade para
investimento para estoques;

(c) fim da ocupação pelo proprietário, para uma transferência de propriedade ocupada pelo
proprietário para propriedade para investimento; ou

(d) início de um arrendamento operacional a outra parte, para uma transferência de estoques
para propriedade para investimento.

(e) [excluído]

58 O parágrafo 57(b) exige que uma entidade transfira uma propriedade de propriedade para investimento
para estoques quando, e somente quando, houver uma mudança no uso, comprovada pelo início de

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desenvolvimento com vistas à venda. Quando uma entidade decidir alienar uma propriedade para
investimento sem desenvolvimento, ela continua a tratar a propriedade como uma propriedade para
investimento até que ela seja baixada (eliminada da posição financeira) e não a trata como estoque.
Similarmente, se uma entidade começar a redesenvolver uma propriedade para investimento já existente
para uso futuro contínuo como propriedade para investimento, a propriedade permanece como uma
propriedade para investimento e não é reclassificada como propriedade ocupada pelo proprietário durante
o redesenvolvimento.

59 Os parágrafos 60-65 se aplicam às questões de reconhecimento e mensuração que surgem quando uma
entidade utiliza o método de valor justo para propriedade para investimento. Quando uma entidade utilizar
o método de custo, as transferências entre propriedades para investimento, propriedades ocupadas pelo
proprietário e estoques não alteram o valor contábil da propriedade transferida e não alteram o custo
dessa propriedade para fins de mensuração ou divulgação.

60 Para uma transferência de propriedade para investimento reconhecida ao valor justo para
propriedade ocupada pelo proprietário ou estoques, o custo presumido da propriedade para
contabilização subsequente, de acordo com a IAS 16 ou IAS 2, será o seu valor justo na data da
mudança em uso.

61 Se uma propriedade ocupada pelo proprietário se tornar uma propriedade para investimento que
será reconhecida ao valor justo, uma entidade aplicará a IAS 16 até a data da mudança em uso.
A entidade tratará qualquer diferença nessa data, entre o valor contábil da propriedade de acordo
com a IAS 16 e o seu valor justo, da mesma forma que uma reavaliação de acordo com a IAS 16.

62 Até a data em que uma propriedade ocupada pelo proprietário se tornar um propriedade para investimento
reconhecida ao valor justo, uma entidade deprecia a propriedade e reconhece quaisquer perdas por
redução ao valor recuperável que tenham ocorrido. A entidade trata qualquer diferença nessa data, entre
o valor contábil da propriedade de acordo com a IAS 16 e o seu valor justo, da mesma forma que uma
reavaliação de acordo com a IAS 16. Em outras palavras:

(a) qualquer diminuição resultante no valor contábil da propriedade é reconhecida em lucros e perdas.
Entretanto, na medida em que o valor for incluído no superávit de reavaliação para essa propriedade,
a diminuição é reconhecida em outros resultados abrangentes e reduz o superávit de reavaliação
dentro do patrimônio líquido.

(b) qualquer aumento resultante no valor contábil é tratado da seguinte forma:

(i) na medida em que o aumento reverte uma perda por redução ao valor recuperável para essa
propriedade, o aumento é reconhecido em lucros e perdas. O valor reconhecido em lucros
e perdas não excede o valor necessário para restaurar o valor contábil ao valor contábil que
teria sido determinado (líquido de depreciação), caso não tivesse sido reconhecida nenhuma
perda por redução ao valor recuperável.

(ii) qualquer parte restante do aumento é reconhecida em outros resultados abrangentes e


aumenta o superávit de reavaliação dentro do patrimônio líquido. Na alienação subsequente
da propriedade para investimento, o superávit de reavaliação incluído no patrimônio líquido
pode ser transferido para lucros acumulados. A transferência de superavit de reavaliação para
lucros acumulados não é feita por meio de lucros e perdas.

63 Para uma transferência de estoques para propriedade para investimento que será reconhecida ao
valor justo, qualquer diferença entre o valor justo da propriedade nessa data e seu valor contábil
anterior será reconhecida em lucros e perdas.

64 O tratamento de transferências de estoques para propriedade para investimento que será reconhecida ao
valor justo é consistente com o tratamento de vendas de estoques.

65 Quando uma entidade concluir a construção ou desenvolvimento de uma propriedade para


investimento de construção própria que será reconhecida ao valor justo, qualquer diferença entre

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o valor justo da propriedade nessa data e seu valor contábil anterior será reconhecida em lucros
e perdas.

Alienações
66 Uma propriedade para investimento será baixada (eliminada da demonstração da posição
financeira) na alienação ou quando a propriedade para investimento for retirada permanentemente
do uso e não for esperado nenhum benefício econômico futuro de sua alienação.

67 A alienação de uma propriedade para investimento pode ser obtida pela venda ou pela celebração de
um arrendamento financeiro. Ao determinar a data da alienação para propriedade para investimento,
uma entidade aplica os critérios da IAS 18 para reconhecimento da receita proveniente da venda de bens
e considera a respectiva orientação nos exemplos ilustrativos que acompanham a IAS 18. A IAS 17 se
aplica à alienação efetuada pela celebração de um arrendamento financeiro e a uma transação de venda
e retroarrendamento.

68 Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade reconhecer no valor
contábil de um ativo o custo de substituição de parte de uma propriedade para investimento, ela baixa o
valor contábil da parte substituída. Para propriedade para investimento contabilizada utilizando-se um
método de custo, uma parte substituída não pode ser uma parte que foi depreciada separadamente. Se não
for praticável para uma entidade determinar o valor contábil da parte substituída, ela pode usar o custo da
substituição como uma indicação de qual era o custo da parte substituída na ocasião em que foi adquirida
ou construída. De acordo com o método do valor justo, o valor justo da propriedade para investimento
já pode refletir que a parte a ser substituída perdeu seu valor. Em outros casos, pode ser difícil discernir
quanto do valor justo deve ser reduzido para a parte sendo substituída. Uma alternativa para reduzir o
valor justo da parte substituída, quando não for prático fazê-lo, é incluir o custo da substituição no valor
contábil do ativo e, a seguir, reavaliar o valor justo, como seria exigido para adições que não envolvem
a substituição.

69 Os ganhos ou perdas resultantes da desativação ou alienação da propriedade para investimento


serão determinados como a diferença entre os proventos líquidos de alienação e o valor contábil
do ativo e serão reconhecidos em lucros e perdas (exceto se a IAS 17 exigir de outro modo, em uma
transação de venda e de retroarrendamento) no período da desativação ou alienação.

70 A contrapartida a ser recebida na alienação de uma propriedade para investimento é reconhecida


inicialmente ao valor justo. Em particular, se o pagamento de uma propriedade para investimento for
diferido, a contrapartida recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço à vista. A diferença
entre o valor nominal da contrapartida e o equivalente ao preço à vista é reconhecida como receita de
juros de acordo com a IAS 18, utilizando-se o método dos juros efetivos.

71 Uma entidade aplica a IAS 37 ou outras Normas, conforme apropriado, a quaisquer passivos que ela
retiver após a alienação de uma propriedade para investimento.

72 A compensação de terceiros para propriedade para investimento que apresentou problemas de


recuperação ou que foi perdida ou concedida será reconhecida em lucros e perdas, quando a
compensação se tornar recebível.

73 As reduções ao valor recuperável ou perdas de propriedade para investimento, respectivas reivindicações


ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer compra subsequente ou construção de ativos
de substituição são eventos econômicos independentes e são contabilizados separadamente, conforme
descrito a seguir:

(a) as reduções ao valor recuperável de propriedades para investimento são reconhecidas de acordo
com a IAS 36;

(b) as desativações ou alienações de propriedade para investimento são reconhecidas de acordo com
os parágrafos 66-71 desta Norma;

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(c) a compensação de terceiros para propriedade para investimento que apresentou problemas
de recuperação ou que foi perdida ou concedida é reconhecida em lucros e perdas, quando se
tornar recebível.

(d) o custo de ativos restaurados, comprados ou construídos como substituições é determinado de


acordo com os parágrafos 20-29 desta Norma.

Divulgação

Método de valor justo e método de custo


74 As divulgações a seguir se aplicam além daquelas na IAS 17. De acordo com a IAS 17, o proprietário
de uma propriedade para investimento fornece divulgações dos arrendadores sobre os arrendamentos
que tiver celebrado. Uma entidade que detiver uma propriedade para investimento em um arrendamento
financeiro ou operacional fornece divulgações do arrendatário para arrendamentos financeiros e
divulgações do arrendador para quaisquer arrendamentos operacionais que tiver celebrado.

75 Uma entidade divulgará:

(a) se ela aplica o método de valor justo ou o método de custo.

(b) se ela aplicar o método de valor justo, se, e em quais circunstâncias, as participações em
propriedades mantidas em arrendamentos operacionais são classificadas e contabilizadas
como propriedades para investimento.

(c) quando a classificação for difícil (vide parágrafo 14), os critérios que utiliza para distinguir
propriedade para investimento de propriedade ocupada pelo proprietário e de propriedade
mantida para venda no curso normal dos negócios.

(d) [excluído]

(e) a extensão na qual o valor justo da propriedade para investimento (como mensurado ou
divulgado nas demonstrações financeiras) está baseado em uma avaliação de um avaliador
independente, que tenha qualificação profissional reconhecida e pertinente e tenha experiência
recente sobre a localização e a categoria da propriedade para investimento que está sendo
avaliada Se não houver essa avaliação, esse fato será divulgado.

(f) os valores reconhecidos em lucros e perdas em relação a:

(i) receita de aluguel proveniente de propriedades para investimento;

(ii) despesas operacionais diretas (incluindo reparos e manutenção) resultantes da


propriedade para investimento que gerou receita de aluguel durante o período; e

(iii) despesas operacionais diretas (incluindo reparos e manutenção) resultantes da


propriedade para investimento que não gerou receita de aluguel durante o período;

(iv) a mudança acumulada no valor justo, reconhecida em lucros e perdas, em uma venda de
uma propriedade para investimento de um grupo de ativos em que o método de custo é
utilizado para um grupo em que o método de valor justo é utilizado (vide parágrafo 32C).

(g) a existência e valores de restrições sobre a possibilidade de realização da propriedade para


investimento ou da remessa de receita e proventos da alienação.

(h) obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedade para investimento
ou para reparos, manutenção ou melhorias.

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Método de valor justo

76 Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 75, uma entidade que aplicar o método de valor
justo dos parágrafos 33-55 divulgará uma conciliação entre os valores contábeis de propriedades
para investimento no início e no final do período, demonstrando o seguinte:

(a) adições, divulgando separadamente as adições resultantes de aquisições e aquelas resultantes


de gastos subsequentes, reconhecidas no valor contábil de um ativo;

(b) adições resultantes de aquisições por meio de combinações de negócios;

(c) os ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo de alienação que
seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5 e outras alienações;

(d) ganhos ou perdas líquidos de ajustes no valor justo;

(e) as diferenças de câmbio líquidas, resultantes da conversão de demonstrações financeiras para


uma moeda de apresentação diferente e da conversão de uma operação no exterior para a
moeda de apresentação da entidade que reporta;

(f) transferências para/de estoques e propriedades ocupadas pelo proprietário; e

(g) outras mudanças.

77 Quando uma avaliação obtida para propriedade para investimento for ajustada de forma
significativa para a finalidade das demonstrações financeiras, por exemplo, para evitar dupla
contagem de ativos ou passivos que sejam reconhecidos como ativos e passivos separados, como
descrito no parágrafo 50, a entidade divulgará a conciliação entre a avaliação obtida e a avaliação
ajustada incluída nas demonstrações financeiras, demonstrando separadamente o valor total de
quaisquer obrigações de arrendamento reconhecidas, que foram adicionadas de volta, e quaisquer
outros ajustes significativos.

78 Nos casos excepcionais referidos no parágrafo 53, quando uma entidade mensurar a propriedade
para investimento utilizando o método de custo da IAS 16, a conciliação exigida pelo parágrafo 76
divulgará os valores relativos a essa propriedade para investimento, separadamente dos valores
relativos a outra propriedade para investimento. Além disso, a entidade divulgará:

(a) uma descrição da propriedade para investimento;

(b) uma explicação do motivo pelo qual o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável;

(c) se possível, a faixa de estimativas dentro da qual o valor justo provavelmente se enquadrará; e

(d) na alienação da propriedade para investimento não reconhecida ao valor justo:

(i) o fato de que a entidade alienou a propriedade para investimento não reconhecida ao
valor justo;

(ii) o valor contábil dessa propriedade para investimento na ocasião da venda; e

(iii) o valor de ganho ou perda reconhecido.

Método de custo

79 Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 75, uma entidade que aplica o método de custo do
parágrafo 56 divulgará:

(a) os métodos de depreciação usados;

(b) as vidas úteis ou taxas de depreciação usadas;

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(c) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (agregado com as perdas acumuladas por
redução ao valor recuperável de ativos), no início e no final do período;

(d) uma conciliação do valor contábil da propriedade para investimento, no início e no final do
período, demonstrando o seguinte:

(i) adições, divulgando separadamente as adições resultantes de aquisições e aquelas


resultantes de gastos subsequentes reconhecidos como um ativo;

(ii) adições resultantes de aquisições por meio de combinações de negócios;

(iii) os ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo de alienação
que seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5 e outras
alienações;

(iv) depreciação;

(v) o valor de perdas reconhecidas por redução ao valor recuperável e o valor das perdas
revertidas por redução ao valor recuperável durante o período, de acordo com a IAS 36;

(vi) as diferenças de câmbio líquidas, resultantes da conversão de demonstrações financeiras


para uma moeda de apresentação diferente e da conversão de uma operação no exterior
para a moeda de apresentação da entidade que reporta;

(vii) transferências para/de estoques e propriedades ocupadas pelo proprietário; e

(viii) outras mudanças; e

(e) o valor justo da propriedade para investimento. Nos casos excepcionais descritos no parágrafo
53, quando uma entidade não puder mensurar o valor justo da propriedade para investimento
de forma confiável, ela divulgará:

(i) uma descrição da propriedade para investimento;

(ii) uma explicação do motivo pelo qual o valor justo não pode ser mensurado de forma
confiável; e

(iii) se possível, a faixa de estimativas dentro da qual o valor justo provavelmente se


enquadrará.

Disposições transitórias

Método de valor justo


80 Uma entidade que tiver aplicado anteriormente a IAS 40 (2000) e decidir classificar e contabilizar
pela primeira vez parte ou todas as participações em propriedades elegíveis mantidas em
arrendamentos operacionais como propriedades para investimento, reconhecerá o efeito dessa
decisão como um ajuste ao saldo de abertura de lucros acumulados, para o período em que a
decisão foi tomada pela primeira vez. Além disso:

(a) se a entidade tiver divulgado anteriormente, de forma pública (nas demonstrações financeiras
ou de outro modo), o valor justo dessas participações em propriedades em períodos anteriores
(mensurado em uma base que atenda à definição do valor justo na IFRS 13), a entidade é
incentivada, mas não obrigada a:

(i) ajustar o saldo de abertura de lucros acumulados para o período mais recente
apresentado, em relação ao qual esse valor justo foi divulgado publicamente; e

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(ii) reapresentar as informações comparativas para esses períodos; e

(b) se uma entidade não tiver divulgado anteriormente, de forma pública, as informações descritas
no item (a), ela não reapresentará as informações comparativas e divulgará esse fato.

81 Esta Norma exige um tratamento diferente daquele exigido pela IAS 8. A IAS 8 exige que as informações
comparativas sejam reapresentadas, exceto se essa reapresentação for impraticável.

82 Quando uma entidade aplicar esta Norma pela primeira vez, o ajuste no saldo de abertura de lucros
acumulados inclui a reclassificação de qualquer valor mantido no superávit de reavaliação para
propriedades para investimentos.

Método de custo
83 A IAS 8 se aplica a qualquer mudança nas políticas contábeis que seja feita quando uma entidade aplica
esta Norma pela primeira vez e escolhe utilizar o método de custo. O efeito da mudança nas políticas
contábeis inclui a reclassificação de qualquer valor mantido no superávit de reavaliação para propriedades
para investimentos.

84 Os requisitos dos parágrafos 27-29 relacionados à mensuração inicial de uma propriedade para
investimento adquirida em uma transação de troca de ativos serão aplicados prospectivamente
somente às transações futuras.

Data de vigência
85 Uma entidade aplicará esta Norma para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2005. A
aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma para um período iniciado antes
de 1º de janeiro de 2005, ela divulgará esse fato.

85A A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia
usada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou o parágrafo 62. Uma entidade aplicará essas alterações
para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada
em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas para esse período anterior.

85B Os parágrafos 8, 9, 48, 53, 54 e 57 foram alterados, o parágrafo 22 foi excluído e os parágrafos 53A e
53B foram acrescentados pela Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará
essas alterações prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. Uma
entidade poderá aplicar as alterações a propriedades para investimento em construção a partir de qualquer
data anterior a 1º de janeiro de 2009, desde que os valores justos das propriedades para investimento em
construção tenham sido mensurados nessas datas. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade
aplicar as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato e, ao mesmo tempo, aplicará as
alterações aos parágrafos 5 e 81E da IAS 16 – Imobilizado.

85C A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou a definição de valor justo do parágrafo 5, alterou os
parágrafos 26, 29, 32, 40, 48, 53, 53B, 78-80 e 85B e excluiu os parágrafos 36-39, 42-47, 49, 51 e 75(d).
Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

Revogação da IAS 40 (2000)


86 Esta Norma substitui a IAS 40 – Propriedades para Investimento (emitida em 2000).

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Norma Internacional de Contabilidade IAS 41

Agricultura
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) adotou a IAS 41 – Agricultura,
que foi originalmente emitida pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC) em fevereiro de 2001.

Em dezembro de 2003, o IASB emitiu a IAS 41 revisada como parte de sua agenda inicial de projetos técnicos.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IAS 41. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003 e setembro de 2007), a IAS 2 – Estoques (tal
como revisada em dezembro de 2003), Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2008) e a IFRS 13 – Mensuração
do Valor Justo (emitida em maio de 2011).

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Conteúdo
do parágrafo
INTRODUÇÃO IN1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE IAS 41
AGRICULTURA
OBJETIVO
ALCANCE 1
DEFINIÇÕES 5
Definições relacionadas à agricultura 5
Definições gerais 8
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 10
Ganhos e perdas 26
Incapacidade de mensurar o valor justo de forma confiável 30
SUBVENÇÕES GOVERNAMENTAIS 34
DIVULGAÇÃO 40
Disposições Gerais 40
Divulgações adicionais para ativos biológicos em que o valor justo
não pode ser mensurado de forma confiável 54
Subvenções governamentais 57
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 58

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES


BASE PARA AS CONCLUSÕES DO IASC
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS

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A Norma Internacional de Contabilidade IAS 41 – Agricultura (IAS 41) é definida nos parágrafos 1-61.
Todos os parágrafos têm igual importância, mas mantêm o formato da Norma do IASC quando adotada pelo
IASB. A IAS 41 deve ser lida no contexto de seu objetivo, da Base para Conclusões, do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) e da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. A IAS 8 –
Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros fornece uma base para seleção e aplicação
das políticas contábeis na ausência de orientação explícita.

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Introdução

IN1 A IAS 41 prescreve o tratamento contábil, a apresentação de demonstrações financeiras e divulgações


relacionadas à atividade agrícola, um assunto não coberto em outras Normas. A atividade agrícola é
a administração, por uma entidade, da transformação biológica de animais vivos ou plantas (ativos
biológicos) destinados à venda, em produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais.

IN2 A IAS 41 prescreve, entre outras coisas, o tratamento contábil para ativos biológicos durante o período
de crescimento, degeneração, produção e procriação, e para a mensuração inicial dos produtos agrícolas
no momento da colheita. Ela exige a mensuração ao valor justo menos custos para vender, desde o
reconhecimento inicial dos ativos biológicos até o momento da colheita, exceto quando o valor justo
não puder ser mensurado de forma confiável no reconhecimento inicial. Entretanto, a IAS 41 não trata
do processamento dos produtos agrícolas após a colheita; por exemplo, o processamento de uvas para
fazer vinho e de lã para fazer fios.

IN3 Há uma suposição de que o valor justo pode ser mensurado de forma confiável em relação a um ativo
biológico. Entretanto, essa suposição pode ser refutada somente no reconhecimento inicial de um ativo
biológico para o qual os preços de mercado cotados não estejam disponíveis e para o qual mensurações
alternativas do valor justo são determinadas como sendo claramente não confiáveis. Nesse caso, a
IAS 41 exige que uma entidade mensure esse ativo biológico pelo seu custo menos qualquer depreciação
acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável. Quando o valor justo desse
ativo biológico se tornar mensurável de forma confiável, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu valor
justo menos custos para vender. Em todos os casos, uma entidade deve mensurar os produtos agrícolas
no momento da colheita pelo seu valor justo menos custos para vender.

IN4 A IAS 41 exige que uma mudança no valor justo menos custos para vender de um ativo biológico seja
incluída em lucros e perdas do período em que ela ocorrer. Na atividade agrícola, uma mudança nos
atributos físicos de um animal vivo ou planta aumenta ou diminui diretamente os benefícios econômicos
para a entidade. Em um modelo contábil de custo histórico baseado em transação, uma entidade do setor
florestal pode informar inexistência de receita até a primeira colheita e venda, talvez 30 anos após o
plantio. Por outro lado, um modelo contábil que reconheça e mensure o crescimento biológico utilizando
valores justos correntes informa mudanças no valor justo ao longo do período entre o plantio e a colheita.

IN5 A IAS 41 não estabelece nenhum princípio novo para terrenos relacionados à atividade agrícola. Em
vez disso, uma entidade segue a IAS 16 – Imobilizado ou a IAS 40 – Propriedades para Investimento,
dependendo da norma que for apropriada nas circunstâncias. A IAS 16 exige que o terreno seja mensurado
pelo seu custo menos quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável ou por um valor
reavaliado. A IAS 40 exige que o terreno considerado como propriedade para investimento seja mensurado
pelo seu valor justo ou custo menos quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável. Os
ativos biológicos que estiverem fisicamente anexados ao terreno (por exemplo, árvores em uma floresta
plantada) são mensurados separadamente do terreno, pelo seu valor justo menos custos para vender.

IN6 A IAS 41 exige que uma subvenção governamental incondicional relacionada a um ativo biológico
mensurado pelo seu valor justo menos custos para vender seja reconhecida em lucros e perdas quando,
e apenas quando, a subvenção governamental se tornar recebível. Se uma subvenção governamental for
condicional, incluindo quando uma subvenção governamental exigir que uma entidade não desenvolva
uma atividade agrícola específica, uma entidade deve reconhecer a subvenção governamental em
lucros e perdas quando, e apenas quando, as condições associadas à subvenção governamental forem
cumpridas. Se uma subvenção governamental estiver relacionada a um ativo biológico mensurado pelo
seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor
recuperável, a entidade aplica a IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação
de Assistência Governamental.

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IAS 41

IN7 A IAS 41 deve ser aplicada para demonstrações financeiras anuais que cobrem períodos iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2003. A aplicação antecipada é encorajada.

IN8 A IAS 41 não estabelece nenhuma disposição transitória específica. A adoção da IAS 41 é contabilizada
de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

IN9 Os exemplos ilustrativos que acompanham a IAS 41 fornece exemplos da aplicação da Norma. A Base
para Conclusões resume os motivos do Conselho para adotar os requisitos definidos na IAS 41.

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IAS 41

Norma Internacional de Contabilidade IAS 41


Agricultura

Objetivo
O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contábil e as divulgações relacionadas à atividade
agrícola.

Alcance
1 Esta Norma será aplicada para contabilizar os seguintes itens quando estiverem relacionados à
atividade agrícola:

(a) ativos biológicos;

(b) produtos agrícolas no momento da colheita; e

(c) subvenções governamentais cobertas pelos parágrafos 34 e 35.

2 Esta Norma não se aplica a:

(a) terrenos relacionado à atividade agrícola (vide IAS 16 – Imobilizado e IAS 40 – Propriedades para
Investimento); e

(b) ativos intangíveis relacionados à atividade agrícola (vide IAS 38 – Ativos Intangíveis).

3 Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que é o produto colhido dos ativos biológicos da entidade,
somente no momento da colheita. Posteriormente, é aplicada a IAS 2 – Estoques ou outra Norma aplicável.
Consequentemente, esta Norma não trata do processamento dos produtos agrícolas após a colheita;
por exemplo, o processamento de uvas para fazer vinho por um viticultor. Embora esse processamento
possa ser uma extensão lógica e natural da atividade agrícola e os eventos ocorridos possam ter alguma
similaridade com a transformação biológica, esse processamento não está incluído na definição de
atividade agrícola nesta Norma.

4 A tabela abaixo fornece exemplos de ativos biológicos, produtos agrícolas e produtos que são resultado
do processamento após a colheita:

Produtos que são resultado


Ativos biológicos Produto agrícola do processamento após a
colheita

Ovelhas Lã Fio, tapete

Árvores em uma floresta Tronco Madeira


plantada

Plantações Algodão Fios, tecidos

Cana colhida Açúcar

Gado leiteiro Leite Queijo

Porcos Carcaça Linguiças, presunto curado

Arbustos Folhas Chá, tabaco curado

Videiras Uvas Vinho

Árvores frutíferas Fruta colhida Fruta processada

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Definições

Definições relacionadas à agricultura


5 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Atividade agrícola é a administração, por uma entidade, da transformação biológica e colheita de


ativos biológicos destinados à venda ou à conversão em produtos agrícolas ou em ativos biológicos
adicionais.

Produto agrícola é o produto colhido dos ativos biológicos da entidade.

Um ativo biológico é um ser animal ou vegetal.

Transformação biológica compreende os processos de crescimento, degeneração, produção e


procriação que causam mudanças qualitativas ou quantitativas em um ativo biológico.

Custos para vender são os custos incrementais diretamente atribuíveis à alienação de um ativo,
excluindo-se custos de financiamento e impostos sobre a renda.

Um grupo de ativos biológicos é uma agregação de animais ou vegetais vivos similares.

Colheita é a retirada do produto de um ativo biológico ou a cessação dos processos de vida de um


ativo biológico.

6 A atividade agrícola cobre uma ampla variedade de atividades; por exemplo, criação de gado, plantio de
florestas, culturas anuais ou perenes, cultivo de pomares e plantações, floricultura e aquicultura (incluindo
piscicultura). Existem determinadas características comuns dentro desta diversidade:

(a) Capacidade de mudar. Animais vivos e plantas são capazes de transformação biológica;

(b) Gerenciamento de mudança. O gerenciamento facilita a transformação biológica aumentando,


ou pelo menos estabilizando, as condições necessárias para que o processo ocorra (por exemplo,
níveis de nutrientes, umidade, temperatura, fertilidade e luz). Esse gerenciamento distingue a
atividade agrícola de outras atividades. Por exemplo, a colheita de fontes não gerenciadas (como,
por exemplo, pesca oceânica e desmatamento) não é atividade agrícola; e

(c) Mensuração de mudança. A mudança na qualidade (por exemplo, mérito genético, densidade,
amadurecimento, capa de gordura, teor de proteína e resistência da fibra) ou quantidade (por
exemplo, progênie, peso, metros cúbicos, comprimento ou diâmetro da fibra e número de mudas)
provocada pela transformação biológica ou colheita é mensurada e monitorada como uma função
do gerenciamento de rotina.

7 A transformação biológica ocorre nos seguintes tipos de resultados:

(a) o ativo muda por meio de (i) crescimento (um aumento na quantidade ou melhoria na qualidade de
um animal ou planta), (ii) degeneração (uma redução na quantidade ou deterioração na qualidade
de um animal ou planta), ou (iii) procriação (criação de animais vivos ou plantas adicionais); ou

(b) produção de produtos agrícolas como, por exemplo, látex, folha de chá, lã e leite.

Definições gerais
8 Os seguintes termos são usados nesta Norma com os significados especificados:

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido na demonstração da posição financeira.

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IAS 41

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Vide IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.)

Subvenções governamentais estão definidas na IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais


e Divulgação de Assistência Governamental.

9 [Excluído]

Reconhecimento e mensuração
10 Uma entidade reconhecerá um ativo biológico ou produto agrícola quando, e somente quando:

(a) a entidade controlar o ativo como resultado de eventos passados;

(b) for provável que benefícios econômicos futuros associados ao ativo fluirão para a entidade; e

(c) o valor justo ou custo do ativo puder ser mensurado de forma confiável.

11 Na atividade agrícola, o controle pode ser comprovado, por exemplo, por meio da propriedade legal do
gado e da marcação a ferro ou outra forma de sinalização do gado na aquisição, nascimento ou desmame.
Os benefícios futuros são avaliados normalmente pela mensuração dos atributos físicos significativos.

12 Um ativo biológico será mensurado no seu reconhecimento inicial e no final de cada período de
relatório pelo seu valor justo menos custos para vender, exceto no caso descrito no parágrafo 30,
em que o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável.

13 O produto agrícola colhido de ativos biológicos de uma entidade será mensurado pelo seu valor
justo menos custos para vender no momento da colheita. Essa mensuração é o custo nessa data ao
aplicar a IAS 2 – Estoques ou outra Norma aplicável.

14 [Excluído]

15 A mensuração do valor justo de um ativo biológico ou produto agrícola pode ser facilitada pelo
agrupamento de ativos biológicos ou produtos agrícolas de acordo com atributos significativos; por
exemplo, por idade ou qualidade. Uma entidade seleciona os atributos correspondentes aos atributos
usados no mercado como base para definição do preço.

16 As entidades frequentemente celebram contratos para vender seus ativos biológicos ou produtos agrícolas
em uma data futura. Os preços do contrato não são necessariamente pertinentes à mensuração do valor
justo, pois o valor justo reflete as condições de mercado atuais em que compradores e vendedores
participantes de mercado celebrariam uma transação. Como resultado, o valor justo de um ativo
biológico ou produto agrícola não é ajustado por causa da existência de um contrato. Em alguns casos,
um contrato para a venda de um ativo biológico ou produto agrícola pode ser um contrato oneroso,
conforme definido na IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. A IAS 37 se
aplica a contratos onerosos.

17–21 [Excluídos]

22 Uma entidade não inclui nenhum fluxo de caixa pelo financiamento de ativos, tributação ou
restabelecimento de ativos biológicos após a colheita (por exemplo, o custo de replantio de árvores em
uma floresta de plantação após a colheita).

23 [Excluído]

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24 Algumas vezes o custo pode se aproximar do valor justo, particularmente quando:

(a) tiver ocorrido pouca transformação biológica desde que o custo inicial foi incorrido (por exemplo,
para plantas frutíferas criadas a partir de sementes, plantadas imediatamente antes do final de um
período de relatório); ou

(b) não for esperado que o impacto da transformação biológica sobre o preço seja relevante (por
exemplo, para o crescimento inicial em um ciclo de produção de plantação de pinheiro de 30 anos).

25 Frequentemente os ativos biológicos estão ligados fisicamente ao terreno (por exemplo, árvores em uma
floresta de plantação). Pode não haver nenhum mercado separado para ativos biológicos que estejam
ligados ao terreno, mas pode existir um mercado ativo para os ativos combinados, ou seja, para os
ativos biológicos, terreno bruto e melhorias no terreno, como um pacote. Uma entidade pode utilizar
informações relacionadas aos ativos combinados para mensurar o valor justo dos ativos biológicos. Por
exemplo, o valor justo do terreno bruto e melhorias no terreno podem ser deduzidos do valor justo dos
ativos combinados, para determinar o valor justo dos ativos biológicos.

Ganhos e perdas
26 Um ganho ou perda que tenha origem no reconhecimento inicial de um ativo biológico ao valor
justo menos custos para vender e proveniente de uma mudança no valor justo menos custos para
vender de um ativo biológico deve ser incluído em lucros e perdas do período em que ocorrer.

27 Uma perda pode surgir no reconhecimento inicial de um ativo biológico, pois os custos para vender são
deduzidos ao determinar o valor justo menos custos para vender de um ativo biológico. Um ganho pode
surgir no reconhecimento inicial de um ativo biológico, como, por exemplo, quando nasce um bezerro.

28 Um ganho ou perda que tenha origem no reconhecimento inicial de um produto agrícola ao valor
justo menos custos para vender será incluído em lucros e perdas do período em que ocorrer.

29 Um ganho ou perda pode surgir no reconhecimento inicial dos produtos agrícolas como resultado
da colheita.

Incapacidade de mensurar o valor justo de forma confiável


30 Há uma suposição de que o valor justo pode ser mensurado de forma confiável em relação a um
ativo biológico. Entretanto, essa suposição pode ser refutada somente no reconhecimento inicial de
um ativo biológico para o qual os preços de mercado cotados não estejam disponíveis e para o qual
mensurações alternativas do valor justo são determinadas como sendo claramente não confiáveis.
Nesse caso, esse ativo biológico será mensurado pelo seu custo menos qualquer depreciação
acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável. Quando o valor
justo desse ativo biológico se tornar mensurável de forma confiável, uma entidade o mensurará
pelo seu valor justo menos custos para vender. Quando o ativo biológico não circulante atender aos
critérios para ser classificado como mantido para venda (ou for incluído em um grupo de alienação
que seja classificado como mantido para venda) de acordo com a IFRS 5 – Ativos Não Circulantes
Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas, supõe-se que o valor justo possa ser mensurado
de forma confiável.

31 A suposição no parágrafo 30 pode ser refutada somente no reconhecimento inicial. Uma entidade que
tiver anteriormente mensurado um ativo biológico pelo seu valor justo menos custos para vender continua
a mensurar o ativo biológico pelo seu valor justo menos custos para vender até a alienação.

32 Em todos os casos, uma entidade mensura os produtos agrícolas no momento da colheita pelo seu valor
justo menos custos para vender. Esta Norma reflete o ponto de vista de que o valor justo dos produtos
agrícolas no momento da colheita sempre pode ser mensurado de forma confiável.

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33 Ao determinar o custo, a depreciação acumulada e as perdas acumuladas por redução ao valor recuperável,
uma entidade considera a IAS 2, a IAS 16 e a IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

Subvenções governamentais
34 Uma subvenção governamental incondicional relacionada a um ativo biológico mensurado pelo
seu valor justo menos custos para vender será reconhecida em lucros e perdas quando, e apenas
quando, a subvenção governamental se tornar recebível.

35 Se uma subvenção governamental relacionada a um ativo biológico mensurado pelo seu valor justo
menos custos para vender for condicional, incluindo quando uma subvenção governamental exigir
que uma entidade não desenvolva uma atividade agrícola específica, uma entidade reconhecerá a
subvenção governamental em lucros e perdas quando, e apenas quando, as condições associadas
à subvenção governamental forem cumpridas.

36 Os termos e condições das subvenções governamentais variam. Por exemplo, uma subvenção pode
exigir que uma entidade explore atividades agrícolas em um determinado local por cinco anos e exigir
que a entidade devolva a totalidade da subvenção se ela explorar atividades agrícolas por um período
inferior a cinco anos. Nesse caso, a subvenção não é reconhecida em lucros e perdas até que os cinco
anos tenham decorrido. Contudo, se os termos da subvenção permitirem que parte dela seja retida com
base no tempo transcorrido, a entidade reconhece essa parte em lucros e perdas com o passar do tempo.

37 Se uma subvenção governamental estiver relacionada a um ativo biológico mensurado pelo seu custo
menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável
(vide parágrafo 30), a IAS 20 é aplicada.

38 Esta Norma exige um tratamento diferente da IAS 20, se uma subvenção governamental estiver relacionada
a um ativo biológico mensurado pelo seu valor justo menos custos para vender ou se uma subvenção
governamental exigir que uma entidade não desenvolva uma atividade agrícola específica. A IAS 20
é aplicada somente a uma subvenção governamental relacionada a um ativo biológico mensurado
pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao
valor recuperável.

Divulgação
39 [Excluído]

Disposições Gerais
40 Uma entidade divulgará o ganho ou perda total resultante durante o período corrente no
reconhecimento inicial de ativos biológicos e produtos agrícolas e proveniente da mudança no
valor justo menos custos para vender de ativos biológicos.

41 Uma entidade fornecerá uma descrição de cada grupo de ativos biológicos.

42 A divulgação exigida pelo parágrafo 41 pode ter a forma de uma descrição narrativa ou quantificada.

43 Uma entidade é incentivada a fornecer uma descrição quantificada de cada grupo de ativos biológicos,
distinguindo entre ativos biológicos consumíveis e de produção ou entre ativos biológicos maduros ou
imaturos, conforme apropriado. Por exemplo, uma entidade pode divulgar os valores contábeis de ativos
biológicos consumíveis e ativos biológicos de produção por grupo. Uma entidade pode, ainda, dividir
esses valores contábeis entre ativos maduros e imaturos. Essas distinções fornecem informações que
podem ser úteis ao avaliar a época de fluxos de caixa futuros. Uma entidade divulga a base para fazer
quaisquer dessas distinções.

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44 Os ativos biológicos consumíveis são aqueles que devem ser colhidos como produtos agrícolas ou
vendidos como ativos biológicos. Exemplos de ativos biológicos consumíveis são gado destinado à
produção de carne, gado mantido para venda, peixes em fazendas, plantações tais como milho e trigo,
e árvores plantadas para produção de madeira. Os ativos biológicos de produção são aqueles diferentes
dos ativos biológicos consumíveis; por exemplo, gado do qual se produz leite, videiras, árvores frutíferas
e árvores das quais se extrai lenha enquanto a árvore permanece. Os ativos biológicos de produção não
são produtos agrícolas, mas, em vez disso, possuem auto-regeneração.

45 Os ativos biológicos podem ser classificados como ativos biológicos maduros ou ativos biológicos
imaturos. Os ativos biológicos maduros são aqueles que atingiram as especificações de colheita (para
ativos biológicos consumíveis) ou estão aptos a sustentar colheitas regulares (para ativos biológicos
de produção).

46 Se não divulgado em nenhuma outra informação publicada com as demonstrações financeiras,


uma entidade descreverá:

(a) a natureza de suas atividades que envolvam cada grupo de ativos biológicos; e

(b) medidas ou estimativas não financeiras das quantidades físicas de:

(i) cada grupo dos ativos biológicos da entidade no final do período; e

(ii) produção de produtos agrícolas durante o período.

47–48 [Excluídos]

49 Uma entidade divulgará:

(a) a existência e valores contábeis de ativos biológicos cujo título seja restrito, e os valores
contábeis de ativos biológicos oferecidos como garantia de passivos;

(b) o valor de compromissos para o desenvolvimento ou aquisição de ativos biológicos; e

(c) as estratégias de gerenciamento de risco financeiro relacionadas à atividade agrícola.

50 Uma entidade apresentará uma conciliação das mudanças no valor contábil de ativos biológicos
entre o início e o final do período corrente. A conciliação incluirá:

(a) o ganho ou perda resultante das mudanças no valor justo menos custos para vender;

(b) aumentos devido a compras;

(c) reduções atribuíveis às vendas e ativos biológicos classificados como mantidos para venda
(ou incluídos em um grupo de alienação que seja classificado como mantido para venda) de
acordo com a IFRS 5;

(d) reduções devido à colheita;

(e) aumentos resultantes de combinações de negócios;

(f) diferenças de câmbio líquidas que surjam na conversão de demonstrações financeiras para
uma moeda de apresentação diferente, e na conversão de uma operação no exterior para a
moeda de apresentação da entidade que reporta; e

(g) outras mudanças.

51 O valor justo menos custos para vender de um ativo biológico pode mudar tanto devido às mudanças
físicas quanto às mudanças de preço no mercado. A divulgação separada de mudanças físicas e de
preço é útil ao avaliar o desempenho do período corrente e prospectos futuros, particularmente quando
houver um ciclo de produção superior a um ano. Nesses casos, uma entidade é incentivada a divulgar,

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por grupo ou de outro modo, o valor da mudança no valor justo menos custos para vender incluído em
lucros e perdas devido às mudanças físicas e às mudanças de preço. Essas informações são geralmente
menos úteis quando o ciclo de produção é inferior a um ano (por exemplo, ao criar galinhas ou cultivar
plantações de cereal).

52 A transformação biológica resulta em diversos tipos de mudança física – crescimento, degeneração,


produção e procriação, e cada uma delas é observável e mensurável. Cada uma dessas mudanças físicas
tem uma relação direta com os benefícios econômicos futuros. Uma mudança no valor justo de um ativo
biológico devido à colheita é também uma mudança física.

53 A atividade agrícola está frequentemente exposta a riscos climáticos, doenças e outros riscos naturais.
Se ocorrer um evento que origine um item relevante de receita ou despesa, a natureza e o valor desse
item são divulgados de acordo com a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras. Exemplos
desse evento incluem um surto de uma doença virulenta, inundações, uma grave estiagem ou geada e
uma praga de insetos.

Divulgações adicionais para ativos biológicos em que o valor justo não


pode ser mensurado de forma confiável
54 Se uma entidade mensurar ativos biológicos pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada
e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável (vide parágrafo 30) no final do
período, a entidade divulgará para esses ativos biológicos:

(a) uma descrição dos ativos biológicos;

(b) uma explicação do motivo pelo qual o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável;

(c) se possível, a faixa de estimativa dentro da qual o valor justo tem alta probabilidade de se
enquadrar;

(d) o método de depreciação utilizado;

(e) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas; e

(f) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (agregados às perdas acumuladas por
redução ao valor recuperável) no início e no final do período.

55 Se, durante o período corrente, uma entidade mensurar ativos biológicos pelo seu custo menos
qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável
(vide parágrafo 30), uma entidade divulgará qualquer ganho ou perda reconhecido na alienação
desses ativos biológicos, e a conciliação exigida pelo parágrafo 50 divulgará os valores relacionados
a esses ativos biológicos separadamente. Além disso, a conciliação incluirá os seguintes valores
incluídos em lucros e perdas relacionados a esses ativos biológicos:

(a) perdas por redução ao valor recuperável;

(b) reversões de perdas por redução ao valor recuperável; e

(c) depreciação.

56 Se o valor justo dos ativos biológicos anteriormente mensurados pelo seu custo menos qualquer
depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável se tornar
mensurável de forma confiável durante o período corrente, uma entidade divulgará para esses
ativos biológicos:

(a) uma descrição dos ativos biológicos;

(b) uma explicação do motivo pelo qual o valor justo se tornou mensurável de forma confiável; e

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(c) o efeito da mudança.

Subvenções governamentais
57 Uma entidade divulgará os seguintes itens relacionados à atividade agrícola cobertos por
esta Norma:

(a) a natureza e a extensão das subvenções governamentais reconhecidas nas demonstrações


financeiras;

(b) as condições não cumpridas e outras contingências inerentes às subvenções governamentais; e

(c) as reduções significativas esperadas no nível das subvenções governamentais.

Data de vigência e transição


58 Esta Norma deve ser aplicada para demonstrações financeiras anuais que cobrem períodos iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2003. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Norma
a períodos iniciados antes de 1º de janeiro de 2003, ela divulgará esse fato.

59 Esta Norma não estabelece nenhuma disposição transitória específica. A adoção desta Norma é
contabilizada de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.

60 Os parágrafos 5, 6, 17, 20 e 21 foram alterados e o parágrafo 14 foi excluído pela Melhorias às IFRSs
emitida em maio de 2008. Uma entidade aplicará essas alterações prospectivamente para períodos anuais
iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar
as alterações para um período anterior, ela divulgará esse fato.

61 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 8, 15, 16, 25 e 30 e excluiu os parágrafos 9,
17-21, 23, 47 e 48. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 13.

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Interpretação IFRIC 1

Mudanças em Passivos Existentes por Desativação,


Restauração e Passivos Similares
Em maio de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 1 – Mudanças em
Passivos Existentes por Desativação, Restauração e Passivos Similares. Ela foi desenvolvida pelo Comitê
de Interpretações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRIC 1. Elas incluem a IAS 23 – Custos de
Empréstimos (tal como revisada em março de 2007) e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras
(tal como revisada em setembro de 2007).

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IFRS Foundation A1029
IFRIC 1

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 1
MUDANÇAS EM PASSIVOS EXISTENTES POR DESATIVAÇÃO,
RESTAURAÇÃO E PASSIVOS SIMILARES
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 2
QUESTÃO 3
CONSENSO 4
DATA DE VIGÊNCIA 9
TRANSIÇÃO 10
APÊNDICE
Alterações à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Exemplo 1: Método de custo
Exemplo 2: Método de reavaliação
Exemplo 3: Transição
BASE PARA CONCLUSÕES

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A Interpretação IFRIC 1 – Mudanças em Passivos Existentes por Desativação, Restauração e Passivos Similares
(IFRIC 1) é definida nos parágrafos 1-10 e no Apêndice. A IFRIC 1 está acompanhada de exemplos ilustrativos
e de uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos
2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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Interpretação IFRIC 1
Mudanças em Passivos Existentes por Desativação,
Restauração e Passivos Similares

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 16 – Imobilizado (tal como revisada em 2003)

yy IAS 23 – Custos de Empréstimos

yy IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (tal como revisada em 2004)

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Contexto
1 Muitas entidades têm obrigações para desmontar, remover e restaurar itens do imobilizado. Nesta
Interpretação, essas obrigações são referidas como “passivos por desativação, restauração e passivos
similares”. De acordo com a IAS 16, o custo de um item do imobilizado inclui a estimativa inicial dos
custos de desmontagem e remoção do item e restauração do local em que está localizado, em cuja
obrigação uma entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de ter usado o item
durante um período específico para fins que não sejam o de produzir estoques durante esse período.
A IAS 37 contém requisitos sobre como mensurar passivos por desativação, restauração e passivos
similares. Esta Interpretação fornece orientação sobre como contabilizar o efeito das mudanças na
mensuração dos passivos por desativação, restauração e passivos similares.

Alcance
2 Esta Interpretação se aplica às mudanças na mensuração de qualquer passivo existente por desativação,
restauração ou passivo similar que:

(a) seja reconhecido como parte do custo de um item do imobilizado de acordo com a IAS 16; e

(b) seja reconhecido como um passivo de acordo com a IAS 37.

Por exemplo, um passivo por desativação, restauração ou passivo similar pode existir pela desativação
de uma fábrica, reabilitação de danos ambientais em indústrias extrativas ou remoção do equipamento.

Questão
3 Esta Interpretação trata sobre como o efeito dos seguintes eventos que mudam a mensuração de um
passivo por desativação, restauração ou passivo similar deve ser contabilizado para:

(a) uma mudança no fluxo de saída estimado de recursos que incorporam benefícios econômicos (por
exemplo, fluxos de caixa) necessários para liquidar a obrigação;

(b) uma mudança na taxa de desconto corrente baseada em mercado, conforme definida no parágrafo 47
da IAS 37 (isso inclui mudanças no valor temporal do dinheiro e os riscos específicos ao passivo); e

(c) um aumento que reflete a passagem de tempo (também referido como a reversão do desconto).

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IFRIC 1

Consenso
4 As mudanças na mensuração de um passivo por desativação, restauração e passivos similares que
resultam das mudanças na época ou valor estimado do fluxo de saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos necessários para liquidar a obrigação, ou uma mudança na taxa de desconto,
serão contabilizadas de acordo com os parágrafos 5–7 abaixo.

5 Se o respectivo ativo for mensurado usando o método de custo:

(a) sujeito ao item (b), as mudanças no passivo serão adicionadas ao/deduzidas do custo do respectivo
ativo no período corrente.

(b) o valor deduzido do custo do ativo não excederá o seu valor contábil. Se uma redução no passivo
exceder o valor contábil do ativo, o excedente será reconhecido imediatamente em lucros e perdas.

(c) se o ajuste resultar em uma adição ao custo de um ativo, a entidade considerará se essa é uma
indicação de que o novo valor contábil do ativo pode não ser totalmente recuperável. Se houver
essa indicação, a entidade testará o ativo quanto à redução ao valor recuperável estimando o seu
valor recuperável e contabilizará qualquer perda por redução ao valor recuperável, de acordo com
a IAS 36.

6 Se o respectivo ativo for mensurado usando o método de reavaliação:

(a) as mudanças no passivo alteram o superavit ou deficit de reavaliação anteriormente reconhecido


desse ativo, de modo que:

(i) uma redução no passivo será [sujeito ao item (b)] reconhecida em outros resultados
abrangentes e aumentará o superavit de reavaliação no patrimônio líquido, mas será
reconhecida em lucros e perdas na medida em que reverter um deficit de reavaliação no ativo
que foi anteriormente reconhecido em lucros e perdas;

(ii) um aumento no passivo será reconhecido em lucros e perdas, mas será reconhecido em outros
resultados abrangentes e reduzirá o superavit de reavaliação no patrimônio líquido até o limite
de qualquer saldo credor existente no superavit de reavaliação em relação a esse ativo.

(b) caso uma redução no passivo exceda o valor contábil que teria sido reconhecido caso o ativo tivesse
sido registrado de acordo com o método de custo, o excedente será reconhecido imediatamente em
lucros e perdas.

(c) uma mudança no passivo é uma indicação de que o ativo pode ter que ser reavaliado para garantir
que o valor contábil não difira significativamente daquele que seria determinado usando o valor
justo no final do período de relatório. Qualquer eventual reavaliação será levada em consideração
na determinação dos valores a serem reconhecidos em lucros e perdas ou em outros resultados
abrangentes de acordo com o item (a). Se a reavaliação for necessária, todos os ativos dessa classe
serão reavaliados.

(d) A IAS 1 exige a divulgação na demonstração do resultado abrangente de cada componente de outra
receita ou despesa abrangente. Ao cumprir esse requisito, a mudança no superavit de reavaliação
resultante de uma mudança no passivo será identificada e divulgada separadamente como tal.

7 O valor depreciável ajustado do ativo é depreciado ao longo de sua vida útil. Portanto, uma vez que o
respectivo ativo tenha chegado ao fim de sua vida útil, todas as mudanças subsequentes no passivo serão
reconhecidas em lucros e perdas à medida que ocorrerem. Isso se aplica tanto no método de custo quanto
no método de reavaliação.

8 A reversão periódica do desconto será reconhecida em lucros e perdas como um custo de financiamento
à medida que ocorrer. A capitalização prevista na IAS 23 não é permitida.

©
IFRS Foundation A1033
IFRIC 1

Data de vigência
9 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de setembro de
2004. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a Interpretação para um período
iniciado antes de 1º de setembro de 2004, ela divulgará esse fato.

9A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
alterou o parágrafo 6. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as
alterações serão aplicadas para esse período anterior.

Transição
10 As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas de acordo com os requisitos da IAS 8 – Políticas
Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros.1

1 Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período iniciado antes de 1º de janeiro de 2005, a entidade observará os
requisitos da versão anterior da IAS 8 intitulada Lucro Líquido ou Perda do Período, Erros Fundamentais e Mudanças nas Políticas
Contábeis, exceto se a entidade estiver aplicando a versão revisada desta Norma para esse período anterior.

A1034 ©
IFRS Foundation
IFRIC 1

Apêndice
Alterações à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de setembro de 2004.
Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2004, foram incorporadas na
IFRS 1 tal como emitida a partir de 27 de maio de 2004. Em novembro de 2008 foi emitida uma versão revisada
da IFRS 1.

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IFRS Foundation A1035
IFRIC 2

Interpretação IFRIC 2

Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e


Instrumentos Similares
Em novembro de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 2 – Cotas
de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de
Interpretações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRIC 2. Elas incluem Instrumentos Financeiros
com Opção de Venda e Obrigações Decorrentes na Liquidação (Alterações à IAS 32 e à IAS 1) (emitida em
fevereiro de 2008) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010).

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IFRIC 2

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 2
COTAS DE COOPERADOS EM ENTIDADES COOPERATIVAS E
INSTRUMENTOS SIMILARES
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 3
QUESTÃO 4
CONSENSO 5
DIVULGAÇÃO 13
DATA DE VIGÊNCIA 14
APÊNDICE
Exemplos de aplicação do consenso

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

A1038 ©
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IFRIC 2

A Interpretação IFRIC 2 – Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares (IFRIC 2)


é definida nos parágrafos 1-16 e no Apêndice. A IFRIC 2 está acompanhada de uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

©
IFRS Foundation A1039
IFRIC 2

Interpretação IFRIC 2
Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e
Instrumentos Similares

Referências
yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010)

yy IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo

yy IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação (tal como revisada em 2003)1

Contexto
1 Entidades cooperativas e outras similares são formadas por grupos de pessoas, para atender necessidades
econômicas ou sociais comuns. As leis nacionais geralmente definem uma cooperativa como uma
sociedade que se esforça para promover o avanço econômico de seus cooperados, por meio de uma
operação comercial em conjunto (o princípio de ajuda mútua). As participações de cooperados em uma
cooperativa são frequentemente caracterizadas como cotas de cooperados, unidades ou similares, e são
referidas a seguir como “cotas de cooperados”.

2 A IAS 32 estabelece princípios para a classificação de instrumentos financeiros como passivos financeiros
ou patrimônio líquido. Em particular, esses princípios se aplicam à classificação de instrumentos com
opção de venda, que permitem que o titular venda esses instrumentos ao emissor, em troca de caixa
ou outro instrumento financeiro. A aplicação desses princípios às cotas de cooperados em entidades
cooperativas e instrumentos similares é difícil. Alguns dos constituintes do Conselho de Normas
Internacionais de Contabilidade (IASB) solicitaram ajuda na compreensão de como os princípios da IAS 32
se aplicam às cotas de cooperados e instrumentos similares que possuem determinadas características, e
as circunstâncias em que essas características afetam a classificação como passivos ou patrimônio líquido.

Alcance
3 Esta Interpretação se aplica a instrumentos financeiros dentro do alcance da IAS 32, incluindo instrumentos
financeiros emitidos aos cooperados de entidades cooperativas, que comprovam a participação societária
na entidade. Esta Interpretação não se aplica a instrumentos financeiros que serão ou podem ser liquidados
em instrumentos de patrimônio da própria entidade.

Questão
4 Muitos instrumentos financeiros, incluindo as cotas de cooperados, possuem características de
patrimônio líquido, incluindo direitos de voto e direitos de participar nas distribuições de dividendos.
Alguns instrumentos financeiros concedem ao titular o direito de solicitar resgate em caixa ou outro
ativo financeiro, mas podem incluir ou estarem sujeitos a limites sobre se os instrumentos financeiros
serão resgatados. Como esses termos de resgate devem ser avaliados ao determinar se os instrumentos
financeiros devem ser classificados como passivo ou patrimônio líquido?

1 Em agosto de 2005, o título da IAS foi alterado para IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação. Em fevereiro de 2008,
o IASB alterou a IAS 32, exigindo que os instrumentos fossem classificados como patrimônio líquido caso tivessem todas as
características e atendessem às condições dos parágrafos 16A e 16B ou dos parágrafos 16C e 16D da IAS 32.

A1040 ©
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IFRIC 2

Consenso
5 O direito contratual do titular de um instrumento financeiro (incluindo cotas de cooperados em entidades
cooperativas) de solicitar resgate não exige, por si só, que o instrumento financeiro seja classificado
como um passivo financeiro. Em vez disso, a entidade deve considerar todos os termos e condições do
instrumento financeiro ao determinar a sua classificação como um passivo financeiro ou como patrimônio
líquido. Esses termos e condições incluem as leis locais, regulamentos e estatutos da entidade em vigor
na data da classificação, mas não incluem as alterações futuras esperadas nessas leis, regulamentos
ou estatutos.

6 As cotas de cooperados que seriam classificadas como patrimônio líquido, se os membros não tivessem
um direito de solicitar resgate, constituem patrimônio líquido se uma das condições descritas nos
parágrafos 7 e 8 estiver presente ou se essas cotas tiverem todas as características e atenderem às condições
especificadas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D da IAS 32. Depósitos à vista,
incluindo contas correntes, contas de depósito e contratos similares, que surjam quando os cooperados
agem na condição de clientes, constituem passivos financeiros da entidade.

7 As cotas de cooperados constituem patrimônio líquido se a entidade tiver um direito incondicional de


recusar resgate das cotas de cooperados.

8 A lei local, regulamento ou estatuto da entidade pode impor diversos tipos de proibições de resgate das
cotas de cooperados, por exemplo, proibições incondicionais ou proibições baseadas em critérios de
liquidez. Se o resgate estiver proibido de forma incondicional pela lei local, regulamento ou estatuto da
entidade, as cotas de cooperados constituem patrimônio líquido. Contudo, as disposições na lei local,
regulamento ou estatuto da entidade que proíbem o resgate somente se forem cumpridas (ou não forem
cumpridas) condições – tais como restrições de liquidez – não resultam no fato de as cotas de cooperados
constituírem patrimônio líquido.

9 Uma proibição incondicional pode ser absoluta, quando todos os resgates são proibidos. Uma proibição
incondicional pode ser parcial, em que ela proíbe o resgate das cotas de cooperados se o resgate causar
a redução do número de cotas de cooperados ou do valor do capital integralizado proveniente das cotas
de cooperados para abaixo de um nível especificado. As cotas de cooperados que excederem a proibição
de resgate constituem passivos, exceto se a entidade tiver o direito incondicional de recusar resgate,
conforme descrito no parágrafo 7, ou se essas cotas tiverem todas as características e atenderem às
condições especificadas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D da IAS 32. Em alguns
casos, o número de cotas ou o valor do capital integralizado sujeito à proibição de resgate pode mudar
de tempos em tempos. Essa mudança na proibição de resgate leva a uma transferência entre passivos
financeiros e patrimônio líquido.

10 No reconhecimento inicial, a entidade mensurará seu passivo financeiro para resgate ao valor justo.
No caso de cotas de cooperados com uma característica de resgate, a entidade mensura o valor justo
do passivo financeiro para resgate a um valor não inferior ao valor máximo a pagar, de acordo com as
disposições de resgate de seu estatuto ou lei aplicável, descontado a partir da primeira data em que o
valor a ser pago poderia se exigido (vide exemplo 3).

11 Conforme exigido pelo parágrafo 35 da IAS 32, as distribuições aos titulares de instrumentos de
patrimônio são reconhecidas diretamente no patrimônio líquido. Os juros, dividendos e outros retornos
relacionados a instrumentos financeiros classificados como passivos financeiros constituem despesas,
independentemente de esses valores pagos estarem legalmente caracterizados como dividendos, juros
ou outros.

12 O Apêndice, que é parte integrante do consenso, fornece exemplos da aplicação desse consenso.

Divulgação
13 Quando uma mudança na proibição de resgate levar a uma transferência entre passivos financeiros e
patrimônio líquido, a entidade divulgará separadamente o valor, época e motivo da transferência.

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IFRS Foundation A1041
IFRIC 2

Data de vigência
14 A data de vigência e os requisitos de transição desta Interpretação são os mesmos da IAS 32 (tal como
revisada em 2003). Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2005. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior a 1º de janeiro
de 2005, ela divulgará esse fato. Esta Interpretação será aplicada retrospectivamente.

14A Uma entidade aplicará as alterações nos parágrafos 6, 9, A1 e A12 para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar Instrumentos Financeiros com Opção de Venda
e Obrigações Decorrentes na Liquidação (Alterações à IAS 32 e à IAS 1), emitida em fevereiro de
2008, para um período anterior, as alterações nos parágrafos 6, 9, A1 e A12 serão aplicadas para esse
período anterior.

15 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo A8 e A10. Uma entidade aplicará essas
alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

16 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo A8. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 13.

17 Melhorias Anuais Ciclo 2009–2011, emitida em maio de 2012, alterou o parágrafo 11. Uma entidade
aplicará essa alteração retrospectivamente, de acordo com a IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças
nas Estimativas Contábeis e Erros, para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
Se uma entidade aplicar essa alteração à IAS 32 como parte de Melhorias Anuais – Ciclo 2009-2011
(emitida em maio de 2012) para um período anterior, a alteração do parágrafo 11 será aplicada para esse
período anterior.

A1042 ©
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IFRIC 2

Apêndice
Exemplos de aplicação do consenso

Este apêndice é parte integrante da Interpretação.

A1 Este apêndice estabelece sete exemplos da aplicação do consenso do IFRIC. Os exemplos não constituem
uma lista exaustiva; são possíveis outras situações de fato. Cada exemplo presume que não há nenhuma
condição, exceto aquelas estabelecidas nos fatos do exemplo, que exigisse que o instrumento financeiro
fosse classificado como um passivo financeiro, e que o instrumento financeiro não possui todas as
características ou não atende às condições especificadas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos
16C e 16D da IAS 32.

Direito incondicional de recusar resgate (parágrafo 7)

Exemplo 1
Fatos

A2 O estatuto da entidade afirma que os resgates são feitos a critério exclusivo da entidade. O estatuto não
fornece outras elaborações ou limitações sobre esse critério. Em sua história, a entidade nunca recusou
o resgate de cotas de cooperados, embora o conselho diretor tenha o direito de fazê-lo.

Classificação

A3 A entidade tem o direito incondicional de recusar resgate e as cotas de cooperados constituem patrimônio
líquido. A IAS 32 estabelece princípios para classificação, que são baseados nos termos do instrumento
financeiro, e observa que um histórico ou intenção de fazer pagamentos discricionários não aciona a
classificação de passivo. O parágrafo OA26 da IAS 32 afirma que:

Quando cotas preferenciais forem não resgatáveis, a classificação apropriada é determinada pelos outros direitos
anexos a elas. A classificação é baseada em uma avaliação da essência dos acordos contratuais e nas definições de
um passivo financeiro e um instrumento de patrimônio. Quando as distribuições aos titulares das cotas preferenciais,
seja de forma cumulativa ou não cumulativa, estiverem a critério do emissor, as cotas constituem instrumentos de
patrimônio. A classificação de uma cota preferencial como um instrumento de patrimônio ou um passivo financeiro
não é afetada, por exemplo, por:

(a) um histórico de fazer distribuições;

(b) uma intenção de fazer distribuições no futuro;

(c) um possível impacto negativo sobre o preço de cotas ordinárias do emissor, se as distribuições não forem
feitas (por causa das restrições no pagamento de dividendos sobre cotas ordinárias, se dividendos sobre cotas
preferenciais não forem pagos);

(d) o valor das reservas do emissor;

(e) a expectativa de um emissor de lucros e perdas para um período; ou

(f) a capacidade ou incapacidade do emissor de influenciar o valor de seus lucros e perdas para o período.

Exemplo 2
Fatos

A4 O estatuto da entidade afirma que os resgates são feitos a critério exclusivo da entidade. Contudo, o
estatuto também afirma que a aprovação de uma solicitação de resgate é automática, exceto se a entidade
for incapaz de fazer pagamentos sem violar os regulamentos locais relacionados a liquidez ou reservas.

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IFRS Foundation A1043
IFRIC 2

Classificação

A5 A entidade não tem o direito incondicional de recusar resgate e as cotas de cooperados constituem um
passivo financeiro. As restrições descritas acima são baseadas na capacidade da entidade de liquidar o seu
passivo. Elas restringem o resgate somente se os requisitos de liquidez ou reserva não forem cumpridos
e, a seguir, somente até a ocasião em que eles forem cumpridos. Portanto, de acordo com os princípios
estabelecidos na IAS 32, eles não resultam na classificação do instrumento financeiro como patrimônio
líquido. O parágrafo OA25 da IAS 32 afirma que:

Cotas preferenciais podem ser emitidas com diversos direitos. Ao determinar se uma cota preferencial é um passivo
financeiro ou um instrumento de patrimônio, um emissor avalia os direitos específicos anexados à cota, para determinar
se ela apresenta a característica fundamental de um passivo financeiro. Por exemplo, uma cota preferencial que
possibilite o resgate em uma data específica ou por opção do titular contém um passivo financeiro, pois o emissor tem
uma obrigação de transferir ativos financeiros ao titular da cota. A possível incapacidade de um emissor de cumprir uma
obrigação para resgatar uma cota preferencial quando obrigado contratualmente a fazê-lo, seja por motivo de falta
de recursos, restrição estatutária ou lucros ou reservas insuficientes, não anula a obrigação. [Ênfase acrescentada]

Proibições de resgate (parágrafos 8 e 9)

Exemplo 3
Fatos

A6 Uma entidade cooperativa emitiu cotas aos seus cooperados em datas diferentes e em valores diferentes
no passado, conforme descrito abaixo:

(a) 1º de janeiro de 20X1 = 100.000 cotas a UM10 cada (UM1.000.000);

(b) 1º de janeiro de 20X2 = 100.000 cotas a UM20 cada (um adicional de UM2.000.000, de modo que
o total de cotas emitidas é de UM3.000.000).

As cotas são resgatáveis à vista, pelo valor em que foram emitidas.

A7 O estatuto da entidade afirma que os resgates acumulados não podem exceder 20% do número mais
alto de cotas de seus cooperados que já esteve em circulação. Em 31 de dezembro de 20X2, a entidade
tem 200.000 cotas em circulação, que é o número mais alto de cotas de cooperados que já esteve em
circulação e nenhuma cota foi resgatada no passado. Em 1º de janeiro de 20X3, a entidade altera o seu
estatuto e aumenta o nível permitido de resgates acumulados para 25% do número mais alto de cotas de
seus cooperados que já esteve em circulação.

Classificação

Antes da alteração do estatuto

A8 As cotas de cooperados que excederem à proibição de resgate constituem passivos financeiros. A entidade
cooperativa mensura esse passivo financeiro ao valor justo no reconhecimento inicial. Como essas
cotas são resgatáveis à vista, a entidade cooperativa mensura o valor justo desses passivos financeiros,
conforme exigido pelo parágrafo 47 da IFRS 13, que afirma: “O valor justo de um passivo financeiro
com um elemento à vista (por exemplo, um depósito à vista) não é inferior ao valor a pagar à vista...”.
Consequentemente, a entidade cooperativa classifica como passivo financeiro o valor máximo a pagar
à vista, de acordo com as disposições de resgate.

A9 Em 1º de janeiro de 20X1, o valor máximo a pagar, de acordo com as disposições de resgate, é de 20.000
cotas a UM10 cada e, consequentemente, a entidade classifica UM200.000 como passivo financeiro e
UM800.000 como patrimônio líquido. Entretanto, em 1º de janeiro de 20X2, por causa da nova emissão
de cotas a UM20, o valor máximo a pagar, de acordo com as disposições de resgate, aumenta para 40.000
cotas a UM20 cada. A emissão de cotas adicionais a UM20 cria um novo passivo que é mensurado no
reconhecimento inicial ao valor justo. O passivo, após essas cotas terem sido emitidas, é de 20% das

A1044 ©
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IFRIC 2

cotas totais em emissão (200.000), mensurado a UM20, ou UM800.000. Isso exige o reconhecimento
de um passivo adicional de UM600.000. Neste exemplo, nenhum ganho ou perda é reconhecido.
Consequentemente, a entidade agora classifica UM800.000 como passivo financeiro e UM2.200.000
como patrimônio líquido. Este exemplo assume que esses valores não foram alterados entre 1º de janeiro
de 20X1 e 31 de dezembro de 20X2.

Após a alteração do estatuto

A10 Após a alteração de seu estatuto, a entidade cooperativa pode então ser obrigada a resgatar no máximo
25% de suas cotas em circulação ou no máximo 50.000 cotas a UM20 cada. Consequentemente, em 1º
de janeiro de 20X3 a entidade cooperativa classifica como passivo financeiro um valor de UM1.000.000,
sendo o valor máximo a pagar à vista, de acordo com as disposições de resgate, como determinado de
acordo com o parágrafo 5.4.3 da IFRS 9. Ela, portanto, transfere, em 1º de janeiro de 20X3, do patrimônio
líquido para passivos financeiros, um valor de UM200.000, deixando UM2.000.000 classificados como
patrimônio líquido. Neste exemplo, a entidade não reconhece um ganho ou perda na transferência.

Exemplo 4
Fatos

A11 A lei local que rege as operações de cooperativas, ou os termos do estatuto da entidade, proíbe que uma
entidade resgate as cotas de cooperados se, ao resgatá-las, isso reduzir o capital integralizado das cotas
de cooperados abaixo de 75% do maior valor do capital integralizado das cotas de cooperados. O maior
valor de uma cooperativa específica é de UM1.000.000. No final do período de relatório, o saldo do
capital integralizado é de UM900.000.

Classificação

A12 Nesse caso, UM750.000 seriam classificados como patrimônio líquido e UM150.000 seriam classificados
como passivos financeiros. Além dos parágrafos já mencionados, o parágrafo 18(b) da IAS 32 afirma em
parte que:

um instrumento financeiro que concede ao titular o direito de revendê-lo ao emissor, em troca de caixa ou outro ativo
financeiro (um “instrumento com opção de venda”), é um passivo financeiro, exceto instrumentos classificados como
instrumentos de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D. O instrumento
financeiro é um passivo financeiro mesmo quando o valor de caixa ou de outros ativos financeiros é determinado
com base em um índice ou outro item que tenha o potencial de aumentar ou diminuir. A existência de uma opção para
que o titular revenda o instrumento ao emissor em troca de caixa ou outro ativo financeiro indica que o instrumento
com opção de venda atende à definição de passivo financeiro, exceto instrumentos classificados como instrumentos
de patrimônio de acordo com os parágrafos 16A e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D.

A13 A proibição de resgate descrita neste exemplo é diferente das restrições descritas nos parágrafos 19
e OA25 da IAS 32. Essas restrições são limitações sobre a capacidade da entidade de pagar o valor
devido em um passivo financeiro, ou seja, elas impedem o pagamento do passivo apenas se condições
específicas forem cumpridas. Por outro lado, este exemplo descreve uma proibição incondicional de
resgates além de um valor específico, independentemente da capacidade da entidade de resgatar as cotas
de cooperados (por exemplo, considerando seus recursos de caixa, lucros ou reservas distribuíveis).
Na verdade, a proibição de resgate impede que a entidade incorra em qualquer passivo financeiro para
resgatar mais que um valor específico de capital integralizado. Portanto, a parcela das cotas sujeita à
proibição de resgate não constitui um passivo financeiro. Embora as cotas de cada membro possam ser
resgatáveis individualmente, uma parcela do total de cotas em circulação não é resgatável em nenhuma
circunstância, exceto na liquidação da entidade.

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IFRIC 2

Exemplo 5
Fatos

A14 Os fatos deste exemplo são como os descritos no exemplo 4. Além disso, no final do período de relatório,
os requisitos de liquidez impostos pela jurisdição local impedem que a entidade resgate quaisquer cotas
de cooperados, exceto se o caixa e investimentos de curto prazo detidos forem superiores a um valor
específico. O efeito desses requisitos de liquidez no final do período de relatório é que a entidade não
pode pagar mais do que UM50.000 para resgatar as cotas de cooperados.

Classificação

A15 Como no exemplo 4, a entidade classifica UM750.000 como patrimônio líquido e UM150.000 como
passivo financeiro. Isso se deve ao fato de que o valor classificado como um passivo é baseado no direito
incondicional da entidade de recusar o resgate e não em restrições condicionais que impedem o resgate
somente se as condições de liquidez ou outras não forem cumpridas e, a seguir, somente até a época em
que forem cumpridas. As disposições dos parágrafos 19 e OA25 da IAS 32 se aplicam nesse caso.

Exemplo 6
Fatos

A16 O estatuto da entidade proíbe que ela resgate cotas de cooperados, exceto na medida dos proventos
recebidos da emissão de cotas de cooperados adicionais a cooperados novos ou existentes, durante
os três anos precedentes. Os proventos da emissão de cotas de cooperados devem ser aplicados para
resgatar cotas em relação às quais os cooperados solicitaram resgate. Durante os três anos precedentes,
os proventos da emissão de cotas de cooperados foram de UM12.000 e nenhuma cota de cooperado foi
resgatada.

Classificação

A17 A entidade classifica UM12.000 das cotas de cooperados como passivos financeiros. De forma consistente
com as conclusões descritas no exemplo 4, cotas de cooperados sujeitas a uma proibição incondicional
de resgate não constituem passivos financeiros. Essa proibição incondicional se aplica a um valor
equivalente aos proventos de cotas emitidas antes dos três anos precedentes e, consequentemente, esse
valor é classificado como patrimônio líquido. Entretanto, um valor equivalente aos proventos de quaisquer
cotas emitidas nos três anos precedentes não está sujeito a uma proibição incondicional de resgate.
Consequentemente, os proventos da emissão de cotas de cooperados nos três anos precedentes originam
passivos financeiros, até que não mais estejam disponíveis para resgate das cotas de cooperados. Como
resultado, a entidade possui um passivo financeiro equivalente aos proventos de cotas emitidas durante
os três anos precedentes, líquido de quaisquer resgates durante esse período.

Exemplo 7
Fatos

A18 A entidade é um banco cooperativo. As leis locais que regem as operações de bancos cooperativos
afirmam que pelo menos 50% do total de “passivos pendentes” da entidade (um termo definido nos
regulamentos para incluir contas de cotas de cooperados) deve ser na forma de capital integralizado dos
cooperados. O efeito do regulamento é que se a totalidade dos passivos pendentes de uma cooperativa
for na forma de cotas de cooperados, ela é capaz de resgatar todas elas. Em 31 de dezembro de 20X1,
a entidade possui um total de passivos pendentes de UM200.000, dos quais UM125.000 representam
contas de cotas de cooperados. Os termos das contas de cotas de cooperados permitem que o titular as
resgate à vista e não há nenhuma limitação sobre o resgate no estatuto da entidade.

A1046 ©
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IFRIC 2

Classificação

A19 Neste exemplo, as cotas de cooperados são classificadas como passivos financeiros. A proibição de
resgate é similar às restrições descritas nos parágrafos 19 e OA25 da IAS 32. A restrição é uma limitação
condicional sobre a capacidade da entidade de pagar o valor devido em um passivo financeiro, ou seja, ela
impede o pagamento do passivo apenas se condições específicas forem cumpridas. Mais especificamente,
a entidade pode ser obrigada a resgatar o valor total das cotas de cooperados (UM125.000) se ela restituiu
a totalidade de seus outros passivos (UM75.000). Consequentemente, a proibição de resgate não impede
que a entidade incorra em um passivo financeiro para resgatar mais do que um número específico de
cotas de cooperados ou valor do capital integralizado. Ela permite que a entidade somente adie o resgate
até que uma condição seja cumprida, ou seja, a restituição de outros passivos. As cotas de cooperados
neste exemplo não estão sujeitas a uma proibição incondicional de resgate e, portanto, são classificadas
como passivos financeiros.

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IFRIC 4

Interpretação IFRIC 4

Determinação se um Acordo Contém


um Arrendamento
Em dezembro de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 4 – Determinação
se um Acordo Contém um Arrendamento. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRIC 4. Elas incluem a IFRIC 12 – Acordos
de Concessão de Serviços (emitida em novembro de 2006) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em
novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRIC 4

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 4
DETERMINAÇÃO SE UM ACORDO CONTÉM UM ARRENDAMENTO
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 5
CONSENSO 6
DATA DE VIGÊNCIA 16
TRANSIÇÃO 17
APÊNDICE
Alterações à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Exemplo de um acordo que contém um arrendamento
Exemplo de um acordo que não contém um arrendamento
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 4

A Interpretação IFRIC 4 – Determinação se um Acordo contém um Arrendamento (IFRIC 4) é definida nos


parágrafos 1-17 e no Apêndice. A IFRIC 4 está acompanhada de exemplos ilustrativos e de uma Base para
Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio
às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRIC 4

Interpretação IFRIC 4
Determinação se um Acordo contém um Arrendamento

Referências
yy IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 16 – Imobilizado (tal como revisada em 2003)

yy IAS 17 – Arrendamentos (tal como revisada em 2003)

yy IAS 38 – Ativos Intangíveis (tal como revisada em 2004)

yy IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço

Contexto
1 Uma entidade pode celebrar um acordo, incluindo uma transação ou uma série de transações relacionadas,
que não tenha a forma legal de um arrendamento, mas transfere um direito de usar um ativo (por exemplo,
um item do imobilizado), em troca de um pagamento ou de uma série de pagamentos. Exemplos de
acordos em que uma entidade (o fornecedor) pode transferir esse direito de usar um ativo à outra entidade
(o comprador), frequentemente em conjunto com serviços relacionados, incluem:

yy acordos de terceirização (por exemplo, a terceirização das funções de processamento de dados de


uma entidade);

yy acordos no setor de telecomunicações, em que fornecedores de capacidade de rede celebram contratos


para fornecer direitos de capacidade aos compradores;

yy contratos take-or-pay e similares, em que os compradores devem fazer pagamentos especificados,


independentemente de receberem ou não os produtos ou serviços contratados (por exemplo, um
contrato take-or-pay para adquirir substancialmente toda a produção do gerador de energia de
um fornecedor).

2 Esta Interpretação fornece orientação para determinar se esses acordos são, ou contêm, arrendamentos
que devem ser contabilizados de acordo com a IAS 17. Ela não fornece orientação para determinar como
um arrendamento deve ser classificado de acordo com essa Norma.

3 Em alguns acordos, o ativo subjacente que é o objeto do arrendamento é uma parte de um ativo maior.
Esta Interpretação não trata sobre como determinar quando uma parte de um ativo maior é propriamente o
ativo subjacente para fins da aplicação da IAS 17. Todavia, acordos em que o ativo subjacente representaria
uma unidade de conta, seja pela IAS 16 ou pela IAS 38, estão dentro do alcance desta Interpretação.

Alcance
4 Esta Interpretação não se aplica a acordos que:

(a) são, ou contêm, arrendamentos excluídos do alcance da IAS 17; ou

(b) são acordos de concessão de serviço público para privado dentro do alcance da IFRIC 12.

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Questões
5 As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) como determinar se um acordo é, ou contém, um arrendamento, conforme definido na IAS 17;

(b) quando deve ser feita a avaliação ou uma reavaliação sobre se um acordo é, ou contém, um
arrendamento; e

(c) se um acordo é, ou contém, um arrendamento, como os pagamentos do arrendamento devem ser


separados dos pagamentos de quaisquer outros elementos no acordo.

Consenso

Determinação sobre se um acordo é, ou contém, um arrendamento


6 A determinação sobre se um acordo é, ou contém, um arrendamento deve ser baseada na essência do
acordo e exige uma avaliação sobre se:

(a) o cumprimento do acordo depende do uso de um ativo ou ativos específicos (o ativo); e

(b) o acordo transfere um direito de usar o ativo.

O cumprimento do acordo depende do uso de um ativo específico

7 Embora um ativo específico possa ser explicitamente identificado em um acordo, ele não é o objeto de
um arrendamento se o cumprimento do acordo não depender do uso do ativo específico. Por exemplo, se
o fornecedor for obrigado a entregar uma quantidade especificada de bens ou serviços e tiver o direito e
a capacidade de fornecer esses bens ou serviços usando outros ativos não especificados no acordo, então,
o cumprimento do acordo não depende do ativo especificado e o acordo não contém um arrendamento.
Uma obrigação de garantia que permite ou exige a substituição dos mesmos ativos ou de ativos similares,
quando o ativo especificado não funcionar de forma apropriada, não impede o tratamento de arrendamento.
Além disso, uma disposição contratual (contingente ou outra) que permite ou exige que o fornecedor
substitua outros ativos, por qualquer razão, a partir de uma data especificada, não impede o tratamento
de arrendamento antes da data da substituição.

8 Um ativo foi implicitamente especificado se, por exemplo, o fornecedor possuir ou arrendar somente um
ativo com o qual cumpra a obrigação e não for economicamente viável ou praticável para o fornecedor
cumprir sua obrigação por meio do uso de ativos alternativos.

O acordo transfere um direito de usar o ativo

9 Um acordo transfere o direito de usar o ativo se o acordo transferir ao comprador (arrendatário) o direito
de controlar o uso do ativo subjacente. O direito de controlar o uso do ativo subjacente é transferido se
qualquer uma das seguintes condições for atendida:

(a) O comprador tiver a capacidade ou o direito de operar o ativo ou de comandar outros a operar o
ativo da forma que determinar, ao mesmo tempo em que obtém ou controla mais do que um valor
insignificante da produção ou de outra utilidade do ativo.

(b) O comprador tiver a capacidade ou o direito de controlar o acesso físico ao ativo subjacente, ao
mesmo tempo em que obtém ou controla mais do que um valor insignificante da produção ou outra
utilidade do ativo.

(c) Fatos e circunstâncias indicam que é raro que uma ou mais partes, exceto o comprador, obtenham
mais do que um valor insignificante da produção ou de outra utilidade que será produzida ou

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gerada pelo ativo durante o prazo do acordo, e o preço que o comprador pagará pela produção não
é contratualmente fixado por unidade de produção nem equivalente ao preço de mercado corrente
por unidade de produção na época de entrega da produção.

Avaliando ou reavaliando se um acordo é, ou contém, um arrendamento


10 A avaliação sobre se um acordo contém um arrendamento será feita na celebração do acordo, sendo a
data mais antiga entre a data do acordo e a data do compromisso entre as partes, em relação aos termos
principais do acordo, com base em todos os fatos e circunstâncias. Uma reavaliação sobre se o acordo
contém um arrendamento após a celebração do acordo será feita somente se qualquer uma das seguintes
condições for atendida:

(a) Houver uma mudança nos termos do contrato, exceto se a mudança somente renovar ou prorrogar
o acordo.

(b) Uma opção de renovação for exercida ou uma prorrogação for pactuada pelas partes do acordo,
exceto se os termos da renovação ou prorrogação tiverem sido inicialmente incluídos no prazo do
arrendamento de acordo com o parágrafo 4 da IAS 17. Uma renovação ou prorrogação do acordo
que não inclui modificação de nenhum dos termos no acordo original antes do final do prazo do
acordo original será avaliada de acordo com os parágrafos 6-9 somente com relação ao período de
renovação ou prorrogação.

(c) Houver uma mudança na determinação sobre se o cumprimento depende de um ativo especificado.

(d) Houver uma mudança substancial do ativo, por exemplo, uma mudança física substancial
do imobilizado.

11 Uma reavaliação de um acordo será baseada nos fatos e circunstâncias na data de reavaliação, incluindo
o prazo remanescente do acordo. Mudanças na estimativa (por exemplo, o valor estimado de produção
a ser entregue ao comprador ou a outros compradores potenciais) não acionariam uma reavaliação. Se
um acordo for reavaliado e for determinado como contendo um arrendamento (ou não contendo um
arrendamento), a contabilização do arrendamento será aplicada (ou deixará de ser aplicada) a partir:

(a) no caso de (a), (c) ou (d) no parágrafo 10, de quando ocorrer uma mudança nas circunstâncias que
originam a reavaliação;

(b) no caso de (b) no parágrafo 10, do início do período de renovação ou de prorrogação.

Separação de pagamentos de arrendamento de outros pagamentos


12 Se um acordo contiver um arrendamento, as partes do acordo aplicarão os requisitos da IAS 17 ao
elemento de arrendamento do acordo, exceto se estiverem isentas desses requisitos de acordo com o
parágrafo 2 da IAS 17. Consequentemente, se um acordo contiver um arrendamento, esse arrendamento
será classificado como um arrendamento financeiro ou um arrendamento operacional, de acordo com os
parágrafos 7-19 da IAS 17. Outros elementos do acordo que estiverem fora do alcance da IAS 17 serão
contabilizados de acordo com outras Normas.

13 Para a finalidade de aplicação dos requisitos da IAS 17, os pagamentos e outras contrapartidas exigidas
pelo acordo serão separados, na celebração do acordo ou na ocasião de uma reavaliação do acordo, em
pagamentos de arrendamento e pagamentos de outros elementos, com base em seus respectivos valores
justos. Os pagamentos mínimos do arrendamento, como definido no parágrafo 4 da IAS 17, incluem
somente os pagamentos do arrendamento (ou seja, o direito de usar o ativo) e exclui os pagamentos
relacionados a outros elementos no acordo (por exemplo, relacionados a serviços e custo de insumos).

14 Em alguns casos, separar os pagamentos de arrendamento de pagamentos de outros elementos no acordo


exigirá que o comprador use uma técnica de estimativa. Por exemplo, um comprador pode estimar os
pagamentos de arrendamento por referência a um acordo de arrendamento de um ativo comparável que

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não contém outros elementos, ou estimando os pagamentos de outros elementos no acordo por referência
a acordos comparáveis e, então, deduzindo esses pagamentos dos pagamentos totais previstos no acordo.

15 Se um comprador concluir que é impraticável separar os pagamentos de forma confiável, ele:

(a) no caso de um arrendamento financeiro, reconhecerá um ativo e um passivo em um valor equivalente


ao valor justo1 do ativo subjacente, que foi identificado nos parágrafos 7 e 8 como o objeto do
arrendamento. Subsequentemente, o passivo será reduzido à medida em que os pagamentos forem
feitos e um encargo financeiro imputado sobre o passivo reconhecido, utilizando a taxa de juros
incremental sobre empréstimo do arrendatário.2

(b) no caso de um arrendamento operacional, tratará todos os pagamentos previstos no acordo como
pagamentos de arrendamento, para as finalidades de cumprimento dos requisitos de divulgação da
IAS, mas

(i) divulgará esses pagamentos separadamente dos pagamentos mínimos do arrendamento


de outros acordos que não incluam pagamentos referentes a elementos que não sejam de
arrendamento, e

(ii) declarará que os pagamentos divulgados também incluem pagamentos referentes a elementos
que não sejam de arrendamento no acordo.

Data de vigência
16 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período
anterior a 1º de janeiro de 2006, ela divulgará esse fato.

16A Uma entidade aplicará a alteração no parágrafo 4(b) para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2008. Se uma entidade aplicar a IFRIC 12 para um período anterior, a alteração será aplicada
para esse período anterior.

Transição
17 A IAS 8 especifica como uma entidade aplica uma mudança na política contábil resultante da aplicação
inicial de uma Interpretação. Uma entidade não é obrigada a cumprir esses requisitos ao aplicar esta
Interpretação pela primeira vez. Se uma entidade usar essa isenção, ela aplicará os parágrafos 6-9 da
Interpretação aos acordos existentes no início do período mais antigo em relação ao qual são apresentadas
as informações comparativas de acordo com as IFRSs, com base nos fatos e circunstâncias existentes no
início desse período.

1 A IAS 17 utiliza o termo “valor justo” de um modo que difere, em alguns aspectos, da definição de valor justo da IFRS 13. Portanto,
ao aplicar a IAS 17, a entidade mensura o valor justo de acordo com a IAS 17 e não com a IFRS 13.
2 ou seja, a taxa de juros incremental sobre empréstimo do arrendatário, conforme definido no parágrafo 4 da IAS 17.

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Apêndice
Alterações à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de setembro de 2004.
Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2004, foram incorporadas
na IFRS 1 tal como emitida a partir de 2 de dezembro de 2004. Em novembro de 2008 foi emitida uma versão
revisada da IFRS 1.

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Interpretação IFRIC 5

Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de


Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental
Em dezembro de 2004, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 5 – Direitos a
Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental. Ela foi desenvolvida
pelo Comitê de Interpretações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRIC 5. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação
de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros
(emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 5
DIREITOS A PARTICIPAÇÕES DECORRENTES DE FUNDOS DE
DESATIVAÇÃO, RESTAURAÇÃO E REABILITAÇÃO AMBIENTAL
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 6
CONSENSO 7
Contabilização de uma participação em um fundo 7
Contabilização de obrigações de fazer contribuições adicionais 10
Divulgação 11
DATA DE VIGÊNCIA 14
TRANSIÇÃO 15
APÊNDICE
Alteração à IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 5

A Interpretação IFRIC 5 – Direitos a Participações decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e


Reabilitação Ambiental (IFRIC 5) é definida nos parágrafos 1-15 e no Apêndice. A IFRIC 5 está acompanhada
de uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2
e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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Interpretação IFRIC 5
Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de
Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental

Referências
yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010)

yy IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas

yy IFRS 11 – Negócios em Conjunto

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures)

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

yy SIC-12 – Consolidação – Entidades de Propósitos Específicos (tal como revisada em 2004)

Contexto
1 A finalidade dos fundos de desativação, restauração e reabilitação ambiental, doravante referidos
como “fundos de desativação” ou “fundos”, é segregar ativos para custear alguns ou todos os custos
de desativação de fábricas (como uma usina nuclear) ou determinados equipamentos (como carros)
ou de reabilitação ambiental (como corrigir poluição de água ou restaurar terreno minado), referidos
conjuntamente como “desativação”.

2 As contribuições a esses fundos podem ser voluntárias ou exigidas por regulamento ou lei. Os fundos
podem ter uma das seguintes estruturas:

(a) fundos que são estabelecidos por um único contribuinte, para custear suas próprias obrigações por
desativação, seja para um local específico ou para uma série de locais geograficamente dispersos.

(b) fundos que são estabelecidos com múltiplos contribuintes, para custear suas obrigações individuais
ou conjuntas por desativação, quando os contribuintes tiverem o direito de reembolso por despesas
de desativação, na extensão de suas contribuições acrescidas de quaisquer ganhos reais sobre
essas contribuições, menos suas parcelas nos custos de administração do fundo. Os contribuintes
podem ter uma obrigação de fazer contribuições adicionais, por exemplo, no caso da falência de
outro contribuinte.

(c) fundos que são estabelecidos com múltiplos contribuintes, para custear suas obrigações individuais
ou conjuntas por desativação, quando o nível exigido de contribuições for baseado na atividade atual
de um contribuinte e o benefício obtido por esse contribuinte for baseado em sua atividade passada.
Nesses casos, há um descasamento potencial no valor das contribuições feitas por um contribuinte
(com base na atividade atual) e o valor realizável do fundo (baseado na atividade passada).

3 Esses fundos geralmente têm as seguintes características:

(a) o fundo é administrado separadamente, por depositários independentes.

(b) as entidades (contribuintes) fazem contribuições ao fundo, que são investidas em uma série de
ativos, que podem incluir tanto dívida quanto investimentos patrimoniais, e estão disponíveis para
ajudar a pagar os custos de desativação dos contribuintes. Os depositários determinam como as

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contribuições são investidas, dentro das limitações definidas pelos documentos constitutivos do
fundo e qualquer legislação aplicável ou outros regulamentos.

(c) os contribuintes retêm a obrigação de pagar os custos de desativação. Entretanto, os contribuintes


são capazes de obter reembolso dos custos de desativação do fundo, até o valor que for menor entre
os custos de desativação incorridos e a parcela do contribuinte nos ativos do fundo.

(d) os contribuintes podem ter acesso restrito ou nenhum acesso a qualquer excedente de ativos do
fundo sobre aqueles usados para cumprir os custos de desativação elegíveis.

Alcance
4 Esta Interpretação se aplica à contabilização nas demonstrações financeiras de um contribuinte por
participações decorrentes de fundos de desativação que possuem ambas as características abaixo:

(a) os ativos são administrados separadamente (por serem mantidos em uma entidade legal separada
ou como ativos segregados dentro de outra entidade); e

(b) o direito de um contribuinte de acessar os ativos é restrito.

5 Uma participação residual em um fundo que se estenda além de um direito de reembolso, tal como um
direito contratual às distribuições quando toda a desativação tiver sido concluída ou na liquidação do
fundo, pode ser um instrumento de patrimônio dentro do alcance da IFRS 9 e não está dentro do alcance
desta Interpretação.

Questões
6 As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) como um contribuinte deve contabilizar a sua participação em um fundo?

(b) quando um contribuinte tiver uma obrigação de fazer contribuições adicionais, por exemplo, no
caso de falência de outro contribuinte, como essa obrigação deve ser contabilizada?

Consenso

Contabilização de uma participação em um fundo


7 O contribuinte reconhecerá sua obrigação de pagar custos de desativação como um passivo e reconhecerá
sua participação no fundo separadamente, exceto se o contribuinte não for responsável por pagar os
custos de desativação mesmo se o fundo deixar de pagar.

8 O contribuinte determinará se possui controle, controle conjunto ou influência significativa sobre o


fundo por referência à IFRS 10, IFRS 11 e IAS 28. Em caso positivo, o contribuinte contabilizará sua
participação no fundo de acordo com essas Normas.

9 Se um contribuinte não tiver o controle ou controle conjunto do fundo ou influência significativa sobre
ele, o contribuinte reconhecerá o direito de receber reembolso proveniente do fundo como um reembolso,
de acordo com a IAS 37. Esse reembolso será mensurado pelo menor entre:

(a) o valor da obrigação por desativação reconhecida; e

(b) a parcela do contribuinte no valor justo dos ativos líquidos do fundo atribuíveis aos contribuintes.

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As mudanças no valor contábil do direito de receber reembolso, exceto as contribuições ao fundo,


e pagamentos do fundo, serão reconhecidas em lucros e perdas no período em que essas mudanças
ocorrerem.

Contabilização de obrigações de fazer contribuições adicionais


10 Quando um contribuinte tiver uma obrigação de fazer contribuições adicionais potenciais, por exemplo,
no caso da falência de outro contribuinte ou se o valor dos ativos de investimento mantidos pelo fundo
diminuir a um nível que seja insuficiente para cumprir as obrigações de reembolso do fundo, essa
obrigação é um passivo contingente que está dentro do alcance da IAS 37. O contribuinte reconhecerá
um passivo somente se for provável que as contribuições adicionais serão feitas.

Divulgação
11 Um contribuinte divulgará a natureza de sua participação em um fundo e quaisquer restrições sobre o
acesso aos ativos no fundo.

12 Quando um contribuinte tiver uma obrigação de fazer contribuições adicionais potenciais que não sejam
reconhecidas como um passivo (vide parágrafo 10), ele fará as divulgações exigidas pelo parágrafo 86
da IAS 37.

13 Quando um contribuinte contabilizar sua participação no fundo de acordo com o parágrafo 9, ele fará as
divulgações exigidas pelo parágrafo 85(c) da IAS 37.

Data de vigência
14 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período
iniciado antes de 1º de janeiro de 2006, ela divulgará esse fato.

14A A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 5. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

14B A IFRS 10 e a IFRS 11, emitidas em maio de 2011, alteraram os parágrafos 8 e 9. Uma entidade aplicará
essas alterações quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

Transição
15 As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas de acordo com os requisitos da IAS 8.

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Apêndice
Alteração à IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração

A alteração neste apêndice será aplicada para períodos anuais iniciados em ou após1º de janeiro de 2006. Se uma
entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, a alteração será aplicada para esse período anterior.

*****

A alteração contida neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2004, foi incorporada à IAS 39 tal
como emitida em 16 de dezembro de 2004.

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Interpretação IFRIC 6

Passivos Decorrentes da Participação em um


Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos
Eletroeletrônicos
Em setembro de 2005, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 6 – Passivos
Decorrentes de Participação em um Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos. Ela foi
desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

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Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 6
PASSIVOS DECORRENTES DA PARTICIPAÇÃO EM UM MERCADO
ESPECÍFICO – RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 6
QUESTÃO 8
CONSENSO 9
DATA DE VIGÊNCIA 10
TRANSIÇÃO 11

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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A Interpretação IFRIC 6 – Passivos decorrentes da Participação em um Mercado Específico – Resíduos de


Equipamentos Eletroeletrônicos (IFRIC 6) é definida nos parágrafos 1-11. A IFRIC 6 está acompanhada de
uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e
7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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Interpretação IFRIC 6
Passivos decorrentes da Participação em um Mercado
Específico – Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos

Referências
yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Contexto
1 O parágrafo 17 da IAS 37 especifica que um fato gerador é um evento passado que leva a uma obrigação
presente, para o qual uma entidade não tem alternativa realista à liquidação.

2 O parágrafo 19 da IAS 37 afirma que as provisões são reconhecidas apenas para “obrigações resultantes
de eventos passados, existentes independentemente de ações futuras de uma entidade”.

3 A Diretiva da União Europeia sobre Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (RE&EE), que


regulamenta a coleta, tratamento, recuperação e descarte ambientalmente sólido de resíduos de
equipamentos, originou as questões sobre quando o passivo pela desativação de RE&EE deve ser
reconhecido. A Diretiva distingue entre resíduos “novos” e “históricos” e entre resíduos provenientes
de residências privadas e resíduos de fontes diferentes de residências privadas. Resíduos novos estão
relacionados a produtos vendidos após 13 de agosto de 2005. Todos os equipamentos residenciais
vendidos antes dessa data são considerados como originários de resíduos históricos, para as finalidades
da Diretiva.

4 A Diretiva afirma que o custo de gerenciamento de resíduos para equipamentos residenciais históricos
deve ser arcado pelos fabricantes desse tipo de equipamento, que estiverem no mercado durante um
período a ser especificado na legislação aplicável de cada País-membro (o período de mensuração).
A Diretiva declara que cada País-membro estabelecerá um mecanismo para que os fabricantes contribuam
aos custos de forma proporcional, “ou seja, na proporção de sua respectiva participação de mercado por
tipo de equipamento”.

5 Diversos termos usados na Interpretação, tais como “participação de mercado” e “período de mensuração”,
podem ser definidos de forma bem diferente na legislação aplicável de Países-membros individuais. Por
exemplo, a duração do período de mensuração pode ser de um ano ou de apenas um mês. Similarmente,
a mensuração da participação de mercado e as fórmulas para calcular a obrigação podem ser diferentes
nas várias legislações nacionais. Entretanto, todos esses exemplos afetam somente a mensuração do
passivo, que não está dentro do alcance da Interpretação.

Alcance
6 Esta Interpretação fornece orientação sobre o reconhecimento, nas demonstrações financeiras de
fabricantes, de passivos por gerenciamento de resíduos previstos na Diretiva da UE sobre RE&EE, em
relação às vendas de equipamentos residenciais históricos.

7 A Interpretação não trata de resíduos novos nem de perdas históricas provenientes de fontes que não sejam
residências privadas. O passivo por esse gerenciamento de resíduos está adequadamente coberto na IAS
37. Entretanto, se na legislação nacional os novos resíduos provenientes de residências privadas forem
tratados de uma forma similar aos resíduos históricos provenientes de residências privadas, os princípios
da Interpretação se aplicam, por referência à hierarquia nos parágrafos 10-12 da IAS 8. A hierarquia da
IAS 8 também é pertinente para outros regulamentos que impõem obrigações de uma forma que é similar
ao modelo de atribuição de custo especificado na Diretiva da UE.

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Questão
8 O IFRIC foi solicitado a determinar, no contexto da desativação de RE&EE, o que constitui o fato
gerador, de acordo com o parágrafo 14(a) da IAS 37, para o reconhecimento de uma provisão para custos
de gerenciamento de resíduos:

yy a fabricação ou venda de equipamentos domésticos históricos?

yy a participação no mercado durante o período de mensuração?

yy a não ocorrência de custos na realização de atividades de gerenciamento de resíduos?

Consenso
9 A participação no mercado durante o período de mensuração é o fato gerador, de acordo com o parágrafo
14(a) da IAS 37. Como consequência, um passivo por custos de gerenciamento de resíduos para
equipamentos domésticos históricos não surge quando os produtos são fabricados ou vendidos. Como
a obrigação por equipamentos domésticos históricos está vinculada à participação no mercado durante
o período de mensuração, em vez de à produção ou venda dos itens a serem alienados, não há nenhuma
obrigação, exceto e até que exista uma participação de mercado durante o período de mensuração. A época
do fato gerador também pode ser independente do período específico em que as atividades para realizar
o gerenciamento de resíduos são empreendidas e os custos relacionados incorridos.

Data de vigência
10 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de dezembro de
2005. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a Interpretação para um período
iniciado antes de 1º de dezembro de 2005, ela divulgará esse fato.

Transição
11 As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas de acordo com a IAS 8.

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Interpretação IFRIC 7

Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária


prevista na IAS 29 – Relatório Financeiro
em Economias Hiperinflacionárias
Em novembro de 2005, o Conselho Internacional de Normas de Contabilidade emitiu a IFRIC 7 – Aplicação da
Abordagem de Atualização Monetária Prevista na IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias.
Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) introduziu
pequenas alterações consequentes à IFRIC 7.

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IFRS Foundation A1071
IFRIC 7

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 7
APLICAÇÃO DA ABORDAGEM DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
PREVISTA NA IAS 29 – RELATÓRIO FINANCEIRO EM
ECONOMIAS HIPERINFLACIONÁRIAS
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
QUESTÕES 2
CONSENSO 3
DATA DE VIGÊNCIA 6

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLO ILUSTRATIVO
BASE PARA CONCLUSÕES

A1072 ©
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IFRIC 7

A Interpretação IFRIC 7 – Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária prevista na IAS 29 –


Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias (IFRIC 7) é definida nos parágrafos 1-6. A IFRIC 7
está acompanhada de um exemplo ilustrativo e uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das
Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1073
IFRIC 7

Interpretação IFRIC 7
Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária
prevista na IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias
Hiperinflacionárias

Referências
yy IAS 12 – Impostos sobre a Renda

yy IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias Hiperinflacionárias

Contexto
1 Esta Interpretação fornece orientação sobre como aplicar os requisitos da IAS 29 em um período de relatório
em que uma entidade identifica1 a existência de hiperinflação na economia de sua moeda funcional,
que não era hiperinflacionária no período anterior, e a entidade, portanto, atualiza monetariamente suas
demonstrações financeiras de acordo com a IAS 29.

Questões
2 As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) como o requisito “...demonstrado em termos de unidade de mensuração corrente no final do período
de relatório” no parágrafo 8 da IAS 29” deve ser interpretado quando uma entidade aplica a Norma?

(b) como uma entidade deve contabilizar itens de impostos diferidos de abertura em suas demonstrações
financeiras atualizadas monetariamente?

Consenso
3 No período de relatório em que uma entidade identifica a existência de hiperinflação na economia de
sua moeda funcional, que não era hiperinflacionária no período anterior, a entidade aplicará os requisitos
da IAS 29 como se a economia tivesse sempre sido hiperinflacionária. Portanto, em relação a itens
não monetários mensurados ao custo histórico, a demonstração da posição financeira de abertura da
entidade no início do período mais antigo apresentado nas demonstrações financeiras será atualizada
monetariamente para refletir o efeito da inflação a partir da data em que os ativos foram adquiridos
e os passivos incorridos ou assumidos até o final do período de relatório. Para itens não monetários
reconhecidos na demonstração da posição financeira de abertura a valores correntes em datas que não
sejam as datas em que os ativos foram adquiridos ou os passivos incorridos, essa atualização monetária
refletirá o efeito da inflação a partir das datas em que esses valores contábeis foram determinados até o
final do período de relatório.

4 No final do período de relatório, os itens de impostos diferidos são reconhecidos e mensurados de acordo
com a IAS 12. Porém, os valores de impostos diferidos na demonstração da posição financeira de abertura
para o período de relatório serão determinados da seguinte forma:

(a) a entidade remensura os itens de impostos diferidos de acordo com a IAS 12, após ter atualizado
monetariamente os valores contábeis nominais de seus itens não monetários na data da demonstração
da posição financeira de abertura do período de relatório, aplicando a unidade de mensuração
nessa data.

1 A identificação de hiperinflação é baseada no julgamento da entidade dos critérios no parágrafo 3 da IAS 29.

A1074 ©
IFRS Foundation
IFRIC 7

(b) os itens de impostos diferidos remensurados de acordo com o item (a) são atualizados monetariamente
devido à mudança na unidade de mensuração a partir da data da demonstração da posição financeira
de abertura do período de relatório até o final desse período de relatório.

A entidade aplica a abordagem dos itens (a) e (b) na atualização monetária de itens de impostos diferidos
na demonstração da posição financeira de abertura de quaisquer períodos comparativos apresentados nas
demonstrações financeiras atualizadas monetariamente do período de relatório em que a entidade aplica
a IAS 29.

5 Após uma entidade ter atualizado monetariamente suas demonstrações financeiras, todos os valores
correspondentes nas demonstrações financeiras para um período de relatório subsequente, incluindo
itens de impostos diferidos, são atualizados monetariamente aplicando-se a mudança na unidade de
mensuração para esse período de relatório subsequente somente às demonstrações financeiras atualizadas
monetariamente do período de relatório anterior.

Data de vigência
6 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de março de
2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar esta Interpretação às demonstrações
financeiras para um período iniciado antes de 1º de março de 2006, ela divulgará esse fato.

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IFRS Foundation A1075
IFRIC 10

Interpretação IFRIC 10

Relatório Financeiro Intermediário e Redução ao


Valor Recuperável de Ativos
Em julho de 2006, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 10 – Relatório Financeiro
Intermediário e Redução ao Valor Recuperável. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

A IFRIC 10 foi alterada pela IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro
de 2007) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS Foundation A1077
IFRIC 10

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 10
RELATÓRIO FINANCEIRO INTERMEDIÁRIO E REDUÇÃO
AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
QUESTÃO 3
CONSENSO 8
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 10

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

A1078 ©
IFRS Foundation
IFRIC 10

A Interpretação IFRIC 10 – Relatório Financeiro Intermediário e Redução ao Valor Recuperável de Ativos


(IFRIC 10) é definida nos parágrafos 1-12. A IFRIC 10 está acompanhada de uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1079
IFRIC 10

Interpretação IFRIC 10
Relatório Financeiro Intermediário e Redução ao
Valor Recuperável de Ativos

Referências
yy IFRS 9 Instrumentos Financeiros

yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010)

yy IAS 34 – Relatório Financeiro Intermediário

yy IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

yy IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

Contexto
1 Uma entidade deve avaliar o ágio quanto à redução ao valor recuperável no final de cada período de
relatório e, se exigido, reconhecer uma perda por redução ao valor recuperável nessa data, de acordo com
a IAS 36. Contudo, no final de um período de relatório subsequente, as condições podem ter mudado de
tal forma que a perda por redução ao valor recuperável teria sido reduzida ou evitada, caso a avaliação
quanto à redução ao valor recuperável tivesse sido feita apenas nessa data. Esta Interpretação fornece
orientação sobre se essas perdas por redução ao valor recuperável devem ser revertidas em alguma época
no futuro.

2 A Interpretação trata da interação entre os requisitos da IAS 34 e o reconhecimento de perdas por


redução ao valor recuperável do ágio na IAS 36, e o efeito dessa interação nas demonstrações financeiras
intermediárias e anuais subsequentes.

Questão
3 O parágrafo 28 da IAS 34 exige que uma entidade aplique, em suas demonstrações financeiras
intermediárias, as mesmas políticas contábeis que aquelas aplicadas em suas demonstrações financeiras
anuais. Ele também afirma que “a frequência do relatório de uma entidade (anual, semestral ou trimestral)
não afetará a mensuração de seus resultados anuais. Para atingir esse objetivo, as mensurações para fins
de relatório intermediário serão feitas com base no acumulado no ano.”.

4 O parágrafo 124 da IAS 36 afirma que “Uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida para
ágio não será revertida em um período subsequente”.

5–6 [Excluídos]

7 A Interpretação trata da seguinte questão:

Uma entidade deve reverter perdas por redução ao valor recuperável, reconhecidas em um período
intermediário sobre ágio, se uma perda não tiver sido reconhecida, ou uma perda menor tiver sido
reconhecida, caso uma avaliação quanto à redução ao valor recuperável tenha sido feita somente no final
do período de relatório subsequente?

A1080 ©
IFRS Foundation
IFRIC 10

Consenso
8 Uma entidade não reverterá uma perda por redução ao valor recuperável reconhecida em um período
intermediário anterior em relação ao ágio.

9 Uma entidade não ampliará esse consenso por analogia a outras áreas de conflito potencial entre a IAS 34
e outras normas.

Data de vigência e transição


10 Uma entidade aplicará a Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de novembro de
2006. A aplicação antecipada é encorajada. Se uma entidade aplicar a Interpretação para um período
iniciado antes de 1º de novembro de 2006, ela divulgará esse fato. Uma entidade aplicará a Interpretação
a ágio prospectivamente, a partir da data na qual aplicou pela primeira vez a IAS 36; ela aplicará a
Interpretação a investimentos em instrumentos de patrimônio ou em ativos financeiros reconhecidos
ao custo prospectivamente, a partir da data em que foram aplicados pela primeira vez os critérios de
mensuração da IAS 39.

11 [Excluído]

12 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 1, 2, 7 e 8 e excluiu os parágrafos 5, 6 e 11.


Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

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IFRIC 12

Interpretação IFRIC 12

Acordos de Concessão de Serviço


Em novembro de 2006, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 12 – Acordos de
Concessão de Serviços. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à IFRIC 12. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação
de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros
(emitida em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS Foundation A1083
IFRIC 12

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 12
ACORDOS DE CONCESSÃO DE SERVIÇO
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 10
CONSENSO 11
DATA DE VIGÊNCIA 28
TRANSIÇÃO 29
APÊNDICES
A Orientação de aplicação
B Alterações à IFRS 1 e a outras Interpretações
NOTAS INFORMATIVAS
1 Estrutura conceitual contábil para acordos de serviço público para privado
2 Referências às IFRSs que se aplicam a tipos comuns de acordos público para privado

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 12

A Interpretação IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço (IFRIC 12) é definida nos parágrafos 1-30 e
Apêndices A e B. A IFRIC 12 está acompanhada de notas informativas, exemplos ilustrativos e uma Base para
Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio
às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1085
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Interpretação IFRIC 12
Acordos de Concessão de Serviço

Referências
yy Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras1

yy IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

yy IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações

yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 11 – Contratos de Construção

yy IAS 16 – Imobilizado

yy IAS 17 – Arrendamentos

yy IAS 18 – Receita

yy IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental

yy IAS 23 – Custos de Empréstimos

yy IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação

yy IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

yy IAS 38 – Ativos Intangíveis

yy IFRIC 4 – Determinação se um Acordo contém um Arrendamento

yy SIC-29 – Acordos de Concessão de Serviço: Divulgações2

Contexto
1 Em muitos países, a infraestrutura de serviços públicos – por exemplo, estradas, pontes, túneis,
prisões, hospitais, aeroportos, instalações de distribuição de água, redes de fornecimento de energia
e telecomunicações – tem sido tradicionalmente construída, operada e mantida pelo setor público e
financiada por meio de verba do orçamento público.

2 Em alguns países, os governos introduziram acordos de serviços contratuais para atrair a participação
do setor privado no desenvolvimento, financiamento, operação e manutenção dessa infraestrutura.
A infraestrutura pode já existir, ou pode ser construída durante o período do acordo de serviço. Um
acordo dentro do alcance desta Interpretação normalmente envolve uma entidade do setor privado
(um operador), que constrói a infraestrutura utilizada para fornecer o serviço público ou aprimorá-lo
(por exemplo, aumentando sua capacidade), e que opera e mantém essa infraestrutura por um período
específico de tempo. O operador é pago por seus serviços ao longo do período do acordo. O acordo é

1 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
2 O título da SIC-29, anteriormente Divulgação – Acordos de Concessão de Serviço foi alterado pela IFRIC 12.

A1086 ©
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IFRIC 12

regido por um contrato que define padrões de desempenho, mecanismos para ajuste de preços e acordos
para arbitrar disputas. Esse acordo é frequentemente descrito como um acordo de concessão de serviço
do tipo “construir‑operar‑transferir”, “restaurar-operar-transferir” ou “público para privado”.

3 Uma característica desses acordos de serviço é a natureza de serviço público da obrigação assumida pelo
operador. A política pública se aplica aos serviços relacionados à infraestrutura a ser fornecida ao público,
independente da identidade da parte que opera os serviços. O acordo de serviço obriga contratualmente o
operador a fornecer os serviços ao público em nome da entidade do setor público. Outras características
comuns são:

(a) a parte que concede o acordo de serviço (o concedente) é uma entidade do setor público, incluindo
um órgão governamental, ou uma entidade do setor público à qual foi transferida a responsabilidade
pelo serviço.

(b) o operador é responsável por pelo menos parte da administração da infraestrutura e serviços
relacionados e não age simplesmente como um agente em nome do concedente.

(c) o contrato define os preços iniciais a serem cobrados pelo operador e regulamenta as revisões de
preços ao longo do período do acordo de serviço.

(d) o operador é obrigado a entregar a infraestrutura ao concedente em uma condição específica no


final do período do acordo, por pequena ou nenhuma contrapartida adicional, independente de qual
parte a financiou inicialmente.

Alcance
4 Esta Interpretação fornece orientação sobre a contabilização por operadores de acordos de concessão de
serviço público para privado.

5 Esta Interpretação se aplica a acordos de concessão de serviço público para privado se:

(a) o concedente controlar ou regulamentar quais serviços o operador deve fornecer com a infraestrutura,
a quem deve fornecê-los e a que preço; e

(b) o concedente controlar – por meio da titularidade, direito beneficiário ou outro – qualquer
participação residual significativa na infraestrutura no final do prazo do acordo.

6 A infraestrutura usada em um acordo de concessão de serviço público para privado por toda a sua vida
útil (ativos de vida inteira) está dentro do alcance desta Interpretação se forem cumpridas as condições do
parágrafo 5(a). Os parágrafos OA1-OA8 fornecem orientação sobre a determinação se, e em qual extensão,
os acordos de concessão de serviço público para privado estão dentro do alcance desta Interpretação.

7 Esta Interpretação se aplica à:

(a) infraestrutura que o operador construir ou adquirir de um terceiro para a finalidade do acordo de
serviço; e

(b) infraestrutura existente à qual o concedente fornece acesso ao operador para a finalidade do acordo
de serviço.

8 Esta Interpretação não especifica a contabilização de infraestrutura que foi mantida e reconhecida como
imobilizado pelo operador antes de celebrar o acordo de serviço. Os requisitos de baixa das IFRSs
(definidos na IAS 16) se aplicam a essa infraestrutura.

9 Esta Interpretação não especifica a contabilização pelos concedentes.

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Questões
10 Esta Interpretação define os princípios gerais de reconhecimento e mensuração das obrigações e direitos
relacionados em acordos de concessão de serviço. Os requisitos para divulgação de informações sobre
acordos de concessão de serviço estão descritos na SIC-29. As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) tratamento dos direitos do operador sobre a infraestrutura;

(b) reconhecimento e mensuração da contrapartida do acordo;

(c) serviços de construção ou de melhoria;

(d) serviços de operação;

(e) custos de empréstimos;

(f) tratamento contábil subsequente de um ativo financeiro e de um ativo intangível; e

(g) itens fornecidos ao operador pelo concedente.

Consenso

Tratamento dos direitos do operador sobre a infraestrutura


11 A infraestrutura dentro do alcance desta Interpretação não será reconhecida como imobilizado do operador,
pois o acordo de serviço contratual não transmite ao operador o direito de controlar o uso da infraestrutura
de serviço público. O operador possui acesso para operar a infraestrutura e fornecer o serviço público
em nome do concedente, de acordo com os termos especificados no contrato.

Reconhecimento e mensuração da contrapartida do acordo


12 De acordo com os termos dos acordos contratuais dentro do alcance desta Interpretação, o operador age
como um provedor de serviço. O operador constrói ou melhora a infraestrutura (serviços de construção
ou melhoria) usada para fornecer um serviço público e opera e mantém essa infraestrutura (serviços de
operação) por um período específico de tempo.

13 O operador reconhecerá e mensurará a receita de acordo com as IASs 11 e 18 para os serviços que
realizar. Se o operador realizar mais de um serviço (ou seja, serviços de construção ou melhoria e
serviços de operação) de acordo com um único contrato ou acordo, a contrapartida recebida ou a receber
será alocada com base nos valores justos relativos dos serviços entregues, quando os valores forem
separadamente identificáveis. A natureza da contrapartida determina seu tratamento contábil subsequente.
A contabilização subsequente da contrapartida recebida como um ativo financeiro e como um ativo
intangível é detalhada nos parágrafos 23-26 abaixo.

Serviços de construção ou melhoria


14 O operador contabilizará a receita e os custos relacionados aos serviços de construção ou melhoria de
acordo com a IAS 11.

Contrapartida dada pelo concedente ao operador

15 Se o operador fornecer serviços de construção ou melhoria, a contraprestação recebida ou a receber pelo


operador será reconhecida pelo seu valor justo. A contrapartida pode ser direito a:

(a) um ativo financeiro, ou

(b) um ativo intangível.

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16 O operador reconhecerá um ativo financeiro na medida em que tiver um direito contratual incondicional
de receber caixa ou outro ativo financeiro do concedente, ou conforme sua instrução, pelos serviços de
construção; o concedente tem pouco, se algum, arbítrio para evitar o pagamento, normalmente porque o
contrato é exequível por lei. O operador tem um direito incondicional de receber caixa se o concedente
garantir contratualmente pagar ao operador (a) valores especificados ou determináveis ou (b) a defasagem,
se houver, entre os valores recebidos de usuários do serviço público e os valores especificados ou
determináveis, mesmo se o pagamento for contingente à garantia pelo operador de que a infraestrutura
cumpre os requisitos de qualidade ou eficiência especificados.

17 O operador reconhecerá um ativo intangível na medida em que receber um direito (uma licença) de
cobrar os usuários do serviço público. Um direito de cobrar os usuários do serviço público não é um
direito incondicional de receber caixa, pois os valores são contingentes na medida em que o público
utiliza o serviço.

18 Se o operador for pago pelos serviços de construção, em parte por um ativo financeiro e em parte por um
ativo intangível, é necessário contabilizar separadamente cada componente da contrapartida do operador.
A contrapartida recebida ou a receber em relação a ambos os componentes será reconhecida inicialmente
ao valor justo da contrapartida recebida ou a receber.

19 A natureza da contrapartida dada pelo concedente ao operador será determinada com base nos termos
do contrato e, quando existir, pela respectiva lei contratual.

Serviços de operação
20 O operador contabilizará a receita e os custos relacionados aos serviços de operação de acordo com a
IAS 18.

Obrigações contratuais para restaurar a infraestrutura a um nível especificado


de operacionalidade

21 O operador pode ter obrigações contratuais que precisa cumprir como uma condição de sua licença (a)
para manter a infraestrutura em um nível especificado de operacionalidade ou (b) restaurar a infraestrutura
a uma condição especificada antes de ser transferida ao concedente no final do acordo de serviço. Essas
obrigações contratuais para manter ou restaurar a infraestrutura, exceto qualquer elemento de melhoria
(vide parágrafo 14), serão reconhecidas e mensuradas de acordo com a IAS 37, ou seja, pela melhor
estimativa do gasto que seria exigido para liquidar a obrigação presente no final do período de relatório.

Custos de empréstimos incorridos pelo operador


22 De acordo com a IAS 23, os custos de empréstimos atribuíveis ao acordo serão reconhecidos como
uma despesa no período em que forem incorridos, exceto se o operador tiver um direito contratual de
receber um ativo intangível (um direito de cobrar os usuários do serviço público). Nesse caso, os custos
de empréstimos atribuíveis ao acordo serão capitalizados durante a fase de construção do acordo em
conformidade com aquela Norma.

Ativo financeiro
23 A IAS 32 e as IFRSs 7 e 9 se aplicam ao ativo financeiro reconhecido de acordo com os parágrafos 16
e 18.

24 O valor devido pelo concedente, ou conforme sua instrução, é contabilizado de acordo com a IFRS 9 como:

(a) pelo custo amortizado; ou

(b) mensurado ao valor justo por meio do resultado.

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IFRIC 12

25 Se o valor devido pelo concedente é contabilizado pelo custo amortizado, a IFRS 9 exige que os juros
calculados utilizando o método de juros efetivos sejam reconhecidos em lucros e perdas.

Ativo intangível
26 A IAS 38 se aplica ao ativo intangível reconhecido de acordo com os parágrafos 17 e 18. Os
parágrafos 45‑47 da IAS 38 fornecem orientação sobre a mensuração de ativos intangíveis adquiridos em
troca de um ativo ou ativos não monetário(s) ou uma combinação de ativos monetários e não monetários.

Itens fornecidos ao operador pelo concedente


27 De acordo com o parágrafo 11, os itens de infraestrutura aos quais o concedente dá acesso ao operador
para as finalidades do acordo de serviço não são reconhecidos como imobilizado do operador. O
concedente também pode fornecer outros itens ao operador que o operador pode manter ou tratar como
bem entender. Se esses ativos fizerem parte da contrapartida pagável pelo concedente pelos serviços,
eles não são subvenções governamentais como definido na IAS 20. Eles são reconhecidos como ativos
do operador, mensurados ao valor justo no reconhecimento inicial. O operador reconhecerá um passivo
em relação às obrigações não cumpridas que assumiu em troca dos ativos.

Data de vigência
28 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2008. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período
anterior a 1º de janeiro de 2008, ela divulgará esse fato.

28A [Excluído]

28B A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 23–25 e excluiu o parágrafo 28A. Uma
entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

Transição
29 Observado o parágrafo 30, as mudanças nas políticas contábeis são contabilizadas de acordo com a IAS 8,
ou seja, retrospectivamente.

30 Se, para qualquer acordo de serviço específico, for impraticável para um operador aplicar esta Interpretação
retrospectivamente no início do período mais antigo apresentado, ele:

(a) reconhecerá ativos financeiros e ativos intangíveis que existiam no início do período mais antigo
apresentado.

(b) utilizará os valores contábeis anteriores desses ativos financeiros e ativos intangíveis (independente
de sua classificação anterior) como seus valores contábeis nessa data; e

(c) testará ativos financeiros e ativos intangíveis reconhecidos nessa data quanto à redução ao valor
recuperável, a menos que isso não seja praticável, caso em que os valores serão testados quanto à
redução ao valor recuperável no início do período corrente.

A1090 ©
IFRS Foundation
IFRIC 12

Apêndice A
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da Interpretação.

Alcance (parágrafo 5)
OA1 O parágrafo 5 desta Interpretação especifica que a infraestrutura está dentro do alcance da Interpretação
quando forem aplicáveis as seguintes condições:

(a) o concedente controlar ou regulamentar quais serviços o operador deve fornecer com a infraestrutura,
a quem deve fornecê-los e a que preço; e

(b) o concedente controlar – por meio da titularidade, direito beneficiário ou outro – qualquer
participação residual significativa na infraestrutura no final do prazo do acordo.

OA2 O controle ou regulamentação referida na condição (a) poderia ocorrer por contrato ou de outro modo
(como, por exemplo, por meio de um regulador) e inclui circunstâncias em que o concedente adquire a
totalidade da produção, bem como aquelas em que parte ou totalidade da produção é comprada por outros
usuários. Ao aplicar essa condição, o concedente e quaisquer partes relacionadas serão considerados em
conjunto. Se o concedente for uma entidade do setor público, o setor público como um todo, juntamente
com quaisquer reguladores que agem no interesse público, será considerado como relacionado ao
concedente para as finalidades desta Interpretação.

OA3 Para a finalidade da condição (a), o concedente não precisa ter o controle total do preço: é suficiente que
o preço seja regulamentado pelo concedente, contrato ou regulador, por exemplo, por um mecanismo de
limitação. Entretanto, a condição será aplicada à essência do acordo. As características não substanciais,
tais como um teto que se aplicará somente em circunstâncias remotas, serão ignoradas. Por outro lado, se,
por exemplo, a intenção de um contrato for dar liberdade ao operador para definir preços, mas qualquer
lucro excedente for devolvido ao concedente, o retorno do operador é limitado e o elemento de preço do
teste de controle é cumprido.

OA4 Para a finalidade da condição (b), o controle do concedente sobre qualquer participação residual
significativa deve tanto restringir a capacidade prática do operador de comprar a infraestrutura ou
oferecê-la como garantia, quanto dar ao concedente um direito contínuo de uso ao longo do período do
acordo. A participação residual na infraestrutura é o valor corrente estimado da infraestrutura como se
ela já tivesse a idade e estivesse na condição esperada no final do período do acordo.

OA5 O controle deve ser diferenciado da administração. Se o concedente retiver tanto o grau de controle descrito
no parágrafo 5(a) quanto qualquer participação residual significativa na infraestrutura, o operador está
somente gerenciando a infraestrutura em nome do concedente – ainda que, em muitos casos, ele possa
ter ampla liberdade gerencial.

OA6 As condições (a) e (b) em conjunto identificam quando a infraestrutura, incluindo quaisquer substituições
necessárias (vide parágrafo 21), são controladas pelo concedente durante toda a sua vida econômica.
Por exemplo, se o operador tiver que substituir parte de um item da infraestrutura durante o período
do acordo (por exemplo, o asfalto de uma estrada ou o telhado de um prédio), o item de infraestrutura
será considerado como um todo. Desse modo, a condição (b) é cumprida em relação à totalidade da
infraestrutura, incluindo a parte que é substituída, se o concedente controlar qualquer participação residual
significativa na substituição final dessa parte.

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IFRS Foundation A1091
IFRIC 12

OA7 Algumas vezes, o uso da infraestrutura é em parte regulamentado da maneira descrita no parágrafo 5(a)
e em parte não regulamentado. Entretanto, esses argumentos assumem diversas formas:

(a) qualquer infraestrutura que for fisicamente separável e capaz de ser operada de forma independente
e atender à definição de uma unidade geradora de caixa, conforme definido na IAS 36, será analisada
separadamente se ela for usada em sua totalidade para fins não regulamentados. Por exemplo, isso
poderia se aplicar a uma ala particular de um hospital, em que o restante do hospital é utilizado
pelo concedente para tratar pacientes públicos.

(b) quando atividades puramente auxiliares (como por exemplo, uma loja de hospital) forem não
regulamentadas, os testes de controle serão aplicados como se esses serviços não existissem, pois
nos casos em que o concedente controla os serviços na forma descrita no parágrafo 5, a existência
de atividades auxiliares não reduz o controle da infraestrutura pelo concedente.

OA8 O operador pode ter o direito de usar a infraestrutura separável descrita no parágrafo OA7(a), ou as
instalações utilizadas para fornecer serviços não regulamentados auxiliares descritos no parágrafo OA7(b).
Em ambos os casos, pode haver em essência um arrendamento do concedente ao operador; nesse caso,
ele será contabilizado de acordo com a IAS 17.

A1092 ©
IFRS Foundation
IFRIC 12

Apêndice B
Alterações à IFRS 1 e a outras Interpretações

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2008.
Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2006, foram incorporadas ao
texto da IFRS 1, da IFRIC 4 e da SIC-29 tal como emitidas a partir de 30 de novembro de 2006. Em novembro
de 2008 foi emitida uma versão revisada da IFRS 1.

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IFRS Foundation A1093
IFRIC 13

Interpretação IFRIC 13

Programas de Fidelidade do Cliente


Em junho de 2007, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 13 – Programas de
Fidelidade do Cliente. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

Melhorias às IFRSs (emitida em maio de 2010) introduziu pequenas alterações consequentes à IFRIC 13.

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IFRS Foundation A1095
IFRIC 13

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 13
PROGRAMAS DE FIDELIDADE DO CLIENTE
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 3
QUESTÕES 4
CONSENSO 5
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 10
APÊNDICE
Orientação de aplicação

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

A1096 ©
IFRS Foundation
IFRIC 13

A Interpretação IFRIC 13 – Programas de Fidelidade do Cliente (IFRIC 13) é definida nos parágrafos 1-11 e no
Apêndice. A IFRIC 13 está acompanhada de exemplos ilustrativos e de uma Base para Conclusões. O alcance e
a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1097
IFRIC 13

Interpretação IFRIC 13
Programas de Fidelidade do Cliente

Referências
yy IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 18 – Receita

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Contexto
1 Os programas de fidelidade do cliente são usados pelas entidades para fornecer aos clientes incentivos
para comprar seus produtos ou serviços. Se um cliente compra produtos ou serviços, a entidade concede
ao cliente créditos de prêmio (frequentemente descritos como “pontos”). O cliente pode resgatar os
créditos de prêmio por prêmios tais como produtos ou serviços gratuitos ou com desconto.

2 Os programas operam de diversas formas. Os clientes podem ser obrigados a acumular um número
mínimo especificado ou valor de créditos de prêmio antes que possam resgatá-los. Os créditos de prêmio
podem estar vinculados a compras individuais ou grupos de compras, ou a permanecer cliente por um
período especificado. A entidade pode operar o programa de fidelidade do cliente por conta própria ou
participar de um programa operado por um terceiro. Os prêmios oferecidos podem incluir produtos ou
serviços oferecidos pela própria entidade e/ou direitos de reivindicar produtos ou serviços de um terceiro.

Alcance
3 Esta Interpretação se aplica aos créditos de prêmio por fidelidade do cliente que:

(a) uma entidade concede aos seus clientes como parte de uma transação de vendas, ou seja, uma venda
de produtos, prestação de serviços ou utilização pelo cliente dos ativos da entidade; e

(b) sujeito ao cumprimento de quaisquer outras condições para qualificação, os clientes podem resgatar
no futuro produtos ou serviços gratuitos ou com desconto.

A Interpretação trata da contabilização pela entidade que concede créditos de prêmio aos seus clientes.

Questões
4 As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) se a obrigação da entidade de fornecer produtos ou serviços gratuitos ou com desconto (“prêmios”)
no futuro deve ser reconhecida e mensurada por meio de:

(i) alocação de uma parte da contrapartida recebida ou a receber proveniente da transação de


vendas aos créditos de prêmio e diferimento do reconhecimento da receita (aplicação do
parágrafo 13 da IAS 18); ou

(ii) provisão dos custos futuros estimados de fornecer os prêmios (aplicação do parágrafo 19 da
IAS 18); e

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IFRIC 13

(b) se a contrapartida for alocada aos créditos de prêmio:

(i) quanto deve ser alocado a eles;

(ii) quando a receita deve ser reconhecida; e

(iii) se um terceiro fornecer os prêmios, como a receita deve ser mensurada.

Consenso
5 Uma entidade aplicará o parágrafo 13 da IAS 18 e contabilizará créditos de prêmio como um componente
separadamente identificável da transação de vendas em que eles são concedidos (a “venda inicial”).
O valor justo da contrapartida recebida ou a receber em relação à venda inicial será alocada entre os
créditos de prêmio e os outros componentes da venda.

6 A contrapartida alocada aos créditos de prêmios será mensurada por referência ao seu valor justo.

7 Se a própria entidade fornecer os prêmios, ela reconhecerá a contrapartida alocada aos créditos de prêmio
como receita quando os créditos de prêmio forem resgatados e ela cumprir suas obrigações de fornecer
os prêmios. O valor da receita reconhecida será baseado no número de créditos de prêmio que foram
resgatados em troca de prêmios, em relação ao número total que se espera que seja resgatado.

8 Se um terceiro fornecer os prêmios, a entidade avaliará se está cobrando a contrapartida alocada aos
créditos de prêmio por sua própria conta (ou seja, como principal na transação) ou em nome do terceiro
(ou seja, como agente do terceiro).

(a) Se a entidade estiver cobrando a contrapartida em nome do terceiro, ela:

(i) mensurará sua receita como o valor líquido retido por sua própria conta, ou seja, a diferença
entre a contrapartida alocada aos créditos de prêmio e o valor pagável ao terceiro pelo
fornecimento dos prêmios; e

(ii) reconhecerá esse valor líquido como receita quando o terceiro for obrigado a fornecer os
prêmios e tiver direito a receber contrapartida por fazê-lo. Esses eventos podem ocorrer assim
que os créditos de prêmio forem concedidos. Alternativamente, se o cliente puder escolher
reivindicar os prêmios da entidade ou de um terceiro, esses eventos podem ocorrer somente
quando o cliente escolher reivindicar os prêmios do terceiro.

(b) Se a entidade estiver cobrando a contrapartida por sua própria conta, ela mensurará sua receita
como a contrapartida bruta alocada aos créditos de prêmio e reconhecerá a receita quando cumprir
suas obrigações em relação aos prêmios.

9 Se em qualquer época se espera que os custos inevitáveis de cumprir as obrigações de fornecer os


prêmios excedam a contrapartida recebida e a receber em relação a eles (ou seja, a contrapartida alocada
aos créditos de prêmio na época da venda inicial que ainda não foi reconhecida como receita, mais
qualquer outra contrapartida a receber quando o cliente resgatar os créditos de prêmio), a entidade possui
contratos onerosos. Um passivo será reconhecido pelo excedente de acordo com a IAS 37. A necessidade
de reconhecer esse passivo pode surgir se os custos esperados para fornecer os prêmios aumentarem,
por exemplo, se a entidade revisar suas expectativas sobre a quantidade de créditos de prêmio que
serão resgatados.

Data de vigência e transição


10 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2008.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a Interpretação para um período iniciado
antes de 1º de julho de 2008, ela divulgará esse fato.

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IFRS Foundation A1099
IFRIC 13

10A O parágrafo OA2 foi alterado pela Melhorias às IFRSs emitida em maio de 2010. Uma entidade aplicará
essa alteração para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2011. A aplicação antecipada
é permitida. Se uma entidade aplicar a alteração para um período anterior, ela divulgará esse fato.

10B A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou os parágrafos 6 e OA1–OA3. Uma entidade aplicará essas
alterações quando aplicar a IFRS 13.

11 As mudanças na política contábil serão contabilizadas de acordo com a IAS 8.

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IFRIC 13

Apêndice
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da Interpretação.

Mensuração do valor justo dos créditos de prêmio


OA1 O parágrafo 6 do consenso exige que a contrapartida alocada aos créditos de prêmios seja mensurada
por referência ao seu valor justo. Se não houver um preço de mercado cotado para um crédito de prêmio
idêntico, o valor justo deve ser mensurado utilizando-se outra técnica de avaliação.

OA2 Uma entidade pode mensurar o valor justo dos créditos de prêmio com base no valor justo dos prêmios
pelos quais eles podem ser resgatados. O valor justo dos créditos de prêmio leva em consideração,
conforme apropriado:

(a) o valor dos descontos ou incentivos que de outro modo seriam oferecidos aos clientes que não
obtiveram créditos de prêmio da venda inicial;

(b) a proporção dos créditos de prêmio que não se espera que seja resgatada pelos clientes; e

(c) o risco de inadimplência.

Se os clientes podem escolher entre diferentes prêmios, o valor justo dos créditos de prêmio reflete o
valor justo da série de prêmios disponíveis, ponderado na proporção da frequência com a qual se espera
que cada prêmio seja selecionado.

OA3 Em algumas circunstâncias, outras técnicas de avaliação podem ser utilizadas. Por exemplo, se um
terceiro fornecer os prêmios e a entidade pagar o terceiro por cada crédito de prêmio que conceder, ele
pode mensurar o valor justo dos créditos de prêmio com base no valor que paga ao terceiro, adicionando
uma margem de lucro razoável. É necessário julgamento para selecionar e aplicar a técnica de avaliação
que atenda aos requisitos do parágrafo 6 do consenso e que seja mais apropriada nas circunstâncias.

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IFRS Foundation A1101
IFRIC 14

Interpretação IFRIC 14

IAS 19 – O Limite de um Ativo de Benefício


Definido, Requisitos de Fundeamento Mínimo
e sua Interação
Em julho de 2007, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 14 – IAS 19 – O Limite
de um Ativo de Benefício Definido, Requisitos de Fundeamento Mínimo e sua Interação. Ela foi desenvolvida
pelo Comitê de Interpretações. Em novembro de 2009, a IFRIC 14 foi alterada para tratar de pré-pagamentos de
contribuições de requisitos de fundeamento mínimo futuras.

A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) introduziu
pequenas alterações consequentes à IFRIC 14.

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IFRS Foundation A1103
IFRIC 14

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 14
IAS 19 – O LIMITE DE UM ATIVO DE BENEFÍCIO DEFINIDO,
REQUISITOS DE FUNDEAMENTO MÍNIMO E SUA INTERAÇÃO
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 6
CONSENSO 7
Disponibilidade de uma restituição ou redução nas contribuições futuras 7
O efeito de um requisito de fundeamento mínimo sobre o benefício
econômico disponível como uma redução nas contribuições futuras 18
Quando um requisito de fundeamento mínimo pode originar um passivo 23
DATA DE VIGÊNCIA 27
TRANSIÇÃO 28

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DE PRÉ-PAGAMENTOS


DE UM REQUISITO DE FUNDEAMENTO MÍNIMO
EMITIDA EM NOVEMBRO DE 2009
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRS Foundation
IFRIC 14

A Interpretação IFRIC 14 – IAS 19 – O Limite de um Ativo de Benefício Definido, Requisitos de Fundeamento


Mínimo e sua Interação (IFRIC 14) é definida nos parágrafos 1-29. A IFRIC 14 está acompanhada de exemplos
ilustrativos e uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos
parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1105
IFRIC 14

Interpretação IFRIC 14
IAS 19 – O Limite de um Ativo de Benefício Definido,
Requisitos de Fundeamento Mínimo e sua Interação

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 19 – Benefícios aos Empregados (tal como alterada em 2011)

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Contexto
1 O parágrafo 64 da IAS 19 limita a mensuração de um ativo de benefício definido líquido ao que for
menor dentre o superavit do plano de benefício definido e o teto de ativo. O parágrafo 8 da IAS 19 define
o teto de ativo como o “valor presente de quaisquer benefícios econômicos disponíveis na forma de
restituições provenientes do plano ou reduções nas contribuições futuras ao plano”. Surgiram questões
sobre quando as restituições ou reduções nas contribuições futuras podem ser consideradas como
disponíveis, particularmente quando existir um requisito de fundeamento mínimo.

2 Os requisitos de fundeamento mínimo existem em muitos países para melhorar a garantia da promessa
de benefício pós-emprego feita aos membros de um plano de benefício aos empregados. Esses requisitos
normalmente estipulam um valor ou nível mínimo de contribuições que devem ser feitas a um plano
durante um determinado período. Portanto, um requisito de fundeamento mínimo pode limitar a
capacidade da entidade de reduzir contribuições futuras.

3 Além disso, o limite na mensuração de um ativo de benefício definido pode fazer com que o requisito
de fundeamento mínimo seja oneroso. Normalmente, um requisito para fazer contribuições a um plano
não afetaria a mensuração do ativo ou passivo de benefício definido. Isso se deve ao fato de que as
contribuições, quando pagas, se tornarão ativos do plano e, portanto, não há passivo líquido adicional.
Contudo, o requisito de fundeamento mínimo pode originar um passivo se as contribuições exigidas não
estiverem disponíveis para a entidade uma vez que tenham sido pagas.

3A Em novembro de 2009, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) alterou a IFRIC 14


para remover uma consequência não intencional decorrente do tratamento de pré-pagamentos de futuras
contribuições em algumas circunstâncias quando há um requisito de fundeamento mínimo.

Alcance
4 Esta Interpretação se aplica a todos os benefícios definidos pós-emprego e outros benefícios definidos
de longo prazo aos empregados.

5 Para a finalidade desta Interpretação, os requisitos de fundeamento mínimo são quaisquer requisitos para
fundeamento de um plano de benefício definido pós-emprego ou outro de longo prazo.

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IFRIC 14

Questões
6 As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) quando as restituições ou reduções nas contribuições futuras devem ser consideradas como
disponíveis de acordo com a definição de teto de ativo do parágrafo 8 da IAS 19.

(b) como um requisito de fundeamento mínimo pode afetar a disponibilidade de reduções nas
contribuições futuras.

(c) quando um requisito de fundeamento mínimo pode originar um passivo.

Consenso

Disponibilidade de uma restituição ou redução nas contribuições futuras


7 Uma entidade determinará a disponibilidade de uma restituição ou redução nas contribuições futuras de
acordo com os termos e condições do plano e quaisquer requisitos estatutários na jurisdição do plano.

8 Um benefício econômico, na forma de uma restituição ou redução nas contribuições futuras, fica disponível
se a entidade puder realizá-la em algum momento durante a vigência do plano ou quando os passivos do
plano forem liquidados. Em particular, esse benefício econômico pode ficar disponível mesmo se não
for imediatamente realizável no final do período de relatório.

9 O benefício econômico disponível não depende da forma como a entidade pretende usar o superavit.
Uma entidade determinará o benefício econômico máximo que ficará disponível a partir das restituições,
reduções nas contribuições futuras ou uma combinação de ambas. Uma entidade não reconhecerá
benefícios econômicos de uma combinação de restituições e reduções nas contribuições futuras com
base nas premissas que forem mutuamente exclusivas.

10 De acordo com a IAS 1, a entidade divulgará informações sobre as principais fontes de incerteza na
estimativa no final do período de relatório que tenham um risco significativo de causar um ajuste relevante
no valor contábil do ativo ou passivo líquido reconhecido na demonstração da posição financeira. Isso
poderia incluir a divulgação de quaisquer restrições sobre a atual capacidade de realização do superavit
ou a divulgação da base utilizada para determinar o valor do benefício econômico disponível.

O benefício econômico disponível como uma restituição

O direito a uma restituição

11 Uma restituição está disponível a uma entidade somente se a entidade tiver um direito incondicional a
uma restituição:

(a) durante a vigência do plano, sem assumir que os passivos do plano devem ser liquidados para obter
a restituição (por exemplo, em algumas jurisdições, a entidade pode ter um direito a uma restituição
durante a vigência do plano, independente de os passivos do plano serem liquidados); ou

(b) assumindo a liquidação gradual dos passivos do plano ao longo do tempo, até que todos os membros
tenham deixado o plano; ou

(c) assumindo a liquidação total dos passivos do plano em um único evento (ou seja, como um
encerramento do plano).

Um direito incondicional a uma restituição pode existir, qualquer que seja o nível de fundeamento de
um plano no final do período de relatório.

©
IFRS Foundation A1107
IFRIC 14

12 Se o direito de uma entidade a uma restituição de um superavit depender da ocorrência ou não ocorrência
de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente dentro do seu controle, a entidade não tem um
direito incondicional e não reconhecerá um ativo.

Mensuração do benefício econômico

13 Uma entidade mensurará o benefício econômico disponível como uma restituição como o valor do
superavit no final do período de relatório (sendo o valor justo dos ativos do plano, menos o valor presente
da obrigação de benefício definido) que a entidade tem direito de receber como uma restituição, menos
quaisquer custos associados. Por exemplo, se uma restituição estiver sujeita a um imposto que não seja
o imposto sobre a renda, uma entidade mensurará o valor da restituição líquida do imposto.

14 Ao mensurar o valor de uma restituição disponível no encerramento do plano [parágrafo 11(c)], uma
entidade incluirá os custos para o plano da liquidação dos passivos do plano e da restituição. Por exemplo,
uma entidade deduzirá honorários profissionais se eles forem pagos pelo plano, em vez de serem pagos
pela entidade, e os custos de quaisquer prêmios de seguro que possam ser necessários para garantir o
passivo no encerramento.

15 Se o valor de uma restituição for determinado como o valor total ou uma proporção do superavit, em
vez de um valor fixo, uma entidade não fará nenhum ajuste do valor temporal do dinheiro, mesmo se a
restituição for realizável somente em uma data futura.

O benefício econômico disponível como uma redução na contribuição

16 Se não houver requisito de fundeamento mínimo para contribuições relativas a serviço futuro, o benefício
econômico disponível como uma redução em contribuições futuras é o custo de serviço futuro para
a entidade para cada período ao longo do que for mais curto entre a vida esperada do plano e a vida
esperada da entidade. O custo de serviço futuro para a entidade não inclui valores que serão assumidos
pelos empregados.

17 Uma entidade determinará os custos de serviço futuro usando premissas consistentes com aquelas usadas
para determinar a obrigação de benefício definido e com a situação existente no final do período de
relatório, conforme determinado pela IAS 19. Portanto, uma entidade não assumirá nenhuma mudança
nos benefícios a serem fornecidos por um plano no futuro até que o plano seja alterado e assumirá uma
força de trabalho estável no futuro, exceto se a entidade fizer uma redução no número de empregados
cobertos pelo plano. No último caso, a suposição sobre a força de trabalho futura incluirá a redução.

O efeito de um requisito de fundeamento mínimo sobre o benefício


econômico disponível como uma redução nas contribuições futuras
18 Uma entidade analisará qualquer requisito de fundeamento mínimo em uma determinada data para as
contribuições que sejam necessárias para cobrir (a) qualquer defasagem existente por serviço passado
com base no fundeamento mínimo e (b) serviço futuro.

19 As contribuições para cobrir qualquer defasagem existente com base no fundeamento mínimo em relação
aos serviços já recebidos não afetam as contribuições futuras para serviço futuro. Elas podem originar
um passivo de acordo com os parágrafos 23-26.

20 Se houver um requisito de fundeamento mínimo para contribuições relacionadas a serviço futuro, o


benefício econômico disponível como uma redução nas contribuições futuras é a soma de:

(a) qualquer valor que reduza as contribuições de requisito de fundeamento mínimo futuro para serviço
futuro porque a entidade efetuou um pré-pagamento (ou seja, pagou o valor antes de ser obrigada
a fazê-lo); e

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IFRIC 14

(b) o custo do serviço futuro estimado em cada período de acordo com os parágrafos 16 e 17, menos
as contribuições de requisito de fundeamento mínimo estimado que seriam exigidas para serviço
futuro nesses períodos se não houvesse pré-pagamento, conforme descrito no item (a).

21 Uma entidade estimará as contribuições referentes a um requisito de fundeamento mínimo para serviço
futuro levando em conta o efeito de qualquer superavit existente determinado utilizando-se a base de
fundeamento mínimo, mas excluindo o pré-pagamento descrito no parágrafo 20(a). Uma entidade utilizará
premissas consistentes com a base de fundeamento mínimo e, para quaisquer fatores não especificados
por essa base, premissas consistentes com aquelas utilizadas para determinar a obrigação de benefício
definido e com a situação existente no final do período de relatório, conforme determinado pela IAS 19.
A estimativa incluirá quaisquer mudanças previstas como resultado do pagamento pela entidade das
contribuições mínimas quando forem devidas. Contudo, a estimativa não incluirá o efeito das mudanças
esperadas nos termos e condições da base de fundeamento mínimo que não estiverem substantivamente
promulgadas ou contratualmente pactuadas no final do período de relatório.

22 Quando uma entidade determina o valor descrito no parágrafo 20(b), se as contribuições futuras referentes
a um requisito de fundeamento mínimo para serviço futuro excederem o custo de serviço futuro de acordo
com a IAS 19 em um dado período, esse excedente reduzirá o valor do benefício econômico disponível
como uma redução em contribuições futuras. Contudo, o valor descrito no parágrafo 20(b) nunca pode
ser inferior a zero.

Quando um requisito de fundeamento mínimo pode originar um passivo


23 Se uma entidade tiver uma obrigação em um requisito de fundeamento mínimo de pagar contribuições
para cobrir uma defasagem existente com base no fundeamento mínimo em relação aos serviços já
recebidos, a entidade determinará se as contribuições pagáveis estarão disponíveis como uma restituição
ou redução nas contribuições futuras após serem pagas ao plano.

24 Na medida em que as contribuições devidas não estejam disponíveis após serem pagas ao plano, a entidade
reconhecerá um passivo quando surgir a obrigação. O passivo reduzirá o ativo de benefício definido
líquido ou aumentará o passivo de benefício definido líquido, de forma que nenhum ganho ou perda seja
esperado como resultado da aplicação do parágrafo 64 da IAS 19 quando as contribuições forem pagas.

25–26 [Excluídos]

Data de vigência
27 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2008. A aplicação antecipada é permitida.

27A A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela
alterou o parágrafo 26. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após
1º de janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as
alterações serão aplicadas para esse período anterior.

27B Pré-Pagamentos de um Requisito de Fundeamento Mínimo acrescentou o parágrafo 3A e alterou os


parágrafos 16–18 e 20–22. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou
após 1º de janeiro de 2011. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar as alterações
para um período anterior, ela divulgará esse fato.

27C A IAS 19 (tal como alterada em 2011) alterou os parágrafos 1, 6, 17 e 24 e excluiu os parágrafos 25 e
26. Uma entidade aplicará essas alterações quando aplicar a IAS 19 (tal como alterada em 2011).

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IFRS Foundation A1109
IFRIC 14

Transição
28 Uma entidade aplicará esta Interpretação a partir do início do primeiro período apresentado nas primeiras
demonstrações financeiras às quais a Interpretação for aplicável. Uma entidade reconhecerá qualquer
ajuste inicial resultante da aplicação desta Interpretação em lucros acumulados no início daquele período.

29 Uma entidade aplicará as alterações dos parágrafos 3A, 16–18 e 20–22 a partir do início do período
comparativo mais antigo apresentado nas primeiras demonstrações financeiras nas quais a entidade
aplicar esta Interpretação. Se a entidade houver aplicado anteriormente esta Interpretação antes de aplicar
as alterações, ela reconhecerá o ajuste resultante da aplicação das alterações em lucros acumulados no
início do período comparativo mais antigo apresentado.

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IFRIC 15

Interpretação IFRIC 15

Contratos de Construção de Imóveis


Em julho de 2008, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 15 – Contratos de
Construção de Imóveis. Ela foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

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IFRIC 15

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 15
CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO DE IMÓVEIS
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 6
CONSENSO 7
Determinação se o contrato está dentro do alcance da IAS 11 ou da IAS 18 10
Contabilização de receita da construção de imóveis 13
Divulgações 20
ALTERAÇÃO AOS EXEMPLOS ILUSTRATIVOS QUE ACOMPANHAM A IAS 18 22
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 24

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

NOTA INFORMATIVA
Análise de um único contrato de construção de imóvel
EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 15

A Interpretação IFRIC 15 – Contratos de Construção de Imóveis (IFRIC 15) é definida nos parágrafos 1–25.
A IFRIC 15 está acompanhada de uma nota informativa, exemplos ilustrativos e uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1113
IFRIC 15

Interpretação IFRIC 15
Contratos de Construção de Imóveis

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 11 – Contratos de Construção

yy IAS 18 – Receita

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

yy IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço

yy IFRIC 13 – Programas de Fidelidade do Cliente

Contexto
1 No setor imobiliário, entidades que empreendem a construção de imóveis, seja diretamente ou através
de subempreiteiras, podem celebrar contratos com um ou mais compradores antes que a construção seja
concluída. Esses contratos assumem formas diversas.

2 Por exemplo, entidades que empreendem a construção de imóveis residenciais podem começar a
comercializar unidades individuais (apartamentos ou casas) “na planta”, ou seja, enquanto a construção
ainda estiver em andamento, ou mesmo antes de seu início. Cada comprador celebra um contrato com
a entidade para adquirir uma unidade específica quando estiver pronta para ocupação. Geralmente, o
comprador efetua um depósito à entidade, o qual é restituível somente se a entidade deixar de entregar a
unidade concluída nos termos contratados. Normalmente, o saldo do preço de compra é pago à entidade
somente quando do cumprimento do contrato, ocasião em que o comprador adquire a posse da unidade.

3 Entidades que empreendem a construção de imóveis comerciais ou industriais podem celebrar um


contrato com um único comprador. O comprador pode ter que efetuar pagamentos progressivos entre a
data de celebração e a data de cumprimento do contrato. A construção pode ocorrer em um terreno que
o comprador possua ou alugue antes do início da construção.

Alcance
4 Esta Interpretação se aplica à contabilização de receita e despesas relacionadas, por entidades que
empreendem a construção de imóveis, seja diretamente ou por meio de subempreiteiras.

5 Os contratos dentro do alcance desta Interpretação são contratos de construção de imóveis. Além da
construção de imóveis, esses contratos podem incluir a entrega de outros bens ou serviços.

Questões
6 A Interpretação trata de duas questões:

(a) O contrato está dentro do alcance da IAS 11 ou da IAS 18?

(b) Quando deve ser reconhecida a receita da construção de imóveis?

A1114 ©
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IFRIC 15

Consenso
7 A discussão a seguir presume que a entidade analisou anteriormente o contrato de construção de imóvel
e quaisquer contratos relacionados e concluiu que não reterá envolvimento gerencial contínuo no grau
geralmente associado à propriedade nem o controle efetivo sobre o imóvel construído, de um modo que
impeça o reconhecimento da totalidade ou de parte da contrapartida como receita. Se não for possível
reconhecer parte da contrapartida como receita, a discussão a seguir se aplica somente à parte do contrato
para a qual a receita será reconhecida.

8 Em um contrato único, uma entidade pode contratar a entrega de bens ou serviços, além da construção do
imóvel (p. ex., uma venda de terreno ou prestação de serviços de administração de imóveis). De acordo
com o parágrafo 13 da IAS 18, esse contrato pode precisar ser dividido em componentes separadamente
identificáveis, incluindo um componente para a construção de imóvel. O valor justo da contrapartida
total recebida ou a receber pelo contrato será alocado a cada componente. Caso sejam identificados
componentes separados, a entidade aplica os parágrafos 10-12 desta Interpretação ao componente para
a construção de imóvel a fim de determinar se esse componente está dentro do alcance da IAS 11 ou da
IAS 18. Os critérios de segmentação da IAS 11 se aplicam então a qualquer componente do contrato que
for determinado como sendo um contrato de construção.

9 A discussão a seguir se refere a um contrato de construção de imóvel, mas também se aplica a um


componente para a construção de imóvel identificado dentro de um contrato que inclui outros componentes.

Determinação se o contrato está dentro do alcance da IAS 11 ou da IAS 18


10 A determinação se um contrato de construção de imóvel está dentro do alcance da IAS 11 ou da IAS 18
depende dos termos do contrato e de todos os fatos e circunstâncias envolvidos. Essa determinação requer
julgamento em relação a cada contrato.

11 A IAS 11 se aplica quando o contrato atende à definição de contrato de construção prevista no parágrafo 3
da IAS 11: “um contrato negociado especificamente para a construção de um ativo ou de uma combinação
de ativos...” Um contrato de construção de imóvel atende à definição de contrato de construção quando o
comprador é capaz de especificar elementos estruturais importantes do projeto do imóvel antes do início
da construção e/ou de especificar mudanças estruturais importantes uma vez que a construção esteja
em andamento (independentemente de exercer ou não essa capacidade). Quando a IAS 11 é aplicável, o
contrato de construção inclui também quaisquer contratos ou componentes para a prestação de serviços
que estejam diretamente relacionados à construção do imóvel, de acordo com o parágrafo 5(a) da IAS 11
e o parágrafo 4 da IAS 18.

12 Por outro lado, um contrato de construção de imóvel no qual os compradores tenham apenas uma
capacidade limitada de influenciar o projeto do imóvel, p. ex., selecionar um projeto a partir de uma
série de opções especificadas pela entidade ou especificar apenas variações menores ao projeto básico,
é um contrato de venda de bens dentro do alcance da IAS 18.

Contabilização de receita da construção de imóveis


O contrato é um contrato de construção

13 Quando o contrato estiver dentro do alcance da IAS 11 e seu resultado puder ser estimado de forma
confiável, a entidade reconhecerá a receita por referência ao estágio de conclusão da atividade do contrato
de acordo com a IAS 11.

14 O contrato pode não atender à definição de contrato de construção e, portanto, estar dentro do alcance da
IAS 18. Nesse caso, a entidade determinará se o contrato é de prestação de serviços ou de venda de bens.

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O contrato é um contrato de prestação de serviços

15 Se a entidade não tiver que adquirir e fornecer materiais de construção, o contrato pode ser apenas um
contrato de prestação de serviços de acordo com a IAS 18. Nesse caso, se os critérios do parágrafo 20
da IAS 18 forem atendidos, a IAS 18 exige que a receita seja reconhecida por referência ao estágio de
conclusão da transação, utilizando o método de percentual de acabamento. Os requisitos da IAS 11 são
geralmente aplicáveis ao reconhecimento de receita e despesas relacionadas para essa transação (IAS 18,
parágrafo 21).

O contrato é um contrato de venda de bens

16 Se a entidade tiver que fornecer serviços juntamente com materiais de construção, a fim de cumprir sua
obrigação contratual de entregar o imóvel ao comprador, o contrato é um contrato de venda de bens e
os critérios para reconhecimento de receita previstos no parágrafo 14 da IAS 18 são aplicáveis.

17 A entidade pode transferir ao comprador o controle e os riscos e benefícios significativos da propriedade


da obra em andamento em seu estado atual à medida que a construção progride. Nesse caso, se todos os
critérios do parágrafo 14 da IAS 18 forem atendidos continuamente à medida que a construção progride,
a entidade reconhecerá a receita por referência ao estágio de conclusão utilizando o método de percentual
de acabamento. Os requisitos da IAS 11 são geralmente aplicáveis ao reconhecimento de receita e despesas
relacionadas para essa transação.

18 A entidade pode transferir ao comprador o controle e os riscos e benefícios significativos da propriedade


do imóvel, em sua totalidade, em uma única ocasião (p. ex., por ocasião da conclusão, no momento
da entrega ou após a entrega). Nesse caso, a entidade reconhecerá a receita somente quando todos os
critérios do parágrafo 14 da IAS 18 forem atendidos.

19 Quando a entidade tiver que realizar trabalhos adicionais no imóvel já entregue ao comprador, ela
reconhecerá um passivo e uma despesa de acordo com o parágrafo 19 da IAS 18. O passivo será mensurado
de acordo com a IAS 37. Quando a entidade tiver que fornecer bens ou serviços adicionais que sejam
separadamente identificáveis do imóvel já entregue ao comprador, ela identificará os bens ou serviços
remanescentes como um componente separado da venda, de acordo com o parágrafo 8 desta Interpretação.

Divulgações
20 Quando uma entidade reconhecer receita utilizando o método de percentual de acabamento para contratos
que atendam a todos os critérios do parágrafo 14 da IAS 18 continuamente à medida que a construção
progrida (vide parágrafo 17 da Interpretação), ela divulgará:

(a) como determina quais contratos atendem a todos os critérios do parágrafo 14 da IAS 18
continuamente à medida que a construção progride;

(b) o valor da receita originada desses contratos no período; e

(c) os métodos utilizados para determinar o estágio de conclusão de contratos em andamento.

21 Para os contratos descritos no parágrafo 20 que estiverem em andamento na data do relatório, a entidade
divulgará também:

(a) o valor total dos custos incorridos e dos lucros reconhecidos (menos os prejuízos reconhecidos)
até a data; e

(b) o valor dos adiantamentos recebidos.

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Alterações aos exemplos ilustrativos que acompanham a IAS 18


22–23 [Alterações incorporadas aos Exemplos Ilustrativos que acompanham a IAS 18]

Data de vigência e transição


24 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2009.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar a Interpretação para um período anterior a
1º de janeiro de 2009, ela divulgará esse fato.

25 As mudanças na política contábil serão contabilizadas retrospectivamente, de acordo com a IAS 8.

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Interpretação IFRIC 16

Coberturas de um Investimento Líquido em uma


Operação no Exterior
Em julho de 2008, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 16 – Coberturas de
um Investimento Líquido em uma Operação no Exterior. Essa interpretação foi desenvolvida pelo Comitê
de Interpretações.

Melhorias às IFRSs (emitida em abril de 2009) introduziu pequenas alterações consequentes à IFRIC 16.

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Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 16
COBERTURAS DE UM INVESTIMENTO LÍQUIDO
EM UMA OPERAÇÃO NO EXTERIOR
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 7
QUESTÕES 9
CONSENSO 10
Natureza do risco protegido e valor do item protegido para
o qual uma relação de cobertura pode ser designada 10
Onde o instrumento de cobertura pode ser detido 14
Alienação de uma operação no exterior protegida 16
DATA DE VIGÊNCIA 18
TRANSIÇÃO 19
APÊNDICE
Orientação de aplicação

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLO ILUSTRATIVO
BASE PARA CONCLUSÕES

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A Interpretação IFRIC 16 – Coberturas de um Investimento Líquido em uma Operação no Exterior (IFRIC 16)


é definida nos parágrafos 1–19 e no Apêndice. A IFRIC 16 está acompanhada de um exemplo ilustrativo e uma
Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16
do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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Interpretação IFRIC 16
Coberturas de um Investimento Líquido em uma
Operação no Exterior

Referências
yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio

yy IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

Contexto
1 Muitas entidades que reportam possuem investimentos em operações no exterior (conforme definido
no parágrafo 8 da IAS 21). Essas operações no exterior podem consistir em subsidiárias, coligadas,
empreendimentos em conjunto ou filiais. A IAS 12 exige que uma entidade determine a moeda funcional
de cada uma de suas operações no exterior como a moeda do ambiente econômico principal de cada
operação. Ao converter os resultados e a posição financeira de uma operação no exterior para uma moeda
de apresentação, a entidade deve reconhecer diferenças de câmbio em outros resultados abrangentes até
que aliene a operação no exterior.

2 A contabilização de cobertura do risco de moeda estrangeira decorrente de um investimento líquido em


uma operação no exterior será aplicável apenas quando os ativos líquidos dessa operação no exterior
forem incluídos nas demonstrações financeiras.1 O item que estiver sendo protegido em relação ao risco
de moeda estrangeira decorrente do investimento líquido em uma operação no exterior pode ser um valor
de ativos líquidos igual ou inferior ao valor contábil dos ativos líquidos da operação no exterior.

3 A IAS 39 exige a designação de um item protegido elegível e de instrumentos de cobertura elegíveis


em uma relação de contabilização de cobertura. Se houver uma relação de cobertura designada, no
caso de uma cobertura de investimento líquido, o ganho ou perda sobre o instrumento de cobertura que
for determinado como sendo uma cobertura efetiva do investimento líquido é reconhecido em outros
resultados abrangentes e incluído com as diferenças de câmbio decorrentes da conversão dos resultados
e da posição financeira da operação no exterior.

4 Uma entidade com muitas operações no exterior pode estar exposta a uma série de riscos de moeda
estrangeira. Esta Interpretação fornece orientação sobre a identificação de riscos de moeda estrangeira
que se qualificam como um risco protegido na cobertura de um investimento líquido em uma operação
no exterior.

5 A IAS 39 permite que uma entidade designe um instrumento financeiro derivativo ou não derivativo
(ou uma combinação de instrumentos financeiros derivativos e não derivativos) como instrumentos de
cobertura para risco de moeda estrangeira. Esta Interpretação fornece orientação sobre onde, dentro de
um grupo, instrumentos de cobertura que constituem coberturas de um investimento líquido em uma
operação no exterior podem ser detidos para que se qualifiquem para contabilização de cobertura.

6 A IAS 21 e a IAS 39 exigem que os valores acumulados reconhecidos em outros resultados abrangentes
relacionados, tanto a diferenças de câmbio decorrentes da conversão dos resultados e da posição financeira
da operação no exterior, quanto ao ganho ou perda sobre o instrumento de cobertura que for determinado
como uma cobertura efetiva do investimento líquido, sejam reclassificados do patrimônio líquido para

1 Esse será o caso para demonstrações financeiras consolidadas, demonstrações financeiras nas quais investimentos como, por
exemplo, coligadas ou empreendimentos em conjunto forem contabilizados utilizando o método de equivalência patrimonial
e demonstrações financeiras que incluam uma filial ou uma operação em conjunto, tal como definida na IFRS 11 – Negócios
em Conjunto.

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lucros e perdas como um ajuste de reclassificação quando a controladora alienar a operação no exterior.
Esta Interpretação fornece orientação sobre como uma entidade deve determinar os valores a serem
reclassificados do patrimônio líquido para lucros e perdas, tanto para o instrumento de cobertura, quanto
para o item protegido.

Alcance
7 Esta interpretação se aplica a uma entidade que cobre o risco de moeda estrangeira decorrente de seus
investimentos líquidos em operações no exterior e deseja se qualificar para contabilização de cobertura
de acordo com a IAS 39. Para fins de conveniência, esta Interpretação se refere a essa entidade como
uma entidade controladora, e às demonstrações financeiras nas quais os ativos líquidos de operações no
exterior são incluídos como demonstrações financeiras consolidadas. Todas as referências a uma entidade
controladora se aplicam igualmente a uma entidade que tenha um investimento líquido em uma operação
no exterior que seja um empreendimento em conjunto, uma coligada ou uma filial.

8 Esta Interpretação se aplica somente a coberturas de investimentos líquidos em operações no exterior;


ela não deve ser aplicada por analogia a outros tipos de contabilização de cobertura.

Questões
9 Investimentos em operações no exterior podem ser detidos diretamente por uma entidade controladora
ou indiretamente por sua subsidiária ou subsidiárias. As questões tratadas nesta Interpretação são:

(a) a natureza do risco protegido e o valor do item protegido para o qual uma relação de cobertura
pode ser designado:

(i) se a entidade controladora pode designar como risco protegido apenas as diferenças de câmbio
decorrentes de uma diferença entre as moedas funcionais da entidade controladora e de sua
operação no exterior, ou se ela também pode designar como risco protegido as diferenças de
câmbio decorrentes da diferença entre a moeda de apresentação das demonstrações financeiras
consolidadas da entidade controladora e a moeda funcional da operação no exterior;

(ii) caso a entidade controladora detenha indiretamente a operação no exterior, se o risco protegido
pode incluir apenas as diferenças de câmbio decorrentes de diferenças nas moedas funcionais
entre a operação no exterior e sua controladora imediata, ou se o risco protegido pode incluir
também quaisquer diferenças de câmbio entre a moeda funcional da operação no exterior e
qualquer controladora intermediária ou final (ou seja, se o fato de que o investimento líquido
na operação no exterior é detido por meio de uma controladora intermediária afeta o risco
econômico para a controladora final).

(b) onde, em um grupo, o instrumento de cobertura pode ser detido:

(i) se uma relação de contabilização de cobertura qualificada pode ser estabelecida apenas
se a entidade que estiver protegendo seu investimento líquido for parte do instrumento de
cobertura ou se qualquer entidade do grupo, independentemente de sua moeda funcional,
pode deter o instrumento de cobertura;

(ii) se a natureza do instrumento de cobertura (derivativo ou não derivativo) ou o método de


consolidação afeta a avaliação da efetividade de cobertura.

(c) que valores devem ser reclassificados do patrimônio líquido para lucros e perdas como ajustes de
reclassificação por ocasião da alienação da operação no exterior:

(i) quando uma operação no exterior que tiver sido protegida for alienada, que valores da
reserva de conversão em moeda estrangeira da entidade controladora em relação ao
instrumento de cobertura e em relação a essa operação no exterior, devem ser reclassificados

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do patrimônio líquido para lucros e perdas nas demonstrações financeiras consolidadas da


entidade controladora;

(ii) se o método de consolidação afeta a determinação dos valores a serem reclassificados do


patrimônio líquido para lucros e perdas.

Consenso

Natureza do risco protegido e valor do item protegido para o qual uma


relação de cobertura pode ser designada
10 A contabilização de cobertura pode ser aplicada apenas a diferenças de câmbio surgidas entre a moeda
funcional da operação no exterior e a moeda funcional da entidade controladora.

11 Em uma cobertura dos riscos de moeda estrangeira decorrentes de um investimento líquido em uma
operação no exterior, o item protegido pode ser um valor de ativos líquidos igual ou inferior ao valor
contábil dos ativos líquidos da operação no exterior nas demonstrações financeiras consolidadas da
entidade controladora. O valor contábil dos ativos líquidos de uma operação no exterior que podem ser
designados como o item protegido nas demonstrações financeiras consolidadas de uma controladora,
depende de se qualquer controladora em um nível mais baixo da operação no exterior aplicou
contabilização de cobertura para a totalidade ou parte dos ativos líquidos dessa operação no exterior e
se essa contabilização foi mantida nas demonstrações financeiras consolidadas da controladora.

12 O risco protegido pode ser designado como a exposição em moeda estrangeira surgida entre a moeda
funcional da operação no exterior e a moeda funcional de qualquer entidade controladora (a controladora
imediata, intermediária ou final) dessa operação no exterior. O fato de que o investimento líquido é
detido por meio de uma controladora intermediária não afeta a natureza do risco econômico decorrente
da exposição em moeda estrangeira para a entidade controladora final.

13 Uma exposição a risco de moeda estrangeira decorrente de um investimento líquido em uma operação no
exterior pode se qualificar para contabilização de cobertura apenas uma vez nas demonstrações financeiras
consolidadas. Portanto, se os mesmos ativos líquidos de uma operação no exterior forem protegidos
por mais de uma entidade controladora dentro do grupo (por exemplo, tanto uma entidade controladora
direta quanto uma indireta) para o mesmo risco, apenas uma relação de cobertura se qualificará para
contabilização de cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas da controladora final. Uma
relação de cobertura designada por uma entidade controladora em suas demonstrações financeiras
consolidadas não precisa ser mantida por outra entidade controladora em um nível mais alto. Contudo, se
não for mantida pela entidade controladora em um nível mais alto, a contabilização de cobertura aplicada
pela controladora em um nível mais baixo deve ser revertida antes que a contabilização de cobertura da
controladora em nível mais alto seja reconhecida.

Onde o instrumento de cobertura pode ser detido


14 Um instrumento derivativo ou não derivativo (ou uma combinação de instrumentos derivativos e não
derivativos) pode ser designado como um instrumento de cobertura em uma cobertura de um investimento
líquido em uma operação no exterior. O(s) instrumento(s) de cobertura pode(m) ser detido(s) por qualquer
entidade ou entidades dentro do grupo, desde que os requisitos de designação, documentação e efetividade
do parágrafo 88 da IAS 39, relacionados a uma cobertura de investimento líquido, sejam atendidos. Em
particular, a estratégia de cobertura do grupo deve ser claramente documentada, devido à possibilidade
de diferentes designações em diferentes níveis do grupo.

15 A fim de avaliar a efetividade, a mudança no valor do instrumento de cobertura em relação a risco de


câmbio é calculada por referência à moeda funcional da entidade controladora contra cuja moeda funcional
o risco protegido seja mensurado, de acordo com a documentação de contabilização de cobertura.
Dependendo de onde o instrumento de cobertura seja detido, na ausência de contabilização de cobertura,
a mudança total no valor pode ser reconhecida em lucros e perdas, em outros resultados abrangentes

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ou em ambos. Contudo, a avaliação da efetividade não é afetada pelo fato de se a mudança no valor do
instrumento de cobertura é reconhecida em lucros e perdas ou em outros resultados abrangentes. Como
parte da aplicação de contabilização de cobertura, a parcela efetiva total da mudança é incluída em
outros resultados abrangentes. A avaliação da efetividade não é afetada pelo fato de se o instrumento de
cobertura é um instrumento derivativo ou não derivativo ou pelo método de consolidação.

Alienação de uma operação no exterior protegida


16 Quando uma operação no exterior que tiver sido protegida for alienada, o valor reclassificado para lucros
e perdas como ajuste de reclassificação da reserva de conversão em moeda estrangeira nas demonstrações
financeiras consolidadas da controladora em relação ao instrumento de cobertura, é o valor que o parágrafo
102 da IAS 39 exige que seja identificado. Esse valor é o ganho ou perda acumulado sobre o instrumento
de cobertura que foi determinado como sendo uma cobertura efetiva.

17 O valor reclassificado para lucros e perdas da reserva de conversão em moeda estrangeira nas
demonstrações financeiras consolidadas de uma controladora em relação ao investimento líquido nessa
operação no exterior, de acordo com o parágrafo 48 da IAS 21, é o valor incluído na reserva de conversão
em moeda estrangeira dessa controladora em relação a essa operação no exterior. Nas demonstrações
financeiras consolidadas da controladora final, o valor líquido total reconhecido na reserva de conversão
em moeda estrangeira em relação a todas as operações no exterior não é afetado pelo método de
consolidação. Contudo, o fato de se a controladora final utiliza o método direto ou o método passo a
passo (“step by step method”)2 pode afetar o valor incluído em sua reserva de conversão em moeda
estrangeira em relação a uma operação no exterior individual. O uso do método passo a passo pode
resultar na reclassificação para lucros e perdas de um valor diferente daquele usado para determinar a
efetividade de cobertura. Essa diferença pode ser eliminada pela determinação do valor relacionado
a essa operação no exterior que teria resultado se o método direto de consolidação tivesse sido usado.
A IAS 21 não exige a realização desse ajuste. Contudo, trata-se de uma escolha de política contábil que
deve ser seguida de forma consistente para todos os investimentos líquidos.

Data de vigência
18 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de outubro de
2008. Uma entidade aplicará a alteração ao parágrafo 14 feita pela Melhorias às IFRSs emitida em abril
de 2009 para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. A aplicação antecipada de ambas
é permitida. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período iniciado antes de 1º de outubro
de 2008, ou a alteração ao parágrafo 14 antes de 1º de julho de 2009, ela divulgará esse fato.

Transição
19 A IAS 8 especifica como uma entidade aplica uma mudança na política contábil resultante da aplicação
inicial de uma Interpretação. Uma entidade não é obrigada a cumprir esses requisitos ao aplicar a
Interpretação pela primeira vez. Se uma entidade tiver designado um instrumento de cobertura como
uma cobertura de um investimento líquido, mas a cobertura não atender às condições para contabilização
de cobertura desta Interpretação, a entidade aplicará a IAS 39 para descontinuar essa contabilização de
cobertura prospectivamente.

2 O método direto é o método de consolidação no qual as demonstrações financeiras da operação no exterior são convertidas
diretamente para a moeda funcional da controladora final. O método passo a passo é o método de consolidação no qual as
demonstrações financeiras da operação no exterior são primeiramente convertidas para a moeda funcional de qual(is)quer
controladora(s) intermediária (s) e então convertidas para a moeda funcional da controladora final (ou para a moeda de apresentação,
se for diferente).

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Apêndice
Orientação de aplicação

Este apêndice é parte integrante da Interpretação.

OA1 Este apêndice ilustra a aplicação da Interpretação usando a estrutura societária ilustrada abaixo. Em
todos os casos, as relações de cobertura descritas teriam sua efetividade testada de acordo com a IAS
39, embora esse teste não seja discutido neste apêndice. A controladora, sendo a entidade controladora
final, apresenta suas demonstrações financeiras consolidadas em sua moeda funcional, o euro (EUR).
Todas as subsidiárias são subsidiárias integrais. O investimento líquido de £500 milhões da controladora
na Subsidiária B [moeda funcional: libra esterlina (GBP)] inclui o equivalente a £159 milhões do
investimento líquido de US$ 300 milhões da Subsidiária B na Subsidiária C [moeda funcional: dólar
americano (USD)]. Em outras palavras, os ativos líquidos da Subsidiária B, excluindo seu investimento
na Subsidiária C, totalizam £341 milhões.

Natureza do risco protegido para o qual uma relação de cobertura pode


ser designada (parágrafos 10–13)
OA2 A Controladora pode proteger seu investimento líquido em cada uma das Subsidiárias A, B e C contra o
risco de câmbio entre as suas respectivas moedas funcionais (ienes japoneses (JPY), libras esterlinas e
dólares americanos) e o euro. Além disso, a Controladora pode se proteger contra o risco de câmbio USD/
GBP entre as moedas funcionais da Subsidiária B e da Subsidiária C. Em suas demonstrações financeiras
consolidadas, a Subsidiária B pode proteger seu investimento líquido na Subsidiária C contra o risco de
câmbio entre suas moedas funcionais, dólar americano e libra esterlina. Nos exemplos a seguir, o risco
designado é o risco de taxa de câmbio à vista, já que os instrumentos de cobertura não são derivativos.
Se os instrumentos de cobertura fossem contratos a termo, a Controladora poderia designar o risco de
câmbio a termo.

Controladora
Moeda funcional EUR

¥400,000 milhões £500 milhões

Subsidiária A Subsidiária B
Moeda funcional JPY Moeda funcional GBP

US$300 milhões
(equivalentes a £159 milhões)

Subsidiária C
Moeda functional USD

Valor do item protegido para o qual uma relação de cobertura pode ser
designada (parágrafos 10–13)
OA3 A Controladora deseja se proteger contra o risco de câmbio de seu investimento líquido na Subsidiária
C. Suponha que a Subsidiária A tenha um empréstimo externo de US$ 300 milhões. Os ativos líquidos
da Subsidiária A no início do período de relatório totalizam ¥400.000 milhões, incluindo os proventos
do empréstimo externo de US$ 300 milhões.

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OA4 O item protegido pode consistir em um valor de ativos líquidos igual ou inferior ao valor contábil do
investimento líquido da Controladora na Subsidiária C (US$ 300 milhões) em suas demonstrações
financeiras consolidadas. Em suas demonstrações financeiras consolidadas, a Controladora pode
designar o empréstimo externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A como cobertura do risco de taxa de
câmbio à vista EUR/USD associado a seu investimento líquido nos ativos líquidos de US$ 300 milhões
da Subsidiária C. Nesse caso, tanto a diferença de câmbio EUR/USD sobre o empréstimo externo de
US$ 300 milhões na Subsidiária A, quanto a diferença de câmbio EUR/USD sobre o investimento líquido
de US$ 300 milhões na Subsidiária C, são incluídas na reserva de conversão de moeda estrangeira nas
demonstrações financeiras consolidadas da Controladora após a aplicação da contabilização de cobertura.

OA5 Na ausência de contabilização de cobertura, a diferença de câmbio USD/EUR total sobre o empréstimo
externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A seria reconhecida nas demonstrações financeiras
consolidadas da Controladora da seguinte forma:

yy a variação na taxa de câmbio à vista USD/JPY, convertida para euro, em lucros e perdas; e

yy a variação na taxa de câmbio à vista JPY/EUR, em outros resultados abrangentes.

Em vez da designação do parágrafo OA4, em suas demonstrações financeiras consolidadas, a Controladora


pode designar o empréstimo externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A como cobertura do risco de
taxa de câmbio à vista GBP/USD entre a Subsidiária C e a Subsidiária B. Nesse caso, a diferença de
câmbio USD/EUR total sobre o empréstimo externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A seria então
reconhecida nas demonstrações financeiras consolidadas da Controladora da seguinte forma:

yy a variação na taxa de câmbio à vista GBP/USD, na reserva de conversão de moeda estrangeira


relacionada à Subsidiária C,

yy a variação na taxa de câmbio à vista GBP/JPY, convertida para euro, em lucros e perdas, e

yy a variação na taxa de câmbio à vista JPY/EUR, em outros resultados abrangentes.

OA6 A Controladora não pode designar o empréstimo externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A como
cobertura, tanto do risco de taxa de câmbio à vista EUR/USD quanto do risco de taxa de câmbio à vista
GBP/USD, em suas demonstrações financeiras consolidadas. Um único instrumento de cobertura pode
proteger o mesmo risco designado apenas uma vez. A Subsidiária B não pode aplicar contabilização de
cobertura em suas demonstrações financeiras consolidadas porque o instrumento de cobertura é detido
fora do grupo que compreende a Subsidiária B e a Subsidiária C.

Onde, em um grupo, o instrumento de cobertura pode ser detido


(parágrafos 14 e 15)?
OA7 Conforme observado no parágrafo OA5, a mudança total no valor relacionada ao risco de câmbio do
empréstimo externo de US$ 300 milhões na Subsidiária A seria registrada, tanto em lucros e perdas (risco
de taxa à vista USD/JPY), quanto em outros resultados abrangentes (risco de taxa à vista EUR/JPY) nas
demonstrações financeiras consolidadas da Controladora na ausência de contabilização de cobertura.
Ambos os valores são incluídos para fins de avaliação da efetividade da cobertura designada no parágrafo
OA4, pois a mudança no valor, tanto do instrumento de cobertura, quanto do item protegido é calculada
por referência à moeda funcional da Controladora, o euro, contra a moeda funcional da Subsidiária, o
dólar americano, de acordo com a documentação de cobertura. O método de consolidação (ou seja, o
método direto ou o método passo a passo) não afeta a avaliação da efetividade da cobertura.

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Valores reclassificados para lucros e perdas por ocasião da alienação de


uma operação no exterior (parágrafos 16 e 17)
OA8 Quando a Subsidiária C é alienada, os valores reclassificados para lucros e perdas, nas demonstrações
financeiras consolidadas da Controladora, de sua reserva de conversão de moeda estrangeira (RCME) são:

(a) em relação ao empréstimo externo de US$ 300 milhões da Subsidiária A, o valor que a IAS 39
exige que seja identificado, ou seja, a mudança total no valor em relação ao risco de câmbio que
foi reconhecido em outros resultados abrangentes como a parcela efetiva da cobertura; e

(b) em relação ao investimento líquido de US$ 300 milhões na Subsidiária C, o valor determinado pelo
método de consolidação da entidade. Se a Controladora usar o método direto, sua RCME em relação
à Subsidiária C será determinada diretamente pela taxa de câmbio EUR/USD. Se a Controladora
usar o método passo a passo, sua RCME em relação à Subsidiária C será determinada pela RCME
reconhecida pela Subsidiária B que reflita a taxa de câmbio GBP/USD, convertida para a moeda
funcional da Controladora usando-se a taxa de câmbio EUR/GBP. O uso pela Controladora do
método passo a passo em períodos anteriores não exige ou impede que ela determine que o valor
da RCME a ser reclassificado quando da alienação da Subsidiária C seja o valor que ela teria
reconhecido se tivesse sempre usado o método direto, dependendo de sua política contábil.

Cobertura de mais de uma operação no exterior (parágrafos 11, 13 e 15)


OA9 Os exemplos a seguir ilustram que, nas demonstrações financeiras consolidadas da Controladora, o risco
que pode ser protegido é sempre o risco entre sua moeda funcional (euro) e as moedas funcionais das
Subsidiárias B e C. Independentemente de como as coberturas sejam designadas, os valores máximos que
podem constituir coberturas efetivas a serem incluídas na reserva de conversão de moeda estrangeira nas
demonstrações financeiras consolidadas da Controladora, quando ambas as operações no exterior forem
protegidas, são US$ 300 milhões para o risco EUR/USD e £341 milhões para o risco EUR/GBP. Outras
mudanças no valor devidas a variações nas taxas de câmbio são incluídas em lucros e perdas consolidados
da Controladora. Obviamente, seria possível que a Controladora designasse US$ 300 milhões apenas
para variações na taxa de câmbio à vista USD/GBP ou £500 milhões apenas para variações na taxa de
câmbio à vista GBP/EUR.

A Controladora detém instrumentos de cobertura tanto em USD quanto em GBP

OA10 A Controladora pode desejar proteger-se contra o risco de câmbio em relação a seu investimento líquido
na Subsidiária B, bem como em relação à Subsidiária C. Suponha que a Controladora detém instrumentos
de cobertura adequados denominados em dólares americanos e libras esterlinas que poderia designar
como coberturas de seus investimentos líquidos na Subsidiária B e na Subsidiária C. As designações
que a Controladora pode efetuar em suas demonstrações financeiras consolidadas incluem, entre outras,
as seguintes:

(a) o instrumento de cobertura de US$ 300 milhões designado como cobertura dos US$ 300 milhões
em investimento líquido na Subsidiária C, sendo o risco a exposição ao câmbio à vista (EUR/
USD) entre a Controladora e a Subsidiária C, e o instrumento de cobertura de até £341 milhões
designado como cobertura dos £341 milhões em investimento líquido na Subsidiária B, sendo o
risco a exposição ao câmbio à vista (EUR/GBP) entre a Controladora e a Subsidiária B.

(b) o instrumento de cobertura de US$ 300 milhões designado como cobertura dos US$ 300 milhões
em investimento líquido na Subsidiária C, sendo o risco a exposição ao câmbio à vista (GBP/
USD) entre a Subsidiária B e a Subsidiária C, e o instrumento de cobertura de até £500 milhões
designado como cobertura dos £500 milhões em investimento líquido na Subsidiária B, sendo o
risco a exposição ao câmbio à vista (EUR/GBP) entre a Controladora e a Subsidiária B.

OA11 O risco EUR/USD do investimento líquido da Controladora na Subsidiária C é um risco diferente


do risco EUR/GBP do investimento líquido da Controladora na Subsidiária B. Contudo, no caso
descrito no parágrafo OA10(a), por sua designação do instrumento de cobertura em USD que detém,

A1128 ©
IFRS Foundation
IFRIC 16

a Controladora já se protegeu totalmente contra o risco EUR/USD de seu investimento líquido na


Subsidiária C. Se a Controladora designasse também, como cobertura de seu investimento líquido de
£500 milhões na Subsidiária B, um instrumento em GBP por ela detido, £159 milhões desse investimento
líquido, representando o equivalente em GBP de seu investimento líquido em USD na Subsidiária C,
seriam protegidos duas vezes contra o risco de GBP/EUR nas demonstrações financeiras consolidadas
da Controladora.

OA12 No caso descrito no parágrafo OA10(b), se a Controladora designa o risco protegido como a exposição
ao câmbio à vista (GBP/USD) entre a Subsidiária B e a Subsidiária C, apenas a parcela de GBP/USD da
mudança no valor de seu instrumento de cobertura de US$ 300 milhões é incluída na reserva de conversão
de moeda estrangeira da Controladora em relação à Subsidiária C. O restante da mudança (equivalente à
variação de GBP/EUR sobre £159 milhões) é incluída em lucros e perdas consolidados da Controladora,
como no parágrafo OA5. Como a designação do risco USD/GBP entre as Subsidiárias B e C não inclui
o risco GBP/EUR, a Controladora pode também designar até £500 milhões de seu investimento líquido
na Subsidiária B, sendo o risco a exposição ao câmbio à vista (GBP/EUR) entre a Controladora e a
Subsidiária B.

A Subsidiária B detém o instrumento de cobertura em USD

OA13 Suponha que a Subsidiária B detém US$ 300 milhões em dívida externa, cujos proventos foram
transferidos à Controladora por meio de um empréstimo entre empresas do mesmo grupo denominado
em libras esterlinas. Como tanto seus ativos como seus passivos aumentaram em £159 milhões, os ativos
líquidos da Subsidiária B permanecem inalterados. A Subsidiária B poderia designar a dívida externa
como cobertura do risco GBP/USD de seu investimento líquido na Subsidiária C em suas demonstrações
financeiras consolidadas. A Controladora poderia manter a designação da Subsidiária B para esse
instrumento de cobertura como cobertura de seu investimento líquido de US$ 300 milhões na Subsidiária
C contra o risco GBP/USD (vide parágrafo 13) e designar como cobertura de todo o seu investimento
líquido de £500 milhões na Subsidiária B o instrumento de cobertura em GBP por ela detido. A primeira
cobertura, designada pela Subsidiária B, seria avaliada por referência à moeda funcional da Subsidiária
B (libras esterlinas), e a segunda cobertura, designada pela Controladora, seria avaliada por referência à
moeda funcional da Controladora (euro). Nesse caso, apenas o risco GBP/USD do investimento líquido da
Controladora na Subsidiária C foi protegido nas demonstrações financeiras consolidadas da Controladora
pelo instrumento de cobertura em USD, e não a totalidade do risco EUR/USD. Portanto, a totalidade do
risco EUR/GBP do investimento líquido de £500 milhões da Controladora na Subsidiária B poderia ser
protegido nas demonstrações financeiras consolidadas da Controladora.

OA14 Contudo, a contabilização do empréstimo de £159 milhões da Controladora devido à Subsidiária B


também deve ser considerada. Se o empréstimo devido pela Controladora não for considerado como
parte de seu investimento líquido na Subsidiária B por não atender às condições do parágrafo 15 da
IAS 21, a diferença de câmbio GBP/EUR originada na conversão seria incluída em lucros e perdas
consolidados da Controladora. Se o empréstimo de £159 milhões devido à Subsidiária B for considerado
como parte do investimento líquido da Controladora, esse investimento líquido seria de apenas £341
milhões, e o valor que a Controladora poderia designar como item protegido contra o risco GBP/EUR
seria consequentemente reduzido de £500 milhões para £341 milhões.

OA15 Se revertesse a relação de cobertura designada pela Subsidiária B, a Controladora poderia designar
o empréstimo externo de US$ 300 milhões detido pela Subsidiária B como uma cobertura de seu
investimento líquido de US$ 300 milhões na Subsidiária C contra o risco EUR/USD e designar como
cobertura de até £341 milhões do investimento líquido na Subsidiária B o instrumento de cobertura em
GBP por ela detido. Nesse caso, a efetividade de ambas as coberturas seria calculada por referência à
moeda funcional da Controladora (euro). Consequentemente, tanto a mudança de USD/GBP no valor do
empréstimo externo detido pela Subsidiária B, quanto a mudança de GBP/EUR no valor do empréstimo
da Controladora devido à Subsidiária B (equivalente a USD/EUR no total), seriam incluídas na reserva
de conversão de moeda estrangeira nas demonstrações financeiras consolidadas da Controladora. Como
a Controladora já se protegeu totalmente contra o risco de EUR/USD de seu investimento líquido
na Subsidiária C, ela pode se proteger apenas por até £341 milhões contra o risco EUR/GBP de seu
investimento líquido na Subsidiária B.

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IFRS Foundation A1129
IFRIC 17

Interpretação IFRIC 17

Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários


Em novembro de 2008, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 17 – Distribuições
a Sócios de Ativos Não Monetários. Essa interpretação foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

A Base para Conclusões sobre a IFRIC 17 foi alterada para refletir a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida
em novembro de 2009 e outubro de 2010).

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IFRS Foundation A1131
IFRIC 17

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 17
DISTRIBUIÇÕES A SÓCIOS DE ATIVOS NÃO MONETÁRIOS
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 3
QUESTÕES 9
CONSENSO 10
Quando reconhecer um dividendo a pagar 10
Mensuração de um dividendo a pagar 11
Contabilização de qualquer diferença entre o valor contábil dos
ativos distribuídos e o valor contábil do dividendo a pagar
quando a entidade liquida o dividendo a pagar 14
Apresentação e divulgações 15
DATA DE VIGÊNCIA 18
APÊNDICE
Alterações a IFRS 5 e a IAS 10

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRS Foundation
IFRIC 17

A Interpretação IFRIC 17 – Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários (IFRIC 17) é definida nos
parágrafos 1–20 e no Apêndice. A IFRIC 17 está acompanhada de exemplos ilustrativos e de uma Base para
Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio
às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRS Foundation A1133
IFRIC 17

Interpretação IFRIC 17
Distribuições a Sócios de Ativos Não Monetários

Referências
yy IFRS 3 – Combinações de Negócios (tal como revisada em 2008)

yy IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas

yy IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações

yy IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas

yy IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo

yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório

Contexto
1 Algumas vezes, uma entidade distribui outros ativos que não caixa (ativos não monetários) como
dividendos para seus sócios1, agindo em sua condição de proprietários. Nessas situações, uma entidade
pode também proporcionar a seus sócios uma escolha de receber ativos não monetários ou uma alternativa
de caixa. O IFRIC recebeu solicitações de orientação sobre como uma entidade deveria contabilizar essas
distribuições.

2 As Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) não fornecem orientação sobre como uma
entidade deve mensurar distribuições a seus sócios (geralmente referidas como dividendos). A IAS 1 exige
que a entidade apresente, na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas
às demonstrações financeiras, detalhes dos dividendos reconhecidos como distribuições a sócios.

Alcance
3 Esta Interpretação se aplica aos seguintes tipos de distribuições não recíprocas de ativos por uma entidade
a seus sócios, agindo em sua condição de sócios:

(a) distribuições de ativos não monetários (p. ex., itens do imobilizado, negócios tal como definidos
na IFRS 3, participações societárias em outra entidade ou grupos de alienação, tais como definidos na
IFRS 5); e

(b) distribuições que proporcionem a seus sócios uma escolha de receber ativos não monetários ou
uma alternativa de caixa.

4 Esta Interpretação se aplica apenas a distribuições nas quais todos os proprietários da mesma classe de
instrumentos de patrimônio sejam tratados igualmente.

5 Esta Interpretação não se aplica a uma distribuição de um ativo não monetário, que seja controlado pela
mesma parte ou partes antes e depois da distribuição. Essa exclusão se aplica às demonstrações financeiras
separadas, individuais e consolidadas de uma entidade que efetua a distribuição.

6 De acordo com o parágrafo 5, esta Interpretação não se aplica quando o ativo não monetário é controlado
pelas mesmas partes antes e depois da distribuição. O parágrafo B2 da IFRS 3 afirma que “Um grupo

1 O parágrafo 7 da IAS 1 define proprietários como titulares de instrumentos classificados como patrimônio líquido.

A1134 ©
IFRS Foundation
IFRIC 17

de indivíduos será considerado como controlando uma entidade quando, como resultado de acordos
contratuais, tiver coletivamente o poder de reger suas políticas financeiras e operacionais, de modo a
obter benefícios de suas atividades”. Portanto, para que uma distribuição esteja fora do alcance desta
Interpretação com fundamento em que as mesmas partes controlam o ativo antes e depois da distribuição,
um grupo de acionistas individuais que recebe a distribuição deve ter, como resultado de acordos
contratuais, esse poder coletivo final sobre a entidade que efetua a distribuição.

7 De acordo com o parágrafo 5, esta Interpretação não se aplica quando uma entidade distribui parte de
suas participações societárias em uma subsidiária, mas retém o controle sobre ela. A entidade que efetua
a distribuição que resulta em que a entidade reconheça uma participação de não controladores em sua
subsidiária contabiliza a distribuição de acordo com a IFRS 10.

8 Esta Interpretação trata apenas da contabilização por uma entidade que efetua uma distribuição de ativos
não monetários. Ela não trata da contabilização pelos acionistas que recebem essa distribuição.

Questões
9 Quando uma entidade declara uma distribuição e tem uma obrigação de distribuir os respectivos ativos
a seus sócios, ela deve reconhecer um passivo para o dividendo a pagar. Consequentemente, esta
Interpretação trata das seguintes questões:

(a) Quando a entidade deve reconhecer o dividendo a pagar?

(b) Como uma entidade deve mensurar o dividendo a pagar?

(c) Quando uma entidade liquida o dividendo a pagar, como ela deve contabilizar qualquer diferença
entre o valor contábil dos ativos distribuídos e o valor contábil do dividendo a pagar?

Consenso

Quando reconhecer um dividendo a pagar


10 O passivo referente ao pagamento de um dividendo será reconhecido quando o dividendo for devidamente
autorizado e não estiver mais a critério da entidade, sendo a data:

(a) em que a declaração do dividendo, p. ex., pela administração ou pelo conselho de administração, for
aprovada pela respectiva autoridade, p. ex., os acionistas, se a jurisdição exigir essa aprovação, ou

(b) em que o dividendo for declarado, p. ex., pela administração ou pelo conselho de administração,
se a jurisdição não exigir aprovação posterior.

Mensuração de um dividendo a pagar


11 Uma entidade mensurará um passivo referente à distribuição de ativos não monetários como dividendo
a seus sócios, ao valor justo dos ativos a serem distribuídos.

12 Se uma entidade proporcionar a seus sócios uma escolha entre receber um ativo não monetário ou uma
alternativa de caixa, a entidade estimará o dividendo a pagar considerando tanto o valor justo de cada
alternativa quanto a probabilidade de que os sócios escolham cada alternativa.

13 No final de cada período de relatório e na data de liquidação, a entidade revisará e ajustará o valor contábil
do dividendo a pagar, com quaisquer mudanças no valor contábil do dividendo a pagar reconhecidas no
patrimônio líquido como ajustes ao valor da distribuição.

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IFRS Foundation A1135
IFRIC 17

Contabilização de qualquer diferença entre o valor contábil dos ativos


distribuídos e o valor contábil do dividendo a pagar quando a entidade
liquida o dividendo a pagar
14 Ao liquidar o dividendo a pagar, uma entidade reconhecerá em lucros e perdas a diferença, se houver,
entre o valor contábil dos ativos distribuídos e o valor contábil do dividendo a pagar.

Apresentação e divulgações
15 Uma entidade apresentará a diferença descrita no parágrafo 14 como uma rubrica separada em lucros e
perdas.

16 Uma entidade divulgará as seguintes informações, se aplicável:

(a) o valor contábil do dividendo a pagar no início e no final do período; e

(b) o aumento ou redução no valor contábil reconhecido no período de acordo com o parágrafo 13
como resultado de uma mudança no valor justo dos ativos a serem distribuídos.

17 Se, após o final de um período de relatório, mas antes que a emissão das demonstrações financeiras seja
autorizada, uma entidade declarar um dividendo a distribuir em ativo não monetário, ela divulgará:

(a) a natureza do ativo a ser distribuído;

(b) o valor contábil do ativo a ser distribuído no final do período de relatório; e

(c) o valor justo do ativo a ser distribuído no final do período de relatório, se for diferente de seu valor
contábil, e as informações sobre o(s) método(s) utilizado(s) para mensurar esse valor justo exigido
pelos parágrafos 93(b), (d), (g) e (i) e 99 da IFRS 13.

Data de vigência
18 Uma entidade aplicará esta Interpretação prospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º
de julho de 2009. A aplicação retrospectiva não é permitida. A aplicação antecipada é permitida. Se uma
entidade aplicar esta Interpretação para um período iniciado antes de 1º de julho de 2009, ela divulgará
esse fato e também aplicará a IFRS 3 (tal como revisada em 2008), a IAS 27 (tal como alterada em maio
de 2008) e a IFRS 5 (tal como alterada por esta Interpretação).

19 A IFRS 10, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 7. Uma entidade aplicará essa alteração quando
aplicar a IFRS 10.

20 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 17. Uma entidade aplicará essa alteração
quando aplicar a IFRS 13.

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IFRIC 17

Apêndice
Alterações à IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para
Venda e Operações Descontinuadas e à IAS 10 – Eventos após
o Período de Relatório

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2008, foram incorporadas à
IFRS 5 e à IAS 10 tal como publicadas nesta edição.

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IFRIC 18

Interpretação IFRIC 18

Transferências de Ativos de Clientes


Em janeiro de 2009, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 18 – Transferências
de Ativos de Clientes. Essa interpretação foi desenvolvida pelo Comitê de Interpretações.

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IFRIC 18

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 18
TRANSFERÊNCIAS DE ATIVOS DE CLIENTES
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 4
QUESTÕES 8
CONSENSO 9
A definição de um ativo é atendida? 9
Como o item transferido do imobilizado deve ser
mensurado no reconhecimento inicial? 11
Como o crédito deve ser contabilizado? 12
Identificando os serviços separadamente identificáveis 14
Reconhecimento de receita 18
Como a entidade deve contabilizar uma transferência de caixa de seu cliente? 21
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 22
APÊNDICE
Alteração à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs) (tal como revisada em 2008)

PARA OS DOCUMENTOS ANEXOS INDICADOS ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 18

A Interpretação IFRIC 18 – Transferências de Ativos de Clientes (IFRIC 18) é definida nos parágrafos 1-22 e no
Apêndice. A IFRIC 18 está acompanhada de exemplos ilustrativos e de uma Base para Conclusões. O alcance e
a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRIC 18

Interpretação IFRIC 18
Transferências de Ativos de Clientes

Referências
yy Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras1

yy IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) (tal como
revisada em 2008)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 16 – Imobilizado

yy IAS 18 – Receita

yy IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental

yy IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço

Contexto
1 No setor de serviços públicos, uma entidade pode receber de seus clientes itens do imobilizado que devam
ser utilizados para conectar esses clientes a uma rede e fornecer-lhes acesso contínuo a commodities tais
como eletricidade, gás ou água. Alternativamente, uma entidade pode receber caixa de clientes para a
aquisição ou construção desses itens do imobilizado. Normalmente, os clientes são obrigados a pagar
valores adicionais pela compra de bens ou serviços com base no uso.

2 Transferências de ativos de clientes podem ocorrer também em outros setores além do de serviços públicos.
Por exemplo, uma entidade que terceiriza suas funções de tecnologia da informação pode transferir seus
itens do imobilizado existentes ao prestador terceirizado.

3 Em alguns casos, o cedente do ativo pode não ser a entidade que eventualmente terá acesso contínuo
ao fornecimento de bens ou serviços e que receberá esses bens ou serviços. Contudo, para fins de
conveniência, esta Interpretação refere-se à entidade que transfere o ativo na condição de cliente.

Alcance
4 Esta Interpretação aplica-se à contabilização de transferências de itens do imobilizado por entidades que
recebem essas transferências de seus clientes.

5 Contratos dentro do alcance desta Interpretação são contratos nos quais uma entidade recebe de um
cliente um item do imobilizado, que a entidade deve então usar para conectar o cliente a uma rede ou
para fornecer-lhe acesso contínuo aos bens ou serviços, ou para ambos.

6 Esta Interpretação aplica-se também a contratos nos quais uma entidade recebe caixa de um cliente, que
deve ser utilizado exclusivamente para a construção ou aquisição de um item do imobilizado que, por
sua vez, a entidade deve utilizar para conectar o cliente a uma rede ou para fornecer-lhe acesso contínuo
aos bens ou serviços, ou para ambos.

7 Esta Interpretação não se aplica a contratos nos quais a transferência é uma subvenção governamental,
tal como definida na IAS 20, ou envolve infraestrutura usada em um acordo de concessão de serviço que
esteja dentro do alcance da IFRIC 12.

1 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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IFRIC 18

Questões
8 A Interpretação trata das seguintes questões:

(a) A definição de um ativo é atendida?

(b) Se a definição de um ativo for atendida, como o item transferido do imobilizado deve ser mensurado
no reconhecimento inicial?

(c) Se o item do imobilizado for mensurado ao valor justo no reconhecimento inicial, como o crédito
resultante deve ser contabilizado?

(d) Como a entidade deve contabilizar uma transferência de caixa de seu cliente?

Consenso

A definição de um ativo é atendida?


9 Quando uma entidade receber de um cliente uma transferência de um item do imobilizado, ela avaliará
se o item transferido atende à definição de um ativo prevista na Estrutura Conceitual. O parágrafo 49(a)
da Estrutura Conceitual2 afirma que “um ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado
de eventos passados, e do qual se espera que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade.” Na
maioria das circunstâncias, a entidade obtém o direito de propriedade do item transferido do imobilizado.
Contudo, ao determinar se um ativo existe, o direito de propriedade não é essencial. Portanto, se o cliente
continua a controlar o item transferido, a definição de ativo não é atendida, apesar da transferência
de propriedade.

10 Uma entidade que controla um ativo pode, de modo geral, dispor desse ativo como desejar. Por exemplo,
a entidade pode trocar esse ativo por outros ativos, empregá-lo para produzir bens ou serviços, cobrar um
preço para que outros o usem, usá-lo para liquidar passivos, mantê-lo ou distribuí-lo a sócios. A entidade
que receber de um cliente uma transferência de um item do imobilizado considerará todos os fatos e
circunstâncias pertinentes ao avaliar o controle do item transferido. Por exemplo, embora a entidade
deva usar o item transferido do imobilizado para fornecer um ou mais serviços ao cliente, ela pode ter
a capacidade de decidir como o item transferido do imobilizado deve ser operado e mantido e quando
deve ser substituído. Neste caso, a entidade normalmente concluiria que controla o item transferido
do imobilizado.

Como o item transferido do imobilizado deve ser mensurado no


reconhecimento inicial?
11 Se a entidade concluir que a definição de um ativo é atendida, ela reconhecerá o ativo transferido como um
item do imobilizado, de acordo com o parágrafo 7 da IAS 16, e mensurará o seu custo no reconhecimento
inicial pelo seu valor justo, de acordo com o parágrafo 24 desta Norma.

Como o crédito deve ser contabilizado?


12 A discussão a seguir presume que a entidade que recebe um item do imobilizado concluiu que o item
transferido deve ser reconhecido e mensurado de acordo com os parágrafos 9–11.

13 O parágrafo 12 da IAS 18 afirma que “Quando bens são vendidos ou serviços são prestados em troca de
bens ou serviços diferentes, a troca é considerada como uma transação que gera receita.” De acordo com
os termos dos contratos que estão dentro do alcance desta Interpretação, uma transferência de um item do

2 atualmente parágrafo 4.4(a) da Estrutura Conceitual

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IFRIC 18

imobilizado seria uma troca de bens ou serviços diferentes. Consequentemente, a entidade reconhecerá
a receita de acordo com a IAS 18.

Identificando os serviços separadamente identificáveis


14 Uma entidade pode concordar em entregar um ou mais serviços em troca do item transferido do
imobilizado, como, por exemplo, conectar o cliente a uma rede, fornecer ao cliente acesso contínuo a
bens ou serviços, ou ambos. De acordo com o parágrafo 13 da IAS 18, a entidade identificará os serviços
separadamente identificáveis incluídos no contrato.

15 As características que indicam que conectar o cliente a uma rede é um serviço separadamente identificável
incluem:

(a) uma conexão ao serviço é fornecida ao cliente e representa um valor individual para esse cliente;

(b) o valor justo da conexão ao serviço pode ser mensurado de forma confiável.

16 Uma característica que indica que fornecer ao cliente acesso contínuo a bens ou serviços é um serviço
separadamente identificável é que, no futuro, o cliente que efetua a transferência recebe o acesso contínuo,
os bens ou serviços, ou ambos, a um preço menor do que aquele que seria cobrado sem a transferência
do item do imobilizado.

17 Por outro lado, uma característica que indica que a obrigação de fornecer ao cliente acesso contínuo a
bens ou serviços decorre dos termos da licença de operação da entidade ou de outros regulamentos, e
não do contrato relativo à transferência de um item do imobilizado, é que os clientes que efetuam uma
transferência pagam pelo acesso contínuo ou pelos bens ou serviços, ou por ambos, o mesmo preço que
aqueles que não efetuam uma transferência.

Reconhecimento de receita
18 Se somente um serviço for identificado, a entidade reconhecerá a receita quando o serviço for executado,
de acordo com o parágrafo 20 da IAS 18.

19 Se mais de um serviço separadamente identificável for identificado, o parágrafo 13 da IAS 18 exige que
o valor justo da contrapartida total recebida ou a receber pelo contrato seja alocado a cada serviço, e os
critérios de reconhecimento da IAS 18 são então aplicados a cada serviço.

20 Se um serviço contínuo for identificado como parte do contrato, o período ao longo do qual a receita
será reconhecida para esse serviço é geralmente determinado pelos termos do contrato com o cliente. Se
o contrato não especificar um período, a receita será reconhecida ao longo de um período não superior
à vida útil do ativo transferido usado para fornecer o serviço contínuo.

Como a entidade deve contabilizar uma transferência de caixa de seu


cliente?
21 Quando uma entidade receber uma transferência de caixa de um cliente, ela avaliará se o contrato está
dentro do alcance desta Interpretação, de acordo com o parágrafo 6. Se estiver, a entidade avaliará se o
item do imobilizado construído ou adquirido atende à definição de um ativo, de acordo com os parágrafos
9 e 10. Se a definição de um ativo for atendida, a entidade reconhecerá o item do imobilizado ao seu
custo, de acordo com a IAS 16, e reconhecerá a receita de acordo com os parágrafos 13–20 ao valor de
caixa recebido do cliente.

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IFRIC 18

Data de vigência e transição


22 Uma entidade aplicará esta Interpretação prospectivamente a transferências de ativos de clientes recebidas
em ou após 1º de julho de 2009. A aplicação antecipada é permitida, desde que as avaliações e outras
informações necessárias para aplicar a Interpretação a transferências passadas tenham sido obtidas
no momento em que ocorreram essas transferências. Uma entidade divulgará a data a partir da qual a
Interpretação foi aplicada.

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Apêndice
Alteração à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)
(tal como revisada em 2008)

A alteração contida neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2009, foi incorporada ao texto da
IFRS 1 tal como emitida em ou após 29 de janeiro de 2009.

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IFRIC 19

Interpretação IFRIC 19

Extinção de Passivos Financeiros com


Instrumentos de Patrimônio
Em novembro de 2009, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 19 – Extinção
de Passivos Financeiros com Instrumentos de Patrimônio. Essa interpretação foi desenvolvida pelo Comitê de
Interpretações.

A IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010) introduziu pequenas alterações consequentes
à IFRIC 19.

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IFRIC 19

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 19
EXTINÇÃO DE PASSIVOS FINANCEIROS COM
INSTRUMENTOS DE PATRIMÔNIO
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 2
QUESTÕES 4
CONSENSO 5
DATA DE VIGÊNCIA E TRANSIÇÃO 12
APÊNDICE
Alteração à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das
Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 19

A Interpretação da IFRIC 19 – Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos de Patrimônio (IFRIC 19)
é definida nos parágrafos 1-15 e no Apêndice. A IFRIC 19 está acompanhada de uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRIC 19

Interpretação IFRIC 19
Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos
de Patrimônio

Referências
yy Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras1

yy IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações

yy IFRS 3 – Combinações de Negócios

yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010)

yy IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo

yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação

Contexto
1 Um devedor e um credor poderiam renegociar os termos de um passivo financeiro com o resultado que
o devedor extingue o passivo total ou parcialmente emitindo instrumentos de patrimônio ao credor.
Essas transações são algumas vezes referidas como “swaps de instrumentos de dívida por instrumentos
de patrimônio”. A IFRIC recebeu solicitações de orientação sobre a contabilização dessas transações.

Alcance
2 Esta Interpretação trata da contabilização por uma entidade quando os termos de um passivo financeiro
são renegociados e resultam na emissão por parte da entidade de instrumentos de patrimônio a um credor
da entidade para extinguir a totalidade ou parte do passivo financeiro. Ela não trata da contabilização
pelo credor.

3 Uma entidade não aplicará esta Interpretação a transações em situações onde:

(a) o credor também é acionista direto ou indireto e está agindo em sua capacidade de acionista existente
direto ou indireto.

(b) o credor e a entidade são controlados pela mesma parte ou partes antes e após a transação e a essência
da transação inclui uma distribuição de patrimônio pela entidade, ou contribuição de patrimônio à,
entidade.

(c) a extinção do passivo financeiro com instrumentos de patrimônio está de acordo com os termos
originais do passivo financeiro.

1 Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.

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Questões
4 Esta Interpretação trata das seguintes questões:

(a) Instrumentos de patrimônio de uma entidade são emitidos para extinguir a totalidade ou parte de
uma “contrapartida paga” do passivo financeiro de acordo com o parágrafo 3.3.3 da IFRS 9?

(b) Como uma entidade deve mensurar inicialmente os instrumentos de patrimônio emitidos para
extinguir esse passivo financeiro?

(c) Como uma entidade deve contabilizar qualquer diferença entre o valor contábil do passivo financeiro
extinto e o valor de mensuração inicial dos instrumentos de patrimônio emitidos?

Consenso
5 A emissão de instrumentos de patrimônio de uma entidade a um credor para extinguir a totalidade ou
parte de um passivo financeiro é contrapartida paga de acordo com o parágrafo 3.3.3 da IFRS 9. Uma
entidade removerá um passivo financeiro (ou uma parte de um passivo financeiro) de sua demonstração
da posição financeira quando, e apenas quando, ele for extinto de acordo com o parágrafo 3.3.1 da IFRS
9.

6 Quando instrumentos de patrimônio emitidos a um credor para extinguir a totalidade ou parte de


um passivo financeiro são reconhecidos inicialmente, uma entidade os mensurará ao valor justo dos
instrumentos de patrimônio emitidos, salvo se esse valor justo não puder ser mensurado de forma
confiável.

7 Se o valor justo dos instrumentos de patrimônio emitidos não puder ser mensurado de forma confiável,
então os instrumentos de patrimônio serão mensurados para refletir o valor justo do passivo financeiro
extinto. Ao mensurar o valor justo de um passivo financeiro extinto que inclui um elemento à vista (por
exemplo, um depósito à vista), o parágrafo 47 da IFRS 13 não é aplicável.

8 Se somente parte do passivo financeiro for extinto, a entidade avaliará se alguma parte da contrapartida
paga está relacionada a uma modificação dos termos do passivo que permanece pendente. Se parte da
contrapartida paga não estiver relacionada a uma modificação dos termos da parte restante do passivo, a
entidade alocará a contrapartida paga entre a parte do passivo extinto e a parte do passivo que permanece
pendente. A entidade considerará todos os fatos e circunstâncias pertinentes referentes à transação ao
realizar essa alocação.

9 A diferença entre o valor contábil do passivo financeiro (ou parte de um passivo financeiro) extinto e a
contrapartida paga será reconhecida em lucros e perdas, de acordo com o parágrafo 3.3.3 da IFRS 9. Os
instrumentos de patrimônio emitidos serão reconhecidos inicialmente e mensurados na data em que o
passivo financeiro (ou parte desse passivo) for extinto.

10 Quando somente parte do passivo financeiro for extinto, uma contrapartida será alocada de acordo com o
parágrafo 8. A contrapartida alocada ao passivo restante fará parte da avaliação se os termos desse passivo
restante forem substancialmente modificados. Se o passivo restante for substancialmente modificado,
a entidade contabilizará a modificação como a extinção do passivo original e o reconhecimento de um
novo passivo conforme requerido pelo parágrafo 3.3.2 da IFRS 9.

11 Uma entidade divulgará um ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 9 e 10 como uma
única rubrica em lucros e perdas ou nas notas explicativas.

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Data de vigência e transição


12 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010.
A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período iniciado
antes de 1º de julho de 2010, ela divulgará esse fato.

13 Uma entidade aplicará uma mudança na política contábil de acordo com a IAS 8 a partir do início do
período comparativo mais antigo apresentado.

14 A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou os parágrafos 4(a), 5, 7, 9 e 10. Uma entidade aplicará
essas alterações quando aplicar a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

15 A IFRS 13, emitida em maio de 2011, alterou o parágrafo 7. Uma entidade aplicará essa alteração quando
aplicar a IFRS 13.

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Apêndice
Alteração à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

A alteração neste apêndice será aplicada para períodos anuais iniciados a partir de 1º de julho de 2010. Se uma
entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, a alteração será aplicada para esse período anterior.

*****

A alteração contida neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2009, foi incorporada ao texto da
IFRS 1 tal como emitida em ou após 26 de novembro de 2009.

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Interpretação IFRIC 20

Custos de Decapagem na Fase de Produção de uma


Mina de Superfície
Em outubro de 2011, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a IFRIC 20 – Custos de
Decapagem na Fase de Produção de uma Mina de Superfície. Essa interpretação foi desenvolvida pelo Comitê
de Interpretações.

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IFRIC 20

Conteúdo
do parágrafo

INTERPRETAÇÃO IFRIC 20
CUSTOS DE DECAPAGEM NA FASE DE PRODUÇÃO
DE UMA MINA DE SUPERFÍCIE
REFERÊNCIAS
CONTEXTO 1
ALCANCE 6
QUESTÕES 7
CONSENSO 8
APÊNDICE A
Data de vigência e transição
APÊNDICE B
Alteração à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRSs) (tal como revisada em 2010)

PARA O DOCUMENTO ANEXO INDICADO ABAIXO, CONSULTE A PARTE B DESTA EDIÇÃO

BASE PARA CONCLUSÕES

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IFRIC 20

A Interpretação IFRIC 20 – Custos de Decapagem na Fase de Produção de uma Mina de Superfície (IFRIC 20)
é definida nos parágrafos 1-16 e apêndices A-B. A IFRIC 20 está acompanhada de uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

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IFRIC 20

Interpretação IFRIC 20
Custos de Decapagem na Fase de Produção de
uma Mina de Superfície

Referências
yy Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro

yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras

yy IAS 2 – Estoques

yy IAS 16 – Imobilizado

yy IAS 38 – Ativos Intangíveis

Contexto
1 Em operações de mineração de superfície, as entidades podem achar necessário remover material estéril
de minas (“overburden”) para obter acesso a depósitos de minérios. Essa remoção de material estéril é
conhecida como “remoção de estéril ou decapagem”.

2 Durante a fase de desenvolvimento da mina (antes que a produção seja iniciada), os custos de remoção
de estéril geralmente são capitalizados como parte do custo depreciável de edificação, desenvolvimento
e construção da mina. Esses custos capitalizados são depreciados ou amortizados de forma sistemática,
geralmente utilizando-se o método de unidades produzidas, quando a produção for iniciada.

3 Uma entidade de mineração pode continuar a remover estéril e incorrer em custos de decapagem durante
a fase de produção da mina.

4 O material removido na decapagem na fase de produção não será necessariamente 100% resíduo;
frequentemente será uma combinação de minério e estéril. O índice de minério para estéril da jazida pode
variar de um baixo nível não econômico a um alto nível de lucratividade. A remoção de materiais com um
baixo índice de minério para estéril pode produzir algum material utilizável, que pode ser utilizado para
produzir estoque. Essa remoção também pode proporcionar acesso a níveis mais profundos de material
que tenham um índice mais elevado de minério para estéril. Portanto, pode haver dois benefícios para a
entidade resultantes da atividade de decapagem: minério aproveitável que pode ser utilizado para produzir
estoque e melhorar o acesso a maiores quantidades de materiais que serão minerados em períodos futuros.

5 Esta Interpretação considera quando e como contabilizar separadamente esses dois benefícios resultantes
da atividade de decapagem, bem como a forma de mensurar esses benefícios tanto inicialmente quanto
subsequentemente.

Alcance
6 Esta Interpretação aplica-se a custos de remoção de estéril que são incorridos na atividade de mineração
de superfície durante a fase de produção da mina (“custos de decapagem na fase de produção”).

Questões
7 Esta Interpretação trata das seguintes questões:

(a) reconhecimento dos custos de decapagem na fase de produção como um ativo;

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(b) mensuração inicial do ativo da atividade de decapagem; e

(c) mensuração subsequente do ativo da atividade de decapagem.

Consenso

Reconhecimento dos custos de decapagem na fase de produção como


um ativo
8 Na medida em que o benefício da atividade de decapagem é realizado na forma de estoque produzido, a
entidade contabilizará os custos dessa atividade de decapagem de acordo com os princípios da IAS 2 –
Estoques. Na medida em que o benefício é um melhor acesso ao minério, a entidade reconhecerá
esses custos como um ativo não circulante, se os critérios no parágrafo 9 abaixo forem atendidos. Esta
Interpretação refere-se ao ativo não circulante como o “ativo da atividade de decapagem”.

9 Uma entidade reconhecerá o ativo da atividade de decapagem se, e somente se, todos os critérios abaixo
forem atendidos:

(a) é provável que o benefício econômico futuro (melhor acesso à jazida) associado à atividade de
decapagem fluirão para a entidade;

(b) a entidade pode identificar o componente da jazida para a qual o acesso foi melhorado; e

(c) os custos relativos à atividade de decapagem associados a esse componente podem ser mensurados
de forma confiável.

10 A atividade de decapagem será contabilizada como um adição a um ativo existente, ou como uma melhoria
desse ativo. Em outras palavras, o ativo da atividade de decapagem será contabilizado como parte de
um ativo existente.

11 A classificação do ativo da atividade de decapagem como um ativo tangível ou intangível é a mesma


que o ativo existente. Em outras palavras, a natureza desse ativo existente determinará se a entidade
classificará o ativo da atividade de decapagem como tangível ou intangível.

Mensuração inicial do ativo da atividade de decapagem


12 A entidade mensurará inicialmente o ativo da atividade de decapagem ao custo, sendo essa a acumulação de
custos diretamente incorridos para realizar a atividade de decapagem que melhora o acesso ao componente
identificado de minério, mais uma alocação de custos gerais diretamente atribuíveis. Algumas operações
incidentais podem ocorrer na mesma ocasião da atividade de decapagem na fase de produção, mas que
não são necessárias para a atividade de decapagem na fase de produção continuar conforme planejado.
Os custos associados a essas operações incidentais não serão incluídos no custo do ativo da atividade de
remoção de estéril.

13 Quando os custos do ativo da atividade de decapagem e o estoque produzido não são identificáveis
separadamente, a entidade alocará os custos de decapagem na fase de produção entre o estoque produzido
e o ativo da atividade de decapagem utilizando uma base de alocação que seja baseada em uma medida
de produção relevante. Essa medida de produção será calculada para o componente identificado da jazida
e será utilizada como uma referência para identificar em que medida a atividade adicional de criar um
benefício futuro tenha ocorrido. Exemplos dessas medidas incluem:

(a) custo de estoque produzido em comparação com o custo esperado;

(b) volume de resíduo extraído em comparação com o volume esperado, para um dado volume de
produção de minério; e

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IFRIC 20

(c) conteúdo mineral do minério extraído em comparação com o conteúdo mineral esperado a ser
extraído, para uma dada quantidade de minério produzido.

Mensuração subsequente do ativo da atividade decapagem


14 Após o reconhecimento inicial, o ativo da atividade de decapagem será reconhecido ao seu custo ou ao
seu valor reavaliado menos depreciação ou amortização e menos perdas por redução ao valor recuperável,
do mesmo modo que o ativo existente do qual seja parte.

15 O ativo da atividade de decapagem será depreciado ou amortizado de forma sistemática, ao longo da


vida útil esperada do componente identificado da jazida que se torna mais acessível como resultado da
atividade de decapagem. O método das unidades de produção será aplicado salvo se um outro método
for mais apropriado.

16 A vida útil esperada do componente identificado da jazida que é utilizada para depreciar ou amortizar o
ativo da atividade de decapagem diferirá da vida útil esperada que é utilizada para depreciar ou amortizar
a mina em si e os respectivos ativos ao longo da vida útil da mina. A exceção disso são as circunstâncias
limitadas quando a atividade de decapagem fornece um melhor acesso à totalidade da jazida restante.
Por exemplo, isso poderia ocorrer até o fim da vida útil de uma mina quando o componente identificado
representa a parte final da jazida a ser extraída.

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IFRIC 20

Apêndice A
Data de vigência e transição

Este apêndice é parte integrante da Interpretação e tem a mesma importância que as demais partes da Interpretação.

A1 Uma entidade aplicará esta Interpretação para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2013. A aplicação antecipada é permitida. Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período
anterior, ela divulgará esse fato.

A2 Uma entidade aplicará esta Interpretação a custos de decapagem na fase de produção incorridos a partir
do início do período mais antigo apresentado.

A3 No início do período mais antigo apresentado, qualquer saldo de ativo anteriormente reconhecido que
resulte da atividade de decapagem realizada durante a fase de produção (“ativo de decapagem antecessor”)
será reclassificado como parte de um ativo existente ao qual a atividade de decapagem está relacionada, na
medida em que resta um componente identificável da jazida com o qual o ativo de decapagem antecessor
pode estar associado. Esses saldos serão depreciados ou amortizados ao longo da vida útil esperada
restante do componente identificado da jazida ao qual cada saldo de ativo de decapagem antecessor
está relacionado.

A4 Se não existe um componente identificável da jazida ao qual esse ativo de decapagem antecessor
está relacionado, ele será reconhecido em lucros acumulados iniciais no início do período mais
antigo apresentado.

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IFRIC 20

Apêndice B
Alterações à IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)

As alterações neste apêndice serão aplicadas para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013.
Se uma entidade aplicar esta Interpretação para um período anterior, essas alterações serão aplicadas para esse
período anterior.

*****

As alterações contidas neste apêndice, quando esta Interpretação foi emitida em 2011, foram incorporadas na
IFRS 1 tal como emitida a partir de 27 de maio de 2004. Em novembro de 2008 foi emitida uma versão revisada
da IFRS 1.

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SIC-7

Interpretação SIC 7

Introdução do Euro
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade adotou a SIC-7 – Introdução do Euro,
que foi originalmente emitida pelo Comitê Permanente de Interpretações do Comitê de Normas Internacionais
de Contabilidade em maio de 1998.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-7. Elas incluem a IAS 21 – Os Efeitos
das Mudanças nas Taxas de Câmbio (tal como revisada em dezembro de 2003) e a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007).

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SIC-7

A Interpretação SIC-7 Introdução do Euro (SIC‑7) é definida nos parágrafos 3 e 4. A SIC‑7 está acompanhada
de uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2
e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

Para a base para Conclusões sobre a sic-7, consulte a parte b desta edição

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SIC-7

Interpretação SIC 7
Introdução do Euro

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório

yy IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (tal como revisada em 2003)

yy IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (tal como alterada em 2008)

Questão
1 A partir de 1º de janeiro de 1999, o início efetivo da União Econômica e Monetária (Economic and
Monetary Union – EMU), o euro se tornará uma moeda em seu próprio direito e taxas de conversão entre
o euro e as moedas nacionais participantes serão fixadas irrevogavelmente, ou seja, o risco de diferenças
de câmbio subsequentes relacionadas a essas moedas é eliminado a partir dessa data.

2 A questão é a aplicação da IAS 21 à troca das moedas nacionais de Países-membros da União Europeia
para o euro (“a troca”).

Consenso
3 Os requisitos da IAS 21 em relação à conversão das transações em moeda estrangeira e demonstrações
financeiras de operações no exterior devem ser aplicados de forma estrita à troca. O mesmo raciocínio
se aplica à fixação de taxas de câmbio quando os países aderirem à EMU em estágios posteriores.

4 Isso significa que, em particular:

(a) os ativos e passivos monetários resultantes de transações em moeda estrangeira continuarão a


ser convertidos para a moeda funcional na taxa de fechamento. Quaisquer diferenças de câmbio
resultantes serão reconhecidas como receita ou despesa imediatamente, exceto se uma entidade
continuar a aplicar sua política contábil existente para ganhos e perdas de câmbio relacionados a
coberturas (hedges) do risco de moeda de uma transação prevista;

(b) diferenças de câmbio acumuladas relacionadas à conversão de demonstrações financeiras de


operações no exterior, reconhecidas em outros resultados abrangentes, serão acumuladas no
patrimônio líquido e serão reclassificadas do patrimônio líquido para lucros e perdas apenas na
alienação ou alienação parcial do investimento líquido na operação no exterior; e

(c) as diferenças de câmbio resultantes da conversão de passivos denominados em moedas participantes


não serão incluídas no valor contábil dos respectivos ativos.

Data do consenso
Outubro de 1997

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SIC-7

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 1º de junho de 1998. As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas
de acordo com os requisitos da IAS 8.

A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou
o parágrafo 4. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas
para esse período anterior.

A IAS 27 (tal como alterada em 2008) alterou o parágrafo 4(b). Uma entidade aplicará essa alteração para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (alterada em 2008) para um
período anterior, a alteração será aplicada para esse período anterior.

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SIC-10

Interpretação SIC 10

Assistência Governamental – Sem Relação


Específica com as Atividades Operacionais
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade adotou a SIC-10 – Assistência
Governamental—Sem Relação Específica com as Atividades Operacionais, que foi originalmente emitida pelo
Comitê Permanente de Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em julho de 1998.

A IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) introduziu
pequenas alterações consequentes à SIC-10.

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SIC-10

A Interpretação SIC-10 – Assistência Governamental – Sem Relação Específica com as Atividades Operacionais
(SIC‑10) é definida no parágrafo 3. A SIC-10 está acompanhada de uma Base para Conclusões. O alcance e a
importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (IFRSs).

Para a base para Conclusões sobre a sic-10, consulte a parte b desta edição

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SIC-10

Interpretação SIC 10
Assistência Governamental – Sem Relação Específica com as
Atividades Operacionais

Referências
yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 20 – Contabilização de Subvenções Governamentais e Divulgação de Assistência Governamental

Questão
1 Em alguns países, a assistência governamental a entidades pode ter como objetivo o estímulo ou apoio
de longo prazo a atividades de negócio em determinadas regiões ou setores industriais. As condições
para receber essa assistência podem não estar especificamente relacionadas às atividades operacionais
da entidade. Exemplos dessa assistência são transferências de recursos pelos governos a entidades que:

(a) operam em um setor específico;

(b) continuam a operar em setores recentemente privatizados; ou

(c) começam ou continuam a conduzir seus negócios em áreas subdesenvolvidas.

2 A questão é sobre se essa assistência governamental é uma “subvenção governamental” dentro do alcance
da IAS 20 e, portanto, deve ser contabilizada de acordo com essa Norma.

Consenso
3 A assistência governamental a entidades atende à definição de subvenções governamentais da IAS 20,
mesmo se não houver condições especificamente relacionadas às atividades operacionais da entidade,
além do requisito de operar em determinadas regiões ou setores industriais. Essas subvenções não devem,
portanto, ser creditadas diretamente no patrimônio líquido.

Data do consenso
Janeiro de 1998

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 1º de agosto de 1998. As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas
de acordo com a IAS 8.

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SIC-15

Interpretação SIC 15

Arrendamentos Operacionais – Incentivos


Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade adotou a SIC-15 – Arrendamentos
Operacionais—Incentivos, que foi originalmente emitida pelo Comitê Permanente de Interpretações do Comitê
de Normas Internacionais de Contabilidade em dezembro de 1998.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-15. Elas incluem a IAS 17 – Arrendamentos
(tal como revisada em dezembro de 2003) e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como
revisada em setembro de 2007).

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SIC-15

A Interpretação SIC-15 – Arrendamentos Operacionais – Incentivos (SIC‑15) é definida nos parágrafos 3-6.
A SIC‑15 está acompanhada de uma Base para Conclusões e de exemplos ilustrativos. O alcance e a importância
das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs).

para o seguinte material que acompanha a SIC-15:


• base para conclusões
• Exemplo Ilustrativo
consulte a parte b desta edição

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SIC-15

Interpretação SIC 15
Arrendamentos Operacionais – Incentivos

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 17 – Arrendamentos (tal como revisada em 2003)

Questão
1 Ao negociar um arrendamento operacional novo ou renovado, o arrendador pode conceder incentivos
para o arrendatário celebrar o contrato. Exemplo desse incentivo é um pagamento antecipado à vista ao
arrendatário ou o reembolso ou assunção, pelo arrendador, de custos do arrendatário (tais como custos de
realocação, melhorias em propriedades arrendadas e custos associados ao compromisso de arrendamento
preexistente do arrendatário). Alternativamente, períodos iniciais do prazo do arrendamento podem ser
pactuados como sendo isentos de aluguel ou com aluguel reduzido.

2 A questão é como os incentivos em um arrendamento operacional devem ser reconhecidos nas


demonstrações financeiras tanto do arrendatário quanto do arrendador.

Consenso
3 Todos os incentivos para o contrato de um arrendamento operacional novo ou renovado serão
reconhecidos como uma parte integrante da contrapartida líquida pactuada pelo uso do ativo arrendado,
independentemente da natureza ou forma do incentivo ou época dos pagamentos.

4 O arrendador reconhecerá o custo total de incentivos como uma redução da receita do aluguel ao longo
do prazo do arrendamento, pelo método linear, exceto se outro método sistemático for representativo do
padrão de tempo ao longo do qual o benefício do ativo arrendado é diminuído.

5 O arrendatário reconhecerá o benefício total de incentivos como uma redução da despesa de aluguel ao
longo do prazo do arrendamento, pelo método linear, exceto se outro método sistemático for representativo
do padrão de tempo do benefício do arrendatário proveniente do uso de ativo arrendado.

6 Os custos incorridos pelo arrendatário, incluindo os custos relacionados a um arrendamento preexistente


(por exemplo, os custos de rescisão, realocação ou melhorias em propriedades arrendadas) serão
contabilizados pelo arrendatário de acordo com as Normas aplicáveis a esses custos, incluindo custos
que sejam efetivamente reembolsados por meio de um acordo de incentivo.

Data do consenso
Junho de 1998

Data de vigência
Esta Interpretação se aplica a prazos de arrendamento iniciados em ou após 1º de janeiro de 1999.

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SIC-25

Interpretação SIC 25

Impostos sobre a Renda – Mudanças na Situação


Fiscal de uma Entidade ou de seus Acionistas
Em abril de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade adotou a SIC-25 – Impostos sobre a
Renda—Mudanças na Situação Fiscal de uma Entidade ou de seus Acionistas, que foi originalmente emitida pelo
Comitê Permanente de Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade em julho de 2000.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-25. Elas incluem a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros (emitida em dezembro de 2003, a IFRS 3 – Combinações de Negócios
(emitida em março de 2004) e a IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em
setembro de 2007).

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SIC-25

A Interpretação SIC-25 – Impostos sobre a Renda – Mudanças na Situação Fiscal de uma Entidade ou de seus
Acionistas (SIC‑25) é definida no parágrafo 4. A SIC‑25 está acompanhada de uma Base para Conclusões.
O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

Para a base para Conclusões sobre a sic-25, consulte a parte b desta edição

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SIC-25

Interpretação SIC 25
Impostos sobre a Renda – Mudanças na Situação Fiscal de
uma Entidade ou de seus Acionistas

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 12 – Impostos sobre a Renda

Questão
1 Uma mudança na situação fiscal de uma entidade ou de seus acionistas pode ter consequências para uma
entidade, aumentando ou reduzindo seus impostos passivos ou ativos. Isso pode ocorrer, por exemplo,
por ocasião da emissão pública de instrumentos de patrimônio de uma entidade ou por ocasião da
reestruturação do patrimônio líquido de uma entidade. Também pode ocorrer por ocasião da mudança de
um acionista controlador para um país estrangeiro. Como resultado desse evento, uma entidade pode ser
tributada de forma diferente; ela pode, por exemplo, ganhar ou perder incentivos fiscais ou ficar sujeita
a uma alíquota tributária diferente no futuro.

2 Uma mudança na situação fiscal de uma entidade ou de seus acionistas pode ter um efeito imediato nos
impostos correntes passivos ou ativos da entidade. A mudança também pode aumentar ou reduzir os
impostos diferidos passivos e ativos reconhecidos pela entidade, dependendo do efeito que a mudança
na situação fiscal tem nas consequências fiscais que surgirão da recuperação ou liquidação do valor
contábil dos ativos e passivos da entidade.

3 A questão é como uma entidade deve contabilizar as consequências fiscais de uma mudança em sua
situação fiscal ou na situação de seus acionistas.

Consenso
4 Uma mudança na situação fiscal de uma entidade ou de seus acionistas não origina aumentos ou
reduções nos valores reconhecidos fora de lucros e perdas. As consequências de impostos correntes e
diferidos de uma mudança na situação fiscal serão incluídas em lucros e perdas do período, exceto se
essas consequências estiverem relacionadas a transações e eventos que resultem, no mesmo período ou
em um período diferente, em um crédito ou débito direto ao valor reconhecido de patrimônio líquido
ou em valores reconhecidos em outros resultados abrangentes. Essas consequências fiscais que estão
relacionadas às mudanças no valor reconhecido de patrimônio líquido, no mesmo período ou em um
período diferente (não incluídos em lucros e perdas), serão debitadas ou creditadas diretamente ao
patrimônio líquido. Essas consequências fiscais que estão relacionadas a valores reconhecidos em outros
resultados abrangentes serão reconhecidas em outros resultados abrangentes.

Data do consenso
Agosto de 1999

©
IFRS Foundation A1177
SIC-25

Data de vigência
Este consenso entra em vigor em 15 de julho de 2000. As mudanças nas políticas contábeis serão contabilizadas
de acordo com a IAS 8.

A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou
o parágrafo 4. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas
para esse período anterior.

A1178 ©
IFRS Foundation
SIC-27

Interpretação SIC 27

Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a


Forma Legal de um Arrendamento
Em dezembro de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a SIC-27 – Avaliação da
Essência de Transações Envolvendo a Forma Legal de um Arrendamento, que foi originalmente desenvolvida
pelo Comitê Permanente de Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-27. Elas incluem a IAS 8 – Políticas Contábeis,
Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros (emitida em dezembro de 2003), a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007) e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros
(emitida em outubro de 2010).

©
IFRS Foundation A1179
SIC-27

A Interpretação SIC-27 – Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a Forma Legal de um Arrendamento


(SIC‑27) é definida nos parágrafos 3-11. A SIC-27 está acompanhada de uma Base para Conclusões e orientação
de implementação. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do
Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

para o seguinte material que acompanha a SIC-27:


• base para conclusões
• Orientação de implementação
A  Transações vinculadas
B  A essência de um acordo
consulte a parte b desta edição

A1180 ©
IFRS Foundation
SIC-27

Interpretação SIC 27
Avaliação da Essência de Transações Envolvendo a Forma
Legal de um Arrendamento

Referências
yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 11 – Contratos de Construção

yy IAS 17 – Arrendamentos (tal como revisada em 2003)

yy IAS 18 – Receita

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

yy IFRS 4 – Contratos de Seguro

yy IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitida em outubro de 2010).

Questão
1 Uma Entidade pode celebrar uma transação ou uma série de transações estruturadas (um acordo) com
uma parte ou partes não relacionadas (um Investidor) que envolva a forma legal de um arrendamento.
Por exemplo, uma Entidade pode arrendar ativos a um Investidor e arrendar os mesmos ativos de volta
ou, alternativamente, vender legalmente os ativos e arrendar os mesmos ativos de volta. A forma de
cada acordo e seus termos e condições podem variar significativamente. No exemplo de arrendamento e
retroarrendamento, pode ser que o acordo esteja destinado a obter uma vantagem fiscal para o Investidor
que seja compartilhada com a Entidade na forma de um honorário, e não para transmitir o direito de usar
um ativo.

2 Quando um acordo com um Investidor envolver a forma legal de um arrendamento, as questões são:

(a) como determinar se uma série de transações está vinculada e deve ser contabilizada como
uma transação;

(b) se o acordo atende à definição de um arrendamento de acordo com a IAS 17; e, caso contrário,

(i) se uma conta de investimento separada e obrigações de pagamento de arrendamento que


possam existir representam ativos e passivos da Entidade (por exemplo, considere o exemplo
descrito no parágrafo A2(a) da orientação que acompanha a Interpretação);

(ii) como a Entidade deve contabilizar outras obrigações resultantes do acordo; e

(iii) como a Entidade deve contabilizar um honorário que pode ser recebido de um Investidor.

Consenso
3 Uma série de transações que envolvam a forma legal de um arrendamento está vinculada e será
contabilizada como uma transação quando o efeito econômico total não puder ser entendido sem
referência à série de transações como um todo. Isso é o caso, por exemplo, quando a série de transações
estiver estreitamente inter-relacionada, negociada como uma única transação, e ocorrer simultaneamente
ou em uma sequência contínua (A Parte A da orientação anexa fornece ilustrações da aplicação
desta Interpretação).

©
IFRS Foundation A1181
SIC-27

4 A contabilização refletirá a essência do acordo. Todos os aspectos e implicações de um acordo serão


avaliados para determinar sua essência, com peso dado aos aspectos e implicações que tiverem um efeito
econômico.

5 A IAS 17 se aplica quando a essência de um acordo incluir a transmissão do direito de usar um ativo por
um período de tempo pactuado. Os indicadores que demonstram individualmente que um acordo pode,
em essência, não envolver um arrendamento de acordo com a IAS 17 incluem (a Parte B da orientação
anexa fornece ilustrações da aplicação desta Interpretação):

(a) uma Entidade que retém todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo subjacente
e desfruta substancialmente dos mesmos direitos em relação ao seu uso que antes do acordo;

(b) o motivo principal para o acordo é obter um resultado fiscal específico, e não transmitir o direito
de usar um ativo; e

(c) uma opção é incluída em termos que tornam o seu exercício quase certo (por exemplo, uma opção
de venda que é exercível a um preço suficientemente mais alto do que o valor justo esperado quando
se torna exercível).

6 As definições e orientações nos parágrafos 49-64 da Estrutura Conceitual1 serão aplicadas ao determinar
se, em essência, uma conta de investimento separada e obrigações de pagamento de arrendamento
representam ativos e passivos da Entidade. Os indicadores que demonstram coletivamente que, em
essência, uma conta de investimento separada e obrigações de pagamento de arrendamento não atendem
às definições de um ativo e um passivo e não serão reconhecidos pela Entidade incluem:

(a) a Entidade não é capaz de controlar a conta de investimento na busca de seus próprios objetivos e não
está obrigada a fazer os pagamentos do arrendamento. Isso ocorre quando, por exemplo, um valor
pré-pago é colocado em uma conta de investimento separada para proteger o Investidor e somente
pode ser usado para pagar o Investidor, o Investidor concorda que as obrigações de pagamento do
arrendamento devem ser pagas com os recursos na conta do investimento e a Entidade não tem
capacidade de reter os pagamentos ao Investidor provenientes da conta de investimento;

(b) a Entidade tem apenas um risco remoto de reembolsar o valor total de qualquer honorário recebido
de um Investidor e possivelmente de pagar algum valor adicional ou, quando um honorário não
tiver sido recebido, apenas um risco remoto de pagar um valor previsto em outras obrigações (por
exemplo, uma garantia). Apenas existe um risco remoto de pagamento quando, por exemplo, os
termos do acordo exigirem que um valor pré-pago seja investido em ativos livres de risco que
se espera que gerem fluxos de caixa suficientes para cumprir as obrigações de pagamento do
arrendamento; e

(c) exceto os fluxos de caixa iniciais na celebração do acordo, os únicos fluxos de caixa esperados no
acordo são os pagamentos de arrendamento que são feitos exclusivamente com fundos sacados da
conta de investimento separada, estabelecida com os fluxos de caixa iniciais.

7 Outras obrigações de um acordo, incluindo quaisquer garantias fornecidas e obrigações incorridas na


rescisão antecipada, serão contabilizadas de acordo com a IAS 37, a IFRS 4 ou a IFRS 9, dependendo
dos termos.

8 Os critérios no parágrafo 20 da IAS 18 serão aplicados aos fatos e circunstâncias de cada acordo para
determinar quando reconhecer um honorário como receita que uma Entidade poderia receber. Serão
considerados fatores tais como se há envolvimento contínuo na forma de obrigações significativas de
desempenho futuro, necessárias para receber o honorário, se há riscos retidos, os termos de quaisquer
acordos de garantia e o risco de restituição do honorário. Os indicadores que demonstram individualmente

1 As referências a Estrutura Conceitual são para a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações
Financeiras do IASC, adotadas pelo IASB em 2001. Em setembro de 2010 o IASB substituiu a Estrutura Conceitual pela Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro. Os parágrafos 49–64 atualmente são os parágrafos 4.4–4.19 da Estrutura Conceitual.

A1182 ©
IFRS Foundation
SIC-27

que é inadequado o reconhecimento de todo o honorário como receita quando recebido, se recebido no
início do acordo, incluem:

(a) obrigações para realizar ou se abster de determinadas atividades significativas são condições para
receber o honorário e, portanto, a execução de um acordo legalmente vinculatório não é o ato mais
significativo exigido pelo acordo;

(b) são colocadas limitações sobre o uso do ativo subjacente que tem o efeito prático de restringir e
alterar significativamente a capacidade da Entidade de usar (por exemplo, exaurir, vender ou dar
como garantia) o ativo;

(c) a possibilidade de reembolsar qualquer valor do honorário e possivelmente pagar alguma quantia
adicional não é remota. Isso ocorre quando, por exemplo:

(i) o ativo subjacente não for um ativo especializado que seja requerido pela Entidade para
conduzir seus negócios e, portanto, há uma possibilidade de que a Entidade possa pagar um
valor para rescindir o acordo antecipadamente; ou

(ii) a Entidade for obrigada pelos termos do acordo, ou tiver alguma ou total liberdade de investir
um valor pré-pago em ativos que tenham um valor de risco mais do que insignificante (por
exemplo, moeda, taxa de juros ou risco de crédito). Nessa circunstância, o risco do valor do
investimento ser insuficiente para cumprir as obrigações de pagamento do arrendamento não
é remoto e, portanto, há a possibilidade de que a Entidade seja obrigada a pagar algum valor.

9 O honorário será apresentado na demonstração do resultado abrangente com base em sua essência
econômica e natureza.

Divulgação
10 Todos os aspectos de um acordo que, em essência, não envolvam um arrendamento de acordo com
a IAS 17 serão considerados para determinar as divulgações apropriadas que sejam necessárias para
compreender o acordo e o tratamento contábil adotado. Em cada período contábil em que existir um
acordo, uma Entidade divulgará o seguinte:

(a) uma descrição do acordo, incluindo:

(i) o ativo subjacente e quaisquer restrições sobre o seu uso;

(ii) a duração e outros termos significativos do acordo;

(iii) as transações que estiverem vinculadas, incluindo quaisquer opções; e

(b) o tratamento contábil aplicado a qualquer honorário recebido, o valor reconhecido como receita
no período e a rubrica da demonstração do resultado abrangente em que ele está incluído.

11 As divulgações exigidas de acordo com o parágrafo 10 desta Interpretação serão fornecidas individualmente
para cada acordo ou no total para cada classe de acordo. Uma classe é um agrupamento de acordos com
ativos subjacentes de natureza similar (por exemplo, usinas de energia).

Data do consenso
Fevereiro de 2000

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IFRS Foundation A1183
SIC-27

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 31 de dezembro de 2001. As mudanças nas políticas contábeis serão
contabilizadas de acordo com a IAS 8.

A IFRS 9, emitida em outubro de 2010, alterou o parágrafo 7. Uma entidade aplicará essa alteração quando aplicar
a IFRS 9, tal como emitida em outubro de 2010.

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SIC-29

Interpretação SIC 29

Acordos de Concessão de Serviço: Divulgações


Em dezembro de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) emitiu a SIC-29 –
Divulgação – Acordos de Concessão de Serviço, que foi originalmente desenvolvida pelo Comitê Permanente de
Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade.

Em novembro de 2006, quando o IASB emitiu a IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço, o título da SIC-29
foi alterado para Acordos de Concessão de Serviços: Divulgações.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-29. Elas incluem a IAS 1 – Apresentação de
Demonstrações Financeiras (tal como revisada em dezembro de 2003 e setembro de 2007) e a IFRIC 12 – Acordos
de Concessão de Serviço (emitida em novembro de 2006).

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IFRS Foundation A1185
SIC-29

Interpretação SIC 29 Acordos de Concessão de Serviço: Divulgações (SIC‑29) é definida nos parágrafos 6 e
7. A SIC-29 está acompanhada de uma Base para Conclusões. O alcance e a importância das Interpretações
estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

Para a base para Conclusões sobre a sic-29, consulte a parte b desta edição

A1186 ©
IFRS Foundation
SIC-29

Interpretação SIC 29
Acordos de Concessão de Serviço: Divulgações

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 16 – Imobilizado (tal como revisada em 2003)

yy IAS 17 – Arrendamentos (tal como revisada em 2003)

yy IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

yy IAS 38 – Ativos Intangíveis (tal como revisada em 2004)

yy IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço

Questão
1 Uma entidade (o operador) pode celebrar um acordo com outra entidade (a outorgante) para fornecer
serviços que concedam ao público acesso às principais facilidades econômicas e sociais. A outorgante
pode ser uma entidade do setor público ou privado, incluindo um órgão governamental. Exemplos de
acordos de concessão de serviços envolvem instalações de tratamento e fornecimento de água, estradas,
estacionamento, túneis, pontes, aeroportos e redes de telecomunicação. Exemplos de acordos que não
constituem acordos de concessão de serviço incluem uma entidade que terceiriza a operação de seus
serviços internos (por exemplo, refeitório de funcionários, manutenção de edificações e funções de
contabilidade ou de tecnologia de informação).

2 Um acordo de concessão de serviço geralmente envolve a transmissão, pela outorgante, durante o período
da concessão ao operador:

(a) do direito de fornecer serviços que concedam ao público acesso às principais facilidades econômicas
e sociais, e

(b) em alguns casos, o direito de usar ativos tangíveis, ativos intangíveis ou ativos financeiros
especificados,

em troca de o operador:

(c) se comprometer em fornecer os serviços de acordo com determinados termos e condições durante
o período de concessão; e

(d) quando aplicável, se comprometer a devolver, no final do período de concessão, os direitos recebidos
no início do período de concessão e/ou adquiridos durante o período de concessão.

3 A característica comum de todos os acordos de concessão de serviço é que o operador recebe um direito
e também incorre em uma obrigação de fornecer serviços públicos.

4 A questão é qual informação deve ser divulgada nas notas explicativas às demonstrações financeiras de
um operador e de uma outorgante.

5 Determinados aspectos e divulgações relacionadas a alguns acordos de concessão de serviço já são


tratados pelas Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) existentes (por exemplo, a IAS 16
se aplica a aquisições de itens de imobilizado, a IAS 17 se aplica a arrendamentos de ativos e a IAS 38 se
aplica à aquisição de ativos intangíveis). Contudo, um acordo de concessão de serviço pode envolver
contratos executórios que não são tratados nas Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs),

©
IFRS Foundation A1187
SIC-29

exceto se os contratos forem onerosos, em cujo caso se aplica a IAS 37. Portanto, esta Interpretação trata
de divulgações adicionais de acordos de concessão de serviço.

Consenso
6 Todos os aspectos de um acordo de concessão de serviço serão considerados na determinação das
divulgações apropriadas nas notas explicativas. Um operador e uma outorgante divulgarão, em cada
período, o seguinte:

(a) uma descrição do acordo;

(b) os termos significativos do acordo que possam afetar o valor, época e certeza de fluxos de caixa
futuros (por exemplo, o período da concessão, datas de reprecificação e a base em que é determinada
a reprecificação);

(c) a natureza e extensão (por exemplo, quantidade, período de tempo ou valor, conforme apropriado) de:

(i) direitos de usar ativos especificados;

(ii) obrigações de fornecer ou direitos de esperar o fornecimento de serviços.

(iii) obrigações de adquirir ou construir itens do imobilizado;

(iv) obrigações de entregar ou direitos de receber ativos especificados no final do período


de concessão;

(v) opções de renovação e rescisão; e

(vi) outros direitos e obrigações (por exemplo, recondicionamentos importantes);

(d) mudanças no acordo que ocorrerem durante o período; e

(e) como o acordo de serviço foi classificado.

6A Um operador divulgará o valor de receita e lucros e perdas reconhecidos no período na troca de serviços
de construção por um ativo financeiro ou um ativo intangível.

7 As divulgações exigidas de acordo com o parágrafo 6 desta Interpretação serão fornecidas individualmente
para cada acordo de concessão de serviço ou no total para cada classe de acordos de concessão de serviço.
Uma classe é um agrupamento de acordos de concessão de serviço, que envolve serviços de natureza
similar (por exemplo, cobranças de pedágio, serviços de telecomunicação e tratamento de água).

Data do consenso
Maio de 2001

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 31 de dezembro de 2001.

Uma entidade aplicará a alteração nos parágrafos 6(e) e 6A para períodos anuais iniciados em ou após 1º de
janeiro de 2008. Se uma entidade aplicar a IFRIC 12 para um período anterior, a alteração será aplicada para esse
período anterior.

A1188 ©
IFRS Foundation
SIC-31

Interpretação SIC 31

Receita – Transações de Permuta Envolvendo


Serviços de Publicidade
Em dezembro de 2001, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a SIC-31 – Receita –
Transações de Permuta Envolvendo Serviços de Publicidade, que foi originalmente desenvolvida pelo Comitê
Permanente de Interpretações do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade.

A IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros (emitida em dezembro de 2003)
introduziu pequenas alterações consequentes à SIC-31.

©
IFRS Foundation A1189
SIC-31

A Interpretação SIC-31 – Receita – Transações de Permuta Envolvendo Serviços de Publicidade (SIC-31) é


definida no parágrafo 5. A SIC-31 está acompanhada de uma Base para Conclusões. O alcance e a importância
das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio às Normas Internacionais de Relatório
Financeiro (IFRSs).

Para a base para Conclusões sobre a sic-31, consulte a parte b desta edição

A1190 ©
IFRS Foundation
SIC-31

Interpretação SIC 31
Receita – Transações de Permuta Envolvendo Serviços
de Publicidade

Referências
yy IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Erros

yy IAS 18 – Receita

Questão
1 Uma entidade (Vendedora) pode celebrar uma transação de permuta para fornecer serviços de publicidade
em troca do recebimento de serviços de publicidade de seu cliente (Cliente). Os anúncios podem ser
exibidos na Internet ou locais de cartazes, transmitidos pela televisão ou rádio, publicados em revistas
ou jornais ou apresentados em outros meios.

2 Em alguns casos, não há troca de caixa ou outra contrapartida entre as entidades. Em alguns outros casos,
valores iguais ou aproximadamente iguais de caixa ou outra contrapartida também são trocados.

3 Uma Vendedora que fornece serviços de publicidade no curso de suas atividades normais reconhece
receita, de acordo com a IAS 18, proveniente de uma transação de permuta que envolve publicidade
quando, entre outros critérios, os serviços trocados são diferentes (IAS 18.12) e o valor da receita pode ser
mensurado de forma confiável [IAS 18.20(a)]. Esta Interpretação se aplica apenas a uma troca de serviços
de publicidade diferentes. Uma troca de serviços de publicidade similares não é uma transação que gera
receita de acordo com a IAS 18.

4 A questão é sob quais circunstâncias uma Vendedora pode mensurar de forma confiável a receita ao valor
justo de serviços de publicidade recebidos ou fornecidos em uma transação de permuta.

Consenso
5 A receita proveniente de uma transação de permuta que envolva publicidade não pode ser mensurada
de forma confiável ao valor justo dos serviços de publicidade recebidos. Contudo, uma Vendedora pode
mensurar de forma confiável a receita ao valor justo dos serviços de publicidade que ela fornecer em
uma transação de permuta por referência apenas a transações de não permuta que:

(a) envolvam publicidade similar à publicidade na transação de permuta;

(b) ocorram com frequência;

(c) representem um número predominante de transações e valor quando comparadas a todas as


transações para fornecer publicidade que sejam similares à publicidade na transação de permuta;

(d) envolvam caixa e/ou outra forma de contrapartida (por exemplo, valores mobiliários, ativos não
monetários e outros serviços) que tenham um valor justo mensurado de forma confiável; e

(e) não envolvam a mesma contraparte que na transação de permuta.

©
IFRS Foundation A1191
SIC-31

Data do consenso
Maio de 2001

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 31 de dezembro de 2001. As mudanças nas políticas contábeis serão
contabilizadas de acordo com a IAS 8.

A1192 ©
IFRS Foundation
SIC-32

Interpretação SIC 32

Ativos Intangíveis – Custos com Website


Em março de 2002, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade emitiu a SIC-32 – Ativos Intangíveis –
Custos com Website, que foi originalmente desenvolvida pelo Comitê Permanente de Interpretações do Comitê
de Normas Internacionais de Contabilidade.

Outras IFRSs introduziram pequenas alterações consequentes à SIC-32. Elas incluem a IAS 16 – Imobilizado (tal
como revisada em dezembro de 2003), a IFRS 3 – Combinações de Negócios (emitida em março de 2004) e a
IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em setembro de 2007).

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IFRS Foundation A1193
SIC-32

A Interpretação SIC-32 – Ativos Intangíveis – Custos com Website (SIC‑32) é definida nos parágrafos 7-10.
A SIC-32 está acompanhada de uma Base para Conclusões e de um exemplo ilustrando a aplicação da
Interpretação. O alcance e a importância das Interpretações estão definidos nos parágrafos 2 e 7-16 do Prefácio
às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs).

para o seguinte material que acompanha a SIC-32:


• base para conclusões
• Exemplo Ilustrativo
consulte a parte b desta edição

A1194 ©
IFRS Foundation
SIC-32

Interpretação SIC 32
Ativos Intangíveis – Custos com Website

Referências
yy IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revisada em 2007)

yy IAS 2 – Estoques (tal como revisada em 2003)

yy IAS 11 – Contratos de Construção

yy IAS 16 – Imobilizado (tal como revisada em 2003)

yy IAS 17 – Arrendamentos (tal como revisada em 2003)

yy IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (tal como revisada em 2004)

yy IAS 38 – Ativos Intangíveis (tal como revisada em 2004)

yy IFRS 3 – Combinações de Negócios

Questão
1 Uma entidade pode incorrer em gastos internos com o desenvolvimento e operação de seu próprio website
para acesso interno e externo. Um website projetado para acesso externo pode ser usado para diversas
finalidades, tais como promover e fazer a publicidade dos produtos e serviços de uma entidade, fornecer
serviços eletrônicos e vender produtos e serviços. Um website projetado para acesso interno pode ser
usado para armazenar as políticas da empresa e detalhes de clientes e pesquisar informações pertinentes.

2 Os estágios de desenvolvimento de um website podem ser descritos da seguinte forma:

(a) Planejamento – inclui a realização de estudos de viabilidade, definição de objetivos e especificações,


avaliação de alternativas e seleção de preferências.

(b) Desenvolvimento de Aplicação e Infraestrutura – inclui a obtenção de um nome de domínio, compra


e desenvolvimento de hardware e software operacional, instalação de aplicações desenvolvidas e
teste de estresse.

(c) Desenvolvimento de Desenho Gráfico – inclui o desenho da aparência das páginas web.

(d) Desenvolvimento de Conteúdo – inclui a criação, compra, preparação e transmissão de informações,


seja de natureza textual ou gráfica, no website antes da conclusão do desenvolvimento do website.
Essas informações podem ser armazenadas em bancos de dados separadas, sejam integradas no
website (ou acessados a partir dele) ou codificadas diretamente nas páginas web.

3 Quando o desenvolvimento de um website tiver sido concluído, tem início o estágio Operacional. Durante
esse estágio, uma entidade mantém e aprimora as aplicações, infraestrutura, desenho gráfico e conteúdo
do website.

4 Ao contabilizar os gastos internos com o desenvolvimento e operação do website de uma entidade para
acesso interno ou externo, as questões são:

(a) se o website é um ativo intangível gerado internamente que está sujeito aos requisitos da IAS 38; e

(b) o tratamento contábil apropriado desse gasto.

©
IFRS Foundation A1195
SIC-32

5 Esta Interpretação não se aplica a gastos com compra, desenvolvimento e hardware operacional (por
exemplo, servidores web, servidores provisórios, servidores de produção e conexões de Internet) de um
website. Esse gasto é contabilizado de acordo com a IAS 16. Adicionalmente, quando uma entidade incorre
em gastos com um provedor de serviço de Internet que hospede o seu website, o gasto é reconhecido
como uma despesa de acordo com a IAS 1.88 e a Estrutura Conceitual3 quando os serviços são recebidos.

6 A IAS 38 não se aplica a ativos intangíveis mantidos por uma entidade para venda no curso normal
dos negócios (vide IAS 2 e IAS 11) ou arrendamentos que estejam dentro do alcance da IAS 17.
Consequentemente, esta Interpretação não se aplica a gastos com o desenvolvimento ou operação de um
website (ou software de website) para venda a uma outra entidade. Quando um website for arrendado em
um arrendamento operacional, o arrendador aplica esta Interpretação. Quando um website é arrendado
em um arrendamento financeiro, o arrendatário aplica esta Interpretação após o reconhecimento inicial
do ativo arrendado.

Consenso
7 O website de uma entidade que surge do desenvolvimento e está destinado para acesso interno ou externo
é um ativo intangível gerado internamente que está sujeito aos requisitos da IAS 38.

8 Um website que surge do desenvolvimento será reconhecido como um ativo intangível se, e apenas se,
além de cumprir os requisitos gerais descritos na IAS 38.21 para reconhecimento e mensuração inicial,
uma entidade puder cumprir os requisitos na IAS 38.57. Em particular, uma entidade pode ser capaz de
cumprir o requisito de demonstrar como seu website gerará prováveis benefícios econômicos futuros
de acordo com a IAS 38.57 (d) quando, por exemplo, o website for capaz de gerar receitas, incluindo
receitas diretas de colocação de pedidos. Uma entidade não é capaz de demonstrar como um website
desenvolvido apenas ou principalmente para promover e fazer a publicidade de seus produtos e serviços
gerará prováveis benefícios econômicos futuros e, consequentemente, todo o gasto com o desenvolvimento
desse website será reconhecido como uma despesa quando incorrido.

9 Qualquer gasto interno com o desenvolvimento e operação do website de uma entidade será contabilizado
de acordo com a IAS 38. A natureza de cada atividade para a qual o gasto é incorrido (por exemplo,
treinamento de empregados e manutenção do website) e o estágio de desenvolvimento ou pós-
desenvolvimento do website serão avaliados para determinar o tratamento contábil apropriado (o exemplo
ilustrativo que acompanha esta Interpretação fornece orientação adicional). Por exemplo:

(a) o estágio de Planejamento é similar em natureza à fase de pesquisa na IAS 38.54-.56. O gasto
incorrido nesse estágio será reconhecido como uma despesa quando incorrido.

(b) o estágio de Desenvolvimento de Aplicação e Infraestrutura, o estágio do Desenho Gráfico e o


estágio do Desenvolvimento de Conteúdo, na medida em que o conteúdo seja desenvolvido para
fins que não sejam promover e fazer a publicidade dos produtos e serviços de uma entidade, são
similares em natureza à fase de desenvolvimento na IAS 38.57-.64. O gasto incorrido nesses estágios
será incluído no custo de um website reconhecido como um ativo intangível, de acordo com o
parágrafo 8 desta Interpretação, quando o gasto puder ser diretamente atribuído e for necessário para
a criação, produção ou preparo do website para que ele seja capaz de operar da forma pretendida
pela administração. Por exemplo, o gasto com a compra ou a criação de conteúdo (exceto o conteúdo
que promove e faz a publicidade dos produtos e serviços de uma entidade) especificamente para
um website, ou o gasto para permitir o uso do conteúdo (por exemplo, um honorário para adquirir
uma licença para reproduzir) no website, será incluído no custo de desenvolvimento quando essa
condição for cumprida. Entretanto, de acordo com a IAS 38.71, o gasto com um item intangível,
que foi inicialmente reconhecido como uma despesa em demonstrações financeiras anteriores,
não será reconhecido como parte do custo de um ativo intangível em uma data posterior (por
exemplo, se os custos de um direito autoral tiverem sido totalmente amortizados e o conteúdo for
subsequentemente disponibilizado em um website).

(c) o gasto incorrido no estágio de desenvolvimento de Conteúdo, na medida em que o conteúdo seja
desenvolvido para promover e fazer a publicidade dos produtos e serviços de uma entidade (por

A1196 ©
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SIC-32

exemplo, fotografias digitais de produtos), será reconhecido como uma despesa quando incorrido,
de acordo com a IAS 38.69(c). Por exemplo, ao contabilizar gastos com serviços profissionais para
tirar fotografias digitais dos produtos de uma entidade e para melhorar a sua exibição, o gasto será
reconhecido como uma despesa à medida que os serviços profissionais forem recebidos durante o
processo, e não quando as fotografias digitais forem exibidas no website.

(d) o estágio Operacional tem início quando o desenvolvimento de um website estiver completo. O
gasto incorrido nesse estágio será reconhecido como uma despesa quando incorrido, exceto se
atender aos critérios de reconhecimento previstos na IAS 38.18.

10 Um website que seja reconhecido como um ativo intangível de acordo com o parágrafo 8 desta
Interpretação será mensurado após o reconhecimento inicial pela aplicação dos requisitos da IAS
38.72–.87. A melhor estimativa da vida útil de um website deve ser curta.

Data do consenso
Maio de 2001

Data de vigência
Esta Interpretação entra em vigor em 25 de março de 2002. Os efeitos de adotar esta Interpretação serão
contabilizados utilizando os requisitos de transição na versão da IAS 38, que foi emitida em 1998. Portanto,
quando um website não atender aos critérios de reconhecimento como um ativo intangível, mas foi anteriormente
reconhecido como um ativo, o item será baixado na data em que esta Interpretação entrar em vigor. Quando existir
um website e o gasto para desenvolvê-lo atender aos critérios de reconhecimento como um ativo intangível, porém
não tiver sido anteriormente reconhecido como um ativo, o ativo intangível não será reconhecido na data em que
esta Interpretação entrar em vigor. Quando existir um website e o gasto para desenvolvê-lo atender aos critérios de
reconhecimento como um ativo intangível, foi anteriormente reconhecido como um ativo e inicialmente mensurado
pelo custo, o valor inicialmente reconhecido é considerado como tendo sido determinado adequadamente.

A IAS 1 (tal como revisada em 2007) alterou a terminologia utilizada em todas as IFRSs. Além disso, ela alterou
o parágrafo 5. Uma entidade aplicará essas alterações para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revisada em 2007) para um período anterior, as alterações serão aplicadas
para esse período anterior.

©
IFRS Foundation A1197
Glossário

Glossário
Este glossário foi extraído das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (International Financial Reporting
Standards – IFRSs), incluindo as Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards –
IASs), emitidas pelo IASB até 31 de dezembro de 2012. As referências são por Norma e por número de parágrafo.

O glossário também inclui trechos da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. As referências à Estrutura
Conceitual são precedidas por EC.

As referências entre parênteses indicam pequenas variações no texto.

abordagem de custo Técnica de avaliação que reflete o valor que seria exigido atualmente IFRS 13.A
para substituir a capacidade de serviço de um ativo (normalmente
referido como o custo de substituição atual).
abordagem de Técnica de avaliação que utiliza preços e outras informações IFRS 13.A
mercado relevantes geradas por transações de mercado envolvendo ativos,
passivos ou um grupo de ativos e passivos – como, por exemplo, um
negócio – idênticos ou comparáveis (ou seja, similares).
abordagem de receita Técnicas de avaliação que convertem valores futuros (por exemplo, IFRS 13.A
fluxos de caixa ou receitas e despesas) em um valor único atual (por
exemplo, descontado). A mensuração do valor justo é determinada
com base no valor indicado pelas expectativas de mercado atuais em
relação a esses valores futuros.
ação ordinária Um instrumento de patrimônio subordinado a todas as demais classes IAS 33.5
de instrumentos de patrimônio.
ação ordinária Um instrumento financeiro ou outro contrato que possa dar, ao seu IAS 33.5
potencial titular, direito a ações ordinárias.
ações ordinárias de Ações ordinárias que podem ser emitidas contra pouco ou nenhum IAS 33.5
emissão contingente valor monetário ou outra contrapartida, quando da satisfação de
determinadas condições em um acordo de ações contingente.
acordo de ações Um acordo para a emissão de ações que depende da satisfação de IAS 33.5
contingente determinadas condições.
acordo de pagamento Um contrato entre a entidade ou uma outra entidade do grupo1 ou IFRS 2.A
baseado em ações qualquer acionista da entidade do grupo e uma outra parte (incluindo
um empregado) que dá à outra parte o direito de receber
(a) caixa ou outros ativos da entidade por valores que são baseados
no preço (ou valor) de instrumentos de patrimônio (incluindo
ações ou opções de ações) da entidade ou de outra entidade do
grupo, ou
(b) instrumentos de patrimônio (incluindo ações ou opções de ações)
da entidade ou de uma outra entidade do grupo,
desde que as condições de aquisição de direito especificadas, se
houver, sejam cumpridas.

1 Um “grupo” é definido no Apêndice A da IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas como “uma controladora e suas
subsidiárias”.

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IFRS Foundation A1199
Glossário

adotante pela primeira Entidade que apresenta suas primeiras demonstrações financeiras de IFRS 1.A
vez acordo com as IFRSs.
adquirente A entidade que obtém o controle da adquirida. IFRS 3.A
adquirida O negócio ou negócios cujo controle é obtido pela adquirente em uma IFRS 3.A
combinação de negócios.
adquirir o direito To become an entitlement. Conforme um acordo de pagamento IFRS 2.A
baseado em ações, o direito de uma contraparte de receber caixa,
outros ativos ou instrumentos de patrimônio da entidade é adquirido
quando o direito da contrapartida não estiver mais condicionado ao
cumprimento de quaisquer condições de aquisição de direito.
ágio Um ativo representando os benefícios econômicos futuros decorrentes IFRS 3.A
de outros ativos adquiridos em uma combinação de negócios, que não
são identificados individualmente nem reconhecidos separadamente.
ajustes de Valores reclassificados para lucro ou perda no período corrente, que IAS 1.7
reclassificação foram reconhecidos em outros resultados abrangentes no período
corrente ou em períodos anteriores.
ajustes pela Os efeitos das diferenças entre premissas atuariais anteriores e o que IAS 19.8
experiência efetivamente ocorreu.
altamente provável Significativamente mais do que provável. IFRS 5.A
aluguel contingente A parcela das prestações do arrendamento cujo valor não é fixo, mas IAS 17.4
que é baseada no valor futuro de um fator que se modifica, sem ser
pela passagem do tempo (por exemplo, percentual de vendas futuras,
valor de uso futuro, índices de preços futuros, taxas futuras de juros
de mercado).
amortização A alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo IAS 36.6,
(depreciação)2 de sua vida útil. IAS 38.8
antidiluição Um aumento no lucro por ação ou uma redução no prejuízo por ação, IAS 33.5
em decorrência da suposição de que instrumentos conversíveis sejam
convertidos, de que opções ou bônus de subscrição sejam exercidos
ou de que ações ordinárias sejam emitidas quando da satisfação de
certas condições.
aplicação prospectiva Aplicação prospectiva de uma mudança na política contábil e do IAS 8.5
reconhecimento do efeito de uma mudança em uma estimativa
contábil, respectivamente, é:
(a) a aplicação da nova política contábil a transações, outros eventos
e condições que ocorram após a data na qual a política seja
modificada; e
(b) o reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil
no período corrente e em períodos futuros afetados pela
mudança.
aplicação retrospectiva Aplicação de uma nova política contábil a transações, outros eventos IAS 8.5
e condições como se essa política sempre tivesse sido aplicada.

2 No caso de um ativo intangível, utiliza-se geralmente o termo “amortização” em vez de “depreciação”. Ambos os termos têm o
mesmo significado.

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Glossário

apólice de seguro Uma apólice de seguro emitida por uma seguradora que não seja IAS 19.8
qualificada uma parte relacionada (tal como definido na IAS 24) da entidade que
reporta, se o produto da apólice:
(a) puder ser utilizado somente para pagar ou custear benefícios aos
empregados, de acordo com um plano de benefício definido;
(b) não estiver disponível para os próprios credores da entidade
que reporta (mesmo em caso de falência) e não puder ser pago
à entidade que reporta, a menos que:
(i) o produto represente ativos excedentes que não sejam
necessários para que a apólice satisfaça todas as respectivas
obrigações de benefícios aos empregados; ou
(ii) o produto seja devolvido à entidade que reporta com o
intuito de reembolsá-la por benefícios já pagos aos
empregados.
arrendamento Um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário, em troca IAS 17.4
de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um ativo
por um período de tempo pactuado.
arrendamento Um arrendamento que transfere substancialmente todos os riscos e IAS 17.4
financeiro benefícios inerentes à propriedade de um ativo. A propriedade pode
ou não ser eventualmente transferida.
arrendamento não Um arrendamento que somente é cancelável: IAS 17.4
cancelável
(a) na ocorrência de alguma contingência remota;
(b) com a permissão do arrendador;
(c) se o arrendatário celebrar um novo arrendamento para o mesmo
ativo ou um ativo equivalente com o mesmo arrendador; ou
(d) mediante pagamento, pelo arrendatário, de um valor adicional
tal que, por ocasião do início do arrendamento, sua continuação
seja razoavelmente certa.
arrendamento Um arrendamento que não é um arrendamento financeiro. IAS 17.4
operacional
assistência Ação do governo destinada a oferecer um benefício econômico IAS 20.3
governamental específico a uma entidade ou gama de entidades, que atendam certos
critérios.
atividade agrícola A administração por uma entidade da transformação biológica e IAS 41.5
colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em
produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais.
atividades de Atividades que resultem em mudanças no tamanho e na composição IAS 7.6
financiamento do patrimônio líquido contribuído e do endividamento da entidade.
atividades de A aquisição e alienação de ativos realizáveis a longo prazo e outros IAS 7.6
investimento investimentos não incluídos em equivalentes de caixa.
atividades As principais atividades geradoras de receita de uma entidade e outras IAS 7.6
operacionais que não sejam as atividades de investimento ou de financiamento.
atividades relevantes Para os fins da IFRS 10, atividades relevantes são atividades da IFRS 10.A
investida que afetam significativamente os retornos da investida.

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IFRS Foundation A1201
Glossário

ativo Um recurso: IAS 38.8,


(EC.4.4(a))
(a) controlado por uma entidade como resultado de eventos
passados; e
(b) do qual se espera que fluam benefícios econômicos futuros para
a entidade.
ativo biológico Um ser animal ou vegetal. IAS 41.5
ativo circulante Uma entidade classificará um ativo como circulante quando: IAS 1.66,
(IFRS 5.A)
(a) esperar realizar o ativo ou pretender vendê-lo ou consumi-lo em
seu ciclo operacional normal;
(b) detiver o ativo basicamente para fins de comercialização;
(c) esperar realizar o ativo dentro de doze meses após o período de
relatório; ou
(d) o ativo constituir caixa ou equivalentes de caixa (conforme
definido na IAS 7), exceto se o ativo estiver restrito para ser
trocado ou usado para liquidar um passivo por, no mínimo, doze
meses após o período de relatório.
Uma entidade classificará todos os demais ativos como não
circulantes.
ativo contingente Um possível ativo que decorre de eventos passados e cuja existência IAS 37.10
somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
eventos futuros incertos, que não estejam totalmente sob o controle
da entidade.

A1202 ©
IFRS Foundation
Glossário

ativo financeiro Qualquer ativo que seja: IAS 32.11


(a) caixa;
(b) um instrumento de patrimônio de outra entidade;
(c) um direito contratual:
(i) de receber valor à vista ou outro ativo financeiro de outra
entidade; ou
(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com
outra entidade sob condições que sejam potencialmente
favoráveis à entidade; ou
(d) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com
instrumentos de patrimônio próprios da entidade e que seja:
(i) um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar
obrigada a receber um número variável de seus próprios
instrumentos de patrimônio; ou
(ii) um derivativo que será ou que poderá ser liquidado
de outro modo que não pela troca de um valor fixo de
caixa ou outro ativo financeiro por um número fixo
de instrumentos de patrimônio próprios da entidade. Para
essa finalidade, os instrumentos de patrimônio próprios da
entidade não incluem instrumentos financeiros com opção
de venda classificados como instrumentos de patrimônio
de acordo com os parágrafos 16A e 16B da IAS 32,
instrumentos que impõem à entidade uma obrigação de
entregar a uma outra parte uma parcela proporcional dos
ativos líquidos da entidade apenas em caso de liquidação
e que são classificados como instrumentos de patrimônio
de acordo com os parágrafos 16C e 16D da IAS 12, ou
instrumentos que constituem contratos para o recebimento
ou entrega futura dos instrumentos de patrimônio próprios
da entidade.
ativo financeiro ou Um ativo financeiro ou passivo financeiro que: IFRS 9.A
passivo financeiro
(a) é adquirido ou incorrido principalmente para ser vendido ou
mantido para
recomprado no curto prazo;
negociação
(b) no reconhecimento inicial faz parte de uma carteira de
instrumentos financeiros identificados que sejam administrados
em conjunto e para os quais há evidência de um padrão real
recente de obtenção de lucros no curto prazo; ou
(c) é um derivativo (exceto um derivativo que seja um contrato de
garantia financeira ou um instrumento de cobertura designado
e efetivo).
ativo intangível Um ativo não monetário identificável, sem substância física. IAS 38.8,
IFRS 3.A
ativo não circulante Um ativo que não se enquadra na definição de ativo circulante. IFRS 5.A
ativo qualificado Um ativo que necessariamente leva um período de tempo substancial IAS 23.5
para ficar pronto para seu uso pretendido ou para venda.
ativos corporativos Ativos, excetuando-se o ágio, que contribuem para os fluxos de caixa IAS 36.6
futuros tanto da unidade geradora de caixa sob revisão quanto de
outras unidades geradoras de caixa.

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IFRS Foundation A1203
Glossário

ativos de exploração e Gastos de exploração e avaliação reconhecidos como ativos, de acordo IFRS 6.A
avaliação com a política contábil da entidade.
ativos de seguro Direitos contratuais líquidos de uma seguradora, de acordo com um IFRS 4.A
contrato de seguro.
ativos de seguro Direitos contratuais líquidos de uma seguradora, de acordo com um IFRS 4.A
contrato de seguro.
ativos do plano (de um (a) Ativos mantidos por um fundo de benefícios de longo prazo aos IAS 19.8
plano de benefícios aos empregados; e
empregados)
(b) apólices de seguro qualificadas.
ativos líquidos Os ativos de um plano menos os passivos, exceto o valor presente IAS 26.8
disponíveis para atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos.
benefícios
ativos mantidos por Ativos (exceto os instrumentos financeiros intransferíveis emitidos IAS 19.8
um fundo de benefício pela entidade que reporta) que:
de longo prazo aos
(a) são mantidos por uma entidade (um fundo) legalmente separada
empregados
da entidade que reporta e que existe exclusivamente para pagar
ou custear benefícios aos empregados; e
(b) estão disponíveis para serem utilizados somente para pagar
ou custear benefícios aos empregados, não se encontram
disponíveis para os credores da entidade que reporta (mesmo
em caso de falência) e não podem ser devolvidos à entidade, a
menos que:
(i) os ativos restantes do fundo sejam suficientes para o
cumprimento de todas as obrigações de benefícios aos
empregados do plano ou da entidade que reporta; ou
(ii) os ativos sejam devolvidos à entidade que reporta com
o intuito de reembolsá-la por benefícios já pagos aos
empregados.
ativos monetários Caixa disponível e ativos a serem recebidos em valores fixos ou IAS 38.8
determináveis em caixa.
baixa (de um A retirada de um ativo financeiro ou passivo financeiro anteriormente IFRS 9.A
instrumento reconhecido da demonstração da posição financeira de uma entidade.
financeiro)
base fiscal de um ativo O valor atribuído ao ativo ou passivo para propósitos fiscais. IAS 12.5
ou passivo
benefícios adquiridos Benefícios cujos direitos, de acordo com as condições de um plano IAS 26.8
de benefícios de aposentadoria, não dependem da permanência no
emprego.
benefícios aos Todas as formas de contrapartida dadas por uma entidade em troca IAS 19.8
empregados de serviços prestados por empregados ou pela rescisão do contrato
de trabalho.
benefícios de curto Benefícios aos empregados (exceto benefícios rescisórios) que se IAS 19.8
prazo aos empregados espera que sejam integralmente liquidados antes de doze meses após
o final do período de relatório anual em que os empregados prestarem
o respectivo serviço.

A1204 ©
IFRS Foundation
Glossário

benefícios garantidos Pagamentos ou outros benefícios aos quais um titular de apólice ou IFRS 4.A
investidor específico tenha um direito incondicional que não esteja
sujeito ao critério contratual da emitente.
benefícios Benefícios aos empregados (exceto benefícios rescisórios e benefícios IAS 19.8
pós‑emprego de curto prazo aos empregados) pagáveis após o término do emprego.
benefícios rescisórios Benefícios aos empregados fornecidos em troca da rescisão do IAS 19.8
contrato de trabalho de um empregado como resultado de:
(a) a decisão de uma entidade de dispensar um empregado antes da
data normal de aposentadoria; ou
(b) a decisão de um empregado de aceitar uma oferta de benefícios
em troca da rescisão do contrato de trabalho.
bônus de subscrição Um instrumento financeiro que dá ao titular o direito de comprar IAS 33.5
ações ordinárias.
caixa Disponível e depósitos à vista. IAS 7.6
característica de Um recurso que estabelece a concessão automática de opções IFRS 2.A
concessão automática adicionais de ações sempre que o titular da opção exercer opções
anteriormente concedidas utilizando ações da entidade, e não caixa,
para pagar o preço de exercício.
característica Um direito contratual de receber, como complemento a benefícios IFRS 4.A
de participação garantidos, benefícios adicionais:
discricionária
(a) que provavelmente constituam uma parcela significativa do total
dos benefícios contratuais;
(b) cujo valor ou época esteja contratualmente a critério da
emitente; e
(c) que se baseiam contratualmente:
(i) no desempenho de um determinado grupo de contratos ou
de um determinado tipo de contrato;
(ii) em retornos de investimento, realizados ou não, em um
determinado grupo de ativos mantidos pela emitente; ou
(iii) lucro ou perda da empresa, fundo ou outra entidade que
emita o contrato.
cedente A titular da apólice em um contrato de resseguro. IFRS 4.A
colheita A retirada do produto de um ativo biológico ou a cessação dos IAS 41.5
processos de vida de um ativo biológico.
coligada Uma entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. IAS 28.3
combinação de Uma transação ou outro evento no qual uma adquirente obtém o IFRS 3.A
negócios controle de um ou mais negócios. Transações algumas vezes referidas
como “fusões verdadeiras” ou “fusões de iguais” também são
combinações de negócios, conforme esse termo é utilizado na IFRS 3.
componente de Um componente contratual que não é contabilizado como um IFRS 4.A
depósito derivativo de acordo com a IFRS 9 e que estaria dentro do alcance
da IFRS 9 se fosse um instrumento separado.
componente de uma Operações e fluxos de caixa que podem ser claramente distinguidos, IFRS 5.A
entidade operacionalmente e para fins de relatórios financeiros, do restante
da entidade.

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IFRS Foundation A1205
Glossário

compra ou venda de Uma compra ou venda de um ativo financeiro de acordo com um IFRS 9.A
forma regular contrato cujos termos exigem a entrega do ativo dentro do prazo
estabelecido, de modo geral por regulamentação ou convenção no
mercado correspondente.
compromisso firme Um contrato de venda fechado, para a troca de uma quantidade IAS 39.9
determinada de recursos, a um preço determinado, em uma data ou
datas futuras determinadas.
compromisso firme de Um acordo com uma parte não relacionada, vinculando ambas as IFRS 5.A
compra partes e, de modo geral, legalmente exequível, que (a) especifique
todos os termos significativos, incluindo o preço e o prazo das
transações, e (b) inclua uma penalidade por inadimplência, que seja
suficientemente ampla para tornar a adimplência altamente provável.
condição de mercado Uma condição da qual depende o preço de exercício, a aquisição de IFRS 2.A
direito ou exercibilidade de um instrumento de patrimônio relacionada
ao preço de mercado dos instrumentos de patrimônio da entidade
como, por exemplo, atingir o preço de ação especificado ou um
valor intrínseco especificado de uma opção de ações, ou atingir uma
meta especificada baseada no preço de mercado dos instrumentos
de patrimônio da entidade, correspondente a um índice de preços de
mercado de instrumentos de patrimônio de outras entidades.
condições de aquisição As condições que determinam se a entidade recebe os serviços que dão IFRS 2.A
de direito à contraparte o direito de receber caixa, outros ativos ou instrumentos
de patrimônio da entidade, em virtude de um acordo de pagamento
baseado em ações. As condições de aquisição de direito são condições
de serviço ou condições de desempenho. Condições de serviço exigem
que a contraparte complete um período de serviço especificado.
Condições de desempenho exigem que a contraparte complete um
período de serviço especificado e alcance metas de desempenho
especificadas (como, por exemplo, um aumento especificado no lucro
da entidade ao longo de um prazo especificado). Uma condição de
desempenho pode incluir uma condição de mercado.
contrapartida De modo geral, uma obrigação da adquirente de transferir ativos ou IFRS 3.A
contingente participações patrimoniais adicionais aos ex-sócios de uma adquirida,
como parte da troca pelo controle da adquirida, se determinados
eventos futuros ocorrerem ou determinadas condições forem
atendidas. Contudo, a contrapartida contingente pode também dar à
adquirente o direito de devolução de uma contrapartida anteriormente
transferida, se determinadas condições forem atendidas.
contrato a preço fixo Um contrato de construção no qual o empreiteiro concorda com um IAS 11.3
preço contratual fixo ou com uma taxa fixa por unidade de produção
que, em alguns casos, está sujeita a cláusulas de reajuste de custos.
contrato de aluguel A definição de um arrendamento inclui contratos para o aluguel de IAS 17.6
com opção de compra um ativo que contenha uma condição que dê, ao locatário, a opção
de adquirir a propriedade do ativo por ocasião do atendimento de
condições pactuadas. Esses contratos são algumas vezes denominados
contratos de aluguel com opção de compra.
contrato de construção Um contrato negociado especificamente para a construção de um ativo IAS 11.3
ou de uma combinação de ativos estritamente inter-relacionados ou
interdependentes em termos de seu design, tecnologia e função ou de
seu propósito ou uso final.

A1206 ©
IFRS Foundation
Glossário

contrato de garantia Contrato que exige que a emitente efetue determinados pagamentos IFRS 4.A,
financeira para indenizar o titular por uma perda que este incorrer em virtude IFRS 9.A
de não pagamento no vencimento por um determinado devedor, de
acordo com os termos originais ou modificados de um instrumento
de dívida.
contrato de resseguro Um contrato de seguro emitido por uma seguradora (a resseguradora) IFRS 4.A
para indenizar outra seguradora (a cedente) por perdas em um ou mais
contratos emitidos pela cedente.
contrato de seguro Um contrato de acordo com o qual uma parte (a seguradora) aceita IFRS 4.A
risco de seguro significativo da outra parte (o titular da apólice),
concordando em indenizar o titular da apólice caso um determinado
evento futuro incerto (o evento segurado) afete adversamente o titular
da apólice. (Vide IFRS 4 – Apêndice B, para orientação sobre esta
definição.)
contrato de seguro Um contrato de seguro que não é um contrato de resseguro. IFRS 4.A
direto
contrato oneroso Um contrato em que os custos inevitáveis de satisfação das obrigações IAS 37.10
dele decorrentes excedem os benefícios econômicos que se espera
receber em função dele.
contrato por Um contrato de construção no qual o empreiteiro é reembolsado pelos IAS 11.3
administração custos permitidos, ou de outro modo definidos, mais um percentual
desses custos ou um honorário fixo.
controladora Entidade que controla uma ou mais entidades. IFRS 10.A
controle conjunto O compartilhamento de controle, estipulado em um contrato, sobre IAS 24.9
uma atividade econômica.
controle conjunto Compartilhamento contratualmente convencionado do controle de IAS 28.3,
um acordo, que existe somente quando decisões sobre as atividades IFRS 11.A
relevantes exigem o consentimento unânime das partes que
compartilham o controle.
controle de uma Um investidor controla uma investida quando está exposto a, ou tem IFRS 10.A
investida direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento
com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio
de seu poder sobre a investida.
custo O valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou o valor justo de IAS 16.6,
outra contrapartida dada para a aquisição de um ativo no momento de IAS 38.8,
sua aquisição ou construção ou, quando aplicável, o valor atribuído IAS 40.5
a esse ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as
exigências específicas de outras IFRSs, p.ex., a IFRS 2.
custo amortizado de O valor pelo qual o ativo financeiro ou passivo financeiro é mensurado IAS 39.9
um ativo financeiro ou no reconhecimento inicial, menos a amortização do principal, mais
passivo financeiro ou menos a amortização acumulada, utilizando-se o método de juros
efetivos, de qualquer diferença entre esse valor inicial e o valor no
vencimento, e menos qualquer redução (diretamente ou por meio
do uso de uma provisão) para redução ao valor recuperável ou
impossibilidade de cobrança.
custo atribuído Valor utilizado como substituto do custo ou do custo depreciado em IFRS 1.A
uma determinada data. A depreciação ou amortização subsequente
pressupõe que a entidade havia reconhecido inicialmente o ativo ou
passivo naquela data e que seu custo era igual ao custo atribuído.

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IFRS Foundation A1207
Glossário

custo de serviço Compreende: IAS 19.8


(a) custo do serviço corrente;
(b) custo do serviço passado; e
(c) qualquer ganho ou perda na liquidação.
custo do serviço O aumento no valor presente da obrigação de benefício definido, IAS 19.8
corrente resultante do serviço prestado pelo empregado no período corrente.
custo do serviço A variação no valor presente da obrigação de benefício definido por IAS 19.8
passado serviço prestado por empregados em períodos anteriores, resultante
de uma alteração (a introdução ou o cancelamento de um plano de
benefício definido ou mudança em tal plano) ou de uma redução de
benefícios (uma redução significativa, pela entidade, no número de
empregados cobertos por um plano) no plano.
custos de alienação Custos incrementais diretamente atribuíveis à alienação de um ativo, IAS 36.6
excluindo custos financeiros e despesa de imposto sobre a renda.
custos de empréstimos Juros e outros custos incorridos por uma entidade em relação ao IAS 23.5
empréstimo de fundos.
custos de transação Os custos para vender um ativo ou transferir um passivo no mercado IFRS 13.A
principal (ou mais vantajoso) para o ativo ou passivo que sejam
diretamente atribuíveis à alienação do ativo ou à transferência do
passivo e que atendam ambos os critérios seguintes:
(a) Resultem diretamente da transação e sejam essenciais para ela.
(b) Não teriam sido incorridos pela entidade se a decisão de vender
o ativo ou de transferir o passivo não tivesse sido tomada
(similares aos custos para vender, conforme definido na IFRS 5).
custos de transação Custos incrementais diretamente atribuíveis à aquisição, emissão ou IAS 39.9
(instrumentos alienação de um ativo financeiro ou passivo financeiro (vide IAS 39,
financeiros) parágrafo OA13). Custo incremental é aquele que não teria sido
incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o
instrumento financeiro.
custos de transporte Custos que seriam incorridos para transportar um ativo de seu local IFRS 13.A
atual para o seu mercado principal (ou mais vantajoso).
custos diretos iniciais Custos incrementais diretamente atribuíveis à negociação e IAS 17.4
estruturação de um arrendamento, exceto pelos custos incorridos por
fabricantes ou revendedores arrendadores.
custos para vender Custos adicionais diretamente atribuíveis à alienação de um ativo IFRS 5.A
(ou grupo de alienação), excluindo custos financeiros e despesa de (IAS 41.5)
imposto sobre a renda.
dados não observáveis Informações em relação às quais não há dados de mercado disponíveis IFRS 13.A
e as quais são desenvolvidas utilizando-se as melhores informações
disponíveis sobre as premissas que seriam utilizadas pelos
participantes do mercado ao precificar o ativo ou passivo.
dados observáveis Informações que são desenvolvidas utilizando-se dados de mercado, IFRS 13.A
tais como informações publicamente disponíveis sobre eventos ou
transações reais, e que refletem as premissas que participante do
mercado utilizariam ao precificar o ativo ou passivo.

A1208 ©
IFRS Foundation
Glossário

data da concessão A data na qual a entidade e outra parte (incluindo um empregado) IFRS 2.A
fecham um acordo de pagamento baseado em ações, ou seja, quando
a entidade e a contraparte chegam a um consenso acerca dos termos
e condições do acordo. Na data de concessão, a entidade concede à
contraparte o direito de receber caixa, outros ativos ou instrumentos de
patrimônio da entidade, desde que as condições de aquisição de direito
especificadas, se houver, sejam cumpridas. Se esse acordo estiver
sujeito a um processo de aprovação (por exemplo, pelos acionistas),
a data da concessão é a data em que a aprovação é obtida.
data de aquisição A data em que a adquirente obtém o controle da adquirida. IFRS 3.A
data de liquidação A data em que um ativo é entregue a uma entidade ou por ela. IFRS 9.
B3.1.6
data de mensuração A data em que o valor justo dos instrumentos de patrimônio IFRS 2.A
concedidos é mensurado para atendimento à IFRS 2. Para transações
com empregados e outros que prestam serviços similares, a data de
mensuração é a data de concessão. Para transações com outras partes
que não sejam empregados (e aqueles que prestam serviços similares),
a data de mensuração é a data em que a entidade obtém os bens ou a
contraparte presta o serviço.
data de negociação A data em que uma entidade se compromete a comprar ou vender IFRS 9.
um ativo. B3.1.5
data de reclassificação O primeiro dia do primeiro período de relatório após a mudança IFRS 9.A
no modelo de negócios que resulte em reclassificação de ativos
financeiros por uma entidade.
data de transição para O início do período mais antigo para o qual uma entidade apresenta IFRS 1.A
as IFRSs informações comparativas completas de acordo com as IFRSs em
suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs.
deficit ou superavit O deficit ou superavit é: IAS 19.8
(de passivo (ativo) de
(a) o valor presente da obrigação de benefício definido menos
benefício definido)
(b) o valor justo dos ativos do plano (se houver).
demonstração da Demonstração da posição financeira de uma entidade na data de IFRS 1.A
posição financeira de transição para as IFRSs.
abertura de acordo
com as IFRSs
demonstrações Demonstrações financeiras de um grupo nas quais os ativos, IAS 27.4,
financeiras passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da IAS 28.3,
consolidadas controladora e de suas subsidiárias são apresentados como os de uma IFRS 10.A
única entidade econômica.
demonstrações Demonstrações financeiras destinadas a atender as necessidades de IAS 1.7
financeiras para fins usuários que não estejam em posição de exigir que uma entidade
gerais prepare relatórios para atender suas necessidades específicas
de informações.
demonstrações Aquelas apresentadas por uma controladora (ou seja, um investidor IAS 27.4
financeiras separadas com o controle de uma subsidiária) ou por um investidor com o
controle conjunto de uma investida, ou com influência significativa
sobre ela, nas quais os investimentos são contabilizados ao custo ou
de acordo com a IFRS 9.

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IFRS Foundation A1209
Glossário

depreciação A alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo IAS 16.6,


(amortização)3 de sua vida útil. IAS 36.6
derivativo Um instrumento financeiro ou outro contrato dentro do alcance da IFRS 9.A
IFRS 9 (vide parágrafo 2.1), que possua todas as três características
a seguir:
(a) Seu valor se modifica em resposta à mudança em uma
determinada taxa de juros, preço de instrumento financeiro,
preço de commodity, taxa de câmbio, índice de preços ou taxas,
classificação de crédito ou índice de crédito, ou outra variável
(algumas vezes denominada “subjacente”), desde que, no caso
de uma variável não financeira, essa variável não seja específica
a uma das partes do contrato;
(b) Não exige nenhum investimento líquido inicial ou um
investimento líquido inicial que seja menor do que seria
necessário para outros tipos de contratos que se esperaria
tivessem uma resposta similar a mudanças nos fatores
de mercado.
(c) Seja liquidado em uma data futura.
desenvolvimento A aplicação de resultados de pesquisas ou outros conhecimentos IAS 38.8
a um plano ou projeto para a produção de materiais, dispositivos,
produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou significativamente
melhorados antes do início de sua produção ou uso comercial.
desmembramento Contabilizar os componentes de um contrato como se fossem contratos IFRS 4.A
separados.
despesa (receita) de O valor total incluído na determinação do lucro ou perda do período IAS 12.5,
imposto em relação aos impostos corrente e diferido. Despesa (receita) com IAS 12.6
imposto compreende a despesa de imposto sobre a renda corrente
(receita de imposto sobre a renda corrente) e a despesa de imposto
sobre a renda diferido (receita de imposto sobre a renda diferido).
diferença de câmbio A diferença decorrente da conversão de um determinado número de IAS 21.8
unidades de uma moeda para outra, a diferentes taxas de câmbio.
diferenças temporárias Diferenças entre o valor contábil de um ativo ou um passivo na IAS 12.5
demonstração da posição financeira e a sua base fiscal. As diferenças
temporárias podem ser:
(a) diferenças temporárias tributáveis; ou
(b) diferenças temporárias dedutíveis.
diferenças temporárias Diferenças temporárias entre o valor contábil de um ativo ou passivo IAS 12.5
dedutíveis na demonstração da posição financeira e sua base fiscal, que resultarão
em valores que serão dedutíveis na determinação do lucro tributável
(prejuízo fiscal) de períodos futuros, quando o valor contábil do ativo
ou passivo for recuperado ou liquidado.
diferenças temporárias Diferenças temporárias que resultarão em valores tributáveis na IAS 12.5
tributáveis determinação do lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros,
quando o valor registrado do ativo ou passivo for recuperado ou
liquidado.

3 No caso de um ativo intangível, utiliza-se geralmente o termo “amortização” em vez de “depreciação”. Ambos os termos têm o
mesmo significado.

A1210 ©
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Glossário

diluição Uma redução no lucro por ação ou um aumento no prejuízo por ação, IAS 33.5
em decorrência da suposição de que instrumentos conversíveis sejam
convertidos, de que opções ou bônus de subscrição sejam exercidos
ou de que ações ordinárias sejam emitidas quando da satisfação de
certas condições.
direitos de destituição Direitos de privar o tomador de decisões de sua autoridade de tomada IFRS 10.A
de decisões.
direitos de proteção Direitos destinados a proteger o interesse da parte que os detém, sem IFRS 10.A
dar a essa parte poder sobre a entidade à qual esses direitos se referem.
efetividade de O grau em que as mudanças no valor justo ou nos fluxos de caixa IAS 39.9
cobertura (hedge) do item protegido que são atribuíveis a um risco protegido são
compensadas por mudanças no valor justo ou nos fluxos de caixa do
instrumento de cobertura (vide IAS 39, parágrafos OA105-OA113).
elemento garantido Uma obrigação de pagar benefícios garantidos, incluída em IFRS 4.A
um contrato que contenha uma característica de participação
discricionária.
empreendedor em Parte de um empreendimento em conjunto (joint venture) que tem o IAS 28.3,
conjunto controle conjunto desse empreendimento. IFRS 11.A
empreendimento Negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle conjunto IAS 28.3,
em conjunto (joint do negócio têm direitos sobre os ativos líquidos do negócio. IFRS 11.A
venture)
empregados e outros Pessoas que prestam serviços pessoais à entidade e (a) que sejam IFRS 2.A
que prestam serviços consideradas como empregados para propósitos legais ou fiscais,
similares (b) que trabalham para a entidade, sob a sua direção, da mesma
forma que as pessoas consideradas empregados para propósitos
legais ou fiscais, ou (c) cujos serviços prestados sejam similares aos
prestados por empregados. Por exemplo, o termo abrange todo o
pessoal da administração, ou seja, as pessoas que têm autoridade e
responsabilidade pelo planejamento, direção e controle das atividades
da entidade, incluindo diretores não executivos.
empréstimos a pagar Passivos financeiros que não sejam contas a pagar a fornecedores de IFRS 7.A
curto prazo, sob prazos normais de crédito.
empréstimos Empréstimos em que o credor se compromete a renunciar à restituição IAS 20.3
perdoáveis sob certas condições estabelecidas.
entidade de Uma controladora e suas subsidiárias. IFRS 10.A
investimentos em
grupo
entidade estruturada Entidade que tenha sido designada de modo que os direitos de voto IFRS 12.A
ou similares não sejam o fator dominante ao decidir quem controla
a entidade, como, por exemplo, quando quaisquer direitos de
voto referem-se somente a tarefas administrativas, e as atividades
relevantes são dirigidas por meio de acordos contratuais.
Os parágrafos B22-B24 da IFRS 12 fornecem informações adicionais
sobre entidades estruturadas.
entidade mútua Uma entidade, exceto uma entidade de propriedade do investidor, IFRS 3.A
que oferece dividendos, custos mais baixos ou outros benefícios
econômicos, diretamente a seus sócios, membros ou participantes.
Por exemplo, uma companhia seguradora mútua, uma cooperativa
de crédito e uma cooperativa tradicional são todas entidades mútuas.

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IFRS Foundation A1211
Glossário

entidade relacionada a Uma entidade que é controlada, controlada em conjunto ou IAS 24.9
um governo influenciada de forma significativa por um governo.
equivalentes de caixa Investimentos de curto prazo e de alta liquidez que podem ser IAS 7.6
imediatamente convertidos em valores conhecidos de caixa e que
estão sujeitos a um risco insignificante de mudança no valor.
erros de períodos Omissões e divulgações distorcidas nas demonstrações financeiras da IAS 8.5
anteriores entidade, relativas a um ou mais períodos anteriores, decorrentes
da não utilização ou da utilização incorreta de informações
confiáveis que:
(a) estavam disponíveis no momento em que a emissão das
demonstrações financeiras para aqueles períodos foi autorizada; e
(b) seria razoável esperar que fossem obtidas e levadas em
consideração na elaboração e apresentação dessas demonstrações
financeiras.
Esses erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação
das políticas contábeis, omissões ou erros na interpretação de fatos
e fraude.
estoques Ativos: IAS 2.6,
IAS 2.8
(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;
(b) em processo de produção para tal venda; ou
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no
processo de produção ou na prestação de serviços.
Estoques compreendem bens adquiridos e mantidos para revenda,
incluindo, a título de exemplo, mercadorias compradas por um
varejista e mantidas para revenda, ou terrenos e outras propriedades
mantidas para revenda. Estoques compreendem também produtos
acabados produzidos, ou produtos em elaboração sendo produzidos
pela entidade e incluem materiais e suprimentos que estejam
aguardando o uso no processo de produção. No caso de um prestador
de serviços, estoques incluem os custos dos serviços, conforme
descrito na IAS 2, parágrafo 19, para os quais a entidade ainda não
reconheceu a respectiva receita (vide IAS 18).
evento segurado Um evento futuro e incerto que é coberto por um contrato de seguro IFRS 4.A
e que cria um risco de seguro.
eventos após o período Eventos, favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre o final do IAS 10.3
de relatório período de relatório e a data em que as demonstrações financeiras
são autorizadas para emissão. Dois tipos de eventos podem ser
identificados:
(a) os que proporcionam evidência a respeito das condições que
existiam no final do período de relatório (eventos de ajuste após
o período de relatório); e
(b) os que são indicadores de condições que surgiram após o
período de relatório (eventos após o período de relatório que
não originam ajustes).
eventos após o período Vide “eventos após o período de relatório”.
de relatório que não
originam ajustes

A1212 ©
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Glossário

exploração e avaliação A busca por recursos minerais, incluindo minérios, petróleo, gás IFRS 6.A
de recursos minerais natural e recursos similares não renováveis, após a entidade ter obtido
direitos legais de exploração em uma determinada área, bem como
a determinação da viabilidade técnica e comercial da extração do
recurso mineral.
fato gerador Um evento que cria uma obrigação legal ou presumida, que resulta IAS 37.10
em que uma entidade não tenha nenhuma alternativa realista, a não
ser liquidar a obrigação.
fluxos de caixa Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. IAS 7.6
fluxos de caixa A média ponderada por probabilidade (ou seja, a média da distribuição) IFRS 13.A
esperados de possíveis fluxos de caixa futuros.
fundeamento A transferência de ativos para uma entidade (o fundo) separada IAS 26.8
(de benefícios de da entidade do empregador, para satisfazer obrigações futuras de
aposentadoria) pagamento de benefícios de aposentadoria.
ganhos e perdas As mudanças no valor presente da obrigação de benefício definido IAS 19.8
atuariais resultantes de:
(a) ajustes pela experiência (efeitos das diferenças entre as
premissas atuariais anteriores e o que efetivamente ocorreu); e
(b) os efeitos das mudanças nas premissas atuariais.
gastos de exploração e Gastos incorridos por uma entidade em relação à exploração e IFRS 6.A
avaliação avaliação de recursos minerais antes que a viabilidade técnica e
comercial da extração do recurso mineral possa ser demonstrada.
governamental Governo, agências governamentais e órgãos similares, sejam eles IAS 20.3
locais, nacionais ou internacionais. IAS 24.9
grupo Uma controladora e todas as suas subsidiárias. IAS 21.8
grupo de alienação Grupo de ativos a ser alienado, por venda ou de outro modo, IFRS 5.A
coletivamente como um grupo, em uma única transação, e passivos
diretamente associados aos ativos que serão transferidos na transação.
O grupo inclui o ágio adquirido em uma combinação de negócios se
o grupo for uma unidade geradora de caixa à qual o ágio tenha sido
alocado, de acordo com as exigências dos parágrafos 80-87 da IAS 36,
ou se for uma operação dentro dessa unidade geradora de caixa.
grupo de ativos Uma agregação de animais ou vegetais vivos similares. IAS 41.5
biológicos

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IFRS Foundation A1213
Glossário

hiperinflação Perda do poder aquisitivo da moeda de tal forma que a comparação IAS 29.2–3
entre valores das transações e outros eventos que ocorrerem em
épocas diferentes, ainda que dentro do mesmo período contábil, se
torna enganosa,
A hiperinflação é indicada pelas características do ambiente
econômico de um país que incluem, entre outras, as seguintes:
(a) a população em geral prefere manter sua riqueza em ativos não
monetários ou em uma moeda estrangeira relativamente estável.
Valores detidos em moeda local são imediatamente investidos
para manter o poder aquisitivo.
(b) a população em geral considera os valores monetários não
em termos da moeda local, mas em termos de uma moeda
estrangeira relativamente estável. Os preços podem ser cotados
nessa moeda.
(c) as compras e vendas a crédito ocorrem a preços que compensam
a perda esperada do poder aquisitivo durante o prazo do crédito,
ainda que esse período seja curto.
(d) as taxas de juros, salários e preços são atrelados a um índice de
preços.
(e) a taxa de inflação acumulada no triênio se aproxima ou excede
100%.
identificável Um ativo é identificável quando: IFRS 3.A
(a) é separável, ou seja, é capaz de ser separado ou segregado
da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado
ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um
contrato relacionado, um ativo ou um passivo identificável,
independentemente de a entidade pretender fazê-lo; ou
(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,
independentemente de esses direitos serem transferíveis ou
separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
imobilizado Itens tangíveis que: IAS 16.6
(a) são mantidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou
serviços, para aluguel a terceiros ou para fins administrativos; e
(b) espera-se que sejam usados durante mais de um período.
imposto corrente O valor de impostos sobre a renda a pagar (a recuperar) em relação IAS 12.5
ao lucro tributável (prejuízo fiscal) de um período.
impostos diferidos Os valores de impostos sobre a renda a recuperar em períodos futuros IAS 12.5
ativos em relação:
(a) às diferenças temporárias dedutíveis;
(b) ao diferimento de prejuízos fiscais não utilizados; e
(c) ao diferimento de créditos fiscais não utilizados.
impostos diferidos Os valores de impostos sobre a renda a pagar em períodos futuros, IAS 12.5
passivos em relação às diferenças temporárias tributáveis.
impraticável A aplicação de uma exigência é impraticável quando a entidade não IAS 1.7,
consegue aplicá-la, após envidar todos os esforços razoáveis para (IAS 8.5)
fazê-lo.

A1214 ©
IFRS Foundation
Glossário

influência significativa O poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e IAS 28.3
operacionais de uma investida, mas não é o controle individual ou
conjunto dessas políticas.
informações Premissas que seriam utilizadas por participantes do mercado ao IFRS 13.A
precificar o ativo ou passivo, incluindo premissas sobre risco, como,
por exemplo:
(a) o risco inerente a uma técnica de avaliação específica utilizada
para mensurar o valor justo (por exemplo, um modelo de
precificação); e
(b) o risco inerente às informações da técnica de avaliação.
Informações podem ser observáveis ou não observáveis.
informações Informações que são obtidas principalmente a partir de (ou IFRS 13.A
corroborados pelo corroboradas por) dados de mercado observáveis por meio de
mercado correlação ou por outros meios.
Informações de Nível 1 Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos IFRS 13.A
ou passivos idênticos a que a entidade possa ter acesso na data de
mensuração.
Informações de Nível 2 Informações que são observáveis para o ativo ou passivo, seja direta IFRS 13.A
ou indiretamente, exceto preços cotados incluídos no Nível 1.
Informações de Nível 3 Dados não observáveis para o ativo ou passivo. IFRS 13.A
início do O que ocorrer antes entre a data do contrato de arrendamento e a IAS 17.4
arrendamento data em que as partes se comprometerem aos principais termos do
arrendamento.
início do prazo do A data a partir da qual o arrendatário pode exercer seu direito de usar o IAS 17.4
arrendamento ativo arrendado. É a data de reconhecimento inicial do arrendamento
(ou seja, o reconhecimento dos ativos, passivos, receitas ou despesas
decorrentes do arrendamento, conforme apropriado).
instrumento com Um instrumento financeiro que concede ao titular o direito de IAS 32.11
opção de venda revender o instrumento ao emitente em troca de caixa ou de outro
ativo financeiro, ou que é automaticamente revendido ao emitente
por ocasião da ocorrência de um evento futuro incerto ou da morte
ou aposentadoria do titular do instrumento.
instrumento de Um derivativo designado ou (para uma cobertura do risco de IAS 39.9
cobertura (hedging) mudanças em taxas de câmbio apenas) um ativo financeiro ou passivo
financeiro não derivativo designado, cujo valor justo ou fluxos de
caixa se espera que compensem mudanças no valor justo ou fluxos de
caixa de um item protegido designado (a IAS 39, em seus parágrafos
72-77 e OA94‑OA97, detalha a definição de instrumento de cobertura).
instrumento de Um contrato que comprova uma participação residual nos ativos de IAS 32.11,
patrimônio uma entidade, após a dedução de todos os seus passivos. IFRS 2.A
instrumento de O direito (condicional ou incondicional) a um instrumento de IFRS 2.A
patrimônio concedido patrimônio da entidade, concedido pela entidade a outra parte, em
virtude de um acordo de pagamento baseado em ações.
instrumento financeiro Qualquer contrato que der origem a um ativo financeiro de uma IAS 32.11
entidade e a um passivo financeiro ou instrumento de patrimônio de
outra entidade.

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IFRS Foundation A1215
Glossário

investimento bruto no O total de: IAS 17.4


arrendamento
(a) pagamentos mínimos do arrendamento a receber pelo arrendador
em um arrendamento financeiro, e
(b) qualquer valor residual não garantido que cabe ao arrendador.
investimento líquido O valor da participação da entidade que reporta nos ativos líquidos IAS 21.8
em uma operação no da operação.
exterior
investimento líquido O investimento bruto no arrendamento descontado à taxa de juros IAS 17.4
no arrendamento implícita no arrendamento.
item protegido (hedge) Um ativo, passivo, compromisso firme, transação prevista altamente IAS 39.9
provável ou investimento líquido em uma operação no exterior que
(a) exponha a entidade ao risco de mudanças no valor justo ou nos
fluxos de caixa futuros e (b) seja designada como item protegido (a
IAS 39, em seus parágrafos 78-84 e OA98-OA101, detalha a definição
de itens protegidos.
itens monetários Unidades de moeda detidas e ativos e passivos a serem recebidos IAS 21.8
ou pagos em valores fixos ou determináveis de unidades de moeda.
itens monetários Importâncias detidas e itens a serem recebidos ou pagos em caixa. IAS 29.12
juros líquidos sobre A mudança durante o período no passivo (ativo) de benefício definido IAS 19.8
o passivo (ativo) de líquido resultante da passagem do tempo.
benefício definido
líquido
liquidação (de Uma transação que elimina toda a obrigação, legal ou presumida, IAS 19.8
obrigações de restante em relação à totalidade ou parte dos benefícios oferecidos por
benefícios aos um plano de benefício definido, exceto um pagamento de benefícios
empregados) a empregados ou em seu nome que seja definido nos termos do plano
e incluído nas premissas atuariais.
lucro contábil Lucro ou perda de um período antes da dedução da despesa de imposto IAS 12.5
sobre a renda.
lucro tributável O lucro (prejuízo) de um período, determinado de acordo com as IAS 12.5
(prejuízo fiscal) normas estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual o imposto
sobre a renda é pagável (recuperável).
lucros e perdas O total das receitas menos as despesas, excluindo os componentes de IAS 1.7
outros resultados abrangentes.
mantido para Um ativo financeiro ou passivo financeiro que: IFRS 9.A
negociação
(a) é adquirido ou incorrido principalmente para ser vendido ou
recomprado no curto prazo;
(b) no reconhecimento inicial faz parte de uma carteira de
instrumentos financeiros identificados que sejam administrados
em conjunto e para os quais há evidência de um padrão real
recente de obtenção de lucros no curto prazo; ou
(c) é um derivativo (exceto um derivativo que seja um contrato de
garantia financeira ou um instrumento de cobertura designado
e efetivo).
melhor uso O uso de um ativo não financeiro por participantes do mercado que IFRS 13.A
maximizaria o valor do ativo ou do grupo de ativos e passivos (por
exemplo, um negócio) dentro do qual o ativo seria usado.

A1216 ©
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Glossário

membros próximos da Aqueles membros da família que se pode esperar que influenciem, IAS 24.9
família de uma pessoa ou que sejam influenciados, por essa pessoa nos seus negócios com
a entidade e que incluem:
(a) os filhos e cônjuge ou companheiro(a) dessa pessoa;
(b) os filhos do cônjuge ou companheiro(a) dessa pessoa;
(c) os dependentes dessa pessoa ou do cônjuge ou companheiro(a)
dessa pessoa;
mensuração O processo de determinar os valores monetários pelos quais os EC.4.54
elementos das demonstrações financeiras devem ser reconhecidos
e apresentados no balanço patrimonial [demonstração da posição
financeira] e na demonstração do resultado [demonstração do
resultado abrangente].
mercado ativo Mercado no qual transações para o ativo ou passivo ocorrem com IFRS 13.A
frequência e volume suficientes para fornecer informações de
precificação de forma contínua.
mercado mais Mercado que maximiza o valor que seria recebido para vender o ativo IFRS 13.A
vantajoso ou que minimiza o valor que seria pago para transferir o passivo, após
levar em consideração os custos de transação e os custos de transporte.
mercado principal Mercado com o maior volume e nível de atividade para o ativo ou IFRS 13.A
passivo.
método de Um método de contabilização pelo qual o investimento é inicialmente IAS 28.3
equivalência reconhecido ao custo e, a partir daí, ajustado pela alteração
patrimonial pós‑aquisição na parcela do investidor dos ativos líquidos da investida.
Os lucros e perdas do investidor incluem sua parcela dos lucros e
perdas da investida, e os outros resultados abrangentes do investidor
incluem a sua parcela dos outros resultados abrangentes da investida.
método de juros Um método para o cálculo do custo amortizado de um ativo financeiro IAS 39.9
efetivos ou de um passivo financeiro (ou um grupo de ativos financeiros ou
passivos financeiros) e para a alocação da receita ou da despesa de
juros ao longo do período correspondente.
moeda de A moeda na qual as demonstrações financeiras são apresentadas. IAS 21.8
apresentação
moeda estrangeira Uma moeda diferente da moeda funcional da entidade. IAS 21.8
moeda funcional A moeda do principal ambiente econômico em que a entidade opera. IAS 21.8
mudança na estimativa Um ajuste no valor contábil de um ativo ou passivo, ou no valor IAS 8.5
contábil do consumo periódico de um ativo, que resulta da avaliação da
situação atual dos ativos e passivos e dos benefícios e obrigações
futuros esperados associados a esses ativos e passivos. Mudanças
nas estimativas contábeis resultam de novas informações ou novos
desenvolvimentos e, consequentemente, não são correções de erros.
negócio Um conjunto integrado de atividades e ativos que é capaz de ser IFRS 3.A
conduzido e administrado com a finalidade de oferecer um retorno,
na forma de dividendos, custos mais baixos ou outros benefícios
econômicos, diretamente aos investidores ou outros sócios, membros
ou participantes.
negócio em conjunto Negócio do qual duas ou mais partes têm o controle conjunto. IAS 28.3,
IFRS 11.A

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IFRS Foundation A1217
Glossário

Normas Internacionais Normas e Interpretações emitidas pelo Conselho de Normas IAS 1.7,
de Relatório Internacionais de Contabilidade (IASB). Compreendem: IAS 8.5,
Financeiro (IFRS) IFRS 1.A
(a) Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRSs;
(b) Normas Internacionais de Contabilidade;
(c) Interpretações IFRIC; e
(d) Interpretações SIC.
notas explicativas Notas explicativas contêm informações adicionais àquelas IAS 1.7
apresentadas na demonstração da posição financeira, na demonstração
do resultado abrangente, na demonstração do resultado individual (se
apresentada), na demonstração das mutações do patrimônio líquido e
na demonstração dos fluxos de caixa. As notas explicativas fornecem
descrições narrativas ou desagregações de itens apresentados nessas
demonstrações e informações sobre itens que não se qualificam para
reconhecimento nessas demonstrações.
número médio O número de ações ordinárias em circulação no início do período, IAS 33.20
ponderado de ações ajustado pelo número de ações ordinárias recompradas ou emitidas
ordinárias em durante o período, multiplicado por um fator de ponderação de tempo.
circulação durante o
período
obrigação legal Uma obrigação decorrente de: IAS 37.10
(a) um contrato (por meio de seus termos explícitos ou implícitos);
(b) legislação; ou
(c) outra disposição legal.
obrigação presumida Uma obrigação que decorre das ações de uma entidade, onde: IAS 37.10
(a) por uma prática estabelecida no passado, políticas divulgadas
ou uma declaração atual suficientemente específica, a
entidade indicou às demais partes que aceitará determinadas
responsabilidades; e
(b) como resultado, a entidade criou uma expectativa válida nessas
outras partes de que irá cumprir com essas responsabilidades.
opção de ações Um contrato que dá ao titular o direito, mas não a obrigação, de IFRS 2.A
subscrever ações da entidade, a um preço fixo ou determinável, por
um período de tempo especificado.
opção de concessão Uma nova opção de ações concedida, quando uma ação é usada para IFRS 2.A
automática pagar o preço de exercício de uma opção de ações anterior.
opções de venda (de Contratos que dão ao titular o direito de vender ações ordinárias a um IAS 33.5
ações ordinárias) preço especificado por um prazo determinado.
opções, bônus de Instrumentos financeiros que dão ao titular o direito de comprar IAS 33.5
subscrição e itens ações ordinárias.
equivalentes

A1218 ©
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Glossário

operação Componente de uma entidade que foi alienado ou é classificado como IFRS 5.A
descontinuada mantido para venda e:
(a) representa um importante segmento de negócio separado ou
área geográfica de operações,
(b) é parte de um plano único coordenado para a alienação de um
importante segmento de negócio separado ou área geográfica
de operações ou
(c) constitui uma subsidiária adquirida exclusivamente com vistas
à revenda.
operação em conjunto Negócio em conjunto pelo qual as partes que têm o controle conjunto IFRS 11.A
do negócio têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos
relacionados ao negócio.
operação no exterior Uma entidade que é uma controlada, coligada, empreendimento em IAS 21.8
conjunto (joint venture) ou filial de uma entidade que reporta, cujas
atividades estão baseadas ou são conduzidas em um país ou moeda
diferente do país ou moeda da entidade que reporta.
operador em conjunto Parte de uma operação em conjunto que tem o controle conjunto dessa IFRS 11.A
operação em conjunto.
outros benefícios Todos os benefícios aos empregados que não benefícios de curto prazo IAS 19.8
de longo prazo aos aos empregados, benefícios pós-emprego e benefícios rescisórios.
empregados
outros resultados Itens de receitas e despesas (incluindo ajustes de reclassificação) não IAS 1.7
abrangentes reconhecidos em lucros e perdas, conforme exigido ou permitido por
outras IFRSs.
outros riscos de preços O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um IFRS 7.A
instrumento financeiro flutuará devido a mudanças nos preços de
mercado (exceto aquelas decorrentes de risco de taxa de juros ou risco
de moeda), sejam essas mudanças causadas por fatores específicos do
instrumento financeiro individual ou de seu emitente ou por fatores
que afetem todos os instrumentos financeiros similares negociados
no mercado.
pagamentos mínimos Os pagamentos, ao longo do prazo do arrendamento, que o arrendatário IAS 17.4
do arrendamento é ou pode ser obrigado a efetuar, excluindo-se aluguel contingente,
custos dos serviços e impostos a serem pagos pelo arrendador e a ele
reembolsados, juntamente com:
(a) para o arrendatário, quaisquer valores garantidos por ele ou por
uma parte a ele relacionada; ou
(b) para o arrendador, qualquer valor residual garantido ao
arrendador:
(i) pelo arrendatário;
(ii) por uma parte relacionada ao arrendatário; ou
(iii) por um terceiro não relacionado ao arrendador que
seja financeiramente capaz de liquidar as obrigações
decorrentes da garantia.
parte de um negócio Entidade que participa de um negócio em conjunto, independentemente IFRS 11.A
em conjunto de se essa entidade tem o controle conjunto do negócio.

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IFRS Foundation A1219
Glossário

parte relacionada Uma pessoa ou entidade que seja relacionada à entidade que elabora IAS 24.9
suas demonstrações financeiras (denominada na IAS 24 como a
“entidade que reporta”).
(a) Uma pessoa ou um membro próximo da família dessa pessoa é
relacionada a uma entidade que reporta se essa pessoa:
(i) tiver controle ou controle conjunto sobre a entidade que
reporta; ou
(ii) tiver influência significativa sobre a entidade que
reporta; ou
(iii) fizer parte do pessoal-chave da administração da entidade
que reporta ou de uma controladora da entidade que
reporta.
(b) Uma entidade é relacionada a uma entidade que reporta se
qualquer das condições a seguir for aplicável:
(i) A entidade e a entidade que reporta forem membros do
mesmo grupo (o que significa que cada controladora,
subsidiária e subsidiária-irmã é relacionada às demais).
(ii) Uma entidade é uma coligada ou empreendimento
em conjunto da outra entidade (ou uma coligada ou
empreendimento em conjunto de um membro de um grupo
do qual a outra entidade seja membro).
(iii) Ambas as entidades são empreendimentos em conjunto
do mesmo terceiro.
(iv) Uma entidade é um empreendimento em conjunto de uma
terceira entidade, e a outra entidade é uma coligada dessa
terceira entidade.
(v) A entidade é um plano de benefícios pós-emprego para
o benefício dos empregados da entidade que reporta ou
de qualquer entidade relacionada à entidade que reporta.
Se a entidade que reporta for ela própria esse plano, os
empregadores patrocinadores também serão relacionados
à entidade que reporta.
(vi) A entidade é controlada ou controlada em conjunto por
uma pessoa identificada em (a).
(vii) Uma pessoa identificada em (a)(i) tem influência
significativa sobre a entidade ou é um membro do
pessoal-chave da administração da entidade (ou de uma
controladora da entidade).
participação de Vide “participação de não controladores”.
minoritários
participação de não Patrimônio líquido em uma subsidiária não atribuível, direta ou IFRS 3.A,
controladores indiretamente, a uma controladora. IFRS 10.A

A1220 ©
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Glossário

participação em outra Para os fins da IFRS 12, uma participação em outra entidade refere-se a IFRS 12.A
entidade envolvimento contratual e não contratual que exponha uma entidade à
variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da outra entidade.
Uma participação em outra entidade pode ser comprovada pela, mas
não está limitada à, detenção de instrumentos de patrimônio ou de
dívida, bem como outras formas de envolvimento, como, por exemplo,
o fornecimento de fundeamento, suporte de liquidez, melhoria de
crédito e garantias. Isto inclui os meios pelos quais uma entidade
tem o controle ou controle conjunto de outra entidade ou influência
significativa sobre ela. Uma entidade não tem necessariamente uma
participação em outra entidade unicamente devido a uma relação
típica cliente/fornecedor.
Os parágrafos B7-B9 da IFRS 12 fornecem informações adicionais
sobre participações em outras entidades.
Os parágrafos B55-B57 da IFRS 10 explicam a variabilidade dos
retornos.
participações Na IFRS 3 é amplamente utilizado para definir participações IFRS 3.A
patrimoniais societárias de entidades de propriedade do investidor e participações
de sócios, membros ou participantes de entidades mútuas.
participante de Compradores e vendedores do mercado principal (ou mais vantajoso) IFRS 13.A
mercado para o ativo ou passivo, os quais têm todas as características a seguir:
(a) São independentes entre si, ou seja, não são partes relacionadas,
conforme definido na IAS 24, embora o preço em uma transação
com partes relacionadas possa ser utilizado como informação
em uma mensuração do valor justo se a entidade tiver evidência
de que a transação foi realizada em condições de mercado.
(b) São conhecedores, tendo um entendimento razoável do ativo ou
passivo e da transação com a utilização de todas as informações
disponíveis, incluindo informações que possam ser obtidas por
meio de esforços usuais e habituais de devida diligência.
(c) São capazes de realizar uma transação com o ativo ou passivo.
(d) Estão interessados em realizar uma transação com o ativo ou
passivo, ou seja, estão motivados, mas não forçados ou, de outro
modo, obrigados a fazê-lo.
participantes (em um Os membros de um plano de benefícios de aposentadoria e outros que IAS 26.8
plano de pensão) tenham direito a benefícios em virtude de um plano.
passivo Uma obrigação presente da entidade, decorrente de eventos passados, IAS 37.10,
cuja liquidação se espera resultar em um fluxo de saída de recursos EC.4.4(b)
da entidade que incorporam benefícios econômicos.
passivo (ativo) de O deficit ou superavit, ajustado para refletir quaisquer efeitos da IAS 19.8
benefício definido limitação de ativo de benefício definido líquido ao teto do ativo.
líquido

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IFRS Foundation A1221
Glossário

passivo contingente (a) Uma possível obrigação que decorre de eventos passados e cuja IAS 37.10
existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de
um ou mais eventos futuros incertos, que não estejam totalmente
sob o controle da entidade; ou
(b) uma obrigação presente que decorre de eventos passados, mas
não é reconhecida porque:
(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporem
benefícios econômicos seja exigida, a fim de liquidar a
obrigação; ou
(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com
confiabilidade suficiente.
passivo de seguro Obrigações contratuais líquidas de uma seguradora, de acordo com IFRS 4.A
um contrato de seguro.
passivo financeiro Qualquer passivo que seja: IAS 32.11
(a) uma obrigação contratual:
(i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra
entidade; ou
(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com
outra entidade sob condições que sejam potencialmente
desfavoráveis à entidade; ou
(b) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com
instrumentos de patrimônio próprios da entidade e que seja:
(i) um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar
obrigada a entregar um número variável de seus próprios
instrumentos de patrimônio; ou
(ii) um derivativo que será ou que poderá ser liquidado de
outro modo que não pela troca de um valor fixo de caixa ou
outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos
de patrimônio próprios da entidade. Para essa finalidade,
direitos, opções ou bônus de subscrição para adquirir
um número fixo de instrumentos de patrimônio próprios
da entidade por um número fixo de qualquer moeda são
instrumentos de patrimônio se a entidade oferece os
direitos, opções ou bônus de subscrição proporcionais
à totalidade de seus proprietários existentes da mesma
classe de seus instrumentos de patrimônio próprios
não derivativos. Além disso, para essa finalidade, os
instrumentos de patrimônio próprios da entidade não
incluem instrumentos financeiros com opção de venda
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo
com os parágrafos 16A e 16B da IAS 32, instrumentos
que impõem à entidade uma obrigação de entregar a uma
outra parte uma parcela proporcional dos ativos líquidos
da entidade apenas em caso de liquidação e que são
classificados como instrumentos de patrimônio de acordo
com os parágrafos 16C e 16D da IAS 12, ou instrumentos
que constituem contratos para o recebimento ou entrega
futura dos instrumentos de patrimônio próprios da entidade.
A título de exceção, um instrumento que atenda à definição de passivo
financeiro é classificado como um instrumento de patrimônio se
possuir todas as características e atender às condições dos parágrafos
16A e 16B ou dos parágrafos 16C e 16D da IAS 32.

A1222 ©
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Glossário

passivo financeiro ao Um passivo financeiro que atenda a qualquer das seguintes condições: IFRS 9.A
valor justo por meio
(a) Atende a definição de mantido para negociação.
do resultado
(b) No reconhecimento inicial, seja designado pela entidade como
ao valor justo por meio do resultado de acordo com o parágrafo
4.2.2 ou 4.3.5.
PCGAs anteriores A base de contabilização utilizada por uma adotante pela primeira IFRS 1.A
vez, imediatamente antes da adoção das IFRSs.
perda por redução ao O valor pelo qual o valor contábil de um ativo excede o seu valor IAS 16.6,
valor recuperável recuperável. (IAS 36.6),
IAS 38.8
período de aquisição O período durante o qual todas as condições de aquisição de direito IFRS 2.A
de direito especificadas de um acordo de pagamento baseado em ações devem
ser satisfeitas.
período intermediário Um período de relatório financeiro inferior ao de um exercício IAS 34.4
financeiro completo.
pesquisa Investigação original e planejada empreendida com o intuito de obter IAS 38.8
novo conhecimento e entendimento científico ou técnico.
pessoal-chave da Pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo planejamento, IAS 24.9
administração direção e controle das atividades da entidade, direta ou indiretamente,
incluindo qualquer diretor (seja executivo ou outro) dessa entidade.
planos (de benefícios) Planos de contribuição definida (exceto planos públicos) ou planos IAS 19.8
multipatrocinados de benefício definido (exceto planos públicos) que:
(a) reúnam os ativos contribuídos por diversas entidades que não
estejam sob controle comum; e
(b) utilizem esses ativos para oferecer benefícios aos empregados
de mais de uma entidade, onde os níveis de contribuição e
de benefícios são determinados sem levar em consideração a
identidade da entidade que emprega os respectivos empregados.
planos de benefício Planos de benefícios pós-emprego que não são planos de contribuição IAS 19.8
definido definida.
planos de benefício Planos de benefícios de aposentadoria nos quais os valores a serem IAS 26.8
definido pagos a título de benefícios de aposentadoria são determinados de
acordo com uma fórmula geralmente baseada nos rendimentos e/ou
anos de serviço dos empregados.
planos de benefícios de Acordos pelos quais uma entidade oferece benefícios a seus IAS 26.8
aposentadoria empregados por ocasião do término do período de serviço ou após
esse término (seja na forma de uma renda anual ou por valor global),
quando esses benefícios, ou as contribuições feitas a eles, podem
ser determinados ou estimados antes da aposentadoria, a partir das
disposições de um documento ou das práticas da entidade. (Vide
também “planos de benefícios pós-emprego”).
planos de benefícios Acordos formais ou informais nos quais uma entidade oferece IAS 19.8
pós-emprego benefícios pós-emprego a um ou mais empregados.

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IFRS Foundation A1223
Glossário

planos de contribuição Planos de benefícios pós-emprego nos quais uma entidade paga IAS 19.8
definida contribuições fixas a uma entidade separada (um fundo), não tendo
nenhuma obrigação legal ou presumida de pagar contribuições
adicionais se o fundo não tiver ativos suficientes para pagar todos os
benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços no período
corrente e em períodos anteriores.
planos de contribuição Planos de benefícios de aposentadoria nos quais os valores a serem IAS 26.8
definida pagos a título de benefícios de aposentadoria são determinados por
contribuições a um fundo, juntamente com os respectivos ganhos de
investimentos.
poder Direitos existentes que dão a capacidade atual de dirigir as atividades IFRS 10.A
relevantes.
políticas contábeis Os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicos IAS 8.5
aplicados por uma entidade na elaboração e apresentação das
demonstrações financeiras.
preço de entrada Preço pago para adquirir um ativo ou recebido para assumir um IFRS 13.A
passivo em uma transação de troca.
preço de saída Preço que seria recebido para vender um ativo ou pago para transferir IFRS 13.A
um passivo.
prêmio de risco Compensação buscada por participantes do mercado avessos ao risco IFRS 13.A
por suportar a incerteza inerente ao fluxo de caixa de um ativo ou
passivo. Denominada também como “ajuste de risco”.
primeiras As primeiras demonstrações financeiras anuais em que uma entidade IFRS 1.A
demonstrações adota as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs),
financeiras de acordo mediante uma declaração explícita e sem reservas de conformidade
com as IFRSs com as IFRSs.
primeiro período de O período de relatório mais recente coberto pelas primeiras IFRS 1.A
relatório de acordo demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs de uma entidade.
com as IFRSs
produto agrícola O produto colhido dos ativos biológicos da entidade. IAS 41.5
propriedade ocupada Propriedade mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário de um IAS 40.5
pelo proprietário arrendamento financeiro) para uso na produção ou fornecimento de
bens ou serviços ou para fins administrativos.
propriedade para Imóvel (terreno ou edifício – ou parte de um edifício – ou ambos) IAS 40.5
investimento mantido (pelo proprietário ou pelo arrendatário, de acordo com um
arrendamento financeiro) para auferir aluguéis ou para valorização
do capital, ou ambos, exceto para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
fins administrativos; ou
(b) venda no curso normal dos negócios.
provável A possibilidade de ocorrer é maior do que a de não ocorrer. IFRS 5.A,
(IAS 37.23)
provisão Um passivo de prazo ou valor incerto. IAS 37.10
reapresentação Correção do reconhecimento, mensuração e divulgação de valores IAS 8.5
retrospectiva de elementos de demonstrações financeiras como se o erro de um
período anterior nunca tivesse ocorrido.

A1224 ©
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Glossário

receita A entrada bruta de benefícios econômicos durante o período, IAS 18.7


originada no curso das atividades normais de uma entidade, quando
essas entradas resultam em aumentos no patrimônio líquido, exceto
aumentos relativos a contribuições de investidores patrimoniais.
receita de uma Para os fins da IFRS 12, receita de uma entidade estruturada inclui, IFRS 12.A
entidade estruturada entre outras, taxas recorrentes e não recorrentes, juros, dividendos,
ganhos ou perdas sobre a remensuração ou baixa de participações em
entidades estruturadas e ganhos ou perdas decorrentes da transferência
de ativos e passivos à entidade estruturada.
receita financeira não A diferença entre: IAS 17.4
auferida
(a) o investimento bruto no arrendamento, e
(b) o investimento líquido no arrendamento.
reestruturação Um programa planejado e controlado pela administração e que altera IAS 37.10
de forma relevante:
(a) o alcance de um negócio empreendido por uma entidade; ou
(b) a forma como esse negócio é conduzido.
relatório financeiro Um relatório financeiro contendo um conjunto completo de IAS 34.4
intermediário demonstrações financeiras (tal como descrito na IAS 1) ou um
conjunto de demonstrações financeiras condensadas (tal como descrito
na IAS 34) para um período intermediário.
relevante Omissões ou divulgação distorcidas de itens são relevantes se IAS 1.7,
puderem, individual ou coletivamente, influenciar as decisões IAS 8.5
econômicas que os usuários tomam com base nas demonstrações
financeiras. A relevância depende da extensão e da natureza da
omissão ou da divulgação distorcida em vista das circunstâncias.
A extensão ou a natureza do item, ou uma combinação de ambos,
pode ser o fator determinante.
remensuração do Compreende: IAS 19.8
passivo (ativo) de
(a) ganhos e perdas atuariais;
benefício definido
líquido (b) o retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores incluídos
nos juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definido
líquido; e
(c) qualquer mudança no efeito do teto de ativo, excluindo valores
incluídos nos juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício
definido líquido.

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IFRS Foundation A1225
Glossário

remuneração Inclui todos os benefícios aos empregados (conforme definido na IAS 24.9
IAS 19), incluindo benefícios aos empregados aos quais se aplica
a IFRS 2. Benefícios aos empregados são todas as formas de
contrapartida pagas, pagáveis ou fornecidas pela entidade, ou em
nome da entidade, em troca de serviços prestados à entidade. Inclui
também a contrapartida paga em nome de uma controladora da
entidade em relação à entidade. Contrapartida inclui:
(a) benefícios de curto prazo aos empregados, tais como ordenados,
salários e contribuições para a seguridade social, licenças anuais
remuneradas e licenças médicas remuneradas, participação nos
lucros e bônus (se pagáveis num período de doze meses após
o final do período) e benefícios não monetários (tais como
assistência médica, auxílio-moradia, automóveis e bens ou
serviços gratuitos ou subsidiados) para os atuais empregados;
(b) benefícios pós-emprego, tais como pensões, outros benefícios
de aposentadoria, seguro de vida pós-emprego e assistência
médica pós-emprego;
(c) outros benefícios de longo prazo aos empregados, incluindo
licença por tempo de serviço ou licença sabática, jubileu ou
outros benefícios por tempo de serviço, benefícios por invalidez
de longo prazo e, se não forem pagáveis integralmente dentro
de doze meses após o final do período, participação nos lucros,
bônus e remuneração diferida;
(d) benefícios rescisórios; e
(e) pagamento baseado em ações.
resseguradora A parte que possui a obrigação, em virtude de um contrato de IFRS 4.A
resseguro, de indenizar a cedente quando da ocorrência de um evento
segurado.
resultado abrangente A mutação do patrimônio líquido durante um período, como resultado IAS 1.7
total de transações e outros eventos, exceto mutações resultantes de
transações com sócios, em sua capacidade como tal.
retorno sobre os ativos Juros, dividendos e outras receitas obtidas dos ativos do plano, IAS 19.8
do plano (de um plano juntamente com ganhos ou perdas realizados e não realizados sobre
de benefícios aos os ativos do plano, menos:
empregados)
(a) qualquer custo de administração dos ativos do plano; e
(b) qualquer imposto devido pelo próprio plano, exceto impostos
incluídos nas premissas atuariais usadas para mensurar o valor
presente da obrigação de benefício definido.
risco de crédito O risco de que uma das partes contratantes de um instrumento IFRS 7.A
financeiro causará uma perda financeira à outra parte pelo não
cumprimento de uma obrigação.
risco de inadimplência Risco de que uma entidade não cumprirá uma obrigação. O risco de IFRS 13.A
descumprimento inclui, entre outros, o risco de crédito próprio da
entidade.
risco de liquidez O risco de que uma entidade enfrentará dificuldades para cumprir IFRS 7.A
obrigações relacionadas a passivos financeiros que são liquidados por
meio de entrega de caixa ou de outro ativo financeiro.

A1226 ©
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Glossário

risco de mercado O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um IFRS 7.A
instrumento financeiro flutuará devido a mudanças nos preços de
mercado. O risco de mercado compreende três tipos de risco: risco
de moeda, risco de taxa de juros e outros riscos de preços.
risco de moeda O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um IFRS 7.A
instrumento financeiro flutuará devido a mudanças nas taxas de
câmbio.
risco de seguro Risco, exceto o risco financeiro, transferido do titular de um contrato IFRS 4.A
à emitente.
risco de taxa de juros O risco de que o valor justo ou os fluxos de caixa futuros de um IFRS 7.A
instrumento financeiro flutuará devido a mudanças nas taxas de juros
de mercado.
risco financeiro O risco de uma possível mudança futura em uma ou mais taxas de IFRS 4.A
juros específicas, preços de instrumentos financeiros, preços de
commodity, taxas de câmbio, índices de preços ou taxas, classificação
ou índice de crédito ou outra variável, desde que, no caso de uma
variável não financeira, essa variável não seja específica a uma parte
do contrato.
segmento operacional Um segmento operacional é um componente de uma entidade: IFRS 8.A
(a) que atua em atividades de negócios das quais pode obter
receitas e incorrer em despesas (incluindo receitas e despesas
relacionadas a transações com outros componentes da mesma
entidade),
(b) cujos resultados operacionais sejam regularmente avaliados
pelo principal tomador de decisões operacionais da entidade,
ao decidir sobre os recursos a serem alocados ao segmento e
ao avaliar o seu desempenho, e
(c) em relação ao qual estão disponíveis informações financeiras
distintas.
segmento reportável Um segmento operacional para o qual a IFRS 8 exige que as IFRS 8.11
informações sejam divulgadas.
seguradora A parte que possui a obrigação, em virtude de um contrato de seguro, IFRS 4.A
de indenizar o titular da apólice na ocorrência de um evento segurado
futuro.
sócios Titulares de instrumentos classificados como de patrimônio líquido. IAS 1.7
sócios Na IFRS 3, o termo “sócios” é amplamente utilizado para incluir IFRS 3.A
titulares de participações societárias em entidades de propriedade do
investidor e sócios, membros ou participantes de entidades mútuas.
subsidiária Entidade controlada por outra entidade. IFRS 10.A
subvenções Auxílio do governo, na forma de transferências de recursos para uma IAS 20.3
governamentais entidade em compensação por cumprimento passado ou futuro de
certas condições relacionadas às atividades operacionais da entidade.
Excluem as formas de assistência governamental que não podem ter
um valor razoavelmente atribuído e transações com o governo que
não possam ser distinguidas das transações comerciais normais da
entidade.

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IFRS Foundation A1227
Glossário

subvenções Subvenções governamentais cuja condição principal para que a IAS 20.3
relacionadas a ativos entidade se qualifique é a de que ela compre, construa ou, de outra
forma, adquira ativos de longo prazo. Condições acessórias também
podem ser incluídas, restringido o tipo ou localização dos ativos,
ou os períodos durante os quais devem ser adquiridos ou mantidos.
subvenções Outras subvenções governamentais que não aquelas relacionadas a IAS 20.3
relacionadas a receitas ativos.
taxa de câmbio A relação de troca entre duas moedas. IAS 21.8
taxa de câmbio à vista A taxa de câmbio para entrega imediata. IAS 21.8
taxa de fechamento A taxa de câmbio à vista no final do período de relatório. IAS 21.8
taxa de juros efetiva A taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos à IAS 39.9
vista futuros estimados ao longo da vida esperada do instrumento
financeiro ou, quando apropriado, de um período mais curto, em
relação ao valor contábil líquido do ativo financeiro ou passivo
financeiro. Ao calcular a taxa de juros efetiva, a entidade estimará os
fluxos de caixa levando em consideração todos os termos contratuais
do instrumento financeiro (por exemplo, pagamento antecipado,
opções de compra e similares), mas não considerará futuras perdas
de crédito. O cálculo inclui todos os honorários e pontos, pagos ou
recebidos, entre as partes do contrato que sejam parte integrante da
taxa de juros efetiva (vide IAS 18), custos de transação e todos os
outros prêmios ou descontos. Há uma presunção de que os fluxos
de caixa e a vida esperada de um grupo de instrumentos financeiros
similares podem ser estimados de forma confiável. Contudo, nos
casos raros em que não é possível estimar de forma confiável os
fluxos de caixa ou a vida esperada de um instrumento financeiro (ou
grupo de instrumentos financeiros), a entidade utilizará os fluxos de
caixa contratuais ao longo de todo o prazo contratual do instrumento
financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros).
taxa de juros implícita A taxa de desconto que, no início do arrendamento, faz com que o IAS 17.4
no arrendamento valor presente total (a) dos pagamentos mínimos do arrendamento
e (b) do valor residual não garantido seja igual à soma (i) do valor
justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer custos diretos iniciais do
arrendador.
taxa de juros A taxa de juros que o arrendatário teria de pagar em um arrendamento IAS 17.4
incremental sobre similar ou, se esse valor não puder ser determinado, a taxa que, no
empréstimo (do início do arrendamento, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado,
arrendatário) por um prazo semelhante e com uma garantia semelhante, os recursos
necessários para comprar o ativo.
taxa de juros A taxa de juros que o arrendatário teria de pagar em um arrendamento IAS 17.4
incremental sobre similar ou, se esse valor não puder ser determinado, a taxa que, no
empréstimo do início do arrendamento, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado,
arrendatário por um prazo semelhante e com uma garantia semelhante, os recursos
necessários para comprar o ativo.
teste de adequação de Uma avaliação se o valor contábil de um passivo de seguro precisa ser IFRS 4.A
passivo aumentado (ou o valor contábil dos respectivos custos de aquisição
diferidos ou dos respectivos ativos intangíveis diminuído), baseada
em uma análise dos fluxos de caixa futuros.

A1228 ©
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Glossário

teto de ativo O valor presente de quaisquer benefícios econômicos disponíveis IAS 19.8
na forma de restituições provenientes do plano ou reduções nas
contribuições futuras ao plano.
titular da apólice Uma parte que tem direito à indenização, em virtude de um contrato IFRS 4.A
de seguro, quando da ocorrência de um evento segurado.
titulares de ações Titulares de ações ordinárias. IAS 33.5–9
ordinárias
tomador de decisões Entidade com direitos de tomada de decisão que é uma principal ou IFRS 10.A
um agente de outras partes.
transação com partes Uma transferência de recursos, serviços ou obrigações entre uma IAS 24.9
relacionadas entidade que reporta e uma parte relacionada, independentemente da
cobrança de um preço.
transação de Uma transação na qual a entidade IFRS 2.A
pagamento baseada
(a) recebe bens ou serviços do fornecedor desses bens ou serviços
em ações
(incluindo um empregado) em um acordo de pagamento baseado
em ações, ou
(b) incorre em uma obrigação de liquidar a transação com o
fornecedor em um acordo de pagamento baseado em ações
quando uma outra entidade do grupo recebe esses bens ou
serviços.
transação de Uma transação de pagamento baseada em ações em que a entidade IFRS 2.A
pagamento baseada adquire bens ou serviços incorrendo em um passivo para transferir
em ações liquidada à caixa ou outros ativos ao fornecedor desses bens ou serviços, por
vista, valores baseados no preço (ou valor) de instrumentos de patrimônio
(incluindo ações ou opções de ações) da entidade ou de uma outra
entidade do grupo.
transação de Uma transação de pagamento baseada em ações na qual a entidade IFRS 2.A
pagamento baseada
(a) recebe bens ou serviços como contrapartida por instrumentos
em ações liquidada
de patrimônio próprios (incluindo ações ou opções de ações),
em instrumentos de
ou
patrimônio,
(b) recebe bens ou serviços, mas não tem nenhuma obrigação de
liquidar a transação com o fornecedor.
transação em moeda Uma transação que está denominada em moeda estrangeira ou exige IAS 21.20
estrangeira liquidação em moeda estrangeira.
transação ordenada Transação que presume exposição ao mercado por um período antes IFRS 13.A
da data de mensuração para permitir atividades de marketing que
são usuais e habituais para transações envolvendo esses ativos ou
passivos; não se trata de uma transação forçada (por exemplo, uma
liquidação forçada ou venda em situação adversa).
transação prevista Uma transação futura não comprometida, mas prevista. IAS 39.9
transformação Os processos de crescimento, degeneração, produção e procriação que IAS 41.5
biológica causam mudanças qualitativas ou quantitativas em um ativo biológico.
unidade de conta Nível no qual um ativo ou passivo é agregado ou desagregado em IFRS 13.A
uma IFRS para fins de reconhecimento.
unidade geradora de O menor grupo identificável de ativos que geram entradas de caixa IAS 36.6,
caixa que são, em grande parte, independentes das entradas de caixa de IFRS 5.A
outros ativos ou de grupos de ativos.

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IFRS Foundation A1229
Glossário

valor contábil O valor pelo qual um ativo é reconhecido após deduzir-se qualquer IAS 16.6,
depreciação (amortização) acumulada e perdas acumuladas por IAS 36.6,
redução ao valor recuperável. IAS 38.8
valor contábil O valor pelo qual um ativo é reconhecido na demonstração da posição IAS 40.5,
financeira. IAS 41.8
valor depreciável O custo de um ativo, ou outro valor que substitua o custo (nas IAS 16.6,
demonstrações financeiras), menos seu valor residual. (IAS 36.6,
IAS 38.8)
valor em uso O valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espera IFRS 5.A
resultem do uso contínuo de um ativo e de sua alienação no final de
sua vida útil.
valor em uso O valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera que se IAS 36.6
origine de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.
valor específico da O valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade espera obter IAS 16.6,
entidade do uso contínuo de um ativo, de sua alienação ao final de sua vida IAS 38.8
útil, ou que se espera incorrer ao liquidar um passivo.
valor intrínseco4 A diferença entre o valor justo das ações que a contraparte tem o IFRS 2.A
direito (condicional ou incondicional) de subscrever ou de receber
e o preço (se houver) que a contraparte é (ou será) obrigada a pagar
por essas ações. Por exemplo, uma opção de ações com um preço de
exercício de UM 15, em uma ação com valor justo de UM 20 tem um
valor intrínseco de UM 5.
valor justo O preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago IAS 2.6,
pela transferência de um passivo em uma transação ordenada entre (IAS 16.6),
participantes do mercado na data de mensuração. IAS 17.8,
IAS 18.7,
(IAS 19.7),
(IAS 20.3),
IAS 21.8,
IAS 32.11,
(IAS 36.6),
(IAS 38.8),
(IAS 40.5),
IAS 41.8,
IFRS 1.A,
IFRS 3.A,
IFRS 4.A,
IFRS 5.A,
IFRS 9.A,
IFRS 13.A
valor justo O valor pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo IFRS 2.A
liquidado, ou um instrumento de patrimônio concedido poderia ser
trocado, entre partes conhecedoras e interessadas, em uma transação
em bases usuais de mercado.
valor justo menos O valor obtido da venda de um ativo ou de uma unidade geradora de IAS 36.6
custos para vender caixa, em uma transação em bases usuais de mercado, entre partes
conhecedoras e interessadas, menos os custos de alienação.

4 Itens monetários são denominados em “unidades monetárias” (UM).

A1230 ©
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Glossário

valor líquido realizável O preço de venda estimado no curso normal dos negócios, menos IAS 2.6–7
os custos estimados de conclusão e os custos estimados necessários
para efetuar a venda.

O valor líquido realizável refere-se ao valor líquido que uma entidade


espera realizar na venda de estoque no curso normal dos negócios.
O valor justo reflete o valor pelo qual o mesmo estoque poderia ser
trocado no mercado entre compradores e vendedores conhecedores
e interessados. O primeiro é um valor específico de uma entidade;
o último, não. O valor líquido realizável para estoques pode não ser
igual ao valor justo menos custos para vender.
valor presente O valor presente dos pagamentos previstos de um plano de benefícios IAS 26.8
atuarial de benefícios de aposentadoria para atuais e ex-empregados, atribuíveis a serviço
de aposentadoria já prestado.
prometidos
valor presente de uma O valor presente, sem a dedução de quaisquer ativos do plano, de IAS 19.8
obrigação de benefício pagamentos futuros esperados, exigidos para liquidar a obrigação
definido decorrente de serviços de empregados no período corrente e em
períodos anteriores.
valor realizável O valor de caixa ou equivalentes de caixa que poderia ser EC.4.55(c)
presentemente obtido pela venda de um ativo em uma alienação
regular.
valor recuperável É o maior valor entre o valor justo de um ativo (ou de uma unidade IAS 16.6,
geradora de caixa) menos os custos para vender ou o seu valor em uso. IAS 36.6,
IFRS 5.A
valor residual (de um O valor estimado que uma entidade obteria presentemente a partir da IAS 16.6,
ativo) alienação de um ativo, após deduzir os custos estimados de alienação, (IAS 38.8)
se o ativo já tivesse a idade e estivesse na condição esperada no final
de sua vida útil.
valor residual (a) Para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida IAS 17.4
garantido por ele ou por uma parte a ele relacionada (sendo o valor da
garantia o valor máximo que, em qualquer caso, se tornaria
pagável); e
(b) para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida
pelo arrendatário ou por um terceiro não relacionado ao
arrendador que seja financeiramente capaz de satisfazer as
obrigações cobertas pela garantia.
valor residual não A parcela do valor residual do ativo arrendado cuja realização, pelo IAS 17.4
garantido arrendador, não está garantida ou está garantida exclusivamente por
uma parte relacionada ao arrendador.
veículo separado Estrutura financeira separadamente identificável, incluindo IFRS 11.A
pessoas jurídicas separadas ou entidades reconhecidas por estatuto,
independentemente de essas entidades terem personalidade jurídica.
vencido Um ativo financeiro encontra-se vencido quando a contraparte deixou IFRS 7.A
de efetuar o pagamento no vencimento estipulado por contrato.
vendedor a descoberto Uma entidade que venda ativos financeiros que tomou por empréstimo IFRS 9.
e que ainda não os possui. BA.7(b)

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IFRS Foundation A1231
Glossário

vida econômica Ou: IAS 17.4


(a) o período ao longo do qual se espera que um ativo seja usado
por uma entidade; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares
que se espera que seja obtido do ativo pela entidade.
vida útil O período remanescente estimado, a partir do início do prazo do IAS 17.4
arrendamento, não limitado pelo prazo do arrendamento, ao longo do
qual se espera que os benefícios econômicos incorporados ao ativo
sejam consumidos pela entidade.
vida útil Ou: IAS 16.6,
IAS 36.6,
(a) o período ao longo do qual se espera que um ativo esteja
IAS 38.8
disponível para uso por uma entidade; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares
que se espera que seja obtido do ativo pela entidade.

A1232 ©
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Índice Remissivo

Índice remissivo

O índice desta edição é um índice abrangente. Faz referência não apenas a todas as Normas Internacionais de
Relatório Financeiro (IFRS), IASs e Interpretações—mas também a toda respectiva documentação, inclusive Bases
para Conclusões, orientação de implementação e exemplos ilustrativos. Além disso, inclui referências à Estrutura
Conceitual para Relatório Financeiro do IASB, ao Prefácio às IFRSs e a uma Declaração da Prática de IFRS.

Referências às IFRSs, IASs, Interpretações e documentação de apoio são feitas pelo número do documento e número
do parágrafo. O índice usa notações de prefixo para identificar o documento ao qual parágrafos e subparágrafos
pertencem. Essas notações de prefixo são as seguintes:

Seção Prefixo Exemplos Referência


Normas Internacionais IFRS IFRS 1.1–47A IFRS 1, parágrafos 1 a 47A
de Relatório Financeiro IFRS 3.3A(c) IFRS 3, parágrafo 3A subparágrafo (c)
(IFRS) 1–13
Normas Internacionais de IAS IAS 37.10 IAS 37, parágrafo 10
Contabilidade (IASs) 1–41 IAS 12.26(a) IAS 12, parágrafo 26 subparágrafo (a)
Base para Conclusões BC ou BCZ IFRS 2.BC19–BC22 Base para Conclusões sobre a IFRS 2,
sobre as IFRSs parágrafos BC19 a BC22
Base para Conclusões B, BC ou BCZ IAS 24.BC8–BC14 Base para Conclusões sobre a IAS 24,
sobre as IASs parágrafos BC8 a BC14
IAS 36.BCZ108– Base para Conclusões sobre a IAS 36,
BCZ112 parágrafos BCZ108 a BCZ112
Orientação de OI IAS 39.OI.P&R.E.4.2 Orientação de implementação sobre a
implementação das IFRSs IAS 39 P&R E.4.2,
e IASs IFRS 4.OI6–OI10 Orientação de implementação sobre a
IFRS 4, parágrafos OI6 a OI10
Exemplos ilustrativos das EI IAS 33.EI1 IAS 33, Exemplo ilustrativo 1
IFRSs e IASs
Orientação de aplicação OA IAS 32.OA25–OA26 Orientação de aplicação sobre a IAS 32,
parágrafos OA25 a OA26.
Apêndices às IFRSs e IASs Ap IFRS 1.Ap.A–C IFRS 1, Apêndices A a C
IAS 36.Ap.A4 IAS 36, Apêndice A, parágrafo A4

Outros prefixos são: Prefácio às Normas Internacionais de Relatório Financeiro–IFRS Prefácio; Interpretação


IFRIC–IFRIC; Interpretação SIC–SIC; Estrutura Conceitual do IASB–EC; Declaração da Prática de IFRS–DPI

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Índice Remissivo

Ações em tesouraria Acordos em conjunto


apresentação, IAS 32.33–34, IAS 32.OA36, adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
IAS 32.BC32 Ap.D31, IFRS 1.BC63K–BC63L
pagamentos baseados em ações, IFRS 2.BC330– IFRS 11 – Negócios em Conjunto
BC333 alcance, IFRS 11.3, IFRS 11.BC13–BC18
Acordos de concessão de serviço alterações, IFRS 11.Ap.D, IFRS 11.BC.Ap
aplicação das IFRSs, IFRIC 12.InfN2 base para conclusões, IFRS 11.BC1–BC78
ativos financeiros, IFRIC 12.23–25, IFRIC 12. características da, IFRS 11.IN5–IN11
BC60–BC62 considerações de custo benefício, IFRS 11.
ativos intangíveis, IFRIC 12.26, IFRIC 12. BC71–BC78
BC63–BC68 data de vigência, IFRS 11.Ap.C1, IFRS 11.
custos de empréstimos, IFRIC 12.22, IFRIC 12. BC56–BC59
BC57–BC59 definições, IFRS 11.Ap.A
divulgação, SIC‑29.1–7, SIC‑29.BC8–BC10 melhoria na IAS 31 com os princípios da
estrutura conceitual contábil, IFRIC 12.InfN1 IFRS 11, IFRS 11.BC9–BC12
exemplos ilustrativos motivos para emissão, IFRS 11.IN3–IN4
concedente dá ao operador um ativo objetivo, IFRS 11.1–2
financeiro, IFRIC 12.EI1–EI10 problemas com a IAS 31, IFRS 11.BC7–BC8
concedente dá ao operador um ativo referências à IFRS 9, IFRS 11.Ap.C14
financeiro e um ativo intangível, IFRIC 12. resumo das principais mudanças da ED 9,
EI23–EI38 IFRS 11.BC70
concedente dá ao operador um ativo revogação de outras IFRSs, IFRS 11.Ap.C15
financeiro, IFRIC 12.EI11–EI22 transição, IFRS 11.BC60–BC69
itens fornecidos ao operador pelo concedente, visão geral, IFRS 11.IN1–IN2
IFRIC 12.27, IFRIC 12.BC69–BC71 características de, IFRS 11.4–6, IFRS 11.BC19
IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviço controle conjunto, IFRS 11.7–13, IFRS 11.
alcance, IFRIC 12.4–9, IFRIC 12.OA1–OA8, Ap.B5–Ap.B11, IFRS 11.BC20–BC23
IFRIC 12.BC9–BC19 partes que participam de, mas não têm o
alterações, IFRIC 12.Ap.B, IFRIC 12.BC76 controle conjunto, IFRS 11.BC48–50
base para conclusões, IFRIC 12.BC1–BC77 divulgação de participações em
contexto, IFRIC 12.1–3, IFRIC 12.BC2–BC7 compromissos, IFRS 12.BC53–BC56
data de vigência, IFRIC 12.28–28B informações financeiras resumidas, IFRS 12.
questões tratadas, IFRIC 12.10 Ap.B12–Ap.B17, IFRS 12.BC47–BC52
resumo das principais mudanças resultantes da natureza, extensão e efeitos financeiros das
minuta de Interpretações, IFRIC 12.BC77 participações em, IFRS 12.21, IFRS 12.
terminologia, IFRS 12.BC8 BC44–BC46
transição, IFRIC 12.29–30, IFRIC 12.BC72– passivos contingentes, IFRS 12.BC57–BC58
BC75 requisitos de divulgação gerais, IFRS 11.
reconhecimento e mensuração da contrapartida BC52–BC55, IFRS 12.20, IFRS 12.BC42–
do acordo, IFRIC 12.12–13, IFRIC 12.BC30– BC43, IFRS 12.BC59–BC60
BC35 riscos associados a participações em,
serviços de construção ou de melhoria IFRS 12.23, IFRS 12.Ap.B18–Ap.B20
receita e custos, IFRIC 12.14–19, IFRIC 12. valor justo de investimentos para os quais haja
BC36–BC54 cotações de preços publicadas, IFRS 12.BC61
serviços de operação vide Divulgação de participações em outras
obrigações contratuais para restaurar a entidades
infraestrutura a um nível específico de exemplos ilustrativos, IFRS 11.EI1
operacionalidade, IFRIC 12.21, IFRIC 12. acordo de gás natural liquefeito, IFRS 11.
BC55–BC56 EI44–EI52
receita e custos, IFRIC 12.20 banco, IFRS 11.EI29–EI33
SIC‑29 – Acordos de Concessão de Serviços: fabricação e distribuição, IFRS 11.EI14–EI28
Divulgações, SIC 29.1–7 serviços de construção, IFRS 11.EI2–EI8
tratamento dos direitos do operador sobre a setor de petróleo e gás, IFRS 11.EI34–EI43
infraestrutura, IFRIC 12.11, IFRIC 12.BC20– shopping center, IFRS 11.EI9–EI13
BC29 imposto diferido, IAS 12.38–39, IAS 12.43–45
Acordos de serviço público para privado tipos de, IFRS 11.14–19, IFRS 11.Ap.B12–
vide Acordos de concessão de serviço Ap.B21, IFRS 11.BC24–BC37

A1234 ©
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Índice Remissivo

Acordos em conjunto – cont. Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais
veículo separado de Relatório Financeiro (IFRSs) – cont.
avaliação de fatos e circunstâncias, IFRS 11. isenções, IFRS 1.Ap.D5–Ap.D8B, IFRS 1.
Ap.B29–Ap.B33 BC46–BC47
de modo geral, IFRS 11.Ap.B19–Ap.B21 operações sujeitas a regulamentos de tarifas,
forma legal, IFRS 11.Ap.B22–Ap.B24 IFRS 1.31B, IFRS 1.BC47F–BC47K
termos do acordo contratual, IFRS 11. valor justo como custo atribuído, IFRS 1.30,
Ap.B25–Ap.B28 IFRS 1.Ap.D5, IFRS 1.BC41–BC45
vide Operações em conjunto; custos de decapagem na fase de produção de uma
Empreendimentos em conjunto mina de superfície, IFRS 1.Ap.D32
Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais custos de empréstimo, IFRS 1.Ap.D23, IFRS 1.
de Relatório Financeiro (IFRSs) BC63E, IFRS 1.OI23–OI24
acordos em conjunto, IFRS 1.Ap.D31, IFRS 1. demonstração da posição financeira de abertura,
BC63K–BC63L IFRS 1.6, IFRS 1.Ap.A
adotante pela primeira vez, IFRS 1.Ap.A demonstrações financeiras consolidadas, IFRS 1.
atividades estrangeiras, IFRS 1.OI21A OI26–OI31
ativos e passivos de subsidiárias, coligadas derivativos embutidos, IFRS 1.Ap.B9, IFRS 1.
e empreendimentos em conjunto, IFRS 1. BC65–BC66, IFRS 1.OI55
Ap.D16–Ap.D17, IFRS 1.BC59–BC63 desativação, restauração ou passivo similar,
ativos financeiros disponíveis para venda, IFRS 1.Ap.D21–Ap.D21A, IFRS 1.BC63C–
IFRS 1.BC81–BC83 BC63CA, IFRS 1.OI201–OI203
ativos financeiros ou ativos intangíveis designação de ativos financeiros e passivos
contabilizados de acordo com a IFRIC 12, financeiros, IFRS 1.29–29A
IFRS 1.Ap.D22 designação de instrumentos financeiros
instrumentos financeiros anteriormente reconhecidos, IFRS 1.Ap.D19–
ajustes de transição, IFRS 1.OI58A–OI59 Ap.D19D, IFRS 1.BC63A
divulgações, IFRS 1.Ap.E3–Ap.E4 diferenças acumuladas de conversão, IFRS 1.
ativos intangíveis, IFRS 1.BC68–BC71, IFRS 1. Ap.D12–Ap.D13, IFRS 1.BC53–BC55
OI44–OI51 estimativas, IFRS 1.14–17, IFRS 1.BC84,
arrendamentos, IFRS 1.Ap.D9–Ap.D9A, IFRS 1. IFRS 1.OI2–OI4
BC63D–BC63DB, IFRS 1.OI14–OI16, exceções à aplicação retrospectiva de outras IFRSs
IFRS 1.OI204–OI206 restrições de custo-benefício, IFRS 1.BC26–29
baixa de acordo com os PCGAs anteriores explanação da transição para as IFRSs,
IFRS 1.BC20–BC23 IFRS 1.23, IFRS 1.BC91–BC95, IFRS 1.OI63
baixa de ativos financeiros e passivos financeiros, conciliações do patrimônio líquido e do
IFRS 1.Ap.B2–Ap.B3, IFRS 1.OI53–OI54 resultado abrangente total, IFRS 1.OI63
balanço patrimonial de abertura de acordo com as extinção de passivos financeiros com
IFRSs, IFRS 1.BC17–BC19 instrumentos de patrimônio, IFRS 1.Ap.D25
benefícios aos empregados, IFRS 1.Ap.E5, hiperinflação, IFRS 1.31C, IFRS 1.Ap.D26–
IFRS 1.BC49–BC51, IFRS 1.OI19–OI21 Ap.D30, IFRS 1.BC63F–BC63J, IFRS 1.
classificação e mensuração de ativos financeiros, BC67, IFRS 1.OI32–OI34
IFRS 1.Ap.B8, IFRS 1.OI56–OI58 IFRS 1 – Adoção pela Primeira Vez das Normas
combinações de negócios, IFRS 1.Ap.C1–Ap.C5, Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs)
IFRS 1.BC31–BC40, IFRS 1.OI22 alcance, IFRS 1.2–5, IFRS 1.BC4–BC6
conciliações, IFRS 1.24–28 características da, IFRS 1.IN3–IN7
contabilização de cobertura, IFRS 1.Ap.B4–Ap.B6, data de vigência, IFRS 1.34–39M
IFRS 1.BC75–BC80, IFRS 1.OI60–OI60B definições, IFRS 1.Ap.A
contratos de seguro, IFRS 1.Ap.D4 emissão de, IFRS 1.IN1–2
custo atribuído isenções de curto prazo, IFRS 1.Ap.E
ativos de petróleo e gás, IFRS 1.31A, IFRS 1. isenções de outras IFRSs, IFRS 1.18, IFRS 1.
BC47A–BC47E Ap.D1
definições, IFRS 1.Ap.A objetivo de, IFRS 1.1, IFRS 1.BC1–BC3
hiperinflação severa, IFRS 1.31C orientação de implementação, IFRS 1.OI1
investimentos em subsidiárias, reestruturação da IFRS, IFRS 1.BC3A–BC3B
empreendimentos em conjunto e coligadas, revogação da IFRS 1 (emitida em 2003),
IFRS 1.31, IFRS 1.Ap.D15, IFRS 1. IFRS 1.40
BC58A–BC58M imobilizado, IFRS 1.OI7–OI13

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Índice Remissivo

Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais Agricultura


de Relatório Financeiro (IFRSs) – cont. divulgação
impostos sobre a renda, IFRS 1.OI5–OI6 desagregação do ganho ou perda, IAS 41.
informações comparativas, IFRS 1.21, IFRS 1. BC.B78–B79
Ap.E1–Ap.E2, IFRS 1.BC9–BC10, IFRS 1. divulgação separada de mudanças físicas e
BC85–89A mudanças de preço, IAS 41.BC.B74–B77,
instrumentos financeiros compostos, IFRS 1. IAS 41.EI.ex2
Ap.D18, IFRS 1.BC56–BC58, IFRS 1.OI35– divulgações propostas, IAS 41.BC.B80–
OI36 BC.B81
investimentos em subsidiárias, empreendimentos incapacidade de mensurar o valor justo de
em conjunto e coligadas, IFRS 1.31, IFRS 1. forma confiável, IAS 41.54–56
Ap.D14–Ap.D15 requisitos, IAS 41.40–53
mensuração exemplos de demonstrações financeiras, IAS 41.
balanço patrimonial de abertura de acordo EI.ex1
com as IFRSs, IFRS 1.BC24–BC25 IAS 41 – Agricultura
mensuração ao valor justo de ativos financeiros alcance, IAS 41.1–4, IAS 41.BC.B8–BC.B12
ou passivos financeiros no reconhecimento base para conclusões, IAS 41.BC1–BC10
inicial, IFRS 1.Ap.D20 características da, IAS 41.IN1–IN9
participações de não controladores, IFRS 1.Ap.B7 data de vigência e transição, IAS 41.58–61
PCGAs anteriores, IFRS 1.Ap.A definições, IAS 41.5–8, IAS 41.BC3–BC4
políticas contábeis, IFRS 1.7–11, IFRS 1.BC97 desenvolvimento da norma, IAS 41.BC.B1–B7
primeiras demonstrações financeiras de acordo mudanças às propostas da E65, IAS 41.BC.B82
com as IFRSs, IFRS 1.Ap.A produto agrícola
primeiro período de relatório de acordo com as estoques, IAS 2.20
IFRSs, IFRS 1.Ap.A reconhecimento e mensuração
propriedade para investimento, IFRS 1.OI61–OI62 ativos biológicos, IAS 41.BC.B13–BC.B40
receita, IFRS 1.OI17 ativos intangíveis, IAS 41.BC.B58–BC.B60
reconhecimento contratos de venda, IAS 41.BC.B47–BC.B54
reconhecimento de ganho ou perda de “1 dia”, ganhos e perdas, IAS 41.26–29, IAS 41.
IFRS 1.BC83A BC.B38–BC.B40
redução ao valor recuperável, IFRS 1.OI39–OI43 gasto subsequente, IAS 41.BC.B61–BC.B62
relatórios financeiros intermediários, IFRS 1.32– incapacidade de mensurar o valor justo de
33, IFRS 1.BC96, IFRS 1.OI37–OI38 forma confiável, IAS 41.30–33, IAS 41.
resumos históricos, IFRS 1.22, IFRS 1.BC90 BC.B34–BC.B37
transações de pagamento baseadas em ações, produto agrícola, IAS 41.BC.B41–BC.B46
IFRS 1.Ap.D2–Ap.D3, IFRS 1.BC63B, requisitos, IAS 41.10–25, IAS 41.BC5–BC7
IFRS 1.OI64–OI65 terreno relacionado à atividade agrícola,
transferências de ativos de clientes, IFRS 1.Ap.D24 IAS 41.BC.B55–BC.B57
versão atual das IFRSs, aplicação, IFRS 1.BC11– transformação biológica adicional, IAS 41.
BC15 BC8–BC10
Adquirente subvenções governamentais, IAS 41.34–38,
vide Combinações de negócios IAS 41.57, IAS 41.BC.B63–B73
Ágio Amortização
ágio gerado internamente, IAS 38.48–50 ativos intangíveis, IAS 38.97–106
aquisição de uma entidade estrangeira, IAS 21. Apresentação de demonstrações financeiras
BC26–BC32 agregação, IAS 1.30
imposto diferido, IAS 12.21–21B, IAS 12.32A apresentação adequada e conformidade com as
vide Combinações de negócios; Redução ao IFRSs, IAS 1.15–24, IAS 1.BC23–BC30
valor recuperável arredondamento, IAS 1.53
Agregação compensação, IAS 1.32–35
apresentação de demonstrações financeiras, contabilização pelo regime de competência,
IAS 1.30 IAS 1.27–28
divulgação de participações em outras entidades, conjunto completo de demonstrações financeiras,
IFRS 12.4, IFRS 12.Ap.B2–Ap.B6, IFRS 12. IAS 1.10–14, IAS 1.BC22
BC80–BC81 títulos das demonstrações financeiras,
relatório sobre segmentos, IFRS 8.12, IFRS 8. IAS 1.10, IAS 1.BC14–BC21
BC30 consistência da apresentação, IAS 1.45–46

A1236 ©
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Índice Remissivo

Apresentação de demonstrações financeiras – cont. Aquisições reversas – cont.


continuidade operacional, IAS 1.25–26 demonstrações financeiras consolidadas, IFRS 3.
exemplos ilustrativos, IAS 1.OI1–OI6 Ap.B21–Ap.B22, IFRS 3.EI7–EI8
frequência do relatório, IAS 1.36–37 lucro por ação, IFRS 3.Ap.B25–Ap.B27, IFRS 3.
IAS 1 – Apresentação de Demonstrações EI9–EI10
Financeiras mensuração da contrapartida transferida, IFRS 3.
alcance, IAS 1.2–6 Ap.B20, IFRS 3.EI4–EI5
alterações, IAS 1.Ap, IAS 1.BC.Ap, IAS 1. participações de não controladores, IFRS 3.
OI.Ap Ap.B23–Ap.B24, IFRS 3.EI11–EI15
características de, IAS 1.IN5–IN9 requisitos, IFRS 3.Ap.B19
definições, IAS 1.7–8A, IAS 1.BC11–BC13 Arredondamento
diferenças da SFAS 130, IAS 1.BC106 apresentação de demonstrações financeiras,
introdução, IAS 1.BC1 IAS 1.53
motivos para revisar a IAS 1, IAS 1.IN2–IN4 Arrendamentos
mudanças em relação aos requisitos adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
anteriores, IAS 1.IN10–IN19 Ap.D9–Ap.D9A, IFRS 1.BC63D–BC63DB,
objetivo, IAS 1.1 IFRS 1.OI14–OI16, IFRS 1.OI204–OI206
projeto conjunto, IAS 1.BC7–BC10 aluguel contingente, IAS 17.4, IAS 17.31,
projeto de melhorias, IAS 1.BC2–BC4 IAS 17.35, IAS 40.50
revogação da IAS 1 (revisado em 2003), arrendamentos financeiros nas demonstrações
IAS 1.140 financeiras de arrendadores
transição e data de vigência, IAS 1.139–139K, divulgações, IAS 17.47–48
IAS 1.BC105–BC105B mensuração subsequente, IAS 17.39–46
visão geral, IAS 1.IN1 reconhecimento inicial, IAS 17.36–38
identificação das demonstrações financeiras, arrendamento não cancelável, IAS 17.4,
IAS 1.49–52 IAS 17.31, IAS 17.35, IAS 17.56
informações comparativas, IAS 1.38–44, IAS 1. arrendamentos operacionais
BC31–BC36 incentivos, SIC‑15.3–6
notas explicativas às demonstrações financeiras arrendamentos operacionais nas demonstrações
dividendos, IAS 1.137 financeiras de arrendadores
divulgação de políticas contábeis, IAS 1.117– divulgações, IAS 17.56–57
124, IAS 1.BC77–BC78 reconhecimento e mensuração, IAS 17.49–55
divulgações de capital, IAS 1.134–136, IAS 1. arrendamentos operacionais nas demonstrações
BC5–BC6, IAS 1.BC85–BC100, IAS 1. financeiras de arrendatários
OI10–OI11 divulgações, IAS 17.35
estrutura, IAS 1.112–116 reconhecimento, IAS 17.33–34
fontes de incerteza na estimativa, IAS 1.125– classificação de arrendamentos,
133, IAS 1.BC79–BC84 financeiro ou operacional, IAS 17.7–13
instrumentos financeiros com opção de venda, propriedades para investimento, IAS 17.18–19
IAS 1.136A, IAS 1.BC6A, IAS 1.BC100A– terreno e edificações, IAS 17.15A–17,
BC100B IAS 17.BC4–BC14
itens gerais, IAS 1.138 combinações de negócios
medidas por ação, IAS 1.BC101–BC104 arrendamentos operacionais, IFRS 3.Ap.B28–
relatório financeiro intermediário, IAS 34.16A Ap.B30, IFRS 3.Ap.B42, IFRS 3.BC144–
objetivo das demonstrações financeiras, IAS 1.9 BC148
relevância, IAS 1.29–31 custos diretos iniciais, IAS 17.4, IAS 17.20,
vide Demonstração dos fluxos de caixa; IAS 17.24, IAS 17.38, IAS 17.52, IAS 17.
Demonstração das mutações do patrimônio BC18–BC21
líquido; Demonstração do resultado determinação de se um acordo contém um
abrangente; Demonstração da posição arrendamento
financeira arrendamentos financeiros nas demonstrações
Aquisições em etapas financeiras de arrendatários
combinações de negócios, IFRS 3.41–42, avaliação do acordo, IFRIC 4.6–9, IFRIC 4.
IFRS 3.BC384–BC389, IFRS 3.OD11 BC15–BC39
Aquisições reversas exemplos ilustrativos, IFRIC 4.EI1–EI4
ágio, IFRS 3.EI6 reavaliação, IFRIC 4.11, IFRIC 4.BC40–
contabilização de, IFRS 3.EI1–EI15 BC43

©
IFRS Foundation A1237
Índice Remissivo

Arrendamentos – cont. Arrendamentos – cont.


tempo de avaliação, IFRIC 4.10, de modo geral, IAS 17.58
IFRIC 4.BC40–BC43 divulgação, IAS 17.65–66
divulgações, IAS 17.31–32 transações envolvendo a forma legal de um
mensuração subsequente, IAS 17.25–30 arrendamento
reconhecimento inicial, IAS 17.20–24 data de vigência, SIC‑27
separação de pagamentos de arrendamento divulgação, SIC‑27.10–11
de outros pagamentos, IFRIC 4.12–15, essência do acordo, SIC‑27.4–9, SIC‑27.
IFRIC 4.BC44–BC46 BC13–BC16, SIC‑27.OI.B1–OI.B2
fabricantes ou revendedores arrendadores, questões tratadas, SIC‑27.1–2
IAS 17.4, IAS 17.38, IAS 17.42–46, IAS 17. transações vinculadas, SIC‑27.3, SIC‑27.
BC18–21, IAS 17.BC55 BC12, SIC‑27.OI.A1–OI.A2
IAS 17 – Arrendamentos valor residual (vide Imobilizado; Ativos
alcance, IAS 17.2–3 Intangíveis) IFRS 1.OI14, IFRS 4.4(c),
data de vigência, IAS 17.69–69A IFRS 4.OI1, IFRS 7.OI32, IAS 17.4, IAS 17.7,
definições, IAS 17.4–6A IAS 17.13, IAS 17.BC8C, IAS 17.BC11
disposições transitórias, IAS 17.67–68A, garantido, IAS 17.4, IAS 17.9
IAS 17.BC15 não garantido, IAS 17.4, IAS 17.1, IAS 17.44
objetivo de, IAS 17.1 Arrendamentos financeiros
IFRIC 4 – Determinação se um Acordo Contém vide Arrendamentos
um Arrendamento Arrendamentos operacionais
alcance, IFRIC 4.4, IFRIC 4.BC13–BC14A vide Arrendamentos
contexto, IFRIC 4.1–3, IFRIC 4.BC2–BC12 Assistência governamental
data de vigência, IFRIC 4.16–16A de modo geral, IAS 20.34–35, IAS 20.38
questões tratadas, IFRIC 4.5 divulgação, IAS 20.36, IAS 20.39
transição, IFRIC 4.17, IFRIC 4.BC47–BC50 empréstimos com taxa de juros abaixo do
início do arrendamento e início do prazo de mercado, IAS 20.BC3–BC5
arrendamento, IAS 17.4–5, IAS 17.10, SIC‑10 Assistência Governamental—Sem Relação
IAS 17.13, IAS 17.16, IAS 17.21–22, Específica com as Atividades Operacionais
IAS 17.29, IAS 17.38, IAS 17.BC16–BC17 SIC‑10.1–3
investimento no arrendamento, IAS 17.4 Atividades estrangeiras
bruto, IAS 17.4, IAS 17.40–41, IAS 17.47 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
líquido, IAS 17.4, IAS 17.36, IAS 17.38 OI21A
pagamentos mínimos do arrendamento, IAS 17.4, ágio e ajustes de valor justo, IAS 21.BC26–BC32
IAS 17.10, IAS 17.20, IAS 17.25, IAS 17.31, alienação de uma operação no exterior,
IAS 17.35, IAS 17.35, IAS 17.44, IAS 17.47, IAS 21.48–49, IAS 21.BC33–BC40
IAS 17.56 apresentação de transações em moeda estrangeira
SIC‑15 – Arrendamentos Operacionais – na moeda funcional
Incentivos, final de cada período de relatório, no,
data de vigência, SIC‑15 IAS 21.23–26
exemplos ilustrativos, SIC‑15.EI mudança na moeda funcional, IAS 21.35–37
questões tratadas, SIC‑15.1–2 reconhecimento de diferenças de câmbio,
reconhecimento SIC‑15.1–6, SIC‑15.BC7– IAS 21.28–34
BC11 reconhecimento inicial, IAS 21.20–22
SIC‑27 Avaliação da Essência de Transações capitalização de diferenças de câmbio, IAS 21.
Envolvendo a Forma Legal de um Arrendamento, BC24–BC25
SIC‑27.1–11, SIC‑27.BC12–BC16 coberturas de moeda estrangeira, IAS 39.
taxa de juros implícita no arrendamento, OI.EC.2.4, IAS 39.OI.EC.3.3–OI.EC.3.4
IAS 17.4, IAS 17.20, IAS 17.38 coberturas de um investimento líquido em
taxa incremental sobre empréstimo, IAS 17.4, uma operação no exterior, IAS 39.102,
IAS 17.20 IFRIC 16.10–17, IFRIC 16.OA1–OA15,
transações de venda e de retroarrendamento (sale IFRIC 16.EI1–EI5
and leaseback) efeito do método de consolidação, IFRIC 16.
arrendamentos financeiros, IAS 17.59–60, BC35–BC39
IAS 17.64 instrumento de cobertura e avaliação da
arrendamentos operacionais, IAS 17.61–63, efetividade de cobertura, IFRIC 16.14–15,
IAS 17.OI IFRIC 16.BC22–BC32

A1238 ©
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Índice Remissivo

Atividades estrangeiras – cont. Atividades estrangeiras – cont.


moeda funcional versus moeda de redução ao valor recuperável
apresentação, IFRIC 16.10, IFRIC 16. valor em uso, IAS 36.54, IAS 36.BCZ46–
BC6–BC14 BCZ51
reclassificação de outros resultados tradução para conveniência, IAS 21.BC14
abrangentes para lucros e perdas, Ativo circulante
IFRIC 16.16–17, IFRIC 16.BC33–BC34 demonstração da posição financeira, IAS 1.66–68
risco elegível, IFRIC 16.12, IFRIC 16. Ativo financeiro
BC15–BC18 definição, IAS 32.11, IAS 32.OA3–OA12
valor do item protegido que pode ser vide Instrumentos financeiros
protegido, IFRIC 16.11, IFRIC 16.13, Ativos
IFRIC 16.BC19–BC21 vide Combinações de negócios; Ativos
contrato de moeda estrangeira com base no circulantes; Imobilizado
volume de vendas, IFRS 9.OIB.8 de modo geral, EC.4.8–4.14
demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.25–28 reconhecimento, EC.4.44–4.45
divulgação, IAS 21.51–57 Ativos biológicos
efeitos fiscais, IAS 21.50 vide Agricultura
IAS 21 – Os Efeitos das Mudanças nas Taxas de Ativos contingentes
Câmbio contratos de construção, IAS 11.45
abordagem geral, IAS 21.17–19 divulgação, IAS 37.89–92, IAS 37.OI.A
alcance, IAS 21.3–7 IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e
alterações, IAS 21.Ap Ativos Contingentes
aplicação, IAS 21.IN1 definições, IAS 37.10
base para conclusões, IAS 21.BC1–BC40 data de vigência, IAS 37.IN23, IAS 37.95–97
data de vigência e transição, IAS 21.58–60H características de, IAS 37.IN2–IN22
definições, IAS 21.8 relação entre provisões e passivo contingente,
motivos para revisar a IAS 21, IAS 21.IN2–IN3 IAS 37.12–13
mudanças em relação à versão anterior, alcance, IAS 37.IN1, IAS 37.1–9
IAS 21.IN4–IN17 disposições transitórias, IAS 37.93
objetivo, IAS 21.1–2 reconhecimento, IAS 37.31–35, IAS 37.OI.A
revogação de outros pronunciamentos, Ativos corporativos
IAS 21.61–62 exemplo ilustrativo, IAS 36.EI69–EI79
IFRIC 16 – Coberturas de um Investimento unidades geradoras de caixa, IAS 36.100–103
Líquido em uma Operação no Exterior Ativos de exploração e avaliação
alcance, IFRIC 16.7–8 classificação de, IFRS 6.15–16, IFRS 6.BC32–
base para conclusões, IFRIC 16.BC1–BC41 BC34
contexto, IFRIC 16.1–6, IFRIC 16.BC2–BC5 cronograma de projeto, IFRS 6.BC57
data de vigência, IFRIC 16.18, IFRS 16. divulgação, IFRS 6.23–25, IFRS 6.BC50–BC54
BC40A estágios após a exploração e avaliação, IFRS 6.
questões tratadas, IFRIC 16.9 BC56
resumo das principais mudanças resultantes da gastos de pré-aquisição ou de pré-exploração,
minuta de Interpretação, IFRIC 16.BC41 IFRS 6.BC10–BC13
transição, IFRIC 16.19, IFRIC 16.BC40 IFRS 6 – Exploração e Avaliação de Recursos
investimento líquido em uma operação no exterior, Minerais
IAS 21.15–15A, IAS 21.BC25A–BC25F alcance, IFRS 6.3–5, IFRS 6.BC6–BC8
itens monetários, IAS 21.16 alterações, IFRS 6.Ap.B
moeda de apresentação diferente da moeda base para conclusões, IFRS 6.BC1–BC66
funcional características da, IFRS 6.IN5
conversão de uma operação no exterior, data de vigência, IFRS 6.26, IFRS 6.BC58
IAS 21.44–47 definições, IFRS 6.Ap.A, IFRS 6.BC9,
conversão para a moeda de apresentação, IFRS 6.BC14–BC16
IAS 21.38–43, IAS 21.BC15–BC23 disposições transitórias, IFRS 6.27, IFRS 6.
escolha da moeda de apresentação, IAS 21. BC59–BC65
BC10–BC13 emissão, IFRS 6.IN1–IN4, IFRS 6.BC2–BC5
moeda funcional, IAS 21.BC4 mudanças da ED 6, IFRS 6.BC66
determinação da, IAS 21.9–14, IAS 21.BC5– objetivo da, IFRS 6.1–2
BC9 opiniões divergentes, IFRS 6.OD1–OD4

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IFRS Foundation A1239
Índice Remissivo

Ativos de exploração e avaliação – cont. Ativos intangíveis – cont.


mensuração gasto subsequente, IAS 38.20
após reconhecimento, IFRS 6.12, IFRS 6. IAS 38 – Ativos Intangíveis
BC29–BC31 alcance, IAS 38.2–7
elementos de gasto, IFRS 6.9–11, IFRS 6. aplicação da, IAS 38.IN1
BC24–BC28 base para conclusões, IAS 38.BC1–BCZ110
no reconhecimento, IFRS 6.8 definições, IAS 38.8, IAS 38.BC4–BC5
políticas contábeis, IFRS 6.13–14, IFRS 6. disposições transitórias e data de vigência,
BC17–BC23B, IFRS 6.BC49 IAS 38.130–132, IAS 38.BC90–BC102
reclassificação de, IFRS 6.17 histórico do desenvolvimento de uma norma,
reconhecimento, IFRS 6.6–7 IAS 38.BCZ104–BCZ110
redução ao valor recuperável, IFRS 6.18–22, motivos para revisar a IAS 38, IAS 38.IN2–IN4
IFRS 6.BC35–BC48 objetivo, IAS 38.1
reservas comerciais, IFRS 6.BC55 opiniões divergentes, IAS 38.OD1–OD5
Ativos de indenização principais mudanças, IAS 38.IN5–IN13
combinações de negócios resumo das principais mudanças em relação à
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.27–28, Minuta de Exposição, IAS 38.BC103
IFRS 3.57, IFRS 3.BC301–BC303 revogação da IAS 38 (emitida em 1998),
Ativos intangíveis IAS 38.133
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. identificabilidade, IAS 38.11–12, IAS 38.BC6–BC10
Ap.D22, IFRS 1.BC68–BC71, IFRS 1.OI44– mensuração após o reconhecimento
OI51 classes de ativos intangíveis, IAS 38.72–73
ágio gerado internamente, IAS 38.48–50 método de custo, IAS 38.74
amortização, IAS 38.97–106 método de reavaliação, IAS 38.75–87,
atividade agrícola, IAS 41.BC.B58–BC.B60 IAS 38.124–125
baixa, IAS 38.112–117 redução ao valor recuperável
benefícios econômicos futuros, IAS 38.17 mensuração do valor recuperável, IAS 36.24,
classes de ativos intangíveis, IAS 38.72–73, IAS 36.BC119–BC120, IAS 36.BC129–
IAS 38.119 BC130
combinações de negócios teste de redução ao valor recuperável, IAS 36.
ativos intangíveis baseados em contrato, BC121–BC128, IAS 38.111, IAS 38.BC54–
IFRS 3.EI34–EI38 BC56
ativos intangíveis baseados em tecnologia, reconhecimento inicial e mensuração
IFRS 3.EI39–EI44 aquisição separada, IAS 38.25–32, IAS 38.
ativos intangíveis relacionados a clientes, BC26–BC28
IFRS 3.EI23–EI31 ativos gerados internamente, IAS 38.51–67,
ativos intangíveis relacionados a marketing, IAS 38.BCZ29–BCZ46
IFRS 3.EI18–EI22 critérios de reconhecimento, IAS 38.21–23,
ativos intangíveis relacionados a obras de arte, IAS 38.BC15
IFRS 3.EI32–EI33 custo, IAS 38.24
contabilização de, IFRS 3.Ap.B39 despesas passadas, IAS 38.71
distinguindo entre ativos intangíveis subvenção governamental, aquisição por meio
identificáveis e ágio, IFRS 3.BC157–BC184 de, IAS 38.44
exemplos de, IFRS 3.EI16–EI44 trocas de ativos, IAS 38.45–47, IAS 38.131
mensuração e reconhecimento, IFRS 3. pré-pagamentos, IAS 38.70, IAS 38.BC46D
Ap.B31–Ap.B34, IFRS 3.Ap.B40, SIC‑32 Ativos Intangíveis—Custos com Website,
IAS 38.33–43, IAS 38.BC16A–BC19D SIC‑32.1–10
projetos de pesquisa e desenvolvimento vida útil de
adquiridos em combinações de negócios, avaliação, IAS 38.88–96, IAS 38.BC60–
IAS 38.BC78–BC89 BC72, IAS 38.EI.ex1–EI.ex9
controle, IAS 38.13–16, IAS 38.BC11–BC14 revisão de avaliação de vida útil, IAS 38.109–
despesas, reconhecimento como, IAS 38.68–69, 110
IAS 38.BC46A–BC46I vidas úteis definidas, IAS 38.97–106, IAS 38.
divulgação, IAS 38.118–128 BC50–BC53, IAS 38.BC57–BC59, IAS 38.
exemplos de, IAS 38.9 BC72A
fase de desenvolvimento, IAS 38.57–59 vidas úteis indefinidas, IAS 38.107–108,
fase de pesquisa, IAS 38.54–56 IAS 38.BC73–BC77

A1240 ©
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Índice Remissivo

Ativos intangíveis – cont. Ativos não circulantes


vide Redução ao valor recuperável; Acordos de abandonados, a serem, IFRS 5.13–14
concessão de serviço classificação como mantidos para distribuição a
websites, SIC‑32.1–10, SIC‑32.BC11–BC18, sócios, IFRS 5.12A, IFRS 5.15A
SIC‑32.EI vide Ativos mantidos para venda
Ativos mantidos para venda Atualização Monetária
apresentação e divulgação, IFRS 5.38–42, de Segmentos operacionais divulgada
IFRS 5.BC56–BC58, IFRS 5.OI.ex12 anteriormente, IFRS 8.29-30
combinações de negócios, IFRS 3.31, IFRS 3. Avaliação de recursos minerais
BC305–BC307 vide Ativos de exploração e avaliação
classificação como mantido para venda, Balanço patrimonial
IFRS 5.6–12, IFRS 5.BC15–BC24 vide Demonstração da posição financeira
conclusão de venda esperada dentro de um Benefícios aos empregados
ano, IFRS 5.OI.ex4–OI.ex7 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
disponibilidade para venda imediata, Ap.E5, IFRS 1.BC49–BC51, IFRS 1.OI19–OI21
IFRS 5.OI.ex1–OI.ex3 ausências remuneradas de curto prazo,
plano para vender a participação controladora IAS 19.13–18, IAS 19.BC25–BC27
em uma subsidiária, IFRS 5.BC24A–BC24E benefícios de curto prazo
troca de ativos, IFRS 5.BC25–BC27 critérios, IAS 19.10, IAS 19.BC16–BC21
eliminação da isenção da consolidação para divulgação, IAS 19.25
subsidiárias, IFRS 5.BC52–BC55 reconhecimento e mensuração, IAS 19.11–24
ganhos ou perdas relacionados às operações em tipos de, IAS 19.9
continuidade, IFRS 5.37 benefícios rescisórios
IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para benefícios a pagar em troca de serviços,
Venda e Operações Descontinuadas IAS 19.BC256–BC257
alcance, IFRS 5.2–5B, IFRS 5.BC8–BC14E de modo geral, IAS 19.BC254–BC255
alterações, IFRS 5.Ap.C divulgação, IAS 19.171
características da, IFRS 5.IN6 exemplo ilustrativo, IAS 19.170
comparação com os aspectos pertinentes da mensuração, IAS 19.169, IAS 19.BC261
SFAS 144, IFRS 5.BC85 provisão de, IAS 19.159–164
data de vigência, IFRS 5.44–44I reconhecimento, IAS 19.165–168, IAS 19.
definições, IFRS 5.Ap.A BC258–BC260
disposições transitórias, IFRS 5.43, IFRS 5. benefícios em caso de morte no serviço, IAS 19.
BC78–BC79A BC253
emissão, IFRS 5.IN1–IN5, IFRS 5.BC1–BC7 categorias de, IAS 19.IN2
mudanças da ED 4, IFRS 5.BC84 combinações de negócios, IFRS 3.26, IFRS 3.
objetivo da, IFRS 5.1 BC296–BC300
opiniões divergentes, IFRS 5.OD1–OD13 IAS 19 – Benefícios aos Empregados
revogação da IAS 35, IFRS 5.45 alcance, IAS 19.IN1–IN8, IAS 19.2–7,
terminologia, IFRS 5.BC80–BC83 IAS 19.BC12–BC13
mensuração, IFRS 5.15, IFRS 5.16–19, IFRS 5. alterações, IAS 19.Ap, IAS 19.BC3–BC11,
BC28–BC38 IAS 19.BC.Ap, IAS 24.BC.Ap
ativos reclassificados como mantidos para considerações de custo-benefício, IAS 19.
uso, IFRS 5.BC49–BC51 BC280–BC284
ativos recém-adquiridos, IFRS 5.BC42–BC45 convergência com os PCGAs dos EUA,
reavaliações, IFRS 5.BC47–BC48 IAS 19.BC274–BC279
mensuração e apresentação de subsidiárias data de vigência e transição, IAS 19.172–174,
adquiridas com vistas à revenda, IFRS 5.OI.ex13 IAS 19.BC269–BC271
perda por redução ao valor recuperável, IFRS 5.20– definições, IAS 19.8
25, IFRS 5.BC39–BC41, IFRS 5.OI.ex10 Grupo de Trabalho sobre Benefícios aos
prorrogação do período exigido para concluir uma Empregados, IAS 19.BC14–BC15
venda, IFRS 5.9, IFRS 5.Ap.B introdução, IAS 19.BC1–BC2
que deixa de ser classificado como mantido para objetivo, IAS 19.1
venda, IFRS 5.26–29, IFRS 5.BC72A opiniões divergentes, IAS 19.OD1–OD17
reconhecimento de aumentos subsequentes no valor resumo das mudanças das Minutas de
justo menos custos para vender, IFRS 5.BC46 Exposição de 2005 e 2010, IAS 19.BC272–
vide Operações descontinuadas BC273

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IFRS Foundation A1241
Índice Remissivo

Benefícios aos empregados – cont. Características de participação discricionária


interação entre alterações de plano, reduções de contratos de seguro, IFRS 4.9, IFRS 4.34,
benefícios, liquidações, benefícios rescisórios e IFRS 4.BC154–BC165, IFRS 4.OD7–OD8
custos de reestruturação, IAS 19.BC262–BC268 instrumentos financeiros, IFRS 4.35
outros benefícios de longo prazo Características qualitativas de informações
classificação como, IAS 19.BC22–BC24 financeiras úteis
divulgação, IAS 19.158 características de melhoria, EC.QC19–QC34,
reconhecimento e mensuração, IAS 19.154–157 EC.BC3.32–BC3.43
tipos de, IAS 19.153 características fundamentais, EC.QC5–QC18,
pagamentos de bônus (planos de bônus), EC.BC3.11–BC3.31
IAS 19.19–24 de modo geral, EC.QC1–QC4, EC BC3.1–BC3.3,
planos de participação nos lucros, IAS 19.19–24 EC BC3.8–BC3.10
vide Benefícios pós-emprego; Pagamentos objetivo do relatório financeiro, EC.BC3.4–BC3.7
baseados em ações restrições de custo, EC.QC35–QC39,
Benefícios em caso de morte em serviço EC.BC3.47–BC3.48
empregados, IAS 19.BC253 termos excluídos, EC.BC3.44–BC3.46
Benefícios pós-emprego Clientes
benefícios segurados, IAS 19.46–49 IFRIC 18 – Transferências de Ativos de Clientes
distinção entre planos de contribuição definida alcance, IFRIC 18.3–7, IFRIC 18.BC4–BC9
e planos de benefício definido, IAS 19.27–31, alterações à IFRS 1, IFRIC 18.Ap
IAS 19.BC28–BC30 base para conclusões, IFRIC 18.BC1–BC26
exclusão de segmentos operacionais, IFRS 8.6 contexto, IFRIC 18.BC3
IAS 19, Benefícios aos Empregados data de vigência e transição, IFRIC 18.22,
alcance, IAS 19.IN1–IN8, IAS 19.2–7 IFRIC 18.BC25
alterações, IAS 19.Ap mudanças resultantes da minuta de
definições, IAS 19.8 Interpretações D24, IFRIC 18.BC26
objetivo, IAS 19.1 questões tratadas, IFRIC 18.8, IFRIC 18.
transição e data de vigência, IAS 19.172–174 BC10–BC12
planos de benefício definido transferências de ativos de clientes
vide Planos de benefício definido adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
planos de contribuição definida Ap.D24
divulgação, IAS 19.53–54 definição de ativo, IFRIC 18.9–10, IFRIC 18.
reconhecimento e mensuração, IAS 19.50–52 BC13
relatório de, IAS 26.13–16 exemplos de, IFRIC 18.1–2
planos em grupo, IAS 19.BC40–BC50 exemplos ilustrativos, IFRIC 18.EI1–EI9
planos multipatrocinados, IAS 19.32–39, IAS 19. identificando serviços separadamente
BC31–BC39 identificáveis, IFRIC 18.14–17, IFRIC 18.
planos públicos, IAS 19.43–45, IAS 19.BC51 BC17–BC18
tipos de, IAS 19.26 reconhecimento de receita, IFRIC 18.13,
vide Planos de benefícios de aposentadoria IFRIC 18.18–20, IFRIC 18.BC19–BC22
Benefícios rescisórios reconhecimento inicial e mensuração,
benefícios a pagar em troca de serviços, IAS 19. IFRIC 18.11, IFRIC 18.BC14–BC15
BC256–BC257 transferências de caixa de clientes, IFRIC 18.21,
de modo geral, IAS 19.BC254–BC255 IFRIC 18.BC23–BC24
divulgação, IAS 19.171 vide Programas de fidelidade do cliente
exemplo ilustrativo, IAS 19.170 Coligadas
mensuração, IAS 19.169, IAS 19.BC261 divulgação de participações em
provisão de, IAS 19.159–164 informações financeiras resumidas, IFRS 12.
reconhecimento, IAS 19.165–168, IAS 19. Ap.B12, IFRS 12.Ap.B14–Ap.B17,
BC258–BC260 IFRS 12.BC47–BC52
Capacidade de verificação natureza, extensão e efeitos financeiros das
característica qualitativa de informações financeiras, participações em, IFRS 12.21–22, BC44-
EC.QC26–QC28, EC.BC3.34–BC3.36 BC46
Capital requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.20,
conceitos de capital, EC.4.57–EC.4.58 IFRS 12.BC42–BC43, IFRS 12.BC59–BC60
divulgações, IAS 1.134–136, IAS 1.BC5–BC6, riscos associados a participações em,
IAS 1.BC85–BC100, IAS 1.OI10–OI11 IFRS 12.23

A1242 ©
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Índice Remissivo

Coligadas – cont. Coligadas – cont.


valor justo de investimentos para os quais tratamento contábil, IAS 28.10–15
haja cotações de preços publicadas, vide Demonstrações financeiras separadas
IFRS 12.21(b), IFRS 12.BC61 Combinações de negócios
vide Divulgação de participações em outras adquirente, identificação de, IFRS 3.6–7, IFRS 3.
entidades Ap.B13–Ap.B18, IFRS 3.BC82–BC105
IAS 28 – Investimentos em Coligadas e adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures) Ap.C1–Ap.C5, IFRS 1.BC31–BC40, IFRS 1.
alcance, IAS 28.2, IAS 28.BC10–BC14 OI22
base para conclusões, IAS 28.BC1–BC56 ágio
características de, IAS 28.IN3–IN11 aquisições reversas, IFRS 3.EI6
data de vigência e transição, IAS 28.45–46, distinguindo entre ativos intangíveis
IAS 28.BC47–BC50 identificáveis e ágio, IFRS 3.BC157–BC184
definições, IAS 28.3–4 reconhecimento e mensuração, IFRS 3.32–33,
demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.37–38 IFRS 3.Ap.B47, IFRS 3.BC313–BC336
demonstrações financeiras separadas, IAS 28.44 aquisições em etapas, IFRS 3.41–42, IFRS 3.
incorporação da SIC‑13, IAS 28.BC32–BC37 BC384–BC389, IFRS 3.OD11
influência significativa, IAS 28.5–9, IAS 28. aquisições reversas
BC15–BC16 ágio, IFRS 3.EI6
perdas por redução ao valor recuperável, contabilização de, IFRS 3.EI1–EI15
IAS 28.40–43, IAS 28.BCZ42–BCZ46, demonstrações financeiras consolidadas,
IAS 28.OD1–OD3 IFRS 3.Ap.B21–Ap.B22, IFRS 3.EI7–EI8
requisitos de divulgação, IAS 28.BC52–BC55 lucro por ação, IFRS 3.Ap.B25–Ap.B27,
resumo das principais mudanças em relação à IFRS 3.EI9–EI10
IAS 28 (revisão de 2003), IAS 28.BC56 mensuração da contrapartida transferida,
revogação da IAS 28 (2003), IAS 28.47, IFRS 3.Ap.B20, IFRS 3.EI4–EI5
IAS 28.BC51 participação de não controladores, IFRS 3.
visão geral, IAS 28.IN1–IN2, IAS 28.1 Ap.B23–Ap.B24, IFRS 3.EI11–EI15
imposto diferido, IAS 12.38–39, IAS 12.42, requisitos, IFRS 3.Ap.B19
IAS 12.44–45 arrendamentos operacionais, IFRS 3.Ap.B28–
lucro por ação, IAS 33.Ap.A11–Ap.A12 Ap.B30, IFRS 3.Ap.B42, IFRS 3.BC144–
método de equivalência patrimonial BC148
adoção das IFRSs pela primeira vez, ativos com fluxos de caixa incertos, IFRS 3.
IFRS 1.31, IFRS 1.Ap.D14––Ap.D15, Ap.B41, IFRS 3.BC252–BC260
IFRS 1.Ap.D16–Ap.D17, IFRS 1.BC58A– ativos de indenização
BC58M, IFRS 1.BC59–BC63 contratos de seguro, IFRS 3.BC189–BC196,
classificação como mantido para venda, IFRS 4.31–33, IFRS 4.BC147–BC153,
IAS 28.20–21, IAS 28.BC23–BC27 IFRS 4.OI40
controle conjunto e influência significativa reconhecimento e mensuração, IFRS 3.27–28,
temporários, IAS 28.BCZ17 IFRS 3.57, IFRS 3.BC301–BC303
descontinuação do uso do método da ativos e passivos decorrentes de contingências,
equivalência patrimonial, IAS 28.22–23, IFRS 3.BC222–BC241, IFRS 3.BC266–
IAS 28.BC28–BC31 BC271, IFRS 3.BC277–BC278
finais de exercícios não coincidentes, IAS 28. ativos intangíveis
BCZ19 ativos intangíveis baseados em contrato,
investimento em uma coligada torna-se um IFRS 3.EI34–EI38
investimento em um empreendimento em ativos intangíveis baseados em tecnologia,
conjunto, IAS 28.24 IFRS 3.EI39–EI44
isenções, IAS 28.17–19, IAS 28.BC20–BC22 ativos intangíveis relacionados a clientes,
mudanças na participação societária, IFRS 3.EI23–EI31
IAS 28.25 ativos intangíveis relacionados a marketing,
procedimentos, IAS 28.26–39 IFRS 3.EI18–EI22
reconhecimento de perdas, IAS 28.BCZ38– ativos intangíveis relacionados a obras de arte,
BCZ41 IFRS 3.EI32–EI33
rígidas restrições de longo prazo que contabilização de, IFRS 3.Ap.B39
prejudicam a capacidade de transferir distinguindo entre ativos intangíveis
recursos ao investidor, IAS 28.BCZ18 identificáveis e ágio, IFRS 3.BC157–BC184

©
IFRS Foundation A1243
Índice Remissivo

Combinações de negócios – cont. Combinações de negócios – cont.


exemplos de, IFRS 3.EI16–EI44 força de trabalho, IFRS 3.Ap.B37, IFRS 3.
mensuração e reconhecimento, IFRS 3. BC176–BC180
Ap.B31–Ap.B34, IFRS 3.Ap.B40, IFRS 3 – Combinações de Negócios
IAS 38.33–43, IAS 38.BC16A–BC19D alcance, IFRS 3.2, IFRS 3.BC58–79
ativos mantidos para venda, IFRS 3.31, IFRS 3. comparação com a SFAS 141(R), IFRS 3.EI
BC305–BC307 custos e benefícios, IFRS 3.BC435–BC439
ativos que o adquirente não pretende utilizar ou data de vigência e transição, IFRS 3.64–66,
pretende utilizar de forma diferente, IFRS 3. IFRS 3.BC429–BC434C
Ap.B43, IFRS 3.BC261–BC262 objetivo da, IFRS 3,1
benefícios aos empregados, IFRS 3.26, IFRS 3. revogação da IFRS 3 (2004), IFRS 3.68
BC296–BC300 imposto de renda, IFRS 3.25
classificação e designação de ativos identificáveis imposto diferido
adquiridos e passivos assumidos, IFRS 3.15–17 cálculos ilustrativos e apresentação, IAS 12.
compras vantajosas, IFRS 3.34–36, IFRS 3. EI.ex3, IAS 12.EI.ex6
BC371–BC381, IFRS 3.EI45–EI49 mudanças nos impostos diferidos ativos
contrapartida transferida reconhecidos, IFRS 3.67
classificação de, IFRS 3.BC361–BC370 mensuração e contabilização subsequentes,
mensuração, IFRS 3.37–38, IFRS3.Ap.B20 IFRS 3.54, IFRS 3.Ap.B63
IFRS 3.BC338–BC342 método de união de interesses
contrapartida contingente razões para rejeição, IFRS 3.BC29–BC54
classificação, IFRS 3.40 método do novo início, IFRS 3.BC55–BC57
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.39, métodos contábeis
IFRS 3.58, IFRS 3.BC343–BC360 avaliação de, IFRS 3.BC22–BC23
contratos a termo, IAS 39.BC24A–BC24E método de aquisição
contratos potenciais, IFRS 3.Ap.B38 aplicação de, IFRS 3.4, IFRS 3.BC80–BC81
controle comum, entidades sob, IFRS 3.2, de modo geral, IFRS 3.IN6–IN12
IFRS 3.Ap.B1–Ap.B4, IFRS 3.BC59 determinação da data de aquisição, IFRS 3.8–
custos relacionados à aquisição, IFRS 3.53, 9, IFRS 3.BC106–BC110
IFRS 3.BC365–BC370 razões para adoção, IFRS 3.BC24–BC28
definição de, IFRS 3.3, IFRS 3.Ap.B5–Ap.B12, reconhecimento e mensuração de ativos
IFRS 3.BC5–BC21 identificáveis adquiridos, passivos
direitos readquiridos assumidos e qualquer participação de não
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.29, controladores na adquirida, IFRS 3.10–31
IFRS 3.55, IFRS 3.Ap.B35–Ap.B36, reconhecimento e mensuração do ágio ou
IFRS 3.BC181–BC184, IFRS 3.BC308– de ganho em uma compra vantajosa,
BC310 IFRS 3.32–40, IFRS 3.BC312–BC336
divulgação, IFRS 3.IN13, IFRS 3.59–63, IFRS 3. requisitos, IFRS 3.5, IFRS 3.BC80A
Ap.B64–Ap.B67, IFRS 3.BC401–BC428 organizações sem fins lucrativos, IFRS 3.BC62–
layout de exemplo, IFRS 3.EI72 BC63
empreendimentos em conjunto (joint ventures) pagamentos a maior, IFRS 3.BC382
excluído do alcance da IFRS 3, IFRS 3. pagamentos baseados em ações
BC59–BC61 alcance da IFRS 2, IFRS 2.BC23–BC24D
entidades mútuas prêmios de substituição, IFRS 3.BC361–
disposições transitórias, IFRS 3.66, IFRS 3. BC364, IFRS 3.EI61–EI71, IAS 12.EI.ex6
Ap.B68–Ap.B69 reconhecimento e mensuração, IFRS 3.30,
identificação da adquirente, IFRS 3.BC104– IFRS 3.Ap.B56–Ap.B62B, IFRS 3.BC311–
BC105 BC311B
mensuração, IFRS 3.Ap.B47–Ap.B49 pagamentos contingentes a empregados ou
método contábil, IFRS 3.BC64–BC77 acionistas vendedores, IFRS 3.52, IFRS 3.
exceções aos princípios de reconhecimento ou Ap.B54–Ap.B55, IFRS 3.EI58–EI60
mensuração, IFRS 3.21–31, IFRS 3.BC263– participações de não controladores na adquirida,
BC311 mensuração, IFRS 3.19, IFRS 3.Ap.B44–
exclusivamente por contrato, por Ap.B45, IFRS 3.BC205–BC221A, IFRS 3.
disposições transitórias, IFRS 3.Ap.B68– OD2–OD10, IFRS 3.EI44A–EI44J
Ap.B69 passivos contingentes
tratamento contábil, IFRS 3.BC78–BC79 definição, IFRS 3.22

A1244 ©
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Índice Remissivo

Combinações de negócios – cont. Comentário da administração – cont.


reconhecimento e mensuração, IFRS 3.23, resultados e perspectivas, DPI.34–36
IFRS 3.56, IFRS 3.BC242–BC245, finalidade, DPI.9–11, DPI.BC26–BC28
IFRS 3.BC272–BC276 identificação de, DPI.5–7, DPI.BC18–BC21
passivos relacionados à reestruturação ou ao localização das divulgações nos relatórios
encerramento de atividades adquiridas financeiros, DPI.BC50–BC53
reconhecimento, IFRS 3.BC132–BC143 princípios, DPI.12–14
período de mensuração, IFRS 3.45–50, IFRS 3. características qualitativas, DPI.20 21, DPI.
BC390–BC400, IFRS 3.EI50–EI53 BC42–BC44
pesquisa e desenvolvimento, IFRS 3.BC149– informações com vistas ao futuro, DPI.17–19,
BC156, IAS 38.BC78–BC89 DPI.BC35–BC41
reconhecimento e mensuração de ativos ponto de vista da administração, DPI.15, DPI.
identificáveis adquiridos, passivos assumidos e BC29–BC32
qualquer participação de não controladores na suplementação e complementação das
adquirida, IFRS 3.10–31 demonstrações financeiras, DPI.16, DPI.
ativos e passivos decorrentes de BC33–BC34
contingências, IFRS 3.22–23, IFRS 3. usuários, DPI.8, DPI.BC22–BC25
BC222–BC241 Comitê de Interpretações de IFRS
classificação e designação de ativos associação, EC.39–42
adquiridos e passivos assumidos, funções, EC.43
IFRS 3.15–17, IFRS 3.BC185–BC188 Compensação
condições de reconhecimento, IFRS 3.11–14, apresentação de demonstrações financeiras,
IFRS 3.BC112–BC130 IAS 1.32–35
definição de valor justo, IFRS 3.BC246–BC251 ativos financeiros e passivos financeiros,
orientação para o reconhecimento de ativos e IFRS 7.13A–13F, IFRS 7.B40–B53, IFRS 7.
passivos específicos, IFRS 3.BC131–BC184 BC24A–BC24AL, IFRS 7.OI40D, IAS 32.42–
valor justo como o princípio de mensuração, 50, IAS 32.OA38A–OA39, IAS 32.BC75–BC120
IFRS 3.18–19, IFRS 3.BC198–BC204 empréstimos, IFRS 9.OIB.6
valor justo na data de aquisição de tipos impostos sobre a renda, IAS 12.71–76
específicos de ativos, IFRS 3.BC252–BC262 planos de benefício definido, IAS 19.131–132
relacionamentos preexistentes seguro, IFRS 4.BC106
liquidação de, IFRS 3.52, IFRS 3.Ap.B51– Compensação
Ap.B53, IFRS 3.BC122, IFRS 3.EI54–EI57 subvenções governamentais como, IAS 20.20–22
sem a transferência de contrapartida, IFRS 3.43– Compras vantajosas
44, IFRS 3.Ap.B46 combinações de negócios, IFRS 3.34–36,
transações separadas IFRS 3.BC371–BC381, IFRS 3.EI45–EI49
contabilização de, IFRS 3.51, IFRS 3.BC120 Compreensibilidade
determinação, IFRS 3.Ap.B50 característica qualitativa de informações financeiras,
exemplos de, IFRS 3.52, IFRS 3.BC121–BC123 EC.QC30–QC32, EC.BC3.40–BC3.43
Comentário da administração Compromissos, IFRS 12.23(a)
apresentação, DPI.22–23, DPI.BC45–BC46 Compromissos de empréstimo
definição, DPI.IN3, DPI.Ap tratamento contábil, IAS 39.BC15–BC20A
DPI, Comentário da Administração Conciliações
alcance, DPI.2–4, DPI.BC15–BC17 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.24–
aplicação de, DPI.IN4–IN6 28, IFRS 1.OI63
base para conclusões, DPI.BC1–BC53 Conselho Consultivo de IFRSs
contexto, DPI.BC7–BC11 funções, EC.44–46
data de aplicação DPI.41 Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade
definições, DPI.Ap (IASB)
finalidade de, DPI.IN1–IN2 associação e funções, EC.24–38
objetivo de, DPI.1, DPI.BC12–BC14 critérios para associação ao IASB, EC.Ap
elementos de, DPI.24–25, DPI.BC47–BC49 Conta retificadora para perdas de crédito
indicadores e medidas de desempenho, divulgação de, IFRS 7.16
DPI.37–40 Contabilização de cobertura
natureza do negócio, DPI.26 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
objetivos e estratégias, DPI.27–28 Ap.B4–Ap.B6, IFRS 1.BC75–BC80, IFRS 1.
recursos, riscos e relações, DPI.29–33 OI60–OI60B

©
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Contabilização de cobertura – cont. Contabilização de cobertura – cont.


ajuste de base, IAS 39.BC155–BC164 gerenciamento do risco de taxa de juros em
cobertura de fluxos futuros de receitas em moeda instituições financeiras, IAS 39.OI.EC.6.1
estrangeira, IAS 39.OI.EC.2.4 itens protegidos
cobertura de prazo parcial, IAS 39.OI.EC.2.17 ativos financeiros pré-pagáveis, IAS 39.
coberturas de fluxo de caixa OI.EC.2.12
compromisso firme para comprar estoque em designação de grupos de itens como itens
moeda estrangeira, IAS 39.OI.EC.5.6 protegidos, IAS 39.83–84, IAS 39.OA101
emissão antecipada de dívida de taxa fixa, designação de inflação como item protegido,
IAS 39.OI.EC.2.2 IAS 39.BC172G–BC172J
exemplo de, IAS 39.OA103 designação de instrumentos derivativos como
fluxos de caixa de taxa de juros fixa, IAS 39. itens protegidos, IAS 39.OI.EC.2.1
OI.EC.3.1 designação de itens financeiros como itens
reinvestimentos de fluxos de caixa de taxa de protegidos, IAS 39.81–81A, IAS 39.
juros fixa, IAS 39.OI.EC.3.2 OA99C–OA99F, IAS 39.BC135A
significado, IAS 39.86 designação de itens não financeiros como
transações previstas, IAS 39.OI.EC.2.7, itens protegidos, IAS 39.82, IAS 39.OA100,
IAS 39.OI.EC.3.7, IAS 39.OI.EC.5.4– IAS 39.BC132–BC139
OI.EC.5.5 designação de risco unilateral em um item
tratamento contábil, IAS 39.95–101, IAS 39. protegido, IAS 39.BC172D–BC172F
OI.EC.5.1–OI.EC.5.3 direitos de serviço de cobrança de
coberturas de moeda estrangeira, IAS 39. empréstimo, IAS 39.BC140–BC143
OI.EC.3.3–OI.EC.3.4 instrumentos de caixa, IAS 39.BC144–BC145
coberturas de um investimento líquido em itens que se qualificam, IAS 39.78–80,
uma operação no exterior, IAS 39.102, IAS 39.OA98–OA99BA
IFRIC 16.10–17, IFRIC 16.OA1–OA15, intangíveis de core deposits, IAS 39.OI.EC.2.3
IFRIC 16.BC6–BC39, IFRIC 16.EI1–EI5 instrumentos de cobertura
coberturas de valor justo designação de, IAS 39.74–77, IAS 39.
ativo mensurado ao custo, IAS 39.OI.EC.6.5 OI.EC.1.8–OI.EC.1.14, IAS 39.OI.EC.2.5
coberturas de transações previstas, IAS 39. instrumentos que se qualificam, IAS 39.72–73,
BC146–BC148 IAS 39.OA94–OA97, IAS 39.OI.EC.1.2–
empréstimos de taxa fixa, IAS 39.OI.EC.2.13 OI.EC.1.7
estoques, IAS 39.OI.EC.3.6 swap de taxa de juros entre moedas, IAS 39.
exemplo de, IAS 39.OA102 OI.EC.2.18
instrumentos de dívida de taxa variável, identificação de transação prevista protegida,
IAS 39.OI.EC.3.5 IAS 39.OI.EC.3.10
risco de taxa de juros, IAS 39.OA114–OA132, IFRIC 16 – Coberturas de um Investimento
IAS 39.BC173–BC220 Líquido em uma Operação no Exterior
significado, IAS 39.86 alcance, IFRIC 16.7–8
tratamento contábil, IAS 39.89–94 base para conclusões, IFRIC 16.BC1–BC41
compromissos firmes, IAS 39.93–94, IAS 39. contexto, IFRIC 16.1–6, IFRIC 16.BC2–BC5
BC149–BC154 data de vigência, IFRIC 16.18, IFRS 16.BC40A
condições para qualificação, IAS 39.88 questões tratadas, IFRIC 16.9
contratos internos, IAS 39.BC165–BC172A, resumo das principais mudanças resultantes da
IAS 39.OI.EC.2.15–OI.EC.2.16 minuta de Interpretação, IFRIC 16.BC41
demonstração dos fluxos de caixa, IAS 39.OI.G.2 transição, IFRIC 16.19, IFRIC 16.BC40
designação no início da cobertura, IAS 39.OI.EC.3.9 liquidação de ativos e passivos pelo valor líquido,
designação retrospectiva de coberturas, IAS 39. IAS 39.OI.EC.2.21
OI.EC.3.8 “método de atalho” na SFAS 133, IAS 39.BC132–
divulgação, IFRS 7.22–24 BC135
documentação da época da transação prevista, prêmio ou desconto em contrato de câmbio
IAS 39.OI.EC.3.11 futuro, IAS 39.OI.EC.6.4
efetividade de cobertura (hedge) risco de taxa de juros é gerenciado em uma base
avaliação, IAS 39.OA105–OA113, IAS 39. líquida, IAS 39.OI.EC.6.2, IAS 39.OI.EC.6.3
BC136–BC136B, IAS 39.OI.EC.4.1– risco de uma transação não ocorrer, IAS 39.
OI.EC.4.7 OI.EC.2.8
exemplos ilustrativos, IFRIC 39.EI1–EI31 risco em toda a entidade, IAS 39.OI.EC.2.6

A1246 ©
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Índice Remissivo

Contabilização de cobertura – cont. IFRIC 15 – Contratos de Construção de Imóveis –


tipos de relações de cobertura, IAS 39.86 cont.
transações de cobertura intragrupo e intraentidade, base para conclusões, IFRIC 15.BC1–BC35
IAS 39.OI.EC.2.14 data de vigência e transição, IFRIC 15.24–25
Continuidade operacional mudanças resultantes da minuta de
apresentação de demonstrações financeiras, Interpretações D21, IFRIC 15.BC34–BC35
IAS 1.25–26 questões tratadas, IFRIC 15.6, IFRIC 15.BC7
eventos após o período de relatório, IAS 10.14–16 mudanças nas estimativas, IAS 11.38
suposição subjacente, EC.4.1 receita do contrato
Contrapartida contingente composição de, IAS 11.11
combinações de negócios mensuração de, IAS 11.12–15
classificação, IFRS 3.40 reconhecimento de, IAS 11.22–35, IAS 11.EI
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.39, perdas esperadas, reconhecimento de, IAS 11.36–37
IFRS 3.58, IFRS 3.BC343–BC360 Contratos de garantia financeira
Contrato a preço fixo, IAS 11.3 tratamento contábil, IAS 39.BC21–BC23E
Contrato por administração, IAS 11.3 Contratos de seguro
Contratos a termo adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.Ap.D4
apresentação, IAS 32.EI2–EI11 ativos mantidos por seguradoras para lastrear
combinações de negócios, IAS 39.BC24A–BC24E contratos de seguro, IFRS 4.BC166–BC180
contratos a termo pré-pagos, IFRS 9.OIB.9 baixa, IFRS 4.BC105
Contratos de construção (vide IAS 11 – Contratos de características de participação discricionária,
Construção) IFRS 4.9, IFRS 4.34, IFRS 4.BC154–BC165,
combinação e segmentação, IAS 11.7–10 IFRS 4.OD7–OD8
contratos de construção de imóveis combinações de negócios, IFRS 3.BC189–
análise de um único contrato de construção de BC196, IFRS 4.31–33, IFRS 4.BC147–BC153
imóvel, IFRIC 15.InfN compensação, IFRS 4.BC106
contabilização de receita da construção de contratos de investimento, IFRS 4.BC185–BC187
imóveis, IFRIC 15.13–19 contratos de serviço pré-pago, IFRS 4.BC74–BC76
de modo geral, IFRIC 15.1–3, IFRIC 15. custos de aquisição, IFRS 4.BC116–BC119
BC8–BC13 definições, IFRS 4.Ap.A–Ap.B, IFRS 4.BC11–
determinação se o contrato está dentro do BC20
alcance da IAS 11 ou IAS 18, IFRIC 15.10– aplicação de definição, IFRS 4.OI2
12, IFRIC 15.BC14–BC19 de modo geral, IFRS 4.OD9
divulgação, IFRIC 15.20–21, IFRIC 15. derivativos climáticos, IFRS 4.BC55–BC60
BC31–BC33 desmembramento, IFRS 4.BC40–BC54
exemplos ilustrativos, IFRIC 15.EI1–EI11 interesse segurável, IFRS 4.BC25–BC29
reconhecimento e mensuração, IFRIC 15.13– prêmios, IFRS 4.BC24
19, IFRIC 15.BC20–BC30 quantidade de risco de seguro, IFRS 4.
custos do contrato Ap.B22–Ap.B28, IFRS 4.BC30–BC37
composição de, IAS 11.16–21 risco de seguro, IFRS 4.BC21–BC23,
reconhecimento de, IAS 11.22–35, IAS 11.EI IFRS 4.OD13
divulgação, IAS 11.39–45 vencimento dos direitos e obrigações
contingências, IAS 11.45 contingentes ao seguro, IFRS 4.Ap.B30,
contratos em andamento, IAS 11.40–41 IFRS 4.BC38–BC39
exemplos de divulgações de políticas derivativos embutidos, IFRS 4.7–8, IFRS 4.
contábeis, IAS 11.EI BC188–BC194, IFRS 4.OD11–OD12, IFRS 4.
exemplos de divulgações do contrato, IAS 11.EI OI3–OI4, IFRS 4.OI66–OI70
requisitos, IAS 11.39 desconto, IFRS 4.BC126–127
valor bruto devido a/de clientes, IAS 11.42–44 desmembramento de componentes de depósito,
IAS 11 – Contratos de Construção IFRS 4.10–12, IFRS 4.BC40–BC54, IFRS 4.
alcance, IAS 11.1–2 OD10, IFRS 4.OI5
alterações, IAS 23.BC27 divulgação
data de vigência, IAS 11.46 ativos intangíveis adquiridos em uma
definições, IAS 11.3–6 combinação de negócios ou transferência de
IFRIC 15 – Contratos de Construção de Imóveis carteira, IFRS 4.OI40
alcance, IFRIC 15.4–5, IFRIC 15.7–9, ativos, passivos, receita e despesas, IFRS 4.
IFRIC 15.BC3–BC6 OI19–OI30

©
IFRS Foundation A1247
Índice Remissivo

Contratos de seguro – cont. Contratos de seguro – cont.


data de vigência, IFRS 4.42–44 reclassificação de ativos financeiros,
de modo geral, IFRS 4.36–37, IFRS 4. IFRS 4.45, IFRS 4.BC145–BC146
BC199–BC207, IFRS 4.OI11–OI14 taxas de juros de mercado correntes,
indicadores-chave de desempenho, IFRS 4.OI71 IFRS 4.24, IFRS 4.OD15–OD17
mudanças nos custos de aquisição diferidos, pagamentos em espécie, IFRS 4.Ap.B5–Ap.B7
IFRS 4.OI39 políticas contábeis uniformes, IFRS 4.BC131–
mudanças nos passivos de seguro, IFRS 4. BC132
BC214, IFRS 4.OI37–OI38 provisões para catástrofes e equalização, IFRS 4.
políticas contábeis, IFRS 4.OI17–OI18 BC87–BC93, IFRS 4.OI58
premissas, IFRS 4.BC211–BC213, IFRS 4. reconhecimento e mensuração
OI31–OI36 análise de sensibilidade, IFRS 4.BC218–
relevância, IFRS 4.BC208–BC210, IFRS 4. BC219, IFRS 4.OI52–OI54A
OI15–OI16 baixa frequência, riscos de alta severidade,
risco, IFRS 4.38–39A, IFRS 4.BC215– IFRS 4.OI55, IFRS 4.OI57
BC223, IFRS 4.OI41–OI70 concentrações de risco de seguro, IFRS 4.
valor justo de passivos de seguro e ativos de OI55–OI56
seguro, IFRS 4.BC224–BC226 contratos adquiridos em uma combinação
empréstimos da seguradora, IFRS 4.BC122 de negócios ou transferência de carteira,
exemplos de, IFRS 4.Ap.B18 IFRS 3.BC189–BC196, IFRS 4.31–33,
ganhos e perdas na compra de resseguro, IFRS 4. IFRS 4.BC147–BC153
BC109–BC114 de modo geral, IFRS 4.OI41–OI47
garantias de produto, IFRS 4.BC69–BC71 desenvolvimento de sinistros, IFRS 4.
honorários de gestão de investimento, IFRS 4. BC220–BC221, IFRS 4.OI59–OI61
BC128–BC130 divulgações de risco, IFRS 4.38–39A,
IFRS 4 – Contratos de Seguro IFRS 4.BC215–BC223
alcance, IFRS 4.2–6, IFRS 4.BC10, IFRS 4. gerenciamento de risco, IFRS 4.OI48
BC61, IFRS 4.BC115 mudanças nas políticas contábeis, IFRS 4.21–
alterações, IFRS 4.Ap.C 30, IFRS 4.45, IFRS 4.BC123–BC146
base para conclusões, IFRS 4.BC1–BC227 reservas para catástrofes e equalização,
características da, IFRS 4.IN3–IN11 IFRS 4.OI58
data de vigência e disposições transitórias, risco de crédito, IFRS 4.OI62, IFRS 4.OI64–
IFRS 4.40–41E OI65A
definições, IFRS 4.Ap.A risco de liquidez, IFRS 4.OI62, IFRS 4.OI64,
emissão de, IFRS 4.IN1–IN2 IFRS 4.OI65B–OI65C
objetivo, IFRS 4.1, IFRS 4.BC2–BC9 risco de mercado, IFRS 4.BC223, IFRS 4.
opiniões divergentes, IFRS 4.OD1–OD4 OI62, IFRS 4.OI64, IFRS 4.OI65D–OI70
orientação de implementação, IFRS 4.OI1 risco de seguro, IFRS 4.BC217, IFRS 4.
resumo das mudanças da ED 5, IFRS 4.BC227 OI51–OI51A
impostos diferidos, IFRS 4.BC198 redução ao valor recuperável de ativos de
isenção temporária de algumas outras IFRSs, resseguro, IFRS 4.20, IFRS 4.BC107–BC108
IFRS 4.13–14, IFRS 4.BC77–BC86 teste de adequação de passivo, IFRS 4.15–19,
mensurações de valor embutido, IFRS 4.BC138– IFRS 4.BC94–BC104
BC144 titulares da apólice, contabilização por, IFRS 4.
mudanças nas políticas contábeis BC73
“contabilização em separado”, IFRS 4.30, “títulos de dívida destinados à provisão para
IFRS 4.BC181–BC184, IFRS 4.OD6, apólice”, IFRS 4.OD19–OD20
IFRS 4.OI6–OI10 transações intragrupo, IFRS 4.BC195–BC197
continuação de práticas existentes, IFRS 4.25, salvados, IFRS 4.BC120–BC121
IFRS 4.BC126–BC132 sub-rogação, IFRS 4.BC120–BC121
de modo geral, IFRS 4.21, IFRS 4.BC124– Contratos de serviço pré-pago
BC125 contratos de seguro, e, IFRS 4.BC74–BC76
margens futuras de investimento, IFRS 4.27– Contratos onerosos
29, IFRS 4.BC134–BC144, IFRS 4.OD5 disposições, IAS 37.66–69
pertinência e confiabilidade, IFRS 4.22–23, Contratos para comprar ou vender itens não financeiros
IFRS 4.BC123 definição, IAS 32.8–10, IAS 32.OA30–OA33
prudência, IFRS 4.26, IFRS 4.BC133 tratamento contábil, IAS 39.BC24

A1248 ©
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Índice Remissivo

Controladora Custos de empréstimos – cont.


vide Demonstrações financeiras consolidadas alterações, IAS 23.Ap, IAS 23.BC.Ap,
vide Demonstrações financeiras separadas IAS 23.OI
Controle de uma investida, IFRS 10.Ap.A base para conclusões, IAS 23.BC1–BC27
Cooperativas data de vigência e transição, IAS 23.27–28,
emissão, IFRIC 2.4–13, IAS 23.29–29A, IAS 23.BC15–BC18
direito de recusar resgate, IFRIC 2.7, definições, IAS 23.5–7
IFRIC 2.BC11–BC12 diferenças entre a IAS 23 e a SFAS 34,
exemplos IFRIC 2.Ap.A1–Ap.A19 IAS 23.BC19–BC26
mensuração, IFRIC 2.10, IFRIC 2.BC18–BC19 opiniões divergentes, IAS 23.OD1–OD5
proibições de resgate, IFRIC 2.8–9, IFRIC 2. revogação da IAS 23 (revisada 1993),
BC13–BC17 IAS 23.30
IFRIC 2 – Cotas de Cooperados em Entidades reconhecimento
Cooperativas e Instrumentos Similares acordos de concessão de serviço,
alcance, IFRIC 2.3 IFRIC 12.22, IFRIC 12.BC57–BC59
base para conclusões, IFRIC 2.BC2–BC25 cessação da capitalização, IAS 23.22–25
consenso, IFRIC 2.5–12 diretamente atribuíveis à sua aquisição,
contexto, IFRIC 2.1–2, IFRIC 2.BC2–BC5 construção ou produção de um ativo
data de vigência e transição, IFRIC 2.14–16, qualificado, IAS 23.BC7–BC14
IFRIC 2.BC24–BC25 elegibilidade para capitalização, IAS 23.10–15
exemplo de aplicações, IFRIC 2.Ap.A1– início da capitalização, IAS 23.17–19
Ap.A19 princípio básico, IAS 23.1, IAS 23.8–9
Curadores suspensão da capitalização, IAS 23.20–21
planos de benefícios de aposentadoria, IAS 26.11 requisitos de segmentos operacionais para
Custos de decapagem na fase de produção de uma divulgar, IFRS 8.23
mina de superfície vide Juros
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. Demonstração da posição financeira
Ap.D32 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.6
antes que a produção seja iniciada, IFRIC 20.2, apresentação baseada em liquidez, IAS 1.60,
IFRIC 20.BC5 IAS 1.63–65
custos de decapagem na fase de produção, ativos circulantes, IAS 1.66–68
IFRIC 20.6–8, IFRIC 20.13, IFRIC 20.Ap.A2, ciclos operacionais identificáveis, IAS 1.62
IFRIC 20.BC2–BC3, IFRIC 20.BC19 data de transição para as IFRSs, IFRS 1.6,
IFRIC 20 – Custos de Decapagem na Fase de IFRS 1.Ap.A
Produção de uma Mina de Superfície distinção circulante/não circulante, IAS 1.60–65,
alcance, IFRIC 20.6, IFRIC 20.BC4–BC5 IAS 1.BC38A–BC48
alterações à IFRS 1, IFRIC 20.Ap.B economias hiperinflacionárias
base para conclusões, IFRIC 20.BC1–BC21 atualização monetária de, IAS 29.11–25,
contexto, IFRIC 20.1–5, IFRIC 20.BC2–BC3 IAS 29.29
data de vigência e transição, IFRIC 20. exemplos ilustrativos, IAS 1.OI1–OI6
Ap.A1–Ap.A4, IFRIC 20.BC19–BC21 informações na demonstração da posição financeira
mensuração inicial do ativo da atividade de ou nas notas explicativas, IAS 1.77–80A
decapagem, IFRIC 20.12–13, IFRIC 20. instrumentos financeiros
BC12–BC16 vide Instrumentos financeiros
mensuração subsequente do ativo da atividade de passivos circulantes, IAS 1.69–76, IAS 1.
decapagem, IFRIC 20.14–18 BC38A–BC48
IFRIC 20.BC6–BC11 rubricas a serem incluídas, IAS 1.54–59
terra superficial (“overburden”), IFRIC 20.1, Demonstração das mutações do patrimônio líquido
IFRIC 20.3 divulgações, IAS 1.106A–110, IAS 1.BC74–BC75
Custos de empréstimos exemplos ilustrativos, IAS 1.OI1–OI6
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. informações a serem apresentadas, IAS 1.106
Ap.D23, IFRS 1.BC63E, IFRS 1.OI23–OI24 informações sobre mutações do patrimônio
divulgação, IAS 23.26 líquido decorrentes de transações com sócios e
economias hiperinflacionárias, IAS 23.9 não sócios, IAS 1.BC37–BC38
IAS 23 – Custos de Empréstimos Demonstração de lucros e perdas e outros resultados
alcance, IAS 23.2–4, IAS 23.BC4–BC6 abrangentes
alterações consequentes à IAS 11, IAS 23.BC27 vide Demonstração do resultado abrangente

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IFRS Foundation A1249
Índice Remissivo

Demonstração do resultado abrangente Demonstração dos fluxos de caixa – cont.


ajustes de reclassificação, IAS 1.92–96, IAS 1. métodos de relatório
BC69–BC73 atividades de financiamento, IAS 7.21
análise de despesas, IAS 1.99–105 atividades de investimento, IAS 7.21
apresentação em duas demonstrações/ atividades operacionais, IAS 7.18–20
demonstração única, IAS 1.81A–81B, IAS 1. base líquida, IAS 7.22–24
BC49–BC54J, IAS 1.OD1–OD7 moeda estrangeira, IAS 7.25–28
conteúdo, IAS 1.81A–81B mudanças nas participações societárias, IAS 7.39–
divulgações, IAS 1.97–98 42B
economias hiperinflacionárias saldos mantidos pela entidade que não estão
atualização monetária de, IAS 29.26, IAS 29.30 disponíveis para uso pelo grupo, IAS 7.48–49
efeitos fiscais, IAS 1.90–91, IAS 1.BC65–BC68A subsidiárias, IAS 7.37, IAS 7.39–42B
exemplos ilustrativos, IAS 1.OI1–OI6 transações não monetárias, IAS 7.43–44
instrumentos financeiros, IFRS 7.20–20A, Demonstrações financeiras consolidadas
IFRS 7.BC33–BC35 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
itens extraordinários, IAS 1.87, IAS 1.BC60–BC64 D16–D17, IFRS 1.BC60–BC63, IFRS 1.OI26–
lucros ou prejuízo do período, IAS 1.88–89 OI31
participações de minoritários, IAS 1.BC59 aquisições reversas, IFRS 3.Ap.B21–Ap.B22,
resultados de atividades operacionais, IAS 1. IFRS 3.EI7–EI8
BC55–BC56 baixa de ativos financeiros, IFRS 9.3.2.1–3.2.23
seção de outros resultados abrangentes, controladora, IFRS 10.2, IFRS 10.5, IFRS 10.
IAS 1.82A–87, IAS 1.BC6B Ap.A
seção de lucro ou prejuízo controle de uma investida
informações a serem apresentadas, IAS 1.82, ativos especificados, controle de, IFRS 10.
IAS 1.BC57–BC58 Ap.B76–Ap.B79, IFRS 10.BC147–BC148
Demonstração dos fluxos de caixa avaliação contínua (vide Reavaliação),
apresentação IFRS 10.8, IFRS 10.Ap.B80–Ap.B85,
atividades de financiamento, IAS 7.17 IFRS 10.BC149–BC153
atividades de investimento, IAS 7.16 avaliação de, IFRS 10.5–9, IFRS 10.Ap.B2–
atividades operacionais, IAS 7.13–15 Ap.B4, IFRS 10.BC40–BC41, IFRS 10.
classificação, IAS 7.10–12, IAS 7.BC3–BC8 BC68, IFRS 10.BC71–BC75
atividades de financiamento, IAS 7.17, IAS 7.21 base para consolidação, como, IFRS 10.1–2,
atividades de investimento, IAS 7.16, IAS 7.21 IFRS 10.BC29–BC39
atividades operacionais, IAS 7.13–15, IAS 7.18–20 capacidade de utilizar poder para afetar
benefícios de, IAS 7.4–5 retornos de investidores, IFRS 10.17–18,
caixa e equivalentes de caixa, IAS 7.7–9, IFRS 10.BC56–BC59
IAS 7.45–47 condição principal/agente (vide Poder;
capacidade operacional, IAS 7.51 Delegado), IFRS 10.18, IFRS 10.Ap.B58–
coligadas, IAS 7.37–38 Ap.B72, IFRS 10.BC125–BC142
de modo geral, IAS 1.111, IAS 1.BC76 objetivo e estrutura da investida, IFRS 10.
dividendos, IAS 7.31, IAS 7.33–34 Ap.B5–Ap.B8, IFRS 10.BC76–BC80
economias hiperinflacionárias, IAS 29.33 poder absoluto, IFRS 10.BC70
empreendimentos em conjunto, IAS 7.37–38 poder e retornos, relação entre, IFRS 10.17–
exemplos ilustrativos 18, IFRS 10.Ap.B58–Ap.B72, IFRS 10.
entidade que não seja uma instituição BC56–BC59, IFRS 10.BC68
financeira, IAS 7.EI.A reavaliação (vide Avaliação contínua),
instituição financeira, IAS 7.EI.B IFRS 10.8, IFRS 10.Ap.B80–Ap.B85,
fluxos de caixa por segmento, IAS 7.52 IFRS 10.BC149–BC153
IAS 7 – Demonstração dos Fluxos de Caixa relacionamento com outras partes, IFRS 10.
alcance, IAS 7.1–3 Ap.B73–Ap.B75, IFRS 10.BC81–BC92,
base para conclusões, IAS 7.BC1–BC8 IFRS 10.BC143–BC146
data de vigência, IAS 7.53–57 direitos de proteção, IFRS 10.14, IFRS 10.
definições, IAS 7.6 Ap.B26–Ap.B28, IFRS 10.BC70
impostos sobre a renda, IAS 7.35–36 direitos de voto, IFRS 10.Ap.B15, IFRS 10.
instrumentos de cobertura, IAS 39.OI.G.2 Ap.B34–Ap.B50, IFRS 10.BC96–BC124.
juros, IAS 7.31–33 direitos substantivos, IFRS 10.Ap.B9,
linhas de crédito não utilizadas, IAS 7.50 IFRS 10.Ap.B22–Ap.B25

A1250 ©
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Índice Remissivo

Demonstrações financeiras consolidadas – cont. Demonstrações financeiras consolidadas – cont.


economias hiperinflacionárias políticas contábeis uniformes, IFRS 10.19,
atualização monetária de, IAS 29.35–36 IFRS 10.Ap.B87
franquias (vide Franquias), IFRS 10.Ap.B29– procedimentos de consolidação, IFRS 10.19–
Ap.B33 21, IFRS 10.Ap.B86
IFRS 10 – Demonstrações Financeiras retornos variáveis, exposição, ou direitos, sobre,
Consolidadas IFRS 10.15–16, IFRS 10.Ap.B55–Ap.B57,
alcance, IFRS 10.4, IFRS 10.BCZ19–BCZ28 IFRS 10.Ap.B71–Ap.B72, IFRS 10.BC60–
características da, IFRS 10.IN6–IN12 BC67, IFRS 10.BC141–BC142
considerações de custo-benefício, IFRS 10. subsidiária, IFRS 10.2, IFRS 10.Ap.A
BC207–BC214 transição, IFRS 10.Ap.C2–Ap.C6, IFRS 10.
controle temporário, IFRS 10.BCZ20 BC195–BCZ203
data de vigência, IFRS 10.Ap.C1, IFRS 10. Demonstrações financeiras separadas
BC191–BC194 coligadas e empreendimentos em conjunto,
de modo geral, IFRS 10.IN1–IN2 IFRS 11.26–27, IAS 28.44
definições, IFRS 10.Ap.A divulgação, IAS 27.15–17, IAS 27.BC28
emissão, IFRS 10.IN3–IN5 IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas
objetivo da, IFRS 10.1–3 base para conclusões, IAS 27.BC1–BC66Q
referências à IFRS 9, IFRS 10.Ap.C7 definições, IAS 27.4–8
rígidas restrições de longo prazo, IFRS 10. data de vigência e transição, IAS 27.18–19,
BCZ21 IAS 27.BC29–BC32
instrumentos financeiros visão geral, IAS 27.IN1–IN2, IAS 27.1
apresentação, IAS 32.OA29–OA29A alcance, IAS 27.2–3
isenção da preparação (vide IFRS 10; Alcance), revogação da IAS 27 (2008), IAS 27.20
IFRS 10.4, IFRS 10.BCZ12–BCZ18 isenção de consolidação disponível para entidades
poder sobre uma investida de capital fechado, IAS 27.BC7–BC8
atividades relevantes, IFRS 10.Ap.B11– mensuração de investimentos, IAS 27.10–11,
Ap.B13, IFRS 10.BC56–BC59, IFRS 10. IAS 27.BC9–BC13
BC81–BC92 partes relacionadas, IAS 24.BC11–BC17
avaliação de, IFRS 10.10–14, IFRS 10. preparação de, IAS 27.9
Ap.B9–Ap.B10, IFRS 10.BC42–BC55 reconhecimentos de dividendos, IAS 27.12,
delegado (vide Condição Principal; Agente), IAS 27.BC14–BC20
IFRS 10.18, IFRS 10.Ap.B58–Ap.B72, reorganizações, IAS 27.13–14, IAS 27.BC21–
IFRS 10.BC125–BC142 BC27, IAS 27.OD1–OD6
direitos que dão poder a um investidor, vide Controladora; Subsidiárias
IFRS 10.Ap.B14–Ap.B54, IFRS 10.BC93– Depreciação
BC124 imobilizado, IAS 16.43–62, IAS 16.BC26–BC33
requisitos contábeis Derivativos
atribuição de perdas, IFRS 10.Ap.B94, contas de margem, IFRS 9.OIB.10
IFRS 10.BCZ160–BCZ167 contrato de moeda estrangeira com base no
data de relatório, IFRS 10.Ap.B92–Ap.B93 volume de vendas, IFRS 9.OI.B.8
direitos potenciais de voto, IFRS 10.Ap.B89– contratos a termo pré-pagos, IFRS 9.OIB.9
Ap.B91, IFRS 10.BC154 definição, IFRS 9.Ap.A, IFRS 9.Ap.BA.1–
mensuração, IFRS 10.Ap.B88 Ap.BA.5, IFRS 9.OI.B2–OI.B10, IAS 32.
mudanças nas participações societárias, OA15–OA19
IFRS 10.23, IFRS 10.B96, IFRS 10. empréstimos de compensação, IFRS 9.OIB.6
BCZ168–BCZ179 opções, IFRS 9.OIB.7
participações de não controladores, swaps de taxas de juros, IFRS 9.OI.B.3–OI.B.5
IFRS 10.22–24, IFRS 10.Ap.B94–Ap.B96, vide Derivativos embutidos
IFRS 10.BCZ155–BCZ159, IFRS 10. Derivativos embutidos
OD1–OD3, IFRS 10.OD2–OD12, IFRS 10. adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
OD14–OD16 Ap.B9, IFRS 1.BC65–BC66, IFRS 1.OI55
perda de controle, IFRS 10.25–26, IFRS 10. classificação, IFRS 9.4.3.1–4.3.7, IFRS 9.
Ap.B97–Ap.B99, IFRS 10.BCZ180– Ap.B4.3.1–Ap.B4.3.12, IFRS 9.BC4.83–
BCZ190, IFRS 10.OD13 BCZ4.110
período de consolidação, IFRS 10.20, contratos de compras e vendas em instrumentos
IFRS 10.Ap.B88 em moeda estrangeira, IFRS 9.OIC.1–OI.C.10

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IFRS Foundation A1251
Índice Remissivo

Derivativos embutidos – cont. Dividendos


contratos de seguro, IFRS 4.7–8, IFRS 4.BC188– declarado após o período de relatório, IAS 10.12–
BC194, IFRS 4.OD11–OD12, IFRS 4.OI3– 13, IAS 10.BC4
OI4, IFRS 4.OI66–OI70 demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.31,
derivativos em moeda estrangeira IAS 7.33–34
moeda de comércio internacional, IFRS 9. demonstrações financeiras separadas
OI.C.1–OI.C.10 reconhecimento, IAS 27.12, IAS 27.BC14–
provisão de moeda estrangeira não BC20
relacionada, IFRS 9.OI.C.1–OI.C.10 notas explicativas às demonstrações financeiras,
equity kicker, IFRS 9.OI.C.1–OI.C.10 IAS 1.137
instrumentos sintéticos, IFRS 9.OI.C.1–OI.C.10 reconhecimento de receita, IAS 18.29–34
reavaliação de, IFRS 9.Ap.B4.3.11–Ap.B.4.3.12 vide Distribuições
separação de instrumento de dívida principal, Divulgação de participações em outras entidades
IFRS 9.OI.C.1–OI.C.10 acordos em conjunto
separação de opção embutida, IFRS 9.OI.C.1– natureza, extensão e efeitos financeiros das
OI.C.10 participações em, IFRS 12.21(a), IFRS 12.
titular autorizado, mas não obrigado, a liquidar BC44–BC46
sem recuperar substancialmente todo o seu requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.20,
investimento reconhecido, IFRS 9.OI.C.1– IFRS 12.BC8
OI.C.10 agregação, IFRS 12.4, IFRS 12.Ap.B2–Ap.B6,
Desempenho financeiro IFRS 12.BC80–BC81
fluxos de caixa, EC.OB20 coligadas
receitas e despesas, EC.4.24–4.35 definições, IFRS 12.Ap.A
regime de competência, ECOB17–OB19 alcance, IFRS 12.IN1, IFRS 12.5–6
vide Demonstração dos fluxos de caixa; data de vigência e transição, IFRS 12.IN2,
Demonstração do resultado abrangente IFRS 12.Ap.C1–Ap.C2, IFRS 12.BC115–
Despesas BC119
receitas e despesas como medida de desempenho, objetivo, IFRS 12.1–4
EC.44.24–4.35 referências à IFRS 9, IFRS 12.Ap.C3
reconhecimento, EC.4.49–4.53 empreendimentos em conjunto (joint ventures)
Direitos readquiridos compromissos, IFRS 12.23(a), IFRS 12.
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.29, Ap.B18–Ap.B20, IFRS 12.BC53–BC56
IFRS 3.55, IFRS 3.Ap.B35–Ap.B36, IFRS 3. informações financeiras resumidas, IFRS 12.
BC181–BC184, IFRS 3.BC308–BC310 Ap.B12–Ap.B17, IFRS 12.BC47–BC52
Distribuições natureza, extensão e efeitos financeiros das
ativos não monetários participações em, IFRS 12.21–22, IFRS 12.
contabilização de diferenças entre os valores BC44–BC46
contábeis quando uma entidade liquida passivos contingentes, IFRS 12.23(b),
o dividendo a pagar, IFRIC 17.14–17, IFRS 12.BC57–BC58
IFRIC 17.BC38–BC58 requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.20,
mensuração de um dividendo a pagar, IFRS 12.BC42–BC43, IFRS 12.BC59–BC60
IFRIC 17.11–13, IFRIC 17.BC21–BC37 riscos associados a participações em,
reconhecimento de dividendo a pagar, IFRS 12.23, IFRS 12.Ap.B18–Ap.B20
IFRIC 17.10, IFRIC 17.BC18–BC20 valor justo de investimentos para os quais haja
IFRIC 17 – Distribuições a Sócios de Ativos Não cotações de preços publicadas, IFRS 12.
Monetários BC61
alcance, IFRIC 17.3–8, IFRIC 17.EI1–EI4, entidades estruturadas não consolidadas
IFRIC 17.BC4–BC17 características de entidades estruturadas,
alterações à IFRS 5 e à IAS 10, IFRIC 17.Ap, IFRS 12.Ap.B21–Ap.B24, IFRS 12.BC82–
IFRIC 17.BC59–BC65 BC85
base para conclusões, IFRIC 17.BC1–BC66 natureza das participações, IFRS 12.26–28,
contexto, IFRIC 17.1–2 IFRS 12.BC86–BC91
data de vigência, IFRIC 17.18–20 requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.24–
questões tratadas, IFRIC 17.9 25, IFRS 12.BC62–BC81
resumo das principais mudanças resultantes da riscos associados a participações em,
minuta de Interpretação, IFRIC 17.BC66 IFRS 12.29–31, IFRS 12.Ap.B25–Ap.B26,
vide Dividendos IFRS 12.BC92–BC114

A1252 ©
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Índice Remissivo

Divulgação de participações em outras entidades – Empreendimentos em conjunto (joint ventures) –


cont. cont.
exposição a variabilidade de retornos, IFRS 12. natureza, extensão e efeitos financeiros das
Ap.B7–Ap.B9 participações em, IFRS 12.21–22, IFRS 12.
IFRS 12 – Divulgação de Participações em BC44–BC46
Outras Entidades passivos contingentes, IFRS 12.BC57–BC58
informações financeiras resumidas, IFRS 12. requisitos de divulgação gerais, IFRS 11.
Ap.B12, IFRS 12.Ap.B14–Ap.B17, IFRS 12. BC52–BC55, IFRS 12.20, IFRS 12.BC42–
BC47–BC52 BC43, IFRS 12.BC59–BC60
julgamentos e premissas significativos riscos associados a participações em,
IFRS 12.7–9, IFRS 12.BC14–BC19 IFRS 12.23, IFRS 12.Ap.B18–Ap.B20
natureza, extensão e efeitos financeiros das valor justo de investimentos para os quais haja
participações em, IFRS 12.21–22, IFRS 12. cotações de preços publicadas, IFRS 12.BC61
BC44–BC46 vide Divulgação de participações em outras
organizações de capital de risco, fundos mútuos, entidades
fundos de investimento ou entidades similares, excluído do alcance da IFRS 3, IFRS 3.BC59–
IFRS 12.BC59–60 BC61
requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.20, IAS 28 – Investimentos em Coligadas e
IFRS 12.BC42–BC43, IFRS 12.BC59–BC60 Empreendimentos em Conjunto (Joint Ventures)
riscos associados a participações em, IFRS 12.23 alcance, IAS 28.2, IAS 28.BC10–BC14
subsidiárias base para conclusões, IAS 28.BC1–BC56
entidades estruturadas, IFRS 12.14–17, características de, IAS 28.IN3–IN11
IFRS 12.BC34–BC36 coligada, IAS 28.3
informações financeiras resumidas, IFRS 12. controle conjunto, IAS 28.3
Ap.B10–Ap.B17, IFRS 12.BC47–BC52 data de vigência e transição, IAS 28.45–46,
mudanças na participação societária de uma IAS 28.BC47–BC50
controladora, IFRS 12.18, IFRS 12.BC37– definições, IAS 28.3–4
BC40 empreendedor em conjunto, IAS 28.3
participações de não controladores, empreendimento em conjunto, IAS 28.3
IFRS 12.12, IFRS 12.BC21–BC29 incorporação da SIC‑13, IAS 28.BC32–BC37
perda de controle, IFRS 12.19, IFRS 12.BC41 influência significativa, IAS 28.3
requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.10– método de equivalência patrimonial, IAS 28.3
11, IFRS 12.BC20 negócio em conjunto, IAS 28.3
restrições significativas, IFRS 12.13, requisitos de divulgação, IFRS 12.BC59–
IFRS 12.BC30–BC33 BC60, IAS 28.BC52–BC55
riscos associados às participações de uma resumo das principais mudanças em relação à
entidade em consolidadas IAS 28 (revisão de 2003), IAS 28.BC56
valor justo de investimentos para os quais haja revogação da IAS 28 (2003), IAS 28.47,
cotações de preços publicadas, IFRS 12.21(b), IAS 28.BC51
IFRS 12.BC61 vide Influência significativa
Economias em transição visão geral, IAS 28.IN1–IN2, IAS 28.1
mensuração do valor justo, IFRS 13.BC231– lucro por ação, IAS 33.Ap.A11–Ap.A12
BC235 método de equivalência patrimonial
Economias emergentes aplicação da, IAS 28.16–43
mensuração do valor justo, IFRS 13.BC231– classificação como mantido para venda,
BC235 IAS 28.20–21, IAS 28.BC23–BC27
Empreendedor em conjunto, IFRS 11.Ap.A controle conjunto e influência significativa
Empreendimentos em conjunto (joint ventures) temporários, IAS 28.BCZ17
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.31, descontinuação do uso do método da
IFRS 1.Ap.D14––Ap.D15, IFRS 1.Ap.D16– equivalência patrimonial, IAS 28.22–23,
Ap.D17, IFRS 1.BC58A–BC58M, IFRS 1. IAS 28.BC28–BC31
BC59–BC63 finais de exercícios não coincidentes, IAS 28.
demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.37–38 BCZ19
divulgação de participações em investimento em uma coligada torna-se um
compromissos, IFRS 12.BC53–BC56 investimento em um empreendimento em
informações financeiras resumidas, IFRS 12. conjunto, IAS 28.24
Ap.B12–Ap.B17, IFRS 12.BC47–BC52 isenções, IAS 28.17–19, IAS 28.BC20–BC22

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Empreendimentos em conjunto (joint ventures) – Erros – cont.


cont. demonstrações financeiras, IAS 8.41
mudanças na participação societária, divulgação de erros de período anterior, IAS 8.49
IAS 28.25 distintas de mudanças nas estimativas contábeis,
procedimentos, IAS 28.26–39 IAS 8.48
rígidas restrições de longo prazo que eliminação da distinção entre erros fundamentais
prejudicam a capacidade de transferir e outros erros de período anterior relevantes,
recursos ao investidor, IAS 28.BCZ18 IAS 8.BC12
tratamento contábil, IAS 28.10–15 IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
perdas por redução ao valor recuperável, Estimativas Contábeis e Erros
IAS 28.40–43, IAS 28.BCZ42–BCZ46, IAS 28. alcance, IAS 8.3–4
OD1–OD3 alterações, IAS 8.Ap
transição da consolidação proporcional para o base para conclusões, IAS 8.BC1–BC3
método de equivalência patrimonial, IFRS 11. classificação de orientação, IAS 8.BC13–BC15
Ap.C2–Ap.C6 critério para a isenção de requisitos, IAS 8.
tratamento contábil BC23–BC29
de modo geral, IFRS 11.24–25, IFRS 11. data de vigência, IAS 8.54–54C
BC41–BC45, IFRS 11.BC47 definições, IAS 8.5
demonstrações financeiras separadas, motivos para revisar a IAS 8, IAS 8.IN2–IN4
IFRS 11.26–27, IAS 28.44 mudanças em relação aos requisitos
vide Acordos em conjunto; Demonstrações anteriores, IAS 8.IN5–IN18
financeiras separadas objetivos, IAS 8.1–2
Empréstimos retirada de tratamentos alternativos
assistência governamental permitidos, IAS 8.BC4–BC11
empréstimos com taxa de juros abaixo do revogação de outros pronunciamentos,
mercado, IAS 20.BC3–BC5 IAS 8.55–56
compensação, IFRS 9.OIB.6 visão geral, IAS 8.IN1
titulares de apólice Estágio de conclusão, IAS 11.31
contratos de seguro, IFRS 4.BC122 Estimativas
Entidades estruturadas não consolidadas adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.14–
divulgação de participações em 17, IFRS 1.BC84, IFRS 1.OI2–OI4
características de entidades estruturadas, fontes de incerteza na estimativa, IAS 1.125–133,
IFRS 12.Ap.B21–Ap.B24, IFRS 12.BC82– IAS 1.BC79–BC84
BC85 IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas
natureza das participações, IFRS 12.26–28, Estimativas Contábeis e Erros
IFRS 12.BC86–BC91 alcance, IAS 8.3–4
requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.24– alterações, IAS 8.Ap
25, IFRS 12.BC62–BC81 base para conclusões, IAS 8.BC1–BC3
riscos associados a participações em, classificação de orientação, IAS 8.BC13–BC15
IFRS 12.29–31, IFRS 12.Ap.B25–Ap.B26, critério para a isenção de requisitos, IAS 8.
IFRS 12.BC92–BC114 BC23–BC29
vide Divulgação de participações em outras data de vigência, IAS 8.54–54C
entidades definições, IAS 8.5
Entidades mútuas motivos para revisar a IAS 8, IAS 8.IN2–IN4
disposições transitórias, IFRS 3.66, IFRS 3. mudanças em relação aos requisitos
Ap.B68–Ap.B69 anteriores, IAS 8.IN5–IN18
identificação da adquirente, IFRS 3.BC104– objetivos, IAS 8.1–2
BC105 retirada de tratamentos alternativos
mensuração, IFRS 3.Ap.B47–Ap.B49 permitidos, IAS 8.BC4–BC11
método contábil, IFRS 3.BC64–BC77 revogação de outros pronunciamentos,
Erros IAS 8.55–56
correção de erros de períodos anteriores visão geral, IAS 8.IN1
exemplo de reapresentação retrospectiva de mudanças, IAS 8.34–40, IAS 8.BC32–BC33
erros, IAS 8.OI1.1–OI1.6 relatório financeiro intermediário, IAS 34.26–27,
limitações na reapresentação retrospectiva, IAS 34.41, IAS 34.EI.C1–EI.C9
IAS 8.43–47, IAS 8.50–53 uso de, IAS 8.32–33
opções, IAS 8.42 vide Contratos de construção

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Estimativas contábeis Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro –


vide Estimativas cont.
Estoques desempenho financeiro
custo fluxos de caixa, EC.OB20
compra, custos de, IAS 2.11 receitas e despesas, EC.4.24–4.35
custos de transformação, IAS 2.12–14 regime de competência, ECOB17–OB19
elementos de, IAS 2.10, IAS 2.15–18 elementos de demonstrações financeiras, EC.4.2–
fórmulas, IAS 2.25–27, IAS 2.BC9–BC21 4.36
identificação específica de custos, IAS 2.23– fluxos de caixa, EC.OB20
24 manutenção de capital
prestadores de serviços, IAS 2.19 ajustes, EC.4.36
produto agrícola, IAS 2.20 conceitos de manutenção de capital, EC.4.59–
técnicas, IAS 2.21–22 4.65
divulgação, IAS 2.36–39 passivo, EC.4.15–4.19
IAS 2 – Estoques patrimônio líquido, EC.4.20–4.23
alcance, IAS 2.2–5, IAS 2.BC4–BC8 posição financeira, EC.OB12, EC.4.4–4.23
alterações, IAS 2.Ap mensuração
base para conclusões, IAS 2.BC1–BC23 base de mensuração, EC.4.54–4.56
data de vigência, IAS 2.40–40C confiabilidade da mensuração, EC.4.41–4.43
definições, IAS 2.6–8 objetivo do relatório financeiro para fins
motivos para revisar a IAS 2, IAS 2.IN2–IN3 gerais, EC.OB1–OB11, EC.BC1.1–BC1.8,
mudanças em relação à versão anterior, IAS 2. EC.BC1.29–BC1.30
IN4–IN17 pertinência, EC.QC6–QC11, EC.QC17–QC18,
objetivo, IAS 2.1 EC.BC3.11–BC3.18
revogação de outros pronunciamentos, recursos econômicos e reivindicações
IAS 2.41–42 informações sobre, EC.OB13–OB14,
visão geral, IAS 2.IN1 EC.BC1.31–BC1.35
mensuração mudanças, EC.OB15–OB16, EC.OB21
custo, IAS 2.10–27 reconhecimento
de modo geral, IAS 2.9 ativos, EC.4.44–4.45
valor líquido realizável, IAS 2.28–33 confiabilidade da mensuração, EC.4.41–4.43
reconhecimento como uma despesa, IAS 2.34–35, de modo geral, EC.4.37–4.39
IAS 2.BC22–BC23 despesas, EC.4.49–4.53
Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro passivo, EC.4.46
ativos, EC.4.8–4.14 probabilidade de benefício econômico futuro,
capacidade de verificação, EC.QC26–QC28, EC.4.40
EC.BC3.34–BC3.36 resultado, EC.4.47–4.48
capital regime de competência
conceitos de capital, EC.4.57–4.58 desempenho financeiro, EC.OB17–OB19
características qualitativas de informações representação fiel, EC.QC12–QC16, EC.QC17–
financeiras úteis QC18, EC.BC3.19–BC3.31
características de melhoria, EC.QC19–QC34, tempestividade, EC.QC29, EC.BC3.37–BC3.39
EC.BC3.32–BC3.43 usuários de relatórios financeiros
características fundamentais, EC.QC5–QC18, hierarquia de principais usuários, EC.BC1.18
EC.BC3.11–BC3.31 necessidades de informação da administração,
de modo geral, EC.QC1–QC4, EC.BC3.1– EC.BC1.19
BC3.3, EC.BC3.8–BC3.10 necessidades de informação de reguladores,
objetivo do relatório financeiro, EC.BC3.4– EC.BC1.20–BC1.23
BC3.7 principais usuários, EC.BC1.9–BC1.17
restrições de custo, EC.QC35–QC39, utilidade de relatórios financeiros para tomada de
EC.BC3.47–BC3.48 decisões, EC.BC1.24–BC1.28
termos excluídos, EC.BC3.44–BC3.46 Euro
comparabilidade, EC.QC20–QC25, EC.BC3.32– efeitos da introdução de, SIC‑7.3–4, SIC‑7.BC5–
BC3.33 BC8
compreensibilidade, EC.QC30–QC32, SIC‑7 – Introdução do Euro
EC.BC3.40–BC3.43 questão tratada, SIC‑7.1–2
continuidade operacional, EC.4.1 troca, SIC‑7.2

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Eventos após o período de relatório Fundos de desativação – cont.


autorização das demonstrações financeiras para contabilização de obrigações de fazer
emissão, IAS 10.4–7, IAS 10.17–18 contribuições adicionais, IFRIC 5.10, IFRIC 5.
continuidade operacional, IAS 10.14–16 BC22–BC25
dividendos, IAS 10.12–13, IAS 10.BC4 contabilização de uma participação em um fundo,
divulgação IFRIC 5.7–9, IFRIC 5.BC7–BC21
atualização sobre condições que existiam no divulgação, IFRIC 5.11–13, IFRIC 5.BC26
final do período de relatório, IAS 10.19–20 estrutura de fundos, IFRIC 5.2
autorização das demonstrações financeiras finalidade dos fundos, IFRIC 5.1
para emissão, IAS 10.17–18 IFRIC 5 – Direitos a Participações Decorrentes
eventos que não originam ajuste, IAS 10.21–22 de Fundos de Desativação, Restauração e
eventos de ajuste, IAS 10.8–9 Reabilitação Ambiental
eventos que não originam ajustes, IAS 10.10–11, alcance, IFRIC 5.4–5, IFRIC 5.BC4–BC6
IAS 10.21–22 alteração à IAS 39, IFRIC 5.Ap
IAS 10 – Eventos após o Período de Relatório base para conclusões, IFRIC 5.BC1–BC28
alcance, IAS 10.2 contexto, IFRIC 5.BC2–BC3
alterações, IAS 10.Ap data de vigência e transição, IFRIC 5.14–15,
aplicação, IAS 10.IN1 IFRIC 5.BC27–BC28
base para conclusões, IAS 10.BC1–BC4 questões tratadas, IFRIC 5.6
data de vigência, IAS 10.23–23A Fundos de reabilitação ambiental
definições, IAS 10.3 vide Fundos de desativação
motivos para revisar a IAS 10, IAS 10.IN2– Fundos de restauração
IN3 vide Fundos de desativação
mudanças em relação à versão anterior, Garantias de produto
IAS 10.IN4 contratos de seguro, e, IFRS 4.BC69–BC71
objetivo, IAS 10.1 tratamento contábil, IFRS 4.BC72
revogação da IAS 10 (revisada 1999), Grupo de alienação
IAS 10.24 vide Ativos mantidos para venda
Fabricação e distribuição Grupo de ativos, IFRS 3.2(c)
acordos em conjunto Grupos
exemplo ilustrativo, IFRS 11.EI14–EI28 contratos de seguro, IFRS 4.BC195–BC197
Filiais pagamentos baseados em ações,
imposto diferido, IAS 12.38–40, IAS 12.44–45 IFRS 2.43A–43D, IFRS 2.Ap.B45–Ap.B61,
Fluxos de caixa IFRS 2.BC268A–BC268S, IFRS 2.BC310A,
desempenho financeiro, EC.OB20 IFRS 2.OI22A
vide Demonstração dos Fluxos de Caixa saldos mantidos pela entidade que não estão
Força de trabalho disponíveis para uso pelo grupo, IAS 7.48–49
combinações de negócios, IFRS 3.Ap.B37, transações de cobertura intragrupo e intraentidade,
IFRS 3.BC176–BC180 IAS 39.OI.EC.2.14
Franquias vide Demonstrações Financeiras Consolidadas
direitos dos franqueadores, IFRS 10.Ap.B29– Hiperinflação
Ap.B33 adoção pela primeira vez das IFRSs, IFRS 1.31C,
ativos intangíveis, baseados em contrato, IFRS 1.Ap.D26–Ap.D30, IFRS 1.BC63F–
IFRS 3.EI34 BC63J, IFRS 1.BC67, IFRS 1.OI32–OI34
vide Direitos readquiridos atualização monetária de demonstrações
taxas, IAS 18.EI.ex18 financeiras
Fundação IFRS abordagem de atualização monetária,
administração, EC.49–51 IFRIC 7.BC5–BC17
Conselho de Monitoramento, EC.18–23 consistência, IAS 29.10
Curadores, EC.4–17 de modo geral, IAS 29.5–7
governança, EC.3 demonstração dos fluxos de caixa, IAS 29.33
nome e objetivos, EC.1 demonstrações financeiras ao custo histórico,
Principal Executivo, EC.47–48 IAS 29.11–28
vide Conselho de Normas Internacionais de demonstrações financeiras consolidadas,
Contabilidade (IASB) IAS 29.35–36
Fundos de desativação demonstrações financeiras pelo custo corrente,
características de fundos, IFRIC 5.3 IAS 29.29–31

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Hiperinflação – cont. Imobilizado – cont.


exemplo ilustrativo atualização monetária baixa, IAS 16.67–72, IAS 16.BC34
de itens de impostos diferidos, IFRIC 7. divulgação, IAS 16.73–79
EI1–EI6 ganhos nas alienações, IAS 16.BC35
impostos, IAS 29.32, IFRIC 7.4, IFRIC 7. IAS 16 – Imobilizado
BC18–BC25 alcance, IAS 16.2–5, IAS 16.BC4
unidade de mensuração corrente no final do alterações, IAS 16.Ap
período de relatório, IAS 29.8, IFRIC 7.3 aplicação da, IAS 16.IN1
uso do índice geral de preços, IAS 29.37 base para conclusões, IAS 16.BC1–BC37
valores correspondentes, IAS 29.34 data de vigência, IAS 16.81–81F
conversão de moeda funcional para a moeda de definições, IAS 16.6
apresentação, IAS 21.42–43 disposições transitórias, IAS 16.80, IAS 16.
custos de empréstimo, IAS 23.9 BC36
demonstrações financeiras ao custo histórico, motivos para revisar a IAS 16, IAS 16.IN2–IN3
atualização monetária de mudanças em relação à versão anterior,
demonstração da posição financeira, IAS 16.IN4–IN15
IAS 29.11–25 objetivo, IAS 16.1
demonstração do resultado abrangente, resumo das mudanças em relação à Minuta de
IAS 29.26 Exposição, IAS 16.BC37
ganho ou perda na posição monetária líquida, revogação de outros pronunciamentos,
IAS 29.27–28 IAS 16.82–83
demonstrações financeiras pelo custo corrente, mensuração após o reconhecimento
atualização monetária de depreciação, IAS 16.43–62, IAS 16.BC26–BC33
demonstração da posição financeira, método de custo, IAS 16.30
IAS 29.29 método de reavaliação, IAS 16.31–42,
demonstração do resultado abrangente, IAS 16.BC25
IAS 29.30 opções, IAS 16.29
ganho ou perda na posição monetária líquida, redução ao valor recuperável, IAS 16.63–66
IAS 29.31 mensuração no reconhecimento
divulgações, IAS 29.39–40 ao custo, IAS 16.15
economias que deixam de ser hiperinflacionárias, custos de desmontagem, retirada e restauração
IAS 29.38 de ativos, IAS 16.BC13–BC16
IAS 29 – Relatório Financeiro em Economias elementos de custo, IAS 16.16–22
Hiperinflacionárias mensuração de custo, IAS 16.23–28
alcance, IAS 29.1–4 transações de troca de ativos, IAS 16.BC17–
base para conclusões, IAS 29.BC1–BC2 BC24
data de vigência, IAS 29.41 reconhecimento
IFRIC 7 – Aplicação de Abordagem de critérios, IAS 16.7–10
Atualização Monetária prevista na IAS 29 custos subsequentes, IAS 16.12–14, IAS 16.
base para conclusões, IFRIC 7.BC1–BC25 BC5–BC12
contexto, IFRIC 7.1, IFRIC 7.BC2–BC4 itens adquiridos por motivos ambientais ou de
data de vigência, IFRIC 7.6 segurança, IAS 16.11
questões tratadas, IFRIC 7.2 vide Clientes; Fundos de desativação; Passivos
IASB – Conselho de Normas Internacionais de por desativação, restauração ou passivos
Contabilidade similares
vide Conselho de Normas Internacionais de Imóvel
Contabilidade (IASB) vide Contratos de construção
Imobilizado Imposto
adoção pela primeira vez das IFRSs, IFRS 1.30, vide Impostos sobre a renda
IFRS 1.Ap.D1, IFRS 1.Ap.D5–Ap.D7, Impostos diferidos
IFRS 1.Ap.D8B, IFRS 1.Ap.D16, IFRS 1. ágio, IAS 12.21–21B, IAS 12.32A
Ap.D21–Ap.D21A, IFRS 1.BC30, IFRS 1. apresentação
BC41, IFRS1.BC44–BC45, IFRS 1.BC47B, compensação, IAS 12.71–76
IFRS 1.BC47F–BC47K, IFRS 1.BC63C– diferenças de câmbio, IAS 12.78
BC63CA, IFRS 1.BC95, IFRS 1.OI7–OI13 reavaliação de ativos, IAS 12.20
ativos mantidos para locação a terceiros, IAS 16. cálculos ilustrativos e apresentação
BC35A–BC35F ativos depreciáveis, IAS 12.EI.ex1

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IFRS Foundation A1257
Índice Remissivo

Impostos diferidos – cont. Impostos sobre a renda


combinações de negócios, IAS 12.EI.ex3 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
impostos diferidos ativos e passivos, IAS 12. OI5–OI6
EI.ex2 apresentação
instrumentos financeiros compostos, IAS 12. compensação, IAS 12.71–76
EI.ex4 despesa (receita) de imposto relacionada
pagamentos baseados em ações, IAS 12. a lucros e perdas de atividades normais,
EI.ex5 IAS 12.77
prêmios de substituição em uma combinação base fiscal, IAS 12.7–11
de negócios, IAS 12.EI.ex6 exemplos de circunstâncias em que o valor
combinações de negócios contábil de um ativo ou passivo é igual à
mudanças nos impostos diferidos ativos sua base fiscal, IAS 12.EI.C.1–EI.C.4
reconhecidos, IFRS 3.67 combinações de negócios, IFRS 3.25
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.24, demonstração do resultado abrangente, IAS 1.90–
IFRS 3.BC279–BC295, IAS 12.19, 91, IAS 1.BC65–BC68A
IAS 12.66–68 demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.35–36
contratos de seguro, IFRS 4.BC198 divulgação, IAS 12.79–88
diferenças temporárias dedutíveis, IAS 12.24–31 IAS 12 – Impostos sobre a Renda
exemplos, IAS 12.EI.B.1–EI.B.13 alcance, IAS 12.1–4
diferenças temporárias tributáveis, IAS 12.15–18 custos e benefícios das alterações à IAS 12,
exemplos de circunstâncias que originam, IAS 12.BC29–BC32
IAS 12.EI.A.1–EI.A.18 data de vigência e transição, IAS 12.89–98B,
divulgação, IAS 12.79–88 IAS 12.BC33–BC36
hiperinflação definições, IAS 12.5–6
atualização monetária de itens de impostos revogação da SIC‑21, IAS 12.99
diferidos, IFRIC 7.4, IFRIC 7.EI1–EI6, mensuração, IAS 12.46–56
IFRIC 7.BC18–BC25 mudanças na situação fiscal de uma entidade ou
IAS 12 – Impostos sobre a Renda de seus acionistas, SIC‑25.1–4, SIC‑25.BC5–
alcance, IAS 12.1–4 BC8
custos e benefícios das alterações à IAS 12, pagamentos baseados em ações,
IAS 12.BC29–BC32 IAS 12.68A–68C, IFRS 2.BC311–BC329
data de vigência e transição, IAS 12.89–98B, reconhecimento fora de lucros e perdas, SIC‑25.4
IAS 12.BC33–BC36 reconhecimento, IAS 12.12–45, IAS 12.57–68C
definições, IAS 12.5–6 SIC‑25 Impostos sobre a Renda—Mudanças na
revogação da SIC‑21, IAS 12.99 Situação Fiscal de uma Entidade ou de seus
mensuração, IAS 12.47–56 Acionistas, SIC‑25.1–4
recuperação de ativos reavaliados não vide Impostos diferidos
depreciáveis, IAS 12.51B, IAS 12.BC5–BC7 Indicadores-chave de desempenho
recuperação de propriedades para investimento, contratos de seguro, IFRS 4.OI71
IAS 12.51C, IAS 12.BC8–BC28 Inflação
pagamentos baseados em ações, IFRS 2.BC311– designação de inflação como item protegido,
BC329, IAS 12.68A–68C IAS 39.BC172G–BC172J
prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados, vide Hiperinflação
IAS 12.34–36 Influência significativa
redução ao valor recuperável existência de, IAS 28.5–9, IAS 28.BC15–BC16
vide Redução ao Valor Recuperável vide IAS 28
reconhecimento inicial de um ativo ou passivo, Informações comparativas
IAS 12.15, IAS 12.22–24, IAS 12.33 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.21,
reavaliação de impostos diferidos ativos não IFRS 1.Ap.E1–Ap.E2, IFRS 1.BC9–BC10,
reconhecidos, IAS 12.37 IFRS 1.BC85–BC89A
reconhecimento apresentação de demonstrações financeiras,
reconhecidos em lucros e perdas, IAS 12.58– IAS 1.38–44, IAS 1.BC31–BC36
60 comparabilidade como característica comparativa
reconhecidos fora de lucros e perdas, de informações financeiras, EC.QC20–QC25,
IAS 12.61A–65A EC.BC3.32–BC3.33
subsidiárias, filiais, coligadas e negócios em economias hiperinflacionárias
conjunto, IAS 12.38–45 atualização monetária de, IAS 29.34

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Instrumento com opção de venda Instrumentos financeiros – cont.


definição, IAS 32.11 instrumentos financeiros compostos,
Instrumento de patrimônio IAS 32.28–32, IAS 32.OA30–OA35,
de modo geral, EC.4.20–4.23 IAS 32.BC22–BC31, IAS 32.EI34–EI50
definição, IAS 32.11, IAS 32.OA13–OA14J juros, dividendos, perdas e ganhos,
IFRIC 19 – Extinção de Passivos Financeiros IAS 32.35–41, IAS 32.OA37, IAS 32.BC33
com Instrumentos de Patrimônio passivo e patrimônio líquido
alcance, IFRIC 19.2–3, IFRIC 19.BC6–BC9 classificação, IAS 32.15–16
alterações à IFRS 1, IFRIC 19.Ap contrato a termo para comprar ações,
base para conclusões, IFRIC 19.BC1–BC34 IAS 32.EI2–EI6
contexto, IFRIC 19.1 contrato a termo para vender ações,
data de vigência e transição, IFRIC 19.12–15, IAS 32.EI7–EI11
IFRIC 19.BC33 demonstrações financeiras consolidadas,
questões tratadas, IFRIC 19.4 IAS 32.OA29–OA29A
resumo das principais mudanças resultantes da instrumentos com opção de venda,
minuta de Interpretação, IFRIC 19.BC34 IAS 32.16A–16B, IAS 32.BC50–BC63,
liquidação de passivos com instrumentos de IAS 32.BC68–BC74
patrimônio instrumentos que impõem uma obrigação
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. de entregar uma parcela proporcional
Ap.D25 dos ativos líquidos apenas em caso de
alocação de contrapartida, IFRIC 19.8 liquidação, IAS 32.16C–16D, IAS 32.
apresentação, IAS 32.21–24, IAS 32.OA27, BC64–BC67, IAS 32.BC68, IAS 32.
IAS 32.BC5–BC6, IAS 32.BC10–BC15, BC69–BC74
IFRIC 19.BC32 liquidação em instrumentos de patrimônio
contrapartida paga, como, IFRIC 19.5, próprios da entidade, IAS 32.21–24,
IFRIC 19.BC10–BC14 IAS 32.OA27, IAS 32.BC5–BC6,
diferenças entre o valor contábil do passivo IAS 32.BC10–BC15
e a contrapartida paga, IFRIC 19.9–11, opção de compra comprada em ações,
IFRIC 19.BC24 IAS 32.EI12–EI16
extinção parcial, IFRIC 19.BC28–BC31 opção de compra vendida em ações,
extinção total, IFRIC 19.BC25–BC27 IAS 32.EI17–EI21
mensuração inicial, IFRIC 19.6–7, IFRIC 19. opção de venda comprada em ações,
BC15–BC23 IAS 32.IE22–IE26
vide Instrumentos financeiros; Demonstração opção de venda vendida em ações,
das mutações do patrimônio líquido IAS 32.EI27–EI31
Instrumentos financeiros opções de liquidação, IAS 32.26–27,
adoção pela primeira vez das IFRSs IAS 32.BC20
ajustes de transição, IFRS 1.OI58A–OI59 provisões para liquidação contingente,
custos de transação, IFRS 1.BC72–BC73 IAS 32.25, IAS 32.OA28, IAS 32.
designação de instrumentos financeiros BC16–BC19
anteriormente reconhecidos, IFRS 1. reclassificação de instrumentos que
Ap.D19–Ap.D19D, IFRS 1.BC63A impõem uma obrigação de entregar
divulgações sobre instrumentos financeiros, uma parcela proporcional dos ativos
IFRS 1.Ap.E3–Ap.E4 líquidos apenas em caso de liquidação,
instrumentos financeiros compostos, IFRS 1. IAS 32.16E–16F,
Ap.D18, IFRS 1.BC56–BC58, IFRS 1. reclassificação, IAS 32.16E–16F
OI35–OI36 sem obrigação contratual de entregar caixa
apresentação ou outro ativo financeiro, IAS 32.17–20,
ações em tesouraria, IAS 32.33–34, IAS 32. IAS 32.OA25–OA26, IAS 32.BC7–BC9
OA36, IAS 32.BC32 tratamento nas demonstrações financeiras
compensação de um ativo financeiro e um consolidadas, IAS 32.OA29–OA29A
passivo financeiro, IAS 32.42–50, IAS 32. baixa de ativos financeiros
OA38A–OA39, IAS 32.BC75–BC120 divulgações, IFRS 7.42A–42H, IFRS 7.
entidades com algum patrimônio líquido, Ap.B29–Ap.B39, IFRS 7.BC65A–BC65N,
IAS 32.EI33 IFRS 7.OI40A–OI40C
entidades sem patrimônio líquido, IAS 32. baixa de passivos financeiros, IFRS 9.3.3.1–
EI32 3.3.4, IFRS 9.B3.3.1–B3.3.7

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Instrumentos financeiros – cont. Instrumentos financeiros – cont.


contabilização na data de negociação e conta retificadora para perdas de crédito,
contabilização na data de liquidação, IFRS 7.16, IFRS 7.BC26–BC27
IFRS 9.OI.B.32 envolvimento contínuo
características de participação discricionária, garantia, IFRS 7.14–15, IFRS 7.36(b),
IFRS 4.35 IFRS 7.BC25, IFRS 7.BC51–BC53,
classificação IFRS 7.BC56–BC56A, IFRS 7.OI22
ativos financeiros, IFRS 9.4.1.1–4.1.6, IFRS 9. inadimplências e violações, IFRS 7.18–19,
Ap.B4.1.1–Ap.B4.1.26, IFRS 9.Ap.B4.1.27– IFRS 7.BC32, IFRS 7.OI12
Ap.B4.1.36, IFRS 9.BC4.1–BC4.45, instrumentos financeiros compostos
IFRS 9.BCZ4.54–BCZ4.76, IFRS 9. com derivativos embutidos múltiplos,
BC4.77–BC4.80, IFRS 9.OD18–OD22 IFRS 7.17, IFRS 7.BC28–BC231
derivativos embutidos, IFRS 9.4.3.1–4.3.7, parcial/integral, IFRS 9.3.2.2
IFRS 9.Ap.B4.3.1–Ap.B4.3.12, IFRS 9. políticas contábeis, IFRS 7.21, IFRS 7.B5
BC4.83–BCZ4.110, IFRS 9.OIC.1–OIC.10 procedimento de avaliação, IFRS 9.
passivos financeiros, IFRS 9.4.2.1–4.2.3, Ap.B3.2.1–B3.2.17
IFRS 9.Ap.B4.1.27–Ap.B4.1.36, IFRS 9. risco de crédito, IFRS 7.36–38, IFRS 7.
BC4.46–BC4.53, IFRS 9.BCZ4.54– Ap.B9–B10, IFRS 7.BC49–BC56A,
BCZ4.76, IFRS 9.BC4.81–BC4.82 IFRS 7.OI21–OI29
condições, IFRS 9.3.2.3, IFRS 9.BCZ3.1– risco de moeda, IFRS 7.B23–B24
BCZ3.13 transferência de ativos financeiros,
contratos de forma regular IFRS 9.3.2.4–3.2.9, IFRS 9.3.2.10–3.2.12,
definição, IFRS 9.Ap.A, IFRS 9.OI.B.28– IFRS 9.3.2.22–3.2.23, IFRS 9.Ap.B3.2.10–
OI.B.31 B3.2.15, IFRS 9.Ap.B3.2.17, IFRS 9.
custo amortizado, IAS 39.OI.B.24–OI.B.27 BCZ3.25–BCZ3.31
demonstração da posição financeira transferências que não se qualificam,
ativos financeiros mensurados ao valor justo IFRS 9.3.2.15
por meio de outros vide Transferências de ativos financeiros
ativos financeiros ou passivos financeiros envolvimento contínuo, IFRS 9.3.2.16–3.2.21
ao valor justo por meio do resultado, ganhos e perdas, IFRS 9.5.7.1–5.7.9, IFRS 9.
IFRS 7.9–11 Ap.B5.7.1–Ap.B5.7.20, IFRS 9.OIE.3.3–
categorias de ativos financeiros e passivos OIE.3.4
financeiros, IFRS 7.8 investimento em instrumentos de patrimônio,
compensação de ativos financeiros e passivos IFRS 9.5.7.5–5.7.6, IFRS 9.BC5.21–
financeiros, IFRS 7.13A–13F, IFRS 7. BC5.28
Ap.B40–Ap.B53 passivos ao valor justo por meio do resultado,
conta retificadora para perdas de crédito, IFRS 9.5.7.7–5.7.9, IFRS 9.B5.7.5–
IFRS 7.16 B5.7.20, IFRS 9.BCZ5.29–BC5.64,
garantia, IFRS 7.14–15 IFRS 9.EI1–EI5
inadimplências e violações, IFRS 7.18–19 IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação
instrumentos financeiros compostos com abordagens alternativas consideradas, IAS 32.
derivativos embutidos múltiplos, IFRS 7.17 BC21
reclassificação, IFRS 7.12B–12D alcance, IAS 32.4–10, IAS 32.OA1–OA2
resultados abrangentes, IFRS 7.11A–11B base para conclusões, IAS 32.BC1–BC120
demonstrações financeiras consolidadas, data de vigência e transição, IAS 32.96–97L
IFRS 9.3.2.1 definições, IAS 32.11–14, IAS 32.OA3–
derivativos OA23, IAS 32.BC4–BC4K
definição, IAS 32.11, IFRS 9.BA.1–BA.5 motivos para revisar/alterar a IAS 32, IAS 32.
divulgações IN1–IN3, IAS 32.IN22–24
acordos de repasse, IFRS 9.BCZ3.14–BCZ3.24 objetivo, IAS 32.2–3
baixa opiniões divergentes, IAS 32.OD
vide Transferências de ativos financeiros principais mudanças em relação à versão
classes de instrumentos financeiros e nível de anterior, IAS 32.IN4–IN19A
divulgação, IFRS 7.6, IFRS 7.Ap.B1–B3, resumo das mudanças em relação à Minuta de
IFRS 7.OI5–OI6 Exposição, IAS 32.BC49
compra ou venda de forma regular de ativos revogação de outros pronunciamentos,
financeiros, IFRS 9.3.1.2 IAS 32.IN20, IAS 32.98–100

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Instrumentos financeiros – cont. Instrumentos financeiros – cont.


IAS 39 – Instrumentos Financeiros: revogação da IFRIC 9 e IFRS 9 (2009),
Reconhecimento e Mensuração IAS 39.1–110, IFRS 9.7.3.1–7.3.2
IAS 39.Ap.A–Ap.B instrumentos financeiros compostos
alcance, IAS 39.2–7, IAS 39.OA1–OA4A, adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
IAS 39.BC15–BC24, IAS 39.OI.A.1–OI.A.2 Ap.D18, IFRS 1.BC56–BC58, IFRS 1.
alterações, IAS 39.Ap.B OI35–OI36
base para conclusões, IAS 39.BC1–BC222 apresentação, IAS 32.28–32, IAS 32.OA30–
contexto ao desenvolvimento da norma, OA35
IAS 39.BC4–BC12 contabilização, IAS 32.EI34–EI50
data de vigência e transição, IAS 39.103– imposto diferido, IAS 12.23, IAS 12.EI.ex4
108C, IAS 39.OA133 mantidos para negociação, instrumentos
definições, IAS 39.8–9, IAS 39.Ap.OA5– financeiros, IFRS 9.Ap.BA.6–Ap.BA.8,
Ap.OA13, IAS 39.OI.B.24–OI.B.25 IFRS 9.OIB.11
opiniões divergentes, IAS 39.OD1–OD15 mensuração
revogação de outros pronunciamentos, investimentos em instrumentos de patrimônio
IAS 39.109–110 e contratos sobre esses investimentos,
IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações IFRS 9.Ap.B5.4.14–Ap.B5.4.17
alcance, IFRS 7.3–5, IFRS 7.BC6–BC11 mensuração inicial, IFRS 9.5.1.1–5.1.2, IFRS 9.
base para conclusões, IFRS 7.BC1–BC73 Ap.B5.1.1–Ap.B5.1.2A, IFRS 9.OIE.1
características da, IFRS 7.IN4–IN9 mensuração subsequente de ativos financeiros,
data de vigência e transição, IFRS 7.43–44W, IFRS 9.5.2.1–5.2.3, IFRS 9.Ap.B5.2.1–
IFRS 7.BC66–BC72, IFRS 7.OI41, Ap.B5.2.2A
IFRS 9.EI6 mensuração subsequente de passivos
definições, IFRS 7.Ap.A financeiros, IFRS 9.5.3.1–5.3.2, IFRS 9.
emissão, IFRS 7.IN1–IN3 Ap.B5.2.2A
objetivo da, IFRS 7.1–2 reclassificação, IFRS 9.5.6.1–5.6.3
orientação de implementação, IFRS 7.OI1– redução ao valor recuperável e
OI40D impossibilidade de cobrança de ativos
resumo das principais mudanças em relação à financeiros, IAS 39.58–65, IAS 39.OA84–
Minuta de Exposição, IFRS 7.BC73 OA93, IAS 39.BC108–BC124, IAS 39.
revogação da IAS 30, IFRS 7.45 OI.E.4.1–OI.E.4.8
transição valor justo de todos os instrumentos
vide Data de vigência e transição financeiros, IFRS 9.BCZ5.1–BC5.20,
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros IFRS 9.OD1–OD17
abordagem para substituir a IAS 39, IFRS 9. reclassificação, IFRS 7.12B–12D, IFRS 9.4.4.1–
IN5–IN10 4.4.3, IFRS 9.5.6.1–5.6.3, IFRS 9.Ap.B4.4.1–
alcance, IFRS 9.2.1, IFRS 9.BC2.1 Ap.B4.4.3, IFRS 9.BC4.111–BCZ4.123
alterações, IFRS 9.Ap.C, IFRS 9.BC.Ap, reconhecimento
IFRS 9.OI.Ap compra ou venda de forma regular de
base para conclusões, IFRS 9.BC.IN.1–BCG.7 ativos financeiros, IFRS 9.3.1.2, IFRS 9.
considerações de custo-benefício, IFRS 9. Ap.B3.1.3–Ap.B3.1.6, IFRS 9.OI.D.2.1–
BC.G.3–BC.G.7 OI.D.2.3
data de vigência e transição, IFRS 9.IN11, contabilização na data de negociação e
IFRS 9.7.1.1–7.1.3, IFRS 9.7.2.1–7.2.16, contabilização na data de liquidação,
IFRS 9.Ap.B7.2.1, IFRS 9.BC7.1– IFRS 9.OI.B.32
BC7.34M, IFRS 9.OD23–OD28, IFRS 9.EI6 reconhecimento inicial, IFRS 9.3.1.1, IFRS 9.
definições, IFRS 9.Ap.A, IFRS 9.Ap.BA Ap.B3.1.1–IFRS 9.Ap.B3.1.2, IFRS 9.
motivos para emissão, IFRS 9.IN1–IN4, OI.D.1
IFRS 9.BC.IN.2–BC.IN.9 riscos
objetivo da, IFRS 9.1.1 divulgações qualitativas, IFRS 7.33, IFRS 7.
resumo das principais mudanças em relação OI15–OI17
à Minuta de Exposição de 2009, IFRS 9. divulgações quantitativas, IFRS 7.34–35,
BC.G.1 IFRS 7.Ap.B7–Ap.B8, IFRS 7.BC47–
resumo das principais mudanças em relação BC48, IFRS 7.OI18–OI20
à Minuta de Exposição de 2010, IFRS 9. interação entre divulgações qualitativas e
BC.G.2 quantitativas, IFRS 7.32A, IFRS 7.BC42A

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Instrumentos financeiros – cont. Instrumentos financeiros – cont.


localização de divulgações, IFRS 7.Ap.B6, significância de instrumentos financeiros para
IFRS 7.BC43–BC46 a posição e desempenho financeiro de uma
outros riscos de preços, IFRS 7.Ap.B25– entidade, IFRS 7.7–30, IFRS 7.Ap.B5,
Ap.B28 IFRS 7.BC12–BC13, IFRS 7.OI7–OI14
requisitos de divulgação, IFRS 7.BC40–BC42 transferências de ativos financeiros,
risco de crédito, IFRS 7.36–38, IFRS 7. IFRS 7.42A–42H, IFRS 7.Ap.B29–
Ap.B9–Ap.B10, IFRS 7.BC49–BC56A, Ap.B39, IFRS 7.BC65A–BC65N, IFRS 7.
IFRS 7.OI21–OI29 OI40A–OI40C
risco de liquidez, IFRS 7.39, IFRS 7. vide Cooperativas; Contabilização de
Ap.B10A–Ap.B11F, IFRS 7.BC57–BC58D cobertura
risco de mercado, IFRS 7.40–42, IFRS 7. Itens extraordinários
Ap.B17–Ap.B21, IFRS 7.BC59–BC64, apresentação, IAS 1.87, IAS 1.BC60–BC64
IFRS 7.OI32–OI40 Juros, dividendos, ganhos e perdas
risco de moeda, IFRS 7.B23–Ap.B24 apresentação, IAS 32.35–41, IAS 32.OA37
risco de taxa de juros, IFRS 7.Ap.B22 demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.31–33
risco operacional, IFRS 7.BC65 divulgação, IFRS 7.20, IFRS 7.BC33–BC34
taxa de juros efetiva, IAS 39.BC30–BC36 reconhecimento de receita, IAS 18.29–34
valor justo, IFRS 13.9, IFRS 7.25–30, IFRS 7. taxa de juros efetiva, IAS 39.OA5–OA8
BC36–BC39G, IFRS 7.OI14, IAS 39.OI.G.1 Lucros por ação
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. ações parcialmente integralizadas, IAS 33.
Ap.E3–Ap.E4 Ap.A15–Ap.A16
ativos financeiros mensurados ao valor justo ajustes retrospectivos, IAS 33.64–65
por meio de outros resultados abrangentes, apresentação, IAS 33.66–69
IFRS 7.11A–11B lucro por ação separado da controladora,
ativos financeiros ou passivos financeiros IAS 33.BC4–BC6
ao valor justo por meio do resultado, aquisições reversas, IFRS 3.Ap.B25–Ap.B27,
IFRS 7.9–11, IFRS 3.EI9–EI10
compensação de ativos financeiros e passivos divulgação, IAS 33.70–73A
financeiros, IFRS 7.13A–13F, IFRS 7. emissões de direitos, IAS 33.Ap.A2, IAS 33.
Ap.B40–Ap.B53, IFRS 7.BC24A– EI.ex4
BC24AL, IFRS 7.OI40D exemplos ilustrativos
contabilização de cobertura, IFRS 7.22–24 ações de emissão contingente, IAS 33.EI.ex7
de modo geral, IFRS 7.7 ações preferenciais com taxa crescente,
demonstração da posição financeira, IAS 33.EI.ex1
IFRS 7.8–19, IFRS 7.Ap.B40–Ap.B53, cálculo do número médio ponderado de
IFRS 7.BC14–BC32 ações: determinação da ordem em que os
demonstração do resultado abrangente, instrumentos diluíveis devem ser incluídos,
IFRS 7.20–20A, IFRS 7.BC33–BC35 IAS 33.EI.ex9
despesa de juros/receita de juros, IFRS 7.20, determinação do preço de exercício das
IFRS 7.OI13 opções de compra de ações por empregados,
divulgações qualitativas, IFRS 7.33, IFRS 7. IAS 33.EI.ex5A
OI15–OI17 efeitos das opções de compra de ações sobre o
divulgações quantitativas, IFRS 7.34–35, lucro diluído por ação, IAS 33.EI.ex5
IFRS 7.Ap.B7–Ap.B8, IFRS 7.BC47– emissões de bônus, IAS 33.EI.ex3
BC48, IFRS 7.OI18–OI20 emissões de bônus, IAS 33.EI.ex6
natureza e extensão de riscos, IFRS 7.31–42, emissões de direitos, IAS 33.EI.ex4
IFRS 7.Ap.B6–Ap.B28, IFRS 7.BC40– exemplo abrangente de lucro básico por ação
BC65, IFRS 7.OI15–OI40 e lucro diluído por ação, IAS 33.EI.ex12
reclassificação, IFRS 7.12B–12D instrumentos de uma subsidiária: cálculo de
risco de liquidez, IFRS 7.39, IFRS 7. lucro básico por ação e lucro diluído por
Ap.B10A–Ap.B11F, IFRS 7.BC57–BC58D ação, IAS 33.EI.ex10
risco de mercado, IFRS 7.40–42, IFRS 7. número médio ponderado de ações ordinárias,
Ap.B17–Ap.B21, IFRS 7.BC59–BC64, IAS 33.EI.ex2
IFRS 7.OI32–OI40 participação de instrumentos de patrimônio
risco de preços, IFRS 7.Ap.B25–Ap.B28 e ações ordinárias de duas classes, IAS 33.
risco operacional, IFRS 7.BC65 EI.ex11

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Lucros por ação – cont. Manutenção de capital


títulos conversíveis liquidados em ações ou à ajustes, EC.4.36
vista por opção do emissor, IAS 33.EI.ex8 conceitos de manutenção de capital, EC.4.59–
IAS 33 – Lucro por Ação EC.4.65
alcance, IAS 33.2–4A Mensuração
alterações, IAS 33.Ap.B base de mensuração, EC.4.54–4.56
aplicação da, IAS 33.IN1 confiabilidade da mensuração, EC.4.41–4.43
base para conclusões, IAS 33.BC1–BC15 vide Mensuração do valor justo; Redução ao
data de vigência, IAS 33.74–74D valor recuperável
definições, IAS 33.5–8 Mensuração do valor justo
motivos para revisar, IAS 33.IN2–IN3 abordagem de mercado, IFRS 13.Ap.A
objetivo, IAS 33.1 ativos não financeiros
revogação de outros pronunciamentos, distinção entre ativos financeiros, ativos não
IAS 33.75–76 financeiros e passivos, IFRS 13.BC63–BC67
lucro básico por ação exemplos ilustrativos, IFRS 13.EI2–EI9
ações, IAS 33.19–29 melhor uso, IFRS 13.27–30, IFRS 13.BC68–
cálculos, IAS 33.9, IAS 33.10 BC73
exemplo abrangente, IAS 33.EI.ex12 premissa de avaliação, IFRS 13.31–33,
lucros, IAS 33.12–18 IFRS 13.Ap.B3, IFRS 13.BC74–BC79
objetivo das informações, IAS 33.11 características do ativo ou passivo, IFRS 13.11–
lucro diluído por ação 12, IFRS 13.BC46
ações de emissão contingente, IAS 33.52–57, custos de transação, IFRS 13.Ap.A
IAS 33.EI.ex7 custos de transporte, IFRS 13.Ap.A
ações ordinárias de duas classes, IAS 33. dados não observáveis, IFRS 13.Ap.A
Ap.A13–Ap.A14 dados observáveis, IFRS 13.Ap.A
ações ordinárias potenciais diluíveis, definição de valor justo, IFRS 13.9, IFRS 13.
IAS 33.41–63 BC27–BC45
ações, IAS 33.36–40 divulgação, IFRS 13.91–99, IFRS 13.BC183–
cálculo do lucro diluído por ação acumulado BC185
no ano, IAS 33.BC10–BC14 ativos com um valor recuperável que fosse o
cálculos, IAS 33.30–31 valor justo menos os custos de alienação,
contratos de compra a termo, IAS 33.63 IFRS 13.BC218–BC221, IAS 36.BCZ27
contratos que podem ser liquidados em ações categorização no nível da hierarquia de valor
ordinárias ou à vista, IAS 33.58–61, IAS 33. justo para itens que não são mensurados
BC7–BC9, IAS 33.EI.ex8 ao valor justo na demonstração da posição
exemplo abrangente, IAS 33.EI.ex12 financeira, IFRS 13.BC215–BC217
instrumentos conversíveis, IAS 33.49–51, distinção entre mensurações do valor justo
IAS 33.EI.ex6 recorrentes e não recorrentes, IFRS 13.BC186
instrumentos de patrimônio que participam, exemplos ilustrativos, IFRS 13.EI59–EI66
IAS 33.Ap.A13–Ap.A14 informações sobre mensurações do valor justo
instrumentos de subsidiárias, classificadas no Nível 3 da hierarquia de
empreendimentos em conjunto ou coligadas, valor justo, IFRS 13.93, IFRS 13.BC187–
IAS 33.Ap.A11–Ap.A12, IAS 33.EI.ex10 BC210, IFRS 13.EI61–EI62
lucros, IAS 33.33–35 relatório financeiro intermediário, IFRS 13.
objetivo das informações, IAS 33.32 BC222–BC224, IAS 34.BC32–BC34
opções compradas, IAS 33.62 transferências entre os Níveis 1 e 2 da
opções de venda, IAS 33.63, IAS 33.Ap.A10 hierarquia de valor justo, IFRS 13.BC211–
opções e bônus de subscrição, IAS 33.45–48, BC212
IAS 33.Ap.A6–Ap.A9, IAS 33.EI.ex5 uso de um ativo não financeiro de um modo
lucros e perdas atribuíveis à controladora, IAS 33. que difere de seu melhor uso, IFRS 13.
Ap.A1 BC213–BC214
número de controle, IAS 33.Ap.A3 economias emergentes e em transição, IFRS 13.
pagamentos baseados em ações BC231–BC235
efeito duplo, IFRS 2.BC54–BC57 exposição líquida a risco de mercado ou risco
preço médio de mercado de ações ordinárias, de crédito, IFRS 13.48–56, IFRS 13.BC108–
IAS 33.Ap.A4–Ap.A5 BC131
relatório financeiro intermediário, IAS 34.11–11A fluxo de caixa esperado, IFRS 13.Ap.A

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Índice Remissivo

Mensuração do valor justo – cont. Mensuração do valor justo – cont.


IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo redução no volume ou nível de atividade para um
alcance, IFRS 13.5–8, IFRS 13.BC19–BC26 ativo ou passivo, IFRS 13.Ap.B37–Ap.B47,
alterações, IFRS 13.Ap.D, IFRS 13.BC.Ap, IFRS 13.EI48–EI58
IFRS 13.EI.Ap restrição sobre a venda ou uso de um ativo,
base para conclusões, IFRS 13.BC1–BC244 IFRS 13.11(b), IFRS 13.EI27–EI29
características da, IFRS 13.IN8–IN10 técnicas de valor presente, IFRS 13.Ap.B12–
considerações de custo-benefício, IFRS 13. Ap.B33
BC239–BC243 transação ordenada, IFRS 13.Ap.A
contexto, IFRS 13.BC9–BC18 unidade de conta, IFRS 13.Ap.A
convergência com os PCGAs dos EUA, utilizando preços cotados por terceiros, IFRS 13.
IFRS 13.BC236–BC238 Ap.B45–B47
data de vigência e transição, IFRS 13.Ap.C1– técnicas de avaliação
Ap.C3, IFRS 13.BC225–BC230 abordagem de custo IFRS 13.Ap.B8–Ap.B9
definições, IFRS 13.Ap.A abordagem de mercado, IFRS 13.Ap.B5–
exemplos ilustrativos, IFRS 13.EI1 Ap.B7
motivos para emissão, IFRS 13.IN5–IN7 abordagem de receita, IFRS 13.Ap.B10–
objetivo, IFRS 13.1–4 Ap.B30
resumo das principais mudanças em relação à ajustes de avaliação, IFRS 13.BC143–BC146
Minuta de Exposição, IFRS 13.BC244 consistência, IFRS 13.BC147–BC148
visão geral, IFRS 13.IN1–IN4, IFRS 13. hierarquia de valor justo, IFRS 13.72–90,
BC4–BC8 IFRS 13.Ap.B35–Ap.B36, IFRS 13.
informações corroboradas pelo mercado, BC142, IFRS 13.BC166–BC182
IFRS 13.Ap.A informações para técnicas de avaliação,
informações de Nível 1, IFRS 13.Ap.A IFRS 13.67–71, IFRS 13.Ap.B34,
informações de Nível 2, IFRS 13.Ap.A IFRS 13.BC149–BC165
informações de Nível 3, IFRS 13.Ap.A múltiplas técnicas de avaliação, IFRS 13.
mercado ativo, IFRS 13.Ap.A EI10–EI17
mercado principal/mercado mais vantajoso, uso de, IFRS 13.61–66, IFRS 13.BC139–
IFRS 13.16–21, IFRS 13.BC48–BC54, BC141
IFRS 13.EI18–EI22 Método de aquisição
para um ativo ou passivo em particular, vide Combinações de negócios
IFRS 13.11–14, IFRS 13.BC47 Método de equivalência patrimonial
participantes do mercado, IFRS 13.22–23, coligadas e empreendimentos em conjunto
IFRS 13.BC55–BC59 classificação como mantido para venda,
passivos e instrumentos de patrimônio próprios de IAS 28.20–21, IAS 28.BC23–BC27
uma entidade controle conjunto e influência significativa
características de demanda, IFRS 13.47, temporários, IAS 28.BCZ17
IFRS 13.BC101–BCZ103 descontinuação do uso do método da
detidos por outras partes como ativos, equivalência patrimonial, IAS 28.22–23,
IFRS 13.37–39 IAS 28.BC28–BC31
exemplos ilustrativos, IFRS 13.EI30–EI47 finais de exercícios não coincidentes, IAS 28.
não detidos por outras partes como ativos, BCZ19
IFRS 13.40–41, IFRS 13.Ap.B31–Ap.B33 investimento em uma coligada/
princípios gerais, IFRS 13.34–36, IFRS 13. empreendimento em conjunto torna-se um
BC80–BC91, IFRS 13.BC104–BC107 investimento em um empreendimento em
restrições que impedem a transferência de, conjunto/coligada, IAS 28.24
IFRS 13.45–46, IFRS 13.BC99–BC100 isenções, IAS 28.17–19, IAS 28.BC20–BC22
risco de inadimplência, IFRS 13.42–44, mudanças na participação societária,
IFRS 13.BC92–BC98 IAS 28.25
preço, IFRS 13.24–26, IFRS 13.BC60–BC62 procedimentos, IAS 28.26–39
preço de entrada, IFRS 13.Ap.A reconhecimento de perdas, IAS 28.BCZ38–
preço de saída, IFRS 13.Ap.A BCZ41
prêmio de risco, IFRS 13.Ap.A rígidas restrições de longo prazo que
reconhecimento inicial, IFRS 13.57–60, IFRS 13. prejudicam a capacidade de transferir
Ap.B4, IFRS 13.BC132–BC138, IFRS 13. recursos ao investidor, IAS 28.BCZ18
EI23–EI26 tratamento contábil, IAS 28.10–15

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Mudanças nas políticas contábeis Organizações sem fins lucrativos – cont.


vide Políticas contábeis fontes de incerteza na estimativa, IAS 1.125–133,
Operações descontinuadas IAS 1.BC79–BC84
ativos abandonados, IFRS 5.13–14, IFRS 5. instrumentos financeiros com opção de venda,
OI.ex8–OI.ex9 IAS 1.136A, IAS 1.BC6A, IAS 1.BC100A–
definição, IFRS 5.32 BC100B
divulgação e apresentação, IFRS 5.33–36A, itens gerais, IAS 1.138
IFRS 5.BC73–BC77A, IFRS 5.OI.ex11 medidas por ação, IAS 1.BC101–BC104
vide Ativos mantidos para venda relatório financeiro intermediário, IAS 34.16A
alcance da, IFRS 5.BC59–BC72 Pagamentos baseados em ações
IFRS 5 – Ativos Não Circulantes Mantidos para ações em tesouraria, IFRS 2.BC330–BC333
Venda e Operações Descontinuadas adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
alcance, IFRS 5.2–5B, IFRS 5.BC8–BC14E Ap.D2–Ap.D3, IFRS 1.BC63B, IFRS 1.OI64–
alterações, IFRS 5.Ap.C OI65
características da, IFRS 5.IN6 alternativas de liquidação à vista, escolha de
comparação com os aspectos pertinentes da contraparte tem uma escolha de liquidação,
SFAS 144, IFRS 5.BC85 IFRS 2.35–40, IFRS 2.BC258–BC264,
data de vigência, IFRS 5.44–44I IFRS 2.OI20–OI22
definições, IFRS 5.Ap.A de modo geral, IFRS 2.BC256–BC257
disposições transitórias, IFRS 5.43, IFRS 5. entidade tem uma escolha de liquidação,
BC78–BC79A IFRS 2.41–43, IFRS 2.BC265–BC268
emissão, IFRS 5.IN1–IN5, IFRS 5.BC1–BC7 características de concessão automática,
mudanças da ED 4, IFRS 5.BC84 IFRS 2.22, IFRS 2.BC188–BC192
objetivo da, IFRS 5.1 combinações de negócios
opiniões divergentes, IFRS 5.OD1–OD13 alcance da IFRS 2, IFRS 2.BC23–BC24D
revogação da IAS 35, IFRS 5.45 prêmios de substituição, IFRS 3.BC361–
terminologia, IFRS 5.BC80–BC83 BC364, IFRS 3.EI61–EI71, IAS 12.EI.ex6
mensuração e apresentação de subsidiárias reconhecimento e mensuração, IFRS 3.30,
adquiridas com vistas à revenda, IFRS 5. IFRS 3.Ap.B56–Ap.B62B, IFRS 3.BC311–
OI.ex13 IFRS 3.BC311B
Operações em conjunto condições de aquisição de direito
classificação como mantido para venda, IFRS 11. definição, IFRS 2.OI4A
BC51 resumo das condições e tratamento contábil,
compras de ativos, IFRS 11.Ap.B36–Ap.B37 IFRS 2.OI24
venda ou aporte de ativos, IFRS 11.Ap.B34– transações liquidadas em instrumentos de
Ap.B35 patrimônio, IFRS 2.19–21, IFRS 2.OI9–
demonstrações financeiras separadas, OI14
IFRS 11.26–27, IFRS 11.Ap.C12–Ap.C13 condições para que uma contraparte receba um
de modo geral, IFRS 11.20–23, IFRS 11.BC38– instrumento de patrimônio
BC40, IFRS 11.BC46 data da concessão
transição do método de equivalência patrimonial definição, IFRS 2.OI1–OI4
para a contabilização de ativos e passivos, data de mensuração
IFRS 11.Ap.C7–Ap.C11 de modo geral, IFRS 2.BC88–BC90
tratamento contábil transações com empregados, IFRS 2.BC91–
vide Acordos em conjunto BC118
Operações no exterior transações com partes que não sejam
vide Atividades estrangeiras empregados, IFRS 2.BC119–BC128,
Operador em conjunto, IFRS 11.Ap.A IFRS 2.OI5, IFRS 2.OI6–OI7
Organizações sem fins lucrativos divulgação
combinações de negócios, IFRS 3.BC62–BC63 de modo geral, IFRS 2.44, IFRS 2.52
dividendos, IAS 1.137 determinação do valor justo, IFRS 2.46–49
divulgação de políticas contábeis, IAS 1.117–124, divulgações ilustrativas, IFRS 2.IG23
IAS 1.BC77–BC78 lucros e perdas, efeito sobre, IFRS 2.50–51
divulgações de capital, IAS 1.134–136, IAS 1. requisitos mínimos, IFRS 2.45
BC5–BC6, IAS 1.BC85–BC100, IAS 1.OI10– IFRS 2 – Pagamento Baseado em Ações
OI11 alcance, IFRS 2.2–6A, IFRS 2.BC7, IFRS 2.
estrutura, IAS 1.112–116 BC25–BC28

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Pagamentos baseados em ações – cont. Pagamentos baseados em ações – cont.


alterações, IFRS 2.IN2A, IFRS 2.Ap.C modificações nos termos e condições, IFRS 2.26–
características da, IFRS 2.IN3–IN8 29, IFRS 2.Ap.B42–Ap.B44, IFRS 2.BC222–
convergência com os PCGAs dos EUA, BC237B, IFRS 2.OI15–OI15A
IFRS 2.BC270–BC286 planos amplos de ações para empregados,
data de vigência, IFRS 2.60–63A IFRS 2.BC8–BC18
definições, IFRS 2.Ap.A planos de compra de ações por empregados,
disposições transitórias, IFRS 2.53–59, IFRS 2.BC8–BC18, IFRS 2.OI17
IFRS 2.OI8 reconhecimento,
emissão de, IFRS 2.IN1–IN2, IFRS 2.BC1– de modo geral, IFRS 2.7–9
BC6A reconhecimento de transações liquidadas em
objetivo da, IFRS 2.1 instrumentos de patrimônio
revogação de interpretações, IFRS 2.64 consequências econômicas das transações,
imposto, IFRS 2.BC311–BC329, IFRS 2.BC58–BC60
IAS 12.68A–68C, IAS 12.EI.ex5 custo para a entidade/consumo de recursos,
entidade não pode identificar alguns ou a IFRS 2.BC40–BC44
totalidade dos bens ou serviços recebidos, de modo geral, IFRS 2.BC29–BC33
IFRS 2.BC18A–BC18D, IFRS 2.BC128A– definição de uma despesa, IFRS 2.BC45–BC53
BC128H, IFRS 2.OI5A–OI5D empregados que prestam serviços, IFRS 2.
transações em que os bens ou serviços são BC36–BC39
recebidos, IFRS 2.14–15 entidade como parte da transação, IFRS 2.
liquidadas em instrumento de patrimônio BC34–BC35
ajuste ao patrimônio líquido total após a data lucro por ação, efeito duplo no, IFRS 2.
de aquisição de direitos, IFRS 2.23 BC54–BC57
características de concessão automática, reconhecimento versus divulgação, IFRS 2.
IFRS 2.22 BC287–BC293
condições de aquisição de direito, IFRS 2.19– resumo das condições e tratamento contábil,
21, IFRS 2.OI9–OI14 IFRS 2.OI24
condições de não aquisição de direito, transações com alternativas de liquidação à vista,
IFRS 2.21A IFRS 2.34
determinação do valor justo dos instrumentos transações de grupo, IFRS 2.43A–43D, IFRS 2.
de patrimônio concedidos, IFRS 2.16–18, Ap.B45–Ap.B61, IFRS 2.BC268A–BC268S,
IFRS 2.Ap.B1–Ap.B41 IFRS 2.BC310A, IFRS 2.OI22A
mensuração, IFRS 2.10–13A, IFRS 2.BC61– transações liquidadas pelo valor à vista,
BC128 IFRS 2.30–32, IFRS 2.Ap.B56–Ap.B58,
modificações nos termos e condições, IFRS 2.OI18
IFRS 2.26–29, IFRS 2.Ap.B42–Ap.B44, direitos de valorização de ações liquidadas à
IFRS 2.BC222–BC237B, IFRS 2.OI15– vista, IFRS 2.BC238–BC255, IFRS 2.OI19
OI15A transferências de instrumentos de patrimônio a
reconhecimento e mensuração de serviços empregados, IFRS 2.BC19–BC22
recebidos, IFRS 2.BC200–BC221 valor justo de opções de compra de ações por
reconhecimento, IFRS 2.BC29–BC60 empregados
transações em que serviços são recebidos, aplicação dos modelos de precificação a
IFRS 2.14–15 opções de compra de ações por empregados,
valor justo de instrumentos de patrimônio IFRS 2.BC145–BC187
não pode ser estimado de forma confiável, aplicação dos modelos de precificação de
IFRS 2.24–25, IFRS 2.OI16 opções a entidades não listadas em bolsa
mensuração de transações liquidadas em e recentemente listadas, IFRS 2.BC137–
instrumentos de patrimônio, IFRS 2.10–13A BC144
base no custo histórico, IFRS 2.BC70–BC74 característica de concessão automática,
base no valor intrínseco, IFRS 2.BC75–BC79 IFRS 2.BC188–BC192
base no valor mínimo, IFRS 2.BC80–BC83 confiabilidade da mensuração, IFRS 2.
data de mensuração, IFRS 2.BC88–BC128, BC294–BC310
IFRS 2.OI5–OI7 de modo geral, IFRS 2.BC129–BC136,
de modo geral, IFRS 2.BC61–BC68, IFRS 2. IFRS 2.BC193–BC199
BC69 Pagamentos de bônus (planos de bônus)
valor justo, IFRS 2.BC84–BC87 reconhecimento e mensuração, IAS 19.19–24

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Parte de um negócio em conjunto, IFRS 11.Ap.A Passivos contingentes – cont.


Partes relacionadas contratos de construção, IAS 11.45
definição de partes relacionadas, IAS 24.9, divulgação, IAS 37.86–88, IAS 37.91–92,
IAS 24.BC18–BC32, IAS 24.EI4–EI26 IAS 37.OI.A, IAS 37.OI.B, IAS 37.EI.C
divulgações empreendimentos em conjunto (joint ventures),
demonstrações financeiras separadas, IAS 24. IFRS 12.23(b), IFRS 12.BC57–BC58
BC11–BC17 reconhecimento, IAS 37.27–30
entidades relacionadas a um governo, IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e
IAS 24.25–27, IAS 24.BC33–BC48, Ativos Contingentes
IAS 24.OD1–OD3, IAS 24.EI1–EI3 alcance, IAS 37.IN1, IAS 37.1–9
relacionamentos entre uma controladora e características de, IAS 37.IN2–IN22
suas subsidiárias, IAS 24.13–16 data de vigência, IAS 37.IN23, IAS 37.95–97
remuneração do pessoal-chave da administração, definições, IAS 37.10
IAS 24.17, IAS 24.BC7–BC10 disposições transitórias, IAS 37.93
transações com partes relacionadas, relação entre provisões e passivo contingente,
IAS 24.18–24 IAS 37.12–13
finalidade de divulgações, IAS 24.5–8 Passivos por desativação, restauração e passivos
IAS 24 – Divulgações sobre Partes Relacionadas similares
alcance, IAS 24.2–4 adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.
alterações à IAS 19, IAS 24.BC.Ap Ap.D21–Ap.D21A, IFRS 1.BC63C–BC63CA,
alterações à IFRS 8, IAS 24.Ap IFRS 1.OI201–OI203
base para conclusões, IAS 24.BC1–BC49 divulgação, IFRIC 1.BC28–BC29
data de vigência e transição, IAS 24.28–28A IFRIC 1 – Mudanças em Passivos Existentes por
definições, IAS 24.9–12 Desativação, Restauração e Passivos Similares
mudanças nas revisões à IAS 24, IAS 24.BC49 alcance, IFRIC 1.2, IFRIC 1.BC6
objetivo, IAS 24.1 alterações à IFRS 1, IFRIC 1.Ap
revogação da IAS 24 (2003), IAS 24.29 base para conclusões, IFRIC 1.BC1–BC33
visão geral, IAS 24.IN1–IN3 comparação com os PCGAs dos EUA,
Participações de não controladores IFRIC 1.BC19–BC20
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. contexto, IFRIC 1.1
Ap.B7 data de vigência, IFRIC 1.9–9A
combinações de negócios IAS 16, e, IFRIC 1.BC14–BC18, IFRIC 1.
mensuração, IFRS 3.19, IFRS 3.Ap.B44– BC21–BC25
Ap.B45, IFRS 3.BC205–BC221A, IFRS 3. IAS 8, e, IFRIC 1.BC12–BC13
OD2–OD10, IFRS 3.EI44A–EI44J transição, IFRIC 1.10, IFRIC 1.BC30–BC33
demonstrações financeiras consolidadas mudanças na mensuração de, IFRIC 1.3–8,
requisitos contábeis, IFRS 10.22–24, IFRS 10. IFRIC 1.EI1–EI18
Ap.B94–Ap.B96, IFRS 10.BCZ155– reversão do desconto, IFRIC 1.BC26–BC27
BCZ159, IFRS 10.OD1–OD3, IFRS 10. Perdas operacionais futuras
OD2–OD12, IFRS 10.OD14–OD16 tratamento contábil, IAS 37.63–65
subsidiárias, IFRS 12.12, IFRS 12.BC21–BC29 Pertinência
Passivo circulante informações financeiras, EC.QC6–QC11,
demonstração da posição financeira, IAS 1.69–76, EC.QC17–QC18, EC.BC3.11–BC3.18
IAS 1.BC38A–BC48 Pesquisa e desenvolvimento
Passivo financeiro combinações de negócios, IFRS 3.BC149–
definição, IAS 32.11, IAS 32.OA3–OA12 BC156, IAS 38.BC78–BC89
vide Instrumentos financeiros fase de desenvolvimento, IAS 38.57–59
Passivos fase de pesquisa, IAS 38.54–56
de modo geral, EC.4.15–4.19 Planos de benefício definido
reconhecimento, EC.4.46 apresentação
vide Combinações de negócios compensação, IAS 19.131–132
Passivos contingentes componentes de custo de benefício definido,
combinações de negócios IAS 19.134, IAS 19.BC201–BC202
definição, IFRS 3.22 distinção circulante/não circulante,
reconhecimento e mensuração, IFRS 3.23, IAS 19.133, IAS 19.BC200
IFRS 3.56, IFRS 3.BC242–BC245, contabilização de obrigação presumida,
IFRS 3.BC272–BC276 IAS 19.61–62

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IFRS Foundation A1267
Índice Remissivo

Planos de benefício definido – cont. Planos de benefício definido – cont.


disponibilidade do benefício econômico, reconhecimento e mensuração
IFRIC 14.BC7–BC23 alterações emitidas em 2011, IAS 19.BC65–
divulgação BC100
alcance, IFRIC 14.4–5 ativo de benefício definido líquido,
base para conclusões, IFRIC 14.BC1–BC41 IAS 19.63–65, IAS 19.99–101
características dos planos de benefício ativos do plano, IAS 19.113–119, IAS 19.
definido e riscos a eles associados, BC174–BC199
IAS 19.139, IAS 19.BC215–BC218 componentes de custo de benefício definido,
compartilhamento de riscos entre entidades IAS 19.120–130, IAS 19.BC73–BC100
sob controle comum, IAS 19.149–150 custo do serviço passado, IAS 19.102–108
contexto, IFRIC 14.1–3A data de mensuração, IAS 19.BC56–BC57
data de vigência, IFRIC 14.27–27C de modo geral, IAS 19.56
distinção entre planos de contribuição definida demonstração da posição financeira,
e planos de benefício definido, IAS 19.26– IAS 19.63
31, IAS 19.BC28–BC30 determinação do passivo (ativo) de benefício
explicação de valores das demonstrações definido líquido com regularidade
financeiras, IAS 19.140–144, IAS 19. suficiente, IAS 19.58–60
BC207–BC215, IAS 19.BC219–BC228 ganho ou perda sobre redução de benefícios/
IFRIC 14 – IAS 19 – O Limite de um Ativo liquidação, IAS 19.109–112, IAS 19.
de Benefício Definido, Requisitos de BC151–BC173
Fundeamento Mínimo e sua Interação passivo (obrigação), IAS 19.BC52–BC55
interação entre a IAS 19 e os requisitos de passivo mínimo adicional, IAS 19.BC103–
fundeamento mínimo, IFRIC 14.BC5–BC6 BC105
planos multipatrocinados, IAS 19.148, procedimentos, IAS 19.57
IAS 19.BC245–BC252 reconhecimento do custo de benefício
questões tratadas, IFRIC 14.6 definido como parte de um ativo, IAS 19.
requisitos de divulgação, IAS 19.135–138, BC106–BC107
IAS 19.151–152, IAS 19.BC203–BC215, reconhecimento imediato, IAS 19.BC70–
IAS 19.BC244 BC72
resumo das mudanças da D19, IFRIC 14. relatório financeiro intermediário, IAS 19.
BC41 BC58–BC64
transição, IFRIC 14.28–29, IFRIC 14.BC38– teto do ativo, IAS 19.BC101–BC102
BC40 valor presente das obrigações e custo do
valor, época e incerteza dos fluxos de caixa serviço corrente, IAS 19.66–98, IAS 19.
futuros, IAS 19.145–147, IAS 19.BC229– BC108–BC150
BC243 requisitos de fundeamento mínimo
juros líquidos sobre o passivo (ativo) de benefício definição, IFRIC 14.BC4
definido líquido, IAS 19.123–126 efeito sobre o benefício econômico disponível
premissas atuariais como uma restituição, IFRIC 14.BC24
baseadas nas expectativas do mercado, efeito sobre redução em contribuições futuras,
IAS 19.80 IFRIC 14.18–22, IFRIC 14.BC25–BC30
compartilhamento de riscos, IAS 19.BC143– exemplos ilustrativos, IFRIC 14.EI1–EI27
BC146 passivo, reconhecimento de um,
custos de administração, IAS 19.BC125– IFRIC 14.23–24
BC128 pré-pagamentos, IFRIC 14.BC30A–BC30D
custos médicos, IAS 19.96–98, IAS 19. requisitos de fundeamento oneroso,
BC140–BC141 IFRIC 14.BC31–BC35
imparciais e mutuamente incompatíveis, restituição ou redução nas contribuições futuras
IAS 19.75, IAS 19.77–78 disponibilidade de, IFRIC 14.7–17
impostos a pagar, IAS 19.BC121–BC124 efeito de um requisito de fundeamento
mortalidade, IAS 19.81–82, IAS 19.BC142 mínimo, IFRIC 14.18–22, IFRIC 14.
salários e benefícios, IAS 19.87–95, IAS 19. BC25–BC30
BC140–BC141 relatório de
taxa de desconto, IAS 19.83–86, IAS 19. compartilhamento de riscos entre
BC129–BC139 entidades sob controle comum,
tipos de premissas, IAS 19.76 IAS 19.40–42, IAS 19.149–150

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Planos de benefício definido – cont. Políticas contábeis – cont.


formato e teor, IAS 26.17–22, IAS 26.28–31 base para conclusões, IAS 8.BC1–BC33
frequência de avaliações atuariais, classificação de orientação, IAS 8.BC13–BC15
IAS 26.27 critério para a isenção de requisitos, IAS 8.
valor presente atuarial de benefícios de BC23–BC29
aposentadoria prometidos, IAS 26.23–26 data de vigência, IAS 8.54–54C
remensurações do passivo (ativo) de benefício definições, IAS 8.5
definido líquido, IAS 19.127–130 motivos para revisar a IAS 8, IAS 8.IN2–IN4
tratamento contábil, IAS 19.55 mudanças em relação aos requisitos
valor presente das obrigações e custo do serviço anteriores, IAS 8.IN5–IN18
corrente objetivos, IAS 8.1–2
atribuição de benefício a períodos de serviço, retirada de tratamentos alternativos
IAS 19.70–74, IAS 19.BC114–BC120 permitidos, IAS 8.BC4–BC11
método de avaliação atuarial, IAS 19.67–69, revogação de outros pronunciamentos,
IAS 19.BC108–BC113 IAS 8.55–56
premissas atuariais, IAS 19.75–98, IAS 19. visão geral, IAS 8.IN1
BC121–BC150 instrumentos financeiros, IFRS 7.21, IFRS 7.B5
procedimento, IAS 19.66 mudanças nas políticas contábeis
vide Planos de contribuição definida; aplicação de mudanças, IAS 8.19–21
Benefícios pós-emprego; Planos de benefícios aplicação prospectiva quando a aplicação
de aposentadoria retrospectiva não for praticável, IAS 8.
Planos de benefícios de aposentadoria OI3.1–OI3.4
acordos formais/informais, IAS 26.10 aplicação retrospectiva, IAS 8.22–27,
avaliação de ativos do plano, IAS 26.32–33 IAS 8.50–53
depositários, IAS 26.11 contratos de seguro
divulgação, IAS 26.34–36 critérios para mudança, IAS.8.14–15
IAS 26 – Contabilização e Relatório Financeiro de modo geral, IAS 8.16
de Planos de Benefícios de Aposentadoria divulgação, IAS 8.28–31, IAS 8.BC30–BC31
alcance, IAS 26.1–7, IAS 26.9, IAS 26.12 reavaliações, IAS 8.17
data de vigência, IAS 26.37 vide Contratos de seguro
definições, IAS 26.8 pronunciamentos de outros órgãos
vide Planos de benefício definido; Planos de normatizadores, IAS 8.BC16–BC19
contribuição definida; Benefícios pós‑emprego relevância, IAS 8.BC20–BC22
Planos de contribuição definida Políticas contábeis uniformes
vide Planos de benefício definido; Benefícios demonstrações financeiras consolidadas,
pós-emprego; Planos de benefícios de IFRS 10.19, IFRS 10.Ap.B87
aposentadoria seguro, IFRS 4.BC131–BC132
distinção entre planos de contribuição definida Posição financeira
e planos de benefício definido, IAS 19.27–31, elementos de, EC.OB12, EC.4.4–4.23
IAS 19.BC28–BC30 vide Demonstração da posição financeira
divulgação, IAS 19.53–54 Premissas atuariais
reconhecimento e mensuração, IAS 19.50–52 vide Planos de benefício definido
relatório de Prestadores de serviços
conteúdo, IAS 26.13–16 custo, IAS 2.19
Planos de participação nos lucros estoques
reconhecimento e mensuração, IAS 19.19–24 Principal tomador de decisões operacionais, IFRS 8.7
Políticas contábeis Programas de fidelidade do cliente
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.7– exemplos ilustrativos
11, IFRS 1.BC97 mensuração do valor justo dos créditos de
aplicação da, IAS 8.7–12 prêmio, IFRIC 13.Ap.OA1–Ap.OA3,
consistência de, IAS 8.13 IFRIC 13.BC5–BC21
divulgação de políticas contábeis, IAS 1.117–124, prêmios fornecidos pela entidade, IFRIC 13.
IAS 1.BC77–BC78 BC15–BC17 IFRIC 13.EI1–EI5
IAS 8 – Políticas Contábeis, Mudanças nas prêmios fornecidos por um terceiro, IFRIC 13.
Estimativas Contábeis e Erros BC18–BC21, IFRIC 13.EI6–EI10
alcance, IAS 8.3–4 IFRIC 13 – Programas de Fidelidade do Cliente
alterações, IAS 8.Ap alcance, IFRIC 13.3, IFRIC 13.BC2–BC4

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Programas de fidelidade do cliente – cont. Propriedade para investimento – cont.


atribuição da receita aos créditos de prêmios, reconhecimento inicial, IAS 40.20–29
IFRIC 13.BC9–BC11 reconhecimento, IAS 40.16–19
base para conclusões, IFRIC 13.BC1–BC22 transferências, IAS 40.57–65, IAS 40.BC.B66
consenso, IFRIC 13.5–9 Provisões
contexto, IFRIC 13.1–2 contratos onerosos, IAS 37.66–69
data de vigência e transição, IFRIC 13.10–11 diferente de outros passivos, IAS 37.11
método de alocação, IFRIC 13.BC12–BC14 divulgação, IAS 37.84–92, IAS 37.OI.A, IAS 37.
mudanças resultantes da minuta de EI.D
Interpretações D20, IFRIC 13.BC22 IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e
Propriedade para investimento Ativos Contingentes
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. alcance, IAS 37.IN1, IAS 37.1–9
OI61–OI62 características de, IAS 37.IN2–IN22
alienações, IAS 40.66–71 data de vigência, IAS 37.IN23, IAS 37.95–97
classificação como propriedade para definições, IAS 37.10
investimento, IAS 40.7–15 disposições transitórias, IAS 37.93
compensação, IAS 40.72–73 relação entre provisões e passivo contingente,
divulgação, IAS 40.74–79 IAS 37.12–13
gasto subsequente, IAS 40.BC.B40–BC.B42 mensuração
IAS 40 – Propriedades para Investimento alienação esperada de ativos, IAS 37.51–52
alcance, IAS 40.2–4, IAS 40.BC4–BC10, eventos futuros, IAS 37.48–50
IAS 40.BC15–BC17, IAS 40.BC.B7– melhor estimativa, IAS 37.36–41
BC.B29 riscos e incertezas, IAS 37.42–44
aplicação da, IAS 40.IN1 valor presente, IAS 37.45–47
base para conclusões, IAS 40.BC1–BC23 mudanças nas provisões, IAS 37.59–60
contexto, IAS 40.BC.B1–B6 perdas operacionais futuras, IAS 37.63–65
data de vigência, IAS 40.85–85C reconhecimento
definições, IAS 40.5–6, IAS 40.BC.B30– condições, IAS 37.14, IAS 37.OI.A, IAS 37.
BC.B39 OI.B
disposições transitórias, IAS 40.80–84 estimativa confiável da obrigação, IAS 37.25–
motivos para revisar a IAS 40, IAS 40.IN2–IN3 26
objetivo, IAS 40.1 evento passado, IAS 37.17–22
principais mudanças, IAS 40.IN4–IN11 exemplos ilustrativos, IAS 37.EI.C
resumo da abordagem exigida, IAS 40.IN12– obrigação presente, IAS 37.15–16
IN18 probabilidade de um fluxo de saída de
resumo de mudanças na E64, IAS40.BC.B67 recursos que incorporam benefícios
revogação da IAS 40 (2000), IAS 40.86 econômicos, IAS 37.23–24
imposto diferido reembolsos, IAS 37.53–58, IAS 37.OI.A
recuperação de propriedades para investimento, reestruturação, IAS 37.70–83
IAS 12.51C, IAS 12.BC8–BC28 uso de, IAS 37.61–62
mensuração após o reconhecimento Provisões para catástrofes e equalização
escolha de política contábil, IAS 40.30–32C, contratos de seguro, IFRS 4.BC87–BC93,
IAS 40.BC11–BC14, IAS 40.BC.B43– IFRS 4.OI58
BC.B51 Prudência
método de custo, IAS 40.53–54, IAS 40.56 contratos de seguro, IFRS 4.26, IFRS 4.BC133
método de valor justo, IAS 40.33–55, IAS 40. Publicidade
BC.B52–BC.B.65 SIC‑31 – Receita – Transações de Permuta
método de custo Envolvendo Serviços de Publicidade, SIC‑31.1–5
disposições transitórias, IAS 40.83–84 transações de permuta, SIC‑31.1–5, SIC‑31.
divulgação, IAS 40.75, IAS 40.79 BC6–BC10
mensuração, IAS 40.53–54, IAS 40.56 Receita
método de valor justo adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.OI17
disposições transitórias, IAS 40.80–82 IAS 18 – Receita
divulgação, IAS 40.75, IAS 40.76–78 alcance, IAS 18.1–6
incapacidade de mensurar o valor justo de data de vigência, IAS 18.37–42
forma confiável, IAS 40.53–54 definições, IAS 18.7–8
mensuração, IAS 40.33–52, IAS 40.55 divulgação, IAS 18.35–36

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Receita – cont. Redução ao valor recuperável – cont.


mensuração de, IAS 18.9–12 objetivo, IAS 36.1
principal ou agente, agindo como, IAS 18.EI21 principais mudanças, IAS 36.IN5–IN18
reconhecimento resumo das principais mudanças em relação à
identificação da transação, IAS 18.13 Minuta de Exposição, IAS 36.BC229
juros, royalties e dividendos, IAS 18 .29–34, revogação da IAS 36 (emitida em 1998),
IAS 18.EI20 IAS 36.141
prestação de serviços, IAS 18.20–28, IAS 18. IFRIC 10 – Relatório Financeiro Intermediário e
EI10–EI19 Redução ao Valor Recuperável de Ativos
venda de bens, IAS 18.14–19, IAS 18.EI1–EI9 base para conclusões, IFRIC 10.BC1–BC12
vide IAS 11; IFRIC 12; IFRIC 13; IFRIC 15; contexto, IFRIC 10.1–4
IFRIC 18; SIC‑31 data de vigência e transição, IFRIC 10.10–12,
Reconhecimento IFRIC 10.BC12
ativos, EC.4.44–4.45 imobilizado, IAS 16.63–66
confiabilidade da mensuração, EC.4.41–4.43 impostos sobre a renda, IAS 36.BCZ81–BC94,
de modo geral, EC.4.37–4.39 IAS 36.EI33–EI37
despesas, EC.4.49–4.53 indicação de uma perda por redução ao valor
passivo, EC.4.46 recuperável
probabilidade de benefício econômico futuro, avaliação de fatores, IAS 36.12–17
EC.4.40 de modo geral, IAS 36.8
resultado, EC.4.47–4.48 estimativa do valor recuperável, IAS 36.9
Recursos minerais teste de redução ao valor recuperável,
vide Ativos de exploração e avaliação IAS 36.10–11
Redução ao valor recuperável mensuração do valor recuperável
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1. ativo intangível com uma vida útil indefinida,
OI39–OI43 IAS 36.24, IAS 36.BC119–BC120, IAS 36.
ativos de exploração e avaliação, IFRS 6.18–22, BC129–BC130
IFRS 6.BC35–BC48 ativos mantidos para alienação, IAS 36.BCZ27
ativos de resseguro, IFRS 4.20, IFRS 4.BC107– custo de reposição, IAS 36.BCZ28–BCZ29
BC108 maior valor entre o preço líquido de venda e o
ativos financeiros, IAS 39.58–65, IAS 39. valor em uso, IAS 36.BCZ23–BCZ26
OA84–OA93, IAS 39.BC108–BC124, IAS 39. requisitos, IAS 36.19–23, IAS 36.BCZ9–
OI.E.4.1–OI.E.4.8 BCZ11
ativos mantidos para venda, IFRS 5.20–25, soma de fluxos de caixa futuros não
IFRS 5.BC39–BC41, IFRS 5.OI.ex10 descontados, IAS 36.BCZ12–BCZ13
coligadas, IAS 28.40–43, IAS 28.BCZ42–BCZ46, valor em uso, IAS 36.30–57, IAS 36.BCZ21–
IAS 28.OD1–OD3 BCZ22, IAS 36.BCZ40–BC80
divulgação, IAS 36.126–136, IAS 36.BC192– valor justo, IAS 36.28–29, IAS 36.BCZ14–
BC209, IAS 36.EI80–EI89 BCZ20
empreendimentos em conjunto (joint ventures), valores de avaliação, IAS 36.BCZ30
IAS 28.40–43, IAS 28.BCZ42–BCZ46, IAS 28. preço líquido de venda, IAS 36.BCZ31–BCZ39
OD1–OD3 reconhecimento e mensuração de perda por
IAS 36 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos redução ao valor recuperável
alcance, IAS 36.2–5, IAS 36.BCZ4–BCZ8 ativos reavaliados, IAS 36.BCZ108–BCZ112
alterações à IAS 16, IAS 36.Ap.B critério “econômico”, IAS 36.BCZ105–BCZ107
aplicação da, IAS 36.IN1 critério “permanente”, IAS 36.BCZ96–BCZ97
base para conclusões, IAS 36.BC1–BCZ233 critério de “probabilidade”, IAS 36.BCZ98–
definições, IAS 36.6 BCZ104
disposições transitórias e data de vigência, exemplo ilustrativo, IAS 36.EI29–EI32
IAS 36.139–140I, IAS 36.BC210–BC228A tratamento contábil, IAS 36.59–64, IAS 36.
histórico do desenvolvimento de uma norma, BCZ95
IAS 36.BCZ230–BCZ233 unidades geradoras de caixa, IAS 36.66–108,
motivos para revisar a IAS 36, IAS 36.IN2–IN4 IAS 36.BCZ113–BCZ118
mudanças como resultado da IFRS 13, relatório financeiro intermediário, IFRIC 10.
IAS 36.BC209B–BC209D BC2–BC10
mudanças como resultado da Melhorias às reversão de uma perda por redução ao valor
IFRSs (2008), IAS 36.BC209A recuperável

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Redução ao valor recuperável – cont. Reestruturação


ágio, IAS 36.124–125, IAS 36.BC187–BC191 combinações de negócios
ativo individual, IAS 36.117–121 passivos relacionados à reestruturação ou
exemplo ilustrativo, IAS 36.EI38–EI43 ao encerramento de atividades adquiridas,
orientação à IFRIC 10, IFRIC 10.7–8 IFRS 3.BC132–BC143
requisitos, IAS 36.109–116, IAS 36.BCZ182– provisões, IAS 37.70–83
BCZ186 Regime de competência
unidades geradoras de caixa, IAS 36.122–123 apresentação de demonstrações financeiras,
teste de redução ao valor recuperável de IAS 1.27–28
ativos intangíveis, IAS 36.BC121–BC128, desempenho financeiro, EC.OB17–OB19
IAS 38.111, IAS 38.BC54–BC56 Relatório financeiro intermediário
teste de redução ao valor recuperável do ágio, adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.32–
IAS 36.88–99, IAS 36.BC131A–BC136, 33, IFRS 1.BC96, IFRS 1.OI37–OI38
IAS 36.BC160–BC177, IAS 36.OD1–OD10, conformidade com as IFRSs, divulgação de,
IAS 36.EI62–EI68J IAS 34.19
unidades geradoras de caixa divulgações de valor justo, IFRS 13.BC222–BC224
ágio, IAS 36.80–87, IAS 36.BC137–BC159 forma e conteúdo
ativos corporativos, IAS 36.100–103, IAS 36. componentes mínimos, IAS 34.8–8A
EI69–EI79 conjunto completo de demonstrações
identificação de, IAS 36.68–73, IAS 36. financeiras, IAS 34.9
BCZ113–BC118, IAS 36.EI1–EI22 de modo geral, IAS 34.5–7, IAS 34.12
perda por redução ao valor recuperável, demonstrações financeiras condensadas,
IAS 36.104–108, IAS 36.BCZ178–BCZ181 IAS 34.10
reversão de perda por redução ao valor demonstrações financeiras consolidadas,
recuperável, IAS 36.122–123 IAS 34.14
teste de redução ao valor recuperável, IAS 36. eventos e transações significativos,
Ap.C1–Ap.C9 IAS 34.15–15C, IAS 34.BC3–BC4
valor contábil, determinação, IAS 36.75–79 lucro por ação, IAS 34.11–11A
valor recuperável de um ativo individual não IAS 34, Relatório Financeiro Intermediário
pode ser determinado, IAS 36.66–67 alcance, IAS 34.1–3
valor recuperável de, mensuração de, base para conclusões, IAS 34.BC1–BC6
IAS 36.74 data de vigência, IAS 34.46–51
valor em uso definições, IAS 34.4
abordagem do valor esperado, IAS 36. visão geral, IAS 34.IN1–IN9
BCZ41–BCZ42 IFRIC 10, Relatório Financeiro Intermediário e
base para estimativas de fluxos de caixa Redução ao Valor Recuperável de Ativos
futuros, IAS 36.33–38, IAS 36.BC62–BC75 base para conclusões, IFRIC 10.BC1–BC12
cálculo de, IAS 36.30–32, IAS 36.BC56– contexto, IFRIC 10.1–2, IFRIC 10.3–4
BC61, IAS 36.EI23–EI32 data de vigência e transição, IFRIC 10.10–12,
composição de estimativas de fluxos de caixa IFRIC 10.BC12
futuros, IAS 36.39–53A mudanças nas estimativas, IAS 34.26–27
definição, IAS 36.BCZ40 notas explicativas às demonstrações financeiras,
fluxos de caixa futuros de ágio gerado IAS 34.16A
internamente e sinergia com outros ativos, períodos para os quais devem ser apresentadas
IAS 36.BCZ43–BCZ45 demonstrações financeiras, IAS 34.20–22,
fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira, IAS 34.EI.A1–EI.A2
IAS 36.54, IAS 36.BCZ46–BCZ51 planos de benefício definido, IAS 19.BC58–BC64
mensuração apropriada para o valor reapresentação de períodos intermediários
recuperável, IAS 36.BCZ21–BCZ22 anteriormente reportados, IAS 34.43–45
reestruturação, efeito da, IAS 36.EI44–EI53 reconhecimento e mensuração
taxa de desconto, IAS 36.55–57, IAS 36. custos incorridos de maneira não uniforme
BCZ52–BCZ55 durante o exercício financeiro, IAS 34.39
técnicas de valor presente, IAS 36.Ap.A1– estimativas, IAS 34.41, IAS 34.EI.C1–EI.C9
Ap.A21, IAS 36.BC76–BC80 exemplos ilustrativos, IAS 34.EI.B1–EI.B36
tratamento de custos futuros, IAS 36.EI54–EI61 mesmas políticas contábeis que as
valor recuperável demonstrações financeiras anuais,
definição, IAS 36.18 IAS 34.28–36

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Relatório financeiro intermediário – cont. Risco – cont.


receitas ocasionais, IAS 34.37–38 instrumentos financeiros
redução ao valor recuperável, IFRIC 10.BC2– divulgações qualitativas, IFRS 7.33, IFRS 7.
BC10 OI15–OI17
relevância, IAS 34.23–25 divulgações quantitativas, IFRS 7.34–35,
reversão de perdas por redução ao valor IFRS 7.Ap.B7–Ap.B8, IFRS 7.BC47–
recuperável, IFRIC 10.7–8 BC48, IFRS 7.OI18–OI20
segmentos operacionais, IFRS 8.BC59 interação entre divulgações qualitativas e
Relatório sobre segmentos quantitativas, IFRS 7.32A, IFRS 7.BC42A
demonstração dos fluxos de caixa localização de divulgações, IFRS 7.Ap.B6,
fluxos de caixa por segmento, IAS 7.52 IFRS 7.BC43–BC46
vide Segmentos operacionais requisitos de divulgação, IFRS 7.BC40–BC42
Relevância risco de crédito, IFRS 7.36–38, IFRS 7.
apresentação de demonstrações financeiras, Ap.B9–Ap.B10, IFRS 7.BC49–BC56A,
IAS 1.29–31 IFRS 7.OI21–OI29
característica qualitativa fundamental, EC.QC11 risco de liquidez, IFRS 7.39, IFRS 7.
comentário da administração, DPI.21 Ap.B10A–Ap.B11F, IFRS 7.BC57–BC58D
políticas contábeis, IAS 8.BC20–BC22 risco de mercado, IFRS 7.40–42, IFRS 7.
relatório financeiro intermediário, IAS 34.23–25 Ap.B17–Ap.B21, IFRS 7.BC59–BC64,
Representação fiel IFRS 7.OI32–OI40
característica qualitativa fundamental, EC.QC12– risco de moeda, IFRS 7.Ap.B23–Ap.B24
QC16, EC.QC17–QC18, EC.BC3.19–BC3.31 risco de preços, IFRS 7.Ap.B25–Ap.B28
Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos risco de taxa de juros, IFRS 7.Ap.B22
Diretiva da UE, IFRIC 6.3–4 risco operacional, IFRS 7.BC65
IFRIC 6 – Passivos Decorrentes da Participação mensuração do valor justo
em um Mercado Específico – Resíduos de exposição líquida a risco de mercado ou
Equipamentos Eletroeletrônicos risco de crédito, IFRS 13.48–56, IFRS 13.
alcance, IFRIC 6.6–7 BC108–BC131
base para conclusões, IFRIC 6.BC1–BC10 subsidiárias
contexto, IFRIC 6.1–5 riscos associados às participações de uma
data de vigência, IFRIC 6.10 entidade em entidades estruturadas
transição, IFRIC 6.11 consolidadas, IFRS 12.14–17, IFRS 12.
reconhecimento de uma provisão para custos de BC34–BC36
gerenciamento de resíduos Risco de crédito
determinação do fato gerador, IFRIC 6.8–9, contratos de seguro, IFRS 4.OI62, IFRS 4.OI64–
IFRIC 6.BC4–BC10 OI65A
Resultado divulgação
receitas e despesas como medida de desempenho, instrumentos financeiros, IFRS 7.36–38,
EC.4.24–4.35 IFRS 7.Ap.B9–Ap.B10, IFRS 7.BC49–
reconhecimento, EC.4.47–4.48 BC56A, IFRS 7.OI21–OI29
vide Receita Risco de liquidez
Resumos históricos divulgação
adoção das IFRSs pela primeira vez, IFRS 1.22, contratos de seguro, IFRS 4.OI62, IFRS 4.
IFRS 1.BC90 OI64, IFRS 4.OI65B–OI65C
Risco instrumentos financeiros, IFRS 7.39, IFRS 7.
coligadas B10A–B11F, IFRS 7.BC57–BC58D
riscos associados a participações em, Risco de mercado
IFRS 12.23 divulgação
contratos de seguro, IFRS 4.38–39A, IFRS 4. contratos de seguro, IFRS 4.BC223, IFRS 4.
BC215–BC223, IFRS 4.OI41–OI70 OI62, IFRS 4.OI64, IFRS 4.OI65D–OI70
empreendimentos em conjunto (joint ventures) instrumentos financeiros, IFRS 7.40–42,
riscos associados a participações em, IFRS 7.Ap.B17–Ap.B21, IFRS 7.BC59–
IFRS 12.23, IFRS 12.Ap.B18–Ap.B20 BC64, IFRS 7.OI32–OI40
entidades estruturadas não consolidadas Risco de moeda
riscos associados a participações em, instrumentos financeiros, IFRS 7.Ap.B23–Ap.B24
IFRS 12.29–31, IFRS 12.Ap.B25–Ap.B26, Risco de preços
IFRS 12.BC92–BC114 instrumentos financeiros, IFRS 7.B25–B28

©
IFRS Foundation A1273
Índice Remissivo

Risco de taxa de juros Segmentos operacionais – cont.


contabilização de cobertura de valor justo, reuniões com usuários, IFRS 8.BC7–BC8
IAS 39.OA114–OA132, IAS 39.BC173–BC220 revogação da IAS 14, IFRS 8.37
divulgação de instrumentos financeiros, IFRS 7.B22 transição e data de vigência, IFRS 8.64–66,
gerenciamento de risco em instituições IFRS 8.BC429–BC434C
financeiras, IAS 39.OI.EC.6.1 informações financeiras intermediárias, IFRS 8.BC59
gerenciamento em uma base líquida, IAS 39. mensuração, IFRS 8.IN13–IN14, IFRS 8.25–27,
OI.EC.6.2, IAS 39.OI.EC.6.3 IFRS 8.BC24–BC26, IFRS 8.OI2
Risco operacional nível de conciliações, IFRS 8.BC39–BC42
divulgação, IFRS 7.BC65 passivos do segmento, divulgação de, IFRS 8.
remuneradas BC36–BC38
reconhecimento e mensuração, IAS 19.13–18, reapresentação de informações divulgadas
IAS 19.BC25–BC27 anteriormente, IFRS 8.29–30
Royalties segmentos reportáveis
reconhecimento de receita, IAS 18.29–34, agregação, IFRS 8.12, IFRS 8.BC30
IAS 18.EI20 limites quantitativos, IFRS 8.13, IFRS 8.
Segmentos operacionais BC28–BC29
ativos do segmento, mensuração de, IFRS 8. requisitos, IFRS 8.11, IFRS 8.14–19
BC34–BC35A SFAS 131
conciliações, IFRS 8.28, IFRS 8.OI4 agregação, IFRS 8.BC.Ap.A73–Ap.A74
definição de segmentos, IFRS 8.IN11–IN12, aplicabilidade a empresas de capital fechado
IFRS 8.5–10, IFRS 8.Ap.A, IFRS 8.OI7 e organizações sem fins lucrativos, IFRS 8.
divulgação, IFRS 8.IN15–IN18, IFRS 8.20–24, BC.Ap.A115–Ap.A118
IFRS 8.OI2–OI3 áreas geográficas, IFRS 8.BC.Ap.A104–
divulgações para toda a entidade Ap.A107
áreas geográficas, IFRS 8.33, IFRS 8.BC48– base para conclusões, IFRS 8.BC.Ap.A41
BC55, IFRS 8.OI5 considerações de custo-benefício, IFRS 8.
ativos não circulantes tangíveis, IFRS 8. BC.Ap.A112–Ap.A114
BC56–BC57 dano competitivo, IFRS 8.BC.Ap.A109–
principais clientes, IFRS 8.34, IFRS 8.BC58, Ap.A111
IFRS 8.OI6 data de vigência e transição, IFRS 8.BC.Ap.
produtos e serviços, IFRS 8.32 A119–Ap.A120
requisitos, IFRS 8.31 definição de segmentos operacionais, IFRS 8.
forma de organização matricial, IFRS 8.BC27 BC.Ap.A57–Ap.A70
IFRS 8 – Segmentos Operacionais divulgações para toda a empresa, IFRS 8.
adoção da abordagem da administração, BC.Ap.A101
IFRS 8.BC9–BC17 empresas integradas verticalmente, IFRS 8.
adoção do termo “impraticável”, IFRS 8. BC.Ap.A79–Ap.A80
BC46–BC47 informações de contexto, IFRS 8.BC.Ap.
alcance, IFRS 8.2–4, IFRS 8.BC18–BC23 A42–Ap.A56
alterações, IFRS 8.Ap.B, IFRS 8.BC.Ap.B, informações do período intermediário,
IFRS 8.OI.Ap IFRS 8.BC.Ap.A98–Ap.A99
características da, IFRS 8.IN4–IN9 informações sobre segmentos a serem
constatações de pesquisa acadêmica, IFRS 8. divulgadas, IFRS 8.BC.Ap.A92–Ap.A97
BC6 limites quantitativos, IFRS 8.BC.Ap.A75–
diferenças entre a IAS 14 e a SFAS 131, Ap.A78
IFRS 8.BC3–BC5 principais clientes, IFRS 8.BC.Ap.A108
diferenças entre a IFRS 8 e a SFAS 131, princípios contábeis e alocações, IFRS 8.
IFRS 8.BC60 BC.Ap.A81–Ap.A91
emissão, IFRS 8.IN1–IN3 produtos e serviços, IFRS 8.BC.Ap.A103
inclusão de orientação dos EUA, IFRS 8. reapresentação de informações divulgadas
BC31–BC33 anteriormente, IFRS 8.BC.Ap.A100
isenção de “danos competitivos”, IFRS 8. segmentos operacionais reportáveis, IFRS 8.
BC43–BC45 BC.Ap.A71–Ap.A72
opiniões divergentes, IFRS 8.OD1–OD5 Serviços prestados
orientação de implementação, IFRS 8.OI1 reconhecimento de receita, IAS 18.20–28,
princípio básico, IFRS 8.1 IAS 18.EI10–EI19

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Índice Remissivo

Setor de petróleo e gás Subvenções governamentais – cont.


acordos em conjunto assistência governamental sem relação específica
exemplos ilustrativos, IFRS 11.EI34–EI43 com as atividades operacionais, SIC‑10.1–3,
Shopping centers SIC‑10.BC4
acordos em conjunto ativos intangíveis, IAS 38.44
exemplo ilustrativo, IFRS 11.EI9–EI13 ativos não monetários, IAS 20.23
Subsidiárias compensação, como, IAS 20.20–22
adoção pela primeira vez das IFRSs, IFRS 1.31, divulgação, IAS 20.39
IFRS 1.Ap.D14–Ap.D17, IFRS 1.BC58A– IAS 20 – Contabilização de Subvenções
BC63 Governamentais e Divulgação de Assistência
classificação como ativos mantidos para venda, Governamental
IFRS 5.BC24A–BC24E alcance, IAS 20.1–2
demonstração dos fluxos de caixa, IAS 7.37, base para conclusões, IAS 20.BC1–BC5
IAS 7.39–42B data de vigência, IAS 20.41–46
eliminação da isenção da consolidação para definições, IAS 20.3–6
subsidiárias, IFRS 5.BC52–BC55 disposições transitórias, IAS 20.40
imposto diferido, IAS 12.38–40, IAS 12.44–45 reconhecimento e mensuração, IAS 20.7–22
lucro por ação, IAS 33.Ap.A11–Ap.A12, IAS 33. restituição, IAS 20.32–33
EI.ex10 vide Assistência governamental
mensuração e apresentação de subsidiárias Swaps de taxas de juros
adquiridas com vistas à revenda, IFRS 5. classificação, IFRS 9.OIB.3–OIB.5
OI.ex13 swap de taxa de juros entre moedas, IAS 39.
plano para vender a participação controladora em OI.EC.2.18
uma subsidiária Tempestividade
requisitos de divulgação característica qualitativa de informações
informações financeiras resumidas, IFRS 12. financeiras, EC.QC29, EC.BC3.37–BC3.39
Ap.B10–Ap.B11, IFRS 12.Ap.B17 Transações de permuta
mudanças na participação societária de uma serviços de publicidade, SIC‑31.1–5, SIC‑31.
controladora, IFRS 12.18, IFRS 12.BC37– BC6–BC10
BC40 SIC‑31 Receita—Transações de Permuta
participações de não controladores, Envolvendo Serviços de Publicidade, SIC‑31.1–5
IFRS 12.12, IFRS 12.BC21–BC29 Transações de venda e de retroarrendamento (sale
perda de controle, IFRS 12.19, IFRS 12.BC41 and leaseback)
requisitos de divulgação gerais, IFRS 12.10– arrendamentos financeiros, IAS 17.59–60,
11, IFRS 12.BC20 IAS 17.64
restrições significativas, IFRS 12.13, arrendamentos operacionais, IAS 17.61–63,
IFRS 12.BC30–BC33 IAS 17.OI
riscos associados às participações de uma de modo geral, IAS 17.58
entidade em entidades estruturadas divulgação, IAS 17.65–66
consolidadas, IFRS 12.14–17, IFRS 12. Transações em moeda estrangeira
BC34–BC36 vide Atividades estrangeiras
vide Divulgação de participações em outras Usuários de relatórios financeiros
entidades hierarquia de principais usuários, EC.BC1.18
vide Demonstrações financeiras consolidadas; necessidades de informação da administração,
Demonstrações financeiras separadas EC.BC1.19
Subsídios necessidades de informação de reguladores,
vide Subvenções governamentais EC.BC1.20–BC1.23
Subvenções governamentais principais usuários, EC.BC1.9–BC1.17
abordagem de capital, IAS 20.13–14 vide Investidores
abordagem de receita, IAS 20.13, IAS 20.15 Valor confirmatório
agricultura, IAS 41.34–38, IAS 41.57, IAS 41. informações financeiras, EC.QC7, EC.QC9–
BC.B63–BC.B73 QC10
apresentação Valor justo
subvenções relacionadas a ativo, IAS 20.24– definição, IAS 32.11, IFRS 13.Ap.A
28 vide Instrumentos financeiros,
subvenções relacionadas a receita, IAS 20.29– Valor líquido realizável
31 estoques, IAS 2.28–33

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Índice Remissivo

Valor preditivo
informações financeiras, EC.QC7–QC8, EC.10
Venda de produtos
reconhecimento de receita, IAS 18.14–19,
IAS 18.EI1–EI9
Websites
desenvolvimento e operação de, SIC‑32.1–10,
SIC‑32.BC11–BC18, SIC‑32.EI

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