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140. A.AGKO DO ESTADO: A ACRICULTURA NOS FLANOS DE GOVERNO csvaziamento que Ihe, oITPND, mas jf em cegrada”, em que se percebe o pi Som o governo Geise a expresso rt governos my cede espago wao.472 409.039 de 1976, reamento, aparentemente erritico, acompanha 0 #98487 movimento do projsto de modemizacio da agricultura brasileira, que inf 465.956 rocurar estimular melhorias nos itens de infa-estrutura, magu : seme Some Boi 590 558 339 aarndas sua das pleas de erie ara ao Bal em inuem 0 uso, so cessos de comercializagio, © que explica o crescimento do crédi izagéo, Ao mesmo tempo, as aplicagbes de capi ido, de mfo-de-obra, 0 que just dos contratos de cus decudo, que o niimero total de 0 rural aumentou bastante, duplicando no bela, sendo os maioressaltosidentificados esitna36 yaer3.130 00 , Nesta Tabela9 Yeros,além da confitmacio dos dados da tabela ante He © aumento no valor € be i =] + & bem superior 20 verificado no ni lecon- fatos. Ao passo que este apenas dobra, o au nen ido, tem ocorrido um aumento no valor dos con: ‘exo irmades, como nimerode produtoesatingidorceeende ence, nénor proporsio que os recursos dstinados a seco, Em ourres en Fer crestdoa massa dos recutosparaseditibuldssoe rn O esgoramento da fase expansionistado Asus da tonista do proceso fica claro, porém. As tre ~Inodalidades decrédio si afetdss,sendo que o crédito de nave summa forma mais dura, nos imos anos da série. Eimporante salen qui’ “aretragio dos ecursos mio atinge spenasos pe i a it pemsos reds maf diane izagdo desde 0 seu seédito afetaditetamente um ram serve se utiliza do setor, aspecto ido. Para este aur ores, equipa- umazenagem). A queda atinge entos ligados 4 compra de oleaginosas, apcar, rorrefagéo de café e moagem de trigo. Na drea da pecusria, wge as indistrias frigorficas, de laticinias e a aviculeura. Ja a queda do 0 de custeio, 0 capital de trabalho das atividades rurais, atinge as produtorss de insumos modernos como fertilizantes, defensivos todo 0 setor agroindustrial e os objetivos exp instauragio do pacto de modernizagio conservadora que consegue base técnica da produgio rural, €colocado em xeque a partir de 1980, em virtude notadamente do esgoramento dos recussos do crédito rur E isto nos remere as novas facetas que pretendemos perfil dos produtoces que usaram o programa de cxéd ser parcial 10, Sobre esa tabela queremos alerar, inicialmente, que os dados do Banco Central sobre crédito rural nfo permitem fazer o tipo de projegio aqui apresentada, Estas informagSes_provém da Comis Ceédio Rural (Comered), com base nos dades do Banco do Br pesar destes problemas, ¢ do faco de muitos produtoresfirmarem mais de um contrato, 0 que pode levar ‘a mudangas de categoria, os nsimeros sio bastante ilustrativos do encamminha- mento dos recursos do crédito rural, tanto para a agriculeura como para a pecudria: una dramitica queda de participacgo dos pequenos produtores & pasticipagio, a * Delgado, sam de 20,2746 dos Fundos para 53,5; difercate nos resultados, apenas dere indes prod de participagio, como na a vezes, contra duss vezes © "OF, Sendo conseguiram superar abatita dos 90% »consepuiram aurmentar sua pacela em ré, incl agricultur. sco do cro wt em eas 3 pio po Sadade se ow 246 2027 8143 a3a7 1930 959 2 cont dado nos presentam.duplo significado: Por um lado, indicam a> phere nate conceneragio dos ecursos do exédto rural nas ngossiecmn equeno mimero de produtores no rind ie inatério do prncesso de brasileia. Por outro lado, 0 crescimento dos cOnttares maiores pode indicat que realmente o proceso de modemnizagio insumnon site alcancar alguns de seus bjetvs, como a uilzacie dc Heme moderns, queimpicam aumento dos custes de produciog ara ratos de Financiam: £608 pequerios em ‘al, conhecida como mode aso do crédico nos 509% 1ores contratos (50-) e nos 5% ¢ 1% maiores contratos (5+ € 14). Os resultados podem ser vistos na Tabela 11. Estes dados da Tabela 11 corroboram néo apenas a discriminasio contra os equenos produtores, como também relacionam a concentracio & questio da posse da te ices de Gini da distribuigio da terra e do crédito si0 bastante semethantes, indicando a pressio deste fator sobre a concessio do «rédiso. Complements o quadro a demonscracio de que a0 conjunto dos 50% -menores-contzatos de crédito cural, corresponde 2,596 da terra e 4.5% do, ‘tédito dispontveis. Jo agrupamento dos 5% maiores contratos abocanha (68,6% da terra ¢60,8% do crédito, Impression, contudo, 0 fato de o 196 dos ‘maiores concratos dispor de perro da metade da tera agricola e quase 40% do crédito. Iso indica o quanto a politica agricola é condicionada pela eseueara agriria € esclarece 0 sentido da modernizagio conservadora: alterar a base técnica sem alterar a estrucura agrdria. A Tabela 12 nos fornece alguns indicadorescomplementares para compre- ender a discriminacio na distribuigio dos financiamentos, a0 introduzit dados 0 por produtos ¢ valor bruto da produgio de Produtos, notadamente entre aqueles voltados para a exportagio ou que ortagoes. Eo relegamento de outrosa margens de parcicipa¢io res A sua importancia na produsio, em que los mais diretamente para o mercado interno. A diferen- mento pode ser mais bem visualizada com base na Tabela 13, 1a qual se encontram as somatérias do valor da producio e da utilizagio de «xédito por alguns produtos seecionados, Configurase ali um privilegiamento em rorno de alguns ( AMODERNIZAGKO DESIGUAL 177 res, discriminagao ou o beneficia ‘mento sio potencializados em diversas vezes. das egies bra oo produta apo ir 1975 76 pc € 26 116 137 1936 11831942 12,54 29106 32,06 30.54 33,57 4048 44.76 39.28 413 676 8.34 845 10,198.57 8.19 PB Tater ert rl no B or 794.107 moss 49 25 409 34 9 330 50a m7 56 349 499 ors wars vanes 55 1976 13730904 aren 7A WA 32 138 23 49 18 133. a7 4 ' ad 16336300 isos x, 78 B5Hus 6314760 8 6§ 63 26 76 26 266 28 25 NZ br ws7seods 50524130, sesass 30 Fonte: Pinto, Luls Carlos Guedes. “Grupos de imersee ext rural no Braap. 77. 14 podemos ver que a participasio diferenciada avanga tam- “Tabch 16 Valor dos recunos do exo curl pats investment, mdguinas € toes para 3s critérios regionals, corrclacionando-se produto agricola e exédito agriculurae partipaso poeenual, 1974-1979 (em CeS 1,000.00) a, Qsdados demonstram que a segides Norte ¢ Nordeste sio marcada- | \ ~—CiUavestinento = Miquinse = Texoraph iminadas.no.periodo analisdo, a5 rgides Sul ¢ Sudeste aboca- wel See, yr RARIOA type Casi am a maior parte o Cento-Oene consue obter ua fata repulse bo A 3 © Caleulos complementares poderiam ser apresencados para exe ww Fag7s7—~«a9N—CG «CASTROL injustiga na distribuigio do crédito, enfatizando-se 0 valor do: 1975, 15726596 3.788.896 br hse? 3334081 17 asaa7ai9 éivess0 238 Sa7iesio 575965 a Ls Cals Godan dla cana na regito Ni mandioea p: mas recebeu apenas 1,7% do crédito da repiio. Ao passo que a cana-de- que respondia por 12,0% da produsio, agambarcou 61,39 do crédi- uodes. Nous sore a ple de edi ra (cc), 1975, 9 Valor cca 45.1725 1000 514768 1000 5589 Agricole 345063 764 33.9682 66,0 37.2864 (Gara de pregos 66 340138991 18.9329 62 349 nd 362 19524,2 nd 236 175128 war 0 92420 47050 66 42950 3.6705 x 0312 13 5 33 1.6908 1.6955 Fonte: Delgedo, Guilbernie da Cost. Captlfumncer agree no Bru . 86. Os dados das Tabelas 15 2 18 nos auxiliam na identificagio de novos petmnitindo aprender uma parcela da apro- iagio dos recursos do crédito. que-¢-embolsada pelo setor industrial. Na ‘Tabea 15, relaciva ao erédito de custeio, vemos uma presenga nunca inferior 30% e, por vezes, superior a 40% de dispéndio com fertilizantes defensivos para a agriculcura, demonstrando 4 alta utilizagio de insumos modems, apesar da queda demonstrada ao final do peefodo em razio da diminuigdo geral de recursos parao setor agritio, que jd vimos anteriormien- te, Na Tabela 16 observamos também um envolvimento da ordem de 40% imento, durante os anos da série, com méquinas sulvura. A Tabela 17 aprescnta a distribuigao do crédito de comercializagao, na qual percebemos uma parcela sempre ala destinada 3 politica de garantia dos presos 38 nos trés anos estudados. E a Tabelz 18 indica 05 reais bene de crédito para garantia dos ial encastelase em um patamar ios desta _pregos minimos, em que o setor agroindy na faixa dos 70%. res nos financiamentos eoncedidor pl im 87 740 Fone Dig, 6 68es, haver oferecido uma visio dap gricultura, empreendida pelo governo brasileiro a0 longo das décadas de G0 e 70. Em termos gerais, procuramos apresentar um pequeno histérico da eval a instituci fo em 1965, ¢ as conseqiiéncias que dai advém. Analisamos o cresci idos recursos para o programa, suas fontes, a orientagio nas diversas modalida- des € 0 colapso, pela falta de condigées de se conseguir recursos erescentes a juros subsidiados, Trabalhamos com as taxas dejuros e de inflagao e o volume de subsidios implicitos no erédito rural. Por fim, tratamos da questio da distribuigio, indicando os grandes beneficftios eos discriminados do sistema. ‘Deuma forma geral, podemos afirmar que os recursos para 0 setor agrésio ‘resceram vigorosamente durante vios anos, s6 perdendo félego por volta de 1975 ¢ comecando a retrair-se a partir de 1978. Os motivos sto diversos: perda de imporcancia dos depésitos & vista no rol dos recursos do sistema nccito nacional ¢, conseqientemente, diminuigfo da participagio dos bbancos comerciais; surgimento de novas priotidades I governamencal, nnecesstadas de orientagio de crédito subsidiado} pressfo inflacionéria, causa- da pela emissio monetiria do governo, para fazer frente as necessidades do sistema. Os juros, conforme a meta inicial, permaneceram abaixo da inflagio durante todo o perfodo, #6 surgindo preocupagio com a cotregio dos porcen- tusis mais 20 final dos anos 70. O valor da producio, contudo, nfo acompa- hou 0 incremento no crédito, sendo que este chegou em 1975 a superar 0 valor total da producto. O problema maior, no entanto,estéafeto& rea da distribuigdo do exédivo: os recursos atingem de forma privilegiada os grandes produtores e grandes proprietdrios™, em detrimento dos pequenos; serve mais 3s 1 volvidas, diseriminando sobreeudo com relagéo ao Nordest; a cul dindmicas, ligadas 20 mercado externo ou & su abocanham parcelas do erédico mi fo nacional, restringindo o uso do crédito pelasculturas m ado © as necessidades internas, Podemos dizer, desta forma, que os grandes beneficirios de todo o proces- sfo:_4) 0 sistema bancério comercial, que utiliza recursos que, de outra forma, seriam recolhidosao Banco Central eremuneradosa taxas * A quentio da Exe por cada de 70, 2% do valor dos cor téenica e supervisio; 6) os grandes proprietri que tém acesso facilitado ao crédito e controlam a maior parte do seu valor, Além do substdio implicito, 0 crédito rural abre caminho para que estes produtores inaugurem uuma nova forma de ganhos: a substituigio de capital, © dinheiro de origem governam mercado financei i as culeuras come emalmente exploradas pelos grandes produrores, « que agambarcam volume de crédito bem superior i sua articipagio na produgio agricola; ) as regises mais desenvolvidas, Sul e Sudeste, onde estZo os produsores mais integrados as formas modernas de Produzi; «) 0 setor industrial ligado A produgio agricola, que € o destinaticio final de grande parte do crédito subsidiado nas trés modalidades, custeio, {nvestimento ecomercalizagio, Por iltimo, seria importante salientar que boa parte dos estudiosos do: sural concluem pela alteragio em sua estrutura fundamental: taxa de jucos. E reconhecidaanecessidade do financiamenco da atividade agricola, bem como de [inhas especiais que criem um fundo es forma, nio tetia como competirem condig6es de igsaldade com o seor usbano- i pelos recursos do sistema financeiro, mas discordam da uti lizacio de ‘kas subsidiadas na remuneracio destes recursos™, A este entender, a melhor Torma de se garantic a presenga do crédito parao setor éa| de remunera- ‘io de mercado aos capitais ali aplicados, o que abrtia camino para a paticipa- inis, diminuindo o nivel de estatizagio do ural no Brasil. As sugestdes normalmente se encaminham a fim de se tubsidiado. Tentar aleerara base bsidio € um caminho de custos clevades e de resultados frigeis no aspecto da producio, produtividade e de justiga social, confotine ‘speramos haver demonstrada nas observagdesacima, A MoDERNIZAG Ao lado da questio do preocupacio pela outra ponta do processo: a come lar momento que se coloca a politica de garantia de pregos itema de risco.¢ pode se estabelecer a probabilidade de risco mas, para oucras, a incerteza predomina, Neste espaco, que interfere profundamente na decisio do produ- também intervie positivamente sobre as decisbes de produgio do setor rural, diminuindo a agio das condigies de isco e incerteza. De acordo com Catlos Nayto de Azevedo Costho, “a ncidéncia de fendmenos fora de controle do empresério (como & 0 caso parcela do tisco ¢incerteza da agriculeura para o resto da economia™. Segundo este mesmo autor, slo tras Fontes prinipais de rsco eincertera ira es ligada 20 préprio processo pesticidas, corregSes de solo, etc, como as chuvas, a temperatura, etc. A segunda rento do sistema de pregos agricolas, cujas variagdes, positivas ou negativas, dependem tanto do lado da oferta quanto do da demanda, A cltima, em scente ampliagSo da influéncia da efera pablica sobre as devises as do governo para © virtude da: dos produrores, auelase 4 forma e ditegio das poi setor agricola” Mas a formulagio destes pregos de garantia deve ser procedida com idos, para ni sobrecarregar demasiadamente o restante da ia, por meio do desembolso requerido is concas piiblicas. Com a © Bid, p. 28-30, disso, uma série de recomendacoes é apresencada para a definigio da melhor forma de intervengio: com ou sem controle de oferta, vantagens/desvantagens em relagfo 20 uso de prego minimo ou subsidios a insumos, procurando encontrar a melhor fSrmula para se conseguir 0 méximo de eficléncia com 0 :inimo de custos para o setor pil A politica de precos ida nas décadas em estudo, preocupar-se-4 com estas recomendagées, procurando sempre adaptilas & realidade nacional. Nosso esforgo serd 0 de averiguar 0 cumprimento dos 0s, a extehsio do programa, as caracteriticas distributivas eas conse- as para 0 secor rural. ais Assim como a legislagio do crédito rural, também a dos precos minimos ‘Para.o periodo em estudo data de meados dos anos 60, apesar de o programa —de garantia de presos haver sido iniciado na década de 40, coma criagio da iamento da Produgfo, por meio do Decreto-Lei n° ro de 1943, Em 1945, como Decreto-Lei n.° 7.774, de Comissio de Fis 5.212, de23 de. w+ 7-~-24 de julho, foram anunciados os primeiros precos minimos para ses produ- tos. Em 1962, por intermédio da Lei Delegada u,° 2, de 26de junho, a politica de pregos minimos comega a tomar contornos mais de de? dederembro de 1965, azendendoaasreclamos dos emy Deneficiamento e A intermediasao, este que: «stendido aos ineermediérios, desde que comprovassem que pagaram os produtores_pela.menos o prego minimo fixado. A consolidagso final da legislagio se d& pelo Decreto-Lei n.° 79, de 19 de dezembro de 1966, que loo perfodo em andlise. O Quadro | apresenta as opgées ios da politica, ressaltando-se que a retccira opsio € quase nula, pois as duas primeiras permitein ao produtor a eseolha do | | AMODERNIZAGKO DESIGUAL 183 adds plo ics de govern 2. Garantie Produsio do aricul- Peodusiodogticultor. 3.Periodadeemprés 90 2 300 dias (yatta Méxime de 210 dia 2 timo deszrdocan op ao © pioduo deve ser O produto deve sere cstecadoemarmanéas tocado na Ezenda Indizador plo Banco 1 Oprodurodeves sileade por 6rgs0 cal 1 O exo inenoe deses cuts, 6. Custos finanesitos Seo produto for ven~ climposos dio’ a0 govemne fe Aero agricalton etd fesse curios serio ar, sunidas plovagrcs- Fonte: Duca, Tilo Anele. "A Pola de pregor mininoe no Be agente mais convenientepara.a venda do produto. Esta atitude, contudo, nfo sgoverno federal comprar além das necessidades de reguladores. As aquisigdes do governo resumem-se, normalmente, desta for- ma, a0 excedente real da produgio, que no consegue pregos no mercado ntinua uma determinagio de que o prego minimo nfo poderia ser inferior a 1,67 vezes 0 VBC", ris de alguns produroe “Tabela 19. Evlugio dos indices dos preys (1968-69 = 100). ‘Anos_Algodio Amendalim Armor Palio Mandioea Milo Para uma avaliagio do alcance da politica de pregos minimos é necessétio ‘que coloquemos alguns dados. A Tabela 19 nos traza evolugio dos indices de cxescimento dos pregos minimos de alguns produtos ao longo do period, e 0 que podemos notar é que existe uma clara tendéncia akista até meados da década de 70, seguida de declinio acentuado, 0 que pode ser bem observado .constincia da politica cevelando a grande vatiagio_nos de mercado. Somente sso) re a police de eit rel. 278-80. AMODERNIZAGKO DESICUAL 185 imo inferior foi afetada, durante 0 periodo, pelo estabelecimento de prego perigosamente em 1976. O que. de precos nio consegue oferecer ‘Tala 20, Rants entre as mins dos pros rceidos emlaimos reais para ot mess de fen 1369-1980 ‘Anot—Algedio Milo Soja 1980141 Defoe utlizados TGF, Coluna 2 Fonte: Rezende, Gerisio Casco de. “aflago, pesos minimos e comersaiagio agscol a cexperiéncia dos anos 80", p. 334. a0s dados da Tabela 21, em que se percebe que o grosso da 1 nio passa pelos armazéns da Companhia de Financiamen- pois as aquisigbes governamentais poucas veces atin- ivas. O que demonstra o quanto 0 governo tein oferecida vos aos agricultores, que preferem procurar outros compra- dores para o seu produto. Salvo algumas raras excegbes, como a compra de algodio em 1975, de arvoz em 1976 ¢ 1977, milho em 1977, 0 governo é quase ausente do mercado. E interessante notar, ainda, que o amendoim ea soja cortam um perlodo de onze anos praticamente sem efetuar operagées de venda para 0 governo federal. Um contraste grande se instaura quando confontamos estas observages com os dados da Tabela 22, em que vemos ‘que estas e oucras culturas se utilizam de grandes volumes de Empréstimos do Governo Federal (EGF) para estocagem da produgio. Produtos como a sojae mente nao fazem negécio de venda com o governo ude de eipréstimos para armazena- © amendoim, que pra federal, 0 fuzem em sbundincia em mento eespeculagio, | , como 1972, 1574 e 0 | bignio 1976-77, a paricipagfo de algodio, arroz, milho e soja excede 0s 90%, | Feando acima dos 80% nos demais anos da série. Isto fazcom queovolumede subsfdios alocados para o erédico de comercializagio, etransferido pot dos EGF, scja acambarcado por um nimero diminuto de produtos, apesat de © programa de pregas minimos trabalhar com quatro dezeras dees. Nio devemos nos esquecer, concudo, que o.niimeto de produtore atingidos -belapolitica de pregos minimos €infetior a de erédito rural, aposarde softer as ‘mesmas discriminagées.que indicamos na andlise do crédito rural, ji que nem ‘eds 0s produtos contam com prego de garantia, Asim, se o crédito rural total inge entre 20% ¢ 25% dos estabelecimentos rurais, é de se esperar que 0 co de comercializasio atinja 0s produtores em porcentuais bem menores, oim.9s pequenos produtores tendo muito mais dificuldade deacessoa ele que os zrandes. Os princinais problemas enftentados por estes eferemst ao desconhe- cimento da 5 ¢ de sua forma de atuacio, o que exige jamento_¢ acompanhamento de pregos de ‘mercado, andlise prospectiva de lucros ¢ perdas além, ¢ claro, de envolver uma c2ttadose de rscosa faltade.condigées ou dificuldades para sealcangar oslugares determinadlos para armazenagem ¢ classifcagio; & falta de interesse das gerentes ior em operar com pequenos produtores; a entraves burocriticos, etc, que reduzem a chance de participacio nos empréstimos do governo federal ¢ 1 boa parcela dos produrores rurais, aumentando o espaso para intermedidtios, cooperativas e grandes produtores* Jos dados da Tabela 24 nos mostram que, além de os beneficiftios ¢ 0s produtos at Fonte: Coco, Carls Nayro de Azevedo Apelor de pees mina dente de ua etna te deenvloimena econic, p78 i Fone: Coctho,Calos Nayro de Aseved. A pollca de prea: mihimor dine dena perp I Adeddaersoiniens ernie . 70 + intermediirios (beneficiadores, comerciantes, agroin- as, etc), tém forte participagio em todo o Brasil, mas no Nort deste sua presenga& por demaisavassaladors,superando os 90% em 1969 “abel 23, Pacipagi de deerminadss cultura: nox empréstimos do goveno federal (EG), 1969-1979 (milhoes de cusios de 1965-67) ‘Cuwor Valor i 3 73%, Como jf alerramos no item ante setor agroindustrial abocanha grande parte dos sul deveria ser embolsada pelo setor agropecudtio®” “Coto Cale Nao d teed. plied pr mini dn de un perpen de nto eaninicr. p. 1124, CE também Lopes, Mato de Rezende. Farmar ¢ vercades ages «formato de ra do (EGF) por tipo de bonefcios, eee eS ‘Nowe Nordewe Bra Produvrese —Interme: Produronse —Inverne: dices coopertivas divin ‘Anos “Produreese 3 4% 5 3 3° 4 9 50 50 8s 5 o 17356 ot 30 50 wr 5a 37 50 50 975g 66 a 38 1976s 64 6 35 17764 3 6 9 978 as 66 46 54 1750 50 7 2 6 36 Fontes World Bank. A Review f Agila Plc fx Brack p 32. Para completar este conjunto de dados sobre politica de presos miaimes, a Tabela 25 nos 1 -concentracio des Empréstimos do Governo Federal -BaLelio Centio:Sul, em detrimento da regifo Norte-Nordeste. Se comparar- mos estes dados com os da Tabela 14, perccberemos qu, em termos porcen- ‘ais, a participacio fica muito aquém do seu equivalente em produgdo. Naish 25. Dsuibuigio dos secures dos emprésimas do govemo federal ene a egies Note= Nordese ¢ CencoSul, 1969-1979 (miles de cruaers de 1965-67, Ceneo-Sul ‘Nate Nordeste 15 Fonte: Weel Banke A Review af Agricdsal Policia ts Brack p30, Finalizando, podemos asseverar que a p ‘endida pelo governo federal, AMODERNIZAGKO DESIGUAL 189 rec0s de garantia apresentados pouco se afastaram dos pregos pagos no naa * ars de colic, © qué hao garante a rentabilidade do influencia positivamence nas decisées de produgio. ), esta elevacio mio denota continuidade nas decisbes da p pregoselevam-se de uma forma erritic, detonprensocartmaserian da preocupagio. As aquisigdes eferuadas pelos érgios governamentais sio inuppibiame Gagelgtadcterlo pal Seas comprs so banas também 9s estoques reguladores ficarfo aquém das necessdades para se garantir a estabilidade dos precos no periodo da entressafra. Por outro lado, os Empréstimos do Governo Federal, que poss liquide ao produtor eo estimulam a formar estoques, nfo comercializando de imediaco sua produgio, acabam scrvindo apenas aos grandes produores, 20s ‘maquinistas, comerciantes, cooperativas¢indistra. O pequeno produtor vé- cade de uma série de entraves transporte para lugares de pelo Banco do Brasil). A presenga dos pois os ‘ada pata a politica de pregos minimos.corresponde apenas. 1% ou 296 senda do setor agricola, 0 que evidencia.o seu pequeno pesos c, apesar de a politica de sustentacio dos presos trabalhar no final do perfodo.com quarenta ‘produtos, a extremada concentragio dos recursos dos EGF em apenas quatro: algodic, soa, arroz ¢ milho, sendo este dkima-o de menor selevo, O seguro agrepectrio Como discutimos, quando faldvamos das condigées de risco ¢ incerteza, uuma das grandes fontes de preocupacio dos produtores €a po «exploragio ser etingida por pragas, doengas, excessoou falta de chuvas, geadas, vendav 190 A Monenntzacko pestcuaL 4 apés 0 processo produtivo. E nese espage jue 6 seguro rural, que tem como abjetivo bisico a ‘SOntornar as conseqiiéncias sociais e ccondmicas advindas dessas frustra- es diluindo seus prejuaos entre o maior almero postvl de segurados, ito no elimina riscos mas apenas pulveriza ior niimero de agentes, tornando-o, aston, male Denso dena perspectva 0 programa coma-se um importante esl para ‘proceso de modernizacio tecnolégica, pois iviao produtor das conseqiié- de prejutzos que venha a softer, Contudo, como todo servigo, © seguro tem. {que écobrado sob aalcunha de prémio,e que varia de acordo com taxa vida em cada operagio. Como 0 controle sobre as condigdes imiticas nio ¢ possive, © custo do seguro tende a ser alto. Além disso, temente das outras modalidades de seguro, as adversidades no setor gem um grande concingente de segurados ao mesmo tempo, lemons spiro se demo de indenizagsessimuleiness, ue limicaapossibilidade de reparti-o. Desta forma, osprémios cobrados nos antratos de seguro de atividades agropecurias tendema ser altos, ornando-o \uminsttumento pouco simpatico aos produtoresereduzindo a posbilidade de ‘ntervencio.e.controle sobre-a-producio e a estabilidade da renda do produtor, Para que o seguro rural possa se concretizar, tem se tornado ‘pritica na maioria dos palses, a presenga governamencal como sécia na cobertura dos custo: iment, o seguro rural é objeto de grande intervengéo gover- ara 0 subsidio do prémio, seja na of ea nsttuia partir da Lei n.° 5,969, de x (posteriormente regulamentado pela Resolucio do 8 ne 301, de9 de outubro de 1974), fea distante do perfil real am pe mi, mas incorpo pica. da ineucio do subsdio.no agamentodos prémios. Segundo a prépra ei que o institucionaliza, o seguro agropecudtio destina-se a mre a “exonerar 0 produtor rurl, na forma que for estabelecida pelo Conselho Monecitio Nacional, de obrignsdes financeiras telativas a operagbes de AMODERNIZAGAO DESIGUAL 191 crédito, cuja liquidagio seja dificultada pela ocorréncia de fendmenos Além disso, estabelece 0 dade Agropecuiria (Prong wento concedido por ‘yém do adicional pago pelo ben das doragbes do organ de valores alocados pelo Conselho Monetdrio Nacional ¢ de : pelos agentes. De qualquer forma, 20 estabelecer que o Proagro cob: uma parte dos valores financiados, fica claro o cariter de seguro bancirioe nio agropecuatio do Proagro. No dizer de Luis Carlos Guedes Pinto, o Proagto,longe de ser uma instituigio destinada a proteger o empresisio sural, somou-se instrumento de defesa do bangucito, nas suas operagies de crédito com o setor agricola”™ ‘Como jé visto, os bancos auferem bons ucros com as operagées de financia- 10 dos financiamentos, os bancos, que receberam as 1as em garantia, podem acabar se transformando em “fazcndeiros, o que nio. _Thes interessa, © instrumento do seguro rural cumpre, desta forma, uma fungi fundamental, que éa de asegurar 2o banco o retorno dos fundos emprestados, 10 isco de ser obrigado a fcar com as méas cheias de garantias ‘Apesar de servi também a0 produtor, tirando de sobre a sua cabesa aameaca biclimética, que pode colocar em risco a sua sobrevivencia ea ppermanéncia de seus bens, 0 Proagro € um instrumento que se encaixa perfeita- ‘mente nos objetivos do sistema bancitio, abel 26, Proagro. Numero de process ¢ valores das indenizay6es (dados acumulads até jnho de 1980). Esadoe ‘Niimere de process ty Valor dav indennagées (G19) % Rio Grande do Sal 95.975 r 5996.12 38,2 Parande Sana Catrina 85.964 23 SfoPauloe Mato Grosso 17703 160 Demsis Eaados S650 65 Te 215292 12.124.300.757___ 100.0 Fone Pinto Lue Carlos Guedes. Now bre a plc de rida rar, p. 270 Beal Les, Decrets, ex, “Lei n 5.969 de 11 de dexembro de 1973", fv: Campanhole, sp 202, — See A Tabela 26 nos apresenta um cons Suro agropecuitio, envolvendo a diseribuigdo por extados. Os rau qui resionantes: os cinco estados disctiminads absorvem 93,59 das benef ~£i98. Se tomarmos que o seguro rural écaudacdrio do cred atrelado aos contratos desce, podemas concur ques di lo Proagro & diversas vezes mais concenttada que a pe distribuigio do crédito rural, Mas este tratamento diferenciado nio fea apenss no aspecto ndendo-se aos produtos. Dexte total de valores pagos, 0 trigo, , que, dos gastos efetuados com a manucenggo do frograma, até agosto de 1979, apenas uma parela de 6 79 era proveniente is arecadario de adicionais pagos pelos beneficdrion A partir de 1975, {lterp6es na legislasdo, determinando o aumento dos porceneuss ara os beneficatias, bem com iedade de adesio de todos os mutud- we acaba agambaren deo pelos produtores de rts cultura, loclizados em cinco ead Ran, rasdo. A pesquisa cgrpecuiria oro proceso de modemizato'apropeevdsia necesita da produce i as, Sem o que ndo se consegue alterar os indices de imples expansio da fiontera agricola slo da base técnica, que € 0 ol cestrurural do setor agropecuitio. As stesso teenolégico naagrcultura podem set poupadoras de trabalho; fsico-quimi- » Poupadoras do tempo de produgfo e. ura tradicional para a cientifea. Jé neste século, além d de todos os avangas tcnolégieos produzidos, dos quais deve Pio, ls Cals Guedes, Non ere a police deere rae p29 id, p. 268. Silva, Joe Geaiane da. Progreso tonic AMODERNIZAGAO DESIGUAL 193 atwago do trator, teremos tum intenso desenvolvimento no Pés-Guetra, petmitindo a ctiagio dos chamados “pacotestecnolégicos”, que fundamenta, lo que se convencionou chamar de “tevolugdo verde"™: Entre os diversos modelos teéricos que se desenvolveram pata explicar ¢ wecem por demaiso processo o que just iagio de teonologias que los. De al forma que, em pales com caréncia de terra logia necessria seria a poupadora do fator terra, ou seja, légica), como os adubos, irigasio, drenagem, espaca- ‘Mentos, rocagées de culturas, etc. J4 em pafses com abundancia de ‘terras mas com problemas de mao-de-obra, como 95 Estados Unidos, as inovagies mecanicas seriam as mais indicadas, como os diverse de maquinas ¢ também defensivos quimicos, como inseticidas e herbicidas, que reduzem a necessidade de trabalho, além de aumentar a produtividade. Esta tecnologia ‘esponderia, portanto, a demanda oriunda do préprio setor agririo, facilitan- do sua difasio encre os produtores” Entas idéias, se avancam para ampliar a compreensio des mecanismos de desenvolvimento de novas tecnologias, no do conta da totalidade do proble- ‘ma: supem que a prépiacriagfo da nova tecnologia gera sua demande; nio oferecem indicadores suficientes para as decsbes de politica agricola, como. quais ‘egi6es, que tipo de produtos, etc, devem ser privilegiados;além disso, os pregos de mercado nem sempre tefletem real escassez de fatores. Em outtrs palavras, «ste modelo trabalha especialmente vaidveis teenoeconémicas, mas na eles de ptioridades de pesquisa iso ter-Se em conta outras varidveis, como as tas, de naturezafisica,socias, et, Este modelo, que inuenciou bastanteos zumos das iniciativas de pesquist no Brasil, torna-se mais completo com novas Apesar de serem projegses baseadas em eélculos mateméti indicador do alcance do programa de pesquisa, pelo menos em suas intengées. Sea taxa de retorno nfo se encontra, em termos reais, nos nfveis estimados pelos autores, a evolugio da Embrapa, pelo menos, indica um considerdvel «sforgo despendido paraa area de pesquise,voltado sobretudo paraa formacio os em pesquisa apa, centre ‘outros, Ayer, Hany W, 8 Schuh, G. Edward, "Tams dererorno AMODERNIZAGAO DESIGUAL 199) 10 de milhares de pesquisadores o que, rouxe reflexos positives para a produsio e a produtividade Fonte: Cruz, Elmar Rodsigues di ae al Rat of Rex on EMBRADAT Trocmens: Total Invetment and Phyical Capital p. Qutro pormenor que precisa ser rexgatado, refere-se a0 fato de que a eia, asim como o,crédito rural, p ximero de p relatérios ou de resultados de pesquisas para o setor agricio nas principals revistas especial ‘em relacio a0 niimero de hectares ocupados pelas culturas estudadas, indicam que o setor de produtos exportéveis obtém muito maior atengio dos pesquisadores do que o grupo de Damésticos J, em que estio produtos da maior importincia para a dieta alimentar do pals, stingindo especialmente os setores de menor renda. Também os Dom: 200A Mopennizacho oesiGuaL de pesquisa por milhSo de hectaescahivades, diversas Bee 4049) 5059 O_o? 296 147 183 30457 = 50.6 wis 73 ag = ~ 190 gz 10.6 300 470 2063 1556 662 596 576 35357619 392167 355 $8 5 28 207 = = ' 556 a7 45 Ra 45 ms at = 205 4 4a 437 Bo 333 140 35 38 60 78 33, 97 20 Baars 2763 2652 38931539 Cebola = Bad 779749 Tomate = 18510287 1.2058, Importegso ‘Ty 62. 1253 132 2a 790 7 Média dos qlinginios 1938-37, 1943-47, 195357, 1963-67 e 197276, Fonte: Melo, Femando Homem de. O probe alimewar no Bail p. $2. Finalzando, queremossslembrat que a pequisa agropecutia no Brasil sugecsedesenvolve marca ela apo de grupos de nteene ruragen Be ecanalizat recursos que signifiquem ganhos para seus setores. E os rumos da Pesquisa normalmente tém muito a ver com aforga de pressio destes grupos, ntreros quai resaltam-se, do lado dos mais bem organizados e com resulta ddos quase sempre positivos em virtude do alcance de seus objetivos: 9 setor industrial (com segmentacdo interna, conforme a posigéo que ccupa, a mone fante ou a jusante, em relagdo ao processo de produgio ru grit. que trabalha nocmalmente com produtos de exporta «de modemas tecnologias em suas propriedades; exportadores ¢ comerciantes, ere, Por outro lado, daqueles que lutam também por conseguit espago nas instituigées de pesquisa mas com fraca atuacio nos mecanismos de decsfo, femos 0s pequenos produtores de subsisténcia,ossem-tera, os consumidores, «re. E, por dhimo, 0 Estado (o grande conciliador dos interesss dos grupos), Dentro desta visfo, é dese esperar que a pesquisa agropecuiia desenvolvida no pats, no periodo estudado, conscante os abjeivos do processo de modemiza- sfo conservadora © as propostas da politica econdmica gerade aumentar a ProducSo e gerar mais divisas com exportages agrcolas, além de garantit 0 mercado interno, ied acompanhar os mesmes pzvilegiamentos que jé aponts- mos quando da andlise do crédito rural: os grandes prod AMODERMIZAGAD DESICUAL 201 quais praticamen Estes ganhos oca “equipes de pesquisa altamente qualificadss, ao fornecimento conti suporte financeiro, concentracio regional do produto e a0 mai mento do mercado consumidor — a indvstria interna e/ou 0 internacional”. ntuclo, deve-se ressaltar que, com a ctiagio da Embrapa, o governo preenche uma grande lacuna naj ara setor sural. E os investimentas crescentes na empresa indicaram um real esforgo de: petriadnatsios do ie descaso.com que pesquisaaté entio, Fora feta verificag modernize rural cbuim saeco se amburde ¢ slimentado por um setorgerador ou adaptador de inovagées teenoldgicas. que atenda 20s objetivos da politica agricola e da politica econémica para 0 conjunto daso imede recursos destinados a0 setor agro ainda é porém, uma porcentagem muito pequena do produto agricola, apesar de ser ‘uma margem bem superior & encontrada em outros pafses da América Lati- na, Os dados da Tabela 32 nos auxiliam a cmpetndr ea ev igo cs importincia da etiago da Embrapa, pois € depois de 1974 que o indice participagio comega a crescer com mais decisio, chegando a ulerapassar 0 patama (ainda baixo) de 1%, ao final da série. Tabla 32. Evolugto da derperae govemamentas com usa cn tela 20 PIB apdcol Dap em pergulia “Condiionanes da 202 AMODERNIZAGAO DESIGUAL, iia tenica e a extenso rral ie ponto de apoio na politica de modemizagio da agri tura, éa disseminagio das inovagbes producidas para os producores ru ago acerca da sua adogio ¢ do seu uso. Os extensionistas rurais, que jentam a agio-dos centtos de pesquisa ¢ expeti- nto pi 0 privados, exercendo o papel de ponte entre estes centtos ¢ 0s produtores. A extensio rural ¢ apresentada como sendo como base o aumento da produgio eda produ objetivo geral da Extensto Rural define como os principais componentes do seu campo de atuasio os fatoressbcio-econdmicos que atuam no desem mento daagriculturae na inovacio tecnolégica na produgio agropecuitia"™. Este trabalho de promocio do homem rural acaba sendo concentrado no servigo deasistincia véenice, uma ver que 2 melhoria das condigSesde vida no ‘campo passa pelo aumento de renda, ou seja, pelos fatores socioeconBmicos apontados na segunda parte da citagfo acima e indicados como os principais para a atuasio dos extensionists, Este trabalho tem-se desenvolvido em duas frentes: de um lado, a rede de assisténcia técnica privada, que aproveita 0 espago fornecido pelo avango da modernizagio do setor agritio e das exigén- cias buroerdticas constantes dos contratos de créi 9, aassisten- cia governamental que, lém de cuidar das a as de uma forma geral, em paises onde predominam seroses ruais pobres¢ atrasados, sumir a parte mais complexa do servigo, destes produtores, os problemas diferen- ciados que apresentam e a amplitude da ago necessétia®, Dentro do universo dos produtores rurais, 0 servigo de extensio procura atingir 05 que sfo mais reftaitios 8 adogio. E estes se encontram exatamente fencre os mais pobres, descapitalizados, com acesso a pouca informacio € stances dos grandes centros, uma vez que 0s mais capitalzados, que jf promoverain alteragbes sensiveis na base técnica, aém de jd fazerem uso de ~~ dnowagbes, apresentam menor taxa de rejeigio a elas, Também os produtores come a questio da dispersio es A MODERNIZAGAO DESIGUAL 203 tdenica ea extensio rural, sobretudo as de responsa assestar suas baterias em diregioa estes produtores arr ena dos que nfo contam com recursos ou. informagées sobre as tecnologias altematvas dspontveis no mercado. i citado modelo de difusio de tecnologias, partindo do principio de que estas existem em profusio na sociedade, cabendo ao servigo de extenséo rural colocar o produtorem contato com elas, promover ransformacio de tradicional em moderno ¢ dimi ppetmeiaa produgio de uma inovagio e sua real ar a aquisigi des novas tecnologia, pois partia-se izada, as razGes se encontravam no seu Internacional Americana para 0 Desenvolvimento Econémico e Social), en- tidade fundada em 1946 pela familia Rockefeller". Durante a década de 50 associag6es semelhantes io criadas em diversos estados, culminando com a formacio da Associagio Brasileira de Crédito e Asssténcia Rural (Abc2#), com 0 objetivo de coordenar nacionalmente trabalho das Acars, que se cestendem, atéo inicio dos anos 70, a todos os demais estados, Aexcecio de Si0 Paulo, que contava com um servigo préprio de asistencia técnica eextensio Pra ums avis do signified do extenstonismo, bm como da cago da Acar MG e 204 A Mopennizagho pEsicuat sio por todo.0 pals do sistema Abcar. E, também, i formagio de extensa rede privada de “es deassisténcia, stiados o-somente pata a preparagio de projetos para a obtengio de emprés- simos.na rede bancéria, pela qual recebiam remunerago regulamentada em torno de 1% a 2% do valor financiado, mas sem oferecer nenhiima contrapar- sida em relacio a servigos de assisténcia, Alé i promovia uma discriminacfo fundamental: pra cia tdenica estava rescrvado aqueles que tinham acesso is agéncias bancér Em 1974, por meio da Lei ne 6.126, de 6 de novembro, 0 governo cextingue o sistema Abcar e funda a Empresa Brasileira de Assisténcia Técnica ¢ Exensio Rural (Embrater) ¢ substitui as Acars pelas Ematers estaduais, formando 0 Sistema Brasileiro de Assisténcia Técnica ¢ Extensio Rural (Gibrates). Esta fundagio determina, também, alteragfo nos rumos do servico de assisténca técnica do paisa énfase maior deixa de set o crédito rural e passa 4 apoiar outras agées; 0 piiblico-alvo, que fora composto por pequenos € miédios produtores de 1948 a 1964, ¢ fora mudado de 1964 2.1974 para os miédios ¢ grandes, de acordo com os objetivos implicitos no projeto de ‘modemizagio ruta, retoona agora para os pequenos agricultores, ficando 08 sédios ¢ prandes indieados para a asisténcia privada, Esta divisio, contudo, ‘nunca foi tigidamente obedecida’* ‘Mesmo qué-0 crédito rural deixe de ser o ponto de referéncia para a assisténcia técnica, a interigagfo nfo diminui muito de intensidade. Segundo Las Carlos Gu 0s programas de assisténcia eexédito se unem avés dos quais esas ‘lkimas prestam orientasio ao agricultor, recebendo em contrapartida um porcentual do crédito contratado, de acordo com a regulamentagio exis- AMODERNIZAGAO DESIGUAL 205 do Proagro, uma vez que a ela cabe, praticamente em todos os estados, apericia dos inistros. Por esta inerligagso podemos perceber que aassistén: técnica, assim como o erédico,estard mas ligada a certostipos de produto produtos e regides, ou sej, os que tenham acesso a financiamentoe as agéncias bancarias. Quanto ao retorno de resultados dos servigos de extensio, & uma questio de se avaliar. Quem € 0 produtor ‘Aquele que recebe alguma do extensionista, 0 que escuta ou asiste programas de rio e tlevsio, 6 que vai a alguma reunito, etc? Qual o tempo esperado de retorno? Se a adogéo de novas técnicas pode ser percebida rapidamente, outros resultados tos. Mas alveragies de cardter qualitativo, em relagfo a téenicas de melhotia de vida, & elevagio do nivel educacional, demandam m: momento de escolher a tecnologia dispontvel e possvel 3s suas con: cia técnica ¢ a extensio rural tém 0 seu espago, ¢ as pesquisss tém ido que ele se encontee entre aqueles grupos com mais baixa nfvel tecnolégico, no qual rem conseguido resultados positivos, apresencando alta taxa de retoro imediato”. Alguns dados disponiveis acerca da atuagao de setores da Embrater, porém, nos evam a perceber outro encaminhamento: segundo informagdes da pro pria Embrater, o pablico potencial atingido pela empresa, ao final da década ¢ 70, estava em torno de 14% dos produtoresrurais; outros dados, de 1977, indicavam que os produrores que se esperava ating pelo Programa Nacional de Assistencia Técnica e Extensio Rural (Pros sas ¢ latiindios do pals e apenas. 4% dos mi forma de desvio nos objetivos do sistema, que fe excensto rurale ConsidengSee Nate bre a police de 2% 974-1978 1975 1976. 19771978 SW isa 4 30 6 45 urea ator 25 21 2 27 Brasil, ui 229 2508s Fonte: World Bank. A Review of Agredbara Brasil p. Os dados da Tabela 33 nos indicam, porém, a intensidade do esforco sovernamental pelo desenvolvimento da asistencia téenica, como suporte 40 rocesio de modemizagio, o que pode ser percebido pelo incremento dos recursos orientados para o setor de extensio ruta, pela Embrater 20 passo que éstes minguavam ou, estagnavam em Sio Paulo e nas outras agéncias. O volume destes recursos pode scr estimado melhor pelos niimeros da Tabela 34, ‘em que podemos ver 0 impacto dos investimentos no servigo de extensso do pals, sobre o produto agricola bruto. Se comparados com os dados da Tabela 32 veremos que o setor de extensio rural reeebe mais recursos que de Pesquisa, © que pode gerar uma situagio, no minimo, interessante: um investimento muito maior para difundic do que para produsie 6 conhecimen- to, Sem querer indicar diminuigio para os valores da extensio, deve se procurar dar maior atengio para area de pesquisa. Mesmo porque, apesar de Pouco estudados, em geral vém sido estimados retornos bem mais baixos para a extensio do que para a pesquisa, as desperat governamenis com, fteasfo agccola em selagio a0 PIB egicol, 1574 1978, Despess em exensio cra 152 oud Bank, A Review of Arcane! Pale fe i p.67 223, CE, por exemple, Silva, G ral p76 Wel LS. Peinowo da Predatvidadesgrile peguise «etre AMODERNIZACAO DESIGUAL 207 0 so de insures modernos A politica de modemizagio da agropecuttia brasileits, como temos visto, contém um grande niimero de medidas para promover a mudanga da base técnica da producio do setor. Até mesmo, © carto-chefe desta politica, cxédito rural, éutilizado em boa parte na aquisigfo das inovagdes tecna produzidas para ese fim. Porcanto, para termos uma idéia mais préxima dos resultados reais do proceso de modernizaeio, precisamos observar 0 grau de 50 dos fatores modernos no meio rural, 0 que permit aquilaar Jgualmente a formacao eo crescimento do complexo agroindustral brasleizo a forga deste setor sobre as decisées de politica agricla, Dentro da estratégia de modernizagao daagricultur,calcada em quatro cixos bsicos, aberrura ao comérco internacional com expansio das vendis externas, aumento dos recursos em crédito subsidiado para aquisigao de insumos moder- ) eestimulos: al produtor de insumos para o secor rural, para substitur importagBes”, caberd a este dlkimo fornecer os meios insrumentais para que 0 processo se efetve, Nesta parte do trabalho procuraremos ver como se deseavol- ‘20 uso de ertilizantes, defensivos, miquinas agricolas esementes, bem como a Aistribuicto e possves desvos na sua utlizagso, No caso dos ferilizantes,diversos mecanismos foram utilizados para incre- ‘mentara disponibilidade do produto ne mercado nacional. As agBes govern- ‘mentais visavam tanto aumentar a utilizagio dos agricultores como incremen- tara produsio doméstica, Na déceda de 50 prevaleceu a utilizacio de taxas prefetenciais. dc cambio para a importagéo de ferlizantes, que 36. serio extintas no inicio da préxima década. A indistria da setor, porém, comega a apresentar felevanciasomente na segunda metade dos anos 60, respondendo a estimulos pablicos especticos, como a criagio do Fundo Geral para Agriculeu- rae Inddstria (Funagi) em 1965, 0 Fundo de Estimulo Financeiro 20 Uso de Ferslizances e Suplementos Minerais (Funfetil) de 1966, o Fundo Especial de Desenvolvimento Agricola (Fundag), que substicui o Funfertil em 1969, além da permissio, desde 1964, de se abater os gastos com fertilizantes do imposto de renda®, Com o concomitante aumento do volume do crédito rural subsidiado, o crescimento do uso de fertilizantes seré grande, conforme CL Manoel, Alvare, Pltice ails efi e concentra ne agree bras: un rad srr cana pau, p, 29°30. de podemos ver pela Tabela 35, realimentando 0 processo de sua produsio induseral ‘Osdados da Tabela 35 nos indicam um crescimento acentuado do consumo de ferilizantes quimicos (0 conjunto NPK — nitrogénio, fsforoe potissio) a partir da segunda metade dos enos 60, com particular relevo para os anos de 1967, 1970 e 1972. A elevagio dos pregos do petréleo no final de 1973 ¢ durante 1974, com reflexos sobre os pregos dos nutrients, leva diminuigio do consumo apresentando, mesmo, crescimento negativo em 1973, Durante os anos de 1975 e 1976 0 governo adota a politica de subsidiar 0 consumo de fenilzantes, assumindo uma participacio de 40% nos seus pregos. Mas as dificuldades financeiras do pals nfo permitem a continuidade deste subsiio, Entrementes, cresce a produgio nacional. Apesar do aumento que vinha ecorrendo desde a década anterior, deve ser salientada a ascensio desta produgfo na década de 70, em que devemos nos lembrar da vigéncia do II PND, que tinha como um dos objeivos a sul Setores remanescentes do processo anterior, entre os quais se colocava a indiistria petroquimica, responsivel por grande parte da oferta dos fe tes. Dentro deste esforgo, deve ser lembrado que em 1974 foi ° Programa Nacional de Fertlizantes Caleétio Agricola (PNFCA), com 0 objetivo de ampliar a produgio acé & auto-suficiéncia, em nitrogenados ¢ -fosfatados. Neste aspecto no podemos nos esquecer de que os dados da Tabela 35 no dio conta da totalidade do esforgo governamental: apesar de demonstrat que, a0 final do perfodo estudado, a produsio nacional respondia por cerca de 50% das necessidades nacionais,esconde o fato de que o pafs nada produzia de potissicos, que cortespondiam em 1980 a mais de um tergo dos ‘nuttientes consumidos; mas indica que na produgio denitrogenados efosfata- dos conseguiu se aproximar da auto-suficiéneia". Este avango foi bancado sobretudo pela iniciativaestatal, que se tora predominante em quase todos os setores da produgio de nutrientes: “A realizagio destes projetos pesados, em espago de tempo relativarien- te curo, levou a geragdo de excesso de capacidade no seto com o avango do setorestatal na exfera predutiva, Com efeto, 0 quadro atual demonstra que as empresas estatais suprem quase 100% da produsao cde mavérias-primas bisicas nitrogenadas, cerca de 50% dos fosfatados abarcard 100% de todo 0 potéssio produzido"™. "CE. abla de dados de producto e consumo de fotos © nitogenades em Delgo, Guitheme d amos agecoas: evel recente € AMODERNIZAGAO DESIGUAL 209 Estes dados da Tabela 35 indicam, ainda, que. conjugagio dos esforgos de investimentos pesados no setor de producao de fertilizantes, com 0 crédito isigdo do produto e, por vezes, com a intervencio no se prego, conseguiu disseminar scu uso entre os produtores brasileiros. Mas nfo ‘conseguiu frear a queda da demanda quando a conjugagio do tecrudescimen- to da crise eeondmica eo aumento dos pregos do produto se fazem sentir, no inicio da década de 80, Foi montada, no entanto, 2 infra-estruura de susten- tagio para 0 processo de modemnizagio, no que respeita aos ferilizantes quimicos. ‘Tabela 35, Evoluéo da produgzo nacional, imporago e consumo aparene de NPK, 1960- 1981 (ondladas de nutienes) ‘Consumo Vatiagio wb patente anual) 304497 244557 238.167 307.196 2551424 1981 sR Mendonga de & Manoel, Alvaro. “Tnsumos age Fonte: Bar pespectva p28. (Os dados da Tabela 36 nos mostram que existe uma grande concentragto do uso de ferilizantes em alguns poucos produtos. Em 1977, 0 conjunto formado por quatra produtos, café, cana, sojae trig, responde por 57,2% do consumo de fertilzantes do pais. Note-se que sio culturas voltadas para 0 ‘mercado externo ou, no caso do trigo, para a sul io de importagbes. Se acrescentarmos 05 15.3% de arror.e milho, dois produtos importantes para 0 consumo domeéstico, acta chega a 72,5% para apenas seis culturas, Pode-se prever, port ea : no difere da

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