You are on page 1of 12
A ESTETICA URBANA NO PROJETO DE SATURNINO DE BRITO (1887-1929) THE URBAN A ESTHETICS IN THE WORK OF SATURNINO DE BRITO ‘ARRUDA, Juliana Bandeira de Arquiteta pela Universidade Federal de Pernambuco, mestranda do programa de pés-graduagtio em desenvolvimento urbano MDU/UFFE. E-mail:julibandeira@yahoo.com.br ‘SA CARNEIRO, Ana Arquiteta, PRD, professora da graduagdo e pés-graduacdo do Departamento de Arquitetura ¢ Urbanismo do: UFPE, membro do Centro de Conservacdo Integrada Urbana e Territorial -CECIe coordenadora do Laboratério do Paisagem da UFPE. E-mail: anaritacameiro@hotmeil.com RESUMO © presente texto foi desenvolvido a partir do Projeto de Pesquisa do Mestrado no Programa de Pés- Graduagéo em Desenvolvimento Urbano (MDU/U"PE, 2004), e raz uma abordagem do pensamento estéiico-paisagistico de Satumino de Brito, engenhero reconhecido por suas obras sanitarstas e também considerado um dos primeiros urbanisias modemos a fer uma visdo de cidade em sua totolidade e enquanto obra de arte. O objetivo principal & compreender a génese do paisagismo no Brasil a partir das préticas de Saturnino de Brito pelas cidades brosileiras, por meio de uma caracterizagGo da estética urbana implantada por Satumino de Brito em suas obras de saneamento, melhoramentos e expanséo nessos cidades. Discute-se tombém quais os principios poisagisticos empregados em particular no Recife que direcionaram 0 Plano de Melhoramenios para a cidade e algumas das proficas polticas ctuais. A pesquisa considerou os principais planos de saneamento, melhoramentos e expansdo das cidades brasileias, dentre eles: Vitéria — ES (1896-1926), Santos - SP (1905-1910), Recife - PE (1909-1915), Peloras—RS (1927-1929) € Natal (1935-1939). Neles, focalizando o principal elemento estruturador desses planos e, de sua paisagem: 0s canais de drenagem a céu aberto. Dessa foro, diante da constatacéio do crescente desenvolvimento dos cidades, uma consciéncia das praticas urbanas relacionadas a histéria do lugar toma a discusséo do tratamento da paisagem urbana primordial para visio de uma cidade saudavel e que respeite as raizes de sua formacdo. Palavras-chave: Urbanismo, sanitarismo, paisagismo. ABSTRACT This text, based on the Master Project for the graduate course in Architecture and Urban Planning (MDU/UFPE, 2006}, addresses the Soturnino de Brito’s thought in its aesthetic and paisagistc issues. Remarkable engineer in sanitarstc field and also considered one of the first ones modern cily planner who have a global vision of the city and as an object of art. The main objective is io understand the beginning of the paisagism planning ji Brusil using the Suluiiny de Brit's experienes (aking uecvunt uf the sunitulivn inpruvenents, uibutt improvements and expansion plans of the cities. Alsc discussed is the question of what are the paisagistic principles considered especially in Recife, which guided the Plan of Improvements for the city and also some of the political practices. The study investigates the main sanitation plans, improvements plans and expansion plans of the Brazilian citcs: Vitéria ~ ES (1896-1926), Santos — SP (1905-1910), Recife ~ PE (1909-1915), Pelotas ~ RS (1927-1929) and Natal (1935-1939). In each one were investigated the main structural element of these plans and landscape, too: the draining canals in open air. So, The basic premise ofthis work is that, in View of the increase development of the cities, a critical and conscientious vision of the urban practices based Con tho hietory of tho placo make tho dizeuesion about tho urban landecope’e roatmont oxcontial for a hoalthy City that respects its historical roots. Key words: Urbanism, sanitarism, paisagism Poitagem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) Introdugao O ritmo “frenético" de construgde da “cidade moderna” ne inicio do século XK trouse & frente dos discusses mundiais a necessidade de revisho das estruturas urbanas, € com ela, 0 surgi- mento de novos profissionais preocupados com a produc de novas técnicas e com 0 novo tipo de relacionamento social ¢ cultural frente ao crescimento das cidades. Essa situagGo significou também, a discussdo em cima do surgimento de uma nova disciplina: o urbanismo. No Brasil, © debate sobre as questées referentes @ disciplina urbanistica ficava por conta dos profissionais formados pelas escolas politécnicas do Rio de Janeiro e Séo Paulo, de onde se formavam engenheiros civis e engenheiros-arquitetos que se destacavam pela sua atuacao na ‘administracao publica, Dentre eles esta Francisco Saturmino Rodrigues de Brito, considerado um dos pioneiros do urbanisme brasileiro, introduzindo, em seus planos, uma visdo de conjunto da cidade, arficulando questées vidrias, de saneamento e de estética, No Recife, varios planos foram implantados, que, em geral, abordavam solucées para o sis- tema vidrio e, de certa forma, haviam idéias evancadas. No entanto, a cidade ignorou esses planejadores visiondrios, que, caso seus planos fossem continuados, poderiamos arriscar dizer gue, teriam dado um outro rumo para a meirépole. Assim foram as intervencées de Mauricio de Nassau, no século XVII e as de Satumino de Brito em 1909. E preciso que ao se pensar as cidades, seu planejamento tenha como premissa o desejo politico por parte do corpo técnico e dos cidaddos, em que a reviséo de conceitos e boas idéias traba- thadas no passado, possam ser geradoras ao longo da histéria, de boas intengdes e praticas para a cidade. E com essa preocupagéo que desejamos contribuir para a discusséo da relagéo entre hisiéria e projeto de paisagismo no Brasil. ensamento este, que ainda hoje, permite que se visualize um futuro em que a cidade se relaciore melhor com 0 ambiente natural, 0 construido ea populacéo, ajudando-a, a um dio, recuperar as paisagens de sua histéria. 1-0 principio Para perceber a evolucéo da arte poisagistica ne Brasil, vale lembrar que © paisagismo enquanto disciplina, ainda é bastante questionado e discut do nos dias atuais. De maneira geral, 0 principio de sua formagio, pode ser atribuido ao contexto da cultura urbanistica do século XX, onde os questées estéticas da cidade estavam ligadas @ um urbanismo sanitarista e de solucées técnicas. No entanto, Burlo Man om 1934 curge como © principal divulgador da arte paisagictica do Brasil criando jordins e parques segundo principios, estéticos, higiénicos e educadores. Mas € fem fins da sécula XX quando as trés principais questes urbanas discutidas em todo. mundo: "a higiene, 0 circulagéo e a esiética” (COSTA, 2001, p. 83) comecam a entrar em conflito. Pouco se desenvolvem obras ligadas & higiene e & estética, e crescem as obras ligadas circulagéo sem 0 adequado equilibrio do ambiente. No Recife, podemos destacar dois principais momentos em que percebe-se a preocupaco da construcéo da cidade e de sua poisagem. Sdo ees: 0 século XVII durante a ocupacéo holandesa (1630-1657) com as obras do conde Jodo Mauricio de Nassau e 0 inicio do século XX com as ‘obras do engenheiro Saturnino de Brito. A cidade do Recife cresceu em constante luta na relagdo terra-dgua gerando desequilibrios no ambiente natural e consiruido. A primeira tentaiva de equilibrar essa relacdo veio com 0 conde Jogo Mauricio de Nassau em 1637, que encomenda ao arquiteto Pieter Post um plano de urba- nizacéo para uma nova cidade (Mauritzstad). O plano previu um tracado de intervencéo urbana com a drenagem do braco de rio existente a partir da construcdo de canais, Nassau construiu casas, ruas, pontes, palicios e jardins compatibilizando 0 novo tracado com a topogratia e os cursos d’égua de forma consciente. Surgem as primeiras obras de aterro e aparecem os primeiros Paisagem Ambiente: ensois -n, 22 - Sa0 Paulo =p. 110 121 - 2006 |ARRUDA, Juliana Bondza de; SA CARNEIRO, Ana io canais (Figura 1. Plano do Recife antes da intervencdo de Nassau, 1637 € Plano do Recife de Pieter Post, 1639) Figures 1: Planta do Recie antes da itervengao de Nossa, (1637), acima,e Plano de inervengio previsto por Peter Post (1639), aboio,note-seo desenho de canal para © brago de ro Fonte: REIS, Nestor Goular, 2000, p. 87 Com Nossau nasceu a arte paisagistica recifense, pois ele foi o pioneiro em trabalhar a paisagem do Recife, onde a natureza participava do plano. Ou seja, a contribuicéo holandesa executava uma forma de tracado que garantia o equilibrio e a proporcdo entre os elementos envolvidos (terra e 4gua). Seu plano, era de integrar, via ¢ eixo dos canais de drenagem, 0 antigo, repre- sentado pela vila existente de origem portuguesa, o novo, representado pelo tracado holandés, € 0 futura expanséo, esta representada pelo possivel ocupacao do “continente” o atval bairro da Boa Vista, destacando trés elementos na formacéo da paisagem: o tracado, a vegetacdo e Em fins do século XIKe inicio do XX comega a mudar a relacéo de uso das éguas pela populagéo recifense. Os meios de transporte deixavam as 6guas (canoas) para ganhar as terras (trens € automéveis), as aguas antes tao limpas e préximas da populagéo, agora estavam imundas vistas como fonte de doengas. Para modificar 0 preocupante quad sanitério do Recife, buscava-se por propostas de saneamento, ‘Assim o Governo do Estado encomendou 0 projeto ea implantagéo do servico de saneamento ao engenheiro sanilaisia Sulumino de Brilo em 1909, onde esluva terminando os projetos da cidade de Santos e que, chegando ao Recife em 1910, a cargo da Comisséo de Saneamento, promoveu grandes mudancas no setor (Figura 2. Fotografia do engenheiro Saturnino de Brito 1864-1929). O seu urbanismo sanitarista € os principios do tragado sanitéro foram @ base para sua contribuicéo maior: { visdo da cidade como um todo, ilustrada nos seus Planos Gerais e Planos de Conjunto. Onde, no Recife, novamente via-se a volorizacdo de natureza. O tracado, «a vegetagéo e principalmente a égua estruturada por canais, foram 0 fio condutor das intervencdes desse Figura 2: Engonhoro Sotunino de Brito (1864.1929) engenheiro que combinava as técnicas sanitérias, ar- Fonte: BRITO, 1944, Vo. Xl, . 08 Iisticas e também paisagisticas. Poitagem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) 2 - Os planos de Saturnino de Brito! A trajetéria profissional de Saturnine de Drito (1087-1929) se desenrola dentro da cultura urbanistica do final do século XIX, num contexte de industrializagao e de explosdo demogratfica nas cidades européias, chegando mais tarde as cidades brasileiras. Influenciado pelas i estéticas de Camillo Sitte, apoia-se na idéia do “pinturesco”, na concepcGo de cidade-jardim de Howard, incorporando elementos urbanisticos nas novas cidades e suas expansdes, como as vielas sanitérias e as avenidas de fundo de vale, e ainda, nas formulacées dos membros da Societé Francaise des Urbanistes (SFU). Tem a visdo da cidade como um todo e defende a necessidade dos Planos Gerais e Planos de Conjunto. jas surto modemizador baseado principalments no saneamento de cidades portuérias, levou Saturnino de Brito a elaborar os Planos de Conjunto para as principais cidades brasileiras. O Plano de Vitéria- ES (1896-1926), Santos-SP {1905-1910}, Recife-PE (1909 1915), Pelotas- RS (1927-1929), e apés sua morte, Natal-RN (1935-1939), sGio aqui postos como exemplos ilusirando os principios da paisagem “saneado’. Esses principios sdo: 0 tracado, a vegelacéo ea gua. A compreensdo do seu pensamento referenciando-se nas propostas para os planos das cida- des brasileiras que oliava os principios sanitaristas a novos elementos do nascente movimento modernista em arquitetura e urbanismo, incorporando os projetos arquiteténicos a uma pro- posta de expanséo para a cidade. A propostc comportava basicamente: um projeto para 0 seneamento, englobando © esgotamento saniério € 0 abastecimento d’égua; um plano de expansdo para a cidade, com a incorporagao de bairros residenciais e um projeto de melho. ramentos urbanos. Como afirma Andrade, (1992, p. 209): "A preocupagéo de Saturnino com a estética estaré presente em toda a sua obra.” 2.1 - O plano de Vitoria — ES — 1806-1920 Passamos, agora, a demonstrar o pensamenic esiético-paisagistico de Saturnino de Brito em seus planos e obras. Estas foram elencadas mediante a sua contribuicdo de acordo com 0 ema ‘obordado, seguindo uma ordem cronolégica de sua consirucdo e de sua atuacdo profissional. Nesse sentido, Saturnino de Brito comecou pela cidade de Vitéria — ES, na qual o plano previa calém do saneamento o projeto de um Novo Arrabalde (1896-1926) (Figura 3. O projeto de um Nava Arrabalde, Vitéria, ES, 1804-1920). O tracado que estabeleceu para 0 Novo Arrabelde trouxe a encruzilhada e avenidas diagonais, em uma malha ortogonal, prevendo avenidas ao longo dos vales dos morros expondo vistas pinturescas, e distribuindo preliminarmente a érea em zonos classificadas em trés nucleos: Novo Arrabalde, Vila Monjardim e Vila Horticula. Quanto & vegetacdo, tirou partido de uma caracteristica natural: os morros, € criou bosques com vegetacdo de eucaliptos, caminhos e locais de observacdo, como 0 Bosque da Barrinha no Morro Barro Vermelho, previu também rétulas ao longo das avenidas ou com elas com- pondo, realizando, de ver em quando, descansos a vista das longas retas, com paisagens intermedidrias compostas de jardins. A contribuicéo mais significotiva, segundo Carlos de Andrade, estoria no pioneirismo do desenho prever a implantagae de melharamentas ¢ elementos da urbanisma pinturesca, valorizande «@ dgua e garantindo a triade de exigéncias cléssicas ~ seguranga, conforto e beleza. “Assim, situado entre o compo e a cidade, o projeto de Brito trazia em sev bojo, ainda que de modo incipiente, mas antes mesmo das realizagées de Unwin e Parker nos arredores londrinos a concepcéo de suburbio-jardim.” (ANDRADE, 1999, p. 197) Paisagem Ambiente: ensois -n, 22 - Sa0 Paulo =p. 110 121 - 2006 |ARRUDA, Juliana Bondza de; SA CARNEIRO, Ana io Figura 3: © prnjatn de um Nowe Arrabalde, Vitra, ES, 1806-1920 Fonte: BRITO, Francisco Saturnino Rodrigues de. Obras completas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944. Val. V 2.2 —O plano de Santos — SP — 1905-1910 No Plano de Saneamento de Santos ~ SP (1905-1910), trouxe a coneretizagéo dos canais de drenagem como elementos estruturadores da malha urbana e de sua paisagem. Assim, para tracado, estaheleceu uma malha geamétrica, definida sob terreno plano, cam avenidas diago- nais, construiu um conjunto de nove canais de drenagem supericial, oproveitando, tanto quanto possivel, a localizacéo dos rios e riachos existenies, tendo seu uso, além da drenagem superficial das dguas pluviais, como eixo de longas avenidas, definidoras da expansdo urbana (Figura 4. © Saneamento de Suntos, Sao Paulo, SP_1905-1910). Com intvito de amenizar a rigidez da malha, fez uso da vegetacéo com avenidas arborizadas, mudangas de direcdo, jardins e grandes pracas, evitando a monotonia, propondo uma enorme vie que, vinde da penta de morro do José Merino, tomava diragéee divereas, cortava © contro da planicie e se dirigia a Ponta da Praia, onde se bifurcava alé atingir 0 mar com arborizacéo, parques em locais diversos, e a consirucéo dos jardins, nos 7 quilémetros da praia. Esse projeto do obra de Brito, é considerado por Andrade (1992, p.137) a sua “mais importante obra urbanistica construide”. Os jardins de praia tornaram-se marca da cidade, assim como 608 canais e suas aguas, muitos deles embelezados por drvores nas calcadas laterais. A solucéo de canis foi uma experiéncia bem sucedida de Santos, tanto que a importéncia dessa obra pode ser comprovada. os canais de Santos foram tombades, no ano de 2001, pelo Conselho: de Defesa do Patriménio Histérico, Artistico, Arqueolégico e Turistico do Estado de Séo Paulo ‘Condephaat (SIQUEIRA, apud Real, 2003, p. 61). Figure 4: O soneomento de Suniss, Sou Maule, SP 1905-1970. Fonte: BRITO, Francisco Saturino Rodrigues de. Obras completes, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944. Vol, Vil Poiagem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) 2.3 - O plano de Recife — PE - 1909-1915 Posteriormente, em Recife — PF (1909-1915). na tracado, fixou um conjunto de direcionamentos, de forma a recuperar Greas dentro da malha existente, sem recorrer ao “tecido xadre2”. Indicou um plano geral de arruamentos que implicou em aterros, canais ¢ avenidas, propés 2 canais estruturadores a maneira de Santos: Canal Aurora-Madalena e Taquary-Jiquia, normas de cons- trucéio de sobrades salubres, a construgéio de um bairro operdrio e previu uma cidade jardin em Tejipio. Optou por um tracado que garantisse 9 adensamento e criagio de parques pdblicos. Para tanto, a estratégia de desenho foi da ocupacéo das periferias, cujos vazios, segundo o autor, ‘eram conseqiéncias das caracteristicas naturais do sitio urbano recifense, composta por rios, ilhas € manguezais (Figura 5. O Saneamento de Recife, Pernambuco, PE, 1909-1915). Com a vegelacao, Satumnino de Brito trabalhou a criagéo de parques ao redor de edificios de porte existentes como era o caso do Hospital Pedro Ile seu entorno, prevendo outras edificacées, de pone cercadas de parques. Isso foi idealizado também com 0 aproveitamento das dreas de mangue e alagados, como, por exemplo, a drea que ocuparia parte do atual bairro do espinheiro, © de vulrus dreus sujeilus u inundagGes, como us du ilhu Jounu Becerra, A contribuicdo mais significativa de sua passagem pelo Recife, trouxe a presenca de uma nova estética urbana, cujas orticulacées se dariam com a arborizacéo das avenidas laterais a cada canal, 0 verde e a gua estariam sinalizando e estruturando a cidade otravés de um verdadeiro sistema de parques. Nao que este fosse 0 objetivo de Saturnino de Brito, mas deixava transpa- recer em suas diretrizes essas intencdes dentro de uma ldgica global de intervencdo na cidade. Assim, encontrou essa légica sistémica através da promocéo do projeto de exponséo da cidade pelas dreos periféricas. ater oe Ragan oe Samzauawro ox wxcirz Pra de esornmen Fiera Figura 5: O saneamento de Recife, Pernambuco, PE, 1909-1915. Fonte: BRITO, Francisco Soturnino Rodrigues de. Obras completas. Rie de Jancira: Impronea Nacional, 1944, Vol, IK 2.4~0 plano de Pelotas ~ RS ~ 1927-1929 © Plano de Saneamento e expansao para Pelotas ~ RS (1927-1929), também idealizado € executado por Saturnino de Brito, representa su2 tltima obra enquanto vivo, vindo a falecer em pleno andamento das obras em 1929. Em Pelotas, o tracado idealizado era predominantemen- Prisagem Ambiente: enscios -. 22 - S30 Poulo-p. 110-121 - 2006 |ARRUDA, Juliana Bondo de; SA CARNEIRO, Ana io te composto por ruas curvas, apesar da predominéncia do tracado reticulado, Por se tratar de um terreno plano néo havia porque néo utiliza’ o tracado retilineo, no entanto havia de se fer cuidado para nao exagerar nessa trama e com isso trazer a monotonia, caracteristica existente em espacos muito reflineos. Saturnino de Brito tabalhou muito com esses opostos, « monotonia era quebrade com a presenca de sutis curvaturas de ruas compondo com as vias de circulacéo € avenidas marginais aos canais. (Figura 6. © Saneamento de Pelotas, Rio Grande do Sul, RS, 1927-1929). Figura 6: © saneamento de Pelotas, Rio Grande do Sul, RS, 1927-1929 Tronte: BRITO, Froncisen Salone Rodiigues de, Obes comple. Rio de Jonwio: imprense Nacional, 194, Vol. xi © cuidado com a vegetacéo era visto na previséo de jardineiras marginais aos canais de dre- nagem, o embelezamento urbano proposto foi direcionado para que os lugares em torno das represas se tornassem Greas de lazer para a populacdo, para os bairros onde fosse possivel um nove tracude, propés @ consirugde de ruas sunitdrias ov de pequenos purques no interior das quadras pouco ocupadas, fazendo assim c integracdo dessas novas formas presentes nos equipamentos sanitérios com as demais formas e elementos da paisagem do lugar. Uma possivel eintese do que poderia cor a eazéncia criativa deste projeto extava no caréter ox perimental e inovador que acompanhava 0s prejetos de Satumino de Brito. Ao adotar a solugéo de canais semelhantes & experiéncia bem sucedida de Santos, Satumnino de Brito entao, aposta no funcionamento das estruturas de saneamento, cujo principal representante so as 4guas dos canais, para garantir a estética do espaco. A int=gracao foi feita de tal forma que hoje podemos constatar que “o canal da rua General Argolo projetado por Brito mantém-se como marco na paisogem urbana de Pelotas” (REAL, 2003, p. 75}. 2.5 — O plano de Natal — RN - 1935-1939 No Plano Geral de Obras para Natal ~ RN (1935-1939), apés sua morte, seu filho, Francisco Saturnino Rodrigues de Brito Filho, dev continuidade 4 proposta original. A cidade de Natal teve Poiogem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) seu tragado marcado com a construcdo de 3 avenidas na encosta, com funcéo de abrigar os coletores gerais dos esgotos, e ainda contande com a previsdo de bairros residenciais basea- dos nos concertos de unidade de vizinhanca e na trama de Kadburn, desenvolvida nos Estados Unidos em 1929 (MIRANDA, 1999). (Figura 7. © saneamento de Natal, Rio Grande do Norte, RN, 1936-1939.) Figura 7: O soneamento de Note, Rio Grande do Norto, RN, 1996-1939 Fonte: MIRANDA, Jodo M. de. Evolugdo urbana de Natal em 400 anos, 1500-1979, Notal: UFRN, Ed. Universitéria, 1999 A vegelacio foi valorizada com a criacéo de parques circundando equipamentos sanitérios, como 08 reservat6rios de gua, e construcdo de grandes avenidas com canteiros centrais, procurando privilegiar a plantacdo de espécies nativas, dando um cardter e identidade ao lugar. Em Natal, assim como tantos outros projetos desenvolvidos apés a morte de Satumino de Brito representa a continuacGo do seu idedrio, por sev tlho Saturnino de Brito Filho (1899-1977), con- ciliando 0s termos higiene técnica e esiética na construcdo de sua obra e de sua paisagem. ‘Com todas essas influéncias Saturnino de Brite soube valorizar os elementos e a cultura local tirando panido de suas paisagens para a conquista de novos espacos, que nas palavras de Andrade, (1992, p. 216). “das conquistas pare 0 espaco urbano; 0 parque. @ praca-jardim, a rva-parqve, acrescentariamos com 0 exemplo das obras de Satumino Brito, os canais de drenagem e suas avenidas marginais, ‘com seus passeios e pontes”. Sem duvida contribuigdo maior de Saturnino de Brito para o planejamento urbano das cida- des foi a 0 seu pensamento estético-paisagistico a frente do que se pensava na época, tendo na concepgéo de canais de drenagem a céu aberto como um sistema, associando principios tecnicos ¢ estéticos. 3 - O Recife e as ligdes de Saturnino de Brito Mo Recife, Satumine de Brito foi chamado om 1909 pele entae governador Herevlane Bandeira de Melo, para elaborar um novo sistema de saneamento para a cidade. E nesta cidade, que Saturnino encontra-se no periodo mais rico em transformacées. Entre 1909 ¢ 1915, 0 processo de modemizacio se dev através de trés planos complementares e paralelos: a Reforma Urbana do Bairro do Recife (1709-1912), © Plano de Saneamento do Recife (1909-1915) eo reapare- Prisagem Ambiente: enscios -. 22 - S30 Poulo-p. 110-121 - 2006 |ARRUDA, Juliana Bondo de; SA CARNEIRO, Ana io Ihamento © modemizacéo do Porto (1909-1928). Essas reformas significavam mais atender as demandas por modernizagéo em funcéo da adogéo de novos valores culturais e simbélicos e dos interesses das elites, do que a solugao para os problemas. Fato esse, visivel na multiplicidade de comissdes gerenciando cada uma das reformas empreendidas no Recife. Foi no contexto do Recife, em meio a atmosfera reformista, que Saturnino de Brito comecou a adauirir experiéncia e maturidade intelectual erquanto engenheiro sanitarista. Expondo seu ur- banismo, e sua técnica sanitarista, extrapolando a implantacdo do sistema de esgotos da cidade garantindo, também, um sistema de abastecimento d’égua e um projeto de melhoramentos embelezamento. Neste, 0 foco estava em um Plano de Arruamenios visando 0 aproveitamento de Greas alagéveis para a futura expanséo da cidade, que implicava na consirucéo de aterros, canais ¢ avenidas adequado aos problemas, &s condigées, és necessidades e ao ambiente local. (Figura 8. O Plano Geral de Saturnino de Brito para o Recife) ‘Contudo, 0 Plano do Recife, nao teve o mesme impacto visual que o de Santos. Talvez por isto no tenha recebido a devida atencéio na obra de Saturnino de Brito e nem na histéria da cidade. No Recife, Sulurnino de Brilo név leve u upurtunidade que leve em Sunlus de upreseniar um Plano Geral mais amplo e detalhado, pois aqui jé se encontrava uma malha urbana consolidada, De qualquer forma, sua conttibuigéo foi de fundamental importéncia por expor sua visdo abrangente do problema, minimizando 0 conflito entre o ambiente consiruido e a natureza, através das técnicas do soneamento e escoamento das dguas, assoc ado a necessidade de deixar ferrenos livres para a esiética e sadde urbana. Isso, na prética, gerou um plano que contemplava solucées técnicas, (uso do concreto ormado) estéticas (abertura de canais vegetados), ambientais (aterrando érea urbanizada, atentando para a manutencdo do ciclo das aguas subterréneas) € até econémicas (combinando as técnicos de dragagem com a abertura de canais). O trabalho de Saturnino de Brito foi de certo modo negligenciado pelos representantes do poder pUblico que ignoraram a importéncia em dolar a cidade de um sistema de canais estruturadores com parques lineares associados a melhorias das técnicas de esgotamento sanitério. Os poucos avancos posteriores a sua morte (1929) nao representaram @ amplitude de sua viséio. Salvo? 05 2 mandatos do prefeito Anténio de Géis Cavalcanti (1922-1925) e (1931-1934), ao lado da atuacdo do governador Sérgio Loreto (1922-1926), cuja semelhanca com as idéias de Sa- turnino de Brito voltava-se para a expansio da cidade em direcdo a periferia visando a saude da populacdo. Posteriormente, o prefeito Pelépidas Silveira (1955-1959), efetuou operacées urbanas em espacos que ocupavam posicées estratégicas, como 0 aformoseamento de pracas e logradouros e aberuras de avenidas marginais associadas ao revestimento de canais, Instituindo uma légice global na cidade. Podemos dizer que Saturnino de Brito e suas obras resumem-se a verdadeiras ligées, que, se no mudaram, marcaram a forma de planejar as cidades brasileiras. Hoje, as intengGes dos Planos Diretores, os cédigos de obras e as leis relativasao meio ambiente etc, comecam a ser ilustradas palo muito da concepgae urbana de Saturnine de Brite, 4 - Conclusées Considerando a discussdo do pensamento estético-paisagistico de Saturnino de Brito em cima da relacdo no ensino entre Histéria e Projeto do Paisagismo no Brasil, nos permitiram reavaliar 08 conceitos € as prioridades que vém direcionando © planejamento e o crescimento urbano tual. A ponto de se considerar aquelas intervencées realizadas no passado, cujo contedido prima por uma valorizacéo da paisagem local, para o desenvolvimento da cidade com crescimento urbane eo equilibrio ambiental Poitagem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) Assim foram, no Recife, os intervengées de Mauricio de Nassau na construgéo da cidade Mauricia e de Satumino de Brito com 0 Plano de saneamento e melhoramentos para a cidade do Recife Enquanto Mauricio de Nassau foi o pioneiro em pensar o plano para a cidade com a sensibilidade de um urbanista e artista, Saturnino de Brito, em seu exercicio profissional passou ao mesmo tempo por uma evolucdo e crescimento do sev pensamento a prética a cada trabalho desen- volvido pelas cidades brasileiras deixou uma metodolagia para o enfrentamento dos problemas das cidades organizada em irés niveis: 0 1° nivel ligado as questées de salubridade, o 2° nivel ligado as questées de urbanismo e o 3° nivel ligado as questées de poisagem No 1° nivel aborda quesiées de salubridade: “O saneamento & primordial”. Toda a sua obra baseava-se nas regulamentacées e exigéncias técnicas do saneamento, (tracado das tubulagoes, localizacéo das estacdes elevatérias) que estavam sempre associadas as caracteristicas fisicas do local considerando a topografia e localizacéo dos corpos d’égua. No 2° nivel trata das questoes de urbanismo: “E preciso pensar na expanséo das cidades”. ‘Mesmo contratado para realizar obras de saneamento (esgotamento sanitério e abastecimento d'6gua) Saturnino de Brito as associava a probabilidade de crescimento da cidade e, portanto, abordava as questées de regulamentacdo urbanistica associando-as 4 salubridade. E no 3° nivel lida com quesiées de paisagem: “Por uma cidade sé e bela”. Além de realizar as ‘obras de engenharia, e solugdes de arquitetura (casas salubres), preocupava-se com a estética das cidades, sugerindo disposicées de espacos vegetados, como bosques, margens de canais e jardins na malha dos cidades que trabalhava para torné-las saudéveis, planejadas e belas. Identificamos pontos em comum entre as duas ‘ormas de pensar a cidade como a necessidade de um plano integral para o ampliagdo do existente, a preocupacéo de acées interligados para as diversas partes da cidade, aproveitamento das linhas naturais e do desenho urbano existente (Nassau com a linha eixo dos arrecifes, Satumino de Brito com a malha ja consolidada) e implan- tagio de novos elementos (pontes,fortficagées, canais, eslagdes elevatérias). Suas contribuigdes mostraram a viséo de conjunto baseada em tréselementos para o seu planejamento: 0 tracado, a vegetacdo e a agua. No esforco da compreensao do pensamento es'ético-paisagistico de Saturnino de Brito, consta- tamos que as medidas esiruturais sozinhas nao resolvem todo © problema do ambiente. Devem ser incorporadas questées historicas e de outras realidades, partindo da visdo da cidade como um todo e as experiéncias da populacao a partir da relacdo com a paisagem natural. Entdo, com este estudo, verificamos que é necessdrio aprender com as licdes de nosso passado, ¢ assim como Soturnine de Brito, ensinar a trazer para as nossas cidades a beleze garantinde crescimento saudével para o amanha: Notas {1] Neste momento, ndo nos detemes muito no detalhamento do projeto das contribuigées do pensamento estético de Sotumino de Brito especificamente na cidade do Recife, pois como ié dito, trata-se de um trabalho maior de mes: trado que esié sendo desenvolvido. Mostramos entéo esse pensamento em seus principais planos para as cidades brasileira e denire elas esté o Recife. (2) Vale destacar ne mandato de Anténic de Géie Cavalcanti a urbanizacaa da Campina do Derby (1922-1925). Ba- s2avo-se no concaito estética da cidade-jardim « teve como elementa primordial para o surgimento do nave bala ‘a consirugio do canal, hoje, 6 6 Canal Derby-Tacaruna. Sem o canal o baitro no podera exist Isso reflete 0 pen: somento de Saturnina de Brito quanta a necessidade uiliéria © paizagistica dos canis na cidade. Jé no Governa de Polépidas Silveira destocamos os primeiros regisios de revestimento de canal associado a abertura de averidas morginais, como foi © caso do Canal Derby-Tacaruna, iniciado com © projeto de drenagem da Campina do Derby consolidado com o projeto de implantacaa do sstarra viério par te mandato. Prisagem Ambiente: enscios -. 22 - S30 Poulo-p. 110-121 - 2006 120 |ARRUDA, Juliana Bondza de; SA CARNEIRO, Ana io Bibliografia ALMEIDA, Criku Audet Ue. A uniculagsu dos espayus pobllees nv Reuile Uo século XIK. 2001, Disserlugsu (Mesivud et Desenvolvimento Urbano) ~ Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001 ANDRADE, Carlos Roberto M. de. A cidade como um ccrpo sdo ¢ belo: 0 pensomento urbanisico do engenheiro Sutuining de Brit. In; FERNADES, Anu; COMES, Marc Autlio A de F (Orgs). Cidud historia - Mademizagia dus cidedes brasilsiras nos séculos XIX e XX. 1. ed. Salvador: Universidade Federal da Bahia/ Faculdade de Arquitetura Mestrado em Arquitetura © Urbanismo, ANPUR, 1992. BACHELARD, Gaston. A dquo @ os sonos. Ensaios sobre « imaginacée de matéria. 2 ed. So Paulo: Mains Fontes, 1990, BRITO, Satutnine de, Obras completas de Sotumino de Brito, Rio de Joneito: Imprensa Nacional, 1944, 23 w COSTA, Luis Augusto Maia. O ideéio urbane poulista ne virada do século. O engenheiro Theodore Sompsio © as ‘uestées fertoricis © urbanas modemas (1886-1903). 2031. Dissertacdo (Mestrodo em Estrturas Ambientais) — Fo: culdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Sée Paulo, Sé0 Paulo, 2001 (disponivel em: www. usp.br/fau/ pesquisa/teses/index him), FIDEM. Corta de nucleagéo Centro. Recife, 1987. FRANCO, Maria de Assuncdo Ribeiro. Desenho ambiental Uma inttodugéo o orquitelure de poisagem com o parodia ‘ma ecolégico. Sao Paulo: Annablume, Fapesp, 1997. PERNAMBUCO (Estado). Programa de infro-estutura em dieas de boxe renda na RMR, Prometrépole, Reabiltagso ur bana e ambiental na bacia do Beberibe. Esiudo de diretizes pore projelo poisagistico. Eixo Rio Beberibe. Recife, 2001. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente. Plano Estadual de Recursos Hidrcos. Recife, 1998. IEMF. Marin Cristina da 8. (Coord). Urhanisma ne Aras! 1825-1965. Si Paula: Sti Nobel, FAIUUSP FIPAM, 1999, LYNCH, Kevin. A imagem de cidade. Séo Paulo: Martins Fentes, 1997. COUVVEIRA, Valdemar. Geologia da Planicie do Recife - Contibuigéo o seu estudo. 1942. Tese de concurso & Céledra de Histéria Neturl da Escola Normal Oticial de Pemambuco. Recte: Camera Gratica do Jomal do Comércio, 1942. MENEZES, José Luis do Mota. A ocupagéo do Recife numa perspective histérca. In: Plano Diretor de Desenvolvimento dda Cidade do Recife (PDCR), Recife: PCR/SPU, 190. (mimeo). RECIFE (Cidade). Cadacto de Canais da Cidade do Recifo. Recife: PCR/SEPLAM/DIRBAM, 2000. Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente, Alls Ambiental do Recife. Recife: PCR/SEPLAM/ DIRBAM, 2000, REAL, Beatriz de Oliveira Soares. Saneamento e Utbonismo: a contribuicdo de Satumino de Brito para Peotas (1913- 1925}. 2003. Monografia (Curso de especializagio em palriménio cultural: conservagio de artelates) ~Instuto de lotas e Artes, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2003, REIS, Nestor Goulart; BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira; BRUNA, Paulo Julio Valetim. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. Sao Paulo: Editora da Universidade de Séo oulo; Imprensa, 2000. REVISTA CONTINENTE,n. 2. doz, 2002. SA CARNEIRO, Anu Rilu. Méludos de undlise dos Lens meleriais nuluruls © culluruis visundy & eonervayay. Ine CECH {Ora}. Gestéo do ptimsnio cull itogrado Rie: Universidade Federal de Pernambuco, 2002, SACCARNEIRO, Ana Rt; MESQUITA, Liana de Barros. epagos hues do Recto. Recile: Prelate da Cidade do Rec- fe/UFPE, 2000. SITTE, Comillo. A construgdo da cidade segundo seus princpios arfsticas. Traducao de Ricardo Ferreira Henrique. 4, fed. Sao Paulo: Atica, 1992. SPIRN, Anne W. O jardim de granito: A notureze no deserho da cidade, Trodugée de Pavlo Mesquita Pelegrino. Sie Paulo: Eduso. 1995. WORKSHOP 1995, Curitiba, Gestéo de Recursos Hidicos "Management of Water Resources". Santa Catarina: Univer: sidade Federal de Sonia Catarina, 1995. Poitagem Ambiente: enssios -n. 22 - Sao Paulo -p. 110-121 -2006 [A Esteica Ubane no Pte de Stun de Bio (1887-1929) wonton. wt pe.gov.br we planblew.org ww recife.pe.gov.br wns waterscope.com W21 Prisagem Ambiente: enscios -. 22 - S30 Poulo-p. 110-121 - 2006

You might also like