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Vitéris do absolutieme © 0 im todos aquelos que por motvos religioos se erguem \p ahaolutismo anglicano, Mas até isto « unio ela eminentemente pre Ail em polémicas a respeito do fp rel Jeime Ty que os sexs adver mnicas no atingem 0 essencial; constr tos odo 20. ¥e surgir wma doutring nemse na obra de Sir Thomas rin enw 1583), Smith ac Enquanto o Paslament de forma esancialnente rrmado para a guetta, ea que no seje dems ‘uma vigorosa politica, de pcipal aaversi jtiess procedam da clei fundamental Uo reing as priprias ide irge acs sets olhos como ea oda tario, A elel comum Fundamental do governo eos diteitos fan {Eda slel_comnm> que procedem os poderes Paslamento, os dtcitge © priviléyios dos lng tonto nao’ pode modifi ios fi Nada’ de smtis estranho rmentar, Coke” nso & de forma spicie de subst tconservador, mas ‘Nas vésperas da queda de Carls 1, pola em nenbus teorla, propriamente revoluciondria: a primeira Inglesa & fruto de rigs econdiieas e socials, nunea de uma, saturagse, douteing tegue a Hevolugao 5 9, Hobbes ‘Trate-se de um homem de gabinete, estudioso, soitério um poueo timido, A sua obra possui tma amplitude © wm 112+ iwria das Hees Poiies vigor som -paralelo na filosofia politica do séeulo XVIT esti imbuida de uma calme audicia que suscitou horror ddos catdlicos, dos bispos anglicanos, dos ddfensores da libec dade politics v até dos partidérios dos Stuarts; para Leignita, ‘<0 Leviaté 6 uma obra monstruosa, como 0 proprio titulo indica. De inicio firme patidinio dos Stuerts, Hobbes (1588-1679) fixa resid2neia om Frange’no ano de 1640 ¢ passa si doze anos num exilo, |feluntirie, Nio se. encontra em Inglaterra quando Carlos 1 6 exe, ‘eutado; 0 Leviaid (1651) & obra de um emigrado, ¢ aftemouse rau tas veves ue, eo escrever este liveo, Hobbes tinha em mente agradar fos grandes da. dpoca, Voltando a Inglaterra, no reencontra. at a ‘onflange’ de que destrutera antes de 1640. Stspeito tanto tos olhot nung samo de outtea, morre num semiesquecimento, Além do Leviaa, incipats obras de’Tlobbes sda o= Blementos do Direito, (1640) @ arado to Clad” (I642) v Tratado sobre a Netureza Humana ¢ 9 Corpo Politica e, por fm, © Pratado do Homem. Une polten racionait. Materialismo cientifico, mecanicismo, positiviemo: a filo- sofia de Hobbes 6 estrutursimente racionalist, Dotado de wma sélida cultura eientfica, ele considera a politica como uma tcéneia, que convém alicergar sobre nogdes exactas e sobve definigdes rigorosas. A sua filosofia e a sua politica séo igual: mento. antiarstotélicas, Recusando-se a acreditar nas ideins jnactas, insiste na inmportincia das definigGes, dos sina e da linguagem: «Sem a linguagem nao existiriam entre os homens ynem Estado, nem Sociedade, nem Contrato, nem Paz, tal como nio existem entre 08 lobes, 08 ursos e os lobos.» Hobbes recusa recorrer xo ‘sobrenatural ¢ toda, & au cobra 6 ume Tuta contra os fantasmas, um edforgo para vencer os poderes invisiveis, O fim do Leviata (de que apenas as piginas sobre o poder sio lidas com a dovida frequéneia) Era tal respeito muito impressionante, e talvez ai que se tencontra a chave de toda a obra; o timo capitulo intitula-se + Bloments of Lave Vitirias do absolutiomo * V8 {co reino das trovas, ¢nele Hobbes demuncia 5 demonslogin, os exoreismos, o medo do Diabo © o proveito que daf tira Jo clero: ¢ a ansiedade humana que se encontra na origem Ga religigo, «0 temor de um poder invisivel, quer seja uma Fegio do. esprito ou o imaginemos segundo tradigies admi- Ihidas piblictmente, € isso a religiao | Desta mancixa, a obra de Hobbes ppretende libertar ‘homem dos fantasmas edo temor, Consttui uma beithan Jmanifestagio de ateismo politic. 1 re floroia do poder Conforme o fizeram notar diversos autores, sobretida im "Tonnies e Leo Strauss, 0 pensamento de Hobbes levoluin nos Elements of Law, a sua filosctia politica & tradi fconalmente mondrquica; depois passa a postular uma espe Tojo de monarqaia social ¢ a sua preferéncia pela monarguia hereditévia, itide ainda no Tratado do Cidadio, dese parece quase por completo no Leviatd. Leo Strauss, por feu lado, assinala a ovolugio da moral de Hobbes ¢ des ‘obre na sua obra uma substituigio das virtudes aristocr: Ticas (honra, gloria) elas virtudes burguesas inspiradas Bio rece ¢ pala pradentia. De facto, desde o principio até ao fim da vida, Hobbes permanece fiel a certos principios. Nao se trata nem de {ima felidade & pessoa do monarca nem a0 prinefpio da tmonarquia, mas sim ao poder. & sem divida exagero afi mar que & filosofia de Hobbes é uma doutrina de compro Uiniswo! ela 6, sim, acima de tudo, uma filosdfia do poder (Na dodicatéria do Leviatd, Hobbes indica claramente que |procura na politica um caminho intermédio, uma espécie Ae meio termo. O"'Se Hobbes defende a causa do poder absoluto, nio 0 fan-porém, como Jaime 1, em nome-do direito divino dos reis, [mas sim do interesse dos individuos, da conservagio © da { paz, Ele seculariza o poder e demonstrathe, nfo a majestade, | mas a utilidade. WL Pam 8 PTO ON RN Con ae fe Td + Histéria das Ldeias Politicas ‘os do poder. 4 preciso distinguir virias ctapas na histéria do poder: 120 Estado nature! & pura Hobbes wma situacdo de guerra e de sanerquia, Os homens eo iquals por naturera; du igualdade proved fdetconfianca e da destonfianga nasoe t guerra de ceda um contra pobre, bestia outta. A nace exise, 0 mesmo eo dando oom a de propre: dade, Nem indéstria, nem ciénela, nem socedude, Com esta visio tio pessinista, Hobbes opde-se aos doutrinadores do diveto natural g escobrem no homem uma tendéncla natural park ‘caminko da sociedade cil, —Existe no entanto na. dows tural e-lgumas leis naturis; mas extag ig o mesmo significado que para’ os dout ‘0 direito natural (jus neturale) esti aparentado com 0 instinto de conservacdo. Hobbes definiro como sendo a lberdade que cada lum possul de usar o sou proprio poder, como. muito bem entenda, de su propria naturera, quer dizer, da sua vida, sal, 6 cum preceito on ina veges. geral dex a i, pram I gus ea i a nll “ua ida ou enttavardie os mets de preservagia nbém que se nao deixe de fazer equlla defender melhor video. fs primeras Tels da natureaa consistem para Hobbes em. jr em nos defendermos por todos os meios possivel, fanter a plz. ea repuranga, os homens vido dispdem de joer entre eles umn contrato © transfert Teertoe dees, que, se 08 conservastent | piejodicarinm paz da humanidade, [Neste ponto, tornanse nevesséras elgumus observagies: p ‘que poems. destraie 1 por outeo lado, det que jolgamos a ‘eis 4) Contiviamemt a. Aristtle, Hobbes considera ave elie py hi So ata cto af porn ale ao ato artical dom peo volun dun eda intoremndo> eI. Chevalier): 1) A cobereni funda se tum contrat, Ho ent, N36 fe, 6-0 proprio contrata quem a estabelere <6) Na origem do comtrato encontrase a ideia da pez, preo- ‘supacko fundamental em Hobbes: «Finalmente, 0 motivo e a finalidade daguele que remincin ao seu aielto ou 0 i Vitéris do absolusisme * 11S Poder do Estado. esta forms, 0 Bstado surge aos nossos olhos como uma pessoa: Pessor quonclo & repeosontada por Leviatis tom aparéncia todos aqueles que nele del indo. de os defender, B pre- clso notar este antropomorfismo: o Fstado € gigantesco, sem divids, mas conserva ima figura homans. reat ‘0 Estado 6 0 conjunto dos interesses particalaes 1 cidndo: este #6 cedo os tous direitos ao Estado para ser protege. ‘tua rerio de scr ae 2 sogurange nio fosse te euje carne 8 0 Estado quem estaboloce a propriodade: «A vossa propriedade i existe 0-25 dura enquanto prowver & repiblica.» Qualguer atentado rantra o Estado atinge portanto « propriedade © Estado. é simoltineamente ) @ ne sua obra apenas se en: ccontram raras referéncias aos problemas econémicos que se punham & burguesia inglesa, Nem por isso & menos im: portante noter que a sun obra apresenta o absolutismo sob ‘uma aparéneia quo se aproxima singularmente das preocupa- ‘Ges burguesas, Quando impe ao soberano o dever de triun- far, quando fala menos de justiga © de virtude do que de paz e de bem-estar, Hobbes surge na verdade como um pre- cursor, Quaisquer que sejam as suas preferéncias ‘ntimas, 4 obra que nos legou no favorece de modo nenhum 0 abso- Iutismo real, e, dentro de uma perepectiva de eonjunto, ela encaminba-se no sentido do liberalismo ¢ do capitalismo, ‘mesmo tempo, um utilitarismo © um hedo- que penmitem evocar Locke Bentham, Bate absolutismo ¢ ineontestavel, mas nada tem ‘de comum com o de Bossuet. Nada deve & 6 cristd nem a | j | | tia, no tempo de Richelieu, Vitérias do absolutiemo ®t SECGRO IV | itismo francés, Progressos e obsticulos os sogundo a tradicio 08 tantos manuais do per- endese que 0 se 1682, 0 juista Cardin Lo Bret atfea propostos ‘por Ki dude do poder, Ista contra o eudal mnqullidade pablica (eQue © po favordvel porquanto. tem apenss pot utlidadea A earacterist versio pola venalidade fle comiedeios ox de i ticas, Richelieu, que de tamente grande nimero delas, foi af beber muitas Histévia das Ideias Politicas Locke ¢ a teoria da Revolugio Inglesa Considerado como o pai do individualismo liberal, Locke (1682-1704) exercen uma profunda influéncia, nao apenas sobre todos aqueles que se consideram seus diseipulos, mas, ppor reacgdo, sobre quantos invocam a tradicio: 0 desprezo de Locke é para Josep de i Nao compreendemos bem esta influéneia se nos conten: tarmos com ler o segundo Tratado sobre o Governo Civil (1690), no qual ha quem afirme ter Locke condensado o essencial do sew penstmento politico. A obra de Locke nfo deve 0 éxito que obteve nem a forte personalidade do autor rnem a ousadia das teses. E o protétipo da obra que surge no ‘momento mais oportuno porque reflecte a opinigo da classe ascendente: doutrinador da Revolugéo Inglesa, Locke ex: prime o ideal da burguesia, Locke # 4 sue Movola, Locke & médico ¢ fildsofo, Pertence a uma familia puri- tana de origem modesta. Tem uma saide fragile um tem- . Facilidade de expressio, urbanidade, ‘lareza, ele possui, na opinigo de Paul Hazard, as dum gentleman. Homem de confienga de Shaftesbury, participa das Intes dos whigs contra os tories e passa cinco anos de exil Holanda, de 1683 a 1688, Volta a Inglaterra com Gui @Orange ¢ justifiea, no seu Tratado, a revolugio triunfante. Doctinin do absoationy + 38 Locke, porém, no ee contenta com cm poss 8 eo edn que Leo Stats cama aa Ce caps aca ar yade qe os hamens te de a aed popes Tongro cE pl ona Gaede conservagio da propriedade.> Sa oe eh empogn que inleren sen tinen nota aa NS Kms tocteade iil © lament, 30 ear rem menos mo Fungo se Oem eee. ern gue glue fats 2 homens ve Se ines gover Okt 2 ie pe acon le nee € oi em ena (aplife trtessi)- dade; a missio destes cor sgurar o bem-estar € 8 prosperidade. “ (© pdr tegundo Locke. 0 poder suprems & 0 legislative, O essencal faze Ie «as lets nfo podem prejudieas @ propriedade. A preerogativa Sexe’ Hl ge nn or Trotese 2 eseeanee confiado 20 principe para. que este 2ele elo bem en cue dependent in oe ees ane Mette ingetcrninaas que portant se no podem regular vine indaerminndes © 6 Des imate. Dect do absolutismo ¢ 85 © poder exceutivo 0 poder legislativo mie devem res wing tae mamas mos. O poder legislativo, ne omanies Mra 0 execttivo, Ele & , cujos dogmas podem ser demonstrados pela razio, Comsagra um Capitulo do Ensaio sobre o Entendimento Humana a conde- yp entusiasmo em matéria de reli a, niio & uma contigio de oland (que lanes ce ising ‘Cains (que senuneia as extravagancias da ie Carta bre o Bmiusiasmo (118) Pitnente nt mesma. linha da obra de Locke. Shaftesbue) del exactamen June falso enisiaemo do fanitico ¢ 0 verdadeiro ent 4 filerene® ce origem nism sentimento de par com Devs Ele afirma nla moral soe religib iba) © ‘Doutrinador de wma revolugio, Locke, no entanto, nao de forma alguma revolucionério, Tantas Feservas mostra’ em face da soberania popular como do abzolutismo do monarea, ‘Agua principal preocupagio 6 a ordem, a ealma, a seg rang. ‘D ideal politico de Locke —e nisto reside @ principal ‘cause da sua imensa influéncia — coincide com o da classe ‘nadia em expansio. Defesa da propriedade e apelo & moral Jreooupagao de um poder eficnz ¢ necessidade de assent Inonto, unt individualism que se incina, diante da maior saenirismo e rocionalisino, tolerdncia ¢ dogmatismo: 0 per: cite. de Lacke & complexo. Encontranse nele os temas sirhievais, a influéncia da lei natural, o individualismo tao Fundamental como 0 de Hobbes, mas que chega a solugoes ‘Hiferentes Nada melhor nos pode revelar a evolugio que se airrnos espiritos num espago de tempo inferior a cinquenta nos do que as diferengas entre a obra de Hobbes e # de Locke. ‘Ambas preocupadas com a paz ¢ com a tranquil ‘a meta de-uma é 0 poder absoluto, a da outra a predo tia parlamentar, Esta divergéncia nio se explica apenas por ide, Dectinin do abolatiome © 3 desacordos doutrindrivs, mas pelo ambiente social que, ro see emae duss obras originadas pelo mesmo tipo de indivi ‘Tusligmas no tempo de Hobbes, a classe média vé-se obrigada senpearce sob a proteecio do Poder; em 1688, esa julgow se tufieientemente forte para 0 reivindicar,

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