Professional Documents
Culture Documents
O Pluralismo Jurídico
TETE/2020
INTRODUÇÃO
O presente trabalho enfoca o tema numa perspectiva multidimensional, multicultural e
plural no contexto da sociedade. Assim, são levantadas as questões essenciais, através
de uma reflexão e uma análise epistemológica, filosófica e sociológica das relações
sociais de transformação d a realidade concreta do Direito e da Política, no conflito
entre a igualdade e a liberdade, que implicam uma pluralidade de valores e a
diversidade cultural e, formas múltiplas de regulação e emancipação dos novos sujeitos.
O Pluralismo jurídico interessa nessa pesquisa, enquanto funda suas matrizes no sentido
de se pensar a possibilidade de uma nova cultura pluralista, face ao velho monismo
estatal e ao paradigma jurídico hegemónico da cultura ocidental dominante,
discriminadora e excludente, com reflexos na sociedade.
Delimitação do Tema
Por fim, a quarta e última concepção tem bastante interesse sociológicojurídico, uma
vez que trata das pesquisas empíricas realizadas em igrejas,
sindicatos, empresas, etc., que demonstram a ideia de “direito do povo”.
Percebe-se que em todas as concepções e abordagens trazidas por Ana
Lúcia Sabadell como sendo vertentes das teorias pluralistas modernas, há como
fator semelhante e característico a interação e relação entre formas de direito e de
normatividade, formas estas estatais ou não, formais e informais. De qualquer
forma, já é claro que é preciso uma nova forma de pensamento no que refere ao
pluralismo jurídico. É preciso reconhecê-lo como existente na sociedade e
principalmente como ator de mudanças necessárias jurídicas e socialmente.
O PLURALISMO JURÍCO
A ideia de pluralismo jurídico, apesar de existir antes mesmo da formação do Estado
Moderno, somente foi retomada a partir de fins do século XIX e inicio do século XX,
como reacção ao dogma do centralismo jurídico estatal.
Segundo Boaventura de Sousa Santos:
Janeiro, batizada por ele de Pasárgada, assim definiu a situação de pluralismo jurídico:
Assim, a partir dos conceitos de direito aqui apresentados, nao restam dúvidas acerca da
existência de uma pluralidade de ordenamentos jurídicos, que se relacionam entre si,
dentro de um mesmo espaço geopolítico, independente do seu reconhecimento por parte
do direito Estatal. O reconhecimento desse direito insurgente é fundamental para as
sociedades, principalmente para os grupos sociais que vivem à margem do sistema
Estatal, já que o pluralismo jurídico pode ter o condão de reduzir essa exclusão social.
Como dito anteriormente, o pluralismo jurídico é fundamental para o resgate da tensão
entre regulação e emancipação. Entretanto, é necessário distinguir práticas de
pluralismo que realmente estão à serviço desse projeto, daquelas que, apesar de não
Estatais, reforçam o direito hegemônico, contribuindo para a sua reprodução. Entre
referidas práticas encontra-se a nova lex mercatoria, identificada com um espaço
jurídico internacional regulado por regras impostas pelas empresas multinacionais, pelos
bancos mundiais ou por associações internacionais dominadas por umas ou por outros e
que reforça a globalização neoliberal e aprofunda a exclusão social.
Nesse sentido, há de se distinguir entre o pluralismo jurídico que, de fato, contribui para
a redução das desigualdades nas relações de poder e que reduz a desigualdade social,
daquele que deixa ainda mais rígida a desigualdade, e contribui com o agravamento da
exclusão social.
Seguindo esse mesmo raciocínio, Wolkmer diferencia o pluralismo como instrumental
contra-hegemônico de emancipação das estruturas sociais dependentes, de uma outra
prática de pluralismo vinculada a projetos neoliberais e neocoloniais, que está a
apresentar-se como alternativa.
CONCLUSÃO
Findo trabalho, conclui-se que o pluralismo Jurídico busca a igualdade e a
valoração do estado democrático de direitos. devido à importância que
essas correntes de pensamento e que o próprio pluralismo representa, é realmente
necessário que haja um maior reconhecimento destas vertentes, uma vez que elas
trazem para o ordenamento jurídico e para a sociedade novas possibilidades de
fazer o direito, bem como de melhorar o que já está posto, buscando cada vez mais
a conexão entre a sociedade e suas necessidades e o ordenamento jurídico.
Assim, representa um marco já que se constrói com o empenho daqueles que necessitam
de um suporte estatal. Por fim, não podemos negar a estrutura estatal já existente,
contudo se faz necessário demonstrar a importância da estrutura paralela a estatal que
produz normas jurídicas tanto quanto o Estado e que este não pode ser considerado
como à única, nem a principal fonte jurídica e sim apenas mais uma dentre as
tantas que são capazes de estabelecer normas jurídicas no país. Mas toda essa
realidade deve levar a uma reflexão por parte do Estado e da sociedade, para
os rumos que estão sendo tomados.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS