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E Fisiologia Da Alma (Psicografia Hercílio Maes - Espírito Ramatís)
E Fisiologia Da Alma (Psicografia Hercílio Maes - Espírito Ramatís)
E Fisiologia Da Alma (Psicografia Hercílio Maes - Espírito Ramatís)
ALMA
Psicografia de Hercílio Maes
Espírito Ramatís
Sumário
Explicação preliminar, 2
Intróito, 7
Explicação Preliminar
Estimado leitor:
Meus irmãos:
Estes infelizes irmãos, que nos não podem ver, pela deplorável
situação de embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças
do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade.
Eis por que o sofrimento na vida futura pode atingir mesmo aqueles
que já lograram desenvolver os bens superiores do espírito, mas que se
hajam descuidado de extinguir algum vício õu hábito alimentado na
carne. Algumas almas desencarnadas, de cujo perispírito já se
desprendem refulgências de luzes, não se podem furtar, de vez em
quando, ao fato de a sua mente ser perturbada pelo insofreável desejo,
do fumo, do churrasco ou mesmo do uísque fidalgo ou da cachaça
pobre. “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes sobre a Terra
será ligado também no céu, e tudo o que desligardes na Terra será
desligado também no céu”(Mateus 18:18). Como se vê, nesse
admirável conceito de Jesus está implícito o ensinamento de que só
habitaremos o céu no mais completo estado de paz, liberdade e alegria
depois que nos desligarmos completamente de todas as coisas, desejos
e vícios do mundo carnal. Então, o que na Terra foi desatado pela
própria vontade e consciência do espírito, também será desatado no
Além. Aquele que fuma, bebe ou se alimenta descontroladamente na
Terra fica ligado a esses prazeres terrenos, até que o próprio espírito se
esqueça deles, visto que a morte não o obriga a deixar os vícios com o
corpo físico no túmulo da matéria. O corpo de carne apenas revela as
sensações do espírito no mundo físico; por isso, os desejos inferiores,
que vivem na intimidade da alma, continuam a se manifestar mesmo
ante as munificências dos ambientes celestiais.
E evidente que muitas camponesas fumam desde jovens, sem que por
isso se defrontem com quaisquer dificuldades em sua prodigalidade
gestativa, pois superam muitas mulheres residentes nas cidades e
protegidas pelos mais modernos tratamentos obstétricos. Mas isso é
porque a vida quase toda animal, simples e livre, dos campos, à
distância das opressões nervosas das cidades, favorece a reserva de
melhores defesas orgânicas e neutraliza com êxito os perigos
decorrentes do tabaco, nas gestações. No entanto, a moça que cresce
no turbilhão das cidades mergulhadas no seio dos resíduos impuros,
afeita à alimentação artificializada, tóxica e errônea, sem gozar do
oxigênio puro e recuperador das campinas e das matas vitalizantes, se
se viciar com o fumo, será sempre uma vítima de sua imprudência,
visto o seu organismo já se encontrar bastante debilitado em suas
defesas naturais.
Por isso, certas criaturas que viviam escravizadas aos mais deploráveis
vícios, e incapazes de quaisquer recuperações morais, reergueram-se
do lodo quando puderam sentir o chamamento espiritual ou o grito de
alerta de sua própria consciência superior, conseguindo ajustar-se
novamente à sua antiga dignidade humana, imunizando-se assim
contra as investidas torpes, do Além. Muitas dessas regenerações têm
sido possíveis sob a influência do espiritismo e das instituições
religiosas, mediante a qual muitos infelizes “canecos vivos”, depois de
doutrinados, têm conseguido imunizar-se contra a ação dos seus donos
ocultos no mundo invisível. Os obsessores sabem disso; por isso,
assim como protegem as suas vítimas para conservá-las na função
repulsiva de exóticos alambiques vivos, também as mantêm sob a
mais completa inconsciência dos perigos da bebida alcoólica. Embora
eles reconheçam que assim reduzem a vida dos seus vasilhames
carnais na Crosta, evitam que as forças do Bem intervenham na sua
consciência desperta e consigam afastá-los da degradação alcoólica.
Trabalham, então, para que os infelizes alcoólatras não permaneçam
muito tempo de posse do seu raciocínio, para não atenderem à voz
oculta cia própria alma ou às doutrinações religiosas.
Isto posto, não vos será difícil compreender como efervesce ainda no
imo do espírito terrícola o seu conteúdo subvertido, do passado, e mal
disfarçado pela ética social do mundo. Por isso, quando os malfeitores
desencarnados conseguem ativar e exumar paixões ocultas e ainda
latentes nas criaturas, não lhes é muito difícil conseguir transformá-las
em seus prolongamentos vivos, que na crosta terráquea devem vazar
seus intentos viciosos.
RAMATIS: — Não resta dúvida de que a Terra ainda não merece ser
governada por almas do quilate de um Francisco de Assis, Buda,
Crisna ou Jesus, pois seria absurdidade que homens tão santos,
corretos e virtuosos, completamente libertos de quaisquer vícios ou
aviltamentos mundanos, devessem governar criaturas cuja maioria
ainda aprecia o álcool e se entrega a outros deslizes como a
capciosidade, o separativismo, a crueldade, a luxúria, a desonestidade,
a cupidez e o carnivorismo. Não seria justo que a Administração
Divina colocasse tão grande responsabilidade sobre os ombros de
seres libertos de quaisquer torpezas, crimes, falcatruas, vícios ou
paixões perigosas, e que se desinteressam dos “tesouros que as traças
roem e a ferrugem consome”. E óbvio que as principais providências
para o alevantamento moral e libertação dos vícios e das paixões
perigosas da Terra teriam que partir primeiramente dos vossos
próprios maiorais ou responsáveis pelo comando das massas.
Entretanto, é fácil verificar que os dirigentes do vosso mundo não se
interessam com seriedade pela solução desse e de outros cruciantes
problemas, pois não lhes sobra tempo para tal, preocupados como
estão com as conquistas terrenas e até com a conquista do Espaço,
curiosos, também, por saber o que se passa em outros planetas! Por
isso, preocupa-os no momento o lançamento de satélites, foguetes
teleguiados, navegação a jato e atômica, coisas essas que a tudo
superam pelo seu deslumbramento e demonstração da capacidade
humana, fazendo passar para segundo plano a “ingênua” idéia de se
conseguir a tão falada paz de espírito, que principia justamente pela
renúncia do mundo exterior.
A Terra está invadida pelo mais espetacular sensacionalismo, devido
ao controle de certas energias descobertas pelos cientistas do século
XX que, de um lado, estão aturdidos ante a perspectiva dos poderes
futuros, enquanto que, de outro lado, alimenta-se tal vaidade, que os
mais afoitos já dispensam a necessidade de um Deus que ainda precise
comandar os fenômenos da vida!
Nenhum acaso rege o destino das coisas; é a lei do Carma que tudo
coordena, ajusta e opera, intervindo tanto nos fenômenos sutis do
mundo microscópico, como na vastidão imensurável do macrocosmo.
Ela tem por único objetivo dirigir o aperfeiçoamento incessante de
todas as coisas e seres, de há muito já previsto nos grandes planos que
fundamentam a harmonia da Criação.
Eis por que dizemos que a mesma Lei sábia que rege o mecanismo
do Universo também se amolda e se ramifica gradativamente para
regular o movimento dos elétrons no seio dos átomos. Os astrônomos
conhecem a infalibilidade de certas leis que disciplinam o curso dos
astros; os químicos sabem quais são os fatores reagentes, exatos e
indiscutíveis, que orientam a afinidade de suas combinações
costurneiras; os matemáticos reconhecem a precisão dos cálculos que
geometrizam o Universo, enquanto a humanidade já principia a
compreender que o homem também é o plano matemático do futuro
anjo!
O espírito que renasce num corpo físico com duas cabeças apenas
sofre o efeito da lei cármica que burlou no pretérito, e colhe de
conformidade com a sua própria semeadura. A Divindade não lança
mão de intervenções extemporâneas para produzir prova tão cruciante;
o fenômeno é apenas o resultado de alguma violência mental no
campo de forças da vida eterna contra o sentido nobre e progressista
da mesma vida. A lei cármica só atua através da ação do próprio
agente que a perturba. Quando, pela sua incúria mental, o espírito
provoca uma configuração adversa à sua própria contextura
perispiritual, só lhe resta uma solução benfeitora, que é a de plasmar
na carne o fenômeno insólito, até que cesse a sua derradeira vibração
atrabiliária na letargia da matéria. Quando mais tarde, pelo
falecimento, o corpo físico for devolvido à cova fria do cemitério, a
forma teratológica criada e nutrida imprudentemente no mundo astral
se dissolverá no seio da terra, aliviando o perispírito da sua carga
mórbida.
E por isso que, à medida que certos enfermos vão piorando pela
necessidade de se abrandarem no seu sentimento religioso
exclusivista, em torno dos seus leitos de sofrimento físico ou psíquico
transitam médicos, curandeiros e homens de milagres, sem conseguir
o êxito desejado. Depois, com o tempo, eles tanto aceitam o
exorcismo do vigário local, o benzimento da preta velha, a simpatia da
comadre amiga ou as orações do pastor circunspecto, como também o
passe do médium cardecista ou o trabalho do preto velho marcando o
“despacho” na encruzilhada!
Por isso esses religiosos sempre consideraram a dor como castigo pelo
que chamam de “pecado original”, desconhecendo que com sua
técnica purificadora afinam-se as arestas grosseiras da formação
animal e desperta mais cedo o potencial de luz angélica, que se
concentra sob o invólucro da matéria. Não lhes sendo possível
explicar a dor de modo sensato e aceitável pela razão humana, e para
não desmentirem a propalada Justiça e Sabedoria do Criador, os
sacerdotes e mentores religiosos dogmáticos tomaram ao pé da letra o
simbolismo bíblico do aparecimento de Adão e criaram a lenda do
pecado original, atribuindo-o severamente à responsabilidade do
primeiro casal humano. E desse modo eles acreditaram poder justificar
o motivo da existência da dor e do seu cortejo de sofrimentos, como
sendo o fardo da imprudência humana de há milhões de séculos!...
Como dispomos do livre arbítrio até o ponto em que nossos atos não
causem perturbações ao próximo ou naquilo em que intervimos,
poderemos extinguir a dor pouco a pouco, à medida que nos
integrarmos na vida harmoniosa criada por Deus. Sendo o Amor o
fundamento essencial de toda vida, presente na afinidade entre as
substâncias, na coesão entre os astros e na união entre os seres, é
suficiente a nossa adesão incondicional ao ritmo constante desse Amor
para que em breve a saúde completa do nosso espírito tenha eliminado
o sofrimento!
RAMATIS: — Muitas vezes já vos temos dito que não viveis na terra
em consequência de algum castigo ou equívoco por parte do Criador,
mas apenas vos educais para no futuro usufruirdes o direito de
habitardes os planos paradisíacos.
Eis por que o câncer também ataca a criança ainda no berço ou em sua
adolescência, fazendo-a peregrinar bastante cedo pelos consultórios
médicos e hospitais, para curtir dores e angústias ou mutilar-se pelas
operações preventivas. Doutra feita a moléstia surge insidiosamente na
moça ou no jovem belíssimo, rico e entusiasta da vida, e ainda o
deforma na face, fazendo-o sofrer as maiores amarguras e
humilhações atrozes.