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Introdução
Durante disciplina Didática do Ensino Superior5 ministrada por uma das autoras deste
artigo, refletimos sobre esses dois aspectos citados e em determinado momento foi feita uma
coleta de dados para conhecer que tipos de conhecimentos eram necessários para a formação
profissional dos investigados e para sua atuação no ensino da disciplina de matemática na
educação básica.
Portanto, esse artigo é fruto de uma pesquisa de cunho exploratório cujos sujeitos são
06 professores de matemática que atuam no ensino fundamental de escolas públicas da rede
municipal e estadual de Fortaleza6. O instrumento utilizado foi um questionário constituído de
questões norteadoras da investigação: que motivos a levaram a escolher o ensino da
1
Mestre em Educação da Universidade Estadual do Ceará- UECE. Email: francionecharapa@gmail.com .
2
Doutoranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará- UFC. Email:
elisangelahorizonte@yahoo.com.br .
3
Graduada em administração pela Universidade Vale do Acaraú-UVA . Email: katyacrato@hotmail.com
4
Graduado em matemática pela Universidade Vale do Acaraú-UVA . Email:
eisenhowerhorizonte@yahoo.com.br.
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Disciplina ministrada pelas professoras Isabel Maria Sabino de Farias e Francione Charapa Alves no Curso de
Especialização em Ensino de Matemática da Universidade Estadual do Ceará- UECE no período de 2011.1.
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A amostragem foi composta de alunos do curso que se disponibilizaram a responder o questionário.
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matemática como profissão? Como seus professores de matemática conduziam suas aulas?
Quais as diferenças entre a forma como você aprendeu matemática e a forma como você
ensina matemática a seus alunos? Neste foco está situado o objetivo deste estudo: refletir
sobre as metodologias utilizadas no ensino da matemática e a sua relevância para a
aprendizagem da profissão, que se fundamenta nos estudos de Fiorentini (1995), Pimenta
(2007), Lima, Costa e Cavalcante (2010).
a como uma “visão estática, a-histórica e dogmática” em que a matemática não é inventada e
construída pelo homem.
Em relação ao ensino nessa perspectiva, o autor enfatiza que “ […] foi acentuamante
livresco e centrado no professor e no seu papel de transmissor e expositor do conteúdo através
de preleções ou desenvolvimentos teóricos na lousa.” (FIORENTINI,1995, p.7). No tocante à
aprendizagem, era considerada “passiva e consistia na memorização e na reprodução
(imitação e repetição) precisa dos raciocínios e procedimentos ditados pelo professor ou pelos
livros.” (FIORENTINI,1995, p.7).
b) Tendência empírico-ativista
O autor enfatiza, ainda, que não houve mudanças significativas no que se refere ao
processo ensino-aprendizagem. O ensino se assemelha à tendência formalista clássica, no
tocante à centralização no professor, que de forma autoritária expõe e demonstra
rigorosamente tudo no quadro. O aluno assume postura de passividade e reproduz a
linguagem e os raciocínios lógico-estruturais ditados pelo professor.
d) Tendência tecnicista
mas visa a mecanização das ações, para uma um melhor desempenho de uma atividade. Junto
com essa visão do ensino matemático surge a matemática aplicada por áreas, como
matemática aplicada à engenharia, computação e etc.
e) Tendência construtivista
Um dos teóricos que mais influenciou esta tendência foi Piaget com sua teoria da
epistemologia genética. Ele nega a teoria empirista em que o conhecimento só é possível pela
empiria, pelos sentidos. Trouxe maior embasamento teórico para a iniciação ao estudo da
matemática, e visa a construção das estruturas do pensamento lógico-matemático, respeitando
os estágios de desenvolvimento da criança. O conhecimento matemático é visto como uma
obra que resulta da interação dinâmica do homem com o meio que o envolve.
f) Tendência socioetnocultural
Além dessas teorias, Fiorentini vai afirmar que muitas outras estão em construção,
entretanto, esboçamos apenas aquelas principais que tiveram forte influência no ensino da
matemática. Passamos agora à análise das respostas dos professores aos nossos
questionamentos.
entrevistados é do sexo feminino e metade do sexo masculino, com idades que variam entre
25 e 40 anos. O período de escolarização (ensino fundamental), considerado nas questões
respondidas ocorreu entre as décadas de 1980 (02 professores) e 1990 (04 professores).
como se chegou naquela fórmula. Não se preocupavam com quem não entendia a
matéria, pois tinham que cumprir a grade curricular e o tempo era escasso (P2).
Basicamente seguiam uma rotina bem definida. Em um primeiro momento iniciavam
com o conceito de determinado conteúdo como o algoritmo. Em seguida
exemplificavam por meio de exercícios resolvidos com métodos de resolução
repetitivos não priorizando o raciocínio. Após essa etapa repassava alguns
exercícios para que os alunos resolvessem. Finalmente fazia a correção no quadro
negro [...] se tratava de aulas puramente teóricas e conteúdos desvinculados da
realidade (P3).
A paixão pela matemática em minha vida não se reflete em nenhum dos meus
professores, pois tive poucos bons professores de matemática, mas que com certeza
tirei algo de bom pra mim tanto com os bons como com os que deixaram a desejar.
Até o ensino médio todos os professores se utilizavam de um metodologia
tradicional (P4)
[...] de forma mecânica do a memorização de fórmulas e a repetitividade de
questões. Além de nunca explorarem a geometria como parte importante e
fundamental para a compreensão de muitos conceitos (P5).
Nossos professores, na maioria leigos, iniciavam suas aulas dando a definição dos
conteúdos, em seguida, por meio de exemplos exaustivos e repetitivos, nos
ensinavam os conteúdos matematicos. Ainda escreviam em quadro negro uma lista
longa de exercicios e nos pediam para resolvê-los. Por fim, o professor corrigia as
questões que, na grande maioria, não eram discutidas em salas (P6).
O Ensino da matemática, assim como o ensino das demais disciplinas curriculares, foi
perpassado por perspectivas de ensino que se diferenciaram ao longo da história. Elementos
como a relação hierárquica entre professores e alunos, distanciamento da realidade,
valorização da memorização em detrimento da reflexão e a repetição como recurso facilitador
desse processo são comuns às teorias não críticas da educação, em que se destaca a educação
tradicional, presente, de forma hegemônica no contexto brasileiro, até meados da década de
1970.
De acordo com Saviani (2000, p.18), dentro das teorias não críticas da educação, “a
escola se organiza, pois, como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo
uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos
que lhes são transmitidos”.
A visão que se tem hoje de matemática é diferente daquela, assim como a sociedade
muda, o ensino também. Aprendi que matemática era difícil, quem sabia era
inteligente, tinha que decorar a tabuada e os professores metiam muito medo na
gente. Tento não ensinar da mesma forma, sem meter medo [...]. Ela deve ser
ensinada sempre contextualizando com a realidade do aluno, partindo da empiria
até que ele possa chegar à abstração tão necessária à matemática (P1).
A diferença é que diante da nova geração de alunos, não dá para só usar a lousa, o
giz e o livro didático. Para tornar as aulas atrativas costumo utilizar exemplos
práticos do dia-a-dia dos alunos e demonstro problemas usando matérias concretos
e lúdicos para que o aluno realmente perceba a funcionalidade da matemática na
prática e em suas vidas. Tenho o hábito ainda, de usar as novas tecnologias como
computadores e internet, aproveitando jogos matemáticos e sites de matemática
(P2).
A principal diferença reside em tentar dar mais sentido e significado àquilo que é
ensinado. Almeja-se tal objetivo mediante abordagens de problemas nos quais é
exigido do aluno a aplicação do que é ensinado, afim de mostrar a utilidade
daquele conhecimento. Outra divergência é percebida na utilização de recursos
pedagógicos embora, ainda, aquém do essencial. Utiliza-se sempre o que é
permitido pelo conteúdo: um jogo didático, um programa de computador, desafios
matemáticos, etc. Como terceira mudança cita-se a abordagem dos temas
transversais e incorporação da interdisciplinaridade e contextualidade. Como ex-
aluno essas são as diferenças que posso perceber na forma como era ensinada e
como leciono hoje (P3).
Eu acredito que tenha uma ponte muito grande entre o meu aprendizado da
matemática com o que ensino hoje. pois quando atuo na matematica faço o possivel
para ser um momento gostoso, utilizando jogos e softwares matematicos (P5).
Creio que não posso comparar os dois momentos. São realidades distintas e
antagônicas. Hoje, procuro sempre planejar minhas aulas com bastante empenho
para que possa conduzí-la de maneira totalmente diferente da forma como aprendi
quando era estudante. Inicio minhas aulas a partir de questionamentos e de
situações problemas ligadas a realidade do meu aluno. Procuro conduzir a aula
indagando, fazendo questionamentos e reflexões a respeito do conteúdo estudado no
momento. Sempre que temos condições fisicas utilizamos o laborátorio de
informática da escola para utilirmos softwares para ajudar a embasar o estudo
(P6).
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[...] o professor que concebe a matemática como uma ciência exata, logicamente
organizada e a-histórica ou pronta e acabada, certamente terá uma prática
pedagógica diferente daquele que a concebe como uma ciência viva, dinâmica e
historicamente sendo construída pelos homens, atendendo a determinados interesses
e necessidades sociais.
Assim, verificamos nas falas dos investigados uma compreensão muito mais
abrangente e crítica acerca da matemática que aquelas relacionadas aos professores que
passaram pelas suas histórias de vida e formação. Tal diferença é fruto das transformações
sociais, científicas, culturais e econômicas ocorridas nas últimas décadas, que interferiram de
maneira importante nas formas de se conceber a escola, a educação e os conteúdos
curriculados trabalhados junto aos alunos, no sentido de guardar relação direta entre o que se
vivencia no cotidiano das relações sociais e o que se estuda / ensina na instituição escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos elementos evidenciados a partir da análise das falas dos professores e das
leituras realizadas concluímos que há vários modos de ver e conceber o ensino da matemática
ao longo da história.
Percebemos que as tendências pedagógicas acompanham o movimento espaço-
temporal das espirais cíclicas vivenciadas pela sociedade, elas são respostas à visão de
homem e de mundo que se tem, na matemática não poderia ser diferente. Elas vão definir as
concepções dos professores de matemática sobre o ensino e a aprendizagem dos conteúdos,
suas posturas metodológicas e avaliativas.
As evidências mostram que os professores investigados perceberam as mudanças
ocorridas historicamente entre as formas que aprenderam matemática e a forma como
ensinam os conteúdos desta disciplina a seus alunos, principalmente em relação à iserção de
novas metodologias e das inovações tecnológicas no ensino.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS