You are on page 1of 63

CURSO DE LIBRAS

ATENDIMENTO AO PÚBLICO
Módulo I (Parte 1i)

ACELIBRAS
2022
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
Solimar Alencar

DIRETORA PEDAGÓGICA
Neide Alexandre

Porto Velho - Rondônia/2022


Prefácio

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2010)


demonstram que há 9,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil,
sendo que a grande maioria desta população de surdos se comunica por meio da
língua de sinais. Neste contexto, a acessibilidade linguística dos surdos é uma
forma de produção de ações afirmativas no sentido de poder contribuir para
assegurar a garantia de direitos em conformidade com princípios constitucionais de
igualdade, de liberdade, de dignidade e de justiça social, envolvendo como sujeitos
uma enorme fatia populacional do nosso País. A falta de políticas públicas voltadas
para o povo surdo, antes da legislação garantista que passou a ser implementada
efetivamente a partir deste século XXI, alcançando hoje milhares de pessoas
matriculadas na educação escolar, tem levado cada vez mais ao questionamento
pela comunidade surda, que reivindica e também cria alternativas de comunicação e
de expressão comunitárias, para assim assegurar os seus processos próprios de
ensino e de aprendizagem aos surdos, no ensino regular, o que, também, se trata
de uma exigência constitucional. Nesta perspectiva, é possível reconhecermos que
a educação de surdos passa necessariamente pelo respeito às diferenças e pelo
reconhecimento da paridade de direitos.
A iniciativa de criar e ofertar um curso que pondere as necessidades
existentes no cotidiano de quem trabalha com atendimento ao público, surgiu
juntamente com a parceria entre a Instituição Acelibras e o Ministério do Turismo.
Prontamente a proposta foi aceita e vista como mais um marco da Libras que é tão
essencial em todos os campos que envolvem atividades profissionais. Cada dia
mais a especialização/capacitação dos profissionais se faz necessária para suprir as
dificuldades encontradas mediante o atendimento à pessoa surda.
A Acelibras está sempre em busca da inovação e parcerias são bem-vindas a
todo momento, ainda mais no âmbito considerado seu “carro chefe” - Língua
Brasileira de Sinais, embora possua um leque de cursos que podem ser ofertados
nas modalidades presencial e EaD. A Instituição possui como lema: “Sempre é
tempo de Novas Conquistas”.
Apresentação
Acelibras Consultoria, Treinamento e Desenvolvimento, empresa
genuinamente portovelhense, atua na área de Formação, Treinamento, e
Desenvolvimento Profissional e Gerencial.
É uma instituição inovadora comprometida com a formação e o
desenvolvimento social do estado de Rondônia, atuando há cinco anos na
qualificação de profissionais para o mercado de trabalho.
Criada em 10 de janeiro de 2017, a instituição oferece cursos de Qualificação
Profissional e pós-graduação em diferentes áreas: Humanas, Exatas e Saúde, e
ainda cursos de idiomas, preparatórios para Concursos Públicos, prestação de
serviços In Company e na área de acessibilidade e inclusão da pessoa com
deficiência. Toda a tradição de uma instituição comprometida com a formação e
desenvolvimento social aliada a qualidade dos serviços com a marca ACELIBRAS.
A ACELIBRAS é comprometida também com ações sociais e prima pelo
compromisso com a comunidade de Porto Velho-Rondônia, por meio de projetos
sociais como: Café com Libras, Bioacessa e Circuitos de Libras. Projetos de
inclusão e desenvolvimento social voltados aos surdos e ouvintes.
Atualmente conta com uma equipe de profissionais altamente qualificados, a
ACELIBRAS visa oferecer uma nova forma de ensino personalizado para seus
cursistas através de um método didático dinâmico, fácil e prático.
MISSÃO - Melhorar a vida das pessoas por meio de incentivos para o
desenvolvimento do conhecimento, das habilidades, dos talentos e das atitudes de
seus estudantes, para que atinjam a realização profissional, pessoal, social, além da
sua preparação para o exercício pleno da cidadania.
VISÃO - Ser referência de qualidade de ensino, inclusão e atuação
acadêmico-científico-ambiental-cultural regional.
VALORES - A ética como base das relações entre a IE e seus Docentes,
Estudantes, Colaboradores, Fornecedores e a Comunidade;
A justiça como instrumento balizador das decisões;
O comprometimento como dever na formação de profissionais capacitados
que venham a contribuir para o crescimento da nossa Região e do País;
O companheirismo como impulso para a construção de um ambiente fraterno
e de mútua cooperação;
A fé como princípio básico em suas ações.
Bons estudos!
SUMÁRIO

8. HISTÓRIA, CULTURA, LITERATURA E ARTE SURDA 6


8.1 COMUNIDADE SURDA - ORIGEM DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS NO BRASIL
8.2 AS COMUNIDADES SURDAS NO BRASIL 8
8.3 CULTURA SURDA 10
8.4 IDENTIDADES SURDAS 11

9. PROFISSÕES E MEIOS DE TRANSPORTES 22

10. ALIMENTOS E BEBIDAS 33

REFERÊNCIAS 62
8. HISTÓRIA, CULTURA, LITERATURA E ARTE SURDA

Fonte: https://cdn.ocp.news/2018/09/surdos.jpg

Sabemos bem que existem pessoas surdas nos quatro cantos do nosso
imenso Brasil, e no decorrer da história dos surdos, muitos deles vêm se unindo e
reunindo para formar associações. As comunidades de surdos se diferenciam em
diversos aspectos, desde a situação sócio-econômica como até mesmo os hábitos
alimentares e vestuário, bem como o fenômeno de variações linguísticas
(regionalismo).

8.1 COMUNIDADE SURDA - ORIGEM DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS NO


BRASIL

Em 1913, mas precisamente em 24 de maio foi realizada a primeira reunião


para organização da Primeira Associação de Surdos, esta foi realizada na cidade do
Rio de Janeiro e contou com a presença de quase todos os surdos do estado. A
iniciativa foi dada por parte do professor ouvinte, Dr. Brasil Silvado Júnior que em
viagem a outros países da Europa teve a ideia de fundar a primeira associação de
surdos no Brasil, a idealização foi muito bem aceita pelos surdos e então iniciou-se
a estruturação da Associação Brasileira de Surdos-Mudos, conceito este que caiu
em desuso anos depois. Apenas em 1930 a ideia foi concretizada com a ajuda dos
ex-estudantes do Grêmio INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos), que se
reuniam para realizar diversas práticas esportivas e até mesmo competir em escolas
de ouvintes. Esta associação está inativa, pois não possuía estatuto.
Logo mais em 16 de maio de 1953 surge uma outra associação “Associação
Alvorada de Surdos” fundada também no Rio de Janeiro. Diferente da anterior, esta
foi criada para atender surdos oralizados considerados da “elite”, surdos tidos como
pobres não podiam fazer parte. Inicialmente a presidente era a adepta ao oralismo,
a Sra. Ivete Vasconcelos. Mais tarde após seu falecimento a presidência foi
repassada ao Padre Vicente de Paulo Penido Burnier, permanecendo no cargo por
quase dezoito anos.
Posteriormente, os ex-estudantes do INES partiram de volta aos seus
estados de origem e foram difundindo o movimento das associações, sem demora
no ano de 1954 foi fundada mais uma associação, agora em São Paulo e no mesmo
ano inaugura-se a Associação de Surdos de Belo Horizonte em Minas Gerais.
Outro nome importante na luta da causa dos surdos, o professor Francisco
de Lima Júnior, de Santa Catarina, fundou em 1955 o Círculo dos Surdos em
Florianópolis e ainda em conjunto com Salomão Watnick fundaram a Associação de
Surdos em Porto Alegre.

Segundo o surdo Dellatore, "as Associações de Surdos, além de


funcionarem como ponto para encontro esportivo dos surdos, funcionavam
também como divulgadoras da língua de sinais e como identificadoras da
capacidade do surdo como cidadão", apud FENEIS,2002.

Podemos então afirmar que uma associação tem como principal finalidade de
reunir e interagir pessoas surdas e ouvintes que partilham dos mesmos gostos,
assim como com os mesmos costumes, tradições e histórias. Se reúnem em uma
sede que pode ser alugada , cedida ou até mesmo própria. Estas configuram um
importante ambiente de encontros, conexões e articulações da comunidade surda.
As associações de surdos, como toda e qualquer associação, possuem
estatutos que estabelecem os ciclos de eleições, onde os associados se articulam
em chapas para poderem concorrer a uma gestão de dois anos, geralmente.

8.2 AS COMUNIDADES SURDAS NO BRASIL

Comunidades surdas, podemos assim definir os espaços que reúnem surdos


e ouvintes que se utilizam principalmente da Língua de Sinais, agrupados por
afinidades de cunho social, político, familiar, entre outros.
Os fatores esportivos são os maiores responsáveis pelo agrupamento e
formação de comunidades surdas no Brasil.
Para que um grupo se constitua e se configure como uma comunidade,
algumas condições são necessárias. Temos como exemplos: afinidades
entre os diferentes indivíduos que constituem o grupo, interesses comuns
que possam conduzir as ações do grupo por caminhos comuns,
continuidade das relações estabelecidas, bem como tempo e espaço
comuns, em que os encontros do grupo possam acontecer” (LOPES;
VEIGA-NETO, 2006, p. 82).

É nas comunidades surdas que muito se descobre, se interage e renasce.


Nesses momentos propiciados surdos se interligam, para esclarecimentos de
dúvidas, apresentação de algo novo e assim vão se formando novas identidades,
um ser mais curioso e detentor de informações novas, pronto para mais um dia de
descobertas, sejam elas de cunho político ou até mesmo sobre a língua de sinais,
não importa, esses instantes são de suma importância.
As comunidades surdas no Brasil possuem uma ordenação de forma
hierárquica formada por:
● 1 Confederação Brasileira de Desportos de Surdos;
● 6 Federações Desportivas;
● E aproximadamente 58 Associações / Clubes / Sociedades /
Congregações espalhadas pelo Brasil.

A CBDS (Confederação Brasileira de Desportos de


Surdos) foi criada em 1984 com o intuito de desenvolver o
campo desportivo voltado para o surdos do Brasil, para tanto,
promove diversos eventos e competições feminino e
masculino envolvendo diversas modalidades esportivas a
nível nacional. Seus componentes são nomeados por meio de
voto secreto. Atualmente está filiada à Confederação
Internacional o que viabilizou a participação de surdos
brasileiros em competições internacionais.
Outra instituição importante é a FENEIS (Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos), fundada em 1987, entidade
filantrópica que luta pelos direitos da Comunidade
Surda Brasileira. Têm até hoje como escopo
principal a disseminação da Língua Brasileira de
Sinais (LIBRAS), possui vínculo com a Federação Mundial dos Surdos. Sua sede
está situada no Rio de Janeiro e possui três filiais em Belo Horizonte, São Paulo e
Porto Alegre.
Hoje a FENEIS possui convênio com mais de 100 entidades com o objetivo
de integrar o surdo ao mercado de trabalho, promover debates, seminários, câmera
técnicas, congressos nacionais e internacionais em defesa dos direitos dos Surdos
em relação à sua língua, à educação, a intérpretes em escolas e estabelecimentos
públicos, a programas de televisão legendados, assistência social, jurídica e
trabalhista.
Quando falamos em comunidade surda muitos pensam que participam delas
apenas surdos, mas estão enganados, pessoas ouvintes também cooperam e
compõem essas comunidades, executam projetos de assistência social ou
religiosa, ou atuam como intérpretes, ou são familiares, pais de surdos ou cônjuges,
ou ainda amigos e professores que participam continuamente em questões de
relevância à comunidade, por isso são considerados membros. O que difere a
comunidade surda de outras comunidades é o fato de possuir uma língua de
comunicação própria com isso, apresenta costumes, história, cultura e estrutura
social próprias, que a distinguem e a caracterizam das demais comunidades.
8.3 CULTURA SURDA

Fonte: https://s.dicio.com.br/cultura.png

Iniciamos esta parte de nosso livro conceituando cultura, de acordo com o


Dicio (Dicionário Online de Português). Partindo de uma visão geral, a cultura em si
se dá por meio de um conjunto de prescrições de uma sociedade, do que há em
comum entre eles, que mesmo possuindo suas particularidades enquanto sujeitos
singulares, mantém e praticam crenças e costumes compartilhados, sejam elas no
âmbito escolar, de amizades, na igreja ou em família. A cultura surda está ligada à
língua, crenças, ideias, costumes e hábitos dos surdos e com o passar dos tempos
os surdos foram compondo sua própria cultura, diferenciando-a dos ouvintes,
construindo sua identidade principalmente no que se refere a parte de comunicação.

O objetivo do movimento surdo é rever as forças subjacentes nos


estereótipos encontrados nas diversas instituições sociais, bem como,
interpretações de surdos ou ouvintes isolados não constantes da cultura
surda; questionar a natureza ideológica de suas experiências, ajudar os
surdos a descobrirem interconexões entre a comunidade cultural e o
contexto social em geral; em suma, engajar-se na dialética do sujeito surdo.
(SKLIAR, 2011.p.70).

As pessoas surdas em sua grande maioria, já se conscientizaram quanto aos


seus direitos, buscam se unir cada vez mais em prol de novas conquistas. Reúnem
também por seus gostos musicais, para conhecer novas formas de manifestações
culturais, como lendas, literatura, poesia, contos, piadas e até mesmo
aprimoramento de expressões faciais e corporais. Vivenciar e formar sua própria
cultura, permite aos surdos que se sintam em par de igualdade, embora possuam
suas particularidades.
Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e modificá-lo a
fim de torná-lo acessível e habitável, ajustando-o com as suas percepções
visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das
“almas” das comunidades surdas. (STROBEL, 2016. p. 29)

Portanto, envolve tanto a língua, quanto às crenças, costumes, ideias e


hábitos da comunidade surda. Os surdos não se diferenciam por seu grau de
surdez, para eles o que importa é o sentimento de pertencimento e permanência no
grupo, utilizando a Libras e vivenciando a cultura surda, fatores estes que
contribuem para a caracterização das identidades surdas.

8.4 IDENTIDADES SURDAS

Fonte:
https://colecionadordesacis.files.wordpress.com/2016/11/15146650_10206932529945978_15017568
46_o.jpg?w=470

Quando nos referimos ao termo identidade, pensamos logo em documento


ou algo característico e único. Se formos buscar em estudos realizados, estes têm
como apoio e afirmam que a identidade surda se constitui basicamente pela
utilização da língua de sinais. Desta forma, o que de fato interessa e possui
significado é possibilitar o contato de um surdo com o outro, em que ambos utilizem
a língua de sinais e partindo daí manifestem novas alternativas de interação,
clareza, momentos de aprendizagem e diálogo, itens que não são possíveis a eles
por meio da linguagem oral.
Antes de partimos para as definições dos tipos de identidades surdas, vamos
conhecer e compreender o significado de ouvintismo e sua distinção quanto ao
oralismo:

Ideologia dominante que trata de um conjunto de representações dos


ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e a narrar-se
como se fosse ouvinte. Além disso, é nesse olhar-se, e nesse narrar-se
Ouvintismo que acontecem as percepções do ser deficiente, do não ser ouvinte;
percepções que legitimam as práticas terapêuticas habituais. Forma
atual de continuar o colonialismo sobre os surdos.

Filosofia dominante, foi e segue sendo hoje, em boa parte do mundo,


uma ideologia dominante dentro da educação do surdo. A concepção
do sujeito surdo ali presente refere exclusivamente uma dimensão
clínica - a surdez como deficiência, os surdos como sujeito patológicos -
Oralismo numa perspectiva terapêutica. A conjunção de ideias clínicas e
terapêuticas levou em primeiro lugar a uma transformação histórica do
espaço escolar e de suas discussões e enunciados em contextos
médico-hospitalares para surdos.
Fonte: FIGUEIRA, 2011.

O caracteriza e difere o surdo do ouvinte é seu meio de comunicação, os


surdos se utilizam de signos visuais, enquanto os ouvintes são fluentes em signos
auditivos. E os surdos, nos espaços onde estão inseridos, resistem a qualquer
forma de opressão ou imposição. As identidades surdas são constituídas a partir
das representações possíveis da cultura surda. Podemos encontrar os seguintes
tipos:
➢ Identidade surda híbrida: São surdos que nasceram ouvintes e
posteriormente se tornaram surdos, e tiveram a oportunidade de conhecer a
estrutura do português na sua modalidade oral e a da Língua de sinais.
➢ Identidade surda flutuante: São surdos que têm ou não consciência da
própria surdez, são conformados e acomodados com situações impostas
pelos ouvintes, não interagem pela causa surda e migram entre a
comunidade surda e ouvinte sem se definir.
➢ Identidade surda (diáspora): Surdo resoluto, não tem vergonha da sua
surdez. A surdez não o diminui.
➢ Surdo com identidade ouvinte: Não aceita a surdez, se posiciona na
sociedade como portador de problema de audição (oralizando ou não) não
gosta nem aceita ser reconhecido como surdo.
➢ Surdo genético: Os surdos que nasceram de pais surdos. Pelas próprias
definições expostas observa-se que esses indivíduos têm uma grande
facilidade de interagirem na cultura surda.

É compreensível ao analisarmos a identidade surda nos baseando no


conceito de multiculturalismo. Não podemos limitar a identidade como algo
intrínseco do indivíduo e sim como um fator resultante de usos rotineiros de diálogo
e convivência social em condições sócio-históricas característicos. A maneira como
a surdez é encarada na esfera social influi na estruturação da identidade. Em suma,
a identidade é constituída de diversos fatores e papéis sociais, não podemos
apenas caracterizar a comunidade surda com o rótulo de “não-ouvinte”.

8.5 LITERATURA E ARTE SURDA

Em muitos povos e culturas, o homem utiliza a literatura para expressar sua


imaginação, contar sua história, manifestar suas emoções e transmitir os elementos
linguísticos e culturais às novas gerações. O acesso literário aos surdos brasileiros
é possível através da língua brasileira de sinais - Libras.
Quem são os leitores visuais? Conforme a Lei 10.436/2002, as pessoas
surdas são reconhecidas por terem perda auditiva, assim, compreendem e
interagem com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura
principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Sobre isto Karen
Strobel, pesquisadora surda (2009 p. 39) explica que a experiência visual significa a
utilização da visão, em substituição total à audição, como meio de comunicação.
Desta experiência visual surge a cultura surda representada pela língua de sinais,
pelo modo diferente de ser, de se expressar, de conhecer o mundo, de entrar nas
artes, no conhecimento científico e acadêmico. A cultura surda comporta a língua de
sinais, a necessidade do intérprete, de tecnologia de leitura (Perlin & Miranda 2003,
p.218 apud Strobel, 2009 p.39).
A Literatura Surda é relevante para o processo da leitura, também permite
cultivar questões inerentes à identidade, cultura e subjetividade. Na criança e no
jovem, isto é de fundamental importância porque permite um desenvolvimento
afetivo, social e cognitivo mais aguçado e de acordo com as diferenças surdas. Para
a criança surda a literatura infantil precisa ser uma constante, tanto no meio familiar,
quanto no escolar e no religioso, porque pesquisas já comprovaram que elas
aprofundam seu conhecimento e aprendizagem através da fantasia, cultura e língua
de sinais, ao modo de poderem perceber e comparar o mundo dos surdos com o
dos ouvintes.
Karnopp, (2008, p. 6) relata que:
As produções culturais de pessoas surdas envolvem, em geral, o uso de
uma língua de sinais, o pertencimento a uma comunidade surda e o contato
com pessoas ouvintes, sendo que esse contato linguístico e cultural pode
proporcionar uma experiência bilíngue a essa comunidade. Neste sentido,
além da escrita da língua de sinais, a escrita da língua portuguesa, também
faz parte do mundo surdo, indispensável aos surdos brasileiros para a
escolarização, a defesa dos seus interesses e cidadania.

A literatura surda tem uma tradição diferente, próxima a culturas que


transmitem suas histórias oral e presencialmente. Ela se manifesta nas histórias
contadas em sinais, mas o registro de histórias contadas no passado permanece na
memória de algumas pessoas ou foram esquecidas. Assim, estamos privilegiando a
literatura surda contemporânea, após o surgimento da tecnologia, da gravação de
histórias através de fitas VHS, CD, DVD ou de textos impressos que apresentam
imagens, fotos e/ou traduções para o português. O registro da literatura surda
começou a ser possível principalmente a partir do reconhecimento da Libras e do
desenvolvimento tecnológico, que possibilitaram formas visuais de registro dos
sinais.

➔ POR QUE LITERATURA SURDA?


Enquanto a Libras não era reconhecida ou enquanto era proibida de ser
usada nas escolas, também não existiam publicações ou o reconhecimento de uma
cultura surda ou de uma literatura surda. O ensino priorizava o aprendizado da fala
e da língua portuguesa. Nas escolas, não havia espaço nem aceitação para as
produções literárias em sinais. No entanto, acreditamos que entre os surdos
circulavam histórias sinalizadas, piadas, poemas, histórias de vida, mas em espaços
que ficavam longe do controle daqueles que desprestigiam a língua de sinais.
Especificamente no panorama brasileiro, é possível constatar ainda que para muitas
pessoas torna-se irrelevante e, para outras, decisivamente incômoda, a referência a
uma cultura surda.
Talvez seja fácil definir e localizar, no tempo e no espaço, um grupo de
pessoas; mas quando se trata de refletir sobre o fato de que nessa comunidade
surgem – ou podem surgir – processos culturais específicos, é comum a rejeição à
ideia da “cultura surda”, trazendo como argumento a concepção da cultura
universal, a cultura monolítica. Não me parece possível compreender ou aceitar o
conceito de cultura surda senão através de uma leitura multicultural, ou seja, a partir
de um olhar de cada cultura em sua própria lógica, em sua própria historicidade, em
seus próprios processos e produções. Nesse contexto, a cultura surda não é uma
imagem velada de uma hipotética cultura ouvinte. Não é seu revés. Não é uma
cultura patológica. (Skliar, 1998, p. 28).
A expressão “Literatura Surda” é utilizada para caracterizar histórias que
apresentam em sua narrativa a questão da identidade e da cultura surda, além da
presença da língua de sinais (Karnopp, 2006). Para essa autora, a Literatura Surda
é um artefato cultural que não se opõe ao ouvinte, sinalizando o hibridismo cultural.
É nessa perspectiva que as culturas dialogam entre si, sem manter a neutralidade,
onde todas são híbridas e heterogêneas.
A Literatura Surda é uma literatura que resgata, através da língua falada
pelos surdos, “A memória das vivências surdas através das várias gerações dos
povos surdos” (Rosa, 2006 p.61). Esse importante acontecimento registra um
respeito pelas heranças literárias surdas e mais um avanço para a maior valorização
da cultura surda. As produções literárias surdas são testemunhos característicos da
identidade surda que se apresentam em diferentes gêneros: poesia, história de
surdos, piadas, literatura infantil, clássicos, fábulas, contos, romances, lendas e
outras manifestações culturais (Karnopp, 1989 p.102 apud Strobel, 2009 p.61).
Alves e Karnopp, 2003 afirmam que “Os Surdos reúnem-se frequentemente
para contar histórias e, entre as preferidas, estão as histórias de vida, as piadas e
aquelas que incluem elementos da cultura surda, com personagens surdos, com
tramas que, em geral, envolvem as diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte”.
O multiculturalismo constitui-se como o reconhecimento das diferenças e
individualidades de cada indivíduo. Tais diferenças estão relacionadas aos valores,
crenças e costumes. Num país tão híbrido quanto o Brasil, conviver com o
multicultural não deveria ser um problema, a mistura de etnias, o regionalismo em
um país de extensão territorial imensa é que constituem esse multiculturalismo.
Para que se compreenda o multiculturalismo no contexto da Surdez é preciso
entender, primeiramente, a condição cultural e identitária desta comunidade.
Carlos Skliar um importante pesquisador do bilinguismo e da diferença surda
explica que:

Talvez seja fácil definir e localizar, no tempo e no espaço, um grupo de


pessoas; mas quando se trata de refletir sobre o fato de que nessa
comunidade surgem – ou podem surgir – processos culturais específicos, é
comum a rejeição à ideia da “cultura surda”, trazendo como argumento a
concepção da cultura universal, a cultura monolítica. Não me parece
possível compreender ou aceitar o conceito de cultura surda senão através
de uma leitura multicultural, ou seja, a partir de um olhar de cada cultura em
sua própria lógica, em sua própria historicidade, em seus próprios
processos e produções. Nesse contexto, a cultura surda não é uma
imagem velada de uma hipotética cultura ouvinte. Não é seu revés. Não é
uma cultura patológica. (Skliar 1998, p. 28).

O autor explica que em contextos escolares e ou clínicos não se tolera a


língua de sinais e ou a cultura surda, porque muitas pessoas desconhecem os
processos e os produtos que determinados grupos de surdos geram em relação ao
teatro, ao humor, à poesia visual, enfim, à literatura produzida em língua de sinais.
Vários multiculturalistas reconhecem que a pessoa surda possui sua própria
cultura e língua, mas a visão que sobressai é que eles são dotados de uma
patologia que os impede de utilizar o canal auditivo e esse se constitui como
característica maior.
Outro fator importante a ser mencionado são as discussões em torno da
diversidade surda, pois dentro dessa comunidade o que tem se tem percebido é a
fragmentação desse grupo, em outro ainda menor, isso ainda provoca maiores
dificuldades para os surdos pobres, negros, surdos cegos, analfabetos ou surdos
imigrantes. Na realidade, o sofrimento é ainda maior porque atrelado ao fator
“surdez” vem outras características, que o segrega ainda mais da sociedade.

A visão multicultural da literatura surda leva os professores a refletir e buscar


mais informações acerca desse campo de estudo para lidar com crianças das mais
distintas culturas e raças.

➔ A LITERATURA E OS ASPECTOS CULTURAIS IDENTITÁRIOS

Strobel define cultura surda como sendo “jeito de o sujeito surdo entender o
mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com as
suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades!”
(Strobel, 2008, p. 24).
Quanto ao conceito de identidade, Perlin (1998) faz referência àqueles
indivíduos que estão inseridos no grupo dos surdos fazendo uso da experiência
visual que é específica a esse grupo de pessoas, sendo esta experiência
desenvolvida a partir do encontro surdo com surdo, num processo de construção
identitária do ser surdo.
A respeito da identidade surda, Perlin (1998 apud Salles, et al, 2004, p. 41)
informa que não é única, pois existem diferentes identidades surdas na comunidade
surda: híbridas, inconformadas, transição, flutuante e surda.
As identidades híbridas são instituídas pelas situações em que pessoas
nasceram ouvintes, mas depois se tornaram surdas. Neste caso elas já passaram
pelo conhecimento da estrutura da língua portuguesa falada, mas passaram a
depender da língua de sinais para se comunicar.
As identidades inconformadas são as que decorrem de situações em que
“o surdo não consegue captar a representação da identidade ouvinte, hegemônica,
e se sente numa identidade subalterna”. (Perlin, 1998 apud Salles, et al, 2004, p.
41).
As identidades de transição resultam das situações em que somente após
viverem muito tempo em ambientes ouvintes e sem contato com a identidade surda,
sujeitos encontram a sua comunidade surda, acontecendo a transição da
comunicação oral para a visuoespacial. Neste caso, o surdo pode experimentar um
conflito cultural.
As identidades flutuantes, os sujeitos surdos se reconhecem através de um
modelo ouvintista e, por isso, privilegiam o uso da língua oral.
As identidades surdas emergem do encontro contínuo de surdo com a sua
comunidade. São nesses encontros que as identidades surdas eclodem pela troca
de experiências e de conflitos que possibilitam uma ressignificação das próprias
representações (Sá, 2002, p.101).
A transmissão da cultura surda às gerações futuras tem relevância na
construção da identidade possibilitando a expressão das subjetividades. Hall
enfatiza isso afirmando que:
A cultura tem a ver com a produção e intercâmbio de significados – o “dar e
receber de significados” – entre os membros de uma sociedade ou grupo.
Dizer que duas pessoas pertencem a uma mesma cultura é dizer que elas
interpretam o mundo da mesma maneira mais ou menos parecida e podem
se expressar, seus pensamentos e sentimentos concernentes ao mundo, de
forma que seja compreendida por cada um. Assim sendo, a cultura
depende de que seus participantes interpretem de forma significativa o que
esteja ocorrendo ao seu redor, e “entendam” o mundo de forma geral
semelhante. (Hall, 1997, p. 2).

Segundo Hall, os aspectos relacionados com as múltiplas identidades que


podemos nos apropriar ao longo da nossa existência mostram algumas das
vinculações ideológicas as quais estamos amparados. Tais vínculos podem revelar
o nosso lugar de conforto, ou seja, de pertencimento e poder, que podem ser
provocados criando outras possibilidades com diferentes ideias e perspectivas (Hall,
2006 p. 25). Atualmente as identidades flutuam de maneira dinâmica, fazendo com
que os seus participantes transitem de uma identidade para outra em um movimento
pautado pelo discurso. “Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma
como o sujeito é interpelado ou representado, a identificação não é automática, mas
pode ser ganha ou perdida. Ela tornou-se politizada” (Hall, 2006 p.21).
Sá afirma que “toda identidade é construída com o outro e a partir do outro.”
Ela enfatiza que a constituição do sujeito, seguindo a declaração acima, acontece
na linguagem por um processo dialético composto de idas e vindas, avanços e
retrocessos (Sá 2002, p.100).

➔ LITERATURA SURDA E A FORMAÇÃO DE LEITORES VISUAIS PARA A


ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA

A literatura surda é transmitida às crianças através do contato com adultos


surdos, por artefatos gerados por grupos de surdos como teatro, poesia visual,
brinquedos e a Literatura Surda. Esta última possibilita explorar a fantasia e a
imaginação, como também diferentes formas de linguagem e experiências culturais.
Através da narrativa de uma história a criança descobre diferentes lugares, tempos,
maneiras de agir e de ser. Por isso, a literatura surda é essencial para o
desenvolvimento do leitor falante da Libras.
De acordo com os estudos de Williams e Mclean (1997), crianças surdas,
acostumadas com leitura de livros de histórias em Libras, tentam recontar as
histórias. Descrevem os sentimentos das personagens baseando-se no texto e na
ilustração. As crianças explicam razões para o comportamento das personagens e
julgam as suas ações.
Como a língua de sinais é uma língua viso-espacial, que explora o visual, as
ilustrações na literatura infantil facilitam a compreensão, tanto das crianças ouvintes
quanto das surdas. De acordo com Goodman (1998), a imagem tem sido
compreendida como função estimuladora, colocada para interessar a criança no
livro. O leitor participa ativamente na construção do sentido da história ao preencher
as lacunas de significado, com base em pistas visuais presentes nas imagens.
Quadros (2000) comenta que o acesso à leitura e a escrita pela criança surda
teriam duas “chaves preciosas”: o relato de histórias e a produção de literatura
infantil em sinais. Introduzir textos em língua de sinais, enquanto prática discursiva,
dará condições para a criança surda perceber como funciona o texto escrito. Esta
possibilidade de trabalhar a língua de sinais via texto poderia ser concretizada
através da utilização de vídeos em língua de sinais, contos de história por adultos
surdos, teatros.
Ao expor a criança surda à Língua de Sinais, devem também ser inseridos
desde cedo em atividades de leitura, uma vez que, como destaca Tovar apud São
Paulo (2008 p. 18), ela é a principal fonte de informação para a criança surda
adquirir a linguagem escrita. O mesmo autor ainda explica que, na medida em que a
criança é exposta de maneira significativa a textos variados, irá adquirindo a
linguagem escrita. Assim como Tovar, também Svartholm apud São Paulo (2008 p.
16), destacam a importância de se ler para as crianças surdas desde a idade
pré-escolar. Segundo a autora, pode-se contar uma história em Língua de Sinais e
se mostrar a escrita e as figuras para que as crianças relacionem o conteúdo
sinalizado com o escrito, ainda que não sejam capazes de ler sozinhas. Quando
começam a ler, as crianças leem o texto junto com seus professores e explicam
seus conteúdos na Língua de Sinais.
A formação inicial do leitor surdo implica em construções significativas das
representações feitas em ambiente familiar e social. Mesmo antes de adentrar em
seu processo de escolarização formal, a criança já apreendeu significados com o
seu conhecimento de mundo, o que favorece o seu aprendizado, conforme descreve
Freire “A leitura de mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele” (Freire, 2008 p. 44).
A questão do letramento de alunos surdos tem preocupado profissionais e
pesquisadores da área da surdez, uma vez que, embora desenvolvam
habilidades de codificação e de decodificação, a maioria apresenta muita
dificuldade para atribuir sentido ao que lê (Karnopp, 2003 p.33).

O contato constante com usuários fluentes da língua de sinais viabiliza ao


surdo, através do exercício da língua, adquirir o conhecimento sobre o
funcionamento da sua própria língua. Este conhecimento, a princípio acontece de
forma inconsciente, mas mesmo assim, promove a utilização das estratégias
linguísticas da língua de sinais que poderá servir como referencial no aprendizado
de uma segunda língua, no caso a Língua Portuguesa nas modalidades leitura e
escrita.
Pesquisas sobre a aquisição da leitura e da escrita por crianças surdas
expostas à língua de sinais (...) apontam que desde o início de seu aprendizado,
elas já fazem uso bastante regular de estratégias linguísticas, demonstrando
conhecimento da relação entre língua portuguesa e a língua de sinais (Karnopp,
2003 p.35).
O pouco conhecimento da língua portuguesa, o papel da língua de sinais
para as crianças surdas, assim como a importância do acesso visual aos textos
escritos são algumas das especificidades, resultantes do fato de os surdos
interagirem por meio de experiências visuais. Tais especificidades devem ser
contempladas tanto no ensino como na avaliação das crianças surdas.
Tanto Svartholm como também Pereira apud São Paulo (2008, p. 18)
enfatizam a importância de os alunos surdos lerem muito, até mais do que os
ouvintes, já que a leitura se constitui como a principal fonte para o desenvolvimento
do conhecimento da Língua Portuguesa. Inicialmente, e sempre que possível, a
atividade de leitura deve ser feita junto com o professor, ao qual caberá explicar ao
aluno o conteúdo do texto na Língua Brasileira de Sinais, bem como responder
questões sobre o funcionamento da Língua Portuguesa escrita, quando o aluno
solicitar.
A meta da leitura para os alunos surdos, como para crianças ouvintes e
aprendizes de línguas estrangeiras, deve ser a compreensão, o que significa
trabalhar com textos e não com vocábulos isolados. Por falta de conhecimento da
Língua Portuguesa, é comum que os alunos surdos se prendam à compreensão dos
vocábulos, o que é geralmente observado também nos aprendizes de língua
estrangeira.
Fulgêncio e Liberato apud São Paulo (2008, p. 19), observam que, para a
compreensão da leitura, o que interessa não é a identificação do significado isolado
de cada palavra, mas sim a despreensão do conteúdo e da significação da palavra
naquele contexto. Sem a montagem de um sentido coerente para o texto, o leitor
torna-se altamente dependente das informações presentes no texto. Segundo as
autoras, para depender menos das informações presentes no texto, o leitor precisa
contar com seu conhecimento prévio. É o conhecimento anterior sobre a língua e
sobre o mundo que permite ao leitor, à medida que vai montando o sentido do texto,
fazer previsões e inferências, bem como reduzir o número de palavras viáveis em
cada contexto e prever o significado, prescindindo da decodificação de cada
elemento individual do texto.
Quadros (2006, p.30) fecha esse capítulo com a seguinte afirmação:

Ler os sinais vai dar subsídios linguísticos e cognitivos para ler a palavra
escrita em português. As oportunidades que as crianças têm de expressar
suas ideias, pensamentos e hipóteses sobre suas experiências com o
mundo são fundamentais para o processo de aquisição da leitura e escrita
da língua portuguesa. Pensando no contexto das crianças surdas, os
professores devem ser especialistas na língua de sinais, além, é claro, de
terem habilidades de explorar a capacidade das crianças em relatar suas
experiências. Este é um dos meios mais efetivos para o desenvolvimento
da consciência sobre a língua.

As diversas oportunidades de uso das sentenças gramaticais servirão de


base para o reconhecimento da leitura e elaboração da escrita em língua
portuguesa com significado.
9. PROFISSÕES E MEIOS DE TRANSPORTES
Faça a leitura do QR CODE e acesse
nosso Canal no Youtube. Confira um
pouco mais sobre as Profissões em
Libras.
➔ MEIOS DE TRANSPORTES
Quer aprender mais?
Acesse agora a playlist:
Sinalário Profissões em
Libras

Faça a leitura do QR
CODE e confira nosso
canal no Youtube.
10. ALIMENTOS E BEBIDAS
➔ BEBIDAS
Quer aprender mais?
Acesse agora a aula 9:
Sinalário: Alimentos e
Bebidas em Libras

Faça a leitura do QR CODE


e confira nosso canal no
Youtube.
REFERÊNCIAS

ALVES, A. C. KARNOPP, L. O surdo como contador de histórias. In: LODI, A. et


al. Letramento e Minorias. Porto Alegre: Mediação: 2002.

BRASIL. Presidência da República, Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe


sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Brasília, 2002.

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. São Paulo: Ed Paz e


Terra, 2008.

GOODMAN, Y. (org). Como as Crianças Constroem a Leitura e a Escrita, Porto


Alegre, Artes Médicas, 1998.

HALL, Stuart. The Work of Representation. In: HALL, Stuart (Org.) Representation
Cultural Representation and Signifyng Practices.Sage/Open
University:London/Thousand Oaks/New Delhi, 1997..

KARNOPP, Lodenir. Literatura Surda. Curso de Licenciatura e Bacharelado em


Letras-Libras na Modalidade a Distância. Universidade Federal de Santa Catarina,
2010.

KARNOPP, L. Literatura Surda. In: Literatura, Letramento e práticas


educacionais - Grupo de estudos surdos e Educação. Campinas: ETD –
Educação Temática Digital, v.7, n.2, p.98-109, jun. 2006.

SKLIAR, Carlos. Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das


diferenças. In: A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1998.

PEREIRA, Maria Cristina da Cunha. Leitura, escrita e surdez / Secretaria da


Educação, CENP/CAPE; 2. ed. - São Paulo: FDE, 2009.
QUADROS, R. M. Alfabetização e ensino da língua de sinais. Canoas: Textura,
2000.

QUADROS, R. M; Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Artes


Médicas. Porto Alegre. 1997.

QUADROS, Ronice Müller de Schmiedt, L. P. M. Ideias para ensinar português


para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.

QUADROS, Ronice Müller de; CRUZ, Carina Rebello. Língua de Sinais:


Instrumentos de avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2011.

ROSA, Fabiano Souto. Literatura, Letramento e Práticas Educacionais – Grupo


de Estudos Surdos e Educação –. Campinas – SP: Educação temática digital,
2006.

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do


conhecimento. 5.ed. revisada. RIO DE JANEIRO: DP & A, 2002.

SÃO PAULO, Orientações curriculares e proposição de expectativas de


aprendizagem para Educação Infantil e Ensino Fundamental: Língua
Portuguesa para pessoa surda / Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de
Orientação Técnica – São Paulo: SME / DOT, 2008.

SÃO PAULO, Orientações curriculares e proposição de expectativas de


aprendizagem para Educação Infantil e Ensino Fundamental: Língua Brasileira
de Sinais - Libras / Secretaria Municipal de Educação – São Paulo: SME / DOT,
2008.

SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima, et. al. Ensino de Língua Portuguesa para
Surdos: caminhos para a prática pedagógica. Vol. 1. Brasília, 2004. Programa
Nacional de Apoio à Educação dos Surdos.

STROBEL, Karin. As imagens do Outro sobre a Cultura Surda. 2ª. Ed


Florianópolis: Editora da UFSC, 2009.

WILLIAMS, C.L.; MCLEAN, M.M. Young deaf childeren’s response to Picture


book reading in a preschool setting: research in the teaching of english.1997.

You might also like