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Ofício II PL 4188-21
Ofício II PL 4188-21
Manifestação/Voto contrário
DA LEGITIMIDADE
DOS FATOS
(...)
1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Msg/Vep/VEP-329-22.htm
6204/2019, inclusive aguardando a entrada em pauta no Plenário desta casa
legislativa.
Aliás, a medida almejada trará maiores custos à sociedade sem que haja a
redução pretendida e pior, complicará ainda mais o sistema atualmente existe de
recuperação de crédito, pois colocará um terceiro que não possui qualquer experiência
ou estrutura para realizar função atípica, caso seja autorizada a realização de leilões
pelos tabeliões.
A evidência dessa colisão se verifica na medida que cabe ao poder Judiciário fixar
o horário de funcionamento dos serviços de registro, no mínimo com atendimento ao
público por ao menos 06 (seis) horas, além de o registro civil, em sistema de plantão, ter
de atender aos sábados, domingos e feriados também (art. 4º, §§ 1º e 2º, da Lei
8935/94).
O texto é discriminatório, pois cria uma categoria especial de leiloeiro, que estaria
isenta das limitações e restrições impostas pela lei à classe, como um todo.
De se ver, pois, não ser possível qualquer leitura do texto de lei acima destacado
sem se concluir tratar-se de previsão discriminatória, e, portanto, inconstitucional.
Segundo Hélcio Kronberg (apud MEIRELLES, 2004, p.18), em sua obra “Direito
Administrativo Brasileiro”, os leiloeiros são classificados como agentes delegados que
recebem a incumbência de execução de determinada atividade ou serviço público, mas
sob as normas do Estado e fiscalização do delegante, chamados de comitentes. Nesse
sentido, fica claro que o Leiloeiro é um profissional liberal, capaz, mandatário,
habilitado, que realiza profissionalmente um trabalho de venda de bens a partir da
realização de um pregão. Na esfera do Poder Público, é considerado um auxiliar da
Justiça, merecendo, inclusive, fé pública dos seus atos no processo e outras
colaborações tais como remoção e guarda de bens penhorados.
A leiloaria é a única função exercida pelo profissional leiloeiro, o qual não pode
exercer outras atividades devido a proibições legais, e, ainda, devido à seriedade e
estruturação que demanda o exercício da profissão.
Não menos rigorosa é a lei, em relação aos registradores, que devem ostentar
conduta condigna, submete-se a concurso realizado pelo Poder Judiciário com
participação da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público, sendo
incompatíveis suas atividades com emprego ou função pública e lhes são impostos
deveres de eficiência, com atendimento ao público e às requisições judiciais, bem como
manter em ordem os livros, papéis e documentos da serventia (arts. 14, 15, 25 e 30 da
lei 8935/94), tudo sob fiscalização do Poder Judiciário, que “zelará para que os
serviços notariais e de registro sejam prestados com rapidez, qualidade satisfatória e
de modo eficiente” (art. 38).
Não foram por outros motivos que o CBAr – Comitê Brasileiro de Arbitragem
apresentou manifestação contrária a tal inclusão de competência aos referidos oficiais.
DO APOIO A ARBITRAGEM
Assinatura