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Opi PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Wea ne DR sa eC Ree os Cesc Sumai 1. Compreensao e interpretacao de textos. wt 2. Tipologia.......cssceseseecessee 3. Lista de questées para revisao .. 54 Old, pessoal! Quanto ao assunto compreensdo e interpretagéo de textos, vamos observar que a banca Fundacdo Carlos Chagas trabalha a interpretacao de uma forma bem clara. Vocé deve se lembrar do seguinte: todo professor que propde qualquer questo de concurso tem que provar que a alternativa eleita por ele como correta é a Unica resposta possivel. Para isso, as bancas cobram dele tudo documentado: os fundamentos, provaveis recursos, indice de dificuldade, tempo aproximado de resolucéio. Com a interpretacéio de texto é a mesma coisa. Interpretar nao é algo subjetivo, como muitos tém dito por ai. Entender o texto tem sua légica, seu principio norteador, e a banca FCC sabe cobrar isso como ninguém. Assim, quem monta a questo de interpretago tem que provar no texto qual a alternativa é a correta. Por isso, néo podemos resolver questées de interpretag&o somente no achismo. Temos que provar que nossa alternativa é a correta, com fundamento no texto. E importante notarmos que, dentro de um texto, hd informagées implicitas (aquilo que o texto sugere) e explicitas (aquilo que esta escrito literalmente). E mais fécil 0 concursando encontrar as informacées explicitas, por isso basicamente as bancas examinadoras exploram o outro tipo de informacéo: o implicito - 0 autor nao mostra claramente, mas a interpretacdo bem feita alcanga essa informagSo. Toda informagao implicita do texto é “carregada” de vestigios. Como em uma investigagao, 0 criminoso ndo esta explicito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de vestigios. Assim, vestigios podem ser: uma palavra irénica, as caracteristicas do ambiente e do personagem, a época em que 0 texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulario do autor, 0 rodapé do texto, as figuras de linguagem, 0 uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo isso pode indicar a intengdo do autor ao escrever o texto, dai se tira o vestigio que nos leva a boa interpretago. Portanto, néo se deixe levar pelo tamanho do texto antes de Ié-lo. Ha texto chato, e outros intrigantes. Ao iniciar sua leitura, faga-a duas ou trés vezes, atentamente, antes de responder a qualquer pergunta. Primeiro, & Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Text Prot. Décio Terror preciso captar sua mensagem, entendé-lo como um todo, e isso néo pode ser alcangado com uma simples leitura. A cada leitura, novas ideias serao assimiladas. Tenha a paciéncia necessdria para agir assim. Sé depois tente resolver as questdes propostas. As questdes da Fundagao Carlos Chagas tém uma tendéncia: elas podem ser localizadas (voltadas sé para um determinado trecho do texto) ou referir- se ao conjunto, as ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia néo apenas o trecho (as vezes uma linha) referido, mas todo o paragrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais vocé ler, mais entenderé o texto. Tudo é uma questo de costume, e vocé vai acostumar-se a agir dessa forma. Lembre-se, ainda, de que a banca examinadora no pede a “sua opiniao”, mas a “interpretacéio” da opiniao do autor. Tenha paciéncia, aplicagdo e perseveranca: afinal, concurso é isso! a) As informacées impli Observe a seguinte frase: Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. Nela, o falante transmite duas informages de maneira explicita: a) que ele frequentou um curso superior; b) que ele aprendeu algumas coisas. Ao ligar essas duas informagées com uma conjuncéo "mas", comunica também de modo implicito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades nao se aprende quase nada... Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificacéio de que ele pode dizer coisas que parece nao estar dizendo: além das informagées explicitamente enunciadas, existem outras que _ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explicitos quanto os implicitos. Leitor perspicaz 6 aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrério, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou - 0 que é pior - pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Nao € preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malicia e com intengdes falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. Que s&o pressupostos? Séo aquelas ideias ndo expressas de maneira explicita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expresses contidas na frase, aqui chamadas de vestigios. Assim, quando se diz "O tempo continua chuvoso", comunica-se de maneira explicita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo "continuar" deixa perceber a informacdo implicita de que antes o tempo ja estava chuvoso. Na frase "Pedro deixou de fumar" diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro nao fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informagao implicita de que Pedro fumava antes. oncursos.com.br 2 Prof. Décio Terror www.pontod PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Terror Na leitura e interpretagéo de um texto, é muito importante detectar os pressupostos (vestigios), pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o leitor a aceitar 0 que esté sendo comunicado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o autor transforma o leitor em cumplice, uma vez que essa ideia nao é posta em discussdo e todos os argumentos subsequentes s6 contribuem para confirmd-la. Por isso, pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo autor. ‘A demonstracéio disso pode ser encontrada em muitas dessas "verdades" incontestaveis postas como base de muitas alegacdes do discurso politico, como: “O governo investiu 8 bilhdes de reais na merenda escolar. Assim, nossas criancas esto mais saudaveis e certamente aprendem muito mais.” Ora, € natural que crianga bem alimentada seja mais desperta para a aprendizagem, naturalmente ha possibilidade de a crianca aprender mais e melhor. Mas hé vérias circunstancias que permeiam a entrada de recurso da merenda, © uso efetivo desse recurso nas escolas e a consequente melhoria no ensino. Note que hé possibilidade de melhoria, nao ha certeza. Os pressupostos s&o marcados, nas frases, por meio de vérios indicadores linguisticos (vestigios), como, por exemplo: a) certos advérbios Os resultados da pesquisa ainda nao chegaram até nds. Pressupostos: Os resultados jé deviam ter chegado. ou Os resultados vao chegar mais tarde. b) certos verbos O caso do contrabando tornou-se publico. Pressuposto: O caso nao era piblico antes. c) as oragGes adjetivas Os candidatos a prefeito, que sé querem defender seus interesses, no pensam no povo. Pressuposto: Todos os candidates a prefeito tém interesses individuais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Os candidatos a prefeito que sé querem defender seus interesses ndo pensam no povo. No caso, 0 pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito tem interesses individuais. No primeiro caso, a orag&o € explicativa; no segundo, ¢ restritiva. As explicativas pressupdem que o que elas expressam refere-se a todos os Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS - "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texte Prot. Décio Ter elementos de um dado conjunto; as restritivas dizem o que concerne a parte dos elementos de um dado conjunto. d) os adjetivos Os partidos radicais acabarao com a democracia no Brasil. Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. Vamos ao macete da resolucdo das questées de interpretagdo. NUNCA MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA, sempre elimine as erradas. Esse é 0 principio. Disso no se pode fugir. Outro detalhe, ha palavras como sé, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc, que tém papel importante nas alternativas das questées. Essas palavras sdéo chamadas categéricas, pois néo admitem outra interpretag&o e normalmente estéo nas alternativas para que o candidato as visualize como errada. Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: E preciso construir misseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas. Marque (C) para informacéo de possivel inferéncia do texto e (E) como informag&o equivocada do texto. 1. 0 Ocidente necessita construir misseis. 2. Ha uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 3. Os misseis atuais ndo sao suficientes para conter os ataques de extremistas. 4. Uma guerra de misseis vai destruir 0 mundo inteiro e no apenas os extremistas. 5. A acao dos diplomatas com os extremistas é 0 Unico meio real de dissuadi- los de um ataque ao Ocidente. 6. Todo 0 Oriente esta contra 0 Ocidente. 7. O Ocidente esta sempre sofrendo invasées do Oriente. 8. Misseis nucleares so a melhor saida para qualquer situago bélica. 9. Os extremistas ndo tém bom relacionamento com o Ocidente. 10. O Ocidente aguarda estatico um ataque do Oriente. Vamos as respostas com base nos vestigios! 1. 0 Ocidente necessita construir misseis. (C) (Inferéncia certa, pois o vestigio 6 “E preciso”) 2. Ha uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) (Inferéncia certa, pois o vestigio € a oracéo subordinada adverbial de finalidade “para defender o Ocidente de ataques de extremistas”.) 3. Os misseis atuais ndo so suficientes para conter o ataque de extremistas. (E) (Inferéncia errada, pois nao ha evidéncia no texte de que jé havia misseis) 4. Uma guerra de misseis vai destruir 0 mundo inteiro ¢ nao apenas os extremistas. (E) Prof. Décio Terror www.pontodosconcu PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS - "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prot. Décio Terror (Inferéncia errada, pois a expresso “destruir o mundo inteiro” 6 uma suposicéo com base em expressdo categérica. Nao ha certeza de que os misseis destruirdo por completo o mundo, mas é certo que vo abalar 0 mundo inteiro.) 5. A_ac&o dos diplomatas com os extremistas é 9 Gnico meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) (Inferéncia errada, pois novamente ha expresso categérica e pode haver outros meios, outras negociagées, nao sé pelos diplomatas.) 6. Todo o Oriente esta contra o Ocidente. (E) (Inferéncia errada, pois novamente ha expresséo categérica. Nao se sabe se todo o Oriente esta contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 7. 0 Ocidente esté sempre sofrendo invasdes do Oriente. (E) (Inferéncia errada, pois novamente ha expresséio categérica: “sempre”. Além disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: “invasées”. Nao foi afirmado nada sobre invasdo no texto.) 8. Misseis nucleares so a melhor saida para qualquer situacao bélica. (E) (Consideracao sem fundamento no texto. Veja as palavras categéricas.) 9. Os extremistas ndo tém bom relacionamento com 0 Ocidente. (C) (Infer€ncia possivel, pois é vista a preocupacdo de possivel ataque.) 10. 0 Ocidente aguarda estatico um ataque do Oriente. (E) (Consideracéio sem fundamento no texto.) Assim, quando vocé for realizar as questées de interpretagSo, verd muitas dessas expressGes categéricas ou palavras que extrapolam o conteudo do texto. Normalmente, eliminamos essas expressées jé na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Assim, normalmente ficaremos entre duas alternativas. Ai vem o “burilamento”. Deve-se ter paciéncia para encontrar os vestigios que comprovem sua resposta como a correta. As vezes vocé nem a acha, mas encontra pelo menos o vestigio que torne errada a outra alternativa, sobrando uma como correta. Observacao: antes que alguém pergunte no férum, a banca FCC n&o cobra a diferenca entre “vestigio”, “pressuposto”, “inferéncia”, “subentendido” e palavra “categérica”, 0 que importa é vocé observar que isso ajuda a achar os dados implicitos. TRT 1@R - 2013 — Analista Judiciério — Execuco de mandados Confiar e desconfiar Desconfiar é bom e nao custa nada - & 0 que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e as vezes custa demais. A desconfianga costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo — quem sabe? — uma experiéncia essencial. Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudéncia nos imobilize; por cautela, calamo-nos, ndo damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre 0 que teremos perdido, por no ousar. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 Texto Prof. Décio Terros 0 senso comum também diz que & melhor nos arrependermos do que fizemos do que lamentarmos 0 que deixamos de fazer. Como se vé, a sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capitulo da desconfianca eu arrisco: quando confiar & mais perigoso e mais dificil, parece- me valer a pena. Falo da confianca marcada pela positividade, pela esperanca, pelo crédito, néo pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vé malogrado, a confianga tera valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: — Eu no falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chao da cautela temerosa, 0 desconfiado lembra apenas a estétua do navegante que foi ao mar e voltou consagrado. As estdtuas, como se sabe, no viajam nunca, apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores. “Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Néo gosto dessa orientagéo conciliatéria, que manda ganhar abracando ambas as opgées. Confie, quando for esse 0 verdadeiro e radical desafio. (Ascendino Salles, inédito) Questo 1: Quanto ao sentimento da desconfianca, o texto manifesta clara divergéncia do senso comum, pois, para o autor, esse sentimento (A) leva, como é sabido, & pratica da prudéncia, que é a chave das grandes criagdes humanas. (B) traz, como poucos sabem, a consequéncia de esperar que tudo acabe se resolvendo por si mesmo. (C) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas audazes e criativas. (D) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada passo das experiéncias essenciais. (E) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve acompanhar a prudéncia conservadora. ‘Comentario: Esta questao de interpretag&o de texto aborda basicamente os dois primeiros paragrafos do texto, os quais carregam a sua esséncia, a ideia principal: “A desconfianca costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo — quem sabe? - uma experiéncia essencial. Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudéncia nos imobilize; por cautela, calamo-nos, ndo damos 0 passo, desviamos 0 olhar.” Assim, a alternativa correta é a (C), pois, segundo o autor, na expressdio acima, a desconfianca realmente acaba por impedir que se tomem iniciativas audazes e criativas. A expressio “como poucos sabem", nesta alternativa, cabe no contexto, pois o autor faz uma comparacao entre 0 que ele pensa e 0 senso comum, deixando a entender que poucas pessoas pensam como ele. A alternativa (A) esta errada, porque, segundo o autor, a prudéncia nao € a chave das grandes criagdes humanas, ela nos imobiliza (segundo paragrafo). A alternativa (B) esté errada, pois, conforme o segundo pardgrafo, a desconfianga n&o leva @ consequéncia de esperar que tudo acabe se resolvendo por si mesmo. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prot. Décio Terror A alternativa (D) esté errada, pois calcular muito bem cada passo das experiéncias essenciais, conforme aponta esta alternativa, tem relacdio com a cautela, com a prudéncia. Na visdo do autor, isso imobiliza, n&o nos faz progredir (segundo paragrafo). A alternativa (E) esta errada, pois a prudéncia conservadora baseia-se na racionalidade, e no na irracionalidade. Gabarito: C ‘Questo 2: Atente para as seguintes afirmacdes: I. No primeiro paragrafo, os termos cautela e usura sao atributos de que o autor se vale para exprimir 0 que vé como desvantagens da mais cega confianga. II. No segundo pardgrafo, 0 segmento ficamos ruminando sobre o que teremos perdido refere-se aos remorsos que sentimos depois de uma iniciativa intempestiva. IIL. No terceiro paragrafo, a expresso mera credulidade ¢ empregada para distinguir a ingenuidade do homem crédulo da consciéncia ativa do confiante. Em relac&o ao texto, esta correto o que se afirma em (A) 1, Well. (B) Le III, apenas. (C) Ile III, apenas. (D) II, apenas. (E) III, apenas. ‘Comentario: Esta questdo aborda a interpretacdo localizada, pois nos aponta 9 ponto exato que devemos interpretar. A frase I esta errada, pois “cautela” e “usura” so atributos que se referem a desconfianga, e ndo a confianca. A frase II esta errada, pois 0 segmento “Depois, ficamos ruminando sobre 0 que teremos perdido” se refere & falta de ousadia, e no por ter ousado de maneira intempestiva. A frase III é a correta, pois o autor quis distinguir a credulidade do senso comum, a mera credulidade, apenas confiar, da credulidade voltada & aco, 4 vontade de fazer, de inovar, de acreditar: “Falo da confianga marcada pela positividade, pela esperanca, pelo crédito”. Gabarito: E ‘Questao 3: Considerando-se o contexto, esta clara e corretamente traduzido © sentido deste segmento: (A) permitindo que a prudéncia nos imobilize (2° paragrafo) = estacando o avango da cautela. (B) a sabedoria popular também hesita, e se contradiz (3° paragrafo) = a proverbial sabedoria também se furta aos paradoxos. (C) 0 confiante se vé malogrado (3° paragrafo) = deixa-se frustrar quem no ousa. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Terror (D) pés chumbados no chao da cautela temerosa (3° paragrafo) = imobilizado pela prudéncia receosa. (E)_orientagao conciliatéria (4° paragrafo) = paradigma incontestavel. Comentario: Outra questao tipica da FCC 6 a enumeracao de segmentos € seus significados contextuais. A alternativa (A) esta errada. Veja o contexto: "Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudéncia nos imobilize”. Note que a_prudéncia_nos_imobilizar, contextualmente, tem valor parecido com 0 avanco da cautela. Assim, 0 uso do verbo “estacar” (paralisar, imobilizar) nao cabe nesta frase. A alternativa (B) esta errada, pois o verbo “furtar”, quando transitivo indireto (furtar a algo), significa afastar, desviar, esquivar. Pelo contexto, entendemos que a proverbial sabedoria (a sabedoria popular) no se furta aos paradoxos (a contradi¢&0), pois, na visdo do autor, ela se contradiz. A alternativa (C) esta errada. Veja 0 contexto: “Mesmo quando o confiante se vé malogrado, a confianca tera valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu.” Note que tal expresso se refere a quem ousa. Além disso, ver-se malogrado significa nao ter éxito, e ndo “deixar-se frustrar”. A alternativa (D) é a correta, pois “pés chumbados no chao” (numa linguagem conotativa, figurada) € 0 mesmo que “imobilizado” (numa linguagem denotativa, literal), e “cautela temerosa” 6 0 mesmo que “prudéncia receosa". A alternativa (E) esta errada. Veja o contexto: “Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Nao gosto dessa orientacao conciliatéria, que manda ganhar abracando ambas as opcées. Orientag&o significa, neste contexto, uma tendéncia, direcéo; jé “paradigma" é 0 mesmo que “modelo”, “padrao imposto”. Além disso, conciliar € 0 mesmo que “pér em harmonia, aliar, combinar”. J4 “incontestavel” tem sentido bem diferente: algo sobre o qual ndo cabe discussdo. Gabarito: D Questao 4: O autor afirma que a sabedoria popular também hesita, e se contradiz - fato que se pode constatar quando se comparam os seguintes provérbios: (A) Quem vé cara no vé coragao e Nem tudo o que reluz é ouro. (B) Quem espera sempre alcanga e Deus ajuda quem cedo madruga. (C) Casa de ferreiro, espeto de pau e Santo de casa nio faz milagre. (D) Depois da tempestade vem a bonanca e Nada como um dia depois do outro. (E)_A unio faz a forca ¢ Uma andorinha s6 nao faz vero. ‘Comentério: Nesta questo, devemos comparar os ditos populares e verificar em qual alternativa eles se contradizem. Nao alternativa (A), ndo hé contradigao entre os ditos populares, pois ambos se referem a imagem exterior ("Quem vé cara”, “Nem tudo o que reluz”) em contraposic&o a esséncia interior (“ndo vé coraco”, “é our” (num Prof. Décio Terror www.pontodosconcu s.com.br 8 Oni PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTAI "DOS CONCURSOS Aula 07 DAS Texto sentido conotative de boa caracteristica humana). A alternativa (B) é a correta, pois ha contradicdo entre os ditos populares. Veja que o primeiro faz aluséo a quem espera algo acontecer; jé 0 segundo faz alusdo & pessoa que busca o que se quer, nao espera, luta por seus objetivos. Na alternativa (C), no hé contradig&o, pois ambos os ditos se referem a situagdo de que nem sempre os descendentes seguem as atividades dos gestores da familia. Na alternativa (D), nfo hd contradic&o, pois ambos os ditos se referem a situagdo de que, apés um obstaculo, um problema, seguem dias melhores. Assim, os percalgos séo passageiros. Na alternativa (E), no ha contradig&0, pois ambos os ditos se referem a situacdo de que deve haver unido de forcas para vencer. Gabarito: B TRT 18R - 2013 = Técnico Judiciério - Area Administrativa Vis&o monumental Nada superaré a beleza, nem todos os Angulos retos da razéio. Assim pensava o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil. Morto em 5 de dezembro de insuficiéncia respiratoria, a dez dias de completar com uma festa, no Rio de Janeiro onde morava, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer propusera sua propria revolucdo arquiteténica baseado em uma interpretacso do corpo da mulher. Filho de fazendeiros, fora o Unico ateu e comunista da familia, tendo ingressado no partido por inspiracaio de Luiz Carlos Prestes, em 1945. Como a agremiag&o partidéria no correspondera a seu sonho, descolara-se dela, na companhia de seu lider, em 1990. “O comunismo resolve o problema da vida”, acreditou até o fim. “Ele faz com que a vida seja mais justa. E isso é fundamental. Mas o ser humano, este continua desprotegido, entregue a sorte que 0 destino Ihe impée.” E desprotegido talvez pudesse se sentir um observador diante da monumentalidade que ele préprio idealizara para Brasilia a partir do plano- piloto de Lucio Costa. Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais nao tivessem mesmo sido construidos para ilustrar essa perplexidade? Ele acreditava incutir 0 ardor em quem experimentava suas construcoes. Bem disse Le Corbusier que Niemeyer tinha “as montanhas do Rio dentro dos olhos’”, aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do Museu de Arte Contemporénea de Niterdi, um entre cerca de 500 projetos seus. Brasilia, em que pese o sonho necessério, resultara em alguma decepcdo. Niemeyer vira a possibilidade de construir ali a imagem moderna do Pais. E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder a modernidade empenhada? Houve um sonho monumental, e ele foi devidamente traduzido por Niemeyer. No Planalto Central, construira a identidade escultural do Brasil. (Adaptado de Rosane Pavam. CartaCapital, 07/12/2012, www.cartacapital.com.br/sociedade/a-visao-monumental-2/) Prof, Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Terror Questdo 5: O texto sugere que, (A) ainda que a construg&o de Brasilia, projetada por Niemeyer, possa ndo ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto, a cidade teria se tornado genuina representagao desse sonho grandioso. (B) considerados os seus mais importantes projetos, a revolugdo empreendida por Oscar Niemeyer na arquitetura estaria evidentemente ligada a sua filiago ao partido comunista. (C) mesmo que nao se possa estender esse sentimento para o conjunto da obra de Niemeyer, Brasilia provocaria certo mal-estar no observador, 0 que teria origem no projeto monumental de Lucio Costa. (D) na biografia de Niemeyer, ressaltaria uma contradig&o insolivel entre sua origem e suas convicgdes politicas, 0 que acabaria se resolvendo em suas obras monumentais, que misturam sonho e realidade. (E) embora Brasilia seja considerada a principal criagdo de Oscar Niemeyer, 0 préprio arquiteto nao teria ficado satisfeito com a cidade, pois ndo corresponderia ao que havia sonhado. Comentario: A alternativa (A) é a correta, pois se refere as Ultimas frases do texto. Compare os fragmentos: Texto: “E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder 4 modernidade empenhada?! Houve um sonho monumental, e ele foi devidamente traduzido por Niemever.? No Planalto Central, construira a identidade escultural do Brasil.” Alternativa: ainda que a construgao de Brasilia, projetada por Niemeyer, possa no ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto,+ a cidade teria se tornado genuina representacdo desse sonho grandioso.? Veja as demais alternativas: A alternativa (B) estd errada, pois 0 primeiro paragrafo nos esclarece que “Oscar Niemeyer propusera sua prépria revoluc3o arquiteténica baseado em uma interpretacSo do corpo da mulher.", e néo em sua filiagSo ao partido comunista, como afirma a alternativa. A alternativa (C) esta errada, pois Brasilia ndo provoca mal-estar no observador. Na realidade, o texto afirma que “...desprotegido talvez pudesse se sentir um observador diante da monumentalidade que ele préprio idealizara para Brasilia a partir do plano-piloto de Lucio Costa.” A alternativa (D) est errada e nao encontra amparo nos argumentos do texto. Nele, nao ha contradico entre a origem e as conviccées politicas de Niemeyer. O texto apenas indica que ele foi o unico ateu e comunista da familia, mas isso no quer dizer contradig&o. Também no nos mostra que suas obras se baseiam na mistura de sonho e realidade. A alternativa (E) esta errada. Primeiramente, devemos observar que 0 texto n&o nos informou explicita ou implicitamente que o projeto de Brasilia tivesse sido a principal criagdo de Niemeyer. Além disso, ndo se pode afirmar que Niemeyer néo ficou satisfeito com a cidade, pois 0 texto informa que “Brasilia, em que pese o sonho necessério, resultara em alguma decepcao". Bom, haver certa decepgo nao significa insatisfacéo com Brasilia. Além disso, © texto finaliza que “Houve um sonho_ monumental, e ele foi devidamente Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof traduzido por Niemeyer.” Isso vai contra a afirmagao da alternativa de que a cidade “ndo corresponderia ao que (ele) havia sonhado". Gabarito: A ‘Questdo 6: Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais nao tivessem mesmo sido construidos para ilustrar essa perplexidade? (3° paragrafo) De acordo com o contexto, 0 sentide do elemento grifado acima pode ser adequadamente reproduzido por: (A) descompasso. (B) problematica. (C) melancolia. (D) estupefacaio. (E) animosidade. Comentario: A perplexidade é prépria de quem esta espantado, admirado, aténito. O mesmo sentido ocorre com o substantivo “estupefacdo", isto é, aquele que estd espantado, pasmado, quase sem agdo. Assim, a alternativa (D) é a correta. A alternativa (A) esté errada, pois “descompasso" significa desacordo, desarmonia, divergéncia, desajustamento; por isso n&o tem relacéo com o contexto. A alternativa (B) esta errada, pois “problematica” significa conjunto de problemas em relagdo a um assunto. Isso ndo tem relacéo semédntica com 0 substantive “perplexidade”. A alternativa (C) esta errada, pois “melancolia" significa estado mérbido de tristeza e depressdo, languidez e tristeza indefinida. Isso também nao tem relago com “perplexidade". A alternativa (E) esta errada, pois “animosidade" significa ma vontade, rancor. Isso nada tem a ver com “perplexidade". Gabarito: D TRT 182 R - 2008 - Analista Viagem para fora 1H no tanto tempo assim, uma viagem de énibus, sobretudo quando noturna, era a oportunidade para um passageiro ficar com o nariz na janela e, mesmo vendo pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez a lua, € certamente com os prdprios pensamentos. A escuridao e o siléncio no interior do énibus propiciavam um pequeno devaneio, a meméria de alguma cena Jonginqua, uma reflexdo qualquer. Nos dias de hoje as pessoas néo parecem dispostas a esse exercicio minimo de solidéo. N3o sei se a temem: sei que ha dispositivos de toda espécie para nao deixar um passageiro entregar-se ao curso das idéias e da imaginacéo pessoal. Hd sempre um filme passando nos trés ou quatro monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Em geral, 6 um filme ritmado pelo som de tiros, gritos, explosées. E também bastante possivel que seu vizinho de poltrona prefira nao assistir ao filme e deixar-se Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br u PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 Prof, Décio 7 DAS Texto embalar pela musica altissima de seu fone de ouvido, que vocé também ouvird, traduzida num chiado intermindvel, com direito a batidas mecanicas de algum sucesso pop. Inevitdvel, também, acompanhar a variedade dos toques personalizados dos celulares, que vao do latido de um cachorro 4 versdo eletrénica de uma abertura sinfénica de Mozart. Claro que vocé também se inteirara dos detalhes da vida doméstica de muita gente: a senhora da frente pergunta pelo carddpio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atras de vocé lamenta ngo ter incluldo certos dados em seu Ultimo relatério. Quando o Gnibus chega, enfim, ao destino, vocé desce tomado por um inexplicdvel cansaco. Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da midia moderna, mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho. Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente @ uma sobrecarga de estimulos dudio-visuais, evitando 0 rumo dos mudos pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar, por um tempo minimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrénicas, numa viagem que poderia propiciar 0 prazer de uma pequena incursao intima? Fica a impressdo de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma proporsao em que se expandem os recursos eletrénicos. (Thiago Solito da Cruz, inédito) Questo 7: Considerando-se 0 sentido integral do texto, o titulo Viagem para fora representa (A) uma alusdo a exterioridade dos apelos a que se entregam os passageiros. (B) um especifico anseio que o autor alimenta a cada viagem de 6nibus. (C) a nostalgia de excursées antigas, em que todos se solidarizavam. (D) a importancia que o autor confere aos devaneios dos passageiros. (E) a ironia de quem nao se deixa abalar por tumultuadas viagens de énibus. Comentario: O tema, isto é, 0 sentido central do texto, normalmente é expresso pelo titulo, elemento estrutural que o resume ou nos induz a perceber seu sentido. “Viagem para fora” remete a “uma alusdo a exterioridade dos apelos! a que se entreqam os passageiros?.” Observe que a alternativa (A), citada anteriormente, transmite explicitamente o que se diz na segunda frase do terceiro paragrafo do texto: "Mais parece que a ioriz -se? @auma = 1,” As expressdes-chave tanto da resposta quanto da alternativa (A) foram colocadas em negrito para comparago e observac&o de sua proximidade seméntica. Tendo em vista a explicagdo da alternativa (A), eliminam-se os outros itens. Mesmo assim, veja em negrito o que esta errado nas demais alternativas: (B) um especifico anseio que o autor alimenta a cada viagem de énibus. (C) a nostalgia de excursées antigas, em que todos se solidarizavam. (D) a importancia que o autor confere aos devaneios dos passageiros. (E) a ironia de quem nao se deixa abalar por tumultuadas viagens de 6nibus. Gabarito: A Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA\ Bosconcinsos Aula 07 Prof DAS Texto ‘Questo 8: Atente para as seguintes afirmacdes: I. No primeiro pardgrafo, configura-se a tens&o entre o desejo de recolhimento intimo de um passageiro e a agitaggo de uma viagem noturna. II. No segundo parégrafo, o cruzamento de mensagens, em diferentes meios de comunicagao, é considerado invasivo por quem preferiria entregar-se ao curso da imaginac&o pessoal. III. No terceiro paragrafo, o autor considera a possibilidade de os recursos da midia eletrdnica € 0 cultivo da vida serem usufruidos em tempos distintos. Em relagéo ao texto, estd correto o que se afirma em (A) 1, Well. (B) Te II, somente. (C) Ile III, somente. (D) Le III, somente. (E) IL, somente. Comentario: Perceba que este tipo de questa trabalha o contetdo localizado. Ele induz o candidato a interpretar cada parte do texto. Na frase I, 0 erro esté em dizer que houve a tens&o entre o desejo de recolhimento intimo de um passageiro e a agitacéo de uma viagem noturna. Verifique que a agitacao é alvo dos préximos paragrafos, nao do primeiro. A frase II a expresso *... 0 cruzamento de mensagens, em diferentes meios de comunicacéo, é considerado invasive! por quem preferiria entregar-se ao curso da imaginacdo pessoal?.” esté inteiramente correta. Basta confrontd-la com a seguinte passagem do texto: "... sei que hd dispositivos de toda espécie para nao deixar: um passageiro entreqar- seao curso das idéias e da imaginacdo pessoal". Por isso, esta correta. A frase III a expresso “... 0 autor considera a possibilidade de os recursos da midia eletrénica e o cultivo da vida serem usufruidos em tempos distintos'.” esta correta, porque encontra base na primeira frase do terceiro paragrafo: “Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da midia moderna, mas prefiro desfrutar_de_uma_a cada vez, e em momentos que eu escolho:”. Perceba que o autor prefere desfrutar de cada conquista a seu tempo, e essa forma de desfrutar de algo implicitamente leva 0 leitor a entender que essa é a maneira de o autor do texto ver 0 cultivo da vida. Assim, a frase III também estd correta. Gabarito: C Questdo 9: O autor vale-se do emprego do pronome vocé, ao longo do segundo pardgrafo, da mesma forma que esse pronome é empregado em: (A) Quando perguntei se vocé gostava de viajar, vocé titubeou, e néo me respondeu. (B) Ja sei a opini&o dele acerca da midia eletrénica; gostaria que vocé me dissesse, agora, qual a sua. (C) Nao € aquele ou aquela passageira que me interessa; meus olhos néo conseguem desviar-se de vocé. Prof. Décio T: ror www.pontodosconcu B PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 Prof. DécioT DAS Texto (D) Quando se esta em meio a um tumulto, vocé no consegue concentrar-se em seus préprios pensamentos. (E) Espero que vocé nao tenha se ofendido por eu Ihe haver proposto que desligue o celular enquanto conversamos. Comentario: O autor do texto vale-se do pronome de tratamento “vocé” de sentido geral, indefinindo o agente, quer dizer, “quem se passar por tal situacdo”. Deve-se inferir das alternativas (A), (B), (C) e (E) que o pronome de tratamento retrata o locutor (com quem se fala, uma pessoa especifica), € nao é esse o uso no texto. Porém, na alternativa (D), 0 exemplo é de que “Quando se esté em meio a um tumulto, vocé (isto 6, qualquer pessoa que estiver nesta situac3o) ndo consegue concentrar-se em seus proprios pensamentos.” O autor poderia também optar por indeterminar o sujeito: *... nao se consegue concentrar nos préprios pensamentos.” Gabarito: D ‘Questao 10: O ultimo periodo do texto retoma e arremata, conclusivamente, uma idéia que jd se representara na seguinte passagem: (A) (...) hd dispositivos de toda espécie para néo deixar um passageiro entregar-se ao curso das idéias (...). (B) A escurid&o e o siléncio no interior do énibus propiciavam um pequeno devaneio (...). (C) Claro que vocé também se inteiraré dos detalhes da vida doméstica de muita gente (...). (D) Quando o énibus chega, enfim, ao destino, vocé desce tomado por um inexplicdvel cansaco. (E) Ha sempre um filme passando nos trés ou quatro monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Comentario: 0 ultimo periodo é: “Fica a impressao de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma proporcéo em que se expandem os recursos eletrénicos”. Percebemos que essa frase nao se refere aos trechos expostos nas alternativas (B), (C), (D) e (E). Mas a alternativa (A) mostra literalmente as palavras-chave do ultimo periodo: (A): “...ba dispositivos de toda espécie* para nao deixar um passageiro entregar-se ao curso das idéias e da imaginacdo pessoal?.” (texto): “Fica a impresséo de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo? na mesma proporgo em que se expandem os recursos Gabarito: A ‘A amizade Uma amizade verdadeira possui tao grandes vantagens que mal posso descrevé-las. Para comegar, em que pode consistir uma "vida vivivel” que ndo encontre descanso_na_afeicéo_partilhada com um amigo? Que hd de mais Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br M4 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 DAS Texto Prot. Décio Terror agradavel que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De que seria feita a graca tao intensa de nossos sucessos, sem um ser para se alegrar com eles tanto quanto nés? E em relagao a nossos reveses, seriam mais dificeis de suportar sem essa pessoa, para quem eles séo ainda mais penosos que para nds mesmos. Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram sé existem em fungSo de uma Unica forma de utilizacéo: as riquezas, para serem gastas; 0 poder, para ser cortejado; as honrarias, para suscitarem os elogios; os prazeres, para deles se obter satisfacdo; a satide, para ndo termos de padecer @ dor e podermos contar com os recursos de nosso corpo. Quanto 4 amizade, ela contém uma série de possibilidades. Em qualquer direco a que a gente se volte, ela esté Id, prestativa, jamais excluida de alguma situacao, jamais importuna, jamais embaracosa. Por isso, como diz o ditado, “nem a agua nem o fogo nos sao mais prestimosos que a amizade”, E aqui néo se trata da amizade comum ou mediocre (que, no entanto, proporciona alguma satisfacdo e utilidade), mas da verdadeira, da perfeita, é qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais maravilhosos os favores da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes mais duros. (Adaptado de Cicero, filésofo e jurista romano) Questo 11: Ao tratar da amizade verdadeira, Cicero da um peso especial ao fato de que ela (A) é um privilégio desfrutado de uma forma tinica e exclusiva. (B) intensifica nossas conquistas e ameniza nossos inforttnios. (C) abre caminho para o exercicio de um poder que todos desejamos. (D) produz honrarias que todos os amigos podem compartilhar. | (E) afasta os padecimentos morais e multiplica as alegrias. ‘Comentario: As ultimas frases do texto relata “E aqui nao se trata da amizade comum ou mediocre (...), mas da verdadeira, da perfeita, a qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais Mmaravilhosos os favores da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes_mais duros.” A alternativa (B) é a correta, pois nela se diz que amizade verdadeira intensifica nossas conquistas ("os favores da vida") e ameniza nossos infortunios (“golpes mais duros”). Gabarito: B Questo 12: No segundo paragrafo, os segmentos iniciados por as riquezas (...), as honrarias (...) e os prazeres (...) deixam subentendida a forma verbal: (A) aspiram. (B) contém. (C) obtém. (D) suscitam. (E) existem. Comentari 7 Deve-se observar nesta questao 0 motivo da virgula aps as Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1s PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTAI Bos concunso Aula 07 Prof. Décio 7 DAS Texto palavras “riquezas”, “poder”, “honrarias”, “prazeres”. Elas marcam a elipse de um verbo e sdo seus sujeitos. A questo apenas pede para identificar o verbo. No texto, temos: “Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram sé existem em fungdo de uma nica forma de utilizaco: as riquezas (existem), para serem gastas; © poder (existe), para ser cortejado; as honrarias (existem), para suscitarem 0s elogios; os prazeres (existem), para deles se obter satisfacdo...” Essa estrutura ocorre para nao haver repetic&o de vocdbulo facilmente subentendido no contexto. Gabarito: E ‘Questo 13: Atente para as seguintes afirmacbes: I. A expresso nossos reveses (1° paragrafo) é empregada com sentido equivalente ao de golpes mais duros (3° paragrafo). Il. Em vez de podermos contar (2° paragrafo), 0 emprego da forma pudermos contar seria mais adequado a construgao da frase. II. Os termos comunicados e partilhados (3° paragrafo) referem-se ao termo anterior favores. Em relacéo ao texto, esté correto SOMENTE o que se afirma em (A) 1. (B) II. (C) IIL. (D) Tell. (E) Ie ml. ‘Comentario: A frase I esta correta, pois os reveses sao entendidos como problemas, desgostos na vida. Podemos entender a palavra golpes também com esse mesmo sentido. A frase II esté errada porque “podermos” esté na forma nominal infinitiva, haja vista que se encontra em oragao subordinada adverbial de finalidade reduzida (a preposic&o “para” introduz essa construcio); j4 0 verbo pudermos seria o futuro do subjuntivo e nao caberia nesse contexto. Para entender que a frase III esta errada, deve-se reescrever um fragmento da Ultima frase na ordem direta: a amizade torna (...) mais leves seus golpes mais duros, porque comunicados e partilhados. Entao sao os golpes mais duros comunicados e partilhados, e néo os favores. Portanto, a correta € a alternativa (A). Gabarito: A Questdo 14: Que hd de mais agradavel que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? Pode-se substituir 0 segmento sublinhado na frase acima, sem prejuizo para o sentido, clareza e correcdo, por: (A) com a audacia de contar tudo para si mesmo? (B) que pode contar com si mesmo? (C) com a coragem de quem ousa contar tudo? Prof. Décio Terror www.pontodosconcu 16 omni "DOS CONCURSOS Aula 07 SES COMENTADAS Texto (D) com forga para contar tudo sobre si préprio? (E) para confidenciar, sem receio, tudo de si? Comentario: Deve-se perceber nesta questao a presenca do objeto indireto “a quem”, significando que alguém receberia alguma _acdo, portanto esse alguém deve ser paciente e ndo agente. As altemativas (A, B, C e D) transmitem o sentido desse “alguém” retomado pelo “a quem” como agente. No entanto, somente a alternativa (E) pode ser entendida com valor paciente: alguém para_confidenciar, sem _recelo, tudo desi, Quem conta, quem confidencia nao foi abordado nesse trecho. Apenas a quem isso foi dirigido. Observe-se 0 erro gramatical na (B), nao existe “com si mesmo’, mas “consigo mesmo”. Gabarito: E TRE TO - 2011 - Analista Cartao de Natal Pois que reinaugurando essa crianca pensam os homens reinaugurar a sua vida e comecar novo caderno, fresco como o po do dia; pois que nestes dias a aventura parece em ponto de voo, e parece que véo enfim poder explodir suas sementes: que desta vez nao perca esse caderno sua atragao nubil para o dente; que 0 entusiasmo conserve vivas suas molas, @ possa enfim o ferro comer a ferrugem o sim comer 0 ndo. Joao Cabral de Melo Neto Questo 15: No poema, Joao Cabral (A) critica o egoismo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e fagam o sim comer 0 nao. (B) demonstra a sua aversdo as festividades natalinas, pois nestes dias a aventura parece em ponto de véo, mas depois a rotina segue como sempre. (C) critica a atragéo ndbil para o dente daqueles que transformam o Natal em uma apologia ao consumo e se esquecem do seu carater religioso. (D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovacao em que os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer a ferrugem. (E) manifesta a esperanca de que o Natal traga, de fato, uma transformagao, € que, ao contrério de outros natais, seja possivel comegar novo caderno. Prof. Décio Terror www.pontodesconcursos.com.br 7 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Text Prot. Décio Terror Comentario: Um poema nao deve ser lido como um texto em prosa. Vocé deve perceber que 0 poema deve ser curto e sugestivo; pois poucas palavras devem induzir o leitor a entender algo além do que esté apenas escrito. So ha delicadeza, arte e valor quando 0 poema nao diz diretamente o tema, mas sugere por sensibilidade, sonoridade, linguagem figurada. Veja que © poeta no fala da passagem do ano. Ele a sugere como consequéncia da expresso “reinaugurando essa crianga”. A express8o “essa crianga” é uma mengao ao menino Jesus. Ao reinaugurd-lo, é manifestada a passagem de natal e o desejo do homem em mudar (reinaugurar) sua vida e pensar a mudanga desta vida (comecar novo caderno). Note no final da segunda estrofe a expresso “explodir suas sementes”. E ldgico que ela nao esta em seu sentido direto, denotativo; mas figurado, conotativo. Veja os dois-pontos na sequéncia. Isso quer dizer que hé uma explicagéio dessa explosdo de sementes. Para que as sementes explodem? Para germinar, para florescer, para gerar nova vida. E o que pensamos nas passagens de ano, néo é o mesmo? Queremos sempre mudanca, sempre pensando positivo para que a vida melhore. E esse 0 desejo do poeta. Mas ele nao fala diretamente, sugere. Ai esta a arte, a melodia, o ritmo. Veja que “este caderno” é a vida, na qual escrevemos nossa histéria. O verso “que nao perca sua atragdo nubil para o dente” mostra o desejo de que os problemas (“o dente”) n&o destruam nossos objetivos, nossa uniao (“atrago nubil”) e que tenhamos sempre entusiasmo em nossa vida para que tudo corra bem (conserve vivas suas molas). E assim a vida possa ser melhor com nosso desejo vencendo os problemas (0 ferro comer a ferrugem / 0 sim comer 0 no). Pela forma como abordamos, veja agora a alternativa (E): "No poema, Jo&o Cabral manifesta a esperanca de que o Natal traga, de fato, uma transformacso’, e que, a0 contrario de outros natais?, seja possivel comecar novo caderno*.” Pois que reinaugurando essa crianga pensam os homens reinaugurar a sua vida e comegar novo caderno*, fresco como o pao do dia; pois que nestes dias a aventura parece em ponto de voo, e parece que véo enfim poder explodir suas sementes: que desta vez? ndo perca esse caderno® sua atragao nubil para o dente; que o entusiasmo conserve vivas suas molas, e possa enfim o ferro comer a ferrugem } 1 0 sim comer 0 no. oncursos.com.br 18 Prof. Décio Terror www.pontodos PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTADAS Bos concunso Aula 07 = Texto Prof Gabarito: E ‘Questao 16: E correto perceber no poema uma equivaléncia entre (A) ferrugem e aventura. (B) dente e entusiasmo. (C) caderno e vida. (D) sementes e pao do dia. (E) ferro e atraco nubil. ‘Comentario: Veja que o terceiro e quarto versos sao paralelos, ligados pela conjung&o “e”. Isso mostra a jungdo de mesmas ideias, mesmos principios. Veja abaixo 0 poema com as palavras das alternativas em destaque e em seguida o significado dessas palavras. Pois que reinaugurando essa crianga pensam os homens reinaugurar a sua vida i} comecar novo caderno, fresco como o pao do dia;(amanhecer) pois que nestes dias a aventura (vontades, desejos) parece em ponto de voo, e parece que vao enfim poder explodir suas sementes: (trazer consequéncias boas, nova vida) que desta vez nao perca esse caderno sua atrac4o ndbil para o dente; (casamento, enlace) X (problema) que 0 entusiasmo conserve vivas (vontade, desejo) suas molas, e possa enfim o ferro (nosso desejo) comer a ferrugem (nossos problemas) 0 sim comer o nao. Gabarito: C ‘Questao 17: Pois que reinaugurando essa crianca O segmento grifado acima pode ser substituido, no contexto, por: (A) Mesmo que estejam. (B) Apesar de estarem. (C) Ainda que estejam. (D) Como esto, (E) Mas esta ‘Comentario: Note que essa estrutura é uma oragao reduzida de gerundio. A banca nos ajudou muito inserindo 4 alternativas com valor de oposig30. As alternativas (A), (B) e (C) transmitem valor adverbial concessivo. A alternativa (E) possui valor coordenado adversativo. O Unico diferente é a alternativa (D), com o valor adverbial de causa. Por isso esta € a correta. Gabarito: D Prof. Décio T 0S.com.br 19 www.pontodosconcu PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 DAS Texto ‘Questo 18: que desta vez no perca esse caderno Com a frase acima o poeta (A) alude a uma impossibilidade. (B) exprime um desejo. (C) demonstra estar confuso. (D) revela sua hesitacao. (E) manifesta desconfianca. ‘Comentario: Pela nossa explicacao anterior, verificamos que ha vontade de mudanga. O verbo “perca” encontra-se no presente do subjuntivo, e sabemos que esse tempo verbal exprime desejo, possibilidade. Isso confirma a alternativa (B) como correta. Gabarito: B Assembleia Legislativa SP - 2010 - Analista "Nenhum homem é uma ilha", escreveu o inglés John Donne em 1624, frase que atravessaria os séculos como um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos. Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos - e esse nao é excecdo. Durante toda a historia da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se espraia, abraca e se interliga. A vida moderna, porém, alterou-o de maneira drdstica. Em certos aspectos partiu 0 continente humano em um arquipélago tao fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. Vencer tal distancia e se reunir aos outros, entretanto, é um dos nossos instintos basicos. E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a passos largos: 0 da autoajuda e, em particular, de uma autoajuda que se pode descrever como espiritual. Nao porque tenha necessarlamente tonalidades religiosas (embora elas, as vezes, sejam nitidas), mas porque se dirige aquelas questées de alma que sempre atormentam os homens. Como a perda de uma pessoa querida, a rejei¢30 ou 0 abandono, a dificuldade de conviver com os prdprios defeitos e os alheios, 0 medo da velhice e da morte, conflitos com os pais e os filhos, a frustragéo com as aspiragies que nao se realizaram, a perplexidade diante do fim e a duvida sobre o propésito da existéncia. Questées que, como séculos de filosofia jé explicitaram, nem sempre tém solucao clara - mas que sd0 suportdveis quando se tem com quem dividir seu peso, e esmagadoras quando se estd sd. As mudangas que conduziram a isso n3o séo poucas nem sutis: na sua segunda metade, em particular, 0 século XX foi prédigo em abalos de natureza social que reconfiguraram 0 modo como vivemos. O campo, com suas relagées préximas, foi trocado em massa pelas cidades, onde vigora 0 anonimato. As mulheres sairam de casa para o trabalho, e a instituicéo da "comadre" virtualmente desapareceu. Desmanchou-se também a ligagao quase compulsoria que se tinha com a religido, as familias encolheram drasticamente nao sé em numero de filhos mas também em sua extensdo. A vida_profissional_se_tornou_terrivelmente_competitiva, o que acrescenta Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA - "DOS CONCURSOS Aula 07 DAS Texto Prot. Décio Terror ansiedade e reduz as chances de fazer amizades verdadeiras no local de trabalho. Também o celular e 0 computador fazem sua parte, aumentando o numero de contatos de que se desfruta, mas reduzindo sua profundidade e qualidade. Perdeu-se aquela vasta rede de seguranca que, € certo, originava fofoca e intromissdo, mas também implicava conselhos e experiéncia, valores sélidos e afeicio desprendida, que ndo aumenta nem diminui em func&o do sucesso ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem se propondo a preencher: esse sentido de desconexéo que faz com que em certas ocasiées cada um se sinta como uma ilha desgarrada do continente e sem meios de se reunir novamente a ele. (Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de dezembro de 2009, pp. 141-143, com adaptacdes) Questo 19: A afirmativa inicial do texto significa, em outras palavras, que (A) 0 fato de uma pessoa se manter isolada das demais é um dos aspectos inerentes 4 natureza humana. (B) todos os homens podem usufruir, por deciséo prépria, situagdes de afastamento dos demais, & semelhanca de uma ilha. (C) © sentimento coletivo transforma os homens num aglomerado de ilhas, como num arquipélago. (D) 0 isolamento entre os homens pode fazer parte de sua natureza, embora eles vivam em sociedade. (E) os homens sao dependentes uns dos outros por natureza, distintos das ilhas, que sao isoladas por definicdo. Comentario: Esta é outra questéo localizada, em que a banca situa a interpretacdo a partir de um ponto determinado no texto. Na alternativa (A), 0 erro é dizer que se manter isolado é uma caracteristica do ser humano, mas o primeiro paragrafo prova o contrario em: “Durante toda a histéria da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se espraia, abraea e se interliga.” Na alternativa (B), uma ilha n&o tem deciséio prdpria. Alids, ela néo decide nada!!!!! Na alternativa (C), 0 sentimento coletive faz 0 contrario, ele une, néo dé margem & individualizacdo (ilha). Na alternativa (D), 0 primeiro pardgrafo nos mostra que nao faz parte do ser humano a cultura de se isolar, mas de se agrupar. A alternativa (E) é a correta, pois 0 homem se interliga (primeiro pardgrafo); diferente da ilha, cuja definicdo ja € a de isolar-se. Gabarito: E ‘Questao 20: De acordo com 0 texto, (A) as mudangas sociais ocorridas no século XX alteraram o modo de vida das pessoas, permitindo maior aproximacao entre elas. (B) a transformagdo de um mundo rural em uma sociedade urbana favoreceu © surgimento de uma rede de contatos pessoais mais préximos. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Ter (© a auséncia de um verdadeiro sentimento religioso induz as pessoas a uma insatisfagdo que marca até mesmo as relagdes de trabalho na sociedade moderna. (D) a beleza e o sucesso pessoal passaram a ser mais importantes na vida moderna, em detrimento das relagdes de verdadeira e desinteressada afeigao. (E) a vida moderna instituiu novos padrées e valores que regem a sociedade, aproximando os homens em torno de servicos oferecidos pelas cidades. Comentario: A correta é a alternativa (D); pois, no ultimo paragrafo, temos os vestigios “Perdeu-se” e “que ndo aumenta nem diminui em fung’o do sucesso ou da beleza”. Isso nos faz inferir que hoje sdo muito valorizados o sucesso e a beleza, algo que nao era antigamente e com isso se perdeu “a vasta rede de seguranca”. Note que as demais alternativas possuem ideias bem fora do contexto. (A): Segundo o texto, as mudancas ocorridas no século XX est&o fazendo o ser humano distanciar-se dos outros. (B): Esta alternativa esté errada pelo mesmo motivo da anterior. Com a urbanizag&o, o homem teve a tendéncia de isolar-se. (C): Esta alternativa extrapolou 0 contetido do texto. Nao ha no texto indicio de que nao ha verdadeiro sentimento religioso e que isso induza as pessoas a uma insatisfacao. (E): Esta alternativa também extrapolou o contetido do texto no fragmento ‘aproximando os homens em torno de servicos oferecidos pelas cidades' Gabarito: D Questo 21: Considerando-se o 2° paragrafo, esta INCORRETO o que se afirma em: (A) 0 pardgrafo se articula com 0 1° por meio de uma ressalva, expressa por porém. (B) 0 segmento grifado em partiu 9 continente humano pode ser substituide por partiu-Ihe. (C) Ha relacdo de causa e consequéncia no segmento um arquipélago tao fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. (D) Ha nele enumeracao de situacdes que exemplificam as questées de alma que sempre atormentam os homens. (E) Substituindo-se 0 segmento grifado em quando se estd sé por estamos, a palavra s6 devera ir obrigatoriamente para o plural - sés. ‘Comentario: Basta notar que foi pedida a alternativa errada. Assim, o verbo “partiu” & transitive direto e “o continente humano” € 0 objeto direto, sé cabendo © pronome oblique atono “o”. Na alternativa (A), bastava o candidato ver a conjungéo “porém” deslocada ("A vida moderna, porém, alterou-o") e se lembrar de que as conjungdes coordenadas adversativas e adverbiais concessivas transmitem contraste, oposicéo e ressalva. Na alternativa (C), bastava o candidato verificar_a estrutura da oracéio Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA - "DOS CONCURSOS Aula 07 Prof. Décio 7 DAS Texto subordinada adverbial consecutiva, a qual exploramos na aula de sintaxe do periodo. A conjungo consecutiva “que” se ligou ao intensificador “to”, assim temos a oragao principal ("um arquipélago tao fragmentado” - valor de causa) e a oragéo subordinada adverbial consecutiva ("que uma pessoa pode sé sentir totalmente separada das demais* - consequéncia). Na alternativa (D), a palavra denotativa de exemplificagdo “Como” inicia uma sequéncia de situagdes (enumeragao). Isso serve para confirmar o que se diz na orago anterior: “aquelas situagdes de alma que sempre atormentam os homens". Na alternativa (E), bastava atentar-se quanto a concordancia nominal do adjetivo "s6"/"s6s". Gabarito: B Questo 22: A expressao cujo sentido esta corretamente transcrito, com outras palavras, é: (A) um alicerce na realidade = uma base na existéncia efetiva. (B) alterou-o de maneira drastica = substituiu-o paulatinamente. (C) um arquipélago tao fragmentado = ilhas de relevo acidentado. (D) foi prédigo em abalos de natureza social = permitiu algumas alteragées na sociedade. (E) a ligagéo quase compulséria = uma convicgao extrema. ‘Comentario: Esta questéo € tipica da Fundagéo Carlos Chagas e vamos explorar bastante a partir da préxima aula, com as provas comentadas. Nao se quer que 0 candidato conheca o sentido de todos os vocdbulos, o que deve ser feito é a contextualizaco da palavra. Numa leitura bem atenta do texto, conseguimos interpretar 0 sentido destes vocébulos, mesmo nao conhecendo seu sinénimo extratextual. Assim, vamos por eliminacéo. Normalmente, devemos eliminar as alternativas que esto bem fora do contexto. Se ficarmos em duvida em alguma, voltamos ao texto e tiramos a divida. Veja Na alternativa (A), “alicerce” tem a ver com “base”, “realidade” tem a ver (conotativamente) com “existéncia efetiva”. Assim, ndo eliminamos esta alternativa, porque tem possibilidades de ser a correta. Na alternativa (B), “alterou” tem a ver com “substituiu”, mas “maneira drastica” nao tem nada a ver com “paulatinamente”. Eliminamos, portanto, esta alternativa. Na alternativa (C), “arquipélago” tem a ver com “ilhas”, porém “téo fragmentado” (sentido figurado, conotativo) ndo tem nada a ver com “relevo acidentado” (sentido real, concreto, denotative). Também eliminamos. Na alternativa (D), “prédigo em abalos” (cheio de, em excesso) nao tem nada a ver com “permitiu algumas alteracdes” . Eliminamos mais uma. Na alternativa (E), “compulséria” (algo forcado, exigido) no tem nada a ver com “extrema”, além de “ligacdo” nao ter a ideia de “conviccao”. Gabarito: A Questo 23: As mudancas que conduziram a_isso ndo sdo poucas nem sutis... (3° paragrafo) Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 DAS Texto A expressdo grifada refere-se, corretamente, (A) as condigdes impostas tanto pela biologia quanto pela cultura ao modo de vida que se desenhou nos dias de hoje. (B) a0 crescimento de um tipo de literatura que se difundiu pelo mundo todo, como alternativa & perda do antigo sentimento religioso. (C) & retomada do espirito de unido que sempre caracterizou os agrupamentos humanos, com a consciéncia de que cada um é parte de um todo social. (D)as questdes existenciais que se agravaram diante da percepcéo de isolamento existente nas contingéncias da vida moderna. (E) & certeza de que frases que se tornam repetitivas ao longo do tempo constituem a base da autoajuda, tao importante nos dias de hoje. Comentario: Esta questao trabalha o assunto coesdo referencial, isto €, a quem o vocdbulo se refere. Perceba onde se localiza esta palavra, ela retoma expresso anterior: a enumerac&o dos exemplos de situagdes que envolvem as questdes existéncias. Por isso, a alternativa (D) é a correta. Gabarito: D Questao 24: £ é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a passos largos... (2° paragrafo) O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se 0 contexto, (A) um arquipélago fragmentado. (B) um relevo que se espraia. (C) um dos nossos instintos basicos. (D) um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos. (E) um setor de autoajuda do mercado editorial. ‘Comentario: Outra questdo de coesdo referencial. Observe o posicionamento no texto deste pronome. Veja a quem se liga: ao termo anterior. Esse termo é “um dos nossos instintos bdsicos”. Note que “ele” retoma o nticleo “um”, por isso esta no singular e masculino. Gabarito: C DNOCS - 2010 Superior Cultura de massa e cultura popular O poder econémico expansivo dos meios de comunicagao parece ter abolido, em varios momentos e lugares, as manifestacdes da cultura popular, reduzindo-as & fungao de folclore para turismo. Tal é a penetragao de certos programas de rédio e TV junto ds classes pobres, tal é a aparéncia de modernizag&o que cobre a vida do povo em todo o territério brasileiro, que, 4 primeira vista, parece no ter sobrado mais nenhum espaco préprio para os modos de ser, pensar e falar, em suma, viver, tradicionais e populares. A cultura de massa entra na casa do caboclo e do trabalhador da periferia, ocupando-lhe as horas de lazer em que poderia desenvolver alguma forma criativa de autoexpressdo; eis o seu primeiro tento. Em outro plano, a cultura de massa aproveita-se dos aspectos diferenciados da vida popular e os Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Text Prot, Décio Terror explora sob a categoria de reportagem popularesca e de turismo. O vampirismo & assim duplo e crescente; destréi-se por dentro 0 tempo préprio da cultura popular e exibe-se, para consumo do telespectador, 0 que restou desse tempo, no artesanato, nas festas, nos ritos. Poderiamos, aqui, configurar com mais clareza uma relacdo de aparelhos econémicos industriais e comerciais que exploram, e a cultura popular, que é explorada. Nao se pode, de resto, fugir 4 luta fundamental: é 0 capital 4 procura de matéria- prima e de mao de obra para manipular, elaborar e vender. A macumba na televis3o, a escola de samba no Carnaval estipendiado para o turista, sd0 exemplos de conhecimento geral. No entanto, a dialética é uma verdade mais séria do que supée a nossa va filosofia. A exploracéo, 0 uso abusivo que a cultura de massa faz das manifestagées populares nao foi ainda capaz de interromper para sempre o dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se reproduz quase organicamente em microescalas, no interior da rede familiar e comunitéria, apoiada pela socializacao do parentesco, do vicinato e dos grupos religiosos. (Alfredo Bosi. Dialética da colonizacao. S. Paulo: Companhia das Letras, 1992, pp, 328-29) Questo 25: Tomando como referéncias a cultura de massa e a cultura popular, o autor do texto considera que, entre elas, (A) néo hé qualquer relag&o possivel, uma vez que configuram universos distintos no tempo e no espago. (B) ha uma relagdo de necesséria interdependéncia, pois ndo ha sociedade que possa prescindir de ambas. (C) ha uma espécie de simbiose, uma vez que jé no € possivel distinguir uma da outra. (D) ha uma relag&o de apropriacéo, conforme se manifestam os efeitos da primeira sobre a segunda. (E) ha uma espécie de dialética, pois cada uma delas se desenvolve a medida que sofre a influéncia da outra. Comentario: Notamos ao longo do texto um contraste entre a cultura de massa e a cultura popular, em que a primeira tenta se apoderar da segunda. Assim, a alternativa (D) é a correta, pois realmente ha uma relacdo de apropriagao da cultura de massa sobre a cultura popular. Note que esta alternativa n&o possui palavras categéricas. Assim, entendemos que de maneira geral ocorre essa apropriagao, mesmo nao sendo total. Vocé poderia ter ficado na divida em relagdo a alternativa (E), mas veja que nela é dito que uma sofre a influéncia da outra. Como ndo ha uma identificagdo das culturas, nenhum trecho nos induz a interpretar que haveria uma influéncia miitua: a cultura de massa influenciaria a cultura popular e vice-versa. Isso confirma a alternativa como errada. A alternativa (A) esté bem fora, pois a palavra “qualquer” é categérica transmite uma interpretag&o bem equivocada. A alternativa (B) esta errada, pois nfo _hé uma relagéo de necesséria oncursos.com.br 25 Prof. Décio Terror www.pontod PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTADAS interdependéncia. A alternativa (C) est errada, pois todo o texto mostra os contrastes entre essas culturas, assim nao ha simbiose (associag&o entre dois seres em comum). Gabarito: D ‘Questo 26: Atente para as seguintes afirmagoes: I. No primeiro paragrafo, afirma-se que a modernizacéo é determinante para a sobrevivéncia de algumas formas auténticas da cultura popular. Il. No segundo pardgrafo, a expropriag&o sofrida pela cultura de massa é vista na sua concomitancia com o desprestigio da cultura popular. III. No terceiro paragrafo, aponta-se a resisténcia das manifestagées de cultura popular, observadas em determinados circulos sociais. Em relacfio ao texto, esté correto SOMENTE 0 que se afirma em (A) I. (B) IL. (C) UI. (D) ell. (E) We Il. Comentario: A afirmativa I esta errada, pois a modernizacdo nao é determinante para a cultura popular. A afirmativa II esté errada, pois quem sofre expropriagao 6 a cultura popular. A afirmativa III esta correta, pois realmente no terceiro parégrafo ha um contraste, mostrando que a cultura popular ainda resiste ("A exploracao, o uso abusivo que a cultura de massa faz das manifestacdes populares nao foi ainda capaz de interromper para sempre o dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular”). Além disso, foi afirmado que isso ocorre em alguns circulos sociais. Veja © trecho que comprova isso: “que se reproduz quase organicamente em microescalas, no interior da rede familiar e comunitdria, apoiada pela socializa¢ao do parentesco, do vicinato e dos grupos religiosos”. Assim, a alternativa correta é a (C). Gabarito: C ‘Questao 27: Um mesmo fenomeno é expresso pelos segmentos: (A) poder econémico expansivo e socializag3o do parentesco. (B) aparéncia de modernizacdo e forma criativa de autoexpressdo. (C) aspectos diferenciados da vida popular e reportagem popularesca. (D) aparelhos econémicos e a dialética 6 uma verdade mais séria. | (E) 0 dinamismo lento e se reproduz quase organicamente. Comentario: Esta questao cobrou simplesmente a localizagao dos trechos no texto e a observacao da referéncia ao mesmo argumento (fendmeno). Na alternativa (A), “poder econédmico expansivo" refere-se aos meios de comunicacao (cultura de massa); j “socializacdo do parentesco" refere-se a 26 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTAI Bos concunso Aula 07 Prof. Décio DAS Texto cultura popular. Assim, fendmenos diferentes. Na alternativa (B), “aparéncia de modernizagéo" & 0 mascaramento provocado pela cultura de massa; j4 a “forma criativa de autoexpressao" se refere & cultura popular. Assim, fendmenos diferentes. Na alternativa (C), “aspectos diferenciados da vida popular" se refere a cultura popular; j4 “reportagem popularesca” refere-se 4 cultura de massa. Assim, fenémenos diferentes. Na alternativa (D), “aparelhos econémicos" refere-se a cultura de massa; mas “dialética 6 uma verdade mais séria” é trecho que trata da cultura popular. Assim, fenémenos diferentes. A alternativa (E) é a correta, pois se refere ao mesmo fenémeno: a cultura popular. Para isso, basta verificar este trecho no texto: "o dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se reproduz | quase organicamente em microescalas". Gabarito: E Questdo 28: Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) reduzindo-as & funcéo (1° parégrafo) = incitando-as extrapolacao. (B) vampirismo (...) crescente (2° paragrafo) = progressiva avidez. (C) seu primeiro tento (2° paragrafo) = sua primitiva meta. (D) estipendiado para o turista (2° paragrafo) = estilizado para o visitante. (E) socializacao do parentesco (3° paragrafo) = sociabilidade dos vinculos. ‘Comentario: Na alternativa (A), "reduzindo-as 4 funcao" restringe algo, diminui suas possibilidades. J4, em "incitando-as 2 extrapolag4o", o sentido € oposto. Na alternativa (B), veja que, no contexto em que se encontra, "vampirismo" significa sugar as potencialidades. Esse é 0 sentido préximo de avidez(cobiga, ambigéo). Os vocabulos "crescente" e "progressiva" também so sinénimos contextuais. Assim, é a alternativa correta. Na alternativa (C), a expressao "seu primeiro tento" significa o primeiro dos objetivos, a primeira meta. Esse sentido é bem diferente de "primitiva" meta. Este vocabulo tem o sentido de primario (original). No contexto, € bem diferente de primeiro. Na alternativa (D), "estipendiando" significa cobrando, tirando proveito pecunidrio. Bem diferente de estilizado, concorda? Se vocé n&o sabia o que significava a palavra "estipendiando", a palavra estilizado nos ajudou a perceber que ndo cabe no contexto. Entéo, também conseguiriamos eliminar esta alternativa. Na alternativa (E), "parentesco" e "vinculo", fora do contexto, até poderiam ter proximidades de sentido. Mas, no contexto, "parentesco" é um subgrupo dos diversos tipos de vinculos. Assim, 0 primeiro possui um valor bem mais restrito, especifico, enquanto o outro temum valor bem generalizante, o qual engloba os outros termos do texto, como "vicinato", | "grupos religiosos", os quais est&o paralelos a "parentesco". Gabarito: B Prof. Décio Terror www.pontodosconcu 27 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTA "DOS CONCURSOS Aula 07 Prof. Décio DAS Texto Questo 29: No 3° pardgrafo, o autor vale-se do termo dialética para indicar (A) a dindmica pela qual a cultura popular ainda resiste & cultura de massa. (B) a absoluta absorgdo que a cultura de massa impée a cultura popular. (C) a contradic&o entre interesse econémico e a macumba na televiséo. (D) 0 contraste entre manifestagdes populares e relagdes de vicinato. (E) 0 apoio que a cultura de massa acaba representando para a popular. Comentario: Perceba que o terceiro pardgrafo inicia-se com a conjungao coordenada adversativa “No entanto”, para fazer um contraste ao que foi dito anteriormente. Nos dois pardgrafos anteriores, observa-se a énfase na tentativa de absorco da cultura popular pela cultura de massa. No terceiro pardgrafo, mostra-se a sobrevivéncia da cultura popular, mesmo com a forca que a cultura de massa possui. A alternativa (A) é a correta, pois reforga que a cultura popular ainda resiste @ cultura de massa por meio de seu “dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular”. A alternativa (B) esta errada, pois néo houve absoluta absorcao. Veja isso na expressdo “nao foi ainda capaz de interromper”. A alternativa (C) esté errada, porque n&o houve contradic&o entre interesse econémico e a macumba na televisao. A alternativa (D) esté errada, pois nao ha contraste entre manifestagdes populares e relacdes de vicinato. A alternativa (E) esté errada, percebemos ao longo do texto e mais enfaticamente no terceiro paragrafo que nao ha apoio da cultura de massa para a popular. Gabarito: A ‘Questo 30: No segundo paragrafo, o elemento sublinhado na construgao (A) ocupando-the as horas de lazer refere-se ao termo casa. (B) eis o seu primeiro tento refere-se & expresso forma criativa. (C) eis 0 seu primeiro tento refere-se a expresso cultura de massa. (D) ocupando-jhe as horas de lazer refere-se 4 expressdo cultura de massa. (E) eis 0 seu primeiro tento refere-se a expressao horas de lazer. Comentario: O pronome “Ihe” retoma “caboclo” ou “trabalhador” eo pronome “seu” retoma “cultura de massa”. Assim, a alternativa correta é a (). Gabarito: C Tipologia Textual Veremos apenas o essencial da tipologia, nogées que podem ajuda-lo(la) a acertar determinadas questées da prova. Vale lembrar que a banca FCC nao costuma cobrar este tema em suas provas, por isso, para no deixarmos de trabalhar este contetdo, vamos inserir questdes de outras bancas. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 Opi PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTGES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Terror Vamos ao contetido: I) Descrigao Um texto se diz descritivo quando tem por base o objeto, a coisa, a pessoa. Mostra detalhes, que podem ser fisicos, morais, emocionais, espirituais. Nota-se que a intengéo é realmente descrever, dai a palavra descrig&o. Veja 0 exemplo abaixo: “Diante dela e todo a contempla-la, esté um guerreiro estranho, se é guerreiro e no algum mau espirito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das aguas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-Ihe o corpo.” (José de Alencar, Iracema) Uma caracteristica marcante da descric&o ¢ a forte adjetivagao que leva © leitor a visualizar 0 ser descrito. No trecho em estudo, 0 homem visto por Iracema € branco, tem olhos tristes; as aguas sao profundas, ¢ os tecidos e armas, ignotos, ou seja, desconhecidos. Observe como a palavra “todo” revela a perplexidade do guerreiro, extatico (em éxtase) a observar a jovem india & sua frente. Veja, agora, outro exemplo de trecho descritivo, na realidade uma autodescrigio. “Meus cabelos eram muito bonitos, dum negro quente, acastanhado nos reflexos. Caiam pelos meus ombros em cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral.” (Mario de Andrade, Tempo da Camisolinha) Texto Injuntivo E aquele por meio do qual se tenta convencer o receptor (quem ouve) a atender a vontade do emissor (quem fala). Visa convencer o ouvinte a obedecer a uma vontade desse emissor (quem fala), a fazer ou nao algo, seja ordenando ou pedindo gentilmente. Os verbos imperativos séo amplamente utilizados no texto injuntivo. Essa modalidade textual é recorrente em publicidade. Veja alguns exemplos: - Coooompre batom! Cooooompre batom! Seu filho merece batom! (comercial veiculado por muito tempo a TV) - Esté muito frio hoje, leve o agasalho quando sair. -Nao pise a grama! -Te amarei por toda a vida, case-se comigo! -Filhinho, vem almocar, vem?! Texto Injuntive, também chamado prescritivo, nao é sé uma ordem. Pode ser também uma sugestao, conselho, alerta, pedido, convite, instrug&o, suplica, dependendo do contexto e do tom, mas sempre objetivara que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou n&o o que o emissor/falante esta "prescrevendo", indicando. Veja mais alguns exemplos: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTADAS "DOS CONCURSOS Aula 07 - Texto Prof, Décio Terror - Cuidado com o céo! Afaste-se! - Se preferir, acrescente coco ralado 4 mistura. - Dobre a primeira a direita e depois siga em frente até o final da rua. - Venha para a minha festa de aniversario. Estou aguardando. - Pode esfriar & noite. Leve mais este casaco. - Certifique-se de que a peca foi colocada II) Narragéo Quando 0 texto estd centrado no fato, no acontecimento, diz-se que se trata de uma narracao. Palavra derivada do verbo narrar, narragao é 0 ato de contar alguma coisa. Novelas, romances, contos so textos basicamente narrativos. Séo os seguintes os elementos de uma narracao: 1) Narrador: aquele que narra, que conta 0 que se passa supostamente aos seus olhos. Quando participa da histéria, 6 chamado de narrador- personagem. Entéo a narrativa fica, normalmente, em 1? pessoa. Porém, quando 0 narrador nao participa da histéria, o verbo fica na terceira pessoa, ocorrendo, entéo, o narrador-observador 2) Personagens: s&o os elementos, usualmente pessoas, que participam da histéria. 3) Enredo: é a histéria propriamente dita, a trama desenvolvida em torno dos personagens. 4) Tempo: é 0 momento em que a historia se passa. Pode ser presente, passado ou futuro. 5) Ambiente: é 0 lugar em que a trama se desenvolve. Pode, naturalmente, variar muito no desenrolar da narrativa. Eis, a seguir, um bom exemplo de texto narrativo, em que todos os elementos se fazem presentes. “Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de Sua casa para pensar no passado. E no seu pensamento como que ouvia 0 vento de outros tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras € lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera um acontecimento triste para 0 velho Maneco: Horacio deixara a fazenda, a contragosto do pai, e fora para 0 Rio Pardo, onde se casara com a filha dum tanoeiro e se estabelecera com uma pequena venda.” (Erico Verissimo, O Tempo e o Vento) O trecho do romance de Erico Verissimo esta situado no tempo (ano de 81), faz meng&o a lugares onde a trama se desenvolve e apresenta personagens, como Ana Terra e Seu Maneco. E, é claro, alguém esta contando: é 0 narrador da histéria (narrador-observador). Veja mais um exemplo de narrac&o, agora com o narrador-personagem: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30 Oy} PORTUGUES P/ INSS TEORIA E QUESTOES COMENTADAS 'DOS CONCURSOS 7 ~ Texto “Hoje estive na loja de Seu Chamun, uma tristeza. Poeira e cisco por toda parte, qualquer dia vira monturo. Os dois empregados do meu tempo foram embora, néo sei se dispensados, e 0 dono nao tem disposi¢ao para limpar.” (José J. Veiga, Sombras de Reis Barbudos) 6) Discurso - Os personagens que participam da histéria evidentemente falam. Eo que se conhece como discurso, que pode ser: a) Direto: 0 narrador apresenta a fala do personagem, integral, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travess&o. Ex.: 0 funciondrio disse ao patr&o: - Espero voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo: - Posso chegar mais tarde? b) Indireto: 0 narrador incorpora & sua fala a fala do personagem. O sentido & © mesmo do discurso direto, porém é utilizada uma conjuncdo integrante (que ou se) para fazer a ligacdo. Ex.: 0 funcionério disse ao patro que esperava voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde. ¢) Indireto livre: & praticamente uma fus&o dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porém sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travessdo) nem do discurso indireto (conjuncOes “que” ou “se”). Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Sera que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!? IIT) Dissertacao Um texto é dissertativo quando tem como centro a ideia. Seu objetivo é falar sobre um tema. O texto dissertativo pode se dividir em dois tipos: a) Quando 0 autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como em livros didaticos, enciclopédias etc), ndo colocando sua opiniao sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos, diz-se que o texto é dissertativo-expositivo. b) Quando o autor transmite sua opinigo dentro do texto, diz-se que é dissertativo-argumentativo ou opinativo. Geralmente é 0 que se cobra em concurses publicos, tanto em interpretacéo de textos quanto na elaboraco de redagdes. Divide-se em: 1) Introdugaio: periodo de pouca extensio em que se apresenta uma ideia, uma afirmagao que seré desenvolvida nos pardgrafos seguintes. E nele que se localiza 0 chamado tépico frasal, aquele periodo-chave em que se bascia todo o texto. 2) Desenvolvimento: um ou mais paragrafos de extensdo variada, de acordo com a necessidade da composicéio. £ nele que se argumenta, discute, opina, rebate. E 0 corpo da redacio. Prof. Décio Terror Www .pontodosconcursos.com.br 3

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