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ÍNDICE

1.Conceito…………………………………………………………………………………………………….02
1.1 Criando o contexto…………………………………………………………………………………...03
1.2 Princípios contábeis………………………………………………………………………………....03
1.3 Primazia da essência sobre a forma……………………………………………………………...04
1.4 Usuários da informação contábil………………………………………………………………….04
2.Entrando nos conceitos………………………………………………………………………………….05
2.1 Patrimônio……………………………………………………………………………………………..04
2.2 Ativo…………………………………………………………………………………………………….05
2.3 Passivo………………………………………………………………………………………………....07
2.4 Patrimônio líquido…………………………………………………………………………………....08
2.5 Resultado……………………………………………………………………………………………....10
2.5.1 Receita.……………………………………………………………………………………………....10
2.5.2 Ganhos.……………………………………………………………………………………………....10
2.5.3 Custo……………………………………………………………………………………………........10
2.5.4 Despesa……………………………………………………………………………………………...10
2.5.5 Perda……………………………………………………………………………………………........10
2.5 Reconhecimento contábil…………………………………………………………………………...10
3.Como fazer contabilidade……………………………………………………………………………….13
3.1 Contas contábeis……………………………………………………………………………………..13
3.1.1 Plano de contas…………………………………………………………………………………….13
3.2 Débitos e créditos…………………………………………………………………………………….14
3.3 Razonetes……………………………………………………………………………………………...16
4.Demonstrações financeiras……………………………………………………………………………..18
4.1 Balanço patrimonial………………………………………………………………………….…..19
4.2 Demonstração de resultado…………………………………………………………………....20
4.3 Razão……………………………………………………………………………………………….23
4.4 Balancete…………………………………………………………………………………………..23
4.5 Notas explicativas………………………………………………………………………………..24
5.Exercícios ………………………………………………………………………………………………….25
6.Análise dos índices das demonstrações financeiras………………..……………………………..29
1. Conceito

Contabilidade é uma ciência - Ciência é sinônimo de saber - estudar a informação contábil é


compreender que ela atua em três ambientes diferentes, sendo eles o patrimonial, o econômico e
o social.

Vamos voltar ao conceito ao longo das aulas aplicando-o na prática =)

Qual a importância da Contabilidade para uma empresa?


Aqui na Contabilizei recebemos diversos clientes que informam não ter tido contabilidade anterior,
não sabem o que são os relatórios contábeis e inclusive não nos pedem relatório algum ao longo
da sua trajetória conosco, diante disso ficamos com a sensação de que a Contabilidade é algo
desnecessário!
Seria mesmo ela desnecessária?

Vamos fazer uma correlação com outra profissão: médico!


Suponhamos que eu esteja me sentindo indisposta, com dor de cabeça e resolva ir ao posto de
saúde.
Lá descreverei minha indisposição ao médico de plantão, que irá me receitar algum medicamento
e descanso, e não sendo de fato nada grave, estarei melhor em poucos dias.

Agora, caso eu sofra um acidente gravíssimo de trânsito e tenha uma hemorragia interna, serei
levada a um hospital, onde uma equipe médica será determinante na preservação da minha vida,
e um cirurgião muito habilidoso irá me operar e precisará estancar minha hemorragia.

Qual a análise aqui? Ambos são médicos, contudo no caso do médico do posto, eu poderia viver
sem ele, poderia me auto medicar ou ainda aguardar o mal estar se dissipar.
Já o médico cirurgião é determinante para que eu sobreviva.

Assim também é a contabilidade de certa forma.


Para uma pequena empresa, a Contabilidade pode ajudar sim e muito, pode fazer o papel do
médico do posto que irá avaliar os sintomas e eliminar o mal estar, despesas desnecessárias por
exemplo, e poderá manter a saúde financeira da empresa.

Já para as grandes empresas, a Contabilidade é o cirurgião, completamente indispensável,


fundamental para entender o negócio, analisar os problemas, enxergar soluções e crucial para o
cálculo dos impostos.

Conceito em síntese:

O principal objetivo da contabilidade é permitir aos usuários a avaliação da situação


econômica e patrimonial da entidade, fornecendo informações úteis para tomada de decisão,
dentro e fora das empresas.
Como? Todas as transações, envolvendo dinheiro ou não, realizadas dentro de uma
organização são registradas pela contabilidade, que resume os fatos em forma de balanços,
demonstrativos e relatórios. Por meio desses dados são apresentados os resultados
alcançados pela empresa, fornecendo uma ampla quantidade de informações úteis para as
tomadas de decisões em seu comando, tanto dentro quanto fora da entidade.

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Nos termos da Lei n° 9.610/1998, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a divulgação ou venda desta obra, por qualquer forma,
meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem permissão por escrito, dos Autores.

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1.1 Criando o contexto: a Contabilidade é subdividida atualmente em 3 setores:

1º setor: o estado (todas as empresas e órgãos públicos);


2º setor: as empresas privadas - área de atuação da Contabilizei
3º setor: entidades sem fins lucrativos (associações, igrejas, condomínios, ongs)

A Contabilidade é feita de forma diferente para cada setor, nosso foco no curso é a Contabilidade
das empresas privadas.
Mas por que a Contabilizei não atende o 3º setor?
Não atendemos porque a Contabilidade é realmente diferente, uma vez que este setor não almeja
lucros, inclusive o termo “lucro” não é utilizado, utilizam-se os termos déficit e superávit para
indicar o resultado da entidade.

1.2 Princípios: a Contabilidade não pode ser feita sem regras, obedecendo apenas o método de
débito e crédito que entenderemos na sequência. Ela precisa de um norte também, que
chamamos de Princípios.

Os Princípios Contábeis são 6:

● Princípio da Entidade > quando pensarmos em Patrimônio, ao olharmos um relatório


contábil, ele deve se referir unicamente àquela empresa, não se deve incluir na Contabilidade
movimentações dos sócios ou outras empresas ligadas. Como exemplo podemos pensar na
situação quando o proprietário adquire com o patrimônio da empresa um automóvel para uso
exclusivamente pessoal.
● Princípio da Continuidade > diz respeito a continuidade da empresa e das suas
operações. Toda empresa (menos SPE, SCP) não tem tempo pra terminar e a Contabilidade dela
deve ser feita considerando isso. Caso a empresa apresente indícios de descontinuidade deve ser
registrado e comunicado nas demonstrações financeiras, pois este fato afeta a tomada de decisão
do usuário da informação.

● Princípio da Oportunidade e o Princípio da Competência > aparentemente estes


princípios se confundem pois eles abordam o momento em que uma transação deve ser
registrada, sendo que o da Oportunidade se volta ao Patrimônio da empresa, indicando que a
transação deve ser registrada no momento em que ocorre - de forma tempestiva. Já o da
Competência se volta ao resultado, estabelecendo que as receitas e as despesas devam ser
incluídas na apuração do resultado do período em que foram geradas, independentemente de
recebimento ou pagamento. Exemplificando: uma receita é somente considerada no momento em
que há a transferência dos riscos e benefícios pela empresa a seu cliente, independentemente do
recebimento (se foi realizado à vista, à prazo ou está pendente); uma despesa é considerada
incorrida no momento em que ocorre o consumo de bens ou a utilização de serviços,
independentemente do pagamento. Por exemplo quando compramos um móvel planejado e o
fornecimento será, daqui a 30 dias, para isso pagamos um “adiantamento” por conta da
mercadoria que vamos receber. Nesse caso, o valor recebido pela empresa não será considerado
receita (ou seja, não será contabilizado como tal) até que ocorra a entrega da mercadoria e a
transferência dos riscos e benefícios desta mercadoria. Será contabilizado como adiantamento de
cliente. Somente ao ocorrer a entrega efetiva da mercadoria (após 30 dias, no caso), a receita
poderá ser contabilizada.

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● Princípio do Conservadorismo ou Prudência > sempre registrar um passivo a maior e
um ativo a menor. Por exemplo, se a empresa possui um estoque de mercadorias que está sendo
vendido por um valor menor que o valor registrado contabilmente, deve-se ajustar o valor para
que não exceda o valor de venda, contabilizando assim um ativo a menor.

● Princípio do Registro pelo Valor Original > pra depois registrar suas variações. Por
exemplo quando compra-se um computador com o desconto caso o pagamento seja realizado no
prazo, o valor a ser contabilizado é o anterior ao desconto, ou seja pelo valor original.

1.3 Primazia da essência sobre a forma

A contabilidade é uma ciência social aplicada, e não uma ciência exata, sendo assim uma
mudança que está sendo evidenciada nos últimos anos é a busca pela sobreposição da essência
sobre a forma, ou seja a necessidade que as transações e eventos que incorrem nas empresas
sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e
não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é
consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal. Portanto, a análise é essencial
na contabilidade.

Por exemplo, uma empresa pode efetuar a aplicação do saldo em caixa numa conta de poupança,
e essa transação tanto pode ser registrada numa conta de curto prazo, quanto no longo prazo,
depende de em quanto tempo a empresa pretende resgatar esse dinheiro.

1.4 Usuários da informação contábil:

Beleza, comecei a entender para que a contabilidade serve, mas para quem exatamente? quem
vai olhar essas informações?

A gama de usuários que vai utilizar a informação contábil varia muito de empresa para empresa,
de acordo com o seu ramo de atividade, seu porte, investimentos, etc. sendo qualquer pessoa que
se interesse pela informação divulgada. Podemos segregar os principais usuários entre os
seguintes dois grupos;

Usuários externos: Os usuários externos possuem um foco em aspectos mais genéricos,


expressos nas demonstrações contábeis.

Usuários internos: Os usuários internos estão vinculados com a empresa e necessitam de


informações mais aprofundadas e específicas.

Vamos pensar! Quem seria os usuários externos e internos da contabilizei?

Internos: Nossos investidores, o corpo diretivo, o Bruno, o Charles…


Externos: Possíveis investidores que queiram analisar nossa situação financeira, bancos se
aplicarmos para aquisição de empréstimos, o governo, etc.

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2. Entrando nos conceitos

Como vimos, a Contabilidade gera relatórios para leitura e tomada de decisão, e alguns desses
relatórios visam demonstrar o patrimônio e o resultado da empresa.

2.1 Patrimônio

Podemos resumir o patrimônio como o conjunto de bens, direitos, investimentos e obrigações da


empresa.
Vamos a um resumo rápido sobre contas de patrimônio:

Bens: tudo aquilo que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro, capazes de
satisfazer as necessidades da empresa.

De maneira ampla os Bens podem ser classificados como Tangíveis ou Intangíveis.


− TANGÍVEIS: São bens palpáveis, concretos.
− INTANGÍVEIS: São bens não materiais, abstratos, ou seja, que não tem forma física.

Exemplos de Bens Tangíveis: Caixa; Estoques; Equipamentos; Terrenos; Máquinas; Veículos;


Exemplos de Bens Intangíveis: Softwares; Marcas; Patentes;

Direitos: são os recursos que a empresa tem direito a receber, mas ainda não estão sob sua
posse, ou seja, são bens que estão sob a posse de terceiros e gerarão fluxo de capital dentro
para a empresa em um período futuro.
Exemplos de direitos: Aplicações financeiras, vendas a receber;

Investimentos: gastos necessários para aquisição de bens.


Exemplos de investimentos: participação societária em outras empresas, criptomoedas, imóveis
para locação.

Obrigações: são os valores e dívidas de responsabilidade da empresa a serem pagos para


terceiros.
Exemplos de obrigações: Fornecedores, empréstimos, salários a pagar, tributos a recolher;

Vamos aplicar estes conceitos? classifique abaixo os bens, direitos, investimentos e obrigações
que existem em sua vida:

BENS DIREITOS INVESTIMENTOS OBRIGAÇÕES

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Na Contabilidade, iremos dividir os conceitos que aprendemos até aqui conforme os componentes
abaixo, esta divisão ocorre para que exista em equilíbrio entre os elementos do patrimônio:

Posição Ativos
Patrimonial e Passivos
Financeira Patrimônio líquido

Receitas
Performance
Despesas

2.2 Ativo - conjunto de bens, direitos e investimentos resultantes de eventos passados que
devem trazer algum benefício econômico futuro para empresa, ou seja, são as contas onde os
recursos gerados são aplicados para gerar mais recursos.

Para ser considerado um ativo, é necessário que se cumpram 4 requisitos:


a. constituir bem, direito ou investimento para a empresa;
b. ser de propriedade, posse ou controle da sociedade;
c. ser mensurável monetariamente - resultados de eventos passados;
d. e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a empresa.

O benefício econômico futuro embutido em um Ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou


indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. ¹

¹ PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS


Exemplos:

Um caminhão, pode prestar um serviço à empresa e gerar um benefício econômico futuro através
do transporte, da revenda ou da venda como sucata. A empresa consegue mensurar
monetariamente este ativo e a partir do momento da compra e com o contrato formalizado, a
empresa possui o controle sobre o bem, portanto, podemos reconhecer este ativo.

Uma loja que ficou inacessível devido a uma tragédia natural, como por exemplo um
desabamento. Pode ser considerado um ativo?

Vamos pensar!

1° Possuímos controle sobre o ativo? SIM, se ele está no nome da empresa ou possuímos
contrato de aluguel, etc.
2° Ele é resultado de eventos passados? SIM, é resultado de uma compra ou acordo feito no
passado.
3° Ele trará benefícios econômicos futuros? NÃO, como o acesso está inacessível, ninguém irá
até essa loja realizar compras e eu não conseguirei vender o ponto devido ao desinteresse de
compradores.

Portanto, uma edificação que perdeu seu valor como gerador de utilidade e não gerará benefício
econômico futuro, seu único valor virá (se vier) da venda dos materiais que compõem esta
edificação, porém, se o custo de remoção for igual ou superior ao valor de venda dos materiais, a
edificação não terá valor algum, não devendo ser um Ativo.

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Resultado
Controle de eventos
passados

Benefícios Constitui
econômico um bem ou
s futuros direito

O ativo será dividido entre circulante e não circulante para separar as contas com mais
capacidade de virar dinheiro, ou seja, conforme sua liquidez. Quanto mais fácil for sua circulação
e conversão em dinheiro, mais líquido o ativo será.

Alta liquidez
(Circulante)

Baixa liquidez
(Não
circulante)

Conforme o CPC - PME (Pequenas e médias empresas) podemos definir que:

A entidade deve classificar um ativo como circulante quando:


(a) espera realizar o ativo, ou pretender vendê-lo ou consumi-lo durante o ciclo operacional normal
da entidade;
(b) o ativo for mantido essencialmente com a finalidade de negociação;
(c) espera realizar o ativo no período de até doze meses após a data das demonstrações
contábeis; ou
(d) o ativo for caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de
passivo seja restrita durante pelo menos doze meses após a data das demonstrações contábeis.

A entidade deve classificar todos os outros ativos como não circulantes. Quando o ciclo
operacional normal da entidade não for claramente identificável, presume-se que sua duração
seja de doze meses.Com isso, podemos dizer que estão entre os ativos circulantes o dinheiro
disponível em caixa, depósitos em conta corrente, contas a receber de clientes, investimentos de
curto prazo, aplicações automáticas, estoques, entre outros.
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Podem ser considerados ativos circulantes: Dinheiro em caixa, valor em conta corrente,
aplicações automáticas ou de curto prazo, contas a receber de clientes em período menor de 12
meses, estoques, impostos a recuperar, etc.

Os ativos não circulantes podem ser segregados em 4 grupos:


- Realizável a longo prazo (bens ou direitos que somente poderão ser realizados após 12
meses): contas a receber a longo prazo, aplicações financeiras com vencimento acima de 360
dias, recuperação de impostos e créditos fiscais com possibilidade de resgate a longo prazo, etc.
- Investimentos (participações, cotas, ações e outros investimentos de longo prazo)
- Ativo imobilizado: representa o grupo de bens físicos e tangíveis de propriedade da
empresa (Imóveis, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, etc.);
- Ativo intangível: bens imateriais, que não existem fisicamente (marcas, patentes,
processos, tecnologias, pesquisa, etc).

2.3 Passivo - abriga as obrigações, ou seja, representa as dívidas e valores a serem pagos a
terceiros (empresa ou pessoa física). Identifica a origem dos recursos aplicados.

A obrigação pode ser uma obrigação legal ou uma obrigação não formalizada (também chamada
de obrigação justa ou construtiva);
Para ser considerado um passivo, é necessário que se cumpram 3 requisitos:
a. constituir uma obrigação da empresa;
b. ser resultado de eventos passados;
c. e ocasionar saída de recursos da empresa.

Para classificar os passivos da empresa também é utilizado o critério de liquidez, semelhante ao


que acontece com os ativos. A divisão entre itens circulantes e não circulantes continua.

O primeiro inclui todas as dívidas e obrigações a serem pagas pela empresa a credores em um
prazo igual ou menor do que um ano. Por isso, estão no passivo circulante os empréstimos de
curto prazo, as contas a pagar a fornecedores, obrigações, financiamentos (parcelas a vencer até
360 dias), salários de funcionários, sendo todos com prazo inferior a um ano.
Já na categoria de passivos não circulantes entram os valores em financiamentos de longo prazo,
empréstimos, contingências trabalhistas e todo tipo de pagamento planejado para ser feito em um
prazo maior do que um ano.

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Resultado
Obrigação
de eventos
presente
passados.

Saída de
recursos

2.4 Patrimônio líquido - também abriga as obrigações, contudo voltada aos direitos dos
acionistas, sócios ou titular da empresa individual em relação ao patrimônio da empresa. Também
é conhecido conceitualmente como o resíduo do ativo reconhecido subtraído do passivo
reconhecido.

Ativo – Passivo = Patrimônio líquido (esta continha SEMPRE tem que bater)

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Vamos aplicar estes conceitos? classifique abaixo os itens entre ativo, passivo e patrimônio
líquido:

ITENS ATIVO PASSIVO PL

Impostos a pagar

Computadores

Empréstimo feito junto ao banco

Capital social

Investimento em outra empresa

Impostos pagos em duplicidade

Mobília do escritório

Investimentos recebidos de outra


empresa

Férias a pagar para funcionários

Prejuízos acumulados

Adiantamento recebido de cliente

Vendas feitas mas ainda não recebidas

Cartão de crédito a pagar

Aluguel a pagar

Veículo da empresa

Lucros acumulados

Dinheiro com conta corrente bancária

Aplicação financeira

Impostos em atraso a pagar

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2.5 Resultado - é a evidência da formação do resultado (lucro ou prejuízo) e a representação do
desempenho da empresa durante um exercício ou período, calculado através do confronto das
receitas, custos e despesas.

O confronto entre Receitas e Despesas irá gerar um Resultado. Será positivo se as Receitas
forem maiores que as Despesas, o que formará um Lucro. Se o resultado do confronto entre as
Receitas e as Despesas for negativo, teremos um Prejuízo.
O Lucro afetará o Patrimônio Líquido aumentando-o, enquanto o Prejuízo irá diminuí-lo.

RESULTADO = RECEITA – (CUSTOS + DESPESAS + PERDAS) + GANHOS

O resultado é dividido em grupos, conforme descritos abaixo:

2.5.1 Receita: são aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que
resultam em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de
aportes dos proprietários da entidade. Resumindo: geração de recursos através das atividades
usuais da empresa.

2.5.2 Ganho: é outro item que se enquadra como aumento de patrimônio líquido, mas não é
receita propriamente dita. Quando ele é reconhecido na demonstração de resultado, é
reconhecido separadamente para ser útil na tomada de decisão. Como exemplo podemos citar a
venda de um veículo, quando o mesmo não faz parte da operação da empresa, o que ganhamos
com esta venda é uma um benefício econômico, porém, não é proveniente da atividade principal.
Resumindo: geração de recursos através de atividades não usuais da empresa.

2.5.3 Custo: consumo de recurso ligado diretamente na geração de um produto ou serviço. Como
por exemplo a matéria prima utilizada na formação do produto, a mão de obra direta utilizada na
execução de serviços, numa empresa do ramo serviços ou gastos gerais de manutenção de
equipamentos utilizados na produção. Resumindo: gasto de recurso necessário para obter mais
recurso com a atividade da empresa.

2.5.4 Despesa: As despesas englobam tudo aquilo que a empresa precisa ter para manter o
funcionamento da estrutura mínima. São valores investidos na área comercial, administrativo,
marketing, recursos humanos. As despesas não têm ligação direta com a produção de novos itens
que serão vendidos pela empresa, mas podem ter influência no aumento da receita. Resumindo:
Gasto de recurso necessário para manutenção das atividades da empresa.

2.5.5 Perda: consumo por evento anormal não previsto. Quando ela é reconhecida na
demonstração de resultado, é reconhecido separadamente para ser útil na tomada de decisão.
Como por exemplo: quando acontecem problemas nos computadores, acidentes de trabalho,
produtos vencidos no estoque ou incêndios. Resumindo: gasto de recurso sem retorno para a
empresa.

2.6 Reconhecimento - é o processo que consiste em incorporar na demonstração contábil um


item que atenda a definição de ativo, passivo, receita ou despesa e satisfaz os seguintes critérios:
(a) for provável que algum aumento ou decréscimo de benefício econômico futuro referente ao
item flua para ou da entidade; e
(b) tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiável ou seja que possamos
mensurar monetariamente.

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Vamos aplicar estes conceitos? classifique abaixo os itens entre receitas, ganhos, custos,
despesas e perdas:

ITENS Receitas Ganhos Custos Despesas Perdas

Honorários do contador

Dinheiro recebido em sorteio

Tarifa bancária

Computador roubado

Seguro de vida dos funcionários

Venda de serviços ou mercadorias

Rendimento de aplicação financeira

Energia Elétrica

Aluguel

Conserto da pia do banheiro

Software de controle do ponto dos


funcionários

Taxa da junta comercial por alteração


contratual

Hora extra de funcionário

Jantar de confraternização de fim de


ano

Multa por atraso em entrega de


declaração

Anuidade do cartão de crédito

Venda para fora do país

Empresa de RH terceirizada

Mensalidade da maquininha de cartão


de crédito

IPTU da sede da empresa

Venda do veículo da empresa

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Vamos aplicar MAIS estes conceitos (socorro)? classifique abaixo os itens agora entre receita
operacional, deduções, despesa ou custo operacional, resultado financeiro e resultado não
operacional:

ITENS Receita Deduções Despesa ou Resultado Resultado


operacional Custo financeiro não
operacional operacional

Honorários do contador

Dinheiro recebido em
sorteio

Tarifa bancária

Computador roubado

Seguro de vida dos


funcionários

Venda de serviços ou
mercadorias

Rendimento de
aplicação financeira

Impostos sobre vendas

Aluguel

Vendas devolvidas

Software de controle do
ponto dos funcionários

Taxa da junta comercial

Multa por atraso em


entrega de declaração

Anuidade do cartão de
crédito

Venda para fora do país

Empresa de RH
terceirizada

IPTU da sede

Venda do veículo da
empresa

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3. Como fazer a Contabilidade:

3.1 Contas Contábeis > tudo começa com as contas contábeis, pois para registrar as
movimentações da empresa eu preciso ter ONDE lançar. As contas devem representar facilmente
a operação realizada por uma entidade através da sua nomenclatura. Normalmente o plano de
contas é individual, feito sob medida para cada empresa pois isso facilita a leitura dos relatórios,
contudo um plano padrão pode funcionar bem, como é o caso da Contabilizei, que usa um único
plano de contas para todos os seus clientes.

Na nossa plataforma podemos verificar o plano de contas cadastrado através do seguinte


caminho:
Cadastros > Plano de Contas > Contas Contábil;

3.1.1 Plano de contas: O plano de contas é apresentado da seguinte maneira:

Código da conta: é um número referencial individual para cada conta.


Tipo da conta: O plano de contas contém contas analíticas e sintéticas. As contas analíticas (A)
são as contas reais, que podem receber lançamentos. As contas sintéticas (S) são simplesmente
a soma de um conjunto de contas analíticas. A diferenciação é útil para a análise das
informações.
Natureza: Representação de acordo com sua natureza (devedora ou credora), conforme
explicaremos melhor a seguir.
Descrição: Nome da conta, representando da melhor maneira possível a natureza do que será
contabilizado nela.
Hierarquia: O plano de contas é uma estrutura hierárquica, com pais, filhos, netos etc. formada
pelos diversos níveis de contas sintéticas. O último nível é composto pelas contas analíticas, que
efetivamente contém valores e fatos contábeis. Nesta coluna está demonstrada a hierarquia por
grupo contábil.
Situação: Situação na plataforma (ativa ou inativa – para casos de contas que não utilizamos
mais).
Classificação: Classificação contábil desta conta entre (ativo, passivo, patrimônio e resultado)
Conta referencial: A RFB criou um plano de contas dela, que se chama plano referencial, e todo
contador precisa linkar as contas de seus clientes ao plano de contas referencial.
Nível: Grau de detalhe da conta, quanto mais analítica, maior o número.
Perfil: Algo exclusivo da Contabilizei, que define um perfil para cada cliente nosso, conforme a
utilização de cada conta.

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O que teria um plano individualizado, que o padrão não tem? Num plano individualizado eu posso
abrir uma conta contábil para cada cliente para o qual a empresa vende produtos ou serviços,
contanto que ela venda pra poucos clientes. O mesmo com fornecedores, contas bancárias, entre
outros.

3.2 Débito e Crédito > esse é o método pelo qual os lançamentos são feitos nas contas,
conhecido como partidas dobradas, TODA movimentação irá gerar no mínimo 2 lançamentos, um
de débito e um de crédito. Todo débito corresponde a um crédito de igual valor e vice-versa. Os
lançamentos contábeis podem ser efetuados em uma ou mais contas, contanto que a soma dos
débitos seja igual a soma dos créditos.

A lógica, analisando os conceitos que vimos até então, seria:

Ao lançar em contas de Bens, Direitos e Investimentos (Ativos)


Debita-se quando aumentam de valor
Credita-se quando diminuem de valor

Ao lançar em contas de Obrigações (Passivo):


Debita-se quando diminuem de valor
Credita-se quando aumentam de valor

Para as contas de Resultado:


Credita-se a Receita e os ganhos
Debita-se custos, despesas e perdas

Uma colinha pra ajudar =)

ATIVO PASSIVO RESULTADO


(+) AUMENTA = DÉBITO (+) AUMENTA = CRÉDITO (+) RECEITA = CRÉDITO
(-) DIMINUI = CRÉDITO (-) DIMINUI = DÉBITO (-) DESPESA = DÉBITO

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O que significa dizer que uma conta tem natureza devedora ou natureza credora?

Ativos e despesas têm natureza devedora, ou seja, os saldos das respectivas contas são
considerados "positivos" quando são devedores e possui a sua origem no débito, conforme
descrito acima. As contas tornam-se mais positivas quando recebem aplicação (e portanto débito)
de recursos.

Passivos, receitas e capital têm natureza credora e a explicação é a mesma. Quando uma conta
dessas possuem como origem o crédito de recursos, ela se torna mais positiva. Se for uma conta
passiva, espera-se que um dia ela receba um lançamento a débito para ser zerada — o
pagamento da dívida.

Uma colinha pra ajudar a gente =)

CONTAS NATUREZA AUMENTOS DIMINUIÇÕES


Ativo Devedora D C
Passivo Credora C D
Despesa Devedora D C
Receita Credora C D
Patrimônio líquido Credora C D

Na prática na nossa plataforma como funciona?

Dentro de cada cliente na parte superior da tela deve-se ir para Contabilidade > Para clientes
(empresas) > Lançamento. Conforme demonstrado abaixo:

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Nos termos da Lei n° 9.610/1998, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a divulgação ou venda desta obra, por qualquer forma,
meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem permissão por escrito, dos Autores.

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Nesta tela podemos visualizar todos os lançamentos de determinado período, bem como, o time
contábil pode adicionar os lançamentos manuais:

Selecionamos um grupo de lançamentos (débitos e créditos) para observarmos a lógica da partida


dobrada e como para todo crédito (ou conjunto de) deve haver um débito (ou conjunto de) de valor
equivalente.

3.3 Razonete > É uma representação em forma de “T”, bastante utilizada como instrumento
didático para desenvolver o raciocínio contábil, é individual por conta, e é a melhor forma de
aprender a lançar débito e crédito, então vamos colocar a mão na massa =)

A forma gráfica a seguir representa o razonete no qual são registradas todas as movimentações
em cada conta individualmente, ou seja, ao abrir um razonete, este receberá um nome de uma
determinada conta, por exemplo, a conta Caixa, e será registrado no razonete da conta Caixa
toda e qualquer movimentação que ocorra no Caixa, como a entrada e a saída de dinheiro.

Exemplo prático:

Na constituição da empresa, a primeira etapa é a integralização do capital social, podemos


evidenciar esta ação através dos seguintes lançamentos:

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


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meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem permissão por escrito, dos Autores.

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No momento que a empresa presta um serviço, na emissão da nota fiscal (no valor de R$ 50,00),
precisamos fazer o seguinte lançamento:

Recebimento à vista:

Recebimento à prazo:

Posteriormente no momento do recebimento:

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4. Demonstrações financeiras

Hora de reforçar pra que servem as demonstrações contábeis!

Lei n° 11.638/07

As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição patrimonial e


financeira (balanço patrimonial), o desempenho (demonstração do resultado e demonstração do
resultado abrangente) e os fluxos de caixa de uma entidade. Uma apresentação adequada exige
a representação confiável dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com
as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas.

Relembrando!!

Posição Ativos
Patrimonial e Passivos
Financeira Patrimônio líquido
Receitas
Performance
Despesas
Quais são as principais demonstrações financeiras?

Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado;
Demonstração do Resultado Abrangente;
Demonstração dos Fluxos de Caixa;
Demonstração dos Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração do Valor Adicionado
Notas Explicativas

E nós entregamos todas as demonstrações para nossos clientes?


Tun tun tun tun ... NÃO, ufffa ainda bem.
Para empresas enquadradas como PME (pequenas e médio porte) que se aplique a ITG 1000,
somente estas três são obrigatórias.
● Balanço patrimonial - BP
● Demonstração do resultado - DRE
● Notas Explicativas

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Nos termos da Lei n° 9.610/1998, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a divulgação ou venda desta obra, por qualquer forma,
meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem permissão por escrito, dos Autores.

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Conceituando mais um pouquinho.
Descrição de pequenas e médias empresas segundo o CPC PME - Contabilidade para Pequenas
e Médias Empresas;
1.2 Pequenas e médias empresas são empresas que:
(a) não têm obrigação pública de prestação de contas; e
(b) elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos.
Exemplos de usuários externos incluem proprietários que não estão envolvidos na administração
do negócio, credores existentes e potenciais, e agências de avaliação de crédito.
1.3 Uma empresa tem obrigação pública de prestação de contas se:
(a) seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados em um mercado de ações ou
estiverem no processo de emissão de tais instrumentos para negociação em um mercado aberto
(em bolsa de valores nacional ou estrangeira ou em um mercado de balcão, incluindo mercados
locais ou regionais); ou
(b) possuir ativos em uma condição fiduciária perante um grupo amplo de terceiros como um de
seus principais negócios. Esse é o caso típico de bancos, cooperativas de crédito, companhias de
seguro, corretoras de seguro, fundos mútuos e bancos de investimento.

A ITG 1000 é o Modelo Contábil para Microempresas e Empresa de Pequeno Porte que permite a
simplificação na escrituração contábil em relação a adoção das normas completas de
contabilidade.

4.1 Explicando o Balanço patrimonial:


O balanço patrimonial de uma empresa é a relação de seus ativos, passivos e patrimônio líquido
em uma data específica. Apresenta-se nessa demonstração a posição patrimonial e financeira da
entidade.
Com intuito de evitar algumas distorções, a forma de apresentação do Balanço Patrimonial
obedece a alguns princípios gerais, como:
Ativo: é apresentado do lado esquerdo.
Passivo: é apresentado do lado direito.
Patrimônio Líquido: é apresentado do lado direito logo após o Passivo.

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Estrutura simplificada de um balanço patrimonial:

4.2 Explicando a demonstração de resultado


A demonstração do resultado do exercício - DRE é um relatório contábil elaborado em conjunto
com o balanço patrimonial, que descreve as operações realizadas pela empresa em um
determinado período, nela serão detalhadas todas as contas de receitas e despesas, até a
formação do Lucro ou do Prejuízo do Exercício.

A DRE deve ser elaborada obedecendo fielmente ao princípio do Regime de Competência,


portanto as receitas e as despesas devem ser incluídas na operação do resultado no período em
que ocorreram, sempre simultaneamente quando se correlacionam, independente de recebimento
ou pagamento.
Anualmente deverá ocorrer o zeramento de todas as contas da DRE, que resultarão em lucro ou
prejuízo, sendo este resultado transportado para dentro do patrimônio líquido do balanço
patrimonial, fazendo com que o ativo e o passivo tenham o mesmo valor, ou seja, enquanto a
DRE não é zerada, o ativo e passivo do balanço não batem.

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Estrutura simplificada de uma demonstração do resultado:

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E como estas demonstrações aparecem na nossa plataforma? Onde eu encontro?
Após entrar no perfil de algum cliente específico, precisamos ir em Contabilidade > Para clientes
(empresas) > Relatórios.

Encontramos a seguinte tela:

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4.3 Explicando o relatório Razão
O Razão é um livro fundamental ao processo contábil e é exigido pela legislação brasileira para
empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real.
Em virtude de sua eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa.
Por meio do razão é possível controlar separadamente o movimento de todas as contas. O
controle individualizado das contas é importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a
apuração de resultados e elaboração de demonstrações contábeis.
Ou seja, é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo
usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, estes lançamentos.
Este livro agrega as contas patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e
patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos.

Atualmente é dispensada a autenticação ou registro do livro razão pelos órgãos competentes, isto
porque ele é a cópia autêntica do que consta no Livro Diário, porém apresentado de outra forma.

Deve conter no mínimo as seguintes informações:


Nome da conta
Data do lançamento: dia, mês e ano de ocorrência do fato que alterou o valor do componente
patrimonial;
Contrapartida: é a conta que completa o lançamento de outra conta que está sendo escriturada;
Histórico do lançamento: descrição do fato administrativo do evento registrável na escrituração;
Débito e Crédito: indicação do valor que será acrescido e/ou diminuído do saldo da conta; e
Saldo: diferença entre o somatório do débito e somatório do crédito.

4.4 Explicando o Balancete


O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar que relaciona os saldos das contas
remanescentes no diário. Imprescindível para verificar se o método de partidas dobradas está
sendo observado pela escrituração da empresa.
Por este método cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao
balancete verificar se a soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.
Este demonstrativo poderá ser utilizado para fins gerenciais, com suas informações extraídas dos
registros contábeis mais atualizados, servindo de suporte para acompanhamento de orçamento
empresarial e fluxo de caixa, por exemplo.
O grau de detalhamento do balancete de verificação deverá estar adequado à finalidade do
mesmo.
Caso o demonstrativo seja destinado a usuários externos o documento deverá ser assinado por
contador habilitado pelo conselho regional de contabilidade (CRC).
Geralmente o balancete é disponibilizado mensalmente, servindo assim como suporte aos
gestores para visualizar a situação da empresa diante dos saldos mensurados, sendo um
demonstrativo de fácil entendimento e de grande relevância e utilidade prática. É também utilizado
como auxiliar na análise dos tributos gerados e para fins de planejamento fiscal.

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4.5 Notas Explicativas
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras, e tem como objeto
trazer informações complementares sobre as demonstrações, esclarecimentos sobre práticas
contábeis, conteúdo, projeções, etc.
De acordo com o CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis)
As notas explicativas devem:
(a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e das
políticas contábeis específicas utilizadas;
(b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e
Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis,
mas que seja relevante para sua compreensão.
Muitas vezes as notas acabam sendo o elemento mais importante das demonstrações, pois elas
devem conter a explicação dos saldos, indicando os motivos que levaram a empresa a ter lucro ou
prejuízo, a ter boa liquidez ou não em seus ativos, ou ainda trazem a composição dos saldos, de
forma a revelar mais dados para análise do leitor.

Onde fica esta informação em nossos clientes?


Fica na emissão do livro contábil e varia de acordo com os saldos que o cliente possui nas suas
demonstrações financeiras (BP e DRE).

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5. Exercícios

1) As obrigações que a empresa possui são representados por contas de:


a) Receita
b) Despesa
c) Ativo
d) Passivo
e) Patrimônio Líquido

2) Os seguintes itens representam elementos do patrimônio de uma empresa, classificar os itens


segregando entre bens, direitos e obrigações:
a) Computador do escritório da empresa.
b) Conjunto de móveis do escritório.
c) Valor referente ao contas a receber que será recebido em 30 dias.
d) 1 veículo comprado no nome da pessoa física do sócio da empresa.
e) Parcelamento do simples nacional efetuado.
f) Valor referente a uma compra que será paga no 20° dia do mês seguinte.
g) Estoque de mercadorias para revenda.
h) Valor referente à folha de pagamento de salários da empresa que serão pagos no 5º dia útil do
mês seguinte.
i) Valor referente a um adiantamento realizado por um cliente de um serviço que será efetuado
posteriormente.
j) Valor referente a DAS que a empresa deverá recolher no mês seguinte.
k) Móveis e utensílios da empresa.
l) Empréstimos efetuados junto a um sócio da empresa.
m) Valor referente ao INSS, que vencerá até o 10º dia útil do mês seguinte.

Quais dos itens acima representam bens da empresa?

______________________________________________________________________________

Quais dos itens acima representam direitos da empresa?

______________________________________________________________________________

Quais dos itens acima representam obrigações da empresa?

______________________________________________________________________________

3) Assinale a opção em que TODAS as contas pertencem ao Passivo Circulante.


a) Salários a Pagar, Impostos a Pagar, Dividendos propostos, 20ª parcela de parcelamento do
simples.
b) Caixa, Adiantamentos a Fornecedores, Adiantamento de Clientes, Energia Elétrica a pagar.
c) Salários a Pagar, Imóveis, INSS a recolher, DAS a recolher.
d) Salários a Pagar, Empréstimos Bancário de Curto Prazo, DAS a Recolher.

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4) Classifique as contas contábeis abaixo de acordo com sua natureza – DEVEDORA ou
CREDORA

Conta Devedora Credora


Simples a Recolher
Despesas de Salários e Ordenados
Imposto de Renda a Recolher
Aplicações Financeiras
Honorários a Pagar
Pró-Labore a Pagar
Vendas Canceladas
Empréstimo tomado
Capital integralizado
Impostos a Recuperar
Lucros acumulados
Adiantamento de Clientes

5) Considere a seguinte relação de contas:


- Caixa
- Adiantamentos a fornecedores
- Adiantamentos de clientes
- Capital integralizado
- Bancos
- Despesas com aluguéis
- Despesas com marketing
- Receita com serviços

O número de contas credoras é de:


a) dois c) quatro e) seis
b) três d) cinco

6) O plano de Contas pode ser:


a) Único para empresas do mesmo ramo.
b) Adaptado para cada tipo de empresa
c) Único para empresas do mesmo tamanho.
d) Adaptado para cada setor de atividade.

7) Não é conta patrimonial:


a) Salários a pagar
b) Clientes
c) Simples a Recolher
d) Receita com vendas
e) Banco

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8) Relacione os itens da parte de cima com os de baixo, com referência aos grupamentos de
contas de demonstração do resultado do exercício, considerando que a empresa presta serviço
de odontologia;

1. Receita bruta de vendas


2. Deduções de vendas, abatimentos e impostos
3. Custo
4. Despesas com vendas
5. Despesas financeiras
6. Receitas financeiras
7. Outras despesas
8. Despesas com honorários
9. Despesas administrativas

( ) Receita advinda de aplicação financeira;


( ) Receita ganha na prestação de serviços odontológicos;
( ) Valor pago referente serviços prestados de marketing
( ) Variação monetária sobre dívidas
( ) Despesas com pagamentos de serviço de contabilidade
( ) Pagamentos da DAS
( ) Pagamentos de outras taxas incorridas durante o ano de valores não relevantes
( ) Pró-labore incorridos durante o ano
( ) Salários incorridos referente ao administrativo do consultório
( ) Aluguel das cadeiras específicos para a realização da atividade

9) Relacione a coluna da direita com a da esquerda, com referência aos grupamentos de contas
do balanço patrimonial.
1. Ativo circulante ( ) Impostos que serão recolhidos no ano seguinte.
2. Ativo realizável a longo prazo ( ) Capital social.
3. Investimentos ( ) Pró labore a pagar.
4. Ativo imobilizado ( ) Ações compradas em bolsa de valores.
5. Ativo intangível ( ) Máquinas e equipamentos da fábrica.
6. Patrimônio líquido ( ) Aplicações financeiras de curto prazo.
7. Passivo circulante ( ) Empréstimo concedido a sócios.
8. Passivo Não Circulante ( ) Softwares desenvolvidos pela empresa.

10) A Demonstração do Resultado do Exercício representa o desempenho de uma empresa em


determinado período. Assinale a alternativa abaixo que não integra essa Demonstração Contábil.
a) Juros/multas pagas.
b) Custo dos Produtos Vendidos, das Mercadorias Vendidas ou dos Serviços Prestados.
c) Aplicações financeiras.
d) Despesas e Receitas Financeiras.

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11) Com base nos saldos em 31/12/2018 das contas a seguir, monte o Balanço Patrimonial da
Compostagem LTDA.
Contas R$ Contas R$
INSS a pagar 110,00 Pró-labore a pagar 890,00
Dinheiro em caixa 350,00 DAS a pagar 390,00
Estoque de mercadoria 5.000,00 Lucros Acumulados 17.110,00
Contas a pagar (fornecedores) 1.500,00 Capital Social 1.000,00
Máquinas e equipamentos 3.200,00 Parcelamento SN em 12x 2.800,00
Contas a receber 11.000,00 Conta Corrente banco 4.250,00

ATIVO R$ PASSIVO R$

PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$

TOTAL TOTAL

12) Com base nos saldos em 31/12/2018 das contas a seguir, monte a demonstração de
resultado da Reciclagem ME e informe o lucro ou prejuízo obtido;

Despesas financeiras – 350,00 Despesas administrativas – 35.000,00


Custo do Produto vendido – 135.000,00 Despesas com o simples – 10.000,00
Receita bruta – 200.000,00 Despesas com honorários – 880,00
Despesas de Vendas – 6.000,00 Receitas financeiras – 1.680,00

CONTAS R$

RESULTADO (+-)
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6. Análise dos índices das demonstrações contábeis
A análise dos índices significa basicamente avaliar a situação patrimonial da empresa através da
comparação e interpretação do conteúdo do saldo das contas, visando obter informações
analíticas e precisas com o propósito de diagnosticar a condição de sua posição financeira atual e
também a fim de prever tendências futuras.
Análise Horizontal
Avalia o aumento ou a diminuição dos valores patrimoniais ou do resultado, sempre realizado
mantendo uma comparação com períodos anteriores.
Análise Vertical
Tem por objetivo medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte e
fazer as comparações períodos anteriores.
Índices
Liquidez – Avalia a capacidade da empresa, para satisfazer compromissos de pagamentos com
terceiros.

Liquidez Fórmula Exemplo


Imediata ou absoluta Caixa e Equivalentes de Caixa /
Passivo circulante
Liquidez Corrente Ativo Circulante / Passivo
circulante
Liquidez Geral Ativo Circulante e Não circulante /
Passivo Circulante e Não
circulante

Rentabilidade – Avalia o rendimento, a lucratividade da empresa obtida em determinado período.

Índices Fórmula Exemplo


Margem Bruta Lucro Bruto / Receita Líquida
Margem Operacional Lucro Operacional / Receita Líquida
Margem líquida Lucro líquido após IR (Lucro Final) /
Receita líquida

Endividamento – Avalia o grau de endividamento da empresa.

Índices Fórmula Exemplo


Índice de Endividamento (Capital de Terceiros / Ativos) x 100
Geral (EG)
Composição do CE = [Passivo de curto prazo /
Endividamento (CE) (Passivo de longo prazo + Passivo
de curto prazo)] x 100

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