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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faculdade de Educação da Baixada Fluminense – FEBF


Disciplina: Educação, Linguagem e Conhecimento I
Prof. Luiz Saléh

Aluna: Claudia Silva Santana de Oliveira

A disciplina de Educação, Linguagem e Conhecimento, ministrada pelo professor Luiz Saléh,


tem sido muito interessante, pois em muitos momentos me possibilitou entender e refletir
sobre a prática docente. Em certo momento, na disciplina, assistimos um vídeo que achei
muito importante para entendermos as questões relacionadas à medicalização e patologização
da educação, onde pudemos ver, a partir do vídeo e da discussão levantada em sala de aula,
algumas abordagens acerca de como a escola lida com crianças que possuem algum tipo de
comprometimento nesse sentido. Com isso, entendi que a escola pode e deve ser parceira do
processo de reabilitação da criança. Nós, como docentes, muitas vezes chegamos nas escolas
e lidamos com alunos que não são laudados. Em muitos casos, somos avisados pela direção e
funcionários da escola que um aluno possui algum comprometimento, mas sem laudo. Para
isso, o professor deve se atentar e buscar, junto a orientadora pedagógica meios de orientar
aos responsáveis. Também foi discutido em sala, e foi uma conversa que me chamou a
atenção, a questão da formação do professor, que em muitos casos não recebe uma formação
específica para lidar com esses casos.
Outro fator que chamou a minha atenção dentro da disciplina e dos textos estudados, foi o
capítulo que nos fez pensar no saber como objeto de desejo. Através do meu olhar para o
capítulo, percebi que quando trabalhamos com os alunos com intuito de despertar esse desejo
inicial pelo conhecimento, estamos realizando uma metodologia de prática docente eficaz, que
despertará no aluno a vontade de avançar em busca do conhecimento. Relacionado a isto,
Bernard Charlot (2000) nos apresenta que:

A questão é compreender, portanto, como se passa do desejo de saber (como busca


de gozo) à vontade de saber, ao desejo de aprender, e, além disso, ao desejo de
aprender e saber isso ou aquilo. “Compreender o desejo é compreender os avatares e
as mutações do desejo até os atos e as obras que saem dele”. O pesquisador se
interessará, então, pela construção da personalidade psicofamiliar e por sua
manutenção (ou por sua não-manutenção) no espaço escolar. Mas a base dessa
construção ainda é o desejo, o que a psicanálise chama de “a relação do objeto
primitivo”. A partir daí, J. Beillerot conclui: “Todo estudo que tomar a relação com o
saber como noção central não poderá libertar-se da base psicanalítica; não que isso
impeça outras abordagens, mas é a partir da teorização da relação de objeto, do
desejo e do desejo de saber, depois da inscrição social destes em relações (que
vinculam o psicológico ao social) que será possível assumir o risco de trabalhar com
essa noção e de desenvolvê-la; um desenvolvimento que não deverá esquecer algo
essencial, sob pena de fazê-la perder seu sentido: só há sentido do desejo”
(CHARLOT, Bernard. 2000, p. 37).

Diante disso, pude compreender a importância da organização do trabalho pedagógico,


partindo do princípio de que é importante despertar no aluno o desejo pelo conhecimento.
Penso que, para isso, uma maneira seja organizar as aulas entendendo a realidade do aluno e
buscando trabalhar também respeitando as experiências dele, que, como estudei em outra
disciplina no semestre passado, é uma prática importante para desenvolver melhor o processo
educacional do educando. Ainda nesse pensamento, podemos citar uma crítica realizada por
Solange Jobim e Souza (1994), autora que também estudamos em nossas aulas, que explana o
pensamento de que nos convencemos de que a criança é uma categoria desvinculada do
social, dessa forma, não é vista como um sujeito na e da história. Para isso, a autora reflete:

Entretanto, o que se evidencia com frequência é que a criança, jamais é vista por
inteiro, como membro de uma classe social situada histórica, social e culturalmente,
é seccionada em infinitos comportamentos e/ou habilidades. Esses comportamentos,
mesmo sendo reunidos posteriormente por meio de uma articulação teórica abstrata,
não conseguem resgatar o lugar social da criança como um ser que interage com a
história do seu tempo, modificando-a ao mesmo tempo em que é modicada por ela.
(SOUZA, Solange Jobim. 1994, p. 45).

Assim, a crítica da autora reforça a importância de enxergarmos esses alunos como sujeitos
inseridos no meio social. Quando discutimos em sala de aula os assuntos que rodeavam a
proposta da nossa ementa, sempre tivemos essa preocupação em trazer discursos que tinham o
intuído de ter um olhar mais apurado para as questões dos educandos. Aprendi muito e
consegui abrir meus horizontes para essas questões.

Referências bibliográficas:

SOUZA, SOLANGE JOBIM. Ressignificando a psicologia do desenvolvimento: uma


contribuição crítica à pesquisa da infância. Trabalho apresentado no Encontro: Crianças
dos 0 aos 6 anos. Que perspectivas. Praia, 1994, p. 39.

CHARLOT, BERNARD. Da Relação com o Saber: Elementos para uma teoria. Artmed, 2000.

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