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MESTRADO HUJM – 2020

Título: Achados ecocardiográficos em crianças atendidas no Hospital Júlio Muller com mães
supostamente infectadas por Zika vírus na gestação

Orientador proposto: Dr. Marcial Francis Galera

Candidato: Alessandro Gonçalves da Silva

SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------página 3

JUSTIFICATIVA------------------------------------------------------página 4

MATERIAL E MÉTODO--------------------------------------------página 5

OBJETIVOS------------------------------------------------------------página 6

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA---------------------------------------página 7

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA---------------------------------------página 8

BIBLIOGRAFIA-------------------------------------------------------página 9

BIBLIOGRAFIA-------------------------------------------------------página 10
INTRODUÇÃO

Foi percebido no Brasil recentemente pelo ministério da saúde um número muito grande de casos
de infecção por Zika vírus em gestantes que resultaram em alterações fetais cerebrais
importantes e com isso foram evidenciadas outras alterações nessas crianças sugerindo,
recentemente, uma síndrome congênita do Zika, tendo como principal problema a lesão
neurológica com microcefalia, hiperreflexia, desproporção facial, hipertonia, irritabilidade e
ventriculomegalia. Como há bastante semelhança com Rubéola congênita, é necessário verificar
se há alterações em órgãos importantes como o coração.
Pensando nisso, criamos o objetivo de verificar através do ecocardiograma se encontramos
alterações estruturais nas crianças com suspeita de síndrome congênita do Zika vírus.
Isso nos faz pensar em um problema de saúde pública que pode tomar proporções desastrosas,
uma vez que traz alterações importantes nos pacientes que levam a dependência física e
necessidade de tratamentos contínuos multiprofissionais, onerando muito o sistema de saúde do
país e deixando sofrimento nas famílias diminuindo a qualidade de vida dos pacientes e
familiares. Portanto é preciso que se tenha o máximo de informações possíveis sobre este mal
que é relativamente novo e não tem ainda muitos achados da repercussão e proporção dos
problemas que podem trazer aos pacientes.
Tanto é importante esse pensamento que em fevereiro de 2016 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) anunciou publicamente a associação da infecção na gestação por Zika vírus com a
microcefalia dizendo ainda que deveria ser uma preocupação mundial se não fosse bem
monitorada e controlada, pois houveram relatos de casos da infecção por Zika vírus fora da
América latina.
JUSTIFICATIVA

A infecção por Zika vírus no Brasil já é uma preocupação para saúde pública pela proporção
epidemiológica que tomou dentro do país devido ao grande número de casos da infecção pelo
vírus e principalmente pela consequência grave que traz na população quando essa infecção
acontece durante a gestação, com comprometimento importante da criança que nasce, devido às
alterações neurológicas, e deixa uma necessidade de investigação de alterações congênitas em
outros em outros órgãos, principalmente o coração, que pode piorar a qualidade de vida trazendo
a possibilidade de mais um especialista monitorando o bem estar dos pacientes.
As cardiopatias congênitas ainda não foram bem estudadas nessa doença, uma vez que se
apresentou como problema de saúde pública há pouco tempo, com isso é preciso captar o
máximo de informações possíveis através de estudos sistematizados da população afetada, afim
de podermos nos preparar melhora para atender os doentes e programarmos políticas públicas de
saúde para evitar tais complicações tem mais conhecimento para isso.
MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de estudo prospectivo observacional de corte transversal realizado no período de janeiro


de 2016 a março de 2017 dos pacientes atendidos no ambulatório de referência do hospital
Universitário Júlio Muller que tiveram critérios de microcefalia associada a possível infecção
materna na gestação por Zika vírus e realizaram ecocardiograma para investigação de cardiopatia
congênita.

Critérios de Inclusão

Serão incluídas as crianças com diagnóstico de microcefalia segundo definição do Ministério da


Saúde (perímetro cefálico menor que 32cm) e história de infecção presumida pelo Zika vírus
durante a gestação e preencherem o formulário de consentimento livre e esclarecido que será
apresentado ao familiar responsável pela criança.

Critérios de Exclusão

Serão excluídas as crianças com microcefalia por outras causas, sem história de infecção
presumida por Zika vírus durante a gestação, além daquelas as quais as famílias se recusarem a
preencher o formulário de consentimento esclarecido sobre a pesquisa.

Do Ecocardiograma

Será realizado exame de ecocardiograma, por cardiopediatra experiente, nos pacientes que
preencherem os critérios de inclusão para investigação de cardiopatia congênita estrutural
seguindo as orientações de feitura do exame pela Sociedade Brasileira de Cardiologia com uso
do aparelho da Toshiba de modelo Aplio 300 usando Doppler colorido pulsado e contínuo, modo
M e adaptações de imagens que forem necessárias na avaliação estrutural do coração das
crianças da amostra.

OBJETIVOS

Objetivo Primário

O objetivo desse estudo é definir a prevalência de cardiopatia congênita nesse grupo de pacientes
relacionando quais cardiopatias se apresenta na amostra estudada.

Objetivo Secundário

Relacionar qual a cardiopatia mais evidenciada na população estudada. Verificar a possibilidade


de relacionar as alterações cardíacas evidenciadas no estudo com a presença do Zika vírus
durante a gestação.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A infecção pelo Zika vírus em humanos geralmente é benigna e não letal, sendo comumente leve
ou assintomática. Entretanto, alguns bebês nascidos de mães infectadas por aquele vírus durante
a gestação nasceram com sequelas neurológicas graves, e uma ocorrências incomum de casos na
região das Américas levaram a Organização Mundial de Saúde a declarar uma emergência de
saúde pública de preocupação internacional em fevereiro de 2016. Em maio de 2016 relatos de
recém-nascidos e fetos com microcefalia ou outras mal-formações - presumivelmente associada
à infecção por Zika vírus - foram descritos nos seguintes países e terrirório: Brasil (1271), Cabo
Verde (3), Colombia (7), Polinésia Francesa (8), Martinica (2 casos), Panamá (4), sendo também
descrito casos na Eslovênia e Estados Unidos da América, ambas com história de viagem ao
Brasil durante a gestação realizada pela mãe.
O neurotropismo do Zika vírus pelas células progenitoras cerebrais é responsável pelas
malformações importantes do sistema nervoso central levando à microcefalia e outras
malformações neurológicas.
A existência de dados não publicados e compartilhado com a OMS destacam a maior variedade
de anormalidades congênitas provavelmente associadas a aquisição da infecção pelo Zika vírus
in útero. Além da microcefalia, outras manifestações incluem desproporção craniofacial,
espasticidade, convulsões, irritabilidade e disfunção do tronco encefálico, incluindo dificuldades
de alimentação, anormalidades oculares e achados sobre neuroimagem como calcificações,
distúrbios corticais e ventriculomegalia, tendo essas alterações variabilidade de gravidade
apresentada. Dados preliminares na Colômbia e Panamá sugerem que os sistemas genitourinário,
cardíaco e digestivo podem ser afetados.
A gama de anormalidades observadas em relação causal provável com a infecção pelo Zika vírus
sugerem uma nova síndrome genética, ainda em análise pelo mundo e com critérios
estabelecidos pela OMS.
A emergência da saúde pública do vírus Zika é distinta devido às suas consequências para a
saúde a longo prazo e ao impacto social. É necessária uma abordagem coordenada para
compartilhamento de dados, vigilância e pesquisa. 
Dado o reconhecimento desta relação causal, precisamos intensificar nossos esforços para a
prevenção de desfechos adversos causados pela infecção congênita do vírus Zika. No entanto,
muitas questões importantes para os nossos esforços de prevenção continuam incluindo o
espectro de defeitos causados pela infecção prévia do vírus Zika, o grau de risco relativo e
absoluto de desfechos adversos entre fetos cujas mães foram infectadas em diferentes momentos
durante a gravidez e fatores que pode afetar o risco de uma mulher de gravidez adversa ou
resultados de nascimento.

Saindo de uma hipótese de que o vírus Zika está vinculado a certos desfechos adversos a uma
afirmação de que o vírus Zika é uma causa de certos desfechos adversos, permite comunicações
diretas em relação ao risco, tanto em contextos de atendimento clínico como em orientação de
saúde pública, e um enfoque intensificado na prevenção esforços, como a implementação do
controle vetorial, a identificação de métodos de diagnóstico aprimorados e o desenvolvimento de
uma vacina contra o vírus Zika. Além disso, depois de reconhecer uma relação causal entre a
infecção do vírus Zika e a gravidez adversa e os resultados de nascimento, podemos focar
esforços de pesquisa em outros problemas críticos: primeiro, compreendendo o espectro
completo de defeitos causados por infecção congênita do vírus Zika; se vírus Zika é semelhante
ao outro teratógenos, uma expansão do fenótipo seria esperado (por exemplo, com o síndrome
congênito de rubéola, o fenótipo foi expandido a partir de cataratas para incluir outros dados, tais
como a perda de audição, cardiopatias, e microcefalia).  Em segundo lugar, quantificando os
riscos relativos e absolutos entre lactentes que nasceram de mulheres infectadas em diferentes
momentos durante a gravidez. Terceiro, identificando fatores que modificam o risco de uma
gravidez adversa ou resultado de parto (por exemplo, coinfecção com outro vírus, resposta imune
preexistente a outro flavivírus, fundo genético da mãe ou feto e gravidade da infecção). Abordar
essas questões melhorará nossos esforços para minimizar o peso dos efeitos da infecção pelo
vírus Zika durante a gravidez.
BIBLIOGRAFIA

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