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APOSTILA DE ACORDO COM EDITAL DE CONCURSO

PÚBLICO PMB Nº 001/2020 - PMB/SEMAD

SEMAD-PA
SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO

ASSISTENTE DE
ADMINISTRAÇÃO
(NM.03)

CONTEÚDO
- Língua Portuguesa
GRÁTIS
- Atualidades
CONTEÚDO ONLINE
- Legislação
- Noções de informática Português
Conhecimentos Específicos - Acentuação Gráfica
e Ortografia
Noções de Administração
Pública
- Gestão Estratégica
Informática
- LibreOffice Writer
Secretaria Municipal de Administração do Estado do Pará

SEMAD-PA
Assistente de Administração

FV079-N0
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Secretaria Municipal de Administração - PA

Assistente de Administração (Nm.03)

Edital de Concurso Público PMB Nº 001/2020 - PMB/SEMAD

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Atualidades - Profº Elines Francisca
Legislação - Profº Fernando Zantedeschi e Profº Ricardo Razaboni
Noções de informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Profª Silvana Guimarães e Fernando Zantedeschi

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Mesquita
Leandro Filho
Josiane Sarto

DIAGRAMAÇÃO
Willian Lopes
Higor Moreira

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto......................................................................................................................................................... 1


Tipologia e gêneros textuais. ............................................................................................................................................................................ 8
Figuras de linguagem. ......................................................................................................................................................................................... 9
Significação de palavras e expressões.Relações de sinonímia e de antonímia. .................................................................... 13
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................ 17
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................................................. 21
Uso da crase. ........................................................................................................................................................................................................... 24
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. ............................................................ 27
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. 11. Locuções verbais (perífrases 30
verbais). .....................................................................................................................................................................................................................
Funções do “que” e do “se”. .............................................................................................................................................................................. 67
Formação de palavras. ......................................................................................................................................................................................... 67
Elementos de comunicação. .............................................................................................................................................................................. 69
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e 70
período composto por coordenação e subordinação). ..........................................................................................................................
Concordância verbal e nominal. ...................................................................................................................................................................... 80
Regência verbal e nominal. ................................................................................................................................................................................ 87
Colocação pronominal. ....................................................................................................................................................................................... 93
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. ................................................................................................................... 93
Elementos de coesão. .......................................................................................................................................................................................... 96
Função textual dos vocábulos. ......................................................................................................................................................................... 101
Variação linguística................................................................................................................................................................................................. 102

ATUALIDADES

Aspectos gerais do Brasil, do Estado do Pará e do município de Belém; Temáticas atuais, relevantes e am-
plamente divulgadas referentes à História e Geografia do Brasil, do Pará e do município de Belém................ 01
Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: economia, sociedade, educação, tecnolo-
gia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vincula-
ções históricas; Fatos da atualidade: locais e nacionais......................................................................................................................... 05
SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO

Noções de Direito Constitucional: Constituição: conceito e classificação. ...................................................................................... 1


A organização do Estado: poderes e funções. A Administração Pública: princípios que a norteiam. Princípios
constitucionais da administração pública: princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência...................................................................................................................................................................................................................... 4
Noções de Direito Administrativo. Estrutura administrativa da Administração Pública.............................................................. 12
Atos administrativos: conceito e requisitos do ato administrativo, atributos do ato administrativo, classificação dos
atos administrativos. Espécies de atos administrativos. .......................................................................................................................... 23
Requisitos do Serviço Público e Direitos do Usuário. ............................................................................................................................... 29
Responsabilidade dos servidores: responsabilidade administrativa, responsabilidade civil, responsabilidade criminal,
meios de punição, sequestro e perdimento de bens, enriquecimento ilícito e improbidade administrativa, abuso de
autoridade. ................................................................................................................................................................................................................ 33
Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Belém: Lei n.º 7.502, de 20 de dezembro de 1990 - dispõe sobre
o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Belém, e suas alterações......................................................................... 47
Lei n. 7507, de 14 de janeiro de 1991, que dispõe sobre o Plano de Carreira do Quadro de Pessoal da Prefeitura
Municipal de Belém................................................................................................................................................................................................ 52
Ética no serviço público......................................................................................................................................................................................... 54

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores
de arquivos, chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). Identificação
e manipulação de arquivos. Backup de arquivos.Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias,
processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e DVDs).Periféricos de computadores...................... 01
Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10................................. 08
Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre. ................................................................................................................................ 16
Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint)
– versões 2010, 2013 e 2016. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice
(Writer, Calc e Impress) - versões 5 e 6. ................................................................................................................................................. 21
Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e
Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na Web. Navegadores de internet: Internet Explorer,
Mozilla Firefox, Google Chrome. .............................................................................................................................................................. 46
Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing e Spam. ...................................................... 59
Transferência de arquivos pela internet.................................................................................................................................................. 63
SUMÁRIO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conhecimentos básicos de administração: planejamento, organização, direção e controle............................................ 01


Atendimento ao público: comunicação, postura profissional e relações interpessoais...................................................... 25
Organização e gestão de documentos; tipos de correspondências oficiais e suas especificações................................ 35
Conhecimentos básico sobre gestão de materiais. , gestão de Recursos Humanos e de administração
financeira............................................................................................................................................................................................................. 35
Organização do ambiente de trabalho. ................................................................................................................................................. 69
Comunicações oficiais: Aspectos gerais da redação oficial. Redação dos atos normativos e comunicações.
Aplicação de princípios da ortografia e de elementos da gramática à redação oficial....................................................... 78
Serviços Públicos: conceitos, elementos de definição, princípios e classificação................................................................... 110
Atos e contratos administrativos............................................................................................................................................................... 114
Arquivologia: Gestão, classificação e avaliação de documentos. Organização, planejamento, sistemas e métodos
de arquivamento. Arquivística e informática. Legislação arquivística......................................................................................... 150
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto......................................................................................................................................................... 1


Tipologia e gêneros textuais. ............................................................................................................................................................................ 8
Figuras de linguagem. ......................................................................................................................................................................................... 9
Significação de palavras e expressões.Relações de sinonímia e de antonímia. .................................................................... 13
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................ 17
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................................................. 21
Uso da crase. ........................................................................................................................................................................................................... 24
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. ............................................................ 27
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. 11. Locuções verbais (perífrases 30
verbais). .....................................................................................................................................................................................................................
Funções do “que” e do “se”. .............................................................................................................................................................................. 67
Formação de palavras. ......................................................................................................................................................................................... 67
Elementos de comunicação. .............................................................................................................................................................................. 69
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e 70
período composto por coordenação e subordinação). ..........................................................................................................................
Concordância verbal e nominal. ...................................................................................................................................................................... 80
Regência verbal e nominal. ................................................................................................................................................................................ 87
Colocação pronominal. ....................................................................................................................................................................................... 93
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. ................................................................................................................... 93
Elementos de coesão. .......................................................................................................................................................................................... 96
Função textual dos vocábulos. ......................................................................................................................................................................... 101
Variação linguística................................................................................................................................................................................................. 102
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE O texto diz que...
TEXTO. É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL O narrador afirma...

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e Erros de interpretação


relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
de codificar e decodificar). contexto, acrescentando ideias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. pela imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa um texto é um conjunto de ideias), o que pode
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento ser insuficiente para o entendimento do tema
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada desenvolvido.
de seu contexto original e analisada separadamente, • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
poderá ter um significado diferente daquele inicial. contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente,
Intertexto - comumente, os textos apresentam errar a questão.
referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
de um texto é a identificação de sua ideia principal. consideração é o que o autor diz e nada mais.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou
fundamentações), as argumentações (ou explicações), Os pronomes relativos são muito importantes na
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
na prova. de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
que existe um pronome relativo adequado a cada
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: circunstância, a saber:
• Identificar os elementos fundamentais de uma que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
argumentação, de um processo, de uma época mas depende das condições da frase.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, qual (neutro) idem ao anterior.
os quais definem o tempo). quem (pessoa)
• Comparar as relações de semelhança ou de cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
diferenças entre as situações do texto. o objeto possuído.
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com como (modo)
uma realidade. onde (lugar)
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. quando (tempo)
• Parafrasear = reescrever o texto com outras quanto (montante)
palavras. Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Condições básicas para interpretar
aparecer o demonstrativo O).
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-
Dicas para melhorar a interpretação de textos
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto),
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há
observação e de síntese; capacidade de raciocínio.
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto
mais informação você absorver com a leitura, mais
Interpretar/Compreender
chances terá de resolver as questões.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar significa:
interrompa a leitura.
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas
Através do texto, infere-se que...
forem necessárias.
É possível deduzir que...
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma
O autor permite concluir que... conclusão).
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... • Volte ao texto quantas vezes precisar.
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre
Compreender significa as do autor.

1
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra
compreensão. descoberta temporã.
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
cada questão. num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente
geralmente mantém com outro uma relação consegui boiar.
de continuação, conclusão ou falsa oposição. Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os
Identifique muito bem essas relações. oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
a ideia mais importante. sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
hora da resposta – o que vale não somente para ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
Interpretação de Texto, mas para todas as demais montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
questões! ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia
água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
principal, leia com atenção a introdução e/ou a
isso, curiosamente, não é fácil.
conclusão.
Essa experiência me sugeriu algumas considerações
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
sobre a vida em geral.
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos,
etc., chamados vocábulos relatores, porque Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
remetem a outros vocábulos do texto. ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre
SITES incorporando novidades que nos transformam. Somos
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> não só. Também somos profundamente modificados por
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de
provas> nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. pedras.
html> Suspeito que isso tenha importância também para os
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ relacionamentos.
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-
se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro
AOCP-2015) floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso,
sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e
O verão em que aprendi a boiar
insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas
apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo
capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que
na companhia do outro e de si mesmo, no mundo.
éramos
IVAN MARTINS Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam
ser aprendidas.
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar
em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você
especial. boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode
Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou. afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo,
De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se
minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a
Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a
LÍNGUA PORTUGUESA

diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com


as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos
a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada
insuspeitada. um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção
Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de
parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato forma relaxada e consciente um grande amor.
que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou Na minha experiência, esse aprendizado não se fez
inteiramente. rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque

2
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Observe a charge a seguir:
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos destacando o fato de o cientista:
os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) ter alcançado o céu após sua morte;
b) mostrar determinação no combate à doença;
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar
c) ser comparado a cientistas famosos;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma,
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
com mais prazer, com mais intensidade e menos
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
medo.
b) ser necessário agir com mais cautela nos Resposta: Letra D
relacionamentos amorosos para que eles não se Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
desfaçam. Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso = incorreto
com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
vividos intensamente. Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física.
inclusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. = incorreto
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode estávamos esperando”.
acontecer.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
Resposta: Letra A
Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples Lastro e o Sistema Bancário
que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e [...]
relação existe, há chance de melhorar = sempre há Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado
tempo para boiar (aprender). nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse
relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se
menos medo = correta. deram conta de que ninguém estava interessado em
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a
relacionamentos amorosos para que eles não reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do
se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises,
intensamente. como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos,
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas
sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos economias seguramente guardadas.
LÍNGUA PORTUGUESA

objetivo nos relacionamentos. Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e
novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações principalmente de valores em contas bancárias, já não
amorosas = incorreta – ser mais emoção. tendo nenhuma riqueza material para representar, é
Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até
porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em
pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de
uma decisão administrativa, e assim entra na economia.
não pensando em algo ruim.

3
Essa explicação permaneceu controversa e escondida Resposta: Letra A
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
Bank of England de 2014. bancos = correta
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
é criado assim, inventado em canetaços a partir da imaginário = nem todo
concessão de empréstimos. O que torna tudo mais Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao clientes
banco, ele inventa números em uma tabela com meu Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
nome e pede que eu devolva uma quantidade maior mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
“livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes
conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta endividados = desde que não paguem a dívida
de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado
para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os
abaixo, publicada no momento da intervenção nas
bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei.
atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
2018.
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos
de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e
poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio
de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde
o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema


bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO
a) tornar ilimitada a produção de dinheiro. pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a
b) proteger os bens dos clientes de bancos. seguinte informação:
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes
e) preservar as economias das pessoas. cometidos no Rio;
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-
Resposta: Letra D feita;
Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram c) a linguagem do personagem mostra intimidade com
conta de que ninguém estava interessado em trocar o interlocutor;
dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva d) a presença do orelhão indica o atraso do local da
fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que charge;
realmente tinham em ouro nos cofres. e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = presença do Exército.
incorreta
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = Resposta: Letra D
incorreta
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
incorreta
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
correta
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
LÍNGUA PORTUGUESA

4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)


A leitura do texto permite a compreensão de que NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a
seguinte informação:
a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos. Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos
b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário. crimes cometidos no Rio = inferência correta
c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes. Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está
d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”. sendo bem-feita = inferência correta
e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.

4
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura
com o interlocutor = inferência correta venezuelana = como a repressão política, familiar ou
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local de gênero
da charge = incorreta Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam eletrônico = não consta na Manchete acima
a presença do Exército = inferência correta Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
Rússia = como a repressão política, familiar ou de
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe gênero
a charge abaixo. Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de
trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –


ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
No caso da charge, a crítica feita à internet é:
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva;
em se beneficiar do barateamento do combustível.
b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
c) o risco de contatos perigosos;
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de
d) o abandono dos estudos regulares;
eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não
e) a falta de contato entre membros da família.
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para
desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder,
Resposta: Letra A
por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que
Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica
está delimitado pelo estado democrático de direito,
excessiva;
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de
Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; =
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público,
incorreto
Forças Armadas etc.
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
funcionando, do qual depende a sobrevivência física
incorreto
da população. Isso não pode ser esquecido e serve de
Através da fala do garoto chegamos à resposta:
alerta para que as autoridades desenvolvam planos de
dependência tecnológica - expressa em sua fala.
contingência.
O Globo, 31/05/2018.
7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
termo denota, além da agressão física, diversos tipos
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
de imposição sobre a vida civil, como a repressão
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em
política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo
do pensamento de determinados indivíduos e, ainda,
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é
o desgaste causado pelas condições de trabalho e
condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência
b) garantir-se o direito de reunião e de greve.
citado nesse segmento é:
c) lastrear leis e regras na Constituição.
d) punirem-se os responsáveis por excessos.
a) Presa por mensagem racista na internet;
LÍNGUA PORTUGUESA

e) concluírem-se as investigações sobre a greve.


b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
Resposta: Letra D
d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do
e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
pensamento. = incorreto
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. =
Resposta: Letra C
incorreto
Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto
como a repressão política, familiar ou de gênero

5
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
= incorreto sustentado e o respeito pelos direitos humanos,
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem reforçando as instituições democráticas, promovendo
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, a liberdade de expressão, preservando a diversidade
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa cultural e o ambiente.
acontecer... = precisa acontecer a punição dos É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento
excessos. — direitos humanos — democracia” que podemos
vislumbrar a educação para a paz.
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas:
CESPE-2018) desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.
Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com
Texto CG1A1AAA adaptações).
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos
independentemente de idade, sexo, estrato social, “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser
crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo concebidos como
pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
paz. b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”? c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças d) etapas para a construção da cultura da paz.
e os adultos da compreensão de princípios como e) consequências da construção da cultura da paz.
liberdade, justiça, democracia, direitos humanos,
tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma Resposta: Letra D
rejeição, individual e coletiva, da violência que tem Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
sido percebida na sociedade, em seus mais variados = incorreto
contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da
advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam paz. = incorreto
impostas do exterior. Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado = incorreto
em sentido negativo, quando se traduz em um estado Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
de não guerra, em ausência de conflito, em passividade Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, = incorreto
condenada a um vazio, a uma não existência palpável, Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido
difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar
positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
da não violência para resolver conflitos, a prática do para construção da paz.
diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática
frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação 10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE
planejada e o movimento constante da instalação de JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o
pensamento e a ação das pessoas para que se promova
a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso,
a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de
palavras e conceitos que anunciem os valores humanos
que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A
violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
social. É hora de começarmos a convocar a presença da
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão
LÍNGUA PORTUGUESA

de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente


violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas
originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais
comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às
escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho
por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros
de comunicação e associações.

6
O humor da tira é conseguido através de uma quebra de expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.

Resposta: Letra B
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = incorreto
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incorreto
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; = incorreto
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. = incorreto
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema incomum: assuntos sociais.

11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP-2015) Leia a tira.

(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

Com sua fala, a personagem revela que


a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge. LÍNGUA PORTUGUESA

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)

É correto associar o humor da charge ao fato de que

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a) os personagens têm uma autoestima elevada e são Resposta: Letra B
otimistas, mesmo vivendo em uma situação de Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o
completo confinamento. lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; =
b) os dois personagens estão muito bem informados incorreto
sobre a economia, o que não condiz com a imagem Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
de criminosos. à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros
personagens, pois eles demonstram preocupação que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
com a aparência. Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende Copa nas bancas de jornais; = incorreto
os personagens, que estão acostumados a pagar caro Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no
por eles nos presídios. alvo principal dos ladrões. = incorreto
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes O título do texto já nos dá a resposta: além do celular
para os personagens, dada a condição em que se e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
encontram. passaram a ser alvo dos assaltantes.

Resposta: Letra E
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS.
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem
informados sobre a economia, o que não condiz com a TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida A todo o momento nos deparamos com vários textos,
dos personagens, pois eles demonstram preocupação sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
com a aparência. = incorreto do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
surpreende os personagens, que estão acostumados interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto em um texto escrito.
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser É de fundamental importância sabermos classificar
relevantes para os personagens, dada a condição em os textos com os quais travamos convivência no nosso
que se encontram. dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
Pela condição em que as personagens se encontram, o textuais e gêneros textuais.
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com nessas situações corriqueiras que classificamos os
as figurinhas da Copa nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 Descrição e Dissertação.

A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo As tipologias textuais se caracterizam pelos
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais aspectos de ordem linguística
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos Os tipos textuais designam uma sequência definida
jornaleiros estão levando seus estoques para casa pela natureza linguística de sua composição. São
quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo,
espalhados por mensagens de celular. descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e
expositivo.
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
adequada é: ação demarcados no tempo do universo narrado,
como também de advérbios, como é o caso de an-
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
celular e da carteira nos roubos urbanos; carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
LÍNGUA PORTUGUESA

b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à sa, resolveram...


carteira como alvo de desejo dos assaltantes; B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que descrevem características tanto físicas quanto psi-
vendem as figurinhas da Copa; cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
nas bancas de jornais; no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo cabelos mais negros como a asa da graúna...”
principal dos ladrões. C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar

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um assunto ou uma determinada situação que se Ouro em Fios
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
zões de ela acontecer, como em: O cadastramento A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan- como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso.
benefício. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
uma modalidade na qual as ações são prescritas de - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a
forma sequencial, utilizando-se de verbos expres- iluminação natural.
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: - Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do am-
até criar uma massa homogênea. biente.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- - Utilize o computador no modo espera.
cam-se pelo predomínio de operadores argumen- Fique ligado! Evite desperdícios.
tativos, revelados por uma carga ideológica cons- Energia elétrica.
tituída de argumentos e contra-argumentos que A natureza cobra o preço do desperdício.
justificam a posição assumida acerca de um deter- Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
no mercado de trabalho, o que significa que os gê- positiva e injuntiva.
neros estão em complementação, não em disputa.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Gêneros Textuais
Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é
São os textos materializados que encontramos em aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
nosso cotidiano; tais textos apresentam características apresenta tal característica.
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, FIGURAS DE LINGUAGEM.
blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo
depende, em grande parte, da situação de produção, FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são CONSTRUÇÃO
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
veicular o texto, etc.
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário,
conferência.
Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- abr, 2018.
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. A figura de palavra consiste na substituição de uma
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
São construções que transformam o significado das
SITE palavras para tirar delas maior efeito ou para construir
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ uma mensagem nova.
redacao/tipologia-textual.htm>
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de Figuras de Linguagem

EXERCÍCIO COMENTADO Figuras de Som

1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO Aliteração - Consiste na repetição de consoantes


JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE – como recurso para intensificação do ritmo ou como
2015) efeito sonoro significativo.

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Três pratos de trigo para três tigres tristes. Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa) Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
Quem com ferro fere com ferro será ferido. Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
As lâmpadas iluminam o mundo).
Assonância - Consiste na repetição ordenada de Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da
sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido cruz. (= Não te afastes da religião).
lato mulato democrático do litoral.” Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates
na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos tomou veneno).
faziam blem, blem, blem.
Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que
Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em
palavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande produzo).
dor...” (Carlos Lyra) Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Figuras de Palavras ou de Pensamento Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
Metáfora dos jogadores).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão Parte pelo todo: Várias pernas passavam
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas apressadamente. (= Várias pessoas passavam
em virtude da circunstância de que o nosso espírito as apressadamente).
associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem
emprego da palavra fora de seu sentido normal. nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
mundo).
Observação: Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir
Toda metáfora é uma espécie de comparação às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
implícita, em que o elemento comparativo não aparece. chamadas, não apenas uma mulher).
Seus olhos são como luzes brilhantes. Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
através do emprego da palavra como. Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns
astronautas foram à Lua).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. Catacrese
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
Esta é a verdadeira metáfora. cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito,
Outros exemplos: toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Pessoa) Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que rosto”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando Perífrase ou Antonomásia
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.). Trata-se de uma expressão que designa um ser
através de alguma de suas características ou atributos,
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar ou de um fato que o celebrizou. É a substituição de um
algum. nome por outro ou por uma expressão que facilmente o
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, identifique:
na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
expressão que indica uma alma rústica e abandonada atraindo visitantes do mundo todo.
(e angustiadamente inútil), há uma comparação A Cidade-Luz (=Paris)
subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada
O rei das selvas (=o leão)
(e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar
algum.
Observação:
LÍNGUA PORTUGUESA

A Amazônia é o pulmão do mundo. Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o


Em sua mente povoa só inveja. nome de antonomásia. Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida
Metonímia (ou sinédoque) praticando o bem.
É a substituição de um nome por outro, em virtude de O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição jovem.
pode acontecer dos seguintes modos: O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

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Sinestesia O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as cego que guia.
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
É o cruzamento de sensações distintas. Chora, violão.
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
auditivo; áspero = tátil) Figuras de Construção ou de Sintaxe
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os
acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Apóstrofe
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa
personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
Antítese que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
Consiste no emprego de palavras que se opõem se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve, imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
envolvidos que não se conseguiria com a exposição a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
isolada dos mesmos. Observe os exemplos: em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) vocativo. Exemplos:
O corpo é grande e a alma é pequena. Moça, que fazes aí parada?
“Quando um muro separa, uma ponte une.” “Pai Nosso, que estais no céu”
Não há gosto sem desgosto. Deus, ó Deus! Onde estás?

Paradoxo ou oximoro Gradação (ou clímax)


É a associação de ideias, além de contrastantes, Apresentação de ideias por meio de palavras,
contraditórias. Seria a antítese ao extremo. sinônimas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. descendente (anticlímax). Observe este exemplo:
Ouvimos as vozes do silêncio. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
com seus olhos claros e brincalhões...
Eufemismo
É o emprego de uma expressão mais suave, mais O objetivo do narrador é mostrar a expressividade
nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se
áspera, desagradável ou chocante. refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
Senhor. (= morreu) ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) amor”. (Olavo Bilac)
Faltar à verdade. (= mentir) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu,
colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
Ironia
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário Elipse
do que as palavras ou frases expressam, geralmente Consiste na omissão de um ou mais termos numa
apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito oração e que podem ser facilmente identificados, tanto
bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal por elementos gramaticais presentes na própria oração,
construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à quanto pelo contexto.
desejada pelo emissor. A catedral da Sé. (a igreja catedral)
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao
mínima. estádio)
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos
que estão por perto. Zeugma
O governador foi sutil como um elefante. Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Hipérbole Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
É a expressão intencionalmente exagerada com o português)
intuito de realçar uma ideia. Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. modernos. (só havia móveis)
LÍNGUA PORTUGUESA

“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
Silepse
Prosopopeia ou Personificação A silepse é a concordância que se faz com o termo
É a atribuição de ações ou qualidades de seres que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido.
animados a seres inanimados, ou características humanas É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz
a seres não humanos. Observe os exemplos: com um termo oculto, facilmente identificado. Há três
As pedras andam vagarosamente. tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.

11
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino B) Assíndeto - É uma figura caracterizada
e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a pela ausência, pela omissão das conjunções
concordância se faz com a ideia que o termo comporta. coordenativas, resultando no uso de orações
Exemplos: coordenadas assindéticas. Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
calor intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando Pleonasmo
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
(a cidade de Porto Velho). realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
B) Vossa Excelência está preocupado.
O adjetivo preocupado concorda com o sexo da Nesta oração, os termos “o problema da violência”
pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto.
Vossa Excelência. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o
pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico.
Silepse de Número - Os números são singular e Outro exemplo:
plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto,
de Salvador. e o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. pleonástico.

Note que nos exemplos acima, os verbos andaram Observação:


e gritavam não concordam gramaticalmente com os O pleonasmo só tem razão de ser quando confere
sujeitos das orações (que se encontram no singular, mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo
procissão e povo, respectivamente), mas com a ideia que vicioso:
neles está contida. Procissão e povo dão a ideia de muita Vi aquela cena com meus próprios olhos.
gente, por isso que os verbos estão no plural. Vamos subir para cima.
Ele desceu pra baixo.
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles Anáfora
(as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há É a repetição de uma ou mais palavras no início
um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não de várias frases, criando, assim, um efeito de reforço
concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão
que está inscrita no sujeito. Exemplos: em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor
O que não compreendo é como os brasileiros valorizar determinado elemento textual. Os termos
persistamos em aceitar essa situação. anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. pronomes.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te
públicos.” (Machado de Assis) conhecia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo
Observe que os verbos persistamos, temos e somos acaba.” (Padre Vieira)
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira Anacoluto
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os Consiste na mudança da construção sintática no meio
brasileiros, os agricultores e os cariocas). da frase, ficando alguns termos desligados do resto do
período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
Polissíndeto / Assíndeto introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
Para estudarmos as duas figuras de construção é ligação sintática com as demais.
necessário recordar um conceito estudado em sintaxe Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
sobre período composto. No período composto por Morrer, todo haveremos de morrer.
coordenação, podemos ter orações sindéticas ou Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
LÍNGUA PORTUGUESA

assindéticas. A oração coordenada ligada por uma


conjunção (conectivo) é sindética; a oração que não A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
apresenta conectivo é assindética. Recordado esse deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há
conceito, podemos definir as duas figuras de construção: uma interrupção da frase e esta expressão fica à
A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela parte, não exercendo nenhuma função sintática. O
repetição enfática dos conectivos. Observe o anacoluto também é chamado de “frase quebrada”, pois
exemplo: O menino resmunga, e chora, e grita, e corresponde a uma interrupção na sequência lógica do
ninguém faz nada. pensamento.

12
Observação: 2. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO
O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva – 2009) O hino do América F.C., composto por Lamartine
em casos muito especiais. Em geral, evite-o. Babo, diz: “Hei de torcer, torcer, torcer... Hei de torcer
até morrer, morrer, morrer... Pois a torcida americana é
Hipérbato / Inversão toda assim, a começar por mim.” O recurso linguístico
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da que enfatiza o compromisso entoado pelo hino é
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
sujeito venha depois do predicado: a) o uso das reticências.
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O b) a repetição da estrutura sintática.
amor venceu ao ódio) c) o emprego do verbo auxiliar “haver”.
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: d) a presença da palavra “torcida”.
Eu cuido dos meus problemas) e) a autorreferência do pronome “mim”.

Resposta: Letra C
#FicaDica Em “a”, o uso das reticências = incorreta
Em “b”, a repetição da estrutura sintática = incorreta
O nosso Hino Nacional é um exemplo de Em “c”, o emprego do verbo auxiliar “haver”.
hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos: Em “d”, a presença da palavra “torcida” = incorreta
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o Em “e”, a autorreferência do pronome “mim” =
brado retumbante de um povo heroico”. incorreta
O uso do verbo “haver” (hei de ... hei de ...) reforça o
compromisso do torcedor com o time.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza EXPRESSÕES.RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. ANTONÍMIA.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002. Semântica é o estudo da significação das palavras
e das suas mudanças de significação através do tempo
SITES ou em determinada época. A maior importância está em
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia)
secoes/estil/estil8.php> e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/estil/estil5.php> Sinônimos
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
secoes/estil/estil2.php> - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar -
abolir.
Duas palavras são totalmente sinônimas quando
são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto
EXERCÍCIOS COMENTADOS (cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas
quando, ocasionalmente, podem ser substituídas,
1. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e
– 2009) Observe o trecho de “O Cortiço”, de Aluísio esperar).
de Azevedo: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço
acordava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu Observação:
de uma assentada sete horas de chumbo.” Seu autor A contribuição greco-latina é responsável pela
utiliza o seguinte recurso estilístico: existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
a) eufemismo. contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
b) gradação. transformação e metamorfose; oposição e antítese.
c) comparação.
d) antítese. Antônimos
e) personificação. São palavras que se opõem através de seu significado:
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra E mal - bem.


Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, [...].
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma Observação:
assentada sete horas de chumbo = dar características A antonímia pode se originar de um prefixo de
humanas a seres inanimados é a figura de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
pensamento da Personificação – também conhecida simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e
por Prosopopeia. discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
e anticomunista; simétrico e assimétrico.

13
Homônimos e Parônimos CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
• Homônimos = palavras que possuem a mesma – São Paulo: Saraiva, 2010.
grafia ou a mesma pronúncia, mas significados AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
diferentes. Podem ser literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
diferentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher SITE
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) Disponível em: <http://www.coladaweb.com/
e denuncia (verbo); providência (subst.) e providencia portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-
(verbo). paronimos>

B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e Polissemia


diferentes na escrita: Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
acender (atear) e ascender (subir); concertar multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
(harmonizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço mas que abarca um grande número de significados
(palácio) e passo (andar). dentro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pro- de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
núncia: se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
• Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
porém de formas relativamente próximas. São
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
palavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta
sobrevivência
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte)
O passarinho foi atingido no bico.
e sesta (descanso após o almoço), eminente
(ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
(substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
comprimento (medida) e cumprimento (saudação), de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emitir é o formato quadriculado que têm.
som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e Polissemia e homonímia
tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
superfície) e imergir (mergulhar, afundar). significados, estamos na presença da polissemia. Por
outro lado, quando duas ou mais palavras com origens
Hiperonímia e Hiponímia e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem temos uma homonímia.
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
hiperônimo, mais abrangente. é polissemia porque os diferentes significados para a
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
hipônimo, criando, assim, uma relação de dependência palavra polissêmica: pode significar o elemento básico
semântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de
hiperonímia com carros, já que veículos é uma palavra de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. significados estão interligados porque remetem para o
Veículos é um hiperônimo de carros. mesmo conceito, o da escrita.
LÍNGUA PORTUGUESA

Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em


quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A Polissemia e ambiguidade
utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
evita a repetição desnecessária de termos. na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:

14
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada A) Denotação
frequentemente são felizes. Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
Neste caso podem existir duas interpretações apresenta seu significado original, independentemente
diferentes: do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado
As pessoas têm alimentação equilibrada porque mais objetivo e comum, aquele imediatamente
são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
equilibrada. significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, A denotação tem como finalidade informar o receptor
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito caráter prático. É utilizada em textos informativos, como
importante saber qual o contexto em que a frase é jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de
proferida. medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, um pedaço de madeira. Outros exemplos:
comicidade. Repare na figura abaixo: O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!

B) Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto em que esteja
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau),
reprovação (tomei pau no concurso).
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- A conotação tem como finalidade provocar
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). sentimentos no receptor da mensagem, através da
expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, principalmente numa linguagem poética e na literatura,
mas duas seriam: mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Corte e coloração capilar Exemplos:
ou Você é o meu sol!
Faço corte e pintura capilar Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. #FicaDica
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Procure associar Denotação com Dicionário:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. trata-se de definição literal, quando o termo
é utilizado com o sentido que consta no
SITE dicionário.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/polissemia.htm>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Denotação e Conotação SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
literal) São Paulo: Saraiva, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido


figurado) SITE
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-
denotacao/
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.

15
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
EXERCÍCIOS COMENTADOS crianças e adolescentes a participarem do processo de
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil
“Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radical- ele continua sendo grave problema nos países mais
logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio pobres.
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com
que tem seu significado corretamente indicado é: adaptações).

a) Antropologia: estudo do homem como representante A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
do sexo masculino; social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
b) Etimologia: estudo das raças humanas; “pobreza”.
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre
a Terra; (  ) CERTO   (  ) ERRADO
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das
mulheres; Resposta: Errado
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza. (...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra
terreno = refere-se a “trabalho infantil”.
Resposta: Letra D
Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo 4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
do homem (espécie humana) em sua totalidade 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem CESPE-2013)
das palavras procurando determinar as causas e Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a
circunstâncias de seu processo evolutivo edição de biografias à autorização do biografado ou
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos descendentes. As consequências da norma são negativas.
atmosféricos e das suas leis, principalmente com a Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
intenção de prever as variações do tempo. para a posteridade a vida de personagens importantes
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
mulheres = correta Permite-se a interdição de registros de época, em
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
orgânicas pelas quais a vida se manifesta Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da
vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, na literatura não pode haver censura prévia. Publicada a
todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos
números da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” que recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente
equivale ao “que não se aceita”. A equivalência correta em muitos países, em que há biografias “autorizadas” e
abaixo indicada é: “não autorizadas”.
Reclamações posteriores, quando existem, são
a) tinta indelével / que não se apaga; encaminhadas ao foro devido, os tribunais.
b) ação impossível / que não se possui; O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil
c) trabalho inexequível / que não se exemplifica; para justificar o veto a que a historiografia do país seja
d) carro invisível / que não tem vistoria; enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder
e) voz inaudível / que não possui audiência. de censura concedido a biografados e herdeiros ser um
atentado à Constituição.
Resposta: Letra A O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta
Em “b”: ação impossível = que não é possível A palavra “sonegado” está sendo empregada com o
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa sentido de reduzido, diminuído.
Em “d”: carro invisível = que não se vê
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Errado
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o
origem de uma série de mazelas, algumas das quais
relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos
proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do
escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o
trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
sentido é o de “impedido”.

16
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O • No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
termo destacado na passagem do primeiro parágrafo – Exemplos: ficasse, falasse.
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora
da compra. – tem sentido equivalente a São escritos com C ou Ç e não S e SS
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
a) impetuosidade. • Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
b) empatia. Juçara, caçula, cachaça, cacique.
c) relutância. • Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
d) consentimento. uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça,
e) segurança. caniço, esperança, carapuça, dentuço.
• Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
Resposta: Letra C deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na
• Após ditongos: foice, coice, traição.
hora da compra.
• Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto
to(r): marte - marciano / infrator - infração /
Em “b”: empatia = incorreto
Em “c”: relutância (resistência). absorto – absorção.
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto
Em “e”: segurança = incorreto B) O fonema z
A substituição que manteria o sentido do período é
“ainda há relutância”. São escritos com S e não Z
• Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical
é substantivo, ou em gentílicos e títulos
nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa,
ORTOGRAFIA. baronesa, princesa.
• Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese,
metamorfose.
ORTOGRAFIA • Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste.
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da • Nomes derivados de verbos com radicais terminados
correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
empreender - empresa / difundir – difusão.
língua são grafados segundo acordos ortográficos.
• Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras • Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções • Verbos derivados de nomes cujo radical termina
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
etimologia (origem da palavra). – pesquisar.

Regras ortográficas São escritos com Z e não S


• Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
A) O fonema S adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –
beleza.
São escritas com S e não C/Ç • Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra
• Palavras substantivadas derivadas de verbos com de origem não termine com s): final - finalizar /
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender concreto – concretizar.
- pretensão / expandir - expansão / ascender - • Consoante de ligação se o radical não terminar com
ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir Exceção: lápis + inho – lapisinho.
- impulsivo / compelir - compulsório / repelir -
repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / C) O fonema j
sentir - sensível / consentir – consensual.
São escritas com G e não J
São escritos com SS e não C e Ç • Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
• Nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem gesso.
em gred, ced, prim ou com verbos terminados • Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
LÍNGUA PORTUGUESA

por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - gim.


impressão / admitir - admissão / ceder - cessão /
• Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
exceder - excesso / percutir - percussão / regredir
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
- regressão / oprimir - opressão / comprometer -
bege, foge.
compromisso / submeter – submissão.
• Quando o prefixo termina com vogal que se junta Exceção: pajem.
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a +
simétrico - assimétrico / re + surgir – ressurgir. • Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
litígio, relógio, refúgio.

17
• Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, Os símbolos das unidades de medida são escritos
mugir. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
• Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
surgir. 20km, 120km/h.
• Depois da letra “a”, desde que não seja radical Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
terminado com j: ágil, agente.
Na indicação de horas, minutos e segundos, não
São escritas com J e não G deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
• Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três
• Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, minutos e trinta e quatro segundos).
manjerona. O símbolo do real antecede o número sem espaço:
• Palavras terminadas com aje: ultraje. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma
barra vertical ($).
D) O fonema ch
Alguns Usos Ortográficos Especiais
São escritas com X e não CH
• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE
xucro.
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, POR QUE (separado e sem acento)
lagartixa.
• Depois de ditongo: frouxo, feixe. É usado em:
• Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. 1. interrogações diretas (longe do ponto de
Exceção: quando a palavra de origem não derive de interrogação) = Por que você não veio ontem?
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
São escritas com CH e não X que faltara à aula ontem.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
POR QUÊ (separado e com acento)
E) As letras “e” e “i”
Usos:
• Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. 1. como pronome interrogativo, quando colocado no
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
• Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar Você faltou. Por quê?
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em quê?
-air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
Há palavras que mudam de sentido quando
substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), Usos:
ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). escrita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ponto final) = Compre agora, porque há poucas
ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar peças.
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu
porque se antecipou.
de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
significado). Na Internet, o endereço é www.academia.
org.br.
Usos:
1. como substantivo, com o sentido de “causa”,
Informações importantes
“razão” ou “motivo”, admitindo pluralização
LÍNGUA PORTUGUESA

(porquês). Geralmente é precedido por artigo =


Formas variantes são as que admitem grafias ou
Não sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia
pronúncias diferentes para palavras com a mesma
de porquês.
significação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/
quatorze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/
ONDE / AONDE
gérmen, infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/
porcentagem, relampejar/relampear/relampar/
Onde = empregado com verbos que não expressam
relampadar.
a ideia de movimento = Onde você está?

18
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
que expressam movimento = Aonde você vai? Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas
combinações históricas ou ocasionais: Áustria-
MAU / MAL Hungria, Angola-Brasil, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se super- quando associados com outro termo que é
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-
mau elemento. racional, etc.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-
Mal = pode ser usado como diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi etc.
mal na prova? 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal 10. Nas formações em que o prefixo tem como
não compensa. segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-
hepático, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS semi-hospitalar, super-homem.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. termina com a mesma vogal do segundo elemento:
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-
Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. observação, etc.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
O hífen é suprimido quando para formar outros
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: #FicaDica
Saraiva, 2002.
Ao separar palavras na translineação
SITE (mudança de linha), caso a última palavra a
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ ser escrita seja formada por hífen, repita-o
aulas/portugues/ortografia> na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
Hífen Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
(hífen em ambas as linhas). Devido à
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado diagramação, pode ser que a repetição do
para ligar os elementos de palavras compostas (como ex- hífen na translineação não ocorra em meus
presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos conteúdos, mas saiba que a regra é esta!
a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente
para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de
uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; B) Não se emprega o hífen:
compa-/nheiro). 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
Ortográfica:
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom,
1. Em palavras compostas por justaposição que
microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
que se unem para formam um novo significado:
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva,
arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico,
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h”
LÍNGUA PORTUGUESA

3. Nos compostos com elementos além, aquém, inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
número, recém-casado. o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas coobrigação, coordenar, coocupante, coautor,
algumas exceções continuam por já estarem coedição, coexistir, etc.
consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, noção de composição: pontapé, girassol,
queima-roupa, deus-dará. paraquedas, paraquedista, etc.

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6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: Resposta: Letra A
benfeito, benquerer, benquerido, etc. Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo
(antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a
correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser
seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde
predeterminado, pressuposto, propor. = Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente –
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
correta é “Cigarro faz mal à saúde”.
humano, super-realista, alto-mar.
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, Vamos aos itens:
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. campeonato = mal
Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa estava de mal (bom) humor = mau
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o
que estava sendo discutido = mal
SITE
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ 3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
aulas/portugues/ortografia> CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas
da língua portuguesa as palavras

EXERCÍCIOS COMENTADOS a) admissão, paralisação, impasse


b) bambusal, autorização, inspiração
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) c) consessão, extresse, enxaqueca
Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas d) banalisação, reexame, desenlace
corretamente. e) desorganisação, abstração, cassação

a) Extrovertido – extroverção. Resposta: Letra A


b) Disponível – disponibilisar. Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas
c) Determinado – determinassão. Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização /
d) Existir – existência. inspiração
e) Característica – caracterizasão.
Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse /
enxaqueca
Resposta: Letra D
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão Em “d”: banalisação = banalização / reexame /
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar desenlace
Em “c”: Determinado / determinassão = determinação Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração
Em “d”: Existir / existência = corretas / cassação
Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização
4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA –
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL ESAF-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada
I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua não está isento de erros gramaticais e de ortografia,
portuguesa em: considerando-se a ortodoxia gramatical.

a) O estagiário foi mal treinado, por isso não a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não
desempenhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou
pelos seus superiores.
a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a
b) O time não jogou mau no último campeonato,
culpa.
apesar de enfrentar alguns problemas com jogadores
descontrolados. b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificuldade que lhe valera o apelido.
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé,
LÍNGUA PORTUGUESA

em assimilar conceitos mais complexos sobre os temas


expostos. entusiasmo e coragem na aventura de 89.
d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa,
mal humor porque tinha sofrido um acidente de carro Alvarenga eram homens requintados, letrados, a
na véspera. quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre
e) Os participantes compreendiam mau o que estava lutara pela subsistência.
sendo discutido, por isso não conseguiam formular e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
perguntas. enfrentou a pena última.

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Resposta: Letra A Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está
Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros correto, pois separa o advérbio no início do período
não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o
salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de perguntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto
ânimo, chamando a si toda a culpa. – perguntaram o que a quem)
Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”;
profissão que lhe valera o apelido = correta Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a = correto, pois se invertermos haverá mudança de
demonstrar fé, entusiasmo e coragem na aventura de sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de
89 = correta roupa).
Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por
Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados, que”, já que se trata de uma pergunta indireta.
a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes
sempre lutara pela subsistência = correta
Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
enfrentou a pena última = correta ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA


INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) ACENTUAÇÃO
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª
considerando o emprego do por que / porque. Quanto à acentuação, observamos que algumas
(1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia,
mulheres [...].” ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque outra. Por isso, vamos às regras!
são mulheres.”
( ) Faltei _____________ você estava doente. Regras básicas
( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente.
( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento. A acentuação tônica está relacionada à intensidade
( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de com que são pronunciadas as sílabas das palavras.
outro pensamento. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
A sequência está correta em: com menos intensidade, são denominadas de átonas.
a) 1, 1, 1, 2 De acordo com a tonicidade, as palavras são
b) 1, 2, 1, 2 classificadas como:
c) 2, 1, 1, 2 Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
d) 2, 2, 2, 1 a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju –
papel
Resposta: Letra C
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima
Faltei porque você estava doente. = conjunção causal
sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima
para substituir por “a causa pela qual”
Não se sabe por que realizou tal procedimento. = sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
substituir por “a causa”
Este ponto de vista é porque não há manifestação de Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
outro pensamento. = conjunção causal os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
Teremos: 2, 1, 1, 2 tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.

6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV- Os acentos


2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele
só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1 A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
há um erro gramatical, que é: e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas
letras representam as vogais tônicas de palavras
a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”; como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o”
b) haver vírgula após a expressão “Um dia”; indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói –
c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”; céu (ditongos abertos).
d) grafar-se “porque” em vez de “por que”; B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
LÍNGUA PORTUGUESA

e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .
Resposta: Letra D C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
“Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
usava meias vermelhas” D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi
Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe totalmente abolido das palavras. Há uma exceção:
cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como é utilizado em palavras derivadas de nomes
objeto direto (sem preposição) próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller)

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E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam Acento Diferencial
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
Representam os acentos gráficos que, pelas regras
Regras fundamentais de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados
para diferenciar classes gramaticais entre determinadas
A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do
do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: verbo).
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas Os demais casos de acento diferencial não são
terminadas em: mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo
i, is: táxi – lápis – júri (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum classes gramaticais são definidos pelo contexto.
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – Polícia para o trânsito para que se realize a operação
fórceps planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo,
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos conjunção (com relação de finalidade).
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
#FicaDica
#FicaDica Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos,
esta palavra apresenta as terminações das “por” é preposição: Faço isso por você. /
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
(aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
Assim ficará mais fácil a memorização!
Regra do Hiato

C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
quando a sua antepenúltima sílaba é tônica segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”,
(mais forte). Quanto à regra de acentuação: haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís
todas as proparoxítonas são acentuadas, Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
independentemente de sua terminação: árvore, quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
paralelepípedo, cárcere. Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se
Regras especiais
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
palavras paroxítonas. hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):

Antes Agora
FIQUE ATENTO!
Se os ditongos abertos estiverem em uma bocaiúva bocaiuva
palavra oxítona (herói) ou monossílaba feiúra feiura
(céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Sauípe Sauipe

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi


Antes Agora abolido:
LÍNGUA PORTUGUESA

assembléia assembleia
Antes Agora
idéia ideia
crêem creem
geléia geleia
lêem leem
jibóia jiboia
vôo voo
apóia (verbo apoiar) apoia
enjôo enjoo
paranóico paranoico

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Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s)
#FicaDica Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
Em “c”, queríamos = proparoxítona
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os Em “d”, aí = regra do hiato
verbos que, no plural, dobram o “e”, mas Em “e”, páginas = proparoxítona
que não recebem mais acento como antes:
CRER, DAR, LER e VER. 2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018)
Repare: A sequência de palavras cujos acentos são empregados
O menino crê em você. / Os meninos creem pelo mesmo motivo é
em você.
Elza lê bem! / Todas leem bem! a) público, função, dói.
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos b) burocráticos, próximo, século.
que os garotos deem o recado! c) será, aí, é, está.
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! d) glória, exercício, publicação.
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / e) hábito, bancário, poética.
Eles vêm à tarde!
Resposta: Letra B
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem
As formas verbais que possuíam o acento tônico na função de nasalizar (indicar som fechado) / dói =
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de monossílabo formado por ditongo aberto
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo =
proparoxítona / século = proparoxítona
Antes Agora Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do
apazigúe (apaziguar) apazigue hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a”
averigúe (averiguar) averigue Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo
argúi (arguir) argui / exercício = paroxítona terminada em ditongo /
publicação = o til indica nasalização (som fechado)
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona /
pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles bancário = paroxítona terminada em ditongo / poética
vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos = proparoxítona
conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém 3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR –
– eles convêm. CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O emprego
do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa acentuação.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza ( ) CERTO ( ) ERRADO
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Resposta: Errado
O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”,
SITE “acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ regra de acentuação.
gramatica/acentuacao.htm> metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona /
imóveis = paroxítona terminada em ditongo

EXERCÍCIOS COMENTADOS 4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


CESGRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada
graficamente para estar correta quanto às normas em
1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)
vigor está destacada na seguinte frase:
Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela
mesma razão que “Bíblia”:
a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um
personagem inesquecível.
a) íris.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho


b) estórias.
da realidade.
c) queríamos.
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais
d) aí.
e) páginas. com temas políticos.
d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
Resposta: Letra B sua fala várias vezes.
“Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
terminada em ditongo. fazendo pesquisa.

23
Resposta: Letra D Resposta: Letra E
Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê?
acentuado) Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
dobra o “e” (perdeu o acento com o Acordo) Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos
Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor = excessivos nas críticas.
correta Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às
Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator reivindicações dos funcionários.
rele = relê (oxítona) Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha
Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta consideração.

5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E


PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO –
USO DA CRASE.
VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação
gráfica relativa às palavras paroxítonas:
CRASE
a) probatório; condenatório; crédito.
b) máquina; denúncia; ilícita.
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
c) denúncia; funcionário; improcedência.
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
d) máquina; improcedência; probatório.
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente
e) condenatório; funcionário; frágil.
aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s),
aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
Resposta: Letra C
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se
Vamos a elas:
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele,
Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
àquilo, à qual, às quais.
/ condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
O uso do acento indicativo de crase está condicionado
crédito = proparoxítona.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e
Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia
nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
= paroxítona terminada em ditongo / ilícita =
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
proparoxítona.
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em ditongo
termo regido é aquele que completa o sentido do termo
/ funcionário = paroxítona terminada em ditongo /
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
improcedência = paroxítona terminada em ditongo
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência
contratada recentemente.
= paroxítona terminada em ditongo / probatório =
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
paroxítona terminada em ditongo
entre parênteses), temos:
Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela
ditongo / funcionário = = paroxítona terminada em
contratada recentemente.
ditongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”
O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre
- CESPE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e
nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da
“injúria” são acentuadas de acordo com a mesma regra
preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo
de acentuação gráfica.
feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Observações importantes:
Resposta: Errado Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
“Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
terminada em ditongo / injúria = paroxítona terminada
em ditongo. • Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre crase está confirmada.
as frases que seguem, a única correta é: Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor.
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Ele se esqueceu de que?


b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui- • No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
lo entre os presentes. o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos Faremos uma visita à Bahia.
funcionários. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
Não me esqueço da viagem a Roma.

24
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos • Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas
jamais vividos. à moda de, à maneira de apresentarem-se
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
FIQUE ATENTO! moda de Luís XV)
Nas situações em que o nome geográfico • Não se efetiva o uso da crase diante da locução
se apresentar modificado por um adjunto adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
adnominal, a crase está confirmada. observamos a queima de fogos a distância.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
de suas praias. uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo:
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
(crase pra quê?) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) Ensino à distância.
Ensino a distância.

Quando o nome de lugar estiver especificado, • Em locuções adverbiais formadas por palavras
ocorrerá crase. Veja: repetidas, não há ocorrência da crase.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Ela ficou frente a frente com o agressor.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Eu o seguirei passo a passo.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo Antes de vocábulos masculinos.
regente exigir complemento regido da preposição “a”. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Entregamos a encomenda àquela menina. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de verbos no infinitivo.
Iremos àquela reunião. Ele estava a cantar.
(preposição + pronome demonstrativo) Começou a chover.

Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Antes de numeral.


criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) O número de aprovados chegou a cem.
(preposição + pronome demonstrativo) Faremos uma visita a dez países.

A letra “a” que acompanha locuções femininas Observações:


(adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento • Nos casos em que o numeral indicar horas –
grave: funcionando como uma locução adverbial
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão
pressas, à vontade... às dezenove horas.
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à • Diante de numerais ordinais femininos a crase
procura de... está confirmada, visto que estes não podem ser
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida empregados sem o artigo: As saudações foram
que. direcionadas à primeira aluna da classe.
• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem essa não se apresentar determinada: Chegamos
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: todos exaustos a casa.
Eu adoro a noite! Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não exaustos à casa de Marcela.
preposição.
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando
Casos passíveis de nota: essa indicar chão firme: Quando os navegantes
regressaram a terra, já era noite.
LÍNGUA PORTUGUESA

• A crase é facultativa diante de nomes próprios Contudo, se o termo estiver precedido por um
femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá
crase.
• Também é facultativa diante de pronomes
Paulo viajou rumo à sua terra natal.
possessivos femininos: O diretor fez referência a
O astronauta voltou à Terra.
(à) sua empresa.
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
o uso do artigo.

25
Os livros foram entregues a mim. 2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
Dei a ela a merecida recompensa. Assinale a alternativa que preenche, correta e
respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São
o uso da crase está confirmado no “a” que os Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
antecede, no caso de o termo regente exigir a fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de
preposição. “Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um
em sentido genérico ou indeterminado: retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
Estamos sujeitos a críticas. também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
Refiro-me a conversas paralelas. duas mil mulheres.
(https://oglobo.globo.com. Adaptado)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a) à … às … a
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
b) a … as … a
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) a … às … a
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
d) à … às … à
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
e) a … as … à
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Resposta: Letra B
SITE Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ atendimento a (preposição – regência nominal de
gramatica/o-uso-crase-.html> “atendimento”, mas sem acento grave por estar diante
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção,
em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella
EXERCÍCIOS COMENTADOS chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”.
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - (objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento que foi a (artigo definido) maior prisão da América
Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários
indicativo de crase está empregado corretamente em:
que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz
um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da
a) O personagem evita considerar à internet responsável
Capital, também na capital paulista, onde cumprem
por suas atitudes.
pena mais de duas mil mulheres.
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão Teremos: a / as / a.
à jogar o tempo fora.
c) O personagem tinha um comportamento indiferente à 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP
qualquer influência da internet. - OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO –
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento
com relação ao tempo. indicativo de crase está empregado corretamente.
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava
que jogava o tempo fora. a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer
com dores de cabeça.
Resposta: Letra E b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à
Aos itens: episódios de nosso passado.
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito
direto) difícil à determinadas pessoas.
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente
acento grave indicativo de crase antes de verbo no os momentos dolorosos.
infinitivo) e) Ao nos atermos à uma experiência ruim,
Em “c”, tinha um comportamento indiferente à desconsideramos o que ela traz de bom.
qualquer influência = a qualquer (antes de pronome
indefinido) Resposta: Letra D
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de Aos itens:


artigo indefinido) Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem infinitivo não se usa acento grave)
conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê? Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios
que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa (palavra masculina e no plural)
(objeto indireto, com preposição) = correta. Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas
= a determinadas (palavra no plural e presença só da
preposição)

26
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se Resposta: Letra E
refere, refere-se a algo ou a alguém) Vamos aos trechos:
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma a rápida industrialização nos Estados Unidos deu
(antes de artigo indefinido) origem a algumas das maiores fortunas = antes de
pronome indefinido
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o no infinitivo
acento indicativo da crase está corretamente empregado e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
em: de “ligados” pede preposição
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de
6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão emprego do acento indicativo da crase.
ou tédio.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. chegam à um grande público devido à rapidez
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões da internet, é favorável à formação de ondas de
semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado credulidade.
oposto. b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
e) Também não estamos falando só de correção chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à favorece que se formem ondas de credulidade.
pensamento. c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
Resposta: Letra A é favorável à formação de ondas de credulidade.
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
verbo “aludir” pede preposição) chegam a um grande número de pessoas devido à
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
uma (antes de artigo indefinido) que se formam.
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
repetidas) chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à favorece à formação de ondas de credulidade.
conclusões = a conclusões (antes de palavra no plural
e o “a” está “sozinho” = somente preposição)
Resposta: Letra C
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a
pensamento (palavra masculina) Acertos entre parênteses:
Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES- devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à
SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO - formação (ok)
VUNESP-2018) Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
No começo do século 20, a rápida industrialização nos pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt rapidez da internet, é favorável à formação = correta
e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________ número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como é favorável as ondas (às ondas)
Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok)
agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet,
serviços financeiros, feito em parceria com a consultora favorece à formação (a formação)
PwC. Observação: quanto à regência verbal de “favorecer”
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada = pede complemento verbal direto (favorece o quê?
aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual favorece quem?); já a regência nominal de “favorável”
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10 pede preposição (favorável a quem? a quê?).
a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.
(IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)
FONÉTICA E FONOLOGIA: SOM E
FONEMA, ENCONTROS VOCÁLICOS E
LÍNGUA PORTUGUESA

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do


texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: CONSONANTAIS E DÍGRAFOS.

a) a … a … a LETRA E FONEMA
b) à … à … à
c) a … à … à A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
d) à … à … a fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
e) a … a … à Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos

27
sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não
estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema representam fonemas. Observe os exemplos: compra,
de comunicação linguística, quanto à sua organização e conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/
divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é
forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa
fonema.
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia
de cada falante são estudadas pela Fonética. Hoje:
Na língua falada, as palavras se constituem de
fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas fonemas: ho / j / e /
por meio de símbolos gráficos, chamados de letras 1 2 3
ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor
elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção letras: hoje
de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos 1234
a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os
pares de palavras: Classificação dos Fonemas
amor – ator / morro – corro / vento - cento Os fonemas da língua portuguesa são classificados
em:
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
Vogais
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
que você - como falante de português - guarda de cada
corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa
um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
Este forma os significantes dos signos linguísticos. significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma
Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, única vogal.
/a/, /v/, etc. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta entreaberta. As vogais podem ser:
é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo,
por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/,
sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /o/, /u/.
/z/ (lê-se zê).
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas
por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema nasais.
/z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, /ã/: fã, canto, tampa
/ ẽ /: dente, tempero
casamento, exílio.
/ ĩ/: lindo, mim
Em alguns casos, a mesma letra pode representar /õ/: bonde, tombo
mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode / ũ /: nunca, algum
representar:
A) o fonema /sê/: texto Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
B) o fonema /zê/: exibir bola.
C) o fonema /che/: enxame
D) o grupo de sons /ks/: táxi Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
bola.
O número de letras nem sempre coincide com o
número de fonemas. Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó
Tóxico: Fechadas: mês, luta, amor
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das
palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).
fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/
1234567 Semivogais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
letras: t ó x i c o Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela
12 3 45 6 uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes
LÍNGUA PORTUGUESA

fonemas são chamados de semivogais. A diferença


Galho: fundamental entre vogais e semivogais está no fato de
que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
fonemas: /g/a/lh/o/ Observe a palavra papai. Ela é formada de duas
1 2 3 4 sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que
se destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico
letras: ga lho “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros
12345 exemplos: saudade, história, série.

28
Consoantes Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
Para a produção das consoantes, a corrente de ar para representar um único fonema (di = dois + grafo
expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar = letra). Em nossa língua, há um número razoável de
pela cavidade bucal, fazendo com que as consoantes dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em
sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como dois tipos: consonantais e vocálicos.
núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse
fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) A) Dígrafos Consonantais
as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
Letras Fonemas Exemplos
Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e lh /lhe/ telhado
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante nh /nhe/ marinheiro
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos
em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o ch /xe/ chave
tritongo e o hiato. rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
A) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice- qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
versa) numa mesma sílaba. Pode ser: gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sc /se/ crescer
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: sç /se/ desço
pai (a = vogal, i = semivogal) xc /se/ exceção
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: B) Dígrafos Vocálicos
mãe Registram-se na representação das vogais nasais:

B) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal Fonemas Letras Exemplos
e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. /ã/ am tampa
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - an canto
Tritongo nasal.
/ẽ/ em templo
C) Hiato en lenda
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra
/ĩ/ im limpo
que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca
há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í- in lindo
da), poesia (po-e-si-a). õ/ om tombo

Encontros Consonantais on tonto


O agrupamento de duas ou mais consoantes, /ũ/ um chumbo
sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro un corcunda
consonantal. Existem basicamente dois tipos:
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
Observação:
e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra,
“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
pla-no, a-tle-ta, cri-se.
de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
B) os que resultam do contato de duas consoantes
aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a
pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo,
nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
lis-ta.
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar,
linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início
Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou
dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
“o” (quase, averiguo).
psi-có-lo-go.

Dígrafos
LÍNGUA PORTUGUESA

De maneira geral, cada fonema é representado,


na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro
fonemas e quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na
escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e
cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/
foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.

29
Observe outros exemplos:
#FicaDica
Conseguimos ouvir o som da letra “u” de águia aquilino
também, por isso não há dígrafo! Veja outros de aluno discente
exemplos: Água = /agua/ pronunciamos a de anjo angelical
letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em
“água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra de ano anual
= /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então de aranha aracnídeo
temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”).
de boi bovino
Portanto: 8 letras e 6 fonemas.
de cabelo capilar
de cabra caprino
Dífonos de campo campestre ou rural
Assim como existem duas letras que representam um
de chuva pluvial
só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o de criança pueril
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são de dedo digital
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois
de estômago estomacal ou gástrico
fonemas temos um caso de dífono.
de falcão falconídeo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de farinha farináceo
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de fera ferino
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
de ferro férreo
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. de fogo ígneo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza de garganta gutural
Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. de gelo glacial
– São Paulo: Saraiva, 2010.
de guerra bélico
SITE de homem viril ou humano
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ de ilha insular
secoes/fono/fono1.php>
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS
VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS E SEUS de leão leonino
EMPREGOS NO TEXTO. 11. LOCUÇÕES de lebre leporino
VERBAIS (PERÍFRASES VERBAIS).
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
CLASSES DE PALAVRAS
de mestre magistral
1. ADJETIVO de ouro áureo
de paixão passional
É a palavra que expressa uma qualidade ou de pâncreas pancreático
característica do ser e se relaciona com o substantivo,
de porco suíno ou porcino
concordando com este em gênero e número.
As praias brasileiras estão poluídas. dos quadris ciático
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de rio fluvial
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). de sonho onírico

Locução adjetiva de velho senil


de vento eólico
LÍNGUA PORTUGUESA

Locução = reunião de palavras. Sempre que são de vidro vítreo ou hialino


necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a
de virilha inguinal
mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição
+ substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a de visão óptico ou ótico
Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
freio (paixão desenfreada).

30
Observação: Flexão dos adjetivos
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo
correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas O adjetivo varia em gênero, número e grau.
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
Gênero dos Adjetivos
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função referem (masculino e feminino). De forma semelhante
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, aos substantivos, classificam-se em:
atuando como adjunto adnominal ou como predicativo
(do sujeito ou do objeto). A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. feminino somente o último elemento: o moço norte-
Observe alguns deles: americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Estados e cidades brasileiras:
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o
Alagoas alagoano masculino como para o feminino: homem feliz e
mulher feliz.
Amapá amapaense Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável
Aracaju aracajuano ou aracajuense no feminino: conflito político-social e desavença político-
social.
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino Número dos Adjetivos
Brasília brasiliense
A) Plural dos adjetivos simples
Cabo Frio cabo-friense
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
Campinas campineiro ou campinense com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
Adjetivo Pátrio Composto ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja,
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, se a palavra que estiver qualificando um elemento for,
erudita. Observe alguns exemplos: originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma
primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um
África afro- / Cultura afro-americana substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento,
funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
germano- ou teuto-/Competições camisas cinza, ternos cinza.
Alemanha
teuto-inglesas Motos vinho (mas: motos verdes)
américo- / Companhia américo- Paredes musgo (mas: paredes brancas).
América
africana Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
belgo- / Acampamentos belgo-
Bélgica B) Adjetivo Composto
franceses
É aquele formado por dois ou mais elementos.
China sino- / Acordos sino-japoneses Normalmente, esses elementos são ligados por hífen.
Espanha hispano- / Mercado hispano-português Apenas o último elemento concorda com o substantivo
a que se refere; os demais ficam na forma masculina,
Europa euro- / Negociações euro-americanas
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo
franco- ou galo- / Reuniões franco- composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
França
italianas composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa”
Grécia greco- / Filmes greco-romanos é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
LÍNGUA PORTUGUESA

Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um


Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

31
Observação: • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, • Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
vestidos cor-de-rosa. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois
elementos flexionados: crianças surdas-mudas. Observe alguns superlativos sintéticos:
Grau do Adjetivo
benéfico beneficentíssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a bom boníssimo ou ótimo
intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do comum comuníssimo
adjetivo: o comparativo e o superlativo.
cruel crudelíssimo
A) Comparativo difícil dificílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica doce dulcíssimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais
características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo fácil facílimo
pode ser de igualdade, de superioridade ou de fiel fidelíssimo
inferioridade.
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
No comparativo de igualdade, o segundo termo da seres. Essa relação pode ser:
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto • De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
ou quão. todas.
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
todas.
Superioridade

Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Inferioridade dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
antepostos ao adjetivo.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular
São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/ - de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
superior, grande/maior, baixo/inferior. radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é
Observe que: constituída do radical do adjetivo português + o sufixo
• As formas menor e pior são comparativos de -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
superioridade, pois equivalem a mais pequeno e Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
mais mau, respectivamente. com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os
• Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo,
(melhor, pior, maior e menor), porém, em cheio – cheíssimo.
comparações feitas entre duas qualidades de um
mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Por exemplo: Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois – São Paulo: Saraiva, 2010.
elementos.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
duas qualidades de um mesmo elemento.
Português: novas palavras: literatura, gramática,
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
Inferioridade redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Superlativo Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/


O superlativo expressa qualidades num grau muito secoes/morf/morf32.php>
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou
relativo e apresenta as seguintes modalidades: 2. ADVÉRBIO

B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a Compare estes exemplos:


qualidade de um ser é intensificada, sem relação com O ônibus chegou.
outros seres. Apresenta-se nas formas: O ônibus chegou ontem.

32
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
do próprio advérbio. agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei constantemente, entrementes, imediatamente,
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
(bem) às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um vez em quando, de quando em quando, a qualquer
adjetivo (claros) momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior,
acrescentar ideia de:
Tempo: Ela chegou tarde. depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às
Lugar: Ele mora aqui. claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Modo: Eles agiram mal. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Negação: Ela não saiu de casa. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Dúvida: Talvez ele volte. vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”:
calmamente, tristemente, propositadamente,
Flexão do Advérbio pacientemente, amorosamente, docemente,
escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
apresentam variação em gênero e número. Alguns efetivamente, certo, decididamente, deveras,
advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: indubitavelmente.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
A) Grau Comparativo de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente,
modo que o comparativo do adjetivo: provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
• de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): certo, quem sabe.
Renato fala tão alto quanto João. G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em
• de inferioridade: menos + advérbio + que (do
excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
que): Renato fala menos alto do que João.
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
• de superioridade:
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato extremamente, intensamente, grandemente, bem
fala mais alto do que João. (quando aplicado a propriedades graduáveis).
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão,
fala melhor que João. somente, simplesmente, só, unicamente. Por
exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das
B) Grau Superlativo árvores.
O superlativo pode ser analítico ou sintético: I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente,
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: também. Por exemplo: O indivíduo também
Renato fala muito alto. amadurece durante a adolescência.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
de modo exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala aos meus amigos por comparecerem à festa.
altíssimo.
Saiba que:
Observação: Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
comuns na língua popular.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo) tarde possível.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
Classificação dos Advérbios em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.
De acordo com a circunstância que exprime, o
LÍNGUA PORTUGUESA

advérbio pode ser de: Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido


A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, Há palavras como muito, bastante, que podem
aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
embaixo, externamente, a distância, à distância de, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
ao lado, em volta. e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.

33
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto
#FicaDica adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de
Como saber se a palavra bastante é intensidade e de tempo, respectivamente.
advérbio (não varia, não se flexiona) ou
pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
der, na frase, para substituir o “bastante” por CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
“muito”, estamos diante de um advérbio; se Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
der para substituir por “muitos” (ou muitas), – São Paulo: Saraiva, 2010.
é um pronome. Veja: AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
(estudei muitos capítulos) = pronome
indefinido SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Advérbios Interrogativos secoes/morf/morf75.php>

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? 3. ARTIGO


por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
se como o termo variável que serve para individualizar ou
Interrogação Direta Interrogação Indireta generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as
Onde mora? Indaguei onde morava variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Por que choras? Não sei por que choras “uma”[s] e “uns]).
Aonde vai? Perguntei aonde ia A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
Donde vens? Pergunto donde vens determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
Quando voltas? Pergunto quando voltas
muito.
Locução Adverbial B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres
de modo vago, impreciso: Uma candidata foi
Quando há duas ou mais palavras que exercem aprovada! Umas candidatas foram aprovadas!
função de advérbio, temos a locução adverbial, que
pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
ordinariamente por uma preposição. Veja:
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, Considera-se obrigatório o uso do artigo depois
para dentro, por aqui, etc. do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. conteúdo.
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
em geral, frente a frente, etc. admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, Janeiro, Veneza, A Bahia...
hoje em dia, nunca mais, etc. Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, No caso de nomes próprios personativos, denotando
o adjetivo e outro advérbio:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
Chegou muito cedo. (advérbio)
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
Joana é muito bela. (adjetivo)
De repente correram para a rua. (verbo) Pedro é o xodó da família.
No caso de os nomes próprios personativos estarem
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: os Incas, Os Astecas...
Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
LÍNGUA PORTUGUESA

O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
advérbio: Cheguei primeiro. artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
locução adverbial desempenham na oração a função (qualquer classe)
de adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as
circunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
ao advérbio. Exemplo: facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.

34
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve de sentido que cada um dos elementos possui. Já no
ter é uns vinte anos. segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
O artigo também é usado para substantivar palavras conjunção depende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
porquê de tudo isso. / O bem vence o mal. Podemos separá-las por ponto:
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
Há casos em que o artigo definido não pode ser
usado:
Temos acima um exemplo de conjunção (e,
consequentemente, orações coordenadas) coordenativa
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
conhecidas: O professor visitará Roma. – “mas”. Já em:
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a Espero que eu seja aprovada no concurso!
presença do artigo será obrigatória: O professor visitará
a bela Roma. Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período
sairá agora? temos uma oração subordinada substantiva objetiva
Exceção: O senhor vai à festa? direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da
oração principal).
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o Conjunções Coordenativas
candidato cuja nota foi a mais alta.
São aquelas que ligam orações de sentido completo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e independente ou termos da oração que têm a mesma
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
função gramatical. Subdividem-se em:
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa não), não só... mas também, não só... como também,
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. bem como, não só... mas ainda.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza A sua pesquisa é clara e objetiva.
Cochar - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform. Não só dança, mas também canta.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
SITE expressando ideia de contraste ou compensação.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
gramatica/artigo.htm> no entanto, não obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
4. CONJUNÇÃO
C) Alternativas: ligam orações ou palavras,
Além da preposição, há outra palavra também expressando ideia de alternância ou escolha,
invariável que, na frase, é usada como elemento de
indicando fatos que se realizam separadamente.
ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou
São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer,
duas palavras de mesma função em uma oração:
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e seja... seja, talvez... talvez.
São Paulo. Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
Morfossintaxe da Conjunção que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
As conjunções, a exemplo das preposições, não conseguinte, por isso, assim.
exercem propriamente uma função sintática: são Marta estava bem preparada para o teste, portanto
LÍNGUA PORTUGUESA

conectivos. não ficou nervosa.


Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
Classificação da Conjunção
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados Não demore, que o filme já vai começar.
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
Falei muito, pois não gosto do silêncio!

35
Conjunções Subordinativas

São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado
quando ela chegou.
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
ela chegou: oração subordinada

As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais:

Integrantes - Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)

Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
a circunstância que expressam, classificam-se em:

A) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (=
porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.

B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir
sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que,
conquanto, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.

C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Se precisar de minha ajuda, telefone-me.

#FicaDica
Você deve ter percebido que a conjunção condicional “se” também é conjunção integrante. A diferença
é clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que
recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não sei se farei o concurso. = Não há ideia
de condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto direto,
já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração em destaque exerce a função de objeto direto
da oração principal, sendo classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta.

D) Conformativas: introduzem uma oração que exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme,
como (= conforme), segundo, consoante, etc.
O passeio ocorreu como havíamos planejado.
t
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal. São
elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.
Toque o sinal para que todos entrem no salão.

F) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...
(mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos), etc.
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam.
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.

G) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que,
assim que, agora que, mal (= assim que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa.

36
H) Comparativas: introduzem uma oração que Psiu!
expressa ideia de comparação com referência à contexto: alguém pronunciando em um hospital;
oração principal. São elas: como, assim como, tal significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto silêncio!”
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem,
que (combinado com menos ou mais), etc. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. puxa: interjeição; tom da fala: euforia

I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, puxa: interjeição; tom da fala: decepção
de modo que, sem que (= que não), de forma que, de
jeito que, que (tendo como antecedente na oração As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo
tamanho), etc. alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do interessante!
exame. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
minha frente.

FIQUE ATENTO! As interjeições podem ser formadas por:


Muitas conjunções não têm classificação • simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
única, imutável, devendo, portanto, ser • palavras: Oba! Olá! Claro!
classificadas de acordo com o sentido que • grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
apresentam no contexto (destaque da Zê!). Deus! Ora bolas!

Classificação das Interjeições


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Atenção! Olha! Alerta!
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
– São Paulo: Saraiva, 2010. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
SITE F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
secoes/morf/morf84.php> H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih!
Francamente! Essa não! Chega! Basta!
5. INTERJEIÇÃO I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá!
Queira Deus!
Interjeição é a palavra invariável que exprime J) Desculpa: Perdão!
emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso da K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
decorrente de uma situação particular, um momento ou N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
um contexto específico. Exemplos: Puxa! Pô! Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
hum: expressão de um pensamento súbito = Deus!
interjeição Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
O significado das interjeições está vinculado à maneira
como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o Saiba que:
LÍNGUA PORTUGUESA

sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
em que for utilizada. Exemplos: sofrem variação em gênero, número e grau como os
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico,
Psiu!
algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se
contexto: alguém pronunciando esta expressão
trata de um processo natural desta classe de palavra, mas
na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
chamando! Ei, espere!”
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

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Locução Interjetiva B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa numa determinada
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Toda frase mais ou menos breve dita em tom final e penúltimo também indicam posição dos seres,
exclamativo torna-se uma locução interjetiva, mas são classificadas como adjetivos, não ordinais.
dispensando análise dos termos que a compõem:
Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
1. As interjeições são como frases resumidas,
sintéticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
por essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) quintos, etc.
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
outras classes gramaticais podem aparecer como foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
interjeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) /
Fora! Francamente! (Advérbios) Flexão dos numerais
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
mensagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
Silêncio! Fique quieto! duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
imitativas, que exprimem ruídos e vozes. Por variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
exemplo: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba!
cardinais são invariáveis.
Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo
«ó» com a sua homônima «oh!», que exprime Os numerais ordinais variam em gênero e número:
admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa
depois do «oh!» exclamativo e não a fazemos primeiro segundo milésimo
depois do «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza!
primeira segunda milésima
ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
primeiros segundos milésimos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS primeiras segundas milésimas
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa
- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do
– volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. esforço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
SITE flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ triplas do medicamento.
secoes/morf/morf89.php> Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
6. NUMERAL duas terças partes.
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
Numeral é a palavra variável que indica quantidade dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
determinada sequência. de sentido. É o que ocorre em frases como:
Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
“Me empresta duzentinho...”
indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
É artigo de primeiríssima qualidade!
é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de
numerais, mas sim de algarismos. O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem segunda divisão de futebol)
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
palavras consideradas numerais porque denotam Emprego e Leitura dos Numerais
quantidade, proporção ou ordenação. São alguns
LÍNGUA PORTUGUESA

exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. Os numerais são escritos em conjunto de três
algarismos, contados da direita para a esquerda, em
Classificação dos Numerais forma de centenas, dezenas e unidades, tendo cada
conjunto uma separação através de ponto ou espaço
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou correspondente a um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
determinada de seres: um, dois, cem mil, etc. Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Alguns cardinais têm sentido coletivo, como por exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre. conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.

38
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua
utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
LÍNGUA PORTUGUESA

Nove Nono Nônuplo Nono


Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos

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Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
Milhão Milionésimo Milionésimo
Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php>

7. PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a
compreensão do texto.

Tipos de Preposição
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

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A preposição é invariável, no entanto pode unir-se CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + – São Paulo: Saraiva, 2010.
a = pela. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
Essa concordância não é característica da preposição, literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com SITE
outra palavra pode se dar a partir dos processos de: Disponível em: <http://www.infoescola.com/
portugues/preposicao/>
 • Combinação: união da preposição “a” com o
artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos.
8. PRONOME
Os vocábulos não sofrem alteração.
 • Contração: união de uma preposição com Pronome é a palavra variável que substitui ou
outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de
fonema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + alguma forma.
aquele = daquele, em + isso = nisso. O homem julga que é superior à natureza, por isso o
 • Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” homem destrói a natureza...
preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é
vogal do pronome “aquilo”). superior à natureza, por isso ele a destrói...
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de
O “a” pode funcionar como preposição, pronome termos (homem e natureza).
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo Grande parte dos pronomes não possuem significados
para determiná-lo como um substantivo singular e fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
feminino: A matéria que estudei é fácil! dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar
a referência exata daquilo que está sendo colocado
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
demais pronomes têm por função principal apontar para
Irei à festa sozinha. as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
artigo; o segundo, preposição. dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
específica para cada pessoa do discurso.
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
apostila. = Nós a trouxemos. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas fala]
por meio das preposições: A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Destino = Irei a Salvador. se fala]
Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Assunto = Falemos sobre futebol. variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em
Tempo = Chegarei em instantes. número (singular ou plural). Assim, espera-se que a
referência através do pronome seja coerente em termos
Causa = Chorei de saudade.
de gênero e número (fenômeno da concordância) com
Fim ou finalidade = Vim para ficar. o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente
Instrumento = Escreveu a lápis. no enunciado.
Posse = Vi as roupas da mamãe. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Autoria = livro de Machado de Assis nossa escola neste ano.
Companhia = Estarei com ele amanhã. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Matéria = copo de cristal. adequada]
Meio = passeio de barco. [neste: pronome que determina “ano” = concordância
Origem = Nós somos do Nordeste. adequada]
Conteúdo = frascos de perfume. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” =
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. concordância inadequada]
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
LÍNGUA PORTUGUESA

Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,


Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
prepositiva por trás de. Pronomes Pessoais

São aqueles que substituem os substantivos,


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

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pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer FIQUE ATENTO!
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala. Os pronomes o, os, a, as assumem formas
Os pronomes pessoais variam de acordo com as especiais depois de certas terminações
funções que exercem nas orações, podendo ser do caso verbais:
reto ou do caso oblíquo.
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou
A) Pronome Reto -r, o pronome assume a forma lo, los, la
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na ou las, ao mesmo tempo que a terminação
sentença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos verbal é suprimida. Por exemplo:
flores.
fiz + o = fi-lo
Os pronomes retos apresentam flexão de número,
fazeis + o = fazei-lo
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa
dizer + a = dizê-la
última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
assim configurado: 2. Quando o verbo termina em som nasal,
1.ª pessoa do singular: eu o pronome assume as formas no, nos, na,
2.ª pessoa do singular: tu nas. Por exemplo:
3.ª pessoa do singular: ele, ela viram + o: viram-no
1.ª pessoa do plural: nós repõe + os = repõe-nos
2.ª pessoa do plural: vós retém + a: retém-na
3.ª pessoa do plural: eles, elas tem + as = tem-nas

Esses pronomes não costumam ser usados como


complementos verbais na língua-padrão. Frases como B.2 Pronome Oblíquo Tônico
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem precedidos por preposições, em geral as preposições a,
ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos
língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem
correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, acentuação tônica forte.
“Trouxeram-me até aqui”. Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
Frequentemente observamos a omissão do pronome 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
formas verbais marcam, através de suas desinências, as 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
boa viagem. (Nós) 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas

B) Pronome Oblíquo Observe que as únicas formas próprias do pronome


Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa
sentença, exerce a função de complemento verbal (ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. caso reto.
(objeto indireto) As preposições essenciais introduzem sempre
pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome
Observação:
do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
O pronome oblíquo é uma forma variante do
uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados
pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
desta forma:
a função diversa que eles desempenham na oração:
Não há mais nada entre mim e ti.
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação Não há nenhuma acusação contra mim.
tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. Não vá sem mim.

B.1 Pronome Oblíquo Átono Há construções em que a preposição, apesar de


São chamados átonos os pronomes oblíquos que surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
não são precedidos de preposição. Possuem acentuação uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
LÍNGUA PORTUGUESA

tônica fraca: Ele me deu um presente. o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
Lista dos pronomes oblíquos átonos pronome, deverá ser do caso reto.
1.ª pessoa do singular (eu): me Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
2.ª pessoa do singular (tu): te Não vá sem eu mandar.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
1.ª pessoa do plural (nós): nos A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
2.ª pessoa do plural (vós): vos está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. A
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para mim!

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A combinação da preposição “com” e alguns Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e
tônicos frequentemente exercem a função de adjunto religiosos em geral
adverbial de companhia: Ele carregava o documento Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
consigo. à de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
professores de curso superior, ministros de Estado
A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: e de Tribunais, governadores, secretários de Estado,
Ela veio até mim, mas nada falou. presidente da República (sempre por extenso)
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na universidades
prova, até eu! (= inclusive eu) Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais de igual categoria
são reforçados por palavras como outros, mesmos, Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
próprios, todos, ambos ou algum numeral. de direito
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Estávamos com vós outros quando chegaram as más cerimonioso
notícias. Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Ele disse que iria com nós três.
Também são pronomes de tratamento o senhor,
B.3 Pronome Reflexivo a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora”
São pronomes pessoais oblíquos que, embora são empregados no tratamento cerimonioso; “você”
funcionem como objetos direto ou indireto, referem-
e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e
largamente empregados no português do Brasil; em
recebe a ação expressa pelo verbo.
algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em
outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
Lista dos pronomes reflexivos:
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
lembro disso.
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo. Observações:
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo =
Guilherme já se preparou. 1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes
Ela deu a si um presente. de tratamento que possuem “Vossa(s)” são
Antônio conversou consigo mesmo. empregados em relação à pessoa com quem
falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. compareça a este encontro.
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
com esta conquista. 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. que Sua Excelência, o Senhor Presidente da
República, agiu com propriedade.

#FicaDica 3. Os pronomes de tratamento representam uma


forma indireta de nos dirigirmos aos nossos
O pronome é reflexivo quando se refere interlocutores. Ao tratarmos um deputado por
à mesma pessoa do pronome subjetivo Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos
(sujeito): Eu me arrumei e saí. endereçando à excelência que esse deputado
É pronome recíproco quando indica supostamente tem para poder ocupar o cargo que
reciprocidade de ação: Nós nos amamos. / ocupa.
Olhamo-nos calados.
O “se” pode ser usado como palavra 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
expletiva ou partícula de realce, sem ser 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
rigorosamente necessária e sem função com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
sintática: Os exploradores riam-se de suas possessivos e os pronomes oblíquos empregados
LÍNGUA PORTUGUESA

tentativas. / Será que eles se foram? em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das
suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem
C) Pronomes de Tratamento reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal,
cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
terceira pessoa. Alguns exemplos: ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida

43
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
a chamar alguém de “você”, não poderemos usar oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
terceira pessoa.
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu,
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos próprio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-
teus cabelos. (errado) lo, para que não ocorra redundância: Coloque tudo
nos respectivos lugares.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular Pronomes Demonstrativos

ou São utilizados para explicitar a posição de certa


palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
A) Em relação ao espaço:
Pronomes Possessivos Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
pessoa que fala:
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical Este material é meu.
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
(coisa possuída). Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do pessoa com quem se fala:
singular) Esse material em sua carteira é seu?

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está


Número Pessoa Pronome distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
Singular Primeira Meu(s), minha(s) quem se fala:
Singular Segunda Teu(s), tua(s) Aquele material não é nosso.
Vejam aquele prédio!
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
Plural Primeira Nosso(s), nossa(s) B) Em relação ao tempo:
Plural Segunda Vosso(s), vossa(s) Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala:
Plural Terceira Seu(s), sua(s) Esta manhã farei a prova do concurso!

Note que: Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado,


A forma do possessivo depende da pessoa gramatical porém relativamente próximo à época em que se situa
a que se refere; o gênero e o número concordam com o a pessoa que fala:
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!
naquele momento difícil.
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um
Observações: afastamento no tempo, referido de modo vago ou como
tempo remoto:
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar Naquele tempo, os professores eram valorizados.
da alteração fonética da palavra senhor: Muito
obrigado, seu José. C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará
ou escreverá):
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
posse. Podem ter outros empregos, como: fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. falará:
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
anos. ortografia, concordância.
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
LÍNGUA PORTUGUESA

fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:


3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, Sua aprovação no concurso, isso é o que mais
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa desejamos!
Excelência trouxe sua mensagem?
Este e aquele são empregados quando se quer fazer
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe- termo referido em primeiro lugar e este para o referido
me seus livros e anotações. por último:

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Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano,
ou beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Quem avisa amigo é.
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
invariáveis, observe: certa(s).
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), Cada povo tem seus costumes.
aquela(s). Certas pessoas exercem várias profissões.
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que:
Também aparecem como pronomes demonstrativos: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
• o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito,
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum,
aquilo. nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
indiquei.) vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): Alguns se contentam pouco.
variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em
Eu mesma refiz os exercícios. variáveis e invariáveis. Observe:
Elas mesmas fizeram isso. • Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco,
Eles próprios cozinharam. vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda,
Os próprios alunos resolveram o problema. muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer,
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
• semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria. • Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. *Qualquer é composto de qual + quer (do verbo
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra
refere à pessoa mencionada em último lugar; cujo plural é feito em seu interior).
aquele, à mencionada em primeiro lugar.
2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação Todo e toda no singular e junto de artigo significa
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela, Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
que estava vendo. (no = naquilo) Trabalho todo dia. (= todos os dias)

Pronomes Indefinidos São locuções pronominais indefinidas: cada qual,


cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma
quantidade indeterminada. ou outra, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- Cada um escolheu o vinho desejado.
plantadas.
Pronomes Relativos
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa São aqueles que representam nomes já mencionados
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser as orações subordinadas adjetivas.
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: um grupo racial sobre outros.

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(afirma a superioridade de um grupo racial sobre “Quanto” é pronome relativo quando tem por
outros = oração subordinada adjetiva). antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações)
e tudo:
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Emprestei tantos quantos foram necessários.
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. (antecedente)
O antecedente do pronome relativo pode ser o
pronome demonstrativo o, a, os, as. Ele fez tudo quanto havia falado.
Não sei o que você está querendo dizer. (antecedente)
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso. O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
Quem casa, quer casa. precedido de preposição.
É um professor a quem muito devemos.
Observe: (preposição)
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
quantas. antecedente e só pode ser utilizado na indicação de
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. lugar: A casa onde morava foi assaltada.

Note que: Na indicação de tempo, deve-se empregar quando


O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, ou em que: Sinto saudades da época em que (quando)
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser morávamos no exterior.
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
seu antecedente for um substantivo. Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) palavras:
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
a qual) • como (= pelo qual) – desde que precedida das
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os palavras modo, maneira ou forma:
quais) Não me parece correto o modo como você agiu semana
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= passada.
as quais)
• quando (= em que) – desde que tenha como
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente antecedente um nome que dê ideia de tempo:
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente Bons eram os tempos quando podíamos jogar
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” videogame.
(que podem ter várias classificações) são pronomes
relativos. Todos eles são usados com referência à Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de numa só frase.
determinadas preposições: Regressando de São Paulo, O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. esporte.
O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade. Veja: = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que
me deixou encantado (quem me deixou encantado: o Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
sítio ou minha tia?). ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas gente que conversava, (que) ria, observava.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas
utiliza-se o qual / a qual) Pronomes Interrogativos
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, São usados na formulação de perguntas, sejam
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes
deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o
(e variações), quanto (e variações).
consequente (o ser possuído, com o qual concorda
Com quem andas?
em gênero e número); não se usa artigo depois deste
Qual seu nome?
pronome; “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
LÍNGUA PORTUGUESA

das quais.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem
Existem pessoas cujas ações são nobres.
função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
(antecedente) (consequente)
oblíquo quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui!
lhe ajudar.
(referiu-se a)

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Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao esforçou.
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. oportunidade.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não • Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe). lhe disse isso?
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou se ofendem!
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, • Orações que exprimem desejo (orações optativas):
diferentemente dos segundos, que são sempre Que Deus o ajude.
precedidos de preposição. • A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o
que eu estava fazendo. material amanhã. / Tu sabes cantar?
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo. Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
verbo. A mesóclise é usada:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Quando o verbo estiver no futuro do presente ou
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. futuro do pretérito, contanto que esses verbos não
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande
– São Paulo: Saraiva, 2010. evento em prol da paz no mundo.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Repare que o pronome está “no meio” do verbo
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
São Paulo: Saraiva, 2002. nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de
SITE próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ acompanharia nessa viagem).
secoes/morf/morf42.php>
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
Colocação Pronominal A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos • Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
pronomes oblíquos átonos na frase. Quando eu avisar, silenciem-se todos.
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
era minha intenção machucá-la.
#FicaDica • Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a inicia período com pronome oblíquo).
função de complemento verbal (objeto). Por Vou-me embora agora mesmo.
isso, memorize: Levanto-me às 6h.
OBlíquo = OBjeto!
• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
Embora na linguagem falada a colocação dos
proposta fazendo-se de desentendida.
pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
normas devem ser observadas na linguagem escrita.
Colocação pronominal nas locuções verbais
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
• Após verbo no particípio = pronome depois do
A próclise é usada:
verbo auxiliar (e não depois do particípio):
LÍNGUA PORTUGUESA

Tenho me deliciado com a leitura!


• Quando o verbo estiver precedido de palavras que
Eu tenho me deliciado com a leitura!
atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
Eu me tenho deliciado com a leitura!
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere!
• Não convém usar hífen nos tempos compostos e
B) Advérbios: Agora se negam a depor.
nas locuções verbais:
C) Conjunções subordinativas: Espero que me
Vamos nos unir!
expliquem tudo!
Iremos nos manifestar.

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• Quando há um fator para próclise nos tempos ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto
Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
preocupar”). substantivos como núcleos de adjuntos adnominais
e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são
Emprego de o, a, os, as desempenhadas por grupos de palavras.

• Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os Classificação dos Substantivos


pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Chame-o agora. A) Substantivos Comuns e Próprios
Deixei-a mais tranquila.
Observe a definição:
• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
• Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para cidade (em oposição aos bairros).
no, na, nos, nas.
Chamem-no agora. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas
Põe-na sobre a mesa. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será
chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
substantivo comum.
#FicaDica
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
significa “antes”! Pronome antes do verbo!
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ homem, mulher, país, cachorro.
(end, em Inglês – que significa “fim, final!). Estamos voando para Barcelona.
Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
verbo espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa B) Substantivos Concretos e Abstratos
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza o ser que existe, independentemente de outros
Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. seres.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Observação:
SITE Os substantivos concretos designam seres do mundo
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ real e do mundo imaginário.
gramatica/colocacao-pronominal-.html> Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília.
9. SUBSTANTIVO Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água,
fantasma.
Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam todos os seres que existem, B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e que dependem de outros para se manifestarem ou
fenômenos, os substantivos também nomeiam: existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si
• lugares: Alemanha, Portugal
só, não pode ser observada. Só podemos observar
• sentimentos: amor, saudade
a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A
• estados: alegria, tristeza
beleza depende de outro ser para se manifestar.
LÍNGUA PORTUGUESA

• qualidades: honestidade, sinceridade


Portanto, a palavra beleza é um substantivo
• ações: corrida, pescaria
abstrato.
Morfossintaxe do substantivo Os substantivos abstratos designam estados,
qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais
Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir:
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto (sentimento).

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• Substantivos Coletivos leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
outra abelha, mais outra abelha. malfeitores ou
malta
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi
necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra molho chaves, verduras
abelha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram- multidão pessoas em geral
se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se
insetos (gafanhotos,
um substantivo no singular (enxame) para designar um nuvem
mosquitos, etc.)
conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
seres da mesma espécie. quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas peças teatrais, obras
repertório
musicais
alcateia lobos
réstia alhos ou cebolas
acervo livros
romanceiro poesias narrativas
trechos literários
antologia revoada pássaros
selecionados
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
desordeiros ou tropa muares, soldados
bando
malfeitores turma estudantes, trabalhadores
banca examinadores vara porcos
batalhão soldados
cardume peixes Formação dos Substantivos

caravana viajantes peregrinos A) Substantivos Simples e Compostos


cacho frutas Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra.
cancioneiro canções, poesias líricas
O substantivo chuva é formado por um único
colmeia abelhas elemento ou radical. É um substantivo simples.
concílio bispos
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um
congresso parlamentares, cientistas
único elemento.
atores de uma peça ou Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc.
elenco
filme Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por
esquadra navios de guerra dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é
composto.
enxoval roupas
falange soldados, anjos A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
fauna animais de uma região dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
flor, passatempo.
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região B) Substantivos Primitivos e Derivados
frota navios mercantes, ônibus B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva
de nenhuma outra palavra da própria língua
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girândola fogos de artifício portuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é


horda bandidos, invasores derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina
médicos, bois, credores,
junta de outra palavra.
examinadores
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios

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Flexão dos substantivos Formação do Feminino dos Substantivos Biformes

O substantivo é uma classe variável. A palavra é Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, - aluna.
por exemplo, pode sofrer variações para indicar: • Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: ao masculino: freguês - freguesa
meninão / Diminutivo: menininho • Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
de três formas:
A) Flexão de Gênero 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
Gênero é um princípio puramente linguístico, não 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
refiram a seres animais providos de sexo, quer designem sultana
apenas “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e • Substantivos terminados em -or:
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
estes títulos de filmes:
O velho e o mar
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Um Natal inesquecível
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta
Os reis da praia
- poetisa / duque - duquesa / conde - condessa /
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: • Substantivos que formam o feminino trocando o -e
A história sem fim final por -a: elefante - elefanta
Uma cidade sem passado • Substantivos que têm radicais diferentes no
As tartarugas ninjas masculino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
• Substantivos que formam o feminino de maneira
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
anteriores: czar – czarina, réu - ré
1. Substantivos Biformes (= duas formas):
apresentam uma forma para cada gênero: gato – Formação do Feminino dos Substantivos
gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - Uniformes
prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Epicenos:
forma, que serve tanto para o masculino quanto Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
para o feminino. Classificam-se em:
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
se faz mediante a utilização das palavras “macho” forma para indicar o masculino e o feminino.
e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
macho e o jacaré fêmea. para designar os dois sexos. Esses substantivos são
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
a pessoas de ambos os sexos: a criança, a houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, palavras macho e fêmea.
o indivíduo. A cobra macho picou o marinheiro.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
colega e a colega, o doente e a doente, o artista e Sobrecomuns:
a artista. Entregue as crianças à natureza.
Substantivos de origem grega terminados em ema A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse
sintoma, o teorema.
caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem
identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
• Existem certos substantivos que, variando de gênero,
A criança chorona chamava-se João.
LÍNGUA PORTUGUESA

variam em seu significado:


A criança chorona chamava-se Maria.
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro)
e a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma Outros substantivos sobrecomuns:
(cabeleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
aumento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; boa criatura.
conclusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública); o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora). Marcela faleceu

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Comuns de Dois Gêneros: na administração da crisma e de outros sacramentos),
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. a crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco),
a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma guia outras), a guia (documento, pena grande das asas
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva),
A distinção de gênero pode ser feita através da o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor
análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de
substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
repórter francês - repórter francesa nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o
A palavra personagem é usada indistintamente pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe,
nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota- anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora),
se acentuada preferência pelo masculino: O menino o voga (remador), a voga (moda).
descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
carochinha. B) Flexão de Número do Substantivo
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: Em português, há dois números gramaticais: o
O problema está nas mulheres de mais idade, que não singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o
aceitam a personagem. plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
característica do plural é o “s” final.
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Plural dos Substantivos Simples

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
proclama, o pernoite, o púbis. Exceção: cânon - cânones.

Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a em “ns”: homem - homens.
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, Atenção:
o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o O plural de caráter é caracteres.
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
tracoma, o hematoma. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais;
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males,
cônsul e cônsules.
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções, Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. / duas maneiras:
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma 1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Londres imensa e triste. 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Observação:
Gênero e Significação A palavra réptil pode formar seu plural de duas
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
Muitos substantivos têm uma significação no
masculino e outra no feminino. Observe: Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os duas maneiras:
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
LÍNGUA PORTUGUESA

a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural
a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), de três maneiras.
a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos

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Observação: Casos Especiais
Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
dois – e até três – plurais: o louva-a-deus e os louva-a-deus
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião –
anciões/anciães/anciãos o bem-te-vi e os bem-te-vis
charlatão – charlatões/charlatães corrimão – o bem-me-quer e os bem-me-queres
corrimãos/corrimões o joão-ninguém e os joões-ninguém.
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
vilões/vilães Plural das Palavras Substantivadas
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
o látex - os látex. classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Plural dos Substantivos Compostos Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
A formação do plural dos substantivos compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
depende da forma como são grafados, do tipo de
palavras que formam o composto e da relação que Observação:
estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
hífen comportam-se como os substantivos simples: não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/ seis e alguns dez.
pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos Plural dos Diminutivos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s”
final e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
A) Flexionam-se os dois elementos, quando
formados de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores- animai(s) + zinhos = animaizinhos
perfeitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis- chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
B) Flexiona-se somente o segundo elemento, colhere(s) + zinhas = colherezinhas
quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas flore(s) + zinhas = florezinhas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e mão(s) + zinhas = mãozinhas
alto-falantes
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
recos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água- pai(s) + zinhos = paizinhos
de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo =
cavalo-vapor e cavalos-vapor pé(s) + zitos = pezitos
substantivo + substantivo que funciona como
determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou Plural dos Nomes Próprios Personativos
o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
sempre que a terminação preste-se à flexão.
peixe-espada - peixes-espada.
Os Napoleões também são derrotados.
LÍNGUA PORTUGUESA

As Raquéis e Esteres.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Plural dos Substantivos Estrangeiros
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
saca-rolhas Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
shorts, os jazz.

52
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de Analítico = o substantivo é acompanhado de um
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
chopes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
garçons, os réquiens. indicador de aumento. Por exemplo: casarão.
Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que
joga. 3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
Plural com Mudança de Timbre que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
Certos substantivos formam o plural com mudança indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Singular Plural Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Corpo (ô) Corpos (ó) CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Esforço Esforços
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Fogo Fogos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Forno Fornos Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Fosso Fossos Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002.
Imposto Impostos
Olho Olhos SITE
Osso (ô) Ossos (ó) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf12.php>
Ovo Ovos
Poço Poços 10. VERBO
Porto Portos
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
Posto Postos tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
Tijolo Tijolos nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
etc.
Estrutura das Formas Verbais
Observação:
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
molho (ó) = feixe (molho de lenha). os seguintes elementos:
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o A) Radical: é a parte invariável, que expressa o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei;
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
fal-ava; fal-am. (radical fal-)
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
bom nome) e honras (homenagem, títulos). indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas exemplo: fala-r. São três as conjugações:
com sentido de plural: Aqui morreu muito negro. 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas - E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
improvisadas.
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
C) Flexão de Grau do Substantivo designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
as variações de tamanho dos seres. / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)

Classifica-se em: D) Desinência número-pessoal: é o elemento que


1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
considerado normal. Por exemplo: casa número (singular ou plural):
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
do ser. Classifica-se em: (indica a 3.ª pessoa do plural.)

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C) Defectivos: são aqueles que não apresentam
FIQUE ATENTO! conjugação completa. Os principais são adequar,
O verbo pôr, assim como seus derivados precaver, computar, reaver, abolir, falir.
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
conjugação, pois a forma arcaica do verbo e, normalmente, são usados na terceira pessoa do
pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver singular. Os principais verbos impessoais são:
desaparecido do infinitivo, revela-se em
algumas formas do verbo: põe, pões, 1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer,
põem, etc. realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
dos verbos com o conceito de acentuação tônica,
percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o 2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, Faz invernos rigorosos na Europa.
amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento Era primavera quando o conheci.
tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal Estava frio naquele dia.
(fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da
Classificação dos Verbos natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear,
trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém,
Classificam-se em: se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical impessoal, empregado em sentido figurado, deixa
inalterado durante a conjugação e desinências
de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
idênticas às de todos os verbos regulares da
conjugação completa.
mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os
verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
do Modo Indicativo: Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Canto Falo 4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
Cantas Falas tempo: Já passa das seis.
Canta Falas
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
Cantamos Falamos “de”, indicando suficiência:
Cantais Falais Basta de tolices.
Chega de promessas.
#FicaDica 6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
Observe que, retirando os radicais, as Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
desinências modo-temporal e número- referência a sujeito expresso anteriormente (por
pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso,
com outro verbo e perceberá que se repetirá classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
o fato (desde que o verbo seja da primeira tais verbos, pessoais.
conjugação e regular!). Faça com o verbo
“andar”, por exemplo. Substitua o radical 7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo de “ser possível”. Por exemplo:
andar). Viu? Fácil! Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito,


B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do
alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, singular e do plural. São unipessoais os verbos
LÍNGUA PORTUGUESA

farei, fizesse. constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os


que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
Observação:
miar, latir, piar).
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais Os verbos unipessoais podem ser usados como
alterações não caracterizam irregularidade, porque o verbos pessoais na linguagem figurada:
fonema permanece inalterado. Teu irmão amadureceu bastante.

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O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

• Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

• Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Particípio Particípio
Infinitivo
Regular Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito,
escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).
LÍNGUA PORTUGUESA

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

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Está chegando a hora!
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
LÍNGUA PORTUGUESA

serdes vós
serem eles

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ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
LÍNGUA PORTUGUESA

hajas houvesses houveres há hajas


haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

57
HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
LÍNGUA PORTUGUESA

os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:

58
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
Modos Verbais pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
Existem três modos: “verificarei” ou “vou verificar”.
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
estudo para o concurso. C) Particípio: quando não é empregado na formação
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: dos tempos compostos, o particípio indica,
Talvez eu estude amanhã. geralmente, o resultado de uma ação terminada,
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: flexionando-se em gênero, número e grau. Por
Estude, colega! exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.
Formas Nominais Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, pela turma.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
(Ziraldo)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tempos Verbais
exemplo:
É preciso ler este livro. Tomando-se como referência o momento em que
Era preciso ter lido este livro. se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
diversos tempos.
A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do A) Tempos do Modo Indicativo
singular, não apresenta desinências, assumindo a Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona- colégio.
se da seguinte maneira: Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu) num momento anterior ao atual, mas que não foi
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) completamente terminado: Ele estudava as lições quando
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) foi interrompido.
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. num momento anterior ao atual e que foi totalmente
terminado: Ele estudou as lições ontem à noite.
B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato
adjetivo ou advérbio. Por exemplo: ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
advérbio) Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
atual: Ele estudará as lições amanhã.
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
em curso; na forma composta (2), uma ação concluída: ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
LÍNGUA PORTUGUESA

Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro. Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
B) Tempos do Modo Subjuntivo
Quando o gerúndio é vício de linguagem Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no
(gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
gerúndio:
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado,
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele
futebol.
vencesse o jogo.

59
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaRA vendeRA partiRA RA Ø


cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

60
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS


cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

61
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

62
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo:
Que eu cante - Ele fez o trabalho.
Que tu cantes Não cantes tu sujeito agente ação objeto (paciente)
Que ele cante Não cante você B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo
Que nós cantemos Não cantemos nós a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
Que vós canteis Não canteis vós sujeito paciente ação agente da passiva
Que eles cantem Não cantem eles
C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois O menino feriu-se.
uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam
diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa
razão, utiliza-se você/vocês. #FicaDica
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: Não confundir o emprego reflexivo do verbo
sê (tu), sede (vós).
com a noção de reciprocidade:
Infinitivo Pessoal Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR Formação da Voz Passiva
cantar vender partir
A voz passiva pode ser formada por dois processos:
cantarES venderES partirES analítico e sintético.
cantar vender partir
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
cantarMOS venderMOS partirMOS maneira:
cantarDES venderDES partirDES Verbo SER + particípio do verbo principal. Por
exemplo:
cantarEM venderEM partirEM A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
os alunos pintarão a escola)
• O verbo parecer admite duas construções: O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução
verbal)
Observações:
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito
oracional, correspondendo à construção: parece gostarem
• O agente da passiva geralmente é acompanhado
de você).
da preposição por, mas pode ocorrer a construção
• O verbo pegar possui dois particípios (regular e com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
irregular): cada de soldados.
Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas. • Pode acontecer de o agente da passiva não estar
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa • A variação temporal é indicada pelo verbo auxi-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza transformação das frases seguintes:
Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da
voz ativa)
SITE
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/ Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
secoes/morf/morf54.php O trabalho é feito por ele. (ser no presente do
LÍNGUA PORTUGUESA

indicativo)
Vozes do Verbo
Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar • Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
as vozes verbais: ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

63
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética -
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
exemplo: CESGRANRIO-2018)
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola. O ano da esperança

Observação: O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos


O agente não costuma vir expresso na voz passiva desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
sintética. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações
de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava,
com a consciência de que era uma doação. A situação
foi piorando. Os argumentos também. No início era para
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós
substancialmente o sentido da frase.
doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente.
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a
Sujeito da Ativa objeto Direto fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava
A apostila foi comprada pelo concurseiro. encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo
(Voz Passiva) médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
Sujeito da Passiva Agente da Passiva gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para
a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; consultava ou eu não ajudava mais.
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
tempo. conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
Os mestres têm constantemente aconselhado os caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o
alunos. emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me
Os alunos têm sido constantemente aconselhados deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
pelos mestres. também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As
Eu o acompanharei. pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a
Ele será acompanhado por mim. indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, consciência para votar. Como? Num mundo em que as
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
porque o sujeito não pode ser visto como agente, servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram
paciente ou agente paciente. cada história a meu respeito que nem sei o que dizer.
Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- mentira da internet.
char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. Duvidam. Acham que estou mentindo.
– São Paulo: Saraiva, 2010. CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez.
2017, p.97. Adaptado.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação
do pronome átono em destaque está de acordo com a
SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ em:
secoes/morf/morf54.php>
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo.
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se.
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo.
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz.

64
Resposta: Letra A 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
pronome = próclise) a colocação pronominal, a expressão em destaque no
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: trecho – ... que cercam o sentido da existência humana...
perder-se-ia (mesóclise) – está corretamente substituída pelo pronome, de
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
tinham se perdido alternativa:
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com
pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se) a) ... que cercam-lo...
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o b) ... que cercam-no...
pronome (próclise): que se perdeu c)... que o cercam...
d) ... que lhe cercam...
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – e) ... que cercam-lhe...
CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-
padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi Resposta: Letra C
utilizado na posição correta em: Correções à frente:
Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se o cercam)
para combater a disseminação de notícias falsas nas Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está
redes sociais. correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sua presença, teremos próclise, não ênclise)
sempre deve-se ter em mente que o problema de Em “c”: que o cercam = correta
divulgação de notícias falsas é grave e muito atual. Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto =
um sentimento generalizado de reprovação à prática a ele/ela)
de divulgação de inverdades. Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na
Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
menos de 2 milhões de membros. Considerando apenas as regras de regência e de colocação
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a
eficaz para que adote-se a conduta correta em relação expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que
à reputação das celebridades. raramente ou nunca têm informações sobre o impacto
ambiental do produto ou do comportamento da empresa.
Resposta: Letra C – pode ser corretamente substituída por
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países
mobilizam-se = se mobilizam a) ... nunca informam-se sob o impacto...
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos b)... nunca se informam o impacto...
boatos, sempre deve-se = sempre se deve c) ... nunca informam-se ao impacto...
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, d) ... nunca se informam do impacto...
constata-se um sentimento = correta e)... nunca informam-se no impacto...
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada
na Alemanha não aplica-se = não se aplica Resposta: Letra D
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome,
mais eficaz para que adote-se = que se adote teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora
vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – algo = precisa de preposição. A alternativa que tem
ARQUITETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se preposição presente é a D (do = de+o). Teremos:
substituíssemos os complementos dos verbos abaixo por nunca se informam do impacto.
pronomes pessoais oblíquos enclíticos, a única forma
INADEQUADA seria: 6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL
– VUNESP-2013) Considerando a substituição da
a) impregna a vida cotidiana / impregna-a; expressão em destaque por um pronome e as normas da
b) entender os debates / entendê-los; colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça
c) ganha destaque / ganha-o; … – equivale, na norma-padrão da língua, a:
d) supõe um conhecimento / supõe-lo; a) que abrem-a.
e) marcaram sua história / marcaram-na. b) que abrem-na.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) que a abrem.
Resposta: Letra D d) que lhe abrem.
Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a = e) que abrem-lhe.
correta
Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta Resposta: Letra C
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo,
Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-no então teremos que + pronome. Resta-nos identificar
Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta se o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe).

65
Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre c) ... país que transformou a infância numa bilionária
o quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que indústria de consumo...
a abrem. d) E, mesmo que se esforcem muito...
e) Hoje há algo novo nesse cenário.
7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO
ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO Resposta: Letra D
TRABALHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui que nos ajude = presente do Subjuntivo
chegando à constatação de que todo perfil de rede Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
social é um retrato ideal de nós mesmos. Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra também mais-que-perfeito) do Indicativo
alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do
substituído por: Indicativo
Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
a) ademais. Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do
b) conquanto. Indicativo
c) porquanto.
d) entretanto. 10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
e) apesar. 2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
com a norma culta na seguinte frase:
Resposta: Letra D
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma não poderia receber qualquer tipo de retificação.
classificação, para que se mantenha a ideia do período. b) Os documentos com assinatura digital disporam de
A correta é entretanto. algoritmos de criptografia que os protegeram.
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO -
contar com a proteção de uma assinatura digital.
ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016)
d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
... para quem Manoel de Barros era comparável a São
deve saber que comprometerá sua integridade.
Francisco de Assis...
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
comprometer a integridade dos documentos.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
frase acima está em:
Resposta: Letra E
a) Dizia-se um “vedor de cinema”... Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no autenticidade, o documento não poderia receber
espaço... qualquer tipo de retificação.
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Em “b”, Os documentos com assinatura digital
Charles Baudelaire. disporam (dispuseram) de algoritmos de criptografia
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de que os protegeram.
Barros na literatura... Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos
e) ... para depois casá-las... poderam (puderam) contar com a proteção de uma
assinatura digital.
Resposta: Letra A Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar
“Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do um documento criptografado deve saber que
Indicativo. Procuremos nos itens: comprometerá sua integridade.
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo Em “e”, Não é possível fazer as alterações que
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do convierem sem comprometer a integridade dos
Indicativo documentos = correta
Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
do Indicativo 11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
Em “d”, Quase meio século separa = presente do SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere
Indicativo as seguintes frases:
Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
elas) Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!
9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-
LÍNGUA PORTUGUESA

2016) Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


Precisamos de um treinador que nos ajude a comer... empregados nessas frases está em destaque em:
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
sublinhado acima está também sublinhado em: a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem
com que o cérebro humano não considere útil gravar
a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as esses dados...
amas... b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. número de informações.

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c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais dele... Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em (acesso: 03/03/2010)
que morou quando era criança?
e) É o que mostra também uma pesquisa recente A palavra “oposição”, da charge, é classificada
conduzida pela empresa de segurança digital morfologicamente como:
Kaspersky...
a) Substantivo concreto.
Resposta: Letra D b) Substantivo abstrato.
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo c) Substantivo coletivo.
(expressam ordem). Vamos aos itens: d) Substantivo próprio.
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos e) Adjetivo.
fazem = presente do Indicativo
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do Resposta: Letra B
Indicativo O termo “oposição” é classificado – morfologicamente
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos – como substantivo abstrato, pois não existe por si só
= presente do Indicativo – depende de outro ser para “se concretizar”.
Em “d”, Pense rápido: = Imperativo
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa =
presente do Indicativo
FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”.
12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra
Prezado candidato, o tema foi abordado ao decor-
em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos
rer da matéria”.
(palavra que qualifica um substantivo).

a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de FORMAÇÃO DE PALAVRAS.


eutanásia...
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar ESTRUTURA DAS PALAVRAS
a morte.
d) Ela é proibida por lei no Brasil,... As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
e) E como seria a verdadeira boa morte? de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
em seus menores elementos (partes) possuidores de
Resposta: Letra E sentido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída
Em “a”, Existe grande confusão = substantivo por três elementos significativos:
Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a In = elemento indicador de negação
morte = pronome Explic – elemento que contém o significado básico da
Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando palavra
distanciar a morte = substantivo Ável = elemento indicador de possibilidade
Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? = Estes elementos formadores da palavra recebem o
adjetivo nome de morfemas. Através da união das informações
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se
13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível
– SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) tornar claro”.
Morfemas = são as menores unidades significativas
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.

Classificação dos morfemas

A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento


portador de significado. É através do radical que
podemos formar outras palavras comuns a um
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grupo de palavras da mesma família. Exemplo:


pequeno, pequenininho, pequenez. O conjunto de
palavras que se agrupam em torno de um mesmo
radical denomina-se família de palavras.

B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes


(os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo:
beleza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).

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C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, desinências indicadoras de gênero, pois mesa e
obtêm-se formas como amava, amavas, amava, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão.
amávamos, amáveis, amavam. Estas modificações É a estas vogais temáticas que se liga a desinência
ocorrem à medida que o verbo vai sendo indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os
flexionado em número (singular e plural) e pessoa nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café,
(primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal
se modificarmos o tempo e o modo do verbo temática.
(amava, amara, amasse, por exemplo). Assim,
podemos concluir que existem morfemas que D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que
indicam as flexões das palavras. Estes morfemas caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
sempre surgem no fim das palavras variáveis e nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal
recebem o nome de desinências. Há desinências temática é -a pertencem à primeira conjugação;
nominais e desinências verbais. aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o -i pertencem à terceira conjugação.
número dos nomes. Para a indicação de gênero,
o português costuma opor as desinências -o/-a: E) Interfixos
garoto/garota; menino/menina. Para a indicação São os elementos (vogais ou consoantes) que se
de número, costuma-se utilizar o morfema –s,
intercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou
que indica o plural em oposição à ausência de
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
morfema, que indica o singular: garoto/garotos;
Por exemplo:
garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
desinência de plural assume a forma -es: mar/
mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
Formação das Palavras
C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as Há em Português palavras primitivas, palavras
desinências verbais pertencem a dois tipos derivadas, palavras simples, palavras compostas.
distintos. Há desinências que indicam o modo e A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua
o tempo (desinências modo-temporais) e outras portuguesa, não provêm de outra palavra: pedra,
que indicam o número e a pessoa dos verbos flor.
(desinência número-pessoais): B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua
portuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro,
cant-á-va-mos: floricultura.
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência C) Palavras simples: aquelas que possuem um só
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do radical: azeite, cavalo.
indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais
a primeira pessoa do plural) de um radical: couve-flor, planalto.

cant-á-sse-is: As palavras compostas podem ou não ter seus


cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência elementos ligados por hífen.
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza Processos de Formação de Palavras
a segunda pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de
formação de palavras. Entre eles, os mais comuns são a
D) Vogal temática derivação, a composição, a onomatopeia, a abreviação e
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge o hibridismo.
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga
o radical às desinências, é chamado de vogal Derivação por Acréscimo de Afixos
temática. Sua função é ligar-se ao radical, É o processo pelo qual se obtêm palavras novas
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + (derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
vogal temática) que se acrescentam as desinências. derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais
temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
indica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação =
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por acréscimo de prefixo.


cantar), -e (da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª In feliz / des leal
conjugação = partir). Prefixo radical prefixo radical
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida
quando átonas finais, como em mesa, artista, por acréscimo de sufixo.
perda, escola, base, combate. Nestes casos, não
Feliz mente / leal dade
poderíamos pensar que essas terminações são
Radical sufixo radical sufixo

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C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.
parassíntese formam-se principalmente verbos. Abreviação – é a redução de palavras até o limite
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
En trist ecer (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
Prefixo radical sufixo Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras
En tard ecer iniciais: p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor).
prefixo radical sufixo Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual
se reduzem locuções substantivas próprias às suas
Há dois casos em que a palavra derivada é formada letras iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação (siglas impuras), que se grafam de duas formas: IBGE,
regressiva e a derivação imprópria. MEC (siglas puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou
Petrobras (siglas impuras).
Derivação
Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
• Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego);
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo,
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).
na formação de substantivos derivados de verbos.
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
(substantivo) – deriva de pescar (verbo) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
obtida pela mudança de categoria gramatical da CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
forma, mas somente na classe gramatical. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
“porquê” deriva da conjunção porque) literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
do verbo olhar). SITE
Disponível em: http://www.brasilescola.com/
gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm
#FicaDica
A derivação regressiva “mexe” na estrutura ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO.
da palavra, geralmente transforma verbos
em substantivos: caça = deriva de caçar,
saque = deriva de sacar RIA DA COMUNICAÇÃO: EMISSOR, MENSAGEM E
RECEPTOR
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
Nas situações de comunicação, alguns elementos são
apenas faz com que ela pertença a uma classe
sempre identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que
gramatical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor,
não há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação.
costumeiramente faz parte. A alteração acontece devido
Os elementos da comunicação são:
à presença de outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a A) Emissor ou destinador: alguém que emite a
funcionar como substantivo devido à presença do artigo mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma
“o”) empresa, uma instituição.
B) Receptor ou destinatário: a quem se destina a
Composição mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais mesmo um animal, como um cão, por exemplo.
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de C) Código: a maneira pela qual a mensagem se
composição: justaposição e aglutinação. organiza. O código é formado por um conjunto de
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que sinais, organizados de acordo com determinadas
formam o composto são postos lado a lado, ou regras, em que cada um dos elementos tem
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seja, justapostos: para-raios, corre-corre, guarda- significado em relação com os demais. Pode ser a
roupa, segunda-feira, girassol. língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os etc. O código deve ser de conhecimento de ambos
elementos que formam o composto aglutinam- os envolvidos: emissor e destinatário.
se e pelo menos um deles perde sua integridade D) Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que
sonora: aguardente (água + ardente), planalto assegura a circulação da mensagem, por exemplo:
(plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre ondas sonoras, no caso da voz. O canal deve
(vinho + acre). garantir o contato entre emissor e receptor.

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E) Mensagem: é o objeto da comunicação, é O sujeito é o termo da frase que concorda com o
constituída pelo conteúdo das informações verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara
transmitidas. algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é
F) Referente: o contexto, a situação à qual a a parte da frase que contém “a informação nova para
mensagem se refere. O contexto pode se constituir o ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao
na situação, nas circunstâncias de espaço e tempo tema, constituindo a declaração do que se atribui ao
em que se encontra o remetente da mensagem. sujeito.
Pode também dizer respeito aos aspectos do Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
mundo textual da mensagem. indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o
Todo sistema de comunicação é constituído por esse núcleo estiver em um nome (geralmente um adjetivo),
conjunto de elementos, que entra em jogo em cada ato teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de
de comunicação para assegurar a troca de informações. predicado são os que indicam estado, conhecidos como
Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. verbos de ligação):
Denomina-se ruído os elementos que perturbam, O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
dificultam a compreensão pelo destinador, como por (predicado verbal)
exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o
núcleo é “fácil” (predicado nominal)
ruído pode ser também de ordem visual, como borrões,
rabiscos etc.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
por uma ou mais orações, formando um todo, com
SITE
sentido completo. O período pode ser simples ou
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/
composto.
disciplinas/portugues/teoria-da-comunicacao-emissor-
mensagem-e-receptor.htm> Período simples é aquele constituído por apenas
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO- Chove.
SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS ENTRE A existência é frágil.
ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRAFOS Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
(PERÍODO SIMPLES E PERÍODO
COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E Período composto é aquele constituído por duas ou
SUBORDINAÇÃO). mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos da Oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Termos essenciais

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para O sujeito e o predicado são considerados termos
estabelecer comunicação. Normalmente é composta essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não para a formação das orações. No entanto, existem
obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: orações formadas exclusivamente pelo predicado. O
Trovejou muito ontem à noite. que define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o
termo que estabelece concordância com o verbo.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação O candidato está preparado.
em verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e Os candidatos estão preparados.
nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”.
partir de seu sentido global: “Candidato” é a principal palavra do sujeito, sendo, por
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem isso, denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona
formula uma pergunta: Que dia é hoje? com o verbo, estabelecendo a concordância (núcleo no
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou singular, verbo no singular: candidato = está).
faz um pedido: Dê-me uma luz! A função do sujeito é basicamente desempenhada
por substantivos, o que a torna uma função substantiva
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C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um


estado afetivo: Que dia abençoado! da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A outras palavras substantivadas (derivação imprópria)
prova será amanhã. também podem exercer a função de sujeito.
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo substantivo)
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
exemplo: substantivo)
sujeito e predicado.

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Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: Bateram à porta;
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do Andam espalhando boatos a respeito da queda do
sujeito. ministro.

Um sujeito é determinado quando é facilmente Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
identificado pela concordância verbal. O sujeito ou composto:
determinado pode ser simples ou composto. Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
A indeterminação do sujeito ocorre quando não
é possível identificar claramente a que se refere a B) com o verbo na terceira pessoa do singular,
concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode acrescido do pronome “se”. Esta é uma
ou não interessa indicar precisamente o sujeito de uma construção típica dos verbos que não apresentam
oração. complemento direto:
Estão gritando seu nome lá fora. Precisa-se de mentes criativas.
Trabalha-se demais neste lugar. Vivia-se bem naqueles tempos.
Trata-se de casos delicados.
O sujeito simples é o sujeito determinado que Sempre se está sujeito a erros.
apresenta um único núcleo, que pode estar no singular
ou no plural; pode também ser um pronome indefinido. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice
Abaixo, sublinhei os núcleos dos sujeitos: de indeterminação do sujeito.
Nós estudaremso juntos.
A humanidade é frágil. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo
Ninguém se move. predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal.
A mensagem está centrada no processo verbal. Os
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
principais casos de orações sem sujeito com:
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. • os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu.
O sujeito composto é o sujeito determinado que Está trovejando.
apresenta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro. • os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
Ela e eu sabemos o conteúdo. fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. tempo em geral:
Está tarde.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a Já são dez horas.
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Faz frio nesta época do ano.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Há muitos concursos com inscrições abertas.
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
pela desinência verbal ou pelo contexto. Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
Abolimos todas as regras. = (nós)
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
Falaste o recado à sala? = (tu) um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo
primeira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
segunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os Chove muito nesta época do ano.
pronomes não estejam explícitos. Houve problemas na reunião.
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito
na desinência verbal “-mos” Em ambas as orações não há sujeito, apenas
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na predicado. Na segunda oração, “problemas” funciona
desinência verbal “-ais” como objeto direto.

Mas: As questões estavam fáceis!


Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Sujeito simples = as questões
Predicado = estavam fáceis
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Sujeito = uma ideia estranha
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ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Predicado = passou-me pelo pensamento
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Para o estudo do predicado, é necessário verificar
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
indeterminado de duas maneiras: nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se
considerar também se as palavras que formam o
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: sujeito da oração.

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Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres Termos integrantes da oração
de opinião.
Predicado Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
complemento nominal são chamados termos integrantes
O predicado acima apresenta apenas uma palavra da oração.
que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se Os complementos verbais integram o sentido
ligam direta ou indiretamente ao verbo. dos verbos transitivos, com eles formando unidades
A cidade está deserta. significativas. Estes verbos podem se relacionar com
seus complementos diretamente, sem a presença
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere- de preposição, ou indiretamente, por intermédio de
se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como preposição.
elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta = O objeto direto é o complemento que se liga
predicativo do sujeito). diretamente ao verbo.
Houve muita confusão na partida final.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo Queremos sua ajuda.
significativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano. O objeto direto preposicionado ocorre
Estudei muito hoje! principalmente:
Compraste a apostila?
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
processos. (o objeto é direto, mas como há preposição,
denomina-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro cansar a Vossa Senhoria.
nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
ligação). C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao prejudica a crise)
predicativo, indicando circunstâncias referentes ao
estado do sujeito: Os dados parecem corretos. O objeto indireto é o complemento que se liga
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como preposição.
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele Gosto de música popular brasileira.
relacionadas. Necessito de ajuda.

A função de predicativo é exercida, normalmente, por Objeto Pleonástico


um adjetivo ou substantivo.
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre repetição que se dá o nome de objeto pleonástico.
significativo, indicando processos. É também sempre por
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves
o termo a que se refere. Dias)
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes. objeto pleonástico

No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta


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duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de Ao traidor, nada lhe devemos.


ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
um verbal e outro nominal. O termo que integra o sentido de um nome chama-
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. se complemento nominal, que se liga ao nome que
completa por intermédio de preposição:
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a
complemento homens com o predicativo “inconstantes”. palavra “necessária”

72
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” O vocativo é um termo que serve para chamar,
invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético,
Termos acessórios da oração e vocativo não mantendo relação sintática com outro termo da
oração. A função de vocativo é substantiva, cabendo
Os termos acessórios recebem este nome por serem a substantivos, pronomes substantivos, numerais e
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o palavras substantivadas esse papel na linguagem.
adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o João, venha comigo!
vocativo – este, sem relação sintática com outros temos Traga-me doces, minha menina!
da oração.
Períodos Compostos
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica
uma circunstância do processo verbal ou intensifica o Período Composto por Coordenação
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais O período composto se caracteriza por possuir mais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei de uma oração em sua composição. Sendo assim:
a pé àquela velha praça. Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração)
O adjunto adnominal é o termo acessório que Estou comprando um protetor solar, depois irei à
determina, especifica ou explica um substantivo. É uma praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções orações)
adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
oração. Também atuam como adjuntos adnominais os um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. orações).
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância. Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
entre as orações de um período composto: uma relação
O adjunto adnominal se liga diretamente ao de coordenação ou uma relação de subordinação.
substantivo a que se refere, sem participação do verbo. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
um verbo. de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
O poeta português deixou uma obra originalíssima. ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
O poeta deixou-a. Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: (Período Composto)
adjunto adnominal) Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
O poeta português deixou uma obra inacabada. 2. Irei à praia.
O poeta deixou-a inacabada.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo Separando as duas, vemos que elas são independentes.
do objeto) Tal período é classificado como Período Composto por
Coordenação.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um Quanto à classificação das orações coordenadas,
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
relaciona apenas ao substantivo. Sindéticas.

O aposto é um termo acessório que permite ampliar, A) Coordenadas Assindéticas


explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um São orações coordenadas entre si e que não são
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas
segunda-feira, passei o dia mal-humorado. justapostas.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente
ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: B) Coordenadas Sindéticas
Segunda-feira passei o dia mal-humorado. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
valor na oração, em: coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas orações coordenadas sindéticas são classificadas em
LÍNGUA PORTUGUESA

humanas, permite-nos interpretar melhor nossa cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas
relação com o mundo. e explicativas.
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação. Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e
sonho, tudo forma o carnaval. • Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, principais conjunções são: e, nem, não só... mas
fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida. também, não só... como, assim... como.

73
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. A) Orações Subordinadas Substantivas
Comprei o protetor solar e fui à praia. A oração subordinada substantiva tem valor de
substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
• Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: integrante (que, se).
suas principais conjunções são: mas, contudo,
todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, Não sei se sairemos hoje.
assim, senão. Oração Subordinada Substantiva
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi! Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva
• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
quer...quer; seja...seja. introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
como).
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
suas principais conjunções são: logo, portanto, O garoto perguntou qual seu nome.
por fim, por conseguinte, consequentemente, pois Oração Subordinada Substantiva
(posposto ao verbo).
Passei no concurso, portanto comemorarei! Não sabemos quando ele virá.
A situação é delicada; devemos, pois, agir. Oração Subordinada Substantiva

• Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: Classificação das Orações Subordinadas


suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a Substantivas
saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Conforme a função que exerce no período, a oração
Domingo. subordinada substantiva pode ser:
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
Período Composto Por Subordinação verbo da oração principal:

Quero que você seja aprovado! É fundamental o seu comparecimento à reunião.


Oração principal oração subordinada Sujeito

Observe que na oração subordinada temos o verbo É fundamental que você compareça à reunião.
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular Oração Principal Oração Subordinada
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por Substantiva Subjetiva
conjunção. As orações subordinadas que apresentam
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas FIQUE ATENTO!
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou Observe que a oração subordinada
explícitas. substantiva pode ser substituída pelo
pronome “isso”. Assim, temos um período
Podemos modificar o período acima. Veja: simples:
É fundamental isso ou Isso é
Quero ser aprovado. fundamental.
Oração Principal Oração Subordinada
Desta forma, a oração correspondente a
A análise das orações continua sendo a mesma: “isso” exercerá a função de sujeito.
“Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a
oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a
oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na
(ser). Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia oração principal:
as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas
cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo, • Verbos de ligação + predicativo, em construções
LÍNGUA PORTUGUESA

gerúndio ou particípio) são chamadas de orações do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece
reduzidas ou implícitas (como no exemplo acima). certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.
Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por • Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi
eventualmente, introduzidas por preposição. anunciado, Ficou provado.

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Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. As orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
• Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - que orações subordinadas substantivas completivas
importar - ocorrer - acontecer nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir
Convém que não se atrase na entrevista. uma da outra, é necessário levar em conta o termo
complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto
Observação: e o complemento nominal: o primeiro complementa um
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, verbo; o segundo, um nome.
o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
singular.
5. Predicativa = exerce papel de predicativo do
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
do verbo da oração principal:
depois do verbo ser.
Todos querem sua aprovação no concurso. Nosso desejo era sua desistência.
Objeto Direto Predicativo do Sujeito

Todos querem que você seja aprovado. (Todos Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso
querem isso) desejo era isso)
Oração Principal Oração Subordinada Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta Substantiva Predicativa

As orações subordinadas substantivas objetivas 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum


diretas (desenvolvidas) são iniciadas por: termo da oração principal.
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
“se”: A professora verificou se os alunos estavam Aposto
presentes.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
vezes regidos de preposição), nas interrogações Oração subordinada
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono substantiva apositiva reduzida de infinitivo
do carro importado.
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às (Fernanda tinha um grande sonho: isso)
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso.
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto
do verbo da oração principal. Vem precedida de B) Orações Subordinadas Adjetivas
preposição. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale.
Meu pai insiste em meu estudo. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
Objeto Indireto exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste Esta foi uma redação bem-sucedida.
nisso) Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
“bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
Observação: construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na
oração. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Indireta Perceba que a conexão entre a oração subordinada
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
4. Completiva Nominal = completa um nome
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
que pertence à oração principal e também vem
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
marcada por preposição.
LÍNGUA PORTUGUESA

uma função sintática na oração subordinada: ocupa o


Sentimos orgulho de seu comportamento. papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no
Complemento Nominal caso, “redação” é sujeito, então o “que” também funciona
como sujeito).
Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada
Substantiva Completiva Nominal

75
Agora, a oração em destaque não tem sentido
FIQUE ATENTO! restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade,
Vale lembrar um recurso didático para apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida
reconhecer o pronome relativo “que”: ele no conceito de “homem”.
sempre pode ser substituído por: o qual -
a qual - os quais - as quais Saiba que:
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno da oração principal por uma pausa que, na escrita,
o qual estuda. é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Quando são introduzidas por um pronome C) Orações Subordinadas Adverbiais


relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou Uma oração subordinada adverbial é aquela que
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração
chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as principal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo,
orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
são introduzidas por pronome relativo (podem ser desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa subordinativas (com exclusão das integrantes, que
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). introduzem orações subordinadas substantivas).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. conjuntiva que a introduz (assim como acontece com as
coordenadas sindéticas).
No primeiro período, há uma oração subordinada
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito Oração Subordinada Adverbial
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração
subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há A oração em destaque agrega uma circunstância de
pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas acessórios que indicam uma circunstância referente, via
de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
Na relação que estabelecem com o termo que depende da exata compreensão da circunstância que
caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem exprime.
atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
restringem ou especificam o sentido do termo a que minha vida.
se referem, individualizando-o. Nestas orações não Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas minha vida.
adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam
um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, No primeiro período, “naquele momento” é um
que já se encontra suficientemente definido. Estas orações adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. “senti”. No segundo período, este papel é exercido
pela oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma
Exemplo 1: oração subordinada adverbial temporal. Esta oração é
desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do
passava naquele momento. modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo).
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de
No período acima, observe que a oração em destaque minha vida.
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”:
trata-se de um homem específico, único. A oração limita A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
o universo de homens, isto é, não se refere a todos os das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
LÍNGUA PORTUGUESA

homens, mas sim àquele que estava passando naquele


momento. uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação:
A classificação das orações subordinadas adverbiais
O homem, que se considera racional, muitas vezes é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos
age animalescamente. adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa oração.

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Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais Só irei se ele for.
A oração acima expressa uma condição: o fato de
A) Causal = A ideia de causa está diretamente “eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
ligada àquilo que provoca um determinado fato, Compare agora com:
ao motivo do que se declara na oração principal. Irei mesmo que ele não vá.
Principal conjunção subordinativa causal: porque.
Outras conjunções e locuções causais: como A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
(sempre introduzido na oração anteposta à oração irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
que. concessiva.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito Observe outros exemplos:
forte. Embora fizesse calor, levei agasalho.
Já que você não vai, eu também não vou. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse /
embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
A diferença entre a subordinada adverbial causal e
a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela
comparativas estabelecem uma comparação com
apresenta a “causa” do acontecimento expresso na
a ação indicada pelo verbo da oração principal.
oração à qual ela se subordina. Repare:
Principal conjunção subordinativa comparativa:
1. Faltei à aula porque estava doente.
como.
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) Você age como criança. (age como uma criança age)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a • geralmente há omissão do verbo.
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois,
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
vermelhos. seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
para a execução do que se declara na oração
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequência, principal. Principal conjunção subordinativa
é efeito do que se declara na oração principal. São conformativa: conforme. Outras conjunções
introduzidas pelas conjunções e locuções: que, conformativas: como, consoante e segundo (todas
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas com o mesmo valor de conforme).
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) direitos iguais.
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
concretizando-os. G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração se declara na oração principal. Principal conjunção
Reduzida de Infinitivo) subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
finais: que, porque (= para que) e a locução
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe conjuntiva para que.
como necessário para a realização ou não de Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
um fato. As orações subordinadas adverbiais Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer
para que se realize - ou deixe de se realizar - o fato H) Proporcional = exprime ideia de proporção,
expresso na oração principal. ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
Principal conjunção subordinativa condicional: se. oração principal. Principal locução conjuntiva
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, subordinativa proporcional: à proporção que.
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Outras locuções conjuntivas proporcionais: à
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor),
certamente o melhor time será campeão. quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
Caso você saia, convide-me.
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto
menos...(mais), quanto menos...(menos).
D) Concessiva = indica concessão às ações do
LÍNGUA PORTUGUESA

À proporção que estudávamos mais questões


verbo da oração principal, isto é, admitem uma
acertávamos.
contradição ou um fato inesperado. A ideia de
concessão está diretamente ligada ao contraste, À medida que lia mais culto ficava.
à quebra de expectativa. Principal conjunção
subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
também a conjunção: conquanto e as locuções expresso na oração principal, podendo exprimir
ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, noções de simultaneidade, anterioridade ou
posto que, apesar de que. posterioridade. Principal conjunção subordinativa

77
temporal: quando. Outras conjunções Resposta: Letra C
subordinativas temporais: enquanto, mal e Em “c”: que relembremos este dia;
locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as Em “d”: que relembrássemos este dia;
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde Em uma oração desenvolvida há a presença de
que, etc. conjunção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. a correlação verbal com o período da oração reduzida
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando (o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom
terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) relembrar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia
seja bom que relembremos este dia.
Orações Reduzidas
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE
As orações subordinadas podem vir expressas como LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja,
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas foi usada para criar uma desigualdade social...”; se
modificarmos a oração reduzida de infinitivo por uma
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem
oração desenvolvida, a forma adequada seria:
conectivo subordinativo que as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
a) para a criação de uma desigualdade social;
É preciso que se estude = oração desenvolvida
b) para que se criasse uma desigualdade social;
(presença do conectivo) c) para que se crie uma desigualdade social;
d) para a criatividade de uma desigualdade social;
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam e) para criarem uma desigualdade social.
“desenvolvidas” – como no exemplo acima.
É preciso estudar = oração subordinada substantiva Resposta: Letra B
subjetiva reduzida de infinitivo Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
É preciso que se estude = oração subordinada Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
substantiva subjetiva Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A
diferença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi
Orações Intercaladas usada para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse
uma desigualdade social.
São orações independentes encaixadas na sequência
do período, utilizadas para um esclarecimento, um 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou – FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
travessões. 10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
Nós – continuava o relator – já abordamos este matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
assunto. orações desse período mantêm entre si a seguinte
relação lógica:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a) causa e consequência;
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. b) informação e comprovação;
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, c) fato e exemplificação;
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira d) afirmação e explicação;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – e) tese e argumentação.
São Paulo: Saraiva, 2002.
Resposta: Letra A
Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país
SITE
decreta emergência = devido aos atentados (causa),
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
o país decretou emergência (consequência).
aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao>
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
– FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a
EXERCÍCIOS COMENTADOS abstenção, o governo espera uma economia vultosa no
Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) ser adequadamente substituída pela seguinte oração
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A desenvolvida:
LÍNGUA PORTUGUESA

forma de oração desenvolvida adequada correspondente


à oração sublinhada acima é: a) para que se evitasse a abstenção;
b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
a) relembrarmos este dia; c) para que se evite a abstenção;
b) a relembrança deste dia; d) a fim de evitar-se a abstenção;
c) que relembremos este dia; e) evitando-se a abstenção.
d) que relembrássemos este dia;
Resposta: Letra C
e) uma nova lembrança deste dia.

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Em “a”: para que se evitasse a abstenção; d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um
Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada; termo acessório.
Em “c”: para que se evite a abstenção; e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um
Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para termo acessório.
evitar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com
as novas medidas para que se evite a abstenção”. Resposta: Letra B
A expressão destacada exerce a função de aposto
5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – – uma informação a mais sobre o termo citado
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que anteriormente (no caso, Minas Gerais). É um termo
o termo sublinhado funciona como sujeito. acessório, podendo ser retirado do período sem
prejudicar a coerência.
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de
excessos”. 8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
b) “Sempre há, também, o oportunismo político- INFORMÁTICA – FCC-2014)
ideológico para se aproveitar da crise”. Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, uma sala...
melhor, ...”. O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as acima está em:
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo
funcionando”. a) A capacidade de computação duplicou a cada 18
e) “Numa democracia, é livre a expressão”. meses nos últimos 20 anos ...
b) ... que deriva da informação.
Resposta: Letra C c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto d) ... do que era nos anos 70.
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político- e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma
ideológico = objeto direto camisa.
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto
pior, melhor = sujeito Resposta: Letra C
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando “Ocupava uma sala” = transitivo direto
= objeto direto Em “a”: A capacidade de computação duplicou =
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito verbo intransitivo
Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
JUDICIÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
lhe daria seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo
que aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre intransitivo
papel coesivo, mas também sintático na oração. Assim,
sintaticamente, ele deve ser classificado como: 9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho
comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
a) adjunto adnominal. internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
b) objeto direto. específica que coíba não somente os usos mas os abusos
c) complemento nominal. deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre
d) objeto indireto. as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do
e) predicativo. texto, é correto afirmar que:
Resposta: Letra D a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto): b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No c) mostram diferentes funções sintáticas;
caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto =
d) são da mesma classe gramatical e da mesma função
a ele[a])
sintática;
GABARITO OFICIAL: D
e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.
7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
Resposta: Letra D
ADMINISTRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota
“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas,
desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas
LÍNGUA PORTUGUESA

os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da


Gerais, sua terra natal...”, a expressão em destaque
falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba
não somente os usos mas os abusos deste importante
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da
e eficaz veículo de comunicação” = ambos podem
oração por tratar-se de um termo essencial.
ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração
relativos (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º
por tratar-se de um termo acessório.
inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da
2.º, adjetiva restritiva.
oração por tratar-se de um termo essencial.

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10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA Sujeito Simples - Regra Geral
ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as
afirmações apresentadas a seguir. O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a em número e pessoa. Veja os exemplos:
oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
explicativa. A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua
como sujeito da locução verbal “ter surgido”. Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é Casos Particulares
que você exploda.”, a oração destacada é uma oração
subordinada adverbial causal. A) Quando o sujeito é formado por uma expressão
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
Estão corretas apenas as afirmativas metade de, a maioria de, a maior parte de, grande
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome
a) I e II. no plural, o verbo pode ficar no singular ou no
b) II e III. plural.
c) III e IV. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
d) I, II e IV. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
proposta.
Resposta: Letra B
Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
a oração sublinhada é uma oração subordinada dos coletivos, quando especificados: Um bando de
adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”, vândalos destruiu / destruíram o monumento.
continua com sentido, então é pronome relativo –
presente nas adjetivas, mas no período em questão Observação:
temos uma restritiva = incorreta Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada aos elementos que formam esse conjunto.
atua como sujeito da locução verbal “ter surgido” =
correta B) Quando o sujeito é formado por expressão que
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração indica quantidade aproximada (cerca de, mais
sublinhada é uma oração subordinada substantiva de, menos de, perto de...) seguida de numeral e
objetiva direta = correta substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
destacada é uma oração subordinada adverbial causal Perto de quinhentos alunos compareceram à
= adverbial condicional (“se”) = incorreta solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. últimas Olimpíadas.

Observação:
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
Os concurseiros estão apreensivos. de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
Concurseiros apreensivos. ao outro)

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra C) Quando se trata de nomes que só existem no
na terceira pessoa do plural, concordando com o seu plural, a concordância deve ser feita levando-se
sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo em conta a ausência ou presença de artigo. Sem
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino) artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo
e número (plural) com o substantivo a que se refere: no plural, o verbo deve ficar o plural.
concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Estados Unidos possui grandes universidades.
LÍNGUA PORTUGUESA

número e gênero se correspondem. A correspondência


de flexão entre dois termos é a concordância, que pode Alagoas impressiona pela beleza das praias.
ser verbal ou nominal. As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Concordância Verbal
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
seu sujeito. muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou

80
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro • Quando “um dos que” vem entremeada de
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o substantivo, o verbo pode:
pronome pessoal. 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
Quais de nós são / somos capazes? o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? faça o mesmo).
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
inovadoras. poluídos (noção de que existem outros rios na
mesma condição).
Observação:
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada Vossa Excelência está cansado?
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso Vossas Excelências renunciarão?
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido de acordo com o numeral.
estiver no singular, o verbo ficará no singular. Deu uma hora no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Deram cinco horas no relógio da sala.
Algum de vós fez isso. Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
que indica porcentagem seguida de substantivo, o Observação:
verbo deve concordar com o substantivo. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
25% do orçamento do país será destinado à Educação. torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
85% dos entrevistados não aprovam a administração O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
do prefeito. Soa quinze horas o relógio da matriz.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova. J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do
• Quando a expressão que indica porcentagem não singular. São verbos impessoais: Haver no sentido
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que
com o número. indicam fenômenos da natureza. Exemplos:
25% querem a mudança. Havia muitas garotas na festa.
1% conhece o assunto. Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
• Se o número percentual estiver determinado por
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far- Sujeito Composto
se-á com eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao
Esses 2% da prova serão questionados.
verbo, a concordância se faz no plural:
F) O pronome “que” não interfere na concordância;
Pai e filho conversavam longamente.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
Sujeito
do singular.
Fui eu que paguei a conta.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fomos nós que pintamos o muro.
Sujeito
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Não serão eles quem será aprovado.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por
assumir a forma plural.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
LÍNGUA PORTUGUESA

encantaram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Primeira Pessoa do Plural (Nós)

• Se a expressão for de sentido contrário – nenhum Tu e teus irmãos tomareis a decisão.


dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no Segunda Pessoa do Plural (Vós)
singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)

81
Observação: o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos
Quando o sujeito é composto, formado por um recebem um mesmo grau de importância e a
elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), palavra “com” tem sentido muito próximo ao de
é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural “e”.
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar O pai com o filho montaram o brinquedo.
de “tomaríeis”. O governador com o secretariado traçaram os planos
para o próximo semestre.
C) No caso do sujeito composto posposto ao O professor com o aluno questionaram as regras.
verbo, passa a existir uma nova possibilidade de
concordância: em vez de concordar no plural com Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
concordância com o núcleo do sujeito mais O pai com o filho montou o brinquedo.
próximo. O governador com o secretariado traçou os planos
Faltaram coragem e competência. para o próximo semestre.
Faltou coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. Com o verbo no singular, não se pode falar em
sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
concordância é feita no plural. Observe: adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como
Abraçaram-se vencedor e vencido. se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
“O governador traçou os planos para o próximo
Casos Particulares semestre com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no Casos em que se usa o verbo no singular:
singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. Café com leite é uma delícia!
A coragem e o destemor fez dele um herói. O frango com quiabo foi receita da vovó.

• Quando o sujeito composto é formado por núcleos Quando os núcleos do sujeito são unidos por
dispostos em gradação, verbo no singular: expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
segundo me satisfaz. o verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
• Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Nordeste.
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
de acordo com o valor semântico das conjunções: notícia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira. Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da
“adição”. Já em: apatia.
Juca ou Pedro será contratado. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima na vida das pessoas.
Olimpíada.
Outros Casos
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. O Verbo e a Palavra “SE”

• Com as expressões “um ou outro” e “nem um Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
nem outro”, a concordância costuma ser feita no duas de particular interesse para a concordância verbal:
singular. A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
LÍNGUA PORTUGUESA

Um ou outro compareceu à festa. B) quando é partícula apassivadora.


Nem um nem outro saiu do colégio.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
• Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
no singular: Um e outro farão/fará a prova. e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular:
• Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, Precisa-se de funcionários.

82
Confia-se em teses absurdas. São quatro horas.
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha quilômetros.
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. • datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da estar expressa ou subentendida:
oração. Exemplos: Hoje é dia 26 de agosto.
Construiu-se um posto de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde.
Aqui não se cometem equívocos • Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
Alugam-se casas. e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular:
#FicaDica Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Duas semanas de férias é muito para mim.
ou índice de indeterminação do sujeito, ten-
te transformar a frase para a voz passiva. Se
• Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
a frase construída for “compreensível”, esta-
for pronome pessoal do caso reto, com este
remos diante de uma partícula apassivadora;
concordará o verbo.
se não, o “se” será índice de indeterminação.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Veja:
Aqui os adultos somos nós.
Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva:
Observação:
Funcionários qualificados são precisados (ou
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se”
representados por pronomes pessoais, o verbo concorda
destacado é índice de indeterminação do
com o pronome sujeito.
sujeito. Eu não sou ela.
Agora: Ela não é eu.
Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru- • Quando o sujeito for uma expressão de sentido
ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
apassivadora. (Dá para eu passar para a voz plural, o verbo SER concordará com o predicativo.
passiva. Repare em meu destaque. Percebeu A grande maioria no protesto eram jovens.
semelhança? Agora é só memorizar!). O resto foram atitudes imaturas.

O Verbo “Parecer”
O Verbo “Ser” O verbo parecer, quando é auxiliar em uma
locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo concordâncias:
e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o • Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
predicativo do sujeito. o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
Quando o sujeito ou o predicativo for: • A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
sofre flexão:
A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo As crianças parece gostarem do desenho.
SER concorda com a pessoa gramatical: (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
Ele é forte, mas não é dois. aas crianças)
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos. Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no
singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, substantiva subjetiva).
com o que estiver no plural:
LÍNGUA PORTUGUESA

Os livros são minha paixão! Concordância Nominal


Minha paixão são os livros!
A concordância nominal se baseia na relação entre
Quando o verbo SER indicar nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
• horas e distâncias, concordará com a expressão adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
numérica: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
É uma hora. termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

83
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Observação:
denunciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar invariável: Eles só desejam ganhar presentes.
essa flexão nos seguintes casos:

• Adjetivo anteposto aos substantivos: #FicaDica


O adjetivo concorda em gênero e número com o Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
substantivo mais próximo. Se a frase ficar coerente com o primeiro,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
Encontramos caída a roupa e os prendedores. houver coerência com o segundo, função de
Encontramos caído o prendedor e a roupa. adjetivo, então varia:
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de Ele está só descansando. (apenas
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. descansando) - advérbio
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
• Adjetivo posposto aos substantivos: “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural descansando)
se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. G) Quando um único substantivo é modificado por
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. dois ou mais adjetivos no singular, podem ser
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. usadas as construções:
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. • O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
Observação: espanhola e a portuguesa.
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado portuguesa.
no plural masculino, que é o gênero predominante
quando há substantivos de gêneros diferentes. Casos Particulares
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
adjetivo fica no singular ou plural. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
A beleza e a inteligência feminina(s). permitido
O carro e o iate novo(s).
• Estas expressões, formadas por um verbo mais
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a
O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo que se referem possuir sentido genérico (não vier
não for acompanhado de nenhum modificador: Água é precedido de artigo).
bom para saúde. É proibido entrada de crianças.
O adjetivo concorda com o substantivo, se este Em certos momentos, é necessário atenção.
for modificado por um artigo ou qualquer outro No verão, melancia é bom.
determinativo: Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com
os pronomes pessoais a que se refere: Juliana • Quando o sujeito destas expressões estiver
encontrou-as muito felizes. determinado por artigos, pronomes ou adjetivos,
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido É proibida a entrada de crianças.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
LÍNGUA PORTUGUESA

Esta salada é ótima.


DE + adjetivo, este último geralmente é usado A educação é necessária.
no masculino singular: Os jovens tinham algo de São precisas várias medidas na educação.
misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o Estas palavras adjetivas concordam em gênero e
nome a que se refere: número com o substantivo ou pronome a que se referem.

84
Seguem anexas as documentações requeridas. c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte
A menina agradeceu: - Muito obrigada. do mundo, se substituíram totalmente as moedas
Muito obrigadas, disseram as senhoras. reais pelas virtuais.
Seguem inclusos os papéis solicitados. d) De acordo com as regras do mercado financeiro,
Estamos quites com nossos credores. criou-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos
anos.
Bastante - Caro - Barato - Longe e) O valor dos produtos comercializados seriam
Estas palavras são invariáveis quando funcionam determinados por uma moeda virtual se a real fosse
como advérbios. Concordam com o nome a que se abolida.
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes
adjetivos, ou numerais. Resposta: Letra C
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de
(pronome adjetivo)
todas as moedas virtuais.
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo) Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de
Achei barato este casaco. (advérbio) acordo com alguns analistas, podem tornar as bitcoins
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) inviáveis.
Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma
Meio - Meia parte do mundo, se substituíram totalmente as
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, moedas reais pelas virtuais. = correta
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi Em “d”: De acordo com as regras do mercado
meia porção de polentas. financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins
Quando empregada como advérbio permanece nos últimos anos.
invariável: A candidata está meio nervosa. Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria
determinado por uma moeda virtual se a real fosse
abolida.
#FicaDica
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra
saberei que se trata de um advérbio, não
destacada atende às exigências da norma-padrão da
de adjetivo: “A candidata está um pouco
língua portuguesa em:
nervosa”.
a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios
são necessárias para uma vida longa e mais
Alerta - Menos equilibrada.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de
sempre invariáveis. tratamento adequado da água são causadores de
Os concurseiros estão sempre alerta. doenças.
Não queira menos matéria! c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam
ser reproduzidas nas redes sociais da forma como
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
acontece hoje.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
– São Paulo: Saraiva, 2010. da Região Nordeste foram elogiados por suas
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa propriedades alimentares.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: precisam ser estimuladas para que se avance na cura
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. de algumas doenças.

SITE Resposta: Letra D


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de
secoes/sint/sint49.php> exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada.
Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
EXERCÍCIOS COMENTADOS falta de tratamento adequado da água são causadores
(causadoras) de doenças.
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não
LÍNGUA PORTUGUESA

1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está sociais da forma como acontece hoje.
empregada de acordo com a norma-padrão em: Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
da Região Nordeste foram elogiados por suas
a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas mas propriedades alimentares = correta
a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas virtuais.
Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com
precisam ser estimuladas (estimulados) para que se
alguns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis.
avance na cura de algumas doenças.

85
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR Resposta: Letra D
– CESGRANRIO-2018) A concordância do verbo 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
destacado foi realizada de acordo com as exigências da independente.
norma-padrão da língua portuguesa em: 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional.
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e conteúdo independentes.
violentas por parte dos usuários. Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de independente = apenas a “jornalismo”
sucesso. Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país plural por referirem-se a dois substantivos;
vídeos educacionais que permitam esclarecer os A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
jovens sobre o vício da tecnologia. independente = a um substantivo (jornalismo)
d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’
os comportamentos compulsivos relacionados ao uso se refere a ‘imprensa’;
das novas tecnologias. A agenda pública é determinada pela imprensa
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se tradicional = refere-se ao termo “agenda pública”
os danos psicológicos e o consumismo exagerado Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
causados pelo vício da tecnologia. corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
Resposta: Letra B conteúdo independentes = correta
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’
deveria estar no singular por referir-se ao substantivo
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram-
‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”)
se) atitudes agressivas e violentas por parte dos
usuários.
5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de
marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de
Texto I
que a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia
de sucesso = correta Na organização do poder político no Estado moderno,
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
escolas do país vídeos educacionais que permitam preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia. desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige
se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos a existência de um poder institucional. Mas a conquista
relacionados ao uso das novas tecnologias. da liberdade humana também reclama a distribuição do
Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou- poder em ramos diversos, com a disposição de meios
se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o que assegurem o controle recíproco entre eles para o
consumismo exagerado causados pelo vício da advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
tecnologia. sociedades estatais. A concentração do poder em um só
órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo
FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
nominal retirados do texto 1: onde encontra limites. Para que não se possa abusar do
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
independente. limite o poder”.
2. A agenda pública é determinada pela imprensa Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
tradicional. as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
conteúdo independentes. separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
de sistema coerente, as consequências de conceitos
A afirmação correta sobre essas concordâncias é: diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, de origem baconiana, não abandonando o rigor das
respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
LÍNGUA PORTUGUESA

b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
referirem-se a dois substantivos; idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
refere a ‘imprensa’; civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’; Ministério Público em função da proteção dos direitos
e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p.
no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

86
A flexão plural em “eram identificadas” decorre da Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as
esferas de abrangência dos poderes políticos”. A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam
(  ) CERTO   (  ) ERRADO (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam
(adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais
Resposta: Certo de uma regência, o que corresponde à diversidade
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com
de significados que estes verbos podem adquirir
clareza as esferas de abrangência dos poderes
políticos = passando o período para a ordem direta dependendo do contexto em que forem empregados.
(sujeito + verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas
de abrangência dos poderes políticos não eram A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
identificadas com clareza. contentar.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – agrado ou prazer”, satisfazer.
Fundatec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos
que são usuários constantes de redes sociais têm um risco Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
27% maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas “agradar a alguém”.
que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o O conhecimento do uso adequado das preposições
singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
para fins de concordância. verbal (e também nominal). As preposições são capazes
( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais de modificar completamente o sentido daquilo que está
podem ficar deprimidos.
sendo dito.
( ) O risco de alunos usuários de redes sociais desenvolverem
depressão constante extrapola o índice dos 27%.
Cheguei ao metrô.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de Cheguei no metrô.
cima para baixo, é:
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
a) V – V – V. segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
b) F – V – F.
c) V – F – F. A voluntária distribuía leite às crianças.
d) F – F – V. A voluntária distribuía leite com as crianças.
e) F – F – F.
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
Resposta: Letra C como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
têm um risco 27% maior de desenvolver depressão direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado
adverbial).
para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer
ajustes para fins de concordância. Para estudar a regência verbal, agruparemos os
Esse aluno que é usuário constante de redes sociais verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém,
tem um risco 27% maior de desenvolver depressão não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
= (verdadeira = haveria quatro alterações) diferentes formas em frases distintas.
Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes
sociais podem ficar deprimidos. A) Verbos Intransitivos
= falsa (o período em análise não nos transmite tal Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
informação, apenas afirma que usuários constantes importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
têm um risco 27% maior que os demais) aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais
desenvolverem depressão constante extrapola o Chegar, Ir
índice dos 27%. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
= Falsa (“depressão constante” altera o sentido do adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
período)
usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

Fui ao teatro.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Adjunto Adverbial de Lugar

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecer


que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
(regência nominal) e seus complementos. por em ou a.

87
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Respondi ao meu patrão.
último jogo. Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
B) Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados por Observação:
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição O verbo responder, apesar de transitivo indireto
para o estabelecimento da relação de regência. Ao quando exprime aquilo a que se responde, admite voz
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes passiva analítica:
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses O questionário foi respondido corretamente.
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após Todas as perguntas foram respondidas
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, satisfatoriamente.
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais),
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus
objetos indiretos. complementos introduzidos pela preposição “com”.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: Antipatizo com aquela apresentadora.
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, Simpatizo com os que condenam os políticos que
acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, governam para uma minoria privilegiada.
auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar,
ver, visitar. Os verbos transitivos diretos e indiretos são
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente acompanhados de um objeto direto e um indireto.
como o verbo amar: Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar
Amo aquele rapaz. / Amo-o. e pagar. São verbos que apresentam objeto direto
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a
Amo aquela moça. / Amo-a.
pessoas.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto
Observação:
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Paguei o débito ao cobrador.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Direto Objeto Indireto
adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua com particular cuidado:
carreira) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
humor) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
C) Verbos Transitivos Indiretos Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos
exigem uma preposição para o estabelecimento da Informar
relação de regência. Os pronomes pessoais do caso Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir Informe os novos preços aos clientes.
pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os novos preços)
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) Na utilização de pronomes como complementos, veja
em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. as construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: preços.
Consistir - Tem complemento introduzido pela Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em sobre eles)
direitos iguais para todos.
Observação:
LÍNGUA PORTUGUESA

Obedecer e Desobedecer - Possuem seus A mesma regência do verbo informar é usada para os
complementos introduzidos pela preposição “a”: seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito. Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Responder - Tem complemento introduzido pela preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. uma criança.

88
Pedir Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar,
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor.
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto (Aspirávamos a ele)
de pessoa.
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
Pedi-lhe favores. as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Objeto Indireto Objeto Direto utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Aspiravam a ela)
Objeto Indireto Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta Assistir
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
A construção “pedir para”, muito comum na assistência a, auxiliar.
linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
na língua culta. No entanto, é considerada correta
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
quando a palavra licença estiver subentendida.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
casa.
presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Assistimos ao documentário.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de Não assisti às últimas sessões.
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Essa lei assiste ao inquilino.

Preferir No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é


Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial
indireto introduzido pela preposição “a”: de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. numa conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.
Chamar
Observação: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado solicitar a atenção ou a presença de.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo chamá-la.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Mudança de Transitividade - Mudança de Chamar no sentido de denominar, apelidar pode


Significado apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
Há verbos que, de acordo com a mudança de predicativo preposicionado ou não.
transitividade, apresentam mudança de significado. O A torcida chamou o jogador mercenário.
conhecimento das diferentes regências desses verbos é A torcida chamou ao jogador mercenário.
um recurso linguístico muito importante, pois além de A torcida chamou o jogador de mercenário.
permitir a correta interpretação de passagens escritas, A torcida chamou ao jogador de mercenário.
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou
escreve. Dentre os principais, estão: Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Agradar
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer
Custar
carinhos, acariciar, fazer as vontades de.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
introduzido pela preposição “a”. ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
O cantor não agradou aos presentes. reduzida de infinitivo.
LÍNGUA PORTUGUESA

O cantor não lhes agradou.


Muito custa viver tão longe da família.
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: Verbo Intransitivo Oração Subordinada
O cantor desagradou à plateia. Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Aspirar Custou-me (a mim) crer nisso.


Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar Objeto Indireto Oração Subordinada
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

89
A Gramática Normativa condena as construções que No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
pessoa: Custei para entender o problema. O ensino deve sempre visar ao progresso social.
= Forma correta: Custou-me entender o problema. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-
estar público.
Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Esquecer – Lembrar
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes Lembrar algo – esquecer algo
implicavam um firme propósito. Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo
B) ter como consequência, trazer como consequência, (pronominal)
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
Como transitivo direto e indireto, significa exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o
comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em livro.
questões econômicas. No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me,
etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo portanto, transitivos indiretos:
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Ele se esqueceu do caderno.
quem não trabalhasse arduamente.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Namorar
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
anos.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou
lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre
Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto: leve alteração de sentido. É uma construção muito rara
Todos obedeceram às regras. na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la
Ninguém desobedece às leis. em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Proceder Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto Simpatizar - Antipatizar
adverbial de modo. São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante:
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a A norma culta exige que os verbos e expressões que
preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. “a”:
O avião procede de Maceió. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Procedeu-se aos exames. Cláudia desceu ao segundo andar.
O delegado procederá ao inquérito. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Querer Regência Nominal


Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar. É o nome da relação existente entre um nome
Querem melhor atendimento. (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos
Queremos um país melhor. por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por
uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
LÍNGUA PORTUGUESA

levar em conta que vários nomes apresentam exatamente


estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer
o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o
Visar regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
O homem visou o alvo.
Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque.
Obediente a algo/ a alguém.

90
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php>

91
Resposta: Letra C
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
EXERCÍCIOS COMENTADOS demos esperar o quê?
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- demos esperar o quê?
GRANRIO-2018) Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
O ano da esperança lhor = sentido de “porque”
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás anteriormente)
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- um futuro melhor.
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
rando. Os argumentos também. No início era para pagar GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so- desses produtos”. A utilização da preposição destacada
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. a é obrigatória para atender às exigências da regência
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, preposição antecedendo o pronome que destacado em:
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen-
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
não ajudava mais. sam a ter uma sensação de superioridade.
b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
em relação ao modelo anterior.
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em-
realizou foi importante para mostrar que o vício em
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei-
novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a sentirem recompensadas.
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos do que o seu orçamento permite em aparelhos que
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- elas não necessitam.
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova Resposta: Letra E
consciência para votar. Como? Num mundo em que as Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já ridade.
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre- Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
internet. qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
Duvidam. Acham que estou mentindo. trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. cada vez mais.
2017, p.97. Adaptado. Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá-
vel por causar sensações de prazer que (= as quais)
Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me- levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con- Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui-
LÍNGUA PORTUGUESA

servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima to mais do que o seu orçamento permite em apare-
está corretamente reescrito em: lhos de que (= das quais) elas não necessitam.

a) Podemos esperar para um futuro melhor 3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)


b) Podemos esperar com um futuro melhor A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
c) Podemos esperar um futuro melhor pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela ori-
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor gem de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil.

92
A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesen- Resposta: Letra A
volvidas, mas também viceja onde o capitalismo, em seu Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não
ambiente mais selvagem, obriga crianças e adolescentes a temos acento indicativo de crase antes de pronome
participarem do processo de produção. Foi assim na Revo- pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, po-
lução Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. demos usar a construção: verbo + preposição + pro-
E ainda é, nos dias de hoje, nas manufaturas da Ásia ou em nome pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de
diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o “dar-lhes”).
trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer
erradicado, ele continua sendo grave problema nos países
mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações). COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

O emprego de preposição em “a participarem” é exigido


pela regência da forma verbal “obriga”. PREZADO CANDIDATO, ESTE MATERIAL JÁ
FOI ABORDADO ANTERIORMENTE.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E
Resposta: Certo SUA FUNÇÃO NO TEXTO.
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem,
obriga crianças e adolescentes a participarem =
PONTUAÇÃO
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto:
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
com preposição – no caso, uma oração com a função
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de objeto indireto).
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al-
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
ternativa correta.
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo
comentou de que o livro estava acabando.
Principais funções dos sinais de pontuação
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros
de papel, o autor aderiu o livro digital.
A) Ponto (.)
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair
para jantar.
• Indica o término do discurso ou de parte dele,
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para
encerrando o período.
armazenar livros e CDs.
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve
• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia.
foi o número de estantes.
(Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em
final de período, este não receberá outro ponto;
Resposta: Letra C
neste caso, o ponto de abreviatura marca, também,
Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o
o fim de período. Exemplo: Estudei português,
amigo comentou de (X) que = comentou que
matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..”)
Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer
ponto, assim como após o nome do autor de uma
seria sair para jantar = correta
citação:
Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a
Haverá eleições em outubro
que
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
se ateve = ao qual/ a que
• Os números que identificam o ano não utilizam pon-
5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
to nem devem ter espaço a separá-los, bem como
Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-
LÍNGUA PORTUGUESA

rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:


B) Ponto e Vírgula (;)
a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho;
c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum
e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

93
• Separa partes de frases que já estão separadas 2. Entre o verbo e seus objetos:
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
outros, montanhas, frio e cobertor. V.T.D.I. O.D. O.I.

• Separa itens de uma enumeração, exposição de Usa-se a vírgula:


motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado; 1. Para marcar intercalação:
Pegar as crianças na escola; A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
Caminhada na praia; abundância, vem caindo de preço.
Reunião com amigos. B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos.
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de
alimentos.
C) Dois pontos (:)
C) das expressões explicativas ou corretivas: As
indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
Coutinho trata este assunto:
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: 2. Para marcar inversão:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. A) do adjunto adverbial (colocado no início da
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá oração): Depois das sete horas, todo o comércio está
estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, de portas fechadas.
vivendo a rotina de sempre. B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
• Em frases de estilo direto C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou: maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
3. Para separar entre si elementos coordenados
D) Ponto de Exclamação (!) (dispostos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me animais.
casar com você!
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
• Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
5. Para isolar:
João! Há quanto tempo! A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole
brasileira, possui um trânsito caótico.
E) Ponto de Interrogação (?) B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
• Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. Observações:
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Considerando-se que “etc.” é abreviatura da
Azevedo) expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”,
seria dispensável o emprego da vírgula antes dele.
F) Reticências (...) Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige
que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, política, futebol, lazer, etc.
canetas, cadernos... As perguntas que denotam surpresa podem ter
• Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
dizer... é verdad... Ah!” Você falou isso para ela?!
• Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
mal... pega doutor? Temos, ainda, sinais distintivos:
• Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, • a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014),
depois, o coração falar... separação de siglas (IOF/UPC);
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições
feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
G) Vírgula (,)
primeira opção aos parênteses, principalmente na
matemática;
Não se usa vírgula
LÍNGUA PORTUGUESA

• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma


Separando termos que, do ponto de vista sintático, nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
ligam-se diretamente entre si: um nome que não se quer mencionar.
1. Entre sujeito e predicado: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Todos os alunos da sala foram advertidos. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Sujeito predicado Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

94
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos
programas socialdemocratas, são hoje armas de
SITE destruição em massa de empregos locais em meio à
Disponível em: <http://www.infoescola.com/ competição global. Reduzem a competitividade das
portugues/pontuacao/> empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ consumo corrente a poupança compulsória dos encargos
gramatica/uso-da-virgula.htm> recolhidos, derrubam o crescimento da economia e
solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado)

EXERCÍCIOS COMENTADOS No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na


Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de
Mussolini – têm a finalidade textual de:
1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
O enunciado em que a vírgula foi empregada em a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
desacordo com as regras de pontuação é b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
trabalhista e previdenciário;
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
produção de dinheiro fosse também limitada. d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- por serem muito antigos;
ouro. e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo
é criado assim, inventado em canetaços a partir da Resposta: Letra B
concessão de empréstimos. Arquitetados de início em sistemas políticos fechados
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e servem para se referir aos sistemas políticos fechados,
abundante porque é gerada pela simples manipulação exemplificando-os.
de bancos de dados. Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do
passado = incorreta
Resposta: Letra E Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os
O enunciado pede a alternativa em desacordo: regimes trabalhista e previdenciário = correta
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
que a produção de dinheiro fosse também limitada História = incorreta
= correta Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o previdenciário por serem muito antigos = incorreta
padrão-ouro = correta Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no passado = incorreta
mundo é criado assim, inventado em canetaços a
partir da concessão de empréstimos = correta 3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a
com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e vírgula está corretamente empregada.
abundante = correta
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá- a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
la, (X) e abundante porque é gerada pela simples ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
manipulação de bancos de dados = incorreta - a b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”, competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando,
que não acontece na questão) o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
GABARITO OFICIAL: E d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra,
muitos sofreriam sanções diariamente.
2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO e) O tempo não para as transformações sociais são
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) urgentes mas há quem não perceba esse fato, que é
evidente.
Texto 1
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra C
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018, Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo a pontuação que faltou:
Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos, brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um
economicamente desastrosos e socialmente perversos. desvio de caráter.
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário ,
embora competente, nem sempre conseguia resolvê-los.

95
Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem 5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)
avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
frustração.= correta
Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
que é evidente.

4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – (Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado)


CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa, a pontuação está corretamente De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho,
empregada em: na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula,
obrigatoriamente,
a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando
atendem, de forma voluntária, aos funcionários e a) antes da palavra “olho”.
à comunidade em geral, pode ser definido como b) antes da palavra “e”.
responsabilidade social. c) depois da palavra “evitar”.
b) As empresas que optam por encampar a prática da d) antes da palavra “evitar”.
responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir e) depois da palavra “e”.
uma melhor imagem no mercado.
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada Resposta: Letra C
em campanhas publicitárias: por isso, as empresas “Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de
precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
vírgula após o verbo “evitar”.
d) A responsabilidade social explora um leque abrangente
de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de 6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO –
vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo
impactos negativos, no meio ambiente. do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta
a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive
a geração de empregos não a preocupação com a hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona
sociedade como um todo. dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da
cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as
Resposta: Letra A expressões destacadas porque elas
Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
inclusões: a) acrescem às informações precedentes comentários
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas, que lhes ampliam o sentido.
quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários b) sintetizam as ideias centrais das informações
precedentes.
e à comunidade em geral, pode ser definido como
c) apresentam informações que se opõem às informações
responsabilidade social = correta precedentes.
Em “b”: As empresas que optam por encampar a d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se correto matiz semântico.
de conseguir uma melhor imagem no mercado. e) estabelecem certas restrições de sentido às informações
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito precedentes.
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as
empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a Resposta: Letra A
sociedade. É uma situação que contrasta com outros lugares
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas
abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) , dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas,
a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores, que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio Os períodos destacados acrescentam informações aos
ambiente. termos citados anteriormente.
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social
defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
o lucro e a geração de empregos , não a preocupação ELEMENTOS DE COESÃO.
LÍNGUA PORTUGUESA

com a sociedade como um todo.

COESÃO E COERÊNCIA

Na construção de um texto, assim como na fala,


usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a
compreensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos

96
linguísticos que estabelecem a coesão e retomada do • Emprego de hiperônimos - relações de um termo
que foi escrito - ou falado - são os referentes textuais, de sentido mais amplo com outros de sentido mais
que buscam garantir a coesão textual para que haja específico. Por exemplo, felino está numa relação
coerência, não só entre os elementos que compõem de hiperonímia com gato.
a oração, como também entre a sequência de orações • Substitutos universais, como os verbos vicários.
dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes
se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
anteriores que os participantes do processo têm com o no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo
tema. fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”,
imaginária - composta de termos e expressões - que evitando repetição desnecessária.
une os diversos elementos do texto e busca estabelecer A coesão apoiada na gramática se dá no uso de
relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o conectivos, como pronomes, advérbios e expressões
emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse
(repetição, substituição, associação), sejam gramaticais justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior,
(emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), a palavra elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O
constroem-se frases, orações, períodos, que irão jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas
apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e,
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou assim, estabelece a relação entre as duas orações).
o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa
incoerência é resultado do mau uso dos elementos Dêiticos são elementos linguísticos que têm a
de coesão textual. Na organização de períodos e de propriedade de fazer referência ao contexto situacional
parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa
gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. função de progressão textual, dada sua característica: são
Construído com os elementos corretos, confere-se a ele elementos que não significam, apenas indicam, remetem
uma unidade formal. aos componentes da situação comunicativa.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o Já os componentes concentram em si a significação.
enunciado não se constrói com um amontoado de Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios “Os pronomes pessoais e as desinências verbais
gerais de dependência e independência sintática e indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais,
que sedimentam estes princípios”. bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento
Não se deve escrever frases ou textos desconexos da enunciação, podendo indicar simultaneidade,
– é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje,
as frases estejam coesas e coerentes formando o texto. neste momento (presente); ultimamente, recentemente,
Relembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em
relação, nexo entre os elementos que compõem a diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
estrutura textual.
A coerência de um texto está ligada:
Formas de se garantir a coesão entre os elementos 1. à sua organização como um todo, em que devem
de uma frase ou de um texto: estar assegurados o início, o meio e o fim;
2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um
• Substituição de palavras com o emprego de texto técnico, por exemplo, tem a sua coerência
sinônimos - palavras ou expressões do mesmo fundamentada em comprovações, apresentação
campo associativo. de estatísticas, relato de experiências; um texto
• Nominalização – emprego alternativo entre um informativo apresenta coerência se trabalhar com
verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos, por
(desgastar / desgaste / desgastante). outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
• Emprego adequado de tempos e modos verbais:
livre associação de ideias, palavras conotativas.
Embora não gostassem de estudar, participaram da
aula.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• Emprego adequado de pronomes, conjunções,
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
preposições, artigos:
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
LÍNGUA PORTUGUESA

Sua Santidade participou de uma reunião com a Presidente


SITE
Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/
por elas.
Paacutegina1.html>
• Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de um
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel
(mais genérico).

97
Em “b”: “No processo de nascimento de uma bitcoin,
que é chamado de ‘mineração’ (= o qual - retoma o
EXERCÍCIOS COMENTADOS termo “processo de nascimento”)
Em “c”: “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado
1. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades” =
retoma o termo “faixa limitada”
Texto 2 Em “d”: “Elas são guardadas em uma espécie de
carteira, que é criada (= a qual – retoma “carteira”)
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a Em “e”: “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha
circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. O que (= a qual) em algum momento deve estourar.”
objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão [bolha] = correta
dos monumentos”. (Veja, 7/3/2018) GABARITO OFICIAL: E

A ordem cronológica dos fatos citados no texto 2 é: 3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR –


CESGRANRIO-2018-ADAPTADA)
a) redução da poluição / banimento da circulação de
carros / erosão dos monumentos; O vício da tecnologia
b) banimento da circulação de carros / erosão dos
monumentos / redução da poluição; Entusiastas de tecnologia passaram a semana com
c) erosão dos monumentos / redução da poluição / os olhos voltados para uma exposição de novidades
banimento da circulação de carros; eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos.
d) redução da poluição / erosão dos monumentos / Entre as inovações, estavam produtos relacionados
banimento da circulação de carros; a experiências de realidade virtual e à utilização de
e) erosão dos monumentos / banimento da circulação de inteligência artificial — que hoje é um dos temas que
carros / redução da poluição. mais desperta interesse em profissionais da área, tendo
em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos
Resposta: Letra E mais diversos segmentos.
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir Mais do que prestar atenção às novidades lançadas
a circulação de carros a diesel no centro a partir de no evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a
2024. O objetivo é reduzir a poluição, que contribui uma ansiedade tão grande para consumir produtos que
para a erosão dos monumentos”. prometem inovação tecnológica. Por que tanta gente se
Primeiro ocorreu a erosão dos monumentos (=1) dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos
devido à poluição; optou-se pelo banimento da primeiros a comprar um novo modelo de smartphone?
circulação dos carros (=2) para que a poluição diminua Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para
(=3), o que preservará os monumentos. comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que
GABARITO OFICIAL: E serão realmente úteis em nossas rotinas?
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford
2. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada”
CESGRANRIO-2018) A ideia a que o pronome destacado por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
se refere está adequadamente explicitada entre colchetes evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu
em: a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a
perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e
a) “Ela é produzida de forma descentralizada por
status social.
milhares de computadores, mantidos por pessoas que
Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica
‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criar
atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos
bitcoins” [computadores]
melhores e superiores, ainda que momentaneamente,
b) “No processo de nascimento de uma bitcoin, que
quando surgimos em nossos círculos sociais com um
é chamado de ´mineração´, os computadores
produto que quase ninguém ainda possui.
conectados à rede competem entre si” [bitcoin]
Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que
c) “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela
mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam
rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa
partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas
limitada, que é de até 21 milhões de unidades” [rede]
quando uma pessoa muito religiosa se depara com um
d) “Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que
objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o
é criada quando o usuário se cadastra no software.”
vício em novidades tecnológicas é quase uma religião
LÍNGUA PORTUGUESA

[espécie ]
para os mais entusiastas.
e) “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha que em
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais
algum momento deve estourar.” [bolha]
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro
Resposta: Letra E a liberação de um hormônio chamado dopamina,
Em “a”: “Ela é produzida de forma descentralizada por responsável por nos causar sensações de prazer. Ele
milhares de computadores, mantidos por pessoas que é liberado quando nosso cérebro identifica algo que
(= as quais – retoma o termo “pessoas”) represente uma recompensa.

98
O grande problema é que a busca excessiva por Em “c”: “a compra de uma novidade tecnológica atende
recompensas pode resultar em comportamentos a essa última necessidade citada” [segurança]
impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo Texto: (...) suprir necessidades básicas para a
a redes sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do sobrevivência e a perpetuação da espécie, tais como
consumo, podemos observar a situação problematizada sexo, segurança e status social. / Nesse sentido, a
aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos compra de uma novidade tecnológica atende a essa
que nem sempre trazem novidade –– as atualizações de última necessidade citada... = status social
modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte Em “d”: “O ato de seguir esse impulso cerebral e
comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara
das vezes apresentam poucas mudanças em relação ao
em nosso cérebro a liberação de um hormônio
modelo anterior, considerando-se seu preço elevado. Em
chamado dopamina” [mapeamento cerebral]
outros casos, gasta-se uma quantia absurda em algum (...) vício em novidades tecnológicas é quase uma
aparelho novo que não se sabe se terá tanta utilidade religião para os mais entusiastas. / O ato de seguir esse
prática ou inovadora no cotidiano. impulso cerebral e comprar
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar
a conter os impulsos na hora de comprar um novo Em “e”: “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica
smartphone ou alguma novidade de mercado: compare algo que represente uma recompensa.” [impulso
o efeito momentâneo da dopamina com o impacto de cerebral]
imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito (...) a liberação de um hormônio chamado dopamina,
com a nova compra. responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é
O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode liberado = dopamina
ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a
respeito da aquisição. 4. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. AMBIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
2018. Adaptado.
Texto I
A ideia a que a expressão destacada se refere está
Portugueses no Rio de Janeiro
explicitada adequadamente entre colchetes em:
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração
a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à portuguesa até meados dos anos cinquenta do século
utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos passado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa
temas que mais desperta interesse em profissionais do mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo
da área” [experiências de realidade virtual] de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se
b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os
tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteligência cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros
artificial] ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora
c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa do comércio, podem exercer as mais variadas profissões,
última necessidade citada” [segurança] como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates.
d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles
o mais novo lançamento tecnológico dispara em ligados à indústria, voltados para construção civil, o
nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
dopamina” [mapeamento cerebral] A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de
e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo guetos, denota uma tendência para a sua concentração
que represente uma recompensa.” [impulso cerebral] em determinados bairros, escolhidos, muitas das vezes,
pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
Resposta: Letra B significativo de patrícios e algumas associações de porte,
Ao texto: como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu
Em “a”: “relacionados a experiências de realidade Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio
virtual e à utilização de inteligência artificial — que de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração
hoje é um dos temas que mais desperta interesse da colônia, se localizam outras associações portuguesas,
em profissionais da área” [experiências de realidade como a Casa de Portugal e um grande número de casas
virtual] regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros
Nesse caso, a resposta se encontra na alternativa: periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente
inteligência artificial formado por quintas de pequenos lavradores; nos
subúrbios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas
Em “b”: “tendo em vista a ampliação do uso desse mais privilegiadas, como Botafogo e restante da zona
LÍNGUA PORTUGUESA

tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos” sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de
[inteligência artificial] cinquenta, preferida pelos mais abastados.
Texto: Entre as inovações, estavam produtos
relacionados a experiências de realidade virtual e à PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro:
utilização de inteligência artificial — que hoje é um salazaristas e opositores em manifestação na cidade. In:
ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de
dos temas que mais desperta interesse em profissionais
Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1.
da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo Adaptado.
de tecnologia nos mais diversos segmentos.= correta

99
“No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos “Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.
um grupo significativo de patrícios e algumas associações Compras exageradas nos supermercados, estoques
de porte”. No trecho acima, a autora usou em itálico a domésticos, filas nervosas nos postos de combustível –
palavra destacada para fazer referência aos teve muito comportamento na base de cada um por si.
Cabem nessa categoria as greves e manifestações
a) luso-brasileiros oportunistas. Governo, cedendo, também vou buscar o
b) patriotas da cidade meu – tal foi o comportamento de muita gente.
c) habitantes da cidade Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.
d) imigrantes portugueses
e) compatriotas brasileiros
“A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
Resposta: Letra D Mostrou também danos morais”. A palavra ou expressão
Ainda hoje é o utilizado o termo “patrício” para se do primeiro período que leva à produção do segundo
referir aos portugueses. “Patrício” significa “da mesma período é
pátria”.
a) a crise.
5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Todas b) não trouxe.
as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que c) apenas.
estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); d) danos sociais.
a frase em que o elemento sublinhado se refere a um e) (danos) econômicos.
elemento futuro do texto (catáfora) é:
Resposta: Letra C
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais 1.º período: A crise não trouxe apenas danos sociais e
preciosos que a alma humana pode desejar”; econômicos.
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a 2.º período: Mostrou também danos morais.
própria solidão”; A expressão que nos dá a ideia de que haverá mais
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de informações que complementarão a primeira “tese”
viver com alguém que saiba pensar”;
apresentada é “apenas”.
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas
a de uma vela que queima”;
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que 7. (IBGE – RECENSEADOR – FGV-2017)
produzem menos”.
Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo
Resposta: Letra B tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos
Em “a”: “A civilização converteu a solidão num dos por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos
bens mais preciosos que a alma humana pode desejar” ergueu um império com a conquista de boa parte das
= retoma “bens preciosos” terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda.
Em “b”: “Todo o problema da vida é este: como romper Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou
a própria solidão” = o pronome se refere ao período prenome, um nome.
que virá (= catáfora) Por quê? Porque o império romano crescia e eles
Em “c”: “É sobretudo na solidão que se sente a precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o
vantagem de viver com alguém que saiba pensar” = lugar onde tinha nascido”.
retoma “solidão” (Ciência Hoje, março de 2014)
Em “d”: “O homem ama a companhia, mesmo que
seja apenas a de uma vela que queima” = retoma “Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer
“companhia”
aos romanos por isso”. (texto 3) O pronome “isso”, nesse
Em “e”: “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas
segmento do texto, se refere a(à):
que produzem menos” = retoma “pessoas”

6. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – a) todo mundo ter um sobrenome;


FGV-2018) b) sobrenomes citados no início do texto;
c) todos os sobrenomes hoje conhecidos;
NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE d) forma latina dos sobrenomes atuais;
e) existência de sobrenomes nos documentos.
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
Mostrou também danos morais. Resposta: Letra A
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer
A dona, diligente, havia conseguido algumas verduras aos romanos por isso = ter um sobrenome.
LÍNGUA PORTUGUESA

e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e GABARITO OFICIAL: A


uma grande discussão. Uma senhora havia arrematado
todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras 8. (MPU – ANALISTA – ANTROPOLOGIA – CESPE-2010)
freguesas perguntaram se ela tinha restaurante. Não Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar
tinha. Observaram que a verdura acabaria estragada. a eficiência, a produtividade e a competitividade nos
Ela explicou que ia cozinhar e congelar. Então, foram
processos gerenciais e nos produtos e serviços das
ao ponto: caramba, havia outras pessoas na fila, ela não
organizações. Ou seja, é o fermento do crescimento
poderia levar só o que consumiria de imediato?

100
econômico e social de um país. Para isso, é preciso as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
criatividade, capacidade de inventar e coragem para concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o indivíduo separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
que procura respostas originais e pertinentes em de sistema coerente, as consequências de conceitos
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
atitude de abertura para as coisas novas, pois a novidade situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
é catastrófica para os mais céticos. Pode-se dizer de origem baconiana, não abandonando o rigor das
que o caminho da inovação é um percurso de difícil certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
travessia para a maioria das instituições. Inovar significa refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
transformar os pontos frágeis de um empreendimento idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
em uma realidade duradoura e lucrativa. A inovação
civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
estimula a comercialização de produtos ou serviços
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
e também permite avanços importantes para toda a Ministério Público em função da proteção dos direitos
sociedade. Porém, a inovação é verdadeira somente humanos.
quando está fundamentada no conhecimento. A Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9.
capacidade de inovação depende da pesquisa, da geração Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
de conhecimento. É necessário investir em pesquisa
para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No No trecho “controle recíproco entre”, o pronome “eles” faz
entanto, os resultados desse tipo de investimento não referência a “ramos diversos”.
são necessariamente recursos financeiros ou valores
econômicos, podem ser também a qualidade de vida (  ) CERTO   (  ) ERRADO
com justiça social.
Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In: Resposta: Certo
Darcy. Revista de jornalismo científico e cultural da Ao período: (...) reclama a distribuição do poder
Universidade de Brasília, novembro e dezembro de em ramos diversos, com a disposição de meios que
2009, p. 37 (com adaptações). assegurem o controle recíproco entre eles para o
advento de um cenário de equilíbrio e harmonia.
Subentende-se da argumentação do texto que o pronome
demonstrativo, no trecho “desse tipo de investimento”, 10. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – 3.ª CLASSE
refere-se à ideia de “fermento do crescimento econômico – NUCEPE-2018 - ADAPTADA) Alguém apaixonado
e social de um país”. sempre atrai novas oportunidades, se destaca do grupo,
é promovido primeiro, é celebrado quando volta de
(  ) CERTO   (  ) ERRADO férias, é convidado para ser padrinho ou madrinha e
para ser companhia em momentos prazerosos. Quanto
Resposta: Errado melhor vivemos, mais motivos surgem para vivermos
bem. A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O
Ao trecho: (...) É necessário investir em pesquisa
importante é decidir fazer parte dele.
para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No
Em: O importante é decidir fazer parte dele, a palavra
entanto, os resultados desse tipo de investimento = Dele retoma, textualmente,
investir em pesquisa / desse tipo de investimento.
a) ciclo.
9. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015) b) Alguém.
c) padrinho.
Texto I d) grupo.
e) apaixonado.
Na organização do poder político no Estado moderno,
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a Resposta: Letra A
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a Voltemos ao período:
desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O
da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige importante é decidir fazer parte dele.
a existência de um poder institucional. Mas a conquista
da liberdade humana também reclama a distribuição do
poder em ramos diversos, com a disposição de meios FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS.
que assegurem o controle recíproco entre eles para o
advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
sociedades estatais. A concentração do poder em um só
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTRUTURA TEXTUAL
órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo Primeiramente, o que nos faz produzir um texto
homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até é a capacidade que temos de pensar. Por meio do
onde encontra limites. Para que não se possa abusar do pensamento, elaboramos todas as informações que
poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder recebemos e orientamos as ações que interferem na
limite o poder”. realidade e organização de nossos escritos. O que lemos
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza é produto de um pensamento transformado em texto.

101
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma
quando escrevemos sempre procuramos uma maneira brecha para uma possível continuidade do assunto;
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A ou seja, possui atributos de síntese. A discussão não
finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você deve ser encerrada com argumentos repetitivos, como
quer dizer, por meio da comunicação. por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”,
Para isso, os elementos que compõem o texto “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
se subdividem em: introdução, desenvolvimento e Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
conclusão. Todos eles devem ser organizados de maneira ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
equilibrada. características de textos bem redigidos.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões
Introdução ficam muito longas:
Caracterizada pela entrada no assunto e a • O problema aparece quando não ocorre uma
argumentação inicial. A ideia central do texto é exploração devida do desenvolvimento, o que
apresentada nessa etapa. Essa apresentação deve ser gera uma invasão das ideias de desenvolvimento
direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente excede a na conclusão.
1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa • Outro fator consequente da insuficiência de
proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode fundamentação do desenvolvimento está na
ser o próprio título. Já nos textos mais longos, em que conclusão precisar de maiores explicações, ficando
o assunto é exposto em várias páginas, ela pode ter o bastante vazia.
tamanho de um capítulo ou de uma parte precedida por • Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no
subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. Em texto em que o autor fica girando em torno de
redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 ideias redundantes ou paralelas.
linhas, a introdução será o primeiro parágrafo. • Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente
dispensáveis.
Desenvolvimento
• Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão,
o autor acaba se perdendo na argumentação final.
A maior parte do texto está inserida no
desenvolvimento, que é responsável por estabelecer uma
Em relação à abertura para novas discussões, a
ligação entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa
conclusão não pode ter esse formato, exceto pelos
que são elaboradas as ideias, os dados e os argumentos
que sustentam e dão base às explicações e posições do seguintes fatores:
autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela • Para não influenciar a conclusão do leitor sobre
organização das ideias em uma sequência que permite temas polêmicos, o autor deixa a conclusão em
formar uma relação equilibrada entre os dois lados. aberto.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir • Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade
um determinado tema no desenvolvimento, e é através do texto, o autor não fecha a discussão de
desse que o autor mostra sua capacidade de defender propósito.
seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor • Por apenas apresentar dados e informações sobre
para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja
partir daqui. concluir o assunto.
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, • Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o
o escritor já deve ter uma ideia clara de como será a autor enumera algumas perguntas no final do
conclusão. Daí a importância em planejar o texto. texto.
Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o
em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica
Apresentar-se-á no formato de parágrafos medianos e é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos.
curtos. Naquele devem estar indicadas as melhores sequências
Os principais erros cometidos no desenvolvimento a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto
são o desvio e a desconexão da argumentação. O possível.
primeiro está relacionado ao autor tomar um argumento
secundário que se distancia da discussão inicial, ou SITE
quando se concentra em apenas um aspecto do tema e Disponível em:
esquece o seu todo. O segundo caso acontece quando <http://producao-de-textos.info/mos/view/
quem redige tem muitas ideias ou informações sobre o Caracter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/>
que está sendo discutido, não conseguindo estruturá-
las. Surge também a dificuldade de organizar seus
LÍNGUA PORTUGUESA

pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.

Conclusão
Considerada como a parte mais importante do texto, VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
é o ponto de chegada de todas as argumentações
elaboradas. As ideias e os dados utilizados convergem A linguagem é a característica que nos difere dos
para essa parte, em que a exposição ou discussão se demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
fecha. expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor

102
nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico.
cotidiano e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao Representando a classe, podemos citar os médicos,
convívio social. Dentre os fatores que a ela se relacionam advogados, profissionais da área de informática, dentre
destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: outros.
o nível de formalidade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um Vício na fala
modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da
mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante Para dizerem milho dizem mio
para a que a mesma pudesse exercer total soberania Para melhor dizem mió
sobre as demais. Para pior pió
Quanto ao nível informal, por sua vez, representa Para telha dizem teia
o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem Para telhado dizem teiado
gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez E vão fazendo telhados.
que, para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve Oswald de Andrade
de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se
desta forma um estigma. SITE
Compondo o quadro do padrão informal da Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, gramatica/variacoes-linguisticas.htm>
as quais representam as variações de acordo com as
condições sociais, culturais, regionais e históricas em que
é utilizada. Dentre elas destacam-se:

A) Variações históricas: Dado o dinamismo que a


língua apresenta, a mesma sofre transformações
ao longo do tempo. Um exemplo bastante repre-
sentativo é a questão da ortografia, se levarmos
em consideração a palavra farmácia, uma vez que
a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à
linguagem dos internautas, a qual se fundamenta
pela supressão dos vocábulos. Analisemos, pois, o
fragmento exposto:

Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles
e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
debaixo do balaio.”
Carlos Drummond de Andrade

Comparando-o à modernidade, percebemos um


vocabulário antiquado.

B) Variações regionais: São os chamados dialetos,


que são as marcas determinantes referentes a di-
ferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra
mandioca que, em certos lugares, recebe outras
nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Fi-
gurando também esta modalidade estão os sota-
ques, ligados às características orais da linguagem.

C) Variações sociais ou culturais: Estão diretamente


ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
LÍNGUA PORTUGUESA

também ao grau de instrução de uma determinada


pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jar-
gões e o linguajar caipira.

As gírias pertencem ao vocabulário específico de


certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros. Os jargões estão relacionados

103
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con-
teúdos.
HORA DE PRATICAR! d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
colegas e chefes.
(TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
- VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res- constante dos chefes.
ponder às questões de 1 a 7.
2. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executi- DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
vos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará-
sua equipe para um chamado escritório aberto, sem pa- grafo apresenta concordância de acordo com a norma-
redes e divisórias. -padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem
e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi- a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes
cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. para o chamado escritório aberto, como feito por Ch-
Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove ris Nagele.
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
chefe. pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para Chris Nagele fazem mais de quatro anos.
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es- equipes para escritórios abertos, também foi feito por
paço, com portas e tudo. Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni- feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram transferido por muitos executivos.
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas. e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até que já tinham sido feitos por outros executivos do se-
15% da produtividade, desenvolver problemas graves tor.
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar 3. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de – até então –, em destaque no início do segundo pará-
organização. grafo, expressa um limite, com referência
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele
já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir a) temporal ao momento em que se deu a transferência
falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita da equipe de Nagele para o escritório aberto.
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é equipe de Nagele antes da mudança para locais aber-
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. tos.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
de Nagele e voltando aos espaços privados. tório que adotou.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco poral às mudanças favoráveis à integração.
por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um 4. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
design de interiores. – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem uma relação de sentido com o parágrafo
ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.
folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado) a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
empresas que adotaram o modelo de escritórios aber-
1. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- tos.
LÍNGUA PORTUGUESA

DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos compar- do modelo de escritórios abertos.
tilhados c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
base em resultados de pesquisas.
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri- d) anterior, introduzindo informações que se contra-
ção à criatividade. põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a e) posterior, contestando com dados estatísticos o for-
transferência de atividades para o lar. mato tradicional de escritório fechado.

104
5. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- Tenho estado atento às agruras e oportunidades da ci-
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a frase do texto em que dade porque, depois de cinco anos vivendo na Granja
se identifica expressão do ponto de vista do próprio au- Viana, vim morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da
tor acerca do assunto de que trata. tarde, eu corria em volta de um lago, desviando de patos
e assustando jacus. Agora, aos domingos, corro pela Pau-
a) “Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar lista ou Minhocão e, durante a semana, venho testando
mais trabalho para casa”, diz ele. (6.º parágrafo). diferentes percursos.
b) Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
aberto... (4.º parágrafo). Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas en-
c) Retemos mais informações quando nos sentamos em costas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer,
um local fixo, afirma Sally Augustin... (último parágra- descobri um insuspeito parque noturno com bastante
fo). gente, quase nenhum carro e propício a todo tipo de ati-
d) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas vidades: o estacionamento do estádio do Pacaembu.
ele queria que todos estivessem juntos... (2.º parágra- (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa-
fo). lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível
e) É improvável que o conceito de escritório aberto caia em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em:
em desuso... (7.º parágrafo). 13.04.2017. Adaptado)

6. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- É correto afirmar que, do ponto de vista do autor, o pau-
DIO - VUNESP – 2017) Na frase – É improvável que o listano
conceito de escritório aberto caia em desuso... (7.º pará-
grafo) – a expressão em destaque tem o sentido de a) busca em Ipanema o contato com a natureza exube-
rante que não consegue achar em sua cidade.
a) sofra censura. b) sabe como vencer a rudeza da paisagem de São Paulo,
b) torne-se obsoleto. encontrando nesta espaços para o lazer.
c) mostre-se alterado. c) se vê impedido de realizar atividades esportivas, no
d) mereça sanção. mar de asfalto que é São Paulo.
e) seja substituído. d) tem feito críticas à cidade, porque ela não oferece ati-
vidades recreativas a seus habitantes.
7. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- e) toma Ipanema como um símbolo daquilo que se pode
DIO - VUNESP – 2017) O trecho destacado na passagem alcançar, apesar de muito andar e andar.
– Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio 9. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
chefe.– tem sentido de: DIO - VUNESP – 2015)
a) até mesmo o próprio chefe. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insis-
b) apesar do próprio chefe. te, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase
c) exceto o próprio chefe. te mata de susto buzinando e te xingando porque você
d) diante do próprio chefe. usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado
e) portanto o próprio chefe. para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes so-
ciais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos,
8. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos.
DIO - VUNESP – 2017) Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você Há teorias evolucionistas que defendem que as socieda-
anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomar- des com maior número de pessoas altruístas sobrevive-
mos “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômi- ram por mais tempo por serem mais capazes de manter
ca. Tomando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados
como um exemplo de alívio, promessa de alegria em em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias
meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de um tris-
que proporcionam prazer e felicidade.
te realismo: o problema de São Paulo é que você anda,
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas
anda, anda e nunca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o
para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a
parque do Estado, o Jardim da Luz são uns raros respiros
aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes bati-
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragili-
das e os Corcovados de concreto armado.
dades seriam uma vergonha social. Um empecilho à car-
O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
LÍNGUA PORTUGUESA

reira, ao acúmulo de dinheiro.


estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante
metros quadrados de chão. É o que vemos nas aveni-
da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas
das abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta li-
temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito
berarem um pedacinho do cinza e surgem revoadas de
importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não con-
patinadores, maracatus, big bands, corredores evangé-
cordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está
licos, góticos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos
do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque,
de tango, barraquinhas de yakissoba e barris de cerveja
se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que
artesanal.

105
no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali 13. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala-
ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da
Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebel- língua portuguesa é:
dia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato
de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. a) admissão, infração, renovação
Deve ser a idade. b) diversão, excessão, sucessão
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível
c) extenção, eleição, informação
em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015.
Adaptado) d) introdução, repreção, intenção
e) transmissão, conceção, omissão
É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gen-
tileza 14. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e
a) é prerrogativa dos que querem ter sua importância re- econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em
conhecida socialmente. um só vocábulo, a forma adequada será
b) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser pratica-
da se não houver reciprocidade. a) sociais-econômicos.
c) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as b) social-econômicos.
relações interpessoais. c) sociais-econômico.
d) restringe-se ao gênero masculino, pois este represen- d) socioeconômicos.
ta os mais fortes. e) socioseconômicos.
e) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade
nos dias atuais.
15. (IBGE – ANALISTA CENSITÁRIO – AGRONOMIA –
10. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- FGV-2017) “É preciso levar em conta questões econô-
DIO - VUNESP – 2015) No final do último parágrafo, a micas e sociais”; se juntássemos os adjetivos sublinha-
autora caracteriza a gentileza como “ato de pura desobe- dos em forma de adjetivo composto, a forma correta, no
diência civil”; isso permite deduzir que contexto, seria:

a) assumir a prática da gentileza é rebelar-se contra có- a) econômicas-sociais;


digos de comportamento vigentes, mesmo que não b) econômico-social;
declarados. c) econômica-social;
b) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e d) econômico-sociais;
aos protocolos sociais de relacionamento humano. e) econômicas-social.
c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes,
sem medo de ver atingida sua individualidade, no 16. (PC-RS – ESCRIVÃO E INSPETOR DE POLÍCIA –
contexto geral. FUNDATEC-2018 - ADAPTADA) Sobre os vocábulos
d) há, nas sociedades modernas, a constatação de que expansível, fácil, considerável, artificial, multiplicável e
a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade
acessível, afirma-se que:
como ato de rebeldia.
e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso I. Todos são flexionados da mesma forma quando no plu-
signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a in- ral.
tolerância. II. Apenas um assume forma diferente dos demais quan-
do flexionado no plural.
11. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA- III. Todos devem ser acentuados em sua forma plural.
TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em
relação à ortografia dos pares. Quais estão corretas?

a) Atenção – atenciozo. a) Apenas I.


b) Aprender – aprendizajem. b) Apenas II.
c) Simples – simplissidade. c) Apenas III.
d) Fúria – furiozo. d) Apenas I e II.
e) Sensação – sensacional. e) Apenas II e III.
12. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
17. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO
As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam
diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre- BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO-
LICIAL MILITAR – VUNESP-2010)
LÍNGUA PORTUGUESA

tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia


da palavra sublinhada está igualmente correta. __________ moro fora do Brasil. Sou baiana e, cada vez que
volto a Salvador, fico chocada, constrangida e enojada
a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial. com essa prática _________ e, _________ não dizer, machista
b) A paralização da equipe técnica demorou bastante. dos meus conterrâneos – não se veem mulheres fazendo
c) O funcionário reinvindicou suas horas extras. xixi na rua. Mas, antes de prender os___________, tente en-
d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial. contrar um banheiro público em Salvador. Se encontrar,
e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista. tente entrar – normalmente estão trancados –, e tente

106
então não passar __________. Vamos copiar a Europa na c) a criação de um vocabulário novo;
proibição, mas também na infraestrutura. d) a tentativa de copiar a fala;
(Seção “Leitor”, Veja, 14.07.2010. Adaptado) e) a grafia sem acentos ou sinais gráficos.

Os espaços do texto devem ser preenchidos, correta e 20. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013)
respectivamente, com: A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de
37 anos, acusado de ____________ de drogas e ____________
a) A dez anos … sub-desenvolvida … por quê … cidadões
… mau à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso em __________
b) Há dez anos … subdesenvolvida … por que … cidadãos com uma pequena quantidade de drogas no bairro Ira-
… mal puá II, em Floriano, após várias denúncias de vizinhos. De
c) Fazem dez anos que … subdesenvolvida … porque … acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado era
cidadões … mau conhecido na região pela atuação no crime.
d) São dez anos que … sub desenvolvida … porquê … (www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013.
cidadãos … mal Adaptado)
e) Faz dez anos que … sub-desenvolvida … porque … ci-
dadães … mau
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
18. (PM-SP - TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO- as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectiva-
LICIAL MILITAR – VUNESP-2014) Leia a tira de Hagar, mente, com:
por Chris Browne, e assinale a alternativa que completa, a) tráfico … mal-tratos … flagrante
correta e respectivamente, as lacunas, em conformidade b) tráfego … maltratos … fragrante
com as regras de ortografia. c) tráfego … maus-trato … flagrante
d) tráfico … maus-tratos … flagrante
e) tráfico … mau-trato … fragrante

21. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS


DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo
com seu significado, o conjunto de características for-
mais e sua posição estrutural no interior da oração, as
palavras podem pertencer à mesma classe de palavras
ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a
seguir considerando tais aspectos (considere as palavras
(Folha de S.Paulo, 08.02.2014, http://zip.net/bdmBgf) em destaque).

a) porque ... por que ... porque ... atraz (1) advérbio
b) por que ... por quê ... por que ... atraz (2) pronome
c) por que ... por que ... porque ... atráz (3) conjunção
d) porque ... porquê ... por que ... atrás (4) substantivo
e) por que ... por quê ... porque ... atrás
( ) “Não há prisão pior [...]”
19. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018)
( ) “O lugar de estudo era isso.”
( ) “E o olho sem se mexer [...]”
( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]”
( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan-
tou.”

A sequência está correta em

a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3

22. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)


LÍNGUA PORTUGUESA

Assinale a alternativa em que o termo destacado é um


pronome indefinido.
A frase do menino na charge – “naum eh verdade” – mos-
tra uma característica da linguagem escrita de internau- a) “Ele não exige fatos...”.
tas que é: b) “Era um ídolo para mim.”.
a) a sintetização exagerada; c) “Discordo dele.”.
b) o desrespeito total pela norma culta; d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
e) “O bom humor está disponível a todos...”.

107
23. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e
Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”, das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome
os termos destacados são, respectivamente, relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo
como ocorre em:
a) artigo e pronome.
b) artigo e preposição. a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos
c) preposição e artigo. espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura.
d) pronome e artigo. b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem
e) preposição e pronome. que índio não sabe nada.
c) O branco está preocupado que não chove mais em
alguns lugares.
24. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria
– FGV-2017)
trajetória.
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono.
Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigo-
roso e independente. A agenda pública é determinada 28. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
pela imprensa tradicional. Não há um único assunto rele- BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) De acordo com
vante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo as normas da linguagem padrão, a colocação pronominal
de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as está INCORRETA em:
redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as- a) Virgínia encontrava-se acamada há semanas.
sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é b) A ferida não se curava com os remédios.
sempre das empresas de conteúdo independentes”. c) A benzedeira usava uma peruca que não favorecia-a.
(O Estado de São Paulo, 10/04/2017) d) Imediatamente lhe deram uma caneta-tinteiro verme-
lha.
O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto e) Enquanto se rezavam Ave-Marias, a ferida era circun-
de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos dada.
por locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
29. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) A
a) independente = com dependência; frase em que se deveria usar a forma EU em lugar de
b) pública = de publicidade; MIM é:
c) relevante = de relevância;
d) sociais = de associados; a) Um desejo de minha avó fez de mim um artista;
b) Há muitas diferenças entre mim e a minha futura mu-
e) mobilizador = de motivação.
lher;
c) Para mim, ver filmes antigos é a maior diversão;
25. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014) d) Entre mim viajar ou descansar, prefiro o descanso;
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica e) Separamo-nos, mas sempre de mim se lembra.
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é 30. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE-
um adjetivo. GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018-ADAPTADA) O
segmento em que a substituição do termo sublinhado
a) ... um câncer de boca horroroso, ... por um pronome pessoal foi feita de forma adequada é:
b) Ele tem dezesseis anos...
c) Eu queria que ele morresse logo, ... a) “deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência” / dei-
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa- xou de ser-lhe;
mílias. b) “podemos definir violência” / podemos defini-la;
e) E o inferno não atinge só os terminais. c) “Hoje, esse termo denota, além de agressão física, di-
versos tipos de imposição” / denota-los;
26. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- d) “Consideremos o surgimento das desigualdades” /
NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo consideremos-lo;
“que” em destaque funciona como pronome relativo. e) “ao nos referirmos à violência” / ao nos referirmo-la.

a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente 31. (MPU – Conhecimentos Básicos para os Cargos de
tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”. 11 a 26 – CESPE-2013)
Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode aconte-
b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
cer com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
sequer percebem que determinadas lembranças foram
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
LÍNGUA PORTUGUESA

criadas, pois as cenas e até os sons evocados pelo cé-


influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”. rebro surgem com a mesma nitidez e o mesmo grau de
e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a detalhamento das memórias reais.
votar”. De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa
se recorda de uma sequência de eventos, o cérebro re-
27. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR- constrói o passado juntando os “tijolos” de dados, mas
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro somente o ato de acessar as lembranças já modifica e
explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis distorce a realidade.

108
Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse as- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
sunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a me- as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
mória não pode ser considerada um papel carbono, ou pectivamente, com:
seja, de que ela não reproduz fielmente um acontecimen-
to. “Nossa esperança é que, ao propor uma explicação a) Se enche … movem-se
neural para o processo de geração das falsas memórias, b) Se enchem … se movem
haja aplicações práticas nas cortes de justiça, por exem- c) Enchem-se … se move
plo”, diz o cientista. “Jurados e magistrados precisam de d) Enche-se … move-se
evidências de que, por mais real que aparente ser, um e) Enche-se … se movem
fato recordado por uma testemunha pode não ser verda-
deiro. A memória humana não é como uma memória de 34. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) As-
computador, não está certa o tempo todo.” sinale a alternativa correta quanto à colocação prono-
O neurocientista relatou que quase três quartos dos pri- minal, de acordo com a norma-padrão da língua portu-
meiros 250 americanos que tiveram suas condenações guesa.
penais anuladas graças ao exame de DNA haviam sido a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação
vítimas de falso testemunho ocular. Um psicólogo en- de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
trevistado afirmou que, dependendo de como se conduz b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
uma acareação, ela pode confundir a pessoa interrogada. abrisse a bolsa que encontrara.
Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações). c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
O trecho “a memória não pode ser considerada um papel restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
carbono” poderia ser corretamente reescrita da seguinte d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
forma: não pode-se considerá-la papel carbono. eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO dência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
nos.
32. (PC-MS – DELEGADO DE POLÍCIA – FAPEMS-2017)
35. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CUR-
De acordo com os padrões da língua portuguesa, assina-
SO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - PM/2014) A fra-
le a alternativa correta.
se – Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto.
– está corretamente reescrita quanto à flexão verbal, à
a) A frase: “Ela lhe ama” está correta visto que “amar” pontuação e à colocação pronominal em:
se classifica como verbo transitivo direto, pois quem a) Se remordia, o amigo, no seu canto, sem que nada
ama, ama alguém. visse.
b) Em: “Sou te fiel”, o pronome oblíquo átono desem- b) O amigo, sem que nada vesse, se remordia no seu can-
penha função sintática de complemento nominal por to.
complementar o sentido de adjetivos, advérbios ou c) Remordia-se, no seu canto, o amigo, sem que nada
substantivos abstratos, além de constituir emprego de visse.
ênclise. d) Se remordia no seu canto o amigo, sem que nada ves-
c) No exemplo: “Demos a ele todas as oportunidades”, o se.
termo em destaque pode ser substituído por “Demo
lhes” todas as oportunidades”, tendo em vista o em- 36. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017-
prego do pronome oblíquo como complemento do ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho está
verbo. reescrito conforme a norma-padrão da língua portugue-
d) Em: “Não me ..incomodo com esse tipo de barulho”, sa, com a expressão destacada substituída pelo pronome
te.mos.um clássico emprego de mesóclise. correspondente.
e) Na frase: “Alunos, aquietem-se! “, o termo destacado
exemplifica o uso de próclise. a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer
de contar-nas...
33. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século
NESP-2014) sem escrevê-los.
c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe...
Compras de Natal d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He-
mingway... → ... livro que reúne-as...
A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. e) O médico que atendia pacientes... → O médico que
__________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões lhe atendia...
que não sobem, anjos e santos que não __________ , estre-
las que jamais estiveram no céu. 37. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano NISTRATIVA – FCC-2017) A substituição do elemento
LÍNGUA PORTUGUESA

inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão sublinhado pelo pronome correspondente, com os ne-
de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coi- cessários ajustes no segmento, foi realizada de acordo
sas que possam representar beleza e excelência. com a norma padrão em:

Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po- a) quem considera o amor abstrato = quem lhe consi-
bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil dera abstrato
anos, num abrigo de animais, em Belém. b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = conside-
(Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado) ram-lhe algo ingênuo e pueril

109
c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabili- para sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver”
za-lhe pode ser nominalizada de forma conveniente na seguin-
d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento te alternativa:
lhe é cego
e) o amor não vê a hipocrisia = o amor não lhe vê a) para que sobrevivam.
b) a fim de que sobrevivessem.
38. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- c) para sua sobrevida.
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) d) no intuito de sobreviverem.
e) para sua sobrevivência.
Texto 1 – Guerra civil
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017 41. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú- MÉDIO – CESPE-2013)
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. por processos que culminaram na sua formalização insti-
Outro dado relevante é o crescimento da violência em tucional e na ampliação de sua área de atuação.
alguns estados do Sul e do Sudeste. No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
Tem sido assim com o governo federal e boa parte das de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o ar- de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
gumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
em períodos de economia mais forte, pouco se viu da im- procurador da Fazenda (defensor do fisco).
plementação de programas estruturantes com o objetivo A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Mi-
de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição nistério Público no capítulo Das Funções Essenciais à
de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medi- Justiça. Define as funções institucionais, as garantias e as
das essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas vedações de seus membros. Isso deu evidência à institui-
e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, ção, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade
deve ser parte de um programa bem articulado, que per- brasileira.
mita o acompanhamento das ações e que incentive o Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da
União e das guardas municipais. No período “A sua história é marcada por processos que
culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza
O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor restritiva.
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul (  ) CERTO   (  ) ERRADO
e do Sudeste”;
b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de- 42. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
corre de fato”; GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte MÉDIO – CESPE-2013)
das demais unidades da Federação”; Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência en-
d) “...viaturas e novas tecnologias”; trou em vigor muito antes do lançamento do primeiro
e) “Definir metas e alcançá-las...”. computador pessoal e do início da histórica revolução
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria proble-
ma se esse não fosse o caso da Consolidação das Leis
39. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – AR-
do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos
QUITETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as
mais impactados por esta revolução, o das relações tra-
referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica
balhistas.
convenientemente substituída por uma oração em forma
Instituída por Getúlio Vargas para outro Brasil — ainda
desenvolvida na seguinte opção:
agrário, com indústria e serviços incipientes —, a CLT tem
sido defendida por sindicatos em nome da “preservação
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs;
dos direitos do trabalhador”.
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs;
Na vida real, longe das ideologias, a CLT, em função dos
LÍNGUA PORTUGUESA

c) que se pudessem decifrar as referências cristãs;


custos que impõe ao empregador, é, na verdade, eficien-
d) que possamos decifrar as referências cristãs;
te instrumento de precarização do próprio trabalhador.
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências
O Globo, Editorial, 22/8/2013 (com adaptações).
cristãs.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em
40. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMI- que está inserida.
NISTRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal
realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras (  ) CERTO   (  ) ERRADO

110
43. (PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNDA- Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da
TEC-2018 - ADAPTADA) Observe a frase: “com o gover- imagem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela.
no criando leis e começando a punir quem agride o meio A indústria cinematográfica, sobretudo a partir de Holly-
ambiente” e avalie as afirmações seguintes: wood, “globaliza” os filmes, levando-os a todos os países,
a todas as camadas sociais. Esse processo se acelerou
I. O sujeito das formas verbais criando e começando é com a criação das redes sociais e a universalização da
o mesmo. internet.
II. O sujeito de punir é inexistente. Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um indi-
III. O sujeito de agride é representado pelo pronome in- vidualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publi-
definido, portanto, classifica-se como indeterminado. cidade e as modas que lançam e impõem os produtos
culturais em nossos tempos são um obstáculo a indiví-
Quais estão corretas? duos independentes.
O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura
a) Apenas I. em sentido estrito, ou se nos referimos a coisas com-
b) Apenas II. pletamente diferentes quando falamos, por um lado, de
c) Apenas III. uma ópera de Wagner e, por outro, dos filmes de Hitch-
d) Apenas I e II. cock e de John Ford.
e) Apenas II e III. A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passa-
do e o entretenimento de hoje é que os produtos daque-
44. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA la pretendiam transcender o tempo presente, continuar
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE vivos nas gerações futuras, ao passo que os produtos
– SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) A frase: deste são fabricados para serem consumidos no mo-
“Começa vacinação contra gripe A.”, só não está correta- mento e desaparecer. Cultura é diversão, e o que não é
mente analisada em: divertido não é cultura.
(Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetá-
culo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook)
a) O sujeito é classificado como simples
b) O núcleo do sujeito é vacinação.
Possuem os mesmos tipos de complemento os verbos
c) O verbo é classificado como intransitivo.
grifados em:
d) Vacinação é um substantivo abstrato.
e) O objeto direto é vacinação contra gripe A.
a) ... nossa época produz milagres todos os dias. // ... o
mito de que as humanidades humanizam.
45. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
b) Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio... //
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014) Um deles é o de Gilles Lipovetski...
c) A pós-modernidade destruiu o mito de que... // ... nos-
No campo da técnica e da ciência, nossa época produz sa época produz milagres todos os dias.
milagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem d) Essa cultura de massas nasce com o predomínio... // ...
amiúde um custo destrutivo, por exemplo, em danos ir- e nem sempre contribui para...
reparáveis à natureza, e nem sempre contribui para re- e) ... as ciências podem prosperar nas proximidades... //
duzir a pobreza. A pós-modernidade destruiu o mito de que...
A pós-modernidade destruiu o mito de que as humani-
dades humanizam. Não é indubitável aquilo em que acre- 46. (TRF-2.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
ditam tantos filósofos otimistas, ou seja, que uma educa- ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017)
ção liberal, ao alcance de todos, garantiria um futuro de
liberdade e igualdade de oportunidades nas democracias Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção
modernas. George Steiner, por exemplo, afirma que “bi- do meio ambiente no ciberespaço
bliotecas, museus, universidades, centros de investigação
por meio dos quais se transmitem as humanidades e as A sociedade passou por profundas transformações em
ciências podem prosperar nas proximidades dos campos que a realidade socioeconômica modificou-se com ra-
de concentração”. “O que o elevado humanismo fez de pidez junto ao desenvolvimento incessante das econo-
bom para as massas oprimidas da comunidade? Que uti- mias de massas. Os mecanismos de produção desenvol-
lidade teve a cultura quando chegou a barbárie?” veram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades
e vontades humanas. Contudo, o homem não mediu as
Numerosos trabalhos procuraram definir as característi- possíveis consequências que tal desenvolvimento pudes-
cas da cultura no contexto da globalização e da extraordi-
LÍNGUA PORTUGUESA

se causar de modo a provocar o desequilíbrio ao meio


nária revolução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipo- ambiente e a própria ameaça à vida humana.
vetski e Jean Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é
a ideia de uma cultura global − a cultura-mundo − que questionada, sendo centro de tomada de decisões, diante
vem criando, pela primeira vez na história, denominado- da grave problemática que ameaça romper com o equilí-
res culturais dos quais participam indivíduos dos cinco brio ecológico do Planeta. E não apenas nos tradicionais
continentes, aproximando-os e igualando-os apesar das meios de comunicação, tais como jornais impressos, rá-
diferentes tradições e línguas que lhes são próprias. dio, televisão, revistas, dentre outros, como também nos

111
espaços virtuais de interatividade, por meio das novas II. “Contudo, o homem não mediu as possíveis consequên-
mídias, as quais representam novos meios de comuni- cias [...]” (1º§)
cação, tem-se o debate sobre a problemática ambiental. III. “Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é
O capitalismo foi reestruturado e a partir das transforma- questionada, [...]” (2º§)
ções científicas e tecnológicas deu-se origem a um novo IV. “[...] por meio das novas mídias, as quais representam
estabelecimento social, em que por meio de redes e da novos meios de comunicação, [...]” (2º§)
cultura da virtualidade, configura-se a chamada socieda- Os verbos que, no contexto, exigem o mesmo tipo de
complemento verbal, foram empregados em apenas
de informacional, na qual a comunicação e a informação
constituem-se ferramentas essenciais da Era Digital. a) I e II.
As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão b) I, III e IV.
sendo consideradas como novos instrumentos de prote- c) II e IV.
ção do meio ambiente, na medida em que proporcionam d) II, III e IV.
a expansão da informação ambiental, de práticas susten-
táveis, de reivindicações e ensejo de decisões em prol do 47. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
meio ambiente. I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está
No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é empregado de acordo com a norma-padrão da língua
possível promover debates de inúmeras questões como portuguesa em:
a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Có-
digo Florestal, Barra Grande, dentre outras, as quais en- a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior
sejam por tomada de decisões políticas, jurídicas e so- no campo da política: é menor nas publicações rela-
ciais. [...] cionadas às catástrofes naturais.
Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que
os usuários compartilham informações com as quais
pessoas e distâncias, sendo utilizada por um número ili-
concordam: pois não verificam as fontes antes.
mitado de pessoas, a custo razoável e em tempo real. c) As informações enganosas são mais difundidas do que
De fato, a Internet proporciona benefícios, pois, além de as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito
promover a circulação de informações, a curto espaço de por um instituto de pesquisa.
tempo, muitos debates virtuais produzem manifestações d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o
sociais. Assim sendo, tem-se a democratização das infor- uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é
mações através dos espaços virtuais, como blogs, web- quase impossível.
sites, redes sociais, jornais virtuais, sites especializados, e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não
sites oficiais, dentre outros, de modo a expandir conheci- entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí-
mentos, promover discussões e, por vezes, influenciando cias sem fonte confiável.
nas tomadas de decisões dos governantes e na prolife-
ração de movimentos sociais. Desse modo, os cidadãos 48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
acabam participando e exercendo a cidadania de forma I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor-
democrática no ciberespaço. [...] retamente em:
Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
do meio ambiente, com adaptação e intermédio do novo
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons-
padrão de democracia participativa fomentado pelas no- trangimentos às empresas.
vas mídias, a fim de enfrentar a gestão dos riscos am-
bientais, dentre outras questões socioambientais. Ainda, b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
são necessárias discussões aprofundadas sobre a com- quem está conectado de quem não faz parte do mun-
plexidade ambiental, agregando a interdisciplinaridade do digital.
para escolhas sustentáveis e na difusão do conhecimen- c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que
to. E, embora haja inúmeros desafios a percorrer com a confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.
utilização das tecnologias de comunicação e informação d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar
(novas TIC’s), entende-se que a atuação das novas mídias dados e checar se as informações refletem a realidade.
é de suma importância, pois possibilita a expansão da
informação, a práxis ambiental, o debate e as aspirações e) Os consumidores de notícias não agem como cientis-
dos cidadãos, contribuindo, dessa forma, para a proteção tas porque não estão preocupados em conferir, pon-
do meio ambiente. tos de vista alternativos.
(SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: con-
49. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
tribuições para a proteção do meio ambiente no ciberes-
GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada
paço. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 115, ago. de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
2013. Disponível em: http://ambito - juridico.com.br/
LÍNGUA PORTUGUESA

portuguesa em:
site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13051&re-
vista_caderno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.) a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí-
fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
Analise os trechos a seguir. positivos móveis dos passageiros.
b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
I. “[...] adequarem-se às necessidades e vontades huma- grande, porém não é capaz de absorver uma presença
nas.” (1º§) maior de produtos vindos do exterior.

112
c) Depois de chegarem às telas dos computadores e ce-
lulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter-
nacionais. GABARITO
d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo
com que os juros cresçam pouco.
e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e 1 C
ver, se a importação vale a pena.
2 C
50. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) 3 A
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e 4 D
traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os 5 E
danos que tais criminosos causam são minúsculos quan- 6 B
do comparados com os de criminosos respeitáveis, que
7 A
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza-
ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca- 8 B
das por violações das leis antitrust — apenas um item de 9 E
uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
10 A
co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos
crimes notificados à polícia em mais de uma década, e 11 E
as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime 12 E
apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in-
dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados 13 A
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas 14 D
quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos 15 D
nos Estados Unidos da América durante uma década in-
teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam- 16 B
bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. 17 B
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São 18 E
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
19 E
Não haveria prejuízo para o sentido original do texto 20 D
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada 21 A
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”. 22 E
23 A
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
24 C
25 A
26 A
27 D
28 C
29 D
30 B
31 ERRADO
32 B
33 E
34 D
35 C
LÍNGUA PORTUGUESA

36 B
37 D
38 B
39 D
40 E

113
41 CERTO ANOTAÇÕES
42 CERTO
43 A
44 E _________________________________________________

45 C _________________________________________________
46 C _________________________________________________
47 E
_________________________________________________
48 D
49 C _________________________________________________
50 CERTO _________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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114
ÍNDICE

ATUALIDADES

Aspectos gerais do Brasil, do Estado do Pará e do município de Belém; Temáticas atuais, relevantes e am-
plamente divulgadas referentes à História e Geografia do Brasil, do Pará e do município de Belém................ 01
Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: economia, sociedade, educação, tecnolo-
gia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vincula-
ções históricas; Fatos da atualidade: locais e nacionais......................................................................................................................... 05
Suriname, Uruguai e Venezuela. Chile e Equador são os
ASPECTOS GERAIS DO BRASIL, DO ESTA- únicos países sul-americanos que não fazem divisa com
DO DO PARÁ E DO MUNICÍPIO DE BELÉM; o Brasil.
TEMÁTICAS ATUAIS, RELEVANTES E AM- A costa brasileira está ao leste, totalizando 7.367km²
PLAMENTE DIVULGADAS REFERENTES À de área banhada pelo Oceano Atlântico. O território lito-
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL, DO râneo brasileiro é o 16º maior do mundo.
PARÁ E DO MUNICÍPIO DE BELÉM A área ocupada pelo Brasil, delimitada em
8.515.767,049 km², corresponde, praticamente, quase
100% do tamanho total do continente da Oceania, o que
explica a classificação do Brasil como país continental ou
ASPECTOS GERAIS DO BRASIL, DO ESTADO DO de dimensões continentais.
PARÁ E DO MUNICÍPIO DE BELÉM
2. O território brasileiro no contexto interno
República Federativa do Brasil é como se denomina,
oficialmente, o Brasil. O país está localizado na América Os pontos extremos que delimitam o território bra-
do Sul, esfera na qual se destaca pela extensão territorial sileiro, de dentro para fora, são: ao norte, a nascente do
e pela economia. Rio Ailã (Roraima); ao sul, o Arroio do Chuí (Rio Grande
Internamente, o Brasil enfrenta uma realidade carac- do Sul); ao leste, Ponta do Seixas (Paraíba); ao oeste, nas-
terizada por uma intensa diversidade social e pela cor- cente do Rio Moá (Acre).
rupção política, entre outros problemas que têm sido
grandes obstáculos para o avanço do país e para proe- Os pontos mais altos estão nos estados do Amazo-
minência no âmbito internacional. Os recursos e a beleza nas, onde se encontra o Pico da Neblina e Pico 31 de
de sua natureza e a diversidade de seu povo continuam março (Serra do Imeri), e em Minas Gerais, onde estão o
sendo, desde seus primórdios, suas maiores riquezas. Pico da Bandeira (Serra do Caparaó) e a Pedra da Mina
(Serra da Mantiqueira).
1. O território brasileiro no contexto internacional
4. Divisão político-administrativa
O Brasil é o maior país da América do Sul. No con-
texto mundial, é o quinto maior do mundo, após Rússia, As 5 regiões brasileiras são subdivididas em 26 Uni-
Canadá, China e Estados Unidos. dades de Federação e o Distrito Federal, onde está a ca-
pital do país, Brasília. O país é governado por 1 presiden-
te e 26 governadores estaduais, e todos são eleitos pelo
povo.

5. População e densidade demográfica do Brasil

De acordo com os dados mais recentes divulgados


pelo IBGE, a população brasileira é de 211.175,084 habi-
tantes. Esses números colocam o Brasil na quinta posição
entre os mais populosos do mundo, abaixo, apenas, da
China, da Índia, dos Estados Unidos e da Indonésia.
A densidade demográfica do país é de 24,77 habitan-
tes por km2. No entanto, essa distribuição não ocorre de
forma homogênea, tendo grande concentração em algu-
mas regiões, enquanto, em outras, o índice populacional
é, praticamente, nulo.
As regiões com maior densidade demográfica con-
tam mais de 100 habitantes/km², e se localizam em torno
da megalópole Rio-São Paulo, nos núcleos urbanos, nas
áreas litorâneas ou vizinhas à ampla costa brasileira, e
também no Vale do Paraíba. Essa concentração é resul-
tado de uma construção histórica, que estabeleceu suas
aldeias de povoamento no litoral do país.

Disponível em:<geografia.seed.pr.gov.br>
ATUALIDADES

Da dimensão total da América do Sul, 47% é preen-


chida pelo território brasileiro, que faz fronteiras com 10
dos 12 países do continente, sendo eles: Argentina, Bo-
lívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru,

1
Refugiados de várias partes do mundo e milhares de
imigrantes em busca da sobrevivência são um retrato do
drama humano dos dias atuais. Na América do Sul, avulta
a situação de venezuelanos que buscam refúgio em paí-
ses vizinhos, como a Colômbia e o Brasil.

( ) Certo ( ) Errado

Resposta: Certo. O tema refugiados e uma caracterís-


tica das crises migratórias do mundo contemporâneo.

6. História e formação da população do Brasil O pro-


cesso de povoação do Brasil se deu a partir da expansão
marítima europeia e, em seguida, do tráfico de escravos
do continente africano. Em 1850, com a proibição do co-
mércio negreiro, a mão-de-obra escrava na lavoura foi
se tornando, cada vez mais, escassa, e outras formas de
Disponível em: < www.todamateria.com.br> imigração foram indispensáveis para a substituição do
trabalho braçal.
Na década de 1960, o presidente Juscelino Kubits- Na década de 1930, o progresso promovido pela Re-
chek transferiu a capital, que era no Rio de Janeiro, para volução Industrial, que já era realidade nos países de-
o centro do país, núcleo compreendido pelas cidades de senvolvidos, começou mudar, também, o processo de
Goiânia e Brasília, contribuiu para novos pontos de alta produção no Brasil, proporcionando urbanização e in-
densidade demográfica, além da costa e das regiões vi- dustrialização.
zinhas ao litoral. A região sudeste do Brasil foi a que primeiro recebeu
Metrópoles planejadas, como Curitiba, Belo Horizon- esses avanços, por esse motivo, atraiu investimentos e
te e Teresina contribuíram, da mesma forma, para a con- mão-de-obra, e, consequentemente, se tornando a re-
siderável proporção entre o número de habitantes e de gião mais povoada do país. Essa concentração de pes-
pessoas por km2. Nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, soas na região sudeste foi intensa até o final da década
respectivamente. de 1950, quando a urbanização progrediu de tal forma,
Pontos de baixa densidade demográfica, com até 1 levando as pessoas a deixarem suas casas, na zona rural,
habitante/km² estão concentrados em estados das re- para trabalharem nas grandes metrópoles.
giões centro-oeste, norte, sudoeste mineiro, interior do O cenário começou a mudar nos anos 1960, com a
nordeste e os pampas sulinos, no Rio Grande do Sul. construção da capital do país, no centro-oeste, e com
A reduzida densidade demográfica em algumas re-
a industrialização da região. As melhores condições de
giões se explica pelas circunstâncias naturais, como áreas
vida estavam nas cidades, que, ao oferecerem sanea-
de vasta proteção florestal, reservas indígenas, unidades
mento básico e saúde pública, tinham reduzidas taxas de
de conservação ou terras vinculadas à produtividade ru-
ral. mortalidade. As condições urbanas, como o acesso da
Os estados mais populosos são: São Paulo, com 41,2 mulher ao mercado de trabalho, e a invenção da pílula
milhões de habitantes; Minas Gerais, com 19,5 milhões; anticoncepcional reduziram os índices de natalidade. Por
Rio de Janeiro, com 15,9 milhões. outro lado, os progressos da medicina no tratamento de
Os estados com menor população são: Roraima, com doenças contribuíram para a diminuição dos índices de
451,2 mil habitantes; Amapá, com 668,6 mil e Acre, com mortalidade.
732,7 mil. É possível constatar que a dinamismo na demografia
do Brasil refletiu-se por grandes mudanças ao longo das
décadas mais recentes. Uma dessas mudanças diz respei-
EXERCÍCIOS COMENTADOS to à redução nos índices de crescimentos populacionais,
observados já nas décadas anteriores aos anos 1970. Nas
1. (CRMV-AC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – zonas urbanas e rurais, a taxa de fecundidade também
QUADRIX – 2018) As duas primeiras décadas do século sofreu uma intensa e rápida redução.
XXI confirmam uma característica marcante da contem- Assim, motivada pelas mudanças nas taxas de morta-
poraneidade: a rapidez com que se processam as trans- lidade e de fecundidade, o curso o curso da população
formações em todos os níveis. Da economia à política, brasileira já está traçado, ainda que estejamos no início
da cultura aos esportes, das relações internacionais aos da primeira metade do século XXI, tanto no que diz res-
aspectos sociais, tudo se transforma com impressionante peito à sua composição etária, quanto pelo seu volume.
ATUALIDADES

rapidez. Na base dessas mudanças, situa‐se a extraordi- A principal mudança está na constituição etária, que,
nária revolução científico‐tecnológica, autêntico suporte antes representada pela estrutura de pirâmide, de base
da revolução industrial em curso há mais de duzentos maior e topo menor, em que as populações mais jovens
anos. A partir dessas informações e considerando o atual se sobrepunham, em número, aos mais velhos, passa a
cenário mundial, julgue o item que se segue. ser representada com maior proporção.

2
Isso quer dizer que a população jovem, cada vez mais, no regime geral de previdência social, nos termos da
vai se reduzir, enquanto as pessoas com idade a partir lei, obedecidas as seguintes condições:   I  -  35 anos de
dos 65 anos, contribuirão para o aumento da taxa popu- contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se
lacional de idosos em cerca de 2% a 4%. De acordo com mulher; II - 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de
estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) , a idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para
população de idosos no Brasil passará de 3,1%, em 1970, os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que
para 19%, até 2050. exerçam suas atividades em regime de economia fami-
Assim como ocorre com todas as nações que passam liar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
por esse processo, a nova composição etária da popu- pescador artesanal. 
lação brasileira exigirá a administração e superação de
desafios, caso contrário, as próximas décadas serão de 7. O clima brasileiro
grandes dificuldades para todos.
O déficit da providência tem impactos diretos nas Por conta da localização e da vasta dimensão, o Brasil
aposentadorias dos idosos, cujas rendas constituem, desenvolve diversos climas se manfestam ao longo de
muitas vezes, o principal suprimento das famílias. O go- toda a sua extensão territorial. Os climas predominates
verno, no entanto, tem encontrado dificuldades para fa- do Brasil são equatorial, tropical, semiárido, tropical de
zer cumprir os direitos previdenciários de seus cidadãos. altitude, tropical atlântico e subtropical.
O clima equatorial abrange toda a a região Amazô-
nica, área compreendida pela região Norte e alguns tre-
EXERCÍCIOS COMENTADOS chos do Maranhão e do Mato Grosso. A média de tem-
peratura verificada ao ano é elevada, e varia entre 250C
2. (DPE-RJ – TÉCNICO SUPERIOR – FGV – 2019) Sobre e 27 °C. A umidade do ar também é elevada, devido à
a previdência social e suas principais reformas a partir da chuvas, que ocorrem durante todo o ano.
Constituição da República de 1988, é correto afirmar que: Tropical é o clima predominante nas regiões Nordes-
te, Centro-Oeste, Sudeste, e, algumas ocasiõs do ano, em
A. a reforma trazida pela Emenda Constitucional nº 20,
alguns trechos da região Norte. A média de temperatura
de 15 de dezembro de 1998, trouxe o fim da aposen-
varia entre 18 °C e 28 °C. O inverno é seco e as chuvas
tadoria com proventos integrais para os servidores
predominamdurante todo o verão.
que ingressaram no serviço público após o advento O clima semiárido abrange o interior nordestino. É
dessa Emenda caracterizado por altas temperaturas, em média, 270C e
B. a Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de pela escasses de chuvas, sendo seco a maiorparte do ano.
2003, também estabeleceu critérios para o cálculo e a Essas condições não desfavorecem a produção agrícola,
correção dos proventos da aposentadoria por invali- e a ausência de reservatórios de água, que popderiam ser
dez dos servidores públicos que ingressaram no s e r - viabilizados por políticas públicas, agravam a situação e
viço público até a data da publicação daquela Emenda impedem, por definitivo, o desenvolvimento da região.
Constitucional
C. o fator previdenciário – uma fórmula matemática apli-
cada sobre o salário para definir o valor do benefício EXERCÍCIOS COMENTADOS
que leva em conta a idade do trabalhador, além do
tempo de contribuição, foi uma regra implantada a 3. (SETRABES – AGENTE SÓCIO-ORIENTADOR – URR
partir da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de de- – 2018) O Planeta pede água. “A má gestão e o descui-
zembro de 2003, para desestimular a aposentadoria do com as fontes naturais estão na gênese de uma das
precoce marcas de nosso tempo, a permanente crise hídrica e a
D.a Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de inaceitável imundície dos oceanos. O quadro é dramáti-
1998, tem entre suas principais mudanças o estabele- co, mas ainda há tempo para uma reversão.” Foi nesse
cimento da aposentadoria por tempo de contribuição preocupante cenário que entre os dias 18 e 23 de março
e não mais por tempo de serviço, exigindo-se, assim, de 2018, aconteceu a oitava edição do Fórum Mundial
trinta e cinco anos de contribuição do homem, e trinta, da Água, realizado pela primeira vez na América do Sul.
da mulher Assinale abaixo a alternativa que indica em qual país e
E. as reformas adotadas durante os dois governos do cidade foi realizado este Fórum.
presidente Lula focaram em grande maioria em mu-
danças na iniciativa privada A. Equador – Quito
B. Argentina – Buenos Aires
Resposta: Letra D. Conforme a Emenda Constitucio- C. Brasil – Brasília
nal 20/98, artigo 201 da Constituição Federal de 88, a D. Colômbia – Bogotá
previdência social deve ser estruturada como regime E. Brasil – Rio de Janeiro
ATUALIDADES

geral, de caráter contributivo e de filiação compulsó-


ria, a partir da observação de métodos de equilíbrio Resposta: Letra C. Com A Eco 92 e a Rio+20, este
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: foi a 3 vez que o Brasil sediou um importante fórum
relacionado ao meio ambiente
Art. 201 da CF|88 § 7º É assegurada aposentadoria

3
O ESTADO DO PARÁ principal atividade econômica.
Os mais diversos tipos de lavoura, como de cana-de
O Pará é um dos estados da região Norte do Brasil, e açúcar, café, cacau tabaco e arroz já eram cultivados na
é o segundo maior estado do país, em termos de exten- região, durante o século XVIII. Nesse período, todo o ter-
são territorial – apenas o Amazonas o ultrapassa nesse ritório era constituído por duas principais capitanias, a do
aspecto. Maranhão e a do Grão-Pará. A criação de gado também
Belém é a capital do Pará, mas o estado conta com era amplamente praticada nesses locais.
outras cidades importantes na sua esfera e na esfera na- Uma das figuras mais importantes para o estado pa-
cional, como Ananindeua, Abaetetuba, Bragança, Santa- raense é Marques de Pombal, que foi o principal respon-
rém, Castanhal, Itaituba, Marituba e Marabá. sável pelo progresso da região, pois atraiu investimentos,
Conforme dados do último censo do IBGE, a popula- famílias nobres para colonizar a região, bem como pro-
ção total do estado do Pará, é de 7.581.051 habitantes, fissionais das áreas da ciência, engenharia e arquitetura.
que, distribuídos em seus 143 municípios, conferem ao Assim, na primeira metade do século XIX, Belém já
estado uma baixa densidade demográfica, de cerca de 6 tinha se tornado um consolidado núcleo urbano.
habitantes por km². Essa população apresenta uma am- Conflitos civis marcaram o desenvolvimento do esta-
pla miscigenação, sendo formada por negros, europeus, do. A Revolução Constitucionalista do Porto, em 1821, e a
asiáticos, indígenas e ribeirinhos. revolta popular conhecida como Cabanagem, que, tendo
As estatísticas da FUNAI (Fundação Nacional do Ín- seu início na cidade de Belém, em 1835, estendeu-se por
dio) indicam uma ampla concentração indígena nas ter- todo o território amazônico por 5 anos.
ras do estado do Pará. Uma população de mais de 27 mil Com o fim do governo de Marquês de Pombal, a
índios encontra-se distribuída pelo território paraense, região passou por um longo período de recessão, que
organizando suas 31 etnias, em cerca de 298 aldeias. O só teve fim com a chegada do ciclo da borracha, já nos
território do Pará também abriga os povoamentos ne- anos de 1890. Foi uma fase de grande progresso para a
gros, formados por descendentes de tribos quilombolas. indústria e o comércio da região, e a reputação de cen-
As terras que compreendem o estado do Pará são tro universal do comércio de borracha foi desfrutava pela
formadas pela planície amazônica, no lado norte, e por cidade de Belém.
pequenas depressões e planaltos. A Ilha de Marajó é uma Uma nova crise econômica teve início com a deca-
de suas planícies alagáveis. Ao Oeste, apresenta-se a flo- dência da atividade seringueira. Somente dos anos 1960,
resta Amazônica, e ao leste, existem as áreas desmata- com a desenvolvimento da agricultura no trecho sul do
das, os pastos. O pico mais alto é a Serra do Acari, que estado, que a economia do Pará foi retomada. Em 1970, a
atinge 1906 metros de altitude. extração de minerais, como ouro na Serra Pelada e ferro
Os rios mais importantes para o estado são: Amazo- na Serra dos Carajás, também contribui para a retomada
nas, Pará, Tapajós, Jari, Xingu, Tromberas e Tocantins. da economia paraenese.
Os mangues são predominantes na vegetação litorâ-
nea do Pará, e ao Sul, encontra-se a vegetação é cons- A CAPITAL BELÉM
tituída pela mata atlântica da floresta Amazônica. Com
clima equatorial, a média de temperatura ao ano é de A capital do estado do Pará é um dos maiores centros
270C, com chuvas durante todo o ano. históricos do país, e se destaca também pelo amplo po-
tencial portuário. Sua extensão territorial é de 1 059,458
1. História do Estado do Pará km², estando localizada a 10 metros acima do nível do
mar.
Os nativos da região onde se estabeleceu o Estado do Localizada na extremidade do nordeste da Amazônia,
Pará eram indígenas de diversas tribos, como Uaianas e a cidade de Belém tem sua atmosfera altamente afetada
Caiapós. Com a colonização, essas tribos foram dizima- pela maior floreta tropical do mundo: seu clima intensa-
das, dando lugar ao povoamento formado por europeus mente tropical faz com que a cidade seja a capital com
– em sua grande parte, provenientes Inglaterra e da Ho- maiores índices pluviosos do país.
landa, que imigravam em busca de especiarias. Conforme dados divulgados pelo IBGE, a população
Belém, a capital do estado, teve seu início como Santa do município de Belém é a maior do estado, totalizando
Maria de Belém no ano de 1616, quando foi erguido, no 1.485.732 habitantes. É o12º município mais populoso
local, o Forte do Presépio. O objetivo dos portugueses do Brasil. No que se refere ao IDH (índice de desenvol-
era oficializar a propriedade daquelas terras. vimento Humano), ocupa a 22ª posição de um total de
O intuito dos portugueses não se limitava apenas, à 27 capitais.
posse das terras amazônicas: havia interesses econômi- No que diz respeito a economia, política e cultura, Be-
cos a partir da exploração da diversidade biológica da lém é uma importante metrópole, que exerce influência
região. Obviamente, as tomadas de posses das terras sobre as demais cidades do Pará, e também dos estados
não ocorreram de forma pacífica: além dos massacres e vizinhos, como Maranhão e Amapá.
escravização de indígenas, os portugueses tiveram que A história da cidade de Belém, é marcada por fases de
enfrentar os ingleses e os holandeses, que já povoavam prosperidade. Fundada em 1616 pelos portugueses que
ATUALIDADES

a região. queriam consolidar seu poderio sobre as terras paraen-


Diferentemente do que ocorria ao longo de todo a ses, Belém, ao longo desses 400 anos, passou desfrutou
colônia portuguesa, em que a principal atividade era a de momentos como o ciclo da borracha, na primeira me-
monocultura, na região do Pará o modo extrativista era a tade do século XX, e também sofreu influência dos imi-

4
grantes europeus em seus costumes e sua arquitetura. mente o Hino e passou as tropas em revista. Às 17h01,
Esta, apesar do passar do tempo e todo o avanço tec- após subir a rampa do Planalto acompanhado da primei-
nológico e econômico da região, conserva suas igrejas e ra-dama, Michelle, do vice, Hamilton Mourão e da mu-
casarões característicos da era colonial. lher dele, Paula, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial
das mãos do agora ex-presidente Michel Temer (MDB).
1. Região Metropolitana de Belém
Fonte:
A região Metropolitana de Belém compreende os
municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Maritu- https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/01/bol-
ba, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará e Casta- sonaro-posse-presidente.htm
nhal. No total, são 2.381.661 habitantes, de acordo com
o IBGE. A região é um dos maiores aglomerados urbanos
MP de Bolsonaro reorganiza ministério e dá supe-
do norte do país, sendo a sua 11ª maior região metro-
restrutura a Moro e Guedes
politana.
Abaetetuba e Barcarena, cidades vizinhas a Belém,
sofrem interferência direta da capital, mesmo tendo uma Nas primeiras horas de seu governo, o presidente
população de dimensão considerável (acima de 100 mil Jair Bolsonaro (PSL) publicou três atos nesta terça-feira
habitantes) (01/01/19): uma medida provisória que determina a es-
Os municípios que estão localizado em atém um raio trutura do novo governo e um decreto que estabelece o
de 60 Km de distância da capital, fazem parte do chama- novo valor do salário mínimo (R$ 998) e a nomeação de
do “Entorno de Belém”. Juntos, esses municípios contam 21 dos 22 ministros do novo governo. A medida provi-
um uma população aproximada de 3 milhões de pessoas. sória publicada em edição extraordinária do Diário Oficial
“estabelece a organização básica dos órgãos da Presi-
Fontes: dência da República e dos Ministérios”, oficializando fu-
sões, extinções e transferências de órgãos e a criação da
Brasil Escola. Disponível em: <brasilescola.uol.com. superestrutura das pastas comandadas por Sergio Moro
br>. Acessado em 26/02/2020 (Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia).
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. De acordo com a medida, os seguintes órgãos inte-
Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/ gram a Presidência da República: Casa Civil, secretaria de
itaguai/>. Acessado em 26/02/2020 Governo, secretaria-geral, o gabinete pessoal do presi-
Portal da Prefeitura Municipal de Belém. Disponível dente, o gabinete de Segurança Institucional e a Autori-
em:<www.belem.pa.gov.br>. Acessado em 26/02/2020 dade Nacional de Proteção de Dados Pessoais. Também
Slide Share. Aspectos gerais do Brasil Disponível em: integram a Presidência da República, mas como órgãos
<https://pt.slideshare.net/.>Acessado em 26/02/2020 de assessoramento, o Conselho de Governo, o Conselho
Nacional de Política Energética, o Conselho do Programa
de Parcerias de Investimentos da Presidência da Repú-
DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E RELE- blica, o Advogado-Geral da União e a assessoria especial
VANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: do presidente. A Presidência também conta com dois ór-
ECONOMIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, TEC- gãos de consulta: o Conselho da República e o Conselho
NOLOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES INTERNA- de Defesa Nacional.
CIONAIS, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁ- Os ministérios são 16: Agricultura, Pecuária e Abas-
VEL, SEGURANÇA, ARTES E LITERATURA E tecimento; Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovações e
SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS; FATOS Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; Eco-
DA ATUALIDADE: LOCAIS E NACIONAIS nomia; Educação; Infraestrutura; Justiça e Segurança Pú-
blica; Meio Ambiente; Minas e Energia; Mulher, Família e
Direitos Humanos; Relações Exteriores; Saúde; Turismo; e
POLÍTICA a Controladoria-Geral da União. De acordo com a nova
organização, também possuem o status de ministros de
Posse de Jair Messias Bolsonaro Estado o chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
ca; o chefe da Secretaria de Governo da Presidência da
Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63, tomou posse como República; o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
o 38º presidente do Brasil às 15h15 desta terça-feira República; o chefe do Gabinete de Segurança Institucio-
(1º/01/19), em cerimônia no Congresso Nacional, para nal da Presidência da República; o advogado-geral da
o mandato entre 2019 e 2022. Emocionado, ele acom- União; e o presidente do Banco Central.
panhou a execução do Hino Nacional antes de fazer o
juramento constitucional e assinar o termo de posse. Fonte:
ATUALIDADES

Em seguida, fez seu primeiro discurso no novo cargo. Às


16h35, teve início o cerimonial rumo ao Palácio do Pla- https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noti-
nalto. Após descer a rampa do Congresso ao lado dos cias/2019/01/01/bolsonaro-moro-guedes-ministerio-
presidentes do Senado, Eunicio Oliveira (MDB-CE), e da -governo-medida-provisoria-primeiro-ato.htm
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro ouviu nova-

5
Flávio Bolsonaro: entenda as suspeitas e o que o A nota do Palácio do Planalto lembra que em janeiro
senador eleito diz sobre elas foi assinada a medida provisória para combater fraudes
na Previdência. O texto altera regras de concessão de
Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o se- benefícios, como auxílio-reclusão, pensão por morte e
nador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se tornou o cen- aposentadoria rural. Além disso, prevê a revisão de uma
tro das atenções da família depois que veio à tona, em série de benefícios e “processos com suspeitas de irregu-
dezembro de 2018, um relatório do Coaf (Conselho de laridades” concedidos pelo Instituto Nacional de Seguri-
Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério dade Social (INSS). Segundo o governo federal, a MP vai
da Fazenda, sobre movimentação financeiras atípicas fei- gerar uma economia de R$ 9,8 bilhões nos primeiros 12
tas por seu então assessor parlamentar, Fabricio Queiroz. meses de vigência.
Além disso, Flávio também é investigado por ter ocu-
pado um cargo comissionado na Câmara dos Deputados Fonte:
enquanto fazia estágio e faculdade no Rio.
Já no dia 22 de janeiro, uma nova operação do MP http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noti-
contra 13 suspeitos de envolvimento com milícias trou- cia/2019-01/presidencia-divulga-balanco-de-acoes-do-
xe novamente o nome o nome do primogênito de Jair -primeiro-mes-de-governo
Bolsonaro aos holofotes: Flávio Bolsonaro empregou em
seu gabinete parentes do ex-capitão da PM Adriano Ma- Populistas anunciam aliança europeia de extrema
galhães da Nóbrega, acusado de comandar milícias no direita
Rio de Janeiro.
Os partidos populistas de direita Alternativa para a
Caso Queiroz Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anunciaram nesta se-
gunda-feira (08/04/19) que pretendem formar um novo
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras bloco no Parlamento Europeu junto com outras legendas
(Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que atua eurocéticas e de extrema direita.
na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, pro- O novo grupo deve se chamar Aliança Europeia de
duziu um relatório de inteligência financeira que sinali- Pessoas e Nações (EAPN), afirmou Jörg Meuthen, um dos
za movimentações atípicas de diversas pessoas ligadas líderes da AfD, em coletiva de imprensa ao lado do líder
à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre da Liga, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro
elas, Fabricio Queiroz, um policial militar aposentado que italiano, Matteo Salvini, em Milão.
foi motorista e segurança de Flávio Bolsonaro e é amigo Meuthen, que também é o principal candidato da AfD
do presidente Jair Bolsonaro desde os anos 1980. para as eleições europeias de maio deste ano, afirmou
A investigação do Ministério Público Federal, um des- que o encontro em Milão foi um “sinal de partida para
dobramento da Operação Lava Jato, buscava identificar algo novo”. Ele viajou à Itália a convite de Salvini, que
movimentações suspeitas que poderiam estar relaciona- também lançou sua campanha para o Parlamento Euro-
das a pagamento de propina a deputados em troca de peu.
apoio ao governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro. Meuthen enfatizou que, no futuro, os nacionalistas de
direita não estariam mais fragmentados, mas unidos. O
Fonte: desejo do grupo é promover a concessão de mais pode-
res aos Estados-membros e reduzir a influência de Bru-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/25/ xelas.
flavio-bolsonaro-entenda-quais-sao-as-suspeitas-e-o- “Queremos reformar a União Europeia (UE) e o Par-
-que-o-senador-eleito-diz-sobre-elas.htm lamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mu-
danças radicais”, disse Meuthen.
Presidência divulga balanço de ações do primeiro Líderes dos direitistas Partido Popular Dinamarquês
mês de governo e Finns, da Finlândia, também participaram do encon-
tro organizado por Salvini. A Rassemblement National
O governo federal divulgou hoje (31/1/19) o balanço (Agrupamento ou Comício Nacional, a antiga Frente Na-
de um mês de trabalho. Em uma nota, divulgada pela cional), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade da
assessoria da Presidência da República, foram destaca- Áustria também devem se juntar à EAPN, embora não
das 15 ações. Dentre elas, a proposta de reforma da Pre- tenham participado da reunião desta segunda-feira.
vidência que, segundo integrantes do governo federal, “A ideia é deixar de ter uma Europa centralizada e co-
está em fase final de elaboração e será apresentada no mum para todos, mas devolver o poder aos parlamentos
Congresso em fevereiro. nacionais para criar uma cooperação honesta entre Es-
A reforma da Previdência será destaque também da tados iguais e abandonar a perigosa utopia dos Estados
ATUALIDADES

mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso unidos da Europa”, disse Marco Zanni, porta-voz de as-
Nacional, que será lida no próximo dia 4/2/19. Nela, o suntos estrangeiros da Liga, à agência de notícias alemã
presidente ressaltará a necessidade de mudar o sistema DPA.
atual. Meuthen defendeu uma “proteção poderosa” das
fronteiras externas da UE e a supressão da “migração ile-

6
gal”. fiscal. O executivo não declarou mais de 5 bilhões de ie-
Na Itália, o discurso de Salvini contra a imigração ile- nes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento
gal e o lema de “primeiro os italianos” seduziu eleitores. como presidente na Nissan. As fraudes fiscais ocorreram
Agora, ele quer conquistar com a suas ideias também as entre 2010 e 2015.
instituições europeias. A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Po-
“Fazemos parte de famílias políticas distintas, mas o rém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm
importante é que estamos promovendo alianças, esta- parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma
mos trabalhando para tornar realidade um novo sonho fusão. (...)
europeu, ainda que para alguns em Bruxelas isso seja um Na prática, elas dividem conhecimentos em engenha-
pesadelo”, afirmou Salvini. ria, pesquisa e desenvolvimento, partes da produção e
Atualmente, há três grupos de extrema direita e eu- têm investimentos comuns. Isso resulta em menos gas-
rocéticos no Parlamento Europeu: o Europa da Liberdade tos para ambas, uma bandeira de Ghosn, que chegou a
e da Democracia Direta, da AfD; os Conservadores e Re- ser apelidado de “cost-killer” (“cortador de custos”) na
formadores Europeus, que incluem o Partido Lei e Justiça Nissan.
(PiS), da Polônia; e o Europa das Nações e da Liberdade,
da Liga e de Le Pen. Fonte:
(Fonte:https://www.dw.com/pt-br/populistas-
-anunciam-alian%C3%A7a-europeia-de-extrema-direi- :https://g1.globo.com/carros/noticia/2018/11/21/re-
ta/a-48253448) nault-nissan-mitsubishi-conheca-a-alianca-criada-pelo-
-brasileiro-carlos-ghosn.ghtml
STF proíbe privatização de estatais sem aval do
Congresso, mas permite venda de subsidiárias Ministério da Economia reduziu 2,9 mil cargos em
comissão
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quin-
ta-feira (6/6/19) que o governo federal não pode vender A fusão de quatro antigos ministérios – Fazenda; Pla-
estatais sem aval do Congresso Nacional e sem licitação nejamento; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e par-
quando a transação implicar perda de controle acionário. te da estrutura do Trabalho – gerou a redução de 2,9 mil
Na terceira sessão de julgamento do tema, a maioria cargos. O novo quadro dos cargos em comissão e das
dos magistrados da Suprema Corte permitiu vendas sem funções de confiança entrou em vigor hoje (30/01/19).
autorização do parlamento somente para as empresas A economia em dinheiro não foi informada. Os fun-
estatais subsidiárias. A decisão também vale para gover- cionários serão dispensados amanhã (31/01/19). De
nos estaduais e prefeituras. acordo com a pasta, foi necessário um período de transi-
Uma empresa subsidiária é uma espécie de subdivi- ção em janeiro para não demitir todos os comissionados
são de uma companhia, encarregada de tarefas especí- de uma vez e afetar a continuidade do ministério.
ficas no mesmo ramo de atividades da “empresa-mãe”. Nos últimos 28 dias, o Ministério da Economia ado-
A Petrobras, por exemplo, tem 36 subsidiárias, como a tou medidas para alocar os servidores dentro da nova
Transpetro e a BR Distribuidora; a Eletrobras, 30; e o Ban- estrutura, publicar os atos de nomeação e definir a cor-
co do Brasil, 16. respondência entre as funções dos órgãos extintos e do
O governo federal tem, segundo o Ministério da Eco- novo ministério.
nomia, 134 estatais, das quais 88 são subsidiárias. A adequação dos espaços físicos está em andamento
e levará vários meses. Segundo o Ministério da Econo-
Fonte: mia, os servidores deverão permanecer no local onde
desempenham suas funções. Pela nova estrutura, a pasta
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/st- funciona em cinco prédios da Esplanada dos Ministérios.
f-julgamento-privatizacao-estatais.ghtml Segundo o Ministério da Economia, a fusão permitiu
a redução de 243 cargos de Direção e Assessoramento
ECONOMIA Superior (DAS), 389 funções comissionadas do Poder
Executivo (FCPE) e mais 2.355 funções gratificadas, tota-
Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança cria- lizando 2.987 cargos extintos.
da pelo brasileiro Carlos Ghosn Agora, o Ministério da Economia tem 3.612 cargos
comissionados distribuídos da seguinte forma: 1.569
A repercussão mundial da prisão do brasileiro Carlos cargos de DAS e 2.043 Funções Comissionadas do Poder
Ghosn está muito ligada ao fato de ele ser o homem de Executivo (FCPE). Essas últimas só podem ser ocupadas
frente não só da Nissan, onde é membro do conselho, por servidores concursados.
mas de 3 grandes montadoras, comandando a chamada Ao todo, sete Secretarias Especiais compõem o pri-
ATUALIDADES

Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. meiro escalão do ministério: Fazenda; Receita Federal;


Juntas, elas venderam 10,6 milhões de carros no mun- Previdência e Trabalho; Comércio Exterior e Assuntos
do em 2017, reivindicando o posto de número 1 sobre o Internacionais; Desestatização e Desinvestimento; Pro-
grupo Volkswagen. dutividade, Emprego e Competitividade; e Desburocra-
Ghosn foi preso sob suspeita de sonegação e fraude tização, Gestão e Governo Digital, além da Procuradoria-

7
-Geral da Fazenda Nacional.
Cada uma das Secretarias Especiais tem pelo menos
duas secretarias, como a Secretaria de Previdência e a
Secretaria de Trabalho, que integram da Secretaria Espe-
cial de Previdência e Trabalho. Responsável por herdar as
atividades do antigo Ministério da Fazenda e parte das
atividades dos antigos Ministérios do Planejamento e do
Trabalho, a Secretaria Especial de Fazenda tornou-se a
divisão com mais órgãos, com quatro secretarias, cinco
subsecretarias e dois departamentos.
Entre as atribuições do Ministério da Economia, estão
a administração financeira e a contabilidade pública, a
desburocratização, a gestão e o governo digital, a fiscali-
zação e o controle do comércio exterior, a previdência e
as negociações econômicas e financeiras com governos,
organismos multilaterais e agências governamentais.

Fonte:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
cia/2019-01/ministerio-da-economia-reduziu-29-mil-
-cargos-em-comissao

Governo informa que neste ano não haverá horá-


rio de verão

O porta-voz da Presidência da República, Otávio


Rêgo Barros, informou nesta sexta-feira (5/4/19) que não
haverá horário de verão neste ano. Fonte:
Inicialmente, Rêgo Barros disse que o governo havia
decidido acabar com o horário de verão. De acordo com https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/
o porta-voz, o Ministério de Minas e Energia fez uma governo-anuncia-fim-do-horario-de-verao.ghtml
pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram
o fim do horário de verão. Desemprego cresce em 14 das 27 unidades da fe-
Pouco depois de Otávio Rêgo Barros informar a de- deração no 1º trimestre, diz IBGE
cisão do governo, Bolsonaro publicou uma mensagem
sobre o assunto em uma rede social: O desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da fe-
“Após estudos técnicos que apontam para a elimina- deração no 1º trimestre, na comparação com o trimestre
ção dos benefícios por conta de fatores como iluminação anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira
mais eficiente, evolução das posses, aumento do consu- (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
mo de energia e mudança de hábitos da população, de- (IBGE). Nos demais estados, houve estabilidade.
cidimos que não haverá Horário de Verão na temporada A taxa de desemprego média no país nos 3 primeiros
2019/2020.” meses do ano subiu para 12,7%, conforme já divulgado
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o anteriormente pelo órgão.
Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego fo-
por adotar o horário de verão. Segundo os números já ram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre
divulgados, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Gran-
do sol resultou em economia de R$ 835 milhões para os de do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).
consumidores. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em
13,5% e 15,3%, respectivamente.
(Fonte:https://g1.globo.com/economia/noti-
cia/2019/05/16/desemprego-cresce-em-14-das-27-uni-
dades-da-federacao-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml)

Natura anuncia compra da Avon


ATUALIDADES

A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta


quarta-feira (22) a aquisição da Avon, em uma operação
de troca de ações. Segundo a companhia, a operação cria

8
o quarto maior grupo exclusivo de beleza do mundo. em 15%.
A partir da transação, será criada uma nova holding Acusando a China de “tirar proveito dos Estados Uni-
brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura dos em comércio, roubo de propriedade intelectual e
ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais muito mais”, Trump disse que, “devemos equilibrar essa
detentores da Avon terão os demais cerca de 24%. relação comercial muito... Injusta”.
No negócio, o valor da Avon é estimado em US$ 3,7 O conflito acelerado preocupa as empresas america-
bilhões, e o da nova companhia combinada em US$ 11 nas, muitas das quais dependem da China para fornecer
bilhões. Os papéis da Natura Holding serão listados na insumos, produtos e até para a fabricação.
B3, a bolsa brasileira, e terão certificados de ações (ADRs)
negociados na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Os Fonte:
acionistas da Avon terão opção de receber ADRs nego-
ciados na NYSE ou ações listadas na B3. :https://economia.uol.com.br/noticias/
Em comunicado, a Natura informa que a transação afp/2019/08/24/guerra-comercial-entre-eua-e-china-se-
permanece “sujeita às condições finais habituais, incluin- -agrava.htm
do a aprovação tanto pelos acionistas da Natura quanto
da Avon, assim como das autoridades antitruste do Brasil Plano de Ação
e outras jurisdições”. A conclusão da operação é espera-
da para o início de 2020. O secretário especial de Produtividade e Competitivi-
dade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, reforça
Fonte: que, desde que assumiu a Secretaria, trabalha para colo-
car em prática um plano de ataque aos problemas que
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/ impedem o crescimento econômico do Brasil.
natura-anuncia-compra-da-avon.ghtml “Nosso planejamento estratégico inclui metas ambi-
ciosas, baseadas em indicadores globais de desempenho
Brasil fica isolado no Brics por posições sobre Ve- ancorados no GCI e desdobradas em planos alinhados
nezuela e comércio com os desafios que temos a enfrentar”, afirma. A meta
para 2022 é chegar ao 50º lugar, por meio de ações que
A situação na Venezuela e a reforma da Organização estão sendo desenvolvidas.
Mundial do Comércio estão aprofundando o racha den- Para Da Costa, o Brasil ainda tem muito a melhorar.
tro dos Brics e ameaçam a reunião do grupo que se reali- “Em relação aos Estados Unidos, nossa produtividade
zará em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro. vem caindo desde 1980 e hoje representa aproximada-
O placar entre os Brics é de 4 a 1 no tema Venezuela: mente 25% da americana. O baixo progresso na produ-
China, Rússia, África do Sul e Índia têm posição oposta à tividade brasileira levou à queda do país nos rankings
do Brasil, que se alinhou aos EUA. de competitividade global. Ainda estamos distantes dos
Nenhum dos quatro países reconhece como legítimo países da OCDE (Organização para Cooperação e Desen-
o governo do autodeclarado presidente interino Juan volvimento Econômico). Os estudos internacionais con-
Guaidó, ao contrário do Brasil, e todos se opõem a qual- vergem sobre os principais gargalos da produtividade no
quer tipo de intervenção externa. Brasil, e estamos trabalhando para atacá-los um a um”,
complementa.
Fonte:
Fonte:
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essen-
cial/brasil-fica-isolado-no-brics-por-posicoes-sobre-ve- http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
nezuela-e-comercio/ sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
nomico-mundial
Guerra comercial entre EUA e China se agrava
Brasil sobe no ranking de competitividade do Fó-
Pequim, 24 Ago 2019 (AFP) - O presidente dos Es- rum Econômico Mundial
tados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta sexta-feira às
novas tarifas anunciadas por Pequim contra produtos O Brasil subiu um degrau no ranking do Fórum Eco-
americanos elevando a taxação sobre bens chineses, nômico Mundial que avalia a competitividade de 141
ampliando a guerra comercial que ameaça a economia países. Avançamos da 72ª posição (2018) para a 71ª co-
global. Trump criticou a “relação comercial injusta” e dis- locação na lista de 2019. O Global Competitiveness Index
se que “a China não deveria ter colocado novas tarifas (GCI) foi divulgado, nesta quarta-feira (9/10/19), pelo Fó-
sobre 75 bilhões de dólares de produtos americanos” por rum Econômico Mundial. Singapura foi apontado como
ATUALIDADES

motivação política. O presidente decidiu elevar a tarifa de o país mais competitivo do mundo, à frente dos Estados
25% sobre 250 bilhões em produtos chineses para 30%, Unidos e de Hong Kong. Os últimos lugares ficaram com
a partir de 1º de outubro. E as tarifas sobre 300 bilhões República Democrática do Congo, Yemen e Chade.
de dólares em produtos que devem entrar em vigor em Os melhores resultados do Brasil foram nos pilares
1º de setembro e que eram de 10%, agora serão fixadas de infraestrutura, dinamismo de negócios e mercado de

9
trabalho. Em infraestrutura, o país passou para o 78º lu- cia/2019-12/numero-de-empresas-abertas-no-pais-
gar, avançando três pontos em relação a 2018; em dina- -cresce-308-em-outubro
mismo de negócios, subimos da 108ª posição para a 67ª,
principalmente, por causa da redução do tempo para Mercado vê ritmo ainda fraco de crescimento no
abrir um negócio. Outra melhora foi registrada no pilar 3º trimestre, mas projeta PIB melhor em 2020
mercado de trabalho: estávamos em 114º lugar em 2018
e passamos para a 105ª posição em 2019. A economia brasileira manteve a trajetória de recu-
Em capacidade de inovação, permanecemos na 40ª peração no 3º trimestre, mas em ritmo ainda fraco, com
posição, mesmo desempenho do ano passado. E em o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sendo sus-
qualificação, caímos do 94º para o 96º lugar. Já em mer- tentado por um maior consumo das famílias, em meio a
cado de produtos, passamos da 117ª para 124ª coloca- um cenário de juros mais baixos, inflação controlada e
ção. Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e expansão do volume das operações de crédito.
Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), os Levantamento do G1 aponta para uma expectativa
números refletem principalmente dados até 2018, e são de alta entre 0,3% e 0,66% do Produto Interno Bruto
fruto das políticas praticadas por governos anteriores, (PIB) no 3º trimestre, frente aos 3 meses anteriores. Das
que produziram diversos entraves no ambiente de negó- 14 consultorias e instituições financeiras consultadas, 9
cios do País. A Sepec reconhece todos os desafios diag- esperam uma alta entre 0,4% e 0,5%. Os dados oficiais
nosticados nesse ranking, mas traz uma visão de futuro serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
e um plano de trabalho que vão transformar a produtivi- Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3/12/19).
dade e a competitividade do Brasil. Para o resultado de 2019, 7 das 14 ainda estimam um
avanço abaixo 1%, e outras 7 preveem uma alta de 1% ou
Fonte: 1,1%. Portanto, provavelmente abaixo do desempenho
registrado nos 2 anos anteriores. Já para 2012, 12 delas
http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra- projetam um crescimento de, no mínimo, 2%.
sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco- Por conta das possíveis revisões dos resultados an-
nomico-mundial teriores, ainda há dúvidas se o resultado do PIB do 3º
trimestre será maior ou menor que o do 2º trimestre.
Número de empresas abertas no país cresce 30,8% Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Ten-
em outubro dências, a economia apresentou ritmo de crescimento
semelhante ao registrado no 2° trimestre. “A nossa análi-
O número de empresas abertas em outubro deste se é calcada nas projeções para o período tanto na métri-
ano aumentou 30,8%, ante o mesmo período de 2018, ca interanual [0,9% no 3º trimestre ante 1% no 2º trimes-
com o surgimento de 307.443 novos empreendimentos, tre] como margem dessazonalizada [0,3% no 3º trimestre
quase 10 mil por dia, segundo levantamento da Serasa ante 0,4% no 2º trimestre]”, afirma.
Experian. Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agosti-
O acumulado de janeiro a outubro foi de 2,6 milhões, ni, os dados preliminares do 3º trimestre indicam que as
23,1% a mais do que a soma de janeiro a dezembro de bases de comparação já estão se recompondo. “Não dá
2018, quando o volume foi de 2,5 milhões. para soltar rojões, mas é possível comemorar. Portanto,
Segundo os dados, as empresas do setor de serviços o crescimento daqui em diante, ainda que em nível baixo
apresentaram variação de 26,6%, seguidas por indústrias para um país emergente, já é um sinal muito positivo”,
(18,2%) e comércio (13,1%). Até outubro, os microem- afirma.
preendedores individuais representavam 81,5% do total, A avaliação geral é que, independentemente do per-
enquanto 7,2% eram sociedades limitadas e 5,4%, em- centual de crescimento no período de julho a setembro,
presas individuais. a economia brasileira chega na reta final do ano com
“Os novos empreendedores se formalizam para ter perspectivas melhores que as que se tinha nos primei-
mais opções de trabalho em um contexto de geração ros meses do ano, quando parte do mercado chegou a
de emprego formal ainda bastante lento. Adicionalmen- temer inclusive o risco de uma recessão técnica, caracte-
te, alguns setores da economia, como a construção civil rizada por duas retrações trimestrais seguidas.
residencial, estão se tornando mais dinâmicos e podem
buscar profissionais que sejam formalizados para ter Fonte:
mais facilidade na contratação”, disse o economista da
Serasa Experian Luiz Rabi.. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/
Segundo Rabi, outro fator que pode ter impulsiona- mercado-ve-ritmo-ainda-fraco-de-crescimento-no-3o-
do é o aquecimento do mercado típico de fim do ano, -trimestre-mas-projeta-pib-melhor-em-2020.ghtml
quando as pessoas buscam alternativas para aumentar a
ATUALIDADES

renda familiar e acabam abrindo novos negócios.

Fonte:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-

10
SOCIEDADE Segurança Pública) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
A isenção se aplica a turistas que visitem o Brasil por
Ministra de Bolsonaro, Damares aparece vestindo até 90 dias e pode ser prorrogada por outros 90, desde
azul em loja e é questionada por vendedor que a estadia não ultrapasse 180 dias por ano a partir da
primeira entrada no país.
Uma declaração da ministra Damares Alves - de que
meninos devem vestir azul e meninas, a cor rosa - gerou Princípio de reciprocidade
bastante repercussão e resultou em cenas de constran-
gimento para a própria ministra da Família, Mulher e Di- Em janeiro, a BBC News Brasil publicou que o Minis-
reitos Humanos. Damares foi questionada por um ven- tério das Relações Exteriores - historicamente contrário à
dedor ao entrar vestida de azul em uma loja do Brasília liberação unilateral de vistos - havia revisto sua posição
Shopping. sob o comando de Araújo.
A cena repercutiu e também foi compartilhada pela
deputada federal Erika Kokay. “Flagrante! Ministra Dama- Fonte:
res usa azul e se revolta com vendedor que pergunta se
ela é menino ou menina! #cornãotemgênero”, escreveu https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47605005
a parlamentar.
Sarampo causou 142 mil mortes no mundo em
Fonte: 2018, diz OMS

https://www.bol.uol.com.br/entretenimen- Depois de décadas de grandes progressos, a luta


to/2019/01/04/ministra-de-bolsonaro-damares-apare- contra o sarampo está estagnando e o número de mor-
ce-vestindo-azul-em-loja-e-e-questionada-por-vende- tes voltou a aumentar em 2018, de acordo com alerta da
dor.htm Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta
quinta-feira (5). No total, 142 mil pessoas morreram de
Fundadora de site pornô que divulgava vídeos de sarampo no mundo em 2018. A cifra é quatro vezes me-
câmera escondida é presa na Coreia do Sul nor do que em 2000, mas 15% maior do que em 2017. As
crianças representam a maior parte das mortes.
Cofundadora de um dos maiores sites de pornografia O sarampo é um vírus muito contagioso, que pode
da Coreia do Sul, Soranet Song, de 46 anos, foi senten- permanecer em uma área até duas horas depois de que
ciada a quatro anos de prisão, em Seul, por incentivar a uma pessoa infectada tenha falecido. Ressurgiu com epi-
ajudar na distribuição de material pornográfico. demias nos cinco continentes desde 2018, sobretudo, em
Song tinha mais de um milhão de usuários em seu cidades ou vizinhanças com baixos níveis de vacinação.
site e hospedava milhares de vídeos ilegais, muitos fil- Em 2019, quase 12 mil pessoas tiveram sarampo no
mados com câmeras escondidas e compartilhados sem o Brasil, principalmente jovens. Antes considerado um país
consentimento das mulheres retratadas. livre do sarampo, o Brasil perdeu o certificado de elimi-
Mulheres organizaram enormes protestos de rua na nação da doença concedido pela Organização Pan-Ame-
Coreia do Sul, pedindo para que o governo tomasse me- ricana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após re-
didas mais sérias contra a pornografia ilegal. gistrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu
principalmente nos estados de Amazonas e Roraima.
Fonte:
Surtos pelo mundo
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/09/fun-
dadora-de-site-porno-que-divulgava-videos-de-came- As pequenas ilhas da Samoa, no Pacífico Sul, atual-
ra-escondida-e-presa-na-coreia-do-sul.htm mente lutam contra uma epidemia de sarampo. Foram 62
mortes desde outubro, quase todas entre crianças meno-
Por que o Brasil decidiu isentar de visto turistas de res de quatro anos. As autoridades cortaram o acesso
EUA, Japão, Austrália e Canadá ao arquipélago e lançaram uma campanha de vacinação
nesta quinta-feira (05/12/19).
O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira Cinco países concentraram quase metade dos casos
que cidadãos de EUA, Japão, Austrália e Canadá não pre- em 2018: República Democrática do Congo (RDC), Libé-
cisarão mais de vistos para viajar ao Brasil como turistas. ria, Madagascar, Somália e Ucrânia, segundo um informe
A decisão - que rompe o princípio de reciprocidade publicado pelos Centros para o Controle e a Prevenção
adotado historicamente pela diplomacia brasileira - não de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
implica qualquer contrapartida dos países contemplados, Nos países ricos, o sarampo mata pouco, ou nada. Na
ATUALIDADES

que continuarão a exigir vistos para turistas brasileiros. RDC, porém, esse vírus matou o dobro do que o do pe-
O decreto que detalha a medida, publicado em uma rigoso vírus ebola, com mais de 5 mil mortes neste ano.
edição extraordinária do Diário Oficial da União, é assi- O vírus se propaga com facilidade. Israel importou
nado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros Er- uma centena de casos de outros países, como Filipinas e
nesto Araújo (Relações Exteriores), Sérgio Moro (Justiça e Ucrânia. De lá, alguns viajantes infectados transmitiram a

11
doença aos bairros judeus de Nova York e contribuíram Fonte:
para a maior epidemia dos Estados Unidos desde 1992.
https://veja.abril.com.br/mundo/paquistao-ultra-
Fonte: passa-o-brasil-em-lista-de-paises-mais-populosos-do-
-mundo
https://g1.globo.com/bemestar/sarampo/noti-
cia/2019/12/05/sarampo-causou-140-mil-mortes-no- Guia Alimentar Brasileiro poderá ser adaptado
-mundo-em-2018-diz-oms.ghtml para outros países

Paquistão ultrapassa o Brasil em lista de países Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de
mais populosos do mundo 2 Anos, publicação feita pelo Ministério da Saúde com
o intuito de combater a obesidade infantil, poderá ser
Com uma população de 216 milhões de pessoas, o adaptado e usado por outros países que têm o portu-
Paquistão ultrapassou o Brasil e conquistou a posição de guês como língua oficial. A sugestão foi apresentada
quinto país mais populoso do mundo. hoje (13/12/19) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique
Segundo a Projeção de População Mundial da Orga- Mandetta, durante a V Reunião de Ministros da Saúde
nização das Nações Unidas (ONU), atualmente o Brasil – encontro que reúne autoridades da Comunidade dos
tem 211 milhões de pessoas. A perspectiva é de que em Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal.
um ano o país ganhe “apenas” um milhão de pessoas, Lançado este ano, o guia apresenta recomendações e
enquanto o Paquistão deve chegar a 220 milhões de ha- informações sobre alimentação de crianças nos dois pri-
bitantes, consolidando-se no top 5 do ranking. meiros anos de vida.
Nas primeiras posições estão China, Índia, Estados Além de promover saúde, crescimento e desenvolvi-
Unidos e Indonésia. Juntas, as cinco nações somam me- mento a esse público, o guia subsidia família e profissio-
tade de toda a população global, de 7,7 bilhões de pes- nais de saúde em ações de educação alimentar e nutri-
soas. Ainda de acordo com o relatório, mais 2 bilhões cional. Ao mesmo tempo, é um instrumento que ajuda
de indivíduos devem nascer nos próximos vinte anos, na orientação de políticas públicas que visam a apoiar,
apesar da tendência à redução populacional em diversas proteger e promover a saúde das crianças.
regiões. No encontro da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, Mandetta compartilhou a experiência brasi-
Mudança no topo leira e ofereceu ajuda aos demais países integrantes do
grupo, no sentido de elaborar e adaptar guias alimenta-
Além da queda do Brasil, outras mudanças devem res às realidades locais de cada um deles.
acontecer na parte de cima do ranking populacional. De A ideia é promover, já no primeiro trimestre de 2020,
acordo com as estimativas da ONU, por volta de 2027 a oficinas técnicas para apresentar a metodologia adotada
Índia deve superar a China no primeiro lugar, graças às pelo Brasil na elaboração do guia.
medidas de controle de natalidade de Pequim. Instituída em julho de 1996, a CPLP reúne nove Esta-
Os países da África Subsaariana também aumentarão dos membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
suas taxas de natalidade nos próximos anos e a popu- Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
lação na região, uma das mais pobres do mundo, deve Príncipe e Timor-Leste. Juntos, esses países têm 230 mi-
dobrar até 2050. lhões de habitantes distribuídos por quatro continentes.
Já no Brasil, a população passará a encolher a partir (Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti-
de 2049, quando atingirá o ápice de 229.196.000 brasi- cia/2019-12/guia-alimentar-brasileiro-podera-ser-adap-
leiros. A redução se dará de maneira gradual ao longo da tado-para-outros-paises)
segunda metade do século e, em 2100, o Brasil deve ter
180,6 milhões de habitantes — voltando ao patamar do Anvisa decide banir gordura trans até 2023
início dos anos 2000.
O país era o quinto mais populoso do mundo desde A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em oitenta aprovou hoje (17/12/19), por votação unânime, um novo
anos, deve despencar para a 12ª posição, sendo ultra- conjunto de regras que visa banir o uso e o consumo de
passado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do gorduras trans até 2023.
Congo, Tanzânia, Egito e Angola. A nova norma será dividida em 3 etapas. A primeira
Hoje, a taxa de natalidade brasileira é de 1,73 nasci- será a limitação da gordura na produção industrial de
mentos por mulher, valor mais aproximado ao de países óleos refinados. O índice de gordura trans nessa cate-
desenvolvidos, como o Japão, com média de 1,3 filhos. goria de produtos será de, no máximo, 2%. Essa etapa
A taxa paquistanesa, por exemplo, é de 3,48 nasci- tem um prazo de 18 meses de adaptação, e deverá ser
ATUALIDADES

mentos, e a da Índia, apesar da megapopulação, conti- totalmente aplicada até 1º de julho de 2021.
nua em 2,33 filhos por mulher. A data também marca o início da segunda etapa,
mais rigorosa, que limita a 2% a presença de gorduras
trans em todos os gêneros alimentícios. De acordo com
nota publicada pela Anvisa, a medida deverá “ampliar a

12
proteção à saúde, alcançando todos os produtos desti- te, de 28% para 60,7% e de 23,7% para 48,9%.
nados à venda direta aos consumidores”.
A restrição da segunda fase será aplicada até 1º de Fonte:
janeiro de 2023 - período que marca o início da terceira
fase e o banimento total do ingrediente para fins de con- http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
sumo. A gordura trans ainda poderá ser usada para fins cia/2019-11/analise-de-dados-pode-ajudar-melhorar-e-
industriais, mas não como ingrediente final em receitas ducacao-dizem-especialistas
para o consumidor.
Videoprova em Libras do Enem está disponível na
Ácidos graxos trans internet

Presente principalmente em produtos industrializa- A videoprova em Libras do Exame Nacional do Ensino


dos, a gordura trans - ou ácido graxo trans, na nomen- Médio (Enem) deste ano está disponível na internet, na
clatura técnica - é usada para eliminar odores desagra- página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
dáveis e indesejáveis nos produtos finais. A gordura trans cacionais Anísio Teixeira (Inep). Com o material, o partici-
está associada ao aumento do colesterol ruim (LDL) e de- pante que já fez o Enem pode assistir à prova, comparar
gradação do colesterol bom (HDL). os resultados das respostas e conferir o gabarito. Para
Segundo informa a Anvisa, há provas concretas de quem ainda não fez a prova, o material servirá de suporte
que o consumo de gordura trans acima de 1% do va- para os estudos.
lor energético total dos alimentos aumenta o risco de O Inep passou a oferecer a videoprova em Libras em
doenças cardiovasculares. A agência informou ainda que, 2017 como parte da política de inclusão do instituto. Em
em 2010, a média de consumo de gorduras trans pelos 2018, foi lançado o selo Enem em Libras, com todo o
brasileiros em alimentos industrializados girava em torno conteúdo disponível em Língua Brasileira de Sinais. No
de 1,8% - valor considerado perigoso. Segundo a Orga- mesmo ano foi lançada a Plataforma Enem em Libras, na
nização Mundial de Saúde (OMS), a gordura trans foi res- qual a videoprova pode ser acessada em plataforma si-
ponsável por 11,5% das mortes por doenças coronárias milar à adotada na aplicação da prova.
no Brasil naquele ano, o equivalente a 18.576 óbitos em (Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/no-
decorrência do consumo excessivo do óleo. ticia/2019-12/videoprova-em-libras-do-enem-esta-dis-
ponivel-na-internet)
Fonte:
BNCC é “instrumento poderoso” para ensino de
http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti- qualidade, diz educadora
cia/2019-12/anvisa-decide-banir-gordura-trans-a-
te-2023 A diretora do Instituto Reúna, Kátia Smole, disse hoje
(11) que a implementação integral da Base Nacional Co-
EDUCAÇÃO mum Curricular (BNCC) vai permitir, pela primeira vez, a
criação de um sistema coerente de educação no país.
Análise de dados pode ajudar a melhorar educa- Na avaliação da educadora, o ensino de qualidade
ção, dizem especialistas homogênea compreenderia um alinhamento entre currí-
culo, material didático, formações inicial e continuada de
A coleta e a análise de dados se tornaram uma rea- professores e avaliação, independentemente da esfera
lidade não somente na economia, mas em diversas de gestão da escola, ou seja, se é de âmbito municipal,
áreas. Para especialistas, também na educação, esse tipo estadual ou federal.
de prática pode contribuir para identificar problemas e “Nós não vamos ter revolução 4.0, 5.0 se os alunos
orientar a ação de gestores, profissionais e governantes não aprenderem o que é certo, na idade certa”, afirmou
tanto na administração escolar quanto na elaboração de Kátia, que participou hoje do 1º Encontro da Organiza-
políticas públicas. ção dos Estados Ibero-Americanos (OEI) de Políticas Pú-
O tema foi discutido no evento Data Meeting Brazil, blicas de Educação e Cultura, realizado em São Paulo.
realizado em Brasília hoje (26/11/19). A professora de ad- Na opinião da diretora, de nada adianta investir em
ministração da Universidade de São Paulo (USP) Alessan- ações de aceleração de aprendizagem se ainda houver
dra Montini destacou que, atualmente, há muitos dados distorções na assimilação de conteúdos.
disponíveis e o desafio é extrair deles valor para institui- “A base [BNCC] tem, para mim, um valor importan-
ções e benefícios para a sociedade. te porque diz claramente, corajosamente, ainda que nós
Na avaliação do gerente de políticas do movimento possamos ter muitas sugestões de melhoria: há uma
Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o trabalho orienta- progressão de aprendizagem. É necessário que eu passe
ATUALIDADES

do por dados pode ajudar de diversas formas no setor. pela escola e aprenda na escola o que é certo, na idade
A primeira é reconhecendo o que funciona. Entre 2007 e certa, não por sorte, não porque eu peguei um professor
2017, por exemplo, os percentuais de alunos do 5o ano bom, não porque deu certo de eu estar em uma esco-
com aprendizagem satisfatória em língua portuguesa e la privilegiada, mas porque é direito. É direito. Eu posso
matemática mais que dobraram, saindo, respectivamen- saber mais do que está aí [previsto na BNCC], mas eu

13
não posso saber menos”, disse Katia, que foi secretária dos docentes. “O bullying é o ponto de partida para di-
de Educação Básica do Ministério da Educação, durante versas violências”, disse a presidente do sindicato.
o governo Michel Temer. Outro ponto da pesquisa mostra que 95% da popu-
“Por sorte, eu tive professores que fizeram a diferen- lação de SP, 98% dos estudantes e 99% dos professores
ça. Eu não queria que dependesse da sorte”, destacou. afirmam que o governo estadual deveria dar mais condi-
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada ções de segurança às escolas.
pelo Brasil em 2017 para o ensino infantil e fundamental Opinião semelhante tem a população do país: 93%
e, em 2018, para o ensino médio, define o mínimo que dos brasileiros acreditam que o governo estadual deveria
os estudantes devem aprender a cada etapa de ensino. A dar mais condições de segurança as escolas, revelou o
BNCC prevê ainda que, em todo o período escolar, além estudo.
de capacidades acadêmicas, sejam desenvolvidas habili- A percepção da violência pelos professores aumen-
dades socioemocionais. A partir da Base, as redes públi- tou nos últimos anos: 71% dos estudantes e 71% dos
cas de ensino e as escolas privadas devem elaborar os professores perceberam o aumento este ano. Em 2017,
currículos que serão implementados nas salas de aula. Os a percepção era de 72% para os estudantes e 61% para
novos currículos estão em fase de elaboração. os professores. Em 2014, a taxa era menor: 70% e 57%
respectivamente.
Obstáculos da carreira docente Entre a população, a grande maioria (77%) soube de
algum caso recente de violência em escolas públicas. No
O secretário de Educação do estado de São Paulo, estado de São Paulo, essa percepção atinge 79% da po-
Rossieli Soares, destacou a importância da valorização pulação. “A violência passa a fazer parte do território da
dos professores da rede pública de ensino. aprendizagem, é essa a realidade das escolas”, lamentou
Um dos problemas, segundo ele, é a forma como a Meirelles.
progressão salarial da categoria está estruturada, além
da remuneração inicial baixa. Para o educador, porém, a Crise e cortes na educação
questão transcende tal aspecto, passando também pela
condição de trabalho a que são submetidos, que estaria Para a população, saúde e educação são áreas que
fazendo com que percam “o brilho no olhar” quanto à deveriam ser poupadas de cortes mesmo em períodos
profissão. de crise. Para 45% dos entrevistados, a saúde vem em
Um levantamento sistematizado pelo Interdisciplina- primeiro lugar e não deveria sofrer cortes. Em seguida,
ridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com figuram educação, criminalidade, violência e geração de
base nos dados do Programa Internacional de Avaliação empregos.
de Alunos (Pisa) de 2015, revelou que apenas 3,3% dos
estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professo- Fonte:
res. Se a opção for pela docência na educação básica, o
percentual cai para 2,4%. http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
cia/2019-12/violencia-contra-professores-e-alunos-
Fonte: -cresce-na-rede-publica-paulista

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti- Cursos à distância superam presenciais em nota


cia/2019-12/bncc-e-instrumento-poderoso-para-ensi- máxima
no-de-qualidade-diz-educadora
O percentual de cursos de ensino a distância (EaD)
Violência contra professores e alunos cresce na com nota máxima superou o de presenciais em avaliação
rede pública paulista do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
nais Anísio Teixeira (Inep), que mede a qualidade do en-
Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva sino superior.
e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Es- Os dados são do indicador ao Conceito Preliminar de
tado de São Paulo (Apeoesp) revela que 54% dos pro- Curso (CPC), referentes a 2018, e foram divulgados hoje
fessores já sofreram algum tipo de violência nas escolas. (12/12/19) pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educa-
Em 2017, o percentual era 51% e, em 2014, 44%. Entre ção (MEC).
os estudantes, 37% declararam ter sofrido violência (em Ao todo, 2,7% dos cursos EaD obtiveram conceito
2014 eram 38%, e 2017, 39%). 5, enquanto apenas 1,6% dos presenciais alcançaram
Em 2019, 81% dos estudantes e 90% dos professores o mesmo patamar. O CPC classifica os cursos em uma
souberam de casos de violência em suas escolas esta- escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos
duais no último ano. Ocorrências mais frequentes de vio- cursos. Aqueles que tiveram um desempenho menor que
ATUALIDADES

lência nas escolas estaduais envolveram bullying, agres- a maioria recebe conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram de-
são verbal, agressão física e vandalismo. sempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5.
Entre os estudantes, há mais casos de bullying, cita- Ainda considerando as modalidades de ensino, mais
dos por 62% deles e, entre os professores, as ocorrências cursos distância (94,5%) obtiveram conceito superior a
mais frequentes são de agressão verbal, citada por 83% 3: 94,5%. Entre os cursos presenciais, 86,7% obtiveram

14
conceitos entre 3 e 5. Na relação de cursos com pior de- e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996),
sempenho, o CPC 2018 apurou uma maior participação e está orientado pelos princípios éticos, políticos e esté-
da modalidade presencial. Enquanto 0,4% de cursos pre- ticos que visam à formação humana integral e à cons-
senciais conseguiram conceito 1, o percentual do EaD foi trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
de 0%. Já os cursos com nota 2 representam 5,5% na como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacio-
modalidade EaD e 9,5% entre os presenciais. nais da Educação Básica (DCN).
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essen-
Fonte: ciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti- gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os
cia/2019-12/cursos-distancia-superam-presenciais-em- direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
-nota-maxima Na BNCC, competência é definida como a mobiliza-
ção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), ha-
Mais quatro universidades portuguesas vão usar bilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitu-
Enem para selecionar alunos des e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
Quatro novas instituições de ensino superior de Por- do trabalho.
tugal assinaram acordo para usar as notas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de se- Fonte:
lecionar estudantes para seus cursos de graduação. As
Universidades de Coimbra e do Algarve, que foram as http://basenacionalcomum.mec.gov.br
primeiras a firmar parceria para usar o exame, também
renovaram os convênios com o Instituto Nacional de Es- TECNOLOGIA
tudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao
Ministério da Educação (MEC). DNA de fósseis do Brasil desafia teorias de ‘desco-
Ao todo são 41 instituições portuguesas que usam o berta’ da América
Enem. Entre as quatro novas, três têm sede em Lisboa –
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), a Universidade Todos os indígenas que vivem ou já viveram nas Amé-
Autônoma de Lisboa (UAL) e o Instituto Politécnico da ricas descendem de uma única população que chegou ao
Lusofonia (Ipluso). A quarta nova instituição conveniada Novo Mundo vinda do leste asiático, através do estreito
é a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha de Bering, há cerca de 20 mil anos. A conclusão, de um
Portuguesa, em Oliveira de Azeméis. trabalho de uma equipe internacional de 72 arqueólogos
O programa de convênio com as instituições portu- e geneticistas - entre os quais 17 brasileiros -, refuta as
guesas completou cinco anos em maio de 2019. As duas teorias mais discutidas ou aceitas até hoje sobre o po-
primeiras instituições a assinar o acordo, em 2014, a Uni- voamento do continente posteriormente “descoberto”
versidade de Coimbra e a Universidade do Algarve, reno- por Cristóvão Colombo.
varam o convênio. Assinado por pesquisadores das universidades de São
Ao celebrar o acordo, a instituição passa a ter acesso Paulo (USP) e Harvard, dos Estados Unidos, e do Instituto
facilitado, junto ao Inep, aos resultados dos estudantes Max Planck, da Alemanha, o artigo científico foi publica-
que buscam vaga em seus cursos. Cada instituição define do nesta quinta-feira na prestigiosa revista científica Cell.
as regras e os pesos para uso das notas. Para chegar às conclusões, os autores se basearam
na análise do DNA fóssil de 49 esqueletos provenientes
Fonte: de 15 sítios arqueológicos, dos quais dois na Argentina
(11 esqueletos com idades entre 8,9 mil e 6,6 mil anos),
https://exame.abril.com.br/mundo/mais-quatro-uni- um em Belize (três, de 9,4 mil a 7,3 mil anos), quatro no
versidades-portuguesas-vao-usar-enem-para-selecio- Brasil (15, de 10,1 mil a 1 mil anos), três no Chile (cinco,
nar-alunos/ de 11,1 mil a 540 anos) e sete no Peru (15, de 10,1 mil a
730 anos).
BNCC Dos esqueletos brasileiros, sete, com cerca de 9,6 mil
anos, foram escavados no sítio arqueológicos Lapa do
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um Santo, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais; cinco,
documento de caráter normativo que define o conjun- com idade em torno de 2 mil anos, no sambaqui Jabu-
to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais ticabeira 2, em Santa Catarina; e dois, de 6,7 mil anos, e
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das um, com 5,8 mil anos, nos sambaquis fluviais Laranjal e
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a Moraes, respectivamente, localizados no Vale do Ribeira
ATUALIDADES

que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem no estado de São Paulo.


e desenvolvimento, em conformidade com o que precei-
tua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento
normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar,
tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes

15
Fonte: Estados Unidos. A jovem, que é de Osório, no Rio Grande
do Sul, também poderá batizar um asteroide com seu
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/dna-de- nome por conta do resultado.
-fosseis-do-brasil-desafia-teorias-de-descoberta-da- Em seu projeto, Juliana utiliza casca da macadâmia
-america,d35d470f5700c8d641e78af6bba8c4b7cjdn- para alimentar microorganismos responsáveis por pro-
b19b.html duzir membranas que podem ser utilizadas em várias si-
tuações, como para fabricar embalagens biodegradáveis.
Foto de um buraco negro é revelada pela primeira Ela também está investigando como aplicar essa pesqui-
vez na história sa na área de saúde, utilizando a membrana como cura-
tivos após a realização de cirurgias.
A primeira imagem de um buraco negro foi revelada O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciên-
nesta quarta-feira, 10/04/19, pela Fundação Nacional de cias e Engenharia (FEBRACE), organizada pela Universida-
Ciências (National Science Foundation, em inglês). A sur- de de São Paulo (USP), em março de 2019, quando foi se-
preendente foto é resultado do trabalho de uma rede de lecionado para a Intel ISEF. Nos Estados Unidos, a jovem
telescópios, o projeto Event Horizon Telescope. teve a oportunidade de conhecer o trabalho científicos
A imagem disponibilizada mostra um buraco negro de 1,8 mil jovens pesquisadores de 80 países.
no centro da enorme galáxia Messier 87, localizada no Realizada desde 1950, a Intel ISELF é considerada a
aglomerado vizinho de Virgem, a 5 milhões de anos-luz maior feira de ciências do mundo para os estudantes que
da Terra. A região escura da foto é, na realidade, a som- ainda estão no Ensino Médio. Além do prêmio de US$ 3
bra do buraco negro. O buraco negro fotografado é 6,5 mil, Estradioto terá a honra de batizar um asteroide com
bilhões de vezes mais massivo que o Sol. o seu sobrenome.
Até então, os astrônomos não tinham conseguido Juliana pretende ingressar na graduação na área de
captar precisamente a imagem de um buraco negro. Biologia — e, um dia, trazer um Prêmio Nobel para o
Eram conhecidas apenas ilustrações, concepções artísti- Brasil. Além disso, ela afirma que deseja ajudar na divul-
cas e simulações. Mas por que levou-se tanto tempo? A gação científica e trabalhar com outros jovens. “Um dos
razão principal é que eles são fenômenos invisíveis — maiores ensinamentos que aprendi é espalhar essa lição
com a força da gravidade exercendo uma pressão que de fazer a ciência”.
nada escapa ao seu redor: incluindo a radiação eletro-
magnética. Fonte:
“Se você quiser tirar uma foto de algo que se recusa
a ser fotografado, como um buraco negro, você precisa https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noti-
construir um tipo especial de telescópio. Então, conec- cia/2019/05/brasileira-ganha-1-lugar-na-feira-de-cien-
tamos radiotelescópios ao redor do globo, os sincroni- cias-da-intel-maior-do-mundo.html
zamos com relógios atômicos e todos eles olham para o
mesmo buraco negro ao mesmo tempo”, explicou She- Cientista brasileira cria “caneta” que detecta cân-
perd Doeleman, diretor assistente para observação na cer durante cirurgia
Black Hole Initiative.
A importância do anúncio foi explicada na conferên- Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma
cia internacional, acompanhada ao vivo por diversos paí- espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em
ses. Segundo um dos porta-vozes, a imagem do buraco poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em
negro é resultado do trabalho em equipe de centenas de Química pela Universidade Estadual de Campinas (Uni-
cientistas e pesquisadores ao redor do mundo — envol- camp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um labo-
veram-se no projeto oito telescópios e profissionais de ratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin,
20 países —, além de ter sido fruto do sonho de Albert nos Estados Unidos.
Einstein, há 100 anos. Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de
um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido hu-
Fonte: mano e apontar, no material analisado, a presença de
células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/no- teve resultados promissores ao ser usada na análise de
ticia/2019/04/foto-de-um-buraco-negro-e-revelada-pe- 800 amostras de tecido humano.
la-primeira-vez-na-historia.html A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA,
para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil
Brasileira ganha 1º lugar na feira de ciências da nesta semana para apresentar os achados de sua pes-
Intel, a maior do mundo quisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, pro-
movido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na
ATUALIDADES

Com apenas 18 anos, Juliana Estradioto já conta com cidade de São Paulo.
um currículo acadêmico de dar orgulho. Agora, ela ga- Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comu-
nhou o primeiro lugar na categoria Ciência dos Materiais nidade científica ao ser uma das personalidades selecio-
na premiação da Intel ISELF (International Science and nadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fun-
Engineering Fair) 2019, realizada no dia 17 de maio, nos dação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e

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destinada a profissionais com atuação destacada e criati- var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”.
va em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres-
de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista. pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick,
A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pes- que cresceu na zona rural de Hertfordshire.
quisadores usa uma técnica de análise química para dar “Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”,
essa mesma resposta que um patologista daria. “A cane- disse ele.
ta tem um reservatório preenchido com água. Quando “Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dis- para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
solvem em água e são transportadas para um espectrô- do para motoristas de entrega.”
metro de massa, equipamento que caracteriza a amostra Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
como cancerosa ou não”, explica a cientista. volviam também a tentativa de fazer com que as bandas
Essa caracterização da amostra em maligna ou não se encontrassem em entradas específicas dos locais de
pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equi- apresentação, também alimentaram sua frustração.
pamentos de análise química, técnicas de inteligência ar- “Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
tificial para que a máquina “responda” se as células são latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.
tumorais. “Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo
Para isso, foram usadas, na criação do modelo, cen- muito mais amigável? Eu estava falando com um mate-
tenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio mático e descobrimos que havia combinações suficientes
de suas características, “ensinam” a máquina a identificar de três palavras para cada local do mundo.”
tecido tumoral. Na verdade, 40 mil palavras foram suficientes.
A empresa começou em 2013 e agora emprega mais
Fonte: de cem pessoas em sua base em Royal Oak, oeste de
Londres.
https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-brasilei-
ra-cria-caneta-que-detecta-cancer-durante-cirurgia Serviços de emergência e guias de viagem

What3words: como um aplicativo usa três pala- A Mongólia adotou as palavras-chave para seu ser-
vras para salvar vidas viço postal, e o guia de viagens Lonely Planet sobre o
país fornece endereços de três palavras para pontos tu-
A polícia britânica pediu a todos que façam o down- rísticos.
load do aplicativo what3words para celular porque, se- A Mercedes Benz também incluiu o sistema em seus
gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa carros, e o what3words está sendo usado agora em 35
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona? idiomas. O Airbnb também usa as três palavras para lo-
“Chutado. Convergido. Futebol” calizar imóveis oferecidos na plataforma.
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo Segundo Lee Wilkes, gerente do Cornwall Fire and
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando Rescue Service, um dos 35 serviços de emergência ingle-
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi- ses e galeses que assinaram o sistema, o aplicativo “eli-
da na Inglaterra. O grupo havia planejado uma trilha cir- mina toda a ambiguidade sobre onde precisamos estar”.
cular de 8 km na Hamsterley Forest, de quase 20 km², O sistema pode ajudar também a combater incêndios
no condado de Durham, na noite de domingo, mas os em grandes extensões rurais, por exemplo, disse Wilkes.
amigos se perderam depois de três horas. “Em vez de dizer ‘encontrem-se no portão e depois
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de sejam orientados de lá’, podemos ser absolutamente es-
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível. pecíficos sobre onde a nossa equipe precisa chegar”, dis-
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir se Wilkes. “Eu simplesmente não consigo ver uma des-
para não chorar.” vantagem (no sistema).”
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com Caso as pessoas perdidas não tenham o aplicativo
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência. instalado, os serviços de emergência poderão enviar uma
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis- mensagem de texto contendo um link da web para seus
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual telefones.
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley. Essa alternativa exigiria um sinal de celular. No Bra-
Quando o CEP ou o GPS não dão conta sil, a operadora com maior cobertura 3G do país, a Vivo,
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta atende a 4.471 dos 4.635 municípios do país, seguida por
para um local muito específico. Tim (3.195), Claro (3.966) e Oi (1.644), segundo dados da
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri- consultoria Teleco.
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com Mas o what3words não precisa dessa conexão de da-
ATUALIDADES

um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea- dos para determinar a localização de três palavras.
toriamente. “Digamos que um membro de um grupo se feriu em
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por uma montanha e não pode se locomover. Eles não têm
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode sinal de celular para pedir ajuda, mas podem anotar as
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le- três palavras e avisar as equipes de resgate assim que

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conseguirem sinal e determinar exatamente onde está a dutividade que costuma ser o dobro da produtividade do
pessoa ferida”, disse Sheldrick. restante do mundo”, explica Elbia.
Foi o caso da polícia do Condado inglês de South
Yorkshire, que usou as três palavras para encontrar um Fonte:
homem de 65 anos que ficou preso depois de cair em um
aterro em Sheffield. https://www.em.com.br/app/noticia/econo-
O Serviço de Bombeiros e Resgate de outro condado, mia/2018/02/26/internas_economia,940112/brasil-ocu-
North Yorkshire, encontrou uma mulher que havia batido pa-8-lugar-no-ranking-mundial-de-producao-de-ener-
o carro, mas não sabia onde estava. gia-eolica.shtml
E a polícia do Condado inglês de Humberside con-
seguiu resolver rapidamente um crime em curso envol- Produção de energia eólica no Brasil se equipara
vendo reféns depois que uma vítima conseguiu dizer aos a de Itaipu
policiais exatamente onde ela estava detida.
“Essa foi uma situação crítica e ser capaz de usar um A produção de energia eólica no Brasil atingiu a mar-
endereço de três palavras significava que os policiais po- ca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os
deriam chegar lá muito mais rápido, resgatar o refém e dados referentes à medição de setembro foram divulga-
prender um homem”, disse Sheldrick. dos nesta segunda-feira, 5, pela Associação Brasileira de
Energia Eólica (Abeeólica) e mostram que o total da pro-
Fonte: dução dessa matriz energética é equivalente a mesma
capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49353306 do Brasil.
No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em
ENERGIA 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em
12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a
Brasil ocupa oitavo lugar no ranking mundial de maior parte da produção. O Rio Grande do Norte apare-
produção de energia eólica ce em primeiro lugar com 146 parques e 3.949,3 mega-
watts (MW) de potência. Em seguida vem a Bahia, com
e vento em popa. Este é o ritmo do crescimento da 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em
energia eólica no Brasil. Os investimentos no setor co- terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques
meçaram por volta de 2005 e, menos de 10 anos após instalados.
o primeiro leilão da energia dos ventos no país (realiza- “A fonte eólica tem mostrado um crescimento con-
do em 2009), o Brasil atingiu na semana passada a po- sistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os
tência instalada 13 gigawatts (GW), quase a mesma da 14 GW de agora, completamente conectados à rede de
Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Segundo dia da série do transmissão. Em média, a energia gerada por estas eóli-
Estado de Minas sobre energias limpas mostra como o cas equivale atualmente ao consumo residencial médio
Brasil passou a ocupar o oitavo lugar no ranking mundial de cerca de 26 milhões de habitações [80 milhões de
da produção de energia, divulgado pelo Global World pessoas]”, informou a associação.
Energy Council (GWEC), superando países desenvolvidos De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com
como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema
anos, pois, até 2012, estava em 15º. Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nor-
Com mais 500 parques eólicos em operação, o país deste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam
tem uma produtividade bem acima da média mundial, se- 70% da energia produzida na região.
gundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeo- “O dado mais recente de recorde da região é do dia
lica). O crescimento sustentável e os sucessivos recordes 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da
de geração levaram esse tipo de energia a abastecer 11% demanda foi atendida pela energia eólica, com geração
do país, em setembro de 2017. Sua importância é maior média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médios] e
no Nordeste, onde, em alguns meses do ano, ela garan- fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma
te 60% do abastecimento. Lá estão os três estados que máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda
lideram o ranking da produção eólica nacional: Rio Gran- e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar tam-
de do Norte (3,7GW); Bahia (2,5GW) e Ceará (1,9GW). O bém que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador
quarto colocado é o Rio Grande do Sul, com 1,8GW. de energia durante todo dia, uma realidade totalmente
Os avanços do país no setor se devem diretamente oposta ao histórico do submercado que é por natureza
à boa qualidade dos ventos do Nordeste e do Rio Gran- importador de energia”, disse a Abeeólica.
de do Sul, segundo a presidente da Abeeólica. “O Bra- (Fonte: https://www.fiern.org.br/producao-de-ener-
sil conseguiu trazer novas tecnologias desenvolvidas lá gia-eolica-no-brasil-se-equipara-de-itaipu/)
ATUALIDADES

fora para serem aplicadas aqui. Ao trazer a tecnologia da


energia eólica, percebemos que o Brasil tem uma grande
particularidade: o país tem os melhores ventos do mun-
do para gerar energia. Os aerogeradores no Brasil –prin-
cipalmente no Nordeste e no Sul do país – têm uma pro-

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Governo seguirá com privatização da Eletrobras e mundo: o MAX-IV, na Suécia.
reformas em energia, diz ministro No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equi-
pamentos de 2ª geração, em funcionamento há 30 anos.
O novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento (Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/
Albuquerque, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro noticia/2019/11/22/sirius-primeira-volta-de-eletrons-
levará adiante propostas de desestatização da Eletro- -no-acelerador-principal-demonstra-funcionalidade-de-
brase de reformas no setor de energia apresentadas no -laboratorio.ghtml)
governo de Michel Temer, ao falar durante cerimônia de
transmissão do cargo em Brasília. RELAÇÕES INTERNACIONAIS
O projeto de Temer para a Eletrobras previa a priva-
tização da companhia por meio de uma oferta bilionária Battisti chega à Itália após 37 anos de fuga
de novas ações que diluiria a participação do governo na
elétrica a uma posição minoritária. O terrorista italiano Cesare Battisti, 64, desembarcou
As ações ordinárias da estatal dispararam após a fala por volta das 11h30, do horário local, (8h30 no horário
de Albuquerque, e subiam quase de 16% às 13h26. de Brasília) desta segunda-feira (14/01/19) no aeroporto
“Sempre levando em consideração o interesse pú- de Ciampino, em Roma, após ser entregue na tarde de
blico, se dará prosseguimento ao processo em curso de ontem às autoridades italianas no aeroporto de Viru Viru,
capitalização da Eletrobras”, afirmou o ministro em seu em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Battisti deixou a
discurso, sem detalhar. Itália após fugir da prisão, em 1981, e nunca mais retor-
Ele também disse que pretende avançar com uma re- nou ao país. Ele foi capturado no sábado (12/01/19) por
forma da regulamentação do setor elétrico que chegou agentes bolivianos em parceria com italianos após fugir
a ser apoiada por Temer e continuar com mudanças nas do Brasil, onde era buscado pela PF (Polícia Federal).
regras para exploração de campos de petróleo, incluindo Considerado terrorista pelas autoridades brasileiras e
na região do pré-sal. italianas, Battisti foi condenado pelo assassinato de qua-
“Modernizaremos o modelo do setor elétrico, preser- tro pessoas na década de 1970, quando integrava o gru-
vando a segurança energética e priorizando a racionali- po Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das
dade econômica”, apontou Albuquerque. Brigadas Vermelhas.Em 1991, a sentença foi confirmada
“No setor de óleo e gás, aprimoraremos a Lei da Parti- pela Corte Suprema italiana (Cassazione).
lha da Produção, de modo a proporcionar maior compe- Após fugir da Itália na década de 1980, Battisti se es-
titividade no ambiente de exploração e produção, maior condeu em Paris e logo depois foi para o México. Depois
pluralidade de investidores, menor custo de transação de 10 anos em território mexicano, ele voltou a fugir para
para a União e, consequentemente, mais investimentos e a França onde viveu por 15 anos sob proteção do Eliseu,
retornos econômicos e sociais”, acrescentou. mas teve que deixar o país com a mudança de governo.
Em 2004 fugiu para o Brasil e viveu foragido até ser pre-
Fonte: so em Copacabana, em 2007. Foi solto em 2011, após o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negar a extra-
https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noti- dição e conceder-lhe o status de refugiado político. Em
cia/2019/01/governo-seguira-com-privatizacao-da-ele- 2017 voltou a ser preso, desta vez na Bolívia, mas três
trobras-e-reformas-em-energia-diz-ministro.html dias depois estava livre novamente. Após o ex-presiden-
te Michel Temer autorizar a extradição no final do ano
Sirius: primeira volta de elétrons no acelerador passado, voltou a ficar foragido em dezembro do ano
principal demonstra funcionalidade de laboratório passado até ser preso neste sábado, em Santa Cruz de
la Sierra.
Principal projeto de pesquisa científica do governo
federal, o Sirius, em Campinas (SP), registrou um impor- Fonte:
tante avanço nesta sexta-feira (22/11/19). Pesquisadores
concluíram com sucesso a 1ª volta de elétrons no tercei- https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/14/bat-
ro e principal acelerador, demonstrando a funcionalidade tisti-italia-37-anos-fuga.htm
do equipamento.
Diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva clas- Trump firma acordo que acaba com ‘shutdown’
sificou o teste como um “grande marco” e projetou que
as primeiras linhas de luz da estrutura possam realizar O presidente Donald Trump firmou nesta sexta-feira
experimentos no segundo semestre de 2020 - o atraso (25/01/19) um acordo com a oposição democrata para
no orçamento, no entanto, impede a conclusão das 13 reabrir temporariamente o governo federal, paralisado
linhas de pesquisa previstas para o ano que vem. há um recorde de cinco semanas devido à disputa so-
ATUALIDADES

O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª ge- bre o financiamento do muro na fronteira entre Estados
ração, que atua como uma espécie de “raio X superpo- Unidos e México. Trump assinou a lei que prevê o finan-
tente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas ciamento de parte das agências federais até 15 de fe-
de átomos e moléculas. Atualmente, há apenas um la- vereiro, informou o Executivo. “Alcançamos um acordo
boratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no para encerrar o ‘shutdown’ e reabrir o governo federal

19
(...) por três semanas, até 15 de fevereiro”, havia declara- Guaidó desmente maduro
do o presidente. O projeto foi aprovado por unanimida-
de no Senado. Após o anúncio de Maduro, Juan Guaidó publicou
Legisladores e a Casa Branca estavam sob intensa um documento em suas redes sociais dirigido a todas
pressão para resolver o impasse, enquanto centenas de embaixadas presentes na Venezuela afirmando que as
milhares de trabalhadores federais entravam em um se- relações diplomáticas com todos os países do mundo
gundo mês sem pagamentos, e o impasse político come- estão mantidas. “Peço que vocês desconheçam qualquer
çou a atrapalhar alguns dos aeroportos mais movimen- ordem ou disposição que contradiga o firme propósito
tados do país. do poder legislativo da Venezuela”, afirmou. Relatos da
imprensa afirmam que há uma ordem de prisão contra
Fonte: Guaidó, que já foi preso brevemente há cerca de duas
semanas.
www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/26/trump-fir-
ma-acordo-que-acaba-com-hutdown.htm Fonte:

Incêndio consome catedral de Notre-Dame de Paris https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/23/ma-


duro-rompe-com-os-eua-e-diz-que-nao-deixara-presi-
Na noite desta segunda-feira (15/04/19), os bombei- dencia-da-venezuela.html
ros já haviam controlado quase todo o fogo na catedral
mais conhecida e visitada de todo o planeta. Mas os Índia encerra eleição que deve reeleger Narendra
danos na Notre-Dame, em Paris, são incalculáveis. Um Modi
desastre de proporções gigantescas para o patrimônio
cultural e arquitetônico da humanidade. Indianos foram às urnas neste domingo (19/05) para
Os parisienses e turistas testemunharam atônitos a a sétima e última fase das eleições gerais no país. Pesqui-
queda do ponto mais alto da catedral, conhecido como sas de boca de urna indicam vitória do Partido do Povo
flecha. O incêndio começou uma hora antes, perto das Indiano (BJP), legenda nacionalista hindu do primeiro-
19h no horário local – 14h no Brasil. -ministro Narendra Modi.
Fiéis que participavam de uma missa abandonaram O pleito, o maior do mundo com um eleitorado de
a catedral. Rapidamente, as chamas no prédio de mais 902 milhões de pessoas, teve início em 11 de abril. A con-
de 850 anos podiam ser vistas de quase toda a capital tagem de votos das sete fases das eleições está prevista
francesa. As imagens se espalharam pelas redes sociais. para a próxima quinta-feira, 23 de maio, e os resultados
A polícia disse que a estrutura principal foi salva. As só devem ser conhecidos na quinta ou na sexta-feira.
estátuas de bronze foram removidas na semana passada Modi enfrentou críticas no início da campanha por ter
para as obras. falhado em criar mais empregos e pelos baixos preços
O Ministério Público já abriu uma investigação para agrícolas, e tanto analistas quanto políticos disseram que
apurar as causas do incêndio. O presidente francês can- a disputa eleitoral estava ficando acirrada, com o prin-
celou um pronunciamento que faria na TV e foi até o cipal partido de oposição, Congresso Nacional Indiano,
local conversar com bombeiros. ganhando território.
O primeiro-ministro fez campanha entre sua base na-
Fonte: cionalista hindu e transformou a disputa em uma briga
por segurança nacional após uma escalada nas tensões
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- com o Paquistão. Ele atacou seu principal adversário por
cia/2019/04/15/incendio-consome-catedral-de-notre- ser “frouxo” com relação ao arqui-inimigo do país.
-dame-de-paris.ghtml O partido de Modi deve conquistar entre 339 e 365
cadeiras da câmara baixa do Parlamento, composta por
Maduro rompe com EUA, pede lealdade a milita- 545 membros, seguido por 77 a 108 cadeiras para a alian-
res e diz que não sai do poder ça de oposição liderada pelo Congresso Nacional India-
no, mostrou a pesquisa boca de urna India Today Axis.
O aumento da pobreza e a repressão do governo de Na Índia, uma força política precisa somar o apoio de
Nicolás Maduro propiciou uma onda de manifestações uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamen-
na Venezuela pedindo a queda do ditador. O país agora tares, para poder formar governo.
vive a instalação de um governo paralelo, liderado pelo Pesquisas boca de urna, no entanto, têm um histórico
deputado de oposição, Juan Guaidó. controverso em um país com 900 milhões de eleitores
Maduro afirma que não deixará a presidência da Ve- --dos quais cerca de dois terços votaram na eleição de
nezuela e culpa os Estados Unidos por “uma tentativa de sete etapas. As pesquisas frequentemente erraram o nú-
ATUALIDADES

golpe”. Maduro rompeu relações com os EUA e está se mero de cadeiras, mas o resultado, em geral, tem sido
apoiando na força dos militares do país. acertado, disseram analistas.
Com as pesquisas indicando uma vitória da aliança
de Modi, os mercados acionários indianos devem subir
com força na segunda-feira, enquanto também se espera

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que a rupia indiana se fortaleça contra o dólar, de acordo ONU alerta para incorporação de milícia às Forças
com analistas do mercado financeiro. Armadas venezuelanas
Uma vitória clara significaria que Modi poderá realizar
as reformas que investidores esperam o que tornará a A alta comissária da Organização das Nações Uni-
Índia um lugar mais fácil para negócios, disseram eco- das para os Direitos Humanos (ONU), Michelle Bachelet,
nomistas. apresentou hoje (18/12/19) um novo relatório sobre a
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/ situação na Venezuela. Entre os temas abordados estão a
noticia/2019-05/india-encerra-eleicao-que-deve-reele- liberação de presos políticos, a falha no acesso à saúde e
ger-narendra-modi) educação, os altos índices de violência e a preocupação
com uma possível incorporação das milícias às Forças Ar-
Brexit madas nacionais.
A alta comissária da ONU, em sua apresentação hoje,
Brexit é o processo de saída do Reino Unido da União em Bruxelas, demonstrou preocupação com apelos de
Europeia iniciado em 2017 e com previsão para terminar altas autoridades venezuelanas para que continuem a ar-
em 2020. mar as milícias, bem como a apresentação, no Congres-
Em 24 de novembro de 2018, após dois anos de ne- so, de um projeto de lei que fortalece e incorpora esses
gociação, a União Europeia aceitou os termos de retirada grupos às Forças Armadas Nacionais da Bolívia.
apresentado pela então primeira-ministra Theresa May. Bachelet afirmou ainda que membros de sua equi-
No entanto, sem conseguir que seu projeto fosse pe fizeram visitas a nove centros de detenção e entre-
aprovado no Parlamento, May demitiu-se e foi substituí- vistaram, de maneira confidencial, mais de 70 pessoas
da pelo deputado Boris Johnson. privadas de liberdade. Foram detectados 118 casos (109
O Brexit está previsto para 31 de janeiro de 2020. homens e nove mulheres) que requerem uma resposta
urgente por motivos de saúde, atrasos em processos ju-
Aprovação do acordo do Brexit diciais e demora na liberação de pessoas que já cumpri-
ram suas penas.
Após intensas negociações com os 27 países inte- “Destaco a liberação em setembro e outubro de 28
grantes da União Europeia, o Reino Unido conseguiu um pessoas (24 homens e quatro mulheres) privadas de li-
acordo para a saída desse bloco econômico, em 16 de berdade por motivos políticos e exorto as autoridades a
outubro de 2019. liberar incondicionalmente todas as pessoas detidas por
Desta vez, estão garantidas a livre circulação de pes- motivos políticos, incluso militares. Reitero meu pedido
soas e mercadorias entre a fronteira da República da Ir- para que se continue dando cumprimento às orientações
landa e da Irlanda do Norte. No entanto, o novo acordo do grupo de trabalho sobre detenções arbitrárias”, afir-
prevê o fim do status especial para o Reino Unido e o mou Bachelet.
torna um rival. Bachelet relatou atos de assédio, ameaças e deten-
O projeto foi aprovado no Parlamento britânico no ções pelos serviços de inteligência e forças de segurança,
mesmo mês. Porém, os parlamentares não concederam além de outros casos de restrição das liberdades públicas
debater o texto em apenas dois dias e obrigaram ao pri- que “limitam o espaço cívico-democrático”, como a de-
meiro-ministro pedir um adiamento de três meses. tenção de jornalistas.
Como consequência, Johnson teve que pedir novo
adiamento à União Europeia. Desta vez, a data para um Economia
possível Brexit será 31 de janeiro de 2020.
Em relação à situação econômica e social, a alta co-
Referendo sobre o Brexit missária da ONU afirmou que a crise continua afetando
os direitos dos venezuelanos. De acordo com a Comis-
O Brexit tem origem no governo do primeiro-ministro são Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
conservador David Cameron. em 2019, a economia do país sofrerá uma contração de
Para disputar a reeleição, Cameron se aliou ao partido 25,5%, atingindo uma perda acumulada do Produto In-
nacionalista, Partido da Independência do Reino Unido terno Bruto (PIB) de 62,2% desde 2013.
(UKIP, na sigla em inglês). “Embora nos últimos meses tenha havido melhora
Em troca do seu apoio, este partido exigiu a convoca- no suprimento de alimentos, apenas a minoria da po-
ção de um referendo onde os eleitores pudessem esco- pulação com acesso a divisas estrangeiras pode cobrir
lher entre seguir ou sair da União Europeia. regularmente os altos preços dos alimentos devido à hi-
O UKIP argumentava que a União Europeia retirava a perinflação e à dolarização de fato da economia”, relata
soberania do Reino Unido em assuntos econômicos e de Bachellet, acrescentando que o salário mínimo no país
imigração. Por isso, pedia que fosse feito uma consulta à cobre apenas 3,5% da cesta básica.
ATUALIDADES

população sobre a permanência neste bloco econômico. Na apresentação, feita hoje em Bruxelas, Bachelet dis-
(Fonte: https://www.todamateria.com.br/brexit/) se que sua equipe visitou a cidade de Maracaibo, onde
verificou longas filas para comprar combustível, em meio
a prolongados e repetidos cortes de eletricidade, que
também afetam o abastecimento de água. “Os direitos

21
à saúde e educação também foram afetados, principal- contra representantes da oposição, incluindo o presiden-
mente devido à falta de pessoal, infraestrutura precária te da Assembleia Nacional”, afirmou a alta comissária da
e falta de insumos”. ONU.
Segundo Bachelet, durante o mês de novembro, a
Cáritas informou que, nas paróquias mais pobres de 19 Fonte:
estados do país, 11,9% das crianças apresentam sinais de
desnutrição aguda – um aumento de 56% em relação a http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti-
2018 – e que 32,6% têm atrasos de crescimento. A Cári- cia/2019-12/onu-alerta-para-incorporacao-de-milicia-
tas também relatou que 48,5% das gestantes atendidas -forcas-armadas-venezuelanas
apresentam deficiências nutricionais.
China e Rússia pedem à ONU redução de sanções
Violência contra Coreia do Norte

Diante da ausência de dados oficiais atualizados e pú- A China pediu hoje (17/12/19) ao Conselho de Se-
blicos, o Observatório Venezuelano da Violência estimou gurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que
uma taxa de 60,3 homicídios violentos por 100 mil ha- apoie uma proposta sino-russa de reduzir as sanções
bitantes de janeiro a novembro de 2019. Embora tenha contra a Coreia do Norte, desde que o país aceite um
havido uma redução em relação a 2018, o número segue plano de desnuclearização.
sendo um dos mais altos da região. Nas últimas semanas, o governo norte-coreano tem
“Reitero minha preocupação com os níveis de violên- pedido aos Estados Unidos (EUA) que suspenda as san-
cia que nos últimos meses também impactaram os líde- ções impostas e fez um ultimato, ameaçando com um
res políticos locais, como ilustrado pelos assassinatos do “presente de Natal” se Washington não fizer concessões
ex-vereador da oposição Edmundo “Pipo” Rada Angulo em sua posição.
e do ex-governador oficialista Johnny Yáñez Rangel. De O presidente norte-americano, Donald Trump, res-
agosto até hoje, meu escritório documentou alegações pondeu ao ultimato da Coreia do Norte, afirmando que
de supostas execuções extrajudiciais por membros das ficaria “decepcionado se alguma coisa estivesse sendo
Forças de Ações Especiais (Faes), principalmente contra preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer re-
jovens, no contexto de operações de segurança em fa- taliação militar por parte de Pyongyang.
velas.” A proposta apresentada por Pequim e Moscou à ONU
Bachelet afirmou ainda que vê com preocupação al- busca uma solução para o impasse, sugerindo que os
tos índices de violência e a presença de grupos armados EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte
irregulares envolvidos em exploração ilegal de recursos “de acordo com os passos dados por esse país em dire-
naturais. ção à desnuclearização”.
A proposta chega em um momento de tensão entre
Migrações Washington e Pyongyang, com as negociações travadas
desde o fracasso da cúpula entre Donald Trump e o pre-
A Plataforma de Coordenação das Nações Unidas sidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em fevereiro
para Refugiados e Migrantes da Venezuela estima que passado.
4,7 milhões de venezuelanos deixaram o país e projeta “A península coreana atravessa um período impor-
que esse número chegará a 6,5 ​​milhões no final de 2020. tante e sensível. A urgência de um acordo político au-
“Estou preocupada com o aumento da migração ir- mentou ainda mais”, disse o porta-voz do Ministério dos
regular devido, por um lado, às maiores exigências de Negócios Estrangeiros da China.
entrada em alguns países de trânsito e destino, mas tam- A comunidade internacional deve “impedir que a
bém pelas dificuldades que o povo venezuelano enfrenta península volte à tensão e ao confronto”, argumentou
na obtenção de sua documentação de viagem. Recente- o porta-voz chinês, em entrevista coletiva, em que justifi-
mente, as autoridades venezuelanas aumentaram o custo cou o pedido apresentado à ONU.
da emissão de passaportes em 70%, um custo equivalen- Entre outras medidas, o documento sugere a suspen-
te a 54 salários mínimos. O uso de rotas mais perigosas e são da proibição de importação de carvão, de ferro, de
a exposição ao tráfico de pessoas aumentaram”, afirmou. minério de ferro e de têxteis da Coreia do Norte.
China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida
Ano eleitoral que exige que os países recusem trabalhadores norte-
-coreanos que procurem emigrar.
Michelle Bachelet demonstrou preocupação com o O documento pede também a Pyongyang que inicie
processo eleitoral de 2020. “É crucial garantir as liberda- um processo de desnuclearização. O pedido tem sido re-
des públicas que são fundamentais para criar as condi- cusado por Kim Jong-un, alegando que as armas nuclea-
ATUALIDADES

ções necessárias para eleições livres, imparciais, credíveis, res são a única forma de garantir a segurança nacional
transparentes e pacíficas. A esse respeito, estou preocu- contra ataques externos.
pada com a retirada da imunidade de cinco deputados
da oposição, aumentando o total para 30 deputados
privados de imunidade, bem como com atos de assédio

22
Fonte: brasileira.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti- Fonte:
cia/2019-12/china-e-russia-pedem-onu-reducao-de-
-sancoes-contra-coreia-do-norte) https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/
ciencia-e- saude/2019/03/19/interna_ciencia_saude,
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 743808/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao-
-tem-acesso-a-agua-potavel.shtml
Mais da metade da população mundial não tem
acesso à água potável, diz ONU Queimadas e desmatamento na Amazônia aumen-
tam após saída do Exército
Considerado um direito humano pela Organização
das Nações Unidas (ONU), o acesso à água potável e Na Amazônia, as queimadas e o desmatamento vol-
ao saneamento básico está longe de ser uma realidade taram a crescer em novembro, com o fim da atuação das
para mais da metade da população mundial. Segundo o Forças Armadas na região.
Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos A operação de garantia da lei e da ordem, a GLO, na
Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Genebra, fal- região amazônica durou dois meses. Terminou no fim de
ta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, en- outubro. Dez mil soldados combateram quase dois mil
quanto 4,5 bilhões carecem de serviços sanitários. Com o focos de queimadas na floresta
alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave, Em agosto, o Inpe registrou quase 31 mil focos de
devido às mudanças climáticas, o documento, intitulado queimada. Em setembro e outubro, com a GLO, os nú-
Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de meros caíram para 19.900 e depois para 7.800. Agora em
políticas públicas comprometidas a mudar essa situação. novembro, depois da saída dos militares, os focos au-
“Os números falam por eles mesmos. Como o rela- mentaram de novo: 10.200.
tório mostra, se a degradação do ambiente natural e a O mesmo movimento foi registrado com o desmata-
pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais mento. Aumento em agosto, 223%a mais que em agosto
continuarem nas taxas atuais, 45% do Produto Interno de 2018. E com a entrada da GLO o ritmo de crescimento
Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão do desmatamento diminui em setembro e em outubro,
em risco em 2050”, disse, em comunicado de imprensa, mas voltou a aumentar em novembro 40% em relação ao
Gilbert F. Houngbo, presidente da ONU Água e do Fun- mesmo mês de 2018.
do Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). “Os O ministro do Meio Ambiente disse que, para comba-
pobres e as populações marginalizadas serão afetados ter o desmatamento, o governo vai investir no desenvol-
desproporcionalmente, exacerbando mais as desigualda- vimento sustentável.
des já crescentes. O relatório de 2019 fornece evidências
da necessidade de adaptar abordagens, tanto nas políti- Fonte:
cas quanto na prática, e de adereçar às causas da exclu-
são e da desigualdade.” https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti-
Na semana em que se comemora o Dia da Água, cele- cia/2019/11/29/numero-de-queimadas-na-amazonia-
brado na sexta-feira, o trabalho da ONU detalha as múlti- -aumenta-apos-saida-do-exercito.ghtml
plas faces da disparidade ao acesso aos recursos hídricos.
Por exemplo, em países mais pobres, as mulheres estão Acordo de Paris
em desvantagem dentro do grupo dos mais desfavore-
cidos — nesses locais, geralmente cabe a elas andar qui- Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC,
lômetros para coletar água. O relatório mostra que, em em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo
uma escala global, metade das pessoas que toma água central de fortalecer a resposta global à ameaça da mu-
de fontes não seguras vive na África. Na região subsaa- dança do clima e de reforçar a capacidade dos países
riana do continente, somente 24% da população têm para lidar com os impactos decorrentes dessas mudan-
água potável e apenas 28% contam com saneamento ças.
não compartilhado com outras pessoas. O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte
Dentro das cidades, a desigualdade também está da UNFCCC para reduzir emissões de gases de efeito es-
presente. “Na África subsaariana, a maioria da popula- tufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável.
ção tem acesso nas cidades, mas, na periferia urbana, O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento
não acessam nem água nem saneamento”, exemplifica da temperatura média global em bem menos de 2°C aci-
Massimo Lombardo, oficial de Meio Ambiente da Orga- ma dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos ní-
ATUALIDADES

a Cultura (Unesco) no Brasil. Ele esclarece que o relató- veis pré-industriais.


rio não traz informações destacadas por países, mas diz Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de
que alguns dos problemas descritos, como desigualda- pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emis-
des regionais, territoriais e socioeconômicas associadas sões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia
ao acesso à água de qualidade, também são realidade em Nova York, no dia 22 de abril de 2016, abriu o período

23
para assinatura oficial do acordo, pelos países signatá- SEGURANÇA
rios. Este período se encerrou em 21 de abril de 2017.
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os gover- Jovem é assassinado ao defender mãe durante as-
nos se envolveram na construção de seus próprios com- salto a mercado no Rio
promissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribui-
ções Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em O estudante de psicologia Matheus dos Santos Lessa,
inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua 22, morreu na noite do dia 15 ao tentar defender a mãe
contribuição de redução de emissões dos gases de efeito durante um assalto ao mercado da família, no bairro de
estufa, seguindo o que cada governo considera viável a Guaratiba, na zona oeste do Rio.
partir do cenário social e econômico local. Segundo a PM, dois homens chegaram ao local em
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil uma moto e anunciaram o assalto à mãe de Matheus,
concluiu, em 12 de setembro de 2016, o processo de ra- Carla Rodrigues Santos, que estava no caixa do merca-
tificação do Acordo de Paris. No dia 21 de setembro, o do. Ao ver a abordagem, o jovem reagiu, colocou-se na
instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso, frente da mãe e acabou baleado no pescoço e no braço.
as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tor-
naram-se compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla Fonte:
perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou a ser https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/16/jo-
chamada apenas de NDC. vem-morre-ao-defender-mae-durante-assalto-a-merca-
A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emis- do-no-rio.htm
sões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos ní-
veis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa Mídia, violência e segurança pública: Novos as-
subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito pectos da violência e da criminalidade no Brasil
estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para
isso, o país se comprometeu a aumentar a participação Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças
de bioenergia sustentável na sua matriz energética para no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens,
aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar que não fazem parte do mundo da pobreza e da dis-
12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar criminação racial, têm tido participação constante nas
uma participação estimada de 45% de energias renová- ações de violência. No Brasil, são cada vez mais frequen-
veis na composição da matriz energética em 2030. Con- tes as informações que nos chegam sobre atos de violên-
fira os fundamentos para NDC brasileira. cia envolvendo jovens da alta classe média que agridem,
A NDC do Brasil corresponde a uma redução estima- por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais
da em 66% em termos de emissões de gases efeito de do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros
estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em seguimentos que integram um extenso leque de mino-
2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões rias sociais.
em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto, Há muitos questionamentos sobre os elementos que
reduzirá emissões de gases de efeito estufa no contexto motivam os jovens que receberam carinho dos pais, edu-
de um aumento contínuo da população e do PIB, bem cação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de
como da renda per capita, o que confere ambição a essas consumo, a praticar ações de violência.
metas. Para tentar responder este questionamento, uma coi-
No que diz respeito ao financiamento climático, o sa é certa, não podemos deixar de levar em considera-
Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos ção os novos elementos que passaram a atuar no nosso
deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em me- processo de socialização dos anos 80 do século passado
didas de combate à mudança do clima e adaptação, em para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens
países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito do Brasil estão em contato diário com uma série de infor-
do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento mações que incentivam e banalizam a violência.
entre países em desenvolvimento, chamada “cooperação De modo geral, a violência, traduz-se na época atual
Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos pro- por um evento cujas implicações e desdobramentos atin-
jetos. gem, sem distinção, todos os segmentos sociais.
Esse mecanismo exige que os países atualizem con- Conforme relata Moser (1991), a violência é, concei-
tinuamente seus compromissos, permitindo que am- tualmente, um comportamento social, já que pressupõe
pliem suas ambições e aumentem as metas de redução uma relação que envolve pelo menos duas pessoas,
de emissões, evitando qualquer retrocesso. Para tanto, a como a maioria das condutas humanas. É uma intera-
partir do início da vigência do acordo, acontecerão ciclos ção, na medida em que se origina e se efetiva na relação
de revisão desses objetivos de redução de gases de efei- com o outro, o que condiciona e modela nosso compor-
to estufa a cada cinco anos. tamento. Existem, pelo menos, duas pessoas que partici-
ATUALIDADES

pam dessa interação: o agressor e a vítima.


Fonte: De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a
presença do outro. Não há violência sem vítima. Ela en-
https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-na- contra sua origem imediata e se explica com referência
coes-unidas/acordo-de-paris à palavra e aos atos de outrem. Mas, também não existe

24
violência sem um contexto. Um comportamento social comportamento social. A escalada da violência no Brasil
não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando con-
que têm os mesmos valores, expectativas, papéis e re- tornos culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que
gras que definem as relações entre si. a tentativa de compreender tanto a organização da ati-
Sobre a violência contemporânea, vale destacar o vidade social como a natureza de suas relações, nos im-
acentuado processo de banalização da vida humana pro- põe a difícil tarefa científica de interpretar a cultura. Para
vocado pela nossa intensa exposição a cenas televisivas interpretar a cultura é preciso voltar-se para o “universo
violentas. O intenso contato com este tipo de programa- das idéias”: conjunto de experiências, crenças e senti-
ção de TV, associado ao irreversível processo de urba- mentos que dão ordem e significado ao comportamento
nização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta social dos seres humanos.
cada vez mais dos relacionamentos sociais direitos, tem Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos
provocado nas pessoas, em geral, reações de total indife- filhos são personagens de desenhos animados que se
rença em relação às ações violentas alheias. relacionam de forma violenta e intolerante com seus ad-
Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou versários. Qualquer pai que passa uma manhã acompa-
vinte anos no mesmo edifício de apartamentos e, ainda nhando a programação infantil de TV que seu filho assis-
assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta. te semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo
Tudo o que sabemos sobre o mundo e as pessoas nos comprado uma arma de brinquedo para o garoto, ainda
chega através da TV, da Rede mundial de computado- sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe
res ou do telefone. Este processo social que nos torna em poderosas metralhadoras e emitindo sons de rajadas
próximos do ponto de vista físico e distantes do ponto de balas pelos corredores da casa.
de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não Os modernos jogos de videogame, com suas cenas
esbocemos mais nenhuma reação emocional quando que tentam imitar uma suposta realidade, são tão vio-
nos deparamos com a violência praticada contra pessoas lentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade
que não conhecemos. Somente nos chocamos com a de proibir alguns deles: acredita-se que eles incitam a
violência sofrida por seres humanos que compartilham violência e o crime.
do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos Se no passado a violência estava presente no ambien-
pessoais. te sócio-cultural das populações marginalizadas pela po-
Destacando o mesmo problema na sociedade dos breza e, por isso, não era passível de escolha; hoje, os
Estados Unidos da América, recentemente um famoso jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional:
cineasta, produziu dois filmes de curta duração que fo- compra-se um DVD com jogos violentos, e a violência
ram exibidos em diversas vias públicas dos centros ur- – virtual – vai até você. Você pode levar a violência para
banos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a técnica casa e oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos.
de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológi-
do interior de um dos estados tradicionais dos EUA. A co. Os produtores de jogos e programas de TV violentos
retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já apren-
preliminarmente e, a população que assistia a cena, em deram a distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não
total perplexidade, dava as costas à tela que exibia o ima- se pode esquecer é que as pessoas são produtos do seu
ginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos meio: seja ele real ou virtual.
os animais, recusava-se a continuar vendo as imagens. O De todo modo, percebe-se que muito mais que um
segundo mostrava um homem negro sendo baleado – à efeito do velho comércio de drogas alimentado pelo
queima roupa – por um policial após roubar uma cartei- consumo das classes médias urbanas, a violência hoje
ra. As pessoas que assistiam um ser humano perdendo também gera lucros como instrumento de diversão. Ela
a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou
emotiva. Alguns justificavam sua frieza afirmando que o de seres humanos que lutam para gerar diversão a um
coelho não havia roubado ninguém. público sedento para poder acompanhar a banalização
Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar da vida: banalização da vida que produz lucro.
os atos de violência associados a pessoas ou grupos so- Isso é um problema para o Brasil, principalmente
ciais que não habitam o espaço social violento, mas que quando os efeitos deste novo tipo de violência se somam
estão frequentemente expostos aos seus efeitos através aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da
dos instrumentos de mídia. pobreza. De acordo com dados fornecidos por Cerqueira
Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm (2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo
mostrado, de maneira repetida, que há correlação positi- Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre
va em a assistência a filmes violentos e o comportamento os anos de 1995 e 1999, somou mais de 70 bilhões de
agressivo dos pacientes. Na realidade, a carga de violên- reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a
cia a que as crianças estão expostas na televisão está po- este total cerca de 5% ao ano.
ATUALIDADES

sitivamente correlacionada com certos comportamentos


agressivos como discutir, entrar em conflitos com os pais, Fonte:
ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER, 1991).
Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-74/mi-
aos cenários de violência influencia diretamente o nosso dia-violencia-e-seguranca-publica-novos-aspectos-da-

25
-violencia-e-da-criminalidade-no-brasil março, a equipe da SOS Mata Atlântica revisitou a região
até o Alto São Francisco para monitorar sua água.
Coletes amarelos’ protestam na França mesmo Dos 12 pontos analisados, nove estavam com con-
após medidas anunciadas por Emmanuel Macron dição ruim e três regular, o que torna o trecho a partir
do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de
Vários milhares de “coletes amarelos” mobilizaram-se Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias,
pela 24ª vez neste sábado (27/04/19) em diversas cida- no Alto São Francisco, com água imprópria para uso da
des da França, apesar do recente anúncio do presidente população.
Emmanuel Macron de medidas em resposta à crise social A análise apontou que, em alguns trechos, as con-
no país. centrações de ferro, manganês, cromo e cobre, assim
O Ministério do Interior registrou 23.600 manifestan- como o nível de turbidez da água, estavam acima do re-
tes em todo o país, 2.600 dos quais em Paris, onde duas comendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
marchas, também convocadas pela Confederação Geral (Conama).
do Trabalho, começaram pouco depois das 11h. Um de A turbidez é avaliada pela quantidade de partícula
seus alvos foram os canais de televisão, tachados de “mí- sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz
dia mentirosa” por sua cobertura dos protestos. e a fotossíntese, causando a morte da vida aquática (em
Cerca de 2 mil “coletes amarelos” desfilaram em Es- relatório divulgado pelo Portal do Meio Ambiente de Mi-
trasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, cujas nas Gerais, datado do dia 20/02, a Vale teria informado
eleições estão marcadas para dentro de um mês. A mani- que já teriam sido encontrados mais de 1.500 peixes na-
festação, inicialmente calma, cresceu em tensão quando tivos mortos no Paraopeba).
as forças de segurança impediram a massa de seguir em
direção às instituições europeias e responderam com gás Fonte:
lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas.
Em resposta à série de manifestações, numa confe- http://conexaoplaneta.com.br/blog/rio-sao-francis-
rência de imprensa na quinta-feira o presidente francês co-esta-contaminado-com-rejeitos-da-barragem-de-
apresentara um conjunto de medidas visando aumentar -brumadinho
o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte
de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da Sobe o número de mortos por tsunami na Indoné-
previdência social. sia; vulcão ainda está em erupção
Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas
correções da inflação, redução no imposto sobre o ren- O balanço de vítimas do tsunami que atingiu a Indo-
dimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu nésia no último sábado subiu para 373 mortos e mais
que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hos- de 1.400 feridos, anunciou a Agência Nacional de Gestão
pitais sem acordo das autoridades locais. de Desastres nesta segunda-feira (24/12/18). Outras 128
Há mais de cinco meses os “coletes amarelos” saem à pessoas seguem desaparecidas. O tsunami foi provocado
rua todos os sábados sob o pretexto de pedir mais justiça pela erupção do vulcão Anak Krakatoa, que segundo a
social e fiscal, em passeatas em parte entremeadas de agência ainda está em erupção e pode provocar novos
violência, com prédios incendiados, vitrines, estilhaçadas tsunamis.
e lojas saqueadas.
Fonte:
Fonte:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/24/
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/27/ sobe-o-numero-de-mortos-por-tsunami-na-indonesia-
coletes-amarelos-protestam-na-franca-mesmo-apos- -vulcao-ainda-esta-em-erupcao.ghtml
-medidas-anunciadas-por-emmanuel-macron.ghtml
Mangaratiba interdita terminal da Vale e aplica
ECOLOGIA multa de R$ 20 milhões

Rio São Francisco está contaminado com rejeitos A prefeitura de Mangaratiba interditou o terminal da
da barragem de Brumadinho mineradora Vale localizado na Ilha de Guaíba e multou
a empresa em R$ 20 milhões. A interdição ocorreu após
Quase três meses após a tragédia do rompimento da uma vistoria feita na manhã de hoje (31/01/19) pela Se-
barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que cretaria Municipal de Meio Ambiente do município.
matou 210 pessoas e deixou outras 96 ainda considera- A ação contou com engenheiros ambientais, enge-
das desaparecidas, um relatório da Fundação SOS Mata nheiros químicos, técnicos do trabalho, biólogos, Polícia
ATUALIDADES

Atlântica revela que os danos ambientais provocados por Militar, Guarda Municipal, além do prefeito, Alan Costa.
mais um crime da empresa são ainda piores do que os Foram inspecionados cerca de 15 itens e encontradas di-
divulgados até o momento. versas irregularidades.
Segundo a entidade, o rio São Francisco está conta- Segundo a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente
minado com rejeitos de minério. Entre os dias 8 e 14 de solicitou da empresa as licenças ambientais no dia 18 de

26
dezembro de 2018, mas a Vale teria respondido que “as chamado de Fridays for Future [Sextas pelo Futuro], que
atividades de terminal marítimo no finger pier, que rece- culminou nesta sexta-feira em greves em mais de 120
be navios e o transporte de passageiros (funcionários), países. O número de quantas pessoas participaram ainda
estavam corretas, já que não há necessidade de licencia- está sendo apurado.
mento”. A greve escolar no Rio foi articulada pela Priscilla
A notificação exigiu também a licença para operação Gouvas, Milena Batista, Nayara Almeida e pelo Carlos
do terminal da Guaíba, que não foi apresentada. Nova Victor Dourado e contou com o apoio da ONG de jo-
notificação foi feita no dia 21 de janeiro, também com vens Engajamundo. Cerca de 40 estudantes do ensino
a mesma resposta de que as licenças não seriam neces- médio e superior participaram do evento. Priscilla, de 22
sárias. Segundo a prefeitura, a operação no finger não anos, explicou que resolveu organizar a greve depois de
precisa de licença, mas ela é necessária para o armaze- ler uma matéria com críticas por não ter mobilização da
namento temporário do minério no local, atividade com juventude no Brasil. A estudante, que terminou ensino
grande capacidade poluidora. médio no tradicional Colégio Pedro II em 2018 e se pre-
O prefeito Alan Costa afirmou que o Executivo mu- para para o vestibular, abriu um evento no Facebook e
nicipal pesquisou a legislação ambiental para embasar a começou daí a organizar a greve.
interdição. “Fizemos um grande estudo, baseado na le- De acordo com a Embaixada da Suécia, até a véspera
gislação ambiental e com fundamentação jurídica para da greve global, estavam programadas 19 greves no Bra-
não errarmos. Temos toda a capacidade de avaliar as ati- sil. Já para os mobilizadores do Rio, estavam confirmadas
vidades de disposição de minério, que são de competên- 18 greves no país: Juazeiro do Norte (CE), Belo Horizonte,
cia da prefeitura”. Florianópolis, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Santa Maria
A Secretaria de Meio Ambiente destaca também a ne- (RS), Imbé (RS), São Paulo, Brasília, Confresa (MT), Fran-
cessidade de outorga para a captação de água e a licença cisco Beltrão (PR), Alta Floresta (MT), Natal, Pato Branco
de operação das atividades de gestão do terminal aqua- (PR), Aracaju, Jundiaí e Mogi das Cruzes.
viário e informa que é possível que as praias ao redor da
Ilha da Guaíba estejam poluídas por resíduos de minério Fonte:
de ferro.
O prefeito informou que a Vale tem grande importân- https://www.oeco.org.br/reportagens/criancas-e-jo-
cia para o município, em geração de emprego e arreca- vens-lideram-greve-global-pelo-clima
dação, e que a intenção não é paralisar as atividades, que
poderão ser retomadas após a apresentação das licenças Balanços oficiais de desmatamento da Amazônia
ou assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental. confirmam dados de sistema de alerta; entenda
A Vale tem 20 dias para recorrer da multa.
Localizado na parte leste da Baía da Ilha Grande, o A série com dados oficiais de desmatamento da Ama-
terminal foi construído em 1973 e recebe cerca de 40 mi- zônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto
lhões toneladas de minério de ferro por ano, que chegam Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que os
de trem e são levados de navio ao Porto de Sepetiba, alertas preliminares de áreas com sinais de devastação
para exportação. A Vale foi procurada pela reportagem na floresta vêm sendo confirmados ano a ano, e com
para se posicionar, mas ainda não deu retorno. margem.
A divulgação destes alertas gerou críticas do presi-
Fonte: dente Jair Bolsonaro, que afirmou que os números preju-
dicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti- do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a
cia/2019-01/mangaratiba-interdita-terminal-da-vale-e- taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do
-aplica-multa-de-r-20-milhoes Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
De agosto de 2018 a julho deste ano, os alertas indi-
Crianças e jovens lideram greve global pelo clima caram que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. O
balanço do período que se encerrou em julho de 2019
Mais 1 milhão de crianças e jovens foram às ruas em ainda não foi divulgado.
120 países para pressionar líderes políticos e empresa- Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018
riais a agirem para evitar que as mudanças climáticas afe- os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ² e a taxa
tem gravemente o futuro deles. A greve global de estu- oficial ficou em 7,5 mil km² – 64,8% maior.
dantes pelo clima mobilizou também pais e professores Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detec-
nesta sexta-feira (15/03/19). No Rio de Janeiro, a greve ção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem
foi na frente da Assembleia Legislativa (Alerj). para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro
O movimento de greve escolar é liderado pela jovem do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ATUALIDADES

sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta- (Ibama).


-feira de agosto do ano passado começou a protestar so- Já os dados oficiais são do Programa de Monitora-
zinha em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo. Na- mento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Pro-
quele dia, ela faltou à aula e levou seu cartaz explicativo des), que tem índice de confiança próximo a 95%.
“em greve escolar pelo clima”, deflagrando o movimento Especialistas dizem que a falta de fiscalização e puni-

27
ção está levando ao crescimento do desmatamento na ambiente. Enquanto o primeiro assumiu protagonismo
região amazônica. no tema ainda na década de 1990, o segundo reluta em
se posicionar de modo efetivo em relação ao assunto.
Fonte: Um exemplo disso é o fato de os americanos não terem
ratificado o acordo anterior ao de Paris, o Protocolo de
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/18/ Kyoto. Assim, politicamente, tomar uma medida como
balancos-oficiais-de-desmatamento-da-amazonia-con- essa teria um impacto negativo muito maior no públi-
firmam-dados-de-sistema-de-alerta-entenda.ghtml co brasileiro do que potencialmente terá no eleitorado
americano no geral.
O que representa Trump cumprir promessa e tirar
EUA do Acordo de Paris Fonte:

A exatamente um ano de enfrentar a disputa eleito- https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bb-


ral que poderá reconduzi-lo à Casa Branca ou retirá-lo c/2019/11/04/o-que-representa-trump-cumprir-pro-
da presidência, o presidente americano Donald Trump messa-e-tirar-eua-do-acordo-de-paris.htm
cumpriu uma promessa de campanha e notificou a Or-
ganização das Nações Unidas (ONU) sobre a retirada dos Manchas de óleo no litoral atingem mais de 500
Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris. O envio da locais no Nordeste e Sudeste
carta de saída, divulgada pelo secretário do departamen-
to de Estado Mike Pompeo, via Twitter, foi confirmado Chegou a 527 o número de locais afetados pelas
à BBC News Brasil pela ONU. “Recebemos o pedido de manchas de óleo que desde o final de agosto poluem a
retirada dos Estados Unidos do Acordo do Clima hoje e costa brasileira. O dado é do último balanço do Instituto
vamos iniciar as medidas para efetivar esse pedido uni- Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
lateral. Mas a retirada efetivamente só acontecerá daqui nováveis (Ibama), divulgado na manhã desta quarta-feira
um ano”, afirmou o porta-voz da ONU Farah Haq. (13/11/19) com dados compilados até terça (12/11/19).
Ao todo, 68% dos municípios do litoral nordestino fo-
Promessa nos EUA, promessa no Brasil ram contaminados desde o início do desastre ambiental.
Das 111 cidades afetadas, 107 estão no Nordeste e 4 no
Alinhado ideologicamente a Trump, o presidente bra- Espírito Santo, primeiro estado do Sudeste atingido pe-
sileiro Jair Bolsonaro também chegou a fazer promessas las manchas. Segundo o IBGE, existem 156 municípios no
de retirar o Brasil do Acordo de Paris ainda durante sua litoral nordestino.
campanha eleitoral, em 2018. “O que está em jogo é a Ainda de acordo com o Ibama, 97 animais já morre-
soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares ram por conta da contaminação e pelo menos 134 foram
que perdemos ingerência sobre eles”, afirmou, em refe- encontrados com manchas de óleo. Desses, apenas 37
rência à dimensão da área que deveria ser protegida de foram localizados vivos. As tartarugas marinhas são as
desmatamento pelo governo federal. “Eu saio do Acordo mais atingidas: 90 tartarugas, de diferentes espécies, fo-
de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte ram contaminadas.
for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia,
estou fora sim.” Investigação federal
Além da retirada do acordo de Paris, Bolsonaro havia
prometido acabar com o Ministério do Meio Ambiente e Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em
rever as medidas de proteção ambiental do Código Flo- todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a
restal. O presidente também resolveu que o Brasil já não vida de animais marinhos e causado impactos nas cida-
mais seria anfitrião de um acordo global do clima, mar- des litorâneas.
cado para acontecer no país no final de 2019. O encontro Uma investigação da Polícia Federal aponta que o
foi transferido para o Chile que, diante das intensas ma- navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo va-
nifestações de rua que enfrenta, redirecionou o evento zamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de
para Madri, na Espanha. petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no
Os posicionamentos políticos de Bolsonaro caíram dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando
mal na opinião pública internacional. A possibilidade de pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho. Cerca de um
que produtos agrícolas brasileiros sofressem boicote in- mês depois as primeiras manchas foram registradas em
ternacional levou o governo a rever seu posicionamento praias do estado.
antes mesmo que as queimadas na Amazônia ganhas- A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afir-
sem manchetes em jornais do mundo todo. Em junho ma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com
desse ano, no encontro dos líderes dos países do G-20, o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira
ATUALIDADES

em Osaka, Japão, o presidente sinalizou à comunidade junto com responsáveis por outras quatro embarcações
internacional a intenção de manter o compromisso esta- de bandeira grega.
belecido no acordo do clima. Dentre os cinco navios gregos notificados pela Mari-
Historicamente, Brasil e Estados Unidos ocupam po- nha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo,
sição muito distintas no debate internacional sobre meio dois não transportaram petróleo da Venezuela no perío-

28
do de julho até setembro. A Petrobras disse, no último
dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas
é petróleo bruto originário de três diferentes campos da
EXERCÍCIO COMENTADO
Venezuela.
01. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Combate a
Fonte: Endemias - VUNESP - 2019) Nesta terça-feira (22.jan.),
o presidente Jair Bolsonaro, em encontro com executi-
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/08/ vos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça,
lista-de-praias-atingidas-pelas-manchas-de-oleo-no- afirmou que “nossa missão agora é avançar na compa-
-nordeste.ghtml tibilização entre a preservação do meio ambiente e da
biodiversidade com o necessário desenvolvimento eco-
Floresta Tropical nômico, lembrando que são interdependentes e indisso-
ciáveis”.
As florestas tropicais ou pluviais ou úmidas são bio- (Último Segundo – IG - https://bit.ly/2GhajfX. Acesso
mas com maior produtividade e variedade de espécies em 27.01.2019. Adaptado)
do planeta, com alto índice pluviométrico. Estão localiza-
das entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Além da afirmação, o presidente esclareceu que o Brasil
As principais características das florestas tropicais são:
a presença de árvores altas, o clima quente e a elevada a) deverá criar novas reservas ambientais no Nordeste.
precipitação. A temperatura média atinge 20 ºC e chove b) permanecerá no Acordo de Paris sobre o clima.
cerca de 1.200 milímetros anuais. c) impedirá o avanço da agricultura na mata atlântica.
Apesar de suportar uma enorme variedade de plan- d) protegerá as terras indígenas de desmatamentos.
tas, os solos das florestas tropicais são pobres. A sua e) incentivará a criação de centros de pesquisa climáticas.
produtividade é garantida pela grande disponibilidade
de água e temperatura elevada. Além disso, os nutrientes Resposta: B. Inicialmente com o objetivo e sair do
necessários encontram-se em sua maior parte na bio- acordo de Paris em uma política ambiental similar à
massa das próprias árvores vivas do que no solo. do governo Donald Trump, Bolsonaro mudou seu po-
O processo de decomposição da matéria orgânica é sicionamento devido acordos econômicos entre Brasil
extremamente rápido nas florestas tropicais, garantindo / América do Sul e Europa que exigiu a permanência
a ciclagem dos nutrientes, que é uma condição funda- do Brasil no acordo.
mental para manter o funcionamento desse complexo
ecossistema. 02. (TJ-SP - Contador Judiciário - VUNESP - 2019) Mi-
As florestas tropicais úmidas são encontradas na Áfri- lhares de pessoas foram às ruas para manifestarem- -se
ca, Ásia e na América Central e do Sul. Ocorrem princi- contra o aumento de combustíveis. São chamados de
palmente em quatro regiões, que são chamadas de do- “coletes amarelos”.
mínios biogeográficos, a saber: As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo
Afrotropical: localizado no continente africano, em e usaram um canhão de água para conter o avanço dos
Madagascar e em ilhas dispersas; manifestantes que tentavam ultrapassar o perímetro de
Austrália: localizado na Austrália, Nova Guiné e nas segurança determinado pela polícia. Os manifestantes
Ilhas do Pacífico; gritam palavras de ordem e carregam cartazes pedindo a
Indomalásio: localizado na Índia, Sri Lanka, continente renúncia do presidente.
asiático e Sudeste da Ásia; Para as autoridades, facções de extrema-direita po-
Neotropical: localizado na América do Sul, América dem ter se infiltrado entre os manifestantes para radica-
Central e nas ilhas do Caribe. lizar o movimento.
As maiores regiões de florestais tropicais concen- Os protestos mantêm os bloqueios de centros logísti-
tram-se na América do Sul com a Amazônia e nas regiões cos e estradas iniciados há uma semana, mas com menos
africanas e do sudeste da Ásia. intensidade que no sábado passado, quando eram esti-
A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Ama- mados quase 300 mil manifestantes.
zônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de formas (http://agenciabrasil.ebc.com.br, 24.11.2018. Adap-
de vida e a maior disponibilidade de água doce do mun- tado)
do. A notícia refere-se a acontecimento

Fonte: a) na Hungria.
b) no Peru.
https://www.todamateria.com.br/floresta-tropical c) na Índia.
ATUALIDADES

d) na França.
e) no México.

Resposta: D. A onda de protestos do movimento cha-


mado de “coletes amarelos” ocorreu na França.

29
03. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC tratamento de uma moléstia que, não raro, necessita de
- 2019) A notícia abaixo relata uma recente imagem cap- intervenção cirúrgica. Apesar da pouca idade, a cientista
tada por telescópio e recebida como um grande avanço é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade
para os estudos astronômicos: do Texas, em Austin (EUA).
Até então, os astrônomos não tinham conseguido (Disponível em: https://bit.ly/2WaaiPh. Acesso em
captar precisamente a imagem. Eram conhecidas apenas 31.05.2019)
ilustrações, concepções artísticas e simulações. A razão O equipamento criado pela brasileira assemelha-se a
principal é que eles são fenômenos invisíveis − com a uma caneta capaz de
força da gravidade exercendo uma pressão que nada es-
capa ao seu redor: incluindo a radiação eletromagnética. a) detectar células tumorais.
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. b) extrair tumores do cérebro de forma pouca invasiva.
Adaptado) c) executar filmagens em órgãos com células canceríge-
nas.
A imagem captada é d) injetar medicamentos direta e somente nas células
malignas.
a) da Órbita de Plutão. e) possibilitar a aplicação quimioterápica na residência
b) da Via Láctea. do doente.
c) da Galáxia de Andrômeda.
d) da Camada de Ozônio. Resposta: A. Uma cientista brasileira de 33 anos de-
e) do Buraco Negro. senvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar
células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavi-
Resposta: E. A primeira imagem de um buraco ne- nato Eberlin é formada em Química pela Universidade
gro foi revelada nesta quarta-feira, 10, pela Fundação Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca
Nacional de Ciências (National Science Foundation, idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da
em inglês). A surpreendente foto é resultado do tra- Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.
balho de uma rede de telescópios, o projeto Event
Horizon Telescope.  06. (Câmara de Orlândia - SP – Contador - VUNESP
- 2019) Pesquisadores da Universidade de São Paulo e
04. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC - Harvard divulgaram nesta quinta-feira (8 de novembro)
2019) A estudante gaúcha Juliana Estradioto, de 18 anos, uma importante descoberta arqueológica. Com ajuda
batizará um asteroide com seu nome. A oportunidade é da extração de DNA de fósseis enterrados por mais de
dada para os vencedores que ficam em primeiro e se- dez mil anos, eles puderam avaliar o código genético dos
gundo lugar de cada categoria da maior feira de ciências fósseis.
do mundo. A jovem conquistou a premiação máxima na (G1, 8 nov. 18. Disponível em:<https://goo.gl/vpdk-
categoria de Ciências Materiais. sa>. Adaptado)
(Disponível em: https://jovempan.uol.com.br. Adap- A descoberta arqueológica mencionada na notícia
tado) contradiz

A pesquisa da brasileira é sobre a) a explicação consagrada para a sedentarização huma-


na, relacionada à agricultura.
a) a utilização da folha da mandioca. b) a teoria de que os primeiros habitantes da América
b) o aproveitamento da casca da macadâmia. tiveram diferentes origens.
c) o reaproveitamento de canudos plásticos. c) a tese que explicava a religiosidade ameríndia, funda-
d) a reciclagem de peças de computadores. da na crença em uma só divindade.
e) o uso de materiais orgânicos em tecidos. d) as ideias de “igualdade nativa” e “comunidades hori-
zontais” oriundas da antropologia.
Resposta: B. Em seu projeto, Juliana utiliza casca da e) a oposição entre povos “primitivos” e “avançados”, vis-
macadâmia para alimentar microorganismos respon- tos respectivamente como selvagens e civilizados.
sáveis por produzir membranas que podem ser utili-
zadas em várias situações, como para fabricar emba- Resposta: B. Todos os indígenas que vivem ou já
lagens biodegradáveis. Ela também está investigando viveram nas Américas descendem de uma única po-
como aplicar essa pesquisa na área de saúde, utilizan- pulação que chegou ao Novo Mundo vinda do leste
do a membrana como curativos após a realização de asiático, através do estreito de Bering, há cerca de 20
cirurgias. mil anos. A conclusão, de um trabalho de uma equipe
internacional de 72 arqueólogos e geneticistas - entre
ATUALIDADES

05. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da os quais 17 brasileiros -, refuta as teorias mais discuti-
Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019) das ou aceitas até hoje sobre o povoamento do con-
Uma cientista brasileira de 33 anos, formada em Química tinente posteriormente “descoberto” por Cristóvão
pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de- Colombo.
senvolveu um equipamento que poderá revolucionar o

30
07. (IF-PR - Professor – Sociologia - FAU - 2019) “Temo a) juros.
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa huma- b) inflação.
nidade. O mundo só terá uma geração de idiotas”. (Al- c) desemprego.
bert Einstein). Considerando que a internet e os apare- d) subutilização da mão de obra.
lhos móveis mudaram para sempre nosso modo de viver e) aposentadoria por invalidez.
e imprimiram um novo ritmo de vida, produzindo novas
realidades e moldando definitivamente o futuro da natu- Resposta: C. O desemprego cresceu em 14 das 27
reza humana, colocando-nos uma grande indagação no unidades da federação no 1º trimestre, na compara-
tempo presente, a saber: “A tecnologia moldará o futuro ção com o trimestre anterior, segundo dados divul-
da política, da sociedade e dos direitos humanos?”, ava- gados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro
lie os enunciados abaixo mencionados e marque a única de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados,
questão considerada INCORRETA: houve estabilidade. A taxa de desemprego média no
país nos 3 primeiros meses do ano subiu para 12,7%,
a) Compreendemos como um dos maiores problemas da conforme já divulgado anteriormente pelo órgão.
tecnologia em relação aos direitos humanos o fim da
privacidade, uma vez que precisaremos de sistemas 09. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária
robustos de proteção dos dados como leis, criptogra- - FCC - 2019) Os analistas do mercado financeiro ana-
fia, cibersegurança e supervisão. lisaram pela 20a semana consecutiva a previsão de cres-
b) Sobre a questão da privacidade e sua relação com a cimento da economia em 2019, segundo dados divulga-
tecnologia, as pessoas precisarão ter um debate públi- dos pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
co e aberto sobre o que é privacidade além dos limites
estreitos de segurança nacional e o que esperam que Na previsão dos analistas, haverá
seus governos protejam e as empresas respeitem.
c) Infelizmente o Brasil ainda não se atentou para a peri- a) aumento dos impostos para obter recursos e incenti-
culosidade da tecnologia de ponta e suas implicações var a produção.
sobre os direitos humanos, não dispondo ainda de Le- b) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a
gislação sobre a proteção de dados pessoais. 12%.
d) A privacidade geralmente é pensada no contexto das c) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.
ações ou pensamentos privados de uma pessoa ou em d) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cam-
relação à interação dela com outras, mas a questão bial.
é muito mais complexa envolvendo a inviolabilidade e) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
da intimidade e a autodeterminação informativa, por
exemplo. Resposta: E. A projeção do mercado financeiro para
e) A privacidade não está morta uma vez que sempre o PIB de 2019 é de 0,87%, segundo o Boletim Focus
vamos querer maneiras de manter certas coisas priva- do Banco Central. O governo prevê um crescimento
das, mas ficará mais difícil. As sociedades precisarão ligeiramente menor, de 0,85%.
reconsiderar o que a privacidade significa de diversas
maneiras. 10. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
- 2019) O vice-primeiro-ministro italiano conduziu uma
Resposta: C. Esta Lei dispõe sobre o tratamento de reunião de seus aliados europeus na frente da catedral
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pes- gótica de Milão no sábado 18/05/2019. Ele prometeu
soa natural ou por pessoa jurídica de direito público mudar a história depois das eleições para o Parlamen-
ou privado, com o objetivo de proteger os direitos to Europeu e fazer da aliança populista um dos maiores
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre agrupamentos no Parlamento Europeu.
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. (Disponível em: https://www.cartacapital.com.br.
Adaptado)
08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
- 2019) A taxa cresceu em 14 das 27 unidades da Fede- De acordo com a notícia e de seus conhecimentos so-
ração no primeiro trimestre deste ano (2019), na compa- bre a política internacional, os aliados europeus do vice-
ração com o último trimestre do ano passado, segundo o -primeiro-ministro italiano representam uma orientação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas política de
outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável. No final
de abril, o IBGE informou a taxa no Brasil no primeiro se- a) centro-direita.
mestre: 12,7%. (Disponível em: https://www.cartacapital. b) extrema-esquerda.
com.br. Adaptado) c) centro-esquerda.
ATUALIDADES

d) extrema-direita.
De acordo com os seus conhecimentos sobre o pa- e) centro.
norama da economia nacional contemporânea, a taxa
mencionada na notícia é a de Resposta: D. Os partidos populistas de direita Alter-
nativa para a Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anun-

31
ciaram nesta segunda-feira (08/04/19) que pretendem e) III.
formar um novo bloco no Parlamento Europeu junto
com outras legendas eurocéticas e de extrema direita. Resposta: D. A alternativa se torna incorreta, pois o
problema de segurança hídrica DEPENDE das ações da
11. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Comba- sociedade civil.
te a Endemias - VUNESP - 2019) O balanço de vítimas
do tsunami que atingiu o país no último sábado [22.dez] 13. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
subiu para cerca de 400 mortos e mais de 1400 feridos, Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
anunciou a Agência Nacional de Gestão de Desastres Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvi-
nesta segunda-feira (24.dez). Outras 128 pessoas seguem mento dos Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Ge-
desaparecidas. O tsunami foi provocado pela erupção de nebra (19.03.2019), que trata do acesso da população à
um vulcão que, segundo a agência, ainda está em erup- água potável e saneamento básico,
ção e pode provocar novos tsunamis. (Disponível em: https://bit.ly/2WaPp6q.Acesso em
(G1. https://glo.bo/2SkoF5K. Acesso em 29.01.2019. 02/06/2019)
Adaptado)
a) três bilhões de pessoas, aproximadamente, não têm
É correto apontar como sendo o país atingido pelo acesso a serviços sanitários.
tsunami a que se refere a notícia: b) há sensível melhora dos índices de saneamento básico
em países africanos.
a) as Filipinas. c) somente cerca de 50% dos países da União Europeia
b) a Índia. oferecem água potável a toda população.
c) a Malásia. d) cerca de 80% das águas residuais dos países ricos são
d) a Tailândia. tratadas antes de serem lançadas nos rios.
e) a Indonésia. e) falta água limpa e segura para mais de dois bilhões de
pessoas.
Resposta: E. O Referido país é a Indonésia.
Resposta: E. Segundo o Relatório Mundial da ONU
12. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidrome- sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019,
cânica - Torneiro Mecânico - FCC - 2019) Um recente lançado hoje em Genebra, falta água limpa e segura
relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para 2,1 bilhões de pessoas, enquanto 4,5 bilhões ca-
(ONU), denominado “Perspectivas do Meio Ambiente recem de serviços sanitários. Com o alerta de que a ex-
Mundial”, apresenta um quadro sombrio sobre as con- pectativa é de que a situação se agrave, devido às mu-
sequências para a sociedade da degradação da qualida- danças climáticas, o documento, intitulado Não deixar
de ambiental planetária. Com relação à água, o relatório ninguém para trás, destaca a necessidade de políticas
mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca públicas comprometidas a mudar essa situação.
de 2,3 bilhões de habitantes, não têm acesso ao sanea-
mento. 14. (Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços
(Disponível em: https://www.ecodebate.com. Gerais - EDUCA - 2019) As Florestas Pluviais Tropicais
br.Acesso em 26.mai.2019) são encontradas nas regiões de clima quente e úmido.
Essas florestas possuem o bioma mais complexo e rico
Sobre os recursos hídricos do Brasil e do mundo são fei- em biodiversidade da Terra, cobrem apenas 6% da su-
tas as seguintes proposições: perfície do planeta, mas possuem mais de 60% de todas
as espécies animais e vegetais. Essas formações se esten-
I. As questões ambientais que envolvem os recursos hí- dem por áreas nas Américas Central e do Sul, na África,
dricos devem ser tratadas de forma integrada, ou seja, na Ásia e na Oceania, em torno da linha do equador.
escassez ou abundância de água devem ser relaciona-
das ao clima, à vegetação e às ações humanas. A maior e mais importante Floresta Pluvial Tropical é a
II. A gestão de recursos hídricos, elemento fundamental
para a sobrevivência da humanidade, deve estar em- a) Floresta de Taiga, no Hemisfério Norte.
basada em políticas de sustentabilidade. b) Floresta do Congo, na África Central.
III. Os problemas de segurança hídrica devem fazer par- c) Floresta Amazônica, na América Latina.
te das políticas públicas e, portanto, independem de d) Selva Valdiviana, no Chile.
ações da sociedade civil. e) Florestas Nubladas, no Equador.

Está correto o que consta APENAS de Resposta: C. A maior floresta tropical do mundo é a
ATUALIDADES

Floresta Amazônica. Esse bioma abriga enorme diver-


a) II e III. sidade de formas de vida e a maior disponibilidade de
b) I e III. água doce do mundo.
c) II.
d) I e II.

32
15. (Prefeitura de Resende - RJ - Agente Comunitá- O Comitê Olímpico do Brasil (COB) não tinha colo-
rio de Saúde - CONSULPAM - 2019) Yasodora Córdova, cado uma meta em número de medalhas ou de pódios,
pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft nem posição no quadro. Para a entidade que comanda o
News, de Harvard, destaca alguns fatores sociais para a esporte no país, o importante era a conquista de vagas
difusão de desinformação no Brasil, que são: olímpicas e a melhora do desempenho da maioria dos
Fonte: Disponível em https://www.bbc.com/portu- esportes com relação a Toronto 2015. O país garantiu,
guese/brasil45978191. Acessado em 01 mar de 2019. pelo Pan, um lugar na Olimpíada no handebol, hipismo,
(Adaptado) tiro com arco, tênis de mesa, tênis, pentatlo e vela, mas
acabou sucumbindo no handebol masculino e no tiro es-
a) A nova safra de militantes de direita, mais massificados portivo.
e organizados em rede. Outro recorde interessante atingido pelo Brasil foi o
b) O despreparo dos órgãos públicos, a conivência da de número de modalidades que foi ao pódio. O Brasil
imprensa oficial e a crise econômica. conquistou medalha em 41, mais que os 40 do Rio 2007.
c) A falta de veículos de imprensa locais, a falta de biblio- Nos títulos, foram 22 modalidades com ouros, repetindo
tecas e o acesso limitado à internet. as 22 de 2007. Com menos de 500 atletas, delegação foi
d) O sentimento de antipetismo, a rejeição aos candida- a menor desde 2003, o Brasil se destacou muito mais em
tos e o baixo nível intelectual do eleitor. esportes individuais do que nos coletivos. [...]
Fonte: https://globoesporte.globo.com/jogos-pan-
Resposta: C. Yasodora Córdova, pesquisadora da Di- -americanos/noticia/brasil-fecha-pan-de-lima-com-
gital Kennedy School e do First Draft News, de Har- -recorde-de-medalhas-e-vice-lideranca-que-nao-vinha-
vard, elenca outros fatores sociais para a difusão de -ha-56-anos.ghtml, acesso em 11/08/2019.
desinformação no Brasil: a falta de veículos de impren-
sa locais, a falta de bibliotecas e o acesso limitado à As próximas Olímpiadas acontecerão no ano de:
internet no Brasil.
a) 2020.
16. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente Social - MS b) 2021.
CONCURSOS - 2019) Leia, a seguir, o trecho da notícia c) 2022.
publicada pelo G1 em 11 de agosto de 2019 e responda d) 2023.
à próxima questão.
Brasil fecha Pan com recorde de medalhas e vice-lide- Resposta: A. As Olimpíadas acontecem de 4 em 4
rança no quadro que não vinha há 56 anos anos, a última foi realizada em 2016, já a próxima será
em 2020 serão realizadas em Tóquio, no Japão, de 24
Mesmo com menos atletas que nas últimas três edi- de julho a 9 de agosto de 2020.
ções, delegação conquista o maior número de medalhas
na história, quebra o recorde de ouros, e termina atrás 17. (SCGás – Advogado - IESES - 2019) A Comissão de
apenas dos Estados Unidos Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado apro-
vou no dia 22 de maio projeto de criminalização da ho-
mofobia no Brasil. O texto (PL 672/2019) iguala as penas
para crimes motivados por preconceitos de gênero ou
orientação sexual àquelas previstas para quem comete
crimes de discriminação racial. A redação original previa
punição para aquele que “praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião,
procedência nacional, identidade de gênero e/ou orien-
tação sexual. O relator acrescentou ao texto um trecho
que prevê punição a quem impedir ou restringir a mani-
festação razoável de afetividade de qualquer pessoa em
local público ou privado aberto ao público, ressalvados:

Barba, cabelo e bigode. A delegação brasileira con- a) Os prédios públicos federais.


quistou, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, en- b) Os ambientes públicos de grande circulação.
cerrados neste domingo, os três maiores objetivos que c) Os prédios das Universidades Federais.
poderiam ser atingidos: quebrou o recorde de medalhas d) Os templos religiosos.
de ouro, levando 55, três a mais que no Pan de 2007, no
Rio de Janeiro, foi ao pódio como jamais havia feito, 171, Resposta: D. A redação original, proposta pelo sena-
ATUALIDADES

14 vezes a mais do que a marca anterior, e encerrou o dor Weverton Rocha (PDT-MA), previa punição para
evento em segundo no quadro geral, atrás apenas dos aquele que “praticar, induzir ou incitar a discriminção
Estados Unidos, repetindo o ocorrido em 1963, no Pan ou preconceito de ‘raça, cor, etnia, religião, proce-
de São Paulo. Portanto, o Brasil fechou com 55 ouros, 45 dência nacional, identidade de gênero e/ou orienta-
pratas e 71 bronzes. ção sexual”, dentre outras ações – tais como impedir

33
o acesso a locais públicos e o desempenho da ativi- racismo e à intolerância religiosa, sendo a primeira a
dade profissional em razão do preconceito. O relator receber o título de “imortal” pela Academia de Letras
acrescentou ao texto um trecho que prevê punição a da Bahia (ALB), com nove livros publicados. A ialorixá,
quem “impedir ou restringir a manifestação razoável inclusive, já recebeu o título de Doutora Honoris Cau-
de afetividade de qualquer pessoa em local público sa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
ou privado aberto ao público, ressalvados os templos
religiosos”.
HORA DE PRATICAR!
18. (Prefeitura de Acaraú - CE - Procurador Adminis-
trativo - CETREDE - 2019) Gestos e atitudes como um
olhar, um sorriso, uma postura corporal e um aperto de 01. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Admi-
mão constituem formas nistração - MS CONCURSOS - 2019) Para responder à
questão, leia o trecho, a seguir, da notícia publicada pela
a) de interação virtual. BBC News Brasil, em 15 de agosto de 2019.
b) de não interação.
c) verbais de interação. What3words: como um aplicativo usa três pala-
d) não verbais de interação. vras para salvar vidas
e) não usuais de interação.
A polícia britânica pediu a todos que façam o down-
Resposta: D. A linguagem verbal é aquela expressa load do aplicativo what3words para celular porque, se-
por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a lin- gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa
guagem verbalizada, já a linguagem não- verbal, utili- disponível também no Brasil. Mas como ele funciona?
za dos signos visuais para ser efetivada, por exemplo, “Chutado. Convergido. Futebol”
as imagens nas placas e as cores na sinalização de Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo
trânsito. aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi-
19. (PGE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2, 3 da na Inglaterra.
e 4 - CESPE - 2019) Acerca de temas da atualidade que O grupo havia planejado uma trilha circular de 8 km
envolvem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte. na Hamsterley Forest, de quase 20 km², no condado de
As práticas sociais na atualidade são totalmente dire- Durham, na noite de domingo, mas os amigos se perde-
cionadas pela comunicação nas redes sociais, que pro- ram depois de três horas.
porcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre “Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de
temas relevantes à maioria da população. onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível.
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir
( ) CERTO ( ) ERRADO para não chorar.”
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
Resposta: Errado. As práticas sociais na atualidade sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
[NÃO] são totalmente direcionadas pela comunica- “Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
ção nas redes sociais, que [NÃO] proporcionam amplo se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
debate e [NÃO] favorecem o consenso sobre temas nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
relevantes à maioria da população. Um minuto depois do download, a polícia conseguiu
descobrir onde o grupo estava. Eles foram resgatados
20. (Prefeitura de Arujá - SP - Escriturário - Oficial pouco tempo depois.
Administrativo - VUNESP - 2019) Um importante e in- Quando o CEP ou o GPS não dão conta
fluente líder religiosa em atividade no país morreu nesta O aplicativo what3words, essencialmente, aponta
quinta-feira (27 de dezembro) em Santo Antônio de Je- para um local muito específico.
sus (108 km de Salvador), aos 93 anos. Ela dedicou 80 Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri-
anos da vida à religião. lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com
(Folha de S.Paulo, 27 dez.18. Disponível em: <https:// um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea-
goo.gl/6A1BRP>. Adaptado) toriamente.
A notícia trata do falecimento de uma importante li- A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por
derança religiosa ligada exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le-
a) ao espiritismo. var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”.
b) ao islamismo. O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres-
pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick,
ATUALIDADES

c) ao judaísmo.
d) ao candomblé. que cresceu na zona rural de Hertfordshire.
e) ao catolicismo. “Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”,
disse ele.
Resposta: D. Mãe Stella é referência no combate ao “Nós nos acostumamos a receber cartas que eram

34
para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan- ações de violência. No Brasil, são cada vez mais frequen-
do para motoristas de entrega.” tes as informações que nos chegam sobre atos de violên-
Dez anos trabalhando na indústria da música, que en- cia envolvendo jovens da alta classe média que agridem,
volviam também a tentativa de fazer com que as bandas por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais
se encontrassem em entradas específicas dos locais de do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros
apresentação, também alimentaram sua frustração. seguimentos que integram um extenso leque de mino-
“Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e rias sociais.
latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick. Há muitos questionamentos sobre os elementos que
“Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo motivam os jovens que receberam carinho dos pais, edu-
muito mais amigável? Eu estava falando com um mate- cação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de
mático e descobrimos que havia combinações suficientes consumo, a praticar ações de violência.
de três palavras para cada local do mundo.” Para tentar responder este questionamento, uma coi-
[...] sa é certa, não podemos deixar de levar em considera-
ção os novos elementos que passaram a atuar no nosso
processo de socialização dos anos 80 do século passado
para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens
do Brasil estão em contato diário com uma série de infor-
mações que incentivam e banalizam a violência.
Adaptação http://ambitojuridico.com.br/site/index.
php?artigo_id=7319&n_ link=revista_artigos_le
Acerca do texto acima, podem ser feitas as seguintes
afirmações:

I. A violência, traduz-se na época atual por um evento


cujas implicações e desdobramentos atingem, sem
Assinale a alternativa correta. distinção, todos os segmentos sociais.
II. A violência tem mostrado que ultrapassou os limites
a) O what3words não precisa de conexão de dados (si- da pobreza, sendo praticada, também, por jovens de
nal de celular) para determinar a localização de três diferentes classes sociais.
palavras. III. Informações que incentivam e banalizam a violência
b) O objetivo futuro de Chris Sheldrick é que seja abolido podem estar por trás do aumento e da prática indis-
o modelo de endereçamento com CEP, como conhe- criminada.
cemos. IV. A prática da violência gerada pelo ódio à “diferenças”
c) O aplicativo conseguiu mapear o mundo todo, porém tem sido mais presente no cotidiano dos jovens da
não há registros de que seja funcional em países como alta classe média.
a Mongólia e Senegal. V. A violência no Brasil ocorre somente dentro das comu-
d) A polícia de alguns condados ingleses repudiou a nova nidades mais pobres.
forma de tratar as emergências, já que consideram
ineficaz a inovação trazida pelo what3words para so- Dos itens acima descritos, estão corretos:
corro de vítimas.
a) I, II e III, somente.
02. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Admi- b) II, III, IV e V, somente.
nistração - MS CONCURSOS - 2019) Ainda relacionado c) I, III, IV e V, somente.
ao texto acima. Na íntegra da notícia, são citados nomes d) I, II, III e IV, somente.
de empresas/marcas que já estão usando o what3words. e) I, II, III, IV e V.
São elas:
04. (Prefeitura de Itapevi - SP - Médico – Psiquiatria -
a) Motorola e Jaguar. VUNESP - 2019) “Este é o melhor acordo possível.”
b) Mercedes-Benz e Airbnb.
c) Apple e Nike. A premiê britânica, Theresa May, tem repetido há se-
d) Fiat e Walmart. manas essa frase na tentativa de convencer o Parlamento
de seu país a aprovar o acordo que ela negociou com a
03. (Prefeitura de Porto Velho - RO - Especialista em União Europeia, estabelecendo os termos do Brexit - o
Educação - Supervisão Educacional - IBADE - 2019) A processo de saída do Reino Unido do bloco.
Nova Face da Criminalidade Mas, na segunda-feira [17.dez], a premiê adiou inde-
ATUALIDADES

finidamente a votação do acordo no Parlamento, reco-


Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças nhecendo que ele seria rejeitado pela maioria dos parla-
no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, mentares britânicos
que não fazem parte do mundo da pobreza e da dis- G1. https://glo.bo/2FTOmUF. Acesso em 24.jan.2019.
criminação racial, têm tido participação constante nas Adaptado

35
dução deste tipo de energia, superando países desenvol-
Tem sido considerado como o ponto mais delicado vidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos
do acordo para viabilizar o Brexit cinco anos, pois, até 2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em
a) o retorno imediato dos cidadãos europeus que vivem 26.mai.2019)
no Reino Unido para os seus países de origem, fato
que provocaria forte déficit de mão de obra no Reino O texto descreve o avanço da energia
Unido.
b) a rápida desvalorização da libra nos mercados euro- a) solar.
peu e mundial, fato que provocaria forte abalo econô- b) eólica.
mico-financeiro para todo o Reino Unido. c) de biogás.
c) o fechamento da fronteira entre a Irlanda do Norte d) de biocombustível
(parte do Reino Unido) e a Irlanda, fato que retomaria e) de biomassa.
antigas tensões entre norte-irlandeses e irlandeses.
d) a perda do prestígio político do Reino Unido frente 07. (SEE-MG - Especialista em Educação Básica - FU-
à Europa, o que inviabilizaria a permanência do país MARC - 2018) A Base Nacional Comum Curricular é um
na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). documento de caráter que define um conjunto de apren-
e) a obrigação do governo britânico em continuar rece- dizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
bendo grupos de refugiados do Oriente Médio e Áfri- volver ao longo das etapas de um período da educação.
ca mesmo após a saída do bloco econômico europeu. O debate sobre a Base Nacional vem sendo ampliada em
2018 e é referente ao seguinte período da escolarização:
05. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Re-
gistros – Remoção - CESPE - 2019) Acerca de aspectos a) Mestrados em todas as universidades.
relacionados ao impacto da tecnologia no mercado de b) Especializações em universidades públicas.
trabalho, julgue os itens que se seguem. c) Doutorado em universidades públicas.
d) Cursos pré-vestibulares.
I Os impactos da tecnologia no mundo do trabalho não e) Educação básica.
são necessariamente imediatos, mas, a longo prazo,
podem implicar no desaparecimento de determinadas 08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
profissões. - 2019) Em março de 2019, mais de 1 milhão de crian-
II Projeções sobre o futuro do mercado de trabalho dão ças e jovens foram às ruas em 120 países para pressionar
destaque às profissões de índole criativa no mercado líderes políticos e empresariais a agirem para evitar que
de trabalho dominado pela tecnologia. os problemas afetem gravemente o futuro deles. A greve
III As revoluções tecnológicas demandam capacidade de global de estudantes mobilizou também pais e professo-
inovação para estimular a competitividade, aspecto res no Brasil.
que tem sido explorado por políticas públicas brasilei- (Disponível em: http://www.bit.ly. Adaptado)
ras que elevaram a posição do Brasil no ranking inter- Os protestos tiveram como alvo os problemas rela-
nacional de competitividade. cionados
IV Devido aos impactos resultantes da tecnologia no
mercado de trabalho, a maioria das escolas brasileiras a) às mudanças climáticas.
da rede privada e pública já tem em seus currículos b) à violência no trânsito.
disciplinas relacionadas a programação e robótica. c) à poluição dos aquíferos.
d) ao desmatamento de regiões temperadas
Estão certos apenas os itens e) aos resíduos sólidos sem destinação adequada.

a) I e II. 09. (Prefeitura de Sorocaba - SP - Conselheiro Tute-


b) I e IV. lar - VUNESP - 2019) O presidente americano Donald
c) III e IV. Trump prometeu, na sexta-feira, 10 de maio de 2019,
d) I, II e III. mais que dobrar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em
e) II, III e IV. mercadorias e introduzir novas taxas “em breve”. Segun-
do ele, o governo local está tentando recuar nos termos
06. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidro- do acordo que teria sido costurado entre os negociado-
mecânica – Mecânico - FCC - 2019) É forte o ritmo do res dos dois países.
crescimento desta fonte de energia no Brasil. Os investi- BBC.https://www.bbc.com/portuguese/internacio-
mentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos nal-48228954. 13.05.2019. Adaptado
ATUALIDADES

de 10 anos após o primeiro leilão deste tipo de energia


no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início de O excerto faz alusão
2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a
mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Atualmente, o a) à guerra comercial contra o México devido ao aumen-
Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da pro- to de suas exportações.

36
b) às sanções comerciais impostas ao Irã devido ao seu a) O Brasil, devido as suas proporções, apresenta terri-
programa nuclear. tório em dois hemisférios da Terra, o oriental e o me-
c) à guerra comercial em curso com a China devido ao ridional
protecionismo norte-americano. b) O Brasil é um país de estrutura geológica antiga, po-
d) às sanções econômicas impostas à Coreia do Norte rém na porção leste brasileira ocorrem dobramentos
devido ao seu programa balístico. modernos, como a Serra da Mantiqueira e o Planalto
Atlântico
10. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária - c) O Pico de São Paulo é o ponto mais alto do Brasil, com
FCC - 2019) A série com dados oficiais de desmatamento 3525 metros de altitude, e localiza-se na região norte
da Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Ins- do país, nos Montes Apalaches
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que d) Apesar do Rio Amazonas ser o mais extenso do mun-
os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação do, com aproximadamente 7 mil quilômetros, é o Rio
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano. (Adaptado Paraná que apresenta a maior bacia hidrográfica do
de: https://glo.bo/2Z5KAAY) Brasil
A respeito do desmatamento da Amazônia conside- e) O território brasileiro fica sobre a placa tectônica sul-
re as seguintes afirmações. I. Vários estudos já mostram -americana e apresenta estrutura geológica composta
que uma das causas do aumento do desmatamento é de maciços antigos e bacias sedimentares
a redução da fiscalização. II. Em vários locais da região
observam-se queimadas ilegais para abertura de pasta- 13. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP–
gens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para 2018) Neste ano de 2018, a Constituição Federal brasilei-
a cultura de soja). III. Embora expressivas, as áreas ama- ra completa trinta anos de existência. Elaborada por uma
zônicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas Assembleia Nacional Constituinte instalada em 1987, no
em desmatamento no cerrado e na caatinga. Está correto ocaso da Ditadura Militar, coordenada pelo deputado
o que consta APENAS em Ulysses Guimarães, a Carta Magna ainda hoje é lembrada
pelo seu apelido de Constituição
a) II e III.
b) I e III. a) Transformadora
c) II. b) Transitiva
d) I e II. c) Cidadã
e) III. d) Civil
e) Antiautoritária
11. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO–
CESGRANRIO – 2018) O domínio das caatingas brasi- 14. (CODEM-PA – ANALISTA FUNDIÁRIO – AOCP –
leiras, um dos três espaços semiáridos da América do Sul, 2017) “Multinacional francesa vai investir mais de R$1
apresenta precipitações que se concentram de seis a sete bilhão no estado do Pará. Mais uma multinacional se ins-
meses no domínio geral dos sertões. O prolongado perí- tala em território paraense de olho nas oportunidades
odo seco anual se deve, entre outras causas, às células de logísticas do Pará.”
alta pressão atmosférica que penetram nos espaços dos Em relação à vinda de multinacionais para o estado
sertões durante o inverno austral. do Pará, vários fatores podem contribuir para atrair em-
Para combater a seca e levar água a mais de 12 mi- presas. Referente à instalação dessas empresas e ao de-
lhões de pessoas, em estados como Ceará, Rio Grande senvolvimento econômico, assinale a alternativa correta.
do Norte, Paraíba e Pernambuco, foi criado um empreen-
dimento de transposição de águas de um rio perene que a) A empresa Louis Dreyfus Company (LDC) busca im-
atravessa o sertão nordestino. plementar projetos no setor de logística e pretende
O rio em questão é o montar uma estrutura hidroviária com saída da região
sul do Pará, passando pela Zona Franca de Manaus, o
a) Paraná que facilitará um intercâmbio comercial benéfico aos
b) Paraíba estados do Pará e Amazonas
c) Araguaia b) A Louis Dreyfus Company (LDC), empresa do setor de
d) Tocantins commodities, vem investimento em experimentos no
e) São Francisco Pará, como em lavouras de trigo voltadas para expor-
tação. Com isso, a região sul do estado se torna um
12. (FUNPAPA– AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO – polo de destaque do setor
AOCP– 2018) O Brasil é um país de proporções conti- c) A empresa Louis Dreyfus Company (LDC) atua em qua-
nentais, com aproximadamente 8,5 milhões km², que se todas as frentes da cadeia de alimentação. Recente-
ATUALIDADES

ocupa quase a metade da América do Sul, abarcando mente instalada no Brasil, vem recebendo investimen-
várias zonas climáticas e apresentando diversos biomas tos governamentais, em especial do estado do Pará,
e diversas formas de relevo. Sobre a geografia do Brasil, por meio de subsídios para realizar suas atividades
assinale a alternativa correta. d) As empresas multinacionais, e mesmo as grandes em-
presas brasileiras, buscam se localizar em áreas atrati-

37
vas, onde os custos de produção não sejam onerosos.
O Pará apresenta uma logística atrativa no setor flu-
vial, com saída para o oceano, tendo os rios tapajós e
madeira como algumas de suas principais vias
e) O Pará possui uma localização geográfica estratégica
para investimentos em setores de logística. A multina-
cional Louis Dreyfus Company (LDC), de origem fran-
cesa, está investindo na aquisição de terrenos para a
construção de transbordos e portos em Vila do Con-
de, em Barcarena, e localidades circunvizinhas, além
de fazer estudos para a construção de um porto às
margens do Rio Tapajós

15. (CODEM-PA – ANALISTA FUNDIÁRIO – AOCP –


2017) No norte do país, o jeito de ser paraense chama a
atenção, seja na forma de falar, de cantar, de dançar ou
de vestir. Apesar das influências do resto do país, o para-
ense mantém, com fervor, o gosto pelas coisas da terra.
Sobre a cultura do Pará, informe se é verdadeiro (V) a) A ilha de Marajó, banhada pelos rios Xingu e Amazo-
ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alterna- nas, é um dos principais pontos turísticos da região,
tiva com a sequência correta. com destaque para o artesanato marajoara

( ) O carimbó é um ritmo musical amazônico e também b) O Parque do Xingu, onde nasce o rio com mesmo
uma dança de roda de origem indígena típica da re- nome, localiza-se na região nordeste do Estado do
gião litorânea do estado do Pará. Influenciado por ne- Pará, apresentando potencial para instalação de usi-
gros e portugueses, o termo “Dança do Carimbó” vem nas hidrelétricas
do título dado pelos indígenas aos dois tambores de
dimensões diferentes, que servem para o acompanha- c) Criado em 1985 pelo Governo Federal, o Programa
mento básico do ritmo. Calha Norte tem como objetivo principal a manuten-
( ) Em Belém, o Círio de Nazaré consiste na devoção à ção da soberania da Amazônia, contribuindo para a
Virgem de Nazaré, que começou após o caboclo Plá- promoção de seu desenvolvimento ordenado e sus-
cido ter encontrado uma pequena imagem de Nossa tentável. O projeto está presente também na Ilha do
Senhora às margens do Igarapé Murutucu. Marajó (PA) e na região ao sul da bacia do Amazo-
( ) A culinária do Pará expressa muito de sua cultura re- nas, alcançando os limites dos estados de Rondônia e
gional e pratos como: Pato a tucupi, Caruru, tacacá, Mato Grosso
Barreado e Chambaril traduzem a exótica cozinha pa-
raense. d) O governo do Pará e a FUNAI (Fundação Nacional de
( ) A lenda do boto faz parte do folclore da região norte. Amparo ao Índio) analisaram em conjunto projetos
Ela era utilizada para justificar uma gravidez fora do que autorizam a exploração de ouro nas bordas da
casamento e, ainda hoje, costuma-se dizer que uma barragem de Belo Monte, sendo mais um projeto eco-
criança é filha do boto quando não se sabe quem é logicamente econômico
o pai.
( ) O festival dos bois garantido e caprichoso, típico do e) A região destacada no mapa hidrográfico da costa
Pará, é realizado no fim de cada ano e marca um even- oeste atlântica é simbolicamente importante, devido à
to festivo equivalente ao carnaval das demais regiões revolta de cabanos durante o período regencial (1831
do Brasil. – 1840), revolta esta que obteve êxito até o início do
segundo reinado
a) F – V – V – V – F
b) V – F – F – V – V 17. (PREFEITURA DE SANTO EXPEDITO-SP – MOTORISTA
c) F – V – F – F – V – PRIME CONCURSOS – 2017)
d) V – F – V – F – F Qual o nome do Rio e o Estado da União que esta
e) V – V – F – V – F sendo construída a Usina de Belo Monte?

a) Rio Madeira no Estado de Rondônia


16. (CODEM-PA – ANALISTA FUNDIÁRIO – AOCP – b) Rio Teres Píres no Estado do Mato Grosso
c) Rio Tocantins no Estado de Goiás
ATUALIDADES

2017) Observe o mapa sobre as potencialidades hidro-


gráficas do Pará e assinale a alternativa correta. d) Rio Xingu no Estado do Pará

18. (IPHAN – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE –


2018) Julgue o item a seguir, a respeito da história e da

38
institucionalização do patrimônio cultural no Brasil e no
mundo.
Por representar a identidade e a memória da nação,
GABARITO
Belém do Pará foi a primeira cidade monumento tom-
bada no Brasil, na década de 30 do século passado. 1 A

( ) Certo ( ) Errado 2 B
3 D
19. (PREFEITURA DE SUZANO-SP – GUARDA CIVIL 4 C
MUNICIPAL– VUNESP – 2018) A empresa norueguesa
5 A
Hydro Alunorte está envolvida num dos mais recentes
desastres ambientais no Brasil, ocorrido na região metro- 6 A
politana de Belém, no Pará. O governo da Noruega, dono 7 E
de 34,4% das ações da empresa, mantém silêncio, ape-
8 A
nas alega não ter envolvimento na gestão da companhia.
(UOL, 13.03.18. Disponível em: <https://goo.gl/ 9 C
fgo4KK> . Adaptado) 10 D
O desastre ambiental a que o trecho se refere está
11 C
relacionado
12 E
a) à morte de animais silvestres por envenenamento in- 13 C
dustrial
14 E
b) a um incêndio intencional em região de proteção am-
biental 15 E
c) ao derramamento de petróleo e óleo cru na foz do 16 C
Amazonas 17 D
d) ao desmatamento de áreas de floresta protegidas por
lei 18 ERRADA
e) a vazamentos de rejeitos minerais de uma das instala- 19 E
ções da empresa 20 E
20. (FUNPAPA– AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO –
AOCP– 2018) O Boi-Bumbá é uma manifestação folclóri-
ca encontrada em quase todos os municípios paraenses.
E é no mês de junho que são feitas as apresentações,
ainda em sua formação original. Sobre a festa e os gru-
pos de Boi-bumbá, que representam também a cultura
da sociedade paraense, assinale a alternativa correta.

a) O Boi-Bumbá “Pingo de Ouro foi fundado em 1939.


Surgiu da extinção do Boi-Bumbá “Açai Maduro”, da
ilha de Icoaraci, e da pesquisa de outros grupos folcló-
ricos que se exibiam à época na ilha
b) A festa possui a representação da morte e da ressur-
reição do seu personagem principal, o Boi
c) O Boi-Bumbá “Pai de Ouro” surgiu na ilha de Mosquei-
ro, sendo trazido a Belém na década de 1980
d) Trata-se de uma festa popular de rua, que ocorre anu-
almente na cidade de Belém do Pará. De caráter reli-
gioso, reune milhares de pessoas, que vão às ruas para
homenagear Nossa Senhora de Nazaré
e) Os grupos ocorrem em várias cidades brasileiras, sen-
do que as festas de Sabará (Minas Gerais) e Parati (Rio
de Janeiro) são as mais conhecidas. Durante os dias
entre o Natal e o Dia de Reis, grupos de músicos an-
dam pelas ruas da cidade, cantando canções que fa-
ATUALIDADES

zem referência à viagem dos reis magos em direção


a Belém

39
ANOTAÇÕES

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ATUALIDADES

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40
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO

Noções de Direito Constitucional: Constituição: conceito e classificação. ...................................................................................... 1


A organização do Estado: poderes e funções. A Administração Pública: princípios que a norteiam. Princípios
constitucionais da administração pública: princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência...................................................................................................................................................................................................................... 4
Noções de Direito Administrativo. Estrutura administrativa da Administração Pública.............................................................. 12
Atos administrativos: conceito e requisitos do ato administrativo, atributos do ato administrativo, classificação dos
atos administrativos. Espécies de atos administrativos. ......................................................................................................................... 23
Requisitos do Serviço Público e Direitos do Usuário. .............................................................................................................................. 29
Responsabilidade dos servidores: responsabilidade administrativa, responsabilidade civil, responsabilidade criminal,
meios de punição, sequestro e perdimento de bens, enriquecimento ilícito e improbidade administrativa, abuso de
autoridade. ................................................................................................................................................................................................................ 33
Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Belém: Lei n.º 7.502, de 20 de dezembro de 1990 - dispõe sobre
o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Belém, e suas alterações......................................................................... 47
Lei n. 7507, de 14 de janeiro de 1991, que dispõe sobre o Plano de Carreira do Quadro de Pessoal da Prefeitura
Municipal de Belém................................................................................................................................................................................................ 52
Ética no serviço público......................................................................................................................................................................................... 54
Quanto ao conteúdo:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL:
- Material: conjunto de regras materialmente cons-
CONSTITUIÇÃO: CONCEITO E
titucionais, ou seja, que contiver as normas funda-
CLASSIFICAÇÃO.
mentais e estruturais do Estado, a organização de
seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais,
O CONSTITUCIONALISMO independentemente da forma em que estejam or-
ganizadas tais disposições.
O Constitucionalismo é um movimento político-so- - Formal: consubstanciada em um documento sole-
cial, surgido no século XVIII e motivado por ideias ilumi- ne estabelecido pelo poder constituinte originário.
nistas para conter o absolutismo e fomentar a adoção de É levado em consideração o processo de sua for-
constituições escritas pelas nações, com a finalidade de mação, e não necessariamente a materialidade de
limitar o poder dos governantes. O ideal do constitucio- suas normas ou conteúdo.
nalismo é, portanto, defender um regime político no qual
há a necessidade de uma Constituição para reger a vida Quanto à forma:
de um país, limitando os atos do Executivo, numa forma - Escrita: expressa num único texto. “A Constituição
de organizar o poder. escrita é o mais alto estatuto jurídico de determi-
nada comunidade, caracterizando-se por ser a lei
O Neoconstitucionalismo fundamental de uma sociedade” (MORAES, 2018,
p. 43).
Diante das novas tendências e necessidades do uni- - Não escrita: não estabelecida em um documento
verso jurídico constitucional na contemporaneidade, a único e solene, mas é costumeira, baseada e con-
preocupação do chamado constitucionalismo pós-mo- substanciada nos costumes, convenções, jurispru-
derno, pós-positivismo ou neoconstitucionalismo não dências e práticas sociais preestabelecidas.
mais consiste na ideia de limitação do poder político,
mas sim na eficácia e aplicabilidade das normas cons-
titucionais, e na consequente concretização dos direitos #FicaDica
fundamentais.
Arábia Saudita, Líbia, Nova Zelândia e Rei-
no Unido são exemplos de países que não
DIREITO CONSTITUCIONAL
tem uma Constituição escrita.
O jurista Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2005) en-
sina que o Direito Constitucional, como a própria deno- Quanto ao modo de elaboração:
minação revela, é correlativo à ideia de Constituição e o - Dogmática: também chamada de sistemática, é
conceito de Constituição é um fato cultural e, portanto, sempre escrita e estrutural e surge a partir de dog-
histórico. mas políticos ou sistemas ideológicos prévios.
Como ciência, o Direito Constitucional é o conheci- - Histórica: fruto da lenta e contínua síntese da his-
mento sistematizado da organização jurídica fundamental tória e tradições de um povo, como é o caso da
de Estado. Isto é, conhecimento sistematizado das regras Constituição inglesa.
jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo,
ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabeleci- Quanto à origem:
mento de seus órgãos e aos limites de sua ação (FERREIRA - Promulgada: também chamada de democrática,
FILHO, 2005, p. 16). votada ou popular, é fruto do trabalho de uma As-
sembleia Nacional Constituinte, eleita direta e legi-
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO timamente pelo povo, para, em nome dele atuar.
- Outorgada: é a Constituição imposta de manei-
A Constituição é a lei máxima e fundamental de um ra unilateral por governante que não recebeu do
país, que geralmente determina a sua organização social, povo a legitimidade para em nome dele atuar
política, jurídica e econômica. (LENZA, 2019).
Conjunto de normas jurídicas, normalmente escritas
em um texto unitário, que regulam a organização e atua- Quanto à estabilidade ou alterabilidade:
ção do Estado nas relações sociais. - Imutável: é vedada qualquer alteração.
- Rígida: exige para a sua alteração um processo le-
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES gislativo solene, mais complexo e árduo do que o
empregado para a modificação das normas infra-
Toda tipologia ou classificação, depende dos crité- constitucionais. Para Alexandre de Moraes (2018),
rios adotados por seus estudiosos. É importante escla- a Constituição Federal de 1988 pode ser conside-
recer que existem diferentes classificações entre os ju- rada super-rígida, porque em regra pode ser al-
ristas mais renomeados. Não se trata, portanto, de uma terada por um processo legislativo diferenciado,
LEGISLAÇÃO

classificação ser mais acertada que outra, mas sim, mais mas, excepcionalmente é imutável quanto às suas
adequada à sua finalidade didática. Segundo Alexandre cláusulas pétreas, previstas em seu art. 60, § 4º.
de Moraes (2018) a tipologia ou a classificação das cons- Esta classificação, contudo, não tem sido adotada
tituições pode ser basicamente delimitada: pelo STF.

1
- Semirrígida: algumas regras poderão ser alteradas de sítio, além de outras situações, por motivo de ordem
pelo processo legislativo pública, bons costumes e paz social. Por sua vez, as nor-
mas constitucionais de eficácia limitada são aquelas
- ordinário, enquanto outras somente por um proces- normas que, de imediato, não têm o poder e a força de
so legislativo especial e complexo. produzir todos os seus efeitos, precisando de norma
regulamentadora infraconstitucional a ser editada pelo
- Flexível: não exige um processo legislativo de alte- poder, órgão ou autoridade competente, ou até mesmo
ração mais dificultoso do que as normas infracons- de integração por meio de emenda constitucional. São,
titucionais. Logo, pode ser alterada por processo portanto, consideradas normas de aplicabilidade indire-
legislativo ordinário. ta, mediata e reduzida, ou ainda, diferida.

Quanto à extensão e finalidade: NORMAS PROGRAMÁTICAS


- Analítica: também chamada de dirigente, é ampla
e detalhada, trazendo todos os assuntos que po- De modo geral, pode-se dizer que a Constituição de
dem ser considerados fundamentais e relevantes à 1988 é programática. Isso porque grande parte de suas
formação, destinação e funcionamento do Estado. normas traçam, na verdade, princípios para serem cum-
É minuciosa e normalmente estabelece regras que pridos pelos seus órgãos em longo prazo. São verdadei-
poderiam ser matéria de leis infraconstitucionais. ras metas a serem atingidas pelo Estado e seus progra-
- Sintética: é concisa, breve e sucinta, tratando ape-
mas de governo na realização de seus fins sociais.
nas de princípios fundamentais e estruturais do Es-
tado. Geralmente são mais duradouras, um exem-
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO
plo é a Constituição dos Estados Unidos.
FEDERAL DE 1988
Além desta classificação básica, alguns doutrinadores
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
as dividem em outros tipos, de acordo com o que acre-
ditam ser mais adequado para os seus estudos. Existem união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis-
ainda as constituições normativas, nominalistas e semân- trito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
ticas, as dualistas ou pactuadas, as principiológicas e pre- Direito e tem como fundamentos:
ceituais, provisórias e definitivas, as heterônomas e autô- I - a soberania;
nomas, as constituições garantia, balanço e dirigente, as II - a cidadania
liberais (negativas) e sociais (dirigentes) e, as expansivas. III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
(Vide Lei nº 13.874, de 2019).
FIQUE ATENTO! V - o pluralismo político.
A Constituição da República Federativa do Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
Brasil de 1988 é formal, escrita, dogmáti- exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
ca, promulgada, rígida (ou super-rígida) mente, nos termos desta Constituição.
e analítica. E ainda, normativa, principio-
lógica, definitiva, autônoma, de garantia, São, portanto, princípios fundamentais da Constitui-
dirigente, social e expansiva. ção:
A soberania, que consiste num poder político supre-
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONS- mo, independente na ordem internacional e não limitado
TITUCIONAIS a nenhum outro na esfera interna. É a capacidade do país
editar e reger suas próprias normas e seu ordenamento
A positivação de uma norma constitucional não im- jurídico.
plica automaticamente em sua eficácia e aplicabilidade. A cidadania, condição da pessoa pertencente a um
Portanto, as normas constitucionais podem ser: de eficá- Estado, dotada de direitos e deveres. É o status de cida-
cia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada. dão inerente a todo jurisdicionado que tem direito de
Segundo Lenza (2019), as normas constitucionais de votar e ser votado.
eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral A dignidade da pessoa humana, valor moral perso-
são aquelas normas da Constituição que, no momento nalíssimo, inerente à própria condição humana. Funda-
que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos mento consistente no respeito pela vida e integridade do
os seus efeitos, independentemente de norma integrati- ser humano e a garantia de condições mínimas de exis-
va infraconstitucional. Já as normas constitucionais de tência com liberdade, autonomia e igualdade de direitos.
eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade di- Os valores sociais do trabalho e da livre iniciati-
reta e imediata, mas possivelmente não integral. Embora va, pois é através do trabalho que o homem garante sua
tenham força de produzir todos os seus efeitos quando subsistência e o crescimento do país. Por isso, a necessi-
da promulgação da nova Constituição, ou da entrada em
LEGISLAÇÃO

dade de se estabelecer a proteção deste importante di-


vigor ou introdução de novos preceitos por emendas à reito social. Por sua vez, a livre iniciativa consiste numa
Constituição, poderá haver a redução de sua abrangên- doutrina que defende a total liberdade para o exercício
cia e limitação ou restrição à eficácia e à aplicabilidade de atividades econômicas, sem qualquer interferência do
que pode se dar por decretação do estado de defesa ou Estado.

2
Muito importante mencionar que os fundamentos ou 2. (TJSC – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-
princípios fundamentais são diferentes dos objetivos da GISTROS – PROVIMENTO – IESES – 2019) Marque a al-
Constituição, previstos no art. 3º, CF: ternativa INCORRETA sobre os princípios fundamentais
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- da Constituição Federal de 1988:
blica Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; a) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
II - garantir o desenvolvimento nacional;
da Constituição Federativa da República do Brasil de
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
1988.
as desigualdades sociais e regionais; b) A República Federativa do Brasil, formada pela união
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe-
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- deral, constitui-se em Estado democrático de direito.
mas de discriminação. c) São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Mi-
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO nistério Público.
d) A República Federativa do Brasil buscará a integração
O Estado brasileiro é democrático porque é regido econômica, política, social e cultural dos povos da
por normas democráticas, pela soberania da vontade po- América Latina, visando à formação de uma comuni-
pular, com eleições livres, periódicas e pelo povo, e de dade latino-americana de nações.
direito porque pauta-se pelo respeito das autoridades
Resposta: Letra C. Incorreta. Conforme art. 2º, CF: São
públicas aos direitos e garantias fundamentais, refletindo
Poderes da União, independentes e harmônicos entre
a afirmação dos direitos humanos. si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. O MP não
é um poder reconhecido na Constituição, mas sim um
TRIPARTIÇÃO DE PODERES órgão autônomo e independente.

Art. 2º São poderes da União, independentes e har- 3. (PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
mônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judici- – ASSISTENTE JURÍDICO – VUNESP – 2018) De acordo
ário. com a doutrina existente sobre eficácia e aplicabilidade
das normas constitucionais, são normas constitucionais
Assim, o Estado brasileiro é marcado pela união in- de eficácia contida aquelas que:
dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
e separação dos poderes estatais, de modo que o legis- a) no momento da sua entrada em vigor já estão aptas a
produzir todos os seus efeitos.
lativo, executivo e judiciário possam atuar em harmonia. 
b) geralmente determinam a criação de órgãos ou atri-
buem competências aos entes federativos.
c) por si só não são capazes de produzir todos os seus
EXERCÍCIO COMENTADO efeitos, necessitam de uma lei infraconstitucional.
d) têm aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ou di-
1. (TJMG – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE- ferida, e vinculam o legislador infraconstitucional.
GISTROS – PROVIMENTO – CONSULPLAN – 2018) Em e) possuem aplicabilidade direta, imediata e possivel-
mente não integral, com limitação da sua eficácia e
relação à eficácia e aplicabilidade das normas constitu-
aplicabilidade.
cionais, assinale a alternativa INCORRETA:
Resposta: Letra E. Correta. As normas constitucionais
a) As normas constitucionais de eficácia plena são susce- de eficácia contida têm aplicabilidade direta e imedia-
tíveis de aplicação sem solução de continuidade. ta, mas possivelmente não integral. Embora tenham
b) As normas definidoras dos direitos e garantias fun- força de produzir todos os seus efeitos quando da
damentais têm aplicação diferida, e não aplicação ou promulgação poderá haver a redução de sua abran-
execução imediata como as normas programáticas. gência e limitação ou restrição à eficácia e à aplica-
c) As normas constitucionais de eficácia limitada não são bilidade que pode se dar por decretação do estado
providas de aplicabilidade direta e imediata, vez que de defesa ou de sítio, além de outras situações, por
carecem de regulamentação para tornarem-se aplicá- motivo de ordem pública, bons costumes e paz social.
veis.
4. (CÂMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS – SP – ASSIS-
d) As normas constitucionais de eficácia contida não são
TENTE LEGISLATIVO VUNESP - 2015) A atual Constitui-
dotadas de aplicabilidade integral, já que há a possi-
ção Federal adota o Sistema de Tripartição de Poderes. A
bilidade do alcance do preceito ser reduzido pela le- respeito desse tema, assinale a alternativa correta.
LEGISLAÇÃO

gislação ordinária.
a) Os Poderes da União são entre si independentes e har-
Resposta: Letra B. Incorreta. Conforme art. 5º, § 1º, mônicos.
CF/88: as normas definidoras dos direitos e garantias b) Os Poderes da União são interdependentes e harmô-
fundamentais têm aplicação imediata. nicos entre si.

3
c) Os Poderes da União são: o Executivo, o Legislativo e vativas e as concorrentes complementares e suplemen-
o Moderador. tares;
d) Os Poderes Executivo e Judiciário são autônomos e Competência exclusiva é aquela conferida a um dos
dependentes entre si. entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Mu-
e) O Poder Executivo centraliza as decisões políticas e ad- nicípios) com exclusão dos demais. A competência priva-
ministrativas dos demais poderes. tiva é aquela enumerada como própria de um ente, com
possibilidade, entretanto, de delegação para outro. Con-
Resposta: Letra A. O art. 2º, CF estabelece que: São corrente é a competência conferida em comum a mais de
Poderes da União, independentes e harmônicos entre um ente federativo. Na complementar, o ente federativo
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. tem competência naquilo que a norma federal (superior)
lhe dê condição de atuar e na suplementar, por sua vez,
5. (CÂMARA DE CACOAL-RO – TÉCNICO EM INFOR- o ente federativo supre a competência federal não exer-
MÁTICA – IBADE – 2018) A Constituição da República cida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com base na
Federativa do Brasil de1988 pode ser classificada como: competência suplementar perde a eficácia.

a) escrita e histórica. UNIÃO


b) sintética e semântica.
A União é o ente federativo com dupla personalidade.
c) liberal e preceitual.
Internamente, é uma pessoa jurídica de direito público
d) promulgada e dogmática.
interno, com autonomia autonomia financeira, adminis-
e) rígida e pretende ser nominal.
trativa e política e capacidade de auto-organização, au-
togoverno, autolegislação e autoadministração. Interna-
Resposta: Letra D. A CF/88 é promulgada e dogmá- cionalmente, a União representa a República Federativa
tica, criada democraticamente a partir de um sistema do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da sobe-
ideológico prévio e fruto do trabalho de uma Assem- rania do Estado brasileiro.
bleia Nacional Constituinte. Bens da União:

A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: São bens da União os previstos no art. 20, CF:


PODERES E FUNÇÕES. A I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: rem a ser atribuídos;
PRINCÍPIOS QUE A NORTEIAM. II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS fronteiras, das fortificações e construções militares,
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: das vias federais de comunicação e à preservação am-
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, biental, definidas em lei;
IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
PUBLICIDADE, EFICIÊNCIA terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se es-
tendam a território estrangeiro ou dele provenham,
FEDERAÇÃO bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham
Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a ordem jurídi- a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ca soberana que tem por fim o bem comum de um povo ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
situado em determinado território”. as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda
A Constituição de 1988 adotou a forma republicana Constitucional nº 46, de 2005).
de governo, o sistema presidencialista de governo e a V - os recursos naturais da plataforma continental e
forma federativa de Estado. Note tratar-se de três defi- da zona econômica exclusiva;
nições distintas. O federalismo é marcado pela união in- VI - o mar territorial;
dissolúvel de estados com autonomia política. São entes VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
da federação brasileira: a União; os Estados-Membros; VIII - os potenciais de energia hidráulica;
o Distrito Federal e os Municípios. IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é con- X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar-
siderado laico, mantendo uma posição de neutralidade queológicos e pré-históricos;
em matéria religiosa, admitindo o culto de todas as reli- XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
giões, sem qualquer intervenção.
Competências da União
COMPETÊNCIAS
Competência administrativa exclusiva da União:
LEGISLAÇÃO

As competências dos entes federativos podem ser:


Materiais ou administrativas, que se dividem em Art. 21. Compete à União:
exclusivas e comuns; I - manter relações com Estados estrangeiros e partici-
Legislativas, que compreedem as exclusivas, as pri- par de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;

4
III - assegurar a defesa nacional; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, recursos hídricos e definir critérios de outorga de direi-
que forças estrangeiras transitem pelo território na- tos de seu uso (Regulamento);
cional ou nele permaneçam temporariamente; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a no, inclusive habitação, saneamento básico e trans-
intervenção federal; portes urbanos;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
material bélico; nacional de viação;
VII - emitir moeda; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fis- portuária e de fronteiras (Redação dada pela Emenda
calizar as operações de natureza financeira, espe- Constitucional nº 19, de 1998);
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
como as de seguros e de previdência privada;
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamen-
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais
to, a industrialização e o comércio de minérios nuclea-
de ordenação do território e de desenvolvimento eco- res e seus derivados, atendidos os seguintes princípios
nômico e social; e condições:
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; a) toda atividade nuclear em território nacional so-
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, mente será admitida para fins pacíficos e mediante
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica- aprovação do Congresso Nacional;
ções, nos termos da lei, que disporá sobre a organi- b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
zação dos serviços, a criação de um órgão regulador cialização e a utilização de radioisótopos para a pes-
e outros aspectos institucionais (Redação dada pela quisa e usos médicos, agrícolas e industriais (Redação
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95); dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, c) sob regime de permissão, são autorizadas a pro-
concessão ou permissão: dução, comercialização e utilização de radioisótopos
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima- de meia-vida igual ou inferior a duas horas (Redação
gens (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
de 15/08/95); d) a responsabilidade civil por danos nucleares in-
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o depende da existência de culpa; (Redação dada pela
aproveitamento energético dos cursos de água, em ar- Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
ticulação com os Estados onde se situam os potenciais XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
hidroenergéticos; balho;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer-
aeroportuária; cício da atividade de garimpagem, em forma associa-
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário tiva.
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
Competências administrativas comuns da União,
transponham os limites de Estado ou Território;
Estados, Distrito Federal e Municípios:
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; do Distrito Federal e dos Municípios:
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a instituições democráticas e conservar o patrimônio
Defensoria Pública dos Territórios (Redação dada pela público;
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção
efeito); e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Dis- valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
trito Federal, bem como prestar assistência financeira paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
ao Distrito Federal para a execução de serviços públi- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza-
cos, por meio de fundo próprio (Redação dada pela ção de obras de arte e de outros bens de valor históri-
Emenda Constitucional nº 104, de 2019); co, artístico ou cultural;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de esta- V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu-
tística, geografia, geologia e cartografia de âmbito cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação
nacional; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de 2015);
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
LEGISLAÇÃO

diversões públicas e de programas de rádio e televisão;


XVII - conceder anistia; em qualquer de suas formas;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente con- VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
tra as calamidades públicas, especialmente as secas e
abastecimento alimentar;
as inundações;

5
IX - promover programas de construção de moradias XXII - competência da polícia federal e das polícias
e a melhoria das condições habitacionais e de sanea- rodoviária e ferroviária federais;
mento básico; XXIII - seguridade social;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
marginalização, promovendo a integração social dos XXV - registros públicos;
setores desfavorecidos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades, para as administrações públi-
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos
cas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Es-
e minerais em seus territórios; tados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o dis-
XII - estabelecer e implantar política de educação para posto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
a segurança do trânsito. sociedades de economia mista, nos termos do art. 173,
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
para a cooperação entre a União e os Estados, o Dis- 19, de 1998);
trito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilí- XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
brio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito marítima, defesa civil e mobilização nacional;
nacional (Redação dada pela Emenda Constitucional XXIX - propaganda comercial.
nº 53, de 2006). Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
os Estados a legislar sobre questões específicas das
Competência Legislativa Privativa da União: matérias relacionadas neste artigo.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar so- Competência Legislativa concorrente da União,
bre: Estados e Distrito Federal:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Federal legislar concorrentemente sobre:
II - desapropriação; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
III - requisições civis e militares, em caso de iminente mico e urbanístico (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
perigo e em tempo de guerra; II - orçamento;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e III - juntas comerciais;
radiodifusão; IV - custas dos serviços forenses;
V - serviço postal; V - produção e consumo;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan- VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
tias dos metais; reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên- do meio ambiente e controle da poluição;
cia de valores; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artísti-
VIII - comércio exterior e interestadual; co, turístico e paisagístico;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estéti-
co, histórico, turístico e paisagístico;
rítima, aérea e aeroespacial;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec-
XI - trânsito e transporte; nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação (Reda-
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e meta- ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015);
lurgia; X - criação, funcionamento e processo do juizado de
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; pequenas causas;
XIV - populações indígenas; XI - procedimentos em matéria processual;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e ex- XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
pulsão de estrangeiros; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e XIV - proteção e integração social das pessoas porta-
condições para o exercício de profissões; doras de deficiência;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público XV - proteção à infância e à juventude;
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
Pública dos Territórios, bem como organização admi- polícias civis.
nistrativa destes (Redação dada pela Emenda Consti- § 1º No âmbito da legislação concorrente, a compe-
tência da União limitar-se-á a estabelecer normas ge-
tucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito);
rais (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
§ 2º A competência da União para legislar sobre nor-
geologia nacionais; mas gerais não exclui a competência suplementar dos
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da Estados (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
poupança popular; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
XX - sistemas de consórcios e sorteios; tados exercerão a competência legislativa plena, para
XXI - normas gerais de organização, efetivos, mate- atender a suas peculiaridades (Vide Lei nº 13.874, de
LEGISLAÇÃO

rial bélico, garantias, convocação, mobilização, inati- 2019);


vidades e pensões das polícias militares e dos corpos § 4º A superveniência de lei federal sobre normas ge-
de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda rais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
Constitucional nº 103, de 2019); contrário (Vide Lei nº 13.874, de 2019).

6
ESTADOS Competência:

O Brasil é composto de estados federados que gozam A competência dos municípios está elencada no art.
de uma autonomia, consubstancianda na capacidade de 30, CF.
auto-organização, auto-legislação, auto-governo e auto-
-administração. Os Estados podem se formar a partir de Art. 30. Compete aos Municípios:
fusão, cisão ou desmembramento. I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no
Competências Estaduais: que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên-
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balance-
Constituições e leis que adotarem, observados os prin-
tes nos prazos fixados em lei;
cípios desta Constituição.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que
legislação estadual;
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me- concessão ou permissão, os serviços públicos de inte-
diante concessão, os serviços locais de gás canalizado, resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
na forma da lei, vedada a edição de medida provisó- caráter essencial;
ria para a sua regulamentação. (Redação dada pela VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
Emenda Constitucional nº 5, de 1995). União e do Estado, programas de educação infantil e
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba- Constitucional nº 53, de 2006)
nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
de municípios limítrofes, para integrar a organização, União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
o planejamento e a execução de funções públicas de da população;
interesse comum. VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen-
to territorial, mediante planejamento e controle do
Bens dos Estados-Membros: uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: tural local, observada a legislação e a ação fiscaliza-
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, dora federal e estadual.
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União; Fiscalização financeira e orçamentária
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que esti-
verem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio A fiscalização financeira e orçamentária dos Municí-
pios se dá sob duas modalidades: controle externo, exer-
da União, Municípios ou terceiros;
cido pela Câmara Municipal e o controle interno, exerci-
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
do pelo próprio executivo municipal, nos termos do art.
União;
31, CF.
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as
da União. DISTRITO FEDERAL
MUNICÍPIOS O Distrito Federal é reconhecido como ente integran-
te da Federação e goza de autonomia política, embora
O Município, que também é um ente federado que não se enquadre nem como estado-membro ou municí-
possui autonomia administrativa (autoadministração) e pio. Sua principal função é servir como sede do Governo
política (auto-organização, autogoverno e capacidade Federal e não pode haver divisões em municípios.
normativa própria). E, vinculado ao Estado onde se lo-
caliza, depende na sua criação, incorporação, fusão ou Organização do Distrito Federal:
desmembramento, de lei estadual dentro do período de-
terminado por lei complementar federal, além da realiza- O Distrito Federal não possui constituição, mas lei or-
ção de plebiscito. gânica própria, que define os princípios básicos de sua
Sua capacidade de auto-organização consiste na pos- organização, suas competências e a organização de seus
sibilidade da elaboração da lei orgânica própria. O mu- poderes governamentais, nos termos do art. 32, CF.
nicípio possui o Poder Executivo, exercido pelo Prefeito
e o Poder Legislativo, exercido pela Câmara Municipal. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em
LEGISLAÇÃO

Entretanto, não há Poder Judiciário na esfera municipal.


É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF. A dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e apro-
Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Mu- vada por dois terços da Câmara Legislativa, que a pro-
mulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
nicipais e o subsídio dos vereadores, de acordo com a
Constituição.
quantidade de habitantes do município.

7
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competên- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
cias legislativas reservadas aos Estados e Municípios. por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, em comissão, a serem preenchidos por servidores de
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Dis- carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
tritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
Estaduais, para mandato de igual duração. direção, chefia e assessoramento (Redação dada pela
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
aplica-se o disposto no art. 27. VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Gover- livre associação sindical;
no do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia pe-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
nal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar
limites definidos em lei específica (Redação dada pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019). Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
Hoje, não existe no Brasil nenhum Território. Com o públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
advento da CF/88 Roraima e Amapá foram transforma- definirá os critérios de sua admissão;
dos em Estados e Fernando de Noronha foi incorporado IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
ao Estado de Pernambuco. tempo determinado para atender a necessidade tem-
porária de excepcional interesse público;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X - a remuneração dos servidores públicos e o sub-
sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
A administração pública consiste no conjunto de ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
meios institucionais, materiais, financeiros e humanos do iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
Estado, preordenado à realização de seus serviços, visan- geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
do a satisfação das necessidades coletivas. de índices (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) (Regulamento);
A administração pública pode ser definida objetiva- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
mente como a atividade concreta e imediata que o Es- cargos, funções e empregos públicos da administra-
tado desenvolve para a consecução dos interesses co- ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
letivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
função administrativa do Estado (MORAES, 2018, p. 476).
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
A função administrativa é institucionalmente impu- proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
tada a diversas entidades governamentais autônomas, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van-
expressas no art. 37 da Constituição Federal. tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Art. 37. A administração pública direta e indireta de Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
de e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): der Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí- Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta- e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
belecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na for- espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
nº 19, de 1998) aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
II - a investidura em cargo ou emprego público depen- e aos Defensores Públicos (Redação dada pela Emen-
de de aprovação prévia em concurso público de provas da Constitucional nº 41, 19.12.2003);
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
complexidade do cargo ou emprego, na forma previs-
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
ta em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exo- pagos pelo Poder Executivo;
neração (Redação dada pela Emenda Constitucional XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
nº 19, de 1998); quer espécies remuneratórias para o efeito de remu-
III - o prazo de validade do concurso público será de neração de pessoal do serviço público (Redação dada
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
LEGISLAÇÃO

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por ser-
de convocação, aquele aprovado em concurso público vidor público não serão computados nem acumula-
de provas ou de provas e títulos será convocado com dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
prioridade sobre novos concursados para assumir car- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
go ou emprego, na carreira; 1998);

8
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva- implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
do o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos responsável, nos termos da lei.
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); usuário na administração pública direta e indireta, re-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos gulando especialmente (Redação dada pela Emenda
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de Constitucional nº 19, de 1998):
horários, observado em qualquer caso o disposto no I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
inciso XI (Redação dada pela Emenda Constitucional públicos em geral, asseguradas a manutenção de
nº 19, de 1998): serviços de atendimento ao usuário e a avaliação pe-
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela riódica, externa e interna, da qualidade dos serviços
Emenda Constitucional nº 19, de 1998); (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou II - o acesso dos usuários a registros administrativos
científico (Redação dada pela Emenda Constitucional e a informações sobre atos de governo, observado o
nº 19, de 1998); disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda
c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro- Constitucional nº 19, de 1998);
fissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
III - a disciplina da representação contra o exercício
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun-
2001);
ção na administração pública (Incluído pela Emenda
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos
Constitucional nº 19, de 1998);
e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsi- § 4º - Os atos de improbidade administrativa impor-
diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
mente, pelo poder público (Redação dada pela Emen- função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
da Constitucional nº 19, de 1998); sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
XVIII - a administração fazendária e seus servidores em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
jurisdição, precedência sobre os demais setores admi- ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
nistrativos, na forma da lei; não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
XIX – somente por lei específica poderá ser criada au- respectivas ações de ressarcimento.
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
de sociedade de economia mista e de fundação, ca- reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
bendo à lei complementar, neste último caso, definir derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
Constitucional nº 19, de 1998); contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
XX - depende de autorização legislativa, em cada § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- ao ocupante de cargo ou emprego da administração
nadas no inciso anterior, assim como a participação direta e indireta que possibilite o acesso a informações
de qualquer delas em empresa privada; privilegiadas (Incluído pela Emenda Constitucional nº
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, 19, de 1998).
as obras, serviços, compras e alienações serão con- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
tratados mediante processo de licitação pública que dos órgãos e entidades da administração direta e in-
assegure igualdade de condições a todos os concor- direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de firmado entre seus administradores e o poder público,
pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- que tenha por objeto a fixação de metas de desempe-
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as nho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
exigências de qualificação técnica e econômica indis- sobre (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações 1998):
(Regulamento). I - o prazo de duração do contrato;
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es- II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri-
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por gentes;
servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- III - a remuneração do pessoal.
ritários para a realização de suas atividades e atuarão
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
de forma integrada, inclusive com o compartilhamen-
públicas e às sociedades de economia mista, e suas
to de cadastros e de informações fiscais, na forma da
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
lei ou convênio (Incluído pela Emenda Constitucional
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
nº 42, de 19.12.2003).
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
LEGISLAÇÃO

e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter


educativo, informativo ou de orientação social, dela 1998).
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens § 10 É vedada a percepção simultânea de proventos
que caracterizem promoção pessoal de autoridades de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
ou servidores públicos. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou

9
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car- ela tem de formal, mas como na sua teleologia. Não bas-
gos em comissão declarados em lei de livre nomeação tará ao administrador o estrito cumprimento da legali-
e exoneração (Incluído pela Emenda Constitucional nº dade, devendo ele, no exercício de sua função pública,
20, de 1998). respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça.
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites Publicidade: todos os atos administrativos devem ser
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste públicos, vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas restritas que envolvam a segurança nacional.
em lei (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19,
2005). este princípio estabelece que os atos administrativos de-
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput des- vem cumprir os seus propósitos de forma eficaz.
te artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Fede-
ral fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respec- Improbidade Administrativa:
tivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único,
o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo A improbidade administrativa é espécie de ilegalida-
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte de praticada pelo servidor, qualificada pela finalidade de
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos atribuir situação de vantagem a si ou a outrem. A Lei n°
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli- 8.429/92, chamada de Lei de Improbidade Administrati-
cando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos va, disciplina este dispositivo constitucional, previsto no
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores (In- art. 37, §4º.
cluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo pode- Servidores públicos civis e militares
rá ser readaptado para exercício de cargo cujas atri-
buições e responsabilidades sejam compatíveis com a Concurso Público:
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des- A investidura em cargo ou emprego público só se
de que possua a habilitação e o nível de escolaridade pode dar por meio de concurso público.
exigidos para o cargo de destino, mantida a remu-
neração do cargo de origem (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019).
#FicaDica
§ 14 A aposentadoria concedida com a utilização de Enquanto não há a posse, os aprovados têm
tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego apenas uma expectativa de direito. Não há
ou função pública, inclusive do Regime Geral de Pre- direito adquirido em relação ao cargo pela
vidência Social, acarretará o rompimento do vínculo simples aprovação em concurso público.
que gerou o referido tempo de contribuição (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
§ 15 É vedada a complementação de aposentadorias Regime Jurídico dos Servidores Públicos
de servidores públicos e de pensões por morte a seus
dependentes que não seja decorrente do disposto nos A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico
§§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei dos Servidores Públicos, com sistema remuneratório, re-
que extinga regime próprio de previdência social (In- gime previdenciário e regra geral de aposentadoria, nos
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). termos do art. 40, CF.
A estabilidade é uma das garantias do serviço públi-
Administração Pública Direta e Indireta: co, prevista constitucionalmente. É adquirida pelo fun-
cionário concursado após três anos de efetivo exercício
A administração direta é a administração centraliza- da função pública e impede que ele seja desvinculado
da, definida como o conjunto de órgãos administrativos do serviço público arbitrariamente, a não ser por senten-
subordinados diretamente ao Poder Executivo de cada ça transitada em julgado ou decisão administrativa em
entidade. Por sua vez, a administração indireta é a des- que lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria
centralizada, composta por entidades personalizadas de compulsória, exoneração a pedido ou morte:
prestação de serviço ou exploração de atividades econô-
micas, mas vinculadas aos Poderes Executivos da entida- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí-
de pública. cio os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público (Redação dada
Princípios Específicos da Administração Pública: pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo
Legalidade: todo o ato administrativo deve ser ante- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
cedido de lei; 1998):
LEGISLAÇÃO

Impessoalidade: todos atos e provimentos adminis- I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
trativos não são imputáveis ao agente político que o rea- gado (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
liza, mas sim ao órgão ou entidade pública em nome da 1998);
qual atuou.

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II - mediante processo administrativo em que lhe a) É de competência exclusiva da União legislar sobre
seja assegurada ampla defesa (Incluído pela Emenda matérias referentes ao acesso à cultura, educação, ci-
Constitucional nº 19, de 1998); ência, tecnologia, pesquisa e inovação;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de b) Os Estados são organizados por meio de Lei Orgânica
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- aprovada em suas respectivas Assembleias Legislati-
rada ampla defesa (Incluído pela Emenda Constitucio- vas;
nal nº 19, de 1998); c) O número de vereadores é variável de acordo com o
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do número de habitantes do Município. Nas cidades com
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual até 300.000 (trezentos mil) habitantes esse número
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo está limitado a 22 (vinte e dois) vereadores;
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em d) O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
outro cargo ou posto em disponibilidade com remu-
responderá ao triplo da representação do Estado na
neração proporcional ao tempo de serviço (Redação
Câmara dos Deputados;
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
e) Compete aos Estados legislarem sobre trânsito e
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com transporte.
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
seu adequado aproveitamento em outro cargo (Reda- Resposta: Letra D. Nos termos do art. 27, CF o núme-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); ro de Deputados à Assembleia Legislativa correspon-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, derá ao triplo da representação do Estado na Câmara
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
comissão instituída para essa finalidade (Incluído pela será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Federais acima de doze.

São militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 2. (MPE-BA – ANALISTA TÉCNICO – INSTITUTO AOCP
Territórios, os membros das polícias militares e corpos de – 2014) De acordo com a Constituição Federal, analise as
bombeiros militares, instituições organizadas com base assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
na hierarquia e disciplina, nos termos do art. 42, CF. Aos É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
militares são proibidas a sindicalização e a greve, em face Federal e dos Municípios:
das funções por eles desempenhadas. I. cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
garantia das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos II. proteger os documentos, as obras e outros bens de
de Bombeiros Militares, instituições organizadas com valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
base na hierarquia e disciplina, são militares dos Es- paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
tados, do Distrito Federal e dos Territórios (Redação III. proteger o meio ambiente e combater a poluição em
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998). qualquer de suas formas.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
IV. preservar as florestas, a fauna e a flora.
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º;
a) Apenas I, II e III.
e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual espe-
cífica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inci- b) Apenas I, II e IV.
so X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos c) Apenas II e III.
respectivos governadores (Redação dada pela Emenda d) Apenas I e IV.
Constitucional nº 20, de 15/12/98). e) I, II, III e IV.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado Resposta: Letra E. Nos termos do art. 23, CF é com-
em lei específica do respectivo ente estatal (Redação petência comum da União, dos Estados, do Distrito
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). Federal e dos Municípios:
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inci- garantia das pessoas portadoras de deficiência;
so XVI, com prevalência da atividade militar (Incluído III - proteger os documentos, as obras e outros bens
pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019). de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológi-
cos;
EXERCÍCIO COMENTADO VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
em qualquer de suas formas;
1. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO FUNÇÃO ADMINIS- VII - preservar as florestas, a fauna e a flora.
LEGISLAÇÃO

TRATIVA – IBFC – 2017) A organização político-admi-


nistrativa do Brasil é tema central no texto da Constitui- 3. (IGP-RS – PERITO MÉDICO-LEGISTA – FUNDATEC –
ção da República. Sobre esse tema, assinale a alternativa 2017) Sobre a organização do Estado, prevista na Cons-
correta. tituição da República Federativa do Brasil, assinale a al-
ternativa correta.

11
a) As terras devolutas indispensáveis à defesa das frontei- c) a Câmara Municipal não gastará mais de cinquenta por
ras, das fortificações e construções militares, das vias cento de sua receita com folha de pagamento, inclu-
federais de comunicação e à preservação ambiental, ído o gasto com o subsídio de seus Vereadores, nos
definidas em lei, são bens pertencentes aos Estados- municípios que tenham mais de 300.000 (trezentos
-Membros. mil) habitantes.
b) Os potenciais de energia hidráulica são bens perten- d) o controle externo da Câmara Municipal será exerci-
centes aos Municípios. do com o auxílio exclusivo dos Tribunais de Contas do
c) Compete privativamente aos Estados-Membros legis- Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas
lar sobre trânsito e transporte. dos Municípios, onde houver.
d) Compete privativamente à União proteger os docu- e) as proibições e incompatibilidades, no exercício da ve-
mentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar- reança, são similares, no que couber, ao disposto na
tístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu- Constituição Federal para os membros do Congresso
rais notáveis e os sítios arqueológicos. Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
e) A competência da União para legislar sobre normas os membros da Assembleia Legislativa.
gerais não exclui a competência suplementar dos Es-
tados. Resposta: Letra E. ANos termos do art. 29, IX, CF:
O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
Resposta: Letra E. Nos termos do art. 24, § 2º, CF: A dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
competência da União para legislar sobre normas ge- aprovada por dois terços dos membros da Câmara
rais não exclui a competência suplementar dos Esta- Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
dos. estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
4. (PREFEITURA DE PENALVA-MA – PROCURADOR IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
MUNICIPAL – IMA – 2017) Acerca das atribuições cons- vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
titucionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e Constituição para os membros do Congresso Nacional
dos Municípios, é CORRETO afirmar que: e na Constituição do respectivo Estado para os mem-
bros da Assembleia Legislativa.
a) É competência comum da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, planejar e promover a NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO.
defesa permanente contra as calamidades públicas, ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA
especialmente as secas e as inundações. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
b) Compete à União permitir, nos casos previstos em lei
especial, que forças estrangeiras transitem pelo terri-
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO,
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente. CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
c) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre educação, cultura, Em linhas gerais, descentralização significa transferir a
ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desen- execução de um serviço público para terceiros que não
volvimento e inovação. se confundem com a Administração direta; centralização
d) Compete privativamente à União legislar sobre direi- significa situar na Administração direta atividades que,
to civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, em tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora
marítimo, aeronáutico, espacial e tributário. dela; desconcentração significa transferir a execução de
um serviço público de um órgão para o outro dentro da
Resposta: Letra C. Nos termos do art. 24, IX, CF: Com- própria Administração; concentração significa manter a
pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar execução central ao chefe do Executivo em vez de atri-
concorrentemente sobre: bui-la a outra autoridade da Administração direta.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec- Passemos a esmiuçar estes conceitos:
nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
5. (MPE-RS – PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-RS – Executivo, do poder de delegar certas atribuições que
2017) Em relação ao tratamento constitucional dado aos são de sua competência privativa. Neste sentido, o pre-
Municípios, é correto afirmar que: visto na CF:
Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Re-
a) o Município reger-se-á por lei orgânica, votada em pública poderá delegar as atribuições mencionadas
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros
aprovada por dois terços dos membros da Câmara de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Municipal, sendo após promulgada e publicada pelo Advogado-Geral da União, que observarão os limites
Prefeito Municipal. traçados nas respectivas delegações.
b) o subsídio dos Prefeitos e Secretários Municipais será
LEGISLAÇÃO

Neste sentido:
fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: 
legislatura para a subsequente, observado o que dis- a) organização e funcionamento da administração fe-
põe a Constituição Federal, respeitados os critérios es- deral, quando não implicar aumento de despesa nem
tabelecidos na respectiva Lei Orgânica. criação ou extinção de órgãos públicos; 

12
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
gos;  Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura-
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos dor-Geral da República, o presidente e os diretores do
em lei; banco central e outros servidores, quando determina-
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos públi- do em lei;
cos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Mi-
delegável, não a extinção) nistros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nes-
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem ta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
opções de delegar parte de suas atribuições privativas XVII - nomear membros do Conselho da República,
para os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da Re- nos termos do art. 89, VII;
pública ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
delegar com relação de hierarquia cada uma destas es- Conselho de Defesa Nacional;
sencialidades dentro da estrutura organizada do Estado. XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
Reforça-se, desconcentrar significa delegar com hie- autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
rarquia, pois há uma relação de subordinação dentro de por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões le-
uma estrutura centralizada, isto é, os Ministros de Estado, gislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
União respondem diretamente ao Presidente da Repú-
Congresso Nacional;
blica e, por isso, não possuem plena discricionariedade
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
na prática dos atos administrativos que lhe foram dele-
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
gados.
tar, que forças estrangeiras transitem pelo território
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
privativas da Administração pública direta no âmbito XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
mais central possível, isto é, diretamente pelo chefe do nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
Poder Executivo, seja porque não são atribuições delegá- propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
veis, seja porque se optou por não delegar. XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le-
da República: gislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a na forma da lei;
direção superior da administração federal; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos termos do art. 62;
previstos nesta Constituição; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem Constituição.
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução; Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; tatais para fora da estrutura da Administração direta, o
VI - dispor, mediante decreto, sobre:  que é possível porque não se refere a essencialidades,
a) organização e funcionamento da administração fe- ou seja, a atos administrativos que somente possam ser
deral, quando não implicar aumento de despesa nem praticados pela Administração direta porque se referem
criação ou extinção de órgãos públicos;  a interesses estatais diversos previstos ou não na CF.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- Descentralizar é uma delegação sem relação de hie-
gos;  rarquia, pois é uma delegação de um ente para outro
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acre- (não há subordinação nem mesmo quanto ao chefe do
ditar seus representantes diplomáticos; Executivo, há apenas uma espécie de tutela ou supervi-
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio- são por parte dos Ministérios – se trata de vínculo e não
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; de subordinação).
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; Basicamente, se está diante de um conjunto de pes-
X - decretar e executar a intervenção federal; soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem pa-
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão le- trimônio próprio e são unidades orçamentárias autôno-
gislativa, expondo a situação do País e solicitando as mas. Ainda, exercem em nome próprio direitos e obriga-
providências que julgar necessárias; ções, respondendo pessoalmente por seus atos e danos.
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên- Existem duas formas pelas quais o Estado pode efe-
tuar a descentralização administrativa: outorga e dele-
LEGISLAÇÃO

cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;


XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma- gação.
das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado
e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e
serviço público e é conferida, em regra, por prazo inde-
nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 

13
terminado. Isso é o que acontece quanto às entidades da mas que podem ser organizados por decretos autôno-
Administração Indireta prestadoras de serviços públicos. mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de
Neste sentido, o Estado descentraliza a prestação dos personalidade jurídica própria.
serviços, outorgando-os a outras entidades criadas para Assim, os órgãos da Administração direta não pos-
prestá-los, as quais podem tomar a forma de autarquias, suem patrimônio próprio; e não assumem obrigações
empresas públicas, sociedades de economia mista e fun- em nome próprio e nem direitos em nome próprio (não
dações públicas. podem ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por fins de mandado de segurança – tanto como impetrante
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, como quanto impetrado).
para que o ente delegado o preste ao público em seu Já que não possuem personalidade, atuam apenas no
próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do cumprimento da lei, não atuando por vontade própria.
Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo Logo, órgãos são impessoais quando agem no estrito
determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Es- tamente por seus atos e danos – o órgão central, com
tado transfere aos concessionários e aos permissionários personalidade, que responderá.
apenas a execução temporária de determinado serviço. Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res-
Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis- ponsabilidade a agentes ou órgãos públicos que estejam
tração direta o desempenho de funções administrativas exercendo atribuições da Administração direta é deno-
de interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser minada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke,
atribuídos a entes de fora da Administração por outorga que institui o princípio da impessoalidade.
ou delegação.
1.1 Órgãos Públicos: teorias
#FicaDica “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
Todos envolvem transferência na execução Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
de serviços: mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
• Descentralização – da Administração para dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
terceiros; que não tem vontade própria, pode outorgar o manda-
• Centralização – de terceiros para a Admi- to”1. A origem desta teoria está no direito privado, não
nistração; tendo como prosperar porque o Estado não pode outor-
• Desconcentração – de um órgão central gar mandato a alguém, afinal, não tem vontade própria.
para outro na Administração; Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re-
• Concentração – de um órgão na Adminis- presentação: “Posteriormente houve a substituição des-
tração para o órgão central. sa concepção pela teoria da representação, pela qual
Descentralização e centralização são movi- a vontade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a
mentos externos, desconcentração e con- vontade do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela,
centração são movimentos internos. figuras jurídicas que apontam para representantes dos
incapazes. Ocorre que essa teoria, além de equiparar o
Estado, pessoa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA é pessoa jurídica dotada de capacidade plena), não foi
suficiente para alicerçar um regime de responsabilização
1. Administração direta da pessoa jurídica perante terceiros prejudicados nas cir-
cunstâncias em que o agente ultrapassasse os poderes
Administração Pública direta é aquela formada pelos da representação”2. Criticou-se a teoria porque o Esta-
entes integrantes da federação e seus respectivos ór- do estaria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja,
gãos. Os entes políticos são a União, os Estados, o Dis- uma pessoa que não tem condições plenas de manifes-
trito Federal e os Municípios. À exceção da União, que é tar, de falar, de resolver pendências; bem como porque
dotada de soberania, todos os demais são dotados de se o representante estatal exorbitasse seus poderes, o
autonomia. Estado não poderia ser responsabilizado.
Dispõe o Decreto nº 200/1967: Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto
Art. 4° A Administração Federal compreende: Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos
I - A Administração Direta, que se constitui dos servi- administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,
ços integrados na estrutura administrativa da Presi- mas que podem ser organizados por decretos autôno-
dência da República e dos Ministérios. mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de
A administração direta é formada por um conjunto de personalidade jurídica própria. Com efeito, o Estado bra-
núcleos de competências administrativas, os quais já fo- sileiro responde pelos atos que seus agentes praticam,
ram tidos como representantes do poder central (teoria mesmo se estes atos extrapolam das atribuições estatais
da representação) e como mandatários do poder central conferidas, sendo-lhe assegurado o direito de regresso.
LEGISLAÇÃO

(teoria do mandato).
Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, 1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23. ed. São
segundo a qual os órgãos e agentes são apenas núcleos Paulo: Atlas, 2010.
administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,
2
NOHARA, Irene Patrícia. Direito administrativo. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2013.

14
A teoria da imputação objetiva, derivada da teoria O Ministério Público, os Tribunais de Contas e as De-
do órgão, também de Otto Giërke, impõe que o órgão fensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, sen-
central da Administração, por ser o único dotado de per- do órgãos independentes constitucionais. Em verdade,
sonalidade jurídica, responderá por danos praticados em para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos
seus órgãos despersonalizados e por seus agentes. Não não pertencem nem mesmo aos três poderes.
significa que os agentes ficarão impunes, mas caberá à Conforme Carvalho Filho3, “a noção de Estado, como
Administração buscar contra ele o direito de regresso, visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es-
retomando o que foi obrigada a indenizar. Ex.: se uma tado, na verdade, é considerado um ente personalizado,
pessoa é vítima de dano numa delegacia estadual por seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
parte de um delegado da polícia civil, ajuizará deman- se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, por-
da indenizatória contra a Fazenda Pública do Estado, a que além da pessoa jurídica central existem outras inter-
qual poderá exercer direito de regresso contra o agente nas que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa
público, delegado causador do dano. Repare que a Ad- jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de seus
ministração não se exime de indenizar mesmo que seu agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
agente seja culpado. quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, com-
põe o Estado um grande número de repartições internas,
necessárias à sua organização, tão grande é a extensão
#FicaDica que alcança e tamanha as atividades a seu cargo. Tais
Teoria do mandato e teoria da representação: repartições é que constituem os órgãos públicos”.
ultrapassadas. Apresenta-se, detalhes, a classificação dos órgãos:
Teoria do órgão: adotada. • Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
A teoria da imputação objetiva deriva da teo- tritais e municipais.
ria do órgão. Ambas são de autoria de Otto • Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
Giërke. aqueles que detêm condição de comando e de di-
reção, e os subordinados, incumbidos das funções
rotineiras de execução.
1.2 Órgãos Públicos: classificações • Quanto à composição: singulares, quando integra-
dos em um só agente, e os coletivos, quando com-
Quanto se faz desconcentração da autoridade central postos por vários agentes.
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara • Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
com diversos níveis de órgãos, que podem ser classifi- buições em todo o território nacional, estadual,
cados em simples ou complexos (simples se possuem distrital e municipal, e os locais, que atuam em
apenas uma estrutura administrativa, complexos se pos- parte do território.
suem uma rede de estruturas administrativas) e em uni- • Quanto à posição estatal: são os que representam
tários ou colegiados (unitário se o poder de decisão se os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo
concentra em uma pessoa, colegiado se as decisões são e o Judiciário.
tomadas em conjunto e prevalece a vontade da maioria): • Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos-
• Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- tos. Os órgãos compostos são constituídos por vá-
trutura do Estado, gozando de independência para rios outros órgãos.
agir e não se submetendo a outros órgãos. Cabe a
eles definir as políticas que serão implementadas. É 2. Administração indireta
o caso da Presidência da República, órgão comple-
xo composto pelo gabinete, pela Advocacia-Geral A Administração Pública indireta pode ser definida
da União, pelo Conselho da República, pelo Con- como um grupo de pessoas jurídicas de direito público
selho de Defesa, e unitário (pois o Presidente da ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específi-
República é o único que toma as decisões). ca, que atuam paralelamente à Administração direta na
• Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do prestação de serviços públicos ou na exploração de ativi-
poder, com autonomia funcional, porém subordi- dades econômicas.
nados politicamente aos independentes. É o caso “Enquanto a Administração Direta é composta de
de todos os ministérios de Estado. órgãos internos do Estado, a Administração Indireta se
compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de
• Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
entidades”4. Em que pese haver entendimento diverso
ou independência, sendo plenamente vinculados
registrado em nossa doutrina, integram a Administração
aos órgãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional
indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a
do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho
saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de Eco-
e Emprego; Departamento da Polícia Federal, vin-
nomia Mista e as Empresas Públicas.
LEGISLAÇÃO

culado ao Ministério da Justiça.


Dispõe o Decreto nº 200/1967:
• Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
Art. 4° A Administração Federal compreende:
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: 3
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
órgãos que executam trabalho de campo, policiais tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
federais, fiscais do MTE. 4
Ibid.

15
II - A Administração Indireta, que compreende as se- para executar atividades típicas da Administração Pú-
guintes categorias de entidades, dotadas de personali- blica, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
dade jurídica própria: gestão administrativa e financeira descentralizada.
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas; As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
c) Sociedades de Economia Mista. de natureza administrativa, criadas para a execução de
d) fundações públicas.
serviços tipicamente públicos, antes prestados pelas
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que entidades estatais que as criam. Por serviços tipicamente
prestam serviços públicos por delegação, embora não públicos entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados
integrem os quadros da Administração, quais sejam, os por lei e comum monopólio do Estado.
permissionários, os concessionários e os autorizados. “O termo autarquia significa autogoverno ou gover-
Essas quatro pessoas integrantes da Administração no próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção
indireta serão criadas para a prestação de serviços públi- semântica para ter o sentido de pessoa jurídica adminis-
cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômi- trativa com relativa capacidade de gestão dos interesses
cas, como no caso das empresas públicas e sociedades a seu cargo, embora sob controle do Estado, de onde
de economia mista, e atuam com o objetivo de aumentar se originou. Na verdade, até mesmo em relação a esse
o grau de especialidade e eficiência da prestação do ser- sentido, o termo está ultrapassado e não mais reflete
viço público ou, quando exploradoras de atividades eco-
uma noção exata do instituto. [...] Pode-se conceituar au-
nômicas, visando atender a relevante interesse coletivo e
imperativos da segurança nacional. tarquia como a pessoa jurídica de direito público, inte-
Com efeito, de acordo com as regras constantes do grante da Administração Indireta, criada por lei para de-
artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só sempenhar funções que, despidas de caráter econômico,
poderá explorar atividade econômica a título de exceção, sejam próprias e típicas do Estado”5.
em duas situações, conforme se colhe do caput do refe- Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo
rido artigo, a seguir reproduzido: regime jurídico de direito público, podendo, tão-somen-
te, ser prestadoras de serviços públicos, contando com
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons- capital oriundo da Administração direta. O Código Civil,
tituição, a exploração direta de atividade econômica em seu artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de
pelo Estado só será permitida quando necessária aos
direito público, embora exista controvérsia na doutrina.
imperativos de segurança nacional ou a relevante in-
teresse coletivo, conforme definidos em lei. Contam com patrimônio próprio, constituído a partir
de transferência pela entidade estatal a que se vinculam,
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras portanto, capital exclusivamente público.
constitucionais e em razão dos fins desejados pelo Esta- São dotadas, ainda, de autonomia financeira, plane-
do, ao Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa jando seus gastos e compromissos a cada exercício. A
deferida ao setor privado. Assim, apenas explora ativida- proposta orçamentária é encaminhada anualmente ao
des econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do chefe do Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da
Texto Constitucional. Quando atuar na economia, con- lei orçamentária anual. A própria autarquia presta contas
corre em grau de igualdade com os particulares, e sob o diretamente ao Tribunal de Contas.
regime do artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à
Podem pagar aos seus credores por meio de precató-
livre concorrência, submetendo-se ainda a todas as obri-
gações constantes do regime jurídico de direito privado, rios e requisição de pequeno valor, tal como a Adminis-
inclusive no tocante às obrigações civis, comerciais, tra- tração direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida
balhistas e tributárias. ativa de seus devedores.
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação
a todas unidades da federação.
#FicaDica A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces-
Administração indireta: autarquias (inclui suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro
agências reguladoras e agências executivas), para contestar e recorrer, além de reexame necessário
fundações públicas, empresas públicas e so- da causa em situações de condenação acima de certos
ciedades de economia mista. valores.
Não compõem a Administração indireta: Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e
concessionárias, permissionárias e entidades extintas por lei, que podem ser complementadas por
paraestatais (terceiro setor). atos do Executivo, notadamente Decretos.
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais
e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA intermunicipais (não é permitida a associação de unida-
des federativas para a criação de autarquias).
1. Autarquias
LEGISLAÇÃO

Devem executar atividades típicas do direito público


Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: e, notadamente, serviços públicos de natureza social e
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com atividades administrativas, com a exclusão dos serviços e
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, atividades de cunho econômico e mercantil.
5
Ibid.

16
O patrimônio da autarquia é formado por bens públi- Entre as agências reguladoras inseridas no ordena-
cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas mento brasileiro, destacam-se: Agência Nacional de
regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Teleco-
que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de municações (ANATEL) e a Agência Nacional do Petróleo
oneração e de usucapião. (ANP).
Os agentes públicos das autarquias são concursados
e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não 1.2 Agências executivas
à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e
são nomeados e destituídos livremente pelo chefe do Agência executiva é a qualificação conferida a autar-
Executivo. quia, fundação pública ou órgão da administração direta
Carvalho Filho6 classifica quanto ao regime jurídico: que celebra contrato de gestão com o próprio ente po-
“a) autarquias comuns (ou de regime comum); b) au- lítico com o qual está vinculado. As agências executivas
tarquias especiais (ou de regime especial). Segundo a se distinguem das agências reguladoras por não terem
própria terminologia, é fácil distingui-las: as primeiras como objetivo principal o de exercer controle sobre par-
estariam sujeitas a uma disciplina jurídica sem qualquer ticulares que prestam serviços públicos, que é o objetivo
especificidade, ao passo que as últimas seriam regidas fundamental das agências reguladoras. Assim, a expres-
por disciplina específica, cuja característica seria a de são “agências executivas” corresponde a um título ou
atribuir prerrogativas especiais e diferenciadas a certas qualificação atribuída à autarquia ou a fundações públi-
autarquias”. São exemplos de autarquias especiais aque- cas cujo objetivo seja exercer atividade estatal.
las criadas para serviços especiais, como autarquias de Para uma agência executiva ser constituída é preci-
ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização (ex.: CRM so que o Ministério da área reconheça a autarquia ou a
e CREA). fundação como tal. São requisitos a celebração de con-
A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias: trato de gestão com este Ministério e a adoção de pla-
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional, voltado para a melhoria da qualidade da
(Incra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), De-
gestão e para a redução de custos, já concluído ou em
partamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER),
andamento.
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE),
Departamento nacional de Registro do Comércio (DNRC),
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Insti- #FicaDica
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen). As agências reguladoras sempre serão autar-
quias, embora sujeitas a regime especial.
1.1 Agências reguladoras As agências executivas podem ser autarquia,
fundação pública ou órgão da administração
São figuras muito recentes em nosso ordenamento direta que firme contrato de gestão.
jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de re-
gime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público 2. Fundações públicas
com capacidade administrativa, aplicando-se a elas todas
as regras das autarquias. Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas IV - Fundação Pública - a entidade dotada de perso-
a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que nalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
se baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez no- vos, criada em virtude de autorização legislativa, para
meado, o dirigente passa a gozar de mandato com prazo o desenvolvimento de atividades que não exijam exe-
determinado e só pode ser destituído por processo com cução por órgãos ou entidades de direito público, com
decisão motivada. autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execu- pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
ção de serviços públicos. Elas não executam o serviço custeado por recursos da União e de outras fontes.
propriamente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com
típica função de controle da prestação dos serviços pú- As Fundações são pessoas jurídicas compostas por
blicos e do exercício de atividades econômicas, evitando um patrimônio personalizado, destacado pelo seu insti-
a prática de abusos por parte de entidades do setor pri- tuidor para atingir uma finalidade específica, denomina-
vado. das, em latim, universitas bonorum. Entre estas finalida-
São titulares da matéria técnica que regulam, de des, destacam-se as de escopo religioso, moral, cultural
modo que somente elas podem disciplinar as regras e ou de assistência.
padrões técnicos desta determinada seara. Essa definição serve para qualquer fundação, inclu-
No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscali- sive para aquelas que não integram a Administração
zar o cumprimento de contratos de concessões e o atin- indireta (não-governamentais). No caso das fundações
gimento de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o que integram a Administração indireta (governamentais),
LEGISLAÇÃO

atendimento a consumidores e usuários (inclusive rece- quando forem dotadas de personalidade de direito pú-
bendo e processando denúncias e reclamações, aplican- blico, serão regidas integralmente por regras de direito
do penas administrativas e multas, bem como rescindin- público. Quando forem dotadas de personalidade de di-
do contratos), definir política tarifária e reajustá-la. reito privado, serão regidas por regras de direito público
6
Ibid. e direito privado.

17
Quando as fundações são criadas pelo Estado são a forma de sociedade anônima, cujas ações com di-
conhecidas como fundações públicas, ou autarquias reito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
fundacionais ou fundações autárquicas. O estatuto da entidade da Administração Indireta.
fundação, no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será
criar e organizar a fundação. As fundações públicas são As sociedades de economia mista são pessoas jurídi-
regulamentadas por lei complementar. Sendo fundações cas de Direito Privado criadas para a prestação de servi-
públicas que adotam regime jurídico de direito público, ços públicos ou para a exploração de atividade econômi-
se equiparam às autarquias e se sujeitam às mesmas re- ca, contando com capital misto e constituídas somente
gras que elas. sob a forma empresarial de S/A.
Entretanto, é possível que a lei autorize (não crie) Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Esta-
uma fundação pública que adote regime jurídico de di- do que participa dela, existem acionistas a ela vinculados.
reito privado, ou então um regime misto, caso em que Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do
seus servidores poderão se sujeitar à CLT e seu patrimô- direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário
nio não será exclusivamente oriundo de verbas estatais. (se o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se
A lei autorizadora deve ser expressa neste sentido. de empresa comum, não sociedade de economia mista).
Alguns exemplos de sociedade mista: Banco do Brasil
3. Empresas públicas e Banespa, como exploradoras de atividade econômica;
Petrobrás, Sabesp, Metrô e Companhia de Desenvolvi-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: mento Habitacional Urbano (CDHU), como prestadoras
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali- de serviços públicos.
dade jurídica de direito privado, com patrimônio pró- Estas sociedades de economia mista se caracterizam
prio e capital exclusivo da União, criado por lei para e se diferenciam das empresas públicas por: possuírem
a exploração de atividade econômica que o Governo fins lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionis-
seja levado a exercer por força de contingência ou de tas), adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital
conveniência administrativa podendo revestir-se de social é formado por recursos públicos e privados, os só-
qualquer das formas admitidas em direito. cios são privados e públicos (Estado).
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito 5. Pontos comuns e distintivos entre empresas pú-
Privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou blicas e sociedades de economia mista
para a exploração de atividades econômicas, que contam
com capital exclusivamente público, e são constituídas Embora a Constituição Federal reserve a atividade
por qualquer modalidade empresarial, após autorização econômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado
legislativa do ente federativo criador. os papéis de integração (integrar o Brasil na economia
Sendo a empresa pública uma prestadora de servi- global), regulação (definindo regras e limites na explora-
ços públicos, estará submetida a regime jurídico público, ção da atividade econômica por particulares) e interven-
ainda que constituída segundo o modelo imposto pelo ção (fixação de regras e normas para combater o abuso
Direito Privado. Se a empresa pública é exploradora de do poder econômico) (conforme artigos 173 e seguintes,
atividade econômica, estará submetida a regime jurídi- CF), autoriza-se excepcionalmente que o Estado explo-
co denominado pela doutrina como semipúblico, ante a re diretamente atividades econômicas se houver um
necessidade de observância, ao menos em suas relações relevante interesse em matérias (serviços públicos em
com os administrados, das regras atinentes ao regime da geral) ou atividades de soberania.
Administração, a exemplo dos princípios expressos no Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
“caput” do artigo 37 da Constituição Federal. meio de sociedades de economia mista e empresas
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre- públicas. Tais empresas são regidas por regime jurídi-
sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como co de direito privado, o que evita que o próprio Estado
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So- possa abusar do poder econômico. Logo, o Estado não
cial (BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de pode dar às suas próprias empresas benefícios previden-
São Paulo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e ciários, tributários e trabalhistas. Além disso, em termos
Telégrafos (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF). processuais, não gozam das prerrogativas que as autar-
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen- quias gozam.
ciam das sociedades de economia mista por: não possuí- Este impedimento de prerrogativas somente se aplica
rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma quando o Estado está explorando atividade econômica
em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem ado-
propriamente dita, não quando está ofertando serviços
tar perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome
públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado
coletivo, S/A), o capital social é formado por recursos pú-
pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a neces-
blicos e só admite sócios públicos (pode ter apenas um
sidade de regras que impeçam o abuso do poder econô-
sócio – unipessoalidade originária ou inicial).
mico. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública
e possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
4. Sociedades de economia mista
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
LEGISLAÇÃO

economia mista são criadas por lei e a existência delas deve


Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam,
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dota-
ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus
da de personalidade jurídica de direito privado, criada
bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora
por lei para a exploração de atividade econômica, sob

18
de serviço público e não exploradora de atividade econô- quadram nessa categoria as pessoas colaboradoras que não
mica). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recupera- se preordena a fins lucrativos, estando excluídas, assim, as
ção judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005). empresas públicas e as sociedades de economia mista. Para
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório outros, ainda, paraestatais seriam as pessoas de direito priva-
mínimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ati- do integrantes da Administração Indireta, excluindo-se, por
vidade-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime conseguinte, as autarquias, as fundações de direito público
e os serviços sociais autônomos. Por fim, já se considerou
da CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contra-
que na categoria se incluem além dos serviços sociais autô-
tados mediante concurso público de provas ou provas e nomos até mesmo as escolas oficializadas, os partidos polí-
títulos), prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ticos e os sindicatos, excluindo-se a administração indireta.
ao teto de remuneração (exceto no caso de sociedade Na prática, tem-se encontrado, com frequência, o emprego
de economia mista que subsista sem qualquer auxílio do da expressão empresas estatais, sendo nelas enquadradas as
governo, apenas com seus lucros). sociedades de economia mista e as empresas públicas. Há
Em relação aos pontos distintivos, vale o reforço, con- também autores que adotam o referido sentido”9. Para Car-
forme a tabela abaixo: valho Filho, “deveria abranger toda pessoa jurídica que tives-
se vínculo institucional com a pessoa federativa, de forma a
receber desta os mecanismos estatais de controle. Estariam,
Empresa Pública Sociedade de Economia pois, enquadradas como entidades paraestatais as pessoas
Mista
da administração indireta e os serviços sociais autônomos”10.
Não possuem fins lucrati- Possuem fins lucrativos Com efeito, o conceito de Alexandrino e Paulo é mais
vos amplo, abrangendo como entidades paraestatais tam-
Adotam perfis empresa- Adotam o perfil de socie- bém as OSCIPs e entidades de apoio. A doutrina mais
riais diversos (inclusive dade anônima S/A clássica, de Meirelles e Carvalho Filho, coloca as organi-
pode ser S/A) zações civis e as entidades de apoio como pertencentes
ao terceiro setor, sendo que as entidades paraestatais
Capital social de recursos Capital social de recursos
públicos públicos e privados juntamente o compõem. Basicamente, o terceiro setor é
constituído por organizações sem fins lucrativos e or-
Apenas sócios públicos Sócios públicos e privados ganizações não governamentais – ONG, que tem como
objetivo gerar serviços de caráter público:
ENTIDADES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR a) Serviços sociais autônomos: são as típicas enti-
dades paraestatais, assim como SESC, SESI, SENAI,
Desde a última década do século passado vêm sendo entre outras, constituindo entidades de coopera-
promovidas no Brasil reformas constitucionais e legais ção governamental.
para implantar um modelo de administração gerencial, b)Entidades de apoio: são pessoas jurídicas de di-
reito privado sem fins lucrativos e compostas por
que se concentra num Estado mínimo, isto é, que inter-
servidores públicos que atuam em nome próprio,
fira o mínimo possível na sociedade, em consonância adotando a forma de fundação, associação ou
com o defendido pela doutrina neoliberalista. Entre as cooperativa, prestando serviços sociais que não
providências tomadas, colocam-se: reforço à autonomia são exclusivos do Estado e firmando com este con-
das agências reguladoras, privatizações, parcerias públi- vênio. Ex.: fundações de amparo à pesquisa.
co-privadas, incentivo à iniciativa privada7 – inclusive às c) Organizações sociais (OS): reguladas pela Lei nº
denominadas entidades paraestatais. 9.637/1998, são entidades privadas que se associam
Alexandrino e Paulo8 afirmam: “no conceito de entida- ao Estado, exercendo atividades do Estado, em seu
des paraestatais que adotamos estão enquadrados: a) os próprio nome, com incentivos do Poder Público
serviços sociais autônomos; b) as organizações sociais; c) as (delegação). Para se tornar uma OS, a entidade pri-
organizações da sociedade civil de interesse coletivo (OS- vada deve comprovar o registro de ato institutivo
CIP); d) as ‘entidades de apoio’”. Para os autores, com as com requisitos específicos, como a natureza social
reformas, ocorreu uma ampliação do conceito clássico de do objeto, a finalidade não-lucrativa, a criação de
conselho de administração em que se assegure a
Meirelles, para o qual apenas eram entidades paraestatais
participação do poder público e da sociedade civil e
as pessoas jurídicas de direito privado da Administração In- a obrigatoriedade de publicação oficial periódica de
direta (empresas públicas e sociedades de economia mista) relatórios financeiros e do relatório de execução do
e os serviços sociais autônomos (SESC, SENAI, SESI, etc.). contrato de gestão. Estas entidades são declaradas
Em detalhes sobre a controvérsia, entidades paraestatais como entidades de interesse social e utilidade pú-
“são aquelas pessoas jurídicas que atuam ao lado e em cola- blica, não possuindo fins lucrativos.
boração com o Estado. [...] Há juristas que entendem serem d)Organizações da sociedade civil de interesse
entidades paraestatais aquelas que, tendo personalidade ju- público (OSCIP): criadas pela Lei nº 9.790/1999,
rídica de direito privado (não incluídas, pois, as autarquias), posteriormente regulamentada pelo Decreto nº
recebem amparo oficial do Poder Público, como as empre- 3.100/1999, são entidades privadas que se associam
sas públicas, as sociedades de economia mista, as fundações ao Estado e recebem dele incentivos, atuando em
públicas e as entidades de cooperação governamental (ou nome próprio em atividades que não são exclusivas
serviços sociais autônomos), como o SESI, SENAI, SESC, SE- do Estado, mas que são de interesse social e co-
LEGISLAÇÃO

NAC etc. Outros pensam exatamente o contrário: entidades letivo. Tal como as OS, não possuem fim lucrativo,
paraestatais seriam as autarquias. Alguns, a seu turno, só en- o que significa que todo lucro é aplicado integral-
7
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo
mente na consecução do respectivo objeto social.
descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. 9
CARVALHO FILHO, José dos Santos... Op. Cit.
8
Ibid. 10
Ibid.

19
Tanto nas OS quanto nas OSCIP, em caso de ilegalidades e irregularidades as autoridades responsáveis pela fis-
calização devem dar ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária; bem como, se
necessário, requerer ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria da entidade que postule em
juízo a indisponibilidade de bens.

OS (Lei nº 9.637/1998) OSCIP (Lei nº 9.790/1999)


Áreas de atuação Delegação de serviço público nas seguintes Exercício de atividades de direito privado
áreas: ensino, pesquisa científica, desenvolvi- com apoio do Estado nas seguintes áreas: As-
mento tecnológico, proteção e preservação do sistência social; cultura, defesa e conservação
meio ambiente, cultura e saúde. do patrimônio histórico e artístico; educação;
saúde; segurança alimentar e nutricional; meio
ambiente e desenvolvimento sustentável; vo-
luntariado; desenvolvimento econômico e
social e combate à pobreza; novos modelos
sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito; direi-
tos estabelecidos, construção de novos direi-
tos e assessoria jurídica gratuita de interesse
suplementar; ética, paz, cidadania, direitos hu-
manos, democracia e outros valores universais;
mobilidade de pessoas, por qualquer meio de
transporte; tecnologias alternativas, produção
e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos que digam respeito às
atividades destes campos.
Tempo de funciona- Não há. No mínimo, 3 (três) anos.
mento regular prévio
Instrumento de vínculo Contrato de gestão, que deve discriminar atri- Termo de parceria, discriminando direitos,
com o Estado buições, responsabilidades e obrigações do Po- responsabilidades e obrigações das partes sig-
der Público e da organização social. natárias. A celebração deve ser precedida de
Conforme art. 7o, devem constar no contrato: “I - consulta aos Conselhos de Políticas Públicas
especificação do programa de trabalho proposto das áreas correspondentes de atuação existen-
pela organização social, a estipulação das metas tes, nos respectivos níveis de governo.
a serem atingidas e os respectivos prazos de exe- Conforme art. 10, § 2o, deve conter as seguin-
cução, bem como previsão expressa dos critérios tes cláusulas: “I - a do objeto, que conterá a
objetivos de avaliação de desempenho a serem especificação do programa de trabalho pro-
utilizados, mediante indicadores de qualidade posto pela Organização da Sociedade Civil
e produtividade; II - a estipulação dos limites e de Interesse Público; II - a de estipulação das
critérios para despesa com remuneração e van- metas e dos resultados a serem atingidos e os
tagens de qualquer natureza a serem percebidas respectivos prazos de execução ou cronogra-
pelos dirigentes e empregados das organizações ma; III - a de previsão expressa dos critérios
sociais, no exercício de suas funções”. objetivos de avaliação de desempenho a se-
Será enviado ao Ministro de Estado da área após rem utilizados, mediante indicadores de resul-
aprovado pelo Conselho de Administração da tado; IV - a de previsão de receitas e despesas
entidade. a serem realizadas em seu cumprimento, esti-
pulando item por item as categorias contábeis
usadas pela organização e o detalhamento das
remunerações e benefícios de pessoal a serem
pagos, com recursos oriundos ou vinculados
ao Termo de Parceria, a seus diretores, em-
pregados e consultores; V - a que estabelece
as obrigações da Sociedade Civil de Interesse
Público, entre as quais a de apresentar ao Po-
der Público, ao término de cada exercício, re-
latório sobre a execução do objeto do Termo
de Parceria, contendo comparativo específico
das metas propostas com os resultados alcan-
çados, acompanhado de prestação de contas
dos gastos e receitas efetivamente realizados,
independente das previsões mencionadas no
inciso IV; VI - a de publicação, na imprensa
oficial do Município, do Estado ou da União,
conforme o alcance das atividades celebradas
entre o órgão parceiro e a Organização da So-
ciedade Civil de Interesse Público, de extrato
do Termo de Parceria e de demonstrativo da
sua execução física e financeira, conforme mo-
LEGISLAÇÃO

delo simplificado estabelecido no regulamento


desta Lei, contendo os dados principais da do-
cumentação obrigatória do inciso V, sob pena
de não liberação dos recursos previstos no Ter-
mo de Parceria”.

20
Execução e fiscaliza- Cabe ao órgão ou entidade supervisora da área Cabe ao órgão do Poder Público da área de
ção de atuação correspondente à atividade fomen- atuação correspondente à atividade fomenta-
tada. A OS deve apresentar relatório ao térmi- da, e aos Conselhos de Políticas Públicas das
no de cada exercício. A autoridade supervisora áreas correspondentes de atuação existentes,
indicará uma comissão de avaliação, que fará a em cada nível de governo. Os resultados de-
análise dos resultados no período. vem ser analisados por comissão de avaliação,
composta de comum acordo entre o órgão
parceiro e a Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público.
Conferência do título Cabe ao Ministério da área de atuação (ex.: se Cabe ao Ministério da Justiça conferir o título.
pretende ser uma organização social que atue O ato é de caráter vinculado, isto é, o Ministro
na saúde, o ministro da saúde deve autorizar). apenas pode recusar o título se faltarem requi-
Há discricionariedade na concessão do título. sitos essenciais à constituição da OSCIP.
Especificidades Conselho de Administração Prestação de contas da execução do termo
É obrigatório, composto por 20 a 40% de de parceria – exigências contábeis específi-
membros natos representantes do Poder Público; cas
20 a 30% de membros natos representantes relatório anual de execução de atividades, con-
de entidades da sociedade civil; 10 a 30% de tendo especificamente relatório sobre a exe-
membros eleitos pelos demais integrantes do cução do objeto do Termo de Parceria, bem
conselho, dentre pessoas de notória capacidade como comparativo entre as metas propostas
profissional e reconhecida idoneidade moral; até e os resultados alcançados; demonstrativo in-
10% de membros indicados ou eleitos na forma tegral da receita e despesa realizadas na exe-
estabelecida pelo estatuto. O mandato dos cução; extrato da execução física e financeira;
membros é de 4 anos, admitida uma recondu- demonstração de resultados do exercício; ba-
ção. As funções não são remuneradas. lanço patrimonial; demonstração das origens
e das aplicações de recursos; demonstração
das mutações do patrimônio social; notas ex-
plicativas das demonstrações contábeis, caso
necessário; parecer e relatório de auditoria, se
for o caso.
Perda de qualificação “Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à “Art. 7o Perde-se a qualificação de Organiza-
desqualificação da entidade como organização ção da Sociedade Civil de Interesse Público,
social, quando constatado o descumprimento a pedido ou mediante decisão proferida em
das disposições contidas no contrato de gestão. processo administrativo ou judicial, de inicia-
§ 1o A desqualificação será precedida de proces- tiva popular ou do Ministério Público, no qual
so administrativo, assegurado o direito de am- serão assegurados, ampla defesa e o devido
pla defesa, respondendo os dirigentes da orga- contraditório”.
nização social, individual e solidariamente, pelos
danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou
omissão. § 2o A desqualificação importará rever-
são dos bens permitidos e dos valores entregues
à utilização da organização social, sem prejuízo
de outras sanções cabíveis”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018) O regime jurídico constitucional das empresas estatais prevê
que:

a) as empresas estatais não estão sujeitas à regra de concurso público para a seleção de seu quadro de pessoal.
b) os empregados das empresas estatais não gozam de estabilidade, devendo, porém, sua demissão ser devidamente
motivada.
c) as empresas estatais prestadoras de serviço público deverão ser criadas por lei, sendo admitida a formação de con-
sórcio.
d) as empresas estatais gozarão do mesmo tratamento jurídico dispensado às autarquias em matéria de regime de
pessoal.
e) as obrigações não adimplidas de responsabilidade das empresas estatais deverão ser executadas mediante o regime
constitucional de precatórios.

Resposta: Letra B. Somente servidores ocupantes de cargo efetivo, que ingressaram no serviço público mediante
concurso público, poderão adquirir estabilidade, de forma que o empregado público não possui estabilidade, mas a
dispensa destes precisa de motivação
LEGISLAÇÃO

Em “a”, as empresas estatais, que podem ser empresas públicas ou sociedades de economia mista, se sujeitam à
regra do artigo 37, II, CF, pela qual a investidura em cargo ou emprego depende de aprovação prévia em concurso
público, ressalvados os cargos em comissão.
Em “c”, as empresas estatais são autorizadas por lei, mas suas áreas de atuação são definidas por lei complementar
(artigo 37, XIX, CF).

21
Em “d”, as empresas estatais têm “sujeição ao regi- fora, é descentralização, pois sai da autoridade central
me jurídico próprio das empresas privadas, inclusive da Administração para um terceiro. Assim, o exemplo
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra- descreve corretamente a descentralização.
balhistas e tributários” (artigo 173, § 1o, II, CF).
Em “e”, as empresas estatais não se submetem ao re- 4. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2018) A res-
gime de precatório porque não gozam dos mesmos peito dos princípios da administração pública, de noções
privilégios fiscais (artigo 173, § 2o, CF). de organização administrativa e da administração direta
e indireta, julgue o item que se segue.
2. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV – 2018) Os A descentralização administrativa consiste na distribui-
órgãos públicos são centros de competência especializa- ção interna de competências agrupadas em unidades
da criados por lei, sem personalidade jurídica, com esco- individualizadas.
po de garantir maior eficiência no exercício de suas fun-
ções. Nesse sentido, de acordo com a doutrina de Direito (  ) CERTO   (  ) ERRADO
Administrativo e a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, uma Câmara Municipal: Resposta: Errado. Quando a distribuição se dá de
forma interna, fala-se em concentração (de um órgão
a) apesar de não ter personalidade jurídica própria, goza fragmentário para o central) ou em desconcentração
de capacidade processual para demandar em juízo, (de um órgão central para unidades individualizadas,
defendendo seus direitos institucionais; como é o caso do exemplo). A descentralização é um
b) apesar de não ter personalidade jurídica autônoma,
movimento externo, de dentro da Administração para
goza de capacidade processual para demandar em juí-
terceiro, externo à estrutura administrativa.
zo sobre qualquer assunto que seu Presidente decidir
discricionariamente;
5. (CODEM-PA – ANALISTA FUNDIÁRIO/ADVOGADO
c) ostenta personalidade jurídica de direito público, como – AOCP – 2017) O Decreto-lei n° 200, de 25 de fevereiro
integrante da Administração Direta, e possui capaci- de 1967, ao dispor sobre a organização da Administração
dade processual para demandar em juízo na defesa Federal, afirmou que esta pode ser realizada de forma di-
de seus interesses; reta e indireta. Assim, com base no referido instrumento
d) ostenta personalidade jurídica de direito público, normativo e nas demais legislações pertinentes, assinale
como integrante da Administração Indireta, e possui a alternativa correta.
capacidade processual para demandar em juízo na de-
fesa de seus interesses; a) As autarquias, por serem pessoas de Direito Público,
e) ostenta personalidade jurídica de direito público, podem ser titulares de interesses públicos, ao contrá-
como integrante da Administração Direta, e possui rio de empresas públicas e sociedades de economia
capacidade processual para demandar em juízo sobre mista, as quais, sendo pessoas de Direito Privado, po-
qualquer assunto que seu Presidente decidir discricio- dem apenas receber qualificação para o exercício de
nariamente. atividades públicas.
b) A entidade dotada de personalidade jurídica de direito
Resposta: Letra A. Nos moldes da súmula nº 525, privado, criada por lei para a exploração de atividade
STJ: “a Câmara de Vereadores não possui personalida- econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
de jurídica, apenas personalidade judiciária, somente ações com direito a voto pertençam em sua maioria à
podendo demandar em juízo para defender os seus União ou a entidade da Administração Indireta, é cha-
direitos institucionais”. mada de empresa pública.
Em “b”, não pode demandar discricionariamente so- c) As empresas públicas devem adotar, obrigatoriamen-
bre qualquer assunto (súmula nº 525, STJ). te, a forma de sociedade anônima. Já as sociedades de
Em “c”, “d” e “e”, não tem personalidade jurídica e ape- economia mista podem adotar qualquer forma socie-
nas pode demandar para defender seus direitos insti- tária admitida em direito.
tucionais (súmula nº 525, STJ). d) Tanto as autarquias quanto as fundações públicas são
consideradas pessoas jurídicas de Direito Privado em
3. (PGM-AM – PROCURADOR DO MUNICÍPIO – CESPE razão da base estrutural que possuem, mas são direta-
– 2018) Acerca dos instrumentos jurídicos que podem mente supervisionadas pelo Presidente da República.
ser celebrados pela administração pública para a realiza- e) São aplicadas às fundações públicas as disposições de
ção de serviços públicos, julgue o item a seguir: Direito Civil, inclusive a inscrição da escritura pública
A União poderá celebrar convênio com consórcio público de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurí-
constituído por municípios para viabilizar a descentrali- dicas para que possa adquirir personalidade jurídica.
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
quadas na área da educação fundamental.
Resposta: Letra A. Disciplina o artigo 5º, I, Decreto-
-Lei nº 200/967: “Para os fins desta lei, considera-se:
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
LEGISLAÇÃO

personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,


Resposta: Certo. Pelo instrumento utilizado – convê-
nio ou consórcio público – já cabe determinar que se para executar atividades típicas da Administração Pú-
trata de um movimento externo (descentralização ou blica, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
centralização). Se for de dentro da Administração para gestão administrativa e financeira descentralizada”.

22
Em “b”, incorreta, pois o conceito é de Sociedade de isso, daremos maior destaque a ela. De modo geral, a
Economia Mista, conforme artigo 5º, III, Decreto-Lei nº corrente clássica, defendida por autores como Hely
200/967: “a entidade dotada de personalidade jurídica Lopes Meirelles, tende a atribuir aos atos administrativos
de direito privado, criada por lei para a exploração de cinco requisitos para a sua formação, utilizando como
atividade econômica, sob a forma de sociedade anô- inspiração o preceito legal disposto no art. 2º da Lei
nima, cujas ações com direito a voto pertençam em nº 4.717/1965. São eles: a) competência, b) objeto, c)
sua maioria à União ou a entidade da Administração forma, d) motivo, e e) finalidade.
Indireta”.
Em “c”, incorreta, pois sociedades de economia mista 2.1 Competência
devem ser constituídas sob a forma de sociedade anô- Competência diz respeito à capacidade do agente
nima, ao passo que as empresas públicas podem ser público para o exercício dos atos administrativos.
constituídas sob outras formas, conforme artigo 5º, II É requisito de validade, haja vista que, no Direito
e III, Decreto-Lei nº 200/967. Administrativo, a lei é quem estabelece as competências
Em “d”, incorreta, pois ambas são consideradas pes- atribuídas a seus agentes para o desempenho de suas
soas jurídicas de direito público, conforme artigo 5o, I funções. Quando o agente atua fora dos limites da lei,
e IV, Decreto-Lei nº 200/967. diz-se que cometeu ato nulo por excesso de poder. É, por
isso, sempre um ato vinculado.
Em “e”, incorreta, pois nos termos do artigo 5o, § 3o,
A competência possui certas características próprias,
Decreto-Lei nº 200/967, “as entidades de que trata o
a saber: obrigatória, intransferível, irrenunciável,
inciso IV (fundações públicas) deste artigo adquirem
imodificável, imprescritível e improrrogável.
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pú-
Obrigatória porque representa um dever do agente
blica de sua constituição no Registro Civil de Pessoas público. Irrenunciável porque o agente público não pode
Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições abrir mão de sua competência. Imprescritível, porque a
do Código Civil concernentes às fundações”. competência perdura ao longo do tempo, ela não caduca.
Improrrogável significa dizer que se é competente
ATOS ADMINISTRATIVOS: hoje, continuará sendo sempre, exceto por previsão
CONCEITO E REQUISITOS DO ATO legal expressa em sentido contrário. Intransferível, ou
ADMINISTRATIVO, ATRIBUTOS inderrogável, é a impossibilidade de se transferir a
DO ATO ADMINISTRATIVO, competência de um para outro, por interesse das partes.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS No entanto, essas características não vedam a
ADMINISTRATIVOS. ESPÉCIES DE possibilidade de delegação ou avocação, quando
ATOS ADMINISTRATIVOS. prevista em lei. Por isso, pode-se dizer também que a
delegabilidade é outra característica da competência.
Porém, atente-se ao disposto no art. 13 da Lei nº
ATO ADMINISTRATIVO
9.784/1999: “Não podem ser objeto de delegação: I - a
edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de
1. Conceito de ato administrativo
recursos administrativos; III - as matérias de competência
Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser
exclusiva do órgão ou autoridade”. Alguns atos, então,
considerados atos. Mas, para o Direito, os atos são não podem ser delegados a outras autoridades,
aqueles capazes de produzir efeitos jurídicos. E, assim principalmente se tais atos são de competência exclusiva
como as pessoas na vida privada, a Administração Pública do agente público.
também pratica atos, que são capazes de produzir efeitos
jurídicos diversos.
Os atos administrativos são as manifestações de #FicaDica
vontade da Administração Pública que objetivam adquirir, A teoria da aparência, ou teoria do agente de
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar fato, costuma aparecer em algumas questões
direitos ou impor obrigações aos particulares ou a si de concursos públicos. Segundo essa teoria,
própria. Isso significa que a Administração, antes mesmo se o agente público que praticou o ato sequer
de iniciar sua atuação, deve expedir uma declaração que tinha vínculos funcionais com a Administração
exprime a sua vontade de realizar o referido ato. Pública, ou se, posteriormente, descobre-se
Importante frisar o caráter infra legal dos atos algum vício em sua investidura, tornando-a
administrativos, pois imprescindível é a submissão da nula, mas mesmo assim essa pessoa tinha
Administração Pública, seus agentes e órgãos à soberania a aparência de possuir tais vínculos, será
popular. O ato administrativo, dessa forma, deve estar considerado agente de fato, e os atos por ele
previsto em lei, e seu conteúdo não pode ser contrário à praticados não serão considerados nulos em
lei (contra legem), mas complementar a ela, isso é, deve respeito à boa-fé dos administrados que com
estar conforme a lei (secundum legem). ele lidaram.

2. Requisitos
LEGISLAÇÃO

Os requisitos ou elementos dos atos administrativos 2.2 Objeto


é matéria com grande divergência doutrinária. A maioria Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que
dos concursos públicos ainda adota a concepção mais pretende ser almejado pela prática do ato administrativo.
clássica dos requisitos dos atos administrativos e, por Todo ato administrativo tem por objeto a criação,
modificação, ou comprovação de situações jurídicas

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concernentes a pessoas, bens, ou atividades sujeitas Além dessa concepção clássica, há também uma
ao exercício do Poder Público. É através dele que a classificação mais moderna dos requisitos dos atos
Administração exerce seu poder, concede um benefício, administrativos, elaborada por autores como Celso
aplica uma sanção, declara sua vontade, estabelece um Antônio Bandeira de Mello. Por ser pouco utilizada em
direito do administrado, etc. concursos públicos, observaremos apenas os pontos
O objeto pode não estar previsto expressamente na essenciais e didáticos da referida classificação.
legislação, cabendo ao agente competente a opção que Para essa concepção moderna, são requisitos
seja mais oportuna e conveniente ao interesse público. dos atos administrativos: a) sujeito; b) motivo; c)
A definição de objeto do ato administrativo trata-se, por requisitos procedimentais; d) finalidade; e) causa e f)
isso, de ato discricionário. formalização. Sujeito, requisitos procedimentais e causa
são os requisitos vinculados, enquanto que o motivo, a
2.3 Forma finalidade e a formalização são requisitos discricionários.
A forma é o modo através do qual se exterioriza o
ato administrativo, é seu revestimento. O desrespeito 3. Atributos
à forma do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se de Atributos são as características dos atos administrativos,
ato vinculado, quando exigida por Lei, e discricionário que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois estão
quando a sua escolha couber ao próprio agente público. submetidos ao regime jurídico administrativo. Essas
Em regra, os atos administrativos são sempre características traduzem em prerrogativas concedidas
exteriorizados por escrito, mas podem também ser à Administração Pública para que ela possa atender de
orais, gestuais, ou até mesmo expedidos por máquinas. maneira adequada às necessidades da população.
O art. 22 da Lei nº 9.784/1999 determina que “os atos A doutrina mais moderna faz referência a cinco
do processo administrativo não dependem de forma atributos distintos: a) presunção de legitimidade e
determinada senão quando a lei expressamente a exigir”. veracidade; b) imperatividade; c) exigibilidade; d)
autoexecutoriedade; e e) tipicidade.
2.4 Motivo
3.1 Presunção de legitimidade e veracidade
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que
Também pode ser denominado presunção de
determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação
legalidade, significa que todo ato administrativo é
fática que justifica a realização do ato. Situação de fato
considerado válido no âmbito jurídico, até surgir prova
é o conjunto de circunstâncias que motivam a realização
em contrário. Se, pelo princípio da legalidade, ao
do ato; questões de direito é a previsão legal que leva à
Administrador só cabe fazer o que a lei permite, então
realização do ato. presume-se que o fez respeitando a lei.
O motivo pode ser tanto requisito vinculado como Nosso Direito admite duas formas de presunção:
discricionário, dependendo do comando legal imposto presunção juris et de jure que significa “de direito e
aos agentes. O motivo será vinculado quando a lei por direito”, é presunção absoluta, que não admite
expressamente obrigar o agente a agir de uma certo prova em contrário. Temos também a presunção juris
modo, como na hipótese de lançamento tributário (o tantum, resultante do próprio direito e, embora por ele
fiscal da Receita não tem direito de escolha, se deve ou estabelecida com verdadeira, admite prova em contrário.
não fazer o lançamento). Situação diversa é a do pedido A presunção dos atos administrativos é juris tantum.
de demissão de servidor público no caso de incontinência Trata-se, então, de presunção relativa. Cabe ao particular
pública (art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990), hipótese em que alegou a ilegalidade do ato administrativo provar a
que a autoridade competente tem maior liberdade para carência de legitimidade do mesmo.
avaliar se a demissão é realmente ato necessário ou não, A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles
dependendo do caso concreto. praticados pela Administração com base no direito
Não se confunde motivo com motivação. Esta é privado. Qualquer que seja o ato, se praticado pela
a justificativa para a realização de determinado ato. Administração Pública, será presumidamente legítimo e
O motivo ocorre em momento anterior a prática do verdadeiro.
ato, enquanto que a motivação, por ser uma série de
explicações que justificam a expedição do ato, ocorre 3.2 Imperatividade
sempre em momento posterior. Assim, todo o ato tem Compreendida também como coercibilidade, os
seu motivo, mas nem sempre é expedido adjunto com a atos administrativos se impõem aos destinatários,
motivação, que nada mais é do que a exteriorização dos independentemente de sua concordância, outorgando-
motivos. lhes deveres e obrigações. A imperatividade garante ao
Poder Público a capacidade de produzir atos que geram
2.5 Finalidade consequências perante terceiros.
Todo ato administrativo deve atender à finalidade A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a
expressa ou implícita na norma atributiva da competência. vontade dos administrados, dos atos administrativos é o
A finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática Poder coercitivo do Estado, também denominado Poder
daquele ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo Extroverso. Esse não é um atributo comum a todos os
LEGISLAÇÃO

almejado é a proteção do interesse público. Sempre que atos, mas tão somente aos que impõem obrigações aos
o ato for praticado tendo em vista interesses alheios e administrados. Assim, não têm essa característica os atos
pessoais, seja do próprio agente público ou de terceiros, que outorgam direitos (autorização, permissão, licença),
tal ato será considerado nulo por desvio de finalidade bem como aqueles meramente administrativos (certidão,
(teoria do desvio de finalidade). parecer).

24
3.3 Exigibilidade
Consiste no atributo que permite à Administração #FicaDica
Pública aplicar sanções aos particulares por violação da A tipicidade é característica marcante da ex-
ordem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao processo propriação de bens particulares pelo Poder
judicial, que é demasiado longo e repleto de solenidades. Público. É o caso de desapropriação adminis-
A exigibilidade permite ao Administrador aplicar as trativa, hipótese em que o Poder Público tem
sanções administrativas, como multas, advertências, e a prerrogativa de tirar da esfera de alguma
interdição de estabelecimentos comerciais. pessoa física a titularidade sobre bem imóvel,
transformando-o em bem público. Para tanto,
3.4 Autoexecutoriedade deve realizar um procedimento envolvendo
A autoexecutoriedade permite que a Administração aspectos mais complexos, como a declaração
Pública possa realizar a execução material de seus atos. A de utilidade ou necessidade pública (art. 5º,
expressão “auto” advém do fato de que o Poder Público XXIV, da CF/1998), bem como a necessidade
não necessita de autorização judicial para desconstituir de prévia indenização ao particular que teve
a situação irregular e violadora da ordem jurídica, o que seu bem expropriado, em pecúnia (art. 182, §
a difere da exigibilidade, que não tem o condão de, por 3º, da CF/1988).
si só, desconstituir a irregularidade do ato, apenas pune
o infrator. Para tanto, necessita da presença de dois
requisitos: a previsão legal, como nos casos de Poder 4. Classificação dos atos administrativos
de Polícia; e o caráter de urgência, a fim de preservar o Atos administrativos existem dos mais variados tipos.
interesse coletivo. Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los,
Assim, não há necessidade de intervenção formando-se uma verdadeira classificação desses atos.
judicial nas hipóteses de: apreensão de mercadorias
Portanto, passemos a analisar as diversas modalidades de
contrabandeadas, na demolição de construção irregular,
atos administrativos, observando os seguintes critérios:
na interdição de estabelecimento comercial irregular,
4.1 Quanto ao grau de liberdade
entre outros. Todavia, afirmar que a execução independe
A) Atos vinculados: são aqueles praticados pela
de manifestação do Judiciário não significa dizer que
Administração Pública sem nenhuma liberdade
escapa do controle judicial. Poderá ser levado ao crivo,
mas somente a posteriori, depois de seu cumprimento, de atuação (vinculação). A lei define todas as
se houver provocação da parte interessada. As medidas margens de sua conduta. Havendo vício no ato
judiciais mais adequadas para contestar a força coercitiva vinculado, pode-se pleitear a sua anulação e não a
administrativa são o mandado de segurança e o habeas revogação, pois trata-se de vício de legalidade. É o
data (art. 5º, LXIX e LXVIII, da CF/1988). caso, por exemplo, da concessão de aposentadoria
Importante ressaltar ainda que os princípios da para o contribuinte beneficiário. O controle dos
razoabilidade e proporcionalidade impõem limites atos administrativos ilegais pode ser realizado
na atuação coercitiva dos agentes públicos. A tanto pela Administração Pública como pelo Poder
autoexecutoriedade (leia-se o uso de força física) deve Legislativo (controle financeiro-orçamentário
ser utilizada com bom senso e moderação. pelo Congresso Nacional), bem como pelo Poder
Judiciário, mediante provocação.
3.5 Tipicidade B) Atos discricionários: a lei também estabelece
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar uma série de regras para a prática de um ato, mas
as finalidades específicas delimitadas pela lei, para cada deixa certo grau de liberdade ao agente público,
espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade que poderá optar por um entre vários caminhos
que o Poder Público almeja, existe um ato definido em igualmente válidos (discricionariedade). Há uma
lei. A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas avaliação subjetiva prévia à edição do ato. É o
consequências, promovendo ao particular a garantia caso das permissões para o uso de bem público.
de que a Administração Pública não fará uso de atos O controle dos atos discricionários pelo Poder
inominados, sem tipificação, que impõe obrigações cuja Judiciário, em regra, não é admitido. Porém, há
previsão legal não existe. É um atributo que deriva do uma série de julgados no sentido favorável a essa
próprio princípio da legalidade. possibilidade.

4.2 Quanto à formação de vontade:


A) Atos simples: são aqueles que nascem da
manifestação de vontade de apenas um órgão,
seja ele unipessoal (formado só por uma pessoa)
ou colegiado (composto por várias pessoas).
O ato que altera o horário de atendimento da
LEGISLAÇÃO

repartição pública, emitido por uma única pessoa,


bem como a decisão administrativa do Conselho
de Contribuintes do Ministério da Fazenda, que
expressa vontade única apesar de ser órgão
colegiado, são exemplos de atos simples.

25
B) Atos complexos: são aqueles que se formam pela 4.5 Quanto ao objeto:
união de várias vontades, isso é, que necessitam da A) Atos de império: são aqueles praticados pela
manifestação de vontade de dois ou mais órgãos Administração em posição de superioridade
diferentes para a sua formação. Enquanto todos perante os particulares, como na imposição de
os órgãos competentes não se manifestarem da multa por infração administrativa.
forma devida, o ato não estará perfeito. B) Atos de gestão: são expedidos pela Administração,
C) Atos compostos: é aquele que advém de em posição de igualdade em relação aos
manifestação de apenas um órgão. Porém, para administrados. É o caso da alienação de bem
que produza efeitos, depende da aprovação, visto, público.
ou anuência de outro ato, que o homologa, como C) Atos de expediente: são atos internos, elaborados
condição para a executoriedade daquele ato. por autoridade subalterna, que não tem capacidade
Costuma-se afirmar que o ato posterior é acessório
decisória. Exemplo: numeração dos autos no
do anterior, pois a manifestação do segundo ato
processo judicial.
não possui a mesma matéria do primeiro: ele
apenas complementa a aplicação deste. Exemplo:
a nomeação de servidor público, que deve sempre 4.6 Quanto à exequibilidade:
anteceder a sua aprovação em concurso público. A) Atos perfeitos: são aqueles que completaram
seu processo de formação, e estão prestes a
4.3 Quanto aos destinatários: produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde
A) Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter com validade, pois um ato válido pode não ser
abstrato e impessoal. Seus destinatários são muitos, obrigatoriamente perfeito.
mas unidos por características em comum, que os B) Atos imperfeitos: são os que ainda não
faz destinatários do mesmo ato. Para produzirem completaram seu processo de formação, e por
seus efeitos, já que externos, devem ser publicados isso mesmo, não estão aptos a produzirem efeitos.
na imprensa oficial. Exemplos: os editais de Atos imperfeitos geralmente necessitam de outro
concurso público, as instruções normativas. ato que o homologue.
B) Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo C) Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam
definido de destinatários. É o caso, por exemplo, a condição ou termo para começar a produzir
de alteração de horário de funcionamento de efeitos. Seu ciclo de formação está concluído,
uma repartição pública. Tal ato, evidentemente, porém depende ainda de um evento para tornar-
somente é do interesse daqueles funcionários. A se apto a produzir efeitos.
publicidade é atendida apenas com a comunicação Os critérios apresentados não são exaustivos:
dos interessados, visto que é um ato interno da há outras formas de classificação dos atos
Administração Pública. administrativos adotadas por diversos autores.
C) Atos individuais: são aqueles destinados a apenas Escolhemos apresentar aqueles que têm mais
um único destinatário. Exemplo: a promoção de chances de aparecer em uma questão de concurso
um determinado servidor público. A exigência da
público.
publicidade depende somente da comunicação
do interessado, não há necessidade de publicação
5. Espécies de atos administrativos
pelo Diário Oficial.
Os atos administrativos tipificados pela legislação
4.4 Quanto aos efeitos: brasileira são diversos. Por isso, também é
A) Atos constitutivos: são aqueles que geram uma utilizado, para fins didáticos, uma sistematização
nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser dos atos administrativos. A doutrina divide os atos
pela outorga de um novo direito, como permissão administrativos previstos da legislação em cinco
de uso de bem público, ou a imposição de uma espécies distintas:
obrigação, como estabelecer um período de I) Atos normativos: são aqueles que apresentam
suspensão. comandos gerais e abstratos para o cumprimento
B) Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma da lei. Alguns autores, inclusive, chegam a
situação já existente, seja de fato ou de direito. considerar tais atos “leis em sentido material”.
Não cria, transfere ou extingue situação jurídica, São atos normativos: os decretos e regulamentos;
apenas a reconhece. É o caso da expedição de uma as instruções normativas; os regimentos; as
certidão de tempo de serviço. resoluções; e as deliberações.
C) Atos modificativos: são os que tem capacidade II) Atos ordinatórios: correspondem a manifestações
de alterar a situação já existente, sem que seja internas da Administração Pública decorrentes
extinta. Todavia, não tem o condão de criar direitos do poder hierárquico, estabelecendo regras de
e obrigações. Exemplo: a alteração do horário de funcionamento de seus órgãos internos e regras
atendimento da repartição
LEGISLAÇÃO

de conduta de seus agentes. Tais atos não podem


D) Atos extintivos: também denominados atos disciplinar as condutas dos particulares. São atos
desconstitutivos, são aqueles que põem termo ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos;
a um direito ou dever pré-existentes. Exemplo: a
as portarias; os ofícios; as ordens de serviço; os
demissão de servidor público.
despachos; entre outros.

26
III) Atos negociais: são aqueles que manifestam a D) Retirada do ato: é a forma mais importante de ex-
vontade da Administração em consonância com tinção dos atos administrativos, para os concursos
o interesse dos particulares. Exemplos: a licença, a públicos. É a extinção que se dá pela expedição
autorização, a permissão, a concessão, a aprovação, de um segundo ato, elaborado para extinguir ato
a homologação, a renúncia, etc. Os atos negociais administrativo anterior a ele. Comporta cinco mo-
podem ser vinculados (licença) ou discricionários dalidades, que serão vistas com maiores detalhes:
(autorização), definitivos ou precários, sendo revogação, anulação, cassação, caducidade, e con-
passíveis de revogação pelo Poder Público a traposição.
qualquer tempo. A característica especial desses
atos é que eles não disciplinam direitos, e sim 6.1 Revogação
interesses dos particulares. Revogação é a extinção de ato administrativo que
IV) Atos enunciativos: também denominados “atos de encontra-se perfeito e apto a produzir seus efeitos, pra-
pronúncia”, são aqueles que certificam, ou atestam ticado pela própria Administração Pública, fundada em
a existência de uma situação jurídica peculiar. razões de conveniência e oportunidade, sempre alme-
Tais atos possuem caráter predominantemente jando a proteção do interesse público. Nessa hipótese,
declaratório. São atos enunciativos: as certidões; ocorre uma causa superveniente, que altera o juízo de
os atestados; os pareceres; etc. conveniência e oportunidade sobre a permanência de
V) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são ato discricionário, obrigando a Administração a expedir
os atos que aplicam sanções aos particulares, ou um segundo ato capaz de revogar esse ato anterior.
aos servidores que pratiquem condutas irregulares, O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da
nos termos da lei. São atos punitivos: as multas, as Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus
interdições; e a destruição de coisas. próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportu-
6. Invalidação dos atos administrativos nidade, respeitados os direitos adquiridos”. Sobre o mes-
Os atos administrativos possuem um ciclo de vida. Eles mo assunto, a Súmula nº 473, do STF: “A administração
são criados, começam a produzir efeitos, e depois de um pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví-
tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais detalhes cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
justamente o desaparecimento dos atos administrativos, direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
embora seja preferível utilizar o termo “extinção” (ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res-
“invalidação”) dos atos administrativos. salvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Para melhor compreensão do tema, a doutrina Por tratar-se de questão de mérito, a revogação so-
utiliza-se de uma sistematização das formas de extinção mente pode ser decretada pela própria Administração
dos atos administrativos. A principal divisão que deve Pública. É, também, decorrência do princípio da autotu-
ser feita é em relação a produção de efeitos: existem tela: a Administração Pública tem competência para anu-
atos administrativos eficazes, e atos ineficazes. Quando lar e revogar seus atos, sendo descabido a manifestação
ineficaz, o ato pode ser extinto pela retirada, ou pela sua do Poder Judiciário nos atos administrativos discricioná-
recusa pelo beneficiário. Tratando-se de atos eficazes, há rios. A revogação é elaborada pela mesma autoridade
quatro formas de distinção dos atos administrativos: que praticou o ato principal.
A) Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efei- O ato revocatório é sempre secundário, constituti-
tos: é a extinção que ocorre pelo cumprimento vo e discricionário. Seu objeto será sempre o ato admi-
integral dos efeitos do ato administrativo. É a ex- nistrativo ou a relação jurídica anterior perfeita e eficaz,
tinção natural esperada por todo ato administra- destituído de qualquer vício. A revogação atinge so-
tivo. Pode ocorrer mediante: a.1) esgotamento do mente os atos discricionários: para os atos vinculados,
conteúdo, como a vacinação de enfermos após ex- a medida cabível é a anulação.
pedição de ordem de entrega das vacinas; a.2) exe- Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não
cução da ordem, como o guinchamento de veículo; pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso signi-
a.3) implemento de condição resolutiva ou termo fica que a revogação produz efeitos futuros, não retroa-
final, como o prazo final para renovação da CNH. tivos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particular, que se
B) Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da sentiu prejudicado com a referida medida, ingressar em
pessoa ou objeto: os atos administrativos podem juízo com pedido de indenização contra a Administração.
dizer respeito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo
um desses elementos, o ato extingue-se automa- 6.2 Anulação
ticamente, pois perdeu a sua utilidade. As pessoas É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois
“desaparecem” com seu falecimento, como a mor- carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi-
te de servidor público que receberia promoção; e nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário.
as coisas com a sua ruína ou destruição, como o A anulação deriva do próprio princípio da legalidade e
desabamento de prédio que recebeu licença para autotutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei
a sua reforma. nº 9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF.
LEGISLAÇÃO

C) Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio A anulação realizada pela própria Administração ocor-
beneficiário abre mão da situação proporcionada re mediante a expedição de ato anulatório. Suas carac-
pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de terísticas principais são: é ato secundário, constitutivo, e
cargo público a pedido do seu ocupante. vinculado. Tanto a Administração como o Poder Judiciário

27
podem decretar a anulação de ato administrativo. Outra Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois a
característica importante é o prazo definido pelo caput do competência é um requisito do ato administrativo
art. 54 da Lei nº 9.784/1999: “O direito da Administração que pode ser convalidado, desde que não seja uma
de anular os atos administrativos de que decorram efeitos competência exclusiva de algum ente. As competên-
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, con- cias privativas podem ser delegadas. A letra C está in-
tados da data em que foram praticados, salvo comprova- correta, pois o caso apresenta um ato administrativo
da má-fé”. O prazo decadencial de cinco anos é atributo cujo vício está na forma (“não explicitar a motivação”),
exclusivo da anulação. sendo um vício sanável. A letra D está incorreta, pois
Por fim, em relação a seus efeitos, importante frisar no caso, o ato administrativo encontra-se perfeito e
que o ato nulo (aquele que carece de legalidade), tem o apto a produzir efeitos, mas é considerado ineficaz,
seu defeito constatado desde a sua concepção. Por isso, pois não houve sua publicação. A letra E está incorreta
a anulação deve desconstituir os efeitos desde a data da pois, também, trata da competência, um atributo cujo
prática daquele ato. Podemos afirmar, então, que a anu- vício pode ser convalidado, desde que não seja uma
lação possui efeito retroativo, ou ex tunc. Em regra, não competência exclusiva.
gera ao particular direito à indenização pela anulação de
ato ilegal, salvo se comprovar ter sofrido dano anormal 2. (SEFAZ-SC – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA-
para ocorrência, do qual não tenha participado. DUAL – FCC – 2018) Quando um determinado adminis-
trador público edita um ato administrativo, mas este só
6.3 Cassação começa a produzir efeitos após ratificação ou homolo-
São hipóteses em que o administrado deixa de preen- gação por outra autoridade, está-se diante de ato admi-
cher condição necessária para a permanência da referi- nistrativo:
da vantagem. Exemplo: habilitação da CNH cassada por
pessoa enferma. a) condicionado, cuja validade e vigência somente se ini-
ciam após a ratificação ou homologação.
b) bilateral, considerando que sua existência se consuma
6.4 Caducidade
com a manifestação de vontade da segunda autori-
Também denominada decaimento, consiste na mo-
dade.
dalidade de extinção de ato administrativo em conse-
c) composto, pois embora já exista e seja válido, não é
quência de norma jurídica superveniente, a qual impede
exequível antes da manifestação da segunda autori-
a permanência da situação anteriormente consentida.
dade.
Como não pode produzir efeitos automaticamente, é ne- d) complexo ou composto, considerando que dependem
cessária a prática de um ato secundário, determinando da conjugação de vontade de uma ou mais autorida-
a extinção do ato decaído. Exemplo: perda do direito de des para sua validade e eficácia, embora já sejam con-
comercializar em área que passa a ser considerada exclu- siderados existentes.
sivamente residencial. e) subordinado, tendo em vista que, embora existente,
válido e eficaz, só se aperfeiçoa com a manifestação
6.5 Contraposição de vontade de outra autoridade, que pode, inclusive,
É o modo de extinção que ocorre com a expedição revogá-lo.
de um segundo ato, fundado em competência diversa,
cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial. É uma Resposta: Letra C. A hipótese narrada na questão é um
espécie de revogação praticada por autoridade distinta caso claro de ato composto, entendido como aquele
da que expediu o ato inicial. Exemplo: nomeação de um ato expedido por uma autoridade ou órgão, mas que,
funcionária anteriormente exonerado de seu cargo. para que esteja apto a produzir efeitos, depende da
homologação do referido ato por outro órgão. En-
quanto a vontade do primeiro órgão é a responsável
EXERCÍCIOS COMENTADOS pela elaboração do ato, a manifestação do segundo
órgão possui caráter instrumental ou complementar.
1. (AFAP – ADVOGADO – FCC – 2019) Dentre os ele-
3. (AFAP – AGENTE DE FOMENTO EXTERNO – FCC –
mentos ou requisitos do ato administrativo, existem
2019) Considere a edição de ato administrativo inde-
aqueles cuja inobservância NÃO é passível de ser sanada,
ferindo pedido administrativo de particular para que o
a exemplo:
poder público municipal promova urgentes reparos no
leito da rua onde está situada sua residência, em razão
a) dos atos administrativos praticados por autoridade
do aparecimento de uma rachadura que vem progressi-
desprovida de competência privativa para sua edição. vamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
b) das decisões proferidas em situações cujo substrato ele e demais moradores do local. Essa medida:
fático não corresponda à previsão legal expressa.
c) dos atos vinculados editados sem explicitação de mo- a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo
tivação. em vista que não são somente os servidores públicos
d) dos atos administrativos que não sejam objeto de pu- destinatários dessa atuação, que abrange decisões re-
blicação na imprensa oficial, em ofensa ao princípio
LEGISLAÇÃO

lativas a outros vínculos jurídicos.


da publicidade. b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somen-
e) dos atos proferidos por autoridade pública para a qual te com autorização judicial o ente público poderia
tenha sido delegada competência privativa de autori- realizar contratação para aquela finalidade sem a rea-
dade superior. lização de licitação.

28
c) admite revisão pela própria Administração pública em CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
caso de constatação de inadequação, desde que se PÚBLICOS
trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de le-
galidade diretamente. A matéria dos serviços públicos está contida, de modo
geral, na Constituição Federal e na Lei nº 8.987/1995, que
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que per-
disciplina o regime de concessão e permissão dos servi-
mite à Administração pública superior convalidar ou ços públicos.
anular o ato administrativo, caso reste demonstrada O serviço público em sentido amplo (lato sensu) tem
sua inadequação e inconveniência diante da situação sua origem com a denominada Escola do Serviço Público,
fática. uma corrente doutrinária do século XX. Na época, a dou-
e) demandará a interposição de recurso administrativo trina começava a analisar com detalhes aquilo que ficou
por parte do requerente, sem prejuízo de poder ado- decidido no caso Agnes Blanco, na França. Esse foi o caso
tar medidas judiciais para intervenção da obra, diante primordial para decretar, de modo geral, que ao Estado
da situação emergencial caracterizada. era vedado a utilização do Código Civil para a apuração
de sua responsabilidade, quando causava danos na exe-
cução de serviços com fundamento de direito público.
Resposta: Letra E. A letra A está incorreta, pois o po- Para Roger Bennard, serviço público seria “a atividade ou
der disciplinar é aquele que prevê a prática de sanções organização que abrange todas as funções de Estado”.
e penalidades aos agentes públicos que cometem fal- A noção de serviço público muito se confunde com a de
tas ou infringem comandos legais no exercício de suas Direito Público.
atribuições. A letra B está incorreta, pois a Adminis- A Escola do Serviço Público também influencia os au-
tração Pública apresenta o poder de autotutela, que tores brasileiros. Para José Cretella Junior, serviço público
se traduz na competência de poder rever os próprios é “toda atividade que o Estado exerce, direta ou indire-
tamente, para satisfação das necessidades públicas, me-
atos que pratica, independente de autorização judi- diante procedimento típico de direito público”. Podemos
cial. A letra C está incorreta, pois a Administração Pú- observar o caráter amplo e abrangente do instituto, ao
blica pode anular seus próprios atos, quando eivados considerar também como serviço público as atividades
de vício de legalidade, bem como revogá-los por mo- legislativa e judiciária, que possuem um rol difuso de
tivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os destinatários (uti universe).
direitos adquiridos (art. 53, Lei nº 9.784/1999). A letra Com o passar do tempo, surge uma nova corrente
D está incorreta, pois a anulação é utilizada quando doutrinária, que busca delimitar um pouco essa abran-
constatado um vício de legalidade. Para as hipóteses gência da noção de serviço público. Essa corrente é de-
fendida pela grande maioria dos autores da atualidade,
de inadequação e inconveniência, a medida cabível é
como Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de
a revogação. Mello. Serviço público stricto sensu, então, seria todo
aquele prestado pela Administração ou por seus delega-
dos, sob regime de direito público, e fruível individual-
REQUISITOS DO SERVIÇO PÚBLICO E mente por cada um dos destinatários, para satisfazer ne-
DIREITOS DO USUÁRIO. cessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou
simples conveniências do Estado
A grande diferença dessa nova noção de serviço pú-
A atuação do Estado pode ser dividida em dois se- blico diz respeito a sua abrangência. Somente abrange
tores: o setor do domínio público, e o setor dos serviços as atividades da Administração Pública, não se incluindo
públicos. O domínio econômico tem natureza eminen- as funções legislativa e judiciária. Também não deve ser
temente privado, é o campo de atuação primordial dos considerado serviço público a exploração de atividade
econômica, porque nesses casos o Estado age em regi-
particulares, e possui regulamentação nos artigos 170
me privado; bem como as atividades de fomento, porque
e seguintes da Constituição Federal. Não é o ponto de trata-se de um subsídio que se dá ao particular para que
enfoque deste capítulo, mas é importante ressaltar que exerça certas atividades com interesse coletivo.
o Estado pode atuar no domínio econômico, seja como Outro traço característico dessa nova corrente sobre
agente normativo e regulador, seja na exploração direta serviço público é a restrição da matéria para apenas os
de atividades econômicas. serviços que possam ser fruídos singularmente por cada
O setor dos serviços públicos, por outro lado, é o particular (uti singuli). Tais serviços são custeados pelos
campo de atuação predominante do Estado. Este é en- próprios usuários, mediante o pagamento de taxas.
carregado de, dentre outras funções, o exercício da fun- Assim, para o serviço público stricto sensu, podemos
elencar, dentre todos os conceitos, alguns elementos
ção administrativa, que é a atividade concreta e imediata identificadores que estão presentes em todas as defini-
desenvolvida sob regime de direito público, para a con- ções. São eles:
secução dos interesses coletivos. E dentre as funções A) Elemento Subjetivo: A titularidade do serviço pú-
administrativas está a prestação de serviços públicos em blico é exclusiva do Estado.
sentido estrito. B) Elemento Objetivo: A atividade caracterizada
como serviço público (geralmente atendem a um
LEGISLAÇÃO

Considerando o que foi exposto, cumpre esclarecer


o que vem a ser serviço público, e o que o diferencia interesse público).
das outras atividades administrativas, como o fomento, o C) Elemento Formal: Qual o regime em que o serviço
é prestado. A maioria dos casos, trata-se do regime
exercício do poder de polícia e a intervenção no domínio
de Direito Público.
econômico.

29
O fenômeno conhecido como a “crise do serviço pú- II) Princípio da mutabilidade do regime jurídico: o
blico” se deu com o advento do Estado Social, na pri- interesse público não é estanque, mas variável ao
meira metade do século XX. Ele traz a ideia de um Es- longo do tempo. A instauração de serviço público
tado ativo, que promove políticas públicas e arca com mediante certo regime jurídico não gera um “direi-
algumas tarefas antes exclusivas do particular, tudo isso to adquirido” ao mesmo, o que significa que o Po-
traz uma crise à noção de serviço público, porque temos der Público pode alterar um estatuto ou contrato
agora a prestação de algumas atividades, antes somente administrativo para promover maior adequação na
no regime público, feito sob regime privado. Isso porque prestação do referido serviço.
o Estado não conseguia prestar tantos serviços por conta III) Princípio da isonomia dos usuários: trata-se de
própria. uma decorrência direta do princípio constitucional
Por isso, houve a necessidade de delegar tais servi- da impessoalidade. O serviço público deve atender
ços, mediante concessão ou permissão, como também a todos, geralmente de forma individualizada, sem
a criação de pessoas jurídicas próprias para controlar discriminações e privilégios.
tais atividades. Há assim, uma mitigação dos elementos IV) Princípio da modicidade das tarifas: As tarifas
identificadores do serviço público. Atualmente, admite- não devem ser exorbitantes, pois o serviço deve
-se que a execução dos serviços públicos seja realizada ser aproveitado pelo maior número de usuários
por particulares (elemento subjetivo). Há uma delegação possível, independentemente de sua classe eco-
da execução do serviço, o qual poderá ocorrer mediante nômica. O valor a ser exigido dos usuários deve
concessão ou permissão do serviço público, nos termos ser o menor possível para, também, remunerar o
da Lei nº 8.987/1995. prestador do serviço, com uma pequena margem
Também temos certas atividades que, embora sejam de lucro. Com o objetivo de reduzir ao máximo o
consideradas de serviço público, há serviços que satisfa- valor da tarifa cobrada, a legislação brasileira prevê
zem interesses particulares (elemento objetivo), como no alguns mecanismos especiais, que se apresentam
caso do serviço de distribuição de alimentos em prisões. como fontes alternativas de remuneração do pres-
Por fim, o regime do serviço público pode ser de Direito tador do serviço público. É o caso, por exemplo, de
Privado (elemento formal), seguindo as normas da CLT espaços publicitários utilizados nos arredores de
para o regime de contratação de funcionários, e os bens uma rodovia. A menor tarifa é também critério es-
podem ser alienados ou penhorados, pois não estão afe- sencial para avaliação de proposta numa licitação
tados a uma utilidade pública. do tipo concorrência pública.
Assim, pode-se concluir que a noção de serviço pú-
blico está intrinsicamente ligada a forma de atuação do 2. COMPETÊNCIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Estado. Uma das principais dificuldades de buscar um
conceito de serviço público reside justamente nesse fato: A atual Constituição Federal de 1988 atribuiu diversos
a depender do modelo de Estado, sua forma de atuação serviços públicos aos entes da Federação.
poderá ser mais liberal ou mais intervencionista. Assim, o Em relação a União, os serviços públicos federais es-
conceito de serviço público também poderá ser mais ou tão inclusos nos incisos X a XII do art. 21 da CF/1988. São,
menos abrangente para cada País. de modo geral:
a) serviço postal e o correio aéreo nacional;
1. PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO b) os serviços de telecomunicações;
c) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e ima-
Por estar submetido a um regime especial, que pode gens;
ser total ou parcialmente de direito público, os princípios d) os serviços e instalações de energia elétrica e o
de direito administrativo, previstos no caput do art. 37 da aproveitamento energético dos cursos de água,
CF/1988, são aplicáveis à prestação dos serviços públi- em articulação com os Estados onde se situam os
cos. Porém, há ainda alguns princípios específicos, que potenciais hidroenergéticos;
devem ser melhor detalhados. São eles: e) serviços de navegação aérea, aeroespacial e a in-
I) Princípio da continuidade do serviço público: é fraestrutura aeroportuária;
o princípio que diz respeito a obrigação do Estado f) serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
de prestar o serviço público, que não pode parar,
portos brasileiros e fronteiras nacionais; etc.
dada a sua relevante finalidade pública. É dizer que
o Estado tem um poder-dever (obrigatoriedade)
Aos Estados, por outro lado, compete apenas explo-
de prestar tal atividade. O serviço deve ser ininter-
rar diretamente, ou mediante concessão, os serviços lo-
rupto. Porém, o art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/1995
cais de gás canalizado (art. 25, § 2º, CF/1988).
admite que, nos casos de serviços concessionados
Compete aos Municípios, na forma do art. 30 da
a entidades privadas, não se caracteriza desconti-
CF/1988, a prestação de serviços públicos de interesse
nuidade do serviço a paralização quando motiva-
local, incluindo o serviço de transporte coletivo; bem
da por razões de ordem técnica ou de segurança
como prestar serviços de atendimento à saúde da popu-
das instalações; e por inadimplemento do usuário,
lação, em cooperação com os demais entes federativos.
LEGISLAÇÃO

considerado o interesse da coletividade. A juris-


Ao Distrito Federal compete a prestação de todos
prudência apresenta diversos julgados que aca-
os serviços estaduais e municipais, uma vez que tal ente
bam contestando referido legal, sobretudo no que
possui as mesmas competências legislativas dos Estados
diz respeito aos serviços de fornecimento de água
e Municípios.
e de energia elétrica.

30
Por fim, em relação aos particulares, os mesmos po- Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
derão prestar os serviços notariais e de registro, na forma serviço público pode ocorrer diretamente pela Adminis-
do artigo 236 da CF/1988. Tais serviços envolvem a orga- tração Pública, ou indiretamente, mediante delegação
nização técnica e administrativa, destinados a garantir a do serviço a concessionários e permissionários que, por
publicidade, autenticidade, a segurança e a eficácia dos expressa determinação legal, necessita de prévio proce-
atos jurídicos, nos termos do art. 1º da Lei nº 8.985/1994. dimento de licitação.
Os serviços de notas e registros é regulamentado pela A concessão de serviço público é contrato adminis-
referida lei. trativo bilateral, o que significa que depende, para a sua
formação, além dos requisitos essenciais a todo negócio
#FicaDica jurídico dispostos no art. 104 do Código Civil (agente ca-
paz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa em lei), a
As parcerias público-privadas (PPPs) são convergência de vontades distintas. Temos de um lado o
contratos administrativos de concessão, poder concedente, que tem por objetivo a execução do
podendo apresentar-se na modalidade de serviço público em prol da coletividade; e do outro, a en-
concessão patrocinada ou concessão ad- tidade concessionária que deve executar o serviço, com o
ministrativa, na forma do caput do art. 2º objetivo de lucrar mediante a arrecadação de tarifas dos
da Lei nº 11079/2004. É uma hipótese que usuários beneficiados com aquele serviço. O contrato
se apresenta muito mais viável e atraente deve ser obrigatoriamente por escrito, e rege-se pelas
para o particular, uma vez que ele recebe regras de Direito Administrativo.
uma contraprestação pecuniária do ente Ao mencionar a transferência para pessoa jurídica
público, o que diminui o valor a ser cobra- privada, quis o legislador que a delegação do serviço
do como taxa para os usuários do serviço. não pudesse, em regra, ser feita a pessoas físicas, mas
somente à empresa ou a um consórcio de empresas. É o
caso, por exemplo, da Sabesp, que é sociedade de eco-
3. CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO nomia mista, na prestação do serviço de abastecimento
de água no Estado de São Paulo.
3.1 Concessão de serviço público Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres-
tação de serviço público. A delegação ocorre apenas
O termo “concessão” é empregado para designar a sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titularida-
atividade da Administração Pública de delegar ao parti- de, que continua sendo do poder concedente.
cular a prestação de um serviço, ou a execução de obra
pública, ou ainda o uso de bem público. Concessão de 3.1.1 Obrigações do poder concedente
serviço público é o contrato pelo qual a Administração
promove a prestação indireta de um serviço, delegan- Apesar da execução do serviço público não ser fei-
do-o a particulares. Exemplos: a construção de linha ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei nº
ferroviária ou metrô para transporte de passageiros, 8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado. São
transmissão áudio sonora (rádio) ou por imagens e sons deveres do poder concedente:
(televisão), etc. Possui previsão legal na Lei nº 8.987/1995 I) Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço
(Lei de Concessões dos Serviços Públicos), bem como concedido.
previsão constitucional no art. 175 da CF/1988: II) Intervir na execução do serviço, nos casos previstos
em lei.
Constituição Federal de 1988 III) Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no
contrato.
Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, IV) Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobra-
diretamente ou sob regime de concessão ou permis- das.
são, sempre através de licitação, a prestação de ser- V) Atender as reclamações e outras queixas advindas
viços públicos. dos usuários, zelando pela boa qualidade do ser-
Parágrafo único. A lei disporá sobre: viço.
I - o regime das empresas concessionárias e permis- VI) Declarar os bens necessários à execução do servi-
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de ço de necessidade ou utilidade pública.
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con- 3.1.2 Obrigações da concessionária
cessão ou permissão;
Incumbe à concessionária do serviço público (art. 31
Lei nº 8.987/1995
da Lei nº 8.987/1995):
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I) Prestar o serviço de maneira adequada, utilizando-
(...)
-se de técnicas específicas de seu conhecimento,
II - concessão de serviço público: a delegação de sua
nos casos previstos na lei ou no contrato.
prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
LEGISLAÇÃO

II) Prestar contas da gestão do serviço ao poder con-


tação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurí-
cedente e aos usuários.
dica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por III) Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e
prazo determinado; as cláusulas contratuais, havendo possibilidade de
pedir indenização pela inexecução do contrato.

31
IV) Promover desapropriações e construir servidões lateral, discricionária, precária, e intuitu personae
administrativas, mediante autorização do poder (personalíssima), promove a delegação do serviço
concedente. público mediante prévia licitação para um particular
V) Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros ne- denominado permissionário.
cessários à prestação do serviço. Questão controvertida é a natureza jurídica da per-
missão. Após a Constituição de 1988, o direito brasileiro
3.1.3 Formas de extinção da concessão passou a tratar a permissão como se fosse um contrato
de adesão, como se depreende da leitura do inciso I do
Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre as parágrafo único do artigo 175 da Carta Magna: “I - o re-
modalidades de extinção da concessão do serviço públi- gime das empresas concessionárias e permissionárias de
co. São seis ao todo: serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de
A) Advento do termo contratual: trata-se da extin- sua prorrogação, bem como as condições de caducida-
ção do contrato pelo encerramento de seu prazo de, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão”.
de vigência. É a extinção natural do contrato, haja Todavia, contrato de adesão é remetente aos contratos
vista que nosso direito não admite contrato de de Direito Privado, principalmente nas relações de con-
concessão por prazo indeterminado. sumo. Tal modalidade de contrato é elaborado unilate-
ralmente pelo fornecedor, obrigando a parte aderente
B) Encampação ou resgate: nos termos do art. 37 da
apenas manifestar o seu aceite. Trata-se de uma carac-
Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço pelo
terística presente também nos contratos administrativos:
poder concedente durante o prazo da concessão,
as regras enclausuradas no contrato administrativo são
por motivo de interesse público, mediante lei auto-
unilateralmente elaboradas pelo poder concedente, an-
rizativa específica e após prévio pagamento da in- tes mesmo do processo de licitação.
denização (...)”. Como o encerramento do contrato A confusão se estende ainda mais no âmbito legis-
não se deu por infração, é incabível a aplicação de lativo, como ocorre no artigo 40 da Lei nº 8.987/1995,
sanções ao contratado. ao dispor que a permissão “será formalizada mediante
C) Caducidade: é a modalidade em que a execução contrato de adesão, que observará os termos desta Lei,
do serviço não é realizada, no todo ou em parte, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade uni-
concessionária. A caducidade deve ser declarada, lateral do contrato pelo poder concedente”. Esse dispo-
havendo a ocorrência de um dos eventos descritos sitivo não faz o menor sentido, uma vez que, de modo
no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como: geral, dispõe que a permissão é uma espécie de “contra-
a concessionária paralisar o serviço, descumprir to precário”.
cláusula contratual, não cumprir as penalidades Não parece correto admitir que a permissão seja uma
impostas, etc. espécie de contrato regulado por normas de Direito Pri-
D) Rescisão por culpa do poder concedente: Caso vado, com princípios completamente distintos dos prin-
o poder concedente descumpra com alguma regra cípios administrativos. Todavia, há diversos autores que
estabelecida no instrumento contratual, a conces- admitem tal possibilidade, inclusive o próprio Supremo
sionária tem direito a ingressar em juízo, objetivan- Tribunal Federal, no julgamento da ADI nº 1.491/1990.
do à indenização dos danos decorrentes da extin- Por isso, para todos os efeitos, é melhor afirmar que se
ção contratual. A indenização, neste caso, abrange trata de uma modalidade contratual sui generis.
somente os danos emergentes (o que efetivamen- Importante destacar as diferenças entre permissão e
te perdeu), e não os lucros cessantes (o que ele a concessão de serviço público, que podem determina-
poderia ter ganhado). das com base nos seguintes requisitos:
E) Anulação: é a modalidade de extinção em que se A) Quanto à natureza jurídica: a permissão é uni-
consta vício de legalidade no contrato. O contrato lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral.
perde sua eficácia desde a sua concepção (ex tunc), B) Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode
o que significa que a concessionária não faz jus à ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
indenização, exceto quanto a parte já executada cas (empresas) podem ser concessionárias.
do contrato. C) Quanto ao aporte de capital: a concessão exige
F) Decretação de falência: como a concessão é maior aporte de capital, a permissão admite inves-
contrato personalíssimo, ou seja, as partes contra- timentos de pequeno ou médio porte.
tantes tem grande relevância para a execução do D) Quanto à licitação: a concessão deve ser prece-
serviço, havendo o desaparecimento da empresa dida de licitação na modalidade de concorrência.
Não há essa exigência para a permissão.
concessionária mediante falência, ou o falecimento
E) Quanto à forma da outorga: a concessão se dá
de empresário individual, o vínculo contratual tam-
mediante promulgação de lei específica. A permis-
bém desaparece.
são necessita apenas de autorização legislativa.
4. Permissão de serviço público 5. Autorização
LEGISLAÇÃO

A permissão é outra forma da Administração Pú- A autorização é um ato administrativo por meio do
blica de delegar a execução de serviço público para qual a administração pública possibilita ao particular a
os particulares, também possui previsão no art. 175 da realização de alguma atividade de predominante interes-
CF/1988 e na Lei nº 8.987/1995. A permissão é uni- se deste, ou a utilização de um bem público.

32
Assim como a permissão, a autorização é um ato uni-
RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES:
lateral, discricionário, precário, e independente de licita-
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA,
ção. Todavia, se difere da permissão ante o fato de que o
RESPONSABILIDADE CIVIL,
interesse da autorização é predominantemente privado.
RESPONSABILIDADE CRIMINAL, MEIOS
Um exemplo disso é a autorização para o porte de arma:
DE PUNIÇÃO, SEQUESTRO E PERDIMENTO
apenas o particular tem interesse de ter em sua posse
DE BENS, ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E
arma de fogo.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, ABUSO
Parte da doutrina entende que é incabível a utiliza-
DE AUTORIDADE.
ção de autorização para a prestação de serviços públicos,
por força do artigo 175 da CF/1988: “Incumbe ao Poder
Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de Regime disciplinar: penalidades, responsabilidade
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a civil, criminal e administrativa
prestação de serviços públicos”.
O complexo de deveres, proibições, esferas de res-
ponsabilidades, meios de apuração de ilícitos admi-
EXERCÍCIOS COMENTADOS nistrativos e sanções disciplinares constitui o chamado
regime disciplinar dos servidores públicos. Tal regime é
1. (DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO – CESPE – 2019) decorrência do exercício do poder disciplinar do Estado,
Acerca de atos administrativos, serviços públicos e inter- o qual é atribuído à Administração com o intuito de res-
venção do Estado na propriedade, julgue o item seguinte. ponsabilizar aqueles que cometem faltas em detrimento
Cada Poder e cada esfera de governo devem estabelecer do interesse público.
regulamento específico dispondo sobre a avaliação da Apesar da grande quantidade de direitos e vanta-
efetividade e dos níveis de satisfação dos usuários dos gens, o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui
serviços públicos por eles prestados, devendo a quanti- aos mesmos diversos deveres, com base no regime dis-
dade de manifestações dos usuários ser um dos parâme- ciplinar o qual, se não for atendido, enseja a instauração
tros considerado nessa avaliação. de processo disciplinar para a apuração de infrações fun-
cionais. Nos termos do artigo 116 da Lei nº 8.112/1990:
( ) CERTO ( ) ERRADO
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car-
Resposta: Certo. A Lei nº 13.460/2017, que estabele-
go
ce normas básicas para participação, proteção e defe-
sa dos direitos do usuário dos serviços públicos e que II - ser leal às instituições a que servir;
se aplica à administração direta e indireta da União, III - observar as normas legais e regulamentares;
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
dispõe, no inciso IV do art. 23, que a quantidade de nifestamente ilegais;
manifestações dos usuários é um dos aspectos a ser V - atender com presteza;
considerado pelos órgãos e pelas entidades públicas a) ao público em geral, prestando as informações re-
na avaliação de seus serviços prestados. queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
2. (PGM CAMPO GRANDE-MS – PROCURADOR MU- de direito ou esclarecimento de situações de interesse
NICIPAL – CESPE – 2019) A respeito do regime de con- pessoal;
cessão e permissão da prestação de serviços públicos, c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
julgue o item subsecutivo. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
A transferência de concessão ou de controle societário razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe-
da concessionária sem a prévia anuência do poder con- rior ou, quando houver suspeita de envolvimento des-
cedente implicará a caducidade da concessão. ta, ao conhecimento de outra autoridade competente
para apuração;
( ) CERTO ( ) ERRADO VII - zelar pela economia do material e a conservação
do patrimônio público;
Resposta: Certo. A questão exige do candidato co-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
nhecimento quanto as possibilidades de extinção da
IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
concessão do serviço público. Uma delas é a caduci-
ministrativa;
dade, prevista no artigo 27 da Lei nº 8.987/1995: “A
transferência de concessão ou do controle societário X - ser assíduo e pontual ao serviço;
da concessionária sem prévia anuência do poder con- XI - tratar com urbanidade as pessoas;
cedente implicará a caducidade da concessão”. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
de poder.
LEGISLAÇÃO

Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei impõe


aos servidores públicos diversas proibições. Trata-se de
uma matéria que exige grande capacidade de memori-
zação, mas que não necessita se alongar com diversos
detalhes.

33
Art. 117. Ao servidor é proibido: ilícito penal, ou crime. A responsabilidade penal é, defini-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem tivamente, a mais grave e perigosa, uma vez que ela pode
prévia autorização do chefe imediato; repercutir nas demais esferas, tanto pela condenação do
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com- servidor condenado, como pela sua absolvição pela falta
petente, qualquer documento ou objeto da repartição; de provas materiais ou pela negação de sua autoria, sendo
III - recusar fé a documentos públicos; essas últimas hipóteses apenas exceções.
IV - opor resistência injustificada ao andamento de A responsabilidade administrativa, por outro lado,
documento e processo ou execução de serviço; consiste na instauração de processo disciplinar (art. 116
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no e seguintes, Lei nº 8.112/1990), pelo qual haverá a ve-
recinto da repartição; rificação da conduta delituosa do agente, bem como a
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos aplicação da pena mais adequada. Imprescindível refor-
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição çar que a aplicação de qualquer pena ao servidor público
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi- pressupõe um processo administrativo, sendo assegura-
nado; do ao acusado direito ao contraditório e a ampla defesa,
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi- sendo obrigatória, inclusive, a presença do advogado em
liarem-se a associação profissional ou sindical, ou a todas as fases do referido processo (Súmula nº 343 do
STJ). Todavia, tal entendimento vem sofrendo alteração,
partido político;
pois o STF já reconheceu em Súmula Vinculante nº 5 en-
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
tendimento de que a falta de defesa técnica no processo
função de confiança, cônjuge, companheiro ou paren-
administrativo disciplinar não é inconstitucional.
te até o segundo grau civil;
Por fim, as penalidades administrativas aplicáveis aos
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou servidores públicos, previstas na Lei nº 8.112/1990 (art.
de outrem, em detrimento da dignidade da função pú- 127) são as seguintes:
blica; A)Advertência: é a sanção mais branda, aplicável por
X - participar de gerência ou administração de so- escrito para o servidor que cometer atos como: au-
ciedade privada, personificada ou não personificada, sentar-se do serviço injustificadamente; recusar fé
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, a documento público; retirar qualquer documento
cotista ou comanditário; da repartição sem a devida autorização; manter
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a sob sua chefia cônjuge, companheiro ou parente
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- até o segundo grau; entre outros.
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o B)Suspensão: aplicável somente quando o servidor
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; é reincidente nas faltas puníveis por advertência,
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem desde que não tipifiquem infrações sujeitas a de-
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; missão do cargo. A suspensão não poderá ser apli-
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado cada por prazo maior a noventa dias.
estrangeiro; C)Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri-
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; buída ao servidor público, uma vez que tem o con-
XV - proceder de forma desidiosa; dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- aplicada nos casos em que o servidor: cometer cri-
ção em serviços ou atividades particulares; me contra a administração pública; abandonar seu
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas cargo; improbidade administrativa; praticar condu-
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- ta escandalosa na repartição; ofender fisicamente,
cia e transitórias; em serviço, outro servidor; revelar segredo o qual
obteve devido a sua função; corrupção; receber
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- propina, comissão, ou outra vantagem de qualquer
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o espécie em razão de suas atribuições; etc. Muitas
horário de trabalho; dessas hipóteses impedem que o infrator retorne
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais ao serviço público federal, por isso tratar-se de
quando solicitado. uma das penalidades mais gravosas.
D)Cassação de Aposentadoria ou da Disponibilidade:
Em relação à responsabilidade dos servidores públi- o servidor inativo que houver praticado falta puní-
cos, o art. 121 da Lei nº 8.112/1990 é bastante claro ao vel com a demissão, terá a sua aposentadoria, ou
dispor que “O servidor responde civil, penal e adminis- sua disponibilidade cassada.
E)Destituição de Cargo ou Função Comissionada: caso
trativamente pelo exercício irregular de suas atribuições”.
o servidor ocupante de cargo não efetivo cometa
Vemos, então, que de uma única conduta praticada pelo
uma das faltas passíveis da pena de suspensão e
referido servidor, pode ensejar em responsabilização em
demissão, poderá perder o seu cargo de confiança
três esferas distintas. A responsabilidade civil do servidor
ou função comissionada.
público decorre da prática de atos comissivos ou omissi-
vos, que sejam capaz de causar danos materiais ao erário
LEGISLAÇÃO

A competência para a aplicação de tais penalidades


(patrimônio público), ou a terceiros. pode variar dependendo da gravidade da conduta apu-
A responsabilidade penal do servidor tem seu fun- rada. No âmbito da Administração Federal, as sanções
damento na apuração de uma conduta criminal, isso é, administrativas são aplicadas, nos termos do art. 141 da
a hipótese em que o servidor público possa praticar um Lei nº 8.112/1990:

34
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e #FicaDica
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar
de demissão e cassação de aposentadoria ou dispo- Os atos de improbidade administrativa não
são crimes de responsabilidade. Trata-se de
nibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
punição na esfera cível, não criminal. Por
órgão, ou entidade;
isso, caso o ato configure simultaneamen-
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
te um ato de improbidade administrativa
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inci-
desta lei e um crime previsto na legislação
so anterior quando se tratar de suspensão superior a penal, o que é comum no caso do artigo 9°,
30 (trinta) dias; responderá o agente por ambos, nas duas
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na esferas.
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30
(trinta) dias; Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito
quando se tratar de destituição de cargo em comissão. passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im-
probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao
patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im-
A Lei n° 8.429/92 trata da improbidade administra- probidade administrativa, isto é, enumera condutas de
tiva, que é uma espécie qualificada de imoralidade, si- tal natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicá-
nônimo de desonestidade administrativa. A improbidade veis; e, finalmente, descreve os procedimentos adminis-
é uma lesão ao princípio da moralidade, que deve ser trativo e judicial.
respeitado estritamente pelo servidor público. O agente Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes pú-
ímprobo sempre será um violador do princípio da mo- blicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de
ralidade, pelo qual “a Administração Pública deve agir mandato, cargo, emprego ou função na administração
com boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e pública direta, indireta ou fundacional e dá outras pro-
ética”11. vidências.
A Lei nº 8.429/92 reforça os princípios da administra- O preâmbulo da lei em estudo já traz alguns elemen-
ção consagrados no artigo 37, caput, CF em seu artigo 4o, tos importantes para a sua boa compreensão:
dentre eles o da moralidade:
•o agente público pode estar exercendo mandato,
quando for eleito para tanto; cargo, no caso de
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hie-
um conjunto de atribuições e responsabilidades
rarquia são obrigados a velar pela estrita observância
conferido a um servidor submetido a regime esta-
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
tutário (é o caso do ingresso por concurso); em-
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são
prego público, se o servidor se submeter a regime
afetos. celetista (CLT); função pública, que corresponde
à categoria residual, valendo para o servidor que
Com o advento da Lei nº 8.429/92, os agentes públi- tenha tais atribuições e responsabilidades mas não
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos exerça cargo ou emprego público. Percebe-se que
atos de improbidade administrativa descritos nos artigos o conceito de agente público que se sujeita à lei é
9º a 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existência o mais amplo possível.
de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal e ad- • o exercício pode se dar na administração direta,
ministrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, onto- indireta ou fundacional. A administração públi-
logicamente, não se trata de punições idênticas, embora ca apresenta uma estrutura direta e outra indire-
baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização em ta, com seus respectivos órgãos. Por exemplo, são
esferas distintas do Direito. órgãos da administração direta os ministérios e
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de secretarias, isto é, os órgãos que compõem a es-
improbidade administrativa em quatro categorias: trutura do Executivo, Legislativo ou Judiciário; são
integrantes da administração indireta as autar-
• Ato de improbidade administrativa que importe en- quias, fundações públicas, empresas públicas e so-
riquecimento ilícito; ciedades de economia mista.
• Ato de improbidade administrativa que importe le-
são ao erário; 1. Sujeito passivo
• Ato de improbidade administrativa decorrente de
concessão ou aplicação indevida de benefício fi- Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qual-
LEGISLAÇÃO

nanceiro ou tributário; quer agente público, servidor ou não, contra a admi-


• Ato de improbidade administrativa que atente con- nistração direta, indireta ou fundacional de qualquer
tra os princípios da administração pública. dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
11
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
Paulo: Saraiva, 2011.

35
ao patrimônio público ou de entidade para cuja cria- pessoa cuja criação ou custeio o erário tenha contribuído
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou receita naquele
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da ano.
receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalida- 2. Sujeito ativo
des desta lei os atos de improbidade praticados con-
tra o patrimônio de entidade que receba subvenção, Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos des-
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão ta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
público bem como daquelas para cuja criação ou cus- mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
teio o erário haja concorrido ou concorra com menos designação, contratação ou qualquer outra forma de
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimo- função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
nial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
cofres públicos. couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbi-
“Sujeito passivo é a pessoa que a lei indica como ví- dade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
tima do ato de improbidade administrativa”. A lei adota ou indireta.
uma noção ampla, pela qual são abrangidas entidades
que, sem integrarem a Administração, possuem alguma Os sujeitos ativos do ato de improbidade administra-
espécie de conexão com ela.12 tiva se dividem em duas categorias: os agentes públicos,
O agente público pode ser ou não um servidor públi- definidos no art. 2°, e os terceiros, enumerados no art. 3°.
co. O conceito de agente público é melhor delimitado no “Denomina-se sujeito ativo aquele que pratica o ato
artigo seguinte. de improbidade, concorre para sua prática ou dele extrai
Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição vantagens indevidas. É o autor ímprobo da conduta. Em
ou órgão que desempenhe diretamente o interesse do alguns casos, não pratica o ato em si, mas oferece sua
Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da colaboração, ciente da desonestidade do comportamen-
administração direta, indireta e fundacional, conforme o to, Em outros, obtém benefícios do ato de improbidade,
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma en- muito embora sabedor de sua origem escusa”13.
tidade privada que desempenhe tais fins, desde que a A ampla denominação de agentes públicos conferida
verba de criação ou custeio tenha sido ou seja pública pela lei de improbidade administrativa apenas tem efeito
em mais de 50% do patrimônio ou receita anual. para os fins desta lei, ou seja, visando a imputação dos
Caso a verba pública que tenha auxiliado uma enti- atos de improbidade administrativa. Percebe-se a ampli-
dade privada a qual o Estado não tenha concorrido para tude pelos elementos do conceito:
criação ou custeio, também haverá sujeição às penalida-
des da lei. Em caso de custeio/criação pelo Estado que • Tempo: exercício transitório ou definitivo;
seja inferior a 50% do patrimônio ou receita anual, a le- • Remuneração: existente ou não;
gislação ainda se aplica. Entretanto, nestes dois casos, a • Espécie de vínculo: por eleição, nomeação, desig-
sanção patrimonial se limitará ao que o ilícito repercutiu nação, contratação ou qualquer outra forma de
sobre a contribuição dos cofres públicos. Significa que se investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição ou função;
por parte do poder público, o ressarcimento terá que ser • Local do exercício: em qualquer entidade que possa
buscado por outra via que não a ação de improbidade ser sujeito passivo. Por exemplo, o funcionário de
administrativa. uma ONG criada pelo Estado é considerado agente
Basicamente, o dispositivo enumera os principais su- público para os efeitos desta lei.
jeitos passivos do ato de improbidade administrativa, di-
vidindo-os em três grupos: O terceiro, por sua vez, é aquele que pratica as con-
dutas de induzir ou concorrer em relação ao agente pú-
a) pessoas da administração direta, diretamente vin- blico, ou seja, incentivando-o ou mesmo participando
culados a União, Estados, Distrito Federal ou Mu- diretamente do ilícito. Este terceiro jamais será pessoa
nicípios; jurídica, deve necessariamente ser pessoa física.
b) pessoas da administração indireta, isto é, autar-
quias, fundações públicas, empresas públicas e so- 3. Ressarcimento do dano
ciedades de economia mista;
c) pessoa cuja criação ou custeio o erário tenha con- Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
tribuído com mais de 50% do patrimônio ou recei- ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
ta naquele ano. terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

No parágrafo único, a lei enumera os sujeitos passi- Integral ressarcimento do dano é a devolução corrigi-
LEGISLAÇÃO

vos secundários, que são: a) entidades que recebam sub- da monetariamente de todos os valores que foram retira-
venção, benefício ou incentivo creditício pelo Estado; b) dos do patrimônio público. No entanto, destaca-se que a
lei garante não só o integral ressarcimento, mas também
12
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 13
Ibid.

36
a devolução do enriquecimento ilícito: mesmo que a pes- A indisponibilidade será suficiente para dar integral
soa não cause prejuízo direto ao erário, mas lucre com ressarcimento ao dano ou retirar todo o acréscimo patri-
um ato de improbidade administrativa, os valores devem monial resultante do ilícito.
ir para os cofres públicos.
5. Atos de Improbidade Administrativa
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou va- Como não é possível ser desonesto sem saber que se
lores acrescidos ao seu patrimônio. está agindo desta forma, o elemento comum a todas as
hipóteses de improbidade administrativa é o dolo, que
Estabelece o artigo 186 do Código Civil: “aquele que, consiste na intenção do agente em praticar o ato deso-
por ação ou omissão voluntária, negligência ou impru- nesto (alguns entendem como inconstitucionais todas as
dência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que referências a condutas culposas - inclusive parte do STJ).
Os atos de improbidade administrativa foram dividi-
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo
dos, originalmente, em três grupos, nos artigos 9°, 10 e
central do instituto denominado responsabilidade civil,
11, conforme a gravidade do ato, indo do grupo mais
que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
grave ao menos grave. Em seguida, foi inserido um novo
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve), grupo no artigo 10-A. A cada grupo é aplicada uma es-
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de come- pécie diferente de sanção no caso de confirmação da
ter uma violação de direito e culpa é a falta de diligên- prática do ato apurada na esfera administrativa.
cia), nexo causal (relação de causa e efeito entre a ação/ Nos três grupos originais do capítulo II, enquanto o
omissão e o dano causado) e dano (prejuízo sofrido pelo caput traz as condutas genéricas, os incisos delimitam
agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou condutas específicas, que nada mais são do que exem-
material, econômico e não econômico). É a este instituto plos de situações do caput, logo, os incisos são uma re-
que se relacionam as sanções da perda de bens e valores lação meramente exemplificativa14, sendo suficiente bem
e de ressarcimento integral do dano. compreender como encontrar os requisitos genéricos
O tipo de dano que é causado pelo agente ao Estado para fins de provas. No grupo acrescido posteriormen-
é o material. No caso, há um correspondente financeiro te, o legislador não discriminou em incisos as condutas
direto, de modo que a condenação será no sentido de praticáveis.
pagar ao Estado o equivalente ao prejuízo causado.
O agente público e o terceiro que com ele concor-
ra responderão pelos danos causados ao erário público
#FicaDica
com seu patrimônio. Inclusive, perderão os valores patri- Todos os atos de improbidade descritos nos
moniais acrescidos devido à prática do ato ilícito. O dano artigos 9o, 10 e 11 contam com um rol de
causado deverá ser ressarcido em sua totalidade. condutas que se enquadram nos elementos
do caput. Contudo, basta o enquadramen-
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patri- to no caput para se caracterizar o ato de
mônio público ou se enriquecer ilicitamente está su- improbidade administrativa. Significa dizer
jeito às cominações desta lei até o limite do valor da que o rol é apenas exemplificativo em cada
herança. um dos artigos.
Caso o sujeito ativo faleça no curso da ação de impro-
bidade administrativa, os herdeiros arcarão com o dever
de ressarcir o dano, claro, nos limites dos bens que ele 5.1 Atos de Improbidade Administrativa que Im-
deixar como herança. portam Enriquecimento Ilícito

4. Indisponibilidade de bens Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa


importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati-
caberá a autoridade administrativa responsável pelo vidade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
inquérito representar ao Ministério Público, para a in- e notadamente:
disponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o O grupo mais grave de atos de improbidade adminis-
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo + ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. indevida + em razão do exercício de cargo, mandato,
emprego, função ou outra atividade nas entidades do
artigo 1°:
Será oferecida representação ao Ministério Público
para que ele postule a indisponibilidade dos bens do in-
• O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado
LEGISLAÇÃO

diciado, de modo a garantir que ele não aliene seu pa-


não se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que
trimônio para não reparar o ilícito. Por indisponibilidade obedeça aos ditames morais, notadamente no de-
entende-se bloquear os bens para que não sejam vendi- sempenho de função de interesse estatal.
dos ou deteriorados, garantindo que o dano possa ser
reparado quando da condenação judicial. 14
Ibid.

37
• Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo- IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamen- máquinas, equipamentos ou material de qualquer na-
te tenha ocorrido dano aos cofres públicos (por tureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
exemplo, quando um policial recebe propina pra- das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
tica ato de improbidade administrativa, mas não como o trabalho de servidores públicos, empregados
atinge diretamente os cofres públicos). ou terceiros contratados por essas entidades;
• É preciso que a conduta se consume, ou seja, que
realmente exista o enriquecimento ilícito decor- Todo aparato dos órgãos públicos serve para atender
rente de uma vantagem patrimonial indevida. ao Estado e, consequentemente, à preservação do bem
• Como fica difícil imaginar que alguém possa se en- comum na sociedade. Logo, quando um servidor públi-
riquecer ilicitamente por negligência, imprudência co utiliza esta estrutura material ou pessoal para atender
ou imperícia, todas as condutas configuram atos aos seus próprios interesses, causa prejuízo direto aos
dolosos (com intenção). cofres públicos e obtém uma vantagem indevida (a na-
• Não cabe prática por omissão.15 tural vantagem decorrente do uso de algo que não lhe
pertence).
Entende Carvalho Filho16 que no caso do art. 9° o re-
quisito é o enriquecimento ilícito, ao passo que “o pres- V - receber vantagem econômica de qualquer nature-
suposto exigível do tipo é a percepção de vantagem pa- za, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
trimonial ilícita obtida pelo exercício da função pública prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico,
em geral. Pressuposto dispensável é o dano ao erário”. O de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativi-
elemento subjetivo é o dolo, pois fica difícil imaginar que dade ilícita,
um servidor obtenha vantagem indevida por negligência,
imprudência ou imperícia (culpa). Da mesma forma, é in- Nenhum ato administrativo pode ser praticado ou
compatível com a conduta omissiva, aceitando apenas a omitido para facilitar condutas como lenocínio (explorar,
comissiva (ação). estimular ou facilitar a prostituição), narcotráfico (envol-
Todas as condutas descritas abaixo são meros exem- ver-se em atividades no mundo das drogas, como venda
plos de condutas compostas pelos elementos genéricos e distribuição), contrabando (importar ou exportar mer-
da cabeça do artigo. Com efeito, estando eles presentes, cadoria proibida), usura (agiotagem, fornecer dinheiro
não importa a ausência de dispositivo expresso no rol a juros absurdos) ou qualquer outra atividade ilícita. Se,
abaixo. ainda por cima, se obter vantagem indevida pela tole-
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem rância da prática do ilícito, resta caracterizado um ato de
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco- improbidade administrativa da espécie mais grave, ora
nômica, direta ou indireta, a título de comissão, per- descrita neste art. 9° em estudo.
centagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou VI - receber vantagem econômica de qualquer nature-
amparado por ação ou omissão decorrente das atri- za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa so-
buições do agente público; bre medição ou avaliação em obras públicas ou qual-
Significa receber qualquer vantagem econômica, in- quer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
clusive presentes, de pessoas que tenham interesse di- qualidade ou característica de mercadorias ou bens
reto ou indireto em que o agente público faça ou deixe fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no
de fazer alguma coisa. art. 1º desta lei;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem Da mesma forma, é vedado o recebimento de vanta-
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas gens para fazer declarações falsas na avaliação de obras
entidades referidas no art. 1° por preço superior ao e serviços em geral.
valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
por preço inferior ao valor de mercado;
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
Tratam-se de espécies da conduta do inciso anterior,
na qual o fim visado é permitir a aquisição, alienação, tro-
A desproporção entre e pode ser praticado por ação
ca ou locação de bem móvel ou imóvel por preço diverso
ou omissão.
ao de mercado. Percebe-se um ato de improbidade que
O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
causa prejuízo direto ao erário.
blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exi-
No inciso II, o Estado que compra, troca ou aluga bem
gível é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos
móvel ou imóvel para sua utilização acima do preço de
passivos.
mercado; no inciso III, um bem móvel ou imóvel perten-
Este artigo admite expressamente a variante culposa,
LEGISLAÇÃO

cente ao Estado é vendido, trocado ou alugado em preço


o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
inferior ao de mercado.
REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da incons-
15
SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: titucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do
Método, 2011.
STJ consolidou a tese de que é indispensável a existência
16 CARVALHO FILHO, José dos Santos... Op. Cit.

38
de dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao Incisos diretamente correlatos aos incisos II e III do
menos de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o artigo anterior, exceto pelo fato do sujeito ativo não per-
dano ao erário precisa ser comprovado. De acordo com o ceber vantagem indevida pela sua conduta. Aliás, é exa-
ministro Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando tamente pela falta deste elemento que o ato se enquadra
o agente não pretende atingir o resultado danoso, mas na categoria intermediária, e não mais grave, dentro da
atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp classificação das improbidades.
n° 1.127.143)”17. Para Carvalho Filho18, não há inconsti-
tucionalidade na modalidade culposa, lembrando que é VI - realizar operação financeira sem observância das
possível dosar a pena conforme o agente aja com dolo normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
ou culpa. insuficiente ou inidônea;
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi- observância das formalidades legais ou regulamenta-
das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem res aplicáveis à espécie;
indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per-
cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados A realização de operações financeiras, como a libe-
se aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°. ração de verbas e o investimento destas, e a concessão
de benefícios são papéis muito importantes desempe-
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in- nhados pelo agente público, que deverá cumprir estrita-
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física mente a lei.
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores inte-
grantes do acervo patrimonial das entidades mencio- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de
nadas no art. 1º desta lei; processo seletivo para celebração de parcerias com
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi-
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valo- damente;
res integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância Processo licitatório é aquele em que se realiza a li-
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis citação, procedimento detalhado prescrito em lei pelo
à espécie; qual o Estado contrata serviços, adquire produtos, aliena
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente bens, etc. A finalidade de cumprir o procedimento legal
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou as- de forma estrita é garantir a preservação do interesse da
sistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimô- sociedade, não cabendo ao agente público passar por
nio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º cima destas regras (Lei n° 8.666/93).
desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento;
Todos os bens, rendas, verbas e valores que integram
a estrutura da administração pública somente devem ser Todas as despesas que podem ser assumidas pelo Po-
utilizados por ela. Por isso, não cabe a incorporação de der Público encontram respectiva previsão em alguma lei
seu patrimônio ao acervo de qualquer pessoa física ou ou diretriz orçamentária.
jurídica e mesmo a simples utilização deve obedecer aos
ditames legais. Quem agir, aproveitando da função pú- X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
blica, de modo a permitir tais situações, incide em ato renda, bem como no que diz respeito à conservação
de improbidade administrativa, ainda que não receba do patrimônio público;
nenhuma vantagem por seu ato (havendo enriquecimen-
to ilícito, está presente um ato do art. 9°, categoria mais A arrecadação de tributos é essencial para a manu-
grave). tenção da máquina estatal, não podendo o agente públi-
Aliás, nem ao menos importa se o ato é benéfico, por co ser negligente (se omitir, deixar de ser zeloso) no que
exemplo, uma doação. O patrimônio público deve ser tange ao levantamento desta renda.
preservado e sua transmissão/utilização deve obedecer
XI - liberar verba pública sem a estrita observância
a legislação vigente.
das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou lo-
cação de bem integrante do patrimônio de qualquer
Para que as verbas públicas sejam aplicadas é preciso
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
obedecer o procedimento previsto em lei, preservando o
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
interesse estatal.
ao de mercado;
Dos incisos VI a XI resta clara a marca desta catego-
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
ria intermediária de atos de improbidade administrativa:
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
LEGISLAÇÃO

que seja causado prejuízo ao erário, sem que o agen-


17
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade administrati-
te responsável pelo dano receba vantagem indevida. A
va: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível em: questão é preservar o interesse estatal, garantindo que
<http://www.stj.gov.br>. Acesso em: 26 mar. 2013. os bens e verbas públicas sejam corretamente utilizados,
18
CARVALHO FILHO, José dos Santos... Op. Cit. arrecadados e investidos.

39
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela ad-
se enriqueça ilicitamente; ministração pública com entidades privadas sem a es-
trita observância das normas pertinentes ou influir de
Como visto, quanto o agente público obtém vanta- qualquer forma para a sua aplicação irregular.
gem própria, direta ou indireta, incide nas hipóteses mais
graves do artigo anterior. Caso concorde com o enri- 5.3 Atos de Improbidade Administrativa Decor-
quecimento ilícito de terceiro, por exemplo, seu superior rentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Bene-
hierárquico, ou colabore para que ele ocorra, também fício Financeiro ou Tributário
cometerá ato de improbidade administrativa, embora de
menor gravidade. Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrati-
va qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço par- ou manter benefício financeiro ou tributário contrário
ticular, veículos, máquinas, equipamentos ou material ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposi- Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
ção de qualquer das entidades mencionadas no art.
1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Ser-
empregados ou terceiros contratados por essas enti- viços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento).
dades. § 1º O imposto não será objeto de concessão de isen-
ções, incentivos ou benefícios tributários ou financei-
Não se deve permitir que terceiros utilizem do apa- ros, inclusive de redução de base de cálculo ou de cré-
rato da máquina estatal, tanto material quanto pessoal, dito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra
mesmo que não se obtenha vantagem alguma com tal forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga
concessão. tributária menor que a decorrente da aplicação da alí-
quota mínima estabelecida no caput, exceto para os
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te- serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01
nha por objeto a prestação de serviços públicos por da lista anexa a esta Lei Complementar.
meio da gestão associada sem observar as formalida-
des previstas na lei; Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municí-
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem pios, fixando-se a alíquota mínima em 2%.
observar as formalidades previstas na lei. Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro
de sua competência constitucional alíquotas inferiores a
A celebração de contratos de qualquer natureza com- 2% para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo
promete diretamente o orçamento público, causando fiscal), prejudicando os municípios vizinhos.
prejuízo ao erário. Por isso, deve-se obedecer às pres- Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade
crições legais que disciplinam a celebração de contra- administrativa a eventual concessão do benefício abaixo
tos administrativos, deliberando com responsabilidade da alíquota mínima.
a respeito das contratações necessárias e úteis ao bem
comum. 5.4 Atos de Improbidade Administrativa que Aten-
tam Contra os Princípios da Administração Pública
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores que atenta contra os princípios da administração pú-
públicos transferidos pela administração pública a blica qualquer ação ou omissão que viole os deveres
entidades privadas mediante celebração de parcerias, de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade
sem a observância das formalidades legais ou regula- às instituições, e notadamente:
mentares aplicáveis à espécie; O grupo mais ameno de atos de improbidade admi-
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou nistrativa se caracteriza pela simples violação a prin-
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
cípios da administração pública, ou seja, aplica-se a
públicos transferidos pela administração pública a en-
qualquer atitude do sujeito ativo que viole os ditames
tidade privada mediante celebração de parcerias, sem
éticos do serviço público. Isto é, o legislador pretende a
a observância das formalidades legais ou regulamen-
preservação dos princípios gerais da administração pú-
tares aplicáveis à espécie;
blica.19
XVIII - celebrar parcerias da administração pública
• O objeto de tutela são os princípios constitucionais;
com entidades privadas sem a observância das forma-
• Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dis-
lidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
pensáveis o enriquecimento ilícito e o dano ao erá-
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para ce-
rio;
lebração de parcerias da administração pública com
• Somente é possível a prática de algum destes atos
LEGISLAÇÃO

entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente;


com dolo (intenção);
XX - agir negligentemente na celebração, fiscaliza-
• Cabe a prática por ação ou omissão.
ção e análise das prestações de contas de parcerias
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida-
firmadas pela administração pública com entidades
privadas; 19
SPITZCOVSKY, Celso... Op. Cit.

40
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
diante do conteúdo aberto do dispositivo. da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
Na verdade, trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
se aplica quando o ato de improbidade administrativa II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
não tiver gerado obtenção de vantagem indevida ou dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-
dano ao erário. te ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, per-
da da função pública, suspensão dos direitos políticos
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula- de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até
mento ou diverso daquele previsto, na regra de com- duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
petência; com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
de ofício;
da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência
sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
em razão das atribuições e que deva permanecer em
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais; dano, se houver, perda da função pública, suspensão
V - frustrar a licitude de concurso público; dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado de multa civil de até cem vezes o valor da remune-
a fazê-lo; ração percebida pelo agente e proibição de contratar
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
de medida política ou econômica capaz de afetar o da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
preço de mercadoria, bem ou serviço. sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis- IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função
calização e aprovação de contas de parcerias firmadas pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco)
pela administração pública com entidades privadas. a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado,
celebração de contrato, convênio ou instrumento con- assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
gênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei do SUS). As sanções da Lei de Improbidade Administrativa são
de natureza extrapenal e, portanto, têm caráter civil.
É possível perceber, no rol exemplificativo de condu- Como visto, no caso do art. 9°, categoria mais gra-
tas do artigo 11, que o agente público que pratique qual- ve, o agente obtém um enriquecimento ilícito (vantagem
quer ato contrário aos ditames da ética, notadamente os
econômica indevida) e pode ainda causar dano ao erário,
originários nos princípios administrativos constitucionais,
por isso, deverá não só reparar eventual dano causado
pratica ato de improbidade administrativa.
mas também colocar nos cofres públicos tudo o que ad-
Com efeito, são deveres funcionais: praticar atos vi-
sando o bem comum, agir com efetividade e rapidez, quiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o
manter sigilo a respeito dos fatos que tenha conheci- que enriqueceu indevidamente ou este valor acrescido
mento devido a sua função, tornar públicos os atos ofi- do valor do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto
ciais, zelar pela boa realização de atos administrativos em o Estado perdeu ou deixou de ganhar). No caso do artigo
geral (como a realização de concurso público), prestar 10, não haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existi-
contas, entre outros. rá dano ao erário, o qual será reparado (eventualmente,
ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor adqui-
6. Das Penas rido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo
que pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido res-
Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis sarcimento. Na hipótese do artigo 10-A, não se denota
e administrativas previstas na legislação específica, nem enriquecimento ilícito e nem dano ao erário, pois no
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às máximo a prática de guerra fiscal pode gerar.
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isola- Em todos os casos há perda da função pública.
da ou cumulativamente, de acordo com a gravidade Nas três categorias iniciais, são estabelecidas sanções
do fato: de suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores contratação ou percepção de vantagem, graduadas con-
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento forme a gravidade do ato, enquanto que na quarta cate-
integral do dano, quando houver, perda da função
LEGISLAÇÃO

goria apenas se prevê a suspensão de direitos políticos


pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez e a multa.
anos, pagamento de multa civil de até três vezes o va- Vale lembrar a disciplina constitucional das sanções
lor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar
por atos de improbidade administrativa, que se encontra
com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
no art. 37, § 4º, CF:

41
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.

#FicaDica
A única sanção que se encontra prevista na LIA mas não na CF é a de multa. (art. 37, §4°, CF). Não há
nenhuma inconstitucionalidade disto, pois nada impediria de o legislador infraconstitucional ampliasse a
relação mínima de penalidades da Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e porque a lei é o
instrumento adequado para tanto1.
1
Ibid.

Carvalho Filho20 tece considerações a respeito de algumas das sanções:

• Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se
alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
derivar de origem ilícita”.
• Ressarcimento integral do dano: há quem entenda que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mone-
tária e juros de mora.
• Perda de função pública: “se o agente é titular de mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassação.
Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servido-
res trabalhistas e temporários), a perda da função pública se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa
do empregado. No caso de exercer apenas uma função pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
gação da designação”. Lembra-se que determinadas autoridades se sujeitam a procedimento especial para perda
da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de Improbidade Administrativa.
• Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados
nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato de
improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou o valor do dano ou o valor da remuneração do agente).
A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter indenizatório, mas punitivo.
• Proibição de receber benefícios: não se incluem as imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao menos
sócio majoritário da instituição vitimada.
• Proibição de contratar: o agente punido não pode participar de processos licitatórios.

Artigo 9° Artigo 10 Artigo 10-A Artigo 11


Suspensão de direitos 8 a 9 anos 5 a 8 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos
políticos
Multa Até 3X o enriquecimen- Até 2X o dano Até 3X o valor do Até 100X o valor
to experimentado causado. benefício finan- da remuneração
ceiro ou tributá- do agente
rio concedido
Vedação de contrata- 10 anos 5 anos – 3 anos
ção ou vantagem

7. Declaração de Bens

Nos termos do artigo 13, LIA, para que uma pessoa tome posse e exerça o cargo de agente público deve apresentar
declaração de bens que deverá ser renovada anualmente (§2°) sob pena de demissão (§3°). Assim, trata-se de condição
para o exercício das atribuições de agente público.
A finalidade é a de assegurar que o agente público não receba vantagens indevidas, possuindo instrumento para
fiscalizá-lo caso o faça.
Os bens abrangidos pela declaração não são apenas os do agente público, mas também os de seus dependentes.
Por isso, não adiantará nada o agente colocar os bens decorrentes do enriquecimento ilícito em nome de pessoas que
dele dependam, e não em seu nome.

8. Procedimento Administrativo e Processo Judicial


LEGISLAÇÃO

Desde logo, destaca-se que o procedimento na via administrativa não tem idoneidade para ensejar a aplicação de
sanções de improbidade. Após o encerramento do processo administrativo, deverá ser ajuizada ação de improbidade
administrativa. Na sentença judicial será possível aplicar as sanções da lei de improbidade administrativa.21
20
Ibid.
21
Ibid.

42
Legitimidade ativa: qualquer pessoa (artigo 14, § 3° No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
caput). Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto
Requisitos da representação: escrita ou reduzida a no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de
termo e assinada; qualificação do representante; infor- 1965.
mações sobre o fato e sua autoria e indicação das provas Dispõe o art. 6°, §3° da Lei n° 4.717/65: “A pessoa jurí-
de que tenha conhecimento. Ausentes, haverá rejeição, dica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja
mas ainda assim o MP poderá apurar o fato (artigo 14, objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o
§§ 1o e 2o). pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso
Comissão processante no procedimento adminis- se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
trativo: representante legal ou dirigente”. Significa que é possí-
vel inverter a legitimidade, sendo que a pessoa jurídica
– Dá ciência do processo administrativo ao Ministé- inicia o processo como legitimado passivo, mas, como
é invertido o interesse processual, passa para o polo ati-
rio Público e ao Tribunal de Contas, que poderão
vo. No entanto, como pessoa jurídica não figura como ré
designar representante para acompanhá-lo (artigo
de ação de improbidade administrativa, somente cabe a
15). O objetivo da lei foi contribuiu para a forma-
aplicação do dispositivo no sentido de autorizar que a
ção da convicção dos representantes destes ór-
pessoa jurídica reforce o pedido de reconhecimento de
gãos desde logo. improbidade e de aplicação de sanções ao lado do Mi-
– Pode representar ao MP para requerer o sequestro nistério Público.
dos bens do agente ou terceiro que tenha enrique-
cido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo
público. como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da
lei, sob pena de nulidade.
Ação de improbidade administrativa: A atuação do Ministério Público nos processos judi-
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será ciais pode ser como parte, quando ajuizar a ação, e como
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídi- fiscal da lei, quando outro legitimado o fizer. No caso,
ca interessada, dentro de trinta dias da efetivação da como também a pessoa jurídica de direito público preju-
medida cautelar. dicada pode ajuizar a ação, se o fizer, o Ministério Público
“Ação de improbidade administrativa é aquela que atuará como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
pretende o reconhecimento judicial de condutas de
improbidade da Administração, perpetradas por ad- § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do
ministradores públicos e terceiros, e a consequente juízo para todas as ações posteriormente intentadas
aplicação das sanções legais, com o escopo de pre- que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
servar o princípio da moralidade administrativa. Sem objeto.
dúvida, cuida-se de poderoso instrumentos de controle Tornar o juízo prevento é assegurar que todas as
judicial sobre atos que a lei caracteriza como de im- ações que sejam propostas com mesma causa de pedir
probidade”22. (fatos e fundamentos jurídicos) ou mesmo objeto sejam
julgadas pelo mesmo juízo. Será prevento o juízo em que
Caso tenha sido postulada alguma medida cautelar, primeiro for proposta a ação.
o prazo para que seja ajuizada a ação de improbidade
administrativa é de 30 dias, sob pena de perda da eficácia § 6o A ação será instruída com documentos ou justifi-
cação que contenham indícios suficientes da existên-
da medida (bens e verbas são desbloqueados).
cia do ato de improbidade ou com razões fundamen-
A legitimidade ativa é concorrente, porque a ação
tadas da impossibilidade de apresentação de qualquer
pode ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto
dessas provas, observada a legislação vigente, inclusi-
pela pessoa jurídica interessada. ve as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código
A legitimidade passiva é daquele que cometeu o ato de Processo Civil.
de improbidade. A ação de improbidade administrativa será instruída
No pedido, se postulará, primeiro, o reconhecimento com provas do ato de improbidade administrativa prati-
do ato de improbidade administrativa, depois, a aplica- cado, geralmente o processo administrativo que trami-
ção das sanções cabíveis. tou anteriormente. Todas estas provas serão explicadas,
fundamentando porque restou caracterizado o ato de
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a cele- improbidade.
bração de acordo de não persecução cível, nos termos
desta Lei § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz man-
dará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser
as ações necessárias à complementação do ressarci- instruída com documentos e justificações, dentro do
LEGISLAÇÃO

mento do patrimônio público. prazo de quinze dias.


Caso não tenha sido totalmente recomposto o patri- Se a petição inicial preencher os requisitos do pará-
mônio com a ação de improbidade, a Fazenda Pública grafo anterior e os demais requisitos processuais civis, o
ajuizará ação própria. requerido será notificado para se manifestar por escrito
22
Ibid. e, se quiser, apresentar documentos.

43
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trin- 9. Disposições penais
ta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação,
se convencido da inexistência do ato de improbidade, Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
da improcedência da ação ou da inadequação da via improbidade contra agente público ou terceiro bene-
eleita. ficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
apresentar contestação. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos mate-
Se o juiz se convencer com as informações da mani-
riais, morais ou à imagem que houver provocado.
festação do requerido, rejeitará a ação; se não, receberá A legislação pretende que as denúncias de atos de
definitivamente a petição inicial e determinará a citação improbidade administrativas sejam sérias e fundamen-
do réu para contestar a ação. tadas, não levianas. O art. 19 introduz um tipo penal, ele
não faz parte exatamente das outras penalidades da lei,
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá por isso exatamente que está apartado das demais.
agravo de instrumento. Este crime será denunciado e apurado perante um
Agravo de instrumento é o recurso interposto contra juízo criminal, fora da ação de improbidade administra-
decisões que não colocam fim no processo. tiva. O artigo 19 é um crime a ser denunciado em ação
penal pública proposta pelo Ministério Público, único le-
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consen- gitimado.
sual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção Na verdade, ele não passa de uma forma específica
do prazo para a contestação, por prazo não superior a da denunciação caluniosa do Código Penal (artigo 339,
90 (noventa) dias. CP).
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a ina-
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
dequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o direitos políticos só se efetivam com o trânsito em jul-
processo sem julgamento do mérito. gado da sentença condenatória.
Durante o processo o juiz pode perceber que a ação Parágrafo único. A autoridade judicial ou administra-
de improbidade administrativa não deveria ter sido acei- tiva competente poderá determinar o afastamento do
ta, caso em que a extinguirá. agente público do exercício do cargo, emprego ou fun-
ção, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
§ 12.  Aplica-se aos depoimentos ou inquirições rea- se fizer necessária à instrução processual.
lizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto Não cabe, em regra, tomar medida cautelar para sus-
no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. pender direitos políticos e determinar a perda da função
Estes dispositivos tratam da tomada de depoimentos pública. O máximo que é possível, visando garantir a ins-
de determinados agentes públicos. trução processual, é afastar o agente público do exercício
do cargo sem prejuízo da remuneração enquanto tramita
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se consi- a ação de improbidade administrativa.
dera pessoa jurídica interessada o ente tributante que
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in-
figurar no polo ativo da obrigação tributária de que depende:
tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Comple- I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi-
mentar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela co, salvo quanto à pena de ressarcimento;
Lei Complementar nº 157, de 2016) II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
O §4º do artigo 3º mencionado foi vetado. Interpre- de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
tando o artigo 8º-A, entende-se ser legitimada para Contas.
propositura da ação a pessoa jurídica de direito pú- Não importa se o ato praticado pelo agente não cau-
blico que seria beneficiada pela alíquota que deveria sou dano ao erário, tanto que existem os atos da cate-
ter sido recolhida na esfera de seu município pois nele goria mais leve (artigo 11).
que o prestador se encontrava.
Também é irrelevante se o Tribunal de Contas apro-
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de vou ou rejeitou as contas prestadas pelo agente, embora
2019) isto sirva de elemento de prova.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,


Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil o Ministério Público, de ofício, a requerimento de au-
de reparação de dano ou decretar a perda dos bens toridade administrativa ou mediante representação
havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a formulada de acordo com o disposto no art. 14, po-
reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pes- derá requisitar a instauração de inquérito policial ou
soa jurídica prejudicada pelo ilícito. procedimento administrativo.
LEGISLAÇÃO

Na verdade, este dispositivo apenas lembra algumas O Ministério Público poderá requisitar a instauração
das sanções que poderão ser aplicadas na sentença da de inquérito policial ou procedimento administrativo de
ação de improbidade administrativa. Não significa que as ofício, a pedido da autoridade administrativa ou median-
demais sanções previstas nesta lei não sejam aplicáveis. te representação.

44
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
10. Prescrição honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente: [...]
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as san- IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
ções previstas nesta lei podem ser propostas: acessibilidade previstos na legislação”. Quanto às pe-
I - até cinco anos após o término do exercício de man- nalidades, disciplina o artigo 12, III, lei nº 8.429/1992:
dato, de cargo em comissão ou de função de confian- “na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
ça; dano, se houver, perda da função pública, suspensão
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei espe- dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
cífica para faltas disciplinares puníveis com demissão de multa civil de até cem vezes o valor da remunera-
a bem do serviço público, nos casos de exercício de ção percebida pelo agente e proibição de contratar
cargo efetivo ou emprego. com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
direito de acionar judicialmente. sócio majoritário, pelo prazo de três anos”.
A ação de improbidade administrativa não poderá ser Em “e”, não se aplica pena privativa de liberdade, pois
proposta se: a natureza do ato de improbidade é civil, e a multa é
de 100 vezes a remuneração do agente (artigo 11, III,
a) prescrição no caso de cargo provisório - passados Lei nº 8.429/1992).
5 anos após o término do exercício de mandato,
cargo em comissão ou função de confiança pelo LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
réu; A Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019, define
b) prescrição no caso de cargo definitivo - dentro do os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agen-
prazo prescricional previsto em lei específica para te público, servidor público ou não, que, no exercício de
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do po-
do serviço público (por exemplo, na esfera federal, der que lhe tenha sido atribuído. O candidato que deseja
o prazo é de 5 anos a contar da data em que o fato ingressar em uma carreira de Polícia Civil deve conhecer
se tornou conhecido). muito bem os limites de sua conduta, para que não co-
meta nenhum dos crimes previstos na referida Lei.
O § 1º do artigo 1º apresenta um caráter finalístico
EXERCÍCIO COMENTADO dos crimes de abuso de autoridade, que é essencial para
sua configuração. As condutas descritas nesta Lei somen-
1. (AL-RO – ANALISTA LEGISLATIVO (PROCESSO LE- te constituem crime de abuso de autoridade quando pra-
GISLATIVO) – FGV – 2018) Determinado gestor público, ticadas pelo agente com a finalidade específica de preju-
no exercício de suas funções, não obstante provocado dicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou,
pelo Ministério Público, deixou de cumprir a exigência de ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
requisitos de acessibilidade previstos na legislação. De
acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese, o agente público: 1. Noções gerais dos crimes de abuso de auto-
ridade
a) não cometeu ato de improbidade administrativa, por Nos termos do caput do artigo 2º, É sujeito ativo do
falta de tipicidade legal, mas está incurso em crime de crime de abuso de autoridade qualquer agente público,
responsabilidade. servidor ou não, da administração direta, indireta ou fun-
b) não cometeu ato de improbidade administrativa, por dacional de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
falta de dano ao erário, mas está sujeito à punição na dos, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
esfera disciplinar. compreendendo, mas não se limitando a: I - servidores
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, por públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II -
falta de repercussão criminal da conduta, mas está su- membros do Poder Legislativo; III - membros do Poder
jeito à multa administrativa. Executivo; IV - membros do Poder Judiciário; V - mem-
d) cometeu ato de improbidade administrativa e está su- bros do Ministério Público; VI - membros dos tribunais
jeito, dentre outras, à perda da função pública e sus- ou conselhos de contas.
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos. Observe que a gama de sujeitos ativos é bastante
e) cometeu ato de improbidade administrativa e está su- ampla, uma vez que deve abranger todos os agentes pú-
jeito, dentre outras, à pena privativa de liberdade e blicos. Reputa-se agente público, para os efeitos desta
pagamento de multa de até vinte salários mínimos. Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
Resposta: Letra D. ção, contratação ou qualquer outra forma de investidu-
LEGISLAÇÃO

Em “a”, “b” e “c”, houve ato de improbidade adminis- ra ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em
trativa. órgão ou entidade abrangidos pelo caput do artigo 2º.
Em “d”, nos termos do artigo 11, IX, Lei nº 8.429/1992: De modo geral, pode-se afirmar que todos aqueles que
“Constitui ato de improbidade administrativa que exercem uma função de relevante interesse público
atenta contra os princípios da administração pública estão sujeitos as penas dessa Lei.

45
Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal públi- - Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ca incondicionada (art. 3º). É a ação penal de competên-
cia do Ministério Público, que se inicia mediante denún- C) Não comunicação de prisão em flagrante (ar-
cia, sem a obrigatoriedade de representação da vítima. tigo 12)
Será admitida ação privada se a ação penal pública - conduta tipificada: Deixar injustificadamente de co-
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério municar prisão em flagrante à autoridade judiciária
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia no prazo legal. Pela expressão “deixar de”, depre-
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, ende-se que é uma conduta omissiva.
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo - Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a multa.
ação como parte principal. O prazo da ação penal privada - Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comu-
subsidiária será de 6 (seis) meses, contados da data em nicar, imediatamente, a execução de prisão tem-
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. porária ou preventiva à autoridade judiciária que a
São efeitos da condenação, na forma do artigo 4º: decretou; II - deixa de comunicar, imediatamente,
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendi- contra à sua família ou à pessoa por ela indicada; III
do, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vin-
danos causados pela infração, considerando os prejuízos te e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela
por ele sofridos; II - a inabilitação para o exercício de car- autoridade, com o motivo da prisão e os nomes
go, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a do condutor e das testemunhas; IV - prolonga a
5 (cinco) anos; III - a perda do cargo, do mandato ou da execução de pena privativa de liberdade, de prisão
função pública. temporária, de prisão preventiva, de medida de se-
As penas restritivas de direitos, a ser aplicadas em gurança ou de internação, deixando, sem motivo
substituição das penas privativas de liberdade, estão dis- justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de
postas no artigo 5º. São elas: I - prestação de serviços à soltura imediatamente após recebido ou de pro-
comunidade ou a entidades públicas; II - suspensão do mover a soltura do preso quando esgotado o pra-
exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo zo judicial ou legal.
de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos
e das vantagens. As penas poderão ser aplicadas autôno- D) Tratamento desumano de preso (artigo 13)
ma ou cumulativamente. - Conduta tipificada: Constranger o preso ou o deten-
O artigo 6º apresenta a denominada responsabilida- to, mediante violência, grave ameaça ou redução
de tríplice dos agentes públicos. As penas previstas nesta de sua capacidade de resistência, a: I - exibir-se ou
Lei, de natureza penal, serão aplicadas independente- ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
mente das sanções de natureza civil ou administrativa pública; II - submeter-se a situação vexatória ou a
cabíveis. Tais esferas não se comunicam entre si, salvo no constrangimento não autorizado em lei; III - pro-
caso do artigo 7º, não se podendo mais questionar sobre duzir prova contra si mesmo ou contra terceiro.
a existência ou a autoria do fato quando essas questões - Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
tenham sido decididas no juízo criminal. sem prejuízo da pena cominada à violência.
2. Dos crimes e das penas E) Depoimento sob ameaça (artigo 15)
Vamos analisar os crimes considerados como abuso - Conduta tipificada: Constranger a depor, sob amea-
de autoridade. É um rol bastante vasto e, por isso, vamos ça de prisão, pessoa que, em razão de função, mi-
enfocar apenas nos crimes mais relevantes para os car- nistério, ofício ou profissão, deva guardar segredo
gos da Polícia Civil. ou resguardar sigilo.
- Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
A) Prisão ilegal (artigo 9º) - Incorre na mesma pena quem prossegue com o
- conduta tipificada: Decretar medida de privação da interrogatório: I - de pessoa que tenha decidido
liberdade em manifesta desconformidade com as exercer o direito ao silêncio; ou II - de pessoa que
hipóteses legais:
tenha optado por ser assistida por advogado ou
- Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
defensor público, sem a presença de seu patrono.
- Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que,
dentro de prazo razoável, deixar de: I - relaxar a
F) Impedimento de contatar advogado do preso
prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão
(artigo 20)
preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
- Conduta tipificada: Impedir, sem justa causa, a en-
ceder liberdade provisória, quando manifestamen-
trevista pessoal e reservada do preso com seu ad-
te cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas
vogado:
corpus, quando manifestamente cabível.’
- Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
LEGISLAÇÃO

B) Condução coercitiva ilegal (artigo 10)


- Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu
- conduta tipificada: Decretar a condução coercitiva
solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
de testemunha ou investigado manifestamente
reservadamente com seu advogado ou defensor,
descabida ou sem prévia intimação de compare-
por prazo razoável, antes de audiência judicial, e
cimento ao juízo.

46
de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se Resposta: Errado. Segundo o artigo 100, inciso XIII, da
durante a audiência, salvo no curso de interroga- LODF, cabe ao Governador do Distrito Federal tanto
tório ou no caso de audiência realizada por vide- nomear como também destituir o Procurador-Geral
oconferência. do Distrito Federal, na forma da lei.

G) Crime do artigo 21 2-(PC-DF – AGENTE DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Jul-


- Conduta tipificada: Manter presos de ambos os se- gue o item subsecutivo, referente ao regime jurídico dos
xos na mesma cela ou espaço de confinamento: funcionários policiais civis da União e do DF.
- Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Se um agente de polícia for eleito deputado estadual,
- Incorre na mesma pena quem mantém, na mes- durante o exercício do mandato eletivo, ele somente po-
ma cela, criança ou adolescente na companhia de derá ser promovido por antiguidade.
maior de idade ou em ambiente inadequado, ob-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
servado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Resposta: Certo. O artigo 41 do Decreto nº
59.310/1966, Somente por antigüidade poderá ser
H) Crime do artigo 28
promovido: I - O funcionário em exercício de mandato
- Conduta tipificada: Divulgar gravação ou trecho de
eletivo federal, estadual ou municipal; II - O funcioná-
gravação sem relação com a prova que se preten-
rio licenciado para acompanhar o cônjuge, funcioná-
da produzir, expondo a intimidade ou a vida priva-
rio civil ou militar, mandado servir em outro ponto do
da ou ferindo a honra ou a imagem do investigado
território nacional ou no exterior; III - O funcionário
ou acusado:
licenciado para trato de interesse particulares.
- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
3-(PC-DF – AGENTE DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Jul-
I) Crime do artigo 30 gue o item subsecutivo, referente ao regime jurídico dos
- conduta tipificada: Dar início ou proceder à perse- funcionários policiais civis da União e do DF.
cução penal, civil ou administrativa sem justa causa Se um indivíduo, admitido por concurso público na car-
fundamentada ou contra quem sabe inocente: reira de agente da PCDF, requerer, após um ano de efeti-
- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. vo exercício, licença para tratar de interesses particulares,
o requerimento deverá ser indeferido de imediato, ainda
J) Crime do artigo 32 que a concessão da licença não se mostre inconveniente
- Conduta tipificada: Negar ao interessado, seu defen- ao interesse do serviço.
sor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito (  ) CERTO   (  ) ERRADO
ou a qualquer outro procedimento investigatório
de infração penal, civil ou administrativa, assim Resposta: Certo. Nos termos do artigo 227 do Decre-
como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o to nº 59.310/1966, Depois de dois (2) anos de efetivo
acesso a peças relativas a diligências em curso, ou exercício em cargo de natureza policial, o funcionário
que indiquem a realização de diligências futuras, poderá obter licença sem vencimento, para tratar de
cujo sigilo seja imprescindível: interesses particulares.
- Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Como já explanamos, a lei de abuso de autoridade DO MUNICÍPIO DE BELÉM: LEI N.º 7.502,
apresenta diversas hipóteses de condutas tipificadas DE 20 DE DEZEMBRO DE 1990 - DISPÕE
como crimes. Procuramos apenas traçar as linhas gerais SOBRE O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS
dos crimes que podem ocorrer com maior frequência PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE BELÉM, E
com os agentes de Polícia Civil. Mas uma leitura do texto SUAS ALTERAÇÕES
legal, na sua íntegra, é sempre recomendado.
A lei nº 7.502, de 20 de dezembro de 1990, é a lei
que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Ci-
EXERCÍCIO COMENTADO vis do Município de Pinhais-PR. Os dispositivos trazidos
neste material dizem respeito aos cargos públicos, forma
1-(PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Julgue os de provimento e vacância, direitos e garantias, deveres e
itens subsequentes, a respeito das funções essenciais à responsabilidades e o direito de petição.
justiça no DF, com base na disciplina constitucional e le- Evidente que o Estatuto apresenta outros dispo-
gal. sitivos fora desses temas. Por isso, é sempre recomenda-
LEGISLAÇÃO

Compete ao governador distrital nomear o procurador- da uma leitura do mesmo, na sua íntegra.
-geral do DF, cuja destituição cabe exclusivamente à
CLDF.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

47
Uma vez empossado, deve o servidor entrar em efe-
FIQUE ATENTO! tivo exercício no prazo de 30 (tinta) dias úteis, contados:
Dada a multiplicidade de leis, em âmbi- I - da data da posse, no caso de nomeação; ou II - da
tos diferentes da Federação, é comum o data da publicação oficial do ato, nos demais caso (art.
candidato questionar qual lei ele deve uti- 18, § 1º).
lizar para responder questões de provas. O servidor nomeado para cargo de provimento efe-
Primeiramente, é importante ressaltar que tivo ficará sujeito a estágio probatório pelo período de
lei federal não se sobrepõe sobre lei es- 3 (três) anos, durante o qual sua aptidão e capacidade
tadual e vice-versa. serão avaliadas para o desempenho do cargo. Como
Durante a prova, o candidato deve se ater condição para a aquisição de estabilidade, é obrigatória
a o que a pergunta diz. A grande maio- a avaliação de desempenho, a ser procedida nos termos
ria das questões de provas delineiam a estabelecidos nesta Subseção, por comissão instituída,
legislação que deve ser utilizada para res- na forma do art. 31, para essa finalidade (art. 20).
ponder a questão. Procure por expressões Uma vez que o servidor nomeado em cargo efetivo
como “nos termos da Constituição Fede- tenha computador 2 (dois) anos de efetivo exercício, este
ral”, “segundo a Lei nº 8.112/1990”, e “com adquire a estabilidade, nos termos do artigo 21. O fun-
base no Estatuto dos Servidores estadu- cionário perderá o cargo vitalício somente em virtude de
ais...”, entre outros. sentença judicial transitada em julgado ou mediante pro-
cesso administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa (art. 22).
Preliminarmente, os artigos 3º e 4º traz alguns con- A nomeação é a forma mais comum de provimen-
ceitos relevantes para a matéria. to em cargo público e será feita: I - em caráter efetivo,
Funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo quando se tratar de cargo de provimento efetivo; ou II
público, se equipara a funcionário o pessoal contratado - em comissão, para cargos de confiança, de livre exone-
por tempo determinado para exercer função decorrente ração. (art. 13).
de necessidade temporária de excepcional interesse pú- O desenvolvimento na carreira será analisado em
blico, sujeitando-se ao regime estatutário previsto nesta momento posterior, pela Lei nº 7507, de 14 de janeiro
Lei. de 1991 (Plano de Carreiras do Quadro de Pessoal de
Cargo público, como unidade básica da estrutura or- Belém).
ganizacional, é o conjunto de atribuições e responsabili- Transferência é a passagem do funcionário estável
dades cometidas a um funcionário, mediante retribuição de cargo efetivo para outro de igual denominação e ven-
cimento, pertencente a quadro de pessoal diverso, no
padronizada e paga pelos cofres públicos.
âmbito do Município. A transferência dar-se-á: I - a pe-
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros,
dido, atendida a conveniência do serviço; e II - de ofício,
são criados por Lei, com denominação própria e em nú- no interesse da administração, ouvido o servidor (art. 30).
mero certo, para provimento em caráter efetivo ou em Readaptação é a forma de provimento do funcioná-
comissão. rio em cargo de atribuição e responsabilidades compa-
tíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capaci-
1. Do provimento e vacância dos cargos públicos dade física ou mental, verificada em inspeção médica. O
O artigo 9º apresenta os requisitos básicos para o funcionário readaptado perde definitivamente sua vincu-
ingresso no serviço público do Município de Belém. São: lação com o cargo anteriormente exercido. Em qualquer
I - a nacionalidade brasileira ou equiparada; II - o gozo hipótese, a readaptação não poderá ser deferida se acar-
dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações retar aumento da remuneração do readaptando.
militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido Reversão é o retorno ao serviço ativo de funcioná-
para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito rio aposentado por invalidez, quando comprovadamente
anos; eVI - ser julgado apto em inspeção de saúde por forem declaradas insubsistentes as razões determinantes
da aposentadoria (art. 33).  A reversão far-se-á no mes-
serviço médico competente.
mo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
A investidura em cargo público dependerá de apro-
Não poderá reverter o aposentado que alcançar o limite
vação prévia em concurso público de provas ou de pro- da idade para aposentadoria compulsória.
vas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade Ocorrendo a extinção ou declaração da desnecessi-
do cargo, (art. 15). O concurso público terá validade de dade do cargo, o servidor efetivo estável ficará em dis-
até 02 (dois) anos, prorrogável, uma vez, por igual perío- ponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
do (art. 16). de serviço, até o seu adequado e obrigatório aprovei-
Posse é o ato pelo qual a pessoa é investida em cargo tamento em outro cargo (art. 37). Não será aberto con-
público, aceitando expressamente as atribuições, deveres curso para o preenchimento de cargo público enquanto
e responsabilidades, com o compromisso de bem servir, houver em disponibilidade servidor originário do cargo a
ser provido. O servidor em disponibilidade tem direito de
LEGISLAÇÃO

formalizado com a assinatura no termo pela autorida-


de competente e pelo empossado. É a posse o ato que se aposentar, nas formas estabelecidas por este Estatuto.
completa a investidura do cargo público, podendo tam- Aproveitamento é o reingresso à atividade de fun-
bém ser realizada mediante procuração (art. 17, caput e cionário em disponibilidade, em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
parágrafos).

48
O aproveitamento será obrigatório quando restabelecido 2. Dos direitos, vantagens e autorizações
o cargo de cuja extinção decorreu a disponibilidade (art. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
36, § 1º). de cargo público, com valor fixado em lei. Remuneração
Reintegração é a reinvestidura do funcionário estável é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pe-
no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a cuniárias permanentes ou temporárias, estabelecidas em
sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com lei. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-
ressarcimento de todas as vantagens. A reintegração será gens de caráter permanente, é irredutível.
feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver As vantagens são compostas por indenizações e au-
sido transformado, no cargo resultante (arts. 40 e 41). xílios, de natureza pecuniária e não pecuniária. As inde-
Recondução é o retorno do funcionário estável ao nizações e os auxílios não se incorporam ao vencimento
cargo anteriormente ocupado. Encontrando-se provido ou provento para qualquer efeito.
o cargo de origem, o funcionário será aproveitado em Além do vencimento, poderão ser atribuídas ao fun-
outro, observado o disposto no artigo 36. cionário, na forma que dispuser o regulamento, as se-
guintes vantagens: I - gratificações; II - adicionais; e III
– indenizações (art. 61).
#FicaDica Os funcionários poderão ser concedidas as seguintes
A nomeação é a única forma de provimen- gratificações:
to originário de cargos públicos, pois é a
forma de provimento em que não se pres- I - por regime especial de trabalho: a) em tempo inte-
supõe uma relação pré-existente entre o gral; e b) em dedicação exclusiva;
servidor e a Administração. Todas as outras II - por atividades especiais: a) de função; b) de lo-
formas de provimento são derivadas. calização especial de trabalho, na forma prevista
em regulamento; c) pelo exercício de atividades
em condições insalubres ou perigosas; d) de ela-
O artigo 43 trata das hipóteses de vacância, isso é, boração de trabalho técnico especializado, na for-
dos atos de extinção dos cargos públicos. As hipóteses ma prevista em regulamento; e e) de fiscalização
de vacância são: ou coordenação de processos seletivos, na forma
prevista em regulamento;
I - exoneração; III - por produtividade;
II - demissão; IV - por serviço ordinário;
III - ascensão; V - gratificação natalina; e
IV - transferência; VI - gratificação de permanência.
V - readaptação;
VI - aposentadoria; e Ao funcionário serão concedidos os adicionais, na
VII - falecimento. forma do artigo 79:
I - adicional por tempo de serviço;
A exoneração dar-se-á a pedido do funcionário ou II - adicional de férias;
de ofício. A exoneração de ofício ocorrerá: I - quando se III - adicional de escolaridade;
tratar de cargo em comissão; II - quando não satisfeitas IV - adicional de turno; e
as condições do estágio probatório; III - quando o fun- V - adicional de cargo em comissão.
cionário não assumir o exercício do cargo no prazo legal;
IV - quando da investidura do funcionário em outro car- O adicional por tempo de serviço será devido por
go de provimento efetivo (art. 44). triênio de efetivo exercício, até o máximo de doze. Os
Redistribuição é a movimentação do funcionário, adicionais serão calculados sobre a remuneração do car-
com o respectivo cargo, para quadro de pessoal de outro go, nas seguintes proporções: I - aos três anos, 5% II - aos
órgão ou entidade cujos planos de cargos e vencimentos seis anos, 5% - 10%; III - aos nove anos, 5% - 15%; IV -
sejam idênticos, observando sempre o interesse da ad- aos doze anos, 5% - 20%; V - aos quinze anos, 5% - 25%;
ministração (art. 46). VI - aos dezoito anos, 5% - 30%; VII - aos vinte e um
Haverá substituição, no caso de impedimento legal anos, 5% - 35%; VIII - aos vinte e quatro anos, 5% - 40%;
ou afastamento do titular de cargo em comissão ou fun- IX - aos vinte e sete anos, 5% - 45%; X - aos trinta anos,
ção gratificada, quando se tornar indispensável tal pro- 5% - 50%; XI - aos trinta e três anos, 5% - 55%; XII - após
videncia em face das necessidades de serviço (art. 47). trinta e quatro anos, 5% - 60%.
Nas hipóteses consideradas necessárias, os ocupan- Os benefícios dos servidores não são apenas de na-
tes de cargo em comissão terão substitutos indicados no tureza econômica. Temos também a concessão de férias,
regimento interno ou em ato regulamentar e, em caso licenças, afastamentos, e demais vantagens que devem
de omissão, serão previamente designados. O substituto ser analisadas.
indicado assumirá automaticamente o exercício do cargo Sobre as licenças, dispõe o artigo 93 que Conceder-
nos afastamentos e impedimentos do titular (art. 48, § -se-á ao funcionário licença:
LEGISLAÇÃO

1º). I - para tratamento de saúde;


II - por motivo de acidente em serviço;
III - por motivo de doença em pessoa da família;
IV - à gestante;

49
V - paternidade; por motivo de afastamento do cônjuge, companheiro
VI - por motivo de afastamento do cônjuge; ou companheira; III - faltar ao serviço injustificadamente
VII - para prestação de serviço militar; mais de seis dias durante o período aquisitivo.
VIII - para atividade política; A critério da administração, poderá ser concedida ao
IX - para atividade sindical; funcionário estável licença para trato de assuntos parti-
X - a título de prêmio por assiduidade e comporta- culares, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem
mento; remuneração. Não poderá ser negada licença quando o
XI - para tratar de interesse particular. afastamento for comunicado com antecedência mínima
de trinta dias.
A licença para tratamento de saúde poderá ser con- Em relação as férias, dispõe o artigo 117 que o fun-
cedida a pedido ou de ofício, com base em inspeção mé- cionário gozará trinta dias consecutivos, ou não, de fé-
dica realizada pelo órgão competente do Município, sem rias por ano, de acordo com a escala organizada pelo
prejuízo da remuneração. Sempre que necessário, a ins- dirigente da Unidade Administrativa, na forma do regu-
peção médica será realizada na residência do funcioná- lamento. O funcionário terá direito a férias após cada
rio ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar ano de exercício no Sistema Administrativo.   Em casos
internado (art. 95). excepcionais, as férias poderão ser fracionadas em dois
Será licenciado com remuneração integral o funcioná- períodos de quinze dias corridos, observado sempre o
rio acidentado em serviço. Para conceituação do acidente interesse do serviço. É proibida a acumulação de férias,
e da doença profissional, serão adotados os critérios da salvo por absoluta necessidade de serviço e pelo máximo
legislação social do trabalho, se equiparando a acidente de dois anos consecutivos (art. 121).
em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não Sem qualquer prejuízo, o servidor poderá ausentar-se
provocada pelo funcionário no exercício do cargo. do serviço, a título de concessão, nos seguintes casos:
Poderá ser concedida licença ao funcionário por mo- I - por um dia, para doação de sangue; II - até oito dias,
tivo de doença do cônjuge, companheiro ou companhei- por motivo de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge,
ra, padrasto ou madrasta, ascendente, descedente, en- companheiro ou companheira, pais, madrasta, padrasto,
teado e colateral consangüíneo ou afim até o segundo filhos ou enteados e irmãos.
grau civil, mediante comprovação médica. A licença será
concedida com vencimento ou remuneração: I - inte- 3. Direito de Petição
grais, até noventa dias; II - dois terços, quando excedente Dispõe o artigo 130 que é assegurado ao funcio-
de noventa dias; III - um terço, quando superior a cento nário o direito de requerer ou representar, isso é, de ter
e vinte dias e não exceder a trezentos e sessenta e cinco seus direitos e pretensões defendidas em processo admi-
dias; IV - sem vencimento, quando exceder de trezentos nistrativo justo, sendo garantido defesa técnica, contra-
e sessenta e cinco dias. (art. 102, § 3º). ditório e ampla defesa em todos os atos. O requerimen-
A servidora gestante terá direito a 120 (cento e vinte) to, a representação e o pedido de reconsideração serão
dias consecutivos de licença, a partir do 8º (oitavo) mês apresentados no órgão de lotação do servidor e decidido
de gestação, sendo concedido também para servidoras pela autoridade que tenha expedido o ato ou proferido a
adotantes de crianças com até 1 (um) ano de idade. Para decisão, no prazo improrrogável de trinta dias.
amamentar o próprio filho até a idade de seis meses, a Caberá recurso: I - do indeferimento do pedido
funcionária lactante terá direito, durante a jornada de de reconsideração; e II - das decisões sobre recursos su-
trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parce- cessivamente interpostos. O prazo para interposição do
lada em dois períodos de meia hora. pedido de reconsideração ou de recurso é de trinta dias,
Poderá ser concedida licença ao funcionário para a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado,
acompanhar cônjuge, companheiro ou companheira, da decisão recorrida (art. 132).
funcionário público civil ou militar, para outro ponto do O direito de petição prescreve a partir da data
território nacional, para o exterior ou para exercício de da publicação, no órgão oficial, do ato impugnado, ou
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo (art. quando este for de natureza reservada, da data em que
107). dele tiver conhecimento o funcionário: I - em cinco anos,
Ao funcionário convocado para o serviço militar será quanto aos atos de que decorrem a demissão, cassação
concedida licença, na forma e condições previstas na le- de disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial
gislação específica. Concluído o serviço militar, o funcio- e créditos resultantes das relações de trabalho; e II - em
nário terá até trinta dias, sem remuneração, para reassu- cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro
mir o exercício do cargo. prazo for fixado em lei (art. 135).
 O funcionário terá direito, como prêmio de assidui-
dade e comportamento, à licença de sessenta dias em 4. Do Regime Disciplinar
cada período de três anos de exercício ininterrupto, em Dada a grande importância de suas funções, é evi-
que não haja sofrido qualquer penalidade disciplinar ou dente que aos servidores são aplicados um rigoroso re-
criminal. Não se concederá licença prêmio ao funcionário gime disciplinar.
que, no período aquisitivo: I - sofrer penalidade discipli- É vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
LEGISLAÇÃO

nar ou criminal; II - afastar-se do cargo em virtude de: a) blicos, exceto quando houver compatibilidade de horá-
licença para tratamento em pessoa da família que ultra- rios: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de
passe a trinta dias consecutivos ou não durante o triênio; professor com outro técnico ou científico; e c) a de dois
b) licença para tratar de interesses particulares; c) licença cargos privativos de médico (art. 155).

50
Primeiramente, os servidores tem o dever de seguir XVIII - constituir-se procurador de partes ou servir de
as seguintes condutas (art. 144): íntermediário perante qualquer repartição pública,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciá-
I - manter assiduidade; rios ou assistenciais a parentes até o segundo grau;
II - ser pontual; XIX - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou
III - usar de discrição; de entidades fiscalizadas no país ou no estrangei-
IV - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as ro, principalmente quando estiver em missão re-
sem preferências pessoais; ferente à compra de material ou fiscalização de
V - desempenhar pessoalmente, com zelo e presteza, qualquer natureza;
os encargos que lhe competirem e os trabalhos de XX - valer-se de sua qualidade de funcionário para
que for incumbido dentro de suas atribuições; desempenhar atividades estranhas às funções ou
para lograr, direta ou índiretamente, qualquer pro-
VI - ser leal às instituições constitucionais e adminis-
veito; e
trativas a que servir;
XXI - praticar atos de sabotagem contra o serviço pú-
VII - observar as normas legais e regulamentares.
blico.
Por outro lado, aos servidores também são impostas Em relação a responsabilidade, pode-se afirmar que
algumas vedações ou proibições (art. 145). É proibido o servidor possui esfera tríplice responsabilidade, isso
ao servidor: é, o servidor é responsável civil, penal e administrativa-
mente, pelo prejuízo a que der causa contra a Fazenda
I - retirar, sem prévia permissão da autoridade com- Pública ou contra terceiros. A responsabilidade pessoal
petente, qualquer documento ou objeto existente decorre de ação ou omissão, dolosa ou culposa.
na repartição; No caso de indenização à Fazenda Pública, por prejuí-
II - ausentar-se do serviço durante o expediente sem zo causado na modalidade dolosa, o servidor será obri-
prévia autorização do chefe imediato; gado a repor, de uma só vez, o valor correspondente.
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em pa- A responsabilidade administrativa não exime o servi-
lestras, leituras e outras atividades estranhas ao dor da responsabilidade civil ou penal, nem o pagamen-
serviço; to da indenização a que ficar obrigado o exime da pena
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa jus- disciplinar cabível. Isso significa que as três esferas de
tificada; responsabilidades são independentes, e não se comuni-
V - tratar de interesses particulares na repartição; cam entre si. Todavia, tal regra comporta uma exceção
VI - exercer comércio entre os companheiros de servi- muito importante: a responsabilidade patrimonial e ad-
ço, mover ou subscrever listas de donativos dentro ministrativa do servidor será afastada no caso de absolvi-
da repartição; ção criminal que dê como provada a inexistência do fato
VII - recusar fé a documentos públicos; ou de sua autoria.
VIII - opor resistência ínjustificada ao andamento de Não cumprindo um dos deveres, ou na ocorrência
de uma das proibições previstas em Lei, ao servidor será
documento e processo ou execução de serviço;
aplicada as seguintes penalidades (art. 194): I - repreen-
IX - empregar material do serviço público em serviço
são; II - suspensão; III - destituição de função; IV - demis-
particular;
são; V - demissão a bem do serviço público; e VI - cassa-
X - receber propina, comissão, presente ou vantagem ção de aposentadoria e disponibilidade.
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; A pena de repreensão será aplicada por escrito, no
XI - cometer a outro funcionário atribuições estranhas caso de falta de cumprimento dos deveres, a que não
às do cargo que ocupa, exceto em situações de seja cominada penalidade mais severa (art. 196)
emergência e transitória; A pena de suspensão, que não excederá a trinta dias,
XII - exercer quaisquer atividades que sejam imcom- será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência.
patíveis com o exercício do cargo ou função e com O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e di-
o horário de trabalho; reitos decorrentes do exercício do cargo (art. 197)
XIII- proceder de forma desidiosa; A destituição de função gratificada dar-se-á: I - quan-
XIV- participar da gerência ou administração de em- do se verificar falta de exação no seu desempenho; II -
presas que mantenham relações comerciais ou ad- quando for constatado que, por negligência ou benevo-
ministrativas com o governo, sejam por este sub- lência, o funcionário contribuiu para que se não apuras
vencionadas ou estejam diretamente relacionados o devido tempo, a falta de outrem, III - quando ocorrer à
com a fínalidade da repartição ou serviço em que aplicação de pena prevista no artigo 197 deste Estatuto
esteja lotado; (art. 198).
XV - requerer ou promover a concessão de privilé- Será aplicada a pena de demissão nos casos de: I -
gios, garantias e juros ou outros favores semelhan- abandono de cargo; II - procedimento irregular de natureza
grave; III - ineficiência no serviço; IV - aplicação indevida
LEGISLAÇÃO

tes, federais, estaduais ou municipais, exceto o de


intervenção própria; de dinheiro público; V - incontinência pública escandalosa
XVI- praticar usuras sob qualquer de suas formas; e prática de jogos proibidos; VI - embriaguez habitual em
serviço; VII - ofensa física em serviço contra funcionário ou
XVII- aceitar representação de Estado estrangeiro,
particular, salvo em legítima defesa; VIII - insubordinação
sem autorização do Presidente da república;

51
grave em serviço; IX - ausência ao serviço, sem causa justifi- A estrutura básica de Cargos de Provimento Efetivo
cável, por mais de quarenta e cinco dias interpoladamente, constitui-se dos seguintes Grupos Ocupacionais:
durante um ano; X - praticar a usura em qualquer de suas
formas; XI - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer I  - Grupo Auxiliar, constituído pelas categorias fun-
valores a pessoas que tratem de interesses ou os tenham na cionais especificadas na forma a seguir: 1.1 - Sub-
repartição ou estejam sujeitos à sua fiscalização; e XII - coa- grupo I (escolaridade elementar) - Agente de Ser-
gir ou aliciar subordinados ou qualquer outra pessoa, usan- viços Gerais, Agente de Serviços Urbanos, Auxiliar
do das prerrogativas funcionais com objetivos de natureza de Manutenção e Auxiliar de Pavimentação; 1.2
político partidária (art. 199). - Subgrupo II (escolaridade 1º grau incompleto,
Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço até a 4ª série) - Agente de Portaria, Agente de Vias
público ao funcionário que: I - praticar crime contra a Públicas, Carpinteiro, Eletricista, Encanador, Lanter-
administração pública, nos termos da lei penal; II - revelar neiro, Marceneiro, Mecânico, Motorista, Operador
segredos de que tenha conhecimento em razão do car- de Máquina Pesada, Pedreiro, Pintor e Soldador:1.3
go, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para - Subgrupo III (escolaridade 1º grau completo) -
o Município ou particulares; III - lesar o patrimônio ou Agente de Bem-Estar Social, Auxiliar de Adminis-
os cofres públicos; IV - receber ou solicitar propinas, co- tração e Telefonista;
missões ou vantagens de qualquer espécie, diretamen-
II - Grupo de Nível Médio, constituído pelas catego-
te ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas
rias funcionais especificadas na forma a seguir: 2.1
funções, mas em razão delas; V - exercer advocacia ad-
- Subgrupo I (escolaridade 2º grau completo e/ou
ministrativa; e VI - apresentar com dolo declaração falsa
curso profissionalizante de nível médio) - Agente
em matéria de salário-famllia, sem prejuízo da respon-
sabilidade civil e de procedimento criminal que no caso de Vigilância Sanitária e Ambiental, Agente de Pos-
couber (art. 200). tura e Ordem Econômica, Assistente de Administra-
A aplicação de penalidade prescreverá em: I - um ano, ção, Auxiliar Técnico em Computação, Cadastrador,
a de repreensão;II - dois anos, a de suspensão; III - três Desenhista, Fotógrafo Técnico Agrícola, Técnico
anos, a de destituição de função e demissão por abando- em Agrimensura, Técnico em Contabilidade, Téc-
no de cargo ou faltas excessivas ao serviço; IV - quatro nico em Edificações, Técnico em Enfermagem, Téc-
anos, a de cassação de aposentadoria ou disponibilidade nico em Higiene Dental, Técnico em Laboratório,
e demissão, nos casos não previstos no item anterior; e Técnico em Mecânica, Técnico em Ótica oftálmica,
V - cinco anos, nos casos de demissão a bem do serviço Técnico em Radiologia, Técnico em Saneamento e
público (art. 204). Técnico em Tributação;
III - Grupo de Nível Superior, constituído pelas cate-
LEI N. 7507, DE 14 DE JANEIRO DE gorias funcionais especificadas a seguir: 3.1 - Sub-
1991, QUE DISPÕE SOBRE O PLANO DE grupo I (escolaridade 3º grau completo e/ou regis-
CARREIRA DO QUADRO DE PESSOAL tro no órgão de classe) - Administrador, Arquiteto,
DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. Assistente Social, Auditor Fiscal, Bacharel em Direi-
to, Bacharel em Relações Públicas, Bacharel em Tu-
rismo, Bibliotecário, Biólogo, Biomédico, Contador,
A Lei nº 7.507, de 14 de janeiro de 1991, dispõe sobre Economista, Enfermeiro, Engenheiro Agrônomo,
o plano de carreira do quadro de pessoal da prefeitura Engenheiro Civil, Engenheiro Florestal, Engenheiro
municipal de Belém. Mecânico, Engenheiro Químico, Engenheiro Sani-
Dispõe o artigo 2º que O Plano de Carreira é inte- tarista, Farmacêutico, Farmacêutico Bioquímico,
grado pelos seguintes Quadros:I - Quadro de Cargos de Fisioterapeuta, Jornalista, Médico, Médico Veteri-
Provimento Efetivo; II - Quadro de Cargos de Provimento
nário, Meteorologista, Nutricionista, Odontólogo,
em Comissão; III - Quadro de Funções Gratificadas.
Psicólogo, Químico Industrial, Radialista, Sanita-
Cargo Efetivo é aquele para cujo provimento origi-
rista, Sociólogo, Técnico em Assuntos Culturais e
nário é exigida prévia aprovação em concurso público de
Técnico em Desportos e Lazer;
provas ou de provas e títulos. Os Cargos Efetivos, quanto
à natureza, são: I - Operacional e de Apoio; II - de Nível IV  - Grupo Magistério, constituído pelas categorias
Médio;  III - de Nível Superior (art. 4º). funcionais especificadas a seguir:  4.1 - Subgrupo
Cargo de Natureza Operacional e de Apoio é aquele I (escolaridade 2º grau completo na área de Ma-
para cujo provimento é exigida escolaridade de até pri- gistério) - Professor Pedagógico; 4.2 - Subgrupo II
meiro grau.  (escolaridade 2º grau completo na área de Magis-
Cargo de Nível Médio é aquele para cujo provimento tério, acrescido de estudos adicionais) - Professor
é exigida habilitação profissional em curso legalmente com Estudos Adicionais; 4.3 - Subgrupo III (escola-
classificado como de segundo grau.  ridade 3º grau completo com habilitação especí-
Cargo de Nível Superior é aquele para cujo provimen- fica na área de Magistério) - Professor Licenciado
to é exigida habilitação profissional em curso legalmente Pleno, Administrador Escolar, Orientador Educa-
classificado como de terceiro grau de ensino. cional a Supervisor Escolar;
Por outro lado, temos também o Cargo em Comis- V - Grupo Guarda Municipal, constituído pelas cate-
LEGISLAÇÃO

são. É aquele que, em virtude de lei, depende da con- gorias funcionais especificadas na forma a seguir:
fiança pessoal para seu provimento e se destina ao aten- 5.1 - Subgrupo I (escolaridade 1º grau completo) -
dimento das atividades de direção e assessoramento Guarda Municipal; 5.2. - Subgrupo II (escolaridade
superiores (art. 5º). 2º grau completo) - Inspetor da Guarda Municipal.

52
Passaremos a analisar as normas relativas ao ingresso a) o Estado responderá pela lesão causada por servidor
e a carreira pública na Prefeitura de Belém. público que agira no exercício de sua função oficial.
O ingresso para os cargos de Provimento Efetivo far- b) se o dano foi causado pelo agente público fora do
-se-á na referência inicial da categoria funcional, median- exercício de sua função, o Estado igualmente respon-
te habilitação em concurso público de provas ou de pro- derá por ele.
vas e títulos. Os direitos assegurados no Estatuto e neste c) o servidor público causador do ato ilícito passível de
Plano de Carreira serão estendidos aos funcionários que reparação responde objetivamente por sua conduta
tenham sido contratados em Regime de C.L.T., antes da lesiva.
promulgação da Lei Municipal 7.453, de 05 de julho de d) o direito de regresso do Estado é assegurado contra
1989. o responsável pela lesão nos casos unicamente de ato
A Carreira é a linha de acesso do funcionário na ca- ilícito doloso.
tegoria funcional a que pertencer para a categoria fun- e) as pessoas de direito privado não respondem objeti-
cional mais elevada, respeitando o tempo de serviço. O vamente por eventuais danos enquanto prestam ser-
desenvolvimento na Carreira dar-se-á por Progressão e viços públicos.
Ascensão Funcional.
Progressão Funcional é a elevação do funcionário Resposta: Letra A. A letra B está errada, o Estado
apenas se responsabiliza pelos danos causados pelo
à referência imediatamente superior no mesmo cargo,
servidor, enquanto esse estiver em exercício. Esse é o
obedecendo aos critério de antiguidade ou merecimen-
significa de “nessa qualidade”. A letra C está errada, o
to. Ascensão Funcional é a elevação do funcionário de
servidor público, como ser individual, apenas respon-
cargo da categoria funcional a que pertencer para o car-
de subjetivamente, em ação regressiva movida pelo
go de referência inicial de categoria funcional mais ele- próprio Estado. A letra D está errada, é assegurado ao
vada, respeitada a habilitação profissional exigida para Estado ação regressiva contra o responsável pela prá-
provimento (arts. 13 e 14). tica de ato ilícito doloso e culposo. A letra E está erra-
O enquadramento dos funcionários do Quadro de da, as pessoas jurídicas de direito privado, justamente
Provimento Efetivo dar-se-á na referência inicial, em car- por prestarem serviços públicos, possuem responsabi-
go correspondente em atribuições e responsabilidades lidade subjetiva, como se fossem pessoas jurídicas de
aos que ocupavam. direito público.
A posição atual do funcionário será considera-
da observando-se os seguintes critérios:  I  - nas atuais 2-(PREFEITURA DE PINHAIS-PR – PROCURADOR –
classes da mesma categoria funcional, constituídas de INSTITUTO AOCP – 2017) No tocante à Lei Municipal
dois níveis, o funcionário pertencente a nível mais alto nº 1.224/11, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores
terá sua classificação elevada em três referências; II - nas Públicos do Município de Pinhais, assinale a alternativa
atuais classes da mesma categoria funcional, constituídas correta.
de três níveis, o funcionário do nível intermediário será
classificado com a elevação de mais duas referências e a) A posse deverá ocorrer no prazo de até 10 (dez) dias
o funcionário pertencente ao nível mais alto será classi- contados da publicação do ato de provimento, pror-
ficado com a elevação de mais três referências;  III - nas rogável por no máximo mais 10 (dez) dias, a requeri-
atuais classes da mesma categoria funcional, constituídas mento expresso e justificado do interessado e autori-
de quatro níveis, o funcionário será posicionado na nova zado pela Administração.
referência pela ordem sequencial do nível anteriormente b) O servidor licenciado terá prazo de até 05 (cinco) dias
ocupado (art. 16). para entrar em exercício, contados a partir do térmi-
Fica criado o Quadro Suplementar, cujos partici- no da licença e o reintegrado terá 10 (dez) dias para
parão do Plano de Carreira e serão extintos na próxima tomar posse, contados a partir da publicação do ato.
vacância.  O Quadro Suplementar será integrado: I - pe- c) A data do exercício deverá coincidir com a data da
los cargos do Quadro Suplementar já existente; II - pe- posse.
los cargos do atual Quadro de Provimento Efetivo que d) Recondução é o reingresso do servidor aposentado no
não possam ser enquadrados no sistema criado por esta serviço público, quando insubsistentes os motivos da
Lei; III - pelos cargos do atual Quadro de Provimento em aposentadoria.
que estiverem considerados em caráter efetivo. e) Reversão é a reinvestidura do servidor no cargo an-
teriormente ocupado ou no cargo resultante de sua
transformação, quando invalidada a sua exoneração
ou demissão por decisão administrativa ou judicial.
EXERCÍCIO COMENTADO
Resposta: Letra C. A letra A está errada, o prazo para a
1-(PREFEITURA DE BELÉM-PA – BIOMÉDICO – AOCP posse será de até 30 (trinta) dias, contados da publica-
– 2018) Segundo o art. 37, § 6º, da Constituição Federal: ção oficial do ato de nomeação. A letra B está errada, o
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito prazo para o servidor entrar em exercício é de 03 (três)
privado prestadoras de serviços públicos responderão dias úteis, contados da data da posse. A letra D está
LEGISLAÇÃO

pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa- errada, a alternativa na verdade descreve hipótese de
rem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra reversão. A letra E está errada, a alternativa na verdade
o responsável nos casos de dolo ou culpa”. De acordo descreve hipótese de reintegração. Observe que, mes-
com essa norma, é correto afirmar que: mo com uma legislação diferente, alguns conceitos e
regras são praticamente os mesmos.

53
3-(PREFEITURA DE JARU-RO – ASSISTENTE ADMINIS- Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Di-
TRATIVO – IBADE – 2019) Na Lei que instituiu o regime reito, consolidando o valor do justo. Diante da relevância
jurídico dos servidores públicos, civis da união no Art. 49 social de que a Ética se faça presente no exercício das ati-
trata das vantagens que poderão ser pagas aos servido- vidades públicas, as regras éticas para a vida pública são
res. Uma das vantagens pagas é: mais do que regras morais, são regras jurídicas estabe-
lecidas em diversos diplomas do ordenamento, possibi-
a) ajuda de custo. litando a coação em caso de infração por parte daqueles
b) diárias que desempenham a função pública.
c) transporte Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permi-
d) auxílio moradia. tem que ele consolide o bem comum e garanta a preser-
e) indenizações
vação dos interesses da coletividade, se encontram exte-
riorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez, são
Resposta: Letra E. As alternativas A a D descrevem os
tipos de indenizações, mas as vantagens não se resu- estabelecidos na Constituição Federal e em legislações
mem a apenas indenizações, há também gratificações infraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas
e vantagens. neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
4-(PREFEITURA DE BELA VISTA-MG – PROFESSOR DE Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no
EDUCAÇÃO – FUNDEP – 2014) A demissão de um ser- setor público partem da Constituição Federal, que esta-
vidor público do município de Bela Vista de Minas é anu- belece alguns princípios fundamentais para a ética no se-
lada pelo Poder Judiciário. Nesse caso o servidor deverá tor público. Em outras palavras, é o texto constitucional
ser do artigo 37, especialmente o caput, que permite a com-
preensão de boa parte do conteúdo das leis específicas,
a) aposentado do serviço público. porque possui um caráter amplo ao preconizar os princí-
b) colocado à disposição do serviço público estadual ou pios fundamentais da administração pública. Estabelece
federal. a Constituição Federal:
c) reintegrado ao serviço público municipal.
d) considerado licenciado do serviço público até que Art. 37. A administração pública direta e indireta de
complete os requisitos de aposentadoria. qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
Resposta: Letra C. A questão apresenta uma hipótese de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
claríssima de reintegração, que é a reinvestidura do de e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
funcionário estável no cargo anteriormente ocupado,
quando invalidada a sua demissão por decisão admi-
É de fundamental importância um olhar atento ao
nistrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as
vantagens. significado de cada um destes princípios, posto que eles
estruturam todas as regras éticas prescritas no Código de
Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando
como base os ensinamentos de Carvalho Filho24 e Spit-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO zcovsky25:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali-
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei
O paradigma da Ética Pública parte da noção de liber- não proíbe. Contudo, como a administração públi-
dade social, envolta nos valores da segurança, igualdade ca representa os interesses da coletividade, ela se
e solidariedade. Neste sentido, cada pessoa deve ter es- sujeita a uma relação de subordinação, pela qual
paço para exercer individualmente sua liberdade moral, só poderá fazer o que a lei expressamente deter-
cabendo à ética pública garantir que os indivíduos que mina (assim, na esfera estatal, é preciso lei ante-
vivem em sociedade realizem projetos morais individuais. rior editando a matéria para que seja preservado o
A Ética Pública pode ser vista sob o aspecto da mo-
princípio da legalidade). A origem deste princípio
ralidade crítica e sob o aspecto da moralidade legaliza-
está na criação do Estado de Direito, no sentido
da: quando se estuda a lei posta ou a ausência de lei e
questiona-se a falta de justiça, há uma moralidade crítica; de que o próprio Estado deve respeitar as leis que
quando a regra justa é incorporada ao Direito, há mora- dita.
lidade legalizada ou positivada. b) Princípio da impessoalidade: Por força dos in-
Sobre a Ética Pública, explica Nalini23: “Ética é sempre teresses que representa, a administração pública
ética, poder-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de to- está proibida de promover discriminações gratui-
dos. Seja no exercício de alguma atividade estatal, seja tas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente
no comportamento individual. Mas pode-se falar em éti- dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segun-
ca realçada quando se atua num universo mais amplo, do este princípio, a administração pública deve tra-
de interesse de todos. Existe, pois, uma Ética Pública, e tar igualmente todos aqueles que se encontrem na
apura-se o seu sentido em contraposição com o de Ética mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou
LEGISLAÇÃO

Privada. Um nome pelo qual a Ética Pública tem sido co-


nhecida é o da justiça”. 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
23 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São 25 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed.
Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. São Paulo: Método, 2011.

54
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a im- a) Princípio da probidade:  um princípio constitucio-
pessoalidade no que tange à contratação de servi- nal incluído dentro dos princípios específicos da
ços. O princípio da impessoalidade correlaciona-se licitação, é o dever de todo o administrador pú-
ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser blico, o dever de honestidade e fidelidade com o
alcançado pela administração pública é somente o Estado, com a população, no desempenho de suas
interesse público. Com efeito, o interesse particular funções. Possui contornos mais definidos do que
não pode influenciar no tratamento das pessoas, a moralidade. Diógenes Gasparini26 alerta que al-
guns autores tratam como distintos os princípios
já que se deve buscar somente a preservação do
da moralidade e da probidade administrativa, mas
interesse coletivo. não há  características que permitam tratar os
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- mesmos como procedimentos distintos, sendo no
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimen- máximo possível afirmar que a probidade admi-
to de uma espécie de moralidade administrativa, nistrativa é um aspecto particular da moralidade
intimamente relacionada ao poder público. A ad- administrativa.
ministração pública não atua como um particular, b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida
de modo que enquanto o descumprimento dos ao administrador de motivar todos os atos que
preceitos morais por parte deste particular não é edita, gerais ou de efeitos concretos. É considera-
punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurí- do, entre os demais princípios, um dos mais impor-
dico adota tratamento rigoroso do comportamen- tantes, uma vez que sem a motivação não há o de-
to imoral por parte dos representantes do Estado. vido processo legal, uma vez que a fundamentação
O princípio da moralidade deve se fazer presente surge como meio interpretativo da decisão que le-
não só para com os administrados, mas também vou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado meio de viabilização do controle da legalidade dos
atos da Administração. Motivar significa mencio-
à noção de bom administrador, que não somente
nar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto
deve ser conhecedor da lei, mas também dos prin- e relacionar os fatos que concretamente levaram à
cípios éticos regentes da função administrativa. aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos
TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL administrativos devem ser motivados para que o
OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca liga- Judiciário possa controlar o mérito do ato adminis-
ção com os dois princípios anteriores. trativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse
d) Princípio da publicidade: A administração pública controle, devem ser observados os motivos dos
é obrigada a manter transparência em relação a to- atos administrativos.
dos seus atos e a todas informações armazenadas
nos seus bancos de dados. Daí a publicação em
#FicaDica
órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por
exemplo, a própria expressão “concurso público” São princípios da administração pública,
(art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos de- nesta ordem:
vem tomar conhecimento do processo seletivo de Legalidade
servidores do Estado. Diante disso, como será vis- Impessoalidade
to, se negar indevidamente a fornecer informações Moralidade
ao administrado caracteriza ato de improbidade Publicidade
administrativa. Somente pela publicidade os indi- Eficiência
víduos controlarão a legalidade e a eficiência dos Para memorizar: veja que as iniciais das pa-
atos administrativos. Os instrumentos para prote- lavras formam o vocábulo LIMPE, que re-
ção são o direito de petição e as certidões (art. 5°, mete à limpeza esperada da Administração
XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente Pública.
- do mandado de segurança.
e) Princípio da eficiência: A administração pública
deve manter o ampliar a qualidade de seus servi-
ços com controle de gastos. Isso envolve eficiência EXERCÍCIOS COMENTADOS
ao contratar pessoas (o concurso público selecio-
na os mais qualificados ao exercício do cargo), ao 1. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE – 2017)
manter tais pessoas em seus cargos (pois é possí- Com relação à classificação da Constituição Federal de
vel exonerar um servidor público por ineficiência) 1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade
e ao controlar gastos (limitando o teto de remu- administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item
neração), por exemplo. O núcleo deste princípio que se segue.
é a procura por produtividade e economicidade. O princípio da impessoalidade, que consagra a ideia de
Alcança os serviços públicos e os serviços adminis- que o poder público deve dispensar tratamento isonô-
trativos internos, se referindo diretamente à con- mico e impessoal aos particulares, deve ser entendido de
duta dos agentes. forma absoluta, já que não comporta exceções ou trata-
LEGISLAÇÃO

Além destes cinco princípios administrativo-constitu- mentos diferenciados pela administração.


cionais diretamente selecionados pelo constituinte, po-
dem ser apontados como princípios de natureza ética re- ( ) CERTO ( ) ERRADO
26 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed.
lacionados à função pública a probidade e a motivação:
São Paulo: Saraiva, 2004.

55
Resposta: Errado. Em alguns casos, o desigual deve
ser tratado de forma desigual, pois o contrário que
não seria isonômico. É o caso da fila preferencial para HORA DE PRATICAR!
gestantes e idosos nas repartições públicas, típico tra-
tamento diferenciado lícito e ético. 1. (PREFEITURA DE MARABÁ-PA – ENGENHEIRO CI-
VIL – FADESP – 2019) Por conta de seus atos como ser-
2. (FUB – Conhecimentos Básicos – CESPE – 2016) Com vidor público da administração direta ou indireta do mu-
referência à Constituição Federal de 1988 e às disposi- nicípio de Marabá, o servidor pode ser responsabilizado
ções nela inscritas relativamente a direitos sociais e polí- civil, penal e administrativamente. Sobre essa responsa-
ticos, administração pública e servidores públicos, julgue bilização, é correto afirmar que:
o item subsequente.
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e a) as sanções civis, penais e disciplinares, via de regra,
eficiência são princípios aplicáveis exclusivamente à ad- poderão acumular-se, pois são independentes entre
ministração pública federal: eles não se aplicam à admi- si.
nistração pública dos estados, do Distrito Federal nem b) o dano que o servidor público causa a terceiro será
dos municípios. arcado pela Fazenda Pública, que não poderá em ação
regressiva obter indenização do servidor.
( ) CERTO ( ) ERRADO c) a responsabilidade administrativa do servidor não será
afastada, caso o servidor, na esfera penal, obtenha ab-
Resposta: Errado. Nos termos do artigo 37, caput, CF: solvição por negativa de autoria.
“A administração pública direta e indireta de qualquer d) o servidor não possui responsabilidade civil, eis que
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe- está regulamentada apenas sua responsabilidade pe-
deral e dos Municípios obedecerá aos princípios de nal e administrativa.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: [...]”. 2. (PREV. SÃO JOSÉ-PR – AGENTE ADMINISTRATIVO –
FAUEL – 2017) O Estatuto detalhado pela Lei Municipal
3. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE – 2015) 525, de 25 de março de 2004, diz respeito especificamen-
No que diz respeito à organização dos poderes, ao prin- te aos Servidores Públicos:
cípio da legalidade e ao controle dos atos administrati-
vos, julgue (C ou E) o seguinte item. a) estaduais.
O princípio da legalidade consiste em estatuir que a re- b) federais.
gulamentação de determinadas matérias há de fazer-se c) da fazenda.
necessariamente por lei formal, e não por quaisquer ou- d) regionais.
tras fontes normativas. e) municipais.

( ) CERTO ( ) ERRADO 3. (CÂMARA DE MARINGÁ-PR – ASSISTENTE ADMI-


NISTRATIVO – AOCP – 2017) Sobre o ingresso no servi-
Resposta: Errado. A legalidade pode emanar de di- ço público do município de Maringá, assinale a alterna-
versas fontes de regulação, por exemplo, Decretos, tiva correta.
Regulamentos, Portarias.
a) É assegurado, às pessoas portadoras de deficiência, o
direito de se inscrever em concurso público para pro-
vimento de cargo, cujas atribuições sejam compatíveis
com a deficiência de que são portadoras, para as quais
serão reservados 10% (dez por cento) dos cargos va-
gos no quadro geral.
b) A nomeação para cargo isolado, de carreira ou em
comissão depende de prévia habilitação em concurso
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a
ordem de classificação e o prazo de sua validade.
c) São requisitos básicos para o ingresso no serviço pú-
blico: a nacionalidade brasileira; o gozo dos direitos
políticos; a quitação com as obrigações militares e
eleitorais; a idade mínima de dezoito anos e gozar de
boa saúde, comprovada em inspeção médica.
d) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
ato da autoridade máxima do poder legislativo.
e) De acordo com a legislação em vigor, os cargos de
LEGISLAÇÃO

diretor de unidade escolar e de centro municipal de


educação infantil serão escolhidos por votação dos
membros das respectivas escolas e conselho de mem-
bros da comunidade.

56
4. (PREFEITURA DE JARU-RO – ASSISTENTE ADMI- 8. (PREFEITURA DE JARU-RO – ANALISTA ADMINIS-
NISTRATIVO – IBADE – 2019) De acordo com o Estatuto TRATIVO – IBADE – 2019) Conforme dispõe o Estatuto
do Servidor Público do Município de Jaru, quando trata do Servidor Público do Município de Jaru, ao ato de in-
do assunto “Das Responsabilidades” do servidor, dispõe vestidura em cargo público dá-se o nome de:
que as sanções civis, penais e administrativas:
a) exoneração
a) poderão cumular-se, sendo independentes entre si. b) posse
b) só podem ser aplicadas de forma cumulativa. c) exercício
c) têm gradações punitivas diferentes, sendo a sanção d) remoção
administrativa a mais grave das três.
e) reengajamento
d) são decorrentes do exercício regular das atribuições
pelo servidor.
e) dependem umas das outras. 9. (PREFEITURA DE AVELINÓPOLIS-GO – FISCALDE
TRIBUTOS – ITAME – 2019) É definição de CARGO se-
5. (TJ-MS – TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – PUC-PR gundo o Estatuto dos Servidores de Avelinópolis:
– 2017) O Estatuto dos Servidores Públicos do Poder Ju-
diciário do Estado de Mato Grosso do Sul elenca algumas a) Atribuição ou conjunto de especificações que devem
situações em que será aplicada a pena de demissão ao ser executadas por um funcionário na estrutura orga-
servidor público. Assinale a alternativa INCORRETA. nizacional, fornecendo elementos para caracterização,
descrição, classificação e avaliação do cargo.
a) Será aplicada a pena de demissão nos casos de acu- b) Posto de trabalho instituído na organização do funcio-
mulação ilícita de cargo ou função, comprovada a má- nalismo, caracterizado por deveres e responsabilida-
-fé. des com estabelecimento de jornada de trabalho pre-
b) Será aplicada a pena de demissão nos casos de con- vista em lei, com denominação própria, número certo
denação pela justiça comum, independentemente do e remuneração pelos cofres públicos.
crime ou da pena aplicada na decisão condenatória. c) Conjunto de classes do mesmo grau profissional, dis-
c) Será aplicada a pena de demissão nos casos de exercí- posto hierarquicamente, de acordo com a complexi-
cio de advocacia administrativa. dade, constituindo a linha natural de promoção do
d) Será aplicada a pena de demissão nos casos de incon- funcionário.
tinência pública ou escandalosa.
d) Conjunto de cargos não hierarquizados segundo a
e) Será aplicada a pena de demissão nos casos de aban-
estrutura organizacional, integrantes dos campos de
dono de cargo ou inassiduidade habitual.
atuação operacional, administrativo e manutenção do
6. (PREV. SÃO JOSÉ-PR – AGENTE ADMINISTRATIVO serviço público.
– FAUEL – 2017) A Lei nº 525/2004 dispõe sobre o Esta-
tuto que se aplica a servidores: 10. (CÂMARA DE FORTALEZA-CE – AGENTE ADMINIS-
TRATIVO – FCC – 2019) Nos termos do Estatuto dos Ser-
a) do Poder Legislativo. vidores do Município de Fortaleza, é causa de vacância
b) do Poder Executivo. de cargo público
c) ocupantes de cargos efetivos.
d) ocupantes de cargos em comissão. a) a nomeação.
e) Todas as alternativas anteriores. b) a transferência.
c) a reintegração.
7. (PREV. SÃO JOSÉ-PR – ADVOGADO – FAUEL – 2017) d) o aproveitamento.
Assinale a alternativa CORRETA, com base no Estatuto e) a recondução.
dos Servidores Públicos Municipais de São José dos Pi-
nhais. 11. (CÂMARA DE FORTALEZA-CE – CONTADOR – FCC
– 2019) De acordo com o Estatuto dos Servidores do
a) O servidor em estágio probatório não poderá exercer Município de Fortaleza, é proibido ao servidor
função de direção, chefia e assessoramento.
b) O prazo para o servidor entrar em exercício é de 03
a) cometer a outro servidor atribuições estranhas às do
(três) dias úteis, contados da data da posse.
cargo que ocupa, em quaisquer hipóteses.
c) O adicional por tempo de serviço, concedido à razão
de 1% (um por cento) por ano, passará a vigorar a par- b) retirar qualquer documento ou objeto da repartição,
tir do dia posterior ao primeiro ano de efetivo exercí- ainda que com prévia anuência de qualquer autori-
cio. dade.
d) O auxílio refeição será concedido exclusivamente na c) exercer comércio ou participar de sociedade comercial,
forma de vale refeição. exceto como acionista, cotista ou comandatário.
LEGISLAÇÃO

e) A administração deverá conceder ao servidor efetivo d) filiar-se à associação profissional ou sindical, ou a par-
estável, quando solicitada, licença para tratar de in- tido político.
teresses particulares, pelo prazo de até 02 (dois) anos e) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré-
consecutivos, sem remuneração, não se computando via autorização do chefe imediato, devendo sempre
o tempo de licença para nenhum efeito. proceder de forma desidiosa.

57
12. (PREFEITURA DE MARABÁ-PA – ENGENHEIRO CI-
VIL – FADESP – 2019) Sobre as sanções disciplinares que
podem ser aplicadas ao servidor da administração públi- GABARITO
ca direta ou indireta do município de Marabá, é correto
afirmar que: 1. A
a) a advertência pode ser aplicada, quando o servidor co- 2. E
meter improbidade administrativa.
b) a demissão pode ser aplicada, quando o servidor rece- 3. C
ber propina em razão das suas atribuições. 4. A
c) a demissão pode ser aplicada, quando o servidor pro-
mover manifestação de desapreço no recinto da re- 5. B
partição.
d) a suspensão pode ser aplicada, quando o servidor pro- 6. E
mover desvio de dinheiro público.
7. B
8. B
9. B
10. B
11. E
12. B
LEGISLAÇÃO

58
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores
de arquivos, chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). Identificação
e manipulação de arquivos. Backup de arquivos.Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias,
processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e DVDs).Periféricos de computadores.............................. 1
Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10............................................ 8
Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre. ........................................................................................................................................ 16
Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) –
versões 2010, 2013 e 2016. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer,
Calc e Impress) - versões 5 e 6. ......................................................................................................................................................................... 21
Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet,
busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na Web. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox,
Google Chrome. ...................................................................................................................................................................................................... 46
Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing e Spam. .............................................................. 59
Transferência de arquivos pela internet.......................................................................................................................................................... 63
CONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS. CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS
SOFTWARES UTILITÁRIOS (COMPACTADORES DE ARQUIVOS, CHAT, CLIENTES DE E-MAILS,
REPRODUTORES DE VÍDEO, VISUALIZADORES DE IMAGEM, ANTIVÍRUS). IDENTIFICAÇÃO
E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS. BACKUP DE ARQUIVOS.CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE
(PLACA MÃE, MEMÓRIAS, PROCESSADORES (CPU) E DISCO DE ARMAZENAMENTO HDS, CDS E
DVDS).PERIFÉRICOS DE COMPUTADORES.

ONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua
utilização passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo
fundamental para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua
área de atuação com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso,
por isso em quase todos editais de concursos públicos temos Informática.

#FicaDica
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de mé-
todos e técnicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada:
O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse prin-
cípio básico descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessi-
dades dos usuários de maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.

O que é um computador?
O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produ-
zir resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;

Como ele funciona?


Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais para o entendimento de informática em concursos públicos.
Hardware, são os componentes físicos do computador, ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos periféri-
cos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processamento)
Software, são os programas que permitem o funcionamento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacionais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação.
O primeiro software necessário para o funcionamento de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam na manutenção do computador, o antivírus é o principal
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Programação que são programas que fazem outros programas, como
o JAVA por exemplo.
Importante mencionar que os softwares podem ser livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes carac-
terísticas:
• O usuário pode executar o software, para qualquer uso.
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
• É permitido redistribuir cópias.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas de modo que a comu-
nidade inteira beneficie da melhoria.

1
Entre os principais sistemas operacionais pode-se - Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho
destacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes ver- em bytes, permanecendo inalterados os ícones pa-
sões, o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado drão da área de trabalho.
pelo finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas - Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por
versões o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em
É o principal software do computador, pois possibilita sequência, depois todos os arquivos, e assim por
que todos os demais programas operem. diante, permanecendo inalterados os ícones pa-
drão da área de trabalho.
- Modificado em: Organiza os ícones pela data da
#FicaDica última alteração, permanecendo inalterados os
ícones padrão da área de trabalho.
Android é um Sistema Operacional desen- - Organizar automaticamente: Não permite que os
volvido pelo Google para funcionar em ícones sejam colocados em qualquer lugar na área
dispositivos móveis, como Smartphones e de trabalho. Quando arrastados pelo usuário, ao
Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lu-
pessoa pode ter acesso ao seu código- gar padrão.
-fonte e desenvolver aplicativos (apps) para - Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível
funcionar neste Sistema Operacional. para alinhamento dos ícones.
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos - Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou
aparelhos fabricados pela Apple, como o mostra os ícones colocados na área de trabalho,
iPhone e o iPad. inclusive os ícones padrão, como Lixeira, Meu
Computador e Meus Documentos.
- Bloquear itens da Web na área de trabalho: Blo-
IDENTIFICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS quea recursos da Internet ou baixados em temas
da web e usados na área de trabalho.
Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar - Executar assistente para limpeza da área de traba-
arquivos, ícones ou outras pastas. lho:
Arquivos – são registros digitais criados e salvos atra- Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri- ícones que não estão sendo utilizados.
mos a Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no bo-
no computador, estamos criando um arquivo. tão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows
Ícones – são imagens representativas associadas a Explorer, ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Ex-
programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras plorer é um ambiente do Windows onde podemos rea-
mostradas nos itens anteriores são ícones. O primeiro re- lizar o gerenciamento de arquivos e pastas. Nele, temos
presenta uma pasta e o segundo, um arquivo criado no duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as
programa Excel. pastas e diretórios em esquema de hierarquia e o lado
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios se-
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. lecionados do lado esquerdo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um es- Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com
paço vazio da área de trabalho, temos as seguintes op- o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso
ções, de organização: com diversas opções de ações que podem ser realizadas.
Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedi-
mento ocorre, mas do lado esquerdo, não é possível vi-
sualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar
nas figuras a seguir:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 3: Organizar ícones

- Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de


nomes, permanecendo inalterados os ícones pa-
drão da área de trabalho. Figura 4: Windows Explorer – botão direito

2
A figura a cima mostra as opções exibidas no menu
suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com
o botão direito do mouse, do lado esquerdo do Windows
Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente
opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e
mover, pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica


da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa,
podemos adotar os seguintes procedimentos:
1º Selecione o item desejado; Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira
2º Clique com o botão direito do mouse e depois
com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar #FicaDica
as teclas de atalho CTRtL+C. Esses passos criarão
uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM A restauração de objetos enviados para a
do computador, mas a cópia ainda não estará em lixeira pode ser feita com um clique com o
nenhum lugar visível do sistema operacional. botão direito do mouse sobre o item dese-
3º Clique com o botão direito do mouse no local jado e depois, outro clique com o esquerdo
onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquer- em “Restaurar”. Isso devolverá, automatica-
do, clique em “colar”. Também podem ser usadas mente o arquivo para seu local de origem.
as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de co- Outra forma de restaurar é usar a opção
lagem. “Restaurar este item”, após selecionar o
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em objeto.
mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arqui- Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho
vo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em ou- muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
tro. É como se recortássemos uma figura de uma revista xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará mensagem, ou perguntando se realmente deseja en-
apenas em um lugar do computador. viar aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que
Os passos necessários para recortar e colar, são: foi selecionado será permanentemente excluído. Outra
1º Selecione o item desejado; forma de excluir documentos ou pastas sem que eles fi-
2º Clique com o botão direito do mouse e depois quem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho
com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode Shift+Delete.
usar as teclas de atalho CTRL+X. Esses passos cria- No Linux a forma mais tradicional para se manipular
rão uma cópia do arquivo ou pasta na memória arquivos é com o comando chmod que altera as permis-
RAM do computador, mas a cópia ainda não estará sões de arquivos ou diretórios. É um comando para ma-
em nenhum lugar visível do sistema operacional. nipulação de arquivos e diretórios que muda as permis-
3º Clique com o botão direito do mouse no local sões para acesso àqueles, por exemplo, um diretório que
onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquer- poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas
do, clique em “colar”. Também podem ser usadas leitura, impedindo que seu conteúdo seja alterado.
as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de co-
lagem. CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE (PLACA
MÃE, MEMÓRIAS, PROCESSADORES (CPU) E
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo DISCO DE ARMAZENAMENTO HDS, CDS E DVDS)
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de re-
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão set, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão de ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura- de placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede,
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, cada vez mais com saídas USBs e outras.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, No fundo do gabinete existe uma placa de metal
restaurar o que desejarmos. onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
possível verificar se será possível ou não fixar determi-
nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.

3
#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um conjunto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
e gerencia o funcionamento dos demais componentes do computador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard) repre-
senta a espinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
nente, guardando dados e programas.
Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor-
mação introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer
de armazenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conheci-
do como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
informações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um
significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-
-se “baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são
efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de
memória”; por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender
esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 16422282522
Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes:
em kilobytes: 16422282522 / 1024 =
4 * 1024 = 4096 megaby- 16037385,28 megabytes
tes 16037385,28 / 1024 =
4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes
kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29 te-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

rabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
Por isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que
chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.
Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.

4
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados Contém um conjunto de restritos de células de me-
de touchscreen), onde podemos escolher opções tocan- mória chamados registradores que podem ser lidos e
do em botões virtuais, apresentados na tela. escritos muito mais rapidamente que em outros dispo-
Impressora sitivos de memória. Os registra- dores são unidades de
Muito popular e conhecida por produzir informações memória que representam o meio mais caro e rápido de
impressas em papel. armazenamento de dados. Por isso são usados em pe-
Atualmente existem equipamentos chamados im- quenas quantidades nos processadores.
pressoras multifuncionais, que comportam impressora, Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos
scanner e fotocopiadoras num só equipamento. RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com-
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
rios de computadores atualmente. ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento,
Ele não precisar recarregar energia para manter os enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per-
dados armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao mite que outras operações também façam referência à
contrário dos antigos disquetes. É utilizado através de memória.
uma porta USB (Universal Serial Bus). Possuem um clock interno de sincronização que defi-
Cartões de memória, são baseados na tecnologia ne a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa
flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
do computador, existe uma grande variedade de formato Em um computador, a velocidade do clock se refere
desses cartões. ao número de pulsos por segundo gerados por um osci-
São muito utilizados principalmente em câmeras lador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que deter-
fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados mina o tempo necessário para o processador executar
também em microcomputadores. uma instrução. Assim para avaliar a performance de um
processador, medimos a quantidade de pulsos gerados
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico
em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de
de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsá-
medida de frequência, o Hertz.
vel por algumas atividades consideradas corriqueiras em
um computador, mas que são de suma importância para
o correto funcionamento de uma máquina.

#FicaDica
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sis-
tema Básico de Entrada e Saída, trata-se de
um mecanismo responsável por algumas
atividades consideradas corriqueiras em
um computador, mas que são de suma im-
portância para o correto funcionamento de
uma máquina.

Só depois de todo esse processo de identificação é


que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
o boot acontece de verdade.
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não Figura 7: Esquema Processador
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli-
gamento do computador. Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu com seus circuitos que recebem e transmite dados para
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili- desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
tam a regravação dos dados por meio de equipamentos Internet e a outros computadores e, como não poderia
especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze- faltar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
namento do BIOS. Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O processador que é uma peça de computador que mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate- não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da
vés do socket, ele que processa todas as informações do velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada,
computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa- uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
bricantes mais famosos são Intel e AMD. No entanto, quando se pretende ter maior potência
O processador do computador (ou CPU – Unidade de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de
Central de Processamento) é uma das partes principais imagens e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as
do hardware do computador e é responsável pelos cál- placas off board. Vamos conhecer mais sobre esse termo
culos, execução de tarefas e processamento de dados. e sobre as placas de vídeo, som e rede:

5
Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas #FicaDica
podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes Periféricos sempre podem ser classificados
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de em três tipos: entrada, saída e entrada e
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, saída.
o resultado do processamento de vários outros dados.
Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
número, maior será a quantidade de dados que passarão EXERCÍCIO COMENTADO
por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi- 1. (Delegado de Polícia VUNESP 2014) Com a evolução
ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros da computação pessoal, foi necessário desenvolver uma
itens importantes de serem observados em uma placa de interface de computador que possibilitasse a conexão de
vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de periféricos sem a necessidade de desligar o computador.
cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão Essa interface permite conectar diversos equipamentos
de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente como: mouse, teclado, impressoras, câmeras digitais e
seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens webcam com o computador.
um a um:
Placas de som são hardwares específicos para traba- Assinale a alternativa que contém o nome dessa inter-
lhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de face.
ouvido ou microfone. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou of- a) HDLC.
fboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. São b) USB.
dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto per- c) ATX.
mitem a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo d) IDE.
microfone, por exemplo) como a saída de som (através e) VGA.
das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para inte- Resposta: Letra B.
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa A interface serial universal (Universal Serial Bus), ou
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on- USB foi desenvolvida com o intuído de padronizar o
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou barramento dos periféricos facilitando sua utilização,
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. muito utilizado no dia a dia. Este barramento dispo-
nibiliza a entrada e saída de dados e a conexão de
#FicaDica diversos dispositivos, além dos descritos na questão
temos na atualidade a utilização para conexão com
Alguns dados importantes a serem obser- pen-drives e HDs externos, e está disponível em diver-
vados em uma placa de rede são: a arquite- sas velocidades de acordo com sua evolução:
tura de rede que atende os tipos de cabos 1.1 – Velocidade de até 12 Mbps.
de rede suportados e a taxa de transmissão. 2.0 – Velocidade de até 480 Mbps.
3.0 – Velocidade de até 4.8 Gbps.

2. (Escrivão de Polícia, VUNESP 2014) No sistema ope-


Periféricos de Computadores racional Windows 7, em sua configuração padrão, dese-
ja-se organizar os arquivos de maior interesse, de modo
Para entender o suficiente sobre periféricos para con- que eles possam ser vistos a partir de um único local.
curso público é importante entender que os periféricos O recurso que pode ser utilizado para essa finalidade é
são os componentes (hardwares) que estão sempre liga- a(o):
dos ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como: a) Organizador de Arquivos.
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a b) Barra de Tarefas.
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, c) Biblioteca.
microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador d) Barra de Arquivos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Biométrico, Touchpad e outros. e) Barra de Ferramentas.


Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso- Resposta: Letra C.
ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. A “biblioteca” é uma das novidades do Windows 7 em
Dispositivo de Entrada e Saída:  É responsável em relação ao seu antecessor, o Windows XP, este novo
transmitir e receber informação ao computador. Exem- recurso torna mais fácil localizar, trabalhar e organizar
plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo- arquivos espalhados na memória do computador, e/ou
dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo pela rede. Uma biblioteca reúne suas coisas em um lugar,
de Som e outros. sem importar onde realmente elas estão armazenadas.

6
3. (Banco do Brasil, 2013) Os diferentes tipos de me- O backup completo é simplesmente fazer a cópia de
mórias encontrados nos computadores atuais apresen- todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os
tam características diversas em relação a tecnologia, ve- dispositivos de backup correspondentes), independente
locidade, capacidade e utilização. de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des-
Uma característica válida é que de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional
e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quan-
a) as memórias SSD são baseadas em discos magnéticos. do pensam em backup: guardar TODAS as informações.
b) a memória de armazenamento terciário faz parte da Outra característica do backup completo é que ele é o
estrutura interna do microprocessador. ponto de início dos outros métodos citados abaixo. To-
c) a memória ROM é usada como cache. dos usam este backup para assinalar as alterações que
deverão ser salvas em cada um dos métodos.
d) a memória RAM é memória mais lenta que os discos
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos
rígidos baseados na tecnologia SATA.
para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior-
e) a memória cache é mais rápida que as memórias não
mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada
voláteis. backup completo será igual aos outros. Esta similaridade
ocorre devido ao fato que um backup completo não ve-
Resposta: Letra E. rifica se o arquivo foi alterado desde o último backup;
Alternativa “A” - As memórias SSD não são baseadas copia tudo indiscriminadamente para a mídia de backup,
em discos magnéticos, elas são memórias eletrônicas; tendo modificações ou não. Esta é a razão pela qual os
Alternativa “B” - As únicas memórias que fazem parte backups completos não são feitos o tempo todo. Todos
da estrutura interna do microprocessador são as me- os arquivos seriam gravados na mídia de backup. Isto sig-
mórias cache; nifica que uma grande parte da mídia de backup é usada
Alternativa “C” - As memórias ROM são memórias so- mesmo que nada tenha sido alterado. Fazer backup de
mente de leituras, e não tem relação alguma com a 100 gigabytes de dados todas as noites quando talvez
memória cache; 10 gigabytes de dados foram alterados não é uma boa
Alternativa “D” - A memória RAM é bem mais rápida prática; por este motivo os backups incrementais foram
que os discos rígidos baseados na tecnologia SATA; criados.
Alternativa “E” - A memória cache é mais rápida que as Já os backups incrementais primeiro verificam se o
memórias não voláteis. horário de alteração de um arquivo é mais recente que o
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
BACKUP DE ARQUIVOS uma Instituição, onde todos os backups eram programa-
dos para a quarta-feira.
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão A vantagem principal em usar backups incrementais
é que rodam mais rápido que os backups completos. A
acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os
principal desvantagem dos backups incrementais é que
dados originais do disco rígido forem apagados ou subs-
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces-
tituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido
sário procurar em um ou mais backups incrementais até
a um defeito do disco rígido, você poderá restaurar facil- encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de ar-
mente os dados usando a cópia arquivada. quivo completo, é necessário restaurar o último backup
completo e todos os backups incrementais subsequen-
Tipos de Backup tes. Numa tentativa de diminuir a necessidade de procu-
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arqui- rar em todos os backups incrementais, foi implementada
vos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o uma tática ligeiramente diferente. Esta é conhecida como
backup. Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir backup diferencial.
acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrom- Os backups diferenciais, também só copiam arquivos
peu? Bem, é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É alterados desde o último backup, mas existe uma dife-
nessa hora que entram as estratégias de backup. rença, eles mapeiam as alterações em relação ao último
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado backup completo, importante mencionar que essa téc-
com backups, a maioria pensará que um backup é so- nica ocasiona o aumento progressivo do tamanho do
mente uma cópia idêntica de todos os dados do com- arquivo.
putador. Em outras palavras, se um backup foi criado na Os backups delta sempre armazenam a diferença en-
noite de terça-feira, e nada mudou no computador du- tre as versões correntes e anteriores dos arquivos, co-
rante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite meçando a partir de um backup completo e, a partir daí,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de quarta seria idêntico àquele criado na terça. Apesar a cada novo backup são copiados somente os arquivos
de ser possível configurar backups desta maneira, é mais que foram alterados enquanto são criados hardlinks para
provável que você não o faça. Para entender mais sobre os arquivos que não foram alterados desde o último
backup. Esta é a técnica utilizada pela Time Machine da
este assunto, devemos primeiro entender os tipos dife-
Apple e por ferramentas como o rsync.
rentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos; Mídias
• Backups incrementais; A fita foi o primeiro meio de armazenamento de da-
• Backups diferenciais; dos removível amplamente utilizado. Tem os benefícios
• Backups delta; de custo baixo e uma capacidade razoavelmente boa de

7
armazenamento. Entretanto, a fita tem algumas desvan- Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que
tagens. Ela está sujeita ao desgaste e o acesso aos dados dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um
na fita é sequencial por natureza. Estes fatores significam programa de VPN instalado em cada máquina. O proces-
que é necessário manter o registro do uso das fitas (apo- so para o envio dos dados é o seguinte:
sentá-las ao atingirem o fim de suas vidas úteis) e tam- • Os dados são criptografados e encapsulados.
bém que a procura por um arquivo específico nas fitas • Algumas informações extras, como o número de
pode ser uma tarefa longa. IP da máquina remetente, são adicionadas aos da-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados dos que serão enviados para que o computador
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- receptor possa identificar quem mandou o pacote
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, de dados.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz • O pacote contendo todos os dados é enviado por
meio do “túnel” criado até o computador de desti-
sentido. A razão principal para usar drives de disco como
no.
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de
• A máquina receptora irá identificar o computador
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade remetente por meio das informações anexadas ao
pode ser um fator crítico quando a janela de backup do pacote de dados.
seu centro de dados é curta e a quantidade de dados a • Os dados são recebidos e desencapsulados.
serem copiados é grande. • Finalmente os dados são descriptografados e ar-
O armazenamento deve ser sempre levado em con- mazenados no computador de destino
sideração, onde o administrador desses backups deve se
preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda ade- Computação na nuvem (cloud computing)
quadamente às necessidades de todos, e também asse- Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
gurar que os backups estejam disponíveis para a pior das internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
situações. tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
deve-se garantir os testes para que com o passar do tem- diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
po não fiquem ilegíveis. os dados não se encontram em um computador específi-
co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
Recomendações para proteger seus backups Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
Fazer backups é uma excelente prática de seguran- aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que como o One Drive.
você esteja a salvo no dia em que precisar deles: Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer
e, se for possível, em algum recipiente à prova de
lugar — é justamente por isso que o seu computador
incêndios, como os cofres onde você guarda seus
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati-
documentos e valores importantes. vos a partir de qualquer computador que tenha acesso
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as à internet.
mantenha em lugares separados.
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
é melhor comprimir os arquivos que já sejam mui- #FicaDica
to antigos (quase todos os programas de backup
contam com essa opção), assim você não desper- Basta pensar que, a partir de uma conexão com
diça espaço útil. a internet, você pode acessar um servidor capaz
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira de executar o aplicativo desejado, que pode ser
que sua informação fique criptografada o suficien- desde um processador de textos até mesmo
te para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua um jogo ou um pesado editor de vídeos. En-
informação é importante para seus entes queridos, quanto os servidores executam um programa
implemente alguma forma para que eles possam ou acessam uma determinada informação, o
saber a senha se você não estiver presente. seu computador precisa apenas do monitor e
dos periféricos para que você interaja.
VPN
É o acrônimo de (Virtual Private Network), que signifi-
ca Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão AMBIENTES OPERACIONAIS: UTILIZAÇÃO
de dois computadores utilizando uma rede pública (In- DOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ternet), imagine uma empresa que quer ligar suas filiais, 7 E WINDOWS 10.
esse é um caso clássico, ou também pensando na mo-
dalidade de trabalho homeoffice, em que o funcionário WINDOWS
pode, da casa dele, acessar todos seus arquivos e softwa-
res específicos da empresa. O Windows assim como tudo que envolve a informá-
A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar tica passa por uma atualização constante, os concursos
com VPNs, é como se criasse um túnel para que os dados públicos em seus editais acabam variando em suas ver-
possam ser enviados sem que outros usuários tenham sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto
acesso. as versões do Windows quanto do Linux.

8
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Sobre o Windows XP;
software, um programa de computador desenvolvido por - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
programadores através de códigos de programação. Os (Win Vista), também 32 bits;
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
são considerados como a parte lógica do computador, - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
apenas quando o computador está em funcionamento. O - Win 7 em um computador e formatar o HD duran-
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é te a instalação;
o primeiro a ser instalado na máquina. - Win 7 em um computador sem SO;
Quando montamos um computador e o ligamos pela
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu- Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a chave do produto, que é um código que será solicitado
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a durante a instalação.
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard- Vamos adotar a opção de instalação com formatação
ware, temos que instalar o SO. de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Cor-
Após sua instalação é possível configurar as placas poration:
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
os demais programas, como os softwares aplicativos e seja inicializado normalmente, insira do disco de
utilitários. instalação do Windows 7 ou a unidade flash USB e
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- desligue o seu computador.
rencia os demais programas. - Reinicie o computador.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
e 64 bits está na forma em que o processador do com- isso, e siga as instruções exibidas.
putador trabalha as informações. O Sistema Operacional - Na página de Instalação Windows, insira seu idio-
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que ma ou outras preferências e clique em avançar.
tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits - Se a página de Instalação Windows não aparecer
tem que ser instalado em um computador de 64 bits. e o programa não solicitar que você pressione al-
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, guma tecla, talvez seja necessário alterar algumas
segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais configurações do sistema. Para obter mais infor-
memória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso mações sobre como fazer isso, consulte. Inicie o
ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de seu computador usando um disco de instalação do
processos para dentro e para fora da memória, pelo ar- Windows 7 ou um pen drive USB.
mazenamento de um número maior desses processos na - Na página Leia os termos de licença, se você acei-
memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo tar os termos de licença, clique em aceito os ter-
no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o mos de licença e em avançar.
desempenho geral do programa”. - Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
que em Personalizada.
Windows 7 - Na página onde deseja instalar Windows? clique
em opções da unidade (avançada).
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: - Clique na partição que você quiser alterar, clique
na opção de formatação desejada e siga as instru-
ções.
1. Clicar no botão Iniciar, clicar com o botão direito - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
em computador e clique em Propriedades. - Siga as instruções para concluir a instalação do
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. Windows 7, inclusive a nomenclatura do compu-
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, tador e a configuração de uma conta do usuário
você precisará de um processador capaz de executar inicial.
uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um
sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quando Criação de pastas (diretórios)
você tem uma grande quantidade de RAM (memória de
acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou
mais.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nesses casos, como um sistema operacional de 64


bits pode processar grandes quantidades de memória
com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de
64 bits poderá responder melhor ao executar vários pro-
gramas ao mesmo tempo e alternar entre eles com fre-
quência”.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
caso, é possível instalar:

9
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
#FicaDica de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
Clicando com o botão direito do mouse
em um espaço vazio da área de trabalho
ou outro apropriado, podemos encontrar a
opção pasta.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo Figura 68: Barra de tarefas
do mouse, temos então uma forma prática
de criar uma pasta. 1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato
com todos os outros programas instalados, programas
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão,
abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém
opções que nos permitem ver os programas mais aces-
sados, todos os outros programas instalados e os recur-
sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de
acesso para todas as opções disponíveis no computador.
Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”. Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efe-
tivamente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina
estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos
casos em que vamos nos ausentar por um breve
período de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de
alguns programas que precisam da reinicialização
do sistema para efetivarem sua instalação, durante
congelamento de telas ou travamentos da máqui-
na.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um
Figura 66: Tela da pasta criada ambiente com características diferentes para cada
usuário do mesmo computador.
Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la
e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

Área de trabalho:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos


quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
documentos para dar início ou continuidade ao trabalho. Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

10
Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com
um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem
acessados com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o com-
putador é iniciado. Muitos deles ficam em exe-
cução o tempo todo no sistema, como é o caso Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a
de ícones de programas antivírus que monitoram lixeira
constantemente o sistema para verificar se não há
invasões ou vírus tentando ser executados. A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o ser feita com um clique com o botão direito do mouse
relógio constantemente na sua tela, clicando duas sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco- querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
ne, acessamos as Propriedades de data e hora. o arquivo para seu local de origem.

#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o
objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho


muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
mensagem, ou perguntando se realmente deseja en-
viar aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que
foi selecionado será permanentemente excluído. Outra
forma de excluir documentos ou pastas sem que eles fi-
quem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho
Shift+Delete.
Figura 70: Propriedades de data e hora A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
especificar se o relógio do computador está sincronizado com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
automaticamente com um servidor de horário na Inter- (canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
um horário diferente do que realmente deveria mostrar, está marcada.
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-


ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

11
Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:
Por meio do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 21: Barra de Ferramentas

Painel de controle
O Painel de Controle é o local onde podemos alte-
rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
sistema e da segurança”, permite a realização de
backups e restauração das configurações do sis-
tema e de arquivos. Possui ferramentas que per-
mitem a atualização do Sistema Operacional, que
Figura 73: Propriedades da barra de tarefas e do exibem a quantidade de memória RAM instalada
menu iniciar no computador e a velocidade do processador.
Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: Firewall para tornar o computador mais protegido.
- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibili-
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o ta configurações de rede e Internet. É possível tam-
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão bém definir preferências para compartilhamento
esquerdo do mouse pressionado. de arquivos e computadores.
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul- - Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior hardwares como impressoras, por exemplo. Tam-
aproveitamento da área da tela pelos programas abertos, bém permite alterar sons do sistema, reproduzir
e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe- CDs automaticamente, configurar modo de eco-
rior do monitor. nomia de energia e atualizar drives de dispositivos
instalados.
- Programas: através desta opção, podemos reali-
zar a desinstalação de programas ou recursos do
Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al-
teramos senhas, criamos contas de usuários, deter-
minamos configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela,
menu iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação
de números e moedas.
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

putador às necessidades visuais, auditivas e moto-


Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu ras do usuário.
Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar.

12
Computador anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados
#FicaDica automaticamente.
A tela pode ser customizada conforme a conveniência
Através do “Computador” podemos consul-
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
tar e acessar unidades de disco e outros dis- mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
positivos conectados ao nosso computador. to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que
um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique
com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em na Tela Inicial.
Computador. A janela a seguir será aberta:
Charms Bar
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa
e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura-
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows +
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial
e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também
pode selecionar desenhos durante a personalização do
papel de parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
Figura 76: Computador reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser
Observe que é possível visualizarmos as unidades de destacar no computador.
disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
Vemos também informações como o nome do computa- Grupos de Aplicativos
dor, a quantidade de memória e o processador instalado Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
na máquina. parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos
podem ser renomeados.
Windows 8
Visualizar as pastas
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o A interface do programas no computador podem ser
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celu- vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
lares, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente a lado. Para passar de um painel para outro é necessário
usar a barra de rolagem que fica no rodapé.
no layout, que acabou surpreendendo milhares de usuá-
rios acostumados com o antigo visual desse sistema.
Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini- Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
ciar e também é possível visualizar previsão do tempo, também a opção Dispositivo que é usada para receber
cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial tador.
para ter acesso aos programas que mais utiliza.
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro Alternar Tarefas
de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
uma das pastas e não encontre algum comando, clique SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma
com o botão direito do mouse para que esse painel apa- lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo-
reça. dernos.
A organização de tela do Windows 8 funciona como
o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com Telas Lado a Lado
imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica- Esse sistema operacional não trabalha com o conceito de
tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao mesmo
área de trabalho, que representam aplicativos de versões tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o Face-
book e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador.

13
Visualizar Imagens Windows 10 Enterprise
O sistema operacional agora faz com que cada vez Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
que você clica em uma figura, um programa específico do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar
isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se- Windows 10 Education
lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
Program as Default. as necessidades do meio educacional. Também tem seu
método de distribuição baseado através da versão aca-
Imagem e Senha dêmica de licenciamento de volume.
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso,
Windows 10 Mobile
acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-
em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com sia como um sistema operacional único, os smartphones
imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você com o Windows 10 possuem uma versão específica do
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um sistema operacional compatível com tais dispositivos.
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a Windows 10 Mobile Enterprise
imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você Projetado para smartphones e tablets do setor cor-
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou- porativo. Também estará disponível através do Licencia-
se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez, Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas
repita os movimentos para acessar seu computador. para o mercado corporativo.
Windows 10 IoT Core
Internet Explorer no Windows 8 IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá- of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise
ferramentas e menus. destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter-
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento
Windows 10 para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que será destinada para dispositivos pequenos e de baixo
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no custo.
mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
sões é ficar com um visual mais de smart e touch.
soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (Engenheiro Civil, VUNESP 2018) Na Área de Tra-


balho do MS-Windows 7, em sua configuração padrão,
o usuário pode desfazer o envio de um arquivo para a
Figura 77: Tela do Windows 10 Lixeira, que acaba de ser realizado, utilizando o atalho
de teclado
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-
sões (com destaque para as duas primeiras): a) Ctrl+V
b) Ctrl+C
Windows 10 c) Ctrl+X
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
d) Ctrl+A
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops


d) Ctrl+Z
e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.

Windows 10 Pro Resposta: Letra E.


Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro- a) Ctrl+V: colar algo que esteja na área de transferên-
teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc- cia
ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de b) Ctrl+C: copiar algo que foi selecionado
Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má- c) Ctrl+X: recortar algo que foi selecionado
quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para d) Ctrl+A: selecionar tudo
realizar conexões a uma rede corporativa. e) Ctrl+Z: desfazer uma ação

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2. (Técnico Judiciário, VUNESP 2017) Usando o Micro- Assinale a alternativa que contém o número correspon-
soft Windows 7, em sua configuração padrão, um usuário dente ao ícone de um atalho de uma pasta que não está
abriu o conteúdo de uma pasta no aplicativo Windows vazia.
Explorer no modo de exibição Detalhes. Essa pasta con-
tém muitos arquivos e nenhuma subpasta, e o usuário a) 1
deseja rapidamente localizar, no topo da lista de arqui- b) 2
vos, o arquivo modificado mais recentemente. Para isso, c) 3
basta ordenar a lista de arquivos, em ordem decrescente, d) 4
por e) 5

a) Data de modificação. Resposta: Letra A.


b) Nome. 1 - Ícone de atalho para pasta que não está vazia
c) Tipo. 2 - Ícone de uma pasta que não está vazia, contém
d) Tamanho. vários arquivos
e) Ordem. 3 - ícone de uma pasta vazia
4 - Ícone de uma pasta que não está vazia, contém
Resposta: Letra A. um arquivo
Na configuração original as únicas opções que apare- 5 - Ícone de atalho para pasta que está vazia
cem são: Nome, Data de modificação, Tipo e Tamanho.
Já é possível descartar a alternativa “E”. 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
Se um usuário deseja ordenar os arquivos de uma de- Windows, não há possibilidade de o usuário interagir
terminada pasta mostrando primeiro (topo) os arqui- com o sistema operacional por meio de uma tela de
vos mais recentes, é necessário utilizar a opção “Data computador sensível ao toque.
de Modificação”
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
3. (Soldado PM de 2ª Classe, VUNESP 2017) Com rela-
ção ao Microsoft Windows 7, em sua configuração origi- Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win-
nal, assinale a alternativa que indica funções que podem dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade
ser realizadas usando apenas recursos do aplicativo Win- de que a tela seja sensível ao toque.
dows Explorer.
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a
a) Navegar na internet. computadores com outros sistemas operacionais, com-
b) Apagar e renomear arquivos e pastas. putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem
c) Ver o conteúdo da Área de Transferência. de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga-
d) Ligar e desligar o computador. das por meio de interrupção do fornecimento de energia
e) Editar textos simples, sem recursos de formatação. elétrica.

Resposta: Letra B. (  ) CERTO   (  ) ERRADO


Dentre as diversas funções de administração de arqui-
vos e pastas do Windows Explorer é possível “Apagar Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos-
e renomear arquivos e pastas”; Para “Navegar na in- sui a vantagem de não perder dados caso a máquina
ternet” é necessário um software web-browser; Por seja desligada por meio de interrupção do forneci-
padrão não é possível ver a “Área de Transferência” mento de energia elétrica.
do Windows 7; Para Ligar o computador é necessária
uma ação física, e para desligar é necessário utilizar o 7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização
botão iniciar; Para “Editar textos simples sem recursos GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux,
de formatação” é necessário o Bloco de Notas. podem ser acessadas por uma interface de linha de co-
mando.
4. (Escriturário, VUNESP 2018) Observe os ícones a se-
guir, extraídos do Windows Explorer do MS-Windows 7, (  ) CERTO   (  ) ERRADO
na configuração de exibição de Ícones Médios. Os ícones
foram marcados de 1 a 5 e não foram modificados desde Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-
a sua criação. cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ção, assim como é possível alterar as opções de inicia-


lização do Windows (em Win+Pause, Configurações
Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini-
cialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside-


re que um usuário de login joao_jose esteja usando o
Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos
de um computador com ambiente Windows 7. Considere

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ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é adotados, os comandos do Linux ainda são largamen-
apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas te empregados, sendo importante seu conhecimento e
do Windows Explorer, as seguintes informações: Biblio- estudo.
tecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais Outro termo muito usado quando tratamos do Li-
provável que tais arquivos e pastas estejam contidos no nux é o kernel, que é uma parte do sistema operacional
diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no di- que faz a ligação entre software e máquina, é a camada
retório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos. de software mais próxima do hardware, considerado o
núcleo do sistema. O Linux teve início com o desenvol-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO vimento de um pequeno kernel, desenvolvido por Linus
Torvalds, em 1991, quando era apenas um estudante fin-
Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\ landês. Ao kernel que Linus desenvolveu, deu o nome de
Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas es- Linux. Como o kernel é capaz de fazer gerenciamentos
tarem em outro diretório, se forem feitas configurações primários básicos e essenciais para o funcionamento da
customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em máquina, foi necessário desenvolver módulos específicos
português o diretório dos documentos do usuário con- para atender várias necessidades, como por exemplo um
tinua sendo nomeado em inglês: “documents”. módulo capaz de utilizar uma placa de rede ou de vídeo
Portanto, a afirmação de que o diretório seria “C:\bi- lançada no mercado ou até uma interface gráfica como a
blioteca\documentos\projetos” não está correta. O que usamos no Windows.
item considera o comportamento padrão do sistema
Uma forma de atender a necessidade de comunicação
operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não
entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente a
Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço
este sistema software. A premissa de que a informa-
de usuário e um serviço que o kernel fornece.
ção fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.” Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço
ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar do usuário/kernel.
arquivos de um diretório para um pen drive. No Linux também existem diferentes run levels de
operação. O run level de uma inicialização padrão é o de
(  ) CERTO   (  ) ERRADO número 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
execução de vários comandos por meio de um con- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
sole. O comando “cp” é utilizado para copiar arquivos é justamente o programa que permite ao usuário digitar
entre diretórios e arquivos para dispositivos. comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacio-
nal e executem funções.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.
clicar a opção , será exibida uma janela por com, através do qual podíamos usar comandos como o
meio da qual se pode verificar diversas propriedades do dir, cd e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash,
arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos. que, para usuários comuns, aparece com o símbolo $, e
Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri- para o root, aparece com o símbolo #.
féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa- Temos também os termos usuário e superusuário.
ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens. Enquanto ao usuário é dada a permissão de utilização
de comandos simples, ao superusuário é permitido con-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO figurar quais comandos os usuários podem usar, se eles
podem apenas ver ou também alterar e gravar diretórios,
Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po- ou seja, ele atua como o administrador do sistema. O di-
dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de retório padrão que contém os programas utilizados pelo
um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri- superusuário para o gerenciamento e a manutenção do
butos. sistema é o /sbin.
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por
usuários comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX E utilizados pelos usuários comuns.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

SOFTWARE LIVRE. Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de su-


perusuário, pois existem comandos que só podem ser
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX E SOFTWARE utilizados nesse diretório. É como se quem estivesse no
LIVRE diretório sbin fosse o administrador do sistema, com per-
missões especiais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea- 1. Comandos básicos
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambien-
tes gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos
Apesar desses ambientes gráficos serem cada vez mais que podemos usar no Shell do Linux:

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- addgroup - adiciona grupos Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o dire-
- adduser - adiciona usuários tório chamado “myfolder”.
- apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
- cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou
texto
- cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou re-
torna para home
cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
plo: cd /usr/bin/
- chfn - altera informação relativa a um utilizador
- chmod - altera as permissões de arquivos ou di-
retórios. É um comando para manipulação de ar-
quivos e diretórios que muda as permissões para
acesso àqueles. Por exemplo, um diretório que
poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser
apenas leitura, impedindo que seu conteúdo seja
alterado. Figura 78: Prompt “ftp”
- chown - altera a propriedade de arquivos e pastas
(dono) - mount - montar partições em algum lugar do sis-
- clear - limpa a tela do terminal tema.
- cmd>>txt - adiciona o resultado do comando - mtr - mostra rota até determinado IP
(cmd) ao fim do arquivo (txt) - mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
- cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente - nano - editor de textos básico
- df - reporta o uso do espaço em disco do sistema - nfs - sistema de arquivos nativo do sistema opera-
de arquivos cional Linux, para o compartilhamento de recursos
- dig - testa a configuração do servidor DNs pela rede
- dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log) - netstat - exibe as portas e protocolos abertos no
- du - exibe estado de ocupação dos discos/parti- sistema
ções - nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
- du -msh - mostra o tamanho do diretório em me- atrás de portas abertas
gabytes - nslookup - consultas a serviços DNs
- env - mostra variáveis do sistema - ntsysv - exibe e configura os processos de iniciali-
- exit - sair do terminal ou de uma sessão de root zação
- /etc - é o diretório onde ficam os arquivos de con- - passwd - modifica senha (password) de usuários
figuração do sistema - ps - mostra os processos correntes
- /etc/skel - é o diretório onde fica o padrão de ar- - ps - aux - mostra todos os processos correntes no
quivos para o diretório Home de novos usuários sistema
- fdisk - l - mostra a lista de partições - ps - e - lista os processos abertos no sistema
- find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 - pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt
- find - busca arquivos no disco rígido padrão do Linux exibe apenas o último nome do
- halt - p - desligar o computador caminho do diretório atual. Para exibir o caminho
- head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo completo do diretório atual digite o comando
- history - mostra o histórico de comandos dados no pwd. Linux@fedora11 – é a versão do Linux que
terminal está sendo usada. help pwd – é o comando que
- ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
infor- mações relacionadas a cada uma delas informação do help nos mostra que pwd imprime
- iptraf - analisador de tráfego da rede com interface o nome do diretório atual.
gráfica baseada em diálogos - reboot - reiniciar o computador.
- kill - manda um sinal para um processo. Os sinais - recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-
sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo 8859-15.. utf8 file_to_change.txt
- kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
- killall - manda um sinal para todos os processos - rm - remoção de arquivos (também remove diretó-
- less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto rios)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

com controle - rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo


- ls - listar o conteúdo do diretório - rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório - route - mostra as informações referentes às rotas
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) - split - divide um arquivo
em ordem inversa (r) de data (t) - smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
- man - mostra informações sobre um comando são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar
- mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado sua senha criptografada smb que é armazenada
na raiz do Linux para a criação de novos diretórios. no arquivo smbpasswd (normalmente no diretório

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privado sob a hierarquia de diretórios do samba). os usuários comuns só podem executar o comando sem op-
ções. Ele os levará para que sua senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova senha duas
vezes, para garantir que a senha foi digitada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela enquanto está
sendo digitada.
- su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ (é exigida a senha)
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n que mostra o [nu-
mero] de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f
que exibe continuamente os dados do final do arquivo à medida que são acrescentados.
- tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve” os pacotes
- top - mostra os processos do sistema e dados do processador.
- touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; também altera data e hora de modificação para agora
- traceroute - traça uma rota do host local até o destino mostrando os roteadores intermediários
- umount - desmontar partições
- uname - a - informações sobre o sistema operacional
- userdel - remove usuários
- vi - editor de ficheiros de texto
- vim - versão melhorada do editor supracitado
- which - mostra qual arquivo binário está sendo chamado pelo shell quando chamado via linha de comando
- who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que podemos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas e
o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas criadas para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_inter-


face_gr%C3%A1fica_KDE

Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti-
dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar,
semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os adeptos ao Linux.
Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem várias
versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. O
que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal.

#FicaDica
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Distribuições são criadas, normalmente, para atender razões específicas. Por exemplo, existem distribuições
para rodar em servidores, redes - onde a segurança é prioridade - e, também, computadores pessoais.
Assim, não é possível dizer qual é a melhor distribuição. Pois, depende da finalidade do seu computador.

2. Sistema de arquivos: organização e gerenciamento de arquivos, diretórios e permissões no Linux

Dependendo da versão do Linux é possível encontrar gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Linux
Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização dos arquivos e
pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de armazenamento não são nomeados por letras.

18
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na Na parte superior da janela encontramos uma linha
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, de busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo
um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de desejado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configu-
um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. ração de mostrar apenas os itens suportados pelo Ubun-
tu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição
é mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos
de categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais,
Jogos, Gráficos, Internet, entre outros.

2.2. Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen
As principais pastas do Linux são: drive, após sua conexão física, aparecerá uma janela do
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do gerenciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispo-
sistema e dos sitivo. É importante, porém, lembrar-se de desmontar
programas instalados. corretamente os dispositivos de armazenamento e ou-
/home – cada conta de usuário possui um diretório tros antes de encerrar seu uso. No caso do pen drive,
salvo na pasta home podemos clicar com o botão direito do mouse sobre o
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in- ícone localizado na área de trabalho e depois em Des-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel montar.
/dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
tivos como rede, som, impressoras 2.3. Agendamento de tarefas
/lib – bibliotecas do sistema
/media – possui a instalação de dispositivos como O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
drive de CD, pen drives e outros do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permi-
/opt – usado por desenvolvedores de programas te estipular horários e intervalos para que tarefas sejam
/proc – armazena informações sobre o estado atual executadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora
do sistema que ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de
/root – diretório do superusuário texto que armazena a lista de comandos a serem aciona-
dos no horário e data estipulados.
O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja,
copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando 2.4. Administração de usuários e grupos no Linux
que estamos usando o Nautilus, da seguinte forma:
Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
para a área de transferência, mas o original perma- tem acesso e permissão para executar todos os co-
necerá no local. mandos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse so- - usuário comum: tem as permissões configuradas
bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será movi- pelo superusuário para o grupo em que se encon-
do para a área de transferência, sendo removido
tra.
do seu local de origem.
- Colar: clique com o botão direito do mouse no
Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
local desejado e depois em colar. O conteúdo da
grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
área de transferência será colado.
Outra forma é deixar a janela do local de origem do atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
arquivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pres- desejamos que tenha determinada permissão no grupo
sionar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo de- correspondente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sejado e movê-lo para o destino.


2.5. Comandos básicos para grupos
2.1. Instalar, remover e atualizar programas
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Para instalar ou remover um programa, considerando - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicio- nomegrupo nomeusuario
nar/Remover Aplicações, que possibilita a busca de dri- - Definir senha para o usuário: sudo password no-
ves pela Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu meusuario
Aplicações, Adicionar/Remover. - Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeusuario

19
2.6. Permissões no Linux

Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros dependem
de sua permissão para executar comandos. As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões do proprietá-
rio, permissões do grupo e permissões para os outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos comuns com o ‘-‘.
Alguns dos comandos utilizados em permissões são:
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões do proprietário do grupo
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r- -permissão para os outros usuários

As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução.


- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas veja, ou seja, leia o arquivo.
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode criar e alterar arquivos.
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar arquivos.

Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, significa que ela não é atribuída ao usuário.

2.7.Compactação e descompactação de arquivos

Comandos básicos para compactação e descompactação de arquivos:


gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos compactados com gzip.
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat [op-
ções] [arquivos] descompacta arquivos.

#FicaDica
Comandos básicos para backups
tar agrupa vários arquivos em somente um.
compress faz a compressão de arquivos padrão do Unix.
uncompress descomprime arquivos compactados pelo compress.
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo compress.

Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-


terface_gr%C3%A1fica_KDE
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como no Painel de controle do Windows, temos o centro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda
a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de trabalho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança e
privacidade, som e configurações para o administrador do sistema.

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UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE
MICROSOFT OFFICE (WORD, EXCEL E POWERPOINT) – VERSÕES 2010, 2013 E 2016.
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE
LIBREOFFICE (WRITER, CALC E IMPRESS) - VERSÕES 5 E 6.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

21
#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-
mando ou exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção
não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

22
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho”
e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no F[!a-m]rro localiza forro, mas não localiza
[!x-z]
intervalo entre colchetes ferro.
Exatamente n ocorrências do caractere ou ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
{n}
expressão anterior catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão
{n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão ca@tinga localiza
@
anterior catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
seguinte tela:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

23
a janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.
- Visualização: através desse recurso, podemos definir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo,
podemos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior;
e assim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença é
que se trata de criar bordas na página de um documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com ele, podemos decorar nossa página com uma borda que en-
volve vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados com cores de linhas diferentes, outros, porém não permitem
outras formatações a não ser o ajuste da largura.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página no documento todo ou apenas nas sessões que desejarmos,
tendo assim um mesmo documento com bordas em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas de pá-
gina diferentes em um mesmo documento.

5. Grupo Ilustrações:

Figura 12: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos, elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comunicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados

6. Grupo Links:

Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web, uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador para
atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador pode se tornar um link dentro do próprio documento.
Referência cruzada: referência tabelas.
Grupo cabeçalho e rodapé:
Insere cabeçal
hos, rodapés e números de páginas.

Grupo texto:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

24
1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
inserção de textos que podem ser direcionados
exatamente onde precisamos. Por exemplo, na fi-
gura “Grupo Texto”, os números ao redor da figura,
do 1 até o 7, foram adicionados através de caixas
de texto.
2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
texto pré-formado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, bas-
ta clicar no parágrafo desejado e depois na opção
Figura 15: Verificar ortografia e gramática
“Letra Capitular”. Veja o exemplo:
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
Neste parágrafo foi inserida a letra capitular busca trechos do texto ou palavras que não se enqua-
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
7. Guia revisão e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
7.1. Grupo revisão de texto lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho,
indicando que o Word a considera incorreta, podemos
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra.
Figura 14: Grupo revisão de texto

1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando #FicaDica


pesquisas em materiais de referência como jornais,
Por exemplo, a palavra informática. Se
enciclopédias e serviços de tradução.
clicarmos com o botão direito do mouse
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre sobre ela, um menu suspenso nos será
algumas palavras é possível realizar sua tradução mostrado, nos dando a opção de escolher
para outro idioma. a palavra informática. Clicando sobre ela, a
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar palavra do texto será substituída e o texto
a correção de ortografia e gramática. ficará correto.
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- 8. Grupo comentário:


rar a palavra selecionada por outra de significado
igual ou semelhante. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para ve como comentário do texto selecionado, onde é pos-
outro idioma. sível realizar exclusão e navegação entre os comentários.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela
será aberta:

25
9. Grupo controle:

Figura 16: Grupo controle


1 – Controlar alterações: controla todas as alterações
feitas no documento como formatações, inclusões, ex-
clusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

10. Grupo alterações: Figura 18: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arqui-


vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com-
putador ou na rede, configurar as propriedades da im-
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en-
tre outras opções.
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
Figura 17: Grupo alterações de cópias e a forma como as páginas sairão na impres-
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois
próxima alteração proposta. as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da
seja aceita ou rejeitada. primeira forem impressas.
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- #FicaDica
gação para aceitação ou rejeição.
Perguntas de intervalos de impressão são
Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo- constantes em questões de concurso!
tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ra, o número de cópias e outras opções de configuração


antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente na plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
opções de configuração. a leitura de documentos perceberá rapidamente a dife-
rença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um mé-
- Visualização da Impressão – promove a exibição do todo que abre o arquivo automaticamente no formato
documento na forma como ficará impresso, para que de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas, edição
possamos realizar alterações, caso necessário. e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o
toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca

26
e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário A tela de apresentação dos principais programas é
dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfi- ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e
co e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização. download de arquivos. Isso permite que um arquivo do
Como se não bastasse, clicando com o botão direito do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos
mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver com seu conteúdo sincronizado. Até a página em que o
sua definição através do dicionário integrado do Word. documento foi fechado pode ser registrada. 
Documentos em PDF: agora é possível editar um do- Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de con- instalado pode fazer edições na versão online do sistema.
verter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
editado, salvá-lo novamente no formato original. Esta fa- As redes sociais também estão disponíveis nos outros
çanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing
uso de arquivos PDF está sendo cada vez mais corriquei- ou baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro servi-
ro no ambiente virtual. ço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor- a serem acessados e contatos a seguir baseado na ativi-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de dade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhe-
um documento, ou seja, os comentários realizados neste,
cidos softwares do pacote Office da  Microsoft. Em vez
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word
de comprar programas como Word, Excel ou PowerPoint,
2013 é possível responder diretamente o comentário de
você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar des-
outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente
ses aplicativos e de muitos outros no seu computador ou
no campo de leitura do mesmo. Esta interação de usuá- smartphone.
rios, realizada através dos comentários, aparece em for- A assinatura ainda traz diversas outras vantagens,
ma de pequenos balões à margem documento. como 1 TB de armazenamento na nuvem com o One-
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu- Drive, minutos Skype para fazer ligações para telefones
mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Micro-
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata- soft. Tudo isso pagando uma taxa mensal, o que você já
forma Office 2013. O responsável por esta apresentação faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como
online é o Office Presentation Service, porém, para isso, Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos falando da suíte de
você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para escritório indispensável para qualquer computador.
acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo Veja abaixo as versões do Office 365
/ Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e
o mesmo será enviado para a nuvem e, com isso, você
irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também
por e-mail, permitindo aos demais usuários baixá-lo em
formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como
uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola- Figura 19: Versões Office 365
gem e edição de determinadas partes de um arquivo
muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar 14. LibreOffice Writer
uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu- O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um softwa-
mento, bastando os mesmos estarem formatados no es- re livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo
tilo  Títulos  (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o como base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários
mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix
a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe- e Mac OS X), ou seja, é multiplataforma. Os aplicativos
rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o dessa suíte são:
mesmo reaparecer. • Writer - editor de texto;
Enfim, além destas novidades apresentadas existem • Calc - planilha eletrônica;
outras tantas, como um layout totalmente modificado, • Impress - editor de apresentações;
focado para a utilização do software em tablets e apare- • Draw - ferramenta de desenho vetorial;
lhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, • Base - gerenciador de banco de dados;
também, abre um amplo leque para a adição de vídeos • Math - editor de equações matemáticas.
online e imagens ao documento. Contudo, como forma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de assegurar toda esta relação online de compartilha- -  O LibreOffice trabalha com um formato de pa-
mento e boas novidades, a Microsoft adotou novos me- drão aberto chamado Open Document Format for Of-
canismos de segurança para seus aplicativos, retornando fice Applications (ODF), que é um formato de arquivo
mais tranquilidade para seus usuários. baseado na linguagem XML.  Os formatos para Writer,
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com Calc e Impress utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od”
a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia
é a última letra. Writer → .odt  (Open Document  Text);
os softwares dessa versão são todos conectados. O pon-
Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress →
to de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da
.odp (Open Document Presentations).
Microsoft. 

27
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.

Figura 20: Tela do Libreoffice Writer


 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

28
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

29
Adicionando e Removendo Componentes:
Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 28: Personalizar Barra de Status

30
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).

31
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após
dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas
já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se ne-
cessitar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de traba-
lho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

pop up.

32
Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal,
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos
ou números comuns de uma fórmula.
Figura 33: Menu Planilhas
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-
As funções deste menu são as seguintes: cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes formas de fazê-lo:
da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha
com todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua da-
Figura 35: Soma simples
dos importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você
pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
nilha: o principal documento usado no Excel para arma-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
zenar e trabalhar com dados, também chamado planilha
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência
eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas
até o último valor.
em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma
Após a sequência de células a serem somadas, clicar
pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma
A última forma que veremos é a função soma digi-
pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espa-
fundamental:
ços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúsculas
= nome da função (
e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.).
É possível remover a proteção da planilha, quando ne-
cessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias
de planilhas (trata-se de tópico de programação avança- 1 - Sinal de igual.
da, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será 2 – Nome da função.
abordado). 3 – Abrir parênteses.
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
todas as planilhas para que possam ser configuradas e vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
impressas juntamente. a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
tudo, todas as células da planilha ativa serão seleciona- célula que contém o último valor.
das.

33
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
seguir a fórmula = B2-B3. com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- Arredondar para cima: Com essa função, é possível
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no arredondar um número com casas decimais para o nú-
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, mero mais distante de zero.
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. dígitos)
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Onde:
seguinte função: Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va- dar.
lor da célula C2. Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
deseja arredondar núm.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de


células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular Figura 37: Início da função arredondar para cima
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10. e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
dígitos para a qual queremos arredondar.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in- Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
tervalo de células selecionadas. xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- na coluna C:
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
mínimo (A2:A5). A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – mesmo conceito.
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver Resto: Com essa função podemos obter o resto de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Média: A função da média soma os valores de uma Onde:
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
res dessa sequência. o resto.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) número.
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

planilha.
Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-
te: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

34
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’
queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece-
be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00
ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
Figura 39: Exemplo função abs RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é
com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 onde devemos digitar a fórmula
dias). Sua sintaxe é: Teste lógico: C3>=724
= DIAS360(data_inicial;data_final) Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Onde: Valor_se_falso: “Abaixo”
data_inicial = a data de início de contagem. Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
Data_final = a data a qual quer se chegar. =SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias fal- Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as
tam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e
data inicial o dia 05/03/2018. A função utilizada será colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
=dias360(A2;B2) E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma


condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina-
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a
Figura 40: Exemplo função dias360 seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas =Significa a chamada para uma fórmula/função
funções (Se, SomaSe, Cont.Se) SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava-
liados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi-
cada a condição para soma dos valores
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul-
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte
condição:
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU-
Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se) LINO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, INTERVALO D3 ATÉ D10
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A sintaxe dessa função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_fal- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
so”) Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
=: Significa a chamada para uma fórmula/função onde devemos digitar a fórmula
SE: função SE Intervalo para análise: C3:C10
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta Critério: “MASCULINO”
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res-
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
posta da pergunta for falsa, define o resultado.

35
MULHERES: que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- (igual a 1200) não entraria na contagem.
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- Formatação de Células: Ao observar a planilha abai-
TERVALO D3 ATÉ D10 xo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, va-
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 mos deixar ela de uma maneira mais agradável.
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-


tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
taxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE Figura 42: Planilha sem Formatação
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
dos dados Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do abaixo:
“intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:

R$ 1.200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos: Figura 43: Formatando a planilha


Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
onde devemos digitar a fórmula O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para
Intervalo para análise: C3:C10 isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre ou-
Critério: >=1200 tras opções de alinhamento, como centralizar, direção do
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos: texto, entre outras.
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
NOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

onde devemos digitar a fórmula Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digi-
Intervalo para análise: C3:C10 tado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, pode-
Critério: <1200 mos mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos: ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”) as formatações.

Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-


nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
semos determinado a contagem de valores >1200 (maior

36
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção
FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção
dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
então somente os gastos com contas de consumo, por
exemplo.
Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2) Grupo ferramentas de dados:
- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu-
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C la do Excel em colunas separadas.
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode - Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, planilha - Validação de dados: permite especificar valo-
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- res inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos
pbox onde está escrito geral e escolher. especificar que a planilha não aceitará receber valores
menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os


dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3) Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
ser utilizados.
O resultado final nos traz uma planilha muito mais
agradável e de fácil entendimento:

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados


em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta
muito útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classi-
ficar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decres-
cente) ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula
da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

crescente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecio-


nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus
dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará
a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma,
fazer a classificação dos dados junto com a coluna de ori-
gem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente
a coluna selecionada. Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

37
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, plani-
lhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.


Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

38
Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

39
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status


Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).

Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

40
Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.


#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

41
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estrutura-
ção de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos
de animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.
Alterando o Design:
O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral
para visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse
sobre cada tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o
mouse para aplicá-la à apresentação.

Figura 61: Variantes de Temas de Design

Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e
imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente
a aparência dos objetos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout de Texto:
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação.
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa
em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

42
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
Será criado um novo slide com layout diferente do an- avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
terior. Isso acontece porque o programa entende que o Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, também pode aplicar som durante a transição.
e assim sucessivamente para a criação da sua apresen-
tação. Animações: As animações podem ser definidas para
cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
Layouts de Conteúdo: sentação você pode optar em ir abrindo o texto confor-
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir me trabalha os assuntos.
figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa
de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.). apresentação para enriquecer as explicações. Clique um
A utilização destes recursos é muito simples, bastan- uma das caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMA-
do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja ÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.
utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
a utilização dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la- Figura 62: Animações
teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’. Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos- pode explorar as diversas opções e escolher a que mais
trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro te agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Ani-
do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que mação, abra todas as animações clicando na seta para
se pode utilizar. baixo.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.
Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bas-
tando que você clique no parágrafo desejado e faça a
Agora é com você!
opção de animação desejada. O parágrafo pode aparecer
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
somente quando você clicar com o mouse, ou juntamen-
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
te com o anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquan-
teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
to outros estão fechados, etc.
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma:
os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão apare-
Animação dos Slides: A animação dos slides é um
cer juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito
dos últimos passos da criação de uma apresentação.
permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois pa-
Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
rágrafos aparecerão ao mesmo tempo na tela.
recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
Passo a passo:
exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada,
a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no
estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
Painel de Animações;
apresentação, passam a dar foco para as animações.
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com an-
terior’;
Transições: A transição dos slides nada mais é que
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique
a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

uma animação;
entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no
ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
1º parágrafo da caixa de texto
apresentação e clique nesta opção.
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione
Escolha uma das transições prontas e veja o que
‘Iniciar com anterior’.
acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas
clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas pro-
Impress
duzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependen-
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu
do do intuito da apresentação, o exagero pode tornar
formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document
sua apresentação pouco profissional.
Presentations).

43
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Im- Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o
press de duas formas: sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Sli- Linux, sem necessidade de conversão de qualquer natu-
des -> Iniciar do primeiro slide. reza. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação (xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é
de Slides -> Iniciar do slide atual. capaz de abrir ambos os formatos.

- Menu do Impress: 3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3,


• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao que reúne, entre outros softwares livres de escritório, o
documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar editor de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o edi-
como PDF; tor de apresentação Impress, é compatível com as pla-
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo taformas computacionais Microsoft Windows, Linux e
documento como, por exemplo, Desfazer, Locali- MacOS-X
zar e Substituir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibi- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
ção de um documento tais como Zoom, Apresen-
tação de Slides, Estrutura de tópicos e Navegador; Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-
• Inserir - contém comandos para inserção de novos junto de aplicativos para escritório livre multiplatafor-
slides e elementos no documento como figuras, ma chamado OpenOffice.org.
tabelas e hiperlinks; Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Li-
• Formatar - contém comandos para formatar o la- nux e Mac OS X, mantida pela Apache Software Fou-
yout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos ndation.
de slides, Layout de slide, Estilos e Formatação, Pa-
rágrafo e Caractere; 4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir
• Ferramentas - contém ferramentas como Orto- de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir
grafia, Compactar apresentação e Player de mídia; em um documento uma imagem localizada no próprio
• Apresentação de Slides - contém comandos para computador ou em outros computadores a que o usuá-
controlar a apresentação de slides e adicionar efei- rio esteja conectado, seja em rede local, seja na Web.
tos em objetos e na transição de slides.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem
EXERCÍCIOS COMENTADOS possibilita a inserção de imagens no documento, sejam
elas armazenadas no computador, na rede ou na Inter-
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, as- net (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no
sunto, palavras-chave e comentários de um documen- 2010 não).
to são metadados típicos presentes em um documento
produzido por processadores de texto como o BrOffice e 5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento
o Microsoft Office. no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário
deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele-
( ) CERTO ( ) ERRADO cionar a opção Iniciar Mala Direta.

Resposta: CERTO. Quando um determinado documen- (  ) CERTO   (  ) ERRADO


to de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo
Microsoft Office ele fica armazenado em forma de ar- Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar
quivo em uma memória especificada no momento da correspondências em massa que podem ser personali-
gravação deste. Ao clicar como botão direito do mouse zadas para cada destinatário. É possível adicionar ele-
no arquivo de texto armazenado e clicar em proprieda- mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta,
des é possível por meio da guia Detalhes perceber os carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o con-
metadados “Título, assunto, palavras-chave e comen- teúdo do documento, inclusive imagens. O Word preen-
tários”. che automaticamente os campos com as informações
do destinatário e gera todos os documentos individuais.
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Contudo, não envia um arquivo a outros usuários como
um usuário disponha de um computador apenas com Li- diz a questão.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse


computador realize a leitura de um arquivo em formato 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se-
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
um pendrive formatado com a opção NTFS, será neces- do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção
sária a conversão batch do arquivo, antes de sua leitura definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
com o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem das as configurações exigidas, um dicionário contendo
do sistema de arquivos presente no pendrive. significados da palavra selecionada.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO (  ) CERTO   (  ) ERRADO

44
Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-
direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an- contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce-
sinônimos). dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão .

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: ERRADO. O botão mostrado na questão não


deve ser utilizado para encontrar ocorrências de um de-
terminado termo no documento que se está editando,
tal recurso pode ser conseguido através do botão Loca-
lizar ou do atalho CTRL+L.

A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma


Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do planilha em processo de edição. Com relação a essa figu-
Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap- ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
subsequentes.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí-
7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside- vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar
(...) Federal”; clicar a opção a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
procedimento fará que todas as letras do referido trecho liberar o botão esquerdo.
fiquem com a fonte maiúscula. Em um computador cujo sistema operacional é o Win-
dows XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse,
(  ) CERTO   (  ) ERRADO o ícone , contido na área de trabalho e referente a
determinado arquivo, foi exibido o menu mostrado na
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: selecio-
figura ao lado. A respeito dessa figura e do Windows XP,
nar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE
julgue os itens a seguir.
no menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação,
marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar OK.

8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor-


mações contidas na figura mostrada permitem concluir
que o documento em edição contém duas páginas e,
caso se disponha de uma impressora devidamente ins-
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em


decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos
assim como para efetuar as devidas configurações da Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível co-
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo piar toda a formatação de uma célula para outra célu-
/ Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P. la, e o procedimento correto foi descrito na questão.

45
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE
E-MAIL NO MICROSOFT OUTLOOK.
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS
RELACIONADAS À INTERNET E
INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA
WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA
WEB. NAVEGADORES DE INTERNET: Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox
INTERNET EXPLORER, MOZILLA
FIREFOX, GOOGLE CHROME. Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande
desempenho, porém especialistas em segurança o consi-
NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E dera o navegador com menos segurança.
APLICATIVOS DE NAVEGTAÇÃO E CORREIO
ELETRÔNICO

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
as partes do mundo. Figura 3: Símbolo do Opera
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em vi- Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na navegador considerado pelos especialistas e possui uma
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega- Apple existem versões para Windows.
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples Figura 4: Símbolo do Safari
muito fácil de utilizar.
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
clique em seu símbolo.

Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas
relacionadas a guia anônima que não deixa
rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não


ter uma interface tão amigável, porém é um dos na-
vegadores mais rápidas e com maior segurança contra
hackers.

46
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
#FicaDica xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
Glossário interessante que abordam internet
chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
e correio eletrônico
cutada a World Wide Web (www), sistema que contém
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
mensagens indesejadas.
etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
Browser: Programa utilizado para navegar
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
na Web, também chamado de navegador.
projeto que pode ser considerado o princípio da World
Exemplo: Mozilla Firefox.
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo-
Cliente de e-mail: Software destinado a ge-
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido
renciar contas de correio eletrônico, possi-
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a
bilitando a composição, envio, recebimen-
partir disso surgiu o “http” (em português significa pro-
to, leitura e arquivamento de mensagens. A
tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam-
seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail
bém é um personagem importante e inclusive é conheci-
(em negrito os mais conhecidos e utilizados
do por muitos como o pai da internet.
atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora, #FicaDica
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Li-
nux) e Windows Mail. URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
próprio endereço, chamado URL, ele facilita
a navegação e possui características especí-
Outros pontos importantes de conceitos que podem ficas como a falta de  acentuação gráfica  e
ser abordado no seu concurso são: palavras maiúsculas. Uma url possui o http
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten- (protocolo), www (World Wide Web), o nome
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos da empresa que representa o site, .com (ex:
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail, se for um site governamental o final será
como imagens, sons, filmes, entre outros. .gov) e a sigla do país de origem daquele site
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência (no Brasil é usado o BR).
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio): CORREIOS ELETRÔNICOS
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
bird, Microsoft Outlook Express etc. Os correios eletrônicos se dividem em duas formas:
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de os agentes de usuários e os agentes de transferência de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de
para o computador as mensagens armazenada sem sua transferência realizam um processo de envio dos agentes
caixa postal no servidor. usuários e servidores de e-mail.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de Os agentes de transferência usam três protoco-
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- los:  SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. computadores. O POP é muito usado para verificar men-
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente servidor suas mensagens são levadas do servidor para o
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga computador local. Pode ser usado por quem usa conexão
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discada.
discussão. Já o IMAP também é um protocolo padrão que per-
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele
UM POUCO DE HISTÓRIA possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per-
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem
A internet é uma rede de computadores que liga os acessa o e-mail de vários locais diferentes.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela


começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e #FicaDica
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri- Um e-mail hoje é um dos principais meios de
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in- comunicação, por exemplo:
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes- canaldoovidio@gmail.com
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer di-
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa zer na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.

47
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô- Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
nicas em um único computador, sem necessariamente seus estudos do conteúdo básico de informática para a
estarmos conectados à Internet no momento da criação sua preparação para concurso. Ao contrário do que mui-
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor- ta gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, uma assinatura é bastante simples, de forma que perder
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como pontos por conta dessa questão em específico é perder
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá- pontos à toa.
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
similares. Apresentaremos os recursos dos programas de que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão
de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail
correio eletrônico através do Outlook Express que tam-
e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
bém estão presentes no Mozilla Thunderbird.
você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicio-
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia nar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos maiores problemas.
de teclado para a realização de diversas funções dentro No Outlook Express podemos preparar uma mensa-
do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote gem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na fi-
alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta gura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a
apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada seguir:
mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
profissionais que compartilham uma mesma área é o
compartilhamento de calendário entre membros de uma
mesma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
do Outlook que permite que o usuário organize de for-
ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, Figura 6: Tela de Envio de E-mail
compromissos e reuniões de maneira organizada por dia,
de forma a ter um maior controle das atividades que de-
vem ser realizadas durante o seu dia a dia. #FicaDica
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite Para: deve ser digitado o endereço eletrôni-
que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou co ou o contato registrado no Outlook do
parte dele com quem você desejar, de forma a permitir destinatário da mensagem. Campo obriga-
que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o tório.
que pode ser uma ótima pedida para profissionais den- Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
tro de uma mesma equipe, principalmente quando um ou o contato registrado no Outlook do des-
determinado membro entra de férias. tinatário que servirá para ter ciência desse
Para conseguir utilizar essa função basta que você en- e-mail.
tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários fi-
Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário cam ocultos.
por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as Assunto: campo onde será inserida uma breve des-
informações que vão ser compartilhadas com quem você crição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen- sobre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional,
dário de forma simples e detalhada de fácil visualização mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para quem você deseja enviar uma mensagem. pode levar o destinatário a não dar a devida importância
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra- à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura pró- Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
pria para deixar os comunicados enviados por e-mail equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
com uma aparência mais profissional. A mensagem, após digitada, pode passar pelas for-
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico matações existentes na barra de formatação do Outlook:
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
(mesma criadora do Mozilla Firefox).
dentro de um concurso público.

48
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem
não necessita de instalação no computador do usuário, já como sendo de alta prioridade quando se deseja que
que funciona como uma página de internet, bastando o as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten-
usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo
seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili- ou se está enviando um e-mail sobre um tema que
não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa
dade já que não necessita estar na máquina em que um
prioridade.
cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
um indicador específico na lista de mensagens ou nos
#FicaDica cabeçalhos.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priori-
Segmentos do Outlook Express dade foi definida, pois o botão fica realçado.
Painel de Pastas: permite que o usuário sal-
ve seus e-mails em pastas específicas e dá a 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário
possibilidade de criar novas pastas; preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o
Painel das Mensagens: onde se concentra a Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e
lista de mensagens de determinada pasta e enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois,
quando se clica em um dos e-mails o conte- percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes-
údo é disponibilizado no painel de conteúdo. mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário,
aparecer o conteúdo das mensagens enviadas. agora com o anexo. Assinale a alternativa correta.
Painel de Contatos: nesse local se concen-
tram as pessoas que foram cadastradas em a) A mensagem original, sem o anexo, foi automatica-
sua lista de endereço. mente apagada no computador do destinatário e
substituída pela segunda mensagem, uma vez que
ambas têm o mesmo assunto e são do mesmo reme-
tente.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a
EXERCÍCIOS COMENTADOS segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
do no computador do destinatário apenas a primeira
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) mensagem.
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode, ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
novas mensagens. com o mesmo assunto e mesmo remetente.

(  ) CERTO   (   ) ERRADO Resposta: Letra D.


Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o enviadas são armazenadas de forma independente,
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com- novas mensagens com mesmo assunto ou ainda idên-
ticas a anteriores não influenciam em mensagens já
putador cliente remoto).
enviadas.
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- possível enviar mensagens com mesmo assunto ou
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens
uma mensagem está sendo preparada, o usuário pode anteriores.
indicar aos destinatários que a mensagem precisa de Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
atenção utilizando a marca de _________________. Esse re- gens serão enviadas, independentemente do destina-
curso pode ser encontrado no grupo Marcas, da guia tário ler as anteriores.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mensagem. Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-


Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen- beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a
segunda, com o anexo.
che corretamente a lacuna do enunciado.
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
a) SPAM. mo destinatário.
b) Alta Prioridade.
c) Baixa Prioridade. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
d) Assinatura Personalizada. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
e) Arquivo Anexado. as seguintes características:

49
De: Pedro 6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a
Para: João; Marta imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
Cc: Ricardo; Ana configuração padrão. A página exibida no navegador foi
Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração completamente carregada.
padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
Isso significa que João usou a opção:

a) Responder.
b) Arquivar.
c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
e) Marcar como lida

Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao


e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
“C” e “E” por não terem correspondência com a função
“Resposta”.
Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
como o João deseja responder apenas para Pedro ele
deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida
receberiam a mensagem. será

a) imediatamente fechada.
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar-
b) enviada para impressão.
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo-
c) atualizada.
gle, na ilustração apresentada a seguir.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P
c) Atualizada.
۰ F5
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al- d) Enviada por e-mail.
ternativa correta. ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
e) Aberta em uma nova aba.
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
como antônimo do que foi digitado.
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados
pesquisados. REDES DE COMPUTADORES
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re-
lacionados ao argumento digitado. Redes de Computadores refere-se à interligação por
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará meio de um sistema de comunicação baseado em trans-
os seus sinônimos missões e protocolos de vários computadores com o ob-
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa
Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” duran- ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

te uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata ou dispositivos de rede).


de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma Atualmente, existe uma interligação entre computa-
forma, desta forma, para esta questão será retornado dores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
o resultado da ocorrência “garota de Ipanema”. ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta- pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá-
rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do-
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale-
cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan-
e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio
der G. Bell.
de jogos, etc.

50
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, hub ou switch;
o crescimento das redes de computadores também tem Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que automação industrial e na década de 1980 pelas redes
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- são entreligados formando um anel e os dados são pro-
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo pagados de computador a computador até a máquina
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. de origem;
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante a computadores conectados em formato linear, cujo ca-
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com beamento é feito sequencialmente;
objetivos militares: interconectar os centros de comando Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
1. Alguns tipos de Redes de Computadores
3. Cabos
Antigamente, os computadores eram conectados
em distâncias curtas, sendo conhecidas como redes lo- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
cais. Mas, com a evolução das redes de computadores, física utilizada para conectar computadores em rede, es-
foi necessário aumentar a distância da troca de infor- tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
mações entre as pessoas. As redes podem ser classifi- missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
cadas de acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
DSL, Token ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, Os mais utilizados são:
MAN, WLAN, etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
ponto-a-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em
cabo de fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
Veja alguns tipos de redes: Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis,
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth; são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA,
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em suporte não encontrado em computadores mais novos;
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de
um prédio ou um campus de universidade; difícil instalação. São velozes e imunes a interferências
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network – eletromagnéticas.
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
10km. Ex.: TV à cabo; #FicaDica
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área Após montar o cabeamento de rede é necessário
realizar um teste através dos testadores de
geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km; cabos, adquirido em lojas especializadas.
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re- Apesar de testar o funcionamento, ele não
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta- detecta se existem ligações incorretas. É preciso
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem que um técnico veja se os fios dos cabos estão
maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet; na posição certa.
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento. 4. Sistema de Cabeamento Estruturado
Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
grandes distâncias. trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
2. Topologia de Redes to estruturado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem-


Astopologias das redes de computadores são as es- po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção
truturas físicas dos cabos, computadores e componen- da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
mostram a localização de cada componente da rede que um único local, sem a necessidade de serem conectados
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo diretamente no hub.
modo que os dados trafegam na rede: Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es- possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
tão interconectadas por pares através de um roteamento cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
de dados;

51
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
inseridos em um rack. tar os computadores de departamentos de pesquisas e
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
pensada de forma a realizar a sua expansão. não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- outros pontos estratégicos.
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
serem transmissores de informações para outros pontos, fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
eles também diminuem o desempenho da rede, poden- de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
do haver colisões entre os dados à medida que são ane-
informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente,
caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
encontra-se dentro do hub.
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras ga da informação, é importante mencionar que a maior
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme-
máquina consegue enviar um determinado sinal até que tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti- barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 a troca de informações de computadores de universi-
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os dades dos EUA e de outros países, criando assim uma
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona nome passa a ser, INTERNET.
como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além A evolução não parava, além de atingir fronteiras
de relacionar diferentes arquiteturas. continentais, os computadores pessoais evoluíam em
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter-
mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados net deixou de conectar apenas computadores de univer-
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
portas de entrada e melhor performance, podendo ser domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu-
utilizado para redes maiores. nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil
Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co-
e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta
como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter- de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua
conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de difusão nos tempos atuais.
diferentes fabricantes), identificando e determinando um Um marco que é importante frisar é o surgimento do
IP para cada computador que se conecta com a rede. WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá-
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da- fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta-
dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os josa, pois até então, só era possível a existência de textos.
roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami- Para garantir a comunicação entre o remetente e o
nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con- destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que
caminhos mais rápidos e menos congestionados para o são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS-
tráfego. SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
Modem: Dispositivo responsável por transformar a Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
onda analógica que será transmitida por meio da linha de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível
telefônica, transformando-a em sinal digital original. tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en-
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes tendimento da informação trocada entre eles.
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos A internet funciona o tempo todo enviando e rece-
ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
bendo informações, por isso o periférico que permite a
servidor são conhecidos como clientes.
conexão com a internet chama MODEM, porque que ele
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica-
ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
rede depende de um tipo de placa específica. As mais dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em


anel). 1. Protocolos Web

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou-


À INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA tros que são largamente usados na Internet:
WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB. - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- trocar informações na Internet. Quando digitamos um
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor- site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br

52
Onde: - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter o seu correio num servidor distante (o servidor POP). É
texto, som, imagem, filmes e links. necessário para as pessoas não ligadas permanentemen-
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão te à Internet, para poderem consultar os mails recebidos
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, offline. Existem duas versões principais deste protocolo,
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de o POP2 e o POP3, aos quais são atribuídas respectiva-
acessar um determinado site. mente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: comandos textuais radicalmente diferentes, na troca de
e-mails ele é o protocolo de entrada.
Faz a solicitação de um arquivo de - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um
http:// protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece
hiper mídia para a Internet.
muitas mais possibilidades, como, gerir vários acessos si-
Estipula que esse recurso está na multâneos e várias caixas de correio, além de poder criar
rede mundial de computadores mais critérios de triagem.
www
(veremos mais sobre www em um - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
próximo tópico). padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
É o endereço de domínio. Um validação de destinatários de mensagens. Ele que veri-
endereço de domínio representará fica se o endereço de e-mail do destinatário está corre-
novaconcursos tamente digitado, se é um endereço existente, se a caixa
sua empresa ou seu espaço na
Internet. de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu
sua mensagem, na troca de e-mails ele é o protocolo de
Indica que o servidor onde esse site
saída.
está - UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
.com
hospedado é de finalidades na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi-
comerciais. te que a aplicação escreva um datagrama encapsulado
.br Indica queo servidor está no Brasil. num pacote IP e transportado ao destino. É muito co-
mum lermos que se trata de um protocolo não confiável,
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, isso porque ele não é implementado com regras que ga-
que demonstram a finalidade e organização que o criou, rantam tratamento de erros ou entrega.
como:
.gov - Organização governamental 2. Provedor
.edu - Organização educacional
.org - Organização O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.ind - Organização Industrial que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.net - Organização telecomunicações necessário conectar-se com um computador que já este-
.mil - Organização militar ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
.pro - Organização de profissões deve permitir que seus usuários também tenham acesso
.eng – Organização de engenheiros a Internet.
E também, do país de origem: No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
.it – Itália à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
.pt – Portugal computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
.ar – Argentina que é a conexão física que interliga o provedor de aces-
.cl – Chile so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida
.gr – Grécia como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos uma avenida de três pistas e os links como se fossem as
que se trata de um site hospedado em um servidor dos ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link
Estados Unidos. como o backbone possui uma velocidade de transmis-
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se- são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
melhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
transmitidos através de uma conexão criptografada e Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces-
através de certificados digitais.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

so e um endereço eletrônico na Internet.


- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de trans-
ferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder
3. Home Page
subir os arquivos para um servidor de internet, seus pro-
gramas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e Lee-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
chFTP, ao criar um site, o profissional utiliza um desses
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com-
programas FTP ou similares e executa a transferência dos
arquivos criados, o manuseio é semelhante à utilização putadores rodando um Navegador (Browser), que per-
de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, mite o acesso às informações em um ambiente gráfico
por exemplo. e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
informações dentro das Home Pages.

53
Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-
#FicaDica to, que tem interessado um número cada vez maior de
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
O endereço de Home Pages tem o seguinte interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
formato: net. Seu advento e disseminação promete operar uma
http://www.endereço.com/página.html revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
Por exemplo, a página principal do meu pro- to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
jeto de mestrado: tadores, no final da década de 80.
http://www.youtube.com/canaldoovidio
1. O que é Intranet?
4. Plug-ins O termo “intranet” começou a ser usado em meados
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se
Os plug-ins são programas que expandem a capaci- referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno-
dade do Browser em recursos específicos - permitindo, logias projetadas para a comunicação por computador
por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis-
filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
te em uma rede privativa de computadores que se baseia
de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci-
nos padrões de comunicação de dados da Internet pú-
dade impressionante. Maiores informações e endereços
blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas
sobre plug-ins são encontradas na página:
HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/ muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão
Indices/ o custo de implantação relativamente baixo e a facilida-
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo de de uso propiciada pelos programas de navegação na
temos uma relação de alguns deles: Web, os browsers.
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.). 2. Objetivo de construir uma Intranet
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, Organizações constroem uma intranet porque ela é
PCX, etc.). uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien-
- Negócios e Utilitários. te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
- Apresentações. distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
capital com conhecimentos das operações e produtos da
INTRANET empresa.

A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de 3. Aplicações da Intranet


uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co-
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada municações corporativas em uma intranet dá para sim-
na Internet. Como um jornal editado internamente, e que plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre- mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
sa. onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
e departamentos, mesclando (com segurança) as suas Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
informações particulares dentro da estrutura de comuni- exemplo:
cações da empresa. - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
O grande sucesso da Internet, é particularmente da listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
evolução da informática nos últimos anos. Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos membros das equipes, situações de projetos;
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa- - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
nuais de qualidade;
zaram o acesso à informação através de redes de com-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, aposti-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca


las, políticas da companhia, organograma, oportunida-
base de usuários, já familiarizados com conhecimentos
des de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal,
básicos de informática e de navegação na Internet. Fi-
nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de benefícios.
custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga- Para acessar as informações disponíveis na Web cor-
nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede” porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei-
e começar a acessar e colocar informação. O resultado nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
inevitável foi a impressionante explosão na informação resume quase somente em clicar nos links que remetem
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran- às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in-
do de tamanho a cada mês. tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse

54
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro- terei como retorno uma gama mista de resultados. Caso eu
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com queira filtrar somente os casos em que ciências aparece, e
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a também no estado de SP, realizo uma busca do tipo compu-
quantidade de informações nela armazenadas. tação + ciência SP.
5.3. “frase_chave”
4. A intranet é baseada em quatro conceitos:
Retorna uma busca em que existam as ocorrências
- Conectividade - A base de conexão dos computa- dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
dores ligados por meio de uma rede, e que podem trans- exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
ferir qualquer tipo de informação digital entre si; busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de foi empregada.
forma transparente;
- Navegação - É possível passar de um documento a 5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto,
que facilitam o acesso não linear aos documentos; Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
graças à execução de programas aplicativos, que podem relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes-
estar no servidor, ou nos microcomputadores que aces- se caso, como as duas palavras chaves são populares, os
sam a rede (também chamados de clientes, daí surgiu à dois resultados são apresentados em posição de desta-
expressão que caracteriza a arquitetura da intranet: clien- que.
te-servidor).
- A vantagem da intranet é que esses programas são 5.5. filetype:tipo
ativados através da WWW, permitindo grande flexibili-
dade. Determinadas linguagens, como Java, assumiram Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
grande importância no desenvolvimento de softwares extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi-
aplicativos que obedeçam aos três conceitos anteriores. letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos
5. Mecanismos de Buscas de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT,
DOC.
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
exatamente o que você queria pode trazer algumas ho- 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados
lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja em que os termos inicial e final aparecem, independente
otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
acesso a resultados mais relevantes. cebook * msn e veja o resultado na prática.
Os mecanismos de buscas contam com operadores
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no 6. Áudio e Vídeo
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis A popularização da banda larga e dos serviços de
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de- e-mail com grande capacidade de armazenamento está
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul- aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro-
tados podem ser mais especializados em relação ao que blema é que a profusão de formatos de arquivos pode
você procura. tornar a experiência decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para
5.1. -palavra_chave rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces-
sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa- de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo
lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple-
por computação, provavelmente encontrarei na relação
mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-


caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des-
ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
-ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
é automática.
serão omitidos.
Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
5.2. +palavra_chave
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
tanto offline como por streaming (neste caso, o down-
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga ao
Terra).
exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo computação,

55
Atualmente, devido à evolução da internet com os arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
há uma grande demanda por programas para trabalhar de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra- sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é
ou conversão de imagens. sempre transferida como uma informação textual, en-
Porém, muitos destes programas não são o que se quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri-
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
Caso o que você precise seja apenas um programa para grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples capaz de se comunicar com outro computador na Rede
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar que o esteja acessando através de um cliente FTP.
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re- FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens. dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada,
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis username ou password (senha) no servidor de FTP, bas-
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo).
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata-
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de
mento especial para as suas mais variadas imagens.
diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
sistema. Isto é muito importante, porque garante um
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo-
nível de segurança adequado, evitando que estranhos
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen-
tenham acesso a todas as informações da empresa.
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de
Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”,
imagem do computador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais o que acontece em geral é que a conexão é posicionada
avançados para automatizar o processo de correção de no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. O segundo
programa consegue identificar e corrigir todos os olhos tipo de conexão envolve uma autenticação, e portanto, é
vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele- indispensável que o usuário possua um username e uma
cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei- password que sejam reconhecidas pelo sistema, quer di-
tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais. zer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao esta-
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa belecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen- criado para a conta do usuário – diretório home, e dali
te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con- ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
apenas as fotos que contém pessoas. Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
Depois de tudo organizado em seu computador, você hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via
Web. O programa possui integração com o PicasaWeb, o 8. Algumas dicas
qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em
poucos segundos. 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve número de conexões simultâneas para evitar uma sobre-
e com uma interface gráfica simples porém otimizada e carga na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa
fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade de horário de acesso, que muitas vezes é considerada
com este tipo de programa. Ele também dispõe de al- nobre em horário comercial, e portanto, o FTP anônimo
guns recursos simples de editor. Com ele é possível fazer é temporariamente desativado.
operações como copiar e deletar imagens até o efeito 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e acessado.
alteração de cores em sua imagem por meio de apenas 3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um clique. vo verifique se você está usando o modo correto, isto é,


Além disso sempre é possível a visualização de ima- no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de
gens pelo próprio gerenciador do Windows. arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é
binário. Esta prevenção pode evitar perda de tempo.
7. Transferência de arquivos pela internet 4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um ser-
vidor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên- um amigo seu consiga acessar o seu computador como
cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
um servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha
ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
acesso ao número IP, que lhe é atribuído dinamicamente.

56
9. Grupos de Discussão e Redes Sociais 10. Vantagens e Desvantagens

São espaços de convivências virtuais em que grupos Existem várias vantagens em fazer parte de redes
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, crescimento tão significativo ao longo dos anos.
entre outras ações. Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- As redes também facilitam a relação com quem está
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
para que elas próprias criassem suas páginas na internet. trem fisicamente.
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
No mesmo ano, também surge uma plataforma que de pessoas ao mesmo tempo.
permite a interação com antigos colegas da escola, o Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
Classmates. um acontecimento, a preparação de uma manifestação
ou a mobilização de um grupo para um protesto.
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto-
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
grafias.
é a falta de privacidade.
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
deira rede social, o Friendster.
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
para algumas precauções.
social de caráter profissional do mundo.
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr. #FicaDica
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: Por ser algo muito atual, tem caído muitas ques-
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de tões de redes sociais nos concursos atualmente.
amizade ou namoro).
• Networking: partilha e busca de conhecimentos
profissionais e procura emprego ou preenchimento de
vagas. EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
• Partilha e busca de informações sobre temas va-
riados. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
• Divulgação para compra e venda de produtos e impressora estiver compartilhada em uma intranet por
serviços. meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar-
• Jogos, entre outros. quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
no navegador web a seguinte url:
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
, em
das, destacamos:
que deve estar acessível via rede e
• Facebook: interação e expansão de contatos.
• Youtube: partilha de vídeos.
deve ser do tipo PDF.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
chamadas de voz.
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. (  ) CERTO   (  ) ERRADO
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
são conhecidas como “tweets”. Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados. ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
• Skype: telechamada. ser impressos, o que torna o item errado, o comando
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• LinkedIn: interação e expansão de contatos pro- para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
fissionais. somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
• Badoo: relacionamentos amorosos.
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em
• Messenger: envio de mensagens instantâneas. uma intranet, for disponibilizado um portal de informa-
• Flickr: partilha de imagens. ções acessível por meio de um navegador, será possível
• Google+: partilha de conteúdos. acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme- ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja
lhante ao Twitter. configurado o servidor do portal.

57
Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-
xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Com base na figura acima, que ilustra as configurações Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão ção se o servidor assim estiver configurado, do con-
9, julgue os próximos itens. trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de-
finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere
Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos
é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que computacionais, permanentemente conectados à Inter-
permite ao seu computador trocar informações com net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o
um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o
vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po- usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter-
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os net message access protocol), em detrimento do POP3
códigos que resultam na página acessada pelo nave- (post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o
gador. conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa-
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou mente, fazer o download das mensagens para o compu-
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô- tador em uso.
nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem
atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em
HTTP é insegura. Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro- padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
transmissão de dados entre seu computador e o ser- para o computador que o programa foi configurado.
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
é criptografada, aumentando significativamente a se- sagens são baixadas para o computador do usuário
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con- só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
versassem uma língua que só as duas entendessem, as mensagens originais; quando o acesso é feito por
dificultando a interceptação das informações. outro computador essas mensagens que estão no ser-
Para saber se está navegando em um site com crip- vidor são baixadas para este outro computador, dei-
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual xando sempre a original no servidor.
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
um símbolo de cadeado que denota segurança. Além 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
do site, já que a conexão segura também identifica pá- utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ginas na Internet por meio de seu certificado. mento de arquivos entre seus usuários

3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser- (  ) CERTO   (  ) ERRADO


vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função
por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir principal é enviar mensagens e não o compartilha-
conexões de saída da estação do usuário com a porta 80 mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi-
de destino no endereço do proxy. tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem
(  ) CERTO   (  ) ERRADO todas as redes citadas na questão permitem.

58
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
são mostrados detalhes como a data da instalação e o depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
usuário que executou a operação. e, em Configurações, mover o controle deslizante até
em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO da, clicar em OK.

Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
usuário que executou a operação. Este recurso está um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado – nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com-
Atualizações – Histórico de atualizações. putador do delegado, é correto concluir que as informa-
ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No criptografado.
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos,
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
portantes e recomendá-los aos seus amigos.
Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
(  ) CERTO   (  ) ERRADO que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser- conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
viço online que o Internet Explorer usa para recomen- colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo
dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos de criptografia do tipo SSL.
sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos.
12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
Considere que um delegado de polícia federal, em uma
disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
ilustrada acima, que mostra uma página web do sítio do
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
DPF, cujo endereço eletrônico está indicado no campo
dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
. A partir dessas informações, julgue os itens de
09 a 12. tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con-
teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua-
lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração o botão de histórico, que se encontre informações das
desse conteúdo. páginas acessadas anteriormente, e também permite
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
condições de verificar se houve ou não a alteração men- contidas no diretório do IE6.
cionada, independentemente da configuração do IE6,
mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja
em modo online. SEGURANÇA NA INTERNET; VÍRUS DE
COMPUTADORES; SPYWARE; MALWARE;
(  ) CERTO   (  ) ERRADO PHISHING E SPAM.

Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma


Firewall é uma solução de segurança fundamentada
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es- em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi- um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego
bido sem alterações. de rede para determinar quais operações de transmissão
ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar- fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o
firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mazenamento de informações em arquivos denomina-


dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá-
sistema de segurança instalado em um computador. Para fego de dados indesejados e liberar acessos desejados.
reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos Para melhor compreensão, imagine um firewall como
para impedir que cookies sejam armazenados no com- sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces-
putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos sário obedecer a determinadas regras, como se identifi-
referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do car, ser esperado por um morador e não portar qualquer
uso do menu . objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não
se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a
(  ) CERTO   (  ) ERRADO devida autorização.

59
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de A imagem a seguir ajuda na compreensão do concei-
ações maliciosas: um malware que utiliza determinada to. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar
porta para se instalar em um computador sem o usuário diretamente com a internet, há um equipamento entre
saber, um programa que envia dados sigilosos para a in- ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e
ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu- entre o proxy e a internet. Observe:
tadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie
de barreira que verifica quais dados podem passar ou
não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabele-
cimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
computador ou na rede. O problema é que esta condi-
ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
aguarde autorização do usuário ou administrador para
ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
rão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
figurado para permitir automaticamente o tráfego de de- Figura 91: Proxy
terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar
como conexões a serviços de e-mail. pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, esta-
Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um belecer regras que impeçam o acesso de determinados
firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí- endereços externos, assim como que proíbam a comu-
pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli- nicação entre computadores internos e determinados
citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o
que está explicitamente bloqueado. serviços remotos.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan- Este controle amplo também possibilita o uso do pro-
do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu- xy para tarefas complementares: o equipamento pode
rança internos mais específicos ou oferecendo um refor- registrar o tráfego de dados em um arquivo de log; con-
ço extraem procedimentos de autenticação de usuários, teúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espé-
por exemplo. cie de cache (uma página Web muito acessada fica guar-
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias dada temporariamente no proxy, fazendo com que não
formas. O que define uma metodologia ou outra são fa- seja necessário requisitá-la no endereço original a todo
tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es- instante, por exemplo); determinados recursos podem
pecíficas do que será protegido, características do siste-
ser liberados apenas mediante autenticação do usuário;
ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim
por diante. É por isso que podemos encontrar mais de entre outros.
um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos. A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis-
soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean- tentes na internet, fazendo com que, dependendo das
do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija
uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, muito trabalho de configuração para bloquear ou autori-
embora ofereça um nível de segurança significativo. zar determinados acessos.
Para compreender, é importante saber que cada pa- Proxy transparente: No que diz respeito a limitações,
cote possui um cabeçalho com diversas informações a é conveniente mencionar uma solução chamada de pro-
seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP
xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente,
do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi-
rewall então analisa estas informações de acordo com as exige que determinadas configurações sejam feitas nas
regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na-
para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam- vegador de internet) para que a comunicação aconteça
bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log. trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O firewall de aplicação, também conhecido como O proxy transparente surge como uma alternativa
proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma para estes casos porque as máquinas que fazem parte
solução de segurança que atua como intermediário entre da rede não precisam saber de sua existência, dispensan-
um computador ou uma rede interna e outra rede, exter-
do qualquer configuração específica. Todo acesso é feito
na normalmente, a internet. Geralmente instalados em
servidores potentes por precisarem lidar com um grande normalmente do cliente para a rede externa e vice-ver-
número de solicitações, firewalls deste tipo são opções sa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e
interessantes de segurança porque não permitem a co- responder adequadamente, como se a comunicação, de
municação direta entre origem e destino. fato, fosse direta.

60
É válido ressaltar que o proxy transparente também Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro-
tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «nor- gramas de software que são implementados sem o con-
mal» é capaz de barrar uma atividade maliciosa, como sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou
um malware enviando dados de uma máquina para a proprietário de um computador e que cumprem diver-
internet; o proxy transparente, por sua vez, pode não sas funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e
bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para con- perda de dados, alteração de funcionamento, interrup-
seguir se comunicar externamente, o malware teria que ção do sistema e propagação para outros computadores.
ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geral- Os antivírus são aplicações de software projetadas
mente não acontece; no proxy transparente não há esta como medida de proteção e segurança para resguardar
limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente. os dados e o funcionamento de sistemas informáticos
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas
1. Limitações dos firewalls comumente como vírus ou malware que tem a função de
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos
computadores.
#FicaDica Um programa de proteção de vírus tem um funcio-
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que namento comum que com frequência compara o código
de cada arquivo que revisa com uma base de dados de
estas variam conforme o tipo de solução e
códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
determinar se trata de um elemento prejudicial para o
recursos de segurança bastante importantes,
sistema. Também pode reconhecer um comportamento
mas não são perfeitos em todos os sentidos.
ou padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus
podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro
do sistema como aqueles que procuram ingressar ou in-
Seguem abaixo algumas dessas limitações: teragir com o mesmo.
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, Como novos vírus são criados de maneira quase
mas comprometer o desempenho da rede (ou constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
mesmo de um computador). Esta situação pode grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
gerar mais gastos para uma ampliação de infraes- novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
trutura capaz de superar o problema; necer em execução durante todo tempo que o sistema
- A verificação de políticas tem que ser revista pe- informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
riodicamente para não prejudicar o funcionamento ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
de novos serviços; malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devi- sites de entrada e saída visitados.
damente tratados por proxies já implementados; Um antivírus pode ser complementado por outros
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywa-
atividade maliciosa que se origina e se destina à res que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada
rede interna; de vírus.
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma Então, antivírus são os programas criados para man-
atividade maliciosa que acontece por descuido do ter seu computador seguro, protegendo-o de programas
usuário - quando este acessa um site falso de um maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar
banco ao clicar em um link de uma mensagem de dados de seu computador.
e-mail, por exemplo; Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es-
cantes experientes podem tentar descobrir ou ex- tão usando este mercado para enganar pessoas com fal-
plorar brechas de segurança em soluções do tipo; sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa
- Um firewall não pode interceptar uma conexão seu computador vulnerável aos ataques.
que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuá- E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
rio acessar a internet em seu computador a partir ao baixar programas de segurança em sites desconheci-
de uma conexão 3G (justamente para burlar as res- dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta
trições da rede, talvez), o firewall não conseguirá de informação.
interferir. Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
todos os arquivos que estão sendo ou e serão execu-
2. Sistema antivírus tados. Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo
tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

espaço considerável (que é sempre muito precioso) em


spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre
precisou formatar seu computador? os espaços do programa original, para não dar a menor
Os vírus representam um dos maiores problemas pista de sua existência.
para usuários de computador. Para poder resolver esses Cada vírus possui um critério para começar o ataque
problemas, as principais desenvolvedoras de softwares propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
criaram o principal utilitário para o computador, os an- gados, o micro começa a travar, documentos que não
tivírus, que são programas com o propósito de detectar são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mos-
e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou tram mensagens chatas, outros mais elaborados fazem
depois de ingressar no sistema. estragos muito grandes.

61
Existe uma variedade enorme de softwares antivírus conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações
no mercado. Independente de qual você usa, mantenha- contidas no HD visualizadas e capturadas por um intru-
-o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos so qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmen-
todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência te. Só quem já esteve dentro de um computador alheio
deles para proteger seu sistema operacional. sabe as possibilidades oferecidas.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços Worms (vermes) podem ser interpretados como um
de atualização automática. Abaixo há uma lista com os tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi-
antivírus mais conhecidos: pal diferença entre eles está na forma de propagação:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br os worms podem se propagar rapidamente para outros
- Possui versão de teste. computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos- rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma-
sui versão de teste. neira discreta e o usuário só nota o problema quando o
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga computador apresenta alguma anormalidade. O que faz
e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun- destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de
cionalidades). propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft- em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema
ware.com.br - Possui versão de teste. de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio
É importante frisar que a maioria destes desenvolve- que permita a contaminação de computadores (normal-
dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re-
mente milhares) em pouco tempo.
mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são
criados para combater vírus perigosos ou com alto grau
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não
de propagação.
serem necessariamente vírus, estes três nomes também
representam perigo. Spywares são programas que ficam
«espionando» as atividades dos internautas ou capturam
informações sobre eles. Para contaminar um computa-
dor, os spywares podem vir embutidos em softwares
desconhecidos ou serem baixados automaticamente
quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado.
O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram»
navegadores de Internet, principalmente o Internet Ex-
plorer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página ini-
Figura 92: Principais antivírus do mercado atual
cial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe
propagandas em pop-ups ou janelas novas, instala bar-
2. Tipos de Vírus
ras de ferramentas no navegador e podem impedir aces-
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” so a determinados sites (como sites de software antivírus,
(Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permi- por exemplo).
tem a invasão de um computador alheio com espanto- Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
sa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
“amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
o executa, o programa atua de forma diferente do que ferramenta desenvolvida especialmente para combater
era esperado. aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
Ao contrário do que é erroneamente informado na no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, nem anti-spywares conseguem “pegar”.
ele não se reproduz e não tem nenhuma comparação
com vírus de computador, sendo que seu objetivo é to- Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
talmente diverso. Deve-se levar em consideração, tam- correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

bém, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
os classificam como tal. A expressão “Trojan” deve ser novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
usada, exclusivamente, como definição para programas rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
que capturam dados sem o conhecimento do usuário. mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
um arquivo no computador da vítima. Ele tem o intuito hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
de roubar informações como passwords, logins e quais- tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
quer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da ví- que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des-
tima. Quando a máquina contaminada por um Trojan considere a mensagem.

62
3. Política de segurança da Informação A integridade é a garantia da exatidão e completeza
da informação e dos métodos de processamento (NBR
Hoje as informações são bens ativos da empresa, ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada,
imagine uma Universidade perdendo todos os dados falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A
dos seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com integridade é garantida quando se mantém a informação
isso pode-se dizer que a informação se tornou o ativo no seu formato original.
mais valioso das organizações, podendo ser alvo de uma A disponibilidade é a garantia de que os usuários
série de ameaças com a finalidade de explorar as vulne- autorizados obtenham acesso à informação e aos ati-
rabilidades e causar prejuízos consideráveis. A informa- vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/
ção é encarada, atualmente, como um dos recursos mais IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponível
importantes de uma organização, contribuindo decisiva- para o acesso, ou seja, quando os servidores estão inope-
mente para a uma maior ou menor competitividade, por rantes por conta de ataques e invasões, considera-se um
incidente de segurança da informação por quebra de
isso é necessária a implementação de políticas de segu-
disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias de
rança da informação que busquem reduzir as chances de
sistemas, ou seja, não intencionais, configuram quebra
fraudes ou perda de informações.
de disponibilidade.
A Política de Segurança da Informação é um docu-
mento que contém um conjunto de normas, métodos e
procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co- TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS PELA
municados a todos os funcionários, bem como analisado
INTERNET.
e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan-
do mudanças se fizerem necessárias. PREZADO CANDIDATO, ESTE MATERIAL JÁ FOI
Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor- ABORDADO ANTERIORMENTE.
mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas
para a gestão de segurança da informação, na qual po-
dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar,
implementar, manter e melhorar a gestão de segurança
da informação em uma organização.
Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
que representa um ponto de vista, um dado processado
é o que gera uma informação. Um dado não tem valor
antes de ser processado, a partir do seu processamento,
ele passa a ser considerado uma informação, que pode
gerar conhecimento, logo, a informação é o conheci-
mento produzido como resultado do processamento de
dados.
De fato, com o aumento da concorrência de mercado,
tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to-
dos os níveis. Como resultado deste significante aumen-
to da interconectividade, a informação está agora expos-
ta a um crescente número e a uma grande variedade de
ameaças e vulnerabilidades.
Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix),
“segurança da informação é a proteção da informação de
vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do
negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re-
torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne-
gócio, para isso é muito importante a confidencialidade,
integridade e a disponibilidade, onde:
A confidencialidade é a garantia de que a informa-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem


acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação
seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio-
nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade.
A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis
para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física.
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha
do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban-
cária de uma pessoa.

63
c) Intranet é o nome dado à maior rede de computadores
do mundo.
HORA DE PRATICAR! d) Intranet é uma rede privada, interna a uma instituição.
e) Internet é uma rede privada, interna, que pode ser
1.(Informática Básica / Microinformática - Sistemas acessada por todos.
Operacionais - Fundação para o Vestibular da Univer-
sidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2018). A estrutura 5. (Informática Básica / Microinformática - Sistemas
de diretórios em árvore é utilizada em diversos sistemas Operacionais - Fundação para o Vestibular da Univer-
operacionais. Uma das características dessa estrutura é:
sidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2018) Uma das
a) cada usuário pode criar vários níveis de diretórios (ou diferenças entre a Internet e a Intranet é que na Intranet
subdiretórios), sendo que cada um pode conter arqui-
vos e subdiretórios. a) o acesso é restrito a um certo público que se utiliza de
b) cada usuário possui o seu diretório exclusivo, no qual nome de usuário e senha para o acesso.
todos os seus arquivos são armazenados, e não tem b) o acesso é realizado apenas pelos computadores loca-
acesso e nem conhecimento de outros diretórios. lizados no mesmo local físico do servidor de Intranet.
c) não permite que arquivos com o mesmo nome sejam c) a transmissão da informação entre o servidor e o nave-
criados, mesmo que estejam armazenados em diretó- gador é sempre monitorada para prevenir o vazamen-
rios diferentes. to de informação.
d) o caminho absoluto para um arquivo é quando ele é d) os conteúdos das páginas não podem incluir mídias
referenciado a partir do diretório corrente. como vídeo e música, pois se tratam de sites corpo-
e) um arquivo é especificado por meio de um caminho rativos.
relativo, que descreve todos os diretórios percorridos e) é disponibilizada apenas a troca de informações por
a partir da raiz até o diretório no qual o arquivo se meio do e-mail corporativo.
encontra.

2. (Informática Básica / Microinformática - Inter-


net - Fundação para o Vestibular da Universidade Es-
tadual Paulista (VUNESP) - 2018). Considere o seguin-
te cenário típico de acesso à Internet:
Um usuário doméstico faz acesso à Internet por meio de
um serviço contratado de acesso por fibra ótica, tendo na
sua residência um equipamento conectado à fibra e que
disponibiliza acesso sem fio.
Nesse cenário, o acesso à Internet disponibilizado pelo
serviço contratado é realizado pelo

a) Portal Internet.
b) Servidor.
c) Web server.
d) Cliente Internet.
e) Provedor.

3. (Informática Básica / Microinformática - Inter-


net - Fundação para o Vestibular da Universidade Es-
tadual Paulista (VUNESP) - 2018). A operação de enviar
um arquivo do computador local para um servidor na In-
ternet, entendendo-se servidor como outro computador
remoto conectado na Internet, é chamada de

a) Transferência Secundária.
b) Download.
c) E-mail.
d) Upload.
e)Transferência Primária.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

4. (Informática Básica / Microinformática - Sistemas


Operacionais - Fundação para o Vestibular da Univer-
sidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2018) Assinale a
alternativa correta em relação aos conceitos de internet
e intranet.

a) Internet e intranet são sinônimos.


b)Um usuário não pode acessar recursos de uma intranet
de uma instituição se não estiver fisicamente (presen-
te) na instituição.

64
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 A ________________________________________________
2 E _________________________________________________
3 D
_________________________________________________
4 D
5 A _________________________________________________

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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65
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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66
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conhecimentos básicos de administração: planejamento, organização, direção e controle................................................... 01


Atendimento ao público: comunicação, postura profissional e relações interpessoais............................................................. 25
Organização e gestão de documentos; tipos de correspondências oficiais e suas especificações....................................... 35
Conhecimentos básico sobre gestão de materiais. , gestão de Recursos Humanos e de administração financeira...... 35
Organização do ambiente de trabalho. ........................................................................................................................................................ 69
Comunicações oficiais: Aspectos gerais da redação oficial. Redação dos atos normativos e comunicações. Aplicação
de princípios da ortografia e de elementos da gramática à redação oficial................................................................................... 78
Serviços Públicos: conceitos, elementos de definição, princípios e classificação.......................................................................... 110
Atos e contratos administrativos...................................................................................................................................................................... 114
Arquivologia: Gestão, classificação e avaliação de documentos. Organização, planejamento, sistemas e métodos de
arquivamento. Arquivística e informática. Legislação arquivística...................................................................................................... 150
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ADMINISTRAÇÃO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E
CONTROLE

Podemos conceituar Administração é o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas ou recursos, com o


objetivo de alcançar metas definidas.
A gestão de uma empresa ou organização se faz de forma que as atividades sejam administradas com planejamen-
to, organização, direção e controle.
Segundo alguns autores (Montana e Charnov) o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras
pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus membros.

O processo administrativo apresenta-se como uma sucessão de atos, juridicamente ordenados, destinados todos
à obtenção de um resultado final. O procedimento é, pois, composto de um conjunto de atos, interligados e progres-
sivamente ordenados em vista da produção desse resultado.
O devido processo legal simboliza a obediência às normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia constitu-
cional concedida a todos os administrados, assegurando um julgamento justo e igualitário, assegurando a expedição
de atos administrativos devidamente motivados bem como a aplicação de sanções em que se tenha oferecido a diale-
ticidade necessária para caracterização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais já têm demonstrado essa posição
no sistema brasileiro, qual seja, de defesa das garantias constitucionais processuais no sentido de conceder ao cidadão
a efetividade de seus direitos.
Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos cidadãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia destes.
Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou, também, princípio do processo justo, garante a regularidade
do processo, a forma pela qual o processo deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos processuais
e administrativos.
Cabe ressaltar que o princípio do devido processo legal resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades
jurisdicionais e executivas.
O processo é composto de fases e atos processuais rigorosamente seguidos, viabilizando as partes a efetividade do
processo, não somente em seu aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu escopo social, ético e econômico,
assegurando o cumprimento dos princípios constitucionais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um Estado
Democrático de Direito.
Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do público, mediante processo justo, e mediante a segurança
dos trâmites legais do processo.

Funções da Administração: Planejamento, Organização, Direção e Controle

A administração assim como suas funções sofreram constantes mudanças, muito visíveis no último século. Com a
chegada de novas tecnologias, novas formas de produção, vendas, logística e mudanças na parte contábil e financeira
as teorias assim como a prática precisaram adaptar-se a uma nova realidade administrativa.

Das funções da administração de Henri Fayol (precursor dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são
demonstradas como PO3C: A primeira delas é:
Planejar, isso significa que você terá que criar planos para o futuro de sua organização. Nesse momento começa-
mos a programar o que estava no planejamento com o objetivo, claro, de colocar em prática o que está no papel, e é
durante esse passo da programação que vemos a estrutura organizacional, a situação da empresa e das pessoas que
compõe ela.
A segunda função da administração é Organizar. Afinal, qual o sentido de ser uma pessoa organizada? é aquela
que sabe onde, fisicamente, se encontra o que é necessário no momento certo, que transforma o ambiente/local de
trabalho dela em um ambiente de fácil entendimento para qualquer um encontrar o que precisa? Também, mas no
sentido que Fayol define é que as empresas são feitas de pessoas e estrutura física, essa função administrativa utiliza
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da parte material e social da empresa.


A terceira função é Comandar. Essa função serve para orientar a organização, dirigir também. Se a empresa está
rumo a um caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, se for preciso, ou orientar a organização
para traçar o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orientá-la e dirigi-la.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma função primordial para motivar as pessoas que estão em um
ambiente de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem relação em se esforçarem com o objetivo
de cumprirem metas e, de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador da empresa.
E por último, a quinta função administrativa é Controlar. Uma organização sem normas e regras, certamente, terá
menos desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções administrativas conduzem a uma administração
eficaz das atividades da organização. Mas, com o passar do tempo, as funções Comando e Coordenação formaram
uma só função, a de Direção. Então as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar).

1
Em síntese, dentro do modelo atual temos:

Vejamos agora os principais tipos de planejamento:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O conceito de estratégia é realmente amplo, e seu uso corrente permite associá-lo desde a um curso de ação bas-
tante preciso até ao posicionamento organizacional, em última análise, a toda razão de ser da empresa.
A estratégia pode ser considerada um instrumento: o planejamento estratégico. Essa parte do planejamento estra-
tégico corresponderia aos caminhos selecionados para serem trilhados primeiro pela identificação dos pontos fortes
e fracos da organização, e das empresas e oportunidades diagnosticadas em seu ambiente de atuação. Da porta para
fora, o planejamento cumpriria a função de orientar as ações da organização para que ela possa buscar oportunidades
e a própria sobrevivência.
Assim, a estratégia é fruto de processos racionais de reflexão, aprendizagem, elaboração, pensamento e interven-
ção, além de processos não racionais e simbólicos, construídos a partir da “vivência” cotidiana da organização em seus
embates internos e com o ambiente.

Planejamento Estratégico - Conceitos, métodos e técnicas

O planejamento estratégico poderia ser definido como um processo de gestão que apresenta, de maneira inte-
grada, o aspecto futuro das decisões institucionais, a partir da formulação da filosofia, da instituição, sua missão, sua
orientação, seus objetivos, suas metas, seus programas e as estratégias a serem utilizadas para assegurar sua imple-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mentação. É a identificação de fatores competitivos de mercado e potencial interno, para atingir metas e planos de
ação que resultem em vantagem competitiva, com base na análise sistemática de mudanças ambientais previstas para
um determinado período. Portanto, o planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação
das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar essas aspirações em reali-
dade. Quando se considera a metodologia para o desenvolvimento do planejamento estratégico nas empresas, têm-se
duas possibilidades, que se definem:
• em termos da empresa como um todo, “aonde se quer chegar e depois se estabelece “como a empresa está para
se chegar à situação desejada”; ou
• em termos da empresa como um todo “como se está” e depois se estabelece “aonde se quer chegar”. Pode-se
considerar uma terceira possibilidade que é definir “aonde se quer chegar” juntamente com “como se está para
chegar lá”. Cada uma dessas possibilidades tem a sua principal vantagem. No primeiro caso, é a possibilidade de

2
maior criatividade no processo pela não existên- - Visão de futuro: É considerada como os limites que
cia de grandes restrições. A segunda possibilidade os principais responsáveis pela empresa conse-
apresenta a grande vantagem de colocar o execu- guem enxergar dentro de um período de tempo
tivo com o pé no chão quando inicia o processo de mais longo e uma abordagem mais ampla. Repre-
planejamento estratégico. senta o que a empresa quer ser em um futuro pró-
ximo ou distante
O planejamento estratégico é o processo por meio do
qual a estratégia organizacional será explicitada. A visão deve ser:
Podemos identificar, como características do planeja- • Compartilhada e apoiada por todos na organiza-
mento estratégico: ção
- É responsabilidade da cúpula da organização; • Abrangente e detalhada
- Envolve a organização como um todo; • Positiva e inovadora
- Planejamento de longo prazo; • Desafiadora mas viável
- Outros níveis do planejamento (tático e operacional) • Transmitir uma promessa de novos tempos
serão desdobrados dele. • Agregar um aspecto emocional

Um bom planejamento estratégico deve, em seu iní- Exemplos de visão:


cio, incluir a definição do referencial estratégico da or- Receita Federal: “Ser uma instituição de excelência em
ganização. Este referencial é o grande guia das organi- administração tributária e aduaneira, referência nacional
zações, são as diretrizes que norteiam a sua atuação e o e internacional”.
seu posicionamento frente ao mercado. Representam o TCU: “Ser instituição de excelência no controle e con-
planejamento estratégico no seu nível mais amplo e são tribuir para o aperfeiçoamento da administração públi-
as bases para que a organização possua uma estratégia ca”.
sólida e sustentável.
- Valores: Representam o conjunto dos princípios,
Esse referencial inclui o negócio, a missão, a visão de crenças e questões éticas fundamentais de uma
futuro e os valores organizacionais. empresa, bem como fornecem sustentação a todas
as suas principais decisões.
- Missão: pode ser entendida como o papel que a Influencia na qualidade do desenvolvimento e opera-
empresa terá perante a sociedade, enfim, quais são cionalização do planejamento estratégico.
os benefícios que a sua atividade produtiva - seja
ela industrial, comercial ou prestação de serviços - Os valores da empresa devem ter forte interação com
trará para a coletividade ou, pelo menos, aos seus as questões éticas e morais da empresa
clientes. Missão é, portanto, a função social da ati-
vidade da empresa dentro de um contexto global.
#FicaDica
Vejamos quatro exemplos de missão organizacional:
Receita Federal do Brasil: “Exercer a administração Por mais simples que pareçam estes con-
tributária e o controle aduaneiro, com justiça fiscal e res- ceitos, comumente são cobrados de forma
peito ao cidadão, em benefício da sociedade”. que gerem dúvidas, portanto, é muito im-
MPOG – “Promover o planejamento participativo e a portante que consiga identificar não só o
melhoria da gestão pública para o desenvolvimento sus- conceito, mas como diferenciá-lo em uma
tentável e socialmente includente do País”. situação prática.
TCU – “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recur-
sos públicos, em benefício da sociedade”.
Petrobrás – “Atuar de forma segura e rentável nas ati-
A empresa bem-sucedida tem uma visão do que pre-
vidades de indústria de óleo, gás e energia, nos mercados
tende, e esta visão trabalhada em consonância com seus
nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços
valores, tendo como base em seu modelo de gestão a
de qualidade, respeitando o meio ambiente, consideran-
missão que fornece à empresa o seu impulso e sua di-
do os interesses dos seus acionistas e contribuindo para
reção.
o desenvolvimento do país”.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desenvolver a visão estratégica e a missão do ne-


- Negócio: É o ramo de atuação da organização, de-
gócio.
limita o campo em que ela estará desenvolvendo
- Através da visão é possível identificar quais são as
suas atividades. Está muito ligado ao tipo de pro-
expectativas e os desejos dos acionistas, conselhei-
duto ou serviço que a organização oferece e nem
ros e elementos da alta administração da empresa,
sempre é tão óbvio. Por exemplo, o negócio da Co-
tendo em vista que esses aspectos proporcionam
penhagen não é chocolates e sim presentes finos.
o grande delineamento do planejamento estraté-
Para exemplificar com uma organização pública, o
gico a ser desenvolvido e implementado. A gerên-
negócio do TCU é o “controle externo da adminis-
cia deve definir: “quem são”, “o que fazem” e “para
tração pública e da gestão dos recursos públicos
onde estão direcionados”, estabelecendo um curso
federais”.
para a organização.

3
A visão pode ser considerada como os limites que os equipada para proporcionar defesa do bem-estar
principais responsáveis pela empresa conseguem enxer- da empresa e do seu desempenho futuro contra
gar dentro de um período de tempo mais longo e uma ameaças externas.
abordagem mais ampla. Ela deve ser resultante do con-
senso e do bom senso de um grupo de líderes e não da Analisar fatores internos da empresa
vontade de uma pessoa. • pontos fortes e pontos fracos da empresa e capaci-
A missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto dades competitivas;
procura-se determinar qual o negócio da empresa, por • ambições pessoais, filosofia de negócio e princípios
que ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a éticos dos executivos;
empresa deverá concentrar-se no futuro. Aqui se procura • valores compartilhados e cultura da empresa. A es-
responder à pergunta básica: “Aonde se quer chegar com tratégia deve ser muito bem combinada com os
a empresa?” “Na realidade, a missão da empresa repre- pontos fortes, os pontos fracos e com as capaci-
senta um horizonte no qual a empresa decide atuar e dades competitivas da empresa, ou seja, deve ser
vai realmente entrar em cada um dos negócios que apa- baseada naquilo que ela faz bem e deve evitar
recem neste horizonte, desde que seja viável sobre os aquilo que ela não faz bem. Os pontos fortes bá-
vários aspectos considerados”. sicos de uma organização constituem uma impor-
Esses negócios identificados no horizonte, uma vez tante consideração estratégia pelas habilidades e
considerados viáveis e interessantes para a empresa, capacidades que fornecem para aproveitar deter-
passam a ser denominados propósitos da empresa. minada oportunidade, aonde podem proporcionar
Os objetivos correspondem à explicitação dos seto- vantagem competitiva para a empresa no merca-
res de atuação dentro da missão que a empresa já atua do e potencialidade que tem para se tornar a base
ou está analisando a possibilidade de entrada no setor, da estratégia. As ambições, valores, filosofias de
ainda que esteja numa situação de possibilidade reduzi- negócio, atitudes perante o risco e crenças éticas
da. As empresas precisam de objetivos estratégicos e ob- dos gerentes têm influências importantes sobre a
jetivos financeiros. Os objetivos estratégicos referem-se estratégia e são impregnadas nas estratégias que
à competitividade da empresa e as perspectivas de longo eles elaboram. Os valores gerenciais também mo-
prazo do negócio. Os objetivos financeiros relacionam-se delam a qualidade ética da estratégia de uma em-
com medidas como o crescimento das receitas, retorno presa, quando os gerentes têm fortes convicções
sobre o investimento, poder de empréstimo, fluxo de cai- éticas, exigem que sua empresa observe um estrito
xa e retorno dos acionistas. código de ética em todos os aspectos do negócio,
Elaborar uma estratégia para atingir os objetivos. como por exemplo, falar mal dos produtos rivais.
Estabelecer estratégia significa definir de que maneira As políticas, práticas, tradições e crenças filosóficas
pode se atingir os objetivos de desempenho da empre- da organização são combinadas para estabelecer
sa. A estratégia é concebida como uma combinação de uma cultura distinta. Em alguns casos as crenças e
ações planejadas e reações adaptáveis para a indústria cultura da empresa chegam a dominar a escolha
em desenvolvimento e eventos competitivos. Raramente das mudanças estratégicas.
a estratégia da empresa resiste ao tempo sem ser alte-
rada. Há necessidade de adaptação de acordo com as O planejamento estratégico deve estar alinhado a
variáveis do mercado, necessidades e preferências do este referencial.
consumidor, manobras estratégias de empresas concor-
rentes. Etapas do Planejamento Estratégico: vamos abaixo
analisar alguns dos apontamentos sobre essas etapas
Analisar fatores externos da empresa conforme seus autores.
• considerações políticas, legais de cidadania da co-
munidade; Segundo Maximiano, o planejamento estratégico com-
• atratividade da indústria, mudanças da indústria e preende quatro etapas principais:
condições competitivas;
• oportunidades e ameaças da empresa. A tarefa de A) Análise da situação estratégica presente. Esta eta-
fazer com que a estratégia de uma empresa seja pa busca compreender a situação atual da empre-
socialmente responsável, significa conduzir as ati- sa, e as decisões que foram tomadas e levaram a
vidades organizacionais eticamente e no interesse tal posição. Deve considerar o referencial estraté-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

público geral, responder positivamente às priorida- gico, os produtos e mercados atuais ou potenciais
des e expectativas sociais emergentes, demonstrar da organização, as vantagens competitivas (ele-
boa vontade de executar as ações antes que ocor- mentos capazes de diferenciar a organização de
ra um confronto legal, equilibrar os interesses dos outras no mercado), o desempenho atual e o uso
acionistas com os interesses da sociedade como de recursos.
um todo e comportar-se como um bom cidadão B) Análise do ambiente. Na classificação do Maximia-
na comunidade. A estratégia de uma empresa deve no, esta etapa abrange apenas o ambiente externo.
fazer uma combinação perfeita da indústria com C) Análise interna. É a análise do ambiente interno.
as condições competitivas e ainda precisa ser di- D) Elaboração do plano estratégico.
recionada para conquistar oportunidades de cres-
cimento. Do mesmo modo a estratégia deve ser

4
A análise de ambiente corresponde à avaliação de Segundo classificação de Porter temos no Planejamen-
variáveis do ambiente interno (pontos fortes e pontos to estratégico, 3 grupos:
fracos) e variáveis do ambiente externo (oportunidades
e ameaças) relevantes para a organização. As variáveis - Diferenciação: Consiste em “procurar projetar uma
do ambiente interno normalmente são controláveis, en- forte identidade própria para o serviço ou produto,
quanto as variáveis do ambiente externo estão fora da que o torne nitidamente distinto dos produtos e
governabilidade da organização. serviços dos concorrentes. Isso significa enfatizar
uma ou mais vantagens competitivas, como qua-
Segundo Djalma de Oliveira o Planejamento Estratégi- lidade, serviço, prestígio para o consumidor, estilo
co apresenta estas etapas: do produto ou aspecto das instalações.
- Liderança de custo: consiste em oferecer produtos
a) Diagnóstico estratégico: abrange a definição da ou serviços mais baratos do que os concorrentes.
visão, a análise externa, análise interna e análise - Estratégias de foco: concentração ou nicho: Consiste
dos concorrentes; em escolher um segmento do mercado e concentrar-
b) Definição da missão: esta nós já vimos: é a defini- -se nele. Por exemplo, produtores de alimentos orgâ-
ção da razão de ser da empresa e as consequências nicos oferecem um alimento mais caro, mas concen-
de tal definição; trado em um nicho específico de clientes.
c) Definição dos instrumentos prescritivos e quan-
titativos: instrumentos prescritivos são aqueles Planejamento Estratégico Situacional (PES)
que irão dizer como a organização deve atuar
para alcançar os objetivos definidos. Instrumentos O PES foi sintetizado pelo economista chileno Car-
quantitativos, basicamente, são aqueles ligados ao los Matus, para pensar a arte de governar. Este méto-
planejamento orçamentário; do “pressupõe constante adaptação do planejamento a
d) Controle e avaliação: são verificações, etapas em cada situação concreta onde é aplicado”. Além disso, o
que se avalia se o que está sendo feito correspon- PES leva em consideração, em suas formulações teóricas,
de ao que foi planejado. as interferências dos campos político, econômico e social
nos planos de governo.
Modelo ou matriz de Ansoff Definição de planejamento segundo Matus: “Planejar
significa pensar antes de agir, pensar sistematicamen-
te, com método; explicar cada uma das possibilidades e
analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; pro-
por-se objetivos”.
Outro ponto importante deste conteúdo são os mo-
mentos do PES:
• Momento explicativo: compreende-se a realida-
de, identificando-se os problemas que os atores
sociais declaram. Abandona o conceito de setor,
utilizado no planejamento tradicional, e passa a
trabalhar com o conceito de problemas. “Na expli-
cação da realidade temos que admitir e processar
informação relativa a outras explicações de outros
atores sobre os mesmos problemas, isto é, a abor-
dagem deve ser sempre situacional, posicionada
no contexto”.
• Momento normativo: como se formula o plano.
Temos dois componentes principais no modelo: Mer- Produzir as respostas de ação em um contexto de
cados e Produtos. Cada um deles pode ser classificado incerteza. Definir a situação ideal. “O central neste
quando a existentes e novos, gerando quatro estratégias modelo de planejamento é discutir a eficácia de
empresariais possíveis: cada ação e qual a situação objetivo que sua rea-
Penetração no mercado: Esta estratégia consiste em lização objetiva, cada projeto e isso só pode ser
explorar produtos tradicionais em um mercado tradicio- feito relacionando os resultados desejados com os
nal. recursos necessários e os produtos de cada ação”
Desenvolvimento de mercado: “É a estratégia de ex- • Momento estratégico: examinar a viabilidade po-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

plorar um mercado novo com produtos tradicionais. Por lítica do plano e do processo de construção de
exemplo: uma operadora de cartões de crédito que lança viabilidade política das operações não viáveis na
o produto para um público específico, como os torcedo- situação inicial. Adequa o “deve ser” ao “pode ser”.
res de um time”. Busca desenhar as melhores estratégias para viabi-
Desenvolvimento de produto: consiste em oferecer lizar a máxima eficácia do plano.
produtos novos a mercados tradicionais. • Momento tático-operacional: o momento do fazer.
Diversificação: É uma estratégia mais arrojada, que “Neste momento é importante debater o sistema
consiste em explorar novos produtos em novos merca-
de gestão da organização e até que ponto ele está
dos. Por exemplo, uma empresa de produção de alimen-
pronto para sustentar o plano e executar as estra-
tos que lança um refrigerante está adotando uma estra-
tégias propostas”.
tégia de diversificação.

5
Os principais pressupostos teóricos do método PES - avaliação interna da organização: análise interna
são resumidos em quatro perguntas, segundo Matus, da organização através da verificação dos pontos
que apontam as diferenças entre o PES e os demais mé- fortes e fracos da companhia. Esta premissa junta-
todos de planejamento estratégico: mente com a anterior fornecem os subsídios ne-
1) como explicar a realidade? cessários para o desenvolvimento da matriz SWOT.
2) como conceber um plano? - compatibilização: fornece o diagnóstico da situação.
3) como tornar viável o plano necessário? Ocorre após o desenvolvimento dos diagnósticos
4) como agir a cada dia de forma planejada? interno e externo;
- definição da estratégia organizacional: passa-se à
ANÁLISE COMPETITIVA E ESTRATÉGIAS GENÉRICAS prescrição, Neste momento se define a estratégia
a ser seguida de acordo com a compatibilização
Escolas do pensamento de estratégia e os modelos dos aspectos internos (endógenos) com os exter-
de análise nos (exógenos);
- execução: é o momento da ação, no qual tudo que
Como dissemos acima, o tema estratégia sofreu , ao ocorre na organização deve estar vinculado com a
longo desses últimos quarenta anos, uma intensa inte- estratégia, seja a estrutura organizacional, a cultu-
gração e sobreposição de teorias e enfoques de pensa- ra, os produtos e serviços ou processos internos. A
mento de diferentes grupos teóricos e orientadores do estratégia forma a viga-mestra da organização e
assunto, até que Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) proporciona um norte para os rumos que deverão
reuniram todo esse material disperso e através desse ma- ser seguidos em um panorama de longo prazo.
terial foi possível agrupar esses estudos e modelos, que
resultou no conhecemos como “escolas do pensamento Escola do Planejamento
em estratégia”.
A seguir, elas são apresentadas em três grandes blo- A formulação da estratégia é vista como um proces-
cos, seguindo os modelos orientadores: prescritivo, des- so formal dividido em etapas, que são apresentadas na
critivo e integrativo. forma de listas de verificação. Esta escola contribuiu com
o desenvolvimento de conceitos como objetivos, metas,
- Modelo Prescritivo estratégias, criação de valor, planos operacionais, entre
As primeiras propostas teóricas do pensamento de outros.
estratégia no campo organizacional nascem da necessi-
dade de adequar organização e ambiente (contexto), por Escola do Posicionamento
meio de modelos gerenciais que propunham “formar”
estratégias. A ação deveria fluir da razão e, por conse- Formação da estratégia como um processo analítico
guinte, a formação da estratégia deveria estar centrada
para lidar com posições de mercado no geral e de forma
no executivo principal, supostamente, o mais preparado
reconhecível. Existem duas abordagens principais:
para desenvolver esse raciocínio dentro das organiza-
ções da época, anos sessenta.
Modelo do Boston Consulting Group (matriz BCG)
As premissas orientadoras das escolas formadoras
do modelo prescritivo estavam em separar o estrategista
Modelo de posicionamento estratégico desenvolvido
(executivo principal, aquele que forma a estratégia) dos
por Bruce Henderson para a empresa de consultoria BCG
implementadores (funcionários, aqueles que executam a
ação), ou seja, a conformação do pensamento mecanicis- (Boston Consulting Group) para atender seus clientes.
ta clássico de separar o pensamento da ação. Para que a Possui o pressuposto de que a empresa precisa ter um
execução ocorra exatamente como o previsto, o modelo portfólio de produtos com diferentes taxas de cresci-
de formação de estratégia deve ser mantido simples e mento e diferentes participações de mercado.
informal, pressupondo ambiente estável, até o momento Os produtos com baixo crescimento devem gerar
da sua implementação. As estratégias, por sua vez, de- excesso de caixa, enquanto os produtos com alto cres-
veriam ser explícitas para levar simplicidade às organiza- cimento irão exigir maior injeção de caixa para que
ções complexas. O estrategista monitora o processo de possam crescer.
implementação, por meio de sistemas de planejamento,
orçamento e controle. Modelo de Porter de análise competitiva
A preocupação de Porter foi de analisar o ambiente.
Para ele a estratégia de negócios deve ser baseada na
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Escola do Design
estrutura do mercado no qual as organizações operam.
Formulação da estratégia como um processo de con- Porter aplicou a abordagem da escola do design no
cepção, focado em objetivos definidos. É a abordagem ambiente organizacional através de procedimentos neo-
mais influente da estratégia organizacional. É chamada clássicos. Identificou cinco forças no ambiente que in-
de abordagem de adequação, pois busca harmonizar fluenciam a concorrência:
aspectos internos e externos do ambiente. As premissas I. ameaça de novos entrantes;
básicas da escola do design são: II. poder de barganha dos fornecedores;
- mapeamento ambiental: análise externa que permite III. poder de barganha dos clientes da organização;
verificar as oportunidades a serem exploradas e as IV. ameaça de produtos substitutos;
ameaças a serem neutralizadas; V. intensidade da rivalidade entre concorrentes.

6
Todos os fatores convergem para o quinto, como demonstra a figura abaixo:

Fonte: Wikipedia

Apesar de as escolas do modelo prescritivo terem sido muito difundidas e representarem a visão mais clássica e
influente do processo de formação da estratégia, foram criticadas por separarem formulação de implementação da
estratégia e, assim, estabelecerem pouca interação com o ambiente externo e promoverem mais “controle estratégico”
do que “planejamento estratégico”. Daí, se originou outra crítica: dos modelos prescritivos serem inflexíveis durante
o processo de implementação, pressuporem estabilidade ambiental num mundo complexo, apresentarem um foco
estreito da gestão empresarial orientado para o econômico em detrimento do social e político ou econômico não
quantificável. (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).
Em 1995, impulsionados por evidências empíricas que explicavam o sucesso de empresas como uma “consequência
de elas estarem vendendo aquilo que seus clientes desejam [...] e que o concorrente não consegue oferecer” (PISCOPO;
OLIVEIRA JR., 2004), e, portanto, estando além das explicações porterianas, Treacy e Wieserma (1995) oferecem abor-
dagem alternativa, por meio das disciplinas de valor: excelência operacional, liderança em produtos e intimidade com
o cliente.
Por sua vez, os recursos intangíveis incluem exemplos como a reputação da empresa, as habilidades administrativas
relacionadas com processos de decisão, habilidades tecnológicas não documentadas, habilidades de coordenação e
gerenciamento, cultura organizacional, reputação da empresa e de seus produtos, conhecimento intrínseco de seus
recursos humanos e relacionamentos com fornecedores e clientes, entre outros. (WILK, 2000).
Para Miller e Shamsie (1996), diferentes tipos de recursos explicam a performance da empresa em ambientes di-
ferentes. Mas, sozinhos, provavelmente, os recursos não produzem uma vantagem competitiva sustentável em am-
bientes dinâmicos. Portanto, os recursos podem ser adequadamente gerenciados para produzir valor. Integração e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

posicionamento efetivo de recursos aumentam a dificuldade de competidores imitarem ou desenvolverem substitutos


efetivos para aquele conjunto específico de recursos.
Confirmando as limitações do modelo prescritivo porteriano à formulação de estratégias em economias interconec-
tadas, Hax e Wilde (1999) apresentam o Modelo Delta, que enfatiza a amarração (bonding) entre os principais stakehol-
ders externos (consumidores, fornecedores, concorrentes, substitutos e complementadores). Segundo esse modelo, o
posicionamento competitivo pode ser representado pela figura de um triângulo, cujos vértices são: melhor produto,
soluções totais para o cliente e lockin no sistema, ou seja, dependendo da opção estratégica da empresa, a competição
dar-se-á na economia do sistema, na economia do cliente ou na economia do produto.
Em síntese, o modelo prescritivo do pensamento de estratégia clássico, por ter separado a formulação da imple-
mentação da estratégia, foi interpretado como um risco para a organização. Há uma linha muito estreita entre intuição
inconsciente e análise formal do estrategista que o distancia do ambiente real, bem como transforma o processo de

7
formulação de estratégia numa sequência arbitrária de O papel da liderança nesta escola é gerenciar o pro-
atividades de coleta e manuseio de informações exter- cesso de aprendizado estratégico pelo qual as estraté-
nas, relegando a um segundo plano a estrutura interna gias emergem naturalmente.
da organização, tratada mais como uma análise das ca-
pacidades. - Escola do Poder
Nesse sentido, o Modelo Delta ultrapassa a dimen- Formação da estratégia como um processo de nego-
são estática da estratégia separada da execução e, por ciação por meio do exercício da influência para negociar
meio da descrição dos processos adaptativos efetividade estratégias favoráveis a certos interesses. Seu ponto fra-
operacional, customer targeting (atraindo, satisfazendo co é desconsiderar aspectos como a cultura da empresa
e retendo o consumidor) e inovação (corrente contínua e o exercício da liderança.
de lançamentos de novos produtos e serviços), oferece a
dinamicidade requerida pelo ambiente corrente de com- - Escola Cultural
plexidade e incertezas por expandir o espectro da posi- Formulação da estratégia como um processo coletivo
ção estratégica. baseado nas crenças e interpretações comuns a todos os
membros da organização.
- Modelo Descritivo
Com base nas deficiências percebidas nas diferen- - Escola Ambiental
tes escolas do pensamento de estratégia sob orientação Formulação da estratégia como um processo reati-
prescritiva, os teóricos avançam seus estudos, resgatan- vo ao meio ambiente, que se apresenta para a organização
do escritos clássicos dos anos 1940 e 1950 para promo- como um grupo de forças contras as quais ela precisa rea-
ver um novo modo de pensar a estratégia empresarial. gir. O ambiente é um ator importante, não um mero fator.
O resultado é um conjunto de textos que procuram des-
crever como as estratégias são, de fato, formuladas pelas No entanto, a escola ambiental retoma a razão subje-
organizações, valorizando procedimentos menos for- tiva que se faz presente no mercado, a de que o ambien-
matados racionalmente (processos deliberados) e mais te é um conjunto de forças e, portanto, é o agente central
emergentes (padrão realizado não pretendido). no processo de geração de estratégia.
A premissa central do modelo descritivo é considerar Caso a organização não consiga responder, com efi-
a estratégia como elemento de natureza complexa e im- cácia, às forças ambientais, será eliminada. Esse pensa-
previsível do ambiente organizacional, tanto nos níveis mento tem respaldo nas teorias organizacionais (ecologia
micro quanto macro de análise, que precisa fazer uso da populacional e teoria institucional), que explicam o com-
subjetividade humana para a compreensão do contexto portamento organizacional, por meio de agrupamentos
externo e das capacidades internas para a formulação da em nichos distintos com vistas a evitar a “morte”. Mas, os
estratégia. teóricos organizacionais também observam que o “am-
Os modelos de análise que emergem desse novo biente” seleciona, naturalmente, as espécies que irão ou
pensar voltam-se das forças presentes no ambiente ex- não sobreviver às forças naturais, como uma analogia ao
terno para a sobrevivência organizacional. ambiente, segundo as ciências naturais de Darwin.
A grande contribuição da escola ambiental, no entan-
- Escola Empreendedora to, foi restabelecer o equilíbrio perdido entre a visão glo-
O líder máximo da organização (presidente, CEO, di- bal da formação de estratégia, posicionando o ambiente
retor geral) é incumbido do processo de formulação como uma das três forças centrais no processo, ao lado
estratégica. Este é justamente um dos problemas desta de liderança e organização. Esse status conquistado per-
escola, pois centraliza a estratégia no processo decisó- mite o avanço dos estudos sob uma outra perspectiva, o
rio de um único indivíduo. da integração de todas essas correntes.
A formação da estratégia é vista como um processo Nessa perspectiva a organização é o elemento pas-
visionário a partir da percepção do CEO em um plano sivo que reage com o ambiente, o qual determina as
de longo prazo. O empreendedor não busca apenas con- diretrizes a serem seguidas. O ambiente é tido como
trolar o que já está em andamento, mas busca indagar a agente central para a elaboração da estratégia e a lide-
respeito do que está por vir. rança deve estar preparada para dar respostas estraté-
gicas conforme ocorrerem mudanças no ambiente.
- Escola Cognitiva
A estratégia é formulada como um processo mental - Modelo Integrativo
como forma de enxergar conceitos, mapas, esquemas e
- Escola de Configuração
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

estruturas.
As ideias de Darwin ganham mais força na escola da
- Escola de Aprendizado configuração, que representa o modelo integrativo. Dar-
A formulação da estratégia é tratada como um pro- win defendia a ideia de que, na natureza, há agrupadores
cesso emergente. De acordo com esta escola as organi- e separadores que, com o passar do tempo, configuram
zações aprendem ao longo do tempo a se comportar processos transformacionais. Os agrupadores veem o
diante do ambiente que as circunda. mundo em categorias claras e precisas. Assim, uma pre-
O aprendizado funciona como foco na gestão de missa do modelo integrativo é que as nuances de va-
mudanças, na qual a estratégia é um processo incre- riabilidade são deixadas de lado, em favor do agrupa-
mental de aprendizagem. Em geral é o sistema coletivo mento global; os marginais são ignorados em favor das
que aprende. tendências centrais.

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Consequentemente, a organização gera estratégias a Redes e alianças
partir dela e do contexto que a cerca, os estados suces-
sivos dessa configuração geram períodos de transfor- A organização em rede tem por finalidade buscar
mação, que podem ser descritos e interpretados pelos uma melhor eficiência econômica e produtiva.
ciclos de vida das organizações. O conceito de redes de empresas é muito importante
A estratégia é vista como um processo de transfor- para entendermos o modelo de negócios de empresas
mação que interrompe períodos de estabilidade. Pres- transnacionais, e como se relacionam com seus clientes,
supõe que cada organização passa por momentos de parceiros, fornecedores e concorrentes. Pois não somen-
estabilidade seguidos por estados de configuração e te grandes organizações, como empresas de diversos
de transformação. portes se organizam em redes para buscar uma melhor
A transformação - ou ruptura - é o processo estra- eficiência econômica e produtiva.
tégico que leva a organização de uma configuração a Com a veloz e contínua mudança do ambiente mer-
outra. cadológico, as empresas tiveram que se adaptar a uma
O ciclo de vida das organizações é composto por se- nova forma de organização e administração. Empresas
quências de configuração e transformação. O sucesso da com rigidez hierárquica e em seus sistemas de produ-
administração estratégica dentro desta visão consiste na ção e administração mecanicista ficam certamente em
capacidade da organização de sustentar a estabilidade desvantagem competitiva num ambiente de incertezas
e a adaptabilidade durante o maior tempo possível, re- e instabilidades. Porque não terão a agilidade, a espe-
conhecendo periodicamente a necessidade de ruptura. cialização e o conhecimento necessários para responde-
Dessa forma a estratégia não é estática, mas sim ade- rem a demandas contínuas de seus clientes ou possíveis
quada a cada situação. clientes.
As organizações, durante as suas atividades produti-
vas, sofrem influências, dependendo do tipo de relações A formação das redes organizacionais advém de vá-
que mantêm com seus governantes, cidadãos e socie- rios aspectos, dentre eles:
dade que a cerca. A relação política (CHANLAT, 1996) a) Respostas às mudanças mercadológicas que au-
nos espaços interorganizacionais, portanto, passa a ser mentar a interdependência entre as empresas, pois
essencial na emergência de estratégias empresariais. estas não sobreviveriam isoladas num ambiente al-
Por fim, na visão de Mintzberg, Ahlstand e Lampel tamente mutável e de alta competitividade;
(2000), a orientação do modelo integrativo, em torno b) Complementaridade entre empresas que desem-
das configurações, representa abordagem falha à teo- penham papéis que podem ser integrados numa
rização, por serem fáceis de entender e de ensinar e há produção;
uma diversidade no mundo organizacional que precisa c) Busca de redução de custos operacionais e de in-
ser considerada. As empresas que observam os autores, fraestrutura;
não são estáticas ou revolucionárias; a maior parte delas d) Aumento do poder negocial - quando empresas
trabalha sob a ótica do incrementalismo. De qualquer que utilizam mesmas matérias-primas se unem
forma, o modelo integrativo ofereceu possibilidades de para obterem descontos em função de aquisição
reconciliação de todas as escolas anteriores e contribui em grandes quantidades;
com o pensamento de estratégia ao descrever a esta- e) Busca de ganhos em tecnologia - quando empre-
bilidade relativa da estratégia dentro de determinados sas similares de unem para acelerar o desenvol-
estados, interrompidos por “saltos” para novos estados. vimento tecnológico através de conhecimentos
compartilhados.
Nos estudos existentes sobre o assunto, conclui-se
que não existe uma definição conceitual que possa ser Segundo Villela (2006), organizações em rede pos-
inserida nos manuais de administração e ensinada na suem maiores chances de superar externalidades e me-
academia como algo certo e determinado. O conceito, lhorar sua competitividade, mas cooperar e competir
bem como os modelos de análise, não permitem a sua simultaneamente necessita de mudanças de comporta-
aplicabilidade a todos os tipos de organizações, indis- mento, percepções e de capacitação. Grandes empresas
tintamente, mesmo que se considerem as configurações parecem ser mais capacitadas a formarem redes eficien-
do contexto. tes, em contrapartida empresas menores têm maior difi-
Diante da necessidade das organizações adequarem culdade de compreensão e adaptação às formações de
estruturas e contexto de forma contínua, não se pode redes. Sendo que empresas menores em princípio são
optar por apenas um modelo de análise, prescritivo ou as mais vulneráveis em termos mercadológicos e com-
descritivo, da estratégia. É preciso que a academia avan-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

petitivos e que mais necessitam se agrupar vis a vis à


ce, em termos teóricos, no desenho de um modelo in- concorrência.
tegrativo que contemple a um só tempo a diversidade e Entende-se que a estrutura de redes empresariais é
complexidades ambiental e suas consequentes interco- uma evolução nas estruturas e nas relações entre as orga-
nexões. Essa configuração estratégica precisa represen- nizações, e especialmente em redes hierárquicas (como
tar as organizações que estão em constante movimento no caso da Microsoft), o papel de liderança e estratégico
incremental, devido ao contexto de forte competição e/ é exercido pela empresa que domina os conhecimentos
ou orientação não econômica (por exemplo, organiza- de mercado, produtos e serviços.
ções do terceiro setor) e que oferece elementos de aná- Segundo Fleury (2005), as empresas que dominam
lise àquelas que buscam posições estratégicas, além das suas respectivas redes têm em comum o fato de deterem
tradicionalmente apresentadas pela visão porteriana. os conhecimentos e competências específicas em suas

9
áreas de atuação. Em suas cadeias, essas empresas-líderes são as producer driven (comandadas por produtores) que
lideram por terem um conjunto de competências mais completo e desenvolvido, elas dominam as atividades rela-
cionadas ao marketing e desenvolvimento de produtos, e subcontratam as atividades as atividades operacionais e
desenvolvimento de subsistemas. Essas empresas possuem um maior conhecimento das necessidades e estratégias do
cliente final, o que lhes possibilita melhor desenvolverem suas próprias estratégias. E para permanecerem do controle
da rede, desenvolvem competências relacionadas à inovação e coordenação. A Microsoft domina com competência
sua rede empresarial, desde a produção (com foco inovativo) até entrega ao cliente final, esta feita por seus parceiros
(revendas autorizadas).

Segundo Britto (2002), pode-se citar alguns tipos de estruturas em rede conforme abaixo:
a) Alianças estratégicas - entre organizações para cooperação na produção e tecnologia;
b) Programas de cooperação - visando inovação entre as organizações;
c) Subcontratação e terceirização - que originariam redes verticais;
d) Cooperativas- atuação entre organizações de um mesmo ramo de forma a flexibilizar seus sistemas produtivos;
e) Distritos industriais - diversas organizações próximas geograficamente numa mesma região;
f) Sistemas nacionais ou regionais de inovação - baseados no nível de especialização e interação entre diversas
organizações que visam à inovação em seus ramos de atividade.

Mintzberg e Quin (2001) demonstram cinco tipos de relacionamentos entre empresas em rede conforme a figura
a seguir:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A cooperação entre as empresas é vista como um fator que molda mercados e as alianças estratégicas entre elas
têm sido uma opção para o fortalecimento e a própria sobrevivência de algumas redes de empresas.
Com a necessidade da sofisticação advinda da globalização, as alianças estratégicas e redes de empresa expandiram
suas atuações e relacionamentos entre empresas congêneres, clientes, fornecedores e espacialmente nos canais de
distribuição que constitui uma área de atuação importante para aumentar a capilaridade nas vendas e no atendimento
aos clientes finais (STERN et al, 1996).
Para que uma aliança estratégica seja bem delineada, é importante o gerenciamento de seus contratos com clientes,
distribuidores, revendas, institutos de tecnologia, outros fabricantes etc. É de fundamental importância a boa gestão de
sua rede de contratos. Neste caso o entendimento do conceito de nexo de contratos é importante. Assim, ao invés de
conceberem a empresa como uma unidade decisória ou unidade produtiva cujas fronteiras e principais características
organizacionais são determinadas pela tecnologia em uso, os autores desta abordagem vão defini-la como uma ficção

10
legal que serve como um “nexo” para um conjunto de relações contratuais entre os indivíduos... Em outras palavras a
empresa nada mais é do que uma rede de contratos entre os proprietários dos recursos produtivos (PONDÉ, in KUPFER,
2002, p 289).1

PLANEJAMENTO TÁTICO

Planejamento é a primeira das funções administrativas, e está relacionada com tudo aquilo que a organização pre-
tende fazer, executar, alcançar.
Podemos considerar o planejamento como “o ato de determinar as metas da organização e os meios para alcan-
çá-las”.
Na prática temos três tipos de planejamentos:

Planejamento Tático – relaciona-se a objetivos de médio prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afetam
somente uma parte da empresa.
Tem como eixo central otimizar determinadas áreas de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto, traba-
lha com decomposição dos objetivos e políticas estabelecidas no planejamento estratégico.

O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível gerencial
ou departamental, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução
de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas orientadoras para
o processo decisório organizacional.

Características Principais:
- Processo permanente e contínuo;
- Aproxima o estratégico do operacional;
- Aproxima os aspectos incertos da realidade;
- É executado pelos níveis intermediários da organização;
- Pode ser considerado uma forma de alocação de recursos;
- Tem alcance mais limitado do que o planejamento estratégico, ou seja, é de médio prazo;
- Produz planos mais bem direcionados às atividades organizacionais.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Questões essenciais:
O quê fazer?
Dá para fazer?
Vale a pena fazer?
Quem faz?
Como fazer bem?
Funciona?
Quando fazer?

1 Fonte: www.castelobranco.br – Por Claudio de Oliveira Cabral

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Desenvolvimento de planejamentos táticos

Planejamento Operacional

Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodologias de
desenvolvimento e implantações estabelecidas.
Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e
devem conter com detalhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos
a serem adotados; os produtos ou resultados finais esperados; os prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua
execução e implantação.

Ciclo básico dos três tipos de planejamento


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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#FicaDica
O planejamento estratégico é o ponto de partida da organização e tem como função antecipar o que a
organização deverá fazer e quais objetivos deverão ser atingidos, enquanto quem formaliza as metodo-
logias de desenvolvimento é o planejamento tático e quem executa é o operacional.

Administração por Objetivos

Administração por Objetivos corresponde a um procedimento que permite aplicar as quatro funções do processo
administrativo, quais sejam planejamento, organização, direção e controle.
Esse conceito foi mais difundido através de Peter Drucker, que defendia que os propósitos da organização e os pro-
pósitos dos indivíduos que nela atuam precisam estar alinhados, ou seja, existe uma correlação de objetivos entre eles,
metas da organização com foco em desempenho do profissional proporcionando resultados efetivamente satisfatórios
para ambos.
Esse alinhamento de metas se dá através do aumento na eficácia dos canais de comunicação e da ótica de percep-
ção entre os níveis de gestão, minimizando conflitos e divergências quanto à opinião de cada um, estimulando assim a
pratica de um processo participativo, o que nos permite destacar como principais características o estabelecimento de
objetivos em comum entre níveis de gerenciamento e gerenciados, de objetivos por departamento, objetivos interliga-
dos entre setores, construção de planos operacionais e um processo continuo de avaliação desses planos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

13
As principais vantagens apresentadas são:

No entanto, como em qualquer situação, temos dois lados, portanto, a APO também apresenta algumas desvanta-
gens, como vemos abaixo.

E para finalizar, ressaltamos que ao usarmos da APO, é fundamental que as metas estejam clara e sucintamente
estabelecidas, para que todos as conheçam e as executem, permitindo assim uma melhor definição dos objetivos da
organização, um aumento no estimulo dos profissionais envolvidos e uma probabilidade de se executar um planeja-
mento mais eficaz com avaliações mais pontuais e objetivas.2

BALANCED SCORECARD

O Balanced Scorecard é uma nova ferramenta de medição de desempenho, desenvolvida por David Norton e Robert
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Kaplan, baseado em dados financeiros e não financeiros, que proporciona uma gestão estratégica nos diversos setores
de uma organização, que busque a realização de metas estratégicas de longo prazo.
O uso do Balanced Scorecard no planejamento estratégico atua diretamente na organização. É uma técnica que visa
à integração e balanceamento de todos os principais indicadores de desempenho existentes em uma empresa, desde
os financeiros/administrativos até os relativos aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicado-
res) para funções e níveis relevantes dentro da organização, ou seja, desdobramento dos indicadores corporativos em
setores, com metas claramente definidas.
Assim, esse modelo traduz a missão e a estratégia de uma empresa em objetivos e medidas tangíveis. As medidas
representam o equilíbrio entre os diversos indicadores externos (voltados para acionistas e clientes), e as medidas in-
ternas dos processos críticos de negócios (como a inovação, o aprendizado e o crescimento).
2 Fonte: www.administradores.com.br / www.portal-administracao.com

14
Através da observação dos resultados obtidos em Mapas estratégicos têm a função de equilibrar ideias
outras empresas, Kaplan e Norton concluíram que o Ba- contraditórias, baseando-se em proposições diferencia-
lanced Scorecard deixara de ser um sistema de medição das de valores para os clientes, fornecer as reais estraté-
para se tornar rapidamente um sistema de gestão, com gias do negócio, auxiliando ainda na viabilização de unir
o qual os executivos estavam não somente comunicando forças para superação de problemas e dificuldades refe-
a estratégia, mas também efetuando a sua gerência. O rente as a mudanças do cenário global.
Balanced Scorecard emergiu porque é um sistema capaz O Balanced Scorecard é uma ferramenta de avaliação
de compreender a estratégia empresarial e comunicá-la que está sendo cada vez mais usada para medir desem-
a toda a organização. penho. A estratégia da organização é avaliada segundo
O Balanced Scorecard sinaliza em quais segmentos perspectiva financeira, perspectiva de cliente e medidas
de mercado se deve competir e que clientes conquistar. operacionais (WILLYERD, 1997).
Oferece uma visão do futuro e um caminho para chegar Cabe ressaltar que o Scorecard não deve apenas de-
até ele. Deve ser utilizado pelos executivos que precisam rivar da estratégia organizacional, mas tem que deixar
tomar uma série de decisões: a respeito de suas opera- transparecer essa estratégia aos observadores possibili-
ções, de seus processos de produção, de seus objetivos, tando, também, a visualização dos seus objetivos e medi-
produtos e clientes, ou seja, visando atingir o Planeja- das. Quando atinge esse grau de transparência, o Balan-
mento Estratégico da organização. Os indicadores devem ced Scorecard conseguiu traduzir a visão e a estratégia
traduzir a estratégia da empresa e devem ser utilizadas num conjunto integrado de medidas de desempenho
para auxiliar qualquer um na organização e tentar atingir (KAPLAN e NORTON, 2004).
as prioridades estratégicas. Somente assim as empresas O Balanced Scorecard oferece um método simples
serão capazes de não apenas criar estratégia, mas tam- para articular a estratégia e monitorar o progresso das
bém implementá-las. metas estabelecidas. Possibilita traduzir a estratégia de
Por contemplar medidas não financeiras pode auxiliar longo prazo da organização em termos de específico, ou
as empresas frente às mudanças do meio ambiente onde seja, metas em áreas diferentes da organização (finan-
os ativos intangíveis da organização ganharam maior im- ceiro, cliente, negócio interno, inovação e aprendizado)
portância como fonte de vantagem competitiva no final (GENDRON, 1997).
do século XX. Mapa Estratégico é considerado uma outra ferramen-
O Balanced Scorecard é baseado em quatro perspec- ta, que utiliza as mesmas perspectivas do Balanced Sco-
tivas (financeira, clientes, processos internos e apren- recard. O mesmo tem o intuito de fornecer um modelo
dizado/crescimento), formando um conjunto coeso e para uma representação simples da organização, das
interdependente, com seus objetivos e indicadores se relações de causa e efeito entre os objetivos tanto das
inter-relacionando e formando um fluxo ou diagrama de dimensões aprendizado/crescimento e processos inter-
causa e efeito que se inicia na perspectiva do aprendi- nos (vetores do desempenho), quanto das dimensões
zado e crescimento e termina na perspectiva financeira. mercadológica e econômico-financeira (resultados) da
Apresenta-se como uma medida bastante atual para a estratégia.
gestão estratégica, por permitir integração com as atuais KAPLAN E NORTON (2004) explicam que o mapa es-
pratica de qualidade e mensuração de custos adotados tratégico acrescenta uma segunda camada de detalhes
pelas empresas de excelência de classe mundial que ob- ao Balanced Scorecard, ilustrando a dinâmica temporal
jetivam manter-se no mercado.
da estratégia, e também adiciona um nível de detalhe
que melhora a clareza e o foco, ao mesmo tempo em
Mapas Estratégicos
que o Balanced Scorecard traduz os objetivos do mapa
estratégico em indicadores e metas. Porém, as organiza-
O novo contexto organizacional caracterizado pelo
ções devem lançar um conjunto de programas que cria-
crescente processo de mudanças, flexibilidade, rapidez e
rão valor e condições para que se realizem as metas e os
desenvolvimento de aptidões, exige das empresas e dos
objetivos de todos os indicadores.
funcionários uma serie de competências e habilidades
estratégicas para que permaneçam atuando de forma De acordo com os mesmos autores, existem alguns
satisfatória e competitiva. princípios que norteiam o mapa estratégico, são eles:
A estratégia surge como fator primordial para atuar • A estratégia equilibra forças contraditórias;
sobre essas mudanças proporcionando uma melhor e • A estratégia baseia-se em proposição de valor di-
mais eficiente redefinição dos objetivos das empresas, ferenciada para os clientes;
além de ações favoráveis a serem implementadas, ou • Cria-se valor por meio dos processos internos;
• A estratégia compõe-se de temas complementares
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seja, caracteriza-se como o conjunto dos meios que uma


organização utiliza para alcançar seus objetivos. Tal pro- e simultâneos;
cesso envolve as decisões que definem os produtos e os • Alinhamento estratégico determina o valor dos ati-
serviços para determinados clientes e a posição da em- vos intangíveis.
presa em relação a seus concorrentes e etc.
Dessa forma, a viabilização para traduzir a estratégia O mapa estratégico tanto é viável para o setor pri-
em termos gerenciais, alinhar a organização à estratégia, vado, quanto para o setor público e entidades sem fins
transformar a mesma em tarefa de todos, converter a es- lucrativos.
tratégia em princípio contínuo, e mobilizar a mudança
por meio de lideranças, será alcançada através da adoção
e implementação de um mapa estratégico.

15
Perspectiva Financeira

KAPLAN e NORTON (2004) definem que o Balanced Scorecard é uma técnica que avalia o desempenho sob quatro
perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos estra-
tégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da meta em cada objetivo estratégico.

Perspectiva financeira

Descreve os resultados tangíveis da empresa em ternos financeiros tradicionais. Nessa perspectiva torna-se neces-
sário o balanceamento entre duas forças contraditórias: que são as de longo prazo, que abrange a profundidade; e
as de curto prazo que tem como foco apenas a lucratividade, e este equilíbrio entre estas forças de crescimento e da
produtividade é que irá indicar se está existindo a conexão com a estratégia.

Perspectiva do cliente

Segundo o mesmo autor, a perspectiva do cliente geralmente inclui vários indicadores para o acompanhamento de
resultados de uma estratégia bem formulada e bem implementada, esses são:
• Satisfação do cliente;
• Retenção dos clientes;
• Rentabilidade dos clientes;
• Participação de mercado;
• Participação nas compras dos clientes.

Perspectiva Interna

Os processos internos cumprem dois componentes vitais da estratégia da organização:


• Valor para o cliente;
• Melhoram os processos e reduz os custos para a dimensão produtividade da perspectiva financeira.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Essa perspectiva organiza os vários processos da organização em quatro agrupamentos:


• Processos de gestão operacional – São os processos básicos, realizados todos os dias pelas empresas, através dos
quais elas produzem seus produtos e serviços e entregam a seus clientes.
• Processos de gestão de clientes – São os processos que visão a ampliação e o aprofundamento das relações com
os clientes-alvo.
• Processos de inovação – identificam as oportunidades para novos produtos e serviços, desenhando e desenvol-
vendo com o objetivo de lançar no mercado.
• Processos regulatórios e sociais – São normas e padrões relacionados a o meio-ambiente, a segurança e saúde,
as práticas trabalhistas e aos investimentos na comunidade.

16
Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

A perspectiva de aprendizado e crescimento descreve os ativos intangíveis da organização e seu papel na estratégia.
Esta perspectiva possui objetivos que indicam como conectar de forma coerente os ativos intangíveis que são classifi-
cados em três categorias:
• O capital humano – dispor de habilidades, talento e know-how entre os empregados, tornando-os capazes de
resolver os processos internos críticos.
• O capital da informação – Situa-se no núcleo de estratégias de aprisionamento. Os recursos de informação for-
necem a plataforma utilizada pelos clientes, complementadores e concorrentes. Idealmente, a plataforma de in-
formação deve ser complexa para que os concorrentes não possam imitá-la com facilidade, mas que os clientes e
complementadores considerem de fácil acesso e uso. Fornecer recursos de informação complexos com interface
fácil de usar é um desafio para a tecnologia da informação da empresa.
• O capital organizacional – Toda organização deve manter-se focada em aumentar os custos de mudança de
seus clientes e complementadores atuais e em reduzir os custos de mudanças dos clientes e complementadores
potenciais que hoje são atendidos pelos concorrentes. Tal cultura deve ser difusa entre todos os empregados,
pois afeta os processos de gestão da inovação, os processos de gestão de clientes e de complementadores, os
processos de gestão de operações e os processos regulatórios e sociais.

Em resumo, Balanced Scorecard  “É um modelo de gestão que auxilia as organizações na tradução de sua estratégia
em objetivos operacionais. Isso ajuda a direcionar o comportamento das pessoas na empresa e influencia o comporta-
mento da mesma”. Em seus artigos, Kaplan e Norton apresentam a medição do desempenho organizacional abrangen-
do quatro dimensões críticas - financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento - denominadas
de perspectivas, para a gestão estratégica da organização.

A figura abaixo, apresentada no livro a Estratégia em Ação, ilustra o conceito das perspectivas vinculadas à estra-
tégia.

Figura 1. Relações entre as perspectivas e a estratégia no Balanced Scorecard.

Na nossa visão, podemos analisar essas perspectivas hierarquicamente, partindo do aprendizado e crescimento
até as finanças, ou seja, se investimos nas pessoas, melhoramos nossos processos internos, se melhoramos nossos
processos internos, satisfazemos nossos clientes e então, consequentemente, nós ganhamos dinheiro. Não é simples,
mas entendemos ser o caminho, alertando que “ganhar dinheiro” não precisa ser levado ao pé da letra, pois organi-
zações vão além e, principalmente, devem contribuir com a sociedade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Processo Decisório

Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez mais acirrada entre as organizações, a todo momento necessita-
mos tomar decisões sempre que estamos diante de um problema que apresenta mais de uma alternativa de solução.
Mesmo quando possuímos uma única opção para solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de adotar ou não essa
opção.
O processo de escolher o caminho mais adequado para a empresa, naquela circunstância, também é conhecido
como tomada de decisão.
Os administradores devem ter como objetivo em suas tomadas de decisão:
• minimizar perdas;
• maximizar ganhos; e

17
• alcançar uma situação em que, comparativamente, o gestor julgue que haverá um ganho entre o estado em que
se encontra a organização e o estado em que irá se encontrar depois de implementada a decisão.

Para que se tome a melhor decisão em determinadas situações de problema, cabe à pessoa que vai tomar a decisão
elaborar todas as alternativas possíveis sobre o problema em questão, visando escolher o melhor caminho para otimi-
zar a opção pela qual se decidiu, possibilitando à empresa crescer e desenvolver-se nesse contexto de competitividade
tão agressiva.

O que significa decidir

• “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um conjunto de alternativas.”(Caravantes)


• “Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como uma escolha entre alternativas ou possibilidades com o
objetivo de resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade.” (Sobral).
• “A tomada de decisão ocorre em reação a um problema, isto é, existe uma discrepância entre o estado atual das
coisas e o estado desejável que exige uma consideração sobre cursos de ação alternativos. (...) O conhecimento
sobre a existência de um problema e sobre a necessidade de uma decisão depende da percepção da pessoa.”
(Robbins).
• “(...) Embora tudo aquilo que um administrador faz envolva a tomada de decisões, isso não significa que todas as
decisões sejam complexas e demoradas. Naturalmente, as decisões estratégicas têm mais visibilidade, mas os
administradores tomam muitas pequenas decisões todos os dias. Aliás, quase sempre as decisões gerenciais são
de rotina. No entanto, é o conjunto dessas decisões que permite à organização resolver problemas, aproveitar
oportunidades e, com isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)

Administrar é, em última análise, tomar decisões.


Para atingir os resultados organizacionais de forma eficiente e eficaz, é preciso fazer escolhas.
Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai ser utilizada? Qual tecnologia vai ser empregada? Que fonte
de recursos financeiros vai ser utilizada? A máquina será comprada ou alugada? Estas e inúmeras outras perguntas
precisam ser respondidas durante a gestão de uma organização. Para respondê-las é preciso fazer escolhas, é preciso
decidir!

TÉCNICAS DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

O MASP — Método de Análise e Solução de Problemas é um método gerencial que é utilizado para a criação, ma-
nutenção ou melhoria de padrões. É uma metodologia para se manter e controlar a qualidade, e deve ser de amplo
conhecimento de todos, ou seja, deve ser dominada por todas as partes envolvidas dentro de uma organização.
Esse método apresenta duas grandes vantagens:
• permite a solução de problemas de modo eficaz;
• permite que os indivíduos de uma organização se capacitem de maneira a solucionar os problemas que sejam de
sua responsabilidade.

O MASP é um caminho ordenado, composto de passos e subpassos pré-definidos para a escolha de um problema,
análise de suas causas, determinação e planejamento de um conjunto de ações que consistem uma solução, verificação
do resultado da solução e realimentação do processo para a melhoria do aprendizado e da própria forma de aplicação
em ciclos posteriores.
Partindo também do pressuposto de que em toda solução há um custo associado, a solução que se pretende des-
cobrir é aquela que maximize os resultados, minimizando os custos envolvidos. Há, portanto, um ponto ideal para a
solução, em que se pode obter o maior benefício para o menor esforço, o que pode ser definido como decisão ótima
(BAZERMAN).
A construção do MASP como método destinado a solucionar problemas dentro das organizações passou pela idea-
lização de um conceito, o ciclo PDCA, para incorporar um conjunto de ideias inter-relacionadas que envolve a tomada
de decisões, a formulação e comprovação de hipóteses, a objetivação da análise dos fenômenos, dentre outros, o que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lhe confere um caráter sistêmico.


Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante que não se confunda os dois métodos, pois: O MASP é um
método eficaz, ele procura resolver problemas de forma rápida e objetiva e com menor custo a empresa, ou seja, é um
método que tem como característica a racionalidade utilizando lógica e dados.

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O MASP é formado por oito etapas:

1. Identificação do problema

A identificação do problema é a primeira etapa do processo de melhoria em que o MASP é empregado. Se feita de forma
clara e criteriosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar o tempo necessário à obtenção do resultado.
A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: (a) selecionar um tópico dentre uma série de possibi-
lidades, concentrando o esforço para a obtenção do maior resultado possível; e (b) aplicar critérios para que a escolha
recaia sobre um problema que mereça ser resolvido.
O que é um problema?
Não é fácil explicar precisamente o que é um problema, mas, de maneira geral, podemos dizer que é uma questão
que nos propomos resolver. Perceba que solucionar um problema não significa, necessariamente, ter-se um método
para solucioná-lo.
Exemplo:
– Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar certos objetivos e não sabe que ações deve tomar para conseguir
solucioná-los.
Então, ao resolver um problema identificamos os seguintes componentes:
• um objetivo a ser alcançado;
• um conjunto de ações pré-pensadas para resolvê-lo; e
• a situação inicial do problema.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outro exemplo:
Imaginemos uma produção de parafusos. Considera-se normal a existência de 10 defeitos por milhão de parafusos
fabricados. Admite-se a ocorrência de um problema apenas quando for constatado um número de defeitos que ultra-
passe a razão de mais de 10 parafusos defeituosos por milhão produzido.
Nesse sentido, um problema é sempre um resultado indesejável (Falconi), mas geralmente a solução implica o re-
torno a um desempenho anterior aceitável.
Na abordagem do autor Maximiano, “um problema é uma situação que exige uma decisão ou solução, e para tanto
oferece um conjunto de possibilidades, entre as quais é necessário escolher uma ou mais”. Na abordagem desse autor, os
problemas podem ser caracterizados por: (a) diferença entre situação real e ideal; (b) situação adversa; (c) missões e obje-
tivos; (d) situação que oferece escolhas; (e) obstáculos ao tentar atingir metas; e (f) desvios do comportamento esperado.

19
Passos da Etapa 1 – • Teste de consistência da causa fundamental
Identificação do problema • Foi descoberta a causa fundamental?
• Identificação dos problemas mais comuns
• Levantamento do histórico dos problemas 4. Plano de Ação
• Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis Uma vez que as verdadeiras causas do problema fo-
• Escolha do problema ram identificadas, ou pelo menos as causas mais relevan-
• Formar a equipe e definir responsabilidades tes entre várias, as formas de eliminá-las devem então
• Definir o problema e a meta ser encontradas Para Hosotani esta etapa consiste em
definir estratégias para eliminar as verdadeiras causas do
2. Observação problema identificadas pela análise e então transformar
essas estratégias em ação. Conforme a complexidade do
A observação do problema é a segunda etapa do processo em que o problema se apresenta, é possível
MASP e consiste averiguar as condições em que o pro- que possa existir um conjunto de possíveis soluções. As
blema ocorre e suas características específicas do proble- ações que eliminam as causas devem, portanto, ser prio-
ma sob uma ampla gama de pontos de vista. rizadas, pois somente elas podem evitar que o problema
O ponto preponderante da etapa de Observação é se repita novamente.
coletar informações que podem ser úteis para direcionar Passos da Etapa 4:
um processo de análise que será feito na etapa posterior. Plano de ação
Kume compara esta etapa com uma investigação crimi- • Definir estratégia de ação.
nal observando que “os detetives comparecem ao local • Elaborar plano de ação.
do crime e investigam cuidadosamente o local procuran-
do evidências” o que se assemelha a um pesquisador ou Essa fase consiste no estabelecimento de metas a
equipe que buscam a solução para um problema. atingir, isto é, elas devem ser alcançadas com o método
MASP. Na maioria dos MASPs de manutenção, o objetivo
3. Análise é, de maneira geral, o retorno às condições ideais ante-
riores à ocorrência do problema.
A etapa de análise é aquela em que serão determi-
nadas as principais causas do problema. Se não identi- 5. Ação
ficamos claramente as causas provavelmente serão per- Na sequência da elaboração do plano de ação, está
didos tempo e dinheiro em várias tentativas infrutíferas o desenvolvimento das tarefas e atividades previstas no
de solução. Por isso ela é a etapa mais importante do plano. Esta etapa do MASP consiste em nomear os res-
processo de solução de problemas. Para Kume a análise ponsáveis pela sua execução, iniciando-se por meio da
se compõe de duas grandes partes que é a identificação comunicação do plano com as pessoas envolvidas, pas-
de hipóteses e o teste dessas hipóteses para confirmação sando pela execução propriamente dita, e terminando
das causas. A identificação das causas deve ser feita de com o acompanhamento dessas ações para verificar se
maneira “científica” o que consiste da utilização de fer- sua execução foi feita de forma correta e conforme pla-
ramentas da qualidade, informações, fatos e dados que nejado.
deem ao processo um caráter objetivo. Passos da Etapa 5 –
Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas Ação
que estão ocorrendo, que estão sendo causadas pelo • Divulgação e alinhamento
problema em questão, assim como os potenciais ganhos • Execução das ações
que o MASP pode trazer. O item “quanto” da fase ante- • Acompanhamento das ações
rior pode subsidiar a presente. Falconi afirma que nesta
fase se deve responder, basicamente, a duas coisas: o 6. Verificação
que se está perdendo e o que é possível ganhar.
Lembramos que quando nos referirmos a perdas de Essa etapa do MASP representa a fase de check do
natureza qualitativa temos grande dificuldade para me- ciclo PDCA e consiste na coleta de dados sobre as causas,
dir seu custo para a organização ou até mesmo podemos sobre o efeito final (problema) e outros aspectos para
dizer que isso seja impossível. analisar as variações positivas e negativas possibilitando
Quais podem ser os custos do aumento do número concluir pela efetividade ou não das ações de melhoria
de ocorrências de reclamações dos clientes? Quais serão (contramedidas). É nesta etapa que se verifica se as ex-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os custos para a imagem da organização, provocados pectativas foram satisfeitas, possibilitando aumento da
pela perda de credibilidade em decorrência de algum autoestima, crescimento pessoal e a descoberta do pra-
defeito existente em um determinado produto? zer e excitação que a solução de problemas pode pro-
Passos da Etapa 3 – porcionar às pessoas (HOSOTANI).
Análise Parker observa que “nenhum problema pode ser con-
• Levantamento das variáveis que influenciam no siderado resolvido até que as ações estejam completa-
problema mente implantadas, ela esteja sob controle e apresente
• Escolha das causas mais prováveis (hipóteses) uma melhoria em performance”. Assim, o monitoramento
• Coleta de dados nos processos e medição da efetividade da solução implantada são es-
• Análise das causas mais prováveis; confirmação senciais por um período de tempo para que haja confian-
das hipóteses ça na solução adotada.

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Hosotani também enfatiza este ponto ao afirmar que os resultados devem ser medidos em termos numéricos, com-
parados com os valores definidos e analisados usando ferramentas da qualidade para ver se as melhorias prescritas foram
ou não atingidas.
Passos da Etapa 6 –
Verificação
• Comparar resultados obtidos com os previstos.
• Listar efeitos colaterais não previstos.
• Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia do plano de ação)

7. Padronização

Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos ob-
jetivos ela podem ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo com Kume existem dois objetivos para
a padronização. Primeiro, afirma o autor, sem padrões o problema irá gradativamente retornar à condição anterior, o
que levaria à reincidência. Segundo, o problema provavelmente acontecerá novamente quando novas pessoas (em-
pregados, transferidos ou temporários) se envolverem com o trabalho. A preocupação neste momento é, portanto, a
reincidência do problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da ação humana. A padronização não se faz apenas
por meio de documentos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma dos pensamentos e hábitos dos
trabalhadores” (KUME), o que inclui a educação e o treinamento.
Passos da Etapa 7 –
Padronização
• Elaboração ou alteração de documentos
• Registro e comunicação
• Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Procedimento Padrão Operacional — PPO.
• Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
• Treinar pessoal (no PPO revisado).
• Comunicação clara e adequada dos motivos do treinamento.
• Auditar cumprimento do padrão

8. Conclusão

A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução de problemas. Os objetivos da conclusão são basica-
mente rever todo o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros. Parker reconhece a importância
de fazer um balanço do aprendizado, aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades de melhoria.
Passos da Etapa 8 –
Conclusão
• Identificação dos problemas remanescentes
• Planejamento das ações antirreincidência
• Balanço do aprendizado
• Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.

Apesar de muitos outros métodos terem surgido com o passar do tempo, o MASP mantem-se atual em seu uso,
atendendo às organizações regularmente, independente de seu porte.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

21
1.2 FATORES QUE AFETAM A DECISÃO

Uma decisão sofre influência de diversos fatores, que vão desde objetivos, custos, fatores internos e externos, tem-
po disponível para decidir, quantidade de informações disponíveis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabi-
lidade do tomador de decisão, estrutura de poder da organização, entre outros.
De acordo com Chiavenato, a decisão pode ser tomada tendo como base três bases condicionais, que são:

Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fatores que afetam a tomada de decisão. Sabemos quais
são os riscos e probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre custos, sabemos quais são os fatores
potencializadores e restritores, temos estudos de viabilidade das alternativas etc.
Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes
decisões, de acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir.
Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca ou nenhuma informação a respeito da probabilidade
de ocorrência de cada evento futuro.

TIPOS DE DECISÕES
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades.
As decisões são escolhas necessárias para a resolução de problemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam
elas relativas a aspectos operacionais, como comprar ou alugar uma máquina, ou estratégicos, como entrar ou não no
mercado internacional.
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões tomadas nas organizações afetam todo o seu contexto, po-
dendo influenciar estratégias organizacionais, políticas ou até mesmo uma determinada parcela da sociedade onde
elas estejam inseridas.
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se apoiando em diversos fatores para que a tomada de decisão
seja o mais assertiva possível e o tomador de decisão possa estar mais seguro diante de possíveis e prováveis proble-
mas que possam surgir.

22
De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no Como exemplo, podemos citar os gerentes, principal-
momento da tomada de decisão, poderão se defrontar mente nos níveis mais altos da organização, que mui-
com dois tipos de situação que, de acordo com sua na- tas vezes necessitam tomar decisões não programadas
tureza, terão e abordagem diferente para se alcançar as durante o curso de definição de metas e estratégias de
soluções adequadas. uma empresa e em suas atividades diárias. Em muitas
O processo de tomar decisões, ou processo decisó- ocasiões eles utilizam sua própria experiência na solução
rio, se compõe de uma sequência de etapas, que vão da desse tipo de problema, procurando princípios e solu-
identificação da questão a ser resolvida até a ação, quan- ções que possam ser aplicados à situação, mas sempre
do uma alternativa de solução é colocada em prática. levando em consideração que as metodologias de solu-
ção de problemas passados podem não ser aplicáveis no
As decisões nas organizações se dividem em duas caso em questão.
categorias principais: as programadas e as não pro- Pelo fato de as decisões não programadas serem
gramadas. tão importantes para as empresas e tão comuns para a
gerência, a eficiência de um gerente muitas vezes será
Podemos considerar DECISÕES PROGRAMADAS julgada de acordo com a qualidade de sua tomada de
aquelas que tomamos quando percebemos os proble- decisão.
mas como bem compreendidos, altamente estruturados,
rotineiros, repetitivos e para cuja solução podemos utili- Também há tipos de decisão quanto ao nível orga-
zar procedimentos e regras sistemáticos. Essas decisões nizacional em que ela é tomada.
são sempre semelhantes.
Assim, decisões estratégicas são aquelas mais amplas,
As decisões programadas ou estruturadas compõem
referentes à organização como um todo e sua relação
o acervo, o estoque de soluções armazenadas pela orga-
com o ambiente. São tomadas nos níveis mais altos da
nização, com base nas experiências anteriores por que
passou. hierarquia e possuem consequências de longo prazo.
São utilizadas, portanto, para resolver problemas que As decisões táticas ou administrativas são tomadas
já foram enfrentados antes e que possuem um compor- nos níveis das unidades organizacionais ou departamen-
tamento semelhante. tos.
Para estes tipos de problemas, não há necessidade Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas toma-
de criação de alternativas de solução e escolha da mais das no dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos coti-
adequada. Basta seguir as ações que já foram exercidas dianos da realidade organizacional.
com sucesso nas ocasiões anteriores. Por este motivo,
são mais comuns no nível operacional, na base da pirâ- Vimos, nos elementos da decisão, a definição de to-
mide hierárquica. mador da decisão. Maximiano nos ensina uma outra ti-
Como exemplo, podemos citar uma situação de in- pologia, quanto a quem é o tomador de decisões:
cêndio, onde já há um roteiro de etapas a serem segui- Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem
das, já se sabe qual caminho os ocupantes de cada andar discussões, acordos e debates. O tomador de decisão
do prédio devem seguir, pois todo o estudo da melhor deve ser um gerente ou alguém com responsabilidade
rota de fuga já foi feito com antecedência. Esses são e autoridade para tal. É uma forma rápida de tomada de
exemplos de decisões programadas, pois são repetitivas decisão e não deve ser questionada. Muitas vezes, são
e rotineiras. decisões de cunho estritamente técnico.
Por este motivo, são mais comuns no nível operacio- Decisões compartilhadas: São aquelas decisões toma-
nal, na base da pirâmide hierárquica. das de forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm
As decisões não programadas ou não estruturadas características marcantes, tais como o debate, participa-
são necessárias em situações em que as decisões pro- ção e busca de consenso.Podem ser consultivas, quan-
gramadas não conseguem resolver. do a decisão é tomada após a consulta,ou participativa,
Quando nos referimos a DECISÕES NÃO PROGRA- quando a decisão é tomada de forma conjunta.
MADAS nos referimos àquelas que resultam de proble- Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe ou
mas que não são bem compreendidos, são “pobres” de pessoa que recebeu poderes para isso. As decisões de-
estruturação, tendem a ser singulares e não se prestam legadas não precisam ser aprovadas ou revistas pela ad-
aos procedimentos sistêmicos ou rotineiros. ministração. A pessoa ou grupo assume plena respon-
São situações inesperadas, que a organização está sabilidade pelas decisões, tendo para isso a informação,
enfrentando pela primeira vez e que admitem diferentes a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes
formas de resolução, cada uma com suas vantagens e para decidir da melhor maneira possível”.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

desvantagens.
Estas situações exigem uma análise mais profunda, Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos
um diagnóstico para o perfeito entendimento do proble- da decisão o item de: Certeza, risco e incerteza - Pode-
ma até a tomada de decisão que vai levar à ação. Por este mos chamar de incerteza aquela situação que, muitas ve-
motivo são mais comuns no nível institucional ou estra- zes, se configura por existirem informações insuficientes
tégico da organização, no topo da pirâmide hierárquica. e dúbias para os tomadores de decisão. Isso certamente
inviabiliza a clareza das alternativas e traz consigo riscos
Os problemas que exigem esse tipo de decisões se- inerentes, fazendo com que a decisão tomada se torne
rão solucionados a partir da habilidade dos gerentes em mais difícil de ser operacionalizada.
tomar decisões, já que não existem soluções rotineiras.

23
Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de ser necessário identificar claramente qual é o problema e de se
ter em mãos informações de qualidade, o gestor precisa possuir também um conhecimento aprofundado do mercado
em que atua, conhecendo seus concorrentes e a capacidade organizacional deles. É assim que são geridas empresas
bem estruturadas e administradas. Esse grupo é composto especialmente pelas organizações de grande porte.
É importante que o gestor decida com rapidez e que reduza a incerteza. Agindo assim poderá planejar de maneira
estratégica possíveis ações futuras que poderão dar à sua empresa vantagem competitiva em relação às concorrentes.

Uma decisão, segundo Gomes e Almeida (2002), pode ser tomada nas seguintes condições:
- decisão em condições de certeza – ocorre quando há total conhecimento de todos os estados da natureza do
processo decisório.

Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação que está ocorrendo no instante em que se está tomando a decisão.
- decisão em condições de risco – ocorre quando não são conhecidas as probabilidades associadas a cada um dos
estados da natureza do processo decisório.

A situação é pouco conhecida. Para a tomada de decisão em condições de risco, a certeza irá variar entre 0% e 100%.
Sob condições de risco, o gestor utiliza a experiência pessoal, sua intuição ou informações secundárias para mensurar
as chances de acerto de alternativas ou resultados.

- decisão em condições de incerteza ou em condições de ignorância – ocorre quando não se obtiveram informa-
ções e dados sobre as circunstâncias do processo decisório ou em relação à parcela dessa situação. Para decidir
numa situação dessas deve-se recorrer à intuição e à criatividade.
- decisão em condições de competição ou em condições de conflito – ocorre quando a estratégia e a situação
em si do processo de tomada de decisão são determinadas pela ação de competidores. Quando ocorre de um
gestor, ao tomar uma decisão, prever que não haverá nenhum resultado não previsto, classificamos essa decisão
como uma decisão programada.3

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (PGE/MT 2016 - FCC) O quadro a seguir apresenta as fases elementares para elaboração e implementação do pla-
nejamento estratégico: 

A correta correlação entre as colunas A e B está descrita em 

a) 1-Z; 2-X; 3-W; 4-Y.


b) 1-Z; 2-W; 3-X; 4-Y. 
c) 1-Y; 2-X; 3-W; 4-Z. 
d) 1-W; 2-Z; 3-Y; 4-X. 
e) 1-Y; 2-W; 3-X; 4-Z. 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Resposta: Letra E. Metodologia para a elaboração do planejamento estratégico proposta por Djalma de Oliveira:
Vale lembrar que a banca tem uma tendência a explorar a linha de pensamento desse autor.
Fase I - diagnóstico estratégico: a) Identificação da Visão; b) Identificação dos valores; c) Análise externa; d) Análise
interna; e) Análise dos concorrentes.
Fase II - Missão da empresa: a) Estabelecimento da missão da empresa; b) Estabelecimento dos propósitos atuais e
potenciais; c) Estruturação e debate de cenários; d) Estabelecimento da postura estratégica; e) Estabelecimento das
macroestratégias e macropolíticas.

3 Fonte e textos adaptados de: www periodicos.uniformg.edu.b/ www.blogdaqualidade.com.br /Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira/Denise
Grzybovski/Ricardo de Souza Sette/Jaime Crozatti/Carlos Xavier/ Maria Ester Domingues de Oliveira/ Antônio Francisco Ribeiro Neto/Flávio
Sposto Pompêo

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Fase III - instrumentos prescritivos e quantitativos: a) e) Os comportamentos detectados pelos indicadores são
Estabelecimento de objetivos, desafios e metas; b) Es- determinantes para a política a ser adotada pela ad-
tabelecimento de estratégias e políticas; c) Estabeleci- ministração.
mento de projetos programas e planos de ação.
Fase IV - Controle e avaliação: Em sentido amplo, esta Resposta: Letra B. Balanced Scorecard  “É um modelo
etapa envolve processos de: Estabelecimento de pa- de gestão que auxilia as organizações na tradução de
drões de medida e de avaliação; Medida dos desem- sua estratégia em objetivos operacionais. Isso ajuda a
penhos apresentados; Comparação do realizado com direcionar o comportamento das pessoas na empresa
o planejado; Avaliação dos profissionais envolvidos no e influencia o comportamento da mesma”. Em seus ar-
processo; Comparação do desempenho real com os ob- tigos, Kaplan e Norton apresentam a medição do de-
jetivos, desafios, metas, projetos e planos de ação esta- sempenho organizacional abrangendo quatro dimen-
belecidos; Análise dos desvios observados em relação sões críticas - financeira, clientes, processos internos e
ao planejado; Tomada de ações corretivas; e Feedback aprendizagem e crescimento - denominadas de pers-
de informações para uso em futuros processos de pla- pectivas, para a gestão estratégica da organização.
nejamento.
4. (TRT/11ª Região/AM e RR – 2017 - FCC) A tomada
2. (TRT/21ª Região/ RN – 2017 - FCC) Os conceitos de de decisão é uma das atividades mais típicas do admi-
missão e visão de uma organização, comumente utiliza- nistrador. Existem diferentes tipos de decisão, sendo que
dos na etapa de diagnóstico institucional em diferentes algumas delas se realizam por meio de um conjunto de
metodologias de planejamento estratégico e de gestão, normas preestabelecidas, com base em um acervo de so-
correspondem, respectivamente,  luções da organização. Tais decisões são as denominadas 

a) ao cenário externo, consistente em ameaças e opor- a) Programadas. 


tunidades; b) Padronizadas. 
ao cenário interno, consistente nas forças e fraquezas c) Recorrentes. 
da organização.  d) Impróprias. 
b) à percepção interna, dos integrantes da organização, e) Consultivas. 
sobre seus principais atributos;
à percepção externa, dos clientes e da sociedade, sobre Resposta: Letra A. A teoria da decisão nasceu de Her-
as características da organização.   bert Simon, que a utilizou para explicar o comporta-
c) às metas de curto prazo estabelecidas para a organi- mento humano na organização. Ele distingue dois tipos:
zação; Decisão programadas: aquelas repetitivas, comuns na
às metas e objetivos de longo prazo, ligados à pereni- rotina e que são tomadas de forma automática, por
dade da organização.   exemplo, tudo aquilo que se torna hábito, que segue
d) aos objetivos estratégicos da organização, representa- um manual de padrão, entre outros.
dos por indicadores; Decisão não programadas: são decisões que de fato
às metas representativas dos resultados pretendidos dependem do decisor, não é alto rotineira, automático,
pela organização.  ou seja, são aquelas decisões que exigem uma análise
e) à razão de existir da organização, contemplando sua mais completa, como por exemplo, alterar uma linha
essência e seus propósitos; de produção, fazer mudanças quanto à estrutura da
ao futuro almejado pela organização, contemplando a organização, ou quanto ao quadro de funcionários, en-
forma como pretende ser reconhecida.  fim, são decisões que fogem de um conceito rotineiro,
mecanizado.
Resposta: Letra E. Missão: é a razão de existir da or-
ganização, bem como seu posicionamento estratégico.
Visão: é a visão de futuro, como a organização deverá ATENDIMENTO AO PÚBLICO: COMUNICAÇÃO,
estar no futuro.
POSTURA PROFISSIONAL E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS.
3. (TCE/PR – 2016 -CESPE) Assinale a opção correta
acerca do método de administração BSC (balanced sco-
recard).
A qualidade do atendimento ao público apresenta-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) O BSC deve ser usado para criar organizações focadas -se como um desafio institucional e deve ter como meta
no controle sobre os ambientes interno e externo. aprimorar e uniformizar o serviço oferecido tanto ao pú-
b) A ênfase excessiva do BSC em indicadores de desem- blico externo como ao público interno.
Vale ressaltar que o agente responsável por realizar
penho prejudica o espírito de equipe e a motivação.
o atendimento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, mas
c) O objetivo do BSC é fazer que as operações de uma
pela instituição, ou seja, ele representa a organização
organização estejam em consonância com a visão es-
naquele momento, é a imagem da organização que se
tratégica.
apresenta na figura desse agente.
d) Os indicadores utilizados pelo BSC devem restringir-
Quando falamos em atendimento de qualidade, pen-
-se às medidas financeiras  e contábeis geradas pela
samos em excelência na forma com que nossos clientes
empresa.
(internos ou externos) são tratados. Lidar com pessoas,

25
como ocorre em um atendimento, exige uma postura 1. Postura de atendimento
comportamental comprometida com o outro, com suas
necessidades, seus anseios, mas também com a organi- Aqui, falamos em fatores pessoais que influenciam o
zação, suas regras, ou seja, exige responsabilidade, co- atendimento: apresentação pessoal, cortesia (persona-
nhecimento de funções, uso adequado de ferramentas lizar o atendimento), atenção, tolerância (grau de acei-
para se enquadrar ao sistema de funcionamento da or- tação de diferente modo de pensar), discrição, conduta,
ganização, agilidade, cordialidade, eficiência e, principal- objetividade.
mente, empatia para realizar um atendimento de exce- A postura pode ser entendida como a junção de to-
lência junto ao público. dos esses aspectos relacionados com a nossa expressão
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, corporal na sua totalidade e nossa condição emocional.
ao ato de prestar atenção às pessoas com as quais man- Podemos destacar 3 pontos necessários para falar-
temos contato. mos de postura. São eles:
A qualidade do atendimento prestado depende da
capacidade de se comunicar com o público e da mensa- ▪ Ter uma postura de abertura: caracteriza-se por
gem transmitida. um posicionamento de humildade, mostrando-se
sempre disponível para atender e interagir pron-
O edital cita características que são imprescindíveis tamente com o cliente. Esta postura de abertura
quando se almeja alcançar um nível de excelência em do atendente suscita alguns sentimentos positivos
qualidade no atendimento. Vejamos: nos clientes, como por exemplo:
▪ Atenção: o cliente precisa ser o foco de suas ações. ▪ Postura do atendente de manter os ombros aber-
É necessário fazer com que ele se sinta realmente tos e o peito aberto, passa ao cliente um sentimen-
o elemento de maior importância nessa relação, to de receptividade e acolhimento;
e isso será possível quando o atende dispender a ▪ A cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclina-
atenção necessária nesse contato, criando empa- do transmitem ao cliente a humildade do atendente;
tia para identificar de fato qual a melhor forma de ▪ O olhar nos olhos e o aperto de mão firme tradu-
atender esse cliente. zem respeito e segurança;
▪ Cortesia: ser cortês significa usar de gentileza, edu- ▪ A fisionomia amistosa alenta um sentimento de
cação, lidar as pessoas com amabilidade, generosi- afetividade e calorosidade.
dade e delicadeza no trato. ▪ Ter sintonia entre fala e expressão corporal: ca-
▪ Interesse: como dissemos acima, desenvolver em- racteriza-se pela existência de uma unidade entre
patia, ou seja, quando se coloca no lugar da pessoa o que dizemos e o que expressamos no nosso
e demonstra interesse naquilo que é importante corpo. Quando fazemos isso, nos sentimos mais
para ela, consequentemente, realiza-se um traba- harmônicos e confortáveis. Não precisamos fingir,
lho melhor. mentir ou encobrir os nossos sentimentos e eles
▪ Presteza: está relacionado com a boa vontade e fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
pré-disposição em servir. livres do stress, das doenças, dos medos.
▪ Eficiência: eficiência é a capacidade de “fazer as ▪ As expressões faciais: podemos extrair dois aspec-
coisas direito”, um administrador é considerado tos: o expressivo, ligado aos estados emocionais
eficiente quando minimiza o custo dos recursos que elas traduzem e a identificação desses estados
usados para atingir determinado fim.
pelas pessoas; e a sua função social, que diz em
▪ Tolerância: representa a capacidade de uma pes-
que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
soa ou grupo de aceitar, em outra pessoa ou grupo
sobre o observador e quem a expressa.
uma atitude diferente das que são a norma de seu
Podemos concluir, entendendo que qualquer com-
grupo.
portamento inclui posturas e é sempre fruto da interação
▪ Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discer-
complexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
nimento e sensatez quando fornece uma informa-
Observando essas condições principais que causam a
ção ao cliente. É necessário manter-se reservado
sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará trans- vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, po-
mitindo confiabilidade e seriedade no trabalho de- demos separar a estrutura de uma empresa de serviços
senvolvido. em dois itens:
▪ Conduta: espera-se que o atendente conheça e res-
peite as normas internas, afinal, ele é um canal de 2. Os serviços
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

transmissão da imagem da organização e, como tal,


deve manter postura profissional, agir dentro da cul- O serviço assume uma dimensão macro nas organi-
tura da empresa/ instituição e conforme os interesses zações e, como tal, está diretamente relacionado ao pró-
institucionais, mas, ainda sim, atingindo o resultado prio negócio.
desejado de atender com excelência o cliente, resol- Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas
vendo sua necessidade ou atendendo seu desejo. de serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, tam-
▪ Objetividade, clareza e concisão: ser direto, obje- bém são tratados os aspectos gerais da organização que
tivo e claro em suas respostas para o cliente e se dão peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores
ater ao foco do que está sendo perguntado, forne- (pintura), os jardins. Este item, portanto, depende mais
cendo informações precisas e sucintas com aten- diretamente da empresa e está mais relacionado com as
ção e clareza. condições sistêmicas.

26
3. Pontos e políticas do atendimento ▪ 14% fogem por não terem suas reclamações aten-
didas;
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais rela- ▪ 9% fogem pelo preço;
cionado com o funcionário em si, com as suas atitudes e ▪ 9% fogem por competição, mudança de endereço,
o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está ligado morte.
às condições individuais. A origem dos problemas está nos sistemas implan-
É necessário unir esses dois pontos e estabelecer nas tados nas organizações, muitas vezes obsoletos. Esses
políticas das empresas o treinamento e a definição de sistemas não definem uma política clara de serviços, não
um padrão de atendimento e de um perfil básico para definem o que é o próprio serviço e qual é o seu produto.
o profissional de atendimento, como forma de avançar Sem isso, existe muita dificuldade em satisfazer plena-
no próprio negócio. Dessa maneira, esses dois itens se mente o cliente.
tornam complementares e inter-relacionados, com de- Essas empresas que perdem 68% dos seus clientes
pendência recíproca para terem peso. não contratam profissionais com características básicas
para atender o público, não treinam esses profissionais
4. O profissional do atendimento na postura adequada, não criam um padrão de atendi-
mento e este passa a ser realizado de acordo com as ca-
Para conhecermos melhor a postura de atendimen- racterísticas individuais e o bom senso de cada um.
to, faz-se necessário falar do verdadeiro profissional do A falta de noção clara da causa primária da perda de
atendimento. clientes faz com que as empresas demitem os funcionários
Os três passos do verdadeiro profissional de atendi- “porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até
mento: que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa e
que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais
4.1 Entender o seu verdadeiro papel: que é o de complexa e recheada de nuances que perpassam pela con-
compreender e atender as necessidades dos clientes, fa- dição individual e por condições sistêmicas.
zer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Essas condições sistêmicas estão relacionadas a:
Este profissional é voltado completamente para a intera- 1. Falta de uma política clara de serviços;
ção com o cliente, estando sempre com as suas antenas 2. Indefinição do conceito de serviços;
ligadas neste, para perceber constantemente as suas ne- 3. Falta de um perfil adequado para o profissional de
cessidades. Para o profissional, não basta apenas conhe- atendimento;
cer o produto ou serviço, o mais importante é demons- 4. Falta de um padrão de atendimento;
trar interesse em relação às necessidades dos clientes e 5. Inexistência do follow up;
atendê-las. 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
4.2 Entender o lado humano: conhecendo as neces-
sidades dos clientes, aguçando a capacidade de perce- Nas condições individuais, podemos encontrar a contra-
ber o cliente. Para entender o lado humano, é necessário tação de pessoas com características opostas ao necessário
que este profissional tenha uma formação voltada para para atender ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
as pessoas e goste de lidar com gente. Espera-se que ele
fique feliz em fazer o outro feliz, pois, para este profissio- 6. Os requisitos para contratação deste profissio-
nal, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo ins- nal
tante em que ela cessa a busca de sua própria felicidade
para buscar a felicidade do outro. Para trabalhar com atendimento ao público, alguns
4.3 Entender a necessidade de manter um estado requisitos são essenciais ao atendente. São eles:
de espírito positivo: cultiva-se pensamentos e senti- ▪ Gostar de servir, de fazer o outro feliz;
mentos positivos para ter atitudes adequadas no mo- ▪ Gostar de lidar com gente;
mento do atendimento. Ele sabe que é fundamental se- ▪ Ser extrovertido;
parar os problemas particulares do dia a dia do trabalho ▪ Ter humildade;
e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada ▪ Cultivar um estado de espírito positivo;
do cliente. O primeiro passo de cada dia é iniciar o tra- ▪ Satisfazer as necessidades do cliente;
balho com a consciência de que o seu principal papel é o ▪ Cuidar da aparência.
de ajudar os clientes a solucionarem suas necessidades.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A postura é de realizar serviços para o cliente. Com esses requisitos, o sinal fica verde para o aten-
dimento.
5. A fuga dos clientes
7. Outros fatores importantes no atendimento
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das em-
presas fogem delas por problemas relacionados à postu- 7.1 O olhar
ra de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através
observar os seguintes percentuais: do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos senti-
▪ 68% dos clientes fogem das empresas por proble- mentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de
mas de postura no atendimento; espírito.

27
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos 7.3 A invasão
prender somente a ele, mas à fisionomia como um todo
para entendermos o real sentido dos olhos. Porém, interagir no raio de ação não tem nada a ver
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de com invasão de território.
acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne- Vamos entender melhor isso.
cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, território, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
a impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. Esse território não se configura apenas em um espaço
Mas, você deve estar se perguntando: a que causa físico demarcado, mas principalmente num espaço pes-
este brilho nos nossos olhos? A resposta é simples: Gos- soal e social, o que podemos traduzir como a necessida-
tar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar de de privacidade, de respeito, de manter uma distância
de ajudar ao próximo. ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
Para atender ao público, é preciso que haja interesse Quando esses territórios são invadidos, ocorrem cor-
e gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensa- tes na privacidade, o que normalmente traz consequên-
ção agradável para o cliente. Gostar de atender o público cias negativas. Podemos exemplificar essas invasões com
significa gostar de atender as necessidades dos clientes, algumas situações corriqueiras: uma piada muito picante
querer ver o cliente feliz e satisfeito. contada na presença de pessoas estranhas a um grupo
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode social; ficar muito próximo do outro, quase se encostan-
transmitir: do nele; dar um tapinha nas costas etc.
a). Interesse quando: Nas situações de atendimento, são bastante comuns
▪ Brilha; as invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua
▪ Tem atenção; maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzi-
▪ Vem acompanhado de aceno de cabeça. das por eles como atitudes grosseiras e pouco sensíveis.
Alguns são os exemplos destas atitudes e situações mais
b) Desinteresse quando: comuns:
▪ É apático; ▪ Insistência para o cliente levar um item ou adquirir
▪ É imóvel, rígido; um bem;
▪ Não tem expressão. ▪ Seguir o cliente por toda a loja;
▪ O motorista de taxi que não para de falar com o
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o passageiro;
gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como ▪ O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerin-
dissimular com o olhar. do pratos sem ser solicitado;
▪ O funcionário que cumprimenta o cliente com dois
7.2 A aproximação – raio de ação beijinhos e tapinhas nas costas;
▪ O funcionário que transfere a ligação ou desliga o
A aproximação do cliente está relacionada ao concei- telefone sem avisar.
to de raio de ação, que significa interagir com o público,
independentemente deste ser cliente ou não. Essas situações não cabem na postura do verdadeiro
Essa interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 profissional do atendimento.
metros de distância do público e de um tempo imediato,
ou seja, prontamente. 7.4 O sorriso
Além do mais, deve ocorrer independentemente de o
funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Esses O sorriso abre portas e é considerado uma linguagem
requisitos para a interação tornam-na mais eficaz. universal.
Essa interação pode se caracterizar por um cumpri- Imagine que você tem um exame de saúde muito im-
mento verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou portante para receber e está apreensivo com o resultado.
apenas por um aceno de mão. O objetivo com isso é Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionis-
fazer o cliente sentir-se acolhido e certo de estar rece- ta que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você
bendo toda a atenção necessária para satisfazer os seus se sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um
anseios. pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpre-
Alguns exemplos são: tado como um ato de apaziguamento.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es-
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apar- pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas
tamento. Ela prontamente olha para ele e diz com sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as
um sorriso: “bom dia!” não sorridentes.
2. O caixa de uma loja cumprimenta o cliente no mo- O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de
mento do pagamento; comunicação não-verbal. Como tal, expressa as emoções
3. O frentista do posto de gasolina aproxima-se ao e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a
ver o carro entrando no posto e faz uma sudação. escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen-
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro.

28
7.5 Ir ao encontro do cliente c) Roupas limpas e conservadas;
d) Sapatos limpos;
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de com- e) Usar o crachá de identificação em local visível
promisso no atendimento por parte do atendente. Este pelo cliente.
item traduz a importância dada ao cliente no momen-
to de atendimento, no qual o atendente faz tudo o que Quando esses cuidados básicos não são tomados, o
é possível para atender as suas necessidades, pois ele cliente se questiona: puxa, se ele não cuida nem dele,
compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao da sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me
encontro do cliente, o atendente demonstra o seu inte- prestar um bom serviço ?
resse para com ele.
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto
7.6 A primeira impressão importante para criar uma relação de proximidade e con-
fiança entre o cliente e o atendente.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase:
a primeira impressão é a que fica. 7.8 Cumprimento caloroso
Você concorda com ela?
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil O que você sente quando alguém aperta a sua mão
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a sem firmeza?
impressão inicial se ela foi negativa, pois dificilmente o Às vezes ouvimos as pessoas comentando que é
cliente irá voltar. possível conhecer alguém, a sua integridade moral, pela
É muito mais difícil e também mais caro trazer de qualidade do seu aperto de mão.
volta o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou O aperto de mão “frouxo” transmite apatia, passivida-
que não teve os seus desejos satisfeitos. Estes clientes de, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de
perdem a confiança na empresa e normalmente os cus- compromisso com o contato.
tos para resgatá-los são altos. Alguns mecanismos que Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo
as empresas adotam são os contatos via telemarketing, que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem
mala-direta, visitas, mas nem sempre são eficazes. positiva, causa um mal-estar, traduzindo hiperatividade,
A maioria das empresas não tem noção da quanti- agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um
dade de clientes perdidos durante a sua existência, pois cumprimento firme, que prenda toda a mão, mas que a
elas não adotam mecanismos de identificação de recla- deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra
mações e/ou insatisfações de clientes. Assim, elas deixam interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, ativi-
escapar as armas que teriam para reforçar os seus pro- dade e compromisso com o contato.
cessos internos e o seu sistema de trabalho. É importante lembrar que o cumprimento deve estar
Quando as organizações atentam para essa impor- associado ao olhar nos olhos, à cabeça erguida, aos om-
tância, elas passam a aplicar instrumentos de medição, bros e ao peito abertos, totalizando uma sintonia entre
porém, esses coletores de dados nem sempre traduzem fala e expressão corporal.
a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequa-
subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto. da de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não automática.
colher as informações reais.
A saída seria criar medidores que traduzissem com 7.9 Tom de voz
fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
serviço e o produto adquiridos da empresa. A voz é carregada de magnetismo e, como tal, traz
uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira
7.7 Apresentação pessoal como dizemos as palavras são mais importantes do que
as próprias palavras.
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair
quando o atendemos com unhas sujas, os cabelos des- hoje do conserto, mas, por falta de uma peça, ela só esta-
penteados, as roupas mal cuidadas... ? rá pronta na próxima semana”. De acordo com a maneira
O atendente está na linha de frente e é responsável que dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos,
pelo contato, além de representar a empresa neste mo- vamos perceber reações diferentes do cliente.
mento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons Se dissermos isso com simpatia, naturalmente nos des-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

serviços e cuidado, faz-se necessário, também, ter uma culpando pela falha e assumindo uma postura de humilda-
boa apresentação pessoal. de, falando com calma e num tom amistoso e agradável,
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item percebemos que a reação do cliente será de compreensão.
mais completo. São eles: Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma me-
cânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância,
a) Tomar um banho antes do trabalho diário: além da poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procuran-
função higiênica, também é revigorante e espanta do o gerente, gritando etc.
a preguiça; As palavras são símbolos com significados próprios.
b) Cuidar sempre da higiene pessoal: unhas limpas, A forma como elas são utilizadas também traz o seu sig-
cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, nificado e, com isso, cada palavra tem a sua vibração es-
hálito agradável, axilas asseadas, barba feita; pecial.

29
7.10 Saber escutar Ao contrário, o atendimento áspero transmite ao
cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
Você acha que existe diferença entre ouvir e escutar? além de retornar ao atendente como um bumerangue.
Se você respondeu que não, você errou. O efeito bumerangue é bastante comum em situações
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou
verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando a não, do cliente em relação ao atendente. Com esse efeito,
essência, o conteúdo da comunicação. as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
O ato de escutar está diretamente relacionado com a o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
nossa capacidade de perceber o outro. E, para perceber- Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
mos o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção,
nos despojar das barreiras que atrapalham e empobre- merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
cem o processo de comunicação. São elas: Precisamos ter em atendimento pessoas descontraí-
▪ Os preconceitos; das, que façam do ato de atender o seu verdadeiro sen-
▪ As distrações; tido de vida, que é servir ao próximo.
▪ Os julgamentos prévios; Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostili-
▪ As antipatias. dade retratam bem a falta de calor do atendente. Com
essas atitudes, o atendente parece estar pedindo ao
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, pre- cliente que este se afaste, vá embora, desapareça da sua
cisamos compreender o todo, captando os estímulos que frente, pois ele não é bem-vindo. Assim, o atendente es-
vêm do outro, fazendo uma leitura completa da situação. quece que a sua missão é servir e fazer o cliente feliz.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura
de receptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvi- 8. As gafes no atendimento
dos e uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar
mais do que falar. Depois de conhecermos a postura correta de atendi-
Quando não sabemos escutar o cliente – interrompen- mento, também é importante sabermos quais são as formas
do-o, falando mais que ele, dividindo a atenção com outras erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica com certeza
situações – tiramos dele a oportunidade de expressar os não é um verdadeiro profissional de atendimento. A seguir,
seus verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco alguns pontos que são considerados postura inadequada:
de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atendê-los.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia (que 8.1 Postura inadequada
vamos conhecer mais na frente). Ela nos permite escutar,
de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito, A postura inadequada é abrangente, indo desde a
mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintoniza- postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a
do emocionalmente com o cliente. Essa sintonia se dá por empresa na presença do cliente.
meio do despojamento das barreiras que já falamos antes. Em relação à postura física, podemos destacar como
inadequado o atendente:
▪ Escorar-se nas paredes da loja ou debruçar a ca-
7.11 Agilidade
beça no seu birô por não estar com o cliente (esta
atitude impede que ele interaja no raio de ação);
Atender com agilidade significa ter rapidez sem per-
▪ Mascar chicletes durante o atendimento;
der a qualidade do serviço prestado.
▪ Cuspir, pôr o dedo no nariz ou no ouvido quando
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
estiver falando pessoalmente com o cliente. O as-
ideia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
seamento deve ser feito apenas no banheiro;
necessidade do cliente em relação à utilização adequada ▪ Comer enquanto atende o cliente (comum nas em-
do seu tempo. presas que oferecem lanches ou têm cantina);
Quando há agilidade, podemos destacar: ▪ Vociferar um pedido a alguém da empresa. Pedir
▪ O atendimento personalizado; com gentileza seria o correto porque o grito além
▪ A atenção ao assunto; de ser algo deselegante é uma forma de agressão;
▪ O saber escutar o cliente; ▪ Coçar-se na frente do cliente;
▪ O cuidar das solicitações e o acompanhar o cliente ▪ Bocejar. O atendente tem de conter o bocejo, que
durante todo o seu percurso na empresa. é um sinal de cansaço. O cliente pode entender
que sua presença é desinteressante.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7.12 O calor no atendimento


Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
O atendimento caloroso evita dissabores e situações ▪ Achar-se íntimo do cliente a ponto de lhe pedir ca-
constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os rona, por exemplo;
pontos estudados sobre postura. ▪ Receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
O atendente escolhe a condição de atender o clien- ▪ Fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos
te e, para isso, é preciso sempre lembrar que o cliente ou serviços na frente do cliente;
deseja se sentir importante e respeitado. Na situação de ▪ Desmerecer ou criticar o fabricante do produto
atendimento, o cliente busca ser reconhecido e, transmi- que vende, o parceiro da empresa, denegrindo a
tindo calorosidade nas atitudes, o atendente satisfaz as sua imagem para o cliente;
necessidades do cliente de estima e consideração. ▪ Falar mal de pessoas ausentes na presença do cliente;

30
▪ Usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
▪ Lamentar;
▪ Colocar problemas salariais;
▪ Reclamar de outrem ou da própria vida na frente do cliente.
▪ Lembre-se: a ética do trabalho é servir aos outros e não se servir dos outros.

8.2 Usar chavões


O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao
cliente. Citamos aqui os mais comuns:
Pare e reflita: você gostaria de ser comparado a este atendente?
▪ O senhor como cliente tem que entender;
▪ O senhor deveria agradecer o que a empresa faz pelo senhor;
▪ O cliente é um chato que sempre quer mais;
▪ Aí vem ele de novo.

Essas frases geram um bloqueio mental, dificultando a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo vicioso na postura inadequada, pois o atendente usa
os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e à situação de atendimento), o cliente se aborrece e descarrega
no atendente ou simplesmente não volta mais.
Para quebrar esse ciclo, é preciso haver uma mudança radical no pensamento e postura do atendente.

8.3 Impressões finais do cliente

Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e,
consequentemente, sobre a empresa.
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do cliente:
a) Momento da verdade: por meio do contato direto (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
b) Teleimagem: por meio do contato telefônico. (Vamos conhecê-la com mais detalhes.)

8.4 Momentos da verdade

Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer
aspecto da organização e obtém uma impressão da qualidade do seu serviço.
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço pres-
tado. Este é o momento que separa o grande profissional dos demais.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

31
Este verdadeiro profissional trabalha em cada mo- São eles:
mento da verdade, considerando-o único e fundamental ▪ O tom de voz: é através dele que transmitimos in-
para definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom
chamada Tríade Do Atendimento ou Triângulo Do Atendi- frio e distante, passamos ao cliente a ideia de de-
mento, que é composto de elementos básicos do proces- satenção e desinteresse. Ao contrário, se falamos
so de interação, que são: com entusiasmo, de forma decidida e atenciosa-
mente, satisfazemos as necessidades do cliente de
a) A pessoa sentir-se assistido, valorizado, respeitado, impor-
A pessoa mais importante é aquela que está na sua tante.
frente. Então, podemos entender que a pessoa ▪ O uso de palavras adequadas: pois com elas o
mais importante é o cliente que está na frente e atendente passa a ideia de respeito pelo cliente.
precisa de atenção. Aqui fica expressamente proibido o uso de termos
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona como: amor, bem, benzinho, chuchu, mulherzinha,
diretamente com o cliente, tentando atender a to- queridinha, colega etc.
das as suas necessidades. Não existe outra forma ▪ As atitudes corretas: dar ao cliente a impressão de
de atender, a não ser pelo contato direto e, por- educação e respeito. São incorretas as atitudes de
tanto, a pessoa fundamental neste momento é o transferir a ligação antes do cliente concluir o que
cliente. iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou
ramal errado (demostrando, assim, que não ou-
b) A hora viu o que ele disse), desligar sem cumprimento ou
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o saudação, dividir a atenção com outras conversas,
presente, pois somente nele podemos atuar. deixar o telefone tocar muitas vezes sem atender,
O passado ficou para atrás, não podendo ser muda- dar risadas no telefone etc.
do e o futuro não cabe a nós conhecer. Então, só
nos resta o presente como fonte de atuação. Nele, 9. Aspectos psicológicos do atendente
podemos agir e transformar. O aqui e agora são os
únicos momentos nos quais podemos interagir e Nós falamos sobre a importância da postura de aten-
precisamos fazer isto da melhor forma. dimento. Porém, a base dela está nos aspectos psicoló-
c) A tarefa gicos do atendimento. Vamos a eles.
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais
importante, diante da pessoa mais importante 9.1 Empatia
para nós, na hora mais importante, que é o aqui e
o agora, é fazer o cliente feliz, atendendo as suas Capacidade humana de se colocar no lugar do outro.
necessidades. Como esse é um assunto cobrado no tópico seguinte,
vamos abordá-lo mais detalhadamente a seguir.
Essa tríade se configura no fundamento dos Momen-
tos da Verdade e, para que estes sejam plenos, é 9.2 Percepção
necessário que os funcionários de linha de frente,
ou seja, que atendem os clientes, tenham poder de Percepção é a capacidade que temos de compreen-
decisão. É necessário que os chefes concedam au- der e captar as situações, o que exige sintonia e é fun-
tonomia aos seus subordinados para atuarem com damental no processo de atendimento ao público. Para
precisão nos Momentos da Verdade. percebermos melhor, precisamos passar pela “escra-
vidão” de nós mesmos, ficando, assim, mais próximos
8.5 Teleimagem do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das
Pelo telefone, o atendente transmite a teleimagem da nossas antipatias, dos nossos medos, dos nossos blo-
empresa e dele mesmo. queios, vamos observar as situações na sua totalidade,
Teleimagem, então, é a imagem que o cliente forma para entendermos melhor o que o cliente deseja. Vamos
na sua mente (imagem mental) sobre quem o está aten- ilustrar com um exemplo real: certa vez, em uma loja de
dendo e, consequentemente, sobre a empresa ( que é carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos,
representada pelo atendente). usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quando a teleimagem é positiva, a facilidade do clien- amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na sala
te encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe do gerente, que imediatamente se levantou pedindo
que a empresa é comprometida com o cliente. No entan- para ele se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas
to, se a imagem é negativa, vemos normalmente o clien- ali “. O senhor, com muita paciência, retirou, de um saco
te fugindo da empresa. Como exemplo, no atendimento plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse:
telefônico, o único meio de interação com o cliente é por “eu quero comprar aquele carro ali”.
meio da palavra e, sendo a palavra o instrumento, faz-se Esse exemplo, apesar de extremo, é real e retrata
necessário usá-la de forma adequada para satisfazer as claramente o que podemos fazer com o outro quando
exigências do cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens pré-julgamos as situações.
básicos ligados à palavra e às atitudes como fundamen-
tais na formação da teleimagem.

32
Precisamos ver o todo, não só as partes, pois o todo é falta de liderança e o nível de burocracia são fatores que
muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que contribuem para uma interação fraca com o cliente. Essa
é e não é harmônico e com ele percebemos a essência fraqueza de envolvimento não permite captar a essência
dos fatos e situações. dos desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação.
Ainda falando em percepção, devemos ter cuidado Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por
com a percepção seletiva, que é uma distorção de per- parte do atendente. Quando este divide a atenção no
cepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas atendimento entre o cliente e os colegas ou outras situa-
aquilo que nos interessa. Essa seleção age como um fil- ções, o cliente sente-se desrespeitado, diminuído e res-
tro, que deixa passar apenas o que convém. Essa filtra- sentido. A sua impressão sobre a empresa é de fraqueza
gem está diretamente relacionada com a nossa condição e o momento da verdade é pobre.
física-psíquica-emocional. Como é isso? Vamos entender: Essa ação traz consequências negativas como: impos-
a) Se estou com medo de passar em rua deserta e sibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, desres-
escura, a sombra do galho de uma árvore pode me peito com o seu tempo, pouca agilidade e baixo compro-
assustar, pois eu posso percebê-lo como um braço misso com o atendimento.
com uma faca para me apunhalar; Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutu-
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de ra adequada para o atendimento ao público, obrigando o
um cheiro agradável de comida; atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento pes-
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a soal e telefônico, quando normalmente há um fluxo grande
parte mais amena da repreensão e reprimir a mais de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os dois
severa. tipos de atendimento, evitando problemas desta espécie.
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
Em alguns casos, a percepção seletiva age como me- ▪ Atender pessoalmente e interromper com o telefone;
canismo de defesa. ▪ Atender o telefone e interromper com o contato
direto;
▪ Sair para tomar café ou lanchar;
9.3 O estado interior
▪ Conversar com o colega do lado sobre o final de
semana, férias, namorado, tudo isso no momento
O estado interior, como o próprio nome sugere, é a
de atendimento ao cliente.
condição interna, o estado de espírito diante das situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente
Esses exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como
relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atenden-
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao
te mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preo-
trabalho. O cliente deve ser poupado dele.
cupações excessivas, as suas atitudes serão mais positi-
vas frente ao cliente. 9.5 Atendimento e qualidade
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensa-
mentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, A globalização, os desafios do desenvolvimento tec-
dão suporte às atitudes frente ao cliente. nológico e cultural e a competição entre as organizações
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensa- trazem como consequência o interesse pela qualidade de
mentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e seus produtos e serviços.
vaidade, as atitudes advindas deste estado sofrerão as Esse interesse não se restringe às empresas privadas
suas influências e serão: e se estende, também, ao setor público.
▪ Atitudes preconceituosas; Assim, vemos que:
▪ Atitudes de exclusão e repulsa; ▪ Os empresários buscam aperfeiçoar o desempe-
▪ Atitudes de fechamento; nho em suas áreas de atuação (produtos ou servi-
▪ Atitudes de rejeição. ços) e o relacionamento com os seus clientes.
▪ O setor público enfrenta os desafios de melhorar
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabi- (1) a qualidade de seus serviços, (2) aumentar a sa-
lidade, para que o atendente consiga manter uma atitu- tisfação dos usuários e (3) instituir um atendimento
de positiva com os clientes e as situações. de excelência ao público.
▪ Os clientes e usuários das organizações públicas
9.4 O envolvimento e privadas também se mostram mais exigentes na
escolha de serviços e produtos de melhor qualida-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A demonstração de interesse, prestando atenção ao de. Assim, a relação com os clientes e usuários pas-
cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é sa ser um novo foco de preocupação e demanda
o caminho para o verdadeiro sentido de atender. esforços para sua melhoria.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço
prestado, que se traduz na interação do funcionário com 9.6 Qualidade
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológi-
co e pessoal que depende de fatores relacionados com O conceito de qualidade é amplo e suscita várias
a interação com o outro. Quando o atendente tem um interpretações. As mais expressivas se referem, por um
envolvimento baixo com o cliente, este percebe com cla- lado, à definição de qualidade como busca da satisfação
reza a sua falta de compromisso. As preocupações ex- do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas
cessivas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a as atividades de um processo.

33
Na mesma vertente, a qualidade é também consi- No setor público, este princípio se relaciona sobretu-
derada como fator de transformação no modo como a do aos conceitos de cidadania, participação, transparên-
organização se relaciona com seus clientes, agregando cia e controle social.
valor aos serviços a ele destinados. Para cumprir este princípio, é necessário ter atenção
Em face dessa diversidade de significados, cabe às com dois aspectos:
organizações identificar os atributos ou indicadores de ▪ Verificar se o que é estabelecido como qualidade
qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista atende a todos os usuários, inclusive aos mais exi-
dos seus usuários. Entre eles, podem ser destacados a gentes;
eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade no ▪ Fazer bem feito o serviço e, depois, checar os pas-
atendimento, entre outros. sos necessários para a sua execução.
No Brasil, a questão da qualidade na área pública
vem sendo abordada pelo Programa de Qualidade no Deve-se lembrar que tais atitudes levam em conta
Serviço Público que tem por objetivo elevar o padrão dos tanto o atendimento do usuário quanto as atividades e
serviços prestados e tornar o cidadão mais exigente em rotinas que envolvem o serviço.
relação a esses serviços. Para tanto, o Programa visa à O serviço ou produto deve atender a uma real ne-
transformação das organizações e entidades públicas no cessidade do usuário. Este princípio se relaciona à di-
sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços mensão da validade, isto é, o serviço ou produto deve ser
ao público, retirando o foco dos processos burocráticos. exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita
O programa estabelece o cidadão como principal que ele seja.
foco de atenção de qualquer órgão público federal, defi- Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade
ne padrões de qualidade do atendimento e prevê a ava- mantido ao longo do tempo é que leva à conquista da
liação de satisfação do usuário por todos os órgãos e confiabilidade.
entidades da Administração Pública Federal direta, indi-
reta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão. A atuação com base nesses princípios deve ser orien-
Nesse sentido, considera-se que o serviço público tada por algumas ações que imprimem qualidade ao
deve ter as seguintes características: atendimento, tais como:
▪ Adequado: realizado na forma prevista em lei de- ▪ Identificar as necessidades dos usuários;
vendo atender ao interesse público. ▪ Cuidar da comunicação (verbal e escrita);
▪ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor ▪ Evitar informações conflitantes;
consumo de recursos. ▪ Atenuar a burocracia;
▪ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a se- ▪ Cumprir prazos e horários;
gurança, o patrimônio ou os direitos materiais e ▪ Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
imateriais do cidadão-usuário. ▪ Divulgar os diferenciais da organização;
▪ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sen- ▪ Imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
do obrigatório o planejamento e a adoção de me- ▪ Fazer uso da empatia;
didas de prevenção para evitar a descontinuidade. ▪ Analisar as reclamações;
▪ Acatar as boas sugestões.
9.7 Usuários/Clientes
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma or- Essas ações estão relacionadas a indicadores que po-
ganização: dem ser percebidos e avaliados de forma positiva pelos
▪ Externos – recebem serviços ou produtos na sua usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, pa-
versão final. ciência, respeito.
▪ Internos – fazem parte da organização, de seus se- Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciên-
tores, grupos e atividades. cia, desrespeito, imposição de normas ou exibição de
poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da usuários.
organização devem responder o seguinte: No conjunto dessas ações, deve ainda ser ressaltada a
▪ Com que pessoas mantenho contato enquanto empatia como um fator crucial para a excelência no aten-
trabalho? dimento ao público. A utilização adequada dessa ferra-
▪ Quem recebe o resultado do meu trabalho? menta no momento em que as pessoas estão interagin-
▪ Qual o nível de satisfação das pessoas que de- do é fundamental. No bom atendimento, é importante a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pendem do resultado dos serviços executados por utilização de frases como “Bom dia”, “Boa tarde”, “Sente-
mim? -se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que,
ditas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuá-
9.8 Princípios para o bom atendimento na gestão rio a perceber o tratamento diferenciado que algumas
da qualidade organizações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
Foco no cliente. Nas empresas privadas, a importân-
cia dada a esse princípio se deve principalmente ao fato
de que o sucesso da venda (lucro financeiro) depende
da satisfação do cliente com a qualidade do produto e
também com o tratamento recebido e com o resultado
da própria negociação.

34
Fonte e texto adaptado de: Mônica Larissa Pereira, Inspeção de Recebimento: subsistema que tem por
Camila Lopes Ramos, Andreia Ribas, Marcelo Rodrigues, responsabilidade realizar a verificação física e documen-
Gustavo Periard,Wagner Siqueira, Marcos Thadeu Ro- tal do recebimento de material, ou seja, deve inspecionar
drigues, Daniel Martins, Luis Araújos, Ana França, Vera se o material recebido está de acordo com as normas
Souza, Inacio Stoffel, Idalberto Ciavenato, Wagner Ap. e exigências solicitadas e estabelecidas quando da sua
Ramos de Oliveira, Roseane de Queiroz Santos. Dispo- aquisição.
nível em: <www.portal.tcu.gov.br/www.sbcoaching.com. Classificação de Material: cabe a esse sistema identi-
br>/<www.paulorodrigues.pro.br>/<www.administrado- ficar (especificar), classificar, codificar, cadastrar e catalo-
res.com.br>/<www.gestaodepessoasmba.com.br> gar os materiais.
Armazenagem/Almoxarifado: tem por objetivo en-
carregar-se pela gestão física dos estoques. Dentre suas
atividades estão: recepção de material, expedição de ma-
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS; terial, guarda, preservação, embalagem.
TIPOS DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS E Controle e Distribuição de Materiais: esse subsistema
SUAS ESPECIFICAÇÕES controla os materiais e sua distribuição aos diversos se-
tores da empresa, ou seja, após classificados os materiais
“PREZADO CANDIDATO, O TÓPICO ACIMA SERÁ devem seguir para as áreas que os solicitaram.
ABORDADO NO DECORRER DA MATÉRIA” Movimentação de Material: controla e normaliza as
movimentações dos materiais: recebimento, fornecimen-
to, devoluções, transferências entre outras ações de mo-
vimentação dos materiais.
CONHECIMENTOS BÁSICO SOBRE GESTÃO DE Cadastro: cabe a esse subsistema o cadastramento de
MATERIAIS. , GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS fornecedores, pesquisa de mercado e compras.
E DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1.2. Subsistemas Específicos

Segundo Razzonili Filho (2012) os materiais podem


INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ser classificados nos seguintes subsistemas: Normaliza-
ção, Controle, Aquisição e Armazenamento.
“A Administração de Materiais consiste em ter os ma- Subsistema Normalização: tem como função sele-
teriais necessários na quantidade certa, no local certo e cionar, padronizar e especificar os materiais. Classifica
no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem e codifica os materiais garantindo a uniformidade dos
o processo produtivo da empresa” (CHIAVENATO, 2005, materiais que entram no processo produtivo para que o
p. 36 - 37). produto final atenda às especificações da produção e a
A administração de materiais tem como foco atuar no qualidade exigida.
controle e planejamento de materiais e na relação entre “Entende-se por normalização a forma como são or-
as necessidades de suprimentos de uma organização e ganizadas as atividades, como definem as normas e a
os recursos financeiros e operacionais da mesma, geran- utilização de regras; bem como a elaboração, publicação
do dessa forma condições cada vez mais favoráveis para e disseminação do uso das normas e regras, como o ob-
seu desenvolvimento. jetivo de selecionar, avaliar e certificar os fornecedores
“A Administração de Materiais envolve a totalidade da organização” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 32).
dos fluxos de materiais da empresa, desde a programa- As principais atividades do Subsistema Normalização:
ção de materiais, compras, recepção, armazenamento Normalização e padronização de materiais; Classificação
no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte de materiais.
interno e armazenamento no depósito de produtos aca- Subsistema Controle: responsável pela gestão e valo-
bados” (CHIAVENATO, 2005, p. 38). ração dos estoques da organização, ou seja, determina
quando e como comprar, busca garantir que os mate-
1. SUBSISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS riais estejam em quantidade necessária, no tempo preci-
so, com a qualidade requerida e tenham sido adquiridos
1. 1. Subsistemas típicos pelo melhor preço.
Controle de Estoque: esse subsistema é responsável
pela gestão do estoque, logo cabe a ele o planejamento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e a programação de material por meio de análise, previ- #FicaDica


são, controle e ressuprimento.
Aquisição / Compra de Material: esse subsistema é Valoração pode ser conceituado como a
responsável pela aquisição dos materiais, logo, suas prin- determinação de qualidade ou valor a algo.
cipais ações são a gestão, negociação e contratação de
compras de material. Tal subsistema deve assegurar que
os materiais adquiridos estejam na quantidade certa, na
qualidade requerida e a entrega seja realizada no prazo
estabelecido. Além disso, deve preocupar-se com o preço
dos materiais adquiridos negociando-o com o fornecedor.

35
Subsistema Aquisição: responsável pela realização de CONCEITO DE ESTOQUE
compras dos materiais de acordo com as informações e
especificações apontadas pelo Subsistema Controle (por O Estoque pode ser definido como a quantidade de
meio de requisições), para que as compras realizadas materiais que é armazenada para determinado fim. Tais
respondam às necessidades da organização, evitando-se materiais podem ser matérias-primas, materiais em pro-
assim desperdícios por aquisição de materiais fora do cessamento, materiais semiacabados, materiais acaba-
padrão exigido ou em quantidades desnecessárias. dos, produtos acabados.

O Subsistema aquisição “também é responsável pela Esses materiais são estocados e em determinado mo-
venda (alienação) dos materiais inutilizáveis ou inserví- mento serão requisitados para processamento. Ou seja,
veis, e mesmo do patrimônio da organização que esteja o estoque possui um sortimento de materiais que em al-
obsoleto ou já completamente depreciado” (RAZZOLINI gum momento será utilizado seja no processo produtivo.
FILHO, 2012, p. 33 e 34). Segundo Viana (2009, p.109) estoque pode ser defi-
Também atua em sintonia com o Subsistema Norma- nido como
lização na busca de fornecedores aprovados pela norma-
lização e o Subsistema de Armazenamento na verificação Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para
da estocagem dos materiais. utilização posterior, de modo a permitir o atendimen-
Subsistema Armazenamento: recepciona os materiais, to regular das necessidades dos usuários para a con-
armazena e os distribuem para os departamentos. Além tinuidade das atividades da empresa, sendo o estoque
disso, inspeciona e controla a qualidade dos materiais, gerado, consequentemente, pela impossibilidade de
especialmente a qualidade da guarda e movimentação prever-se a demanda com exatidão.
dos materiais, para que entrem nos processos produti-
vos com qualidade garantida. Também é responsável FUNÇÕES DO ESTOQUE
pela movimentação interna e seu transporte. Além do
controle qualitativo, exerce o controle quantitativo que As principais funções do estoque são:
dentre suas ações estão: conferência, contagem, registro Garantir que a empresa seja abastecida com materiais
e documentação. sempre que necessário, neutralizando ou minimizando
os efeitos gerados por problemas no fornecimento de
materiais, tais como demoras, atrasos, sazonalidade dos
suprimentos e demais dificuldades.
EXERCÍCIO COMENTADO
Proporcionar economias de escala por meio da com-
pra ou produção de lotes econômicos; pela flexibilidade
do processo produtivo; pela rapidez e eficiência no aten-
1. (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR – SUPERIOR –
dimento às necessidades (CHIAVENATO, 2005, p. 68).
FAU – 2016) As funções da Administração de Materiais
são, EXCETO:
CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES
a) Compras.
Os estoques são classificados em:
b) Vendas.
Estoques de matérias-primas (MPs): São os insumos e
c) Transporte.
materiais básicos necessários para o processo de produ-
d) Armazenagem.
ção. São os elementos iniciais e principais para a produ-
e) Manuseio.
ção da empresa, seja de produtos ou serviços.
Resposta: Letra B. A função de vendas compete a
Área de Vendas, não sendo função de responsabili- #FicaDica
dade da Administração de Materiais. Segundo Chia-
venato (2005, p. 36-37) “A Administração de Materiais Insumos são os elementos diretamente
consiste em ter os materiais necessários na quantida- necessários para a produção de produtos
de certa, no local certo e no tempo certo à disposição ou serviços, como matéria-prima, equipa-
dos órgãos que compõem o processo produtivo da mentos e outros.
empresa”, logo, dentre suas funções podem ser consi-
deradas compras (aquisição), transporte (movimenta-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ção), armazenagem e manuseio.


▪ Estoques de materiais em processamento (ou em
vias)
ESTOQUE
É composto por materiais que estão em fase de pro-
O estoque representa papel importante na operacio- cessamento nas diversas seções do processo produtivo,
nalização da empresa, pois ao passo que deve ser bem ou seja, são os materiais que estão em processo de pro-
definido a corresponder às necessidades de produção da dução ou em vias de serem processados.
empresa, não pode ser um gerador de custos desnortea-
dos e de desperdícios.

36
▪ Estoques de materiais semiacabados Resposta: Letra B. O Estoque pode ser definido como
a quantidade de materiais que é armazenada para ser
São materiais parcialmente acabados, seu processo utilizada no processo produtivo quando requisitado.
produtivo está em estágio intermediário de acabamen- De acordo com Chiavenato (2005, p.67) “o estoque
to. Estão quase acabados, dessa forma encontram-se em constitui todo o sortimento de materiais que a empre-
estágio mais avançado do que os materiais em proces- sa possui e utiliza no processo de produção de seus
samento. produtos/serviços”.

▪ Estoques de materiais acabados (ou componen- PREVISÃO DE CONSUMO PARA OS ESTOQUES


tes)
Dentre as técnicas de previsão de estoque, três se
Este estoque é composto por materiais ou compo- destacam:
nentes acabados que serão anexados ao produto aca- Projeção: utiliza dados passados (mês ou meses an-
bado. teriores) para previsão de demanda futura (quantida-
de adequada a ser adquirida). Essa técnica é de caráter
▪ Estoques de produtos acabados (PAs) quantitativo (referem-se a quantidades).
Explicação: assim como a projeção, essa técnica tam-
E composto pelos produtos prontos (acabados), ou bém é de caráter quantitativo. A explicação relaciona ati-
seja, o processo produtivo foi completamente finalizado vidades produtivas ou comerciais passadas com outras
e o produto já está pronto para o fornecimento. variáveis.
Predileção: baseada na opinião de especialistas (fun-
cionários experientes, conhecedores de fatores influen-
tes em vendas e mercado) os quais estabelecem a evolu-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ção das vendas futuras.

1. (COREN-SP – AGENTE DE ALMOXARIFADO – MÉ- 1. Evolução do consumo


DIO – VUNESP – 2013) Os estoques de matérias-primas
(MPs) são constituídos por: Modelo de evolução horizontal de consumo: também
conhecido como consumo médio horizontal, nesse mo-
a) insumos e materiais básicos para a produção dos pro- delo há evolução do consumo de maneira horizontal e
dutos ou serviços da empresa. sua tendência é quase invariável ou constante.
b) produtos já prontos e acabados, cujo processamento Modelo de evolução de consumo sujeito a tendência:
foi completado inteiramente. a possibilidade de consumo médio aumenta ou diminui
c) componentes já acabados e prontos para serem ane- no decorrer do tempo e das situações do mercado.
xados ao produto. Modelo de evolução sazonal de consumo: nesse mo-
d) materiais semiacabados, em estágio intermediário de delo há previsões de oscilações regulares (positivas ou
acabamento. negativas) de consumo, ou seja, o consumo é sazonal.
e) materiais que estão em fase de processamento e pro-
dutos já finalizados ou semiacabados. 2. Método do consumo do último período

Resposta: Letra A. Os estoques de matérias-primas Tal método visa a previsão de consumo do próximo
(MPs) são compostos por insumos e materiais básicos período baseado no consumo ou demanda do período
para produção dos produtos ou serviços da empresa, anterior. Caso o consumo seja crescente de um período
ou seja, são os elementos iniciais e primordiais neces- ao outro, é possível acrescentar uma certa quantidade a
sários para o processamento de produtos ou serviços. cada período.
Exemplo:
2. (DCTA – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLO-
GIA AEROESPACIAL – ASSISTENTE EM C&T ASSISTEN- Consumo do último Previsão de Consumo
TE 1 (ALMOXARIFADO) – MÉDIO – VUNESP – 2013) período do próximo período
Pode-se considerar estoque como a (o):
Mês de Fevereiro: Mês de Março:
150 unidades 150 unidades
a) capacidade produtiva total em relação à disponibilida-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de de matéria-prima no mercado.
3. Método da Média Móvel
b) conjunto de materiais que está disponível para ser re-
quisitado e utilizado no processo produtivo.
Nesse método a previsão de consumo para o próxi-
c) crescimento e evolução das variações decorrentes do
mo período baseia-se nas médias de consumo dos pe-
cálculo do giro de estoque e ponto de pedido.
ríodos anteriores.
d) planejamento de utilização dos materiais de consumo
Exemplo: Cálculo da previsão de consumo para o mês
e produtos de acordo com o recebimento dos pedidos. de junho pelo Método da Média Móvel:
e) posicionamento da quantidade de materiais em trânsi-
to e em produção vinculado a transações de compras.

37
Período Consumo Unidade 5. Método da Média com Ponderação Exponencial

Fevereiro 120 Esse método é semelhante ao Método de Média Mó-


Março 150 vel Ponderada, porém há um acréscimo de parcela do
erro anterior de previsão. Nesse método consideram-se
Abril 160 algumas variáveis como tendência e sazonalidade ocor-
Maio 110 ridas no tempo.

Média Móvel: 120 + 150 + 160 + 110


4
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Média Móvel: 540 = 135
4
3. (TSE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
Previsão de consumo para mês de Junho: 135 unida-
– SUPERIOR – CESPE – 2007) Considere o seguinte con-
des.
sumo de determinado material.

#FicaDica 60 unidades em março


70 unidades em abril
Para o cálculo do Método da Média Móvel 85 unidades em maio
utiliza-se a fórmula para cálculo de Média 88 unidades em junho
Simples, que se baseia na soma das unida- 94 unidades em julho
des dividida pela soma da quantidade de 98 unidades em agosto
períodos. 98 unidades em setembro
102 unidades em outubro
105 unidades em novembro
4. Método da Média Móvel Ponderada 111 unidades em dezembro
Nesse método os valores por período recebem pesos, Com base nos dados acima e considerando que os estu-
para tanto, os valores de períodos mais recentes rece- dos acerca de estoques dependem da previsão do con-
bem pesos maiores do que os de períodos mais antigos. sumo de material, assinale a opção incorreta.
Exemplo:
Cálculo da previsão de consumo para o mês de Junho a) Com base no método da média com ponderação ex-
pelo Método da Média Móvel Ponderada: ponencial, apenas o consumo do mês de dezembro
será utilizado na fórmula de cálculo da previsão do
Consumo Uni- consumo para o mês de janeiro.
Período Peso
dade b) Para reduzir a influência do baixo consumo nos meses
Fevereiro 120 1 de março e abril na previsão de consumo para janeiro,
é correto utilizar o método da média móvel pondera-
Março 150 2 da, caracterizado pela aplicação de pesos maiores aos
Abril 160 3 dados de consumo mais novos e pesos menores aos
dados mais antigos.
Maio 110 4 c) Com base no método da média móvel para 3 perío-
dos, a previsão de consumo para janeiro é superior
Média Móvel Ponderada: a 111 unidades por causa da tendência crescente de
(120 x 1) + (150 x 2) + (160 x 3) + (110 x 4) consumo.
10 d) Com base no método do último período, a previsão de
Média Móvel Ponderada: 1340 = 134 consumo para janeiro é de 111 unidades.
10 Resposta: Letra C. Com base no método da média
Previsão de consumo para mês de Junho: 134 unida- móvel para 3 períodos, a previsão de consumo para
des. janeiro será de 106 unidades, conforme cálculo:
Média Móvel: 102 + 105 + 111 = 318 = 106
3 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

#FicaDica
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
Para o cálculo do Método da Média Móvel Errado.
Ponderada deve-se multiplicar os valores
pelo peso dado a cada um deles, após, so-
ma-se os resultados dos valores multiplica-
dos e dividindo pela soma dos pesos.

38
4. (TJ-DF – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Para cálculo da fórmula do Custo de Armazenagem
TRATIVA – MÉDIO – CESPE – 2008) Considere o consu- (CA), é preciso utilizar mais uma fórmula a fim de calcular
mo de determinado material apresentado a seguir. a Taxa de Armazenamento (I).
A Taxa de Armazenamento é expressa pela soma das
mês unidades Taxas de armazenamento físico, Taxa de retorno do ca-
pital empatado em estoque, Taxa de seguro do material
janeiro 250 estocado, Taxa de transporte, manuseio e distribuição do
fevereiro 280 material, Taxa de obsolescência do material, Outras taxas,
como mão-de-obra, água, luz etc. As quais serão classifi-
março 320 cadas em Ta, Tb, Tc, Td, Te e Tf.
abril 290 Ta: Taxa de armazenamento físico
maio 300 Ta= 100 · A · Ca
C·P
junho 310 Onde:
A: Área ocupada pelo estoque
Nessa situação, a previsão de consumo para julho será Ca: Custo anual do metro quadrado de armazena-
superior a 310 unidades, se for empregado o método do mento
último período para previsão do consumo. C: Consumo anual do material
P: Preço unitário do material
Resposta: Errado. O método do último período visa
a previsão de consumo do próximo período baseado Tb: Taxa de retorno do capital empatado em estoque
no consumo ou demanda do período anterior. Logo, a Tb = lucro
previsão de consumo para julho será de 310 unidades. Q·P
Onde:
Q · P = Valor dos produtos estocados
CUSTOS DOS ESTOQUES Tc: Taxa de seguro do material estocado
Tc = 100 · Custo anual do seguro
Custos de estoques ou custos de estocagem referem- Q·P
-se aos custos que todo material gera ao ser estocado. Td: Taxa de transporte, manuseio e distribuição do
Duas variáveis impactam no custo de estoque, que material
são a quantidade de material em estoque e o tempo de Td = 100 · Depreciação anual do equipamento
permanência desse material em estoque. Ou seja, quanto Q·P
maior a quantidade e o tempo que o material ficará em Te: Taxa de obsolescência do material
estoque, maior será o custo de estoque. Te = 100 · Perdas anuais por obsolescência
Os custos podem ser agrupados em modalidades Q·P
como: Custo com pessoal: salários dos recursos huma- Tf: Outras taxas, como mão-de-obra, água, luz etc.
nos, encargos sociais. Custo de capital: juros e deprecia- Tf = 100 · Despesas anuais
ção. Custo com edificação: aluguel, água, luz, impostos. Q·P
Custo de manutenção: obsolescência, deterioração, con- Logo, a Taxa de Armazenamento (I) será a soma de
servação de equipamentos. todas essas taxas:
I = Ta + Tb + Tc + Td + Te + Tf
1. Custos de Armazenagem
2. Custo de Pedido (CP)
Os Custos de Armazenagem se referem aos custos
Segundo Chiavenato, 2005, p. 95, “o Custo do Pedido
gerados pelo acondicionamento e movimentação dos
(CP) é o valor em moeda corrente dos custos incorridos
materiais, tais como mão de obra, aluguel do armazém,
no processamento de cada pedido de compra”. Ou seja,
salários do pessoal do armazém, quantidade de material,
o custo do pedido se refere ao valor que a empresa gas-
tempo de permanência do material, seguros, deprecia-
tou para realizar o pedido do material para o fornecedor.
ção de máquinas e equipamentos entre outros.
Fórmula para cálculo do Custo de Pedido:
Os custos podem ser variáveis, como quantidade de
CP = CAP
material e tempo de permanência. Ou fixos como aluguel
N
do armazém, salários do pessoal do armazém, seguros
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Onde:
entre outros. CAP: Custo anual dos pedidos
Cálculo do Custo de Armazenagem N: Número de pedidos no ano
CA = Q/2 · T · P · I
Onde:
Q: Quantidade de material em estoque no período
considerado
T: Tempo de armazenamento
P: Preço unitário do material
I: Taxa de armazenamento expressa em porcentagem
do preço unitário

39
Resposta: Certo. Duas variáveis impactam no custo
#FicaDica de estoque, que são a quantidade de material em
estoque e o tempo de permanência desse material
O Custo de Estoque (CE) refere-se a soma em estoque. Ou seja, quanto maior a quantidade e o
dos Custos de Armazenagem e o Custo tempo que o material ficará em estoque, maior será
do Pedido. o custo de estoque. Mesmo tendo um estoque zero
CE = CA + CP de materiais, ainda há custos de estoque, visto que há
variáveis que ainda geram gastos, como aluguel do ar-
mazém, depreciação de equipamentos, entre outros.

3. Custo de falta de estoque


NÍVEIS DE ESTOQUE
Esses custos ocorrem quando a demanda deixa de ser
atendida por haver itens em falta no estoque da empre- 1. Curva dente de serra
sa. Podem ser classificados em: Custos de Vendas Perdi- A Curva Dente de Serra é demonstrada graficamente
das, ou seja, houve perda da venda por indisponibilidade por linhas que formam uma imagem parecida com um
do produto; Custo de Atraso: gastos gerados pelo atraso serrote, por isso o nome Dente de Serra.
da entrega do produto ao cliente. Ela apresenta as flutuações de estoques (geometri-
camente apresenta o comportamento dos estoques ao
Os custos de falta de estoques não podem ser calcu- longo do tempo) por meio da identificação do tempo
lados, visto que o resultado qualitativo se sobressai ao de reposição e nível de ressuprimento. Dessa forma, a
quantitativo, ou seja, a insatisfação do cliente gera im- empresa poderá tomar decisões necessárias para o co-
pacto qualitativo à empresa (o que não se pode quan- nhecimento e controle das atividades de reposição dos
tificar), ela não só perdeu aquela venda, mas pode per- estoques.
der vendas futuras não só a esse cliente, mas a outros os Por exemplo, com a utilização da Curva Dente de Ser-
quais ele poderá efetuar propagandas negativas, ou seja, ra, a empresa conseguirá visualizar graficamente a movi-
esse custo vai além da receita que a empresa deixou de mentação (entrada e saída) de um material do estoque,
realizar ao não vender o produto ao cliente. visualizando melhor os pontos de estoque mínimo e es-
toque máximo.
O eixo x (horizontal) representa o tempo decorrido,
EXERCÍCIOS COMENTADOS enquanto o eixo y (vertical) representa a quantidade do
material em estoque.
5. (SEE-RJ – PROFESSOR DOCENTE – ADMINISTRA-
ÇÃO – SUPERIOR – CEPE-RJ – 2007) Todo e qualquer
armazenamento de material gera determinados custos,
que podem ser agrupados em custos de capital, com
pessoal, com edificação e de manutenção. Um exemplo
de custo de capital é:

a) impostos
b) deterioração
c) aluguel
d) salário
e) depreciação

Resposta: Letra E. Os custos podem ser agrupados Disponível em: <http://universidadeestoque.com.br/


em modalidades como: Custo com pessoal: salários blog/index.php/grafico-dente-de-serra/>.
dos recursos humanos, encargos sociais. Custo de
capital: juros e depreciação. Custo com edificação: 2. Tempo de Reposição ou de Ressuprimento
aluguel, água, luz, impostos. Custo de manutenção: O Tempo de Reposição ou de Ressuprimento (Tr) refe-
obsolescência, deterioração, conservação de equipa- re-se ao tempo gasto para reposição do estoque, desde
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mentos. a verificação das necessidades para reposição do esto-


que até a chegada dos materiais no almoxarifado.
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou • Três partes do Tempo de Reposição ou de Ressu-
Errado. primento:
• Emissão do pedido: emissão do pedido do depar-
6. (ANS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CES- tamento de compras ao fornecedor.
PE – 2005) Os custos de armazenagem aumentam em • Preparação do pedido: tempo em que o fornece-
função da quantidade em estoque e do tempo de per- dor recebeu o pedido de compra, preparação dos
manência em estoque, mas não chegam a zero se o es- produtos do pedido pelo fornecedor até o mo-
toque for zero. mento em que estão prontos para o transporte à
empresa compradora.

40
Transporte: saída dos produtos do fornecedor até o Cálculo do Giro de Estoque:
recebimento dos mesmos pela empresa compradora. Giro de Estoque = Consumo Médio Anual
De acordo com Viana (2006, p. 156) o tempo de res- Estoque Médio
suprimento é composto por tempos internos da empre-
sa, como também por externo:
a) TPC - Tempo de Preparação da Compra #FicaDica
b) TAF - Tempo de Atendimento do Fornecedor
O índice do Giro de Estoque demonstra a
c) IT - Tempo de Transporte
d) TRR - Tempo de Recebimento e Regularização saída das mercadorias da empresa, ou seja,
Onde: TR = TPC + TAF + TT + TRR as vendas. Logo, quanto maior o índice de
Giro de Estoque, melhores resultados da
3. Ponto de Pedido empresa.

O Ponto de Pedido (PP) indica o ponto (ou nível de


estoque) em que há necessidade de reposição (ressupri-
mento) do estoque. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Cálculo do Ponto de Pedido:
PP = Em + (C × Tr)
Onde: Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
PP: Ponto de Pedido Errado.
Tr: Tempo de Reposição
C: Consumo Médio Mensal 7. (ANCINE – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPE-
Em: Estoque Mínimo RIOR – CESPE – 2006) O conceito de estoque máximo
diz respeito ao número máximo de unidades de um de-
terminado item de estoque e é definido da seguinte for-
#FicaDica ma: estoque máximo = estoque mínimo - lote de compra
.
Ponto de Pedido também conhecido ( ) CERTO ( ) ERRADO
como Ponto de Reposição (PR) ou Ponto
de Encomenda (PE). Resposta: Errado. O Estoque Máximo define a quanti-
dade máxima de estoque permitida para determinado
4. Intervalo de Ressuprimento material. É determinado pela soma do estoque míni-
mo com o lote de compra (e não a subtração).
O Intervalo de Ressuprimento (IR) determina o tempo
8. (TRE-PB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRA-
existente entre uma reposição e outra, entre dois pontos
TIVA – SUPERIOR – FCC – 2007) Um material é con-
de pedido, ou seja, o tempo equivalente entre dois res-
sumido a uma razão de 3.000 unidades por mês, e seu
suprimentos consecutivos.
tempo de reposição é de dois meses. O ponto de pedido,
uma vez que o estoque mínimo deve ser de um mês de
5. Estoque Máximo
consumo é igual a:
O Estoque Máximo define a quantidade máxima de a) 3.000 unidades.
estoque permitida para determinado material, ou seja, b) 6.000 unidades.
é a quantidade máxima do material a ser mantida em c) 9.000 unidades.
estoque. d) 12.000 unidades.
O cálculo do estoque máximo é definido pela soma e) 15.000 unidades.
do Estoque mínimo com o Lote Econômico de Compra
(quantidade ideal a ser comprada). Resposta: Letra C. O cálculo do Ponto de Pedido é
Emáx = Em + Lote Econômico de Compra determinado pela seguinte fórmula.
Onde: PP = Em + (C · Tr). Onde: PP: Ponto de Pedido, Tr: Tem-
Em: Estoque Mínimo po de Reposição, C: Consumo Médio Mensal, Em: Es-
toque Mínimo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6. Ruptura de estoque De acordo com a questão, o Tr equivale a 2 meses,


C equivale a 3.000 unidades, assim como o Estoque
Ponto em que o estoque encontra-se em nível zero, Mínimo equivale a 3.000 (um mês de consumo). Por-
ou seja, o estoque torna-se nulo, entretanto ainda existe tanto:
demanda do material. A demanda existe, porém a em- PP = Em + (C · Tr)
presa não pode atender visto que o estoque está nulo. PP = 3.000 + (3.000 · 2) = 3.000 + 6.000 = 9.000 uni-
dades
7. Giro de estoque

O Giro de estoque define a rotatividade de estoque


em determinado período de tempo.

41
CLASSIFICAÇÃO ABC

De acordo com CHIAVENATO (2005, p. 79) “a Classificação ABC baseia-se no princípio de que a maior parte do in-
vestimento em materiais está concentrada em um pequeno número de itens”.
Ou seja, a Classificação ABC ordena os itens consumidos conforme um valor financeiro. Os itens quando ordenados
são divididos em três classes A, B e C:
Classe A: poucos itens, porém com peso no investimento em estoque bem elevado. Até 10% ou 20% dos itens em
estoque, com valor de 80% aproximadamente. Poucos itens, porém de elevada importância.
Classe B: quantidade média de itens (35% a 40%) que possui valor de consumo de 15% aproximadamente. Itens de
importância relativa.
Classe C: grande quantidade de itens (40% a 50%) com valor de consumo acumulado baixo (5% a 10%) dos esto-
ques. A classe C compõe os itens mais numerosos, porém menos importantes.

#FicaDica
As porcentagens de classificação não são fixas, sendo valores de porcentagens aproximados, podendo
variar para mais ou para menos.

Com a classificação ABC a atenção dada a cada item é relativa a importância do mesmo. Aos itens da Classe A há
uma maior concentração de atenção, embora sejam poucos itens, são os de maiores valores monetários. Aos itens da
classe B a atenção é menor, e aos itens da classe C a atenção aos itens é ainda mais reduzida, muitas vezes tratados por
processos mais automáticos ou semiautomáticos que não exigem muitos esforços e tempo de decisão.

Tabela com acumulação dos estoques para composição da classificação ABC

Valor do estoque Porcentagem Valor do estoque Porcentagem


Classificação Código do item
do item do item acumulado acumulada (%)
1 012 360.000 36,0 360.000 36,0
2 025 280.000 28,0 640.000 64,0
3 011 100.000 10,0 740.000 74,0
4 015 70.000 7,0 810.000 81,0
5 009 55.000 5,5 865.000 86,5
6 014 28.000 2,8 893.000 89,3
7 016 22.000 2,2 915.000 91,5
8 005 20.000 2,0 935.000 93,5
9 017 15.000 1,5 950.000 95,0
10 018 10.000 1,0 960.000 96,0
Demais itens 40.000 4,0 1.000.000 100,0
CHIAVENATO, 2005. p. 80.
Por meio dessa tabela é possível realizar a divisão dos itens nas classes A, B e C.
Percebe-se que os itens 1 a 4 representam acumuladamente 81% do valor monetário do estoque, logo pertencem
a Classe A.
Os itens de 5 a 10 representam acumuladamente 15% do valor monetário do estoque, logo pertencem a Classe B.
Já os demais itens representam 4% do valor monetário do estoque e pertencem a Classe C.
A Classificação ABC pode ser transformada na curva ABC ou Curva de Pareto.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

42
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou Errado.

1. (SERPRO – TÉCNICO – SUPORTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CESPE – 2013) O gerente que adota a classificação
ABC para controle do seu estoque possui uma pequena quantidade de produtos na denominada classe C.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errada. De acordo com a classificação ABC, a classe C é composta por grande quantidade de produtos
com valor de consumo acumulado baixo.

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou Errado.

2. (TJ-AJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO – CESPE – 2012) Ao se classificar um almoxarifado com base na classi-
ficação ABC, os itens mais volumosos e que agregam pouco resultado para a organização devem ser incluídos na(s)
classe(s):

a) A e C.
b) B e C.
c) A.
d) B.
e) C.

Resposta: Letra E. De acordo com a classificação ABC, a classe C é composta por grande quantidade de produtos
(itens mais volumosos) com valor de consumo acumulado baixo (agregam pouco resultado para a organização).

LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Lote Econômico de Compra (LEC) baseia-se na definição de reabastecimento do estoque pelo menor custo
possível, ou seja, decide a quantidade de itens a ser reposta (comprada) pelo menor custo possível em busca de um
equilíbrio econômico entre custo de manutenção de estoque e o custo de aquisição do pedido.

Fórmula para o cálculo do LEC:

43
Onde: JUST IN TIME
C: Consumo ou demanda
CP: Custo do Pedido O Just in Time (JIT), método surgido no Japão, visa a
CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma- produção dos itens exatamente no momento em que são
nutenção unitário necessários, dessa forma, busca a redução de desperdí-
cios por meio da redução de estoques, minimização de
defeitos e retrabalho. O Justi in Time visa à produção na
quantidade necessária, no momento certo para atender a
EXERCÍCIOS COMENTADOS demanda com mínimo de estoque ou estoque zero, seja
estoque em produtos acabados, estoque de produtos
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou semiacabados ou estoque de matéria-prima. Está pauta-
Errado. do na melhoria contínua da produtividade.
O Just in Time é conhecido como o sistema que “puxa”
1. (ANP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPERIOR a produção, visto que a produção só acontece conforme
– CESPE – 2013) No modelo de lote econômico, a quan- a necessidade sinalizada pelo comprador. Ao contrário
tidade ótima de estoques que deve compor cada pedido dos sistemas tradicionais que “empurram” a produção,
de compra é aquela em que os valores dos custos dos ou seja, produzem mesmo que não haja a demanda, de-
pedidos são iguais aos dos custos de manutenção dos pois da produção, “empurram” o produto para a possível
estoques. demanda.

( ) CERTO ( ) ERRADO 1. Kanban

Resposta: Certo. O modelo de lote econômico busca Kanban é considerada uma das técnicas do Just in
Time. A palavra japonesa Kanban significa cartão ou sinal.
o equilíbrio entre o custo de manutenção de estoque
Essa técnica controla a retirada dos materiais e a transfe-
e o curso de aquisição do pedido, logo, quando há
rência para outro estágio da operação. Além disso, serve
uma igualdade entre esses dois itens, pode-se definir para informar a quantidade a ser produzida no processo
que houve uma quantidade ótima de estoques. em que se encontra.
Slack et. al (2006, p. 368) define alguns tipos de Kan-
2. (BNDES – PROFISSIONAL BÁSICO – FORMAÇÃO ban:
EM ENGENHARIA – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2013) “Kanban de transporte: usado para avisar o estágio
Uma empresa utiliza o Lote Econômico de Compra (LEC) anterior que o material pode ser retirado do estoque e
para repor o estoque de uma das suas peças cuja deman- transferido para uma destinação específica [...] Kanban
da anual é de 90.000 unidades. Se o custo de colocação de produção: sinal para um processo produtivo de que
de um pedido é de R$ 4.000,00, e o custo de manutenção ele pode começar a produzir um item para que seja colo-
de estoques é de R$ 20,00 por peça por ano, qual é o LEC cado em estoque [...] Kanban do fornecedor: usado para
utilizado? avisar ao fornecedor que é necessário enviar material ou
componentes para um estágio da produção.”
a) 30
b) 60
c) 4.243 EXERCÍCIOS COMENTADOS
d) 6.000
e) 12.000 Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
Errado.
Resposta: Letra D. Para cálculo do Lote Econômico de
Compra (LEC) utiliza-se a seguinte fórmula 1. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIA-
LIDADE GESTÃO HOSPITALAR – SUPERIOR – CESPE
– 2018) Na administração dos estoques just in time, se
mantém um estoque de segurança para que, na necessi-
dade do produto, o material já esteja disponível.
Onde: C: Consumo ou demanda, CP: Custo do Pedido, ( ) CERTO ( ) ERRADO
CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nutenção unitário. Resposta: Errado. O Just in time visa à produção na


Logo, em resposta a questão, aplica-se a fórmula: quantidade necessária, no momento certo para aten-
der a demanda com mínimo de estoque ou estoque
zero. Portanto, não prevê estoque de segurança.

44
2. (IF-RS – PROFESSOR – GESTÃO, PRODUÇÃO E LOGÍSTICA – SUPERIOR – 2010) O _________ é usado para avisar o
estágio anterior que o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica. A alternativa
que completa corretamente o sentido desse conceito é:

a) Kanban;
b) Kanban de produção;
c) Kanban do fornecedor;
d) Kanban do cliente interno;
e) Kanban de transporte.

Resposta: Letra E. Segundo Slack et. al (2006, p. 368) Kanban de transporte é usado para avisar o estágio anterior
que o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica.

AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

“A Avaliação dos estoques é o levantamento do valor financeiro dos materiais - desde as matérias-primas iniciais,
os materiais em processamento, semi-acabados ou acabados, até os produtos acabados – tomando por base o preço
de curso ou o preço de mercado” (CHIAVENATO, 2005, p. 88). A avaliação de estoque é composta por alguns métodos:
Avaliação do Custo Médio, Avaliação pelo Método PEPS (FIFO), Avaliação pelo Método UEPS (LIFO) e Avaliação pelo
Custo de Reposição.

1. Custo Médio
Nesse método os custos médios são aplicados no lugar dos custos efetivos. Ou seja, os materiais ao saírem do esto-
que são calculados pelo custo médio de sua aquisição. Esse método visa ao longo prazo, aproximar pelo custo médio
aos custos reais dos materiais comprados. Esse é considerado o método mais utilizado.
Quadro: Cálculo pelo Custo Médio

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 4,50 225,00 250 4,30 1075,00
23/04 50 4,50 225,00 200 4,25 850,00
03/05 325 50 4,00 200,00 250 4,20 1050,00

2. Método PEPS (FIFO)


PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In - First Out), esse método define que as primeiras unida-
des compradas e estocadas serão as primeiras unidades a serem utilizadas no processo produtivo ou a serem vendidas.
Ou seja, as unidades que foram adquiridas primeiro e estão a mais tempo no estoque serão as primeiras a saírem.
Dessa forma, existe maior probabilidade do valor do estoque estar sempre atualizado ao valor do mercado, visto
que ele será composto pelas últimas unidades que entram, uma vez que as unidades que estão a mais tempo no esto-
que sairão primeiro.

Quadro: Cálculo pelo Método PEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Preço Preço Preço
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Data NF Qtide. Total $ Qtde. Total $ Qtde. Total $


unit. unit. unit.

02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00


06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 5,00 250,00 250 4,20 1050,00
23/04 50 5,00 250,00 200 4,00 800,00
03/05 150 4,00 600,00 50 4,00 200,00

45
3. Método UEPS (LIFO)

UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In - First Out) determina que as unidades armazenadas mais
recentemente no estoque (ou seja, as unidades que entraram por último) são as primeiras unidades a serem destinadas
à produção e/ou à venda.
Por meio desse método, entende-se que os custos dos itens que saíram primeiro refletem os custos dos itens re-
centemente comprados ou produzidos.

Quadro: Cálculo pelo Método UEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 4,00 200,00 250 4,40 1100,00
23/04 50 4,00 200,00 200 4,50 900,00
03/05 100 4,00 400,00 100 5,00 500,00
12/05 50 5,00 250,00 50 5,00 250,00

4. Custo de Reposição

De acordo com CHIAVENATO (2005, p. 89) “é o custo de reposição de estoque que ajusta a avaliação financeira dos
estoques. Assim o valor dos estoques é sempre atualizado em função dos preços de mercado”.
Geralmente é utilizado o seguinte cálculo para definição do Custo de Reposição:
CR = PU + ACR
Onde:
CR: Custo de Reposição
PU: Preço Unitário do material
ACR: Acréscimo do Custo de Reposição em porcentagem (%)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

15. (GÁS BRASILIANO – CONTADOR JUNIOR – SUPERIOR – IESES – 2017) Com base no controle de estoques de um
determinado produto, pelo PEPS, temos: Estoque Inicial em 01/03/X17 composto por 40 unidades, adquiridas no valor
de R$ 2.000,00 cada. No dia 06/03/X17 compra de 20 unidades, no valor de R$ 3.000,00 cada. No dia 10/03/X17 venda
de 20 unidades por R$ 2.500,00 cada. No dia 20/03/X17 venda de 30 unidades por R$ 3.500,00 cada. Qual o saldo total
em R$ no estoque?

a) R$ 35.000,00
b) R$ 30.000,00
c) R$ 5.000,00
d) R$ 40.000,00

Resposta: Letra B. Pelo método PEPS, os primeiros produtos a entrarem no estoque serão os primeiros produtos a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

saírem. Logo, de acordo com a questão apresentada, saíram 40 produtos ao custo de R$ 2.000,00 e 10 produtos ao
custo de 3.000,00, totalizando a saída de R$ 110.000. O estoque continha R$ 140.000,00 em peças (R$ 80.000,00 do
estoque inicial + R$ 60.000,00 adquiridas no dia 06/06/X17). Portanto restaram R$ 30.000,00 em custo de peças em
estoque (R$ 140.000,00 – R$ 110.000,00), conforme demonstrado no quadro abaixo.

46
Entradas Saídas Saldo em estoque
Data Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
01/03/ 40 2.000 80.000
X17
06/03/ 20 3.000 60.000 60 2.333 140.000
X17
10/03/ 20 2.000 40.000 40 2.500 100.000
X17
20/03/ 20 2.000 40.000 20 3.000 60.000
X17
10 3.000 30.000 10 3.000 30.000

16. (CFR-PI – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CRESCER – 2016) Com relação à gestão de um estoque, qual
critério utilizado dá destaque à ordem cronológica das entradas dos produtos no estoque?

a) UEPS.
b) LIFO.
c) PEPS.
d) MPM.

Resposta. Letra C. PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In - First Out), esse método define que
as primeiras unidades compradas e estocadas serão as primeiras unidades a serem utilizadas no processo produti-
vo ou a serem vendidas. Ou seja, utiliza como critério a ordem cronológica das entradas dos produtos no estoque.

OPERAÇÕES DE ALMOXARIFADO

O almoxarifado é o espaço destinado à armazenagem dos materiais iniciais, em sua maioria as matérias-primas,
mas também podem ser compostos por materiais secundários e demais materiais necessários ao processo produtivo.
Diferente de depósito, este é o espaço destinado à armazenagem de produtos acabados.
Os materiais necessários ao processo produtivo são adquiridos dos fornecedores externos pelo departamento de
compras.
O departamento de compras, após aprovação dos materiais pelo órgão de Controle de Qualidade, libera os mate­
riais comprados para entrada ao almoxarifado.
Os materiais ao chegarem ao almoxarifado são armazenados e passam a seguir ao processo produtivo somente
quando requisitados pelas diversas seções por meio da Requisição de Materiais.

1. Classificação de materiais

A classificação de materiais é o processo que tem por objetivo agrupar os materiais por características comuns.
A classificação de materiais é responsável pela identificação, simplificação, codificação, normalização, padroniza-
ção e catalogação dos materiais.

a) Identificação: primeira etapa responsável por classificar os materiais. Analisa e registra as características físico/
químicas e aplicações do material.
b) Simplificação: redução da grande diversidade de itens destinados a uma mesma finalidade, nesse caso haven-
do dois ou mais materiais destinados a uma mesma finalidade é recomendável escolha pelo uso de apenas uma
delas.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Codificação: após a classificação, são atribuídos códigos representativos aos materiais para que sejam identifi-
cados.
d) Normalização: definem as normas, ou seja, as prescrições relativas ao uso do material.
e) Padronização: responsável por estabelecer padrões relacionados a peso, medidas e formatos aos materiais, de
maneira a evitar muitas variações entre os materiais.
f) Catalogação: ordena os dados do material de forma lógica para que suas informações sejam facilmente iden-
tificadas.

47
2. Atributos para classificação de materiais •M
 ateriais A: poucos itens, porém com peso no
investimento em estoque bem elevado.
• Abrangência: a classificação deve abranger um •M
 ateriais B: quantidade média de itens que pos-
número elevado de características do material; sui valor de consumo de 15% aproximadamente.
• Flexibilidade: permite interfaces entre os diversos Itens de importância relativa.
tipos de classificação de forma a obter visão am- •M
 ateriais C: grande quantidade de itens com va-
pla do gerenciamento de estoques. lor de consumo acumulado baixo (5% a 10%) dos
• Praticidade: o processo de classificação deve ser estoques. A classe C compõe os itens mais nume-
prático, ou seja, direto e simples. rosos, porém menos importantes.

CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS POR TIPO DE DE- c) Quanto à importância operacional: define a im-
MANDA portância operacional dos materiais no processo
produtivo para não prejudicar a continuidade de
A Classificação de Materiais por Tipo de Demanda produção operacional.
divide-se em Materiais de Estoque e Materiais Não de •M  ateriais X: materiais de aplicação não importan-
Estoque. te, podendo haver similares na empresa;
•M  ateriais Y: materiais de aplicação de média im-
1. Materiais de estoque portância, podendo haver similar ou não;
•M  ateriais Z: materiais de aplicação muito impor-
Os Materiais de Estoque devem existir em estoque tante, não há similar. Sua falta acarreta a paraliza-
para utilização futura. Para esses materiais são determi- ção da produção.
nados critérios e parâmetros de ressuprimento automá-
tico para que eles nunca faltem em estoque. Tais critérios 2. Materiais de não estoque
e parâmetros são baseados na previsão da demanda e na
importância para a empresa. Materiais comprados para utilização imediata. Não
são estocados, ou podem ser estocados temporariamen-
Classificação dos Materiais de Estoque: te no almoxarifado. Isso, pois, no processo produtivo
podem existir necessidades de materiais de demanda
a) Quanto à aplicação: imprevisível, ou seja, materiais em que não há regula-
• Materiais produtivos: materiais ligados direta- ridade de consumo, não havendo definição de parâme-
mente e indiretamente ao processo produtivo. tros para ressuprimento automático. A aquisição desses
• Matérias-primas: materiais básicos e insumos que existe por solicitação direta do usuário de acordo com a
formam os itens iniciais e integram o processo constatação da necessidade.
produtivo da empresa.
• Produtos em fabricação: materiais em processa- MATERIAIS CRÍTICOS
mento, materiais que estão sendo processados.
Por estarem em processamento, não se encon- De acordo com Viana (2006, p.56) Materiais Críticos
tram no almoxarifado e nem no estoque final. “são materiais de reposição específica de um equipa-
• Produtos acabados: produtos pertencentes ao mento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja
estágio final do processo produtivo, produtos fi- demanda não é previsível e cuja decisão de estocar é
nalizados. tomada com base na análise de risco que a empresa cor-
• Materiais de manutenção: materiais aplicados em re, caso esses materiais não estejam disponíveis quando
manutenção, sua utilização é repetitiva. necessário”.
• Materiais improdutivos: materiais que não consti-
tuem o produto no processo produtivo (materiais Razões para existência de Materiais críticos
de limpeza, materiais de escritório).
• Materiais de consumo geral: materiais de consu- Por problemas
mo, utilizados em diversas áreas da empresa, de Material importado
de Obtenção
maneira repetitiva, porém não são utilizados para
fins de manutenção. Existência de um único
fornecedor
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Quanto ao valor do consumo anual: para obtenção Escassez no mercado


de resultados positivos no processo de gerencia-
mento de estoques, se faz necessário e importante Material estratégico
a separação dos materiais, definindo o que é im- De difícil fabricação ou
portante quanto ao valor de consumo e o que não obtenção
é tão importante, ou seja, o que é essencial, do que Por razões econômicas Material de elevado valor
é secundário. Para essa separação utiliza-se a Cur-
va ABC. De acordo com Chiavenato (2005, p. 79) Material com elevado cus-
“a Classificação ABC baseia-se no princípio de que to de armazenagem
a maior parte do investimento em materiais está
concentrada em um pequeno número de itens”.

48
Por problemas 2. (CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR – ANALIS-
Material importado TA LEGISLATIVO MUNICIPAL – ÁREA DE LICITAÇÃO,
de Obtenção
CONTRATOS E CONVÊNIOS – FGV – 2018) Um sistema
Material com elevado cus- de classificação eficaz deve abordar as seguintes etapas:
to de transporte
Por problemas de arma- a) identificação – simplificação – codificação – normaliza-
Material perecível ção – padronização – catalogação;
zenagem e transporte
b) catalogação – simplificação – especificação – normati-
Material de alta periculo- zação – aglutinação – codificação;
sidade c) catalogação – complementação – identificação – nor-
Material de elevado peso matização – padronização – codificação;
d) sintetização – simplificação – normatização – padroni-
Material de grandes di- zação – codificação – identificação;
mensões e) catalogação – simplificação – flexibilização – normali-
Por problemas de pre- Material com utilização de zação – padronização – codificação.
visão difícil previsão Resposta: Letra A. A classificação de materiais é o
processo que tem por objetivo agrupar os materiais
Material de reposição de
Por razões de segurança por características comuns. A classificação de mate-
alto custo
riais é responsável pela identificação, simplificação,
Material para equipamento codificação, normalização, padronização e cataloga-
vital da produção ção dos materiais.
Material de reposição de
alto custo
INVENTÁRIO
VIANA, 2006, p.56.
O inventário refere-se a contagem dos materiais
MATERIAIS OBSOLETOS E INSERVÍVEIS
existentes na empresa, ocorridas periodicamente, com
o objetivo de comparar com os estoques registrados e
Essa classificação compõem os materiais são obso-
contabilizados em controle da empresa. Dessa forma é
letos (antigos, ultrapassados) ou inservíveis (inúteis) por
possível comprovar a existência dos materiais e a exa-
isso devem ser eliminados, pois compõem um estoque
tidão dos mesmos. Ou seja, os inventários confrontam
morto.
a realidade física dos estoques em relação aos registros
contábeis.
Por essa razão, o inventário pode ser considerado um
instrumento de gerenciamento de grande relevância e
EXERCÍCIOS COMENTADOS importância.

1. Inventários anuais
1. (CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR – ANALIS-
TA LEGISLATIVO MUNICIPAL – ÁREA DE LICITAÇÃO, O Inventário anual é realizado em época de balanço.
CONTRATOS E CONVÊNIOS – FGV – 2018) A classifica- Para efetuá-lo exige-se a paralisação das atividades para
ção de materiais busca uma organização que permita a contagem dos materiais. Portanto impraticáveis em em-
melhor gestão dos materiais em um dado processo. Um presas de grande porte, pela inviabilidade de paralização
bom sistema de classificação deve possuir os seguintes das atividades.
atributos:
2. Inventários rotativos
a) simplicidade, precisão e abrangência;
b) abrangência, flexibilidade e praticidade; O inventário rotativo é um processo de recontagem
c) praticidade, durabilidade e precisão; física de todo o estoque e ocorre de maneira contínua,
d) durabilidade, simplicidade e precisão; em frequência pré-determinada, seja esta diária, sema-
e) precisão, praticidade e maneabilidade. nal, mensal. O Inventário Rotativo pode utilizar os recur-
sos de informática para inventariar os materiais. O Inven-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Resposta: Letra B. Os atributos para classificação tário Rotativo pode ser:


de materiais são: Abrangência: a classificação deve
abranger um número elevado de características do a) Inventário Automático: realizado quando surge
material; Flexibilidade: permite interfaces entre os di- ocorrência de eventos que indicam possível diver-
versos tipos de classificação de forma a obter visão gência ou para garantir confiabilidade de estoque
ampla do gerenciamento de estoques; Praticidade: o em relação a materiais vitais. Os eventos podem
processo de classificação deve ser prático, ou seja, di- ser: saldo zero no sistema de controle, requisição
reto e simples. de material atendida parcialmente, requisição de
material não atendida, material crítico requisitado,
material crítico recebido e transferência de locali-
zação.

49
b) Inventário Programado: programado em sistema Redução do tempo de fabricação;
em períodos estabelecidos e por amostragem de Incremento da produção por meio do abastecimento
itens. de materiais intensificado;
c) Inventário a Pedido: realizado quando solicitado Utilização racional da capacidade de armazenagem.
em sistema seja pela administração de materiais
ou controladoria. Podem ser solicitados devido fa- 2. Melhorar as condições de trabalho
lhas de processamento, solicitações do almoxarife, Contribuindo para que as pessoas tenham melhores
da gestão da auditoria ou por outros motivos. condições de trabalho, vez que deve proporcionar maior
segurança e redução de acidentes, redução das fadigas,
Quadro comparativo entre opções de inventário: aumento da produtividade da mão-de-obra.

Inventário Anual Inventário Rotativo 3. Reduzir os custos de produção por meio da re-
dução da mão de obra braçal
Esforço concentrado, pro- Sem grandes esforços,
duzindo pico de custo. com custos distribuídos. Vez que são utilizados equipamentos de manuseio e
Gera impacto nas ativi- É possível a continuida- transporte, redução dos custos de materiais visto que são
dades da empresa, com de de atendimento com acondicionados e transportados de maneira a evitar per-
almoxarifado de portas o almoxarifado de portas das e danificações aos materiais e redução de custos em
fechadas. abertas. despesas por meio de despesas menores de transporte e
níveis de estoque de materiais reduzidos.
Incremento da produ-
Produtividade da mão-
tividade, com ações Instrução: Em algumas questões a seguir, preencha nos
-de-obra decrescente
preventivas, que, sem campos a seguir o campo designado com o código C,
ocorrendo falhas durante o
consequência, reduzem caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o
processo.
as falhas. código E, caso julgue o tem ERRADO.
Almoxarifes tornam-se
Almoxarifes “reaprendem”
especialistas no processo
ano após ano.
e no ajuste.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
O feedback imediato
eleva a qualidade, ha- 3. (FBN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO I, II E III –
vendo motivação e par- MÉDIO – 2013 – FGV) O inventário físico é um impor-
As causas divergências não
ticipação geral; assim, as tante instrumento de controle de estoques. A respeito da
são identificadas.
causas das divergências sua obrigatoriedade, é correto afirmar que
são rapidamente identi-
ficadas. a) ele identifica eventual discrepância entre a apuração
Confiabilidade não me- Aprimoramento contí- do estoque físico e do estoque contábil.
lhora. nuo da confiabilidade. b) ele permite a reanálise da arrumação física do estoque
VIANA, 2006, p. 384. frente aos registros contábeis.
c) ele exige a verificação do tamanho das embalagens e
MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS do volume a ser estocado.
d) ele obriga a redução dos custos de recebimento frente
Movimentação de Materiais refere-se a todo o flu- aos registros contábeis.
xo de materiais ocorrido dentro da empresa. Em todo e
qualquer sistema de produção existe a movimentação de Resposta: Letra A. O inventário tem o objetivo de
materiais. comparar os estoques físicos aos estoques registrados
A movimentação de materiais tem por objetivo ga- e contabilizados em controle da empresa. Ou seja, os
rantir o abastecimento das seções de produção e a se- inventários confrontam a realidade física dos estoques
quência do processo entre as várias seções que o envol- em relação aos registros contábeis.
vem.
Esta pode ser horizontal (em um espaço plano e em 4. (AGU – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – CESPE –
um mesmo nível) ou vertical (em prédios que contém an- 2010) Com relação à administração de materiais, julgue
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dares ou níveis de altura). os itens a seguir. Os inventários rotativos são efetuados


De acordo com Chiavenato (2005, p. 145) as princi- no final de cada exercício fiscal da empresa e incluem a
pais finalidades da movimentação de materiais são: totalidade dos itens de estoque de uma só vez.

1. Aumentar a capacidade produtiva da empresa CERTO ( ) ERRADO ( )

A eficiência na movimentação de materiais permite Resposta: Errado. O inventário rotativo é um proces-


utilizar a capacidade produtiva da empresa de manei- so de recontagem física do estoque e ocorre de ma-
ra plena, e às vezes, até aumentá-la. Tal aumento pode neira contínua, em frequência pré-determinada, seja
ocorrer devido: esta diária, semanal, mensal.

50
ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS Desvantagens: controle tecnológico reduzido, depen-
dência elevada de terceiros, lucros menores, menor do-
Compra significa basicamente a procura e providên- mínio tecnológico.
cia de entrega de materiais necessários à empresa de
acordo com as especificações exatas, qualidade e quanti-
dade requerida, no prazo estabelecido, a um preço ade-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
quado e justo.
1. (ITAIPU BINACIONAL – PROFISSIONAL NÍVEL UNI-
1. Atividades do departamento de compras
VERSITÁRIO JR – ADMINISTRAÇÃO – SUPERIOR –
UFPR – 2017) A empresa ALFA, presente há 15 anos no
Preparação do Processo de Compras: recebimento de
mercado, abrirá uma nova fábrica e com isso precisará
documentos e elaboração do processo de compra;
de novos insumos para sua operação. A equipe de com-
Planejamento da Compra: nessa etapa verifica a indi-
pras precisará estruturar o processo para adquirir esses
cação de fornecedores e elabora condições gerais e es-
novos insumos visando atender essa nova necessidade.
pecíficas relacionadas à compra;
Assinale a alternativa que representa a sequência ideal
Seleção de Fornecedores: seleciona os fornecedores
do processo de compras a ser estabelecido.
com enfoque na abertura de concorrência, analisa o de-
sempenho dos fornecedores, analisa suas capacidades
a) Preparação do processo, planejamento da compra,
em atender as necessidades da empresa;
seleção de fornecedores, concorrência, contratação e
Concorrência: nessa etapa surge a negociação com os
controle da entrega.
fornecedores, a fim de verificar quais atendem a necessi-
b) Planejamento da compra, preparação do processo,
dade de compra. Nessa etapa há expedição de consulta,
seleção de fornecedores, concorrência, contratação e
abertura, análise e avaliação de propostas;
controle da entrega.
Contratação: definição dentre as propostas da con-
c) Preparação do processo, planejamento da compra,
corrência pelo fornecedor ideal para a aquisição dos ma-
concorrência, seleção de fornecedores, contratação e
teriais, a definição ocorre pela equalização das propos-
controle da entrega.
tas. Nessa fase há a realização do pedido;
d) Planejamento da compra, preparação do processo,
Controle de entrega: acompanhamento com o forne-
concorrência, seleção de fornecedores, contratação e
cedor desde o pedido até a fase de entrega, recebimento
controle da entrega.
do material, análise de quantidade e qualidade de acor-
e) Preparação do processo, planejamento da compra,
do com as exigências contratadas, e encerramento do
concorrência, contratação, seleção de fornecedores e
processo.
controle da entrega.
ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO DE RECURSOS MATE-
Resposta: Letra A. A sequência ideal do processo de
RIAIS
compras são Preparação do Processo de Compras (fase
de elaboração do processo de compra), Planejamen-
1. Verticalização
to da Compra (indicação de fornecedores e elabora
condições gerais e específicas relacionadas à compra),
A Verticalização prevê que a empresa tentará produzir
Seleção de Fornecedores (seleciona os fornecedores
internamente tudo o que puder para suprir a produção
com enfoque na abertura de concorrência, analisa o
até o produto final. Se necessário comprará de terceiros
desempenho dos fornecedores e sua capacidade de
as menores quantidades possíveis.
suprimento), Concorrência (negociação com os for-
Vantagens: a empresa possui independência em re-
necedores: expedição de consulta, abertura, análise e
lação à terceirização, maior lucratividade, visto que ab-
avaliação de propostas), Contratação (definição pelo
sorve os lucros que repassaria aos fornecedores, maior
fornecedor ideal e realização do pedido), Controle de
autonomia, domínio em relação a tecnologias próprias.
entrega (acompanhamento com o fornecedor desde o
Desvantagens: alto investimento, menor flexibilidade,
pedido até a fase de entrega, recebimento do material
estrutura da empresa deve ser ampla (estrutura física, hu-
e encerramento do processo).
mana e material).

2. Horizontalização
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Horizontalização prevê que a empresa comprará de


terceiros o máximo dos itens necessários para composi-
ção do produto final.

Vantagens: custos reduzidos, flexibilidade na defini-


ção dos volumes de produção (sendo esses menores,
visto que itens serão adquiridos de terceiros), engenharia
simultânea (empresa e fornecedor), esforços concentra-
dos apenas no produto principal da empresa.

51
2. (CRQ 18ª – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MÉDIO A Cadeia de Suprimentos visa otimizar os processos
– QUADRIX – 2016) Vários são os tipos ou critérios de objetivando a satisfação do cliente e a criação de vanta-
classificação de materiais, determinados em função das gem competitiva.
informações gerenciais desejadas pelo gestor de mate- Segundo Chiavenato (2005, p. 112)
riais. A possibilidade de fazer ou comprar é um desses O SCM permite visualizar todo o processo de gera-
critérios e tem por objetivo prover a informação de quais ção continuada de valor desde a chegada da ma-
materiais poderão ser produzidos internamente pela or- téria-prima até a entrega do produto acabado ao
ganização e quais deverão ser adquiridos no mercado. cliente final de maneira integrada e sistêmica. Esse
As categorias de classificação podem ser assim listadas: é o ciclo integral que vai da matéria-prima entregue
• materiais a serem produzidos internamente; • materiais pelo fornecedor até a chegada do produto acabado
a serem adquiridos; • materiais a serem recondicionados ao consumidor final.
(recuperados) internamente; • materiais a serem produ- Para haver as ações integradas entre os diversos par-
zidos ou adquiridos (depende de análise caso a caso pela ticipantes da Cadeia de Suprimentos, há necessidade de
organização). A decisão sobre produzir ou adquirir um uso avançado de tecnologia da informação, por meio de
item de material no mercado é tomada pela cúpula da sistemas de gerenciamento de informações e pesquisas
organização, considerando os custos e a estrutura en- operacionais modernos e avançados.
volvida. Nesse contexto, há duas estratégias possíveis: a
verticalização e a horizontalização. Podem ser apontadas NOÇÕES DE CONTABILIDADE. NOÇÕES DE ADMI-
como desvantagens da verticalização: NISTRAÇÃO FINANCEIRA. NOÇÕES DE ORÇAMEN-
TO PÚBLICO.
I. perda de flexibilidade;
II. maior investimento (custos maiores); Finanças Públicas é a terminologia que tem sido tra-
III. dependência de terceiros. dicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da
política econômica que envolve o uso de medidas de tri-
Pode-se afirmar que: butação e de dispêndios públicos. Esta expressão não é
muito adequada, já que os problemas básicos não são
a) somente I está correta. financeiros, mas tratam do uso dos recursos econômicos,
b) somente II está correta. da distribuição da renda e do nível de emprego.
c) somente III está correta. Ainda que a política orçamentária seja uma parcela
d) há apenas duas afirmativas corretas. importante deste tema tão amplo, dificilmente ela pode-
e) todas estão corretas. ria reivindicar uma participação exclusiva.
Há muito tempo, economistas e filósofos sociais
Resposta: Letra D. As desvantagens da verticalização preocupavam-se com a equidade fiscal. Seus pensamen-
incluem perda de flexibilidade e maior investimen- tos geraram duas teorias básicas:
to. Porém não há dependência de terceiros, uma vez • dos “benefícios recebidos”; e
que a empresa prioriza por produzir todos ou a maior • da “capacidade de pagamento”.
quantidade de itens para a produção do produto final. A teoria dos benefícios foi a primeira a ser desenvol-
A dependência de terceiros ocorre estratégia de hori- vida e utilizada extensivamente. Com o advento do mar-
zontalização. ginalismo – utilidade marginal aplicada na determinação
do valor e preço – o princípio da capacidade de paga-
mento evoluiu considera­velmente.
GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Boa parcela do nexo desses princípios é devida ao
OU SUPPLY CHAIN MANAGEMENT próprio Adam Smith que, em “A Riqueza das Nações”
(1776), estabeleceu que “os cidadãos de qualquer Esta-
De acordo com Slack et. al (2006, p. 305) a expressão do devem contribuir para o suporte do Governo, tanto
rede de suprimentos é utilizada para “designar todas as quanto possível, na proporção de sua capacidade, ou
unidades produtivas que estavam ligadas para prover o seja, da renda que usufruem sob a proteção do Estado”.
suprimento de bens e serviços para uma empresa e para Smith reconheceu o princípio da progres­sividade na
gerar a demanda por esses bens e serviços até os clientes tributação. Na mesma obra, estipula que “não é irrazoá-
finais”. vel que os ricos devam contribuir para a despesa pública,
A rede de suprimentos é formada pela cadeia de su- não apenas na proporção de suas rendas, mas em algo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

primentos que gerencia todas as tarefas, atividades e mais do que essa proporção”. Esses três princípios – be-
unidades produtivas que ligadas fluem bens e serviços, nefício, capacidade e progressividade – fornecem as ba-
para dentro e para fora da empresa, na busca de agregar ses para as discussões correntes da equidade fiscal.
valor a todos os envolvidos na cadeia.
Orçamento público.
A Gestão da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain A compreensão que durante muito tempo foi acei-
Management (SCM) refere-se a um processo integrado ta para orçamento público, de que esse era apenas uma
que envolve fornecedores, produtor, distribuidores e peça que continha previsão de receitas e fixação de des-
clientes no compartilhamento de informações e planeja- pesas para um período determinado, ou seja, meramente
mentos que visam o canal mais eficiente e mais competi- peça contábil, hoje não tem mais espaço na compreen-
tivo para prover suprimentos. são atual.

52
Isso porque é impossível imaginar um orçamento Com a indexação orçamentária mensal à inflação real,
público que não esteja alinhado aos planos de governo, consegue-se o grau necessário de flexibilidade na exe-
sendo assim, a compreensão atual que temos para orça- cução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento
mento é que este é um instrumento de planejamento da através de elevadas margens de suplementação. Pode-se
ação governamental, possuindo um aspecto  dinâmico, restringir a margem a um máximo de 3%.
ao contrário do orçamento tradicional já superado, que Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É
possuía caráter eminentemente estático. preciso apresentar as condições que permitiram os níveis
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato previstos de entrada e dispêndio de recursos.
pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislati- No caso da receita, é importante destacar o nível de
evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema ar-
vo autoriza, por certo período de tempo, a execução das
recadador, o nível de inadimplência, as alterações realizadas
despesas destinadas ao funcionamento dos serviços pú-
na legislação, os mecanismos de cobrança adotados.
blicos e outros fins adotados pela política econômica ou No caso da despesa, é importante destacar os princi-
geral do país, assim como a arrecadação das receitas já pais custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros
criadas em lei”. e demais encargos financeiros, a evolução do quadro de
Através desse instrumento é possível a sociedade pessoal, a política salarial e a política de pagamento de
acompanhar o fluxo de recursos do Estado, fluxo esse empréstimos e de atrasados.
que é traduzido em lei orçamentária, que é elaborada Os resultados que a simplificação do orçamento ge-
pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo, sendo assim, ram são, fundamentalmente, de natureza política. Ela
é saudável uma relação harmoniosa entre os dois pode- permite transformar um processo nebuloso e de difícil
res, para que ambos trabalhem juntos para que a saúde compreensão em um conjunto de atividades caracteriza-
financeira do Estado seja promovida em paralelo aos in- das pela transparência.
vestimentos em projetos necessários à sociedade, sendo Como o orçamento passa a ser apresentado de for-
esses, limitados ao previsto e fixado no orçamento. ma mais simples e acessível, mais gente pode entender
Como dissemos, esse é um instrumento que permite seu significado. A sociedade passa a ter mais condições
que a sociedade possa acompanhar o fluxo de recursos de fiscalizar a execução orçamentária e, por extensão,
do Estado, porém, não se trata de um instrumento tão as próprias ações do governo municipal. Se, juntamen-
facilmente compreendido devido a algumas complexi- te com esta simplificação, forem adotados instrumentos
efetivos de intervenção da população na sua elaboração
dades envolvidas, porém, através da técnica chamada
e controle, a participação popular terá maior eficácia.
análise vertical, agrupando as receitas e despesas em
Outra importante mudança ocorrida no cenário do
conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se in- orçamento público foi a redefinição das funções dos ato-
dividualmente aqueles que tenham participação signifi- res envolvidos na gestão pública financeira, onde o Le-
cativa, essa compreensão se torna facilitada, através de gislativo passou a ter mais prerrogativas na condução do
uma apresentação da participação percentual dos va- processo decisório no tocante à priorização do gasto e à
lores destinados a cada item no total das despesas ou alocação da despesa, ficando ainda mais claro isso com
receitas, por exemplo, o governo aplicará 15% de seus a unificação dos orçamentos do Governo Federal, com a
recursos em saneamento básico, ou seja, o cidadão fica criação da Secretaria do Tesouro Nacional, que redefiniu
sabendo do montante disponível, qual o percentual para as funções do Banco do Brasil, do Banco Central e do
cada área ou projeto está previsto no orçamento. Tesouro Nacional.
Temos também a análise horizontal do orçamento, Com essas redefinições todas o planejamento orça-
que retrata uma comparação entre os valores do orça- mentário consolidou-se no formato de um Plano Pluria-
mento atual com os valores correspondentes nos orça- nual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamen-
mentos anteriores (expressos em valores reais, atualiza- tárias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração
dos monetariamente, ou em moeda forte). da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal,
Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por con-
sequência, os níveis de endividamento do Estado, não
aplicados na apresentação dos resultados da execução
podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de
orçamentária (ou seja, do cumprimento do orçamento), atividade planejada, consubstanciada na fixação de me-
confrontando o previsto com o realizado em cada pe- tas fiscais. Os processos orçamentário e de planejamen-
ríodo e para cada rubrica. Deve-se apresentar, também, to, seguindo a tendência mundial, evoluíram das bases
qual a porcentagem já recebida das receitas e a porcen- do orçamento-programa para a incorporação do concei-
tagem já realizada das despesas.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

to de resultados finalísticos, em que os recursos arreca-


É fundamental que a peça orçamentária seja converti- dados devem retornar à sociedade na forma de bens e
da em valores constantes, permitindo avaliar o montante serviços que transformem positivamente sua realidade.
real de recursos envolvidos. E o principal a ser destacado nesse processo evoluti-
Como sabemos a realidade não é estática, portanto, vo todo que envolve o orçamento publico, é o nível de
vezes se torna necessária alguma alteração na progra- transparência que se alcançou com todas essas medidas
mação existente, exigindo assim alteração dos recursos e que foi potencializada com o uso de recursos tecnoló-
e finalidades de seu uso, para isso, existe as margens de gicos que permitem confiança nos registros contábeis e
suplementação, que permitirão essa flexibilidade na exe- controle, o uso de sistemas com finalidades específicas
cução do orçamento quando as prioridades estabeleci- como vimos em tópico anterior e outros demais instru-
das exigirem alguma modificação. mentos de ferramentas de gestão.

53
Princípios orçamentários II - o orçamento de investimento das empresas em que
a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
O orçamento público está embasado em princípios do capital social com direito a voto;
regidos pela CF/88 e pela Lei 4.320/64, que apresenta III - o orçamento da seguridade social, abrangendo
normas para a elaboração, execução e controle desse or- todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad-
çamento. ministração direta ou indireta, bem como os fundos e
Na concepção de CELSO BASTOS: fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
“Os princípios constituem ideias gerais e abstratas,
que expressam em menor ou maior escala todas as nor- Princípio da Unidade
mas que compõem a seara do direito. Poderíamos mes-
mo dizer que cada área do direito não é senão a concre- De acordo com o principio da unidade, o orçamen-
tização de certo número de princípios, que constituem o to deve ser uno, ou seja, somente deve existir um único
seu núcleo central. Eles possuem uma força que permeia orçamento para cada ente da Federação em cada exer-
todo o campo sob seu alcance.” cício financeiro.
Os princípios e as regras constituem a base, o ali- Segundo a doutrina especializada, o objetivo princi-
cerce de um sistema jurídico, são consideradas normas pal desse princípio é evitar a existência de orçamentos
jurídicas. São verdadeiras proposições lógicas que fun- paralelos e está amparado pelo disposto na Lei 4320/64:
damentam e sustentam um sistema., porém, diferente- Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação
mente das normas, os princípios possuem um papel mais da receita e despesa de forma a evidenciar a políti-
generalizado que as regras, estas, possuem claramente ca econômica financeira e o programa de trabalho do
a função de regular as relações jurídicas, enquanto os Governo, obedecidos os princípios de unidade, univer-
princípios, representa um limite de atuação do jurista, ou salidade e anualidade.
seja, estabelecem balizamentos dentro dos quais o juris-
ta exercitará sua criatividade, seu senso do razoável e sua Princípio da Totalidade
capacidade de fazer a justiça do caso concreto.
De acordo com Silva (2002, p. 45), para que possam O principio da totalidade nasceu da necessidade de
assegurar os fins a que se destinam, podem ser sintetiza- se possibilitar a coexistência de diversos orçamentos,
dos em dois aspectos: gerais e específicos. Os aspectos que, entretanto, devem ser consolidados.
gerais (receitas e despesas) subdividem-se em: Surgiu após uma remodelação pela doutrina do
a) substanciais: anualidade; unidade; universalidade; princípio da unidade, de forma que abrangesse as no-
equilíbrio; e, exclusividade; vas situações. A CF/88 determinou um modelo que se-
b) formais ou de apresentação: especificação; publici- gue o princípio da totalidade, já que a composição do
dade; clareza; uniformidade; precedência. orçamento anual deve ser: orçamento fiscal, orçamento
da seguridade social e orçamento de investimentos das
Nos aspectos específicos (só das receitas): não-afeta- estatais.
ção; e, legalidade da tributação. Na visão de José Afonso da Silva, o princípio da uni-
dade orçamentária, na concepção de orçamento-progra-
A seguir os principais princípios orçamentários: ma, não se preocupa com a unidade documental; ao con-
trário, desdenhando-a, postula que tais documentos se
Princípio da Universalidade subordinem a uma unidade de orientação política, numa
Segundo esse principio, o orçamento deverá conter hierarquização dos objetivos a serem atingidos e na uni-
todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da formidade de estrutura do sistema integrado.
União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta. Princípio Periodicidade ou da Anualidade
A lei 4320/64 dispõe no mesmo sentido:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação De acordo com esse principio, o orçamento deve ser
da receita e despesa de forma a evidenciar a políti- elaborado e autorizado para um período de um ano. É o
ca econômica financeira e o programa de trabalho do que dispõe a CF/88:
Governo, obedecidos os princípios de unidade, univer- Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
salidade e anualidade. lecerão:
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as I - o plano plurianual;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

receitas, inclusive as de operações de crédito autori- II - as diretrizes orçamentárias;


zadas em lei. III - os orçamentos anuais.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as Segundo a Lei 4320/64, o orçamento deve ter vigên-
despesas próprias dos órgãos do Governo e da admi- cia limitada a um exercício financeiro, que coincide com
nistração centralizada, ou que, por intermédio deles se o ano civil.
devam realizar, observado o disposto no art. 2°.
§ 5° A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração di-
reta e indireta, inclusive fundações instituídas e man-
tidas pelo Poder Público;

54
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei
FIQUE ATENTO! de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
Parte da doutrina especializada entende que
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública
a há exceções ao principio da anualidade.
deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa,
Caso haja abertura de créditos especiais ou
no orçamento da entidade obrigada a transferência
extraordinários nos últimos 4 meses do ano,
e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
tais valores serão incorporados ao orçamen-
to do ano seguinte
Princípio do Equilíbrio Orçamentário

Princípio da Unidade de Tesouraria (ou de Caixa): Tem como objetivo principal assegurar que as des-
pesas autorizadas não serão superiores à previsão das
A Lei 4320/64 consagra o principio da unidade de te- receitas.
souraria: A própria Lei de Responsabilidade Fiscal determi-
na que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) trate do
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á equilibrio entre receitas e despesas, nos seguintes ter-
em estrita observância ao princípio de unidade de te- mos:
souraria, vedada qualquer fragmentação para criação
de caixas especiais. Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o
Assim, todas as receitas devem ser recolhidas em uma disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
conta única com o objetivo de confrontar os totais e apu- I - disporá também sobre:
rar o resultado deficitário, superavitário ou nulo. a) equilíbrio entre receitas e despesas.
Também, a CF/88 determina qual o destino deva ser A CF/88 prevê possibilidade de ocorrência de défi-
dado as disponibilidades: cit orçamentário, caso em que as receitas são inferiores
às despesas. Assim, contabilmente, o orçamento estará
§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão de- sempre em equilíbrio pois o déficit aparece normalmente
positadas no banco central; as dos Estados, do Distrito nas operações de crédito que, pelo art. 3º da Lei 4320/64,
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do também devem constar do orçamento.
Poder Público e das empresas por ele controladas, em
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos Princípio da Exclusividade
previstos em lei.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Comple- O principio da exclusividade tem como objetivo prin-
mentar 101, de 04 de maio de 2000, estabelece normas cipal evitar que o orçamento seja utilizado para aprova-
de finanças públicas voltadas para a gestão fiscal. Em seu ção de materiais que não tenham qualquer pertinência
texto, mais especificamente no artigo 43, estabelece que com o conteúdo orçamentário. Tal preocupação deve-se
as disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social ao fato da maior celeridade do processo orçamentário.
deverão ser separadas das demais disponibilidades do Assim, a lei orçamentária não deve conter matéria por
ente público: exemplo, de direito penal.
A vedação encontra-se insculpida na CF/88:
§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de pre- art. 165 (...)
vidência social, geral e próprio dos servidores públi-
cos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão estranho à previsão da receita e à fixação da despe-
depositadas em conta separada das demais disponi- sa, não se incluindo na proibição a autorização para
bilidades de cada ente e aplicadas nas condições de abertura de créditos suplementares e contratação de
mercado, com observância dos limites e condições de operações de crédito, ainda que por antecipação de
proteção e prudência financeira. receita, nos termos da lei.
Assim, a lei orçamentária deve, em regra, conter ape-
Princípio do Orçamento Bruto nas a previsão de receitas e a fixação de despesas.

Para o Ente Publico, existem despesas que, ao serem


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FIQUE ATENTO!
realizadas, geram receitas. De outro lado, há receitas que,
quando de sua arrecadação, geram despesas. Exemplo As exceções são as autorizações para aber-
prático é o pagamento de salários. Quando ocorre o pa- turas de créditos suplementares e contrata-
gamento, o Estado realiza despesas. Porem, a partir de ções de operações de crédito, as quais tam-
um determinado valor, há a incidência do imposto de bém podem constar no orçamento.
renda sobre a remuneração paga. Esse valor de imposto
de renda torna-se uma receita para o Ente Publico.
Pelo principio do orçamento publico, é vedado que as
despesas ou receitas sejam incluídas no orçamento nos
seus montantes líquidos.
É nesse sentido a previsão da Lei 4320/64:

55
Princípio da Publicidade Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
lecerão:
O princípio da Publicidade consta do artigo 37 da I – o plano plurianual;
CF/88, como principio geral que deve ser seguido pela II – as diretrizes orçamentárias;
Administração Pública, juntamente com os princípios da III – os orçamentos anuais.
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Eficiência. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano pluria-
De acordo com esse principio que também é orça- nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
mentário, garante-se o acesso a qualquer interessados e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas
às informações necessárias ao exercício da fiscalização Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
sobre a utilização dos recursos públicos. Também, deter- comum.
mina que é condição de eficácia do ato sua divulgação
em veículos oficiais de comunicação. TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS

Princípio da não-vinculação ou não-afetação das Quando falamos em orçamento público, ao pontuar-


receitas mos que ele é decorrente da necessidade de regular a
discricionariedade dos governos na destinação dos re-
De acordo com esse principio nenhuma receita de im- cursos públicos, automaticamente nosso pensamento é
postos poderá ser ou comprometida para atender a cer- levado à ideia de controle.
tos e determinados gastos conforme disposto na CF/88: Embora alguns aspectos do orçamento público te-
Art. 167. São vedados: nham evoluído, percebe-se muito daquele modelo tradi-
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fun- cional nas técnicas atuais.
do ou despesa, ressalvadas a repartição do produto E são essas que vamos agora analisar.
da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e • Orçamento Clássico ou Tradicional
No Brasil a prática orçamentária federal – anteceden-
serviços públicos de saúde, para manutenção e desen-
te à Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964 –, baseava-se
volvimento do ensino e para realização de atividades
na técnica tradicional de orçamento. Essa técnica clássica
da administração tributária, como determinado res-
produz um orçamento que se restringe à previsão da re-
pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e
ceita e à autorização de despesas.
a prestação de garantias às operações de crédito por
Sua principal característica é a ênfase no controle
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
contábil do gasto em si, isto é, nos valores que serão gas-
como o disposto no § 4º deste artigo.
tos. Esse tipo de orçamento deixa de lado a preocupação
O objetivo principal é inibir que as vinculações redu- com os objetivos econômicos ou sociais que o governo
zam a liberdade do planejamento por parte do adminis- busca com tais despesas.
trador publico. Não se verifica uma preocupação primária com o
atendimento das necessidades bem formuladas da cole-
tividade ou da própria Administração Púbica.
FIQUE ATENTO!
Existem algumas exceções a este princípio. • Orçamento de Desempenho ou de Realizações
Primeiramente, somente as receitas prove- A evolução do orçamento clássico trouxe um novo
nientes de impostos é que não podem ser enfoque na elaboração da peça orçamentária.
vinculadas, ou seja, aquelas provenientes de Passa a considerar não somente os valores das des-
taxas e contribuições de melhoria podem. pesas do governo, mas sim suas ações, o que ele faz com
tais verbas, além de avaliar a relação entre o que se pre-
tendia fazer e o que realmente foi feito.
Evidenciar as “coisas que o governo compra” passa a
Além disso, tal regra não abrange os fundos consti- ser menos importante em relação as “coisas que o go-
tucionais em geral (fundos de manutenção e desenvol- verno faz
vimento do ensino, fundos de participação dos Estados, O orçamento de desempenho, embora já ligado aos
etc). objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orça-
mento-programa, visto que lhe falta uma característica
Princípio da Legalidade essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

to.
O principio da legalidade impõe ao Poder Publico,
em matéria orçamentária, subordinação às prescrições • Orçamento-Programa
legais. Surge da recente e crescente preocupação em for-
Dessa forma, as leis orçamentárias, LOA, LDO e PPA talecer a vinculação existente entre planejamento e or-
assim como os créditos adicionais serão encaminhados çamento.
Trata-se do mais moderno tipo de Orçamento, que
pelo Poder Executivo para discussão e aprovação pelo
além de focar nas ações e realizações do governo, é uma
Congresso Nacional. Portanto, a aprovação do orçamen-
ferramenta que permite operacionalizar tudo isso por
to deve observar o processo legislativo, conforme pre-
meio do planejamento.
ceitua a CF/88:

56
Ao contrário do que ocorria em períodos de altos índices inflacionários, hoje é possível planejar (pelo menos a curto
e médio prazo) ações voltadas à realização eficiente de políticas públicas de bem-estar. É a programação orçamentá-
ria voltada não só para o controle de gastos, mas também para a avaliação de resultados.
Essa técnica apresenta elementos bem definidos, como vemos a seguir:
a) Objetivos e propósitos perseguidos pelo ente público, e para cuja execução são empregados os recursos orça-
mentários;
b) Programas - instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos
pretendidos;
c) Custos dos programas, quantificados através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material de consu-
mo, equipamentos, serviços de terceiros, etc) essenciais para a obtenção dos resultados;
d) Medidas de desempenho com a finalidade de permitir a avaliação das realizações (produto final obtido) e os es-
forços despendidos na execução dos diversos programas de governo;
e) A integração com o planejamento das atividades, na medida em que o orçamento deixa de ser apenas um con-
trole contábil e passa a funcionar também como instrumento de gestão.

Destaca-se que, essa técnica tem como principal critério classificatório o funcional e o programático

FIQUE ATENTO!
Com certa frequência percebemos que as diferenças entre as técnicas Tradicional e Orçamento-Programa
são cobradas em concursos, então segue abaixo um quadro ilustrativo dessas diferenças.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Orçamento Base Zero


Tende assegurar a sobrevivência das organizações em períodos críticos e criar uma diretriz de investimento seguro
e eficiente.
Sua ideia é a de que todas as despesas devem ser justificadas a cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário, ou
seja, tudo tem que começar do zero novamente, de forma que sua realização contempla planejamento de curto prazo.
Usado como ferramenta de estratégia, ele visa ajustar os orçamentos, conhecer os custos envolvidos no negócio e
reduzi-los, definindo prioridades e elaborando planos de ação.

57
• Orçamento Participativo Como vimos acima, são várias as técnicas orçamen-
Falar de processos participativos é falar da participa- tárias existentes, mas, não podemos nos esquecer que,
ção da sociedade nos processos de tomada de decisão, de acordo com o regime político adotado em cada país
estimulando o exercício da cidadania. o orçamento também poderá ser classificado em:
A legislação através da CF assegura várias formas • Orçamento Legislativo: a elaboração, a votação
desses processos participativos ocorrerem, tais como, e o controle do orçamento são competências do
conselhos de politicas publicas, conferencias, audiências, Poder Legislativo. Ao Executivo cabe apenas a exe-
consultas publicas, entre outros. cução.
• Orçamento Executivo: a elaboração, a votação, o
Sua aplicação se restringe ao âmbito municipal. controle e a execução são competências do Poder
Executivo.
• Orçamento Misto: a elaboração e a execução são
de competência do Executivo, cabendo ao Legisla-
tivo a votação e o controle.

No Brasil, adota-se o Orçamento Misto, haja visto que


a competência para elaboração das propostas e envio ao
Legislativo é privativa do Poder Executivo, competindo
ao Poder Legislativo a sua aprovação e controle.

CICLO ORÇAMENTÁRIO

A CF 88 determina a elaboração do orçamento com


base em três leis ordinárias:
- Plano Plurianual (PPA), a cada 4 anos;
- Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente;
- Lei Orçamentária Anual (LOA).
O Conselho Gestor é uma dessas formas da socieda-
Visando fortalecer a interligação dos processos de
de participar da gestão publica, desempenhando seu pa-
planejamento e orçamento (alocação de recursos), a CF
pel regulamentando as ações dos órgãos aos quais estão
88 exigiu que o PPA, a LDO e a LOA fossem articulados,
vinculados, onde ali deliberam ou não as reivindicações
interdependentes e compatíveis.
feitas pela sociedade, com caráter deliberativo e co-ges-
A LDO recebeu a função unir o PPA e a LOA. Por isso,
tor, funcionando como um canal de comunicação entre a
a LDO pode ser considerada um “esqueleto” da lei orça-
sociedade civil e o poder publico.
mentária anual: estabelece, anualmente, a estrutura para
Conforme afirmado pela CGU, “os conselhos são ins-
a elaboração do orçamento. Por sua vez, a própria elabo-
tâncias de exercício da cidadania, que abrem espaço para
ração da LDO deve obedecer aos princípios do PPA.
a participação popular na gestão pública. Nesse sentido,
Enfim, a Constituição determina que a elaboração da
os conselhos podem ser classificados conforme as funções
LDO ocorra à luz das diretrizes fixadas no PPA (CF, art.
que exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar
166, § 4°). Esta mesma orientação vale para a elaboração
conforme o caso, funções de fiscalização, de mobiliza-
da LOA (CF, art. 165, § 7°; CF, art. 166, § 3°, inciso I).
ção, de deliberação ou de consultoria.”
O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da
Como função fiscalizadora, o conselho realiza o con-
proposta do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executivo,
trole e acompanha ações do governo.
sendo que isso acontece no primeiro ano de governo do
Como função mobilizadora, o conselho estimula a so-
presidente, governador ou prefeito recém-empossado
ciedade à participar, demonstrando a importância desse
ou reeleito.
envolvimento.
Como função deliberativa, o conselho participa efeti-
O ciclo orçamentário é o conjunto de fases que com-
vamente na tomada de decisões sobre as estratégias que
preendem atividades típicas do orçamento público, des-
a administração publica fará uso.
de sua elaboração até etapas posteriores a sua execução.
Como função consultiva, o conselho participa com
Para a realização desse processo devem ser cumpri-
sugestões e opiniões sobre politicas publicas junto aos
das as seguintes etapas:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gestores.
a) Elaboração
O orçamento participativo, segundo Boaventura de
b) Apreciação, aprovação, sanção e publicação
Souza Santos, é uma estrutura e um processo de parti-
c) Execução
cipação da comunidade, onde um conjunto de institui-
d) Controle e
ções funciona como canal para garantir a participação
e) Avaliação
no processo decisório do governo, tem como base três
princípios, como vemos abaixo.
a) Elaboração
I- Abertura a todos os cidadãos
Fase que compete ao Poder Executivo, que realiza es-
II- Combinar democracia direta e representativa
tudos para preparação dos projetos das leis orçamentá-
III- Combinar critérios gerais e técnicos para alocar re-
rias que são: PPA, LDO e LOA.
cursos destinados a investimentos

58
Dentre os parâmetros que se deve utilizar nessa fase, d) Controle e Avaliação
também conhecida como pré-proposta, destacamos: Trata-se da aferição e o acompanhamento, por parte
- análise histórica da execução do orçamento (saber dos órgãos dos sistemas de controle interno (Controla-
o que, como e quanto se gastou); doria Geral da União (CGU)) e externo Congresso Nacio-
- quantificação dos gastos, recursos e estabeleci- nal, auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (TCU)), da
mento de limites (verificar a LRF); execução das despesas, verificando se os prazos estão
- compatibilização dos programas e ajustes dos gas- sendo cumpridos e os padrões e normas estão sendo
tos (adequação do planejamento aos gastos). respeitados.
Durante essa fase, devem ser observados os seguin-
tes princípios:
Quando falamos em ciclo orçamentário, precisamos
• a legalidade;
nos lembrar que este é maior que o exercício financeiro • a economicidade;
em si, pois, o ciclo contém uma fase, exatamente essa • a correta aplicação das receitas e,
que estamos analisando nesse momento, que ocorre an- • suas renúncias.
tes que se inicie o exercício financeiro e, após o exercício,
temos as fases de controle e avaliação. O controle aqui estudado pode ser realizado nos se-
guintes momentos:
b) Apreciação, aprovação, sanção e publicação I – a priori ou prévio: antes da execução do orçamento.
Considerando que o orçamento, em sentido formal, II – concomitante: durante a execução do orçamento.
é uma lei, essa fase trata do próprio processo legislativo. III – a posteriori ou subsequente: após o encerramento
- Inicialmente, a proposta é recebida pela Comissão do exercício financeiro.
Mista Permanente de Orçamento, a qual cabe emi- Ademais, cabe ao gestor público a apresentação da
tir um parecer sobre o mesmo; prestação de contas, que tem como finalidade apresen-
- A proposta é apreciada pelas duas Casas do Con- tar os fatos ocorridos na sua gestão.
gresso Nacional. Nesta fase ocorrem discussões,
emendas e, finalmente, a votação; A avaliação permite a revisão e a melhora do pla-
- Caso aprovado, o projeto é enviado ao Presidente nejamento orçamentário pelo Governo, onde são obser-
da República para a sanção e publicação no Diário vadas as metas atingidas comparadas aos recursos utili-
Oficial da União. zados.
Esse papel atualmente é exercido pela SPI/MP.
Observa-se que o Presidente da República poderá
Embora NORMALMENTE, os concursos cobrem
propor alterações aos projetos, desde que não tenha
o ciclo orçamentário considerando QUATRO FASES
sido iniciada a votação pela comissão mista, da parte (conforme vimos acima), pode acontecer (segue
proposta. exemplo de questão abaixo) desse tema ser cobrado
Por fim, ressalta-se que mesmo depois de votado o tendo por base o CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO,
orçamento e já se tendo iniciada a sua execução, o pro- que é o ciclo que tem início com a elaboração do plano
cesso legislativo poderá novamente ser desencadeado plurianual, passando pela lei de diretrizes orçamentárias
em virtude projeto de lei destinado a solicitar autoriza- e culminando com a lei orçamentária anual, constituindo
ções para a abertura de créditos adicionais. assim, OITO FASES, como descritas abaixo

c) Execução 1) Formulação do planejamento plurianual, pelo Exe-


Após a publicação da lei orçamentária, temos inicio cutivo;
à fase de execução, que é o próprio processamento das 2) Apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
despesas previstas; 3) Proposição de metas e prioridades para a adminis-
Ademais, nos termos da LRF, art. 8º, o Poder Execu- tração e da política de alocação de recursos pelo
tivo deverá no prazo de 30 dias, publicar o decreto de Executivo;
programação financeira e o cronograma de execução 4) Apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5) Elaboração da proposta de orçamento, pelo Exe-
mensal de desembolso, que tem por objetivos:
cutivo;
I – assegurar as unidades orçamentárias, em tempo
6) Apreciação, adequação e autorização legislativa;
hábil, a soma de recursos necessários para a melhor
7) Execução dos orçamentos aprovados;
execução do programa de trabalho;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8) Avaliação da execução e julgamento das contas.


II – manter durante o exercício financeiro o equilíbrio
entre receita arrecadada e despesa realizada, visando EXEMPLO DE COMO PODE SER COBRADO:
reduzir eventuais insuficiências de recursos.
Formulação e apresentação do PPA pelo Executi-
A Secretaria de Orçamento Federal descentraliza as vo > Apreciação e adequação do PPA pelo Legislativo
dotações orçamentárias, distribuindo-as às unidades or- > __________________________  > Apreciação e adequação
çamentárias. da LDO pelo Legislativo > Elaboração e apresentação
A fase de execução tem a exata duração do ano civil. da LOA pelo Executivo > ________________________________
> ______________________> _______________________.
 

59
Assinale a resposta que melhor corresponde às ativi- de direitos e haveres, de garantias e obrigações de
dades que estão faltando. responsabilidade do Tesouro Nacional e de orien-
a) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo, tação técnico-normativa referente à execução or-
Apreciação e adequação da LOA pelo Legislativo, çamentária e financeira.
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, - Sistema Federal de Contabilidade, administrado
Controle pela avaliação da execução e controle de pela STN – visa a evidenciar a situação orçamen-
contas. tária, financeira e patrimonial da União. Define
b) Apresentação da LDO com as metas pelo Executi- também que “as atividades de contabilidade com-
vo, Execução do orçamento aprovado pelo Legisla- preendem a formulação de diretrizes para orien-
tivo, Controle pela avaliação da execução e contro- tação adequada, mediante o estabelecimento de
le de contas, Avaliação e correção do orçamento normas e procedimentos que assegurem consis-
pelo Legislativo. tência e padronização das informações produzidas
c) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo, pelas unidades gestoras”.
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, - Sistema Federal de Controle Interno, administrado
Controle pela avaliação da execução e controle de pela Secretaria Federal de Controle (SFC) – com-
contas, Avaliação e correção do orçamento pelo preende o conjunto das atividades relacionadas à
Executivo. avaliação do cumprimento das metas previstas no
d) Apresentação da LDO com as metas pelo Executi- Plano Plurianual, da execução dos programas de
vo, Apreciação e adequação da LOA pelo Executivo, governo e dos orçamentos da União e à avaliação
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, da gestão dos administradores públicos federais,
Controle pela avaliação da execução e controle de bem como o controle das operações de crédito,
contas. avais, garantias, direitos e haveres da União. A SFC
e) Apresentação da LDO com as metas pelo Executi- reporta-se ao presidente da República. Além desta
vo, Execução do orçamento aprovado pelo Legis- secretaria, a União também conta com o Tribunal
lativo, Controle e avaliação da execução e controle de Contas da União (TCU), instituição de auditoria
de contas, Correção e encaminhamento para apre- externa que se reporta ao Congresso Nacional.
ciação do Legislativo. A Constituição Federal atual relaciona dois pon-
tos importantes na questão orçamentária. O primeiro
O orçamento público no Brasil é a devolução ao Legislativo da prerrogativa de propor
emendas ao Projeto de Lei Orçamentária nas questões
No Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com de despesas. O segundo é a obrigatoriedade que tem
um texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao o Executivo de encaminhar ao Legislativo Projeto de Lei
Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão das Diretrizes Orçamentárias.
em lei, estando neste documento estimada a arrecada- A Constituição Federal de 1988 reorganizou a distri-
ção das receitas federais para o ano seguinte e a autori- buição de competências no processo orçamentário, que
zação para a realização de despesas do Governo. podem ser analisadas em três aspectos:
O Orçamento Geral da União é constituído de três pe- I – inciativa de recuperar o planejamento na adminis-
ças em sua composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamen- tração pública brasileira, através da integração entre
to da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento planejamento e orçamento, mediante a criação do
das Empresas Estatais Federais. Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A administração financeira e orçamentária do Brasil II – consolidação do processo de unificação orçamen-
é descentralizada em quatro grandes sistemas federais, tária. A União reuniu no orçamento anual os orça-
amparados em instrumentos legais bem definidos que mentos fiscal, da seguridade social e de investimentos
proporcionam um processo orçamentário e financeiro das empresas estatais.
transparente e organizado, objetivando aliar o planeja- III – resgate da competência do Poder Legislativo para
mento ao Orçamento de forma responsável na gestão tratar de matéria orçamentária. A participação do Le-
dos recursos públicos: gislativo passou a abranger todo o ciclo orçamentário,
- Sistema Federal de Planejamento e Orçamento, desde a aprovação do plano plurianual, as orientações
administrado pelo Ministério do Planejamento, na lei de diretrizes orçamentárias, até a autorização
Orçamento e Gestão (MPOG) – tem como princi- das despesas na Lei Orçamentário Anual.
pal função coordenar, consolidar e supervisionar
a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias e Dois pontos merecem destaque:
da Proposta Orçamentária da União, compreen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1 – na parte técnica, a Secretaria de Orçamento Fe-


dendo o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, deral do MPOG (Ministério do Planejamento, Or-
em articulação com a Secretaria de Planejamento e çamento e Gestão) vem aprimorando conceitos
Investimentos Estratégicos (SPI). Tem como órgão e classificações, além da instituição de meios de
central a Secretaria de Orçamento Federal (SOF). gestão eletrônica do processo de captação da
- Sistema Federal de Administração Financeira, ad- proposta orçamentária (SIOP), acompanhamento
ministrado pela Secretaria do Tesouro Nacional da execução e dos pedidos de créditos adicionais
(STN) – visa ao equilíbrio econômico-financeiro do através do SIDOR – Sistema Integrado de Dados
governo federal, dentro dos limites da receita e da Orçamentários que atua integrado com o sistema
despesa públicas. Compreende atividades de pro- SIGPLAN – Sistema de Informações Gerenciais e de
gramação financeira da União, de administração Planejamento do Plano Plurianual.

60
2 – na parte legal, a Lei de Responsabilidade Fiscal Lei De Diretrizes Orçamentárias - LDO
trouxe uma mudança cultural para os gestores pú-
blicos ao exigir gestão responsável, equilibrada e Art. 165, §  2º -   A lei de diretrizes orçamentárias
transparente, visando identificar e corrigir desvios compreenderá as metas e prioridades da administra-
capazes de afetar as contas públicas e primando ção pública federal, incluindo as despesas de capital
pelo equilíbrio entre receitas e despesas de forma para o exercício financeiro subsequente, orientará a
a garantir o cumprimento da meta de superávit elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
primário estabelecido na Lei de Diretrizes Orça- as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
mentárias. política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.
Plano plurianual
Memorize: LDO =
No Brasil, o Orçamento é definido na Constituição - Define as metas e prioridades do governo para o
Federal de 1988 do Brasil e se dá através de três instru- ano seguinte;
mentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Or- - Orienta a elaboração da lei orçamentária anual;
çamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA. - Dispõe sobre alterações na legislação tributária;
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe- - Estabelece a política das agências de desenvolvi-
lecerão: mento (Banco do Nordeste, Banco do Brasil, BN-
I - o plano plurianual; DES, Banco da Amazônia, etc.);
II - as diretrizes orçamentárias; - Fixa limites para os orçamentos dos Poderes Legis-
III - os orçamentos anuais. lativo e Judiciário e do Ministério Público e dispõe
sobre os gastos com pessoal.
Nesse mesmo artigo, no § 7º, temos que os orça-
mentos previstos no § 5º, I e II,( I - o orçamento fiscal Um dos objetivos constitucionais da LDO é o de apre-
referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e sentar metas e prioridades da administração pública fe-
entidades da administração direta e indireta, inclusive deral para o exercício financeiro subseqüente, de acordo
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II com as orientações do PPA.
- o orçamento de investimento das empresas em que a Com o advento da Lei Complementar nº 101, de 4 de
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do ca- maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF), a
pital social com direito a voto;) deste artigo, compatibi- LDO recebeu novas atribuições, tendi sido integrados à
lizados com o plano plurianual, terão entre suas funções ela o Anexo de Metas Fiscais, que contém os valores dos
a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo cri- resultados fiscais e o montante da dívida pública, entre
tério populacional. outras informações; o Anexo de Riscos Fiscais, que apre-
O plano plurianual – PPA é instrumento de planeja- senta a avaliação de possíveis dívidas (passivos contin-
mento de médio prazo, que estabelece as diretrizes, ob- gentes) que poderão afetar as contas públicas
jetivos e metas do governo para os projetos e programas A Lei de Responsabilidade Fiscal remeteu à LDO di-
de longa duração, para um período de quatro anos. Ne- versos outros temas, como política fiscal, contingencia-
nhuma obra de grande vulto ou cuja execução ultrapasse mento dos gastos, transferências de recursos para enti-
um exercício financeiro pode ser iniciada sem prévia in- dades públicas e privadas e política monetária.
clusão no plano plurianual. 01) PROJETO DE LEI: O projeto de LDO (PLDO) é ela-
O PLANO PLURIANUAL, com vigência de quatro anos borado pela Secretaria de Orçamento Federal e en-
(do segundo ano de um mandato até o final do primeiro caminhado ao Congresso Nacional pelo Presidente
ano do mandato seguinte), tem como função estabelecer da República, que possui exclusividade na iniciativa
as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da admi- das leis orçamentárias.
nistração pública.
A regulamentação do PPA no art. 165 da Constituição Composto pelo texto da lei e diversos anexos, o pro-
representa peça fundamental da Gestão e a partir da vi- jeto de lei deve ser encaminhado ao Congresso Nacio-
gência da LRF, toda despesa deve estar contemplada no nal até 15 de abril de cada ano.
PPA, caso contrário será despesa não autorizada. Recebido pelo Congresso Nacional, o projeto inicia a
O PPA deverá ser elaborado no primeiro ano de go- tramitação legislativa, observadas as normas constantes
verno e encaminhado até 31 de agosto, contemplando da Resolução nº. 01, de 2006 – CN. O projeto de lei é
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

as ações governamentais, desdobradas em programas e publicado e encaminhado à Comissão Mista de Planos,


metas. Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO.
Com a adoção deste plano, tornou-se obrigatório o
Governo planejar todas as suas ações e também seu or- 02) PARECER PRELIMINAR: O parlamentar designado
çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, para ser o relator do projeto de diretrizes orçamen-
somente devendo efetuar investimentos em programas tárias (PLDO) deve, primeiramente, elaborar Rela-
estratégicos previstos na redação do PPA para o período tório Preliminar sobre o projeto, o qual, aprovado
vigente. Conforme a Constituição, também é sugerido pela CMO, passa a denominar-se Parecer Prelimi-
que a iniciativa privada volte suas ações de desenvolvi- nar. Esse parecer estabelece regras e parâmetros a
mento para as áreas abordadas pelo plano vigente.4 serem observados quando da análise e apreciação
do projeto, tais como:
4 Texto adaptado de Silvia Rabello/Edmilson de Paula

61
I) condições para o cancelamento de metas constantes 05) AUTÓGRAFOS E LEIS: Após aprovado, o parecer
do projeto; da CMO é submetido à discussão e votação no
II) critérios para o acolhimento de emendas; e Plenário do Congresso Nacional. Os Congressistas
III) disposições sobre apresentação e apreciação de podem solicitar destaque para a votação em sepa-
emendas individuais e coletivas. rado de emendas, com o objetivo de modificar os
pareceres aprovados na CMO. Esse requerimento
Além disso, o parecer preliminar avalia os cenários deve ser assinado por um décimo dos congressis-
econômico-fiscal e social, bem como os parâmetros ma- tas e apresentado à Mesa do Congresso Nacional
croeconômicos utilizados na elaboração do projeto e as até o dia anterior ao estabelecido para discussão
informações constantes de seus anexos, com o objetivo da matéria no Plenário do Congresso Nacional.
de promover análises prévias ao conteúdo apresenta-
do. Como complemento à análise inicial, a CMO realiza Concluída a votação, a matéria é devolvida à CMO
audiência pública com o Ministro do Planejamento, Or- para a redação final. Recebe o nome de Autógrafo o
çamento e Gestão, antes da apresentação do Relatório texto do projeto ou do substitutivo aprovado definitiva-
Preliminar. mente em sua redação final assinado pelo Presidente do
Ao relatório preliminar podem ser apresentadas Congresso, que será enviado à Casa Civil da Presidência
emendas por parlamentares e pelas Comissões Perma- da República para sanção.
nentes da Câmara e do Senado. O Presidente da República pode vetar o autógrafo,
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, con-
03) EMENDAS: Após aprovado o parecer preliminar, tados da data do recebimento. Nesse caso, comunicará
abre-se prazo para a apresentação de emendas ao ao Presidente do Senado os motivos do veto. A parte não
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, com vis-
vetada é publicada no Diário Oficial da União como lei. O
tas a inserir, suprimir, substituir ou modificar dis-
veto deve ser apreciado pelo Congresso Nacional.5
positivos constantes do projeto.

Cada parlamentar, Comissão Permanente do Senado Lei Orçamentária Anual - LOA


Federal e da Câmara dos Deputados e Bancada Estadual
do Congresso Nacional pode apresentar até cinco emen- A LOA é elaborada anualmente pelo poder Executivo
das ao anexo de metas e prioridades. Não se incluem em atendimento à Constituição Federal e a Lei Federal
nesse limite as emendas ao texto do projeto de lei. Para 4.320/64, que estabelece as normas gerais para elabora-
essa finalidade, as emendas são ilimitadas. ção, execução e controle orçamentário.
As emendas são apresentadas perante a CMO, que A esfera orçamentária da LOA contém três orçamen-
sobre elas emite parecer conclusivo e final, que somente tos, previstos na Constituição Federal: o orçamento fiscal,
poderá ser modificado mediante a aprovação de desta- o orçamento da seguridade social (previdência, assistên-
que no Plenário do Congresso Nacional. cia e saúde) e o orçamento de investimentos das empre-
sas estatais;
04) RELATÓRIO: O relator deve analisar o projeto de • Orçamento fiscal, incluindo todas as receitas e des-
diretrizes orçamentárias e as emendas apresenta- pesas, referentes aos Poderes do Estado, seus fun-
das, tendo como orientação as regras estabelecidas dos, órgãos da administração direta, autarquias,
no Parecer Preliminar, e formalizar, em relatório, as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú-
razões pelas quais acolhe ou rejeita as emendas. blico;
Deve também justificar quaisquer outras altera- • Orçamento de investimento das empresas em que
ções que tenham sido introduzidas no texto do o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maio-
projeto de lei. O produto final desse trabalho, con- ria do capital com direito a voto;
tendo as alterações propostas ao texto do PLDO, • Orçamento da seguridade social, abrangendo to-
decorrentes das emendas acolhidas pelo relator e dos os órgãos e entidades da administração direta
das por ele apresentadas, constitui a proposta de ou autárquica, bem como os fundos e fundações
substitutivo. O relatório e a proposta de substitu- instituídas pelo Poder Público, vinculados à saúde,
tivo são discutidos e votados no Plenário da CMO, previdência e assistência social.
sendo necessário para aprová-los a manifestação
favorável da maioria dos membros de cada uma
Sua elaboração permite concretizar o planejamento
das Casas, que integram a CMO.
apresentado no PPA e, conforme prevê a LDO, estabe-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Constituição Federal não estabelece prazo final lece a programação das ações a serem executadas para
para a aprovação do projeto de lei de diretrizes orça- alcançar os objetivos determinados e que terão seu cum-
mentárias. No entanto, determina que o Congresso Na- primento durante o exercício financeiro.
cional não tenha direito a recesso a partir de 17 de julho Conforme determina a Constituição, o Governo é
enquanto o PLDO não for aprovado. obrigado a encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária
O relatório aprovado em definitivo pela Comissão Anual ao Congresso nacional até o dia 31 de agosto de
constitui o parecer da CMO, o qual será encaminhado à cada ano (4 meses antes do encerramento da sessão le-
Secretaria-Geral da Mesa do Congresso Nacional, para gislativa).
ser submetido à deliberação das duas Casas, em sessão
conjunta.
5 Texto adaptado de www.senado.gov.br

62
A Constituição determina que o Orçamento deva ser 2. Discussão e Aprovação da Lei Orçamentária
votado e aprovado até o final de cada legislatura. Depois
de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo Ao chegar no Poder Legislativo, o projeto da LOA será
Presidente da República, transformando-se na Lei Orça- apreciado pelos congressistas, que poderão propor emen-
mentária Anual. das ao texto inicial, dando origem a um texto substitutivo.
Constitui matéria exclusiva da lei orçamentária a pre- O projeto da LOA cumprirá um rito semelhante ao das
visão da receita e a fixação da despesa, podendo conter, demais leis que tramitam pelo Congresso Nacional, sen-
ainda segundo a norma constitucional: do exigido apenas maioria simples para sua aprovação.
• Autorização para abertura de créditos suplemen- Após a devida aprovação da LOA, com ou sem emen-
tares; das, o Poder Legislativo devolve para o Poder Executivo,
• Autorização para contratação de operações de cré- para sanção ou veto.
dito, inclusive por antecipação de receita orçamen- Sendo sancionada pelo Presidente da República, a
tária (ARO) na forma da lei. LOA agora será promulgada, e com sua publicação no
Diário Oficial da União, estará produzindo os seus devi-
Os orçamentos fiscais e de investimentos serão com- dos efeitos legais.
patibilizados com o PPA; terão a função de reduzir as
desigualdades inter-regionais, segundo critérios de po- 3. Execução Orçamentária
pulação e renda per capita.
As emendas ao projeto de LOA ou aos projetos que o Esta fase transcorre durante todo o exercício finan-
modifiquem terão que ser compatíveis com o PPA e com ceiro, pois consiste na efetiva arrecadação, por parte do
a LDO, para serem aprovadas. Governo, das diversas receitas previstas, bem como a
realização das despesas programadas para o período.
O prazo para envio do projeto da LOA ao Poder Legis-
lativo é até 31 de agosto. 4. Controle e Avaliação
No prazo de trinta dias após o encerramento de cada
O controle se inicia junto com a execução do orça-
bimestre, o Poder Executivo publicará relatório resumido
mento, uma vez que o próprio Governo, através dos seus
da execução orçamentária.
órgãos de controle interno ou de controle externo, ini-
ciam a fiscalização sobre os gestores públicos, com rela-
Ciclo do Orçamento Anual
ção à legalidade dos procedimentos executados.
No tocante à avaliação, trata-se de preocupação es-
Uma vez que a cada exercício será preciso uma nova
pecífica com os resultados efetivos dos programas rea-
Lei Orçamentária Anual, verifica-se que o processo or- lizados durante o ano, em termos de benefícios gerados
çamentário se dá na forma de um verdadeiro ciclo, com para a população.
quatro fases bem distintas:
Estrutura programática
1. Elaboração da Proposta Orçamentária
Através da classificação funcional programática o sis-
Trata-se do momento em que cada um dos diversos tema orçamentário teve um grande avanço.
órgãos e entidades que compõem a Administração Pú- Essa classificação permite vincular as dotações orça-
blica faz o levantamento das suas necessidades de e cur- mentárias aos objetivos de governo e, estes, por sua vez,
sos para o exercício seguinte, levando em consideração são viabilizados pelos Programas de Governo.
os programas do Governo e os objetivos de desenvolvi- Como já vimos acima, quando falamos sobre as técni-
mento econômico e social do país. cas orçamentárias, esse enfoque permite uma visão de “o
que o governo faz”, o que tem um significado bastante
O órgão central de planejamento recebe todas estas diferenciado do enfoque tradicional, que visualiza “o que
demandas e as consolida num único documento, com- o governo compra”.
patibilizando-o com a estimativa das receitas esperadas No Brasil, o Orçamento-Programa está estruturado
para o próximo ano. em diversas categorias programáticas, ou níveis de pro-
Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acor- gramação, que representam objetivos da ação governa-
do com os parâmetros macroeconômicos, estabelecendo mental em diversos níveis decisórios. Assim, a classifica-
as quotas finais de recursos para cada órgão. ção funcional programática apresenta:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei


Orçamentária Anual, juntamente com os diversos anexos - Função
que irão detalhar todas as receitas e despesas, de acordo Representando o maior nível de agregação das diver-
com classificação orçamentária própria. sas áreas de despesa que competem ao setor público.
O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legisla-
tivo, junto com mensagem do chefe do Poder Executivo, - Subfunção
para aprovação. A subfunção representa uma partição da função, vi-
sando agregar determinado subconjunto de despesas do
setor público. Na nova classificação a subfunção iden-
tifica a natureza básica das ações que se aglutinam em
torno das funções.

63
Como acima colocado, os programas deixam de ter o Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abran-
caráter de classificador e cada nível de governo passará a gem as ações de gestão de Governo e serão compostos
ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus de atividades de planejamento, orçamento, controle in-
problemas, e originária do processo de planejamento terno, sistemas de informação e diagnóstico de supor-
desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – te à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e
PPA, ora em fase de elaboração. divulgação de políticas públicas. As atividades deverão
Haverá convergência entre as estruturas do plano assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.
plurianual e do orçamento anual a partir do programa,
“módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. - Programas de Serviços ao Estado
Em termos de estruturação, o plano termina no progra- Programas de Serviços ao Estado são os que resultam
ma e o orçamento começa no programa, o que confere a em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por
esses documentos uma integração desde a origem, sem instituições criadas para esse fim específico. Seus atribu-
a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibili- tos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es),
zação entre módulos diversificados. O programa, como órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável
único módulo integrador, e os projetos e as atividades, pelo programa.
como instrumento de realização dos programas.
Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, - Programa de Apoio Administrativo
indicador que quantifique a situação que o programa te- O programa de Apoio Administrativo corresponde ao
nha por fim modificar e os produtos (bens e serviços) conjunto de despesas de natureza tipicamente adminis-
necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos pro- trativa e outras que, embora colaborem para a consecu-
gramas darão origem aos projetos e atividades. A cada ção dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão
projeto ou atividade só poderá estar associado um pro- de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a
duto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de pro-
origem à meta. ver os órgãos da União dos meios administrativos para a
Os programas serão compostos por atividades, proje- implementação e gestão de seus programas finalísticos.
tos e uma nova categoria de programação denominada
operações especiais. Essas últimas poderão fazer parte Ações
dos programas quando entendido que efetivamente
contribuem para a consecução de seus objetivos. Quan- Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão
do não, as operações especiais não se vincularão a pro- identificadas em termos de funções, subfunções, progra-
gramas. mas, atividades, projetos e operações especiais.
A estruturação de programas e respectivos produ- São de três naturezas diferentes as ações de governo
tos, consubstanciados em projetos e em atividades, está que podem ser classificadas como categorias de progra-
sendo definida no atual momento, na etapa de validação mação orçamentária: atividade, projeto e operação es-
SOF/SPI e Setoriais, e seu resultado será disponibilizado pecial.
para que os órgãos setoriais e as unidades orçamentárias Os projetos e atividades são os instrumentos orça-
apresentem as suas propostas orçamentárias. mentários de viabilização dos programas. Estão assim
São quatro os tipos de programas previstos: conceituados:
Atividade: é um instrumento de programação para al-
- Programas Finalísticos cançar o objetivo de um programa, envolvendo um con-
São programas que resultam em bens e serviços ofer- junto de operações que se realizam de modo contínuo e
tados diretamente à sociedade. Seus atributos básicos permanente, das quais resulta um produto necessário à
são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), manutenção da ação de governo.
fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orça- Projeto: é um instrumento de programação para al-
mentárias e unidade responsável pelo programa cançar o objetivo de um programa, envolvendo um con-
O indicador quantifica a situação que o programa te- junto de operações, que se realizam num período limita-
nha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto do de tempo, das quais resulta um produto que concorre
das ações sobre o público alvo. para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de go-
verno.
- Programas de Gestão de Políticas Públicas Operação Especial: são ações que não contribuem
Os programas de gestão de políticas públicas assu- para a manutenção das ações de governo, das quais não
mirão denominação específica de acordo com a missão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

resulta um produto e não geram contraprestação direta


institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas um sob a forma de bens ou serviços. Representam, basica-
programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Gestão mente, o detalhamento da função “Encargos Especiais”.
da Política de Saúde”. Porém um grupo importante de ações com a natureza
Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, de operações especiais quando associadas a programas
órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável finalísticos podem apresentar produtos associados.
pelo programa
Na Presidência da República e nos Ministérios que
constituam órgãos centrais de sistemas (Orçamento e
Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa
desse tipo.

64
São despesas passíveis de enquadramento nesta O orçamento anual é resultado de um processo de
ação: amortizações e encargos, aquisição de títulos, pa- planejamento, sendo que, durante a execução da LOA é
gamento de sentenças judiciais, transferências a qual- possível que haja situações que não foram apontadas na
quer título (não confundir com descentralização), fundos fase de elaboração, o que leva a se criar mecanismos que
de participação, operações de financiamento (concessão retifiquem o orçamento.
de empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem, inde-
nizações, pagamento de inativos, participações acioná- CRÉDITOS ORDINÁRIO
rias, contribuição a organismos nacionais e internacio-
nais, compensações financeiras. - Aprovado pela lei orçamentária anual
Com exceção do pagamento de inativos, que integra -Consta dos orçamentos fiscal, da seguridade social e
uma função específica, as demais operações serão classi- do investimento das empresas estatais.
ficadas na função “encargos especiais”.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Localização de Gasto
Créditos Adicionais são as autorizações para despe-
As atividades, projetos e operações especiais serão sas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei
detalhados em subtítulos e desdobradas para especificar Orçamentária Anual, visando atender:
a localização geográfica integral ou parcial das respecti- - Insuficiência de dotações ou recursos alocados nos
vas atividades, projetos e operações especiais, não po- orçamentos;
dendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade e - Necessidade de atender a situações que não foram
da denominação do produto. previstas, inclusive por serem imprevisíveis, nos orça-
A localização do gasto é o menor nível de detalha- mentos.
mento na lei, e na fase da elaboração, é onde o órgão
setorial apropria o valor financeiro da sua proposta or- Os créditos adicionais, portanto, constituem-se
çamentária. em procedimentos previstos na Constituição e na Lei
4.320/64 para corrigir ou amenizar situações que surgem,
O somatório das quantidades das metas regionaliza- durante a execução orçamentária, por razões de fatos de
das constituirá a meta consolidada da atividade ou proje- ordem econômica ou imprevisíveis. Os créditos adicio-
to, e o somatório dos seus valores será o valor consolida- nais são incorporados aos orçamentos em execução.
do da atividade ou projeto, no programa de trabalho da
Unidade Orçamentária na Lei Orçamentária Anual.
A regionalização é um detalhamento baseado no có-
digo do IBGE, dispondo de um campo para a indicação
da Região, Estado e Município. Não havendo regionaliza-
ção, a ação será nacional., tendo o detalhamento corres-
pondente replicado no subtítulo.6

Créditos Orçamentários.

Expressão utilizada para designar o montante de re-


cursos disponíveis numa dotação orçamentária seja ela
consignada na Lei Orçamentária ou num crédito adicio-
nal, para aplicação por uma unidade orçamentária na fi-
nalidade e natureza das despesas indicadas através das
respectivas classificações.
O crédito orçamentário é portador de uma dotação, e
essa representa a quantia monetária que limita o recurso
financeiro autorizado.
Desse modo, em virtude do princípio da eficiência,
que orienta toda a atividade estatal, inclusive a financei-
ra, pode haver gastos menores, assim como, dentro da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

discricionariedade e normatividade mínima do orçamen-


to, fatores devidamente motivados podem levar a gastos
menores, isso porque, o gestor público precisa de algu-
ma flexibilidade, já que medeia prazo entre a elaboração
e a execução do orçamento.
Pode-se constatar que despesas não são mais neces-
sárias e mesmo o surgimento de situações imprevisíveis
e urgentes, de modo que os créditos orçamentários ini-
ciais podem sofrer alterações qualitativa e quantitativa
por meio de créditos adicionais.
6 Texto adaptado de Paulo de Matos F. Diniz

65
Modalidades de Créditos Adicionais

FIQUE ATENTO!
Há uma adoção de ponto de vista sobre a abertura dos Créditos Extraordinários que difere da acima
descrita que é embasada na Lei 4.320/64. Trata-se da orientação que se baseia no art. 62 da CF, onde, os
créditos extraordinários teriam sua abertura através de medida provisória quando se tratar da União ou
de entes que possuam previsão desse instrumento, já no caso dos demais entes que não possuam essa
previsão, será aberto por Decreto do Executivo.

Recursos para financiamento dos Créditos Adicionais

Os recursos financeiros disponíveis para abertura de créditos suplementares e especiais estão listados no art. 43 da
Lei n° 4.320/64, no art. 91 do Decreto-Lei n°200/67 e no § 8° do art. 166 da Constituição Federal:
• O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, sendo a diferença positiva entre
o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais reaberto sou
transferidos, no exercício da apuração, e as operações de créditos a eles vinculadas.
• O excesso de arrecadação, constituído pelo saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arreca-
dação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Do referido saldo será deduzida a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.


• A anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei, adicionando
àquelas consideradas insuficientes.
• Neste tipo, inclui-se a anulação da reserva de contingência, conceituada como a dotação global não destinada
especificamente a órgão, unidade orçamentária ou categoria econômica e natureza da despesa;
• O produto das operações de crédito, desde que haja condições jurídicas para sua realização pelo Poder Executivo.
• Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementa-
res, com prévia e específica autorização legislativa. (CF, art. 166, §8°).

66
O ato que abrir crédito adicional indicará a importân- A seguir trataremos dos principais subsistemas exis-
cia, a sua espécie e a classificação da despesa.7 tentes no SIOP:

SIDOR - Sistema Integrado de Dados Orçamentá- Subsistema Receita


rios
O Sidor é um sistema que tem como objetivo aprimo- Utilizado para a captação, acompanhamento e pro-
rar o processo orçamentário federal. Seu principal produ- jeção das receitas orçamentárias. Tal sistemática permite
to é o Projeto de Lei Orçamentária enviado, anualmente, a captação das informações registradas no Sistema Inte-
ao Congresso Nacional para aprovação e consequente grado de Administração Financeira (Siafi), bem como a
geração da Lei Orçamentária Anual.  realização de estimativas de todas as receitas orçamen-
tárias, que irão compor a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Tais projeções
FIQUE ATENTO! são realizadas tomando por base modelos de projeções
Atualmente, o pelo Sistema Integrado de específicos para cada natureza de receita que, basica-
Planejamento e Orçamento do Governo Fe- mente, utilizam parâmetros de efeito preço e quantida-
deral (SIOP) substituiu o antigo SIDOR. de, uma série histórica e informações sobre alterações na
legislação pertinente.

A titulo de esclarecimento e, como alguns editais ain- Subsistema de Pleitos


da cobram conteúdo relacionado ao SIDOR, vamos a se-
guir expor um pouco sobre cada um deles. Aplicativo subsidiário para avaliar pressões sobre o
Tinha por objetivo estruturar, organizar e, visa tam- orçamento futuro, além de funcionar como um instru-
bém, ao processamento da elaboração da proposta e ao mento gerencial destinado ao controle da tramitação e
acompanhamento da execução orçamentária em termi- análise dos pedidos de créditos encaminhados à Sof para
nais com acesso pela Internet. análise, permitindo identificar, a qualquer momento, sua
Seu objetivo era fornecer suporte em nível de tecno- evolução e respectivo estágio de andamento. São objeto
logia da informação com o intuito de apoiar as diretrizes de acompanhamento principalmente as solicitações de
técnicas, visando a concretização de um plano de desen- alterações orçamentárias, mas também as solicitações
volvimento, de forma a dotar o processo orçamentário de informação ou de providências dirigidas à Sof, que
de uma estrutura de processamento de dados consoante exigem o conhecimento ou decisão do secretário e/ou
com as modernas ferramentas da tecnologia de informa- dos secretários-adjuntos. O subsistema opera funções
ção, dentro de um proposta de estrutura de dados e pro- de registro de dados cadastrais dos pleitos/solicitações,
cessos informatizados. a anotação sistemática das análises e proposições reali-
zadas em nível técnico, enfatizando aspectos facilitado-
Em função da linguagem na qual era desenvolvida res de consulta que possibilitam, por meio de filtros de
sua plataforma, necessário se fez que um novo sistema pesquisa, recuperar informações pertinentes a cada um
fosse desenvolvido, com o objetivo de integrar os atuais dos pleitos cadastrados, durante a sua tramitação na Sof.
sistemas utilizados na elaboração e acompanhamento
do Plano Plurianual e do Orçamento da União, criando- Captação Qualitativa
-se então o SIOF.
Subsistema dedicado à coleta e tratamento das in-
O Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento formações qualitativas que integram o Plano Plurianual
(SIOP) é o resultado da iniciativa de integração dos e o Orçamento Anual. Tais informações são reunidas em
sistemas e processos de Planejamento e Orçamento cadastros de programas e ações.
Federais, otimizando procedimentos, reduzindo custos, Esfera - identificação da esfera à qual se relaciona a
integrando e oferecendo informações para o gestor pú- ação (fiscal, da seguridade social ou de investimentos das
blico e para os cidadãos. empresas estatais).
Com implementação gradual, além do SIDOR, outros Órgão responsável - órgão responsável pelo geren-
sistemas foram sendo substituídos, assim como SIGPLAN ciamento da ação.
e SIEST. Unidade orçamentária responsável - unidade orça-
Com o SIOP, os órgãos setoriais e as unidades orça- mentária responsável pelo gerenciamento da ação.
mentárias do Governo Federal passam a ter um único
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Função - identificação da função à qual está relacio-


sistema para alimentar o cadastro de programas e ações nada a ação.
utilizados no Plano Plurianual (PPA) e no Orçamento Ge- Subfunção - identificação da subfunção na qual está
ral da União. classificada a ação.
De acordo com o gerente responsável pela área de Título da ação - trata-se do nome da ação, ou a for-
Tecnologia da Informação da SOF, Sandro Araújo, os ma pela qual a ação será identificada pela sociedade.
usuários passarão a ter, com o novo sistema, maior agili- Tipo de ação - uma ação pode ser:
dade e qualidade no processo de captação da proposta - Orçamentária: ação que demanda recursos orça-
orçamentária, substituindo o preenchimento de formulá- mentários, subdividindo-se em: projeto (conjunto
rios, que até o ano passado era feito manualmente. de operações, limitadas no tempo, das quais re-
sulta um produto que concorre para a expansão
7 Texto adaptado de Daniel Giotti

67
ou aperfeiçoamento da ação do governo); ativi- Custo total estimado do projeto - identifica o custo
dade (conjunto de operações que se realizam de de referência do projeto, a preços correntes, desde o seu
modo contínuo e permanente, das quais resulta início até a sua conclusão.
um produto necessário à manutenção da ação Duração do projeto - previsão de duração do pro-
de governo); e operação especial (despesas que jeto.
não contribuem para a manutenção, expansão ou Repercussão financeira do projeto sobre o custeio
aperfeiçoamento das ações do governo federal). da União - indica o impacto (estimativa de custo anual)
- Outras fontes: ações que não demandam recursos sobre as despesas de operação e manutenção do investi-
orçamentários da União, que podem representar: mento após o término do projeto e em quais ações esse
financiamentos (contratações de financiamentos aumento ou decréscimo de custos ocorrerá.
nas operações de crédito para a produção, custeio, Etapas - campo específico de projetos, identificando
investimento ou comercialização); parcerias (re- o seu desenvolvimento ao longo do tempo com os res-
cursos próprios aplicados por parceiros - estados, pectivos valores.
municípios, setor privado ou terceiro setor); Plano Meta física total: quantidade de produto a ser ofer-
de Dispêndio das Estatais (iniciativas executadas tado, por ação, num determinado período.
pelas empresas estatais independentes); renúncia Forma de acompanhamento da ação - indica a exis-
fiscal (estímulo das atividades econômicas ou so- tência de acompanhamento físico e/ou financeiro e deta-
ciais, mediante redução de alíquotas ou isenção de lha o tipo e a periodicidade do mesmo.
impostos e taxas); e Sazonalidades - Identifica fatores (internos e/ou ex-
- Outras iniciativas e diretrizes (agregam a formu- ternos) que podem influenciar de algum modo a execu-
lação de políticas, instrumentos normativos, estu- ção da ação.
dos, ou demais iniciativas). Insumos - relaciona os insumos que são demanda-
dos para a implementação da ação.
Origem - identifica a origem da iniciativa de criação Localizador de gasto - localização geográfica da im-
da ação: créditos, emenda parlamentar, LOA, PLOA ou plementação da ação.
PPA.
Base legal - instrumentos normativos que dão res- Controle e Acompanhamento dos Limites
paldo à ação.
Finalidade - expressa o objetivo a ser alcançado pela Subsistema destinado ao acompanhamento e contro-
ação, ou seja, o porquê do desenvolvimento dessa ação. le dos limites da proposta orçamentária anual, seja pela
Descrição - expressa, de forma sucinta, o que é efe- Sof ou pelos órgãos setoriais. Tal subsistema registra os
tivamente feito no âmbito da ação, seu escopo e delimi- limites que são divulgados pela Sof, bem como a evo-
tações. lução dos lançamentos feitos pelos órgãos setoriais e
Produto - bem ou serviço que resulta da ação. unidades orçamentárias. Permite também o estabeleci-
Especificação do produto - expressa as característi- mento de limites internos dos órgãos para suas unidades
cas do produto acabado visando sua melhor identifica- orçamentárias.
ção.
Unidade de medida - identifica a forma para mensu- Captação Quantitativa
rar a produção do bem ou serviço.
Forma de implementação da ação - indica a forma Destinado ao registro e detalhamento financeiro e fí-
de execução da ação. As ações podem ter as seguintes sico das programações (ações e subtítulos) que irão com-
formas de implementação: por a proposta orçamentária anual. Trata-se do momen-
- Descentralizada: ações executadas por outro to da apresentação das propostas orçamentárias (metas
ente da Federação, com recursos repassados pela financeiras e físicas) pelos órgãos e unidades orçamentá-
União; rias que compõem os orçamentos fiscal e da seguridade
- Transferência, que se subdivide em: Obrigatória: social, após a definição da estrutura programática para o
identifica as transferências, em razão constitucional exercício definida no subsistema de captação qualitativa.
ou legal, aos estados, Distrito Federal e municípios,
e Outras: identifica as transferências de recursos a Subsistema de Alterações Orçamentárias
entidades privadas sem fins lucrativos; e
- Linha de crédito: ação realizada mediante em- Aplicativo destinado ao registro de solicitações de al-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

préstimo. terações orçamentárias. O subsistema norteia-se por dis-


posições expressas na LDO, LOA e portarias de crédito,
Detalhamento da implementação: expressa o estas últimas editadas pela Sof.
modo como a ação será executada, podendo conter da- Nos dois primeiros instrumentos são fornecidos crité-
dos técnicos e detalhes sobre os procedimentos que fa- rios mais gerais para essas alterações. Nas portarias são
zem parte da execução. fornecidos os critérios técnicos, operacionais e prazos
Data de início - informação restrita aos projetos que para tais mudanças.
identificam a data de início de sua implementação. As solicitações são usualmente iniciadas nas Unida-
Data de término - informação restrita aos projetos des Orçamentárias, que, por sua vez, encaminham aos
que identificam a data de término de sua implementação. Órgãos Setoriais e estes remetem à Sof.

68
As alterações são agrupadas conforme critérios oriundos da LOA e LDO, bem como os instrumentos legais que as
concretizaram, sejam decretos, projetos de lei, medidas provisórias etc. Além disso, o subsistema exige que seja forne-
cida, por parte do órgão solicitante, uma série de subsídios que possam justificar ou embasar as solicitações encami-
nhadas. Algumas dessas informações deverão ser encaminhadas até o Congresso Nacional.8

ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO.

ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Assim são as organizações: diversos órgãos agrupados hierarquicamente, onde os sistemas de responsabilidade,
sistemas de autoridade e os sistemas de comunicações são componentes estruturais.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar atento para sua relevância, nas organizações as informa-
ções são importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade da informação e saber aplicar
em momentos oportunos.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que se definir qual informação e como ela vai ser mantida
no sistema, deve haver um estudo no organograma da empresa verificando assim quais os dados e quais os campos
vão ser necessários para essa implantação.Cada empresa tem suas características e suas necessidades, e o sistema de
informação se adéqua a organização e aos seus propósitos.
Para as organizações as pessoas tem um importância diferenciada, pois seu comportamento afeta diretamente na
imagem, no sucesso ou insucesso dessa organização, o comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho.
No processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colaboradores travados, sem poder
de opinião.Já no processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos funcionários, podendo opinar eles
se sentem parte ativa da empresa.

Benefícios de uma estrutura adequada.


- Identificação das tarefas necessárias;
- Organização das funções e responsabilidades;
- Informações, recursos, e feedback aos empregados;
- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
- Condições motivadoras.

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8 Fonte: www.repositorio.enap.gov.br

69
Elaboração da estrutura organizacional
- Não é estática.
- É representada graficamente pelo organograma.
- É dinâmica.
- Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.
- (Delinear = Criar, aprimorar).
- Deve ser planejada.

O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:


- Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas.
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas
ou grupos.
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
- Informação.
- Recursos para o trabalho
- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas
- Motivação
Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

70
Condicionantes da estrutura organizacional.

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados,
quais sejam:
- A mudança na estrutura organizacional.
- O processo de implantação; e
- As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por: 
- Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).
- Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em
direção ao cliente).
- Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
- Ênfase nas equipes de trabalho.
- Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
- Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).
- Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.
- Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo
que ela foi criada).
- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de
agregar valor ao negócio.

TIPOS DE ORGANIZAÇÃO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Podemos classificar organizações em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.

Dentre as ESTRUTURAS TRADICIONAIS temos as Organizações Linear, Funcional e Linha Staff conforme veremos
abaixo.

ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas
diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade

71
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especiali-
zação das funções para cada tarefa.

Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor
dos dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.
É hoje o tipo organizacional mais adotado.
Na organização linha-staff temos dois órgãos distintos: órgão de execução (linha) e órgão de apoio (staff).

Principais Funções do Staff


- Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc.
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.
- Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

72
Já no conceito de ESTRUTURAS CONTEMPORÂNEAS temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em
projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com
tempo de duração pré-definido e profissional contratados especificamente para cada projeto.
Utilizado quando:
- Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
- Planos sujeitos a mudanças;
- Dificuldade de prognósticos;
- Exigência do cliente e
- Estrutura organizacional rígida.

Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:


- Definir as funções do projeto;
- Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
- Definir as atribuições das funções (responsabilidades e autoridades) e
- Alocar pessoal.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas
que também adotam as estruturas divisional, funcional, staff entre outras, fazendo uso de diversas tecnologias.

73
Departamentalização

Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da empresa.


É o agrupamento de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recur-
sos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
A forma de departamentalizar deve corresponder à configuração que a organização pretende trabalhar, podendo
esta adotar mais de uma forma de departamentalização.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

74
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTO

DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
controle da administração de cúpula em cada região.

75
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO

DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

76
DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA Impressora: a impressora é outro item indispensável.
Ela permite imprimir de forma rápida dezenas de páginas
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve com textos e imagens. As mais modernas ainda contam
ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade orga- com a função que permite digitalizar e copiar documen-
nizacional. tos quase que instantaneamente.
Calculadora: a calculadora facilita e bastante a vida do
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR empregador e do empregado o momento de realizar cál-
culos, principalmente em situações que exijam rapidez.
Para evitar problemas na hora de decidir como depar- Grampeador: o grampeador é um essencial para fixar
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios: as várias páginas de um mesmo documento, na ordem e
• Princípio do maior uso – o departamento que faz da maneira que for necessário.
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua ju- Máquina de fax: as máquinas de fax são muito usa-
risdição. das no escritório tanto para o envio quanto para o re-
• Principio do maior interesse – o departamento que cebimento de documentos importante em um reduzido
tem maior interesse pela atividade deve supervi- espaço de tempo.
siona-la. Mesa: a mesa é essencial para acomodar não só pa-
• Principio da separação e do controle – As ativida- peis e documentos, mas também equipamentos como
des do controle devem estar separadas das ativi- computador, telefone, calculadora etc.
dades controladas. Cadeiras: as cadeiras permitem realizar as atividades
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar a do escritório de modo confortável. É importante que as
concorrência entre departamentos, agrupando ati- cadeiras usadas sigam as normas de ergonomia (normas
vidades correlatas no mesmo departamento. que garantem a segurança e a saúde do trabalhador).
Gavetas: as gavetas são indispensáveis para armaze-
Outro critério básico para departamentalização está nar documentos e materiais de escrita, mantendo o es-
baseado na diferenciação e na integração, são: critório organizado.
Telefone: o telefone permite a comunicação rápida e
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ati- imediata com pessoas de dentro e de fora da empresa,
vidades diferentes devem ficar em departamentos sepa- localizadas em qualquer parte do mundo.
rados. Materiais para escrita: os materiais de escrita incluem
A diferenciação ocorre quando: papeis, lápis, caneta, borracha etc. Assim como os demais
- O fator humano é diferente equipamentos, são indispensáveis para o funcionamento
- A tecnologia e a natureza das atividades são dife- do escritório.
rentes Agendas: o uso de agenda é essencial para a organi-
- Os ambientes externos são diferentes, zação. Seja material físico ou digital, a agenda serve para
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. manter tarefas, horários e anotações sempre por perto,
atualizadas e precisas.
Integração – Quanto mais atividades trabalham in-
tegradas, maior razão para ficarem no mesmo departa-
mento.
O Fator de integração é:
EXERCÍCIO COMENTADO
- Necessidade de coordenação.9
1. (Cress/PE- Auxiliar de serviços gerais - Fundamen-
tal – Quadrix/2017) Poupar energia e papel no escri-
6. USO DE EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO
tório pode ajudar a reduzir gastos e proteger recursos
naturais não renováveis. Ou seja, tarefas simples podem
6.1 Equipamentos para escritório
fazer toda a diferença. Assinale a alternativa que diz res-
peito a uma maneira de economizar papel ou energia
Para funcionar, um escritório depende da presença de
elétrica.
alguns equipamentos específicos que, não só facilitam a
jornada de trabalho, mas também garantem maior con-
a) Não utilizar o recurso de impressão em dupla face.
forto e rapidez no desenvolvimento das mesmas.
b) Usar lâmpadas incandescentes e de halogênio.
São alguns dos principais equipamentos utilizados no
c) Manter periféricos auxiliares de computadores sempre
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

escritório: computador, impressora, calculadora, gram-


ligados na tomada.
peador, máquina de fax, mesa, gavetas, cadeira, telefone
d) Não instalar temporizadores para acender luzes à noite.
e materiais para escrita.
e) Configurar o modo stand-by nos computadores para
Computador: computadores e notebooks represen-
que entrem em hibernação automaticamente.
tam equipamentos de grande importância em um escri-
tório. Por meio deles é possível, montar planilhas, digi-
Resposta: Letra E. O modo stand-by permite que o
tar e arquivar documentos, assistir apresentações, salvar
computador se mantenha desligado temporariamente
imagens, acessar sites, receber e enviar e-mails e muitos
enquanto não está sendo usado, voltando a funcionar
outros.
rapidamente sempre que necessário.

9 Adaptado de Carlos William de Carvalho

77
Coesão e coerência: é indispensável que o texto tenha
COMUNICAÇÕES OFICIAIS: ASPECTOS
coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a
GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL.
ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Perce-
REDAÇÃO DOS ATOS NORMATIVOS
be-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um
E COMUNICAÇÕES. APLICAÇÃO DE
texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
PRINCÍPIOS DA ORTOGRAFIA E DE
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
ELEMENTOS DA GRAMÁTICA À REDAÇÃO
OFICIAL
#FicaDica
Redação oficial é o meio utilizado para o estabeleci- Todo o texto precisa estar conectado, para
mento de relações de serviço na administração pública isso, fique atento à regência nominal e
e corresponde ao modo uniforme de redigir atos nor- verbal, usando das preposições corretas de
mativos e comunicações oficiais. Para que se alcance a acordo com a intenção do texto.
efetividade dessas relações, são traçadas normas de lin-
guagem e padronização no uso de fórmulas e estética
para as comunicações escritas, as quais são revestidas de Fundamentalmente esses atributos decorrem da Cons-
certas peculiaridades restritas ao meio. tituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração públi-
As comunicações oficiais devem primar pela objeti- ca direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes
vidade, transparência, clareza, simplicidade e impessoa- da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
lidade. obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
Nesse sentido, a redação oficial, da qual se deve ex- moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publici-
trair uma única interpretação, há de procurar ser com- dade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda
preensível por todo e qualquer cidadão brasileiro. administração pública, claro está que devem igualmente
Com esses cuidados, é possível aprimorar um item nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
fundamental na profissionalização do servidor, na racio- Não se concebe que um ato normativo de qualquer
nalização do trabalho e na redução dos custos. natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ou impossibilite sua compreensão. A transparência do
maneira pela qual o Poder Público redige atos normati- sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
vos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é ina-
vista do Poder Executivo. ceitável que um texto legal não seja entendido pelos
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa- cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente,
lidade, uso do padrão culto de linguagem, concisão, clareza e concisão.
formalidade e uniformidade, clareza e precisão, objeti- Além de atender à disposição constitucional, a forma
vidade, coesão e coerência. dos atos normativos obedece a certa tradição. Há nor-
mas para sua elaboração que remontam ao período de
nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
FIQUE ATENTO! riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de de-
Essas quatro ultimas características foram zembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos,
acrescentadas no novo manual de redação o número de anos transcorridos desde a Independência.
oficial. Essa prática foi mantida no período republicano.
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uni-
formidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-
Vejamos: -se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir
Precisão: o atributo da precisão complementa a clare- uma única interpretação e ser estritamente impessoais e
za e caracteriza-se Por: uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
- articulação da linguagem comum ou técnica para a Nesse quadro, fica claro também que as comuni-
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto. cações oficiais são necessariamente uniformes, pois há
Mas cuidado, a linguagem técnica é permitida, desde sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o
que usada de forma que não haja dúvidas na informação. receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço
- manifestação do pensamento ou da ideia com as Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão
mesmas palavras, evitando o emprego de sinôni- a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mos com proposito meramente estilístico. tratados de forma homogênea (o público).


- escolha de expressão ou palavra que não confira Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
duplo sentido ao texto. buscou fazer das características específicas da forma ofi-
cial de redigir não deve ensejar o entendimento de que
Objetividade: ser objetivo é ir diretamente ao assunto se proponha a criação – ou se aceite a existência – de
que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. uma forma específica de linguagem administrativa,
Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba o que coloquialmente e pejorativamente se chama bu-
de antemão qual é a ideia principal e quais são as se- rocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a
cundarias. redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões
e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de
construção de frases.

78
A redação oficial não é, portanto, necessariamente Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a
árida e infensa à evolução da língua. É que sua finali- simplicidade de expressão, desde que não seja confundi-
dade básica – comunicar com impessoalidade e máxima da com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da do padrão culto implica emprego de linguagem rebus-
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto cada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
jornalístico, da correspondência particular, etc. linguagem próprios da língua literária.
Apresentadas essas características fundamentais da Pode-se concluir, então, que não existe propriamen-
redação oficial, passemos à análise pormenorizada de te um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso
cada uma delas. do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É
claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
- Uso do padrão culto de linguagem expressões, ou será obedecida certa tradição no empre-
A necessidade de empregar determinado nível de go das formas sintáticas, mas isso não implica, necessa-
linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de riamente, que se consagre a utilização de uma forma de
um lado, do próprio caráter público desses atos e co- linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo
municações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreen-
aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou es- são limitada.
tabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regu- A linguagem técnica deve ser empregada apenas
lam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
alcançado se em sua elaboração for empregada a lin- indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e
guagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são
oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com cla- de difícil entendimento por quem não esteja com eles fa-
reza e objetividade. miliarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-
As comunicações que partem dos órgãos públicos fe- -los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
derais devem ser compreendidas por todo e qualquer ci- administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
dadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
o uso de uma linguagem restrita a determinados gru- - Clareza e precisão
pos. Não há dúvida que um texto marcado por expres-
sões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos Clareza
vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto
dificultada. oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que pos-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância sibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se conce-
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente be que um documento oficial ou um ato normativo de
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que
de costumes, e pode eventualmente contar com outros dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os rência é requisito do próprio Estado de Direito: é inacei-
gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns tável que um texto oficial ou um ato normativo não seja
dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da
escrita incorpora mais lentamente as transformações, publicidade não se esgota na mera publicação do texto,
tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja
de si mesma para comunicar. claro.
A língua escrita, como a falada, compreende diferen- Para a obtenção de clareza, sugere-se:
tes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sen-
exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer tido comum, salvo quando o texto versar sobre
de determinado padrão de linguagem que incorpore ex- assunto técnico, hipótese em que se utilizará no-
pressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um menclatura própria da área;
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar
vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há as orações na ordem direta e evitar intercalações
um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambi-
da língua, a finalidade com que a empregamos. guidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu ca- oração;
ráter impessoal, por sua finalidade de informar com o c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do o texto;


padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão d) não utilizar regionalismos e neologismos;
culto é aquele em que a) se observam as regras da gra- e) pontuar adequadamente o texto;
mática formal, e b) se emprega um vocabulário comum f) explicitar o significado da sigla na primeira referên-
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante res- cia a ela; e
saltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na g) utilizar palavras e expressões em outro idioma ape-
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das nas quando indispensáveis, em razão de serem de-
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, signações ou expressões de uso já consagrado ou
dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísti- de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as
cas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendi- em itálico, conforme orientações do subitem 10.2
da compreensão por todos os cidadãos. deste Manual.

79
Precisão Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve
O atributo da precisão complementa a clareza e ca- evitar caracterizações e comentários supérfluos, adjeti-
racteriza-se por: vos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir,
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a um exemplo1 de período mal construído, prolixo:
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto; O exemplo de período mal construído foi elaborado,
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as para fins didáticos, a partir do exemplo de período bem
mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní- construído, por sua vez, extraído da Exposição de Mo-
mia com propósito meramente estilístico; e tivos Interministerial no 51/MCTI/MRE/MPOG, de 21 de
c) escolha de expressão ou palavra que não confira dezembro de 2011 (BRASIL, 2011a).
duplo sentido ao texto. Exemplo:
Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
É indispensável, também, a releitura de todo o texto naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à popu-
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obs- lação acreana, verificou-se que a esmagadora e ampla
curos provém principalmente da falta da releitura, o que maioria da população daquele distante estado manifes-
tornaria possível sua correção. Na revisão de um expe- tou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração
diente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita, incon-
por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser formada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos terceiro fuso, a maioria da população do Acre demons-
sobre certos assuntos, em decorrência de nossa experiên- trou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, es-
cia profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos tando cinco horas a menos que em Greenwich.
como de conhecimento geral, o que nem sempre é ver- Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários,
dade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos abusou-se no emprego de adjetivos (impressionante, es-
técnicos, o significado das siglas e das abreviações e os magadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe
conceitos específicos que não possam ser dispensados. confere carga afetiva injustificável, sobretudo em texto
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados
elaboradas certas comunicações quase sempre compro- os excessos, o período ganha concisão, harmonia e uni-
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos dade:
atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua Exemplo:
indesejável repercussão no texto redigido. Apurado o resultado da consulta à população acrea-
A clareza e a precisão não são atributos que se atin- na, verificou-se que a maioria da população se mani-
jam por si sós: elas dependem estritamente das demais festou pela rejeição da alteração realizada pela Lei no
características da redação oficial, apresentadas a seguir. 11.662/2008. Não satisfeita com a nova hora legal vin-
culada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre
- Objetividade demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.
abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir
isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual - Coesão e coerência
é a ideia principal e quais são as secundárias. É indispensável que o texto tenha coesão e coerência.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmo-
em todo texto de alguma complexidade: as fundamen- nia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o
tais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas exis- verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
tem também ideias secundárias que não acrescentam in- entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
formação alguma ao texto, nem têm maior relação com Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a
as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o coerência de um texto são: referência, substituição, elipse
que também proporcionará mais objetividade ao texto. e uso de conjunção.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto A referência diz respeito aos termos que se relacio-
com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, nam a outros necessários à sua interpretação. Esse me-
sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que canismo pode dar-se por retomada de um termo, relação
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou tor- com o que é precedente no texto, ou por antecipação de
na o texto rude e grosseiro. um termo cuja interpretação dependa do que se segue.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplos:
- Concisão O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção.
A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- Ele aguardou a decisão do Plenário.
terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
transmitir o máximo de informações com o mínimo de O TCU apontou estas irregularidades: falta de assina-
palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como tura e de identificação no documento.
economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar A substituição é a colocação de um item lexical no
passagens substanciais do texto com o único objetivo lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração.
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de Exemplos:
excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder
nada acrescentem ao que já foi dito. Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.

80
O ofício está pronto. O documento trata da exonera- - Formalidade e padronização
ção do servidor. As comunicações administrativas devem ser sem-
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em se- pre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
guida, os prefeitos fizeram o mesmo. (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunica-
A elipse consiste na omissão de um termo recuperá- ções feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail , o
vel pelo contexto. documento gerado no SEI!, o documento em html etc.),
Exemplo: quanto para os eventuais documentos impressos.
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento.
particulares. (Na segunda oração, houve a omissão do Não se trata somente do correto emprego deste ou da-
verbo “regulamenta”). quele pronome de tratamento para uma autoridade de
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerên- certo nível, mais do que isso: a formalidade diz respeito
cia ao texto é utilizar conjunção para estabelecer ligação à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
entre orações, períodos ou parágrafos.
cuida a comunicação.
Exemplo:
A formalidade de tratamento vincula-se, também,
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou
à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
o interesse de seu Governo pelo assunto.
a administração pública federal é una, é natural que as
- Impessoalidade comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O es-
A impessoalidade decorre de princípio constitucional tabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma-
(Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois as- nual, exige que se atente para todas as características da
pectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a admi- redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação
nistração pública proceda de modo a não privilegiar ou dos textos.
prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para
interesse público; o segundo, a abstração da pessoalida- o texto definitivo, nas exceções em que se fizer necessá-
de dos atos administrativos, pois, apesar de a ação admi- ria a impressão, e a correta diagramação do texto são
nistrativa ser exercida por intermédio de seus servidores, indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo
é resultado tão-somente da vontade estatal. II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas es-
A redação oficial é elaborada sempre em nome do pecíficas para cada tipo de expediente. Em razão de seu
serviço público e sempre em atendimento ao interesse caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e
geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos os expedientes oficiais requerem o uso do padrão culto
expedientes oficiais não devem ser tratados de outra for- do idioma, que acata os preceitos da gramática formal
ma que não a estritamente impessoal. e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
deve ser dado aos assuntos que constam das comunica- imprescindível na redação oficial por estar acima das di-
ções oficiais decorre: ferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais;
a) da ausência de impressões individuais de quem dos modismos vocabulares e das particularidades lin-
comunica: embora se trate, por exemplo, de um guísticas.
expediente assinado por Chefe de determinada Recomendações:
Seção, a comunicação é sempre feita em nome do - a língua culta é contra a pobreza de expressão e
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável não contra a sua simplicidade;
padronização, que permite que as comunicações
- o uso do padrão culto não significa empregar a
elaboradas em diferentes setores da administração
língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
pública guardem entre si certa uniformidade;
linguagem próprias do estilo literário;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunica-
ção: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre - a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa
concebido como público, ou a uma instituição pri- na redação de um bom texto.
vada, a outro órgão ou a outra entidade pública.
Em todos os casos, temos um destinatário conce- Pode-se concluir que não existe propriamente um pa-
bido de forma homogênea e impessoal; e drão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que
se o universo temático das comunicações oficiais haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
se restringe a questões que dizem respeito ao in- ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

teresse público, é natural não caber qualquer tom sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
particular ou pessoal. consagre a utilização de uma forma de linguagem bu-
Não há lugar na redação oficial para impressões pes- rocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
soais, como as que, por exemplo, constam de uma carta ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mes-
mo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta Classificação da correspondência
da interferência da individualidade de quem a elabora. • Patente
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de • Confidencial ou secreta
que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade.

81
A correspondência confidencial ou secreta nunca Portanto, a redação da carta deve ser executada por
deve ser aberta, mas sim conduzida diretamente á dire- uma pessoa experiente, de forma a minimizar as perdas
ção. É conveniente, contudo, registrar a sua entrada, de de tempo e conseguir uma boa qualidade de comunica-
preferência em livro próprio. ção.
A correspondência particular, como é lógico, também A resposta pode ser executada de diversas formas:
não deve ser aberta, mas sim dirigida aos respectivos • Ditado direto, em que o processador de texto exe-
destinatários. cuta diretamente o texto que lhe é transmitido;
A correspondência dita patente, é que vai entrar no • Ditado indireto, onde o processador de texto exe-
circuito de tratamento. cuta o texto através de uma minuta, um registro
que estenografou ou um registro gravado.
Abertura
A abertura da correspondência é importante referir a Assinatura
forma como se faz e os cuidados a ter para evitar a inuti- Depois de finalizada a correspondência deve ser de
lização do conteúdo. novo lida e em seguida assinada. A organização das
Antes de se abrir as cartas deve-se colocar o conteú- grandes empresas implica que o correio e expedição es-
do para um dos cantos dos sobrescritos e em seguida teja pronto até determinada hora, de forma a ser levado
abre-se pelas arestas opostas. Isto porque as cartas são
a despacho.
normalmente mal dobradas e quando são inseridas nos
subscritos ficam, por vezes, coladas no interior.
Registro de saída
Registro das entradas O registro das saídas também é normalmente feito
Geralmente esta fase da correspondência concentra- em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos originais e
-se num só departamento. Tiram-se cópias dos originais encaminhadas devidamente.
recebidos, para um exemplar ficar no departamento e o
outro seguir para o respectivo destino. Mas a tiragem das Expedição e Arquivo
cópias não pode ser feita sem antes ser colocado o res- Antes da correspondência ser inserida no sobrescrito
pectivo carimbo da entrada contendo a data e o número deve-se verificar se:
da entrada. Nos serviços públicos e nas empresas, mas • A carta está datada e assinada;
tradicionalistas, utiliza-se o Livro de Registo para a cor- • Contém o material referido em anexo;
respondência recebida. • O endereço corresponde ao do sobrescrito. E por
fim...
Distribuição • Toda a correspondência que é expedida da empre-
A distribuição da correspondência pode ser feita de sa deve possuir em arquivo a respectiva cópia;
diversas formas, mas sempre de forma a poder ser con- • Quando a correspondência for registrada, junta-
trolada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado livro de mente com a cópia, deve ser arquivado um exem-
protocolo. Muitas vezes é utilizada uma guia de remessa plar do talão de aceitação;
de documentos que os descreve e agrupa por destinos, • No caso do registro ser com aviso de recepção,
acompanhando-os até a recepção. Aí é assinado um du- este, após ser devolvido pelo destinatário com a
plicado que comprova a entrega. respectiva assinatura, deve também ser arquivado
com a cópia da correspondência.
Resposta ou Arquivo
Depois de ser lida, a correspondência deve ser conve- Para se redigir uma boa correspondência, é necessá-
nientemente tratada. ria objetividade na exposição do pensamento, é preciso
O que significa que: buscar por clareza, coerência, concisão, nas palavras em-
• Se não for necessário dar sequência ao assunto, a
pregadas, e assim estabelecer uma melhor relação entre
correspondência vai imediatamente para o arqui-
as ideias.
vo, com a devida indicação no canto superior es-
querdo e a assinatura do ordenante;
• Se é necessária uma resposta, devem ser feitas as "Se escrever cartas é um sinal de boa
anotações necessárias para a sua execução ou, en-
tão, se for o caso, o próprio destinatário encarre-
educação, escrever corretamente é prova de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gar-se-á de a escrever. boa instrução e inteligência". (Jane S. Singer)



Há vários tipos de correspondência, e cada uma pos-
Não esquecer que: sui suas características, com suas normas e técnicas. O
• Toda a correspondência urgente deve ter uma res- estilo e as técnicas aplicadas em correspondências se
posta imediata;
atualizaram, tornando-se muito mais complexas. O estilo
• Não se deve adiar a resolução de assuntos pen-
depende dos conhecimentos dominados pelo redator, e
dentes, tornando-os eternamente esquecidos. A
este é aperfeiçoado pelas técnicas, que serão apresenta-
execução de uma carta resposta implica disponibi-
das ao longo do trabalho.
lidade de tempo e disponibilidade mental.

82
Em suma, corresponder-se implica um ato de ir até O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja fi-
outrem: seja para expor-lhe problemas, alegrias, seja nalidade precípua é a de informar com clareza e objetivi-
para fazer-lhe pedidos, convencer, dar-lhe boas ou más dade. A necessidade de empregar determinado nível de
notícias. Da habilidade social do remetente virá seu su- linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
cesso com o destinatário. Será preciso conhecer os có- lado, do próprio caráter público desses atos e comunica-
digos de comportamento deste para que a mensagem ções; de outro, de sua finalidade.
surta efeito. As comunicações que partem dos órgãos públicos fe-
derais devem ser compreendidas por todo e qualquer ci-
Tipos de Correspondência dadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
Quando se fala de correspondência, pensa-se logo o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.
em uma simples carta, em mensagem escrita para tra- Não há dúvida que um texto marcado por expressões de
ta-se de assuntos íntimos entre pessoas cujas relações circulação restrita, como a gíria, os regionalismos voca-
são bastante estreitas. Contudo a carta hoje tornou ou- bulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão difi-
tros rumos, não perdendo suas características especiais. cultada.
A correspondência tomou rumos diferentes, em diversas A língua escrita, como a falada, compreende dife-
áreas. Pode ser utilizada no estabelecimento de contatos rentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. O
utilitários, como os de um industrial e seus compradores, mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter im-
ou os que dizem respeito à comunicação comercial, ban- pessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de
cária, judicial e de tantas instituições sociais. Usualmente, clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto
divide-se a correspondência em: da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele
a) Particular: quando é trocada entre pessoas mais em que:
ou menos íntimas, sobre assuntos da vida priva- Observam-se as regras da gramática formal;
da, tais como notícias do quotidiano, da família, Emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos
de viagens, agradecimentos, convites, pêsames. A
usuários do idioma.
espécie mais particular de todas é a chamada carta
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
de amor, onde se expressam as nuanças do senti-
do padrão culto na redação oficial decorre do fato de
mento mais humano de todos.
que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas
b) Comercial: que inclui toda espécie de cartas e do-
ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
cumentos ligados a transações comerciais, indus-
idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão,
triais e também financeiras, tais como assuntos
que se atinja a pretendida compreensão por todos os
bancários, investimentos, empréstimos, câmbios,
etc. cidadãos.
c) Oficial: quando provém de instituições do serviço Lembrar-se que o padrão culto nada tem contra a
público, tanto civis como militares, ou a elas se di- simplicidade de expressão, desde que não seja confundi-
rige. Abrange atos dos poderes legislativo, execu- da com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso
tivo e judiciário, requerimento dos cidadãos, avisos do padrão culto implica emprego de linguagem rebus-
à população, etc. cada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
linguagem própria da língua literária.
Por vezes, é difícil distinguir o tipo de determinadas Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
cartas, quando seu assunto concerne a duas esferas so- um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
ciais diversas, como uma carta de um cidadão, solicitan- padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
do um favor comercial a um amigo pertencente a essa haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
área de atividades. A distinção recomendável é utilizar ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
nas cartas particulares uma linguagem mais espontânea, sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
mais rica em calor humano (salvo em comunicados im- consagre a utilização de uma forma de linguagem bu-
pressos, tais como convites, participações, que serão li- rocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
dos não só pelos interessados, mas por outras pessoas ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
fora do círculo de amizade do remetente), deixando para Os atos administrativos são classificados como:
as cartas comerciais o estilo utilitário, direto, sem ape-
lar para aspectos afetivos, e para cartas ou documentos ATOS DE CORRESPONDÊNCIA
oficiais reservar uma formulação impessoal, mais dis- Aviso: Comunicação pela qual os titulares de órgãos,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tanciada e formal, que veicule a mensagem de forma entidades e presidentes de comissões da Administração
clara, mas sem pessoalizá-la. Dessa forma, um pedido a do Município comunicam ao público assunto de seu in-
um governador de Estado, por exemplo, sempre se fará teresse e solicitam a sua participação.
mencionando-se o cargo e não familiarmente o “prezado
fulano”. Carta: Forma de correspondência por meio da qual
Atos Oficiais os dirigentes da Administração Municipal se dirigem a
Os atos oficiais são entendidos como atos de caráter personalidades e entidades públicas e particulares para
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos tratar de assunto oficial.
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos pú- Circular: Correspondência oficial de igual teor, expe-
blicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for dida por dirigentes de órgãos e entidades e chefes de
empregada a linguagem adequada. unidades administrativas a vários destinatários.

83
Exposição de Motivos: Correspondência por meio da Relatório: Documento em que se relata ao superior
qual os secretários e autoridades de nível hierárquico imediato a execução de trabalhos concernentes a deter-
equivalente expõem assuntos da Administração Munici- minados serviços ou a um período relativo ao exercício
pal para serem solucionados por atos do Prefeito. de cargo, função ou desempenho de atribuições.
Quando a exposição de motivos tratar de assuntos
que envolvam mais de uma Secretaria, esta deverá ser ATOS NORMATIVOS
assinada pelos Secretários envolvidos. Decreto: Ato emanado do Poder Público, com força
Além do caráter informativo, a exposição de motivos obrigatória, que se destina a assegurar ou promover a
pode propor medidas ou submeter projeto de ato nor- ordem política, social, jurídica e administrativa. É por
mativo à apreciação da autoridade competente. meio de decretos que o chefe do Governo determina a
Memorando: Correspondência utilizada pelas chefias observância de regras legais.
no âmbito de um mesmo órgão ou entidade para expor Ordem de Serviço: Ato pelo qual os titulares de Coor-
assuntos referentes a situações administrativas em geral. denações, Departamentos, Presidentes de Comissões,
Pode ser usado no mesmo nível hierárquico ou em nível além de outras autoridades de nível hierárquico equiva-
hierárquico diferente. lente, determinam providências a serem cumpridas por
Mensagem: Instrumento de comunicação oficial do unidades orgânicas e/ou servidores subordinados.
Prefeito para o Presidente da Câmara Municipal, expondo Portaria: Ato pelo qual o Prefeito ou os Secretários
sobre matérias que dependem de deliberação da Câma- (por delegação do Prefeito) expedem determinações
ra. A mensagem versa sobre os seguintes assuntos, entre gerais ou especiais a seus subordinados; ou designam
outros: encaminhamento de projeto de lei complementar servidores para substituições eventuais e execução de
ou financeira; pedido de autorização para o Prefeito e o atividades.
Vice-Prefeito se ausentarem do Município por mais de 15 Resolução: Ato emanado de órgãos colegiados, tendo
dias; encaminhamento das contas referentes ao exercício como característica fundamental o estabelecimento de
anterior; abertura da sessão legislativa; comunicação de normas, diretrizes e orientações para a consecução dos
sanção de veto. objetivos.
Ofício: Meio de comunicação utilizado entre dirigen- É válida para assuntos normativos ou de reconheci-
tes de órgãos e entidades e titulares de unidades da Pre- mento de excepcionalidade.
feitura ou ainda destes para com a Administração Esta- Edital: Ato de caráter obrigatório, emitido pelos titu-
dual, Federal e Empresas Privadas. lares de órgãos e entidades e presidentes de comissões,
Telegrama: Forma de correspondência em que são que se destina a fixar condições e prazos para a legitima-
transmitidas comunicações de absoluta urgência e com ção de ato ou fato administrativo, a ser concretizado pela
reduzido número de palavras, uma vez que a sua princi- Administração Municipal.
pal característica é a síntese. Regimento: Ato que indica a categoria e a finalidade
Requerimento – deriva-se do verbo requerer, que, de dos órgãos e entidades, detalha sua estrutura em uni-
acordo com seu sentido denotativo, significa solicitar, dades organizacionais, especifica as respectivas compe-
pedir, estar em busca de algo. E principalmente, que o tências, define as atribuições de seus dirigentes e indica
pedido seja deferido, ou seja, aprovado. seus relacionamentos interno e externo. Os regimentos
serão postos em vigor por decreto do Prefeito, referen-
ATOS ENUNCIATIVOS dado pelo titular da Secretaria a que diga respeito o ato.
Apostila: Documento que complementa um ato ofi- Regulamento: Ato que explica a execução de uma lei
cial, em geral ligado à vida funcional dos servidores pú- ou provê situação ainda não disciplinada por lei. Tem sua
aprovação por decreto do Prefeito.
blicos, fixando vantagens pecuniárias, retificando ou al-
terando nomes ou títulos.
ATOS DE AJUSTE
O ato deve ser publicado e registrado no assenta-
Contrato: Acordo bilateral firmado por escrito entre
mento funcional. É sempre assinado pelo titular do órgão
a administração pública e particulares, vislumbrando, de
expedidor.
um lado, o objeto do acordo, e de outro, a contrapresta-
Despacho: Nota escrita pela qual uma autoridade dá
ção correspondente (remuneração).
solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade
Convênio: Acordo firmado por entidades públicas, ou
pedido para que decida sobre o assunto.
entre estas e organizações particulares, para realização
O despacho pode ser interlocutório ou decisório: de objetivos de interesse comum dos partícipes.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Interlocutório é breve e baseado em informações ou


parecer, e consta do corpo do processo (quando houver). Termo Aditivo: Ato lavrado para complementar um
Em geral é manuscrito e assinado pela autoridade com- ato originário - contrato ou convênio - quando verificada
petente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado por a necessidade de alteração de uma das condições ajus-
outros servidores desde que lhes seja delegada compe- tadas.
tência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De ordem”.
O decisório defere ou indefere solicitações. ATOS COMPROBATÓRIOS
Parecer: Manifestação de órgãos ou entidades sobre Alvará: Documento firmado por autoridade compe-
assuntos submetidos à sua consideração. É um ato ad- tente, certificando, autorizando ou aprovando atos ou
ministrativo usado com mais frequência por conselhos, direitos.
comissões, assessorias e equivalentes.

84
Ata: Documento que registra, com o máximo de fide- 4. Motivo - O motivo ou a causa é a situação de direito
lidade, o que se passou em uma reunião, sessão públi- ou de fato que determina ou autoriza a realização
ca ou privada, congresso, encontro, convenção e outros do ato administrativo. O motivo como elemento
eventos, para comprovação, inclusive legal, das discus- integrante da perfeição do ato, pode vir expresso
sões e resoluções havidas. em lei, como pode ser deixado a critério do admi-
A ata é lavrada por um secretário, indicado pelos nistrador. Em se tratando de motivo vinculado pela
membros da reunião. Sua redação obedece sempre às lei, o agente da administração, ao praticar o ato,
mesmas normas, quer se trate de instituições oficiais ou fica na obrigação de justificar a existência do mo-
entidades particulares. Escreve-se seguidamente, sem tivo, sem o qual o ato será inválido ou pelo menos
rasuras e sem entrelinhas, evitando-se os parágrafos ou invalidável por ausência da motivação.
espaços em branco. 5. Objeto - O objeto do ato administrativo é a criação,
A linguagem utilizada na redação é bastante sumária a modificação ou a comprovação de situações jurí-
e quase sem oportunidade de inovações, exatamente por dicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades
sua característica de simples resumo de fatos. Também, sujeitas à atuação do Poder Público. Neste sentido,
em decorrência disso, os verbos são empregados sempre o objeto identifica-se com o conteúdo do ato e por
no tempo passado e, tanto quanto possível, devem ser meio dele a administração manifesta o seu poder
evitados os adjetivos. Os números fundamentais, datas e a sua vontade ou atesta simplesmente situações
e valores, de preferência, são escritos por extenso. A re- pré-existentes.
dação deve ser fiel, clara e precisa com relação aos fatos
ocorridos, sem que o relator emita opinião sobre eles. AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Registra-se, quando for o caso, na ata do dia, as retifica-
ções feitas à anterior. Concordância com os pronomes de tratamento
Para os erros constatados no momento da redação, Os pronomes de tratamento apresentam certas pe-
consoante o tipo de ata, emprega-se a partícula retifica- culiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e
tiva “digo”. Se forem notados erros após a redação, há o pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa grama-
recurso da expressão “em tempo”. tical (à pessoa com quem se fala), levam a concordância
Atestado: Documento em que se comprova um fato para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou
e se afirma a existência ou inexistência de uma situação Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar direta-
de direito da qual se tenha conhecimento em favor de mente com o receptor.
alguém.
Certidão: Documento oficial onde se transcrevem da- #OBS.:
dos de assentamentos funcionais com absoluta precisão. Quanto às formas de tratamento não foi alterado nes-
A certidão deve ser escrita sem abertura de pará- sa última atualização do manual.
grafos, emendas ou rasuras. Quando houver engano ou
omissão, o certificante o corrigirá com “digo”, colocado Concordância de gênero
imediatamente após o erro.
Declaração: Documento de manifestação administra- Com as formas de tratamento, faz-se a concordância
tiva, declaratório da existência ou não de um direito ou com o sexo das pessoas a que se referem:
de um fato. • Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a
assistir ao III Seminário da NOVA.
Os atos administrativos são compostos pelos seguin- • Vossa Excelência será informada (mulher) a respei-
tes elementos: to das conclusões do III Seminário da NOVA.
1. Competência - É a condição primeira para a vali-
dade do ato administrativo. Nenhum ato pode ser Concordância de pessoa
realizado validamente sem que o agente disponha
de poder legal para praticá-lo. Embora tenham a palavra “Vossa” na expressão, as
2. Finalidade - É o objetivo de interesse público a atin- formas de tratamento exigem verbos e pronomes refe-
gir. Não se compreende ato administrativo sem fim rentes a elas na terceira pessoa:
público. • Vossa Excelência solicitou...
3. Forma - A forma em que se deve exteriorizar o • Vossa Senhoria informou...
ato administrativo constitui elemento vinculado • Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e indispensável à sua perfeição. A inexistência da e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a


forma induz à inexistência do ato administrativo. honra de ouvi-los...
A forma normal do ato administrativo é a escrita, A pessoa do emissor
embora atos existam consubstanciados em ordens O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo,
verbais, e até mesmo em sinais convencionais, poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou a primei-
como ocorre com as instruções momentâneas de ra do plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto,
superior a inferior hierárquico, com as determi- misturar as duas opções ao longo do texto:
nações da polícia em casos de urgência e com a • Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência...
sinalização do trânsito. No entanto, a rigor, o ato • Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência...
escrito em forma legal não se exporá à invalidade. • Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência...
• Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência...

85
Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de
(Excelência, Senhoria, etc.) cortesia (“Tenho a honra de encaminhar” e não, sim-
• Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento di- plesmente, “Encaminho...”; “Tomo a liberdade de suge-
reto - usa-se para dirigir-se a pessoa com quem rir...” em vez de, simplesmente, “Sugiro...”); no cuidado
se fala, ou a quem se dirige a correspondência de evitar frases agressivas ou ásperas (até uma carta
(equivale a você): Na expectativa do atendimento de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se
do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa menção, por exemplo, a um possível esquecimento...); no
Senhoria nossas atenciosas saudações. emprego adequado das formas de tratamento, dispen-
• Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pes- sando sempre atenção respeitosa a superiores, colegas
soa de quem se fala (equivale a ele fala): Na aber- e subalternos.
tura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor No que diz respeito à utilização das formas de trata-
da PUCRS falou sobre o Plano Estratégico. mento e endereçamento, deve-se considerar não apenas
a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária,
Abreviatura das formas de tratamento religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do car-
A forma por extenso demonstra maior respeito, maior go que ocupa.
deferência, sendo de rigor em correspondência dirigida Breve História dos Pronomes de Tratamento
ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que O uso de pronomes e locuções pronominais de trata-
qualquer forma de tratamento pode ser escrita por ex- mento tem larga tradição na língua portuguesa. De acor-
tenso, independentemente do cargo ocupado pelo des- do com Said Ali, após serem incorporados ao português
tinatário. os pronomes latinos tue vos, “como tratamento direto da
pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se
Vossa Magnificência a empregar, como expediente linguístico de distinção e
É assim que manuais mais antigos de redação en- de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento
sinam a tratar os reitores de universidades. Uma forma de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor:
muito cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pro- “Outro modo de tratamento indireto consistiu em
nunciar, e em desuso. Já não existe hoje em dia distan- fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualida-
ciamento tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo de eminente da pessoa de categoria superior, e não a
docente e discente. É, pois, perfeitamente aceita hoje em ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu
dia a fórmula >Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
pode ser simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Se- assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e
nhor Reitor. adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência,
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
Pronomes de Tratamento A partir do final do século XVI, esse modo de trata-
O uso de pronomes e locuções pronominais de tra- mento indireto já estava em voga também para os ocu-
tamento tem larga tradição na língua portuguesa. De pantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu
acordo com Said Ali, após serem incorporados ao por- para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o prono-
tuguês os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento me vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia à palavra”, que provém o atual emprego de pronomes de tratamen-
passou-se a empregar, como expediente linguístico de to indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades
distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no civis, militares e eclesiásticas.
tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
o autor: Concordância com os Pronomes de Tratamento
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fin- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa
gir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à con-
eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela cordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refi-
própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei ram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se
com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a con-
assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e cordância para a terceira pessoa. É que o verbo concor-
adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, da com o substantivo que integra a locução como seu
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.” núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto»;
A partir do final do século XVI, esse modo de trata- «Vossa Excelência conhece o assunto».
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mento indireto já estava em voga também para os ocu- Da mesma forma, os pronomes possessivos referi-
pantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu dos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o prono- pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto» (e não
me vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição «Vossa ... vosso...”).
que provém o atual emprego de pronomes de tratamen- Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes,
to indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pes-
civis, militares e eclesiásticas. soa a que se refere, e não com o substantivo que com-
Umas das características do estilo da correspondên- põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o
cia oficial e empresarial é a polidez, entendida como o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senho-
ajustamento da expressão às normas de educação ou ria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência
cortesia. está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

86
Emprego dos Pronomes de Tratamento Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tra- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Na-
tamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira cional,
indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se di- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribu-
rige. Na redação oficial, é necessário atenção para o uso nal Federal.
dos pronomes de tratamento em três momentos distin-
tos: no endereçamento, no vocativo e no corpo do texto. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início Senhor, seguido do cargo respectivo:
do documento. No corpo do texto, pode-se empregar os Senhor Senador,
pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por Senhor Juiz,
extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelo- Senhor Ministro,
pe que contém a correspondência oficial. Senhor Governador,
Vocativo No envelope, o endereçamento das comunicações di-
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas co- rigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá
municações oficiais, o vocativo será sempre seguido de a seguinte forma:
vírgula.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, uti- A Sua Excelência o Senhor
liza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentís- Fulano de Tal
sima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF

FIQUE ATENTO! A Sua Excelência o Senhor


Aqui temos outra mudança. Senador Fulano de Tal
O manual atualizado traz a possibilidade de se Senado Federal
utilizar o vocativo “prezado/a”, quando o oficio 70.165-900 – Brasília. DF
estiver sendo direcionado para PARTICULAR.
Senhor Governador... (para autoridades) Senhor Ministro,
Prezado fulano de tal... (para particular) Submeto a Vossa Excelência projeto (...)

Em comunicações oficiais, ESTÁ ABOLIDO O USO DO


Como visto, o emprego destes obedece a secular tra- TRATAMENTO DIGNÍSSMO (DD), às autoridades arrola-
dição. São de uso consagrado: das na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária
sua repetida evocação.
a) do Poder Executivo; Vossa Senhoria é empregado para as demais auto-
Presidente da República; ridades e para particulares. O vocativo adequado e o
Vice-Presidente da República; endereçamento que deve constar no envelope são:
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Ao Senhor
Distrito Federal; Fulano de Tal
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Rua ABC, no 123
Embaixadores; 70.123 – Curitiba. PR
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocu-
pantes de cargos de natureza especial; Senhor Fulano de Tal,
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais. Escrevo a Vossa Senhoria (...)
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores; Como se depreende do exemplo acima, FICA DISPEN-
Ministro do Tribunal de Contas da União; SADO O EMPREGO DO SUPERLATIVO ILUSTRÍSSIMO
Deputados Estaduais e Distritais; para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do prono-
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

me de tratamento Senhor.
Acrescente-se que DOUTOR NÃO É FORMA DE TRA-
c) do Poder Judiciário: TAMENTO, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscrimi-
Ministros dos Tribunais Superiores; nadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Membros de Tribunais; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
Juízes; por terem concluído curso universitário de doutorado.
É costume indevido designar por doutor os bacharéis, es-
d) outros: Auditores da Justiça Militar. pecialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos
O vocativo a ser empregado em comunicações diri- demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
gidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, se- formalidade às comunicações.
guido do cargo respectivo:

87
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a
reitores de universidade.

Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

Agradeço a Vossa Magnificência por (...)

Os pronomes de tratamento e vocativos para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Em comunicações dirigidas ao Papa:

Santíssimo Padre,

Rogo a Vossa Santidade que (...)

Em comunicações aos Cardeais:


Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

Rogo a Vossa Eminência ( Reverendíssima ) que (...)

Em comunicações a Arcebispos e Bispos:


Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo / Bispo,

Rogo a Vossa Excelência Reverendíssima que (...)

Em comunicações a Monsenhores, Côneco e superiores religiosos:


Reverendíssimo Senhor Monsenhor / Cônego / Superior religioso

Rogo a Vossa ( Senhoria ) Reverendíssima que (...)

Em comunicações a Sacerdotes, Clérigos e Demais religiosos:


Reverendo Sacerdote / Clérigo / Demais religiosos,

Rogo a Vossa Reverência que (...)

Veja o quadro a seguir, que:


• Agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares, eclesiásticas, monárquicas e civis;
• Apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e plural);
• Indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.

Autoridades Universitárias

Cargo ou
Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Função
Ao Magnífico Reitor
V. Mag. as
ou V. Magnífico Reitor
ou
Magas.
Vossa Magnificência
V. Mag.ª ou V. Maga. ou
Reitores ou Ao Excelentíssimo
V. Exa. ou V. Ex.ª ou
Vossa Excelência Senhor Reitor
Excelentíssimo
Nome
V.Ex.as ou V.Exas. Senhor Reitor
Cargo
Endereço
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ao Excelentíssimo
Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor
Vice-Reitores Vossa Excelência V.Ex.ª, ou V.Exa. V.Ex.as ou V. Exas. Senhor Vice- Nome
Reitor Cargo
Endereço
Assessores
Ao Senhor
Pró-Reitores
V.S.ª ou Nome
Diretores Vossa Senhoria V.S. ou V.Sas.
as
Senhor + cargo
V.Sa. Cargo
Coord. de
Endereço
Departamento

88
Autoridades Judiciárias

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Auditores
Curadores
Defensores Públicos
Ao Excelentíssimo Senhor
Desembargadores
Vossa V.Ex.as ou V. Excelentíssimo Nome
Membros de Tribunais V.Ex.ª ou V. Exa.
Excelência Exas. Senhor + cargo Cargo
Presidentes de
Endereço
Tribunais
Procuradores
Promotores
Ao Meritíssimo Senhor Juiz
Meritíssimo
Meritíssimo Senhor Juiz ou
Juiz
M.Juiz ou V.Ex.ª, V.
Juízes de Direito ou V.Ex.as ou Ao Excelentíssimo Senhor
Exas.
Vossa Juiz
Excelência Excelentíssimo Nome
Senhor Juiz Cargo
Endereço

Autoridades Militares

Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
Ao Excelentíssimo Senhor
Oficiais Generais Vossa Excelentíssimo Nome
V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex.as, ou V. Exas.
(até Coronéis) Excelência Senhor Cargo
Endereço
Ao Senhor
Vossa Nome
Outras Patentes V.S.ª ou V. Sa. V.S.as ou V. Sas. Senhor + patente
Senhoria Cargo
Endereço

Autoridades Eclesiásticas

Abreviatura
Cargo ou unção Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev.maou V. V.Ex.asRev.mas ou V. Excelentíssimo
Arcebispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev.maou V. V.Ex.asRev.mas ou V. Excelentíssimo
Bispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Eminência
Vossa Eminência V.Em.ª, V. Ema. V.Em.as, V. Emas. Eminentíssimo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Reverendíssima
ou Vossa ou ou Reverendíssimo
Cardeais Nome
Eminência V.Em.ª Rev.ma, V. V.EmasRev.mas ou V. ou Eminentíssimo
Cargo
Reverendíssima Ema. Revma. Emas. Revmas. Senhor Cardeal
Endereço
Ao Reverendíssimo
Cônego
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Cônegos Nome
Reverendíssima ou V. Revma. V. Revmas. Cônego
Cargo
Endereço

89
Ao Reverendíssimo
Frade
Vossa V. Rev.ma
V. Rev.
mas
Reverendíssimo
Frades Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Frade
Cargo
Endereço
A Reverendíssima Irmã
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo Nome
Freiras
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Irmã Cargo
Endereço
Ao Reverendíssimo
Monsenhor
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Monsenhores Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Monsenhor
Cargo
Endereço
A Sua Santidade o
Papa Vossa Santidade V.S. - Santíssimo Padre
Papa
Ao Reverendíssimo
Padre / Pastor
ou
Sacerdotes em Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendo Padre / Ao Reverendo Padre /
geral e pastores Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Pastor Pastor
Nome
Cargo
Endereço

Autoridades Monárquicas

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural
A Sua Alteza Real
Nome
Arquiduques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Imperadores V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Príncipes Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Reis V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

90
Autoridades Civis

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Chefe da Casa Civil e da
Casa Militar

Cônsules

Deputados

Embaixadores

Governadores
Ao Excelentíssimo
Senhor
Ministros de Estado Vossa V.Ex.ª ou V.Ex.as Excelentíssimo
Nome
Excelência V. Exa. ou V. Exas. Senhor + Cargo
Cargo
Prefeitos
Endereço
Presidentes da
República

Secretários de Estado

Senadores

Vice-Presidentes de
Repúblicas
Ao Senhor
Demais autoridades
Vossa V.S.ª ou V.S.as Nome
não contempladas com Senhor + Cargo
Senhoria V. Sa. ou V. Sas. Cargo
tratamento específico
Endereço

Forma de Diagramação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

FIQUE ATENTO!
- conforme as ultimas mudanças no manual de redação oficial, deve ser utilizada fonte do tipo Calibri ou
Carlito (antes era a Times New Roman), de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de
rodapé;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
apenas para gráficos e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7
x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
documento + número do documento + palavraschave do conteúdo.

91
Fechos para Comunicações A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
O fecho das comunicações oficiais possui, além da ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o des- aparece no documento oficial.
tinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo uti-
lizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério Partes do documento no padrão ofício
da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com Cabeçalho
o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual es- O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do
tabelece o emprego de somente dois fechos diferentes documento, centralizado na área determinada pela for-
para todas as modalidades de comunicação oficial: matação.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
da República: a) brasão de Armas da República: no topo da página.
Respeitosamente, Não há necessidade de ser aplicado em cores. O
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- uso de marca da instituição deve ser evitado na
rarquia inferior: correspondência oficial para não se sobrepor ao
Atenciosamente, Brasão de Armas da República.
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri- b) nome do órgão principal;
gidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e c) nomes dos órgãos secundários, quando necessá-
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual rios, da maior para a menor hierarquia; e
de Redação do Ministério das Relações Exteriores. d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Identificação do Signatário Exemplo:


Excluídas as comunicações assinadas pelo Presiden-
te da República, todas as demais comunicações oficiais
devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as
expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)


Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)


Nome
Ministro de Estado da Justiça Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
assinatura em página isolada do expediente. Transfi- do documento, centralizados.
ra para essa página ao menos a última frase anterior ao
fecho. Identificação do expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da
O Padrão Ofício seguinte maneira:
Antes das ultimas alterações do Manual de Redação, a) nome do documento: tipo de expediente por ex-
tínhamos 3 tipos de expediente: Ofício, Aviso e Memo- tenso, com todas as letras maiúsculas;
rando. b) indicação de numeração: abreviatura da palavra
A distinção básica anterior entre os três era: “número”, padronizada como No;
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros c) informações do documento: número, ano (com
de Estado, para autoridades de mesma hierarquia; quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede
b) ofício: era expedido para e pelas demais autorida- o documento, da menor para a maior hierarquia,
des; e separados por barra (/); e
c) memorando: era expedido entre unidades adminis- d) alinhamento: à margem esquerda da página.
trativas de um mesmo órgão.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplo:
OFÍCIO N° 652/2018/SAA/SE/MT
FIQUE ATENTO!
De acordo com essas alterações, os tipos Local e data do documento
memorando e aviso foram abolidos e passou- Na grafia de datas em um documento, o conteúdo
se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses. deve constar da seguinte forma:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi ex-
A diagramação proposta para esse expediente é de- pedido o documento, seguido de vírgula. Não se
nominada padrão ofício. deve utilizar a sigla da unidade da federação de-
pois do nome da cidade;

92
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do
mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

Endereçamento
O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:
primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, infor-
mação do setor;
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão,
não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Exce-
lência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor”
ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplos:

A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor


[Nome] [Nome] [Nome]
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras
Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção
70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não
se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Texto do documento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada:

93
a) introdução: deve iniciar com referência ao expe- b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
diente que solicitou o encaminhamento. Se a re- quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
messa do documento não tiver sido solicitada, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações di-
deve iniciar com a informação do motivo da co- rigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
municação, que é encaminhar, indicando a seguir tradição próprios.
os dados completos do documento encaminhado
(tipo, data, origem ou signatário e assunto de que O fecho da comunicação deve ser formatado da se-
se trata) e a razão pela qual está sendo encami- guinte maneira:
nhado; e a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da pá-
gina;
Exemplos: b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
Em resposta ao Ofício n o 12, de 1o de fevereiro de esquerda;
2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de c) espaçamento entre linhas: simples;
2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
trata da requisição do servidor Fulano de Tal. cada parágrafo; e
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do e) não deve ser numerado.
Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presiden-
te da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de Identificação do signatário
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
Nordeste. da República, todas as demais comunicações oficiais de-
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação de- vem informar o signatário segundo o padrão:
sejar fazer algum comentário a respeito do docu- a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado
mento que encaminha, poderá acrescentar pará- em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha
grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não acima do nome do signatário;
há parágrafos de desenvolvimento em expediente b) cargo: cargo da autoridade que expede o docu-
usado para encaminhamento de documentos. mento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.
As preposições que liguem as palavras do cargo
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o tex- devem ser grafadas em minúsculas; e
to do documento deve ser formatado da seguinte c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser
maneira: centralizada na página.
a) alinhamento: justificado; Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as-
b) espaçamento entre linhas: simples; sinatura em página isolada do expediente. Transfira para
c) parágrafos: essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
- espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
cada parágrafo; Exemplo:
- recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar- (espaço para assinatura)
gem esquerda; NOME
- numeração dos parágrafos: apenas quando o do- Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
cumento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri- República
meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o (espaço para assinatura)
fecho; NOME
d) fonte: Calibri ou Carlito; Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
- corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- citações recuadas: tamanho 11 pontos; e Numeração das páginas
- notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; A numeração das páginas é obrigatória apenas a par-
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fon- tir da segunda página da comunicação.
tes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Ela deve ser centralizada na página e obedecer à se-
Wingdings; guinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da
Fechos para comunicações área de 2 cm da margem inferior; e
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da b) fonte: Calibri ou Carlito.
finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatá-
Formatação e apresentação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rio. Os modelos para fecho anteriormente utilizados fo-


ram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
da Justiça, que estabelecia quinze padrões. seguinte formatação:
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
este Manual estabelece o emprego de somente dois fe- b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de lar-
chos diferentes para todas as modalidades de comuni- gura;
cação oficial: c) margem lateral direita: 1,5 cm;
a) Para autoridades de hierarquia superior a do reme- d) margens superior e inferior: 2 cm;
tente, inclusive o Presidente da República: Respei- e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir
tosamente, da margem superior do papel;

94
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão
colorida para gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
afete a sobriedade e a padronização do documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado
para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencial-
mente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço
público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo

Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Seguem exemplos de Ofício:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

95
96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Tipos de documentos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FIQUE ATENTO!
Como vimos acima, os tipos memorando e aviso foram abolidos e passou-se a utilizar o termo ofício para todos
os tipos, porém, conforme as alterações do manual, esse ofício pode apresentar algumas variações.

Essa variação não é obrigatória: PODE-SE acrescentar-se um “sobrenome” ao oficio. Vejamos abaixo as possíveis
variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.

98
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191,
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo de 2017, nas exposições de motivos que proponham a
expediente para um único órgão receptor. As si- edição de ato normativo, tem como propósito:
glas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe. a) permitir a adequada reflexão sobre o problema
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: que se busca resolver;
Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, b) ensejar avaliação das diversas causas do problema
o mesmo expediente para mais de um órgão re- e dos efeitos que podem ter a adoção da medida
ceptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão ou a edição do ato, em consonância com as ques-
na epígrafe. tões que devem ser analisadas na elaboração de
Exemplos: proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC cutivo;
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ c) conferir transparência aos atos propostos;
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/ d) resumir os principais aspectos da proposta; e
MRE e) evitar a devolução a proposta de ato normativo
para complementação ou reformulação da pro-
Nos expedientes circulares, por haver mais de um re- posta.
ceptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente. A exposição de motivos é a principal modalidade de
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
Exposição de Motivos ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser enca-
minhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Ju-
Definição e finalidade diciário.
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido
ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua conside-
ração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a ex-
posição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
nisterial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um
autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa
e termina dentro de um mesmo ano civil.

Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:
a) apontar, na introdução: o problema que demanda
a adoção da medida ou do ato normativo propos-
to; ou informar ao Presidente da República algum
assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela
medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais alter-
nativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer
mais detalhes sobre o assunto informado, quando
for esse o caso; e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser


tomada ou o ato normativo a ser editado para so-
lucionar o problema; ou apresentar as considera-
ções finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham propo-


sições normativas devem seguir o prescrito no Decreto
nº 9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas
devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de
mérito que permitam a adequada avaliação da proposta.

99
Exemplo de exposição de motivos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

100
#FicaDica
A exposição de motivos deve estar adequados ao sistema SIDOF (Sistema de Geração e Tramitação de Do-
cumentos Oficiais)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elabo-
ração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos com as
propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, são substituídos pela assinatura eletrônica que
informa o nome do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico
da Pasta.

101
Mensagem O curriculum vitae do indicado, assinado, com a infor-
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial mação do número de Cadastro de Pessoa Física, acom-
entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as panha a mensagem.
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
Poder Legislativo para informar sobre fato da administra- ce-Presidente da República se ausentarem do país
ção pública; para expor o plano de governo por ocasião por mais de 15 dias:
da abertura de sessão legislativa; para submeter ao Con- Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art.
gresso Nacional matérias que dependem de deliberação 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da com-
de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comu- petência privativa do Congresso Nacional. O Presidente
nicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
e da Nação. ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comuni-
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos cação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensa-
ministérios à Presidência da República, a cujas assesso- gens idênticas.
rias caberá a redação final. e) Encaminhamento de atos de concessão e de reno-
vação de concessão de emissoras de rádio e TV:
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do art.
49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
a) Encaminhamento de proposta de emenda consti- outorga ou a renovação da concessão após deliberação
tucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Des-
lei complementar e os que compreendem plano cabe pedir na mensagem a urgência prevista na Consti-
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos tuição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já define o
anuais e créditos adicionais: prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou renova-
Os projetos de lei ordinária ou complementar são en- ção, acompanha a mensagem o correspondente proces-
viados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de ur- so administrativo.
gência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser anterior:
objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência. O Presidente da República tem o prazo de 60 dias
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos mem- após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Con-
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com gresso Nacional as contas referentes ao exercício ante-
ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Pre- rior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame
sidência da República ao Primeiro-Secretário da Câma- e parecer da Comissão Mista permanente (Constituição,
ra dos Deputados, para que tenha início sua tramitação art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados rea-
(Constituição, art. 64, caput). lizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, caput, in-
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano ciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do seu
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e Regimento Interno.
créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento
g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:
dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e os
Deve conter o plano de governo, exposição sobre a
respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secre-
situação do País e a solicitação de providências que jul-
tário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da
gar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O porta-
Constituição impõe a deliberação congressual em sessão
dor da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência
conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento
da República. Esta mensagem difere das demais, porque
comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está
vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, §
5o), que comanda as sessões conjuntas. em forma de livro.
h) Comunicação de sanção (com restituição de autó-
b) Encaminhamento de medida provisória: grafos):
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Cons- Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso
tituição, o Presidente da República encaminha Mensa- Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário
gem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com ofício da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa
para o Primeiro-Secretário do Senado Federal, juntando o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares
cópia da medida provisória. dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da
República terá aposto o despacho de sanção.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Indicação de autoridades: i) Comunicação de veto:


As mensagens que submetem ao Senado Federal a Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constitui-
indicação de pessoas para ocuparem determinados car- ção, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a decisão
gos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas,
Tribunal de Contas da União, presidentes e diretores do e as razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no
Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes de Diário Oficial da União, ao contrário das demais mensa-
missão diplomática, diretores e conselheiros de agências gens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio
etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III e IV do ao Poder Legislativo.
caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacio-
nal competência privativa para aprovar a indicação.

102
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
- Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
- Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
49, caput, inciso I);
- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação
(Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
- Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput, inciso
VI);
- Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
- Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
- Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso XI, e art. 128,
§ 2o);
- Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
- Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
- Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
- Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo úni-
co);
- Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça-
mentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
- Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
188, § 1o).

Forma e estrutura
As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com
o recuo de parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

103
Exemplo de mensagem:

Correio eletrônico (e-mail)


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

#FicaDica
Correio eletrônico ainda é o meio mais célere (rápido) de envio de documentos, devendo atentar às
características de uma correspondência oficial, mesmo sendo ele digital.

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na
administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode signi-
ficar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.

104
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores Fecho
públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a exten- Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações
são “.gov.br”, por exemplo. oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de
Como sistema de transmissão de mensagens eletrô- abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abra-
nicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se ços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados,
na principal forma de envio e recebimento de documen- não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utiliza-
tos na administração pública. dos em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, acei-
Valor documental ta uma saudação inicial e um fecho menos formais. No
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documen- deve ser formal, como a que se usaria em qualquer outro
tal, isto é, para que possa ser aceito como documento documento oficial.
original, é necessário existir certificação digital que ateste
a identidade do remetente, segundo os parâmetros de Bloco de texto da assinatura
integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraes- Sugere-se que todas as instituições da administração
trutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil. pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assi-
O destinatário poderá reconhecer como válido o natura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo,
e-mail sem certificação digital ou com certificação digi- a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
tal fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento,
será obrigatório a repetição do ato por meio documento Exemplo:
físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela Maria da Silva
ICP-Brasil. Assessora
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
a aceitação de documento eletrônico que não atenda os (61)XXXX-XXXX
parâmetros da ICP-Brasil.
Anexos
Forma e estrutura A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
Um dos atrativos de comunicação por correio ele- imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
trônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve
padronização da mensagem comunicada. No entanto, trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
devem-se observar algumas orientações quanto à sua Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é
estrutura. realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no
corpo do correio eletrônico.
Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminha-
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, mento de anexos nas mensagens de resposta.
relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, Os arquivos anexados devem estar em formatos
quem irá receber a mensagem identificará rapidamente usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, Quando se tratar de documento ainda em discussão, os
localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico. arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em for-
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o mato que possa ser editado.
conteúdo completo da mensagem para que não pareça, Recomendações
ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/ - Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de
lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais confirmação de leitura. Caso não esteja disponível,
preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma deve constar da mensagem pedido de confirma-
da Previdência”. ção de recebimento;
- Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos
Local e data computadores, mantêm-se a recomendação de
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos ofi-
que o próprio sistema apresenta essa informação. ciais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
- Fundo ou papéis de parede eletrônicos não de-
Saudação inicial/vocativo vem ser utilizados, pois não são apropriados para
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por mensagens profissionais, além de sobrecarregar o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

uma saudação. Quando endereçado para outras insti- tamanho da mensagem eletrônica;
tuições, para receptores desconhecidos ou para parti- - A mensagem do correio eletrônico deve ser revi-
culares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais sada com o mesmo cuidado com que se revisam
documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, se- outros documentos oficiais;
guido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Preza- - O texto profissional dispensa manifestações emo-
da Senhora”. cionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
Exemplos: utilizados;
Senhor Coordenador, - Os textos das mensagens eletrônicas não podem
Prezada Senhora, ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos,
como “naum”, “eh”, “aki”;

105
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota agres-
sividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de logo-
tipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do desti-
natário.

FIQUE ATENTO!
Telegrama e Fax - Foram abolidos do Manual de Redação

No Manual de Redação Oficial, temos ainda um capítulo que trata dos ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRA-
MÁTICA.
Nesta seção aplicam-se os princípios da ortografia e de certos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua ela-
boração, levou-se em conta amplo levantamento feito das dúvidas mais frequentes com relação à ortografia, à sintaxe
e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o Manual de uma parte eminentemente prática, à qual se possa recorrer sempre
que houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à melhor forma de estruturar uma frase, ou à adequada
expressão a ser utilizada.
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-se à gramática formal, entendida como o conjunto de
regras fixado a partir do padrão culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certos conceitos da Gramática
dita tradicional (ou normativa). A aplicação de conceitos da Gramática gerativa implicaria, forçosamente, em discussão
de teoria linguística, o que não parece apropriado em um Manual que tem óbvia finalidade prática.
Sublinhemos, no entanto, que a Gramática tradicional, ou mesmo toda teoria gramatical, são sempre secundárias
em relação à gramática natural, ao saber intuitivo que confere competência linguística a todo falante nativo. Não há
gramática que esgote o repertório de possibilidades de uma língua, e raras são as que contemplam as regularidades
do idioma.
Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais não é suficiente para que se escreva bem. No
entanto, o domínio da correção ortográfica, do vocabulário e da maneira de estruturar as frases certamente contribui
para uma melhor redação. Tenha sempre presente que só se aprende ou se melhora a escrita escrevendo.

Ao acessar o link a seguir terá acesso a todo o conteúdo do Manual, podendo assim analisar a parte gramatical
abordada pelo mesmo, sendo que, dentre os conteúdo gramaticais que sugerimos uma atenção maior é o que se refere
ao uso do hífen.
Vamos aqui fazer uma breve abordagem sobre esse assunto e segue o link para análise do conteúdo do Manual na
íntegra:
http://www.licitotus.com.br/manual-de-redacao-oficial-e-atualizado-pela-casa-civil-da-presidencia-da-republica/

Hífen
O hífen é usado em palavras compostas, com pronomes oblíquos e para separar sílabas. Exemplos: abre-alas, pós-
-moderno, encantei-lhe, amai-vos, a-le-gri-a, sa-ú-de.

Prefixos e Elementos de Composição


Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de composição. Veja o quadro a seguir:

Usa-se hífen com os prefixos: Quando a palavra seguinte começa por:


H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Exemplos com H: ante-hipófise,
anti-higiênico, anti-herói,
contra-hospitalar, entre-hostil,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

extra-humano, infra-hepático,
Ante-, Anti-, Contra-, Entre-, Extra-, Infra-, Intra-,
sobre-humano, supra-hepático,
Sobre-, Supra-, Ultra-
ultra-hiperbólico.
Exemplos com vogal idêntica:
anti-inflamatório, contra-ataque,
infra-axilar, sobre-estimar,
supra-auricular, ultra-aquecido.

106
H/R
Exemplos: hiper-hidrose, hiper-raivoso, inter-humano,
Hiper-, Inter-, Super-
inter-racial,
super-homem, super-resistente.
B-H-R
Exemplos: sub-bloco, sub-hepático,
Sub- sub-humano, sub-região.
Obs.: as formas escritas sem hífen e sem “h”, como por
exemplo “subumano” e “subepático” também são aceitas.
B - R - D (Apenas com o prefixo “Ad”)
Exemplos: ab-rogar (pôr em desuso),
Ab-, Ad-, Ob-, Sob- ad-rogar (adotar)
ob-reptício (astucioso), sob-roda
ad-digital
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Ex- (no sentido de estado anterior), Sota-, Soto-, Vice-,
Exemplos: ex-namorada, sota-soberania (não total), soto-
Vizo-
mestre (substituto), vice-reitor, vizo-rei.
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Exemplos: pós-graduação, pré-escolar,
pró-democracia.
Pós-, Pré-, Pró- (tônicos e com significados próprios)
Obs.: se os prefixos não forem autônomos, não haverá
hífen. Exemplos: predeterminado, pressupor, pospor,
propor.
H / M / N / VOGAL
Exemplos: circum-meridiano,
Circum-, Pan- circum-navegação, circum-oral,
pan-americano, pan-mágico,
pan-negritude.
H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Pseudoprefixos (diferem-se dos prefixos por Exemplos com H: geo-histórico,
apresentarem elevado grau de independência e mini-hospital, neo-helênico,
possuírem uma significação mais ou menos delimitada, proto-história, semi-hospitalar.
presente à consciência dos falantes.) Exemplos com vogal idêntica:
Aero-, Agro-, Arqui-, Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-, Hidro-, arqui-inimigo, auto-observação,
Macro-, Maxi-, Mega, Micro-, Mini-, Multi-, Neo-, Pluri-, eletro-ótica, micro-ondas,
Proto-, Pseudo-, Retro-, Semi-, Tele- micro-ônibus, neo-ortodoxia,
semi-interno, tele-educação.

#Importante

1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo que
este se inicie por ‘o’ ou ‘h’. Neste último caso, corta-se o ‘h’. Se a palavra seguinte começar com ‘r’ ou ‘s’, dobram-se
essas letras.
Exemplos: coadministrar, coautor, coexistência, cooptar, coerdeiro corresponsável, cosseno.
2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo diante de palavras começadas por ‹e›.
Exemplos: preeleger, preexistência, reescrever, reedição.

3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por r ou
s, estas consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplos: antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, autorretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco, infras-


som, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.

FIQUE ATENTO!
Não confunda as grafias das palavras autorretrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo
auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da consoante ‘r’. ‘Porta-retrato’, por outro lado,
não possui prefixo: o elemento ‘porta’ trata-se de uma forma do verbo “portar”. Assim, esse substantivo
composto deve ser sempre grafado com hífen.

107
4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo Conheça algumas diferenças de significação que o
terminar em vogal e o segundo elemento começar por uso (ou ausência) do hífen pode provocar:
vogal diferente, não se utilizará o hífen.
Exemplos: antiaéreo, autoajuda, autoestrada, agroin- Significado com uso
dustrial, contraindicação, infraestrutura, intraocular, plu- Significado sem uso do hífen
do hífen
rianual, pseudoartista, semiembriagado, ultraelevado,
etc. Ao meio-dia = às 12h

5) Não se utilizará o hífen nas formações com os pre-


fixos des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver per- Meio dia = metade do dia
dido o “h” inicial.
Exemplos: desarmonia, desumano, desumidificar,
inábil, inumano, etc.

6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao pos- Pão duro = pão envelhecido
suir função prefixal.
Exemplos: não violência, não agressão, não compa-
recimento. Pão-duro = sovina

Lembre-se:
Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os
elementos “bi”, “tri”, “tetra”, “penta”, “hexa”, etc.
Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, Cara suja = rosto sujo
Cara-suja = espécie de
tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão, tetra- periquito
plégico, pentacampeão, pentágono, etc.

Observações:
- Em relação ao prefixo “hidro”, em alguns casos pode
haver duas formas de grafia.
Exemplos:
“Hidroavião” e “hidravião”;
“hidroenergia” e “hidrenergia”
Copo de leite = copo com
- No caso do elemento “socio”, o hífen será utilizado leite Copo-de-leite = flor
apenas quando houver função de substantivo (= de as-
sociado).
Exemplos: sócio-gerente / socioeconômico

- Travessão e Hífen
Não confunda o travessão com o hífen: o travessão é
um sinal de pontuação mais longo do que o hífen.

- Hífen e translineação
Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, Para ter acesso ao conteúdo completo da parte gra-
deve-se, por clareza gráfica, repeti-lo no início da linha matical, acesse nosso site e adquira nossos materiais de
seguinte. Língua Portuguesa para complementar seus estudos.
Exemplos: ex-
- alferes
guarda-
-chuva
Por favor, diga-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

-nos logo o que aconteceu.

108
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamen-
to, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscrimina-
EXERCÍCIOS COMENTADOS damente. Como regra geral, empregue-o apenas em
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
1. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016) por terem concluído curso universitário de doutorado.
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da É costume designar por doutor os bacharéis, especial-
República (MRPR), o aviso e o ofício são mente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos
demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
a) modalidades de comunicação entre unidades adminis- formalidade às comunicações.
trativas de um mesmo órgão. Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
b) instrumentos de comunicação oficial entre os chefes manual.htm
dos poderes públicos.
c) documentos que compartilham a mesma diagrama- 3. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços
ção, uma vez que seguem o padrão ofício. de Transportes Aquaviários – Superior - CESPE/2014)
d) expedientes utilizados para o tratamento de assuntos Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
oficiais entre órgãos da administração pública e par- respondências oficiais, julgue os itens que se seguem,
ticulares. de acordo com o Manual de Redação da Presidência da
e) correspondências usualmente remetidas por particula- República.
res a órgãos do serviço público. O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
Resposta: Letra C. De acordo com o Manual: nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
O Padrão Ofício cargos públicos.
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes
pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e ( ) CERTO ( ) ERRADO
o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se
adotar uma diagramação única, que siga o que cha- Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda
mamos de padrão ofício. preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
manual.htm para que tais cargos públicos sejam ocupados.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
2. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016) cial_publicacoes_ver.php?id=2
Considerando as disposições do MRPR, assinale a opção
que apresenta o vocativo adequado para ser empregado 5. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
em um expediente cujo destinatário seja um Delegado RIO – MÉDIO - CESPE/2014) Em toda comunicação ofi-
de Polícia Civil. cial, exceto nas direcionadas a autoridades estrangeiras,
deve-se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou Aten-
a) Magnífico Delegado, ciosamente, de acordo com as hierarquias do destinatá-
b) Digníssimo Delegado, rio e do remetente.
c) Senhor Delegado,
d) Excelentíssimo Senhor Delegado, ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Ilustríssimo Senhor Delegado,
Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi-
Resposta: Letra C cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente
Manual de Redação: dois fechos diferentes para todas as modalidades de
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo comunicação oficial:
Senhor, seguido do cargo respectivo: A) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
Senhor Senador, da República: Respeitosamente,
Senhor Juiz, B) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
Senhor Ministro, rarquia inferior: Atenciosamente,
Senhor Governador, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
(...) das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tra- tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma-
tamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se
ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária 4. (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS
sua repetida evocação. OS CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata,
(...) devem-se relatar exaustivamente, com o máximo de deta-
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensa- lhamento possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as
do o emprego do superlativo ilustríssimo para as au- discussões, as propostas, as resoluções e as deliberações
toridades que recebem o tratamento de Vossa Senho- ocorridas em reuniões e eventos que exigem registro.
ria e para particulares. É suficiente o uso do pronome
de tratamento Senhor. ( ) CERTO ( ) ERRADO

109
Resposta: Errado. Ata é um documento administrati-
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITOS,
vo que tem a finalidade de registrar de modo sucinto
a sequência de eventos de uma reunião ou assembleia ELEMENTOS DE DEFINIÇÃO, PRINCÍPIOS E
de pessoas com um fim específico. É característica da CLASSIFICAÇÃO
Ata apresentar um resumo, cronologicamente dispos-
to, de modo infalível, de todo o desenrolar da reunião. CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO E DELE-
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_ GAÇÃO; SERVIÇOS DELEGADOS.
redacao_oficial_ata/)
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
6. (Tribunal de Justiça/SE – Técnico Judiciário – CES- diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
PE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas dire- são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
cionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso viços públicos.
dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de Parágrafo único. A lei disporá sobre:
acordo com as hierarquias do destinatário e do reme- I - o regime das empresas concessionárias e permis-
tente. sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
( ) CERTO ( ) ERRADO dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
cessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi-
III - política tarifária;
cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
dois fechos diferentes para todas as modalidades de
O referido artigo dispõe que a prestação dos servi-
comunicação oficial: ços públicos é de titularidade da Administração Pú-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente blica, podendo ser centralizada ou descentralizada.
da República: Respeitosamente, Sempre que a prestação do serviço público for descen-
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- tralizada, por meio de concessão ou permissão, deve-
rarquia inferior: Atenciosamente, rá ser precedida de licitação. As duas figuras, concessão
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi- ou permissão, surgem como instrumentos que viabilizam
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e a descentralização dos serviços públicos, atribuindo-os
tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma- para terceiros, são reguladas pela Lei nº 8.987/95.
nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores. Assim, a titularidade de um serviço público é sempre
da Administração Pública, que possui competência para
7. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços fixar as regras de execução do serviço e para fiscalizar o
de Transportes Aquaviários – CESPE/2014) Conside- cumprimento das mesmas, aplicando sanções em caso
rando aspectos estruturais e linguísticos das correspon- de descumprimento.
dências oficiais, julgue os itens que se seguem, de acordo A Administração Pública pode decidir executar ela
com o Manual de Redação da Presidência da República. mesma um serviço público através de órgãos que inte-
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to- gram a sua Administração direta; ou então fazê-lo através
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig- de uma pessoa que integre a sua Administração indireta
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
cargos públicos. mista e fundações públicas); além de poder resolver que
a execução do serviço público será transferida a particu-
( ) CERTO ( ) ERRADO lares, cabendo escolher quem deles reúne a melhor con-
dição por meio de licitação, isto é, permissão, concessão
Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda e autorização de serviço.
preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica Os particulares, no máximo, assumem a execução do
serviço, mediante delegação do poder público. Logo, a
abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
prestação pode ser centralizada quando a própria Admi-
para que tais cargos públicos sejam ocupados.
nistração Pública executa os serviços, ou descentralizada
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
quando a Administração Pública passa a execução para
cial_publicacoes_ver.php?id=2 terceiros. Esses terceiros podem estar dentro ou fora da
Administração Direta.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

#FicaDica
Forma direta – próprio Estado;
Forma indireta – delegação por contrato:
Concessão;
Permissão;
Autorização;
Forma indireta – delegação legal (empresas
públicas e sociedades de economia mista).

110
Serviços indelegáveis Conceito de serviço público

Existem serviços próprios do Estado, que são aque- Serviço público é todo aquele prestado pela adminis-
les que se relacionam intimamente com as atribuições tração ou por particulares debaixo de regras de direito
do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde público para a preservação dos interesses da coletivi-
públicas etc.) e para a execução dos quais a Administra- dade. A titularidade da prestação de um serviço público
ção usa da sua supremacia sobre os administrados, os sempre será da Administração Pública, somente poden-
quais não podem ser delegados a particulares. Tais ser- do ser transferido a um particular a execução do serviço
viços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos público. As regras serão sempre fixadas unilateralmente
ou de baixa remuneração. pela Administração, independentemente de quem esteja
Todos os serviços públicos que não são próprios do executando o serviço público. Qualquer contrato admi-
Estado são delegáveis. nistrativo aos olhos do particular é contrato de adesão.
Com efeito, quem presta o serviço público pode ser a
Descentralização: concessão e permissão (art. 2º, Administração ou um particular, fazendo-o sob regras de
Lei nº 8.987/95) direito público e com vistas a preservar o interesse público.

Concessão de Serviço Público: é a delegação da pres-


tação do serviço público feita pelo poder concedente, #FicaDica
mediante licitação na modalidade concorrência, à pes-
Serviço público
soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem
– Pode ser prestado pelo Estado ou não;
capacidade de desempenho por sua conta e risco, com
– Contudo, a titularidade é da Administra-
prazo determinado. Essa capacidade de desempenho é
ção;
averiguada na fase de habilitação da licitação. Qualquer
– Devem ter por foco a preservação do in-
prejuízo causado a terceiros, no caso de concessão, será
teresse público;
de responsabilidade do concessionário – que responde
– O Estado pode delegar a prestação em ca-
de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da CF) tendo em vista a
sos determinados.
atividade estatal desenvolvida, respondendo a Adminis-
tração Direta subsidiariamente. Trata-se de uma espécie
de contrato administrativo. Caracteres jurídicos
Permissão de Serviço Público: é a delegação a título
precário, mediante licitação feita pelo poder concedente à Somente por regras de direito público é possível
pessoa física ou jurídica que demonstrem capacidade de de- prestar serviços públicos. Para distinguir quais serviços
sempenho por sua conta e risco. Trata-se de um ato adminis- são públicos e quais não, deve-se utilizar as regras de
trativo precário, que pode ser desfeito a qualquer momento. competência dispostas na Constituição Federal. Sempre
que não houver definição constitucional a respeito, de-
Responsabilidade civil vem-se observar as regras que incidem sobre aqueles
serviços, bem como o regime jurídico ao qual a atividade
Nos termos do artigo 25, quem responde é o conces- se submete. Sendo regras de direito público, será servi-
sionário/permissionário. Responde por danos causados ço público; sendo regras de direito privado, será serviço
ao poder concedente, aos usuários e a terceiros. Deve-se privado.
privilegiar a atividade que causou o dano (serviço públi-
co), independente da vítima ser ou não usuária do servi- Classificação
ço. Em regra, a responsabilidade é objetiva, não cabendo
provar a culpa ou dolo, bastando a prova do nexo de Meirelles10 apresenta a seguinte classificação dos ser-
causalidade, do dano e da ação (artigo 37, §6º, CF), à ex- viços públicos:
ceção dos casos de omissão, em que a responsabilidade
é subjetiva. a) Quanto à essencialidade:
- serviços públicos propriamente ditos – são aqueles
Subconcessão prestados diretamente pela Administração para a
comunidade, por reconhecer a sua essencialidade
Conforme artigo 26, é a transferência do objeto da e necessidade de grupo social. São privativos do
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

concessão para terceiros, sujeitando-se aos seguintes li- Poder Público.


mites: autorização ou concordância do poder constituin- - serviços de utilidade pública – são os que a Admi-
te, previsão contratual e licitação. Ocorre a sub-rogação nistração, reconhecendo a sua conveniência para
de direitos e obrigações perante a Administração Públi- a coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce
ca. A subconcessão pode ser parcial. que sejam prestados por terceiros.

10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São


Paulo: Malheiros, 1993.

111
b) Quanto aos destinatários:
- serviços gerais ou uti universi – são aqueles que #FicaDica
a Administração presta sem ter usuários determi-
nados para atender à coletividade no seu todo. Princípio da continuidade dos serviços pú-
Ex.: iluminação pública. São indivisíveis, isto é, não blicos:
mensuráveis. Daí por que devem ser mantidos por – Os serviços públicos não poderão ser in-
tributo, e não por taxa ou tarifa. terrompidos;
- serviços individuais ou uti singuli – são os que pos- – Devem ter a devida regularidade;
suem usuários determinados e utilização particular – Os funcionários não podem praticar greve
e mensurável para cada destinatário. São remune- em serviços essenciais e imprescindíveis.
rados por taxa ou tarifa.

#FicaDica Prestação de serviço adequado


Classificação: O serviço deve ser regular, contínuo, eficaz, seguro,
– Quanto à essencialidade: módico, atual e cortês. O princípio básico é o da con-
Públicos propriamente ditos; tinuidade dos serviços públicos; entretanto, a prestação
Serviços de utilidade pública. poderá ser interrompida em duas hipóteses (art. 6.º, § 3º):
– Quanto aos destinatários: - em situação de emergência, como no caso de atos
Gerais; de vandalismo de terceiros;
Individuais. - com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou
de segurança das instalações e em caso de inadim-
plemento do usuário (no caso de inadimplemen-
Princípios aplicáveis
to, o usuário deve ser notificado, conferindo-se a
a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e
oportunidade de pagamento antes da interrupção,
modernização na prestação do serviço público;
bem como de defesa, alegando que não deve, que
b) Princípio da universalidade: significa que os servi-
deve menos ou que precisa parcelar).
ços devem ser estendidos a todos administrados;
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação
Tarifa módica é aquela acessível ao usuário comum
de discriminações entre os usuários;
do serviço.
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de in-
O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor dis-
terrupção;
põe que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
módicas aos usuários;
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
ser tratados com urbanidade;
essenciais, contínuos”. Tem-se, então, um conflito entre
g) Princípio da eficiência: estabelece que o serviço
a Lei n. 8.987/95 e o Código de Defesa do Consumidor
público deve ser prestado de maneira satisfatória
(Lei n. 8.078/90). Se fossem seguidas as regras de inter-
ao usuário;
pretação, a Lei n. 8.987/95 prevaleceria sobre o Código
h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser
de Defesa do Consumidor por ser posterior e especial. Os
prestado de forma que coloque em risco a vida
Tribunais, entretanto, entendem que se o serviço é essen-
dos usuários.
cial, a prestação deve ser contínua, prevalecendo, então,
o disposto no art. 22 do Código de Defesa do Consumi-
Continuidade da Prestação do Serviço Público
dor. Assim, os serviços essenciais não podem ser inter-
Entre as regras do regime jurídico público, destaca-se
rompidos por inadimplemento.
o princípio da continuidade de sua prestação.
Num contrato administrativo, quando o particular
Política tarifária
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se é
a Administração, entretanto, que descumpre suas obri-
A tarifa surge como a principal fonte de arrecadação
gações, o particular não pode rescindir o contrato, tendo
do concessionário/permissionário. É através dela que se
em vista o princípio da continuidade da prestação.
garante a margem de lucro. Tarifa não é tributo, se o fos-
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar
se, sobre ela incidiriam todos os princípios constitucio-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

à Administração Pública uma prerrogativa que não existe


nais tributários, o que não ocorre.
para o particular, colocando-a em uma posição superior
Ninguém fixa o valor inicial, é automático e pré-es-
em razão da supremacia do interesse público.
tabelecido na licitação. O poder público que autoriza o
Quanto à continuidade da prestação do serviço públi-
aumento, mas o aumento não pode permitir que o valor
co e o direito de greve, destaca-se que apesar da previ-
deixe de ser módico.
são constitucional de que somente lei específica poderia
definir os termos e limites deste direito no setor público
,
e afins, diante da ausência de previsão, deve-se aplicar a
lei geral que regula o direito de greve. Contudo, a greve
total é inconstitucional, devendo-se manter serviços mí-
nimos à população.

112
Usuário do serviço público

O art. 7.º estabelece um rol de seis situações que tra- EXERCÍCIOS COMENTADOS
tam dos direitos e obrigações do usuário sem prejuízo
dos previstos no Código de Defesa do Consumidor. É um 1. (PGM/AM - Procurador do Município - CESPE/2018)
rol exemplificativo, incluindo-se outros, como: direito do Julgue o item que se segue, relativo a serviços públicos e
consumidor (artigo 5º, XXXII, CF); direito de obter dos ór- aos direitos dos usuários desses serviços.
gãos públicos informações de interesse particular, coleti- De acordo com o STJ, o princípio da continuidade do ser-
vo ou geral (artigo 5º, XXXIII, CF); mandado de segurança viço público autoriza que o poder público promova a reto-
para proteger direito líquido e certo em caráter residual mada imediata da prestação do serviço no caso de extinção
(artigo 5º, LXIX, CF). de contrato de concessão por decurso do prazo de vigência
ou por declaração de nulidade, desde que tal poder realize
previamente o pagamento de indenizações devidas.
#FicaDica
( ) CERTO ( ) ERRADO
Os usuários têm direito, nos termos do arti-
go 7o, Lei nº 8.987/1995: Resposta: Errado. Nos termos do informativo 546, STJ,
– Receber serviço adequado; declarada a nulidade de permissão outorgada sem li-
– Receber informações para defesa dos in- citação pública, mesmo antes da Constituição de 1988
teresses individuais e coletivos; exigi-la, é possível ao magistrado estabelecer, inde-
– Obter e utilizar o serviço, com liberdade pendentemente de eventual direito a indenização do
de escolha. permissionário, prazo máximo para o termo final do
contrato de adesão firmado precariamente; sendo que
a retomada do serviço pela administração não depen-
Extinção de do prévio pagamento de eventual indenização, que
deverá ser pleiteada pela empresa nas vias ordinárias.
As causas de extinção estão descritas no artigo 35:
termo, que é o término do prazo descrito; encampação, 2. (CGM de João Pessoa/PB - Conhecimentos Básicos
que é a extinção por razões de interesse público; cadu- - Cargos: 1, 2 e 3 – CESPE/2018) A respeito de conces-
cidade, que é a extinção por descumprimento de obri- são administrativa, julgue o item subsecutivo.
gações pelo concessionário; rescisão, que é a extinção Em caso de inadimplemento do usuário, o fornecimento
durante a vigência pelo descumprimento das obrigações de serviço público pode ser interrompido pelo conces-
pelo poder público; anulação, que é a extinção por força sionário, sendo desnecessária a notificação.
da configuração de ilegalidade; falência, que é a extinção
por conta de falta de condições financeiras para conti- ( ) CERTO ( ) ERRADO
nuar arcando com as obrigações do contrato; e morte,
que é o falecimento da parte contratada em contrato Resposta: Errado. É exigida a notificação prévia do
personalíssimo. usuário, conforme artigo 6°, § 3º, da Lei nº 8.987/95:
“Não se caracteriza como descontinuidade do servi-
Reassunção e reversão ço a sua interrupção em situação de emergência ou
Reassunção, que é a retomada da execução de um após prévio aviso, quando: I - motivada por razões
serviço público pelo poder público uma vez extinta a de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
concessão. II - por inadimplemento do usuário, considerado o in-
Reversão, que é a transferência de bens utilizados du- teresse da coletividade”.
rante a concessão para o patrimônio público a partir da
extinção da concessão. 3. (TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Admi-
nistrativa - CESPE/2017) Alguns meses após a assinatu-
Permissão e autorização ra de contrato de concessão de geração e transmissão de
Serviços concedidos são aqueles que o particular exe- energia elétrica, a falta de chuvas comprometeu o nível
cuta em seu nome, por sua conta e risco, remunerados dos reservatórios, o que deteriorou as condições de ge-
por tarifa. A concessão dá-se por meio de contrato. ração de energia, elevando os custos da concessionária.
Os serviços permitidos são aqueles aos quais a Admi- A agência reguladora promoveu, então, alterações tarifá-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nistração estabelece os requisitos para a sua prestação rias visando restabelecer o equilíbrio econômico-finan-
ao público e, por ato unilateral (termo de permissão), ceiro firmado no contrato. Todavia, sem que houvesse
comete a execução aos particulares que demonstrarem culpa ou dolo da concessionária, o fornecimento do ser-
capacidade para seu desempenho. A permissão é uni- viço passou a ser intermitente, o que provocou danos em
lateral, precária e discricionária. Serve para serviços de eletrodomésticos de usuários de energia elétrica.
utilidade pública. Considerando essa situação hipotética, julgue o item que
Por fim temos os serviços autorizados que são aque- se segue.
les que o Poder Público, por ato unilateral, precário e A concessionária deverá ser responsabilizada pelos da-
discricionário, consente na sua execução pelo particular nos causados a usuários.
para atender a interesses coletivos instáveis ou a emer-
gência transitória. ( ) CERTO ( ) ERRADO

113
Resposta: Certo. A responsabilidade é objetiva, conforme a normativa constitucional e infraconstitucional. Neste
sentido: “Art. 37, § 6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Art. 25, Lei nº 8.987/95. Incumbe à concessionária a
execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabi-
lidade”.

ATOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.

A legislação administrativa é conjunto dos princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, suas en-
tidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir as finalidades do Estado.
Ou seja, tudo que se refere à Administração Pública e à relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e
estudado pelo Direito Administrativo.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:

De acordo com os ensinamentos do jurista administrativo Hely Lopes Meirelles, organização da Administração Pú-
blica é “todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades
coletivas”.
De maneira objetiva, temos que Organização da Administração Pública é toda a atividade concreta e imediata de-
senvolvida pelo Estado para o alcance dos interesses públicos.
De maneira subjetiva, podemos afirmar que trata-se do conjunto de órgãos e de agentes públicos aos quais a lei
atribui o exercício da função administrativa do Estado.

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO.

O Estado exerce função administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e seus respectivos agentes públicos,
objetivando atender o interesse coletivo. Para tanto, o Estado adota duas formas principais para a organização e atua-
ção administrativa: centralização e descentralização.
Ocorre a centralização administrativa quando o Estado exerce suas funções diretamente, por meio de seus órgãos
e agentes públicos integrantes, assim, dizemos que a atividade administrativa do estado é centralizada quando é exer-
cida pelo próprio Estado, ou seja, pelo conjunto orgânico que lhe compõe.
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por
meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. Assim, dizemos que a atividade administrativa do Estado
é descentralizada quando é exercida por pessoas distintas do Estado, sendo que há transferência de competência para
a execução do serviço público que lhe são pertinentes para seus auxiliares.
A descentralização é efetivada por meio de outorga quando o estado cria, por meio de lei, uma entidade ou pessoa
jurídica, e a ela lhe transfere determinado serviço público.
De outro modo, a descentralização é efetivada pó meio de delegação quando a Administração Pública transfere,
mediante contrato administrativo (concessão ou permissão de serviços públicos), ou por meio de ato unilateral (auto-
rização de serviços públicos), a execução do serviço.
A concentração, ou “concentração de competência”, ou ainda “administração concentrada” é o sistema em que o
superior hierárquico mais elevado é o único e exclusivo órgão competente para tomar decisões, ficando os seus subor-
dinados restritos e limitados às tarefas de preparação e execução das decisões do superior hierárquico.
A desconcentração é o fenômeno, ou forma de organização administrativa, de distribuição interna de competências.
Diferentemente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa jurídica de direito público, a desconcen-
tração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa
jurídica.
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta
distribui competências no âmbito de sua própria estrutura com a finalidade de conferir mais agilidade e eficiência a
prestação dos serviços.

114
Organização administrativa:

A compreensão da administração pública se faz em dois aspectos:

O Estado, para realizar a sua função administrativa, pode organizar-se administrativamente da forma e modo que
melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limitações e princípios constitucionais.
No Brasil, a organização administrativa se dá através da Administração Direta e da Administração Indireta, podendo
realizar sua função de forma centralizada, descentralizada, concentrada ou desconcentrada.

Veremos agora como se dá a organização administrativa no âmbito da União e, na sequencia, as formas de realizar
a função administrativa.

a) Administração Direta
A Administração Pública, não é propriamente constituída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do Estado, na
gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, o que nos permite concluir que no âmbito federal, a Admi-
nistração direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura administrativa da União.

Administração Direta possui poderes políticos e administrativos, eis que é responsável pela formulação de
políticas públicas.

a.1) Órgãos Públicos.


Órgãos Públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais através de seus
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

Características dos Órgãos:


- não tem personalidade jurídica;
- expressa a vontade da entidade a que pertence (União, Estado, Município);
- é meio instrumento de ação destas pessoas jurídicas;
- dotado de competência, que é distribuída por seus cargos.

a.2) Administração Direta Federal


A Administração direta Federal é dirigida por um órgão independente, supremo e unipessoal, que é a Presidência
da República, e por órgãos autônomos também, unipessoais, que são os Ministérios, aos quais se subordinam ou se
vinculam os demais órgãos e entidades descentralizadas.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a.3) Administração Direta Estadual


A Administração direta Estadual acha-se estruturada em simetria com a Administração Federal, atenta ao manda-
mento constitucional de observância aos princípios estabelecidos na mesma, pelos Estados-membros, e às normas
complementares, relativamente ao atendimento dos princípios fundamentais adotados pela Reforma Administrativa.

a.4) Administração Direta Municipal


A administração direta municipal é dirigida pelo Prefeito, que, unipessoalmente, comanda, supervisiona e coordena
os serviços de peculiar interesse do Município, auxiliado por Secretários municipais, sendo permitida, ainda, a criação
de autarquias e entidades estatais visando à descentralização administrativa.

115
a.5) Administração Direta do Distrito Federal. b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências le- b.1.1) Autarquias
gislativas reservadas aos Estados e Municípios; entretan- Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direito
to, não é nenhum nem outro, constituindo uma entidade Público, de natureza meramente administrativa, criadas
estatal anômala, ainda que, se assemelhe mais ao Estado, por lei específica, para a realização de atividades, obras
pois tem Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo pró- ou serviços descentralizados da entidade estatal que as
prios. Pode ainda, organizar seu sistema de ensino, insti- criou (desempenham atividade típica da entidade es-
tuir o regime jurídico único e planos de carreira de seus tatal que a criou).
servidores, arrecadar seus tributos e realizar os serviços As autarquias são criadas para desempenharem ativi-
públicos de sua competência. dades típicas da administração pública e não atividades
econômicas. O nosso direito positivo limitou o seu de-
b) Administração Indireta sempenho desde o Decreto-Lei 200.
A Administração indireta é o conjunto de entes Funcionam e operam na forma estabelecida na lei ins-
(personalizados) que, vinculados a um Ministério, tituidora e nos termos de seu regulamento. As autarquias
prestam serviços públicos ou de interesse público. podem desempenhar atividades econômicas, educacio-
A Administração Indireta, via de regra, possui, somen- nais, previdenciárias e quaisquer outras outorgadas pela
te, poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierár-
tese, formular políticas públicas. O Banco Central é uma quica, sujeitas apenas ao controle finalístico de sua ad-
exceção a essa regra. ministração e da conduta de seus dirigentes.

b.1.2) Fundações Públicas


FIQUE ATENTO! São pessoas jurídicas de direito público, com caracte-
A expressão “Administração Indireta”, que rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização legal
doutrinariamente deveria coincidir com “Ad- para desenvolver atividades que não sejam, obrigatoria-
ministração Descentralizada”, dela se afasta mente, típicas do Estado.
parcialmente. Por isto, ficaram fora da cate-
gorização como Administração indireta os Características:
casos em que a atividade administrativa é - Equiparam-se às autarquias;
prestada por particulares, “concessionários -Têm persona lida de jurídica de direito público;
de serviços públicos”, ou por “delegados de - Base patrimonial.
função ou ofício público”.
O posicionamento das Fundações Públicas sempre
foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada
essa dubiedade de posicionamento quando determina
Em síntese, a administração federal compreende: que a Fundação Pública é submetida ao regime da ad-
I – a administração direta, que se constitui dos servi- ministração indireta.
ços integrados na estrutura administrativa da Presi- As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar-
dência da República e dos Ministérios; quias. Possuem personalidade jurídica de direito público.
II – a administração indireta, que compreende as se- Hoje, não mais existe justificativa para se manter a
guintes categorias de entidades, dotadas de perso- diferença entre as Fundações e as Autarquias.
nalidade jurídica própria:
a) autarquias; b.1.3) Agências Reguladoras
b) fundações públicas; São autarquias especiais, assim consideradas por se-
c) agências reguladoras; rem destinadas a realizar regulação e fiscalização sobre
d) agências executivas; as atividades das concessionárias de serviços públicos.
e) empresas públicas; e Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc.
f) sociedades de economia mista.
b.1.4) Agências Executivas
Todas as entidades da administração indireta estão São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a
sujeitas: essa qualificação por apresentarem um planejamento es-
- à necessidade da lei, para a sua criação; tratégico para melhora na prestação de serviços públicos
- aos princípios da administração pública;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e no emprego de recursos públicos.


- à exigência de concurso público para admissão Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo
do seu pessoal; e qual se comprometem a atingir metas pré-estabeleci-
- à licitação para suas contratações. das. Caso não as atinja, podem vir a perder a qualificação
conseguida.
- A autarquia As Agências Executivas são autarquias que vão de-
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia sempenhar atividades de execução na administração
mista e as Fundações pública, desfrutando de autonomia decorrente de con-
- Subsidiárias das referidas entidades trato de gestão. É necessário um decreto do Presidente
da República, reconhecendo a autarquia como Agência
Lembre-se: São todas criadas através de Lei. Executiva. Ex.: INMETRO.

116
b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas A sociedade de economia mista não está sujeita a fa-
pelo Estado lência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e
b.2.1) Empresas Públicas a entidade pública que a instituiu responde, subsidiaria-
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito mente, pelas suas obrigações.
Privado criadas por lei específica, com capital exclusiva-
mente público, para realizar atividades de interesse da b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo
Administração instituidora nos moldes da iniciativa par- Estado
ticular, podendo revestir qualquer forma e organização São pessoas jurídicas governamentais de direito pri-
empresarial. Ex: ECT, CEF, CAESB, etc. vado, sem fins lucrativos, com características patrimo-
O que caracteriza a empresa pública é seu capital ex- niais, destinadas, não obrigatoriamente a desenvolver
clusivamente público, de uma só ou de várias entidades, atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação Getúlio Var-
mas sempre capital público. Sua personalidade é de Di- gas; IBGE.
reito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos
comerciais. É uma empresa, mas uma empresa estatal Atos Administrativos
por excelência, constituída, organizada e controlada pelo
Poder Público. Através dos atos administrativos a Administração
Difere da autarquia e da fundação pública por ser de atua e operacionaliza suas atividades.
personalidade privada e não ostentar qualquer parcela A função executiva realizada pela Administração se
de poder público; distingue-se da sociedade de econo- dá por meio de atos jurídicos, que recebem a denomi-
mia mista por não admitir a participação do capital par- nação especial de atos administrativos. Tais atos, por
ticular. sua natureza, conteúdo e forma se diferenciam dos atos
Qualquer das entidades políticas pode criar empresa emanados do Poder Legislativo (na atribuição específica
pública, desde que o faça por lei específica (CF, art. 37, de legislar) e do Poder Judiciário (na atribuição específica
IX); a empresa pública pode ter forma societária econô- de decidir os conflitos de interesse).
mica convencional ou especial; tanto é apta para realizar Os atos administrativos podem ser conceituados
atividade econômica como qualquer outra da compe- como:
tência da entidade estatal instituidora; quando explorar Toda manifestação unilateral de vontade da Adminis-
atividade econômica, deverá operar sob as normas apli- tração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
cáveis às empresas privadas, sem privilégios estatais; em imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extin-
qualquer hipótese, o regime de seu pessoal é o da legis- guir e declarar direitos, ou impor obrigações aos adminis-
lação do trabalho. trados ou a si própria.
O patrimônio da empresa pública, embora público
por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na Requisitos
forma regulamentar ou estatutária, independentemente
de autorização legislativa especial, porque tal autoriza- O exame do ato administrativo revela a existência de
ção está implícita na lei instituidora da entidade. Daí de- cinco requisitos necessários à sua formação: competên-
corre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Tais componentes
para garantir empréstimos e obrigações resultantes de constituem a infraestrutura do ato administrativo, e sem
suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos a convergência desses elementos não se aperfeiçoa o ato
da empresa, no mesmo plano dos negócios da iniciativa e, consequentemente, este não terá condições de eficá-
privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e execu- cia para produzir efeitos válidos.
tiva, seus contratos e títulos de crédito não teriam acei-
tação e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o Competência / Finalidade / Forma
preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.
- É o poder que o agente administrativo deve dis-
b.2.1) Sociedades de Economia Mista por para validamente praticar o ato, ou seja, para
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- desempenhar especificamente suas funções. A
cas de Direito Privado, com participação do Poder Público competência resulta da lei e por ela é delimitada.
e de particulares no seu capital e na sua administração, Significa dizer que todo ato emanado de agente
para a realização de atividade econômica ou serviço de incompetente, ou realizado além dos limites de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. que dispõe a autoridade incumbida de sua prática,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

EX: BB, PETROBRÁS, etc. é inválido por lhe faltar um elemento básico de sua
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode perfeição.(Ex.: Presidir um inquérito policial está no
ser um serviço público ou de utilidade pública como uma rol de competência de um delegado de polícia.)
atividade econômica empresarial. - É o objetivo de interesse público a atingir, ou seja,
A forma usual de sociedade de economia mista tem não se compreende o ato administrativo sem fim
sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as público. A finalidade do ato administrativo é aque-
demais entidades estatais. la que a lei indica explícita ou implicitamente, e
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser uma vez alterada caracteriza o desvio de poder,
público, reincorpora-se no da entidade estatal que a ins- que enseja a invalidação do ato. (Ex.: Terras desa-
tituíra. propriadas para reforma agrária devem ser utiliza-
das para tal fim.)

117
- Sabe-se que, enquanto a vontade dos particulares Imperatividade - É o atributo do ato administrativo
pode manifestar-se livremente, a da Administração que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou
exige formas especiais e forma legal para ser váli- execução, de forma que os atos que consubstanciam um
da. A inexistência da forma induz à inexistência do provimento ou ordem administrativa (atos normativos,
ato administrativo. Para a Administração, no mais ordinatórios, punitivos) nascem com força impositiva
das vezes, a forma é a escrita. (Ex.: Para adquirir própria do Poder Público, e que obriga o particular ao fiel
produtos, a Administração deve se utilizar da lici- atendimento, sob pena de sujeitar-se à execução força-
tação, prevista em lei.) da. Sendo assim, todo ato administrativo deve ser cum-
- O motivo ou causa é a situação de direito ou de prido ou atendido enquanto não for retirado do mundo
fato que determina ou autoriza a realização do ato jurídico por revogação ou anulação. (Ex.: Pagamento de
administrativo. O motivo pode vir expresso em lei tributos.)
ou ser deixado a critério do administrador, sendo Auto-executoriedade - Consiste na possibilidade que
vinculado na primeira hipótese e discricionário no certos atos administrativos ensejam de imediata e direta
segundo.(Ex.: Fundamento dado pelo prefeito para execução pela própria Administração. Este poder decorre
desapropriar determinada área). da necessidade de Administração bem desempenhar sua
- O objeto se identifica com o conteúdo do ato, me- missão de autodefesa dos interesses sociais, sem ter que
diante o qual a Administração manifesta seu poder a todo momento, ao encontrar resistência do particular,
e sua vontade, ou atesta situações preexistentes. recorrer ao Poder Judiciário para remover a oposição in-
(Ex.: Aquisição de material de limpeza.) dividual. (Ex.: Poder de Polícia para interditar atividades
ilegais, demolir obras clandestinas, inutilizar bens impró-
Motivo / Objeto prios para o consumo.
Entretanto, há que ressalvar que tais atos administra-
Quando revestido de todos os seus requisitos formais tivos devem ser precedidos de notificação, e em deter-
e materiais, o ato administrativo se diz eficaz; todavia minados casos, em que não haja perigo iminente para
pode apresentar vícios ou defeitos, cuja gravidade enseja a sociedade, garantir o contraditório e a ampla defesa.11
a seguinte classificação para os atos malformados:
a) inexistência; Espécies de atos administrativos:
b) nulidade; a) Atos normativos - emanam atos gerais e abstratos
c) anulabilidade; visando correta aplicação da lei.
d) irregularidade. Ex:
Decreto - atos normativos exclusivo do chefe do exe-
Ato inexistente é aquele cuja existência é mera apa- cutivo;
rência. Seja exemplo o ato praticado por usurpador de Regulamento - visa especificar mandamentos previs-
função pública; tos ou não em leis;
Ato nulo é aquele que apresenta vícios insanáveis de Regimento - tem força normativa interna e visa reger
legitimidade, relativos aos requisitos de validade. funcionamento de órgãos;
Ato anulável é aquele em que a vontade do agente Resolução - expedidos pelas altas autoridades do exe-
se mostra violada por erro, dolo, coação ou simulação, cutivo para regulamentar matéria exclusiva.
vigorando até que, eventualmente, seja promovida a de- Deliberação - decisões tomadas por órgãos colegiados
claração de sua invalidade.
Ato irregular é aquele que deixou de observar requi- b) Atos ordinatórios - visa disciplinar o funcionamento
sito não essencial. da Administração e a conduta de seus agentes. Ex:
Os atos administrativos, por emanarem do Poder Pú- Instruções - orientação do subalterno pelo superior
blico, diferenciam-se dos atos praticados pelos particu- hierárquico de como desempenhar certa função;
lares em vários aspectos, principalmente em razão das Circulares - ordem escrita e uniforme expedida para
seguintes características: presunção de legitimidade; im- determinados funcionários ou agentes;
peratividade e autoexecutoriedade. Avisos -atos de titularidade de Ministros em relação
ao Ministério;
Atributos dos Atos Administrativos Portarias - atos emanados por chefes de órgãos pú-
blicos aos seus subalternos determinando a realização de
Presunção de legitimidade e veracidade - Os atos atos gerais ou especiais;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

administrativos se presumem legítimos, em decorrência Ofícios - Comunicações oficiais realizadas pela Admi-
do princípio da legalidade da administração e, por essa nistração a terceiros;
razão, por exemplo, o artigo 19, II, da CF/88 diz que não Despachos administrativos - decisões tomadas pela
se pode “recusar fé aos documentos públicos”. A presun- Administração.
ção de legitimidade dos atos públicos também autoriza a
imediata execução dos atos administrativos, mesmo que c) Atos negociais - declaração de vontade da Adminis-
arguidos de vícios ou defeitos que os levem à invalidade. tração coincidente com interesses do particular. Ex:
O ônus da prova, portanto, é do administrado. (Ex.: Pre- - Licença - ato vinculado e definitivo (não precário)
sume-se verídica a informação do agente de trânsito que em que a Administração concede ao Administrado
aplica multa por excesso de velocidade.) a faculdade de realizar uma atividade.
11 Texto adaptado de Cassiano Luis Iurk

118
- Autorização - ato discricionário e precário em que c) Quanto ao seu alcance:
a Administração concede ao administrado a facul- - Atos internos - praticados no âmbito interno da Ad-
dade de exercer uma atividade. ministração, incidindo sobre órgãos e agentes ad-
- Permissão - ato discricionário e precário em que a ministrativos.
Administração concede ao administrado a faculda- - Atos externos - praticados no âmbito externo da
de de exercer certa atividade nas condições esta- Administração, atingindo administrados e contra-
belecidas por ela; tados. Contudo, vale ressaltar que a obrigatorieda-
- Aprovação - análise pela própria administração de de destes atos somente começa incidir após a sua
atividades prestadas por seus órgãos; publicação no Diário Oficial.
- Visto - é a declaração de legitimidade de certo ato
praticado pela própria Administração como forma d) Quanto ao seu objeto:
de exequibilidade; - Atos de império - praticados com supremacia em
- Homologação - análise da conveniência e legalida- relação ao particular e servidor, impondo o seu
de de ato praticado pelos seus órgãos como forma obrigatório cumprimento.
de lhe dar eficácia; - Atos de gestão- praticados em igualdade de con-
- Dispensa - ato administrativo que exime o particu- dição com o particular, ou seja, sem usar de suas
lar do cumprimento de determinada obrigação até prerrogativas sobre o destinatário.
- Renúncia - ato administrativo pelo qual o poder - Atos de expediente - praticados para dar andamento
Público extingue unilateralmente um direito pró- a processos e papéis que tramitam internamente
prio, liberando definitivamente a pessoa obrigada na administração pública. São atos de rotina ad-
perante a Administração Pública. A sua principal ministrativa.
característica é a irreversibilidade depois de consu-
mada. e) Quanto a formação (processo de elaboração):
- Ato simples - nasce por meio da manifestação de
d) Atos enunciativos - a Administração certifica ou vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou
atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo. Ex: agente da Administração.
- Atestado - são atos pelos quais a Administração Pú- - Ato complexo - nasce da manifestação de vontade
blica comprova um fato ou uma situação de que de mais de um órgão ou agente administrativo.
tenha conhecimento por seus órgãos competen- - Ato composto - nasce da manifestação de vontade
tes;
de um órgão ou agente, mas depende de outra
- Certidão - são cópias ou fotocópias fiéis e auten-
vontade que o ratifique para produzir efeitos e tor-
ticadas de atos ou fatos constantes em processo,
nar-se exequível.
livros ou documentos que se encontrem na repar-
tição pública;
Extinção dos atos administrativos:
- Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos
O ato administrativo permanecerá no mundo jurídi-
sobre assuntos submetidos à sua consideração.
co até que seja verificada situação que demonstre algum
e) Atos punitivos - atos que emanam punições aos vício genético de legalidade ou que simplesmente com-
particulares e servidores. Assim, podem ser originados prove a sua desnecessidade superveniente.
do Poder de Polícia ou do Poder Disciplinar. Alguns atos ao serem elaborados podem vir defeituo-
sos no que tange a sua legalidade. Neste caso, a Admi-
Classificação dos atos administrativos: nistração Pública ou o Poder Judiciário são legitimados
a) Quanto ao seu regramento: para declarar a sua extinção por meio da anulação.
- Atos vinculados - praticados de acordo com a von- Por ser um vício verificado desde o seu nascedouro,
tade da lei. São aqueles em que a lei estabelece as ao ser declarada a sua anulação os efeitos desta retroa-
condições e o momento da sua realização. gem a data de sua criação, apagando todos as situações
- Atos discricionários - praticados com liberdade pelo determinadas pelo ato extinto.
administrador. Ou seja, são aqueles que a Admi- No entanto, às vezes o ato ao nascer pode estar de
nistração pode praticar com certa liberdade de es- acordo com a legislação, mas deixa de ser conveniente e
colha de seu conteúdo, destinatário, conveniência, oportuno com o passar do tempo. Desta forma, a sua ex-
oportunidade e modo de execução. tinção somente poder ser declarada pela Administração
Pública através da revogação.12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Quanto ao destinatário:
- Atos gerais - dirigidos a coletividade em geral. Tem Requisição
finalidade normativa, atingindo uma gama de pes-
soas que estejam na mesma situação jurídica nele Diversas são as oportunidades em que a Administra-
estabelecida. Por ter natureza erga omnes (aplica- ção Pública precisa dispor de serviços ou bens que não
bilidade coletiva) não pode ser objeto de impug- afiguram como de seu exercício ou posse para alcançar
nação individual. objetivos demandados pela população. Mesmo que os
- Atos individuais - dirigidos a pessoa certa e deter- preste ou os tenha, nem sempre são suficientes, ade-
minada, criando situações jurídicas individuais. Por quados ou acessíveis no exato momento em que passa a
gerar direitos subjetivos (direitos individuais) po- existir a necessidade.
dem ser objeto de contestação por seu titular.
12 Fonte: www.stf.jus.br- Texto adaptado de Carlos Barbosa

119
Desde imóveis para abrigar urnas receptoras de vo- que limitam o exercício do Direito de Propriedade, espe-
tos durante a realização dos sufrágios até a prestação de cialmente aqueles que preveem intervenções requisitó-
serviços militares para atender a demanda das forças ar- rias. Como ensinou Gasparini, esta metodologia se não
madas, os recursos dos quais carece a Administração Pú- poderia ser diferente, pois dois são “os fundamentos da
blica, como se sabe, podem constituir inúmeras espécies. intervenção: o político e o jurídico. O fundamento políti-
Surge, neste contingente, a possibilidade de a esfera co da intervenção do Estado na propriedade privada e no
estatal demandada buscar em outras fontes aquilo que domínio econômico é a proteção dos interesses da co-
lhe falta. Resta saber, então, sobre os fundamentos da munidade contra qualquer conduta antissocial da inicia-
esfera estatal em requerer recursos de outrem para ga- tiva particular, enquanto o jurídico é qualquer disposição
rantir tempestividade ao atendimento da população e consignada na Constituição ou na legislação infraconsti-
em quais circunstâncias a requisição operada seria pro- tucional. No Direito brasileiro, o fundamento jurídico da
cedente. intervenção ora está na Constituição da República, ora
Objetiva-se, este estudo, fornecer uma abordagem nas leis ordinárias.”
crítica e estruturada sobre o instituto da Requisição Ad- Como previsão Constitucional Fundamental, inscrita
ministrativa, tratando, de início, emendar o seu conceito precisamente no art. 1º, inc. III, encontra-se a proteção
e revisitar seus fundamentos, buscando sempre delimitar da Dignidade da Pessoa Humana. Não é forçosa a con-
seus elementos à luz do princípio da supremacia do in- clusão de que este dispositivo, no Direito brasileiro, so-
teresse público sobre o interesse político ou particular. brepor-se-á ao direito de propriedade de outrem quan-
do colidirem ou se excluírem. De mesmo sentido e efeito
Fundamentos Jurídicos da Requisição Administrativa é a delimitação principiológica de que o Estado Brasileiro
tem como objetivo a construção de uma sociedade livre,
Antes de se proceder com o estudo do instituto da justa e solidária, o desenvolvimento nacional, a erradi-
Requisição Administrativa, vale abalizar algumas consi- cação da pobreza e da marginalização e a redução das
derações acerca da propriedade, coisa verdadeiramente desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem a
sacralizada pelo direito positivo e endereço certo da re- todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
quisição. e quaisquer outras formas de discriminação. O Direito de
A concepção primitiva do direito de propriedade cor- Propriedade, por sua vez, foi elencado no rol dos Direitos
respondia uma relação imprescritível e inquebrável entre e Garantias Fundamentais, o que também se traduz em
o ser e a coisa, como atrelamento jurídico incondicional. verdadeira proteção constitucional, na mesma medida
Todavia, a evolução “do sistema de limitações negativas e em que se proíbe a tortura, que se garante a igualdade
depois também de imposições positivas, deveres e ônus, perante a lei e que se assegura o princípio da legalidade
até chegar-se à concepção da propriedade como função como direito do cidadão e limite ao Estado.
social, e ainda à concepção da propriedade socialista, Já conscientizada a proteção constitucional e exem-
hoje em crise”, acabou por superar o caráter absoluto do plificados os limites principiológicos do Direito de Pro-
Direito de Propriedade. priedade diante de outras garantias que o sobrepõe, tra-
Grande parte dessa evolução se condensa nos textos tar-se-á da análise das limitações expressas deste Direito.
constitucionais, ao menos aquela porção já alicerçada, de A Constituição Federal, que carrega em seu bojo o
forma que a vocação política de um Estado reflete dire- rol de Direito e Garantias Fundamentais, deixa expresso
tamente na concepção de propriedade. A Constituição, que “é garantido o direito de propriedade”, mas que “a
como ultima ratio do ordenamento jurídico, guarda em propriedade atenderá a sua função social”. Assim, impos-
si as previsões fundamentais que justificam a existência sível é não concluir que somente haverá proteção à pro-
do corpo político, os objetivos e a forma na qual se iden- priedade que atender sua função social, determinada no
tifica a estrutura de seus poderes – os direitos e deveres art. 170, inc. III da Carta Constitucional. Além de atrelar
do Estado e do cidadão, por conseguinte, encontrarão a garantia de proteção à consecução da função social,
previsões normativas adequadas à própria realidade do o mesmo artigo prevê que “lei estabelecerá o procedi-
Estado. Assim, a propriedade em um estado liberal não mento para desapropriação por necessidade ou utilidade
se reconhece com as mesmas observações trazidas em pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
cartas constitucionais de tradição marxista. indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
Leciona Jorge Miranda que “nas Constituições libe- nesta Constituição” e também que “no caso de iminente
rais, como se sabe, ele (o Direito de Propriedade) surge perigo público, a autoridade competente poderá usar de
a par da liberdade e da segurança como componente propriedade particular, assegurada ao proprietário inde-
da sua idéia de Direito; ou é considerado uma liberdade nização ulterior, se houver dano” . A primazia do inte-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tão cuidadosamente protegida como as restantes. Já em resse público frente o individualismo patrimonialista não
Constituições de tendências sociais, ainda quando não cessa aí: “decretado o estado de defesa para preservar
se dissocia dos direitos fundamentais, fica condicionado ou prontamente restabelecer, em locais restritos e deter-
por outros interesses e valores da ordem econômica e minados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
posto a serviço de uma função social. E nas Constituições grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas
de tipo soviético fica reduzido na sua força preceptiva por calamidades de grandes proporções na natureza” , a
perante a lei e a administração”. administração pública será autorizada a proceder a “ocu-
Brevemente revisada a autoridade da Carta Consti- pação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
tucional na delimitação do Direito de Propriedade, ana- hipótese de calamidade pública, respondendo a União
lisar-se-á a inscrição constitucional de alguns institutos pelos danos e custos decorrentes”.
que o tratam no direito brasileiro, enfatizando aqueles

120
De fato, verifica-se que a Constituição não trata o Observada tal premissa, ressalte-se o objeto da re-
Direito de Propriedade como um instituto absoluto e quisição, que deverá constituir instrumento facilitador da
inviolável, inobstante sua classificação de Direito Funda- realização dos objetivos do Estado. Em nossos dias, não
mental. Nossos Constituintes privilegiaram, sem dúvida, há mais espaço para lentes que observam o Estado como
o interesse coletivo em face dos interesses patrimonialis- um fim em si mesmo, se independente fosse da socie-
tas colidentes. dade. Ao contrário, o Estado vem paulatinamente refor-
Ultrapassados os Fundamentos Constitucionais da çando seu caráter de instrumento de realização social. A
Requisição Administrativa, será examinada uma enume- República Federativa do Brasil, como prescreve sua Cons-
ração exemplificativa de diplomas legais que regulamen- tituição, tem como objetivo a construção de uma socie-
tam a Requisição Administrativa no Direito Brasileiro, dade livre, justa e solidária; o desenvolvimento nacional;
apenas para que se possa consolidar o um breve enten- a erradicação da pobreza e da marginalização e a redu-
dimento do que se pode haver em matéria de requisi- ção das desigualdades sociais e regionais; a promoção
ção em termos de elementos e finalidades, bem como do bem a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
possibilitar uma abertura à tentativa de se conceituar o cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
instituto consoante sua aplicação em nossos dias. Con- Assim, toda e qualquer Requisição Administrativa de-
tudo, há de ser avisado que compete privativamente à verá possuir objeto harmônico aos propósitos do Estado.
União Legislar sobre requisições civis e militares, em caso Não é razoável que este venha a proceder a uma requi-
de iminente perigo e em tempo de guerra. Em vista des- sição estranha aos objetivos que justifique sua própria
ta dicotomia, ressalte-se a lição ministrada por Meireles, existência.
que com maestria definiu: Quanto ao requisitado, destinatário da requisição, a
“A requisição civil visa a evitar danos, à vida, à saúde delimitação ainda se mostra imprecisa por conta de di-
e aos bens da coletividade; a requisição militar objetiva o vergências doutrinárias e jurisprudenciais. Consolidado e
resguardo da segurança interna e a manutenção da So- constitucionalmente expresso é o entendimento de que
berania Nacional. Ambas são cabíveis em tempo de paz, a requisição administrativa pode ter como destinatário
independentemente de qualquer regulamentação legal, os particulares, pessoas naturais ou jurídicas. Todavia,
desde que se apresente uma real situação de perigo pú- não há ainda aceitação pacífica de que uma porção do
blico iminente (inundação, incêndio, sonegação de gêne- Estado possa figurar no pólo passivo da requisição ad-
ros de primeira necessidade, conflito armado, comoção ministrativa.
intestina). Em tempo de guerra, as requisições tanto civis Superada a distinção entre intervenção e requisição,
como militares, devem atender aos preceitos da lei fede- necessária para levar à cabo o estudo ora proposto, sur-
ral específica.” (Meireles, 1989) ge de maneira natural a resposta para o impasse sobre a
Transportando agora a limitação do Direito de Pro- procedência de se ter bens ou serviços públicos figuran-
priedade ao campo infraconstitucional, no que tange do como objeto da Requisição Administrativa. Se o bem
à Requisição podemos proceder, para fins meramente ou serviço público já se encontra utilizado para o mesmo
exemplificativo, uma limitada enumeração de disposi- fim que a Requisição Administrativa propõe utilizar, não
ções que preveem a incidência da requisição em casos há que se falar em requisição, posto que a mudança im-
concretos, seus motivos e suas aplicações. plicará apenas na responsabilidade de gestão. Lado ou-
tro, se o bem ou serviço público se encontra aplicado em
Elementos da Requisição Administrativa desígnio diverso daquele pretendido pelo requisitante,
se sequer possui utilidade ou se encontra disponível, não
A lógica pela qual se opera uma requisição não guar- há motivo que impeça ao menos a hipótese de requi-
da qualquer segredo. De um lado há um requisitante, no sição, mesmo que somente estes requisitos não cons-
qual se presume uma necessidade, e do outro o requi- tituam legitimidade para o ato. Neste ponto, há de ser
sitado, no qual se presume haver o necessário, o objeto lembrado que a finalidade do Estado, considerado como
da requisição. Transportando esta estrutura basilar ao uno ou fracionado em suas porções, não podem ser dis-
campo do Direito Administrativo, a fundamentação do tintas entre si e entre o que espera o cidadão. Se a Re-
instituto será examinada de forma mais satisfatória. Sen- quisição Administrativa fundamenta-se tão somente em
do a requisição administrativa, ela se manifestará como atendimento de uma demanda social, não é razoável que
ato administrativo, possuindo prerrogativas e limitações se impeça o atendimento invocando a inviolabilidade do
próprias de Direito Público, como auto-executoriedade, pacto federativo ou qualquer princípio que só demonstre
caráter obrigatório de atendimento e motivação para fa- efetividade nos tempos em que a demanda não existe.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zê-lo. Aposentando, por instantes, o mundo dos princípios


O requisitante, sujeito ativo da requisição, obrigato- e da legalidade, o que justificaria uma imposição ao
riamente deve ser uma porção do Estado, revestido como particular, que é destinatário por excelência de toda e
tal. Seja a União, Estado, o Distrito Federal, Município, qualquer medida do Estado, ao mesmo tempo em que
Autarquia ou quem lhes faça as vezes, a requisição admi- não justifica a mesma imposição ao próprio Estado não
nistrativa sempre terá como requisitante uma porção do pode ser outra coisa senão uma questão partidária, que
Estado inquirindo em nome próprio algo necessário para se aproveita do clamor público para buscar vantagens
a população, dado que só ela, a população, pode julgar o eleitorais. Admitir a impossibilidade de se requisitar bens
que lhe é necessário e só ele, o Estado, deverá responder e serviços públicos por ato administrativo é o mesmo
pelos efeitos da requisição. que afirmar, em palavras claras, que o Estado pode negar
atendimento ao cidadão.

121
Sabendo que a disposição de bens ou serviços do re- De acordo com o exposto nos argumentos de funda-
quisitado pode constituir verdadeiro gravame, a mesma mentação do instituto e das críticas sobre as divergên-
possibilidade de indenização aplicada ao particular po- cias de conceituação, podemos certamente definir que a
deria figurar nas relações entre os entes federativos na Requisição Administrativa é Ato Administrativo unilateral
medida em que se fundamentassem prejuízos ao públi- e autoexecutório pelo qual o Estado busca em outrem
co, e não ao requisitado. recursos imprescindíveis para atendimento de necessi-
dades públicas, indenizável na medida em que constituir
Conceito efetivo gravame e transitório quando necessário restabe-
lecer o estado anterior de sua incidência.
Por vezes, a simplicidade de compreensão pela qual Ressalva-se, lembrando uma grande lição do adminis-
se revela um instituto jurídico não se encontra refletida trativista Bandeira de Melo, que as palavras são apenas
em sua conceituação. O ocaso seria mais a falta de ho- rótulos que empregamos às coisas, e que as palavras e as
mogeneidade doutrinária nos pontos fundamentais de coisas evoluem com o tempo. Nada é estanque e defini-
definição que a complexidade de exposição. Explica-se: tivo, exceto a própria mudança. Quiçá o legislador esteja
grande parte dos autores peca por não conceituar o ins- agora ou em breve futuro criando uma nova hipótese
tituto de forma que todas as particularidades que a tor- de incidência de Requisição Administrativa, a qual não se
nam singular sejam verificadas. adequaria no conceito aqui exposto. O que se pretendeu,
Diógenes Gasparini, por exemplo, leciona o instituto no entanto, foi apenas proporcionar uma conceituação
como “a utilização, quase sempre transitória e autoexe- mais adequada à aplicação que se confere ao instituto da
cutória, pela Administração Pública, de bens particulares, Requisição Administrativa em nossos tempos.
mediante determinação da autoridade competente, com
ou sem indenização posterior em razão ou não de perigo Elementos Passíveis de Requisição
público”.
Maria Sylvia Zanella di Piettro, em seu turno, ensina O instituto Requisição Administrativa, como obser-
que a Requisição Administrativa seria o “ato administra- vado, pode se manifestar de diversas formas, conside-
tivo unilateral, autoexecutório e oneroso, consistente na rando a redação fundamentalmente principiológica da
utilização de bens ou de serviços particulares pela Admi- carta constitucional e a impossibilidade de se enumerar
nistração, para atender a necessidades coletivas em tem- taxativamente todos os bens e serviços que a Adminis-
po de guerra ou em caso de perigo público iminente”. tração Pública possa vir a requisitar por fundamentada
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, requisição ad- necessidade. Neste sentido, não é mais razoável ou ad-
ministrativa “é o ato pelo qual o Estado, em proveito de missível que a Administração Pública seja incapaz de, em
um interesse público, constitui alguém, de modo unila- um evento que demande serviços ou bens nunca antes
teral e autoexecutório, na obrigação de prestar-lhe um requisitados, seja impedido de atender a população uni-
serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de uma coisa camente por falta de previsão legal.
in natura obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal Destarte, infundada seria a tentativa de elencar e clas-
medida efetivamente acarretar ao obrigado”. sificar todas as possibilidades de Requisição Administra-
Já Raquel Melo Urbano de Carvalho apregoa que Re- tiva de acordo com os diplomas legais que a preveem
quisição Administrativa seria o “ato administrativo que – Requisição “Eleitoral”, Requisição “Militar”, Requisição
consiste na utilização de bens ou de serviços particulares “Aeronáutica” e Requisição “Civil”, por exemplo. Em uma
pela Administração, para atender necessidades coletivas mesma previsão de Requisição Administrativa é prová-
em tempo de guerra ou em caso de perigo público imi- vel apurar diversos objetos de passíveis de requisição,
nente, mediante pagamento de indenização a posteriori”. com efeitos e características diversas. Proceder assim,
Justificando a observação de incompletude, verifica- como até então se procedera, corresponderia um traba-
-se que Gasparini omite os serviços do rol de objetos de lho meramente enciclopédico, resumido em colecionar
requisição e limita o destinatário da requisição ao parti- previsões legais. Já anotamos em momento anterior que
cular. Como se verifica, em casos práticos, é perfeitamen- a qualquer momento poderá surgir uma nova lei ou de-
te aceitável a requisição de serviços prestados por parti- creto que traga em seu bojo uma nova hipótese de re-
culares, e também arguimos ser procedente a requisição quisição.
de bens e serviços públicos desde que não se utilize o O que se verifica, por outro lado, é a possibilidade
instituto para obtenção de fins escusos. Di Piettro, como de traçar características comuns quando se considera a
Gasparini, configura o particular como o único destina- natureza do objeto da requisição como parâmetro de-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tário da Requisição Administrativa, limitando também a limitador da ação e efeitos da requisição. Neste senti-
possibilidade de requisição aos tempos de guerra ou em do, nota-se que a requisição de imóvel particular para se
caso de perigo público iminente. Esta última limitação se estabelecer mesas receptoras de voto e a requisição de
mostra incompatível, por exemplo, com os casos onde a imóvel para que nele sejam ofertados serviços médicos e
administração requisita imóveis para depositar as urnas assistenciais em casos de iminente perigo público identi-
eleitorais e os particulares para exercerem serviços de ficam-se mais entre si do que com serviços de mesário e
mesários. Apesar de a requisição atender a uma deman- profissionais da saúde, respectivamente. Outra categori-
da pública, a necessidade de requisição do imóvel e do zação notada por Pinheiro Madeira diz respeito ao efeito
particular nas eleições em nada se relaciona com tempos que se produz através do ato de requisitar. Assim, “pode-
de guerra ou perigo público iminente. mos identificar a necessária distinção entre os casos de
requisição branda e os de requisição drástica.

122
Na primeira hipótese, o conteúdo da intervenção Vale também mencionar um terceiro exemplo, que
será, coerentemente, leve, restringindo-se ao exercício corresponde à previsão de a “Superintendência Nacional
do poder de uso da propriedade alheia. Já na segunda, do Abastecimento (SUNAB), na qualidade de órgão in-
haverá a transferência plena da propriedade.” cumbido de aplicar a legislação de intervenção do Estado
Diante desse entendimento, analisar-se-á os elemen- no domínio econômico, poderá, quando assim exigir o in-
tos passíveis de requisição de acordo com os critérios teresse público, requisitar bens ou serviços essenciais ao
adotados pelo Código Civil, posto que estes apresentam abastecimento da população. Os proprietários dos bens
condições mais adequadas de exposição e assimilação. ou serviços requisitados (…) serão indenizados em dinhei-
ro, de acordo com os preços previamente fixados pela Su-
Requisições Administrativas de Bens Imóveis perintendência Nacional do Abastecimento (SUNAB), com
base no comportamento normal do mercado.”
De acordo com a redação do Código Civil de 2002,
bens imóveis são o solo e tudo quanto se lhe incorpo- Requisições Administrativas de Bens Móveis
rar natural ou artificialmente. Também são considerados São móveis os bens suscetíveis de movimento pró-
imóveis, para os efeitos legais, os direitos reais sobre prio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
imóveis e as ações que os asseguram e o direito à suces- substância ou da destinação econômico-social. Também,
são aberta. Nota-se, por fim, que não perdem o caráter de acordo com o Código Civil de 2002, consideram-se
de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas móveis para os efeitos legais as energias que tenham va-
conservando a sua unidade, forem removidas para ou- lor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e
tro local e os materiais provisoriamente separados de um as ações correspondentes, os direitos pessoais de caráter
prédio, para nele se reempregarem . Casas, apartamen- patrimonial e respectivas ações. Os materiais destinados
tos, lotes, galpões, clubes, pontos comerciais, fazendas, a alguma construção, enquanto não forem empregados,
chácaras, igrejas, sedes de associações, escolas, estádios conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa
de futebol, casa de espetáculo e tudo aquilo que se pos- qualidade os provenientes da demolição de algum pré-
sa conceituar como imóvel é objeto passível de Requisi- dio. De acordo com estas definições, carros, motos, bici-
ção Administrativa de Bens Imóveis. cletas, armas de particulares com autorização de porte,
Embora não seja vista em todas as previsões legais de ônibus, caminhões, ferramentas, equipamentos, peças,
Requisição Administrativa de Bens Imóveis, a recomen- instrumentos laboratoriais, medicamentos, alimentos,
dação de que se proceda pela requisição de bens imóveis tratores, implementos agrícolas e computadores, por
públicos antes de se buscar por imóveis dos particulares exemplo, são objetos passíveis de Requisição Adminis-
é plausível em todos os casos, desde que a disposição do trativa de Bens Móveis.
imóvel não acarrete gravame desnecessário à população. Exemplos de Requisições Administrativas de Bens
É impensável requisitar um hospital para instalação de Móveis já foram percebidos neste estudo. Notou-se que
urnas quando seria menos danoso requisitar uma escola “para atendimento de necessidades coletivas, urgentes
de propriedade particular. Assim, o que deve ser sem- e transitórias, decorrentes de situações de perigo imi-
pre considerado é o ônus que a requisição implicará ao nente, de calamidade pública ou de irrupção de epide-
povo – se melhor for um imóvel particular, que assim seja mias, a autoridade competente da esfera administrativa
requisitado. correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto
Um dos exemplos clássicos e comuns é a Requisição de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes asse-
Administrativa de Bens Imóveis para Instalação de Zonas gurada justa indenização”. Outro caso de requisição de
Eleitorais, que torna obrigatória e gratuita a cessão de bens móveis foi o da SUNAB, que poderá, “quando assim
uso do imóvel. In verbis, o diploma determina que “fun- exigir o interesse público, requisitar bens ou serviços es-
cionarão as mesas receptoras nos lugares designados senciais ao abastecimento da população”.
pelos juízes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da eleição, Exemplo distinto é o que afigura quando há requi-
publicando-se a designação“, de modo que “dar-se-á sição de bens móveis para o atendimento das necessi-
preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se aos dades decorrentes da realização sufrágio, especialmente
particulares se faltarem aqueles em número e condições veículos automotores para o transporte de urnas recep-
adequadas”, onde a cessão da “propriedade particular toras de voto. Embora a previsão de Requisição Admi-
será obrigatória e gratuitamente cedida para esse fim”. nistrativa inscrita no Código Eleitoral verse apenas sobre
Outras hipóteses de Requisição Administrativa de Bens o imóvel, é comum que os Juízes Eleitorais tratem com
Imóveis encontram-se espalhadas em diplomas esparsos. obrigatoriedade e auto executoriedade as requisições
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um segundo exemplo, que já fora citado neste estudo, é que possuem como objeto um bem móvel, coisa não
a previsão inscrita na Lei 8.080, de 1990, onde seu artigo prevista em lei.
15 impõe que “a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo”, Requisições Administrativas de Bens Semoventes
dentre outras atribuições, “para atendimento de neces- Apesar de soar inusitada, a Requisição Administrati-
sidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de va de Bens Semoventes é uma modalidade possível de
situações de perigo iminente, de calamidade pública ou manifestação e, em um passado não tão distante, fora
de irrupção de epidemias, a autoridade competente da es- utilizada largamente, embora sob forma inteiramente
fera administrativa correspondente poderá requisitar bens desarrazoada. Trata-se de requisição de animais, geral-
e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, mente inquiridos para que sejam utilizados como meio
sendo-lhes assegurada justa indenização”. de transporte e ou fonte de alimentos.

123
Se os juízes eleitorais retiram da legislação eleito- Requisições Administrativas de Serviços
ral, ou do próprio costume, o caráter de obrigatorieda-
de e autoexecutoriedade para aplicar às requisições de O vocábulo serviço pode traduzir-se no sentido de
veículos, analogamente procederia aquele juiz eleitoral ato quando utilizado para designar o exercício de servir
ou presidente de seção quando só lhe restasse animais ou traduzir-se no sentido de efeito quando vier a desig-
como meios de transporte de urnas receptoras de voto. nar o resultado do exercício de servir. Obviamente, ser-
Lembra-se que o que se faz requisitar é a necessidade viço como objeto de requisição só pode ser entendido
de resultado e não o meio em si. Na falta de veículos, como o ato de servir, o que faz o servo.
bons cavalos, por exemplo, poderiam servir como meio Conceituado o sentido adequado da palavra, tratar-
de transporte adequadamente. -se-á de analisar as possibilidades de requisição de ser-
Outra previsão de Requisição Administrativa de Bens viço. A priori, o serviço requisitado, bem como qualquer
Semoventes pode ser perfeitamente retirada do Decre- objeto de requisição, deve ser aquele necessário, direta
to-Lei Nº 2, de 11 de fevereiro de 1966, que autoriza a ou indiretamente, para que se possa suprir a demanda
requisição de bens ou serviços essenciais ao abasteci- social. O serviço deve ser aquele imprescindível para o
mento da população. Alimentos, como bem essencial à atendimento dos anseios da população e nenhuma ou-
população, não pode ser interpretado pela concepção de tra hipótese pode ser admitida. Quando se requisita que
supermercado, se se fossem apenas aqueles presentes alguém venha a constituir a mesa eleitoral, por exemplo,
nas prateleiras e armazéns. Em uma belíssima crônica, o que se requisita é mais o serviço de mesário que a pre-
o jornalista Altino Correia, ex-correspondente dos jor- sença do indivíduo.
nais O Globo, Estadão e Folha de São Paulo, retrata com No direito positivo brasileiro, verifica-se a requisição
maestria a desastrosa política de requisição de semoven- de serviços em diversos diplomas, dos quais alguns ver-
tes promovida pelo então presidente José Sarney: dadeiramente já se encontram sedimentados como obri-
“Foi esse governo que se empenhou e adotou o plano gações naturais dos cidadãos.
de confisco ou requisição de gado para suprir o merca- A Requisição de Serviço Militar pressupõe interesse
do consumidor sob justificativa que faltava carne para
social em manter efetivo militar treinado e disponível
abastecer o mercado. Volpon e Samir Jubran foram os
para suprir eventual necessidade. Como os jovens de
invernistas desta região, relacionados entre as primeiras
sexo masculino com idade entre dezessete e vinte e hum
vitimas dessa ação governamental. Tudo com estarda-
anos desempenhariam melhor a demanda militar pelo
lhaço e mobilização geral dos órgãos e militares, com a
condicionamento físico adequado, ausência de depen-
cobertura dos meios de comunicação.
dentes e necessidade de oportunidade profissional, fez-
Reunidos com os colegas de imprensa, rádio e televi-
-se obrigatório que todo homem se aliste no Serviço Mi-
são ficamos à espera dos coordenadores do movimento
que se deslocaram de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro litar ao completar dezoito anos. Note-se que, consoante
até Presidente Prudente, abrindo e centralizando a movi- à justificativa de necessidade social, prevê o §2º do art.
mentação nacional. A reunião decisiva acontecia num Ho- 6º desta mesma lei que “em caso de interesse nacional,
tel situado no centro da cidade, e a ordem era: aguardar a dilação do tempo de Serviço Militar dos incorporados
a deliberação de partida para a Fazenda Nova Damasco além de 18 (dezoito) meses poderá ser feita mediante
em Narandiba, a poucos kms. de Prudente. Enquanto isso, autorização do Presidente da República”.
outro grupo partia para a região noroeste do estado, e um Não caberia aqui ser objeto de estudo questiona-
terceiro para o sudoeste paranaense. Tudo era classificado mentos acerca da necessidade de se manter a obrigato-
como confidencial até a hora do deslocamento. riedade do serviço militar. Todavia, faz-se necessária uma
Quando chegamos a Fazenda do empresário Samir breve anotação sobre a evolução histórica do Serviço
Jubran, tido como um dos maiores pecuaristas do Brasil Militar no Brasil, divulgado no site das forças armadas:
(com um criatório de mais de cem mil cabeças de gado), lá “O Serviço Militar Obrigatório surgiu, no BRASIL,
estava o próprio fazendeiro esperando pela chegada dos quando o sistema administrativo adotado era o das Ca-
homens do Sarney, juntamente com os militares incumbi- pitanias Hereditárias e buscava permitir a defesa contra
dos da requisição de bois gordos e toda a imprensa. os inimigos estrangeiros e índios rebeldes. Assim, em 09
Da sacada de sua mansão, e com o avião bi-motor ao de setembro de 1542, na Câmara de São Vicente, foi pro-
lado da sede da fazenda, Samir Jubran nos acolheu ca- mulgado um “Termo”, organizando uma milícia formada
valheirescamente dizendo: “Por quê vocês não avisaram por colonos e índios.
que vinham para cá? Se assim o fizessem, eu mandaria Em 1574, a “Provisão sobre as Ordenanças”, segundo
até preparar um churrasco para recebê-los, embora não alguns autores, assinalou o início da regulamentação so-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tenha tantos bois gordos como muitos imaginam. Mas bre a prestação do Serviço Militar, pois todo o cidadão,
para um churrasco dessa categoria, se dá um jeitinho. E entre quatorze e sessenta anos, era obrigado a servir nas
foi direto ao assunto: Se vocês estão à procura de bois Companhias de Ordenanças.
gordos perderam a viagem. Aqui só tenho novilhas que No Império e após a Independência, foi reafirmada
terão de esperar pelo menos dois anos para ficar em a obrigatoriedade do Serviço Militar, na Constituição de
ponto de corte. Mas se quiserem requisitar assim mes- 1824:
mo, não tem problema. O prejuízo vai ser meu e do povo “Art. 145. Todos os brasileiros são obrigados a pegar
brasileiro também, que ficará sem carne no futuro”. Aí, em armas para sustentar a independência, a integri-
os homens do Sarney botaram a viola no saco e partiram dade do Império e defendê-lo de seus inimigos.”
para outras investidas demagógicas, longe dos domínios
de Presidente Prudente”. (Correia, 2007)

124
Após 1880, foi estabelecida norma, que perdura até Em hipótese diversa, pode a própria natureza da re-
hoje, na qual a admissão em Serviço Público só poderia quisição, mesmo sem necessariamente acarretar gravame,
ser feita se o cidadão provasse ter cumprido as obriga- ensejar recompensa pelo seu adequado atendimento.
ções militares. Por mais que sejam diversas as motivações e os obje-
OLAVO BILAC, nos anos de 1915 e 1916, desencadeou tos de requisição, o que se deve notar é a justeza da in-
campanha, pregando a necessidade do Serviço Militar, denização ou recompensa, que se traduz na impossibili-
como preito de amor à Pátria, e o Quartel, como escola dade de se atribuir um quantum além ou aquém daquilo
de civismo. que é devido, se verdadeiramente for devido. Há de ser
Como justa e merecida homenagem, OLAVO BILAC encontrado um equilíbrio entre o ônus do requisitado e
foi escolhido o Patrono do Serviço Militar e a data de seu o dever de retribuição do contribuinte. Por conseguinte,
nascimento – 16 de dezembro – consagrada como o Dia a abstração do instituto de indenização que se verifica na
do Reservista. maior parte das leis que regulam requisições é necessária
Após leis e decretos editados em 1918, 1920, 1939 e para que o critério seja baseado única e exclusivamente
1946, a Lei do Serviço Militar foi finalmente promulgada no caso concreto. Neste sentido, requisição de bens e
em agosto de 1964, entrando em vigor no dia 20 de ja- serviços, prevista na lei 8.080 de 1990, para atendimento
neiro de 1966, com a publicação de seu Regulamento. de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decor-
A Constituição Federal de 1988 confirmou a obrigato- rentes de situações de perigo iminente, de calamidade
riedade do Serviço: pública ou de irrupção de epidemias, assegura apenas
“Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da justa indenização, sem necessária valoração prévia.
lei.” (Ministério da Defesa in Serviço Militar – Histórico, Alguns dispositivos legais, entretanto, já tratam pre-
2008) ventivamente a possibilidade de indenização. O Código
Diante da anotação, não é forçoso concluir que a ne- Eleitoral, por exemplo, confere caráter de gratuidade à
cessidade de se manter um efetivo militar fundou-se, em cessão de uso de imóvel. Já se fez cultura das sociedades
seu primeiro momento, em razões que em nossa atua- democráticas atribuírem ao dia do sufrágio a prescrição
lidade não haveria espaço. Formou-se uma milícia para
do trabalho, como instituição de feriado. Assim, pressu-
aniquilar a resistência indígena à exploração do homem
pondo a ausência da atividade laboral nas nos imóveis
branco.
requisitados, o ínfimo risco de dano ao patrimônio e o
A Requisição de Serviço Eleitoral, por seu turno, re-
atendimento de um interesse coletivo em se abrigar as
mete-se à execução de procedimentos adequados para
seções eleitorais, não seria justificada qualquer indeni-
a realização de sufrágio e que não podem ser realizados
zação.
pela Administração Pública. Presumem-se necessários,
Sobre materialidade da indenização ou recompensa,
para a realização do sufrágio, aqueles serviços presta-
é importante notar que ela pode se manifestar por vias
dos pelo presidente da seção eleitoral, pelos mesários e
secretários. Seja pelo número insuficiente de servidores, distintas da pecuniária. Na Requisição de Serviços Eleito-
seja pela necessidade de instituir cidadãos comuns nestas rais, é garantido o direito de folga no trabalho, público
funções para que sejam executadas de forma imparcial e ou privado, pelo dobro de dias servidos para a realização
sem vícios, o Código Eleitoral brasileiro confere obriga- do sufrágio. Não há, neste caso, pagamento em dinheiro.
toriedade para a execução deste serviço para aqueles re- O que se procede ao caso é uma verdadeira analogia à
quisitados a realizar. Com efeito, a recepção dos votos de previsão de descanso obrigatório do trabalhador, Direito
todos os eleitores, as decisões sobre todas as dificuldades Constitucionalmente garantido[44], duplicada em uma
ou dúvidas que ocorrerem, a manutenção da ordem em espécie de recompensa pelo serviço prestado ao mesmo
todas as seções eleitorais e o transporte das urnas recep- tempo em que corresponde incentivo ao atendimento
toras de votos constituem serviços que não poderiam ser da requisição. Ocorre, porém, um descontentamento por
atendidos apenas com os servidores da Justiça Eleitoral. parte dos empregadores ao se verem obrigados a con-
A Requisição de Serviço de Assistência em Resgate cederem folga aos funcionários e, como observa Priscila
também é outra modalidade de Requisição Administrati- Magalhães, jornalista do periódico eletrônico juiz-forano
va de Serviço prevista no Código Brasileiro de Aeronáuti- Acessa:
ca, e corresponde à obrigatoriedade de todo Comandan- “a diretora do Foro Eleitoral, Maria Lúcia Cabral Caru-
te de navio, no mar, e qualquer pessoa, em terra, a pres- so, teme que a Lei seja descumprida por alguns empre-
tar assistência a quem estiver em perigo de vida, mesmo sários. “Na reunião que tivemos com os mesários, alguns
que esta assistência constitua simples informação, em reclamaram que os patrões não queriam dar a folga”.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

consequência de queda ou avaria de aeronave, desde Outro problema, segundo ela, é que a Lei não estabelece
que o possam fazer sem risco para si ou outras pessoas. prazo para seu cumprimento. “Isso faz com que alguns
patrões queiram prorrogar os dias de folga”, critica ela.
Indenização Diante das reclamações, ela se comprometeu a divul-
A Requisição Administrativa é uma verdadeira possi- gar uma nota esclarecedora, o que vai ser feito se os me-
bilidade de prejuízo ao requisitado. Seja ele um particu- sários encontrarem dificuldades para conseguir folga. “É
lar ou o próprio Estado, como acreditamos, o requisitado um incentivo ao trabalho dos mesários. Os empresários
pode ter o seu bem avariado, bem como o tempo em são obrigados a liberar seus funcionários”. E ressalta a
que a coisa permaneceu fora de seu domínio ou o pe- importância dos voluntários. “Sem eles não seria possível
ríodo durante o qual exerceu o serviço requisitado pode realizar a eleição”.
significativamente contribuir para eventual gravame.

125
O patrão que resistir pode responder por crime de Art. 63. O pagamento da remuneração será obrigató-
desobediência. Maria Lúcia aconselha que, neste caso, rio para quem usar aeronave sem o consentimento do
os mesários recorram ao Ministério Público do Trabalho seu proprietário ou explorador.
para ver que tipo de providência vai ser adotada.” (Ma- Parágrafo único. Provada a negligência do proprietá-
galhães, 2008) rio ou explorador, estes responderão, solidariamente,
Outra hipótese exemplificativa de indenização obser- pela remuneração.
vada em lei é a inscrita na Lei nº 7.565 de 1986, na qual se Art. 64. A remuneração poderá ser reduzida ou supri-
enumera diversas observações acerca do procedimento mida se provado que:
e que, por conta da sua singularidade, faz-se necessária a I – os reclamantes concorreram voluntariamente ou
completa transcrição: por negligência para agravar a situação de pessoas ou
“Art. 57. Toda assistência ou salvamento prestado com bens a serem socorridos;
resultado útil dará direito à remuneração correspon- II – se, comprovadamente, furtaram ou tornaram-se
dente ao trabalho e à eficiência do ato, nas seguintes cúmplices de furto, extravio ou atos fraudulentos.
bases: Art. 65. O proprietário ou explorador da aeronave que
I – considerar-se-ão, em primeiro lugar: prestou socorro pode reter a carga até ser paga a cota
a) o êxito obtido, os esforços, os riscos e o mérito da- que lhe corresponde da remuneração da assistência
queles que prestaram socorro; ou salvamento, mediante entendimento com o pro-
b) o perigo passado pela aeronave socorrida, seus pas- prietário da mesma ou com a seguradora.”
sageiros, sua tripulação e sua carga; Por fim, conclui-se fundamental a comprovação do
c) o tempo empregado, as despesas e prejuízos supor- dano ou prejuízo advindo como efeito da requisição de
tados tendo em conta a situação especial do assisten- qualquer caso de Requisição Administrativa, quando ca-
te. bível for a indenização. Também, o caráter unilateral da
II – em segundo lugar, o valor das coisas recuperadas. requisição não se estende à indenização. É necessário
§ 1° Não haverá remuneração: que o requisitado tenha direito a participar do processo
a) se o socorro for recusado ou se carecer de resultado de indenização, embora não tenha direito de fixar, a seu
útil; critério, o valor que lhe cabe.
b) quando o socorro for prestado por aeronave públi- O quantum da indenização deve atender aquilo que
ca. se considera razoável na região em que foi demandada
§ 2° O proprietário ou armador do navio conserva o a requisição. Não seria aceitável que o Estado indeni-
zasse o valor de um bem destruído durante a utilização
direito de se prevalecer do abandono, ou da limitação
valendo-se de parâmetros econômicos diverso daquele
de responsabilidade fixada nas leis e convenções em
espaço. Alguns bens e serviços podem ter o valor mul-
vigor.
tiplicado quando comparadas diferentes regiões de
Art. 58. Todo aquele que, por imprudência, negligência
fornecimento. Combustível, alimentos e veículos, como
ou transgressão, provocar a movimentação desneces-
exemplo, possuem valores diversos em cada região. Se
sária de recursos de busca e salvamento ficará obri-
circunstâncias alheias ao fato não impuserem o contrário,
gado a indenizar a União pelas despesas decorrentes
a Administração Pública deverá proceder a uma tomada
dessa movimentação, mesmo que não tenha havido
de preços limitada ao espaço correspondente no sentido
perigo de vida ou solicitação de socorro. de verificar o valor adequado à indenização. Nota-se, em
Art. 59. Prestada assistência voluntária, aquele que a outro sentido, que em qualquer hipótese de indeniza-
prestou somente terá direito à remuneração se obtiver ção ou recompensa deve o Estado justificar o motivo e o
resultado útil, salvando pessoas ou concorrendo para quantum para que a combinação requisição-indenização
salvá-las. não venha a se transformar em instrumento de desvios
Art. 60. Cabe ao proprietário ou explorador indenizar de recursos públicos.
a quem prestar assistência a passageiro ou tripulante
de sua aeronave. Extinção
Art. 61. Se o socorro for prestado por diversas aero-
naves, embarcações, veículos ou pessoas envolvendo Uma das características que definem a Requisição Ad-
vários interessados, a remuneração será fixada em ministrativa como tal é a temporalidade da utilização do
conjunto pelo Juiz, e distribuída segundo os critérios bem ou serviço requisitado. Quando não mais se verifica
estabelecidos neste artigo. a necessidade que motivou a requisição ou quando atin-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1° Os interessados devem fazer valer seus direitos à gido o tempo estabelecido para a prestação de deter-
remuneração no prazo de 6 (seis) meses, contado do minado serviço, não mais se justifica a continuidade do
dia do socorro. atendimento à requisição e esta extinguirá.
§ 2° Decorrido o prazo, proceder-se-á ao rateio. Na requisição de bens e serviços para a consecução
§ 3° Os interessados que deixarem fluir o prazo esta- do sufrágio, a requisição extingue-se quando o objeto
belecido no § 1° sem fazer valer seus direitos ou no- requisitado não mais serve para o atendimento da de-
tificar os obrigados, só poderão exercitá-los sobre as manda. Após o do período de votação em determinada
importâncias que não tiverem sido distribuídas. seção e a realização do transporte das urnas e dos votos
Art. 62. A remuneração não excederá o valor que os ao ponto determinado, o serviço dos indivíduos e veícu-
bens recuperados tiverem no final das operações de los requisitados para aquele local e finalidade, respecti-
salvamento. vamente, não mais contribuem para o sufrágio.

126
Do mesmo modo, os serviços médicos requisitados Processo Administrativo – Lei nº 9.784/1999
para o atendimento de assistência à população imersa
em epidemia não fazem sentido quando a população se O devido processo legal simboliza a obediência as
encontrar imune ou curada da enfermidade. No serviço normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia
Militar, por sua vez, a necessidade de se ter um contin- constitucional concedida a todos os administrados, as-
gente treinado e disponível não cessa. O que cessa é o segurando um julgamento justo e igualitário, assegu-
período determinado como obrigatório para que o indi- rando a expedição de atos administrativos devidamente
víduo elenque o efetivo militar. motivados bem como a aplicação de sanções em que se
Para concluirmos, a Requisição Administrativa é um tenha oferecido a dialeticidade necessária para carac-
instituto de primeira grandeza para tempestivo atendi- terização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais
mento social e o mais adequado para casos onde o pró- já tem demonstrado essa posição no sistema brasileiro,
prio Estado não desempenharia função de forma satisfató- qual seja, de defesa das garantias constitucionais proces-
ria. Apesar de se manifestar como imposição de ordem ou suais no sentido de conceder ao cidadão a efetividade
restrição de direito ao particular, a requisição fundamen- de seus direitos.
tada e bem operada pode ser utilizada como ferramenta Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos
de amparo social em situações de demanda pública. cidadãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia
Fundamentaram-se os elementos intrínsecos à Re- destes. Nesse desiderato, o princípio do devido processo
quisição Administrativa, peças que a compõe, que lhe legal ou, também, princípio do processo justo, garante a
conferem movimento e que são próprias da seara admi- regularidade do processo, a forma pela qual o processo
nistrativa. Todavia, a inscrição constitucional na qual se deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados
fundamenta o instituto, in verbis: “no caso de iminente os atos processuais e administrativos.
perigo público, a autoridade competente poderá usar de Cabe ressaltar que o princípio do devido processo le-
propriedade particular, assegurada ao proprietário inde- gal resguarda as partes de atos arbitrários das autorida-
nização ulterior, se houver dano”, acabou por trazer à luz
des jurisdicionais e executivas.
questionamentos acerca da parte requisitada, tema de
O processo é composto de fases e atos processuais,
ampla discussão por sugerir que o manuseio inadequado
que devem ser rigorosamente seguidos, viabilizando as
da requisição poderia encobrir objetivos nefastos. No-
partes a efetividade do processo, não somente em seu
tou-se, entretanto, que a polêmica instaurada dizia mais
aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu es-
respeito à intervenção do que a própria requisição, coisa
copo social, ético e econômico. Razão pela qual, pode-se
esta que se discutiu com satisfatória segurança. Apesar
afirmar que o princípio do devido processo legal reúne
de a Corte Suprema delimitar o entendimento de que
improcedente seria a requisição que trouxesse como em si todos os demais princípios processuais, de modo
destinatário outra esfera pública, não há que se negar a assegurar o cumprimento dos princípios constitucio-
que a imperativa equação entre necessidade e possibili- nais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um
dade não pode ser soterrada por argumentos principio- Estado Democrático de Direito, no qual o povo não se
lógicos alheios ao plano fático. Assim, a despeito de o sujeita a imposição de decisões, mas participa ativamen-
entendimento dominante impossibilitar amparo social te destas.
feito por uma esfera administrativa requisitando coisa de Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do
esfera alheia, fundamentou-se a crença de ser necessária público, mediante processo justo, e mediante a seguran-
a ampliação da interpretação do dispositivo constitucio- ça dos trâmites legais do processo.
nal no sentido de se possibilitar a coisa pública ser objeto
de requisição. Autotutela administrativa: Vigora no Brasil o siste-
Também, foi proposta uma conceituação alternativa ma de jurisdição única, insculpido no art. 5º, XXXV, da
do instituto, de forma mais adequada à sua aplicação CF, pelo qual detém o Poder Judiciário competência para
prática, demonstrando as omissões e inconformidades decidir com força de definitividade quaisquer litígios tra-
que até então foram apregoados. De então foi sugerida a zidos à sua apreciação, inclusive os de caráter adminis-
classificação dos objetos de requisição, que se dá através trativo.
dos critérios próprios dos civilistas, dada a inadequação Em complemento a esse sistema existe o poder-dever
de se enumerar e classificar o instituto de acordo com de a própria Administração exercer o controle de seus
suas previsões legais, tema a tema, diploma a diploma. atos, no que se denomina autotutela administrativa ou
Finalizando o estudo, foram tratados os assuntos pró- princípio da autotutela. No exercício deste poder-dever,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

prios da extinção e indenização da Requisição Administra- a Administração, atuando por provocação do particular
tiva, onde se trouxe exemplos práticos e observações críti- ou de ofício, reaprecia os atos produzidos em seu âmbi-
cas, até então não operadas pela maior parte dos manuais. to, análise que pode incidir sobre a legalidade do ato ou
Conclui-se, lado outro, que a Requisição Adminis- quanto ao seu mérito.
trativa é um tema que guarda ainda muito espaço para Na primeira hipótese – análise do ato quanto à sua
maturação doutrinária e praxista, de modo que o melhor legalidade - a decisão administrativa pode ser no sentido
estudo que se pudesse proceder ainda seria insuficien- de sua conformidade com a ordem jurídica, caso em que
te diante das possibilidades de aplicação que o instituto o ato terá confirmada sua validade; ou pela sua descon-
reserva em um momento em que paradigmas se tornam formidade, caso em que o ato será anulado.
passado diante de eminentes necessidades.13
13 Fonte: www.jurisciencia.com

127
Na segunda hipótese – análise do ato quanto ao seu Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos
mérito -,poderá a Administração decidir que o ato per- cidadãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia
manece conveniente e oportuno com relação ao interes- destes. Nesse desiderato, o princípio do devido processo
se público, caso em que permanecerá eficaz; ou que o legal ou, também, princípio do processo justo, garante a
ato não se mostra mais conveniente e oportuno, caso em regularidade do processo, a forma pela qual o processo
que será revogado pela Administração. deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados
Percebe-se que a autotutela administrativa é mais os atos processuais e administrativos.
ampla que a jurisdicional em dois aspectos. Em primei- Cabe ressaltar que o princípio do devido processo le-
ro lugar, pela possibilidade da Administração reapreciar gal resguarda as partes de atos arbitrários das autorida-
seus atos de ofício, sem necessidade de provocação do des jurisdicionais e executivas.
particular, ao contrário do Judiciário, cuja atuação pres- O processo é composto de fases e atos processuais,
supõe necessariamente tal manifestação (princípio da que devem ser rigorosamente seguidos, viabilizando as
inércia); por segundo, em função dos aspectos do ato partes a efetividade do processo, não somente em seu
que podem ser revistos, já que a Administração poderá aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu es-
reanalisá-los quanto à sua legalidade e ao seu mérito, ao copo social, ético e econômico. Razão pela qual, pode-se
passo que o Judiciário só pode apreciar, em linhas gerais, afirmar que o princípio do devido processo legal reúne
a legalidade do ato administrativo. em si todos os demais princípios processuais, de modo
O princípio da autotutela sempre foi observado no a assegurar o cumprimento dos princípios constitucio-
seio da Administração Pública, vejamos o teor da Súmula nais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um
nº 473 do STF: Estado Democrático de Direito, no qual o povo não se
sujeita a imposição de decisões, mas participa ativamen-
A Administração pode anular seus próprios atos quan- te destas.
do eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de público, mediante processo justo, e mediante a seguran-
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos ad- ça dos trâmites legais do processo.
quiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação ju-
dicial. Autotutela administrativa: Vigora no Brasil o siste-
ma de jurisdição única, insculpido no art. 5º, XXXV, da
A Lei 9.784/99 regula o processo administrativo no CF, pelo qual detém o Poder Judiciário competência para
âmbito da Administração Federal direta e indireta (au- decidir com força de definitividade quaisquer litígios tra-
tarquias, fundações, etc.). Destina-se, assim, prioritaria- zidos à sua apreciação, inclusive os de caráter adminis-
trativo.
mente, ao Poder Executivo, onde se concentra boa parte
Em complemento a esse sistema existe o poder-dever
da chamada função administrativa. Não obstante, seus
de a própria Administração exercer o controle de seus
preceitos também se aplicam aos órgãos dos Poderes Le-
atos, no que se denomina autotutela administrativa ou
gislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
princípio da autotutela. No exercício deste poder-dever,
de função administrativa.
a Administração, atuando por provocação do particular
Trata-se de lei genérica, vocacionada a conviver com
ou de ofício, reaprecia os atos produzidos em seu âmbi-
leis que disciplinam procedimentos específicos, tais
to, análise que pode incidir sobre a legalidade do ato ou
como a Lei de Licitações (Lei 8.666/93), a Lei de Processo quanto ao seu mérito.
Disciplinar (Lei 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores Na primeira hipótese – análise do ato quanto à sua
Públicos Civis da União), Lei de Desapropriação (Decreto- legalidade - a decisão administrativa pode ser no sentido
-lei 3.365/41). Ou seja, é lei processual genérica, aplicável de sua conformidade com a ordem jurídica, caso em que
sempre que inexistir processo específico. o ato terá confirmada sua validade; ou pela sua descon-
É imprescindível a leitura da Lei 9.784/99, para os formidade, caso em que o ato será anulado.
candidatos a concursos que exigem o conhecimento do Na segunda hipótese – análise do ato quanto ao seu
processo administrativo, vejamos: mérito -,poderá a Administração decidir que o ato per-
manece conveniente e oportuno com relação ao interes-
O devido processo legal simboliza a obediência as se público, caso em que permanecerá eficaz; ou que o
normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia ato não se mostra mais conveniente e oportuno, caso em
constitucional concedida a todos os administrados, as- que será revogado pela Administração.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

segurando um julgamento justo e igualitário, assegu- Percebe-se que a autotutela administrativa é mais
rando a expedição de atos administrativos devidamente ampla que a jurisdicional em dois aspectos. Em primei-
motivados bem como a aplicação de sanções em que se ro lugar, pela possibilidade da Administração reapreciar
tenha oferecido a dialeticidade necessária para carac- seus atos de ofício, sem necessidade de provocação do
terização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais particular, ao contrário do Judiciário, cuja atuação pres-
já tem demonstrado essa posição no sistema brasileiro, supõe necessariamente tal manifestação (princípio da
qual seja, de defesa das garantias constitucionais proces- inércia); por segundo, em função dos aspectos do ato
suais no sentido de conceder ao cidadão a efetividade que podem ser revistos, já que a Administração poderá
de seus direitos. reanalisá-los quanto à sua legalidade e ao seu mérito, ao
passo que o Judiciário só pode apreciar, em linhas gerais,
a legalidade do ato administrativo.

128
O princípio da autotutela sempre foi observado no Alcance e objetivos da Lei Geral do Processo Ad-
seio da Administração Pública, vejamos o teor da Súmula ministrativo.
nº 473 do STF:
A Administração pode anular seus próprios atos quan- O Alcance e os objetivos da lei em foco estão muito
do eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles bem delineados logo no seu art. 1o, Capítulo I, das Dis-
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de posições Gerais.
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos ad- “Art. 1º. Esta Lei estabelece normas básicas sobre o
quiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação ju- processo administrativo no âmbito da Administração
dicial. Federal direta e indireta, visando, em especial, à prote-
A Lei 9.784/99 regula o processo administrativo no ção dos direitos dos administrados e ao melhor cum-
âmbito da Administração Federal direta e indireta (au- primento dos fins da Administração.
tarquias, fundações, etc.). Destina-se, assim, prioritaria- § 1º. Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
mente, ao Poder Executivo, onde se concentra boa parte
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
da chamada função administrativa. Não obstante, seus
quando no desempenho de função administrativa.
preceitos também se aplicam aos órgãos dos Poderes Le-
§ 2º. Para os fins desta Lei, consideram-se:
gislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
de função administrativa. I - órgão - a unidade de atuação integrante da estru-
Trata-se de lei genérica, vocacionada a conviver com tura da Administração direta e da estrutura da Admi-
leis que disciplinam procedimentos específicos, tais nistração indireta;
como a Lei de Licitações (Lei 8.666/93), a Lei de Processo II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso-
Disciplinar (Lei 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores nalidade jurídica;
Públicos Civis da União), Lei de Desapropriação (Decreto- III - autoridade - o servidor ou agente público dotado
-lei 3.365/41). Ou seja, é lei processual genérica, aplicável de poder de decisão.
sempre que inexistir processo específico. Como se vê, ao estabelecer normas básicas sobre o
Com a publicação da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro processo administrativo no âmbito da Administração Fe-
de 1999, é que veio se dispor sobre preceitos basilares deral direta e indireta, o diploma em estudo preceitua
para o processo administrativo na esfera da Administra- que o seu primordial objetivo é de oferecer proteção dos
ção Pública Federal, direta e indireta, visando à proteção direitos dos administrados e o melhor cumprimento dos
dos direitos dos administrados e a melhor execução dos fins da Administração. Essa norma contém a previsão de
fins da Administração Pública. A sua vigência foi imedia- seu aproveitamento, também, no domínio dos Poderes
ta, seguindo-se à publicação em 1º. de fevereiro de 1999. Legislativo e Judiciário da União, quando estes venham
Até há pouco tempo não existia no Brasil legislação a desempenhar a função administrativa. Assim é de se
que tratasse do procedimento administrativo e que re- prever a considerável autoridade e repercussão que terá
gulasse os atos produzidos no âmbito da Administração a Lei 9.784/99, consistindo, genuinamente, em Lei Geral
Pública. do Processo Administrativo.
A Lei n° 9.784/1999 encontra paralelo no Direito O Dispositivo legal supra transcrito faz, nos seus in-
Comparado no Código do Procedimento Administrati- cisos I a III, do seu §2°, a conceituação d93o que sejam
vo Português (Decreto-Lei nº. 6/96, de 31 de janeiro de órgão, entidade e autoridade.
1996), que lhe antecede, mas cabe o registro, ainda, da Como órgão ela conceitua como sendo a unidade de
Lei Complementar nº 33, de 26 de dezembro de 1996, atuação integrante da estrutura da Administração direta
que trata do Código de Organização e de Procedimento
e da estrutura da Administração indireta; como entidade
da Administração Pública do Estado de Sergipe. Esta Lei
a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
passou muito tempo olvidada, não sendo alvo, pelo que
e, por fim, autoridade como sendo o servidor ou agente
se sabe, de nenhum estudo doutrinário acerca da maté-
ria. Cabe registro, também, a publicação da Lei paulista público dotado de poder de decisão.
n° 10.177, de 30 de dezembro de 1998, que regula o pro-
cesso administrativo no âmbito da Administração Pública Princípios e critérios do Procedimento Adminis-
no Estado de São Paulo, e precedeu o diploma federal trativo.
em cerca de trinta dias.
Esse diploma federal, a Lei Geral do Processo Adminis- A doutrina existente até há pouco tempo sobre pro-
trativo, como passou a ser chamada a Lei nº 9.784/1999, cesso administrativo e administração pública enumerava,
é alvo de especial importância, uma vez que tem influên- com ligeiras mutações, os seguintes princípios que lhes
cia nos mais variados procedimentos administrativos são aplicáveis: legalidade, informalidade, moralidade,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

hodiernamente regulados em leis especiais de aplicação publicidade e eficiência, além dos princípios da ampla
mais ou menos restrita, a exemplo do Regime Jurídico defesa e contraditório . A Lei 9.784/1999 adicionou ao rol
Único (RJU), em suas disposições relativas ao procedi- já conhecido outros princípios, a saber: finalidade, mo-
mento administrativo disciplinar; do processo adminis- tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
trativo fiscal (PAF), sistematizando o procedimento de segurança jurídica, interesse público e eficiência.
consulta fiscal e defesa do contribuinte; dos dispositivos
sobre recursos administrativos previstos pela Lei de li- São vários, então, os princípios elencados pela Lei Ge-
citações; do Código Nacional de Trânsito, quando trata ral do Processo Administrativo apresentados no seu art.
das sanções e penalidades administrativas a que estão 2o.
sujeitos os condutores de veículos automotores, para
mencionar alguns.

129
“Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre Principio da Legalidade.
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, moti-
vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, O art. 37, caput, da Constituição pátria, preceitua
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, inte- que um dos princípios norteadores da Administração é
resse público e eficiência. o da Legalidade, sob pena de o administrador público
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão ser responsabilizado por esta violação. A eficácia de todo
observados, entre outros, os critérios de: desempenho da administração pública tem dependência
I - atuação conforme a lei e o Direito; da Lei, não há liberdade ou vontade pessoal do adminis-
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a trador  o que importa é a obediência aos ditames e re-
renúncia total ou parcial de poderes ou competências, gras previstas no direito positivo, por isso que, referir-se
salvo autorização em lei; ao princípio da legalidade é mencionar o total condicio-
III - objetividade no atendimento do interesse público, namento do administrador à pretensão da Lei.
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; O insigne mestre administrativista HELY LOPES MEI-
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de- RELLES , ao discorrer sobre o que significa o princípio da
coro e boa-fé; legalidade, leciona que “o administrador público está, em
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal- toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
da lei, e às exigências do bem-comum, e deles não se
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição
pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido
de obrigações, restrições e sanções em medida supe-
e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal,
rior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
conforme o caso”. A força de toda atividade administra-
do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito tiva, assim, estaria dependente ao atendimento da lei,
que determinarem a decisão; não possuindo, como se disse, nenhuma liberdade nem
VIII - observância das formalidades essenciais à ga- vontade pessoal do administrador público, posto ser de
rantia dos direitos dos administrados; ordem pública a lei administrativa.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propi- O controle dos atos da Administração Pública é uma
ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito exigência do princípio da legalidade, nos precisos termos
aos direitos dos administrados; do art. 5º, II, da Magna Carta pátria. Isso já tinha me-
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen- recido atenção especial do conspícuo MIGUEL SEABRA
tação de alegações finais, à produção de provas e à FAGUNDES nos idos dos anos 1950 . Segundo ele “todas
interposição de recursos, nos processos de que possam as atividades da Administração Pública são limitadas pela
resultar sanções e nas situações de litígio; subordinação à ordem jurídica, ou seja, à legalidade. O
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, procedimento administrativo não tem existência jurídica
ressalvadas as previstas em lei; se lhe falta, como fonte primária, um texto de lei. Mas
XII - impulsão, de oficio, do processo administrativo, não basta que tenha sempre por fonte a lei. É preciso,
sem prejuízo da atuação dos interessados; ainda, que se exerça segundo a orientação dela e dentro
XIII - interpretação da norma administrativa da forma os limites nela traçados”
que melhor garanta o atendimento do fim público a A Lei Geral do Processo Administrativo determina que
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova in- o administrador aja conforme a Lei e o Direito, devendo a
terpretação”. interpretação da norma administrativa ser da forma que
Preceitua o caput do artigo supra transcrito, como se garanta o atendimento ao cidadão, como se observa do
vê, que a Administração Pública obedecerá, dentre ou- preceituado no seu art. 2º, parágrafo único, I e XIII.
tros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de- Princípio da Finalidade.
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência. Embora não expressamente citados na lei, A finalidade do ato é seu intento finalístico. Todo ato
a administração também deve obediência aos princípios administrativo procura obter uma finalidade de interesse
da publicidade, da oficialidade, do informalismo e da im- da administração pública. Tem-se que o princípio da fina-
pessoalidade. No entanto, este trabalho tecerá comentá- lidade exige que o ato seja praticado sempre com finali-
rios somente sobre os explicitamente citados no art. 2o  dade pública. O administrador fica impedido de procurar
do referido diploma legal. outro fim ou de praticá-lo em seu próprio interesse ou
Embora tenha trazido para o seu texto boa parte dos em interesse de terceiros. Este princípio, o da finalidade,
princípios que regem a administração pública do mundo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

proíbe que o ato administrativo venha a ser praticado


civilizado, o legislador teria trazido uma melhor contri-
sem interesse público ou conveniência para a adminis-
buição se não tivesse esquecido de elencar, no meio de-
tração, mirando exclusivamente a atender interesses pri-
les, o princípio da celeridade, não obstante figurar na lei
vados, por favoritismo ou acossamento dos agentes da
vários outros dispositivos a referência aos prazos que de-
administração pública. O administrador, ao agir contra
verão ser cumpridos pelo administrador e administrado.
Por seu turno, o parágrafo único do mesmo disposi- este princípio, estará revelando o seu desvio de condu-
tivo legal, enumera exaustivamente os critérios a serem ta, o que virá a constituir-se numa das modalidades de
observados no âmbito da administração pública. Não se abuso de poder.
deve olvidar, contudo, que muitos desses critérios já es-
tão implicitamente contidos naqueles princípios que nor-
teiam a administração pública.

130
Princípio da Motivação. Leciona HUMBERTO THEODORO JÚNIOR , que ?é no
O art. 93, IX da CF/88 prevê que todos os julgamentos princípio da razoabilidade que cada vez mais se busca
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda- identificar o limite da lei, que haverá de balizar o terreno
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Na onde deverá atuar a interpretação judicial. Assim, embo-
lei sob exame, esse mesmo princípio é consagrado ao ra não se possa recusar ao juiz uma atividade criativa,
estabelecer ela, no seu art. 2o, VII, bem como no seu ca- para individualizar a norma genérica da lei, é imperativa
pítulo XII, que a decisão do administrador deverá ter a sua submissão à ordem jurídica?.
indicação dos pressupostos de fato e de direito que a Na lei sob comento, o princípio da razoabilidade é
determinarem, bem como os atos administrativos deve- encontrado no art. 2o, parágrafo único, VI, ao estabelecer
rão ser motivados, com indicação dos fatos e dos funda- que nos processos administrativos serão observados, en-
mentos jurídicos, em qualquer uma das hipóteses do seu tre outros, os critérios de adequação entre meios e fins,
art. 50, I-VII. vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções
Pela apreciação da motivação dos atos emanados da em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
administração pública é que se tem o controle de lega- atendimento do interesse público.
lidade para averiguar se o ato do administrador foi pra-
ticado ressaltando-se os princípios da proporcionalidade Princípio da Moralidade.
e razoabilidade, a partir da avaliação do nexo de causa-
lidade entre os motivos e o resultado do ato respectivo. O princípio da moralidade administrativa está implan-
O princípio da motivação é um direito implícito do tada na Carta Magna como um princípio fundamental a
cidadão e dimana da democratização dos valores regu- ser acatado pela Administração Pública. São desmesu-
lados pela Constituição Federal. Ato administrativo, sem rados os desdobramentos da moralidade administrativa
motivação, afronta o poder discricionário, enveredando por atingir de modo central o aspecto axiológico das
nas raias do arbítrio. ações concretas desenvolvidas pelos agentes públicos.
No art. 5o, LXXIII, da Constituição pátria vigente , há a
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade. previsão de anulação de todo e qualquer ato administra-
A despeito de não constar no caput do Art. 37 da tivo que tenha sido praticado sob o vício da imoralidade,
Constituição Federal, o princípio da razoabilidade ou da por intermédio de ação popular.
proporcionalidade possui registro na Constituição Fede- Para TUPINAMBÁ MIGUEL CASTRO DE NASCIMENTO
ral , merecendo rica doutrina sobre o assunto e robusta , é complexa, a extração da expressão constitucional do
jurisprudência. significado do princípio da moralidade na administração
Os princípios constitucionais da Administração Pú- pública. Leciona o insigne mestre que entre as formas
blica não poderiam ficar encapsulados apenas no Art. abarcadas pela moralidade administrativa está a probi-
37 do Texto Fundamental, porque a atual Carta de 1988 dade administrativa, que consiste na obrigação de agir
trouxe à tona numerosos dispositivos que resguardam a com honestidade na Administração Pública. Contudo,
sociedade em múltiplos capítulos e artigos, incumbindo a moralidade administrativa abrange uma orientação
ao intérprete investigar o abarcamento de determinado comportamental que não se restringe exclusivamente ao
conceito, conjuminando-os entre si, para não permane- campo da honestidade. E esta é a dificuldade na aborda-
cer reprimido em uma mera leitura de um artigo avulso, gem do tema, que não tem sido enfrentado pela doutri-
sem descobrir a ampla aspiração constitucional. na nacional como assunto de preferência?.
O princípio da razoabilidade exprime a relação de Não se deve olvidar, também, de ressaltar o pensa-
congruidade entre o fato e desempenho concreto da ad- mento do conspícuo magistrado JOSÉ AUGUSTO DELGA-
ministração pública. O princípio da razoabilidade é en- DO , para quem ?o princípio da moralidade administra-
contrado na Constituição Federal, precisamente no seu tiva não deve acolher posicionamentos doutrinários que
art. 1o, em que é preceituado que a ?República Federati- limitem a sua extensão.
va do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados Assim, imoral é o ato administrativo que não res-
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado peita o conjunto de solenidades indispensáveis para a
Democrático de Direito elenca a nação como Estado De- sua exteriorização; quando foge da oportunidade ou da
mocrático de Direito?. conveniência de natureza pública; quando abusa no seu
Segundo ensinamento de ELIMAR SZANIAWSKI , proceder e fere direitos subjetivos públicos ou privados;
?este princípio encontra seu substrato em disposições quando a ação é maliciosa, imprudente, mesmo que so-
legais referentes ao estado de necessidade, interferindo mente no futuro uma dessas feições se tornem reais?.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

na definição de ameaça ilícita. A ameaça ilícita não é, na


realidade, antijurídica, desde que para a obtenção de um Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório.
fim não proibido, a ameaça consistir em uma ação em si
mesma, conforme o Direito, mas não for o meio adequa- Como uma das manifestações da cláusula do due
do para a obtenção desse fim?. process of law, em sentido processual, exige-se a obser-
Nos tempos hodiernos, abraçar então a tendência de vância do contraditório e da ampla defesa, de que aos
revalorizar o Estado de Direito sob o ângulo dos direi- litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
tos fundamentais, ganha proeminência a cláusula do due acusados em geral são assegurados o contraditório e a
process of law. Berço do “princípio da razoabilidade” é na ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
cláusula do devido processo legal que a supremacia da
Constituição tem procurado se ancorar.

131
Entende-se como ampla defesa a total possibilidade NEYTON FANTINI JÚNIOR , no entanto, ao tecer co-
do cidadão, nos moldes assegurados por lei, de efetivar mentários sobre a  projeção constitucional da segurança
a defesa quando venha a ser acusado de qualquer viola- jurídica e sua interpretação constitucional, ao enumerar
ção da lei, seja ela penal ou administrativa. Na expressão os seis principais pontos norteadores da segurança jurí-
se contém o direito de ser assistido por um experto, de dica na Constituição Federal, nos ensina que ?à luz de in-
contraditar a acusação, de produzir provas, de exigir a terpretação sistemática, permite-se condensar princípios
demonstração do fato, dentre outros direitos. inseridos no ordenamento constitucional e nele proje-
A eminente mestra MARIA HELENA DINIZ , nos ensina tados, permeando-lhe de juridicidade, para a necessária
o seguinte sobre o que seja ampla defesa e contraditório: compreensão e a realização factual dos fundamentos e
“AMPLA DEFESA. 1. Direito administrativo. Direito dos objetivos do Estado Democrático de Direito, sinteti-
concedido a todos os funcionários e particulares envol- zando-os, por assim dizer, em seis pontos cardeais:
vidos em algum inquérito ou processo administrativos, a) devido processo legal, materializador da garantia
fundado no princípio constitucional de que ninguém de que ninguém será privado da liberdade ou de
pode ser condenado sem ser ouvido. seus bens sem o devido processo legal (CF, art. 5º,
2. Direito processual. Direito assegurado a todos LIV);
aqueles que estão implicados num processo, admitindo- b) inafastabilidade do controle jurisdicional, concre-
-se o contraditório, ou seja, dando possibilidade à pro- tizador da garantia de que a lei não excluirá da
dução de provas. apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
CONTRADITÓRIO 1. Lógica jurídica. direito (CF, art. 5º, XXXV);
a) Inconsistente ou incompatível; c) preservação do direito adquirido, do ato jurídico
b) o que contém contradição. perfeito e da autoridade da coisa julgada frente
a legislação superveniente, garantia assecurató-
2. Direito constitucional e direito processual. ria da estabilidade das relações sociais, mediante
a) Princípio da audiência bilateral, que rege o proces- projeção prática do conhecimento antecipado e
so, pois o órgão judicante não pode decidir uma reflexivo dos atos, fatos e consequências por eles
questão ou pretensão sem que seja ouvida a pane desencadeadas, à luz do critério de previsibilidade
contra a qual foi proposta, resguardando dessa (CF, art. 5º, XXXVI);
forma a paridade dos litigantes nos atos proces- d) valorização do trabalho humano, livre iniciativa e
suais, visto que, mesmo nos casos excepcionais em função social da propriedade como fundamentos
que a lei possibilita a pronunciação judicial inau- da ordem econômica, concretizando garantia do
dita altera parte, haverá oportunidade de defesa
exercício regular de direitos e assegurando elimi-
daquele contra quem a pretensão se dirige;
nação de práticas abusivas tendentes à sua neu-
b) depoimento testemunhal que contém contradição;
tralização ou ao seu desvirtuamento (CF, art. 170);
c) garantia constitucional que assegura a todo aquele
e) limitação do poder de tributar, mediante vincu-
que for demandado em juízo o direito de defesa
lação à legalidade estrita, proibição expressa de
da acusação e de proteção de seu direito.”
utilização de efeito confiscatório do tributo e in-
Na lição de NELSON NERY JÚNIOR , “por contraditó-
condicionais observância e respeito à capacidade
rio deve-se entender, de um lado, a necessidade de dar-se
conhecimento da existência da ação e de todos os atos contributiva, materializando a garantia de que o
do processo às partes; e de outro, a possibilidade de as poder de tributar não engloba o poder de destruir
partes reagirem aos atos que lhe sejam favoráveis. Os con- (CF, art. 150);
tendores têm direito de deduzir suas pretensões e defesas, f) submissão dos Poderes Públicos às pautas de atua-
realizarem as provas que requereram para demonstrar a ção funcional materializadas nos princípios da lega-
existência de seu direito, em suma, direito de serem ouvi- lidade, impessoalidade, moralidade e publicidade,
dos paritariamente no processo em todos os seus termos” aos quais agregam-se, por decorrência implícita,
Esse princípio encontra-se presente em diversos dis- os princípios da razoabilidade, proporcionalidade
positivos da Lei Geral do Processo Administrativo, expli- e motivação dos atos, todos assecuratórios de que
cita e implicitamente . em todos os níveis e setores da Administração Pú-
blica haverá governo das leis e não governo dos
Princípio da Segurança Jurídica. homens, marcado pela transparência e adequação
A segurança jurídica exerce o papel que torna viável a entre os meios e os fins (CF, art. 37)?.
efetivação real dos fundamentos e desígnios permanen-
Por assim, então, a segurança jurídica tem, no proces-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tes do Estado Democrático de Direito em que se constitui


a nação brasileira, com isso viabilizando a harmonia das so administrativo, por escopo primordial a garantia da
relações cotidianas mediante conhecimento antecipado certeza da aplicação justa da lei, conforme os ditames
e reflexivo dos atos e dos fatos e efeitos deles advin- jurídicos de direito, evitando que sejam desconstituídos,
dos, bem como propiciando a concepção da consciência sem justificativa plausível, os atos ou situações jurídicas,
constitucional. ainda que tenha ocorrido alguma inadequação com o
Para CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA , “a seguran- texto legal no decorrer de sua constituição.
ça jurídica pode ser considerada como a certeza do in- Na Lei Geral do Processo Administrativo, o princípio
dividuo na correta aplicação dos valores e princípios de da segurança jurídica é ressaltado em duas ocasiões: no
justiça absorvidos pelo sistema de direito adotado em art. 2°, XIII  e no art. 55 .
determinada sociedade”.

132
Princípio do Interesse Público. Vale salientar, contudo, que o art. 20 permite a ar-
guição da suspeição da autoridade ou servidor, sendo
Sob a ótica do renomado mestre CELSO ANTÔNIO admissível a interposição de recurso contra o indeferi-
BANDEIRA DE MELLO , o princípio da supremacia do in- mento, recurso esse em não é emprestado o efeito sus-
teresse público sobre o interesse privado, “é da essência pensivo. Em face da inexistência de normas em que seja
de qualquer Estado, de qualquer sociedade juridicamen- preceituado a quem deva ser dirigido a exceção de sus-
te organizada com fins políticos”, compondo o compo- peição, a doutrina tem se posicionado no sentido de que
nente que o qualifica e que lhe dá a identidade própria. deva ser suscitada diretamente à autoridade que se con-
Quando a lei sob comento determina a observância sidera suspeita, que a acolherá, se declarando suspeita,
do critério do “atendimento a fins de interesse geral, ou não.
vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou com-
petência, salvo autorização em lei “, no art. 2o, II,  está As etapas previstas no Procedimento Administra-
estabelecendo, verdadeiramente, dois norteamentos tivo.
diferentes: uma que interessa diretamente à finalidade
São elencados em número de cinco os passos do pro-
do ato administrativo, que se confunde com o interesse
cedimento administrativo, quais sejam: instauração, ins-
público, dito aí “ interesse geral “; outro , que trata de um
trução, defesa, relatório e julgamento.
princípio, como o da irrenunciabilidade da competência
do órgão, que é objeto de dispositivo específico (artigo Instauração.
11) , ao lado da inalienabilidade ou indelegabilidade de
poderes, salvo quando expressamente autorizado. O procedimento administrativo é iniciado de ofício
O critério de objetividade no atendimento do inte- pelo administrado público ou mediante provocação de
resse público previsto na aludida lei  encontra-se vin- qualquer interessado .  Sendo por provocação do inte-
culado à vedação da promoção pessoal de agentes ou ressado, o pedido deverá conter, salvo na admissibilidade
autoridades. A objetividade no atendimento do interesse de proposição verbal, diversos dados, imprescindíveis à
é atributo do princípio do interesse público dos atos ad- formação do processo. Havendo alguma falha na propo-
ministrativos, enquanto à vedação da promoção pessoal sição de abertura do processo, é dever da administração
de agentes ou autoridades públicos respeite ao princípio pública orientar o interessado visando o seu suprimento.
da impessoalidade e ao da finalidade dos atos.
O interesse público é o relacionado à sociedade como Comunicação dos Atos.
um todo e somente ele pode ser legitimamente objeti-
vado, vez que é o interesse que a lei consagra e entrega A Comunicação dos atos processuais no processo ad-
à incumbência do Estado como representante da socie- ministrativo deverá ser efetivada, nos termos do art. 26
dade. caput , por intermédio de intimação do interessado, para
ciência de decisão, ou para a realização de diligências.
Princípio da Eficiência. Acerca das intimações, nos termos da aludida Lei Ge-
ral do Processo Administrativo, alguns aspectos devem
Os princípios constitucionais que norteiam a Admi- observados:
nistração Pública foram acolhidos pela Emenda Constitu- a) a forma escrita, em vernáculo, contendo a assinatu-
cional n° 19/1998, com o acrescentamento do princípio ra da autoridade responsável ;
da eficiência, pelo qual se busca reduzir os gastos públi- b) efetuada por via postal com aviso de recebimento,
cos, acolhendo, em mais larga medida, aos princípios da ou por telegrama ou outro meio que assegure a
certeza da ciência do interessado  (artigo 26, §3º.);
economicidade e legitimidade dos gastos públicos.
c) efetuada mediante aposição do “ ciente “ da parte
Pelo princípio da eficiência, nos termos da Consti-
ou do procurador habilitado no processo;
tuição Federal, fica o administrador público obrigado a
d) intimação mediante publicação oficial, quando
operar como dirigente, como empresário, objetivando haja interessados indeterminados, desconhecidos
retirar de seus recursos que sejam disponíveis o máximo ou com domicílio indefinido;
do que deles pode ser alcançado, implicando, necessa- e) antecedência mínima de três dias úteis, quanto à
riamente, na formação de um novo cenário para os ges- data de comparecimento;
tores da coisa pública. f) contagem do prazo a partir da data da cientificação
oficial, com exclusão do dia do começo e inclusão
No entendimento de CÁRMEN LÚCIA ANTUNES RO-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do dia de vencimento , importando dizer, assim,


CHA , ?não se poderia afastar princípios como este, na que, na realização da intimação pela via postal ou
atividade administrativa do Estado. Sendo base do Es- telegráfica, o prazo inicia-se quando verificada a
tado, não seria pensável nele haver uma Administração recepção da intimação pela pessoa a quem se des-
Pública autoritária?. tinava.

Impedimentos e suspeição A intimação, obrigatoriamente, deverá conter, nos


termos do art. 26, §1, incisos I a VI, os seguintes dados:
Os artigos 18 a 21  trazem normas sobre impedimen- a) identificação do intimado, nome do órgão ou enti-
tos e suspeição do servidor ou autoridade e o rito pro- dade administrativa, endereço e local de sua sede
cessual para suscitar tais situações. ou da unidade onde o processo tenha curso;

133
b) finalidade da intimação ou do ato que se deva praticar; É uma peça meramente de opinião e de informação,
c) data, hora e local em que se deve comparecer; não vinculativa. A autoridade julgadora não está vincula-
d) se obrigatório o comparecimento pessoal da parte da às conclusões da comissão de inquérito expostas no
intimada, ou se esta poderá fazer-se representar relatório final, podendo dar aos fatos enquadramento
por procurador; jurídico diverso, desde que, no entanto, o faça de forma
e) notícia de que o processo terá continuidade, inde- fundamentada, sobretudo se a pena efetivamente co-
pendentemente do seu comparecimento; minada for mais grave do que aquela recomendada no
f) indicação dos fatos e fundamentos legais pertinen- relatório.
tes.
Julgamento.
Preceitua o art. 28, do diploma legal sob comento,
que serão objeto de intimação os atos do processo de A Lei Geral do Processo Administrativo estabeleceu
expressamente a regra do dever de decidir a que está
que resultem, para o interessado, a imposição de deve-
submetida a Administração Pública . É no julgamento
res, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
que se soluciona a demanda administrativa.
atividades, além de outros atos, de qualquer natureza,
O julgamento é importante lembrar, deve ser obriga-
que lhes digam respeito.
tória e devidamente fundamentado na provas colhidas
Um aspecto que merece ser ressaltado é o de que na instrução e sob o abrigo da lei, sob pena de nulidade.
as intimações serão passíveis de nulidade quando reali- Depois de concluída a instrução, a autoridade julga-
zadas sem a criteriosa observância das recomendações dora dispõe de trinta dias, prorrogável por igual período,
legais. desde que haja motivação para tanto, para proferir a sua
Serão considerados prorrogados os prazos até o pri- decisão, nos termos do art. 49, da aludida lei. 14
meiro dia útil seguinte ao dia em que deveriam vencer,
se este cair em dia em que não haja expediente ou este É imprescindível a leitura da Lei 9.784/99, para os can-
se encerrar antes da hora normal.  Os prazos processuais didatos a concursos que exigem o conhecimento do pro-
administrativos não se suspendem, salvo motivo com- cesso administrativo, sendo assim, acesse o link a seguir
provado de força maior. e veja o dispositivo na íntegra;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm
Instrução Processual e Defesa.

Denomina-se de instrução processual-administrativa EXERCÍCIOS COMENTADOS


a etapa do processo administrativo em que é realizada a
elucidação dos fatos narrados na peça inaugural de sua
instauração. 1. (CGM de João Pessoa/PB – 2018 - CESPE) Acerca da
Na instrução pode o administrado fazer o exercício organização da administração direta e indireta, centrali-
todo o seu de direito de defesa de maneira ampla, inclu- zada e descentralizada, julgue o item a seguir.
sive produzindo e contestando provas de natureza docu- É possível a constituição de fundação pública de direito
mental, pericial e testemunhal. Como é cediço, a defesa público ou de direito privado para a exploração direta de
é garantia constitucional  de todo litigante em todo pro- atividade econômica pelo Estado, quando relevante ao
cesso, inclusive o do âmbito administrativo. interesse público.
Por ocasião dessa fase, a qualquer tempo antes da
decisão, pode o administrado fazer a juntada de docu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mentos e aduzir alegações que dizem respeito à matéria
objeto do processo. Resposta: Errado. A fundação pública tem em seu ob-
Quando o administrado tiver de produzir provas e se jeto uma atividade de interesse social, sem fins lucrati-
estas estiverem ao alcance da administração pública, em vos, portanto, não poderá exercer atividade econômica.
arquivos existentes nesta, o administrador deverá prover,
inclusive de ofício, a obtenção dos documentos ou das 2. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Consideram-se entes da ad-
respectivas cópias . Acrescente-se, ainda, o contido no ministração direta
parágrafo único do art. 6º  que veda a recusa imotivada
de documentos, pela administração pública. a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

competência estiver enquadrada sua principal ativida-


de.
Relatório. b) as entidades da sociedade civil qualificadas como or-
ganização social.
O relatório é a narração de toda a apuração da ins- c) as autarquias.
d) os serviços integrados na estrutura administrativa da
trução. Nele deverá se fazer menção a todo o apurado,
Presidência da República e dos ministérios. 
compreendo aí depoimentos, perícias e documentos
e) as fundações públicas.
constantes dos autos, com recomendação da decisão a
ser proferida pela autoridade competente.
14 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de José
Olindo Gil Barbosa

134
Resposta: Letra D. Alternativa A – ERRADA – trata-se Em “III”, Errado - Conforme o art. 13, da Lei 9.784/99
de administração indireta os atos de caráter normativo NÃO podem ser objeto de
Alternativa B – ERRADA – trata-se de terceiro setor delegação.
Alternativa C – ERRADA – trata-se de administração Em “IV”, Certo - Art. 20 e 21
indireta Em “V”, Errado - o prazo é de 30 dias e não de 90. (Art.
Alternativa D – CERTO 48 da Lei 9.784/99)
Alternativa E –ERRADA – trata-se de administração in-
direta
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
3. (TRT/2ª REGIÃO/SP - TRT/2R (SP) - 2016) A respeito
das disposições da Lei n° 9.784/99 que estabelece nor-
mas básicas sobre o processo administrativo, no âmbito #FicaDica
da Administração Federal direta e indireta, visando, em
especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao A Lei nº 8.666/1993 é bastante ampla e
melhor cumprimento dos fins da Administração, analise dedica espaço a duas temáticas centrais:
as seguintes proposições:  licitações e contratos administrativos. Em
muitos concursos públicos é cobrado ape-
I- Os preceitos da Lei n° 9.784/99, também se aplicam nas o conteúdo de licitações, enquanto
aos órgãos do Poder Judiciário da União, quando no de- que em outros é cobrado tanto o conteú-
sempenho de função administrativa. do de contratos administrativos quanto o
II- São legitimados como interessados no processo ad- de licitações. Se no seu concurso a Lei nº
ministrativo, entre outros, aqueles que, sem terem inicia- 8.666/1993 for cobrada na íntegra, ambos
do o processo, têm direitos ou interesses que possam ser conteúdos poderão incidir em questões da
afetados pela decisão a ser adotada. prova.
III- No processo administrativo podem ser objeto de
delegação, pela autoridade competente, entre outros, a
edição de atos de caráter normativo e a decisão de recur-
sos administrativos. LICITAÇÕES
IV- No processo administrativo pode ser arguida a sus-
peição de autoridade ou servidor que tenha amizade ín- Conceito
tima ou inimizade notória com algum dos interessados
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes Licitação é o processo pelo qual a Administração Pú-
e afins até o terceiro grau. O indeferimento de alegação blica contrata serviços e adquire bens dos particulares,
de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito evitando-se que a escolha dos contratados seja fraudu-
suspensivo. lenta e prejudicial ao Estado em favor dos interesses par-
V - A Administração tem o dever de explicitamente emitir ticulares do governante.
decisão nos processos administrativos e sobre solicita- Segundo Carvalho Filho15, “não poderia a lei deixar ao
ções ou reclamações, em matéria de sua competência. exclusivo critério do administrador a escolha das pessoas
Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad- a serem contratadas, porque, fácil é prever, essa liber-
ministração tem o prazo de até noventa dias para deci- dade daria margem a escolhas impróprias, ou mesmo a
dir, salvo prorrogação por igual período expressamente concertos escusos entre alguns administradores públicos
motivada.  inescrupulosos e particulares, com o que prejudicada, em
última análise, seria a Administração Pública, gestora dos
Responda: interesses públicos”.
Deste modo, Carvalho Filho16 conceitua licitação
a) Somente as proposições I,II e IV estão correta. como “o procedimento administrativo vinculado por
b) Somente as proposições I,III e V estão correta. meio do qual os entes da Administração Pública e aque-
c) Somente as proposições II,III e IV estão corretas. les por ela controlados selecionam a melhor proposta
d) Somente as proposições II,III e V estão corretas. 
entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois
e)Todas as proposições estão corretas. 
objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do
melhor trabalho técnico, artístico ou científico”.
Resposta: Letra A. Em “I”, Certo - §1° do art. 1° da Lei
Destaca-se a natureza de procedimento administra-
9784/99 Aplicam-se aos Poderes Legislativo e Judiciário
tivo, pois apesar da Lei nº 8.666/93 se referir à licitação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

no exercício de suas funções administrativas.


Em “II”, Certo - art. 9°, II da Lei são legitimados como como ato administrativo, não se detecta verdadeiramen-
interessados no processo administrativo: pessoas físicas te ato, que é um elemento formal que indica uma inten-
ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou ção de agir da administração, mas sim um procedimento,
interesses individuais ou no exercício do direito de re- diante do cumprimento de etapas previstas em lei para
presentação; aqueles que, sem terem iniciado o proces- que se atinja uma meta ou um objetivo.
so, têm direitos ou interesses que possam ser afetados
pela decisão a ser     adotada; as organizações e asso-
ciações representativas, no tocante a direitos e interes- 15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
ses coletivos; as pessoas ou as associações legalmente trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. 16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

135
Logo, a licitação é um procedimento administrativo Não significa que os Estados e municípios não pos-
que tem por finalidade evitar práticas fraudulentas na sam legislar sobre licitações, apenas não podem se imis-
Administração Pública, garantindo a contratação do ser- cuir nas normas gerais. Os Estados e municípios podem
viço ou produto que melhor atenda às expectativas de regulamentar questões instrumentais e de interesse lo-
custo-benefício para o aparato público. cal, mas não se trata de competência concorrente. Por
isso mesmo, não podem ampliar os casos de dispensa e
Objeto inexigibilidade, alterar os limites de valor para cada mo-
dalidade de licitação ou reduzir os prazos de publicidade
O objeto da licitação é a aquisição de bens e serviços e dos recursos.
pela Administração Pública, bem como a alienação do
patrimônio dela, conforme a melhor proposta que aten- Destinatários
da aos interesses públicos. Toda licitação que é aberta
volta-se especificamente para isto, permitindo que a Ad- Além do próprio Poder Público, também são desti-
ministração desempenhe suas atividades uma vez que natários os licitantes interessados em contratar com o
dispõe dos bens e serviços necessários para tanto. Poder Público e qualquer pessoa interessada em saber
sobre os procedimentos públicos de licitação.
Finalidade/Objetivos Uma vez que o texto constitucional prevê a obrigato-
riedade da licitação (artigo 37, XXVII, CF), estão obrigados
1) Garantir a competição entre os interessados: todos a licitar todos os entes estatais, incluindo-se a adminis-
os concorrentes devem ter igualdade de condições tração direta (e o conjunto de órgãos que a compõem no
quanto à possibilidade de contratar com o Poder âmbito do Executivo) e a administração indireta, além do
Público. Trata-se de via de mão dupla, pois se de Legislativo e do Judiciário, bem como os órgãos indepen-
um lado os concorrentes terão a garantia de im- dentes (Tribunais de Contas, Defensoria Pública e Minis-
parcialidade no processo licitatório, de outro lado tério Público) e os entes sociais autônomos (paraestatais).
a Administração conseguirá atrair um contrato Os particulares do terceiro setor que celebram com o
mais vantajoso. Estado contratos de convênio são obrigados a licitar para
2) Alcançar a melhor proposta para o interesse públi- gastar as verbas públicas recebidas, prestando contas
co: a finalidade da licitação deve ser sempre aten- nos termos da Instrução Normativa nº 01 da Secretaria
der o interesse público. Afinal, os agentes públicos do Tesouro Nacional.
são meros representantes do Estado e jamais de- As empresas públicas e sociedades de economia mis-
vem agir em prol de seus interesses particulares ta desempenham operações peculiares de nítido caráter
(princípio da impessoalidade), sendo dever a pre- econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos
servação e proteção dos interesses públicos. Com da entidade, ou seja, são suas atividades-fim. Ex.: Caixa
efeito, é dever do condutor da licitação buscar a Econômica Federal estabelece relações bancárias, Cor-
proposta mais vantajosa, garantindo a igualdade reios ofertam serviços de postagem. Tais operações com
de condições entre os concorrentes, respeitan- caráter econômico relacionadas à atividade-fim da socie-
do todos os demais princípios resguardados pela dade de economia mista ou da empresa pública não se
constituição. sujeitam às regras de licitação, sendo tratadas conforme
3) Servir de ferramenta de direito econômico: a lici- as regras comerciais comuns. As regras licitatórias ape-
tação é uma ferramenta que pode ser empregada nas incidem quanto às atividades-meio.
para a intervenção estatal na economia, promo-
vendo o desenvolvimento e a tecnologia nacionais Princípios
(tanto é verdade que empresas nacionais poderão
vencer a licitação mesmo que ofereçam preço até Entre outros, os princípios básicos que regem a lici-
25% mais caro que empresas estrangeiras). tação são: legalidade, impessoalidade, moralidade, igual-
dade, publicidade, probidade administrativa, vinculação
Competência legislativa ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.
“- Legalidade: só é possível fazer o que está previsto
A União tem competência privativa para legislar so- na Lei;
bre normas gerais licitatórias, conforme previsto no texto - Impessoalidade: o interesse da Administração pre-
constitucional: “Art. 22. Compete privativamente à União valece acima dos interesses pessoais;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

legislar sobre: [...] XXVII - normas gerais de licitação e - Moralidade: as regras morais vigentes devem ser
contratação, em todas as modalidades, para as adminis- obedecidas em conjunto com as leis em vigor;
trações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da - Igualdade: todos são iguais perante a lei e não pode
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido haver discriminação nem beneficiamento entre os
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e participantes da licitação;
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173,
§ 1°, III”. Por normas gerais de licitação e contratação, - Publicidade: a licitação não pode ser sigilosa e as
entendam-se aquelas com capacidade de criar, alterar ou decisões tomadas durante a licitação devem ser
extinguir modalidades, tipos e princípios licitatórios. públicas, garantida a transparência do processo
licitatório;

136
- Probidade administrativa: a licitação deve ser pro-
cessada por pessoas que tenham honestidade; #FicaDica
- Vinculação ao instrumento convocatório: o Edital
é a lei entre quem promove e quem participa da Conceito: Licitação é o procedimento admi-
licitação, não podendo ser descumprido; nistrativo formal utilizado para a contrata-
- Julgamento objetivo: as propostas dos licitantes ção de serviços ou para a aquisição/venda
devem ser julgadas de acordo com o que diz o Edi- de bens/produtos pela Administração Pú-
tal”17. blica, direta ou indireta, em todas esferas da
federação (União, Estados, DF, Municípios).
Entre os princípios correlatos, Carvalho Filho18 des- Objetivo: Proporcionar à Administração Pú-
taca: blica que adquira e venda bens ou contrate
- Competitividade: correlato ao princípio da igual- serviços da forma menos onerosa e com a
dade, pelo princípio da competitividade a Adminis- maior qualidade possível.
tração não pode criar regras que comprometam, res- Finalidades: Permitir a melhor contratação
trinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação; possível, selecionando a proposta mais van-
- Indistinção: correlato ao princípio da igualdade, tajosa; possibilitar amplo acesso por parte
pelo princípio da indistinção é vedado criar pre- de qualquer interessado para que possa
ferências ou distinções relativas à naturalidade, à participar da disputa pelas contratações; e
sede ou ao domicílio dos licitantes; ser ferramenta de direito econômico.
- Inalterabilidade do edital: correlato aos princípios
da publicidade e da vinculação ao instrumento
convocatório, pelo princípio da inalterabilidade do Obrigatoriedade e suas exceções
edital a Administração está vinculada às regras que
foram por ela própria divulgadas; A obrigatoriedade das licitações está consagrada no
- Sigilo das propostas: correlato aos princípios da artigo 37, XXI, CF, que determina que “ressalvados os
probidade administrativa e da igualdade, pelo casos especificados na legislação, as obras, serviços,
princípio do sigilo das propostas todas as propos- compras e alienações serão contratados mediante
tas devem vir lacradas e só devem ser abertas em processo de licitação pública que assegure igualdade
sessão pública devidamente agendada; de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
- Formalismo procedimental: correlato ao princípio que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
da legalidade, pelo princípio do formalismo pro- condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
cedimental as regras do procedimento adotadas somente permitirá as exigências de qualificação técnica
para a licitação devem seguir os parâmetros que e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento
a lei fixar; das obrigações”. Logo, a não ser nos casos em que a lei
- Vedação à oferta de vantagens: correlato ao prin- expressamente fixe exceções, a licitação é uma providência
cípio do julgamento objetivo, pelo princípio da obrigatória para contratação de obras, serviços e compras
vedação à oferta de vantagens as regras de seleção e para a alienação do patrimônio da Administração.
devem ser adstritas aos critérios fixados no edital, O princípio da obrigatoriedade se repete no artigo
não se admitindo a intervenção de fatores adversos; 2º, caput, da Lei nº 8.666/93: “as obras, serviços, inclu-
- Obrigatoriedade das licitações: consagrado no sive de publicidade, compras, alienações, concessões,
artigo 37, XXI, CF, determina que “ressalvados os permissões e locações da Administração Pública, quando
casos especificados na legislação, as obras, ser- contratadas com terceiros, serão necessariamente pre-
viços, compras e alienações serão contratados cedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
mediante processo de licitação pública que as- nesta Lei”.
segure igualdade de condições a todos os concor- Com efeito, percebe-se que paralelamente à fixação
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações do princípio da obrigatoriedade das licitações é deter-
de pagamento, mantidas as condições efetivas da minado que a lei pode excepcionar quando tal princípio
proposta, nos termos da lei, o qual somente per- será relativizado, o que acontece nas hipóteses de dis-
mitirá as exigências de qualificação técnica e eco- pensa e inexigibilidade.
nômica indispensáveis à garantia do cumprimento Logo, em alguns casos, a maioria na verdade, a licita-
das obrigações”. Também se repete no artigo 2o da ção será obrigatória; em outros, poderá ser dispensada
apesar de viável (dispensa), sendo possível ainda que se
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Lei nº 8.666/1993.
enquadre numa exceção em que nem ao menos é exi-
gida (inexigibilidade) – ambos casos de contratação
direta. Todas as hipóteses de contratação direta são ex-
cepcionais (justamente por serem peculiares).

Motivação da dispensa e da inexigibilidade

Sempre que o administrador enquadrar um caso em


17 http://www.sebrae.com.br/ dispensa ou em inexigibilidade deve motivar de forma
18 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- clara a sua decisão.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

137
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. Art. 7º, § 5º. É vedada a realização de licitação cujo
17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente marcas, características e especificações exclusivas,
justificadas, e o retardamento previsto no final do pará- salvo nos casos em que for tecnicamente justificável,
grafo único do art. 8º19 desta Lei deverão ser comunica- ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e
dos, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para serviços for feito sob o regime de administração con-
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de tratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi-
Acompanha-se o entendimento dominante, eis que
lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
a expressão “salvo”, em destaque confere a ideia de res-
instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
trição.
I - caracterização da situação emergencial, calami-
tosa ou de grave e iminente risco à segurança pública
que justifique a dispensa, quando for o caso; Hipóteses de dispensa de licitação
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço; As hipóteses de dispensa de licitação se concentram
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para
aos quais os bens serão alocados. casos em que a disputa é, em tese, viável, mas o interesse
Em algumas hipóteses de alienação de bens públicos público é atendido de forma mais adequada se a dispu-
e em outras hipóteses de contratação é dispensável a licita- ta não ocorrer. Trata-se de causa de natureza discricio-
ção (o que parte da doutrina chama de licitação dispensá- nária, pois o administrador decidirá se irá ou não licitar
vel), da mesma forma que noutras situações ela nem mes- com base em critérios de oportunidade e conveniência
mo é exigida (o que parte da doutrina chama de licitação – afinal, pode não licitar. São hipóteses taxativas, não
dispensada). Contudo, caberá ao administrador motivar a podendo o administrador ampliar os casos em que a dis-
sua decisão pela dispensa ou pela inexigibilidade. pensa é permitida.
A não ser no caso de dispensa pelo critério do valor,
previstos no artigo 24, I e II, Lei nº 8.666/93, em que se Art. 24. É dispensável a licitação:
aceita uma motivação mais simples e objetiva, em todas
outras situações o administrador deve motivar em deta-
a) Valor baixo
lhes sua decisão, notadamente inserindo no processo de
I - para obras e serviços de engenharia de valor até
dispensa e inexigibilidade: caracterização da situação de
emergência ou calamidade em que houve dispensa, se 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”,
for o caso; motivo daquele fornecedor ou executante ter do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram
sido escolhido; justificativa do preço que será pago; do- a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
cumento que aprove os projetos de pesquisa aos quais para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
os bens serão alocados, se for o caso. local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
Não obstante, deve o administrador comunicar a si- tantemente;
tuação de dispensa em três dias à autoridade superior, ca- II - para outros serviços e compras de valor até 10%
bendo a esta ratifica-la e publicá-la na imprensa oficial em (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in-
cinco dias, sendo tal publicação condição de eficácia do ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
ato. Também existe o dever de adotar este procedimento previstos nesta Lei, desde que não se refiram a par-
em caso de retardamento na execução da obra ou serviço celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
quando existir previsão orçamentária para a execução total. maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
Vedação da licitação deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
obras e serviços contratados por consórcios públicos,
A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº
sociedade de economia mista, empresa pública e por
2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licita-
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
ção, estabelecendo-se contratação direta, nos casos em
como Agências Executivas.
que houvesse comprometimento da segurança nacional,
mas a disciplina não se repetiu no atual estatuto.
Contudo, há posicionamento de que o artigo 7º, §5º É a dispensa de licitação se o valor do objeto licitado
for muito baixo de modo que a realização da licitação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da Lei nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de ve-


dação, mas predomina o posicionamento de Carvalho seria mais onerosa do que a aquisição direta do bem ou
Filho20, segundo o qual não se trata de vedação, mas sim serviço. Isso ocorre sempre que se referir a bens e servi-
de restrição. Prevê o dispositivo: ços em geral até R$80.000 e a obras e serviços de enge-
nharia até R$150.000.
19 “Artigo 8º, parágrafo único, Lei nº 8.666/93. É proibido o retar-
damento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas Caso o contratante seja consórcio público, sociedade
parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução to- de economia mista, empresa pública ou por autarquia
tal, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem ou fundação qualificadas o limite dobra: R$160.000 para
técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a bens e serviços em geral e R$300.000 para obras e servi-
que se refere o art. 26 desta Lei”.
ços de engenharia.
20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

138
Nos termos da Lei nº 11.107/05, que rege normas ge- A lei prevê que será necessário repetir o procedimen-
rais de contratação de consórcios públicos e dá outras to, mas se o legislador mostrar que a repetição irá pre-
providências, para as associações públicas por ela regidas judicar o interesse público, principalmente por causa da
o limite também é maior do que o fixado na regra geral: demora, será possível dispensar. No caso, o administra-
nas associações formadas por até três entes estatais, o dor poderá contratar quem quiser, mas deverá oferecer
limite é dobrado (R$160.000 para bens e serviços em ge- exatamente o mesmo contrato ofertado na licitação que
ral e R$300.000 para obras e serviços de engenharia); nas foi deserta.
associações formadas por mais de três entes estatais o Obs.: Licitação deserta é diferente de licitação fracas-
limite é triplicado (R$240.000 para bens e serviços em sada. Na licitação fracassada aparecem candidatos, mas
geral e R$450.000 para obras e serviços de engenharia). nenhum deles preenche os requisitos e por isso ninguém
Obs.: Em regra, não é permitido fracionar o objeto pode ser contratado. Neste caso a lei não admite a dis-
da licitação em contratações menores, pois assim o ad- pensa, cabendo ao administrador repetir a licitação.
ministrador estaria burlando os limites fixados pelo le-
gislador e induzindo dispensa ilícita. Contudo, é possível d) Intervenção no domínio econômico
fracionar caso exista vantagem ao interesse público, mas VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
não caberá a dispensa, cabendo adotar para cada fração nômico para regular preços ou normalizar o abaste-
a modalidade de licitação que seria empregada se não cimento;
houvesse fracionamento.
É possível intervir no domínio econômico para regu-
b) Situações excepcionais larizar preços e normalizar abastecimento, conforme o
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or- artigo 173, §4º, CF. Para Carvalho Filho21 apenas a União
dem; pode dispensar licitação neste caso, pois apenas ela
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú- pode intervir no domínio econômico. Aliás, é o que se
blica, quando caracterizada urgência de atendimento depreende do próprio texto.
de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi- e) Disparidade de propostas
pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e VII - quando as propostas apresentadas consignarem
somente para os bens necessários ao atendimento da preços manifestamente superiores aos praticados no
situação emergencial ou calamitosa e para as par- mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
celas de obras e serviços que possam ser concluídas fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con- que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei
secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
respectivos contratos; constante do registro de preços, ou dos serviços;
Quando se fala em estado de guerra e grave pertur- Na hipótese de disparidade de propostas os candida-
bação da ordem, pode-se depreender da doutrina que as tos à contratação, geralmente em conluio, fixam preços
dispensas nestes casos são aquelas destinadas ao estado incompatíveis com as condições de mercado e manifes-
de guerra direta ou indiretamente, bem como as desti- tamente superiores a elas; ou então apresentam propos-
nadas a atender graves perturbações da ordem, como tas com valor tão irrisório que seja impossível dar cumpri-
protestos, manifestações e paralisações. mento ao contrato. Nestes casos, será possível contratar
O fundamento da urgência é o mesmo para os casos diretamente, dentro da faixa adequada de preços.
de emergências e calamidades públicas. Contudo, para a A verificação da disparidade de preços, se não houver
doutrina, não é possível fundamentar a dispensa em ur- órgão de registro, deve se dar dentro do próprio proces-
gência se ela decorrer da omissão administrativa – pode so administrativo. Deverá a administração dar um prazo
até dispensar, porque não é possível deixar a população de 8 dias úteis para a apresentação de propostas viáveis
a mercê, mas o administrador poderá ser responsabili- (artigo 48, §3º, Lei nº 8.666/93) e, caso não sejam apre-
zado. Nas contratações por emergência e calamidade sentadas, poderá adjudicar diretamente os bens e servi-
pública o limite temporal é o necessário ao atendimento ços pelo valor adequado.
das circunstâncias extraordinárias, pelo prazo máximo de
180 dias, improrrogável. f) Em função do contratante ou do contratado:
Poder público
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Licitação deserta VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito


V - quando não acudirem interessados à licitação an- público interno, de bens produzidos ou serviços pres-
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida tados por órgão ou entidade que integre a Adminis-
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste tração Pública e que tenha sido criado para esse fim
caso, todas as condições preestabelecidas; específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
que o preço contratado seja compatível com o prati-
Quando ocorre a chamada licitação deserta o que se cado no mercado;
percebe é o total desinteresse na contratação. Na licita-
ção deserta realiza-se a fase preparatória, publica-se o
edital, mas nenhum interessado comparece para a dis-
21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
puta.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

139
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di- Também independentemente de prazo limite, as em-
reito público interno de insumos estratégicos para a presas públicas e sociedades de economia mista podem
saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, contratar diretamente com suas subsidiárias e controla-
regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade das para adquirir e alienar bens e serviços em preço com-
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- patível com o de mercado. A justificativa é que se tratam
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, de pessoas jurídicas de direito privado. Destaca-se que
extensão, desenvolvimento institucional, científico e a contratação apenas por se der com suas subsidiárias e
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- controladas que foram criadas pela empresa pública ou
tão administrativa e financeira necessária à execução sociedade de economia mista.
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o g) Contratação de entidade sem fim lucrativo
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XIII - na contratação de instituição brasileira incum-
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins-
desde que o preço contratado seja compatível com o tituição dedicada à recuperação social do preso, desde
praticado no mercado. que a contratada detenha inquestionável reputação
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde XX - na contratação de associação de portadores de
que configurada situação de grave e iminente risco à deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
segurança pública. idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entida- ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
de que integre a administração pública estabelecido mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos seja compatível com o praticado no mercado.
órgãos ou entidades que produzem produtos estraté- XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
gicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 serviços com as organizações sociais, qualificadas no
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
direção nacional do SUS. dades contempladas no contrato de gestão.
Se foi criado antes da Lei nº 8.666/93 um órgão pú- XXX - na contratação de instituição ou organização,
blico ou entidade do poder público apenas para fornecer pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
bens e prestar serviços à Administração, fazendo-o em prestação de serviços de assistência técnica e extensão
respeito ao preço praticado no mercado, será possível rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
dispensar a licitação e contratá-lo de forma direta. Se Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
o órgão ou entidade ofertar produtos estratégicos no Reforma Agrária, instituído por lei federal.
âmbito do SUS, pode ter sido criado depois da Lei nº XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
8.666/93 e terá plena validade. lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou-
Há entendimento da doutrina de Carvalho Filho22 no tras tecnologias sociais de acesso à água para consu-
sentido de que apenas se aplica o dispositivo se a dis- mo humano e produção de alimentos, para beneficiar
pensa se der entre órgãos do mesmo âmbito federativo, as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
por exemplo, não seria possível entre a União e uma en- ou falta regular de água.
tidade estadual; além do que apenas valeria entre pes-
soas jurídicas de direito público e a entidade ou órgão Em todo os dispositivos apontados, exceto no inci-
contratado (excluídas as sociedades de economia mista so XXX, exige-se a ausência de fins lucrativos. No arti-
e empresas públicas). go XXX, embora se aceite o fim lucrativo, se denota o
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu-
propósito social da contratação, viabilizando a reforma
lários padronizados de uso da administração, e de
agrária. O propósito social é essencial nas demais hipó-
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de
teses, sempre se fazendo presente nas OS e OSCIP, ou na
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú-
própria causa militada pela associação, como a questão
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem
da recuperação social do preso, da inserção da pessoa
a Administração Pública, criados para esse fim espe-
com deficiência no mercado de trabalho ou do acesso à
cífico;
água potável.
Embora também seja um caso de contratação direta
da administração pela administração, neste caso dos diá- Destaca-se que nem toda contratação de entes do
terceiro setor é dispensável. Haverá dispensa principal-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rios oficiais, formulários padronizados e edições técnicas


não existe limite temporal, de modo que o órgão ou en- mente para oferecer contratos de gestão, criando uma
tidade pode ter sido criado depois da Lei nº 8.666/93. OS, ou oferecer termo de parceria, criando uma OSCIP
XXIII - na contratação realizada por empresa pública (inciso XXIV); bem como em serviços ou projetos em que
ou sociedade de economia mista com suas subsidiá- o ente não tem fins lucrativos e é especializado na ativi-
rias e controladas, para a aquisição ou alienação de dade, impondo-se a este contratado uma contrapartida,
bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o isto é, o poder público não entra apenas com o dinheiro
preço contratado seja compatível com o praticado no e cria verdadeira parceria. Se a participação estatal for
mercado. exclusivamente econômica, em atividade que mais de
uma organização ou associação é especializada, deve se
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi- licitar.
nistrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

140
h) Consórcios e convênios de cooperação garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
XXVI - na celebração de contrato de programa com equipamentos, quando tal condição de exclusividade
ente da Federação ou com entidade de sua adminis- for indispensável para a vigência da garantia;
tração indireta, para a prestação de serviços públicos
de forma associada nos termos do autorizado em con- Dispensa-se a licitação para a compra de componen-
trato de consórcio público ou em convênio de coope- tes ou peças na garantia técnica. Logo, deve estar na vi-
ração. gência da garantia. Após o prazo de garantia, a licitação
é obrigatória. Ainda, é preciso que o fornecedor original
O dispositivo sobre consórcios e convênios de coo- seja exclusivo e tal exclusividade seja indispensável, por
peração foi inserido pela Lei nº 11.107/05, tornando dis- exemplo, se ao comprar uma peça paralela a administra-
pensável a licitação no caso de ser celebrado contrato de ção correr o risco de perder a garantia.
programa entre o consórcio público e a entidade da ad-
ministração para que prestem serviços públicos de modo m) Serviços de energia e gás
associado. Justifica-se a hipótese pelo regime de parceria XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
de energia elétrica e gás natural com concessionário,
i) Gêneros perecíveis permissionário ou autorizado, segundo as normas da
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou- legislação específica;
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
realização dos processos licitatórios correspondentes, Para energia e gás serão contratadas as concessio-
realizadas diretamente com base no preço do dia; nárias com dispensa licitatória, ainda que a região seja
A dispensa para a aquisição de gêneros perecíveis servida por mais de um concessionário.
não é permanente, devendo se realizar a licitação assim
que possível. Logo, também se trata de hipótese de dis- n) Coleta de materiais recicláveis
pensa em situação emergencial. XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
j) Obras de arte
tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
e objetos históricos, de autenticidade certificada, des-
renda reconhecidas pelo poder público como catado-
de que compatíveis ou inerentes às finalidades do ór-
res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen-
gão ou entidade.
tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
de saúde pública.
Na dispensa de licitação para adquirir ou restaurar Trata-se de modalidade de dispensa que serve de
obras de arte a lei exige que o objeto tenha autenticida- incentivo à formação de cooperativas e associações de
de certificada e que os objetos adquiridos sejam compa- reciclagem e reutilização de resíduos sólidos compos-
tíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade, tas por pessoas de baixa renda. É uma forma do poder
o que é o caso de museus, bibliotecas e escolas, não ser- público incentivar a organização e a união de catadores,
vindo os objetos adquiridos de adorno aos gabinetes das retirando-os da marginalização. A hipótese de dispensa
autoridades públicas. No caso de restauração de objeto foi criada pela Lei nº 11.445/07, que estabelece diretrizes
que já é do patrimônio do órgão, cabível a dispensa. nacionais para saneamento básico.
k) Complementação de objeto o) Risco à segurança nacional
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
tratual, desde que atendida a ordem de classificação decreto do Presidente da República, ouvido o Conse-
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições lho de Defesa Nacional;
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro-
preço, devidamente corrigido; duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula-
tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na-
Trata-se de hipótese de complementação de objeto, cional, mediante parecer de comissão especialmente
possível quando a administração rescinde contrato ante- designada pela autoridade máxima do órgão.
rior antes que a obra, serviço ou fornecimento se encer-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

re, procedendo-se com a contratação direta daquele que Em ambos casos, prioriza-se a manutenção da segu-
sequencialmente se classificou no certame, respeitadas rança nacional e a defesa do país, prevendo-se a dispen-
as mesmas condições de contratação. Se não for possível sa da licitação. É necessário equilibrar os interesses, pois
obedecer à regra de contratação daquele que foi classifi- se o propósito da licitação é atender ao interesse público,
cado na licitação anterior sequencialmente pelas mesmas sem dúvidas deve ser dispensada quando a sua realiza-
condições, nada resta senão promover nova licitação. ção significar o comprometimento deste interesse.

l) Garantia técnica p) Navios, embarcações, aeronaves e tropas


XVII - para a aquisição de componentes ou peças de XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
origem nacional ou estrangeira, necessários à ma- o abastecimento de navios, embarcações, unidades
nutenção de equipamentos durante o período de aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan-

141
do em estada eventual de curta duração em portos, s) Negócios internacionais
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos
por motivo de movimentação operacional ou de ades- de acordo internacional específico aprovado pelo Con-
tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu- gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
der comprometer a normalidade e os propósitos das manifestamente vantajosas para o Poder Público;
operações e desde que seu valor não exceda ao limite
previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei: Há acordos internacionais que permitem condições
vantajosas para que sejam adquiridos bens e serviços,
Trata-se de dispensa em caso de necessidade de dispensando-se a licitação nestes casos. Contudo, tal
abastecimento de navios, embarcações, aeronaves e tro- acordo internacional deve ter sido regularmente incor-
pas e de seus meios de deslocamento, quando houver porado ao ordenamento brasileiro, com aprovação do
estada eventual de curto período em portos, aeroportos Congresso Nacional e ratificação, promulgação e publi-
e outros locais diversos da sede. O valor não pode ex- cação pela Presidência da República.
ceder a R$80.000, pelo texto da lei, mas isso pode ser
relativizado em uma situação de emergência. t) Pesquisa científica e tecnológica
XXI - para a aquisição ou contratação de produto
q) Materiais de uso militar para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
administrativo, quando houver necessidade de manter caput do art. 23;
a padronização requerida pela estrutura de apoio lo- § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante caput, quando aplicada a obras e serviços de enge-
parecer de comissão instituída por decreto; nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços regulamentação específica.
para atender aos contingentes militares das Forças § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
Singulares brasileiras empregadas em operações de caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto caput.
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
ratificadas pelo Comandante da Força. disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
A dispensa para materiais de uso militar apenas é de dezembro de 2004, observados os princípios gerais
assegurada para insumos militares ou propriamente bé- de contratação dela constantes.
licos. Neste sentido, bens de consumo, bens comuns e Nos termos do inciso XXI, é dispensável a licitação no
materiais de escritório deverão ser licitados. caso de aquisição de bens destinados exclusivamente à
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedi-
r) Compra ou locação de imóvel dos pela CAPES, FINEP, CNPq e outras entidades de fo-
X - para a compra ou locação de imóvel destinado mento à pesquisa credenciadas pela última, exigindo-se
ao atendimento das finalidades precípuas da admi- que os recursos venham das entidades específicas e que
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- os bens sejam adquiridos exclusivamente para pesquisa
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja científica e tecnológica.
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- Por motivos óbvios, não se proíbe que o autor do pro-
ção prévia; jeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica partici-
Quando a administração quer comprar ou alugar um pe, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
imóvel, é preciso se ater às seguintes diretrizes: caso um de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles ne-
determinado bem privado esteja se opondo ao interesse cessários. Trata-se de preservação do direito autoral e de
público, caberá promover a desapropriação; caso a ad- garantia de que a pesquisa seja devidamente executada.
ministração possa motivar o interesse sobre um determi- A dispensa para obras e serviços de engenharias vol-
nado imóvel, embora não exista a oposição ao interesse tados a pesquisa e desenvolvimento se limita ao valor de
público, mas se faça presente a peculiaridade decorrente R$300.000, seguindo procedimento especial.
da localização ou das características do bem, é possível
adquirir de forma direta mediante dispensa de licitação, u) Transferência de tecnologia
desde que os preços sejam compatíveis com os de mer- XXV - na contratação realizada por Instituição Cien-
cado; noutras situações, deverá obrigatoriamente licitar.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tífica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento


Obs.: as operações imobiliárias entre entes estatais para a transferência de tecnologia e para o licencia-
não exige licitação e é classificada por parte da doutrina mento de direito de uso ou de exploração de criação
como licitação dispensada (por exemplo, União empresta protegida.
imóvel para que município instale uma UPA – unidade de XXXII - na contratação em que houver transferência
pronto-atendimento, ou doa tal imóvel sob a condição de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
de que a UPA seja criada, em verdadeira doação modal; Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de
Estado compra imóvel de município para instalar sua se- 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato
cretaria estadual). da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de absor-
ção tecnológica.

142
Há dispensa em caso de transferência de tecnologia Não é possível burlar a regra indicando especificações
ou licença de uso/exploração de criação protegida, con- que apenas uma marca pode concluir (ex.: PGR foi alvo
siderando esta como invenção, modelo de utilidade, de- de críticas quando licitou tablets e, embora não mencio-
senho industrial, programa de computador ou qualquer nasse em nenhum momento que deveriam ser iPads, fa-
outro desenvolvimento tecnológico que resulte em novo ziam referências a especificações técnicas que apenas os
produto, processo ou aperfeiçoamento de natureza tec- aparelhos da Apple poderiam conter).
nológica (conforme define a Lei nº 10.973/04, que criou
o inciso XXV). A dispensa também vale para transferência b) Serviços técnicos notoriamente especializados
de tecnologia de produto estratégico no âmbito do sis- II - para a contratação de serviços técnicos enume-
tema de saúde. rados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização,
Hipóteses de inexigibilidade de licitação vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
e divulgação;
As hipóteses de inexigibilidade de licitação se con- Trata-se de caso de contratação de serviços singu-
centram no artigo 25 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicá- lares de profissionais de notória especialização. O que
veis para casos em que a disputa nem ao menos é viável. diferencia dos demais serviços, que devem ser licitados,
Trata-se de causa de natureza vinculante, de forma que é a notória especialização, comprovada pelo reconheci-
o administrador não tem a liberdade de decidir se irá ou mento no mercado, por publicações e patentes, etc. Ex.:
não licitar – afinal, não deve licitar. para um órgão governamental contratar uma consultoria
Conforme o § 2º do artigo 25, é fixado um regime de jurídica deve licitar, mas se a contratação necessária for
responsabilização solidária pelo dano causado ao erário de um advogado de notório conhecimento em direitos
entre fornecedor/prestador de serviços e agente públi- humanos e justiça internacional será possível a inexigi-
co, nada excluindo outra sanção penal, civil ou admi- bilidade. De forma específica, destaca-se o §1º do dis-
nistrativa: “Na hipótese deste artigo e em qualquer dos positivo:
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento,
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazen-
da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o § 1º Considera-se de notória especialização o pro-
agente público responsável, sem prejuízo de outras san- fissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
ções legais cabíveis”. especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, apa-
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabi- relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
lidade de competição, em especial: relacionados com suas atividades, permita inferir que
O rol é meramente exemplificativo, eis que a inexigi- o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
bilidade pode ser aceita em qualquer outra hipótese de adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
inviabilidade da disputa (tanto é que o artigo 25 trata de
três hipóteses “em especial” e não “apenas”). c) Profissional de setor artístico consagrado
III - para contratação de profissional de qualquer setor
a) Unicidade artístico, diretamente ou através de empresário exclu-
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou sivo, desde que consagrado pela crítica especializada
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, ou pela opinião pública.
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada Trata-se de caso de contratação de trabalhos artísti-
a preferência de marca, devendo a comprovação de cos de artistas renomados. A intenção é a de explorar o
exclusividade ser feita através de atestado fornecido prestígio do sujeito. A expressão artista deve ser tomada
pelo órgão de registro do comércio do local em que se genericamente, por exemplo, pode se encaixar um es-
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi- portista renomado ou um cientista renomado. O prestí-
cato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, gio do artista deve existir em relação à população local.
pelas entidades equivalentes;
Trata-se de caso de unicidade, quando houver apenas
um fabricante, fornecedor, produtor ou distribuidor. Esta
unicidade deve ser provada por certidões das confede-
rações de indústrias, de comércio, juntas comerciais, etc.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É possível fixar uma determinada região do territó-


rio nacional que admita participantes da licitação e, se
houver apenas um participante possível se admite a ine-
xigibilidade, não importando que existam participantes
em outras regiões porque as licitações podem ser usadas
como ferramenta de política econômica, incentivando a
economia local.
Em regra, não se pode definir/fixar marca no edital
porque poderia fraudar o caráter competitivo, mas é
possível indicar a marca motivando-se pelo princípio da
padronização.

143
#FicaDica
Regra: Obrigatoriedade de licitação.
Exceções: Licitação dispensada, dispensável e inexigível.
- Licitação dispensada: a Administração pode em alguns casos previstos na lei efetuar a contratação dire-
ta, todos eles envolvendo alienações subordinadas ao interesse público e respeitadas avaliações prévias.
- Licitação dispensável: A Administração pode em alguns casos previstos taxativamente na lei efetuar a
contratação direta de bens, produtos, serviços e obras, entre eles: contratação de pequeno valor, emer-
gência ou calamidade públicas, licitação fracassada ou deserta.
- Inexigibilidade: Em casos que nem ao menos seja possível a competição, a Administração promoverá a
contratação direta. O rol é taxativo e mais restrito: materiais, equipamentos ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor ou representante comercial exclusivo; serviços técnicos especializados de
natureza singular e promovido por profissionais de notória especialização (não cabe para serviços de
publicidade); e contratações de profissionais do setor artístico, que tenha aceitação pela crítica e pela
opinião pública.

Modalidades

Prosseguindo o estudo, quanto às modalidades de licitação, podem ser apontadas as seguintes modalidades: Con-
corrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão (artigo 22, Lei nº 8.666/1993). Dos parágrafos 1º a 5º, o artigo
22 conceitua cada uma das modalidades:

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação prelimi-
nar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem
a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista
no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Por sua vez, a LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002, trabalha com uma modalidade adicional de licitação, o
pregão. É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital por meio de especificações do
mercado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

144
#FicaDica
- Concorrência (contratações de maior vultou ou valor) – A habilitação não depende de cadastro prévio,
qualquer um que preencha os requisitos pode participar. Publicidade: edital publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de maior valor – Geral acima de R$650.000; Engenharia acima de R$1.500.000.
Compra ou alienação de bens imóveis, independente do valor;
Concessão de direito real de uso;
Licitações internacionais (também cabe tomada de preços ou convite);
Alienação de bens móveis de maior valor;
Registro de preços.
- Tomada de preços (contratações de valor intermediário) – Os interessados são previamente cadastrados
ou devem apresentar documentos até o 3o dia anterior ao recebimento das propostas. Publicidade: edital
publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral R$80.000 a R$650.000; Engenharia R$150.000 a
R$1.500.000.
- Convite (contratações de menor valor) – Apenas participam os convocados pela Administração (três
recebem a carta-convite) e cadastrados que se manifestem até 24 horas antes da proposta. Publicidade:
edital afixado no local da repartição.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral até R$80.000; Engenharia até R$150.000.
- Concurso (ajustado para objetos específicos) – É instituído um prêmio ou remuneração a ser pago pela
Administração aos vencedores. Publicidade: edital deve ser publicado com antecedência mínima de 45
dias e deve ser amplamente divulgado.
Trabalhos intelectuais – técnicos, científicos ou literários.
- Leilão (ajustado para objeto específico) – Utiliza-se para a venda de bens móveis e imóveis da Adminis-
tração, exigindo-se prévia avaliação. Publicidade: deve ser ampla.
Bens móveis que não servem mais para a Administração;
Produtos legalmente apreendidos ou penhorados;
Bens imóveis cuja aquisição tenha derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (nes-
se caso também seria possível concorrência).
- Pregão (bens e serviços comuns) – As propostas serão julgadas sempre pelo critério de menor preço.
Realiza-se em duas fases – interna e externa.
Bens e serviços comuns, que são aqueles cujo padrão de desempenho e qualidade podem ser objetiva-
mente definidos pelo edital, a partir de especificações usuais no mercado.

Tipos

Em relação aos tipos de licitação, apontam-se no Estatuto: melhor preço, melhor técnica, técnica e preço, e melhor
lance ou oferta. Os tipos licitatórios não passam de critérios de julgamento para a escolha da proposta mais adequada
aos interesses da Administração Pública. A disciplina encontra-se no caput e no §1º da Lei nº 8.666/1993:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite
realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos
órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que
será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o
menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

Procedimento

Além do capítulo introdutório, do artigo 38 ao 53 da Lei nº 8.666/93 está descrito o procedimento a ser adotado nas
licitações em geral. A modalidade pregão tem procedimento próprio, previsto na lei especial.

Anulação e revogação
No que tange à revogação e à anulação, ambas voltadas às consequências dos vícios no processo de licitação,
destaca-se a previsão do artigo 49:

145
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação Hely Lopes Meireles24 conceitua anulação como “é a
do procedimento somente poderá revogar a licitação invalidação da licitação ou do julgamento por motivo de
por razões de interesse público decorrente de fato su- ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes
perveniente devidamente comprovado, pertinente e da assinatura do contrato, desde que a Administração ou
suficiente para justificar tal conduta, devendo anu- o Judiciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao
lá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de edital”. Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fun- acarreta a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo
damentado. sentido “a anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judi-
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por mo- cante como pela Via Administrativa”.
tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 Sanções administrativas
desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei nº
art. 59 desta Lei. 8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, comprovação
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, da prática de atos ilícitos pela parte que causou o dano,
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa. além das responsabilidades civis, caberá também aplicação
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica- das responsabilidades administrativas e judiciais.
-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigi- A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
bilidade de licitação. contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,
Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos dentro do prazo estabelecido pela Administração, carac-
em razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto, teriza o descumprimento total da obrigação assumida,
em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalida- sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
de da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não acei-
poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via tarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo
judiciária. A anulação de uma licitação pode ser total (se primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
o vício atingir a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se Os agentes administrativos que praticarem atos em
o vício atingir parte dos atos licitatórios). desacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licita-
Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconve- ções e Contratos Administrativos ou visando a frustrar os
niente ou inoportuna. Desde o momento em que a lici- objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas na
tação foi aberta até o final da mesma, pode-se falar em lei licitatória e nos regulamentos próprios, sem prejuízo
revogação. Após a assinatura do contrato, entretanto, das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
não poderá haver a revogação da licitação. Somente se
justifica a revogação quando houver um fato posterior
à abertura da licitação e quando o fato for pertinente, #FicaDica
ou seja, quando possuir uma relação lógica com a re-
As sanções administrativas podem ser:
vogação da licitação. Ainda deve ser suficiente, quando
Advertência;
a intensidade do fato justificar a revogação. Deve ser
Multa;
respeitado o direito ao contraditório e ampla defesa, e
Suspensão temporária/Descredenciamento
a revogação deverá ser feita mediante parecer escrito e
temporário - pelo prazo máximo de 2 anos,
devidamente fundamentado.
o qual cessado permite o automático resta-
Logo, anulação e revogação estão previstos no ar-
belecimento, não se condicionando ao res-
tigo 49 da lei nº 8.666/93. Revogação da licitação por
sarcimento do erário;
interesse público decorrente de fato superveniente de-
Declaração de inidoneidade - por prazo in-
vidamente comprovado, pertinente e suficiente para jus-
determinado, sendo que o restabelecimen-
tificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua
to depende de reabilitação, condicionada
anulação por ilegalidade, neste último caso podendo agir
ao ressarcimento do erário, concedida pela
de oficio ou provocado por terceiros, mediante parecer
autoridade sancionadora.
escrito e devidamente fundamentado.
As sanções administrativas são indepen-
Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi-
dentes de eventuais sanções civis e crimi-
mento da licitação acabada por motivos de conveniência
nais – cabe a cumulação de punição entre as
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e oportunidade (interesse público) superveniente – art.


esferas, pois elas são independentes entre
49 da lei nº 8.666/93”23. Trata-se de um ato administra-
si.
tivo vinculado, embora assentada em motivos de conve-
niência e oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que
no caso de desfazimento da licitação ficam assegurados
o contraditório e a ampla defesa, garantia essa que é
dada somente ao vencedor, o único com efeitos interes-
ses na permanência desse ato, pois através dele pode
chegar a contrato.
23 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São 24 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Saraiva, 2006. Paulo: Malheiros, 1993.

146
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS Assim, a doutrina administrativa identifica como prin-
cipais características pertinentes aos contratos adminis-
trativos seu caráter consensual, formais, onerosos, entre
FIQUE ATENTO! outros. Entretanto, merecem maiores esclarecimentos
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993 outras características, senão vejamos a seguir.
aborda os contratos administrativos, dis- Contrato de Adesão: Os contratos administrativos
ciplina que costuma incidir em concursos têm a característica de serem típicos contratos de ade-
de nível superior ou específicos das áreas são, onde uma das partes (neste caso a Administração
de auditoria. Se em seu concurso for co- Pública) propõe as cláusulas e a outra parte não pode
brado o conteúdo da lei, sem especificação propor alterações, supressões ou acréscimo, simples-
de quais aspectos, deve ser dada atenção à mente aceita as suas condições e cláusulas ou não.
abordagem dos contratos administrativos. Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos admi-
nistrativos devem ser formais e escritos, sendo que todo o
contrato deve mencionar obrigatoriamente os nomes das
Contrato, sejam eles de caráter público ou privado, partes e seus representantes legais, a finalidade do contrato,
é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, o ato administrativo que autorizou a sua celebração, o nú-
com as respectivas manifestações de vontades, para mero do processo de licitação, da possível dispensa ou ine-
constituir, regulamentar ou extinguir entre as partes uma xigibilidade de licitação, a sujeição dos contratantes às nor-
relação jurídica, sendo certo que para a validade do con- mas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas contratuais.
trato exige acordo de vontades, agente capaz, objeto lí- Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acom-
cito e forma prescrita ou não proibida em lei. panhada e fiscalizada por um representante da Admi-
Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso An- nistração Pública especialmente designado para tal fim,
tônio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e sub-
administrativos: “É um tipo de avença travada entre a sidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Administração e terceiros na qual, por força de lei, de O representante da Administração anotará em regis-
cláusulas pactuadas ou do tipo do objeto, a permanência tro próprio todas as ocorrências relacionadas com a exe-
do vínculo e as condições preestabelecidas assujeitam-se cução do contrato, determinando o que for necessário à
a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvado regularização das faltas ou defeitos por ele observados.
os interesses patrimoniais do contratante privado”. As decisões e providências que ultrapassarem a compe-
Em outras palavras, temos que contrato administra- tência do representante deverão ser solicitadas a seus superio-
tivo é a convenção firmada pela Administração Pública, res em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
agindo nesta qualidade, com particulares ou então com Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em
outras entidades administrativas mesmo, nos termos regra, contratos pessoais, e a execução dos termos con-
pactuados pela contratante (administração pública), de tratados devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou
acordo com o interesse coletivo, e sob a esfera do direi- jurídicas) que se obrigou diante o Poder Público. É im-
to público, ficando o particular contratado condicionado prescindível a pessoalidade nos contratos administrativos,
a suportar as cláusulas impostas pela administração, em tendo em vista que há celebração após a realização de li-
razão do atendimento do interesse público. citação em que se busca não apenas a proposta mais favo-
Não se pode confundir contrato administrativo com rável a Administração Pública, mais também a selecionar
contrato da administração, visto que nos contratos da a pessoa (física ou jurídica) que ofereça as condições ne-
administração, temos o ajuste firmando entre a adminis-
cessárias de assegurar a execução do objeto contratado.
tração pública e o particular, entretanto, o poder público
não figura utilizando-se de suas prerrogativas, sendo que
tal avença é regida pelo direito privado. #FicaDica
Características Características gerais:
- Personalíssimo – “intuitu personae” – deve
Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Ad- ser executado pelo próprio contratado, ve-
ministração Pública, fica autorizada a determinar alterações e dadas, em princípio, sua substituição ou
modificações nas prestações devidas pelo particular contra- transferência;
tado, em razão das necessidades públicas, e ainda tem o po- - Comutativo – estabelece compensações
der de acompanhar e fiscalizar sistematicamente a execução, recíprocas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

podendo impor sanções estipuladas previamente quando - Consensual – trata-se de acordo de von-
irregularidades a ensejarem e a rescindir o contrato de forma tades, não de ato unilateral e impositivo da
unilateral, quando houver legitimo interesse público. Administração;
Em suma, temos que os contratos administrativos - Oneroso – Remunerado na forma conven-
revelam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a cionada;
Administração Pública podendo gozar de todas as suas - Formal – Expresso por escrito e com re-
prerrogativas e poderes indispensáveis a proteção aos quisitos especiais, sendo nulos os acordos
direitos e interesses públicos, e de outro modo, temos verbais firmados com a Administração,
que é de competência do particular conferir integral ga- salvo pequenas compras com pagamento
rantia aos interesses privados que ditaram sua participa- imediato.
ção nos estreitos limites contratuais.

147
Vigência - Anulação: A anulação de um contrato administrati-
vo segue as regras análogas dos Atos Administra-
A extinção do contrato pelo término de seu prazo é a tivos, ou seja, um contrato administrativo deve ser
regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário é, anulado quando constatado ilegalidades em sua
portanto, distinguir os contratos que se extinguem pela celebração. A anulação de contrato administrativo
conclusão de seu objeto e os que terminam pela expi- pode ser realizada pelo próprio Poder Público, de
ração do prazo de sua vigência: nos primeiros, o que se oficio ou quando provocado, ou então pelo Poder
tem em vista é a obtenção de seu objeto concluído, ope- Judiciário, mediante prévia provocação e sempre
rando o prazo como limite de tempo para a entrega da por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.
obra, do serviço ou da compra sem sanções contratuais; - Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão
nos segundos o prazo é de eficácia do negócio jurídico de contrato administrativo estão descritas no arti-
contratado, e assim sendo, expirado o prazo, extingue-se go 78, e seus incisos da Lei 8.666/93.
o contrato, qualquer que seja a fase de execução de seu
Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral
objeto, como ocorre na concessão de serviço público, ou
pela administração do contrato administrativo, e outras
na simples locação de coisa por tempo determinado. Há,
que ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual en-
portanto, prazo de execução e prazo extintivo do contrato.
tre os contratantes, havendo ainda causas de rescisão
decorrentes de interesse público superveniente e de for-
Alterações contratuais ça maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o estu-
Os contratos administrativos possuem características do das hipóteses previstas na Lei 8.666/93.
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que
é a existência de cláusulas exorbitantes.
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a admi- #FicaDica
nistração publica prerrogativas especificas de direito
público, são denominadas de “exorbitantes” porque as Formas de rescisão:
cláusulas extrapolam aquilo que seria admitido no direito - Unilateral – o Estado impõe o cancela-
privado. mento do contrato sem o consentimento
- Exigência de Garantia: A exigência de que os lici- do contratado, respeitado o contraditório e
tantes e contratados prestem garantias, visa asse- a ampla defesa.
- Judicial – Poder Judiciário, caso não seja
gurar o adequado adimplemento do contrato, ou
possível uma rescisão amigável.
nas hipóteses de inexecução do objeto contratado,
- Amigável – em comum acordo entre Esta-
facilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela
do e contratado.
Administração Pública. - Pleno direito – morte do contratado; fa-
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de lência da empresa; dissolução da empresa;
alteração unilateral do contrato efetuado entre a perecimento do objeto – não é preciso um
Administração e o contratado deve sempre ter o ato declaratório de extinção.
objetivo de sua adequação às finalidades do inte-
resse coletivo, devem ainda respeitar os direitos
do administrado, principalmente o direito ao res- Sanção administrativa
tabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro
originalmente estabelecido em contrato. - Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na
- Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de execução do contrato sujeitará o contratado à
aplicação de sanções administrativas pelo Poder multa de mora, na forma prevista no instrumento
Público, quando verificada irregularidades do par- convocatório ou no contrato. A aplicação da mul-
ticular na execução do contrato , independe de ta administrativa não impede que a Administração
prévia manifestação do Poder Judiciário. Pública promova a rescisão unilateral do contrato
- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A e ainda aplique demais sanções.
possibilidade de rescindir de maneira unilateral o
contrato administrativo se dá diante da supremacia A multa, aplicada após regular processo administra-
jurídica da administração pública perante o parti- tivo, será descontada da garantia do respectivo contra-
cular, tendo em vista que o contrato administrativo tado, e caso a multa for de valor superior ao valor da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

foi celebrado sob a esfera do direito público. garantia prestada, além da perda desta garantia em favor
da Administração, responderá o contratado pela sua di-
Extinção do contrato administrativo ferença, a qual será descontada dos pagamentos even-
tualmente devidos pela Administração ou ainda, quando
A extinção do contrato administrativo é o término do for o caso, cobrada judicialmente.
vínculo de obrigações assumidas entre a administração - Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela
pública e o particular contratado. E extinção pode se dar inexecução total ou parcial do contrato a Adminis-
em razão de da conclusão do objete contratado, ou en- tração poderá, sempre garantida a prévia defesa,
tão do termino do prazo previsto para a vigência do con- aplicar ao contratado as seguintes sanções:
trato, ou ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do
contrato.

148
a) Advertência;
b) Multa, na forma prevista no instrumento convoca-
tório ou no contrato; EXERCÍCIOS COMENTADOS
c) Suspensão temporária de participação em licitação
e impedimento de contratar com a Administração,
por prazo não superior a 2 (dois) anos; 1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contra- Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
tar com a Administração Pública enquanto perdu- traçada pela Lei nº 8.666/1993.
rarem os motivos determinantes da punição ou É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos
até que seja promovida a reabilitação perante a destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecno-
própria autoridade que aplicou a penalidade, que lógica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP,
será concedida sempre que o contratado ressarcir pelo CNPq ou por outras instituições de fomento à pes-
a Administração pelos prejuízos resultantes e após quisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no
inciso anterior. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Do reequilíbrio econômico-financeiro Resposta: Errado. Tratava-se de hipótese de licitação


dispensável, conforme artigo 24, XXI, Lei nº 8.666/1993,
A alteração do contrato administrativo se dará vi- que tinha a seguinte redação: “para a aquisição de
sando o restabelecimento da que relação que as partes bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa
pactuaram inicialmente entre encargos e remuneração, científica e tecnológica com recursos concedidos pela
objetivando a manutenção do equilíbrio da equação fi- Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras institui-
nanceira inicial na hipótese de sobrevirem fatos super- ções de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq
venientes, imprevisíveis ou previsíveis de consequências para esse fim específico”. Hoje a redação dada pela
incalculáveis que possam retardar ou impedir a execução Lei nº 13.242/2016 é a seguinte: “XXI - para a aquisi-
do contrato em caso de força maior, caso fortuito, fato ção ou contratação de produto para pesquisa e de-
do príncipe que configura uma alteração econômica ex- senvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços
traordinária e extracontratual. de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
Entretanto, para que seja possível a identificação de
que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23
eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no
(até R$ 1.500.000,00)”. O inciso não mais restringe às
contrato administrativo e a realidade praticada no mer-
requisições feitas com recursos das entidades de pes-
cado privado, é importante o acompanhamento e a ges-
quisa e, de outro lado, restringe no que se refere a
tão do contrato, bem como a fiscalização sobre a boa
obras e serviços de engenharia (ex.: construção de um
execução das cláusulas e obrigações pactuadas.
laboratório).
Para tanto é conferida a Administração Pública as
prerrogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sem-
pre a supremacia do interesse coletivo sobre o interes- FIQUE ATENTO!
se privado. Quando, durante a gestão e fiscalização do
cumprimento do contrato administrativo, a Administra- Cuidado com a pegadinha muito comum em
ção Pública verificar descumprimento de cláusula contra- concursos, que é a substituição das palavras
tual, atrasos na execução dos serviços contratados, má dispensável ou inexigível. É inexigível apenas
execução de serviços, entre outras situações que possam nos casos de fornecedor exclusivo, notória es-
lesar o interesse público, o Poder Público poderá adotar pecialização de profissional técnico e artista
as providencias no sentido de punir a empresa contra- reconhecido.
tada.
2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
Garantia contratual Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
traçada pela Lei nº 8.666/1993.
A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por Para a habilitação nas licitações, serão exigidas dos lici-
cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado tantes, além de habilitação jurídica, qualificação técnica,
nas mesmas condições pactuadas contratualmente. qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e
Entretanto, nos casos de obras, serviços e forneci-
trabalhista.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mentos de grande vulto envolvendo alta complexidade


técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados
( ) CERTO ( ) ERRADO
através de parecer tecnicamente aprovado pela autorida-
de competente, o limite de garantia poderá ser elevado
Resposta: Certo. Preconiza o artigo 27, Lei nº
para até 10% (dez por cento) do valor do contrato.
8.666/1993: “Para a habilitação nas licitações exigir-se-
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou
restituída após a execução do contrato e, quando em di- -á dos interessados, exclusivamente, documentação
nheiro, atualizada monetariamente. Nos casos de contra- relativa a: I - habilitação jurídica; II - qualificação técni-
tos que importem na entrega de bens pela Administra- ca; III - qualificação econômico-financeira; IV - regula-
ção, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor ridade fiscal e trabalhista; V - cumprimento do dispos-
da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. to no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal”.

149
3. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) Julgue o próximo item, relativo às modalidades de licitação.
A concorrência pública pressupõe uma fase preliminar denominada habilitação, que habilita os que poderão participar
da fase seguinte, a de classificação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Se depreende do próprio conceito de concorrência que a Lei nº 8.666/1993 traz em seu artigo 22, §
1º: “Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação pre-
liminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto”.

4. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 2 - CESPE/2018) Considerando que a ABIN escolha a modalidade
licitatória convite para contratar empresa de engenharia para modernizar suas instalações, julgue o item que se segue,
com base nas disposições da Lei nº 8.666/1993.
Pelo seu caráter simplificado, a modalidade convite não pode ser substituída pela concorrência.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Cabe seguir a seguinte máxima: se pode o menos, pode o mais, ou seja, se cabe uma modalidade
simplificada de licitação não há problemas em optar pela mais complexa (o inverso que não é permitido). Consta
na Lei nº 8.666/1993, em seu artigo 23, § 4o, o seguinte: “Nos casos em que couber convite, a Administração poderá
utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência”.

5. (STM -Técnico Judiciário - Programação de Sistemas - CESPE/2018) Em relação à organização administrativa e à


licitação administrativa, julgue o item a seguir.
Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de baixo impacto sobre recursos naturais, a administração pública
atende ao princípio do desenvolvimento nacional sustentável.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O artigo 3o da Lei nº 8.666/1993 fixa o princípio do desenvolvimento sustentável como um dos que
deve ser observado no processo licitatório. Este princípio do desenvolvimento sustentável está relacionado não só com o
âmbito ambiental, como a maioria das pessoas pensam quando ouve falar em sustentabilidade, mas aqui também refere-
-se ao desenvolvimento sustentável em diversos aspectos, como social, econômico, político, ético e também o ambiental.

ARQUIVOLOGIA: GESTÃO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS. ORGANIZAÇÃO,


PLANEJAMENTO, SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO. ARQUIVÍSTICA E INFORMÁTICA.
LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se
confundem.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

150
1.Arquivística: princípios e conceitos

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem obser-
vados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que
possam ser registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providên-
cias) nos dá sobre arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públi-
cos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como
por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pú-
blica ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (ci-
tado por PAES, Marilena Leite, 1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso
de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.”
(PAES, Marilena Leite, 1986).
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo,
que se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade,
suporte, modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por
um processo natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma
pessoa física, jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como prin-
cípios e por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual
adotada, são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influen-
ciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua im-
parcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos
aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam
com fidelidade os fatos e atos que atestam.

151
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, por-
tanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registra-
da, guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informa-
ção, que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados,
porém, frisa-se que trata-se de conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

2. Arquivos Públicos

Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:


“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções adminis-
trativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documenta-
ção à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.”

Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter
público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera
de governo.

3. Arquivos Privados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a mesma Lei citada acima:


“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas
ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público,
pois os órgãos que compõe a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também
pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.

152
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de tra- Outras vantagens de se adotar a gestão de docu-
balhos, etc. mentos é a racionalização de espaço para guarda de
• Comercial: companhias, empresas, etc. documentos e o controle deste a produção até arquiva-
mento final dessas informações.
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, pro- A implantação da Gestão de Documentos associada
fissional com formação em arquivologia ou experiência ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias
reconhecida pelo Estado. Ele pode trabalhar em insti- do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser
tuições públicas ou privadas, centros de documentação, efetiva visando à garantia no processo de atualização da
arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc. documentação, interrupção no processo de deterioração
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cui- dos documentos e na eliminação do risco de perda do
dar da gestão documental, conservação, preservação e acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
disseminação da informação contida nos documentos, que permitam acesso à informação pela internet e intra-
assim como pela preservação do patrimônio documental net.
de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última A Gestão de Documentos no âmbito da administra-
instância, da sociedade como um todo. ção pública atua na elaboração dos planos de classifi-
cação dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Do-
Também é função do arquivista recuperar informa- cumental) e comissão permanente de avaliação. Desta
ções ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas. forma é assegurado o acesso rápido à informação e pre-
servação dos documentos.
4. Gestão da informação e documentos
5. Diagnóstico
Um documento (do latim documentum, derivado de
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobre- Como diagnóstico entendemos a análise das infor-
tudo gráfico, que comprove a existência de um fato, a mações básicas (quantidade, localização, estado físico,
exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio condições de armazenamento, grau de crescimento, fre-
jurídico, documentos são frequentemente sinônimos de quência de consulta e outros) sobre os arquivos, a fim de
atos, cartas ou escritos que carregam um valor proba- implantar sistemas e estabelecer programas de transfe-
tório. rência, recolhimento, microfilmagem, conservação e de-
Documento arquivístico: Informação registrada, in- mais atividades”.
dependente da forma ou do suporte, produzida ou re- É uma etapa que antecede a aplicação de um progra-
cebida no decorrer da atividade de uma instituição ou ma de gestão de documentos, representando uma ferra-
pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura su- menta que é capaz de retratar determinado contexto da
ficientes para servir de prova dessa atividade. situação em que se encontra um conjunto de documen-
Administrar, organizar e gerenciar a informação é tos, considerando volume, gênero, natureza dos docu-
uma tarefa de considerável importância para as orga- mentos, suporte, espécie, tipologia, nível de conservação
nizações atuais, sejam essas privadas ou públicas, tare- e período cronológico.
fa essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão
de Documentos, importante ferramenta que auxilia na É preciso ter critérios que ajudem a selecionar o mé-
gestão e no processo decisório. todo mais apropriado à realidade pretendida, reconhecer
A gestão de documentos representa um conjunto o melhor momento para sua aplicação, enfim, é preciso
de procedimentos e operações técnicas referentes à sua estudar os diferentes métodos a ponto de sentir-se se-
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em guro para fazer a escolha, pois “o talento do pesquisador
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação consiste em adequar os métodos às necessidades dos
ou recolhimento para a guarda permanente. objetos” (LOPES, 1997, p. 45).

Através da Gestão Documental é possível definir qual É o instrumento norteador da implantação da política
a politica arquivistica adotada, através da qual, se cons- arquivística institucional
titui o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importan-
te da gestão documental é definir os responsáveis pelo O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamen-
processo arquivistico. to, sendo o institucional e o documental.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

implantação do programa de gestão, que envolve ações Institucional


como as de acesso, preservação, conservação de arqui- - Tempo histórico de existência
vo, entre outras atividades. - Tamanho e diversidade dos acervos acumulados
Por assegurar que a informação produzida terá ges- - Variação e abrangência das atividades presentes e
tão adequada, sua confidencialidade garantida e com passadas
possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos - Número de pessoas vinculadas e as características
favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, estruturais
processos esses que para determinadas organizações - Uso de tecnologia da informação variadas, de redes
são de extrema importância ser adquirido. de computadores, digitalização, microfilmagem,
etc.

153
Documental
- Quantidades dos documentos, expressas de acordo com regras aceitas universalmente (metragem linear, em
unidades ou bits)
- Características diplomáticas – tipologias documentais – que os individualizam
- Conteúdos informacionais genéricos, expressos de modo sintético e hierárquico
- Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movelaria e embalagens utilizadas
- Modo original de arquivamento – classificação, avaliação e descrição – mesmo que empírico e baseado no senso
comum
- Existência e modo de uso de tecnologias da informação
- Características das instalações e situação dos acervos no que se refere à preservação

Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS essenciais:


1. Pesquisa da legislação e histórico do órgão;
2. Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários;
3. Visitas para aplicação de entrevistas/questionários;
4. Análise dos dados coletados;
5. Elaboração de diretrizes.

De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo significa fazer uso de informações gerais sobre quem o produziu,
informações essas que são conseguidas por meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos pelo arquivista.

O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos a seguir.

5.1. Diagnóstico Estratégico

Também denominado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que
de alguma forma afetam direta ou indiretamente uma organização.
De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004) o diagnóstico estratégico se subdivide em duas modalidades:
a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças e fraquezas,
criando as condições para a formulação de estratégias que representam o melhor ajustamento do elemento no
ambiente em que se situa;
b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, da
missão e dos objetivos.

5.2. Diagnótico Físico Ambiental

Deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos no ambiente, buscando
identificar as causas da degradação neles registrados.

5.3. Diagnóstico Organizacional

É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões físico-
-ambiental de conservação, nem apegar-se as questões de fluxo.
O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma necessária ferramenta para a gestão documental, pois, forne-
ce informações estruturadas para o provimento das ações no decorrer do processo de gerenciamento arquivístico,
tendo como principais dados a serem coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por conseguinte, ao fluxo de
informações que permeiam a organização, absorvendo assim, a complexidade e a diversidade de documentos e de
informações existentes dentro destas.

6. Arquivos correntes, intermediários e permanentes


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O arquivo também pode ser classificado quanto à sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui três tipos
arquivisticos que correspondem cada um a uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três Idades:
Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase Obrigatória
Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destino
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação definitiva

154
Vejamos:

7. Protocolo

Composto por: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.


Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado
de forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,
registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coorde-
nadas de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um
aumento de produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são re-
gistrados assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole
ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua elimina-
ção ou recolhimento.

155
8. Avaliação de documentos organizacional, como elemento associado às atividades
administrativas, como acrescenta Gonçalves (1998, p. 23),
As funções de classificação e avaliação são essenciais “a elaboração do plano não pode estar desconectada da
para a gestão dos documentos, pois permitem que as preocupação com sua aplicação”.
informações sejam organizadas racionalmente – facili- Enquanto isso, a tabela de temporalidade de do-
tando a sua recuperação – e, quando não investidas de cumentos é definida por Bernardes e Delatorre (1998)
valor administrativo, histórico ou cultural, sejam adequa- como um instrumento aprovado por autoridade compe-
damente eliminadas. tente, que regula a destinação final dos documentos, de-
De acordo com Lopes (1997), a classificação pode ser finindo prazos para a guarda dos documentos em função
descrita como a sequência de operações que, de acordo de seus valores administrativos, legais e fiscais, determi-
com as estruturas organizacionais, funções e atividades nando os prazos para sua transferência, recolhimento ou
de uma organização, visam a distribuir os documentos eliminação. A tabela de temporalidade pode ser conside-
em classes e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) rada o principal instrumento do processo de avaliação de
descreve que entre os objetivos e benefícios da classi- documentos, proporcionando, como resultados práticos,
ficação, destacam-se: a recuperação do contexto origi- a inexistência de massas documentais acumuladas e o
nal de produção de documentos, visibilidade às funções, descarte de informações supérfluas.
subfunções e atividades do organismo produtor, contro- Por ser um processo que requer procedimentos legais
le de trâmites, atribuição de códigos numéricos, além de (inclusive atendendo prazos definidos em lei para execu-
fornecer subsídios para a avaliação dos documentos. ção de determinadas tarefas do processo), a avaliação de
A avaliação de documentos, fase posterior à classifica- documentos requer atenção redobrada pelos arquivistas,
ção, cumpre a função de descartar o que não seja de inte- para que sua efetivação não seja comprometida.
resse para as atividades das organizações, como, também, Os instrumentos que servem de referência são o Có-
para a sociedade em geral, que busca informações para co- digo de Classificação, Temporalidade e Destinação de
nhecer seu meio, seu passado e constituir uma identidade. Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio
Frente a isso, os critérios de avaliação devem ser pautados da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade e
na visão crítica dos possíveis usos da informação arquivís- Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Ati-
tica. Bernardes e Delatorre (2008) explicam que existem vidades-Fim das Instituições Federais de Ensino Superior
documentos que jamais podem ser eliminados, pois com- (IFES).
provam fatos e atos fundamentais para nossa existência Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses
civil e para nossa vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida
possível e nem desejável que todos os documentos sejam recuperação de informações, orienta as atividades de ra-
preservados, afinal, documentos que cumprem uma função cionalização da produção e fluxo documentais, avaliação
importante durante determinado tempo, posteriormente, e destinação dos documentos, aumentando a eficácia
perdem o seu valor original, devendo ser eliminados, para dos serviços arquivísticos da administração pública em
que não dificultem o acesso a outros documentos com va- todas as esferas.
lor informativo e probatório relevantes. Portanto, o desenvolvimento da gestão de documen-
tos e informações interfere na qualidade das informações
Os principais instrumentos que possibilitam a classi- utilizadas pelas organizações e, para atingir esse objeti-
ficação e avaliação de documentos são, respectivamen- vo, as adoções de instrumentos voltados à classificação e
te, o plano de classificação e a tabela de temporalidade. avaliação tornam-se indispensáveis.
Ambos devem ser constituídos com referência aos pre-
ceitos arquivísticos (de organicidade, coerência, adapta- Resumidamente, a avaliação documental, que tem
bilidade, etc.), adequando-se ao contexto de produção base na teoria das Três Idades, é uma atividade essen-
informacional. A construção de um plano de classificação cial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida
é observada por Gonçalves (1998), na qual: em que define quais documentos serão preservados para
Definir atividades-fim e atividades-meio e relacioná- fins administrativos ou de pesquisa e em que momento
-las a funções mais abrangentes já significa reunir ele- poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos in-
mentos para a classificação dos documentos. A reunião termediário e permanente, segundo o valor e o potencial
lógica de funções e atividades, com a percepção de sua de uso que apresentam para a administração que os ge-
maior ou menor autonomia ou subordinação interna, per- rou e para a sociedade.
mitirá a elaboração do plano de classificação(GONÇAL-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VES, 1998, p. 22). Suas principais vantagens são:


O estabelecimento das classes e subclasses de um pla- - Redução da massa documental.
no de classificação pode ser por três critérios: funcional, - Agilidade na recuperação de documentos e informações.
no qual as classes correspondem à função dos documen- - A conservação dos documentos de guarda perma-
tos; estrutural, de acordo com a estrutura organizacional nente.
de determinada instituição; e, por assunto, referente aos - A racionalização da produção e do fluxo dos docu-
conteúdos registrados nos documentos. A definição de mentos de arquivo.
qual método é o mais adequado, por consenso, torna-se - A eliminação dos documentos desprovidos de valor,
uma definição do arquivista, que deve analisar o contexto gerando ganho de espaço físico.
de produção documental em que atua, partindo da pre- - A otimização dos gastos com recursos humanos,
missa de conseguir adequar o instrumento no ambiente materiais e financeiros.

156
- Incremento à pesquisa. • ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁ-
- Garantia da constituição do patrimônio arquivístico. RIO - inclui documentos que vieram do arquivo cor-
rente, porque deixaram de ser usados com frequên-
8.1. Sistemas de classificação de documentos de cia. Mas eles ainda podem ser consultados pelos
arquivo órgãos que os produziram e os receberam, se surgir
uma situação idêntica àquela que os gerou.
O conceito de classificação e o respectivo  sistema • ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE
classificativo a ser adotado, são de uma importância de- - nele se encontram os documentos que perderam
cisiva na elaboração de um plano de classificação que o valor administrativo e cujo uso deixou de ser fre-
permita um bom funcionamento do arquivo. quente, é esporádico. Eles são conservados somente
Um bom plano de classificação deve possuir as se- por causa de seu valor histórico, informativo para
guintes características: comprovar algo para fins de pesquisa em geral, per-
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, ado- mitindo que se conheça como os fatos evoluíram.
tando critérios que potenciem a resolução dos
De acordo com a extensão da atenção
problemas. Quanto mais simples forem as regras
Os arquivos se dividem em:
de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará
• ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos
a ordenação da documentação;
operacionais, cumprindo as funções de um arquivo
- A sua construção deve estar de acordo com as atri-
corrente.
buições do organismo (divisão de competências) • ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a re-
ou em última análise, focando a estrutura das enti- ceber os documentos correntes provenientes dos
dades de onde provém a correspondência; diversos órgãos que integram a estrutura de uma
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribui- instituição.
ções do serviço deixando espaço livre para novas
inclusões; De acordo com a natureza de seus documentos
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou • ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de va-
classificações mal efetuadas, e promover a sua riadas formas físicas como discos, fitas, disquetes,
atualização sempre que se entender conveniente. fotografias, microformas (fichas microfilmadas), sli-
A classificação por assuntos é utilizada com o obje- des, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento
tivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, adequado não apenas quanto ao armazenamento
como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as das peças, mas também quanto ao registro, acondi-
tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, sele- cionamento, controle e conservação.
ção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a • ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é como arquivo técnico, é responsável pela guarda os
realizado com base no conteúdo do documento, o qual documentos de um determinado assunto ou setor/
reflete a atividade que o gerou e determina o uso da in- departamento específico.
formação nele contida. A classificação define, portanto,
a organização física dos documentos arquivados, cons- De acordo com a natureza do assunto
tituindo-se em referencial básico para sua recuperação. • OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não
Na classificação, as funções, atividades, espécies e ti- prejudicam a administração
pos documentais distribuídos de acordo com as funções • SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é li-
e atividades desempenhadas pelo órgão. mitado, com divulgação restrita
A classificação deve ser realizada de acordo com as
De acordo com a espécie
seguintes características:
• ADMINISTRATIVO: Referente às atividades pura-
mente ad­ministrativas;
De acordo com a entidade criadora
• JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
• PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âm- • CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e
bito federal ou estadual ou municipal. orienta­ção jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pa-
• INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou rela- receres, busca alternativas para evitar a esfera ju-
cionados à instituições educacionais, igrejas, cor- dicial.
porações não-lucrativas, sociedades e associações.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e De acordo com o grau de sigilo


companhias. • RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação
• FAMILIAR ou PESSOAL- arquivo organizado por não-autorizada possa comprometer planos, opera-
grupos familiares ou pessoas individualmente. ções ou ob­jetivos neles previstos;
. • SECRETO: Dados ou informações referentes a sis-
De acordo com o estágio de evolução (considera-se temas, instalações, projetos, planos ou operações
o tempo de vida de um arquivo) de interesse nacional, a assuntos diplomáticos e de
• ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - inteligência e a pla­nos ou detalhes, programas ou
guarda a documentação mais atual e frequente- instalações estratégicos, cujo conhecimento não au-
mente consultada. Pode ser mantido em local de torizado possa acarretar dano grave à segurança da
fácil acesso para facilitar a consulta. sociedade e do Estado;

157
• ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à so­berania e à integridade territorial nacionais, a plano ou ope­
rações militares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tec­nológico
de interesse da defesa nacional e a programas eco­nômicos, cujo conhecimento não autorizado possa acar­retar dano
excepcionalmente grave à segurança da so­ciedade e do Estado.

8.2 Arquivamento e ordenação de documentos


O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que visa ao acondicionamento e armazenamento dos
documentos no arquivo.
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades competentes, o documento deverá ser encaminhado ao
seu destino para arquivamento, após receber despacho final.
O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabelecido, de acordo com a classificação dada. Nesta eta-
pa toda a atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente poderá ficar perdido quando solicitado
posteriormente.
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua
eliminação.
As operações para arquivamento são:
1) Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
2) Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir um código conforme o assunto;
3) Ordenar os documentos na ordem sequencial;
4) Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que
tratam do mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
5) Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar uma pasta para cada código, evitando a classifi-
cação “diversos”;
6) Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de acordo com a ordem estabelecida – cronológica,
alfabética, geográfica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não exista o original manter uma
única cópia;
7) Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em caixa ou pasta apropriada, identificando externamente
o seu conteúdo e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
8) Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os documentos/processos estão armazenados.

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizontal e a vertical.

- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário.
É indicado para arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras
nos mesmos.
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos.
Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os
sistemas.
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou não de recuperação da informação sem o
uso de instrumentos.
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro seme-
lhante) para localizar um documento em um arquivo.

Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou recuperação, como por exem-
plo, os métodos alfabético e geográfico.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são os méto-
dos numéricos.

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classificados dentre de um mesmo assunto.
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e categorizada previamente para posterior arquiva-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mento.

Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos documentos, podendo ser:

158
9. Tabela de temporalidade

Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhi-
mento, descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores
(primário/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo
de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários
na instituição. 
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma
instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final –
eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de


acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti-
camente para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e inter-
mediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação da apo-
sentadoria; e até quitação da dívida.

Os prazos são preferencialmente em ANOS


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os prazos são determinados pelas:


Normas
Precaução
Informações recaptulativas
Frequência de uso

159
3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati-
vos quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administra-
tivas.

10. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivos

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedi-
mentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante
o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FIQUE ATENTO!
Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente.
As alternativas são diversas, como dispositivos externos de gravação, porém, o mais indicado hoje, é
armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança, a facilidade de acesso.

160
ARMAZENAMENTO - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo
direcionadas à obtenção de níveis de temperatura
1. Áreas de armazenamento e umidade relativa estabilizados na média, evitan-
do variações súbitas;
1.1. Áreas Externas - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
quando os equipamentos de climatização não pu-
A localização de um depósito de arquivo deve prever derem ser mantidos em funcionamento sem inter-
facilidades de acesso e de segurança contra perigos imi- rupção;
nentes, evitando-se, por exemplo: - proteger os documentos e suas embalagens da inci-
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e dência direta de luz solar, por meio de filtros, per-
de inundações, como margens de rios e subsolos; sianas ou cortinas;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de - monitorar os níveis de luminosidade, em especial
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, das radiações ultravioleta;
e construções irregulares; - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâm-
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos ín- padas fluorescentes, aplicando filtros bloqueado-
dices de poluição atmosférica, como refinarias de res aos tubos ou às luminárias;
petróleo; - promover regularmente a limpeza e o controle de
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indús- insetos rasteiros nas áreas de armazenamento;
trias e depósitos de munições, de material bélico e - manter um programa integrado de higienização do
aeroportos. acervo e de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença de
1.2. Áreas Internas poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo
os contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem
As áreas de trabalho e de circulação de público de- como realizando o fechamento e a abertura con-
verão atender às necessidades de funcionalidade e con- trolada de janelas;
forto, enquanto as de armazenamento de documentos - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
devem ser totalmente independentes das demais. magnéticos e ópticos em condições climáticas es-
peciais, de baixa temperatura e umidade relativa,
2. Condições Ambientais obtidas por meio de equipamentos mecânicos bem
dimensionados, sobretudo para a manutenção da
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa estabilidade dessas condições, a saber: fotografias
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também de- fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% filmes
e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
vem se diferenciar entre si, considerando-se as necessida-
des específicas de preservação para cada tipo de suporte.
2.1. Acondicionamento
A deterioração natural dos suportes dos documentos,
ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que
Os documentos devem ser acondicionados em mobi-
são aceleradas por flutuações e extremos de temperatura
liário e invólucros apropriados, que assegurem sua pre-
e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes
servação.
atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente
A escolha deverá ser feita observando-se as caracterís-
dos raios ultravioleta.
ticas físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a
A adoção dos parâmetros recomendados por dife- disposição do mobiliário deverão acatar as normas exis-
rentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de tentes sobre qualidade e resistência e sobre segurança no
umidade relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas trabalho.
quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofis- O mobiliário facilita o acesso seguro aos documen-
ticados, resultando em altos custos de investimento em tos, promove a proteção contra danos físicos, químicos
equipamentos, manutenção e energia. e mecânicos. Os documentos devem ser guardados em
Os índices muito elevados de temperatura e umidade arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a
relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação cada suporte e formato.
promovem a ocorrência de infestações de insetos e o de- Os documentos de valor permanente que apresen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

senvolvimento de microorganismos, que aumentam as tam grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes,
proporções dos danos. devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas
Com base nessas constatações, recomenda-se: adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos
- armazenar todos os documentos em condições am- confeccionados em cartão alcalino e acondicionados em
bientais que assegurem sua preservação, pelo pra- armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser ar-
zo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura mazenado diretamente sobre o chão.
e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de
documental; computador, devem ser armazenadas longe de campos mag-
- monitorar as condições de temperatura e umidade néticos que possam causar a distorção ou a perda de dados. O
relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir armazenamento será preferencialmente em mobiliário de aço
de metodologia previamente definida; tratado com pintura sintética, de efeito antiestático.

161
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de
temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre.
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser
empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos.
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre iguais
às dos documentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos para proteger o documento.
Todos os materiais usados para o armazenamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos.
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expec-
tativas de preservação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel
alcalino, para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO

FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUIVOS

Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores aos
quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de conservação para mini-
mizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos impressos, e o papel é basicamente composto por
fibras de celulose, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e descobrir soluções para evita-los é
um grande passo na preservação e na conservação documental.
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir:

1. Fatores ambientais

São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do
Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar.
- Temperatura e umidade relativa
O calor e a umidade contribuem significativamente para a destruição dos documentos, principalmente quando em
suporte-papel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. A velocida-
de de muitas reações químicas, é dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa proporciona
as condições necessárias para desencadear intensas reações químicas nos materiais.

162
A circulação do ar ambiente representa um fator bas- - Roedores
tante importante para amenizar os efeitos da temperatu- A presença de roedores em recintos de bibliotecas
ra e umidade relativa elevada. e arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima.
Tentar obstruir as possíveis entradas para os ambientes
- Radiação da luz dos acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais que surtam efeito devem ser definidas por especialistas
de acervos, provocando consideráveis danos através da em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não
oxidação. provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e
dos acervos: umidade relativa controladas, além de higiene periódica.
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou
persianas que bloqueiem totalmente o sol; - Ataques de insetos
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
controle da radiação UV, tanto nos vidros de jane- revestimentos, provocam perdas de superfície e
las quanto em lâmpadas fluorescentes. manchas de excrementos. As baratas se reprodu-
zem no próprio local e se tornam infestação muito
- Qualidades do ar rapidamente, caso não sejam combatidas.
O controle da qualidade é muito importante por- Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
que os gases e as partículas sólidas contribuem muito imensos em acervos, principalmente em livros. A
para a deterioração de materiais de bibliotecas e arqui- fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inse-
vos, destacando que esses poluentes podem tanto vir do to se reproduz por acasalamento, que ocorre no
ambiente externo como podem ser gerando no próprio próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o
ambiente. papel e seus derivados, como também a madeira
do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à
2. Agentes biológicos base de celulose.
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
Os agentes biológicos de deterioração de acervos materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta,
são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se
roedores e os fungos, cuja presença depende quase que repete.
exclusivamente das condições ambientais reinantes nas Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não
dependências onde se encontram os documentos. só para as coleções como para o prédio em si. Os
cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tu-
- Fungos bulações, conduítes de instalações elétricas, roda-
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimen- pés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes
to e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento fora do alcance dos nossos olhos.
provém dos papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
tecidos etc. A umidade é fator indispensável para o me- estantes coladas às paredes, caixas de interrupto-
tabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. Essa res de luz, assoalhos etc.
umidade é encontrada na atmosfera local, nos materiais
atacados e na própria colônia de fungos. Além da umi- 3. Intervenções inadequadas nos acervos
dade e nutrientes, outras condições contribuem para o
crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de Trata-se de procedimentos de conservação que reali-
circulação de ar e falta de higiene. zamos em um conjunto de documentos com o objetivo
As medidas para proteger o acervo de infestação de de interromper ou melhorar seu estado de degradação e
fungos são: que as vezes, resultam em danos ainda maiores.
- estabelecer política de controle ambiental, princi- Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar
palmente temperatura, umidade relativa e ar cir- exige um conhecimento das características individuais
culante dos documentos e dos materiais a serem empregados
- praticar a higienização tanto do local quanto dos no processo de conservação.
documentos, com metodologia e técnicas adequa-
das; 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- instruir o usuário e os funcionários com relação ao


manuseio dos documentos e regras de higiene do O manuseio inadequado dos documentos é um fa-
local; tor de degradação muito frequente em qualquer tipo de
- manter vigilância constante dos documentos contra acervo.
acidentes com água, secando-os imediatamente O manuseio abrange todas as ações de tocar no do-
caso ocorram. cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio-
nários da instituição, na remoção das estantes ou arqui-
vos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, na
pesquisa pelo usuário etc.

163
5. Fatores de deterioração - Processos de higienização
- Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à
irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita
uma política de conservação, existem medidas que podemos a seco, com o objetivo de reduzir poeira, partículas
tomar sem despender grandes somas de dinheiro, minimi- sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de
zando drasticamente os efeitos desses agentes. insetos ou outros depósitos de superfície.
Alguns investimentos de baixo custo devem ser fei- - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve
tos, a começar por: ser avaliado individualmente para determinar se a hi-
• treinamento dos profissionais na área da conserva- gienização é necessária e se pode ser realizada com
ção e preservação; segurança. No caso de termos as condições abaixo,
• atualização desses profissionais (a conservação é provavelmente o tratamento não será possível:
uma ciência em desenvolvimento constante e a • Fragilidade física do suporte
cada dia novas técnicas, materiais e equipamentos • Papéis de textura muito porosa
surgem para facilitar e melhorar a conservação dos - Materiais usados para limpeza de superfície - a re-
documentos); moção da sujidade superficial (que está solta so-
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade bre o documento) é feita através de pincéis, flanela
relativa em níveis aceitáveis; macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, es-
documentos; pátula, agulha, cotonete;
• adoção de política de higienização do ambiente e
dos acervos; - Limpeza de livros
• contato com profissionais experientes que possam - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
assessorar em caso de necessidade. pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o
estado da encadernação;
6. Características gerais dos materiais empregados - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
em conservação lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou
pincel, limpar os cortes, começando pela cabeça
Nos projetos de conservação/preservação de acervos do livro, que é a área que está mais exposta à su-
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado ape- jidade. Quando a sujeira está muito incrustada e
nas o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, intensa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó
daqueles materiais livres de quaisquer impurezas, quimi- de baixa potência ou ainda um pedaço de carpete
camente estáveis, resistentes, duráveis. Suas caracterís- sem uso;
ticas, em relação aos documentos onde são aplicados, - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi- numa primeira higienização;
lidade e inércia. - Oxigenar as folhas várias vezes.
Dentro das especificações positivas, encontramos vários
materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, - Higienização de documentos de arquivo - mate-
os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borra- riais arquivísticos têm os seus suportes geralmente
chas plásticas etc., usados tanto para pequenas intervenções
quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmenta-
sobre os documentos como para acondicionamento.
dos. Isso se deve principalmente ao alto índice de
acidez resultante do uso de papéis de baixa qua-
7. Critérios para a escolha de técnicas e de mate-
lidade. As más condições de armazenamento e o
riais para a conservação de acervos
excesso de manuseio também contribuem para a
degradação dos materiais. Tais documentos têm
Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor-
que ser higienizados com muito critério e cuidado.
tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que
integram nossos acervos para que não corramos o risco
de lhes causar mais danos. - Documentos manuscritos - os mesmos cuidados
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, para com os livros devem ser tomados em relação
são de grande importância para a estabilização dos do- aos manuscritos. O exame dos documentos, testes
cumentos. de estabilidade de seus componentes para o uso
dos materiais de limpeza mecânica e critérios de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8. Higienização intervenção devem ser cuidadosamente realizados.

A sujidade é o agente de deterioração que mais afe- - Documentos em grande formato


ta os documentos. A sujidade não é inócua e, quando - Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetu-
conjugada a condições ambientais inadequadas, provoca ra (no geral em papel vegetal) podem ser limpos
reações de destruição de todos os suportes num acervo. com pó de borracha, após testes. Pode-se também
Portanto, a higienização das coleções deve ser um hábi- usar um cotonete - bem enxuto e embebido em
to de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos, álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem
razão por que é considerada a conservação preventiva ter distorções causadas pela umidade que são irre-
por excelência. versíveis ou de difícil remoção.

164
• Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica.
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
• Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que
em boas condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.

9. Pequenos reparos

Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos executar visando interromper um processo de de-
terioração em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e têm
a função de melhorar o estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o risco de
aumentar os danos é muito grande e muitas vezes de caráter irreversível.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos devem ser tratados por especialistas da área. Os demais
documentos permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim devem ser
de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas e pro-
cedimentos reversíveis. Isso significa que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum obstáculo
na técnica e nos materiais utilizados.

FIQUE ATENTO!
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equi-
pamentos de Proteção Individual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de proteção e pró-pé/
bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas, como rinite, irritação ocular, problemas respirató-
rios, protegendo assim a saúde do profissional.

TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS: microfilmagem; automação; preservação, conservação e


restauração de documentos.

Segundo Bellotto (1989), a Tipologia Documental é a ampliação da Diplomática (ocupa-se da estrutura formal dos
atos escritos de origem governamental e/ou notarial) em direção à gênese documental, perseguindo a contextualiza-
ção nas atribuições, competências, funções e atividades da entidade geradora/acumuladora. Assim, o objeto da Diplo-
mática é a configuração interna do documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para atingir sua
autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, além disso, é estudá-lo enquanto componente de conjuntos orgânicos,
isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes à mesma
atividade. Nesse sentido, o conjunto homogêneo de atos está expresso em um conjunto homogêneo de documentos,
com uniformidade de vigência.
A Tipologia Documental como parte integrante da identificação Arquivística é etapa do tratamento dos docu-
mentos, informações e conhecimento e se fundamenta na metodologia da Diplomática para identificar o documento
contido nos arquivos (Digitalizado, digital, papel, microfilme etc.).
Nessa configuração interna do documento, pontua-se alguns aspectos como, espécie (Designação do documento
segundo seu aspecto formal), o tipo (espécie e mais a sua finalidade – Ex. Especie = atestado / tipo = médico).
O tipo documental agrega à espécie documental uma atividade/função/finalidade.
Já o SUPORTE é o material sobre o qual as informações são registradas. Ex: Fita magnética, filme de nitrato, papel,
HD, CD, DVD, pendrive, nuvem.

1. Microfilmagem

É o serviço de armazenamento e preservação de informações, através da captação das imagens dos documentos
por processo fotográfico.
A microfilmagem é uma técnica que propicia uma maneira prática fácil e econômica de registrar, distribuir e locali-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zar dados manuscritos, registros impressos ou ilustrados.

165
Seus principais benefícios são:

Outros aspectos relevantes quanto à microfilmagem, conforme a Lei nº 5.433/68, que Regula a microfilmagem de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

documentos oficiais e dá outras providências


- Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquiva-
mento;
- Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados docu-
mentos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente;
- Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repar-
tição detentora dos mesmos;
- É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para
efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes;
- Entende-se por microfilme o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens,
por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução;

166
- O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia;

- A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a
mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia;
- Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para produzirem efeitos
legais em juízo ou fora dele, deverão estar autenticados pela autoridade competente detentora do filme original;
- Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando:
• autenticados por autoridade estrangeira competente;
• tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver auten-
ticado;
• forem acompanhados de tradução oficial. 
• Tipos: microfilmagem de substituição (aplicada nos arquivos correntes e intermediários) e microfilmagem de
preservação (aplicada nos arquivos permanentes).

2. Automação. 
 
É o gerenciamento eletrônico dos documentos que funciona com softwares e hardwares específicos e usa as mídias
ópticas para armazenamento.
Tem por finalidade otimizar e racionalizar a gestão documental.
Permite, através de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos, gerenciar a produção, uso e
destinação dos documentos arquivísticos produzidos em uma organização.

3. Preservação, conservação e restauração de documentos.

Conforme já visto acima, esses procedimentos podem ser conceituados como:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Preservar e conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-los da ação dos agentes
físicos, químicos e biológicos que os atacam.
Através desses procedimentos mantemos protegido o patrimônio documental e cultural, preservando assim a his-
tória, seja de fatos ocorridos em uma organização como se preserva e, consequentemente, passa-se a diante toda a
história percorrida e vivida por uma sociedade.
Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causados pelas mais diversas ameaças conforme vimos
acima, mantendo assim, o registro das informações originais, para que essas auxiliem na construção de uma futura
geração, através da memória institucional que estará resguardada.

167
Fonte e texto adaptado de: www.agu.gov.br/CO- Resposta: “Certo” Por Gestão de Documento com-
NARQ - Conselho Nacional de Arquivos/Murilo Billig preende-se o conjunto de procedimentos e operações
Schäfer/Dijeison Tiago/Rayssa Macedo/ Simone Francisco técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso,
da Silva/George Melo Rodrigues/Norma Cianflone Cas- avaliação e arquivamento em fase corrente e interme-
sares diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para
a guarda permanente.
Politicas arquivisticas, definição de responsáveis, pro-
grama de gestão, entre outras atividades, são decor-
EXERCÍCIOS COMENTADOS rentes da implantação da Gestão de Documentos.

5. (ABIN – 2018 - CESPE) No que se refere a protocolo,


1. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de con-
julgue o item subsequente.
ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
O protocolo providencia a tramitação dos documentos
O princípio da proveniência e o resultado de sua aplica-
de arquivo e toma decisões sobre as demandas contidas
ção — o fundo de arquivo — impõem-se à arquivologia,
neles.
pois esta tem como objetivo administrar documentos de
pessoas físicas ou jurídicas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: “Errado” A finalidade principal do protoco-
lo é permitir que as informações e documentos sejam
Resposta: “Certo” O principio em questão fixa a identi-
administradas e coordenadas de forma concisa, otimi-
dade do documento (seja de pessoa física ou jurídica) a
zada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
quem o produziu, organizando-os de forma a obedecer
forma que mesmo havendo um aumento de produção
a competência e às atividades de sua origem produtora.
de documentos sua gestão seja feita com agilidade, ra-
pidez e organização.
2. (ABIN - 2018 CESPE) Acerca de princípios e de con-
Não inclui-se nesse processo, nenhuma tomada de
ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
decisão.
Os arquivos de um órgão público existente há mais de
cem anos fazem parte de um fundo aberto.
6. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação às funções arqui-
vísticas de criação, classificação e avaliação de documen-
( ) CERTO ( ) ERRADO
tos, julgue o item seguinte. 
Documentos de um acervo que podem ser amplamen-
Resposta: “Certo” Se a instituição ainda está em ativi-
te divulgados à sociedade são considerados ostensivos
dade, como no caso, e continua gerando arquivo, trata-
quanto à natureza do assunto.
-se de fundo aberto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de con-
ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
Resposta: “Certo” Em se tratando de classificação de
A imparcialidade, como característica do documento de
documentos, quando falamos da natureza do assunto,
arquivo, diz respeito à criação, à manutenção e à custódia
falamos de assunto que pode ser divulgado ou de as-
de arquivos. 
sunto que requer restrição no acesso.
Ostensivo se refere ao se se revela, que se mostra, por-
( ) CERTO ( ) ERRADO
tanto está correto, trata-se de assunto que tem livre
acesso.
Resposta: “Errado” Imparcialidade: refere-se ao fato
de que os documentos arquivísticos são inerentemente
7. (FUB – 2014 - CESPE) Acerca da tabela de tem-
verdadeiros. Os documentos arquivísticos retratam com
poralidade de documentos, julgue o próximo item.
fidelidade os fatos e atos que atestam. Deve-se ressaltar
A tabela de temporalidade de documentos de arquivo
que o contexto de produção dos documentos deve ser
é o instrumento de gestão arquivística responsável pela
levado em consideração para se extrair a verdade dos
organização dos documentos.
fatos contidos nos registros documentais
O enunciado se refere à autenticidade do arquivo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) CERTO ( ) ERRADO
4. (ABIN – 2018 - CESPE) A respeito da gestão de docu-
Resposta: “Errado” A tabela de temporalidade é um
mentos, julgue o item a seguir.
instrumento de destinação que determina prazos e
A gestão de documentos compreende a definição da po-
condições de guarda, não sendo responsável pela or-
lítica arquivística, a designação de responsabilidades, o
ganização desses documentos, sendo que essa, é um
planejamento do programa de gestão e a implantação
tarefa do plano de classificação.
do programa de gestão.

( ) CERTO ( ) ERRADO

168
III. A autuação de processo se dará mediante despacho
específico de autoridade competente.
HORA DE PRATICAR! IV. A abertura de volumes facilita no manuseio, por isso é
aconselhável que um processo não ultrapasse 400 folhas.

1. (CONSULPLAN/2017 – TRF/2ª REGIÃO) “A produção Estão corretas apenas as afirmativas


de documentos digitais levou à criação de sistemas infor-
matizados de gerenciamento de documentos. (...) Nesse a) I e II. 
sentido, é importante estabelecer a diferença entre sis- b) I e III.
tema de informação, gestão arquivística de documentos, c) II e III.
sistema de gestão arquivística de documentos, gerencia- d) II, III e IV.
mento eletrônico de documentos e sistema informatiza-
do de gestão arquivística de documentos.” 3. (CONSULPLAN/2017 – TRF/2ª REGIÃO) “Todos os
De acordo com a afirmativa anterior, relacione adequa- outros aspectos de um programa que vise ao controle de
documentos dependem da classificação.”(Schellemberg,
damente os tipos de sistemas informatizados de geren-
2006.)
ciamento de documentos aos seus respectivos conceitos.
De acordo com a classificação de documentos, analise
as afirmativas, marque V para as verdadeiras e F para as
1. Sistema de gestão arquivística de documentos. falsas.
2. Gerenciamento eletrônico de documentos.
3. Sistema de informação. ( ) A classificação proporciona as bases para a preserva-
4. Sistema informatizado de gestão arquivística de do- ção e a destruição seletiva dos documentos.
cumentos. ( ) A classificação por assunto é a mais recomendada para
5. Gestão arquivística de documentos. os órgãos públicos.
( ) Um dos objetivos da classificação é facilitar a localiza-
( ) Conjunto de tecnologias utilizadas para organização ção dos documentos quando solicitados.
da informação não estruturada de um órgão ou entida- ( ) Os esquemas de classificação devem ser periodica-
de, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades: mente ajustados às necessidades da organização.
captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição. ( ) Os documentos públicos devem ser ultraclassificados.
( ) Conjunto de procedimentos e operações técnicas, cuja
interação permite a eficiência e a eficácia da gestão ar- A sequência está correta em 
quivística de documentos.
( ) Conjunto de procedimentos e operações técnicas refe- a) F, F, V, V, F.
rentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquiva- b) V, F, V, V, F. 
mento dos documentos em fase corrente e intermediá- c) F, V, V, F, F. 
ria, visando sua eliminação ou recolhimento para guarda d) V, F, F, V, V.
permanente.
( ) Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pes- 4. (PUC-PR/2017 – TJ/MS) “Mais que produzir resulta-
soas, equipamentos e programas computacionais que dos imediatos, a nova Lei de Acesso à Informação, que
produzem, processam, armazenam e proveem acesso à entra em vigor nesta quarta-feira, é um marco para um
informação proveniente de fontes internas e externas regime de transparência pública e de democratização. A
para apoiar o desempenho das atividades de um órgão opinião é do pesquisador da FGV Fabiano Angélico, con-
sultor da Controladoria Geral da União (CGU) e do Banco
ou entidade.
Mundial para a implantação da nova lei. Para ele, a lei só
( ) Conjunto de procedimentos e operações técnicas que
vai funcionar se a sociedade ‘gerar demandas’, cobrando
visam o controle do ciclo de vida dos documentos, desde
informações de todas as esferas do poder público”.
a produção até a destinação final, seguindo os princípios (Fonte:https://oglobo.globo.com/brasil/lei-de-acesso-um-
da gestão arquivística de documentos e apoiado em um -marco-para-regimes-de-transparencia-4909108. Acesso
sistema informatizado. em: 23.08.2017). 
A sequência está correta em  Considerando o disposto no texto e na Lei de Acesso à
Informação, assinale a alternativa CORRETA. 
a) 1, 3, 2, 4, 5. 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) 4, 3, 5, 2, 1.  a) Por envolver apenas as esferas do poder público, as


c) 3, 2, 4, 1, 5.  disposições da Lei de Acesso à Informação não se
d) 2, 1, 5, 3, 4.  aplicam, em nenhuma hipótese, às entidades privadas,
sejam elas com ou sem fins lucrativos. 
2. (CONSULPLAN/2017 – TRF/2ª REGIÃO) Referente b) Os procedimentos previstos na Lei de Acesso à Infor-
aos serviços de protocolo, analise as afirmativas a seguir. mação destinam-se a assegurar o direito fundamental
de acesso à informação e devem ser executados em
I. Os servidores do protocolo devem indeferir os docu- conformidade com suas diretrizes, sendo uma delas
mentos redigidos em desacordo às normas de ortografia. divulgação de informações de interesse público, so-
II. O protocolo não tem obrigação de encaminhar corres- mente mediante solicitação, a fim de preservar o sigilo
pondências particulares de funcionários. de dados. 

169
c) O acesso à informação de que trata a lei referida no 10. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o item subsequente,
enunciado compreende os direitos de obter informa- relativo à legislação arquivística e a sistemas de arquivo. 
ção pertinente à administração do patrimônio público, Os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
à utilização de recursos públicos, à licitação e aos con- por instituições de caráter público e por entidades priva-
tratos administrativos.   das encarregadas da gestão de serviços públicos não são
d) Sendo uma das diretrizes da Lei de Acesso à Informa- considerados arquivos públicos.
ção a observância da publicidade como preceito geral
e do sigilo como exceção, qualquer interessado pode- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rá apresentar pedido de acesso a informações aos ór-
gãos subordinados ao regime da referida lei, devendo
o pedido conter a especificação da informação reque-
rida, dispensando a identificação do requerente. 
e) É direito do requerente obter o inteiro teor de deci-
são de negativa de acesso, por certidão ou cópia, e,
no caso de indeferimento de acesso a informações ou GABARITO
às razões da negativa do acesso, poderá o interessa-
do interpor recurso contra a decisão no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da sua ciência.  1 D
2 C
5. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o próximo item, relativo
aos critérios de classificação de materiais, à gestão de 3 B
estoques e à armazenagem de materiais. 4 C
Documentos sigilosos produzidos por órgãos públicos
requerem uma armazenagem complexa, devido à confi- 5 ERRADO
dencialidade das informações neles presentes. 6 ERRADO
7 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
8 CERTO
6. (CESPE/2017 – SEDF) Em relação à gestão de do- 9 ERRADO
cumentos e a ações do protocolo, julgue o item subse-
quente. 10 CERTO
Autuação, distribuição e descarte são responsabilidades
do protocolo. 

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE/2017 – SEDF) Com relação à tabela de tem-


poralidade de documentos de arquivo, bem como à tria-
gem e eliminação de documentos e processos, julgue o
item subsecutivo.
A tabela de temporalidade é um instrumento resultante
do processo de avaliação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o próximo item, relativo


ao gerenciamento da informação e à gestão de docu-
mentos.
Um dos objetivos da gestão de documentos é garantir,
por meio da preservação do acervo, que a documenta-
ção produzida esteja acessível em longo prazo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE/2017 – SEDF) Acerca de princípios e conceitos


arquivísticos, julgue o item que se segue.
Para garantir o vínculo arquivístico entre documentos
oriundos da mesma atividade, é necessário adotar o prin-
cípio da pertinência na classificação desses documentos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

170

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