PROCESSO E PROCEDIMENTO
(Art. 394 em diante, CPP)
- Em regra geral o réu será interrogado por último na audiência.
Existem exceções, como em casos que envolvem a Lei de Drogas
11.393 (que ele é interrogado primeiro)
 Em um 1° momento, se rejeitada a queixa/denúncia (acontece se a
denúncia for: inepta, se apresentar ausência de condição de probidade ou
se for justa causa)
 2° passo, recebida a citação, verifica se o juiz rejeita ou não, se não
rejeitar, determina a citação para defesa em 10 dias (maioria da
doutrina concorda que é nesse momento que recebe a citação, ou seja,
nesse momento interrompe a prescrição, começa a contar de novo –
Tourinho fala que nesse momento recebe a notificação, ou seja, não
seria considerado réu ainda)
 Quando é feita a defesa, nesse 3° momento, o juiz pode levar à
absolvição sumária. Se ele não absolver, terá a audiência de instrução
- Na Lei de Drogas o procedimento é parecido, mas o recebimento da
citação será só depois, se não ocorrer a absolvição sumária (ou seja, só
nesse momento que ele se torna réu – trata-se de lei especial)
Processo: é o conjunto de atos que se praticam com a
finalidade de dar solução ao litígio
Procedimento: é a ordem dos atos processuais, é a sequência
que os atos devem obedecer.
O processo inicia com a propositura da ação, considera proposta
com a oferta da peça acusatória
Pressupostos processuais: requisitos exigidos para o dias. (Tourinho entende ser notificação porque o recebimento da
aperfeiçoamento da relação processual
1. Pressupostos de existência: Juiz, demanda e partes.
2. Pressupostos de validade: Juiz não suspeito, não impedido, não
litispendência, não coisa julgada, existência do exame direto ou
indireto de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios etc
FORMAS PROCEDIMENTAIS
O legislador deve adequar o procedimento formal, com
discussão da causa e permitir ao Estado a resolução justa do
litígio. Dependendo da natureza da causa (ex.: fixar procedimentos
diversos)
a. procedimento de foro pela prerrogativa de função
b. procedimento de foro sem prerrogativa de função.
FORO PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
Se tratando de competência originária do STF, STJ, TREs, TRFs
ou Tribunais de Justiça, o procedimento decorre da Lei nº
8.038/990 (arts. 556 a 562 CPP revogados pela Lei 8.658/93)
FORO SEM PRERROGATIVA DE FUNÇÃO – (art. 396 e 396-A, CPP) e tem o prazo de 10 dias.
Procedimentos:
1. Modalidades de procedimentos
1) PROCEDIMENTO ESPECIAL
Em todos os procedimentos tem 3 fases:
a. Postulatória: se estende da denúncia ou queixa à resposta
do réu
b. Instrutória: se bifurca em fase probatória (colheita de
provas, inclusive eventuais diligências) e das alegações (nas
alegações orais, ou memoriais, das partes, procura convencer o Juiz do
acerto das manifestações)
c. Decisória
Atenção:
- Prisão preventiva: pena máxima maior do que 4 anos;
- Fiança pelo delegado: pena máxima menor ou igual 4 anos
Obs.: no cálculo desta pena leva em conta causas de aumento e
diminuição, mas não agravantes e atenuantes
2) PROCEDIMENTO COMUM:
- ordinário (arts. 395 a 405, CPP): crimes com pena máxima maior
ou igual a 4 anos
- sumário: crimes com pena máxima menor que 4 anos
- sumaríssimo: crimes com pena máxima menor ou igual a 2
anos (menor potencial ofensivo) com ou sem multa e
contravenções penais (arts. 77 a 81 da Lei 9.099/95 - quando não for
possível a transação pelas razões dos arts. 66, § único, e 77, § 2º, da
referida lei)
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO:
a. Oferecimento da denúncia ou queixa (art. 396, CPP)
b. Poderá ser rejeitada a denúncia ou queixa se:
manifestamente inepta, faltar pressuposto processual ou
condição para o exercício da ação penal (art. 395, I, II e III, CPP)
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
A denúncia ou queixa será rejeitada se:
I- manifestamente inepta
II- faltar condição da ação/pressuposto processual
III- faltar justa causa
O STJ passou a admitir a rejeição tardia da denúncia feita após a
resposta à acusação - Resp 1.318.180/DF
c. Se não houver rejeição, o Juiz determinará a notificação do
réu, para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10
denúncia ou queixa deverá ocorrer após a resposta do réu, como nas
Leis 8.038/90 e 11.343/2006 - competência originária e drogas)
d. O réu é notificado (formas dos arts. 351 e 370, CPP). Por edital, o
prazo de resposta começa ao comparecer ou do advogado
constituído (art. 396, § único) quando não localizado, por local
incerto, não sabido, de difícil acesso ou impossível o
cumprimento do mandado (art. 363, § 1º, CPP)
e. Notificado, terá prazo de 10 dias para oferecer “resposta”
(pode arguir preliminares, oferecer documentos, especificar provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
intimação, se necessário). O número máximo de testemunhas é
8, não computa as que não prestam compromisso e as
referidas (art. 401, § 1º, CPP)
f. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se notificado
o acusado não constituir defensor, o Juiz nomeará para
oferece-la, concedendo vista dos autos por 10 dias (art. 396-A,
§ 2º, CPP)
A resposta à acusação é obrigatória
O termo inicial é a data da citação/notificação (não é a data da
juntada do mandado aos autos)
STF, 710. NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E
NÃO DA JUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU DE
ORDEM.
Para o CPP a réplica só existirá na primeira fase do júri, com prazo de
5 dias (art. 409, CPP). Mas a jurisprudência entende que não há nulidade
quando for mandado o processo para réplica do MP no procedimento
comum
g. Após a resposta, o Juiz deve absolver o réu sumariamente
(Absolvição Sumária), desde que:
I) Exista manifesta causa excludente de ilicitude
II) Exista manifesta causa excludente de culpabilidade, salvo
inimputabilidade
Cuidado: no júri a absolvição sumária pode gerar medida de segurança
se for a única tese defensiva (art. 415, CPP).
III) Fato evidentemente não é crime
IV) Excludente de punibilidade.
Se a extinção da punibilidade ocorre a partir da citação até a resposta, o
juiz irá absolver sumariamente. Para Madeira, Nucci e Badaró a
decisão é nominalmente de absolvição, mas o conteúdo é de declaração
de extinção da punibilidade. Para o STJ a motivação sobre a não
absolvição sumária do Réu pode ser sucinta
Obs.: Absolvição Sumária, também chamada de Julgamento
Antecipado “pro reo”
h. Se o Juiz não absolver o réu sumariamente, recebe a
denúncia ou queixa, e designa dia e hora para a audiência,
ordenando a citação do acusado e a intimação de seu
Defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do
querelante e do assistente (art. 399, CPP), do ofendido e das
testemunhas arroladas pela Acusação e Defesa. Caso o réu
esteja preso, requisitará sua presença para o interrogatório,
devendo o Poder Público providenciar a apresentação.
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
1) quantidade de recebimentos da denúncia:
Não há posição clara da jurisprudência, mas preferência para a
posição do Nucci: só há o recebimento da letra A (oferecimento
da denúncia ou queixa) - artigo 396, CPP
2) motivação do recebimento da denúncia:
a) em regra na jurisprudência, não precisa motivar o
recebimento, porque não tem conteúdo decisório.
b) exceção:
- Competência originaria (lei 8.088/90)
- Tráfico de drogas (lei 11.343/06)
- JECRIM (lei 9.099/95)
- Crimes de responsabilidade de funcionário público afiançáveis
(artigo 514, CPP)
 Há exigência de motivação ao recebimento da denúncia (em todos
antes do recebimento da denúncia há uma defesa)
3) emendatio libelli e recebimento da denúncia: em regra, a
emendatio libelli só pode ser aplicada na sentença - artigo 383,
CPP
2013 - STF: se a desclassificação gerar alteração da competência, também
há possibilidade da emendatio libelli no recebimento da denúncia
2014 – STJ: se a desclassificação gerar direitos que podem ser conhecidos
de ofício (como transação penal e extinção da punibilidade) , pode haver
emendatio libelli neste momento
CITAÇÃO (art. 351 a 369, CPP) – premissas:
1: A citação é o ato pelo qual o processo tem completada a sua
formação (art. 363, CPP)
2: A ausência de citação gera nulidade absoluta, e a deficiência na
citação gera nulidade relativa
Citação Circunduta: citação anulada por algum vício
MODALIDADES DE CITAÇÃO:
a) Citação Real
Regra geral: A citação é por mandado.
Citação especial 1: Militar é citado pelo chefe do respectivo
serviço (art. 358 do CPP).
Citação especial 2: Réu preso será citado sempre
pessoalmente (art. 360, CPP). A violação disso causa de
nulidade relativa.
Citação especial 3: Réu morar em outra comarca será
expedida carta precatório (art. 354 e 355, CPP). Se mora em outro
país é expedida carta rogatória (enquanto não cumprido o ato a
prescrição está suspensa)
Citação especial 4: Citação por hora certa, ocorre quando o
réu se oculta para não ser citado. Segue o rito do CPC, admitido
pelo STF, e não se aplica o art. 366
b) Citação Ficta: Pode ser por edital ou por hora certa.
Citação por edital:
É exceção à regra, o prazo é de 15 dias (art. 366, CPP)
Art. 366, CPP. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos
do disposto no art. 312.
- Na citação por hora certa e por mandado se o réu não
comparecer nem constituir advogado o juiz nomeia defensor dativo
- Vencido o prazo a suspensão da prescrição volta a correr, mas
o processo não (Súmula 455, STJ)
- As condutas do juiz exigem motivação idônea, não são
automáticas.
Para o STJ não é idônea a motivação de antecipação da prova pela
possibilidade de esquecimento da testemunha : Súmula 455: “A decisão
que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 CPP deve
ser fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo”
i. Na audiência de instrução e julgamento, realizada no prazo de
60 dias, procede a oitiva do ofendido, depois terá inquirição das
testemunhas arroladas (nesta ordem, salvo nas oitivas feitas por
precatória - art. 222, do CP), esclarecimentos dos peritos,
acareações e reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando
por último o acusado
j. Final da audiência, o MP, o querelante e o assistente e
depois o acusado, poderão requerer diligências baseado nas
circunstâncias ou fatos narrados na instrução
k. Não havendo requerimento ou se indeferido, dá a palavra ao
acusador, 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, ao
assistente, por 10 minutos, e por último à defesa, pelo
mesmo tempo da acusação. O Juiz proferirá sentença, se o
processo for complexo, as partes farão alegações finais por
memoriais, no prazo de 5 dias.
l. Caso necessária diligência imprescindível deferida pelo
Juiz, ele suspenderá a audiência e ordenará a diligência
m. Concluída diligência, as partes apresentarão, no prazo
sucessivo de 5 dias, alegações finais por memorial, e o Juiz
proferirá sentença em 10 dias
SÍNTESE: AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATES
E JULGAMENTO (art. 400 a 405)
– Sequência de atos:
. Ofendido
. Testemunha de acusação
. Testemunha de defesa
. Antes do assistente técnico vem o perito
. Acareação
. Reconhecimento
. Interrogatório
. O juiz delibera sobre diligências
. Debates
. Sentença
 O juiz delibera sobre diligências (Só pode requerer diligência
que a necessidade dela surgiu na audiência - art. 402, CPP)
 Debates: Acusação 20 minutos prorrogados por mais 10, a
defesa também. O assistente de acusação 10 minutos, e se
ele falar são acrescidos 10 minutos no tempo da defesa.
 Conversão dos debates orais em memoriais escritos (art. 403,
CPP)
Serão convertidos quando:
a) Causa for complexa
b) Vários réus
c) Deferida diligência (art. 404, CPP)
A acusação fala no prazo de 5 dias, defesa se manifesta em 5
dias, e o juiz se manifesta em 10 dias.
Para o STF não há nulidade se o Juiz ouvir o MP, sobre as
alegações finais da defesa e depois julgar. São obrigatórias as
alegações finais da defesa.
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
a. Crimes com pena máxima menor de 4 anos
b. São permitidas 5 testemunhas de cada parte (não computam as
que não prestam compromisso e as referidas)
d. Pode haver diligências decorrentes da instrução
e. Debates e julgamentos na audiência, embora pode haver a
conversão em memoriais, sem tal previsão.
Esse mesmo procedimento será utilizado nas infrações de menor
potencial ofensivo, quando o Juizado Especial Criminal encaminhar ao
juízo comum as peças para a adoção de outro procedimento (hipótese
prevista no § único, artigo 66, da lei 9.099/95, ou quando houver
complexidade - art. 77, § 2º, da mesma Lei).

c. Prazo máximo de 30 dias para realizar a audiência de

instrução, debates e julgamento

PCO – PROCEDIMENTO PCS – PROCEDIMENTO

COMUM ORDINÁRIO COMUM SUMÁRIO

8 testemunhas 5 testemunhas

60 dias para AIDJ 30 dias para AIDJ

Pode requerer diligências ao final Não há previsão expressa

da audiência

Pode converter os debates em Não há previsão expressa

memoriais escritos