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  • Joseph Schumpeter. Capitalismo, Socialismo e Democracia.

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    Tio onl en ngs Coptln sella and democracy es SUMARIO Dados hroconis de Ctegoste ra Rtas (CH ‘ogre Rodale C854/9410 Introdugtio de Joseph E. Stiglitz 7 raat | A DOUTRINA MARXISTA, © CAPITALISMO PODE SOBREVIVER? a ES recimento da oportunidadede investimento 157 a ——__ Scanned with CamScanner EMOCRACIA smo, SOCIAUSMO E OI 338 cari aranho que area 2250 politica CONCMWON Seinsyrandy wipotenpocmquedasepartiaem cos Quang mg nasa sstenailidade, ais completamente cla doing aerial 2 rer ds polis. por isso qu remo de de. : Toa uma dscussio sobre quela que se pode denomingy ‘outra. Mas, por’ essa teoriadurante ‘caro préximo capita “teria clsia da demoraci”. ; Nas nena insted, prétea ou crenga se mantém ou dessba com aeoria que lhe sere deapoioem determinado momento. A democracia ni “uma cacio. Ali ¢ posivelconstruir uma teoria do processo democré. tien que eve em conta todas as reaidades da ado coletivae da mentalidade public Esa teoria ser apresentada no capitulo 22, €entao finalmente po. eremos dizer como se pode esperar que a democracia se saia numa ordem de coisas socialist. 21 A DOUTRINA CIASSICA DA DEMOCRACIA |. © bem comum ¢ a vontade do povo ‘AritosoF1A DA DEMOCRACIA Do scuLo xvii pode ser resumida naseguinte definigdo: © método democratico é 0 arranjo institucional para se chegar a decisdes politicas que realiza o bem comum fazendo com que o préprio povo decida as questdes mediante eeigio de individuos quese retinem para lhe stisfazer a vontade. Desenvolvamos as implicagées disso Sustenta-se, pois, que existe um bem comum, o dbvio farol orientador apolitica, que sempre € ficil de definir e pode ser percebido por toda pessoa normal por meio da argumentagio racional. Portanto, no i desculpa para ‘io o enxergar e, als, no hi nenhuma explicagdo para a existéncia de quem oo enxergue, a ndo sera ignorincia - que pode sr eliminada -,aburricee Ointeresseantissocial. De resto, esse bem comum implica respostas definidas a todas as questées, de mado que todo fato socal toda medida adorada ou ‘ser adotada possam ser classificados inequivocamente de “bons” ou"ruins + Portanto, como todo o mundo tem de estar de acordo, pelo menos em prin fpio,ambém hi‘ uma vontade comum do poxo ( vontade de todos os i> dividuos sensatos) que coincide exatamente com o bem comum, 0 interesse Scanned with CamScanner quanto velocidade idea meta, a qual €comum a quase todos. Assim, cada membro da comunidad, vkesametasabendooquequere discernindo o que ébomeo que ipnativaeresponsavelmente do fomento lo bom edaluta con. 10s, todos eles controlam os negocios piblicos. E verdad que a gest de alguns desses negScios exige aides e réc. cas especie deve ser confiada a especialistas que as tenham. No entan. 10, iss0 nao afeta o principio, pois tais especialistas agem simplesmente para cde qualquer magnitude, especialmente se apresentar 0 fenémeno da divisio do trabalho seria sumamenteinconvenicnte para ocidado indi entrar em contato com todos os outros cidadios, a cada quest fim de participar do mando ou do governo. Mais conveniente se portantes para que os cidaclios se promunciem sobre cas ~ por exemplo, mediante referendo~e ‘outras por intermédio de uma comissio por el ‘ou parlamento consttuido de membros ho somente as decisbes mi ymeada: uma assembleia s pelo voto popular. Como vi ‘mos, ess comissdo ou corpo de delegados nao representa povo no sentido juriico, representa-o em um sentido menos téenico: interpreta, reflete ow representa a vontade do cleitorado, Se for numerosa, essa comissfo pode se desmembrar, também por conven ia, em subcomissBes encarregadas dos diversos departamentos dos negécios piblicos, Por fim, ent cri uma incumbida dos assuntos gerais, pri tar dos assuntoscorrentes da administragdo, chamada g ui governoe Possivelmente dirigida por um scereitio-geral ou testa de ferro ou, como se diz, primeiro-ministro! ‘Viologo aceitemos dasa hipSteses formuladas poressateoria dafor- ‘ma de governo ~ ou que nea estefam implicitas-, a democracia adqui um A wor fia ds fa ‘com que a venta do pve insrosatena, deveras, que ele € nomeado para fazer npr 0 seu minister, A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 341 significado deverasnambyguo nob nenhum problemaacl liga, salvoo deimplanté-a. Aém disso, remo de abrir méo de algunsescripulo icon ya poder acrescentar que, nesse caso, o arranjo democritico nao s6 seria o wor de todos os concebiveis, como pouca gente se dariaao trabalho dele- var outro em consideragio. Tadavi,nio é menos dbvio que ess hipsteses iio passam de constatages que teriam de ser provadas.uma.aumasequiser- sos chegar a essa conclusio, E é muito mais ficilrefuté-as Em primeiro lugar, ndo existe um bem comum univocamente determi- nado respeito do qual todos os homens concordem ou possam sr levados a concordar por forga de uma argumentagdo racional. [so se deve no ao fato de alguns quererem coisas diferentes do bem comum, mas principalmente a0 fato muito mais fundamental de que, para os diversosindviduos e gra bem comum esté fadado a significar coisas diversas Ese fato invisivel os utilitaristas evido a estrcitera da sua perspe Jhummanas,introduzfrinchas em questdesde ciliar mediante uma argumentagio racional, porque os valores supremo ~as nossas concepgdes do que devem sera vida e a sociedade ~ esto fora doal- ceance da mera légica. Em alguns casos po las, mas em outros nao. Os americanos que paisse arme até os dentes para lutar em todos os lugares do mundo pelo que consideramos justo” ¢ 0s americanos que dizem “queremos que 0 nosso pais resolva os seus problemas, pois esa é a dnica mancira de servir a humanida- stender uma ponte sobre ‘queremos que 0 nosso de" estfo confrontados com diferengas irredutiveis de valores supremos que ‘um compromisso nao faria sendio mutilar e degrada Em segundo, mesmo que um bem comum suficientemente definido como, por exemplo, o maximo de satisfagio econémica dos ¢ mostrasse accitivel para todos, isso ndo pressuporia respostas igualmente definidas aos problemas: Juais, As divergéncias de opiniio a respeito de- les poderiam ser graves a ponto de produzit a maior parte do efeitos de uma 2 Opriprio significado dam seremavacssadividae rapa de peso id svaliagges, demodo que talvezsejaimpossvel ater lo ounegnck Scanned with CamScanner DEMOCRACIA 1sm0, SOCIALISMO E 342 CCARITAL r pric Os problemas; hoe al” sobre os proprios fins. Os pr Centrados i epee ef F8, ATEMESMO NO CaS dogg rasalisio dss todos, no entanto, Avasectomia. E. ee ‘todaaimportincia disso simplesment : ane rona modifcaiosubstancial do quadro econdmico nem dos ib. to de uma sciedade barguesa Enxergavam pouco além do mundo de um Ferrero do scculo xvi. ‘Mas, em terceiro lugar, como consequéncia das duas proposigdes ante- riotes, desaparece no ar 0 conceito particular de vontade do povo ou voloné ddo qual os utltaristas se apropriaram. Porque esse conecito pres- cia de um bem comum inequivocamente determinado e dis- dos rominticos, os utilitaristas nfo tinham ~ dessa “alma do ‘povo" to apreciada pela escola histrica da jurisprudéncia, Derivavam inge- ‘nuamentea sua vontadedo povo das vontades dos individuos. E, a menos que haja um centro, obem comum, para o qual gravitam, pelo menos em longo prazo, odes as vontades indviduais, no obteremos esse tipo especial de vo- Aomtégéntrale“natural” .O centro de gravidade utilitarista, por um lado, unifica «as vontadesindividusis,rende a fundi-tas, por meio da discusséo racional, na vontade do povo ¢, por outro, confere a esta a dignidade ética exclusiva rei- Vindicada pelo credo democritico lissico, Bae credo ndo consist simplesmente em caluar a vntade de poco como tal, masse apoia em certas hiplteses acerca oe tural” dessa vontade, o qual é sancionado pela razio uti Fantoa idade dessa espécie de volonté géncrale se es nos lobem comum., E ambos os pilares da teoria smigalham inevitavelmente, stadia doutrinademocriticando conseguiram enxergar porque nenhum delesconsiderou se. ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 343 Por concludentes que sejam, os argumentos anteriores contra essa con- cepso particular da vontade do povo naturalmentenio no impedem de tentarerigir outro mais realista. Nao pretendo questionar a realidade nem a Jimportincia dos fatos sociopsicoldgicos nos quais pensamos ao falar na von. tade de uma nagio. A sua andlise é certamenteo pré-requsto do avango de todo estudo dos problemas da democracia, Entretanto, seria melhor niocon- servaro termo porque ele tendea obnubilar o fatode que, to logo separemos. avontade do povo da ua conotagio utilitarista, passamos aconstrur no me- ramente uma teoria diferente da mesma cosa, masa teoria de umacoisacom- pletamente diferente. Nao nos faltam raz6es para nos precavermos contra. as armadilhas escondidas no caminho desses defensores da democracia que, 0 ‘mesmo tempo que, sob a pressio das provas que vlo se acumulando, reconhe- ‘cem cada vez mais 0s fatos do processo democritico, procuram ungirosresul- tados gerados por esse processo com o dleotirado dos potes do século xvitt, Mas, embora ainda se possa dizer que uma espécie de vontade comumou lica surge do emaranhado infinitamente complexo das situa- infludncias, ages e reagées individuais ecoletivas do “processo o resultado carece nfo s6de unidade raciona,como também de sangZo racional. Unidade racional significa que, embora do ponto de vista da andlise 0 processo democratico néo seja simplesmente castio — para 0 ana- nada que possa ser colocado ao aleance dos princi érios é cabtico -, 05 resultados nao teriam sentido por sisi, ano ser por cas de, como o teria, por exemplo, a realizagdo de qualquer fim ou ideal definido, ‘A falta de sango racional significa que, como esa vontade jd nto ‘nenhum “bem*, agora, para revestr o resultado de uma dignidade ética, seré necessrio recorrer a uma confiangainjustficada nas formas democriticasde Boverno como tais - confianga essa que. em principio, teria de ser indepen dente da desejabilidade dos resultados. Como ja vimos, nio ¢ fil adotar esse onto de vista, Porém, mesmo que o adotemos o abandono do bem comum ta nos deixa is voltas com muitasdificuldades. Em particular, continuamos a mercé da necesidade pritca de atribuir vontade do individuo uma independéncia e uma qualidade racional que io Scanned with CamScanner cariausMo, SOCIAISMO £ DEMOCRACIA 344 sermos argumentar que a vontade dos «j_ aoe oreo ator polio dgno de resp, primcieo€ precio gue ceavontade exist, Emourres palavras,cla tem de ser mais que um punhadg salterminado de vago impulsosa grarem frouxamente em torno a slog ica impress equvocadas. Cada qual precisara saber exatamenteg (gue que defender. Esa vontade claramente definida teria de ser mplemen. tada pea capuidade de observar einterpretarcorretamente 0 tos que sig “Gretamente acessiveis a todos ede peneirarcriticamente a informagao so. bre osfatos que no o io. Finalmente seria necessirio derivar dessa vontade claramente dfinidae dessesfatos verificados uma conclusio nit sobre questdes particulares de acordo com as regras da inferéncia légica —¢, addemais,comum grau to elevado de eficiénciageral que se poderia sustenta, sem absurdo flagrante, que a opinigo de um homem seria aproximadamen- ‘tetio boa quanto a de qualquer outro. E tudo isso 0 cidado médio teria de realizar parasieindependentemente da pressio dos grupos e da propaganda completamente irrealistas. Se ui 5 Isoeaplica cariefortemente ‘Mas desconsdrando atémesmo a5 formal no nossjuda muito porque ‘aquest do comportamento polio que ¢requr se se quiser terhxomeso peso deisio das questies. Dove se bras re gi fascia demoertc finstramentl na promos da 2a sergio dum inv plovoro pol. necsaramente por un motivo particulars vezes, sevia como método de eiina- ‘ode um cidado proxi aa jacomo meécodo dec 4 Exetermo€usadoaui no, damon eque -sugeeascginte, Fonte de gu ns reparcia "valet mais que um". lopcor Pole sfc ropaand por exon ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 345 liges ¢ inferéncias "7 pois as vols ue se impsem a0 eleitorado obviamente nd Pe dem ser consideradas os dades dlimos do, oe rocesvo democri E mmastatlessescinp dara sai einer a democracia funeione nto se deve respondercomunu atmagivinees is rem com umanegativa gualmenteieftida, Ssepodeespondercom ran apreciacto laboriosa de todo um abitinto de provas contrat io obstante, antes de empreendé-l, quero ter certera de que o keitor apreciaplenamente outro pon do. Repti, portato que mes smo que as opnides edesejs dos cidadosndvduais osm aden pre. mente definidos independentesaser aborados plo proceso demeritcore mesmo que todo 0 mundo agsse sobre cles com raconaliadee rapier ideis nose seguiria necessariamente que as decisées politica produzidas por ese proceso a parti da matérie-primadessas olgdesinviduas represents uma coisa que se pudesse denominar, de modo convincente, vontade do pov damcom “o que o povo realmente quer”. Tampouco sepode retrucar que, seo povonio obtiver exatamenteo que quer, pelomenosobteri um “eompromisso hhonrado”. Pode ser que sim. As chances de iso acontccersio muito mares quando se trata de problemas de natureza quanttaiva ou que amitam gra daglo, como a questio de quanto se deve gastarem ausiio aos desemprega- dos, desde que todos sejam favorveis a algum gasto com esse fim. Mas comes problemas qualitativos, como a questo de persegir os hereges ou entrar em uma guerra, resultado obtido pode muito bem contrariarigualmente rodasas Pessoas, ainda que por motivas diferentes, ao passo quea decsioimposta por ‘um organismo no democritico pode les ser muito mas acetével Iustremos essa ideia com um exemplo, Creio que posso classificar de tando era primeiro-cdnsul. Uma a um acordo religioso asseapaza ditadura militar 0 governo de Napoledo qui das necessidades mais prementes daquele momento et que pusesse Fim ao caosdeitado pea revolusio eo diretioe le miles de coragées. sso ele conseguiu fazer mediante uma série de golpes apresentagio de fatos e angumentos com fia estas em uma drs determinad ide dealer a aes ou opis das Scanned with CamScanner canintsMo, SOCIAUSMO E DEMOCRACIA 346 yrdata com o papa (1801) € 05 “gry: culminou com uma conco! “arti. de mest que econeiandnoreconciiavel deram examen, ee ibordade de culto ao mesmo tempo que mantiveram aquantidade de do Estado. Napoledo também reorganizou ¢ Francesa, resolveu a delicada questo do clerp ovo extablshnent com grande sucesso ¢ um mi. te confirmado pelo fato de litea elesist popularidade quase de que o regime podia ter sid obi de mancira democritica.O sentimento anticeles ‘no estava morto nem se restringia aos jacobinos vencidos. As pessoas des- saconviegio ou os seus dirigentes no podiam de modo algum ter negocia- do um compromisso dessa extensio’ No outro prato da balanga, uma onda no podiam ter trtado a Santa Sé com tanta firmeza, para a «qual, ademais,nio havia nenhum motivo para ceder, em vista do rumo que 28 coisas estavam tomando, Ea vontade dos camponeses, que acima de tudo «queriam os cus sacerdotes ass ralsada pelo medo muito nat Preciamente porque todos exes grupos, que nd teriam podido abandonat seus Pontos de vista por vontade prépria, eram capazes ¢, ao mesmo tem Povestavam dispostos a accitar um compromisso imposto, ee 5 Oscorponlegltivo, elie Cae serra gucesinesem erecusram poi Napoleons! 1 paladins mais fis se opuscram ala, ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 347 Esteexemplo,naturalmente, no ssladoSeos resus que go prazo se mostram satisfatros para pov em gral serie de teste do governo para 0 Pover 'i0 0 governo pelo povo, tal como. conecbiaa teoria Egsxica da democracia, muitas vere seria teprovado UI A natureza humana na poltica der anossa questio acerea da. 9, da sua capacidade de observagio e interpret ‘edasua aptidao para fazer, clara e prontamenteinferénciasracionais das duas coisas. Esse tema pertence a um capitulo da psicologia social que poderia se jntirular “A natureza humana na politica’? Na segunda metade do século xix, a ideia da personalidade humana comouma unidade homogénea ea ideia de uma vontade definida como a for- ca motriz primaria da ago passaram a desvanecer constantemente - mesmo antes do tempo de Théodule Ribot e de Sigmund Freud, Em particular, es ‘2s ideias foram cada ver. mais desacreditadas no campo das ciénciassocizs, ‘no qual a importincia dos elementos extrarracionais ou irracionais da nossa conduta vem recebendo cada ver mais atengJo, como compro (6 Poder se iam citar outros exemplosa partic ria de Napoleda. um autorata qu proc em meio sme 8 rm mecogsaue.dele coe amass repens = ean, na parte consrutha See Scanned with CamScanner suo, SOCIAUSMO € DEMOCRACIA Pareto, Das muita fontes de ‘am a doutrina cise revolugées. Sem divda, mt no deivaram de tra parti «ro lado, no se deve esquever que os fe es, 0s membros de um par ‘amentetém uma failidade enorme para se transformar em —— 5 Orcmoalens Masppchbgesyere ua aver eve conf ogs dos mass, Aguela vk tem a ver com um estudo do mado de pensar € 5 ase persia, por exemple ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 349 « chegar a uma situagio de Frenesi em que qualquer tentative de faz se correspo ira seu respe Uefinidas € as suas ages relativa a essa mais ¢ ripidas. Por outro, cles sfo to utros métodos de persuasio que, muitas veres, parece que idutores que comandam a sua vontade em ver de ser comand téenica da propaganda bem-sucedida é particular sempre ha certo apelo a razio, Mas ‘que os manuais de economia costumavam Por um lado, as suas neces is peso que um subconsciente, que maa forma adeterminadodeseja. Nio se refered cio oat so em conte, org Scanned with CamScanner EMOCRACIA smo, SOCIALSMO E DI 350 CAPITAL : « coisas (casts automéves) de acordo com o con, ape a ca Fe oes fTAM HPO ero a are aces dors deesse dem enna Famer ce dmtsalineres args domésticscobeiderous seed vendedor abe por experiencia propria 2 maloria dels faz ques taodoesat ye quere : Claro queino é ainda mis obviamentevslido no caso dos produtore, em divi, um fabricate pode ser indolente, um mau avaliador de opor- tunidides ou incompetente de qualquer outro modo; mas hé um mecanisma fiz que oobrigaasereformar ou o elimina, Uma vez mais, taylorismo se no fatode que ohomem pode executar operagdes manuais simples du- rantemilharesdeanos mesmo assim, exccuté-las de modo ineficiente. Mas rem intengio de agi to raconalmente quanto possivel nem uma pressio constante para aracionaldade podem ser questionadas seriamente,seja qual foroniveldeatvidade industrial oumercantil que optemos por contemplar.* assim ¢ coma maioriadas decis6es da vida cotidiana dentro do peque- to campo que a mente do cidado individual abrange com um sentido leno dlasua redidade, Grosso made sso consiste nas coisas que concernem direta- ‘mente ele, 8 sua familia, is suas transagbes comerci 0s aosseus amigos nimigo, ao seu muni Sindicao ou a qualquer outro grupo social de que ele for um membro _scoia que esto sob asua observagio pessoa Fesindependentemente do que diz seu ouditigr dietamentee plas quais 17 Nosy pcm di : nine a angina spots ‘Mas se pode duvidar d2 vedelieteno unemeganaemmne dlve define eeceae anovem bro Pesan, sre que cvs Peto ofan ae nH aise mais exutiva no revel UY A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 357 ‘mais linda do mundo acaba se mostrando incapaz de manteras vendas de um cigarro ruim. Nao hé nenhuma salvaguarda igualmente eficaz no caso das decisbespoliticas. Muitas decisdes de importincia capital si de tal nature za que torna impossivel para o piblico fazer experiéncias com elas nas horas de lazer ¢ a um custo moderado, No entanto, mesmo que isso seja poss «em regra nao ¢ tao facil formar um juizo como no caso do cigarro, porque os efeitos so mais dificcis de interpretar. Mas tas artificios também viciam, numa extensio completamente desco- rnhecida no campo da publicidade comercial, as formas de propaganda politi- cca que se professam dirigidas&rarao, Para o observador, oapelo antirracional 6, em todo caso, extrarracional ao subconscientec a desprotecio da vitima sedestacam mais, eno menos, quando disfargados de fatos eargumentos. Vi- ‘mos acima por que ¢ tio dificil transmitir a0 publico informagdes impat a respeito dos problemas politicos e das suas inferéncia logicamente corre- ‘tase por que essa informagGes ¢ argumentos sobre questes politicas s6 sI0 “aceitéveis" quando coincidem com asidcias preconcebidas do cidadkio, Mas, por via de regra, no sfo suficientemente definidas para determinar conclu s6es especiais. Como elas prdprias podem ser fabricadas, uma argumentago -aeficaz pressupe quase inevitavelmente a tentativa de manipular as ppremissas volitivas existentes para que tomem uma forma particular, € nfo radeimplementi-las ou de ajudar o cidadio ase decidir. que as informagdes ¢ 0s argumentos que realmente persuaclem o cidadio estejam a servgo de um fim politico. Como a primeira perguntar se nlo 0 : : aqucle fato embaragoso nio deve ser mencionado em piblico ou que certali- tha de raciocinio, posto que vida, €indesejavel. Se os homens que, segundo 18 A informacioseleiva se correta emi, ¢ uma tentaiva de ment dizendo a verde, Scanned with CamScanner DEMOCRACIA carats, SOCEM e “enganar todas epsasorempo 0d Nasas ds fara bin demanin Muto sig. Sy apron ng razed problema Sem did, é pose amen qu comofempontpsgue cet desenvolvers opines que nog neon rnc pcose carte sumamenterazoivel ea, ears Noentano ahistracnssteemuma sucesso desis sa azo que podem alterar para sempre o curso dos acontecimentos, Seem cut paz é possvelenganar todas as pessoas” e conduzi-las pa. latinamente a algo que cas ndo querem ¢ se esse ndo é um caso excepeional jie possanosnosdar a luxo de desconsiderar, nenhuma quantidade de bom idade, elas no colocam nem senso retrospect alerardofato de que, nar decide 2s questdes,mas que as questBes que plasmam o seu destino norial- ‘mente so colocadase dcididas em seu nome. Mais do que qualquer um, 0 amant da democracia tem todo motivo para aceitar esse ato e defender 0 severed contra oscaluniadores que o acusam de se estribar em uma trapace IV. Razées da sobrevivéncia da doutrina classica oe possivel que uma doutrina to patentemente contritia aos cee iteio toss dase continue oepando ose ceeagtnoe tags fil doxgoveron? Oats qua ei pelea tt quem noe econhea com uma angus ‘stimorsninguemsaecines aris, ccita como uma teori 2 ninosipuimanioedidlderomada co. Sem [_— ea. A sua base tedrica, o racionalismo sem com mas clareza seas controvérsas se ds Prune qu split 05 politiossibam por que 80 quse mis aide por ref, ‘elent hosts east ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 359 Em primeiro lugar, ainda que nfo conte com 0 apoio dos resultados de josaparaa qual chameiaatengio. Isso pode no ser 6bvio’& primeira vista. Oslideres utilitaristas eram tudo menos religiosos no sentido comum do termo. Alias, eles se acreditavam antirreligiosos e eram_ reputados tais quase universalmente. Orgulhavam-se da sua atitude, a qual consideravam precisamente pela insttuigBes religiosas e pelos movimentos religiosos da sua & rém basta relancear uma vez mais o quadro do processo socal por do para descobrir que este continha aspectos essenciais da fé da protestante e que, na verdade, derivava dessa fé. Aosintelectuais que abandonado a sua religiso,o credo utilitarista proporeionava um sul dela, Para muitos dos que conservaram a sua fé relgiosa, a doutrina clissica veio aser 0 seu complemento:” ‘Assim transposta para as categorias da religido, essa doutrina ~ , con- sequentemente, 0 tipo de persuasio democritica nela baseado ~ muda a sua propria natureza, Ja nao hi necessidade deescripulos ligicos acerca do “bem comum” e dos “valores supremos”. Tudo isso nos € propiciado pelo plano do Criador, cujo propésito tudo define e sanciona. O que antes parecia indefi- nido ou desmotivado fica de repente perfeitamente defini Por exemplo, a voz do povo éa vor de Deus. Ou tomemos: significado preciso é duvidoso,e ndo hé uma justificagio racional paral 2 categoria de postulado enquanto nos movimentarmos na esfera daa empirica. Mas 0 cristianismo encerra em si um | forte elemento igualitirio.O Redentor morreu por todos. Néo fez diferengaentreindividuos de diferentes c seco da alma indi- idagdes. Acaso essa ndo €a sangio~e, na a emul “cada qual vale um; ninguém minha opinido, a tinica pos 20 Observe sea analogia coma fésocaista, que tanbsim um substiutivo da fécris para uns ‘eum complemento dela para. outros a Poder-seiaobjetr que por dif que sea arbi ese nioem todos, Por exemplo, eysburg fo’ proferid que, a afi Ios homens aacemlivres igus, Lincolasimplesmentese eferaiguldade Scanned with CamScanner irausmo, SOCIAUISMO EDEN cart 360 asa git Si pray ‘Ncontrar oye co oneegetodoo ere. Eneeany gg claroque ess I ear muitas coisas que de outro Modo seriam ing, hg ea parce es Mm particular, explicaaatitude jg > utr? em se loc iveis na realidade. Tete cis a avr is, como no 80 J0Socalsmo, a dis coma 2 ia algerie UM EO MBS UM Pea gg Fon apes comocambin ndgnaso mora, Seana ovnso problema Je Ut" Ode der gue pnp ida da dese um simples método use eens ado raoralmentecomo UM MOTO AVEPOT OU Um designe Wate anfora-sem ua coisa n-qul, de outro ponto devise some gees ericapazdesetransformarasaberyem um deal, oumele smparte dcum squeal das coisas A prépriapalavra pode se trans, trem unabandcremum imbolo de tudo quanto mais querido para Frome, derudo quanto ele ama na sua nago,exista um nexo racional ene asdusccisesounio, Por um lado, a questo de saber de que modo as ‘proposes implicitas na erenga democritica se relacionam com os f politica passa ase irrelevante para ele, assim como, para o crente cat €itreevant saber com os atos de Alexandre vt condizem com o halo so bronatural qu ceraa digidade de papa. Por outro, o demoecrata dss tipo, bora act postlidos que trazem no seu bojo importantes implicates sabre igual a fateridade, extra em condigbes de também aciar comtodhsnceridade quasque desvios de tis pri “mento ouasua ituasio possa envolver, Isso nem chega a ser Idgico. A mer distinc é cia do fato no nenhum argumento contrétio a um preceito ético ou a.umaesperangamistica, jos que 0 seu compor- = ests em opog {shor osteogenic ropes ‘ipficado seria bastante definido, M penguntarmos porque es hide orig moral epok “Poeae to home pr cpolcamenteese nos recusarmos respond Tatura eratamente gu os outos homens" 6 nos estat 2 Proporionda pela Essa slug est possivelmente ine ‘"pdara‘nacen” ‘A DOUTRINA CLASSICA DA DEMOCRACIA 361 Em segundo, para muitas nagdes, as formas e frases da democracia lis- sica esto associadas a fatose desenvolvimentos da sua histéria entusiastica- mente aprovados pelas grandes maiorias. E provavel que qualquer oposigao um regime estabelecido use esss formas e frases, sejam quais forem o seu significado ¢ as suas ratzes sociais™ Se ela prev cerese.s seus desenvolvi- mentos subsequentes se mostrarem satisfat6rios, essa formas se arraigarao naideologia nacional Os Estados Unidos so um étimo exemplo. A sua propria existéncia como Estado soberano ests associada a uma luta contra a Inglaterra mondr- auica e aristocratica. Na época do governo Grenville, com excegao de uma rmonarea inglés como 0 seu rei ea arstocraciainglesa como a sua arstocra- cia, Na Guerra da Independéncia, eles combateram aquilo que, de fato e no seu sentimento, se havia transformado em um monarca estrangeiro eem uma aristocracia estrangeira que interferiam na sua cecondmicos.Jé desde ior do con ica € nos seus interesses ipresentaram a sua luta, ddotes”, nos termos dos “direitosinalienveis do homem’ ¢ luz dos pri gerais da democracia cléssca. linguagem da Declaragao da Independé da Cor prodigioso que absorveu e s ioria das pessoas e, desse modo, pa- receu confirmara doutrina resguardada nos documentos sagraos da nagio. ‘As oposigSes raramente triunfam quando os grupos dominantes esto no auge do poder e do sucesso, Na primeira metade do séeulo xrx, engue~ ram-se oposigdes que professavam o eredo clissico da democracia e aca- prevalecendo contra governos, alguns dos quais ~ especialmente na ~ se achavam notoriamente em estado de decadéncia ¢ eram sinénimo de incompeténcia, brualidade ecorrupgio. [50 veio naturalmente, bem que ‘no logicamente o bastante, a beneficiar o credo democritico, que, de resto, iente abvirumaerceso nacas das oposgdes que redundamem regimes ‘Masaté mes a mora dla sug sn foi assassinado jgneas artocrtcos qe 0 maar também emprgavam Frases Scanned with CamScanner wo, SOCIAUSMO E DEMOCRACIA canal comparagio com as Supe s. Em tais circunst arp aseperdet¢ ais EMRE A Cora ea pris va vaoge™ berto. Maso encanto da aurora demorgs Ms democraca,faladoa Ser ace tose pode exquecer que modelos sociis nos qu Ener apde eft 03Fat0$ Om UM Fa sfcee ee Como jiseassinalou, esse 60 caso de muitas sociedades pe. : ee na realidade, serviram de protétipo para os autores daquela doutrina. Também pode ser 0 caso de sociedades que nio slo primiti-

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