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Senai-Conversores e Inversores Tamandare
Senai-Conversores e Inversores Tamandare
Conversores e Inversores
Conversores e Inversores
SENAI-SP, 2004
Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos da
Intranet do Departamento Regional do SENAI-SP.
1ª edição, 2004
Equipe Responsável
cód. 120.2.006
Sumário
30 Medidores de rotação
34 Freio de Prony
126 Inversores
Conversores e Inversores
Para usar uma máquina elétrica, é necessário conhecer, além de suas propriedades elétricas,
seus parâmetros mecânicos, tais como a rpm, o torque e a potência mecânica.
Rpm
Com ele, é possível medir diretamente a rotação aplicando o instrumento ao eixo da máquina.
A rotação é transmitida mediante uma embreagem de borracha.
Outro instrumento para a medição da rpm é o gerador taquimétrico (ou tacométrico) que se
aplica diretamente à máquina cuja rotação se quer medir.
• Gerar uma tensão alternada cuja freqüência depende da rotação e, embora nesse caso
meça-se a freqüência, o resultado que aparece no mostrador é a rpm.
Para obter tensão alternada dependente da rotação, podem ser usadas barreiras óticas
(células fotoelétricas) em lugar do gerador taquimétrico. Essas células são usadas em combinação
com discos perfurador ou geradores Hall juntamente com ímãs.
Cálculo da rpm
f . 60
n=
p
Onde:
• n é a rpm,
• f é a freqüência,
Exemplo
60 . 60
n= = 3660rpm
1
Se, em um estator, forem colocadas 6 bobinas defasadas de 60º uma da outra, ao ligá-las à
rede trifásica, obtém-se um campo giratório de 4 pólos.
O motor de 4 pólos precisa de um tempo que eqüivale ao dobro do de 2 pólos, ou seja, dois
períodos de 360º.
Isto significa que a rotação do campo girante depende da freqüência da corrente e do número
de pares de pólos do campo.
f . 60
n=
p
Exemplo
Calcular a rotação do campo girante de um motor de quatro pólos ligado a uma rede de 60Hz.
60 . 60 3600
n= = = 1800
2 2
Sobre o rotor de um motor trifásico assíncrono aparece um torque que atua no sentido do
campo giratório. O rotor gira com uma velocidade menor que o campo giratório.
nf - n
s=
nf
nf - n
s= . 100%
nf
Exemplo
f . 60 60 . 60 3600
nf = = = = 1800rpm
p 2 2
nf - n
s% = . 100 = 20%
nf
Observação
Quando o rotor está em repouso, podemos considerar o motor assíncrono trifásico como um
transformador trifásico.
O valor da tensão no enrolamento do rotor em repouso, ou seja, a tensão com rotor travado só
depende do quociente entre os números de espiras do rotor e do estator. Quando o rotor gira, sua
tensão vai reduzindo proporcionalmente ao deslizamento.
Para a velocidade sincronismo, ou seja, quando as duas velocidades são iguais, até a tensão
induzida será nula.
Com o rotor travado, a freqüência da tensão no rotor é igual à freqüência da tensão do estator.
Quando o rotor gira, a freqüência de sua tensão também decresce proporcionalmente ao
deslizamento até fazer-se nula para a velocidade de sincronismo.
Torque ou momento
Torque (M) (ou momento) é a força (F) atuando sobre um corpo e causando seu movimento
através de uma distância (s).
Mesmo que esse corpo não gire, o torque existe como produto daquela força pela distância
radial em relação ao centro do eixo da rotação, ou seja, torque é o produto da força pelo comprimento
do braço da alavanca. Matematicamente, isso significa:
M=F.s
Onde:
• F é a força em Newtons;
• s é o comprimento em metros.
(torques) M=F.s
Já sabemos que um campo magnético de fluxo Φ origina-se no estator das máquinas elétricas
rotativas.
Sabemos também que o rotor se compõe de um tambor de ferro doce magnético com ranhuras
nas quais são colocados os condutores. Esses condutores dentro de um campo magnético e
percorridos por uma corrente elétrica estão submetidos a uma força. O valor dessa força é:
F=Φ.I.1
Onde:
• F é a força em Newtons;
• I é a corrente em ampères;
Quando esse torque for igual ou suficiente para que o rotor (que possui um movimento
resistente) gire, obtém-se uma rotação constante.
Obtenção do torque
Nas máquinas elétricas, o torque se mede com a ajuda de freios, como por exemplo, o freio de
corrente de Focault.
No motor elétrico o torque (M) e as rotações (n) estão relacionados, pois a rotação diminui
quando se aumenta o torque.
Na partida, a rotação é zero e o torque, que atua sobre o eixo nesse instante, é chamado de
torque de arranque.
2. Coloca-se carga partindo do zero. À medida que a carga aumenta, anota-se o torque e a
rotação:
Exemplo
3. Monta-se o gráfico;
Observação
Para qualquer motor CA de indução tipo gaiola, o torque de partida é apenas função da tensão
aplicada ao enrolamento do estator. Quando se reduz à metade a tensão nominal aplicada por fase
durante a partida, o torque de partida produzido é 1/4 do que seria produzido a plena tensão.
Potência
O eixo de uma máquina que gira com uma rotação n transmite um torque.
Com estes dois parâmetros, calcula-se a potência mecânica da máquina a partir da seguinte
fórmula:
2
P= .n.M
60 . 100
Onde:
• P é a potência;
• 2 é a constante;
• M é o torque em Nm.
n . M . 10 - 3
Ou: P =
3
Introdução
Muitas vezes, um defeito eletroeletrônico pode ser causado por uma falha mecânica ou vice-
versa. Assim, veremos nesta unidade, alguns componentes mecânicos básicos, tais como:
transmissões mecânicas, hidráulicas e pneumáticas, e rolamentos.
Observação
Num sistema de transmissão por atrito existe um deslizamento que, nas correias trapezoidais é
menor que nas correias planas.
• Acoplamento fixo,
• Acoplamento extensível,
• Acoplamento de desengate,
• Acoplamento elástico.
Acoplamento fixo
O acoplamento fixo serve para unir duas extremidades de eixos. As superfícies de aperto
podem ser paralelas ou perpendiculares ao eixo como mostram as figuras a seguir.
Acoplamento extensível
O acoplamento extensível serve para unir eixos separados por grandes distâncias.
Acoplamento de desengate
Observação
Acoplamento elástico
Transmissão hidráulica
Transmissão pneumática
Rolamentos
Rolamentos são componentes mecânicos criados para diminuir o atrito nos eixos rotativos que
transmitem movimento.
Os rolamentos radiais que podem ser de esferas ou de roletes servem para suportar eixos
rotativos, solicitados exclusivamente para forças radiais, como por exemplo, a força exercida por uma
polia em uma máquina girante.
Os rolamentos axiais ou de encosto servem para suportar solicitações axiais a que os eixos
rotativos estão sujeitos.
Observação
Se um eixo for solicitado axialmente e radialmente, ele deverá ser provido dos dois tipos de
rolamentos.
Como os rolamentos são usados em máquinas girantes, é importante conhecê-los para realizar
montagens, desmontagens, verificações e lubrificações de maneira correta para aumentar sua vida
útil.
Ouvir
Como mostra a figura abaixo, coloque uma chave de fenda ou um objeto similar contra o
alojamento, o mais próximo possível do rolamento.
Ponha o ouvido na outra extremidade e ouça. Se tudo estiver bem, um ruído suave deverá ser
ouvido. Um ruído uniforme, porém metálico, indica falta de lubrificação. O som de um rolamento
danificado é irregular.
Sentir
Se a temperatura parecer mais alta que o normal, ou com variações bruscas, isto é indicação
de que existe algo errado.
O aquecimento pode ser causado por sujeira, falta de lubrificação, excesso de lubrificação,
sobrecarga, folga interna muito pequena, ou porque o rolamento está “preso” axialmente por causa
da excessiva pressão dos retentores.
Deve ser lembrado que, imediatamente após a lubrificação, existirá um aumento natural de
temperatura que pode durar um ou dois dias.
Observar
Quando existe um sistema de lubrificação automática, este deverá ter seu funcionamento
verificado periodicamente.
Lubrificar
Quando a caixa do rolamento não possuir engraxadeira, a relubrificação deve ser feita na
parada programada da máquina. As tampas deverão ser removidas para retirar toda a graxa usada
antes de colocar a graxa nova.
Mesmo que as caixas possuam engraxadeiras, a graxa usada deve ser removida e substituído
por nova, sempre que as caixas forem abertas e seus componentes lavados.
Quando se efetua a troca, o óleo usado deve ser drenado completamente e o conjunto lavado
com óleo limpo, de preferência o mesmo que será usada na reposição.
Na lubrificação em banho de óleo, geralmente é suficiente efetuar a troca uma vez ao ano,
desde que a temperatura de trabalho não ultrapasse 50ºC e não haja contaminação. Quando a
temperatura for maior que 50ºC, o óleo deverá ser trocado com maior freqüência, segundo as
seguintes indicações:
Os rolamentos das máquinas girantes devem ser inspecionados e limpos a intervalos regulares
de tempo.
Esse tipo de inspeção deve ser feito preferivelmente durante as paradas programadas da
máquina ou quando ela for desmontada por alguma razão, tanto para inspeção quanto para reparos.
A operação de inspeção deve ser feita numa área de trabalho a mais limpa possível. Para
iniciar a desmontagem da máquina, limpe sua superfície externa.
Lave o rolamento exposto onde é possível fazer inspeção sem desmontagem. Use um pincel
molhado em aguarrás ou querosene.
Seque o rolamento com um pano limpo e sem fiapos ou com ar comprimido e verifique se
algum componente do rolamento entrou em rotação.
Um pequeno espelho com haste, semelhante aos usados por dentistas, pode ser útil na
inspeção das pistas, gaiola e corpos rolantes do rolamento.
Um rolamento em boas condições nunca deve ser desmontado a não ser que seja
absolutamente necessário.
Se o rolamento é desmontado com interferência no eixo, deve-se usar um extrator cujas garras
devem ser apoiadas diretamente na face do anel interno.
Quando não é possível alcançar a face do anel interno, o extrator poderá ser aplicada na face
do anel externo. Entretanto, é muito importante que o anel externo seja girado durante a
desmontagem, de modo a distribuir os esforços pelas pistas e evitando que elas sejam marcadas
pelos corpos rolantes.
Nesse caso, o parafuso deve ser travado ou preso com uma chave e as garras deverão ser
giradas com as mãos ou com uma alavanca .
As pistas e corpos rolantes devem ser inspecionados para verificar se existem sinais de danos.
Um rolamento está em boas condições quando não possui marcas ou outros defeitos nas pistas,
anéis, corpos rolantes ou gaiolas e gira uniformemente sem ter folga interna radial anormalmente
grande.
Um rolamento nessas condições pode ser montado novamente sem risco algum.
Os rolamentos pequenos podem ser montados com ajuda de uma “caneca” ou um pedaço de
tubo.
O tubo deve estar bem limpo e ter extremidades planas, paralelas e sem rebarbas.
Coloque a ferramenta contra o anel interno. Com um martelo comum, aplique golpes sempre
bem distribuídos ao redor da extremidade do tubo. Tome cuidado para que o rolamento não entre
enviesado no eixo.
Observação
Os martelos de chumbo ou outro metal macio não são indicados porque podem soltar
fragmentos que penetram no rolamento.
Nunca aplique golpes diretos nos rolamentos, pois isso poderá trincar os anéis e danificar as
gaiolas além do perigo de partículas metálicas se destacarem e causarem avarias quando o
rolamento for colocado em operação.
Não aplique força contra o anel quando o rolamento for montado no eixo. Isso danifica as
pistas e os corpos rolantes e reduz consideravelmente a vida útil do rolamento.
Quando se dispõe de uma prensa mecânica ou hidráulica, esta poderá ser usada na
montagem de rolamentos pequenos e médios.
Observação
Os rolamentos grandes são montados com maior facilidade se forem primeiramente aquecidos
a uma temperatura de 80 a 90ºC acima da temperatura ambiente. Contudo, esses mesmos
rolamentos nunca deverão atingir uma temperatura acima de 120ºC.
O óleo deve ser limpo e ter um ponto de fulgor superior a 250ºC. O recipiente deve estar limpo
e conter óleo suficiente para cobrir completamente o rolamento. Este não deve estar em contato
direto com a base do recipiente, devendo ser colocado sobre uma plataforma ou calço adequado
para evitar aquecimento direto.
O banho deve ser aquecido numa chapa elétrica, bico de gás ou equipamento semelhante.
Observação
MEDIDORES DE ROTAÇÃO
Na unidade anterior, vimos que existem dois equipamentos para medir a rotação (rpm) das
máquinas elétricas: o gerador taquimétrico e o gerador Hall.
Gerador taquimétrico
Ele é acoplado ao eixo da máquina e gera uma tensão quando o eixo gira. Essa tensão
realimenta o circuito dando, em forma de tensão, uma informação da velocidade da máquina.
Geralmente, essa tensão é da ordem de 60V para cada 1000rpm. Porem, pode haver outros
valores de relação, como por exemplo, 20V/1000rpm; 100V/1000rpm.
Gerador Hall
Para que haja continuidade no movimento de rotação de um motor com comutação eletrônica,
há necessidade de um sensor para indicar a posição do rotor.
Esse sensor é o gerador Hall que consiste de uma placa de material semicondutor, geralmente
uma liga de índio e antimônio, percorrida longitudinalmente por uma corrente (I1) sob um campo
magnético B.
Funcionamento
Uma diferença de potencial surge entre os pontos x e y e que é chamada de efeito Hall. Essa
tensão é dada por:
RH
VH = . B. I1
d
Onde:
• VH é a tensão Hall;
• d é a espessura do condutor;
• I1 é a corrente no condutor.
O gerador Hall fornece uma tensão polarizada em função do campo e da corrente, por isso,
formatos diferentes fornecem rendimentos diferentes, ou seja:
Aplicações
• Em sistemas de ignição de automóveis nos quais evita contatos mecânicos que implicam no
desgaste das peças e permite ajustagem contínua do sistema;
FREIO DE PRONY
O freio de Prony é um dispositivo que deve ser adaptado ao eixo de um motor com a finalidade
de carregar o motor mecanicamente. Observe o freio de Prony na figura abaixo.
A embreagem é de madeira e tem o formato de sapata. Ela freia o motor através de um polia
montada na ponta do eixo.
Observe, na extremidade esquerda da alavanca, dois parafusos. Eles servem para controlar a
pressão da sapata sobre o eixo. Isto permite carregar mecanicamente o motor.
Observação
Desenvolvimento teórico
Conjugado de um binário
É o produto do valor da força pela distância entre um ponto e a direção da força. Observe a
figura.
Potência
A fórmula de potência é:
trabalho
potência =
tempo
T
P =
t
kgm
O símbolo utilizado é
s
Transformação de unidades
A potência dos motores elétricos é dada nas unidades de medida cavalo-vapor ou cavalo-
força. O símbolo de cavalo-vapor é CV e o de cavalo-força é HP.
O valor da força lida no dinamômetro é indicado pela letra F. O valor do raio da polia é indicado
pela letra r. Observe, a seguir, a dedução de uma fórmula para o cálculo da potência.
Fórmula da potência
T
P=
t
Fórmula do trabalho
T=F.d
F.d
P =
t
Veja:
F.d
p=
t
d=2.π.r.n
F.2.π.r.n
Portanto, p = .
t
n
Isto significa que, na fórmula anterior, a razão deve ser transformada para podermos fazer a
t
substituição. Acompanhe as passagens abaixo.
número de rotações n n n
rpm = = = =
tempo em min t 1min 60 s
F.2.π.r.n
p =
60 s
N.m kgm
=
s s
kgm
Mas como já vimos, 1CV = 75 .
s
1kgm 1CV
Logo, =
s 75
Concluímos que a fórmula deve ser dividida por 75. A potência vai ser calculada em cavalos-
vapor.
F.2.π.r .n
Pcv =
75 . 60
No numerador temos uma multiplicação de vários fatores. A ordem dos fatores não altera o
produto. Por isso, vamos reescrever a fórmula acima na forma mais usual:
2.π.r.n.F
Pcv =
75 . 60
2.π.r .n.F
PHP =
75,6 . 60
C=F.r
Exemplo
A fórmula é:
2.π.r .n.F
Pcv =
75 . 60
4 446,2
Pcv =
4 500
C=F.r
C = 0,2 . 2
Portanto C = 0,4N . m7
Nesta unidade, estudaremos dois motores que apresentam características especiais: o motor
sem escovas e o motor de passo.
O motor de passo, por sua vez, é um motor usado em equipamentos onde é necessário um
posicionamento de parte da máquina. Esse é o caso de impressoras, registradores gráficos em geral,
sistemas de controle em servomecanismos.
O motor de corrente contínua sem escovas, além da ausência de escovas, apresenta como
características diferenciadoras do motor com escovas, a localização do enrolamento no estator e os
ímãs permanentes engastados no rotor. Apresenta também um transdutor de posição angular
acoplado ao rotor.
Além dessas características, um motor sem escovas será sempre composto por:
Funcionamento
No motor sem escovas, essa tarefa é realizada pelo estágio de controle e pelo comutador de
potência (conversor) eletrônico.
Vantagens
• Torques elevados.
A construção do motor sem escovas permite uma redução em seu peso e volume entre 35 e
65% se comparado com motor com escovas de mesma potência.
Isso traz melhor dissipação de calor, pois o motor sem escovas, com seu rotor “frio”, gera calor
na região em que este é melhor dissipado, ou seja, no estator. Esse fato permite que o motor opere
em regime muito elevado.
O motor sem escovas não apresenta curva de limitação de potência que é produto da rotação
pela corrente de coletor.
Acima dessa curva-limite ocorre a queima das escovas e isso destrói o coletor.
Como esse tipo de motor não possui coletor mecânico, altos conjugados ao longo de todo o
espectro de rotações podem ser alcançados com ele.
Esse tipo de motor não possui escovas que se desgastam e necessitam ser trocadas.
Nos motores sem escovas, onde a comutação de corrente é realizada eletronicamente, existe
ainda a possibilidade de se optar pelo emprego de uma tensão eletromotriz de formato quase
senoidal.
A forma de onda senoidal tem a vantagem de permitir que sejam satisfeitas as mais altas
exigências com relação à baixa rotação, homogeneidade de movimento e exatidão de
posicionamento.
O motor sem escovas possui ímãs permanentes ao invés de enrolamento de rotor. Por isso,
existe um reduzido momento de inércia e disso depende a escolha da melhor velocidade de rotação
de um motor a ser usado em um determinado acionamento.
Torques elevados
Com a finalidade de atingir um torque tão alto quanto possível nos motores com ou sem
escovas, efetua-se a comutação dos enrolamentos de tal forma que o campo magnético do estator
mantenha com o campo magnético do rotor um ângulo tão próximo de 90º quanto possível.
Nos motores com excitação separada, pode-se reduzir essa limitação da rotação através do
enfraquecimento do campo de excitação.
O motor sem escovas com ímã permanente permite que se efetue uma variação das
constantes de motor mediante uma defasagem no tempo da energização das correntes nos
enrolamentos em relação à posição do rotor.
Motor de passo
O motor de passo permite que seu eixo sofra deslocamentos precisos sem que seja necessária
uma realimentação externa feita por algum dispositivo a ele acoplado. Isso caracteriza um sistema
aberto.
Essa característica de funcionamento em malha aberta é uma das mais importantes pois
permite a rotação e a parada em pontos pré-determinados.
Se, por exemplo, é necessário que o eixo gire meia volta (180), basta fornecer adequados e ele
fornece deslocamento com precisão.
Funcionamento
Normalmente, os motores de passo possuem enrolamentos que, na sua forma mais simples,
constituem-se de quatro bobinas dispostas no estator em ângulos de 90, uma em relação a outra.
O rotor é uma pequena peça de material ferromagnético que se constitui num ímã.
Observação
A descrição acima refere-se a um motor de passo de 4 passos por revolução e 90º por passo.
Verifica-se assim que um dos fatores determinantes do número de passos por volta corresponde ao
número de bobinas no estator.
Outro fator que determina o número de passos é a seqüência de comutação das bobinas. No
exemplo mostrado, foi excitada uma bobina de cada vez. Se, ao invés disso, forem excitadas duas
bobinas contíguas de cada vez, o rotor tomará posições intermediárias. Isso dá origem a um conjunto
de novas posições intermediárias, isso dá origem a um conjunto de novas posições ou passos.
Veja na ilustração a seguir, como é possível obter o dobro dos passos, excitando-se as
bobinas da seguinte maneira:
Essa seqüência faria o motor girar no sentido horário, completando uma volta e 8 passos.
As bobinas do estator são também denominadas fases. Muitas vezes, cada fase é subdividida
num conjunto de bobinas ao longo do estator. Dessa forma, mesmo que existam muitas bobinas no
estator, eles normalmente constituem 8 fases.
Tipos de rotor
• Ímã permanente;
• Relutância variável.
O rotor de ímã permanente permite obter maior força de atração entre o estator e o rotor.
Todavia, é tecnologicamente mais difícil obter um grande número de elementos do rotor previamente
magnetizados e cuja magnetização seja estável. Por causa disso, o número de passos é geralmente
menor nesse tipo de motor.
O rotor do tipo relutância variável, embora normalmente apresente menor torque, possui, em
contrapartida, características mais estáveis. O rotor de relutância variável é apenas uma peça de
material ferromagnético não imantado.
Circuitos de acionamento
Para melhor assimilar esse conteúdo, é necessário ter conhecimentos anteriores sobre
magnetismo, eletromagnetismo e indutores.
Geradores e motores
Construção
O estator (ou carcaça) é a parte fixa da máquina. Nele se alojam as bobinas de campo cuja
finalidade é conduzir o fluxo magnético.
• Pólos de excitação (ou sapatas polares) - constituídas por condutores enrolados sobre o
núcleo de chapas de aço laminadas;
• Conjunto porta-escova - aloja as escovas feitas de material condutor e que têm a função de
realizar a ligação elétrica entre a armadura e o exterior.
• Induzido (ou armadura) - fica dentro do estator. O mais usado é o do tipo tambor. É
constituída por chapas de aço laminadas em cujas ranhuras se acomoda o enrolamento;
• Comutador - constituído por lâminas de cobre isoladas uma das outras por lâminas de mica;
sua função é transferir a energia do enrolamento da armadura para o exterior;
Gerador de CC
O gerador de CC funciona segundo esses dois princípios. Assim, ao ser girado com velocidade
(n), o induzido (rotor) faz os condutores cortarem as linhas de força magnética que formam o campo
de excitação do gerador CC.
Nos condutores da armadura aparece, então, uma força eletromotriz induzida. Essa força
depende da velocidade de rotação (n) e do número de linhas magnéticas que tais condutores irão
cortar, ou do fluxo magnético (Φ) por pólo do gerador.
EΦ = k . n . Φ
Onde:
• n é a velocidade de rotação,
• Φ é o fluxo magnético.
Quando esse gerador começa a funcionar, mesmo sem excitação, aparece uma força
eletromotriz (fem) de pequeno valor devido ao magnetismo remanente.
Quando o gerador é posto em carga, a tensão por ele fornecida diminui. Isto se deve a três
fatores:
Nesses tipos de geradores, para que a tensão se mantenha constante, para cada aumento de
carga deve haver, manual ou automaticamente, um aumento da excitação.
Tipos de geradores
• Gerador de CC em série;
• Gerador de CC em paralelo;
• Gerador de CC misto.
No gerador de CC em série, as bobinas de campo são constituídas por poucas espiras de fio
relativamente grosso, ou seja, com bitola suficiente para suportar a corrente de armadura. As espiras
são ligadas e, série com o induzido como mostra a figura a seguir.
É preciso notar que neste gerador a corrente de carga é a própria corrente de excitação. No
trabalho em vazio a fem é gerada apenas pelo magnetismo residual das sapatas polares.
Ao acrescentar carga ao gerador, uma corrente circula pela carga e pela bobina de excitação,
fazendo com que aumente o fluxo indutor e, por conseguinte, a tensão gerada.
Observações
• Para evitar que a tensão se eleve, quando se acrescenta uma carga ao circuito, coloca-se
um reostato em paralelo com a excitação.
A corrente de excitação provem de uma pequena parcela da corrente do gerador e pode ser
controlada por um reostato ligado em série com o campo magnético.
A corrente do gerador deve alimentar tanto a carga como a bobina de campo, pois ambas
estão em paralelo. Assim, a tensão gerada diminui com o aumento de carga.
Neste gerador, a tensão mantém-se constante, tanto em carga como em vazio, já que ele
reúne as características dos geradores em série e em paralelo.
Observação
Eo - Et
Et
A interação entre o campo magnético fixo e o campo magnético produzido pela corrente que
circula no condutor provoca o aparecimento de uma força. É essa força que impele o condutor para
fora do campo magnético fixo. As figuras a seguir ilustram esse princípio.
De acordo com a figura, de um lado do condutor há uma diminuição das linhas magnéticas. Do
lado oposto há um acúmulo dessas linhas. Estas provocam o aparecimento da força magnética, que
é a responsável pelo movimento do condutor.
O motor de corrente contínua funciona sob o mesmo princípio. Nele existe um campo
magnético fixo formado pela bobinas de campo. Há também condutores instalados nesse campo (no
rotor), os quais são percorridos por correntes elétricas.
Podemos observar que a corrente que circula pela espira, faz isso nos dois sentidos: por um
lado, a corrente está entrando e, por outro, saindo. Isso provoca a formação de duas contrárias de
igual valor (binário), das quais resulta um movimento de rotação (conjugado), uma vez que a espira
está presa à armadura e suspensa por mancal.
Essas forças não são constantes em todo giro. À medida que o condutor vai se afastando do
centro do pólo magnético, a intensidade das forças vai diminuindo.
Nos motores, para que haja força constante, as espiras colocadas nas ranhuras da armadura
devem estar defasadas entre si e interligadas ao circuito externo através do coletor e escova.
A força eletromotriz induzida, por ser de sentido contrário à tensão aplicada, recebe o nome de
força contra-eletromotriz (fcem).
EO = n . Φ . k
A corrente total que circulará pela armadura (Ia) será dada por:
E - EO
Ia =
Ra
Onde:
• E é a tensão aplicada,
• EO é a força contra-eletromotriz,
• Ra é a resistência.
Tipos de motores
Como acontece com os geradores, os motores também são classificados segundo o tipo de
ligação de seus campos, ou seja: motor de CC em série, motor de CC em paralelo, motor de CC
misto.
No motor de CC em série, as bobinas são constituídas por espiras de fio relativamente grosso
ligadas em série com o rotor (induzido).
Por causa da ação magnética, neste motor, o conjugado é diretamente proporcional ao fluxo
indutor e à corrente que circula pelo induzido.
Estes motores possuem arranque vigoroso. A partida e a regulagem de velocidade podem ser
feitas por meio do reostato intercalado no circuito.
No arranque, o valor da corrente e, por conseqüência, o fluxo magnético são elevados. Isso
fornece um alto conjugado ao motor.
Esse tipo de motor é indicado para casos em que é necessário partir com toda a carga. Por
isso, eles são usados em guindastes, elevadores, e locomotivas, por exemplo.
Como tendem a disparar (aumentar a rotação), não é recomendável que esses motores
funcionem a vazio, ou seja, sem carga.
No motor de CC em paralelo, as bobinas de campo são constituídas por muitas espiras de fio
relativamente fino e ligadas em paralelo com o induzido.
O reostato da armadura (Ra), ligado em série com o induzido, limita a corrente no momento da
partida. E o reostato de campo (Rc), ligado em série com as bobinas do campo magnético, regula a
velocidade dentro de determinado limite. Na partida, o cursor do reostato Rc deve estar no ponto
médio para possibilitar o ajuste de velocidade. A resistência do reostato Ra, por sua vez, deve estar
intercalada no circuito.
No motor de CC misto, as bobinas de campo são constituídas por dois enrolamentos montados
na mesma sapata polar. Um desses enrolamentos é de fio relativamente grosso e se liga em série
com o induzido. O outro, de fio relativamente fino, se liga em paralelo com o induzido.
Assim, seu arranque é vigoroso e sua velocidade estável em qualquer variação de carga. Pode
também partir com carga.
Na partida, a resistência do reostato do campo paralelo (RC) deve estar totalmente intercalada
no circuito. Isso permite que o motor se comporte como motor em série sem o perigo de disparar,
mesmo quando a carga é pequena ou nula.
Por sua vez, o reostato da armadura (Ra), ligado em série com o induzido, limita a corrente no
momento da partida. Após a partida, o cursor RC é deslocado para ajuste da velocidade.
Comutação
Nos motores e geradores de corrente contínua, a ligação da armadura com o circuito externo é
feita por meio de escovas que se apoiam sobre as lâminas do coletor.
Quando se alimenta o motor ou se retira a corrente gerada pelo gerador, as escovas fecham
durante a rotação, no mínimo, duas lâminas do coletor em curto. Isso provoca um faiscamento.
Esse faiscamento acontece porque, no momento em que a escova está comutando de uma
lâmina para outra, a corrente que circula na bobina tem seu sentido invertido.
Para que o motor ou o gerador não sejam danificados, devido ao faiscamento, o curto deverá
ocorrer quando a bobina estiver passando pela zona neutra do campo magnético, já que aí não há
tensão induzida.
Por causa da reação do induzido, o ponto de comutação no motor e no gerador é móvel e varia
de acordo com a carga.
Reação do induzido
Nas máquinas de CC, quando não circula corrente no induzido, o campo magnético produzido
pelas bobinas do estator é constituído por linhas retas, e a densidade do fluxo é praticamente
uniforme.
Quando uma corrente é aplicada ao induzido com uma fonte externa qualquer e se interrompe
a corrente das bobinas do estator, o campo magnético produzido no induzido será constituído por
linhas concêntricas.
Quando a máquina estiver em funcionamento e com carga, ou seja, quando a máquina estiver
com corrente circulando nas bobinas do estator e nos condutores do induzido, seus campos
magnéticos interagem formando um novo campo magnético com as linhas destorcidas e sem
uniformidade.
Nas extremidades polares A e D, as linhas do campo magnético, criado pela corrente que
circula no induzido, têm sentido oposto ao campo produzido pela corrente que flui do estator.
O inverso acontece nas extremidades B e C, onde as linhas do campo magnético, criado pelo
induzido, têm o mesmo sentido das linhas produzidas pelo estator.
Isto pode ser observado quando analisamos as figuras a seguir, as quais indicam os sentidos
dos campos magnéticos do estator do rotor.
Em conseqüência, ocorre uma redução das linhas nos campos magnéticos das extremidades
A e D e uma intensificação nas extremidades B e C. Todavia, a intensificação em B e C não
compensa a redução que se verifica em A e D. Isto se deve à saturação magnética que provoca a
redução do fluxo magnético total.
Elemento Norma
DIN ASA
Armadura ou induzido A.B. A1 A2
Campo de derivação C.D. F1 F2
Campo em série E.F S1 S2
Veja agora um exemplo da placa de máquina de CC conectada para funcionar como motor
misto de acordo com a norma ASA.
Amplificador operacional
Neste capítulo você terá informações detalhadas sobre os amplificadores operacionais, suas
características e modo de utilização. Com essas informações, você será capaz de utilizar e reparar
equipamentos que os empreguem.
Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, você deverá ter conhecimentos
anteriores sobre circuito integrado e relação de fase entre sinais.
• Um terminal de saída;
Terminais de alimentação
A figura a seguir ilustra uma forma comum de alimentação de um AO a partir de uma fonte
simétrica.
Observe que os AOs não são ligados diretamente ao “terra” ou 0V da fonte simétrica. O próprio
circuito interno do componente obtém o terra. (Figura a seguir)
Isso não significa que os outros componentes ou circuitos que estejam ligados ao AO não
necessitem de terra. O terra para o circuito externo é fornecido no terminal 0 de fonte simétrica.
Veja na figura a seguir um exemplo de um circuito onde existem componentes externos ligados
ao terra.
Terminais de entrada
Quando o sinal é aplicado entre uma entrada e outra, o AO atua como amplificador diferencial,
amplificando a diferença entre as duas tensões de entrada.
• Impedância de entrada;
• Impedância de saída;
• Banda de passagem.
Essas características podem ser analisadas segundo dois pontos de vista: considerando o AO
como ideal ou considerando-o como real. Por isso, as características a seguir serão analisadas
segundo uma comparação entre o ideal e o real.
Um amplificador operacional ideal deve apresentar impedância de entrada infinita (Zi = ∞).
Nesse caso, as entradas de sinal não absorvem corrente, operando apenas com tensão.
Vi
Ii =
Zi
Vi
Como Zi = ∞ , Ii = Ii = , logo Ii = 0
Zi
Devido a esse alto valor de Zi, os amplificadores operacionais reais podem ser considerados
como ideais em relação à impedância de entrada. Essa aproximação do ideal permite que se admita
que as entradas de um AO real não absorvam corrente.
Isso permite que a tensão na saída de um AO ideal dependa apenas dos sinais de entrada e
da amplificação, sendo independente da corrente solicitada pela carga. (Figura a seguir).
Em um amplificador operacional real, a impedância de saída existe e pode variar desde poucos
ohms (5 Ω , por exemplo) até valores como 1000 Ω . Essa impedância atua como uma resistência
interna e provoca uma queda na tensão de saída.
• Do ganho do AO;
Observação
Através de recursos externos ao AO, em alguns casos, pode-se reduzir a impedância de saída
para menos de 1 Ω .
Quando o sinal é aplicado entre uma entrada e a outra, o amplificador atua como amplificador
diferencial, amplificando a diferença entre as duas tensões de entrada.
Nessa condição o ganho obtido entre saída e entrada é denominado de ganho de tensão
diferencial e pode ser de dois tipos: em malha aberta e em malha fechada.
O ganho de tensão diferencial em malha aberta de um AO ideal deve ser infinito (Ad = ∞).
O ganho de tensão diferencial em malha aberta em um AO real varia entre 103 e 109. Nos
manuais este ganho normalmente é expresso em decibéis:
Vo
db = 20 . log
Vi
O ganho fornecido por um AO pode ser diminuído desde o valor Ad (ganho diferencial em
malha aberta) até o valor 1, se necessário. Essa redução é obtida pela realimentação fornecida por
componentes externos ao AO e que interligam a saída com a entrada.
Veja o circuito amplificador com AO e com componentes para realimentação (malha fechada).
(Figura a seguir)
Observação
Esta é uma das características mais importantes de um AO: o ganho em malha fechada
definido somente pelos componentes externos que fazem a realimentação.
A tensão offset de saída é qualquer valor de tensão que esteja presente na saída de um AO
que tem as entradas aterradas (a zero volt).
Em um AO ideal, a tensão offset de saída é nula, ou seja, a saída deve estar a “zero volt” se
ambas as entradas forem levadas ao potencial de terra.
A rejeição de modo comum também é conhecida como ganho de modo comum (AVCM).
Um amplificador operacional ideal deve ter uma rejeição de modo comum infinita (CMRR = ∞),
amplificando apenas a diferença entre a tensão das duas entradas.
Um amplificador operacional real amplifica também as tensões comuns aos dois terminais de
entrada, mas com ganho muito menor (centenas de vezes menor).
Por esse gráfico se observa que até 5Hz o ganho do AO é constante (106dB = 20000). A partir
de 5Hz, o ganho decresce com aumento da freqüência até que em 1MHz, o ganho é igual a 1.
Uma análise comparativa entre o 741 e um AO ideal mostra que, em muitas características o
741 pode ser considerado como “ideal”. Isso é mostrado na tabela a seguir.
Outras características
Além das características internas importantes, os manuais trazem especificações relativas aos
fatores externos ao amplificador operacional. Esses valores são máximos e, se excedidos, podem
danificar permanentemente o componente. São eles:
• Tensão de entrada: + 15V (tensão máxima que pode ser aplicada entre uma entrada
inversora ou não-inversora e o terra. Em qualquer caso, não deve exceder a tensão de
alimentação);
• Tensão de entrada diferencial: + 30V (tensão máxima que pode ser aplicada entre as duas
entradas: inversora e não-inversora);
Observação
A figura a seguir mostra a disposição dos terminais do 741 nos encapsulamentos circular e
DIL.
Os dois terminais indicados com a designação “offset null” são utilizados para a correção do
offset na tensão de saída através do circuito externo.
A figura a seguir mostra o AO 741 com o circuito externo necessário para o ajuste da offset da
tensão de saída.
Para ter sucesso no desenvolvimento dos conteúdos e atividades deste capítulo, você deverá
ter conhecimentos anteriores sobre amplificador operacional e Leis de Ohm e Kirchhoff.
Característica de transferência de um AO
Assim, se uma diferença de 10 milivolts for aplicada entre as duas entradas de um AO com um
ganho de 10.000, por exemplo, a tensão de saída será:
Vo = (VA - Vs) . Ad
Portanto, Vo = 100V.
Entretanto, como a maioria dos AOs é alimentada a partir de fontes de baixa tensão (± 15V,
por exemplo), a tensão de saída nunca sobe além do valor de alimentação.
Como um AO é alimentado por tensões simétricas, a saturação pode ocorrer tanto para a
tensão de saída positiva quanto para a negativa. Essas situações são chamadas de saturação
positiva e saturação negativa.
Quanto maior for o ganho em malha aberta (Ad) de um AO, menor será a tensão entre as
entradas para levá-lo à saturação.
Nesse gráfico enquanto a tensão entre as entradas está abaixo de 15mV (positivos ou
negativos), a tensão de saída obedece à equação Vo = Vi . Ad e corresponde a uma versão
amplificada do sinal Vi.
Um AO funcionando como amplificador deve trabalhar somente na região linear, onde a tensão
Vo é uma réplica amplificada da tensão Vi.
Devido ao alto ganho de malha aberta, a região linear é muito estreita, situando-se entre
alguns milivolts positivos e negativos. (Gráfico a seguir)
Isso significa, por exemplo, que, se um AO sem alimentação fosse usado como amplificador de
sinais, o sinal de entrada teria que estar limitado a poucos milivolts.
A realimentação negativa consiste em fazer retornar uma parte do sinal de saída para a
entrada inversora, através de um circuito externo.
Veja na figura a seguir um amplificador operacional com um divisor de tensão externo (R1 e
R2) que faz a realimentação negativa.
Supondo-se, por exemplo, um circuito com ganho de tensão Av = 100, estabelecido por R1 e
R2 e com alimentação de + 15Vcc. (Figura a seguir)
A tensão Vo está limitada aos valores + 13V aproximadamente. Para que se obtenha +13V na
saída com um circuito com ganho 100, é necessário aplicar + 0,13V ou - 0,13V à sua entrada.
Circuitos lineares
Os circuitos que usam AOs na região linear são chamados de circuitos lineares. Como
exemplo desse tipo de circuito, podemos citar:
• Amplificador inversor;
• Amplificador não-inversor;
• Somador.
Amplificador inversor
O amplificador operacional possui uma entrada inversora de sinal que permite sua utilização
como amplificador de sinal com inversão de fase de 1800 entre saída e entrada.
Observação
Uma vez que não há circulação de corrente na entrada do AO, a queda de tensão na
impedância de entrada é nula. (Figura a seguir)
V2 = 0
V1 = Ii . Zi
Como Ii = 0, então V1 = 0V
Tanto a entrada não-inversora (aterrada) como a inversora têm potencial de 0V. Embora a
entrada inversora (-) não esteja ligada fisicamente ao terra, seu potencial é nulo.
Quando se aplica uma tensão à entrada do amplificador inversor, uma corrente circula no
resistor R1. Como se considera o terra virtual a 0V, o valor desta corrente é dado pela Lei de Ohm.
Vi
I=
R1
Vi = I . R1
Uma vez que a entrada do amplificador operacional não absorve corrente, a mesma corrente
que circula no resistor R1 passa através de R2. (Figura a seguir)
O resistor R2 está ligado entre a saída do circuito e o terra virtual (0V) de forma que a queda
de tensão em R2 é igual à tensão de saída Vo. Esta tensão pode ser calculada pela Lei de Ohm.
Vo = I . R2
Como dispomos das equações de Vo e V1, pode-se determinar a equação do ganho do circuito
amplificador inversor.
Vo I . R2
Av = Av =
Vi I . R1
Observação
R2
Ad =
R1
A equação mostra que o ganho do circuito depende apenas dos componentes que compõem a
malha de realimentação.
A figura seguinte mostra um amplificador inversor com ganho - 10 (10 com inversão de fase).
O resistor R3 não influencia no ganho e seu valor deve ser igual ao paralelo R1 e R2.
R1 . R 2
R3 =
R1 + R 2
A impedância de saída (Zo) do amplificador inversor é sempre muito menor que a impedância
de saída do próprio AO.
Amplificador não-inversor
A malha de realimentação (R2 e R1) é necessária para manter o AO na sua região linear de
funcionamento.
Com essas aproximações, que não prejudicam o resultado prático, a equação do ganho do
amplificador não-inversor é:
R2
Av = 1 +
R1
• A ausência do sinal negativo, que indica que o sinal de saída está em fase com o sinal de
entrada;
• Se R2 for muito maior que r1, a equação pode ser simplificada para:
R2
Ad =
R1
Circuitos aritméticos com AO são circuitos capazes de realizar operações aritméticas como
soma e subtração.
Circuito somador
O circuito somador é aquele capaz de fornecer na saída uma tensão igual à soma das tensões
aplicadas nas entradas.
Considerando-se que a entrada inversora não absorve corrente e que o ponto A no circuito é
um terra virtual, pode-se analisar o comportamento do somador.
Aplicando-se duas tensões (V1 e V2) nas entradas, circularão as correntes I1 e I2, cujos
valores são:
V1 V
I1 = I2 = 2
R1 R2
Vo = - (I1 . R) + (I2 . R)
Vo = - (V1 + V2)
A tensão de saída é numericamente igual à soma de V1 e V2, porém o sinal é negativo devido
ao uso de entrada inversora.
Deve-se tomar cuidado quando uma das tensões a ser somada for negativa, pois a corrente
desta entrada será diminuída das demais.
O circuito somador pode ser constituído com qualquer número de entradas. (Figura a seguir)
O conceito de controle é bastante antigo e utilizado a todo o instante pelo ser humano. Se
analisarmos nossas atividades do dia-a-dia, perceberemos que a todo momento estamos fazendo um
controle dessas atividades, pois os nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar) nos
fornecem instruções para mudarmos os rumos dos nossos atos.
Os circuitos controladores funcionam sob esse mesmo princípio: eles recebem o sinal,
comparam-no com um valor preestabelecido e informam de que maneira a variável de saída deve
responder para equilibrar novamente o sistema.
Neste capítulo estudaremos esses circuitos. Veremos que, geralmente, eles são montados a
partir de amplificadores operacionais. Veremos também que, dependendo de como os componentes
externos são ligados ao amplificador, eles definirão a ação do controlador que poderá ser de ação
proporcional integral e derivativa.
Para aprender com mais facilidade o funcionamento desses circuitos, é necessário ter
conhecimentos anteriores sobre amplificadores operacionais.
Tipos de controle
Uma das classificações dadas aos sistemas de controle está baseada no fato do sistema
possuir realimentação ou não.
Assim, chamamos de sistema de controle sem realimentação, ou de malha aberta, àquele que,
baseado nos valores de entrada, toma uma decisão para comandar as variáveis de saída.
Por sua vez, sistema de controle com realimentação, ou de malha fechada, monitora
constantemente as variáveis de saída, e esses valores são levados em consideração no comando
dessas mesmas variáveis.
Existem ainda sistemas que são projetados com a capacidade de captar perturbações e
comandar as saídas a fim de anular ou diminuir seu efeito.
O circuito de malha aberta pode ser aprimorado se for executado em malha fechada. Para isso,
deve-se colocar um sensor no interior da estufa que informa a todo o instante o valor real da
temperatura.
Se a temperatura da estufa diminuir, esse sensor informa ao circuito de controle e este, por sua
vez, aumenta a tensão da fonte, forçando a temperatura da estufa a aumentar.
Bloco controlador
Os circuitos de controle de malha fechada são formados por vários blocos. Dentre esses
blocos, um dos mais importantes é o bloco controlador.
Esse bloco tem a função de receber o sinal de realimentação, compará-lo com o valor
preestabelecido e informar de que maneira a variável de saída deve responder para equilibrar
novamente o sistema.
Esse tipo de bloco é constituído por um amplificador operacional que, ao receber em sua
entrada o sinal de erro enviado pelo sensor da variável de saída, aciona imediatamente os estágios
de saída para estabilizar o sistema. Sua resposta não inclui variáveis dependentes de tempo.
Veja o esquema de um controlador de ação proporcional, suas formas de onda e sua resposta
de saída.
Se na entrada do controlador não existir erro, a saída também não apresentará nível de saída,
e os estágios de saída não serão acionados. Isso pode ser visto nos intervalos 3 e 4 do gráfico
apresentado ao lado da figura anterior.
Analisando o circuito da figura acima, é possível perceber que a tensão de entrada está
aplicada diretamente no resistor R, e a tensão de saída será a tensão sobre o capacitor devido ao
conceito de terra virtual do amplificador operacional.
Como a tensão de entrada é diferente de zero, ela gera uma corrente que passa por C, pois a
corrente na entrada do operacional é praticamente zero devido à sua alta impedância.
Quando a tensão VE é zero, a saída do operacional não se altera porque, não havendo
corrente no capacitor, este permanece estável.
Assim, quando esse circuito é empregado como controlador de tensão, VE será a diferença
entre o valor ajustado para a variável de saída e o valor enviado pelo sensor da variável de saída. A
saída VS será o valor utilizado para reajustar a variável de saída.
Com esta análise, conclui-se que a presença de um bloco integrador em um sistema provoca
uma reação mais lenta na resposta, pois ao aparecer uma tensão de erro na entrada, a tensão no
capacitor sai do zero e vai se ajustando gradativamente de acordo com a constante de tempo.
Observa-se também que não há necessidade da existência de sinal de erro na entrada para
que exista saída, pois, uma vez carregado o capacitor, ele se mantém carregado e garante o nível de
saída.
Esse tipo de bloco controlador também é constituído por amplificador operacional dentro da
faixa de variação do erro, podendo produzir a correção antes que o erro se torne demasiadamente
grande.
Devido ao terra virtual, o capacitor está com um terminal conectado à massa. Um valor de
tensão aplicado a VE força uma corrente através de R e C, já que o amplificador não absorve
corrente.
Surge, então, na saída um pulso de tensão bastante alto e de curta duração, provocado pela
carga do capacitor. Esse pulso é de curta duração porque a constante RC é pequena e, logo que o
capacitor se carrega, a corrente não circula mais pelo circuito.
Observando o gráfico ao lado do circuito da figura anterior, vemos que, se o valor de tensão
aplicado à entrada variar continuamente, como nos intervalos 3 e 4 e 4 e 5, a saída permanecerá
estável em um nível constante, e o valor desse nível dependerá da quantidade de variação de tempo.
Se essa variação for rápida, o patamar da saída será grande; se essa variação for lenta, o
patamar terá um valor menor.
São circuitos que também utilizam o amplificador operacional, e suas saídas garantem
resposta rápida quando o erro é detectado.
Observando as formas de onda do sinal de entrada e saída, vemos que, no instante em que
aparece o sinal de erro na entrada, a saída responde rapidamente com um valor que é o mesmo da
entrada, porém amplificado. Esse valor continua aumentando enquanto durar o sinal de erro.
Quando cessa o sinal de erro na entrada, há uma queda na saída, referente ao sinal
amplificado e mantém-se um nível referente ao tempo de duração do erro. Esse nível se mantém na
saída devido à carga do capacitor.
Esse circuito responde à ocorrência de erro de forma rápida e com ganho altíssimo,
continuando a responder de acordo com a variação de erro.
Pelas formas de onda, pode-se observar que o circuito responde com as três ações:
proporcional, integral e derivativa.
Introdução
Entretanto, existem situações em que a tensão disponível é CC e para obter um valor variável,
utilizam-se tradicionalmente duas técnicas: a inserção de uma resistência variável entre a fonte e a
carga ou a conexão de um conjunto motor-gerador.
Neste capítulo, estudaremos alguns tipos de choppers que permitem a obtenção de tensão CC
variável diretamente de uma fonte CC. Esse tipo de circuito tem como vantagens a suavidade de
controle de tensão, a elevada eficiência, a velocidade de resposta e a possibilidade de regeneração,
pois permite o retorno de energia à fonte CC.
Retificador CA-CC
Esse tipo de retificador converte tensão alternada em tensão contínua. Esse retificador pode
ser de dois tipos: controlado e não-controlado.
Observação
O fluxo magnético no retificador tem sempre o sentido do lado alternado para o lado contínuo.
Esse tipo de conversor possibilita a conversão de uma dada tensão contínua em uma outra
tensão contínua constante ou variável. A conversão pode ser direta ou indireta.
A conversão é indireta (ou com circuito intermediário de tensão alternada entre a entrada e a
saída) quando a tensão de saída independente da tensão de entrada.
Observação
Inversor (CC-CA)
A figura a seguir mostra o esquema do inversor auto-controlado, que alimenta uma rede cujas
características são definidas pelo inversor.
Veja, agora, um inversor controlado pela rede ligado a uma rede com características definidas.
Esse tipo de conversor permite a conversão de uma tensão alternada com amplitude U 1 ,
número de fases M 2 .
O conversor direto opera sem circuitos intermediários. A entrada e a saída são ligadas
diretamente através de elementos estáticos controláveis. A tensão de saída de conversores diretos é
formada por pulsos da tensão de entrada e depende da freqüência de entrada.
Nos conversores indiretos, a freqüência da tensão de saída, em largos limites, não depende da
freqüência da tensão de entrada. Com isto, é possível manter-se uma tensão de saída constante para
freqüência e tensão de entradas variáveis.
Esse tipo de conversor é usado em geradores acionados por motores de velocidade variável.
Veja diagrama e forma de onda na ilustração a seguir.
Conversor “chopper”
Quando se utiliza transistor, o circuito é mais simples pois ele conduzirá, ou não dependendo
da polarização de base.
Com SCR, o circuito precisa ser mais elaborado porque o SCR, após ser disparado, necessita
de uma redução na corrente de manutenção para deixar de conduzir e precisa ser mantido desligado
por um tempo suficiente para que ele não volte a conduzir.
Para possibilitar o corte do SCR, utilizam-se pontes para fornecer uma polarização reversa por
um curto espaço de tempo. Essas fontes são geralmente formadas por capacitores e indutores
colocados no circuito.
Carga do capacitor
Quando se liga um capacitor a uma fonte de CC, observa-se que no instante da ligação, ele
representa um curto-circuito e a corrente é máxima. A medida que suas armaduras vão se
carregando, a corrente diminui e a tensão em seus terminais aumenta. Veja ilustração a seguir.
Carga do indutor
Quando se liga um indutor a uma fonte de CC, observa-se que, no instante da ligação, ele
representa um circuito aberto. A tenção em seus terminais é máxima, mas a corrente não circula pelo
indutor. Após um período de tempo, a corrente se estabiliza e a energia é armazenada em forma de
campo magnético. Veja ilustração a seguir.
O circuito mostrado a seguir representa uma das configurações básicas dos circuitos de
“chopper” (ou recortador).
Funcionamento
Quando se liga a chave S, o capacitor começa a se carregar com a polaridade (+) e (-)
indicada e a formação do campo magnético do indutor é iniciada. Decorrido o tempo de carga no
capacitor, a corrente tenderia a não mais circular. Porém, devido ao campo magnético armazenado
no indutor, a corrente contínua circulando e carrega o capacitor através do diodo de retorno com uma
tensão igual a duas vezes a tensão da fonte. Nesse instante, o capacitor começa a se descarregar.
Até que as tensões do capacitor e da fonte sejam iguais, essa energia em forma de tensão
devolvida pelo capacitor é armazenada pelo indutor em forma de campo magnético que será
devolvido ao capacitor descarregando-o completamente. Observe o gráfico abaixo.
O circuito LC alimentado por CC através de SCR é outra configuração básica dos circuitos de
“chopper”. Neste caso, o circuito é semelhante ao anterior, apenas que a chave é trocada por um
SCR e o diodo de retorno é retirado.
Funcionamento
No circuito mostrado, vamos considerar que o capacitor está carregado inicialmente com a
polaridade (+) (-) indicada. Quando o SCR é disparado, o capacitor começa a se descarregar através
do indutor e do SCR. Quando a tensão entre seus terminais for zero, a energia acumulada no indutor
em forma de campo magnético será máxima e será devolvida ao capacitor em forma de tensão. Isso
faz com que o capacitor se carregue agora com a tensão (+) (-) indicada na figura e o SCR deixa de
conduzir.
O esquema mostra um circuito de comutação com auxílio de indutor para carga do capacitor.
No circuito, para garantir a carga inicial do capacitor com a polaridade (+) (-) indicada, Ta
(tiristor auxiliar) é disparado.
Após a descarga do capacitor, sua energia está acumulada no campo magnético do indutor e
será devolvida em forma de tensão, invertendo a polaridade de carga do capacitor para (+) (-).
Depois disso, o tiristor Ta pode novamente ser disparado para bloquear Tp e reiniciar o ciclo de
funcionamento.
A principal desvantagem desse circuito é que uma eventual falha de comutação de Tp faz com
que o capacitor se descarregue o que impossibilita comutações posteriores. Neste caso, o circuito
deve ser desligado e, quando novamente energizado, Ta deve ser disparado em primeiro lugar.
Dado o disparo em T1, C se carrega através de T1, L e RL e provoca uma corrente contrária à
de carga em Tp.
Esta corrente aumenta até Ic = IL. Neste momento, a corrente se anula e Tp se abre. O diodo
Dp começa a conduzir.
Quando a corrente Ic é menor que IL, Dp pára de conduzir e D começa a conduzir devido à
fcem da carga.
Observação
Dado o disparo em Tp, D pára de conduzir. A tensão em RL passa de 0V para +V. O capacitor
continua a se carregar através de Tp, L e T2.
Chopper de Jones
Este circuito apresenta ótimas características de comutação devidas á tensão elevada com que
carrega o capacitor e ao aumento da corrente de carga.
Funcionamento
Observação
O valor da carga adquirida pelo capacitor irá depender diretamente da corrente de carga, pois
quanto maior for a corrente que circula em L1, maior será a tensão em L2.
Considerando-se que o tempo de desligamento dos tiristores (toff) aumenta com a corrente, a
carga adicional recebida pelo capacitor ajuda na comutação do tiristor principal.
O gerador de rampa é formado por um transistor de unijunção 2646 que funciona como
oscilador de relaxação. A carga do capacitor é feita através de uma fonte de corrente constante
(transistor BC557).
O funcionamento do circuito e seu ajuste são esclarecidos pelas formas de onda mostradas a
seguir.
INVERSORES
Vamos iniciar nossa análise fazendo comparações entre os diversos sistemas de variação de
velocidade – mecânicos, hidráulicos, eletromagnéticos e eletrônicos. Para uma maior compreensão,
vamos analisar o funcionamento do inversor six step, procurando detalhar como é montado o sistema
trifásico a partir de uma tensão contínua constante.
Vamos comentar as técnicas de modulação PWM (as clássicas), assim como as aplicações
dos inversores de freqüência, curvas características, tipos de conjugados resistentes e noções de
dimensionamento.
Motores Assíncronos
Os motores assíncronos ou de indução, por serem robustos e mais baratos, são os motores
mais largamente empregados na indústria. No motor de indução, o campo girante do estator possui a
velocidade síncrona, como nas máquinas síncronas.
Teoricamente, para um motor girando em vazio e sem perdas, o rotor teria a mesma
velocidade síncrona.
Ao ser aplicado o conjugado externo ao motor, o seu rotor diminuirá a velocidade na proporção
necessária para que a corrente induzida pela diferença de rotação entre o campo girante síncrono e o
rotor passe a produzir um conjugado eletromagnético.
Princípio de funcionamento
Dentro desse campo está o rotor, que é constituído por um enrolamento em curto-circuito. O
movimento do fluxo magnético induz uma tensão sobre os condutores do enrolamento do rotor.
Essa corrente induzida no rotor está atrasada em relação à tensão, e a interação entre a
corrente do rotor e o fluxo do estator resulta em torque na mesma direção do campo girante.
Ns = (120 . f) / Np
Nr = [(120 . f) / Np] . (1 – S)
onde:
S = escorregamento da máquina
Cálculo do escorregamento
f2 = S. f1
onde:
Observações
Quando uma carga mecânica é aplicada ao rotor, a velocidade diminui. O pequeno decréscimo
na velocidade causa um aumento no escorregamento, na freqüência da corrente rotórica, na sua
reatância e na força eletromotriz induzida.
Com isto teremos um melhor fator de potência, tendendo a produzir mais potência mecânica e
solicitar mais potência da linha.
A plena carga o motor irá girar a um escorregamento que promove o equilíbrio entre o
conjugado do motor e o conjugado resistente da carga. O fator de potência a plena carga varia de 0,8
(em pequenos motores ) e 0,95 (nos grandes motores).
Pela teoria, para motor com rotor bloqueado temos que as tensões induzidas no rotor (f.e.m.) e
no estator (f.c.e.m) são dadas respectivamente por:
E1 = 4,44.f1.n1.φm.Ke1
E2 = 4,44.f2.n2.φm.Ke2
onde:
φm = Fluxo de magnetização
f2 = S . f1
E2s = 4,44.S.f1.n2.φm.Ke2
E2s = S.E2
φm = (E1 / f1)
Conjugado Eletromagnético
Da interação entre a corrente do rotor e o fluxo produzido em cada pólo unitário do campo
magnético girante que concatena o condutor do rotor resulta o conjugado motor, o qual é dado por:
C = K.φm.12s.cos ϕ2s
onde:
φm = Fluxo de magnetização
Para um estudo mais aproximado da máquina, essa equação poderá ser simplificada por:
C = φm.12s
O que determina a relação entre o torque desenvolvido (solicitado) pela máquina, o fluxo de
magnetização entre o rotor e o estator e a corrente induzida rotórica, que é dada por:
Essa característica mostra a dependência entre o conjugado desenvolvido pelo motor e a sua
rotação. Nos motores de indução o conjugado disponível aumenta à medida que a velocidade rotórica
diminui em relação à velocidade síncrona, até a velocidade em que ocorre o conjugado. máximo.
Característica de Partida
Onde:
CP = Conjugado de Partida
R2 = Resistência Rotórica
B) Desde que para um dado motor de indução tipo gaiola a resistência efetiva do rotor e a
reatância de rotor bloqueado sejam constantes, a expressão pode ser escrita por:
CP = K’ . E12
Podemos observar que o conjugado de partida é apenas função da tensão aplicada no estator.
Uma das necessidades que sempre existiram, no passado, foi a variação da velocidade em
motores de indução, pois ela é fixa e está relacionada com as características elétricas construtivas do
motor e a freqüência da rede de alimentação.
1. Variadores Mecânicos
2. Variadores Hidráulicos
3. Variadores Eletromagnéticos
4. Variadores Eletroeletrônicos
Variadores Mecânicos
Foram os primeiros sistemas utilizados para se obter uma velocidade diferente da velocidade
do motor.
Polias Fixas
Polias Cônicas
Sistema que permite a variação contínua da velocidade por meio de duas polias cônicas
contrapostas.
Esse sistema é utilizado onde não é necessária uma faixa de variação de velocidade muito
ampla e não se requerem variações rápidas e precisas.
Esse sistema é utilizado com maior freqüência para pequenos ajustes de sincronismo
mecânico de baixa precisão.
Polias Variadoras
Permite variação contínua da velocidade. Utiliza um dispositivo mecânico que consiste de duas
flanges cônicas formando uma polia, que pode se movimentar sobre o eixo acionado.
Moto-redutores
Limitações
B) Esses métodos não permitem controle a distância, têm rendimento muito baixo e são
limitados a baixas e médias potências, pois as engrenagens não suportam potências
elevadas.
Variadores Hidráulicos
Características
2. Elevado torque
5. Baixo custo
Desvantagens
2. Rendimento baixo
a) Discos de transmissão
b) Coroa com a sua abertura central
c) Colher articulada
d) Sensor com o seu diafragma
e) Mola de regulagem
f) Botão de regulagem
g) Tanque de captação de óleo
h) Intercâmbio de calor
i) Furo de alimentação do óleo
j) Eixo do motor de RPM constante
k) Eixo de RPM variável
l) Furo de saída do óleo
m) Termômetro de controle
n) Corpo
o) Tampa de montagem e inspeção
Variadores Eletromagnéticos
Embreagens Eletromagnéticas
As técnicas envolvidas estão baseadas nos princípios físicos das correntes de Foucault,
utilizando um sistema de discos acoplados a bobinas que podem ter seu campo magnético variável,
variando-se o torque e a velocidade na saída do variador.
Limitações
Componentes
Variadores Eletroeletrônicos
1- Variação Discreta
2- Variação Contínua
Nr = [120.f.(1 – S) / Np]
Analisando a fórmula, podemos ver que para variar a velocidade de um motor assíncrono
podemos atuar nos seguintes parâmetros:
O sistema mais comum é a Ligação Dahlander, que implica uma Relação de pólos de 1:2, com
conseqüente relação de rotação de 1:2.
• Potência Constante: nesse caso a relação de conjugado é de 1:2 e o motor possui uma
ligação de Dupla Estrela para Triângulo.
Variação do Escorregamento
A variação do escorregamento de um motor de indução com rotor gaiola é obtida pela variação
da tensão estatórica. É um sistema pouco utilizado, pois gera perdas rotóricas e a faixa de variação
da velocidade é pequena.
Aplicação de curta duração, por exemplo, partida lenta de máquinas, através da chave
compensadora ou soft start.
O mais eficiente método de variação e controle de velocidade nos motores de indução, com
menores perdas, consiste na variação da freqüência da fonte alimentadora através dos inversores de
freqüência, em que o motor pode ser controlado de modo a prover um ajuste contínuo de velocidade
e conjugado com relação à carga mecânica.
C = φm.I2
φm = (V1 / f1)
Ou seja, para conservar a intensidade de fluxo magnético constante, a relação volts/hertz deve
ser mantida constante.
Para iniciar a análise iremos considerar o arranjo mais freqüente, que corresponde aos
inversores PWM (Pulse Widht Modulation).
Para produzir tensões e freqüências variáveis a energia elétrica sofre duas transformações
sucessivas, de AC (rede elétrica) para DC e posteriormente de DC para AC (tensão e freqüência
ajustáveis).
A partir dessa tensão DC (tensão do link DC) é que deverá ser produzida uma tensão trifásica
AC de freqüência e tensão variáveis, utilizando a técnica de modulação PWM.
Será adotado o nome de chaves eletrônicas, pois existem diversos tipos de componentes
eletrônicos (semicondutores) que podem ser utilizados com essa finalidade.
O circuito apresentado possui 8 configurações possíveis de operação, das quais 6 são estados
estáveis e os 2 restantes são estados neutros, conforme a figura a seguir.
Existem dois estados neutros, por exemplo, as chaves 1,3,5 estão todas ligadas ou as chaves
2,4,6 estão ligadas. Nos dois casos a tensão aplicada no motor será nula.
T1 T2 T3 T4 T5 T6
ESTADO
ON/OFF ON/OFF ON/OFF ON/OFF ON/OFF ON/OFF
1
2
3
4
5
6
7
8
Com o auxílio do circuito da figura a seguir, vamos calcular a tabela das tensões para cada
uma das configurações de um inversor PWM:
Estado VR zero VS zero VT zero VRS VST VTR VRN VSN VTN
1
2
3
4
5
6
7
8
J K QF Saída Futura
0 0 QA
0 1 0
1 0 1
1 1 QA Invertida
QA QF J K
0 0 0 X
0 1 1 X
1 0 X 1
1 1 X 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6
Q5 Q4 Q3 Q2 Q1 Q0 J5 K5 J4 K4 J3 K3 J2 K2 J1 K1 J0 K0
Entrada J5
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada K5
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada J4
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada K4
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada J3
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada K3
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada J2
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100 X X X X X X X X
Entrada K2
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada J1
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada K1
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada J0
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Entrada K0
Q2,Q1,
Q0
000
001
011
010
110
111
101
100
Com a resolução do Mapa de Veitch Karnaught podemos obter o Contador Síncrono a partir
dos Flip Flops JK, conforme esquema eletrônico da figura a seguir.
Para garantir um perfeito funcionamento do circuito e sua proteção devemos utilizar os circuitos
de acoplamento eletrônico.
A função principal dos circuitos de acoplamento é realizar as conexões dos circuitos de disparo
com os circuitos de potência.
Essa conexão é realizada de forma a obter uma alta isolação (chamada de isolação galvânica),
sem a perda da eficiência do sinal de disparo.
Transformadores de Pulso
TIL 111
As tensões produzidas pelo inversor formam um sistema trifásico equilibrado conforme formas
de onda cuja freqüência pode ser controlada.
Defeitos
Em nenhum momento foi mencionado que a tensão teria seu valor variado conforme a
freqüência do acionamento. Neste circuito isso não ocorre, portanto teremos uma diminuição do fluxo
magnético da máquina e conseqüentemente teremos perda de conjugado.
Outra solução muito empregada para solucionar o mesmo problema era substituir o retificador
trifásico não controlado por um controlado à base de SCR.
Nesse tipo de circuito, ao mesmo tempo que a freqüência variava no inversor os ângulos de
disparo no retificador também eram variados.
Outro problema desse circuito é o conteúdo harmônico elevado, tanto na tensão como na
corrente.
Virtude
Técnicas de Modulação
Uma das técnicas primitivas de modulação era acoplar ao six step um Duty Cicle, fazendo com
que as chaves ficassem desligadas (em um dos estados neutros) durante um determinado tempo.
Com a variação do Duty Cicle controlava-se a tensão aplicada ao motor. Com a técnica do
Duty Cicle controlava-se a amplitude da tensão, mas o conteúdo harmônico não sofria alteração
comparado com o six step.
1) Natural Sampling
2) Regular Sampling
3) Optimal Sampling
Uma das técnicas clássicas é o Natural Sampling, que poderia ser implantado de forma
simples através de circuitos analógicos. Nesse tipo de técnica os períodos de desligamento eram
definidos pelo cruzamento de uma onda triangular (chamada de portadora) com uma onda senoidal
de amplitude m (índice de modulação) variável.
O número de ondas triangulares existentes por período da onda senoidal definia o número de
pulsos resultantes na saída.
A relação:
ciclos da senóide = 1
n=(9/1)=9
F = 2.n.60
F = 2 . 9 . 60 ⇒ F = 1.080 Hz
Formas de onda da Tensão Fase Neutro do motor e a corrente típica resultante no motor
Utilizando mais pulsos por ciclo (freqüência maior de chaveamento, que está relacionada com
o tipo de chave eletrônica) os resultados são melhores.
F = 2.n.60
F= 2.45.60 ⇒ F = 5.400 Hz
Formas de onda Fase Neutro do Motor de Indução considerando PWM Natural Sampling,
com n = 45.
Muitos dos inversores de freqüência encontrados no mercado são controles em malha aberta.
Neste tipo de controle o fluxo é mantido constante por meio do ajuste da curva volts/hertz.
O controle de malha aberta puro não é adotado por nenhum fabricante porque possui vários
defeitos, entre os quais podemos citar:
a) Como iremos saber se o motor não está operando com elevados níveis de conjugado?
b) Caso o motor tente operar com alto escorregamento, como é que o controle fica sabendo?
d) Durante a frenagem, quando o motor regenera (envia tensão para o link DC), como se evita
sobretensão no link DC?
Quando as taxas de frenagem são muito elevadas, a tensão no link DC sobe rapidamente.
Como essa tensão está sendo medida, será possível atuar sobre a rampa de frenagem, fazendo com
que f1 (referência de freqüência) diminua mais lentamente. Ao ajustar a taxa de aceleração desta
forma estamos limitando a tensão do link DC.
Quando utilizamos o bloco ajuste de slip estamos tentando corrigir a velocidade do rotor,
aumentando ligeiramente a freqüência do campo girante. O sinal de corrente do motor atua como
Tacômetro Virtual.
Para realizar a inversão do motor basta trocar os sinais de comando dos transistores de duas
das fases do inversor.
Para evitar níveis de tensões elevados no link DC durante a frenagem é possível incorporar um
resistor de frenagem ao sistema, com seu respectivo controle.
Limitações
A variação V/f é feita linearmente até a freqüência nominal do motor (50 a 60 Hz). Acima desta,
a tensão que é a nominal permanece constante e há então apenas a variação da freqüência que é
aplicada ao enrolamento do estator.
Motores autoventilados
O conjugado para motores com ventilação forçada permanece constante até a freqüência
nominal, e acima desta começa a decrescer. A potência de saída do conversor de freqüência
comporta-se da mesma maneira que a variação V/f, ou seja, cresce linearmente até a freqüência
nominal e permanece constante acima dela.
Teoricamente, existem duas faixas de atuação: uma com o fluxo constante, até a freqüência
nominal, e outra, com enfraquecimento de campo, correspondente àquela acima da freqüência
nominal, ou seja:
a) Se um motor autoventilado trabalha com velocidade menor do que a nominal, terá sua
capacidade de refrigeração diminuída.
b) A corrente de saída dos inversores apresenta uma forma não perfeitamente senoidal, o que
implica harmônicas de ordem superior, que provocam um aumento de perdas no motor.
Considerações Importantes
Para que este fato seja evitado, a tensão do estator para baixas freqüências deve ser
aumentada, através da compensação IxR.
Para exemplificar o caso anterior, considere que em condições nominais de operação (380 V /
60 Hz) a queda de tensão sobre a resistência do estator seja de 10 volts, que é desprezível. Porém,
quando estivermos operando em baixa rotação (38 V / 6 Hz), esses mesmos 10 V correspondem a
uma perda elevada em termos de fluxo, causando uma diminuição na capacidade de produção de
torque.
Afirmar que uma carga mecânica requer uma determinada potência P é equivalente a dizer que
tal carga necessita de um dado conjugado C, a uma dada velocidade (rotação n).
P = (C.n) / K
onde:
P = Potência
C = Conjugado
n = Rotação
Cc = Co + Kc.nx
De acordo com a equação, percebe-se que o conjugado da carga varia com a rotação n
Essa variação depende do parâmetro “x”, e em função dele as cargas podem ser classificadas
em quatro grupos:
a) Conjugado Constante (x = 0)
Cc = Co + Kc
Pc = K.n
Pc = Potência da carga
n = Rotação
b) Conjugado Linear
Cc = Co + Kc.n
Nesse tipo de máquina o conjugado varia linearmente com a rotação, e a potência com o
quadrado da rotação. Assim, temos:
Pc = Co.n + Kc.n2
c) Conjugado Quadrático
Cc = Co + Kc.n2
Nesse caso o conjugado varia com o quadrado da rotação, e a potência com o cubo da
rotação. Assim, temos:
Pc = Co.n +Kc.n3
d) Conjugado Hiperbólico
Cc = Kc / n
Nesse tipo de carga desprezamos a constante Co, pois ela teria valor infinito. Pela
expressão acima pode-se perceber que para n = 0 o conjugado seria infinito, o que não tem
sentido físico.
Na prática o fato não ocorre, porque a rotação da máquina só pode variar entre um limite
mínimo (n1) e máximo (n2).
Pc = Kc
Neste caso a equação genérica do conjugado não pode ser aplicada, pois não podemos
determinar sua equação de maneira precisa. Logo, temos que determinar seu conjugado
utilizando técnicas de integração gráfica.
Na prática, analisa-se como conjugado constante, pelo máximo valor do torque absorvido.
Fator de Redução = 1% / ºC
Segundo a norma NBR 7094, os limites de elevação de temperatura deverão ser reduzidos de
1% para cada 100 m de altitude acima de 1.000 m. A redução da potência (corrente) nominal do
conversor de freqüência, em função da elevação a altitude acima de 1.000 m e limitada a 4.000 m, é
dada pela relação e gráfico a seguir.
Exercício de Aplicação
2) Uma esteira transportadora horizontal de uma empresa de mineração opera a uma altitude
de 2.000 metros, onde a temperatura ambiente é de 45 oC. O motor é acoplado à esteira
por meio de correias com polias em “V”, cuja relação de redução é de 2:1, e o rendimento
do acoplamento é de 97%. A faixa de variação de velocidade desejada na esteira é de 200
a 1.100 rpm. O processo de operação estabelecido determina que a esteira, para operação
com conversor, sempre parte em vazio. Em casos de emergência, que necessitem de
partida com a esteira totalmente carregada, ela é realizada com o motor ligado direto à
rede.
Dados:
Altitude: 2.000 m
Acoplamento: correia em V
Acoplamento: 2:1
ηac = 0,97
Freqüência = 60 Hz