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E-Book - Tmi
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Estudos sugerem que o treinamento muscular respiratório causa um aumento no fluxo sanguíneo
e na disponibilidade de oxigênio para a musculatura ativa de membros inferiores podendo, por
conseguinte, melhorar a capacidade para realizar exercícios físicos em adultos saudáveis, pode
ainda reduzir o acúmulo de lactato na musculatura inspiratória ativa, reduzindo a estimulação de
metaborreceptores do diafragma e aumentando, por conseguinte, a hiperemia microvascular e o
transporte e uso de oxigênio pela musculatura ativa (SILVA; MOURA; SILVEIRA, 2018).
Os treinamentos musculares respiratórios são realizados após a avaliação da força muscular inspi-
ratória, a qual pode ser determinada por medidas estáticas da respiração. Assim, para a prescrição
da carga, torna-se necessária a aferição da PIM (pressão inspiratória máxima) e PEM (pressão expi-
ratória máxima), pela qual pode se prescrever a carga percentual que será utilizada no treinamento
da musculatura (SILVA; MOURA; SILVEIRA, 2018).
Caruso et al. (2015) descrevem que a PImáx é o método mais utilizado para medir a força inspirató-
ria, baseando-se na medida da pressão nas vias aéreas superiores e esta pressão é uma composição
da pressão gerada pelos músculos inspiratórios com a pressão de recolhimento elástico do pulmão
e do tórax e a PEmáx é o método mais utilizado para medir a força expiratória, podendo ser medida
a partir da capacidade residual funcional.
Para se obter os valores de PEmáx, deve-se solicitar ao indivíduo que insufle seus pulmões até
atingir a capacidade pulmonar total, inspirando pela boca, já com o clipe preso em seu nariz. Ime-
diatamente após, deve-se realizar uma expiração forçada (brusca) que deverá durar, no máximo, 1
segundo na pessoa normal.
Para se obter os valores de PImáx, deve-se solicitar ao indivíduo que exale todo o volume aéreo
até atingir o volume residual. Após isso, ele deve fazer um esforço inspiratório brusco e máximo,
pela boca (pois deverá já estar com suas narinas obstruídas pelo clipe nasal), sustentando a maior
pressão possível durante o tempo aproximado de 1 segundo (PASCHOAL, 2010).
Definições importantes
. Força: Definida como a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, em um
padrão específico de movimento realizado em determinada velocidade.
Bessa, Lopes e Rufino (2015) descrevem que a disfunção da musculatura respiratória é o resultado
da perda de força ou resistência, sendo essas duas principais propriedades musculares. A força
muscular é exercida em dois sentidos, sendo na inspiração uma pressão negativa e na expiração
uma pressão positiva.
A fadiga dos músculos inspiratórios pode parcialmente explicar a intolerância aos exercícios. Em
adição, a redução da força muscular respiratória tem mostrado ser um importante fator preditor de
pobre sobrevida em pacientes com DPOC, na fibrose cística e na insuficiência cardíaca congestiva
(BESSA; LOPES; RUFINO, 2015).
Garcez et al. (2017) descrevem que valores normais da PImáx devem estar entre -90 a -120 cmH2O.
Bessa, Lopes e Rufino (2015) ainda citam que quando a PImáx for inferior ao esperado, poderá ter
suspeita de fadiga da musculatura respiratória e que valores baixos de PImáx e valores normais de
PEmáx sugerem fadiga dos músculos inspiratórios apenas, sendo destacado o diafragma e que va-
lores baixos de ambas as pressões sugerem fraqueza do musculo esquelético, sendo rara a fadiga
da musculatura expiratória.
Módulo III
Treinamento Muscular Inspiratório
O treinamento muscular inspiratório é realizado com o paciente respirando vs uma carga inspirató-
ria externa, onde o método mais usado é o treinamento com carga pressórica linear (fluxo-depen-
dente). Cuja resistência inspiratória é obtida por meio de uma válvula com mola não dependente
do fluxo do paciente, assegurando, portanto, o controle total da carga inspiratória – recomendado
devido ao melhor controle e determinação da carga inspiratória e não gera alteração do padrão
respiratório (SILVA; MOURA; SILVEIRA, 2018).
Os aparelhos mais utilizados são Threshold IMT® e o Powerbreathe® e o treinamento pode ser
realizado em ambiente ambulatorial ou doméstico (MCCONNELL, 2011).
. Grande variedade de modelos agrupados em series (Classic, Medic, Plus, Ironman/IronGirl, Kine-
tic) e diferenciados pelos seus níveis de resistência (Baixas/Saúde- verde, Medias/Desporto - azul
e Altas/Competição – vermelho).
Oliveira et al. (2017) descrevem que o dispositivo é um treinador da musculatura inspiratória, au-
xiliando na melhora da força muscular. O mesmo fornece o índice de força muscular inspiratória
global, fluxo inspiratório e permite a monitorização do desempenho dos músculos respiratórios.
Dos santos, Sena e Costa (2019) abordam que o Threshold® IMT pode ser utilizado tanto para o
fortalecimento da musculatura inspiratória quanto como incentivador respiratório, onde o mesmo
proporciona o treinamento muscular inspiratório com carga linear ou fluxo independente melho-
rando assim a força dos músculos.
Módulo IV
Treinamento Muscular Expiratório
Feitosa (2016) aborda em seu estudo que o dispositivo Threshold® PEP proporciona terapia por
pressão positiva, auxilia na remoção de muco das vias aéreas e reduz a quantidade de ar que pode
estar aprisionado.
Kock et al. (2015) relatam que os dispositivos lineares são os mais utilizados, pois não dependem da
pressão com o fluxo do paciente, já os resistores alineares apresentam desvantagens, visto que o
padrão respiratório altera a resistência aplicada nos músculos inspiratórios. Há então um aumento
da taxa de fluxo e elava a resistência inspiratória, sendo assim a pressão inspiratória gerada irá de-
pender do tamanho do orifício.
Espirômetros de incentivo à fluxo (EI) são instrumentos que promovem o feedback visual, encora-
jando o paciente a realizar inspirações máximas e sustentadas. Dentre as suas vantagens, está o
baixo custo. Os esforços inspiratórios são quantificados a partir do fluxo atingido pela elevação de
suas esferas. Inspirações máximas e sustentadas levam ao aumento da pressão transpulmonar e,
associadas à pausa inspiratória, promovem insuflação pulmonar. Ao aplicarmos técnicas manuais de
expansão pulmonar, também ocorre o aumento da pressão transpulmonar e, para que isso ocorra,
inicialmente se da a contração do músculo diafragma (OLIVEIRA et al., 2017).
O treinamento linear, além de ser fluxo-independente, possibilita uma melhor relação de tempo
inspiratório e expiratório, pois o aumento da velocidade de contração muscular inspiratória neces-
sária para superar a carga imposta leva a uma diminuição do tempo inspiratório e, consequente-
mente, a um aumento do tempo expiratório (BRITTO; BRANT; PARREIRA, 2014).
Módulo VI
Exercícios Respiratórios
Expiração Abreviada
São inspirações nasais profundas seguidas por expirações orais abreviadas. Assim há melhora da
capacidade residual funcional, capacidade pulmonar total e volume reserva expiratório (BRAZ et
al., 2019).
Exercícios Intercostais
São indicados para aprende a controlar e fortalecer a expansão do tórax. O exercício pode ser reali-
zado com o paciente em pé ou sentado, com as mãos apoiadas sobre o tórax: durante a inspiração,
deve efetuar uma ligeira pressão nas costelas, de modo a forçar e treinar os músculos inspiratórios;
durante a expiração, as mãos devem acompanhar o movimento de retração da cavidade torácica
e, no final, comprimi-la moderadamente para expulsar o máximo de ar possível (BRAZ et al., 2019).
Respiração Diafragmática
É recomendada para fortalecer a expansão da base dos pulmões, o setor que normalmente tem
uma maior capacidade. O exercício dever ser realizado com o paciente sentado, com o tronco in-
clinado cerca de 45º para trás, com as costas e a cabeça bem apoiadas, os joelhos dobrados e o
abdômen relaxado, apoiando uma mão sobre este para perceber os movimentos respiratórios e
controlar o exercício.
Inspiração Profunda
Esses exercícios têm sido utilizados em nossa prática clínica até os dias de hoje, para a execução
dessa técnica, é necessária a realização de uma inspiração que se inicia na capacidade residual
funcional (CRF) e envolve a inspiração máxima até a capacidade pulmonar total (CPT) e então a
expiração. Uma combinação possível nesse processo é a sustentação da inspiração por no mínimo
3 segundos antes da expiração relaxada (SARMENTO, 2016).
BESSA, E. J. C.; LOPES, A. J.; RUFINO, R. A importância da medida da força muscular respiratória
na prática da pneumologia. Pulmão RJ, v. 24, n. 1, p. 37-41, 2015.
BRITTO, R. R.; BRANT, T. C.; PARREIRA, V. F. Recursos manuais e instrumentais em fisioterapia respi-
ratória. 2. ed. Rev. e Ampl. - Barueri, SP : Manole, 2014.
CARUSO, P.; ALBUQUERQUE, A. L. P.; SANTANA, P. V.; CARDENAS, L. Z.; FERREIRA, J. G.; PRINA,
E. et al. Métodos diagnósticos para avaliação da força muscular inspiratória e expiratória. J Bras
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DA SILVA, H. P.; DE MOURA, T. S.; DOS SANTOS SILVEIRA, F. Efeitos do treinamento muscular ins-
piratório em atletas de Futebol. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (RBPFEX),
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2016.
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