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UNIDADE I: A colonização da América
As transformações enfrentadas pela sociedade europeia ocidental entre os séculos XIV e
XVI proporcionaram uma grande mudança no modo de viver e pensar o mundo.
As grandes navegações trouxeram para a burguesia comercial e para os monarcas
absolutistas altos lucros, obtidos através do comércio e da exploração das regiões
conquistadas.
Pioneiros nessas navegações, Portugal e Espanha colocaram em prática o Pacto
Colonial, um sistema de regras que definia o domínio político e econômico da Metrópole
(país dominador) sobre a Colônia (região dominada).
Na América, a ação do Pacto Colonial garantiu o enriquecimento das metrópoles
portuguesas e espanholas. No entanto, causou a destruição de territórios e o extermínio de
vários povos.
Mas afinal, que povos eram esses encontrados pelos portugueses e espanhóis na
América? Como ocorreu o encontro entre esses “dois mundos”? De que forma as Metrópoles
portuguesas e espanholas exploravam as suas Colônias?
Obra de 1951 intitulada de “A conquista ou chegada de Hernán Cortez a Veracruz” que faz parte de uma série de painéis do artista
mexicano Diego Rivera (1886 –1957).
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A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA
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A sociedade asteca estava dividida em camadas bastante diferenciadas na qual, a mais
alta era a do Imperador, seguida dos nobres e suas famílias, guerreiros, sacerdotes,
funcionários públicos, comerciantes, soldados, camponeses, artesãos e escravos que eram
prisioneiros de guerra.
Logo que chegaram, os espanhóis ficaram admirados com a riqueza e a organização da
capital do Império e foram recebidos pelos astecas com presentes, festas e como hóspedes
de honra do Imperador Montezuma, pois a população asteca acreditava estar diante do seu
deus mítico Quetzalcoatl.
Os astecas desconheciam o cavalo e, vendo homens brancos, com roupas de ferro,
trazendo consigo armas que cuspiam fogo pensaram estar lidando com deuses.
No entanto, em pouco tempo, perceberam que aqueles homens não eram deuses e sim
invasores: os espanhóis, passaram a saquear todas as cidades do Império e a matar, de
forma cruel, seus habitantes.
O Império Asteca até que resistiu à invasão. No entanto, os espanhóis, com uma
superioridade militar e ajuda de povos inimigos dos astecas, destruíram a cidade de
Tenochtitlán e condenaram o Imperador Montezuma à morte. Diante desse fato, o Império
Asteca, após quase um século de grande esplendor, chegou ao fim.
A descoberta de ouro em terras astecas parecia confirmar a crença dos espanhóis de que
o El Dourado era mesmo na América.
O Eldorado é uma lenda que falava na
existência de um reino localizado na
parte sul do continente americano, e suas
cidades eram cobertas de ouro.
Por esse motivo, outros
colonizadores, começaram a ser atraídos
para América em direção ao Sul e, em
1532, Francisco Pizarro, chegou ao
Império Inca.
Os incas iniciaram sua expansão
William Albert Allard
Chile e a Argentina.
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As principais cidades incas eram Cuzco e Machu Picchu na qual possuíam palácios e
templos. Os incas viviam da agricultura, do pastoreio (principalmente de lhamas), da
tecelagem, metalurgia e da produção de objetos de cerâmica. Dessa forma, a maior parte da
população era formada por camponeses e artesãos. Faziam parte da nobreza os sacerdotes
e chefes militares.
Toda a sociedade era governada pelo Imperador Inca que, conhecido como Filho do Sol,
era respeitado e venerado como um deus.
Na época em que Pizarro chegou, o Império Inca estava passando por uma grande crise:
dois herdeiros do antigo Imperador estavam disputando o trono e muitos povos queriam se
livrar do domínio inca.
Pizarro, aproveitando-se da situação, iniciou a sua conquista marchando em direção a
Cuzco, a capital do Império, onde encontrou uma forte resistência, resultando em quarenta
e um anos (entre 1533 a 1572) de batalhas até que, com reforços chegados da Espanha, o
último líder indígena inca, Tupac Amaru, foi aprisionado e morto. Nesses anos de batalhas
morreram cerca de 300 mil guerreiros incas e 1500 espanhóis.
Os maias foram outra grande civilização que se formou na América entre as florestas
tropicais da Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do México). Esse povo
não formou um grande Império, mas construiu grandes cidades que eram independentes,
tinham governos e leis próprias.
Nessas cidades foram construídos palácios e templos também em forma de pirâmides e
estradas com até dez metros de largura, que serviam de passagem para os templos religiosos.
Esses templos não tinham muralhas e traziam inscrições sobre a contagem do tempo através
de um calendário desenvolvido pelos maias.
Quando os espanhóis chegaram à América, essa civilização já estava em decadência. A
população havia abandonado suas cidades e se espalhado por outras regiões misturando-se
a outros grupos.
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1. Elabore um quadro comparativo entre as civilizações astecas, incas e maias:
Rubin Santos Leão Aquino et alii. História das sociedades americanas. Rio de Janeiro: Eu e
você Editora, 1991. p.52.
Theodore de Bry. Espanhóis massacrando os indígenas, 1520. Theodore Bry. Indígenas escravizados trabalhando na
produção de cana-de-açúcar, 1596.
“(...) No ano de 1531 os espanhóis adentraram nos reinos do Peru, e com a mesma
intenção de todos os outros, devastaram povoados e vilas, matando os habitantes (...).
Numa ilha que está perto do mesmo local, e que se chama Pugna, muito povoada e
agradável, o Senhor com o seu povo receberam os espanhóis como se fossem anjos
descidos do céu e, seis meses depois, quando os espanhóis comeram toda a reserva
de alimentação, os indígenas apresentaram-lhes os últimos grãos de trigo com muitas
lágrimas, para que os gastassem e o comessem à vontade. Por fim os espanhóis
passaram a fio de espada uma grande quantidade de indígenas e outros foram
transformado em escravos(...).”
Bartolomeu de Las Casas. Brevíssima relação da destruição das Índias Ocidentais: o paraíso destruído. Porto
Alegre: L&PM, 1984. p. 98-103.
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A ADMINISTRAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA
Monopólio: exclusividade.
Produtos manufaturados: são produtos que passam por manuseio durante sua
fabricação, ou que são fabricados por meio de processos industriais.
Quinto: imposto real sobre todas as transações comerciais nas colônias americanas.
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1. Defina as palavras e expressões que aparecem no texto:
Metrópole
George Duby. Atlas Histórique. Paris: Larousse, 1987.p. 289.
Colônia
O comércio espanhol na América no século XVII
a) Que nome era dado a essa relação entre a Metrópole e a Colônia? Explique como
funcionava.
b) Que conclusões podemos tirar sobre o papel das Colônias e sua relação com a Metrópole
espanhola?
3. Crie um esquema para representar a sociedade na América espanhola e responda: O que
determinava a posição social de cada uma?
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A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA
Na segunda metade do século XVI, Portugal possuía colônias na África, no Extremo Oriente
e na América tornando-se assim a maior potência naval e comercial de toda Europa.
Portugal formou um vasto Império ultramarino no qual dominava a região em que
estabelecia, formando colônias, fortes, feitorias ou submetendo os chefes e toda a população
local através da força.
Dessa forma, essas regiões se tornaram fornecedoras de uma grande variedade de
produtos e africanos escravizados, como mostra o quadro a seguir:
África
Parte Ocidental: cavalos, africanos escravizados, ouro, marfim, pimenta malagueta,
corantes, tecidos e peles.
Parte Oriental: marfim, peles, cerâmica, ouro, cobre, ferro, pérolas, tecidos e sândalo.
Índia e do Ceilão
Especiarias (canela, cravo, pimenta, noz-moscada, açafrão) e pedras preciosas.
Extremo Oriente
Especiarias, sândalo, pedras preciosas, metais, algodão, porcelanas e seda.
América
Pau-brasil, açúcar, fumo, algodão, anil e aguardente.
A América foi um continente que demorou para ser colonizado, pois os portugueses
estavam mais interessados nas riquezas do Oriente, de onde provinham produtos de grande
valor comercial na Europa.
Os relatos do escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, sobre as
terras brasileiras e a população decepcionaram os reis portugueses que esperavam encontrar
ouro e pedras preciosas como ocorreu com as expedições espanholas na América. Porém,
Caminha confirmou a presença de uma grande quantidade de pau-brasil, madeira utilizada
para construir móveis, casas e navios e que também fornecia um corante para tingir tecidos.
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O pau-brasil crescia em meio à mata Atlântica, entre os Estados do Rio Grande do Norte e
do Rio de Janeiro. Sua extração era feita pelos nativos que cortavam e carregavam as árvores
para as feitorias, em troca, recebiam objetos de pouco valor para os europeus, mas que
fascinavam os nativos, como: machados, facas, anzóis, espelhos, tecidos, agulhas e pentes.
Essa troca de mercadorias era conhecida como escambo.
Portulano de Pedro Reinel e Lopo Homem produzido em 1519 que mostra o conhecimento dos portugueses sobre
parte dos habitantes, da flora e da fauna do litoral brasileiro. Os autores também registraram nomes de rios, portos,
baías e a extração do pau-brasil realizada pelos nativos.
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Esse fato fez com que os portugueses optassem pela produção da cana-de-açúcar, pois
o açúcar era uma mercadoria muito valorizada na Europa, alèm disso os portugueses já
possuíam experiência na sua produção em algumas ilhas do Atlântico e o litoral do nordeste
brasileiro oferecia condições ideais para o seu cultivo, como o clima quente e úmido e o solo
de massapê.
Martim Afonso, a mando do rei português, distribuiu lotes de terras aos colonos (as
sesmarias), e exigiu que eles as defendessem e as explorassem. Em 1532, foi fundada a
Vila de São Vicente e construído o primeiro engenho de açúcar do Brasil: o Engenho de São
Jorge dos Erasmos.
Muito diferente da feitoria, a vila era um núcleo permanente de população onde possuía
uma igreja, cadeia, sede administrativa, praça central e um pelourinho.
Após a instalação dos engenhos de cana-de-açúcar, os indígenas começaram a ser
capturados para trabalharem na produção desse produto.
Os nativos das terras brasileiras no do século XVI estavam agrupados pela semelhança
cultural e a língua que falavam. Em geral, no litoral brasileiro o tronco linguístico era o tupi,
formando os povos tupis-guaranis e os da região central do tronco linguístico jê, agrupando
os povos macro-jê.
Entre os povos tupis-guaranis estavam os Potiguares, Caetés, Tupiniquins, Tupinambás
e Carijós que, na sua maioria, viviam da caça, pesca e da agricultura de produtos como a
mandioca, milho, batata-doce, cará, feijão, amendoim, tabaco, abóbora, algodão, pimenta,
abacaxi, mamão, caju e pequi. Esses povos pintavam seu corpos, confeccionavam artefatos
de cerâmica, colares e mantos com sementes , conchas e plumas. A música, presente
em várias cerimônias, era tocada por meio de instrumentos de sopro e percussão.
As aldeias eram compostas por ocas ou malocas e as relações sociais eram estabelecidas
por grau de parentesco e amizade. Os chefes dos tupis, os morubixabas, eram aqueles que
se destacavam nas guerras e na boa oratória.
Os tupis cultuavam espíritos que habitavam as matas e os rios e alguns grupos, como os
Tupinambás, realizavam rituais de antropofagia, ou seja, os prisioneiros eram devorados na
crença de que iriam incorporar a coragem do inimigo.
Os povos que não falavam a língua tupi, como o macro-jê, chamados pelos tupis-guaranis
de tapuias (não tupis) formavam grupos como os Kaiapós, Bororos, Timbiras e Xavantes que
também viviam da caça, da pesca e da agricultura.
Como habitavam o litoral, os tupis-guaranis foram os primeiros a se relacionar com os
portugueses que, de início, foi de forma pacífica. Contudo, rapidamente esse relacionamento
tornou-se conflituoso, já que muitos indígenas passaram a ser escravizados e suas terras
tomadas.
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Entre 1554 e 1567, os tupis-guaranis, de várias regiões do litoral Sudeste (Rio de Janeiro,
Angra dos Reis e Ubatuba) e os não-tupis, como os Goitacás e os Aimorés, se aliaram e
travaram muitas batalhas contra os portugueses. Essa aliança ficou conhecida como a
Confederação dos Tamoios (Tamoio quer dizer em Tupi, o “mais velho” ou “antepassado”),
que significou a união dos mais antigos, isto é, dos primeiros donos da terra.
Os portugueses, aliados a outros grupos indígenas como os Guaianás, Temiminós e os
Carijós, massacraram os Tamoios.
Para agravar ainda mais a situação dos indígenas, os portugueses trouxeram doenças
como o sarampo e a rubéola e, como os nativos não tinham resistência, aldeias inteiras foram
dizimadas.
Estima-se que, na época da chegada dos portugueses, havia no Brasil de 5 a 6 milhões
de indígenas. Segundo o último censo do IBGE em 2000, há hoje no Brasil cerca de 700 mil.
Assim como ocorreu na América espanhola, os indígenas também sofreram a ação das
missões jesuítas, que tinham por objetivo converter esses povos ao cristianismo e protegê-los
da escravidão. No entanto, podiam ser requisitados para trabalhar para os colonos mediante
pagamento.
As frequentes fugas individuais e coletivas, as revoltas e a resistência ao trabalho imposto
pelo colonizador, foram formas de reação dos diversos grupos indígenas contra as missões.
Muitas das informações sobre os primeiros habitantes do Brasil e os contatos com os
colonizadores são provenientes dos vestígios de materiais recuperados pelos arqueólogos e
dos relatos escritos e iconográficos feitos pelos viajantes europeus. Dentre eles, podemos
destacar os franceses Jean Léry, André Thevet e o alemão Hans Staden, que estiveram no
Brasil na segunda metade do século XVI.
Hans Staden produziu um livro intitulado “As viagens ao Brasil” que fala sobre a fauna, flora
e como escapou de ser comido vivo pelos tupinambás. Em um de seus relatos, descreve o
encontro com os tupinambás como mostra o trecho a seguir:
“(...) Formaram um círculo ao redor de mim, ficando eu no centro com duas mulheres,
amarraram-me numa perna um chocalho e na nuca penas de pássaros. Depois começaram
as mulheres a cantar e, conforme um som dado, tinha eu de bater no chão o pé onde
estavam atados os chocalhos.
As mulheres fazem bebidas. Tomam as raízes de mandioca, que deixam ferver em
grandes potes. Quando bem fervidas, tiram-nas (...) e deixam esfriar (...). Então as moças
assentam-se ao pé, e mastigam as raízes, e o que fica mastigado é posto numa vasilha à
parte. Acreditam na imortalidade da alma (...)."
Hans Staden. Duas viagens ao Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo, 1974. p. 218.
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Jean Léry e André Thevet estiveram no Rio de Janeiro no ano de 1555, durante a tentativa
dos franceses em fundarem uma colônia na Baía da Guanabara, chamada de França
Antártica. Dos registros e imagens da população, da natureza e da tentativa de se estabelecer
no local, André Thevet produziu um livro intitulado de “As singularidades da França Antártica”
e Jean Léry o livro “História de uma viagem feita na terra do Brasil”.
Jean Léry. Dança com pajés, 1578. André Thevet. A coleta de alimentos feita pelos
selvagens, 1590.
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1. Faça um fichamento sobre o início da colonização da América pelos portugueses
destacando os seguintes assuntos:
a) As primeiras expedições.
b) Primeira atividade econômica e mão-de-obra utilizada.
c) A formação da primeira vila e a instalação dos engenhos.
d) Os povos indígenas.
e) A relação entre os portugueses e os indígenas.
f) A ação das missões jesuítas.
g) A resistência indígena.
2. Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral, produziu em maio de
1550, em Porto Seguro, uma carta ao rei de Portugal, na qual fez as suas observações sobre
os povos e a natureza que encontraram na terra conquistada, hoje o Brasil:
“A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. (...) Ambos traziam o beiço de baixo furado
e metido nele um osso verdadeiro. (...)
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nessas terras, ou outra coisa
de metal, ou ferro; nem vimos. Contudo, a terra em si é de muito bons ares: frescos e
temperados (...) as águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é grandiosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente.
E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...)"
Douglas Tufano. A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Moderna, 1999. p. 31, 60 e 61.
3. Um dos primeiros produtos explorados pelos portugueses foi o pau-brasil, árvore bastante
abundante na época no litoral brasileiro. Os indígenas a chamavam de ibirapitanga (ibira,
madeira e pitã vermelha) e não entendiam porque os “brancos” precisavam tirar tanta madeira
da floresta: “Seria para levar para algum deus?” perguntou um índio tupinambá, em 1558, de
acordo com o relato do francês Jen Léry.
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A ADMINISTRAÇÃO DA AMÉRICA portuguesa
O sistema de sesmarias implantado por Martim Afonso não deu certo, pois muitos colonos
chegaram a abandonar suas terras.
Assim, no ano de 1534, o rei D. João III, adotou o sistema de capitanias hereditárias onde
a Colônia foi dividida em 15 faixas de terras que seriam entregues a nobres portugueses e
funcionários da Coroa que passaram a ser denominados de capitães donatários. Esses
donatários tinham amplos poderes políticos para governar sua capitania podendo fundar
vilas, impor leis e explorar suas terras.
Com exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco, que tiveram sucesso com
o cultivo de cana, todas as outras fracassaram devido ao descaso dos donatários, falta de
investimentos e os constantes ataques indígenas.
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O primeiro governador-geral no Brasil foi Tomé de Souza que chegou à Colônia em 1549,
na Bahia, e por ordem do rei, construiu a cidade de Salvador, primeira capital do Brasil e
sede do governo-geral. Com ele também vieram os jesuítas, funcionários reais, soldados,
artesãos entre outros.
O segundo governador–geral foi Duarte da Costa e juntamente com ele veio o padre José
de Anchieta, que fundou o colégio de São Paulo no planalto de Piratininga (atual cidade de
São Paulo).
A administração das vilas e cidades era feita pelas Câmaras Municipais, compostas por
juízes, vereadores e o governador, os chamados “homens bons” da Colônia, ou seja, brancos,
nascidos no local, proprietários de terras e escravos.
As decisões de toda a vida cotidiana dos colonos cabiam às Câmaras que também
decidiam sobre a construção de estradas, pontes, edifícios, limpeza, conservação das ruas,
regulamentação das feiras, mercados e a determinação de prisões.
1- C Â M A R A M U N I C I P A L
2- F E I T O R I A
3- V I L A
4- G O V E R N O - G E R A L
5- C A P I T A N I A - H E R E D I T Á R I A
6- S E S M A R I A
7- C A P I T A N I A
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UNIDADE II: O Brasil Colonial
Entre os anos de 1500 a 1822, compreende o período da História do Brasil, denominado
Brasil Colônia, pois estava sob o domínio de Portugal e tinha como principal objetivo dar
lucros e atender as necessidades do rei e dos nobres comerciantes portugueses.
Como fez a Espanha com relação à sua porção na América, Portugal também estabeleceu
com o Brasil relações reguladas pelo pacto colonial, ou seja, o Brasil, na condição de
Colônia, só podia vender para Portugal, sua Metrópole, e comprar dele todos os produtos que
necessitava. Dessa relação, o rei de Portugal procurou manter a exclusividade na exploração
de todos os produtos, tornando-os monopólios do governo português.
Dessa forma, desenvolveu-se no Brasil o cultivo de produtos de alto valor no mercado
internacional, entre os principais, podemos encontrar o açúcar, o ouro e as pedras preciosas.
Outros produtos como o fumo, algodão, o cacau, a carne, o couro e o anil também foram
importantes para o mercado externo e interno.
Mas afinal, como se deu o desenvolvimento desses produtos?
Como se organizou o trabalho e a sociedade no Brasil Colonial?
Esses e outros assuntos serão discutidos nos textos e atividades desta unidade.
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A produção açucareira e outras atividades econômicas
Todo o trabalho de preparação do açúcar era supervisionado pelo feitor-mor, já que, era
bastante complexo e envolvia muitas etapas. Ele também estava encarregado de vigiar os
escravos.
Inicialmente, a mata era derrubada para o plantio da cana que após alguns meses era
cortada e amarrada em feixes para ser transportada nos carros de bois para a casa do
engenho, na qual a cana era moída na moenda. Grande parte do trabalho nessa etapa de
produção era realizado pelos africanos escravizados e seus descendentes.
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O caldo, resultante da moagem, era passado para a caldeira, onde era fervido durante
horas até formar o melaço que era levado para a casa de purgar. Desse melaço também era
feita a aguardente, a rapadura e o açúcar mascavo.
Na casa de purgar, o açúcar passava pelo processo de branqueamento, formando um
bloco duro chamado de pães de açúcar que era separado por tipo (claro, mascavo ou escuro),
triturado e colocado em grandes caixas de madeiras forradas com folhas de bananeiras. Por
fim, eram transportados para os portos e embarcados para a Europa.
Para atender ao mercado externo, nos engenhos plantava-se quase que exclusivamente a
cana em grande quantidade. Esse tipo de produção ficou conhecida como monocultura, ou
seja, a cultura de um único produto agrícola que necessitava de grandes extensões de terras,
formando assim, os latifúndios.
A cana-de-açúcar estimulou outras atividades econômicas no Brasil como a pecuária,
a produção do tabaco, da carne seca, do couro e as plantações de subsistência como a
mandioca, o arroz, o milho e o feijão.
Dentro dos engenhos formou-se uma sociedade bastante diversificada e dividida. De um
lado estavam os senhores de engenhos, donos das terras, das máquinas e até de pessoas -
africanos escravizados. Eram considerados os “homens bons” e possuíam um imenso poder:
decidiam o destino das filhas, a profissão dos filhos, forneciam o dinheiro para a manutenção
da Igreja, da Vila e de outros serviços para a comunidade. A esse tipo de organização familiar
em que todos dependem do patriarca dá-se o nome de patriarcalismo.
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Jean Baptiste Debret. Representação de uma típica família patriarcal, 1837.
g) Descreva a imagem:
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
Jean Baptiste Debret. Pequeno moinho de açúcar,
século XIX.
113
2. O texto I foi escrito pelo francês Louis-François Tollenare que esteve no Brasil no início
do século XIX e o texto II é uma reportagem de 2007 sobre a rotina de trabalho de muitos
cortadores de cana atualmente no Brasil:
Texto I
“Aqui nada de apatia; tudo é trabalho, atividade, nenhum movimento é inútil, não se
perde uma só gota de suor. (...) Vejo ao longe negros e negras curvados para a terra,
e excitados a trabalhar por um feitor armado dum chicote que pune o menor repouso.
Negros vigorosos cortam canas que raparigas enfeixam. Os carros, atrelados de quatro
bois, vão e vem dos canaviais aos engenho. Outros carros chegam da mata carregados
de lenha para as fornalhas. Tudo é movimento. Raparigas negras empurram a cana para
os cilindros da moenda. Alguns negros descarregam as canas e as colocam ao alcance
das mulheres; outros as transportam em grandes cestos e espalham no terreiro o bagaço
inútil da cana, que não é usado como combustível.”
Coletânia de documentos históricos para o 1º grau: 5ª à 8ª séries. São Paulo: SE/CENP, 1985. p.15.
Texto II
“São 4h30 em Guariba, cidade do noroeste do Estado de São Paulo, quando o ronco
dos motores de dezenas de ônibus quebra o silêncio da madrugada. Por seis vezes
na semana, o barulho das rodas sobre as acanhadas calçadas do município anuncia
o trabalho a um exército de boias-frias, entre eles,
homens e mulheres que trabalham até 12 horas por
dia, muitos passam fome e outros chegam a tombar
mortos de tanto trabalhar e também de acidentes
nos canaviais. Como se não bastasse as péssimas
condições de trabalho, o salário também é muito
baixo."
Disponível em: <http//www.terra.com.br>. Acesso em out. de 2009.
Discuta a seguinte questão com os seus colegas e anote em seu caderno as suas
conclusões:
Com relação ao trabalhador e a produção de cana no Brasil colonial e atualmente, o que
mudou e o que permaneceu?
114
AFRICANOS NO BRASIL: DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA
Imagem de Jean Baptiste Debret, representando as diferentes etnias de africanas escravizadas no Brasil, século XX.
115
Regiões como Angola, Congo, Moçambique e Guiné se tornaram entrepostos comerciais do
comércio de seres humanos. No Brasil, os africanos escravizados desembarcavam no litoral
do Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Esse comércio de africanos escravizados
pelo Oceano Atlântico passou a ser denominado por historiadores da atualidade de
tráfico negreiro.
Além dos portugueses, holandeses, ingleses e franceses também construíram feitorias ao
longo do litoral africano para praticarem o comércio de seres humanos. Entretanto, esses
traficantes de escravos não se arriscavam a penetrar no interior da África. Esse trabalho era
feito por intermediários africanos que escravizavam diferentes povos da África e os trocavam
com os europeus por pólvora, aguardente, tabaco, ferramentas, armas entre outros objetos.
Luis Felipe de Alencastro. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São
Paulo: Companhia das Letras, 2000. p.250.
Estima-se que entre os séculos XVI e XIX foram trazidos para o Brasil cerca de 4 milhões
de africanos escravizados que, depois de capturados, eram acorrentados e marcados com
um ferro em brasa para identificação. Após serem vendidos para os comerciantes europeus,
embarcavam em navios pequenos e frágeis conhecidos como navios negreiros ou tumbeiros.
Neles, os africanos escravizados se amontoavam e, enfrentavam uma viagem para o Brasil
que durava de quarenta a sessenta dias.
116
Nessa travessia do Atlântico, calcula-se que entre 5% a 25% dos africanos morriam devido
aos maus-tratos, condições do transporte, disenteria, desidratação, escorbuto ou por causa
do banzo.
Nos navios negreiros, os africanos escravizados eram batizados e recebiam um nome
cristão. Para certos povos africanos isso era muito doloroso, pois, em muitos lugares da
África, o nome dado a uma pessoa tem um significado especial. Essa prática era feita para
que o africano escravizado apagasse de sua memória todo o seu passado: sua família, seus
amigos, sua língua, sua identidade, sua história.
Imagens produzidas por Jhoann Moritz Rugendas representando o porão de um navio negreiro e o mercado de escravos
brasileiros, século XIX.
117
Jean Baptiste Debret. Diferentes castigos aplicados e trabalho de um escravo, século XIX.
TABELA
TOTAL 4.009.400
Herbert Klein. Tráfico de escravos. Rio de Janeiro: IBGE, 1987.
120
Segundo a Câmara da Capitania de São Paulo, em 1773, quilombo era “um ajuntamento
de mais de quatro escravos em matos para viver nele, e fazerem roubos e homicídios”.
A Constituição que rege o Brasil atualmente foi produzida em 1988 e associa o termo
quilombo à ideia de resistência de uma comunidade étnica ou negra tradicional, na qual
garante a propriedade e posse de terra às comunidades remanescentes de quilombos
reconhecidas.
No entanto, das
724 áreas identificadas
como remanescentes de
quilombos pelo governo
federal, somente 31 foram
reconhecidas e somente 5
receberam o título definitivo
de posse da terra, como
mostra o mapa publicado
pelo Diário Oficial da União
no ano 2000.
Juntamente com os
seus colegas, pesquise
em diversas fontes
(revista, jornais, livros,
internet) informações e
imagens sobre como se formaram, como vivem e quais os problemas enfrentados pelas
comunidades de quilombos remanescentes no Brasil.
Depois, monte um mural, comparando os quilombos de ontem e hoje.
121
PORTUGAL SOB O DOMÍNIO DA ESPANHA
E AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL
No ano de 1578 o rei de Portugal D. Sebastião morreu na batalha de Alcácer Quibir (região
da África que corresponde ao atual Marrocos) em luta contra os árabes. Como não tinha
filhos, o trono de Portugal foi ocupado por seu tio-avô, o cardeal D. Henrique que também
morreu sem deixar herdeiros.
A questão sucessória só foi resolvida quando, em 1580, o rei da Espanha Felipe II, que
possuía descendência portuguesa por parte de mãe, invadiu e conquistou Portugal. Felipe II
pertencia a dinastia dos Habsburgos, uma das mais poderosas família da Europa.
A partir daí, iniciou-se o domínio espanhol a todo o reino de Portugal e suas Colônias. Esse
domínio, que se estendeu até o ano de 1640 ficou conhecido como União Ibérica, pois unia
Portugal e Espanha, ambos países ibéricos.
Na Europa, o domínio do governo espanhol se estendia aos países Baixos, como Holanda e
Bélgica, e parte da península itálica. Em 1581, a Holanda, após muitas batalhas, conquistou a
sua independência. Como represália a essa ação, Felipe II proibiu o comércio dos holandeses
com as Colônias que pertenciam a Portugal, pois agora, faziam parte do Império Espanhol.
Essa proibição representou uma grande perda para os comerciantes holandeses,
principalmente os que agiam no Brasil, já que, desde o início da colonização, eram eles que
participavam do lucrativo comércio do açúcar e de outros produtos como o pau-brasil, o
algodão e o couro.
Como reação, os holandeses invadiram regiões do mundo pertencentes à União Ibérica: na
África conquistaram regiões como Monbaça, Arguim, São Jorge da Mina e Angola, destinadas
ao tráfico negreiro, e na América regiões produtoras de açúcar, como as Antilhas e o nordeste
brasileiro.
Planejada pela Companhia das Índias Ocidentais, a primeira invasão holandesa no Brasil
ocorreu em Salvador no ano de 1624. A reação da população local e do governo espanhol foi
imediata, e os holandeses foram expulsos.
Os holandeses voltaram a invadir a região Nordeste no ano de 1630, só que agora as
cidades de Recife e Olinda, da Capitania de Pernambuco. Apesar da resistência dos colonos,
os holandeses apoderaram-se dessa região e ampliaram os seus domínios para outras partes
do Nordeste na qual se estendia de Alagoas até o Rio Grande do Norte.
Para consolidar sua conquista, a Companhia das Índias Ocidentais escolheu o conde
João Maurício de Nassau para ser o governador-geral do Recife no ano de 1637.
122
O novo governante adotou uma política amistosa entre a Holanda e a população local,
incentivou a economia açucareira através de empréstimos de dinheiro para os senhores de
engenho, reduziu os impostos, investiu em novas técnicas na produção do açúcar e garantiu
o abastecimento de africanos escravizados.
Nassau fez também melhorias em Recife através das construções de pontes, jardins,
hospitais, ruas, canais, casas e uma nova cidade, Maurícia.
Nesse período, Pernambuco recebeu vários cientistas e artistas como Frans Post
(1612-1680) e Albert Eckhout (1610-1665) que retrataram a paisagem e os habitantes dessa
região.
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Mesmo com todo o enriquecimento, os mascates, como eram chamados os comerciantes
de Recife, não tinham poder político, pois estavam submetidos às decisões da Câmara
Municipal de Olinda. Os mascastes, então, passaram a exigir autonomia administrativa, que
só foi conquistada quando em 1709, por ordem do rei, Recife foi elevada de povoamento à
categoria de Vila.
Essa decisão não foi aceita pelos senhores de engenho de Olinda que iniciaram uma
revolta armada em 1710. Esse conflito, que ficou conhecido como a Guerra dos Mascates,
só terminou em 1711, com a intervenção das tropas da Coroa Portuguesa no local. Apesar da
derrota dos olindenses, ficou decidido que suas dívidas seriam perdoadas e Recife tornou-se
a capital da capitania de Pernambuco.
Além dos holandeses, durante a União Ibérica, outros estrangeiros como ingleses e
franceses também invadiram o Brasil: os ingleses tentaram se apoderar da Bahia e depois
do Amazonas, devido às drogas do sertão (canela, cravo, urucum, salsaparrilha, pimenta e
cacau), produtos de grande valor comercial, e os franceses, parte do Rio de Janeiro, Paraíba
e Maranhão, onde participavam do contrabando do pau-brasil.
A luta dos portugueses para expulsar esses invasores serviu como base para a ocupação
da Região Norte do Brasil.
Companhia das Índias Ocidentais: empresa criada em 1621 para estabelecer Colônias
na América e na África, com o objetivo de monopolizar o comércio do açúcar e de
africanos escravizados.
1. Explique a relação entre o domínio espanhol sobre Portugal no final do século XVII e a
invasão holandesa no Brasil.
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2. Durante o governo de Maurício de Nassau na capitania de Pernambuco, muitos artistas
holandeses vieram para essa região, dentre eles o pintor Albert Eckhout, que esteve no
Brasil entre os anos de 1637 a 1644, e produziu imagens que retravam a natureza e seus
habitantes.
Mameluco: nome que designava o mestiço de branco e índio; o mesmo que caboclo.
c) Poderíamos afirmar que as obras de Albert Eckhot são representações fiéis dos
habitantes do Brasil do século XVII? Justifique.
d) Escolha uma das obras e faça uma releitura. Depois, apresente para a sala.
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O avanço da colonização: a ocupação do interior do Brasil
• Forte de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, fundado em 1584, atual cidade de
João Pessoa, capital da Paraíba;
• Forte dos Reis Magos, fundado em 1597, atual cidade de Natal, capital do Rio Grande
do Norte;
• Forte de São Pedro, fundado em 1613, atual cidade de Fortaleza, capital do Ceará;
Jean Baptiste Debret. Imagens representando a caça e aprisionamento de indígenas pelas expedições
bandeirantes, século XIX.
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Durante a caça aos indígenas, os bandeirantes encontraram pequenas quantidades de
ouro no leito dos rios, fazendo com que na segunda metade do século XVII, o rei de Portugal
financiasse as bandeiras de busca de ouro e pedras preciosas.
Para estimular essa procura, as minas encontradas podiam ser exploradas pelo seu
descobridor, mediante pagamento de impostos à Coroa Portuguesa. De início, pouco ouro
foi encontrado, somente no final do século XVII é que os bandeirantes paulistas fizeram
descobertas importantes principalmente na região do Mato Grosso e Minas Gerais.
Assim que a notícia da descoberta de ouro chegou a São Paulo, milhares de pessoas
se deslocaram para as regiões auríferas, para vender alimentos, roupas e instrumentos de
trabalhos. Essas expedições comerciais ficaram conhecidas como monções.
Enquanto o interior da região Sudeste era povoada pela ação do bandeirismo e das
missões, nos sertões do Nordeste e nas Campinas do Sul, a ocupação se deu através da
criação de gado, usado para transportar cargas e para a alimentação.
O avanço para o interior do Brasil fez com que os portugueses se apossassem de terras
espanholas, desrespeitando o Tratado de Tordesilhas de 1494.
O governo Português, então, fez vários tratados internacionais para oficializar essas
conquistas. Dentre os mais importantes destacaram-se:
• Tratado de Madri (1750): assinado entre Portugal e Espanha. Estabelecia que a Colônia
do Sacramento, na região sul, pertencia à Espanha. Em troca, Portugal recebeu áreas
das Sete Missões, sete grandes aldeamentos indígenas da nação guarani e terras do
atual Rio Grande do Sul.
• Tratado de Santo Idelfonso (1777): assinado entre Portugal e Espanha, onde o povoado
das Sete Missões passou para a Espanha.
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A mineração
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A partir daí, muitos mineradores desviavam as águas dos rios e cavavam as encostas das
montanhas. Essas minas eram chamadas de lavras e o trabalho nas galerias subterrâneas
era difícil e muito perigoso.
• Grandes comerciantes: pessoas que fizeram fortuna com o comércio de gado, produtos
alimentícios e manufaturados;
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A exploração do ouro contribuiu na ocupação e povoamento de regiões do interior do Brasil
e também no seu desenvolvimento econômico, já que, forneciam produtos para abastecer a
região das minas.
No ano de 1763, a capital da Colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, local
onde ficava o porto mais movimentado e o principal centro urbano da América portuguesa.
Durante esse período, desenvolveu-se o barroco brasileiro, impulsionando a construção
de grandes igrejas, decoradas no seu interior com pinturas de flores e anjos. Muitos altares e
imagens de santos eram revestidos de ouro e pedras preciosas.
Foi no barroco mineiro que surgiram os primeiros grandes artistas brasileiros como o
escultor e arquiteto Antônio da Silva Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814). Suas obras mais
conhecidas se encontram na cidade de Congonhas do Campo (MG), onde foram produzidos
em madeira os passos da Paixão de Cristo e os Doze Profetas em pedra sabão.
Barroco: movimento artístico que surgiu após o Renascimento, e atingiu o seu apogeu
no século XVII, na Europa, influenciando a arquitetura, a pintura, a escultura, a literatura
e a música.
b) Quem organizava.
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2. Explique as expressões referentes ao período da mineração do Brasil no quadro a seguir,
depois complete no esquema:
3. Faça em seu caderno uma pirâmide que representa a sociedade mineira colonial. Depois,
compare-a com a sociedade do engenho de açúcar de forma a identificar as semelhanças e
diferenças.
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